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E.M. PREF. JOÃO MATHEUS TELLES MENEZES 7º ANO - EJA SEMANA: 19/10 A 23/10 Aula 1 (segunda-feira) Nas aulas passadas falamos um pouco sobre a passagem do tempo. Esta semana vamos falar de memórias, nas quais estão relacionadas com a passagem do tempo. Observe a imagem a seguir. 1- De acordo com a foto, é possível imaginar como é a vida desse casal? _____________________________________________________________ 2- Imagine que você seja um deles. Pense em um fato importante que tenha acontecido com eles no passado. Agora, escreva um ou dois parágrafos com essa memória, contando esse fato. _____________________________________________________________ Aula 2 e 3 (terça-feira) Leia atentamente este trecho do romance Memorial de Aires, do grande escritor, jornalista e teatrólogo brasileiro Machado de Assis. Memorial de Aires Machado de Assis 1888 9 de janeiro Ora bem, faz hoje um ano que voltei definitivamente da Europa. O que me lembrou esta data foi, estando a beber café, o pregão de um vendedor de vassouras e espanadores: "Vai vassouras! vai espanadores!" Costumo ouvi-lo outras manhãs, mas desta vez trouxe-me à memória o dia do

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E.M. PREF. JOÃO MATHEUS TELLES MENEZES

7º ANO - EJA

SEMANA: 19/10 A 23/10

Aula 1 (segunda-feira)

Nas aulas passadas falamos um pouco sobre a passagem do tempo.

Esta semana vamos falar de memórias, nas quais estão relacionadas com a passagem do tempo.

Observe a imagem a seguir.

1- De acordo com a foto, é possível imaginar como é a vida desse casal?

_____________________________________________________________

2- Imagine que você seja um deles. Pense em um fato importante que tenha acontecido com

eles no passado. Agora, escreva um ou dois parágrafos com essa memória, contando esse

fato.

_____________________________________________________________

Aula 2 e 3 (terça-feira)

Leia atentamente este trecho do romance Memorial de Aires, do grande escritor, jornalista e

teatrólogo brasileiro Machado de Assis.

Memorial de Aires

Machado de Assis 1888

9 de janeiro

Ora bem, faz hoje um ano que voltei definitivamente da Europa. O que me lembrou esta data foi,

estando a beber café, o pregão de um vendedor de vassouras e espanadores: "Vai vassouras! vai

espanadores!" Costumo ouvi-lo outras manhãs, mas desta vez trouxe-me à memória o dia do

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desembarque, quando cheguei aposentado à minha terra, ao meu Catete, à minha língua. Era o

mesmo que ouvi há um ano, em 1887, e talvez fosse a mesma boca.

Durante os meus trinta e tantos anos de diplomacia algumas vezes vim ao Brasil, com licença. O

mais do tempo vivi fora, em várias partes, e não foi pouco. Cuidei que não acabaria de me

habituar novamente a esta outra vida de cá. Pois acabei. Certamente ainda me lembram coisas e

pessoas de longe, diversões, paisagens, costumes, mas não morro de saudades por nada. Aqui

estou, aqui vivo, aqui morrerei.

Cinco horas da tarde

Recebi agora um bilhete de mana Rita, que aqui vai colado:

9 de janeiro

"Mano,

Só agora me lembrou que faz hoje um ano que você voltou da Europa aposentado. Já é tarde

para ir ao cemitério de São João Batista, em visita ao jazigo da família dar graças pelo seu

regresso; irei amanhã de manhã, e peço a você que me espere para ir comigo.

Saudades da "Velha mana, Rita."

Não vejo necessidade disso, mas respondi que sim.

10 de janeiro

Fomos ao cemitério. Rita, apesar da alegria do motivo, não pôde reter algumas velhas lágrimas

de saudade pelo marido que lá está no jazigo, com meu pai e minha mãe. Ela ainda agora o ama,

como no dia em que o perdeu, lá se vão tantos anos. No caixão do defunto mandou guardar um

molho dos seus cabelos, então pretos, enquanto os mais deles ficaram a embranquecer cá fora.

Não é feio o nosso jazigo; podia ser um pouco mais simples, — a inscrição e uma cruz, — mas o

que está é bem feito. Achei-o novo demais, isso sim. Rita fá-lo lavar todos os meses, e isto

impede que envelheça. Ora, eu creio que um velho túmulo dá melhor impressão do oficio, se tem

as negruras do tempo, que tudo consome. O contrário parece sempre da véspera. Rita orou

diante dele alguns minutos, enquanto eu circulava os olhos pelas sepulturas próximas. Em quase

todas havia a mesma antiga súplica da nossa: "Orai por ele! Orai por ela!" Rita me disse depois,

em caminho, que é seu costume atender ao pedido das outras, rezando uma prece por todos os

que ali estão. Talvez seja a única. A mana é boa criatura, não menos que alegre.

A impressão que me dava o total do cemitério é a que me deram sempre outros; tudo ali estava

parado. Os gestos das figuras, anjos e outras, eram diversos, mas imóveis. Só alguns pássaros

davam sinal de vida, buscando-se entre si e pousando nas ramagens, pipilando ou gorjeando. Os

arbustos viviam calados, na verdura e nas flores. [...]

Texto na íntegra disponível em: http://www.culturatura.com.br/obras/Memorial%20de%20Aires.pdf

Agora vamos pensar um pouco sobre o texto.

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1- Quais as suas impressões sobre o texto?

___________________________________________________________________________

2- Qual parte do texto mais te chamou a atenção? Por quê?

___________________________________________________________________________

Aula 4 (quarta-feira)

Retome a leitura do texto da aula “Memorial de Aires 1888” anterior e responda as questões a

seguir.

1- Por que o narrador passa muito tempo fora do Brasil?

_____________________________________________________________

2- A irmã do narrador envia-lhe um texto por escrito. Qual é o conteúdo desse texto?

_____________________________________________________________

3- Nesse trecho, observamos que as memórias podem conter ainda outros gêneros textuais.

O outro gênero que aparece é:

a) Crônica

b) Bilhete

c) Notícia

d) Lenda

4- O texto que acabamos de ler é um trecho de uma memória de ficção, criada pelo escritor

Machado de Assis. Encontre nele exemplos que mostrem essas memórias.

____________________________________________________________________________

Aula 5 (quinta-feira)

Leia atentamente o poema “Peixe” de Patativa do Assaré para responder as questões na

sequência.

Page 4: E.M. PREF. JOÃO MATHEUS TELLES MENEZES 7º ANO - EJA …

O peixe

Tendo por berço o lago cristalino,

Folga o peixe, a nadar todo inocente,

Medo ou receio do porvir não sente,

Pois vive incauto do fatal destino.

Se na ponta de um fio longo e fino

A isca avista, ferra-a inconsciente,

Ficando o pobre peixe de repente,

Preso ao anzol do pescador ladino.

O camponês, também, do nosso Estado, Ante a campanha eleitoral, coitado! Daquele peixe tem a mesma sorte.

Antes do pleito, festa, riso e gosto,

Depois do pleito, imposto e mais imposto. Pobre matuto do sertão do Norte!

1- O que você achou do poema? Explique.

___________________________________________________________________________

2- Qual parte do poema mais chamou a sua atenção? Por quê?

___________________________________________________________________________

Aula 6 (sexta-feira)

Retome a leitura do poema “Peixe” de Patativa do Assaré para responder as questões na

sequência.

1- Analise o seguinte verso do poema: “Tendo por berço o lago cristalino”, qual é o

significado do vocábulo berço nesse contexto?

__________________________________________________________________________

2- Observe os significados do verbete “incauto”: in·cau·to

(latim incautus, -a, -um)

adjetivo

1.Que não tem cautela ou prudência.

