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ANO XXIV – N.º 7.502 – MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 Estudante de direito acaba de ser eleita a mulher mais bonita do Es- tado e candidata ao título nacional pelo Amazonas. Elenco 19 Promessa no concurso de Miss Brasil VIVIAN AMORIM Zona Franca reage contra importados Disputa partidária entre grupos que se revezam no poder, aliada à riqueza do município, explica tantos atos de violência no local. Dia a dia C2 Guerra política faz de Coari o ‘faroeste’ do AM TENSÃO RAPHAEL ALVES Mais de 78 mil empregos para todos os níveis OPORTUNIDADES RAPHAEL ALVES Ex-promotor do MPE abre o verbo e se diz perseguido CÂNDIDO HONÓRIO Com a Palavra A7 Nutricionistas orientam pacien- tes desde a elaboração da lista de compras até a preparação dos ali- mentos. Saúde e bem-estar E6 Personal diet para orientar no cotidiano ALIMENTAÇÃO Lance! 6 e 7 Santos treina Neymar para agir como astro ÍDOLO Medidas que visam proteger o Polo Industrial de Manaus, contra a ofensiva de produtos importados, já começam a ser estudadas pelo governo do Amazonas. Novo superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira defende barreiras para preservar a competitividade do PIM. Economia B3 Por medida de segurança, motoristas chegam a comprometer parte do orçamento mensal no desembolso para custear “vagas” em Manaus. Demanda contribui para a proliferação do negócio, principalmente no Centro. Dia a dia C5 Estacionamento por até R$ 250 CENTRO SHIZUO KAMBAYASHI/AP RAPHAEL ALVES DIVULGAÇÃO ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

EM TEMPO - 11 de dezembro d 2011

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ANO XXIV – N.º 7.502 – MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

Estudante de direito acaba de ser eleita a mulher mais bonita do Es-tado e candidata ao título nacional pelo Amazonas. Elenco 19

Promessa no concurso de Miss Brasil

VIVIAN AMORIM

Zona Franca reage contra importados

Disputa partidária entre grupos que se revezam no poder, aliada à riqueza do município, explica tantos atos de violência no local. Dia a dia C2

Guerra política faz de Coari o ‘faroeste’ do AM

TENSÃO

RAPH

AEL

ALVE

S

Mais de 78 mil empregos para todos os níveis

OPORTUNIDADES

RAPH

AEL

ALVE

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Ex-promotor do MPE abre o verbo e se diz perseguido

CÂNDIDO HONÓRIO

Com a Palavra A7

aba de ser ita do Es-

tado e candidata ao título nacional Elenco 19

Promessa no concurso de Miss Brasil

VIVIAN AMORIM

Nutricionistas orientam pacien-tes desde a elaboração da lista de compras até a preparação dos ali-mentos. Saúde e bem-estar E6

Personal diet para orientar no cotidiano

ALIMENTAÇÃO

todos os níveis

Lance! 6 e 7

Santos treina Neymar para agir como astro

ÍDOLO

Medidas que visam proteger o Polo Industrial de Manaus, contra a ofensiva de produtos importados, já começam a ser estudadas pelo governo do Amazonas. Novo superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira defende barreiras para preservar a competitividade do PIM. Economia B3

Por medida de segurança, motoristas chegam a comprometer parte do orçamento mensal no desembolso para custear “vagas” em Manaus. Demanda contribui para a proliferação do negócio, principalmente no Centro. Dia a dia C5

Estacionamento por até R$ 250CENTRO

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A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

Contexto3090-1011/9982-2702 [email protected]

O governo do Estado começa a instaurar as câmaras temáticas visando a Copa do Mundo de 2014, em que Manaus será sede de quatro jogos da fase de grupos.

Na última sexta-feira (9), foram instauradas as duas primeiras câmaras: Copa Segura e Copa Saudável. As duas são resultado da integração entre as secretarias de Estado de Segurança Pública (SSP) e de Estado de Saúde (Susam).

As duas câmaras foram criadas juntas porque as ativi-dades delas acabam se cruzando, segundo a justifi cativa da SSP. O objetivo é integrar as ações das duas áreas durante a Copa do Mundo. A Copa Segura pensará ações de segurança pública, de forma a facilitar a circulação no entorno dos locais dos eventos, incluindo ambulâncias e bombeiros. Estiveram na reunião de sexta a Abin, SSP, Susam, FVS, Samu, Vigilância Sanitária, entre outros.

APLAUSOS

Câmaras temáticas paraa Copa são instauradas

CIGÁSAo comentar a venda das

ações da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), que está sendo analisada pela Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o gover-nador Omar Aziz disse que os recursos serão utilizados na Educação, principalmente na Cidade Universitária da UEA, que será erguida no município de Iranduba.

CIDADE DA UEAO projeto da Cidade Univer-

sitária da UEA inclui a constru-ção de alojamento para dois mil estudantes do interior, um hospital universitário e a Cen-tral de Telemedicina.

PRÉ-PAGOO senador Eduardo Braga

(PMDB) é o relator do projeto que põe fi m a prazo para cré-dito de celular. Ele disse que 82% dos usuários de celular usam a modalidade pré-paga e são obrigados a se subme-ter ao prazo para consumo dos créditos, sob pena de rescisão de contrato.

OBRIGAÇÃOA justifi cativa do projeto é

que o prazo “obriga as pessoas a fazerem uso do serviço sem necessidade e desobriga as empresas de prestarem servi-ço pelo qual já foram pagas”. O projeto está na avaliação da Comissão de Meio Ambiente e Defesa do Consumidor (CMA) do Senado.

CÓDIGOAliás, Braga também res-

saltou a aprovação do Có-digo Florestal Brasileiro, na semana passada. Ele come-morou a inclusão no texto de incentivos econômicos e fi nanceiros que vão possibili-tar a manutenção da fl oresta em pé, a exemplo do que já ocorre no Amazonas com o Programa Bolsa Floresta.

REUNIÕESQuem passou os últimos

dois dias percorrendo muni-cípios próximos a Manaus foi o deputado estadual Marcelo Ramos (PSB). Ele esteve em Rio Preto da Eva e Itacoatiara, para diversas reuniões.

Para as lojas de Manaus, que estão contratando fretes para a entrega das compras de Natal, por causa da demanda.

Compras de Natal

VAIAS

Para a falta de estacio-namentos na cidade, que faz nascer o mercado promissor de estaciona-mentos particulares.

Estacionamentos

AUDIÊNCIASO deputado estadual Marco Antônio Chico Preto (PSD) já

programa uma série de audiências públicas para os meses de março, julho e novembro de 2012, com a participação da direção nacional da Anatel, para discutir a melhoria dos serviços de telefonia no Amazonas.

COMPARTILHANDOEle defende que as operadoras de telefonia celular devem com-

partilhar o sinal entre si, para que a população do interior tenha acesso ao serviço. Segundo ele, a campanha vem dando resultado, já que a Claro e a Vivo começaram a compartilhar o sinal.

Acusado observou momento em que irmão da vítima saiu para trabalhar e atacou jovem de 23 anos no quarto dela. Antes, ele a abraçou enquanto dormia

Militar alcoolizado invade casa e estupra vizinha

Um militar do Exército Brasileiro foi preso na manhã de ontem por Policiais Milita-

res (PM), após ter invadido uma quitinete e estuprado uma jovem de 23 anos. O fato ocorreu no condomínio Titanic, localizado na rua Hum-berto de Campos, no bairro São Jorge, Zona Oeste. O caso foi registrado no 5º Distrito Integrado de Polícia (DIP), no Santo Antônio, Zona Oeste.

De acordo como o irmão da vítima, que preferiu não se identifi car pra resguardar a segurança dela, por volta das 5h15 — horário em que sai para trabalhar — ele percebeu que o vizinho do andar debaixo do prédio, identifi cado como David de Souza Santana, 23, o observava. Como de cos-tume, o industriário jogou a chave por debaixo da porta, no quarto onde a irmã dormia. “Eu sempre faço isso para não acordá-la, já que saio cedo para o trabalho. Como vi que o “cara” estava me observando, tirei a chave do chaveiro e joguei”, relatou

Por volta das 7h, o rapaz recebeu uma mensagem de texto no celular da irmã, no qual perguntou se alguém

havia dormido na casa, por-que teria sentido um abraço enquanto dormia. “Acho que ele saiu e voltou. Uma hora depois recebi outro SMS dela dizendo que ela havia sido estuprada. Então corri pra casa com um motorista da fábrica”, declarou.

Criminoso observou rotina para planejar Segundo o soldado PM

Kemmer Cruz, que atendeu a ocorrência, ao chegarem ao local o suspeito estava sendo ameaçado e chegou ser agredido pelos moradores do prédi. A informação é deque o militar já vinha observando a rotina dos irmãos para pla-nejar o crime. Segundo tes-temunhas o acusado estava visivelmente alcoolizado. Aos policiais, a vítima informou que David teria pedido para ela não contar nada ao irmão nem denunciar à polícia. A jovem estava com marcas no pescoço, por ter sido sufoca-da pelo estuprador.

Ainda ontem, o militar foi detido e encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para realizar o exame de corpo de delito. Segundo informações da PM, antes de ser transferido para a cadeia pública ele precisará ser des-ligado do Exército.

IONE MORENO

A Delegacia Especializa-da em Homicídios e Se-questros (DEHS) registrou dois crimes na noite da última sexta-feira (9), am-bos ocorridos dentro da residência das vítimas. Por volta das 20h30, Peterson Michel Sales dos Santos, 20, que trabalhava em uma marmoraria, foi assassina-do com quatro tiros dentro da sua quitinete, na rua Santa Maria, n. 5, Nossa Senhora de Fátima II, Zona Norte. Os tiros acertaram

a mão, o tórax, o ombro e cabeça da vítima.

Ainda na Zona Norte, o montador de palcos Te-nison Pinheiro, 28, tam-bém foi encontrado morto dentro de casa. Segun-do registro da DEHS, ele morreu em decorrência de um corte profundo no braço esquerdo o que lhe causou uma hemorragia levando a vítima a óbito. O fato ocorreu por volta das 20h45. Não há suspeitos para os crimes.

Dois homicídos na Zona Norte

Primeira-dama participa da penúltima edição de projeto

A prestação de serviços gra-tuitos nas áreas da assistência social, cidadania, saúde, em-prego, educação, habitação, cultura, esporte e lazer no ambiente escolar foram pro-porcionados mais uma vez, na penúltima edição da “Escola Solidária”. Os atendimentos ocorreram ontem (10), na Escola Estadual Juracy Batis-ta Gomes, bairro Amazonino Mendes, Zona Norte, no ho-rário de 8h às 15h.

Segundo a presidente do Fundo de Promoção Social (FPS), primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz, a previsão é reali-zar a última edição no próximo sábado (17), no Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) Elisa Bessa Freire, no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste. “A decisão de estender o projeto para o próximo fi m de semana foi tomada pelo governador para possibilitar maior acessibilidade àqueles

que não podem usufruir dos serviços, devido à correia do dia a dia”, disse, ao antecipar que a temática natalina estará presente no evento, com atra-ções às crianças.

De acordo com a secretária de Estado de Assistência So-cial (Seas), Regina Fernandes, a expectativa é fechar o ano de 2011 com mais de 130 mil atendimentos por meio do projeto, visto que, em cada edição são realizados cerca de 20 mil atendimentos. Ainda segundo Regina, em 2012, o projeto volta a funcionar a partir da segunda quinzena de fevereiro, após o período de Carnaval.

O projeto teve início no dia 17 de setembro, no bairro São José, Zona Leste e, até hoje, percorreu os bairros Compensa, na Zona Oeste; Colônia Santo Antônio, na Zona Centro-Oeste; Jorge Teixeira, na Zona Leste e Novo Israel, na Zona Norte.

ESCOLA SOLIDÁRIA

Nejmi Aziz anunciou que última edição do ano terá tema natalino

HERICK PEREIRA/AGECOM

Lances por veículos da Aleam totalizam R$ 200 mil

O leilão de 22 carros usa-dos da casa Legislativa do Estado, realizado ontem (10), alcançou o total de R$ 200 mil em lances, conforme a expectativa da instituição. A oferta dos veículos ocorreu com após a renovação da frota para a aquisição de 20 novos automóveis. O evento durou toda a manhã e teve lances a partir de R$7,5 mil, com a participação média de 250 pessoas, conforme, informa-ções dos organizadores.

Os modelos leiloados eram de 2001 a 2006, entre utili-tários e de passeio (Kombi, Gol, Parati, Fiesta e picapes), usados para o transporte de funcionários a serviço da ins-tituição. De acordo com o leiloeiro responsável, Hugo Pi-menta, a forma de pagamento determinada é 25% de sinal, dos quais 20 são repassados à

Assembleia e cinco à empre-sa. O pagamento do restante do valor deve ser efetuado em até 72 horas e, caso não seja sanada a pendência, os repasses não são ressarcidos aos compradores.

Segundo o presidente da Aleam, deputado estadual Ricardo Nicolau (PSD), a re-novação da frota planejada e executada neste ano pro-porcionará a economia nos serviços de manutenção dos modelos antigos e a seguran-ça no transporte dos servi-dores do Legislativo. “A ação trata de mais uma iniciativa de modernização na gerência da casa e do plano de ges-tão inovador implantado em fevereiro deste ano, visando economicidade nos proce-dimentos administrativos”, afi rmou, ao acrescentar que o leiloeiro foi selecionado pela Comissão de Licitação do Le-gislativo por sua experiência e credibilidade no setor.

LEILÃO

Acusado entrou no quarto e abraçou moça antes de atacá-la

MÔNICA FIGUEIREDOEquipe EM TEMPO

MEG ROCHAEquipe EM TEMPO

Leilões costumam atrair um bom público, pelos preços baixos

RAPHAEL ALVES

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MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011 A3Opinião

Editorial

Os cidadãos paraenses, onde estiverem, estão convocados hoje a tomar uma decisão espinhosa: se vão dividir em três o segundo maior Estado da Federação, num plebiscito que tem o ineditismo de convocar uma população para esse tipo de opção ao mesmo tempo em que se apresenta in-tempestivo e extemporâneo, pois as razões que provocam a discussão não foram sufi cientemente discutidas. O que existe é um açodamento do tipo eleitoreiro, mas também econômico quando se trata do Estado de Carajás. Desde os anos 1950 se propõe a divisão do Estado do Pará e o próprio Legislativo estadual encarregou-se de engavetar o projeto do deputado Elias Pinto.

Assim, com os argumentos com que se apresenta, a divisão do Pará é o reconhecimento inconteste da incom-petência administrativa da atual representatividade e não apenas no plano estadual, mas também no nacional. Se o território do atual Estado do Pará, por sua grandeza, não pode ser administrado desde Belém, a capital, e por isso, só por isso, precise ser dividido em três, está na hora de se repensar a República Federativa do Brasil, que sofre da mesma elefantíase.

Se o Estado do Pará pode ser dividido em três, em quantas repúblicas poderia ser dividido o Brasil, para que houvesse competência administrativa, menos roubalheira e mais respeito à cidadania e aos direitos humanos? A quem os separatistas do Pará pretendem enganar, argu-mentando com a pobreza crônica do interior do Estado para justifi car a secessão paraense?

Esta é a mesma desídia com que se pretende, também, dividir o Estado do Amazonas e não demorará muito que o(s) projeto(s) saia(m) da gaveta do Legislativo, que nem precisa ser o estadual: a separação do Pará é patrocinada por parlamentares federais e estaduais do Amazonas e Roraima, entre outros. Diz-se que as verbas não chegam ao interior. Com a separação, vão fi car nas mãos de quem? Só mesmo um país com uma expressão política tão corrupta e imbuída de má-fé se dá o luxo de discutir essa asnice. O plebiscito de hoje no Pará ainda vai dar panos para as mangas no Amazonas. É só não ter pressa.

[email protected]

[email protected]

Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

Gostaria, não somente eu, mas creio que todos os motoristas de todas as clas-ses, de saber onde estão os sinais de divisão das faixas nas vias, as faixas contínuas de proibido ultrapassar, as de continuidade, as placas de virar à direita, virar à esquerda, proibido parar, estacionar.

Isso é com Detran? SMTU? Manaustrans? Prefeitura? Governo do Estado?

Jander Loureiro, por e-mail

Socorro, EM TEMPO, não aguento mais. Todo dia de chuva fi co nervoso, pois qual-quer chuvisco aqui começa a alagar tudo; precisamos de infraestrutura e saneamen-to básico, urgente.

Estamos situados ao lado de um dos maiores polos industriais do Brasil, ao lado da Samsung, rodea-dos de indústrias e estamos

abandonados aqui. Devía-mos ser modelo para o polo industrial e também para Manaus.

Tony, por e-mail

No dia 27/10/11 o TJAM, em liminar, determinou a construção da passarela de pedestres na avenida Um-berto Calderaro, em frente ao Manauara Shopping e ao Carrefour.

Passados um mês e 11

dias e não existe nenhuma movimentação ou indício da construção dessa obra.

Os veículos são mais in-teressantes que os seres humanos? Em plena época de festas de fim de ano, com os shoppings lotados, ninguém tem interesse na construção dessa passare-la, que pode evitar acidentes no local.

Aurellius, por e-mail

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Pode ser que seja mera impressão, mas alguém está com preguiça de atravessar a rua e de-positar o lixo seletivo no lugar selecionado, na praça de conveniência do bairro D. Pedro.

RAPHAEL ALVES

Plebiscito paraense vai respingar no AM

Muito mais que a estrutura de ho-téis, transportes, estradas, aeropor-tos ou novos estádios, o que preocupa mesmo o brasileiro em relação à Copa do Mundo é a segurança pública. É nessa área que as pesquisas em poder do governo apontam a necessidade de haver mais investimentos a fi m de que o Brasil faça um bom Mundial de futebol em 2014. É também no com-bate à criminalidade que a maioria gostaria que fi casse o legado mais positivo para o país.

O dado não surpreende o ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Para ele, o resultado dessas pesquisas refl ete na Copa o que é hoje o motivo de maior inquietação no cotidiano da sociedade. Há investimentos públicos previstos de cerca de R$ 1 bilhão para o setor, mas, na opinião do ministro, isso não é garantia de que haverá uma herança consistente depois de realizado o Mundial.

Materialmente falando, segundo ele, a perspectiva é boa. Haverá compra de equipamentos e investi-mento nas polícias. O problema, na visão de Aldo, é a inexistência de um debate mais profundo sobre o conceito de combate à criminalidade e a disposição do poder público de incluir a segurança do cidadão no rol dos direitos humanos, questão de soberania nacional e atributo indispensável à democracia.

Aldo Rebelo refl ete sobre o assunto há muito tempo. Ressalva que agora, na condição de ministro, submete-se às decisões de governo e às diretrizes do Ministério da Justiça, mas diante do tema cede ao desafi o da formulação independente. Ainda que teórica. A questão é: como os governos deve-riam fazer frente a um problema que os dois últimos presidentes anteces-sores de Dilma Rousseff , Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio da Silva, se abstiveram de enfrentar como prioridade absoluta?

O grande obstáculo, na opinião dele,

é o fato de o combate à criminalidade estar ainda associado à repressão, à coação dos direitos individuais e à interpretação de que a violência é sempre consequência das injustiças sociais. Com base nesse princípio con-solidado no “chip” – principalmente, mas não só – de governantes com origem na esquerda como Lula e FH, o Estado acaba se omitindo, se aco-modando nas ideias preconcebidas e “não entende que a segurança é uma aspiração do povo”.

Embora na raiz do problema o uso político da polícia, que também por má-formação abusa da violência no trato com a população, isso tenha alguma base racional, na visão do ministro hoje não se justifi ca. “O me-lhor legado do esforço empreendido para a realização da Copa na área de segurança seria a modifi cação do conceito e a compreensão de que a violência diz respeito à democracia e precisa ser tratada a partir de uma concepção institucional”. Um exem-plo que Aldo Rebelo considera muito próximo do ideal é o das Unidades de Polícia Pacifi cadora no Rio. “Guardam semelhança com a ideia de renovação do conceito social, político e cultural do uso da força do Estado”.

As UPPs têm os atributos básicos: a formação da polícia, valorização da corporação, identifi cação dos policiais com a população residen-te, permanência da força nas comu-nidades e repressão aos narcotrafi -cantes que dominavam territórios. Na opinião de Aldo, é essencial que o governo se aparelhe material-mente para garantir a segurança do público durante a Copa. Mas, a fi m de que o país possa contar com benefícios futuros, seria preciso mais: uma revisão dos fundamentos na perspectiva da aspiração popular de que o direito de ir e vir requer política pública de âmbito nacional. Como a saúde e a educação. É o que dizem as pesquisas.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

O problema é a inexis-tência de um debate sobre o conceito de combate à criminalidade e a dispo-sição do poder público de incluir a segurança do cidadão no rol dos direi-tos huma-nos”.

Insegurança pública

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A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

Aproxima-ram-se de João cobra-dores de impostos e perguntaram também eles o que fazer. O precursor de Jesus dis-se-lhes que não usassem do cargo para extor-quir dinheiro do povo”.

