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Filhos do Refúgio VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 MÁX.: 34 MÍN.: 25 TEMPO EM MANAUS ANO XXVII – N.º 8.832 – DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. DENÚNCIAS • FLAGRANTES 98116-3529 Receita Federal prepara concurso com 5 mil vagas Porta de entrada para mais de 10 mil haitianos no Brasil, há 5 anos Manaus adotou os imigrantes, que, apesar das diferenças culturais e do preconceito, fincaram raízes na capital amazonense. Em solo manauense, 1,8 mil haitianos encontraram base para refazer suas vidas, devastadas com o terremoto que destruiu o Haiti, construir famílias e criar seus filhos. Por meio de histórias emocionantes, a repórter Michelle Freitas e a repórter fotográfica Ione Moreno relatam um pouco da vida dos “Filhos do Refúgio”. Dia a dia C4 e C5 Domingo Unanimidade em Ma- naus, Norma Levy abre sua casa ao Elenco e conta os segredos de uma boa decoração e como receber bem e com estilo. PLATEIA Em visita ao EM TEMPO, o senador Omar Aziz falou do apoio à reeleição do prefeito Arthur Neto e de projetos na área de segurança. Política A5 Omar Aziz vai apoiar Arthur Neto em 2016 COM A PALAVRA ‘Acelerar’ lançamentos para conquistar clientes Fábricas de motos estão adiantando lançamentos de modelos para atrair consumidores neste momento de crise. Economia B4 e B5 Em alta no Flamengo, Guerrero entra em campo, neste do- mingo, em busca da terceira vitória seguida. Do outro lado, o Santos de Ricardo Oli- veira precisa vencer para se afastar do Z-4. Pódio E8 Flamengo em alta encara o Santos hoje no Maracanã Câmeras no combate à criminalidade Dados da Secretaria de Segurança Pública informam que a instalação de mais de 260 câmeras na capital reduziu o índice de criminalidade em 60% nas áreas onde foram implantadas. Dia a dia C7 O Plateia dá início hoje à série “Longe de Casa”, entrevistando artistas da música amazonense que se destacaram pelo mundo com sua arte. Plateia D1 IONE MORENO RICARDO OLIVEIRA ARTHUR CASTRO DIVULGAÇÃO GILVAN DE SOUZA DIVULGAÇÃO

EM TEMPO - 2 de agosto de 2015

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 2 de agosto de 2015

Filhos do Refúgio

VENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

EXEMPLAR

ASSINANTE

EXEMPLAR

ASSINANTE

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

2,00

MÁX.: 34 MÍN.: 25TEMPO EM MANAUS

ANO XXVII – N.º 8.832 – DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR.

DENÚNCIAS • FLAGRANTES

98116-3529

Filhos do Refúgio

VENDA PROIBIDAASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

2ASSINANTE2ASSINANTE,00VENDA PROIBIDA,00

VENDA PROIBIDAASSINANTE,00ASSINANTE

PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

Receita Federal prepara concurso com 5 mil vagas

Porta de entrada para mais de 10 mil haitianos no Brasil, há 5 anos Manaus adotou os imigrantes, que, apesar das diferenças culturais e do preconceito, fi ncaram raízes na capital amazonense. Em solo manauense, 1,8 mil haitianos encontraram base para refazer suas vidas, devastadas com o terremoto que destruiu o Haiti, construir famílias e criar seus fi lhos. Por meio de histórias emocionantes, a repórter Michelle Freitas e a repórter fotográfi ca Ione Moreno relatam um pouco da vida dos “Filhos do Refúgio”. Dia a dia C4 e C5

Domingo

Unanimidade em Ma-naus, Norma Levy abre sua casa ao Elenco e conta os segredos de uma boa decoração e como receber bem e com estilo.

PLATEIA

Em visita ao EM TEMPO, o senador Omar Aziz falou do apoio à reeleição do prefeito Arthur Neto e de projetos na área de segurança. Política A5

Omar Aziz vai apoiar Arthur Neto em 2016

COM A PALAVRA

‘Acelerar’ lançamentos para conquistar clientes

Fábricas de motos estão adiantando lançamentos de modelos para atrair consumidores neste momento de crise. Economia B4 e B5

Em alta no Flamengo, Guerrero entra em campo, neste do-mingo, em busca da terceira vitória seguida. Do outro

lado, o Santos de Ricardo Oli-veira precisa vencer para se afastar do Z-4. Pódio E8

Flamengo em alta encara o Santos hoje no Maracanã

Câmeras no combate àcriminalidade

Dados da Secretaria de Segurança Pública informam que a instalação de mais de 260 câmeras na capital reduziu o índice de criminalidade em 60% nas áreas onde foram implantadas. Dia a dia C7

O Plateia dá início hoje à série “Longe de Casa”, entrevistando artistas da música amazonense que se destacaram pelo mundo com sua arte. Plateia D1

IONE MORENO

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Omar Aziz falou do apdo prefeito Arthur Neto na área de segurança.

Omar Aziz vai apoiar Arthur Neto em 2016

Em alta no Flamengo, Guerrero entra em campo, neste do-mingo, em busca da terceira vitória seguida. Do outro

lado, o Santos de Ricardo Oli-veira precisa vencer para se

E8

Flamengo em alta encara o Santos hoje no Maracanã

ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR.

‘Acelerar’ lançamentos para conquistar clientes

Fábricas de motos estão adiantando lançamentos de modelos para Economia B4 e B5

Em alta no Flamengo, Guerrero entra em campo, neste do-mingo, em busca da terceira vitória seguida. Do outro

lado, o Santos de Ricardo Oli-veira precisa vencer para se afastar do Z-4.

Flamengo em alta encara o Santos hoje no Maracanã

ARTHUR CASTRO

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AÇÃO

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Page 2: EM TEMPO - 2 de agosto de 2015

A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Concurso n. 757 (30/07/2015)

Extração nº 04992 (29/07/2015)

FEDERALFEDERAL

Prêmio Bilhete Valor (R$)

1º 87.974 300.000,00

2º 37.436 18.600,00

3º 53.192 18.300,00

4º 25.056 18.000,00

5º 76.188 17.067,00

Concurso n. 1407 (31/07/2015)

17 34 35 40 46 48

DUPLA-SENADUPLA

Primeiro sorteio

13 18 33 40 41 50

Segundo sorteio

Concurso n. 1576 (29/07/2015)

LOTOMANIALOTOMANIA

03 20 22 23 26

27 30 36 39 40

46 47 66 67 83

84 87 95 98 99

Concurso n. 3846 (31/07/2015)

06 10 19 23 33

QUINAQUINA

LOTOFÁCILLOTOFÁCIL

TIMEMANIATIMEMANIA

14 43 54 56 59 71 76

Time do coração

ATÉTICO/GO

LOTERIAS

Concurso n. 1727 (29/07/2015)

MEGA-SENAMEGA-SENA

FONTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

04 06 19 20 40 41

01 02 04 05 07

11 14 15 16 19

20 21 23 24 25

Concurso n. 1242 (31/07/2015)

Acidente deixa dois feridos

Três pessoas, ainda não identifi cadas, fi ca-ram feridas após aciden-te envolvendo um veículo que invadiu um comércio na manhã deste sábado (1º), na avenida Dom Pe-dro 1, bairro de mesmo nome, na Zona Oeste de Manaus.

Segundo informações de populares que pre-senciaram o ocorrido, o condutor do automóvel – modelo Land Rover, cor preta, placa JXY-0055 – seria um mecânico de uma ofi cina onde o carro passava por um conser-to, que fi ca em frente ao estabelecimento. Na ocasião, o homem tentou manobrar o veículo de ré, mas acabou perdendo o controle da direção e in-vadiu o comércio. Após o fato, o infrator, que ainda não foi identifi cado pela polícia, fugiu do local.

Ainda conforme as testemunhas, vários clientes ocupavam as áreas interna e externa do comércio, mas con-seguiram escapar.

As vítimas que foram atingidas pelo veículo sofreram escoriações leves. Elas foram socorri-das pelo Serviço de Aten-dimento Móvel de Urgên-cia (Samu) e levadas a uma unidade hospitalar. Agentes do Instituto Mu-nicipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) e peritos da Polícia Civil estive-ram presentes no local.

DOM PEDRO

Eletricista fi ca ferido em acidente em supermercado

Um homem de 33 anos, ainda não identifi cado, fi cou gravemente ferido em um acidente ocorrido na manhã de ontem dentro de um su-permercado, localizado na avenida Humberto Calderaro Filho, em Adrianópolis, Zona Centro-Sul.

Segundo informações pre-liminares da polícia, a vítima estava realizando um serviço elétrico no teto da loja quando despencou e caiu no meio do salão. Na hora do acidente, o local estava lotado de clien-tes. Houve um princícpio de tumulto, mas controlado pela segurança da loja.

Conforme relatos, a vítima é contratada de uma empresa

terceirizada e fazia reparos no sistema de ar-condicio-nado do local quando caiu de uma altura de mais de dez metros. Com muitas dores, ele foi socorrido pelo Serviço Móvel de Atendimento de Ur-gência (Samu) e encaminhado consciente ao Pronto-Socorro João Lúcio, na Zona Leste da cidade. O estado de saúde dele não foi confi rmado.

Policias da 16ª Companhia Interativa Comunitária (Ci-com), que atenderam a ocor-rência, disseram que o homem não usava equipamento de segurança no momento do acidente. A rede de super-mercados não se pronunicou sobre o fato.

CARREFOUR

Mulher acusada de cometer homicídio no município de Anori foi presa na porta de casa. Outros três foragidos também foram presos durante operação

Grávida de sete meses é presa em operação da PM

Apesar da prisão dos quatro foragidos da Justiça, a Polícia Civil classifi cou como tranquila a primeira noite da operação

JANAILTON FALCÃO

A Polícia Civil do Ama-zonas prendeu uma mulher grávida de sete meses identifi -

cada como Vanessa Miranda Gonçalves durante a opera-ção Pescador 7, realizada neste fi m de semana nas zonas Sul e Centro-Sul da capital. Segundo a PC, Va-nessa é acusada de cometer um homicídio no município de Anori (a 194 quilômetros de Manaus).

A prisão da grávida ocor-reu na primeira noite da ope-ração, na sexta-feira (31), em frente à casa dela, no bairro Vale do Amanheçer, na Zona Leste. De acordo com o delegado responsável pela operação, Fábio Martins, a prisão da Vanessa só foi possível devido à intensifi -cação da fi scalização, uma vez que não é comum abor-dar mulheres grávidas em ações rotineiras realizadas

pela polícia.“Para nossa surpresa, con-

seguimos encontrar pessoas que estavam com mandado de prisão, foi o caso da mulher grávida de sete me-ses que estava sentada em frente a sua r e s i d ê n c i a quando o po-licial a abor-dou e pediu a identifi ca-ção, e para a surpresa de todos, ela era foragida da Justiça. Nor-m a l m e n t e , não se abor-da mulheres g r á v i d a s , mas como estamos intensifi cando a operação para melhorar a vida dos manauenses, esse fato foi resolvido”, frisou.

Em um balanço prévio da operação, a polícia classifi -cou como tranquila a noite

de sexta-feira em Manaus. Além da grávida, mais três homens foragidos da Justiça também foram presos. No bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul, foi apreendido Aldemiro Ferreira Nunes,

que possui um mandado de prisão por tentativa de h o m i c í d i o . Outros dois procurados pela Justiça por tráfi co de entorpecen-tes, identifi -cados como Bruno da Silva e Elias Gu i lhe rme , também fo-

ram localizados nos bairros Educandos e Vila Amazonas, respectivamente.

Mudanças O delegado que comandou

a ação comentou ainda que

a sétima operação Pesca-dor constatou uma mudan-ça em relação às edições anteriores. Martins frisou que a Polícia Civil sentiu que a cidade estava “mor-ta”, sem movimento na rua, isso devido à frequência das operações realizadas. O de-legado destacou também que, além dos homicídios, o índices de roubos na capital tiveram redução. Segundo a delegacia de Roubos e Fur-tos, na noite de sexta-feira, nenhum roubo de carros e motocicletas foi registrado. Segundo o coordenador da operação, a sétima edição da Pescador sofreu algu-mas mudanças, pois foram retiradas as barreiras e a fiscalizações foram feitas em becos e vilas de bairros críticos, como Educandos, Igarapé do 40, Japiimlândia, Morrinho e Vila Amazonas, conhecidos como redutos do tráfico de entorpecen-tes.

Combate ao tráfi co humano Uma campanha promovida

pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cida-dania (Sejusc) iniciou neste fi m de semana uma ação de abordagem educativa sobre o tráfi co de pessoas, em boates que funcionam no centro de Manaus. O trabalho faz parte da Campanha Coração Azul contra o Tráfi co de Pessoas.

Profi ssionais do sexo, clien-tes dos estabelecimentos e a população que estava nos arredores dos locais abor-

dados receberam panfl etos e viseiras com informações sobre o tema. “As mulheres e homossexuais que trabalham nas ruas e boates são alvo constante de trafi cantes. É um público muito assediado com vítimas em potencial, por isso, é importante informar sobre os perigos da rede do tráfi co de pessoas”, enfatizou a secretária da Sejusc, Graça Prola.

Cinco boates foram visita-das e mais de mil pessoas

abordadas. “Explicar para ese segmento sobre o que é e como funciona esse tráfi co é muito importante. Muitas colegas caem na lábia de homens que chegam e que-rem te levar para fora do Brasil. Eu já recebi proposta para trabalhar na Europa e só não fui porque fi quei do-ente. Uma colega foi e se deu mal e só conseguiu voltar porque fugiu”, declarou uma das prostitutas que não quis se identifi car, de 25 anos de

idade, que trabalha no meio há 5 anos.

A Campanha Coração Azul encerrou ofi cialmente no Brasil no dia 30, mas em Manaus vai continuar até a primeira quinzena de agosto. A exposição “Liberdade não tem Preço”, com uma caixa medindo 2,5m x 2,5m repre-sentando uma gaiola humana com várias histórias verídicas de vítimas do tráfi co de pes-soas, será exposta em vários shoppings da cidade.

CAMPANHA

RESULTADOS Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Orlando Amaral, as operações da polícia vêm trazendo satis-fação e restauranto a confi ança da segurança pública aos moradores de Manaus

GERSON FREITAS

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Page 3: EM TEMPO - 2 de agosto de 2015

MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 A3Opinião

O passe livre, geral e irrestrito, quer dizer, passagem de ônibus gratuita para estudantes, voltou a compor o cardápio das discussões públicas com o sabor rançoso dos interesses eleitoreiros (sim, 2016 está chegando apressado, hoje já é agosto de 2015, não se pode perder tempo). Mas desta vez, o passe livre também se apresenta deslocado dentro do próprio universo que o tem abrigado. Qual é a posição política dos estudantes, hoje? Não é possível admitir que a juventude esteja en-gajada nos mesmos princípios e com a mesma postura de rebeldia, com ou sem caras pintadas. O que fi cou defasado entre o ontem e o hoje, que retira às bandeiras estudantis a legitimidade das reivindicações? O ensino público, universal e gratuito, foi estendido para as bolsas pagas pelo governo em escolas privadas e essa transferência da responsabilidade do Estado já foi assimilada – os estudantes e seus responsáveis brigam pelas bolsas, pouco preocupados com a universalidade do ensino. As verbas que sustentam o dever do Estado com a educação são cortadas em nome de uma recessão que não é sequer discutida, apenas se apresenta como recessão, à maneira de um fenômeno climático, à revelia de qualquer controle humano. Como os royalties do petróleo, por exemplo. E ainda resta a dúvida sobre o valor justo da passagem de ônibus, uma discussão que, se alguma vez começa, jamais termina em explicação plausível: passado o momento auspicioso o objeto do discurso se dilui. E em cima dessa nebulosidade tem a questão do “cartel dos combus-tíveis”, que os parlamentares não têm coragem de assuntar, sabe-se lá por quê.

É legítima a reivindicação, mas da maneira como está sendo posta para a sociedade, em geral, e para os próprios estudantes, em particular, soa como um distúrbio eleitoreiro. Não leva a nada.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para Mick Fanning, que voltou a surfar, uma semana depois de ser surpreendido por um tubarão enorme e escapar por pouco, na J-Open, em Jeffreys Bay, na África do Sul.

Coragem de surfi sta

APLAUSOS VAIAS

Número de processos

Para o ministro, as audiências de custódia e as soluções alternativas de confl itos são algumas das inova-ções que estão sendo implementa-das pelo Poder Judiciário para conter dois fenômenos:

— O aumento crescente no núme-ro de processos que chegam à Justiça e o excesso de encarceramento pro-visório –, diz Lewandowski.

Evitar prisões

Lewandowski garante que o pro-jeto Audiência de Custódia poderá trazer importante economia aos cofres públicos e a racionalização no uso das vagas do sistema pri-sional.

— Pretendemos, com esse sis-tema, evitar cerca de 120 mil pri-sões.

Economia

— Isso representa uma econo-mia extraordinária para os cofres do Estado, porque cada preso hoje custa cerca de R$ 3 mil reais por mês aos cofres públicos –, disse o ministro.

Segundo Lewandowski, a econo-mia pode chegar a R$ 4,3 bilhões por ano.

Bolo de casamento?

O que poderia ser uma matéria positiva sobre o Teatro Amazonas, publicada no jornal “El País”, da Espa-nha, acaba tocando em dois pontos que soam de forma pejorativa. Em determinado trecho, a matéria diz que “muitos que ali vivem dizem que o teatro parece um bolo de casamento”.

Uma ova!

Só se for na cabeça do autor do texto. Quem está no jornalismo há muito tempo nunca ouviu qualquer

amazonense chamar o majestoso teatro de “bolo de casamento”.

Passa longe Mais à frente, a reportagem do “El

País” dá outra estocada nos brios no “nosso orgulho” por Manaus.

Diz o texto: “A aparência desse colosso, em meio a uma cidade que passa longe de estar entre as mais desenvolvidas do Brasil de hoje, é alvo de ironias”.

Grosseiro

Comentários grosseiros, desele-gantes, desnecessários e que ten-tam denegrir um dos mais belos símbolos da riqueza do ciclo da borracha na Amazônia, inaugurado em 1896 – 74 anos depois da inde-pendência do Brasil –, como a própria matéria reconhece no início.

Agosto, mês de protesto Está marcada para o dia 16 de

agosto uma “megamanifestação” contra o governo da presidente Dil-ma. A mobilização vem crescendo na internet.

Quem convoca Os organizadores pretendem reu-

nir milhares de brasileiros nas ruas. O movimento é organizado principal-mente por três grupos — Movimento Brasil Livre (MBL), Revoltados On-Line e equipe do site Vem Pra Rua –, que possuem os nomes no fl yer de divulgação do protesto contra a presidente.

Cuidado, hein!

Pessoas que realmente defendem a mudança política do país precisam ter muito cuidado com esse tipo de movimentação. Tem facção que defende um golpe militar e isso, sem dúvida, não faz parte do jogo da democracia.

Nem os próprios militares querem esse tipo de coisa para o país.

Tem dinheiro?

Outros, com conteúdos repletos de críticas ao governo, ao PT, além de apoio à manifestação do dia 16, pedem ajuda fi nancei-ra para organizar o movimento “Fora, Dilma”.

Usando o nome de Deus A “Revoltados OnLine” diz que

“sua contribuição fi nanceira nos ajudará a continuarmos nesta guerra entre o bem e o mal”.

— Não temos ninguém por trás de nós – partido ou político –, só temos Deus na nossa frente –, diz uma convocação.

Desde quando manifestação livre e democrática precisa de dinheiro para protestar e debater ideias?

Já vimos esse fi lme

E esse negócio de meter Deus em manifesto político lembra mui-to A Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que fomentou o golpe militar de 1964 e derrubou o presidente João Goulart.

Esquenta tamborim

O G.R.E.S Império da Kamélia começa a aquecer seus tamborins. Realiza no dia 23 de agosto, a par-tir das 12h15, o “Feijão Solidário – Essa Nega é especial”, com show de Quinho do Salgueiro.

Gosto de festa

Em meio à “suculenta feijoada”, a escola do Olímpico Clube apre-senta o enredo para o Carnaval 2016. — Como dizia Gonzaguinha, vamos provar que Feijão tem gos-to de festa! –, diz o presidente da agremiação, Almerinho Botelho.

Para a falta de fl ores nos canteiros das ruas e avenidas de Manaus. Por que não fazer uma campanha para os comerciantes adotarem alguns e depois negociar no pagamento de impostos como ISS e Alvarás?

Faltam fl ores nos canteiros

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Ricardo Lewandowski, desembarca em Manaus no dia 7 de agosto.

Vem lançar o projeto Audiência de Custódia, no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Lewandowski acredita que o momento atual demanda que as instituições sejam repensadas para fazer frente aos novos desafi os que se apresentam.

Para o ministro, cabe ao Judiciário hoje cumprir o papel de pacifi cador social, em uma sociedade marcada pela “cultura da litigiosidade”.

Ricardo Lewandowski vem aí

REPRODUÇÃO DIVULGAÇÃO

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Passe livre: hoje, como ontem

O mundo está cada vez menor e revela tendência de apequenar-se incessantemente. Senão em suas dimensões físicas, com certeza pela cada vez maior proximidade espacial dos seus habitantes e, sobretudo, pela comunicabilidade plena que hoje impera no planeta. Se ainda não materializamos a Aldeia Global, de McLuhan, estamos muito perto disso e até já houve quem chegou a afi rmar alegoricamente que o rufl ar das asas de uma borboleta no Japão produziria consequências em Nova York.

Nada mais acontece hoje, em qualquer recanto deste mundo de Meu Deus, que possa permanecer rigorosamente restrito àquele lugar e ali mesmo se extinga.

Evidentemente, a depender da im-portância e do poder econômico e político da nação ou da sociedade onde se gerar o acontecimento, maio-res ou menores serão seus efeitos e suas repercussões mundo afora.

A tragédia no Haiti foi conhecida pelo mundo todo e gerou reações em todos os recantos planetários, mas essas reações foram os sentimentos de empatia e de solidariedade que geraram as respostas concretas das doações e das contribuições, com vistas a amenizar o grande sofri-mento daquele povo. Fazer brotar empatia e simpatia pela dor dos haitianos, foi o grande efeito que aqueles acontecimentos produziram nos outros povos, mas rigorosamen-te, em nada foi alterada a realidade dessas outras nações.

Hoje, a China teve o seu cresci-mento econômico desacelerado e, com isso, reduzida a sua necessi-dade de importar as “commodities” imprescindíveis à sua atividade in-dustrial. Essa ocorrência, localizada, em relação ao Brasil, no outro lado do mundo, ocasionou consequências concretas na economia brasileira, como também em outras, de inúme-ros países que se acham espalhados

pelo mundo. Aconteceu na China, mas não apenas a realidade chinesa se viu alterada e sim várias outras realida-des nacionais não-chinesas.

No mundo atual, pelo modo como o concerto das nações está estruturado e pela dinâmica com que as rela-ções entre elas ora se desenvolvem, forçoso reconhecer que, sobretudo pela força da sua economia, não há país com maior poder de infl uência no mundo do que os Estados Unidos da América.

E é precisamente aí, como se diz no popular, que mora o perigo. Tamanho poder de atuação e de infl uência, no contexto planetário, nos leva a pren-der a respiração diante das possibili-dades de que seu uso poderá pender para o lado da pacifi cação e do bom entendimento entre as nações, como também se inclinar para o outro lado, para o lado da sombra, onde o poder é posto ao serviço da dominação e do incremento de si mesmo. Não faz muito tempo, sentimos o gosto (ou o desgosto) do uso insensato do potencial político e militar da grande nação do Norte. Nada mais oportuno, hoje, do que festejar a fi gura e, so-bretudo, a atuação do estadista que ora comanda os Estados Unidos.