2. Que é inocente e sem malícia.

"incauto", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008 2013, https://www.priberam.pt/dlpo/incauto

[consultado em 15-06-2017].

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Agora analise os versos a seguir: “Folga o peixe, a nadar todo inocente,/Medo ou receio do porvir

não sente/Pois vive incauto do fatal destino...” De acordo com as informações contidas nesses

versos, qual significado é o mais correto para a ação do peixe? Explique por quê?

__________________________________________________________________________

3- “Se na ponta de um fio longo e fino

A isca avista, ferra-a inconsciente,

Ficando o pobre peixe de repente,

Preso ao anzol do pescador ladino...”

Explique com base na leitura desses versos, o significado do termo “pescador ladino”.

___________________________________________________________________________

4- Faça a leitura das duas últimas estrofes do poema e explique a comparação feita pelo

poeta.

________________________________________________________________________

5- Qual é a crítica que o poeta faz nesse poema “ O peixe”? Você concorda com a afirmação feita por Patativa do Assaré? Explique?

___________________________________________________________________________

Matemática

Aula 1 e 2

ÂNGULO

Ângulo é a abertura formada entre duas semirretas de mesma origem. Observe:

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Indica-se: AÔB, BÔA ou Ô. Podemos usar também letras do alfabeto grego.

O ponto "O" é o vértice do ângulo e as semirretas OA e OB são os lados do ângulo.

O objeto capaz de medir o valor de um ângulo é chamado de transferidor, podendo ele ser de

“meia volta” (180º) ou volta inteira (360º). A unidade de representação do ângulo é o grau (º).

Classificação dos ângulos

Ângulo completo ou de uma volta: ângulo com medida igual a 360°.

Ângulo raso: ângulo com medida igual a 0º ou 180º.

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Ângulo reto: possui medida igual a 90º (noventa graus).

Ângulo agudo: possui medida menor que 90º.

Ângulo obtuso: possui medida maior que 90º.

Aula 3

Como medir um ângulo

Para medirmos o valor de um ângulo utilizamos um objeto chamado de transferidor. Note que o

vértice do ângulo precisa estar no centro do transferidor.

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Observe que um dos lados do ângulo aponta para a medida 0º e a outra para a medida 50º,

portanto o ângulo é agudo e mede 50º.

Nesse caso, um dos lados do ângulo está voltado para 0º e outro para 90º, dessa forma, o ângulo

mede 90º e é denominado reto.

Um dos lados aponta para a medida 0º e o outro para a medida 120º, portanto, o ângulo é

obtuso, medindo 120º.

Toda medição de ângulos deve ocorrer como foi demonstrado, um dos lados fica apontado para o

zero e outro lado apontará para a medida da abertura do ângulo. O vértice dos ângulos, que é o

local onde as semirretas se originam, deve ficar no centro da base do transferidor.

CENTRO

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Os ângulos podem ser formados também pelo cruzamento de duas retas

Aula 4

Ângulos opostos pelo vértice

Dizemos que dois ângulos são opostos pelo vértice se as semirretas que os formam partem do

mesmo vértice e são opostas aos lados do outro.Oposto pode ser considerado contrário, então

na figura acima os ângulos d e b são opostos, e assim, são iguais.

Ângulos adjacentes

Dois ângulos são consecutivos se eles compartilham um mesmo lado, ou seja, se o lado de um,

for também o mesmo lado do outro. Adjacente também pode ser entendido como “encostado” ou

“vizinho”. Se repararmos no ângulo acima d e a são adjacentes.

Adição de ângulos

Se a semirreta OB é interna ao ângulo AÔC, o ângulo AÔC é a soma dos ângulos AÔB e BÔC.

Assim:

AÔC = AÔB + BÔC

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E para quem não conhece o alfabeto grego, aqui está ele:

Na matemática usamos letras gregas em alguns casos.

Para representar o valor de um ângulo desconhecido,

utilizamos as letras minúsculas, principalmente alpha,

beta e gama.

Em momentos posteriores vamos conhecer o pi (oitavo

ano, estudando circunferência ) e o delta (nono ano

estudando a fórmula de Bháskara).

Ângulos complementares

Dizemos que dois ângulos são complementares quando a sua soma equivale a 90°.

α+β=90º

Ângulos suplementares

Dizemos que dois ângulos são suplementares se, e somente se, a sua soma for igual a 180°.

α+β=180º

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Exemplo

De acordo com o desenho abaixo, dê as medidas dos ângulos AÔG e CÔE.

Resposta:

Repare que são vários ângulos adjacentes (juntos, encostados). Para calcular AÔG, devemos

exergá-lo

Ou seja, a medida de AÔG será de 150º

Para o ângulo CÔE podemos pensar do mesmo modo

Page 12: E.M. PREF. JOÃO MATHEUS TELLES MENEZES 7º ANO - EJA …

Repare que o ângulo “começa” em 20º e “termina” em 90º, então temos que subtrair 90-20=70.

Ou seja, CÔE vale 70º

Aula 5

Atividades

1) Sobre a classificação dos ângulos, marque a alternativa correta:

A) Um ângulo é classificado como reto quando ele possui medida menor ou igual a 90º.

B) Dois ângulos são complementares quando a soma deles é igual a 180º.

C) Um ângulo é classificado como agudo quando a sua medida é menor do que 90º.

D) Dois ângulos cuja soma é igual a 90º graus são conhecidos como ângulos obtusos.

2) Durante a elaboração de um projeto, um arquiteto coletou algumas medidas de ângulos na

planta. As medições foram 90º, 120º e 75º. Na geometria sabemos que os ângulos podem ser

classificados de acordo com a sua medida. Nesse caso, os ângulos coletados pelo arquiteto são,

respectivamente:

A) agudo, reto, obtuso

B) agudo, obtuso, reto

C) reto, agudo, obtuso

D) reto, obtuso, agudo

E) obtuso, obtuso, agudo

3) As retas f e g são paralelas (f // g). Determine a medida do ângulo â, nos seguintes casos:

a)

b)

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Aula 6

Área e Perímetro

Área e perímetro são duas medidas distintas, onde a área é a medida de uma superfície e o

perímetro é a medida do comprimento de um contorno.

Perímetro

O que é perímetro? E como o calculamos?

Perímetro é a medida do comprimento de um contorno.

Observe um campo de futebol, o perímetro dele é o seu contorno que está de vermelho.

Pra fazermos o cálculo do perímetro devemos somar todos os seus lados:

P = 100 + 70 + 100 + 70

P = 340 m

O perímetro da figura abaixo é o contorno dela, como não temos a medida de seus lados, para

medir o seu perímetro devemos contorná-la com um barbante e depois esticá-lo e calcular a

medida.

Por exemplo:

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O perímetro da figura é a soma de todos os seus lados:

P = 10 + 8 + 3 + 1 + 2 + 7 + 2 +3

P = 18 + 4 + 9 + 5

P = 22 + 14

P = 36

A unidade de medida utilizada no cálculo do perímetro é a mesma unidade de medida de

comprimento: metro, centímetro, quilômetro...

Área

Área é a medida de uma superfície.

A área do campo de futebol é a medida de sua superfície (gramado).

Se pegarmos outro campo de futebol e colocarmos em uma malha quadriculada, a sua área será

equivalente à quantidade de quadradinho. Se cada quadrado for uma unidade de área:

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Veremos que a área do campo de futebol é 70 unidades de área.

A unidade de medida da área é: m2 (metros quadrados), cm2 (centímetros quadrados), e outros.

No estudo da matemática calculamos áreas de figuras planas e para cada figura há uma fórmula

pra calcular a sua área.

