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Portugal global Pense global pense Portugal Junho 2014 // www.portugalglobal.pt Miguel Frasquilho Presidente da AICEP A nossa ambição é captar investimento e reforçar a presença empresarial portuguesa no mundo6 Destaque CPLP Mercados estratégicos em português 12 Empresas H.O Wines e Maeil 40

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PortugalglobalPense global pense Portugal

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Miguel FrasquilhoPresidente da AICEP“A nossa ambição é captar investimento e reforçar a presença empresarial portuguesa no mundo” 6

DestaqueCPLPMercados estratégicos em português 12

EmpresasH.O Wines e Maeil 40

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sumário

Junho 2014 // www.portugalglobal.pt

Entrevista // 6A resiliência e o dinamismo dos empresários portugueses ao nível das exportações e do investimento são destacados pelo Presidente da AICEP na sua primeira entrevista à Por-tugalglobal. Miguel Frasquilho realça o papel da AICEP no apoio às empresas nacionais, contribuindo, dessa forma, para estimular o crescimento duradouro da economia e a criação de emprego.

Destaque // 12 “Internacionalização das Economias” dos países lusófonos (CPLP) foi o tema da Conferência que a AICEP organizou no inicio de Junho, reunindo em Lisboa altos responsáveis de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A cooperação e as oportunidades de negócio entre os vários países lusófonos, incluindo natural-mente Portugal, estiveram no centro do debate, onde não foram esquecidos o papel da lusofonia e a importância da língua portuguesa no mundo.

Mercados // 20As economias de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste foram alvo de estudos elaborados pelos bancos Caixa Geral de Depósitos, Espírito Santo Research (BES), Millennium bcp e Banco BIC proposi-tadamente para a conferência “Internacionalização das Eco-nomias”, cujas conclusões aqui damos a conhecer.

Empresas // 40H.O.WINES: paixão por vinhos de qualidade.MAEIL: crescimento sustentado.

Análise de risco por país – COSEC // 44Veja também a tabela classificativa de países.

Estatísticas // 47Investimento directo e comércio externo.

AICEP Rede Externa // 50

Bookmarks // 52

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EDITORIAL

// Junho 2014 // Portugalglobal4

As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-

ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente

da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global.

A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal

não implica qualquer compromisso por parte desta

com os produtos/serviços visados.

Revista PortugalglobalAv. 5 de Outubro, 101

1050-051 Lisboa

Tel.: +351 217 909 500

Fax: +351 217 909 578

Propriedadeaicep Portugal Global

Rua Júlio Dinis, 748, 9º Dto

4050-012 Porto

Tel.: +351 226 055 300

Fax: +351 226 055 399

NIFiscal 506 320 120

Conselho de Administração

Miguel Frasquilho (Presidente),

José Vital Morgado,

Luís Castro Henriques,

Pedro Ortigão Correia,

Pedro Pessoa e Costa (Vogais).

Directora

Ana de Carvalho

[email protected]

Redacção

Cristina Cardoso

[email protected]

Vitor Quelhas

[email protected]

Colaboram neste número

Armindo Rios, Direcção Grandes Empresas

da AICEP, Direcção de Informação da AICEP,

Direcção Internacional da COSEC,

Direcção PME da AICEP, João Proença,

Miguel Frasquilho.

Fotografia e ilustração

©Fotolia, Rodrigo Marques.

Publicidade

Cristina Valente Almeida

[email protected]

Secretariado

Cristina Santos

[email protected]

Projecto gráfico

aicep Portugal Global

Paginação e programação

Rodrigo Marques

[email protected]

ERC: Registo nº 125362

Nesta edição encontra o leitor dois temas fortes. O primeiro, é a entre-vista de Miguel Frasquilho, Presiden-te da AICEP, que traça uma pano-râmica da missão da Agência e das grandes linhas de força da sua ac-tuação. O segundo, diz respeito ao universo cultural e empresarial dos países lusófonos, integrados na CPLP, que constituem uma importante pla-taforma para a presença empresarial portuguesa no mundo.

Tanto a propósito da entrevista, como das relações bilaterais de Portugal no âmbito da CPLP, é de realçar o papel da AICEP, com a sua rede externa que se articula de forma eficaz com a rede consular e com o corpo diplomático, nunca sendo demais enfatizar a sua importância estratégica no apoio às empresas, na exportação, na interna-cionalização, e na captação de inves-timento estrangeiro.

Portugal é hoje um país mais expor-tador e com maior capacidade de atrair investimento estrangeiro, ten-do reforçado não só a sua presença empresarial no mundo, como conse-guiu demonstrar as oportunidades e as condições cada vez mais atractivas que a economia portuguesa oferece ao investimento.

O caminho da exportação e da interna-cionalização, percepcionado como uma necessidade vital pelas empresas, que souberam inovar e reinventar-se, é hoje um percurso decisivo que contribui para o ritmo de crescimento das exportações e para a afirmação global dos bens e serviços portugueses nos mercados.

O Destaque desta edição demonstra a importância estratégica da Comu-nidade dos Países de Língua Portu-guesa (CPLP) suscitada pela recente Conferência “A Internacionalização das Economias” – organizada pela AI-CEP, com o patrocínio institucional da UCCLA – não só para Portugal, como também para os restantes países que a constituem e que nela se movem como plataforma potenciadora de identidade, cultura e negócios.

É pois aqui analisada a importância da língua portuguesa, da lusofonia e dos países lusófonos, vistos na óptica do desenvolvimento, da internacionaliza-ção e dos sectores de oportunidade nas áreas da cooperação, do comércio e do investimento, bem como do re-lacionamento económico de cada um deles com Portugal.

ANA DE CARVALHODirectora da revista Portugalglobal

Portugal estratégico

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BES FINE TRADE ILUMINA O CAMINHO.

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ENTREVISTA

// Junho 14 // Portugalglobal6

Promover o crescimento duradouro da economia e, consequentemente, o emprego é o desafio que se coloca ao novo Presidente da AICEP, para quem as exportações e o investimento são peças fundamentais para se atingir esse desígnio nacional.Miguel Frasquilho realça, em entrevista, a resiliência e o dinamismo dos empresários que, numa conjuntura económica muito difícil, souberam enfrentar as adversidades e aumentar a sua presença no mundo, através da qualidade dos seus produtos e dos seus recursos humanos.À AICEP cabe apoiar as empresas nacionais nos seus processos de internacionalização, disponibilizando o seu know-how técnico e o conhecimento dos mercados onde a Agência está presente. A reforma do regime de IRC e a reforma do sistema judicial, a par do novo quadro comunitário Portugal 2020, irão contribuir para aumentar a competitividade das empresas e para estimular a captação de investimento externo gerador de riqueza e emprego, considera o Presidente da AICEP.

MIGUEL FRASQUILHO - PRESIDENTE DA AICEP

EXPORTAÇÕES E INVESTIMENTO SÃO FUNDAMENTAIS PARA O CRESCIMENTO DA ECONOMIA E DO EMPREGO

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ENTREVISTA

Portugalglobal // Junho 14 // 7

Tendo recentemente assumido a presidência da AICEP, que estratégia defende para o seu mandato?O grande desafio da AICEP passa por contribuir para o cres-cimento duradouro da economia de forma sustentável para a promoção do emprego. E isso só será possível pela ca-pacidade que teremos de captar investimento e, de forma integrada, tornar as nossas empresas cada vez mais globais.

Portugal é hoje um país mais exportador e com maior capaci-dade de atrair investimento estrangeiro. Contudo, é essencial aprofundar o esforço que tem sido desenvolvido, bem como superar novos desafios e identificar novas oportunidades. Esse caminho passa pela conjugação destes dois vectores: investimento e exportações. Este é o nosso desígnio, é a nos-sa ambição: reforçar a presença empresarial portuguesa no mundo e mostrar ao mundo as oportunidades e condições cada vez mais atractivas que a economia portuguesa oferece.

Temos que olhar para o mundo e tornar prático o lema da AICEP: fazer de Portugal um país verdadeiramente global. Te-mos que avaliar, planear e implementar uma presença da AI-CEP no mundo devidamente estruturada e capaz de respon-der ao novo mapa económico. Precisamos de uma estratégia de médio/longo prazo e adaptada a esta nova realidade eco-nómica em que os mercados asiáticos, por exemplo, ganham cada vez mais relevância no mercado económico mundial.

Como analisa o comportamento e a evolução recente das exportações de bens e serviços portugueses e quais as perspectivas para este ano?A internacionalização é, factualmente, o motor que tem vindo a suportar o crescimento económico do país e as ex-portações atingiram já um recorde de mais de 40 por cento do PIB em 2013.

Assim todos os empresários mantenham o querer, a resili-ência e o dinamismo demonstrado até aqui, considero que nos poderemos aproximar do registo de países europeus comparáveis como a Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslová-quia, Holanda, Irlanda ou República Checa, entre outros. E como é que se atingem esses resultados? Aproveitando as oportunidades que os vários mercados económicos ofere-cem e, acima de tudo, aproveitando a capacidade das em-presas portuguesas em vencer em todo o mundo. Através da qualidade dos seus produtos e dos seus recursos huma-nos. E, claro, com o apoio imprescindível da AICEP. As pers-pectivas para este ano continuam a ser positivas. Tenho a expectativa que chegaremos ao final do ano com um ritmo de crescimento das exportações muito positivo.

Tendo presente a difícil conjuntura económica do país nos últimos anos, como avalia o desempenho dos empresários portugueses e o seu contributo para esta evolução das exportações?Os nossos empresários foram os primeiros a perceber a ne-cessidade de se reinventarem, se podemos assim dizer, tendo em conta a conjuntura económica europeia e portuguesa. Foram os primeiros a arregaçar as mangas e a olhar para a crise que atravessámos como uma oportunidade. Olharam

“Temos que olhar para o mundo e tornar prático o lema da AICEP: fazer de Portugal um país verdadeiramente global.”

para o mundo e perceberam que a solução estava na inter-nacionalização. E, hoje, os que seguiram o caminho das ex-portações, bem como os que iniciam agora esse caminho, apresentam taxas de sucesso muito apreciáveis. Hoje, os em-presários portugueses são reconhecidos mundialmente pela sua capacidade empreendedora e pela qualidade dos servi-ços que prestam, colocando Portugal no mundo como um país credível, confiável e inovador nos mais variados sectores.

Em resumo, diria que o conhecimento, o contacto com a rea-lidade económica de cada país, o compromisso e a qualidade dos produtos e serviços portugueses serão factores que con-tribuíram para o crescimento das nossas exportações.

Que apoio pode a AICEP prestar às empresas, nomeadamente às PME, no actual quadro económico? Que papel deve a Agência desempenhar na promoção da exportação dos bens e serviços nacionais? O know-how técnico que as equipas da AICEP têm em termos de conhecimento do mercado e da oferta portuguesa, e as várias acções que possibilitam a maior penetração e presença de produtos e serviços portugueses no mundo, contribuem para que as empresas portuguesas encontrem na AICEP um parceiro único para entrarem nos mais diversos mercados. São milhares as acções que a AICEP desenvolve por todo o mundo, colocando as nossas empresas em contacto com a realidade

económica de cada país e em contacto com parceiros inter-nacionais que potenciam a presença portuguesa nos quatro cantos do mundo. A AICEP presta serviços de suporte e acon-selhamento sobre a melhor forma de abordar os mercados externos, identifica oportunidades de negócios internacionais e acompanha o desenvolvimento de processos de internacio-nalização das empresas portuguesas. Temos programas de formação para as empresas, como o programa “formexport” constituído por oito módulos: Primeiros Passos para Exportar, Market Tools, Marketing Internacional, Elevator Pitch, Logís-tica, Balanced Scorecard, Trade Finance e Horizonte 2020 e COSME - Programas Europeus de Apoio às empresas; temos 14 Lojas da Exportação espalhadas pelo país onde as empre-sas poderão encontrar informação e esclarecimentos técnicos sobre produtos e serviços de suporte à estratégia de aborda-gem aos mercados internacionais; temos em vigor o programa ABC Mercados que consiste em sessões de sensibilização so-bre mercados, com a intervenção de representantes da nossa Rede Externa ou a presença de gestores de mercado da AICEP, partilhando a sua experiência empresarial no mercado.

E agora, a partir de final de Setembro iremos realizar um road-show nacional durante um ano, a começar em Leiria,

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ENTREVISTA

// Junho 14 // Portugalglobal8

dirigido às PME, onde a AICEP apresentará o retrato, as opor-tunidades e possíveis parceiros nos mais variados sectores.

No fundo, o nosso foco é contribuir para que as empresas por-tuguesas façam acontecer, concretizem. Colocando as nossas empresas em contacto com as administrações públicas dos vá-rios países e com os possíveis parceiros empresariais.

Dada a pequena dimensão do mercado doméstico, considera que as empresas portuguesas estão “condenadas” à internacionalização? Condenadas não. Mas a internacionalização é sem dúvida a grande oportunidade de sucesso para as nossas empresas. Para o crescimento das empresas portuguesas. Precisamen-te por sermos uma economia pequena, isso foi entendido pelos empresários portugueses que se abriram ao mundo. Hoje, Portugal é uma economia cada vez mais exportadora e ancorada em exemplos de sucesso.

Quais são, na sua opinião, as maiores dificuldades/ameaças à internacionalização das empresas portuguesas? Nesta área, como pode a AICEP ajudar os empresários portugueses? Muitas vezes as empresas portuguesas não têm um conhe-cimento profundo dos mercados onde querem apostar. É fundamental ter noção da legislação local, das questões fiscais, das condições laborais, das características políticas e sociais de cada país. E a AICEP é o parceiro fundamental para ajudar as empresas a terem uma informação porme-norizada de cada mercado. A AICEP conhece ao pormenor o mercado externo e pode facultar informação dos mais diversos sectores. E temos uma rede externa constituída por 44 repreentações em 38 países do mundo que tem o co-nhecimento real das oportunidades, das dificuldades e que tentam resolver diariamente, da melhor forma possível, os problemas que possam surgir.

Como poderão as empresas portuguesas ser mais competitivas internacionalmente? Hoje as empresas portuguesas já são bastante competitivas. Temos um tecido empresarial cada vez mais dinâmico, com empresários muito determinados e confiantes, empresas muito qualificadas e com uma enorme vontade de mostrar ao mundo do que são capazes. Cada vez mais os nossos empresários procuram mercados com crescimentos econó-micos dinâmicos, onde possam colocar os seus produtos. É nesse sentido que a AICEP tem vindo a trabalhar, como é ilustrativo o crescimento das exportações portuguesas de Bens e Serviços que ascenderam a 16.137 milhões de euros no 1º trimestre de 2014, que representa um aumento de 3,1 por cento face ao período homólogo de 2013.

Hoje Portugal é um país com sectores proeminentes com potencial de desenvolvimento (Automóvel; Aeronáutica; TIC; Saúde, Farmacêutica e Ciências da Vida; Agricultura, Pescas e Agro-indústria; Petroquímica e Química; Exploração mineira; Têxteis, Vestuário, Calçado e Moda; Materiais de Construção; Floresta, pasta de papel e papel; Moldes; Fabricação de pro-dutos metálicos; Energias renováveis; Turismo; Business Ser-

vices). Este retrato é bem elucidativo das potencialidades que as empresas portuguesas têm para vencer em qualquer pon-to do mundo. O caminho da competitividade passa por aqui.

Este é claramente o momento certo para confiar no nosso tecido empresarial, ao qual a AICEP se associa na identifica-ção de oportunidades para fazer crescer as nossas empresas e tornar Portugal cada vez mais global.

Que mercados destacaria como sendo prioritários para a internacionalização das empresas portuguesas?Mais importante que apontar mercados prioritários, é fun-damental começar por analisar as oportunidades que a eco-nomia mundial pode oferecer às empresas portuguesas e perceber o impacto que a crise europeia teve a nível mundial. É hoje claro que as economias ocidentais foram muito afec-tadas nos últimos quatro anos. Mais a Europa que os Estados Unidos. E os mercados emergentes foram muito menos afec-tados. E é preciso que as empresas tenham esta realidade

“Tenho a expectativa que chegaremos ao final do ano com um ritmo de crescimento das exportações muito positivo.”

presente. Hoje encontramos duas grandes áreas de dinamis-mo: a Ásia (quer o Extremo Oriente, quer o Médio Oriente e, nomeadamente, as economias do Golfo) e a América do Sul. Falo de países como o Chile, o Peru, a Colômbia, o México ou o Panamá. Mas também a Arábia Saudita, os Emirados Ára-bes Unidos ou o Qatar; a China, a Indonésia ou o Japão. O Japão, em particular, é um mercado maduro ao qual Portugal não tem dado a atenção que pode e deve dar.

Numa óptica de diversificação dos mercados de destino das nossas exportações, que lugar ocupam o continente africano e os países latino-americanos? Aqui destacaria dois factores que nos tornam diferenciado-res no mundo: a língua portuguesa e a posição geoestraté-gica de Portugal. Estes dois factores contribuem muito para a captação de investimento mas são claramente oportuni-dades paras as nossas empresas também se expandirem.

São mais de 250 milhões os habitantes do nosso planeta que utilizam a língua portuguesa como forma de comunicar não só na sua família e no seu país. Utilizam-na também no seu dia-a-dia nas empresas, nos negócios, no estabelecimento de relações comerciais com parceiros de outros países. São mais de 250 mi-lhões de pessoas que representam um mercado de consumo muito relevante e que, em conjunto com as mais de um milhão de empresas, detêm um PIB superior a 2,5 biliões de dólares, ou cerca de 4 por cento do produto gerado a nível mundial.

Quanto ao posicionamento geoestratégico de Portugal, so-mos hoje uma economia europeia com acesso privilegiado a mercados africanos e latino-americanos relevantes – um acesso que é baseado na nossa posição geoestratégica, na

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ENTREVISTA

Portugalglobal // Junho 14 // 9

qualidade do nosso sistema científico e universitário, das nos-sas infra-estruturas de telecomunicações e logística, numa ampla gama de fornecedores e empresas de referência e, é claro, nos laços históricos e culturais existentes com vários destes países, que são países de língua oficial portuguesa.