Muito grata a autêntica surpresa de ver um presidente norte-ameri-cano viajar à África, não para fi rmar acordos de natureza econômica, mas para, com grande clareza e maior ainda coragem, afi rmar a sua con-denação à corrupção dos governos, que mais empobrece as populações; reprovar a discriminação e a perse-guição às minorias, onde abertamen-te incluiu os homossexuais; pregar a alternância do poder político pela via do sistema democrático, num conti-nente onde a praxe é o acompadrar-se pelo continuísmo dos ditadores.

Barack Obama não poderá mais reeleger-se presidente, mas certa-mente traçou uma nova rota para os Estados Unidos.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPO

A marcha do mundo

[email protected]

Pelo modo como o con-certo das nações está estruturado e pela dinâmica com que as relações entre elas ora se desenvolvem, forçoso reco-nhecer que, sobretudo pela força da sua eco-nomia, não há país com maior poder de infl uência no mundo do que os Esta-dos Unidos da América”

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Page 4: EM TEMPO - 2 de agosto de 2015

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Lula pretende usar a educação como mote no giro que vai fazer pelo país para tentar recuperar a própria popularidade, do PT e do governo. Nas últimas semanas, o ex-presidente se reuniu com mi-nistros, secretários municipais de educação e especialistas no tema para discutir o plano para a área encomendado por Dilma Rousseff a Mangabeira Unger (SAE). Ele acha que o resgate do slogan “pátria educadora” é uma forma de a presidente voltar a dialogar com a sociedade.

Compasso A todos com quem conversa sobre o plano de rodar o país, Lula demonstra inquietação com a demora de Dilma de tomar a dianteira na iniciativa.

No bolso O temor na cúpula do PT diante dos desdobramentos da Lava Jato passou a ser que o juiz Sérgio Moro determine nos próximos dias o bloqueio da fatia do partido no fundo partidário.

Parem... Dirigentes petistas manifestam, ainda, preocupação com desdobramentos da Lava Jato na economia.

... as máquinas “Destruir o know-how da engenharia brasi-leira é crime. O Judiciário precisa ter essa consciência”, diz o prefeito Luiz Marinho, um dos mais próxi-mos de Lula no partido.

Sem fronteiras Advogados de empresas investigadas na Lava Jato criticam o fato de Moro estar expandindo sua jurisdição para in-vestigar denúncias de crimes ocor-ridos em outros Estados, como Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Esfi nge Colegas de Beatriz Cat-ta Preta ironizam as acusações vagas feitas pela advogada de que está sendo vítima de ameaças

e tentativas de intimidação para justifi car o fechamento de seu es-critório. “Ela está mais para Caixa Preta”, diz um defensor que atua no petrolão.

Abraço... A ala do PSDB ligada a Geraldo Alckmin –e avessa à tese de impeachment de Dilma para que o governador de São Paulo dispute o Planalto em 2018– torce o nariz para o apoio incondicional da bancada do partido a Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

...de afogados O tucanato pau-lista receia que o partido fi que com a pecha de ter contribuído para desmoralizar e enterrar a CPI da Petrobras apenas para garantir o apoio do presidente da Câmara à abertura de um eventual processo contra a petista.

Viés de alta Colegas de Es-planada e auxiliares de Joaquim Levy estranham a tranquilidade do titular da Fazenda diante da deterioração dos indicadores eco-nômicos. “É o humor contracíclico”, brinca um interlocutor.

Viral O Sindicato dos Metalúr-gicos de São Paulo, ligado à Força Sindical, registrou dez vezes mais demissões nos últimos dois meses. O número mensal de rescisões

homologadas na entidade saltou de 500 para 5.000.

Mutirão O sindicato convocou mais funcionários para fazer as homologações, inclusive aos sá-bados, mas ainda assim a fi la de espera é de, em média, três meses.

Docas Com o leilão de cargos federais a pleno vapor e na reta fi nal, políticos paulistas reagem ao avanço de um consórcio formado pelo PMDB do Rio e do Pará em nomeações no porto de Santos.

Dois ou um No Maranhão, a disputa interna no PMDB por um cargo local na Funasa fi cou tão acirrada que a solução foi incluir uma vaga nacional no pacote.

Álbum Numa pasta grossa que o ministro Eliseu Padilha –que é da Aviação, mas faz a partilha das vagas– carrega, a lista de parlamentares vem acompanhada de dados de sua fi delidade ao governo.

Gaveta aberta O número de funcionários públicos paulistas que receberam recomendação de punição da Corregedoria-Geral da Administração saltou 30% –de 139 em 2013 para 180 em 2014.

Lição de casa

Contraponto

Na abertura do encontro com governadores na última quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff fez uma fala em que defendeu o controle dos gastos públicos.–Todos nós enfrentamos restrições fi scais –disse.Contou, então, que Confúcio Moura (PMDB), de Rondônia, mantinha uma superintendente que controlava diariamente os gastos de custeio do Estado.–Ele fazia um ajuste fi scal diário –disse Dilma.Depois de uma breve pausa, olhou para seu ministro da Fazenda –que batalha pelo ajuste fi scal no governo federal– e completou, dando risada:–Vejo o riso estampado no rosto do Joaquim Levy!

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Música para os ouvidos

Tiroteio

DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre a convocação da advogada pela CPI a Petro-bras e a restrição imposta ao contrato da comissão com a Kroll.

Os deputados da CPI que querem desvendar os honorários de Catta Preta deveriam dar o exemplo e abrir a caixa preta da Kroll”

Nesta semana se comemora o Dia do Padre. Sendo um deles, não posso deixar de pensar naqueles que fi zeram e fazem parte da mi-nha vida. Figuras que se agigan-tam na memória dos meus anos de infância, verdadeiros heróis, na sua grande maioria, estrangei-ros que vieram em missão. Eram cultos, trabalhadores, educados, de personalidade forte. Mas o que mais me chamava atenção era que celebravam a missa, vi-sitavam doentes, atendiam con-fi ssões, e naquela época, falavam latim, o que lhes dava um ar de mistério. No decorrer da vida, fui descobrindo suas limitações e sua humanidade. Mas nunca duvidei da sinceridade desses homens que tudo deixam para seguir Je-sus e dedicar-se inteiramente ao serviço do povo.

Mesmo quando no decorrer da vida fazem outras opções, os anos de ministério não perdem o brilho, e quantos deles, mesmo sem exercer as funções próprias de presbítero, continuam a ter uma alma sacerdotal. Quando os escândalos envolvendo padres fo-ram exaustivamente explorados e divulgados pela imprensa, nunca duvidei da boa vontade e da honestidade da quase totalidade dos sacerdotes que conheci e conheço.

É claro que o sacerdócio mi-nisterial católico é uma questão de fé e mesmo tendo aspectos sociológicos e psicológicos, só pode ser assumido por quem faz uma experiência do transcenden-te. Muito embora padres sejam também cientistas, fi lósofos, artistas, estadistas, a dimensão sacerdotal da sua vida só pode ser compreendida na fé e na fé vivida na Igreja Católica. A experiência católica se estrutura a partir dos sacramentos, tendo a Eucaristia

como sacramento fundamental. Memória da morte e ressurreição de Jesus, desfecho do mistério da encarnação, em torno dela gira toda a vida eclesial.

Daí a importância de quem a preside e a torna legítima. Para presidi-la na comunhão católica é preciso ser ordenado. Em con-sequência disto, o padre, ministro ordenado, torna-se uma fi gura chave. É natural que a igreja colo-que condições e critérios para or-denar alguém e é compreensível que quando um padre comete um delito o escândalo seja grande. Parafraseando Paulo, são vasos de barro, carregando um imenso tesouro.

Outro sacramento cuja presi-dência é reservada aos presbíte-ros é o da reconciliação. A fórmula da absolvição dos pecados deixa claro que é a igreja que perdoa, mas quando o padre diz: “Eu te absolvo”, fi ca evidente o perdão e o penitente recupera a alegria de ser salvo. Ninguém vive sem pão e sem perdão. Na igreja, os padres são distribuidores destas duas graças, o pão eucarístico e o perdão sacramental. Também eles, pobres pecadores tem a ne-cessidade de serem alimentados e perdoados.

O papa Francisco, no momento o mais famoso dos padres, não cessa de pedir que rezem por ele. Não é retórica, mas expressão de uma necessidade. A igreja precisa de padres para viver a sua missão e ser servidora da humanidade. Acreditando na força da oração ela reza pedindo vocações. Pede também pela santifi cação do cle-ro. Que diferença faz a presença de um bom padre na vida das famílias, nas comunidades, e na sociedade em geral. Talvez esteja julgando em causa própria, mas as exceções confi rmam a regra.

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

Muito em-bora padres sejam tam-bém cientis-tas, fi lósofos, artistas, estadistas, a dimensão sacerdotal da sua vida só pode ser compreendi-da na fé e na fé vivida na Igreja católi-ca. A experi-ência católica se estrutura a partir dos sacramentos”

Padres

Olho da [email protected]

Em cima de um outeiro, que antes se debruçava sobre um igarapé de águas limpas, se começou a construir a igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, a padroeira dos amazonenses – faça chuva, faça sol. E se construiu bonita que nem. Hoje o templo católico está, mais uma vez, em processo de ressurreição e emerge do entulho, que é tudo o que fi ca depois que a modernidade passa

ALBERT FRISCH/IMS

Não nego as difi culdades, mas afi rmo que todos nós, e o gover-no federal em particular, temos como enfrentar essas difi cul-dades e em um prazo bem mais curto do que alguns pensam.

[...] Tenho ouvido aberto, enquanto razão, e o coração, enquanto sentimento, para saber que o Brasil que cresceu e não se aco-

moda é o Brasil que nós queremos, que sempre quer mais

Dilma Rousseff , presidente, em discurso aos gover-nadores de todo o país, reconheceu que o Brasil passa

por “difi culdades” e pediu ajuda a eles para “enfrentar os problemas juntos”.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Page 5: EM TEMPO - 2 de agosto de 2015

MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 A5Com a palavra

Consolidado como líder político no Amazonas, o senador Omar Aziz (PSD) é direto e sem

meias palavras. Há oito meses no Senado, ele articula projetos que possam contribuir na me-lhoria da segurança pública do país e, em especial, do Estado. Omar cobra uma maior ação do governo federal no comba-te à causa da violência, que, segundo ele, está totalmente fora da órbita do planejamento do Executivo.

Envolvido em várias frentes, a sua maior atuação é, sem dúvida, na política. Ele ante-cipa que apoia a reeleição do prefeito Arthur Neto, que vai preparar seu partido para a disputa municipal no interior nas eleições de 2016 e que tem total confiança no governo de seu sucessor, José Melo.

EM TEMPO – Estamos há 1 ano das eleições municipais. O senhor apoia a reeleição do prefeito Arthur Neto (PSDB), caso ele venha a ser candi-dato?

Omar Aziz - Sim. O prefeito Arthur (Neto) e eu fizemos uma parceria muito boa quando eu fui governador. Resolvemos o problema de água nas zonas Norte e Leste. Fiz uma parceria naquele momento difícil que o país atravessava, em que jovens foram às ruas reivindicar a re-dução das passagens de ônibus. O Estado subsidiou parte das passagens, e nós conseguimos conter aquelas manifestações. Fizemos parcerias importantes para a Copa do Mundo. E ago-ra, ele (Arthur) continua com (José) Melo. Estão fazendo vá-rias obras conjuntas. Eu moro em Manaus, a minha família mora aqui e quero o melhor para Manaus. Neste momento, o prefeito está fazendo uma boa administração, e se não é

melhor, digo sempre, é por falta de recursos. Como senador, te-nho sido um parceiro do prefeito naquilo que é possível ajudar em Manaus. O Arthur não me disse que é candidato. Mas, se for candidato, não tenha dúvida nenhuma que terá meu apoio.

EM TEMPO – Ele faz parte de um partido que é oposição ao governo federal e o senhor de um partido da base...

OA - Não tem esse negócio. Minha bandeira é o Amazonas. Em 2014, o Lula veio duas ve-zes aqui fazer campanha contra mim. A Dilma gravou contra mim. Eu não devo absolutamen-te nem a Lula, nem a Dilma nem a nada. Eu devo ao Amazonas, ao povo amazonense. O Arthur estava no meu palanque fa-zendo campanha para mim, e essa discussão nacional, isso para mim não existe. Minha discussão é o que é melhor para o Estado. Tanto é que os senadores e deputados sabem qual é o meu comportamento como coordenador da bancada, em relação à nossas divergên-cias. Lá, a gente se une para defender o Amazonas.

EM TEMPO – E como avalia a gestão de seu sucessor, o governador José Melo?

OA - O Melo, eu e outros com-panheiros fizemos uma campa-nha baseada na confiança de que a presidente (Dilma) dizia que o país estava estabilizado economicamente e que não ía-mos sofrer crise nenhuma. Nós nos comprometemos a fazer as coisas na perspectiva de que o Brasil continuasse a crescer. Pelo contrário, nós retroagimos. Só nos seis primeiros meses o Amazonas perdeu R$ 400 milhões de receita com uma inflação de 9%. Então, você perde tudo isso e aí vai culpar o governador porque ele pro-meteu e não está cumprindo algumas coisas ainda, mas vai

cumprir tudo. Hoje, por exemplo, o Melo está fazendo 24 escolas de tempo integral. Até o final do governo dele, em 48 meses, ele vai fazer 50 escolas de tempo integral. O Estado está pagando metade do 13º hoje (na última quinta-feira). Um dos poucos do país que está pagando. E tem gente ainda que fica com aquela firula, “ah se fosse fula-no”. Se fosse fulano estava pior a situação. Então, nós estamos discutindo hoje algo que nós fo-mos induzidos a falar: uma coisa que não está acontecendo que era o crescimento. Isso que nos preocupa neste momento. E no Amazonas, quando a economia do Brasil está bem, a nossa fica duas vezes melhor. Quando a economia do Brasil está mal, a nossa fica duas vezes pior, porque dependemos exclusiva-mente da economia nacional, do crédito, do consumidor. O que nós produzimos aqui é supérfluo. A pessoa tem prioridade na saúde, alimentação. Se sobrar algum dinheirinho é que compra uma TV de cem polegadas, um celular, um computador novo.

EM TEMPO – E quanto à gestão da Suframa? Há um veto presidencial a um ponto da MP 660/2014 que trata da autarquia. Como está isso lá em Brasília?

OA - Eu, pessoalmente, me empenhei bastante para que aprovássemos o projeto de ade-quação dos servidores da Zona Franca de Manaus junto aos outros membros do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio (Midc). Aprovamos na Câmara e Senado. Foi à san-ção da presidente Dilma e ela vetou. Aí a Suframa entra em greve. Trabalhamos para ten-tar derrubar o veto, acho difícil derrubá-lo. Ao mesmo tempo, pressionamos o ministro do Planejamento para que fizesse uma proposta aos servidores da Suframa e essa proposta está

sendo negociada. E espero que antes que vá para o plenário o veto já tenha se chegado a um acordo com os servidores da Suframa. Qual a consequência disso? Simples. Empresas multi-nacionais que têm interesse em se instalar na ZFM, chegam aqui e veem greve, pensam: não é um país sério. Não estou aqui dizen-do que os servidores não têm razão de estar reivindicando. Melo tomou a decisão correta ao colocar servidores da Sefaz para liberar as mercadorias, mas isso tem desdobramentos. Vamos trabalhar para ver se a gente possa resolver isso.

EM TEMPO – O senhor apoia a indicação da ex-de-putada Rebecca Garcia (PP) para o comando da Sufra-ma?

OA - Não tenho nada contra Rebecca. Não tenho nome para indicar em lugar nenhum. Não quero indiciar nome nenhum para o governo federal. Acho que isso é de responsabilidade da Presidência. Se a presiden-te nomear a Rebecca, ela é responsável por isso. Não vou cobrar da Rebecca, vou cobrar dela (presidente) lá na tribuna do Senado.

EM TEMPO – Recentemen-te, o Estado virou notícia nacional com o assassinato de 38 pessoas num único fim de semana. O senhor, que já foi secretário de Segurança, como avalia esse cenário?

OA – A segurança é muito di-nâmica. Investimentos têm que ser constantes. O Melo tem avançado e vai avançar mais. O Sérgio Fontes é um bom secre-tário de Segurança Pública, é um homem experiente, preparado, equilibrado, que não é midiático. Está com um bom delegado-geral, um bom comandante da Polícia Militar. O que aconteceu há duas semanas foi sazonal. O que está acontecendo hoje não

é uma coisa isolada. Você vê lá o projeto das UPPs no Rio de Janeiro com problemas. Você tem hoje que combater o efeito. O governo federal fecha os olhos para essa questão. A gente só combate o efeito. A causa não é combatida no Brasil. Esses milhares de quilômetros de fron-teiras entrando droga todo dia e não há uma ação efetiva da Polícia Federal para proteger nossas fronteiras. Tenho projeto de lei para aumentar o efetivo da Polícia Federal, tenho projeto de lei criando a Polícia Hidroviária. Porque eu conheço a minha região. Eu sei que nós não pro-duzimos a droga na Compensa, São José. A droga que chega aqui já vem pronta. Vem do Peru, Colômbia, Venezuela. Ela entra pelo rio Negro, Alto Solimões e o governo federal sabe disso e faz de conta que não sabe. Aí você colocar dez policiais para cuidar daquela fronteira é você cobrar da PF o que é humanamente impossível. Nós temos que debater a segurança pública com uma profundidade maior. Não é com ações sazo-nais. O governo do Estado só pode combater o efeito e o efeito já é teu filho drogado, alguém da tua família usando drogas. E a causa que está lá fora, a gente não combate. Espero contribuir lá no Senado para esse debate. Infelizmente, o debate que está sendo travado lá é o da Lava jato, da corrupção, e estão esquecidos os outros problemas.

EM TEMPO – E do que se tratam esses seus projetos na área de segurança pú-blica?

OA - Não posso aumentar o efetivo da PF porque estaria aumentado o custo. O que o projeto diz é o seguinte: se ficar desguarnecido 5% do efetivo, automaticamente se faz con-curso para preencher essas va-gas. E isso é bom ser estendido

também à Polícia Civil e Militar. O projeto já está tramitando no Senado. Também apresentei um projeto que cria a Polícia Hidroviária, para patrulhar nos-sos rios, e também um outro que obriga as agências, como loterias, a instalar câmeras de seguranças que podem servir para identificar assaltos, por exemplo.

EM TEMPO – Como estão os preparativos do PSD, par-tido que o senhor preside no Estado, para as eleições do próximo ano?

OA - Em alguns municípios, o partido tem prefeitos candida-tos à reeleição e outros devem lançar candidatos. Mas tenho amigos de vários partidos, en-tão não é bem assim: tem que ser do PSD. Tem prefeitos de outros partidos que vou apoiar a reeleição deles e não são do PSD. É o caso do Arthur, que não é do PSD, e sim do PSDB.

EM TEMPO – O senhor é a favor do pedido de impeach-ment da presidente Dilma?

OA – Sou contra. Não tem uma base para pedir o impea-chment. Isso é antidemocrático. Isso é que nem tentar roubar o mandato do Melo, coisa que não vou permitir. O povo decidiu. O mandato está começando ago-ra. O Melo colocou quase 200 mil votos em cima do segundo colocado nas eleições.

EM TEMPO – O senhor integra a CPI da CBF no Sena-do. Qual seu posicionamento sobre esta investigação?

OA - Vamos ter uma reunião na próxima terça-feira com o procurador-geral e com o minis-tro da Justiça, e aí é que vamos definir o calendário do que nós vamos fazer. Mas eu não estou na CPI para caçar bruxas, não. Quero apresentar soluções para o futebol brasileiro e para o Amazonas.

Omar AZIZ

‘Apoio a reeleição do prefeito Arthur Neto’

VALÉRIA COSTA

ARTHUR CASTRO

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

argumento jurídico ou político?

Desde que assumiu o segundo mandato, em 1º de janeiro deste ano, a presidente Dilma Rousseff vem sendo alvo de vários processos que pedem seu afastamento do cargo. Na Câmara dos Deputados existem hoje, pelo menos, 15 processos pedindo a cassação de seu mandato

Vinte e três anos após o único impeachment de um presidente da República ocorrido na história política do Brasil, movimentos

radicais, lideranças e partidos de opo-sição ensaiam um novo movimento para tirar a presidente Dilma Rousseff (PT) do cargo. Conforme cientistas e lideranças políticas, profi ssionais liberais e sindi-calistas consultados pelo EM TEMPO, o resultado acirrado nas urnas eleitorais em 2014 e a crise econômica que atinge o país são os motivos que têm levado a população brasileira a colocar o go-verno federal em xeque e a defender o afastamento da presidente.

Mesmo com um forte movimento em nível nacional, o Amazonas – que rendeu a Dilma 65,02% dos votos apurados no Estado – não se mostra favorável ao impeachment da presidente. Dilma foi reeleita para o segundo mandato com 51,65% dos votos válidos contra 49% dos obtidos pelo seu maior adversário, o tucano Aécio Neves (MG). No Estado, Aécio recebeu 34,98% dos votos. Apesar da vitória e de um discurso otimista

durante o processo eleitoral, em apenas sete meses de mandato, Dilma já amar-ga 68% de rejeição, segundo dados do Ibope; o índice de desemprego chegou a 7,9% no primeiro trimestre do ano; e a população desocupada já soma quase 8 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE).

Os entrevistados não são favoráveis ao impeachment porque ainda há não nenhum embasamento jurídico que o justifi que. Eles acreditam que muitos dos que são favoráveis sequer sabem o que pode provocar um processo pedindo afastamento da presidente.

A presidente, só este ano, já foi alvo de mais de 15 pedidos de impeachment entregues à Câmara dos Deputados. A maior parte tem como base os fatos revelados pela operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção na Petrobras.

De acordo com o cientista político Carlos Santiago, falta fundamentação jurídica nos pedidos. “Na prática, a opo-sição está provocando um desgaste da imagem da presidente perante a opinião pública para criar um embaraço. Tem um víeis político e não jurídico ao criar

uma suspeição de que há algo errado com o governo”, disse.

Segundo Santiago, a crise econômica tem deixado a população sensível e os políticos alvoroçados. “O país estava crescendo durante o governo do Lula e na época do Fernando Henrique havia confi ança no Plano Real. Por isso, na-quela época, o discurso do impeachment não se propagou como hoje”, disse. A falta de embasamento jurídico está em segundo plano para a opinião pública, acrescentou o cientista.

Para o secretário-geral do PMDB no Amazonas, Miguel Capobiango, não há nenhuma conduta de Dilma que justifi -que um processo de impeachment. “O que existe é uma grande confusão em relação a como se dá um impeachment. Há uma onda relacionada à eleição passada onde os dois candidatos tive-ram uma votação muito próxima. Mas qual o motivo para o impeachment?”, questionou.

Entretanto, há correntes dentro do PMDB nacional, partido que dá sustenta-ção ao governo federal e que tem, inclu-sive, o vice-presidente da República, que acredita em um eventual afastamento, a exemplo do presidente da Câmara dos

Deputados, Eduardo Cunha (RJ).O defensor público Cristiano Pinheiro

da Costa disse que o tema é muito mais um clamor social do que jurídico. “O lamentável é que se trata de uma não aceitação da democracia. A população não aguenta mais essa corrupção e busca uma solução na via jurídica. Mas precisa haver um fato concreto e não há, até o momento, nenhuma comprova-ção. Quando houver, serei favorável ao impeachment. Por enquanto, temos que respeitar a democracia”, afi rmou.