Exercício

1) Qual a área e o perímetro de um campo de futebol, de base 25 m e altura 5 m?

a) A= 100m², P= 50m

b) A= 150 m², P= 60m

c) A= 125 m², P= 60 m

d) A= 120 m², P= 50 m

HISTÓRIA

Aula 1

MERCANTILISMO E COLONIZAÇÃO DAS AMÉRICAS

Mercantilismo

A Idade Moderna apresentou um conjunto de características típicas de uma época de

transição entre dois modos de produção distintos: o feudalismo decadente e o capitalismo em

ascensão. Os aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais do período revelam essa

transição como, por exemplo, o Estado Absolutista. Vimos que essa forma de Estado, controlada

com exclusividade pelo rei, apoiava-se no equilíbrio de forças sociais: a nobreza, representando o

feudalismo decadente, e a burguesia, expressão da ascensão do capitalismo.

O mesmo se verifica no âmbito econômico: trata-se de uma fase histórica em que

convivem elementos de dois modos de produção distintos, sem que um consiga se sobrepor ao

outro. Assim, por exemplo, ainda temos o largo predomínio das relações servis de produção no

campo, enquanto, nas cidades, o trabalho assalariado, típico do capitalismo, ganha espaço. É um

período que muitos historiadores chamam de Capitalismo Comercial, uma vez que o lucro

acumulado pelos burgueses e pelo Estado advém da circulação de mercadorias.

Chama a atenção, nesse período histórico, a enorme interferência do Estado nos assuntos

econômicos. As Monarquias Nacionais recém-centralizadas necessitavam de recursos para

sustentar um oneroso aparelho de Estado (exército, burocracia, corte). Esses recursos provinham

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de uma pequena parcela da população enriquecida pelo comércio, a burguesia, pois o povo, pela

falta de dinheiro, e a nobreza, pelos privilégios herdados da época medieval, não pagavam

impostos nem contribuíam com os gastos do Estado. É óbvio que, ao sustentar financeiramente o

Estado, o grupo mercantil obtinha consideráveis vantagens econômicas, além de, pouco a pouco,

ir penetrando nos meandros da burocracia e ganhando espaço político.

Chamamos, então, Mercantilismo à política econômica das Monarquias Absolutistas

Europeias na época do Capitalismo Comercial (séculos XV-XVIII), que visava ao enriquecimento

da nação diante das demais e o fortalecimento da autoridade do rei diante dos súditos.

Evidenciando a íntima relação entre Estado e economia na Idade Moderna, o

mercantilismo caracterizou-se por ser uma política de controle e incentivo, por meio do qual o

Estado Absolutista buscava garantir seu desenvolvimento comercial e financeiro, fortalecendo ao

mesmo tempo o próprio poder. Em suma, o Estado era o sujeito e o objeto do mercantilismo.

O mercantilismo, no entanto, não chegou a se constituir numa doutrina econômica

coerente: cada Estado, de acordo com suas especificidades, adotava um conjunto de medidas

variadas, visando obter recursos e riquezas necessários à manutenção do poder absoluto. O mais

interessante é que, na época em que essas medidas foram aplicadas, nenhum pensador

procurou sistematizá-las, ficando tal tarefa a cargo de seus críticos, os fisiocratas e liberais de

finais do século XVIII.

De qualquer modo, é possível detectar alguns elementos básicos do mercantilismo que,

com maior ou menor intensidade, emergiram em todas as regiões onde tal política econômica foi

aplicada. Dentre esses princípios, destacam-se:

● metalismo: ideia segundo a qual uma nação é tanto mais rica quanto maior for a

quantidade de metais preciosos (ouro e prata) por ela acumulada. A identificação

entre riqueza e metais preciosos deve-se, sobretudo, ao caráter mercantil da

economia na Época Moderna: quanto maior fosse a capacidade de produzir moedas,

maior seria sua capacidade comercial, e, portanto, as chances de lucro de uma

nação;

● balança comercial favorável: visando ao acúmulo de metais no tesouro nacional,

buscava-se manter o saldo da balança comercial positivo, isto é, fazer com que o

valor das importações (saída de metais) fosse inferior ao das exportações (entrada

de metais);

● protecionismo: a manutenção da balança comercial favorável dependia de medidas

que desestimulassem ou, até mesmo, proibissem as importações de certos gêneros.

Assim, o protecionismo mercantilista assumiu um duplo caráter: alfandegário, com a

cobrança de altas tarifas de importação para determinados artigos (caros ou que

concorressem com a produção nacional), e industrialista, buscando estimular a

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produção nacional com vistas, não só ao abastecimento do mercado interno, mas

também do externo;

● colonialismo: dada a concorrência entre as monarquias europeias na Época

Moderna, era essencial a posse sobre colônias, locais onde o mercantilismo seria

aplicado; ou seja, foi no comércio entre metrópoles e colônias, regulado pelo pacto

colonial, que as nações europeias conseguiram obter os recursos necessários para

seu enriquecimento e fortalecimento.

“O sistema colonial

A conquista e exploração de colônias é um ponto essencial das ideias mercantilistas. A

expressão clássica desse fato em nível ideológico é a teoria do pacto colonial, onde se trai a

falsa suposição de que haveria de fato um pacto ou acordo tácito entre metrópoles e colônias.

Na realidade, porém, a colônia existe em função e para a metrópole, estando suas relações

definidas através do chamado ‘exclusivo colonial’. A produção das colônias só é válida na

medida em que possibilite lucros elevados aos comerciantes metropolitanos, detentores do

monopólio sobre o comércio de importação e de exportação das colônias. A atividade

econômica das colônias deve ser complementar e jamais concorrente em relação à das

respectivas metrópoles. Afinal, as colônias têm um papel único a desempenhar, no sentido de

garantir às suas metrópoles os meios de obterem uma balança comercial favorável nas trocas

com outros países. Na prática, as colônias constituem uma espécie de território privilegiado,

reservado, já que o exclusivo assegura ao comércio metropolitano a prática mercantil mais cara

à ótica mercantilista: comprar pelo preço mais barato possível e vender pelo preço mais

elevado que se pudesse conseguir.

Compreende-se, dessa forma, que sempre tenha sido um ponto de honra proibir o

aparecimento de atividades manufatureiras nas colônias, pois não só fariam concorrência aos

produtos vindos da metrópole, como desviariam recursos minerais e humanos daquelas

atividades mais lucrativas do ponto de vista metropolitano. O próprio fluxo de imigrantes ou

colonos para as colônias foi durante muito tempo limitado ou mesmo proibido, a fim de evitar o

despovoamento da metrópole, entendido tal despovoamento como perda de homens e acima

de tudo de forças produtivas...”

(FALCON, Francisco. Mercantilismo e transição. 9a.ed, São Paulo, Brasiliense, 1988; pp.79-81)

Esses princípios foram aplicados de maneira diversa nos diferentes países europeus entre

os séculos XVI e XVIII. Assim, a Espanha, descobridora de ricas jazidas de metais preciosos na

América, dedicou-se à exploração de ouro e prata buscando acumular riqueza em seu tesouro. A

essa prática chamamos bulionismo. Já a França, o ministro das finanças de Luís XIV, Colbert,

defendia práticas mercantilistas que visavam limitar as importações e, ao mesmo tempo,

aumentar o valor das exportações, estimulando as manufaturas, sobretudo as voltadas para a

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produção de artigos de luxo. O mercantilismo francês, fortemente industrialista, ficou conhecido

como colbertismo. A Inglaterra aplicou o mercantilismo industrial e comercial. Desprovidos

de ricas colônias que pudesse explorar, como ocorria com a França, os ingleses resolveram

investir no desenvolvimento da frota naval e na marinha mercante, essenciais para o comércio

externo. Além disso, como vimos, a Coroa britânica, principalmente no reinado de Elizabeth I,

favoreceu abertamente a pirataria e o contrabando.