O prefeito de Manaus, um homem cosmopolita, certamente terá sen-sibilidade para salvar a cidade de tão grande perda, por meio do tombamento do patrimô-nio, o Tropi-cal Hotel”.

João Bosco

Araújo

Nestes dias de preparação para o Natal, nossas celebrações propõem voltar os olhos para João Batista e dele aprender como deve agir quem deseja viver nos caminhos de Jesus. João era um homem agressivo e dizia palavras duras. Chama-va o povo que o procurava, com o nome de ninhada de cobras venenosas; apesar disso aglomerava multidões. Eram pere-grinos das mais diversas condições eco-nômicas e culturais. Sua vida, seu modo de vestir e suas pregações semelhantes aos modos do profeta Elias tocavam o coração e a imaginação de quem o encontrava. João tinha palavras curtas e grossas, sem rodeio e diretas. Com ele deveríamos aprender muitas coisas.

Nossa sociedade mergulha em hipocri-sias e mentiras que detonam a verdade e tornam infelizes milhões de homens e mulheres. Diariamente a propaganda faz-nos engolir falsidades políticas e econômicas. Paulo diz que “pela fideli-dade de Deus, em vos asseguro: a nossa palavra junto de vós nunca foi sim e não, mas somente sim”. (2 Cor 1, 19). Essa história de o brasileiro sempre dar jeitinho deveria ser tomado por nós como um insulto. Os desvios de dinheiro público realizado por pessoas que têm um discurso de honestidade merecem os xingatórios de João e de Jesus. São sepulcros bonitos por fora mas podres por dentro.

A atualidade de João aparece num texto de Lucas (Lc 3,1-20). O povo perguntou ao homem do deserto o que deveria fazer para responder a sua pregação; a respos-ta foi que deviam partilhar o alimento e a roupa. Vivemos tempos de grande concentração de riquezas nas mãos de poucos. Manaus tem apartamentos que valem mais de R$ 1 milhão (para não dizer muito mais) ao lado de casebres miseráveis. Alguns jogam fora alimentos enquanto outros passam fome. A solu-ção de muitos problemas sociais virá da mudança do espírito e do coração. Aproximaram-se de João cobradores de impostos e perguntaram também eles o que fazer.

O precursor de Jesus disse-lhes que não usassem do cargo para extorquir dinheiro do povo. A corrupção tem apa-recido nos noticiários com frequência indesejada. Os preços superfaturados de obras são notícias de jornais e re-vistas; isso é extorsão. Achegaram-se a João soldados e lhe perguntaram o que fazer. “A ninguém molesteis com extorsões; não denuncieis falsamente e contentai-vos com vosso salário”. Desde aquela época havia soldados ou policiais que se aproveitavam do cargo para arrancar dinheiro do cidadão ou para denunciá-lo falsamente. Faziam-no para aumentar seus vencimentos. João era homem corajoso.

O rei Herodes agia com crueldade e com imoralidade, mas ninguém tinha coragem de enfrentá-lo. João teve e foi assassinado por isso. Como precisamos de gente como ele! Nossa sociedade adoeceu mas pode curar-se. O que rea-lizaram João e Elias em suas épocas precisa ser realizado hoje por pessoas que acreditem no poder divino e tenham coragem de gritar.

PainelRENATA LO PRETE

Dilma Rousseff defi niu seu primeiro decreto de desapro-priação de fazendas para fi ns de reforma agrária. Serão assentadas 3 mil famílias, em cerca de 60 propriedades. A escolha dos terrenos pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário obedeceu a três critérios: terras que não sofreram oscilação de preço, proximidade de estradas e área sufi cien-te para acolher no mínimo 15 famílias. O gasto estimado é de R$ 100 milhões, valor ainda sujeito a avaliação da Justiça. A presidente e o MDA vinham recebendo críticas de movimentos de sem-terra e de alas do PT pela demora na retomada das desapropriações.

De dentro Em razão de “fogo amigo”, o ministro Afonso Florence (PT-BA) passou a frequentar a lista dos cotados para sair na anunciada reforma do pri-meiro escalão.

Não é... O PT nada fará para complicar a vida de Fernando Pimentel, mas que o ministro do Desenvolvi-mento não espere grande solidariedade dos correli-gionários. A lista de seus desafetos no partido inclui cardeais como Rui Falcão, Cândido Vaccarezza e Ri-cardo Berzoini.

...comigo Petistas se queixam de que Pimentel só cuida de si. Como exem-plo, mencionam a rapidez com que o ministro teria apontado o dedo para com-panheiros na tentativa de explicar as denúncias que cercam suas atividades de consultor.

Esfi nge Em suas raras conversas a respeito da reforma ministerial, Dilma pergunta muito, ouve tudo e não diz quase nada.

Táxi aéreo Na FAB, há quem aponte falta de racionalidade no uso de aeronaves pelos ministros paulistas. Como integran-tes do primeiro escalão, eles têm direito a voar para o Estado nos fi ns de semana, mas não combinam saídas conjuntas. Com frequência, aviões da Força partem para o mesmo destino de meia em meia hora.

Sinto muito O presiden-te da Caixa, Jorge Hereda, pediu à Câmara o adiamento da audiência que ocorre-ria na próxima terça-feira

para discutir a encrenca do PanAmericano. O petista alega que, pelo estatuto do banco, as reuniões do con-selho diretor são realizadas nesse dia.

Bumerangue Embora o PT tenha aprovado a convo-cação do secretário Eduardo Jorge (Meio Ambiente) para depor na Câmara paulistana sobre o caso Controlar, a ordem de serviço para a realização da inspeção vei-cular, hoje contestada pelo Ministério Público, foi dada na gestão de Marta Su-plicy. A ex-prefeita assinou, ainda, cinco aditivos com a empresa.

Voto de minerva Os pré-candidatos do PSDB à Prefeitura de SP instalados no governo paulista dispu-tam cada demonstração pú-blica de simpatia de Geraldo Alckmin. Entendem que, a despeito dos movimentos externos para persuadir os fi liados, é o governador quem decidirá as prévias, uma vez manifestada sua preferência, mesmo reser-vadamente.

Na cola Andrea Matara-zzo (Cultura), Bruno Covas (Meio Ambiente) e José Aní-bal (Energia) vão grudar em Alckmin daqui até março. A ordem é tirar do forno proje-tos que reforcem a “agenda positiva” do governador.

Outsider O deputado Ricardo Tripoli, único pos-tulante sem cargo no Ban-deirantes, insistirá no corpo a corpo com militantes. Em paralelo, busca o apoio de Walter Feldman, secretário de Gilberto Kassab e líder do motim que tirou seis verea-dores do PSDB em abril.

Tiroteio

Ao fi nal deste ano de queda em série de ministros, derrubados por ‘malfeitos’, es-pera-se que Dilma Rousseff conclua que o seu governo é que foi mal feito.

Contraponto

Ao sair de reunião, no dia 19 de novembro, em que o PT paulistano formalizou sua escolha como candidato a prefeito, Fernando Haddad foi abordado por uma equipe do programa humorístico “CQC”. Mônica Iozzi, a “mulher de preto”, perguntou ao ministro se ele havia decidido se candidatar para garantir um emprego, dada a série de degolas no primeiro escalão federal. Ao que Haddad, no cargo desde o primeiro governo Lula, respondeu:- Se tem alguém que não tem medo de perder o emprego sou eu. Venho mantendo o meu por três mandatos!

Publicado simultaneamente com o jornal ‘Folha de S.Paulo’

DO DEP. FED. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), referindo-se ao fato de que muitos dos defenestrados vieram da gestão anterior, alguns sob recomendação de Lula.

Não é mau ter um Estado grande nem

bom ter um pequeno: bom é ter o domínio da territorialidade, mas mudando a

feição do processo de desenvolvimento. Se saírem os três Esta-

dos, os paraenses vão perder cada vez mais a identidade amazô-nica que eles tinham

Vejo na imprensa local a publicação de um edital que submete a leilão um amplo terreno na região da Ponta Negra, por força de uma dívida de R$ 20 milhões, que tem como credora a Eletronorte e se refere a consumo de energia elétrica não pago. O lance mínimo pré-esta-belecido no edital, se não me trai a memória, deverá ficar em torno de R$ 180 milhões. É muito dinheiro por um terreno, a não ser que tenha dimensões extraordinárias.

Entretanto, o exame mais cuidadoso logo revela o real motivo do alto valor. O detalhe é apenas que dentro do tal ter-reno encontra-se, nada mais nada menos que o Hotel Tropical por inteiro.

O primeiro conhecimento desse ex-travagante fato tive-o ao escutar o programa do Ronaldo Tiradentes e do Marcos Santos na rádio CBN, logo pela manhã. Como essa dupla nunca se res-tringe apenas à informação fática, mas costuma complementar externando a respeito a opinião pessoal de cada um, fiquei muito triste e preocupado quan-do, de passagem, Ronaldo afirmou que, quem arrematasse o bem, se obrigaria a demolir o hotel, um prédio já muito velho.

Sem querer polemizar e muito menos impor uma opinião pessoal, primeira-mente quero dizer que o Hotel Tropical é uma belíssima edificação, adrede cons-truída para o fim que cumpre e uma das poucas que obedeceram, em nossa ci-dade, a um estilo arquitetônico definido com critério, que me aventuro como leigo a considerar como colonial espanhol. De qualquer modo, dificilmente há de encontrar-se, no Brasil e alhures, outro hotel tão bonito, o que não o exime da necessidade de uma restauração.

Bem mais antigos do que o Tropical são, por exemplo, o Copacabana Palace e o Hotel Glória, no Rio de Janeiro, ver-dadeiras relíquias que jamais se cogitou demolir, até porque estão protegidos por lei. São apenas dois exemplos, bem próximos a nós. Se partirmos para o mundo, sobretudo para a Europa, os casos são incontáveis. Quantos séculos tem a Conciergerie, em Paris, ou o Palá-cio do Louvre, que foi sede do Governo Real e hoje é o mais famoso museu do mundo?

O atual prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, é um homem cosmopolita que já viajou mundo afora e certamente terá a sensibilidade para salvar a cidade de tão grande perda, por meio do tomba-mento do patrimônio, antes mesmo da efetivação do leilão.

Já basta tudo o que perdemos nos últimos anos, como o Palacete Miranda Corrêa, o Bar Avenida, o London Bank e inúmeros sobrados no centro histórico, alguns salvos pela lucidez do secretário Robério Braga.

Manaus merece e por isso todos es-peramos.

Cidades também têm suas próprias caras e histórias

Um homem chamado Joãode palavras curtas e certas

Lote 1

Está bom ou quer mais?

Frases

Movimentações atípicas não signifi cam a existência de ilegalidade, já que o magis-

trado pode ter recebido créditos salariais ou herança e prêmios de loterias

Corregedoria Nacional de Justiça esclarece o tipo de fi scalização que fará em 22 tribunais, entre

eles o do Amazonas, com o objetivo de corrigir even-tuais irregularidades nas fi nanças de magistrados.

Se você está aqui há 25 anos, e tem três fi lhos e dois netos, paga seus impostos,

cumpre a lei, frequenta uma igreja local, eu não acho que nós vamos separá-lo de sua

família e expulsá-lo

Newt Gingrich, candidato republicano à Presidência dos EUA, tenta seduzir eleitores entre os imigrantes,

que o seu partido costuma hostilizar.

Lúcio Flávio Pinto, jornalista e sociólogo paraense, manifestando-se contrário à divisão do Pará em três Estados, como pode ser decidido no

plebiscito de hoje.

Diretor-executivo do Amazonas EM

TEMPO

Dom LuizSoares Vieira

Arcebispo de Manaus

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MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011 A5Política

PEC dos Analfabetos sofreresistência dos eleitoresProposta de emenda constitucional altera a Constituição Federal e é rejeitada pelos estudantes amazonenses

Apesar de ainda espe-rar designação de re-lator desde o início do ano, conforme consta

no portal do Senado, a propos-ta de emenda constitucional (PEC) n° 27/2010 “assombra” os eleitores letrados da capital amazonense. A matéria, de au-toria do senador Magno Malta (PR-ES), altera o parágrafo 4º do artigo 14 da Constituição Federal, permitindo a elegibi-lidade dos popularmente co-nhecidos como analfabetos.

Segundo o sociólogo Dalmir Pacheco, essa questão gira em torno da competência para exercer tal função, especial-mente quando legislar é o objetivo primeiro de um de-putado, vereador ou senador. “Como, então, eleger alguém que não domina o básico para uma determinada função?”, questiona, destacando que aceitar essa propositura é ir contra a lógica.

Por conta de a sociedade já permitir a entrada de parla-mentares que sequer sabem ler, como o deputado federal Tiririca (PR-SP), o cientista social analisa que, embora não seja o correto, esses fa-

tos fazem parte do amadu-recimento democrático, até como uma forma de protes-to e resultado de “um certo espírito galhofeiro”. Mesmo assim, para Pacheco, as elei-ções decidem o destino de uma nação inteira e por isso necessitam de seriedade.

O mestrando em química-Felipe Thiago, afirma que não aceitaria a propositu-

ra, pois para governar uma nação é preciso ter conhe-cimento amplo sobre várias vertentes e assuntos, o que, segundo ele, um analfabeto jamais dominaria.

A estudante de relações públicas Thayra Peters de-talha que, se fosse pensar pelo fato de que políticos com estudo, formados, agem con-

tra o interesse daqueles que representam, seria favorável ao assunto, contudo, acredita que, apesar de haver tantas pessoas desqualificadas em cargos políticos, o analfabe-tismo é inaceitável.

Thayra acredita que eleger candidatos que não sabem escrever é um reflexo da falta de fé do povo na política, que tem perdido a credibilidade e o respeito dos eleitores, tanto na esfera municipal, quanto estadual e federal.

Mayron Mota, estudante de administração, posiciona-se contra a elegibilidade de cidadãos sem qualquer co-nhecimento, seja no Poder Legislativo ou no Executivo. “Uma pessoa que não teve o compromisso de aprender o básico poderá fazer projetos, elaborar leis, pensando no melhor da sociedade? Talvez se bem assessorado, mas, sendo o caso, votaria no as-sessor e não nela”.

O estudante de publicida-de, Salomão Neto, argumenta que a sociedade vive em uma condição cujo entendimento do mundo e das situações alteram de forma drástica sua vida. Ele enfatiza que ser infor-mado torna menos suscetível à manipulação partidária.

A proposta do senador Magno Malta (PR-ES) altera a lei e permite a elegibilidade de analfabetos

LUANA GOMESEquipe EM TEMPO

Votação foi histórica

FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR

ANTONIO CRUZ/ABR

DISCRIMINAÇÃOA justificativa do autor da PEC é que os anal-fabetos estão sendo ví-timas de discriminação inaceitável. Para estu-dantes amazonenses, eleger um candidato amazonense não atende o interesse do povo Um dos exemplos polê-

micos na recente história da política nacional é o caso do palhaço Tiririca, que foi eleito deputado fe-deral nas eleições do ano passado, com 1.353.820 votos, sendo o mais vo-tado do país.

Tiririca precisou apre-sentar provas de que sabia ler e escrever, após denún-

cia do Ministério Público do Estado de São Paulo.

O juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Rezende Silveira, conside-rou que havia discrepância de grafias na prova apre-sentada pelo parlamentar, o que causou polêmica por despertar dúvidas sobre a capacidade dele para as-sumir o mandato.

Tiririca provou ser alfabetizado

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

Braga apoiou a medida, que considera um avanço. Sinésio quer levar debate à Assembleia

Algumas emendas inseri-das na nova regra fl orestal são relativas às apresenta-das pelo senador Eduardo Braga (PMDB), que acaba-ram culminando na criação de um capítulo (cap. 10) inteiro a respeito dos incen-tivos econômicos e fi nan-ceiros para a preservação das fl orestas, que poderão representar renda para pe-quenos, médios e até gran-des produtores. “A medida é um avanço porque po-derá recompensar aqueles que protegeram suas áreas além do que era necessário. É a valorização da fl oresta e dos ribeirinhos que vivem dela”, afi rmou Braga.

Segundo o senador, foi praticamente unânime a opinião dos participantes das audiências públicas realizadas pela Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) no que concerne aos

incentivos fi nanceiros para quem conserva a fl oresta em pé. O posicionamento, de acordo o parlamentar, foi defendido por ele desde o início da tramitação da matéria. A proposta é uma

compensação fi nanceira para quem protege a Re-serva Legal (RL) e para quem precisa recompor as Áreas de Preservação Permanente (APP) de sua propriedade.

Outra emenda do pee-medebista incluída na lei trata da legalização do uso dos leitos dos nossos rios durante a vazante, princi-palmente as praias e as várzeas dos altos rios para o plantio de subsistência, aquele feito em terrenos de dois ou quatro hectares. “Isso signifi ca que plantar feijão, jerimum, melancia, e até mesmo arroz em muitas áreas de várzeas e praias de leitos de rios secos, que é uma cultura de subsistência, passa a ser absolutamente legal com o novo Código Florestal. No texto antigo do Código Florestal, essa prática era considerada ilegal. Tivemos de fazer todo um trabalho de convencimento dentro do Senado, explicando de forma até didática todo o processo do fenômeno da vazante em nossa região”, observou.

Contribuição amazônica

França manda primeiro-ministro salvar Rafale

Os franceses não desis-tem: primeiro, conversa-ram esta semana com o ministro Celso Amorim (De-fesa) preparando a visita ao Brasil, quarta (14), do primeiro-ministro François Fillon, que vai discutir com Dilma a crise do euro e a adiada compra dos caças de combate Rafale, que ninguém quer. Se o Brasil tem grana para emprestar ao FMI, a França supõe que poderá levar ao menos US$ 4 bilhões pela venda dos caças.

Chercher la femmeO oficial é “reforçar a

parceria” e “discutir o euro”, mas a França teme que o Brasil já tenha se decidido pelos caças F-18 dos EUA.

ImpasseOs caças americanos F-18

são considerados mais con-fi áveis, mas há difi culdades na transferência de tecnolo-gia, exigência do Brasil.

IncógnitaO suecos da Gripen e os

Rafale prometem transferir tecnologia, mas há dúvidas quanto à efi ciência de aviões que, a rigor, nem existem.

Allons enfantsFrançois Fillon virá com

empresários franceses e visitará São Paulo, Rio e Brasília, onde encontrará autoridades para um “lo-bby” básico.

Processo no TSE pre-tende ‘eleger’ um der-rotado

O Tribunal Superior Elei-toral julga, terça-feira, um processo que pede a cas-sação do governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB), por um programa de doação de caprinos e

ovinos iniciado mais de um ano antes da eleição. Triste é que, se ele for cassado, as-sumirá o derrotado na dis-puta, Ronaldo Lessa (PDT), que coleciona processos por ofender a Justiça, pela prá-tica de crimes eleitorais e até por improbidade.

Novato na janelaNem bem chegou ao Se-

nado, Vital do Rêgo do Filho (PMDB-PB), já não esconde o desejo de disputar a pre-sidência da casa.

Respeito à filaEunício Oliveira (CE) res-

peita a fi la no PMDB, por isso, apesar das pressões, garan-te não estar em campanha para presidir o Senado.

Ele confia no PTHenrique Alves (RN), líder

do PMDB, confi a mais do que deveria no acordo com o PT para suceder Marco Maia na presidência da Câmara.

Daqui não saioO ministro Fernando Pi-

mentel (Desenvolvimento In-dustrial) não vai cair, como querem os inimigos. Ele já foi até confi rmado na comitiva brasileira que vai participar em Genebra, entre os dias 15 e 17, da 8ª Conferência Ministerial da Organização Mundial de Comércio.

Reforma, urgenteDilma promete uma refor-

ma do ministério no começo de janeiro. Deveria servir de inspiração para o governa-dor do DF, Agnelo Queiroz (PT). Parte do secretariado, em estado catatônico, che-gou ao limite.

Ciência dominadaO Ministério de Ciência e

Tecnologia e Aloizio Merca-dante congelou os pedidos de Eduardo Suplicy (PT-SP), em razão de suas diferenças

eleitorais. A mais recente solicitação de Suplicy, frus-trada, foi à Finep.

Teste de esforçoNo Senado e na Câma-

ra, estes dias, José Sarney (PMDB-AP) e o Inocêncio Oliveira (PR-PE) viveram momentos de acalorado de-bate. Aos 81 e 73 anos, res-pectivamente, passaram no teste das idades.

Nem te ligoApós fechar os olhos aos

500 metros de pista que a embaixada dos EUA incor-porou aos seus domínios, o governo do DF se finge de morto diante dos inúmeros buracos no acesso à resi-dência do embaixador.

Pobre contribuinteWilson Santiago (PMDB-

PB) perdeu a vaga no Sena-do para Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), mas uma mano-bra do seu partido o colocou no Parlasul, o Parlamento do Mercosul. O contribuinte pagará a conta.

Espalhando brasasHá forte resistência entre

os aliados do governador Cid Gomes e do governo Dilma ao novo trabalho de Ciro Gomes como comentarista da Rede TV. Temem brigas desneces-sárias a cada programa.