A China começa a tornar-se um parceiro económico relevante de Portugal, seja em matéria de exportações, seja de investimento directo. Que balanço faz da recente missão que efectuou à China?A China é hoje um parceiro económico incontornável e in-questionável. Mas esta relação não é uma história assim tão recente. Ao longo dos últimos 10 anos, as nossas relações com a China e, mais concretamente, ao nível do investimento, são relações de sucesso. Para citar apenas alguns, a Huawei, uma empresa que está presente em Portugal há 10 anos, e que du-plicou a receita resultante da sua actividade global em 5 anos, é um bom exemplo de crescimento – e continua a recrutar re-

últimos anos. As exportações chinesas para Portugal têm re-gistado uma taxa média de crescimento anual de 7 por cento desde 2009. E as exportações portuguesas para a China têm vindo a aumentar a um ritmo ainda mais intenso (média anual de 41 por cento). Em conjunto, o comércio de Portugal com a China ascendeu a cerca de 2 mil milhões de euros em 2013.

No entanto, há ainda uma enorme margem de progressão entre os dois países e as suas empresas, em ambas as verten-tes. E foi neste quadro de oportunidades que recentemente o Sr. Presidente da República esteve na China, numa missão em que eu tive a oportunidade de participar. Para se ter uma ideia da relevância que a China dá a Portugal, este ano ape-nas dois chefes de Estado foram convidados para visitar a China. Um deles foi o Sr. Presidente da República Portuguesa.

A AICEP tem celebrado diversos acordos com várias insti-tuições chinesas, como os recentemente assinados com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e com a China Council for the Promotion of International Trade (CCPIT).

Nesta visita foi possível constatar que Portugal e China estão muito comprometidos com a promoção das relações bilate-rais económicas entre os nossos dois países. E existe confian-ça mútua, o que representa um bem precioso nesta matéria.

O investimento é outra das importantes áreas de actuação da Agência. Que aspectos apontaria como fundamentais para aumentar a captação de fluxos de investimento para Portugal, nomeadamente em termos de legislação? E quais os sectores que deverão ser alvo de maior promoção neste sentido? Nós queremos que quem invista em Portugal cumpra essen-cialmente dois objectivos: criação de emprego e aumentar a competitividade da nossa economia. Assim, não fechamos

“Cada vez mais os nossos empresários procuram mercados com crescimentos económicos dinâmicos onde possam colocar os seus produtos.”

cursos humanos no nosso país. Mais recentemente, a relação entre a EDP e a China Three Gorges é uma indiscutível parceria de referência. E poderíamos também mencionar as conhecidas joint-ventures entre a REN e a State Grid, e entre a Caixa Segu-ros e a Fosun. Ou a recentemente assinada em Xangai, entre a Sonae Sierra e a CITIC Capital, entre outras.

No que respeita ao comércio externo entre os dois países, também podemos constatar que muito se desenvolveu nos

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ENTREVISTA

// Junho 14 // Portugalglobal10

a porta a nenhum sector que apresente um projecto com-petitivo que crie emprego.

Temos hoje em vigor em Portugal uma reforma da tribu-tação directa sobre as empresas, isto é, do regime de IRC, que deve ficar completa até 2018, e com a qual se prevê que o país ofereça um dos mais competitivos regimes de IRC da União Europeia, não só ao nível da taxa (que se pre-vê possa atingir 17 por cento em 2018, face aos actuais 31,5 por cento), mas ao nível de várias outras vertentes do

Quais são as prioridades para o novo quadro comunitário de apoio às empresas? O que podem esperar as PME portuguesas? Os fundos europeus são um instrumento essencial para in-centivar e transformar o crescimento da economia, muito em particular nas exportações cumprindo o desígnio nacio-nal que Portugal abraçou: estimular o crescimento econó-mico de forma sustentável para a promoção do emprego.

Pelo que tenho conhecimento o novo quadro comunitário Por-tugal 2020 está muito vocacionado para a aposta na compe-titividade e a internacionalização das empresas, concentrando mais de 40 por cento das verbas neste domínio e alterando o paradigma do quadro anterior que era muito focado em infra-estruturas. O quadro de programação Portugal 2020 está as-sente em quatro eixos temáticos essenciais: competitividade e internacionalização, capital humano, inclusão social e empre-go e sustentabilidade e eficiência no uso dos recursos.

Que balanço gostaria de poder fazer, daqui a um ano, sobre a actuação e os resultados conseguidos pela AICEP?Hoje estamos todos comprometidos em aumentar a competiti-vidade e estimular o crescimento económico de forma susten-tável para a promoção do emprego. Este é o desígnio nacional ao qual a AICEP também está comprometida e, portanto, espe-ro que daqui a um ano a AICEP possa ter contribuído para este desígnio com mais exportações e mais investimento.

BREVE PERFILMiguel Frasquilho, 48 anos, é Mestre em Teoria Eco-

nómica (Universidade Nova de Lisboa) e Licenciado em

Economia (Universidade Católica Portuguesa). O Presi-

dente da AICEP foi Deputado à Assembleia da Repú-

blica pelo PSD, Vice-Presidente do Grupo Parlamentar

e Vice-Presidente da Comissão Parlamentar de Acom-

panhamento das Medidas do Programa de Assistência

Financeira a Portugal. No Parlamento, participou tam-

bém na Comissão de Reforma do IRC, cujos trabalhos

decorreram entre Janeiro e Julho de 2013.

Do seu percurso profissional fazem parte o cargo de

Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças no XV

Governo Constitucional, bem como o de Director-Co-

ordenador do Departamento Espírito Santo Research.

Foi ainda docente de diversas disciplinas de Economia e

Métodos Quantitativos na Universidade Católica Portu-

guesa e na Universidade Nova de Lisboa.

Miguel Frasquilho é autor do livro “As Raízes do Mal,

a Troika e o Futuro” (2013) e co-autor dos Livros “Por-

tugal Europeu?” (2001), “Produtividade e Crescimento

em Portugal” (2002), “4R – Quarta República” (2007),

“As Farpas da Quarta” (2009), e “Portugal e o Futuro

– Homenagem a Ernâni Lopes” (2011).

“O novo quadro comunitário Portugal 2020 está muito vocacionado para a aposta na competitividade e internacionalização das empresas.”

imposto. Ao mesmo tempo, Portugal convergiu para a mé-dia da OCDE no que concerne à flexibilidade do mercado de trabalho; e a economia portuguesa é hoje a sétima me-nos restritiva da UE-28 no que diz respeito à Regulação do Mercado de Produtos. Foi também iniciada uma reforma do sistema judicial que fará com que a nossa justiça seja mais célere e mais confiável no futuro pelos investidores. Têm sido dados passos importantes na desburocratização das Administrações Públicas, como prova o facto de os dados comparáveis do Banco Mundial revelarem que, em média, abrir uma empresa em Portugal demora cerca de dois dias e meio, sendo que apenas é necessário um procedimento para se registar uma propriedade.

Em suma, Portugal é hoje um país mais competitivo, mais sustentável e mais integrado na economia global. Portugal é um país que oferece um sistema científico e universitário de qualidade, redes de infra-estruturas de telecomunica-ções e logística de topo, e uma ampla gama de fornecedo-res e empresas de referência. E há mais alguns factores que me parecem relevantes como:

• os apoios financeiros: a economia portuguesa tem hoje ao dispor das empresas um empréstimo sem juros até 7 anos, com período de carência de 3 anos; Conversão do emprés-timo em subvenção, mediante o cumprimento dos objec-tivos contratuais, até 75 por cento do incentivo financeiro;

• os incentivos fiscais: crédito fiscal às empresas até 20 por cento do investimento; Isenção de impostos locais; Isenção de imposto do selo; Incentivos fiscais em I&D (SIFIDE II);

• as bolsas de formação: algumas despesas de formação são elegíveis para uma taxa base; aumento de 10 por cento para fora da região de Lisboa e para trabalhadores desfavorecidos;

• e, na criação de emprego, os incentivos salariais: subven-ção de até 20 por cento dos custos salariais decorrentes da criação de emprego; isenção até 36 meses ou redução até 50 por cento das contribuições sociais na contratação de pessoas à procura do primeiro emprego e desempregados.

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DESTAQUE - MERCADOS

// Junho 14 // Portugalglobal12

A matriz deste destaque sobre a lusofonia e os países e mercados da CPLP teve origem na Conferência “Internacionalização das Economias”, organizada e promovida pela AICEP, que decorreu em Lisboa, nos dias 3 e 4 de Junho, reunindo, numa dinâmica de debate e encontro, empresas e organizações dos países lusófonos, bem como representantes dos respectivos governos e corpos diplomáticos. Para além de textos sobre a importância da CPLP, bem como sobre o vasto âmbito da lusofonia e a importância da língua portuguesa no mundo, foram ainda incluídas sínteses de seis estudos apresentados durante a Conferência sobre as economias e relações bilaterais lusófonas, tendo como principais actores Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, tendo-se reservado Portugal, como país e mercado, e pai da lusofonia, não só ao papel de promotor do evento, mas também de dinamizador do universo CPLP, cuja importância estratégica, no mundo global, é cada vez mais reconhecida por todos.

CPLPAS ECONOMIAS DO MUNDO LUSÓFONO

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DESTAQUE

Portugalglobal // Junho 14 // 13

Unem-nos aos vários países de língua portuguesa laços históricos, políticos, económicos, sociais e culturais. Portu-gal soube compreender esta dimensão e por isso esteve na primeira linha da criação da CPLP. A língua é, sem dú-vida, um instrumento fundamental de aproximação entre os povos, e é por isso um meio privilegiado que permite aprofundar relacionamentos bilaterais em áreas diversas.

Passaram 15 anos. Hoje, o Brasil, An-gola e Moçambique surgem como países e economias emergentes, com crescimentos acelerados e robustos do PIB. E Cabo Verde, São Tomé e Prínci-pe, Guiné-Bissau e Timor-Leste, por sua vez, são países com graus de desen-volvimento diferentes e assentes em potencialidades diversas, é certo, mas todos têm um ponto em comum: con-tinuam a manter relações de profunda amizade com Portugal.

As nossas relações comerciais e de in-vestimento têm crescido a um ritmo muito superior à média e a interna-cionalização da economia portuguesa tem passado, em larga medida, por este espaço lusófono. Na realidade, a nossa cooperação política, económica, social e cultural está na primeira linha das nossas prioridades.

Por outro lado, muitos empresários, trabalhadores e quadros portugueses deslocam-se para estes países, onde vêem grandes perspectivas de futuro. E aumenta também o investimento em Portugal deles proveniente. Assim, a

CPLP UM ESPAÇO ESTRATÉGICO PARA PORTUGALPOR JOÃO PROENÇA, ASSESSOR DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA AICEP

Um dos vectores estratégicos para o futuro do nosso país passa pela capacidade de saber utilizar na sua plenitude as potencialidades do mundo lusófono.

Comunidade CPLP tem no nosso país um papel fundamental em termos de cidadania, trabalho e criação de riqueza. Não deve surpreender, pois, que a re-cente Conferência sobre Internacionali-zação das Economias no Espaço Lusófo-no, promovida pela AICEP, tenha trazido a Portugal mais de 200 empresas e que

resse de organizações diversas – associa-ções empresariais, universidades, cidades e outras entidades e associações.

A participação de membros do Gover-no, dos Embaixadores, do Secretário Executivo da CPLP e de representantes de várias entidades dos países CPLP permitiu um debate ao mais alto nível e o aprofundar das relações, sobretudo na área económica.

O Presidente da AICEP apresentou li-nhas de orientação para o futuro que permitirão aprofundar esta relação. Destaco a chamada de atenção para a importância do português como uma das línguas mais importantes do mundo, com interesse crescente a nível internacional; para o crescimento das relações comerciais, nos últimos anos, nas mais diversas áreas e com grande potencial de crescimento; em como surgem oportunidades de investimento em novas áreas, nomeadamente origi-nadas pelo aumento dos recursos natu-rais conhecidos.

De realçar a intervenção da AICEP, cada vez maior, no aprofundamento dessas relações, pois muito resta por fazer, como foi geralmente reconhecido.

No futuro, há que ter bem presente o papel que Portugal poderá desempenhar como ligação à União Europeia, espaço regional que é o maior importador e ex-portador a nível mundial, e a capacida-de relevada pelas nossas empresas, hoje presentes em todos os países CPLP, onde investem capital português e oferecem

“Hoje, o Brasil, Angola e Moçambique surgem como países e economias emergentes, com crescimentos acelerados e robustos do PIB. E Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor-Leste, por sua vez, são países com graus de desenvolvimento diferentes e assentes em potencialidades diversas, é certo, mas todos têm um ponto em comum: continuam a manter relações de profunda amizade com Portugal.”

tenha interessado, pelos negócios no espaço lusófono, mais de 600 empresas portuguesas, maioritariamente PME.

Nesta Conferência promoveram-se con-tactos bilaterais e os Bancos patrocinado-res apresentaram estudos sobre a reali-dade e as potencialidades de cada país. A Conferência contou ainda com o inte-

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DESTAQUE

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A lusofonia é uma comunidade de países alicerçada em séculos de laços históricos e na partilha de uma língua falada por mais de 250 milhões de pessoas, encontrando-se inserida em diversos espaços regionais, como sejam a UE, CEDEAO, SADC, MERCOSUL e ASEAN. Com milhões de quilómetros quadrados de mar, pois todos os países lusófonos são costeiros, e com economias em diferentes patamares, umas em crescimento, outras emergentes, sendo o seu tecido empresarial constituído maioritariamente por micro, pequenas e médias empresas, e por amplos sectores informais.

LUSOFONIA UM UNIVERSO DE OPORTUNIDADES NUMA LÍNGUA COMUMPOR ARMINDO RIOS, DIRECTOR DO ESCRITÓRIO DA AICEP EM CABO VERDE

Ao contrário dos habituais espaços regionais contíguos, esta comunidade está espalhada pelo globo, o que no entanto não impede a sua coesão e a sua viabilidade em termos económicos.

produtos e serviços diversificados e de qualidade. E há que ter claramente pre-sente o papel de empresas com capital de países lusófonos em Portugal, com grande capacidade de crescimento.

Ainda nesta óptica de relações com os países da CPLP, são de enfatizar as po-tencialidades do nosso sistema de Ensino Superior e Ciência, que está a explorar novos caminhos de cooperação e a cres-cente presença de quadros portugueses no estrangeiro, muitos deles com grande experiência internacional, bem como o reforço do intercâmbio em curso.

Discute-se hoje, e tal estará presente na Cimeira de Julho da CPLP, em Díli, o futuro desta organização. É uma discus-

Na área económica têm sido dados passos para ultrapassar barreiras que dificultam as trocas comerciais e os investimentos, de carácter técnico, ad-ministrativo, aduaneiro e outras. Mas a experiência ensina-nos, mesmo a ní-vel da União Europeia, que as mesmas continuarão sempre a existir, mesmo que a um nível mais mitigado.

Há hoje também experiências extrema-mente ricas de parcerias económicas, com a criação de empresas de capitais mistos, que demonstraram uma grande capacidade de crescimento. Nas áreas dos bens de consumo e investimento, do turismo, dos serviços, da agricultura e pescas, das infra-estruturas, do sector financeiro e em tantas outras, o nosso

são muito importante para todos nós. Estarão certamente em cima da mesa tópicos fundamentais como o papel da língua, a potenciação da utilização con-junta de certos recursos, nomeadamen-te na área energética e dos oceanos, a ultrapassagem dos obstáculos à inter-nacionalização das economias, particu-larmente na área CPLP, com crescente dimensão política, social e cultural.

Cada país tem a sua estratégia de de-senvolvimento no curto e no médio pra-zo, e interesses próprios a defender, e as suas parcerias, a nível internacional, são necessariamente diversificadas. Mas to-dos teremos a ganhar se soubermos uti-lizar na sua plenitude a língua comum, o conhecimento mútuo das capacidades e das potencialidades de cada país e as re-lações entre os nossos povos.

país tem empresas, produtos e conhe-cimento, recursos humanos e de inves-timento, que lhe permitem um reforço ainda maior e mais acelerado das rela-ções económicas e sociais.

Há que aprofundar os laços bi e multila-terais, assentes nos princípios do respeito, igualdade e solidariedade, em que é fun-damental o papel das empresas, comu-nidade de empresários, trabalhadores e quadros. Mas também há que ter sempre presente as boas relações entre os nossos povos e o papel da sociedade civil.

É sempre de destacar o papel funda-mental das nossas Embaixadas e dos Serviços da AICEP nelas integradas, cuja cooperação na realização da Conferên-cia sobre Internacionalização das Econo-mias importa salientar e agradecer.

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DESTAQUE

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Apesar desta dispersão geográfica, a evolução rápida das TIC, o transporte marítimo cada vez mais célere e com centenas de contentores por navio, bem como o transporte aéreo com re-des cada vez mais densas e ágeis, fa-zem com que a circulação de matérias-primas, produtos, serviços e pessoas deixe de ser uma limitação e passe a ser um simples elemento de gestão dos processos produtivos e comerciais. No conjunto desta comunidade alar-gada, constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambi-que, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, existe petróleo e gás em abundância, terra e água para produ-ção de alimentos, mar para produção pesqueira e investigação, instituições reputadas de inovação e ciência (al-gumas bem classificadas em rankings mundiais), florestas para protecção do ambiente e energias renováveis em expansão, centros de tecnologias de informação e comunicação ligados a redes universitárias, bem como cen-tros de excelência na saúde, educação e governação.

Neste contexto, e no sentido de explo-rar o potencial destes recursos de forma integrada, torna-se necessário acelerar a troca de informação, desenvolver co-nhecimentos e competências e colocar os centros de investigação das universi-dades, e não só, a trabalhar com as em-presas para deste modo melhorar a sua

produtividade, qualidade e inovação, e acelerar a sua internacionalização. A integração financeira, no sentido de fa-cilitar os negócios no âmbito da comu-nidade dos países lusófonos, é também outro objectivo a alcançar.

A internacionalização das empresas

A abordagem integrada destes merca-dos, numa óptica de interesse estratégi-co por parte das empresas de cada país, já levou à criação de significativas par-

fonos deverão iniciar esta estratégia de negócios internacionais.

Como explorar na prática o interesse e a natural apetência por estes mercados, utilizando o conhecimento disponível? Existe informação sobre os mesmos na AICEP, nos relatórios específicos do Banco de Portugal e de outros bancos que estão instalados nesses países, cuja legislação é em muitos casos seme-lhante e se encontra acessível (www.legis-palop.org).

Além disso, a RTP África, a RDP África e outros meios de comunicação permi-tem um actualizado conhecimento po-lítico, económico e social da realidade lusófona, muito superior, por exemplo, ao que podemos dispor sobre a Indo-nésia, o Uruguai ou o Gana.

