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FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. MÁX.: 28 MÍN.: 23 TEMPO EM MANAUS ANO XXV – N.º 7.843 – MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 CACAU-PIRÊRA A eleição milionária de Manaus O prefeito eleito Arthur Virgílio e a senadora Va- nessa Grazziotin foram protagonistas da campanha eleitoral mais cara da Região Norte. Política A6 Estudo sueco revela que homens que consomem uma lata de refrigerante por dia correm risco maior de desenvol- ver câncer de próstata. Saúde F8 Refrigerante causa câncer de próstata PESQUISA STCK Pároco do São Jorge (foto) fala so- bre o incêndio na comunidade Arthur Bernardes e a solidariedade do povo manauense. Com a palavra A7 Doações estão chegando, diz frei Agostinho APÓS INCÊNDIO O pagamento do 13º, além de quitar dívidas, tem servido para antecipar a compra do material escolar e garantir bons descontos. Economia B1 Para os pais novo ano letivo já começou ESTRATÉGIA HUDSON FONSECA DIEGO JANATÃ NATAL NA PRAÇA HISTÓRIA RESGATADA A praça Antônio Bittencourt, também conhecida como praça do Congres- so, será reinaugurada na noite de hoje, com a ornamentação especial de Natal. Recuperação faz parte do projeto “Cartão-Postal”. Dia a dia C2 Um grupo de beatlemaníacos amazonenses realizou uma das mais ousadas viagens de sua vida. Foi a Liverpool, a noroeste da In- glaterra, onde conheceu a casa de John Lennon (foto) e Paul McCart- ney. Também esteve em Strawberry Fields, que inspirou famosa canção de John. Elenco 13, 14 e 15 Viagem ousada a Liverpool, casa dos Beatles ELENCO CHICO BATATA/AGECOM Sorteio de chaves Japão, México e Itália vão enfrentar o Brasil na Copa das Confederações, cujo sorteio das chaves ocorreu ontem, em São Paulo. A competição será disputada, no país, entre 15 e 30 de junho de 2013. Última Hora A2 O vice-governador José Melo representou o Amazonas no sorteio das chaves da Copa das Confederações, em São Paulo, onde encontrou o ex-jogador Ronaldo Secretário de Estado de Cultura, Robério Braga, conta que revitalização da praça levou oito meses de trabalho Vozes da seca vivem em cenário de sertão A vazante do rio Negro tem dificultado a vida de quem mora no Cacau- Pirêra. Para conseguir água potável moradores chegam a caminhar por três quilômetros até o poço artesiano mais próximo. Dia a dia C4 e C5 JOEL ROSA Projeto em tramitação na Câmara dos Deputados prevê inclusão do nome do inquilino no SPC e Serasa, caso não pague o condomínio. Economia B2 Quem não pagar poderá ter nome sujo CONDOMÍNIO COPA DAS CONFEDERAÇÕES 37.790 vagas de trabalho FAÇA SUA DOAÇÃO

EM TEMPO - 02 de dezembro de 2012

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 02 de dezembro de 2012

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. MÁX.: 28 MÍN.: 23

TEMPO EM MANAUS

ANO XXV – N.º 7.843 – MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

CACAU-PIRÊRA

A eleição milionária de Manaus

O prefeito eleito Arthur Virgílio e a senadora Va-nessa Grazziotin foram protagonistas da campanha eleitoral mais cara da Região Norte. Política A6

Estudo sueco revela que homens que consomem uma lata de refrigerante por dia correm risco maior de desenvol-ver câncer de próstata. Saúde F8

Refrigerante causa câncer de próstata

PESQUISA

STCK

Pároco do São Jorge (foto) fala so-bre o incêndio na comunidade Arthur Bernardes e a solidariedade do povo manauense. Com a palavra A7

Doações estão chegando, diz frei Agostinho

APÓS INCÊNDIO

O pagamento do 13º, além de quitar dívidas, tem servido para antecipar a compra do material escolar e garantir bons descontos. Economia B1

Para os pais novo ano letivo já começou

ESTRATÉGIA

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NATAL NA PRAÇAHISTÓRIA RESGATADA

A praça Antônio Bittencourt, também conhecida como praça do Congres-so, será reinaugurada na noite de hoje, com a ornamentação especial de Natal. Recuperação faz parte do projeto “Cartão-Postal”. Dia a dia C2

Um grupo de beatlemaníacos amazonenses realizou uma das mais ousadas viagens de sua vida. Foi a Liverpool, a noroeste da In-glaterra, onde conheceu a casa de John Lennon (foto) e Paul McCart-ney. Também esteve em Strawberry Fields, que inspirou famosa canção de John. Elenco 13, 14 e 15

Viagem ousada a Liverpool,casa dos Beatles

ELENCO

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Sorteio de chavesJapão, México e Itália vão enfrentar o Brasil na Copa das Confederações,

cujo sorteio das chaves ocorreu ontem, em São Paulo. A competição será disputada, no país, entre 15 e 30 de junho de 2013. Última Hora A2

O vice-governador José Melo representou o Amazonas no sorteio das chaves da Copa das Confederações, em São Paulo, onde encontrou o ex-jogador Ronaldo

Secretário de Estado de Cultura, Robério Braga, conta que revitalização da praça levou oito meses de trabalho

Vozes da seca vivem em cenário de sertão

A vazante do rio Negro tem dificultado a vida de quem mora no Cacau-Pirêra. Para conseguir água potável moradores chegam a caminhar por três quilômetros até o poço artesiano mais próximo. Dia a dia C4 e C5

JOEL

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Projeto em tramitação na Câmara dos Deputados prevê inclusão do nome do inquilino no SPC e Serasa, caso não pague o condomínio. Economia B2

Quem não pagar poderá ter nome sujo

CONDOMÍNIO

COPA DAS CONFEDERAÇÕES

37.790vagas de trabalho

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A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para a Secretaria de Estado de Cultura (SEC), pelo trabalho de resgate histórico que acaba de realizar com a reforma e reinau-guração da praça do Congresso.

Praça do Congresso

APLAUSOS VAIAS

PoeiraPauderney aposta suas fi -

chas que o DEM tem grandes chances de crescer.

Mas, quando o assunto é o seu futuro político prefere re-petir a frase: “Deixa a poeira baixar. Estamos avaliando.”

IndignaçãoEste foi o sentimento que

tomou conta do jornalista australiano Paul Raff aele durante participação na au-diência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) na quinta-feira (29).

Ele disse que não se con-forma com o que chamou de “tolerância do governo brasileiro à prática do infan-ticídio em tribos indígenas isoladas”.

AssassinatoRafaelle conviveu duas

semanas com os índios suruwahás, no sudoes-te do Amazonas, para produzir o documentário “Amazon’s Ancient Tribe - First Contact”.

Nesse período, constatou que o grupo incentiva o as-sassinato de recém-nascidos defi cientes ou fi lhos de mães solteiras, por acreditarem que são maus espíritos.

Enterradas vivasO jornalista afi rmou que

a Funai, e consequentemen-te o governo brasileiro, faz vista grossa à prática e que essa tolerância escapa de sua compreensão.

— Não consigo entender por que não há, no Bra-sil, uma grande discussão a respeito do assunto. Como o povo brasileiro aceita as regras desses antropólogos?

Não conheço nenhum outro país no mundo que aceite crianças enterradas vivas – advertiu.

Sai capetaDepois de digerir algumas

derrotas nas eleições munici-pais, os integrantes da Fren-te Parlamentar Evangélica investem agora contra as propostas de alteração do Código Penal.

A ordem é detonar a re-gulamentação da eutanásia e a redução de 14 para 12 anos de idade, para que seja caracterizado o estupro de vulnerável.

Sai capeta 2A bancada evangélica tam-

bém se manifestou contra propostas como a legaliza-ção das casas de prostitui-ção, a ampliação das hipó-teses de aborto legal, e a descriminalização do porte ou plantio de drogas para uso próprio.

Sai capeta 3As críticas ocorreram em

reunião da Frente Parla-mentar Evangélica com o Conselho Diretivo da Asso-ciação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). O encontro foi realizado na Câmara dos Deputados.

O povo quer saberQuer dizer que os royalties

do pré-sal é, por direito, do Rio de Janeiro, mas a Floresta Amazônica é de todos os brasileiros?

Então, tá.

Cadeia nele!O STJ (Superior Tribunal

de Justiça) manteve a deci-

são de levar a júri popular Danilo Gimenez Ramos, um dos acusados de mandar dois jovens pularem de um trem em movimento no ano de 2003, em Mogi das Cruzes.

Quarto poderAí é que entra o papel da

imprensa.O crime do trem, em Mogi,

foi a principal matéria do Fantástico, no domingo pas-sado. Cleiton da Silva Leite morreu e Flávio Augusto do Nascimento Cordeiro perdeu um braço.

BombouO secretário de Produção,

Eron Bezerra, anda exibindo um sorriso que vai de ponta a ponta das orelhas.

A 39ª Exposição Agropecu-ária do Amazonas (Expoagro) bateu o recorde em número de animais em exposição neste ano.

NegóciosDe acordo com os núme-

ros revelados, a Expoagro teve mais de 1.500 animais expostos entre bovinos, ca-prinos e ovinos.

O volume de negócios também superou a ar-recadação da Expoagro do ano passado.

Depois do fogoA Universidade do Esta-

do do Amazonas (UEA), por meio dos alunos do curso de arqueo logia, está acom-panhando o salvamento de peças históricas na comu-nidade Arthur Bernardes, depois do incêndio.

Para isso, acompanha palmo a palmo a remoção de entulho.

Para quem quebra mudas de árvores que, recém-plantadas, bem poderiam mudar o cenário de Manaus num breve futuro.

Predadores urbanos

O deputado Pauderney Avelino não descarta totalmente a fusão do DEM com o PMDB ou qualquer outra sigla.

No momento se limita a dizer que a “poeira está baixando” e a situação está sendo avaliada. Afinal, segundo o parlamentar, o DEM não foi tão mal assim nas eleições municipais. Ao contrário, teve sete milhões de votos e elegeu quase 280 prefeitos em todo o Brasil.

— Governávamos 4 milhões de eleitores e passaremos a governar 6 milhões. Ga-nhamos em cinco cidades acima de 200 mil eleitores – enfatiza Avelino.

O DEM não foi tão mal assim

RICARDO OLIVEIRADIEGO JANATÃ

O jogo de abertura está marcado para o dia 15 de junho de 2013, no estádio nacional Mané Garrincha, em Brasília

Amazonas representado no sorteio das Confederações

O vice-prefeito José Melo com Ronaldo Fenômeno e o coordenador da UGP Miguel Capobiango

O Amazonas, que tem Manaus como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014,

participou ontem do sorteio que defi niu os grupos para a Copa das Confederações da Fifa, no próximo ano. O vice-governador José Melo, re-presentou o governador Omar Aziz na solenidade que ocor-reu no parque Anhembi, em São Paulo.

A delegação do Amazonas também foi composta pelo co-ordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP Copa), Miguel Capobiango Neto, e o diretor de marketing da Ama-zonastur, Nickolas Cabral dos Anjos. O vice-prefeito eleito de Manaus, Hissa Abrahão, repre-

sentou o prefeito eleito Arthur Neto, como convidado do Comi-tê Organizador Local (COL), da Copa do Mundo da Fifa.

“Apesar de não estarmos participando da Copa das Confederações, estamos aqui como observadores e pres-tigiando as demais sedes que vão receber esse grande evento que precede a Copa do Mundo”, afi rmou Melo, que na noite de sexta-feira, participou de um jantar para governadores e prefeitos das sedes da Copa do Mundo, a convite do presidente da Fifa, Joseph Blatter.

O coordenador da UGP Copa informou que todas as cidades que vão receber os jogos da Copa em 2014 participaram

do evento e que a Copa das Confederações infl uencia dire-tamente todas as sedes, até as que não sediarão o torneio em 2013. “Antes, durante e após a Copa das Confederações todas as cidades receberão jornalistas e turistas de todo o mundo que virão ao Brasil assistir aos jogos, por isso temos que estar por dentro do processo e prepara-dos para bem receber todos”, afi rmou o coordenador.

AberturaA seleção brasileira fará o

jogo de abertura do evento no dia 15 de julho contra a seleção do Japão, em Brasília. A partida válida pelo Grupo A será dis-putada no estádio nacional de Brasília Mané Garrincha.

Igreja repassa donativos para vítimas de incêndio

Centenas de donativos co-letados pela igreja de São Jorge, destinados às famílias do incêndio do último dia 27 de novembro, começam a ser distribuídos. De acordo com o frei Agostinho Odorizzi, a entidade não está mais re-cebendo doações, sobretudo por falta de espaço físico para comportá-las.

O frei não faz ideia de quan-tos materiais, entre roupas, calçados e alimentos, foram captados pela igreja, contu-do pelo menos 200 ranchos já foram entregues. “O que estamos fazendo é organizar essa distribuição. A partir de segunda, as pessoas come-çam a vir aqui para buscar as doações. Temos vários vo-luntários empenhados nesse trabalho, ligados à igreja ou

não”, diz.O religioso comenta que

a igreja tem uma lista de nomes de pessoas que podem vir aqui buscar as doações, para que seja possível pre-venir ações de oportunistas. “Até sexta-feira (7), espera-mos que todos recebam os produtos doados”, projeta.

Durante todo o dia de on-tem, voluntários estiveram no centro de convivência da Com-pensa Magdalena Daou, sepa-rando outras centenas de do-ações para serem distribuídas. “Estamos separando roupas e alimentos. As doações estão chegando desde quinta-feira (29) e, na terça-feira (4) va-mos começar a entregá-las”, informa a supervisora técnica do local, Ítala Rodrigues. Ao todo, 365 famílias perderam suas casas no incêndio da comunidade Arthur Bernardes, no São Jorge.

AÇÃO

Tráfego na rua Ramos Ferreira será interditado

A rua Ramos Ferreira, no trecho entre as ruas Tapajós e Ferreira Pena, Centro será interditada hoje, a partir das 15h, para a realização da festa de reabertura da praça Antônio Bittencourt (antiga praça do Congres-so) e para o evento natalino promovido pelo governo do estado do Amazonas.

Agentes do Instituto Mu-nicipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) estarão nas vias próximas para orientar motoristas e pedestres qual

o melhor caminho a seguir. Para desviar da área do

evento, onde será monta-do um palco na escadaria do Instituto de Educação do Amazonas, os motoris-tas devem acessar a rua Tapajós, virar à direita na rua Monsenhor Coutinho e seguir em frente para alcan-çar as ruas Ferreira Pena ou Ramos Ferreira. A reabertu-ra das vias que contornam a praça Antônio Bittencourt, inclusive a Ramos Ferreira, está prevista para depois das 23h de hoje.

HOJE

Chefe de tráfi co é preso

Policiais da Delegacia Especializada em Pre-venção e Repressão a Entorpecentes (Depre) prenderam três suspei-tos com envolvimento no tráfi co de drogas do Educandos, Willams Jamsen Borges Batista, 29, conhecido como “Fo-fão”, Luciana Mendes de Almeida Pinto, 24 e Dickson Borges Batista, vulgo “Fofi nho”, 27.

As prisões ocorreram na noite da última sexta-feira, 30 e foram efetu-adas na rua F, conjun-to Shangrilá, no bairro Parque 10 de novembro e na avenida Umberto Calderaro Filho, ambas na Zona Centro-Sul.

De acordo com a De-pre, “Fofão” é apontado como chefe de tráfi co no bairro Educandos e após um mês de inves-tigações conseguiram prendê-lo. O acusado já possui passagem pela polícia. Fato ocorrido em 2011 quando foi preso e cumpria pena em regime semiaberto pelo crime de tráfi co de drogas.

Fofi nho foi preso en-quanto conduzia o veí-culo Celta verde, placa JXH-9271, no Parque 10. Luciana e “Fofão” foram presos em se-guida, quando policiais dirigiram-se até a resi-dência do casal. No lo-cal foram encontradas drogas, equipamentos e materiais utilizados no tráfi co.

POLÍCIA

CHICO BATATA/AGECOM

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 A3Opinião

Editorial

O novo técnico de Seleção Brasileira de Futebol, Luiz Felipe Scolari, o Felipão, tem fama de turrão, o tipo do desportista que não guarda o que pensa preso na garganta, e é feste-jado por ser também um vencedor. Na primeira entrevista coletiva à imprensa, foi unânime a interpretação de que ele “pisou na bola”.

Scolari afi rmou que jogador da seleção deve aguentar pressão, testando (se possível superando) os limites da testosterona. Na sequência, procurou deixar mais claro o que deseja mesmo dizer e, hesitante, procurando o exemplo, disse que aquele que não suporta a pressão deveria procu-rar o que fazer noutro lado... como o Banco do Brasil... Não chegaram a cair as ações das Bolsas de Valores, nem um tsunami fez submergir a agonizante Europa e o Cristo Re-dentor continuou mandando aquele braço ao Rio de Janeiro, que continua lindo.

Mas a associação dos funcionários do BB cobrou juros altíssimos do Felipão, muito magoada. A reação foi ful-minante, como é o costume corporativo, principalmente em estatais. A mídia rendeu-se ao ataque e entrou em campo contra o técnico, que só vira uma intempérie assim quando o governo ameaça cortar o ponto de servidores grevistas. Para não submergir na onda do politicamente correto, Scolari deu o braço a torcer, não contrariando seu temperamento, mas por todo o alvoroço não passar de uma grande bobagem.

Felipão de bom humor, o mundo voltou à normalidade anormal de sempre, à espera de que a profecia maia não se cumpra no dia 21 de dezembro, para o Brasil tornar-se hexacampeão de futebol, um esporte de que a seleção brasileira tem uma leve memória do que seja. O técnico não precisava pedir desculpa, por mais magoados que estivessem os bancários do Banco do Brasil; ele estava certíssimo: o Brasil é um organograma de pessoas certas em lugares errados e o futebol brasileiro ou o que restou dele precisa parar de andar de salto alto e de gastar mais tempo em cabeleireiro do que em campo.

Quem não quer ser campeão do mundo que vá plantar ba-tata, sem querer desrespeitar a Federação dos Trabalhadores na Agricultura ou os ativistas do MST. Pra frente, Felipão!

[email protected]

[email protected]

Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

Organismos internacio-nais continuam enaltecen-do o desempenho do Brasil, visto como uma das princi-pais e honrosas exceções à duradoura crise mundial. Nesse contexto, o jornal britânico “The Guardian”, referindo-se a novo estu-do do Centro de Pesquisa para Economia e Negócios (CEBR, em inglês), acaba de ratificar a posição de

presente e o olhar no futu-ro, conscientes de nossos potenciais e desafios, de-vemos fazer as lições de casa necessárias e conso-lidar nossa posição entre as melhores e mais sólidas economias do planeta.

Antoninho Marmo Tre-visan

www.emtempo.com.br

Sim, o clima está seco. Apesar das chuvas que paralisam a cidade, respira-se como se estivesse em Brasília, isto é, sem água no ar. Os pulmões ardem; o nariz ameaça sangrar; a pele seca como se tivesse sido enxuga-da por um aparelho de ar-condicionado. As árvores, mesmo lá na margem direita do rio, também secam.

Felipe Scolari estava, não, está certíssimo

Não fosse a completa desmorali-zação do instrumento, seria o caso de o Congresso propor a criação de uma comissão de inquérito para investigar o esquema de corrupção envolvendo a Advocacia-Geral da União, o escritório da Presidên-cia da República em São Paulo e agências reguladoras.

Mas como ninguém mais acredita em CPIs, a começar pelos parlamen-tares, tudo indica que seria proposta destinada ao fracasso. Assim perde-se o foro primordial para debate desse tipo de assunto e fi ca-se na dependência de “vazamentos” do inquérito policial para saber mais sobre o que aconteceu debaixo do nariz de uma presidente celebra-da por aludido rigor ético. É – ou pelo menos era – nas comissões de inquérito que os detalhes de episódios nebulosos podem vir à tona da maneira mais adequada em sociedades maduras: por intermédio do Legislativo no exercício de sua função de fi scalizar o Executivo.

Se o governo cala e o Parlamento por omissão consente, a tendência é que as ilicitudes cometidas no âmbito do poder público caiam no vazio e logo venham outras. Quis o acaso que a operação Porto Seguro revelasse as trafi câncias da protegi-da número 1 de Lula e do número 2 da advocacia da Presidência com os irmãos Vieira, no momento em que o instituto das comissões de inquérito não vale uma Cibalena vencida.

Isso deixa o Congresso sem ação. Depoimentos seletivos desse ou da-quele ministro ou mesmo de suspei-tos podem render alguns momentos de glória para a oposição, mas acabam sendo palco para meras justifi cativas bovinamente aceitas pela maioria governista. Foi assim com os convocados na época da “faxina” em vários ministérios. O Planalto por sua vez faz pose de impávido colosso com demissões

inevitáveis e comissões de sindi-câncias de efi cácia questionável. O ex-presidente, avalista da atual governante, não se manifesta nem para negar que a amiga Rose es-tivesse autorizada a falar em seu nome para obter vantagens.