Novo chefeO advogado Thomaz No-

gueira, especialista na área tributária, é o novo superin-tendente da Suframa, órgão que cuida da zona franca, em Manaus. Nogueira in-tegrava o secretariado do governo Omar Aziz.

Pensando bem......o deputado federal Ti-

ririca já descobriu o que faz um deputado: ter “cara de joelho”, como chamou o colega Chiquinho Escórcio.

Cláudio HumbertoCOM TERESA BARROS E LEANDRO MAZZINI

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Sempre deixam marcas duradouras atitudes arbitrárias no poder

PRESIDENTE DILMA novamente acenando veto à fantasia petista de controle da imprensa

PODER SEM PUDOR

Após a derrota nas presidenciais de 1989, Lula passou por Londres, onde o embaixador do Brasil, Paulo Tarso Flecha de Lima, anfi -trião perfeito, acompanhou-o em passeios, jantares etc. Na despedida, o embaixador foi ao hotel dele. Lula brincou com o fraque e a cartola que o diplomata usava: “Tá pensando que fui eleito presidente do Brasil?” Paulo Tarso explicou o traje:- Eu estou a caminho de um encontro com a rainha Elizabeth.Lula perdeu o rebolado.

Fraque e cartola

As emendas da bancada do Amazonas são referentes a incentivos econômicos, às queimadas e outros acréscimos

Código Florestal apoiado por parlamentares locais

A aprovação do novo texto do Código Flo-restal (PLC 30/2011) no Senado, na última

terça-feira (6), foi recebida po-sitivamente pelos parlamenta-res amazonenses. A matéria recebeu parecer favorável da maioria, com 59 votos a favor e sete contra, após sete meses de tramitação.

Foram inseridas 26 emen-das ao projeto, dentre as quais os aditivos da bancada do Amazonas, referentes a incentivos econômicos e às queimadas, à agricultura de subsistência, e ao benefi cia-mento das áreas de várzeas,

dentre outros acréscimos.Na avaliação da Comissão de

Meio Ambiente e Desenvolvi-mento Regional e Sustentável (CMADRS) da Assembleia Le-gislativa do Estado do Ama-zonas (Aleam), a nova lei é boa para o Amazonas, já que houve propostas oriundas dos senadores amazonenses que contemplaram as peculiarida-des regionais. O grupo também observou que a discussão foi extensa devido ao teor comple-xo do PLC, uma vez que, implica em posicionamentos distintos de ambientalistas e ruralistas. Mas, para eles, o senador Jorge Viana (PT-AC), soube ser fl exível e conciliar as situações, como as fl orestas urbanas, os instru-mentos ecológicos e a respon-

sabilização do poder público sobre os passivos ambientais e sobre o desmatamento.

O petista Sinésio Campos, vice-presidente da CMADRS, antecipou que irá levar o de-bate à casa legislativa do Es-tado, para que os deputados e os órgãos vinculados às questões do código venham contribuir com a matéria, já que a Amazônia terá impli-cações diretas na região. “Irei propor uma discussão dentro da comissão e entre os de-mais parlamentares, para que possamos expor nossa colabo-ração com base na realidade própria daqui. Penso que os amazônidas devem ter “vez e voz”nesse projeto que tipifi ca o Estado”, declarou.

MEG ROCHAEquipe EM TEMPO

UNÂNIMEFoi quase unânime a opinião dos participan-tes das audiências pú-blicas realizadas pela Comissão de Ciência e Tecnologia, no que diz respeito aos incentivos fi nanceiros para man-ter a fl oresta em pé

DIVULGAÇÃO ARQUIVO EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011 A7Com a Palavra

Sou uma pessoa temente a Deus e entrego tudo nas mãos Dele. Acredi-to na jus-tiça divina e também na justiça dos homens. Sei que vou voltar ao Ministério Público”

Cândido Honório Fer-reira Filho, 58 anos, é acusado de integrar uma organização cri-

minosa de narcotráfico e cor-rupção de agentes públicos. Membro há 26 anos do Mi-nistério Público Estadual do Amazonas (MPE) foi afastado de suas funções, por tempo indeterminado, em agosto de 2010, devido a uma decisão do Conselho Superior do Mi-nistério Público do Amazonas. Agora se dedica diariamente a provar sua inocência.

Em uma conversa com o EM TEMPO, o ex-promotor se mostra triste por não poder estar atuando na sua função, e confessa que suas posições, às vezes radicais, o deixaram isolado na instituição.

Ao passar por este momen-to de turbulência na vida pro-fissional, Honório revela que muitos companheiros lhe vi-raram as costas, mas, ainda assim, ele acredita que dará a volta por cima e retornará ao cargo no MPE.

Honório diz que pretende escrever um livro contando toda sua trajetória de vida e seus enfrentamentos.

EM TEMPO - Nessa se-mana, o processo contra o senhor que tramitava no Tribunal de Justiça do Ama-zonas (TJAM) e o acusava de patrocinar uma série de atos em favorecimento di-reto do pistoleiro e grileiro de terras Martin Martinia-no – morto em 2009 em um presídio no Acre - foi extinto porque o relator do caso, desembargador Rafael Romano, entendeu que o mesmo prescreveu. Como o senhor recebeu essa decisão?

Cândido Honório – Na verdade, eu já sabia que essa hipótese deveria ocor-rer porque meus filhos, que são advogados, já haviam me alertado sobre a possibilida-de. Ocorreu que, no momento das alegações finais, o relator também conseguiu observar isso e decidiu por prescrever o caso. Fico penalizado por

isso, pois me interessava pro-var minha inocência. Eu me submeti à investigação para que saísse absolvido desse processo, e uma falha da Jus-tiça não deixou. Minha famí-lia tem um nome respeitado, desde a época do meu pai. O dano moral que essa história me causou não tem dinheiro que pague. Minha dignidade não tem preço. O depoimen-to de Martin Martiniano foi uma situação que começou de forma errada. As declara-ções prestadas pelo acusado foram feitas no Estado do Acre, onde o meu nome, e o nome de várias autoridades do Amazonas foram citados, mas não entendo por que somente eu estou sendo acu-sado. Esse processo deveria passar por uma investiga-ção judicial presidida por um desembargador. O dr. João Bosco Sá Valente sabe que eu sou inocente. Ele me in-vestigou, me denunciou e me instruiu suspeito, em segui-da se averbou suspeito para atuar nesse caso. Acredito que o propósito de tudo isso seria tentar denegrir a minha imagem publicamente para prejudicar a preferência que eu tinha ao cargo de Procu-rador de Justiça.

EM TEMPO - O senhor foi acusado de integrar um esquema de atos crimino-sos que apontava a parti-cipação de promotores e magistrados em vendas de alvará de soltura no Amazonas. O que tem a dizer sobre isso?

Honório – Só podemos ven-der o que temos, por isso é um descabimento afirmar que eu participava de esquemas na venda de alvarás, quando só quem pode fazer isso é um juiz. Fui processado pelo crime de advocacia adminis-trativa e usaram por base como prova um parecer que eu emiti quando estava con-vocado como procurador de Justiça, onde uma das pesso-as beneficiadas era Muramed Murad. Tentaram apontar que eu usei tráfico de influências para beneficiar o acusado. Isso não é verdade. O parecer me veio às mãos e eu não

me averbei suspeito porque não tinha nenhum laço de aproximação com Murad. O Ministério Público nunca con-seguiu provar esse crime.

EM TEMPO - O seu nome foi recusado por unanimi-dade pelo Conselho Supe-rior do Ministério Público ao cargo de Procurador de Justiça em julho deste ano. Diante da decisão, o senhor decidiu recorrer. Acredita que isso possa ser uma perseguição?

Honório – Meu nome foi rejeitado duas vezes ao car-go de procurador. Mas estou com tudo pronto para recor-rer no Conselho Nacional. A promoção por antiguidade é fato consumado. O mais antigo pode ser recusado sim, isso se ficar provado que ele não tem condições de ser membro do Ministério Público. Esse foi o argumento que usaram para que eu não fosse promovido. Mas nada foi provado contra mim.

EM TEMPO-O senhor foi afastado de suas funções em agosto de 2010. Desde então como está sendo a sua rotina?

Honório – Esse afasta-mento até que foi benéfico para mim. Não conseguia mais conviver naquele am-biente do Ministério Público com todas as acusações que me apontavam. Eu sou um servidor da casa há 26 anos. Não entrei pela janela, fiz concurso e me especializei para executar a função. De-pois desse episódio estou podendo aproveitar mais a companhia dos meus filhos e netos e cuidar da minha mãe. Também estou queren-do escrever um livro, não de autobiografia, mas contando a minha vida pública. Dói muito ver o trabalho que eu fazia ser desperdiçado. Sou uma pessoa temente a Deus e entrego tudo nas mãos dele. Acredito na justiça divina e também na justiça dos ho-mens. Sei que vou voltar ao Ministério Público e só vou sair de lá por tempo de serviço. Ainda tenho muitas ideias que podem colaborar com o cres-

cimento do meu Estado.

EM TEMPO -Quando o se-nhor atuava no Ministério Público, sempre demons-trou “pulso firme” nas in-vestigações contra ações de policiais corruptos. In-clusive chegou a criticar as blitze no trânsito alegando que era é uma abordagem ilegal e criminosa. O se-nhor acredita que todas essas situações contra a sua pessoa são reflexos desse trabalho?

Honório – Sou impetuoso e transparente. Não tem como investigar a polícia se não ti-ver integridade. Quando atuei na Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial (Proceap), um grupo de po-liciais – que foi denunciado por mim – tentou montar um esquema de corrupção usan-do meu nome e alegando que fazia parte de uma quadrilha de desmanche de carros no Sul do país. Fui investigado e o processo foi arquivado por falta de provas. No Proceap realizei vários trabalhos de combate à policiais corruptos. Acredito que orientações pe-dagógicas podem melhorar o trabalho da polícia. Até hoje, continuo compactuando com a opinião de que as blitze de ruas tiram o direito de ir e vir do cidadão. O Estado não pre-cisa combater a criminalidade de forma criminosa. É preciso realizar um trabalho preventi-vo e a banda podre existe em qualquer profissão.

EM TEMPO - O senhor já sofreu alguma ameaça de morte. Mudou sua vida por conta dessas denúncias?

Honório – Não. Meu único segurança é Deus. Continuo realizando minhas atividades normais e desfrutando da companhia da minha família. Vou à igreja e a todos os luga-res públicos onde frequentava anteriormente. Tenho muita fé que todo esse tormento vai passar e poderei respirar aliviado. Não contratei segu-ranças armados e nem mudei de casa. Como cidadão eu só posso entregar nas mãos de Deus. Sou uma pessoa inocen-te e isso será provado.

Cândido HONÓRIO FERREIRA FILHO

“Não tenho dúvidas de que estou sendo perseguido”

Depois desse episódio estou podendo aprovei-tar mais a companhia dos meus filhos, netos e cuidar da minha mãe. Também estou queren-do escrever um livro, não de autobiografia, mas contando a minha vida pública”

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

FOTOS: RAPHAEL ALVES

Acredito que o propósito de tudo isso seria tentar denegrir a minha ima-gem publica-mente para prejudicar a preferência que eu tinha ao cargo de procurador de Justiça. Vou recorrer”.

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

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EconomiaCa

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o B

[email protected], DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011 (92) 3090-1045Página B2

Réveillon de luxo custa até R$ 20 mil

Entregas de mercadorias natalinas só com reforçoPara garantir que os produtos cheguem a tempo às casas dos clientes no fi m de ano, empresas contratam fretes

Com o décimo na mão, consumidores apro-veitam dezembro para ir às lojas e

escolher a nova mobília da casa, um eletrodoméstico a mais ou aquele eletroeletrô-nico tão sonhado. Mas, com tantas compras neste perío-do, os estabelecimentos es-tão sendo obrigados a se “rebolar” para dar conta das entregas e, claro, garantir a confi ança dos seus clientes.

Por conta da alta demanda de consu-midores, grandes lojas de departamentos da capital estão com difi -culdades para atender as entregas, mesmo com os investimentos feitos para ampliar a parte de logística. O grande volume de vendas nesta época do ano, obrigou as empresas a terceirizar a entrega para evitar atrasos na hora do produto ser deixa-do na casa do consumidor.

Uma das lojas do setor, a Ramsons precisou contratar serviços de frete, apesar de ter ampliado em 25% o nú-mero de funcionários em sua central de distribuição e em 20% a frota de veículos da empresa. Segundo o gestor de Novos Negócios, Marcelo Salum, o “deadline” normal de entrega da empresa é de 72 horas. Porém, devido ao período de fi m ano, quando as vendas crescem em torno de 40%, a Ramsons tem pro-curado entregar os produtos em prazo menor.

“De modo geral, consegui-mos fazer 70% de nossas entregas em até 48 horas. Porém, temos a política onde a loja, às vezes, precisa efe-tuar a entrega imediata do produto. Por conta desta po-lítica, tivemos que terceiri-zar a entrega por meio de profi ssionais que traba-lham com frete, para não deixar o cliente na mão neste período de festas”, explica.

“SOS frete”Dona de uma grande

frota de veículos, a Bemol precisou recorrer ao frete, no fi nal do mês passado, para entregar um balcão de sala e uma mesa de telefone, em uma casa situada no bairro Vila da Prata. De acordo com o administrador Paulo Rafael Carvalho, 25, que comprou os produtos, a empresa terceiri-zou o serviço para cumprir a promessa de entregar as mer-cadorias no prazo combinado com o cliente. “Até compreen-do que a empresa tem uma grande demanda nesta época do ano. Porém, as lojas pre-cisam estar preparadas para não fazer as entregas fora do prazo”, ressalta.

O EM TEMPO entrou em contato com a Bemol, por meio do departamento de Marketing, mas a empresa não retornou as perguntas enviadas pelo jornal.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

O diretor do Programa Estadual de Proteção e Orientação ao Consumi-dor do Amazonas (Procon-AM), Guilherme Frederico Gomes, destaca que as reclamações relacionadas à entrega de produtos têm sido “raras” no órgão. Se-gundo ele, a maior queixa dos consumidores é quanto à montagem dos produtos não acabados.

De acordo com informa-ções do Procon, o cliente que quiser reclamar quanto

à entrega de algum produto precisa ir pessoalmente até a sede do órgão, na rua Afonso Pena, Praça 14 de janeiro, munido da nota fi s-cal do produto e da carteira de identidade para efetuar a denúncia. “Nesse caso, pro-curamos primeiro a conci-liação. Se fi car provado que a empresa infringiu o código do consumidor, aplicamos multas, cujos valores vão de R$ 200 podendo chegar até R$ 3 milhões”, ressalta Guilherme Frederico.

Reclamações ao Procon-AM

Ao prever o crescimento nas vendas de fi m de ano, o mercado on-line também se prepara para garantir dentro do prazo a entrega dos produtos comprados pela internet. O empresá-rio André Reis integrou os dois portais de vendas que possui na rede ao sistema de compra da Hitech Import e da Connect Infoeletronics, lojas de eletroeletrônicos de sua propriedade.

Ele ressalta que a preocu-

pação com a entrega segu-ra dos produtos comprados nos sites é constante, ape-sar das lojas virtuais juntas responderem por apenas 4% das vendas da empresa. “In-vestimos pesado nos sites. Os custos com as vendas eletrônicas são bem meno-res do que os do comércio tradicional. Mesmo com as pessoas não tendo cultura de comprar on-line, tivemos a preocupação em garantir a entrega dentro do prazo”,

afi rma. André Reis garante que consegue fazer a en-trega dos produtos em, no máximo, 48 horas após as compras virtuais. A rapidez se deve graças à logística montada para a Hitech e a Connect, que permite ao cliente que compra on-line entrar no mesmo terminal que é usado quando compra in loco nas lojas do mundo real. “Dessa forma, conse-guimos fazer a entrega de modo ágil e seguro”, diz.

Compras virtuais seguem prazo

DIVULGAÇÃO

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

Amazonenses chegam a gastar de R$ 3 mil a R$ 20 mil para ver a entrada do ano novo no meio do rio Negro em iates luxuosos, até com o serviço de bufê

Réveillon de luxo custa até R$ 20 mil na capital

Assistir à queima de fogos na Ponta Ne-gra, mas de um ân-gulo completamente

diferente pode custar caro ao bolso de quem quer aprovei-tar cada minuto da chegada de 2012 em pleno rio Negro. Isso porque o preço mínimo do aluguel de um barco em Manaus para curtir a data é de aproximadamente R$ 3 mil, mas há quem desembolse até mais de R$ 20 mil para a comemoração, que é restrita a poucos convidados.

As opções vão de peque-nas lanchas, com capacidade para seis pessoas, até iates de luxo, com cabine e suítes para 60 pessoas. O custo da noite pode sair mais em conta se o cliente alugar o barco “seco”, ou seja, sem tripulação, bebidas ou serviço algum. “Mas a maioria dos que alugam embarcações para o Réveillon, especialmente as de luxo, é exigente, prefere a comodidade de não se preocu-par com tripulação, quer bufê, bebidas e serviço de bordo”, revela a sócia da agência Kaui Turismo, Evelyn Burgers.

Moradores da capital, de classe alta e média alta, a par-tir de 30 anos, são o principal público. “Eles querem passar a virada de ano com os amigos e a família, com luxo e de for-ma diferente, sem ter que se preocupar com a organização da festa”, destaca o gerente da agência Amazon Lord, Al-mir Morgante. Com 33 metros quadrados e capacidade para 18 pessoas, o único iate que a empresa tem para alugar ainda não foi reservado. A diária mínima para a virada custa R$ 3,5 mil, mas o valor não inclui combustível. Se o cliente não quiser se preocu-par com tripulação, combus-tível, bebidas e bufê, terá de desembolsar uma média de R$ 8 mil, mais que o dobro do aluguel “simples”.

Com a inauguração de parte da Ponta Negra, a expectati-va do segmento é de que a procura aumente, em relação ao ano passado, quando o local esteve fechado. “Mesmo assim, eles só ficam na orla para ver a queima de fogos da prefeitura e geralmente seguem para alguma praia próxima de Manaus”, explica a sócia da Kaui.

A oferta geralmente é feita

por agências de turismo, que fecham a negociação com os proprietários. “Eles são dis-cretos e preferem não ter o perfil revelado. O cliente entra em contato conosco, traça-mos o perfil dele e passamos as informações para o dono.

Se duas pessoas se interes-sarem pelo mesmo barco, por exemplo, é o proprietário quem decide para quem alugar”, re-vela Evelyn Burgers. São oito parceiros e a quantidade de barcos, segundo ela, é maior. Destes, um já foi reservado para a data especial, mas há, ainda, clientes que deixam para procurar a agência apenas poucos dias antes.

Além de lanchas e iates de luxo, há ainda embarcações

para aqueles que querem co-memorar a data de forma mais regionalizada. Os chamados “barcos regionais” são como os que fazem viagens para o interior, com dois andares. Apesar de contarem com co-bertura, eles não têm cabine e dormir nessas embarcações é como nas viagens: em rede. Entre as operadoras consul-tadas, apenas a Kaui dispo-nibiliza a modalidade. Dois de seus parceiros têm barcos regionais para locação.

Detentora de quatro iates de luxo, a Natureza Turismo já fez reserva de dois para a virada do ano. Segundo a gerente comercial Ana Loureiro, a pro-cura por informações sobre o produto é grande no início de dezembro, mas os clientes deixam para confirmar apenas próximo ao fim do mês.

É que o pagamento normal-mente deve ser feito em duas parcelas, sendo a primeira na reserva e a segunda pouco an-tes ou no dia do evento. Além disso, pagamento em dinheiro é a forma mais aceita pelos proprietários. Dependendo da agência, também é possível pagar com cartão de débito ou crédito, mas cheque não está entre as alternativas.

PACOTESDe acordo com empre-sas especializadas em aluguel de iates, uma embarcação “simples” pode custar R$ 3,5 mil, mas se o cliente quiser bufê, por exemplo, o serviço poderá chegar a R$ 8 mil

DIVULGAÇÃO

Aluguéis vão de pequenas lanchas, com capacidade para seis pessoas, até iates de luxo, com cabine e suítes para 60 pessoas

LARISSA VELOSOEspecial EM TEMPO

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

Barreira contra entrada de produtos importadosGoverno já sinaliza que vai adotar medidas protecionistas para barrar a entrada de produtos importados no polo local

Os clamores para que o governo adote medidas protecio-nistas em relação

à produção nacional contra o “assédio” da concorrência chinesa começam a surtir efei-tos. Autoridades do governo do Amazonas se declararam a favor da demanda dos em-presários e prometem traba-lhar para evitar que o parque fabril local seja afetado pelos produtos importados.

O novo titular da Superin-tendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Thomaz Nogueira, afi rmou que é fa-vorável à adoção de barreiras protecionistas que preservem a competitividade das fábri-cas instaladas no Polo Indus-trial de Manaus (PIM) diante da “invasão” dos produtos vindos da China.