Se posicionando “radicalmente contra o impeachment”, o vice-presidente da Força Sindical no Amazonas, Washing-ton Luiz, fi liado ao Partido Solidariedade, que é oposição ao governo Dilma, afi r-mou que estes pedidos estão baseados no escândalo envolvendo a Petrobras. “Quem pede a saída da Dilma são os eleitores do Aécio (Neves). Crise, pas-samos no governo FHC com mais de 70 mil demissões e sem estabilidade de emprego”, relembrou. Segundo ele, nenhum governo no país fez tanto contra a corrupção como o PT. “É um persegui-ção política para afastar a presidente. Não tem motivo concreto. Querem dar um golpe no país”, acrescentou.

CLEIDIMAR PEDROSO

IMPEACHMENT:

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 A7Política

IMPEACHMENT:

Líder no PSDB e um dos mais fer-renhos opositores do ex-presidente Lula quando era senador, o prefeito de Manaus, Arthur Neto, se posicio-nou contra o impeachment de Dilma Rousseff .

“O impeachment exige caos no país. E não é a hora. Eu governo uma cidade que tem o sexto maior PIB (Produto Interno Bruto) do país. Tenho responsabilidade. Não quero pregar um estelionato eleitoral”, de-clarou. Segundo ele, até o momento, não fi cou comprovado que há razões jurídicas para gerar um processo que leve ao afastamento da presidente.

“Para acontecer, é preciso ter ra-zões jurídicas que coloquem a pre-sidente em xeque. Há uma crise econômica que tem se arrastado nos últimos anos. Há uma situação social grave. Há muita difi culdade, uma crise aparente, mas não chega ser uma desorganização completa. Há inefi ciência, mas não existe caos”, justifi ca Arthur. O caos é necessário para um processo de impeachment, acrescentou o prefeito.

O prefeito defende que as investi-gações sejam conduzidas com rigor, referindo-se a apuração conduzida pela Polícia Federal das denúncias de irregularidades nos negócios da Petrobras. E também, sobre as de-núncias relacionadas às eleições de 2014. Recentemente, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Edinho Silva, tesoureiro da campanha de reeleição de Dilma, assumiu o recebimento da doação de campanha R$ 7,5 milhões da UTC — empresa investigada na operação Lava-Jato.

“Se amanhã fi car comprovado que houve evidências do envolvimento da presidente, passo a defender o impeachment”, disse Arthur.

Para o tucano, o verdadeiro remédio que o Brasil precisa é superar a crise política e econômica. Para começar, aconselho, a presidente a adotar me-didas para enxugamento da máquina pública. “A base e o partido precisam se entender. É impossível governar com 40 ministérios. O sobrepreço de obras é uma vergonha”.

Arthur Neto é contra a cassaçãoMesmo sendo de partido adversário, Arthur é contrário ao impedimento

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O que permeia um processo de afastamento?

* Pedaladas fi scaisO Tribunal de Contas da

União (TCU) está prestes a julgar as contas de 2014 de Dilma e quem é favorável ao impeachment torce pela reprovação para que haja embasamento para um pe-dido de afastamento de a presidente.

* Quem assume?Segundo a lei 1.079/50,

caso o processo de impea-chment seja julgado proce-dente, quem assume é o vice, Michel Temer (PMDB-SP). A única possibilidade de ocorrer uma nova eleição é se, além do presidente, o vice tam-bém for afastado ainda na primeira metade do primeiro mandato. Enquanto a eleição é convocada quem assume é o presidente da Câmara dos Deputados.

* Processo O impeachment é processo

legal que pretende a des-tituição de alguém de um cargo governativo. Para que o pedido de abertura de um processo tenha consistência, devem existir provas de que Dilma cometeu algum crime comum ou crime de respon-sabilidade que envolva desde improbidade administrativa até atos que coloquem em risco a segurança do país.

O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) entrou para a história do país como o único pre-sidente eleito pelo povo a ter o mandato cassado em processo de impeachment no Congresso Nacional, há 23 anos, em 1992.

Collor também foi o primeiro presidente da Repú-blica a ser eleito pelo voto direto após a ditadura militar e de um longo processo em que os presi-dentes do Brasil eram “impostos” pelos generais do Exército que comandaram o Brasil entre 1964 e 1985. Mas, todo esse ineditismo na história política contemporânea do país não foi sufi ciente para o hoje senador ter um capítulo especial nos livros de história do Brasil.

Ao contrário disso, 2 anos após ser eleito com uma larga vantagem em cima do então adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ter amplo apoio popular, Collor começou a ser alvo de denúncias de corrupção que culminou em seu impeachment no fi nal do ano de 1992. Cassado, o ex-presidente perdeu seus direitos políticos por 8 anos, fi cando inelegível neste período.

Collor de Mello foi cassado há 23 anos

Collor foi o único presidente cassado do Brasil

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AÇÃO

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Deputados gastam R$1 milhão em restaurantes

A crise na economia não afe-tou a dieta de engorda, na Câmara dos Deputados. De fe-vereiro a junho deste ano, o 513 deputados federais gastaram quase R$ 1 milhão em restau-rantes ou exatos R$ 968,5 mil. Toda essa dinheirama foi res-sarcida pela Cota de Auxílio de Atividade Parlamentar (Ceap). Para efeito de comparação, o valor gasto por suas excelências seria sufi ciente para comprar 2,46 mil cestas básicas.

Custo da famíliaTamanho é o apetite dos

deputados que uma cesta básica em São Paulo, a mais cara do Brasil, custava, em junho, R$ 392,77.

AumentoNuma comparação com

igual período do ano passa-do, quando suas excelências gastaram R$ 813,8 mil, o aumento foi de 19%.

SupervisionandoOs dados foram compilados

pelo ativista Lúcio Batista, o Lúcio Big, da Operação Política Supervisionada (OPS).

Conta pode ser maiorOs valores levantados não

levam em consideração os gas-tos dos senadores. “O Senado

difi culta o acesso aos dados”, diz Lúcio Big.

Renan e Michel viram de-lação ‘destruir’ Cunha

Os caciques Michel Temer (SP) e Renan Calheiros (AL), do PMDB, sabem exatamente como afetaram Eduardo Cunha as acusações do delator Júlio Camargo. Eles conversavam na Base Aérea de Brasília quando Cunha recebeu por telefone a notícia do depoimento do lo-bista da Toyo-Setal. Explodiu numa revolta que deixou tanto o vice Temer quanto o senador Calheiros impressionados. No mesmo dia, o presidente da Câmara anunciaria rompimen-to com o governo Dilma.

Dedo do PlanaltoEduardo Cunha está conven-

cido do “dedo do Planalto” na mudança do depoimento de Ca-margo, que agora diz ter pago a ele US$ 5 milhões.

SolidariedadeEnquanto fazia declarações

indignadas contra o governo, ainda na Base Aérea, Cunha recebia a solidariedade de Re-nan e Michel.

IncontinênciaO advogado de Eduardo

Cunha, Antonio Fernando Souza, tem insistido para que ele evite declarações sobre a Lava Jato.

Mas não consegue.

Lei do desarmamentoCom o aumento da criminali-

dade, a Câmara vai movimentar o segundo semestre com a re-visão da Lei do Desarmamento. A alegação é que a lei tirou as armas de cidadãos de bem e não desarmou a bandidagem.

Fim de papoCircula entre estrelados pee-

medebistas que o presidente do Senado, Renan Calheiros, deve sair ileso da Operação Lava Jato, ao contrário de Eduardo Cunha. Ainda assim, ele não quer mais papo com Dilma.

PromessasAs promessas de Dilma vi-

ram pó a cada dia. A Agência Nacional de Energia Elétrica avisa que as contas de energia vão permanecer mais caras em agosto, o contrário do prometi-do na campanha de 2014.

Clima de guerraO termo “Eduardo Cunha”

aparece nos assuntos mais comentados do Twitter, princi-palmente após seu rompimen-to com o governo Dilma. Mas rivaliza na rede social com a hashtag CunhaNaCadeia.

Bico calado é melhorApós elogiar a mandioca e etc,

Dilma tem sido aconselhada a

observar a lição de Abraham Lincoln: “É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensam que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida”.

O excluídoDilma chamou os ministros

do PMDB para a reunião desta semana, mas vetou Henrique Alves. O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) também não esteve na reunião, mas porque estava fora.

MPF como aliadoPetistas próximos a Lula,

como o deputado Paulo Tei-xeira (PT-SP), acham des-perdício de munição centrar fogo no deputado Eduardo Cunha. Acham que dele cuida o Ministério Público Federal.

Frente de pressãoO Congresso lança

esta semana a Fren-te Parlamentar da In-dústria de Máquinas, com a presença dos ministros Gilberto Occhi (Integração), Armando Monteiro (Desen-volvimeto) e Eliseu Padilha (Aviação Civil).

Pensando bem......pelo ritmo na queda

de Dilma nas pesquisas, antes do fi m do ano a popularidade dela encontrará o PIB negativo do País.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Um burro na plateia

www.claudiohumberto.com.br

Nunca pedi propina” OTHON PEREIRA DA SILVA, presidente da Eletronuclear, preso pela Polícia Federal.

Contam na Bahia que foi animada a eleição para pre-sidente da Câmara Municipal de Bom Jesus da Lapa, em janeiro de 2001. Indicado pelo prefeito, o vereador Valdivi-no Borges fazia seu discurso quando alguém o interrompeu para se referir à sua condição

de semianalfabeto:- Sai daí, seu burro!Valdivino olhou para o

agressor e respondeu na lata:

- Eu sou burro e sou o pre-sidente da Câmara, e você, que não é, está aí me dando coice!...

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Page 9: EM TEMPO - 2 de agosto de 2015

EconomiaCa

dern

o B

[email protected], DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 (92) 3090-1045Economia B4 e B5

Fabricantes de motos aceleram os lançamentos

DIVULGAÇÃO

Curtir na rede social pode causar demissãoFuncionários que curtirem postagens ofensivas contra a empresa em que trabalham podem ser demitidos por justa causa

A velha expressão “tudo o que você falar po-derá ser usado con-tra você no tribunal”

ganhou uma versão com o uso das redes sociais. Com o uso mais corriqueiro da tecnologia, “tudo o que você postar contra a sua empresa nas redes sociais poderá ser usado contra você”, inclusive para aplicar uma demissão por justa causa.

Em Manaus, há alguns casos pontuais que já ocasionaram demissões em certos ambien-tes de trabalho. Na esfera pública, uma funcionária, que preferiu não ter o nome reve-lado, foi demitida após seguir uma página na extinta rede social “Orkut”.

“Naquela época, eu traba-lhava na prefeitura no antigo regime de RDA (Regime de Contrato Administrativo) e era do meu interesse que o Ama-zonino (Mendes) ganhasse as eleições daquele ano, mas ele não ganhou. Então, um dia, eu comecei a seguir uma comuni-dade no Orkut que se chamava “Eu Odeio o Serafi m” –, então prefeito na época. Um dia uma secretária do Serafi m entrou na página e viu quem fazia parte do grupo, tiraram xérox, impri-miram e me demitiram”, conta a ex-funcionária pública.

Perguntada se havia procu-rado seus direitos trabalhistas, a vítima afi rma que não procu-rou, pois ela trabalhava em re-gime de contrato temporário. “Não procurei recorrer porque o regime pelo qual eu trabalhava não estava amparado através da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho)”, revela.

Segundo o advogado tra-balhista José Nilson Costa, hoje, em raras exceções, os tribunais interpretam que de-terminada má conduta não foi sufi ciente para gerar a demis-são. “As pessoas ainda não aprenderam a se comportar nas redes sociais. Falta maturi-dade nas relações de trabalho e, principalmente, quando ga-nha a esfera virtual. As pessoas estão mergulhadas no mundo da fantasia e na internet não existem barreiras”, destaca.

Segundo José Nilson, os juízes se baseiam no artigo K da CLT. Para o artigo, as demissões são aparadas pelo entendimento com o “ato le-sivo a honra ou ofensas prati-cadas contra o empregador ou superiores hierárquicos”.

OfensasRecentemente, um funcio-

nário de uma empresa aérea fez graves ofensas aos povos nordestinos ao não ser su-postamente bem atendido. A Avianca demitiu o então piloto da empresa que, após ser mal atendido em um restauran-te de João Pessoa (Paraíba), chamou o povo nordestinode “porco”.

Depois da repercussão, o piloto usou o Facebook para pedir desculpas. “Meu erro foi ter exposto toda a mi-nha insatisfação da maneira errada, usando palavras e expressões incorretas, onde não eu não soube expressar o que realmente senti na-quele momento. Sei que o certo seria ter paciência, e no máximo, reclamado com o gerente. Peço desculpas a quem se sentiu ofendido comminha publicação”.

STÊNIO URBANO

Outro caso que ganhou repercussão foi quando um funcionário de uma con-cessionária de motos do interior de São Paulo foi demitido, por justa cau-sa, porque ele “curtiu” no Facebook os comentários ofensivos à empresa e a uma das sócias da com-panhia. O rapaz acionou a Justiça, mas o Tribunal Regional Trabalhista (TRT) considerou válida a deci-são da empresa.

De acordo com a juíza da 1ª Vara do Trabalho do Estado de São Paulo, a relatora Patrícia Penna Martins, considerou como “fato é grave, à medida que se sabe o alcance das redes sociais”. Segundo a juíza, as ofensas do funcioná-rio em relação à empresa eram recorrentes e que a atitude do ex-empregado poderia atingir também os seus colegas de trabalho e de Facebook.

Julgamentos são rigorosos

Para o gerente de RH da empresa Omint, Rede de Planos de Saúde, Pau-lo de Freitas Guimarães, quando o funcionário fere o valor da empresa, a firma tem o direto demandá-lo embora.

“Se a companhia prega a diversidade e o funcio-nário coloca no seu site mensagens desrespeito-sas às pessoas, e se pelo site ele está relacionado à empresa, ele deve ser despedido. Mas, se a pes-soa não está relacionada à corporação, e o que ela escreve não respinga na companhia, daí devemos respeitar a privacidade e a individualidade”, asse-gura o gerente.

Hora extraSobre funcionários que

trabalham especifica-mente em redes sociais, como analistas de re-des sociais, entre outros profissionais, que são procurados para dá con-tinuidade a tarefas em casa, o advogado JoséNilson orienta.

“Se você tem horário de-finido para trabalhar, esse horário deve ser respeita-do. Qualquer trabalho fora do expediente para o qual o trabalhador foi contra-tado pode gerar hora ex-tra. A recusa para realizar a tarefa fora do seu ex-pediente não é suficiente para gerar justa causa”, finaliza o advogado.

Empresas podem ser punidas

DEMISSÕES POR JUSTA CAUSA

O QUE É?

A justa causa é aplicada através do artigo 482 , alínea K, da CLT, que prevê que “todo ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas contra o empregador e superiores hierárquicos constitui demissão”.

O QUE DIZ A LEI?

Entre as situações que causam justa cau-sa estão: violação de segredo da empresa, ou seja, divulgar para quem quer que seja informações confidenciais a respeito do trabalho; ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ocorrência de ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outro, xingar a empresa ou colegas, por exemplo.

QUAIS OS DIREITOS?

Quem é demitido por justa causa tem o direito de receber os dias trabalhados e as férias vencidas, se eventualmente tiver; questionar judicialmente a demissão se considerar que foi injusta; é aconselhável procurar o sindicato da categoria profis-sional para obter informações.

O QUE PERDE?

Quem é demitido por justa causa per-de aviso prévio, multa de 40% sobre o FGTS, saque do FGTS, férias e 13º proporcional e possibilidade de pedir oseguro-desemprego.

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Importação de insumos é afetada com alta do dólarEnquanto exportadores comemoram a valorização da moeda norte-americana frente ao real, importadores reclamam

A subida da cotação do dólar para quase R$ 3,50, na semana passada, acendeu o

alerta para as empresas que exportam para fora do Amazo-nas. A valorização da moeda norte-americana em relação às outras moedas, incluindo o real, se por um lado beneficia os exportadores, por outro, traz dificuldades para os im-portadores amazonenses.

De acordo com o vice-pre-sidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Nel-son Azevedo, o preço do dólar alto em relação ao real é bom para o exportador, porém, traz perdas para o importador.

Nas palavras do econo-mista, “enquanto um estiver chorando, o outro vai ficar rin-do”. “Para o comércio, e para quem trabalha com importa-ção, essa variação cambial é muito ruim. Quem tem contas a pagar e não fez uma poupan-ça para suportar a variação do dólar vai sentir, e terá que pagar mais em real para cobrir a variação”, afirma.

Azevedo destaca ainda que as empresas do Polo Indus-trial de Manaus (PIM) estão em uma situação mais fa-

vorável, mas o economista vê como um desafio, vender para quem não quer comprar. Segundo ele, em relação ao exportador, de modo geral, o cenário é mais favorável.

“Mesmo em meio as cir-cunstâncias, a situação é boa para quem exporta. O mundo ainda não está totalmente recuperado da crise de 2008.

O comprador está segurando as finanças para fazer uma aquisição. Os exportadores do nosso Estado precisam mostrar aos compradores que o produto deles é necessário. Não é o que gostaríamos, mas Manaus está com uma expor-tação razoável”, pondera.

Recentemente, as casas de câmbio registraram 70% na queda pela procura do dólar.

Conforme os empresários do segmento, os clientes ma-nauenses possuem o hábito de deixar para comprar o dólar no ‘ultimo minuto’.

As casas de câmbio apon-tam que não há expectativas de melhoras para o segundo semestre deste ano.

Na semana passada, o dólar comercial operava em que-da após subir por cinco dias seguidos e chegar ao maior nível em mais de 12 anos. A moeda norte-americana perdia 1,05%, a R$ 3,334 na venda. No mesmo momento, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, subia 1,29%, a 50.243,38 pontos.

Investidores aguardam as decisões do Copom, do Banco Central, sobre a taxa de juros no país, e do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) sobre a taxa de juros por lá.

EstabilidadeNo último dia 27, o minis-

tro do Planejamento, Nelson Barbosa, ao ser questiona-do sobre a alta do dólar, disse que o câmbio tende a se estabilizar. Ele tam-bém afirmou que a inflação deve ter uma redução “mais rápida” em 2016.

DIVULGAÇ

ÃO

Alta na cotação do dólar beneficia exportações brasileiras, mas prejudica importação de insumos

QUEDA A alta do dólar é um um dos fatores para o fraco desempenho das fábricas de chocolates segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab)

ASAFE AUGUSTO

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Polo de duas rodas busca uma ‘luz no fim do túnel’ Fabricantes de motocicletas têm procurado achar soluções para sair da “turbulência” que afeta o segmento no país

Patinando nas curvas sinuosas da economia brasileira, na escassez de crédito e na descon-

fiança do consumidor que está retraído para evitar assumir no-vas dívidas no financiamento, o polo de duas rodas ainda está longe de encontrar uma “luz no fim do túnel” em sua acelerada para sair da crise que afeta o segmento. Apesar do otimismo adotado pelas fabricantes de motocicletas, a via crucis para superar o momento de turbu-lência parece não ter fim.

No primeiro semestre des-te ano, o polo de duas rodas derrapou bruscamente ao re-gistrar, naquele período, o seu pior índice de produção dos últimos dez anos. A queda ve-rificada, entre janeiro e junho de 2015, foi de 9,5%. Nos seis primeiros meses do ano, a pro-dução somou 699.461 unidades contra 772.943 motocicletas fabricadas no mesmo período de 2014, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bici-cletas e Similares (Abraciclo).

Esse desempenho só não foi pior do que o número regis-trado no primeiro semestre de

2005, quando 610 mil unidades foram produzidas nas linhas de montagem das fábricas de mo-tocicletas na primeira metade daquele ano.

De acordo com o presidente da Abraciclo, Marcos Ferma-nian, a falta de crédito, a descon-fiança do consumidor que não quer fazer dívidas e a própria política macro econômica do país, que tem demorado para adotar as medidas de ajustes fiscais, são os principais fato-res que têm levado o polo de duas rodas a derrapar no seu desempenho. “O varejo como um todo foi afetado. As pessoas estão com medo de comprar por receio do futuro. Se a pessoa não sabe se estará emprega-da, não tem como ela assumir dívidas para pagar as parcelas. Há também outros aspectos do cenário macro econômico que precisam ser resolvidos”, avalia o empresário.

RevisãoSegundo o gerente de Re-

lações Institucionais da Moto Honda da Amazônia, Mário Oku-bo, a empresa líder do mercado nacional de motocicletas previ-sou revisar os números de sua produção para 2015. A proje-ção inicial era de uma queda prevista de 5%.

Porém, diante do cenário nada animador, a multinacional tra-balha com perspectiva de que a retração chegue a 10% em rela-ção a produção do ano passado, quando foram fabricadas em torno de 1,2 milhão de unidades pela Moto Honda da Amazônia. “O mercado de motocicletas sofre um processo de retração devido à dificuldade de acesso ao crédito e não pela rejeição ou falta de atratividade pelo produ-to. Para este ano, trabalhamos com queda de 5% no segmento como um todo, mas as prévias do primeiro semestre apontam que podemos chegar à queda de 10%”, conta Okubo.

InvestimentosSituação semelhante vive a

Yamaha. Apesar de a empresa ter investido em novos lança-mentos e na modernização de alguns modelos antigos, a queda na produção deverá ficar acima do índice médio de 10% previsto para todo o segmento.

Por sua vez, até junho deste ano, a Triumph já produziu apro-ximadamente 58% do número de motocicletas que fabricou durante todo o ano de 2014, quando contabilizou 4.383 uni-dades produzidas, de acordo com a assessoria da empresa instalada no PIM.

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Mesmo com números negativos registrados pelo segmento, fabricantes estão otimistas

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Fábricas aceleram lançamentospara sair da criseEm época de “turbulên-

cia”, uma das saídas que as fabricantes do polo de duas rodas en-

contraram para estimular as vendas foi “acelerar” o lan-çamento de novidades para conquistar os consumidores. Algumas empresas já se ante-ciparam e, no primeiro semes-tre, colocaram no mercado os novos modelos que vão desfi lar pelas vias do país.

Detentora da maior fatia do mercado nacional, a Moto Honda da Amazônia aposta em pelo menos seis mode-los para ganhar os clientes e expandir as vendas. São eles: o modelo CG150 FAN ESi Starter Edition, o NC750X (nas versões Standard e ABS), o CB 500F (Standard e ABS), o CBR500R (só na versão ABS), o CB500X (Standard e ABS) e o CB1000R. “A Moto Honda acredita no Modelo Zona Franca e no mercado brasileiro, portanto, mantém sua política de investimentos em novas tecnologias e novos modelos, além de campanhas promocionais em parceria com a rede de concessio-nárias e ações educacionais para promover um trânsi-to mais seguro”, enfatiza o gerente de relações Institu-cionais da Moto Honda da Amazônia, Mário Okubo.

YamahaEmbora tenha adequado seu

plano de produção no sentido de reduzir custos, a Yamaha não abriu mão de investir em novos lançamentos e na renovação de modelos mais antigos. Neste ano, conforme informou a sua assessoria de imprensa, a multinacional já lançou, no mercado nacional, os mode- los da família Master

of Torque (MT), MT-09 (su-per leve), MT-07 e a T-Max (executiva).

A empresa anunciou tam-bém a modernização dos mo-delos Fazer 150 e 250 - mo-tocicletas de alta tecnologia desenvolvidas para o consu-midor brasileiro com design moderno, preços acessíveis e econômicas -, além de apre-sentar as novidades da Ténéré 250 e Lander. “A Yamaha anun-cia novos modelos no mercado periodicamente.

Nossos produtos são atuais e modernos, entregam o que os nossos clientes precisam, embora o cenário econômico tão difícil, nós não podemos

parar, continuamos investin-do no país, precisamos tam-bém pensar nas necessida-des dos nossos clientes, nos adaptando. Mas, certamente esperamos que esse cenário melhore”, informa a Yamaha, por meio de sua assessoria de imprensa.

