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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 1 – 333, 2004 Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Ceará Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará Janeiro a junho de 2004

Ementário10

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 1 – 333, 2004

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Janeiro a junho de 2004

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará Número 10, 2004 Publicação Oficial do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. As ementas selecionadas para publicação correspondem, na íntegra, àquelas publicadas nos

respectivos Diários da Justiça. Comissão de Jurisprudência: Des. José Maria de Melo, Des. Francisco Hugo Alencar

Furtado, Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido. Suplentes: Des. José Cláudio Nogueira Crneiro, Desa. Huguette Braquehais, Desa. Gizela Nunes da Costa, Des. Pedro Regnoberto Duarte.

Comissão de Atualização e Replubicação do Ementário de Jurisprudência: Des. José

Maria de Melo, Juiz Roberto Jorge Feitosa de Carvalho, Bel. José Osmar Oliveira, Daniel de Sabóia Xavier. Tribunal de Justiça do Estado do Ceará Av. Ministro José Américo s/n Centro Administrativo Gov. Virgílio Távora – Cambeba CEP: 60839-900 www. tj.ce.gov.br e-mail: [email protected] [email protected] Tiragem da Edição: 1.000 exemplares Expediente: Coordenação: Des. José Maria de Melo Seleção, organização e finalização: Juiz Roberto Jorge Feitosa de Carvalho José Osmar Oliveira Daniel de Sabóia Xavier Diagramação e Impressão: Parque Gráfico do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará Normalização: Maria Cláudia de Albuquerque Campos – CRB – 3/214

Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará n. 1- Fortaleza: Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, 1978 –

1. Direito – Periódico. 2. Direito – Jurisprudência. 3. Ceará –

Tribunal de Justiça – Jurisprudência.

CDU 340.342 (05)

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

Comissão de Atualização do Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do

Ceará

Desembargador José Maria de Melo

Juiz Roberto Jorge Feitosa de Carvalho José Osmar Oliveira

Daniel de Sabóia Xavier

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

Sumário

Composição do Tribunal de Justiça............................................................7 Apresentação................................................................................................11 Índice Sistemático........................................................................................13

Jurisprudências:

• Civil, Comercial e Processo Civil....................................................19 • Constitucional, Administrativo e Previdenciário.......................181 • Tributário.........................................................................................259 • Penal e Processo Penal...................................................................269

Índice por Relator......................................................................................321

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Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

COMPOSIÇÃO

Desembargador João de Deus Barros Bringel Presidente

Desembargador Francisco da Rocha Victor

Vice-Presidente

Desembargador Francisco Haroldo Rodrigues de Albuquerque Corregedor Geral de Justiça

TRIBUNAL PLENO

Des. João de Deus Barros Bringel – Presidente

Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra Des. José Maria de Melo

Des. Ernani Barreira Porto Des. Francisco Haroldo Rodrigues de Albuquerque

Des. Francisco Hugo Alencar Furtado Des. Edmilson da Cruz Neves Des. Francisco da Rocha Victor

Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha Des. José Eduardo Machado de Almeida

Desa. Huguette Braquehais Des. Rômulo Moreira de Deus

Des. José Cláudio Nogueira Carneiro Desa. Gizela Nunes da Costa

Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão Des. José Arísio Lopes da Costa Des. Pedro Regnoberto Duarte

Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido Des. João Byron de Figueiredo Frota

Desa. Maria Apolline Viana de Freitas Des. Ademar Mendes Bezerra

Desa. Mariza Magalhães Pinheiro Desa. Edite Bringel Olinda Alencar

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CÂMARAS CÍVEIS REUNIDAS

Des. Júlio Carlos de M. Bezerra – Presidente Des. José Maria de Melo

Des. Ernani Barreira Porto Des. Francisco Hugo Alencar Furtado

Des. Edmilson da Cruz Neves Des. Rômulo Moreira de Deus

Des. José Cláudio Nogueira Carneiro Desa. Gizela Nunes da Costa

Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão Des. José Arísio Lopes da Costa Des. Ademar Mendes Bezerra

Desa. Edite Bringel Olinda Alencar

1ª CÂMARA CÍVEL

Des. Júlio Carlos de M. Bezerra - Presidente Des. Francisco Hugo Alencar Furtado

Des. Rômulo Moreira de Deus Des. José Arísio Lopes da Costa

2ª CÂMARA CÍVEL

Des. José Maria de Melo - Presidente Des. José Cláudio Nogueira Carneiro

Desa.Gizela Nunes da Costa Des. Ademar Mendes Bezerra

3ª CÂMARA CÍVEL

Des. Ernani Barreira Porto - Presidente Des. Edmilson da Cruz Neves

Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão Desa. Edite Bringel Olinda Alencar

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CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS

Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha - Presidente Des. José Eduardo Machado de Almeida

Desa. Huguette Braquehais Des. Pedro Regnoberto Duarte

Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido Des. João Byron de Figueiredo Frota

Desa. Maria Apolline Viana de Freitas Desa. Mariza Magalhães Pinheiro

1ª CÂMARA CRIMINAL

Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha - Presidente Des. José Eduardo Machado de Almeida

Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido Desa. Mariza Magalhães Pinheiro

2ª CÂMARA CRIMINAL

Desa. Huguette Braquehais - Presidente Des. Pedro Regnoberto Duarte

Des. João Byron de Figueiredo Frota Desa. Maria Apolline Viana de Freitas

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APRESENTAÇÃO

A mais alta corte do Estado, o Tribunal de Justiça do

Estado do Ceará, constitui-se no último baluarte dos que lutam pela justiça. É nesta Casa que o debate leva à concretização do Direito em sua forma mais expressiva. Cumprindo seu destino histórico, cristaliza em seus julgados a filosofia, os basilares princípios do direito, as determinações legais, as grandes linhas do pensamento jurídico e os anseios da sociedade e dos indivíduos, tudo em busca do supremo ideal de justiça.

Por este motivo, é com muita honra e justo orgulho

que apresentamos à comunidade jurídica estes três volumes do Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Além de seu valor jurídico inolvidável, ao colecionar em livro jurisprudência de nosso Tribunal, tem um valor histórico especial, preservando e difundindo a memória jurídica de nossa terra, consolidando, em um mesmo conjunto, pensamento jurídico arrojado e, ao mesmo tempo, sereno, pois fundado nos princípios maiores de direito e justiça.

A intenção primeira é voltar a editar regularmente o

ementário de jurisprudência de nosso tribunal a cada três meses e, ainda, disponibilizá-lo para consulta na internet. Há, entretanto, uma ampla e importante produção jurídica, não catalogada, produzida a partir da última publicação do ementário. A comissão encarregada resolveu, então, coletar e selecionar julgados a partir de critérios de importância para nossa história jurídica e de seu valor para o enriquecimento de nossa jurisprudência.

O árduo trabalho da comissão está resumido nestes

livros que agora apresentamos. A matéria, vasta, foi catalogada em três volumes, privilegiando-se os julgados mais recentes. Os volumes abrangem julgados publicados entre o ano de 1998 e o mês de setembro de 2004. O volume 09 cobre ementas de 1998 a 2003. O volume 10 o período de janeiro a junho de 2004. E finalmente o volume 11 julgados selecionados de julho a setembro de 2004.

Esperamos, com a devida humildade dos que colhem o

labor de um colegiado onde despontam tantas e diversas linhas de pensamento, ter conseguido reunir nestes volumes representação fidedigna desta diversidade jurídica.

Gostaríamos de ressaltar o trabalho e a dedicação dos

membros da Comissão de Atualização do Ementário de Jurisprudência do

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Tribunal de Justiça que, com sabedoria e experiência, orientaram a seleção para que se refletisse toda a amplitude do pensamento do Tribunal, e, por fim, a colaboração imprescindível do corpo de servidores do Tribunal de Justiça que envidou, de todas as formas possíveis, esforços para o sucesso desta empreitada.

Finalmente agradecemos antecipadamente aos

Magistrados, membros do Ministério Público, advogados, e a todos os operadores do direito pela recepção que ofereçam a este ementário, ao mesmo tempo em que solicito as necessárias críticas e sugestões, para que possamos apresentar uma coletânea cada vez mais útil a todos os que fazem do direito e da luta pelo ideal de Justiça a sua vida.

João de Deus Barros Bringel Desembargador Presidente do Tribunal de

Justiça do Estado do Ceará

Índice Sistemático

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ÍNDICE SISTEMÁTICO

CIVIL, COMERCIAL E PROCESSO CIVIL

Ação Anulatória...........................................................................................................19 Ação Cautelar...............................................................................................................20 Ação Civil Pública .......................................................................................................22 Ação Monitória ............................................................................................................24 Ação Reivindicatória...................................................................................................25 Ação Rescisória ............................................................................................................27 Ação Revisional de Cláusulas Contratuais..............................................................28 Acidente de Trabalho..................................................................................................33 Adoção ..........................................................................................................................36 Agravo de Instrumento ..............................................................................................37 Agravo Regimental .....................................................................................................41 Alienação Fiduciária ...................................................................................................42 Alimentos .....................................................................................................................44

• Alimentos Provisórios ....................................................................................44 • Binômio Necessidade/Possibilidade............................................................46 • Foro Competente .............................................................................................51 • Obrigação Alimentar ......................................................................................51 • Prisão Civil .......................................................................................................52

Alvará Judicial .............................................................................................................53 Antecipação de Tutela ................................................................................................54

• Contra a Fazenda Pública...............................................................................54 Apelação .......................................................................................................................55 Arrendamento Mercantil............................................................................................56 Arresto ..........................................................................................................................63 Assistência Judiciária ..................................................................................................63 Busca e Apreensão ......................................................................................................65 Casamento ....................................................................................................................67 Caução...........................................................................................................................68 Citação...........................................................................................................................68 Coisa Julgada ...............................................................................................................71 Competência.................................................................................................................71

• Ação Revisional e Ação de Execução ...........................................................72 • Incompetência Relativa ..................................................................................72 • Na Relação de Consumo ................................................................................73 • Reparação de Danos........................................................................................73

Compra e Venda..........................................................................................................74 Compromisso de Compra e Venda ..........................................................................75 Condições da Ação......................................................................................................75 Conexão ........................................................................................................................76 Consignação em Pagamento......................................................................................76 Consumidor..................................................................................................................76 Crédito Rural................................................................................................................78

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Danos Morais............................................................................................................... 78 Desconsideração da Personalidade Jurídica ........................................................... 83 Direito de Visita........................................................................................................... 84 Distrato Social.............................................................................................................. 84 Doação .......................................................................................................................... 84 Duplo Grau de Jurisdição .......................................................................................... 85 Embargos à Execução ................................................................................................. 86 Embargos de Declaração............................................................................................ 89 Embargos de Terceiro................................................................................................. 93 Exceção de Impedimento ........................................................................................... 94 Exceção de Pré-Executividade .................................................................................. 94 Exceção de Suspeição ................................................................................................. 96 Execução....................................................................................................................... 97

• Contra a Fazenda Pública .............................................................................. 97 • Fraude à Execução .......................................................................................... 97 • Penhora............................................................................................................. 98

Execução Fiscal ............................................................................................................ 99 Falência e Concordata .............................................................................................. 102 Formação, Suspensão e Extinção do Processo ...................................................... 103 Guarda de Menores .................................................................................................. 106 Habeas Corpus Preventivo ...................................................................................... 107 Honorários Advocatícios ......................................................................................... 107 Identidade Física do Juiz.......................................................................................... 110 Incorporação Imobiliária.......................................................................................... 111 Interdição.................................................................................................................... 113 Interdito Proibitório.................................................................................................. 115 Intimação.................................................................................................................... 116 Intimação Pessoal...................................................................................................... 116 Inventário e Partilha ................................................................................................. 117 Inversão do ônus da Prova ...................................................................................... 118 Investigação de Paternidade ................................................................................... 118 Juizados Especiais Cíveis ......................................................................................... 124 Julgamento Antecipado da Lide ............................................................................. 125 Juros e Correção Monetária ..................................................................................... 125 Litigância de Má-fé ................................................................................................... 127 Locação ....................................................................................................................... 128

• Ação de Despejo ............................................................................................ 129 • Acessões e Benfeitorias................................................................................. 132 • Consignação em Pagamento ....................................................................... 133 • Denúncia Vazia ............................................................................................. 133 • Fiança .............................................................................................................. 134

Manutenção de Posse ............................................................................................... 135 Medida Cautelar........................................................................................................ 135 Nulidades ................................................................................................................... 136 Nunciação de Obra Nova......................................................................................... 136 Organização Judiciária ............................................................................................. 137

Índice Sistemático

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Pedido e Causa de Pedir...........................................................................................138 Prazos ..........................................................................................................................138 Prestação de Contas ..................................................................................................139 Princípio da Excepcionalidade ................................................................................140 Prova ...........................................................................................................................141

• Livre Convencimento do Juiz ......................................................................141 • Perícia..............................................................................................................142

Reclamação Trabalhista ............................................................................................143 Reconvenção...............................................................................................................143 Regimento Interno do TJCE.....................................................................................144 Registros Públicos .....................................................................................................145

• Registro Civil de Nascimento ......................................................................145 • Registro de Imóveis.......................................................................................146

Reintegração de Posse...............................................................................................147 Repetição de Indébito ...............................................................................................149 Representação Processual ........................................................................................149 Responsabilidade Civil .............................................................................................150 Revelia.........................................................................................................................163 Seguros........................................................................................................................163 Sentença ......................................................................................................................167 Separação de Corpos.................................................................................................168 Separação Judicial e Divórcio ..................................................................................168 Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada ........................................172 Títulos de Crédito......................................................................................................173

• Duplicata.........................................................................................................173 • Duplicata de Prestação de Serviços ............................................................174 • Endosso...........................................................................................................174 • Princípios ........................................................................................................175 • Requisitos Formais ........................................................................................176

Título Executivo.........................................................................................................176 Usucapião ...................................................................................................................178

CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO e PREVIDENCIÁRIO

Ampla Defesa e Contraditório.................................................................................182 Cerceamento do Direito de Defesa .........................................................................182 Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI ............................................................184 Concurso Público.......................................................................................................184 Controle de Constitucionalidade ............................................................................188 Direito Adquirido......................................................................................................199 Desapropriação..........................................................................................................201 Ensino Superior .........................................................................................................203 Estágio Probatório .....................................................................................................204 FGTS ............................................................................................................................205 Fundamentação das Decisões Judiciais..................................................................205 Isonomia .....................................................................................................................207

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Legislativo Municipal............................................................................................... 207 Licenciamento de Veículo........................................................................................ 208 Licitação...................................................................................................................... 209 Mandado de Segurança............................................................................................ 209

• Contra Ato Judicial ....................................................................................... 209 • Efeitos Patrimoniais ...................................................................................... 209 • Liminar ........................................................................................................... 210 • Perda do Objeto............................................................................................. 210 • Prova Pré-Constituída .................................................................................. 211

Multas de Trânsito .................................................................................................... 212 Poder de Polícia......................................................................................................... 214 Prescrição nas Ações Contra a Administração Pública ....................................... 218 Previdência Complementar..................................................................................... 218 Processo Administrativo.......................................................................................... 220 Promoção de Policiais Militares.............................................................................. 223 Regime Jurídico ......................................................................................................... 225 Responsabilidade Civil da Administração Pública.............................................. 225 Salário Mínimo .......................................................................................................... 232 Servidores Públicos................................................................................................... 233

• Aposentadoria Voluntária ........................................................................... 233 • Auxílio-Alimentação .................................................................................... 233 • Ascensão Funcional ...................................................................................... 234 • Demissão ........................................................................................................ 235 • Disponibilidade ............................................................................................. 236 • Incorporação de Vencimentos..................................................................... 236 • Pensão por Morte .......................................................................................... 237 • Piso Salarial .................................................................................................... 245 • Proventos de Inatividade............................................................................. 247 • Reclassificação e Reenquadramento........................................................... 254 • Reintegração .................................................................................................. 256

Sigilo Bancário e Fiscal ............................................................................................. 257 Tribunais de Contas.................................................................................................. 259

TRIBUTÁRIO

Apreensão de Mercadorias ...................................................................................... 261 Compensação de Créditos Tributários .................................................................. 262 ICMS ........................................................................................................................... 263

• Diferencial de Alíquota ................................................................................ 264 • Não-Cumulatividade.................................................................................... 264 • Pauta Fiscal .................................................................................................... 266

Imposto de Renda ..................................................................................................... 267 IPTU ............................................................................................................................ 267

• Progressividade............................................................................................. 268 ISS ................................................................................................................................ 269 Taxa de Iluminação Pública..................................................................................... 270

Índice Sistemático

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PENAL E PROCESSO PENAL

Ação Penal ..................................................................................................................271 Atentado Violento ao Pudor....................................................................................271 Concurso Material de Crimes..................................................................................272

• Competência...................................................................................................272 Crimes Ambientais....................................................................................................273 Crimes de Trânsito ....................................................................................................273 Denúncia.....................................................................................................................275 Direito de Apelar em Liberdade .............................................................................278 Desaforamento...........................................................................................................279 Entorpecentes.............................................................................................................281 Estupro........................................................................................................................286 Excesso de Prazo........................................................................................................288 Excludente de Ilicitude .............................................................................................294

• Legítima Defesa .............................................................................................294 Falso Testemunho......................................................................................................294 Fiança ..........................................................................................................................294 Fixação da Pena .........................................................................................................295 Furto ............................................................................................................................295 Habeas Corpus...........................................................................................................296 Infrações de Menor Potencial Ofensivo .................................................................296 Inimputabilidade Penal ............................................................................................297 Inquérito Policial .......................................................................................................298 Nulidades ...................................................................................................................299 Pedido de Relaxamento de Prisão ..........................................................................299 Prescrição....................................................................................................................300 Prisão Decorrente de Sentença Recorrível .............................................................302 Prisão em Flagrante...................................................................................................302 Prisão Preventiva.......................................................................................................303 Prisão Temporária .....................................................................................................307 Progressão de Regime...............................................................................................307 Pronúncia....................................................................................................................307 Queixa-Crime.............................................................................................................313 Revisão Criminal .......................................................................................................314 Roubo ..........................................................................................................................317 Tribunal do Júri .........................................................................................................320

Civil, Comercial e Processo Civil

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CIVIL, COMERCIAL E PROCESSO CIVIL

Ação Anulatória Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ANULATÓRIA DE ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E VENDA COM BASE NO VÍCIO DE SIMULAÇÃO - ILEGITIMIDADE ATIVA DA ESPOSA DO VENDEDOR, POR SE TRATAR DE BEM QUE NÃO INTEGRA O PATRIMÔNIO DO CASAL - ILEGITIMIDADE ATIVA DA FILHA DO PROPRIETÁRIO - MERA EXPECTATIVA DE DIREITO – EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO – APELO CONHECIDO E PROVIDO: I - Em se tratando de anulação de ato por existência de quaisquer dos vícios descritos no art. 147 do Código Civil de 1916 - incapacidade relativa do agente, erro, dolo, coação, simulação ou fraude - são legitimados para ajuizar a ação apenas os interessados, ou seja, a quem a anulabilidade aproveita, conforme prescreve o art. 152 do CC/ 1916. II - A ilegitimidade da Sra. Albaniza Moreira Mourão decorre do fato de que o bem objeto da presente ação, apesar de ter sido adquirido por seu esposo na constância do matrimônio, não integra o patrimônio do casal, por decorrer de doação, estando excluído da comunhão por expressa determinação do art. 269, inciso I, do CC/1916. III - Adrielle Moreira Mourão também não possui legitimidade para pretender a anulação do ato, uma vez que a existência de seu direito está condicionado à abertura da sucessão - morte de seu genitor, único proprietário do imóvel -, circunstância esta que não ocorreu (mera expectativa de direito). IV - Apelação conhecida e provida, extinguindo o processo sem julgamento do mérito. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.2832-2, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 30.01.2004, pg. 26) Ementa: Civil. Declaratórias de anulação de atos jurídicos. Preliminares de nulidade. Sendo de direito e de fato, e estando os fatos devidamente provados por documentos juntados aos autos, deve o juiz julgar antecipadamente (CPC, 330). Não tendo o magistrado fixado prazo para depósito do rol de testemunhas este é de dez dias anteriores à audiência. No caso concreto os apelantes não apresentaram rol de testemunhas deixando precluir o prazo para fazê-lo (CPC, 407), não havendo, assim, motivo para realização da instrução. Alegação de nulidade ante a não apreciação de matéria relevante. Não comprovada a relevância da matéria, constituída na anulação de assembléias posteriores à exclusão dos sócios

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apelantes. A nulidade somente deve ser decretada quando causar prejuízo às partes. No caso dos autos não há o alegado prejuízo. Reintegrados aos quadros da entidade, poderão os recorrentes promover nova assembléia geral e, obtendo sua aprovação, efetivarem as alterações que julgarem convenientes em seu estatuto social. Não fere os princípios do devido processo legal e da ampla defesa a declaração de perda de cargo administrativo de sócio em razão de comprovada desídia, demonstrada em assembléia geral, regularmente estabelecida. Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa (CPF, 5, VIII). Assim não se pode excluir de sociedade civil associado com base apenas na sua convicção religiosa. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6311-6, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.03.2004, pg. 17)

Ação Cautelar Ementa: Apelação cível. Ação cautelar. Cabe ao autor ajuizar a ação principal no prazo de trinta (30) dias, contados da efetivação da medida cautelar, e não do seu deferimento, tampouco da contestação. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.6943-0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 25.02.2004, pg. 57) Ementa: AÇÃO CAUTELAR INOMINADA. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL. EXTINÇÃO DO PROCESSO. ART. 267, VI DO CPC. A ação cautelar inominada objetivando provimento jurisdicional de caráter eminentemente satisfativo - percepção integral de pensão – carece de interesse processual, pois o ordenamento jurídico proporciona instrumento adequado e eficaz para tanto, que é o instituto de antecipação da tutela, previsto no art. 273 do Código de Processo Civil, desde a redação dada pela lei n° 8952/94. Recurso não-provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.0672-0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 25.02.2004, pg. 56) Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO - AÇÃO CAUTELAR INOMINADA, COM PEDIDO DE LIMINAR.

Civil, Comercial e Processo Civil

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- Presentes o fumus boni juris e o periculum in mora, impõe-se o deferimento da liminar requerida, objetivando assegurar às partes uma partilha equilibrada dos bens do casal. Recurso conhecido e improvido. Despacho monocrático mantido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2002.0004.7033-0/1, Relator(a): Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 29.01.2004, pg. 43) Ementa: PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA - TÍTULOS NOMINADOS, A OUTREM - ILEGITIMIDADE PASSIVA - AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES DA AÇÃO - DECISÃO MANTIDA. 1. incabível na Ação Cautelar a denunciação da lide. 2. Estando os cheques nominados a outra pessoa, esta sim deveria figurar no pólo passivo e isto resulta na ilegitimidade que implica na falta de condições da ação. 2. Decisão acertada, merecendo permanecer incólume. 3. Apelo conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.2815-8, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 27) Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - MEDIDA LIMINAR - AÇÃO CAUTELAR - PRESENÇA DOS REQUISITOS LEGAIS AUTORIZADORES - CAUÇÃO FIDEJUSSÓRIA PRESTADA PELA PRÓPRIA RÉ - INUTILIDADE – RESPONSABILIDADE OBJETIVA PELOS PREJUÍZOS DECORRENTES DA EXECUÇÃO DA MEDIDA (ART. 811, INCISO I, CPC) I - É correta e legal a decisão judicial que concede liminar possibilitando à pessoa jurídica tomadora de serviços utilizar-se dos equipamentos da ora agravante mediante pagamento que tenha como referência uma média aritmética de cons relativa a três meses antecedentes, eis que nenhum prejuízo advirá à recorrente caso a sentença do processo de conhecimento lhe seja desfavorável, pois há de se ter em vista que, fixado o ‘quantum’ realmente devido, não poderá a ora agravada se furtar ao pagamento, vez que objetivamente responsável pelos danos que possam resultar da execução da medida (art. 811, I CPC). II - A caução fidejussória, como contra-cautela a possibilitar o ressarcimento de eventuais danos que o requerido em ação cautelar possa vir a sofrer, embora esteja sua determinação subordinada à discricionariedade do julgador se prestada, há de ser firmada por terceira pessoa idônea, não pela própria requerente ora agravada, o que seria completamente inútil, haja vista a responsabilidade objetiva da ora recorrida de reparar a lesão causada ao direito da contraparte.

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III - Necessário seja a subsistência da cautela deferida condicionada à prestação de caução idônea e suficiente a assegurar o ressarcimento dos prejuízos porventura decorrentes da execução da medida, sob pena de não haver garantias bastantes, à ora agravada, de que serão reparados tais danos, caso o douto magistrado a quo venha a decidir pela improcedência do pedido, no processo de conhecimento. AGRAVO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8133-4, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 14)

Ação Civil Pública Ementa: Ação civil pública - Consumidores - Cobrança de tarifas e taxas não fixadas em contrato - Legitimidade do Ministério para a ação. I - Afigura-se ilegal e abusiva a cobrança de tarifas bancárias e taxas de manuseio aos consumidores que aderem a contrato mercantil de compra e venda para pagamento em prestações mensais, se os valores dos gravames não foram fixados em contrato, além dos preços das mercadorias. II - Por se constituir, tal exigência, violação a interesses ou direitos individuais homogêneos das vítimas, assim entendidos os de origem comum, cuja defesa pode ser exercida em juízo, também individualmente, tem o Ministério Público legitimidade para atuar no pólo ativo da demanda. Exegese do art. 81, caput, parág. único, inc. III c/c o art. 82, inc I, do Código de Defesa do Consumidor. III - Aquele que argúi sua ilegitimidade para figurar no pólo passivo da causa, sem denunciar da lide ao terceiro que obrigatoriamente deveria integrar a relação jurídica processual, não poderá assumir a postura de parte, discutindo o mérito da questão com o propósito de demonstrar a improcedência da ação, pois, a ninguém é permitido pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei (art. 6° do CPC). IV - Sentença mantida. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.2619-3, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 28.05.2004, pg. 15) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - PROCESSO LEGISLATIVO MUNICIPAL - MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL REPRESENTADO POR SEU PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL - MATÉRIA AFEITA À JUSTIÇA ESTADUAL - PROCURADOR DA REPÚBLICA É PARTE ILEGÍTIMA – MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL

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REPRESENTADO POR PROMOTOR DE JUSTIÇA À DISPOSIÇÃO DA PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL - AUTORIDADE INCOMPETENTE - PARTE ILEGÍTIMA - EXTINÇÃO DO FEITO SEM ANÁLISE DE MÉRITO – SENTENÇA MANTIDA - APELO RECEBIDO, MAS IMPROVIDO. I - O representante do Ministério Público Federal não pode figurar como parte ativa em processo afeito à Justiça Estadual, sob pena de usurpação dos limites de competência estabelecidos pela Constituição e pela lei. II - Compete ao Procurador Geral de Justiça a função de designar membros do Ministério Público para propor a Ação Civil Pública na hipótese de não arquivamento do inquérito civil (art. 10, IX da LOMN). III - Constatada a ilegitimidade processual ativa dos condutores do processo, resta reconhecê-lo extinto sem análise de mérito, em consonância com o art. 267, VI do Código de Ritos IV - Apelo conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8736-3, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 54) Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE. COMPETÊNCIA. SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES. TELEFONIA FIXA. - A ação civil pública nasceu como instrumento processual adequado para coibir danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, atendendo, assim, os interesses coletivos da sociedade. O campo de aplicação da ação civil pública foi alargado por legislações posteriores, especialmente pelo Código de Defesa do Consumidor, para abranger quaisquer interesses coletivos e difusos, bem como os individuais homogêneos, estes últimos na proteção do meio ambiente, do consumidor, dos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. - Os benefícios pretendidos com a ação civil. pública, iriam transformar-se num custo não desejado e nem autorizado pelos usuários, além de uma desproporcionalidade entre a necessidade de tutela destes e a imposição de agilidade e eficiência do serviço. Serviço eficiente não é necessariamente serviço caro - Compete à Justiça Estadual processar e julgar ação civil pública ajuizada contra as empresas TELEMAR NORTE NORDESTE S/A E VÉSPER S/A, tendo por objeto questões relativas à execução do contrato de prestação e serviços e telefonia fixa. - Agravo de Instrumento provido.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.2888-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 23)

Ação Monitória Ementa: AÇÃO MONITÓRIA – DUPLICATAS PRESCRITAS - ARTS. 1.102 a c/c 333 do CPC. - A existência de prova escrita idônea em conjunto com outras provas, confirma a certeza, liquidez e exigibilidade do título. - Duplicatas prescritas podem ser tidas como início de prova escrita para propor ação monitória, adquirindo a executividade através do acolhimento da súplica, desde que se comprove a origem da dívida e dependente de documento de entrega de mercadorias nos termos do art. 333 do CPC. - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7524-5, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.05.2004, pg. 26) Ementa: AÇÃO MONITÓRIA. COBRANÇA DE CHEQUE PRESCRITO. ALEGAÇÃO DE COMPRA DO REFERIDO CRÉDITO DA EMPRESA CONSTANTE COMO BENEFICIÁRIA DO TÍTULO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. INEXISTÊNCIA DOS REQUISITOS INDISPENSÁVEIS À CIRCULAÇÃO QUANDO TRANSMITIDA POR PESSOA JURÍDICA. EMBARGOS PROCEDENTES. DECISÃO MONOCRÁTICA IRREPROCHÁVEL. APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4167-8, Relator: Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 15.03.2004, pg. 15) Ementa: PROCESSUAL CIVIL - EXTRATO DE DÉBITO ATUALIZADO - NÃO APRESENTAÇÃO DO CONTRATO DE FINANCIAMENTO - PROVA ESCRITA - CONSTITUIÇÃO EM TÍTULO EXECUTIVO - IMPOSSIBILIDADE - CONFIRMAÇÃO DA SENTENÇA. - Deixando de apresentar contrato que comprovaria a obrigação do promovido para com o banco, inexiste prova escrita para dar força executiva através do procedimento monitório. O simples extrato demonstrativo de débito, documento unilateralmente produzido pela apelante, não pode constituir prova escrita inequívoca do débito demandado. - Apelação improvida. Sentença confirmada.

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(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1430-5, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 8) Ementa : Direitos Cambiário e Processual Civil. Ação Monitória. Cheque prescrito. Possibilidade. Agiotagem. Ônus da prova. I - A ação monitória se presta a facultar, mesmo na ausência de título com eficácia executiva, alternativa de adimplemento de crédito, com base em cheque prescrito, nos termos dos arts. 1.102a e ss. do C. Pr. Civ. II - Incumbe ao réu, nos termos do art. 333, I, do C. Pr. Civ., o ônus de comprovar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do credor. Sentença mantida. Apelo improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.0391-0, Relator: Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 21.01.2004, pg. 13)

Ação Reivindicatória Ementa: CITAÇÃO - NULIDADE - INOCORRÊNCIA - LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO. Tratando-se de litisconsórcio multitudinário, autorizada está a ocorrência de citação por edital, pois “as normas processuais não podem ser interpretadas no sentido de impossibilitar o andamento da causa (RTJ 84/1.042).” REIVINDICATÓRIA - REGISTRO EM CARTÓRIO - TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE. Na ação reivindicatória basta a comprovação da propriedade através do Registro em Cartório para que se preencham os requisitos necessários à devolução da posse. Inteligência do art. 524 do Código Civil. Apelação conhecida e improvida. Sentença confirmada. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4279-9, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 01.04.2004, pg. 21) Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO REIVINDICATÓRIA - INCONFUNDIBILIDADE COM O INSTITUTO POSSESSÓRIO - APELO DE FUNDAMENTAÇÃO DESCABIDA E IRRELEVANTE - SENTENÇA MANTIDA. 1. A demanda reivindicatória, de natureza eminentemente dominical, não há como ser confundida com as possessórias e a sentença que se fundando em tal realidade jurídica, desatende a errônea investida encerrada na peça vestibular, imerece a reforma perseguida. 2. Recurso conhecido, porém improvido.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.1909-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 57) Ementa: AÇÃO REIVINDICATÓRIA – RECURSO SEM FUNDAMENTAÇÃO CONVINCENTE NÃO PODE ENSEJAR A REFORMA PLEITEADA. Não há como se pretender desconstituir o decisório recorrido, por se achar este em consonância com a prova documental e testemunhal, carreadas para os autos e assentado na melhor jurisprudência, máxime quando o pretenso direito argüido é baseado em pretensa avença de compra e venda não se revestida das formalidades legais que possam autorizar a sua validade. Destarte, impõe-se a manutenção da sentença apelada. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0316-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.02.2004, pg. 11) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO REIVINDICATÓRIA - DECISÃO QUE ANTECIPOU A TUTELA, DETERMINANDO A IMEDIATA DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL, BEM COMO ENCERROU A PROVA, ANUNCIANDO O JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE - PREJUDICIAL DE USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL URBANO - QUESTÃO QUE AFASTA OS REQUISITOS NECESSÁRIOS À ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - NECESSIDADE DA REALIZAÇÃO DE PROVA EM AUDIÊNCIA - CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA - AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO: I - A discussão acerca da propriedade do imóvel, em face da matéria ventilada e m sede de contestação (aquisição da propriedade através da prescrição aquisitiva), gera fundada dúvida acerca do título apresentado pela Recorrida, razão pela qual não poderia ser deferida a antecipação da tutela. II - O bem em exame, por ser urbano e possuir área de 46,82m2 (quarenta e seis vírgula oitenta e dois metros quadrados) insere-se na descrição do art. 183 da Carta Magna de 1988. III - O legislador constituinte originário, em tais hipóteses, não exigiu justo título e boa-fé do possuidor, bastando que este demonstre ser a posse ininterrupta e sem oposição, com animus domini, durante o tempo de cinco anos, para sua moradia ou de sua família e desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. IV - Os bens pertencentes ás entidades paraestatais não são tidos como bens públicos, de modo que são passíveis de usucapião. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça.

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V - Tendo a Agravante requerido a realização de prova em audiência e sendo constatada a imprescindibilidade desta, incidiu em “error in judicando” o magistrado singular ao aplicar à hipótese a disposição do art. 330, inciso I, do CPC, o que acarretou manifesto cerceamento do direito de defesa da Agravante. VI - Agravo conhecido e provido, determinando o regular processamento da lide, com a realização da fase instrutória, bem como garantindo á Agravante o direito de permanecer na posse do imóvel até o julgamento final da ação. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0013.2465-4, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 26.05.2004, pg. 25)

Ação Rescisória Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. I - INCREPAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 586 E 618, DO CPC. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. II - NÃO PODE A RESCISÓRIA, SOB FUNDAMENTO DE VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI, ULTRAPASSAR OS PARÂMETROS LEGAIS QUE INCIDIRAM NA DECISÃO RESCINDENDA. INADEQUAÇÃO DE MEIO. III - SÓ SE ADMITE VIOLAÇÃO DE LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI (ART. 485, V, CPC) QUANDO O JULGADO RESCINDENDO RELEGOU AO DESPREZO O FUNDAMENTO JURÍDICO DO PEDIDO, SOBREPONDO-LHE NORMA ESTRANHA À CAUSA E DE APLICAÇÃO INVIÁVEL. IV - AÇÃO RESCISÓRIA IMPROCEDENTE. (TJCE, Câmaras Cíveis Reunidas, Ação Rescisória n˚ 2000.0010.9942-7, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 22.04.2004, pg. 14) Ementa: AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 485, V, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. OFENSA A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI. INOCORRÊNCIA. - Não ofende disposição de lei decisão que apresenta uma dentre as várias interpretações possíveis dentro do quadro hermenêutico do enunciado normativo. - Em se tratando de julgamento secundum legem não há que se falar de ação rescisória com esteio no art. 485, V, do Código de Processo Civil, pois a finalidade deste dispositivo é justamente infirmar julgamentos contra legem. (TJCE, Câmaras Cíveis Reunidas, Ação Rescisória n˚ 2002.0002.3528-5, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 10.02.2004, pg. 51)

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Ementa: DIREITO DE FAMÍLIA. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. AÇÃO RESCISÓRIA FUNDADA EM ERRO CARTORÁRIO. CERTIDÃO QUE DECLAROU A INÉRCIA DO ENTÃO DEMANDADO, DURANTE A FLUÊNCIA DO PRAZO PARA CONTESTAR A LIDE. COMPROVAÇÃO DO RECEBIMENTO DA PEÇA CONTESTATÓRIA PELA SECRETARIA DE VARA, NÃO JUNTADA, TODAVIA, NOS AUTOS. FATO QUE NÃO ACARRETOU TODOS OS EFEITOS DA REVELIA, HAJA VISTA A DISCUSSÃO JUDICIAL GIRAR EM TORNO DE DIREITO INDISPONÍVEL. SENTENÇA QUE JULGOU A AÇÃO PROCEDENTE, EM CONSONÂNCIA COM A UNIFORMIDADE DAS PROVAS PRODUZIDAS NOS AUTOS, INDICATIVAS DA PATERNIDADE ATRIBUÍDA. PRELIMINAR DE DECADÊNCIA DO DIREITO DE PROPOR A AÇÃO RESCISÓRIA. INOCORRÊNCIA. AÇÃO AJUIZADA DENTRO DO PRAZO LEGAL. PRELIMINAR REJEITADA. DECISÃO RESCINDENDA MANTIDA. -Não constitui erro de fato, a justificar o desencadeamento da desconstituição do decreto monocrático, via ação rescisória, aquele em que, conquanto ocorrente na espécie, não dá margem, por si só, para assegurar pronunciamento favorável à parte contrária, de maneira que tal circunstância não pode propiciar o sucesso da rescisão do julgado. -Ação rescisória improcedente. ] (TJCE, Câmaras Cíveis Reunidas, Ação Rescisória n˚ 2000.0012.1779-9, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 22.04.2004, pg. 15)

Ação Revisional de Cláusulas Contratuais Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO BANCÁRIO E DO CONSUMIDOR. AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA DE REVISIONAL DO CONTRATO DE FINANCIAMENTO PARA AQUISIÇÃO DA CASA PRÓPRIA. MEDIDA LIMINAR. COMPRA DAS CHAVES. CONTRATO DE GAVETA. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DO CESSIONÁRIO. REDUÇÃO DAS PRESTAÇÕES DO MÚTUO. VINCULAÇÃO AO PLANO DE EQUIVALÊNCIA SALARIAL. INCIDÊNCIA DAS NORMAS DO CDC. AUSÊNCIA DE RISCO PARA O BANCO. I - A inércia da instituição bancária mutuante, em demonstrar que o cessionário não atendia as exigências regulamentares para a concessão do financiamento relativo à compra do imóvel cedido, implica, como corolário de direito, a transferência compulsória do contrato de mútuo, inclusive o reajuste da prestação para valor dentro dos parâmetros fixados no PLANO

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DE EQUIVALÊNCIA SALARIAL, previsto na avença, ainda que mais baixo que aquele praticado pelos antigos mutuários. II - Incidência obrigatória dos postulados irmanados no CDC, por tratar-se de típica relação de consumo. III - Ausência de lesão grave para a instituição bancária, tendo em vista a estipulação de hipoteca em seu favor. Precedentes do STJ. Agravo desprovido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.6742-6, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 11) Ementa: ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AÇÃO REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. CONEXÃO. CLÁUSULAS ABUSIVAS: JUROS SUPERIORES AO LIMITE FIXADO NO ENTÃO VIGENTE ART. 192, § 30 (12% A.A.). UTILIZAÇÃO DA TR COMO INDEXADOR MONETÁRIO. ANATOCISMO. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA CUMULADA COM CORREÇÃO MONETÁRIA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. APLICABILIDADE. ESTIPULAÇÃO DE MULTA CONTRATUAL DE 10% (DEZ POR CENTO) INCIDENTE SOBRE O SALDO DEVEDOR, COM “LETRINHAS MIÚDAS”. VIOLAÇÃO AO ART. 52, DO CDC, QUE FIXA O LIMITE MÁXIMO DE 2% PARA A MULTA, INCIDINDO SOBRE O VALOR DA PRESTAÇÂO. DECISÃO MONOCRÁTICA IRREPROCHÁVEL. APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.9282-4, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 18.02.2004, pg. 7) Ementa: Mútuo bancário. Cédulas de Crédito Comercial. Revisão de cláusulas contratuais. (1) Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos mantidos com as instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional (CDC, art. 3, § 2°). (2) A limitação de juros prevista no § 3°, do art. 192, da CF não é auto-aplicável, dependendo de regulamentação por lei complementar. Precedentes do STF. (3) Capitalização de juros mensal. A capitalização de juros em cédulas de crédito comercial é permitida, desde que, como no caso concreto, conste dos contratos firmados (SUMULA STS N° 93). (4) Taxa referencial como indexador. Não há proibição de utilização da TR como indexador, desde que livremente pactuada, como in specie se dá. (5) Multa contratual de 10%, superior ao limite fixado pelo CDC, que é de 2%. Matéria que conquanto não questionada pela autora, a contexto da peça recursal, dela se ocupa, mesmo de forma genérica, tornando-se objeto do pedido inaugural, a propugnar por decretação de nulidade das

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cláusulas abusivas, bem por isso considerada há de ser a premissa, diante de expressa vedação legal (CDC, art. 52, § 1°). (6) Teoria da lesão enorme - não vem ao caso a teoria mencionada, posto serem os juros fixados subsidiados, muito inferiores aos de mercado. (7) Recurso parcialmente provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4062-1, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.03.2004, pg. 18) Ementa: Ação Revisional de cláusulas contratuais. Expurgo das cláusulas ilegais dos juros compostos, da comissão de permanência cumulada com a correção monetária, da TR como índice de correção do contrato, além da multa superior a 2%. Em face das recentes modificações introduzidas no ordenamento jurídico brasileiro através da EC/40, os juros remuneratórios são livremente fixados pelas partes contratantes. Recursos conhecidos, para dar parcial provimento a Apelação interposta por Tânia Maria e negar provimento ao recurso aventado pelo Banco recorrente. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2612-2, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.02.2004, pg. 21) Ementa: CÍVEL - PROCESSUAL - MÚTUO BANCÁRIO - SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH) - REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS - CORREÇÃO MONETÁRIA - CADERNETA DE POUPANÇA - TAXA REFERENCIAL – PREVISÃO CONTRATUAL - POSSIBILIDADE. 1. A ADIN STF n° 493-0, sobre os contratos firmados a partir de novembro de 1.986, no âmbito do SFH, suspendeu a aplicação de dispositivos da Lei n° 8.177/91, referentes à utilização da TR (art. 23-I-b), mas não veda sua aplicação nas contratações celebradas posteriormente. 2. A ADIN STF 959-DF, também suspendeu, até decisão final da ação, a eficácia do inciso II do art. 6°, da citada Lei, que previa a utilização da TR como substitutivo, na ausência de previsão de outro índice, e substituição da UPC pelos índices aplicados nas cadernetas de poupança em contratos já existentes (art. 15). No entanto, em momento algum das ADIns apontadas consta qualquer vedação à aplicação da TR nos contratos do SFH, de par com preexistente previsibilidade. 3. Ao captar recursos para investimento no Sistema Financeiro da Habitação, o Agente Financeiro o faz por meio das cadernetas de poupança, em que a correção monetária é feita com base na Taxa Referencial - TR. A taxa de juros do financiamento é de 12% ao ano, ficando o Agente citado, no caso o Banco, com um diferencial de juros a título de

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remuneração. Assim, pode utilizar no reajuste monetário do financiamento o mesmo índice adotado na correção das cadernetas de poupança. Vale dizer, o mesmo que paga quando capta o recurso utilizado. Donde, a incidência da TR, a casos da espécie, não é vedada por Lei. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.8066-9, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 12) Ementa: CIVIL - MÚTUO - REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS - JUROS - LIMITAÇÃO - COMISSÃO DE PERMANÊNCIA E CORREÇÃO MONETÁRIA - CUMULAÇÃO - INADMISSIBILIDADE - CORREÇÃO MONETÁRIA COM BASE NA TR - SUBSTITUIÇÃO PELO INPC - IMPOSSIBILIDADE DIANTE DO CASO CONCRETO - CAPITALIZAÇÃO DE JUROS – IMPRATICÁVEL - MULTA CONTRATUAL - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. APLICABILIDADE. Os dispositivos do CDC são aplicáveis às operações bancárias. A limitação de juros prevista no § 30, do art. 192, da CF/88, não é auto-aplicável, como vem decidindo o STF. Não se admite a cumulação da comissão de permanência com a correção monetária. No caso concreto foi aplicada correção monetária com base na TR e em índices fornecidos pela ANBID, previsibilidade contratual, in specíe Cláusula, entanto, considerada nula, por orientação dos Tribunais pátrios. Forte, demais, Súmula 176 do STJ. Prevalência do índice de correção monetária na forma da contratação, mas vinculada tão somente à TR, desconsiderada qualquer outra indexação, isolada ou cumulativamente, mormente a que sujeita a devedora à taxa de juros divulgada pela ANBID-CETIP. Não é permitida a capitalização diária ou mensal de juros, posto que não autorizada por lei. Multa contratual. Redução para 2%. CDC, art. 52, § 1°. Recurso parcialmente provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.6250-6, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 9) Ementa: REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. CONTRATO DE LEASING. AQUISIÇÃO DE VEÍCULO. SENTENÇA QUE JULGOU A AÇÃO PROCEDENTE, AFASTANDO AS CLÁUSULAS CONTRATUAIS QUE PREVISSEM JUROS MENSAIS CAPITALIZADOS, TAXAS DE JUROS SUPERIORES A 12% A.A., COBRANÇA DE COMISSÃO DE PERMANÊNCIA, MESMO QUE EQUIVALENTE, E ORDENANDO A INCIDÊNCIA DE JUROS COMPENSATÓRIOS E MORATÓRIOS DE 12% A.A., EMPREGO DO INPC NA CORREÇÃO MONETÁRIA DA MOEDA,

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MULTA CONTRATUAL DE 2%, CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS REMUNERATÓRIOS E MORATÓRIOS. - A Lei da Usura é inaplicável às operações realizadas por instituições financeiras (Súmula 596 - STF), sendo, permitida, atualmente, a cobrança de juros fixados nas taxas pactuadas entre as partes. - O percentual máximo para a fixação da multa moratória é de 2%, conforme art. 52, §1°, do CDC. - É apenas relativo o princípio do pacta sunt servanda, para afastar a indevida aplicação de capitalização de juros, a TR, como índice de correção monetária, e a cumulação de comissão de permanência e de correção monetária. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4088-3, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 15) Ementa: ARRENDAMENTO MERCANTIL. REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. PEDIDO DE MANUTENÇÃO DA POSSE DO BEM. VEDAÇÃO DE INCLUSÃO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. CUMULADO COM CONSIGNAÇÃO DAS PARCELAS VENCIDAS E VINCENDAS. TUTELA ANTECIPADA. POSSIBILIDADE. NULIDADE DA DECISÃO AGRAVADA. AFRONTA AO ART. 93, IX, DA CF/88. (1) Consoante a doutrina e a jurisprudência iterativa dos tribunais pátrios, o pedido de consignação em pagamento mostra-se perfeitamente admissível em ação revisional de cláusulas contratuais, posto compatível com o rito ordinário do processo de conhecimento. (2) Podem ser objeto de tutela antecipada os pedidos de manutenção de posse do bem arrendado, vedação de negativação cadastral e consignação das parcelas vencidas e vincendas do contrato de leasing. (3) A inscrição do nome do devedor em cadastros de inadimplentes, na esteira de precedentes desta Corte, não é admissível havendo pendência de litígio para discussão do débito. (4) Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.1827-1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.05.2004, pg. 24) Ementa : Apelação cível. Revisional de contrato. Cédula de crédito rural. Capitalização de juros. Indexação pela TR. Multa moratória de 10%. Possibilidade. Cobrança de comissão de permanência. Impossibilidade. 1 - É admitida a capitalização de juros, desde que devidamente pactuada (Súmula 93/STJ). II - A Taxa Referencial (TR) é válida como índice de

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correção monetária quando for expressamente pactuada no contrato. III - Prevalece a multa de 10% ante o entendimento de que as normas do Código de Defesa do Consumidor não retroagem para alcançar contratos celebrados antes de sua vigência. IV - É vedada a cobrança cumulada de correção monetária e de comissão de permanência (Súmula 30/STJ), notadamente quando se tratar de cédula de crédito rural, cujos juros de mora são limitados pelo art. 50 do Decreto-Lei 413/69. V - Recurso parcialmente provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.0150-0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 11.02.2004, pg. 11) Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - REVISIONAL – CONTRATO BANCÁRIO - ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE - CONSUMIDOR - FIXAÇÃO DE JUROS - CAPITALIZAÇÃO - COMISSÃO DE PERMANÊNCIA - CORREÇÃO MONETÁRIA – (1) É cediço que aos serviços bancários, entre os quais o de mútuo, aplicam-se as disposições do vigente Código de Defesa do Consumidor. (2) O STF já firmou entendimento de que o parágrafo 3° do artigo 192, da Constituição Federal, não é auto-aplicável. (3) No contrato sob exame, não se admite a capitalização de juros, instituto somente aplicável quando fundado em lei especial. (4) Ausência de previsão contratual, in casu sobre a incidência da TR como fator de correção monetária, bem assim quanto à cobrança desta cumulada com comissão de permanência. (5) Recurso do réu conhecido e parcialmente provido. Maioria. Apelação do autor não conhecida, ausente adequado preparo. Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.1355-6, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 4)

Acidente de Trabalho Ementa: AÇÃO ACIDENTÁRIA - AUXÍLIO-ACIDENTE - REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA - CONDENAÇÃO AO PERCENTUAL DE 100% DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO - EXTRAVASAMENTO DO LIMITE ESTABELECIDO EM LEI. Está desconforme com a lei acidentária a sentença que condena o órgão previdenciário a pagar 100% do salário-de-contribuição, quando o limite imposto pela lei de regência (Lei nº 6.367/76) era de 40%, para os casos de redução parcial da capacidade laborativa. Reforma-se, entretanto, o

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decisum para acomodá-lo ao limite legal atualmente em vigor, de 50% sobre o salário-de-contribuição, de parelha com a legislação previdenciária em vigor. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4732-9, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 21)

Ementa: Acidente do trabalho. Ação de indenização com base no direito comum. Operário de construção civil vítima de choque elétrico quando trabalhava com hastes de ferro nas proximidades de rede elétrica pública de alta voltagem, encontrando-se inteiramente desprotegido de equipamentos de segurança, o que lhe causou a amputação dos dois antebraços. Responsabilidade do dono da obra, independentemente da existência, ou não, de vínculo empregatício. A exigência da prova de dolo ou culpa grave para condicionar a obrigação de indenizar, imposta ao empregador, foi inteiramente abolida pelo art. 7º, XXVIII, da CF/88. Dessa forma, em caso de sinistro laboral, todo aquele que para o mesmo tenha concorrido com qualquer culpa, por mais leve que seja, responde pela reparação do dano. Sentença mantida. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6549-7, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 04.06.2004, pg. 10)

Ementa: AÇÃO ACIDENTÁRIA. MORTE DECORRENTE DE ACIDENTE NO LOCAL DE TRABALHO. PECÚLIO. PEDIDO EX NOVO NA APELAÇÃO. INADMISSIBILIDADE. 1 - Na vigência da Lei n.° 6.367/76, era devido aos dependentes de segurado do sistema de previdência social, em caso de morte acidental no trabalho, pecúlio equivalente a 30(trinta) vezes o valor de referência, hoje denominado salário mínimo, além de pensão com valor igual ao salário-de-contribuição vigente à data do acidente. 2 - No caso em espécie, estando satisfeitos os requisitos autorizadores para a concessão do pecúlio, e enquadrando-se o fato gerador do direito litigado sob a égide da Lei n.° 6.367/76, mantém-se in totum a sentença que concedeu referido benefício. 3 - Com respeito ao pedido de percepção da diferença entre o que a promovente deixou de ganhar a título de pensão acidentária e o que efetivamente recebeu, por forma de pensão previdenciária, não há como apreciá-lo, posto constituir a matéria inovação em sede de recurso, bem por isso inadmissível. Recursos improvidos. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4752-3, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 17)

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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE NO TRABALHO - CULPA DO EMPREGADOR EM RAZÃO DE UM NON FACE IDENTIFICADO PELA INOBSERVÂNCIA DE CUIDADOS A CARGO DESTE - SUFICIÊNCIA DA OMISSIVIDADE DO APELADO ENQUANTO SITUAÇÃO - MODELO A QUE ESTAVA VINCULADO PELA DISCIPLINA DO ART. 19, DA LEI NR. 8.213/91 -CONJUNTO PROBATÓRIO CONVERGENTE PARA A NEGLIGÊNCIA DA EMPRESA - MITIGAÇÃO DO PRINCÍPIO ACTORI INCUMBIT PROBATIO EM FACE DA SITUAÇÃO DE NORMALIDADE OSTENTADA PELO COMPORTAMENTO DO APELANTE EM CONTRÁRIO À CONDUTA NEGATIVA DA APELADA - DEVER INDENIZATÓRIO CARACTERIZADO IMPONDO-SE A APELADA O SEU RESSARCIMENTO NA DIMENSÃO MATERIAL E MORAL DIANTE DA TRANSGRESSÃO DA ESFERA JURÍDICA DO APELANTE - CUMULATIVIDADE PERMITIDA (SÚMULA 37 DO STJ) - JUSTIFICATIVA PELA AFETAÇÃO DE SUA CAPACIDADE FÍSICA E LABORAL DECORRENTE DA DEFE E DEBILIDADE MOTORA PROVOCADAS PELO ACIDENTE, CONJUGADOS A ALTERAÇÃO PSICOLÓGICA, OU SEJA, NO EU DO APELANTE COM REFLEXOS INEGAVELMENTE ANGUSTIANTES, POR SI SÓ. APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA PARA O FIM DE DETERMINAR EM PROL DO APELANTE O VALOR DE R$ 30.000,00 (TRINTA MIL REAIS) A TÍTULO DE DANO MATERIAL E R$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS) A TITULO DE DANO MORAL.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3666-5, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 46)

Ementa : Conflito Negativo de Competência. Ação de indenização decorrente de acidente de trabalho. I – Despicienda requisição de informações ao Juízo suscitado quando já existentes nos autos as razões de seu convencimento. II – Consoante estabelece o art. 130, inciso II, alínea “b”, da Lei Estadual n° 12.342/94, nas Comarcas de quatro Varas, ao Juiz da 2ª Vara cabe “o processo e julgamento de questões relativas a acidente de trabalho”. Tal privacidade alcança, sem distinções, as ações de indenização decorrentes de acidente de trabalho, não importando o fundamento jurídico das pretensões deduzidas em juízo, se baseadas na legislação acidentária ou no direito comum. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Suscitante.

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(TJCE, 1ª câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.4166-9, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 15.04.2004, pg. 36)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL – REPARAÇÃO DE DANOS POR ACIDENTE DE TRABALHO ACIDENTE DE TRABALHO – IRRELEVÂNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO SOBRE O MÉRITO DA CAUSA - DECISÃO MANTIDA. 1. Com o advento da Lei Federal n. 7367/76 deixou de prevalecer o enunciado da Súmula 229 do STF, porque, a partir de então, não se exige mais culpa grave para caracterizar a responsabilidade civil sobre o ato ilícito - o simples fato de a vítima ter sido eletrocutada quando trabalhava no estabelecimento da acionada, pressupõe negligência da empregadora e, portanto, sua culpabilidade. 2. A indenização acidentária não exclui o direito à reparação civil. 3. decisão que guarda tais pressupostos imerece reforma, se me afigurando correta a imposição dos ônus da sucumbência. 4. Merece persistir sanção pecuniária aplicada, por fundada em permissivo legal. 5. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.1302-4, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.03.2004, pg. 11) Ementa : Acidente do trabalho. Ação indenizatória com base no direito comum. Queda de empregado que trabalhava a uma altura média de cinco (05) metros, desprotegido de equipamentos de segurança, vindo a sofrer fratura na base do crânio que lhe causaram permanentes e irreversíveis seqüelas. Culpa in vigilando da empregadora. Recurso parcialmente provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0005.0276-3, Relator: Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 21.01.2004, pg. 12)

Adoção Ementa: DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. MENOR EXPOSTO. INEXIGÊNCIA DE INSCRIÇÃO CADASTRAL DO INFANTE E DOS ADOTANTES.

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- Em se tratando de criança exposta, para que se perfectibilize a adoção, não é obrigatório o registro dos adotantes e do adotando em cadastro de inscrição da Comarca, na forma do art. 50 do ECA. - A Portaria n° 554/2001, da Diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua, está em perfeita harmonia com o Provimento n° 09/1998, do Conselho Judiciário para a Infância e Juventude, no que toca ao procedimento relativo aos menores expostos. Apelação a que se nega provimento, confirmando-se a sentença recorrida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.9232-0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 26.03.2004, pg. 14) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. ADOÇÃO. FALTA DE REGISTRO NO CADASTRO DE PESSOAS INTERESSADAS EM ADOÇÃO. CONDIÇÃO IRRELEVANTE DIANTE DA PECULIARIDADE DO CASO. PORTARIA DA DIRETORIA DO FÓRUM QUE DISPENSA TAL CADASTRO. MANIFESTAÇÃO DO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA DO JUIZADO DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE FAVORÁVEIS À ADOÇÃO DO INFANTE PELA ADOTANTE. PREVALÊNCIA DO INTERESSE DO MENOR, QUE VIVE EM COMPANHIA DA ADOTANTE DESDE O NASCIMENTO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. DECISÃO CONSENSUAL. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.9240-0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 20.02.2004, pg. 24)

Agravo de Instrumento Ementa: AGRAVO DO ART. 557, DO CPC. AUSÊNCIA DE CÓPIA DO MANDADO CITATÓRIO, A QUE SE REFERE A CERTIDÃO NARRATIVA DO JUÍZO “A QUO”. JUNTADA EXTEMPORÂNEA DA CERTIDÃO DO MEIRINHO, COMPROVANDO QUE A CITAÇÃO DO AGRAVANTE OCORREU DURANTE O RECESSO FORENSE, MESMO PERÍODO EM QUE INTERPOSTO O AGRAVO. IMPOSSIBILIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO DO TRASLADO. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. É de negar-se seguimento a agravo de instrumento que se ressente da cópia do mandado citatório, peça a que se refere a certidão narrativa do Juízo a quo, como meio idôneo à demonstração da tempestividade do recurso. Inviável, de igual modo, a sua juntada posterior. Precedentes do STJ. Agravo desprovido.

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(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2003.0008.2543-9/1, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.03.2004, pg. 17) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO - AUSÊNCIA DE CERTIDÃO DE INTIMAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA - MÁCULA AO ART. 525, INCISO I, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – IRREGULARIDADE FORMAL - AGRAVO AO QUAL SE NEGA CONHECIMENTO: I-A não juntada aos autos da certidão de intimação da decisão recorrida macula o art. 525, inciso I, da Lei Adjetiva Civil, demonstrando a ausência de requisito extrínseco de admissibilidade, qual seja, a regularidade formal do recurso. II - Impossibilidade de aplicação da interpretação flexiva, uma vez que a hipótese não se enquadra naquelas em que, a despeito da falha, o recurso é conhecido diante de sua manifesta tempestividade. III - Agravo ao qual se nega conhecimento. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.7556-3, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão DJ. 01.04.2004, pg. 19) Ementa: PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEÇAS OBRIGATÓRIAS. CERTIDÃO DE INTIMAÇÃO. AUTARQUIA. PRAZO RECURSAL EM DOBRO. - Embora seja peça obrigatória, a certidão de intimação não impede o prosseguimento do agravo de instrumento se por outro meio se pode aferir a tempestividade do recurso, em razão do princípio da instrumentalidade das formas. - O ente autárquico goza da prerrogativa da contagem do prazo recursal em dobro. - Regimental conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2002.0004.5906-0/1, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 26.02.2004, pg. 9) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE DOCUMENTO ESSENCIAL, A IMPEDIR O DESLINDE DA QUESTÃO. INADMISSIBILIDADE. I - A não apresentação de peça que, conquanto não seja obrigatória, é essencial para a compreensão da controvérsia posta em discussão, obsta o conhecimento do recurso, posto que se trata de irregularidade formal

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insanável, impondo ao recorrente o ônus pela correta instrumentalização do agravo. II - RECURSO NÃO CONHECIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8743-0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.04.2004, pg. 20) Ementa: - Agravo de Instrumento. Peça facultativa, porém essencial à perfeita compreensão e escorreito desate da lide recursal. Negativa de seguimento infligida pelo Relator. Confirmatória que se impõe. - Dever do recorrente a instrumentação do agravo com os subsídios imprescindíveis à exata percepção da controvérsia. Não pode, e nem deve, o Relator, escusar desaviso que tal, porque a regularização formal do reclamo, sabença correntia, é pressuposto de admissibilidade, donde, inapto o peticionamento, por instrumentação falha, expõe-se à rejeição sumária e liminar. E inarredavelmente, pois não lhe aproveita a sanativa tardia, ante a ocorrência da preclusão consumativa. - Regimental conhecido, porém improvido, na diretiva da melhor jurisprudência. - Uno consensu. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2002.0010.0609-3/1, Relator: Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 10.03.2004, pg. 17) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEÇA ESSENCIAL À COMPREENSÃO DA CONTROVÉRSIA. AUSÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO. O agravante tem que atentar não somente para as peças obrigatórias, mas também para aquelas consideradas essenciais para a compreensão da controvérsia. Precedentes. Agravo não conhecido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.5943-6, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 21) Ementa: PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL. AUSÊNCIA DE DOCUMENTO ESSENCIAL E DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA APRECIAÇÃO DO AGRAVO - IRREGULARIDADE FORMAL INSANÁVEL AUTORIZATÓRIA DE NEGAÇÃO DE SEGUIMENTO - ARGUIÇÃO DESPROVIDA DE RELEVÂNCIA JURÍDICA - DECISÃO MANTIDA. 1 - Deixado o recorrente, por incúria, de instruir a formação do instrumento com peça essencial e de suma importância para facilitar o deslinde da controvérsia recursal, na forma do melhor entendimento doutrino-

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jurisprudencial, não podia receber outro tratamento, senão a negação de seguimento, decisão que tenho por insusceptível da reforma perseguida. 2 - Recurso conhecido, porém, rejeitado. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2002.0007.6951-4/1, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.02.2004, pg. 21) Ementa: AGRAVO REGIMENTAL - DECISÃO QUE CONVERTE AGRAVO DE INSTRUMENTO EM AGRAVO RETIDO - PROVIMENTO JURISDICIONAL INCAPAZ DE OCASIONAR LESÃO OU PERIGO DE LESÃO - INEXISTÊNCIA DE URGÊNCIA NA DECISÃO - AGRAVO QUE SE NEGA PROVIMENTO. I. A decisão rechaçada por não ser potencialmente causadora de dano irreparável ou de difícil ou incerta reparação, bem como por não ser urgente deve ser impugnada através do agravo retido. II. As partes somente devem se utilizar do recurso de agravo de instrumento quando necessitarem de uma medida urgente ou no mínimo rápida, não podendo aguardar o trâmite regular do processo até a interposição do recurso de apelação contra decisão final. III. Agravo regimental conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2000.0016.0381-8/1, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 14) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. INSTRUÇÃO. ÔNUS DO RECORRENTE. AUSÊNCIA DE ALGUMAS PROCURAÇÕES OUTORGADAS AOS ADVOGADOS DOS AGRAVANTES. PEÇAS OBRIGATÓRIAS, A TEOR DO ART. 525, I DO CPC. NECESSIDADE DA JUNTADA, NO MOMENTO DA INTERPOSIÇÃO RE CURSAL. RECURSO NÃO CONHECIDO. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0005.2224-0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 24) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO A AGRAVO DE INSTRUMENTO – ORDEM JURÍDICA ANTERIOR À REFORMA DE 1994 - POSSIBILIDADE - PEDIDO CAUTELAR DE SUSTAÇÃO DE PROTESTO CAMBIAL - FUMUS BONI JURIS E PERICULUM IN MORA - CONFIGURAÇÃO - EFEITO SUSPENSIVO DEFERIDO - SEGURANÇA CONCEDIDA.

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I - Na ordem jurídica anterior à reforma de 1994, era plenamente factível a impetração de Mandado de Segurança com vistas à atribuição de efeito suspensivo ao agravo de instrumento, recurso que, segundo a ordem pretérita, não era dotado de semelhante efeito. II - Presentes a plausibilidade do direito alegado e o perigo da ocorrência de danos irreversíveis, há de ser concedida a segurança pretendida, outorgando efeito suspensivo à antigo agravo de instrumento. III - Segurança concedida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0010.7573-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

Agravo Regimental Ementa: PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO QUE DEFERE OU INDEFERE EFEITO SUSPENSIVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESCABIMENTO. - Não é cabível a interposição de agravo regimental contra decisão do relator do recurso de agravo de instrumento sobre o pedido de efeito suspensivo, por falta de previsão normativa e por ser um juízo exclusivo do relator e não do órgão colegiado. - Precedentes deste egrégio Tribunal de Justiça. - Não conhecimento do recurso. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2000.0012.4815-5/1, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 29.01.2004, pg. 21) Ementa: PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. DESATENDIMENTO À REGULARIDADE FORMAL PELA AGRAVANTE AO REPETIR NO REGIMENTAL AS RAZÕES CONTIDAS NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. - Desatende a regularidade formal do recurso a parte que repete as razões contidas em peças anteriores à decisão recorrida. - Precedentes deste egrégio Tribunal de Justiça. - Não conhecimento do recurso. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo Inominado n˚ 2002.0001.4646-0/1, Relator: Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 05.01.2004, pg. 9)

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Ementa : Agravo Regimental - Concessão de liminar em Mandado de Segurança - Entendimento Jurisprudencial já firmado no sentido de que não cabe recurso dessa natureza, em sede de mandado de segurança, contra decisões concessivas ou denegatórias de medidas liminares - orientação advinda do supremo Tribunal Federal através da Súmula de nº 622 - Recurso do qual não se toma conhecimento. (TJCE, Tribunal Pleno, Agravo Regimental n˚ 2003.0003.9941-3/1, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 27.04.2004, pg. 6)

Alienação Fiduciária Ementa: ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - BUSCA E APREENSÃO - REGISTRO DO CONTRATO EM CARTÓRIO - INEXIGIBILIDADE - O REGISTRO CARTORÁRIO É REQUISITO DE OPONIBILIDADE APENAS PERANTE TERCEIROS. I - A transcrição do contrato no Cartório competente é essencial para a sua prevalência perante terceiros. II - Apelo conhecido e improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0004.7483-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa DJ. 15.04.2004, pg. 47) Ementa: AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO – ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - RETOMADA DO VEÍCULO - CONTESTAÇÃO. VÍCIOS CONTRATUAIS ALEGADOS PELO RÉU - INEXISTÊNCIA DE PERÍCIA CONTÁBIL - RECURSO PROVIDO. - É possível a alegação de vícios no contrato de financiamento, celebrado entre o Banco e o particular. A matéria é de ordem pública, consoante a disciplina trazida pelo Código de Defesa do Consumidor. Se o juiz omite-se em apreciar tais alegações, proferindo sentença sem instrução probatória, e resistindo em conhecer tais máculas imputadas ao acordo, é caso de “error in procedendo” que justifica a devolução dos autos à instância a quo para realização de perícia contábil. Nulidade da sentença atacada. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7911-9, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 26)

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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - DESCARACTERIZAÇÃO DA FIGURA DO DEPOSITÁRIO INFIEL - AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS QUE AUTORIZEM A PRISÃO CIVIL – DECISÃO MONOCRÁTICA INALTERADA. I - É assente na melhor doutrina e jurisprudência dominante do STJ não caber a prisão civil do devedor que descumpre obrigação garantida por alienação fiduciária, por ausência da caracterização da figura do depositário, assim contemplado pelo Cód. Civil, posição que esta Câmara Cível vem esposando em julgamentos anteriores. II - A decisão vergastada, por conseguinte, imerece reproche. II - Recurso conhecido, porém, improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5789-2, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 11.06.2004, pg. 47)

Ementa: PRELIMINAR. AGRAVO RETIDO. Uma vez não requerido expressamente na apelação o pedido de apreciação preliminar do mesmo, impõe-se o não-conhecimento do recurso. Inteligência do § l° do art. 523 do CPC. MÉRITO: Admissibilidade do Decreto-Lei 911/67 após a edição da Constituição Federal de 1988 - Equiparação do devedor fiduciante ao depositário infiel. - A Constituição proíbe a prisão civil por dívida, mas não a do depositário que se furta à entrega de bem sobre o qual tinha a posse imediata, seja o depósito voluntário ou legal (art. 5°, LXVII). - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5918-5, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 25)

Ementa: ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - BUSCA E APREENSÃO - A COMPROVAÇÃO DA MORA CONSTITUI PRESSUPOSTO PARA A INTERPOSIÇÃO DA AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO - POSSIBILIDADE DE EMENDA DA INICIAL – RECURSO PROVIDO. I. De acordo com o entendimento já sumulado pelo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, “A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente”. II. Negar à parte a possibilidade de emendar a inicial, quando tal feito é possível, constitui cerceamento de direito, o que não é admito por nosso ordenamento jurídico (arts. 284, do CPC e art. 5°, incisos XXXV e LV da CF). III . Apelo conhecido e provido.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.1692-5, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa DJ. 01.04.2004, pg. 14)

Alimentos Ementa: INCIDENTE PROCESSUAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA CÍVEL. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ENCARGOS ALIMENTÍCIOS. DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA À AÇÃO DE ALIMENTOS, INICIALMENTE AFORADA. - Não havendo mudança no domicílio do alimentando e havendo vários juizes com mesma competência territorial, a ação de exoneração ou de mudança de alimentos deve ser intentada no mesmo juízo em que fora ajuizada a primeira. - Não incide, no caso, a regra do art. 108 do CPC, mas sim a de prevalência do domicílio do alimentando, corretamente prevista no art. 100, II do diploma processual civil. - Conflito conhecido, no sentido de determinar competente o foro da 2ª Vara de família, onde tramitou a ação de alimentos. - Precedentes do STJ. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2003.0009.8876-1, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra DJ. 15.04.2004, pg. 43)

•Alimentos Provisórios Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE ALIMENTOS - REVELIA DO ALIMENTANTE - PRESUNÇÃO RELATIVA - SENTENÇA PROLATADA SEM PROVA ACERCA DA SITUAÇÃO ECONÔMICA DO RECORRENTE - CIRCUNSTÂNCIA FUNDAMENTAL - NECESSIDADE DE O MAGISTRADO UTILIZAR OS PODERES INSTRUTÓRIOS DISPOSTOS NO ART. 130 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - NULIDADE DA SENTENÇA - NECESSIDADE DE DIMINUIÇÃO DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS – APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA: I - A presunção advinda da revelia é relativa (podendo ceder ante a evidência dos autos) e sua simples caracterização não importa na dispensa de elementos indispensáveis ao convencimento do julgador; II - Inexistindo nos autos qualquer prova capaz de formar o convencimento do magistrado acerca da capacidade econômica do alimentante, elemento fundamental para a fixação dos alimentos, impunha-se ao julgador, no uso dos poderes instrutórios dispostos no art. 130 da Lei Adjetiva Civil,

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determinar, de ofício, a realização de provas tendentes a carrear aos autos elementos acerca de tal circunstância, com vistas à fixação de um valor justo. III - Ao julgar o processo no estado em que se encontrava, o magistrado singular incidiu em “error in judicando”, razão pela qual se impõe a decretação de nulidade da sentença hostilizada, devendo retornar os autos à 1ª instância, para o regular processamento da ação, especificamente para obter elementos acerca da efetiva situação econômica do alimentante, o qual deverá ser intimado dos atos processuais prolatados a partir de então, por expressa aplicação do art. 322 do Código de Processo Civil. IV – A inexistência de elementos atinentes à condição financeira do Apelante impõe a redução dos alimentos provisórios - fixados em 04 (quatro) salários mínimos -, diante da possibilidade de prisão civil do Recorrente por inadimplemento. Alimentos provisórios arbitrados no valor correspondente a 01 (um) salário mínimo. V -Apelação conhecida e provida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4912-1, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 18.02.2004, pg. 5) Ementa : Agravo de Instrumento. Alimentos provisórios. Fixação. I - Os alimentos provisórios devem ser fixados na justa proporção das necessidades do alimentado e dos recursos do alimentante, a teor do art. 400, do Código Civil de 1916. II - Mostra-se razoável manter a verba alimentar provisória no percentual fixado, à vista dos elementos trazidos aos autos, até que, com as provas que ainda serão produzidas, reste melhor visualizada a real situação econômica do alimentante e a efetiva necessidade dos alimentados. Recurso improvido. Decisão mantida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0000.5262-8, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 22.01.2004, pg. 11) Ementa: Agravo de Instrumento. Alimentos provisórios. Fixação. 1 - O quantum da pensão alimentícia deve ser compatível com o princípio da razoabilidade, não podendo ser utilizado como meio de formação de patrimônio. II - Inteligência do art. 400, do Código Civil de 1916. III - Recurso parcialmente provido. Decisão reformada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0013.7398-7, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 23.01.2004, pg. 23)

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•Binômio Necessidade/Possibilidade Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ALIMENTOS CIVIS. FIXAÇÃO. I. ALIMENTANTE DEMANDADO(A) POR FILHO(A)(S) MENOR DE IDADE, O(A) QUAL É CASADO(A) E POSSUI OUTRO(A)(S) FILHO(A)(S) MENOR(ES). II. OS ALIMENTOS DEVEM SER FIXADOS NA PROPORÇÃO DAS NECESSIDADES DO ALIMENTANDO E DOS RECURSOS DA PESSOA OBRIGADA (INTELIGÊNCIA DO ART. 1.694, § 1º DO CÓDIGO CIVIL ANTIGO, ART. 400). III. APELAÇÃO A QUE SE DÁ PARCIAL PROVIMENTO PARA ADEQUAR O QUANTUM ESTABELECIDO NA SENTENÇA AO CRITÉRIO LEGAL. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3617-7, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra DJ. 28.05.2004, pg. 26) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS - POSSIBILIDADE DE TUTELA SEM AUDIÊNCIA DA PARTE CONTRÁRIA A FIM DE REDUZIR OS ALIMENTOS EM FACE DA COMPROVAÇÃO DA DIMINUIÇÃO DA CAPACIDADE ECONÔMICA DO ALIMENTANTE – AGRAVO CONHECIDO E IMPROVIDO - Comprovada a superveniente redução da capacidade financeira do Agravado, autor de ação revisional de alimentos, que juntou documentos comprobatórios do aumento de seus gastos com medicação, em face de sérios problemas de saúde enfrentados pelo mesmo, bem como da redução patrimonial decorrente de nova pensão alimentícia devida à filha, legal se apresenta a decisão que reduz a importância devida como pensão, em sede de antecipação de tutela. Precedentes jurisprudenciais. II - Agravo conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0009.4592-4, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão DJ. 07.04.2004, pg. 33) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL DIREITO CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. ALIMENTOS. BINÔMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 400 DO CÓDIGO CIVIL DE 1916,

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EQUIVALENTE AO § 1° DO ART. 1.694 DO CC DE 2002. Na fixação do quantum alimentar deve-se atentar para a circunstância relativa à necessidade do alimentado e os recursos do alimentante. Inexistindo comprovação do rendimento do alimentante/agricultor, deve o julgador, usando de seu prudente arbítrio, fixá-lo em valor que, represente e se aproxime, tanto quanto possível, do binômio legal necessidade/possibilidade. Recurso conhecido e improvido. Sentença confirmada. Decisão divergente. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1727-4, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 20.02.2004, pg. 22) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE ALIMENTOS - ALIMENTOS PROVISÓRIOS E ALIMENTOS DEFINITIVOS - INEXISTÊNCIA DE VINCULAÇÃO - PERCENTUAL QUE ATENDE AO BINÔMIO “NECESSIDADE DO ALIMENTÁRIO/POSSIBILIDADE DO ALIMENTANTE” (ART. 400 DO CC/1916, ART. 1.694, §1° DO CC/2002 - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO: I - A sentença não está vinculada ao percentual fixado a título de alimentos provisórios, podendo mantê-los, majorá-los ou reduzi-los. II - O percentual arbitrado na sentença - 35% (trinta e cinco por cento) do salário e vantagens do Apelante - atende ao binômio “necessidade do alimentário/possibilidade do alimentante” (art. 400 do CC/1916, art 1.694, §1° do CC/2002), especialmente porque inexiste nos autos prova de que o Recorrente não possa dispor do referido percentual. III - Apelação conhecida e improvida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8203-9, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.05.2004, pg. 26) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. REVISIONAL DE ALIMENTOS. ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA DO ALIMENTANTE. APLICAÇÃO DO BINÔMIO POSSIBILIDADE/NECESSIDADE. Estando provado que o alimentante detém carga de recursos suficientes para suportar um pensionamento maior, é de ser deferida a pretensão autoral, porquanto suficientemente demonstrada a necessidade de quem os pede. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0009.7350-2, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 16.02.2004, pg. 24)

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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. REVISIONAL DE ALIMENTOS. ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA DO ALIMENTANTE. REALIDADE FÁTICA DEMONSTRADA NA INSTRUÇÃO DA LIDE. IMPOSSIBILIDADE DE ADIMPLEMENTO PELO ALIMENTANTE DA OBRIGAÇÃO ASSUMIDA. REDUÇÃO DO PERCENTUAL DA VERBA ALIMENTÍCIA. De acordo com o disposto no artigo 15, da Lei n° 5.478/68, a decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado, podendo, pois, ser revista a qualquer tempo, desde que haja modificação na fortuna de quem os supre e nas necessidades de quem os pede. Sentença confirmada. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3575-8, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 29.01.2004, pg. 26) Ementa: AÇÃO DE ALIMENTOS. CARÊNCIA DE AÇÃO. ILEGITIMIDADE DA REPRESENTANTE. VÍCIO FORMAL. NÃO COMPARECIMENTO DO RÉU À AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO. CONTESTAÇÃO TEMPESTIVA VIA CARTA PRECATÓRIA REVELIA NÃO CARACTERIZADA. DISPONIBILIDADE FINANCEIRA DO ALIMENTANTE. FALTA DE PROVAS. (1) A preliminar de carência de ação, por pretensa ilegitimidade da representante legal do menor é de ser rechaçada, quando consta da própria inicial que o pedido de alimentos é feito em favor do filho. (2) Em se tratando do rito especial da ação de alimentos, não se configura a revelia se a contestação foi apresentada anteriormente à audiência de conciliação, via carta precatória. Daí que, o não comparecimento do promovido à audiência assestada legitima apenas a dispensa das provas por ele requeridas. (3) In casu ante a escassez de provas sobre a disponibilidade financeira do alimentante, é de manter-se o quantum fixado para os alimentos pelo juiz singular. Sentença confirmada. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9201-3, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 14) Ementa: ALIMENTOS. EXCESSO. NULIDADE DA SENTENÇA. NÃO REALIZAÇÃO DE EXAME DE DNA. - Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada, respondendo às

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necessidades atuais da menor, sendo o quantum apurado em razão das posses, rendas e patrimônio do apelado; - O exame de DNA requerido em contestação e não realizado na fase probatória, não é idôneo a anular a sentença de alimentos quando, destarte, discute-se o mesmo objeto em Ação de Reconhecimento de Não-Paternidade envolvendo as mesmas partes; - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8107-5, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 40) Ementa: CIVIL. PROCESSO CIVIL. ALIMENTOS. FIXAÇÃO. BINÔMIO NECESSIDADE-CAPACIDADE. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL. - A situação peculiar da alimentanda, portadora de deficiência em seu desenvolvimento mental, estando inapta, portanto, para exercer qualquer atividade econômica, justifica a fixação do percentual da verba alimentícia de 40% (quarenta por cento) dos rendimentos brutos do alimentante, à luz dos parâmetros da necessidade e da possibilidade, a que se refere o artigo 400, do Código Civil. CONSTITUIÇÃO DE NOVA FAMÍLIA - Não poderá o dependente que requer contínua assistência médica ver reduzida a verba alimentar por conta da opção do alimentante em constituir nova família. - Recurso improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0495-4, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 40) Ementa: CIVIL - SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA - ALIMENTOS - OBRIGAÇÃO DE AMBOS OS PAIS – FIXAÇÃO BINÔMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE. (1) No estabelecimento da pensão alimentícia deve ser levada em conta a necessidade de quem recebe e a possibilidade de quem dá (art. 400, CC revogado, e art. 1694, § 1º CC vigente). O argumento sobre que o valor da pensão arbitrado pelo juízo a quo não é suficiente para manter os alimentandos no mesmo padrão de vida observado anteriormente à separação dos pais não autoriza só por si a sua majoração, onerando, demasiadamente, o alimentante, mormente à vista do que não restaram comprovados os alegados e substanciais ganhos do alimentante (CPC, art. 333). (2) Dizente à partilha dos bens do casal, objeto de ambos os recursos assestados, de se remeter à forma procedimental adotada pela julgadora

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monocrática, ausente, é de ver-se, decisão nesse tocante a contexto da sentença impugnada. Daí que inadmissível o conhecimento da matéria, já agora, no ensejo recursal em trato. (3) Julgada procedente a ação e estabelecida a pensão definitiva, fica sem objeto o agravo de instrumento que suspendeu o pagamento dos alimentos provisionais. (4) Recurso da autora improvido. Apelação do réu acolhida parcialmente. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.4466-3, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 19) Ementa: Exoneração de encargo alimentar. Pensão anteriormente reduzida pela metade. Não comprovação na mudança da fortuna do autor ou da ré. Art. 401 do Código Civil de 1916. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1946-3, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.01.2004, pg. 6) Ementa: CIVIL - ALIMENTOS - EXONERAÇÃO – REDUÇÃO - ALTERAÇAO NA CONDIÇÃO ECONÔMICA DA ALIMENTANDA - MAIORIDADE CIVIL - NOVO CASAMENTO DO ALIMENTANTE. (1) Pensão alimentícia fixada por acordo entre partes, devidamente homologado. Pedido de exoneração. Redução. Se fixados os alimentos, sobrevier em redução na fortuna de quem os supre e aumento na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar em juízo, conforme as circunstâncias, exoneração ou redução do encargo (CC, 401). A maioridade dos filhos presume sua capacidade econômica para se manterem. Embora não estipulado no acordo de alimentos, estes eram destinados à manutenção da mulher e filhos desta com o autor. (2) Cônjuge virago auferindo fonte de renda, na qualidade de funcionária pública, e tendo residência própria. (3) Redução da pensão a patamar mais compatível com a condição econômica de quem paga e daquela que recebe. (4) Novo casamento do alimentante, com nascimento de filho, não enseja só por si razão plausível para exoneração do encargo, conquanto se admitir possa suficiente motivo para gerar redução (Lei n° 6.515/77, art. 307). Assim, ao reduzir a pensão devida à ré para 25%, o magistrado singular restabeleceu o necessário equilíbrio, nos moldes preconizados no art. 400, do CC, pelo que se mantém a sentença recorrida. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.0792-0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 15)

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•Foro Competente Ementa: PROCESSUAL CIVIL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE CUMULADA COM ALIMENTOS. FORO COMPETENTE. Cumuladas as ações de investigação de paternidade e alimentos, a regra geral do art. 94 do CPC, que prevê a competência do domicílio do réu para ações fundadas em direito pessoal, cede espaço para a regra especial do art. 100, II do mesmo diploma legal, ficando como competente para as ações o foro do alimentante. Matéria sumulada no STJ (Súmula n° 01). Agravo provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.0039-3, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 18.05.2004, pg. 10)

•Obrigação Alimentar Ementa: Apelação Cível. Redução de encargos. Impossibilidade. - Assumindo o genitor encargo alimentar com nova prole, é vedado olvidar obrigações anteriormente assumidas perante descendentes outros. - Recurso conhecido e parcialmente provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0006.0221-0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 25.03.2004, pg. 16) Ementa: Apelação Cível - Alimentos - Ação aforada visando a consolidação de obrigação alimentar - Necessidade dos alimentos ao filho para garantir freqüência a estabelecimento de ensino como complemento de sua educação, está o pai obrigado ao pagamento de pensão. Recurso conhecido e improvido Decisão unânime. TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.8541-1, Relator: Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 15.03.2004, pg. 15)

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Ementa: DIREITO DE FAMÍLIA - ALIMENTOS DO AVÔ PATERNO, SENDO OS PAIS VIVOS, CAPAZES, SADIOS E PRODUTIVOS - I - DECISÃO MANTIDA. 1. O dever alimentar cumpre aos parentes mais próximos, com exclusão dos mais remotos. In casu, existindo pais vivos, com capacidade laborativa, inadmissível é o chamamento do avô paterno para complementar verba alimentícia, máxime quando não a pensão recebida do pai é provisória, podendo ser majorada em decisão definitiva e, assim, não se achar plenamente justificada a necessidade dos alimentos pretendidos. 2. Decisão em tal sentido aplica corretamente o direito e, como tal, é insusceptível da reforma pretendida. 3. Recurso conhecidos porém, improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2896-6, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 15)

•Prisão Civil Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. PRISÃO CIVIL. FUNDAMENTAÇÃO. AUSÊNCIA. NULIDADE DA DECISÃO. INTELIGÊNCIA DO ART. 93, IX DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RECURSO PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.3995-8, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 29.01.2004, pg. 22) Ementa: HABEAS CORPUS CÍVEL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. INADIMPLEMENTO DE OBRIGAÇÃO ALIMENTAR. DECRETO PRISIONAL. LEGALIDADE. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. DENEGAÇÃO DO REMÉDIO HERÓICO. APLICAÇÃO DO ART. 733 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. - Não cumprindo a determinação de pagar quantia oriunda de acordo judicial devidamente homologado e não comprovando a impossibilidade de fazê-lo, é de se aplicar a dicção legal, com a prisão do devedor de alimentos. - Tratando-se de execução de alimentos embasada no art. 733 do Código de Processo Civil, em que parte da dívida executada é atual, deve-se afastar o decreto prisional quanto às parcelas longínquas, eis que estas não possuem mais natureza alimentar. - Habeas Corpus denegado, limitando-se, todavia, a decisão a quo às três últimas parcelas anteriores ao ajuizamento da execução, em diante.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Habeas Corpus Cível n˚ 2003.0008.1814-9, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 09.02.2004, pg. 5) Ementa: Apelação Cível. Execução de Sentença. Pensão alimentícia para ex-mulher - Meio inidôneo para requerer. - Execução de sentença não é o meio apropriado para peticionar sobre alimentos. - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3556-7, Relator: Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 09.01.2004, pg. 39)

Alvará Judicial Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ALVARÁ. LEVANTAMENTO DO FGTS. LEI N° 8.036/90. I - De acordo com a orientação Jurisprudencial oriunda da 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (SIC.)), “A competência para a expedição de alvará de levantamento de cotas do PIS e do FGTS é da Justiça Estadual (STJ-1ª Seção, CC 9.338-4-SC, rel. Min. Américo Luz, j. 9.8.94, v.u., DJU 29.8.94, p. 22.143) - “apud” THEOTÔNIO NEGRÃO, “CPC e Legislação Processual em Vigor”, Editora Saraiva, 35a edição, 2003, pg. 900. II - Fundando-se o pedido de levantamento das cotas do FGTS, mediante alvará judicial, nas hipóteses elencadas no artigo 20, e seus Incisos, da Lei n° 8.036/90, deve o órgão judicial, presentes as condições da ação e demais pressupostos processuais, deferir o pedido formulado. III - Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚2000.0016.2183-2, Relator: Des. José Maria de Melo, DJ. 24.05.2004, pg. 15) Ementa: CIVIL. PROCESSO CIVIL. ALVARÁ JUDICIAL. DEFERIMENTO. INCIDÊNCIA DA LEI N.° 6.858/80. A liberação das quotas de PIS/PASEP, através de alvará judicial, independe da abertura de processo de inventário ou arrolamento, ainda que exista bem imóvel a partilhar. Sentença reformada. Recurso provido.