Por outro lado, existem comunidades de cidadãos de países lusófonos instaladas noutros espaços da lusofonia: cabo-verdianos em Portugal, brasileiros em Angola, portugueses em todos, ou seja, uma presença plural que contribui para produzir e disponibilizar conhecimento, informação actualizada e recursos téc-nicos a que podem aceder as empresas que vão chegando aos mercados.

O acesso aos mercados

O sucesso da entrada nos mercados lusófonos dependerá obviamente das características da empresa e dos seus

“Como áreas a explorar no futuro, serão de privilegiar o Mar, a Energia e a qualificação dos Recursos Humanos, pilares fundamentais nos quais poderão assentar no futuro todas as políticas de integração e desenvolvimento no universo lusófono.”

cerias, embora em patamares diferentes no caso de Portugal e Brasil. Quanto às empresas angolanas, também já exis-tem nestas sinais claros de aposta neste processo de internacionalização, como demonstra o investimento angolano em Portugal e Cabo Verde. Paulatinamente as empresas dos restantes países lusó-

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produtos ou serviços, mas também do conhecimento, experiência e agilidade que esta adquira na abordagem do mercado em matéria de circuitos de distribuição, direitos de importação, transportes e logística, regras de circu-lação internacional de pessoas, tipos de sociedade que são favorecidas pela legislação, custos de contexto, impos-tos, benefícios fiscais e as regras de circulação de capitais.

A facilidade do contacto através da lín-gua comum, a utilização da rede da di-áspora e a cooperação entre instituições dos vários países (administração, univer-sidades, geminações de cidades) permi-tem sem dúvida uma tomada de decisão em tempo útil sobre o tipo de acesso, as parcerias a desenvolver e o ritmo de internacionalização da empresa.

Aqui é importante referir que a maioria dos países lusófonos beneficia de finan-ciamentos de instituições financeiras multilaterais (UE, Banco Mundial, Banco Africano para o Desenvolvimento) e bi-laterais (Instituto Camões, MCA, Luxde-velopment, USAID), o que dá origem a concursos públicos que permitem ace-der ao mercado com risco reduzido.

Em matéria de risco, este terá de ser medido analisando as formas de paga-mento, os seguros existentes, os câm-bios e a informação da COSEC e dos bancos sobre a realidade dos negócios e a evolução recente da economia de um dado país e as suas perspectivas de crescimento e estabilidade. A diversida-de nesta matéria é a regra, pelo que a convergência qualitativa de um con-junto vasto de informações é, a priori, essencial para reduzir os riscos.

É de considerar que a disponibilidade de divisas é um problema sistémico de vários países lusófonos, situação que no entanto tem melhorado substancial-mente nos últimos anos graças ao in-vestimento na exploração dos recursos naturais (minerais e energéticos) dispo-níveis na maioria desses mercados.

Também os riscos legais e regulatórios diminuem na medida em que a gover-nação de cada país se torne mais pre-visível, o que genericamente tem vindo a acontecer.

Competitividade e concorrência

Os negócios no espaço lusófono têm nas marcas, nos métodos de promoção e na política de preços os seus elementos es-senciais. É de referir que existem marcas

factor preço é crucial. Mas, por outro lado, já existem, em número crescente, milhões de jovens pertencentes a ca-madas da população com mais recur-sos, com apetência para produtos de marca com qualidade e inovação, bem como uma classe média em ascensão para quem o rácio qualidade-preço é o elemento decisivo para a compra.

Na óptica da estratégia de sucesso do negócio, é de ter em conta o facto de que em alguns mercados da lusofonia o elemento comum é a informalidade de muitos negócios, o que constitui um factor de concorrência potencial-mente desleal para o investimento dos restantes empresários, além de contri-buir para a diminuição da base fiscal das respectivas economias, penalizar a vulnerabilidade dos orçamentos de Es-tado, e não reduzindo a dependência da ajuda pública ao desenvolvimento.

Vários governos lusófonos estão, no entanto, a criar condições para forma-lizar gradualmente os negócios infor-mais, mas essas políticas só poderão ter sucesso a médio prazo e dependem da criação de emprego e da valorização dos recursos humanos.

Neste âmbito, o papel das organiza-ções da sociedade civil é claramente relevante. Estas desempenham e de-sempenharão um papel essencial no reforço das parcerias e dos princípios de actuação comuns, os quais condu-zirão à criação de massa crítica para desenvolver projectos e para fazer chegar aos cidadãos a motivação e o dinamismo necessários para promover o empreendedorismo e a criação de riqueza a todos os níveis. Neste sen-tido, o papel da UCCLA, da Confede-ração Empresarial da CPLP e da União de Bancos, Seguradoras e Instituições Financeiras da CPLP, constituem algu-mas das boas práticas e casos de su-cesso que devem ser enfatizados.

Como áreas a explorar no futuro, serão de privilegiar o Mar, a Energia e a quali-ficação dos Recursos Humanos, pilares fundamentais nos quais poderão as-sentar no futuro todas as políticas de integração e desenvolvimento no uni-verso lusófono.

que circulam nos países da lusofonia e que neles são reconhecidas, por vezes, durante gerações, como é o caso da Sumol+Compal, Super Bock, Laurentina, Azeite Galo, Casal Garcia, Unitel, Maça-rico, Cuca, Água das Pedras, Sagres, TAP, entre outras. Assim, é oportuno subli-nhar que os modelos de promoção estão

estreitamente ligados à cultura e formas de viver de cada país, as quais devem ser do conhecimento dos empresários que investem no espaço lusófono.

Contudo, é preciso que seja levado em conta o facto de ainda existirem no mundo da lusofonia milhões de excluí-dos pela pobreza e que, portanto, para esses cidadãos com menos recursos o

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Os países da lusofonia representam um vasto universo de falantes do português que abrange todos os continentes, cons-tituindo uma realidade detentora de uma enorme diversidade e riqueza em maté-ria de culturas e de produções culturais. Dada a enorme dispersão da emigração portuguesa, e actualmente da brasileira, não é difícil encontrar um falante de por-tuguês em qualquer parte do mundo, mesmo nas geografias mais remotas.

Por outro lado, a língua, como elemen-to unificador, tem a vários níveis um forte impacto nas economias, nomea-

PORTUGUÊS NO MUNDO FACTOR DE IDENTIDADE, CULTURA E NEGÓCIOS“MINHA PÁTRIA É A LÍNGUA PORTUGUESA”FERNANDO PESSOA

Falado por 244 milhões de pessoas em todo o mundo, o português é a sexta língua mais falada no planeta, a sexta do mundo mais utilizada nos negócios, sendo a quinta mais usada na Internet - depois do chinês (mandarim), hindi, espanhol, inglês e bengali - tendo sido adoptado por oito países como língua oficial, o que fez dele uma das poucas línguas universais do século XXI. É também a língua mais falada no hemisfério sul e só no Brasil os falantes de português ultrapassam os 200 milhões.

damente na promoção da globalização empresarial, na potenciação das trocas comerciais, no desenvolvimento das relações políticas e sociais, bem como no intercâmbio de ideias e no fluxo de pessoas. A identidade cultural entre os falantes de língua portuguesa recebeu o nome de Lusofonia.

De acordo com o Observatório da Lín-gua Portuguesa, o idioma português é falado nos cinco continentes, o portu-guês é a língua oficial de oito países: Angola (19,8 milhões de habitantes), Brasil (201 milhões), Cabo Verde (496

mil), Guiné-Bissau (1,5 milhões), Mo-çambique (23,3 milhões), Portugal (10,6 milhões), São Tomé e Príncipe (165 mil) e Timor-Leste (1,1 milhões).

Contudo, só nos casos de Portugal e do Brasil é contabilizada toda a população como falante de português. Em Timor-Leste apenas 20 por cento dos habitan-tes fala português, enquanto na Guiné-Bissau são 57 por cento, em Moçambi-que (60 por cento), em Angola (70 por cento), em Cabo Verde (87 por cento) e em São Tomé e Príncipe (91 por cento), revelam os dados do Observatório.

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DESTAQUE

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Também o português é considerado como um dos dez idiomas estrangeiros mais importantes nos próximos 20 anos no Reino Unido, segundo um estudo do instituto British Council. Os autores do estudo “Languages for the Future” (Línguas para o Futuro), de 2014, des-tacam a utilização do português como língua de trabalho da União Europeia (UE) e em outros organismos interna-cionais, como a Organização dos Esta-dos Ibero-americanos, União Africana, Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral e a União das Nações sul-americanas, mas também o facto de a língua portuguesa ser o quinto idioma mais utilizado na Internet.

utilizada por cerca de 153 milhões de utilizadores na Internet.

Neste ranking da Bloomberg, o por-tuguês, que é utilizado em oito países como língua oficial permanente, alcan-çou o sexto lugar, tendo uma dimensão na web que chega a alcançar os 82 mi-lhões de utilizadores. O português, como outros idiomas uni-versais modernos, atingiu e fixou-se ini-cialmente em vários lugares do mundo pela via da regionalização do espaço mundial que teve origem na expansão mercantilista e colonial que vários países europeus iniciaram a partir do século XV.

para os quatro cantos do mundo a partir do século XV, com a expansão comercial e a colonização por via marítima.

Hoje, o idioma de Camões é a língua oficial em oito países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambi-que, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, além de territórios autó-nomos, como é o caso de Macau, na China, e regiões as quais tiveram gran-de influência portuguesa, como Zanzi-bar e Tanzânia, em África; Malaca na Malásia e a chamada Índia Portuguesa formada por Goa, Damão, Ilha de An-gediva, Simbor, Gogolá, Diu, Dadrá e Nagar-Aveli, na Ásia.

O Brasil é o mais importante país lusófo-no, com uma população que ultrapassa já os 200 milhões de habitantes (segun-do estimativas do Economist Intelligence Unit) e, em África, o português é a língua oficial e a primeira língua materna de cin-co países (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Prín-cipe), sendo que Angola e Moçambique exercem papel de grande importância no contexto africano e mundial.

Na Europa, Portugal é um país com re-levância quer pela sua História quer pela sua actual participação nos assuntos europeus, bem como pelos laços que mantém com os seus ex-territórios ultra-marinos, detendo, apesar da sua disper-são global, uma total homogeneidade linguística. Na realidade a presença da língua portuguesa na Europa não se res-tringe a Portugal, uma vez que por mo-tivo da intensa emigração em décadas passadas, foram constituídas importan-tes comunidades portuguesas que par-ticipam actualmente da vida económica, social, cultural e política de inúmeros pa-íses europeus, tais como França, Suíça, Luxemburgo, Alemanha, entre outros.

Assim, as comunidades portuguesas – cerca de 4,9 milhões de portugueses emigrantes e luso-descendentes espa-lhados no mundo – fazem com que a língua portuguesa e a presença de comunidades portuguesas no mundo constituam importantes activos ao dis-por do tecido empresarial português, conferindo-lhe vantagens comparativas e competitivas muito relevantes quando se trata da abordagem aos mercados.

Segundo o ranking da norte-americana Bloomberg, incluído num estudo intitu-lado “Línguas Estrangeiras Mais Usadas em Negócios”, que analisou 25 línguas de todo o mundo (excluindo o inglês), entre as línguas mais faladas nos ne-gócios em primeiro lugar ficou o man-darim, a língua oficial da China, que é falado por 845 milhões de pessoas, é a segunda língua do mundo mais uti-lizada no meio empresarial, depois do inglês. Logo a seguir ficou o francês, que é falado por 68 milhões de pessoas em 27 países, e o árabe, seguindo-se o espanhol, que é falado em 20 países e

No caso da expansão portuguesa no mundo, e da respectiva língua, que se iniciou na mesma época, esta teve por base rotas marítimas de cunho estra-tégico (já que as rotas continentais lhe estavam vedadas) que se estenderam do continente africano ao oriente (deman-da de que fez parte o caminho marítimo para a Índia), e do continente europeu às Américas, movimento de expansão pelo mundo – ou Descobertas – através das qual os portugueses fundaram comuni-dades em diferentes continentes tendo como língua unificadora o português. Assim, a língua portuguesa foi levada

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DESTAQUE - MERCADOS

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Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, um conjunto de países lusófonos vistos na óptica do desenvolvimento, da internacionalização e dos sectores de oportunidade nas áreas da cooperação, do comércio e do investimento, bem como do relacionamento económico de cada um deles com Portugal, numa breve análise efectuada a partir dos estudos elaborados pelos bancos Caixa Geral de Depósitos, Espírito Santo Research (BES), Millennium bcp e Banco BIC no âmbito da conferência “Internacionalização das Economias”.

MERCADOS DE OPORTUNIDADE

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DESTAQUE - MERCADOS

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Embora Angola seja ainda considerada economicamente desigual, visto que a maioria da riqueza do país está concen-trada numa pequena parte da popula-ção, em 10 anos atingiu a primeira meta dos objectivos de desenvolvimento do milénio, reduzindo para metade o nú-mero de cidadãos que vivem no limiar da pobreza. O país – da dimensão dos territórios de Portugal, Espanha e França e 3,5 vezes superior ao da Alemanha – entrou, assim, para a reduzida lista dos 20 países africanos classificados, pelo Banco Mundial, como países de rendi-mento médio, ao lado da África do Sul, da Nigéria e do Egipto, entre outros.

O país tem vindo a registar um elevado crescimento populacional, estimando-se que, em 2013, a população se tenha ci-frado em mais de 19 milhões de habitan-tes, convergindo para uma economia de mercado com um rendimento anual per capita da ordem dos 6.400 dólares.

Tendo em curso a completa alfabetiza-ção e escolarização do país, Angola está a fazer uma forte aposta no desenvol-vimento de quadros preparados para a gestão de empresas. Várias são as esco-las angolanas, com fortes parcerias com universidades portuguesas e brasileiras, que apresentam na sua carteira de ofer-ta licenciaturas e pós-graduações nas áreas da gestão empresarial.

ANGOLAPOTÊNCIA EMERGENTE NA ECONOMIA MUNDIALNa sequência do processo de reconstrução do país destruído por décadas de guerra, Angola aproxima-se agora da fase de modernização e sustentabilidade, alcançando boas taxas de crescimento apoiadas principalmente pelas suas exportações de petróleo. E precisou apenas de uma década para triplicar o seu rendimento per capita e posicionar-se não só como um caso de sucesso em matéria de desenvolvimento, mas também como um vasto espaço de investimento e de oportunidade de negócios. São estas algumas das principais conclusões do estudo sobre a Internacionalização da Economia Angolana, apresentado pelo Banco BIC na Conferência “Internacionalização das Economias”.

Segundo o estudo do Banco BIC, nes-ta estratégia para uma Angola mais forte, encontra-se perfeitamente iden-tificado, tanto pelo Governo angola-no como pelos agentes económicos, um conjunto diversificado de metas: diminuir a dependência económica e financeira do petróleo, aumentar e diversificar as exportações, diminuir as importações e aumentar a produção para um mercado doméstico em cres-cimento. Estas orientações estratégi-cas constituem eixos fundamentais da programação pública, a médio prazo, para uma Angola mais forte, mais rica e mais sustentável, o que se reflecte no crescimento das exportações (au-

mento da produção petrolífera, mas também da diversificação do produto exportável) e no elevado crescimento das importações (fruto do dinamismo do investimento público e do consu-mo interno potenciado pelo aumento significativo do poder de compra na sociedade angolana).

As previsões apontam para a continuação de crescimento das importações, 12,9 por cento e 12,3 por cento em 2013 e 2014, respectivamente. Porém, há que ter em conta os constrangimentos em termos de infra-estruturas portuárias e rodoviárias, os quais condicionam em larga medida o crescimento das importações.

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DESTAQUE - MERCADOS

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O investimento angolano no estrangei-ro tem sido contudo reduzido, sendo que nos últimos cinco anos o país in-vestiu 6,8 mil milhões de dólares, o que se traduz numa média anual de cerca de 1,4 mil milhões de dólares.

Recursos e comércio internacional O país é rico em recursos naturais, com destaque para o petróleo, mas também em diamantes, minério de ferro, fosfa-tos, cobre, ouro, e urânio. Por outro lado, as estimativas disponibilizadas no final de 2012 apontavam para reservas de petró-leo em Angola na ordem dos 12,7 mil milhões de barris, que representavam 0,8 por cento das reservas mundiais e faziam de Angola o 17.º país do mundo e o 3.º em África, com maiores reservas.

Com uma contribuição de cerca de 45 por cento para o Produto Interno Bruto (PIB), na óptica da produção, o petróleo e as respectivas actividades de suporte constituem a grande fonte de financia-mento da economia angolana, o que se traduz nos elevados saldos positivos da balança comercial angolana. Impulsio-

secundário – indústria transformadora e extractiva. Por outro lado, o peso dos produtos energéticos na economia angolana (98,3 por cento do total das exportações em 2013) deixa a balan-ça comercial do país muito vulnerável à flutuação do preço do petróleo nos mercados internacionais.

As importações de Angola são consti-tuídas por um vasto leque de produtos, de que o país é dependente, dos quais se destacam os seguintes grupos: ve-ículos e outros materiais de transpor-te (25,2 por cento do total de 2013); máquinas, equipamentos e aparelhos (19,9 por cento); produtos agrícolas (11,1 por cento); metais comuns (9,9 por cento) e combustíveis (7,5 por cento). Este conjunto de produtos foi responsável por 73,6 por cento das im-portações totais de Angola em 2013.

No que respeita às importações, Portugal constitui-se como o principal fornecedor de Angola, tendo representado 16,5 por cento do total das importações em 2013, seguido da China, com uma quota de 11,1 por cento. Dos restantes fornece-dores, destacam-se os Estados Unidos da América, o Brasil e a África do Sul.

Apesar de estarem criadas as condi-ções básicas para a normalização da actividade económica (possibilitando a mobilidade interna, fomentando a atividade comercial e o investimento), a carência de infra-estruturas físicas, designadamente ao nível dos portos e aeroportos, telecomunicações fixas e redes de electricidade, e de recursos humanos continua a condicionar a evo-lução da economia angolana.

Oportunidades de negócio e investimento Se é certo que economia angolana está ainda alicerçada no sector petrolífero, por outro lado as vendas do petróleo têm gerado riqueza para o país, dis-ponibilizando recursos para financiar o crescimento do sector não-petrolífero. Desta forma, existe uma tendência de acréscimo do peso relativo do sector não-petrolífero no PIB, devendo assu-mir um papel determinante no cresci-mento económico de Angola nos pró-ximos anos, sendo expectável que o Investimento Directo Estrangeiro (IDE) desempenhe um papel importante.