De onde as cordas vocais da so-ciedade estão nas comissões de inquérito? É por intermédio delas que as coisas chegam ao público sem subterfúgios. Consequências de escândalos só ocorrem quando há CPI. Ou a denúncia de Roberto Jeff erson teria ido adiante sem a co-missão de inquérito? Mais provável é que o mensalão tivesse cumprido o rito da profecia de Delúbio Soares e fosse hoje nada além de uma piada contada nos salões da República.

Voltemos no tempo: Fernando Collor teria completado seu man-dato não houvesse a CPI do PC Farias. Muitas comissões deram em coisa alguma, mas na ausência delas são diminutas ou quase nulas as chances de se elucidar determi-nados casos e fazer com que gerem resultados práticos. Não obstante a gravidade das denúncias relativas a mais uma quadrilha atuante nos altos escalões do poder, o desmonte da força do Parlamento conspira contra a revelação da verdade dos fatos.

Voto aberto – A proposta do fi m do voto secreto para cassação de mandatos parlamentares cami-nhou mais um passo. O relator na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, deputado Alessandro Molon, deu parecer favorável à emenda que deve ir ao plenário no primeiro semestre de 2013. Já aprovada no Senado, deve passar sem difi culdade. A não ser que haja mudança de orientação nas bancadas governistas se o Supremo deixar para a Câmara a palavra fi nal sobre a perda dos mandatos dos parlamentares condenados.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

Se o gover-no cala e o Parlamento por omissão consente, a tendência é que as ilicitudes no âmbito do poder pú-blico caiam no vazio e logo venham outras. Quis o acaso que a operação Porto Seguro revelasse as trafi câncias da protegida número 1 de Lula

Cordas vocais

nosso país como a sexta economia, à frente do Rei-no Unido. O FMI foi além, estimando que o PIB bra-sileiro será o quinto maior já em 2015, superando a França.

Não podemos achar que o crescimento econômico que vimos mantendo já é sustentável e não devemos nos contaminar pelos dis-cursos catastróficos que às

vezes são disseminados, como se tivéssemos uma bolha de consumo, caos no crédito e na liquidez e riscos para o sistema financeiro.

Entre o céu e o infer-no existem mais virtudes, conquistas e problemas a serem solucionados do que supõe a vã filosofia dos otimistas incontidos e dos arautos do apocalipse. Sem extremismos, com o pé no

DIEGO JANATÃ

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

PainelRENATA LO PRETE

Desgastado pelo escândalo da quadrilha que trafi cava infl uên-cia em sua pasta e outros órgãos do governo, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, deve entregar à presidente Dilma Rousseff nesta semana um novo código interno de controle na elaboração de pareceres e respostas a consultas jurídicas. Pelo esboço de proposta, as consultas serão feitas por escrito, com assinatura de um responsável e só poderão ser debatidas em reuniões ofi ciais, devidamente registradas.

Raio X Adams também deverá determinar que a partir de agora ocupantes de cargos de confi ança se-jam submetidos a uma tria-gem prévia da corregedoria do órgão.

Geral O governo estuda adotar medidas de controle semelhante em outros órgãos que se mostraram permeá-veis à ação da quadrilha, como as agências reguladoras.

Caminho... Delator da investigação que resultou na operação Porto Seguro, Cyonil Borges é professor em cursos preparatórios para concursos públicos. Nos últimos dias tem se preocu-pado em explicar a alunos que voltará a lecionar, além de agradecer a solidariedade de colegas.

...suave Acusado pelo Mi-nistério Público Federal de ter recebido R$ 100 mil do grupo que atuava nas agên-cias reguladoras, o ex-auditor do TCU dá aulas sobre direito constitucional, direito admi-nistrativo e lei de licitações.

Mira O Planalto avalia que o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Coimbra, não tem controle sobre os vários grupos que disputam poder na instituição, o que explicaria a desenvoltura em fazer a busca no escritório da Presidência em São Paulo -que o PT e setores do go-verno não engoliram.

Prospecção O plano do PSDB de alçar Aécio Neves ao comando do partido e, a partir de maio, lançar sua pré-candidatura presidencial, pressupõe a contratação, já no início do ano, do novo marqueteiro do partido.

Geracional Embora dois fi gurões do marketing polí-tico tenham tido conversas

recentes com caciques do partido, a preferência de Aécio e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é dar “cara nova” à propa-ganda tucana.

Estafe Chefe da equipe de imprensa do Ministério da Educação, Nunzio Briguglio Filho assumirá a Secretaria de Comunicação Social de Fernando Haddad (PT) na Pre-feitura de São Paulo.

Estafe 2 O prefeito eleito escalou também Leonardo Barchini Rosa, outro ex-auxi-liar no MEC, para a Secretaria de Relações Internacionais. Entre suas atribuições estará a candidatura de São Paulo para sediar a Expo 2020.

Papel passado Gilberto Kassab promoverá, em janei-ro, maratona de consultas for-mais às bancadas na Câmara e no Senado e a presidentes estaduais do PSD. O prefeito quer que a base avalize, por escrito, o ingresso da sigla no projeto Dilma 2014.

A conta... Está quente o cli-ma entre aliados de José Serra e o PSDB paulista. Mesmo com a delegação do diretório nacional, o partido se recusa a assumir a dívida da campanha do tucano à prefeitura, de R$ 19 milhões.

...não fecha Ieda Areias, secretária do ex-governador, teve tensa conversa com membros da direção estadu-al. Como não houve acordo, nova reunião sobre o passivo deverá ocorrer amanhã.

Pão e água Com calen-dário de votações impor-tantes no Congresso até o recesso, o Planalto decidiu esticar ao máximo a corda das emendas: o próximo lote só será anunciado na sexta. A última liberação ocorreu em julho.

Tiroteio

Dilma esperava melhora da economia para distrair a opinião pública do ‘Rosegate’. Mas veio o PIBinho e virou mais um problemão”

Contraponto

A Câmara realizou na última terça-feira sessão em homenagem ao primeiro aniversário do PSD, partido que tem a quarta maior bancada na Casa. O peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN), em campanha pela presidência da Câmara, fez o maior discurso de todos, exaltando a sigla de Gilberto Kassab. No fi nal, ao saudar o líder do PSD, Guilherme Campos (SP), que presidia a sessão comemorativa, o peemedebista não aguentou e fez menção à eleição que se aproxima: — Meus parabéns, líder, mas espero que o sr. não goste muito dessa cadeira aí de cima não!

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

DO DEPUTADO PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM), sobre o resultado da economia no terceiro tri-mestre e o escândalo de tráfi co de infl uência no governo.

Vigilância tardia

Esquentando lugar

Frases

Esperávamos um resultado maior devido aos incenti-vos governamentais para crescimento da economia, como redução do IPI, desoneração da folha de paga-

mento e valorização do câmbio

Miguel Oliveira, vice-presidente da Anefac (associação dos executivos de fi nanças), avalia que o resultado do Pro-duto Interno Bruto do país, em 0,6% no terceiro trimestre

deste ano, foi “decepcionante”.

Hoje, no mundo, morrem 17 milhões de pessoas por ano por doenças cardiovasculares. E se a gente não

tomar atitudes como esta, a expectativa é que o número cresça, até 2030, para 23 milhões de pessoas

Jadelson Andrade, presidente da Sociedade Brasi-leira de Cardiologia, reivindica mais campanhas para

alertar sobre a epidemia de doenças cardiovasculares, que matam só no Brasil, 300 mil pessoas por ano em

idade produtiva.

Aloizio Mercadante, mi-nistro da Educação, rebateu o argumento de que o repasse integral dos royalties para a

educação é contra o interesse dos municípios. “Pelo contrá-rio, não estamos tirando R$ 1

dos municípios”.

O Natal pode e deve ser opor-tunidade para levar o mundo a Jesus. Por que deixar de dizer que Deus se tornou humano e veio morar entre nós? Mas, de nada vale fé sem o amor. ‘Mas se não tiver amor, nada sou’”.

Dom Luiz Soares Vieira

Esta semana será marcada pela festa da padroeira de Manaus e do Amazonas, Nossa Senhora da Conceição. A soleni-dade, que ocorre no sábado, se dará na primeira semana do tempo de preparação do Natal (Advento) e durante o proclama-do Ano da Fé. São três acontecimentos que não devemos separar porque se complementam.

Como cristãos, cabe a nós a obrigação de ajudar a sociedade na tarefa não muito fácil de recuperar o verdadeiro signifi ca-do do dia 25 de dezembro. Infelizmente, por mil razões, o aspecto comercial e consumista tomou conta da festa cristã, reduzindo-a a comer, beber, dar e receber presentes. Em outras palavras, celebra-se um aniversário e esquece-se do aniver-sariante. Como consequência, substitui-se Jesus pelo Papai Noel. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe-nos realizar nestas semanas uma Campanha para a Evangelização, cuja fi nalidade consiste em anunciar a todos quem é nosso Deus, quem é Jesus e qual caminho devemos trilhar.

Muita gente não conhece a palavra divina e a busca por todos os cantos. Nos tempos de Jesus também era assim. “Entre os que tinham subido para adorar no dia da festa havia alguns gregos. Eles se aproximaram de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e pediram: “Senhor, queremos ver Jesus”. Filipe falou isto a André. Então André e Filipe foram dizer a Jesus. “Existem pessoas ansiosas por conhecer o Senhor; precisam de caminho para andar, de verdade para crer e de vida para realizar sonhos” ( Jo 12, 20-22).

O Natal pode e deve ser oportunidade para levar o mundo a Jesus. Por que deixar de dizer que Deus se tornou hu-mano e veio morar entre nós? Mas, de nada vale fé sem o amor. “Se tiver tanta fé que chegue a transportar montanha, mas se não tiver amor, nada sou” (1 Cor 13,2). Quem fecha seu coração para o necessitado não tem fé. Por esse motivo, a Arquidiocese de Manaus, como fez nos anos anteriores, também participa da campanha “Natal sem Fome”. Sabemos que essa campanha ajuda mais a quem dá do que a quem recebe, porque aviva a solidariedade, a fraternidade e a caridade. É um sinal do amor divino.

A Festa da Imaculada Conceição vem a propósito para preparar nosso Natal, e vou citar algumas razões. Maria, a mãe de Jesus, viveu a fé de maneira impres-sionante. E aí entra também o Ano da Fé. Crer é aceitar Deus em nossa vida e tirar as consequências. Ela colocou-se inteiramente nas mãos divinas. “Sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”, disse ela ao anjo (Lc 1,38). Acreditou para valer. Da fé sólida veio o amor fraterno que a levou a ajudar Isa-bel, mulher idosa, grávida pela primeira vez, necessitada de apoio. Maria viveu o Evangelho. É um incentivo para fazermos o mesmo não só em tempos de Natal. O tema escolhido para a festa deste ano reúne Nossa Senhora da Conceição, Natal e o Ano da Fé. Sem dúvida temos nele um belo programa de vida cristã!

A festa da padroeiraacontece no Ano da Fé

No mais simples dos formulá-rios a ser preenchido, o cidadão americano precisa se identifi car como cau-casiano, ou negro, ou hispânico, ou oriental, ou índio, mes-mo compro-vada a sua condição de americano nato.

Numa mesa de bar conheci e entabulei conversa com o cara. Aliás, com o “guy”, já que se trata de um gringo, de um ame-ricano, para ser preciso. De passagem, aqui fi zera uma escala para atingir seu objetivo que era o município de Barcelos, no alto rio Negro, já seu conhecido, de visitas anteriores. O início da conversa foi apenas de louvações aos encantos, às belezas e a todas as maravilhas naturais que o gajo (melhor tradução de “guy”) descobrira nesse perdido território do interior do Amazonas.

Mesmo americano, o rapaz não era abas-tado e ia a Barcelos de tempo em tempo, não por vontade própria, mas a obedecer as imposições das condições fi nanceiras, porque, pelo puro querer, já estaria a viver por lá desde algum tempo.

De bagagem, além das coisas de que ne-nhum viajante pode prescindir, como roupas e utilidades pessoais, dizia ter trazido livros, para uso próprio e para serventia de outros, e desse particular nascera motivo de respeito e admiração pelo nosso país. É que cons-tatara que nenhum empecilho e nenhuma exigência eram postos à entrada de livros no território brasileiro. Disto, da imunidade fi scal concedida aos livros, pude explicar-lhe que se trata de uma prerrogativa assegura-da pela nossa Constituição, um ponto alto entre seus méritos e deméritos.

Instigado pelo rumo que a conversa assu-mira e certamente também pelo estímulo natural que uns poucos chopes costumam proporcionar, o gringo, com veemência e sinceridade, passou a falar da admiração e da simpatia que já dedicava ao Brasil, especifi camente ao seu povo e às carac-terísticas inerentes à nossa sociedade, já que não será pelo bem-estar material que a nossa gente, pelo menos ainda não, há de ser destacada.

Alimenta a sua admiração, sobretudo, o fato de que, sendo nós um povo miscigena-do, multirracial, somente nos apercebemos das separações postas pelas diferenças econômicas e estas sempre estão abertas à superação e não são defi nitivamente estigmáticas e assim nos defi nimos a todos simplesmente como brasileiros. Já lá, na terra do Tio Sam, a coisa seria bem diferente, segundo ele. No mais simples dos formulários a ser preenchido, o ci-dadão americano precisa se identifi car como caucasiano, ou negro, ou hispânico, ou oriental, ou índio, mesmo comprovada a sua condição de americano nato.

Entusiasmado, ou, quem sabe, indignado, chegou enfi m ao ponto que mais lhe revolta-va as entranhas e fi cou rubro quando falou na política de cotas do governo americano. Disse, como exemplo, que, se um negro se inscreve num concurso público, já parte com pontos de handicap, por conta da cota reservada aos negros. Signifi ca que, se um não negro tirar uma nota mais alta, ainda assim poderá perder para um negro com rendimento inferior.

Nessa hora quem se abalou fui eu, sa-bendo que Dilma acabara de sancionar a nossa lei das cotas. Estava explicado: continua valendo a convicção de que o que é bom para os americanos deve também ser bom para os brasileiros.

Conversa de botequim éestimulante da refl exão

João Bosco Araújo

Diretor executivo do Amazonas EM

TEMPO

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

Se analisarmos os municípios que tiveram

muitos royalties ao longo dos anos, eles têm calçadas lindas, obras suntuosas, mas que projeto de futuro eles terão no dia em que não houver mais petróleo, que é uma

riqueza não renovável?

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 A5PolíticaComissão da Verdade prepara novo relatórioIntegrantes do grupo no Amazonas deverão enviar o documento ao comitê nacional até fevereiro de 2013

Criada em maio deste ano, a Comissão pela Verdade, Memória e Justiça do Amazonas,

que faz parte da Comissão Nacional da Verdade, prepara novo relatório que deve ser entregue ao comitê nacional até fevereiro do ano que vem. A Comissão da Verdade foi cria-da pelo governo federal em Brasília e, simultaneamente, em todos os Estados do Brasil, cujo objetivo é apurar crimes de violação de direitos huma-nos durante a Ditadura Militar, como torturas, assassinatos, perseguições políticas e desa-parecimentos forçados,

A informação foi dada pelo membro da comissão amazo-nense, Luiz Navarro (PCB), que desenvolve o papel de pesqui-sador do grupo. “Nós estamos preparando outros trabalhos agora na área dos sindicatos, onde a ditadura também foi truculenta. Acredito que entre janeiro e fevereiro, já tenha-mos material para enviar a Comissão Nacional da Verda-de”, adiantou o ex-candidato a prefeito de Manaus.

Em outubro deste ano, a Comissão da Verdade do Ama-zonas entregou o primeiro re-latório ao Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) e ao Comitê Nacional.

No relatório, constavam in-formações importantes acer-ca do genocídio sofrido pelo povo waimiri-atroari, durante a construção da rodovia 174, que liga Manaus (AM) a Boa Vista (RR).

O relatório, que conta com mais de cem documentos ane-xados e mais de 200 documen-tos referenciados, apontam o desaparecimento de mais de dois mil índios da tribo wai-

miri-atroari e estabelece uma relação da construção da BR-174 com as mortes.

Na avaliação do deputado estadual José Ricardo (PT), que também compõe o comitê, os seis primeiros meses de traba-lho do grupo foram importan-tes para dar visibilidade aos trabalhos desenvolvidos pela Comissão da Verdade.

“O balanço preliminar é de que o comitê começou a dar certa visibilidade a essa ques-

tão da Comissão Nacional da Verdade, ou seja, permitiu que tivesse um espaço para dis-cutir, buscar possíveis inves-tigações e levantamento de informações sobre pessoas e situações da época da ditadu-ra militar”, explicou. O grupo deve entrar em recesso no final do ano.

Apesar da “visibilidade”, várias situações foram colo-cadas no comitê e nenhuma teve uma conclusão, disse José Ricardo. O único documento concluso até agora e enviado a Brasília foi o relacionado aos crimes cometidos contra os índios waimiri-atroari.

DificuldadesUm dos empecilhos enfren-

tados pelo grupo local é a falta de instrumentos para investi-gação e devido os trabalhos serem feitos de forma volun-tária. Atualmente, as reuniões acontecem numa sala cedida pelo Sindicato dos Jornalistas do Amazonas, localizado no bairro Praça 14, Zona Sul.

“Na verdade, à medida que têm nomes que citados nas investigações, se faz uma vi-sita para ver se os familiares têm interesse para tratar do assunto”, esclareceu o depu-tado. Apesar das dificuldades, José Ricardo acredita que o co-mitê local já deu os primeiros passos, “que antes não tinha e agora tem”.

ÁQUILA SICSÚEspecial EM TEMPO

A Comissão Nacional da Verdade, instalada em maio deste ano em Brasília, terá o prazo de 2 anos para apu-rar violações aos direitos humanos ocorridas no perí-odo entre 1946 e 1988, que inclui o período da ditadura militar no país, ocorrida de 1964 a1985.

Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff (PT) deu posse aos sete

integrantes do comitê na-cional: Cláudio Fonteles, Gilson Dipp, José Carlos Dias, João Paulo Cavalcanti Filho, Maria Rita Kehl, Pau-lo Sérgio Pinheiro e Rosa Maria Cardoso da Cunha.

Na ocasião, Dilma des-tacou que o Brasil precisa conhecer a totalidade de sua história e que as investiga-ções não serão movidas pelo ódio ou revanchismo.

A comissão foi criada em

2009 e a lei que estabe-leceu foi sancionada pela presidente em novembro de 2011. O foco principal será apurar casos de desapare-cidos políticos. De acordo com o documento “Direito à Memória e à Verdade”, elaborado pelo governo fe-deral, há 150 casos de opo-sitores do regime militar que desapareceram após serem presos ou sequestrados por agentes do Estado.

Resultados saem em 2 anos

O presidente regional do PCB, Luiz Navarro (à esq.) integra a comissão, apresentada na Aleam

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

INTEGRANTESA Comissão da Verda-de no Amazonas tem entre seus coordenado-res Egydio Schuwade, os professores univer-sitários Paulo Monte e José Ribamar Mitoso e o deputado José Ricar-do, para citar alguns

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

Correios acusados de surrupiar invenção alheia

O inventor Divino Manoel da Silva entrou com ação por danos morais e apro-priação indébita contra a Empresa de Correios e Telé-grafos (ECT), que registrou em nome de um funcionário, que nada teve com o assun-to, os direitos de invenção em 1990 de uma caixa com tampa que racionalizou e deu nova dinâmica ao trans-porte de correspondência e objetos, tornando mais ágil o trabalho dos funcionários da estatal.

Registro parcialPrestador de serviços

simples admirado pelos colegas, Divino Manoel re-cebeu apenas os direitos correspondentes à tampa especial da caixa.

Direito de usoDe boa fé, Divino Manoel

da Silva cedeu a ECT os direitos de uso exclusivo da invenção, desde que fosse registrada em seu nome.

Laranja?Divino descobriu que a

ECT registrou a invenção no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) em nome de um funcionário.

ECT se escondeA ECT reage como se ti-

vesse culpa no cartório, es-quivando-se de perguntas para informar que somente se pronunciará “em juízo”.

Sindicato suspeita de fundo da Rede Ferrovi-ária

O Sindicato dos Emprega-dos em Previdência Privada do Rio de Janeiro suspeita que diretores da Fundação

Rede Ferroviária de Seguri-dade Social (Refer) estão por trás do sumiço de parte dos R$ 15 milhões emprestados à empresa Comanche Clean Energy para investir em plan-tação de cana e produção de etanol. O produto não foi vendido e o dinheiro nunca retornou para os cofres do fundo dos ferroviários.

Sem explicaçãoA Refer quer emprestar

mais R$ 65 milhões a Co-manche, sem explicar ao sindicato dos empregados o destino dos primeiros R$ 15 milhões.

NegativoEm nota, a fundação Refer

nega o prejuízo, garante que a Comanche é “adimplente” e que os títulos comprados “já valem” R$ 19,4 milhões.

A crise viajaAntes que maledicentes

digam o contrário, Rose não vai viajar com Lula na quarta (3) para Berlim e Barcelona. A crise só volta no dia 17.