Aula 2

O Sistema Colonial

O funcionamento do mercantilismo,

portanto, passava quase que necessariamente,

pela posse de colônias que pudessem ser

exploradas. Para isso, o pacto ou exclusivo

colonial foi imposto aos territórios recém-

descobertos na América sobretudo por Espanha e

Portugal, gerando o que se convencionou chamar

sistema colonial.

Antes, contudo, de apresentar as características mais importantes da colonização europeia

na América, seria interessante resgatar a vida de seus habitantes antes da chegada dos

colonizadores.

A América Pré-Colombiana

Uma das características mais significativas da vida no continente americano antes da

chegada dos povoadores europeus é a ausência de homogeneidade. De fato, na chamada

América pré-colombiana conviviam dois tipos de organizações socioeconômicas: as comunidades

tribais, dispersas ao longo do continente, e as altas civilizações (astecas, incas e maias)

concentradas na região onde hoje está a cidade do México e no Peru.

Inúmeros estudos sobre as origens da população americana não é autóctone, isto é, não se

originou no continente, migrou de outras regiões para a América. A hipótese mais divulgada

acerca desse tema é que os primeiros habitantes da América aqui chegaram por volta de 50 000

a.C., vindos do continente asiático através do estreito de Bering - que separa a Sibéria do Alasca

-, e se dispersaram pelo território americano.

Ao longo dos séculos, esses povoadores asiáticos se organizaram formando tanto as

comunidades tribais quanto as altas civilizações. As comunidades tribais, presentes, como já

dissemos em todo o continente americano, desde a América do Norte até o sul do Chile e

Argentina, caracterizavam-se por possuir uma organização igualitária e coletivista. Os meios de

produção - terra e alguns instrumentos de trabalho - eram propriedade coletiva da comunidade

que sobrevivia graças a atividades como caça, pesca, coleta e cultivo de alguns poucos produtos

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agrícolas. Não havia divisão de classes sociais, daí o igualitarismo, e o chefe da comunidade era,

normalmente, um ancião, considerado mais sábio, que orientava os guerreiros no momento dos

combates ou os membros da aldeia em caso de necessidade.

Já as altas civilizações pré-colombianas foram assim chamadas por apresentarem uma

organização social mais hierarquizada: astecas, incas e maias, quando da chegada dos

europeus, achavam-se organizados em sociedades rigidamente estratificadas em classes sociais,

praticando uma agricultura de regadio altamente sofisticada e chefiadas por um monarca de

poderes absolutos, a quem pertenciam os meios de produção e a quem se deveria pagar os

tributos. As chamadas altas civilizações da América comparam-se, grosso modo, às sociedades

hidráulicas (Egito e Mesopotâmia, sobretudo) do antigo Oriente.

A América Inglesa

Vimos que a função da colônia, a partir dos pressupostos mercantilistas, era favorecer o

acúmulo de metais preciosos na metrópole, apresentando, dessa forma, uma economia

complementar à metropolitana. Nem sempre, porém, a exploração do território colonial foi

possível, o que se verificou nas terras ao norte do continente americano (norte dos atuais Estados

Unidos).

Essa região, de clima e natureza idênticos aos do continente europeu não oferecia, a

princípio, atrativos para quem buscava lucro rápido e fácil, aproveitando-se da riqueza já

presente, como ocorria com o comércio oriental. Aí, os colonizadores ingleses e franceses

criaram colônias de povoamento, áreas para onde afluiu uma população interessada em fixar-

se e reestruturar sua vida a partir dos padrões culturais europeus. Nessas colônias, o tipo de

propriedade dominante era o minifúndio dedicado ao cultivo de diversos gêneros alimentícios que

abastecessem o mercado consumidor interno. Os trabalhadores eram pessoas livres e recebiam

salários. As diferenças sociais e políticas nessas áreas eram bem menores que em outras onde

predominou o sistema de exploração com base no trabalho negro escravo.

As colônias de exploração surgiram onde era possível obter riqueza a partir da

expropriação da natureza e população nativas, como no sul dos atuais Estados Unidos (onde o

cultivo de tabaco e, sobretudo, algodão). Outro tipo de colônia de exploração surgiu em áreas de

lavouras tropicais: dedicadas ao abastecimento do mercado europeu: no sul dos Estados Unidos,

no Brasil e no Caribe. Nessas regiões nasceu a plantation, grande propriedade de terra

(latifúndio), dedicada, em geral, ao cultivo de um único gênero de grande valor comercial no

mercado europeu, e trabalhada por mão-de-obra negra escrava. Eram regiões onde não havia

riqueza fácil disponível, nem mão-de-obra abundante, daí a necessidade de se cultivarem esses

gêneros tropicais e importar trabalhadores africanos.

A América Espanhola

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Nas áreas mineradoras de colonização espanhola, o fácil acesso às ricas jazidas de ouro e

prata, bem como a uma reserva abundante de mão-de-obra nativa, fez com que não houvesse a

preocupação em desenvolver uma atividade produtiva (agricultura) nem importar trabalhadores. O

minério era extraído do subsolo por indígenas semi-escravizados submetidos ao regime

de mita ou encomienda.

Ambos representavam formas compulsórias de trabalho: sob o pretexto de se catequizar

os ameríndios, os europeus impuseram-lhes uma escravidão disfarçada. A mita estabelecia que

os indígenas, em troca da doutrina católica oferecida pelos espanhóis, fossem retirados de suas

comunidades para trabalhar nas minas por um prazo determinado e sob um pagamento irrisório.

Terminado o período de prestação de serviços obrigatórios, normalmente bastante longo, o nativo

poderia voltar a sua comunidade de origem.

Já a encomienda, sistema mais utilizado pelos espanhóis, sobretudo na região do México,

consistia na exploração dos nativos como servos nos campos e nas minas. A Coroa concedia a

um indivíduo (encomiendero), mediante uma antecipação dos lucros a ela devidos, o direito de

utilizar o trabalho de indígenas em suas terras ou minas, desde que ele se comprometesse a

“educar os gentios na fé cristã”.

Pode-se perceber que a exploração do trabalho indígena, apesar de proibida a escravidão, era

acentuada, levando milhares de indivíduos à morte quer pelo trabalho árduo nas minas, quer pela

desorganização das comunidades tribais.

O sistema colonial assim implantado pelos europeus no continente americano apresentou

os seguintes resultados:

● a conquista da América, processo normalmente violento que levou à morte milhões

de nativos (genocídio), além de ter contribuído para a dizimação da rica cultura

ameríndia;

● o enriquecimento da Europa, graças à exploração das riquezas da América;

● o subdesenvolvimento para as atuais nações latino-americana, principais vítimas da

ganância e exploração dos europeus.

“Com tiros de arcabuz, golpes de espada e sopros de peste, avançavam os implacáveis

e escassos conquistadores da América. É o que contam as vozes dos vencidos. Depois da

matança de Cholula, Montezuma envia novos emissários ao encontro de Fernão Cortez, que

avança rumo ao vale do México. Os enviados presenteam os espanhóis com colares de ouro e

bandeiras de penas de quetzal. Os espanhóis, ‘deleitavam-se. Como se fossem macacos

levantavam o ouro, como que se encantassem, gestos de prazer. Como que se lhes renovasse

e iluminasse o coração. Como que certo é que isso desejam com muita sede. Se lhes incha o

corpo por isto. Como uns porcos famintos que anseiam pelo ouro’, diz o texto náhuatl,

preservado pelo Códice Florentino. Mais adiante, quando Cortez chega a Tenochtitlán, a

Page 21: E.M. PREF. JOÃO MATHEUS TELLES MENEZES 7º ANO - EJA …

esplêndida capital asteca de 300 mil habitantes, os espanhóis entram na casa do tesouro, ‘e

logo fizeram uma grande bola de ouro, e puseram fogo, incendiaram, atearam fogo a tudo que

restava, por mais valioso que fosse: com o que tudo ardeu. E em relação ao ouro, os

espanhóis o reduziram a barras...’

