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EMBARGOS DO DEVEDOR -Alega-se que a cédula de crédito industrial existe, assim como o" animus" de pagá-la, contudo, devido exorbitantes e a conseqüente alteração unilateral de cláusulasd o contrato, os executadosv i ra m- s e impossibilitados de adimplir suas obrigações, caracterizando o excesso da execução EXMO. SR. DR. JU! DE DRE"O DA .... # VARA $%VE& DA $OMAR$A DE , pessoa jur inscrita no # $%& sob n' , situado na (ua n' , )quali n' , residente e domiciliado na (ua n' , por seu advog assinado, com escrit rio situado na (ua n' , em intimações e noti*icações, v.m mui respeitosamente / presença de 0 1xa, com *undamento no artigo 234 e seguintes do , apresentar EMBARGOS DO DEVEDOR / A567 81 191 :567 que l;e move o <A= 7 , instituição *inance inscrita no # $%& sob n' , sediada na (ua n' de , pelos *atos que passa a aduzir> DOS 'A"OS (A VERS)O DA AU"ORA* A 1xequente alega ser credora dos 1xecutados da import?nci )+, cuja origem uma dula de r dito Bndustrial n' , n (@ )+, com a vinculação de garantias ;ipotecárias alega que os 1xecutados deixaram de e*etuar o pagamento convencionado,cujo Cltimo vencimento era previstopara a d at a de $$ A VERDADE DOS 'A"OS 7s 1xecutados não ignoraram a exist.ncia de um contrato de empr s *irmado com a 1xequente, e que deveriam e*etivar o Cltimo pagamento data de de de

Embargos Do Devedor

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EMBARGOS DO DEVEDOR -Alega-se que a cédula de crédito industrial existe, assim como o" animus" de pagá-la, contudo, devido aos juros exorbitantes e a conseqüente alteração unilateral de cláusulas do contrato, os executados viram-se impossibilitados de adimplir suas obrigações, caracterizando o excesso da execução

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Alega-se que a cdula de crdito industrial existe, assim como o" animus" de pag-la, contudo, devido aos juros exorbitantes e a conseqente alterao unilateral de clusulas do contrato, os executados viram-se impossibilitados de adimplir suas obrigaes

EMBARGOS DO DEVEDOR -Alega-se que a cdula de crdito industrial existe, assim como o" animus" de pag-la, contudo, devido aos juros exorbitantes e a conseqente alterao unilateral de clusulas do contrato, os executados viram-se impossibilitados de adimplir suas obrigaes, caracterizando o excesso da execuo.

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA .... VARA CVEL DA COMARCA DE ....

....................................................., pessoa jurdica de direito privado, inscrita no CGC/MF sob n ...., situado na Rua .... n ....,...... .............................................(qualificao), portador do CPF n ...., residente e domiciliado na Rua .... n ...., por seu advogado infra-assinado, com escritrio situado na Rua .... n ...., em ...., onde recebe intimaes e notificaes, vm mui respeitosamente presena de V. Exa., com fundamento no artigo 736 e seguintes do CPC, apresentar

EMBARGOS DO DEVEDOR

AO DE EXECUO que lhe move o BANCO ...., instituio financeira inscrita no CGC/MF sob n ...., sediada na Rua .... n ...., na Cidade de ...., pelos fatos que passa a aduzir:

DOS FATOS NA VERSO DA AUTORA:

A Exequente alega ser credora dos Executados da importncia de R$ .... (....), cuja origem uma Cdula de Crdito Industrial n ...., no valor de R$ .... (....), com a vinculao de garantias hipotecrias. A Exequente alega que os Executados deixaram de efetuar o pagamento convencionado, cujo ltimo vencimento era previsto para a data de .../.../...

A VERDADE DOS FATOS

Os Executados no ignoraram a existncia de um contrato de emprstimo firmado com a Exequente, e que deveriam efetivar o ltimo pagamento em data de .... de .... de ....

Ocorre que, a Exequente tornou impraticvel o pagamento do avenado, pois aplicou percentuais diferentes sobre o dbito original, caracterizando a cobrana de juros sobre juros, num flagrante desrespeito ao contido no Decreto 22.626 de abril de 1933 que proibe a cobrana de juros compostos sobre emprstimos bancrios. A aplicao de juros permitida pela legislao ptria a cobrana de juros simples incidentes sobre o capital inicial.