“Sou a favor de uma políti-ca inteligente que estimule a competição, mas que proteja quando ela for predatória”, enfatiza, ao ressaltar que a proteção do polo industrial será uma de suas principais preocupações quando assu-mir o comando da autarquia, em janeiro de 2012.

Segundo o superintenden-te em exercício da Suframa, Oldemar Ianck, o governo to-mou providências para pro-teger a produção, por exem-plo, de condicionadores de ar split quando fez a revisão das alíquotas de importação desses produtos.

Ianck frisa que medidas semelhantes vão ser toma-das em breve para benefi ciar os polos de duas rodas e o de eletrônicos para que te-nham tratamento tributário diferenciado. “É preciso au-mentar a tarifa para recom-por a proteção dos nossos produtos”, defende.

A concorrência desleal dos produtos chineses levou vá-rios segmentos que atuam no polo industrial a buscar “socorro” do governo federal na tentativa de manter as vantagens comparativas que garantem a competitividade, os investimentos e os empre-gos gerados pelas fábricas instaladas em Manaus. Do polo eletroeletrônico ao de duas rodas, os empresários se movimentam para pres-sionar o governo e os políti-cos da bancada amazonense no Congresso Nacional para elevar as taxas de importa-ção como forma de proteger

o produto nacional. “Todos os setores têm nos

procurado e cada um deles tem uma situação diferen-te. O ministério sempre está disponível para auxiliar esses setores na defesa da indústria nacional”, afi rma o secretá-rio executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Alessandro Teixeira.

Para o presidente do Cen-tro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) e do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrôni-cos e Similares do Estado do Amazonas (Sinaees-AM), Wil-son Périco, qualquer apoio do governo é bem-vindo, porém, salienta que até agora pouco tem sido feito para atender as demandas dos empresá-rios. “Precisamos garantir a competitividade não só para preservar os investimentos, mas os empregos. Vamos aguardar para ver o governo agir”, ressalta.

Assim como o polo de duas rodas, as empresas de eletro-eletrônicos defendem o au-mento para 35% da alíquota de importação dos produtos fabricados no exterior que concorrem diretamente com os da indústria nacional.

Comentávamos a publicação em hebraico do Eretz Amazônia, do professor Samuel Benchimol, em Tel Aviv, a cargo da editora Lashon Tsachaque, que ocorrerá no dia 5 de julho de 2012, por uma “suspeita coincidência”, o dia em que lembramos os 10 anos de sua partida, e uma se-mana antes de seu aniversário, quando completaria 89 anos. É a Amazônia que desembarca em Israel trazida como objeto de um relato sentimental, uma história de dor, amor e paixão, plena de grandes atribulações, conquistas e avanços, frutos da fi delidade e obstinação atávica. Cabe recordar, nos primórdios de luta que ante-cederam a implantação da Zona Franca de Manaus, nos meados dos anos 50, que a saga dos judeus na região registra, na Associação e Junta Comercial local, um portfólio de negócios que reúnem mais de 40 empresas. Eram benefi ciado-

ras de produtos regionais, fi bras, peles, resinas, óleos vegetais, fár-macos, produtos madeireiros e não madeireiros da silvicultura, que deram base, por exemplo, à economia e carta de crédito para a compra de uma refi naria de petróleo (sic!), trazida em navio da Costa Leste dos Estados Unidos para ser montada no meio da fl o-resta sem guindastes, no “muque” nativo, de cabocos e arigós, exe-cutivos remanescentes do 2º Ciclo da Borracha, que o governo norte-americano havia buscado retomar sem muito sucesso nos estertores da 2ª Guerra Mundial dos anos 40. O empreendedorismo dos Be-nayon Sabá, Benarrós, Benzecry, Assayag, Benchimol... em comple-ta harmonia com sírio-libaneses, turcos, palestinos, gregos e troia-nos, precisa, pois, ser revisitado e compreendido como paradigma de bionegócios sustentáveis, e das múltiplas e inesgotáveis oportuni-

dades. E demonstração do quanto são fecundos os paradigmas de paz e solidariedade.

No livro “Manaós-do-Amazo-nas”, são listados pelo professor Samuel Benchimol , 41 produtos extraídos da fl oresta, e que fa-ziam a base da economia regional nos anos 40 em diante, quando esses empreendedores, a despei-to do marasmo econômico da Amazônia de então, consolidaram teimosamente seus investimen-tos na região. Uma verdadeira empreitada de bons negócios da fl oresta. Farinha, cacau, castanha, borracha, malva e juta... são alguns carros-chefes das empresas que I.B. Sabbá fez fl orescer a par-tir do almoxarifado de produtos naturais da Hiléia demandados pelo mercado internacional. Com os recursos dessas empresas, o engenho e arte hebraica para os negócios, desembarcaram nos anos 60 na Companhia de Petró-

leo da Amazônia, matriz de uma rede de terminais para distribuição do combustível que possibilitou o ensaio de integração da Amazônia com a vida econômica do país. Foi a contribuição da fl oresta para os Anos Dourados de JK, que, aliás, se dignou a cortar as fi tas de inaugu-ração, ao lado do lendário Gilberto Mestrinho, então prefeito de Ma-naus. A infraestrutura energética e de abastecimento dos transportes estava colocada, num surto visio-nário e sensibilidade e faro de empreendedorismo. O aparente delírio virou realidade e confi rma-ção da prodigalidade de oportu-nidades de que a fl oresta dispõe. Além da castanha simbolicamente premiada na festa dos 50 anos da Fieam, a entidade das indústrias, as empresas da família investiram historicamente no cultivo da juta, cacau e da seringueira em área de várzea, com excelentes resul-tados de produção. O Inpa sabe

tudo sobre cultura de várzea e chegou a hora de refi nar par-cerias e inovação tecno lógica dessa opção agrícola. As várzeas do Nilo foram berço e suporte material de muitas civilizações. Na Amazônia, devido à escassez demográfi ca, o rodízio entre o extrativismo e o cultivo racional sempre disputaram mão de obra extensiva e jamais mereceram do poder público e órgãos de pesquisa as atenções e os re-cursos necessários a sua con-solidação. As várzeas regionais são, pois, promessas densas de progresso e abundância. E são testemunhas da saga judaica de empreendedores regionais, seu DNA de qualidade, solidariedade e partilha de paz, o sucedâneo fraterno da prosperidade geral, insumos sagrados e inerentes desta Amazônia, que se pode credenciar a uma nova Terra Prometida.

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

As várzeas regionais são pro-messas de progresso e abundância”

Amazônia em Israel - Parte II

Do polo eletrônico ao de motos, empresários pressionam para elevar as taxas de importação

BRENO FREITAS

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

Dilma governa com ‘vices’Impedida em razão das pressões políticas dos partidos aliados de criar o seu ‘dream team’ nos ministérios, a presidente despacha com secretários-executivos de várias pastas e toma decisões técnicas à revelia dos ministros

Impedida de escolher o mi-nistério de seus sonhos no começo do governo, por pressões dos partidos alia-

dos e do ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff buscou um atalho e criou a “república dos vice-ministros”. Com perfil técnico e estilo centralizador, Dilma despacha diretamente com secretários-executivos de várias pastas, tomando decisões à revelia dos ministros. Em pelo me-nos meia dúzia de ministérios, a relação mais constante da presidente é com os subs dos ministros. Essa prática tem criado constrangimentos e es-timulado disputas de poder nos bastidores, o que, na visão de interlocutores com acesso ao Planalto, prejudica o objetivo de Dilma de tornar o governo mais ágil e eficiente.

Um dos casos mais com-plicados é o do Ministério da Fazenda, onde o ministro Guido Mantega e o secretário-execu-tivo, Nelson Barbosa, entraram em rota de colisão. Incomodado com o acesso direto de Barbosa à presidente, Mantega pediu a Dilma que não despache mais a sós com o seu secretário-execu-tivo. E, no dia a dia da Fazenda, tem feito vários movimentos para isolar Nelson Barbosa.

Dilma tem relação muito próxima com Nelson Barbosa desde o começo do governo Lula. Gostaria até de tê-lo in-dicado para comandar a Fa-zenda, mas cedeu às pressões de Lula em favor de Mantega e também avaliou que mudar o comando do Banco Central e da Fazenda, ao mesmo tem-po, causaria desconfiança no mercado. Segundo fontes com acesso à presidente, mesmo com a reclamação de Mantega, Dilma mantém canal direto com Barbosa, só que agora de forma mais discreta.

A preferência de Dilma pe-los secretários-executivos — quando estes são técnicos de sua confiança — estende-se a outras áreas. Mesmo na Casa Civil, o ministério que coordena

os demais, a presidente coloca em prática a sua forma hetero-doxa de governar. O secretário-executivo Beto Vasconcelos é mais demandado que a ministra Gleisi Hoffmann.

Na noite da última quarta-feira (7), por exemplo, quando a Comissão de Ética Pública da Presidência recomendou a demissão do ministro Car-los Lupi, Beto Vasconcelos foi chamado por Dilma para acompanhá-la até o Palácio da Alvorada e discutir os as-pectos jurídicos da situação, sem a presença de Gleisi.

Dilma estabeleceu uma re-lação semelhante, de proxi-midade e confiança, com o atual ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, na ges-tão do agora senador Alfredo Nascimento (PR-AM). Este é o exemplo que está na cabeça dos ministros incomodados com o acesso direto de seus vices à presidente.

No Ministério de Minas e

Energia, embora Dilma te-nha uma boa relação com o ministro Edison Lobão, o secretário-executivo, Márcio Zimmermann, também des-pacha diretamente com a pre-sidente. Ele a acompanhou nas duas últimas viagens ao exterior. Na sexta, enquan-to Zimmermann estava em Caracas com Dilma, Lobão cumpria agenda periférica em Manaus. Mas o ministro das Minas e Energia conseguiu conquistar a simpatia de Dil-ma e hoje é um dos seus mais próximos interlocutores.

Com perfil técnico e estilo centralizador, a presidente buscou um atalho e elegeu os secretários executivos, seus reais ministros

Com a nomeação de um homem de confiança da presidente para a secreta-ria-executiva, o ministro do Turismo tem que administrar situações incomuns. Outro dia, Gastão Vieira foi ao Pla-nalto para tratar de emendas parlamentares com a minis-tra das Relações Institucio-nais, Ideli Salvatti, mas ficou

pouquíssimo tempo porque a orientação de Dilma era que o assunto fosse discutido com o vice-ministro.

A presidente adquiriu esse hábito de despachar com os secretários-execu-tivos quando comandava a Casa Civil. Alguns viraram ministros de seu governo, caso de Paulo Passos, dos

Transportes; e de Isabela Teixeira, do Meio Ambiente. “Ela despacha muito com secretários-executivos por-que são eles que tocam a máquina administrativa. Por parte de Dilma há grande reconhecimento dessa ca-pacidade técnica”, justifica o deputado Paulo Teixeira (SP), líder do PT na Câmara.

Outros dois secretários-executivos com bom trânsito no Planalto são Carlos Ga-bas, na Previdência, e José Henrique Paim, na Educação. A aposta no Planalto é que Dilma prefere nomear Paim ministro, no lugar de Fernan-do Haddad, contra a pressão do PT paulista pela senadora Marta Suplicy (PT-SP).

Secretários tocam a máquina administrativa

TRANSPORTESDilma estabeleceu uma relação semelhante, de proximidade e confian-ça, com o atual minis-tro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, na gestão do agora senador Alfredo Nasci-mento (PR-AM)

Marabá quer divisão do ParáNa cidade de 234 mil ha-

bitantes, que pode se tornar capital no caso de criação do Estado de Carajás, o princi-pal assunto é o plebiscito de próximo domingo (11), no qual a população votará pela criação ou não de mais dois Estados: Tapajós e Carajás. Nas ruas de Marabá, é difícil encontrar alguém que revele seu voto contra a divisão do Estado do Pará.

O plebiscito ocorre no do-mingo (11) das 8h às 17h e os eleitores do Pará respon-derão a duas perguntas. A primeira, se eles são a favor ou contra a criação do Esta-do do Tapajós. Em seguida, os paraenses responderão se são favoráveis ou não à criação do Estado de Carajás. O voto é obrigatório para quem tem título de eleitor do Pará, e os que estiverem fora do domicílio eleitoral têm o prazo de 60 dias para justificar a ausência.

A maioria favorável à divi-são diz esperar que ela tra-ga a prosperidade que estão esperando há anos. Caso se tornasse uma capital, Mara-

bá já seria elevada ao posto inglório de a capital mais violenta do país. De acordo com o “Mapa da Violência” divulgado este ano pelo Mi-nistério da Justiça, com base em dados de 2008, a cidade é a quarta mais violenta do país, com uma taxa de 125 mortes para cada 100 mil habitantes, acima de Maceió (107,1), Recife (85,2), Vitória (73,9), quatro vezes maior que a do Rio de Janeiro (31) e dez vezes pior que a de São Paulo (14,8).

Além disso, o Índice de De-senvolvimento Humano (IDH) de Marabá (0,714) seria o mais baixo entre as capitais. Uma das causas é a explo-são demográfica do municí-pio que viu sua população crescer 38% entre 2000 e 2010, passando de 168 mil para 233 mil habitantes. O crescimento acelerado, in-fluenciado principalmente pela instalação de siderúrgi-cas e a atividade da pecuária na região, trouxe pessoas de diferentes partes do país. Em 2000, de acordo com dados do IBGE, 42% da população

de Marabá não era nascida no Estado do Pará.

O crescimento populacio-nal e até econômico não veio acompanhado, na mesma proporção, de infraestrutura. A população se ressente das condições precárias das es-tradas, saneamento básico, educação e, principalmente, saúde. “Pior do que está não vai ficar”, muitos dizem ao justificar o voto pela divisão do Estado, mesmo sem tan-ta certeza de uma melhora considerável futura.

“Aqui precisa de tanta coisa, é saneamento básico que não tem e saúde, principalmente. A gente adoece e vai para Teresi-na (PI) ou Araguaína (TO), por-que aqui onde moramos não tem para gente”, conta Leslie de Almeida, que vende frutas na feira de Marabá. Alguns, como o taxista Francisco das Chagas, acham que os impos-tos pagos na região acabam sendo aplicados em outro lu-gar. “A capital fica muito longe de onde a gente mora, do sul do Pará, e fazendo o Estado fica tudo aqui, até os recursos, que não vão embora”.

PLEBISCITO

A senadora Marinor Brito discursa contra a divisão do Estado

Aécio com agenda de candidato

Em um discurso de meia hora, Aécio defen-deu o legado do governo FHC (1995-2002) e criti-cou Lula e Dilma Rous-seff. “Se o Brasil hoje é melhor é porque tivemos uma participação em todas as etapas dessa construção. Existe um sostware pirata rodando no Brasil, o original era nosso. Está na hora de nos prepararmos para de novo assumirmos o poder”, discursou.

Na fala, o senador dis-se que o modelo petista está “exaurido” e decla-rou que o governo do PT está “descontrolado” por causa da “corrupção deslavada”.

O tom de presidenciá-vel subiu na etapa final do discurso: “É possível enfrentar os que estão no poder, não temo adversá-rio, o confronto das ideias e não temo a história”.

DIPLOMÁTICO

ARQUIVO/ABR

FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR

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B7PaísMANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

Auditorias realizadas pelo governo na ad-ministração federal constataram o uso

irregular de pelo menos R$ 7,3 bilhões repassados a Estados, municípios e entidades nos últimos dez anos, de 2002 a novembro de 2011. É dinheiro que não cumpriu a finalida-de prevista, seja porque foi desviado em casos típicos de corrupção ou porque foi gasto em outras atividades. Ainda se registram situações em que o órgão recebedor da verba não prestou contas, além de casos de bolsistas de pós-gradua-ção que estudaram no exterior sem concluir o curso ou não regressaram ao Brasil.

O balanço foi citado sex-ta-feira(9) pelo ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, em evento do Dia Internacional contra a Corrupção, em Brasília. Os R$ 7,3 bilhões são o resultado de 12.241 tomadas de con-tas especiais (TCEs) enviadas pelo Executivo ao Tribunal de Contas da União (TCU), na

última década. É por meio das TCEs que o governo tenta rea-ver o dinheiro que considera desviado ou mal aplicado. A maioria dos casos diz respei-to a convênios. De janeiro a dezembro deste ano, foram

para o TCU 648 tomadas de contas em que o governo pede de volta R$ 1,4 bilhão.

Segundo a CGU, o Ministé-rio da Saúde é a pasta com maior número de tomadas de contas especiais e maior volume de recursos usados irregularmente no período:

3.298 processos referentes a R$ 2,3 bilhões que a União tenta reaver. Em 2011, os dados até novembro revelam que o Ministério da Saúde também concentra o maior número de casos: 286, rela-tivos a R$ 642 milhões apli-cados de forma irregular.

Hage citou ainda as puni-ções a servidores federais. De 2003 a novembro de 2011, 3.483 pessoas foram expulsas do serviço público, a maioria por atos ligados a corrupção: cerca de 300 eram ocupan-tes de altos cargos. Foram demitidos 2.972 servidores concursados e 298 ocupan-tes de cargos de confiança. As aposentadorias de 213 inati-vos também foram cassadas. Hage destacou a articulação dos órgãos públicos para com-bater o “crime engravatado”. Mas lamentou a impunidade que, na visão dele, está ligada aos labirintos da legislação penal: “Qualquer um que prati-que ato de corrupção no Brasil dificilmente vemos na cadeia”, disse Hage.

Ministério lança plano de metasApós enfrentar um ano di-

fícil à frente do Ministério da Cultura, marcado por crí-ticas e poucas realizações, a ministra Ana de Hollanda anuncia, na próxima semana, o Plano Nacional de Metas da Cultura, depois de assinar um acordo com o Ministério da Educação, na área da leitura, que vai beneficiar quatro mil escolas e que buscará trans-formar jovens em agentes de leitura.

Segundo a ministra, 2011 foi duro por causa da crise internacional, que contingen-ciou o orçamento, e também por causa das novas regras, aprovadas no Congresso, para convênios com ONGs. “Depois de todos os escân-dalos, as ONGs ficaram muito visadas”, comenta.

A ministra reforça que de-cidiu rever todas as ações da gestão anterior e comenta a proposta de nova legislação para os direitos autorais. So-bre esta, afirma que prevê

a criação de um instituto para supervisionar entidades privadas como o Ecad, que arrecada e paga o direito autoral da música. Serena, conta que faz exercícios para lidar com as críticas e ten-

tativas de desestabilização e sobreviver no que define como “guerra de nervos”. E diz que gostaria de continuar ministra para implantar pro-gramas que foram gestados neste ano, como o da Eco-

nomia Criativa, atualmente em exame na Casa Civil. Mas faz questão de lembrar que a presidente é quem decide.

“Toda a sistemática ficou mais complicada. No início do ano, veio um decreto com restrições aos ministérios da Cultura e do Turismo”. De acordo com a ministra, a restrição impediu convênios com entidades privadas, que era a forma mais comum de fazer convênios e conseguir repasses, que foram feitos via prefeitura ou Estado.

“Depois, houve mais dois decretos, inclusive agora em outubro, limitando esse tipo de convênio. A gente tentou ver se passava uma autori-zação para editais em que uma comissão julga entida-des com mais de cinco anos. Não passou”.

Ana de Hollanda quer apoiar a Bienal de São Paulo, que já existe há 60 anos, ou a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).

CULTURA

Encontro reúne jovens em BrasíliaA secretária nacional de

Juventude, Severine Macedo, disse que a juventude brasi-leira não está “apática e alie-nada”. Segundo ela, essa po-pulação tem bandeiras cada vez mais diversificadas e o Estado precisa estar atento às antigas e novas demandas dos jovens. A defesa foi feita durante a abertura da 2ª Con-ferência Nacional da Juventu-de. “Nós vivemos um momento rico. Temos a maior geração de jovens da história do país. São 53 milhões de pessoas de 15 a 29 anos”, disse.

O encontro pretende reunir três mil jovens de todos os Estados do país, em Brasília, até amanhã. Os participantes irão discutir temas como edu-cação, trabalho, comunicação, a juventude do campo e da cidade, meio ambiente, trans-porte, segurança, diversidade e direitos humanos. “Nós não queremos a juventude como mão de obra barata para o desenvolvimento.

CONJUVE

Verbas desviadas somam mais de R$ 7 bi no paísEstados, municípios e entidades, nos últimos dez anos, utilizaram irregularmente verbas repassadas sem prestar contas

RENATO ARAUJO/ABR

Para lembrar o Dia Internacional contra a Corrupção protestos ocorreram em diversas capitais

“Queremos uma juven-tude que tenha plenos direitos para emancipar sua autonomia”, defendeu Gabriel Medina, presidente do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve).

Após os três dias de debates, serão eleitas as

propostas que constarão no documento final da con-ferência, entre elas o Esta-tuto Nacional da Juventude. Boa parte dos delegados participa de organizações não governamentais, enti-dades sindicais e partidos políticos.