De acordo com a Yamaha, a empresa continuará com seus planos de realizar lançamen-tos e apresentar novidades pelo menos a cada semestre, apesar da “situação extrema-mente difícil do mercado no geral”. “Nós nos mantemos otimistas, seguindo nossa fi lo-sofi a e nosso DNA que prima a superação”, salienta a nota da multinacional nipônica.

PREOCUPAÇÃOA descentralização da produção fora da Zona Franca de Manaus tem acendido o alerta no polo de duas rodas, que se preocupa com fato da Shineray Motos ter instalado sua fábrica em Pernambuco

Para espantar a crise, as fabricantes do polo de duas rodas apostam em lançamento de novos modelos para estimular vendas

ANWAR ASSI

gerente de relações Institu-cionais da Moto Honda da Amazônia, Mário Okubo.

YamahaEmbora tenha adequado seu

plano de produção no sentido de reduzir custos, a Yamaha não abriu mão de investir em novos lançamentos e na renovação de modelos mais antigos. Neste ano, conforme informou a sua assessoria de imprensa, a multinacional já lançou, no mercado nacional, os mode- los da família Master

adaptando. Mas, certamente esperamos que esse cenário melhore”, informa a Yamaha, por meio de sua assessoria de imprensa.

De acordo com a Yamaha, a empresa continuará com seus planos de realizar lançamen-tos e apresentar novidades pelo menos a cada semestre, apesar da “situação extrema-mente difícil do mercado no geral”. “Nós nos mantemos otimistas, seguindo nossa fi lo-sofi a e nosso DNA que prima a superação”, salienta a nota da multinacional nipônica.

Outro fator que anima as fabricantes de moto-cicletas para o segundo semestre de 2015 é a realização, entre os dias 7 e 12 de outubro, em São Paulo, do Salão Duas Rodas, considerado como um dos maiores eventos do segmento no mundo, além de ser o principal na América Latina. O Salão é uma oportunidade que as empresas possuem para mostrar seus lançamentos e expor suas marcas para gerar negócios.

De acordo com o director da Harley-Davidson do Bra-sil, Celso Ganeko, a empre-sa deverá apresentar pelo

menos sete modelos du-rante o Salão Duas Rodas, com desta-que para os mo-

delos Sost ail e Sports-

ter, que possuem a mis-são de trazer um publico mais jovem para a marca. Segundo ele, a multinacio-nal tem investido na po-tência do motor de suas

motos. “Nossa estraté-gia é igual para o mundo todo. Queremos oferecer aquele espírito de liberda-de que a Harley-Davidson concede ao seu público”,

destaca Ganeko.Instalada desde 1999,

no PIM, onde emprega 120 funcionários diretos, a Harley-Davidson produz em sua unidade de Manaus, 23 modelos de motocicle-tas, sendo dois voltados para a polícia.

Por sua vez, a Triumph vai apostar nos modelos Tiger 800 e Tiger 800 XC, ambos já lançado em 2015. De acordo com a asses-soria de imprensa da em-presa, a Triumph trabalha na adequação do plano de produção de modo a estar em fase com as expec-tativas do mercado e da economia. “ Em parale-lo, buscamos alternativas para redução de despesas e custo em conjunto com nossos fornecedores e em otimizações logísticas”,afirma a empresa

Salão estimula novos negócios

De acordo com presidente da Abraciclo, Marcos Ferma-nian, apesar dos números ne-gativos registrados nos seis primeiros meses do ano, as fabricantes de motocicletas estão otimistas em relação ao desempenho do polo de duas rodas neste segundo semestre de 2015. Segun-do ele, há alguns fatores que deixam as empresasmais animadas.

Um aspecto que anima o segmento é o fi m do período de inverno e a chegada do ve-rão nas regiões Sul e Sudeste

do país, onde se encontram os maiores mercados consu-midores. Com a chegada da época do calor, a tendência é a de que as vendas de motoci-cletas registrem aumento.

Aliado à questão do tempo, o pagamento do 13º salário mínimo para os trabalhado-res também deve favorerer o aumento da comercialização de motos das empresas do polo de duas rodas durante as vendas de fi nal de ano, em especial a de Natal. “Não estamos parados esperando algo acontecer”, salienta

Marcos Fermanian.

RastreadoresMedida que deve onerar a

produção de motocicletas no país, a imposição de rastre-ador voltou a estaca zero, diz o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. Segundo ele, o estudo está defasado, pois foi desenvolvido com ou-tra tecnologia. “A medida vai impactar de forma negativa para o consumidor, que terá mais um custo, pois terá que contratar uma empresa para acionar o rastreador”, diz.

Otimismo com o segundo semestre

SHINERAYInstalação da fábrica da Shineray Motos na cidade de Cabo de Santo Agostinho (PE) ocorreu devido às vantagens fi scais e de custos que a empresa recebeu do governo pernambucano

“A Moto Honda acredita no Modelo Zona Franca e no mercado brasileiro, portanto, mantém

sua política de investimentos em novas tecnologias e novos modelos,

além de campanhas promocionais...

Mário Okubo, gerente da Moto Honda

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Fábricas aceleram lançamentospara sair da criseEm época de “turbulên-

cia”, uma das saídas que as fabricantes do polo de duas rodas en-

contraram para estimular as vendas foi “acelerar” o lan-çamento de novidades para conquistar os consumidores. Algumas empresas já se ante-ciparam e, no primeiro semes-tre, colocaram no mercado os novos modelos que vão desfi lar pelas vias do país.

Detentora da maior fatia do mercado nacional, a Moto Honda da Amazônia aposta em pelo menos seis mode-los para ganhar os clientes e expandir as vendas. São eles: o modelo CG150 FAN ESi Starter Edition, o NC750X (nas versões Standard e ABS), o CB 500F (Standard e ABS), o CBR500R (só na versão ABS), o CB500X (Standard e ABS) e o CB1000R. “A Moto Honda acredita no Modelo Zona Franca e no mercado brasileiro, portanto, mantém sua política de investimentos em novas tecnologias e novos modelos, além de campanhas promocionais em parceria com a rede de concessio-nárias e ações educacionais para promover um trânsi-to mais seguro”, enfatiza o gerente de relações Institu-cionais da Moto Honda da Amazônia, Mário Okubo.

YamahaEmbora tenha adequado seu

plano de produção no sentido de reduzir custos, a Yamaha não abriu mão de investir em novos lançamentos e na renovação de modelos mais antigos. Neste ano, conforme informou a sua assessoria de imprensa, a multinacional já lançou, no mercado nacional, os mode- los da família Master

of Torque (MT), MT-09 (su-per leve), MT-07 e a T-Max (executiva).

A empresa anunciou tam-bém a modernização dos mo-delos Fazer 150 e 250 - mo-tocicletas de alta tecnologia desenvolvidas para o consu-midor brasileiro com design moderno, preços acessíveis e econômicas -, além de apre-sentar as novidades da Ténéré 250 e Lander. “A Yamaha anun-cia novos modelos no mercado periodicamente.

Nossos produtos são atuais e modernos, entregam o que os nossos clientes precisam, embora o cenário econômico tão difícil, nós não podemos

parar, continuamos investin-do no país, precisamos tam-bém pensar nas necessida-des dos nossos clientes, nos adaptando. Mas, certamente esperamos que esse cenário melhore”, informa a Yamaha, por meio de sua assessoria de imprensa.

De acordo com a Yamaha, a empresa continuará com seus planos de realizar lançamen-tos e apresentar novidades pelo menos a cada semestre, apesar da “situação extrema-mente difícil do mercado no geral”. “Nós nos mantemos otimistas, seguindo nossa fi lo-sofi a e nosso DNA que prima a superação”, salienta a nota da multinacional nipônica.

PREOCUPAÇÃOA descentralização da produção fora da Zona Franca de Manaus tem acendido o alerta no polo de duas rodas, que se preocupa com fato da Shineray Motos ter instalado sua fábrica em Pernambuco

Para espantar a crise, as fabricantes do polo de duas rodas apostam em lançamento de novos modelos para estimular vendas

ANWAR ASSI

gerente de relações Institu-cionais da Moto Honda da Amazônia, Mário Okubo.

YamahaEmbora tenha adequado seu

plano de produção no sentido de reduzir custos, a Yamaha não abriu mão de investir em novos lançamentos e na renovação de modelos mais antigos. Neste ano, conforme informou a sua assessoria de imprensa, a multinacional já lançou, no mercado nacional, os mode- los da família Master

adaptando. Mas, certamente esperamos que esse cenário melhore”, informa a Yamaha, por meio de sua assessoria de imprensa.

De acordo com a Yamaha, a empresa continuará com seus planos de realizar lançamen-tos e apresentar novidades pelo menos a cada semestre, apesar da “situação extrema-mente difícil do mercado no geral”. “Nós nos mantemos otimistas, seguindo nossa fi lo-sofi a e nosso DNA que prima a superação”, salienta a nota da multinacional nipônica.

Outro fator que anima as fabricantes de moto-cicletas para o segundo semestre de 2015 é a realização, entre os dias 7 e 12 de outubro, em São Paulo, do Salão Duas Rodas, considerado como um dos maiores eventos do segmento no mundo, além de ser o principal na América Latina. O Salão é uma oportunidade que as empresas possuem para mostrar seus lançamentos e expor suas marcas para gerar negócios.

De acordo com o director da Harley-Davidson do Bra-sil, Celso Ganeko, a empre-sa deverá apresentar pelo

menos sete modelos du-rante o Salão Duas Rodas, com desta-que para os mo-

delos Sost ail e Sports-

ter, que possuem a mis-são de trazer um publico mais jovem para a marca. Segundo ele, a multinacio-nal tem investido na po-tência do motor de suas

motos. “Nossa estraté-gia é igual para o mundo todo. Queremos oferecer aquele espírito de liberda-de que a Harley-Davidson concede ao seu público”,

destaca Ganeko.Instalada desde 1999,

no PIM, onde emprega 120 funcionários diretos, a Harley-Davidson produz em sua unidade de Manaus, 23 modelos de motocicle-tas, sendo dois voltados para a polícia.

Por sua vez, a Triumph vai apostar nos modelos Tiger 800 e Tiger 800 XC, ambos já lançado em 2015. De acordo com a asses-soria de imprensa da em-presa, a Triumph trabalha na adequação do plano de produção de modo a estar em fase com as expec-tativas do mercado e da economia. “ Em parale-lo, buscamos alternativas para redução de despesas e custo em conjunto com nossos fornecedores e em otimizações logísticas”,afirma a empresa

Salão estimula novos negócios

De acordo com presidente da Abraciclo, Marcos Ferma-nian, apesar dos números ne-gativos registrados nos seis primeiros meses do ano, as fabricantes de motocicletas estão otimistas em relação ao desempenho do polo de duas rodas neste segundo semestre de 2015. Segun-do ele, há alguns fatores que deixam as empresasmais animadas.

Um aspecto que anima o segmento é o fi m do período de inverno e a chegada do ve-rão nas regiões Sul e Sudeste

do país, onde se encontram os maiores mercados consu-midores. Com a chegada da época do calor, a tendência é a de que as vendas de motoci-cletas registrem aumento.

Aliado à questão do tempo, o pagamento do 13º salário mínimo para os trabalhado-res também deve favorerer o aumento da comercialização de motos das empresas do polo de duas rodas durante as vendas de fi nal de ano, em especial a de Natal. “Não estamos parados esperando algo acontecer”, salienta

Marcos Fermanian.

RastreadoresMedida que deve onerar a

produção de motocicletas no país, a imposição de rastre-ador voltou a estaca zero, diz o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. Segundo ele, o estudo está defasado, pois foi desenvolvido com ou-tra tecnologia. “A medida vai impactar de forma negativa para o consumidor, que terá mais um custo, pois terá que contratar uma empresa para acionar o rastreador”, diz.

Otimismo com o segundo semestre

SHINERAYInstalação da fábrica da Shineray Motos na cidade de Cabo de Santo Agostinho (PE) ocorreu devido às vantagens fi scais e de custos que a empresa recebeu do governo pernambucano

“A Moto Honda acredita no Modelo Zona Franca e no mercado brasileiro, portanto, mantém

sua política de investimentos em novas tecnologias e novos modelos,

além de campanhas promocionais...

Mário Okubo, gerente da Moto Honda

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança diz que percentual de policiais mortos fora do trabalho assusta

68% dos PMs afirmam ter perdido amigos assassinados

Dois em cada três policiais do país di-zem que já tiveram colegas próximos

vítimas de homicídio fora de serviço. É o que mostra uma pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pú-blica. O percentual de policiais que tiveram colegas mortos

fora do expediente (68,4%) é maior, inclusive, que o de profissionais que dizem ter perdido um colega assassina-do em serviço (60,6%).

Ainda de acordo com o estudo, 74,7% dos agentes de segurança no Brasil di-zem já ter sofrido ameaças durante o combate ou a in-

vestigação de crimes; mais da metade (51,4%) relata ter sofrido ameaças também fora do serviço.

A pesquisa, intitulada “Vi-timização e risco entre pro-fissionais do sistema de se-gurança pública”, foi feita em parceria com a Fundação Getúlio Vargas e com a Secre-taria Nacional de Segurança Pública e ouviu 10.323 poli-ciais militares, civis, federais, rodoviários federais, agentes penitenciários e integrantes do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal em todos os estados do país. O estudo foi realizado entre os dias 18 de junho e 8 de julho.

Para a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, a pes-quisa mostra o quanto os po-liciais estão expostos durante suas trajetórias profissionais. “Os policiais são reconheci-dos no Brasil pelas violações de direitos. Mas eles também são vítimas de violações dos seus próprios direitos, que passam despercebidas.”

O estudo mostra que 64,2% dos agentes dizem ser discri-minados em razão da função que exercem. A reclamação de que são alvos de preconceito da população recai também sobre o círculo de convívio dos filhos: 22,5% dizem que eles já sofreram discriminação na escola ou na comunidade. “É um cenário triste. Mas trata-se de um dado esperado. A percepção de discriminação que o policial tem está in-timamente ligada à descon-fiança da população. Só 30% afirmam confiar na polícia. Isso porque, desde 1988, com o advento da Constituição, que tecnicamente rompe com o momento autoritário do país, muito pouco se mudou no mo-delo de segurança pública. As pessoas se afastam dos po-liciais porque eles são tidos como violentos. As instâncias responsáveis pela área direta ou indiretamente precisam pensar em mecanismos de mo-dernização”, afirma Samira.

O número de agentes que relatam situações degradantes no trabalho é grande: 62,8% dizem já ter sofrido assédio moral ou algum tipo de humi-lhação. Um terço (32,3%) afirma ter sido vítima de violência física durante algum treinamento.

A pesquisa revela ain-da que os agentes cos-tumam adotar hábitos específicos no dia a dia para evitar serem alvos de retaliação ou violên-cia: 36%, por exemplo, es-condem o fato de serem policiais ou agentes pri-sionais de conhecidos.

Quase metade (45,5%) jamais deixa à mostra a farda ou o distintivo no trajeto casa-traba-lho. E 61,4% evitam usar transporte público. “Esse dado chama bastante a atenção. São pessoas que têm que garantir o direito de ir e vir e não têm o deles assegurado”, afirma Samira.

Discriminação no local de trabalho

DIVULGAÇÃO

De acordo com dados, de dois a cada três policiais já perderam colegas de fardas assassinados

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Page 15: EM TEMPO - 2 de agosto de 2015

B7MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 País

1ª FASE Tudo começou em 17 de março de 2014 quan-

do foram cumpridos 128 mandados judiciais.A ação teve como foco principal o mercado

clandestino de câmbio no Brasil, responsável pela movimentação fi nanceira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas com vários crimes como tráfi co internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fi scal, evasão de divisas, extração, contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos.

2ª FASEFoi defl agrada em 20 de março de 2014

cumprindo sete mandados judiciais no Rio de Janeiro. Desta vez, o alvo principal foi o ex-diretor de Refi no e Abastecimento da Pe-trobras Paulo Roberto Costa. A partir da pri-são dele, descobertas de fraudes em contratos da Petrobras.

3ª FASERealizada em 11 de abril de 2014, a ação

cumpriu 25 mandados. Um dos alvos da in-vestigação era um contrato assinado por Paulo Roberto Costa.

4ª FASECumprida em 11 junho de 2014, a referente

fase corresponde a uma nova prisão preventiva de Paulo Roberto Costa, que havia sido liberado depois da primeira vez que foi preso.

5ª FASEA PF defl agrou esta fase no dia 1º de julho e

teve nove mandados judiciais expedidos. O preso foi um sócio de Youssef que, em parceria com o doleiro, movimentava uma conta na Suíça, segundo a PF.

6ª FASE Nessa etapa, foram cumpridos 12 mandados,

todos no Rio de Janeiro. O alvo nesta fase foi o núcleo de empresas vinculadas a Paulo Roberto Costa e seus familiares.

7ª FASE Foi defl agrada em novembro de 2014. Ao

todo, 26 pessoas foram presas. Na ocasião, foram detidos executivos ligados a grandes empreiteiras que fraudavam licitações.

8ª FASE Foi defl agrada em 14 de janeiro de 2015

e cumpriu um mandado de prisão preventiva contra o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

9ª FASE Defl agrada no dia 9 de fevereiro de 2015,

a ação cumpriu 62 mandados. A ação colheu provas sobre a participação de 11 operadores envolvendo pagamento de propina e lavagem de dinheiro na estatal, de acordo com a PF.

10ª FASE Foram expedidos 18 mandados judiciais . Entre

os presos estavam o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o empresário paulista Adir Assad, investigado na CPI do bicheiro Carlos Cachoeira, e que foi detido em São Paulo.

11ª FASEA PF defl agrou em 10 de abril a 11ª fase da

Operação Lava Jato com sete mandados de prisão. Foram presos os ex-deputados André Vargas (sem partido), Luiz Argôlo (SDD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE).

12º FASETesoureiro do PT, João Vacarri Neto, foi preso

suspeito de ser o operador do esquema de desvio da Petrobras.

13ª FASEApontado como um dos operadores do esque-

ma de propinas da Petrobras, Milton Pascowitch foi preso e levado à sede da PF em Curitiba. Ele já havia prestado depoimento à PF em São Paulo na 9ª fase da operação.

14º FASE As empresas Odebrecht e Andrade Gutierrez

foram alvos da 14ª fase, chamada de “Erga Omnes”, expressão em direito que signifi ca que a lei deve atingir a todos por igual. Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht, e Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, foram presos preventivamente.

15ª FASEA PF defl agrou a 15ª fase da Operação Lava

Jato em 2 de julho, no Rio de Janeiro e em Niterói. Nela, foi preso o ex-diretor da área Internacio-nal da Petrobras Jorge Luiz Zelada. Nesta fase políticos também foram envolvidos. Na casa de Collor, foram apreendidos três carros de luxo.

16ª FASEContratos fi rmados entre a Eletronuclear, uma

subsidiária da Eletrobras, e empresas já mencio-nadas na Operação Lava Jato, foram o foco desta etapa, defl agrada na última terça-feira (28) e batizada de “Radioatividade”. Empreiteiras são suspeitas de formar cartel e ajustar licitações para obras da usina nuclear de Angra 3.

Lava Jato completa a Jato compa Jato comp

DIASA Ope-

r a -ç ã o Lava

Jato, que começou com a investigação de um grupo de

doleiros e hoje se confi gura com a maior ação contra corrupção e

lavagem de dinheiro realizada no Brasil, completou 500 dias. O nome

Lava Jato faz menção a um posto de gasolina de Brasília que lavava dinheiro, onde iniciaram as investi-gações. Agora, fase após fase, prisão após prisão, procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e delegados da Polícia Federal (PF) consideram que a corrupção no país está em metástase – em analogia ao termo da medici-na que signifi ca disseminação de

câncer para outros órgãos.Os números justifi cam a reper-cussão da Operação Lava Jato.

Nestes 500 dias, foram 48 prisões preventivas, 46

prisões temporárias, 138 pessoas

denun-

ciadas, 30 conde-nadas, R$ 870 milhões recupera-dos e outros R$ 2,4 bi-lhões bloqueados em con-tas bancárias nacionais eestrangeiras.

Os dados são do Ministério Pú-blico Federal, que também informou ter solicitado na Justiça que os de-nunciados paguem R$ 6,7 bilhões em multas e ressarcimentos.

Se o esquema de corrupção parece grande, ele pode ganhar dimensões ain-da maiores. A estimativa da força-tare-fa da Operação Lava Jato, formada por integrantes do MPF e da PF, é de que as investigações rendam, pelo menos, mais dois anos de trabalho. Basica-mente, o esquema - que existe há pelo menos 10 anos - se valia de fraudes em licitações. Grandes empreiteiras organizadas em cartel pagavam propina a diretores e gerentes da Petrobras e outros agentes públi-cos.

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Uruguai planeja produzir erva ‘bem identificada’ Segundo pesquisadores, país buscará produzir uma variedade nacional da maconha, que será controlada pelo Estado

O presidente da Junta Nacional de Drogas (JND) do Uruguai, Juan Andrés Roballo,

declarou que o país buscará produzir uma “variedade na-cional” de maconha, controla-da pelo Estado, que possa ser “bem identificada”, da mesma forma que sua origem e pro-cesso, para a “tranquilidade” dos vizinhos da região e do mundo.

Após parti-cipar em Mon-tevidéu de um ato de uma campanha de conscientiza-ção sobre o consumo de drogas, Ro-ballo falou sobre a lei que regula a produção e a compra e ven-da de maco-nha, aprovada em dezembro de 2013 durante o mandato de José Mujica (2010-2015). “Todo o Uruguai e todo o mun-do está nos olhando por causa disto, não podemos fracassar” destacou Roballo.

O presidente da JND afirmou que os “compromissos que o país assumiu em instrumentos internacionais têm que ser

respeitados”, razão pela qual a produção nacional de maco-nha, controlada pelo Estado, deverá estar “bem identifica-da”. Neste sentido, Roballo se referiu ao processo de licita-ção que está sendo realizado para atribuir a produção de maconha a várias empresas, que posteriormente será ven-dida em farmácias, e destacou que esse processo se encon-

tra na “etapa final”.

Com rela-ção à demora na implemen-tação deste ponto da lei, Roballo co-mentou que “foi um pro-cesso difícil” e que estiveram “muito con-c e n t r a d o s ” em “blindar” todas as difi-

culdades que pudessem surgir durante a licitação. A lei foi criada para regular a produção e a compra e venda de ma-conha como forma de acabar com o negócio do narcotráfi-co, e transformou o Uruguai em pioneiro neste enfoque da luta antidrogas.

Desde meados do ano pas-sado está em andamento o

cultivo doméstico, destinado a quem se registrar para plan-tar maconha em casa, assim como os chamados clubes de cannabis, uma espécie de co-operativa para o cultivo cole-

tivo de um grupo limitado de pessoas.

Falta determinar ainda a venda em farmácias da ma-conha legal, produzida sob o controle do Estado. Neste

sentido, uma vez aprovadas as licitações, as empresas deve-rão instalar-se em um prédio - de propriedade do Estado - para plantar cannabis, que será vendida em farmácias

que tenham obtido a permis-são correspondente.

Roballo estimou que este processo de venda poderá es-tar em pleno funcionamento nos “próximos meses”.

Desde meados do ano passado está em andamento o cultivo doméstico da erva. Proposta agora será ampliar essa produção

DIVULGAÇÃO

MACONHA Presidente da Junta Na-cional de Drogas, Juan Andrés disse que país buscará produzir uma variedade nacional da maconha para dar tran-quilidade aos vizinhos da região e do restante do mundo

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 (92) 3090-1041

Educação no combate à abstinência

Dia a dia C2

ANDRÉ MOREIRA

O que era para ser a rua 6, da comunida-de São Francisco, no bairro Tarumã, Zona

Oeste, é na verdade um imen-so barranco coberto de mato e lixo. A falta de investimentos por parte do poder público tem isolado a comunidade que enfrenta diariamente uma maratona ao tentar sair e entrar em casa. Sem asfalto, drenagem ou meio fi o, a ero-são já ameaça a estrutura das residências do lugar.