Segundo a Agência Nacional de In-vestimento Privado (ANIP), no primei-ro semestre de 2012, o investimento privado nos sectores não-petrolíferos

nadas pelo aumento do preço do petró-leo a nível internacional, as exportações angolanas registaram um aumento con-siderável, totalizando em 2013 mais de 71 mil milhões de dólares.

Contudo, a recente revolução energéti-ca americana reforça a necessidade de diversificação da economia angolana do petróleo para os sectores produ-tivos, quer no sector primário – agri-cultura, pecuária, agro-indústria, bio-combustíveis e pesca – quer no sector

terá superado mais de mil milhões de dólares. O sector da indústria transfor-madora lidera a lista dos investimentos, seguindo-se a prestação de serviços, o comércio por grosso e a retalho, a construção e o design. As províncias de Luanda, Benguela e Bengo são as regi-ões do país que mais beneficiarão com estes investimentos privados.

Tendo em conta a posição geográfica, o clima favorável, a aptidão dos solos e a riqueza dos recursos piscícolas, a agricultura, silvicultura, pecuária e

“Na estratégia para uma Angola mais forte, encontra-se perfeitamente identificado, tanto pelo Governo angolano como pelos agentes económicos, um conjunto diversificado de metas: diminuir a dependência económica e financeira do petróleo, aumentar e diversificar as exportações, diminuir as importações e aumentar a produção para um mercado doméstico em crescimento.”

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DESTAQUE - MERCADOS

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pescas deverão ser sectores estratégi-cos; e, tendo em conta as respectivas relações de input-output, as agro-in-dústrias, os materiais de construção e o comércio em geral tenderão a crescer rapidamente, reduzindo a actual ex-cessiva dependência das importações. Prevê-se também uma expansão dos serviços em geral, e dos transportes, banca, educação e saúde, em especial. A aposta na diversificação sectorial da economia deverá conceder a primazia às actividades com maior potencial de crescimento e de criação de emprego.

Espera-se que o ritmo de actividade económica aumente gradualmente ao longo do corrente ano, impulsionado pela subida do investimento público em construção rodoviária e outras in-fra-estruturas.

O estudo elaborado pelo Banco BIC des-taca os seguintes sectores de actividade com potencial na economia angolana:

Recursos Naturais e Energia

Petróleo, gás natural e reservas minerais ainda por explorar; energias renováveis.

Indústria transformadora

Produção e distribuição de electricida-de, gás e água (tratamento de águas); indústrias de bebidas e tabaco, máqui-nas, equipamentos e aparelhos e pro-dutos alimentares.

Comércio e Retalho

Sector em desenvolvimento e cresci-mento devido ao aparecimento, na última década, de grossistas e retalhis-tas organizados no mercado, motivado pela alteração do perfil dos consumido-res, pela melhoria das infra-estruturas

e pelo aumento das marcas internacio-nais disponíveis no mercado.

Sector Financeiro

Na última década, assistiu-se ao forta-lecimento das instituições financeiras e ao reforço do seu papel como um dos impulsionadores da economia. O sector financeiro angolano é compos-to por 23 bancos comerciais; três são detidos pelo Estado. As actividades no sector de seguros e de pensões são ain-da pouco expressivas.

sos hídricos e ainda um clima favorável), mas a sua produção não é suficiente para as necessidades da população, pelo que o país depende das importações de bens alimentares, sobretudo da África do Sul e de Portugal. Será preciso ca-pacidade empresarial para desenvolver um sector agrícola não artesanal e aí o IDE, em termos de capital, tecnologia e know-how, será essencial.

Relacionamento com PortugalNa última década, Angola transfor-mou-se num dos principais parceiros comerciais de Portugal, sendo actual-mente o maior destino das exportações portuguesas fora da Europa, e o maior fornecedor de petróleo.

Em 2013, segundo dados do INE, Ango-la foi o 4º maior cliente das exportações portuguesas de bens, que ascenderam a 3,1 mil milhões de euros. Angola foi também o 6º maior fornecedor de Por-tugal nesse ano, devido, sobretudo, à importação de crude. Em 2013, Portu-gal importou bens no valor de 2,6 mil milhões de euros desse país africano.

Hotelaria e Turismo

Este sector apresenta-se como um dos mais promissores da economia, dispo-nibilizando um conjunto de produtos turísticos únicos aos seus visitantes. A tendência de crescimento do sector é também visível ao nível da oferta hote-leira. Nos últimos anos, Angola assistiu a um processo de recuperação, reabili-tação e construção de infra-estruturas turísticas e hoteleiras.

Mar e Pescas

Angola tem uma capacidade sustentável do país de 450 mil toneladas anuais de pescado, mas só cerca de metade deste valor é efectivamente pescado. Um dos maiores entraves que este sector enfren-ta é o acesso a financiamento bancário específico. Também aqui, o IDE poderá desempenhar um papel fundamental.

Agricultura e Floresta

Angola é um dos países com maior po-tencial agrícola da África Subsariana, com condições favoráveis à prática agrí-cola (58 milhões de hectares de terra po-tencialmente arável, abundantes recur-

Ao nível dos serviços, Angola assume também um importante papel en-quanto cliente de Portugal. Segundo o Banco de Portugal, no ranking de clientes, em 2013, Angola ocupava o 5.º lugar com uma quota de 6,9 por cento (7.º lugar em 2009). Enquanto fornecedor, Angola já não se encon-tra tão bem posicionada, ocupando, em 2013, a 12.ª posição (posição que mantém desde 2009). Refira-se que na área dos serviços, a balança bilateral é bastante mais favorável a Portugal. Em 2013, o saldo atingiu o montante de 1,2 mil milhões de euros a favor de Portugal.

“Espera-se que o ritmo de actividade económica aumente gradualmente ao longo do corrente ano, impulsionado pela subida do investimento público em construção rodoviária e outras infra-estruturas.”

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DESTAQUE - MERCADOS

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No investimento, Angola tem vindo a melhorar a sua posição destino do in-vestimento directo português no estran-geiro (IDPE). As actividades financeiras e de seguros, o comércio por grosso e a retalho, e a reparação de veículos auto-móveis e motociclos, foram os sectores

Enquanto investidor em Portugal, An-gola também tem vindo a melhorar a sua posição no ranking de IDE e, em 2012, atingiu o 11.º lugar (52.º em 2011). Segundo o estudo do Banco BIC, o investimento em Portugal é con-siderado uma extensão dos projectos de internacionalização da estrutura fi-nanceira e produtiva angolana. A ban-ca, telecomunicações, energia e pe-tróleos, construção civil, engenharia e arquitectura, media, saúde, ambiente, agro-indústria e turismo são os sectores de base que Angola procura expandir ou consolidar em Portugal.

Conclui o mesmo estudo que Angola é um mercado que oferece inúmeras oportunidades, ocupando mesmo para muitas empresas portuguesas um lugar de destaque, e Portugal tem condi-ções para manter uma posição de re-levo económico em Angola, apostando neste país inclusivamente como plata-forma para atingir os mercados africa-nos circundantes. O país vai continuar a crescer nos próximos 10 a 15 anos, sendo um mercado de futuro, que os empresários portugueses devem ter em conta e ao qual devem estar atentos, não deixando que outros países conti-nuem a conquistar quota de mercado, ultrapassando Portugal.

em que as empresas portuguesas mais investiram no ano de 2013 (80,5 por cento do total), seguindo-se a área da construção (18 por cento), educação, TI, logística alimentar e farmacêutica.

“Angola é um mercado que oferece inúmeras oportunidades, ocupando mesmo para muitas empresas portuguesas um lugar de destaque, e Portugal tem condições para manter uma posição de relevo económico em Angola, apostando neste país inclusivamente como plataforma para atingir os mercados africanos circundantes.”

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DESTAQUE - MERCADOS

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BRASILA MAIOR ECONOMIA DA AMÉRICA LATINA Com 200 milhões de habitantes, o Brasil é a primeira economia da América Latina e ocupa o sétimo lugar no ranking das maiores economias mundiais. Para Portugal, é um importante mercado para as exportações portuguesas e também em termos de investimento.

As reformas económicas desenvolvidas nos últimos anos pelo Governo, a par das condições favoráveis a nível inter-nacional e da implementação de po-líticas sociais, permitiram à economia brasileira atingir taxas de crescimento muito superiores às verificadas nas três décadas anteriores. O Governo brasilei-ro promoveu políticas visando a esta-bilidade macroeconómica e, uma vez alcançada essa estabilidade, preten-deu acelerar o crescimento económico através de um ambicioso programa de investimentos públicos que contempla, sobretudo, as infra-estruturas, o meio ambiente e a energia.

Apesar das medidas destinadas a es-timular a economia, com a queda do crescimento do PIB da China e da UE, o aumento do PIB em 2013 foi de 2,3 por cento. Para 2014, o Economist In-telligence Unit (EIU) e o Fundo Mone-tário Internacional (FMI) estimam que o PIB brasileiro cresça apenas 1,8 por cento, em linha com o abrandamento do investimento e do consumo priva-do. A desvalorização da moeda tem contribuído para o aumento das expor-tações, contudo, nos próximos anos, a diminuição da procura chinesa e as difi-culdades de acesso ao crédito não irão permitir um crescimento do PIB como na última década.

A política intervencionista do Governo e a sua gestão macroeconómica tem diminuído a confiança dos investidores. Apesar disso, o investimento deverá

crescer a uma taxa superior à do PIB a partir de 2015, atraído pelas oportuni-dades do mercado, pelo programa de concessão de infra-estruturas e pela exploração das reservas petrolíferas na vasta área pré-sal (área que se situa sob uma profunda camada de rocha salina, e que forma uma das várias camadas rochosas do subsolo marinho; as reser-vas no litoral do Brasil são as maiores

– superiores a 50 mil milhões de barris – e mais profundas onde alguma vez foi detectada a existência de petróleo). Entre 2014 e 2018, estima-se que o in-vestimento estrangeiro no Brasil repre-sente, em média, 2,8 por cento do PIB.

Comércio e investimentoO Brasil é uma economia pouco aber-ta, mas relevante no contexto do co-mércio mundial, ocupando, em 2012

“As reformas económicas desenvolvidas nos últimos anos pelo Governo, a par das condições favoráveis a nível internacional e da implementação de políticas sociais, permitiram à economia brasileira atingir taxas de crescimento muito superiores às verificadas nas três décadas anteriores.”

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DESTAQUE - MERCADOS

// Junho 14 // Portugalglobal26

(último ano disponível), a 22ª posição do ranking de exportadores e importa-dores, com quotas de 1,32 por cento e 1,26 por cento, respectivamente.

A balança comercial apresenta saldos positivos desde 2001, sendo que en-tre 2009 e 2013, as exportações do país registaram um crescimento médio anual de 13,3 por cento, enquanto as importações tiveram um acréscimo mé-dio de 18,2 por cento, a que não são alheios os fracos valores alcançados em 2009, em ambos os fluxos.

Na sequência das expectativas de cres-cimento da economia brasileira, man-ter saldos positivos na balança comer-cial constitui uma grande preocupação para o Governo. Para 2014 as previsões do EIU apontam para aumentos de 5,8 por cento para as exportações e de 2,8 por cento para as importações.

Em termos de parceiros comerciais, a China destaca-se como principal clien-te do Brasil, seguindo-se os EUA, na 2ª posição, a Argentina, os Países Baixos e o Japão.

Por regiões de destino das exportações brasileiras, destaque para a Ásia, para onde, em 2013, as vendas registaram um crescimento de 0,7 por cento face ao ano anterior, o que coloca esta re-gião na primeira posição de mercado comprador de produtos brasileiros, su-perando largamente a América Latina e as Caraíbas, e a União Europeia. Por outro lado, começa também a tornar-se evidente o interesse crescente do Brasil por África, concretamente os ca-sos do Egito, da África do Sul, de An-gola, da Argélia e da Nigéria.

Portugal tem uma posição muito redu-zida no ranking de clientes (caiu para a 47ª posição em 2013), verificando-se uma descida do peso relativo no último ano, não indo além de 0,4 por cento da quota do mercado.

Relativamente aos principais países for-necedores, em 2013 a China manteve-se no topo da lista, consolidando pelo segundo ano consecutivo esta posição. Os EUA surgem no 2º lugar, com uma quota de 15,1 por cento, seguidos pela Argentina, Alemanha e Coreia. A União

Europeia no seu conjunto diminuiu ligei-ramente a sua quota enquanto fornece-dor do Brasil de 21,4 por cento em 2012 para 21,2 por cento em 2013. Portugal, em 2013, desceu 5 lugares no ranking de países fornecedores e a sua quota diminuiu para 0,4 por cento.

Relacionamento económico com Portugal Para Portugal, as relações comerciais com o Brasil revestem-se de grande importância, quer pelos laços históricos existentes, quer pelo actual posiciona-mento mundial deste mercado. Entre 2009 e 2013, o Brasil passou de 11º a 10º cliente de Portugal, representando as vendas para este mercado 1,6 por cento do total exportado em 2013 (0,9 por cento em 2009).

Segundo o INE, as exportações por-tuguesas de bens para o Brasil atingi-ram 744,2 milhões de euros em 2013, quando o valor médio das exportações nos quatro anos anteriores tinha ron-dado os 499 milhões de euros. As im-portações do Brasil atingiram os 831,9 milhões de euros em 2013 e o valor médio dos quatro anos anteriores apro-ximou-se de 1,2 mil milhões de euros.

Em 2013, da estrutura das exportações portuguesas para o Brasil, por grupos de produtos, destacam-se os produtos agrícolas, as máquinas e aparelhos e os metais comuns que, no seu conjunto, representaram 62,9 por cento das nos-sas vendas para este mercado.

Em relação à estrutura das nossas im-portações do Brasil, em 2013, desta-cam-se os grupos de produtos agríco-

“A desvalorização da moeda tem contribuído para o aumento das exportações, contudo, nos próximos anos, a diminuição da procura chinesa e as dificuldades de acesso ao crédito não irão permitir um crescimento do PIB como na última década.”

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DESTAQUE - MERCADOS

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las, de combustíveis minerais e de pro-dutos alimentares. Estes três grupos de produtos representaram cerca de 73,1 por cento do total importado do Brasil.

Nos serviços, e num conjunto de 56 mercados, o Brasil foi o 7º maior clien-te de serviços portugueses em 2013. Como fornecedor, o Brasil ocupou o 9º lugar do ranking em 2013, represen-tando 3,1 por cento do total importado por Portugal.

Os dados do Banco de Portugal revelam que, nos últimos 20 anos, a balança co-mercial de serviços foi tradicionalmen-te favorável a Portugal, à excepção do ano de 2003, atingindo um excedente na ordem dos 771 milhões de euros em 2013 e consequentemente uma taxa de cobertura elevada (332,5 por cen-to, a mais alta do período de 2009 a 2013). Desde 2009 que as exportações de serviços têm aumentado de forma contínua, ultrapassando a barreira dos mil milhões de euros em 2012.

No período de 2009 a 2013, o Brasil continuou a ser um dos importantes destinos do investimento directo de Por-tugal no estrangeiro (IDPE), chegando a representar, em 2010, mais de 17 por cento do total do investimento bruto realizado por Portugal no estrangei-ro, a taxa mais elevada dos últimos 15 anos. Convém salientar que o Brasil foi o primeiro mercado de destino do inves-timento português no final da década de 90 e início de 2000 e, após algumas oscilações ao longo do tempo, alcançou os lugares de topo nos últimos anos.

Em relação ao investimento directo brasileiro em Portugal, verifica-se que nos últimos três anos este teve uma dimensão mais reduzida face aos anos anteriores, sendo de realçar o ano de 2010 em que o mesmo representou 4,6 por cento do investimento directo estrangeiro (IDE) em Portugal.

De acordo com os dados do Banco de Portugal para o período de 2009 a 2013, o investimento bruto brasileiro em Portugal atingiu os 1,8 mil milhões de euros em 2010, valor recorde face ao histórico dos últimos 15 anos e face à média de investimento bruto realiza-

do nos restantes anos do período em análise (176 milhões de euros).

Do investimento brasileiro em Portu-gal, destaca-se o da Embraer, que tem vindo a impulsionar o desenvolvimen-

O investimento bruto português no Brasil ao longo do período de 2009 e 2013, registou também oscilações, atingindo perto de 1,7 mil milhões de euros em 2010, um montante superior a qualquer dos registos anuais verifica-dos a partir do ano de 2002.

Existem muitos exemplos de investi-mentos portugueses no Brasil, nome-adamente no sector do turismo, dos quais se destacam os desenvolvidos pelo Grupo Vila Galé, pelo Grupo Es-pírito Santo, pelo Grupo Pestana, pelo Aquiraz Golf & Beach Villas, pelo Gru-po Dom Pedro e pelo Solverde. Para além dos investimentos já referidos na área do turismo, apontamos outros realizados por empresas portuguesas que, pela sua importância, merecem destaque: a hidroeléctrica de Peixe Angical (no Estado do Tocantins) cuja construção foi da responsabilidade da EDP Energias do Brasil em parce-ria com a estatal Furnas, constituin-do uma grande obra infra-estrutural. Mais recentemente, novos investimen-tos da EDP e da GALP avolumam esta área de internacionalização.

Fonte: AICEP – Brasil, Ficha de Mercado, Maio 2014

to de um cluster aeronáutico no nosso país e ainda outros investimentos que devem ser relevados, tais como a CSN-Companhia Siderúrgica Nacional, a Weg Motores, a Marcopolo, o anterior investimento da Embraer nas OGMA, a Odebrecht, a Camargo Correa e a Haco (etiquetas), entre outros.

O Brasil considera Portugal a porta de entrada para a União Europeia, tendo demonstrado interesse em várias em-presas públicas inseridas no processo de privatizações.

“Na sequência das expectativas de crescimento da economia brasileira, manter saldos positivos na balança comercial constitui uma grande preocupação para o Governo.”

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Cabo Verde é uma pequena economia aberta e muito terciarizada, onde os serviços, com destaque para o turismo, representam cerca de 75 por cento do PIB, sendo a base produtiva da indús-tria pouco desenvolvida e essencial-mente ligada aos sectores das pescas, têxteis e calçado.