Houve guerra, e finalmente Cortez, que havia perdido Tenochtitlán, a reconquistou em

1521. ‘E já não tínhamos escudos, já não tínhamos bordunas, e nada tínhamos de que comer,

já nada comíamos.’ A cidade devastada, incendiada e coberta de cadáveres, caiu. ‘Com os

escudos foi seu resguardo, mas nem com escudos pode ser sustentada sua solidão.’...”

(In GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. 22a.ed, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1986, pp.30-

31)

Aula 3

Atividades

1-No século XVI, a conquista e ocupação da América pelos espanhóis:

a) desestimulou a economia da metrópole e conduziu ao fim do monopólio de comércio

b) contribuiu para o crescimento demográfico da população indígena, concentrada nas áreas de

mineração

c) eliminou a participação do Estado nos lucros obtidos e beneficiou exclusivamente a iniciativa

privada

d) dizimou a população indígena e destruiu as estruturas agrárias anteriores à conquista

e) impôs o domínio político e econômico dos criollos

2-A administração colonial hispânica estava centralizada de forma a permitir o controle da Coroa

sobre seus territórios americanos. O órgão máximo da política administrativa colonizadora da

Monarquia Espanhola era denominado de:

a) casa de contratação

b) audiência

c) consulado

d) “pueblo”

e) conselho Real e Supremo das Índias

3- É correto afirmar que, a colonização espanhola:

a) fundamentou-se na divisão da colônia em vice-reinos diretamente ligados à Espanha,

destacando-se a Casa de Contratação e o Conselho das Índias

b) utilizou quase que exclusivamente a mão-de-obra negra, devido ao fato de a população

indígena ter sido dizimada durante a conquista

Page 22: E.M. PREF. JOÃO MATHEUS TELLES MENEZES 7º ANO - EJA …

c) desenvolveu nas colônias uma produção diversificada, produzindo-se manufaturas na região

setentrional e algodão na região meridional

d) baseou-se nas culturas tropicais de exportação, nos minifúndios e na mão-de-obra servil

e) criou uma organização administrativa centralizada com sede em Lima

4- As duas principais atividades econômicas que Portugal e Espanha incentivaram na América,

no início da colonização, foram, respectivamente:

a) cacau na América portuguesa e a mineração da prata e do ouro na América Espanhola

b) a mineração na América Portuguesa e a monocultura do tabaco na América Espanhola

c) a monocultura da cana de açúcar na América portuguesa e a pecuária na América Espanhola

d) a monocultura da cana de açúcar na América portuguesa e a mineração de ouro e de prata na

América Espanhola

e) a monocultura do algodão na América portuguesa e a pecuária na América Espanhola

GEOGRAFIA

Aula 1

Censo demográfico

Censo demográfico ou recenseamento da população é uma pesquisa realizada com

todos os habitantes de um determinado território, a fim de obter informações acerca

das condições de vida dessas pessoas. A pesquisa, além da contagem da população, busca

conhecer as principais características de seus habitantes e dos domicílios em elas residem.

No Brasil, o Censo é realizado há pelo menos 150 anos. O Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE, é o órgão governamental responsável pela pesquisa, que é

realizada de dez em dez anos. Tem caráter obrigatório e confidencial, ou seja, todos têm que

responder e informações individuais não podem ser divulgadas.

No caso brasileiro, o censo demográfico tem por objetivo visitar todos os 5.570 municípios do

território nacional. Todos os domicílios brasileiros, também serão visitados. Para o Censo de

2020 são estimados 70 milhões de domicílios. A fim de atingir essa meta, em 2020, mais de 240

mil pessoas participarão das etapas de preparação,

coleta e análise dos dados. As pessoas que realizam as

visitas aos domicílios, fazem a entrevista e aplicam

os questionários são os recenseadores, que são

contratados em caráter temporário, pelo IBGE, para

realizar o trabalho.

Ilustração: Boarding1Now / iStock.com

Quantos somos? Onde estamos? Como vivemos?

Page 23: E.M. PREF. JOÃO MATHEUS TELLES MENEZES 7º ANO - EJA …

O Censo demográfico fornece informações que permitem avaliar a evolução do quantitativo

da população ao longo do tempo. Mostrando fluxos migratórios, crescimento e decréscimo da

população a nível municipal, estadual e federal. É a principal fonte de dados da situação de

vida da população brasileira.

Preparação do Censo

A escolha das perguntas que serão utilizadas nos questionários do censo é realizada pelo

IBGE, que antes da coleta de dados, promove consultas públicas e debates amplos com a

sociedade e órgãos técnico governamentais para que o alcance das

O Censo Experimental é realizado antes de uma operação censitária propriamente dita. É

realizado um ensaio geral, com a finalidade de testar todas as definições e procedimentos antes

da realização do censo em si. Este teste permite identificar falhas no processo e promover

melhorias na estrutura e realização da coleta de dados. São realizadas entrevistas com

moradores de um determinado município, para investigar, assim como o recenseamento, os seus

modos de vida.

Para que serve o Censo Demográfico?

A grande operação censitária tem por objetivo fornecer um retrato detalhado de vários

aspectos da população brasileira como educação, saúde, moradia, trabalho e condições de

vida. Avalia as mudanças ocorridas em 10 anos e permite comparar dados e entender a evolução

de indicadores sociais, por exemplo.

Os dados do censo são instrumentos essenciais para:

Subsidiar políticas públicas, orientar o planejamento da gestão e orçamentos

governamentais. Os dados permitem aplicar os recursos públicos nas áreas prioritárias.

Serve de referência para a tomada de decisões de investimentos do setor privado, pois

fornecem informações sobre o mercado consumidor, poder de compra, localização do público-

alvo, e outros.

É um fornecedor de informações indispensáveis há uma grande quantidade de estudos

e pesquisas científicas das áreas econômicas, educacionais, de saúde, sociais e muitas outras.

Com as informações obtidas pelo censo demográfico é possível obter informações sobre a

população total por sexo, por idade, a distribuição da população no território.

O Censo também é fonte de dados que fornecem referências para o planejamento e

execução de políticas e investimentos que levem em conta a taxa de

natalidade, fecundidade e mortalidade, o tipo e as condições das habitações, o nível de

instrução e até indicadores sobre trabalho e rendimento da população.

Page 24: E.M. PREF. JOÃO MATHEUS TELLES MENEZES 7º ANO - EJA …

A coleta de informações

Na pesquisa, são utilizados dois tipos de questionários:

Questionário básico é aplicado em todos os domicílios brasileiros, possui cerca de vinte

questões.

Questionário amostra, é aplicado a 10% da população, por ser bem mais extenso e

detalhado. São realizadas cerca de setenta questões.

Até o Censo 2000 os questionários eram de papel, preenchidos à caneta pelos

recenseadores, o que dificultava muito o tratamento dos dados. No Censo 2010, o questionário

em papel foi substituído integralmente pelo modelo eletrônico feito nos PDA (Personal Digital

Assistant) que contavam com GPS assim possibilitando uma maior precisão, em razão da

facilidade de acompanhamento dos mapas previamente construídos para a contagem.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1) De acordo com o Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE), o Brasil alcançou uma população de 190.755.799 pessoas, totalizando 22.4

habitantes por km². Diante desses números, podemos concluir que o país é:

a) densamente povoado

b) populoso

c) homogeneamente povoado

d) proporcionalmente adensado

2)

O processo registrado no gráfico gerou a seguinte consequência demográfica:

a) Decréscimo da população absoluta

b) Redução do crescimento vegetativo

Page 25: E.M. PREF. JOÃO MATHEUS TELLES MENEZES 7º ANO - EJA …

c) Diminuição da proporção de adultos

d) Expansão de políticas de controle da natalidade

e) Aumento da renovação da população economicamente ativa.