É a mãeDilma detestou quando

soube que, além de “Tia”, Ro-semary Noronha, a amiga de Lula indiciada na Policia Federal por tráfi co de infl u-ência e corrupção, se referia a ela como “Gordinha”, em suas mensagens.

Mulher pra mulherA presidenta Dilma foi con-

vidada a participar do Fórum Nacional PMDB Mulher e Municípios, que acontecerá no dia 11, em Brasília. O partido foi o que mais elegeu prefeitas, no total 127.

Baixo clero à vistaA deputada Luci Choina-

cki (PT-SC) observa que o comportamento de Marco Maia (PT-RS), nos derra-deiros dias de reinado, está cada vez pior: “Está nervoso nas votações porque voltará a ser plebeu”.

Pro que der e vierO senador Renan Calhei-

ros (PMDB-AL) disse em reunião com integrantes da bancada que está prepara-do para enfrentar o notici-ário negativo quando fi car mais próxima a eleição à presidência do Senado.

Em nome do PaiApesar das divergências

no julgamento do mensa-lão, o presidente e o vice-presidente do STF, Joaquim Barbosa e Ricardo Lewan-dowski, rezam na mesma re-ligião: ambos são católicos apostólicos romanos.

Abaixo-assinadoA Frente Parlamentar de

Combate à Corrupção cole-ta assinaturas para pressio-nar a votação em comissão especial do projeto de lei que pune empresas corruptoras, do deputado Carlos Zaratti-ni (PT-SP).

ErmitãoSecretário da Fazenda no

Paraná, Luiz Carlos Hauly (PSDB) acredita que nem tudo está perdido para o senador tucano Alvaro Dias, isolado do partido no es-tado: “Ainda dá tempo de acertar os ponteiros”.

Pensando bem......certas revelações da

operação Porto Seguro, da PF, ainda podem fazer um caso criminal inspirar uma ruidosa ação na Vara de Família.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Se não quer pressão, é melhornão jogar na seleção”

NOVO TÉCNICO DA SELEÇÃO BRASILEIRA, Luiz Felipe Scolari, mostrando a que veio

PODER SEM PUDOR

Haveria a quem pedir?Graciliano Ramos e Otto Maria Car-

peaux eram companheiros de copo e de cruz, na redação do bravo Correio da Manhã, e no bar do Hotel Marialva – onde sempre terminavam o dia curtindo in-terminável pessimismo. Cer-ta vez, Carpeaux se espantou com o valor da nota:

- Como as coisas estão, intelectual vai ter que pedir esmola...

Graciliano apenas murmurou:- A quem?...

Comissão rejeita obrigatoriedadeA Comissão de Agricultu-

ra, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural re-jeitou na última quarta-fei-ra o projeto de lei 2884/11, do deputado Dimas Fabiano (PP-MG), que exige auto-rização prévia da Agência Nacional de Vigilância Sa-nitária (Anvisa) para alo-jamentos de trabalhadores rurais usados com a fi nali-dade de moradia.

O relator da proposta, deputado Abelardo Lupion (DEM-RR), recomendou a

rejeição. Segundo ele, a medida criaria difi culdades tanto ao Estado quanto aos produtores rurais e aos tra-balhadores, que correriam o risco de não efetivar seus contratos. “A vigilância sanitária não possui efe-tivo sufi ciente para fazer as inspeções, o que cau-sará lentidão no processo de liberação de moradias para trabalhadores rurais e insegurança jurídica aos produtores”, disse Lupion.

Já o autor da projeto pre-

tendia evitar que os traba-lhadores fossem alojados em “imóveis irregulares, com péssimas condições de higiene”. Por esse motivo, ele propôs essa obrigato-riedade de vistoria.

O relator avaliou, no en-tanto, que a legislação atual é sufi ciente para garantir a proteção do trabalhador rural. “Esta é uma atribui-ção legal e já é executada pelo Ministério do Trabalho, conforme a Constituição Fe-deral”, afi rmou Lupion.

ALOJAMENTOS

Arthur Neto e Vanessa Grazziotin também foram os que mais arrecadaram, se comparado aos concorrentes vizinhos

Manaus teve a disputa mais cara da Região Norte

O p r e f e i t o eleito de Manaus, Arthur Neto (PSDB) e a

senadora Vanessa Grazzio-tin (PCdoB), protagonizaram a campanha eleitoral mais cara da história da disputa pela Prefeitura de Manaus e ainda conseguiram arrecadar mais que os candidatos do segundo turno de toda as capitais da Região Norte.

Somente no último mês de campanha, os dois candidatos arrecadaram juntos a quantia de R$ 25,3 milhões. O valor é superior 12 vezes ao que os então adversários à Prefeitura de Macapá, no Amapá, arre-cadaram e, 24 vezes maior que o valor captado pelos dois candidatos ao Executivo de Porto Velho, em Rondô-nia. Os dados fazem parte da prestação de contas fi nal da campanha, entregue ao Tribu-nal Superior Eleitoral (TSE) na última terça-feira e disponível para consulta pública desde a última quarta-feira.

Na comparação com as de-mais capitais dos Estados do Norte - Belém, Porto Velho,

Macapá e Rio Branco - que tiveram segundo turno, Ma-naus sai na frente, fi cando atrás apenas das capitais das regiões Sul e Sudeste, nas quais houve segundo turno.

Na capital amazonense, a arrecadação fi cou em R$ 25,3 milhões. Em Belém, o prefeito eleito Zenaldo Cou-tinho (PSDB) e o adversário, Edmilson Rodrigues (PSOL), arrecadaram R$ 6,1 milhões.

Macapá registrou no segundo turno uma disputa entre Clécio Vieira (PSOL) e Roberto Dias (PDT) que movimentou R$ 2,4 milhões. Em Porto Velho, os então candidatos Mauro Nazif (PSB) e Lindomar Garçon (PV) captaram R$ 1,2 milhão e a disputa mais barata foi pro-tagonizada em Rio Branco, no Acre, onde Marcus Alexandre (PT) e Tião Bocalom (PSDB) arrecadaram pouco mais de R$ 207 mil.

Custo por eleitorConsiderando o número

de eleitores das cidades e os valores das campanhas, o custo por eleitor variou entre R$ 4,80 e R$ 21,50. A mais cara foi Manaus, onde o gasto da campanha no segundo turno fi cou equiva-lente a R$ 21,50 por eleitor. Em segundo lugar aparece o Amapá, cujo voto por eleitor chegou a R$ 9,83.

Em Belém, considerada uma metrópole na Região Norte, o custo da campanha foi de R$ 6,10; na capital de Ron-dônia, Porto Velho, os gastos foram de R$ 4,55 por eleitor e, Rio Branco, no Acre, regis-trou o custo mais baixo, de R$ 4,80.

CAMILA CARVALHO Equipe EM TEMPO

DIFERENÇASO custo da eleição em Manaus foi de R$ 21,50 por eleitor, en-quanto em Rio Branco, no Acre, esse mesmo custo foi de R$ 4,80. Das sete capitais da Região Norte, quatro tiveram segundo turno

Dos cinco prefeitos elei-tos no segundo turno na Região Norte, três: Arthur Neto (PSDB) em Manaus; Clécio Vieira (PSOL) em Macapá e; Marcus Alexan-dre (PT), em Rio Branco) foram os que menos arre-cadaram na disputa.

Segundo o cientista políti-co da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Gilson Gil, os dados demonstram que recursos fi nanceiros já não são determinantes para a vitória. “Os recursos são importantes porque sem eles uma candidatura fi ca

inviável, mas nem só com dinheiro é construída uma vitória”, ponderou.

Durante o segundo turno, Arthur Neto arrecadou R$ 11,9 milhões contra R$ 13,4 milhões da adversária comu-nista na disputa por Manaus. Na mesma esteira, Clécio Vieira arrecadou pouco mais de R$ 723,8 mil contra R$ 1,7 milhão de Roberto Dias na disputa pela Prefeitura de Macapá. Em Rio Branco, Mar-cus Alexandre (PT) angariou R$ 72,2 mil contra R$ 134,8 mil de Tião Bocalom.

Entre os concorrentes

no segundo turno, os que souberam melhor aplicar a maior quantidade de recur-sos recebidos foram Mauro Nazif (PSB) em Porto Velho e Zenaldo Coutinho (PSDB) em Belém.

Nazif arrecadou R$ 947,3 mil contra R$ 319,2 mil de Lindomar Garçon (PV) e ven-ceu nas urnas com 63,4% dos votos válidos. Em Belém, o tucano Zenaldo Coutinho captou R$ 2,1 milhões contra R$ 1,1 milhão recebidos por Edmilson Rodrigues e venceu o esquerdista com 56,6% dos votos da capital paraense.

Eleitos arrecadaram menos

Manaus (AM) R$ 25.336.504,91 1.178.120 R$ 21,50

Belém (PA) R$ 6.160.989,49 1.009.756 R$ 6,10

Macapá (AP) R$ 2.492.334,16 253.310 R$ 9,83

Porto Velho (RO) R$ 1.266.601,50 278.000 R$ 4,55

Rio Branco (AC) R$ 207.020,70 43.000 R$ 4,80

Custo do segundo turno nas capitais do Norte

Capital Custo da EleiçãoNúmero deeleitores

Custo dacampanhapor voto

FONTE: PRESTAÇÕES DE CONTAS/TSE

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 A7Com a palavra

O que precisa-mos mais são os alimentos perecí-veis e materiais de higiene pes-soal que, diferen-temente das rou-pas, dificilmente vão durar para o dia seguinte.”

Fala-se em 580 famílias, apro-ximadamente. Eu sei que daqui saem, diaria-mente, cerca de 400 refeições. A nossa intenção é para que o ma-terial vá somente para as famílias atingidas.”

Após cinco dias do in-cêndio que desabrigou mais de 500 famílias na comunidade Arthur

Bernardes, no bairro São Jor-ge, Zona Oeste de Manaus, os atingidos dependem agora do apoio do governo, de diversas entidades e das igrejas católica e evangélica. Dentre os volun-tários, destaca-se o pároco da Igreja São Jorge, frei Agostinho Odorizzi que, há quase 6 anos - desde que chegou a Manaus - ajuda a comunidade local.

Em entrevista ao EM TEMPO, o religioso contou que uma de suas principais preocupações neste momento é “que as famí-lias que foram vítimas recebam as doações”, porém, apesar da busca pela “fidelidade”, a paró-quia depende da ajuda de outras pessoas para que essas doações sejam entregues. Desde o si-nistro, ocorrido na manhã da última terça-feira, as famílias vítimas estão abrigadas no gi-násio poliesportivo Ninimberg Guerra, localizado em frente à Igreja de São Jorge, no bairro de mesmo nome.

EM TEMPO - Como fun-

ciona a realização do aten-dimento dos desabrigados na paróquia?

Agostinho Odorizzi - Tudo se deu logo após a tragédia quando veio o pensamento de que deveríamos fazer um traba-lho para ajudar as vítimas. En-tão, organizamos os membros da igreja e outros voluntários de nossa comunidade para rece-ber as doações que começaram logo pela tarde. Depois, inicia-mos o processo de organização junto aos membros da paróquia para que as famílias pudessem receber as doações. Após isso, o salão foi disponibilizado para a organização desse material doado. Nós preparamos lanches durante a manhã e refeições à tarde e noite. Para a Paróquia São Jorge, a primeira questão para se preocupar é que as famí-lias que foram vítimas recebam as doações, buscando ser fiel ao máximo. Isso ocorre por meio das lideranças da comunida-de atingida, que nos ajudam a

identificar essas famílias. EM TEMPO - Anterior à

tragédia, a igreja realiza-va um trabalho de ajuda à comunidade atingida? Como era esse trabalho?

AO - Nós tínhamos um tra-balho, pois possuíamos um con-tato próximo com as pessoas. Essa ajuda se dava, coinciden-temente ou não, no período do Natal, com as novenas do período e com o “Natal da Ca-ridade”, por meio do qual os nossos jovens, especialmente os crismandos, iam até a comu-nidade e ofereciam um rancho, ou seja, anualmente entramos no clima de Natal que fala de amor e solidariedade.

EM TEMPO - As famílias foram alojadas no ginásio poliesportivo Ninimberg Guerra, localizado em frente à igreja e a paróquia foi uma das primeiras a socorrê-las, fazendo até mesmo o traba-lho do poder público. Como o senhor avalia isso?

AO - Não sei se realmen-te fomos os primeiros, mas a questão é geográfica. Nossa localização é próxima e temos muitas pessoas que participam ou conhecem algum morador da comunidade atingida. Porém, a paróquia não vai poder ficar aqui para sempre colaborando. Uma hora terá que acabar e depois os órgãos competentes, sejam eles do município ou do governo, devem fazer aquilo que lhe é de dever, aquilo que lhes cabe.

EM TEMPO - A população

está ajudando na doação de material para os desa-brigados?

AO - Sim, temos vários vo-luntários trabalhando até tarde da noite. Dentre eles, há seis pessoas que perderam tudo e nos ajudam com a distribuição. É preciso lembrarmos das asso-ciações do bairro, as comunida-des e a paróquia São Geraldo, na Constantino Nery, que abriu as portas e que, inclusive, faz um trabalho com muita proprieda-de, a exemplo do histórico com os amigos haitianos. Há ainda a Igreja Evangélica Assembleia de Deus, da avenida São Jorge, que atendeu 21 famílias. Eu

inclusive tive a oportunidade de conversar com o pastor respon-sável e na ocasião, ele compar-tilhou suas dificuldades com o trabalho realizado. Essas são as que eu sei, mas certamente hou-ve outras pessoas e instituições que ajudaram com algo.

EM TEMPO - Quantas famí-

lias estão recebendo o apoio da paróquia?

AO - Não sabemos ao certo. As informações parecem desen-contradas. Fala-se em 580 famí-lias, aproximadamente. Eu sei que daqui saem, diariamente, cerca de 400 refeições. A nossa intenção é que o material vá somente para as famílias atin-gidas pelo incêndio. Sabemos que isso é difícil, mas fazemos a nossa parte.

EM TEMPO - Que situações você tirou como lição de vida neste momento?

AO - Existem várias: ver as pessoas esquecendo um monte de coisas de seu dia a dia e só pensar que as famílias precisam se ajudar é gratificante. Mas houve um caso bem recente, que ocorreu hoje à tarde (na última quinta-feira), eu estava sentando lá na frente da igre-ja e, de repente, apareceu um homem fardado em uma moto, com os sapatos sujos, com a roupa suja de cimento e era possível ver que pegou o sol o dia inteiro e deve ter vindo de uma obra. Ele trouxe um pacote de arroz e dois quilos de feijão e entregou para doação com o maior carinho. É esse tipo de gesto que nos incentiva a ajudar essas pessoas, que realmente necessitam.

EM TEMPO - Quem de-

seja ajudar deve fazer as entregas do material em que local?

AO - Das 8h às 18h no nosso salão, que fica ao lado da nossa igreja está aberta e toda ajuda é bem-vinda. Mas o que preci-samos mais são os alimentos perecíveis e materiais de higie-ne pessoal que, diferentemen-te das roupas ou cobertores, dificilmente vai durar para o dia seguinte. Não se fala de quantidade, mas aquilo que o coração manda.

Frei AGOSTINHO ODORIZZI

‘A preocupação é que AS VÍTIMAS recebam as DOAÇÕES’

Tudo se deu após a tragédia quando veio o pensamento de que deveríamos fazer um trabalho para ajudar as vítimas. Então, organi-zamos os membros da igreja e outros voluntá-rios da área de nossa comunidade para rece-ber as doações”

GUILHERME ALVESEquipe EM TEMPO

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

A declaração é do conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Gilberto Martins, que acredita que é uma forma de imprimir celeridade nos julgamentos

Meta é estabelecida para todos os graus da Justiça

O conselheiro Gilberto Martins Valente, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ),

disse, durante o “I Seminário sobre os Meios de Combate à Corrupção no Século XXI”, realizado na última quinta-feira, na cidade de Cuiabá (MT), que a efetividade do sis-tema de Justiça é importante instrumento para prevenir e combater crimes de corrupção e de improbidade administra-tiva no Brasil.

O evento foi realizado pelo

Núcleo de Enfrentamento aos Crimes de Corrupção e à Im-probidade Administrativa de Mato Grosso (Necco).

Gilberto Martins ressal-tou que a meta estabeleci-da pelo Judiciário brasileiro para imprimir celeridade nos julgamentos das ações de improbidade administrativa e ações penais relacionadas a crimes contra a adminis-tração pública é o grande passo para fazer frente à prevenção e ao combate às práticas ilícitas. O Judiciário

terá de julgar os processos de 2011 até o final de 2013.

“Esse compromisso foi assu-mido por todas as instâncias e não apenas pelo primeiro grau. Uma comissão deverá ser criada para monitorar o cumprimento da meta, com sugestão que comece pelo próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que foi esta-belecida para todos os graus”, informou o conselheiro.

O conselheiro do CNJ elo-giou as diversas ações feitas no âmbito dos judiciários es-

taduais. “Essa iniciativa da Corregedoria em Mato Grosso de reunir diversas instituições para atuarem em conjunto é mais um instrumento valioso para contribuir para alcan-çarmos nossa meta contra a corrupção”, ressaltou.

Criado pela Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso em abril de 2012, o Necco tem como objetivo criar mecanismos efetivos de com-bate e prevenção aos crimes praticados contra a adminis-tração pública.

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ULG

AÇÃO

Assédio moral e demissão voluntária em discussão

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Par-ticipativa (CDH) do Senado Federal promove na próxima terça-feira, dia 4, audiên-cia pública para debater o assédio moral, a demissão voluntária e a terceirização no Brasil

Os problemas da terceiri-zação no trabalho também foram tema de debate na CDH em 28 de novembro desde ano. Na ocasião, ad-vogados e representantes do Ministério Público, dos auditores fiscais do Traba-lho e de centrais sindicais afirmaram que a prática tem servido para reduzir custos e aumentar lucros das em-presas, à custa de redução salarial e desobrigação de direitos trabalhistas.

Para a maioria dos de-batedores, a responsabi-lidade pelo trabalhador não deve ser apenas da prestadora de serviço que

o contratou, mas deve ser partilhada pela empresa que contratou os serviços.

DebatedoresPara o debate, de inicia-

tiva do senador Paulo Paim (PT-RS), foram convidados o ministro do Trabalho, Carlos Daudt Brizola; a ministra Ma-ria Cristina Irigoyen Peduzzi, do Tribunal Superior do Tra-balho (TST); os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Inácio Arruda (PCdoB-CE); os deputados estaduais do Pará Edilson Moura e Rai-mundo Santos; Valdemar Moreira da Silva Filho, en-genheiro em segurança do trabalho; Francis Bogossian, presidente do Clube de En-genharia; e representan-tes sindicais de empresas de prestação de serviços, pedevistas (optantes pelos programas de demissão vo-luntária), servidores públicos federais e petroleiros.

CDH DO SENADO

A audiência é de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS)

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O conselheiro do CNJ, Gilberto Martins (ao centro), elogiou as ações feitas nos judiciários estaduais e o cumprimento de metas

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EconomiaCa

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[email protected], DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 (92) 3090-1045Economia B4 e B5

A saga das ‘pequenas’ nas licitações

Pais ‘correm’ para garantir descontos

Vantagens de comprar antes O economista Ailson

Rezende, presidente do Conselho Regional de Eco-nomia do Amazonas (Core-con-AM), destaca que, em qualquer situação, sempre é mais vantajoso comprar antes do prazo.

Rezende diz que uma boa opção é usar o 13º salário. “Com o dinheiro na mão, os descontos em alguns locais pode che-gar até 5%”, r e s -

salta. Outra dica do eco-nomista é comprar em grupos, o que pode elevar os descontos a 10%.

Outro motivo para an-tecipar as compras, de acordo com o economis-ta, é o reajuste do salário míni-no, que está p r e v i s t o para ja-

neiro, de acordo com in-dicação do governo fede-ral. “Todos os setores vão aplicar esse incremento que deve ser de pelo me-nos de 8%”, alerta.

Antecipar a compra do material esco-lar para dezembro, quando a maioria

dos consumidores está focada nos presentes de Natal, é uma forma de ga-rantir descontos nos itens da lista. Ávidos por fazer o dinheiro render mais, pais amazonenses saíram às compras, aproveitando inclusive o 13º salário.

Em algumas livrarias da cidade, a poupança na aqui-sição de artigos de papela-ria como giz de cera, lápis, pinceis dos itens da lista pode chegar a 5%. Segundo a supervisora de vendas da livraria Lira, Mary Campo, dezembro é a melhor época para compra, pois ainda há muitos artigos no estoque e os preços estão menores. Ela explica que a livraria recebe, em média, mil com-pradores, diariamente. No entanto, no primeiro mês do ano, a demanda de compra-dores aumenta em, aproxi-madamente, 50%.

“Em janeiro a maioria das pessoas começa a comprar e, com isso, o estoque esgota e temos que comprar mais. Com os novos itens escola-res, os custos sobem e temos que repassar ao consumidor esses valores”, acrescenta, ao completar que já vendeu várias listas para pais que estão aproveitando o 13% salário para adquirir os ma-teriais dos fi lhos.