O estudo da Espírito Santo Research de-fende, no entanto, que a economia de Cabo Verde tem inequivocamente con-dições para se afirmar como um parcei-ro estratégico, em particular na região em que se insere, potenciando os meios

CABO VERDEPLATAFORMA ESTRATÉGICA PARA A ÁFRICA OCIDENTAL

Cabo Verde é uma pequena economia aberta, onde os serviços, com destaque para o Turismo, representam cerca de 75 por cento do PIB. A política de diversificação da economia que o governo cabo-verdiano tem vindo a promover confere ao arquipélago potencialidades para se tornar uma plataforma de serviços para toda a região da África Ocidental.A conclusão é da Espírito Santo Research (BES), cujo estudo “Cabo Verde – Internacionalização e Desenvolvimento” apresentamos neste artigo.

humanos de que dispõe, explorando a sua privilegiada localização geográfica (no centro de importantes rotas comer-ciais que ligam a África e a Europa aos mercados da América do Sul e da Amé-rica do Norte), aprofundando a sua inte-gração económica regional, capitalizan-do os investimentos em infra-estruturas (portuárias, logísticas, comunicações, turísticas e energéticas) já efectuados e previstos, e beneficiando de um clima de estabilidade e segurança.

Apesar de ter sido severamente afec-tada pela crise financeira internacional,

com reflexo ao nível da captação de in-vestimento externo, nas remessas dos emigrantes e do crescimento das recei-tas do turismo, a economia de Cabo Verde deverá experimentar uma ligeira recuperação do crescimento em 2014, reflectindo a melhoria generalizada da conjuntura económica dos principais países parceiros e também as medidas contra cíclicas de natureza expansio-nista que têm caracterizado os últimos exercícios orçamentais.

Além disso, o Governo de Cabo Verde tem visto serem reconhecidos, quer pelo

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DESTAQUE - MERCADOS

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Fundo Monetário Internacional, quer pelo Banco Africano de Desenvolvimen-to, os esforços desenvolvidos no sentido de relançar a economia do país, apos-tando na sua diversificação, na dinami-zação do sector privado e no reforço da integração regional no quadro da CEDE-AO – Comunidade Africana para o De-senvolvimento da Economia Ocidental.

Depois de um processo de abrandamen-to verificado tanto ao nível do consumo privado como do investimento, derivado do contexto económico mundial recessi-vo, sobretudo na Zona Euro, com impac-to nos fluxos de investimento estrangei-ro, bem como na evolução do crescimen-to em diversas economias com relações estreitas com Cabo Verde (Portugal e Es-panha representam mais de 50 por cento das relações comerciais do arquipélago com o exterior), as perspectivas para a economia cabo-verdiana são favoráveis.

também prevê uma componente social, o desenvolvimento de capital humano e intervenções em sectores específicos para aumentar a competitividade.

Para a Espírito Santo Research, o sector do turismo continuará a ser o motor da economia cabo-verdiana. Contudo, para que os mercados internacionais coloquem Cabo Verde no mapa dos principais destinos turísticos mundiais deverão ser efectuados esforços de for-ma a inverter a insuficiente prestação de cuidados de saúde privados e a me-lhorar as infra-estruturas relativas ao fornecimento de água potável e ener-gia eléctrica, entre outras.

O futuro do turismo cabo-verdiano continuará a estar dependente do segmento Sol & Mar, mas Cabo Verde deverá apostar numa oferta de maior sofisticação e grau de abrangência através do lançamento de outros pro-dutos turísticos (turismo residencial, oceânico, golfe e corporate) que per-mitirão captar novos mercados.

Comércio internacional e investimentoPortugal tem sido o principal parceiro comercial de Cabo Verde, e ocupa a primeira posição enquanto fornecedor

e a segunda como cliente. Em 2013, a Espanha surge como o principal parcei-ro comercial no que concerne às expor-tações de mercadorias cabo-verdianas, com uma quota de 67 por cento, com destaque para a exportação de peixe, crustáceos e preparados de peixe. Por-tugal representou, em 2013, uma quo-ta de 51,3 por cento das importações cabo-verdianas de bens. Seguiu-se a Espanha (10,1 por cento), o Brasil (4,5 por cento), e a China (4 por cento).

Relativamente às exportações, a gran-de maioria concentra-se na fileira do pescado – 43 por cento exportações de peixe e 38 por cento de preparações e conservas de peixe, e 1,8 por cento de crustáceos –, seguindo-se o calçado (7,3 por cento) e o vestuário (t-shirts 2,3 por cento e fatos 2 por cento).

Relativamente aos produtos importa-dos, 19,5 por cento das importações cabo-verdianas, em 2013, foram óleos de petróleo, proveniente principalmen-te da Holanda. Seguiu-se o arroz com a quota de 3,7 por cento e produtos ali-mentares como o leite, carne e açúcar.

Analisando a composição do IDE em Cabo Verde, nos últimos 5 anos (flu-xo), por país de origem, verifica-se que

Esperam-se nos próximos anos cresci-mentos do PIB em torno de 3 por cento a 3,5 por cento, assentes, principalmente, no consumo privado, no investimento e nas exportações de serviços.

Nos próximos anos, os maiores projectos do programa de investimento público irão centrar-se nas infra-estruturas, sen-do que quase 50 por cento estarão rela-cionados com os sectores da energia, da água, dos transportes e da logística ma-rítima. As autoridades têm-se também empenhado no desenvolvimento das pescas, no posicionamento de Cabo Ver-de como hub oceânico e no avanço dos sectores financeiro e de comunicações. O programa de investimento público

“Nos próximos anos, os maiores projectos do programa de investimento público irão centrar-se nas infra-estruturas, sendo que quase 50 por cento estarão relacionados com os sectores da energia, da água, dos transportes e da logística marítima.”

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DESTAQUE - MERCADOS

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Espanha participou com cerca de 36 por cento do IDE, seguindo-se Portugal com uma quota de 12 por cento e In-glaterra com 9 por cento.

Em 2013, as exportações portuguesas para Cabo Verde ascenderam a 271 milhões de euros, correspondendo 75 por cento à exportação de bens. O sal-do comercial entre os dois países foi superavitário para Portugal, no valor de 188 milhões euros. Não obstante as ex-portações portuguesas de bens e servi-ços para Cabo Verde terem aumentado apenas um por cento em 2013, Portu-gal viu reforçada a sua posição desta-cada de principal fornecedor, com um aumento de quota de 30 por cento, em 2012, para 33 por cento, em 2013.

Cabo Verde é um importante parcei-ro comercial de Portugal, sendo o 3º maior cliente do nosso país no contex-to dos países africanos de língua oficial portuguesa. Portugal ocupa igualmen-te um lugar cimeiro entre os investido-res estrangeiros em Cabo Verde.

A presença portuguesa abrange pratica-mente todos os sectores da economia, com especial relevância nas áreas da construção, banca e seguros, turismo e hotelaria, comunicações, consultoria, indústria transformadora e comércio.

Oportunidades de negócio em cabo verdeA Espírito Santo Research destaca al-guns sectores de oportunidade em Cabo Verde:

Sector agrícola

A introdução gradual de novas tecno-logias e os investimentos efectuados

pelo Governo no campo abrem interes-santes possibilidades de investimento neste sector: produção de hortaliças, frutas e legumes frescos; produção e comercialização de chás e ervas aromá-ticas; produção de derivados de cana para exportação (como aguardente, mel e ponche); floricultura.

Sector da Pesca

Cabo Verde tem um mar rico e diversifi-cado em termos de espécies marítimas, registando-se um aumento da procura quer no mercado interno (devido, no-

ção de cabras de raça melhorada para produção de leite e derivados; suini-cultura; indústria de abate de animais, corte, embalagem e comercialização de carne; aviários; produção e comer-cialização de ração animal e materiais para avicultura; criação de aves e ani-

meadamente, ao crescimento do sec-tor turístico) quer no mercado externo, e esse quadro cria condições bastante favoráveis à implementação de inicia-tivas empresariais nesta área. Como oportunidades, podem elencar-se: cria-ção de atum em cativeiro; criação de marisco (camarão e lagosta); comercia-lização de iscas e acessórios de pesca; construção e venda de barcos e botes.

Sector da Pecuária

Actividade incipiente em Cabo Verde, apresenta oportunidades como: cria-

mais “exóticos”; consultoria e assistên-cia técnica especializada no sector.

Sector industrial

A produção industrial começa a dar sinais de dinamismo e diversificação, podendo apontar-se como oportunidades os se-guintes sectores: produção de energia renovável; extracção e produção de cal; produção e comercialização de tintas e vernizes; fabricação de portas e janelas de alumínio; fabricação de mobiliário do-méstico; indústria cerâmica; montagem de computadores e relacionados; indús-tria de confecções; indústria metalome-cânica; extracção e refino de sal para o mercado interno e externo.

Sector dos Serviços

A economia cabo-verdiana é baseada fortemente no sector de serviços, com os serviços relacionados com a indús-tria do turismo a assumirem um papel de destaque, na esteira do crescimen-to do fluxo de turistas para o país e do dinamismo da imobiliária turística. Destacam-se as oportunidades nas se-guintes áreas: serviços de suporte ao turismo; serviços de comunicações; serviços de transporte marítimo e aé-reo; serviços de transporte terrestre especializado; serviços privados de saúde; distribuição.

“A presença portuguesa abrange praticamente todos os sectores da economia, com especial relevância nas áreas da construção, banca e seguros, turismo e hotelaria, comunicações, consultoria, indústria transformadora e comércio.”

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Ao contrário de outros países do con-tinente, nesta fase de arranque da sua economia, Moçambique conta com o enorme potencial que oferece os seus imensos recursos minerais depositado no seu território – terreste e marítimo. As abundantes jazidas de carvão e de gás natural constituem sem dúvida po-derosos veículos de crescimento econó-mico no futuro mais próximo, servindo de locomotiva às restantes actividades económicas, que deste modo geram mais riqueza, mais emprego e mais oportunidades de negócio.

Neste sentido, o desafio mais imediato que Moçambique enfrenta consiste na

MOÇAMBIQUEUM PAÍS QUE INVESTE NO FUTURONos últimos 10 anos a economia moçambicana tem registado taxas de crescimento robustas, entre 6 e 8 por cento, acima da média dos países Subsarianos. E tudo indica que o dinamismo de Moçambique deverá continuar a superar o das principais economias africanas, oferecendo às empresas boas oportunidades de investimento e de negócio em diferentes áreas dos bens e serviços. A conclusão é do Millennium bcp, cujo estudo “Internacionalização da Economia Moçambicana” aqui apresentamos.

criação de infra-estruturas, como redes de transportes marítimo, ferroviário e ro-doviário, um esforço financeiro que o Es-tado moçambicano deverá alicerçar em parcerias com governos de outros países, com instituições financeiras supranacio-nais e com empresas privadas do sector das matérias-primas, tendo na mira a re-alização de grandes projectos extractivos e o escoamento do respectivo produto.

Contudo, embora sendo inegável a im-portância do sector dos recursos mine-rais, é do sector agrícola e do sucesso de uma “revolução verde” – que garanta a melhoria da produtividade e minore através de infra-estruturas adequadas

os efeitos desastrosos dos caprichos cli-matéricos – que mais depende a melho-ria das condições de vida para a maioria da população moçambicana, cuja maio-ria vive em áreas rurais e depende signi-ficativamente da agricultura.

Relações comerciais A África do Sul e a Holanda são os prin-cipais parceiros comerciais de Moçam-bique, quer em termos de exportação quer em termos de importação. De uma forma geral, estes dois países re-presentaram em 2012 cerca de 46 por cento das exportações moçambicanas e 41 por cento das importações, reve-

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DESTAQUE - MERCADOS

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lando a sua importância no comércio internacional de Moçambique.

Portugal ocupa um lugar no top 10 dos principais fornecedores de Mo-çambique, tendo ocupado o 7º lugar em 2012, apesar de ter recuado face a 2010, ano em que se encontrava em 4º lugar. Em termos de exportações mo-çambicanas, em 2010, Portugal ocupa-va o 3º lugar, tendo descido considera-velmente no ranking em 2011 para o 15º lugar e em 2012 para o 20º lugar.

Em 2012, Moçambique registou um total de exportações de aproximada-mente 3.470 milhões de dólares, colo-cando-o no 120º lugar do ranking das exportações a nível mundial, com uma quota de 0,02 por cento. Relativamen-te às importações, em 2012 ocupou o 126º lugar com cerca de 6.177 milhões de dólares, o que representa uma quo-ta de apenas 0,03 por cento.

Não obstante o peso considerável dos megaprojectos nas trocas comerciais internacionais, tem-se verificado igual-mente um crescimento das exportações e importações moçambicanas, excluindo os megaprojectos. Apesar do forte ritmo de crescimento médio anual das expor-tações (15 por cento), estas são ainda muito reduzidas, apoiadas sobretudo em produtos agrícolas como o açúcar, o al-godão, o camarão e a castanha de caju, cuja produção depende muito de facto-res climáticos. As importações, excluindo os megaprojectos, registaram um cres-cimento médio anual de 13 por cento, impulsionadas, entre outras razões, pelo aumento acentuado das importações de equipamentos e matérias-primas como resultado do investimento. Em 2012, as exportações moçambicanas foram do-minadas essencialmente pelo alumínio (31 por cento) e pelos combustíveis e óleos minerais (28 por cento), incluindo a energia eléctrica, gás e óleos de petróleo, representando quase 60 por cento das exportações totais moçambicanas.

IDE portuguêsPortugal está incluído na lista de paí-ses que mais investe em Moçambique, justificado pela herança histórica e pela afinidade cultural, tendo ocupado o 12º lugar no ranking mundial em 2012,

embora o Brasil tenha sido o principal responsável por IDE em Moçambique.Dados do Banco de Moçambique indi-cam que Portugal registou cerca de 64 milhões de dólares de investimento líqui-do em Moçambique, em 2012, sensivel-mente o mesmo valor de 2011. Tal inves-timento correspondeu a um por cento do IDE total em Moçambique, posicionando Portugal no 12º lugar do ranking, uma descida de 5 posições relativamente a 2011. De 2004 a 2012, Portugal registou cerca de 229 milhões de dólares investi-dos em Moçambique, o que o colocou na 11ª posição do ranking dos maiores investidores durante estes nove anos.

Relativamente ao investimento, a in-dústria regista valores claramente supe-riores aos restantes sectores, revelando o potencial dos recursos naturais (ener-gia e minérios) como impulsionador do crescimento económico em Moçambi-que. Nos últimos anos, Moçambique tornou-se num dos destinos mais pro-curados pelos investidores internacio-nais graças à existência de vastos recur-sos naturais quase inexplorados.

Balança comercial com Portugal A balança comercial luso-moçambicana é tipicamente favorável a Portugal, ten-do registado um saldo de 303 milhões

de euros em 2012 (o mais elevado na última década) que correspondeu a um aumento de 25 por cento relativamen-te a 2011 e a um coeficiente de cober-tura das importações de 551 por cento.

De acordo com os dados apresenta-dos pelo International Trade Center, Moçambique tem aumentado gradual-mente o seu peso no comércio inter-

“As abundantes jazidas de carvão e de gás natural constituem poderosos veículos de crescimento económico no futuro mais próximo, servindo de locomotiva às restantes actividades económicas, que deste modo geram mais riqueza, mais emprego e mais oportunidades de negócio.”

nacional com Portugal, especialmen-te enquanto cliente de Portugal. Em 2013, posicionou-se na 20ª posição do ranking, atingindo os 434 milhões de dólares, o que correspondeu a um au-mento de 17 por cento em relação ao ano de 2012.

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DESTAQUE - MERCADOS

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Enquanto fornecedor de Portugal, o posicionamento moçambicano é pouco relevante, embora tenha registado em 2013 uma ligeira melhoria, atingindo o 58º lugar no ranking dos fornecedores de Portugal, o que corresponde a uma quota de 0,11 por cento, a maior na úl-tima década de relações comerciais en-tre os dois países. Ao longo dos anos, Portugal tem desempenhado um papel relevante enquanto fornecedor de Mo-çambique e também como cliente.

Em 2012, as importações moçambica-nas de Portugal atingiram os 304 mi-lhões de dólares, o que corresponde a um aumento de 35 por cento em rela-ção a 2011, colocando-o na 7ª posição do ranking com uma quota de mer-cado de quase 5 por cento. Por outro

O grupo das máquinas e aparelhos tem sido dominante nas exportações portuguesas para Moçambique, tendo atingido os 120 milhões de dólares em 2013, correspondendo a 37 por cento do total das exportações (um aumento de 11 por cento em relação a 2012). O grupo dos metais comuns ocupa a 2ª posição, com 40 milhões de dólares (12 por cento), seguindo-se os veículos e outros meios de transporte, com 28 milhões de dólares (9 por cento), os produtos alimentares, com 25 milhões de dólares (8 por cento) e os produtos químicos, com 20 milhões de dólares (6 por cento). De entre os sectores com maiores oportunidades para Portugal destacam-se a energia, a construção civil, as obras públicas e a agricultura.

Oportunidades de negócio Atendendo ao processo de desenvolvi-mento do país, existem outras oportu-nidades de negócio nos principais sec-tores de actividade como a agricultura, indústria, energia, infra-estruturas e logística que não se enquadram na ca-tegoria de megaprojetos. Refira-se que o investimento privado realizado em Moçambique, quer nacional quer es-trangeiro, beneficia de um conjunto de incentivos fiscais e aduaneiros e tam-bém do direito à importação de capital, exportação de lucros e a reexportação do capital investido.

Agricultura

Oferece um leque alargado de opor-tunidades, atendendo ao crescimento das exportações de produtos agrícolas como o milho doce, flores, citrinos, cas-tanha de caju, pimento e paprika para

“Não obstante o peso considerável dos megaprojectos nas trocas comerciais internacionais, tem-se verificado igualmente um crescimento das exportações e das importações moçambicanas.”

mercados competitivos na Europa. O vale do Zambeze destaca-se como uma das localidades privilegiadas para o de-senvolvimento destes projetos.

Indústria

É um dos sectores que mais desafios apresenta pelo seu contributo na cria-ção de valor na economia moçambica-

lado, em 2012 Portugal representou apenas 0,47 por cento do total das exportações moçambicanas, o que re-presenta uma queda da quota em 4,36 por cento, colocando Portugal na 20ª posição do ranking de clientes.

As relações comerciais entre Portugal e Moçambique têm vindo a intensificar-se ao longo dos anos graças ao bom desempenho das exportações portu-guesas para Moçambique, que regis-taram um crescimento médio anual de 22 por cento. De salientar que, segun-do o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2012, um total de 2 677 em-presas exportavam para Moçambique, um aumento de 1.361 empresas em comparação com o ano de 2008. Este aumento contribuiu para o crescimen-to das exportações portuguesas ao lon-go dos últimos anos.

na. A indústria transformadora, a agro-indústria, o alumínio, o aço, o ferro e o carvão são as que mais se destacam nas propostas de investimento.