Estatuto deve ser aprovado

No evento são esperados três mil jovens de todo o pais

VALTER CAMPANATO/ABR

BALANÇOAo menos R$ 7,3 bi-lhões foram desviados.É dinheiro que não cumpriu a finalidade prevista, seja porque foi desviado em casos típicos de corrupção ou porque foi gasto em outras atividades

ENTENDAA ministra Ana de Hollanda assinou um acordo na área da leitura que vai bene-ficiar 4 mil escolas e transformar jovens em agentes de leitura. Ações da gestão ante-rior serão revistas

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B8MundoMANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

A recusa em aderir ao acordo, que deverá fortificar a moeda da União Europeia, exclui os ingleses das relações políticas e econômicas entre os países do bloco

Voto contra unificação isola Reino Unido da UE

Nunca o Reino Unido esteve tão isolado da Europa. Nunca foi tanto uma ilha.

Esses eram os comentá-rios mais frequentes após o primeiro-ministro David Ca-meron se recusar a aderir a um acordo que estreita as relações políticas e econômi-cas na União Europeia.

Os mais alarmistas dizem que o acordo fechado neste fim de semana pode salvar o euro, mas rachar de vez a UE, com a saída do Reino Unido do bloco. O país sempre teve uma relação dúbia com a UE e sempre se recusou a transferir poder para Bruxelas.

Não aderiu ao euro, a moe- da comum, e não assinou o tratado de Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre os países sem o controle de documentos. Agora rejeita a união fiscal. A posição de Cameron é festejada pela maioria dos seus companhei-ros de partido (o Conservador) e por parte da população e da mídia sensacionalista. Para muitos britânicos, os burocra-tas de Bruxelas custam caro e a União Europeia fez o país se encher de imigrantes desqua-lificados que roubam os seus empregos. Agora, vários creem que crescerá a pressão por um referendo para decidir se o país continua na União Europeia.

Enquanto o Reino Unido perde influência, a Alemanha consolida a sua. À frente da maior economia do conti-nente, a chanceler Angela Merkel conseguiu impor sua receita de disciplina fiscal para quase toda a UE.

Ed Miliband, líder do Par-tido Trabalhista inglês, cha-mou de débil a ação de Ca-

meron. As divergências entre Cameron e o presidente fran-cês, Nicolas Sarkozy, foram piorando ao longo do ano.

Numa cúpula recente, Sar- kozy mandou Cameron calar a boca e disse que estava cansado de ouvir sermões de alguém vindo de um país que não aderiu ao euro e que nunca gostou da moe-

da. Cameron afirmou que o país está em melhor si-tuação financeira por não estar na zona do euro. Um suposto rompimento teria implicações sérias. Metade das exportações do país vai para a Europa, e parte de atratividade para as empre-sas é o mercado europeu, não o interno.

Relação difícil entre os países

A premier alemã,Angela Merkel, que é a favor da unificação econômica, recebeu David Cameron

País tem a menor inflação desde setembro de 2010

A inflação chinesa se desa-celerou fortemente no mês passado, abrindo espaço para que as autoridades pos-sam tomar novas medidas de estímulo à economia. Os preços ao consumidor chinês subiram 4,2% em novembro, na comparação com igual período do ano passado, 1,3 ponto percentual menos que no mês anterior.

No seu pico neste ano, em julho, a inflação subiu 6,5%, chegando a relembrar o início de 2008, antes de a crise se tornar global, quan-do a alta dos preços disparou para 8,7% - o maior patamar em mais de dez anos.

Ainda que a inflação per-maneça alta, a desacelera-ção dos preços torna menos difícil a tarefa do banco cen-tral chinês de estimular a economia local, o que pode ser benéfico para o Brasil. A China é responsável pela compra de 17,4% de tudo o que o Brasil exporta. Por

isso, a perda de força da eco-nomia chinesa (a segunda maior do mundo) tem efeitos significativos no Brasil.

A Vale, por exemplo, acer-tou nesta semana um corte de 20% no preço do minério de ferro vendido para a side-rúrgica China Steel. O miné-rio de ferro é o produto que o Brasil mais vende para o exterior e tem a China como o seu principal cliente.

A queda na cotação tam-bém é reflexo da maior integração da economia global, já que é resultado da menor demanda por pro-dutos em diversos países, especialmente da Europa, cuja economia caminha para a recessão.

Para tentar impedir a for-te desaceleração da econo-mia, o BC chinês, no início deste mês, reduziu em 0,5 ponto percentual o com-pulsório (dinheiro que os bancos precisam depositar na entidade).

CHINA

A desaceleração dos preços facilita o estímulo à economia

DIVULGAÇÃO

VALENTINA/POP

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Dia a diaCade

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População sofre com taxas

Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou a

população sobre os alimentos que tiveram grande quantida-de de amostras contaminadas por agrotóxicos, em 2010. No topo da lista, estão o pepino, a uva, o morango e o pimen-tão. O medo de se contami-nar com agrotóxicos somado à difi culdade de encontrar e pagar por produtos orgâni-cos — que tem o alto valor agregado — foi incentivo mais que sufi ciente para estimular a produção caseira.

É o caso do aposentado Daniel Paixão, que há quatro anos resolveu investir na arte de cultivar frutas e verduras no quintal de casa. “Já tive de tudo um pouco: cebolinha, tomate, coentro, cheiro-ver-de, couve e chicória. Agora, estou investindo na planta-ção de frutas. Tenho pés de abacaxi, cupuaçu, mamão, goiaba, manga, tudo cultiva-do de maneira orgânica, sem agrotóxicos”, esclarece.

Para Paixão, dedicar-se à plantação vai além da neces-sidade de comer alimentos saudáveis. “Sempre gostei de mexer com a terra, dá gosto tirar a verdura fresquinha para temperar um peixe e comer com toda a família”, revelou.

Contudo, o aposentado explica que cuidados são necessários para manter a horta sadia e livre de pragas. “O importante é adubar bem a terra que vai receber as sementes e nunca esquecer de regar pelo menos duas vezes por dia”.

Ajuda na hora de plantarNem sempre usar o espaço

livre de casa para criar sua horta própria é tarefa fácil. Depois de ser surpreendido com a produção do seu can-teiro, o industriário Masahi-ro Ezaki, 49, sofreu com a morte gradual das verduras. “Veio uma praga, uma mosca branca, e atacou primeiro o tomate e depois se espalhou pelas outras plantas. A mosca invadia os pés e só os dei-xava quando ele murchava, tirando todos os nutrientes”, diz. Tomate, cebolinha, chei-ro-verde, couve e chicória, uma a uma, as mudas foram tomadas pela praga.

Mesmo assim, o industriário não desistiu e agora investe no cultivo de plantas medicinais. O canteiro que dava espa-ço para as verduras, hoje foi tomado pelo boldo chinês, a babosa, o crajiru e o gengibre. Filho de agricultores, Masahi-ro ainda planeja investir na plantação hidropônica e fazer do hobby e da herança paterna um bom negócio. “Meu pai foi agricultor. Eu aprendi e cresci o vendo plantar. Já fi z

várias pesquisas de mercado e pretendo fazer cursos em São Paulo. É muito importante e mais saudável comer verduras sem agrotóxicos”, fi naliza.

Para ter sucesso na hora de se aventurar na criação de sua horta caseira, o bi-ólogo José Cleonço Lucena dá a dica. “A horta em casa vai além de pegar um vaso e botar uma erva. A pessoa pode usar fertilizantes natu-rais, como a compostagem que é muito fácil de fazer. Em vez de jogar fora as cascas de verdura, é só acondicioná-las em uma vasilha tampada e manter em temperatura elevada, para que os micro-organismos se multipliquem. Depois de um mês só é tri-turar tudo no liquidifi cador e agregar a terra”, disse.

O biólogo afi rma que o espa-ço ou a falta de dinheiro não são desculpas para não iniciar o cultivo. “O menos importante é a área. A hortas podem ser feitas na parede, na varanda. Também não precisa gastar dinheiro com vasos, pode-se utilizar materiais recicláveis como garrafas PET”, afi rmou. As sementes também podem ser adquiridas de maneira mais fácil, sem grandes inves-timentos. Ao invés de comprar

o saquinho de semente, que podem estar velhas e não germinar, basta guardar as sementes de frutas e verdu-ras consumidas, colocar para secar e plantar.

Para combater as pragas sem o uso de agrotóxicos, o biólogo explica que existem várias receitas caseiras que auxiliam no combate, como por exemplo, o chá com as folhas de coirama, que pode ser passado na planta doente. As pragas também podem ser combatidas com chá de taba-co. Basta deixá-lo de molho na água e quando ele fi car colorido, coar e molhar o vege-tal. Além disso, é importante estar sempre alerta à planta. “É sempre importante fazer a poda, corta os galhos em que a praga se alojou, ensacar e jogar no lixo, porque se deixá-los próximos à planta, o vento pode levar os fungos até ela novamente. Se o problema prosseguir é importante che-car a plantação da vizinha que podem estar cheios de fungos. Combater as pragas da horta, assemelha-se ao combate da dengue ”, explicou.

A melhor comida vem do quintalPara evitar transtornos e doenças provenientes de agrotóxicos, população opta por manter hortas no quintal

CUIDADOPara manter uma horta em casa, não basta plantar e colher. É preciso, acima de tudo, manter-se em alerta sobre as pragas que possam surgir e acabar com toda a plantação no quintal

O Programa de Análi-se de Resíduos de Agro-tóxicos de Alimentos (Para) da Anvisa ana-lisou 2.488 amostras, de 18 alimentos, dos quais 28% foram con-denadas. O Para não detectou apenas o pi-mentão com 90% das amostras contendo re-síduos não autorizados, o morango com 63% e o pepino com 58%. Na lista, também foram analisadas amostras de uva que apresentaram 56,40% de contamina-ção. Alface foi de 55%. Na cenoura, os índices foram de 50%.

Em 44,20% das amostras de couve fo-ram encontradas irre-gularidades, seguido do abacaxi com 44,10%, mamão com 38,80%, alface com 38,40%, tomate com 32,60% e a beterraba com 32%.

Segundo a Anvisa, a preocupação com a exposição aos agrotó-xicos é válida ao se considerar a ingestão diária das frutas e ver-duras contendo altos níveis de toxicidade.

Anvisa detecta resíduos

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Daniel Paixão disse sentir prazer ao colher uma verdura ou fruta do próprio quintal e servir para a família dele

Daniel toma todos os cuidados necessários para que pragas não avancem no quintal dele

FOTOS: DIVULGAÇÃO

RAPHAEL ALVES

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

Coari, o ‘Faroeste Caboclo’ do interior do AmazonasTentativas de homicídio e outros crimes trazem à tona brigas políticas do município. Casos são cada vez mais frequentes

Atentados, ameaças, tráfico de influência, atuação de milícias e a condenação do

prefeito pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) pelo assassinato de um ad-versário, há 12 anos. Essa é a situação de Coari, a 370 quilômetros de Manaus, que vive um verdadeiro cenário de “faroeste caboclo”.

A disputa ideológica e par-tidária entre os grupos que se revezam no poder de Coari, pode ser a explicação para tantos atos de violência. É uma briga que, além do poder polí-tico, tem como pano de fundo a riqueza do município.

Coari é um dos municípios mais ricos do Amazonas, re-cebendo anualmente da Petro-bras, cerca de 60 milhões em royalties pela exploração do gás natural. O orçamento anu-al da prefeitura previsto para 2012 é de R$ 200 milhões.

A riqueza é tanta que os políticos e seus aliados in-cluindo secretários, funcio-nários do segundo escalão, vereadores e empresários ligados ao executivo muni-cipal ostentaram e ostentam

uma vida que a maioria da população de Coari, de 76 mil habitantes, não possui.

Essa guerra ocorre den-tro e fora das fronteiras de Coari e envolve autoridades policiais, da alta corte do poder Judiciá-rio e políticos importantes e influentes da capital e até de Brasília.

É a riqueza de Coari, na ava-liação dos próprios envolvidos, a causa da violência que tem como protagonista o prefeito Arnaldo Mitouso (PMN), 52, alvo de uma tentativa de ho-micídio no último dia 5 de agosto, na avenida Torquato Tapajós, Zona Norte.

Seis tiros foram dispa-rados contra o carro dele, uma Hilux cinza. Uma das balas atingiu o pescoço do prefeito. O motorista Celi-dônio Aires da Silva também foi atingido por um tiro de raspão na cabeça.

Mas a violência em Coari não é fato novo. Recentemen-te, o próprio prefeito Arnaldo Mitouso foi punido com a condenação pelo TJAM a oito anos de prisão por homicí-dio praticado há 11 anos, e a perda de seu mandato de prefeito. A vítima foi o ex-prefeito da cidade, Odair Carlos Geraldo.

NILSON BELÉMEquipe EM TEMPO

O caso mais recente foi a invasão feita por oito homens armados à casa de Josinaldo Linhares, secretário de Planejamento de Coa-ri, na madrugada do dia 30 de novem-bro, e roubaram R$ 30 mil, R$ 100 mil em joias, um carro modelo L200, de cor verme-lha, e placa OAA 4029, duas TVs de LCD, cinco notebooks, oito celula-res, entre outros.

No dia 10 de outubro, Zenilton Cruz, 44, segu-rança do ex-secretário de administração de Coari, Evandro Morais, foi preso no aeroporto do município. A prisão foi feita por policiais mi-litares que realizavam a escolta do prefeito Luis Mitouso. Zenilton estava armado.

Alguns dos crimes na cidade

O presidente da Co-missão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Coari, instalada na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) em 2008, depu-tado Marco Antônio Chico Preto (PSD) lembra que as investigações da Polícia Federal (PF), durante a ope-

ração “Vorax”, apontaram a existência de uma milícia denominada de “Comando Delta”, chefiada pelo o ex-secretário de defesa civil de Coari, sargento Antônio Carlos de Aguiar.

A milícia atuava no monito-ramento de adversários po-líticos do prefeito, praticava

ameaças e intimidações. O “Comando Delta”, de

acordo com a PF, foi o res-ponsável pelo assassinato de Eliney Ferreira, 26, em 2007, encontrado com as mãos e os pés amarrados por ter assassinado o inte-grante da guarda municipal Anderson da Silva Ferreira.

O ‘Comando Delta’ matava

DIVULGAÇÃO

Arnaldo Mitouso, prefeito do município, foi uma das vítimas dos atentados no interior do AM

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

A preparação já começouAs nove agremiações do Grupo Especial aguardam o repasse de verbas para colocar definitivamente a ‘mão na massa’. Enredos já estão fechados. Ideia é trazer diversos espetáculos para o público que comparecer ao sambódromo

As nove agremiações do Grupo Especial de Manaus abrem alas, erguem os seus pavi-

lhões para o Carnaval 2012 e apresentam seus enredos, sambas, componentes e his-tórias que vão surpreender, emocionar e empolgar a to-dos no dia 18 de fevereiro, dia do desfile no sambódromo.

Seguindo a ordem de apre-sentação de 2012, o desfile começará com a estreante no Grupo Especial, Dragões do Império, primeiro lugar no Grupo de Acesso. Ela en-tra na passarela do samba com o enredo “A Dragões do Império é show. A história e a magia do circo chegou. Vamos sorrir, vamos garga-lhar!”, de autoria do carnava-lesco da agremiação, Geni-valdo Nascimento. A ideia é apresentar um grande show de picadeiro no sambódro-mo. A Dragões desfilará às 18h40, com 20 alas, quatro carros alegóricos, uma ale-goria em tripé na comissão de frente, 200 ritmistas na bateria, três casais de mes-tre-sala e porta-bandeira e 2.700 componentes.

A segunda escola será a Mocidade Independente do Coroado. Ela vai levar para a avenida o tema “Manaus e suas maravilhas, uma home-nagem à capital amazonense desde a sua criação até os dias atuais”. A escola vai le-var 2.500 componentes, 250 ritmistas, dois casais de mes-tre-sala e porta-bandeira e cinco carros alegóricos.

A Unidos da Alvorada será a terceira, às 21h20min, e fará uma homenagem ao le-vantador de toadas do boi-bumbá Caprichoso, David Assayag. O enredo “David Assayag numa alvorada em

azul e branco... um canto de luz”, vai contar toda a histó-ria de vida de um dos ícones do Amazonas que, mesmo diante da deficiência visu-al, venceu na vida e traçou um caminho de sucesso e emoção. Para o presidente Roquilane Alves, homenage-ar um artista local é uma das inovações da Alvorada. “Nós vamos, acima de tudo, emocionar a todos no sam-bódromo”, diz.

Alvorada vai desfilar com aproximadamente três mil componentes, sendo 250 rit-mistas, 25 alas, cinco carros alegóricos e três casais de mestre-sala e porta-bandeira.

A Grande Família será a quarta escola a se apresentar. A vermelho e branco da Zona Leste vai fazer um desfile inovador, segundo o carnava-lesco Luizinho Andrade. Abor-dando ciência e tecnologia, a escola fará uma sátira às fal-sas previsões sobre o fim do mundo em 2012 com o enredo “Quem disse que o mundo vai acabar? A Grande Família apresenta o futuro...”.

A escola vai levar para a ave-nida, às 23h30, 28 alas, cinco carros alegóricos, três tripés, 300 ritmistas, quatro casais de mestre-sala e porta-ban-deira, quatro mil componentes. A escola que há dois anos não ganha o Carnaval promete levar o troféu para a Zona Leste.

BISA atual campeã do car-naval amazonense, a Reino Unido da LIber-dade, entra na passa-rela com enredo que homenageará o padre salesiano Dom Bosco e disposta a conquistar o bicampeonato

NÁDUA MOURAEquipe EM TEMPO

A partir da meia-noite, o sambódromo fica por con-ta da Sem Compromisso. Com as cores amarelo e preto, ela defende o enredo “A saga árabe na Amazô-nia, uma história de paz e amor”, que falará sobre a presença marcante do povo árabe na região. Serão três mil componentes, 27 alas, cinco carros alegóricos, dois casais de mestre-sala e por-ta-bandeira, 300 ritmistas.

A sexta escola será a atual campeã do carnaval de Ma-

naus, Reino Unido da Liber-dade. A verde e branco do Morro vai entrar na avenida por volta de 1h, do dia 19 de fevereiro, com o enre-do “Um menino, um sonho, uma obra, o amor de Dom Bosco virou realidade”. Será uma homenagem ao padre salesiano Dom Bosco, que resgatava jovens e crianças das ruas e, para prender a atenção das crianças, ofere-cia brinquedos. A agremia-ção vai se apresentar com quatro mil componentes.

A atual vice-campeã do Carnaval, a Mocidade Inde-pendente de Aparecida, vai desfilar com o enredo “MMXII (2012)”,que vai abordar meio ambiente, preservação e de-senvolvimento sustentável. A escola pretende despertar a atenção da população para a conscientização ambien-tal, a fim de que as previ-sões sobre o fim do mundo não passem de hipóteses. A Aparecida terá 3.800 com-ponentes. O desfile será por volta das 2h40, do dia 19.

A Vitória-Regia será a sé-tima escola, com o enredo “Vitória-Régia faz o povo cantar um tributo ao sam-bódromo palco do samba e da cultura popular”, uma homenagem de 3.500 com-ponentes aos grandes car-navais, no sambódromo.

Por volta das 4h30, a Ba-laku-Blaku vai falar da cerve-ja no enredo “Embriagados de alegria nós vamos ficar, com a cerveja mais gostosa é só comemorar. A escola terá 3.500 componentes.

Reino Unido quer repetir a dose este ano

Componentes das escolas devem fazer toda a diferença durante o desfile do Grupo Especial, este ano, no sambódromo

HUDSON FONSECA

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

Aos 16 anos, Ícaro foi a Roraima concorrer a uma vaga

SHANA REIS

Wagner recorreu a duas universidades fora do Amazonas

RAPHAEL ALVES

Estudantes brigam por vagas de cursos concorridos de outros Estados

Alunos arriscam vagas fora do AM

Ser um bom profissio-nal e ter um retorno financeiro no futuro. Essa é a expectati-

va dos jovens e adolescentes que têm concluído o ensino médio e lutam para ingres-sar em uma boa faculdade. Em Manaus, muitos deles, devido a forte concorrência nas faculdades públicas, têm optado por prestar vestibular em outras regiões do país, fazendo das viagens uma nova modalidade entre os futuros universitários. Boa “parte” de-les optou pelos cursos mais concorridos do país. Todos se dedicam o ano inteiro aos es-tudos em cursinhos da cidade para tentar garantir uma vaga nas universidades federais e estaduais pelo Brasil afora.

Um exemplo é o estudante Ícaro Felipe Alves Coelho, 16, que tem se preparado desde o mês de fevereiro em uma entidade especializada em vestibular da cidade. Ele pre-tende ingressar no curso de medicina. Para isso, além de tentar uma vaga nas universi-dades da capital amazonense, ele prestou, no último dia 27 de novembro, vestibular na Universidade Federal de Ro-raima (UFRR).