O professor Alexandre Au-gusto Pizzano, pai de Caio Vi-nícius, que vai para o segundo ano do ensino fundamental, é um dos que preferem an-tecipar as compras escolares para dezembro a deixar para última hora. “Junto com os presentes de Natal também vou comprar a lista dos itens escolares”, garante.

Pizzano já começou a pes-quisar preços e também a qualidade do material esco-lar, de olho em economizar nas compras. “Com certeza, os preços são melhores nes-se período, pois assim como no Natal os preços aumen-tam, os valores do material escolar são majorados no período de janeiro, por isso

agora é a melhor época de fazer economia”, ressalta.

Segundo a empresária Selma Costa, mãe de Júlia Costa, a dica para garantir a economia é antecipar as compras de papelaria. “Fiz uma pesquisa e descobri que lápis, giz de cera, borracha e cadernos são bem mais baratos nesta época do ano, no Atacadão Tropical, por exemplo. Muitos produtos das mesmas marcas po-dem ser encontrados nas livrarias, mas com valores maiores”, destaca.

Tabela reajustada Na livraria Novo Tempo,

no Centro, a vantagem era comprar até novembro, de acordo a gerente de vendas Grace Moura. “A tabela de preços muda no dia primei-ro de dezembro e perdura até o final do ano”, expli-ca. Entretanto, a livraria dá desconto para quem compra a vista e em até seis vezes no cartão de crédito não cobra juros.

Nem acabou o ano, pais já antecipam a compra do material escolar para assegurar economia de até 10%

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

Há 20 anos, nas discussões da Conferência da ONU, a Rio-92, em que as supostas queima-das da Amazônia eram respon-sabilizadas pelo aquecimento global, o escritor e visionário Alvin Tofler, em tertúlias com Gilberto Mestrinho, governador do Amazonas, condenava a intocabilidade preservacionis-ta da floresta recomendando biotecnologia, bioinformática e medidas urgentes de inovação para promover o desenvolvimen-to integral e racional da região. Guardadas as proporções e pre-missas, a intuição e proposições já estavam no discurso da Fieam de seu Petronio, na simplicidade e peso de sua experiência de empreendedor, com a autorida-de de ter nascido no beiradão: “Que potencialidade oferecem as nossas florestas, indicando a necessidade de sua exploração por métodos mais modernos? Os desafios que nos fazem as nossas várzeas, onde o simples

cultivo da juta/malva, consor-ciado com culturas alimentares, à frente o próprio milho, já nos daria a oportunidade de nos constituirmos, através de uma avicultura integrada, num estado auto-suficiente de carne de aves, podendo chegar até a exportação dos eventuais excedentes, ávidas que são as repúblicas limítrofes desse tipo de alimento? Para não falar da pecuária bubalina, que se prenuncia auspiciosa, embo-ra ainda com tênues iniciativas nesse setor. A piscicultura, a nos indicar a forma de preser-vação de nossa variadíssima fauna aquática, com reflexos evidentes no abastecimento das populações urbanas?”.

Há quase três décadas, o ribei-rinho Petronio Pinheiro alertava para os limites conjunturais do modelo econômico regional, suas restrições politicas e temporais. Um presta atenção extremamen-te atual. “Temos vivido sob a égide da Zona Franca a partir

de 1967, que trouxe no bojo da legislação que a criou e a regu-lamentou, toda uma expectativa de desenvolvimento e autonomia econômica para toda a Amazônia Ocidental, mas se nos detiver-mos bem e nos últimos tempos, vivemos debaixo de constantes apreensões, condicionados e ameaçados a todo momento, a perdas substanciais em sua essência, que nos dão extre-ma insegurança. Por que isso? Será que os objetivos originais da Zona Franca de Manaus não foram alcançados, será que não se confia mais na capacidade do empresário amazonense que tantas vezes provou sua compe-tência, ou será que não estamos sabendo aproveitar em plenitude a oportunidade ímpar que nos foi oferecida? O que falta para a consolidação do modelo em torno de vinte anos de existên-cia com seu prazo de vigência prestes a expirar?”.

O discurso é ousado, o apelo é

dramático, tem a volta à floresta como premissa, é premonitório e extremamente contemporâneo. Um grito que se torna urgente no centenário da decadência do Ciclo da Borracha, cuja co-lheita desastrosa decorreu da semeadura do comodismo e da omissão em criar infraestrutura de beneficiamento e agregação de valor aos produtos – látex à frente – do extrativismo florestal. Seo Petronio tinha autoridade para apontar a clarividência desse caminho, que trilhou com Ribamar Siqueira, Cosme Fer-reira, Antônio Simões e Osmar Pacífico. Um alerta que também é um convite para nós todos, retirantes que somos de uma contradição visceral que importa diluir e superar. A contradição de habitar o quintal da bio-prospe-ridade planetária, e concentrar o fausto na capital, de costas paras índices tão constrangedores de desigualdade e exclusão social vividos pelo homem do interior.

O alerta se faz acompanhar do imperativo da labuta, o labor que tudo vence, um lema e uma equação que Petronio transfor-mou em governança corporativa, moderna e arrojada, que conjuga os tempos verbais do empreen-der na perspectiva do partilhar, como mecanismo seguro e pro-missor de fazer avançar qualquer empreitada. Uma equação que se funda no companheirismo amo-roso de Iclé, sua referência e porto, na relação com os filhos, e vínculos de afeto com amigos e colaboradores, perseguindo a primazia harmoniosa de parti-lhar a alegria, que lhe importava sempre assegurar, na paisagem de sua paixão pelo Amazonas. Na lembrança de mais um ano de sua partida, cabe agradecer e louvar seu apelo, alerta e tes-temunho de compromisso com o Amazonas.

(*) Alfredo é filósofo e con-sultor ambiental

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

Ainda esta-mos expor-tando cas-tanhas em amêndoas, guaraná em semen-te, cacau, madeira, sem qual-quer grau de beneficia-mento”

ZFM: o alerta de Petronio Pinheiro – parte 2

Com novo código, locatário estará ‘na mira’ da JustiçaProjeto prevê execução na Justiça e inclusão no SPC e Serasa dos inquilinos que não pagarem a taxa de condomínio

Embora o inquilino seja o responsável legal pela taxa de condomí-nio, quando a mesma

não é paga é o proprietário do imóvel quem arca com o prejuízo. Entretanto, essa si-tuação pode mudar, com o novo Código de Processo Civil, em tramitação na Câmara dos Deputados. O projeto prevê execução na Justiça e inclusão nos cadastros do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e Serasa, caso o locatário não pague esse débito.

Do total de locações em Manaus, 25% tem ações na Justiça por falta de pagamento da taxa de condomínio, se-gundo dados do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comer-ciais (Secovi).

Na opinião do presidente do Conselho Regional de Correto-res de Imóveis do Amazonas (Creci-AM), Pascoal Rodrigues, o projeto de lei será bom para os dois lados (locador e locatá-rio), pois se a pessoa não for um bom inquilino, não ficará muito tempo no espaço e o

proprietário terá meios jurídi-cos para cobrá-lo.

Rodrigues diz que a entidade apoia a medida e fiscalizará o cumprimento no Amazonas. Segundo ele, a cobrança já existe na prática, mas com a lei, os locatários terão a garantia jurídica. “A lei contemplará o di-reito à propriedade que é muito importante para o indivíduo e

está na Constituição Federal. Dessa forma haverá respeito ao contrato”, afirma.

O presidente do Creci-AM diz que, embora não tenha dados, a inadimplência com a taxa de condomínio reduziu na capital amazonense. De acordo com ele, atualmente o proprietário do imóvel conse-gue, caso não haja pagamento

da dívida, reaver o valor em menos de 60 dias.

Proprietário de uma imobili-ária e com experiência jurídica na área, o advogado Miquéias Fernandes, avalia que essa mudança prevista em lei é altamente positiva para o lo-cador. “Não teremos surpresas desagradáveis”, completa.

Segundo Fernandes, depen-dendo do valor da taxa, com o tempo fica mais complicado quitar o débito. “Se a taxa do condomínio é de R$ 1 mil, por exemplo, e o locatário passa 12 meses sem pagar, a dívida saltará para R$ 12 mil. Esse valor é muito alto para ser quitado. Com a lei, o locador terá os seus direitos assegurados”, conclui.

Sem reflexosA garantia jurídica do paga-

mento da taxa de condomínio não terá reflexos para a corre-tora de imóveis, Andreia Silva. Isso porque, segundo ela, no ato da locação o valor é embu-tido no contrato. “Quando faço qualquer contrato, já incluo o valor do condomínio, que é pago diretamente na conta do locador pelo locatário. Então, para mim, é indiferente o que vai mudar na lei”, constata.

BENEFÍCIODe acordo com o Creci-AM, a proposta é posi-tiva para os dois lados. Em Manaus, segundo o órgão, a medida já é aplicada, mas se for aprovada pela Câmara dos Deputados, a fisca-lização será rigorosa

Do total de locações na capital amazonense, 25% possuem ações na Justiça por inadimplência

RICARDO OLIVEIRA

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

Vendas diretas aquecidasCom variedade de produtos, atendimento personalizado, pagamento facilitado e entrega em casa ou no trabalho, revendedoras de cosméticos amazonenses esperam incremento de até 70% nas vendas de produtos neste fim de ano

O período de fim de ano é garantia de comércio aquecido e clientes em busca

de presentes. E a comodida-de de comprar sem sair de casa, aliado a um atendimento personalizado e variedade de produtos têm sido o diferen-cial dos profissionais de ven-da de direta, que aproveitam a data para conquistar mais consumidores e aumentar as vendas em até 70%.

Mesmo com o emprego fixo, Luciana Vieira é consultora da Natura há 8 anos e diz que no período natalino conse-gue dobrar a renda. Luciana segmentou suas vendas nas zonas Norte e Leste de Ma-naus. Segundo ela, no período de final de ano, a comercia-lização dos produtos chega a aumentar 70%.

Para Luciana, o incremento nas vendas é devido às diver-sas confraternizações que as empresas e as famílias costu-mam realizar nesta época. “As pessoas sempre participam de amigos secretos e me pe-dem sugestão de presentes. A linha de perfumaria é sempre a mais requisitada. Levo os presentes já embalados na casa ou no emprego dos meus clientes”, ressalta.

Segundo a revendedora, a Zona Norte é o melhor ponto de vendas porque é o local onde ela tem mais clientes. “Além dos meus clientes fixos, para quem vendo há anos, sempre aparecem novos com-pradores porque um cliente vai indicando o outro”, diz.

A também consultora de produtos Natura, Edna Be-netti, há 14 anos no ramo de venda direta, comenta que para impulsionar as vendas nesta época do ano preparou estoque dos produtos. “Como já conheço os meus clientes, antecipo os pedidos dos itens que mais vendo, como hidra-tantes e perfumes, e quando chega o período de festas já tenho o produto para pronta entrega”, garante.

A revendedora da linha Se-lect Beauty, Rosimar Araújo, destaca que desde outubro amplia seu estoque de produ-tos para atender a demanda de fim de ano. “A expectativa é vender, só em dezembro, mais de 300 unidades e assim garantir o meu 13º salário. Já começo a oferecer os kits no início de novembro para aquecer minhas vendas. Tam-bém abro oportunidade para os clientes fazerem o pedido pessoalmente, ou por telefo-ne”, acrescenta a consultora, que pretende dobrar o fatu-ramento neste Natal.

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

O economista Fábio Reis Brandão lembra que o mercado de vendas di-retas na década de 90 era visto como opção no complemento da renda familiar, hoje esse seg-mento ocupa uma fatia grande de mercado. “Tem mulheres e até homens que mantêm família com a venda do comércio de porta em porta. E acredito que esse mercado deverá ter um crescimento ain-

da maior nos próximos 5 anos. É preciso ter cuidado apenas com a saturação de mão de obra”, diz.

Um dos fatores que im-pulsionaram esse “boom”, de acordo com o espe-cialista, é a facilidade de compra. “As pessoas têm tempo limitado e a oferta de venda em casa ou até mesmo no trabalho, com variedades e bons preços, o que garante esse resul-tado”, destaca.

Fatia expressiva no mercado

Dados divulgados pela As-sociação Brasileira de Em-presas de Vendas Diretas (Abevd) comprovam que o setor está em plena ascen-são, ao atingir um fatura-mento anual de, aproxima-damente, R$ 27 bilhões. Em 2012, a Abevd já soma um volume de negócios de R$ 6,2 bilhões, só no 1º trimestre, o que representa alta de 7,9% em relação ao mesmo perí-

odo no ano anterior. Segundo Abevd, o Brasil é

hoje o 5° mercado mundial em vendas diretas. Con-forme os dados, 32% do movimento de vendas no setor do ano passado fo-ram resultantes do comércio de cosméticos, seguido por produtos de bem-estar com 23%, produtos para casa com 15%, roupas e acessó-rios 9% e diversos 21%.

Brasil é o 5º do ranking

Nesta época do ano, Luciana Vieira consegue dobrar a renda

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

A saga dos microempresários nas licitaçõesBarreiras impostas em processos licitatórios excluem as micro e pequenas empresas de participar da disputa

Embora representem quase metade das empresas registra-das no Amazonas, os

micros e pequenos empreen-dedores enfrentam barreiras para se tornar fornecedores de órgãos federais, estadu-ais e municipais. Hoje, eles são apenas 23% da fatia das compras públicas em todas as esferas de governo, segundo dados da Unidade de Políticas Públicas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Peque-nas Empresas (Sebrae).

A participação poderia ser maior e alcançar o índice de 30%, considerado ideal pelo Sebrae, se houve rigor na aplicação do artigo 48 da Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas - LC nº 123/2006. Esse dispositivo permite a realização de lici-tação diferenciada no valor de até R$ 80 mil voltada exclusivamente para as mi-croempresas e empresas de pequeno porte.

Conforme o Sebrae, se o benefício fosse aplicado, as chances dos pequenos em-preendedores ganharem os certames públicos aumenta-riam consideravelmente, uma vez que as empresas de médio e grande porte, a princípio,

fi cariam impossibilitadas de participar dessa modalidade de concorrência.

“As licitações específi cas para microempresas e em-presas de pequeno porte são um grande instrumento para a promoção do desen-volvimento econômico e com grande capacidade de distri-buição da renda, uma vez que os recursos provenientes das três esferas fi cariam dentro

do município ou do Estado, o que fomentaria a economia local”, explica a gerente da Unidade de Políticas Públi-cas do Sebrae, Lamisse Said Cavalcante.

Apesar do crescimento de sete pontos porcentuais em relação a 2010, o índice de participação das microem-presas e empresas de pe-queno porte nas licitações estaduais, em 2011, é consi-

derado ainda insufi ciente. Se-gundo o Sebrae, a falta de co-nhecimento legal e barreiras restritivas impedem que os pequenos empreendedores conquistem uma fatia maior dos recursos destinados para as compras do governo.

“Tanto o Estado como o mu-nicípio de Manaus possuem decretos cujos textos regu-lamentam artigos do capítulo 5 da Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas, que tra-ta justamente do acesso as compras públicas. Contudo, nenhuma das duas esferas de governo baixou decreto para implementar o artigo 48 da lei 123/2006, que trata da exclu-sividade para microempresas e empresas de pequeno porte nas licitações até R$ 80 mil”, enfatiza Lamisse.

A gerente destaca que o Se-brae tem procurado estimular os governos a adotarem um programa de compras go-vernamentais com o intuito de ampliar a participação das micro e pequenas em-presas. Segundo o Sebrae, atualmente existem 47 muni-cípios do Amazonas com a lei 123/2006 regulamentada.

Com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2010, no Amazonas, exis-tem 64,5 mil empresas forma-lizadas, das quais 31,5 mil são micros e de pequeno porte.

MINORIADe acordo com infor-mações do Sebrae, hoje as micro e pe-quenas empresas do Amazonas representam apenas 23% da fatia de compras públicas em todas as esferas de governo

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

O empresário Pedro Vieira de Castro Filho, da Paper Shop e OPC Dis-tribuidora, sempre que surge a oportunidade, participa das licitações públicas realizadas pe-los governos do Estado e federal. Entre os pro-dutos que vende estão material de expediente, limpeza, de higiene e artigos escolares.

O principal obstácu-lo, segundo ele, são as cláusulas que difi cultam a conquista do certame. “Falta reconhecer que as pequenas empresas são as que mais empregam. Portanto, deveriam fa-zer licitações diferen-ciadas com regras mais fl exíveis”, defende.

Além da questão da documentação e do pre-ço, o empresário salien-ta que uma das condi-ções rigorosas é o prazo de validade da proposta de 60 dias, imposto de-pois da licitação para fazer o contrato de até um ano e sem reajuste de preço.

Imposição das cláusulas impeditivas

Há quatro anos, o em-presário Manoel Cleto montou a empresa MK Ruzo, que vende mate-rial de expediente e de limpeza, para partici-par de licitações nas três esferas de gover-no. Na avaliação dele, mesmo com a concor-rência acirrada, os cer-tames diferenciados de até R$ 80 mil iriam contribuir para ampliar a participação de mi-cros e pequenas em-presas nos processos licitários públicos.

De acordo com o empresário, as chan-ces aumentariam, principalmente nas licitações municipais, considerada por ele como as mais “difí-ceis”. “Nas concorrên-cias atuais, as grandes empresas sempre le-vam o certame porque possuem um capital de giro maior e aguentam ficar mais tempo sem receber, como é o caso nas licitações munici-pais”, frisa Cleto.

‘Pequenas’de olho nas oportunidades

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

A saga dos microempresários nas licitaçõesBarreiras impostas em processos licitatórios excluem as micro e pequenas empresas de participar da disputa

Embora representem quase metade das empresas registra-das no Amazonas, os

micros e pequenos empreen-dedores enfrentam barreiras para se tornar fornecedores de órgãos federais, estadu-ais e municipais. Hoje, eles são apenas 23% da fatia das compras públicas em todas as esferas de governo, segundo dados da Unidade de Políticas Públicas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Peque-nas Empresas (Sebrae).

A participação poderia ser maior e alcançar o índice de 30%, considerado ideal pelo Sebrae, se houve rigor na aplicação do artigo 48 da Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas - LC nº 123/2006. Esse dispositivo permite a realização de lici-tação diferenciada no valor de até R$ 80 mil voltada exclusivamente para as mi-croempresas e empresas de pequeno porte.

Conforme o Sebrae, se o benefício fosse aplicado, as chances dos pequenos em-preendedores ganharem os certames públicos aumenta-riam consideravelmente, uma vez que as empresas de médio e grande porte, a princípio,

fi cariam impossibilitadas de participar dessa modalidade de concorrência.

“As licitações específi cas para microempresas e em-presas de pequeno porte são um grande instrumento para a promoção do desen-volvimento econômico e com grande capacidade de distri-buição da renda, uma vez que os recursos provenientes das três esferas fi cariam dentro

do município ou do Estado, o que fomentaria a economia local”, explica a gerente da Unidade de Políticas Públi-cas do Sebrae, Lamisse Said Cavalcante.

Apesar do crescimento de sete pontos porcentuais em relação a 2010, o índice de participação das microem-presas e empresas de pe-queno porte nas licitações estaduais, em 2011, é consi-

derado ainda insufi ciente. Se-gundo o Sebrae, a falta de co-nhecimento legal e barreiras restritivas impedem que os pequenos empreendedores conquistem uma fatia maior dos recursos destinados para as compras do governo.

“Tanto o Estado como o mu-nicípio de Manaus possuem decretos cujos textos regu-lamentam artigos do capítulo 5 da Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas, que tra-ta justamente do acesso as compras públicas. Contudo, nenhuma das duas esferas de governo baixou decreto para implementar o artigo 48 da lei 123/2006, que trata da exclu-sividade para microempresas e empresas de pequeno porte nas licitações até R$ 80 mil”, enfatiza Lamisse.

A gerente destaca que o Se-brae tem procurado estimular os governos a adotarem um programa de compras go-vernamentais com o intuito de ampliar a participação das micro e pequenas em-presas. Segundo o Sebrae, atualmente existem 47 muni-cípios do Amazonas com a lei 123/2006 regulamentada.

Com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2010, no Amazonas, exis-tem 64,5 mil empresas forma-lizadas, das quais 31,5 mil são micros e de pequeno porte.

MINORIADe acordo com infor-mações do Sebrae, hoje as micro e pe-quenas empresas do Amazonas representam apenas 23% da fatia de compras públicas em todas as esferas de governo

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

O empresário Pedro Vieira de Castro Filho, da Paper Shop e OPC Dis-tribuidora, sempre que surge a oportunidade, participa das licitações públicas realizadas pe-los governos do Estado e federal. Entre os pro-dutos que vende estão material de expediente, limpeza, de higiene e artigos escolares.

O principal obstácu-lo, segundo ele, são as cláusulas que difi cultam a conquista do certame. “Falta reconhecer que as pequenas empresas são as que mais empregam. Portanto, deveriam fa-zer licitações diferen-ciadas com regras mais fl exíveis”, defende.

Além da questão da documentação e do pre-ço, o empresário salien-ta que uma das condi-ções rigorosas é o prazo de validade da proposta de 60 dias, imposto de-pois da licitação para fazer o contrato de até um ano e sem reajuste de preço.