Infra-estruturas

As estradas, pontes, ferrovias, aeropor-tos, rede portuária, abastecimento de água e energia eléctrica, telecomunica-ções e parques tecnológicos, atendendo ao processo de desenvolvimento de Mo-çambique, ganham um papel crucial na competitividade da economia por via da mitigação de condicionantes estruturais importantes. Sem forma de escoar os produtos, muitos dos quais produzidos no interior (sobretudo nos sectores agrí-cola e mineral) será impossível manter níveis de expansão sustentáveis e garan-tir o progresso social que, a prazo, per-mita erradicar a pobreza e criar prospe-ridade. De uma forma geral, espera-se um crescimento de 13,6 por cento no sector dos transportes e comunicações, alimentado sobretudo pelo desenvolvi-mento dos transportes marítimo (73,4 por cento) e ferroviário (36,5 por cento).

Serviços

Segundo dados do Banco Mundial, o sector terciário tem desempenhado um papel relevante na economia mo-

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DESTAQUE - MERCADOS

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çambicana, apresentando um valor acrescentado perto dos 50 por cento em termos do PIB. De acordo com as estatísticas do Banco de Moçambique, o desempenho da actividade econó-mica moçambicana deve-se, essencial-mente, à dinâmica apresentada pelos serviços, com especial destaque para o transporte e comunicações.

Banca

Moçambique tem um dos sectores fi-nanceiros mais dinâmicos de África, beneficiando de uma economia em forte crescimento. Entre 2005 e 2012 o número de agências bancárias mais do que duplicou, expandindo a cobertura do sistema financeiro de 27 distritos (21 por cento do total) para 63 (49 por cento). O crescimento do crédito e dos depósitos bancários também tem sido evidente nos últimos anos Em 2013, foram ultrapassados os 4 mil milhões de euros em crédito e os 5 mil milhões de euros em depósitos, tendo inclusi-ve o crédito concedido pelo sistema bancário atingido, em 2012, os 29 por cento do PIB.

Comércio

O comércio doméstico e internacional de bens e serviços pode ser crucial no combate à pobreza e permitir o cresci-mento económico sustentável de Mo-çambique. Têm sido vários os esforços de internacionalização de Moçambique através de pacotes e acordos de comér-cio livre. Representando cerca de 11 por cento do PIB (segundo o Banco de Moçambique), o sector do comércio é caracterizado por um mercado pouco organizado, e apesar de existirem algu-

mas cadeias de dimensão considerável, a rede de distribuição comercial é ain-da pouco desenvolvida, dado o baixo poder de compra da maioria da popu-lação moçambicana, quer nas zonas rurais quer nas zonas urbanas.

“As relações comerciais entre Portugal e Moçambique têm vindo a intensificar-se ao longo dos anos graças ao bom desempenho das exportações portuguesas para Moçambique, que registaram um crescimento médio anual de 22 por cento.”

EducaçãoO Governo pretende reduzir o anal-fabetismo, dando particular atenção às mulheres, e expandir quer o ensi-no secundário geral, quer o acesso ao ensino superior, de forma a garantir a

TurismoDesempenha um papel cada vez mais importante na economia moçambica-na, em grande parte graças ao cresci-mento do investimento realizado nos últimos anos. A atracção de IDE é uma prioridade para o desenvolvimento do sector turístico, que o Governo mo-çambicano considera como um dos pontos-chave para o desenvolvimento económico e social do país e também para o combate à pobreza. O número

sua qualidade e sustentabilidade e fa-zer face às necessidades de desenvol-vimento do país. Numa perspectiva de internacionalização, têm sido vários os acordos estabelecidos entre as univer-sidades portuguesas e as moçambica-nas, de forma a fazer face à crescente necessidade de mão-de-obra qualifica-da em Moçambique, nomeadamente no domínio da ciência e da tecnolo-gia, com a formação de investigadores científicos ao nível de mestrados e de doutoramentos para desenvolverem actividades em investigação.

de turistas tem aumentado significati-vamente, atingindo os 2,1 milhões em 2012, representando um valor de 250 milhões de dólares e aumentando 11 por cento face ao ano anterior. A bio-diversidade, a vida selvagem, a floresta tropical, os rios, os lagos e as praias as-sociadas a cidades ao longo do litoral, ao mosaico cultural e à bonomia da população moçambicana constituem argumentos favoráveis à criação de condições sustentáveis para que Mo-çambique se transforme num destino inquestionável de turismo, com uma situação privilegiada e competitiva no mercado turístico africano.

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A economia santomense é de pequena dimensão, pouco diversificada e muito dependente da exportação de cacau, cujo preço internacional tem baixado, realidade que se agravou com a persis-tência da crise global dos últimos anos, que tem prejudicado a economia local devido à suspensão de investimentos estrangeiros previstos.

Pese embora a conjuntura externa des-favorável, a actividade do país tem sido impulsionada pelos sectores de trans-portes, construção e obras públicas e pelo pequeno comércio. Na realidade, a aceleração do crescimento do pro-duto interno santomense, patente na última década, assentou no dinamismo do sector da construção, do turismo e de outros serviços.

Embora entre 2000 e 2010 o cresci-mento da economia tenha passado por períodos de forte oscilação, com a expansão da construção e do turismo e a perspectiva de início da exploração do petróleo, nos últimos dez anos o produto santomense registou um cres-cimento real médio de 5,2 por cento ao ano, acima dos 4,8 por cento da média anual dos países da África Subsaariana.

A actividade comercial não só não está ainda devidamente estruturada como a população tem pouco poder de com-pra, dificultando a insularidade as rela-

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPEUM MERCADO COM BOM POTENCIAL

A persistência da crise na zona euro e as modificações políticas no Norte da África, bem como o adiamento da exploração do petróleo, ainda em fase de prospecção, têm afectado a agenda de desenvolvimento de São Tomé e Príncipe. O seu panorama económico vai depender da resiliência da economia e de outras alternativas de desenvolvimento. O arquipélago, que detém recursos pouco explorados, oferece oportunidades à exportação, ao investimento e aos negócios em várias áreas da economia, a qual assenta na agricultura, nalgumas unidades transformadoras, no comércio e no turismo. Damos a conhecer aqui as principais conclusões do estudo “São Tomé e Príncipe – Oportunidades e Potencial de Desenvolvimento”, elaborado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) para a Conferência “Internacionalização das Economias”.

ções comerciais com os países vizinhos, e o custo de transporte é elevado.

Nos últimos anos tem-se desenvolvido o turismo mas o impacto deste sector não é muito visível na balança externa do país por duas razões: as receitas geradas são insuficientes e a actividade do sector e os novos investimentos turísticos pe-sam na importação de bens e serviços.

A actividade industrial não é significati-va na economia do país. É pouco diver-

sificada, de baixa produção e com um número limitado de pequenas e médias empresas, dedicadas ao ramo alimen-tar, à transformação de madeira, cons-trução de móveis, construção naval e metalomecânica. Há também indús-trias ligeiras de produção de cerâmica, fabrico de tijolos, confecções e outras.

Assim, a abrandamento na agricultura tem sido compensado pelo acréscimo da actividade noutros sectores, tendo o sector terciário, entre 2008 e 2011,

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crescido, em média, 6 por cento ao ano e, em 2011, representou 57,5 por cen-to do produto interno. Esta progressão foi impulsionada pelo comércio, trans-porte, armazenagem e comunicações e pela administração pública. Em 2012 e 2013 o crescimento real do PIB mante-ve-se nos 4 por cento, apoiado no in-vestimento estrangeiro e na actividade do turismo, agricultura e construção.

Seja como for, o país continua muito dependente da ajuda internacional e pouco resistente a choques externos. Para minimizar o impacto destes facto-res sobre a economia local, as autori-dades santomenses têm implementado medidas de controlo da despesa pú-blica e o aumento das receitas fiscais, com o objectivo de baixar o défice glo-bal para um dígito.

O esforço de consolidação orçamental tem sido no entanto dificultado pelo arrefecimento da economia, pela ma-nutenção de uma base tributária redu-zida e pela persistência de atrasos na cobrança de impostos sobre a importa-ção de combustíveis.

Estrutura produtivaA agricultura é maioritariamente de sub-sistência e emprega mais de um terço da população. O cacau é a cultura principal do país e representa mais de 80 por cen-to do total das exportações são-tomen-ses. O café, o côco, as flores, a pimenta e outras especiarias mantêm um peso reduzido nas vendas do arquipélago ao exterior. O cultivo de tubérculos, feijão, batata, frutos e legumes fornece boa parte da dieta alimentar dos residentes. A produção de gado satisfaz as necessi-dades alimentares da população.

A natureza das exportações santomen-ses, muito concentradas no cacau, reflec-te-se também nos países de destino dos produtos locais, um núcleo muito restrito que se manteve constante na última dé-cada, centrado nos Países Baixos, Bélgica, França, Portugal e Angola, embora com alguma variabilidade anual relativa entre eles. Neste âmbito destaca-se a evolução dos Países Baixos, que passaram de uma proporção de 10,9 por cento nas expor-tações santomenses, em 2010, para um lugar cimeiro em 2011 e 2012, respecti-

vamente com 37,4 por cento e 38,8 por cento de quota.

Relações com Portugal O relacionamento comercial bilate-ral tem sido historicamente favorável a Portugal. As principais exportações portuguesas abrangem uma grande diversidade de sectores económicos e evidenciam bons níveis de crescimento num mercado onde existem quotas de mercado muito expressivas.

As relações comerciais entre Portugal e São Tomé e Príncipe assumem algum significado na vertente das exportações portuguesas para o país. Entre 2009 e 2013, o mercado são-tomense teve uma posição estável no ranking dos países de destino, em torno do 54.º lugar. Enquan-to fornecedor de Portugal, o arquipélago

das importações são-tomenses, sendo este país o maior fornecedor de combus-tíveis para o arquipélago. Entretanto o leque de países que exportam para São Tomé e Príncipe tem-se diversificado e in-clui o Japão, a China, a França e os Países Baixos, cada um com valores transaccio-nados crescentes e inferiores a 2,5 por cento de quota individual. Entre 2005 e 2013, as exportações portuguesas para São Tomé e Príncipe cresceram, com excepção dos anos de 2009 e de 2012, que registaram desci-das ligeiras inferiores a 3 por cento. No ano transacto, as exportações já atingi-ram o valor máximo de 50,5 milhões de euros, equivalentes a um acréscimo de 9,1 por cento face a 2012. Nos meses de Janeiro a Abril do ano corrente, as importações provenientes de São Tomé foram de 45 mil euros, o valor mais bai-xo face ao período considerado.

Entre as maiores exportações de Portugal para São Tomé e Príncipe podem identifi-car-se seis casos com quotas de mercado acima de 70 por cento – vinhos de uvas frescas (78,7 por cento), águas, incluídas as minerais, gaseificadas e aromatizadas (84,1 por cento), sabões e produtos or-gânicos para lavagem da pele (75,8 por cento), açúcares de cana ou de beterraba (70,8 por cento), legumes de vagem, se-cos, em grão (82,7 por cento) e massas alimentícias (80,1 por cento).

Desde 2010, Portugal assume a posição de parceiro comercial principal de São Tomé e Príncipe, a nível das importações do arquipélago. Entre 2008 e 2012, as exportações portuguesas representa-ram, em média, 58 por cento das aqui-sições mundiais santomenses. Em 2012, a posição de Portugal (52 por cento), equivale ao dobro das importações efectuadas a Angola (22,5 por cento) e muito distante da terceira posição (3,4 por cento) ocupada pela Bélgica.

As trocas comerciais de serviços entre Portugal e São Tomé e Príncipe são pou-co expressivas e o arquipélago ocupa, entre 2009 e 2013 e em média, o 45.º lugar como destino das exportações portuguesas e o 50.º lugar no ranking dos países fornecedores de serviços a Portugal. À semelhança do que se veri-fica no comércio bilateral de bens, o sal-

não teve relevância e ocupa, em média, o 147.º lugar entre os parceiros que ven-dem bens e serviços ao país luso.

Exceptuando o peso das vendas portu-guesas de arroz, que representam cerca de 16 por cento das aquisições santo-menses, as relações comerciais bilaterais demonstram bons níveis de presença por-tuguesa no grupo de bens com posições cimeiras na estrutura das exportações portuguesas. A maior parte das transac-ções refere-se a bens de consumo.

No período entre 2006 e 2012, Portugal teve sempre uma posição dominante como fornecedor do arquipélago, com uma quota superior a 55 por cento, se-guido por Angola com 21,9 por cento

“Nos últimos anos tem-se desenvolvido o turismo mas o impacto deste sector não é muito visível na balança externa do país por duas razões: as receitas geradas são insuficientes e a actividade do sector e os novos investimentos turísticos pesam na importação de bens e serviços.”

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DESTAQUE - MERCADOS

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do das transacções bilaterais de serviços é tradicionalmente favorável a Portugal, embora com evolução instável.

Segundo elementos do Banco de Por-tugal relativos à estrutura do comércio de serviços de Portugal com São Tomé e Príncipe, a componente das viagens e turismo representava 23,9 por cento do total, em 2013, verificando-se uma tendência decrescente contínua desde 2007, ano em que tinha atingido 51 por cento, o peso mais elevado das ex-portações totais de serviços de Portugal para o arquipélago.

Enquanto destino do investimento di-recto português no estrangeiro, São Tomé e Príncipe ocupava a 30.ª posição, em 2013, tendo-se verificado uma me-lhoria contínua desde 2009, de acordo com os dados do Banco de Portugal.

Em 2007 e 2013, o investimento direc-to português no mercado santomense atingiu um valor médio anual de 3,2 milhões (montante bruto), acompa-nhado por valores semelhantes de desinvestimento, e somente em 2013 se constata um investimento líquido positivo de 3,7 milhões de euros. Os sectores de maior investimento são a construção e as atividades financeiras.

Entre 2007 e 2011 o investimento de São Tomé e Príncipe em Portugal não ultra-passou 66 mil euros, emitidos em 2009, pelo que não tem expressão no stock do investimento estrangeiro do nosso país.

Oportunidades de negócio

Agricultura

Nos últimos anos, observa-se uma ten-dência positiva para exportar novos pro-dutos, como é o caso da pimenta e da baunilha. Há espaço para desenvolver um “nicho de mercado” associado à produção de culturas tropicais biológicas, como é o caso do café arábico, das frutas tropicais e das flores. A rosa de porcela-na, uma flor tropical, está a ser cultivada na Roça São José para venda ao exterior.

Pesca

É a principal actividade das comunida-des costeiras e tem papel importante na geração de emprego e no rendimen-

to das famílias. Esta actividade contri-bui com 4,7 por cento para o produto e emprega cerca de 15 por cento da população activa. Além do atum há múltiplas espécies piscícolas de valor económico elevado: mariscos diversos, corvina, garoupa, pargo, cherne, ba-dejo, cachucho, carapau e outros. As autoridades vendem licenças para pes-ca industrial a entidades sedeadas nos países da União Europeia e no Japão.

TurismoNo espaço insular, o turismo benefi-cia das atracções naturais da fauna, flora, paisagem, recursos marinhos e cultura local, bem como de paz social e uma população acolhedora, elemen-tos facilitadores da actividade turística. Embora em crescimento, a promoção

A segunda posição cabe aos angolanos e a terceira aos franceses. Os excursio-nistas de cruzeiro são maioritariamente norte-americanos.

Energia

O abastecimento de electricidade ain-da não consegue satisfazer as necessi-dades das populações e das empresas. Os objectivos para o sector energético passam pelo investimento em projec-tos de geração de energia eléctrica com recurso a energias renováveis: so-lar, hídrica e eólica.

Formação profissional

A formação profissional e técnica insufi-ciente dos recursos humanos é transversal aos vários sectores da actividade econó-mica, o que dificulta a integração dos jo-

internacional e o número de unidades de alojamento são limitados, encon-trando-se o alojamento repartido por hotéis, residências, casas das roças e moradias turísticas. Entre os turistas eu-ropeus, 35 por cento são portugueses.

vens no mercado de trabalho profissional e coloca um desafio para a estabilidade e prosperidade económica. A formação profissional orientada para os sectores de actividade constitui uma oportunidade de investimento e de cooperação.

Sector financeiro

O sistema financeiro do arquipélago é constituído por diversas entidades, re-presentando os bancos comerciais cerca de 98 por cento do mercado financeiro e as seguradoras os restantes 2 por cento. O sistema bancário tem grande partici-pação de capital estrangeiro, com uma proporção significativa de capital público nacional no maior banco local. O sistema bancário de São Tomé e Príncipe encon-tra-se numa fase de desenvolvimento, não há mercado de capitais e o mercado interbancário é ainda limitado.

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DESTAQUE - MERCADOS

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Tratando-se de um dos mais jovens países do mundo, Timor-Leste tem em mãos a difícil tarefa de reconstruir o país, desde a sua independência, em 2002, e após mais de 400 anos de colonização e 24 anos de ocupação indonésia.

De acordo com o estudo da CGD “Ti-mor-Leste – Oportunidades e potencial de desenvolvimento”, o país enfrenta enormes desafios: muitos cidadãos vivem em situações de pobreza, sem condições de habitação, cuidados de saúde, nutrição, educação, água potá-vel e saneamento adequado ou infra-estruturas de base, incluindo estradas e outros meios de comunicação. Três quartos da população timorense resi-dem nas áreas rurais e dependem de algum tipo de actividade agrícola para a sua sobrevivência.

Com uma economia assente na agri-cultura e na exploração de petróleo, Timor-Leste é, no entanto, um destino de interesse para investidores de dife-rentes origens, com oportunidades de negócio associadas à reconstrução do país, estando próximo de mercados de grande dimensão, como são o caso de Singapura, Malásia, Tailândia, Indoné-sia e Austrália.

O estudo considera que o desenvolvi-mento rural, baseado na agricultura e nas actividades agro-alimentares, pode reduzir a pobreza dos residentes e me-lhorar a segurança alimentar do país.

TIMOR-LESTEOPORTUNIDADES E POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO

Com uma economia onde o petróleo desempenha um papel fundamental, Timor-Leste é um destino de interesse para os investidores externos, com oportunidades de negócio associadas à reconstrução do país.Conheça as principais conclusões do estudo sobre “Timor-Leste – Oportunidades e potencial de desenvolvimento”, elaborado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) para a Conferência “Internacionalização das Economias”.

A exploração do petróleo é outro eixo fundamental e determinante para fi-nanciar o desenvolvimento da econo-mia timorense. O turismo apresenta igualmente potencialidades para, no futuro, vir a tornar-se um sector impor-tante para a economia timorense.