Aula 2

Direito Social

Os Direitos Sociais têm por finalidade permitir que as pessoas disponham de serviços

que garantam uma mínima qualidade de vida.

A Revolução Industrial é um evento marcante não só para o avanço da tecnologia e

consolidação do capitalismo, mas também para o surgimento de direitos dos cidadãos. O grande

impacto das alterações que proporcionou ao mundo e a substituição de trabalhadores por

máquinas gerou uma onda de desemprego, o que deixou grande parte da mão-de-obra

desocupada. Essa onda de desemprego que se formou ao longo do processo resultou em um

grande número de indivíduos vivendo na linha da miséria. Por outro lado, a parte extremamente

beneficiada pela Revolução Industrial vivia em condições radicalmente diferenciadas, ou seja,

houve um aguçamento da desigualdade social. O Estado se deparou com uma situação

preocupante, o volumoso número de pessoas na extrema pobreza, o pauperismo. Esses

indivíduos deixavam, inclusive, de compor o exército de mão-de-obra capitalista que, para o

funcionamento do sistema, é necessário que esteja desempregado. Como essas pessoas

estavam abaixo da condição mínima de sustentar o sistema, a situação gerou um grande ônus ao

Estado.

Para contornar esse problema na sociedade, o pauperismo, o Estado precisou intervir e

proporcionar um mínimo de proteção aos trabalhadores, garantindo que eles tivessem condições

de, pelo menos, integrar o sistema. Entretanto, nessa fase inicial, o Estado caminhou junto

com movimentos sociais de assistencialismo aos desvalidos. O oferecimento e a prática de

serviços que garantissem seguridade social seriam conquistas posteriores. O sociólogo alemão T.

H. Marshall argumenta que, na Europa Ocidental, houve uma conquista gradual e consecutiva de

direitos. O primeiro deles teria sido o Direito Civil, conquista do século XVIII. O Direito

Político teria sido o próximo, pertinente ao século XIX. E o Direito Social teria sido o último deles

a ser alcançado, durante o século XX. O somatório dessas três conquista (Direitos Civil, Político e

Social) resultaria no que consideramos como Cidadania.

O Direito Social, de fato, é fortemente relacionado com o século XX muito em função dos

impactos do marxismo e do socialismo. Essas correntes ideológicas incentivaram movimentos

sociais no mundo ocidental criando um cenário no qual os trabalhadores buscavam por seus

direitos questionando as questões da divisão do trabalho e do capital. O Estado reagiu ao

Page 26: E.M. PREF. JOÃO MATHEUS TELLES MENEZES 7º ANO - EJA …

chamado movimento operário do século XX ofertando proteção social. Mas pesquisas atuais

estão demonstrando que a população, antes disso, já se organizava autonomamente em

associações para o preenchimento de tais lacunas. Foi prática muito comum nas décadas finais

do século XIX e na primeira metade do século XX a participação dos trabalhadores em

associações de caráter mutualista, as quais eram provedoras de certas seguridades sociais em

um cenário deficiente de políticas públicas por parte do Estado. As mutuais proporcionavam, em

geral, assistência em caso de doenças, acidentes, aposentadoria e falecimento, concedendo,

neste caso, pensão à família, além de educação, amparo jurídico e ambientes de lazer. Sendo

assim, tais instituições eram provedoras de elementos que viriam a fazer parte dos Direitos

Sociais que o Estado tentaria garantir. Não só o movimento operário tido como de resistência, ou

seja, o sindicalismo, mas o movimento mais ameno, que é o mutualismo, influenciaram para que

o poder público assumisse uma posição mais presente no que diz respeito à concessão de

Direitos Sociais.

Os Direitos Sociais são uma grande conquista dos trabalhadores no século XX, que,

embora tenham repercutido com mais notoriedade em tal momento, fazem parte de um processo

de longo prazo e que exige alto investimento. Para proporcionar uma vida digna ao cidadão ou,

como diz T. H. Marshall, permitir que ele tenha uma vida de ser civilizado, o Estado deve garantir

o direito à vida, o direito à igualdade, o direito à educação, o direito de imigração e emigração e o

direito de associação. A atual Constituição Brasileira, de 1988, por exemplo, estabelece que são

Direitos Sociais o acesso à educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer,

segurança, previdência social e a proteção à maternidade, à infância e aos desamparados

Por Antonio Gasparetto Junior

Mestrado em História (UFJF, 2013)

Graduação em História (UFJF, 2010)

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1) O que é direito social?

______________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

2) Qual a finalidade dos direitos sociais?

______________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

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Aula 3

CIDADANIA

A cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por um indivíduo que vive em

sociedade, no que se refere ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços e

na sua posição em poder nele intervir e transformá-lo.

Essa expressão vem do latim civitas, que quer dizer cidade. Antigamente, cidadão era

aquele que fazia parte da cidade, tendo direitos e deveres por nela habitar. Atualmente, esse

conceito extrapola os limites urbanos, podendo ser compreendido no espaço rural.

A expressão da cidadania frequentemente está associada ao campo do Direito, em que

existe uma série de legislações voltadas para os direitos e deveres que o cidadão possui. Entre

os deveres, destaca-se o voto eleitoral (que também é um direito), o zelo pelo espaço e o

cumprimento das leis. Entre os direitos, destaca-se o de ir e vir, bem como o de ter acesso à

saúde, moradia, alimentação e educação.

O conceito de cidadania também está relacionado à nacionalidade do indivíduo, isto é, à

legalidade de sua permanência em um determinado território administrado por um Estado

Nacional. Fala-se, por exemplo, de cidadania brasileira, cidadania portuguesa e cidadania

americana.

Em casos de descumprimento aos deveres, o indivíduo poderá ter parte de sua cidadania

cassada, a exemplo de presidiários que possuem o direito de votar vetado, entre outras limitações

impostas pela lei penal.

O Cidadão e o Direito ao Espaço

Se, no campo do direito, somos todos cidadãos, na prática, isso ocorre? Em outras

palavras, sobre o benefício do uso do espaço entre os nossos direitos, somos todos cidadãos?

Infelizmente, nem todos. Existem muitos indivíduos que legalmente possuem cidadania, mas que

não dispõem de condições sociais, estruturais e materiais para exercê-la.

Existem muitos autores no âmbito da Filosofia e das Ciências Sociais, como Henri

Lefebvre, Theodor Adorno e muitos outros, que se portam de maneira crítica sob a pretensa ideia

de que todos os indivíduos são cidadãos. Primeiramente, muitos são excluídos socialmente em

função das desigualdades geradas pelo sistema capitalista de produção. Em segundo lugar,

ocorre, muitas vezes, a reificação – isto é, a coisificação, a transformação do ser em mercadoria –

da figura do cidadão na sociedade contemporânea.

O geógrafo Milton Santos – em sua obra O Espaço Cidadão – afirma que “Em lugar do

cidadão formou-se um consumidor, que aceita ser chamado de usuário”, ou seja, o processo de

produção e reprodução capitalista transformou o indivíduo em consumidor e as relações de

cidadania, em disputas pelo espaço da cidade.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

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1) O que é Cidadania?

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

2) Explique o cidadão e o direito ao espaço.

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

____________________________________________________________________

Aula 1

Gestação e Parto

A gravidez é um período que dura cerca de 40 semanas (280 dias) e é o resultado do processo

de fecundação de um ovócito por um espermatozoide e posterior fixação do zigoto na cavidade

uterina. A gravidez envolve o desenvolvimento do feto no interior do útero da mulher e é um

período que se estende até a expulsão do bebê no momento do parto.