Para Ícaro, a alternativa, além de viabilizar o sonho de ingressar em uma faculdade de medicina federal, traz ex-periência para as provas que serão aplicadas em Manaus. Ele explica que escolheu pres-tar vestibular em Roraima, porque alguns de seus ami-gos disseram que as provas aplicadas lá eram bem mais fáceis do que as das universi-dades públicas do Amazonas. “O nível das provas de Manaus é bem mais difícil aqui. Como fiz a prova lá há algumas semanas, já vou saber o que esperar aqui. Minha vontade, claro, é conseguir passar no vestibular daqui de Manaus, mas se conseguir a vaga lá em Roraima, vou ficar muito feliz”, diz o adolescente.

Assim como Ícaro, que rece-be total apoio e incentivo dos pais, a jovem Caroline Estrela, 17, também optou por tentar uma vaga em outras facul-dades do Brasil. Concorrendo a uma graduação no curso de medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba (FCM) e na Faculdade Per-nambucana de Saúde (FPS), cidade de João Pessoa, capi-tal de Recife, a adolescente pretende se mudar para o

Estado com a família, caso seja aprovada em uma das duas instituições.

Caroline também concor-re às vagas em mais duas universidades particulares da Paraíba, nas quais prestou vestibular para o curso de odontologia. Para ela, a faci-lidade e o melhor ensino na região foi um dos atrativos que a levou a optar pelo local. “Aqui em Manaus é muito di-fícil passar na federal. Ainda mais agora que é pelo Enem, com todo mundo do Brasil concorrendo. Na Paraíba, se eu passar, futuramente, mi-nha família vai mudar para lá. Ela é minha maior incen-tivadora”, relata a estudante, que também fez o vestibular da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

O estudante Wagner de Oli-veira Júnior, 17, é outro que pretende se formar no curso de medicina. Para isso, ele

prestou vestibular em qua-tro universidades federias do Brasil, que já aplicaram as provas. Além de Roraima, ele fez a prova na cidade de Minas Gerais, para ingressar na graduação de medicina da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), na Universidade de Brasília (UNB) e na Universidade Fe-deral da Paraíba (UFPB).

Wagner também fez o vesti-bular da UEA para o curso de medicina, mas mesmo assim resolveu tentar o vestibular em outras regiões. O motivo, segundo ele, é a concorrência e a dificuldade de ingressar em uma das faculdades pú-blicas no Amazonas.

Ele diz acreditar que o nível das provas nessas institui-ções é muito maior do que em Manaus. “Estou fazendo esses vestibulares para am-pliar minhas chances de pas-sar e porque são faculdades melhores no meu curso. A concorrência fora de Manaus é muito maior e o nível da prova é muito mais difícil, sendo algumas provas dife-renciadas do modelo daqui”.

PRÁTICAA maioria dos estudantes que via-jam, busca adquirir experiência com as provas, consideradas por eles, mais fáceis que as aplicadas pe-las faculdades do Amazonas

Assim como os estu-dantes amazonenses que tentam uma vaga em fa-culdades de outros locais do país, muitas pessoas de outras regiões também tem vindo à capital amazo-nense para fazer a prova e tentar ingressar em algum curso da UEA.

Segundo dados repas-sados pela comissão or-ganizadora do vestibular, que iniciou ontem (10) as provas de algumas disci-plinas e aplica o restante das avaliações na tarde de hoje (11), mais de 900 can-didatos de vários Estados brasileiros concorreram

às vagas na universidade. Desses, a maioria, 520 ins-critos, disputaram vagas para o curso de medicina.

Entre os outros cursos, os mais procurados pelo grupo de estudantes é o de direito, com 66 inscritos e o de engenharia, com 24.

Segundo os dados, a maior parte dos concor-rentes é de Estados vizi-nhos, como o Pará, Rondô-nia, Roraima e Acre. Mas vestibulandos de quase todos os Estados brasi-leiros fizeram a avaliação. Apenas o Rio Grande do Norte não teve inscritos no vestibular da UEA.

Estado recebe estudantes

IZABEL GUEDES Equipe EM TEMPO

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C5Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

A falta de áreas públi-cas para estacionar em diversas zonas de Manaus abriu espaço

para um mercado promissor: os estacionamentos particulares. Cada vez mais necessárias aos motoristas, essas áreas têm proliferado na capital e apre-sentado um bom lucro ao in-vestidor. Alguns condutores de veículo precisam desembolsar até R$ 250 por mês para es-tacionar com segurança.

A comerciante Leila Gisele Pacheco, 34, passa o dia cir-culando em seu veículo para atender clientes e revendedo-ras. Frequentadora de shop-pings, lojas e empresas, ela decidiu somar seus gastos com valets e garagens. Resul-tado: uma média de R$ 200 por mês. “Não há um só dia em que não precise recorrer a estacionamentos pagos, pois preciso visitar minhas clientes que trabalham no Centro, shoppings e prédios que não oferecem locais para estacionar. Virei refém desse

serviço”, confessa.Leila não é a única. A cor-

reta de imóveis, Patrícia Reis Coelho, 45, comenta que sofre com o problema da falta de vagas. “Atualmente, é qua-se impossível encontrar lo-cal para estacionar nas ruas. Quando vou visitar clientes, preciso pagar estacionamen-

to em áreas particulares. Já cheguei a gastar R$ 100 por mês”, revela.

Para quem trabalha no Centro, a situação é pior. A vendedora Larissa Carla Reis, 32, comprou um veículo há pouco tempo e disse que, no último mês, as despesas com

estacionamento do veículo foram mais caras do que a gasolina. “Comprei um carro para me dar mais comodi-dade, só que meu orçamento aumentou além do esperado, porque aqui onde trabalho não tem local adequado para esta-cionar. Precisei contratar um serviço especializado. Todos os meses, gasto R$ 250 para deixar meu carro em seguran-ça enquanto trabalho”, diz.

O advogado Caio Maia Fer-nandes, 27, já colocou no or-çamento mensal as despesas com estacionamento. Sócio em um escritório no centro da cidade, ele revela que os “flanelinhas” até barraram sua parada nas ruas porque não rendia lucro. “Fui intimidado pelo “flanelinha” a não parar mais na rua porque meu car-ro passava o dia estacionado ocupando uma vaga e, no fi-nal do expediente, eu pagava apenas R$ 1. Fui ameaçado de ter meu patrimônio destruído. Fiz um boletim de ocorrência contra o fato, mas não re-sultou em nada. Estou sendo privado do meu direito de ir e vir”, denuncia.

Estacionamentos privados são ‘rombo’ no orçamentoEspaço insuficiente para estacionar têm feito a população recorrer a locais pagos e somar prejuízos no fim do mês

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

Na região central da cida-de é difícil encontrar vaga até em áreas privativas. Com a chegada do Natal, o fluxo de clientes dobrou e os preços também. Lo-cais que antes cobravam R$ 4 por uma hora, agora cobram R$ 8.

O proprietário de um desses pontos, que pre-feriu não revelar o nome, disse que chega a faturar R$ 800 por dia e dispensa clientes nos fins de semana por falta de espaço. “Eu ti-nha esse terreno aqui, mas não havia lucro para inves-tir em construção. Perce-bi que muitos motoristas procuravam vagas e não encontravam”, declarou.

Na Djalma Batista, pró-ximo a Casa do Campo, a empresa Stop Estaciona-mento também resolveu investir no mercado. Com espaço para guardar dez

veículos, o local está com 60% das vagas destinadas a clientes fixos.

Além do aumento da fro-ta, outro fator que tem con-tribuído para o crescimento do negócio é a falta de se-gurança, que tem feito que com que muitas pessoas — além do seguro de veícu-los — prefiram arcar com o custo do estacionamento a expor uma parte relevante do patrimônio pessoal a qualquer eventualidade.

Os donos de garagens não gostam de dizer que o setor é uma mina de ouro. “Nossa margem de lucro gira em torno dos 40%”, diz Bartolomeu Dias, proprietário de um estacionamento na ave-nida Eduardo Ribeiro. Se-gundo cálculos, as despe-sas com aluguel, e outros impostos consomem 51% do faturamento.

Preços dobram no fim do ano

ABUSOSegundo Caio Maia Fernandes, “flane-linhas” chegaram a barrá-lo na rua porque, como ele passava o dia inteiro estacionado no mesmo lugar, os im-pedia de ganhar mais dinheiro com o espaço

As negociações para a implantação do pro-jeto que vai mudar o estacionamento e o tráfego de veículos no Centro da cidade, o Zona Azul depende de uma reestruturação no centro da cidade.

Segundo a Secreta-ria Municipal de Co-municação (Semcom) da prefeitura, a retira-da dos camelôs está entre as adequações para a implantação do programa.

O Zona Azul vai re-gulamentar o estacio-namento no Centro e no Vieiralves, dois dos grandes centros comerciais da capital amazonense.

‘Zona Azul’ pode ser a solução

Donos de vagas privadas no Centro são os que mais veem no negócio oportunidade de lucro Leila Gisele diz já ter somado mais de R$ 200, por mês, de gastos com estacionamentos

JOEL ROSA

RAPHAEL ALVES

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

Quem nunca sentiu di-ficuldade em apren-der matemática? A disciplina, conside-

rada a “vilã” nas salas de aula, ganhou uma metodologia to-talmente inovadora nas mãos do tecnólogo em manutenção mecânica pela Escola Superior de Tecnologia (EST) do Ama-zonas e doutor em Engenharia de Produção pela Guma/Ja-pão, Jonas Gomes, 40. Vo-luntário da organização não governamental (ONG) Alter-nativo de Petrópolis, no bairro Petrópolis, Zona Sul, ele leva educação a pessoas de baixa renda da comunidade.

Para driblar o problema e ensinar brincando, aplicando o método Paulo Freire, Gomes utiliza uma técnica diferente para atrair a atenção dos alu-nos e, ainda, ensinar a disci-plina. Ele afirma que mais vale a pena até pagar o “mico” de vestir-se de personagens que marcaram a história do que rasgar dinheiro em classe para enfatizar aos estudantes que adquirir o conhecimento é a riqueza mais importante.

“Imagine aprender o conte-údo ‘razão e proporção’, pelo

próprio matemático grego Ta-les de Mileto, e o teorema de Pitágoras pelo próprio autor. É embarcando nessa história que me fantasio e ensino o conteúdo. Conto sua passa-gem ao mundo e depois ensino suas fórmulas. No começo, os alunos estranharam, mas depois começaram a gostar. Eles confessam que passaram a ‘olhar’ a matemática com outros olhos”, diz.

Gomes conta que comprou dez fantasias diferentes para utilizá-las em sala de aula. Entre elas estão a de Zorro, Chaves, Pitágoras, Faraó, en-tre outros. “Se todos os pro-fessores utilizassem o método de Paulo Freire, a educação no país seria diferente. Aprendi esse diferencial com o pro-fessor de informática Mauro Barbosa, em 1985, porque ti-nha dificuldade em aprender programação básica naquela época”, ressalta.

“Ao me vestir de Chaves, fiz uma relação entre a impor-tância de aproveitar a vida, apesar dos problemas que ela traz. O mesmo aconteceu quando me fantasiei de Zorro. Quis passar a importância da coragem e enfatizar que to-dos devem acreditar em seus potenciais”, completa.

Jonas, professor da ONG Alternativo de Petrópolis, busca na descontração das fantasias, ensinar crianças carentes

AURIANE CARVALHOEquipe EM TEMPO

De Chaves, Nero ou Zorro, o que importa é ensinar

Os alunos do Alterna-tivo de Petrópolis têm, ainda, noções de cida-dania e incentivo para estudar, com palestras de voluntários e con-vidados da instituição. “Uma vez por mês, tra-zemos um profissional para falar com os alu-nos. Já trouxemos aqui, por exemplo, o enge-nheiro Marcelo Navar-ro, diretor industrial da Kasinski”, destaca.

A ONG está localiza-da na avenida Coronel Ferreira, no Petrópo-lis, Zona Sul, e oferece cursos de minivestibu-lar, preparação para o macrovestibular, in-formática e idiomas. Tem também, a parce-ria da Fundação Inte-ramericana, do Banco do Brasil, do Senai e da Aiesec.

Contato direto com profissionais

A estudante Layza Kamila Almeida, 13, diz ter estranhado ver o professor vestido de personagem no co-meço, mas depois se adaptou bem. Ela con-ta que sempre gostou de matemática, mas que sentia dificuldade em aprender. “Depois das aulas do profes-sor Jonas, comecei a gostar muito mais da disciplina, principal-mente, porque ele usa uma forma diferencia-da dos demais profes-sores. Geralmente, as aulas são chatas, mas com ele, tudo é mais divertido”, declara.

O adolescente Helter Hanniel Nacimento, 15, aprovou a ideia. “Se to-dos os professores fos-sem assim, os alunos aprenderiam mais”.

Alunos aprovam a iniciativa

De Chaves, Jonas pretende mostrar que é preciso aproveitar a vida apesar dos problemas Alunos aprendem e se divertem com o professor fantasiado do personagem do filme “Zorro”

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Atenção dos alunos é redobrada com a metodologia adotada

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

A quatro horas de Ma-naus, a Reserva de Desenvo l v imen to Sustentável (RDS) do

Uatumã é a primeira Unidade de Conservação do Amazonas a possuir um Plano de Uso Pú-blico aprovado pelo Estado.

O documento prevê o orde-namento do espaço e presta todas as orientações sobre as diferentes formas do uso público dentro da reserva. Atu-almente, na RDS do Uatumã, atividades como manejo ex-trativista, produção orgânica e, principalmente, o turismo, com a pesca esportiva do tucunaré, são as principais atividades exercidas com o apoio de instituições como o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam).

A reserva está localizada nos municípios de São Sebastião do Uatumã e Itapiranga e é formada por mais de 20 comu-nidades situadas ao longo do rio Uatumã – represado pela Hidrelétrica de Balbina.

O Idesam tem atuado dire-tamente na RDS desde 2006, quando deu início ao planeja-mento com foco na necessi-dade das comunidades. Em 2008, o plano foi concluído e, em 2009, aprovado, apre-sentando o diagnóstico, a ca-pacitação e o envolvimento das mais de 300 famílias que vivem na reserva.

O Plano de Uso Público da RDS do Uatumã ordena as ações relacionadas ao tu-rismo de base comunitária, turismo de aventura, ecotu-rismo, turismo científi co, tu-rismo de pesca esportiva e histórico. São essas práticas que têm mudado a rotina dos moradores de maneira sustentável e rentável.

A partir dessas atividades, três viveiros fl orestais foram construídos, vários cursos de capacitação, organização e

planejamento foram minis-trados e regras extrativistas que os permitem colher mais de 50 espécies e plano de manejo fl orestal pequeno já estão funcionando.

De acordo com o secretário executivo do Idesam, Carlos Gabriel Koury, o Plano de Uso Público buscou achar o que tem de melhor na RDS. Criou propostas para sítios arque-ológicos, turismo rupestre e turismo histórico em cami-nhos antigos.

Um mapa com o potencial uso público da reserva foi criado. Segundo Koury, tra-

ta-se de um guia de turismo que mostra todo potencial de forma que não seja fechado em “coisas clássicas”.

“Turismo no interior é vi-sitar casa de farinha, focar jacaré e pescar piranha. Em qualquer lugar aqui tem isso. Mas na Reserva de Desenvol-vimento Sustentável do Ua-tumã buscamos diferenciais. Buscamos, ainda, o potencial de cada comunidade”, explica Gabriel Koury.

Esse trabalho, com vários atrativos das comunidades, foi feito em parceria com os próprios moradores da re-gião. A proposta agora é que agências de viagens possam fechar pacotes com turistas para a RDS, dando as opções que eles desejarem, como ir a uma comunidade ou a dez comunidades, na parte alta ou na parte baixa, a partir de um leque de opções.

Plano de Uso é garantia de conservação da RDSMesmo após aprovação do plano, Idesam tenta publicar livro para esclarecer à população as especifi cidades do Uatumã

MÔNICA FIGUEIREDOEquipe EM TEMPO

BONS FRUTOSAtividades de turismo de aventura, esportivo e científi co têm dado em bons resultados. Iniciativas têm o apoio da própria comunida-de, que tem os seus potenciais explorados positivamente

A pesca esportiva, co-nhecida nacionalmente, é famosa pelo tucunaré e foi o grande gancho para as comunidades dentro da reserva. Koury diz que os moradores pediram apenas que a prática fosse ordena-da nas comunidades. Atu-almente, são mais de 30 famílias vivendo desse tipo de atividade.

Hoje, existem comunida-des que ganham mais de R$ 10 mil no período da pesca, ou seja, nos três últimos meses do ano. “A gente criou uma proposta de participação em todo o processo, desde o plano de gestão, no qual eles concor-

daram em ter a pesca, até o planejamento do plano de uso público, para des-crever as regras do uso do turismo”, explica.

A revisão das regras da pescaria esportiva passa por revisão anualmente. É quando é feita uma análise e elaborado um novo zo-neamento, das áreas pro-tegidas e das que podem ser utilizadas.

“Eles planejam locais onde a prática pode ser realizada e demarcam com bandeiras vermelhas os lagos onde não é permitido. Para o pesca-dor é bom, porque ele fi ca sabendo onde pode ir. Eles querem mais é cumprir e não

ter problema”, esclarece.Das 20 comunidades, cin-

co têm capacidade de rece-ber turistas. “Ou estão com estruturas de pousadas familiares, ou estão com uma organização para mo-nitorar a pesca esportiva. Em algumas comunidades, como a Nossa Senhora do Livramento, as agências de viagens procuram os comunitários para reser-var data.

“Graças a essa organiza-ção, eles conseguiram R$ 10 mil com a pesca. Mesmo sendo limitado, ou seja, ape-nas quatro pessoas entram por dia na área para praticar a pesca”, conclui.

Pescadores cumprem regras

Vários cursos de capacitação, organização e planejamento já foram oferecidos à comunidade

Outra prática que tem se destacado na RDS é o turismo contemplati-vo das serras. O turista que chega a Manaus vai para Itapiranga, pega a lancha para a RDS do Uatumã, contempla os animais, interage com os comunitários, vê o pôr do sol, tudo no primeiro dia de pas-seio. Nos outros dias ele pode, entre tantas coisas, fazer caminha-da por uma trilha que chega a um mirante.

Turismoproporciona atividades

FOTOS: DIVULGAÇÃO

O Idesam produziu um livro “Uatumã: Reserva de Desenvolvimento Sustentável” com to-das as características da reserva, o que já foi avançado e o que se tem feito. Apesar de fi nalizado e aprova-do pelo Ministério da Cultura, o livro ainda não tem uma empre-sa patrocinadora para publicação. A empresa que tiver interesse pode entrar em contato com o instituto, pelo email carlos [email protected] ou pelo telefone (92) 3308-7360) com a garantia de dedução no imposto de renda.

Livro sobre reserva sem patrocínio

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[email protected], DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011 (92) 3090-1042Página D3

Coleção de obrasindígenas

SILVIO LIMAEquipe EM TEMPO

De um lado Elson Fa-rias, 75, e de outro, Arlindo Porto, 82. Po-rém com um objetivo

em comum: dar continuidade e avançar nos projetos da Academia Amazonense de Letras (AAL). Os dois nomes, renomados no cenário histó-rico-artístico do Estado, são os candidatos para o cargo de presidente da casa, que reúne 40 ‘imortais’.

A eleição da nova diretoria da AAL será no dia 17 de de-zembro, com voto secreto dos integrantes, e elegerá o novo presidente para os próximos dois anos, com prerrogativa de reeleição. Na disputa, Elson Farias tem mais experiência com o cargo. Ele foi presidente da academia de 2004 a 2007 (dois mandatos seguidos). Por conta da experiência, ele diz querer implantar algumas medidas de quando era pre-sidente. “Pretendo colocar em prática novamente os cursos que a academia promovia du-rante a minha gestão. Cursos dirigidos a universitários, en-tre outros, além da reedição de livros clássicos da academia, e de acadêmicos”, diz.

Elson, que ocupa a cadeira de número 12, que era de Olavo Bilac, é um dos mais antigos da academia ama-zonense. “Somente o Thiago de Mello tem mais tempo de academia que eu. Tenho mais de 40 anos de casa e quero, mais uma vez, dar minha con-tribuição”, ressalta.

Outra medida que Elson pretende implantar são con-vênios com entidades federais e o governo do Estado. “Hoje, a academia é considerada um

órgão consultivo na área de literatura e língua portuguesa da cidade de Manaus e que-remos que seja também para o Estado”, indica.

A chapa de Elson Farias ainda é composta de nomes como Márcio Souza, Aldízio Figueiras, Tenório Telles, Francisco Gomes da Silva, Moacyr Andrade, Antônio Loureiro, José Maria Pinto e Luís Miranda Corrêa.

Já o concorrente, Arlindo Porto, que é tesoureiro da atual gestão de José Braga, disse que foi escolhido por um grupo de colegas com o objetivo de manter o fun-cionamento operacional da casa. “Nem pensava em me candidatar, porque acredito que a academia tem elemen-tos suficientes para geren-ciá-la. Mas acredito que me escolheram porque sou um dos membros mais velhos e com mais tempo de casa. E isso não deixa de ser uma pe-quena homenagem que me prestam”, analisa Porto.