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(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6107-5, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.03.2004, pg. 18)

Antecipação de Tutela Ementa: PROCESSUAL CIVIL - TUTELA ANTECIPADA AGRAVO DE INSTRUMENTO - INCONSISTÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DECISÃO MANTIDA. 1. A Tutela Antecipada se constitui inovação na processualística civil brasileira, sendo o seu acolhimento ato discricionário do livre alvedrio do Juiz, desde que firme o seu convencimento da presença dos requisitos legais autorizatórios, sujeitando-o, tão somente a fundamentar o decisório concessivo, exigência esta que, in casu, se me afigura plenamente satisfatória, de modo que não vejo como prosperar a reforma pretendida, máxime, quando a matéria que se trouxe à colação é mais direcionada para o mérito da discussão do processo principal, insusceptível de exame nesta restrita esteira recursal. 2. Agravo conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.2545-6, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 17)

•Contra a Fazenda Pública Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA - VENCIMENTOS E VANTAGENS PECUNIÁRIAS IMPOSSIBILIDADE - ARTIGO 1° DA LEI 9.494/97 – LIMINAR DEFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE N° 04 - EFEITO VINCULANTE - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. I. Não se concede tutela antecipada contra a Fazenda Pública, quando presentes as restrições definidas na Lei 9.494/97. Constitucionalidade da referida lei amparada por ordem liminar deferida pelo STF na Ação Declaratória Constitucionalidade n.° 04. II. Recurso conhecido e improvido. Decisão mantida.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0004.5386-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 21)

Apelação Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. APELAÇÃO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 520, DO CPC. A REJEIÇÃO DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO SE DEU PELO EXAME DE QUESTÃO DISCUTIDA E PACIFICADA NA JURISPRUDÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CRÉDITO DE CARÁTER ALIMENTÍCIO. POSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO PROVISÓRIA. AUSENTE UM DOS REQUISITOS DO ART. 558 DO CPC, IMPÕE-SE APENAS O EFEITO DEVOLUTIVO À APELAÇÃO. AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0000.5005-6, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão DJ. 01.04.2004, pg. 19) Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. Um dos pressupostos de admissibilidade do recurso apelatório é a demonstração motivada dos erros in procedendo e/ou in judicando pelos quais entende o apelante que a decisão recorrida deve ser reformada ou anulada. Formalidade prevista no art. 514, II do CPC. Inexistência nas razões recursais de inconformação contra o tema contido na sentença. Recurso não conhecido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8479-8, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 5) Ementa: Processual civil. Agravo de instrumento. Embargos à execução. Efeitos da apelação. Havendo juízo de procedência parcial dos embargos à execução, devem-se atribuir os efeitos suspensivo e devolutivo à apelação, conforme determina o caput, do art. 520, do C. Pr. Civ. Recurso improvido. Decisão mantida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0016.2673-7, Relator: Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 10.03.2004, pg. 16)

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Arrendamento Mercantil Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL – COBRANÇA ANTECIPADA DE VALOR RESIDUAL GARANTIDO (VRG) - NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO ALUDIDO CONTRATO. - Preliminar, inépcia da inicial de reintegração de posse diante da possível descaracterização do contrato de leasing para compra e venda à prestação. Inexistência. A antecipação do VRG não implica na descaracterização do contrato de leasing para compra e venda. Cancelamento da Súmula n.° 263 do STJ. Preliminar conhecida e improvida; - Mérito. Verificada a condição de consumidor final do apelante e de fornecedor de serviços da instituição financeira apelada, impõe-se a aplicação do CDC à relação jurídica daí decorrente; - A interpretação literal do § 2° do art. 3° do DL 911/69 configura ofensa à garantia constitucional de ampla defesa. Existindo Ação Revisional em curso, impunha-se a aferição dos argumentos nela expendidos antes do de ferimento da possessória; - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.9064-3, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 46) Ementa: Apelação Cível. Direito Comercial e Processual Civil. Reintegratória de posse. Veículo automotor. Arrendamento mercantil (leasing). Antecipação do valor residual em garantia (VRG). Não descaracterização do contrato. Possibilidade jurídica do pedido. I - A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a partir do julgamento pela sua Corte Especial do EREsp 213.828-RS, rel. Min. César Asfor Rocha, julgado em 07/05/2003 (cfr Informativo STJ n° 0171, de 5 a 9 de maio de 2003), assentou, contrariando o enunciado da Súmula n° 263, a qual restou cancelada posteriormente pela Segunda Seção do STJ, que a antecipação da cobrança do valor residual em garantia (VRG) não importa em descaracterização do contrato de leasing, seja no âmbito do contrato propriamente dito, entre arrendador e arrendatário, seja quando considerado para fins tributários do Fisco. Declarou o STJ, ademais, que a antecipação do VRG não afeta a intenção das partes, não tendo qualquer influência para a caracterização ou não do contrato de leasing o fato das

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partes estipularem preço simbólico ou de inexpressivo valor pra o exercício da opção de compra do bem arrendado, ou se o arrendatário deposita, antecipada e mensalmente, em favor do arrendador, alguma importância em garantia do pagamento do valor residual. II - Assim, cabível a ação de reintegração de posse fundada em contrato de arrendamento mercantil (leasing), tendo tal instrumento contratual como objeto veículo automotor, e, sobretudo, presentes as demais condições da ação, a saber: legitimidade das partes, interesse processual e, possibilidade jurídica do pedido, impende que o órgão judicial, em tal situação, conheça e decida acerca do mérito da pretensão deduzida na ação. Recurso conhecido e provido, desconstituindo-se a prestação jurisdicional, para que, no juízo a quo, uma outra seja ditada. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3597-0, Relator: Des. José Maria de Melo, DJ. 19.04.2004, pg. 18) Ementa: DIREITO COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL - ARRENDAMENTO MERCANTIL - RELAÇÃO JURÍDICA FORNECEDOR/CONSUMIDOR - PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE PREVISTA NO CDC – SENTENÇA REFORMADA. 1. Filiando-me ao entendimento doutrino-jurisprudencial mais recente, tenho a avença entre os litigantes sujeita às regras estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor e tendo como presente o princípio da solidariedade no mesmo prevista, tenho por desconstituída a decisão vergastada, afastando a ilegitimidade passiva não reconhecida e determinando o prosseguimento do feito. 2. Apelo conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4441-4, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa DJ. 01.04.2004, pg. 13) Ementa: ARRENDAMENTO MERCANTIL. COBRANÇA ANTECIPADA DO VRG. DESCARACTERIZAÇAÕ DO CONTRATO. AÇÃO REINTEGRATÓRIA. INTERESSE DE AGIR. 1. A cobrança antecipada, ainda que parcelada, do VRG descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil. Inteligência da Súmula 263 do STJ. 2. Uma vez desfigurado o negócio para simples compra e venda a prestação, ausente o interesse de agir do autor na ação de reintegração na posse do bem. 3.Extinção do processo, a teor do art. 267, inciso VI, do CPC. 4. Apelo conhecido e provido. Decisão por maioria.

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(TJCE, 1ª câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5898-7, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 25.02.2004, pg. 57) Ementa: COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE CUMULADA COM PERDAS E DANOS. EXTINÇÃO DA AÇÃO PELA AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO DA EMPRESA ARRENDATÁRIA E DO OUTRO AVALISTA. IMPOSSIBILIDADE. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL VÁLIDA DE UM DOS AVALISTAS. - A notificação válida da avalista sócia-gerente da empresa arrendatária, que é, outrossim, esposa do avalista não notificado, é hábil para caracterizar a mora debitoris. RECURSO APELATÓRIO INTERPOSTO POR IDEAL COMÉRCIO E SERVIÇOS DE VEÍCULOS LTDA, IVONEUSA CHAVES AGUIAR E JOSÉ RIBAMAR AGUIAR JÚNIOR IMPROVIDO. RECURSO INTERPOSTO PELO BANCO BANDEIRANTES S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL CONHECIDO E PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.1970-2, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 19.04.2004, pg. 17) Ementa: - CIVIL E PROCESSUAL CIVIL ARRENDAMENTO MERCANTIL - SENTENÇA QUE EXTINGUIU O PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR CONSIDERAR DESCARACTERIZADO O INSTRUMENTO DA AVENÇA - POSSIBILIDADE DE ANTECIPAÇÃO DO VALOR RESIDUAL GARANTIDO (VGR) CANCELAMENTO DA SÚMULA 263-STJ REINTEGRAÇÃO DE POSSE - CABIMENTO – RECURSO PROVIDO. 1. A antecipação do valor residual garantido não mais desvirtua o contrato de arrendamento mercantil, consoante novo entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, em face do cancelamento da SÚMULA 263-STJ. 2. A Lei 6.099/74, em seu art. 5°, fixa como cláusulas obrigatórios do contrato de arrendamento mercantil apenas a determinação do prazo do contrato, a fixação do valor de cada contraprestação por períodos determinados, não superiores a um semestre, a que permite o exercício da opção de compra ou renovação do contrato, como faculdade do arrendatário, desde logo, do preço para opção de compra ou critério para sua fixação. 3. Por tais características, o referido contrato só transmuda em forma dissimulada de compra e venda quando, expressamente, ocorrer violação da própria lei (6.099/74) e da regulamentação que o rege.

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4. Em face do descumprimento do “pacto” arrendatório, restam configurados os requisitos autorizadores da ação reintegratória. 5. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9595-7, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 22) Ementa: PROCESSUAL CIVIL – ARRENDAMENTO MERCANTIL - FALTA DE INTIMAÇÃO ACERCA DOS NOVOS CÁLCULOS PARA A PURGA DA MORA - AUSÊNCIA DE NULIDADE - NÃO DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO - APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS - PURGAÇÃO DA MORA - ARRENDAMENTO MERCANTIL - POSSIBILIDADE. I - É certo que o processo civil se guia pelos princípios do contraditório e da ampla defesa, de maneira a se garantir às partes o direito de se manifestarem sobre os atos processuais que lhes possam interessar. No entanto, cumpre ressaltar que a processualística civil moderna se norteia, igualmente, pelo princípio da instrumentalidade das formas, o que implica a prevalência da finalidade do ato, ou seja se o ato processual alcança a sua finalidade, mesmo que irregular na forma, não se deve anulá-lo. II - Não ficou configurado cerceamento de defesa, vez que a parte ora apelante teve a oportunidade de manifestar-se sobre os primeiros cálculos e, conseqüentemente, a segunda avaliação do débito foi realizada após manifestada a sua tese acerca do índice de correção que entendia devesse ser aplicado, defesa que, diga-se, fora apreciada e afastada pela MM juíza a quo. Os efeitos desta situação são diversos dos que resultariam da completa falta de intimação acerca dos cálculos. III - Ademais, em suas razões recursais, a parte ora apelante limitou-se a argüir nulidade ocasionada pela falta de intimação acerca dos cálculos, expondo a mesma tese antes manifestada na impugnação, que não houvera sido acatada, não havendo logrado, ainda, demonstrar qualquer prejuízo que pudesse lhe ter advindo da falta de intimação dos novos cálculos, a rigor do que dispõe o § único do art. 250 do Código Unitário de Processo, como requisito para a anulação do ato, IV - A par das controvérsias e peculiaridades ínsitas ao contrato de arrendamento mercantil, tendo em vista a sua natureza e os seus objetivos, a possibilidade de purgação da mora preserva os interesses de ambas as partes, além de manter a comutatividade contratual, mesmo porque não basta a ocorrência da mora para a resolução contratual, mas exige-se que ela afete de maneira grave o interesse do credor. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA, MAS IMPROVIDA.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5816-2, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 19.04.2004, pg. 18) Ementa: - Ação de Reintegração de Posse. Contrato de arrendamento Mercantil. Leasing. Previsibilidade contratual de sua rescisão, na ocorrência de inadimplemento pela arrendatária das prestações pactuadas. Caracterização. Notificação extrajudicial instrumentada para constituir em mora a arrendatária. Comprovação dos pressupostos ensejadores da reintegração de posse a conferirem à arrendante a chancela judicial de sua procedência. Inteligência do art. 927, incisos I a IV do CPC. Denunciação da lide a seguradoras contratadas originariamente pela arrendatária. Impossibilidade jurídica face à inércia da ré na renovação do seguro. Alegado error in judicando e in procedendo na solução da lide. Inocorrência. Matéria preclusa por já discutida em embargos de declaração desacolhidos. Apelo improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.8197-6, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 55) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DEPÓSITO - ARRENDAMENTO MERCANTIL - INADMISSIBILIDADE DA CLÁUSULA DE DEPÓSITO-PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA: 1 - O devedor fiduciário não recebe o bem com o intuito de custodiá-lo, restando desnaturada a sua condição de depositário. II. O conceito jurídico de depositário infiel trazido pelo legislador constituinte de 1988 não encampou aquele constante do Decreto-Lei n° 911/69, que, por conseqüência, não foi recepcionado por esta fonte primária de produção normativa. III - Sendo inadmissível a cláusula de depósito no contrato de arrendamento mercantil, incabível a ação de depósito nela fundada. Precedentes do STJ. IV - Em hipóteses como a dos autos, em que a reintegração de posse foi julgada procedente e o bem não foi encontrado, resta à empresa arrendante apurar as perdas e danos que decorreram do descumprimento e cobrá-los através da via processual adequada. V - Apelo conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0683-3, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 29.01.2004, pg. 44)

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Ementa: Arrendamento Mercantil. Leasing. Inadimplemento do arrendatário. Retomada do bem e indenização limitada ao valor das prestações que não foram pagas durante o período fértil do contrato. Impossibilidade de ressarcimento de prestações vincendas. Vício redibitório. Ausência de notificação do arrendatário ao arrendante no tempo certo. Decadência. Inteligência do art. 178, par. 5º do CC. Agravo retido utilizado contra anúncio de julgamento antecipado da lide. Reconsideração ulterior da decisão pelo juiz processante. Perda de objeto do agravo. Desnecessidade de reexame na instância revisora. Justiça gratuita. Condenação em despesas processuais. Possibilidade, na hipótese do art. 12 da Lei n° 1.060/50. Apelo parcialmente provido para excluir da condenação as parcelas vincendas do contrato. Custas processuais e honorários compensados e distribuídos proporcionalmente. Inteligência do art. 21 do CPC. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.1973-6, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 26) Ementa: ARRENDAMENTO MERCANTIL. VALOR RESIDUAL GARANTIDO. SÚMULA N° 263/STJ. CANCELAMENTO. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, nos Embargos de Divergência em Recurso Especial n° 213.828/RS assentou, em benéfica pacificação jurisprudencial, que o Valor Residual Garantido (VRG) dos contratos de arrendamento mercantil pode ser pago a qualquer momento durante a vigência do contrato, sem caracterizar exercício de compra e venda. Afastamento da súmula 263/STJ. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.1505-6, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 23.01.2004, pg. 24) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA DESACOLHIDA - AÇÃO DE NULIDADE DE CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL - VÍCIO DE VONTANTE ATINENTE À PACTUAÇÃO DO VRG ANTECIPADO E DO DÓLAR COMO INDEXADOR - AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA - REVELIA - PRESUNÇÃO RELATIVA DE VERACIDADE - NULIDADE RESTRITA ÀS REFERIDAS CLÁUSULAS - ESTIPULAÇÃO DAS NOVAS CONDIÇÕES - COBRANÇA DO VRG APENAS CASO O APELANTE EXERÇA A OPÇÃO DE COMPRA AO FINAL - SUBSTITUIÇÃO DO DÓLAR PELO INPC – CONDENAÇÃO DA APELADA À RESTITUIÇÃO DOS VALORES INDEVIDAMENTE COBRADOS DO APELANTE - APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA:

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1 - Uma vez que o magistrado singular deu as especificações dos fatos e do direito que firmaram o seu convencimento, havendo decidido a causa dentro dos limites em que as partes reclamaram e em observância ao que preceitua o art. 458 do Código de Processo Civil, inexiste a argüida nulidade da sentença. II - Ademais, a ausência de expressa menção atinente à determinada circunstância da causa não implica em nulidade da sentença, podendo apenas acarretar a sua reforma, quando julgamento do mérito recursal. III - Tendo o Apelante argüido, na exordial, vício de vontade quanto à fixação do VRG antecipado e do dólar como indexador, caberia à Apelada, pelo princípio do ônus da impugnação específica, impugnar tais fatos. O descumprimento do ônus prescrito no art. 302 do CPC acarretou a revelia da Apelada, com a conseqüente presunção de veracidade das mesmas. IV - Todavia, a presumida veracidade quanto ao vício de consentimento não acarreta a nulidade de todo o contrato, restringindo-se às cláusulas atingidas pelo vício. V - O reconhecimento da nulidade acarreta a estipulação de novas condições, com base na presumida vontade do Apelante, o que implica na cobrança do VRG apenas caso o Recorrente, ao término da avença, exerça sua opção de compra e na substituição do dólar pelo INPC, medido pelo IBGE. VI - Em decorrência dos novos termos da avença, prospera o pleito de restituição dos valores indevidamente pagos pelo Apelante, devidamente corrigidos. VII – Apelação conhecida e parcialmente provida, reconhecendo apenas a nulidade das cláusulas contratuais atinentes à cobrança antecipada do VRG e à estipulação do dólar como indexador, estipulando que o VRG será cobrado somente se o Apelante, ao término da avença, exercer sua opção de compra e que dólar será substituído pelo INPC, medido pelo IBGE, condenando o Recorrido á restituição dos valores indevidamente pagos pelo Recorrente, devidamente corrigidos. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.8624-2, Relator: Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 30.01.2004, pg. 25) Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL – ARRENDAMENTO MERCANTIL - SENTENÇA QUE EXTINGUIU O PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR CONSIDERAR DESCARACTERIZADO O INTRUMENTO DA AVENÇA - POSSIBILIDADE DE ANTECIPAÇÃO DO VALOR RESIDUAL GARANTIDO (VGR) CANCELAMENTO DA SÚMULA 263-STJ REINTEGRAÇÃO DE POSSE - CABIMENTO.

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1. A antecipação do valor residual garantido não mais desvirtua o contrato de arrendamento mercantil, consoante novo entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, diante do cancelamento da SÚM 263- STJ. 2. Em face do descumprimento do pacto arrendatário, restam configurados os requisitos autorizadores da ação reintegratória. 3. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9210-9, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 26)

Arresto Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CAUTELAR. MEDIDA LIMINAR DE ARRESTO CONCEDIDA. INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE TERCEIRO. ALEGADA POSSE DE BOA-FÉ DO BEM OBJETO DO LITÍGIO. DEPÓSITO EM DINHEIRO OFERTADO PELO EMBARGANTE. DECRETADA A INEFICÁCIA DA CLÁUSULA DE INTRANSFERIBILIDADE DO VEÍCULO SUB JUDICE. POSSIBILIDADE. EXEGESE DO ART.805 DO CPC PÁTRIO. DECISÃO MANTIDA. I - Perfectibilizado o depósito em dinheiro ofertado pelo embargante, é mister que seja suspensa a liminar de arresto. II - A aferição da idoneidade da caução ofertada é feita pelo juiz processante da causa, sob o ângulo da verificação da sua adequação e suficiência. III - A averbação de cláusula de intransferibilidade do veículo objeto da lide, quando já efetuado depósito em dinheiro, garantindo o mesmo objeto. revela-se excessiva por onerar duplamente o embargante. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.6852-4, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 03.05.2004, pg. 22)

Assistência Judiciária Ementa: IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA - CAPACIDADE ECONÔMICA ATUAL INCOMPROVADA. - Não há que se reformar a decisão monocrática que indeferiu o pleito de impugnação ao pedido de gratuidade de justiça, tendo em vista que não

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fora comprovada pelo impugnante a capacidade financeira dos impugnados. - O fato de terem recebido quantia significativa tempos atrás não implica que os impugnados apresentem, no momento, condições de custear as despesas processuais. - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0083-5, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 15.03.2004, pg. 16) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃO QUE NEGA CONHECIMENTO À APELAÇÃO POR DESERTA – PARTE QUE PLEITEOU OS BENEFÍCIOS DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA - INEXISTÊNCIA DE DECISÃO, ANTERIOR À SENTENÇA OU POR OCASIÃO DESTA, INDEFERINDO TAL PEDIDO - NECESSIDADE DE CONFERIR OPORTUNIDADE PARA A PARTE EFETUAR O PREPARO - AGRAVO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO: I - Para que seja indeferida a gratuidade judiciária, faz-se imperiosa a existência de decisão judicial, na qual o magistrado apresentará fundadas razões (art. 5° da Lei de Assistência Judiciária), razão pela qual não se deve decretar a deserção do recurso sem que a questão da assistência judiciária gratuita tenha sido previamente examinada para, caso denegado o benefício, seja oportunizado o pagamento do preparo. II - No caso dos autos, apesar de a Agravante não haver cumprido a determinação judicial atinente à comprovação da situação de pobreza, inexiste decisão formal, antes da sentença ou por ocasião desta, indeferindo o pleito. Tal fato, aliado à circunstância de que fora deferida a assistência judiciária no incidente de impugnação ao valor da causa, conduziu a Recorrente à conclusão de que estava albergada pelos benefícios da Lei n° 1.060/50, sendo justificada a não realização do preparo. III - Agravo conhecido e parcialmente provido, reformando a decisão objurgada especificamente para determinar seja aberto o prazo de 05 (cinco) dias para a Agravante efetuar o preparo da apelação. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0000.3769-8, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 25.03.2004, pg. 14) Ementa: - Apelação Cível. Ação de despejo p/falta de pagamento c/c cobrança de alugueres e acessórios da locação. Assistência judiciária. Concedido ao necessitado o benefício reclamado, da condenação devem ser excluídos os ônus da sucumbência. Os juros da mora, a seu turno, não

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devem ultrapassar a taxa de 1% (um por cento) ao mês. Recurso conhecido e provido. Alteração parcial da sentença. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0003.4811-8, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 05.02.2004, pg. 18) Ementa: AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO - PURGAÇÃO DA MORA - DEFENSOR PÚBLICO - ART. 5º § 5º DA LEI 1.060/50. - Em Ação de Despejo por falta de pagamento, sendo o inquilino beneficiário da justiça gratuita, deve o defensor público ser intimado pessoalmente do prazo para purgação da mora, sob pena de violação da Lei n° 1060/50; - Apelação conhecida e provida. - Sentença nula. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4831-0, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 40)

Busca e Apreensão Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO - ANTERIOR PROPOSITURA DE AÇÃO REVISIONAL - LIDES REUNIDAS EM FACE DA CONEXÃO - CARÁTER PREJUDICIAL QUE NÃO ACARRETA A SUSPENSÃO DO FEITO - INAPLICABILIDADE DO ART. 265, IV, “A”, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - AUSÊNCIA DE PREJUÍZO PARA O RECORRIDO, AUTOR DA AÇÃO REVISIONAL - POSSIBILIDADE DE QUESTIONAR A ILEGALIDADE DA COBRANÇA EM SEDE DE DEFESA NA AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO - PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO: 1- A existência de prejudicialidade entre a ação de busca e apreensão e a ação revisional não acarretará a suspensão daquela (art. 265, IV, «a”, do CPC) se as lides tiverem sido reunidas em face da conexão, fazendo-se necessário apenas que a ação revisional seja julgada primeiramente. II - O processamento da busca e apreensão não torna inócua a pretensão do Agravado de questionar a legalidade das cláusulas contratuais que entende abusivas. Tal matéria poderá, inclusive, ser apresentada pelo Recorrido em sede de defesa na ação de busca e apreensão, uma vez que a ilegalidade da cobrança afasta a efetiva ocorrência da “mora debitoris”, com a conseqüente improcedência da busca e apreensão. Precedentes do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

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III - Agravo conhecido e provido, determinando que a ação de busca e apreensão seja regularmente processada. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0001.0336-0, Relator: Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 23.04.2004, pg. 44) Ementa: Busca e apreensão. 1. Cerceamento de defesa e violação ao princípio do contraditório. Se a autora após a contestação ofereceu-lhe réplica, não pode alegar cerceamento de defesa por não lhe ter sido reaberto o prazo para sobre ela se manifestar. Sendo-lhe negada, em audiência, a produção de prova testemunhal, em que foi anunciado o julgamento antecipado da lide, o apelante, que não interpôs contra essas decisões o recurso adequado no prazo legal, não pode atacá-la na apelação, em razão dos efeitos da preclusão do direito de fazê-lo. 2. Tratando-se de ação em que se discute a posse de bem móvel, cabe ao réu, na contestação pleitear a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor (CPC, 922). Ausência de fundamentação da condenação em lucros cessantes. Constatada a total falta de fundamentação do decisum, no que se refere a condenação por lucros cessantes, deve ser decretada sua nulidade somente quanto a esse item. Recurso provido, em parte. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8704-9, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.01.2004, pg. 6) Ementa: BUSCA E APREENSÃO - DECRETO-LEI N° 911/69 - COMPROVAÇÃO DA MORA - NOTIFICAÇÃO - ELEMENTO ESSENCIAL À AÇÃO - INDEFERIMENTO DA INICIAL. - Correta a sentença monocrática que indeferiu a inicial, por não trazer a comprovação da mora com cientificação pessoal do devedor. Não se pode realizar a notificação na própria ação de busca e apreensão, sendo o referido ato requisito da ação e de formação prévia. - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7393-5, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 8) Ementa: CIVIL. CAUTELAR. BUSCA E APREENSÃO. CONTRATO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE VEÍCULO USADO. CARÁTER EMINENTEMENTE SATISFATIVO. ERRO NA ESCOLHA DO

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RITO. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. EXTINÇÃO DO PROCESSO. 1. A ação de busca e apreensão, fundada em compromisso de compra e venda de veículo, não sendo preparatória ou incidental de ação principal, não pode revestir-se da índole de jus-satisfatividade intrínseca à ação de busca e apreensão do Decreto-lei n.° 911/69. 2. Falta interesse processual ao autor que usa deste expediente processual, no fito de receber o bem objeto do referido contrato. 3. Extinção do processo, sem julgamento do mérito (CPC, ad. 267, VI, e par. 3°). (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8654-5, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 22)

Casamento Ementa: - Conflito negativo. Dissenso entre o Juízo da Infância e da Juventude e o Juízo de Família. Suprimento de idade, para casamento. Menor sob a efetiva tutela protetiva dos genitores. Situação de desamparo absolutamente estranha ao contexto vivenciado pelo nubente. Aptidão cognitiva do Juízo da Infância e da Juventude indivisável. Artigo 148, parágrafo único, ECA. - Incidente dirimido, fixada a competência do Juízo de Família suscitado. - Unanimidade. (TJCE, 1ª câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0000.0123-3, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra DJ. 15.04.2004, pg. 36) Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA DE NULIDADE DE CASAMENTO. PROCEDÊNCIA. REMESSA OFICIAL. - Sentença do juiz de 1° grau, que se utilizando das prerrogativas do arts. 145, V. 183 VI e 207, do Cód. Civil brasileiro de 1916 (arts. 1521 VI e 1548, II, do vigente CC de 10/01/2002), c/c arts. 269, I, primeira parte, 330, I, 458, I a III e 459 do Cód. de Ritos, e art 100 da Lei dos Registros Públicos, declara, por sentença a nulidade do casamento da senhora Maria Eloilma Bezerra com o senhor José Altamirando Araújo, deve de ser confirmada, em virtude do amparo legal e de justiça. II - Merece manutenção a decisão judicial que, em ação ordinária de nulidade, baseada em prova documental de ocorrência de casamento em

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primeiras núpcias, reconhece nulo de pleno direito o matrimônio contraído por infringência de impedimento inafastável, qual seja, a bigamia. III - Recurso de oficio conhecido, mas improvido. Sentença confirmada. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2592-2, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 15)

Caução Ementa: PROCESSUAL CIVIL - MEDIDA LIMINAR CAUTELAR DE CAUÇÃO PARA SUBSTITUIÇÃO DE GARANTIA HIPOTECÁRIA - IMPOSSIBILIDADE - DECISÃO REFORMADA. 1. Em se tratando de um pacto celebrado em cédula rural hipotecária, não é admissível uma das partes contraentes substituir os bens dados em garantia, sem o assentimento do credor, máxime quando a pretensa substituição irá recair sobre título de Obrigação de Guerra sem valor mercadológico. 2. Decisão em sentido contrário é insustentável, por ser injurídica e, como tal, merece a devida reparação. 3. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.3657-6, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 22)

Citação Ementa : CIVIL - PROCESSUAL - AÇÃO CAUTELAR - CITAÇÃO AUSÊNCIA. 1. “Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado, a fim de se defender” (CPC, 213). Ademais, para se legitimar, o ato deverá consignar expressamente, e em seu inteiro teor, a advertência contida no art. 285, parte segunda, comunicando, ainda, o prazo para a resposta e o juízo e cartório, com o respectivo endereço (CPC, 223). Serão nulas as citações e as intimações quando feitas sem observância das prescrições legais (CPC, 247). Vale dizer, sem citação, ou com sua nulidade, a relação processual não se constitui e desenvolve validamente, contaminando todos

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os atos subseqüentes, inclusive a sentença. Daí que a qualquer momento, em qualquer juízo, pode ser alegada. 2. Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu (CPC, 214). No caso dos autos, tais requisitos não foram atendidos, inexistindo, portanto, citação válida. Nulidade processual decretada. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.7731-2, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 11) Ementa: PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. IMPETRANTE INSTADA A PROMOVER A CITAÇÃO. INÉRCIA. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. I. Incumbe ao autor promover a citação do litisconsorte passivo necessário no prazo assinado pelo juiz, acarretando a inércia do demandante a extinção do processo sem julgamento de mérito, ante a falta de pressuposto de desenvolvimento válido do feito ( art. 47, parágrafo único, combinado com art. 267, IV, do Código de Processo Civil). II. Questão de ordem acolhida, extinguindo-se o mandado de segurança sem julgamento de mérito. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0006.3089-1, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 27.04.2004, pg. 9) Ementa: CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. APELAÇÃO FORMULADA COM O FITO DE SER DECLARADA A NULIDADE DO ATO CITATÓRIO. RÉU QUE, TODAVIA, COMPARECE AOS AUTOS, ANTES DA SENTENÇA, DANDO-SE, ASSIM, OBVIAMENTE, POR CITADO. INTELIGÊNCIA DO § 1º DO ART. 214 DO DIGESTO PROCESSUAL. IMPROCEDÊNCIA DO APELO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4629-2, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.02.2004, pg. 16) Ementa: PROCESSUAL CIVIL AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE USUCAPIÃO - INCONSISTÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL DECISÕES AGRAVADAS MANTIDAS.

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1 - De acordo com disposição expressa na nossa Lei Adjetiva Civil, a citação do réu é, em regra, pessoal, só sendo admitida através de procurador quando este estiver legalmente autorizado e investido de poderes específicos, daí o acerto dos despachos agravados, que mandou repetir ato citatório praticado sem observância de tal regramento jurídico. 2 - Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, agravo de Instrumento n˚ 2002.0000.7727-2, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 6) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CITAÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. ATO EFETIVADO EM PESSOA QUE NÃO POSSUI A QUALIDADE DE REPRESENTANTE LEGAL DA EMPRESA PROMOVIDA. DESCABIMENTO. EXISTÊNCIA DE CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICAS QUE LEVAM A CONCLUIR PELA VALIDADE DO ATO CITATÓRIO. APLICABILIDADE DA TEORIA DA APARÊNCIA. DILIGÊNCIA PROCEDIDA EM FACE DE QUEM, NA SEDE DA PESSOA JURÍDICA DEMANDADA, APRESENTOU-SE COMO SUA REPRESENTANTE, SEM FAZER QUALQUER RESSALVA, APONDO, INCLUSIVE, O “CIENTE” NO MANDADO. PRINCÍPIO DA MORALIDADE PROCESSUAL. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0004.5373-8/0, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 9) Ementa: O PROCESSUAL CIVIL - BUSCA E APREENSÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO - PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS - CITAÇÃO QUE NÃO SE EFETIVOU POR FALTA DE DETERMINAÇÃO JUDICIAL - RELAÇÃO PROCESSUAL FALHA - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I - A relação jurídica processual é aquela formada entre o autor e o juiz, entre o juiz e o réu e entre o autor e o réu. É uma relação trilateral II - a citação é pressuposto indispensável para a existência da relação processual, não se verificando esta, pois, sem a feitura daquela. III - O magistrado “a quo” não se utilizou de todos os meios ofertados pela lei processual para efetivar o chamamento do réu ao processo, não podendo o mesmo ter declarado a ausência da citação, sem nem mesmo tê-la determinado. IV - Apelo conhecido e provido.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.0432-3, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 12.04.2004, pg. 29)

Coisa Julgada Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - EXECUÇÃO DE SENTENÇA - EMBARGOS DO DEVEDOR - REVISÃO DE BENEFÍCIO – PENSÃO INTEGRAL - COISA JULGADA MATERIAL. - A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas (CPC, art. 468). No caso, pretende o executado, porque afastadas sejam da pensão da exeqüente parcelas que considera pro labore faciendo como tal devidas somente ao servidor da ativa. No entanto, as vantagens assestadas constituem objeto abrangido pela sentença exeqüenda, proferida no processo de conhecimento, sob confirmação em grau recursal. Destarte, por força dos efeitos da cosia julgada material, não é lícito ao magistrado da causa executiva aferir a existência de qualquer defeito ou irregularidade contida no bojo do processo de conhecimento definitivamente solucionado, por força dos efeitos da coisa julgada material. Daí que não há de prosperar a pretensão do embargante, vale dizer, não mais comportando apreciação por parte do Órgão Cameral, sem que ofenda o princípio da coisa julgada. Sentença confirmada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.0242-7/1, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 12)

Competência Ementa: - Conflito negativo de competência. Acautelatória incidente. Equacionamento afeto ao juízo da ação principal (artigo 800, CPC). Diploma local atributivo de atividade jurisdicional única e exclusiva de órgão judicial (in casu, Lei n° 12.553/95), deve ser encarado com a devida reserva, não prevalecendo, por óbvio, para arredar a competência funcional ditada pelo legislador federal. - “A competência legislativa dos Estados não vai além das regras destinadas a determinar os critérios para a competência de seus juízos, ou seja, regras pertinentes a uma das progressivas indagações que se fazem ao longo do iter de concretização da jurisdição. A regência geral da competência de juízo, incluindo principalmente regras sobre prorrogação da competência (competência absoluta ou relativa), é tema estrito de direito

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processual e não de organização judiciária” (Dinamarco, Instituições de Direito Processual Civil, 2001, vol. 1, página 545). - Incidente mal propício, assentando-se -a competência do Juízo da 16 Vara de Familia, aqui suscitante. - Unanimidade. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.1995-7, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 10.02.2004, pg. 51) Ementa: INCIDENTE PROCESSUAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE DE FATO C/C PARTILHA DE BENS E OFERTA DE ALIMENTOS EM FAVOR DE FILHOS MENORES. CONFLITO CONHECIDO, PARA DECLARAR COMPETENTE O JUÍZO DE FAMÍLIA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0007.0424-2, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

•Ação Revisional e Ação de Execução Ementa: Direito Processual Civil. Conflito Negativo de Competência. Ação de Execução e Revisional de Contrato. Inexistência de conexão ou continência. Inteligência do artigo 105, do CPCivil. I - O art. 105, do CPCivil, não contém regra de competência, mas somente de direção processual. Portanto, como a execução por quantia certa contra devedor solvente não comporta julgamento, não ensejando, pois, a prolação de sentença de mérito, não se há falar em perigo de decisões conflitantes, razão pela qual não se admite, a priori, a reunião dos processos - execução e ação revisional do título exeqüendo. II - Conflito Negativo de Competência conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0003.4844-6, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

•Incompetência Relativa

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Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. INCOMPETÊNCIA RELATIVA. INEXISTÊNCIA DE EXCEÇÃO OPOSTA PELO RÉU. I - De acordo com a orientação jurisprudencial oriunda da Súmula n° 33, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), “A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício”. Certo é também que, nos termos do disposto no art. 112, do CPCivil; somente por meio de “exceção” é que se argúi a incompetência relativa. II - Incidente conhecido e provido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.5963-0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

•Na Relação de Consumo Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO E AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA. RELAÇÃO DE CONSUMO E FORO DE ELEIÇÃO. PREVALÊNCIA DA COMPETÊNCIA DAQUELE ÓRGÃO JUDICIAL QUE MELHOR SE COADUNE COM O PRINCÍPIO DA FACILITAÇÃO DO ACESSO DO CONSUMIDOR À PROTEÇÃO JURISDICIONAL. I - Em se tratando de relação de consumo há de prevalecer o foro do juízo que efetivamente possibilite ao consumidor o acesso ao órgão judicial, como direito básico, previsto no art. 6°, inciso VII, da Lei n° 8.078/90, CDConsumidor. II - Conflito de competência conhecido e provido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0000.0249-3, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

•Reparação de Danos Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA - AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS - COMPETÊNCIA DO FORO DO LUGAR DO ATO OU FATO - ART. 100, INCISO V, ALÍNEA “A” DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - DANOS OCORRIDOS DE MODO DIFUSO - POSSIBILIDADE DE O AUTOR

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ESCOLHER O FORO - PRECEDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO: 1- O art. 100, inciso V, alínea “a” do Código de Processo Civil dispõe que, em se tratando de ação de reparação de dano, o foro competente é o do lugar do ato ou fato. II - Se o dano é causado em diversos lugares, o autor pode, à sua escolha, propor a ação em qualquer dos foros correspondentes. Precedente do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. III - Agravo conhecido e provido, firmando a competência do juízo da 27 Vara Cível da Comarca de Fortaleza/Ce para o processamento e julgamento da ação de reparação de danos n° 1999.02.52167-3. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8600-0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 25.03.2004, pg. 14)

Compra e Venda Ementa: Relação de Consumo. Contrato de Compra e Venda de imóvel. Pagamento parcelado. Inadimplência do comprador. Nulidade de cláusula estabelecendo perda total em favor do credor por falta de pagamento do devedor. Implica em tratamento Iníquo, de conseqüências imprevisíveis e danosas para os diversos setores da economia, devolver ao devedor inadimplente todo o valor pago, sem o mínimo de ressarcimento dos custos suportados pelo vendedor, como corretagem e outros. Apelação conhecida e parcialmente provida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6638-7, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 04.05.2004, pg. 26) Ementa : VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO - AJUIZAMENTO DE AÇÃO DE DEPÓSITO. - Há possibilidade de promover a busca e apreensão e depósito nos contratos de compra e venda com cláusula com reserva de domínio, em obediência ao art. 1.071, § 2°e 3°do CPC; - Apelação conhecida e provida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.1516-1, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 39)

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Compromisso de Compra e Venda Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. TERRENO NÃO LOTEADO. ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. APELAÇÃO. I - A adjudicação compulsória independe de inscrição do compromisso de compra e venda no registro imobiliário, assim como, à falta deste, não se dispensa a prévia interpelação para constituir em mora o devedor. II - O contrato de compromisso de compra e venda de imóveis, ainda que não loteados, confere o direito de adjudicação compulsória quando reunidos os requisitos legais. Hipótese dos autos. Possibilidade. III - O juiz deve determinar, antes da sentença, providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento, suprindo as lacunas do contrato e ensejando, assim, a real prestação da tutela jurisdicional requestada. IV - Inteligência dos arts. 16 e 22 do Decreto-lei N° 58/1 937, e dos arts. 461, 639, 640 e 641 do CPC. V - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6620-4, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.04.2004, pg. 21)

Condições da Ação Ementa: PROCESSO CIVIL. PENHORA DE CRÉDITOS SUPOSTAMENTE ILEGAL EM PROCESSO DE EXECUÇÃO. AJUIZAMENTO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO LIMINAR. DENEGAÇÃO, AGUARDANDO JULGAMENTO DE MÉRITO. AJUIZAMENTO POSTERIOR DE MANDADO DE SEGURANÇA. IMPRESTABILIDADE DA VIA ELEITA PARA ATACAR ATO JUDICIAL CARACTERIZADO COMO DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. CARÊNCIA DE AÇÃO. LITISPENDÊNCIA. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.4765-9, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 07.04.2004, pg. 38)

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Conexão Ementa: PROCESSO CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÕES DE DESPEJO E DE ANULAÇÃO DE CONTRATOS. IDENTIDADE DE CAUSAS DE PEDIR CONEXÃO. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 103, 105 E 106 DO CPC. - Em se tratando de ações em que figurem as mesmas partes e existindo discussão do mesmo contrato em ambas as ações, gerando identidade de causas de pedir, é de se reconhecer a conexão, evitando-se decisões contraditórias. - Conflito conhecido, mas para declarar competente o juízo suscitante. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito Negativo de Competência n˚ 2002.0004.6892-1, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 18.03.2004, pg. 7)

Consignação em Pagamento Ementa: CONSIGNAÇÃO - MORA - ALEGAÇÃO DE CLÁSULAS ABUSIVAS NO CONTRATO. - Para vir a juízo discutir a validade e eventual nulidade de contrato, à luz do CDC e da via consignatória, deve antes o interessado afastar a mora. - Inadequado o procedimento eleito para socorrer o direito argüido. - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4273-8, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 39)

Consumidor Ementa: Agravo de Instrumento. Direito do consumidor. Fornecimento de energia elétrica. Possibilidade de Interrupção ante a configurada inadimplência do usuário que, regularmente notificado para adimplir a obrigação renite em não solvê-la. De acordo com a nova orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) . Resp 337.965-MG, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 2/9/2003 é possível a cessação do fornecimento de energia elétrica, água e serviços similares, diante da inadimplência do usuário constituído em mora. Recurso conhecido e provido. Interlocutória agravada desconstituída. Decisão unânime.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8899-1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 03.06.2004, pg. 21) Ementa: Ação ordinária de danos materiais e morais, decorrente de relação de consumo, devendo ser examinada sob a égide do Código de Defesa do Consumidor. Instituição financeira que encerra atividades da agência, não informando ao correntista o destino de sua conta. Inscrição, a posteriori, de débito em órgão de proteção de crédito, sob o pálio da existência de débito em conta corrente, mantida em outra agência, sem conhecimento do correntista. Inserção de diversos débitos não autorizados. Inexistência de demonstrativo de que os débitos efetivamente foram autorizados ou causados pelo correntista. Quebra de confiança. Reconhecimento da existência de dano material, fixado na quantia injustamente cobrada do correntista, no valor de R$ 1.613,99 (um mil, seiscentos e treze reais e noventa e nove centavos), bem como de dano moral, com fixação em dez (10) vezes o valor do dano material. Recurso conhecido e provido, revertendo a sentença, com a reversão, por igual, dos ônus sucumbenciais. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9208-7, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 20) Ementa: APELAÇÃO - ODINÁRIA COM PEDIDO DE LIMINAR - CONTRATO DE FINANCIAMENTO INSTITUIÇÃO BANCÁRIA - COBRANÇA DE JUROS NOS TERMOS DO ART. 20 DA EC/40, DE 29.5.2003 - SUBSTITUIÇÃO DO DÓLAR PELO INPC - PEDIDO DE EXCLUSÃO DE CLÁUSULAS NÃO QUESTIONADAS - RELAÇÃO DE CONSUMO CONFIGURADA - INCIDÊNCIA DAS NORMAS DO CDC - RECURSO CONHECiDO, MAS PARCIALMENTE PROVIDO. I - O princípio da autonomia da vontade há muito perdeu seu caráter absoluto, sujeitando-se o contrato às normas inderrogáveis de ordem pública e à intervenção judicial na economia do mesmo. II - As instituições bancárias, como prestadoras de serviços especialmente contempladas no art. 3°, parágrafo 2°, estão submetidos às disposições do Código de Defesa do Consumidor III - Recurso conhecido, mas parcialmente provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.3738-6, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 20)

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Crédito Rural Ementa: -Nota de crédito rural. Embargos à execução. Taxa de juros. Capitalização. -O Decreto-lei n. 167, de 14.02.1967, que dispõe sobre títulos de crédito rural, em seu art. 5°, confere ao Conselho Monetário Nacional o dever de fixar as taxas de juros a serem praticadas, sendo defesa a cobrança dos mesmos acima de 12% (doze por cento) ao ano, se não demonstrada, pelo credor, a prévia estipulação, pelo CMN, das taxas de juros correspondentes á data da emissão da nota de crédito rural. -Quando expressamente pactuada, como ocorreu no caso dos autos, é admissível a capitalização de juros (Súmula n. 93 do STJ). -É nula a cláusula contratual que sujeita o devedor à taxa de juros divulgada pela ANBID/CETIP (Súmula n. 176 do STJ). -Recurso parcialmente provido, por maioria. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6422-2, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 29.01.2004, pg. 18)

Danos Morais Ementa: DANO MORAL. UTILIZAÇÃO DO CPF DO REQUERENTE, PARA ABERTURA DE CONTA DE TERCEIRO. EMBARAÇOS À VIDA CREDITÍCIA, OCASIONADOS PELA INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DO AUTOR EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. CONDUTA DESIDIOSA DO BANCO APELANTE QUE CAUSOU ABALO DE CRÉDITO AO REQUERENTE. DANOS CONFIGURADOS. OBRIGAÇÃO DE REPARAR INAFASTÁVEL. - Devidamente demonstrada a existência do ato ilícito, do qual resultou abalo à parte, descabida é a exigência de prova do dano moral, porque este se passa no íntimo psicológico do sujeito. - Quantum da indenização, fixado na sentença, consentâneo com a realidade dos fatos traduzidos no feito, proporcionando à vítima uma compensação pelos transtornos e abalo à integridade moral sofridos. RECURSO CONHECIDO, MAIS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1259-0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 03.05.2004, pg. 23)

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Ementa: REPARAÇÃO. DANO MORAL PURO. MÁCULA À HONRA E IMAGEM DO DEMANDANTE. CONSTITUCIONAL INDENIZAÇÃO. IMPROVIMENTO DO RECURSO. Visualizada a culpa no evento, imperioso se faz o dever de reparar por ato do preposto. Ao contrário do dano material, o dano moral puro não necessita de comprovação de prejuízos, bastando que se aglutinem os aspectos constituintes da irresponsabilidade civil: ação, dano e vínculo. O dano moral qualifica-se pela mácula íntima da honra e pelo sofrimento causa do pelo evento danoso. Infringência ao art. 5°, inciso X da CF/88, que reporta a inviolabilidade da hora da pessoa. O valor da indenização será fixado por arbitramento judicial, levando-se em conta a gravidade do dano, situação social e política do lesado e a intensidade de dolo ou culpa. Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6894-0, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 46) Ementa: Apelação Cível. Direito Civil e Processual Civil. Responsabilidade civil. Danos morais. Inscrição indevida de consumidor nos cadastros de inadimplentes. “Quantum” indenizatório. Sucumbência recíproca. I - Todo ato ilícito gera para seu autor a obrigação de ressarcir o prejuízo causado a outrem, na dicção do art. 186, do Código Civil (Lei n° 10.406, de 10.01.2002). Responde o fornecedor, portanto, pela inscrição indevida de consumidor nos cadastros de inadimplentes, cujo dano moral respectivo, em tal situação, comprova-se com a simples demonstração da ausência de justa causa para a negativação impugnada judicialmente. II – Quando o “quantum” indenizatório revelar-se exacerbado compete à instância revisora, desde que regularmente provocada a tal respeito, reduzi-lo de modo a se evitar a ocorrência do denominado “ganho sem causa”, sobretudo para estabelecer o montante da indenização devida em valor compatível com a realidade econômica do país. III - Havendo sucumbência recíproca impende que o órgão judicial aplique ao caso concreto a regra inserta no art. 21, do CPCivil. IV - Recurso conhecido e parcialmente provido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.7770-8, Relator: Des. José Maria de Melo, DJ. 19.04.2004, pg. 20) Ementa: Danos morais. Vítima de acidente de trânsito, O fato de os filhos da falecida terem atingido a maioridade não lhes tira o direito à indenização por danos morais. Recurso improvido.

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(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7260-8, Relator: Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 10.03.2004, pg. 18) Ementa: Dano moral. Inscrição indevida no SERASA. Deve-se indenizar. Fixação do quantum. A inscrição do nome do cliente indevida no cadastro do SERASA gera o dever de indenizar, pois abala o seu psicológico e quando for fixado o valor da indenização, deverão ser observados os critérios da reparabilidade à vitima e punição ao infrator, com o intuito de reiterar a conduta da vítima. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7132-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 21) Ementa: PROCESSUAL CIVIL - DANO MORAL OMISSÃO DE ATENDIMENTO HOSPITALAR DE PRONTO, AGRAVADO COM FATURAMENTO DE PARCELAS INDÉBITAS - ATO ILÍCITO PASSÍVEL DE REPARAÇÃO CIVIL, INDEPENDENTEMENTE DE COMPROVAÇÃO DE SEQÜELA - SENTENÇA REFORMADA. 1. O sentimento de desconforto, de constrangimento, aborrecimento e humilhação de que um pai foi vítima pelo não atendimento de um rebento febril, necessitando de urgente atendimento hospitalar, a pretexto de uma acusação falsa de inadimplemento de obrigação, com a ousadia de expedição de faturas de contas indébitas, caracteriza, evidentemente, ato ilícito passível de inarredável reparação civil por dano moral, independentemente de prova de seqüela. 2. Decisão que entende de modo contrário é insustentável, por inaplicação escorreita do direito e, como tal, imerece persistir. 3. A indenização pleiteada de R$ 500.000,00, entretanto, se me afigura exacerbada, não só por comprometimento da realidade econômica combalida do nosso País, mas por entender que o direito não pode, evidentemente, se constituir via sesga para proporcionar enriquecimento sem causa. 4. Apelo conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.6518-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.02.2004, pg. 23)

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Ementa: Ordinária de Reparação de Danos Morais. Veículo injustamente subtraído da posse da Autora, inexistindo qualquer liame jurídico entre a mesma e o Suplicado, vez que o automóvel se encontra alienado a outra instituição financeira e os pagamentos, em dia. Inadmissibilidade. Inaceitação da existência de fraude em órgão de trânsito, por não provada e, mesmo que existente, não ser oponível contra terceiro, que de boa fé adquire o automóvel. Reconhecimento da existência de dano moral, fixo o valor de acordo com o contrato corrigidos legalmente, quando da ocorrência do dano. Recurso conhecido e parcialmente, provido, revertendo a sentença, com a reversão, por igual, dos ônus sucumbenciais. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2621-4, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.02.2004, pg. 21) Ementa: - Indenizatória. Danos morais. Resultado errôneo em exame de sangue laboratorial. Indefectível desconfiança de quadro clínico grave (informes conducentes à diagnóstico de leucemia). Eventus damni comprovado. Indenizatória devida. Redutivo no quantum. - Presente, nos autos, demonstrativa hábil à evidência da falha laboratorial, anotação de índices anormais nos valores da hemoglobina e da glicose divisável, a mais, a confiança depositada pela médica nos informes, e nisto nada de estranhável, diante da notória deficiência do sistema público de ocorrente, como consectário do proceder errôneo do laboratório, diagnóstico equivocado, eventus damni bem comprovado, pela intensa dor e angústia advenientes de prognóstico severamente adverso à higidez física, até mesmo fatal (leucemia). - Pretensão indenizatória inarredável, reduzido, todavia, o quantum, para adequá-lo aos lindes da razoabilidade. Reexame e insurgência apelatória improvidos, sentença confirmada. - Unanimidade. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.1854-0, Relator: Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 21.01.2004, pg. 11) Ementa: AGRAVO RETIDO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITO MODIFICATIVO. JULGAMENTO EXTRA-PETITA. - Os Embargos declaratórios podem ter, excepcionalmente, caráter infringente. Um desses casos é quando são utilizados para suprir omissão constante do julgado. - Como se depara no caso sub examine, a questão da repetição do indébito foi devidamente fundamentada no corpo da sentença, apesar do dispositivo ser omisso. O suprimento da omissão pode acarretar, neste caso, o efeito modificativo.

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- O mesmo entendimento não se dá, entretanto, quando o juiz ultrapassa o suprimento da omissão para criar um novo valor para os honorários advocatícios, mormente quando não argüidos pelo embargante. Recurso conhecido, e parcialmente provido. REPARAÇÃO DE DANO MORAL PURO. MÁCULA À HONRA E IMAGEM DO DEMANDANTE. CONSTITUCIONAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPROVIMENTO DO RECURSO. - Ao contrário do dano material, o dano moral puro não necessita de comprovação de prejuízos, bastando que se aglutinem os aspectos constituintes da irresponsabilidade civil: ação, dano e nexo causal; - O dano moral qualifica-se pela mácula íntima da honra e pelo sofrimento causado pelo evento danoso; - Infringência ao art. 5˚, inciso X da CF/88, que inviolabilidade da honra da pessoa; - O valor da indenização será fixado por arbítrio judicial, levando-se em conta a gravidade do dano, situação social e política do lesado e a intensidade de dolo ou culpa; - As quantias cobradas, indevidamente, serão devolvidas em dobro. Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4432-5, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 26) Ementa: DIREITO CIVIL. REPARAÇÃO CIVIL. DANOS MORAIS. SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA EM RELAÇÃO AO “QUANTUM” INDENIZATÓRIO. I - Há clara exposição fática e jurídica nas razões expostas pelos demandados - apelantes, na qual pode se inferir, com facilidade, o que fora pleiteado. Inexistência de desrespeito ao art. 514, II, do CPC. Preliminar argüida por Milton Dias Rocha rejeitada. II - Na fixação do “quantum” indenizatório, relativo aos danos morais reclamados, cabe ao órgão judicial estabelecê-lo, quando cabível, em tal montante, de sorte a evitar abusos e exageros, compatibilizando o valor da indenização devida, pois, à realidade econômica vivenciada. III - Afigura-se justa a condenação de cada parte promovida ao pagamento do valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a título de reparação de abalo moral constatado. IV - Inaplicabilidade do art. 42 § único do CDC em ações de reparação de danos morais. RECURSOS APELATORIOS CONHECIDOS, NEGANDO-SE PROVIMENTO AOS APELOS INTERPOSTOS POR MILTON DIAS ROCHA, BANCO FIBRA S/A E FIBRA LEASING S/A - ARRENDAMENTO MERCANTIL. SENTENÇA CONFIRMADA.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0004.3951-2, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 04.01.2004, pg. 10) Ementa: Dano moral puro. Coação. Uso irregular das vias de direito a fim de obter da vítima ruinosa declaração de vontade. Abuso de direito que evidencia vício de consentimento capaz de incutir à paciente fundado temor de dano à sua pessoa e sua família, como a perda da oportunidade para ser contratada como docente pela Universidade Federal do Ceará - UFC, caso não obtivesse sua exoneração do q uadro de professores da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. Aplicação do art. 98 do Código Civil revogado. Ação de anulação do ato administrativo, cumulada com indenização por danos morais, julgada procedente. Recurso parcialmente provido para adequação do quantum indenizatório ao princípio da proporcionalidade. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.5055-4, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 04.06.2004, pg. 10)

Desconsideração da Personalidade Jurídica Ementa: CERTIDÃO NEGATIVA - CTN ART. 135 - ART. 5º, XXXIV DA CF. - A preliminar suscitada pelo apelante, onde argüi a inexistência de direito líquido e certo, confunde-se com o próprio mérito da lide e, como tal, não se delineia como pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo. Por outro lado, não se pode aqui afirmar o seu não conhecimento, pois, como é lógico, resta sua análise reservada à apreciação do mérito do recurso, sendo conhecida, portanto, como questão identificada com a própria pretensão. - O sócio submete-se a regime jurídico que lhe é peculiar e que se traduz em obrigações e direitos que a lei e o contrato social lhe reservam, sendo certo que têm que participar da formação do capital e das perdas sociais até o limite da correspondente responsabilidade que lhe é imputada, de acordo com o tipo societário da empresa e, ainda assim, somente devendo ser chamada à aplicação direta em casos extremos, quando demonstrada fraude, subsunção aos casos previstos no Código Tributário Nacional ou no caso de disposição legal relacionada ao tipo societário, uma vez verificada a insuficiência do patrimônio da pessoa jurídica em face de suas obrigações. - Recurso conhecido e improvido.

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(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1916-1, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.05.2004, pg. 27)

Direito de Visita Ementa: DIREITO DE VISITA PATERNA - SUSPENSÃO INDEVIDA DO ALUDIDO DIREITO DE VISITA. AUSÊNCIA DE PROVA DO COMETIMENTO DE ABUSO POR PARTE DO PAI, COM RELAÇÃO À SUA FILHA. A SENTENÇA MONOCRÁTICA SE RESSENTE DA FALTA DE PROVA DO REFERIDO ABUSO, DESTARTE CONTRARIANDO A NORMA CONTIDA NO ART. 93, INCISO IX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL VIGENTE - E NO ART. 165 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO PARA AUTORIZAR A VISITA ACOMPANHADA, POR DUAS HORAS, EM SEMANAS ALTERNADAS. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8643-3, Relator(a): Des. Antônio Olímpio Castelo Branco DJ. 01.04.2004, pg. 19)

Distrato Social Ementa: CIVIL PROCESSUAL CIVIL. SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA. DISTRATO SOCIAL DE PROMITENTE VENDEDORA DE IMÓVEL. APELAÇÃO CÍVEL. PROCEDÊNCIA. I - Escritura pública de distrato social concedendo poderes a pessoa física (sócio) para praticar quaisquer atos até a dissolução da sociedade; II - Arquivamento do instrumento de distrato na Junta Comercial após a celebração de escritura pública de compra e venda de imóvel; III - Determinação ao oficial de registro da 5ª zona de imóveis desta Capital para que efetue a matrícula do imóvel objeto da lide; IV - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7913-5, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 03.05.2004, pg. 23)

Doação

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Ementa: DIREITO CIVIL. DOAÇÃO. ANULAÇÃO POR MALFERIMENTO AO DISPOSTO NOS ARTS. 1.175 E 1.176, DO CÓDIGO CIVIL DE 1916, VIGENTE À ÉPOCA. DOAÇÃO DE TODOS OS BENS, SEM RESERVA DE PARTE, OU RENDA SUFICIENTE PARA A SUBSISTÊNCIA DA DOADORA. INOCORRÊNCIA. BENS DOADOS COM CLÁUSULA DE USUFRUTO VITALÍCIO EM FAVOR DESTA. ATO DE LIBERALIDADE QUE NÃO ENGLOBOU A TOTALIDADE DO PATRIMÔNIO DA DOADORA. INEXISTÊNCIA, ADEMAIS, DE HERDEIROS NECESSÁRIOS. PESSOA DE IDADE AVANÇADA E SAÚDE DEBILITADA, QUANDO FEITA A DOAÇÃO. PROVA QUE DEMONSTROU A LUCIDEZ E A AUSÊNCIA DE QUALQUER VÍCIO DE CONSENTIMENTO. PROCEDÊNCIA INVIÁVEL, POR NÃO TER O AUTOR PROVADO SATISFATORIAMENTE OS FATOS CONSTITUTIVOS DO SEU DIREITO. PRETENSÃO INDEFERIDA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6026-0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 02.06.2004, pg. 13)

Duplo Grau de Jurisdição Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - EMBARGOS A EXECUÇÃO - COISA JULGADA - MATÉRIA PRECLUSA - IMPOSSIBILIDADE DE REDISCUSSÃO - INOVAÇÃO EM GRAU DE RECURSO - IMPOSSIBILIDADE. (1) -A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas (CPC, 468). O apelante, no caso, busca excluir da execução parcelas pro labore faciendo. Tal matéria, entanto, objeto de sentença no processo de conhecimento, no juízo de primeiro grau, restou confirmada em grau de recurso perante este Tribunal de Justiça, transitando em julgado, de par com recurso extraordinário frustrado, vale dizer, não conhecido pelo Colendo STF. Donde, sua reapreciação, em sede de embargos à execução, in specie afrontar o princípio da coisa julgada. (2) Inovação nos embargos. Dedução do imposto de renda. A dedução do imposto de renda é afeta ao fisco federal, não estando incluída nas matérias sobre que podem versar os embargos do devedor (CPC, 741). Além disso, nada impede seja descontado o tributo assestado por ocasião do efetivo pagamento do débito.

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(3) Ao Tribunal ad quem só é possível conhecer de matéria analisada pelo juízo de primeiro grau, sob de suprimir uma instância, violando, desse modo o princípio do duplo grau de jurisdição. Daí que impossível ao recorrente, conquanto inovando na fase recursal, argumentar com a falta de identificação dos valores recebidos, questão não suscitada nos embargos assestados, bem por isso também sujeita aos efeitos da preclusão. Inteligência do art. 473, CPC. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0472-0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 8) Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL - EMBARGOS DO DEVEDOR - APELAÇÃO - INOVAÇÃO - INADMISSIBILIDADE. Não é lícito à parte recorrente, como se dá na hipótese em trato, inovar, sem autorização legal (CPC, art. 264), a causa de pedir, já agora em sede recursal, a apresentar questões diversas daquelas suscitadas na instância inferior. Circunstância somente admissível se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior, o que não vem ao caso concreto. Inteligência do art. 517, do Cód. de Proc. Civil. Violação ao Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, segundo o qual é vedado ao juízo ad quem examinar e decidir as questões que não foram discutidas e julgadas na instância monocrática, a cujo respeito cabia às partes invocar. Ausência de interesse de agir. Recurso não conhecido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, apelação Cível n˚ 2000.0012.8585-9, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 24)

Embargos à Execução Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL - REEXAME NECESSÁRIO - INADMISSIBILIDADE - I - A hipótese prevista no art. 475. II do Código Unitário de Processo contempla com a obrigatoriedade de submissão ao duplo grau de jurisdição tão somente a sentença que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos a execução de dívida ativa da Fazenda Pública”. II - Dessa forma “a sentença que julgar improcedentes os embargos á execução opostos pela Fazenda Pública não está sujeita ao reexame necessário” (Precedente da Corte Especial do STJ ERESP n° 244.330/SC), vez se tratar de caso diverso da previsão inserida nos ditames do art. 475

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do Código de Ritos. REMESSA OFICIAL NÃO CONHECIDA, POR INCABÍVEL NA ESPÉCIE. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.3376-3, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 06.05.2004, pg. 18) Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL - OBRIGAÇÃO DE FAZER – IMPLEMENTAÇÃO DA CORREÇÃO DE PENSÃO DETERMINADA POR SENTENÇA COM TRÂNSITO EM JULGADO - DISCUSSÃO DE QUESTÕES MERITÓRIAS DA AÇÃO EXECUTIVA - INADMISSIBILIDADE - HIPÓTESES NÃO ENQUADRADAS NO ART. 741 DO CPC - EXISTÊNCIA, ADEMAIS, DE MEDIDA CAUTELAR COM TRÂNSITO EM JULGADO DETERMINANDO O PAGAMENTO DAS PENSÕES I - O art. 741 do Código Unitário de Processo enumera, de forma taxativa, em seus sete incisos, as matérias sobre as quais poderão versar os embargos à execução fundada em título judicial. II - No caso em apreciação, a impugnação oposta pelo apelante não versa sobre nenhuma das aludidas hipóteses, desejando o recorrente, na verdade, rediscutir questão objeto do mérito da ação executiva. Esta tese que não pode prosperar, haja vista estar a matéria coberta pela coisa julgada. III - Ademais, já existe medida cautelar determinando o pagamento das pensões no valor da totalidade dos vencimentos que estariam percebendo os servidores, se vivos estivessem. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA, MAS IMPROVIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6314-5, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 12.04.2004, pg. 27) Ementa: Apelação Cível. Direito Processual Civil. Embargos à execução fundada em título extrajudicial. Ônus da prova. Compete ao devedor, através da ação de embargos, desconstituir, total ou parcialmente, o crédito exeqüendo, ilidindo, pois, mediante prova cabal, robusta e convincente, a presunção de certeza, liquidez e exigibilidade que, via de regra, gozam os títulos de crédito. Inteligência dos artigos 333-I, e 585-I, ambos do Código de Processo Civil. Sentença confirmada. Recurso conhecido e improvido.Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0002.4986-1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 16.02.2004, pg. 25)

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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM SENTENÇA. ÔNUS DA PROVA. De acordo com a sistemática processual vigente, não se há conceber, em sede de execução de sentença, a rediscussão da lide, haja vista a previsão constante do art. 474, do CPCivil, a cujo teor ‘Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do pedido”. Sentença confirmada. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0002.4984-5, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 16.02.2004, pg. 24) Ementa: Embargos à Execução de Sentença. Excesso de execução. Se a seguradora atribuiu à causa um valor acima de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) e, após a contestação do feito, reconheceu ser procedente a impugnação da quantia que pretendeu lhe fosse restituída, a confirmação da veracidade do impugnado pelo réu não guarda qualquer relação com o valor da causa. De acordo com o art. 302 do CPC, cabe ao contestante o ônus da impugnação especificada dos fatos alegados na inicial; do contrário, presumem-se verdadeiros. Essa regra imposta pelo art. 302 do CPC não implica em anuir com modificação do valor da causa. Apelo conhecido e provido para desconstituir a sentença. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2341-5, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 11.02.2004, pg. 11) Ementa: APELAÇÃO - EMBARGOS À EXECUÇÃO DE SENTENÇA - SUSCITADA NECESSIDADE DE LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS - AUSÊNCIA DE FATO NOVO A SER PROVADO – MERA NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO DOS CÁLCULOS APRESENTADOS PELA CONTADORIA - IMPROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS - SENTENÇA REFORMADA - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I. Inexistente o suposto óbice à efetivação da execução de obrigação de fazer, considerando a presença nos autos de cálculos que necessitam de mera atualização pelo Setor de Contadoria, não há falar em excesso da execução por impossibilidade de cumprimento da decisão judicial. Os embargos devem ser julgados improcedentes. II. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5548-2, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.02.2004, pg. 16)

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Ementa: Apelação Cível. Direito Processual Civil. Execução de título judicial. Embargos do Devedor. Argüição de excesso de execução. Inocorrência. Impossibilidade de rediscussão da lide, com alteração do julgado. I - Não logrando êxito o executado-embargante em demonstrar o alegado excesso de execução, mormente, quando o valor do título judicial exeqüendo originar-se de mero cálculo aritmético, não se há como acolher os embargos opostos. Inteligência do art. 604 do CPCivil, com a redação que lhe deu a Lei n° 8.898/94. II - Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7471-0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 10.02.2004, pg. 56)

Embargos de Declaração Ementa: EMBARGOS DECLARATÓRIOS CÍVEL SÓ TEM CABIMENTO, QUANDO EXISTEM NO ACÓRDÃO EMBARGADO, OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO - COMO O ALUDIDO ACÓRDÃO NÃO INCORREU NAS REFERIDAS IRREGULARIDADES, COMETENDO ERRO MANIFESTO A RESPEITO, ALÉM DE SER DISPENSÁVEL ADUZIR COMENTÁRIOS SOBRE TODOS OS ARGUMENTOS SUSCITADOS PELAS PARTES, NOTADAMENTE, QUANDO IRRELEVANTES PARA O JULGAMENTO DA DEMANDA, NÃO É CURIAL CONCEDER CARÁTER INFRINGENTE AOS PRESENTES EMBARGOS - EMBARGOS DECLARATÓRIOS CONHECIDOS, MAS IMPROVIDOS. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0014.8692-7/1, Relator(a): Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 29.01.2004, pg. 45) Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. OMISSÃO, OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO NÃO CONFIGURADAS. I - Os declaratórios servem para reparar omissões, obscuridades e contradições no pronunciamento judicial decisório. Inexistindo-as, devem

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ser rejeitados, com a conseqüente preservação dos termos da decisão objurgada, posto que, na via estreita dos embargos de declaração, inexiste lugar para rediscutir questões já apreciadas e destramadas pelo julgado embargado, máxime, quando foi emitido pronunciamento expresso acerca da matéria em debate. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2002.0009.2528-1/1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 20.01.2004, pg. 21) Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA TENTATIVA DE REEXAME DA CAUSA, A PRETEXTO DE IMPROCEDENTE ARGÜIÇÃO DE MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA, INAUGURADA SOMENTE NOS EMBARGOS. IMPOSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 535 DO CPC. RECURSO VISIVELMENTE PROCRASTINATÓRIO, DEVENDO SER REFUTADO PELO ÓRGÃO. -Os embargos declaratórios servem para a integração do julgado, não se mostrando adequado para o reexame da matéria. -Não é omissa a decisão que analisa todos os pontos trazidos pelas partes, explicitando claramente o seu convencimento. - Embargos rejeitados. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2001.0001.0386-0/1, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 20.01.2004, pg. 18) Ementa: - Embargos declaratórios. Aresto declarando, por si, escoimado de senões que justificariam o manejo do integrativo. Insurgência impróspera. - Atribuição jurisdicional da Corte para a apreciação do writ mandamental, nos lindes da competência originária - de então: a constitucionalmente prevista. Proferido, nesse calço, o julgamento, Superveniente alterativo elidente dessa aptidão cognitiva do órgão plenário não se inflecte, e nem poderia se inflectir, sobre tal prestação jurisdicional, editado que foi, ao depois do decisum a assegurá-la. Assim, válido o ato do colegiado, por quanto nos limites e gizamentos constitucionais postos e, no azo, vigorantes. Fictícia, a aflitiva que lhe é irrogada (incompetência); pretexto declinado, em verdade, no afã de rejulgamento da causa e reversão de desate ad verso, finalidades de todo ponto estranhas à modalidade recursal dos aclaratórios. De resto, em hodierno, sobrevindo modificativo legal, de cunho, digamos, semirepristinador, reassentando a competência originária da Corte para a impetração, perdura, acalmando, questão superada. - Ademais, enfrentada, pelo aresto declarando a argumentativa de omissão sobre questão relativa a não se obedecer aos princípios da ampla defesa e

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do contraditório em processos quaisquer, destituídos de alguém réu, tolhe, à falaciosidade, da argüição, a ratio decidendi sob cheia doutrinária e jurisprudencial, como dedutível ao trato sábio e imparcial. Lacuna inexistente. - Aclaratórios conhecidos, porém improvidos. - Nemine dissentianti. (TJCE, Tribunal Pleno, Embargos de Declaração n˚ 2000.0011.8421-1/1, Relator: Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 13.01.2004, pg. 20) Ementa: - PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS DE DECLARAÇÕES EM APELAÇÃO CIVEL - AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DOS REQUTSITOS LEGAIS AUTORIZATÓRIOS DA PRETENSÃO RECURSAL - REJEIÇÃO QUE SE IMPÕE. 1. Não logrando a recorrente demonstrar ocorrência da contradição ensejante do prequestionamento perseguido, em decorrência de sustentação de situações jurídicas diversas da realidade dos autos, não há como prosperar o desiderato da Embargante. 2. Recurso conhecido, porém rejeitado. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0013.0070-0/1, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 16) Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. PROVIMENTO DO INCIDENTE, PARA AFASTAR O ÓBICE DENUNCIADO. 1 - Verificada a contradição apontada no recurso, possuindo a mesma o condão de alterar parcialmente a conclusão do Julgado, os declaratórios, em tal situação, devem ser acolhidos para o fim de completar o pronunciamento judicial embargado, de tal sorte a entregar às partes uma tutela jurisdicional consentânea com a sistemática legal vigente. II - A teor da Súmula n° 271, do Supremo Tribunal Federal (STF), a concessão de ordem de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito. III - Embargos conhecidos e providos. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2002.0004.0389-7/1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 02.04.2004, pg. 54) Ementa: EMBARGOS DECLARATÓRIOS CÍVEL - SÓ TEM CABIMENTO, QUANDO EXISTEM NO ACÓRDÃO EMBARGADO, OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO - COMO O ALUDIDO ACÓRDÃO NÃO

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INCORREU NAS REFERIDAS IRREGULARIDADES, COMETENDO ERRO MANIFESTO A RESPEITO, ALÉM DE SER DISPENSÁVEL ADUZIR COMENTÁRIOS SOBRE TODOS OS ARGUMENTOS SUSCITADOS PELAS PARTES, NOTADAMENTE, QUANDO IRRELEVANTES PARA O JULGAMENTO DA DEMANDA, NÃO É CURIAL CONCEDER CARÁTER INFRINGENTE AOS PRESENTES EMBARGOS - EMBARGOS DECLARATÓRIOS CONHECIDOS, MAS IMPROVIDOS. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2002.0000.7699-3/1, Relator: Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 09.01.2004, pg. 41) Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - OMISSÃO - INEXISTÊNCIA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO: I - O Código de Processo Civil, ao tratar da omissão como um dos pressupostos dos embargos declaratórios (art. 535, II) refere-se ao ponto omisso que recai sobre sua parte dispositiva, não tratando dos argumentos e dispositivos legais referidos pelas partes, que podem ser modificados ou rejeitados implicitamente na sentença. II - Embargos conhecidos e improvidos. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0013.1283-0/1, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão DJ. 07.04.2004, pg. 36) Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS. REJEIÇÃO. I - Rejeitam-se Embargos Declaratórios se no acórdão embargado não estão presentes contradições a esclarecer. II - Os embargos de declaração têm contornos delimitados na lei processual, não se prestando ao rejulgamento da causa. III - Embargos declaratórios rejeitados. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0015.5219-9/1, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 17) Ementa: EMBARGOS DECLARATÓRIOS - DIREITO CONSTITUCIONAL - RECURSO INTERPOSTO PELA PRÓPRIA PARTE VITORIOSA NA CAUSA - IMPOSSIBILIDADE DE HAVER OCORRIDO A OMISSÃO APONTADA - AUSÊNCIA DE INTERESSE DE RECORRER – RECURSO DO QUAL NÃO SE TOMA CONHECIMENTO.