A gravidez é um momento bastante delicado na vida de uma mulher e envolve modificações no

corpo e alterações psicológicas. Diante desse momento delicado, é importante que a mulher

conheça bem as mudanças que irão ocorrer em seu corpo durante esses meses e tenha

acompanhamento especializado. Os cuidados deverão ser ainda maiores naquelas gravidezes

consideradas de risco.

Durante toda a gestação, o corpo da mulher irá passar por mudanças para se adaptar à chegada

de uma nova vida. Inicialmente, essas modificações podem desencadear alguns sinais que fazem

com que a mulher suspeite de uma gravidez. Entre aos principais sinais de uma gravidez,

podemos citar:

Atraso menstrual

Aumento do volume dos seios

Hipersensibilidade dos mamilos

Aumento do volume abdominal

Aumento do sono

Aumento da fome

Náuseas e vômitos

Tonturas

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Cansaço

Gravidez semana a semana

A seguir, descreveremos os principais acontecimentos da gravidez. Iniciaremos com a quarta

semana, pois, como sabemos, as semanas são contadas a partir da data do início da última

menstruação. Desse modo, nas primeiras semanas teremos o processo de menstruação, seguido

da posterior ovulação, fecundação e fixação do embrião na cavidade uterina. Como o dia exato

da fecundação varia de uma mulher para outra, iniciaremos nossa contagem na quarta semana.

Nem todas as semanas serão aqui descritas, sendo destacada apenas uma expectativa do

desenvolvimento durante a vida fetal, de acordo com o Ministério da Saúde na Caderneta da

Gestante:

Quarta semana: Com quatro semanas, o embrião apresenta-se do tamanho de um grãozinho de

arroz. O coração começa a bater a partir dessa semana. Já é possível observar os locais onde

serão formados os braços e pernas.

Oitava semana: No final de oito semanas, o bebê apresenta as principais estruturas que estarão

presentes em um adulto, entretanto de uma forma rudimentar. Ele já possui dedos, mãos, orelhas

e órgãos internos. O tamanho do embrião observado nessa fase pode ser comparado ao de uma

ervilha. O embrião agora já é chamado de feto após esse período.

Nona semana à 12ª semana (terceiro mês de gestação): Nessa etapa de desenvolvimento, o

rosto já está praticamente formado, sendo possível observar, por exemplo, os olhos com

pálpebras. O cérebro inicia seu funcionamento nessa etapa, e o bebê já apresenta movimento

dos braços e pernas.

14ª semana: Nessa semana, o feto apresenta movimentos respiratórios, e as mãos também são

capazes de moverem-se.

15ª semana à 16ª semana: Inicia-se o engrossamento da pele. Cílios e sobrancelhas podem ser

observados. A mãe consegue perceber os movimentos do bebê.

17ª semana à 18ª semana: Nessa fase, o bebê apresenta capacidade de deglutição, de sugar e

também é capaz piscar.

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20ª semana à 24ª semana: Os movimentos nessa etapa ficam mais intensos, e a mãe já é capaz

de percebê-los bem.

27ª semana à 30ª semana: Nessa fase, o bebê é capaz de perceber a luz fora do útero. Vale

destacar que formas e cores só serão percebidas após o nascimento. Ele também é capaz de

identificar sons. A partir desse momento, o bebê está formado, porém ainda não está maduro o

suficiente para nascer.

Aula 2

Gestação e Parto

O parto, por ser o momento mais importante de toda a gravidez, deve ser precedido de um pré-

natal bastante minucioso. Conhecer as condições de desenvolvimento do bebê é essencial para

saber como o nascimento poderá ser conduzido.

Existem dois tipos principais de parto: o normal, em que temos a forma natural de se dar à luz, e

a cesariana, em que se realiza um corte no abdômen para a retirada do bebê. O primeiro tipo,

apesar de ser o modo mais saudável de parto por não envolver procedimento cirúrgico, nem

sempre é a primeira opção da gestante. Isso se deve ao fato principal de que, ao agendar o parto,

médicos e mães garantem uma maior comodidade, além de evitarem as longas horas de espera

por um parto normal.

Entretanto, apesar de parecer a maneira mais adequada de realizar o parto, o agendamento da

cesariana é desestimulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), principalmente por

causar, muitas vezes, partos prematuros. Estima-se que 40% do total de partos do nosso país

sejam cesárias. Se analisarmos apenas a rede particular, a cesariana representa 80% dos partos

realizados. É importante destacar que a OMS recomenda que a cesariana não represente mais

de 15% das formas de nascimento em um país.

De acordo com a OMS, a cesariana é uma cirurgia de emergência e deve ser tratada como tal,

sendo, portanto, desnecessária a realização desse procedimento quando a gravidez não for de

risco ou a mulher não apresentar sérios problemas de saúde. Diversos estudos relatam que o

parto normal é muito mais seguro que as cesarianas, que apresentam um número relativamente

alto de mortes maternas e infantis. Entre os principais riscos, podemos citar as infecções,

hemorragias e complicações decorrentes da anestesia. Além disso, crianças que nascem de

parto normal costumam apresentar menos casos de doenças respiratórias, autoimunes e até

mesmo obesidade.

Entretanto, nem sempre é possível realizar um parto normal, momento no qual se faz necessária

uma intervenção cirúrgica. Entre os principais problemas que podem indicar uma cesariana,

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podemos destacar o bebê “sentado”, placenta prévia, ruptura uterina e descolamento precoce da

placenta.

Aula 3

Gestação e Parto

Atividade

1 – Faça uma pesquisa sobre os riscos da gravidez na adolescência.

Língua Inglesa

Aula 1

Título: Presente Simples (Afirmativa)

O presente simples em Inglês é utilizado para expressar ações habituais, assim como gosto,

sentimentos, desejos e opiniões. Portanto na aula de hoje, vamos estudar a forma afirmativa do

presente simples.

Veja os exemplos abaixo:

Forma Afirmativa:

- Formada pelo sujeito = I (eu), you (você ou vocês), he (ele), she (ela), it (ele, ela/elemento

neutro), we (nós), they (eles/elas) + verbo principal.

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Observação: Quando for conjugado na terceira pessoa do singular (she, it, he), é necessário o

acréscimo das partículas: “s”, “ies” ou “es”.

Exemplos:

• She drinks a glass of milk every day. (Ela bebe um copo de leite todos os dias)

• He leaves his office at six o’clock. (Ele deixa o escritório dele às seis horas)

• They want to buy a loto f magazines. (Eles querem comprar muitas revistas)

• I work in a drugstore. (Eu trabalho em uma farmácia)

Aula 2

Título: Presente Simples (Atividades)

Exercícios

1- Complete as lacunas abaixo com o verbo correto dentre as opções.

1) She usually _____ me every morning.

a) call

b) calls

2) I _____ she isn’t working now.

a) think

b) thinks

3) He always _____ with you.

a) agree

b) agrees

4) They _____ to read magazines every day

a) like

b) likes

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Arte

Aula 1

Jovem Guarda

A Jovem Guarda se refere ao programa musical exibido na TV Record de São Paulo de 1965 a

1968, apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia.

O nome do programa ajudou a batizar o movimento musical e estético que introduziu o rock no

Brasil. Atualmente, vários de seus integrantes continuam ligados à atividade musical.

Roberto Carlos, Wanderléia e Erasmo Carlos no programa.

Programa Jovem Guarda

O programa "Jovem Guarda" estreou em 22/08/1965, na TV Record, liderado por três cantores

em ascensão naquele momento. Roberto Carlos já havia estourado em 1963 com uma versão

de "Splish Splash", de Bobby Darin e o DJ Murray the K, na versão brasileira de Erasmo Carlos.

Por sua parte, Wanderléia tinha ganhado vários concursos de cantores de rádio e havia lançado

seu primeiro compacto em 1962.