Apenas uma parte da via, próximo a escola municipal Irmã Serafi na Cinque, recebeu uma fi na camada de asfalto. O restante fi cou sem a es-trutura necessária, obrigando os moradores a transpor um barranco íngreme para aces-sar as 17 casas situadas ao longo da ladeira. “Eu briguei para que viessem fazer esse pedaço de asfalto e não termi-naram. E na prefeitura cons-ta como se o serviço tivesse sido concluído. Chamamos os órgãos, mas eles não vêm”, denuncia a fl oriculturista, Ester Moreira, 52.

Para chegar em casa os moradores tem que desviar do lixo, mato e água servida, que escorre ladeira abaixo. Na tentativa de facilitar a cami-

nhada, eles improvisaram cal-çadas de cimento e distribuí-ram restos de construção nos locais mais críticos. A noite, o trajeto fi ca ainda mais difícil devido a falta de iluminação pública. “Para passar por aqui temos que ir tateando, focan-do com o celular. Minhas fi lhas cansaram de escorregar aqui e se machucar. Quando chove, elas não conseguem sair de casa e perdem aula, quando conseguem, chegam na escola

sujas de lama”, informa a dona de casa, Carla Andreia dos Santos, 32.

Pessoas com difi culdade de locomoção contam com a solidariedade dos vizinhos para atravessar o barranco e chegar à avenida principal. “Um senhor, que mora no fi nal da rua, quebrou a perna e só saía de casa deitado na rede,

com os amigos carregando”, observa Andreia.

A fi lha da dona de casa Maria das Graças Barbosa, 59, também conta com a ajuda dos amigos para poder sair de casa. “Minha fi lha tem 32 anos e é defi ciente. Para sair de casa, só carregada pelos vizinhos, ela quase nunca sai, só para ir a igreja. É mui-to triste ver esta situação”, lamenta a doan de casa.

O estado de abandono é tamanho que nem o caminhão da coleta de lixo e o Servi-ço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tem acesso ao local. Os sacos de lixo são depositados pelos mora-dores, na esquina da escola municipal. “Não entra nenhum carro aqui. Para construir as casas, os moradores tiveram que carregar os materiais de construção na cabeça”, relata a moradora Ester Moreira.

Nos dias de chuva, o tráfego fi ca ainda mais comprometido e as famílias colecionam pre-juízos. “A água invade a casa, fi ca todo mundo desesperado. Já perdi guarda-roupa, gela-deira, fogão. É uma tristeza”, diz Carla, que salienta que todos os proprietários pos-suem documento de posse dos terrenos e pagam o Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).

Comunidade no Tarumã reclama infraestruturaMato, lixo e erosão fazem parte do cotidiano dos moradores da Comunidade São Francisco, que esperam melhorias

IVE RYLO

Situação na rua 6 piora quando chove, em virtude da lama que desce a via e invade as casas, comprometendo a circulação dos moradores. Eles também cobram uma área de lazer para as crianças

FOTOS: DIEGO JANATÃ

Para secretaria, área é irregular

Devido ao local ser de difícil acesso, o mesmo não integra a área estrutural do Tarumã

Por meio de uma nota, a assessoria de comunica-ção da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) destaca que os serviços de infraestrutura – como pavi-mentação asfáltica, insta-lação de meio-fi o, sarjeta e iluminação pública – já foram realizados na comu-nidade São Francisco, no Tarumã, Zona Oeste.

Apesar dos moradores do lugar afi rmarem possuir o documento de posse do terreno e pagarem o IPTU, de acordo com Seminf, a área reivindicada pela po-pulação faz parte de uma ocupação irregular instala-da em uma área verde da comunidade, e de difícil acesso por ser uma região de declínio, e que não faz

parte da área estrutural do bairro Tarumã.

Conforme a nota, o ór-gão tem realizado ações em várias zonas da cida-de, com os mutirões de infraestrutura, e o bairro do Tarumã, em fevereiro deste ano recebeu serviços nas principais vias, como as estradas Vivenda do Pontal e Vivenda Verde.

DEMANDASOs moradores também reclamam da falta de área para recreação de crianças e jovens e do precário transporte co-letivo. O local é aten-dido pelas linhas 011 e 316, que, segundo eles, demoram muito

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Dependente químico usa a educação para se tratarQuase 20 anos longe da sala de aula, Osvaldo de Moraes encontrou nos estudos o caminho para mudar o próprio futuro

Mais de 10 anos se passaram desde que Osvaldo Bra-sil de Moraes, 32,

abandonou os estudos quando colocou na boca o primeiro ci-garro de maconha, dentro da escola onde estudava no centro de Manaus. “A droga me tirou o direito de ser gente, tirou minha dignidade. Acabou com o que de mais precioso eu poderia ter, que são meus estudos. Hoje eu entendo que é por meio dele que poderei ter um futuro melhor”. Este pequeno resumo relata a angústia de quem briga cons-tantemente para viver longe das drogas e reescrever sua vida por meio da formação escolar. Depois de experimentar vários tipos de drogas, Osvaldo entrou em depressão e só conseguiu se restruturar física e mentalmen-te depois de ser internado em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos.

No Centro de Reabilitação em Dependência Química Isma-el Abdel Aziz, Osvaldo começou a reescrever seu caminho rumo à conclusã dos estudos e li-vramento do vício. A unidade de tratamento foi fundamental para que ele pudesse colocar em prática sua vontade de voltar a estudar. Por meio do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino (Seduc), Osvaldo teve a chance de concluir o ensino

fundamental. A avaliação foi realizada dentro da unidade tratamento, localizada no qui-lômetro 53 da rodovia AM-010 (Manaus - Itacoatiara), via inter-net e com acompanhamento de profi ssionais da secretaria.

Desde que chegou à unidade de tratamento, Osvaldo foi in-centivado a retornar aos bancos escolares. O espaço conta com salas de aulas e uma equi-pe especializada formada por pedagogos, psicólogos e pro-fessores. “Esse suporte multi-profi ssional se faz necessário para que o paciente sinta-se motivado a querer retomar seus estudos em paralelo com o tratamento e consiga retornar ao convívio social com outras perspectivas de vida”, relata o médico psiquiatra e diretor do Centro de Reabilitação, Pablo Gnutzmann.

Dedicado, Osvaldo estudava pelo menos duas horas por dia na sala de aula do centro de re-abilitação, mas esse tempo, se-gundo ele, era pouco para rever as disciplinas e o conteúdo para o “Provão”. Uma das estratégias para ver seu sonho realizado foi estudar também nos horários vagos do tratamento, muitas vezes à noite.

De alta do centro de rea-bilitação há pelo menos um mês, Osvaldo dá continuidade aos estudos e busca a conclu-são de sua formação no ensi-no médio, desta vez, na sede da Seduc, no bairro Japiim 2, Zona Centro-Sul.

Osvaldo faz pelo menos três visitas por semana às bibliotecas públicas de Ma-naus. A preferida é a da Câmara Municipal de Ma-naus, no bairro Santo An-tônio, Zona Oeste.

Dentre as disciplinas que mais tem afi nidade estão língua portuguesa, histó-ria e geografi a, porém, ele se dedica, diuturnamente, a todas da mesma forma. “Tenho conhecimento de que uma disciplina ajuda a

entender a outra, por isso tenho me dedicado a todas de igual forma”.

Empolgado com as possi-bilidades que se abrem por meio dos estudos ele traça planos e metas para o futuro. “Após concluir o ensino mé-dio, no próximo ano, quero iniciar uma faculdade”. A futura profi ssão ainda não está defi nida por Osvaldo, mas ele afi rma que os cursos de direito e psicologia estão entre os preferidos. Prestes

a concluir os estudos, Osval-do se inscreveu no Exame Nacional do Ensino Médio.

Ele também destaca que aprendeu uma lição ao en-trar para o mundo das dro-gas. “A droga me tirou o direito de estudar. Quando comecei o tratamento de reabilitação fui incentivado a estudar novamente e vou aproveitar essa oportunida-de. Quero ocupar meu tempo com a minha formação por meio dos estudos”, fi naliza.

Dedicação e metas para o futuro

Para participar do “Provão”, Osvaldo estudava no centro de reabllitação e nas horas vagas

Após concluir o ensino fundamental, Osvaldo conseguiu um emprego e hoje trabalha como “cuidador” no abrigo Pe-queno Nazareno, uma Or-ganização Não-Governa-mental (ONG), localizada no bairro Colônia Terra Nova, Zona Norte.

O coordenador da ONG, Tommaso Lombardi, res-salta que Osvaldo Moraes é dedicado e disciplinado no trabalho, além de ser-vir como exemplo de vitó-ria para os adolescentes que estão em tratamento na ONG. “Sua vivêcia e tropeços na vida servem de exemplo para nossos adolescentes a não errar e se livrar de males. Ou-tro ponto importante é a vontade e dedicação em ajudar as pessoas”.

Osvaldo conta que um sonho antigo se realiza por integrar a equipe do abrigo. “Dou os primei-ros passos rumo ao meu objetivo, que é cuidar de pessoas que precisam de ajuda”, declara.

Exemplo de vitória para jovens

ANDRÉ MOREIRA

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Ao menos três vezes na semana Osvaldo vai para as bibliotecas estudar

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

“Será nossa segunda par-ticipação na Semana Am-biental e planejamos nos envolver ainda mais com as temáticas socioambien-tais, principalmente por es-tarmos inseridos na Ama-zônia. Convidamos toda a comunidade a fazer parte desse ato de conscientiza-

ção que ocorrerá em uma área tão importante da nossa cidade”, enfatiza o gerente-geral do Go Inn, Arilson Freitas.

De acordo com o presi-dente nacional do IBDN, Rogério Iório, ações de impacto local podem aju-dar a propagar a causa

e fomentar a formação de multiplicadores.

“A ideia central é chamar atenção para a responsa-bilidade socioambiental das pessoas. Despertar a consciência daqueles que observarão a ação e in-centivá-los a fazer parte da solução”, explica.

Iniciativa faz parte das atividades da 9º Semana Ambiental, que será realizada em Manaus entre os dias 10 e 16 deste mês, em vários locais

Centro histórico receberá ação de coleta de lixo

Uma ação comunitá-ria de coleta de lixo em espaços públi-cos, intitulada “Ati-

tude Limpa”, será realizada na área do Centro Histórico de Manaus, no próximo dia 16, pelo Instituto Brasilei-ro de Defesa da Natureza (IBDN), em parceria com o hotel Go Inn e o movimento Pedala Manaus.

A iniciativa faz parte da programação da 9ª Semana Ambiental, promovida pelo IBDN, cujas atividades terão início no dia 10 de agos-to, com palestras diversas, além da distribuição de 20 mil cartilhas, na rede pública de ensino.

Um dos objetivos da “Ati-tude Limpa” será o de reu-nir adeptos da causa para um gesto educativo, por meio do recolhimento de re-síduos sólidos descartados de forma inadequada em áreas públicas urbanas.

O ponto de encontro da ação será na Praça do Congresso, às 10h, onde serão distribu-ídos materiais para a coleta, como luvas e sacos. Todo o lixo recolhido na “Atitude Limpa” será pesado e receberá o des-tino correto, conforme o tipo de material. Os participan-tes receberão certificado de horas complementares.

Participantes do evento, concentrados na praça do Congresso, receberão material de coleta

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Ação quer consciência ambiental

Concentração será em frente ao anfiteatro da Ponta Negra

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‘Grito de Paz’ acontece na manhã deste domingo

Neste domingo, a partir das 10h, o grupo “Aliança Bíblica por Amor” (ABA) pro-move um manifesto pela paz, nas ruas da Ponta Negra, na Zona Oeste. A ação, que vem sendo cha-mada de “Grito de Paz”, quer reunir cidadãos in-conformados com o senti-mento de insegurança vi-venciado por amazonenses e pessoas que escolheram Manaus para estabelecer suas famílias.

Conforme Ely Barbosa, um dos organizadores do evento, a caminhada vai iniciar em frente ao anfi-teatro da Ponta Negra e espera reunir aproximada-mente 200 pessoas. Os par-ticipantes usarão roupas brancas e levarão cartazes e faixas com mensagens

contrárias à violência.“Pela segunda vez no ano,

Manaus vivenciou dias san-grentos e de terror. Em março, foram 11 mortes. Há poucas semanas fo-ram 36. Os sentimentos dos cidadãos de paz são medo, insegurança e ins-tabilidade, mas isso não pode continuar. Então, que-remos convidar os cidadãos amazonenses e de qual-quer Estado a expressar um manifesto pela vida, sem algazarra. Um manifesto de amor”, afirma.

Criado no fim de 2014 por estudantes e profissio-nais de diversas áreas, o ABA tem prestado serviços gratuitos na periferia de Manaus e em municípios da Região Metropolitana de Manaus (RMM).

PONTA NEGRA

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 C5

Em busca de melhores condições de vida, imigrantes encontraram na capital amazonense ajuda para recomeçar a vida, após terremoto que devastou o país

Há 5 anos, Manaus foi uma das portas de entrada para diversos haitianos

que chegaram ao Brasil, em busca de uma oportunidade de trabalho e melhores con-dições de vida. A vinda dos imigrantes ocorreu após um terremoto atingir o Haiti no dia 12 de janeiro de 2010, deixando 300 mil mortos e 1,5 milhões de desabrigados. Na capital amazonense, mesmo tendo que enfrentar as dife-renças culturais e o precon-ceito, eles receberam ajuda da igreja de São Geraldo, que abraçou a causa, e hoje contabiliza a grande maio-ria dos haitianos que vieram para Manaus e conseguiu se estabilizar fi nanceiramente e trazer a família para começar uma nova história.

De acordo com o padre

da igreja de São Geraldo, Valdecir Molinari, ao longo destes anos, pelo menos 10 mil haitianos passaram pela paróquia, onde foram aco-lhidos até que pudessem se estabilizar na cidade. Desse total, 1.800 continuam em Manaus, empregados, com moradia fi xa e com fi lhos nascidos em solo amazonen-se. “Temos uma faixa de 10 mil haitianos que passaram por aqui ao longo desses anos. Na época eles fi caram em três alojamentos que temos no bairro Zumbi, Parque Dom Pedro e no centro da cidade (esse último só de mulheres). Ainda hoje esses espaços são utilizados pelos que ainda chegam a cidade. Pelo me-nos 65 haitianos ainda estão nesses abrigos”, conta.

Padre Molinari explica que hoje são poucos os imigran-tes haitianos que vem para Manaus. Desde o início desse

ano, a capital amazonense recebeu em média 50 haitia-nos por mês. Ele conta que a oferta de trabalho tam-bém diminuiu, e quem che-gou agora, tem muito mais difi culdade de conseguir um emprego do que os que cha-garam há cinco anos. “Hoje a vinda dos haitianos por Manaus é muito pequena. Em 2010, 2011 e 2012 foi uma loucura, pois chegavam por semana em media 80 a 100 haitianos aqui na paróquia. No início, era muito mais fácil para eles arrumarem empre-go, pois as empresas vinham para selecionar empregados e levavam 150 pessoas de uma só vez. Conheço haitia-nos que estão bem emprega-dos e que iniciaram negócio próprio, como mercadinhos. Os que chegam agora so-frem em busca de traba-lho, pois a oferta diminuiu bastante”, observa.

O haitiano Lolo Wilta, 40, é um dos imigrantes que veio para a cidade em busca de trabalho e melhor condição de vida. Ele conta que já se passou um ano e ainda assim não conseguiu um trabalho que lhe dê estabilidade para trazer a família e fi car com ela. “Estou há um ano em Ma-naus e está difícil conseguir trabalho. Quero poder trazer minha família para viver co-migo. Mas só vou fazer isso quando eu tiver mais condi-ções”, comenta.

O padre relata que muitos haitianos apenas passam em média dois ou três meses em Manaus e seguem para outros estados do Brasil. “Alguns se estabilizam aqui na cidade, já outros buscam salários me-lhores em grandes metrópo-les do país. A grande maioria que entrou na capital no ano de 2010 não está mais na cidade”, informa.

O pároco da igreja de São Geraldo destaca que na épo-ca em que Manaus recebeu uma grande quantidade de haitianos, foi a solidarieda-de da população manauen-se e de algumas empresas, que ajudou na acolhida dos imigrantes. Ele ressalta que o poder público foi omis-so ao que estava aconte-cendo e ajudou apenas em situações pontuais.

“Quem ajudou a gente com a acolhida dos haitianos fo-ram as ongs como o Ama Haiti e as empresas parceiras. Essa não era uma missão nossa, era uma missão do Estado. Na verdade a omissão do Estado levou a sociedade dar uma resposta, essa resposta não era só nós que deveríamos dar. O Estado nos ajudou em momentos pontuais, o grosso veio da população que aju-

dou”, avalia.Para o padre houve uma

inversão de papel, pois a responsabilidade deveria ter partido primeiro de uma polí-tica de imigração do governo. “Houve sim uma inversão de papel, o governo do Amazonas foi totalmente omisso diante dessa situação, diferente do Acre, por exemplo, onde houve ações do Governo de lá em ajudar os imigrantes. Quem escutava as autoridades lo-cais falando parecia que eles ajudavam com tudo, mas não foi bem assim. A casa Jaca-mim acolheu haitianos, mas não chegou a cem, enquanto nós acolhemos quase 10 mil. O governo ajudou com mil qui-los de comida e nós com mais 30 mil quilos”, relembrou.

Atualmente uma das maio-res necessidades que a igreja de São Geraldo passa em

ajudar os haitianos que ainda estão em Manaus é a falta de comida, pois de acordo com o padre, as doações diminuíram bastante e as parceiras pra-ticamente acabaram. “Hoje a nossa necessidade maior é com comida. Tivemos ano passado uma parceira com o Ministério do Trabalho, que foi fundamental, onde algu-mas multas foram revertidas em comida, mas esse ano não conseguimos nenhuma. Também no ano passado, ti-vemos por parte da igreja, no Pentecostes, uma parte de alimentos doados para nós, mas esse ano, devido a cheia a alimentação que eles arrecadaram foi desti-nada aos ribeirinhos. O fato dos haitianos serem minoria, tornaram eles menos visíveis, e com isso diminui a ajuda da comunidade”, revela.

População mostrou-se solidária

Crianças se adaptam à cidade

Haitianos em Manaus

As crianças com meses de vida até 3 anos de ida-de costumam fi car na Casa de Apoio da Igreja de São Geraldo, já que os pais pre-cisam trabalhar e não tem com quem deixá-las. De acordo com o pároco da igreja, a Casa de Apoio com-pletou dois anos no mês de junho e atende atualmente, crianças de cinco meses a três anos de idade, em sua maioria fi lhas de haitianas que necessitam trabalhar ou buscar oportunidades de emprego, mas não possuem lugar para deixar os fi lhos.

“Nossa casa de apoio atende atualmente 25 crianças. Temos cinco pes-soas que fi cam aqui, pagas pela paróquia. O grande peso que temos é com o salário do pessoal, pois es-sas cinco pessoas têm car-teira de trabalho registrada e recebem todos os direitos trabalhistas. Nossa difi cul-dade é o pagamento do sa-lário, que custa em torno de R$6 mil por mês. Claro que temos outras necessidades, mas que vem sendo acolhi-das pela comunidade. Toda quinta-feira tem o terço da família, e as pessoas que participam trazem produ-tos para essas crianças bem

como para as crianças da Pastoral da Criança”, des-taca padre Molinari.

Ele explica que na casa, as crianças recebem cuidados de higiene, alimentação e atividades educativas, que são ministradas pelas cinco funcionárias contratados pela igreja. Os pequenos passam o dia sob os cuida-dos de funcionárias, fazem

as refeições e ainda rece-bem atendimento médico e psicológico.

“Gostaríamos de poder atender mais gente, mas infelizmente o espaço é pequeno. Temos mais seis crianças em uma lista de espera, mas no momento ainda não temos condições de ajudá-las”, lamenta o padr Molinari.

Casa apoia mães que trabalham

MICHELLE FREITAS

OBSTÁCULOSEntre as difi culdades encontradas para manter a Casa de Apoio funcionando estão o pagamento dos funcionários e a aquisição de mate-riais de higiene, lim-peza e alimentação

Alunos haitianos se destacam por serem de-dicados em sala de aula

Creche cuida de crianças enquanto as mães trabalham

Vinda de haitianos para Manaus diminuiu nos últimos 2 anos

Aproximadamente 10 mil haitianos passaram por Manaus

Crianças se adaptam à cidade

Após se es-tabilizarem, imigrantes

trouxeram a família para

a capital

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Muitos haitianos que che-garam a Manaus não vieram sozinhos, mas com a família. Os que vieram sozinhos, as-sim que conseguiram esta-bilidade, trouxeram esposa e fi lhos para a cidade. As crian-ças haitianas, mesmo sendo muito pequenas e apesar das difi culdades com o idio-ma, impressionam a todos com o esforço e dedicação para conseguir se adaptar a nova realidade.

A escola municipal Waldir Garcia, no bairro São Ge-raldo, é uma das que virou referência na alfabetização de crianças haitianas. A ins-tituição é a que mais recebe fi lhos de haitianos, atualmen-te com 11 alunos. No início eles falavam crioulo, inglês ou espanhol e hoje já falam português muito bem, confor-me a gestora da escola, Lúcia Cristina Santos.

“O nível de aprendizagem deles é mais avançado do que os dos demais alunos da rede. Eles se dedicam em tudo o que fazem, aprenderam mui-to rápido a nossa língua e hoje são destaques. Eu digo que eles são os nossos interpretes com os pais, já que muitos pais não falam o português. Eles aprendem em três me-ses o que os outros alunos

demoram dois ou três anos para aprender no processo de alfabetização. No início, a gente utiliza a mímica, partin-do do trabalho de assimilação de objetivos, para que eles aprendessem palavras do cotidiano”, destaca.

A aluna Miguelda Jeruard, 6, é umas das crianças que sur-preende a direção da escola, pois aprendeu rapidamente a língua portuguesa e hoje tenta ensinar os pais, para que eles possam também dialogar com os professo-res. “Eu sei falar melhor que eles e até consigo ler livros em português. Meus pais não falam muito bem. Ainda têm difi culdades, e não têm tempo para estudar. Eles precisam trabalhar”, declara.

Elkenor Woodson, 8, tam-bém é um dos alunos des-taque na escola e participa de diversas atividades na instituição. As preferidas são a dança e o canto. “Eu gosto muito de dançar e cantar. Gosto de vir para a escola e aprender coisas novas”, comenta.

Lúcia Cristina conta que logo que a unidade passou a receber alunos haitianos, ocorreu muito preconceito por parte das outras crianças, mas hoje esse cenário mudou

e todos são muito respeitados. “No começo a gente teve vários ca-sos de bullying na escola. Qual-quer criança, pessoa negra era chamada de haitiano, isso era uma forma de apelidar e irritar, mas aca-bou. A gente sempre pro-cura chamá-los pelos nomes, que mesmo sen-do difícil, facilita na interação com as outras crianças”, ressalta.

Ela se orgulha dos alu-nos haitianos, pois além de serem muito es-forçados quanto ao aprendiza-do, são crian-ças respei-tadoras e valorizam acima de tudo o p a p e l do pro-fessor.