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(TJCE, Tribunal Pleno, Embargos de Declaração n˚ 2002.0000.4605-9/1, Relator: Desa. Huguette Braquehais, DJ. 15.01.2004, pg. 8)

Embargos de Terceiro Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. ALIENAÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR A TERCEIRO DE BOA FÉ. SEGUNDO COMPRADOR. COMPROVAÇÃO. ORDEM DE CONSTRIÇÃO JUDICIAL DO BEM NA FORMA DE PENHORA. IMPOSSIBILIDADE. RESGUARDO DO INTERESSE DO POSSUIDOR DE BOA FÉ. -Tratando-se de negócio jurídico firmado entre o comprador do bem vendido pelo executado e terceiro de boa fé, não pode haver penhora do bem para saldar dívida do executado, desde que provada a boa fé do segundo comprador/embargante, e a inexistência de anotação de qualquer reserva do bem junto ao Órgão competente. -Comprovado que a alienação se deu regularmente, impõe-se a procedência dos embargos de terceiro, desconstituindo-se a penhora realizada. -Apelação conhecida e provida. -Precedentes jurisprudenciais. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2642-7, Relator: Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 19.04.2004, pg. 18) Ementa: Embargos de terceiro. Arresto que incidiu sobre remanescente de penhora de imóvel, a qual foi posteriormente desconstituída por decisão deste tribunal, em virtude de tratar-se de bem de família, por tanto, impenhorável (Lei n 8.009/90, art. 1°.). Insubsistência do arresto que, assim, pode ser declarado nulo de pleno direito em qualquer tempo ou grau de jurisdição. Exegese dos arts. 648 e 649 do CPC. Não tendo a recorrida figurado como parte no processo da execução, o fato de o imóvel ter retomado ao seu patrimônio, com a respectiva posse, em virtude de sentença proferida em ação própria, com trânsito em julgado, ficou a mesma autorizada a utilizar dos embargos para liberá-lo do ônus, na conformidade do disposto nos arts. 1.046, § 1°, e 1.048 do CPC. Recurso conhecido mas improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0160.0414-1/1, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.03.2004, pg. 17)

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Ementa: EXECUÇÃO FISCAL - EMBARGOS DE TERCEIRO - CARÊNCIA DA AÇÃO - Somente poderá propor embargos de terceiro aquele que não é parte na relação jurídico-processual, sendo considerado carente de ação aquele que sendo devedor direto e, portanto, parte, utiliza-se desse meio como forma de oposição à ação executiva, configurando, assim, a sua ilegitimidade. - Recurso improvido. Sentença confirmada. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3652-5, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 7)

Exceção de Impedimento Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. REJEIÇÃO Rejeita-se a exceção de impedimento que não se fundamenta em nenhuma das hipóteses previstas no art. 134 do CPC. O inciso III do referido dispositivo legal somente se aplica aos juízes de segundo grau. Anulada a sentença deve o magistrado proferir novo julgamento, conforme determinado pelo Tribunal de Justiça, sem que se possa alegar o seu impedimento por ter conhecido e julgado a causa. Exceção rejeitada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Exceção de Impedimento n˚ 2000.0015.2276-1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa DJ. 15.04.2004, pg. 37)

Exceção de Pré-Executividade Ementa: Argüição de nulidade de título extrajudicial, fundada na cobrança ilegal de juros. Não obstante a denominação do procedimento, utilizada pelos recorrentes, na realidade trata-se de exceção de pré-executividade, que é inadmissível para a hipótese. O excesso de execução não extingue a liquidez, certeza e exigibilidade do título, cabendo ao devedor questionar os acréscimos ilegais em sede de embargos à execução. Apelo não conhecido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0156.7912-9/1, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.03.2004, pg. 17)

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Ementa: PROCESSUAL CIVIL AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE INOCORRÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE - DECISÃO MANTIDA. 1. A exceção de pré-executividade introduzida no nosso ordenamento jurídico por construção doutrinário-jurisprudencial, tem viabilidade em caso de execução direta de título judicial que não reúne as condições de liquidez e certeza, o que, em princípio, pode até ser conhecido ex officio, porém, no caso vertente, por se encontrarem ausentes tais pressupostos, não há como prosperar esta investida recursal. 2. Recurso conhecido, porém, improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0003.0662-8, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 7) Ementa: PROCESSO CIVIL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. INEXEQUIBILIDADE DE TÍTULO QUE É OBJETO DE AÇÃO REVISIONAL AJUIZADA PREVIAMENTE AO PROCEDIMENTO EXECUTIVO. CARÊNCIA DA AÇÃO DE EXECUÇÃO. - Preliminar. Para análise da validade dos títulos executivos extrajudiciais para fins de execução ante à existência de ações desconstitutivas, impõe-se o exame da cronologia entre a possível revisional e a executiva. Ajuizada previamente ao procedimento executivo ação ordinária onde se discute a nulidade parcial da relação de crédito travada entre agravante e agravado, exsurge cabível a exceção de pré-executividade. - Mérito. A discussão quanto à validade de cláusulas contratuais com implicação nos requisitos de executividade tem sim o condão de afastar o procedimento executivo. - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0013.5939-9, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 01.04.2004, pg. 19) Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. NOTA PROMISSÓRIA. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. ALEGADA ILIQUIDEZ. INOCORRÉNCIA. PERFEIÇÃO FORMAL DO TÍTULO. SUSCITADA A ILEGALIDADE DAS TAXAS UTILIZADAS PARA A ATUALIZAÇÃO DO DÉBITO. EVENTUAL EXCESSO DE EXECUÇÃO. MATÉRIA QUE CARECE DE AMPLA DILAÇÃO PROBATÓRIA. OBJEÇÃO REJEITADA. DECISÃO MANTIDA. I - Somente podem ser alegados em sede de exceção de pré-executividade aqueles vícios relativos à admissibilidade da execução, reconhecíveis ex

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officio pelo julgador, sem que, para tanto, haja necessidade de dilação probatória, sob pena de, em assim não se procedendo, restar afrontada a natureza do processo de execução, com sua conversão em nítido processo de conhecimento. II - A dívida não deixa de ser líquida quando no título estão contidos os elementos necessários para apuração do quantum debeatur. Demais disso, a existência das nulidades suscitadas no contrato que deu origem à emissão da nota promissória embasadora da execução, acaso constatada, acarretaria, tão-somente, eventual excesso de execução, apurável somente em sede de embargos à execução. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.1901-5, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 15.01.2004, pg. 18)

Exceção de Suspeição Ementa: - Exceção de suspeição. Incidente ao argumentativo de interesse do judicante no desfecho favorável da causa. Vislumbre de prejulgamento, supostamente extraível da motivação vertida no apreciativo das preliminares contestatórias. Insubsistência da recusatio judicis, à falta mesmo do necessário indicativo do proveito material ou moral que elidiria a isenção do magistrado. Mais a mais, fundamentação, no caso, que não induz antecipatório de mérito, porque singela menção às situações símiles do mundo empírico, em outras, simples enunciação exemplificativa, como suporte à melhor compreensão da ratio decidendi, não se confunde, nem deve ser confundida, com prenúncio valorativo da procedência da pretensão, máxime diante de expressa remissiva ao enunciativo de colocação hipotética, nos lindes e gizamentos próprios do equacionamento das prefaciais. Muito ao reverso, a postura do judicante no exteriorizar, em minudência, a base fundamental de sua opósita decisão, é, antes, louvável observância ao requisito constitucional da motivação, fator da higidez do deliberativo, incompreensível a recusatio judicis, sem pujança, sentidamente inverossímil, o ressaibo de favoritismo irrefletidamente irrogado. - Incidente descartável. - Nemine discrepante. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Exceção de Suspeição n˚ 2000.0013.5917-8, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 15.04.2004, pg. 37)

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Execução

•Contra a Fazenda Pública Ementa: - Execução forçada. Cheque. Iniciativa direcionada contra Município. Admissibilidade. Perfeição formal do título exeqüendo, subsidiada pela certeza, liquidez e exigibilidade. Negócio jurídico subjacente confirmado. Inconsistência do argumentativo defensório. Embargos fadados à rejeição. - Revestindo o título exeqüendo perfeição formal, subsidiada pela certeza, exigibilidade e liquidez do crédito nele retratado, inconvincente o desiderato anulatório do decreto de improcedência dos embargos, a pretexto de cerceamento de defesa pelo trancamento da instrução, quando tal rogo, sobre descobrir matéria superada pela preclusão, desvela propagação de atos manifestamente ociosa, já positivado nos autos, e a partir do elucidativo probante da alçada da própria Municipalidade, o negócio jurídico subjacente. E aproveitando ao ente público os préstimos que ensejaram a emissão do título executivo, o crédito neste representado deverá ser adimplido, por não ser lícito ao Poder Público locupletar-se à custa alheia. “A Administração tem o dever moral de indenizar o benefício auferido, vez que não pode tirar proveito do particular sem o correspondente pagamento” (Hely Lopes Meirelles). - Sentença confirmada. - Uno consensu. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0011.0245-2, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 22.06.2004, pg. 8) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. MULTA POR DESCUMPRIMENTO ADMISSIBILIDADE. PRECEDENTES. - O ordenamento jurídico pátrio não veda a imposição de multa por descumprimento de obrigação de fazer imposta à Fazenda Pública, sendo medida tendente a dar efetividade ao processo de execução. - Recurso conhecido mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Civel, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0016.0566-7, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 26.03.2004, pg. 12)

•Fraude à Execução

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Ementa: PENHORA - EMBARGOS À EXECUÇÃO - IMÓVEL - NÃO EFETIVAÇÃO DA TRANSCRIÇÃO - EXCLUSÃO DA CONSTRIÇÃO. Realizada a venda, de imóvel, quando os atuais possuidores, de boa-fé, adquiriram através de Escritura Pública, efetivada cinco (05) anos anteriores à ação de execução, afastando-se qualquer argumentação de fraude à execução, subsistindo a venda ante a penhora pretendida pelos executados. Exclui-se bem constrito em ação de execução, ainda que não transcrito ao nome dos possuidores de boa-fé, adquirido com o compromisso de compra e venda anterior a propositura da execução. Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6472-3, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 07.04.2004, pg. 35) Ementa: EXECUÇÃO - PENHORA - FRAUDE À EXECUÇÃO - INOCORRÊNCIA - PRESSUPOSTO - EMBARGOS DE TERCEIRO - Somente se configura a alienação de bem em fraude a execução quando verificada após o ajuizamento da execução contra o vendedor, com citação válida. No caso vertente, trata-se de transferência de bem que antecedeu a ação de execução movida pela embargada contra o vendedor. O que afasta, de todo o ponto, a presença de fraude à execução, in specie. Hipótese, destarte, de inaplicabilidade a qualquer dos casos previstos no art. 593, do CPC. Negócio entre a embargante e o executado realizado antes de iniciada a ação executiva, como de resto do ato processual da citação válida, daí que ineficaz á caracterização da alegada fraude de execução. Recurso conhecido e improvido. Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0003.0508-7, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 11.02.2004, pg. 12)

•Penhora Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO - INDEFERIMENTO DE NOMEAÇÃO À PENHORA DE TÍTULO DA DÍVIDA PÚBLICA - POSSIBILIDADE - AGRAVO CONHECIDO E IMPROVIDO. I - Pode o magistrado recusar a nomeação à penhora de título da dívida pública, emitido há mais de sessenta anos, expresso em moeda há muito não circulante (réis), de difícil - senão impossível – conversibilidade ao atual padrão monetário e sem cotação na bolsa. Precedentes jurisprudenciais.

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II- Agravo conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.7560-1, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 07.04.2004, pg. 33) Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. EMBARGOS DECLARATÓRIOS. EFEITO MODIFICATIVO. Reconhecendo o acórdão recorrido a nulidade da penhora, uma vez que considerou como bem de família o único bem penhorado, ao credor, nos termos do art. 667, I do CPC, abre-se a possibilidade de renovação da penhora, devendo a execução prosseguir em todos os seus termos legais. Logicamente, acolhida pelo juízo monocrático e pela e. Câmara a preliminar de nulidade da penhora levantada nos embargos do devedor, a análise do restante dos embargos ficou prejudicada. Se a penhora é nula, como assentou esta e. Primeira Câmara, não está seguro o juízo e, conseqüentemente, não podem ser apreciados os argumentos meritórios desenvolvidos nos embargos do devedor. Recurso acolhido, com efeito modificativo. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0015.3172-8/1, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.01.2004, pg. 7)

Execução Fiscal Ementa: I - A Certidão de Dívida Ativa goza de presunção de liquidez e certeza, as quais somente podem ser rechaçadas por robusta prova em contrário a ser produzida pelo executado. II - Somente em face de argumentos precisos e contundentes, o juiz deve deferir a produção de prova testemunhal ou pericial no processo executivo fiscal. Alegações genéricas não as justificam. III - Consoante o art. 6° da Lei 6.830/80, a petição exordial será instruída apenas com a certidão da dívida ativa, não havendo imposição legal que determine sua instrução com as peças informativas dos processos administrativos, providência que a teor do art. 41 da lei de execução fiscais pode ser adotada pelo interessado. IV - Apelo conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0009.0260-5, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 28.05.2004, pg. 28) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA INCIDENTE SOBRE SALDOS BANCÁRIOS. CUJA EXISTÊNCIA

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TORNOU-SE CONHECIDA EM RAZÃO DE ANTERIOR REQUISIÇÃO JUDICIAL DE QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. MOTIVO RELEVANTE EXISTENTE. PREVALÊNCIA DO INTERESSE PÚBLICO. POSSIBILIDADE. AGRAVO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.0736-3, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 18.05.2004, pg. 14) Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. ÔNUS PROBANDI. CDA. PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LEGITIMIDADE. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. OBSERVÂNCIA AO CONTRADITÓRIO. 1 - Meras alegações, destituídas de qualquer teor probatório, não infundem procedência aos embargos do devedor opostos contra a execução fiscal movida pela Fazenda Pública, pois compete ao embargante elidir a presunção de certeza e liquidez da CDA, por todos os expedientes de prova admitidos em direito (art. 204, parágrafo único, do CTN) 2 - Profusão de provas em favor da exeqüente, dando conta da rigorosa observância aos primados da ampla defesa e do contraditório. Decisão confirmada. Remessa improvida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.3161-3, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 12)

Ementa: Preliminar. O só fato da não-observância quanto a forma de intimação, prevista no art. 25 da Lei de Execuções Fiscais, já exsurge como mais que suficiente para macular o procedimento escolhido para a comunicação de atos na instância a quo, que optou por encaminhar a Fazenda Pública as intimações por via postal. Preliminar conhecida e provida. Sentença nula, implicando no retorno dos autos à instância a quo a fim de que sejam processados com observância ao art 25 da Lei nº 6830/80. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.4154-0, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 25.03.2004, pg. 16) Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU EMBARGOS DO DEVEDOR. ONUS PROBANDI CDA. PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LEGITIMIDADE. LANÇAMENTO DE OFICIO. DESNECESSIDADE DE ABERTURA DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO.

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1 – Simples alegações, destituídas de qualquer teor probatório, não infundem procedência aos embargos do devedor, opostos à execução fiscal movida pela Fazenda Pública: Pois compete ao embargante elidir a presunção de certeza e liquidez da Certidão de Dívida Ativa (CDA), por todos os expedientes de prova admitidos em direito (art. 204, § único, do CTN). 2 - Prescindível a instauração de procedimento administrativo tributário, em se tratando de IPTU, por ser imposto lançado de ofício. Sentença confirmada. Apelo improvido. (TJCE, 1ª câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7721-0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 25.02.2004, pg. 56) Ementa : PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRELIMINAR. NULIDADE DA PENHORA. OCORRÊNCIA. EXECUÇÃO NÃO GARANTIDA. Nova penhora realizada em desconformidade com decisão anterior que teria decretado a nulidade da constrição em face da existência de dinheiro a ser penhorado e pela não comprovação do consentimento do cônjuge do terceiro proprietário do imóvel indicado à penhora. A execução não restou garantida, impedindo, portanto, a análise das questões meritórias apontadas pela empresa executada, sob pena de restar desmerecida a Lei de Execuções Fiscais. Inteligência do art. 9.°, inciso IV do art .16, § 1.° da Lei n.° 6.830/80. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3106-5, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 44) Ementa: EXECUÇÃO FISCAL - CITAÇÃO DE SÓCIO - NULIDADE. EMBARGOS PREVENTIVOS DE TERCEIRO – PENHORA SOBRE BENS DA PESSOA JURÍDICA SUFICIENTES PARA A EXECUÇÃO - FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. (1) É nula de pleno direito a citação de sócio, quando a execução fiscal volta-se apenas contra a sociedade. (2) Carece de interesse processual para opor embargos de terceiro, o sócio citado nos autos da execução fiscal, quando a penhora feita sobre bens da pessoa jurídica mostra-se suficiente para o pagamento do débito, inexistente, demais, ameaça de dano ou prejuízo ao patrimônio jurídico do embargante. (3) A simples ameaça de turbação ou esbulho da posse não legitima aos embargos de terceiro. Recurso improvido.

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(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.3500-2, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 16)

Falência e Concordata Ementa: FALÊNCIA - PROTESTO IRREGULAR INTIMAÇÃO - AUSÊNCIA. - O pedido de falência instruído em protesto há que conter a comprovação da notificação pessoal do devedor, conforme o art. 10, § 1° da Lei de Falência. Recurso conhecido e improvido. Sentença confirmada. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7206-8, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 7) Ementa : Falência. Impontualidade do devedor. Protesto. Intimação. Inexistindo a identificação daquele que recebeu a intimação e não havendo qualquer outro demonstrativo de ciência do devedor, irregular é o protesto, não podendo produzir qualquer efeito, notadamente tomar os títulos aptos para instruir o pedido de falência. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0427-5, Relator: Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 19.04.2004, pg. 10) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONCORDATA PREVENTIVA. DESIGNAÇÃO DE COMISSÁRIO DATIVO. PRETENSÃO DE SUBSTITUIÇÃO PELA MAIOR CREDORA QUIROGRAFÁRIA. CONDIÇÃO QUE, POR SI SÓ, NÃO CONFERE O DIREITO À NOMEAÇÃO. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DE OUTROS REQUISITOS PREVISTOS EM LEI. - A regra do art. 60, caput, da Lei de Falência, que estabelece que a escolha do síndico ou comissário deve recair sobre os maiores credores quirografários, vem sendo mitigada pela doutrina e jurisprudência pátrias, uma vez que, em se tratando de função especial, imprescindível a confiança do juízo no nomeado para o exercício do munus aludido. - Para que se proceda à substituição do comissário designado, é imprescindível demonstrar a inidoneidade deste para o desempenho do cargo que lhe fora atribuído, em razão de que a troca, em casos tais,

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importa na quebra do vínculo de confiabilidade que une o juiz e o nomeado. AGRAVO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0000.7016-2, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 06.02.2004, pg. 7) Ementa: FALÊNCIA. PROTESTO. INTIMAÇÃO PESSOAL DO DEVEDOR. NECESSIDADE. AUSÊNCIA. INVALIDADE. - Para decretação da falência, necessário se faz protesto em que tenha havido intimação pessoal do devedor. - Precedentes deste Tribunal e do Superior Tribunal de Justiça. - Agravo conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8990-4, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 24.05.2004, pg. 10) Ementa: DIREITO COMERCIAL. AÇÃO DE DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO DOS REQUISITOS INDISPENSÁVEIS À DECLARAÇÃO DE QUEBRA, NOS TERMOS DO ART. 1°, DA LEI DE FALÊNCIA, QUAIS SEJAM, A EXISTÊNCIA DE UM TÍTULO LEGÍTIMO, LÍQUIDO E CERTO E OCORRÊNCIA DE RELEVANTE RAZÃO DE DIREITO PARA O COMERCIANTE NÃO PAGAR. DECISÃO MONOCRÁTICA IRREPROCHÁVEL. APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4605-9, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg. 7)

Formação, Suspensão e Extinção do Processo Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. EXTINÇÃO DO PROCESSO COM FUNDAMENTO NO ART. 267-III, DO CPCIVIL. AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO DO RÉU. IMPOSSIBILIDADE. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), a respeito do abandono da causa pelo autor, editou a Súmula n° 240, do seguinte teor: “A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu”. Ausente tal formalidade, não mais se concebe que o órgão judicial, de ofício, declare a extinção do feito, máxime, tratando-se de execução de sentença. Decisão desconstituída. Recurso conhecido e provido, por unanimidade.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0004.5442-4, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 16.06.2004, pg. 20) Ementa: Ação de Reintegração de posse. Extinção do feito pelo reconhecimento de inércia da Autora por mais de um ano. Inadmissibilidade. Inadmissível a extinção do feito, sem julgamento de mérito, sob a alegativa de desídia da parte, eis que não atendidos os ditames previstos no § 1° do art. 267 do Código Buzaid. Procedência do recurso apelatório. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.5340-5, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 22) Ementa: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - DEMOLITÓRIA DE CERCA - PRETENSÃO RECURSAL EM DESACORDO COM A POSTULAÇÃO INICIAL - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA – DECISÃO MANTIDA. 1. De acordo com disposição expressa na vigente Lei Processual Civil, o Autor só pode alterar os termos do pedido inicial promovendo nova citação do Réu, e, assim, não pode o Recorrente obter pretensão diversa da postulada na sua peça vestibular. 2. Recursos, remessa oficial e voluntário conhecidos, porém improvidos. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.2803-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 14) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. PROCESSUAL CIVIL. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. EQUÍVOCO DA SECRETARIA DO JUÍZO. DESCONSTITUIÇÃO DA SENTENÇA. Verificada a negligência da Secretaria do Juízo quanto à extemporânea juntada da petição contendo o endereço correto e atualizado do promovido, desconstitui-se a sentença que extinguiu o processo, sem julgamento do mérito, ao mesmo tempo em que determina-se o retorno dos autos, para que se lhe dê regular impulso, até decisão meritória final. Recurso conhecido e provido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3806-6, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 05.04.2004, pg. 22)

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Ementa: PROCESSUAL CIVIL. ABANDONO. EXTINÇÃO DO PROCESSO. CIRCUNSTÂNCIAS. A extinção processual prevista no art. 267, III do CPC, somente pode ser decretada se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em quarenta e oito horas, nos termos do § 1° do mencionado artigo. Na hipótese dos autos a autora não foi intimada pessoalmente. Ademais é entendimento sumulado no STJ (240) que a extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu. Recurso Provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8088-1, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 11) Ementa: EXECUÇÃO FISCAL - INDEFERIMENTO DA INICIAL - AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DOS SÓCIOS - PREVALÊNCIA DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL SOB A LEI DE EXECUÇÕES FISCAIS. Ocorrendo omissão da Fazenda em dar continuidade ao processo, correta é a sanção de natureza processual que tem amparo no art. 267, § 1º do CPC, sem exceção alguma na LEF quando a desídia resta caracterizada, uma vez que apesar de intimada, permaneceu inerte a Fazenda Pública. Recurso improvido. Sentença confirmada. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0247-1, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 8) Ementa : DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA. EXTINÇÃO DO PROCESSO COM FUNDAMENTO NAS DISPOSIÇÕES CONTIDAS NO ART. 269, INCISO II, DO CPC. APELAÇÃO. IMPROVIMENTO. I - Denunciação à lide acatada pelo juízo singular. Regular citação dos denunciados, que passaram a compor a lide. II - Quitação da dívida pelo litisconsorte passivo. Causa de extinção do processo, por ausência de objeto para continuidade do feito. III - Inteligência do disposto no art. 269, II, do CPC. Merece confirmação a sentença que, em sede de ação de cobrança, extingue o processo cujo objeto pereceu, em virtude do pagamento da dívida por terceiro denunciado. IV - Recurso apelatório conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3595-8, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 14)

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Guarda de Menores Ementa: GUARDA. PEDIDO FORMULADO PELA TIA DA MENOR. FINS PREVIDENCIÁRIOS. INDEFERIMENTO. SENTENÇA MONOCRÁTICA CONFIRMADA, EM SUA INTEIREZA. Demonstrado, às claras, que a guarda destinava-se, tão-somente, a garantir pensão previdenciária por morte, não pode ser outro o teor do julgado, senão o de denegar o pleito, à míngua de amparo legal. Precedentes pretorianos. APELAÇÃO CONHECIDA, MAS IMPROVIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5712-4, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 12.04.2004, pg. 26) Ementa: - Conflito negativo de competência. Busca e apreensão de menor entre pais. Medida requerida pelo genitor que lhe detém a guarda, decorrente de sentença em ação modificativa de custódia, pendente de apreciativo revisório na instância ad quem. Restritiva que repercute diretamente no direito de visita assegurado à mãe do infante, no sítio da alterativa de guarda. Identidade do contexto litigioso. Propositura timbrada pela acessoriedade e, como tal, afeta à aptidão cognitiva do Juízo da causa principal. Artigo 108, CPC, preceptivo inderrogável por norma local. - Incidente conhecido e dirimido, declarada a competência da 16ª Vara de Família, aqui suscitante. - Nemine discrepante. (TJCE, 1ª câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.3690-8, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 15.04.2004, pg. 36) Ementa: Apelação Cível. Ação de guarda de menores. Guarda pleiteada pelos avós, estando os pais vivos e tendo-os em sua companhia. Obrigação destes de prover o sustento e a educação dos menores, nos termos do art. 229 da Constituição da República. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0159.4013-7/1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 05.04.2004, pg. 22) Ementa: Apelação cível. Pedido de guarda. Criança residente em companhia da mãe e da avó. A dependência econômica não autoriza o deferimento da medida excepcional da guarda em favor da avó, especialmente, quando o pedido visa exclusivamente efeitos

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previdenciários, não se encontrando a infante em situação peculiar ou de risco. Inteligência do art. 33 do ECA. Precedentes jurisprudenciais. Sentença confirmada. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0159.9541-1/1, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 22.01.2004, pg. 8) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE GUARDA - RES IN IUDICIUM DEDUCTA QUE - NÃO REPRESENTA UMA CONFLITÂNCIA DE INTERESSES DIANTE DA INEXISTÊNCIA FÁTICA DE DISPUTA ACERCA DA GUARDA DO FILHO MENOR - AUSÊNCIA DO ELEMENTO DO INTERESSE DE AGIR (RECTIUS: PROCESSUAL), ENQUANTO INTEGRANTE DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO - REEXAME PROMOVIDO EM FACE DO TRASLADO DE MATÉRIAS DE ÓRDEM PÚBLICA NOS TERMOS DOS ARTIGOS 267, § 30, 301, § 40, 515 E 516, TODOS DO CPC. DESCONSTITUIÇÃO DA RELAÇÃO PROCESSUAL - DISCIPLINA DO ART. 267, VI DO CPC. APELAÇÃO CONHECIDA, MAS IMPROVIDA. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3837-4, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 18.02.2004, pg. 6)

Habeas Corpus Preventivo Ementa: HABEAS CORPUS PREVENTIVO - AMEAÇA DE PRISÃO EM DECISÃO JUDICIAL - NÃO CARACTERIZAÇÃO DO CONSTRANGIMENTO ILEGAL - DENEGAÇÃO. 1. Não há como prosperar a ordem impetrada, na ausência da comprovação de constrangimento ilegal caracterizador da suposta coação. 2. O Habeas Corpus não é meio hábil para isentar de responsabilidade recalcitração do cumprimento de legal decisão judicial. 3. Ordem conhecida, porém, denegada. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Habeas Corpus Cível n˚ 2002.0003.8905-3, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 15.04.2004, pg. 44)

Honorários Advocatícios

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Ementa: Honorários. Cabimento. A empresa promovida apresentou argumentos próprios de defesa indireta, os quais foram acolhidos de forma expressa no decisório recorrido, implicando na extinção do feito sem julgamento de mérito, impondo-se, portanto, a aplicação do § 4.° do art. 20 do CPC. Condenação em honorários. Quantificação. Critérios de fixação insertos na combinação dos parágrafos 3.° e 4.° do art. 20 do CPC, tendo-se em conta o grau de zelo profissional, lugar da prestação de serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço, tudo submetido à apreciação eqüitativa do Magistrado. Justa e suficiente é a condenação da apelada no percentual de 20% a serem calculados sobre o valor da causa. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0034-7, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.05.2004, pg. 27) Ementa: PROCESSUAL CIVIL – EMBARGOS DECLARATÓRIOS - EXECUÇÃO - EMBARGOS DE TERCEIRO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO - APLICAÇÃO DO § 4º DO ART. 20, DO CPC - INEXISTÊNCIA DE AFRONTA A DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL – PARCIAL PROVIMENTO. I - A verba honorária deve ter por base de cálculo o valor atribuído à Ação de Embargos de Terceiro e não ao valor da ação executiva. II - Nas causas em que inexiste condenação, os honorários devem ser fixados conforme apreciação eqüitativa do magistrado, consoante orienta o próprio Diploma Processual Civil. III - Havendo dispositivo específico, no caso o § 4º do art. 20 do CPC, este deve sobrepor à regra geral, qual seja, a do § 3° do referido artigo. IV - Recurso conhecido e parcialmente provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0013.9215-9/1, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 20) Ementa: HONORÁRIOS - SENTENÇA QUE RECONHECEU A ILEGITIMIDADE PASSIVA - CABIMENTO. - Reconhecida a ilegitimidade passiva de alguma das partes, extinguindo o feito quanto às mesmas, sem julgamento de mérito, nem por isso há de se negar o cabimento dos honorários, até porque houve de fato a prestação do serviço advocatício. Inteligência do § 40 do art. 20 c/c o art. 28 do CPC. - Recurso conhecido e provido.

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(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6222-4, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 26) Ementa: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - FIXAÇÃO - CAUSA DE PEQUENO VALOR - APRECIAÇÃO EQÜITATIVA DO JUIZ - CRITÉRIOS PARÁGRÁFOS 3° E 4° DO ART. 20 DO CPC - ARBITRAMENTO - 20% SOBRE O DOBRO DO VALOR DA CAUSA - PARÂMETROS LEGAIS OBEDECIDOS - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. I - Quando a causa tiver pequeno valor, os honorários de advogado devem ser fixados de maneira eqüitativa pelo juiz, servindo-se dos critérios enunciados nos §§ 3º e 4º do art.20 do Código de Processo Civil. II - No caso em apreço, verifica-se que a estipulação da verba honorária em 20% sobre o dobro do valor da causa observou os parâmetros descritos na lei. III - Apelo conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.0984-7, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 25) Ementa: CAUTELAR DE ARROLAMENTO DE BENS - HONORÁRIOS - VALOR DA CAUSA. Vencido o réu, fixou-se honorários conforme art. 20, § 3º, letras “a”, “b” e “c” do CPC, determinando o mínimo, seja, 10% (dez por cento). O valor da causa é presumidamente aceito quando não proposta a impugnação nos termos do art. 261 do CPC. Impossibilidade de impugnação por via oblíqua frente à preclusão da matéria. Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6709-9, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 7) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - CONCESSÃO - REEXAME NECESSÁRIO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – NÃO CABIMENTO - SÚMULA 105, STJ. (1) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (CF, art. 5° LXIX). No caso concreto, o mandamus tem por finalidade a inscrição das impetrantes em estágio na Procuradoria Geral do Estado do Ceará, com prazo de dois (2) anos e inscrições abertas em junho/94. Liminar

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concedida em 18/07/94. No percurso da seleção em tablado, presumível, por intransponível força de razão, já estariam as impetrantes cursando o semestre perquirido pela autoridade dita impetrada, ou ademais, exigido pelo Edital acostado às fls. 12/13, art. 4°, inciso II. Sem ofensa alguma à ordem jurídica nem afronta à autonomia administrativa. Reexame necessário conhecido e improvido; (2). Recurso voluntário. Insurgência direcionada, tão-somente, contra a condenação da autoridade impetrada em honorários advocatício, que não é cabível em sede de mandado de segurança. Precedentes do STJ, inclusive da Súmula n° 105. Sentença reformada, nesse ponto. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.2303-9, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 10) Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO - VALOR DA CONDENAÇÃO REDUZIDO À METADE - HONORÁRIOS DE ADVOGADO - MINORAÇÃO - CONSEQUÊNCIA - IMPOSSIBILIDADE - REDUÇÃO RESTRITA AO QUANTUM DA CONDENAÇÃO. CUSTAS PROCESSUAIS - CONSONÂNCIA COM A TABELA DO FERMOJU – EXCESSO - EXECUÇÃO - NÃO CONFIGURAÇÃO. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. I. - A redução do valor da condenação não importa a minoração dos honorários de advogado, quando fixados sobre o valor da causa. II. - Não é exorbitante o reembolso pretendido do valor das custas processuais se correspondem exatamente ao quantum constante da tabela de custas atualizada pela Lei que instituiu o FERMOJU. III. - Recurso conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9152-1, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 15)

Identidade Física do Juiz Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS. INCÊNDIO. VARIAÇÃO DE CORRENTE NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. PRELIMINARES. NULIDADE DA SENTENÇA. 1. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. 2. ERRO DE FATO. - Princípio da identidade física do Juiz. Nulidade em face do julgamento do feito por juiz que não presidiu a instrução. Ao Juiz que presidiu toda a

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instrução da causa - inclusive colhendo prova em audiência -, declarando-a encerrada e tomando os debates orais, enfim, preparado restando o processo para julgamento, incumbe proferir a sentença. Aspecto da vinculação do Juiz ao feito, não cessada em virtude de permuta, mormente se realizada entre Varas da mesma comarca, no caso a de Fortaleza, Inteligência do art. 132, CPC, ausentes, na espécie, aquelas exceções de que se ocupa o citado dispositivo legal. Nulidade da sentença decretada. - Prejudicados a segunda preliminar e o julgamento de mérito. - Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2930-8, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 19)

Incorporação Imobiliária Ementa: Incorporação imobiliária. De conformidade com o art. 32 da Lei n° 4.591, de 16.12.1964, o incorporador somente poderá negociar a venda de unidades autônomas após ter arquivado, no Registro de Imóveis, os documentos ali relacionados. Ajuntando-se ao descumprimento dessa regra cogente o atraso na conclusão das unidades irregularmente negociadas, sem a necessária demonstração de caso fortuito ou força maior, viabiliza-se a rescisão do contrato e a devolução das quantias pagas pelos promitentes compradores. Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6301-8, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 29.01.2004, pg. 18) Ementa: PROCESSO CIVIL. CONSTRUÇÃO. ALTERAÇÃO UNILATERAL DO MEMORIAL DESCRITIVO DAS ESPECIFICAÇÕES DA OBRA. INOBSERVÂNCIA DO DISPOSTO NO ART. 43, IV, DA LEI N° 4.591/64. INADMISSIBILIDADE. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL, PARA DECLARAR A NULIDADE DE TODOS OS ADITIVOS AO MEMORIAL DESCRITIVO EFETIVADOS PELA CONSTRUTORA, SEM AUTORIZAÇÃO DOS CONDÔMINOS, CONDENANDO-A, BEM ASSIM, À PRESTAÇÃO DE FATO, NO SENTIDO DE PROCEDER ÀS NECESSÁRIAS SUBSTITUIÇÕES DOS MATERIAIS E ESPECIFICAÇÕES EMPREGADOS POR AQUELES ANTERIORMENTE ESTIPULADOS NO MEMORIAL DESCRITIVO DO EMPREENDIMENTO, DEFERINDO-SE O PEDIDO ALTERNATIVO DE PERDAS E DANOS, EM CASO DE IMPOSSIBILIDADE DO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES ALUDIDAS. PREJUDICIAL AGITADA PELA APELANTE -

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PRESCRIÇÃO, A TEOR DO ART. 178, §5°, IV, DO CÓDIGO CIVIL DE 1916. INAPLICABILIDADE. HIPÓTESE DE PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA. - Não se cogitando de ação redibitória nem quanti minoris, o prazo prescricional é vintenário, nos exatos termos do art. 177 do Código Civil de 1916. - Possuem os adquirentes o direito de exigir da Construtora o cumprimento fiel das obrigações assumidas, ou buscar indenização em caso de impossibilidade do adimplemento, quando as modificações no Projeto de Construção do prédio, que alteraram as unidades objeto dos contratos pactuados, ocorrerem em desacordo com o disposto no art. 43 da Lei n° 4.591 /64. - RECURSO APELATÓRIO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0274-9, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 02.04.2004, pg. 52) Ementa: CIVIL - PROCESSUAL – INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA - RESCISÃO CONTRATUAL C/C PERDAS E DANOS - CONTRATO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA – ATRASO NO CUMPRIMENTO DA OBRA - CULPA DA CONSTRUTORA CARACTERIZADA - RESTITUIÇÃO DE QUANTIAS PAGAS – DANOS MATERIAIS E MORAIS - LUCROS CESSANTES – PROCEDÊNCIA PARCIAL. 1. Rescisão de contrato cumulada com indenização por perdas e danos. A mora do incorporador é causa de rescisão do contrato. A constituição de ônus sobre a unidade comprometida, como consta de cláusula contratual, também o rescinde. No caso concreto, a apelante inadimpliu o contrato no que diz respeito à entrega do imóvel contratado, por prazo longo e sem qualquer justificativa, evidenciada a culpa exclusiva da incorporadora pela não conclusão da obra. Além disto, descumprindo cláusula contratual expressa, a vendedora hipotecou o bem objeto da incorporação. Daí que deve o contrato ser rescindido, com a devolução à compradora, em parcela única, dos valores pagos, acrescidos de juros legais e correção monetária. 2. Devolução em dobro das parcelas pagas. Inadmissibilidade. Não aplicação, in specie, da regra contida no art. 42, § único, do CDC. 3. Danos morais. Na reparação do dano moral, este, por ser abstrato, como a decepção e o sofrimento, não é passível de demonstração probatória, sendo aferido pela comprovação do fato que lhe deu causa e da culpa do ofensor. No caso presente, mesmo inadimplente, a apelante, por si ou por terceiro, fez levar a protesto, indevidamente, título de crédito vinculado à contratação havida entre partes, além de inserir o nome da apelada nos registros cadastrais da SERASA, órgão de restrição ao crédito, causando-lhe dano moral. Tendo-se por certo que este, na impossibilidade de ser provado, de par com a sua abstratividade, basta que se prove, como na

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espécie, o ato que lhe deu causa, ou seja, o registro de protesto do título e a inscrição no cadastro negativo de crédito, tudo por responsabilidade da apelante. Recurso provido, parcialmente. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.8454-5, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 16) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO IMOBILIÁRIO SOB O REGIME DE ADMINISTRAÇÃO OU A PREÇO DE CUSTO. PRETENSÃO À DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO, RELATIVAMENTE À AQUISIÇÃO DO IMÓVEL. PROCEDÊNCIA. AÇÃO AJUIZADA EM FACE DA CONSTRUTORA E INCORPORADORA. PRELIMINAR ARGÜIDA DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. INOCORRÊNCIA. INTERESSE PARA FIGURAR NO PÓLO PASSIVO DA DEMANDA DEVIDAMENTE CONSTATADO. PRELIMINAR REJEITADA. SENTENÇA MANTIDA. RECLAMO RECURSAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. - A legitimidade ad causam infere-se da inserção das partes litigantes na mesma relação jurídico-processual emergente da pretensão levada à juízo. Assim, deve figurar como réu, no processo, aquele que suportará os prejuízos advindos com a procedência da ação proposta. - A apelada postula a declaração de inexistência de débito, relativamente à aquisição do imóvel objeto do contrato firmado, havendo cumprido sua obrigação quitando todo o preço estipulado na avença, sendo, portanto, procedente o seu pleito, em conformidade com a sentença singular. RECURSO APELATORIO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9004-1, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 10.02.2004, pg. 56)

Interdição Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL INTERDIÇÃO. CURATELA NOVA PROVA PERICIAL POR CLÍNICA ESPECIALIZADA, A REQUERIMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL. DISPENSA A CRITÉRIO DO JUIZ. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO DAS PROVAS. 1. Compete ao juiz, como presidente da instrução do processo, indeferir as provas dispensáveis ou meramente protelatórias, ex vi do art. 130, do CPC. 2. A expedição de dois laudos periciais - um de autoria do INSS, outro de profissional médico designado pelo juiz processante do feito - ambos

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conduzindo à ilação de que o interditando sofre de retardamento mental grave, constitui prova suficiente para a dispensa de um terceiro laudo, elaborado por clínica especializada, como sói pretender o Ministério Público Estadual, in casu mormente quando a prova testemunhal confirma a alegação de que a vesânia atestada se faz de molde a incapacitar o requerido para as tarefas diárias e do trabalho, desde o seu nascimento. Sentença confirmada. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5811-2, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.03.2004, pg. 18) Ementa: CURATELA. AÇÃO DE INTERDIÇÃO. EXAME DO INTERDITANDO. LAUDO PERICIAL INCONSISTENTE. - Nega-se o pedido de interdição quando se verifica que o interditando, através do conjunto probatório, encontra-se apto a desempenhar normalmente seus atos da vida civil; - Laudo pericial que atesta psicose esquizofrênica, analisado isoladamente e realizado por profissional não especializado, que sequer responde aos quesitos formulados pelo juiz, não enseja a interdição; - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0007-0, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 18.02.2004, pg. 6) Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. INTERDIÇÃO. LAUDO MÉDICO. PERITO DESIGNADO. VALIDADE. O art. 1.183 do Código de Processo Civil não exige seja o laudo elaborado por perito do INSS. A redação do dispositivo é clara quando afirma que “o juiz nomeará perito para proceder ao exame do interditando”. O perito foi nomeado e o laudo foi conclusivo, não se constatando nenhuma nulidade nesse procedimento. Recurso não-provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.0553-1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 11) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INTERDIÇÃO. SENTENÇA QUE INDEFERE A INICIAL, COM FUNDAMENTO NO ART. 284 E SEU PARÁGRAFO ÚNICO, C/C ART. 267, I, TODOS DO CPC. NÃO REALIZAÇÃO DO EXAME DO INTERDITANDO, A QUE SE REFERE O ART. 1.183, DO CPC. IMPOSSIBILIDADE. A PERÍCIA MÉDICA, NO PROCESSO DE

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INTERDIÇÃO, CONSISTE EM FORMALIDADE OBRIGATÓRIA, NÃO PODENDO SER DISPENSADA PELO ÓRGÃO JUDICIAL, SOB PENA DE NULIDADE. - Ainda que não adstrito, o magistrado, a conclusões de prova pericial produzida em juízo, não é contornável a etapa procedimental prescrita no ad. 1.183 do CPC” (Ac. Unânime da 2ª Câmara do TJ/SP de 20.03.90, na Apel. n. 119.989-1, ReI. Des. Walter Moraes; RJTJESP, 126/165). - A apresentação de atestado médico não supre a necessidade de que seja realizada prova pericial (RT 675/174). - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3076-0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 11.06.2004, pg. 47) Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. INTERDIÇÃO. LAUDO MÉDICO. OBRIGATOREDADE. Um simples atestado médico não atende as exigências do art. 1.1.83 do CPC. Sendo a norma de natureza cogente a nulidade do processo se evidencia. O laudo previsto no citado art. 1.183 do CPC, mesmo em comarcas desprovidas de psiquiatras, deve observar os elementos mínimos, tais como identificação completa, antecedentes pessoais, observação ampla, diagnóstico, conclusão e respostas aos quesitos formulados, sob pena de nulidade. Matéria de ordem pública. Apelação prejudicada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.0455-6, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 23)

Interdito Proibitório Ementa: PROCESSUAL CIVIL. INTERDITO PROIBITÓRIO. LIMINAR. PODER PÚBLICO. AUDIÊNCIA PRÉVIA. NECESSIDADE. Para a concessão de liminar contra o poder público na ação de interdito proibitório se faz necessário a sua audiência prévia, nos termos do art. 928, parágrafo único do CPC aplicável à hipótese em decorrência do art. 933 do mesmo diploma legal. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.1446-7, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 18.05.2004, pg. 11)

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Ementa: CIVIL. PROCESSO CIVIL. INTERDITO PROIBITÓRIO. CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO EVIDENCIADO. - O possuidor, que tenha justo receio de ser molestado na posse, poderá peticionar ao juiz que o assegure da violência iminente, cominando pena a quem lhe transgredir o preceito; - A luz do princípio da instrumentalidade das formas, o juiz considerará válido o ato que, realizado de outro modo, alcançar a sua finalidade; - Não constituem cerceamento de defesa os vícios processuais sanados sem prejuízo para as partes; - Apelação conhecida e improvida. Sentença confirmada. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1767-3, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 29.01.2004, pg. 44)

Intimação Ementa: AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL. SENTENÇA. INTIMAÇÃO DAS PARTES VIA PUBLICAÇÃO NO ÓRGÃO DE IMPRENSA OFICIAL, CONTENDO O NOME DOS ADVOGADOS CONSTITUÍDOS. DIES A QUO. CIRCULAÇÃO NA COMARCA. TRÂNSITO EM JULGADO INDUVIDOSO. INCONFORMAÇÃO MANIFESTAMENTE EXTEMPORÂNEA. Preliminar acolhida. - Recurso de apelação não conhecido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.1703-2, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 26.02.2004, pg. 9)

Intimação Pessoal Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - DESPEJO AGRÁRIO - EXTINÇÃO DO PROCESSO - IRRELEVÂNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL - DECISÃO MANTIDA. 1. Em regra, a parte litigante é intimada na pessoa de seu patrono, porém, para ser dado impulso ao feito, sob pena de extinção, a nossa lei adjetiva civil excepciona ao determinar a intimação pessoal do Autor, daí resultar inconsistente e inaceitável a argüição apelatória. 2. Recurso conhecido, porém improvido.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0006.4311-1, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 21)

Inventário e Partilha Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INVENTÁRIO E PARTILHA - CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS - ATO JURÍDICO PERFEITO - AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO PATRONO DOS CESSIONÁRIOS ACERCA DOS TERMOS DA AÇÃO - DISPENSA DA AVALIAÇÃO DOS BENS E PARTILHA REALIZADA SEM CONTEMPLAR OS CESSIONÁRIOS - NULIDADE - APELO CONHECIDO E PROVIDO, DETERMINANDO A REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO SINGULAR, PARA FINS DE AVALIAÇÃO DOS BENS DO ESPÓLIO E REGULAR PROCESSAMENTO DO INVENTÁRIO, COM A INTIMAÇÃO DOS CESSIONÁRIOS ACERCA DOS ATOS PROCESSUAIS: I - Constitui ato jurídico perfeito, nos termos do art. 82 do Código Civil de 1916, a cessão de direitos hereditários realizada por herdeiro, após a sucessão, em beneficio de seus sobrinhos, através de escritura pública, com a outorga uxória. II – Os cessionários, apesar de não adquirirem a condição de herdeiros – qualidade esta pessoal e intransferível - sub-rogaram-se nos direitos do cedente, possuindo a titularidade do quinhão na mesma situação jurídica deste, razão pela qual se impunha a citação dos mesmos, nos termos do art. 999 do Código de Processo Civil, a fim de que se fizessem representar nos autos, acompanhando o inventário até a partilha final. III - A magistrada singular, todavia, não determinou a citação dos cessionários e embora estes tenham comparecido voluntariamente, os atos processuais posteriores a tal manifestação foram realizados sem a devida intimação do patrono dos menores, o que inviabilizou o direito destes de participarem regularmente do processo, acarretando-lhes manifesto prejuízo, principalmente em face da não inclusão dos mesmos na partilha. IV- Constatada a necessidade de intimação dos cessionários e não concordando estes com a dispensa da avaliação - o que afasta a norma contida no art. 1007 do Código de Processo Civil - impõe-se o retorno dos autos ao juízo singular, para a adoção de tal medida. V - Apelação conhecida e provida, determinando o retorno dos autos ao juízo de 1° grau, para fins de avaliação dos bens do espólio e regular processamento do inventário, com a intimação dos cessionários acerca dos atos processuais. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0002.4204-2, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg. 9)

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Ementa: Conflito negativo de competência. Ação declaratória constitutiva de direito, O Juízo do inventário é universal, exercendo força atrativa sobre todas as ações em que o espólio for réu, a teor do art. 96, caput, do CPC. Tratando-se de ação de natureza sucessória, fundada na existência de direito sobre o valor da indenização das benfeitorias realizadas no imóvel integrante do patrimônio da Autora da herança, requerido contra a Inventariante, firma-se á competência em favor da 2ª Vara de Sucessões da Comarca de Fortaleza para dirimir a questão, nos termos do disposto no art. 112, inciso VI, do CDOJEC c/c o art. 96 do C. Pr. Civ. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Suscitante. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.6199-6, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 10.02.2004, pg. 51)

Inversão do ônus da Prova Ementa: PROCESSO CIVIL - ADEQUAÇÃO DE DÍVIDA. O contrato firmado entre as partes é o documento hábil e indispensável a instruir o feito, sem ele não é possível fazer a adequação de dívida pleiteada, por falta de parâmetros abalizadores do que foi firmado entre as partes. A inversão do ônus da prova afronta o principio da isonomia quando a parte pode trazer ao feito o documento indispensável ao reconhecimento do direito pretendido, mormente ao afirmar ter recebido em casa as condições e cláusulas do pacto firmado. Recurso conhecido e improvido. Decisão reformada. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4095-8, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.01.2004, pg. 6)

Investigação de Paternidade Ementa: Direito Civil. Investigação de paternidade cumulada com ação de alimentos. I - A inexistência, na instrução processual, de prova conclusiva da relação amorosa entre os litigantes, impe de o reconhecimento da paternidade pleiteada. II - Precedentes jurisprudenciais. Recurso conhecido e improvido.

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(TJCE, 1ª câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.0320-3, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 25.02.2004, pg. 57) Ementa: Dispõe o Juiz, na investigação de paternidade, de liberdade na apreciação da prova, porque, por impossibilidade de repousar sua decisão em certeza absoluta, deverá escorar-se em presunções e indícios capazes de gerar certeza relativa. Emergindo do conjunto probatórios indícios veementes da paternidade reclamada, é de ser ela reconhecida. Apelo improvida Decisão unânime. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3149-3, Relator: Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 15.03.2004, pg. 15) Ementa: - APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS. EVIDÊNCIAS CONFIGURADAS, TESTEMUNHOS E RESULTADO DE EXAME HEMATOLÓGICO NÃO EXCLUDENTE DA PATERNIDADE DENUNCIADA. ALEGAÇÃO DE NÃO RELACIONAMENTO SEXUAL ENTRE O INVESTIGADO E A REPRESENTANTE DO INVESTIGANTE À ÉPOCA DA CONCEPÇÃO NÃO ILIDIDA POR PROVA OUTRA, INCLUSIVE A DA EXCEPTIO PLURIUM CONCUBENTIUM QUE, DE TODO, RESTOU AFASTADA, ATÉ PORQUE, POR DUAS VEZES O INVESTIGADO FURTOU-SE A SUBMETER-SE AO EXAME HEMATOLÓGICO. É de acolher-se o pleito deduzido em sede de Investigação de Paternidade, quando comprovado que, ao tempo da concepção, a genitora do investigante mantinha íntimo relacionamento sexual com o investigado, certo, outrossim, que a conclusão do exame hematológico, não excluiu a paternidade reclamada. Alimentos devidos a partir da citação (Súmula n° 277 do STJ). Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2327-0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 10.02.2004, pg. 55) Ementa: INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. AUSÊNCIA DE EXAME DE DNA. PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE EM DECORRÊNCIA DAS DEMAIS/ PROVAS DOCUMENTAIS E TESTEMUNHAIS APRESENTADAS. - Tendo em vista a desnecessidade da realização do exame de DNA, visto que as provas testemunhais e técnicas, de citar o exame hematológico,

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configuram meios aptos a comprovar a paternidade, ratificado pela confissão do apelante que reconhece, inclusive, haver mantido relações com a genitora do menor, é indiscutível a confirmação da sentença proferida pelo juízo a quo. - Recurso conhecido e improvido. Sentença confirmada. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7401-0, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 15.03.2004, pg. 15) Ementa: DIREITO DE FAMÍLIA - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE - NEGATIVA NÃO COMPROVADA APELO DO VENCIDO INCONSISTENTE - RECURSO DO VENCEDOR MERECEDOR DE ACOLHIMENTO - REFORMA PARCIAL. 1. A negativa esbarra diante do insuspeito exame pericial médico-legal existente no bojo dos autos, corroborado pela prova oral colhida e, assim, não há como prosperar a pretendida reforma do reconhecimento da paternidade. 2. Contudo, a sentença vergastada merece reforma na parte que deixou de impor ao vencido a condenação em custas processuais. 3. Apelos conhecidos, com improvimento do primeiro e provimento do manejado pelo investigando. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7573-9, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.01.2004, pg. 6) Ementa: Direito Civil. Investigação de paternidade cumulada com ação de alimentos. Agravo retido improvido. I Tratando-se de investigação de paternidade com fins alimentares, aplica-se a regra geral do art. 520, do CPC. II - Inexistência, na instrução processual, de prova conclusiva da paternidade. Relevância das conseqüências jurídicas, com implicações éticas no sensível âmbito das relações familiares e significativos efeitos de natureza patrimonial, inclusive em relação a terceiros. III - Recurso conhecido. Sentença anulada, para que seja realizado o exame de DNA. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2000-0, Relator: Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 10.03.2004, pg. 17)

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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE ASSENTADO EM PROVA MÉDICO LEGAL. MANUTENÇÃO. ALIMENTOS. OBRIGATORIEDADE DE FIXAÇÃO NA DECISÃO QUE RECONHECE A PATERNIDADE. - O exame de DNA é prova científica suficiente a atestar com grande grau de precisão a paternidade, especialmente quando corroborado pelo reconhecimento de relacionamento amoroso. - Quando o réu não refuta na contestação sua condição econômica da maneira apresentada na inicial, incide a presunção de veracidade, dispensando dilação probatória. - Recurso conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1956-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 22) Ementa: INVESTIGAÇÃO DE PATERMDADE. AUSÊNCIA EXAME DE DNA. PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE EM DECORRÊNCIA DAS DEMAIS PROVAS DOCUMENTAIS E TESTEMUNHAIS APRESENTADAS. PENSÃO ALIMENTÍCIA. - É certo que exame hematológico e o DNA deixaram de ser realizados por não terem sido requeridos pelas partes. Entretanto, apoiada nas demais provas acostadas, é de se vislumbrar eficácia do conjunto probatório, reconhecendo a paternidade; - A conseqüente obrigação de prestar alimentos à filha, na base de 25% dos rendimentos do apelante, conforme sentença a quo, é idôneo a custear as despesas do seu dependente; - Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8705-7, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 40) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS - ILEGITIMIDADE ATIVA DA MÃE DO INVESTIGANTE - VÍCIO SANÁVEL - PRECEDENTE DO STJ - EXAME DE DNA QUE ATESTA A PATERNIDADE - EXISTÊNCIA DE ATESTADO MÉDICO COMPROVANDO QUE O SUPOSTO PAI REALIZOU VASECTOMIA ANTES DA CONCEPÇÃO - AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO DE NOVO EXAME DE DNA – NÃO IMPLEMENTAÇÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO PELO APELANTE - PENSÃO ALIMENTÍCIA - VALOR QUE ATENDE AO BINÔMIO NECESSIDADE DO ALIMENTADO/POSSIBILIDADE DO ALIMENTANTE - APELO CONHECIDO E IMPROVIDO:

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I - Não se apresenta razoável a negativa de prestação jurisdicional com fulcro em equívoco na indicação do outorgante das procurações - constando a genitora do Apelado e não este -, uma vez que todos os atos processuais - inclusive a inicial - foram realizados pelo Recorrido, tendo a Sr. Ana Lúcia Siqueira Mota figurado apenas como representante do mesmo. Precedente do Superior Tribunal de Justiça. II – A paternidade restou demonstrada através do exame de DNA, que apontou uma probabilidade acima de 99,99% (noventa e nove vírgula noventa e nove por cento) de o Apelante ser pai do Apelado, corroborando as provas testemunhais colhidas às fls. 107; 118; 120/121 e 129. III - O fato de o Apelante ter se submetido à vasectomia antes da data da concepção, por si só, não afasta a conclusão do exame de DNA, uma vez que, mesmo após tal ato cirúrgico, recomenda-se o uso de outro método contraceptivo, até que se esgotem totalmente os espermatozóides já armazenados. Tanto é assim que, o exame apresentado pelo próprio Apelante detectou a presença de raros espermatozóides no material examinado após a centrifugação. IV - Ademais, caberia ao Apelante, nos termos do art. 437 do Código de Processo Civil, requerer a realização de nova perícia, a fim de demonstrar e corrigir eventual inexatidão do teste de DNA. Diante de sua inércia, restou desatendido o ônus probatório que lhe impõe o art. 333, inciso I do CPC, ficando em desvantajosa posição para a obtenção do ganho da causa. V - O percentual arbitrado a título de pensão alimentícia - 15% (quinze por cento) dos vencimentos do Apelante - atende o binômio necessidade do alimentado/capacidade do alimentante. Ressalte-se que, após o débito da pensão, o Recorrente ainda disporá de 85% (oitenta e cinco por cento) dos seus vencimentos, suficientes para o sustento dos outros 04 (quatro) filhos. VI - Apelação conhecida e improvida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0003.7482-0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg. 9) Ementa: Ação de investigação de paternidade. Não basta o investigado negar os fatos alegados pela autora e confirmados por testemunhas, mas, sim, provar suficientemente a sua inocorrência. Quanto ao teste convencional de material sangüíneo, sabe-se que é confiável apenas no sentido de exclusão da paternidade. Portanto, não eliminada a possibilidade de a concepção ter coincidido com o período de relações sexuais mantidas entre o recorrente e a mãe do recorrido, prevalecerá a prova indiciária e presuntiva dos fatos narrados na inicial. Apelação a que se nega provimento.

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(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4562-1, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.01.2004, pg. 6) Ementa: CONSTITUCIONAL - CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO CONFIGURADA - ART. 535, II CPC - INVESTIGACÃO DE PATERNIDADE - EXAME DNA - RECUSA - EFEITO DE INVERSÃO DE ÔNUS DA PROVA. I - Reconhecida está a omissão, no que se refere a falta de manifestação do decisum guerreado acerca de uma das fundamentações de tese do autor ora embargante, qual seja, a recusa do ora embargado em submeter-se a exame imunogenético (DNA), tema relevante para o deslinde da lide. Entendeu, o acórdão proferido pela Corte Superior, a impossibilidade de ser imputada falta de prova técnica às alegações do autor, ora recorrente, se esta não se realizou em face da recusa do réu, ora embargado, em submeter-se ao exame requerido. II - A tão só recusa em submeter-se a exame imprescindível à apuração da verdade, não seria suficiente à imputação de paternidade ao ora embargado, se a presunção da condição de pai não estivesse aliada às evidências dos autos, em que provado está pelo depoimento testemunhal, ante a impossibilidade produção de qualquer outro meio probatório, o relacionamento à época da concepção, do qual se presumem as relações sexuais, e a honorabilidade da genitora, reconhecida até mesmo pelas testemunhas do ora embargante. Destarte, em face da presença de tais condições, tem-se por apropriado à espécie o reconhecimento da paternidade. EMBARGOS DECLARATÓRIOS COM EFEITOS MODIFICATIVOS CONHECIDOS E ACOLHIDOS. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚2001.0001.1901-5, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 14) Ementa: Apelação Cível - Investigatória de Paternidade. I - Restando evidenciado que o réu, ora apelante, manteve relacionamento amoroso com a mãe do infante, ora apelado, a época da gravidez, e que esta se conservou fiel, sendo mulher detentora de reputação de cuja seriedade as testemunhas não ousaram duvidar, impõe-se a procedência da ação de investigação de paternidade. II - Insustentabilidade das razões levantadas, inclusive no referente ao pagamento da pensão alimentícia. III - Recurso apelatório conhecido, mas improvido.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.8133-6, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 16) Ementa : INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE ARCAR COM AS DESPESAS PROCESSUAIS. - Apesar da alegada impossibilidade de arcar com as despesas processuais, não se depreende dos autos qualquer declaração de pobreza ou mesmo pedido de justiça gratuita a amparar o direito pugnado; - Outrossim, à luz princípio da causalidade, aquele que deu causa ao incidente processual deverá arcar com os encargos daí decorrentes; - Recurso conhecido e improvido. Sentença confirmada. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4285-1, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 40)

Juizados Especiais Cíveis Ementa: AÇÃO RESCISÓRIA - SENTENÇA PROFERIDA POR UNIDADE DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL DESCABIMENTO. 1. O Art. 59 da Lei n. 9.099/95 é taxativo em não admitir a rescisória nos feitos sob sua regência e, sendo assim, patenteada se me afigura a carência do direito de ação. 2. Preliminar acolhida para julgar o A. carecedor do direito de ação, com a conseqüente extinção do feito. (TJCE, Câmaras Cíveis Reunidas, Ação Rescisória n˚ 2000.0014.9850-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 51)

Ementa: Agravo de Instrumento. Direito Processual Civil. Ação indenizatória. Processamento perante o Juizado Especial Cível. Artigo 3° da Lei n° 9.099/95. Opção do autor. I - O exercício do direito de ação no Juizado Especial Cível é uma faculdade do autor, não podendo o órgão judicial integrante da justiça comum estadual, onde inicialmente foi intentada a ação indenizatória, obrigar o jurisdicionado a submeter a pretensão deduzida ao juizado especial cível. II - Recurso conhecido e provido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0001.8411-5, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 29.01.2004, pg. 23)

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Julgamento Antecipado da Lide Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO POPULAR - JULGAMENTO ANTECIPADO - IMPOSSIBILIDADE - DECISÃO INVÁLIDA. 1. Havendo o autor protestado e requerido prova oral, não podia ser julgado antecipadamente a lide com evidente supressão do contraditório assegurado constitucionalmente e previsto na legislação que rege, máxime sendo antes o douto Magistrado a quo alertado pela representação Ministerial sobre a necessidade da fase probatória em audiência. 2. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4891-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 25) Ementa: PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO ANTECIPADO. CERCEAMENTO DE DEFESA. CARACTERIZAÇÃO. Havendo questões de fato relevantes, realizado expressamente o pedido de produção de provas, o julgamento antecipado da lide constitui cerceamento de defesa. Realização de provas autorizada pelo magistrado a quo, que, sem expressar motivação, posteriormente decide por julgar a lide antecipadamente. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0013.4133-3, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 23)

Juros e Correção Monetária Ementa: A comissão de permanência, a ser exigida a partir da verificação da mora do devedor, uma vez cobrada às mesmas taxas dos juros remuneratórios, apresenta-se, igualmente, com dupla função, nos mesmos moldes dos juros remuneratórios, porém, invertida: fator de correção das supostas perdas do valor da moeda e, de forma embutida, os juros remuneratórios, que alguns classificam como se fossem os “lucros cessantes” dos banqueiros. Embora licita sua cobrança, deve-se ressaltar a impossibilidade de cumulá-la com os juros remuneratórios, sob pena de impor ao financiado, além de juros e multa de mora, correção e juros remuneratórios em dobro, o que seria de fato abusivo. Pelos mesmos motivos e nisso assiste razão ao apelante, merece revisão a cláusula 6.1.1 do instrumento de contrato, em suas alíneas “a” e “b”. Considerando a

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natureza das diversas parcelas devidas ao apelado, a cobrança dos juros moratórios e multa penal, na forma avençada, implica na formação de verdadeira “cascata”, e, se por um lado ao banqueiro assiste o direito de lucrar sobre o dinheiro que emprestou, o senso de justiça impõe que o referido lucro não seja majorado de forma indireta. Nesse diapasão, no que tange à cláusula 6.1.1, alíneas “a” e “b”, impõe-se o provimento parcial do recurso, a fim de, quanto à alínea “a”, afastar a incidência dos juros moratórios sobre a comissão de permanência, e, quanto à alínea “b”, afastar a incidência da multa sobre a comissão de permanência e juros moratórios. - Recurso conhecido e parcialmente provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9591-8, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 45) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL. CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL. EXECUÇÃO. JUROS E CAPITALIZAÇÃO MENSAL. I - De acordo com a orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em se tratando de instituição integrante do sistema financeiro nacional, a capitalização mensal de juros, quando expressamente pactuada, é admitida. II - A exigência de taxa de juros superiores a 12% ao ano não se condiciona à autorização do Conselho Monetário Nacional, salvo nas hipóteses de cédula de crédito rural, comercial ou industrial. Assim, inexistindo nos autos comprovação da referida autorização, há de prevalecer a regra geral do art. 1°, “caput”, da Lei de Usura, que veda a cobrança de juros em percentual superior ao dobro da taxa legal (12% ao ano). III – Recurso conhecido, e parcialmente provido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.2438-1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 22.06.2004, pg. 21) Ementa: Direito Civil e Comercial - Busca e Apreensão - Juros - Art. 192, § 3°, Constituição Federal/88. - A capitalização mensal de juros sobre juros, ainda quando expressamente convencionada, constitui-se prática de anatocismo, sendo, pois, vedada pelo ordenamento pátrio. - A possibilidade da instituição financeira cobrar juros acima do limite de 12% (doze por cento) ao ano, afastando-se, pois, a vedação do disposto no art 1° do Dec. Lei n° 22.626/33, de acordo com pacífica jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, vincula-se á prévia estipulação contratual e à

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demonstração, pelo credor, da fixação respectiva, pelo Conselho Monetário Nacional. - Apelo improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5001-3, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 6) Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONTRATO DE MÚTUO. ANATOCISMO. AUTO-APLICABILIDADE DO ART. 192, § 3°, DA CF. INCIDÊNCIA SOBRE AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, APLICAÇÃO DO CDC E NOVO CC. - É proibido contar juros dos juros. - Em que pese a divergência sobre a auto-aplicabilidade do § 3° do artigo 192, CF/88, resolve-se a lide pelo disposto no CDC e novo Código Civil, porquanto abusivas e excessivas as cláusulas que originam o título executado. - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0793-2, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 39) Ementa: Processual Civil. Execução. Embargos do devedor. Cédula de Crédito Industrial. Título executivo extrajudicial. CPC, art. 585, VII. Liquidez. Exigibilidade. Princípio do pacta sunt servanda. Mútuo bancário. Capitalização de juros. Admissibilidade. (Dec.Lei 413/69, arts. 11, par. 2° e 14, VI e Súmula 93 do STJ). Contrato de adesão. Inocorrência. Inaplicabilidade das regras do CDC à espécie. Juros. Taxa de juros remuneratórios. Livre fixação pela vontade das partes - EC/40 que revogou o art. 192, § 3º da carta magna. Julgamento antecipado da lide. Matéria de mérito exclusivamente de direito. CPC, art. 330, I. Desnecessidade de dilação probatória. Cerceamento de defesa. Não caracterização. Apelo que se nega provimento. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3431-1, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 18)

Litigância de Má-fé Ementa: PRELIMINAR. AGRAVO RETIDO. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA.

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- Em ação de cobrança de dívida, o valor da causa resta em acordo quando se baseia no valor principal, acrescido dos demais acessórios e multas. - Incabível tal impugnação à luz do inciso V do art. 259 do CPC, uma vez que a lei lhe impõe observância ao inciso I do mesmo artigo. Recurso conhecido e improvido. MÉRITO. AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. COBRANÇA DE ALUGUERES EM ATRASO. ART. 17, III, DO CPC. - Incorre em litigância de má-fé aquele que aciona o locatário para mover ação de despejo por falta de pagamento quando, na verdade, o aluguel não está vencido na data do ajuizamento da ação. - Caracterizada a cobrança de prestação indevida, impõe-se a repetição do indébito. - Apelação conhecida, mas improvida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3180-9, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 25) Ementa: EXECUÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. CONTRADITÓRIO. NECESSIDADE. Não extinta a execução, na forma do art. 794 do Código de Processo Civil, é cabível a correção monetária, nos termos do art. 3° da Lei n° 6.899/81. Para a condenação em litigância de má-fé exige-se da parte uma conduta maldosa, com dolo ou culpa, causando dano processual à parte contrária. A observância do contraditório é imperativo, sob pena de nulidade, para a mencionada condenação. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.9877-1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 23)

Locação Ementa: RESSARCIMENTO - LOCAÇÃO – PRÉDIO URBANO - ART. 23, INCISOS II, III e V DA LEI DE LOCAÇÃO - ART. 159 DO CC. - Verificada através de prova testemunhal e pericial a ocorrência de danos no imóvel e que estes ocorreram ainda na vigência do contrato; obrigado está o locatário em reparar o dano e entregar o imóvel locado no estado de conservação ideal, conforme recebera do locador. - Recursos improvidos. Sentença confirmada.

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(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4691-1, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 01.04.2004, pg. 21) Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. A falta de pagamento dos aluguéis, contratualmente estipulados, não pode ser elidida pela escusa de que o imóvel locado possuía graves problemas estruturais sem que, acerca destes, tenha sido notificado o locador. Sentença confirmada. Recurso conhecido , mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.2817-0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 29.01.2004, pg. 29)

•Ação de Despejo Ementa: LOCAÇÃO - DESPEJO - ESPÓLIO – NÃO ABERTURA DO PROCESSO DE INVENTÁRIO - INDICAÇÃO DE HERDEIRO PARA REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - CABIMENTO - ART. 11, INCISO II, DA LEI DO INQUILINATO. Não há nenhuma contrariedade à norma processual ao ser indicado um dos herdeiros para constituir o pólo passivo da demanda, mesmo que este não seja inventariante ou primeiro herdeiro na linha sucessória. O art. 11 ,inciso II da Lei do Inquilinato diz que a locação transmite-se ao espólio e, se for o caso, seu sucessor no negócio. Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7005-7, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 07.04.2004, pg. 35) Ementa: CIVIL - AÇÃO DE DESPEJO - EMBARGOS A EXECUÇÃO - CONCORDÂNCIA DO LOCATÁRIO COM A DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL EM SEIS MESES – DESCUMPRIMENTO - INCIDÊNCIA DO ART. 61 DA LEI DO INQUILINATO. 1 - Consoante o disposto no art. 61, da Lei n.° 8.245/91 (LEI DO INQUILINATO), se no prazo da contestação, houver concordância do locatário com a desocupação do imóvel em seis (6) meses, o descumprimento a este compromisso implica a responsabilidade por custas e honorários advocatícios, à razão de vinte por cento sobre o valor dado à causa.