A Exequente, numa demonstrao de prtica ilcita, por primeiro, pretende incidir a R em mora em valores superiores ao devido; e por segundo, no faz prova analtica do dbito e sim demonstra um dbito, cujo valor inexistente.

As taxas praticadas pela Autora colidem frontalmente com a legislao vigente.

O valor original do dbito de R$ .... (....), mas a Autora pretende receber o montante de R$ .... (....), ou seja, juros de R$ .... (....) sobre o dbito original, o que demonstra ter a Autora alterado de forma unilateral e arbitrariamente o contrato, impondo Executada valores inexistentes, o que torna nulo o ttulo executivo de pleno direito. O montante pretendido pela Exequente inexistente.

A Embargante, nestas condies, viu-se impedida de satisfazer suas dvidas por razes conjunturais e por exigir o seu pagamento com juros contratuais e de mora, comisses de permanncia embutidas, atualizao monetria, multas, defesos em lei.

Embora no conhea oficialmente o valor da dvida, est a saber que ela ascendia, que o mesmo alcanou importncias estratofricas.

Essa absurda diferena verifica-se em razo da acumulao de encargos, oriundos de juros acima do limite constitucional de 12% ao ano, bem como de juros capitalizados indevidamente e ainda de comisso de permanncia embutida.

NO MRITO

" vedada a capitalizao de juros, ainda que expressamente convencionadas", numa referncia ao Decreto 22.626 de 07.04.33 - art. 4.

Os juros moratrios no podero ser superiores a 6% ao ano (CC art. 1.062) nem poder ocorrer a capitalizao de juros, que configura anatocismo, conforme a Smula 121 do STF:

"A capitalizao de juros (juros de juros) vedada pelo nosso direito, mesmo quando expressamente convencionada, no tendo sido revogada a regra do artigo 4 do Decreto 22.626/33 pela Lei 4.595/64." - Recurso Especial 1.285-GO STF.

Que no se alegue estar a Smula 121 superada pela Smula 596. Afirma o Ministro Slvio de Figueiredo que "Na verdade, embora relacionadas ambas com juros e com Decreto 22.626/33, apresentam ntida distino, como enfatizado especialmente nos RE 85.094 e 96.875, ambos publicados na RTJ 81/918 e RTJ 108/277 respectivamente. Enquanto o enunciado 596 se refere ao artigo 1 Decreto n 22.626/33, o verbete 121 se apoia no artigo 4 do mesmo diploma, guardando sintonia com a regra que veda o anatocismo, ou seja, juros de juros ou capitalizao de juros."

Afirma ainda o Insigne Ministro:

"Ao demais, de se considerar que a regra do artigo 4 do Decreto n 22.626/33 no foi revogada pela Lei 4.595 de 31.12.54, consoante se acha assentado na jurisprudncia desta Corte."

Segue ainda o Ministro Slvio de Figueiredo:

" vedada a capitalizao de juros, ainda que expressamente convencionada (Smula 121). Dessa proibio no esto excludas as instituies financeiras, dado que a Smula 596 no guarda relao com o anatocismo."

"Ademais, a imediata incidncia e aplicao impem-se face ao ntido objetivo de estancar os elencados nveis inflacionrios. Entender de modo diverso importa em solapar pela base eventuais esforos, no sentido de conter a inflao. Ao Judicirio no pode servir de bice aplicao imediata do contido na Constituio Federal, o fato de o legislador ordinrio, que nada pode acrescer norma, demorar mais na regulamentao pela legislao ordinria. A cobrana de juros sobre juros, caracterizadora da prtica de anatocismo, vedada mesmo em se tratando de instituies financeiras."

"A norma constitucional, ainda que regulada venha a ser atravs de lei ordinria, estabeleceu o limite de juros reais, que no pode ser ultrapassado, sequer pelo legislador." Aguardar, ento o que?

A questo da limitao constitucional da taxa de juros foi muito bem posta em acrdo da lavra do Juiz de Alada Dr. Luiz Felipe Azevedo Gomes, ao sustentar a tese da auto-aplicabilidade do art. 192, 3 da atual Constituio Federal. Explica aquele doutrinador: "so de eficcia plena as normas constitucionais que: a) contenham vedaes ou proibies; b) confiram isenes, imunidades e prerrogativas; c) no designem rgos ou autoridades especiais, a que incumbam especificamente sua execuo; d) no indiquem processos especiais de sua execuo; e) no exijam a elaborao de novas normas legislativas que lhes completem o alcance e o sentido, ou lhe fixem o contedo, porque j se apresentam suficientemente explcitas na definio dos interesses nela regulados" (Aplicabilidade das Normas Constitucionais - 2 ed/p. 87/89).