Imposição das cláusulas impeditivas

Há quatro anos, o em-presário Manoel Cleto montou a empresa MK Ruzo, que vende mate-rial de expediente e de limpeza, para partici-par de licitações nas três esferas de gover-no. Na avaliação dele, mesmo com a concor-rência acirrada, os cer-tames diferenciados de até R$ 80 mil iriam contribuir para ampliar a participação de mi-cros e pequenas em-presas nos processos licitários públicos.

De acordo com o empresário, as chan-ces aumentariam, principalmente nas licitações municipais, considerada por ele como as mais “difí-ceis”. “Nas concorrên-cias atuais, as grandes empresas sempre le-vam o certame porque possuem um capital de giro maior e aguentam ficar mais tempo sem receber, como é o caso nas licitações munici-pais”, frisa Cleto.

‘Pequenas’de olho nas oportunidades

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

Governo orienta política de educação alimentar

Os ministérios do Desen-volvimento Social e Com-bate à Fome (MDS), da Saúde (MS) e da Educação (MEC) lançaram, na sexta (30), o Marco de Referência em Educação Nutricional e Alimentar, documento ofi-cial para guiar as políticas públicas sobre educação alimentar e nutricional.

Segundo o MDS, o obje-tivo é consolidar práticas e conceitos da educação ali-mentar e permitir uma atu-ação multidisciplinar sobre as políticas que promovem o direito a uma alimenta-ção adequada, previsto na Constituição e em tratados internacionais.

O Marco de Referência servirá de base para a re-visão do Guia Alimentar da População Brasileira, publicado pelo MDS em

2006 e atualmente em fase de atualização. Além disso, o espaço virtual Ideias na Mesa, primeiro desdobramento do Marco de Referência, entrou no ar. Destinado à discussão permanente sobre educa-ção alimentar e nutricional, a rede virtual foi criada para compartilhar experiências de pessoas, instituições do governo e organizações da sociedade civil.

O Marco de Referência foi criado a partir de discus-sões entre representantes dos três ministérios, de uni-versidades e da sociedade civil. Conforme a Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, o au-mento da renda média do brasileiro não significou melhoria na qualidade dos alimentos consumidos.

DOCUMENTO

Objetivo é consolidar práticas de educação alimentar

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ULG

AÇÃO

CPI do Tráfico de Pessoas se reuniu na Assembleia em São Paulo

A coordenadora do Nú-cleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Estado do Rio de

Janeiro (NETP-RJ), Graziella Ro-cha, disse, na sexta-feira, que a situação desse tipo de crime no estado pode estar subestimada. Desde 2011, o núcleo atendeu a 12 supostos casos de tráfico de pessoas, mas apenas dois foram comprovados.

Segundo ela, o número de vítimas pode ser maior, mas os casos permanecem invisíveis porque a rede de tráfico no estado é pouco articulada. “Exis-tem pesquisas que apontam o Rio como rota de recebimento de vítimas para difundir para o restante do país, e como o segundo estado mais relevante nesta situação depois de São Paulo, devido aos aeroportos internacionais”, explicou.

As análises foram apresen-tadas perante audiência públi-ca da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas da Câmara dos Deputados, que foi ao Rio avaliar os trabalhos do Comitê Estadual de Enfretamento ao Tráfico de Pessoas, criado em 2011 por meio do Decreto Estadual 43.280. O evento foi realizado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

A CPI está visitando vários

Estados e elaborando um ma-peamento da situação no país. Em São Paulo, ouviu acusada de aliciar travestis. Além do presi-dente da CPI, deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA), parti-ciparam da audiência no Rio parlamentares, integrantes de movimentos sociais e entidades que atuam na proteção e aten-dimento da pessoa traficada.

MigraçãoGraziella disse, ainda, que

existem casos de cidadãos fluminenses que migram para outros países em busca de em-prego e acabam em situação de tráfico de pessoas. Segundo ela, o maior número é de migrantes que vêm para o Rio em busca de oportunidades de emprego e acabam na situação de traba-lho escravo.“Estes são os casos mais palpáveis em números, porque envolvem a fiscaliza-ção do Ministério do Trabalho. No Rio, prevalece a mão de obra escrava para o trabalho na cana-de-açúcar em Campos dos Goytacazes, no norte flumi-nense. Já a exploração sexual é mais privada, mais complicada de obter a prova, e muito mais difícil da pessoa que sofreu a violência querer denunciar”.A coordenadora disse que os dados para a construção de políticas públicas de combate ao tráfico são escassos.

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Desde 2011, o Núcleo de Enfrentamento atendeu a 12 supostos casos, mas apenas dois foram confirmados. Coordenadora diz que número pode ser muito maior

Tráfico de pessoas no RJ pode estar subestimado

Energia eólica monopoliza leilõesEm franca expansão no país,

a energia eólica (a partir dos ventos) continua monopoli-zando os leilões de energia que estão sendo realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Segundo divulgou a empresa, na sex-ta-feira, dos 525 habilitados a participar do Leilão de Energia Nova A-5 de 2012, que será feito no próximo dia 14 de dezembro, 484 são em-preendimentos que preveem a geração de energia elétrica a partir dos ventos.

Leilão A-5O Leilão A-5 objetiva su-

prir a demanda projetada das empresas distribuidoras para o ano de 2017. Os 525 pro-jetos com habilitação técnica para participar da licitação envolvem a geração de 14.181 megawatts (MW) .

Segundo a EPE, a fonte eólica apresenta o maior número de usinas habili-tadas para licitação, com

484 empreendimento e sí-tios de geração por meio dos ventos, com capacidade total de 11.879 MW. Entre os empreendimentos habi-litados tecnicamente estão ainda usinas hidrelétricas, pequenas centrais hidrelé-

tricas (até 30 MW) e ter-melétricas movidas a gás natural e à biomassa.

As térmicas a gás são, se-gundo a EPE, plantas já exis-tentes que estão em processo de fechamento de ciclo. Na

visão do presidente da em-presa, Mauricio Tolmasquim, o resultado da habilitação técnica demonstra a garan-tia da expansão da geração no setor elétrico brasileiro, mesmo para os que recea-vam que a Medida Provisória 579 pudesse frear o interesse dos investidores. “Esses lei-lões são muito seguros para o investidor, que vê como princi-pais atrativos os contratos de longo prazo e a facilidade de acesso a financiamento”, diz.

HidrelétricaA segunda fonte em em-

preendimentos habilitados é a hidrelétrica, com sete projetos e capacidade de ge-ração de 988 MW; seguida da energia gerada a partir da biomassa (bagaço da cana-de-açúcar), com 583 MW; térmicas a gás natural, com 368 MW de geração; e as pe-quenas centrais hidrelétricas (PCHs), com 363 MW.

EXPANSÃO

Energia que provém do vento está em franca expansão no Brasil e monopoliza os leilões

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AÇÃO

DEMANDAO Leilão A-5 objeti-va suprir a demanda projetada das em-presas distribuidoras para o ano de 2017. A fonte eólica apresen-ta o maior número de usinas habilitadas para licitação

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B7MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 Mundo

Tanto o Mercosul quanto a Unasul suspenderam o país depois que o Congresso destituiu o então presidente Fernando Lugo, em junho deste ano

Suspensão da Unasul é perseguição, diz Paraguai

Mandato do ex-presidente Fernando Lugo terminaria somente em abril do próximo ano

O Paraguai criticou duramente a deci-são dos presidentes da União de Nações

Sul-Americanas (Unasul) de manter a suspensão do país, em vigor desde a destituição do então presidente Fernando Lugo, em junho. Em comuni-cado na sexta-feira, o Minis-tério de Relações Exteriores paraguaio classificou a deci-são como uma “perseguição sistemática” do bloco regional e anunciou que fará campanha para torná-la pública, mobili-zando as suas embaixadas.

Os chanceleres do bloco regio-nal ouviram o relato do coorde-nador do Grupo de Alto Nível da Unasul, o peruano Salomon Ler-ner Ghitis, que esteve no Para-guai semana passada, para ana-lisar o andamento do processo eleitoral. Eles decidiram manter a suspensão do Paraguai até as eleições presidenciais (previstas para 21 de abril de 2013), que serão acompanhadas por uma missão da Unasul. “Os chefes de Estado homologaram a decisão dos chanceleres de estabelecer que a Unasul acompanhará o processo, para que haja plena reincorporação do Paraguai a partir de constatação de que foi reestabelecida a plena vigência da democracia no Paraguai”, dis-se o chanceler Antonio Patriota, ao final da reunião.

EFE/

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Navio Ary Rongel está na 31ª Operação Antártica

O navio de apoio ocea-nográfico Ary Rongel deixou, na tarde de sex-ta-feira, a Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha, na Baía de Guanabara, com destino ao Continente Antártico onde vai participar da 31ª Operação Antártica (Operantar). Sob o co-mando do capitão de mar e guerra Marcelo Luis Seabra Pinto, a embar-cação, apelidada por sua tripulação de “Gigante Vermelho”, faz a sua 19ª viagem ao continente e deverá retornar ao Rio de Janeiro em abril do próximo ano.

O navio terá como ta-refa principal dar apoio logístico à Estação Antár-tica Comandante Ferraz (EACF) e aos trabalhos de

montagem dos módulos antárticos emergenciais, que servirão de base para a continuação dos traba-lhos de pesquisa na base, completamente destruí-da por um incêndio na madrugada do dia 25 de fevereiro deste ano.

O Ary Rongel vai in-tegrar a missão que o governo brasileiro vem implementando no con-tinente e que mobiliza 200 pesquisadores, cinco navios e que objetiva a finalização do desmon-te de 700 toneladas de aço da estrutura da base operacional, instalar 29 módulos emergenciais provisórios e dar conti-nuidade aos 19 projetos de pesquisa que vinham sendo desenvolvidos no Continente Antártico.

OCEANOGRÁFICO

‘Gigante Vermelho’ faz sua 19ª viagem à Antártica

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O governo paraguaio rea-giu à notícia apontando motivações políticas da Unasul para manter a sus-pensão. Um comunicado oficial do Paraguai critica a decisão, que, segundo a nota, já tinha sido tomada antes mesmo das reuni-ões de chanceleres e pre-sidentes em Lima e citou

declarações do assessor especial de Assuntos Inter-nacionais da Presidência do Brasil, Marco Aurélio Garcia, feitas na quarta-feira (28), na Argentina.

“A decisão da Unasul não causou surpresa alguma ao governo do Paraguai, ainda mais porque foi anunciada previamente pelo assessor

especial de Assuntos In-ternacionais da Presidên-cia do Brasil, constituído em porta-voz ad hoc da Unasul, que declarou, an-tes de escutar o relato do coordenador de seu próprio Grupo de Alto Nível, que a Unasul não vai dar marcha atrás na suspensão”, diz o comunicado paraguaio.

Governo aponta motivos políticos

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

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Dia a diaCade

rno

C

[email protected], DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 (92) 3090-1041

Praça doCongresso será entregue

Dia a dia C2

DIVULGAÇÃO

Palavra de ordem:

Começa o mês do Natal e das campanhas de arrecadação de presentes para crianças carentes em Manaus

AlegriaEles passam o ano todo

se preparando e arre-cadando brinquedos para serem entregues

às crianças no Natal. Eles são os “Amigos do Papai Noel”, um grupo de amigos voluntários que há 14 anos faz a alegria e garante o sorriso de milha-res de crianças em Manaus e comunidades ribeirinhas.

Fundadora do grupo, Denise Kassama conta que o “Amigos dos Papai Noel” surgiu entre amigos que decidiram come-morar o bom ano que tiveram de uma maneira diferente. “Todos os anos fazíamos festa para nos confraternizamos, mas naquele ano deu vontade de comemorar o bom ano fi nanceiro de outro modo e uma campanha para arreca-dar brinquedos seria uma boa ideia”, comentou.

Denise diz que para muitos adultos um brinquedo não é o mais importante, mas para as crianças é muito especial, pois, independentemente da classe social é difícil encontrar uma criança que não goste de ganhar presentes.

Os “Amigos do Papai Noel” têm uma missão árdua duran-te todo o ano. É só passar a data do Natal que o grupo já se mobiliza para pensar no ano seguinte. Segundo a fun-dadora do grupo, 2012 foi um

ano desafi ador em relação às doações. “Foi um ano bastan-te difícil, as arrecadações fo-ram baixas. Houve campanha política, muita gente prefe-riu ajudar nas campanhas a doar brinquedos”.

A meta de arrecadação de brinquedos para o Natal deste ano era de 12 mil, mas até agora o grupo arrecadou 5 mil, menos da metade do que o esperado. Mesmo com os desafios, a ação está garantida.

PeriferiaUm dos principais diferen-

ciais dos amigos é realizar a entrega onde geralmente as doações não chegam. São bairros da periferia e ainda co-munidades ribeirinhas na área rural de Manaus, ou ainda em comunidades mais distantes. Os locais onde as doações serão feitas este ano são man-tidos em segredo pelo grupo, mas Denise revela que terão três rotas: pela estrada, pelo rio e num bairro da periferia de Manaus.

Para Denise, essa é uma das maiores motivações. “Procuramos ir onde as cam-panhas convencionais não chegam. É fácil promover e distribuir brinquedos em Manaus, mas você ir aonde as crianças não têm como sair para buscar brinquedos, onde temos que passar um dia no barco para entregar,

isso sim é um desafi o”.Voluntários que quiserem

doar brinquedos podem entrar em contato com o grupo pelo e-mail [email protected]. No próximo dia 8, o grupo irá inaugurar “A Fábrica de Sonhos”, local onde são guardados os brinque-dos e e mbalados pelos 50 amigos voluntários que formam o “Amigos do Papai Noel”. “A ajuda de voluntários é sempre bem-vinda, não apenas para doar brinquedos, mas para doar abraços no dia da entrega dos presentes. A gente vai a lugares que às vezes um abraço é sempre bem-vindo e felizmente nunca faltou voluntário para dar esses abraços”.

MÔNICA FIGUEIREDOEquipe EM TEMPO

Além dos “Amigos do Papai Noel” há também diferentes grupos de amigos que estão arrecadando brinquedos. Um deles surgiu a partir de conta-tos na rede social Facebook. O “1º Face Encontro – Na-tal Solidário” deverá ocorrer no dia 15 de dezembro, no Parque dos Bilhares, Zona Centro-Sul.

Segundo uma das organi-zadoras da ação, Anny Tôrres, a princípio cada participante

do evento deveria levar um brinquedo para ser entregue às crianças de alguma comu-nidade carente em Manaus, mas devido o incêndio na co-munidade Arthur Bernardes, no São Jorge, os brinquedos deverão ser entregues às crianças de lá.

Anny diz que a ideia é fazer um encontro para reunir os amigos virtuais. O início será às 16h, e a entrega deverá ser feita posteriormente.

Organização pelas redes sociais“Muitas famílias perde-

ram tudo e tenho certeza que os pais não poderão comprar um brinquedo para os fi lhos, por isso, fo-camos nisso. Outros tipos de doações também estão sendo aceitas”, comentou Anny Tôrres.

Outra campanha que mudou o foco e ajudará as vítimas do incêndio está sendo organizada pelos funcionários da Cervejaria

Heineken. Segundo infor-mações da assessoria de imprensa, a fábrica possui um comitê de voluntários e a campanha estava sendo organizada para captar doa ções de brin-quedos. Com o incêndio, as doações deverão ser destinadas aos morado-res da comunidade Arthur Bernardes. A entrega está prevista para a primeira quinzena de dezembro.

Mudança no foco do trabalho

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

Manaus recebe hoje uma nova praça do CongressoResultado de investimento de R$ 2,5 milhões, local demorou oito meses para ser revitalizado com parte do traçado original

Parte da cidade de Ma-naus que era ilumi-nada a gás pode ser conhecida ou mesmo

relembrada quando o go-verno do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), reinaugurar a praça Antônio Bittencourt, também chamada praça do Congresso, neste domingo, a partir das 18h.

O evento contará com o resgate de um importante patrimônio histórico e de memória da capital, dentro do programa “Cartão Postal”, associado à programação na-talina, com a apresentação da árvore de Natal e a Chegada do Papai Noel.

Durante o trabalho de res-tauração, a equipe encontrou uma antiga tubulação de gás, dos anos 1800, de quando a cidade era iluminada a gás. Segundo a diretora de patri-mônio histórico e cultural da SEC, Regina Lobato, o acha-do ficará exposto com vidro temperado cobrindo as bocas dos equipamentos, para que a população veja como era feita a iluminação à época. As tampas de ferro fundido que cobriam a tubulação ficarão à mostra. A luz elétrica só chegou à cidade em 1896, ofi-cialmente, na rede pública.

A praça está instalada num dos lugares mais nobres de Manaus, na avenida Eduar-do Ribeiro com rua Ramos Ferreira, Centro, e sua revi-talização levou mais de oito meses de trabalho, segundo o secretário de Estado da Cultura, Robério Braga. A pri-meira fase está concluída, entrando no roteiro de come-morações de fim de ano.

O investimento para a obra foi de R$ 2,5 milhões, e faz parte do projeto lançado pelo governador Omar Aziz, em de-zembro de 2011, o “Cartão Postal”, que prevê a revita-lização do Centro Histórico de Manaus e das cidades do interior, para receber a popu-lação e turistas. O trabalho concluído nesta etapa resgata o antigo traçado original, com toques de modernidade, como na iluminação de monumento, busto e mastro.

Dividida em quatro ses-sões, a área teve recupera-das as vias em pedra de areni-to rosa, os famosos jacarés, que cortam o lugar, não tendo mais acesso a carros, apenas a pedestres. Com a reforma, a praça ganhou piso tátil para deficientes visuais e acessos com rampas em di-

versos pontos, incluindo para as bancas instaladas.

“Restaurar praças ou revita-lizar ruas do centro de Manaus representam mais do que uma simples obra de urbanização, significa o resgate da nossa história. Nossas crianças po-derão futuramente estudar a nossa história em uma visi-tação ao Centro Histórico de Manaus, que muito nos revela sobre o nosso passado”, afir-ma o governador Omar Aziz.

O monumento erguido em homenagem à Nossa Senho-ra da Conceição, na praça do Congresso, em 1942, passou por restauro desde a base em pó de pedra, que foi refei-to, até pedaços de mármo-re da santa. Foi reinstalado no espaço o mastro para a bandeira nacional. Fora a

imagem de Nossa Senhora, a reabilitação da área incluiu a substituição do busto em homenagem ao ex-governa-dor Eduardo Ribeiro.

BorrachaA praça do Congresso foi

projetada no período áureo da borracha e documentos da-tam sua inauguração em 1908, com o nome oficial de Antônio Bittencourt. Sua importância histórica, memorial e turística se deve ao fato de ser uma das construções significativas de uma época, tendo no seu en-torno o Ideal Clube, o Instituto Benjamin Constant, a avenida Eduardo Ribeiro e o Instituto de Educação do Amazonas (IEA). O lugar já foi chamado de praça da Saúde.

Em 1942, o logradouro re-cebeu o nome de praça do Congresso, para lembrar a realização, em Manaus, do 1º Congresso Eucarístico Nacio-nal que ali aconteceu. O local também tinha como vizinhan-ça o palacete da família Miran-da Corrêa, demolido em 1970, para dar lugar ao edifício Ma-ximino Corrêa, e pelo prédio da Secretaria de Saúde, também destruído, surgindo ali uma agência dos Correios.

O logradouro ainda em obras: investimento de R$ 2,5 milhões em um trabalho de revitalização que durou mais de oito meses

Vista aérea da praça Antônio Bittencourt, a popular praça do Congresso, que será entregue neste domingo à população

DIVULGAÇÃO

NOMEA praça Antônio Bit-tencourt recebeu o nome popular de praça do Congresso em razão de ter sido palco de um congresso eucarís-tico em 1942, mar-cando a realização do evento em Manaus

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

Endoscopistas recebem capacitação em ManausCurso de atualização para médicos da área formará 30 profissionais amazonenses por meio do projeto Ambassador

A Secretaria de Estado da Saúde (Susam) re-cebe entre os dias 2 e 7 de dezembro o proje-

to Ambassador, desenvolvido pela Sociedade Americana de Endoscopia Gastrointestinal (Asge). Os profissionais da Asge irão realizar um curso de capacitação e atualização para médicos endoscopistas digestivo das regiões Norte e Nordeste. O curso será rea-lizado na Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ) e formará 30 profissionais.

O objetivo do projeto é atua-lizar os médicos endoscopistas com relação aos tratamentos técnicos terapêuticos em en-doscopia digestiva. Entre os principais procedimentos que serão relembrados com os endoscopistas durante o trei-namento estão os tratamentos das varizes esofágicas, ligadu-ra elástica, gastrostomia en-doscópica percutânea, o uso de clip metálico e polipectomias, dilatações, esofagite de corpo estranho, conforme explica Ri-cardo Dib, diretor executivo da Sociedade Brasileira de Endos-copia Digestiva (Sobed).