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2 - A decisão que homologa o acordo de desocupação, nos termos do art. 61 da Lei de Locações, não precisa explicitar os ônus em que incorrerá o locatário, em caso de desobediência ao acordo. A condenação sucumbencial está implícita na própria decisão que o homologa. Sentença mantida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.9086-0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 22) Ementa: Apelação Cível. Ação de despejo por falta de pagamento de alugueres e encargos c/c infração contratual e legal. Cobrança dos locativos e encargos. Mora não purgada. Falsidade. Improcedência do incidente. Procedência da desalojatória. Recursos conhecidos e improvidos. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0014.6122-8, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 22.06.2004, pg. 24) Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - LOCAÇÃO – REVISIONAL - COBRANÇA DE ALUGUERES - DESPEJO - INADMISSIBILIDADE. 1. Ação de despejo cumulada com cobrança de diferenças de alugueres, decorrentes de ação revisional. Estando em dia o locatário, não pode o locador, credor de diferenças de alugueres, decorrentes de ação revisional, optar pelo pedido de despejo para cobrá-las. 2. A Lei do Inquilinato, em seu art. 69, § 2°, expressa que a execução por diferenças e locativos, oriundas da ação revisional, será feita nos autos próprios da revisão. O comando legal é cogente, não dando margem a faculdade. 3. Além disso, a cobrança dos alugueres através da ação de despejo, como no caso vertente, afronta o princípio do meio menos gravoso para o devedor, previsto no art. 620, do CPC. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4817-1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 7) Ementa: LOCAÇÃO - CONEXÃO - DESPEJO POR INFRAÇÃO CONTRATUAL E AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - INOCORRÊNCIA. Inexiste conexão entre as ações apontadas, pois os objetos imediatos de cada ação são distintos, existindo relação contratual entre os litigantes em cada caso, um decorrente da locação e outro da sublocação sem

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comunicação do proprietário, apesar de incidir sobre o mesmo imóvel. INFRAÇÃO CONTRATUAL - ARTS. 9° E 13º DA LEI DO INQUILINATO E CLÁUSULA 10ª DO CONTRATO DE LOCAÇÃO. Verificada a infração contratual, inclusive confessada, impõe-se a rescisão da avença e demais consectários, reafirmando-se, outrossim, que não há inconveniente na extensão dos efeitos da sentença ao sublocatário, porque, nos termos da lei, finda a locação, resolve-se a sublocação, qualquer que seja sua causa, inclusive, portanto, por infração contratual. Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5895-2, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 7) Ementa: DESPEJO. ALUGUÉIS. PAGAMENTO RECIBO. PROVA. AUSÊNCIA. A prova do pagamento dos alugueres é o recibo, que, se não emitido, daria ensejo à consignação em pagamento, procedimento ignorado pelo recorrente, o que revela a inconsistência de suas alegações desprovidas de qualquer comprovação. Também não existem nos autos provas das alegadas benfeitorias. Recurso não-provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.1234-7, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.03.2004, pg. 17) Ementa: AÇÃO DE DESPEJO CUMULADA COM COBRANÇA DE ALUGUERES - ENTREGA DAS CHAVES DO IMÓVEL EM JUÍZO - SENTENÇA JUSTA QUE NÃO MERECE REPARO. 1. A decisão que deixa de decretar o despejo por falta de objeto ante a entrega espontânea das chaves do imóvel no Juízo da causa, mas condena a locatária a pagar os alugueres e encargos locatícios até a data do depósito das chaves é justa, por aplicar corretamente o direito, considerando-se que não há como se falar em rescisão locatícia anterior ao ato efetivo da referida entrega, não merecendo, por via de conseqüência, a reforma perseguida. 2. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2453-5, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 15) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO - IRRELEVÂNCIA DE ARGUMENTAÇÃO RECURSAL - DECISÃO MANTIDA.

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1. Sem qualquer ressonância jurídica a argüição de falta de citação de fiador na despejatória, por ausência de previsão legal do litisconsórcio passivo necessário e ainda mais inconsistente se constitui o argumento da falta de citação do cônjuge virago do locatário, já que não é parte na relação locatícia contratualmente avençada. 2. Limitando-se o recorrente a contestar a ação sob o pretexto de que havia pagado os alugueres, sem proceder depois ao depósito dos acessórios moratórios e, sendo a demanda cumulada com cobrança, a decisão censurada se me afigura correta, inclusive na condenação de custas e verba advocatícia, porque segundo a melhor jurisprudência o beneficiário da justiça gratuita não goza da isenção pretendida. 3. Não há como se falar em cerceamento de defesa, porque o processo comportava o julgamento antecipado. 4. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3611-8, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 15)

•Acessões e Benfeitorias Ementa: Direito Civil. Despejo. Benfeitorias. Indenização. Retenção. Acessão. I - A acessão física não se confunde com benfeitoria para fins de indenização e retenção. Não dá ao locatário o direito de reter a coisa locada. II - Mesmo se admitindo o entendimento minoritário de que as acessões, lato sensu, são benfeitorias, e como tais deveriam ser tratadas, prevalece a inteligência de que é válida a cláusula contratual em que o locatário renuncia ao direito de retenção e de indenização, por se tratar de direito patrimonial disponível. III - O limite de 2% imposto pelo artigo 52, § 1°, do CDC não se aplica aos contratos de locação, que têm legislação específica. IV - A contratação, por particulares, de taxa de juros moratórios acima do limite de 12% ao ano, contraria as disposições do artigo 1º do Decreto 22.626/33, combinado com artigo 1.062 do Código Civil. V - Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada apenas para reduzir os juros moratórios ao patamar de 12% ao ano. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.5697-8, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 29.01.2004, pg. 20)

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•Consignação em Pagamento Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. LOCAÇÃO. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. ABANDONO. IMISSÃO NA POSSE. IMPOSSIBILIDADE. Na ação de despejo a Lei n° 8.245/91 prevê expressamente que “quando o imóvel for abandonado, após ajuizada a ação, o locador poderá imitir-se na posse do imóvel” (art. 66). Contudo, esse dispositivo legal somente é aplicável às ações de despejo, sendo inaceitável a sua extensão às ações de consignação em pagamento, que têm objetos totalmente diversos daquelas primeiras. Na consignação em pagamento admite o art. 67, VI da Lei do Inquilinato a possibilidade do réu, além de contestar a ação, em reconvenção, pedir o despejo. Entretanto, essa possibilidade não foi exercida nos presentes autos. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.9192-1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 5)

•Denúncia Vazia Ementa: Apelação Cível. Denúncia vazia. Imóvel não residencial. Prazo de locação indeterminado. Admissibilidade da ação de despejo se, notificado o locatário com o prazo de 30 (trinta) dias, para a desocupação do imóvel, nele insista em permanecer. Ação procedente. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0006.4624-2/1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 01.04.2004, pg. 14) Ementa: LOCAÇÃO RESIDENCIAL. DENÚNCIA VAZIA - NOTIFICAÇÃO DO LOCATÁRIO NO ENDEREÇO DO IMÓVEL LOCADO, NA PESSOA DA MULHER. CARTÓRIO DO REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS - VALIDADE – DESCABIMENTO EM FACE DE CLÁUSULA CONTRATUAL ORIGINAL, QUE AFASTAVA O DIREITO DE RETENÇÃO OU INDENIZAÇÃO - APLICAÇÃO DOS ARTS. 35, 56, PARÁGRAFO ÚNICO, E 57 DA LEI N° 8.245/91. (1) É válida a notificação premonitória no endereço do locatário, e recebida por sua esposa, mormente se efetivada por oficial do Registro de Títulos e Documentos, que goza de fé pública. (2) Insubsistente a alegação sobre que omissa a sentença, que deixou de apreciar alegação de nulidade de cláusula contratual relativa à renúncia de

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indenização por benfeitorias, as quais não restaram demonstradas nos autos, sequer cuidando o inquilino em requerer a realização de perícia, nesse tocante. Inteligência do art. 333, I, do CPC. (4) Procedência da ação. Locação prorrogada por prazo indeterminado. Despejo. Denúncia vazia. Concessão. (LI, art. 46, §§ 2° e 5°). Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.5005-2, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 11) Ementa: Apelação Cível. Ação de despejo - denúncia vazia - Art. 57, da Lei n° 8.245/91 - Honorários advocatórios. A verba condenatória, em situações como a dos autos, deve ser fixada em conformidade com o disposto no art. 20, § 3° do CPCivil, levando-se em conta que o valor da causa em ação de desalojamento corresponde a 12 (doze) vezes o do aluguel mensal que é, aliás, o valor do contrato (art. 259, V, do Estatuto adjetivo civil). Recurso conhecido e provido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0004.1398-0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 26.03.2004, pg. 15)

•Fiança Ementa: Embargos à execução. Locação. Fiança. Prorrogação compulsória do contrato por tempo in determinado. Vencido o prazo contratual, sem renovação entre as partes, a locação, por força de lei, prorroga-se por tempo indeterminado, independentemente de qualquer previsão contratual em contrário (arts. 45 e 47 da LI). Nessa hipótese, as garantias da locação também se es tendem até a efetiva entrega do imóvel, em face do que dispõe o art. 39 da LI, mormente quando existe disposição contratual expressa neste sentido. Passando a locação a ser por tempo indefinido, o fiador tem o direito de exonerar-se da obrigação, pois não pode a sua responsabilidade eternizar-se. Deve fazê-lo, entretanto, de modo explícito, conforme lhe faculta a lei. A inércia do fiador denota concordância tácita com o prolongamento da garantia prestada. Recurso conhecido e provido para julgar-se improcedentes os embargos á execução. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5007-2, Relator: Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 21.01.2004, pg. 11)

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Manutenção de Posse Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA POR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO REJEITADA - AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE - EXCEÇÃO DE DOMÍNIO - INAPLICABILIDADE AO CASO - ATOS DE MERA DETENÇÃO - FRAGIBILIDADE DA PROVA - QUESTÕES SUCESSÓRIAS - MATÉRIA DE DOMÍNIO ESTRANHA À LIDE POSSESSÓRIA - APELO CONHECIDO E IMPROVIDO: 1 - Inocorre nulidade da sentença por falta de fundamentação se o magistrado, ainda que de forma concisa, expõe as r azões de fato e de direito que o convenceram a decidir a questão daquela maneira. Se tal convencimento foi ou não prolatado com acerto, trata-se de matéria a ser decidida no julgamento de mérito do recurso. Preliminar rejeitada. II - Nas ações possessórias, a regra é o exame da posse dos litigantes, sendo exceção o aspecto dominial, só trazido à consideração se ambos os contendores discutirem a posse com base no domínio, ou se a prova do fato da posse for de tal modo confusa que, levadas as partes a discutir o domínio, se decide em favor de quem evidentemente tem o domínio, hipóteses que não ocorreram no caso concreto. III - Conquanto os Apelantes tenham apontado a existência de relação jurídica excludente da posse (“causa detentionis”) qual seja, a circunstância de que a Recorrida e seu falecido esposo usavam a gleba em nome dos Recorridos (fâmulos da posse), tratando-se de ato de mera detenção, tal fato não restou suficientemente demonstrado nos autos. A fragilidade da prova testemunhal, a falta de comprovação da relação de subordinação e da ausência de demonstração de que os resultados econômicos do imóvel pertenciam aos Apelantes, apontam para a procedência do pedido inaugural. IV - A questão atinente à abertura da sucessão, diante da morte do marido da Apelada, constitui matéria que envolve direito dominial, sendo matéria estranha aos estreitos limites da presente possessória. V - Apelo conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0610-8, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 18.02.2004, pg. 6)

Medida Cautelar

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Ementa: - PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA MEDIDA LIMINAR ACAUTELATÓRIA DOS INTERESSES QUESTIONADOS - INCONSISTÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL - DECISÃO MANTIDA. 1. A vigente Lei Adjetiva Civil confere ao juiz ilimitados poderes para concessão de medida acautelatória dos interesses litigados, máxime sendo provocado, como ocorreu no caso ora em apreciação. 2. Mesmo conciso, resultando fundamentado o despacho recorrido, não há como se operar a reforma pretendida, mormente quando se traz à colação argumentação mais direcionada ao mérito da ação principal, insusceptível apreciação nesta restrita modalidade recursal. 3. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0003.6075-4, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 7)

Nulidades Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. LITISCONSORTE NECESSÁRIO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO. NULIDADE “PLENO JURE” DOS ATOS PROCESSUAIS PRATICADOS. I - A falta de citação do litisconsorte necessário para integrar a lide, macula, de todo, o processo, por ausência de seu pressuposto de constituição e de desenvolvimento válido e regular. De acordo com a pacífica jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ): “A nulidade pleno jure deve ser apreciada pelo órgão julgador mesmo de oficio, não se sujeitando à coisa julgada, como ocorre na ausência de citação, salvo eventual suprimento, comunicando-se aos atos subseqüentes” (REsp 184599/ES, rel. Min. Sálvio de Figueiredo, DJU. 11/06/2001, pg. 00223; Resp 147769/SP, rel. Min. Sálvio de Figueiredo, DJU 14/02/2000, pg. 00034). II - Sentença desconstituída. III - Remessa Obrigatória conhecida e provida. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.3127-4, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 14.05.2004, pg. 20)

Nunciação de Obra Nova Ementa: AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA. I - MERECE PROSPERAR A AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA QUANDO A

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VISTORIA PROCEDIDA IN LOCO, POR FISCAL DA EDILIDADE, FOI CONCLUSIVA E CONVINCENTE, NO SENTIDO DE AFIRMAR QUE A OBRA EMBARGADA OCASIONOU INAFASTÁVEL PREJUÍZO AO IMÓVEL CONTÍGUO E INFRINGIU O CÓDIGO DE POSTURA DO MUNICÍPIO. II - DECISÃO QUE BEM EXAMINOU A QUESTÃO SOB TODOS OS ÂNGULOS, DESMERECENDO QUALQUER CENSURA. III - APELAÇÃO CONHECIDA, MAS IMPROVIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6189-0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 12.04.2004, pg. 27)

Organização Judiciária Ementa: INCIDENTE PROCESSUAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA CÍVEL ENTRE VARAS DA FAZENDA PÚBLICA. AÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA EM QUE SE BUSCA A PROMOÇÃO DE SERVIDOR DENTRO DA CORPORAÇÃO DE QUE FAZ PARTE. PERFEITA APLICAÇÃO DE COMPARTIMENTO DO CÓDIGO DE DIVISÃO E ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ, CONTIDO NO PARÁGRAFO TERCEIRO DO SEU ARTIGO 109. -Segundo o § 3° do art. 109 da Lei 12.342, de 28 de julho de 1994, com a redação dada pela Lei Estadual n 12.669/96, compete às Terceira, Quinta e Sétima Varas da Fazenda Pública o julgamento das ações relacionadas com “cargos e salários dos servidores públicos estaduais”. -Tratando-se, no caso concreto, de ação tendente a discutir possível direito do impetrante à promoção dentro do quadro de carreira da corporação militar, inclusive com direta repercussão vencimental, não se pode olvidar a incidência da norma acima mencionada, sob pena de violação às normas de competência do Judiciário Estadual. -Conflito conhecido e improvido, reconhecendo a competência da 3ª Vara da Fazenda Pública para processar e julgar o feito. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2003.0003.4892-4, Relator: Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 22.04.2004, pg. 16) Ementa: - Conflito negativo de competência. Divergência entre Juízes das Varas Cível e Fazendária. Mandado de segurança para adversar ilegalidade atribuível à autoridade delegatária (dirigente de prestadora de serviços públicos de fornecimento de água e esgotamento sanitário). Causa afeta à competência do Juízo especializado, ex artigo 109, I, “b”, Código de Divisão e Organização Judiciária do Estado do Ceará.

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- Incidente dirimido, aptidão cognitiva do judicante fazendário para a impetração, caso da espécie, reconhecível, nemine discrepante. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.3680-0, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 10.02.2004, pg. 51)

Pedido e Causa de Pedir Ementa: - Agravo de Instrumento - Pedido alterado após o saneamento do feito - Falta de consentimento da parte - Inadmissibilidade - Alegada ausência de prejuízo - Irrelevância - Art. 264, § único, CPCiv. - A estabilização processual, que se obtém com a citação válida, veda a alteração do pedido sem o consentimento do réu. Tal proibição é ditada por princípios maiores, como o da defesa e o do tratamento igualitário das partes, sendo irrelevante a aparente falta de prejuízo a elas. - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0000.8694-0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 4)

Prazos Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. CERTIDÃO DE ENTRADA DO PROCESSO NA PROCURADORIA DO ESTADO. INIDONEIDADE PARA EFEITO DE CONTAGEM DO PRAZO RECURSAL. DIES A QUO A PARTIR DA CARGA DOS AUTOS NA SECRETARIA DO JUÍZO. I - No caso vertente, é de se confirmar a negativa de seguimento ao agravo de instrumento, pelo critério da intempestividade, pois consoante a certidão de intimação pessoal, repousante às fls. 28/v, os autos do processo principal foram retirados da Secretaria de Vara em 26.05.03, sendo que o recurso somente restou protocolizado junto ao Tribunal de Justiça, no dia 20.06.03, portanto, quando já passados mais de vinte dias do limiar do prazo recursal. II - A propósito, a certidão de entrada do processo na Procuradoria do Estado, datada de 03.06.03, é prova inidônea para a deflagração do prazo recursal, pois, quando se trata de intimação pessoal, a contagem se inicia a partir da efetiva carga dos autos na Secretaria do Juízo. Por estes termos, impõe-se a negativa de seguimento, por intempestividade do recurso - Agravo desprovido.

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(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2003.0007.0708-8/1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 21) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. PROCESSO CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. PRAZO CONTADO EM DOBRO. INTEMPESTIVIDADE. I - Embargos à execução interpostos em evidente maltrato ao prazo estipulado no art. 738 (CPC), no caso, contado em dobro, da irresignação, por ser assistida a recorrente por defensor público. II - Recurso reputado intempestivo. III - Apelação não conhecida, por manifestamente extemporânea. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5773-6, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 04.01.2004, pg. 8)

Prestação de Contas Ementa: PRESTAÇÃO DE CONTAS. AÇÃO AJUIZADA EM FACE DE COMERCIANTE INDIVIDUAL E DE EMPRESA CONSTITUÍDA SOB A FORMA DE SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA, DA QUAL A PRIMEIRA PROMOVIDA ERA SÓCIA.-GERENTE, DETENDO 99% DO CAPITAL SOCIAL. SENTENÇA QUE APROVOU AS CONTAS APRESENTADAS PELA AUTORA, DECLARANDO A EXISTÊNCIA DE SALDO EM SEU FAVOR, ACRESCIDO DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA, RECONHECENDO, AINDA, AS PROMOVIDAS COMO SOLIDARIAMENTE RESPONSÁVEIS. POSSIBILIDADE. SOLIDARIEDADE QUE ADVÉM DO FATO DE A PRIMEIRA PROMOVIDA SER DETENTORA DE 99% DO CAPITAL SOCIAL E SÓCIA GERENTE DA SOCIEDADE DEMANDADA. PRELIMINAR ARGÜÍDA PELA APELADA DE INOVAÇÃO À LIDE. INOCORRÊNCIA, PORQUANTO A QUESTÃO DA SOLIDARIEDADE ENTRE AS PROMOVIDAS É MATÉRIA QUE SOMENTE FOI VENTILADA NA SENTENÇA. PRELIMINAR REJEITADA. DECRETO SENTENCIAL MANTIDO. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2328-2, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 02.04.2004, pg. 53) Ementa: PRESTAÇÃO DE CONTAS - LEGITIMIDADE - ART. 915 DO CPC - INTERESSE DA AÇÃO - SENTENÇA EXTRA PETITA.

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- A prestação de contas poderá ser proposta por aquele que tem direito de exigi-la, diante de uma relação obrigacional com aquele que tem dever de prestá-la. - Não houve julgamento fora do pedido, restringindo a condenação na apresentação das contas do Partido Político, independente da obrigação dos dirigentes junto à Justiça Eleitoral. Sentença mantida. - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2820-9, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 40) Ementa: CONFLITO DE COMPETÊNCIA. VARA DE SUCESSÕES. VARA DE FAMÍLIA. PRESTAÇÃO DE CONTAS. TUTOR. Tramitando na 3ª Vara de Família pedido de substituição de tutor, deferido inclusive, para mencionado Juízo deve ser encaminhado a ação de prestação de contas em face do tutor substituído. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0009.6322-1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 51)

Princípio da Excepcionalidade Ementa: Processual Civil - Mandado de Segurança - Art. 1° da Lei 1.533/51 c/c art. 5º, inciso LXIX, da Carta Magna. - Afigura-se plenamente cabível, embora em caráter excepcional, a concessão de segurança contra ato judicial que investe contra decisão que se apresente acobertada pelo manto da res judicata, com manifesta violação à lei processual. - Ilegalidade e abuso de poder ocorrentes na espécie ventilada. - Precedentes do STJ - in RSTJ 83/92, RSTJ 95/53. - Segurança concedida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0013.1252-0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 15.04.2004, pg. 44) Ementa: PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. DECISÃO QUE RECEBE A APELAÇÃO EM AMBOS OS EFEITOS. EXCEPCIONALIDADE DO CABIMENTO CONFIGURADA. MÉRITO. GUARDA DE MENOR EM SITUAÇÃO DE RISCO. INAPLICABILIDADE DO ART. 520 DO CPC.

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1. Admissibilidade. Mandado de segurança não se presta a incorporar ou suprimir os efeitos em que recebida a apelação. 2. Essa regra é afastada, contudo, se, para garantia da eficácia da tutela jurisdicional e enquanto se aguarda a apreciação do pedido pelo Relator ou Presidente, o direito a ser tutelado esteja sob ameaça de perecimento. 3. Caso em que se cuida de guarda de menor em situação de risco à saúde e incolumidade física e moral. 4. Mérito. A ação que visa a alteração da cláusula de guarda de menor, embora sujeita, no âmbito da organização judiciária estadual, à competência da vara de família que conheceu da ação de separação/divórcio em que pactuada, não deixa de ser, na esfera do direito material, questão afeta aos direitos da criança e do adolescente, de onde se deve extrair seu regime recursal. 5. Caso em que o ato impugnado aplicou a regra geral do art. 520 do CPC, em lugar do art. 198 do ECA. Configurada a ilegalidade, legível se torna o direito líquido e certo perseguido. 6. Segurança concedida. 7. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0014.9531-4, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 15.04.2004, pg. 37)

Prova

•Livre Convencimento do Juiz Ementa: Civil e Processual Civil. Ação de obrigação de fazer. Assinatura de escritura pública de compra e venda de imóvel. Embora a legislação brasileira adote o princípio do livre convencimento racional do juiz, não hierarquizando entre as espécies de provas, a mesma veda a utilização de algumas de suas formas em face da natureza do fato a ser provado. O art. 141, parágrafo único, do Código Civil de 1916 não admite prova exclusivamente testemunhal com o fim de contrariar o conteúdo de instrumento público. Dos arts. 82, 129, 130, 134, 11, e 145, II do mesmo Código exsurge a restrição da utilização de tal prova com o intuito de demonstrar atos jurídicos para os quais a lei impõe forma especial, como é o caso da alienação de imóveis, O art. 401 do C.Pr.Civ. limita o emprego da prova exclusivamente testemunhal de contratos civis cujo valor supere a dez salários mínimos. Sentença reformada. Apelo conhecido e provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0003.6626-6, Relator: Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 21.01.2004, pg. 12)

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•Perícia Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO REIVINDICATÓRIA - PEDIDO ALTERNATIVO DE INDENIZAÇÃO – DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA - APLICAÇÃO DO BROCARDO “MIHI FACTUM, DABO TIBI JUS” - AUSÊNCIA DE DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA PARA ESCLARECIMENTOS DO PERITO - ESCLARECIMENTOS PRESTADOS ATRAVÉS DE LAUDO COMPLEMENTAR - INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO - OBRIGATORIEDADE DE MANIFESTAÇÃO DAS PARTES ACERCA DO LAUDO COMPLEMENTAR - CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA - NULIDADE DOS ATOS POSTERIORES, INCLUSIVE A SENTENÇA - APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA: I - Uma vez que a Empresa Apelada, alternativamente ao pedido reivindicatório, pleiteou a condenação da Municipalidade ao pagamento de indenização pelos danos causados, que constitui pleito atinente à desapropriação indireta, pode o magistrado singular acolher a segunda hipótese. Aplicação do brocardo “mihi factum, dabo tibi jus”. II - A ausência de designação de audiência para esclarecimentos do perito não malferiu qualquer dispositivo legal, bem como não cerceou o direito do Apelante, uma vez que o magistrado singular, ao determinar a intimação do perito para que respondesse aos quesitos formulados pelo Município de Fortaleza - o que foi devidamente cumprido pelo “expert” - esgotou o objeto da audiência, que passou a ser ato desnecessário. III - Diante da relevância da prova pericial para o destrame da controvérsia, a ausência de intimação do Apelante para se manifestar acerca dos últimos esclarecimentos do perito, autoriza a anulação do processo a partir de então, uma vez que da omissão decorreu evidente prejuízo à defesa daquele. IV - Apelação conhecida e parcialmente provida, para declarar a nulidade dos atos realizados após os esclarecimentos apresentados pelo perito às fls. 133/139, determinando o envio dos autos à Primeira Instância, a fim de que seja dada oportunidade ao Apelante para se manifestar acerca dos mesmos. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.1033-0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg.6)

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Reclamação Trabalhista Ementa: APELAÇÃO CÍVEL – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - VERBAS RESCISÓRIAS - ESTAGIÁRIA - INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO - EXEGESE DO ART. 4° DA LEI N. 6494/77 - CRÉDITOS TRABALHISTAS INDEVIDOS - MANUTENÇÃO DA SENTENÇA - RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. 1. O estágio, conforme as determinações da Lei n 6.494. 77 que o regulamenta, não gera vínculo empregatício de qualquer espécie, dada sua finalidade essencialmente pedagógica. 2. Inexistindo relação de emprego entre a reclamante e a entidade que a contratara, não há falar no recebimento de verbas rescisórias, quando do término de sua bolsa de estágio. 3. Recurso conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6059-6, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 15) Ementa: RECURSO DE OFÍCIO – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - EMPREGADA CONTRATADA ANTES DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 - INEXIGIBILIDADE DE PRÉVIO CONCURSO PÚBLICO - CONTRATO DE TRABALHO VÁLIDO - VERBAS RESCISÓRIAS E SALDOS DE SALÁRIOS - DIREITO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I - Comprovado que a reclamante foi contratada pelo Município antes do advento da Constituição de 1988, o contrato de trabalho celebrado entre as partes é válido, eis que na ordem constitucional anterior não havia exigência de contratação exclusivamente mediante concurso público. II - Constatada a validade do contrato de trabalho extinto unilateralmente pela Administração, à postulante assiste o direito de receber todas as verbas rescisórias e saldos de salários devidos. III - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚2000.0014.6414-1, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 14)

Reconvenção Ementa : CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CONSTITUCIONAL. RECONVENÇÃO. INCIDENTE DE FALSIDADE. EXTINÇÃO POR PERDA DE OBJETO. APELAÇÃO.

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I - A emenda da petição inicial é direito subjetivo do autor, devendo o juiz ordená-la sempre que constatar o defeito por ocasião de seu recebimento; II - A existência de causa que extinga a ação principal não obsta o prosseguimento da reconvenção, como no caso dos autos. III - Merece anulada a decisão judicial que julga extinto um incidente de falsidade nos autos de ação reconvencional, em absoluto cerceamento de defesa. IV - Inteligência do art.5°, incisos XXXV e LV, da Carta Maior. V - Se o juiz decretar, em qualquer fase, a extinção da ação principal, não deverá extinguir o processo de reconvenção, porque perdura a relação processual com o conteúdo da ação do réu contra o autor. VI - Recurso de apelação conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.7883-0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 26.03.2004, pg. 12)

Regimento Interno do TJCE Ementa : - Preliminar. Competência da 3ª Câmara Cível. Os autos principais albergam agravo de instrumento relativo à matéria cível, sendo órgão competente para julgá-lo esta 3ª Câmara Cível, verificando-se, outrossim, que a reclamação foi intentada após a conclusão dos autos, impondo-se, portanto, a regra do § 2.° do art. 59 do Regimento Interno desta Egrégia Corte. Preliminar conhecida e julgada procedente, para declarar a competência desta Câmara para processamento e julgamento da Reclamação. - Mérito. Os dois agravos apesar de se referirem a processos executivos diversos, baseados em títulos igualmente diversos, têm em comum a existência de ação revisional que precede as próprias execuções, ação esta onde se encontra sendo discutida a validade parcial da relação creditícia que envolve os títulos objeto das multicitadas execuções e agravos respectivos. Certamente que a existência da dita revisional tem influência sobre as execuções e, portanto, como é sobre ela que se sustentam as exceções de pré-executividade, donde se originaram ambos os agravos, forçoso é, neste caso, reconhecer a conexão entre os mesmos. Reclamação conhecida e julgada improcedente. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Processado de Reclamação n˚ 2000.0014.5954-7, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 07.04.2004, pg. 38)

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Ementa: É absoluta a competência interna dos Tribunais por razões superiores da administração da justiça. Interesse público relevante. Caracterização da prevenção da Terceira Câmara Cível desta Corte de Justiça, nos termos do art. 59, caput, do RITJCE, uma vez que o recurso foi distribuído inicialmente para o Des. Raimundo Bastos de Oliveira, quando este integrava aquele órgão fracionário. Impossibilidade de prorrogação da competência. Os embargos declaratórios, em caso de nulidade absoluta, recebem efeito modificativo, inclusive de ofício. Nulidade do julgado. Remessa ao órgão competente. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0012.2148-6/1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 24)

Registros Públicos

•Registro Civil de Nascimento Ementa: AÇÃO ANULATÓRIA DE REGISTRO DE NASCIMENTO DE MENOR. VARA DE REGISTROS PÚBLICOS. APELAÇÃO CÍVEL. PRELIMINAR. Laudo de exame grafotécnico minucioso e confeccionado com estrita observância das formalidades legais. Comprovação da autenticidade da assinatura do declarante. Registro civil regular. Vara dos Registros Públicos. Competência originária. Via processual inadequada à desconstituição da forte presunção de paternidade. Exame de DNA. Desnecessidade. Subversão de competência do Juízo da Vara de Registros Públicos com a de Família. Merece confirmada sentença que, considerando o registro civil de menor, devidamente regular e apto à segurança jurídica e ao interesse publico que deve representar, conclui por sua idoneidade formal e material. Sentença confirmada. Apelação Improvida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6811-2, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 15.04.2004, pg. 45) Ementa: CIVIL. REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO. RETIFICAÇÃO. DIREITO INDISPONÍVEL. DISCORDÂNCIA ENTRE ASSENTO DE NASCIMENTO E BATISTÉRIO. PAI PEDINDO POR FILHO MENOR. ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM NULIDADE DA SENTENÇA. 1. O pai de menor púbere não pode postular, em nome próprio, RETIFICAÇÃO DO REGISTRO DE NASCIMENTO daquele. Para tal circunstância, existe o instituto da representação processual, segundo o qual o menor titulariza a ação, sob a assistência de seu genitor.

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2. Impossível, em sede recursal, realizar-se o saneamento do processo, para fins de regularização da representação, a teor do art. 13, do CPC. Precedente do STJ. 3. Sob tais premissas, anula-se o processo, ab ovo, decretada a extinção do feito, nos termos do art. 267, § 30, do CPC. (TJCE, 1ª câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2824-8, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 25.02.2004, pg. 56) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. REGISTRO CIVIL. PEDIDO DE ALTERAÇÃO DO NOME MEDIANTE SUPRESSÃO, PARCIAL, DOS PATRONÍMICOS. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. I - De acordo com a sistemática legal vigente, a alteração do nome, mediante supressão parcial dos patronímicos, somente afigura-se concebível em caráter excepcional, diante de relevantes razões demonstradas pela parte interessada e, sobretudo, observada a regra inserta no artigo 56, da Lei n° 6.015/73, que dispõe sobre os registros públicos e dá outras providências. II - Recurso conhecido e improvido. Decisão indivergente. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3614-2, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 05.02.2004, pg. 17)

•Registro de Imóveis Ementa: - Apelação Cível. Registro de escritura pública de doação. Doação de imóvel descrito e caracterizado. Pretendida inclusão de terreno remanescente não figurante na escritura como integrando a área doada. Impossibilidade do registro almejado pelo outorgado donatário. Sentença confirmada. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0009.1276-7, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 20.02.2004, pg. 24) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO REIVINDICATÓRIA ARGÜIÇÃO PRELIMINAR E SUSTENTAÇÃO MERITÓRIA DE TODA INCONSISTÊNCIA JURÍDICA. DECISÃO MANTIDA. 1. A suscitação preliminar de incompetência queda-se diante da expressa manifestação de desinteresse sobre a causa da entidade federal financiadora do imóvel reivindicando.

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2. O registro imobiliário, enquanto não cancelado, anulado, extinto ou rescindido, produz todos os efeitos jurídicos e, como tal, se constitui prova dominial de toda valia para autorizar a reivindicatória. 3. A sentença censurada emprestou julgamento justo e juridicamente adequado à causa e, como tal, só merece confirmação, máxime em decorrência da inconsistência de Fundamentação recursal. 4. Apelo conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0006.5550-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 28)

Reintegração de Posse Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - REINTEGRAÇÃO DE POSSE – PRESUNÇÃO JURIS TANTUM DA CERTIDÃO DO SERVENTUÁRIO DA JUSTIÇA QUE FOI ILIDIDA ATRAVÉS DE PROVA MATERIAL - NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL INVÁLIDA POR TER SIDO REALIZADA EM DESCOMPASSO COM AS NORMAS LEGAIS - DECISÃO MANTIDA. 1. Falsidade da certidão. Presunção “juris tantum” do serventuário judicial, que pode ser ilidida por prova material, como ocorre no caso sub oculi. Óbice jurídico à alegativa do promovente em defesa de tal certidão. 2. Notificação inválida, por realizada por cartório de Caucaia na Cidade de Fortaleza, em absoluto e completo desacordo com as normas legais atinentes à matéria. 3. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.3733-5, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 24) Ementa: REINTEGRAÇÃO DE POSSE. NÃO COMPROVAÇÃO DESTA NEM DO ESBULHO. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. IMPOSSIBILIDADE. FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL. INDENIZAÇÃO. - Diferentemente do que ocorre nas ações cautelares, na reintegração não é livre o magistrado para apreciar pelos mais variados meios o atendimento dos requisitos para concessão de liminar. Nesta espécie de possessória, necessário se faz a demonstração dos requisitos objetivamente traçados no art. 927 do Código de Processo Civil. - A juntada de escritura não é suficiente para demonstrar a posse sobre o imóvel.

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- Não comprovados esbulho e posse, não é possível a concessão de liminar de reintegração. - Quando o ente público desrespeita os limites de propriedade privada para promover nela obra de interesse público, não é deferido ao particular o direito de ser reintegrado na posse, cabendo tão-só a exigência de indenização. - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0007.6109-0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 02.06.2004, pg. 12) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - REINTEGRAÇÃO DE POSSE - IRRELEVÂNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL – DECISÃO MANTIDA. 1. O encerramento de prova em audiência, na qual presente se achava o patrono da parte re, sem manifestar o recurso cabível, não pode ensejar prosperidade argüição de cerceamento de defesa, em face de ocorrência de preclusão consumativa, máxime quando não se arrolou sequer testemunha quer na contestação, senão no qüinqüídio legal que antecedeu o ato audiencial. 2. Meros argumentos sem qualquer fundamentação, não pode possibilitar a reforma perseguida, principalmente quando a decisão recorrida se me afigura motivada, justa e adequada e, como tal, insusceptível de reparação. 3. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0561-6, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 56) Ementa: REMESSA OFICIAL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - ESBULHO COMPROVADO - ORDENADA A DEVOLUÇÃO DO IMÓVEL AO MUNICÍPIO ESPOLIADO - INDENIZAÇÃO NÃO DEFERIDA - PREJUÍZO NÃO COMPROVADO - SUCUMBÊNCIA PARCIAL DO MUNICÍPIO –REEXAME OBRIGATÓRIO - ADMISSIBILIDADE - SENTENÇA QUE NÃO MERECE REPAROS - REMESSA CONHECIDA, MAS IMPROVIDA. I - Comprovado o esbulho da posse do imóvel pertencente ao Município, cuja escritura existente em nome do promovido fora objeto de anulação judicial, há de ser concedida à edilidade a reintegração na posse do bem.

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II - A indenização em processo possessório não decorre de simples ofensa à posse, mas se vincula à existência de prejuízos efetivamente sofridos, os quais não restaram demonstrados no caso vertente. III - A sucumbência parcial do Município autoriza o reexame obrigatório da decisão proferida parcialmente em seu desfavor. IV - Re conhecida, mas improvida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9606-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 23)

Repetição de Indébito Ementa: Repetição de indébito. Ação e reconvenção julgadas procedentes. Tratando-se de questão que envolve quantias certas, é impossível à contestante ser condenada a devolver importância por ela recebida e ao mesmo tempo ser vencedora em reconvenção, com o reconhecimento da validade do recebimento da referida importância. Decisão conflitante. Ausência de Fundamentação no que concerne ao conflito. Nulidade do decisum. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3994-0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 11.02.2004, pg. 11) Ementa : CIVIL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. Realizado duas vezes o pagamento das mesmas multas de trânsito, está o DETRAN obrigado a restituir os valores que recebeu indevidamente, pois “Todo aquele que receber o que lhe não era devido fica obrigado a restituir” (art. 964 do CCB). Sentença mantida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4036-0, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 11)

Representação Processual Ementa: Civil e Processual Civil. Procuração. Ausência. Contestação oral. Revelia. A exigência de apresentação do mandado pelo causídico tem por finalidade comprovar perante o juiz que o seu constituinte lhe conferiu a

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outorga. No caso, o réu compareceu à audiência de instrução acompanhado do seu advogado, que apresentou contestação oral, tendo ambos assinado o respectivo termo, confirmando, através deste instrumento, que aquele profissional era o seu procurador com poderes ad judicia. O princípio da instrumentalidade, como também os princípios da efetividade, da convalidação, da conservação, da causalidade, do interesse e da economia processual relativizam o desatendimento à forma em sentido estrito, sempre que o ato atinja o seu fim essencial. O verdadeiro e único objetivo do processo é servir a realização do direito material e da justiça. A comprovação da outorga do mandato, na espécie, se deu por outro meio, mas atingiu sua finalidade. Apelo conhecido e improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0309-0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 29.01.2004, pg. 14) Ementa: Agravo de instrumento. Ação de reparação de danos. Irregularidade na representação. Defeito sanável. A superveniente regularização da representação processual, suprida antes da prolação do decisum atacado, não enseja a aplicação da pena de revelia à Promovida, evidenciada a ausência de prejuízo, em consonância com o princípio da instrumentalidade das formas e dos atos processuais adotado pelo nosso Código de Processo Civil. Aplicar à Agravante, no caso, a sanção do art. 13, inciso II, do C. Pr. Civ., constitui cerceamento ao seu direito de defesa e ofensa ao princípio do devido processo legal. Recurso provido. Decisão reformada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0006.3528-3, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 22.01.2004, pg. 11)

Responsabilidade Civil Ementa: Direito Civil. Ação Indenizatória. Rito sumário. Contrato de transporte de mercadoria. Responsabilidade objetiva. I - No contrato de transporte terrestre, presume-se a culpa do transportador. Para se isentar de responsabilidade, cabe-lhe provar que os danos decorreram de vício próprio da mercadoria, força maior ou caso fortuito. II - Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6206-4, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 04.06.2004, pg. 12)

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Ementa: PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. Conduta relapsa da apelante, a qual, inobstante houvesse recebido a parcela cobrada no dia 27 de maio de 1997, ainda nos idos de julho do mesmo ano, mantinha a inscrição da apelada em cadastros de inadimplentes, e, como se não fosse bastante, acionou a máquina judiciária visando à apreensão do veículo objeto do financiamento donde se originou o imbróglio. Existência dos três elementos caracterizadores da responsabilidade civil e do dever de indenizar, quais sejam: a) ação - representada pela inclusão do nome da apelada em cadastros de inadimplentes; b) dano - decorrente dos constrangimentos causados; e c) vínculo relacional entre o dano e a ação, de responsabilidade da apelada. Quantum indenizatório. Sentença impugnada igualmente acertada e perfeitamente enquadrada nos mais sóbrios critérios de razoabilidade e proporcionalidade que devem permear o aplicador do Direito. Caráter reparador da indenização, o qual, porém, não afasta seus efeitos indiretos, a exemplo da conseqüência desencorajadora da prática de condutas abusivas e do caráter educativo para que novas investidas maléficas à dignidade das pessoas não sejam perpetradas impunemente. Apelação conhecida e improvida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7284-0, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.05.2004, pg. 26) Ementa: AÇÃO ORDINÁRIA DE REPARAÇÃO POR PERDAS E DANOS. DEVOLUÇÃO DE CHEQUES SEM PROVISÃO DE FUNDOS. EXISTÊNCIA DE FUNDOS SUFICIENTES À COBERTURA DOS CHEQUES. DEVOLUÇÃO INJUSTIFICADA. ILEGALIDADE. ABUSO DO APELANTE. PREJUÍZOS À ESFERA JURÍDICA DO APELADO. INDENIZAÇÃO CARACTERIZADA. DECISÃO MONOCRÁTICA IRREPROCHÁVEL. APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0853-4, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 25.03.2004, pg. 16) Ementa: Responsabilidade Civil - Ação de Indenização - Acidente de Trânsito com morte da vítima - Cumulação de Dano Moral com o Dano Material, oriundos do mesmo fato – Admissibilidade - Preliminares argüidas pelos segundo apelantes Edvaldo Tavares de Souza e Maria de Fátima de Souza: rejeitadas - Quanto ao Mérito, restou satisfatoriamente comprovado que o condutor do veículo atropelador, trafegava com imprudência, negligência e imperícia, na contra-mão, quando ocorreu o

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acidente em alusão - Igualmente, restou comprovada a culpa in vigilando da proprietária do veículo, atropelador- No entanto, segundo a Súmula 246 do Superior Tribunal de Justiça: “o valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente fixada” - Com efeito, conquanto se conheça dos dois Recursos de Apelação Cível interpostos pelos Apelantes e reciprocamente Apelados, vez que plenamente admissíveis, todavia, reformo o voto que proferi anteriormente, e nego provimento ao Recurso de Apelação interposto pela primeira apelante Maria Neusa Apoliano Moreira, e dou parcial provimento ao Recurso de Apelação interposto por Edvaldo Tavares de Souza e Maria de Fátima de Souza, reduzindo o tempo de seu encargo para o ano em que a vítima completaria 25 anos, nos termos dos votos vencedores, proferidos pelo Dr. Francisco das Chagas Oliveira, Juiz Convocado e pelo Des. Ernani Barreira Porto. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7267-6, Relator(a): Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 25.03.2004, pg. 15) Ementa: Apelação Cível. Direito Civil. Responsabilidade aquiliana. Ação de reparação de danos materiais. Acidente de veículo automotor. I - Todo ato ilícito gera para seu autor a obrigação de ressarcir o prejuízo causado a outrem, na dicção do art. 159, “caput”, do Código Civil de 1916 (art. 186 do Código Civil vigente - Lei n° 10.406/2002). Verificando-se a responsabilidade aquiliana, pois, quando presentes a culpa do agente, o dano causado à vítima e o nexo de causalidade entre o evento danoso e a ação ou omissão do agente, deve o dano ser reparado. II - De acordo com a sistemática processual vigente, para o deferimento do pedido de lucros cessantes, impende que o requerente comprove, satisfatoriamente, fazer jus a tal verba indenizatória. III - Recurso conhecido e provido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.0736-0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 16.06.2004, pg. 21) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS - ACIDENTE DE TRÂNSITO – COMPROVAÇÃO DA VENDA DO VEÍCULO ANTES DO INFORTÚNIO - ILEGITIMIDADE PASSIVA DO ANTIGO PROPRIETÁRIO - DANOS MORAIS - VALOR INDENIZATÓRIO - ADEQUAÇÃO À HIPÓTESE DOS AUTOS – APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA:

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1 - O alienante de automóvel, ao realizar a efetiva tradição ao adquirente e emitir autorização para transferência junto ao Detran, exime-se de responsabilidade pelas conseqüências advindas da ulterior utilização do veículo pelo novo proprietário. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. II - Indenização que se coaduna com a situação econômica do ofendido e do ofensor, a intensidade do ânimo de ofender e a gravidade da ofensa. III - Apelação conhecida e improvida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0710-4, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 01.04.2004, pg. 21) Ementa: DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MATERIAIS E MORAIS. ADULTERAÇÃO DE CHEQUE APÓS A SUA EMISSÃO PELO CORRENTISTA. RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA PELO PAGAMENTO EFETUADO (Parágrafo único, do art. 39, da Lei Federal n° 7.357/85 - Lei do Cheque). “QUANTUM” INDENIZATÓRIO. I - A instituição financeira é responsável pelo pagamento de cheque adulterado após a sua emissão pelo correntista, nos termos do disposto no Parágrafo único, do art. 39, da Lei Federal n° 7.357/85 - Lei do Cheque. II – Uma vez verificada a presença dos elementos que ensejam o dever de indenizar, a saber: dano, ação ou omissão voluntária do agente (praticada com culpa ou dolo), e, nexo de causalidade, nos termos do artigo 186, do vigente Código Civil (Lei n° 10.406, de 10.01.2002), deve o órgão judicial acolher o pedido indenizatório. III - Relativamente ao “quantum” indenizatório, devido em razão do dano moral experimentado, deve o mesmo ser fixado de acordo com o prudente arbítrio do magistrado, atento, ademais, às peculiaridades e circunstâncias do caso concreto, não se submetendo, pois, a regras matemáticas. IV - Sentença confirmada. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0003.4688-3, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 23.06.2004, pg. 22)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO. SERVIÇOS. A responsabilidade do fornecedor de serviços, à luz do Código de Defesa do Consumidor é objetiva, respondendo ele, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados. APELO IMPROVIDO.

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(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0141.9129-7/1 , Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 26.02.2004, pg. 19) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - REPARAÇÃO DE DANO DECORRENTE DE ACIDENTE DE VEÍCULO – APELO DESPROVIDO DE RELEVÂNCIA JURÍDICA – SENTENÇA CONFIRMADA. 1. Sem a comprovação de culpabilidade do promovido na consumação do acidente de trânsito não há como se falarem ato ilícito, quanto mais na sua reparação civil. 2. A decisão apelada que deu pela improcedência da ação, imerece reparo, por se achar calcada no conjunto probatório inserto no bojo dos autos. 3. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.0831-4, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 21) Ementa: DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO ILÍCITO. ATROPELAMENTO DE CRIANÇA QUE ESCONDEU SOBRE O PNEU SOBRESSALENTE DE VEICULO. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. Não deve ser considerado culpado o motorista que não possuía obrigação de visualizar o pneu sobressalente ao partir em veículo, nem podia razoavelmente prever o fato de neste local encontrar-se vítima ou o resultado atropelamento advindo do seu desequilíbrio e queda. Apelo conhecido e provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.5096-9, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 8) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - REPARAÇÃO DE DANOS CAUSADOS EM PASSAGEIRA DE TANSPORTE COLETIVO - RELEVÂNCIA DE ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA RECURSAL - SENTENÇA REFORMADA. 1. Decisão que, embora invocando e transcrevendo Súmula do STF em sentido contrário, dá pela improcedência da demanda a pretexto do acidente ter sido causado por terceiro, sem atentar para a teoria da responsabilidade objetiva do transportador, imerece permanecer incólume. 2. Apelo conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0440-9, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.02.2004, pg. 22)

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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AGRAVO RETIDO NÃO CONHECIDO POR DESCUMPRIMENTO AO ART. 523 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - FURGÃO QUE, AO SER ULTRAPASSADO POR CAMINHÃO, SAI DA PISTA E CAPOTA - ERRÔNEO ACONDICIONAMENTO DA CARGA TRANSPORTADA PELO FURGÃO - DESLOCAMENTO INTERNO DOS TIJOLOS - AUSÊNCIA DE ESTABILIDADE DO FURGÃO - RESPONSABILIDADE DA APELADA POR ATOS DE SEUS PREPOSTOS QUE NÃO ACONDICIONARAM DEVIDAMENTE A CARGA - APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA: I - Nega-se conhecimento a agravo retido por descumprimento da exigência prescrita pelo art. 523 do Código de Processo Civil. II - O indevido acondicionamento da carga transportada pelo Apelante concorreu para o infortúnio, uma vez que, não tendo os tijolos preenchidos a cubagem completa do furgão, ocorreu o deslocamento interno dos mesmos quando da brusca manobra de desvio, deslocamento este que prejudicou a estabilidade do veículo, impossibilitando que o Apelante tivesse pleno controle da direção. III - Inexistindo meios de o empregado comprovar a forma do acondicionamento da carga no furgão, impunha-se à Apelada o dever de demonstrar que os tijolos foram colocados adequadamente. O descumprimento do ônus probatório concorre para o acolhimento do argumento defendido pelo Apelante. IV - Não prospera a assertiva da Apelada de que a causa do acidente foi o excesso de velocidade do Apelante, uma vez que inexiste nos autos prova, ou mesmo indício, de que o motorista trafegava em velocidade acima da permitida, não tendo sido tal fato sequer mencionado quando do depoimento pessoal do representante da Apelada. V - Dever de a Apelada indenizar os danos que decorreram de conduta negligente de seus prepostos (indevido acondicionamento da carga). VI - Danos materiais em face do traumatismo craniano e da perda total da visão do olho esquerdo e danos estéticos e morais decorrentes da perda de pavilhão auricular esquerdo. VII - Apelação conhecida e provida, reformando a sentença de 1° grau, para julgar procedente o pleito indenizatório, condenando a Apelada ao pagamento de: a) indenização ao Apelante por danos materiais, mensal e vitalícia, em quantia correspondente a um salário mínimo e meio, a ser paga até o quinto dia útil de cada mês, bem como as parcelas vencidas a partir da data do ajuizamento da ação, b) indenização ao Apelante por danos estéticos e morais, no valor de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) e c) custas e honorários advocatícios, estes arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre o valor obtido do somatório da indenização por danos morais com as parcelas dos danos materiais vencidas e mais doze das prestações mensais

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a vencer, nos termos da reiterada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.0902-1, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 30.01.2004, pg. 26) Ementa: PRELIMINAR - CERCEAMENTO DE DEFESA - JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO (ART. 330 DO CPC) - FALTA DE OPORTUNIDADE PARA MANIFESTAÇÃO ACERCA DE DOCUMENTOS ACOSTADOS - INCIDENTE DE FALSIDADE DOCUMENTAL - REJEIÇÃO. - Só ao juiz cabe a hora e o momento oportuno para proferir seu julgamento, tendo como base os fatos constantes nos autos. Não há cerceamento de defesa quando se entende que a prova posta em juízo é suficiente para o deslinde da questão; - Os autos demonstram que o promovido teve azo para manifestar-se sobre documentos acostados pela parte promovente, mas, ao contrário, preferiu quedar-se inerte; - O documento que confere ao causídico poderes especiais para argüir o incidente de falsidade documental deve ser demonstrado de plano, o que não ocorre na espécie. Acrescente-se que o incidente ainda deve ser rejeitado vez que nenhuma influência teve para o julgamento da lide; - Preliminares integralmente rejeitadas. MÉRITO - REPARAÇÃO DE DANOS - ACIDENTE DE VEÍCULOS - PREPOSTO DO RECORRENTE – DESPESAS COM JAZIGO PERPÉTUO E FUNERAL. POSSIBILIDADE - Quem provoca lesão a outrem tem o dever de indenizar. Visualizada a culpa no evento, imperioso se faz a obrigação de reparar por dano; assim, não se isenta de culpa o proprietário do veículo se no momento do sinistro não era o mesmo que guiava o automóvel. - Possibilidade de cumular despesas de jazigo perpétuo e funeral com as demais verbas deferidas; - Recursos conhecidos para negar provimento ao promovido e dar parcial provimento aos promoventes. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3267-8, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 25)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - SENTENÇA - JUIZ DE DIREITO DESIGNADO PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA -OFENSA AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL - INOCORRÊNCIA - AÇÃO DE PERDAS E DANOS - RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - DANOS

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MATERIAIS COMPROVADOS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - OMISSÃO EMERGENTE - EFEITOS INFRINGENTES - INOCORRÊNCIA. (1) A prolação de sentença por Juiz de Direito que não presidiu a instrução da causa, mas a tanto designado fora pelo Tribunal de Justiça, no viso de impor maior celeridade aos processos retardados na comarca, não implica em malferir o princípio do juiz natural. Tampouco, causa ofensa à identidade física do juiz. Precedentes jurisprudenciais. (2) Age imprudentemente e responde pelas conseqüências advindas do seu ato o motorista que em rodovia de dupla mão de direção, converge inopinadamente à esquerda, interceptando a trajetória de outro veículo trafegando em sentido contrário, como no caso presente. (3) Danos materiais acarretados à camioneta do autor e lesões sofridas pelos ocupantes desse mesmo veículo, tudo devidamente comprovado nos autos, mediante documentos hábeis e não elididos por prova alguma em contrário, em por isso a reclamar ressarcimento. (4) Embargos declaratórios conhecidos e providos pelo juiz singular, no viso único de explicitar, como de fato explicitado restou, sobre os encargos de sucumbência, in casu, sem que nada importar possa em se conceber aqui emergente a figura jurídica dos embargos de declaração com ares infringentes, como alardeado pela apelante. Sentença confirmada. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0891-7, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 16) Ementa: DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROPRIETÁRIO PELOS DANOS CAUSADOS POR VEÍCULO FURTADO. NEGLIGÊNCIA NO DEVER DE GUARDA. Quantificação dos danos morais. Fixação dos honorários advocatícios. 1. O PROPRIETÁRIO QUE ABANDONA VEÍCULO EM VIA PÚBLICA, COM AS PORTAS ABERTAS E CHAVE NA IGNIÇÃO, NEGLIGENCIANDO NO SEU DEVER DE GUARDA, TAMBÉM RESPONDE PELOS DANOS CAUSADOS EM VIRTUDE DO SEU FURTO E ATROPELAMENTO DE PESSOA CAUSADO PELA IMPERITA DIREÇÃO DO MELIANTE. PRECEDENTES DOUTRINÁRIOS E JURISPRUDENCIAIS. 2. NÃO MERECE REFORMA A QUANTIFICAÇÃO DOS DANOS MORAIS QUANDO PROPORCIONAL AO GRAU DE CULPA E AO NÍVEL SÓCIO-ECONÔMICO DAS PARTES. 3. EM CONSONÂNCIA COM OS ARTIGOS 20, § 3° E 21 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, FAZ-SE DEVIDA A FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM 10% (DEZ POR CENTO) SOBRE O VALOR DA

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CONDENAÇÃO. Negativa de provimento ao primeiro apelo e parcial provimento ao segundo. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3156-8, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 6) Ementa: REMESSA EX OFFICIO AÇÃO INDENIZATÓRIA – ACIDENTE DE TRANSITO - ÔNIBUS DE EMPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO - INVASÃO DA VIA OPOSTA - COLISÃO COM VIATURA DA PM - DEVER DE REPARAR OS DANOS CAUSADOS AO PATRIMÔNIO ESTADUAL - DESVALORIZAÇÃO DO VEÍCULO NÃO COMPROVADA - PARCELA INDEVIDA - HONORÁRIOS JUSTOS – SENTENÇA MANTIDA. I - Configurada a culpa do condutor do ônibus que, imprudentemente, invadiu a via por onde trafegava a viatura estadual, causando o abalroamento, decorre o dever de reparar os danos emergentes oriundos do conserto do veiculo, Todavia, não há o que indenizar quanto à desvalorização do automóvel, eis que não comprovada. II - A fixação dos honorários de advogado é razoável quando fundada em critérios estabelecidos na lei processual civil, bem como no senso de eqüidade do julgador. III - Recurso Oficial conhecido, mas não provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.9324-4, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.01.2004, pg. 5) Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL CONTRATO DE SEGURO. AÇÃO DO SEGURADO CONTRA O SEGURADOR - RESPONSABILIDADE CIVIL - PRESCRIÇÃO ÂNUA. TERMO INICIAL A CONTAR A PARTIR DA DATA DA EFETIVA RECUSA DE PAGAMENTO - CÓDIGO CIVIL/1916, art. 178, § 6°, Inc. I NÃO REVOGAÇÃO PELO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – (1) A ação de indenização do segurado contra a seguradora, decorrente do contrato de seguro, prescreve em hum (1) ano, de acordo com o art. 178, § 6°, II, do CC/1916, que trata da responsabilidade civil decorrente da inexecução contratual, in casu (Súmula STJ n. 101). (2) Inaplicabilidade da regra contida no art. 27 do Código de Defesa do Consumidor, a estabelecer prazo prescricional de cinco (5) anos nas ações de reparação de danos por fato do produto ou de serviço, que não guardam correlação alguma com a responsabilidade civil decorrente do inadimplemento contratual.

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(3) Na linha do § 2° do art. 2° da Lei de Introdução, a lei nova, no caso o Código de Defesa do Consumidor, ao estabelecer disciplina especial quanto à ação de reparação de danos por fato de serviço, aí incluindo os decorrentes das relações de consumo entre segurado e seguradora, não revogou o art. 178, § 6°, II, do Código Civil, sendo dispositivo mais amplo, a englobar as demais ações entre segurado e seguradora (STJ Resp 232.483-RJ). Prescrição consumada. Sentença mantida. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6224-2, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 18) Ementa: Responsabilidade civil. Morte de transeunte por eletroplessão. Fio condutor de energia elétrica caído na via pública. Negligência da Companhia Energética do Ceará - COELCE. Art. 159 do Código Civil. Comprovados o ilícito, o prejuízo ao patrimônio alheio e a relação de causalidade, torna-se induvidosa a obrigação de reparar dano material e dano moral, independentemente de culpa. Recursos parcialmente providos. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0849-8, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.01.2004, pg. 8) Ementa: CIVIL - RESPONSABILIDADE CIVIL – INSTITUIÇÃO FINANCEIRA - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - PARCELAS PAGAS - BUSCA E APREENSÃO DE VEÍCULO DE CLIENTE – AJUIZAMENTO IMPRÓPRIO - INCLUSÃO INDEVIDA DO NOME DO AUTOR NO SERASA DANO MORAL PURO - PROVA - INDENIZAÇÃO - CONDENAÇÃO SENSATA E RAZOÁVEL. (1) Tal como o protesto indevido e a inclusão nos órgãos restritivos de crédito, a indevida busca e apreensão de bens causa dano, que deve ser ressarcido. Se de ordem moral o prejuízo causado, cabe ao juiz arbitrar seu valor de modo razoável, evitando excesso capaz de redundar enriquecimento sem causa do ofendido, derredor compatibilidade com a lesão sofrida, tal como verificado na espécie. (2) No caso dos autos, o fiduciário não estava inadimplente, tendo o credor, por erro, ajuizado a ação específica, conseguindo, mediante liminar, a efetivação da busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, inaudita altera pars. Posteriormente, a ação foi julgada improcedente. (3) Dada a sua imanente abstração, o dano moral prescinde de prova. Bastando que se demonstrem, como in casu ocorre, os fatos que lhe deram causa, sejam, a culpa do ofensor e o nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido e o ato do ofensor.

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(4) Na fixação do valor da indenização deve-se obedecer ao critério da razoabilidade, considerando-se as condições pessoais e econômico-financeiras das partes, o grau de culpa e as peculiaridades de cada caso. Evitando-se que seja tão elevado que promova enriquecimento indevido do ofendido ou tão diminuta que nada signifique para o ofensor, dado o seu porte econômico, observando-se o efeito pedagógico para que doravante adote maiores cautelas evitando a repetição de atos semelhantes. (5) No caso concreto, de se compreender que se tem em vista hipótese de quantum indenizatório fixado de modo razoável, não se vislumbrando excesso algum a redundar enriquecimento sem causa do ofendido, derredor compatibilidade com a lesão sofrida, nada capaz a reclamar redução, daí porque se mantém, ao montante estabelecido. (6) Sentença mantida. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2036-4, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 12) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL – DANOS MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO - INCONSISTÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL DECISÃO INALTERADA. 1. Não há como se falar em cerceamento de defesa, quando os patronos das partes foram cientificados pessoalmente do prazo assinalado em audiência para as razões finais que não apresentaram, daí imerecer acolhida a preliminar suscitada. 2. Quanto ao mérito, tenho como justa a sentença recorrida que, reconhecendo a comprovação escorreita da ocorrência de culpa recíproca, impõe condenação pela metade do quanto indenizatório pretendido, máxime quando se acha embasada em abalizado entendimento jurisprudencial do STJ. 3. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4573-9, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 16) Ementa: Acidente de veículos. Indenização por danos materiais. Nestes se incluem tanto o valor do veículo que restou destruído com o acidente, como também os gastos com tratamento das vítimas e ainda o que uma delas deixou de perceber no exercício de sua profissão liberal, tudo corrigido monetariamente. Reparação de danos morais. É desnecessária a prova da ofensa moral, sendo suficiente a constatação da culpa e o nexo de causalidade.

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(TJCE, 1ª Câmara Cível, apelação Cível n˚ 2001.0000.3858-9, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 23.01.2004, pg. 24) Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - RECURSO - RECURSO ADESIVO - RESPONSABILIDADE CIVIL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANO MATERIAL E MORAL - PROVA DO PREJUÍZO QUANTO A ESTE - DESNECESSIDADE - DUPLICATA MERCANTIL – PROTESTO INDEVIDO - BANCO COBRADOR - ENDOSSO-MANDATO - RESPONSABILIDADE DO ENDOSSANTE - PESSOA JURÍDICA - SÚMULA N. 227 STJ – (1) Preliminares (a) ilegitimidade passiva. Tratando-se de cisão de sociedade anônima, “a companhia cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da primeira, anteriores á cisão” (Lei das S/As, art. 233). No caso, o banco réu, consoante se colhe, absorveu a totalidade do passivo do Banco Bamerindus Brasil S,A., no correspondente ao seu ativo, assumindo, assim, responsabilidade solidária face aos compromissos do substituído, anteriores à cisão; (b) Protesto indevido Responsabilidade do banco endossatário. Conquanto impróprio o ato de protesto, como restou provado no caso dos autos, e embora assegurado ao endossatário de boa-fé efetivá-lo, para preservar seu direito de regresso contra o emitente endossante, é ele responsável pelos danos daí decorrentes, acaso sofridos pelo sacado. Preliminares rejeitadas. (2) Mérito (a) Duplicata mercantil Protesto indevido. Danos material e moral. Comprovação apenas quanto ao primeiro. Ausência, no caso. Sobre o segundo, por sua imanente abstração, bastante sejam o fato que lhe deu causa, a culpa do ofensor e o nexo causal entre o ato lesivo e o dano experimentado pela parte ofendida, tudo evidenciado na espécie. (b) Pessoa jurídica/dano moral. Cabível a indenização da pessoa jurídica. Matéria pacificada pela Súmula STJ n° 227. (c) Indenização por dano moral/critérios. No estabelecimento do quantum debeatur deve-se considerar a situação econômico-financeira e social das partes envolvidas; o grau de culpa, as peculiaridades do caso e o efeito pedagógico, no sentido de se evitar a repetição de atos ilícitos similares. Homenagem, demais, ao princípio da razoabilidade, de tal modo que o valor estipulado não seja tão ínfimo a ponto de que nada significar possa para o ofensor, nem tão alto que proporcione enriquecimento sem causa ao ofendido. Caso em que o valor arbitrado, relacionado com a ofensa, o porte da empresa ofendida e o fato que deu origem à indenização, mostra-se deveras exorbitante, a ponto de promover o enriquecimento sem causa da promovente, devendo ser reduzido, portanto. Recurso do réu parcialmente provido. Recurso adesivo da autora rejeitado.

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(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4843-4, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 3) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - INDENIZAÇÃO ACIDENTÁRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS IRRELEVÂNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL. 1. Resultando comprovado que o apelado teve perda da visão esquerda em conseqüência de uma lesão causada por estilhaço de vidro nas dependências do Clube da Recorrente, não há como esta escapar da responsabilidade civil sobre o acidente, máxime quando a sua ilegitimidade passiva se constitui matéria preclusa, em decorrência da rejeição da sua preliminar, em decisão inrecorrida. 2. Decisão motivada que, razoavelmente interpretando a prova inserta no bojo dos autos, conclui pela responsabilidade decorrente do ato ilícito, impondo ao agente ofensor o dever de indenizar, se me afigura justa e, como tal imerece a reforma perseguida. 3. Recurso conhecido, porém parcial provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6482-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 25) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - INDENIZAÇÃO POR SEGURO OBRIGATÓRIO DE VEÍCULOS - RESPONSABILIDADE DA SEGURADORA INDEPENDENTEMENTE DE PAGAMENTO DO PRÊMIO - DIREITO DE REGRESSO ASSEGURADO - INCONSISTÊNCIAS DAS FUNDAMENTAÇÕES RECURSAIS - DECISÃO MANTIDA. 1. Em se tratando de seguro obrigatório de danos pessoais causado por veículos automotores, por expressa disposição legal, a responsabilidade do pagamento da indenização é da Seguradora, sendo irrelevante a falta do pagamento do prêmio. 2. Contudo, a lei assegura a mesma o direito de regresso quando o proprietário deixa o seguro á descoberta. 3. Decisão que se fixa em tais pressupostos imerece a reforma buscada nos apelos. 4. Recursos conhecidos e improvidos. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7527-6, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 04.01.2004, pg. 7)

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Revelia Ementa: PROCESSUAL CIVIL. REVELIA. PETIÇÃO. DOCUMENTOS. DESENTRANHAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Poderá o réu intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontra, nos termos do art. 322 do CPC. Sem a demonstração de prejuízo e na falta de previsão legal autorizativa, mostra-se incorreto o desentranhamento de peças e documentos protocolados pelo revel, entre eles a declaração de pobreza. Agravo provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0002.9408-7, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.06.2004, pg. 7)

Seguros Ementa: - CIVIL. CONTRATO DE SEGURO EM GRUPOS. DIREITOS DO SEGURADO. EXTINÇÃO DA EMPRESA ESTIPULANTE. PRÊMIO PAGO FORA DO PRAZO. FATO ESTE ALHEIO À VONTADE DO SEGURADO. RESCISÃO UNILATERAL DO CONTRATO PELA SEGURADORA. INADMISSIBILIDADE. A Rescisão unilateral do contrato de seguro pela empresa seguradora, em face da extinção da estipulante do Seguro em Grupo e da ausência do pagamento do prêmio pelo segurado, antes de assegurar-lhe a conversão do seguro individual é abusiva e iníqua, porquanto põe o segurado em inadmissível desvantagem em face da seguradora, que fica injustificadamente isenta do pagamento de qualquer verba, embora tenha recebido, por longos anos, o valor do prêmio. Apelações Cíveis conhecidas. Negado provimento ao apelo da Seguradora e provido o recurso apelatório dos beneficiários da segunda. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8895-9, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 03.05.2004, pg. 29) Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRATO DE SEGURO. RESCISÃO UNILATERAL. INCIDÊNCIA DAS NORMAS DO CDC. EFEITO SUSPENSIVO. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES DE SUA CONCESSÃO. - Considera-se leonina cláusula de contrato de seguro, que. permite a rescisão unilateral pela Seguradora, sem á participação dos segurados.

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- O advento do termo anual de prorrogação do contrato de seguro, acompanhada de negativa de renovação pela seguradora e oferta de novo contrato, prevendo cláusulas mais onerosas, constitui prática que camufla a ilegalidade de modificar a essência do contrato substituído, sem a aquiescência dos segurados. - Estudo de viabilidade atuarial, apresentado unilateralmente pela Seguradora, não constitui prova inequívoca da deficitária situação financeira alegada no recurso. Agravo improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2002.0007.6976-0/2, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 30.04.2004, pg. 32) Ementa: Embargos à execução. Seguro de vida em grupo. Preliminar de ilegitimidade passiva da embargante ao fundamento de ter figurado como estipulante do contrato. Rejeição. Ausência de prova do alegado. Na modalidade de seguro em grupo, embora não tenha a seguradora exigido prévio exame da saúde física da segurada, mas tendo recebido os prêmios, o contrato aperfeiçoou-se, não podendo eximir-se da responsabilidade de pagar o valor da apólice. Sentença confirmada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0003.4763-6, Relator: Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 19.04.2004, pg. 11) Ementa: INDENIZAÇÃO. COBERTURA DE SEGURO. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA CONTRATADA SOBRE ROUBO E FURTO QUALIFICADO DE BENS. QUESTIONAMENTO SOBRE O VALOR. PAGAMENTO DE FRANQUIA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. - O contrato entre as partes não traz clareza sobre a cobertura do seguro. Matéria não questionada no processo não pode ser objeto de apreciação no juízo de 2° grau (art. 515, CPC). - O recebimento do seguro se obtém através do pagamento da franquia, conforme o estabelecido no contrato. - Recurso conhecido e improvido, sentença monocrática mantida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1586-7, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 01.04.2004, pg. 21) Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA. PROCEDÊNCIA. APELAÇÃO CÍVEL.

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O contrato de seguro de vida em grupo, com dispensa de exame médico do segurado, traz em si a presunção juris tantum de que, ao tempo da celebração da avença, não era ele portador de moléstia grave, capaz de acarretar a letalidade, não podendo a seguradora recusar-se ao pagamento do valor da apólice, sob a alegação de doença pré-existente, se não comprovar a má-fé do contratante, consubstanciada em declarações inverídicas quanto a seu estado de saúde, hipótese em que é inaplicável o art. 766, do novo Código Civil, admitindo-se a validade do contrato, a teor do disposto no art. 333, II, do Código de Ritos. É de se confirmar decisão judicial que, em sede de ação de cobrança, decide p ela procedência do processo para condenar a seguradora a pagar a importância do seguro contratado, máxime quando, como no caso dos presentes autos, não tenha havido prova convincente de ter o segurado agido de má-fé, ou que a omissão, em prestar informações, foi intencional. Sentença mantida. Recurso de apelação conhecida, mas improvida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0621-9, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 26.03.2004, pg. 12) Ementa: CIVIL. CONTRATO DE SEGURO DE VIDA. SUICÍDIO NÃO PREMEDITADO. INDENIZAÇÃO POR MORTE ACIDENTAL. JUROS MORATÓRIOS. I - Consoante entendimento pacificado do STJ, o suicídio não premeditado habilita o beneficiário à percepção da indenização por morte acidental. II - A quitação por morte natural não afasta a discussão sobre a caracterização do suicídio como evento acidental. III - No caso presente, o decurso de quatro (4) anos, desde a assinatura do contrato de seguro, aliado à inexistência de provas concretas, apontando para a premeditação do suicídio, justificam sua caracterização como evento acidental. IV - Os juros moratórios são de 6%a.a , contados a partir da citação. V - Recurso parcialmente provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0004.5435-1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.03.2004, pg. 17) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - COBRANÇA DE SEGURO DE VIDA - ARGUMENTAÇÃO RECURSAL INCONSISTENTE E IMPOTENTE PARA OPERAR A REFORMA PERSEGUIDA. 1. Sem o pagamento integral do prêmio não há como se falar em responsabilidade de indenizar seguro, máxime quando a contratação não se consubstanciou com a emissão da respectiva apólice.

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2. A decisão recorrida se me afigura justa e adequada à realidade dos autos, imerecendo, destarte, qualquer reproche. 3. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.5946-6, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 55) Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO CONSUMIDOR. AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA. CONTRATO DE SEGURO DE VIDA EM GRUPO. ALTERAÇÃO UNILATERAL DO CONTRATO REALIZADA SEM A ANUÊNCIA DO SEGURADO. IMPOSSIBILIDADE. I Em se tratando de relação de consumo, como o seguro de vida em grupo, a alteração unilateral do contrato, em prejuízo para o segurado, não se coaduna com a sistemática legal vigente, instituída pela Lei n° 8.078/90 - Código de Defesa do Consumidor - que , em seu artigo 51, inciso IV, declara serem nulas de pleno direito às cláusulas contratuais que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade. II - Recurso de apelação conhecido, porém improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0013.0751-2, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 23.06.2004, pg. 22) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA DE SEGURO - VEÍCULO FURTADO – DESTRUIÇÃO TOTAL APÓS COLISÃO - ALEGATIVA DA SEGURADORA DE QUE O SEGURADO EMPRESTARA O VEÍCULO A COLEGA – CAUSA EXTINTIVA - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO – NÃO IMPLEMENTAÇÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO – PRESUNÇÃO RELATIVA DA VERACIDADE DECORRENTE DA AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA - APELO CONHECIDO E IMPROVIDO: 1 - Nos termos do art. 333 do Código de Processo Civil, ao autor incumbe provar os fatos constitutivos do seu direito e ao réu compete provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. II - No caso dos autos, o Apelado comprovou as circunstâncias que lhe garantem o recebimento do prêmio segurado. III - A Apelante, todavia, não comprovou que o Apelado emprestara o veículo a terceiro - o que afastaria a cobertura do seguro - ficando em desvantajosa posição para a obtenção do ganho da causa.

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IV - A presunção de veracidade decorrente da ausência de impugnação específica é relativa (“iuris tantum”), podendo ser ilidida pelo conjunto probatório, o que ocorreu no caso dos autos, conforme exame das provas realizado acima. V - Apelação conhecida e improvida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4827-4, Relator: Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 30.01.2004, pg. 26) Ementa: DIREITO SECURITÁRIO - SINISTRO ACOBERTADO PELA VALIDADE DA APÓLICE NO TEMPO DE SUA CONSUMAÇÃO - ESTIPULAÇÃO DE PRAZO CURTO ABUSIVA - DECISÃO MANTIDA. I - A legislação securitária veda, de forma expressa, a rescisão unilateral dos respectivos contratos, resultando daí a validade da apólice que garante o seguro objeto desta lide, considerando-se ademais que o atraso no pagamento tinha prorrogação prevista na apólice e o sinistro ocorreu antes do seu vencimento, sendo ainda de ressaltar que a tabela de prazo curto que ali se estipulou é leonina e, como tal, desnuda de validade jurídica. II - Por conseguinte, não há motivo plausível capaz de desconfigurar o decisório recorrido. III - Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.1715-6, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.01.2004, pg. 7) Ementa: Ação ordinária de compensação de dívidas líquidas e vencidas decorrentes de contratos de seguro. Os contratos de seguro fundam-se na certeza da indenização ante a ocorrência do sinistro. Não é razoável que a seguradora insista no recebimento de parcelas do prêmio, vencidas após a ocorrência do sinistro, sem que tenha pago a indenização que é devida à segurada. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.1980-9, Relator: Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 21.01.2004, pg. 13)

Sentença Ementa: CIVIL. PROCESSUAL. INDENIZAÇÃO POR ATO ILÍCITO. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. SENTENÇA. NULIDADE.

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(1) O pedido, obrigatoriamente, deve guardar correlação com a causa de pedir, pois aquele é uma conseqüência desta, não podendo o juiz, como in casu ocorre, fundamentar a sentença acolhendo causa de pedir diversa da apontada pelo autor. (2) Omitindo-se também o julgador no que se refere às razões indicadas pela ré em sua defesa. (3) Donde, descumprir o decisum o previsto no art. 458, II e III, do CPC, impondo se, destarte, decretada seja a nulidade da sentença vergastada, por conter fundamentação deficiente e faltar-lhe requisitos essenciais. (4) Apelação da ré provida. Prejudicado recurso adesivo do autor. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.5510-3, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 10)

Separação de Corpos Ementa: INCIDENTE PROCESSUAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA CÍVEL. MEDIDA CAUTELAR. SEPARAÇÃO DE CORPOS. CONCUBINATO. FILHOS MENORES. CONFLITO CONHECIDO, PARA DECLARAR COMPETENTE O JUÍZO DE FAMÍLIA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0001.8555-5, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

Separação Judicial e Divórcio Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE CONVERSÃO DE SEPARAÇÃO JUDICIAL EM DIVÓRCIO - A DIFERENÇA EXSURGIDA EM FACE DA ATUALIZAÇÃO DO CÁLCULO DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR EM RAZÃO DE ÍNDICE OFICIAL DE IDENTIDADE MONETÁRIA, POR SI SÓ, NÃO É SUFICIENTE PARA OBSTAR O RESPECTIVO PEDIDO QUANDO RESTA CUMPRIDA A ESSÊNCIA DAQUELA - APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE DIANTE DA CONFLITÂNCIA DOS VALORES LEGALIDADE E JUSTIÇA, COM PREVALÊNCIA DESTE - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARA O FIM DE DAR PROCEDÊNCIA AO PEDIDO EXORDIAL POR OCASIÃO DESTA FUNÇÃO SUBSTITUTIVA DELIMITADA PELA DEVOLUTIVIDADE DA MATÉRIA. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.5541-3, Relator: Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 23.04.2004, pg. 48)

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Ementa: DIVÓRCIO DIRETO - PARTILHA DE BENS. ALIMENTOS: DIMINUIÇÃO DA PENSÃO NEGADA. - Havendo comprovação de que a separação de fato ocorreu há mais de dois anos deve-se reconhecer a possibilidade de se realizar o divórcio direto; - A partilha dos bens adquiridos na constância do casamento deve ser feita de forma eqüitativa, em razão do regime de comunhão parcial, desde que provadas as propriedades dos mesmos; - Redução do valor da pensão alimentícia negada, por não ter sido comprovada mudança na relação capacidade-necessidade das partes; HONORÁRIOS - Não há o que se reformar na decisão guerreada, uma vez que inobstante sejam as partes beneficiárias da justiça gratuita, não restam as mesmas isentas dos ônus sucumbenciais, tanto que podem ser objeto de cobrança no período de cinco anos, conforme regrado art. 12 da Lei n° 1.060/50. Recurso do cônjuge varão conhecido e improvido. Apelação do cônjuge virago. Não conhecimento do recurso interposto, em razão de sua extemporaneidade e representação ilegítima. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7098-7, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 07.04.2004, pg. 35) Ementa: Apelação Cível. Separação judicial. Partilha realizada observando critérios técnicos. Vantagens como diárias e transporte não devem integrar a pensão, pois necessárias ao exercício da função. Recurso parcialmente provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4688-1, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 6) Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL – DIVÓRCIO DIRETO LITIGIOSO - ALIMENTOS - OBSERVÂNCIA DO TRINÔMIO NECESSIDADE, CAPACIDADE FINANCEIRA E PARENTESCO - ADMISSIBILIDADE - PARTILHA DOS BENS - FASE DE EXECUÇÃO DA SENTENÇA REGIME DE COMUNHÃO UNIVERSAL - DIREITO À MEAÇÃO. I- Deve ser mantido o valor da pensão alimentícia fixado, na sentença vergastada, em 40% do salário mínimo, em favor do filho do casal, Romualdo Sabino Borges, quando existe prova da necessidade do alimentando, não se divisando, por outro lado, evidências da impossibilidade financeira do alimentante como alegado no recurso.