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 C5

Em busca de melhores condições de vida, imigrantes encontraram na capital amazonense ajuda para recomeçar a vida, após terremoto que devastou o país

Há 5 anos, Manaus foi uma das portas de entrada para diversos haitianos

que chegaram ao Brasil, em busca de uma oportunidade de trabalho e melhores con-dições de vida. A vinda dos imigrantes ocorreu após um terremoto atingir o Haiti no dia 12 de janeiro de 2010, deixando 300 mil mortos e 1,5 milhões de desabrigados. Na capital amazonense, mesmo tendo que enfrentar as dife-renças culturais e o precon-ceito, eles receberam ajuda da igreja de São Geraldo, que abraçou a causa, e hoje contabiliza a grande maio-ria dos haitianos que vieram para Manaus e conseguiu se estabilizar fi nanceiramente e trazer a família para começar uma nova história.

De acordo com o padre

da igreja de São Geraldo, Valdecir Molinari, ao longo destes anos, pelo menos 10 mil haitianos passaram pela paróquia, onde foram aco-lhidos até que pudessem se estabilizar na cidade. Desse total, 1.800 continuam em Manaus, empregados, com moradia fi xa e com fi lhos nascidos em solo amazonen-se. “Temos uma faixa de 10 mil haitianos que passaram por aqui ao longo desses anos. Na época eles fi caram em três alojamentos que temos no bairro Zumbi, Parque Dom Pedro e no centro da cidade (esse último só de mulheres). Ainda hoje esses espaços são utilizados pelos que ainda chegam a cidade. Pelo me-nos 65 haitianos ainda estão nesses abrigos”, conta.

Padre Molinari explica que hoje são poucos os imigran-tes haitianos que vem para Manaus. Desde o início desse

ano, a capital amazonense recebeu em média 50 haitia-nos por mês. Ele conta que a oferta de trabalho tam-bém diminuiu, e quem che-gou agora, tem muito mais difi culdade de conseguir um emprego do que os que cha-garam há cinco anos. “Hoje a vinda dos haitianos por Manaus é muito pequena. Em 2010, 2011 e 2012 foi uma loucura, pois chegavam por semana em media 80 a 100 haitianos aqui na paróquia. No início, era muito mais fácil para eles arrumarem empre-go, pois as empresas vinham para selecionar empregados e levavam 150 pessoas de uma só vez. Conheço haitia-nos que estão bem emprega-dos e que iniciaram negócio próprio, como mercadinhos. Os que chegam agora so-frem em busca de traba-lho, pois a oferta diminuiu bastante”, observa.

O haitiano Lolo Wilta, 40, é um dos imigrantes que veio para a cidade em busca de trabalho e melhor condição de vida. Ele conta que já se passou um ano e ainda assim não conseguiu um trabalho que lhe dê estabilidade para trazer a família e fi car com ela. “Estou há um ano em Ma-naus e está difícil conseguir trabalho. Quero poder trazer minha família para viver co-migo. Mas só vou fazer isso quando eu tiver mais condi-ções”, comenta.

O padre relata que muitos haitianos apenas passam em média dois ou três meses em Manaus e seguem para outros estados do Brasil. “Alguns se estabilizam aqui na cidade, já outros buscam salários me-lhores em grandes metrópo-les do país. A grande maioria que entrou na capital no ano de 2010 não está mais na cidade”, informa.

O pároco da igreja de São Geraldo destaca que na épo-ca em que Manaus recebeu uma grande quantidade de haitianos, foi a solidarieda-de da população manauen-se e de algumas empresas, que ajudou na acolhida dos imigrantes. Ele ressalta que o poder público foi omis-so ao que estava aconte-cendo e ajudou apenas em situações pontuais.

“Quem ajudou a gente com a acolhida dos haitianos fo-ram as ongs como o Ama Haiti e as empresas parceiras. Essa não era uma missão nossa, era uma missão do Estado. Na verdade a omissão do Estado levou a sociedade dar uma resposta, essa resposta não era só nós que deveríamos dar. O Estado nos ajudou em momentos pontuais, o grosso veio da população que aju-

dou”, avalia.Para o padre houve uma

inversão de papel, pois a responsabilidade deveria ter partido primeiro de uma polí-tica de imigração do governo. “Houve sim uma inversão de papel, o governo do Amazonas foi totalmente omisso diante dessa situação, diferente do Acre, por exemplo, onde houve ações do Governo de lá em ajudar os imigrantes. Quem escutava as autoridades lo-cais falando parecia que eles ajudavam com tudo, mas não foi bem assim. A casa Jaca-mim acolheu haitianos, mas não chegou a cem, enquanto nós acolhemos quase 10 mil. O governo ajudou com mil qui-los de comida e nós com mais 30 mil quilos”, relembrou.

Atualmente uma das maio-res necessidades que a igreja de São Geraldo passa em

ajudar os haitianos que ainda estão em Manaus é a falta de comida, pois de acordo com o padre, as doações diminuíram bastante e as parceiras pra-ticamente acabaram. “Hoje a nossa necessidade maior é com comida. Tivemos ano passado uma parceira com o Ministério do Trabalho, que foi fundamental, onde algu-mas multas foram revertidas em comida, mas esse ano não conseguimos nenhuma. Também no ano passado, ti-vemos por parte da igreja, no Pentecostes, uma parte de alimentos doados para nós, mas esse ano, devido a cheia a alimentação que eles arrecadaram foi desti-nada aos ribeirinhos. O fato dos haitianos serem minoria, tornaram eles menos visíveis, e com isso diminui a ajuda da comunidade”, revela.

População mostrou-se solidária

Crianças se adaptam à cidade

Haitianos em Manaus

As crianças com meses de vida até 3 anos de ida-de costumam fi car na Casa de Apoio da Igreja de São Geraldo, já que os pais pre-cisam trabalhar e não tem com quem deixá-las. De acordo com o pároco da igreja, a Casa de Apoio com-pletou dois anos no mês de junho e atende atualmente, crianças de cinco meses a três anos de idade, em sua maioria fi lhas de haitianas que necessitam trabalhar ou buscar oportunidades de emprego, mas não possuem lugar para deixar os fi lhos.

“Nossa casa de apoio atende atualmente 25 crianças. Temos cinco pes-soas que fi cam aqui, pagas pela paróquia. O grande peso que temos é com o salário do pessoal, pois es-sas cinco pessoas têm car-teira de trabalho registrada e recebem todos os direitos trabalhistas. Nossa difi cul-dade é o pagamento do sa-lário, que custa em torno de R$6 mil por mês. Claro que temos outras necessidades, mas que vem sendo acolhi-das pela comunidade. Toda quinta-feira tem o terço da família, e as pessoas que participam trazem produ-tos para essas crianças bem

como para as crianças da Pastoral da Criança”, des-taca padre Molinari.

Ele explica que na casa, as crianças recebem cuidados de higiene, alimentação e atividades educativas, que são ministradas pelas cinco funcionárias contratados pela igreja. Os pequenos passam o dia sob os cuida-dos de funcionárias, fazem

as refeições e ainda rece-bem atendimento médico e psicológico.

“Gostaríamos de poder atender mais gente, mas infelizmente o espaço é pequeno. Temos mais seis crianças em uma lista de espera, mas no momento ainda não temos condições de ajudá-las”, lamenta o padr Molinari.

Casa apoia mães que trabalham

MICHELLE FREITAS

OBSTÁCULOSEntre as difi culdades encontradas para manter a Casa de Apoio funcionando estão o pagamento dos funcionários e a aquisição de mate-riais de higiene, lim-peza e alimentação

Alunos haitianos se destacam por serem de-dicados em sala de aula

Creche cuida de crianças enquanto as mães trabalham

Vinda de haitianos para Manaus diminuiu nos últimos 2 anos

Aproximadamente 10 mil haitianos passaram por Manaus

Crianças se adaptam à cidade

Após se es-tabilizarem, imigrantes

trouxeram a família para

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Muitos haitianos que che-garam a Manaus não vieram sozinhos, mas com a família. Os que vieram sozinhos, as-sim que conseguiram esta-bilidade, trouxeram esposa e fi lhos para a cidade. As crian-ças haitianas, mesmo sendo muito pequenas e apesar das difi culdades com o idio-ma, impressionam a todos com o esforço e dedicação para conseguir se adaptar a nova realidade.

A escola municipal Waldir Garcia, no bairro São Ge-raldo, é uma das que virou referência na alfabetização de crianças haitianas. A ins-tituição é a que mais recebe fi lhos de haitianos, atualmen-te com 11 alunos. No início eles falavam crioulo, inglês ou espanhol e hoje já falam português muito bem, confor-me a gestora da escola, Lúcia Cristina Santos.

“O nível de aprendizagem deles é mais avançado do que os dos demais alunos da rede. Eles se dedicam em tudo o que fazem, aprenderam mui-to rápido a nossa língua e hoje são destaques. Eu digo que eles são os nossos interpretes com os pais, já que muitos pais não falam o português. Eles aprendem em três me-ses o que os outros alunos

demoram dois ou três anos para aprender no processo de alfabetização. No início, a gente utiliza a mímica, partin-do do trabalho de assimilação de objetivos, para que eles aprendessem palavras do cotidiano”, destaca.

A aluna Miguelda Jeruard, 6, é umas das crianças que sur-preende a direção da escola, pois aprendeu rapidamente a língua portuguesa e hoje tenta ensinar os pais, para que eles possam também dialogar com os professo-res. “Eu sei falar melhor que eles e até consigo ler livros em português. Meus pais não falam muito bem. Ainda têm difi culdades, e não têm tempo para estudar. Eles precisam trabalhar”, declara.

Elkenor Woodson, 8, tam-bém é um dos alunos des-taque na escola e participa de diversas atividades na instituição. As preferidas são a dança e o canto. “Eu gosto muito de dançar e cantar. Gosto de vir para a escola e aprender coisas novas”, comenta.

Lúcia Cristina conta que logo que a unidade passou a receber alunos haitianos, ocorreu muito preconceito por parte das outras crianças, mas hoje esse cenário mudou

e todos são muito respeitados. “No começo a gente teve vários ca-sos de bullying na escola. Qual-quer criança, pessoa negra era chamada de haitiano, isso era uma forma de apelidar e irritar, mas aca-bou. A gente sempre pro-cura chamá-los pelos nomes, que mesmo sen-do difícil, facilita na interação com as outras crianças”, ressalta.

Ela se orgulha dos alu-nos haitianos, pois além de serem muito es-forçados quanto ao aprendiza-do, são crian-ças respei-tadoras e valorizam acima de tudo o p a p e l do pro-fessor.

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Significado de tatuagens pode revelar certos crimesDesenhos podem demonstrar desde matadores de policiais a pessoas que nutrem alguma admiração por atos ilícitos

Em várias unidades pri-sionais do país as ta-tuagens nos corpos de internos revelam um

perfil, o histórico criminoso de cada um, além de estabelecer a hierarquia dentro da prisão.

Para os policiais civis que atuam na prisão de criminosos, nenhum preso é diferenciado pelas tatuagens. De acordo com o investigador da Dele-gacia Especializada de Homi-cídios e Sequestros (DEHS), Geraldo Filho, todos são tra-tados conforme os seus deli-tos, entretanto, aqueles que possuem tatuagem de palha-ço, por exemplo, na hora da abordagem, são tratados com maior cuidado e precaução por policiais civis e militares.

“O cuidado é tomado, uma vez que a pessoa que faz uma tatuagem dessas no corpo, com certeza tem ciência do seu significado. Muitas vezes, eles se tatuam para se intitular poderosos e nem chegaram a cometer o crime. Há duas se-manas, uma adolescente de 15 anos foi apreendida suspeita de participar do roubo a uma joalheria. Ela tem desenhada no corpo uma arlequina, que

para o mundo do crime sig-nifica moças fãs de delitos. Na tatuagem dela a persona-gem aparece segurando uma arma de fogo”, informa.

As figuras mais comuns en-contradas em pessoas que co-meteram delitos são palhaço, associada a roubo e morte de policiais; magos, duendes e

saci, usadas por traficantes; carpa, ligada à facção crimi-nosa, tráfico de drogas, for-mação de quadrilha; folha de maconha, quando indica usu-ário ou traficante; e diamante, relacionado à prática de roubo ou furto para mulheres.

ConsultaDe acordo com a delega-

da titular interina da DEHS,

Sansha Sodré, não há nenhum estudo científico sobre o as-sunto na especializada. Ela informa que entre os crimi-nosos vigora a lei do silêncio, mas por meio da experiência e convívio diário com pessoas acusadas e vitimadas, é possí-vel identificar alguns códigos extraídos destas tatuagens, além de um simples desenho pintado no corpo.

“Decerto que ninguém pode ser indiciado, julgado e con-denado com base apenas em tatuagens, mas poderá ser ele-mento de expertise policial, que junto com o trabalho de in-teligência e cruzamento de da-dos orientará os investigado-res e as autoridades policiais na busca de outros elementos de informação. A tatuagem, isoladamente, nunca deve ser utilizada como única fonte de consulta sobre o histórico do indivíduo”, avalia.

Para o psicólogo Alexan-dre Romano, a tatuagem, em geral, é uma forma sim-bólica com vários signifi-cados. No mundo do crime, ela serve para identificar tipificação penal, facções criminosas e ainda para ge-rar uma relação de poder entre os criminosos.

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AÇÃO

De acordo com o tatuador Gesner Neto, as tatuagens são erroneamente associa-das aos atos criminosos por semelhança e perfis de desenhos.

“Não sou a favor do pen-samento que generaliza as tatuagens. Trabalho com esta

arte e já fiz desenhos, princi-palmente, de palhaço e car-pas em pessoas que não são envolvidas com delitos. Para eles o significado é outro. Já fiz desenhos em pessoas ligadas ao crime, porém, eram tatua-gens comuns. Os criminosos não querem estampar quem

são, fazer um desenho reve-lando o que fazem, é como anunciar em um outdoor a prática criminosa. Por conta de situações isoladas no Es-tado, as pessoas passam a enxergar de forma controver-sa o verdadeiro significado de um desenho”, afirma.

Criminosos usam da discrição

No mundo do crime, a tatuagem de palhaço é associada a matadores de policiais civis ou militares

ESTUDOEm janeiro deste ano, um policial militar baiano divulgou um “estudo” sobre o sig-nificado das dez tatu-agens mais comuns no mundo do crime. Entre elas estão as de palha-ços e animais

THAÍS GAMA

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Câmeras reduzem em até 60% crimes em ManausImplantado em várias partes da capital, o equipamento auxilia no combate a ilícitos, além de cooperar com investigações

Instaladas desde 2005, por meio de uma parceria pú-blico-privada as mais 260 câmeras, que atuam em

conjunto com o Centro Inte-grado de Operações (Ciops), reduziram em até 60% os índi-ces de criminalidade nas áreas onde foram implantadas.

Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), as câmeras do sistema regis-tram diversas ocorrências nas áreas mapeadas, entre elas atitudes suspeitas, ameaças, perturbações da tranquilidade e da ordem, lesão corporal, rou-bos e furtos, brigas e acidentes de trânsito.

Ainda de acordo com a secretaria, as estruturas do Ciops e do Centro Integra-do de Comando e Controle do Amazonas (CICC-AM), ambos da SSP, foram unifi-cadas desde o início deste ano, para garantir expansão no atendimento à população e maior monitoramento das câmeras de segurança.

Para o coronel da Polícia Mili-tar Raimundo Oliveira Filho, da Secretaria de Planejamento e Gestão Integrada de Seguran-ça (Seagi) e especialista em segurança pública, quando as

câmeras começaram a serem implantadas, em 2004, houve redução em até 60% nas áreas em que foram instaladas. “Eu fui diretor do Ciops e tenho pesquisas que apontam que em algumas regiões da cida-de, como na Zona Centro-Sul e Centro, por exemplo, de um ano para o outro nas áreas monitoradas houve queda nas

ocorrências de até 10%”, ga-rante o especialista.

PrevençãoSegundo o coronel Oliveira

Filho, as câmeras de monitora-mento registram grande parte das ocorrências em Manaus. “Pelas câmeras do Ciops já con-seguimos até prevenir fugas de presidiários da Raimundo Vidal. Em frente a unidade

prisional há câmeras e por lá conseguimos evitar que a fuga ocorresse. As câmeras são uma ferramenta potente na preservação, investigação, inteligência, controle da crimi-nalidade e salvamento de vidas humanas”, afirma o oficial.

Conforme o gerente de Telemática da Secretaria de Segurança Pública. Ari Gomes Firmino, em várias situações as câmeras for-neceram vídeos que evita-ram sequestros, ajudaram na localização de pessoas desaparecidas, auxiliaram no flagrante e combate a incêndios, além de darem apoio tático em investiga-ções da Polícia Civil.

“Esse é um projeto que tem grande aceitação pública e tem trazido muitos benefí-cios ao Estado. Por essa ra-zão, os investimentos devem continuar”, afirma Ari.

“O combate à criminalidade era apenas na rua, no corpo a corpo e agora, continuamos com o mesmo foco, mas com novas ferramentas que dão ao policial a oportunidade de se antecipar a qualquer ato que ponha em risco a vida e o pa-trimônio do cidadão”, explica Edmilson Duarte, subtenente PM da reserva.

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Colocadas em locais estratégicos da cidade, câmeras de monitoramento flagram várias ocorrências

COTIDIANOPor determinação do secretário de Seguran-ça Pública, as câmeras de monitoramento de-vem ser utilizadas não apenas em grandes eventos, mas também no dia a dia da segu-rança da cidade

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Câmera da EyesNWhere auxiliou na elucidação de roubo a um condomínio na Zona Centro-Sul

STÊNIO URBANO

A Secretaria de Seguran-ça Pública pretende expandir, até o final do ano, a rede de monitoramento de câmeras, por meio de parceria públi-co-privada com empresas e instituições do Estado, que tenham tecnologia adequada para a integração.

Para o titular da pasta, Sérgio Fontes, os pontos de monito-ramento podem chegar a mil, em algumas zonas da cidade. “Iremos fazer um chamamen-to público por meio de edital estabelecendo os parâmetros tecnológicos necessários e ainda todos os pré-requisitos. Esse projeto está em fase de planejamento e em breve será

colocado em prática”, afirma.Ele destaca que a ampliação

no monitoramento de câme-ras é uma das estratégias de combate ao crime em Manaus e visa aumentar a sensação de segurança na capital.

ColaboraçãoAlgumas das câmeras que

integram o sistema de moni-toramento da cidade, são de responsabilidade da empresa EyesNWhere. Um destes equi-pamentos auxiliou nos traba-lhos de investigação da polícia, ao registrar um roubo ao con-domínio Parque dos Rios 1, na Zona Centro-Sul, na semana passada. No local existem três

câmeras de monitoramento, mas apenas uma delas está sendo usada pelo Ciops.

As imagens das outras duas câmeras, que pertencem à empresa, de acordo com os responsáveis, assim que forem solicitadas, por meio de um Bo-letim de Ocorrência (BO), serão disponibilizadas para auxiliar nas investigações.

De acordo com a Eyes-NWhere, desde que foram instaladas, as câmeras da empresa sempre colabora-ram na elucidação de roubos, assaltos, acidentes, entre outros crimes, colaborando na redução da criminalidade na cidade de Manaus

Equipamentos serão ampliados

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Equipe do Here.com faz mapeamento de ManausVeículo com equipamento fotográfico acoplado no teto foi flagrado trafegando nas imediações da Arena da Amazônia

Três anos após o Google ter realizado o mape-amento das ruas de Manaus, pelo Google

Street View, na última semana uma equipe da Here.com ini-ciou um trabalho semelhante ao da gingante de buscas, na capital amazonense.

Na última quinta-feira, um veículo modelo Tucson, de cor dourada, trafegava pela avenida Constantino Nery, nas proximi-dades da Arena da Amazônia, na Zona Centro-Oeste, com um equipamento acoplado no teto, fotografando a região.

Desenvolvido pela Nokia, para rodar na plataforma do Windows Phone, o Here.com já roda em dispositivos móveis que utilizam Android e iOS, oferecendo ma-pas de mais de 800 localidades espalhadas pelo mundo - entre elas algumas brasileiras. Um dos diferenciais do aplicativo em relação aos concorrentes é a possibilidade de modos de uso para locomoção a pé e via carro, informações em tempo real sobre trânsito e transporte público, na-vegação curva a curva orientada por voz, entre outros.

Além de recursos de rotas e navegação, os mapas off-line permitem ao usuário encontrar

determinados estabelecimentos na região pesquisada. A preci-são desses dados depende, é claro, da atualização periódica dos mapas.

O Here.com permite ao usu-ário guardar lugares favoritos. É possível até criar coleções que, posteriormente, podem ser consultadas nas versões do Here Maps para qualquer

outra plataforma, incluindo a opção web do serviço.

Tempo limpoAo contrário do Google Street

View - os trabalhos em Manaus, realizados em 2012, ocorreram em maio -, a equipe do Here.com irá atuar no período, em que o clima ajuda na captação de imagens, devido as chuvas serem escassas e o céu está limpo.

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Veículo do Here.com trafega pela avenida Constantino Nery, no sentido bairro-Centro, mapeando as ruas da capital

DA REDAÇÃO E AGÊNCIAS

CONVENIÊNCIAUm dos diferenciais do Here Maps são os mapas off-line, o que o torna tão conve-niente. Considerando o sinal de internet em Manaus, não é preciso conexão para acesar os mapas

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[email protected], DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015 (92) 3090-1042

CARREIRAPlateia D3

O ‘Mistério’ de Belo chega a Manaus

DIVULGAÇÃO

Guitarrista Stanley Wagner abre série de entrevistas que serão publicadas aos domingos de agosto com músicos locais que criaram raízes em outros Estados

em seis CORDASFOTOS: IONE MORENO

A m ú s i -ca ma-nauense ao longo

dos anos tem ex-portado grandes ar-tistas para o Brasil e até para o mundo. A partir desta edição, o EM TEMPO traz uma série de entrevis-tas com artistas da música amazonense que não só ra-mifi caram seus talentos como também absorveram novos co-nhecimentos acerca da arte que desenvolvem. São guitarristas, tecladistas, bateristas e baixis-tas que transcendem a mera execução de técnicas em seus instrumentos e dialogam com diferentes culturas. Para iniciar a contagem dessas histórias, o EM TEMPO apresenta hoje o talento de Stanley Wagner, um dos guitarristas mais respeita-dos e conceituados do Norte do Brasil, que recentemente esteve em rápida passagem pela capital amazonense.

O amazonense começou cedo sua carreira e sempre contou com o ambiente musical na família, que o impulsionou a fazer arte com o som envol-vente do instrumento de seis cordas. Stanley afi rma que seu pai foi quem o apresentou a esse universo. “Ele começou a me ensinar a tocar em casa bossa nova, Tom Jobim, Leila Pinheiro, me colocou para es-cutar bastante música popular. Comecei a tocar com meus pais, depois toquei com meu tio [Júnior Lima]”, afi rma.

Com apenas 16 anos de idade, começou a construir de fato uma carreira em Manaus, tra-balhando com artistas locais de renome no cenário musi-cal. “Parti para acompanhar o cantor e compositor Cileno, que me serviu como vitrine, pois outros cantores que me viam gostavam do meu traba-

lho e me chamavam para tocar também, incluindo Márcia Siqueira, Lucilene Castro e uma série de outros artistas

locais. Nesse tempo também comecei a

participar de festivais e gravações”, lembra.

Saindo de casaStanley diz que sempre quis

fazer faculdade de música, mas disse que em Manaus não tinha faculdade de música popular e por isso saiu da cidade para es-tudar fora. “Fui para São Paulo para fazer faculdade de música. Em Manaus, só tinha faculdade com foco na música erudita, e não popular. Eu vi a necessidade de fazer a faculdade. Todo ano eu ia para São Paulo estudar música, aproveitava aquele projetos da prefeitura e do go-verno, que levava os artistas locais para fora, para estudar e me aprimorar”, explica.