O diretor afirma que esses procedimentos são impor-tantes para o tratamento de doenças do aparelho di-

gestivo, como as doenças hepáticas e das vias biliares, além da prevenção do câncer gástrico. O Estado tem a in-fraestrutura preparada para fazer esses procedimentos e os profissionais habilitados. Nós iremos fazer um curso de atualização com esses profissionais para que eles façam os procedimentos na rede estadual de saúde.

Segundo o diretor, essa é a primeira vez que esse curso é ministrado no Brasil, e Ma-naus foi escolhida por ter uma infraestrutura adequada para que o treinamento pudesse ser realizado e que o procedi-mento possa ser implantado e ofertado aos pacientes. Esse curso é ministrado em todo o mundo, e o Amazonas é o primeiro do país a receber a equipe e a capacitação.

“O curso está dividido em teoria e prática, e as aulas serão ministradas por 15 professores, que são médicos especialistas em endoscopia digestiva, do Brasil e também dos Estados Unidos. Os alunos terão aulas teóricas e farão a parte prática com bone-cos. Além disso, eles também farão os procedimentos em pacientes, com a ajuda dos professores”, explica Dib.

O objetivo do projeto Ambassador é atualizar os médicos endoscopistas do Estado com relação aos tratamentos terapêuticos

DIV

ULG

AÇÃO

Os pacientes que serão atendidos durante o curso foram selecionados pela equipe da Fundação Hos-pital Adriano Jorge, onde acontecerão as aulas prá-ticas. A previsão inicial é

que sejam atendidos cem pacientes, todos com diag-nóstico de doenças do apa-relho digestivo e em condi-ções clínicas que passarem pelo procedimento.

O secretário de Estado da

Saúde, Wilson Alecrim, infor-ma que após a capacitação, os médicos receberão todo o apoio para que possam colo-car em prática o que apren-deram durante o curso. “Esse é mais um avanço na saúde

do Estado, estamos capaci-tando nossos profissionais, temos a infraestrutura e vamos passar a ofertar no-vos procedimentos aos usu-ários da rede estadual de saúde”, declara.

Previsão inicial de cem pacientes atendidos

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Page 20: EM TEMPO - 02 de dezembro de 2012

C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 C5

Cacau-Pirêra, um retrato da vazanteCom a seca do rio Negro, moradores do distrito de Iranduba agem cada um a sua maneira para sobreviver, inclusive cavando cacimbas para obtenção de água. Situação piora para quem depende da cheia para executar seu trabalho naquela região

Escassez na comida, falta de água potável e um solo marcado pelas rachaduras da

seca. Esse cenário típico do sertão brasileiro é vivido dia-riamente por amazonenses no coração da Floresta Amazô-

nica, no distrito de Cacau-Pi-rêra, localizado no município de Iranduba (a 25 quilômetros de Manaus). Com a seca do rio Negro, a população da-quele local está encontrando inúmeras dificuldades para sobreviver. Para conseguir água potável, os moradores têm que percorrer cerca de três quilômetros até um poço

artesiano ou fazer cacimbas. Já para a comida, são cerca de cinco quilômetros até a margem do rio.

Uma das pessoas que vivem essa realidade é o pescador Lourisvaldo Meireles Costa, 52, que mora em um flutuante no local há 32 anos. Durante a seca, a moradia fica encalhada em terra firme. Pai de oito

filhos, ele se diz acostumado com a situação. Segundo ele, na vazante tudo fica mais difícil, e para quem ganha o pão de cada dia por meio da venda de peixes, como no caso dele, o jeito é procurar outro meio de sustento para não passar fome.

“Durante a seca, temos que nos manter do pouco que

arrecadamos na cheia. Todos os anos são quase quatro meses que fico em casa sem fazer absolutamente nada. Quando quero comer um peixe, tenho que percorrer quilômetros andando, pegar a canoa e ir para o meio do rio para ver se consigo alguma coisa, pois tudo fica escasso. Para fazer uma renda extra,

eu crio frango e pato e vendo na feira aqui do município, mas até isso é difícil, pois não é todos os dias que vendemos. Nos mantemos do jeito que dá, o importante é não passar fome”, relata o pescador, informando que no período da cheia, chega a fazer aproximadamente R$ 1,5 mil por mês.

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

Procurar um olho d’água para cavar uma cacimba é a solução para a família ter água potável

Chão rachado revelado pela vazante lembra um pouco o aspecto árido do sertão brasileiro

Casas flutuantes das famílias residentes no Cacau-Pirêra: esperança para o fim do sofrimento

Lourisvaldo Meireles Costa vive com a família em uma casa flutuante, que fica encalhada durante a vazante, tendo dificuldades para conseguir o pescado para seu sustento e comercialização

O cenário da região do distrito do Cacau Pirêra é desolador com a baixa das águas do rio Negro

Moradores do distrito aguardam a subida das águas dos rios para diminuir seus problemas

Valder Santos Ribeiro ficou sem trabalho depois que embarcações não puderam chegar ao local

Lourisvaldo destaca ainda que a cada ano pescar na re-gião é mais difícil em razão da escassez de peixes, pro-vocada pelo desmatamento de algumas áreas verdes da região. Isso faz com que os peixes não entrem no igapó que surge no lugar na época da cheia, por falta de comi-da. “O peixe só fica onde tem comida para ele, se não tiver ele vai para mais longe. To-dos os anos quando está na época da cheia os peixes vão diminuindo aqui nessa área, e temos que ir pescar em outros locais, porque aqui já não tem muita comida para eles, por causa do desmata-mento. Para todos os pesca-dores, se formos sobreviver disso, não rende nada para ninguém”, destaca.

Outro que também mora

em flutuante e sente de perto o drama é o vigia de embar-cações Valder Santos Ribeiro, 67, que mora na comunidade há mais de 20 anos. Para ele,

a principal dificuldade é a falta de trabalho na época da va-zante. Quando o rio está seco, as embarcações não entram no local para ele vigiar, o que

acarreta prejuízos. “Aqui quem é pescador

é pescador, quem é vigia é vigia. Na seca ninguém traba-lha, e em consequência dela nossa renda despenca. Vivo apenas da minha aposen-tadoria. Nesses meses que fico sem trabalhar deixo de ganhar quase R$ 3 mil. Os donos de embarcação não vêm para cá, eu não tenho nada para reparar. Graças a Deus, mesmo assim nunca passei fome, a luta diária é difícil, mas com fé a gente consegue”, relata.

Ainda segundo o vigia, são quatro ou cinco meses de mui-ta seca. “É muito sofrimento para nós. Quando está cheio a gente pensa que aquele tanto de água nunca vai acabar, mas quando seca vemos o poder da natureza”, finaliza.

Vigias de embarcações ociosos

DRAMAO vigia de embarca-ções Valder Santos Ribeiro mora na co-munidade há mais de 20 anos e sofre com a falta de trabalho na época da vazante por trabalhar como vigia de embarcações

Os moradores reclamam também da falta de água potável. De acordo com Lou-risvaldo, para se manterem, as famílias precisam abrir cacimbas artesanais, de onde tiram água para tomar banho, lavar roupa e louça. “Não custa para fazer uma cacimba, a gente demora em torno de duas horas para deixar pronto. Temos que ver onde tem o olho d’água. De-pois furamos o buraco e ana-lisamos para ver se a água não tem gosto de ferrugem ou de lama. Se estiver saindo com gosto ruim, ela não pode ser utilizada, e temos que procurar outro lugar. Sem uma cacimba teríamos que andar uns dois quilômetros. Quando é perto de casa, colocamos o motor bomba, enchemos as caixas e temos

água encanada”, explica.“Graças a Deus minha fa-

mília nunca ficou doente por conta da água, pois aqui não

colocamos nenhum tipo de substância para matar as bactérias ou vírus”, garante o pescador.

Falta água potável no distrito

Não custa fazer uma cacimba. A

gente demora em torno de duas horas para deixá-la pronta. Temos que ver onde tem o olho d’água

Lourisvaldo Meireles, pescador do Cacau-Pirêra

A população amazo-nense que está sendo castigada pela seca dos rios já pode começar a se animar. Segundo dados do gerente de hidrolo-gia do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Daniel Oliveira, desde o último dia 27 de novembro o rio já começou a subir em Manaus. Na última sex-ta-feira a média do rio Negro era 16,07 metros. “O rio começou a encher na última terça-feira e já subiu 11 centímetros até hoje (sexta). Des-de 1902 nos baseamos pela média de 17,54 metros”, informa.

Um sofrimento perto do fim

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 C5

Cacau-Pirêra, um retrato da vazanteCom a seca do rio Negro, moradores do distrito de Iranduba agem cada um a sua maneira para sobreviver, inclusive cavando cacimbas para obtenção de água. Situação piora para quem depende da cheia para executar seu trabalho naquela região

Escassez na comida, falta de água potável e um solo marcado pelas rachaduras da

seca. Esse cenário típico do sertão brasileiro é vivido dia-riamente por amazonenses no coração da Floresta Amazô-

nica, no distrito de Cacau-Pi-rêra, localizado no município de Iranduba (a 25 quilômetros de Manaus). Com a seca do rio Negro, a população da-quele local está encontrando inúmeras dificuldades para sobreviver. Para conseguir água potável, os moradores têm que percorrer cerca de três quilômetros até um poço

artesiano ou fazer cacimbas. Já para a comida, são cerca de cinco quilômetros até a margem do rio.

Uma das pessoas que vivem essa realidade é o pescador Lourisvaldo Meireles Costa, 52, que mora em um flutuante no local há 32 anos. Durante a seca, a moradia fica encalhada em terra firme. Pai de oito

filhos, ele se diz acostumado com a situação. Segundo ele, na vazante tudo fica mais difícil, e para quem ganha o pão de cada dia por meio da venda de peixes, como no caso dele, o jeito é procurar outro meio de sustento para não passar fome.

“Durante a seca, temos que nos manter do pouco que

arrecadamos na cheia. Todos os anos são quase quatro meses que fico em casa sem fazer absolutamente nada. Quando quero comer um peixe, tenho que percorrer quilômetros andando, pegar a canoa e ir para o meio do rio para ver se consigo alguma coisa, pois tudo fica escasso. Para fazer uma renda extra,

eu crio frango e pato e vendo na feira aqui do município, mas até isso é difícil, pois não é todos os dias que vendemos. Nos mantemos do jeito que dá, o importante é não passar fome”, relata o pescador, informando que no período da cheia, chega a fazer aproximadamente R$ 1,5 mil por mês.

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

Procurar um olho d’água para cavar uma cacimba é a solução para a família ter água potável

Chão rachado revelado pela vazante lembra um pouco o aspecto árido do sertão brasileiro

Casas flutuantes das famílias residentes no Cacau-Pirêra: esperança para o fim do sofrimento

Lourisvaldo Meireles Costa vive com a família em uma casa flutuante, que fica encalhada durante a vazante, tendo dificuldades para conseguir o pescado para seu sustento e comercialização

O cenário da região do distrito do Cacau Pirêra é desolador com a baixa das águas do rio Negro

Moradores do distrito aguardam a subida das águas dos rios para diminuir seus problemas

Valder Santos Ribeiro ficou sem trabalho depois que embarcações não puderam chegar ao local

Lourisvaldo destaca ainda que a cada ano pescar na re-gião é mais difícil em razão da escassez de peixes, pro-vocada pelo desmatamento de algumas áreas verdes da região. Isso faz com que os peixes não entrem no igapó que surge no lugar na época da cheia, por falta de comi-da. “O peixe só fica onde tem comida para ele, se não tiver ele vai para mais longe. To-dos os anos quando está na época da cheia os peixes vão diminuindo aqui nessa área, e temos que ir pescar em outros locais, porque aqui já não tem muita comida para eles, por causa do desmata-mento. Para todos os pesca-dores, se formos sobreviver disso, não rende nada para ninguém”, destaca.

Outro que também mora

em flutuante e sente de perto o drama é o vigia de embar-cações Valder Santos Ribeiro, 67, que mora na comunidade há mais de 20 anos. Para ele,

a principal dificuldade é a falta de trabalho na época da va-zante. Quando o rio está seco, as embarcações não entram no local para ele vigiar, o que

acarreta prejuízos. “Aqui quem é pescador

é pescador, quem é vigia é vigia. Na seca ninguém traba-lha, e em consequência dela nossa renda despenca. Vivo apenas da minha aposen-tadoria. Nesses meses que fico sem trabalhar deixo de ganhar quase R$ 3 mil. Os donos de embarcação não vêm para cá, eu não tenho nada para reparar. Graças a Deus, mesmo assim nunca passei fome, a luta diária é difícil, mas com fé a gente consegue”, relata.

Ainda segundo o vigia, são quatro ou cinco meses de mui-ta seca. “É muito sofrimento para nós. Quando está cheio a gente pensa que aquele tanto de água nunca vai acabar, mas quando seca vemos o poder da natureza”, finaliza.

Vigias de embarcações ociosos

DRAMAO vigia de embarca-ções Valder Santos Ribeiro mora na co-munidade há mais de 20 anos e sofre com a falta de trabalho na época da vazante por trabalhar como vigia de embarcações

Os moradores reclamam também da falta de água potável. De acordo com Lou-risvaldo, para se manterem, as famílias precisam abrir cacimbas artesanais, de onde tiram água para tomar banho, lavar roupa e louça. “Não custa para fazer uma cacimba, a gente demora em torno de duas horas para deixar pronto. Temos que ver onde tem o olho d’água. De-pois furamos o buraco e ana-lisamos para ver se a água não tem gosto de ferrugem ou de lama. Se estiver saindo com gosto ruim, ela não pode ser utilizada, e temos que procurar outro lugar. Sem uma cacimba teríamos que andar uns dois quilômetros. Quando é perto de casa, colocamos o motor bomba, enchemos as caixas e temos

água encanada”, explica.“Graças a Deus minha fa-

mília nunca ficou doente por conta da água, pois aqui não

colocamos nenhum tipo de substância para matar as bactérias ou vírus”, garante o pescador.

Falta água potável no distrito

Não custa fazer uma cacimba. A

gente demora em torno de duas horas para deixá-la pronta. Temos que ver onde tem o olho d’água

Lourisvaldo Meireles, pescador do Cacau-Pirêra

A população amazo-nense que está sendo castigada pela seca dos rios já pode começar a se animar. Segundo dados do gerente de hidrolo-gia do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Daniel Oliveira, desde o último dia 27 de novembro o rio já começou a subir em Manaus. Na última sex-ta-feira a média do rio Negro era 16,07 metros. “O rio começou a encher na última terça-feira e já subiu 11 centímetros até hoje (sexta). Des-de 1902 nos baseamos pela média de 17,54 metros”, informa.

Um sofrimento perto do fim

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

Comparação balística prova autoria de crimeComo é o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística no exame de projétil retirado do corpo da vítima de tiros

Peritos capacitados e equipamentos de pon-ta para os exames periciais estão sendo

considerados cada vez mais imprescindíveis para a Polícia Civil na elucidação de crimes complexos, os chamados “cri-mes perfeitos”.

A prova disso foi o trabalho feito em conjunto entre os pe-ritos criminais do Instituto de Criminalística (IC) e os policiais civis da Delegacia Especializa-da em Homicídios e Sequestros (DEHS), que comprovou a auto-ria de um homicídio ocorrido no último dia 18 de março.

Lucio Alves Barros, conhecido como “Coroa”, foi morto por volta das 21h30, na rua Beira Rio, bairro Jorge Teixeira, 4ª etapa, com dois tiros. De acordo com testemunhas, dois homens perseguiram e mataram a víti-ma com dois tiros na cabeça, em via pública.

Ele era ex-policial militar e permaneceu na instituição por dois anos, antes de se tornar mototaxista. “Coroa” não era envolvido diretamente com o tráfico de drogas, mas trans-portava traficantes da área o que, de acordo com a polícia,

pode ter motivado os suspeitos a cometerem o crime.

O trabalho de captação de dados pelos peritos e investi-gadores da DEHS, que levou em conta as características dos suspeitos, resultou na prisão de José Adailson Ro-drigues de Freitas, o “Ceará”, que é traficante da comuni-dade Rio do Sol, e de Cristia-

no das Chagas de Oliveira, o “Loirão”, em apenas dois dias após o crime. Detalhe: a arma foi peça-chave usada para a elucidação do homicídio.

Os dois suspeitos negavam a autoria, mas o trabalho dos peritos Ladislau Brito, Wan-derlei Pires e Jefferson Men-des, do IC, comprovaram o fato, por meio do exame de comparação balística.

NILSON BELÉMEquipe EM TEMPO

SUCESSOO trabalho de captação de dados pelos peritos e investigadores da DEHS levou em con-ta características dos suspeitos e resultou na prisão de dois suspei-tos do assassinato do mototaxista “Coroa”

O trabalho minucioso realizado pelos peritos do Instituto de Criminalística consegue bons resultados na investigação de crimes

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A diretora do Departamento de Polícia Técnico Científica, delegada Lia Gazineu, enfati-zou que a Polícia Civil do Es-tado do Amazonas vem inves-tindo cada vez mais em novos métodos de investigação, e a perícia é o setor fundamental para que os detalhes da cena do crime não passem des-percebidos e a materialidade colhida sirva de provas no Tribunal do Júri.

O trabalho, segundo ela, para ser bem sucedido, precisa de uma interação com ação conjunta entre a Delegacia Especializada em Homicídios e Seques-tros (DEHS), com as inves-tigações; o Instituto Médico Legal (IML), que colheu os projéteis da vítima, e o IC com a perícia. Foi essa in-

teração entre as instituições que ajudou no esclarecimen-to do homicídio que teve como vítima Lúcio Alves.

A arma é uma prova peri-cial, a submetralhadora da marca Taurus, modelo MT-12, de numeração raspada, calibre 9 mm apreendida, passou primeiramente pelo exame de eficiência, para ve-rificar a funcionalidade da arma. Depois vem o desfecho com o exame de comparação balística que faz a conexão entre a arma e o estojo, com a utilização de um moderno microscópio alemão.

Primeiro os peritos efetua-ram disparos experimentais com a arma, em estande de tiro próprio. Assim foram obtidos os estojos da arma padrão e foram detectados

que as impressões deixadas no estojo do projétil tirado do corpo da vítima “eram exa-tamente iguais” às deixadas no estojo usado pelos peritos para realização do exame. Sendo assim, o resultado do confronto de provas foi posi-tivo e a arma periciada era a mesma utilizada no crime.

De acordo com o perito criminal Ladislau Brito, cada disparo de uma arma de fogo possui uma “impressão digital” que identifica aque-la arma específica, compro-vando a utilização dela no crime investigado. Com esse teste o caso foi esclarecido e os resultados encaminha-dos à Justiça, onde serão usados como prova para uma possível condenação dos envolvidos.

Investimento em novos métodos

Lia Gazineu, diretora do Departamento Técnico-Científico da Polícia Civil do Amazonas

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

Maués ganha dois selos especiais dos CorreiosLançamento será feito na noite deste domingo na praia da Ponta da Maresia, no encerramento da 33ª Festa do Guaraná

Os Correios lançam nes-te domingo, no último dia da 33ª Festa do Guaraná em Maués, a

276 quilômetros de Manaus em linha reta, os selos especiais da Série América “Mitos e Lendas – Guaraná e Mandioca”. O lan-çamento será às 23h, no palco montado na praia da Ponta da Maresia, com a participação da diretora regional dos Correios, Luquesia Lemos, do prefeito de Maués, Odivaldo Paiva, e do secretário municipal de Cultura, Ademar Gruber.

A valorização de frutos ama-zônicos, retratada por meio das lendas do Guaraná e da Mandio-ca é tema dessa edição especial de selos. A emissão de selos no Brasil compõe a “Série Améri-ca”, da União Postal das Améri-cas, Espanha e Portugal (Upaep) que, em 2012, adotou o tema “Mitos e Lendas”. O resgate é feito a partir da visão do povo saterê-mawê sobre a origem dos frutos, ligados aos costu-mes alimentares indígenas. Os desenhos têm em comum o gra-fismo marajoara característico da Região Norte.

Produzidos com técnica de computação gráfica, com arte de Márcio Guimarães, os selos têm valor facial de R$ 1,85 cada. A emissão tem tiragem

de 360 mil selos, sendo que 180 mil representam a “Lenda do Guaraná” e a outra metade a “Lenda da Mandioca”. A co-mercialização será realizada em agências e na loja virtual dos Correios (http://www.shopping.correios.com.br/).

CaracterísticasOs dois selos apresentam gra-

fismos marajoaras presentes na Região Norte do país. As duas lendas que servem de inspiração para os selos estão relacionadas ao ciclo da vida e à superação da dor por meio de alimentos que surgem como uma benção para os povos indígenas após a morte de duas crianças queridas em suas tribos.