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II - O regime da comunhão universal se caracteriza pela comunicação de todos os bens, atuais e futuros dos cônjuges, ainda que adquiridos em nome de um só deles a menos que expressamente excluídos por convenção antenupcial. APELAÇÃO CONHECIDA, MAS IMPROVIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4188-0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.04.2004, pg. 21) Ementa: CIVIL - DIVÓRCIO DIRETO LITIGIOSO AGRAVO RETIDO - CONTESTAÇÃO - CARTA PRECATÓRIA - INTEMPESTIVIDADE -INOCORRÊNCIA - PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS - OBRIGAÇÃO - QUANTUM A SE FIXAR - PARTILHA DE BENS – (1) O prazo para contestar a ação conta-se da juntada aos autos da carta precatória devidamente cumprida (CPC, art. 241, IV. No caso concreto, tal instrumento juntou-se aos autos somente a 04/02/2000. A ré ofereceu contestação em 30/11/98, antes de ser citada, portanto, de modo tempestivo. (2) A obrigação de sustentar a mulher cessa, para o marido, quando ela abandona sem justo motivo a habitação conjugal e a esta recusa voltar (CC, 234). In casu como provam os depoimentos testemunhais colhidos por instrução da causa, a ré afastou-se do lar motivadamente. O marido mantinha relacionamento extraconjugal com uma colega de trabalho, com quem, posteriormente, passou a conviver, sobrevindo filhos. (3) O percentual de alimentos fixados em favor da apelada atende ao binômio necessidade /possibilidade preconizado no art. 400, do Estatuto Civil de 1916. O autor não provou que a ré aufere quaisquer rendimentos. Daí que módico e justo assemelha-se o quantum sobre 25% fixado pelo julgador singular presumindo-se compatível com as rendas do alimentante. (4) Sendo os litigantes casados pelo regime da comunhão universal de bens, a partilha se efetivará eqüitativamente entre os cônjuges. A decisão que estabeleceu a divisão em 50% para cada um deles atende a legislação de regência. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4464-3, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 11.02.2004, pg. 11) Ementa: DIVÓRCIO DIRETO. COMUNHÃO DE BENS. PARTILHA DE BENS A SER REALIZADA POSTERIORMENTE. Havendo comprovação de que a separação de fato ocorreu há mais de dois anos, deve-se reconhecer a possibilidade de realizar o divórcio direto. No

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regime de comunhão universal de bens comunicam-se todos os bens dos cônjuges, presentes e futuros, salvo as hipóteses previstas no art. 262 c/c o art. 263 do Código Civil de 1916, tratados no “Novo Código Civil” nos arts. 1.667 e 1.668, respectivamente. Partilha a ser realizada posteriormente. E dispensável a prévia partilha. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.1758-0, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 15.03.2004, pg. 15) Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE CONVERSÃO DE SEPARAÇÃO CONSENSUAL EM DIVÓRCIO. PRELIMINAR. APELAÇÃO CÍVEL. I - O descumprimento das obrigações pactuadas na separação inviabiliza, na hipótese dos autos, a homologação do pedido de divórcio. Inteligência do inciso II, do parágrafo único, do art. 36, da Lei n° 6.515/77; II - Não há se falar em reforma de decisão judicial que, tendo negado o divórcio, julgou improcedente o pedido de substituição de cláusula antes homologada cuja “pretensão é manifestamente prejudicial aos interesses dos filhos dos divorciandos, eis que, os valores oferecidos para a substituição do imóvel são irreais, fantasiosos, portanto, não constituem garantia idônea” (v.g.) IV - Sentença mantida. V - Apelação conhecida, mas improvida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.5416-2, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 10.02.2004, pg. 55) Ementa: SEPARAÇÃO CONSENSUAL. HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO. APELAÇÃO MANEJADA PELO CÔNJUGE VIRAGO. ALEGADO VÍCIO DE CONSENTIMENTO E PREJUÍZO AOS SEUS INTERESSES. INADMISSIBILIDADE. - Uma vez homologado, por sentença, o acordo celebrado em ação de separação consensual, somente pode ocorrer desconstituição através de ação própria, sendo o recurso apelatório meio inidôneo para proceder-se a tal mister, de onde se conclui pela ausência de cabimento legal para a interposição do apelo, que, sequer, deve ser conhecido. - APELAÇÃO NÃO CONHECIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.6731-5, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 06.02.2004, pg. 7)

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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - Modificação de cláusula de separação consensual - Partilha de Bens - Sentença homologatória de separação consensual - Coisa julgada. 1. A sentença homologatória da separação consensual desfruta da mesma autoridade e eficácia daquela proferida em separação judicial litigiosa; faz coisa julgada à desconstituição do vínculo societário, à cessão dos deveres de fidelidade e de coabitação e à partilha de bens, ressalvada embora a possibilidade do restabelecimento da sociedade conjugal pela reconciliação, como também a modificação de cláusulas pertinentes à guarda e criação dos filhos, ao direito de visita, à prestação alimentícia. Apenas nesse sentido é que se costuma dizer que não passa jamais em julgado”. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.8810-0, Relator: Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 30.01.2004, pg. 24) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - SEPARAÇÃO JUDICIAL CONSENSUAL - FUNDAMENTAÇÃO TERATÓLÓGIA E INCONVINCENTE DECISÃO HOMOLOGATÓRIA MANTIDA. 1. A tentativa de pretender impingir suposto vício de consentimento á advogada da causa, além de manifestamente aética, é inaceitável, porque o recorrente, inegavelmente, compareceu pessoalmente a Juízo e ratificou os termos do acordo separatório firmado na inicial, como exige a Lei. 2. Por outro lado, tendo o apelante, por sua patrona legalmente constituída nos autos, com poderes, inclusive, para transigir e desistir, antes renunciado o prazo recursal, encontra-se comprometida e viciada esta investida apelatória já descartada. 3. Apelo não conhecido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2528-5, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.01.2004, pg. 6)

Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada Ementa: DIREITO CIVIL E COMERCIAL – RUPTURA AMIGÁVEL DE SOCIEDADE POR COTA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA - ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO DE DISSOLUÇÃO SOCIETÁRIA - SENTENÇA REFORMADA.

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1. Alegando-se na exordial a existência de avença amigável que pôs fim à entidade societária em questão, a mera sustentação de descumprimento de obrigação de fazer contratada pelas partes extrajudicialmente não pode, evidentemente, gerar possibilidade jurídica da pretendida dissolução, por ser esta fato já consumado, máxime quando resultou assentado o caráter irrevogável do respectivo instrumento de acordo. 2. Decisão que entende de modo diverso é insustentável e, como tal, imerece permanecer incólume. 3. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1288-4, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.02.2004, pg. 17)

Títulos de Crédito

•Duplicata Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÃO - TITULO EXTRAJUDICIAL - COMPRA E VENDA MERCANTIL - DUPLICATA SEM ACEITE - PROTESTO. EMBARGOS. (1) A duplicata não aceita, mas regularmente protestada e acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria, constitui título de crédito hábil a embasar o processo executivo (CPC, 585, I e Lei n° 5.474/68, 15, II). (2) Ônus da prova. Considerando-se os embargos peça de defesa à execução, incumbe ao embargante a prova da existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do embargado (CPC, 333, II). (3) No caso, a embargante não logrou comprovar os fatos que justificariam a recusa do aceite das duplicatas em cobrança, como previsto no art. 8°, II e III, da Lei n° 5474/68. Do mesmo que não se desincumbiu do ônus de provar aquela comunicação de que trata o art. 211, do Código Comercial. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4883-3, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 12)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE EXECUÇÃO - DUPLICATA SEM ACEITE - AUSÊNCIA DO INSTRUMENTO DE PROTESTO - INADMISSIBILIDADE - INTELIGÊNCIA DO ART. 15, II DA LEI N° 5.474/68 - NULIDADE DO PROCESSO EXECUTIVO - ART. 618, I DO CPC - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

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I - Em se tratando de título executivo duplicata sem aceite – dispõe o art. 15 da Lei 5.474/68, que a prestação da tutela executiva depende da apresentação cumulativa de três documentos: a duplicata, o instrumento de protesto e o comprovante de entrega de mercadorias. II - Constatando-se que a parte exeqüente não colacionou o instrumento de protesto, documento este indispensável ao válido prosseguimento da demanda executiva, afigura-se inviável o provimento do recurso interposto. III - Apelação conhecida e improvida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3611-3, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.02.2004, pg. 10)

•Duplicata de Prestação de Serviços Ementa: EMBARGOS - DUPLICATA DE SERVIÇOS – LEI 5.474/68 - AUSÊNCIA DE DOCUMENTO COMPROBATÓRIO DA CONTRATAÇÃO DOS SERVIÇOS. FATURA EM NOME DE TERCEIRO. - O título que aparelha a execução deve trazer os requisitos exigidos pela Lei n° 5.474/68, hábeis a caracterizá-lo como duplicata. Tratando-se de duplicata de prestação de serviços, faz-se necessária a apresentação de documento que comprove não só a efetiva prestação dos serviços, mas, também, o vínculo contratual que autorize sua emissão. A presença de documento que comprova a contratação e a prestação do serviço é essencial para fornecer certeza e exigibilidade ao pretenso título. Preliminar acatada. - Recurso provido. Sentença reformada. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9553-5, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 30.01.2004, pg. 25)

•Endosso Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - CHEQUE – ENDOSSO FALSIFICADO - ÔNUS DA PROVA - LEGITIMIDADE PASSIVA DO BANCO DEPOSITÁRIO - INDENIZAÇÃO. (1) A alegação da autora sobre que o endosso foi efetivado mediante assinatura falsa não restou elidida por qualquer meio de prova em contrário, a cargo do réu, pelo que a asserção há de prevalecer. Inteligência do art. 333, I, CPC.

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(2) Legitimidade passiva. O banco depositário é parte legítima para responder pelo pagamento de cheque nominal com endosso em branco, posto que lhe cabe examinar a regularidade da cadeia de endossos (Lei n° 7357/85, art. 39). (3) Indenização. A responsabilidade pela verificação da regularidade do endosso encerra fato não foi levado em conta pelo banco depositário, deixando de tomar as cautelas que tinha por dever empregar, derredor, em especial, exame da legitimidade do malsinado endosso, daí que deve responder pelo prejuízo causado à pessoa em nome de quem o cheque foi emitido, no caso, a promovente. Sentença confirmada. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.8284-6, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 11) Ementa: APELAÇÃO - EMBARGOS À EXECUÇÃO - CHEQUE NOMINAL - ENDOSSO EM BRANCO - TRANSMISSÃO DA PROPRIEDADE AO PORTADOR DO TÍTULO - LEGITIMIDADE ATIVA ATENDIDA - PRESENÇA DE INTERESSE PROCESSUAL - IMPROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. I. O cheque nominativo, desde que não contenha cláusula não à ordem, é transmissível por via de endosso. II. Nada obsta a que o endossante não designe o nome do beneficiário do endosso, endosso em branco, presumindo-se feita a transmissão da propriedade do título ao seu legítimo portador. III. A legitimidade do autor da execução mostra-se atendida na medida em que portador de cheque cuja transferência dera-se através de endosso em branco. IV. Recurso conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0835-1, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 18)

•Princípios Ementa: ILEGITIMIDADE PASSIVA DA EMBARGANTE/APELADA. Inteligência do art. 741, inciso III do CPC c/c o art. 47 da Lei n° 7357/85. - Aplicável o regime jurídico-cambiário ao cheque, sobre o qual se espraiam os princípios da cartularidade, da literalidade e autonomia, este último desdobrado nos princípios da abstração e da inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé, impossível impor à embargante/apelada a

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qualidade de ré em procedimento executivo baseado em título no qual não figurou como interveniente, fosse como emitente, endossante ou avalista. - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7539-3, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.02.2004, pg. 19)

•Requisitos Formais Ementa: APELAÇÃO - EMBARGOS À EXECUÇÃO – NOTA PROMISSÓRIA - DATA DE EMISSÃO - AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO - REQUISITO FORMAL INDISPENSÁVEL À VALIDADE DO TÍTULO - FALTA DE PREENCHIMENTO POSTERIOR - INEFICÁCIA DO TÍTULO EXECUTIVO - PROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO, MAS NÃO PROVIDO. I - A ausência de indicação da data em que é emitida a nota promissória conduz à perda de eficácia do título, posto que para este requisito não ressalva a lei qualquer forma de presunção, valendo a regra geral de invalidade do título por insuficiência formal. II - A omissão pelo devedor de quaisquer indicações pode ser completada pelo portador até o momento de fazer valer publicamente o título, seja em sua apresentação para pagamento, seja no momento do ajuizamento da cobrança executiva. III - Recurso conhecido, mas não provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3384-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 25)

Título Executivo Ementa: Apelação Cível. Direito Processual Civil. Execução por quantia certa contra devedor solvente. Contrato de prestação de serviços educacionais. Requisitos. De acordo com a jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça o contra to de prestação de serviços educacionais somente é válido como título de crédito extrajudicial, de modo a deflagrar o processo executivo, se o credor desvencilhar-se do ônus que lhe impõe o art. 615, IV, do CPCivil, quanto à comprovação inequívoca de que adimpliu a sua contraprestação. Do contrário, a via executiva afigura-se inadequada, à míngua do requisito da certeza do quantum debeatur. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0006.5497-9, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 22.06.2004, pg. 23) Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. OMISSÃO DE NOME DE PARTE NA SENTENÇA. MERA IRREGULARIDADE FORMAL. CONTRATO PARTICULAR DE RECONHECIMENTO E CONFISSÃO DE DÍVIDA. AUSÊNCIA DE ASSINATURA DE DUAS TESTEMUNHAS. NOTA PROMISSÓRIA COMO GARANTIA. DESNATURAÇÃO DO TÍTULO. PERDA DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO TÍTULO. INFRINGÊNCIA AOS ARTS. 585, II, 586 E 618 DO CPC. 1. A omissão de nome de parte na sentença não constitui vício capaz de nulificar o julgado, visto caracterizar mera irregularidade formal. 2. É nula a execução fundada em contrato de reconhecimento e confissão de dívida, destituído da assinatura de duas testemunhas. 3. Ainda que acompanhado de notas promissórias, tal instrumento não enseja execução, porquanto os cambiários assestados, uma vez vinculados a contratos, perdem suas características cambiariformes, não mais se prestando a municiar ação executiva, in casu. 4. Precedentes do STJ. Apelo improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.3248-2, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 22) Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÃO DE TITULO EXTRAJUDICIAL - CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE - INEXISTÊNCIA DE TÍTULO LÍQUIDO E CERTO - EMBARGOS DO DEVEDOR - PROCEDÊNCIA. (1) O contrato de abertura de crédito em conta corrente não constitui título executivo hábil a embasar a execução, por ser ilíquido. Circunstância que não pode ser elidida pelos demonstrativos de débito apresentados pelo credor, documentos por ele elaborados, unilateralmente, bem por isso não se prestando como meio de prova contra o devedor. (2) A ação executiva tem como condição primordial a existência de título de crédito judicial ou extrajudicial (CPC, 583). Inexistente o título referenciado, o pedido é impossível e o autor carecedor de ação, devendo o processo ser extinto sem julgamento de mérito (CPC, 267, VI). (3) “O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos n°s IV, V e VI; (Di-lo o § 3° do artigo em alusão supra. (4) Sentença anulada. Processo extinto, sem julgamento de mérito.

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(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.0977-4, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 11) Ementa : CIVIL. PROCESSUAL. EXECUÇÃO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO. NOTA PROMISSÓRIA VINCULADA. (1) O contrato de abertura de crédito pessoal não é título executivo extrajudicial, por ser ilíquido. A iliquidez não pode ser elidida pelos demonstrativos de débito apresentados pelo credor, documentos por ele elaborados, unilateralmente, que bem por isso não servem de prova contra o devedor. (2) Nota promissória emitida em garantia do contrato de abertura de crédito. Ausência de autonomia, porque lhe falta, igualmente, liquidez e certeza, vale dizer, não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. (3) A ação executiva tem como condição a existência de título de crédito judicial ou extrajudicial (CPC, 583). Ausente o título citado, o pedido é impossível e o autor carecedor de ação, devendo o processo ser extinto sem julgamento de mérito (CPC, 267, VI, combinado com seu § 3º). Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4178-4, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 11)

Usucapião Ementa: AÇÃO DE USUCAPIÃO. TERRENO DE MARINHA. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA UNIÃO FEDERAL. NULIDADE. SÚMULA N° 391, DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. BEM PERTENCENTE AO ENTE FEDERATIVO CENTRAL. AÇÃO AJUIZADA NO FORO ESTADUAL. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUÍZO. SENTENÇA NULA. REMESSA DOS AUTOS À JUSTIÇA FEDERAL. APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.5337-2, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 13.02.2004, pg. 27) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL ANULAÇÃO DE MATRÍCULA IMOBILIÁRIA - RECONVENÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE - RECURSO DE NOTÓRIA INCONSISTÊNCIA JURÍDICA – DECISÃO MANTIDA.

Civil, Comercial e Processo Civil

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1. É assente na jurisprudência predominante de nossos pretórios, inclusive o STF, que a falta de citação da pessoa em nome de quem está transcrito o imóvel usucapiendo, torna nula a sentença do respectivo processo, independentemente de ação rescisória. 2. Por conseguinte, a sentença que julga improcedente reconvenção visando a declaração daquela nulidade acha-se em perfeita consonância com o invocado entendimento e, conseqüentemente, imerece a reparação perseguida. 3. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7569-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 7) Ementa: CIVIL - USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO. “Aquele que, por 20 (vinte) anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquirir-lhe-á o domínio, independentemente de título e boa-fé que, em tal caso, se presume, podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual lhe servirá de título para a transcrição no Registro de Imóveis” (CC, art 550). “O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a do seu antecessor (art. 496), contanto que ambas sejam contínuas e pacíficas” (CC, 552). No caso concreto, a autora comprovou tanto a sua posse quanto a de seus antecessores, que, somadas, totalizam mais de 20 (vinte) anos. Daí que ostensiva se mostrando a posse exercida pela recorrente sobre a área reclamada, bastante, a meu sentir, a excluir aquela presumida em favor da titular do domínio, no caso a Imobiliária recorrida. Cabe ao réu o ônus de provar as suas alegações em contrário (CPC, 333), encargo sobre que, no caso, não se desincumbiu a empresa contestante. O só fato de exibir título dominial sobre o terreno em litígio, não constitui causa bastante a anular a pretensão da autora-recorrente. Vale dizer, circunstância tal que por si só não inviabiliza a procedência da ação, de que se cuida. Sentença reformada. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0003.0189-0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 20) Ementa: DIREITO CIVIL. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO. POSSE DECORRENTE DE MERA PERMISSÃO E, POSTERIORMENTE, DE CONTRATO DE COMODATO. AUSÊNCIA DE POSSE COM ANIMUS DOMINI. ÓBICE CONSISTENTE. PROCEDÊNCIA INVIÁVEL, POR NÃO TER O AUTOR PROVADO SATISFATORIAMENTE OS FATOS

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CONSTITUTIVOS DO SEU DIREITO. PRETENSÃO INDEFERIDA. SENTENÇA MANTIDA. - E indispensável, para a aquisição da propriedade por usucapião, que a posse tenha sido exercida com animus domini, ou seja, com vontade de possuir como se fosse dono, o que não restou demonstrado nos autos. Na hipótese vertente, em que o possuidor passou a residir no imóvel usucapiendo por mera permissão da proprietária e, empós o falecimento desta, em decorrência de contrato de comodato firmado com o legatário do bem deixado pela extinta, não se pode convalidar a posse, para efeitos aquisitivos da propriedade, dada a precariedade com que esta foi exercida. - Exegese dos arts. 550 do 497 do Código Civil de 1916, vigente à época. - RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.8878-4, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 01.04.2004, pg. 12) Ementa: CIVIL - USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO – ANIMUS DOMINI. AUSÊNCIA. INVIABILIDADE AO RECONHECIMENTO DO USUCAPIÃO. Representa ônus para o autor a prova do fato constitutivo do seu direito (CPC, 333, I). Ausência de animus domini. Não comprovando os autores possuir o imóvel usucapiendo com ânimo de dono, no período estipulado em lei, inviável é o reconhecimento do instituto do usucapião (Código Civil revogado, art. 550). Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6851-1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 6)

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CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO e PREVIDENCIÁRIO

Ampla Defesa e Contraditório Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – SERVIDOR PÚBLICO - PENA DISCIPLINAR - INSTAURAÇÃO DO CONTRADITÓRIO - INEXISTÊNCIA. Todo e qualquer ato administrativo de caráter disciplinar deve ser precedido de ampla defesa, sob pena de grave violação das cláusulas pétreas, gizadas nos incisos LIV e LV do art. 5.° da CF/88. Segurança confirmada. Remessa oficial improvida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4942-9, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 5)

Cerceamento do Direito de Defesa Ementa: Apelação Cível - Agravo Retido. Direito Processual Civil. Embargos de Terceiro. Constrição judicial incidente sobre bem supostamente impenhorável. Protesto oportuno e específico da embargante pela produção de prova. Anúncio de antecipação da sentença. Retenção contra este despacho. Havendo a embargante protestado oportuna e especificamente pela produção de prova, e verificando-se a pertinência de tal postulação com o fato constitutivo do direito alegado em juízo, o antecipado destrame da lide, em tal situação, configura cerceamento de defesa, com a conseqüente imprestabilidade da sentença nela prolatada. Recurso conhecido. Retenção provida. Mérito prejudicado. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6148-3, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 15.04.2004, pg. 45) Ementa: - DIREITO COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE CRÉDITO. CERCEAMENTO DE DEFESA. IMPOSSIBILIDADE. APELAÇÃO CÍVEL. A negação, pela autoridade judiciária, de abertura de prazos para pronunciamento sobre documentos juntados aos autos, seja à concordatária, seja ao requerente ou ao Ministério Público, como no presente processo, constitui-se arbítrio que abala a pureza do rito e fere os princípios constitucionalmente consagrados da ampla defesa e do contraditório. O argumento judicial da prevalência da celeridade

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processual não justifica equívocos substantivos como o afastamento do procedimento falimentar específico à matéria em tela, resultando em prejuízo da legalidade e desrespeito ao curso do devido processo legal, máxime em casos, como os dos presentes fólios, de concordata em que o apelado era o titular da empresa concordatária, promoveu sua venda, recebeu o pagamento e saiu contemplado na habilitação, sem uma pesquisa criteriosa ou audiência para a verificação do referido crédito. Sentença nulificada. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0005.7031-9, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 16.02.2004, pg. 23) Ementa: PROCESSUAL. AGRAVO RETIDO. NÃO REQUISIÇÃO DE SUA ANÁLISE EM SEDE DE APELAÇÃO. - A exigência contida no art. 523 do CPC e seu § 1° deve ser observada à época da interposição do recurso. - Agravos Retidos não conhecidos. CONEXÃO. BUSCA E APREENSÃO. REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. PERÍCIA. NÃO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS. CERCEAMENTO DE DEFESA. - Se inexistir nos autos qualquer ato de compromisso do perito, tampouco a apresentação de honorários, não pode quem a requereu ser penalizado sob argumento de não haver cumprido a obrigação de custeio da diligência. - Caracteriza-se deste modo o cerceamento de defesa, nos termos do art. 5º, inciso LV da CF/88, por ver prejudicada a prova desejada pelo autor, bem como tal fato ter ensejado a improcedência do seu pedido. - Recurso conhecido e provido. Sentença nula. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0002-9, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.02.2004, pg. 19) Ementa: I. O conhecimento de agravo retido impõe expresso requerimento à instância “ad quem” nas razões recursais, a teor do §1º do artigo 523 da Lei Adjetiva Civil. II. Não há que se falar em excesso de execução quando os documentos alojados nos embargos confirmam a dívida executada. III. Inexiste cerceamento de defesa se os fatos alegados haveriam de ser provados por documento, não se justificando a designação de audiência. IV. Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.5053-6, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 04.01.2004, pg. 8)

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Ementa : I - É legítima e conveniente a cumulação da ação ordinária de rescisão de contrato de promessa de compra e venda com a reintegração de posse, uma vez que o pedido possessório é simples conseqüência do pedido rescisório. II - Não há falar em cerceamento de defesa, pela ausência de anúncio do julgamento antecipado da lide, quando presentes às condições que ensejam tal julgamento. III - Compete ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial, presumindo-se em regra verdadeiros os fatos não impugnados. IV - Recurso conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.2684-2, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 04.01.2004, pg. 9)

Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA INSTALAÇÃO DE CPI. CRITÉRIO TRIPLO ADOTADO PELO ART. 58 DA CF/88. ILEGALIDADE. O § 3.° do art. 58, da Constituição Federal, adotou critério triplo para a instalação de comissão parlamentar de inquérito, a saber (a) critério quantitativo - deve ser autorizada por um terço dos membros da casa legislativa, (b) critério qualitativo – deve investigar fato determinado, (c) critério temporal - deve ter prazo certo para o término dos trabalhos. Faltando um desses requisitos, caracteriza-se o desvio jurídico- constitucional, remediável através de mandado de segurança. Remessa oficial a que se nega provimento. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.9136-0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.03.2004, pg. 17)

Concurso Público Ementa: APELAÇÃO CÍVEL IMPROVIMENTO CONCURSO PÚBLICO. ART. 19, § 1°, DO ADCT. CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS. NÃO OBRIGAÇÃO DE CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO DOS SERVIDORES PÚBLICOS ESTÁVEIS COMO TÍTULO NOS CONCURSOS PÚBLICOS EM QUE SÃO AVALIADAS APENAS AS NOTAS DOS CANDIDATOS.

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I - Vícios que teriam carreado de nulidade o concurso público de provas e títulos para admissão de servidores ao Município de Tamboril, nos termos do edital de n° 01/97; II - Edital que não contemplou a possibilidade acréscimo de “pontuação” no certame para os candidatos que tivessem tempo de serviço suficiente para serem considerados estáveis; III - Certame público de provas não havendo previsão de avaliação de títulos; IV - Não obrigatoriedade de contagem, como título, do tempo de serviço dos servidores públicos estáveis; V - Recurso conhecido mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3465-4, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 04.06.2004, pg. 11) Ementa: CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR.DIFERENCIAÇÃO POR SEXO. ISONOMIA. - O certame público é instrumento jurídico para a seleção dos indivíduos mais aptos, dentro dos critérios definidos da Constituição Federal, para ingressarem nos quadros do serviço público, sendo inválido quando elege desarrazoado critério de habilitação em razão do sexo,pois veda o pleno acesso aos cargos e empregos públicos. - Não há qualquer vício quando lei estabelece número de vagas para os quadros da Polícia Militar a serem preenchidos por indivíduos de ambos os sexos e são realizados concursos públicos diferenciados para cada, visto que já está garantida pela lei a possibilidade de acesso tanto para indivíduos do sexo masculino como feminino. - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.3465-4, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 24.05.2004, pg. 10) Ementa: -Mandado de segurança. -As especificidades dos cargos tipicamente militares e policiais legitimam a cláusula de limite de idade nos concursos públicos voltados aos seus provimentos (STF, 1ª T, AI [AgRg] n° 284.0001-DF, rel. Min. Moreira Alves, j. 24/10/2000, Informativo n° 208, nov /2000). -Os impetrantes possuíam, ao tempo das inscrições, idades superiores à máxima estipulada no edital. Nada obstante, participaram do certame para preenchimento de vagas de “soldado pronto” da Polícia Militar do Ceará, garantidos liminar conferida por órgão judiciário incompetente. -Tutela provisória enraizada na incompetência absoluta padece do vício da nulidade. E já que, ilação lógica, não gera efeitos, em

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sobrevindo a denegação da segurança, restaura-se o status quo ante. Por outras, não cria situação favorável e irreversível para os seus beneficiários, sobremodo por ininvocável direito líquido e certo. -A Justiça não pode validar conjunturas injurídicas para atribuir direito a quem não tem. Vai então, a perda das vagas eventualmente conquistadas pelos impetrantes e, por consectário, o forçoso desligamento deles da Corporação, a critério do Comando Geral provê-las segundo a ordem de classificação dos candidatos, se é que ainda não expirou o prazo de validade do concurso. - Writ conhecido e denegado por maioria, contra o parecer da PGJ e nos termos do voto do relator. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.7997-6, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 06.05.2004, pg. 10) Ementa: CONCURSO PÚBLICO - EXAME FÍSICO - INCAPACIDADE DA IMPETRANTE EM FUNÇÃO DE INTERVENÇÃO CIRÚRGICA - SUSPENSÃO DO EXAME PARA REALIZAÇÃO POSTERIOR. ISONOMIA. - É direito líquido e certo da impetrante/apelada a realização das provas em igualdade de condições. Não poderia a mesma ser submetida ao teste após a realização de cirurgia cesariana, o que, de certo, causaria uma desigualdade entre ela e os outros candidatos, pois a aferição da capacidade física deve ser tomada a partir de um estado físico e mental normais. - Ofensa aos princípios constitucionais norteadores da proteção à vida, à maternidade e à dignidade da pessoa humana. Segurança confirmada. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3338-0, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.02.2004, pg. 19) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO - REQUERIMENTO DE INSCRIÇÃO - EXIGÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS DE IDENTIDADE – EXIBIÇÃO DE IDENTIDADE FUNCIONAL CONTENDO DADOS DE FILIAÇÃO, NATURALIDADE E N. DO REGISTRO GERAL – IDENTIFICAÇÃO SATISFATÓRIA - LIMINAR RATIFICADA – SEGURANÇA CONCEDIDA. I. Segundo a norma inscrita no item 2.3 do edital sob enfoque, não valem como documentos de identidade as carteiras funcionais sem valor de identificação, isto é aquelas que não apresentem os dados mínimos necessários a individualização do candidato.

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II - A carteira funcional apresentada pelo impetrante continha todos os requisitos indispensáveis à sua perfeita individualização, a saber, nome completo, filiação, data e local de nascimento e número do registro geral, não podendo, por tanto, ser repelida como documento de identificação. III- Liminar confirmada. Segurança concedida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2002.0003.8977-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 09.02.2004, pg. 6) Ementa: CONCURSO PÚBLICO - EXAME MÉDICO - DOENÇA CARDIOVASCULAR - ERRO - LAUDO MÉDICO DA PRÓPRIA CORPORAÇÃO DANDO INEXISTÊNCIA DE DOENÇA - CONTRADIÇÃO. NOVO EXAME. É direito líquido e certo do impetrante a realização de novo exame quando se colocam em contradição as conclusões tomadas pela Junta Médica do Hospital Militar e a Comissão Médica Avaliadora do Concurso. Observa-se, por outros exames, que houve erro na conclusão, impondo-se, por corolário natural, a desconstituição do ato que o considerou inapto, pois a aferição de sua saúde, desvirtuada em erro, deve ser tomada a partir dos novos exames que comprovam o estado de normalidade. Segurança confirmada. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1491-7, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 47) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – CONCURSO PÚBLICO PARA O CARGO DE POLICIAL DA CARREIRA MILITAR - REQUISITOS DE IDADES MÍNIMA E MÁXIMA - PREVISÃO DA LEI ESTADUAL N. 12.983/99 - EXIGÊNCIA LEGAL COMPATÍVEL COM AS ATRIBUIÇÕES DO CARGO - RAZOABILIDADE ATENDIDA - PRECEDENTES PRETORIANOS - DECISÃO DESPROVIDA DE FUNDAMENTAÇÃO - NULIDADE RECONHECIDA – AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO. I. Pode a lei, desde que o faça de modo razoável, estabelecer limites mínimo e máximo de idade para ingresso em funções, empregos e cargos públicos. Exegese sistemática dos arts. 7º, XXX, 37, I e 39, § 3º da Constituição da República. No entanto, os requisitos estabelecidos em lei devem ser mensurados em estrita correlação com as funções a serem exercidas pelo servidor, sob pena de constituírem mácula aos princípios da igualdade e da impessoalidade. II. A máxima de fundamentação das decisões judiciais é mandamento constitucional erigido em defesa da segurança das relações jurídicas e

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garantia contra a sujeição a decisões arbitrárias, sancionando-se com absoluta nulidade as decisões desprovidas de qualquer supedâneo jurídico. III. Agravo conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.4148-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 6) Ementa: Mandado de Segurança - Concurso Público para ingresso na carreira do Ministério Público Estadual - existência de ação civil contra o candidato, comprovada mediante certidão exibida por ocasião do pedido de inscrição na segunda fase do certame - indeferimento da inscrição conforme previsão editalícia – liminar oportuna e corretamente concedida para permitir que o candidato prosseguisse nas fases subseqüentes do concurso - reprovação na fase posterior - extinção do processo sem julgamento de mérito. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0016.2164-6, Relator: Desa. Huguette Braquehais, DJ. 08.01.2004, pg. 33)

Controle de Constitucionalidade Ementa: I.- A exigência de lei específica para a criação de autarquia, plasmada no art. 154, XVIII, da Constituição Estadual de 1989 e repetida no art. 86, XIV, da Lei Orgânica do Município de Fortaleza, normas estadual e municipal que reproduzem regra da Carta da República de observância obrigatória, não impõe a edição de lei exclusiva que apenas dela trate, mas importa mera autorização para sua criação. Constitucionalidade da Lei Municipal submetida à controle de constitucionalidade quando não apenas autorizou a criação da Autarquia mas, minunciosamente disciplinou-lhe, normatizando inclusive assuntos que tematicamente lhes são pertinentes. Especificidade não significa exclusividade. Precedentes do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 1.649-1, Relator o Exmo. Min. Maurício Correa e na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 1840/DF, Relator Exmo. Min. Carlos Velloso. II.- A criação e a regulamentação de Fundos independe de Lei Complementar. O art. 206, II, da CE/89, norma que reproduz o art. 165, § 9º, inciso II, da Carta da República, de observância obrigatória, reserva para Lei Complementar apenas o estabelecimento das condições para a instituição e funcionamento de Fundos, a serem observadas na elaboração de Lei Ordinária que instituir o fundo e estabelecer o seu funcionamento. Constitucionalidade da Lei Municipal nº 8.621, de 14 de janeiro de 2002,

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quando cria o Fundo Municipal de Limpeza Urbana em seus arts. 20 a 23. III.- Não há vício de inconstitucionalidade nos arts. 24 a 26 da Lei Municipal n.º 8.621/02, por ausência de expressa previsão quanto as condições contratuais necessárias à concessão do serviço público de limpeza urbana e os direitos dos usuários, porquanto o regime jurídico das concessões consiste em um plexo de normas e princípios cuja matriz é constitucional, integrado por leis federais (basicamente, as Leis n.º 8.666, n.º 8.987 e nº 9.074), leis locais, atos e contratos administrativos. Destarte, as condições contratuais e os direitos dos usuários da concessão do serviço público e coleta de lixo, normas gerais de toda e qualquer concessão e permissão de serviço público, emergem do conjunto de normas federais referidas, apenas complementadas pela Lei Municipal n.º 8.621/02, no que há de específico. IV.- Sendo o serviço público de coleta de lixo urbano indisponível pelo Estado que presta-o nos termos da lei para atender ao interesse público, qualificado, pois, como res extra commercium e, nesta medida, insuscetível de negociação, não pode ensejar a cobrança de preço que, além de pressupor igualdade das partes contratantes, exige disponibilidade do objeto do negócio. Aplicação do art. 145, II, da CF/88, repetido pelos arts. 191, II, da Lei Fundamental Estadual, norma reproduzida na Lei Orgânica deste Município, em seu art. 134, inciso II. Inconstitucionalidade do art. 27 da Lei Municipal n.º 8.621/02, regra matriz da remuneração da concessionária mediante o pagamento de tarifa pelo usuário dos serviços. Inaplicabilidade do artigo 175, III, da CF/88 V.- Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente. (TJCE, Tribunal Pleno, Ação Direta de Inconstitucionalidade n˚ 2002.0001.0070-3, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, Relator(a) designada para lavrar o acórdão: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 6) Ementa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PADRÃO ESTADUAL INCOMPATÍVEL COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PEDIDO JURIDICAMENTE IMPOSSÍVEL. NÃO CONHECIMENTO. ATRIBUIÇÃO AO MINISTÉRIO PÚBLICO DECORRENTE DE LEI ORDINÁRIA. POSSIBILIDADE. NORMA NÃO REFERENTE AO CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL, PORÉM INTERNO, MEDIANTE CONSULTORIA JURÍDICA. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL. I - Não se conhece de ação direta de inconstitucionalidade na parte em que a ofensa alegada refere-se a dispositivo da Constituição Estadual (art. 134) incompatível com a Carta Política Federal (art. 128, II, § 5°), por tratar-se de pedido juridicamente impossível.

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II - As regras de organização do Ministério Público e as que estabelecem normas gerais para a organização do Parquet nos Estados hão de ser necessariamente de natureza complementar, enquanto as que dispõem sobre as atribuições de seus membros podem ser ordinárias, desde que observadas as restrições do inciso IX e § 1° da Lei Fundamental, ao qual corresponde o inciso IX do art. 130 da Constituição Estadual. III - A emissão de parecer por membros do Ministério Público do Estado do Ceará nos procedimentos disciplinares instaurados pela Corregedoria-Geral dos órgãos de Segurança Pública e Defesa da Cidadania, de que cuida o § 4' do art. 5' da Lei Estadual n˚ 12.691, de 16 de maio de 1997, modificado pela Lei n˚ 17.734, de 2 de outubro de 1997, não configura controle externo da atividade policial, se o fosse, haveria de ser tratada por lei complementar. Tal tarefa se aproxima mais de um controle interno, exercido na forma de assessoria ao organismo encarregado de apurar os ilícitos administrativos dos agentes policiais, por conseguinte, estranha às responsabilidades e funções institucionais do Ministério Público, delineadas nos arts. 129 e 130 da Constituição Estadual, correspondentes às enumeradas no arts. 127 e 129 da Carta Federal, além de implicar verdadeira consultoria jurídica, o que é expressamente vedado pelos arts. 129, IX, e 130, inciso IX, respectivamente, das Constituições Federal e Estadual. IV. Ação direta de inconstitucionalidade parcialmente conhecida e provida. (TJCE, Tribunal Pleno, Ação Direta de Inconstitucionalidade n˚ 2001.0001.3194-5, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 03.05.2004, pg. 8) Ementa: Mandado de Segurança. Inconstitucionalidade do art. 108, inciso VII, alínea b, da Constituição do Estado do Ceará, por haver criado em seu bojo um locus manejável que pode, como lei ordinária que é, alterar a constituição, deixando ao legislador ordinário, eleger os agentes que possuem foro privilegiado. Tal tarefa só é cabível a própria constituição. Incompetência desta corte para processar e julgar este mandamus. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.5858-9, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 27.04.2004, pg. 8) Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO CONTRA ATO DO COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ. INCOMPETÊNCIA DO TRIBUNAL PARA JULGAR A MATÉRIA, DADA A INCONSTITUCIONALIDADE DA EXPRESSÃO CONTIDA NA PARTE

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FINAL DA ALíNEA “B”, DO INCISO VII, DO ARTIGO 108 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ, DO SEGUINTE TEOR “...e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas, na forma da lei”, BEM COMO DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 34 DA LEI ESTADUAL N. 13.297, DE 07 DE MARÇO DE 2003. COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL ESTRITA, QUE NÃO PODE SER ALTERADA POR NORMA INFRACONSTITUCIONAL (INTELIGÊNCIA DO ART. 125, § 1°, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA). PRELIMINAR (ARGÜIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO) ACOLHIDA PARA DECLARAR-SE, INCIDENTER TANTUM, A INCONSTITUCIONALIDADE DOS REFERIDOS DISPOSITIVOS. PRECEDENTE DO TRIBUNAL (NO MS -2003.0005.1839-0, RELATORA: DESEMBARGADORA HUGUETTE BRAQUEHAIS -DJ N° 209, DE 03/11/2003). (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.2216-9, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 02.04.2004, pg. 10) Ementa: EXAURE-SE NO TEXTO CONSTITUCIONAL A DISCRIMINAÇÃO DAS AUTORIDADES CUJOS ATOS, DESDE QUE IMPUGNADOS POR MANDADO DE SEGURANÇA, DEFLAGRAM A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO TRIBUNAL, NÃO PODENDO O ELENCO SER AMPLIADO POR LEI ORDINÁRIA, SOBRETUDO QUANDO A AUTORIZAÇÃO PARA TANTO DECORRE DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO. “ORA, DEFINIR É PÔR LIMITES E, SE OS LIMITES DA COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS ESTÃO NO TEXTO CONSTITUCIONAL, QUER FEDERAL, QUER ESTADUAL, NÃO PODE O LEGISLADOR ORDINÁRIO ULTRAPASSÁ-LOS, ACRESCENTANDO NOVA COMPETÊNCIA AO ROL EXAUSTIVO POSTO NA CONSTITUIÇÃO, COMO SE PODER CONSTITUINTE FOSSE” (Emmanuel José Peres Netto G. Soares, in A Inconstitucionalidade da Extensão do Foro Privilegiado:Revista Jurídica Consulex no.153, 31/5/03, 11 p. 26). -INCONSTITUCIONALIDADE DAS EXPRESSÕES ACRESCIDAS POR EMENDA À PARTE FINAL DO ART . 108, INC. VII LETRA B DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, ASSIM: “... E DE QUAISQUER OUTRAS AUTORIDADES A ESTAS EQUIPARADAS NA FORMA DA LEI” -, VÍCIO EXTENSÍVEL, CONSEQÜÊNCIA LÓGICA, AOS TERMOS DA LEI N°. 13.297, DE 7/3/03, QUE, COMPLEMENTANDO A DICÇÃO CONSTITUCIONAL, INCLUIU SEM PODER, O IMPETRADO NO ELENCO DE AGENTES COATORES JURISDICIONADOS PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA EM MANDADO DE SEGURANÇA. -PRECEDENTE: MANDADO DE SEGURANÇA N°. 2003.0005.1839-0/0 (DJ 3/11/03, P. 4-5).e INCONSTITUCIONALIDADES PRONUNCIADAS INCIDENTER TANTUM. -DEVOLUÇÃO DOS AUTOS

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AO JUÍZO DE ORIGEM OU O RESPECTIVO ENVIO A UMA DAS VARAS DA FAZENDA PUBLICA, OBSERVADA A DISTRIBUIÇÃO,CONFORME SEJA O CASO. -UNANIMIDADE. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0008.2530-7, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.04.2004, pg. 9) Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - ADMINISTRATIVO - EGRESSO DAS FORÇAS ARMADAS - INCLUSÃO NA POLÍCIA MILITAR SEM PREENCHIMENTO DAS CONDIÇÕES IMPOSTAS PELO §2º, DO ART. 37, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - ATO INDEFERITÓRIO DO COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR – PRELIMINAR SUSCITADA PELA PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 108, INCISO VII, LETRA “B” DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. I- Cumpre verificar que, relativamente à matéria dos presentes autos, por via de exceção ou incidentalmente, o pronunciamento do Poder Judiciário sobre a inconstitucionalidade não caracteriza manifestação sobre o objeto principal da lide, mas sim sobre questão prévia, indispensável ao julgamento do mérito. II- Os Tribunais de Justiça, exercendo o controle difuso de constitucionalidade, de forma incidental, declaram a incompatibilidade das Constituições Estaduais ou legislações infraconstitucionais em face da Constituição Federal,cuja declaração de inconstitucionalidade somente produz efeitos no caso concreto, ou seja, o ato normativo declarado inconstitucional permanece válido no que se refere à sua força obrigatória com relação a terceiros. III- Acolhe-se a preliminar suscitada pela douta Procuradoria Geral de Justiça, para proclamar incidenter tantum a inconstitucionalidade do art. 108, inciso VII, alínea “b”, da Constituição Estadual, em face do parágrafo 1º, do art. 125, da Constituição Federal e, em conseqüência, declarar a incompetência deste Tribunal de Justiça para conhecer do mandamus, remetendo os autos à 1ª Instância. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.5017-0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 07.04.2004, pg. 21) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - ATO DO COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ ARGÜIÇÃO, PELA DOUTA PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, da INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL DAS EXPRESSÕES CONTIDAS NA PARTE FINAL DO ART. 108, INCISO VII, ALíNEA “B”,

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DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL (“... E DE QUAISQUER OUTRAS AUTORIDADES A ESTAS EQUIPARADAS NA FORMA DA LEI”) POR MALFERIR O ART. 125, §1° DA CARTA MAGNA DE 1988- PROCEDÊNCIA -PREJUDICIAL ACOLHIDA, COM A CONSEQÜENTE REMESSA DOS AUTOS AO Juízo DE ORIGEM. I - A expressão “... ..e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas na forma da lei”, constante da alínea “b”, do inciso VII, do art. 108, da Constituição Estadual, ao permitir que o legislador ordinário, através de simples norma infraconstitucional, eleja os agentes que possuem foro privilegiado, fere frontalmente o §1° do art. 125 da Carta Maior, que determina a fixação de tal competência na respectiva Carta Estadual. Precedentes deste Egrégio Tribunal de Justiça. II - Prejudicial acolhida, reconhecendo incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão referida, com a conseqüente incompetência do Tribunal de Justiça para apreciar o presente “mandamus”, que deverá ser remetido à primeira instância, para os fins de direito. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0004.7031-2, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 24.03.2004, pg. 10) Ementa: CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ. ARTIGO 108, INCISO VII, LETRA “b”, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ E ARTIGO 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI ESTADUAL N° 13.297/2003. PRELIMINAR DE INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL NA MANIFESTAÇÃO DA DOUTA PROCURADORIA GERAL DA JUSTIÇA RELATIVA AOS DISPOSITIVOS QUESTIONADOS. PRELIMINAR ACOLHIDA PARA DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL DAS EXPRESSÕES: “ e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas na forma da lei”, CONSTANTES DA PARTE FINAL DO ARTIGO 108, INCISO VII, LETRA “b”, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ E TAMBÉM DO PARÁGRFO ÚNICO, DO ARTIGO 34, DA LEI ESTADUAL N° 13.297/2003, DECLARANDO A INCOMPETÊNCIA DA CORTE DE JUSTIÇA PARA PROCESSAR E JULGAR A AÇÃO DE SEGURANÇA. REMESSA AO JUÍZO MONOCRÁTICO DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL. UNÂNIME. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0004.7767-8, Relator: Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 16.03.2004, pg. 13)

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Ementa: Preliminar: Remessa dos autos ao juízo singular por providência monocrática. Impossibilidade. Apesar da economia e celeridade que busca o Ministério Público imprimir ao processo, afigura-se impossível a providência monocrática pretendida, a qual nasceria morta pela nulidade absoluta da qual se revestiria. Inteligência do art. 110 do Regimento Interno desta Egrégia Corte c/c o art. 97 da Constituição Federal. Preliminar conhecida, julgada, porém, improcedente. É como voto. Mérito: As expressões “e de quaisquer outras autoridades a esta equiparadas na forma da lei”, contida na parte final da alínea “b”, do inciso VII, i do art. 108 da Constituição do Estado do Ceará, e, por decorrência, do parágrafo único do artigo 34, da Lei Estadual n° 13.297, de 07/03/2003, encontram-se em cristalina dissonância com o disposto no § 10 do artigo 125 da Constituição Federal, implicando aqueles em burla à Lei Maior, permitindo, por via oblíqua, que assunto reservado à Constituição Estadual venha a ser tratado por simples lei ordinária. Incidente acolhido para declarar a inconstitucionalidade dos dispositivos apontados. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0008.5982-1, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 16.03.2004, pg. 14) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO - PRETENSÃO MANDAMENTAL NO SENTIDO DE SE DETERMINAR INCLUSÃO DE MILITARES DA RESERVA NAS FILEIRAS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ -PEDIDO FORMULADO NOS TERMOS DO ART. 165 DA LEI ESTADUAL 226/48 E NO ART. 136 DA LEI N° 10.072/76 -INCOMPETÊNCIA DESTE TRIBUNAL PARA DECIDIR ORIGINARIAMENTE A RESPEITO - INCONSTITUCIONALIDADE DAS EXPRESSÓES CONTIDAS NA PARTE FINAL DO ART. 108, INCISO VII, LETRA B, DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL “...E DE QUAISQUER OUTRAS AUTORIDADES A ESTAS EQUlPARADAS, NA FORMA DA LEI” - COMPETÊNCIA QUE TEM SEDE ESTRITAMENTE CONSTITUCIONAL, NÃO PODENDO, PORTANTO, SER ALTERADA POR VIA DE NORMA VEICULADA EM LEI ORDINÁRIA - PRELIMINAR QUE SE ACOLHE, DECLARANDO- SE INCIDENTALMENTE A INCONSTITUCIONALIDADE DAS EXPRESSÕES EM COMENTO.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.1837-4, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 08.03.2004, pg. 9) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 108, INCISO VII, ALÍNEA b, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO

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DO CEARÁ. POR HAVER CRIADO EM SEU BOJO UM LOCUS MANEJÁVEL QUE PODE, COMO LEI ORDINÁRIA QUE É, ALTERAR A CONSTITUIÇÃO, DEIXANDO AO LEGISLADOR ORDINÁRIO, ELEGER OS AGENTES QUE POSSUEM FORO PRIVILEGIADO, TAL TAREFA SÓ É CABÍVEL A PRÓPRIA CONSTITUIÇÃO. INCOMPETÊNCIA DESTA CORTE PARA PROCESSAR E JULGAR ESTE MANDAMUS. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0008.2859-4, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 25.02.2004, pg. 42) Ementa: A inconstitucionalidade, quando vistosa, pode ser pronunciada, caráter incidenter tantum, de ofício. Como explica Barbosa Moreira, em frase que tudo diz, em questão de direito a iniciativa oficial é sempre admissível (comentários ao CPC, Forense, 2003, vol. V, P. 37). Exaure-se no texto constitucional a discriminação das autoridades cujos atos, desde que impugnados por Mandado de Segurança, deflagaram a competência originária do Tribunal, não podendo o elenco ser ampliado por lei ordinária. Inconstitucionalidade das expressões acrescidas, por emenda, à parte final do art. 108, inciso VII, letra b, da constituição estadual, assim ... e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas na forma da lei. Precedente: Mandado de Segurança nº 2003.0005.1839-0/0 (DJ 3/11/2003, P. 4-5). Incompetência do Tribunal para jurisdicionar o mandamus, ordenado o envio dos autos ao juízo de origem. Nemine discrepante. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0004.4218-1, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 25.02.2004, pg. 38) Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - ADMINISTRATIVO - POLICIAL MILITAR - DIREITO À PROMOÇÃO À GRADUAÇÃO DE ACORDO COM O CRITÉRIO DE ANTIGUIDADE POR SER ESPECIALISTA - ATO INDEFERITÓRIO DO COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR - PRELIMINAR SUSCITADA PELA PGJ DA INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 108, INCISO VII, LETRA B DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. I - Na hipótese dos autos tem-se que a matéria em tablado, via de exceção ou incidental, o pronunciamento do Judiciário, sobre a inconstitucionalidade, não é feito enquanto manifestação sobre o objeto principal da lide, mas sintomas sobre a questão prévia, indispensável ao julgamento do mérito. Nessa esteira é que os Tribunais de Justiça, exercendo o controle difuso de constitucionalidade, de forma incidental declaram a incompatibilidade das Constituições Estaduais ou legislações infraconstitucionais face a Constituição Federal, cuja declaração de

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inconstitucionalidade somente produz seus efeitos no caso concreto, ou seja, o ato normativo declarado inconstitucional permanece válido no que se refere à sua força obrigatória com relação a terceiros. Paulo Bonavides, comentado o dispositivo sob enfoque, obtempera que o controle por via de exceção, aplicado às inconstitucional idades legislativas, ocorre unicamente dentro das seguintes circunstâncias: quando, no curso de um pleito judicial, uma das partes levanta, em defesa de sua causa, a objeção de inconstitucionalidade da lei que se lhe aplicar. Sem o caso concreto (a lide) e sem a provocação de uma das partes, não haverá intervenção, cujo julgamento se estende às partes em juízo. A sentença que liquida a controvérsia constitucional não conduz à anulação da lei, mas tão-somente à sua não- aplicação ao caso particular, objeto da demanda. É controle por via incidental. A Lei que ofende a Constituição não desaparece assim da ordem jurídica, do corpo ou sistema das leis, podendo ainda ter aplicação noutro feito, a menos que o poder competente a revogue. De modo que o julgamento não ataca a lei em tese ou inabstrato, nem importa o formal cancelamento das suas disposições, cuja aplicação fica unicamente tolhida para a espécie demandada. É a chamada relatividade da coisa julgada. Nada obsta pois a que noutro processo, possa a mesma lei ser eventualmente aplicada. (In Curso de Direito Constitucional, 6° edição pgs. 273/274). Nesse pesar, tenho por viável a preliminar suscitada pela douta procuradoria Geral de Justiça, quando questiono acerca da inconstitucionalidade do art. 108, inciso VII alínea b da Constituição Estadual em face do art. 125, parágrafo 1°, da Constituição Federal vigente, em sede de controle incidental por via de exceção. Vejamos, então em que consiste a inconstitucionalidade aventada, a partir do artigo 125 e parágrafo da Carta da República, verbis: Art 125. Os Estados organização sua justiça, observados os princípios estabelecidos na constituição. Parágrafo 1° - A competência dos Tribunais, será definida na Constituição do Estado, sendo lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. De outra sorte, a Constituição Estadual estabelece em seu artigo 108 a competência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, verbis: Art. 108. Compete ao Tribunal de Justiça: (...) VII- processar e julgar originariamente: b) os mandados de segurança e os habeas data contra atos do Governador do Estado, da Mesa e Presidência da Assembléia Legislativa, do próprio Tribunal ou de algum de seus órgãos, dos Secretários de Estado, do Tribunal de Contas do Estado ou de algum de seus órgãos, do Procurador Geral de Justiça, do Procurador Geral do Estado, do Chefe da Casa Militar, do Chefe do Gabinete do Governador, do Ouvidor Geral do Estado, do Defensor Público Geral do Estado, e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas, na forma da Lei.

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Ora, de par desta parte final, da dicção na forma da lei, atecnia legislativa teratológica, foi editada a Lei n. 13.297/2003, estabelecendo o seu art. 34, parágrafo único, equiparação aos Secretários de Estado, para fins de que trata o art. 108, inciso VII, alíneas b e c da Constituição Estadual, os comandantes Gerais da Policia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar e o Superintendente da Policia Civil. Dessa forma, hei por bem acolher a preliminar suscitada pela douta Procuradoria Geral de Justiça, para proclamar incidenter tantum a inconstitucionalidade do art. 108, inciso VII alínea b da Constituição Estadual, em face do parágrafo 1°, do art. 125 da Constituição Federal e, em conseqüência declarar a incompetência deste Tribunal de Justiça para conhecer do mandamus, remetendo os autos a 1° Instancia para a vara de origem. II- Acórdão unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0008.1233-7, Relator: Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.01.2004, pg. 38) Ementa : CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE JUSTIÇA. MANDADO DE SEGURANÇA ORIGINÁRIO. COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR. INCOMPETÊNCIA. Declaração, incidenter tantum, da inconstitucionalidade da expressão “... e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas, na forma da lei”, contida na parte final do art. 108, VII, “b” da Constituição Estadual, e por conseqüência, do parágrafo único, do art. 34 da Lei Estadual n° 13.297/2003, assentando-se, também, a incompetência da Corte de Justiça para processar e julgar originariamente o presente mandado de segurança, que deverá retornar ao juízo de origem. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.2190-1, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 09.01.2004, pg. 37) Ementa: - MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DO COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ. 1. Inconstitucionalidade das expressões contidas na parte final do art. 108, inc. VII, letra “b” da Constituição Estadual, que outorgou à Lei Ordinária competência que lhe é privativa nos termos do art. 125, § 1°, da Constituição Federal. 2. Declaração incidenter tantum de inconstitucionalidade que impõe o reconhecimento da incompetência desta Corte para conhecer do mandado

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de segurança e, determina a remessa dos autos à distribuição entre os juízos fazendários. 3.Decisão unânime.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0006.9282-0, Relator: Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 21.01.2004, pg. 9) Ementa: CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE JUSTIÇA. COMPETÊNCIA. POSSIBILIDADE DE AMPLIAÇÃO POR LEI ORDINÁRIA. INCONSTITUCIONALIDADE. DECLARAÇÃO INCIDENTAL. I. O art. 125, §1º, da Lex Fundamentalis estabelece que a competência dos Tribunais dos Estados deve ser definida na respectiva Constituição Estadual. II. Reveste-se de inconstitucionalidade a previsão contida no Estatuto Político do Estado que viabiliza a ampliação do raio de competência do Tribunal de Justiça mediante processo legislativo ordinário. Precedentes desta Corte. III. Declaração incidental de inconstitucionalidade do art. 108, VII, b, da Constituição do Estado do Ceará, no que toca à expressão e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas na forma da lei, com subseqüente reconhecimento da incompetência do tribunal de Justiça para processar e julgar o presente mandado de segurança, determinando-se a remessa dos fólios a uma das Varas da Fazenda Pública. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.5798-1, Relator: Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 28.05.2004, pg. 7) Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - ADMINISTRATIVO - MILITAR PERTENCENTE À RESERVA DAS FORÇAS ARMADAS - PEDIDO DE INCLUSÃO NO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ SEM AS CONDIÇÕES IMPOSTAS PELO INCISO II, DO ART. 37, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - REQUERIMENTO INDEFERIDO PELO COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR – ARGÜIÇÃO PRELIMINAR SUSCITADA PELA PGJ DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 108, INCISO VII, LETRA B DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. É inconstitucional o preceptivo da Carta Estadual, por ter criado em seu bojo um locus manejável que pode, com a simplicidade legislativa de uma Lei Ordinária, alterar a Constituição, deixando ao alvedrio do legislador ordinário a tarefa de eleger os agentes que possuem foro privilegiado, uma

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tarefa somente possível à própria Constituição que não pode prever reserva de Lei nesse particular. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.3085-4, Relator: Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 04.06.2004, pg. 7)

Direito Adquirido Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. -DE LEMBRAR-SE O COMENTÁRIO BORDADO COM REFINADA LUCIDEZ POR LÚCIA VALLE FIGUEIREDO , ASSIM, SEM TIRAR NEM POR: “ ... DIREITOS ADQUIRIDOS NÃO PODEM SER RESUMIDOS POR EMENDA À CONSTITUIÇÃO, UMA VEZ QUE DITAS EMENDAS PROMANAM DO PODER LEGISLATIVO E NÃO DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO. DE OUTRA PARTE, O DIREITO ADQUIRIDO, A COISA JULGADA E O ATO JURÍDICO PERFEITO ...COMO AFIRMA CANOTILHO, SÃO GARANTIAS ESTRUTURANTES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. REPRESENTAM O ESTEIO, O SUSTENTÁCULO DA ORDEM JURÍDICA “ ( in Remuneração, subsídios, direitos sociais. BDA, p. 2 e 4, jan/99). -DEVE SER APLICADA PONDERADAMENTE, COM DISTINÇÃO DE CASOS CONCRETOS, A LEI EDITADA PARA FAZER ATUAR NO ESTADO- MEMBRO EMENDA OPERADA PELO “PODER CONSTITUINTE DERIVADO” (RECTIUS, CONGRESSO). NÃO É CONCEDIDO, DE FEITO, AOS ADMINISTRADORES COLOCÁ-LA EM USO, À RÉDEA-LARGA, ATROPELANDO AS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS INTANGÍVEIS, COMO SE INEXISTENTE O BREQUE DO ART. 60, § 3°, INC. IV, DA PRÓPRIA CARTA FEDERATIVA. O APOSENTADO, QUEM DIZ É O SUPREMO, TEM DIREITO ADQUIRIDO AO QUANTUM DE SEUS PROVENTOS CALCULADOS COM BASE NA LEGISLAÇÃO VIGENTE AO TEMPO DA APOSENTADORIA (RE nº 92.511, Min. Moreira Alves, in RTJ vol. 99, p. 1267). Segurança Concedida. Nemine Discrepante. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0003.0191-0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.04.2004, pg. 8) Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. APOSENTADORIA. EMENDA CONSTITUCIONAL. DIREITO ADQUIRIDO. SEGURANÇA. 1.O poder reformador é um poder constituído, limitado, e, como tal, deve respeitar as diretrizes traçadas pelo Poder Constituinte. Se este garantiu a

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intangibilidade do direito adquirido como cláusula constitucional, não se admite que posteriormente, na vigência do mesmo ordenamento jurídico constitucional, sem que tenha havido qualquer processo revolucionário de mudança, a própria Carta Política, através de uma emenda, venha a violar o preceito que ela mesma resguardou. 2. A portaria n°. 663/99, sob o pálio de dar cumprimento à emenda da reforma administrativa emenda constitucional n°.19 de 04/06/98, atingiu frontalmente o direito da impetrante a ter seus proventos calculados nos termos que lhe foram assegurados no ato de sua aposentação, direito esse adquirido em face da legislação vigente à época, tornando-se ato jurídico perfeito e acabado, imodificável por emenda constitucional posterior restritiva e menos ainda por portaria que venha a lhe dar cumprimento. SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0006.9992-3, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 07.04.2004, pg. 19) Ementa: CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. SERVIDORES PÚBLICOS INATIVOS. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. TETO REMUNERATÓRIO. I -No sistema jurídico brasileiro, a regra de que a lei ou emenda constitucional nova não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito ou a coisa julgada, por estar inserida no texto permanente da Constituição Federal, impede que a nova legislação, ainda que de ordem pública, retroaja para alcançar e violar tais garantias constitucionais, assim como que o intérprete venha a formular sua aplicação retroativa. II- Precedentes do STF: RE 166.366/SP, Rel. Min. Moreira Alves. III -Preliminar e questão de ordem rejeitadas. IV - Segurança concedida, à unanimidade, quanto ao mérito. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0001.2845-6, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 14.05.2004, pg. 14) Ementa: Mandado de Segurança. Administrativo. Emenda Constitucional. Violação a direito adquirido. Impossibilidade. I - Preliminar de decadência rejeitada ante a natureza de trato sucessivo do ato impugnado pelos Impetrantes, posto tratar-se de ato lesivo que se renova a cada mês. II -Alteração da forma de cálculo do adicional por tempo de serviço - progressão horizontal sob o pretexto de dar aplicação às disposições das Emendas Constitucionais nº 19 (à Constituição Federal) e 21 (à Constituição

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Estadual), ensejando redução ilegal e abusiva nos vencimentos dos Impetrantes, com destrato à garantia constitucional do direito adquirido. III -Não detém o Poder Constituinte Reformador força capaz de modificar a cláusula pétrea do direito adquirido. IV - Precedentes deste Tribunal. V- Segurança concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0003.6318-4, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 05.04.2004, pg. 11) Ementa : Mandado de Segurança - Servidor Público - Aposentadoria. - O regime a que tem direito o servidor aposentado define-se com os requisitos postos pela lei vigente ao tempo em que implementado o tempo de serviço necessário para o recesso. - A superveniência de lei nova não pode prejudicar situações definitivamente constituídas, que se mantêm preservadas como direito adquirido, mercê das garantias constitucionais. - Segurança concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.4659-8, Relator: Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 09.01.2004, pg. 37)

Desapropriação Ementa: -Desapropriação indireta. Indenizatória. Revelia do expropriante. Alcance. Destrame antecipado. Dilucidação probatória complementar dispensável. Provas em fólios consentâneas entre si. Justa reparação. Resistência. -”O art. 320 do Código de Processo Civil, portador das hipóteses em que não se opera a presunção de veracidade fixada pelo art. 320, exclui o efeito da revelia mas não exclui, nem teria como excluir, a revelia em si mesma. A revelia é um estado de fato e não a conseqüência de um fato omissivo. Por isso, ainda quando um dos litisconsortes haja oferecido resposta, ou quando se trate de matéria indisponível, ou mesmo que se trate de fatos sujeitos a prova solene (art. 320, incs. 1-111), o réu que não responde é revel” (Dinamarco, Instituições de Direito Processual Civil, São Paulo: Malheiros, 3 ed., 2003, vol. III, p. 456). -Inferindo-se do decreto sentencial o pródigo apreciativo da causa petendi, perlustrando o judicante, sob cheia doutrinária, o instituto da desapropriação indireta, e o que é mais importante, avançando na diretiva investigatória das provas em fólios, ilusória a idéia de que o decisum adverso baseou-se, fundamentalmente, na revelia, e assim inconvincente o imaginário

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cerceamento de defesa. E se a credibilidade do articulado inicial grassa com vigor jurídico, num feixe de provas consentâneas entre si, prescindível mesmo dilucidação probatória complementar, até por imperativo de processual. -O abusivo e irregular apossamento de lotes particulares pelo Poder Público, nos quais erigiram se casas populares, sem, contudo, obediência às formalidades e cautelas do procedimento expropriatório, reclama indenizatória integral ao proprietário compulsoriamente despojado de seu bem. Censurável a estimatória que descobre aviltamento da reparabilidade devida, findando-se por tornar ínfima a recomposição do patrimônio do particular. Conclusão: postura insolente, estigmatizada pelo privilegiamento de interesses secundários do expropriante, no afã de despender o mínimo de re cursos e abarrotar-se deles ao máximo, em detrimento dos interesses primários, únicos que podem e devem ser perseguidos por quem axiomaticamente os encarna e representa. E, no particular, não pode haver interesse público maior do que o consistente em garantir a justeza da indenização que a ordem jurídico-constitucional preconiza (Lex Fundamentalís, artigo 5 XXIV). - Prolação monocrática sem reparos. Procedência da reparabilidade de rigor. - Apelo e reexame imprósperos. - Uno consensu. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2944-0, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 07.04.2004, pg. 29) Ementa: Desapropriação. Utilidade Pública. Indenização. Tendo as Partes, de comum acordo, fixado o valor da indenização em R$ 14.978,00, preço inferior ao do laudo oficial, que avaliou o imóvel expropriado em R$ 16.750,00, não se verifica qualquer prejuízo para a coletividade. Remessa necessária conhecida, mas improvida. Sentença confirmada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.2794-8, Relator: Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 19.04.2004, pg. 10) Ementa: APELAÇÃO - AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO - AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO - SUPRESSÃO - PROVA TESTEMUNHAL NÃO COLHIDA - VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA - INCLUSÃO DO TERRENO NO PERÍMETRO URBANO - FATO NÃO CONSIDERADO NA PESQUISA DO EXPERT - AVALIAÇÃO INFERIOR À OFERTADA PELO PODER EXPROPRIANTE - VALOR ACOLHIDO NO VEREDICTO - JULGAMENTO ULTRA PETITA - INDENIZAÇÃO INJUSTA - SENTENÇA ANULADA - RETORNO DOS AUTOS À INSTÂNCIA ORIGINÁRIA PARA SEGUIMENTO DA INSTRUÇÃO - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

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I - A Constituição Federal exige que a indenização, em processo de desapropriação, seja prévia, em dinheiro e, sobretudo, justa, a fim de garantir que o quantum indenizatório corresponda realmente ao valor do bem expropriado. II - A prova pericial é, inegavelmente, meio fundamental e costumeiro de que se vale o magistrado para a fixação do valor da indenização, mas não o único, podendo ser corroborada ou rechaçada por outros meios de prova. III - A inclusão do imóvel em perímetro urbano, por força de posterior alteração legislativa, é fato que deveria ter sido considerado ainda quando da avaliação do bem expropriando. IV - O acolhimento final de valores inferiores aos reconhecidos e depositados pelo autor importa verdadeiro julgamento ultra petita, violador do postulado da correlação entre o pedido e a sentença, que conduz à necessária decretação da nulidade do julgador. V - Recurso conhecidos e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6819-8, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 55) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESAPROPRIAÇÃO. AVALIAÇÃO DO IMÓVEL EXPROPRIANDO. DESIGNAÇÃO DE PERITO. ENGENHEIRO CIVIL. POSSIBILIDADE. - Sendo a capacidade técnica requisito indispensável para o escorreito desempenho da perícia designada, mister proceder-se à nomeação de experto que possua referida habilidade, sob pena de restar comprometido o preceito constitucional da justa indenização. - AGRAVO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚2000.0014.4572-4, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 9)

Ensino Superior Ementa: - Direito Constitucional e Processual Civil. Ensino superior. Transferência de aluno. Ato de gestão. Ação Cautelar ajuizada em caráter preparatório. Competência da justiça comum estadual. Em se tratando de ato de gestão, praticado pela direção da Instituição superior de ensino no pleno exercício de sua autonomia, conferida constitucional e legalmente, bem como sendo a pretensão jurídica deduzida através de medida cautelar, preparatória de ação de conhecimento, compete à justiça comum estadual conhecer e decidir acerca da controvérsia suscitada por estudante

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universitário, relativamente ao seu direito de eventual transferência de uma instituição para outra, sobretudo, por não figurar no pólo passivo da demanda a União; qualquer de suas autarquias; ou empresas públicas, o que afasta a aplicação do disposto no art. 109, I, da CF/88. Recurso de agravo de instrumento conhecido e provido. Decisão não unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0000.1676-1, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.02.2004, pg. 9)

Estágio Probatório Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - DIREITO CONSTITUCIONAL - ATO ADMINISTRATIVO - PROVIMENTO DE CARGO PÚBLICO - INVERSÃO DE SUAS FASES CONSTITUTIVAS - EXERCÍCIO SEM NOMEAÇÃO -ILEGALIDADE - RETROAÇÃO DOS EFEITOS FUNCIONAIS ESTÁGIO PROBATÓRIO - TERMO DE INÍCIO COINCIDENTE COM O EFETIVO EXERCÍCIO. I -A inversão tumultuária das fases constitutivas do processo administrativo de provimento de cargo público -exercício sem nomeação -é ato ilegal que gera para o servidor público o direito de ter os efeitos funcionais retroativos à data do efetivo exercício do cargo. II- Tendo sido nomeada aproximadamente um mês após a promulgação da Emenda Constitucional n. 19, quando já em exercício desde fevereiro de 1998, não pode a impetrante ser enquadrada no prazo de três (3) anos para a aquisição da estabilidade, em face da retroação dos efeitos funcionais à data do início de suas atividades. III - Inaplicável à espécie o § 4º do art. 41, da CF/88, que criou a exigência da avaliação de desempenho, posto que inaugurado com a Emenda 19. Segurança concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.3200-7, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 06.05.2004, pg. 9) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO - SERVIDOR PÚBLICO – INGRESSO APÓS 06 DE JUNHO DE 1998 - ESTÁGIO PROBATÓRIO - AVALIAÇÃO PERIÓDICA - DESEMPENHO INSATISFATÓRIO - INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA - OBEDIÊNCIA A PRAZOS E FORMALIDADES LEGAIS - DIREITO A PLENA DEFESA CONFERIDO - AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-

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CONSTITUÍDA DOS VÍCIOS ALEGADOS – EXONERAÇÃO DO SERVIDOR PÚBLICO - POSSIBILIDADE – SEGURANÇA DENEGADA. I - Em consonância com a redação atribuída ao § 4º do art. 41 da Constituição da República pela Emenda Constitucional n. 19/98, para a aquisição de estabilidade no serviço público é mister, além do transcurso do prazo trienal de efetivo exercício, a aprovação em avaliação especial de desempenho, a ser realizada por comissão funcional instituída para esse fim. II - Impondo o mandado de segurança que a prova das alegações fáticas seja pré-constituída, a inexistência de tais documentos nos autos importa o não acolhimento das pretensões nela fundadas. III - Reintegração indevida. Segurança denegada. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.7488-7, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 13.01.2004, pg. 20)

FGTS Ementa: FGTS - LIBERAÇÃO DO SALDO DA CONTA VINCULADA DO RECORRENTE. DIREITO ASSEGURADO NO ART. 1º, INCISO II DA LEI N° 7.670/88, EM COMBINAÇÃO COM O ART. 20, INCISO XI, DA LEI N° 8.036/90, EM DECORRÊNCIA DA DOENÇA GRAVE (NEOPLASIA MALIGNA) QUE ACOMETEU A ESPOSA DO APELANTE - APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA. SENTENÇA MONOCRÁTICA REFORMADA. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0000.1495-3, Relator(a): Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 04.02.2004, pg. 9)

Fundamentação das Decisões Judiciais Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DOS REQUISITOS CONSTANTES DO ART.273 DO CPC - DECISÃO NÃO FUNDAMENTADA - OFENSA AO PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS - NULIDADE DECRETADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I - A simples menção à existência dos pressupostos legais exigíveis para a antecipação da tutela sem, contudo, individualizá-los, conduz à pecha de ausência de motivação. II - Segundo preceitua o art. 93, IX da Constituição da República, todas as decisões judiciais devem ser motivadas, sob pena de nulidade.

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III - Nulidade decretada. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.8068-6, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.02.2004, pg. 9)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO RECORRIDA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE ABSOLUTA. PROVIMENTO. JULGAMENTO MONOCRÁTICO. POSSIBILIDADE. Estabelece o artigo 557 § 1°-A do CPC que: se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. É jurisprudência não somente dominante, mas também pacífica, no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, a tese segundo a qual a decisão judicial desprovida de fundamentação padece de nulidade absoluta. Mostra-se flagrante a nulidade da decisão que, além de não proceder a um exame discriminado da situação fática, sequer informa os motivos de sua convicção, limitando-se a ilações teóricas e doutrinárias acerca do processo cautelar. Agravo regimental não-provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2002.0001.1166-7/1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 10) Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CONSTITUCIONAL. APELAÇÃO CÍVEL - PROVIMENTO. NULIDADE DA SENTENÇA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS ESSENCIAIS DESCRITOS NO ART. 458 DO CPC. I. Pedido de nulificação do decisum recorrido suscitado pela parte apelante, com fundamento no disposto no art. 93 inciso IX da Constituição Federal de 1988. II. A nova ordem constitucional estatuiu a obrigatoriedade de que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário sejam fundamentados sob pena de nulidade; III. Falta de requisito essencial previsto no art. 458, CPC; IV. Nulificação da sentença recorrida para o fim de que seja prolatado novo decisum devidamente fundamentado. V. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2848-5, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 04.01.2004, pg. 7)

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Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – MEDIDA LIMINAR - AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA O DEFERIMENTO DE LIMINAR - DECISÃO NÃO FUNDAMENTADA – OFENSA AO PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS - ART.93, IX DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - NULIDADE DECRETADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I- A simples menção à existência dos pressupostos legais exigíveis para o deferimento de liminar, sem, contudo, individualizá-los, conduz à pecha de ausência de motivação. II - Segundo preceitua o art. 93, IX da Constituição da República, todas as decisões judiciais devem ser motivadas sob pena de nulidade. III - Nulidade decretada. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.3247-3, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 01.04.2004, pg. 11)

Isonomia Ementa: EQUIPARAÇÃO VENCIMENTAL. ISONOMIA. IMPOSSIBILIDADE POR VIA JUDICIAL. - Não pode o Judiciário conceder aumento de vencimentos sob o fundamento da isonomia (súmula 339, STF). - Precedentes deste egrégio sodalício e do excelso Supremo Tribunal Federal. - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3494-0, Relator: Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 04.01.2004, pg. 8)

Legislativo Municipal Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. DECISÃO DETERMINANDO BLOQUEIO E REPASSE DE VERBA DO FPM PARA A CÂMARA MUNICIPAL. POSSIBILIDADE. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. DECISÃO MANTIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.4380-2, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.04.2004, pg. 21)

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Ementa: CONSTITUCIONAL - ADMINISTRATIVO - LEGISLATIVO MUNICIPAL - DUODÉCIMO - ART.168 DA CF/88 - DIREITO LÍQUIDO E CERTO. - O Poder Legislativo Municipal tem direito ao repasse da importância referente ao duodécimo previsto em Lei Orgânica Municipal, até o dia 20 de cada mês, conforme percentuais normativamente estipulados, cujo descumprimento caracteriza violação a direito líquido e certo, amparável por via mandamental. - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5147-8, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 7)

Licenciamento de Veículo Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DETRAN. AUTARQUIA MUNICIPAL DE TRÂNSITO (AMC). PAGAMENTO PRÉVIO DAS MULTAS DE TRÂNSITO COMO CONDIÇÃO PARA O LICENCIAMENTO E/OU TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO. PODER DE POLÍCIA. EXECUTIVO FISCAL CONTRADITÓRIO. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA. 1. As sanções decorrentes do exercício do poder de polícia somente podem ser legitimadas mediante procedimentos administrativos e judiciais que assegurem o contraditório e a ampla defesa. 2. Em se tratando d infrações de trânsito emitidas pela Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), é indevida a exigência, por parte do DETRAN, de prévio pagamento das multas referidas ao veículo, como condição para o licenciamento e/ou transferência, haja vista a previsão do executivo fiscal, como meio de que pode se valer o órgão expedidor da multa, para o fim de cobrar seus direitos creditórios. 3. Impedimento esse que igualmente resulta da inexistência de convênio com o órgão expedidor da multa, prevendo a delegação de competência para a exigência de seu pagamento, como também da impossibilidade de averiguação da legalidade das autuações, em face da ausência de dados e documentação atinentes à prática da infração. Agravo improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0006.0109-3, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 30.04.2004, pg. 32)

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Licitação Ementa: REMESSA OFICIAL CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO - TRANSPORTE COLETIVO - INEXISTÊNCIA DE PRÉVIA LICITAÇÃO – NULIDADE CONFIGURADA - EXEGESE DO ART.175 DA CF/88 – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONNHECIDO, MAS IMPROVIDO. 1. De acordo com o disposto no art. 175 da Constituição Federal de 1988, os contratos de concessão firmados pelo Poder Público com o particular serão obrigatoriamente precedidos de procedimento licitatório. Trata-se de princípio impostergável, por estar associado aos postulados básicos da moralidade e da impessoalidade administrativa, sendo sua inobservância geradora de nulidade do contrato firmado. 2. Recurso voluntário conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5740-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 18)

Mandado de Segurança

•Contra Ato Judicial Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. ATO JUDICIAL. CABIMENTO DA IMPETRAÇÃO. I - Jurisprudência e doutrina têm admitido a utilização da via mandamental contra ato judicial em situações excepcionais, na qual a decisão impugnada revela-se “teratológica”, bem como de flagrante ilegalidade e abusividade, causando, ademais, lesão à parte requerente. II - Ordem de segurança concedida. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2003.0008.1873-4, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 21.05.2004, pg. 23)

•Efeitos Patrimoniais Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – SERVIDOR PÚBLICO COBRANÇA DE VENCIMENTOS ATRASADOS – VIA IMPRÓPRIA. (1) É vedada a cobrança de vencimentos e vantagens pecuniárias em atraso, por meio de mandado de segurança (Lei n° 5.021/66, art. 1°). Inteligência, demais, das Súmulas STF 269 e 271.