"Juros reais os economistas e financistas sabem que so aqueles que constituem valores efetivos e se constituem sobre a desvalorizao da moeda. Revela ganho efetivo e no simples modo de corrigir desvalorizao monetria."

"As clusulas contratuais que estipularem juros superiores so nulas. A cobrana acima dos limites estabelecidos diz o texto, ser conceituada como crime de usura, punido em todas as suas modalidades, nos termos que a lei dispuser. Neste particular, parece-nos que a velha lei de usura (Decreto n 22.626/33) ainda est em vigor" - "in" Cursos de Direito Constitucional Positivo, pp. 694/695. 6 ed. Ed. RT, 1990).

MM. Juiz, no bastasse a leso supra apontada, os Executados vm sofrendo outros prejuzos, eis que no presente ttulo encontram-se embutidos cobrana indevida de porcentagens a ttulo de despesas operacionais, taxas de permanncias, multas contratuais sobre o valor original juros compostos, tudo sob o manto protetivo das abusivas clusulas contratuais, cuja nulidade deve ser declarada por esse Juzo, porque flagrantemente incidentes nas proibies contidas no Cdigo de Defesa do Consumidor.

"Art. 51. So nulas de pleno direito, entre outras, as clusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e servios que:

I - ....

II - ....

III - ....

IV - Estabelea obrigaes consideradas inquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada ou sejam incompatveis com a boa-f ou equidade;

V - ....

VI - ....

....

X - ....

XI - Autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o contedo ou a qualidade do contrato, aps a sua celebrao;

....

XV - Estejam em desacordo com o sistema de proteo ao consumidor.

....

1 - Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:

I - Ofende os princpios fundamentais do sistema jurdico a que pertence;

II - Restringe direitos ou obrigaes fundamentais inerentes natureza do contrato, de tal modo a ameaar seu objeto ou o equilbrio contratual;

III - Se mostre excessivamente oneroso para o consumidor, considerando-se a natureza e contedo do contrato, o interesse das partes e outras circunstncias peculiares ao caso."

A Exequente, assim como as demais instituies financeiras, utiliza-se de expedientes exarados sombra de esotrico economs, os quais, via de regra, contm clusulas de cobrana de juros, cuja prtica vedada pela Smula 121 do STF.

Esse procedimento contempla a prtica de juros imprevisveis, a cobrana de taxa de permanncia, defesos em lei, exigindo ainda o pagamento de multas contratuais, cujos ndices so obscuros.

O 3 do artigo 192 da Constituio Federal de eficcia plena, por isso que contm, em seu enunciado, todos os elementos necessrios sua aplicao, sendo, pois, auto executvel, e incidncia imediata. Inequvoco o enriquecimento ilcito da Exequente. O tomador nunca tem cincia da forma como so calculadas as taxas de juros e se so realmente devidas. A imprevisibilidade se faz fortemente presente, o que denota que o contrato deve ser revisto.

Falar-se em enriquecimento ilcito para os componentes do sistema financeiro uma constncia em nosso Pas, porquanto outra coisa no fazem os seus integrantes seno o de locupletar-se em detrimento do empobrecimento das unidades produtivas.

"CONTRATO CELEBRADO COM INFRAO DE LEI NULO DE PLENO DIREITO, FICANDO ASSEGURADO AO DEVEDOR A REPETIO DO QUE HOUVER PAGO A MAIS."

Segundo o Prof. Francisco Campos "in" Anteprojeto do Cdigo de Obrigaes:

"O Juiz pode ordenar a resoluo ou a reviso do contrato quando em razo de circunstncias que no podiam ser previstas, o devedor, na execuo de prestaes futuras, seja onerado por prejuzo considervel e o credor aufira um proveito injusto."

extremamente injusto um banco emprestar numerrio ao setor produtivo, aplicando taxas superiores ao permissivo legal. Caracteriza-se um inequvoco ato de selvagem capitalismo.

Na Teoria das Obrigaes h figura da obrigatoriedade dos contratos, as partes se sujeitam fora do pacto convencional, sob as penas e sanes que ocorrem em face das regras da lei. O contrato tem fora de lei entre os contratantes - PACTA SUNT SERVANDA, a qual, no entanto, tem sofrido atenuaes considerveis de algum tempo, graas ao fortalecimento de novas concepes que procuram valorizar a funo social dos contratos.