Para representar a lenda da origem do guaraná, o selo apre-senta em seu primeiro plano a figura do menino, cujos olhos são semeados e fazem brotar a planta do guaraná; a serpente que é responsável pela mor-te da criança; e alguns frutos do guaraná. Como forma de apresentar figurativamente a “Lenda da Mandioca”, o outro selo mostra em primeiro plano a mãe com o bebê Mani em seus braços, a menina cujo corpo fez brotar a planta da mandioca, após seu túmulo ser regado pelas lágrimas da mãe. Vista aérea de Maués, onde acontece a 33ª Festa do Guaraná

O primeiro selo representa a lenda da origem do guaraná

O segundo selo especial representa a lenda da mandioca

FOTOS: REPRODUÇÃO

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[email protected], DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012 (92) 3090-1042 Plateia D3

Mostra terá fi lme de amazonense

DIVULGAÇÃO

O projeto eletrônico de um homem só desembarca em Manaus neste mês

A balada doBoss in Drama

Talvez você nunca te-nha ouvido falar de Péricles Martins, um jovem produtor musi-

cal e DJ do Paraná que vem despontando na cena da mú-sica eletrônica no Brasil. O nome Boss in Drama, porém, pode soar mais familiar, já que é um dos projetos mais em evidência nos últimos tempos, tendo levado, há 2 anos, o VMB de Melhor Artista Eletrônico, o que lhe rendeu apresenta-ções pela Europa e no Rock in Rio 2011, além de já estar escalado para o Lollapalooza do ano que vem. Na verdade, Péricles é a mente por trás do Boss in Drama (BID), que vem a Manaus no próximo dia 21 como principal atração da festa “Ultra Glow Party”, com uma apresentação energética que mescla um set live com performances surpresas.

“Sempre fui da música”, conta o DJ. Quando ainda era pré-adolescente, ele to-cou em algumas bandas com

amigos, até se encontrar no universo da e-music, alguns anos mais tarde. Em 2006, resolveu se aventurar dentro dessa atmosfera e lançou, junto com uma amiga, o hoje extinto projeto de eletro-rock denominado Gomma Fou que, ganhando um concurso para abrir o festival Motomix 06, foi um dos principais fatores a evidenciar o seu trabalho. “Era a primeira vez que está-vamos encarando um público grande e foi o que me deu visibilidade”, lembra Péricles. Menos de 1 ano depois, nascia o Boss in Drama.

ReaçãoO produtor musical come-

çou a mandar algumas músi-cas e vídeos para jornalistas e blogs especializados (“Era a forma que tínhamos de divul-gar a música eletrônica antes das redes sociais”, comenta). Como em uma reação em cadeia, os primeiros singles começaram a ser publicados e visualizados cada vez mais pe-las pessoas, que contribuíam com a divulgação das faixas,

que chegaram até o exterior. Durante quase 3 anos, o Boss in Drama se manteve de forma independente, lançando músi-cas produzidas em sua própria residência. A assinatura com uma grande gravadora, no caso a Deckdisco/Vigilante, veio só em 2010.

“Fui ganhando notoriedade só pela qualidade do meu tra-balho. A galera foi falando, sem ninguém forçar nada, e a coisa foi se expandindo naturalmen-te”, diz. Em 2011 lançou o primeiro disco, intitulado “Pure Gold”, com singles que fazem ferver a pista de dança até hoje. Péricles conta que, com este trabalho 100% autoral, sur-giu um estilo mais sofi sticado, puxando mais para a vertente do disco, com infl uências do pop e funk americanos. “Mas eram músicas muito calmas para a noite, então quando tocava em baladas, tinha que apresentar versões remixadas, um som mais animado”, acres-centa. Até pela qualidade do álbum, o BID chegou até a se apresentar durante um tempo com banda completa.

VICTOR AFFONSOEquipe EM TEMPO

Em meados de 2013 será lançado o segundo trabalho do BID: “Fui contagiado pelo clima da balada, me encon-trei! Por isso, nesse segundo trabalho estou optando por um som mais eletrônico, mais dançante, música feita para a balada mesmo”, revela, di-zendo que optou de vez por usar um set live ao invés de instrumentos ao vivo. “Me sinto melhor tocando sozinho, sendo um DJ que, no meio do set, paro para cantar e apre-sentar alguma performance. Pegar o público de surpresa assim é legal, e essa liberdade dinâmica funciona para mim”, acredita, rindo.

“Não ia lançar um ‘Pure Gold 2’, queria algo diferente”, com-pleta. Se antes o “Pure Gold” continha faixas para tocarem no começo de uma festa, em um clima mais lounge, o se-gundo CD será composto por canções que ferverão a pista, prontas para serem tocadas no ponto alto da noite. Pé-ricles adianta, também, que escolheu contar com bastan-te participações neste disco, como o Mr. Catra e a rapper Carol Conka. Mas ele avisa: não sairão músicas puxando mais para o funk ou o RAP. “Ao contrário: apesar de cada música ter a cara do artista participante, a ideia é criar

uma coisa nova. Eles é que vão entrar no meu mundo e fazer algo que nunca fi ze-ram antes, algo único”, conta, acrescentando que manter a sua personalidade está acima de tudo. Tanto que algumas coisas permanecem iguais, como, por exemplo, o fato de produzir as faixas em casa.

No Lollapalooza 2013, o BID vai fazer a estreia de um novo formato de show, algo mais energético e emblemático ainda. E o público manauense vai poder conferir em primeira mão algumas dessas canções e performances novas, já que Péricles prometeu adiantar al-gumas dessas novidades.

Novo trabalho em 2013

Péricles Martins, responsável pelo Boss in Drama, prepara novo trabalho para o próximo ano

SERVIÇO“ULTRA GLOW PARTY”, COM BOSS IN DRAMA

Quando

Onde

Sexta-feira, dia 21, a partir das 22hRepública Real (avenida Djalma Batista, 705, Cha-pada)

O projeto eletrônico de um homem só desembarca em Manaus neste mês

A balada doBoss in Drama

SERVIÇO“ULTRA GLOW PARTY”, COM BOSS IN DRAMA

Quando

Onde

Sexta-feira, dia 21, a partir das 22hRepública Real (avenida Djalma Batista, 705, Cha-pada)

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

Iniciado o mês de dezembro, a agenda social da primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz se intensifi ca e não falta fôlego para cumpri-la. Nejmi mantém as viagens pelo interior do Estado levando os bene-fícios aprovados pelo Fundo de Promoção Social e demais compromissos na área social, em paralelo à sua mobilização, onde arregaça as mangas na organização do Natal da Solidariedade.

. Extra! Extra! Eike Batista perdeu o título de homem mais rico do Brasil.

. A Bloomberg, que publica um ranking com as 200 pessoas mais ricas do mundo, atualizado diariamente, acaba de confi rmar a informação. Com patrimônio pessoal de US$ 18,9 bilhões, Jorge Paulo Lemann – o maior acio-nista da AmBev - agora é o mais rico entre os brasileiros. Batista, que no início do ano chegou a ter US$ 34,5 bilhões, agora possui US$ 18,6 bilhões, segundo a Bloomberg.

>> Caixa alta

. Os nomes do time AAA de Manaus estarão na próxima quinta-feira, na festa de fi m de ano desta coluna, no Diamond Convention Center.

. O evento é um item anual do calendário social da cidade, que tem a fi nalidade de reunir o society numa confraternização, dando o start para a temporada de festas do superalegre mês de dezembro. Na ocasião, acontecerá a comemoração pelos 28 anos de colunismo do editor deste espaço.

. A noite será regada a um jantar sensacional preparado pela equipe cinco estrelas do Diamond, incluindo bacalhau à moda do chef, paella valenciana, fi lé ao molho de vinho, entre outras delícias. O cardápio musical será comandado pelo músico Felício e pelo cantor de sertanejo universitário (a nova onda do momento) Edu Guedes. O ponto alto da festa será o sorteio de duas passagens para Nova York. Irresistível, não? Info-line: 9985-1422 ou 8118-9717.

>> Gold Christmas

. O empresário Antonio Silva recebeu na manhã de quinta-feira, homenagem importante no Plená-rio da Assembleia Legislativa.

. Merecidamente, Antonio re-cebeu a Medalha do Mérito Le-gislativo Ruy Araújo, a mais alta comenda concedida pelo Poder Legislativo estadual, dado a per-sonalidades de destaque por seus méritos. O evento aconteceu com propositura do deputado Orlando Cidade.

. Antonio Silva, além de Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), é 2º segundo vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), principal órgão representativo da indústria brasileira e membro do Conselho Administrativo do Grupo Simões, além de ser uma das fi guras mais queridas do society de Manaus. O evento de entrega da medalha foi prestigia-díssimo, com nomes linha-de-frente da cidade.

>> Homenagem

. Novo charme da parisiense – que sempre dá show no quesito elegância – são as criações da marca Shourouk.

. Francesa descendente de família tunisiana, Shourouk combina cristais Swarovski a PVC e cria

peças lindas e modernas. Caso dessa bolsa que ilustra a coluna de hoje. Peças

com essa mesma referência são vistas em colares, pulseiras, brincos e cintos. Luxo, né?

>> Objeto de desejo

Dona Walderez Simões, o homenageado Antonio Silva com a mulher Norma e Re-nato Simões, na Assembleia Legislativa

Helen, Anselmo e Waldenice GarciaAlba Almeida, Sonia Cavalcante, Graça e Rose-dilson Assis e Cleide Avelino

Alex Deneriaz e Norma Simões Silva

Marcelo e Mari-nildes Lima

Diego e Elizan-gela Silva

O homenageado Antonio Silva com

Wilson Périco

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Cineasta local estreia em evento internacional, dia 6 Com curadoria de Francisco César Filho, a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul contará com “Cachoeira”

DIVULGAÇÃO

O filme “Cachoeira”, do diretor Sérgio Andrade, será o primeiro filme de um amazonense a entregar a mostra internacional

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Além dos filmes que fi-cam em cartaz nas salas de projeção em todo o Bra-sil, Francisco Filho informa que a mostra contem outras ações paralelas, mas ape-nas em algumas localida-des, como no Pelourinho (BA) e Diadema (SP). É o caso das atividades “Cine Direi-tos Humanos na Rua”, que

vai exibir sessões públicas em espaços populares, e o “Cine Direitos Humanos Iti-nerante”, em periferias e no interior de alguns Estados. O Amazonas, por enquanto, ainda figura fora desse con-texto. Segundo o curador, o projeto atingiu todas as capitais brasileiras em pou-co tempo (a primeira edição

da mostra foi realizada em apenas quatro cidades) e agora a intenção é expandir cada vez mais as atividades paralelas às exibições.

A sessão de abertura da mostra, em Manaus, con-templa os filmes “O ca-deado”, de Leon Sampaio, “A Galinha Que Burlou o Sistema”, de Quico Meirel-

les, “Menino do Cinco”, de Marcelo Matos de Oliveira e “A Fábrica”, de Aly Mu-ritiba. As obras começam a ser exibidas, nesse dia, às 19h30. Para as demais sessões diárias, os horários são diferenciados. A progra-mação completa pode ser conferida no site www.cine-direitoshumanos.org.br.

Estado do Amazonas não terá ações paralelas

Sob a curadoria de Fran-cisco César Filho, a sé-tima edição da Mostra Cinema e Direitos Hu-

manos na América do Sul exibe pela primeira vez um filme de produção amazonense. O premiado “Cachoeira”, dirigido por Sérgio Andrade, é uma das obras da lista do terceiro dia do evento, que acontece a partir de sexta-feira até o dia 11 de dezembro, em todas as capi-tais brasileiras. Em Manaus, as exibições tem como sede o Teatro da Instalação.

Ao todo, a mostra apre-senta 37 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens. Nesta edição, o evento orga-nizado pelo próprio Ministério da Cultura (MinC) presta ho-menagem ao documentarista paulista Eduardo Coutinho, que tem na programação três filmes selecionados: “Cabra marcado para morrer” (1984), sobre a história do nordestino João Pedro Teixeira; “O fio da memória” (1991), sobre os negros no Brasil; “Santo forte” (1999), sobre religião em uma favela do Rio de Janeiro.

O filme de Sérgio Andrade (mesmo diretor de “A Floresta de Jonathas”, premiado na-cional e internacionalmente, incluindo pela última edição do Amazonas Film Festival), “Cachoeira”, foi produzido em 2010 e já esteve em mais de 30 festivais ao redor do mundo. O curta-metragem amazonense tem aproxima-damente 14 minutos e, segun-do o próprio diretor – que tam-bém assina o roteiro - “traz uma visão não estereotipada

e clichê de um recorte bas-tante curioso entre os índios, o álcool e o suicídio”.

O filme é inspirado em fatos reais e será exibido às 16h do dia 8 de dezembro. Na produção, um grupo de jovens indígenas do alto rio Negro participa de rituais em que misturam bebidas e fazem um pacto mortal e místico, ele-mentos que potencialmente intrigam o público, sobretu-do as pessoas que desconhe-cem por completo a realidade amazônica. Além de Sérgio Andrade, “Cachoeira” também assinado por Warly Bentes (produção executiva), Sidney Medina (produção executiva e direção de produção), Yure Cesar (direção de fotografia) e Eliana Andrade (direção de arte). No elenco, estão Bege Muniz, Djuena Tikuna, Anderson Tikuna, Fidelis Ba-niwa, Severiano Kedassere, Raimundo Kissibi, Anderson Dywy, Osmar Moreira e Thia-go Tikuna. “Cachoeira” traz a chancela da produtora Rio Tarumã Filmes.

SERVIÇOMOSTRA CINEMA E DIREITOS HUMANOS

Quando:

Onde:

Quanto:

A partir de quin-ta-feira até 11 de dezembro

Teatro da Instala-ção (rua Frei José dos Inocentes, s/n, Centro)

Entrada gratuita

Praça recebe árvore de Natal

Parte da cidade de Manaus que era iluminada à gás pode ser conhecida ou mesmo relembra-da quando o governo do Estado, por meio da Secretaria de Esta-do de Cultura, reinaugurar a pra-ça Antônio Bittencourt, também chamada praça do Congresso, hoje, a partir de 18h.

O evento contará com o resgate de um importante patrimônio histórico e de memória da capital, dentro do programa “Cartão Postal”, associado à programação na-talina, com a apresentação da árvore de Natal e a Chegada do Papai Noel.

A árvore de Natal instalada no local tem 28 metros por 12 metros de largura, sendo composta por vários pinheiros, somando mais de 12 mil unida-des. O presépio francês quase em tamanho natural, que antes ficava armado no largo de São Sebastião, agora estará monta-do no Congresso, também tendo passado por restauração. O pre-sépio pertence à Igreja de São Sebastião, sendo de 1900.

Durante o período natalino, todo dia haverá animação cul-tural, som ambiente, funciona-mento de bancas de tacacá, cabine telefônica, sebo, e sor-veteria na praça.

PROGRAMA

‘The Woods’ promete noite de mistérios e diversão

Um clima de mistério e contos de fadas vai tomar conta da Musique Nuit sexta-feira, a partir das 23h. A festa “The Woods” transformará a boate em um grande bosque e promover uma noite cheia de surpre-sas e muita diversão. A trilha sonora do evento será comandada pelos DJs May Seven e Ewerton S., nomes fortes no cenário musical da cidade, que trarão para o local o melhor do pop e do house.

Outlet pretende movimentar a cidade a partir de hoje

Norma Araújo, popularmente conhecida como Ma-nazinha, realiza a partir de hoje até terça-feira um outlet com as lojas Arezzo, Capodarte, Arenito, Dumont, Liz, Whishes, Johara, Ju Savassi e Moda à Porter, no centro de convenções do Manaus Plaza Shopping, a partir das 10h.

O evento, entre outras promoções, contará com o sorteio de um refrigerador Eletrolux, além de um pacote de beleza da Clínica Dapele e do D&A Hair Design.

Lenda Iapinari será contada no Les Artistes Café-Teatro

Depois da estreia em São Gabriel da Cachoeira, en-fim a peça “Complexo de Iapinari” chega a Manaus. O espetáculo será apresentado hoje, no Les Artistes Café-Teatro, às 20h. A peça é uma adaptação do diretor Luiz Vitalli da lenda Iapinari. O espetáculo, conta a história de um menino cego. Para ser curado é preciso matar o pássaro cancão e passar o sumo da ave nos olhos dele. Iapinari com a ajuda da mãe volta a enxergar, mas o segredo não pode ser revelado.

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Ator ‘de olho’ em 2013Após cinco meses de preparação, Arnaldo Barreto anuncia a produção de nova montagem teatral e sua estreia como diretor de cinema. Com elenco definido para o projeto, ensaios estão em andamento para que tudo saia como o previsto

Um monólogo e um filme. Essas são as novidades anuncia-das pelo ator, cantor

e humorista Arnaldo Barreto, a serem apresentadas ao público no próximo ano. Os projetos fo-ram finalizados neste semestre. A peça, “Vestido de Lixo” estreia no mês de março, enquanto o curta “Filhos do Mundo” chega às telas locais em setembro.

Após a finalização do texto, Barreto afirma que está em fase de construção da personagem, que deve ser encenada pelo próprio artista. Os ensaios têm início no mês de janeiro. De acordo com o ator, a dramati-zação tenta resgatar os valores humanos abandonados após o advento da tecnologia. O amor à vida e a poesia das canções são alguns dos temas tratados na montagem.

No cenário, o público visualiza uma espécie de “lixão”, onde todos os tipos de objetos po-dem ser encontrados. No início do espetáculo o ator surge no palco dentro de um saco plás-tico, despido de roupas, com a cabeça e as sobrancelhas ras-padas, em alusão ao momento de um nascimento. “Consigo retirar aquela embalagem e passo a ter contato com todos os resíduos existentes naquela área. Cada objeto dá origem a

uma história que retrata uma área da vida”, comenta.

No total, oito personagens serão encenados, dos quais, um retrata a vida de um catador de latas que adota uma criança encontrada no lixão. Em outra cena, a plateia assiste a uma prostituta que fala sobre o aborto. A substituição dos dis-cos de vinil pelos CDs também é dramatizada durante uma homenagem às cantoras de

rádio brasileiras. “Ao encontrar discos espalhados pelo meio de tanta sujeira, aquela cantora relembra suas participações nos programas de rádio e das composições poéticas que o Brasil conheceu nas décadas passadas”, informa. A peça conta com uma trilha sonora composta por quatro músi-cas, todas interpretadas pelo próprio ator. O processo de escrita do texto teve duração de cinco meses.

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

A relação entre pais e fi-lhos e os problemas sociais vivenciados na atualidade dão vida ao roteiro do curta-metragem, que tem duração de 20 minutos. Temas como aborto, pedofilia, prostitui-ção infantil, violência e Doen-

ças Sexualmente Transmis-síveis (DSTs) também estão presentes nas cenas.

De acordo com Barreto, a proposta do filme é re-meter o espectador a uma reflexão sobre as situações do cotidiano por meio do

destino percorrido por cada personagem. Anselmo é a figura central da história, dramatizado pelo ator ama-zonense Israel Castro. Um jovem que adquiriu proble-mas psicológicos após tes-temunhar a morte do pai. Na

tentativa de encontrar um refúgio para seus conflitos internos, o menino ingres-sa no mundo das drogas e passa a ter problemas de relacionamento com a mãe, Telma, vivida pela atriz Rosa Malagueta.

‘Filho do Mundo’ marca estreia nas telas

PROJETOSO espetáculo teatral “Vestido de Lixo” e o curta-metragem “Filho do Mundo” são ape-nas dois dos diversos projetos que o ator amazonense Arnaldo Barreto está preparan-do para 2013

O ator amazonense Arnaldo Barreto (à esquerda) já está no processo de ensaio do novo espetáculo teatral para o próximo ano

RICARDO OLIVEIRA

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Terapia por meio da arteLançado há quatro meses, o projeto “Psico-risos” atende ao público com e sem deficiência em diversas localidades de Manaus. O programa desenvolve atividades lúdicas, socioeducativas e culturais com a ajuda de acadêmicos do curso de psicologia

A arte-terapia como meio de expressão de sentimentos. É com essa metodolo-

gia que um grupo formado por 18 acadêmicos de psicologia atende a crianças com e sem deficiência física, residentes na capital. O projeto “Psico-ri-sos”, lançado no mês de junho, é aplicado em hospitais, casas de apoio, creches, abrigos e escolas de educação especial. Tudo sob a coordenação da atriz Júlia Soutelo.

“A arte está presente nas unidades hospitalares, porém, sem a finalidade terapêutica. Em Manaus isso é uma ino-vação. Buscamos o desenvol-vimento de atividades lúdicas, socioeducativas e culturais”, explica Júlia, que também é universitária de psicologia. O programa é voluntário e acon-tece aos sábados, pela manhã. Durante as visitas crianças e adolescentes interagem em trabalhos de modelagem, pin-tura, colagem, recital de poe-sias, mostras de danças e dra-matizações. A coordenadora afirma que as ações permitem a expressão de sentimentos e a descoberta das possibilidades criativas de cada participante. “Todas têm dons, mas em áreas distintas. A arte resgata o po-tencial criativo do ser humano

e resulta em uma restauração interna”, argumenta.

De acordo com Júlia, a prin-cipal dificuldade no desen-volvimento do projeto está relacionada aos cegos. Para que possam compreender as informações, os instrutores dão ênfase ao tato ligado à audição. A idealizadora, que também dirige o grupo de teatro Alecrim Nativo, conta com a colaboração do seu elenco e ainda com o músico Osmar Oliveira, integrante do Raízes Caboclas. “As histórias são detalhadas com a música orgânica. Narro as cenas e o músico manuseia os instru-mentos que geram os sons de cachoeira, chuva, vento, água, entre outros”, relata. Ao final do conto, os pequenos têm a oportunidade de tocar nos ins-trumentos para que entendam a origem de cada sonorização. “Eles enxergam com o coração e com os dedos”, expressa.