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(2) No caso concreto, sem maiores esforços de raciocínio, é de ver-se quão imprópria a via judicial eleita pelas requerentes, ao êxito da cobrança salarial assestada. O writ não pode ser erigido em ação de cobrança e seus efeitos patrimoniais só são devidos a partir da impetração. (3) Sentença reformada. Segurança denegada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8316-3, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 22)

•Liminar Ementa: EMENTA - AGRAVO DE INSTRUMENTO – LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA – SUSTENTAÇÃO IMPOTENTE PARA O FIM NELA VISADO – DECISÃO MANTIDA. 1. Presentes os requisitos ínsitos no inciso II do art. 7°. da lei n°. 1.533/51, não há como prosperar a reforma aqui perseguida, máxime se me afigurando o despacho censurado devidamente motivado. 2. Recurso conhecido, porém, improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0009.2771-3, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 20.02.2004, pg. 20)

•Perda do Objeto Ementa: - MANDADO DE SEGURANÇA VOLTADO A GARANTIR ÀS IMPETRANTES COM PARTICIPAÇÃO NO PLEITO ESCOLAR DESTINADO A INDICAÇÃO PARA CARGO EM COMISSÃO DE DIRIGENTE DE ESTABELECIMENTO DA REDE ESTADUAL DE ENSINO, MANDATO INICIÁVEL NO ANO DE 2.000. - PERDA DO OBJETO DA IMPETRAÇÃO, PORQUANTO, NEGADA A LIMINAR E TRANSPOSTA A FASE ELETIVA, OPEROU-SE, IN CASU, SITUAÇÃO FÁTICA IMODIFICÁVEL PELA VIRTUAL CONCESSÃO DA SEGURANÇA. - EXTINÇÃO DO PROCESSO, SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. - DECISÃO UNÂNIME. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.4462-5, Relator: Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 09.01.2004, pg. 37)

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•Prova Pré-Constituída Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. REQUISITOS BÁSICOS. PROVA PRÉ - CONSTITUÍDA. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO COM O PEDIDO INICIAL. EXIGÊNCIA DA PRÓPRIA NATUREZA E RITO DO MANDAMUS. INOCORRÊNCIA NA ESPÉCIE. - A prova no mandado de segurança deve ser pré-constituída, isto é, produzida já com a exordial, a teor dos arts. 6° e 8° da Lei n° 1.533/51, sob pena de extinção do processo sem julgamento do mérito. - Inteligência do art. 6° da lei do Mandado de Segurança, e 267, VI do Código de Processo Civil brasileiro. - Precedentes. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.7885-8, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 09.02.2004, pg. 6) Ementa: Administrativo. Mandado de Segurança. Prova pré-constituída. Ausência. Carência de ação. Extinção do processo sem julgamento do mérito. Com a inicial, deve o impetrante fazer prova indiscutível, completa e transparente, de seu direito. Não é possível trabalhar à base de presunções. A via estreita do mandado de segurança exige que, já no momento da impetração, se faça a petição inicial acompanhada da prova pré-constituída do direito dos autores. Em face da ausência de prova documental plena, extingue-se o processo sem julgamento do mérito, por carência de ação. Recursos providos. Sentença reformada, para extinguir-se o mandamus sem o julgamento do mérito. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9359-8, Relator: Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 21.01.2004, pg. 13) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA - A CELERIDADE DO RITO NÃO COMPORTA DILAÇÃO PROBATÓRIA. - Constitui requisito essencial da Ação de Mandado de Segurança a prova pré-constituída de todos os fatos e alegações que comprovem a existência de direito líquido e certo do impetrante, sendo vedada a dilação probatória. A com provação de furto de energia elétrica descaracteriza a cobrança abusiva dos valores da energia elétrica. - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9231-5, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg.6)

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Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - DOCUMENTO NECESSÁRIO À PROVA DO ALEGADO - EXIBIÇÃO PELO IMPETRADO - AUSÊNCIA - DOCUMENTO QUE SE ENCONTRA EM PODER DA AUTORIDADE COATORA - RESSALVA LEGALMENTE PREVISTA - PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 6º DA LEI 1.533/51 - JUIZ - ORDEM DE EXIBIÇÃO - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I. A prova, em sede de mandado de segurança, há de ser pré-constituída, isto é, a inicial deve vir acompanhada de documentos que comprovem, de plano, as situações e fatos que embasam o direito invocado pelo impetrante. Todavia, a Lei n.° 1.533/51 traz, em seu art. 6°, parágrafo único, expressa ressalva, em se tratando de documento necessário à prova do alegado que se encontre em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo. Nesse caso, sua exibição deverá ser ordenada, mediante ofício, pelo juiz. II. Recurso conhecido e provido para que, a sentença apelada, adote o douto juiz monocrático as providências previstas no artigo em referência. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2414-6, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 16)

Multas de Trânsito Ementa: APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA OBRIGATÓRIA. MULTA DE TRÂNSITO. ILEGITIMIDADE DO ENTE FISCALIZADOR PARA APLICAR SANÇÕES DE TRÂNSITO. IMPROVIMENTO DO RECURSO E DA REMESSA OFICIAL PRECEDENTES DO TRIBUNAL. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.3533-1, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 26.02.2004, pg. 11) Ementa: Administrativo. Multa de Trânsito. É indelegável à Entidades privadas o exercício do poder de polícia. Estando submetido ao Princípio da Legalidade, a atividade da Administração Pública não pode ser exercida fora dos limites da lei. É defeso à ETTUSA, empresa privada, fiscalizar e cobrar multa de trânsito. Ausência de competência. Atos de aplicação e cobrança de multa de trânsito nulos. Remessa Obrigatória e Recurso de Apelação conhecidos e improvidos. Sentença mantida.

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(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0449-2, Relator(a): Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 29.01.2004, pg. 44) Ementa: - Administrativo e Processual Civil. Liminar mandamental que autoriza o pagamento de licenciamento e seguro obrigatório sem prévio recolhimento de multas de trânsito. Cabimento do recurso, relevância da fundamentação e risco de ineficácia, acaso concedida somente a final. 1. Admissibilidade. Agravo. Cabimento. É cabível, pois, o agravo de instrumento em mandado de segurança, certo que as normas do CPC aplicam-se a todas as ações, inclusive às de ritos especiais, salvo quando tiverem elas específicas regras contrárias, hipótese inocorrente. Precedentes jurisprudenciais favoráveis e contrários (STJ-1ª Turma, REsp 139.276- ES, rel. Min. Milton Luiz Pereira, j. 5.7.01, deram provimento, v.u., DJU 19.11.01, p. 232). 2. Mérito. 2.1. Relevância da Fundamentação. A imposição de sanções administrativas sem prévio exaurimento do devido processo legal, inclusive de notificação (Súmula 127 do STJ) aponta provável agressão a este princípio. 2.2. Periculum in mora. Se concedido os efeitos da tutela somente em final, o agravado, com toda a certeza, correria o risco de sofrer fiscalização e ter seu veículo apreendido, além do que ficará sem a cobertura do seguro obrigatório. 3. Agravo conhecido e desprovido. 4. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0016.1902-1, Relator: Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 21.01.2004, pg. 10) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – DETRAN - FISCALIZAÇÃO DO TRÂNSITO E APLICAÇÃO DE SANÇÕES NAS VIAS MUNICIPAIS - COMPETÊNCIA RECONHECIDA PELO CONVÊNIO DE COLABORAÇÃO DE 19/06/1998 - CONDICIONAMENTO DO LICENCIAMENTO DE VEÍCULO AUTOMOTOR À QUITAÇÃO DAS MULTAS APLICADAS - ILEGALIDADE - A ADMINISTRAÇÃO DISPÕE DE MEIOS JUDICIAIS PARA A COBRANÇA DAS SANÇOES PECUNIÁRIAS APLICADAS AO ADMINISTRADO - DECISÃO CONFIRMADA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. I. Em consonância com as regras do Convênio firmado entre o Município de Fortaleza e o Departamento Estadual de Trânsito do Ceará, a este foram conferidos os encargos referentes à fiscalização e sinalização do trânsito nos limites territoriais da capital cearense, sendo-lhe, portanto, lícito aplicar sanções pecuniárias aos condutores que perpetrarem infrações às leis de trânsito nas vias municipais.

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II. Não é dado à Administração Pública condicionar o licenciamento dos veículos sob sua fiscalização ao prévio pagamento das multas aplicadas aos condutores, eis que dispõe de medidas judiciais próprias à cobrança daquelas sanções pecuniárias. III. Decisão que antecipou a tutela confirmada. Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.0027-6, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 15)

Poder de Polícia Ementa: ADMINISTRATIVO - SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - ETTUSA - INCOMPETÊNCIA PARA EXERCER O PODER DE POLÍCIA. - A ETTUSA não pode exercer o poder de polícia, pois o Município de Fortaleza não está autorizado a delegar tais funções à sociedade de economia mista ou à empresa pública, por ser atividade essencial do Estado; - O caso do exercício do Poder de Polícia, que tem por natureza a restrição às liberdades individuais em prol do bem-comum, com aplicação de sanções, indubitavelmente, é privativo do Poder Público ou de suas autarquias e fundações; - Precedentes na Apelação Cível n° 2002.0004.7063-2/0, da relatoria do Des. Ernani Barreira Porto; - Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.1836-7, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.05.2004, pg. 29) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - LACRAR, APREENDER E MULTAR VEÍCULOS - ETTUSA - ILEGALIDADE - PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO - PODER DE POLÍCIA - IMPOSSIBILIDADE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. I - A ETTUSA, pessoa jurídica de direito privado, não tem competência para lacrar; apreender e aplicar multas em veículos, eis que atividade inerente ao poder de polícia, que é exercido exclusivamente por pessoas jurídicas de direito público, sem possibilidade de delegação. II - Recurso conhecido e improvido. Decisão mantida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0001.6521-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.02.2004, pg. 9)

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Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DE BARES E CASAS DE DIVERSÃO – PODER DE POLÍCIA - COMPETÊNCIA DO PODER EXECUTIVO LOCAL - MANDADO JUDICIAL ORDENANDO O FECHAMENTO DE BAR - AUSÊNCIA DE PROCESSO AJUIZADO - USURPAÇÃO DE FUNÇÕES - ABUSO DE PODER - SEGURANÇA CONCEDIDA. I. O poder de polícia é a prerrogativa conferida à Administração Pública de restringir ou condicionar o uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais que se revelem de algum modo nocivos aos interesses da coletividade. II. Ao magistrado, na qualidade de representante do Poder Judiciário, não é dado o direito de imiscuir-se na esfera de atuação administrativa para condicionar o funcionamento do comércio local, sob pena de configurar-se tal ato em patente abuso de poder por usurpação de competência. III. Segurança concedida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.2651-1, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 09.02.2004, pg. 6) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - CONDICIONAMENTO DO LICENCIAMENTO DE VEÍCULO AUTOMOTOR À QUITAÇÃO DAS RESPECTIVAS MULTAS EXPEDIDAS PELA ETTUSA - ILEGALIDADE - DISPOSIÇÃO – MEIOS JUDICIAIS PARA A COBRANÇA DAS SANÇÕES PECUNIÁRIAS APLICADAS AO ADMINISTRADO - ETTUSA - PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO - EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA - IMPOSSIBILIDADE - CONCESSÃO DA SEGURANÇA – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. I. À administração não é dado condicionar o licenciamento dos veículos sob sua fiscalização ao prévio pagamento das multas aplicadas aos condutores, eis que dispõe de medidas judiciais próprias à cobrança daquelas sanções pecuniárias. II. A ETTUSA, pessoa jurídica de direito privado, não tem legitimidade para aplicação de multas, eis que atividade inerente ao poder de polícia que é exercido exclusivamente por pessoas jurídicas de direito público, sem possibilidade de delegação. III. Sentença confirmada. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9621-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 15) Ementa: - Mandado de Segurança. Multa por ato infracional a norma de trânsito. Imposição adveniente de entidade de direito privado. Empeço

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administrativo ao licenciamento do veículo, condicionada a renovatória ao prévio adimplemento da penalidade pecuniária. Injuridicidade do óbice assim firmado, tal a ilegitimidade do impositivo defluente de autuação sancionatória concretizada por sociedade de economia mista, a quem não se pode creditar o exercício pleno das faculdades ínsitas ao poder de polícia, diante da inafastável indelegabilidade de que este se faz ornado. Ordem bem concedida, declarativa de nulidade da repressiva timbrada pelo grave vício da inaptidão sancionatória. Inafastável confirmação do proferimento a quo. - Emanação do poder de polícia, impositivo de sanção pecuniária por violação à norma de trânsito perfaz injunção tipicamente pública - atividade própria do Estado - e, como tal, indelegável, injurídico, consectariamente, causar embaraços ao particular no licenciamento de seu veículo, no afã de pretender compulsória sujeição à penalidade que já se sabe, de antemão, timbrada pela ilegitimidade, porque adveniente de entidade de direito privado, que não ostenta, nem poderia ostentar, a supremacia marcante da repressiva estatal. Vício assim tão palmar, declarativa de nulidade impediente do óbice firmado na maljeitosa sancionatória. - Reexame necessário e apelatório improvidos, na diretiva sedimentada no órgão camerário. - Nemine discrepante. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.9387-0, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 23.01.2004, pg. 23) Ementa: Apelação Cível. Mandado de Segurança. Recursos obrigatório e voluntário. Direito Constitucional e Administrativo. Mandado de Segurança. Licenciamento de veículo automotor. Condicionamento ao pagamento de eventuais multas devidas. Poder de polícia. Delegação à pessoa jurídica de direito privado. Impossibilidade. De acordo com a orientação jurisprudencial oriunda da Súmula n° 127, do Superior Tribunal de Justiça (STJ): “É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual o infrator não foi notificado”. A ETTUSA, na condição de sociedade de economia mista, falece-lhe legitimidade para o exercício do poder de polícia administrativa, nulas, pois, e de nenhum efeito legal, as multas de trânsito pela mesma lavradas, bem como as conseqüências Jurídico-administrativas decorrentes de tais autuações. Presentes os requisitos a que se referem o artigo 5º, inciso LXIX, da CF/88, c/c o art. 1º. da Lei n° 1.588/51, impõe-se que o órgão judicial, uma vez regularmente provocado para tanto, conceda a ordem de segurança. Remessa Obrigatória e recurso voluntário conhecidos, porém improvidos. Decisão unânime.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.8073-1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 05.02.2004, pg. 17) Ementa: Direito constitucional e administrativo. ETTUSA. Poder de polícia. Indelegabilidade. 1. As entidades de direito privado não podem exercer poder de polícia, atividade estatal típica da administração pública direta. 2. É ilegal a exigência de pagamento prévio das multas para licenciar ou transferir veículos. 3. Precedentes jurisprudenciais. Recurso oficial conhecido e improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.7766-0, Relator: Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 21.01.2004, pg. 14) Ementa: Apelação Cível em Mandado de Segurança - Trânsito - ETTUSA e DETRAN. - Renovação de licenciamento ou transferência de veículo automotor. Condicionamento prévio ao pagamento de multas acusadas. Desobrigatoriedade. Ilegalidade da ETTUSA para fiscalização do trânsito de Fortaleza. - Recursos improvidos. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.2924-5, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 8) Ementa: ADMINISTRATIVO. RENOVAÇÃO DE LICENÇA DE VEÍCULO. ETTUSA. PODER DE POLÍCIA. INDELEGABILIDADE. O exercício do poder de polícia é indelegável a entidades que se revistam da personalidade jurídica de direito privado, por constituir atividade típica e exclusivamente estatal. Nesse passo, constituindo a ETTUSA sociedade de economia mista, integrante da administração indireta do Município de Fortaleza, forçoso reconhecer que as multas de trânsito por ela autuadas estão todas eivadas de nulidade. Precedentes desta Corte. Sentença mantida. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0004.7062-4, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 14)

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Prescrição nas Ações Contra a Administração Pública Ementa: AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA - GRATIFICAÇÃO DE EXERCÍCIO E PROGRESSÃO HORIZONTAL - CONSAGRAÇÃO – LEI DE AGOSTO DE 1984 - REQUERIMENTOS ADMINISTRATIVOS FORMULADOS EM OUTUBRO DE 1989 - PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL - FUNDO DE DIREITO - CONFIGURAÇÃO. SENTENÇA REFORMADA. I. A prescrição de ações contra a fazenda pública, segundo os ditames do antigo Decreto 20.910, de 6/1/32, alterado pelo Dec. Lei n.° 4.597/42, é de cinco anos contados da data do ato ou do fato da qual se originaram. II. Cotejando a data da aquisição do direito à percepção das diferenças pleiteadas, com aquelas constantes em requerimentos administrativos, vislumbra-se o transcurso do lapso prescricional do próprio fundo de direito. III. Sentença Reformada. Recuso Apelatório e Oficial conhecidos e providos. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8900-5, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.02.2004, pg. 16)

Previdência Complementar Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR - FAELCE – DEMISSÃO VOLUNTÁRIA DE EMPREGADO - LEVANTAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES DEPOSITADAS - POSSIBILIDADE RESTRITA AOS VALORES INTEGRAIS E PESSOALMENTE REALIZADOS PELO SEGURADO - CLÁUSULA DE RECEBIMENTO PARCIAL ABUSIVA - NULIDADE - APLICAÇÃO DAS NORMAS DO CDC - CORREÇÃO MONETÁRIA DEVIDA - IPC- HONORÁRIOS - SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA - COMPENSAÇÃO. RECURSO APELATÓRIO E ADESIVO CONHECIDO E IMPROVIDO. I- Em se ver o desligamento do empregado, o resgate das importâncias depositadas em sua conta de previdência complementar cinge-se à integralidade das parcelas por ele realizadas, não se estendendo às cotas depositadas pela empresa patrocinante. II - As empresas de Previdência Privada, como prestadoras de serviços que são, sujeitam-se às normas insculpidas do Código de Defesa do Consumidor, o qual, dentre outras exigências, impõe a nulidade de cláusulas contratuais consideradas abusivas. III- A correção monetária das parcelas restituídas é imprescindível à recomposição da real desvalorização da moeda nacional. Aplicação do IPC.

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IV- Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas. V- Recursos conhecidos e improvidos. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.8058-5, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 24) Ementa: Não é possível devolver o que não foi desembolsado pelo empregado. A devolução, até por medida justiça, só alcança a parte que foi paga pelo empregado demitido, posto que não se considera a parte recolhida pelo empregador como salário indireto, à medida que o ingresso é facultativo e que a poupança destina-se a uma complementação do valor de aposentadoria. Cabível é a restituição dos valores recolhidos tão-somente pelo empregado, respeitadas as normas reguladoras da entidade, inclusive quanto aos índices a serem aplicados. Nesse diapasão, quanto à possível devolução tendo-se em consideração os expurgos inflacionários, decorrentes de supostas diferenças entre a inflação real e oficial, há de se ressaltar o caráter contributivo das cotas obreiras pagas, cuja base de cálculo não foi majorada com base nos referidos expurgos e, portanto, não seria medida proporcional aplicá-los quando da restituição das referidas parcelas, inclusive, sob pena de inviabilizar a própria Caixa de Previdência. Não se trata aqui de relevar tal fato, porém, há que se considerar que o mesmo se reflete sobre toda a sociedade, cujas conseqüências não parecem atingir tão-somente os autores/apelantes, mas, até mesmo, à própria ré/apelada, e mais tem a ver com o descaso e má condução da economia nacional. Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9614-0, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 45) Ementa: CIVIL - PREVIDÊNCIA PRIVADA - PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA - RESTITUIÇÃO DE PARCELAS - CORREÇÃO MONETÁRIA. PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PATRONAL AO EX-ASSOCIADO. (1) Restituição de parcelas das contribuições pessoais pagas por ex-associado, incluídos expurgos inflacionários e devolução das contribuições vertidas pela patrocinadora, matéria regida pela Lei n° 6.435/77, Decreto Nº 8.1240/78, Estatuto e Regulamento Interno da entidade de previdência privada. (2) As regras jurídicas que disciplinam a matéria e os estatutos da entidade previdenciária privada prevêem que o ex-associado, no caso de

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desligamento voluntário do fundo previdenciário, deve receber apenas suas contribuições pessoais, devidamente corrigidas. Assim não tem direito ao recebimento das contribuições vertidas pela patrocinadora. (3) Prevendo as normas de regência que as contribuições pessoais devem ser restituídas com correção monetária, esta deve ser integral, não sendo admissível que seja pago ao beneficiário valor menor, á vista da aplicação de ilegais expurgos inflacionários. Precedente do STJ. Recurso parcialmente provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.7858-0, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 10) Ementa: PREVIDÊNCIA PRIVADA – INTERVENÇÃO FEDERAL - DESLOCAMENTO DA COMPETÊNCIA DA AÇÃO PARA PROCESSAMENTO NA JUSTIÇA FEDERAL. A circunstância de encontrar-se a entidade sob intervenção do Governo Federal não modifica sua natureza jurídica. Subsiste a competência da Justiça Estadual. Hipótese que não se inclui no artigo 109, inciso I, da Constituição. Competência do Juízo de Direito Estadual. Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚2000.0014.6801-5, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.05.2004, pg. 25)

Processo Administrativo Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. APLICAÇÃO DA PENA DE DEMISSÃO. REGULARIDADE RECONHECIDA. INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. Alegação de prejudicialidade da instância criminal. As conclusões de um processo criminal relativo aos mesmos fatos que ensejaram a instauração e desenvolvimento de um procedimento administrativo-disciplinar somente lhe afetariam quando dissessem respeito ao reconhecimento penal de inexistência de materialidade ou ausência de autoria e, no específico caso dos autos, atipicidade de conduta. Nenhuma destas situações, no entanto, foi sequer aventada no writ e, a despeito disso, pode o processo administrativo disciplinar ser, a qualquer tempo, alvo de pedido de revisão (Lei 9.826/74, art. 228). Tese rejeitada. 2. Alegação de inobservância do princípio da publicidade. Ainda que se considere insatisfatória ou mesmo imprópria a notificação do ato de autoridade impetrado ter sido feita unicamente através da Gazeta Oficial

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do Estado, em se cuidando de ato que não comporta recurso hierárquico, porque oriundo da mais alta autoridade na instância administrativa, deste fato não se infere qualquer prejuízo ao devido processo legal, contraditório e ampla defesa. 3. Alegação de desproporcionalidade da sanção aplicada. Não tem como ser sindicada a proporcionalidade de uma sanção, quando ao administrador a lei não confere discricionariedade na sua escolha. Caso em que, caracterizado o crime contra a administração (simples tipicidade da conduta), a pena de demissão é a única disponível e aplicável. 4. Segurança denegada. 5. Decisão unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.5670-4, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 05.05.2004, pg. 13) Ementa: Servidor público. Transgressão disciplinar, cuja natureza, também ao crime, se conforma, assim objeto de trato judicial penal. Processo administrativo e proposição, dele conclusiva, à penalidade demissória. Segurança preventiva, no afã de obstar o implemento da reprimenda administrativa, garantindo-se o liame funcional, tudo, para um aguardo do desfecho da persecutio criminis instaurada. Demissão, entanto, sobrevinda. Perda superveniente do interesse de agir. Wrít baldo de serventia. Prejudicialidade do mandamus. E inafastavelmente. - “Inexiste interesse numa tutela mandamental para assegurar a manutenção do impetrante no cargo que ocupava, haja vista já haver ocorrido o fato que pretendia prevenir, qual seja, sua demissão; exaurida, portanto, a pretensão’ (STJ, MS 8.412, Ministro Seartezzini, Dj 17.02.2003),. - Extinção da ação. Artigo 267, VI, CPC. - Uno consensu. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0013.8740-6, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 03.05.2004, pg. 8) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - EXCLUSÃO DE MILITAR - PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL - FUNDO DE DIREITO - INOCORRÊNCIA - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO - AUSÊNCIA DE CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA E DEVIDO PROCESSO LEGAL - NULIDADE - APELO IMPROVIDO. I - Inexistente ato proveniente da Administração Pública indeferindo a pretensão do servidor, não há falar em prescrição do fundo de direito. II - A todo acusado é conferida a possibilidade de trazer para o processo as provas necessárias e úteis para o esclarecimento da verdade, impondo-se,

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ainda, a observação do devido processo legal, mormente quando devidamente normatizado. III - Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0009.5285-6, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 04.01.2004, pg. 10)

Ementa: POLÍCIA MILITAR ESTADUAL - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR - INSTAURAÇÃO DO CONSELHO DE DISCIPLINA - ATRIBUIÇÃO DA CORREGEDORIA-GERAL DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA PÚBLICA - EXEGESE DA LEI 12.691/97, PARCIALMENTE ALTERADA PELA LEI 12.734/97 - COMPETÊNCIA NÃO AFEITA AO COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR - NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – SENTENÇA CONFIRMADA - RECURSOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS. I - Com o advento da Lei 12.691/97 parcialmente alterada pela Lei 12.734/97, a competência, dantes conferida ao Comandante-Geral da Polícia Militar, para determinar a instauração de procedimento administrativo disciplinar contra policiais militares sob sua hierarquia, por intermédio da criação e instalação do Conselho de Disciplina, passou a ser atribuída à Corregedoria-Geral dos Órgãos de Segurança Pública. II - Ao Poder Judiciário incumbe a anulação dos atos administrativos eivados de vício de incompetência que, em última análise, comprometem a legitimidade do ato. III - Apelo e remessa oficial conhecidos, mas improvidos. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.8189-5, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 21) Ementa: ADMINISTRATIVO - TORTURA PRATICADA POR POLICIAIS CIVIS - COMPROVAÇÃO - FALTA GRAVE - DEMISSÃO. (1) Provadas as acusações assacadas contra os apelantes e constituindo elas falta grave, deve ser mantida a punição aplicada, posto respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa, mediante processo administrativo revestido de todas as formalidades legais. (2) A absolvição na esfera criminal não influi na área administrativa, ou civil, quando não excluídas a autoria e a materialidade do crime praticado. Precedente do STJ relativo à independência das instâncias penal e administrativa. Assim, não há falar em nulidade do processo administrativo. (3) A desistência da ação após a sentença de mérito é inadmissível, mormente quando o réu é sucumbente e a sentença confirmada, Sentença confirmada. Recurso improvido.

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(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5000-6, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 6)

Promoção de Policiais Militares Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – POLICIAL MILITAR - PROMOÇÃO POR PRETERIÇÃO - FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO - INADMISSIBILIDADE I - Por direito líquido e certo deve-se entender aquele que pode ser reconhecido de plano sem necessidade de dilação probatória. Assim, se a comprovação do alegado na inicial depender de outras provas, as vias ordinárias são o caminho adequado. II - No caso em tela, não logrou a parte ora recorrente trazer aos autos a prova pré-constituída de seu direito havendo se limitado a informar que o ora apelado aplicara às promoções de diversos policiais militares a Lei 226/48 (antigo estatuto dos policiais militares), e não a Lei 10.072/76 (atual estatuto dos policiais militares). III - Na verdade, como bem consignado pelo Estado do Ceará, a constituição de prova do direito do ora apelante, à promoção por preterição deveria ter sido feita com a apresentação de um caso concreto em que um outro 3° Sargento, em condições iguais ou menos favoráveis às suas, houvesse sido promovido à mesma graduação pleiteada pelo ora recorrente (art 59, § V e 2°). IV - Ademais, ainda que outros policiais militares tenham realmente sido promovidos com base na lei anterior, como alega o ora apelante, semelhante situação por si só, não tem o condão de conferir-lhe o reconhecimento do direito à promoção. Na hipótese de que se cuida, se o ora recorrente entendeu haver sido preterido em algum ato promocional, competia-lhe demonstrar antecipada e especificamente, o vício por ele alegado, haja vista ter escolhido a via estreita do mandado de segurança que não comporta discussão sobre questão de alta indagação. V - APELAÇÃO CONHECIDA, MAS IMPROVIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0005.7041-6, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 15.04.2004, pg. 46) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. PROMOÇÃO POR ANTIGÜIDADE. RESSARCIMENTO POR PRETERIÇÃO. APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL. SENTENÇA QUE CONCEDE A SEGURANÇA E DETERMINA A PROMOÇÃO DO IMPETRANTE. IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS, COMPROVADOS

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POR PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO CONFIGURADO. MANUTENÇÃO DA SEGURANÇA. RECURSOS VOLUNTÁRIO E EX OFFICIO CONHECIDOS E IMPROVIDOS. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2996-2, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 15.04.2004, pg. 45) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE. RESSARCIMENTO POR PRETERIÇÃO. APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL. SENTENÇA QUE CONCEDE A SEGURANÇA E DETERMINA A PROMOÇÃO DO IMPETRANTE. IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS, COMPROVADOS POR PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO CONFIGURADO. MANUTENÇÃO DA SEGURANÇA. RECURSOS VOLUNTÁRIO E EX OFFICIO IMPROVIDOS. PRECEDENTES DO TRIBUNAL. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0508-1, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 19) Ementa: Ação ordinária. Administrativo. Policial militar. Promoção por antiguidade. Ressarcimento por preterição. Apelação e remessa oficial. Implementação dos requisitos. Interstício temporal, curso de aperfeiçoamento para graduação superior e preterição comprovados. Direito configurado às promoções pelo mecanismo de ressarcimento por preterição, provado em face de militares paradigmas em idêntica situação. Recursos voluntários e ex officio conhecidos e providos. Decisão por maioria. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7626-3, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.01.2004, pg. 8) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. MILITARES ESPECIALISTAS. PROMOÇÃO. ARTIGOS 164 E 169 DO DIPLOMA ESTADUAL 226/48. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA QUANTO AO IMPLEMENTO DOS REQUISITOS IMPRESCINDÍVEIS À ELEVAÇÃO FUNCIONAL ALMEJADA. INEXISTÊNCIA. O Diploma Local 226/48 franqueia o acesso de especialistas, mediante promoção, até a graduação de subtenente. Isso não significa, todavia, obrigatoriedade de promoção à simples constatação de pertencerem os militares ao quadro de especialistas, certo que a elevação à graduação

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superior, seja pelo critério de antiguidade, seja pelo de merecimento, reclama o implemento de requisitos subjetivos e objetivos, decorrentes da ordem jurídico-normativa vigente (Lei 10.072/76 e Decreto 15.275/82), da qual não se pode afastar ou desviar a Administração, sob pena de praticar ato inválido. Ordem denegada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.3606-3, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 14) Ementa: - Direito Constitucional e Administrativo. Policial Militar. Direito à Promoção. - Tem direito à promoção o policial militar que implementou as condições exigidas pela lei vigente ao tempo da realização do curso, atendendo, inclusive, aos critérios de especialidade e antigüidade. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.1874-4, Relator: Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 09.01.2004, pg. 41)

Regime Jurídico Ementa: A Ordem Constitucional inaugurada em 1988 reformulou conceitos e estabeleceu novas regras. Daí o Regime Jurídico Único, eliminando as desigualdades e disparidades dos regimes anteriores; ou seja, dando o mesmo tratamento aos servidores da administração pública direta, suas autarquias e fundações, tanto em termos de direitos e deveres, como de vencimentos e vantagens funcionais. - Os servidores do quadro permanente do Estado, submetidos ao chamado ‘regime único, são credores da incorporação aos seus vencimentos, nos termos da Lei 10.670/82, do valor da gratificação do cargo em comissão por eles exercidos. - Recursos obrigatório e voluntário improvidos. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4349-1, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.02.2004, pg. 19)

Responsabilidade Civil da Administração Pública Ementa: REMESSA OBRIGATÓRIA - AÇÃO ORDINÁRIA - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - INADIMPLEMENTO DA MUNICIPALIDADE -

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CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DO VALOR ACERTADO - REMESSA CONHECIDA E IMPROVIDA: I - Estando demonstrado nos autos que o Apelado prestou serviços de transporte de material ao Município de Chaval e não recebeu a devida contraprestação, impõe-se seja mantida a sentença que condenou a Municipalidade ao pagamento do valor acertado pelo serviço. II – Remessa obrigatória conhecida e improvida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0027-4, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.05.2004, pg. 26) Ementa: DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. NULIDADE. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. ATROPELAMENTO DE CRIANÇA POR ÔNIBUS DE TRANSPORTE COLETIVO. TEORIA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA. 1. O princípio da identidade física do juiz, previsto no artigo 132 do CPC, nos moldes do recente entendimento do Superior Tribunal de Justiça, não pode ser concebido em termos absolutos, razão pela qual a nulidade de sentença por sua inobservância somente se autoriza em face do prejuízo da parte que a alega, em respeito ao princípio da instrumentalidade das formas. 2. O atropelamento de criança por ônibus de transporte coletivo, em virtude da aplicação da teoria objetiva da responsabilidade civil, impõe a responsabilização da pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços públicos desde que simultaneamente demonstrados o dano, a ação administrativa e o nexo causal entre o dano e a ação, responsabilidade esta somente elidida nas hipóteses de caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima. 3. Deve ser considerado culpado o motorista que possuía a obrigação de adotar todas as cautelas necessárias à realização de manobra em marcha à ré em local regularmente freqüentado por crianças, eis que o fato e o resultado danoso podiam ser razoavelmente previstos. 4. A indenização por danos materiais, admitida sua cumulação com a indenização por danos morais, em virtude do falecimento de filho menor, consoante recente jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, deve ser estabelecida em 2/3 do salário-mínimo, a contar da data em que o mesmo completaria 14 anos e até a data em que atingiria 25 anos de idade, e, a partir desta data, em 1/3 do salário-mínimo, contados até a data em que completaria 65 anos de vida. 5. A acolhida parcial do pedido conduz à aplicação dos artigos 20, § 3° e 21 do CPC na fixação dos honorários advocatícios. RECURSO APELATORIO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

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(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.5562-9, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 7) Ementa: CONSTITUCIONAL – ADMINISTRATIVO CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - ALEGAÇÃO CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA - AUSÊNCIA DE PROVA, PELA PARTE RÉ, ORA APELADA, NESTE SENTIDO - APLICAÇÃO DO CRITÉRIO SUBSIDIÁRIO DA DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA - EXISTÊNCIA DO DEVER DE INDENIZAR - DANOS MATERIAIS E MORAIS. I - No caso em exame, após acurado exame dos fólios, verifica-se que enquanto a ora apelante logrou demonstrar o nexo causal entre o dano sofrido por seu falecido marido e a conduta da ora recorrida sobretudo pelas fotografias acostadas às fls 22/27, pela certidão de óbito (fl 12) e pelo informativo da ocorrência do acidente (fl 17/19) a ora apelada não obteve êxito em demonstrar a culpa exclusiva atribuída a vitima, ônus que lhe competia, buscando defender, em essência, que haveria presunção de culpa do falecido uma vez que teria abalroado na traseira do veiculo de sua propriedade. Esta regra, no entanto, evidentemente não se aplica a hipótese dos presentes autos, por se tratar de uma norma de tráfego, requerendo, para que seja utilizada, a existência de condições normais de circulação, o que inocorreu na hipótese em tela, em que foi colocada uma viatura, pertencente à concessionária ora apelada, na pista de rolamento, supostamente na frente do buraco a ser reparado, o que representou verdadeiro obstáculo contra o qual o falecido veio a chocar-se, o que lhe causou a morte. II - Relativamente ao ressarcimento dos danos materiais este tem como pressuposto, em linha de princípio a existência de uma relação de dependência econômica, efetiva, presumida ou até mesmo eventual entre o pretenso beneficiário no caso a ora apelada e a vítima do sinistro . III - Na hipótese sob exame, verifica que embora o casal não haja concebido filhos, além de a autora, a época do desastre, contar com apenas 21 (vinte e um) anos de idade, esta evidenciada a dependência econômica, vez não estar provado nos autos que a ora apelante aufira qualquer renda além de uma indenização do instituto Nacional de Social –INSS (depoimento pessoal de fl 90), que deverá ser levada em consideração na fixação da pensão mensal a ela devida, visto que derivada de causa diversa. IV - Destarte, a pensão-indenização mensal devida à autora, ora apelante, deverá ser fixada em 2/3 (dois terços) dos rendimentos auferidos pela vítima, haja vista a presunção, firmada em entendimentos pretorianos de que o 1/3(um terço) restante se destinaria às despesas pessoais do extinto. VI - O quantum devido deverá ser apurado em futura liquidação de sentença tomando por base o valor da remuneração percebida pelo “de

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cujus” a época do sinistro, devendo ter como marco inicial a data do evento danoso e como termo final a data em que o falecido completaria 65 (sessenta e cinco) anos de vida idade até a qual o extinto presumivelmente viveria independentemente de a autora, ora apelante, convolar ou não novas núpcias (STJ - REsp - 100927 - RS - 4 T - Rel Min César Asfor Rocha - DJU 15 102001 - p 00265) VII - No tocante aos danos morais, arbitra-se o quantum em 100 (cem) salários mínimos, a ser pago pelo valor vigente a época da quitação, montante reputado suficiente a proporcionar uma compensação pelo desgosto, dor e tristeza sofridos ao mesmo tempo em que representa uma sanção ao infrator, estando o seu arbitramento apoiado nas circunstâncias dos autos (natureza do acidente, viuvez sem filhos condições sócio-econômicas das partes) e nos precedentes jurisprudenciais Apelação Cível CONHECIDA E PROVIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.0716-5, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 01.04.2004, pg. 14) Ementa: ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE EXTRA-CONTRATUAL DO ESTADO. ADOÇÃO DA TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO PELO ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO. EXIGÍVEL, PARA A RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO, PROVA APENAS DA RELAÇÃO ENTRE O PREJUÍZO OCORRIDO E A PESSOA JURÍDICA PÚBLICA, REPRESENTADA POR SEU AGENTE. INEXIGIBILIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE CULPA DO FUNCIONÁRIO CAUSADOR DO DANO. CULPA CONCORRENTE DA VÍTIMA. REDUÇÃO PROPORCIONAL DA INDENIZAÇÃO. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2944-9, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 5) Ementa: ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR MORTE EM ATROPELAMENTO ENVOLVENDO PARTICULAR E AGENTE ADMINISTRATIVO (POLICIAL MILITAR) NA CONDUÇÃO DE VIATURA. IMPUTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA POR ATO ILÍCITO COMISSIVO. OCORRÊNCIA DO DEVER INDENIZATÓRIO. CONSTATAÇÃO DA CORRELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO SUFICIENTES PARA A OBRIGAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO EM FACE DA TEORIA DO RISCO, HAJA VISTA NÃO SE PODER EXTRAIR DOS AUTOS A EXCLUSIVIDADE DA CULPA DA VÍTIMA ENQUANTO PROVA À EXCLUDENTE OBRIGACIONAL - PENSÃO

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DEVIDA AOS DEPENDENTES DA VÍTIMA NOS TERMOS DO ART. 1537 DO CC (1916), COMBINADO COM O ART. 602 DO CPC – CÔMPUTO INDENIZATÓRIO ATÉ A IDADE PRESUMIDA DE 65 ANOS DA VÍTIMA - QUANTUM DE 02(DOIS) SALÁRIOS MÍNIMOS ATÉ A IDADE DE 25 ANOS DOS DEPENDENTES DA VÍTIMA, AGREGADO A CUSTOS DE EDUCAÇÃO DESTES, QUANDO OPERAR-SE-Á A REDUÇÃO PARA 1 (HUM) SALÁRIO MÍNIMO ATÉ A PRESUNÇÃO DE 65 ANOS DIANTE DA CAPACIDADE LABORAL DO MORTO E DA POTENCIALIDADE LABORATIVA DOS FILHOS MENORES A PARTIR DOS 25 ANOS DE IDADE. CUMULATIVIDADE COM DANO MORAL OPERADO IN RE IPSA, PONTUADO PELA SUFICIÊNCIA DO SOFRIMENTO ÍNTIMO DOS DEPENDENTES DA VÍTIMA DIANTE DA MORTE DO PAI - FIXAÇÃO DETERMINADA - DECISÃO MONOCRÁTICA REFORMADA - APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA PARA O FIM DELIMITADO NO DECISUM. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Civel n˚ 2000.0012.8808-4, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 18.02.2004, pg. 5) Ementa: DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS MATERIAIS. ABALROAMENTO DE VEÍCULO. TEORIA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA. 1. Em virtude da aplicação da teoria objetiva da responsabilidade civil, impõe a responsabilização da pessoa jurídica de direito público deste que simultaneamente demonstrados o dano, a ação administrativa e o nexo causal, responsabilidade esta somente elidida nas hipóteses de caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima. RECURSO OFICIAL CONHECIDO E IMPROVIDO. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Civel n˚ 2000.0012.1969-4, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 4) Ementa: INDENIZAÇÃO. SEGURO OBRIGATÓRIO DE VEÍCULO - DPVAT. DATA DO SINISTRO POSTERIOR À LEI 8.441/92. VEÍCULO PERTENCENTE À MUNICIPALIDADE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. A postulação da indenização securitária do Seguro Obrigatório - DPVAT, deve guardar e obedecer às exigências de comprovação do fato e do direito à sua percepção, contidas nas normas legais pertinentes à época do sinistro. Se ocorrido após a vigência da Lei n° 8.441, de 13 de julho de 1992, que trouxe alterações à Lei n° 6.194, de 19 de dezembro de 1974, favorável é o pedido de pagamento integral do valor do Seguro Obrigatório - DPVAT. Recurso conhecido e improvido. Sentença Confirmada.

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(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.5401-4, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 24)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS EM ACIDENTE DE VEÍCULOS. Tratando-se de responsabilidade objetiva de ente público, uma vez que o sinistro envolveu automóvel do Município de Fortaleza, é suficiente a constatação do nexo causal entre o ato do motorista e o prejuízo causado ao particular. Cabível, pois, in casu, a indenização por danos materiais. Observância do disposto no parágrafo 6°, do artigo 37, da Constituição Federal de 1988. Recurso conhecido e improvido. Sentença monocrática mantida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7824-0, Relator: Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 30.01.2004, pg. 24) Ementa: RESPONSABILIDADE OBJETIVA. REPARAÇÃO DE DANOS. REGISTRO DE VEÍCULO FURTADO. NEXO CAUSAL. 1. Inexiste nexo causal entre o ato de registro de veículo que, empós, evidencia-se objeto de origem criminosa, conseqüente dano sofrido pelo comprador com a apreensão do automóvel pela polícia judiciária. 2. Responsabilidade estatal que, apesar de objetiva, não se configura na espécie. 3. Por sabença, para pleitear-se indenização, com fundamento no art. 159, do CC, faz-se necessário comprovar a prática de um ato ilícito e o nexo da causa e efeito entre a ilicitude do ato e o dano (CC, art. 159). Apelo do réu e remessa obrigatória conhecidos e providos. Sentença reformada. Ação improcedente. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4677-6, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 20) Ementa: APELAÇÃO E RECURSO DE OFÍCIO - AÇÃO DE COBRANÇA - CONTRATO ADMINISTRATIVO - FORNECIMENTO DE BENS REALIZADO - NÃO PAGAMENTO DAS PRESTAÇÕES DEVIDAS PELO MUNICÍPIO - INAUTENTICIDADE DA NOTA DE EMPENHO - PRECLUSÃO - DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ESTIPULADA - DIREITO AO RECEBIMENTO DO MONTANTE DEVIDO CORRIGIDO MONETARIAMENTE - INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO - DESNECESSIDADE – RECURSOS CONHECIDOS, MAS IMPROVIDOS.

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I - O particular que contrata com a Administração e cumpre fielmente o avençado, tem direito à satisfação de sua pretensão econômica, nos moldes do contrato administrativo firmado. II - O prazo de argüição de falsidade (art.390), assim como o de impugnação do documento (art.372) é preclusivo. III - A simples presença da Fazenda Pública em juízo não implica necessária intervenção do MP, uma vez que esta é representada por seus procuradores, cabendo ao juiz, nesses casos, auferir acerca da existência de umas das condições elencadas no inciso I do art. 82 do CPC. IV - Recursos conhecidos, mas improvidos. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.2614-2, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 25) Ementa: CIVIL - PROCESSUAL – RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - VEÍCULO DE AUTARQUIA - CONSEQÜÊNCIAS MATERIAIS PARA PESSOA A SEU SERVIÇO - REPARAÇÃO DE DANOS - PENSÃO MENSAL ATÉ OS SESSENTA E CINCO ANOS - PRESCRIÇÃO - CUMULAÇÃO COM APOSENTADORIA. I - A responsabilidade decorrente de sinistro envolvendo caminhão contratado por autarquia, com dano material para operário por ele transportado, que esteja a serviço da entidade, segue a objetividade jurídica prevista no § 6.°, do art. 37, e no inciso XXVIII, do art. 7.°, da CF/88. II - Tendo deixado a autarquia para negar a situação jurídica fundamental em que se embasa a pretensão do autor apenas em sede de contestação, corolário é a prescrição das parcelas precedentes ao último qüinqüênio, anterior ao ajuizamento da ação. III - Consoante jurisprudência iterativa dos tribunais pátrios, em se tratando de prestações periódicas, decorrentes de reparação de danos, fixa-se o termo final da indenização quando o acidentado completar sessenta e cinco anos de idade. IV - A pensão-indenização do art. 1.539, do vetusto CCB, é perfeitamente acumulável com os benefícios da previdência, posto possuírem naturezas distintas. Sentença mantida. Recursos desprovidos. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2011-5, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 18) Ementa: CONSTITUCIONAL. CIVIL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. AUTARQUIA. NEXO DE CAUSALIDADE. EXISTÊNCIA.

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Para a configuração da responsabilidade objetiva, prevista no § 6° do art. 37 da Constituição Federal, é necessário que haja um dano causado a terceiros em decorrência da prestação de serviço público e que mencionado agente, ao causar o dano, aja nessa qualidade. Os requisitos para a responsabilidade objetiva estão presentes no caso concreto. A culpa do agente somente pode ser perquerida em ação de regresso. Assentada a responsabilidade da autarquia, assegura-se ao autor uma pensão equivalente a 2/3 (dois terços) do salário mínimo, a partir da ocorrência do acidente fatal, devendo a referida pensão ser paga integralmente até a data em que a vítima completaria 25 (vinte cinco anos), reduzindo-se em seguida à metade até a data em que presumidamente o adolescente completaria 65 (sessenta e cinco) anos. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7434-2, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 17)

Salário Mínimo Ementa: Direito Constitucional e Administrativo. Servidores Públicos. Isonomia. Atrelamento ao salário mínimo. I – A vedação do art. 3 7, XIII, da Constituição Federal se refere apenas à vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias entre servidores públicos de diferentes categorias ou pertencentes a entidades públicas distintas. Tratando-se de servidores da mesma carreira e do mesmo quadro funcional, a equiparação salarial pode ser deferida pelo Judiciário. II - O art. 7º, IV, da Constituição Federal visa coibir que o salário mínimo sirva de índice de correção monetária ou salarial, implicando em aumento automático das verbas a ele atreladas. Nada impede que, em respeito ao princípio da isonomia, sirva como parâmetro para uniformizar os salários de servidores de idêntica categoria funcional, sem implicar no reconhecimento do direito a reajustes decorrentes de futuras majorações do salário mínimo. Recurso provido. Decisão reformada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0006.1381-6, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 30.04.2004, pg. 33) Ementa: Apelação Cível. Soldado da Polícia Militar do Ceará. Soldo inferior ao salário mínimo vigente. Impossibilidade de equiparar seus valores, uma vez que o soldo é apenas uma parcela da remuneração dos servidores militares, a qual, por sua vez, é complementada por outras vantagens, que a fazem ultrapassar o valor do salário mínimo. Esta

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contraprestação, formada pelo soldo e outras vantagens, a teor dos arts. 70, VII, da CF/ 88, e 154, § 1°, da Carta Estadual, é que não pode ser inferior ao salário mínimo. Isso porque o art. 70, IV, da Lei Básica veda expressamente a vinculação do salário mínimo para qualquer fim. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9004-5, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.01.2004, pg. 8)

Servidores Públicos

•Aposentadoria Voluntária Ementa: Mandado de Segurança. Aposentadoria voluntária. Proventos proporcionais ao tempo de serviço. Legalidade. Ordem denegada. I - Tendo a impetrante optado pela aposentadoria por tempo proporcional de serviço, não cabe cogitar de proventos integrais. II - Na verdade, ao transferir-se para a inatividade, a aposentadoria da impetrante teve apenas a adequação correspondente à sua opção de aposentadoria proporcional, tudo dentro da estrita legalidade. III - Segurança denegada. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.4418-0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 03.05.2004, pg. 8)

•Auxílio-Alimentação Ementa: - Servidores municipais. Pretensão ao restabelecimento de vantagem pecuniária (ticket-refeição), angariada ao tempo em que celetistas. Desideratum incompatível com a situação estatutária decorrente do vínculo institucional entre o servidor e o Município, sobre o qual, note-se, o interesse meramente reservado daquele não tem qualquer ingerência, máxime para burlar preceptivos do sistema remuneratório, a projetar, então, absoluta injuridicidade: a percepção indistinta de verba indenizatória, dissociada de razão legal autorizante; findando-se, outrossim, por promover o paroxismo, ou desregramento, de incorporação de vantagem cuja natureza nada há a consenti-la. Supressório da Administração, pois, incensurável; atento aos princípios da legalidade e razoabilidade, balizas intransponíveis e norteadoras de todo e qualquer proceder público-administrativo.

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- O auxílio-alimentação perfaz modalidade indenizatória para acudir despesas do servidor com a refeição, sendo lógica e razoável a determinante normativa que o restringe aos exercentes de dupla jornada laboral, rematando, isto, a impossibilidade de sua incorporação (proibitiva, aliás, já consolidada na jurisprudência dos Tribunais Superiores). Inconcebível, nessa diretiva, reacender a percepção do quantitativo inerente, nos moldes de antanho, como se fora factível, o que não é, impor ao vínculo institucional acordo de vontades, firmado sob a égide do regime celetista, sem meditar na sua inadequação aos princípios específicos e regentes da atividade administrativa. E justo por isso, nada de afronta a direito adquirido ou à garantia da irredutibilidade vencimental no ato malsinado, porque atento aos tratos merecidos. E assim é porque a percepção de vantagem pecuniária, na modalidade indenizatória, sem compatibilidade ou nexo lógico com o pressuposto de sua fruição, não gera direito subjetivo individual à sua manutenção. Não cria situações jurídicas definitivas; sabido e ressabido que não se adquirem direitos em flagrante opósito à ordem jurídiconormativa; muito ao reverso: nesta haverá de encontrar necessário fundamento de validade. - Apelatório conhecido, porém improvido, na linha de precedentes da Corte. - Nemine dissentianti. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.5113-9, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 29.01.2004, pg. 14)

•Ascensão Funcional Ementa: Ação ordinária. Ascensão profissional no magistério. Direito constitucional e administrativo. Servidor Público Municipal. Professor com especialização. Promoção. Possibilidade. I - O art. 37, inciso II, da CF. exige o concurso público para “a investidura em cargo ou emprego público” e não para a promoção por especialização, nos termos do disposto na lei 5.895/84; II - Precedentes jurisprudenciais. Recurso voluntário e de ofício improvidos. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.2736-3, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 29.01.2004, pg. 15) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - MAGISTÉRIO PÚBLICO MUNICIPAL - CURSO DE NÍVEL SUPERIOR – CONCLUSÃO - DIREITO À ASCENSÃO FUNCIONAL – ENQUADRAMENTO AUTOMÁTICO - SEGURANÇA CONCEDIDA – SENTENÇA CONFIRMADA.

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I - Comprovado que a servidora pública especializou-se mediante a conclusão de curso superior, há de ser-lhe concedida a mudança de nível e conseqüente aumento de remuneração, em face do disposto no art. 33 da Lei 560/98, que estatuiu o Plano de Cargos e Carreiras para os integrantes do Magistério Público do Município de Iguatu, cujo enquadramento na evolução funcional, por via acadêmica, é automático. II - Recursos voluntário e oficial conhecidos e improvidos. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2830-6, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 16)

•Demissão Ementa: ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. DEMISSÃO DE SERVIDOR COM OLVIDE DO CONTRADITÓRIO. NULIDADE. REINTEGRAÇÃO. 1. Correta a sentença que anulou processo administrativo disciplinar que olvidou a notificação do indiciado para tomar conhecimento do inteiro teor da decisão que lhe aplicou a pena de demissão. 2. Deve toda autoridade eleita para a apuração e julgamento de falta grave imputada a servidor, manter estrita observância aos princípios da ampla defesa e do contraditório, sob pena de nulidade do ato decisório. Sentença mantida. Recurso improvido. (TJCE, 1ª câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7589-6, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 25.02.2004, pg. 56) Ementa: Apelação Cível. Direito Constitucional e Administrativo. Servidor Público Municipal. Estabilidade. Demissão sumária, mediante a edição de ato administrativo desprovido de qualquer formalidade. Impossibilidade. I - O servidor público estável, somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial trânsita em julgado; mediante processo administrativo em que se lhe assegure ampla defesa; ou, mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de Lei Complementar, assegurando-se-lhe, em qualquer hipótese, a ampla defesa (art. 41, §1º da CF/88). II - Inexistindo tais pressupostos, a demissão do servidor público estável afigurar-se-á como ato administrativo nulo, a ensejar, pois, a sua declaração de invalidade pelo órgão judicial, uma vez regularmente provocado a tal respeito. Recurso conhecido e parcialmente provido. Decisão consensual.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4188-1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 20.02.2004, pg. 22) Ementa: ADMINISTRATIVO. DEMISSÃO. SENTENÇA PENAL ABSOLUTÓRIA. REPERCUSSÃO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO. SERVIDOR NÃO PODE SER PUNIDO PELO FATO DECIDIDO NA ESFERA CRIMINAL QUANDO OCORRENTE A EXCLUDENTE DE PUNIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. REINTEGRAÇÃO. CABIMENTO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.5679-8, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 04.02.2004, pg. 9)

•Disponibilidade Ementa: SERVIDOR PÚBLICO - DISPONIBILIDADE - AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DE PROVENTOS. Não pode a administração afastar servidor e colocá-lo em disponibilidade com prejuízo de seus proventos. MANDADO DE SEGURANÇA - PAGAMENTO DE PROVENTOS ATRASADOS - INADMISSÍBILIDADE - SÚMULA 269 DO STF. “O Mandado de Segurança não é substitutivo da ação de cobrança. Recurso conhecido e parcialmente provido, a fim de afastar a utilização do mandado de segurança como forma processual de cobrança de parcelas pretéritas. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.1521-8, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 24)

•Incorporação de Vencimentos Ementa : Constitucional e Administrativo. Mandado de Segurança. Funcionários Públicos. Vantagem pessoal decorrente de cargo comissionado incorporada aos vencimentos, por força de lei. Reajuste pelas Leis nº 12.840/98 e n° 13.028/00. Direito líquido e certo dos impetrantes. Respeito ao princípio da isonomia. - Farpeia o postulado constitucional do direito adquirido, contemplado no inciso XXXVI da Carta Magna, ato comissivo ou omissivo da autoridade pública que posterga, em face de edição de leis que deferem majoração salarial, benefícios e/ou vantagens

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auferidas já definitivamente integradas ao patrimônio jurídico dos impetrantes. - Nesse passo, já restando incorporada vantagem pessoal, decorrente de cargo comissionado, aos vencimentos de seus titulares, sob a égide da Lei 11.171/86, não poderá o reajuste cogitado na lei de aumento salarial excluir as parcelas de jaez pessoal, sob pena de ataque ao direito adquirido de seus autores e instabilidade das relações jurídicas e sociais. SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0001.0017-7, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 12.04.2004, pg. 14) Ementa : Servidor Público. Vantagem pessoal incorporada. Reajuste específico da parcela contemplado em norma local - Diploma no 13.250/02. Repercussão do acréscimo no campo patrimonial daquele que ao plus remuneratório faz jus, decorrente de cargo comissionado que exercera. Incidência do aumento, na exata projeção pecuniária do índice previsto na lei estadual. Exclusão, e de parelha, de percepção que tal, do teto retributivo. -Segurança concedida, reajuste a refletir-se nos ganhos do impetrante a partir do ajuizamento do writ, desconsiderando-o, porque defluente de vantagem de natureza pessoal, para a aferição do teto remuneratório. Provisão mandamental na linha de entendimento da Corte. - Nemine discrepante. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0005.6849-7, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 26.03.2004, pg. 6) Ementa: ADMINISTRATIVO. APOSENTADORIA. EXERCÍCIO POR 10 (DEZ) ANOS ININTERRUPTO DE CARGO COMISSIONADO. GRATIFICAÇAO DE REPRESENTAÇÃO, SÍMBOLO DAS-3 E VERBA RELATIVA À PROGRESSÃO HORIZONTAL NO PERCENTUAL DE 35%. INCORPORAÇÃO. DIREITO ADQUIRIDO. MANDAMUS CONCEDIDO. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.4422-8, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 26.03.2004, pg. 6)

•Pensão por Morte Ementa: Apelação Cível. Mandado de Segurança. Administrativo e Constitucional. Pensão. Servidor Público. Isonomia. A pensão por morte

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deve corresponder à totalidade dos vencimentos do servidor falecido, incluindo-se em seu valor todas as vantagens que percebia, independentemente de sua natureza. Inteligência do art. 40, § 3° e 7°, da Constituição Federal de 1988. Precedentes do STF. Sentença mantida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2541-8, Relator: Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 19.04.2004, pg. 10)

Ementa : AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO ORDINÁRIA - TUTELA ANTECIPADA DETERMINANDO QUE O IPEC EFETUE O PAGAMENTO DE PENSÃO AO VIÚVO DE EX-SEGURADA - PRELIMINAR DE NULIDADE POR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO REJEITADA - AUTOAPLICABILIDADE DO ART. 201, INCISO “V” DA CARTA MAGNA DE 1988 - INEXIGÊNCIA DA DISPOSIÇÃO CONSTANTE DO ART. 195, §5° DA CF/88 - PERIGO DE DANO IRREPARÁVEL – MEDIDA REVERSÍVEL - AGRAVO CONHECIDO E IMPROVIDO: 1 - Inocorre nulidade da decisão por falta de fundamentação se o magistrado, ainda que de forma concisa, expõe as razões de fato e de direito que o convenceram a decidir a questão daquela maneira. Se tal convencimento foi ou não prolatado com acerto, trata-se de matéria a ser decidida n o julgamento de mérito do recurso. Preliminar rejeitada. II - Em sede de ação ordinária pleiteando pensão por morte da esposa, ex-segurada do IPEC, o perigo de dano irreparável necessário ao deferimento da tutela antecipada advém da própria natureza alimentar da verba requerida. O lapso temporal entre o óbito e o ajuizamento da ação, por si só, não demonstra a indispensabilidade da pensão, especialmente quando se observa que o Recorrido estava postulando o benefício na via adminstrativa. III - A norma do art. 201, inciso V, da CF/88 - que prescreve a pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro - é auto-aplicável, constituindo efetiva implementação do princípio isonômico, erigido à condição de direito fundamental, nos termos do caput do art. 5°, da Carta Magna de 1988. Assim, a nova ordem constitucional, não recepcionou a disposição prevista no art. 7°, inciso 1, da Lei Estadual n° 10.776/82, que prevê a pensão apenas para o marido inválido. IV - Descabe invocar a vedação contida no art. 195, §5° da CF/88 - que exige a correspondente fonte de custeio, para a criação, majoração ou extensão de benefício ou serviço da seguridade - uma vez que a inexistência da pensão do Agravado decorreu de ato de responsabilidade exclusiva da autarquia Agravante, devendo esta implementar todos os meios necessários ao cumprimento da medida judicial.

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V - Inexiste irreversibilidade da medida, uma vez que, caso a ação venha a ser julgada improcedente, o Instituto Agravante poderá pleitear o ressarcimento de tais valores, inclusive através do Poder Judiciário, caso haja recusa na devolução voluntária. VI – Agravo conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.1196-0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 07.04.2004, pg. 33) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO ORDINÁRIA. MILITAR INATIVO. PENSÃO. I - De acordo com o disposto no art. 40, § 8°, da CF/88, com a redação que lhe deu a EC n° 20/98, aplicável aos militares e seus pensionistas, por força da regra inserta no art. 42, § 2°, do mesmo Estatuto Federal: “Observado o disposto no art. 37, XI, os proventos de aposentadoria e as pensões serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos aposentados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão na forma da lei” (grifei). II - Recurso conhecido e provido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3301-1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 12.04.2004, pg. 27) Ementa: CONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE NORMAS INFRA- CONSTITUCIONAIS CONFORME A CARTA MAGNA. FILHA MAIOR DE 21 ANOS, MAS ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA. DIREITO À PENSÃO POR MORTE. - Não se pode, por apego à literalidade de um enunciado infraconstitucional, desprestigiar os direitos sociais consagrados na Constituição Federal. - Todos os Poderes estatais, incluindo o Judiciário, têm o dever fundamental de fomentar e efetivar os direitos sociais estatuídos na Constituição Federal. - Em prestígio ao direito fundamental à assistência social aos desamparados e à educação não se pode negar a pensão por morte à filha que, embora maior, ainda esteja cursando ensino superior. - Recurso conhecido, mas improvido.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.2926-6, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 23) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - SERVIDOR PÚBLICO - FALECIMENTO – COMPANHEIRA - SENTENÇA DECLARATÓRIA DA CONDIÇÃO - DESNECESSIDADE PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS - SUFICIENTE PROVA DOCUMENTAL DOS FATOS ALEGADOS - PENSÃO POR MORTE - DIREITO LÍQUIDO E CERTO – ORDEM CONCEDIDA 1. Se a petição inicial está instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito resta atendida a exigência de prova pré-constituída; 2. Exorbita o poder regulamentar decreto que estabelece determinado meio de prova como único apto a comprovar a condição de companheira para o exercício de direito amparado na lei regulamentada; 3. Inexistência de impedimentos matrimoniais e inscrição da companheira como dependente para fins previdenciários pelo próprio servidor falecido; 4. Ausência de dúvida quanto à alegada situação de fato em conseqüência da prova documental que instrui o pedido; 5. Ordem concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.4604-0, Relator: Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 14.01.2004, pg. 13) Ementa: Pensão previdenciária. Companheira de segurado falecido no estado de casado, mas separado de fato, com o qual viveu em concubinato more uxorio durante mais de vinte e quatro (24) anos, de cujo consórcio nasceram oito (08) filhos. Pensão que deve ser compartilhada em quantias equivalentes por viúva e companheira. Sentença confirmada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2400-9, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 29.01.2004, pg. 18)

Ementa: APELAÇÃO - PENSÃO POR MORTE – VALOR EQUIVALENTE À REMUNERAÇÃO POS SERVIDORES EM ATIVIDADE - ART.40, § 7º DA CF/88 - AOS INATIVOS E PENSIONISTAS SÃO EXTENSIVOS TODOS OS BENEFÍCIOS E VANTAGENS CONCEDIDOS AOS ATIVOS - ART.40 § 8º DA CF/88 - RECURSO CONHECIDO, MAS NÃO PROVIDO. I. O benefício da pensão por morte será igual ao valor dos proventos do servidor Já falecido ou aquele a que teria direito, se em atividade estivesse, na data de sua morte (art. 40 §7° da CF/88).

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II. As gratificações concedidas aos servidores públicos em atividade de forma genérica devem ser estendidas aos inativos e pensionistas, ainda que próprias do exercício, tendo em vista o comando inserto no art. 40 § 8º da CF/88. III. Os benefícios concedidos, indiscriminadamente, a todos os policiais da ativa, conquanto possuam caráter nitidamente provisório, devem ser auferidos pelos inativos e pensionistas, eis que representam verdadeiro aumento salarial concedido somente aos policiais da ativa. IV. Recurso conhecido, mas não provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2191-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.02.2004, pg. 21)

Ementa: ADMINISTRATIVO. PENSIONISTA. PENSÃO POR MORTE DE SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. TOTALIDADE DOS VENCIMENTOS, NOS TERMOS DO ART. 40, §5°, DA CF/88 E ART. 168, §§ 4º e 5º da CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. AUTO-APLICABILIDADE. VANTAGEM PECUNIÁRIA CONCEDIDA A SERVIDORES DA ATIVA COM EXPRESSA DETERMINAÇÃO DE EXTENSÃO E INCORPORAÇÃO AOS PROVENTOS DOS INATIVOS. DIREITO ADQUIRIDO. POSICIONAMENTO JURISDICIONAL ASSENTE. DECISÃO MONOCRÁTICA IRREPROCHÁVEL. APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0438-0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg.6) Ementa: Apelação Cível. Mandado de Segurança com pedido liminar. Administrativo e constitucional. Pensão. Servidor Público. Isonomia. Recurso voluntário. Aplicabilidade. I - O direito que se reconhece à pensionista de receber o benefício da pensão por morte de servidor falecido, emana de expressa disposição contida no art.40, § 7° da Constituição Federal vigente. II - Por ser norma auto-aplicável independe de lei regulamentadora para ser regularizada. Inadmite-se sua negação diante da suspensão dos efeitos de dispositivo inserido na Constituição Estadual. Precedentes jurisprudenciais. Sentença mantida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.8407-5, Relator: Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 21.01.2004, pg. 13)

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Ementa: Constitucional, Administrativo e Previdenciário – Obtenção de pensão por morte, pleiteada por marido de ex-segurada - Cônjuge supérstite de Servidora Estadual tem direito à percepção da pensão por morte, prevista o art. 201, inciso V, da Constituição Federal de 1988, combinado com art. 331, § 1º, inciso I da Constituição do Estado do Ceará, em consonância com a Emenda n° 39, de 05.05.1999, introduzida na aludida Constituição do Estado do Ceará. Recurso de Apelação conhecido e provido, para determinar o pagamento da pensão devida ao apelante, conformando-a ao padrão vencimental que sua instituidora receberia se viva estivesse, porém limitado o pagamento das parcelas respectivas à data da presente impetração, em conformidade com a Súmula n° 271 do Supremo Tribunal Federal. Sentença monocrática reformada. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7958-1, Relator(a): Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 04.02.2004, pg. 5) Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. AUTO-APLICABILIDADE DO ART. 40, §§ 7º e 8° DA CF/88. NORMA DE EFICÁCIA IMEDIATA. ISONOMIA CONSTITUCIONAL ENTRE SERVIDORES PÚBLICOS ATIVOS E INATIVOS. PROPORCIONALIDADE. PENSÃO REDUZIDA ILEGALMENTE. - O preceito constitucional antes invocado concede o benefício de pensão por morte na totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido. - O limite legal a que se refere a parte final da norma em epígrafe diz respeito não à qualidade de ativo ou inativo, mas ao ajuste do quantum às disposições do art. 37, XI da Lei Maior, que resguarda o teto vencimental dos servidores públicos. - Precedentes judiciais. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0014.7135-0, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 14.01.2004, pg. 12) Ementa: RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA OBRIGATÓRIA. PENSÃO POR MORTE. RECEBIMENTO EM SUA INTEGRALIDADE. SUPRESSÃO. IMPOSSIBILIDADE. DICÇÃO DO ART. 40, § 7° DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (ART. 40, § 50, ATÉ A EDIÇÃO DA EC N° 20/98). APELAÇÃO E REMESSA OBRIGATÓRIA IMPROVIDAS. INÚMEROS PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.8999-0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 01.04.2004, pg. 13) Ementa: ADMINISTRATIVO - CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL - MANDADO DE SEGURANÇA – 1) ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO CEARÁ-IPEC. – NÃO ACOLHIMENTO EM FACE EM DISPOSTO NO ARTIGO 3º DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N° 24/2000 - 2) VIÚVA DE SERVIDOR ESTADUAL QUE TEVE CONCEDIDA A SUA PENSÃO EM VALOR INFERIOR AO QUE SERIA PAGO AO SEU FALECIDO MARIDO, A TÍTULO DE PROVENTOS, SE VIVO FOSSE. VIOLAÇÃO DE PRECEITO CONSTITUCIONAL RELATIVO Á MATÉRIA DA OFENSA A DIRETO LÍQUIDO E CERTO - SEGURANÇA CONCEDIDA NO SENTIDO DE RECONHECER. EM FAVOR DA IMPETRANTE. O DIREITO DE PERCEBER SEU BENEFICÍO PENSIONÁRIO DE FORMA INTEGRAL - PRECEDENTES. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0012.2356-0, Relator: Desa. Huguette Braquehais, DJ. 09.01.2004, pg. 36) Ementa: APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL - PENSÃO POR MORTE - VALOR EQUIVALENTE À REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR EM ATIVIDADE - ART.40, § 7º DA CF/88 – AOS INATIVOS E PENSIONISTAS SÃO EXTENSIVOS TODOS OS BENEFÍCIOS E VANTAGENS CONCEDIDOS AOS ATIVOS - ART.40 § 8° DA CF/88 - RECURSOS VOLUNTÁRIO E OFICIAL CONHECIDOS, MAS NÃO PROVIDOS. I - O benefício da pensão por morte será igual ao valor dos proventos do servidor falecido ou aquela a que teria direito, se em atividade estivesse, na data de sua morte (art. 40 § 7° da CF/88). II. As gratificações concedidas aos servidores públicos em atividade de forma genérica devem ser estendidas aos inativos e pensionistas, ainda que próprias do exercício, tendo em vista o comando inserto no art. 40 § 8º da CF/88. III - Os benefícios concedidos, indiscriminadamente, a todos os policiais da ativa, conquanto possuam caráter nitidamente provisório, devem ser auferidos pelos inativos e pensionistas, eis que representam verdadeiro aumento salarial concedido somente aos policiais da ativa. IV - Recursos conhecidos, mas não providos. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1493-3, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 16)

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Ementa : Apelação Cível. Ação Ordinária. Administrativo e constitucional. Pensão. Servidor Público. Isonomia. Recurso voluntário. I - Os extratos pretéritos da pensão não são elementos indispensáveis para a propositura da ação em que se pleiteia a atualização dos vencimentos respectivos. II - A pensão por morte deve corresponder à totalidade dos vencimentos do servidor falecido, incluindo-se em seu valor todas as vantagens que percebia, independentemente de sua natureza. III – Inteligência do art. 40, § 3° e 70, da Constituição Federal de 1988. Precedentes do STF. Sentença mantida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6299-8, Relator: Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 21.01.2004, pg. 13) Ementa : Apelação Cível em Mandado de Segurança. Pensão. Art. 40, § 7° e 8°. INADMISSÍVEL A EXCLUSÃO DE VANTAGENS PRÓPRIAS DA ATIVIDADE. Precedentes do STF e TJCE. Entende o Supremo Tribunal Federal que o benefício outorgado pelo art. 40, § 7° e 8° da CF/88, com redação da Emenda Constitucional n° 20/98, referente ao cálculo de proventos ou pensão, deve guardar correspondência com a totalidade dos proventos do servidor em atividade, até o limite estabelecido em lei, incluindo-se nesse valor as vantagens próprias da atividade, em virtude da legislação específica permitir a sua incorporação (art. 75, Lei Estadual n° 11.167/86). Recurso conhecido e improvido. Sentença recorrida mantida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.9345-2, Relator(a): Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 04.02.2004, pg.6) Ementa : - Concessiva de segurança. Reexame necessário. Pensão por morte de servidor. Dimensão isonômica com o que auferível, se vivo estivesse, pelo extinto segurado. Diretiva consolidada na Corte e no Supremo Tribunal Federal. Confirmatório da prolação revidenda. Unanimidade. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.7500-9, Relator: Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 19.04.2004, pg. 10) Ementa: REMESSA OBRIGATÓRIA - MANDADO DE SEGURANÇA - PENSÃO PÓS MORTE – PARCELAS PECUNIÁRIAS PRÓPRIAS DA ATIVIDADE - INCORPORAÇÃO AO VALOR RECEBIDO A TÍTULO DE

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PENSÃO - PARCELAS PRETÉRITAS - IMPOSSIBILIDADE DE OBTENÇÃO PELA VIA MANDAMENTAL - SÚMULA 271 DO STF. I - Nos termos do art. 40, § 8°, da Carta Magna de 88, os proventos de aposentadoria e a pensão serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos inativos e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade. II - As parcelas pecuniárias de caráter “pro labore faciendo” ou “propter laborem”, entendidas como aquelas concedidas em virtude das peculiaridades do serviço, não podem ser incluídas aos proventos, salvo se existir expressa disposição legal nesse sentido, como na hipótese em comento. III - Garante-se aos aposentados e pensionistas a concessão de vantagens que, a despeito da denominação, tenham a natureza de vantagem incorporável como é o caso da diária operacional. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. IV - Os valores ilegitimamente subtraídos da impetrante, antes da propositura do mandado de segurança, não podem ser conferidos através da via eleita, em face da Súmula 271 do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, segundo a qual a concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria. V - Remessa obrigatória conhecida e improvida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚2000.0015.7493-1, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 16)

•Piso Salarial Ementa: - ADMINISTRATIVO - PISO SALARIAL - DECRETO MUNICIPAL N° 7.153/85. - O DIREITO À PERCEPÇÃO DE DETERMINADO PISO SALARIAL ALBERGA TODOS OS MEMBROS DA MESMA CATEGORIA, DO MESMO QUADRO FUNCIONAL E EXERCENTES DE FUNÇÕES IDÊNTICAS. - NÃO RESTA CONFIGURADO, NA ESPÉCIE DOS AUTOS, A VIOLAÇÃO À VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL DE VINCULAÇÃO PARA EFEITO DE REMUNERAÇÃO DE PESSOAL DO SERVIÇO PÚBLICO, PREVISTA NO ART. 7º, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. - REMESSA OBRIGATÓRIA E RECURSO DE APELAÇÃO CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

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(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0003.9931-6, Relator: Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 23.04.2004, pg. 48) Ementa: ADMINISTRATIVO - PISO SALARIAL - O direito à percepção de determinado piso salarial estende-se a todos os membros da mesma categoria, do mesmo quadro funcional, e exercentes de funções idênticas. Na espécie, não resta configurada a violação à vedação constitucional de vinculação para efeito de remuneração de pessoal do serviço público, prevista no art. 7°, inciso IV da Constituição Federal de 1988. Remessa Obrigatória e Recurso de Apelação conhecidos e improvidos. Sentença monocrática mantida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.0786-6, Relator(a): Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 29.01.2004, pg. 45) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO - DIREITO À PERCEPÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL COM EFEITOS PRETÉRITOS - PRELIMINAR - IMPOSSIBILIDADE FRENTE ÀS SÚMULAS 269 E 271 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - NO MÉRITO, OBRIGATORIEDADE DO SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL - INTELIGÊNCIA DO § 2º, DO ART. 201, DA CF/88. I. Urge, primeiramente, seja enfrentada a preliminar levantada pelo impetrado, a conta da impossibilidade do recebimento dos atrasados em sede de mandado de segurança. De fato, a cobrança dos atrasados pleiteados nesta sede mandamental não deve ter prospero, porquanto afronta matéria já sumulada pelo Supremo Tribunal Federal, verbis; Súmula 269: “O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança. Súmula 271: Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser proclamados administrativamente ou pela via judicial própria. Desse modo, e na impossibilidade de emprestar efeitos patrimoniais pretéritos ao mandado de segurança, indefiro, nesta parte, o writ. II- No mérito. Indubitavelmente, o Estado do Ceará, prejudicialmente aos interesses da Impetrante, violou suas garantias constitucionais, na medida em que reduziu seus proventos para patamar aquém do salário mínimo. Com efeito, o § 2º do artigo 201, da nossa Carta Política assegura aos trabalhadores salário nunca inferior ao mínimo vigente, senão vejamos: Art. 201 omissis (...)