O manauense é bolsista e estuda em uma das faculdades de música mais importante do Brasil. “Em São Paulo consegui uma bolsa na Souza Lima. Ano que vem, se tudo der certo, me formo. Provavelmente, vou fazer um mestrado por lá, em algo voltado à educação ou ao meu instrumento”. Como pro-fessor, Stanley esteve por 10 anos no Liceu de Artes e OfíciosClaudio Santoro.

Há 3 anos em São Paulo, o guitarrista realiza projetos pa-ralelos com grandes cantores de renome do universo gospel e cantores promissores do meio secular. “Tenho tocado bastan-te com Paulo Cesár Baruck, Leonardo Gonçalves, Gerson Borges, Paulo Rogério e Gecy Goldard. Também tenho traba-lhado muito na área instrumen-tal com artistas como Serginho Carvalho [ex-baixista do Djavan e também amazonense]”.

Segundo Stanley, o começo

fora de Manaus foi difícil, mas agora ele já tem conseguido ultrapassar as difi culdades. “Em São Paulo todo mundo é muito bom, sempre tem que ter algo a mais para oferecer, lá a com-petitividade é muito grande. Eu demorei quase 2 anos para me adaptar e entender o cenário. É tudo muito rápido, a mil por hora. O povo de lá vive para estudar e ser melhor. Graças a Deus de 1 ano e meio para cá tem surgido muitos trabalhos legais e já me sinto um pouco mais adaptado”, refl ete.

Para se adaptar a como os músicos de São Paulo se com-portam e se inserir no merca-do, Stanley precisou mudar sua rotina e aumentar bruscamente suas horas de estudos. “A princi-pal coisa que estou aprendendo lá é o amor insano pela arte”, observa. O músico afi rma que sempre quando tem oportu-nidade volta a Manaus. “Eu venho a trabalho e aproveito para visitar minha família, ami-gos e levar o peixe para casa. Eu venho por aqui para fazer o estoque (risos), tenho que comprar o peixe, a farinha e o

ASAFE AUGUSTO

(guaraná) Baré”, brinca.

Plano de carreiraO músico manauense faz pla-

nos para seguir para fora do país, e diz que possivelmente poderá trazer novidades e par-cerias para Manaus. “A facul-dade que eu faço proporciona ao aluno fazer parte do curso

fora do país. O Mário [diretor da faculdade Souza Lima] sem-pre me pergunta como está Manaus, ele sempre tem umas idéias bem legais a serem exe-cutadas. Assim que terminar a faculdade, vou engrenar no mestrado e fazer vários proje-tos fora do País. Quero gravar um trabalho solo”.

Stanley ressalta que é im-portante se esforçar e ven-cer as barreiras e aconselha. “Quem realmente ama o que faz, nunca desiste. O ideal é você ir e ajudar alguém. Tem que sempre pensar no coletivo, em seus amigos na sua cidade. É assim que se cresce”, completa.

Versatilidade para se manter no cenárioStanley Wagner ressalta

que, sobretudo em Manaus, é preciso ter versatilidade para trabalhar no mercado da música local. “Toquei em várias bandas de gêneros diferentes. Para viver só de música em Manaus, acredito que tem que transitar em vários estilos, para poder pagar as contas. Enquanto estava tocando rock eu tam-bém tocava samba com a Lucilene, MPB com a Márcia Siqueira, jazz instrumental na Amazonas Jazz Band (que

faz parte dos Corpos Artísti-cos do Amazonas), e tocava reggae com o Cileno. Às ve-zes, dava uma confusão na minha cabeça, mas o lance era tentar fazer o máximo possível do que o artista queria”, enfatiza.

Da banda de heavy metal Glory Opera, que recebeu alguns prêmios de sites especializados e revistas sendo eleita revelação do ano de 2002 pela revista “Rock Brigade”, por exem-plo. O guitarrista gravou o

primeiro CD da banda e che-gou a fazer shows em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, abrindo para o Nightwish nas duas últimas cidades citadas. “Fiz bons shows com eles, foi muito divertido. Gravei o primeiro CD e logo saí. Mas ainda hoje eles são meus amigos, inclusive ainda tenho con-tato com o Jean [Rothen, guitarrista]”, diz.

Ao citar suas inspirações, Stanley diz que o pai dele é o grande símbolo. Até hoje

ele recebe dicas no âmbito musical, e conselhos para a vida. O guitarrista aponta outros grandes instrumen-tistas como sua infl uência musical. “No jazz são George Benson, Pat Metheny , Wes Montgomery. No rock, John Petrucci, Steve Vai, Joe Sa-triani. O que é legal é escutar de tudo, como diz a palavra de Deus, olha tudo e retém o que é bom. O estilo próprio se cria assim, pega um pouco daqui, outro dali e cria uma linguagem interessante”.

Estudo e prática, segundo o guitarrista, são fundamentais para a formação artística musical

Entre outros projetos, músico amazonense planeja investir mais em pesquisa, incluindo experiência no cenário internacional

Stanley pensa que dividir conhecimento fortalece a cultura

Uma

portado grandes ar-tistas para o Brasil e

lho e me chamavam

também comecei a participar de festivais

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Valdenice Garcia e Kátia Sebbem

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

Prévia do ‘Esquenta Manaus’Os grupos Cuka Fresca, Vem

K Sambar, Cacildis e Herlon & Banda são as atrações de hoje em mais uma edição especial “Esquenta Manaus”, na Co-pacabana Chopperia. A festa começa ainda pela tarde, indo

noite adentro com os maiores sucessos do samba e pagode, cantados por Dilsinho, Belo e Ferrugem.

O “Pagodão do Copa”, que acontece todos os domingos, hoje vai preparar o público

para o evento que acontecerá no sábado (8), também na chopperia (avenida do Turis-mo). No Esquenta Manaus, a novidade é a presença dos cantores Dilsinho e Ferrugem, “as novas caras” do pagode.

COPACABANA

>> Indústria . Sempre fi el no propósito pelo

fortalecimento da indústria do Amazonas e já consolidada como legítimo canal de reivindicações dos interesses coletivos regio-nais, a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) completa na próxima segunda-feira 55 anos de fundação.

. Para seu presidente, Antonio Silva, nesse período, a instituição aperfeiçoou o seu papel na defesa dos interesses do segmento que representa, contribuindo para o seu desenvolvimento em condi-ções sustentáveis, sob os aspec-tos econômicos, sociais, políticos, culturais e ambientais.

. Mesmo com o recuo de 9,8% no faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM), nos cinco primeiros meses do ano, com relação ao mesmo período de 2014, Antonio Silva diz que a FIEAM tem motivos para comemorar seu 55º aniver-sário e ainda acreditar numa re-tomada do crescimento em curto prazo. “A crise que se abateu sobre a economia brasileira é a maior causa dessa retração no desem-penho do PIM. Como sabemos, a maior parte da nossa produção é destinada ao mercado nacional. Mas, vamos superar essa crise logo”, disse Silva.

. O grande homenageado na comemoração dos 55 anos da FIEAM será o empresário Moyses Benarrós Israel, que acompanha desde o início a história da Fede-ração. Como membro-fundador, assumiu a 1ª vice-presidência na Diretoria Provisória, que vigorou de agosto de 1960 a setembro de 1961, e hoje, aos 91 anos, respon-de pela presidência do Conselho Fiscal da instituição.

>> Objeto de desejo

>> Caixa baixa. Herdeira de uma das maiores fortunas

do planeta, a francesa Françoise Betten-court Meyers passa por um momento delicado. É que a holding da qual ela é controladora junto com o marido Jean-Pierre Meyers, e que é dona de alguns dos principais sites de vendas de vinhos da França como o 1855.com, decretou falência na justiça do país.

. Com mais de 11 mil clientes lesados e dívidas que somam €40 milhões (R$ 150 milhões), o Grupo 1855 está em processo de liquidação em um tribunal de Bordeaux, onde também responde por acusações de fraude. Françoise é fi lha de Liliane Bettencourt, a mulher mais rica do mundo graças à participação de quase 30% que possui na L’Oréal, em-presa fundada por seu pai em 1909. Sua fortuna é estimada em US$ 41 bilhões (R$ 138 bilhões).

. Bem conhecida dos brasileiros, a marca Nivea acaba de lançar novo item para sua lista de produtos reconhecida-mente de qualidade.

. É o hidratante labial com sabor framboesa, que tem cheiro estimulante e delicioso. Vale conferir.

>> Très chic. A Top Internacional reuniu

time de socialites da cidade em evento na loja do Shopping Ponta Negra.

. A Top apresentava as bolsas da griff e Christian Lacroix que passaram a fazer parte das mar-cas comercializadas pela empresa. Evento com coquetel disputado.

Graça Assis, Socorro Du-arte e Cleide Avelino

Marinildes Lima e Sil-via Tuma

Alessandra Mourão

Lia Souza

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STYLO 10

O cantor paulista se apresentará no próximo sábado, na Copacabana Chopperia, durante festa que contará ainda com os também pagodeiros Ferrugem e Dilsinho

Belo ‘repaginado’ traz a Manaus o show ‘Mistério’

Ele tem chamado a aten-ção pela mudança radi-cal dos últimos anos. O cantor Belo tem mais de

20 anos de carreira e passou por uma transformação não só no visual, mas também, de certa forma, no estilo musical. Em uma fase repaginada, o artista que já passou dos 40 anos está mais moderno do que nunca e com uma pegada mais pop. Este “novo” Belo estará em Manaus no próximo sábado (8), durante o “Esquenta Manaus”, que vai trazer outros dois artistas que vêm se destacando no cená-rio atual do pagode romântico brasileiro, que são Dilsinho e Ferrugem.

O cantor Belo comemora ain-da o sucesso do álbum “Misté-rio”, lançado no fi nal de 2014. Ele ressalta que, a cada novo trabalho gravado, procura colo-car a sua verdade e mostrar a paixão que tem pela música. No novo trabalho, Belo garante que “abusou” do romantismo.

“Eu me classifi co como um cantor romântico e adoro o romantismo. O amor sempre foi o que reinou nos meus discos. E nesse álbum, abusei bastante, sem deixar minhas origens, mas mostrando também minhas ou-

tras referências para este pú-blico jovem. Nesse disco trago mais MPB e acredito que, estou agradando outro tipo de público. Isso é muito gratifi cante”.

O disco possui participações especiais como de Ivete Sanga-lo, da dupla Thaeme e Thiago, além do cantor gospel Thalles Roberto, que gravou a músi-ca “Mesmo sem entender”, de sua autoria. “Consegui realizar um sonho que foi gravar uma música com a Ivete para o meu disco. E ela é uma refe-rência internacional da música brasileira, foi demais. Quanto à música de Thalles, ele é um artista gospel que não transita no nosso segmento e estou, através da música dele, levando a palavra de Deus para outro pú-blico”. E sobre o DVD, os planos são para este ano. “Ainda não sabemos se será gravado no Rio de Janeiro ou São Paulo, mas estamos pensando sim nessa possibilidade”, afi rma.

Belo revelou alguns detalhes do seu show em Manaus. “Tô voltando com o balanço, bem a minha cara, bem as coisas que eu sempre fi z, desde o meu primeiro disco. Acho que a galera vai adorar, sim”, diz o cantor.

PenteadosBelo já fez sucesso com o

cabelo descolorido, sua marca registrada na época do grupo Soweto, e nos últimos anos resolveu inovar e também ado-tou outros estilos de penteado: já mesclou o tom natural do cabelo com a coloração loira e teve dreads! Agora ele adotou um estilo que, em suas palavras, “voltou às origens”.

“Fiquei um ano com os dreads, e vou contar que é muito difícil! Eram três, quatro horas para lavar, mais quatro para secar, sempre pedia ajuda de várias pessoas. Era muito complica-do, muitas vezes na estrada as pessoas também tinham que fazer isso e, então, não consegui manter o visual por muito tempo, mas fi quei um ano. Voltei ao meu visual original, um pouco modifi cado, com o lance da barba, mas voltei a minha origem, que é o cabelo pretinho”, destaca.

Com 41 anos de idade, o can-tor se diz seguro com o passar dos anos. “Não tenho problema com idade, estou melhor do que quando tinha 20 (risos). Não me trocaria por dois Belos de 20 anos. Parei de fumar, cuido da minha alimentação, não bebo,

aguento dançar no meu show, jogo futebol, futevôlei, malho”.

O novo visual e as novas canções do álbum “Mistério”, poderão ser conferidos pelos amazonenses na noite do pró-ximo sábado (8) na Copacabana Chopperia. Será uma festa de-dicada ao samba e pagode com três grandes atrações nacionais e o grupo local Cuka Fresca.

SERVIÇOESQUENTA MANAUS

Quando:

Onde:

Quanto:

Vendas:

Informações:

8 de agosto

Copacabana Cho-pperia (avenida do Turismo)

1º lote pista – R$ 50 (meia entrada)1º lote área VIP com open bar – R$ 150 (meia entrada). Open bar de cerveja Itaipava, caipirinha, caipiroska, água e refrigerante até às 3h. Entrada diferenciada, bares exclusivos e acesso ao front stage

stand do Amazonas Shopping, Loja da Fábrica do Shopping Cidade Leste e Loja do Sumaúma Park Shopping

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Grupo deve fazer show em Cesena a pedido de fãs

SÃO PAULO, SP (FO-LHAPRESS) – Foram necessários mil músicos italianos tocando juntos “Learn to Fly”, do Foo Fi-ghters, para fazer a ban-da tocar em sua cidade, Cesena, no sul da Itália. O vídeo tornou-se viral na internet e chamou a aten-ção do grupo, que sugeriu em seu Twitter que deve-rá atender os pedidos dos fãs. “Nos vemos em bre-ve, Cesena... Beijos, Dave”, diz uma publicação em seu perfi l na rede social, escritaem italiano.

Ainda não há confi rma-ção no site da banda, mas

uma possibilidade é que o show aconteça em no-vembro – a turnê do Foo Fighters passa pela Itália em 13 e 14 de novembro.

Autodenominado Rockin’ 1000, o grupo criou um site em que explica a motiva-ção do projeto. “Eles não vêm desde 1997, é hora de trazê-los de volta, mas precisávamos de uma ideia maluca .Prec isávamos organizar algo que arre-bentasse mundialmente e fosse visto por Dave Grohl: pediremos a mil roqueiros que toquem uma de suas músicas, juntos e ao mes-mo tempo.”

ROCK

Mil fãs tocam música do Foo Fighters em vídeo na web

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Mais de R$ 3 mil de recompensa

SÃO PAULO, SP (FOLHA-PRESS) – Em uma busca incessante por um terno prata que usou no desfi le de Carna-val em que foi homenageado, em 2001, Silvio Santos ago-ra oferece R$ 3,5 mil para quem achar a peça. Em seu programa de hoje, ele voltará a fazer um apelo para ter de volta a roupa. “Ninguém jogou esse terno fora, deve estar guardado. Já faz 14 anos? Ah, o cupim já comeu”, brinca o patrono do SBT.

Segundo ele, uma pessoa telefonou dizendo que o ter-no estava no galpão de uma escola de samba, mas depois

voltou atrás. “Poxa, será que alguém usou e jogou fora? Estou pagando R$ 3,5 mil, vou a u m e n t a r agora, para quem me en-tregar esse terno. Não adianta um alfaiate que-rer fazer um terno novo com o mesmo tecido, que eu não quero.”

Silvio falou pela primeira vez sobre o desaparecimento

no último do-mingo (26), quando disse que pagaria recompensa de R$ 3 mil para quem lhe devolves-se a peça. “Era um ter-no prata, um terno que a gente coloca-va no corpo

e adquiria aquele vigor da prata. Só que esse terno su-miu. Ninguém sabe, ninguém viu”, contou.

O apresentador quer que

roupa faça parte do acervo do memorial do SBT, que no futuro será também, segun-do ele, um museu sobre sua trajetória. Ele usou o terno no desfi le da escola de samba Tradição, da qual foi tema naquele ano. “Vamos cantar, vamos brincar, vamos sorrir. É domingo, é alegria. Sil-vio santos vem aí”, dizia o samba-enredo na Marquês de Sapucaí.

Outros contratados da emissora na época também participaram do desfi le, entre eles Gugu Liberato, hoje na Record, e Hebe Camargo, que morreu em 2012.

TERNO PRATA

DESAPARECIDOO apresentador Silvio Santos, do SBT, está à procura de um terno que usou num desfi le da escola de samba Tradição para compor o memorial da emissora, mas a peça está desaparecida

Livro sobre penitenciárias femininas vai virar fi lmeAdaptação da obra da jornalista Nana Queiroz está em fase de captação de recursos e tem como meta atingir R$ 150 mil

SÃO PAULO, SP (FO-LHAPRESS) – Em uma das vezes que Gardê-nia foi presa, estava

grávida de sete meses. Em quatro dias, entrou em traba-lho de parto. Nascida a fi lha Ketelyn, não conseguiu “nem olhar os dedos da mão e do pé, para ver se não tava faltando nenhum” antes de a menina ser levada pelo Estado.

A história é uma das mui-tas contadas no livro “Presos que Menstruam”, da jorna-lista Nana Queiroz, lançado em julho pela editora Record. E Gardênia é a protagonista que inspira o fi lme de fi cção homônimo que a autora, junto com a Of Produção Cultural, começa a fi lmar em 2016.

“Black is the new orange”Os planos de Nana para o

fi lme, que está em fase de captação de recursos (recebeu, este ano, R$ 100 mil do Fundo de Amparo à Cultura do Distrito Federal, via edital, e tem como meta atingir R$ 150 mil) são ambiciosos. “A gente quer trans-formar em um piloto de série e vender para um grande canal, ou até a Netfl ix”, afi rma ela.

Se é inevitável a comparação com “Orange is the New Black”, famosa “dramédia” do serviço

de vídeos por demanda, que retrata uma prisão feminina em Nova York, as semelhan-ças são poucas. “Seria muito mais ‘black’ do que ‘oran-ge’,” diz Nana. “O sistema carcerário brasileiro é drama e não comédia.”

Os presídios visi-tados pelo livro não lembram em nada as limpinhas instalações por onde Piper Chap-man, protagonista da série americana, vive seus dramas. “Sabe o que eu achei ontem na comi-da? Bosta de rato. Juro por Deus!”, diz Gardênia a certa altura. Comida podre, fria ou bichada é apenas um dos problemas relatados a Nana pelas presas.

Tortura policial, a falta de absorventes íntimos, que as faz recorrer a miolo de pão, superlotação, falta de atendi-mento psiquiátrico – que leva ao suicídio uma das moças – e o abandono por parte da famí-lia e do parceiro são alguns dos fatores que unem as histórias de Camila, Glicéria, Júlia, Vera, Safi ra e Marcela.

Das prisões visitadas por Nana, desde o Centro de Ree-

ducação Femi-nino, no interior do Pará, até

a Penitenciária Madre Pelletier, em Porto Alegre, apenas nesta a entrada se deu com autorização do Estado. “Eles fazem de tudo para você não entrar”, diz. “Claro que esse foi o melhor presídio que eu visitei.”

Nos outros, teve que fa-zer amizade com familiares de presos, com médicas das unidades prisionais e até se candidatar para um trabalho voluntário para entrar, em um

périplo que durou de 2010 até 2014.

No caminho, passou por Tremembé, penitenciária co-nhecida por receber presas cujos crimes fi caram célebres, como a parricida Suzane Von Richthofen, que ganhou um capítulo próprio, ou Anna Ca-rolina Jatobá, na época recém-condenada pelo assassinato da enteada, Isabella, 5.

Segundo dados de 2013 do Ministério da Justiça, apenas 6% dos crimes cometidos por mulheres são violentos. “Elas são profundas exceções”, afi r-ma Nana. A grande maioria

cometeu os chamados crimes “de suplementação de renda”, ou seja, aqueles com dinheiro envolvido, como o tráfi co.

Entre as presas do livro, há sequestradoras, ladras e trafi -cantes, há quem seja acusada de mandar matar o marido e há, é claro, homicidas, conde-nadas ou não. Gardênia é uma delas. Condenada por tráfi co e um misterioso “um-dois-um” (121 é o número do homicí-dio no Código Penal), cumpriu pena em Tremembé, que re-cebe também as presas que o próprio crime rejeita, e nunca quis contar a Nana quem havia

de vídeos por demanda, que

sistema carcerário brasileiro é drama e

Os presídios visi-tados pelo livro não lembram em nada as limpinhas instalações por onde Piper Chap-man, protagonista da série americana, vive seus dramas. “Sabe o que eu achei ontem na comi-da? Bosta de rato. Juro por Deus!”, diz Gardênia a certa altura. Comida podre, fria ou bichada é apenas um dos problemas relatados a ducação Femi-

nino, no interior do Pará, até

périplo que durou de 2010 até 2014.

No caminho, passou por Tremembé, penitenciária co-nhecida por receber presas

matado – a jornalista teve de descobrir sozinha, lendo o processo. Não à toa, é sua a história escolhida para virar fi lme, e, quem sabe, série.

SERVIÇO‘PRESOS QUE MENSTRUAM’

Autora:Editora:Quanto:

Nana QueirozRecordR$ 40 (294 págs.)

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoEstá dentro...Durante as primeiras reser-

vas de atores para o elenco de “A Regra do Jogo”, subs-tituta de “Babilônia”, dentro da própria Globo cogitaram a possibilidade de uma nova parceria nas telas entre Caroli-na Dieckmann e Susana Vieira. Mas isso fi cou só no desejo de alguns. Susana entrou e fará uma das protagonistas.

...e está foraQuanto à Carolina, não teve

negócio. O nome dela não foi lembrado. Ofi cialmente, a assessoria da Globo é bem clara sobre o assunto: “Não fará [parte do elenco]. Nunca foi escalada”.

No pontoA temporada de “Pé na

Cova”, a quarta, que a Glo-bo promete colocar no ar em setembro ou outubro, já está inteiramente gravada. Finalizada. É só apertar o “play”. Nada mais que isso. Miguel Falabella trabalha comessa informação.

Tem coisa aíAgora, o pessoal do Fala-

bella anda desconfi ado que a Globo poderá não cumprir essa promessa por causa de outras prioridades da sua programa-ção na faixa de séries. Já é um forte indicativo de que a chapa pode esquentar de novo.

ArrematePor outro lado, a Globo

começou a gravar, há duas semanas, a quinta temporada de “Pé na cova”. Mas esta, para exibição apenas em 2016.

Nova sérieMarisa Orth vai se juntar

ao elenco de “Odeio Segun-das”, novo trabalho do casal Fernanda Young e Alexandre Machado, para o GNT. A série já tem confi rmadas as pre-senças de Carol Machado e Fernanda Paes Leme.

A propósitoAs primeiras leituras de

texto e testes de fi gurinos de “Odeio Segundas” começam

agora nessa semana. Há uma previsão de 10 episódios, com estreia em outubro.

Futebol no MundoComeça mais uma tempora-

da dos principais campeonatos internacionais. A Inglaterra dá a largada inicial com a Su-percopa e o clássico Arsenal x Chelsea, no estádio de Wembley, em Londres. A ESPN mostra a partida, com exclusividade, neste domingo às 11h00, com narração de Paulo Andrade. Na próxima semana, será a vez do Inglês com ESPN e Fox na trans-missão. Ainda este ano sairá a defi nição de quem exibirá as próximas temporadas. A briga é grande!

Bate – Rebate• Pessoal das rádios espor-

tivas de São Paulo elogia as novas cabines do estádio do Corinthians...

• ...wmbora fi quem muito lon-ge do campo de jogo.

• Fox Sports está se ar-mando convenientemente para iniciar as transmissões dos próximos campeonatos espanhol e alemão...

• ...alguns investimentos es-tão previstos para capitalizar a atenção dos telespectadores.

• Na quarta que vem, sem futebol, a Globo vai de Bruce Willis, “Fogo contra Fogo”.

• Marcelo Zambelli e Ana Pau-la Guimarães foram chamados por Jorge Fernando para dirigir “Candinho”, a próxima novela do Walcyr Carrasco...