Silvio Rodrigues nos ensina uma tendncia de reviver a clusula REBUS SIC STANDIBUS elaborada pelos glosadores da Idade Mdia, que consistia na idia de que:

"Todos os contratos dependentes de prestaes futuras incluam clusulas de resoluo, se as condies vigentes se alterassem profundamente.

Tal idia se inspirava em princpio de eqidade, pois se o futuro trouxesse um agravamento excessivo da prestao de uma das partes, estabelecendo profunda desproporo com a prestao da outra parte, seria injusto manter-se a conveno, pois haveria o indevido enriquecimento daquele, com o injustificado empobrecimento deste" - Silvio Rodrigues "in" Direito Civil, vol. III, fls. 222.

Lembra com muita propriedade o Prof. Arnoldo Medeiros Fonseca "in" O Caso Fortuito e a Teoria da Impreviso:

"Embora o Cdigo Civil no tenha cogitado da clusula "rebus sic standibus" o certo que, o rumo adotado pelos diplomas normativos e extravagantes, foi o de valorizar a teoria da impreviso como um verdadeiro princpio geral de direito de obrigaes."

O Ministro Ribeiro da Costa afirma:

"Justifica-se em casos excepcionais, a aplicao da teoria da impreviso, no h dvida, portanto, que a aplicao da clusula "rebus sic standibus" pelos Tribunais, veio consolidar a posio anteriormente assumida pela doutrina, que foi sempre no sentido da admissibilidade, no obstante nosso Cdigo Civil, a ela no se refira expressamente."

nclito Julgador, nos contratos de mtuo, como no presente caso, inexistem discusses sobre clusulas, quanto a sua formao no que diz respeito s partes. H de ser questionado a forma como foram impostas as regras leoninas por parte da Exequente contra os Executados. O contrato objeto da lide deve ser interpretado contra quem o editou.

Com muita propriedade, j foi encampado pelo ilustre Prof. Orlando Gomes: "in" CONTRATOS, 7 Ed. Forense n 86, pgina 148:

" de se aceitar, como diretriz hermenutica, a regra, segundo a qual, em caso de dvida, as clusulas do contrato de adeso devem ser interpretadas contra a parte que a ditou."

As clusulas do contrato so abusivas e escancaradamente potestativas, porque, tratando-se de contrato de mtuo, subtraem dos Executados direitos que lhe so assegurados pela legislao vigente devendo, pois, ser o referido contrato da lide considerado nulo de pleno direito.

Nobre julgador, insta esclarecer que os Executados, de forma alguma, pretendem usufruir ou obter vantagens em decorrncia da matria ora trazida Vossa apreciao, porm o descalabro e ilegais exigncias impostas pela Exequente devem ser considerados em favor dos Executados. O "animus" do pagamento sempre existiu. Inexiste, isto sim, boa f da Exequente que pretende impor normas unilateralmente, rasgando o pactuado adredemente, lanando valores e taxas inapropriadas para o presente feito, tornando inexeqvel seu pagamento.

Identicamente, a Exequente comprova ter exigido garantias superiores aos valores contratados, demonstrando inequvoca avidez em enriquecer-se ilicitamente. Ora, j possua uma nota promissria como garantia do dbito, devidamente avalizada pelos scios, ora Executados, sendo descabida a necessidade de garantias adicionais.

A presente Ao deve ser julgada improcedente, primeiro porque a Exequente deixou de colocar os Executados em mora, pelo que no podem ser considerados inadimplentes em suas obrigaes. E por segundo, porque o ttulo no se encontra revestido das prerrogativas exigidas pela legislao aplicvel matria, pois eivado de vcios.

Isto Posto Requer:

1. O Acatamento da presente;

2. A improcedncia da presente Ao de Execuo Por Quantia Certa, determinando seu arquivamento sem julgamento do mrito;

3. Seja a Exequente compelida ao pagamento das custas processuais, honorrios advocatcios e demais cominaes legais;

4. A anulao do ttulo por no se encontrar revestido das prerrogativas que lhe so inerentes, e da mesma forma por conter clusulas abusivas, contrariando os dispositivos legais aplicveis espcie.

Termos em que,

Pede Deferimento

...., .... de .... de ....

..................

Advogado OAB/...