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§ 2°. Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. A Constituição do Estado do Ceará, de igual modo, assegura em seu art. 154, § 1°, que “Nenhum servidor poderá receber contraprestação inferior ao salário mínimo”. Outro não foi o entendimento do Superior Tribunal de Justiça ao julgar o Recurso em Mandado de Segurança n 4.925 - MS 94/31750-6), do Mato Grosso do Sul, no voto condutor do Ministro Felix Fischer, verbis: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. SERVIDORES PÚBLICOS. PISO SALARIAL. SALÁRIO MÍNIMO. O vencimento básico do servidor público está sujeito ao salário mínimo” Assim é que, os proventos, também denominados de vencimentos básicos do servidor público aposentado, obedecem ao piso do salário mínimo nacional. II- Writ deferido. Acórdão unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.0586-7, Relator: Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 13.01.2004, pg. 20)

•Proventos de Inatividade Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. OCUPANTE DE CARGO EFETIVO NO MAGISTÉRIO ESTADUAL. PROVENTOS REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O acréscimo denominado extra-classe suprimido dos proventos da impetrante tem a clara natureza de vantagem pecuniária ex facto offici, ou seja, ligada a cargos que para o seu melhor desempenho exigem um regime especial de trabalho com particular dedicação e habilitação de sua titular. Inadmissível a exclusão de tal vantagem no ato de aposentadoria por configurar flagrante violação aos dispositivos constitucionais da irredutibilidade dos vencimentos e do direito adquirido. SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0006.4462-2, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 05.05.2004, pg. 13) Ementa: CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. GRATIFICAÇÃO EXTRA-CLASSE. PERCEPÇÃO EM ATIVIDADE. REDUÇÃO DOS PROVENTOS DA APOSENTADORIA. DIREITO ADQUIRIDO.

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Artigo s 40, § 3º, da Constituição Federal e 1º, da Lei Estadual nº 11.820/91. Lei Estadual nº 9.826/74 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará). “Os proventos da aposentadoria, por ocasião de sua concessão, serão calculados com base na remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão à totalidade da remuneração”. Segurança concedida. Unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0001.2825-1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 05.05.2004, pg. 16) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - REAJUSTE DE VANTAGEM PESSOAL INCORPORADA AOS PROVENTOS DO IMPETRANTE ESTRUTURA UNITÁRIA DOS PROVENTOS, DE MODO A PERMITIR QUE OS REAJUSTES VENHAM A INCIDIR SOBRE O TOTAL DAS PARCELAS, SEM DISCRIMINAR ESTA OU AQUELA, PARA TAL FIM, DESDE QUE HAJA LEI PREVENDO OUTORGA DE REAJUSTE PARA TODOS OS SERVIDORES EM ATIVIDADE - POSSIBILIDADE DE QUE ESTE REAJUSTE REPERCUTA NO PATRIMÔNIO DOS APOSENTADOS POR FORÇA DA NORMA CONSTANTE DO § 8°, DO ARTIGO 40, DA CF/88. SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0008.4938-0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 07.04.2004, pg. 18)

Ementa: Mandado de Segurança. Professora. Gratificação extra-classe. Redução dos proventos. Impossibilidade. Proteção constitucional (CF, art. 37, XV e 40, par. 3° e 8°). I – Não devem ser subtraídas dos proventos do servidor as vantagens de caráter remuneratório e alimentar, posto que já incorporadas a estes. II -Afronta o ordenamento jurídico o fato de se piorar a situação econômica do servidor aposentado logo no momento em que mais precisa de suporte financeiro ante as mazelas da idade avançada. II - Inconcebível a tese que alberga a impossibilidade de transferência para a inatividade de gratificações do servidor em razão de sua natureza pro labore faciendo, notadamente quando, na verdade, se trata de aumento da remuneração por via transversa. III - Segurança concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0003.0258-6, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 07.04.2004, pg. 18)

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Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL – GRATIFICAÇÃO EXTRA-CLASSE - INCORPORAÇÃO AOS PROVENTOS - POSSIBILIDADE - CARÁTER REMUNERATÓRIO E ALIMENTAR DA VANTAGEM - OS PROVENTOS DA APOSENTADORIA. SEGUNDO O TEXTO CONSTITUCIONAL, DEVEM CORRESPONDER À TOTALIDADE DA REMUNERAÇÃO AUFERIDA PELO SERVIDOR EM ATIVIDADE, ATÉ O LIMITE ESTABELECIDO EM LEI (ART. 40, § 3°, CF/88 -COM A REDAÇÃO DA E.C. 20/98) - PRECEDENTES DESTA CORTE –SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0002.3273-0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 05.04.2004, pg. 11)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – SERVIDOR RESERVA REMUNERADA - PARCELAS PECUNIÁRIAS PRÓPRIAS DA ATIVIDADE - INCORPORAÇÃO AOS PROVENTOS - PARCELAS PRETÉRITAS – IMPOSSIBILIDADE DE OBTENÇÃO PELA VIA MANDAMENTAL - SÚMULA 271 DO STF - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. I - Nos termos do art. 40, § 8°, da Carta Magna de 88, os proventos de aposentadoria e a pensão serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos inativos e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade. II - As parcelas pecuniárias de caráter “pro labore faciendo ou “propter laborem “, entendidas como aquelas concedidas em virtude das peculiaridades do serviço, não podem ser incluídas aos proventos, salvo se existir expressa disposição legal nesse sentido, como na hipótese em comento. III - Garante-se aos aposentados e pensionistas a concessão de vantagens que, a despeito da denominação, tenham a natureza de vantagem incorporável, como é o caso da diária ocupacional e do abono policial militar. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. IV - Os valores ilegitimamente subtraídos da impetrante, antes da propositura do mandado de segurança, não podem ser conferidos através da via eleita, em face da Súmula 271 do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, segundo a qual a concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria. V- Recurso conhecido e parcialmente provido.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3347-0, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 15) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. PRESTAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO. DECADÊNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. DESNECESSIDADE DO CHAMAMENTO DO TCE PARA FUNCIONAR COMO LITISCONSORTE NECESSÁRIO. REDUÇÃO ILEGAL DE VENCIMENTO POR OCASIÃO DA APOSENTADORIA. ORDEM CONCEDIDA. 1. Tratando-se de obrigação envolvendo proventos de aposentadoria, cuida-se de prestação de trato sucessivo, que se renova a cada mês, razão pela qual não há que se falar em decadência. Precedentes do STJ. 2. Contra ato complexo pode a impetração ser apresentada contra a autoridade que representa o órgão que praticou o ato final ou aperfeiçoou o ato complexo. 3. Vantagem pro labore faciendo de auferimento condicionado à efetiva prestação do serviço nas condições estabelecidas pela Administração integra os vencimentos para efeito de aposentadoria. 4. Ordem concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.3959-1, Relator: Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 15.01.2004, pg. 8) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL EM MANDADO DE SEGURANÇA - SERVIDOR TRANSFERIDO PARA RESERVA REMUNERADA - PARCELAS PECUNIÁRIAS PRÓPRIAS DA ATIVIDADE - INCORPORAÇÃO AOS PROVENTOS – PARCELAS PRETÉRITAS - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I - Nos termos do art. 40, § 8°, da Carta Magna de 88, os proventos de aposentadoria e a pensão serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos inativos e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade. II - As parcelas pecuniárias de caráter “pro labore faciendo´´ ou “propter laborem´´, entendidas como aquelas concedidas em virtude das peculiaridades do serviço, não podem ser incluídas aos proventos, salvo se existir expressa disposição legal nesse sentido, como na hipótese em comento. III - Garante-se aos aposentados e pensionistas a concessão de vantagens que, a despeito da denominação, tenham a natureza de vantagem incorporável como é o caso da diária ocupacional e do abono policial militar. Precedentes do Supremo Tribunal Federal.

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IV - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0263-9, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 25) Ementa: CONSTITUCIONAL ADMINISTRATIVO. OCUPANTE DE CARGO EFETIVO NO MAGISTÉRIO ESTADUAL. PROVENTOS. REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. A redução de proventos quando da aposentadoria de servidor público estadual vai de encontro a dispositivo da legislação do Estado, Estatuto do Magistério, bem como a previsão constitucional de irredutibilidade de vencimentos. 2. O acréscimo denominado extra-classe tem a clara natureza de vantagem pecuniária pro labore faciendo, devendo integrar os proventos de aposentadoria se no momento da passagem, o servidor estava recebendo tal vantagem. 3. SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.4588-7, Relator: Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 09.01.2004, pg. 37) Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - PENSÃO - ART. 40, §§ 7º E 8º - AUTO-APLICABILIDADE - PRECEDENTES. - Em consonância com o entendimento esposado pelo Supremo Tribunal Federal, o benefício outorgado pelo art. 40, § 7° e 8° da CF/88, com redação estabelecida pela Emenda Constitucional n° 20/98, referente ao cálculo de proventos ou pensão, deve guardar correspondência com a totalidade dos proventos do servidor em atividade, até o limite estabelecido em lei; - Perfectibilizado o ato de aposentadoria, incorporou-se ao seu patrimônio jurídico, sendo ato violador a retirada de tais parcelas, ferindo direito adquirido; - Precedente do STF no julgamento do AGRAG n° 265.373-2/CE. - Recurso do Estado do Ceará conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8418-0, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 30.01.2004, pg. 26) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. MILITAR. INATIVIDADE. PROVENTOS. RECEBIMENTO EM SUA INTEGRALIDADE. SUPRESSÃO. IMPOSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 40, § 3º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (COM REDAÇÃO DADA PELA

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EMENDA Nº 20). PROVIMENTO DO RECURSO, PARA O FIM DE INCLUIR AS VANTAGENS PESSOAIS, PERMANENTEMENTE RECEBIDAS PELO MILITAR. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.00 00.6128-9, Relator: Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 04.01.2004, pg. 8) Ementa: -Ação Ordinária. Proventos da inatividade. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 40, parágrafo 4°, atualmente parágrafos 3° e 8°, com a redação dada pela Emenda Constitucional n. 20/98, erigiu o princípio da equiparação dos proventos dos inativos aos vencimentos e vantagens conferidos aos servidores em atividade, de modo que o valor da remuneração, pago a estes, será igualmente pago aos aposentados, independentemente de sua natureza. “Uma vez editada lei que implique outorga de direitos aos servidores em atividade, dá-se pela existência da norma constitucional, a repercussão no campo do patrimônio dos aposentados” (STF, Ag. Reg em Ag. Instr. nº. 173.851-1-SC, rel. Min. Maurício Corrêa, LEXJSTF 215/120). Apelação e Remessa conhecida e provida. Decisão por maioria. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.0343-1, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 22.01.2004, pg. 6) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. EQUIVALÊNCIA. REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR EM ATIVIDADE. ART. 40, §3º DA CF/1988. I- Os proventos de aposentadoria, por ocasião de sua concessão, serão calculados com base na remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão à totalidade da remuneração (art. 40§ 3º da CF/88). II- Lei Estadual 11.820/91. Gratificação extra-classe. Vantagem pecuniária. Adicional de função (ex facto officii). Incorporação aos proventos de aposentadoria. III- Segurança concedida. IV- Decisão unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0013.6537-2, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 05.05.2004, pg. 13)

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Ementa: Apelação Cível. Mandado de Segurança. Administrativo. Servidor policial militar aposentado. Gratificações de serviço. Incorporação aos proventos. Os proventos de aposentadoria devem corresponder à totalidade dos vencimentos do servidor quando da ativa, incluindo-se em seu valor todas as vantagens que percebia, independentemente de sua natureza. Inteligência do art. 40, § 3° e 8°, da Constituição Federal de 1988. Precedente do STF. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.5696-3, Relator: Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 19.04.2004, pg. 11) Ementa: Constitucional e Administrativo. Mandado de Segurança. Servidores Públicos Inativos. Gratificação de Representação decorrente do exercício de cargo comissionado incorporada aos proventos. Reajuste. Direito líquido e certo dos impetrantes. - A teor de comando constitucional, toda vez que houver revisão concessiva de benefícios e vantagens ao pessoal da atividade, tal evento refletirá na esfera patrimonial dos servidores inativos. Exegese do art. 40, §8°, da Constituição Federal de 1988. - Farpeia o postulado constitucional do direito adquirido, contemplado no art. 5º, inciso XXXVI da Carta Magna, ato comissivo ou omissivo da autoridade pública que posterga, em face de edição de lei que defere majoração salarial, benefícios e/ou vantagens auferidas já definitivamente integradas ao patrimônio jurídico dos que já se acham na inatividade. - Nesse passo, já restando incorporada ex vi legis, aos proventos de seus titulares, a gratificação decorrente de cargo comissionado, não poderá o reajuste cogitado na lei de aumento salarial excluir as parcelas de jaez pessoal, sob pena de ataque ao direito adquirido dos referidos servidores e de provocação de instabilidade das relações jurídicas e sociais. - SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0001.3676-5, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 07.04.2004, pg. 21) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - PROVENTOS DE INATIVIDADE - VALOR EQUIVALENTE À REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES EM ATIVIDADE - EXEGESE DO ART. 40, § 3º DA CF/88 - GRATIFICAÇÕES DE EXERCÍCIO E VANTAGENS ESPECIAIS INERENTES À ATIVIDADE - CONCESSÃO INDISTINTA AOS SERVIDORES - CÔMPUTO NO CÁLCULO DOS PROVENTOS – AOS INATIVOS E PENSIONISTAS SÃO EXTENSIVOS TODOS OS

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BENEFÍCIOS E VANTAGENS CONCEDIDOS AOS ATIVOS - ART.40, § 8º DA CF/88 - SEGURANÇA DEFERIDA. I. Os proventos de aposentadoria, por ocasião de sua concessão, serão calculados com base na remuneração do servidor no cargo efetivo em que ocorrer a aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão a sua totalidade. II. As gratificações concedidas aos servidores públicos em atividade de forma genérica devem ser estendidas aos inativos e pensionistas, ainda que próprias do exercício, tendo em vista o comando inserto no art. 40 § 8º da CF/88. III- Segurança concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.3202-5, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 15.01.2004, pg. 8)

•Reclassificação e Reenquadramento Ementa: DIREITO PÚBLICO - ADMINISTRATIVO - SERVIDOR PÚBLICO - ENQUADRAMENTO. - Se os servidores ativos, no último degrau da carreira, fazem jus ao direito de continuarem nesse status e condição, quando de posteriores enquadramentos ou reclassificações, não há porquê, inadmitir-se esse mesmo direito aos servidores aposentados. A CF/88 em seu art. 5º, caput, inadmite discriminação de qualquer natureza, o mesmo dispondo o art. 40, parágrafos 4° e 5° também da CF/88, que estabelece isonomia vencimental entre os aposentados e pensionistas com os servidores em atividade. - Entendimento diverso consubstancia tão-somente forma disfarçada de rebaixar por via indireta os vencimentos de aposentados/pensionistas, os quais, independentemente de haver irredutibilidade salarial em termos nominais, ver-se-iam atingidos pela irredutibilidade salarial em termos relativos, tendo como parâmetro os servidores da ativa, o que sem dúvida implica em franca inobservância ao Princípio da Isonomia. - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3145-0, Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 46) Ementa: Apelação Cível. Constitucional. Administrativo. Plano de Cargos e Carreira - SEFAZ -Lei 12.582/96. Reclassificação. Respeito ao patamar funcional conquistado na atividade. Aplicação do art. 40, 8° da CF/88. I – Evidenciado está o caráter reclassificatório da mudança derivada da Lei n° 12.582/96, que instituiu o novo plano de cargos e carreira do grupo

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ocupacional tributação, arrecadação e fiscalização - TAF, dos servidores da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, vez que inocorreram modificações nos parâmetros da prestação de serviços. II - Ademais, ressalte-se que a Lei n° 12.582/96 alterou a nomenclatura, as classes e as referências do grupo TAF, de forma que, além de instituir vantagens aos servidores inativos, reclassificou os cargos na escala de ascensão profissional, sem que houvesse, reitere-se, quaisquer mudanças nas atribuições a serem desempenha das, v.g., a exigência de especialização em determinada área, o que de fato ensejaria um enquadramento individualizado, tendente a respeitar as diferentes situações, que acarretaram diversa exigências profissionais. III - Assim, suficientemente claro está que a manutenção dos demandantes, ora recorridos, na nova estrutura de suas respectivas carreiras, em uma referência que não a equivalente, não apenas em termos de quantum vencimental, mas de patamar alcançado na carreira, estaria a violar a supratranscrita norma constitucional, além de emprestar à aposentadoria, que constitui um direito, uma garantia, caráter punitivo. IV - Acresça-se, de último, que a finalidade primordial do art. 40, § 8° da CF/88, é o estender, aos aposentados, todo e qualquer benefício ou vantagem posteriormente concedidos aos servidores em atividade, sendo mencionadas, exemplificadamente, as melhorias decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo ou função em que ocorrida a aposentação. Recursos obrigatório e voluntário conhecidos e improvidos. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n° 2002.0009.7300-6, Relator: Des. José Maria de Melo, DJ. 17.06.2004, pg. 31) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO - REPOSICIONAMENTO DOS SERVIDORES NAS NOVAS REFERENCIAS DA LEI N. 12.528/96 - INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO E DE ILEGALIDADE - SEGURANÇA DENEGADA. I- A Lei 12.528/96, aprovando o Plano de Cargos e Carreiras do Grupo Operacional Tributação, Arrecadação e Fiscalização - TAF, não alterou a estrutura do cargo, mas reposicionou os servidores nas novas referências, dentro dos critérios da generalidade e abstração, e sem malferimento ao principio da impessoalidade. II- O disposto na prefalada lei não afrontou o principio da igualdade, apenas ressaltou as diferenças funcionais que já existiam, antes de sua edição, entre os servidores. III- No regime estatutário pode o Estado, por via legislativa, alterar a forma de remuneração de seus servidores, aumentar ou reduzir o numero de

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referencias, de tabelas, aproximar faixas ou afastá-las, adotar percentuais maiores ou menores, suprimir ou transformar gratificações, tudo conforme política salarial que pareça mais adequada aos interesses da administração, sem ofensa a direitos adquiridos. IV- Segurança denegada. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n° 2000.0015.8186-5, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 28.05.2004, pg. 6)

•Reintegração Ementa: - Policial militar. Licenciamento ex officio. Assecuratória constitucional da ampla defesa. Preterição. Reintegração inafastável. Consectários patrimoniais - diferenças vencimentais - restritos à data do ajuizamento do pedido reintegratório. - Alijamento compulsório de policial militar do serviço ativo, ministrada a severa sanção por indicativos de participação em evento delituoso e comportamento incompatível com os padrões castrenses, omitida, todavia, a deflagração do direito à defesa quanto a uma das imputações infligidas à praça, findando-se por surpreendê-la com motivação do decreto punitivo estranha ao substrato fálico declinado no libelo acusatório, evidencia; indubitavelmente, defeito insanável no processo administrativo-disciplinar, sabido e ressabido, e com esta diretiva atina-se a jurisprudência dos Tribunais, inclusive d a Corte local e do Excelso Pretório, que “a partir do momento em que a exclusão se faz considerados certos fatos, a macularem a conduta do policial militar, indispensável é a observância do devido processo legal, estabelecendo-se o contraditório e viabilizando-se o exercício do direito de defesa” (STF, RE 191.480-7/SC). - Legitimidade do judicial review, porque apenação precedida de apuratório com o timbre da injuridicidade pelo cerceamento de defesa perfaz vistosa agressão à franquia constitucional - artigo 5°, LV - desvio inaceitável, forçoso aos Poderes da República o respeito incondicional aos valores que informam a declaração de direitos e aos princípios estruturais do Estado de Direito, óbvio consectário, exercício da função jurisdicional que não transgride a independência do Executivo, irrecusável ao Judiciário o munus de fazer prevalecer a autoridade da Lex Fundamentalis. - Reintegração confirmada, impondo-se, entretanto, a corrigenda revisora para restringir o direito à percepção das diferenças estipendiais à data do ajuizamento da pretensão. - Sentença parcialmente reformada. - Nemine Discrepante.

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(TJCE, 1ª câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.7637-5, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 25.02.2004, pg. 57)

Ementa: ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. REINTEGRAÇÃO DE EX SERVIDOR DO ESTADO DO CEARÁ CONTRATADO AINDA SOB À ÉGIDE DA CONSTITUIÇÃO ANTERIOR. CESSÃO DURANTE O CURSO DO CONTRATO PARA A MUNICIPALIDADE. TERMO DA CESSÃO OCORRIDO EM 1997. ESTABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO. EXONERAÇÃO DESCABIDA. FALTA DE MOTIVAÇÃO. DECISÃO REFORMADA. APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7584-9, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg. 8)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO JUDICIAL CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. EMBARGOS. DESNECESSIDADE DE DISCRIMINAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA NO DEMONSTRATIVO DE DÉBITO. CÁLCULOS FEITOS COM BASE EM PARADIGMA. INEXISTÊNCIA DE IRREGULARIDADE. VALORES APRESENTADOS. DISCREPÂNCIA MÍNIMA. 1. É prescindível a apresentação de valores líquidos no demonstrativo de débito que instrui a execução, já que as parcelas a título de imposto de renda e contribuição da previdência somente são descontadas quando do efetivo pagamento do precatório ao seu legítimo beneficiário. 2. Em se tratando de reintegração de soldado expulso da corporação, a eleição de servidor paradigma, como forma de calcular o valor final do débito oriundo de condenação ao pagamento dos vencimentos atrasados tem-se por procedimento regular, sem o qual haveria locupletamento sem causa do devedor. 3. Sendo praticamente idênticos os valores brutos apresentados pelas partes, posto divergirem apenas de algumas centenas de reais, não se caracteriza, a rigor, oposição à pretensão executiva do autor. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.8176-9, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 22)

Sigilo Bancário e Fiscal Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA. INEXISTÊNCIA.

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I. Magistrado que procede em conformidade com as disposições legais pertinentes á espécie, conduzindo o andamento do processo de maneira zelosa e criteriosa, sob o manto da lei e da razoabilidade; II. As decisões judiciais devem ter efeito na esfera do mundo real, ou seja, o bem da vida perseguido pelo litigante vencedor deve ser alcançado, sob pena de ineficácia da prestação jurisdicional; III. Dormientibus non socurrit jus. Por não terem comparecido regularmente ao feito de execução, participando de seu desenvolvimento, utilizando-se dos instrumentos de defesa que o duo process of law lhes reserva e assegura, os litigantes suportam o ônus relativo ao desdobramento natural da inércia; IV.A expedição de ofícios com o fito de obter informações relativas ao executado junto a instituições financeiras é medida necessária ao prosseguimento da execução e conseqüente satisfação do crédito, diante do interesse do julgador, no respeitante à solução do litígio, como lhe ditam as normas processuais vigentes, que pugnam pela celeridade do julgamento; V. Segurança denegada. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0014.9211-0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 15.04.2004, pg. 44) Ementa: PERÍCIA. QUEBRA DE SIGILOS BANCÁRIO E FISCAL. INDEFERIMENTO DE MODALIDADES DE PROVAS REQUERIDAS. CERCEAMENTO DE DEFESA. - A Declaração de Imposto de Renda - IRPF não é documento hábil para comprovar ou não a existência de negócio jurídico entre partes. - O pedido de devassa, à luz da matéria, não fornece ao julgador elementos novos ou mais consistentes que outros meios anteriormente deferidos, consoante art. 420, II, CPC. - Medidas que só devem ser decretadas em caráter de absoluta excepcionalidade, quando existentes fundados elementos de suspeita que se apóiem em indícios idôneos, reveladores de possível autoria de prática delituosa por parte daquele que sofre a investigação. - O destinatário da prova é o processo, devendo o órgão jurisdicional examinar o cabimento, sua utilidade e a conveniência em realizar as modalidades requeridas, desde que motivadas. Art.130, CPC. - Agravo conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0000.6026-6, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 29.01.2004, pg. 43)

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Tribunais de Contas Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. PLANO DE CARGOS E CARREIRAS DOS SERVIDORES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS. LEI ESPECÍFICA DE INICIATIVA DA PRÓPRIA CORTE DE CONTAS. INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. ORDEM DENEGADA. 1. A autonomia administrativa e financeira dos Tribunais de Contas abrange a organização dos serviços internos e a iniciativa das leis que fixem e alterem a remuneração dos cargos, empregos ou funções de seus servidores. 2. O Plano de Cargos e Carreiras do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará deve ser instituído em lei de iniciativa da própria Corte. 3. A Lei Estadual 12.386/94 não se aplica aos servidores do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará pois, embora integre a Administração Direta, é órgão independente, com autonomia administrativa e financeira e a iniciativa legislativa exclusiva das leis referentes à organização funcionamento dos serviços internos. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0013.9728-2, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 27.04.2004, pg. 6) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA –DIREITO CONSTITUCIONAL -TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS. JULGAMENTO DAS CONTAS DE PREFEITO. APLICAÇÃO DE MULTA – COMPETÊNCIA DERIVADA DO ART. 71 DA CF/88. INTERVENÇÃO DO JUDICIÁRIO. POSSIBILIDADE. CONTROLE DA LEGALIDADE. I - Já é iterativa a jurisprudência do STF e do STJ, no sentido de confirmar a competência dos Tribunais de Contas para a aplicação de sanções pecuniárias a gestores públicos, quando estes incorram em irregularidades na gestão das despesas e das receitas, ressalvada a possibilidade de sindicância da legalidade pelo Poder Judiciário. II - No caso em espécie, havendo comprovação de que o processo do TCM, que redundou em imputação de débito e aplicação de multa ao Prefeito impetrante, observou estritamente os princípios da ampla defesa e do contraditório, nega-se a segurança requestada. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.3121-3, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 15.04.2004, pg. 34)

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TRIBUTÁRIO

Apreensão de Mercadorias Ementa: - ADMINISTRATIVO - Mandado de Segurança - Apreensão de mercadoria, como meio coercitivo para pagamento de tributo. Ilegalidade. A retenção de mercadorias ou de qualquer outro bem, constitui flagrante violação de direito de propriedade. Uma vez lavrado o auto de infração e imposição de multa, não mais se justifica a retenção das mercadorias, razão pela qual se confirma a decisão recorrida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9201-0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 7) Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. APREENSÃO DE MERCADORIAS EM TRÂNSITO. ILEGALIDADE. É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos (Súmula 323 do STF). Segurança confirmada. Remessa desprovida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.2637-0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 12) Ementa: Mandado de Segurança. Direito Constitucional e Tributário. ICMS. Apreensão de mercadoria desacompanhada da Nota Fiscal correspondente. Existência de previsão legal. A concessão da ordem de segurança, de acordo com o disposto no art. 5º, inciso LXIX, da CF/88, c/c, o art. 1º, da Lei 1.533/51, pressupõe a existência de direito líquido e certo que, de acordo com a doutrina administrativista dominante, é aquele comprovado de plano, extreme de dúvida. Pautando-se a atividade do agente público em norma legal em vigor não se há falar, a priori, em abuso de autoridade a ensejar a liberação do mandado de segurança. Liminar cassada. Ordem denegada. Decisão consensual quanto ao mérito, e não unânime no tocante à prejudicial. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.5493-2, Relator: Des. José Maria de Melo, DJ. 08.01.2004, pg. 33)

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Ementa: TRIBUTÁRIO. APREENSÃO DE MERCADORIAS COMO FORMA DE GARANTIR O PAGAMENTO DO TRIBUTO. IMPOSSIBILIDADE. CARACTERIZAÇÃO DE CONFISCO. - A Constituição Federal estabelece que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco, o que resta consolidado no entendimento do Supremo Tribunal Federal, traduzido através da Súmula 323. - REMESSA OFICIAL E RECURSO APELATÓRIO CONHECIDOS, MAS IMPROVIDOS. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6096-6, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 02.04.2004, pg. 52) Ementa: TRIBUTÁRIO. APREENSÃO DE MERCADORIA. MEIO COERCITIVO DE COBRANÇA DE TRIBUTO. SANÇÃO POLÍTICA. IMPOSSIBILIDADE. - A ordem jurídica brasileira mune o Poder Público de meios jurídicos eficazes para exigência de seus créditos, sendo inadmissíveis sanções políticas com o desiderato de compelir o contribuinte, pelo que se afigura inválida a apreensão de mercadorias com tal fim, consoante já assentado pela súmula 323 do Supremo Tribunal Federal. - Precedentes deste colendo Tribunal e dos Tribunais Superiores. - Remessa oficial e apelação improvidas. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.5599-5, Relator: Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 04.01.2004, pg. 9)

Compensação de Créditos Tributários Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO - RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO - COMPENSAÇÃO DESAUTORIZADA EXCLUSÃO DA SENTENÇA. 1. O Código Tributário Nacional prevê de modo claro e preciso que a compensação depende de lei autorizatória, hipótese inocorrente aqui e considerado, ademais que, sequer, foi objeto de cogitação na inicial, a sua previsão como forma de liquidação da condenação, de acordo com entendimentos jurisprudenciais, inclusive do STJ, não se me afigura correta. 2. Tendo genericamente sido pleiteada a restituição do indébito, entendo que a estipulação da compensação não se constitui a insinuada nulidade da sentença em decorrência de julgamento ultra petita, senão uma mera extrapolação do poder judicante, corrigível na via recursal pôr simples exclusão, sem comprometer a retidão da decisão apelada.

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3. Recurso conhecido e provido, em parte. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2005-0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.02.2004, pg. 16)

ICMS Ementa: TRIBUTÁRIO - ICM – OPERAÇÕES INTERESTADUAIS DIREITO AO CRÉDITO COMPLEMENTAR ACUMULADO ENTRE JANEIRO DE 1984 E OUTUBRO DE 1988 - DIFERENÇA ENTRE AS ALÍQUOTAS DE 12% (DOZE POR CENTO) ESTABELECIDA PELA RESOLUÇÃO N.º 07180 DECLARADA INCONSTITUCIONAL PELO STF. E AS DE 17% (DEZESSETE POR CENTO) ESTABELECIDAS PELA ANTIGA RESOLUÇÃO 129/79, AS QUAIS VOLTARAM A VIGORAR - IMPOSSIBILIDADE - A DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE NÃO SURTE EFEITOS ERGA OMNES - DECISÃO APLICÁVEL APENAS ÀS OPERAÇÕES ANTERIORES À VIGÊNCIA DA EC.23/83 (01.01.84) - INVIALIBIILIDADE DO CREDITAMENTO - SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO,MAS IMPROVIDO. 1 - Quanto à eficácia da decisão de inconstitucionalidade incidenter tantum, vige a máxima de que esta circunscreve-se às partes litigantes e, exatamente por ao Senado Federal para que a suspensão da execução opere-se erga omnes). 2 - Inexistindo resolução do Senado Federal estendendo a todos a eficácia da decisão prolatada incidentalmente pelo Pretório Excelso, no âmbito de recurso extraordinário, não merece prosperar a pretensão autoral em valer-se dos efeitos do julgado prolatado em controle difuso. 3 - A decisão de inconstitucionalidade pronunciada pela Suprema Corte de Justiça somente se aplica ao aproveitamento a menor de ICM ocorrido antes de janeiro de 1984 (data do advento da EC 23/83 o que, indubitavelmente, não se aplica à impetrante, porquanto sua pretensão recai justamente sobre o crédito acumulado entre janeiro/84 e outubro/88. 4 - Recurso conhecido; mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7971-9, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.03.2004, pg. 10)

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•Diferencial de Alíquota Ementa: ICMS - OPERAÇÕES INTERESTADUAIS - DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS - EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL - NÃO INCIDÊNCIA - RETENÇÃO - MERCADORIAS - CONTRIBUINTE REGULAR - IMPOSSIBILIDADE – SEGURANÇA CONCEDIDA. I -As empresas de construção civil não são contribuintes do ICMS, salvo nas situações que produzam bens e com eles pratiquem atos de mercância diferentes da sua real atividade, como a pura venda desses bens a terceiros; nunca quando adquirem mercadorias e as utilizam como insumos em suas obras II - Há de se qualificar a construção civil como atividade de pertinência exclusiva a serviços, pelo que as pessoas que promoverem a sua execução sujeitar-se-ão exclusivamente à incidência de ISS, em razão de que quaisquer bens necessários a essa atividade não devem ser tipificados como mercadorias sujeitas a tributo estadual. III - Precedentes das Egrégias 1ª Seção, 1° e 2 Turmas do Superior Tribunal de Justiça e 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal. IV - Tratando-se de contribuinte regular, à administração não é dado condicionar a liberação de mercadorias apreendidas ao prévio pagamento do imposto devido, bem como das multas aplicadas aos responsáveis, eis que a Fazenda Pública dispõe de medidas judiciais próprias à cobrança daquelas sanções pecuniárias. Orientação Sumulada pelo Supremo Tribunal Federal. V- Segurança concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.1723-7, Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 15.01.2004, pg. 8)

•Não-Cumulatividade Ementa: CONSTITUCIONAL MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTER TANTUM DOS ARTS. 20 e 33, DA LEI COMPLEMENTAR nº 87/96, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 102/2000; ART. 49, § 2º E SEUS INCISOS; § 3º E SEUS INCISOS; § 4º E SEUS INCISOS, DA LEI ESTADUAL Nº 12.670/96, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI ESTADUAL Nº 13.076/2000. Preliminar suscitada pela autoridade impetrada, em face de três constatações; a) ilegitimidade passiva ad causam da autoridade apontada coatora; b) falta de interesse de agir das impetrantes; e c) ausência de prova pré-constituída do direito líquido e certo. 1ª Preliminar I- Resume-se na

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alegação de ilegitimidade passiva ad causam do Secretário da Fazenda Estadual, a pretexto de que não lhe compete arrecadar impostos nem impor sanções, tampouco inscreve dívidas e nem as executa. Destaca-se nas informações a importante constatação de que a autoridade impetrada, apesar de se julgar carente da atribuição que se lhe imputa a inicial do mandado de segurança, não explicita, contudo, a quem compete fazê-lo no âmbito da estrutura organizacional da Secretaria da Fazenda, ficando, assim, no plano da mera alegação, transferindo para o Judiciário a incumbência de identificar, na complexa ordenação administrativa do Estado, as microscópicas atribuições dos diversos escalões setoriais daquela Pasta, o que é inadmissível. 2ª Preliminar II- Apostando ainda no indeferimento da inicial do mandado de segurança, insiste o impetrado na afirmação de que a mesma resiste a carência de ação, por falta de interesse de agir, nos moldes do arts. 3º e 267, inciso VI do Código de Processo Civil, por entender que se tratando mandado de segurança, a impetrante não demonstrou qualquer ato concreto ou preparatório, de modo a ensejar objetivamente o justo receio de lesão a direito líquido e certo de sua pretensão no âmbito processual. Com efeito, o argumento esposado pela autoridade impetrada é de total impertinência, porquanto não existe ofensa às regras de constituição e desenvolvimento do processo sub oculis, socorrendo em prol da impetrante o artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, segundo o qual a lei não excluirá do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 3ª Preliminar III- Nesta derradeira preliminar sustenta a autoridade impetrada que a impetrante é carecedora desta ação mandamental por falta de prova pré-constituída de direito líquido e certo, porquanto não provou de plano que serviços de energia elétrica, telecomunicações e transportes interestadual e intermunicipal são e foram em algum tempo utilizados em benefício da comercialização de mercadorias a que se dedica. Ora, não se venha aqui dizer que a impetrante não se utiliza dos serviços de energia elétrica, transportes e telecomunicações. Na hipótese, Mandado de Segurança em Matéria Tributária, o crédito deverá ser demonstrado no momento da execução da sentença, devendo a autoridade impetrada, ao cumprir a decisão judicial exigir que o favorecido comprove a existência do crédito. Daí, extrair-se a desnecessidade de prova específica do ato resistido, e se como não bastasse, reconhecido pela própria autoridade impetrada, quando sustenta a legalidade da conduta, ora sob refute. IV- Pela resistência demonstrada, desacolho as preliminares suscitadas. V- Meritoriamente, me parece absolutamente extravagante a sustentação da impetrante quando postula o reconhecimento de crédito extemporâneo, dez (10) anos, sobre aquisições destinadas ao ativo permanente e materiais de uso, consumo e insumos sem as restrições que foram introduzidas pela Lei Complementar nº 102/2000, até porque as dívidas passivas da União, Estados e dos Municípios, seja qual for a natureza prescrevem em 5 (cinco) anos,

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contados da data do ato ou fato do qual se originaram, nos moldes do art. 1º do Decreto 20.910, de 06 de janeiro de 1932. Com efeito, a impetrante garante que possui, em consonância com o princípio constitucional da não-cumulatividade o direito de apropriar-se integralmente dos créditos oriundos das aquisições de energia elétrica, de serviços de comunicação e bens de consumo e destinados ao Ativo Permanente”, sem a interferência da Lei Complementar nº 102/2000, que deu nova redação aos artigos 20 e 33, da também Lei Complementar nº 87/96. Deveras, ao revéis do que alega a impetrante o princípio da não-cumulatividade consiste no direito do contribuinte abater do imposto a pagar a aquele já pago quando da aquisição da mercadoria por ocasião da sua comercialização, incidindo apenas a diferença maior ou o valor acrescido pelo contribuinte. O art. 49 e seus parágrafos 2º e 4º, da Lei 12.670/96, com a redação dada pela Lei Estadual nº 13.076/2000, com muita justeza permite as industrias o credito do ICMS, no que toca a energia elétrica, porque a mesma é consumida no processo de industrialização e as mercadorias do ativo permanente, no caso as máquinas e equipamentos a apropriação se dará gradativamente, mês a mês, num período de até quatro anos. VI- Quanto à inconstitucionalidade da Lei Complementar n.º 102/2000 e por reflexo da Lei Estadual nº 13.076/2000, ao argumento de que as mesmas malferem o princípio constitucional da isonomia, melhor sorte não teve a impetrante. É que o princípio da isonomia ou da igualdade jurídica expressa a igualdade de tratamento perante a lei, devendo o aplicador do direito levar em consideração o pensamento de Aristóteles de que méritos iguais devem ser tratados igualmente, mas situações desiguais devem ser tratadas desigualmente. VI-WRIT DENEGADO. ACÓRDÃO UNÂNIME. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.1483-1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 26.01.2004, pg. 14)

•Pauta Fiscal Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM - DESACOLHIMENTO - TRIBUTÁRIO - ICMS - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. - CONSTITUCIONALIDADE - PAUTA FISCAL - VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - CTN ART. 148. (1) O Secretário da Fazenda Estadual, consoante orientação do STJ, tem legitimidade passiva para responder ao mandado de segurança que versa sobre a legalidade da pauta fiscal.

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(2) A constitucionalidade da substituição tributária já foi exaustivamente pacificada perante os Tribunais superiores pátrios, descabendo discutir-se a respeito. (3) É inadmissível a fixação da base de cálculo do ICMS com apoio em pautas de preços ou de valores (pautas fiscais), visto que além de constituir afronta ao princípio da legalidade, só se lhe admite nos estritos casos previstos no art. 148, do CTN. Segurança parcialmente concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0014.9115-7, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 15.01.2004, pg. 8)

Imposto de Renda Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL, CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. JULGAMENTO ULTRA PETITA. PRINCÍPIO DO APROVEITAMENTO OU DA CONSERVAÇÃO. SENTENÇA NULA APENAS NO QUE EXCEDE AO PEDIDO INICIAL PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (CF ART. 150, INC. 1). CRIAÇÃO DE EXAÇÃO (ADICIONAL SOBRE IMPOSTO DE RENDA) SEM LEI COMPLEMENTAR FEDERAL A DEFINIR TAL TRIBUTO. APLICAÇÃO DO INCISO III, ALÍNEA “A” DO Art. 146 DA CARTA FEDERAL INCONSTITUCIONALIDADE DO IMPOSTO ADICIONAL ESTADUAL SOBRE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA. I. Deferimento de compensação tributária não requerida; II. Julgamento ultra petita; III. Nulidade parcial da sentença; IV. Aplicação do inciso III, alínea ‘a´ do art. 146 da Carta Federal, V. Para a criação da exação pretendida pe Fazenda Pública Estadual deve haver lei complementar federal anterior que defina o tributo bem como suas espécies; VI. Inconstitucionalidade da Lei n° 11525 de 30.12.1988, do Estado do Ceará, já declarada na ADI n 623 - STF - Rel. Min. Sidney Sanches; VII. Recurso conhecido e parcialmente provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2595-8, Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 11.06.2004, pg. 46)

IPTU Ementa: Apelação Cível. Mandado de segurança. Direito Constitucional e Tributário. IPTU. Imóvel cadastrado no INCRA. Recolhimento do imposto devido ao “ITR”. Inexistência dos requisitos exigidos pelo Art. 32, S 1° do

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CTN, para configuração do imóvel como urbano. Inincidência do tributo municipal. I - Para configuração de imóvel como urbano, sujeitando o proprietário ou possuidor ao recolhimento do IPTU é imprescindível, além da regulamentação pertinente por parte da municipalidade, o atendimento às exigências a que alude o art. 32, S 1º, do Código Tributário Nacional. II – Violação patente do direito líquido e certo do contribuinte, uma vez verificada a antijuridicidade da exação tributária impugnada na ordem mandamental, ensejando oportunidade a que, o órgão judicial, regularmente provocado a tempo e modo, conceda o writ, a teor do disposto no art. 5°, inciso LXIX, da CF/88, c/c o art. 1°, da Lei n° 1.533/51. III - Remessa obrigatória e insurreição voluntária, conhecidas e improvidas. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0143.4982-6/1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 01.04.2004, pg. 13)

•Progressividade Ementa: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IPTU. PROGRESSIVIDADE. TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA. INCONSTITUCIONALIDADE. INAPLICABILIDADE DA EC 29/2000. 1. O IPTU, tributo de natureza real, incidente sobre a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel localizado na zona urbana do Município (CTN, art. 32), não pode variar de acordo com a presumível capacidade contributiva do sujeito passivo, conforme pretendeu, in casu o Município de Fortaleza com amparo no disposto nos arts. 6° e 7°, da Consolidação das Leis Tributárias do Município de Fortaleza. 2. A Taxa de Limpeza Pública, nos moldes das Leis Municipais 6.806/91 e 6.792/90, é inconstitucional, pois toma por base de cálculo os mesmos elementos utilizados para o IPTU, alem de referir-se a serviços não específicos indivisíveis, sem possibilidade de individualização dos respectivos usuários. Inaplicabilidade da EC 29/2000, in specie. Precedentes do STF. 3. Remessa e apelação improvidas. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.1830-7, Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.03.2004, pg. 17) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - MANDADO DE SEGURANÇA - COMPETÊNCIA DO ÓRGÃO FRACIONÁRIO – PROGRESSIVIDADE

Tributário

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SIMPLES DO IPTU - INCONSTITUCIONALIDADE POR MÁCULA AO ART. 182, § 2° e 4° DA CF/88 - TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA - BASE DE CÁLCULO PRÓPRIA DO IPTU - INCONSTITUCIONALIDADE POR MALFERIMENTO AO ART. 145, §2° DA CF/88 – APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA: I - A despeito do que dispõe o art. 97 da Carta Magna de 1988, pode o órgão fracionário do Tribunal reconhecer incidentalmente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo sobre a qual já existe pronunciamento do próprio Tribunal ou do Supremo Tribunal Federal. II - É inconstitucional qualquer progressividade, em se tratando de IPTU, que não atenda exclusivamente ao disposto no artigo 156, §1° da CF/88, aplicado com as limitações expressamente constantes dos § 2° e 4° do artigo 182 da CF/88 (IPTU progressivo no tempo). III - Assim, é inconstitucional a cobrança, pela municipalidade, do IPTU do ano de 1995, que estabeleceu a progressividade do imposto em função do valor e da localização do imóvel, circunstâncias ligadas a capacidade contributiva e não à função social. IV - Malfere o art. 145, §2° da Carta Magna de 1988, a cobrança de taxa de limpeza pública que tem base de cálculo própria do IPTU. V - Apelação conhecida e provida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8856-4, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg. 5)

ISS Ementa: APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA OBRIGATÓRIA - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL – DOCUMENTOS COLACIONADOS A DESTEMPO - POSSIBILIDADE, POR NÃO SEREM INDISPENSÁVEIS - COBRANÇA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS (ISS) COM BASE NA REALIZAÇÃO DE CONSTRUÇÃO HIDRÁULICA - INOCORRÊNCIA DE TAIS ATIVIDADES - APELO E REMESSA CONHECIDOS E IMPROVIDOS: I - Somente os documentos tidos como indispensáveis - substanciais (exigidos por lei) ou fundamentais (que constituem o fundamento da causa de pedir)-, porque pressupostos da ação, é que devem acompanhar a inicial e a defesa. Os demais podem ser oferecidos em outras fases e até mesmo na via recursal, desde que ouvida a parte contrária e inexistentes o espírito de ocultação premeditada e a propositura de surpreender o juízo. Precedente do Superior Tribunal de Justiça. II - Constatando-se que a Empresa Apelada não realizou qualquer serviço definido pelo art. 52, inciso I do Decreto Municipal n° 6.105/82 (Código de

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Legislação Tributária Municipal), como de “execução de obras hidráulicas”, não merece prosperar a certidão da dívida ativa fundada em auto de infração lavrado pelo não recolhimento do ISS referente a tais atividades. III - Apelação e remessa conhecidos e improvidos. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4306-9, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 29.01.2004, pg. 43)

Taxa de Iluminação Pública Ementa: TRIBUTÁRIO. TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. SERVIÇO GERAL E INDIVISÍVEL. INVALIDADE. - Não é válida a cobrança de taxa de iluminação pública por se tratar de serviço público geral e indivisível. - Precedentes dos Tribunais Superiores. - Remessa oficial e apelação improvidas. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0009.8003-7, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 24.05.2004, pg. 16)

Penal e Processo Penal

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PENAL E PROCESSO PENAL

Ação Penal Ementa: PROCESSUAL PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO PENAL PÚBLICA. CAPITULAÇÃO INICIAL DO FATO CRIMINOSO. ATRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO. SUSCITAÇÃO DA CONTROVÉRSIA PELO JUIZ. IMPERTINÊNCIA. CONFLITO NÃO CONHECIDO. I. Sendo a iniciativa da ação penal pública reservada, em caráter privativo, ao órgão ministerial, a capitulação inicial do fato criminoso cabe, exclusivamente, ao titular da demanda, não podendo o juiz, ao receber a denúncia, alterar a classificação jurídica do delito ou deixar de receber a peça delatória por considerar tratar-se de ilícito diverso daquele discriminado na opinio delicti. II. Sob o mesmo fundamento, não pode o magistrado proceder à classificação do crime para suscitar conflito de competência, porquanto, qualquer que seja a solução da quizila, restará esvaziada a independência funcional do Ministério Público, o qual, por via oblíqua, será compelido a oferecer denúncia perante o juízo declarado competente pela Corte de Justiça, ainda que diverso o entendimento daquele quanto à capitulação delitiva, o que configuraria verdadeiro absurdo. III. Conflito não conhecido, determinando-se a remessa dos autos à Procuradoria Geral de Justiça, para exame do conflito de atribuições instaurado. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚ 2002.0002.4598-1, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 17.02.2004, pg. 28)

Atentado Violento ao Pudor Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL Sentença mantida pelos seus próprios fundamentos. Crime de atentado violento ao pudor. Declarações da vítima trazendo minúcias das ocorrências dos fatos narrados na denúncia. Imputação com autoria certa e materialidade. Violência presumida que se apresenta pela idade da vítima. Apelo conhecido. Negado provimento. Decisão unânime.

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(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0173.5591-6/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 19) Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL 1) CRIME DE ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR CONSUMAÇÃO - PALAVRA DA VÍTIMA CREDIBILIDADE PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS 2) INVASÃO DE DOMICÍLIO ENTRADA CLANDESTINA DO ACUSADO NA CASA DA VÍTIMA COM O INTUITO DE PRATICAR SEXO COM A MESMA - IMPOSSIBILIDADE DE SE CONDENAR PELA PRÁTICA DESTE ATO, QUANDO SE PERCEBE QUE FOI O MEIO USADO PELO RÉU PARA CONSECUÇÃO DO OUTRO APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO - 3) PENA QUE DEVE PREVALECER 01 (UM) ANO E 02 (DOIS) MESES DE DETENÇÃO MÍNIMA DO ART. 216, COM A AGRAVANTE DO ART 61, II, “F”, DO CÓDIGO PENAL. 4) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA.- INCIDÊNCIA. EXTINGUE-SE A PUNIBILIDADE. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0013.5204-1, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 33) Ementa: APELAÇÃO CRIME ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR DESCLASSIFICAÇÃO PARA A CONTRAVENÇÃO PENAL DE IMPORTUNAÇÃO OFENSIVA AO PUDOR ADMISSIBILIDADE CARÍCIAS NAS PARTES INTIMAS DA VÍTIMA EM CIRCUNSTÂNCIAS FUGAZES E MOMENTÂNEAS INTELIGÊNCIA DO ART. 61 DO DEC. LEI 3688/41 (DES. CANGUÇU DE ALMEIDA) PRELIMINARES REJEITADAS APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0007.3056-0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 05.02.2004, pg. 21)

Concurso Material de Crimes

•Competência Ementa: PROCESSUAL PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CONCURSO MATERIAL DE CRIMES. SOMATÓRIO DAS PENAS COMINADAS. EXTRAPOLAÇÃO. COMPETÊNCIA. JUÍZO COMUM.

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I Para se definir a competência dos Juizados Especiais, nestes casos, deve-se somar as penas máximas abstratas aos delitos, ocasião em que a soma final não deve exceder aos dois anos, ainda que individualmente cada um possa ser conceituado de menor potencial ofensivo. II Ultrapassado o limite de 02 anos, estabelece-se a competência da Vara Comum da comarca. III Conflito conhecido, para firmar a competência do juízo suscitado. IV Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚ 2002.0000.6718-8, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 17.02.2004, pg. 28)

Crimes Ambientais Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA CRIME AMBIENTAL COMPETÊNCIA DE FORO DETERMINADO PELO LUGAR DA INFRAÇÃO - PREVALÊNCIA DA LEI PROCESSUAL ENTENDIMENTO CONSAGRADO NO ENUNCIADO SUMULAR N° 206 DO STJ. I TRATA-SE CLARAMENTE DE COMPETÊNCIA DE FORO, DEVENDO PREVALECER A DISPOSIÇÃO DA LEI PROCESSUAL OU FEDERAL ESPECÍFICA, NO CASO, OS ARTIGOS 69, I E 70 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. II TOMA-SE CONHECIMENTO, PARA DECLARAR COMPETENTE O JUÍZO SUSCITANTE. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚ 2000.0176.6760-8/1, Relator: Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 12.03.2004, pg. 18)

Crimes de Trânsito Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME ACIDENTE DE TRÂNSITO ART. 302 DO CNT. ATROPELAMENTO FATAL QUANDO O VEÍCULO ENCETAVA MARCHA-À-RÉ VÍTIMA DE IDADE PROVECTA COMPENSAÇÃO DE CULPAS FIGURA REJEITADA PRINCÍPIO NÃO ADOTADO PELO NOSSO ORDENAMENTO PENAL DECISÃO MANTIDA. 1. A vítima, ao ver o carro passar, não havia mais que se preocupar, o motorista por sua vez, encetou a marcha-a-ré, inclusive com velocidade, sem as devidas cautelas, vindo a atropelar a inditosa senhora, não havendo

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que falar em culpa concorrente, porquanto o nosso sistema penal não admite o princípio da compensação de culpas. 2. Apelo improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0173.1346-6/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 17.05.2004, pg. 16) Ementa: PROCESSUAL PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ABSORÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES MINISTERIAIS PELOS JUÍZOS ENVOLVIDOS NA QUIZILA. CONTROVÉRSIA CONFIGURADA. LESÃO CORPORAL CULPOSA DE TRÂNSITO. CAUSA DE AUMENTO DE PENA. JUIZADOS ESPECIAIS. INCOMPETÊNCIA. I. Sendo a capitulação delitiva ponto pacífico entre os promotores de justiça atuantes nos juízos suscitante e suscitado, tem-se por caracterizado conflito de competência quando as manifestações ministeriais são encampadas pelos magistrados envolvidos na controvérsia. II. Após o advento da Lei n° 10.259/2001, a adoção de critério unitário para definição de delito de menor potencial ofensivo impõe seja assim considerada a conduta criminosa, cuja sanção máxima em abstrato não supere o quantum de 2 (dois) anos, incidindo, na espécie, as causas de aumento e de diminuição de pena. III. Sendo o crime de lesão corporal culposa de trânsito (art. 303 da Lei n° 9.503/1997) apenado com reprimenda máxima correspondente a 2 (dois) anos de detenção, a configuração da majorante prevista no parágrafo único daquele dispositivo, combinado com o art. 302, parágrafo único, I, do mesmo diploma legal, afasta a competência dos Juizados Especiais para processo e julgamento do feito. IV. Conflito dirimido, para declarar a 1ª Vara de Delitos de Trânsito de Fortaleza - CE como órgão competente para processar e julgar o fato criminoso sub judice. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚ 2003.0002.5275-7, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 17.02.2004, pg. 28) Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. IMPRUDÊNCIA. CARACTERIZAÇÃO. PROVAS. CONDENAÇÃO. SUFICIÊNCIA. RETRATAÇÃO JUDICIAL. IRRELEVÂNCIA. MEIOS DE PROVAS CONVERGENTES NO SENTIDO DA CULPABILIDADE DO RÉU. DECISÃO MANTIDA. I Age com imprudência a pessoa que confia a outra direção de veículo automotor sem a devida habilitação ou permissão para dirigir.

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II Há nos autos elementos de convicção bastante para autorizar decreto condenatório em relação aos réus, notadamente ao apelante. III Retratação judicial não deve ser considerada para elidir à acusação, máxime quando desacompanhada de outros elementos de prova que certifique a nova versão. IV Acervo probatório capaz de ensejar uma condenação. V Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0016.1023-7, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 19) Ementa: PENAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. HOMICÍDIO CULPOSO. OMISSÃO DE SOCORRO. DESCONSIDERAÇÃO. IMPERTINÊNCIA. SUSPENSÃO DA HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO AUTOMOTOR. REPRIMENDA CUMULATIVA E NÃO ALTERNATIVA. APLICAÇÃO QUE SE IMPÕE. I. A fuga do local do acidente de trânsito com fundamento no simples temor de represália por parte de populares, sem a demonstração de concreto risco pessoal ao acusado, não autoriza a desconsideração da agravante de omissão de socorro prevista no art. 302, parágrafo único, III, da Lei nº 9.503/1997. II. No tipo penal descrito no art. 302 do Código de Trânsito, a suspensão da habilitação para dirigir veículo automotor constitui reprimenda cumulativa e não alternativa, sendo, destarte, inviável deixar de aplicá-la tão-somente porque o réu exerce profissionalmente a função de motorista, retirando desta função o seu sustento. III. Apelação improvida. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.9697-8, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 05.05.2004, pg. 32)

Denúncia Ementa: - NÃO É CERTO ADITAR-SE A DENÚNCIA PARA ASSOCIAR NOVA INCRIMINAÇÃO ÀQUELAS PELAS QUAIS CORRE A PERSECUTIO CRIMINIS. DEVE-SE TER EM MENTE, NO CASO, A INCISIVA ADVERTÊNCIA DE JOSÉ FREDERICO MARQUES PARA QUEM O ADITAMENTO É PARA SER DIRECIONADO À MUDANÇA DA IMPUTAÇÃO “E, DE MANEIRA ALGUMA, À POSSIBILIDADE DE SE ACRESCER OUTRO FATO DELITUOSO, COMO NOVA ACUSAÇÃO, AO QUE CONSTITUIU OBJETO DA DENÚNCIA”. VICIADA A

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EMENDA DA DELATÓRIA, É DE SE RECONHECER A ARBITRARIEDADE, PARA O FIM DE LANÇAR FORA DA AÇÃO PENAL A ARGÜIÇÃO DERIVADA DO ADITAMENTO, JULGANDO-SE OS RÉUS APENAS PELAS QUE FORAM PRIMITIVAMENTE ARTICULADAS NO LIBELO INICIAL. RESSALVA-SE, TODAVIA, A FACULDADE-DEVER DA PROMOTORIA DE OFERECER OUTRA DENÚNCIA PARA QUE SE INSTAURE CONTRA ELES AÇÃO PENAL PELA CONDUTA DELITUOSA DESTACADA NA FORMULAÇÃO ÍRRITA. - VALIDADE DO PROCESSO PRONUNCIADA, DESDE QUE O MALJEITOSO ADITAMENTO NÃO PREJUDICOU O EXERCÍCIO DA AMPLA DEFESA PELOS RÉUS, NEM A REGULARIDADE DO CONTRADITÓRIO, MANTIDA, DE PARELHA, A PRISÃO PREVENTIVA, QUE, SENDO ANTERIOR AO SOBREDITO ATO MINISTERIAL, NÃO GUARDA NA SUA MOTIVAÇÃO, ALIÁS NÃO IMPUGNADA, LIGAÇÃO ALGUMA COM A REPROCHADA EXTRAPOLAÇÃO ACUSATÓRIA. - IMPETRAÇÃO CONHECIDA. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. - DECISÃO UNÂNIME. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0014.1198-0, Relator: Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 18.05.2004, pg. 26) Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DA AÇÃO. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PENAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. I. Considerando que a ação penal traz graves conseqüências para o acusado, chegando, em última análise, a atingir-lhe o status libertatis, a postulação incriminatória somente será admitida quando apresentada com observância aos requisitos formais do art. 41 do C.P.P., principalmente no que tange à narração pormenorizada do ilícito, e corroborada pela existência de dados indiciários mínimos que dêem conta da plausibilidade da delação formulada, sob pena de malferimento às garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório (art. 5º, LV), gerando constrangimento ilegal por ausência de justa causa. II. Ordem concedida. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.6830-0, Relator: Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 40) Ementa: - HABEAS CORPUS. - A PROGRESSÃO DE UM REGIME PRISIONAL PARA OUTRO MAIS BRANDO PRESSUPÕE A AVALIAÇÃO DE PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS E OBJETIVOS.

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EXTRAPOLA, POR ISSO, AS FRONTEIRAS COGNITIVAS DO REMÉDIO HERÓICO, CUJO RITO SUMARÍSSIMO NÃO CONDIZ COM PRODUÇÃO DE PROVAS. - ERRO MATERIAL, CONSTANTE DA DENÚNCIA, REFERENTE AO NOME DO CITANDO NÃO ACARRETA A INÉPCIA DA PEÇA MINISTERIAL, NEM REPERCUTE NA VALIDADE DO PROCESSO, NOTADAMENTE SE A FORMULAÇÃO ACUSATÓRIA NOMINA E QUALIFICA, NA SUA ABERTURA, O SUJEITO PASSIVO DA AÇÃO PENAL, DANDO ENSEJO A QUE SE OPERE, COMO NO CASO SE OPEROU, O VÁLIDO CHAMAMENTO DO DENUNCIADO PARA DEFENDER-SE DA IMPUTAÇÃO IRROGADA. NÃO SE IGNORA, OUTROSSIM, QUE EVENTUAL VÍCIO DA DENÚNCIA DEVE SER SUSCITADO ATÉ O JULGAMENTO, E NÃO DEPOIS DA SENTENÇA CONDENATÓRIA, PELO QUE SE DESCOBRE PRECLUSA A ALEGAÇÃO TARDIA DE MATÉRIA QUE TAL. - O AUTOR DE CRIME HEDIONDO QUE RESPONDEU PRESO AO PROCESSO NÃO FAZ JUS À LIBERDADE ENQUANTO AGUARDA O RESULTADO DO APELO INTERPOSTO, SALVO SE RECONHECIDA, EXPRESSAMENTE, NA SENTENÇA, SUA PRIMARIEDADE E BONS ANTECEDENTES, O QUE NÃO SUCEDEU IN SPECIE. - IMPETRAÇÃO CONHECIDA, PORÉM DENEGADA, ANTE A INOCORRÊNCIA DE ARBITRARIEDADE JUDICIÁRIA CONSUMADA CONTRA O PACIENTE. - UNANIMIDADE. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0002.4281-6, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 30.04.2004, pg. 42) Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO - DESPACHO JUDICIAL QUE REJEITA DENÚNCIA EM RELAÇÃO A UM DOS ACUSADOS - INADEQUAÇÃO DA VIA RECURSAL ELEITA - DIFERENÇA ENTRE OS EFEITOS DO NÃO RECEBIMENTO E DA REJEIÇÃO DA PEÇA DELATÓRIA POSSIBILIDADE DE SE ADMITIR O RECURSO COMO SENDO DE APELAÇÃO - APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE (ART. 579, CPP) PRESENÇA DOS ELEMENTOS EXIGIDOS POR LEI PARA DEFLAGRAÇÃO DA AÇÃO PENAL EM RELAÇÃO AO RECORRIDO - RECURSO QUE SE CONHECE E A QUE SE DÁ PROVIMENTO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2002.0004.8648-2, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 27.04.2004, pg. 24) Ementa: HABEAS CORPUS. INÉPCIA DA DENÚNCIA E FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO PARA O RECEBIMENTO DESTA. ARGUMENTOS

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NÃO VISLUMBRADOS NOS AUTOS. O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA NÃO TEM CARGA DECISÓRIA E PORTANTO, NÃO HÁ A NECESSIDADE DE O DESPACHO SER FUNDAMENTADO. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM DENEGADA. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0012.0452-7, Relator: Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 19.04.2004, pg. 37) Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. REITERAÇÃO DE PEDIDOS. AUSÊNCIA DE NOVOS FUNDAMENTOS. NÃO CONHECIMENTO. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR. NULIDADE RELATIVA. PRECLUSÃO TEMPORAL. DEFINIÇÃO JURÍDICA DA DENÚNCIA. MODIFICAÇÃO. INCIDÊNCIA DA EMENDATIO E MUTATIO LIBELLI. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CARACTERIZADO. I. A apresentação de habeas corpus visando ao trancamento da ação penal, cujo objeto e fundamentos são parcialmente idênticos ao de writ anteriormente ajuizado, consiste em mera reiteração de pedido já apreciado perante esta Corte de Justiça, motivo pelo qual os argumentos coincidentes não merecem ser conhecidos. II. A competência ratione loci é relativa, devendo a parte questioná-la, nos processos comuns, no prazo de defesa-prévia, sob pena de preclusão. Assim não o fazendo, opera-se a figura da prorrogação de competência, inexistindo, pois, nulidade a ser discutida em sede de habeas corpus posterior ao momento processual do art. 108 do Código de Processo Penal. III. Não é dado ao julgador proceder à modificação precoce da figura penal apontada pelo agente ministerial na denúncia, o que somente é possível por ocasião do momento processual apontado nos arts. 383 e 384 do C.P.P., os quais dizem respeito, respectivamente, à emendatio libelli e à mutatio libelli. IV. Ordem não conhecida quanto à ausência de justa causa penal, mas denegada no que tange à incompetência do juízo, bem como à classificação jurídica da conduta. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.8351-0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 25.03.2004, pg. 19)

Direito de Apelar em Liberdade

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Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CRIME NÃO TEM BONS ANTECEDENTES O ACUSADO QUE RESPONDE A INQUÉRITOS POLICIAIS E JÁ SOFREU CONDENAÇÃO CRIMINAL, EMBORA DECLARADA EXTINTA A PUNIBILIDADE A PRETENSÃO DO PACIENTE ENCONTRA ÓBICE NO ART. 594 DO CPP. HABEAS CORPUS INDEFERIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.5360-4, Relator: Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 16.04.2004, pg. 15) Ementa: CONSTITUCIONAL PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS RÉU QUE PERMANECEU PRESO EM FLAGRANTE ATÉ FINAL JULGAMENTO DIREITO DE APELAR EM LIBERDADE IMPOSSIBILIDADE EM FACE DAS CONDIÇÕES SUBJETIVAS E, AINDA, DA SÚMULA N.º 9 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 1. Claudicou o impetrante na medida em que afirmou em seu arrazoado que o paciente é primário e de bons antecedentes, quando a sentença, ao avaliar com acuidade as diretrizes do art. 59 do Código Penal, majorou a pena imposta ao paciente por ser o mesmo reincidente, ex vi do art. 61, inciso I, do Código Penal. 2. O provimento condenatório que negou o direito do paciente apelar em liberdade foi motivado na garantia de ordem pública, em face da extrema periculosidade evidenciada no crime, indicando os autos, ademais, o envolvimento do paciente em outros delitos de igual conduta, além do que dispõe a Súmula n.º 9 do Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual a exigência da prisão provisória para apelar não ofende a garantia constitucional da presunção de inocência. 3. Ordem denegada. Acórdão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.8947-1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 15.04.2004, pg. 53)

Desaforamento Ementa: PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE DESAFORAMENTO. ALEGATIVA DE IMPARCIALIDADE. IMPROCEDÊNCIA. O desaforamento constitui-se em exceção ao princípio de que o réu deve ser julgado no distrito da culpa, só sendo deferido em caráter excepcional. Não há provas quanto a imparcialidade do júri não bastando a demonstrá-la opiniões desfavoráveis manifestadas na imprensa local. RECURSO IMPROVIDO.

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(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Processado de Desaforamento n˚ 2000.0014.7463-5, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 22.06.2004, pg. 15) Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. PROCESSADO DE DESAFORAMENTO. CRIME DE COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI. REQUERIMENTO MINISTERIAL. DÚVIDA SOBRE A IMPARCIALIDADE DOS JURADOS. FUNDADAS INFORMAÇÕES COM PROVA TESTEMUNHAL IDÔNEA ACERCA DO APADRINHAMENTO POLÍTICO DOS DOIS ACUSADOS. Artigos 121, § 2º, incisos II e IV, c/c o 29, do Código Penal Brasileiro. Artigo 424, do Código de Processo Penal. “Para se caracterizar a dúvida sobre a imparcialidade do Júri não se exige a certeza, basta a previsão de indícios capazes de produzir receio fundado da mesma” (RT 603/436). Desaforamento deferido, designando-se a Comarca de Fortaleza para realização do julgamento pelo Júri. Unânime. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Processado de Desaforamento n˚ 2002.0003.0501-1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 24.05.2004, pg. 21) Ementa: DESAFORAMENTO. DÚVIDA ACERCA DA PARCIALIDADE DOS JURADOS, TENDO EM VISTA INVESTIDA DA FAMÍLIA DOS RÉUS PARA PROFERIREM JULGAMENTO FAVORÁVEL AOS MESMOS. NESTE CASO, MESMO QUE ESTA INVESTIDA SEJA MERA SUPOSIÇÃO É DESACONSELHÁVEL O JULGAMENTO PERANTE O TRIBUNAL POPULAR DO JÚRI NA COMARCA ONDE ESTÁ HAVENDO TAL FATO. PEDIDO DEFERIDO. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Processado de Desaforamento n˚ 2000.0162.4127-5/1, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 13.04.2004, pg. 24) Ementa: PROCESSUAL PENAL. DESAFORAMENTO. HIPÓTESES DO ART. 424 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. INOCORRÊNCIA. PEDIDO INDEFERIDO. I. Não demonstrado o comprometimento da imparcialidade dos jurados ou o risco à segurança pessoal do acusado, bem como a afetação da ordem pública na comarca processante do feito, é de se negar o desaforamento

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postulado, porquanto inadmissível seu embasamento em meras conjecturas. II. Pedido indeferido. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Processado de Desaforamento n˚ 2002.0007.4185-7, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 04.03.2004, pg. 26)

Entorpecentes Ementa: CRIME DE TRÁFICO DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES INFRINGÊNCIA AO ARTIGO 12 DA LEI N. 6.368/76 - MATERIALIDADE E AUTORIA DEMONSTRADAS PROVA ORAL CONSTITUÍDA DE DEPOIMENTOS DE POLICIAIS - CREDIBILIDADE DE SEUS TESTEMUNHOS NENHUM INDÍCIO DE QUE ESTIVESSEM COMPROMETIDOS COM O CASO - ACEITAÇÃO DA PROVA, SOBRETUDO, PELA NECESSIDADE DE SE PROTEGER A SOCIEDADE CONTRA A AÇÃO DE INDIVÍDUOS DOTADOS DE PERICULOSIDADE PENA IMPOSTA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL RÉU PRIMÁRIO E DE BONS ANTECEDENTES CARÁTER RESSOCIALIZADOR DA SANÇÃO PENAL REDUÇÃO PARA O MÍNIMO LEGAL - RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0000.4218-7, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 33) Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. RITO DA LEI Nº 10.409/2002. INOBSERVÂNCIA. NULIDADE RELATIVA. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. I. A inobservância ao rito da Lei nº 10.409/2002 caracteriza nulidade de ordem relativa, motivo pelo qual o seu reconhecimento depende de argüição em momento processual oportuno, no qual a parte interessada deverá demonstrar a ocorrência de prejuízo ao contraditório e à ampla defesa (art. 563 do C.P.P.), ou à correção da decisão judicial (art. 566 do C.P.P.). Considerando que o antigo procedimento é mais dilatado, trazendo oportunidades mais amplas à audiência bilateral, além de não ter a defesa aduzido o vício na fase procedimental adequada, não há falar em reconhecimento da nulidade suscitada na exordial do presente writ. II. Ordem denegada.

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(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.6897-6, Relator: Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 39) Ementa: APELAÇÃO CRIME – PENAL - PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E SUBSTÂNCIAS AFINS. CARACTERIZAÇÃO. TRAZER CONSIGO E VENDA. ACERVO PROBATÓRIO APTO A ENSEJAR UMA CONDENAÇÃO. DECISÃO MANTIDA. I - A citada norma penal incriminadora (art.12 da Lei nº.6.368/76) narra crime de ação múltipla, encontrando-se na sua tipologia várias condutas infracionais, entre elas o procedimento da apelante de trazer consigo e vender substância entorpecente conhecida por “maconha” e da especialidade farmacêutica Artane, configurando, induvidosamente o crime. II - O acervo probante dá conta de que a apelante vendeu tais drogas em sua residência sem autorização legal ou regulamentar. III -Apelo conhecido, mas improvido. IV-Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0002.5536-7, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 25.02.2004, pg. 66) Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS- INFRINGÊNCIA AO ARTIGO 12 DA LEI 6.368/76 - MATERIALIDADE E AUTORIA DEMONSTRADAS IRRELEVÂNCIA DA QUANTIDADE DE DROGA ENCONTRADA EM PODER DO ACUSADO PARA CARACTERIZAR A MERCANCIA - ÔNUS DA PROVA QUE COMPETE À DEFESA QUANDO PLEITEIA DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME PARA O DE USO DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES - PENA QUE DEVE SER REDUZIDA ANTE A EXISTÊNCIA DE ATENUANTE NO CASO - RECURSO CONHECIDO, PORÉM, PARCIALMENTE PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.9874-1, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 34) Ementa: - APELAÇÃO CRIME. - TRÁFICO DE ENTORPECENTE. - A APELANTE MANTINHA A GUARDA DE TRINTA E OITO PAPELOTES DE MACONHA PRONTOS PARA A MERCÂNCIA. - A QUANTIDADE APREENDIDA DESVENDA, SÓ POR SÓ, A PRÁTICA DO COMÉRCIO ILÍCITO, A ARREDAR A ALEGAÇÃO DE QUE A “DIAMBA” DESTINAVA-SE A USO PRÓPRIO. - CONDENAÇÃO BEM DECRETADA,

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INCLUSIVE NO TOCANTE À QUANTIFICAÇÃO DA PENA. - RECURSO CONHECIDO, PORÉM DESPROVIDO. - UNANIMIDADE. - REGIME PRISIONAL MANTIDO. - MAIORIA. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.7754-0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 24.03.2004, pg. 26) Ementa: PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME TRÁFICO DE DROGA CONDUTA IMPROVADA DESLIZAMENTO PARA USO PRÓPRIO INTELIGÊNCIA DO ART. 16 DA LEI ANTITÓXICO. I - O tráfico de entorpecente não pode ser imaginado, mas antes deve ficar comprovadamente demonstrado, de modo a não apresentar-se frágil e insegura a prova da mercancia. Deslizamento para uso próprio legitimado. Nesse sentido são as decisões dos nossos Tribunais Pátrios, senão vejamos, verbis: “Tráfico. Desclassificação para posse. Admissibilidade. Dúvida em saber se o réu é traficante ou usuário. Hipótese em que a solução deve ser “in dúbio pro reo”. Para se reconhecer a existência de tráfico ou comércio de drogas é mister prova absolutamente segura. Do contrário, em caso de dúvida em se saber se o réu é traficante ou usuário deve subsistir a segunda hipótese, como solução do in dúbio pro reo. Dessa forma, impõe-se a desclassificação do crime para o art. 16 da Lei Antitóxicos”TJSP 2ª C, ap. 17083-3/9. II - Recurso improvido. Acórdão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.3782-8, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 17) Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. PRELIMINAR REJEITADA. INTEMPESTIVIDADE. APELAÇÃO CRIME. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CONDUTA DOS AGENTES TIPIFICADA NO ART. 12 DA LEI 6.368/76. AUTORIA DO FATO CRIMINOSO. CERTEZA. ELEMENTOS DE CONVICÇÃO EXISTENTES NOS AUTOS. IDONEIDADE DA PROVA. CONDENAÇÃO MANTIDA. I Preliminar de nulidade. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa, art. 566 do CPP. II Preliminar não conhecida. III Mérito. Na ausência de provas convincentes em prol do apelante, não há como ser acolhido o apelo a ponto de levar a uma absolvição ou mesmo de desclassificar o crime, deslizando o delito típico do artigo 12 para o 16 da Lei 6.368/76. IV - Recurso improvido.

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V - Quanto ao outro agente, tendo em vista a ausência de um dos pressupostos objetivos de admissibilidade do recurso, qual seja a TEMPESTIVIDADE, não se conhece do recurso interposto. VI Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0000.6779-0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 17) Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIME DE TRÁFICO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE - INFRINGÊNCIA AO ARTIGO 12, DA LEI N. 6.368/76. 1) ARGÜIÇÃO DE INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO - RÉ QUE SE ENCONTRA RECOLHIDA NO PRESÍDIO - NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PESSOAL (ART. 392 DO C.P.P.) - PROVIDÊNCIA QUE NÃO FOI ADOTADA IMPOSSIBILIDADE DE SE AFIRMAR QUE A MANIFESTAÇÃO RECURSAL OCORREU A DESTEMPO; 2) FATO CUJA MATERIALIDADE SE ACHA COMPROVADA - NENHUMA DÚVIDA QUANTO À AUTORIA - DECISÃO QUE MERECE SER CONFIRMADA - RECURSO CONHECIDO, PORÉM IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0001.0366-6, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 05.02.2004, pg. 20) Ementa: PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME DEPOIMENTO DE POLICIAIS PRESUNÇÃO JÚRIS TANTUM - TRÁFICO DE ENTORPECENTES – RECURSO CONHECIDO IMPROVIDO. - Impõe-se a manutenção da sentença que condenou o apelante por tráfico de maconha, quando certa a materialidade do delito e a finalidade de sua utilização. O policial, só porque ostenta essa qualidade, não pode ser considerado testemunha suspeita ou impedida, não podendo ser desprezado o seu depoimento Recurso improvido. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0014.9479-2, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 03.05.2004, pg. 34) Ementa: PROCESSUAL PENAL- APELAÇÃO CRIME TRÁFICO DE ENTORPECENTES. I -Para que se configure o delito tipificado n artigo 12 da Lei Antitóxico é dispensável que agente seja surpreendido vendendo estupefaciente, porquanto os métodos a serem observados para a caracterização do tráfico

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devem considerar a natureza e a quantidade da substância apreendida, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, bem como a conduta e os antecedentes do agente, conforme preconiza o artigo 37 da lei 6.368/76. II Autoria delitiva devidamente comprovada nos autos através de provas idôneas colhidas no decorrer do processo. III -Descabimento de desclassificação do art. 12 para o art. 16 da Lei 6.368/76. IV Recurso improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0001.1642-3, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.03.2004, pg. 17) Ementa: - Revisitado o decisório, alcança-se, a curto, a lacuna de fundamentação diagnosticada pelo embargante. E para demovê-la consigna-se, de logo, que, para esta fração julgadora, prepondera a diretiva de que, mesmo nos crimes assemelhados aos hediondos, como é o caso do tráfico de entorpecente, “o regime integral fechado colide com o princípio constitucional da individualização da pena, referido no art. 5º, inc. XLVI, da Carta Magna” (TJSP, ApCrim. nº 167.338-3/2, 3ª CCrim, j. em 20.03.95, m. v.). E que, por isso, “tendo em vista”, também, “o princípio da humanidade” (TJSP, ApCrim. nº 151.568-3/0, 3ª CCrim., j. 04.12.95, m. v.), o acesso à progressão do regime prisional deve ser estendido, ainda que sob a forma de habeas corpus de ofício, aos condenados pelo referido delito. - Embargos declaratórios recebidos e providos. - Unanimidade. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Embargos de Declaração n˚ 2000.0015.7749-3/1, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 06.02.2004, pg. 12) Ementa: TRÁFICO DE DROGAS DESCLASSIFICAÇÃO PARA O ART.16 AUSÊNCIA DO ELEMENTO NORMATIVO PARA USO PRÓPRIO CONTEXTO DE MERCÃNCIA IMPOSSIBILIDADE MENORIDADE E CONFISSÃO ESPONTÂNEA - ATENUANTES DE APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA PROGRESSÃO DO REGIME - BENEFÍCIO INCOMPATÍVEL COM O TRÁFICO DE DROGAS. I - Não se pode operar a desclassificação do delito para o art.16 do mesmo diploma legal quando o agente é preso em contexto de comercialização e confessa que guardava a droga para terceiro. Não há indícios do elemento normativo “para uso próprio”, necessário à tipificação do crime de porte de drogas.