• ...a propósito, Eliane Giardini também foi confi rmada neste elenco.

• No dia 8, sábado que vem, re-estreia a peça “Não Sou Bistrô”, com Fúlvio Stefanini, no Teatro Viradalata, em São Paulo.

Nova ‘Malhação’ envolve rivalidades

Terça-feira que vem, no Pro-jac, a Globo vai promover uma coletiva à imprensa para falar da nova “Malhação: Seu Lugar no Mundo”. Tudo começa com a história de dois jovens que se apaixonam, mas as coisas se complicam quando o pai da moça é apontado como o homem que atropelou e deixou paraplé-gica a namorada do falecido irmão do rapaz.

GLOBO/ JOÃO JANUÁRIO

Está marcada para outubro a estreia da série “Hermes e Renato” no FX, da Fox. Após uma pausa nos trabalhos do grupo devido à morte de um dos integrantes, Fausto Fanti, os amigos Felipe, Marco, Adriano e Franco Fanti (irmão de Fausto) já gravaram todos os 12 episó-dios do programa.

Ficamos assim. Mas ama-nhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

ELVIS

Semana passada, a etnologia amazônica perdeu mais um dos seus. Desta vez foi o padre e ex-missionário salesiano, Casimiro Bécksta, que chegou à Amazônia nos anos de 1950 e desenvolveu pesquisas de cunho etnográfi co e de grande importância para a et-nologia da região. A notícia de sua morte, aos 92 anos, passou incólume pela imprensa local, com a exceção de um ou dois articulistas, mais pelo empenho pessoal do que pela polí-tica de jornal. Sexo e sangue ainda são manchetes, mais que a reper-cussão de um legado intelectual que contribuiu para a compreensão dos povos indígenas da região.

Vindo da Lituânia – e fazendo parte das chamadas “Missões Salesianas” no Alto Rio Negro (Amazonas) - Casi-miro teve a missão de catequizar os índios, ou seja, construir um modelo de cidadania compatível com os ideais de certa “civilização” e sob os preceitos cristãos. No entanto, a cultura desses povos se mostrou tão rica e impactante para o missionário que ele passou a desenvolver uma série de pesquisas sobre seus cos-tumes e tradições, realizando alguns fi lmes etnográfi cos, transcrições de desenhos de pinturas indígenas, re-gistros sonoros de inúmeros rituais e cantos, fotografi as e, ainda, o primeiro dicionário Tukano vertido para o português.

Sua contribuição se enleva ainda para as artes onde foi um dos mento-res do trabalho teatral desenvolvido pelo TESC- Teatro Experimental do Sesc do Amazonas dirigido pelo es-critor Márcio Souza. O dito grupo, em sua primeira geração (1968-1982), produziu espetáculos que tinham por base a inspiração nos costumes e mitos do Alto Rio Negro realizando peças como o musical “Dessana Dessana, ou o começo antes do começo” e “Jurupari, a Guerra dos Sexos”.

Somam-se ainda sua contri-buição em várias traduções do alemão para o português de obras signifi cativas e inaugurais da an-tropologia na América do Sul. Bas-ta citar a primeira tradução para o português da obra “Dois anos entre os Indígenas” do etnólogo alemão Theodor Koch-Grunberg, obra seminal e importante para a literatura brasileira, pois foi desta (versão alemã, claro) que o escri-tor modernista Mário de Andrade teve conhecimento do mito de “Macunaima” (leia-se Macunâi-ma) produzindo, posteriormente, obra capital da literatura brasilei-ra intitulada “Macunaíma”. “Dois anos entre os indígenas” também é considerada a obra fundadora da antropologia na América do Sul, segundo o sociólogo Rena Freitas Pinto, e agora o público tem em mãos graças ao convênio entre as Edições Salesianas e a Editora da Universidade Federal do Amazonas com a tradução do padre Casimiro Beckstá.

O projeto de construir na Ama-zônia um pólo de produção em pesquisas antropológicas deve-se muito às iniciativas do padre que chegou a desenvolver projetos de pesquisas e traduções em seu cen-tro de pesquisas etnográfi cas, um lugar entulhado de obras impor-tantes com uma leve iluminação a lhe dar um charme. A ideia de desmistifi car a Amazônia e livrá-la do estereótipo do exótico e do folclórico não é uma tarefa fácil - haja vista que a auto-exotiza-ção parece ser o leitmotiv desta terra – exercício a que Casimiro Béksta certamente foi um dos entusiastas buscando compreen-der a região e o povos indígenas como uma civilização sofi sticada e complexa, cheia de atributos e personalidade. Casimiro, se foi...virou estrela de Yebá-Büro.

Márcio BrazE-mail: [email protected]

Márcio Brazator, diretor e

cientista social

A ideia de desmistifi car a Amazônia e livrá-la do estereótipo do exótico e do folclórico não é uma tarefa fácil - haja vista que a auto-exotização parece ser o leitmotiv desta terra”

Casimiro Béksta: estrela de Yebá Büro

Perde e ganhaNeste domingo, no “Esquenta!”, da Regina Casé, tere-

mos a fi nal a fi nal do “Esquentanejo”, que busca revelar talentos. No time de jurados, César Menotti (à esquerda, que participou do “Medida Certa”) e Fabiano. Como se observa, depois que o artista deixa o quadro, o negócio complica. O “Fenômeno” também sabe bem como é.

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Programação de TV

HoróscopoÁRIES - 21/3 a 19/4 Poderão surgir boas oportunidades neste dia, mas procure agir de maneira discreta, mantenha a boca fechada. Cargo de chefi a será bem-desempenhado. No amor, há sinal de atração por pessoa mais velha, convém pensar bem sobre o assunto. Conselho: evite o comodismo. Esperar que o outro tomasse sempre a iniciativa costuma gerar frustração ou mágoa, se policie e assuma seus desejos.

TOURO - 20/4 a 20/5 Aos poucos as coisas espirituais vãos e ajustando, não deixe de procurar deus em suas orações, confi e! É um ótimo dia para fazer planos e pensar no futuro, as mudanças devem ser programadas em todos os setores. A vida profi ssional precisa de ajustes, você tem potencial para realizá-los. Se o relacionamento amoroso não está em sintonia, é preciso conversar, pois com um diálogo sincero e aberto tudo pode ser colocado nos trilhos!

GÊMEOS - 21/5 a 21/6Não se envolva em confusão, procure pessoas bem humorada e curta um espetáculo de teatro! No trabalho evite se estressar com problemas rotineiros no trabalho, ao invés disso procure eliminar os problemas. Amar sempre vale a pena, a paixão te deixa sonhadora, não implique com pequenas coisas, o amor é muito maior do que isso! Melhore a alimentação e mantenha a caminhada!

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Alguns projetos tomam outros rumos e muitas coisas mudam. Aposte na proteção do universo e siga em frente. Confi e na sua capacidade de adaptação e de ter ideias novas e produtivas. A uma nova paixão no ar, não poupe esforços em realizar seus sonhos, este pode ser o amor da sua vida, invista!

LEÃO - 23/7 a 22/8Acenda um incenso de fl ores, e faça trilha pela natureza, reabas-teça sua aura de luz. Abra sua casa, encha de fl ores, e receba amigos verdadeiros, para uma noite descontraída. Sua vida profi ssional passa por transformações, aproveite o momento e amplie seus horizontes. Faça uma planilha de economia e paute sua vida econômica. No amor, conquiste a confi ança da pessoa amada!

VIRGEM - 23/8 a 22/9 A pessoa amada está com você hoje e sempre, o importante é que você saiba que é amado (a).Exponha para os membros de sua equipe o seu ponto de vista, fale sobre as decisões que você pretende tomar para aumentar a produção e os lucros. É hora de colocar as cartas na mesa, assuma a sua responsabilidade pelo desenvolvimento da empresa.

LIBRA - 23/9 a 22/10 O momento é de retorno, o bom contato que vem mantendo começa a surtir efeitos, no campo profi ssional abrem-se novas e boas oportunidades invista! Promovo seus empreendimentos à propaganda é alma dos negócios, divulgue, exponha. Faça uma faxina e perfume sua casa, atraia boas energias.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11Cuide saúde, evitando o sal, momento propicia para retenção de líquidos, faça caminhadas leves e repouso. De atenção à decoração da sua casa, renove seu quarto, coloque fl ores. A família precisa de mais atenção se tiver fi lhos, se volte para eles, nada como o carinho dos pais.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12Seus problemas não são mais difíceis do que os problemas alheios, é que sempre temos a impressão que nossos problemas são enormes, e o peso de carregar a farda nos faz curvar. É propício evitar que o surgimento de diálogos a respeito dos problemas em andamento se converta em uma competição para ver quem sofre mais, ou melhor.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Planeje algo importante que ira te fazer feliz, eventos sempre são muito trabalhosos, procure ir resolvendo, tudo com antecedência! Tome mais vezes banhos energizastes, e acenda incensos para limpar sua aura! No romance, use de criatividade para manter a chama acesa.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Una o útil ao agradável, trabalho e dinheiro caminham juntos e parece que teu momento chegou, não perca tempo e nem oportunidades. De aumentar seus ganhos e investir em bens duráveis… Que tal investir em imóveis? A pessoa amada esta de malas prontas para uma viagem a dois, não deixe passar este momento… Viva!

PEIXES - 19/2 a 20/3O dia promete no campo profi ssional, um assunto pendente sai favorável a você. Poderá receber um convite profi ssional com boas chances de ir para o exterior, se estiver preparado é hora de dar uma guinada na sua vida. Aproveite a paz familiar para se dedicar mais à vida amorosa, que está precisando de afeto e atenção, para os que têm fi lhos adolescentes, alguns cuidados devem ser levados em conta, como o diálogo e reuniões familiares constantes. Na vida íntima cuida da intimidade.

Cruzadinhas

SBT GLOBO4h45 JORNAL DA SEMANA SBT6h BRASIL CAMINHONEIRO6h30 TURISMO & AVENTURA7h15 ACELERADOS8h CHAVES10h DOMINGO LEGAL14h ELIANA18h RODA A RODA JEQUITI18h45 SORTEIO DA TELESENA19h PROGRAMA SILVIO SANTOS23h CONEXÃO REPÓRTER0h SÉRIE: SOBRENATURAL1h SÉRIE: NIKITA2h SÉRIE: GAROTO DE OURO3h BIG BANG3h30 IGREJA UNIVERSAL

RECORD BAND

5h SANTO CULTO EM SEU LAR

5h30 DESENHOS BÍBLICOS

7h55 RECORD KIDS – SÉRIE: TODO

MUNDO ODEIA O CHRIS

10h DOMINGO SHOW

14h30 HORA DO FARO

18h30 DOMINGO ESPETACULAR

22h15 REPÓRTER EM AÇÃO

23h15 ROBERTO JUSTUS +

0h15 PROGRAMAÇÃO IURD

5h POWER RANGERS – FÚRIA DA SELVA6h30 SANTA MISSA NO SEU LAR7h30 POWER RANGERS8h30 MASKATE NA TV9h30 GAME MANIA10h45 VERDADE E VIDA11h05 PÉ NA ESTRADA11h30 PORSHE CUP – Etapa de Interla-gos – São Paulo/SP12h30 BAND ESPORTE CLUBE14h GOL: O GRANDE MOMENTO DO FUTEBOL14h30 FUTEBOL 2015 – ao vivo – Fla-mengo x Santos16h50 3º TEMPO – Inclui Fórmula Indy – GP Mid-Ohio/EUA – highlights19h SABE OU NÃO SABE20h SÓ RISOS21h15 PÂNICO NA BAND0h15 CANAL LIVRE1h15 COMO EU CONHECI SUA MÃE1h50 FILHOS DA ANARQUIA2h40 IGREJA UNIVERSAL

Cinema

DIV

ULG

AÇÃO

5h30 Santa Missa6h30 Amazônia Rural6h59 Pequenas Empresas, Grandes Negócios7h33 Globo Rural8h29 Auto Esporte9h Esporte Espetacular (Mundial de Natação)12h10 Esquenta13h10 Temperatura Máxima. Filme: HOTEL TRANSILVÂNIA15h Futebol 2015: Campeonato Brasilei-ro - FLAMENGO X SANTOS17h Domingão do Faustão20h Fantástico22h22 TOMARA QUE CAIA23h21 Domingo Maior. Filme: OBSES-SIVA1h11 Sessão de Gala. Filme: QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO?3h11 MENTES CRIMINOSAS5h53 MENTES CRIMINOSAS

ESTREIAS

Theo James em cartaz no seriado “Garoto de Ouro”, pelo SBT

CONTINUAÇÃO

Magic Mike XXL. EUA. 16 anos. Após um tempo fora de cena, Mike (Channing Tatum), se reúne novamente com antigos colegas, como Richie (Joe Manganiello) e Ken (Matt Bomer), em uma “road trip”. O destino é Myrtle Beach, em Miami, onde o grupo pretende fazer uma última grande turnê de despedida. Cinépolis Ponta Negra 9 – 17h10 (dub/diariamente); 19h40, 22h10 (leg/diariamente); Cinépolis Millennium 4 – 16h, 18h30, 21h (dub/diariamente); Cinépolis Manaus Plaza 5 – 19h30, 20h45, 22h (dub/diariamente);

Homem Formiga: EUA. 12 anos. Cinépolis Ponta Negra 4 – 17h (dub/diariamente); 14h, 20h (leg/diaria-mente); 22h (somente sábado); 13h40 (3d/dub/somente sábado e domingo); 18h40 (3d/dub/diaria-mente); 16h10, 21h20 (3d/leg/dia-riamente); Cinépolis Millennium 1 – 15h30, 18h, 20h45 (3d/dub/dia-riamente); Cinépolis Manaus Plaza 1 – 13h40, 16h10, 19h, 21h45 (3d/dub/diariamente);

Pixels: EUA. Livre. Cinépolis Ponta Negra 2 – 13h (3d/dub/somente sábado e domingo); 16h (3d/dub/diariamente);, 19h, 22h (3d/leg/dia-riamente); 14h10, 19h10 (3d/dub/diariamente); 16h40; 21h40 (3d/leg/diariamente); 15h40, 18h10 (dub/sábado e domingo); 15h40, 17h20 (dub/exceto sábado e domingo); Ci-népolis Millennium 9 – 15h, 17h30 (3d/dub/diariamente); 20h15 (3d/

leg/diariamente); Cinépolis Manaus Plaza 2 – 13h50, 14h45, 16h20, 17h15, 18h45, 19h45, 21h15, 22h10 (3d/dub/diariamente);

Carrossel: BRA. Livre. Ciné-polis Ponta Negra 5 – 14h20, 16h20,18h20 (diariamente); Ciné-polis Millennium 2 – 14h (somente sábado e domingo); 16h15, 18h15 (diariamente); Cinépolis Manaus Plaza 8 – 15h30, 17h45, 20h (dia-riamente);

O Exterminador do Futuro - Gê-nesis: EUA. 12 anos. Cinépolis Ponta Negra 3 – 20h30 (leg/dia-riamente);

Meu Passado Me Condena 2: BRA. 12 anos. Cinépolis Ponta Negra 9 – 14h40 (diariamente); Ci-népolis Millennium 2 – 20h30 (dia-riamente); Cinépolis Manaus Plaza 5

– 14h10, 17h (diariamente);

Minions: EUA. Livre. Cinépolis Pon-ta Negra 9 – 13h20 (dub/somente sábado e domingo);15h30; 17h40, 20h10 (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 3 – 16h30, 19h, 21h15 (3d/dub/diariamente); Cinépolis Ma-naus Plaza 4 – 13h15, 15h45, 18h15 (3d/dub/diariamente);

A Forca: EUA. 14 anos. Cinépolis Ponta Negra 9 – 22h20 (leg/dia-riamente); Cinépolis Manaus Plaza 6 – 14h20, 16h50, 19h15, 21h30 (dub/diariamente);

Divertida Mente: EUA. Livre. Cinépolis Ponta Negra 10 – 15h40 (dub/sábado e domingo); Cinépolis Millennium 5 – 14h15 (dub/so-mente sábado e domingo); 16h40 (dub/diariamente).

Jogada de Mestre. BEL. 12 anos. Um grupo de sequestradores bola o seu plano mais ambicioso: sequestrar Freddy Heineken, empresário bilionário do ramo de cervejas. O filme acompa-nha passo a passo do incidente, desde a primeira ideia até o cativeiro, e finalmente à derrota dos sequestradores. Cinépolis Ponta Negra 2 – 18h30 (dub/diariamente); 18h (leg/diariamente); 20h40 (leg/somente sábado e domingo); 22h (leg/exceto sábado e domingo); 14h45 (leg/somente sábado e domingo); 17h, 19h15, 21h30 (leg/diariamente)

Tudo por Amor ao Cinema. BRA. 12 anos. O documentário retrata a vida de Cosme Alvez Netto, uma das mais importantes fi guras do cinema brasi-leiro, responsável pela conservação e recuperação de diversas obras nacionais. Também foi curador da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro por mais de duas décadas. E, por tudo isso, foi preso e torturado durante a Ditadura Militar. Cinépolis Ponta Negra 3 – 15h, 15h30, 21h, 21h30 (dub/diariamente);

Sobrenatural – A Origem. EUA. 14 anos. Em eventos anteriores aos apresentados em Sobre-natural, Sean Brenner (Dermot Mulroney) e a fi lha, Quinn (Stefanie Scott), são aterrorizados por en-tidades misteriosas. A especialista em fenômenos paranormais Elise Rainier (Lin Shaye) se envolve no caso e busca uma forma de livrar a família do demônio. Cinépolis Ponta Negra 6 – 14h30, 19h30 (dub/diariamente); 16h50, 21h50 (leg/dia-riamente); Cinépolis Millennium 3 – 15h15, 17h45, 20h (dub/diariamente); 22h30 (leg/diariamente); Cinépolis Millennium 7 – 19h30 (dub/somente sábado e domingo); 21h45 (dub/diariamente); Cinépolis Manaus Plaza 7 – 13h30, 16h, 18h30, 21h (dub/diariamente);

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE AGOSTO DE 2015

Muito mais que um profi ssio-nal cheio de técnicas moder-níssimas para nos embelezar, o cabeleireiro é um encantador de mulheres! Sua maneira de nos receber, suas mãos ágeis e transformadoras,sua capaci-dade afi rmativa de modifi car deixam qualquer mulher entre-gue! Quando estabelecemos um vínculo com o cabeleireiro e fre-quentamos o salão várias vezes por semana ai a relação fi ca mais próxima e sedutora. Sentir-se bela é um dos ingredientes mais fortes da alta estima.Uma mulher de negócios não pode se apresentar de qualquer jeito! Tem que estar acima das suas próprias expectativas para se sentir PODEROSA, capaz de fe-char qualquer negócio, na minha opinião, mulher relaxada não tem vez no mundo atual! Tudo soma junto com o cartão de visitas, não dizem que “a primeira impressão é a que fi ca”? nessa pegada o cabeleireiro é peça fundamental! Não tem nada mais relaxante do que ir ao salão, aliás acho que esse nome (salão) que remete a dança, é bem oportuno, lá estamos em festa! O alto as-tral do profi ssional aliado a sua competência nos fazem viver mo-mentos muito, muito agradáveis. Quantas de nós, não “alugamos” nosso amigo profi ssional e des-pejamos toda nossa estória de

amores , dissabores, alegrias? Transformamos aquela cadeira em divã e aquele amigo em terapeuta, ouvimos seus conse-lhos, fi camos tão dependentes daquela atenção que voltamos lá inúmeras vezes. Esse poder de embelezar com um novo corte de cabelo, uma nova tonalidade na tintura, um novo penteado aliado a maquiagem renovadora que fazem qualquer mulher rejuve-nescer muitos anos é realmente transformador. Não tem mulher que não entre pequena num salão e saia grande (só se ele errar a mão)! Mais DEUS tem poder e isso não vai acontecer! O lixo e o luxo se misturam ali! Digo mesmo que entramos “jaburu e saímos Cinderela”. Um bom cabeleireiro tem na sua carteira de clientes de Divas a seres comuns e todas sem exceção são tratadas como rai-nhas . Um bom cabeleireiro nunca deixa suas clientes “na mão” e faz concessões inacreditáveis para atende-las, porque nós mulheres somos “abusadas” e queremos naquele momento (que é sempre URGENTE) fi car LINDAS! Essa matéria é dedicada a todos os ca-beleireiros mas particularmente ao grande profi ssional e amigo que me atende, Rubens Rangel do D&A HAIR DESINGN.Ela se olhava no espelho conferindo o tamanho das rugas. O espelho de aumento fulminava sua fac

Bruno Motta é convidado de Stand-Up em shoppingApresentação está marcada para as 20h de terça-feira (4), dentro do projeto “Vitrine Cultural”, no Shopping Ponta Negra

Considerado um dos pioneiros da comé-dia Stand-Up no Brasil e fenômeno

na internet com mais de 30 milhões de acessos em seus vídeos, Bruno Motta apresenta-se na próxima terça-feira (4), às 20h, no Shopping Ponta Negra. O co-mediante será a atração do projeto ‘Vitrine Cultural’, que traz opções culturais locais e nacionais para o público amazonense. Os shows são gratuitos e acontecem na Praça de Alimentação no terceiro piso (L3). “Estou bastante ansioso em mais uma vez visitar a cidade e adorei a ideia do projeto do Shopping Ponta Negra em tornar o humor acessível. Precisamos de mais inicia-tivas como essa”, conta o humorista. Bruno é o mestre de cerimônias do “Fenômeno Improvável”, o maior espetá-culo do gênero de improviso do Brasil, além de apresentar o programa humorístico da web Fórmula 404, ao lado deLeandro Nassif.

E o currículo dele não para por aí. Tem um considerável histórico no humor televisivo: redator de humor da TV Glo-bo, comentarista de humor

do Jornal da Record News. O comediante foi ainda um dos autores do sucesso Furo MTV, onde também desempenha-va os papéis de repórter e colunista. E também é cria-dor de projetos como o Fa-lha Deles, comentando com humor os erros de cinema de Hollywood, no Portal IG.

Bruno foi escolhido como

o apresentador brasileiro da franquia “The Soup” e é a estrela de “1 Milhão de Anos em 1 Hora”, versão brasileira da montagem da Broadway de “Long Story Short”, de Jer-ry Seinfeld. Tem passagens memoráveis por programas como Altas Horas, Fantásti-co, Agora é Tarde e The Noite e várias participações no Pro-

grama do Jô, onde sempre foi extensamente elogiado pelo dono do programa.

Vitrine CulturalA segunda edição do ‘Vi-

trine Cultural’ traz diversas atrações culturais locais e nacionais que irão se apre-sentar gratuitamente para o público na Praça de Alimen-tação no terceiro piso (L3) do Shopping Ponta Negra até novembro deste ano. O projeto, que foi um sucesso de público em 2014, agora volta com uma programa-ção de terça a domingo, à exceção das quartas, com shows de Stand-Up, Happy Hour e Teatro infantil. Todas as terças serão recheadas de muito humor com shows de Stand-Up de comedian-tes reconhecidos nacional-mente. O projeto dá espaço também para os talentos re-gionais, com apresentações de artistas da terra sempre às quintas-feiras e sextas-feiras com música ao vivo. Aos sábados e domingos, as crianças terão diversão garantida com esquetes te-atrais. As apresentações in-fantis ocorrerão sempre em dois horários aos sábados e domingos: às 15h e às 17h.

Humorista Bruno Motta tem diver-sas experiências com a redação para a comédia, incluindo em TVs como MTV e Globo

DIVULGAÇÃO

EDIÇÃOTemporada 2015 do projeto cultural tem programação defi nida de terça a domingo, com opções dedicadas aos públicos adulto e infantil, sempre na área da Praça de Ali-mentação

O PODER DO CABELEIREIRO

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