Café, petróleo e turismo

O café constitui 80 por cento das ex-portações não petrolíferas de Timor-Leste, num volume anual de 12,5 mil toneladas, estimando-se que cerca de 50 mil famílias dependam desta cultura

Arábica com elevada resistência a mui-tas variedades de ferrugem do cafeei-ro – é um café orgânico de qualidade reconhecido no mercado internacional. Segundo o mesmo documento, há ou-tras colheitas de nicho que podem ser desenvolvidas no país: cacau, noz mos-cada, côco, pimentapreta, caju, avelãs, gengibre o cravo-da-índia.

O território timorense tem um potencial apreciável de recursos naturais, como o ouro, cobre, manganês, prata e crómio. Entre os minerais não metálicos encontra-mse os calcários, o mármore e o fósforo.

O petróleo e o gás natural são, porém, os recursos naturais em exploração com o valor económico mais significa-tivo. Em 2013, as receitas petrolíferas representaram cerca de duas vezes o produto não petrolífero.

para o seu sustento, refere o estudo da CGD. O país exporta menos de 0,2 por cento da oferta mundial de café mas tem a vantagem competitiva de ser o maior produtor de café orgânico do mundo. O “híbrido de Timor” – um en-xerto natural das variedades Robusta e

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DESTAQUE - MERCADOS

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Os recursos do petróleo assumem o papel de motor do desenvolvimento da economia nacional, na medida em que permitem financiar o investimen-to em infra-estruturas e em capital fí-sico e humano, necessários para dina-mizar a actividade económica. A pro-dução de petróleo do território ronda 65 milhões de barris ao ano e, embora modesta por padrões internacionais, é muito significativa face à pequena dimensão da economia, afirma o es-tudo em análise.

Refira-se que Timor-Leste é considera-do a segunda economia mais depen-dente do petróleo, a nível mundial, com reservas conhecidas limitadas.

A diversificação das fontes de receita da economia timorense poderá, no fu-turo, passar pela actividade turística. A beleza natural, a história e o património cultural são recursos potenciais para o desenvolvimento do turismo. As activi-dades culturais dos timorenses têm tra-ços orientais combinados com aspectos da cultura portuguesa, numa simbiose única entre os países da região.

Segundo o estudo em referência, desde a independência, em 2002, foi feito um esforço para preservar o pa-trimónio cultural com a reabilitação e

sagradas nos distritos de Lautém, Oe-cussi, Bobonaro e Ainaro. A escassez de infra-estruturas – abastecimento de água e saneamento, energia, tele-comunicações e transportes terrestres, aéreos e marítimos – têm sido fortes obstáculos ao desenvolvimento da ac-tividade turística.

A reconstrução do país e par da melho-ria das condições de vida da população

O investimento em TimorLeste está em curso e segue o plano de desen-volvimento de infra-estruturas nas áreas de construção de estradas, pontes, habitação, parques eólicos, aeroportos, portos, saúde, educação, entre outros. Em termos de legislação, foram recentemente feitos ajusta-mentos às leis em vigor no sentido de potenciar a promoção dos negócios, e os incentivos e benefícios ao inves-timento privado, local e estrangeiro, encontram-se regulamentados.

O estudo elaborado pela Caixa Geral de Depósitos – que é uma das institui-ções financeiras presentes no território timorense (BNU - Timor) – aponta al-guns sectores de oportunidades num contexto de diversificação da activi-dade económica (não petrolífera), no-meadamente, agricultura e desenvolvi-mento rural, turismo e têxteis.

Relacionamento económico com Portugal Para a CGD, as oportunidades de ne-gócio em Timor-Leste são diversifica-das mas a posição do país no ranking dos parceiros portugueses é pouco expressiva. A balança comercial é his-toricamente favorável a Portugal e as exportações concentramse nos grupos de produtos máquinas e aparelhos eléctricos, livros e jornais, bebidas al-coólicas e obras de ferro ou aço. No grupo de bens mais importados por Timor-Leste e com tendência de pro-cura elevada, Portugal evidencia quo-tas de mercado reduzidas.

Entre 2007 e 2013, as exportações por-tuguesas para Timor-Leste passaram de 1,2 milhões de euros de euros para 7,2 milhões de euros. O número de em-presas a exportar para Timor-Leste au-mentou, de forma contínua, de 52 em 2008 para 146 no final de 2012.

As importações portuguesas de Timor-Leste têm sido quase exclusivamente de café. As importações aumentaram regularmente entre 2007 e 2010, as-cendendo, nesse último ano, a 1,1 mi-lhões de euros, mas voltaram a cair nos anos seguintes tendo, em 2013, regis-tado o valor de 787 mil euros.

tem estado no centro das preocupações das autoridades timorenses que, neste contexto, têm contado com o apoio das Nações Unidas, de outras instituições in-ternacionais e de países amigos.

Conscientes do peso da exploração de petróleo no desenvolvimento da eco-nomia, foi criado, em 2005, um Fundo Petrolífero, à semelhança da experiên-cia da Noruega, que contribui para o orçamento do Estado com a reserva de garantir a equidade inter-geracional no usufruto das receitas. Durante a re-cente crise financeira global, o Fundo Petrolífero foi um dos Fundos Sobera-nos de Riqueza com melhor desempe-nho do mundo.

Em vigor está também o Plano Estra-tégico de Desenvolvimento 20112030 (PED), que visa aumentar o produto interno não petrolífero, criar empregos e melhorar o rendimento dos timo-renses, nas próximas décadas. O PED contempla um conjunto de políticas e projectos para o desenvolvimento do território, a partir dos recursos que o país possui: população jovem, receitas substanciais de petróleo e gás, e poten-cialidades para o turismo que valorizem a beleza natural, cultura e património.

“Com uma economia assente na agricultura e na exploração de petróleo, Timor-Leste é, no entanto, um destino de interesse para investidores de diferentes origens, com oportunidades de negócio associadas à reconstrução do país, estando próximo de mercados de grande dimensão, como são o caso de Singapura, Malásia, Tailândia, Indonésia e Austrália.”

construção de algumas infra-estrutu-ras emblemáticas: a Uma Fukun (Par-lamento Nacional) em Díli e as casas

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EMPRESAS

// Junho 14 // Portugalglobal40

H.O. WINES PAIXÃO POR VINHOS DE QUALIDADE

A paixão da família Horta Osório pela produção de vinhos é muito antiga, mas o investimento no engarrafamento próprio e comercialização de vinhos de qualidade da região do Douro é ainda recente. Com a marca H.O. - Horta Osório Wines, a empresa aposta na internacionalização e colocação dos seus vinhos em mercados de África, Norte da Europa e Ásia.

A família Horta Osório cultiva a vinha e produz vinho, desde o século XVIII, na Região Demarcada do Douro, a mais antiga do mundo, contando ac-tualmente com 55,5 hectares (ha) de vinha, dos quais 15,5 ha correspondem a pequenas parcelas de vinhas velhas.

O actual proprietário, José António Horta Osório, plantou a vinha princi-pal da Quinta em 1942, com apenas 11 anos. Manteve-se sempre ligado às vinhas, sua paixão. Depois de várias dé-cadas, e com um percurso de sucesso na área empresarial, José António Hor-ta Osório decidiu focar também a sua atenção neste projecto vitivinícola. Em 2008, seguindo a sua máxima “quando começamos a investir devemos inves-tir até ao fim”, iniciou a remodelação profunda da vinha ampliando-a com aquisições, dando origem à “Quinta dos Osórios”, com 40 ha.

Até 2009 a produção era encaminha-da para adegas da região, mas a par-tir da vindima de 2010 foi produzido o primeiro vinho da Quinta, o “Co-lheita 2010”, engarrafado e comer-cializado pela Casa Agrícola Horta Osório, SA sob a marca H.O.- Horta Osório Wines.

Produzir vinhos de quinta, “de muito alta qualidade e ambição, vinhos de nicho, com o objectivo de criar nome tanto no mercado nacional, como tam-bém no mercado internacional”, é o objectivo da H.O. Wines, afirma a mes-ma fonte, acrescentando que a empre-sa quer desenvolver “uma nova marca que ajude o Douro e Portugal a serem ainda mais conhecidos pela qualidade do seu vinho”.

Em 2012, a empresa liderada por José António Horta Osório fez um grande investimento na construção de uma adega de raiz no topo da Quinta, de arquitectura contemporânea e per-feitamente integrada na paisagem do Douro, equilibrando o xisto, tão carac-terístico da região, com os mais mo-dernos equipamentos de enologia. Se-gundo fonte da empresa, a adega veio permitir controlar melhor a qualidade e aumentar progressivamente a quan-tidade produzida.

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EMPRESAS

Portugalglobal // Junho 14 // 41

Casa Agricola Horta Osório, S.A.Quinta do Pontão – Cumieira5030 - 046 Santa Marta de Penaguião Portugal

H.O. – Horta Osório WinesAvenida Duque de Loulé, 1101050-093 Lisboa - PortugalTelefone: +351 213 715 870Fax: +351 213 857 805Telm.: +351 913 404 028

[email protected]

www.hortaosoriowines.pt

Por outro lado, a empresa investiu no aumento da capacidade de armaze-nagem, de forma a acompanhar o in-cremento de produção dos próximos

produção irá garantir as necessidades dos clientes já existentes, futuros e na abertura de novos mercados.

No que respeita à estratégia de interna-cionalização, esta passa sobretudo pela participação em feiras, eventos e acções realizadas nos mercados com maior in-teresse, neste momento, para a empre-sa: Africa, Norte da Europa e Ásia.

Igualmente de salientar a participação em concursos internacionais, onde a HO Wines tem recebido diversas dis-tinções: 20 medalhas com os vinhos tintos de 2011 (quatro de bronze, onze de prata e cinco de ouro). Foram ainda distinguidos o H.O. Reserva 2011, com 92 pontos, e o H.O. Colheita 2011, com 89,5 pontos, pelos famosos Som-meliers Markus Del Monego e Andreas Larsson, no Tasted Journal.

A empresa anuncia para este ano, como novidades, o lançamento de no-

vos vinhos como o H.O. Rosé 2013, de

Touriga Nacional, e os vinhos brancos

H.O. Colheita, o H.O. Achado e o H.O.

Moscatel 2013. Os vinhos da H.O. Wi-

nes são vinhos premium que podem

ser encontrados em garrafeiras, lojas

gourmet e no canal HORECA. “A estratégia de internacionalização da H.O. Wines passa sobretudo pela participação em feiras, eventos e acções realizadas nos mercados com maior interesse, neste momento, para a empresa: Africa, Norte da Europa e Ásia.”

anos, com a edificação de um novo armazém junto à adega, que contribui-rá para um melhor envelhecimento e estágio dos vinhos antes de serem lan-çados no mercado. Este aumento de

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EMPRESAS

// Junho 14 // Portugalglobal42

Distinguida como PME Líder nos últimos anos, a MAEIL é uma empresa de Engenharia de Sistemas de Informação que exporta o seu ‘know-how’ para vários países da Europa e de África. A empresa quer expandir a sua presença nos PALOP, encontrando-se a desenvolver uma plataforma para exportadores que visa agilizar o seu processo de transporte e logístico.

MAEILCRESCIMENTO SUSTENTADO

Fundada em 1999, a MAEIL oferece ser-viços e soluções profissionais para PME, designadamente no desenvolvimento de tecnologia e de soluções empresariais de gestão de negócio. A MAEIL tem cerca de 15 colaboradores e escritórios em Lisboa e Aveiro, sendo uma empresa privada de capital 100 por cento português.

Para além de Portugal, a MAEIL exporta o seu know-how para vários países da Europa e África, que, em 2012, repre-sentou 14 por cento do seu volume de

negócios e, em 2013, 25 por cento das suas vendas. Como estratégia, a em-presa quer continuar a desenvolver a sua presença nos PALOP, posicionando-se como líder nas soluções de negócio para Transportes e Logística.

Pretende ainda reforçar as suas parce-rias internacionais e continuar a repre-sentar entidades como a INTTRA, Des-cartes e outras nesta área de negócio. No âmbito do Horizonte 2020, e fruto da sua experiência internacional, tem

como objectivo participar em projectos de consórcio, quer em I&D com Univer-sidades reconhecidas quer em interna-cionalização com PME, na área de TI e ERP para Transportes e Logística.

“Pretendemos continuar a crescer e sermos a empresa líder de mercado no sector das TIC, vertical para os Trans-portes e Logística em Portugal e nos PALOP, onde já temos clientes de refe-rência nacional e internacional”, afirma fonte da empresa.

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EMPRESAS

Portugalglobal // Junho 14 // 43

levo nacional e internacional, haven-do boas perspectivas de negócio já que se trata de “uma mais valia para estas entidades dada a complexidade do processo logístico internacional”, explica a mesma fonte.

“A nossa plataforma de exportação revoluciona e optimiza a forma de tra-balhar da área logística de qualquer ex-portador”, acrescenta a fonte.

A empresa tem também trabalhado em conjunto a Portucel Soporcel, a Gallo Worldwide e a Sonae Indústria, entre outros, na análise de requisitos e de-senvolvimento de produto.

MAEIL

Edifício Altejo

Rua 3 da Matinha

5º Piso, 505B

1950-326 Lisboa – Portugal

Tel.: +351 214 229 110

Tlm.: +351 933 100 045

[email protected]

www.maeil.pt

“A MAEIL está actualmente

a desenvolver o projecto

shipperline, uma plataforma

para exportadores que tem

como objectivo agilizar o

processo de transporte e

logístico dos seus clientes.”

O desempenho da MAEIL tem evoluído

positivamente nos últimos anos apesar

da crise económica em Portugal e na

Europa, face ao esforço da empresa no

relacionamento com os seus clientes e

ao seu posicionamento estratégico. Do

ponto de vista económico, a empresa

apresentou 71.648 euros de EBITDA

em 2013, aumentando significativa-

mente face aos 47.743 euros regista-

dos no ano anterior, e obteve resulta-

dos líquidos de 31.730 euros (14.804

euros em 2012). A MAEIL conta como principais clientes os maiores grupos logísticos nacionais e internacionais em Portugal e nos PA-LOP, e que incluem armadores, agentes de navegação, transitários, transporta-dores, operadores logísticos, parques de contentores e exportadores, como são o caso da MSC, CMA CGM, Gri-maldi Lines, Kline, OREY, MacAndrews, entre outros.

A empresa está actualmente a desen-volver uma plataforma para exporta-

dores, com o objectivo de agilizar o processo de transporte e logístico dos seus clientes. O conceito do projecto shipperline (www.shipperform.com) foi iniciado em 2012, num programa de aceleração em Silicon Valley, nos EUA. Os trabalhos de investigação e desen-volvimento foram iniciados em Abril de 2013, prevendo-se a sua finalização em Março de 2015.

Para este projecto, a MAEIL tem vindo a contactar vários exportadores de re-

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// Junho 14 // Portugalglobal44

COSECNo âmbito de apólices individuais

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

África do Sul* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

AngolaC Caso a caso.

M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades.

Arábia Saudita C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Caso a caso.

ArgéliaC Sector público: aberta sem res-

trições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Em princípio. exigência de garan-tia bancária ou garantia soberana.

Argentina T Caso a caso.

BareinC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

BenimC Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária.

Brasil* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros Clien-tes públicos e privados: Aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas.

M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística).

Camarões T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Cazaquistão

Temporariamente fora de cobertura.

China* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Colômbia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Costa do Marfim T Decisão casuística.

Costa Rica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Cuba T Fora de cobertura.

Egipto C Carta de crédito irrevogável

M/L Caso a caso.

Emirados Árabes Unidos C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

EtiópiaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso numa base muito restritiva.

Filipinas C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

GanaC Caso a caso numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

GeórgiaC Caso a caso numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva e com a exigência de contra garantias.

Guiné-Bissau T Fora de cobertura.

Guiné Equatorial C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, desig-nadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restri-tiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo).

Hong-Kong C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Iémen C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva.

Índia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Indonésia C Caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irre-vogável ou garantia bancária.

M/L Caso a caso, com eventual exi-gência de garantia bancária ou garantia soberana.

Irão T Fora de cobertura.

Iraque T Fora de cobertura.

Jordânia C Caso a caso.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Koweit C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Letónia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Líbano C Clientes públicos: caso a caso

numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.

M/L Clientes públicos: fora de cober-tura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva.

Líbia T Fora de cobertura.

Lituânia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Macau C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malásia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malawi C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos: fora de co-

bertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva.

Marrocos* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Martinica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

México* C Aberta sem restrições.

M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente.

Moçambique C Caso a caso, numa base restritiva

(eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garan-tia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro).

M/L Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva.

Montenegro C Caso a caso, numa base restritiva.

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de ga-rantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Nigéria C Caso a caso, numa base restritiva

(designadamente em termos de alargamento do prazo consti-tutivo de sinistro e exigência de garantia bancária).

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contraparti-das do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro.

Oman C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

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Portugalglobal // Junho 14 // 45

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globais

Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado. enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços.

As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se repetem com alguma frequência.

Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque e S. Tomé e Príncipe.

COSEC Companhia de Seguro de Créditos. S. A.Direcção Internacional

Avenida da República. 581069-057 LisboaTel.: +351 217 913 832 Fax: +351 217 913 839

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

[email protected] www.cosec.pt

Panamá C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Paquistão Temporariamente fora de cobertura.

Paraguai C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Peru C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: aberta sem condições restritivas. Clientes públicos e privados: aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Qatar C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Quénia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

República Dominicana C Aberta caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irrevo-gável ou garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Ban-co Central) ou garantia bancária.

Roménia C Exigência de carta de crédito

irrevogável (decisão casuística).

M/L Exigência de garantia bancária ou garantia soberana (decisão casuística).

Rússia C Sector público: aberta sem restri-

ções. Sector privado: caso a caso.

M/L Sector público: aberta sem restri-ções, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia sobe-rana. Sector privado: caso a caso.

S. Tomé e Príncipe C Análise caso a caso, numa base

muito restritiva.

Senegal C Em princípio. exigência de

garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro.

M/L Eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigên-cia de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autori-dade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito).

Sérvia C Caso a caso, numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Singapura C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Síria T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Suazilândia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Tailândia C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Taiwan C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Tanzânia T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Tunísia* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Turquia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Ucrânia C Clientes públicos: eventual

exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Clientes públicos: eventual exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de garantia bancária.Para todas as operações, o prazo constitutivo de sinistro é definido caso a caso.