DesenhosOutra metodologia utilizada

para os deficientes visuais é o contorno de desenhos com as mãos, onde o fio de barbante delineia as ilustrações. “Eles gostam desse tipo de trabalho e ficam felizes porque enten-dem e com certeza imaginam as figuras desenhadas. Ao fi-nal, o que temos é um belo painel com a exposição desses trabalhos”, cita.

No caso dos surdos, o gru-po investe em recursos dire-cionados ao sistema visual, como mímicas e a Língua Brasileira de Sinais (Libras). O objetivo do programa, segundo Júlia, é utilizar as atividades artísticas como ferramentas psicológicas que podem favorecer os pequenos na comunicação, expressão social, na conten-ção da agressividade, medo e ansiedade. “Trabalho com o público infantil há 12 anos e essa iniciativa tem sido inovadora. É gratificante ver a alegria dos pais ao ver seus filhos tendo êxito nos tratamentos”, expressa.

O projeto já atendeu a mais de 500 menores cadastrados em instituições como a As-sociação dos Deficientes Vi-suais do Amazonas (Adevisa), a União dos Deficientes Visu-ais de Manaus (Udevima), a Casa Mamãe Margarida, en-tre outros. Julia adianta que o “Psico-risos” deve chegar a uma organização indígena. O contrato ainda está em fase de fechamento.

Situações marcantesJulia lembra que ao retor-

nar a uma instituição para mais uma visita, uma criança, deficiente visual, lembrou da coordenadora ao ouvir sua voz. “Ao entrar na sala ouvi uma voz dizendo: Essa é a tia Júlia! foi algo inesquecível. Percebi que marquei aquela vida de alguma forma”, re-corda. Em outro momento, a

atriz foi lembrada pela perso-nagem de um espetáculo en-cenado durante a visitação. “Aquele menino também me reconheceu pela voz. Fiquei emocionada ao ouvir a fra-se: Essa cigarra já cantou para mim! No espetáculo eu dramatizava a cigarra e cantava, por isso ele marcou minha voz”, explica.

Recursos de mímicas e LibrasPRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

Todo o trabalho produzido é exposto no local da criação

PARTICIPAÇÃOOs interessados em participar ou ajudar o projeto “Psico-Ri-sos”, de acadêmicos de psicologia, podem entrar em contato com os integrantes por meio do (92) 9182-1005

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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Programação de TV

5:00 Aventura Selvagem – Reprise5:30 Pesca Alternativa6:30 Brasil Caminhoneiro7:00 A Grande Ideia7:30 Vrum8:00 Programa da Manazinha – Local8:30 Chaves9:00 Sorteio Amazonas da Sorte – Local10:00 Domingo Legal14:00 Eliana18:00 Vamos Brincar de Forca18:40 Sorteio da Telesena18:45 Programa Sílvio Santos23:00 De Frente com Gabi0:00 Série - O Mentalista

SBT

GLOBO

REDE TV4:45 Santa Missa em Seu Lar

5:45 Sagrado: Compacto

5:55 Amazônia Rural

6:25 Pequenas Empresas, Grandes

Negócios

7:05 Globo Rural

8:05 Auto Esporte

8:38 Esporte Espetacular

11:30 Temperatura Máxima

13:53 The Voice Brasil

15:17 Domingão do Faustão

19:30 Fantástico

21:50 Domingo Maior

0:05 Sessão de Gala

1:48 Corujão

3:15 Sob Medida

4:00 Festival de Desenhos

4:45 Bíblia Em Foco5:00 Nosso Tempo5:30 Desenhos Bíblicos7:00 Voto na Record – Local11:15 Tudo É Possível14:00 Top Model – HD15:00 Programa do Gugu19:30 Domingo Espetacular – HD22:15 Repórter Record23:15 Série – Todo Mundo Odeia o Chris0:15 Programação IURD

TV CULTURA5:55 Abertura da Emissora/Hino Nacional6:00 Via Legal6:30 Brasil Eleitor7:00 Palavras da Vida8:00 Santa Missa9:00 Viola, Minha Viola9:30 Nova Amazônia – Local10:00 Escola Pra Cachorro10:15 Meu Amigaozão10:30 Turma do Pererê11:00 ABZ do Ziraldo11:30 Anima TV Tromba Trem11:45 Anima TV Carrapatos e Catapultas12:00 Turma do Pererê13:00 Dango Balango13:30 TV Piá14:00 Stadium15:00 Os Protetores do Planeta16:00 Ver TV17:00 De Lá, Pra Cá17:30 Cara e Coroa18:00 Papo de Mãe19:00 Conexão20:00 Esportvisão21:30 MPTV – Local (Reprise)22:00 Roda Viva Amazonas – Local (Reprise)23:00 Doc Especial0:00 Encerramento da Emissora/Hino Nacional

RECORD

6:30 Igreja Internacional da Graça – Local7:30 Igreja Internacional da Graça – Local8:55 Break obrigatório9:00 TV Shopping Manaus – Local10:00 Show de Ofertas da Cidade – Local10:30 TV Kids – Local11:00 Igreja Internacional da Graça – Local12:00 Fique Ligado – Local13:00 TV Kids – Local14:00 Encircuito – Local (Reprise)15:30 Amazonas Mix – Local16:00 Break obrigatório16:05 TV Kids16:45 Ritmo Brasil17:20 O Último Passageiro18:40 Super Bull Brasil19:40 Star Trek21:00 TV Shopping Manaus – Local (Reprise)22:00 Cine Total23:30 Dr. Hollywood0:15 É Notícia1:15 Bola na Rede1:45 Igreja Internacional da Graça – Local

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 O envolvimento com estudos e discussões leva a ampliar os horizontes. Procure apenas manter uma organização mínima, ou a abran-gência vira dispersão e perda de energia.

TOURO - 20/4 a 20/5 Você está disposto a gastar mais do que de costume, podendo inclusive perder a noção dos limites razoáveis. Procure ver o preço do que compra e do que vende.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Você está indeciso entre dar razão àqueles que lhe acompanham ou fazer prevalecer sua vontade. Compartilhe seus recursos prodiga-mente com aqueles a quem protege.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Cuide para não perder energia à toa com movimentação inútil. O ritmo das atividades tende a ser perdido, em meio a uma dinâmica intensa, mas de tendência dispersiva.

LEÃO - 23/7 a 22/8 As afeições estão em momento de exaltação, creditando valor a algumas afeições até bas-tante superfi ciais. A boa afeição vive de algo mais do que apenas promessa e pompa.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Os excessos e a imposição da vontade levam as tensões até o máximo e algo pode se rom-per ou perder. Momento em que se acirram as tensões entre trabalho e família.

LIBRA - 23/9 a 22/10 As viagens e a atividade intelectual e co-municativa estão favorecidas. Mas atenção, pois nem tudo o que está prometido hoje, acontecerá. Selecione o que pode se tornar efetivo.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Momento de possíveis exorbitâncias fi nancei-ras. Poderá expandir seus negócios e ganhar dinheiro, mas atenção ao quanto isso tudo pode, no fi m das contas, lhe custar.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 A pompa e a grandiloquência nas rela-ções pessoais produz um certo efeito, mas logo se perde. A vaidade separa e afasta as pessoas - ou as une de maneira interesseira.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 A sobrecarga de tarefas, como se tudo cou-besse em suas mãos, leva à ansiedade e à desorganização. A insatisfação nas relações vem de seu afastamento e reserva.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 No amor e com os filhos, você está mais impositivo, achando que os outros ou você mesmo precisa disso. É bom ter senso de limite Não abuse da paciência alheia.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Mantenha o sentido prático e aproveite, no trabalho, as oportunidades mais produtivas. As glórias que possam lhe infl ar inutilmente não deveriam tomar o lugar do trabalho.

Cruzadinhas

1:00 Série – Alvo Humano2:00 Série – Chase3:00 Encerramento de Emissora

Celso Portiolli apresenta o “Domingo Legal”, hoje, no SBT

DIVULGAÇÃO

Cinema

ESTREIA

Os Penetras - Livre. BRA. 14 anos. Marco Polo é um sujeito bem-humorado, sedutor e manipulador, sempre tentando levar vantagem. Em um de seus golpes, ele cruza com Beto um homem tímido e inseguro, que acabou de ser rejeitado por sua amada Laura, e tem vários problemas com a família. Vendo a situação fi nanceira privilegiada de Beto, Marco Polo promete conversar com Laura, e tentar convencê-la a voltar para o colega. Enquanto isso, ele tira vantagem da fragilidade do outro. Mas os planos mudam quando Marco Polo conhece esta mulher, tão sedutora e tão manipuladora quanto ele. Cinemais Millennium 6 – 15h, 17h20, 19h40 e 21h50 (diariamente); Cinemais Plaza 6 – 14h40, 16h40, 19h10 e 21h30 (diariamente); Cinemark 5 – 12h30, 14h50, 17h10, 19h30, 21h50 (diariamente) e 0h (somente sexta-feira e sábado); Playarte 6 – 12h, 14h, 16h, 18h, 20h (diariamente) e 22h (somente sex e sáb); Playarte 7 – 13h, 15h, 17h, 19h, 21h (diariamente) e 23h (somente sex e sáb).

REPRODUÇÃO

Amanhecer – Parte 2 – 12 anos: Cinemais Millennium 3 – 13h (dub/dia-riamente), 15h30 (leg/diariamente), 18h (dub/diariamente) e 20h30 (leg/diaria-mente); Cinemais Millennium 5 – 14h30, 17h, 19h30 e 22h (leg/diariamente); Ci-nemais Millennium 8 – 14h, 16h30, 19h e 21h30 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 2 – 14h30, 17h30, 19h30 e 22h (dub/diaria-mente); Cinemais Plaza 5 – 13h40, 16h10, 18h30 e 21h (dub/diariamente); Cinemais Plaza 8 – 13h, 15h30, 18h10 e 20h30 (dub/diariamente); Cinemark 7 – 13h10, 15h50, 18h40, 21h10 (dub/diariamente) e 23h50 (dub/somente sex e sáb); Cinemark 8 – 12h40, 15h20, 18h, 20h40 (dub/dia-riamente) e 23h20 (dub/somente sex e

sáb); Playarte 2 – 14h, 16h30, 19h, 21h30 (leg/diariamente) e 23h59 (leg/somente sex e sáb); Playarte 3 – 13h45, 16h15, 18h45, 21h15 (dub/diariamente) e 23h45 (dub/so-mente sex e sáb); Playarte 4 – 13h46, 16h16, 18h46, 21h16 (dub/diariamente) e 23h46 (dub/somente sex e sáb); Playarte 5 – 13h, 15h30, 18h, 20h30 (dub/diariamente) e 23h (dub/somente sex e sáb).

007 – Operação Skyfall – 14 anos: Ci-nemais Millennium 2 – 15h20, 18h50 (dub/diariamente) e 21h40 (leg/diariamente

Possessão – 14 anos: Cinemais Millen-nium 7 – 14h40 e 19h20 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 4 – 15h10, 17h20, 19h40

e 21h50 (dub/diariamente).

Selvagens – 18 anos: Cinemais Mil-lennium 7 – 16h40 e 21h20 (leg/diaria-mente).

Ted – 16 anos: Cinemais Plaza 3 – 14h20, 16h30, 19h20 e 21h40 (dub/diariamen-te).

Até Que A Morte Nos Separe – 12 anos: Cinemark 2 – 20h e 22h20 (diariamente); Playarte 9 – 14h, 16h15, 18h30, 20h45 (diariamente) e 23h (somente sex e sáb).

Gonzaga, de Pai Para Filho – 12 anos: Cinemark 3 – 22h10 (diariamente); Playarte

10 – 12h50, 15h25, 18h, 20h35 (diariamen-te) e 23h10 (somente sex e sáb).

Diário de Um Banana 3 – Livre: Ci-nemark 3 – 12h45, 15h, 17h20 e 19h50 (dub/diariamente).

O Mar Não Está Pra Peixe 2 – Livre: Playarte 1 – 13h, 14h50, 16h40, 18h30, 20h20 (3D/dub/diariamente) e 22h10 (3D/dub/somente sex e sáb).

E a Vida Continua... – 10 anos: Playarte 8 – 16h20 e 20h40 (diariamente).

E Aí, Comeu? – 14 anos: Playarte 8 – 14h10, 18h30 (diariamente) e 22h50 (somente sex e sáb).

CONTINUAÇÕES

A Origem dos Guardiões: EUA. Livre A Origem dos Guardiões é uma aventura épica que conta a história de um grupo de heróis - cada qual com habilidades extraordinárias. Quando um espírito maligno conhecido como Pitch estabelece o desejo de dominar o mundo, os Guardiões Imortais deverão unir forças pela primeira vez para proteger a esperan-ça, a crença e a imaginação das crianças de todo o mundo. Cinemais Millennium 1 – 15h10, 17h10, 19h10 e 21h10 (3D/dub/diariamente); Cinemais Millennium 4 – 14h20, 16h20, 18h20 e 20h20 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 1 – 14h50, 16h50, 18h50 e 20h50 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza 7 – 14h, 16h, 18h e 20h (dub/diariamente); Cinemark 2 – 12h50, 15h10 e 17h40 (dub/diariamente); Cinemark 4 – 13h30, 16h, 18h20, 20h50 (3D/dub/diariamente) e 23h10 (3D/dub/somente sex e sáb); Cinemark 6 – 12h10, 14h30, 16h50, 19h10, 21h30 (3D/dub/dia-riamente) e 23h45 (3D/dub/somente sex e sáb).

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

Audrey Fink e Luiz Lauschner

Mário Bernardino e sua Cláudia

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Foi para festejar os 19 anos de colunismo social que o editor co-mandou, no Le Rêve, um festão daqueles, com um jantar regional de-licioso assinado por Janete Carvalho, decoração caprichosa de Júnior Carvalho, espumantes Mvsa, sorteios de vários brindes e muita, mas muita emoção na hora das home-nagens da cerimonialista Mazé Mourão e da ótima Mônica Bonfi m. Confi ra nos confetes-com-fl ashes de William Rezende e Barros.

Bodas de Água Marinha

Samiza Soares, Milena Di Cas-tro, Liana Men-donça, Elizeth Lange, Alberto Chã fi lho, Pedro Côrtes e Charu-fe Nasser

FOTOS: WILLIAM REZENDE E BARROS

Adjuto e Grazielza Afonso, Cassio e Loló da Matta, Herlesson Maia e Wilke Cidade, Dione e Tatiana Braga, Achilles Fernandes e Flávia Pedrosa, Luana Viana e Eline Batista

fe Nasser

Foi para festejar os 19 anos de colunismo social que o editor co-mandou, no Le Rêve, um festão daqueles, com um jantar regional de-licioso assinado por Janete Carvalho, decoração caprichosa de Júnior Carvalho, espumantes Mvsa, sorteios de vários brindes e muita, mas muita emoção na hora das home-nagens da cerimonialista Mazé Mourão e da ótima Mônica Bonfi m. Confi ra nos confetes-com-fl ashes de William

Adjuto e Grazielza Afonso, Cassio e Loló da Matta, Herlesson Maia e Wilke Cidade, Dione e Tatiana Braga, Achilles Fernandes e Flávia Pedrosa, Luana Viana e Eline Batista

nos confetes-com-fl ashes de William

Maria do Carmo Magalhães e Teca Freitas

Hebe e Ey-mar Pereira Baby Rizzato

Mônica Bonfi m

Indra Bessa, Menga Junqueira, Lúcia Viana, Karina Bessa, Evelise Pessoa, Nathalie Sobral e Rosiane Lima

Célia e Wilson Périco

Alberto Martins e sua Rocilda Sônia Jinkings, Lucimar Augusto e Cristina Garcia

Kátia Sebben, Valdenice Garcia e Kleide Avelino

Waisser Botelho

Rebeca e Ricardo Novelleto

Gracinha e Marco Antô-nio Villela

Maria Mestrinho

e Mário AdolfoRebeca e Ricardo Novelleto

Ruth Falabella

Raimunda Barreto e Manoel Netto

Mazé Mourão e Fabrício Cohen

Mary Tuma, Andréa Maga-lhães e Eliane Schnei-der

Charleston Atala e sua Melissa

Paulinho e Eduardo Guerra

Zenilde Pacífi co e Darcley de Paula

Karina Queiroz

Simone Isper e Edith Menezes

Moramay e Wellington Araújo

Luiz Otávio Bastos e Ângela

Ivânia Neves e Ana Montenegro

Dirce Nunes e Ana Leitão Garcia

Luiz Otávio Bastos e Ângela

Antônio Silva e sua Norma

Helena e Júlio Verne Ribeiro Helena e Júlio Verne Ribeiro

Gilce e Laís Albano Jatahy

Júlia com seus paizões Bárbara Soares e Júnior Vieira

Ana Paula e Aneth Perrone

Mirian Sabóia e Mosa Alexandre

Montaha Jurdi e Iêda Baraúna

Car-men e Ricardo Silva

Car-men e Ricardo Silva

Charles e Juliana Garcia com Marilise Makarem

Júnior Carvalho

e sua Samira

Selma Reis e Pedrinho Aguiar

Eliana Barreto e sua Júlia

Ana Paula Henri-ques com Lídia e Fátima Loureiro

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 2012

Several volta aos palcosBanda de rock mostra algumas novidades que estão previstas para o terceiro disco da carreira, ao vivo, no dia 7 de dezembro. Eles estão trabalhando nesse disco desde 2008, mas ainda não têm previsão para a festa de lançamento

A banda amazonense de rock Several volta a pisar no palco depois de 2 anos afastada de

shows, no dia 7 de dezembro. Contudo, o grupo em tempo algum paralisou as atividades de criação. Desde 2008, aliás, os músicos estão concentrados na produção do terceiro disco da carreira, que ainda não tem previsão para ser concluído.

O show da Several acontece no Cauxi Espaço Cultural e conta com nova formação, oficializan-do a entrada do baixista Rode-rick Castelo Branco ao grupo. “Como a gente começou a notar que o disco ia demorar mais do que o previsto (como sempre), decidimos voltar a tocar e, como o Roderick entrou na banda, tive-mos um período de adaptação com ele, para ele aprender todas as músicas e ensaiar como uma banda, coisa que não fazíamos há 2 anos”, revela o baterista Beto Montrezol.

No repertório, está progra-mada a execução de pelo me-nos duas das novas faixas do próximo disco da Several, que são “Sorva” e “Umbilical”. Além dessas, o repertório deve con-ter uma música do primeiro CD, quando as composições da banda ainda eram feitas em inglês e praticamente o segun-do álbum, “Carma”, completo,

incluindo “Ruínas de Cartago”. “A expectativa para esse show é muito boa. Precisávamos vol-tar a tocar e precisamos muito começar a divulgar a banda para quem está se inserindo na cena rock de Manaus”, afirma o baterista. Além de Montrezol e o novo integrante Roderick, a Several é formada por Bruno Prestes (voz) e Werner Deimling Albuquerque (guitarra).

“Umbilical” é uma das pri-meiras músicas que tomaram forma para o novo disco, por ser a que mais se aproxima da história do grupo. O nome do novo álbum, segundo Beto Montrezol, já está escolhido, mas prefere não revelá-lo ainda. “Creio que só batere-mos o martelo depois que o álbum ficar pronto mesmo. O nome dos discos que lança-mos até hoje sempre tiveram a ver com o processo de gravação”, diz.

A entrada de Roderick Cas-telo Branco no time de roquei-ros não causou estranheza interna, uma vez que além de amigos, Montrezol e Werner Deimling já haviam tocado com ele na extinta banda Beholder. “Na verdade, ele entrou no grupo no fim do ano

passado. Ele já tinha tocado conosco, então só era traba-lhar em aprender as músicas. Quando ele entrou o processo já estava adiantado, estáva-mos na fase de fazer arranjos, etc”, diz o baterista.

O show de abertura é de responsabilidade da banda

Ed Ondo, também autoral, influenciada pelo movimento grunge e pós-grunge, forma-da por Markeetoo (bateria), Jackson Zi (contrabaixo), Jean “Olhaum” (guitarra), An-dré Torbey (guitarra) e Micael Silva (voz). No set list, obras como “Attack The Clone”,

“Point of view”, “Mankind”, “Broken Chains” e “Worldwi-de Masquerade”, estão cota-das. A realização do evento é do Coletivo Difusão e da Casa Fora do Eixo Amazô-nia, com apoio do Fora do Eixo Card, Markeetoo.com e Estúdio Supersônico.

Novo rockeiro no time dos veteranos

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

A banda amazonense Several volta aos palcos locais no próximo dia 7, apresentando novidades e um novo integrante

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ULG

AÇÃO

RETORNOApós 2 anos afastada dos palcos, a banda Several retorna para show que será uma prévia das novidades que virão por aí em 2013. A apresentação será realizada no pró-ximo dia 7

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