Assim como Elson, Arlindo também quer continuar com o trabalho da academia vol-tado para cursos de poesia, sobre cultura amazônica. “Nas últimas diretorias a acade-mia ganhou mais visibilidade e quero ajudar a aumentar esse trabalho, promover uma espécie uma empreitada com grupos de acadêmicos e ir às escolas fazer palestras para estudantes”, diz.

Arlindo Porto é membro da Academia Amazonense de Letras desde dezembro de 1993 e ocupa a cadeira de número 35, no lugar de dom Frederico de Souza Costa. Na ocasião da posse, foi saudado por José Bernardo Cabral.

Compõem a chapa de Arlin-

do Porto nomes como Almir Diniz de Carvalho, Antônio Loureiro, Cláudio Chaves, entre outros.

A academiaA Academia Amazonen-

se de Letras foi criada em 1918 com 30 cadeiras e com Djalma Batista como presidente. Atualmente pos-sui 40 lugares ocupados por poetas, romancistas, jorna-listas, cronistas, ensaístas, juristas, médicos, teólogos, economistas, educadores, sociólogos e antropólogos.

As eleições da nova dire-toria são realizadas a cada dois anos e alguns dos in-tegrantes não moram em Manaus, como é o caso de Almino Afonso, Bernardo Ca-bral e José Vasconcelos. Mes-mo assim, eles não deixam de participar do pleito. São mandadas para eles postais com as chapas.

Elson FariasElson Bentes Farias nas-

ceu no interior do Amazonas, em Roseiral, no município de Itacoatiara, no dia 11 de junho de 1936. Partici-pou ativamente do Clube da Madrugada, tornando-se um de seus principais membros. Entre as principais obras po-éticas possui “Barro verde” (Manaus, 1961), “Estações da várzea” (Manaus, 1963), “Três episódios do rio” (Manaus, 1965), “Ciclo das águas” (Manaus, 1966), “Dez canções primitivas” (Ma-naus, 1968), “Um Roman-ceiro da criação” (Manaus, 1969), “Do Amor e da fábu-la” (Rio de Janeiro, 1970), “Roteiro lírico de Manaus em 1900” (Manaus, 1977), “Palavra natural” (Brasília,

1980), “Romanceiro” (Rio de Janeiro, 1985), “Balada de Mira-anhanga” (Manaus, 1993), e “A Destruição adia-da” (Manaus, 2002).

Arlindo PortoArlindo Porto nasceu em

Manaus e trabalhou muito tempo como jornalista, quan-do as redações dos principais jornais ocupavam a avenida Eduardo Ribeiro e adjacên-cias. Foi autor de colunas como “Arame farpado”, “O Cabo C”. Entrou para a po-lítica e se elegeu deputado estadual, chegando ao cargo de presidente da Assembleia Legislativa do Estado. Po-rém, com o governo militar de 1964 foi cassado pela própria assembleia, além de ser preso. Passou a morar e trabalhar no Rio de Janeiro como jornalista e exerceu a advocacia, pois era formado em direito. Em 1998, já em Manaus, foi nomeado conse-lheiro do Tribunal de Contas do Estado, onde se aposentou. Presidiu o Instituto Geográfi -co e Histórico do Amazonas. É autor de títulos como “Ber-nardo Cabral, um paladino da democracia” (1988), “Nunes Pereira, o cavaleiro de todas as madrugadas do universo” (1993) entre outros.

Somente o Thia-go de Mello tem mais tempo de academia que eu. Tenho mais de 40 anos de casa e quero, mais uma vez, dar mi-nha contribuição”Elson Farias

SERVIÇOELEIÇÃO DA ACADEMIA DELETRAS

Quando: Onde:

17/12Sede da AAL (rua Ramos Ferreira, no Centro)

X

Imortais disputam

Os escritores Elson Farias e Arlindo Porto concorrem à presidência da Academia

Amazonense de Letras

eleição

Nem pensava em me candidatar, porque acredito que a academia tem elementos sufi cientes para gerenciá-la. Mas acredito que me escolheram por-que sou um dos membros mais velhos e com mais tempo de casa”Arlindo Porto

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Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

>> O querido empresário Pau-lo Girardi estará aniversariando amanhã. Ele é um dos homens mais elegantes da cidade. Cum-primentos especiais da coluna.

>> O restaurante Alentejo de-verá ser o point mais badalado desta temporada de fi m de ano. A casa estará aberta para almoço durante todo o mês de dezembro. O maitre Geraldo coordena com a simpatia de sempre o anda-mento da casa.

>> O brilhante médico Raymis-

son Souza estará em Paris, para proferir palestra para plateia es-trelada, no próximo dia 17.

>> A Paradise Turismo está organizando um grupo especial para curtir o Réveillon em Saint Martin.

>> Neste Dia do Arquiteto, co-memorado hoje, a coluna home-nageia a categoria por meio dos nomes das arquitetas Ana Goreth Pimentel, Cristina Mendes, Mile-na Bomfi m, Leila Barakat, Anete Perrone e dos arquitetos André

Sá e Achilles Fernandes, profi s-sionais da área que merecem aplausos de pé!

>> Jander Vieira comemora 18 anos de colunismo com festão no dia 12 no Le Rêve, com Márcia Siqueira de atração principal.

>> Arthur Neto será empos-sado na Academia Amazonen-se de Letras, na cadeira 3, de Gonçalves Dias, no próximo dia 16, na Casa de Adriano Jorge. A saudação será proferida por Robério Braga.

>> Aliás, o presidente da Aca-demia Amazonense de Letras, José dos Santos Pereira Braga, está convidando para o lança-mento dos livros ‘Retorno às Ori-gens’, de Almino Aff onso, e ‘Minha roça de urtigas’, de Almir Diniz, no dia 17, na sede da AAL.

>> No dia 16, João Coelho Braga e Jaqueline Araújo come-moram os aniversários dos fi lhos, os gêmeos Gustavo e Karoline, com festa no Amazon Kids Park, com o tema ‘Deliciosa Fábrica de Chocolates’.

>> Vitrine

Charufe Nasser e Marilena Pera-les comparecendo na festa que coluna orquestrou no Diamond

Paulo Ferreira, dona Lucinda Tayah e Mônica Galatte, em evento que movimentou o Diamond, no fi m de semana que passou

O empresário Paulo Girardi, ani-versariante de amanhã, durante evento cinco estrelas na cidade

. O presidente da Federação das Indústrias do Estado Amazonas, An-tonio Silva, e o governador do Acre, Tião Viana, serão agraciados com a Medalha Mérito Tamandaré.

A condecoração, concedida pela Marinha na próxima terça-feira, Dia do Marinheiro, é destinada a autoridades, instituições e perso-nalidades civis e militares, brasi-leiras ou estrangeiras, que tenham prestado relevantes serviços na divulgação ou no fortalecimento das tradições da Marinha do Brasil. A solenidade será realizada, às 17 horas, na sede do Comando do 9º Distrito Naval.

>> Medalha

Edson e Michelle Cunha dando uma circulada na cena social de Manaus

. Tem nova fragrância fe-minina da célebre marca inglesa Burberry.

. Chama-se ‘Body’ e se-gundo a griff e, o novo per-fume é produzido a partir de combinações de ingre-dientes sensuais.

>> Objeto de desejo

. Desenvolvido no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE), o Atlas Geográfi co Escolar de Manaus fornece a professores e alunos do ensino fundamental uma nova ferramenta para apoio didático à disciplina Fundamentos da Geografi a do Amazonas.

. O programa conta com apoio do governo do Estado do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O ma-terial didático foi organizado pela professora Raquel de Moraes Vieira, da Escola Municipal Themístocles Pinheiro Gadelha, situada no bairro Jorge Teixeira.

. Conforme Vieira, o Atlas foi desenvolvido no segundo semestre de 2010, mas os trabalhos conti-nuam, pois ela pretende lançar também a ‘Cartilha do Potencial Turístico Geográfi co da Cidade de Manaus’. Vieira afi rmou que a ideia nasceu a partir da falta de materiais didáticos que pudessem ser utilizados nas aulas da disciplina Fundamentos da Geografi a do Amazonas. Nota dez.

>> Atlas Geográfi co

. Manaus acaba de ganhar mais um espaço requintado no roteiro de bebidas fi nas.

. Já está funcionando no famoso castelinho de Adrianópolis, mais precisamente na rua São Luís, a mais nova adega Top Internacio-nal. O lugar, com layout sofi sti-cadíssimo, reserva um ambiente especial para degustação de toda a variedade de rótulos elegantes da megaloja. Vale conferir.

>> Superchic

. A Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) realiza a partir desta segunda-feira, às 8h, no auditório do Sindicato dos Petrolei-ros (Sindipetro/AM), o Encontro de Governo e Povos Indígenas: Promo-vendo Ações Integradas no Amazonas.

. O objetivo é apresentar o Plano de Ação Integra-da entre o governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai) às organizações indígenas que compõem o Conselho Estadual dos Povos Indíge-nas, além do planejamento da Seind para 2012.

. O evento prossegue na terça-feira e quarta-feira, dias 13 e 14, respectiva-mente, no mesmo local, com a participação de 20 organizações de todo o Estado do Amazonas.

Plano de Ação Integrada

FOTOS: MAURO SMITH

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Nova série reúne títulos de escritores indígenas Intitulada “Nheengatu”, coleção conta com obras produzidas por indígenas experientes e novatos na arte de escrever

Indígenas experientes e novatos se reúnem ao redor da língua geral “Nheengatu”, que passa

a dar nome para uma nova coleção literária que surge em Manaus, dedicada exclusiva-mente para obras produzidas pelos povos nativos da região amazônica. Sem um número definido de publicações, a sé-rie começa com o lançamento de dois títulos, “Çaíçú ‘indé” e “Yahi Puíro Ki’ti”.

Dessa forma, os nomes dos livros ganham destaque na língua nativa dos índios escritores, acima da respec-tiva tradução. Concebido por Roní Wastry Guará, “Çaíçú ‘indé”, ou simplesmente “O primeiro grande amor do mundo”, narra a história do jovem maraguá Yãni, que se apaixona por Guaracy, nada menos do que o próprio Sol em imagem de homem e, por-tanto, um amor impossível.

Nascido e residente em Boa Vista do Ramos, Roní é descendente dos povos ma-raguá, habitantes da reserva Maraguapagy. Autor de outras obras, como “Revelação”, “A cobra que foi pega pelos pés” e “Olho d’água”, o escritor

produziu “Çaíçú ‘indé” espe-cialmente para compor a nova coleção de livros.

Inédito, “Yahi Puíro Ki’ti”, cuja tradução é “A origem da constelação da garça”, foi escrito por Jaime Diakara e conta, em pouquíssimas pági-nas, a maneira lendária como se deu a criação do conjunto de estrelas que, juntas, re-presentam uma garça, à luz das narrativas tradicionais dos povos dessana. Jaime optou pela escrita um pouco mais documental em relação ao livro do colega Roní, sem criar episódios envolvendo personagens ou diálogos. A leveza do livro fica por con-ta da linguagem simples e ilustrações. Diakara é natural de São Gabriel da Cachoei-ra e estuda pedagogia pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Diferentemente de “Yahi Puíro Ki’ti”, o livro de Roní Guará já permeia o meio lite-rário, desde que virou atração no Rio de Janeiro, durante um encontro nacional de escrito-res indígenas, já levando o nome da série que estava por vir. “A ideia de criar a coleção surgiu em 2008, quando da realização do Festival Literá-rio Internacional da Floresta (Flifloresta) daquele ano, aqui

mesmo em Manaus. Naquela oportunidade, houve um en-contro nacional de autores indígenas, no qual estiveram presentes índios de todas as regiões do país”, diz o professor Tenório Telles, co-ordenador da editora Valer, empresa detentora do selo “Nheengatu”. O encontro que estimulou o surgimento da coleção foi coordenado por Daniel Mundurucu, escritor in-dígena com mais de 40 livros publicados, formado em Filo-sofia, História e Psicologia, além de deter doutorado em Educação pela USP (Univer-sidade de São Paulo).

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

De acordo com Te-nório Telles, a opção por batizar a coleção de “Nheengatu” é a de fazer jus ao seu sig-nificado de unicidade, unificação, contem-plando obras de diver-sas etnias. “Tradicio-nalmente, são autores brancos que escrevem sobre mitos e lendas do mundo indígena. Nos-sa intenção é incentivar os indígenas a registrar suas histórias”, comen-ta ao lembrar que outras três publicações estão sendo produzidas e que devem ser lançadas em 2012. Os dois primeiros livros que compõem a coleção estão previstos para serem lançados durante o período da 14ª edição da promoção anual da livraria Valer, que acontece de 13 a 17 de dezembro.

Incentivo à escrita de biografias

As obras são assinadas por indígenas de várias etnias

A série “Nheengatu” começa com o lançamento de dois títulos

ALBERTO CESAR ARAÚJO

ISA / DIVULGAÇÃO

SERVIÇOLANÇAMENTO DE LIVROS INDÍGENA

Autores:

Páginas: Quando:

Onde:

Informações:

Roní Wastry Guará e Jaime Diakara, respecti-vamente38/1813 de dezembrolivraria Valer (avenida Ramos Ferreira, 1.195, Centro)(92) 3635-1245

Toda semana, a Tacararia de Parintins tem shows

RAPHAEL ALVES

Domingo de bumbá e tacacá

Hoje, a partir das 19h, o palco “palmeira” da Tacaca-ria Parintins, localizada no Centro Social Urbano (CSU) do Parque 10 de Novem-bro, recebe dois dos maio-res nomes do boi-bumbá amazônico: Mailson Mendes e Alex Pontes. Ambos são fundadores e integrantes do grupo Canto da Mata, um dos mais atuantes no universo musical do Caprichoso, fazem uma dobradinha que prome-te encantar os ouvidos dos amantes da toada.

Compositores e intérpre-tes, os dois estão há mais de 15 anos produzindo sucessos para o boi azul, entre os quais “Ritmo quente”, “Can-tos da mata” e muitos outros. Para o repertório acústico

na tacacaria, eles prometem clássicos do Caprichoso e algumas pérolas do Garanti-do. Segundo Bruna Iannuzzi, sócia do empreendimento, a ideia de escalar artistas locais vai de encontro ao espírito da casa. “A Taca-caria Parintins é um local com alta identidade com as coisas da terra, por isso nada melhor e mais original do que apresentar o sabor amazô-nico do tacacá com canções que representam de alguma forma a cultura do Estado”, declarou. “Por isso estamos sempre agendando nomes como Márcia Siqueira, David Assayag, Lucilene Castro e agora o Mailson Mendes e o Alex Pontes”, destacou. Ain-da segundo Bruna, mesmo com a forte ligação com a ilha Tupinabarana (nome pelo qual Parintins também

é conhecida), as atrações no local não se limitam ao boi bumbá. “Sempre apre-sentamos artistas locais de todas as matizes, o impor-tante mesmo é ter ligação com a terra”, explicou.

SaborA Tacacaria Parintins é

um empreendimento que em menos de um ano conseguiu se tornar referência em Ma-naus quando o assunto é tacacá. Democrático, o es-paço serve a iguaria genui-namente amazônica em dois estilos: o tacacá ao sabor Manaus e o tacacá ao sabor Parintins. A diferença está no tucupi que ora é azedinho para os que o preferem o sabor mais manauense ou mais adocicado aos que o curtem no gosto parintinen-se. A cebolinha que aroma-

tiza a cuia é opcional assim como a goma que pode ser “pouca ou muita” dependen-do do gosto do cliente. O camarão levemente salgado e jambú são acompanhantes indispensáveis.

Para Bruna Iannuzzi, o su-cesso do empreendimento se deve a forte ligação que a comunidade parintinense re-sidente em Manaus tem com as coisas da terra e a amizade e o carinho dos manauenses por Parintins e seu povo. “Somos todos amazonenses e o tacacá nos identifica, por isso muitos vem a tacacaria para reencontrar amigos e o velho clima de alegria dos pa-rintinenses”, ressalta. “Claro que, além disso, o sabor do nosso tacacá arrasa”, diz com o toque de pavulagem que marca o povo da ilha e não por acaso.

SHOW

CHRIS REIS Equipe EM TEMPO

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‘Doc.’ revive Cássia EllerCantora considerada uma das grandes revelações da música brasileira na década de 1990, ganha documentário póstumo feito por Paulo Henrique Fontenelle, além de um combo com nove CDs de sua carreira e mais um DVD exclusivo

Fevereiro de 2001. Um sítio na serra entre Teresópolis e Friburgo, região das

mais bucólicas do Estado do Rio, para dúzias de mú-sicos, produtores e técnicos. Três semanas entre defini-ções de arranjos, filmagens e ensaios duas vezes ao dia - e também de cervejada, baralho, churrasco, pelada, videogame e bate-papo.

Era para ser uma concen-tração no estilo Copa do Mundo. Como o craque do time era Cássia Eller, o clima era o mais relaxado possível. Revisitar aqueles “dias incrí-veis”, como descreve Nando Reis, de “momentos inesque-cíveis”, nas palavras do ba-terista João Viana, está nos planos do documentarista Paulo Henrique Fontenelle.

Ele se prepara para rodar um filme sobre aquela que é considerada a maior novida-de entre as cantoras brasilei-ras surgidas nos anos 90. As imagens de arquivo, como as do sítio, registros íntimos da preparação de Cássia e de sua banda para o “Acústico MTV”, que seria o CD mais rentável em 20 anos de carreira (1,1 milhão de cópias), estão na mão.

E também cenas do trajeto seguido pela cantora anôni-ma de barzinho em Brasília até virar estrela de especiais de TV, presença explosiva nos palcos. Você verá a mãe

de Chicão, a companheira de Eugênia, a atriz, a Cássia Rejane da família itineran-te (ela nasceu, floresceu e morreu no Rio, mas passou, na infância e juventude, por Belo Horizonte, Santarém, Brasília e São Paulo). Ama-nhã, faria 49 anos.

Em vez de sublinhar os dez anos de seu súbito desapare-cimento - no dia 29, 19 depois dos 39 anos, ela sucumbia a um enfarte -, Fontenelle, um fã, mira no cinquentenário. O diretor ganhou Chicão e Eugênia, sua (legitimada pela Justiça) mãe, com “Loki - Ar-naldo Baptista”, seu premiado documentário de 2008.

“Eles desconfiaram do pro-jeto no início, mas Loki aju-dou, o Chicão gostou muito”, conta. “Estamos terminando a pesquisa de imagens, para roteirizar em janeiro. A família e os amigos enviaram bastan-te material, veio muito VHS mofado. O filme vai mostrar todas as facetas da Cássia. Todo mundo tem boa vontade de falar sobre ela”.

A ideia é voltar, com os mais próximos, a lugares que mar-caram sua vida. Como a casa em que morou, no Recreio, ao chegar ao Rio, tentando emplacar, e o sítio do guitar-rista Walter Villaça, na antiga Rio-São Paulo. “Foram quase dez anos com ela. Com certeza vão surgir boas histórias no papo”, Villaça prevê.

O documentário de Paulo Henrique Fontenelle não tem nome ainda, mas bem que poderia conter a palavra “sau-dade”. Ela permeia o discurso de todos os integrantes da trupe de Cássia Eller procu-rados pela reportagem. “Ela era uma pessoa de grupo. Quando viajávamos em tur-nê, o motorista do carro dela ficava de bobeira: a Cássia preferia ir na van com todo

mundo”, lembra o violonista e produtor Luiz Brasil.

Saudade é também o que move o projeto de livro-CD de Nando Reis, outro ainda inomi-nado. Ele brinca que seria um “Relicário 2”, referindo-se ao recém-lançado CD de subtítulo “As canções que o Nando fez pra Cássia cantar”, e que tem registros inéditos, como “Baby Love”, cortada de “Com você... meu mundo ficaria completo”,

e duetos dela com Nando em “Um tiro no coração” e “As coisas tão mais lindas”.

Já para este Natal chegou às prateleiras o presentão Caixa Eller, com nove CDs que reve-lam o processo evolutivo de seu canto. São oito de carrei-ra, de “Cássia Eller”, de 1990, do sucesso “Por enquanto”, ao “Acústico MTV”, dos hits e das ótimas sacadas “Non, je ne regrete rien”, “Vá morar com

o diabo” e o póstumo “Dez de dezembro”, de “All star” e “No recreio”. Vem também o DVD “Violões” (2010), com uma compilação de programas da TV Cultura entre 1990 e 1999. Além desses produtos, a Universal, ainda tem por lançar o DVD do projeto “A luz do solo”, registrado no atual Citibank Hall, no Rio.

Por Roberta Pennafort

Cantora é homenageada em boxe e livro

A ideia para o filme é voltar a lugares que marcaram a vida de Cássia Eller, além de depoimentos de artistas e amigos próximos

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Horóscopo

ÁRIES - 21/3 a 19/4As promessas feitas em assuntos de tra-balho hoje são frágeis, sendo abandonadas ao primeiro sinal de difi culdade. Não há segurança ao agir e isso deve ser levado em conta.

TOURO - 20/4 - 20/5As promessas agradáveis, mesmo que vãs, ao não serem cumpridas devidamente, le-vam a frustrações, igualmente vãs. O dia acabará sendo preenchido por coisas à toa.