Uganda C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Uruguai C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Venezuela C Clientes públicos: aberta caso

a caso com eventual exigência de garantia de transferência ou soberana. Clientes privados: aberta caso a caso com eventual exigência de carta de crédito irrevogável e/ou garantia de transferência.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana.

Zâmbia C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

ZimbabweC Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Advertência:

A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas.

Legenda:

C Curto Prazo

M/L Médio / Longo Prazo

T Todos os Prazos

* Mercado prioritário.

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A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas-sificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corres-

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior.As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis.

Tabela classificativa de paísesPara efeitos de Seguro de Crédito à exportação

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

Hong-KongSingapura *Taiwan

Arábia SauditaBotswanaBruneiChileChina •EAUa

GibraltarKoweitLituâniaMacauMalásiaOmanTrind. e Tobago

África do Sul •ArgéliaBahamasBarbadosBrasil •Costa RicaDep/ter Austr.b

Dep/ter Din.c

Dep/ter Esp.d

Dep/ter EUAe

Dep/ter Fra.f

Dep/ter N. Z.g

Dep/ter RUh

FilipinasIlhas MarshallÍndiaIndonésiaMarrocos •MauríciasMéxico •MicronésiaNamíbiaPalauPanamáPeruQatarRússiaTailândiaUruguai

ArubaBareinBulgáriaColômbia El SalvadorLetóniaRoméniaTunísia •Turquia

AngolaAzerbeijãoCazaquistãoCroáciaDominicana. Rep.GabãoGanaGuatemalaJordâniaLesotoMacedóniaNigériaPapua–Nova GuinéParaguaiS. Vic. e Gren.Santa LúciaVietnameZâmbia

AlbâniaAnt. e BarbudaArméniaBangladeshBelizeBeninBolíviaButãoCabo VerdeCamarõesCambojaComores CongoDominicaEgipto

FidjiGeórgiaHondurasKiribatiMoçambiqueMongóliaMontenegroNauruNepal QuéniaSamoa Oc.SenegalSérvia Sri LankaSuazilândiaSuriname TanzâniaTimor-LesteTurquemenistãoTuvaluUgandaUzbequistãoVanuatu

AfeganistãoArgentinaBielorussiaBósnia e HerzegovinaBurkina FasoBurundiCampucheaCent. Af. Rep.ChadeCongo. Rep. Dem.Coreia do NorteC. do MarfimCuba • DjibutiEquadorEritreiaEtiópiaGâmbiaGrenadaGuianaGuiné EquatorialGuiné. Rep. daGuiné-Bissau • HaitiIemenIrão •Iraque •JamaicaKosovoLaosLíbanoLibériaLíbiaMadagáscarMalawiMaldivasMali MauritâniaMoldávia Myanmar

Nicarágua Níger PaquistãoQuirguistãoRuandaS. Crist. e NevisS. Tomé e Príncipe •Salomão Seicheles Serra LeoaSíria Somália SudãoSudão do Sul TadzequistãoTogo Tonga UcrâniaVenezuelaZimbabué

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.

• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional

a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândiad) Ceuta e Melilha e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico

f) Guiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna

g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Niveh) Anguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta.

Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos

NOTAS

COSECTABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES

// Junho 14 // Portugalglobal46

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INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL 2013 tvh

2013/122013

Jan/Abr2014

Jan/Abrtvh 14/13 Jan/Abr

tvh 14/13 Abr/Abr

tvc 14/14 Abr/Mar

IDE bruto 30.109 -36,8% 8.956 7.979 -10,9% -15,8% 37,3%

IDE desinvestimento 27.764 -31,7% 8.241 6.880 -16,5% -24,7% 0,8%

IDE líquido 2.345 -66,5% 715 1.099 53,7% 69,5% 359,8%

IDE Intra UE 28.061 -36,8% 8.159 7.310 -10,4% -19,5% 34,5%

IDE Extra UE 2.048 -36,8% 797 669 -16,1% 43,1% 69,3%

Unidade: Milhões de euros

IDE Intra UE 93,2% -- 91,1% 91,6% -- -- --

IDE Extra UE 6,8% -- 8,9% 8,4% -- -- --

% Total IDE bruto

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR

IDPE bruto - Destinos 2014 (Jan/Abr) % Total tvh 14/13 IDPE bruto - Sector 2014 (Jan/Abr) % Total tvh 14/13

Países Baixos 44,7% 36,0% Act. Financeiras e de Seguros 82,9% 101,1%

Suíça 19,6% 5732,4% Comércio 6,4% 58,5%

Luxemburgo 10,5% 1002,9% Ind. Transformadoras 2,9% -24,5%

Espanha 8,7% 47,6% Construção 2,2% 23,2%

Brasil 2,8% 26,8% Electricidade, Gás, Água 1,8% 111,7%

>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO

IDE bruto - Origem 2014 (Jan/Abr) % Total tvh 14/13 IDE bruto - Sector 2014 (Jan/Abr) % Total tvh 14/13

Espanha 20,0% -10,0% Comércio 29,6% -33,2%

Luxemburgo 15,5% 181,6% Act. Financeiras e de Seguros 22,6% 19,6%

França 14,3% -34,8% Ind. Transformadora 21,6% -27,6%

Alemanha 12,7% -14,9% Act. Informação e Comunicação 3,2% -34,2%

Reino Unido 10,9% -39,1% Act. Consultoria e Técnicas 3,2% -0,4%

2011 Dez 2012 Dez 2013 Dez 2013 Mar 2014 Mar tvh 14/13 Mar/Mar

Stock IDE 86.428 90.783 93.168 91.994 93.498 1,6%

Stock IDPE 55.823 57.639 59.378 58.861 59.805 1,6%

Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de Portugal

INVESTIMENTO DIRECTO DE PORTUGAL NO EXTERIOR 2013 tvh

2013/122013

Jan/Abr2014

Jan/Abrtvh 14/13 Jan/Abr

tvh 14/13 Abr/Abr

tvc 14/14 Abr/Mar

IDPE bruto 14.048 -12,0% 2.111 3.744 77,4% 47,4% 73,9%

IDPE desinvestimento 12.973 -16,4% 1.193 1.911 60,1% -32,1% -25,3%

IDPE líquido 1.075 138,5% 917 1.834 99,9% 242,2% 391,9%

IDPE Intra UE 9.561 46,2% 1.787 2.736 53,1% 57,7% 96,9%

IDPE Extra UE 867 -60,4% 323 1.008 211,8% -31,4% -43,2%

Unidade: Milhões de euros

IDPE Intra UE 68,1% -- 84,7% 73,1% -- -- --

IDPE Extra UE 31,9% -- 15,3% 26,9% -- -- --

% Total IDPE bruto

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Junho 14 // 47

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ESTATÍSTICAS

// Junho 14 // Portugalglobal48

COMÉRCIO INTERNACIONAL

BENS (Exportação) 2013 tvh 2013/12

2013 Jan/Abr

2014 Jan/Abr

tvh 14/13 Jan/Abr

tvh 14/13 Abr/Abr

tvc 14/14 Abr/Mar

Exportações bens 47.379 4,7% 15.627 15.599 -0,2% -4,9% -1,6%

Exportações bens UE 33.319 3,6% 11.103 11.294 1,7% -1,4% -1,6%

Exportações bens Extra UE 14.060 7,4% 4.524 4.305 -4,8% -12,9% -1,6%

Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE 70,3% -- 71,0% 72,4% -- -- --

Exportações bens Extra UE 29,7% -- 29,0% 27,6% -- -- --

Unidade: % do total

Exp. Bens - Clientes 2014 (Jan/Abr) % Total tvh 14/13 Exp. Bens - Var. Valor (14/13) Meur Cont. p. p.

Espanha 23,9% 2,8% Reino Unido 109 0,7

França 12,3% 4,4% Espanha 100 0,6

Alemanha 12,3% 1,8% França 81 0,5

Angola 6,1% 5,3% China 78 0,5

Reino Unido 6,0% 13,0% Bélgica -74 -0,5

EUA 4,1% -12,5% EUA -91 -0,6

Países Baixos 4,0% -2,4% Marrocos -113 -0,7

Exp. Bens - Produtos 2014 (Jan/Abr) % Total tvh 14/13 Exp. Bens - Var. Valor (14/13) Meur Cont. p. p.

Máquinas, Aparelhos 14,9% 0,3% Veículos, Out. Mat. Transp. 136 0,9

Veículos, Outro Mat. Transp. 11,8% 8,0% Plásticos, Borracha 114 0,7

Metais Comuns 8,1% -0,2% Vestuário 108 0,7

Plásticos, Borracha 7,5% 10,7% Agrícolas 73 0,5

Combustíveis Minerais 6,7% -38,3% Combustíveis Minerais -652 -4,2

SERVIÇOS 2013 tvh 2013/12

2013 Jan/Abr

2014 Jan/Abr

tvh 14/13 Jan/Abr

tvh 14/13 Abr/Abr

tvc 14/14 Abr/Mar

Exportações totais de serviços 20.565 7,7% 5.649 5.978 5,8% 7,5% 20,2%

Exportações serviços UE 14.063 7,3% 3.784 4.038 6,7% 6,3% 20,7%

Exportações serviços extra UE 6.502 8,5% 1.866 1.940 4,0% 10,2% 19,0%

Unidade: Milhões de euros

Exportações serviços UE 68,4% -- 67,0% 67,6% -- -- --

Exportações serviços extra UE 31,6% -- 33,0% 32,4% -- -- --

Unidade: % do total

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ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Junho 14 // 49

BENS (Importação) 2013 tvh 2013/12

2013 Jan/Abr

2014 Jan/Abr

tvh 14/13 Jan/Abr

tvh 14/13 Abr/Abr

tvc 14/14 Abr/Mar

Importações bens 56.745 1,0% 18.353 18.774 2,3% -6,6% -4,0%

Importações bens UE 41.038 1,8% 12.956 14.350 10,8% 5,2% -4,7%

Importações bens Extra UE 15.707 -0,9% 5.397 4.424 -18,0% -34,4% -1,2%

Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE 72,3% -- 70,6% 76,4% -- -- --

Importações bens Extra UE 27,7% -- 29,4% 23,6% -- -- --

Unidade: % do total

Imp. Bens - Fornecedores 2014 (Jan/Abr) % Total tvh 14/13 Imp. Bens - Var. Valor (14/13) Meur Cont. p. p.

Espanha 32,6% 7,2% Espanha 409 2,2

Alemanha 13,1% 16,4% Alemanha 348 1,9

França 7,7% 18,2% França 222 1,2

Itália 5,3% 5,7% Azerbaijão 168 0,9

Países Baixos 5,0% 10,3% Rússia -132 -0,7

Angola 3,2% -46,6% Brasil -143 -0,8

Reino Unido 3,0% 5,8% Angola -525 -2,9

Imp. Bens - Produtos 2014 (Jan/Abr) % Total tvh 14/13 Imp. Bens - Var. Valor (14/13) Meur Cont. p. p.

Combustíveis Minerais 16,7% -12,8% Veículos, Outro Mat. Transp. 399 2,2

Máquinas, Aparelhos 14,9% 8,9% Máquinas, Aparelhos 230 1,3

Químicos 11,0% 3,5% Químicos 69 0,4

Agrícolas 10,7% -3,1% Agrícolas -65 -0,4

Veículos, Outro Mat. Transp. 10,5% 25,3% Combustíveis Minerais -463 -2,5

SERVIÇOS 2013 tvh 2013/12

2013 Jan/Abr

2014 Jan/Abr

tvh 14/13 Jan/Abr

tvh 14/13 Abr/Abr

tvc 14/14 Abr/Mar

Importações totais de serviços 10.639 2,2% 3.418 3.693 8,1% 7,3% 10,1%

Importações serviços UE 7.785 2,4% 2.473 2.735 10,6% 6,8% 8,4%

Importações serviços extra UE 2.855 1,6% 944 958 1,4% 8,7% 15,1%

Unidade: Milhões de euros

Importações serviços UE 73,2% -- 72,4% 74,1% -- -- --

Importações serviços extra UE 26,8% -- 27,6% 25,9% -- -- --

Unidade: % do total

Fontes: INE/Banco de Portugal Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga tvc - Taxa de variação em cadeia n.d. - Não disponível

PREVISÕES 2014 : 2015 (tvh real %) 2013 2014 1ºT FMI CE OCDE BdP Min. Finanças

INE INE Abril 14 Maio 14 Maio 14 Junho 14 Abril 14

PIB -1,4 1,2 1,2 : 1,5 1,2 : 1,5 1,1 : 1,4 1,1 : 1,5 1,2 : 1,5

Exportações Bens e Serviços 6,1 4,3 5,5 : 5,5 5,7 : 5,7 4,5 : 5,1 3,8 : 6,1 5,7 : 5,7

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// Junho 14 // Portugalglobal5050

S. Francisco

Toronto

Cidade do México

Bogotá

Nova Iorque

Haia

BruxelasDublin

Londres

Paris

Milão

Barcelona

Praia

Rabat

São Paulo

Lima

Rio de Janeiro

Santiago do Chile

Buenos Aires

Argel

Zurique

Oslo

Madrid

Caracas

Panamá

Carlos [email protected]

António Felner da [email protected]

Jorge [email protected]

Luís [email protected]

Luís [email protected]

João Pedro PereiraÁFRICA DO [email protected]

Raul TravadoCANADÁ[email protected]

Miguel Porfí[email protected]

Rui Boavista [email protected]

REDE EXTERNA

Carlos [email protected]

Álvaro CunhaMÉ[email protected]

Eduardo [email protected]

Manuel [email protected]

[email protected]

Miguel FontouraREINO [email protected]

Armindo RiosCABO [email protected]

Rui [email protected]

Gonçalo Homem de MelloBÉ[email protected]

António SilvaFRANÇ[email protected]

João Renano HenriquesARGÉ[email protected]

Miguel CrespoCOLÔ[email protected]

Fernando CarvalhoMOÇ[email protected]

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Portugalglobal // Junho 14 // 5151

Copenhaga

BerlimHaia

Bruxelas

Luanda

Maputo

PretóriaGaborone

Windhoek

Tunes

Abu Dhabi

Estocolmo

Zurique

Moscovo

VarsóviaPraga

BudapesteViena

Bratislava

Liubliana Bucareste

BakuPequim

Nova Deli

Xangai

Tóquio

Macau Hong Kong

Guangzhou

Jacarta

Atenas

Tripoli

RiadeDoha

Ancara

Kuala Lumpur

Singapura

Eduardo Souto MouraSUÉ[email protected]

Nuno Lima LeitePOLÓ[email protected]

Maria José RézioRÚ[email protected]

Joaquim Pimpã[email protected]

Ana Isabel DouglasÁ[email protected]

João Guerra [email protected]

Pedro Macedo Leã[email protected]

AO SERVIÇO DAS EMPRESAS

Celeste [email protected]

Laurent ArmaosGRÉ[email protected]

Manuel Couto [email protected]

Nuno Vá[email protected]

Maria João LiewMALÁ[email protected]

Maria João Bonifá[email protected]

João CardimINDONÉ[email protected]

Filipe [email protected]

José Joaquim FernandesJAPÃ[email protected]

Alexandra Ferreira [email protected]

João RodriguesÍ[email protected]

Pier Franco SchiavoneITÁ[email protected]

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A evolução das sociedades tem sido acompanhada pela diversificação das necessidades e dos comportamen-tos dos vários agentes económicos. Recentemente, os avanços estão es-sencialmente correlacionados com os impactos resultantes da globalização e da inovação tecnológica. Diferentes hábitos de consumo e novos modelos de gestão contribuem para que um nú-mero crescente de funções, originaria-mente desempenhadas pelos próprios indivíduos e organizações, sejam efec-tuadas por terceiros. Surgem, assim, outros agentes econó-micos que, ao desempenharem essas tarefas, as transformam em oportuni-dades de negócio, contribuindo deste modo para a proliferação de empresas de serviços e para a expansão e impor-tância deste sector nas economias das sociedades modernas. Como objecto específico da transac-ção, ou até mesmo como mero com-plemento diferenciador de um produ-to, os serviços e o marketing a estes associados têm sido alvo de estudo e atenção particular. De facto, dada a natureza e as características intrínse-

BOOKMARKS

Nos discursos e escritos da comunidade académica e dos profissionais da gestão, competência, conhecimento e talento tornaram-se vocábulos que os leitores e ouvintes passaram a ler e ouvir recor-rentemente. Quase sempre associadas a conceitos como atingir objectivos, recursos humanos, ultrapassar dificul-dades, inovação, liderança, excelência, desempenho, qualidade, recrutamento, saber fazer, eficácia, eficiência e muitas outras que, embora dependendo dos contextos, convergem e apontam nor-malmente para uma única: sucesso.Esta é pois uma obra que fala de su-cesso e do modo como o obter e man-ter a longo prazo focando-se no acti-vo mais importante das organizações:

MARKETING DE SERVIÇOS

GESTÃO DE COMPETÊNCIAS, DO CONHECIMENTO E DO TALENTO

as pessoas e os seus conhecimentos.Numa primeira parte, o autor, apresen-ta, a nível conceptual, o estado da arte relativamente à gestão das competên-cias, do conhecimento e do talento, e numa segunda parte, recorrendo a ca-sos de estudo de organizações portu-guesas elaborados pelos seus profissio-nais, ilustra as melhores práticas que se vão operacionalizando nos contextos organizacionais atuais.

Autores: Maria do Rosário Almeida,

João Manuel Pereira

Editor: Ed. Sílabo

Nº de páginas: 168

Ano: 2014

Preço: 15,70€

Autor: Ferreira Cascão

Editor: Ed. Sílabo

Nº de páginas: 392

Ano: 2014

Preço: 24,90€

cas dos serviços, o marketing assumiu neste âmbito um estatuto de prática e de disciplina de estudo autónoma. Ao serem reconhecidas as caracterís-ticas que distinguem os serviços dos bens de consumo, o Marketing de Serviços emerge por forma a propor-cionar uma visão distinta e própria da gestão de marketing neste sector de actividade, através de um conjunto de princípios e de abordagens espe-cíficas e essenciais.Partindo dessa realidade observada, o presente livro pretende abordar de for-ma objectiva e rigorosa, os diversos as-pectos relacionados com o Marketing de Serviços, constituindo um elemento de consulta para todos aqueles que se interessam pelo Marketing, particular-mente pela problemática desta verten-te específica cada vez mais relevante.

// Junho 14 // Portugalglobal52

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VideoconferênciasAICEP Global Network

A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis da Rede Externa presentes em mais de 40 países.

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