Roberto Carlos estrelou no cinema em alguns filmes e videoclipes que projetaram ainda mais a

sua imagem, como Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-

Rosa, Som Alucinante e Roberto Carlos a 300 Quilômetros Por Hora. Participou de outros, com

Savará, Brasil dos Espíritos, de Miguel Schneider.

As gravações aconteciam no Teatro Record, na rua da Consolação, em São Paulo e era

transmitido ao vivo. No Rio,havia uma versão exibida durante a semana dirigida por Carlos

Manga transmitida pela TV Rio. O resto do país tinha que aguardar assistia em videotape, pois

não havia retransmissão via satélite.

Ao longo de uma hora, o trio cantava seus sucessos e recebia convidados. Rapidamente, o

programa tornou-se líder de audiência e provocou a histeria nos fãs que lotavam as dependências

do teatro.

A postura rebelde, o ritmo frenético e as letras inocentes, mas identificáveis pelo público

adolescente garantiram o êxito do programa.

Contexto Histórico da Jovem Guarda

Nos anos 60, a música brasileira consagrava a Bossa Nova. Letras elaboradas, harmonia

sofisticada e uma batida nova que mesclava o jazz com o samba. Era a juventude da Zona Sul do

Rio de Janeiro que renovava o cenário musical brasileiro.

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No entanto, nos subúrbios da mesma cidade, havia jovens que estavam mais antenados ao rock

de Elvis Presley, dos Beatles e dos Rolling Stones.

A Jovem Guarda era vista por uma parte da intelectualidade como frívola por conta do tema de

suas canções e de suas melodias pobres.

A partir de 1964, quando a ditadura se instalou no Brasil, os integrantes da Jovem Guarda

passaram a ser apontados como "alienados" por aqueles que combatiam o governo militar.

Nesse contexto, o rock e as baladas propostas pela Jovem Guarda eram a resposta perfeita para

se evadir da complicada década de 60.

Ao invés de se preocuparem com a Guerra Fria e a Guerra do Vietnã, os espectadores preferiam

dançar ao som de "Alguém na multidão" interpretada pelos Golden Boys.

Golden Boys atuando no programa Jovem Guarda.

Música da Jovem Guarda

As primeiras canções da Jovem Guarda eram versões de sucessos do cancioneiro americano e

britânico. Podemos citar a versão de “Girl”, dos "Beatles", que se transformou na canção “Meu

Bem”, sucesso na voz de Ronnie Von. Também “Stupid Cupid”, de Neil Sedaka foi um grande

êxito com Celly Campelo cantando “Estúpido Cupido”.

Ao mesmo tempo, Roberto Carlos e Erasmo Carlos começaram a fazer composições seguindo a

linha do rock anglo-saxão. As letras falavam dos namoros, conquistas, carros e liberdade.

Exemplos dessa temática são “Quero que tudo vá para o inferno”, de Roberto Carlos (1965) e

“Festa de arromba”, de Erasmo Carlos e Roberto Carlos (1965).

Entretanto, existia espaço para as baladas como “Devolva-me”, de Lilian Knapp e Renato Barros,

um sucesso com Leno e Lilian. Igualmente, “Eu te amo mesmo assim”, composto e interpretado

por Martinha, em 1966.

Estética da Jovem Guarda

A Jovem Guarda deixou marcas no comportamento dos adolescentes lançando moda e gírias.

Roupas extravagantes como casacos com plumas, cores fortes e a onipresente minissaia para as

moças. O cabelo deveria ser comprido como o dos Beatles e as posturas deveriam ser o mais

descontraído possível.

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A linguagem se viu invadida por expressões como "é uma brasa, mora?", "barra limpa" e "é

papo firme". Essas expressões eram retiradas das letras das canções apresentadas no

programa.

Aula 2

Legado da Jovem Guarda

Com o fim do programa na TV Record, em 1968, os integrantes da Jovem Guarda tomaram

rumos distintos.

Pode-se pode afirmar que o movimento gerou três herdeiros diretos: o Tropicalismo, o sertanejo

e o rock nacional.

O Tropicalismo misturou os instrumentos elétricos aos acústicos brasileiros. Caetano Veloso e

Gilberto Gil não tiveram nenhum preconceito em se aproximar de Roberto Carlos e sua turma.

Esta amizade lhe valeu a linda canção “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos” feitos por

Roberto Carlos quando Caetano foi exilado em Londres.

Tropicália

Formada por cantores como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia e Chico

Buarque, essa nova fase tinha uma nova cara e objetivos e contribuiu para que a Jovem Guarda

perdesse força e cada artista segue seu rumo.

A música sertaneja seguiu a trilha do romantismo destilado nas letras da Jovem Guarda. Sérgio

Reis se transformou num bem-sucedido cantor sertanejo. A cantora e compositora, Martinha é

muito solicitada para escrever para duplas como Chitãozinho e Xororó.

Nos anos posteriores, vários astros da música nacional continuaram a gravar temas da Jovem

Guarda. A banda Skank registrou em 1994 “É proibido fumar”, de Roberto Carlos (1964). Marisa

Monte gravou em 2016 “De que vale tudo isso?”, de Roberto Carlos (1967).

Intérpretes da Jovem Guarda

Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléia, Golden Boys, Ronnie Von, Os Vips, Martinha, Celly

Campello, Leno e Lilian, Renato e seus Blues Caps, The Fevers, Jerry Adriani, Rosemary, entre

outros nomes.

A turma que fez a Jovem Guarda

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Como ainda acontece em alguns programas dominicais da televisão aberta, diversos artistas

cantavam suas principais músicas no Jovem Guarda. Com isso, eles aumentaram seu

alcance e conquistaram mais fãs, já que o programa só crescia.

Além dos apresentadores, outros artistas merecem ser lembrados, alguns deles mesmo sem ter

participado das gravações. Esse é o caso de Ronnie Von, que também era conhecido como o

Pequeno Príncipe.

Ronnie Von

Charmoso e dono de outros talentos, Ronnie era visto como uma figura provocativa, que

rivalizava com Roberto Carlos. Dizem que seria esse o motivo de ele não aparecer no

programa principal, sendo que isso não foi um obstáculo para sua carreira.

Cada um dos cantores tinha sua particularidade e embora todos seguissem o caminho das

baladas românticas mais agitadas, outros tinham uma pegada mais sertaneja ou até mesmo

internacional, como Jerry Adriani, que antes cantava apenas em italiano.

No entanto, ele logo partiu para uma nova fase da sua carreira e conseguiu emplacar várias

canções, como o hit Doce, Doce Amor .

Outros nomes que não podemos esquecer são: Leno e Lilian, Vanusa, Sérgio Reis, Martinha, The

Fevers, Rosemary e outros.

Um estilo de vida

Também chamados de Turma do iê-iê-iê (tradução dos versos yeah, yeah yeah, da música She

Loves You, dos Beatles), a Jovem Guarda marcou a moda e o vocabulário de jovens e

adolescentes dos anos 60.

Repetindo penteados e visuais que já faziam sucesso lá fora, os cantores ditaram tendências

de estilo como as roupas bem coloridas e chamativas, como casacos com plumas, calças

boca de sino e as minissaias.

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Da mesma maneira, as gírias roubaram a cena. Com certeza, você já viu filmes e novelas com

essas expressões: broto, brasa, mora, “mancada” e carango, certo?

Isso porque até o jeito de falar era mais despojado e informal e como era de se esperar, pegou

fácil no pessoal. Outras gírias:

-Bicho: cara, amigo

-Bulhufas: nada

-Duvide-o-dó: duvidar de algo.

-Esticada: passar por vários restaurantes e bares noturnos

-Lelé da cuca: louco, desequilibrado

-Morou? entendeu?

-Pão: homem bonito

-Papo firme: sério, real, verdadeiro

-Patota: turma de amigos

-Prafrentex: avançado, moderno

-Sebo nas canelas: apresse-se, vamos rápido