GÊMEOS - 21/5 A 21/6Veja o limite entre o comodismo e a negli-gência, pois nele se apoiam alguns eventos importantes do dia. Os acordos tendem a não ser cumpridos de modo responsável.

CÂNCER - 22/6 A 22/7Mercúrio afl ige Vênus, indício de amores superfi ciais e tão fugazes quanto um per-fume volátil. Quase a ponto da afeição não ser percebida a tempo de lhe dar a devida atenção.

LEÃO - 23/7 A 22/8Você encontra hoje um ambiente tranquilo e volátil na relação amorosa. Por vezes uma harmonia, mesmo superfi cial, é o fôlego que você se precisa para se restabelecer.

VIRGEM - 23/8 A 22/9Hoje é dia em que a instabilidade dos interesses faz com que estes não ganhem raízes. É difícil entender as afeições nesta alta velocidade em que se sucedem em sua mente.

LIBRA - 23/9 A 22/10Certas bases na vida familiar e relações próximas são inseguras, por você ser ins-tável. As promessas superfi ciais devem ser desconsideradas, pois qualquer obstáculo as derruba.

ESCORPIÃO - 23/10 A 21/11Sua mente sempre se interessa por muitas coisas e hoje isso está especialmente dina-mizado. Ao dar atenção a um interesse de cada vez, terá melhores experiências.

SAGITÁRIO - 22/11 A 21/12Você tende a ser envolvido por interesses agradáveis, mas pouco duradouros. Veja o quanto o lado agradável não precisará ser pago por preços altos ou inconvenientes.

CAPRICÓRNIO - 22/12 A 19/01Seus desejos andam assim como fogo de palha. Às vezes pode nem haver tempo para serem manifestados, e logo estar atraído por outros brilhos e interesses.

AQUÁRIO - 20/1 A 18/2Bom momento para o convívio com amigos e para participar de atividades sociais, desde que leve em conta a possível ligeireza e a fugacidade das ligações.

PEIXES - 19/2 A 20/3Momento de muitos interesses, em espe-cial com amigos e no trabalho, mas pouca conclusão. As afi nidades fi carão a meio caminho, se você não for persistente.

GREGÓRIO QUEIROZ

Programação de TV

04h00 – Arnold

04h30 – Aventura Selvagem

– reprise

05h30 – Pesca Alternativa

06h30 – VRUM

07h00 – PGM Manazinha

07h30 – Programa Expressão

(Local)

08h00 – Sorteio Amazonas dá

Sorte (Local)

09h00 – Domingo Legal

13h00 – Eliana

17h00 – Roda a Roda Jequiti

17h40 – Sorteio da Telesena

17h45 – Programa Sílvio Santos

22h00 – De Frente com Gabi

23h00 – Série: O Mentalista /

The Mentalist

00h00 – Série: Divisão Criminal /

The Closer

01h00 – Série: V - Visitantes

02h00 – Encerramento

SBTGLOBO RECORD

REDE TV

03h37 – Santa Missa em Seu Lar04h39 – Sagrado: Compacto – Deus04h50 – Amazônia Rural05h21 – Pequenas Empresas – Grandes Negócios05h58 – Globo Rural06h56 – Auto Esporte07h30 – Esporte Espetacular10h30 – Aventuras do Didi10h59 – Os Caras de Pau11h53 – Esquenta13h09 – Temperatura Máxima. High School Musical 3 – Ano da Formatura15h19 – Domingão do Faustão18h30 – Fantástico20h53 – Domingo Maior. Filme: Limite Vertical22h50 – Hino Obrigado Senhor22h55 – Hino Nacional23h00 – Encerramento Previsto (Manutenção Mensal)

04h30 – Desenhos Bíblicos05h40 – Todo Mundo Odeia o Chris – HD08h00 – Amazonas dá Sorte – local09h00 – Record Kides – local10h30 – Tudo é Possível com Ana Hickmann – PGM 33214h30 – Programa do Gugu – PGM 12018h30 – Domingo Espetacular – PGM 399 – HD21h00 – Repórter Record – HD22h00 – Série: AEX (1ª Tempora-da – inédita)23h00 – Programação IURD

05h30 – Igreja Internacional da Graça – local08h15 – Programa Viva Amazô-nia – local08h45 – Break Obrigatório09h50 – Campeonato Italiano – Bologna x Milan

12h00 – Igreja Internacional da Graça – local13h00 – Programa Esporte Per-formance – local14h00 – Programa Luta Tribal – local (reprise)14h30 – Programa Amigos do Volante – local15h00 – Break Obrigatório15h05 – Igreja Internacional da Graça – local16h00 – Direito de Viver 201119h00 – Pânico na TV21h30 – Dr. Hollywood22h30 – É Notícia23h30 – Bola na Rede00h00 – Igreja Internacional da Graça – local

TV CULTURA03h55 – Abertura da Estação/ Hino Nacional04h00 – Via Legal04h30 – Brasil Eleitor05h00 – Palavras de Vida06h00 – Santa Missa07h00 – Viola, Minha Viola08h00 – Curta Criança08h30 – Janela Janelinha

09h00 – Carrossel da Saudade – Local 10h00 – ABZ do Ziraldo10h30 – Anima TV Tromba Trem10h45 – Anima TV Carrapatos e Catapultas11h00 – Turma do Pererê11h30 – Catalendas11h45 – Cocoricó12h00 – Viva Memória – Reprise – Local13h00 – Stadium 14h00 – Amazônia com Brunce Parry15h00 – Ver TV16h00 – De Lá Pra Cá16h30 – Cara e Coroa17h00 – Papo de Mãe18h00 – Conexão Roberto Dávila19h00 – EsporTVisão 20h30 – Curta TV21h00 – MPTV – Reprise21h30 – Roda Viva Amazonas – Reprise – Local22h30 – Lado – B – Local – Re-prise23h00 – Média Nacional00h00 – Hino Nacional / Encerra-mento da Emissora

Cruzadinhas

BAND03h45 – Espaço Vida Vitoriosa I05h00 – Sol Brilhante05h30 – Santa Missa06h30 – Fé na Verdade07h30 – Conexão Cargas08h30 – Brasil Caminhoneiro09h00 – Infomercial10h00 – Auto +

Cinemark - Studio 5 - av. Rodrigo Otávio, 555 - Distrito Industrial - Informações: (92) 3613- 8345 / R$ 9 (matinê / seg., ter. e quin); R$ 12 (noite / seg., ter. e quin); R$ 14 (matinê / sex., sáb., dom. e feriados) e R$ 17 (noite / sex., sáb., dom. e feriados); R$ 10 (quarta).

Cinemais Plaza – Manaus Plaza Shopping - av. Djalma Batista, 2.100, Chapada - Infor-mações: (92) 3215- 1530 / R$ 6 (seg.); R$ 8 (quar.), R$ 10 (ter. e quin.), R$ 12 (matinê / sex., sáb., dom. e feriado) e R$ 13 (noite / sex., sáb., dom. e feriado).

Cinemais Millennium – Millennium Sho-pping - av. Djalma Batista, 1.661, Chapada - Informações: (92) 3215- 1530 / R$ 7 (seg.); R$ 9 (quar.), R$ 12 (ter. e quin.), R$ 14 (matinê / sex., sáb., dom. e feriado) e R$ 16 (noite / sex., sáb., dom. e feriado).

Playarte – Manauara Shopping - av. Mário Ypiranga, 1.300, Adrianópolis – Informações: (92) 3236-5143 / R$ 14 (matinê / seg. ter. e quin), R$ 16 (noite / seg., ter. e quin.), R$ 10 (quar.), R$ 16 (matinê / sex., sáb., dom. e feriado) e R$ 18 (noite / sex., sáb., dom e feriado).

Severiano Ribeiro – Amazonas Shopping - av. Djalma Batista, 482, Chapada - Informações: (92) 32151617 / R$ 10 (seg., ter. e quin.), R$ 8 (quar.) e R$ 12 (sex., sáb., dom. e feriados).

Local e valoresHappy Feet 2 - Livre: Cinemark 2 – 11h10, 13h20, 15h50 e 18h10 (dub / diariamente); Playarte 10 – 12h, 14h10 e 16h20 (dub / de sexta-feira a quarta-feira); Cinemas Amazonas 5 – 16h20, 18h50 e 21h15 (dub / diariamente).

Os especialistas – 14 anos: Cinemark 2 – 20h40 (dub / diariamente) e 23h20 (dub / sex e sáb); Playarte 7 – 20h (leg / de sexta-feira a quarta-feira) e 22h30 (leg / sex e sáb).

11-11-11 – 12 anos: Cinemark 3 – 22h (leg / diariamente).

Os Muppets - Livre: Cinemark 3 – 12h30, 15h, 17h10 e 19h40 (dub / diariamente); Playarte 8 – 13h, 15h20, 17h40, 20h (dub / diariamente) e 22h20 (dub / sex e sáb); Cinemas Amazonas 5 – 14h (dub / diariamente).

Amanhecer – parte 1 – 14 anos: Cinemark 4 – 11h30, 14h30, 17h30 (dub / diariamente), 18h40 (dub / não será exibido na quinta-feira), 20h30, 21h30 (dub / diariamente) e 23h30 (dub / sex e sáb); Cinemark 8 – 11h30, 14h30, 17h30 (dub / diariamente), 18h40 (dub / não será exibida na quinta-feira), 20h30, 21h30 (dub / diariamente) e 23h30 (dub / sex e sáb); Playarte 3 – 17h30, 20h10 (dub / de sexta-feira a quarta-feira) e 22h50 (dub / sex e sáb); Playarte 4 – 12h50, 15h30, 18h10, 20h50 (dub / de sexta-feira a quarta-feira); Playarte 10 – 18h30, 21h10 (leg / de sexta-

feira a quarta-feira) e 23h50 (leg / sex e sáb); Cinemas Amazonas 6 – 13h30, 16h, 18h30 e 21h (dub / diariamente).

Operação presente 3D - Livre: Cine-mark 4 – 12h (dub / diariamente), 14h20 (dub / não será exibido na quinta-feira) e 16h30 (não será exibido na quinta-feira); Playarte 5 – 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40 (dub / de sexta-feira a quarta-feira) e 23h50 (dub / sex e sáb).

O palhaço – Livre: Playarte 2 – 13h, 15h, 17h (de sexta-feira a quarta-feira); Playarte 8 – 13h, 15h30, 18h e 20h30 (terça-feira e quinta-feira).

A pele que habito – 16 anos: Playarte 2 – 19h, 21h30 (leg / de sexta-feira a quarta-feira) e 23h59 (leg / sex e sáb).

O fi lme dos espíritos – 10 anos: Playarte 2 – 13h, 15h10, 17h20, 19h30 e 21h40 (terça-feira e quinta-feira).

Meu país – 14 anos: Playarte 3 – 13h30 e 15h30 (de sexta-feira a quarta-feira); Playarte 9 – 14h, 16h, 18h e 20h (terça-feira e quinta-feira).

Cilada.com – 14 anos: Playarte 3 – 14h, 16h10, 18h20 e 20h30 (terça-feira e quin-ta-feira).

Não se preocupe, nada vai dar certo – 12 anos: Playarte 4 – 14h e 16h (terça-feira e quinta-feira).

CONTINUAÇÕES

CinemaESTREIAS

O Gato de Botas: EUA. Livre Conhe-ceremos o divertido Gato de Botas desde seu nascimento, como um fofo gatinho, até ele se tornar o felino visto em Shrek. No fi lme, Gato de Botas irá se juntar a mais dois amigos, Humpty e Kitty para tentar capturar a famosa e cobiçada galinha que põe ovo de ouro. Será que essa quadrilha vai conseguir concretizar o plano? Cinemark 1 – 11h40, 12h20, 14h10, 15h10, 16h40, 17h20, 19h10, 19h50, 21h40, 22h20 (dub / diariamente) e 23h50 (dub / sex e sáb); Cinemark 6 – 11h, 13h30, 16h, 18h30, 21h (dub / diariamen-te) e 23h10 (dub / sex e sáb); Cinemark 7 – 11h40, 12h20, 14h10, 15h10, 16h40, 17h20, 19h10, 19h50, 21h40, 22h20 (dub / diariamente) e 23h50 (dub / sex e sáb); Playarte 1 – 12h30, 14h30, 16h30, 18h30, 20h30 (dub / diariamente) e 22h30 (dub / sex e sáb); Playarte 6 – 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (dub / de sexta-feira a quarta-feira) e 23h30 (dub / sex e sáb); Playarte 7 – 14h, 16h e 18h (dub / de sexta-feira a quarta-feira); Cinemas Amazonas 4 – 13h20, 15h20, 17h20, 19h20 e 21h30 (dub / diariamente).

Noite de Ano Novo: EUA. 10 anos. Enquanto “Idas e vindas do amor” se pas-sa no Dia dos Namorados, o novo longa acompanha personagens durante a véspe-

ra de Ano Novo. O fi lme celebra o amor, a esperança, o perdão, uma segunda chance e um novo começo, no entrelaçamento de histórias de casais e solteiros, em meio à pulsação e promessas da cidade de Nova York, na noite mais deslumbrante do ano. Cinemark 5 – 12h10, 14h50, 17h40, 20h20 (leg / diariamente) e 23h (leg / sex e sáb); Playarte 9 – 13h30, 16h, 18h30, 21h (leg / de sexta-feira a quarta-feira) e 23h30 (leg / sex e sáb).

Ópera – A Bela Adormecida: Livre. O Cinemark irá transmitir, ao vivo, direta-mente de Londres, a apresentação do Royal Opera House, que apresentará o balé “A Bela Adormecida”, baseado no conto de fadas do escritor francês Charles Perrault. Cinemark 6 – 15h15 (apenas na quinta-feira).

DIVULGAÇÃO

10h45 – Band Clássicos (HD)11h15 – Band Esporte Clube (HD)14h00 – Gol, o Grande Momento do Futebol (HD)14h30 – Futebol 2011 (HD) – ao vivo – Torneio Internacional de Futebol Feminino – Brasil x Chile16h45 – Terceiro Tempo (HD)17h45 – As Aventuras de Jeff Corwin18h30 – Caçadores de Relíquias19h15 – Bones21h00 – Domingo no Cinema HD – Sem Sentido23h30 – Canal Livre (HD)00h30 – Isto é Manaus01h00 – Show Business – reapre-sentação01h45 – Cine Band: A Espinha do Diabo03h45 – Espaço Vida Vitoriosa II

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

::::: Sala de EsperaLourdes Marinho e Gleicy Lou-

bét estão trocando de idade hoje. Os cumprimentos da coluna.

A Feira de Arte e Artesanato do Millennium Shopping está com novidades para este fi m de ano. A exposição das telas do artista plástico Santo Mário e novas pe-ças produzidas pelos artesãos são alguns dos atrativos de hoje para o público que for prestigiar o evento, que acontece das 12h às 20h, em espaço próximo à entrada pela Djalma Batista.

Obra marco da nova gestão da Engeco, por ser o primeiro empreendimento de alta tec-nologia, o Sollar da Villa será entregue no próximo dia 15, às 20h, com festa especial, ao som de Márcia Siqueira. A obra já é utilizada como padrão para os próximos empreendimentos.

Como anunciado em primeira mão por esta coluna, a rede de franquias Number One já está na cidade. Com stand no Manauara Shopping, já aceita inscrições para os cursos que começarão em janei-ro, no mesmo local. O presidente e fundador da rede, Márcio Masca-renhas, estará em Manaus para o evento de lançamento.

A Livraria Valer comemorará seus 21 anos de história com mais uma promoção de livros. Como acontece todos os anos, realizará, a partir desta terça-feira, às 8h, sua já tradicional promoção de aniversário. Todo o seu acervo, composto de mais de 15 mil livros, estará à venda, com descontos de até 90%. A promoção se estenderá até o próximo dia 17.

Hoje, a partir das 19h, o palco “Palmeira” da Tacacaria Parintins, localizada no CSU do Parque 10, recebe dois dos maiores nomes do boi-bumbá amazônico: Mail-son Mendes e Alex Pontes, ambos fundadores e integrantes do gru-po Canto da Mata, um dos mais atuantes no universo musical do Caprichoso, fazem uma dobradinha que promete encantar os ouvidos dos amantes da toada.

O governador Omar Aziz, e o secretário de Estado de Cultura, Robério Braga convidam para a Chegada do Papai Noel, hoje, às 18h30, no largo São Sebastião. Merci pelo convite!

::::: Glamour

Gimol e Fernando Prestes com Valdenice Garcia

Selma Reis informa aos amigos que devido à rotina mais que concorrida de fi nal de ano, o seu Empório dos Reis está congestionado de pedidos, a empresária quase não tem tempo para conversas frugais. Coisas do mundo empresarial bem-sucedido. Se é que me entendem...

::::: Sem tempo

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

::::: Glamour

Selma Reis informa aos amigos que devido à rotina mais que concorrida de fi nal de ano, o seu Empório dos Reis está congestionado de pedidos, a empresária quase não tem tempo para conversas frugais. Coisas do mundo empresarial bem-sucedido. Se é que me entendem...

::::: Sem tempo

Presentinho dos pais Nejmi e Omar Aziz a sessão parabéns da pequena princesa Johara, no Elegan-ce, foi pura bossa. Uma noite, digamos, de pura doçura. A Minnie Mouse, uma das personagens mais marcantes da Disney, foi o tema da festança animadíssima que reuniu os fervilhetas mais sobrenomados da cidade.

::::: Doceria da Johara

E a briga pela toada “DNA Caboclo”? A confusão está armada na seara bovina já para o ano que vem. Segundo fontes, a toada ganhou o festival de toadas em Parintins pelo Caprichoso, mas, rejeitada pelo presidente do Conselho de Arte Gil Gonçalves, foi parar no Garantido. Segundo um “passarinho verde”, o buraco é mais embaixo e a briga mesmo é política entre os poderosos da ilha. Babado!

::::: Polêmica

A atual administração municipal já pro-duziu mais de 1,3 milhão de mudas, que foram plantadas nas praças ou canteiros centrais da cidade ou doadas para a popu-lação. Mas a ação de arborização urbana não depende apenas do poder público. Quem quiser contribuir para uma melhor qualidade de vida em nossa capital, pode procurar os pontos de distribuição e fazer a sua parte. Hoje, as mudas são distribuídas no Parque do Mindu, Parque Lagoa do Japiim, Parque dos Bilhares, Jardim Botânico de Manaus e Parque Nascentes do Mindu.

::::: Mais verde

Bem que o órgão poderia aproveitar o clima natalino, sempre regado a muitas luzes com milhares de piscas-piscas, para realizar uma campanha educativa nas ruas da cidade. Seria algo do tipo assim: “Motoristas, aproveitem que no Natal as luzes piscam e aprendam a usar o pisca-pisca do seu carro para o resto do ano!”. Olha que barato! A campanha iria fazer o maior sucesso na cidade, porque se tem um povo que precisa aprender a usar estes sinais, esse povo é o que dirige em Manaus. É fato!

::::: Atenção, Detran!

O presidente da Fieam, Antonio Silva, e o go-vernador do Acre, Tião Viana, serão agraciados com a Medalha Mérito Tamandaré. A conde-coração, concedida pela Marinha, na próxima terça-feira – Dia do Marinheiro – é destinada a autoridades, instituições e personalidades civis e militares, brasileiras ou estrangeiras, que tenham prestado relevantes serviços na divulgação ou no fortalecimento das tradições da Marinha do Brasil. A solenidade será realizada às 17h, na sede do Comando do 9º Distrito Naval.

::::: Honraria

Sucesso da festa e de vendas o Sun-

set, empreendi-mento de luxo do empresário Waldery Areosa, lançado em um encontro dis-putadíssimo no meio da semana, no Club Fire.

::::: Visionário Areosa!Waldery

Areosa e sua Viviane

Álvaro Garnero e Armando Mendes Braga Neto, Beto Gióia e Daniela Assayag

FOTOS: PRESS COMUNICAÇÃO

Amanhã, a partir das 20h25, o epicentro que abala o mundo social de Manaus será o Le Rêve. Tudo porque poderosos do mundo político e empresarial, antenados de plantão, formadores de opinião e amantes da boa informação estarão reunidos em torno deste que vos escreve para uma noite sui generis. A festa de 18 anos de colunismo bem arti-culado que comemoro entre amigos e admiradores será o acontecimento nos domínios do Boulevard Álvaro Maia. Confi rmados estão os que sabem, reconhecem e respeitam o empenho com o qual trato a informação sobre os universos que compõem esta Manaus amazônica. Além de champanhes e fi nas iguarias, os eleitos terão o acompanhamento da voz de Márcia Siqueira e o talento do maestro Paulo Marinho. Simples assim.

Clycia Garcia, Nejmi Jomaa Aziz e Jéssica Sabbá Tayah

A princesa do clã Jomaa Aziz: Johara

Governador Omar Aziz mais a primeira-dama Nejmi e o engraçadíssi-mo David Brazil, amigo querido do casal

FOTOS: HERICK PEREIRA

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011

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