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II - As atenuantes da menoridade e da confissão espontânea são de aplicação obrigatória quando a pena base ultrapassar o mínimo legal cominado. III - A Lei nº 9.455/97, que admitiu a progressão do regime prisional para os crimes de tortura, não revogou o art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90, que prevê o regime fechado integral para os chamados crimes hediondos. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0016.2770-9, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 05.02.2004, pg. 20) Ementa: CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS – MATERIALIDADE E AUTORIA DEMONSTRADAS - CREDIBILIDADE DO DEPOIMENTO DE POLICIAL ANTE A EVIDÊNCIA DE QUE NÃO SE ACHA COMPROMETIDO E DE QUE FOI PRESTADO EM FAVOR DA PRÓPRIA SOCIEDADE, PARA NÃO DEIXÁ-LA À MERCÊ DA AÇÃO DE TRAFICANTES - CARACTERIZADA INFRINGÊNCIA AO ARTIGO 12 DA LEI 6.368/76 NENHUMA POSSIBILIDADE DE ABSOLVIÇÃO OU DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME PARA O DE USO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE - RECURSO CONHECIDO, PORÉM IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.5310-1, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 05.02.2004, pg. 20)

Estupro Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIME. ESTUPRO. ALEGATIVA DE INSUFICIÊNCIA DE PROVAS E CONTRARIEDADE NOS DEPOIMENTOS. O fato de posteriormente, em juízo, a vítima menor de idade e filha do acusado ter negado as declarações anteriormente prestadas não tem o condão de modificar a certeza quanto à autoria delitiva, visto que o conjunto probatório é bastante contundente quanto à configuração do crime. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO SENTENÇA MANTIDA. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.2071-8, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 03.05.2004, pg. 34)

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Ementa: PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME CONCURSO DE CRIMES ESTUPRO COM USO DE VIOLÊNCIA CRIME HEDIONDO REGIME INTEGRALMENTE FECHADO; Havendo concurso de crimes há que aplicar-se o aumento de pena previsto no art. 214 do Código Penal. Tratando-se de crime considerado hediondo o regime de cumprimento da pena será sempre integralmente fechado. Apelo provido. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0002.9978-8, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 03.05.2004, pg. 35) Ementa: CONSTITUCIONAL HABEAS CORPUS CRIME DE ESTUPRO COM DECISÃO CONDENATÓRIA TRÂNSITA EM JULGADO EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA UNIÃO ESTÁVEL DA VÍTIMA COM TERCEIRO IMPOSSIBILIDADE. I- Crime praticado com violência, contra vítima menor de idade e deficiente mental, cuja condenação foi alcançada pelo trânsito em julgado, não se harmonizando com os efeitos do inciso VIII, do art. 107, do Código Penal. II- Deveras, o casamento da vítima com terceiro, motivo de extinção da punibilidade do agente de que se reporta o impetrante, requer ato formal e não união de fato, como já decidido em nossos Tribunais Pátrios, senão vejamos, verbis: TJSP: “Estupro com violência presumida. Extinção da punibilidade pelo casamento da vítima com terceiro. Inexistência, no entanto, de casamento formal, mas mera união de fato, embora permanente, entre ofendida e o terceiro. Inaplicabilidade do art. 107, VIII, do CP. A regra reclama casamento formalizado. Exegese do dispositivo, em confronto com o que dispõe o art. 226, § 3º , da Constituição Federal” (RJTJESP 135/399). III- Ordem denegada. Acórdão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.9245-6, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 15.04.2004, pg. 53) Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIME. ESTUPRO. VÍTIMA MENOR DE QUATORZE ANOS. VIOLÊNCIA PRESUMIDA. 1. A presunção é absoluta de violência quando o crime é praticado nas condições previstas no art. 224, “a” da lei penal. O legislador quis dar maior proteção à vitima considerando, para isso, a sua tenra idade e a sua incapacidade de discernir validamente sobre o que seja um ato sexual e suas conseqüências, muitas vezes danosas para a sua vida futura. CONDENAÇÃO MANTIDA.

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2. A melhor interpretação sobre a aplicação da causa de aumento de pena instituída pelo art. 9º. da lei dos crimes hediondos, majorando-a pela sua metade, entende que tal aumento, dada a expressa referência que faz ao art. 223, caput, e parágrafo único do Código Penal, só é incidente quando houver lesão corporal grave ou morte, sob pena de “bis in idem” visto que a presunção de violência já foi levada em consideração para a punição do acusado e caracterização do crime de estupro, não podendo ser novamente utilizada para agravar a pena. Desta forma, indevido o aumento registrado na parte final da condenação do apelante. SENTENÇA REFORMADA. PENA DIMINUÍDA. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0012.3005-1, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 03.05.2004, pg. 33) Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA OS COSTUMES. PALAVRA DA VÍTIMA. INCOERÊNCIA. DEMAIS PROVAS. INSUFICIÊNCIA. ABSOLVIÇÃO DECRETADA. I Para constituir o delito de estupro e de atentado violento ao pudor necessário se faz o emprego de violência e grave ameaça, requerendo, por parte da vítima vontade positiva e incisiva de resistir, de opor-se à vítima à concretização da conjunção carnal, devendo tal oposição ser séria, dissenso continuado, que não se confunde com uma simples recusa verbal, passiva ou meramente simbólica. II Embora a palavra da ofendida seja considerada a viga mestra das provas nos casos de delitos dessa natureza, é de se rejeitar a mesma quando não encontra apoio nos demais elementos de convicção existentes nos autos. III Existindo séria dúvida quanto à materialidade da infração e baseando-se a pretendida autoria na palavra da vítima e de sua mãe, pessoa esta certamente contraditória, não é possível manter-se a condenação pelos delitos de estupro e atentado violento ao pudor, decretando-se a absolvição do apelante. IV Apelo conhecido e provido. V Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.9840-7, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 17)

Excesso de Prazo Ementa: - A CAUSA DOS PACIENTES ENCARTA-SE NO ELENCO DAQUELAS DESIGNADAS DE COMPLEXAS. POSSUI SETE RÉUS,

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INCLUÍDOS OS PACIENTES, E DIFERENTES ADVOGADOS, PRESSUPONDO A FORMAÇÃO DA CULPA A TOMADA DE DEZENAS DE DEPOIMENTOS ENTRE, INTERROGATÓRIOS E INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS (EM TESE, CINCO PELA PROMOTORIA E CINCO POR RÉU). ORA, COM ESSE QUANTITATIVO DE ATOS NÃO HÁ JUIZ NO MUNDO QUE CONSIGA “FECHAR” TEMPESTIVAMENTE A INSTRUÇÃO DE PROCESSO REGIDO PELA MALPARIDA LEI Nº. 10.409/02, EXEMPLO PERFEITO E ACABADO DE COMO SE LEGISLA COM PERFEIÇÃO NESTE PAÍS. ENTÃO, DE VER-SE CUM GRANO SALIS A ARGÜIÇÃO NUCLEAR DESTE HABEAS CORPUS, AINDA MAIS QUANDO NÃO SE IGNORA QUE O RITO PROCEDIMENTAL ÍNSITO NO ATÉCNICO TEXTO NORMATIVO, POR CONGÊNITAS DEFORMAÇÕES, ESTIMULA, DE SI-MESMO, O SURGIMENTO DE INCIDENTES HOSTIS À CELERIDADE PROCESSUAL, A MEU SENTIR ALGO IMPENSÁVEL NO SISTEMA IMPLANTADO PELA LEI 10.409/02. - “ ... O PRAZO PARA A CONCLUSÃO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL, NA APURAÇÃO DE CRIMES PREVISTOS PELA LEI Nº. 6.368/76, NÃO É ABSOLUTO. O EXCESSO DE PRAZO SÓ PODE SER RECONHECIDO QUANDO A DEMORA FOR INJUSTIFICADA”(STJ, 5ª. T, RHC Nº. 13.904-BA, REL. MIN. GILSON DIPP, J. 20/3/03, DJU 28/4/03, P. 212). - IMPETRAÇÃO CONHECIDA, PORÉM DENEGADA. - UNANIMIDADE. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.5983-0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.04.2004, pg. 22) Ementa :PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXCESSO DE PRAZO NÃO JUSTIFICADO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. I - Apesar de concluída a fase de inquirição das testemunhas arroladas pelas partes, é de se considerar configurado o excesso de prazo na formação da culpa, tendo em vista a demora não justificada de mais de 2 (dois) anos no cumprimento de diligência requerida pelo Parquet. Ademais, em face do princípio da proporcionalidade, a existência de denúncia contra vários réus e a necessidade de realização de perícia técnica não justificam, de per si, a subsistência do réu em cárcere por período tão prolongado. II - Ordem concedida. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.3677-2, Relator: Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 39)

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Ementa: HABEAS CORPUS - PRAZO PARA FORMAÇÃO DA CULPA DESCUMPRIMENTO - RÉU PRESO HÁ QUASE SEIS (6) MESES SEM QUE SE TIVESSE OUVIDO UMA ÚNICA TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO – NENHUMA EXPLICAÇÃO QUE JUSTIFIQUE O ATRASO VERIFICADO - CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO - ORDEM CONCEDIDA. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.8225-6, Relator: Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 19.04.2004, pg. 39) Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO, PELA FUTILIDADE E PELA DESPREVENÇÃO. CRIME HEDIONDO. AUTUAÇÃO EM FLAGRANTE DELITO. CONFINAMENTO DESDE A LAVRATURA DO AUTO DE FLAGRANTE, POR MAIS DE UM ANO. ACENTUADO EXCESSO DE PRAZO NÃO CREDITADO AO PACIENTE OU AO SEU DEFENSOR. PROCESSO SEM QUALQUER COMPLEXIDADE. Artigos 121, § 2°, incisos II e IV, do Código Penal Brasileiro. Lei Federal n° 8.072/90. Impetração deduzindo constrangimento ilegal decorrente do excesso injustificado de prazo para encerramento da instrução criminal. “ A demora no encerramento da instrução criminal, sem convincente justificação, significa prisão por mais tempo do que determina a lei, justificando a concessão do Habeas Corpus”. (STF, RT 182/21). Constrangimento ilegal caracterizado. Ordem concedida. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0012.8634-5, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 15.04.2004, pg. 55) Ementa: - HABEAS CORPUS. - EXCESSO DE PRAZO NA INSTRUÇÃO E PRISÃO PREVENTIVA DESFUNDAMENTADA. - OS PACIENTES AGIRAM COMO AUTÊNTICOS FLIBUSTEIROS DAS CAATINGAS. ACUMPLICIADOS COM OUTROS DOIS CONTERRÂNEOS DAS BANDAS DO RIO GRANDE DO NORTE, VIERAM REVIVER, NO CEARÁ, LAMPIÃO, SUAS MALFEITORIAS E CRUELDADES. EM BANDO, ARMADOS, ENCAPUZADOS, RENDERAM UM POBRE CRISTÃO E O EXECUTARAM A TIROS, FRIAMENTE, DEPOIS DE APOSSAREM-SE DOS POUCOS HAVERES DA VÍTIMA. CRIME DE SUPERLATIVA GRAVIDADE. REPULSIVO, ANTES DE TUDO, PELA COVARDIA E INSENSIBILIDADE REVELADAS PELOS AGENTES. - AMIGO DA RAZÃO O QUE ESCRITO PELO PENALISTA LUSO

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GERMANO MARQUES DA SILVA: “Quando o Estado falha no exercício de suas funções de repressão penal e de prevenção da criminalidade, tende a recrescer a justiça privada, individual ou organizada, com todos os perigos de excessos e perturbação da paz individual e coletiva, com todos os riscos de novos atos de violência social”. CERTÍSSIMO, TAMBÉM, QUE A PRISÃO PREVENTIVA É UM MAL. E DOS GRANDES. MAS FORÇA É CONVIR, DISSE O SÁBIO MICHEL FOUCALT, QUE ELA É “a detestável solução de que não se pode abrir mão”, quando necessária. - CAUSA COM MÚLTIPLOS RÉUS E EXPEDIÇÃO DE PRECATÓRIAS, FATORES QUE JUSTIFICAM PLENAMENTE O ATRASO NA INSTRUÇÃO CRIMINAL. PRISÃO PREVENTIVA OBJETIVAMENTE MOTIVADA NA TUTELA DA ORDEM PÚBLICA, EM FACE DA COMOÇÃO COLETIVA CAUSADA PELA INSENSATEZ DOS PACIENTES, E NA NECESSIDADE DE ASSEGURAR-SE A APLICAÇÃO DA LEI PENAL, BEM LEMBRADO QUE ELES SÃO DE FORA DA TERRA E, É PRESUNTIVO, PODERÃO DAR ÀS DE VILA-DIOGO. - SEM ATILHO NEM VINCILHO AS ARBITRARIEDADES AVENTADAS PELO IMPETRANTE, ORDEM DENEGADA, À UNANIMIDADE. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.2057-8, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 03.05.2004, pg. 31) Ementa: CONSTITUCIONAL HABEAS CORPUS RÉU QUE SE ENCONTRA RECOLHIDO HÁ MAIS DE ANO, SEQUER INICIADA A INSTRUÇÃO CRIMINAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. I- Realmente, o constrangimento é manifesto, o Estado de direito não se harmoniza com ilegalidades originadas pelos agentes do poder público, o paciente não pode permanecer enclausurado sem obter, num prazo razoável, o pronunciamento da justiça, que tem o dever de demonstrar, através do devido processo legal, a sua condição de agente infrator, em crimes que tais, no prazo impostergável de 81 (oitenta um) dias. II- No momento, a coação imposta ao paciente é patente, que o faz sofrer manifesto constrangimento ilegal à conta do visível excesso de prazo, para o qual nenhuma culpa tivera a fim de que o fato se consumasse. III- Ordem concedida. Acórdão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.6592-6, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 15.04.2004, pg. 52) Ementa: CONSTITUCIONAL PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS EXCESSO DE PRAZO NA FORMAÇÃO DA CULPA OCORRÊNCIA.

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01 Ocorre excesso de prazo, quando entre a data da prisão e a audiência de instrução para oitiva de testemunhas de acusação transcorre-se nove meses, sem que haja qualquer motivo justificador. 02 Tal fato traz manifesto constrangimento ilegal, haja vista o visível excesso de prazo injustificável. 03 Ordem concedida. Acórdão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0008.7154-6, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 23.03.2004, pg. 15) Ementa : PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CRIME Excesso de Prazo. Inocorrência. Testemunhas do rol acusatório oitivadas. Tardança não verificada. Uma vez terminada a instrução para a acusação, descabe falar em excesso prazal. Habeas Corpus indeferido. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.5351-5, Relator: Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 16.04.2004, pg. 14) Ementa: - HABEAS CORPUS. - INDICIADO PRESO HÁ MAIS DE CEM DIAS, SEM DENÚNCIA RECEBIDA CONTRA SUA PESSOA E SEM QUE SE PRENUNCIE PARA TÃO CEDO O INÍCIO DA FORMAÇÃO DA CULPA, EM VIRTUDE DA INSTAURAÇÃO DE CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA ENTRE AUTORIDADES JUDICIÁRIAS. DETENÇÃO ARBITRÁRIA, JÁ SE VÊ, E BEM CONFIGURADA A GRAVE VIOLAÇÃO AO STATUS LIBERTATIS DO PACIENTE, A QUEM CORRE O DIREITO DE SER PROCESSADO E JULGADO EM TEMPO RAZOÁVEL. SITUAÇÃO QUE TAL REPUGNA À CONSCIÊNCIA JURÍDICA, MOSTRANDO-SE IMPERATIVA A SOLTURA REQUESTADA. - ORDEM CONCEDIDA À UNANIMIDADE. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0009.3340-1, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.05.2004, pg. 29) Ementa: HABEAS CORPUS. EXCESSO DE PRAZO. INCIDENTES NÃO IMPUTÁVEIS AO JUIZ. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 1) Não se configura coação ilegal quando o excesso de prazo em qualquer das fases do processo decorre de incidentes processuais não imputáveis ao juiz do feito; 2) Ordem denegada.

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(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.0577-4, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 15.01.2004, pg. 19) Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXCESSO DE PRAZO. INSTRUÇÃO ENCERRADA PARA A ACUSAÇÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CARACTERIZADO. I. Não há falar em excesso de prazo na formação da culpa se, a partir das informações prestadas pela autoridade coatora, constata-se que as testemunhas arroladas pelo Parquet já foram inquiridas, aguardando o feito a realização do interrogatório de co-réu, incluído posteriormente na relação processual, bem como colheita do depoimento de testemunhas indicadas na defesa-prévia. Justificam, ademais, u m maior lapso na formação da culpa a circunstância de a denúncia ter sido oferecida contra vários agentes, apurando-se o cometimento dos ilícitos de homicídio qualificado e estupro, a exigir do Estado-Juiz a realização de atividade probatória mais dilatada, nada obstante terem já sido inquiridas as testemunhas designadas pela acusação. II. Ordem denegada. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.2070-5, Relator: Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 41) Ementa: HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DE MOTIVOS PARA O DECRETO DA PRISÃO PREVENTIVA. EXCESSO DE PRAZO. NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DA ORDEM PÚBLICA. PROCESSO EM FASE DE ALEGAÇÕES FINAIS. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. I) Indícios de autoria e materialidade do delito, necessidade de preservação da ordem pública e credibilidade da Justiça, face a repercussão da violenta ação do acusado. 2) Não se configura coação ilegal por excesso de prazo, se o processo encontra-se em fase de alegações finais; 3) Ordem denegada. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0007.7447-8, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 16.01.2004, pg. 13)

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Excludente de Ilicitude

•Legítima Defesa Ementa: - A LEI NÃO OBRIGA NINGUÉM A SER COVARDE. AQUELE QUE, NO INTERIOR DE SEU PONTO COMERCIAL, VAI AO SOLO DEPOIS DE INJUSTAMENTE ESBOFETEADO, E, NA IMINÊNCIA DA CONTINUIDADE DA AGRESSÃO, VENDO-SE EM DESVANTAGEM E RISCO DE VIDA, ATIRA NO AGRESSOR, MATANDO-O, AGE EM LEGÍTIMA DEFESA. VEREDICTUM MANTIDO, SOBRETUDO EM FACE DA EXISTÊNCIA, NOS AUTOS , DE PROVA BASTA DA EXCLUDENTE INVOCADA PELO ACUSADO. - APELAÇÃO DESPROVIDA. - UNANIMIDADE. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0006.0245-8, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 24.03.2004, pg. 27)

Falso Testemunho Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. IMPUTAÇÃO DOS CRIMES DE FALSO TESTEMUNHO E FALSIDADE IDEOLÓGICA EM RECLAMAÇÃO TRABALHISTA INDENIZATÓRIA. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. Os supostos ilícitos teriam sido praticados em ação trabalhista de indenização, fato que remove a competência para sua apuração para a Justiça Federal. RECURSO CONHECIDO E IMPROVISO. SENTENÇA MANTIDA. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0148.7115-8/1, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 15.04.2004, pg. 53)

Fiança Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. POSSE DE ARMA DE FOGO SEM REGISTRO E AUTORIZAÇÃO COMPETENTE. AUTUAÇÃO EM FLAGRANTE DELITO. SOLICITAÇÃO DE FIANÇA. IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO EM FACE DA CONDENAÇÃO PENAL ANTERIOR, TRANSITADA EM JULGADO, POR CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA, EM FASE DE EXECUÇÃO. INTERDIÇÃO CONSTANTE DO ART. 323, III, DO CPP. Artigo 10, §º 2°, da Lei Federal n° 9.434/97. Artigo 323, III, do CPP. Impetração deduzindo constrangimento ilegal pela não concessão da fiança

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requerida, sendo o crime afiançável. A jurisprudência pretoriana tem assentado o incabimento da concessão da fiança, quando o requerente foi condenado por outro crime doloso, a pena privativa de liberdade, em sentença transitada em julgado (RT 560/4 21). Constrangimento ilegal não caracterizado. Ordem denegada. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.5333-7, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 15.04.2004, pg. 56)

Fixação da Pena Ementa: CONSTITUCIONAL TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DO JÚRI PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME VISANDO REFORMAR PROVIMENTO CONDENATÓRIO PARA PATAMAR AQUÉM DO MÍMINO LEGAL IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STF. I- Nesse pesar, devo observar de antemão, que a decisão sob refute condenou o apelante à pena de 6 (seis) anos de reclusão, patamar mínimo legal, isso após analisar as circunstâncias judiciais, por sinal favoráveis ao réu/apelante, desprezando, assim, a redução da atenuante genérica da confissão espontânea, com escora em decisões do Supremo Tribunal Federal, a exemplo do que ficou decidido no HC n. 68.641-9, da Relatoria do Ministro Celso de Melo, senão vejamos, verbis: “A circunstância atenuante obrigatória não pode conduzir à redução da pena fixada no mínimo legal” (DJU 05.06.92, pg. 8.429 e RT 690/390) II- Apelo improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.9683-8, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 19)

Furto Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. FURTO DUPLAMENTE QUALIFICADO. ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. INEXISTÊNCIA. EXAME PERICIAL. IMPRESCINDIBILIDADE. PENA. APLICAÇÃO CORRETA À REPROVAÇÃO DO INJUSTO. DECISÃO MANTIDA. I. Embora o furto apresente-se revestido de duas qualificadoras pode o Juiz aplicar a pena mínima e deixar de majorar o castigo se constatar ser o quantum aplicado suficiente e necessário para a reprovação do injusto ao verificar que a irregular conduta do réu passou de um fato episódico de sua vida e que teria sido mal influenciado por terceiros.

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II. Sem regular exame pericial, impossível se torna o reconhecimento da qualificadora do rompimento de obstáculo à subtração da coisa, sendo, aliás, pacífica a jurisprudência nesse sentido. III. Apelo conhecido, mas improvido. IV. Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.8502-4, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 25.02.2004, pg. 66)

Habeas Corpus Ementa :PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. NÃO CONHECIMENTO. I. Inexistindo prova pré-constituída de que não foi atendido requerimento de realização de exame toxicológico, a caracterizar suposto cerceamento de defesa, não há de ser conhecido o remédio heróico, uma vez impossível verificar se efetivamente ocorreu, na espécie, o constrangimento ilegal apontado. II. Ordem não conhecida. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.5979-2, Relator: Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 41) Ementa: HABEAS CORPUS CRIME. PEDIDO DE TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA, NÃO PODE SER CONCEDIDO HABEAS CORPUS QUANDO A MATÉRIA VERSA SOBRE EXAME DE PROVAS, INADMISSÍVEL NESTA VIA MANDAMENTAL. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. Não se configura coação ilegal o oferecimento de denúncia, que indicam a existência de conduta delitiva, pelo menos de crime em tese. Somente a instrução processual poderá permitir o esclarecimento dos fatos; Ordem denegada. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.6914-3, Relator: Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 19.04.2004, pg. 38)

Infrações de Menor Potencial Ofensivo

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Ementa: CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUÍZO COMUM E JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. CRIME AMBIENTAL. PENA MÁXIMA COMINADA. UM ANO DE DETENÇÃO. INFRAÇÃO PENAL CONSIDERADA DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO. I. O fato delituoso narrado nos autos, a priori, constitui ilícito penal tipificado no art. 54, § 1.º da Lei 9.605/98, tendo pena máxima cominada em 01 (um) ano de detenção, sendo, portanto, nos termos da Lei 9.099/95, com a nova redação dada pela Lei 10.259/2001 (art. 2.º. § único), infração penal de menor potencial ofensivo, ocasião em que o Juizado Especial Criminal de Russas é o juízo competente. II. Conflito conhecido, para firmar a competência do Juizado Especial Criminal de Russas. III Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚ 2002.0000.3915-0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 12.02.2004, pg. 23) Ementa: PENAL E PROCESSO PENAL; - CRIMES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO; - COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS LIMITADA PELA PENA MÁXIMA EM ABSTRATO; - CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA PROVIDO; - UNANIMIDADE. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚ 2003.0005.4320-4, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 15.06.2004, pg. 18)

Inimputabilidade Penal Ementa: - Recurso de ofício. - Inimputabilidade. - Se o agente autor de homicídio era, segundo a vertência pericial, ao tempo da ação, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do ato que praticou ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, por apresentar “transtorno mental psicótico delirante por uso de álcool e drogas”, irreparável a decisão que o absolve com base no art. 411 do CPP c/c o art. 26 do CP e que aplica, de parelha, a medida de segurança prevista no art. 97, § 1°, da Lei Substantiva Penal. - Sentença mantida. - Nemine discrepante.

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(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0000.8146-8, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 05.03.2004, pg. 17)

Inquérito Policial Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL DESPACHO JUDICIAL QUE O DETERMINA, ACATANDO

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PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO E ANTE A CONSTATAÇÃO DE QUE O FATO QUE SE APONTA COMO DELITUOSO É, NA VERDADE, ATÍPICO IMPOSSIBILIDADE DE SE SABER, EXATAMENTE, A QUEM PERTENCE A PARTE DO TERRENO DA QUAL FORAM RETIRADAS AS CARRADAS DE BARRO OBJETO DO SUPOSTO CRIME DE FURTO, POR SE TRATAR DE IMÓVEL DESTINADO A VÁRIOS CONDÔMINOS INDICADO QUE TERIA AGIDO COM AUTORIZAÇÃO DE ALGUNS DESTES – NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO INTERPOSTO PRECEDENTES STJ E STF. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0001.1118-9, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 33)

Nulidades Ementa: PROCESSUAL PENAL. PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO ENTRE A SENTENÇA E A IMPUTAÇÃO INICIAL . DESOBEDIÊNCIA. DECISÃO “EXTRA PETITA”. NULIDADE PARCIAL DECRETADA. DECISÃO REFORMADA EM PARTE. I É nula, por vício extra petita, a sentença que aprecia ilícito que não constitui objeto da imputação, pois, deixando de guardar correlação com a denúncia, gera cerceamento de defesa ao réu, ao responsabilizá-lo por fato do qual não foi acusado. II Exclusão do ilícito penal em desfavor do réu, reduzindo, por conseguinte, a pena imposta. III Apelo conhecido e provido. IV Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0000.5669-0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 17.02.2004, pg. 29)

Pedido de Relaxamento de Prisão Ementa : HABEAS CORPUS CRIME WRIT DIRECIONADO CONTRA ATO DE DELEGADO DE POLÍCIA - INCABÍVEL A SUA APRECIAÇÃO NO JUÍZO AD QUEM - ORDENADA A REMESSA DOS AUTOS Á ORIGEM A FIM DE SER DISTRIBUÍDO COMO “PEDIDO DE RELAXAMENTO DA PRISÃO” E JULGADO PELO MAGISTRADO SINGULAR.

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(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.5961-0, Relator: Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 16.04.2004, pg. 14)

Prescrição Ementa: APELAÇÃO CRIME. RECURSO DA DEFESA. PRELIMINAR DE INCIDÊNCIA DA PRESCRIÇÃO RETROATIVA. OCORRÊNCIA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 109, 110, § 1º, 115 E 117 DO CP. I- O recorrente foi condenado a uma pena definitiva de 01 (um) ano e 06 (seis) meses de detenção, sobrevindo o trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação, devendo, neste caso, a prescrição ser regulada pela pena fixada na sentença, resultando que o prazo prescricional aplicável é de 04 (quatro) anos, ex vi do art. 109, V, do CP. II- Ocorre, porém, que o réu/apelante contava ao tempo do crime com 20 (vinte) anos incompletos, sendo reduzidos de metade os prazos de prescrição a serem contabilizados, consoante reza o art. 115, do CP, ocasionando que o prazo efetivamente incidente será de 02 (dois) anos. III- Observando-se os marcos interruptivos da prescrição previstos no artigo 117 do CP, verifica-se que o recebimento da denúncia ocorreu em data de 23/07/1991, sobrevindo o édito condenatório somente no dia 24/11/1999, quando decorridos mais de 08 (oito) anos daquele limite inicial. IV- De maneira que em muito foi superado o tempo assinalado ao Estado para o exercício do jus puniendi, não me restando outra alternativa senão o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do agente. V- Apelo conhecido para acolher a preliminar suscitada pela defesa, declarando extinta a punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão punitiva do Estado. VI- Decisão Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.6605-0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 19) Ementa: PENAL - RECURSO DE APELAÇÃO CRIME TIPIFICADO NO ART. 22 DA LEI N.º 5.250/67 OCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA NA ESPÉCIE , POR APLICAÇÃO DA REGRA CONTIDA NO CAPUT DO ART. 41 DA REFERIDA LEI EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE QUE SE DECRETA NOS TERMOS DO ARTIGO 107, ITEM IV, DO MESMO DIPLOMA LEGAL PREJUDICADO O EXAME DE

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MÉRITO DA PRETENSÃO RECURSAL MANIFESTADA PELA ACUSAÇÃO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0013.7209-3, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 31) Ementa: APELAÇÃO CRIME. DELITO DE TRÂNSITO. HOMICÍDIO CULPOSO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DA DEFESA. EXAME DE MÉRITO PREJUDICADO. PRESCRIÇÃO RETROATIVA. INCIDÊNCIA. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO. I - O recorrente foi condenado a uma pena definitiva de 02 (dois) anos de detenção, tendo a sentença condenatória transitado em julgado para a acusação, fazendo incidir a regra insculpida no art. 110, § 1º, do CP, segundo a qual a prescrição será, nesta hipótese, regulada pela pena fixada na sentença. II - Sucede que, ao tempo do crime, o réu/apelante contava com 19 (dezenove) anos incompletos, sendo, por tal, reduzidos de metade os prazos de prescrição a serem contabilizados, consoante reza o art. 115, do CP, resultando, assim, que o prazo prescricional incidente será de 02 (dois) anos. III - Todavia, o recebimento da denúncia ocorreu em data de 30/06/1999, sobrevindo o decreto condenatório somente no dia 17/12/2001, quando decorridos, portanto, mais de 2 (dois) anos e 5 (cinco) meses daquele marco inicial. IV - De tal forma que, transcorrido lapso de tempo superior ao assinalado para o exercício do jus puniendi pelo Estado, outro caminho não me resta senão o reconhecimento, de ofício, da prescrição da pretensão punitiva em relação ao apelante. V- Apelo conhecido para declarar a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva do Estado. VI- Acórdão Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.4609-6, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 17) Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL - CRIME DE INJÚRIA FATO OCORRIDO EM 28/12/98 QUEIXA RECEBIDA EM 27/09/99 QUERELADOS CONDENADOS A DOIS MESES E VINTE DIAS DE DETENÇÃO INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO NA ESPÉCIE – APLICAÇÃO DA REGRA CONTIDA NO ARTIGO 109, INCISO VI, C/C 110, § 1º, DO CÓDIGO PENAL EXTINGUE-SE A PUNIBILIDADE NOS TERMOS DO ARTIGO 107, ITEM IV, DO MESMO DIPLOMA LEGAL,

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FICANDO PREJUDICADO O EXAME DE MÉRITO DA PRETENSÃO RECURSAL. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0016.1196-9, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 05.02.2004, pg. 20)

Prisão Decorrente de Sentença Recorrível Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO DECORRENTE DE SENTENÇA CONDENATÓRIA RECORRÍVEL. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE. I. É vedado ao julgador, por ocasião da sentença condenatória recorrível, determinar seja o réu mantido na prisão em que se encontra, sem demonstrar se persistem os motivos da custódia, devendo, do contrário, fundamentar a medida excepcional, levando em consideração os elementos autorizadores do art. 312 do C.P.P., quais sejam, a garantia da ordem pública, a conveniência da instrução criminal e a necessidade de assegurar a aplicação da lei penal. II. Ordem concedida. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.6900-0, Relator: Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 40)

Prisão em Flagrante Ementa :: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CRIME. PRISÃO EM FLAGRANTE. FLAGRANTE PRESUMIDO. CARACTERIZAÇÃO. AGENTE ENCONTRADO LOGO DEPOIS, NA POSSE DE COISAS, VEICULO TRANSPORTE UTILIZADO NA PRÁTICA DO DELITO, QUE INDIGITAM COMO CO-AUTOR NO CRIME. IRRELEVÂNCIA DE QUE A PRISÃO TENHA OCORRIDO POR MERO ACASO. INTELIGÊNCIA DO ART. 302, IV DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. ORDEM DENEGADA. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0014.4346-7, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 15.04.2004, pg. 55)

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Ementa: PROCESSUAL PENAL – HABEAS CORPUS - TRÁFICO DE ENTORPECENTES NULIDADE ABSOLUTA DO ATO PRISIONAL; FLAGRANTE FORJADO.INOCORRÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM DENEGADA. I -A prisão em flagrante realizada em um Município e lavrada em outro é mera irregularidade, não ensejando a nulidade requestada. II - Flagrante forjado, ocasiona exame de provas, inviável em sede de Habeas Corpus. III - Ordem denegada. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.2567-8, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 15.01.2004, pg. 20) Ementa: HABEAS CORPUS. NULIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE. POSSÍVEL PROVA DE FLAGRANTE FORJADO. VIA INADEQUADA PARA ESTE FIM. ORDEM NÃO CONHECIDA. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.8849-7, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 15.01.2004, pg. 19)

Prisão Preventiva Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO GENÉRICA. MALFERIMENTO AO ART. 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. I. Não há falar em excesso de prazo na formação da culpa se, a partir dos elementos de convicção existentes nos autos, constata-se que as testemunhas arroladas pelo Parquet já foram inquiridas, aguardando o feito a realização de audiência designada para colheita do depoimento de testemunhas indicadas na defesa prévia. II. Não merece ser mantido o cárcere provisório do paciente se a autoridade impetrada, ao prolatar o decisum prisional, não expôs em idônea fundamentação a necessidade da prisão do acusado no caso concreto, tendo em vista não ter evidenciado os dados fáticos específicos para a demonstração do periculum libertatis, mas tão-somente apresentado termos genéricos, em repetição à terminologia apontada pelo legislador no art. 312 do Código de Processo Penal. III. Ordem concedida.

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(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.6326-9, Relator: Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 42) Ementa: HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. CRIME DE AÇÃO PENAL PRIVADA. ILEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA PROPOR A DENÚNCIA. PEDIDO DE ALVARÁ LIBERATÓRIO OU SALVO CONDUTO E TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. ORDEM CONCEDIDA EM PARTE, APENAS PARA REVOGAR A PRISÃO, DETERMINANDO O TRÂMITE REGULAR DA AÇÃO PENAL ATÉ FINAL DECISÃO. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0014.1275-8, Relator: Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 19.04.2004, pg. 38) Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO DUPLAMENTE QUALIFICADO, PELO EMPREGO DE ARMA DE FOGO E CONCURSO DE AGENTES E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO. MANUTENÇÃO DA PRISÃO PROVISÓRIA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO. NECESSIDADE DE CONTINUIDADE DO ACAUTELAMENTO. DECISÃO SUFICIENTEMENTE FUNDAMENTADA. Artigo 157, § 2º, incisos I e II, c/c o 288, do Código Penal Brasileiro. Impetração deduzindo constrangimento ilegal pela desfundamentação e desnecessidade da segregação, bem como ausência de justa causa para instauração da ação penal. Decreto suficientemente fundamentado e necessário na espécie, apto a produção dos efeitos que se destina. Não se tranca a ação penal quando presente o crime em tese. Constrangimento ilegal não caracterizado. Ordem denegada. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.4193-2, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 15.04.2004, pg. 55) Ementa: CONSTITUCIONAL - PROCESSUAL PENAL - HABEAS CORPUS 1) PRISÃO PREVENTIVA – MEDIDA QUE SE DECRETA COMO GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA - NENHUMA CENSURA A SER FEITA INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL 2) PRIMARIEDADE E BONS ANTECEDENTES FATORES QUE NÃO AFASTAM A POSSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA ORDEM DENEGADA.

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(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0007.3178-7, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 15.04.2004, pg. 57) Ementa: HABEAS CORPUS - PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA PARA AGUARDO DO RECURSO DE APELAÇÃO FORA DO CÁRCERE. PACIENTE PRESO PREVENTIVAMENTE E CONDENADO A 24 ( VINTE QUATRO) ANOS DE RECLUSÃO EM DECORRÊNCIA DE INFRAÇÃO AO ART. 159, § 1º C/C ART. 29 DO CPB. PRIMARIEDADE E BONS ANTECEDENTES POR SI SÓ NÃO AFASTAM A NECESSIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA CASO OCORRAM OS PRESSUPOSTOS PARA TANTO, SEQUER QUANDO JÁ CONDENADO. ORDEM DENEGADA. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0012.5214-9, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 23.01.2004, pg. 29) Ementa: CONSTITUCIONAL PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS REDECRETAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA FATO SUPERVENIENTE NÃO COMPROVADO FUNDAMENTAÇÃO INSUFICIENTE A GARANTIR AS CONDIÇÕES PELAS QUAIS FOI EDITADO. I- A justiça criminal responsável em punir os contraventores da lei, com a retirada do bem mais precioso da vida que é a liberdade, não pode ser usada para dirimir conflitos cíveis-conjugais, onde os sentimentos de ontem se tornaram ressentimentos amargos, invólucro de um amor deletério. II- Pela firme prova antecipada acostada aos autos, é seguro asseverar que a disputa levada a cabo pela guarda de uma menor, de interesse cível, vem afetando, sobremaneira, o processo criminal a que responde o paciente, restando claro que sua ex-amante vem perpetrando denúncias, quiçá, pelo sentimento de vingança, infundadas com o fito único e exclusivo de ver o paciente preso. III- Ordem concedida. Acórdão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.4972-0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 15.04.2004, pg. 53) Ementa: - HABEAS CORPUS. - PRISÃO PREVENTIVA. - SATISFEITOS OS REQUISITOS PARA A RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DO PACIENTE, AFASTA-SE A IDÉIA DE COAÇÃO ILEGAL, NOTADAMENTE SE SATISFATORIAMENTE FUNDAMENTADO O DECRETO CONSTRITIVO NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA E

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CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. - EXCESSO DE PRAZO. - INVEROSSÍMIL A ALEGAÇÃO EM FEITO COMPLEXO E COM PLURALIDADE DE RÉUS. - EXCLUSÃO DO ALEGADO CONSTRANGIMENTO POR FORÇA DO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. - ORDEM CONHECIDA, PORÉM DENEGADA. - UNÂNIME. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.0709-2, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.04.2004, pg. 22) Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO SEGUIDO DE MORTE E FORMAÇÃO DE QUADRILHA, EM CONCURSO MATERIAL. CRIME HEDIONDO. DECRETO DE PRISÃO PREVENTIVA NA FASE INQUISITORIAL. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA E DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL. REVOGAÇÃO DA PRISÃO EM RELAÇÃO AO CO-RÉU, VERIFICADA SUA MENOR PARTICIPAÇÃO NO DELITO. CIRCUNSTÂNCIA DE CARÁTER SUBJETIVO E PESSOAL. NÃO EXTENSIBILIDADE AOS OUTROS ACUSADOS. ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO. PROCESSO COMPLEXO. NECESSIDADE DE CONTINUIDADE DO ACAUTELAMENTO PREVENTIVO. Artigo 157, § 3º, c/c o 288 e 69, do Código Penal Brasileiro. Lei Federal nº 8.072/90. Artigo 580, do Código de Processo Penal. Impetração deduzindo constrangimento ilegal pelo excesso injustificado de prazo na conclusão da instrução criminal e extensibilidade ao paciente da liberação do co-réu pela revogação da prisão preventiva. Processo dotado de relevante complexidade, com cinco acusados e vinte e nove testemunhas, mesmo assim já concluída a instrução, encontrando-se o feito na fase das alegações derradeiras da defesa (Súmula 52, STJ). Somente é possível a extensão do benefício a co-réu quando as situações concretas e subjetivas dos autos revelam-se idênticas, não fundamentada a decisão concessiva em circunstâncias de caráter exclusivamente pessoal. Constrangimento ilegal não caracterizado. Ordem denegada. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0014.4232-0, Relator: Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 16.04.2004, pg. 14) Ementa: HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DE MOTIVOS PARA O DECRETO DA PRISÃO PREVENTIVA. NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DA ORDEM PÚBLICA. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL.

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I) Indícios de autoria e materialidade do delito, necessidade de preservação da ordem pública e aplicação da lei penal. 2) Paciente preso em flagrante delito, regularidade da decretação da prisão preventiva. 3) Ordem denegada. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.001 1.6837-7, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 15.01.2004, pg. 20)

Prisão Temporária Ementa: HABEAS CORPUS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL POR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO PARA O DECRETO DE PRISÃO TEMPORÁRIA. REVOGAÇÃO DA PRISÃO. PEDIDO PREJUDICADO ART. 659 DO CPP. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0001.6176-0, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 16.01.2004, pg. 13)

Progressão de Regime Ementa: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE CONCESSÃO DO REGIME SEMI-ABERTO. QUESTÕES RELATIVAS A EXECUÇÃO DE PENA DEMANDAM EXAME DE PROVA. MAIS ABRANGENTE QUE A VIA DO HABEAS CORPUS. NÃO CONHECIMENTO DO MANDAMUS. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.8852-7, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 15.01.2004, pg. 19) Ementa: PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO PARA PROGRESSÃO DE REGIME. INADEQUAÇÃO DO PEDIDO. NÃO CONHECIMENTO DA ORDEM. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0007.7448-6, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 15.01.2004, pg. 19)

Pronúncia

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Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO DECORRENTE DE PRONÚNCIA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. INOCORRÊNCIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CARACTERIZADO. I. Não há falar em constrangimento ilegal ao status libertatis do acusado se o juiz decretou, de forma fundamentada, prisão decorrente de pronúncia, indicando a necessidade de se assegurar a aplicação da lei penal (art. 312 do C.P.P.), tendo em vista ter o réu se evadido do distrito da culpa, vindo a ser encarcerado muitos anos depois do evento criminoso, revelando a possibilidade concreta de aquele se furtar ao cumprimento de pena eventualmente imposta. II. Ordem denegada. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.0571-5, Relator: Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 40) Ementa: HABEAS CORPUS CRIME DE HOMICÍDIO PRISÃO PREVENTIVA EFEITO NATURAL DA SENTENÇA DE PRONUNCIA INEXISTÊNCIA DE OFENSA A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA INTELIGÊNCIA DA REGRA CONSTANTE NO § 1º DO ART. 408 DO CPP ORDEM DENEGADA. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0008.1833-5, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 23.03.2004, pg. 15) Ementa: PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO QUALIFICADO. SENTENÇA DE PRONÚNCIA. 1.AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DA DENÚNCIA. A inicial acusatória narra o cometimento do delito circunstanciando os motivos, o meio empregado, o modo de execução, amparada em laudo de exame cadavérico e depoimentos colhidos em inquérito que indicam a autoria delitiva, não havendo ambiente para qualificá-la de inepta. DESFUNDAMENTAÇÃO REJEITADA. 2. ALEGATIVA DE LEGÍTIMA DEFESA. As provas colhidas em instrução, não corroboram a tese argüida de legítima defesa, mormente quando se considera que a vítima foi atingida por três facadas, todas nas costas. EXCLUDENTE NÃO RECONHECIDA RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0001.0080-2, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 06.04.2004, pg. 18)

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Ementa: - Recurso crime em sentido estrito. - Réu pronunciado por tentativa de homicídio qualificado. - Pretendida desclassificação para lesão corporal ou, alternativamente, a exclusão da qualificadora. - Havendo atos de execução, impedido o agente de prosseguir no seu desiderato por circunstâncias alheias ao seu querer, mantém-se a imputação formulada na denúncia, transferida para o júri a cognição aprofundada e exauriente das provas e das teses da acusação e da defesa. - Apoiada a circunstância qualificante em dados concretos do probatório, impositiva sua manutenção, cabendo seu julgamento, por expressa disposição constitucional (CF, art. 5°, XXXVIII), ao Colegiado Leigo. - Desprovimento. - Nemine discrepante. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ · 2000.0014.2123-0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 05.03.2004, pg. 17) Ementa: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO PRONÚNCIA 1) ARGÜIÇÃO DE NULIDADE DA SENTENÇA POR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO NO TOCANTE ÀS QUALIFICADORAS ADMITIDAS DESPACHO DE SUSTENTAÇÃO PROFERIDO DE FORMA INTEGRATIVA, RECONHECENDO-SE A INSUFICIÊNCIA DOS FUNDAMENTOS APRESENTADOS E FAZENDO-SE A COMPLEMENTAÇÃO CONSIDERADA NECESSÁRIA INEXISTÊNCIA DE NULIDADE - PREJUDICADA A ANÁLISE DO ASSUNTO NESTA INSTÂNCIA REVISORA 2) PROVAS – EXAME APROFUNDADO QUE NÃO SE ADMITE EM SEDE DE PRONÚNCIA Demonstradas a existência do crime e sua autoria, deve ser o réu submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, a quem, por disposição constitucional, compete apreciar os crimes dolosos contra a vida, dirimindo dúvidas sobre o assunto, inclusive, no que tange a qualificadoras inseridas no contexto da denúncia, igualmente o fazendo em relação a tese de legítima defesa da honra sustentada no decorrer do processo RECURSO CONHECIDO, PORÉM , IMPROVIDO. (TJCE, 2ª câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0001.3595-0/1, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 02.03.2004, pg.11) Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO PRONÚNCIA TENTATIVA DE HOMICÍDIO DESCLASSIFICAÇÃO PARA LESÃO CORPORAL INADMISSIBILIDADE NA AUSÊNCIA DE PROVA QUE PERMITA O RECONHECIMENTO DE PLANO, DA PRETENSÃO

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DÚVIDA QUANTO À NATUREZA DO ELEMENTO SUBJETIVO DO DELITO QUE IMPÕE O JUIZ ENCAMINHAR O CASO AO TRIBUNAL DO JÚRI. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0152.1453-3/1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 26.02.2004, pg. 23) Ementa: - RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO. - PRONÚNCIA. - HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO (PELA FUTILIDADE E PELO USO DE RECURSO QUE NÃO PERMITIU DEFESA DA VÍTIMA). - EXCLUSÃO DAS QUALIFICADORAS INVIÁVEL, PORÉM, PORQUE ELAS SÓ PODEM SER ARREDADAS QUANDO NÃO POSSUEM APOIO NA PROVA DOS AUTOS, O QUE NÃO É O CASO. - DECISÃO CONFIRMADA. - RECURSO IMPROVIDO. – UNANIMIDADE. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0015.7726-4, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 18.02.2004, pg. 11) Ementa: RECURSO PENAL EM SENTIDO ESTRITO SENTENÇA DE PRONÚNCIA Quando a materialidade do delito é inquestionável e os indícios de autoria indicados na sentença possuem elementos condizentes com o raciocínio jurídico, torna-se imperiosa a decisão de pronúncia. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0000.4098-2, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 26.02.2004, pg. 24) Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO SENTENÇA DE PRONÚNCIA DESLIZAMENTO DE TENTATIVA DE HOMICÍDIO PARA LESÃO CORPORAL IMPOSSIBILIDADE À MINGUA DE SUSTENTAÇÃO FÁTICA E JURÍDICA. I- Ausência da alegada controvérsia entre a sentença de pronúncia e a prova colhida a ponto de desclassificar o crime de tentativa de homicídio para lesão corporal, posto que, provada a autoria e a materialidade do delito, compete única e exclusivamente ao Tribunal Constitucional do Júri decidir sobre a culpabilidade ou não do recorrente. II- Recurso improvido. Acórdão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2002.0009.1412-3, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 17.02.2004, pg. 29)

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Ementa: Tentativa de Homicídio Qualificado Recurso em Sentido Estrito visando a absolvição sumária ou impronúncia sob alegação de dúvida Aplicação da regra “in dúbio pro sociatate” Recurso Improvido. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0164.8776-2/1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 26.02.2004, pg. 24) Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO HOMICÍDIO QUALIFICADO PRONÚNCIA - 1) ALEGAÇÃO DE NULIDADE DECORRENTE DE CERCEAMENTO DE DEFESA PELA NÃO OITIVA DE TESTEMUNHA REFERIDA INOCORRÊNCIA DESNECESSIDADE DE PROVA COMPLEMENTAR RECONHECIDA PELO MAGISTRADO PROCESSANTE PRONUNCIAMENTO QUE SE AMPAROU NA LEI (Art. 209, § 1º, CPP) PRECEDENTES DO STF - PRELIMINAR REJEITADA; 2) SENTENÇA DE PRONÚNCIA DECISÃO QUE NÃO ADMITE EXAME APROFUNDADO DA MATÉRIA, BASTANDO QUE HAJA PROVA DA EXISTÊNCIA DO CRIME E INDÍCIOS SUFICIENTES DA AUTORIA PARA QUE SE DETERMINE A SUBMISSÃO DO RÉU A JULGAMENTO PELO JÚRI – DISPOSIÇÃO CONSTITUCIONAL QUE LHE DÁ COMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO DE CAUSAS DESTA NATUREZA 3) MOTIVO FÚTIL - QUALIFICADORA QUE NÃO PODE SER AFASTADA POR NÃO SER MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE - RECURSO CONHECIDO, PORÉM , IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0001.2118-4, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 26.02.2004, pg. 25) Ementa: PENAL E PROCESSUAL. RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO QUALIFICADO PELA TORPEZA, EM CONCURSO DE AGENTES. ADITAMENTO POSTERIOR. SENTENÇA DE PRONÚNCIA ADMITINDO A DENÚNCIA EM TODOS OS SEUS TERMOS. Artigos 121, § 2º, inciso I, c/c o 29, todos do Código Penal Brasileiro. Decisão de pronúncia dando pela admissibilidade da acusação pública, remetendo os acusados ao julgamento pelo Tribunal do Júri. Prova de existência do crime e indícios suficientes de autoria. A jurisprudência pacífica dos Colégios Judiciários assinala que compete ao egrégio Conselho de Sentença do Tribunal do Júri, juiz natural nos crimes dolosos contra a vida, a decisão soberana acerca da prova de culpabilidade do acusado, valendo nessa fase, em caso de dúvida acerca da autoria, o princípio in dubio pro societate. A decisão de pronúncia configura, tão somente, mero juízo de admissibilidade da denúncia, não sendo necessária a presença de provas cabais acerca do crime e de sua autoria. Recurso improvido. Unânime.

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(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2002.0001.0142-4, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 26.02.2004, pg. 24) Ementa: PROCESSUAL PENAL TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DO JÚRI RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO SENTENÇA DE PRONÚNCIA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA E/OU EXCLUSÃO DE QUALIFICADORAS IMPOSSIBILIDADE. I - A sentença de pronúncia é de conteúdo declaratório e nela se cuida da viabilidade da acusação, tendo como pré-requisito apenas elementos que convençam o Juiz da existência do crime e de indícios que o réu seja o autor, encerrando mero juízo de admissibilidade, compete ao Tribunal do Júri, juízo natural dos crimes dolosos contra a vida, o encargo de julgar o réu pronunciado, acatando ou não o que ficou estabelecido naquela decisão. II - Quanto à exclusão das qualificadoras, não merece prospero a pretensão do recorrente, notadamente diante do que restou apurado numa e noutra fase da persecução penal, donde se deixa entrever que o recorrente surpreendeu a infeliz criatura, sem discussão, por nada, apesar de sustentar que agiu em legítima defesa. III - Ora, é entendimento assente na doutrina e jurisprudência pátrias de que sendo a prova colacionada controversa, a ponto de não permitir ao julgador um juízo de valor estreme de qualquer dúvida, não há que se admitir a exclusão de circunstâncias qualificadoras da sentença de pronúncia, deixando-se tal prerrogativa para o Tribunal Constitucional do Júri. IV - Recurso improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0169.6443-9/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 17.02.2004, pg. 29) Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO Argüição de legítima defesa ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA INADMISSIBILIDADE PRONÚNCIA SIMPLES JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE AUTORIA CONFESSADA DISPENSA DE CONFRONTO METICULOSO E PROFUNDA VALORAÇÃO DA PROVA. MÉRITO A SER DECIDIDO PELO TRIBUNAL LEIGO RECURSO DENEGADO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0167.2743-7/1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 26.02.2004, pg. 24)

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Ementa: - RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO. - PRONÚNCIA. -HAVENDO INDÍCIO DE AUTORIA, PRONUNCIA-SE O POSSÍVEL AGENTE ATIVO DO HOMICÍDIO, POIS, COM ISSO, NÃO SE ESTÁ A CONDENÁ-LO, MAS TÃO-SÓ ADMITINDO-SE A DENÚNCIA CONTRA ELE DEDUZIDA. CABE AO JÚRI, NA SUA SOBERANIA, EMITIR, APÓS PROFUNDA ANÁLISE DAS VERSÕES EM CONFRONTO, JUÍZO DE INOCÊNCIA OU DE CULPABILIDADE DO RECORRENTE. -NÃO SENDO AS QUALIFICADORAS MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTES, INVIÁVEL O SEU AFASTAMENTO PELA PRONÚNCIA E CONSEQÜENTE SUBTRAÇÃO DE SUA ANÁLISE PELOS JURADOS, AOS QUAIS, POR FORÇA DE MANDAMENTO CONSTITUCIONAL, CABE O JULGAMENTO DO FATO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0000.3805-8, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 06.04.2004, pg. 19)

Queixa-Crime Ementa: QUEIXA CRIME AUSÊNCIA DE APRESENTAÇÃO A MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DE PROMOVER A AÇÃO PRIVADA POR PARTE DO OFENSIVO, SEM QUE TENHA SIDO APRESENTADA QUEIXA-CRIME, EM NADA INFLUÊNCIA NA CONTAGEM DO PRAZO DE DECADÊNCIA. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚2000.0145.7674-1/1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 11.06.2004, pg. 55) Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO CRIMES DE DIFAMAÇÃO, CALÚNIA E INJÚRIA AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA NECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DE QUEIXA-CRIME NO PRAZO PREVISTO NO ART. 38 DO CPP EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EM FACE DO NÃO-EXERCÍCIO DO DIREITO DE QUEIXA DECISÃO MANTIDA RECURSO IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0145.7745-4/1, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 27.04.2004, pg. 24)

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Revisão Criminal Ementa: CONSTITUCIONAL PROCESSUAL PENAL REVISÃO CRIMINAL NOVA PROVA POR CONDUÇÃO DE JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL IMPOSSIBILIDADE. I- A justificação criminal, aqui como sede de nova prova, admitida no art. 423 do Código de Processo Penal, com disposições subsidiárias transplantadas do direito processual civil, arts. 861 a 866, é uma ação voluntária, sem contraditório, onde apenas uma das partes leva a efeito a prova que lhe seja favorável, verdadeira via de mão única, não podendo ser-lhe emprestados os efeitos da idoneidade, mormente, por se tratar de prova criminal superveniente. II- Destarte, o feito que fundamenta a presente ação revisional, face a sua natureza, apenas é homologado pela autoridade judiciária, sendo vedado a esta pronunciar-se sobre o mérito da prova, não tendo referido processado, com seu procedimento fugaz, o alcance de desnaturar a prova confrontada ao longo de toda persecução penal, notadamente quando assegurados às partes todos os meios para o regular exercício do contraditório e da ampla defesa. III- Voto vencido: De ofício, concedo habeas corpus para modificar o regime de cumprimento da pena de integralmente fechado para inicialmente fechado, por não me confortar a constitucionalidade do art. 2º, da Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), tendo dito dispositivo sido considerado inconstitucional por esta Primeira Câmara Criminal no voto precursor da lavra do eminente Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, proferido no habeas corpus n.º 8358, cujo posicionamento igualmente adotei, materializando-o no caso concreto no HC N.º 2000.07293-3. Neste parte, contudo, o voto foi vencido por maioria. IV- Revisão indeferida. Unânime. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2003.0000.3625-6, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 31.05.2004, pg. 17) Ementa: PENAL. REVISÃO CRIMINAL. 1. ALEGATIVA DE INÉPCIA DA DENÚNCIA E NULIDADE PROCESSUAL DECORRENTE. IMPROCEDÊNCIA. A denúncia apresentada pelo Ministério Público circunstanciou, na medida do que se colheu na peça de inquérito, as condutas criminosas dos denunciados. O que torna a denúncia inepta é a descrição vaga, imprecisa, que dificulta ou torna impossível a defesa do denunciado. 2. INCOMPATIBILIDADE EXISTENTE ENTRE A SENTENÇA CONDENATÓRIA E O ACERVO PROBATÓRIO

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CONSTANTE DOS AUTOS. A denúncia imputa aos quatro acusados a prática de crime de homicídio consumado e tentativa de homicídio, amparada por depoimentos colhidos na fase inquisitorial não confirmados em juízo. Comprovada ausência de provas de cunho condenatório prestada perante o juiz do feito ou o Tribunal do Júri, havendo nos autos confissão de um dos acusados onde expõe o motivo do crime. RECURSO NESSE ASPECTO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. DESCONSTITUÍDO VEREDICTO DO TRIBUNAL DO JÚRI. RÉU ABSOLVIDO. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2003.0007.0735-5, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 31.05.2004, pg. 26) Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. REVISÃO CRIMINAL. ROUBO SEGUIDO DE MORTE EM CONCURSO DE AGENTES. CONDENAÇÃO PENAL. TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO CONDENATÓRIA. ALEGAÇÕES DE NULIDADES E DECISÃO CONTRÁRIA À EVIDÊNCIA DOS AUTOS. Nulidades improcedentes posto que alegadas por quem não aproveita e decisão condenatória harmônica com o conjunto probatório coligido. “Súmula 352, STF. Não é nulo o processo penal por falta de nomeação de curador ao réu menor que teve a assistência de defensor dativo”. Em sede de revisão criminal não se admite reexame de provas, como se fosse segunda apelação “Não há oportunidade, na revisão criminal, para a reabertura da instrução para a produção de provas. Se não há prova da inocência alegada, cabe obtê-la mediante justificação”. (RT 622/261). Revisão criminal indeferida. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2002.0006.3534-8, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 24.05.2004, pg. 22) Ementa: REVISÃO CRIMINAL. HOMICÍDIO CULPOSO. RÉU CONDENADO A TRÊS ANOS E QUATRO MESES DE DETENÇÃO COM SUSPENSÃO DE HABILITAÇÃO PARA CONDUZIR AUTOMOTOR PELO MESMO PERÍODO. INCONFORMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE QUE A SENTENÇA FOI CONTRÁRIA À EVIDÊNCIA DOS AUTOS. INOCORRÊNCIA. DECISÃO QUE GUARDOU ESTREITA RELAÇÃO COM O APURADO NA FASE INSTRUTÓRIA DO PROCESSO. PENAS APLICADAS DE FORMA EXACERBADA. PLEITO QUE MERECE PARCIAL ATENDIMENTO A FIM DE QUE SE REDUZAM AS REPRIMENDAS PARA O MÍNIMO LEGAL. DEFERE-SE, FAZENDO-SE, INCLUSIVE, A SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COLETIVIDADE.

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(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2003.0012.4415-4, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 17.06.2004, pg. 44) Ementa: PROCESSUAL PENAL. AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL. TÃO-SOMENTE PARA CORRIGIR A DOSIMETRIA DA PENA. POSSIBILIDADE COM SUPEDÂNEO NO INCISO III DO ART. 621 DO CPP. I- Revisão para corrigir a reprimenda imposta ao requerente, aplicando-lhe a pena base em 4 (quatro) anos de reclusão, todavia, em relação às atenuantes obrigatórias, deixo de considerá-las por conta da fixação da pena base, aplicada que foi no mínimo legal previsto, com escora em decisões do Supremo Tribunal Federal, citando como exemplo o que ficou decidido no HC n. 68.641-9, da Relatoria do Ministro Celso de Melo, senão vejamos, verbis: “A circunstância atenuante obrigatória não pode conduzir à redução da pena fixada no mínimo legal” (DJU 05.06.92, pg. 8.429 e RT 690/390). II- A proibição da redução da pena aquém do mínimo legal aplicável à espécie tem previsão no novo sistema adotado pelo Código Penal, em que, estabelecida a pena-base, consideradas as circunstâncias judiciais e existindo circunstância atenuante, não pode o juiz sentenciante diminuir a pena abaixo do estabelecido em lei. Portanto, fixada a pena base no mínimo legal, como na hipótese, mesmo levando em conta a confissão espontânea e a menoridade do réu, a pena não poderia ser reduzida, ultrapassando o mínimo legal. A contrário senso ocorre na terceira fase, quando incidem as causas de diminuição e de aumento, hipótese em que aqueles limites podem ser ultrapassados. Nesse sentido é o entendimento pacífico dos Tribunais pátrios, verbis: “TJSC: “Circunstância atenuante. Fixação abaixo do mínimo legal. Inadmissibilidade. Fixada a pena-base no mínimo legal, mesmo presentes circunstâncias atenuantes reconhecidas, a pena não pode ser reduzida para quantidade inferior ao mínimo abstratamente considerada. As circunstâncias legais influem sobre o resultado obtido na primeira fase da dosimetria, cujos limites, mínimo e máximo, não podem ser ultrapassados; somente exsurge a possibilidade de diminuição da pena aquém de seu mínimo legal quando da terceira fase (causas especiais de aumento ou diminuição)” (RT 723/653). III- Assim é que, considerando, ainda, o concurso de pessoas, § 2º, inciso II, do art. 157, do CP, acresço a pena base aplicada em 1/3 (um terço), ficando a pena definitiva em 5 (cinco) anos e 6 (seis) meses de reclusão, a ser cumprida em regime semi-aberto, além da multa imposta na sentença. IV- Revisão deferida. Decisão unânime.

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(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2003.0007.7063-4, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 13.04.2004, pg. 24) Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL. REVISÃO CRIMINAL. ROUBO DUPLAMENTE QUALIFICADO E LATROCÍNIO. NOVAS PROVAS DE INOCÊNCIA DO CONDENADO. PRODUÇÃO PERANTE O JUÍZO SINGULAR. INEXISTÊNCIA. INADMISSIBILIDADE DA MEDIDA. SENTENÇA CONDENATÓRIA CONTRÁRIA À EVIDÊNCIA DOS AUTOS. INOCORRÊNCIA. I. A admissão de revisão criminal com fundamento na existência de novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição da pena pressupõe a colheita do material probatório perante o juízo de primeiro grau, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, e não no curso daquele meio autônomo de impugnação. II. A consideração da hipótese prevista no art. 621, inc. I, parte final, do Código de Processo Penal, somente é possível quando, por simples análise do juízo revisional, restar comprovado que a sentença condenatória não encontra apoio em nenhum dado demonstrativo da procedência da acusação. Sustentada, pois, em elementos de convicção colhidos na instrução criminal, não há falar em contrariedade do decisum à evidência dos autos. III. Revisão parcialmente conhecida e indeferida. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2001.0000.9302-4, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 04.03.2004, pg. 27)

Roubo Ementa: PENAL. DELITO DE ROUBO. EMPREGO DE VIOLÊNCIA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA FURTO. IMPOSSIBILIDADE. PENA. CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE. REDUÇÃO AQUÉM DO MÍNIMO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE I. Não há falar em furto, quando a investida criminosa tendente a subtrair o bem da vítima é realizada de forma violenta, incorrendo nas sanções do art. 157 do C.P. o agente que arranca a valise da ofendida com impetuosa força, arremessando-a contra as grades de um prédio, produzindo, inclusive, dano à sua integridade física. II. O reconhecimento de circunstância atenuante (confissão espontânea) não pode conduzir à fixação da pena em quantum inferior ao mínimo legal (Súmula nº 231 do S.T.J.).

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III. Apelo improvido. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.5321-7, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 05.05.2004, pg. 32) Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO DUPLAMENTE QUALIFICADO, PELO EMPREGO DE ARMA DE FOGO E PELO CONCURSO DE AGENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE. DENEGAÇÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA. DELITO DE GRANDE POTENCIAL OFENSIVO, COM VIOLÊNCIA EXERCIDA CONTRA PESSOA. NECESSIDADE DE CONTINUIDADE DO ACAUTELAMENTO PREVENTIVO DECORRENTE DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE. SUBSISTÊNCIA DOS REQUISITOS QUE AUTORIZARIAM A DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, NO RESGUARDO DA ORDEM PÚBLICA. Artigo 157, § 2°, incisos I e II, do Código Penal Brasileiro. Decisão denegatória da liberdade provisória devidamente fundamentada, tanto na garantia da ordem pública, quanto pela violência grave exercida contra pessoa, mediante emprego de arma de fogo. Constrangimento ilegal não caracterizado. Ordem denegada. Unânime. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0012.0462-4, Relator: Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 19.04.2004, pg. 44) Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. ROUBO QUALIFICADO. CARACTERIZAÇÃO. AUTORIA. CONJUNTO PROBATÓRIO. SUFICIÊNCIA. PALAVRA DA VÍTIMA. RELEVÂNCIA. I. Dum exame da prova coligida, constata-se realmente que houve violência e grave ameaça por parte do apelante para atingir seu intento, pois se não fosse a utilização da faca para impor efetivamente resistência a vítima, o delito não teria sido consumado facilmente, não podendo se cogitar em desclassificação para o furto, até porque a vítima teve lesões contundentes. II. Nos casos de crimes deste jaez, cometido geralmente às ocultas, sem testemunhas presenciais, a palavra da vítima deve ser bastante valorada em relação à versão do apelante, máxime quando aquela é coerente com os demais elementos de convicção existentes nos autos. A versão da vítima corroborada com as provas testemunhais colhidas em juízo tem valor probatório, devendo ser levada em consideração como elemento fixador da autoria do crime perpetrado. III Apelo conhecido, mas improvido. IV Unânime.

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(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0004.7705-0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 25.02.2004, pg. 66) Ementa: PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIME. ASSALTO A MÃO FORTEMENTE ARMADA. ARMA NÃO APREENDIDA. PALAVRA DA VÍTIMA É O BASTANTE. I- Nos crimes contra o patrimônio a palavra da vítima prepondera para apontar a identidade do autor. Assim, o fato da arma não ter sido encontrada não nulifica o assalto qualificado, em face dos depoimentos das vítimas, que foram constrangidas a entregar seus pertences, conforme a remansosa jurisprudência nacional, notadamente a do Superior Tribunal de Justiça, vejamos, verbis: ROUBO EMPREGO DE ARMA DE FOGO APREENSÃO DE ARMA DISPENSABILIDADE Penal. Roubo. Emprego de arma de fogo. Apreensão. Inexistência. Caracterização de causa especial de aumento. Caracterização de causa especial de aumento, § 2º, I, do art. 157 do CP é dispensável a apreensão da arma de fogo, se existem elementos outros, aptos a comprovar a efetiva utilização daquele instrumento. Precedentes desta Corte. Ordem denegada. (STJ-HC13.983 Rel. Min. Fernando Gonçalves DJ de 20-11-2000). II- Apelo improvido Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0013.9185-3, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 25.02.2004, pg. 65) Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. PRELIMINAR. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. ROUBO QUALIFICADO PELA LESÃO CORPORAL GRAVE. CONFIGURAÇÃO. AUTORIA COMPROVADA. PENA. APLICAÇÃO CORRETA. DECISÃO MANTIDA. I O indeferimento do pleito não implica cerceamento de defesa, tanto mais quando, na instrução do processo, cabe ao magistrado evitar expedientes procrastinatórios. O momento oportuno da apresentação do rol de testemunhas é na defesa prévia, não constituindo cerceamento de defesa a sua não apresentação, até mesmo porque sua apresentação é facultativa. Rejeição da preliminar. II Apesar da negativa do réu da autoria da prática delitiva, foi devidamente reconhecido pela testemunha presencial, a qual afirmou categoricamente que no dia do fato criminoso presenciou e reconheceu o apelante com arma em punho. A absolvição do apelante é inteiramente descabida, ante o conjunto probatório dos autos, o qual dá conta da prática criminosa cometida pelo apelante.

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III A pena aplicada observou as circunstâncias do art. 59, as quais lhe eram desfavoráveis e que foram devidamente fundamentadas. IV Apelo conhecido, mas improvido. V Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0003.2495-4/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 18)

Tribunal do Júri Ementa: CONSTITUCIONAL TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DO JÚRI APELAÇÃO CRIME INSURGÊNCIA CONTRA QUALIFICADORA DA TORPEZA VISíVEL ATO DE VINGANÇA ADESÃO ENTRE O CRIME PERPETRADO E A QUALIFICADORA SOB REFUTE CONCESSÃO DE OFíCIO DE HABEAS CORPUS PARA MODIFICAR O REGIME DE CUMPRIMENTO DA PENA DE INTEGRALMENTE PARA INICIALMENTE FECHADO. I- O conjunto probatório arrecadado pelo Juiz Primário dá conta de que o crime foi perpetrado por vingança, porquanto a vítima, meses antes, havia homicidado a um irmão do apelante. II- Certo é que os motivos que levaram o Conselho de Sentença a acolher a qualificadora da torpeza encontram segurança na prova dos autos. Sob o tema, qualificadora do motivo torpe, trago à colação arestos de um dos nossos principais Tribunais Pátrios, verbis: “A vingança, o ódio reprimido, que levam o agente à pratica do crime, configuram o motivo torpe a que alude o art. 121, § 2º do CP (TJSP Rel. Weiss de Andrade). “Torpe, como salientava Hungria, é o motivo abjeto, ignóbil, repugnante, que imprime ao crime um caráter de extrema vileza ou imoralidade. É aquele que, segundo o mesmo insigne saudoso penalista mais vivamente ofende a moralidade média ou o sentimento éticosocial comum” (TJSP-Rel.Silva Leme RJTJSP-22/449). III- Apelo improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.0100-9, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.05.2004, pg. 32) Ementa: RECURSO APELATÓRIO - CRIME DE HOMICÍDIO - TRIBUNAL DO JÚRI RÉUS CONDENADOS DIFERENTEMENTE PELA PRÁTICA DE UM MESMO ATO - DEFEITO NA QUESITAÇÃO QUE FAVORECEU A UM DELES, PROPICIANDO FOSSE O DELITO A ELE IMPUTADO

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DESCLASSIFICADO PARA HOMICÍDIO SIMPLES, AINDA QUE SE TENHA ADMITIDO A OCORRÊNCIA DE CO-AUTORIA NA HIPÓTESE NENHUM RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO QUE VENHA PERMITIR SEJA REVISTO O JULGAMENTO NESSE TOCANTE APELO ÚNICO DO RÉU QUE FOI PUNIDO MAIS SEVERAMENTE - DECISÃO, EM RELAÇÃO A ESTE, QUE NÃO ESTÁ A MERECER REPROCHE PENA DEVIDAMENTE APLICADA TOMA-SE CONHECIMENTO, PORÉM, NEGANDO O PROVIMENTO DESEJADO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0014.3694-6, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 32) Ementa: CONSTITUCIONAL PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS 1) AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA IMPETRANTE QUE NÃO JUNTA QUALQUER DOCUMENTO CAPAZ DE COMPROVAR O ALEGADO APRECIAÇÃO INVIABILIZADA ORDEM DENEGADA 2) TRIBUNAL DO JURI CONDENAÇÃO APELAÇÃO EM LIBERDADE IMPOSSIBILIDADE NO CASO 3) PRIMARIEDADE E BONS ANTECEDENTES FATORES QUE NÃO AFASTAM A POSSIBILIDADE DE PRISÃO PREVENTIVA INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0007.3015-2, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 23.03.2004, pg. 13) Ementa: RECURSO DE APELAÇÃO - CRIME DE HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO - FUTILIDADE E SURPRESA DESCLASSIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO CULPOSO - REJEIÇÃO PELO CONSELHO DE SENTENÇA - DECISÃO QUE SE APÓIA NA PROVA DOS AUTOS - NENHUMA RAZÃO PARA SE ANULAR O JULGAMENTO - SOBERANIA DO TRIBUNAL DO JÚRI PARA OPTAR PELA VERSÃO QUE LHE PARECER MAIS VEROSSÍMIL - RECURSO IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0013.9002-4, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 32) Ementa: TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DO JÚRI APELAÇÃO CRIME JULGAMENTO MANIFESTAMENTE CONTRARIO À PROVA DOS AUTOS RÉU QUE, ANTES DO CRIME, ARMADO DE REVÓLVER, ANUNCIA PUBLICAMENTE QUE VAI TIRAR A VIDA DA VÍTIMA,

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NÃO PODENDO SER BENEFICIADO COM ABSOLVIÇÃO SOB A CAPA DA NEGATIVA DE AUTORIA. I - Com efeito, ao responder por expressiva maioria negativamente ao quesito de nº 02, que indagava se as lesões foram produzidas pelo réu, contrariou o Conselho de Sentença inteiramente a prova dos autos, eis que os indícios da autoria do crime, em nenhum momento dos autos foram ilididos, mercê da abastança das provas, todas no sentido de atribuir o crime à pessoa do apelado. II - Isto posto, estando a prova dos autos nestes termos, iniludível se mostra que o Sexto Tribunal do Júri de origem deste apelo claudicou ao proferir o veredicto recorrido, apartando-se da verdade real apurada para acolher versão sem respaldo nos fatos relatados no processo, inquinando assim o julgamento da invalidação a que alude o art. 593, § 3º, do CPP. III - Apelo provido, Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0005.7996-9, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 19) Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. JÚRI. DECISÃO MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA ÀS PROVAS DOS AUTOS. INOCORRÊNCIA. QUALIFICADORA DA FUTILIDADE. INEXISTÊNCIA. DECISÃO MANTIDA. I A conduta inesperada do apelante em desferir vários tiros de revólver em direção a um grupo de adolescentes, sem ser efetivamente ameaçado, caracteriza-se induvidosamente a qualificadora da surpresa. É que para a configuração da surpresa ou recurso que torne difícil ou impossível a defesa do ofendido, necessário é, além do procedimento inesperado, que não haja razão para a espera ou, pelo menos, suspeita de agressão. Assim sendo, a conduta criminosa do apelante sequer foi motivo de suspeita em relação ao grupo de jovens que estava a sair da escola, pois era comum a entrada de pessoas com o intuito de freqüentar a quadra esportiva. II A conduta do réu em desferir vários tiros de revólver num grupo de adolescentes que se encontravam no interior de uma escola, suspeitando, mesmo que equivocadamente, que eles seriam assaltantes ou vândalos, ou seja, motivo este aparentemente frívolo ou irrelevante, dadas as circunstâncias, tornam-se suficientes para ele ser levado à prática do crime. III Confrontando-se a decisão dos jurados e a prova coligida, o corpo de jurados decidiu de forma correta, não sendo tal decisão manifestamente contrária às provas dos autos. IV Apelos conhecidos, mas improvidos. V Unânime.

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(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0001.2498-8, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 18) Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - JÚRI 1) ARGÜIÇÃO DE NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA QUESITO RELATIVO À QUALIFICADORA QUE SE CONSIDERA REDIGIDO EM DESACORDO COM O CONTIDO NA REFERIDA SENTENÇA - TRAIÇÃO, CONFORME RECONHECIDO NA SENTENÇA DE PRONÚNCIA IRREGULARIDADE SANADA AUSÊNCIA DE PREJUÍZO A DEFESA PRINCÍPIO PÁS DE NULLITÉ SANS GRIEF QUESITOS QUALIFICADORA INSERIDA NÃO CONSTANTE NA PRONÚNCIA INEXISTÊNCIA NULIDADES AFASTADAS - APLICAÇÃO DA PENA BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL INEXISTÊNCIA DE CIRCUNSTÂNCIAS QUE PODERIAM AUTORIZÁ-LO RECONHECIMENTO NA SENTENÇA DE QUE O CRIME FOI UM FATO ISOLADO NA VIDA DO ACUSADO, EIS QUE NÃO HÁ REGISTRO DE QUE SEJA PORTADOR DE MAUS ANTECEDENTES - PENA EXACERBADA E MERECEDORA DE REPARO RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.1366-5, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 05.02.2004, pg. 20)

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ÍNDICE POR RELATOR

Des. Ademar Mendes Bezerra

Ação Rescisória ................................................................................................. 27 Adoção ............................................................................................................... 37 Agravo de Instrumento ................................................................................... 38 Agravo Regimental .......................................................................................... 41 Alimentos............................................................................................... 44, 46, 52 Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 260 Competência...................................................................................................... 72 Concurso Público............................................................................................ 184 Conexão.............................................................................................................. 75 Controle de Constitucionalidade ......................................................... 188, 190 Embargos de Declaração ................................................................................. 90 Embargos de Terceiro ...................................................................................... 93 Execução ............................................................................................................ 97 Falência e Concordata.................................................................................... 102 Isonomia........................................................................................................... 206 Mandado de Segurança ................................................................................. 210 Multas de Trânsito.......................................................................................... 211 Organização Judiciária .................................................................................. 137 Promoção de Policiais Militares ................................................................... 223 Reintegração de Posse.................................................................................... 147 Separação de Corpos...................................................................................... 167 Servidores Públicos ................................................................................ 241, 250 Taxa de Iluminação Pública .......................................................................... 268

Des. Antônio Olímpio Castelo Branco

Ação Cautelar.................................................................................................... 21 Direito de Visita ................................................................................................ 83 Embargos de Declaração ........................................................................... 89, 91 FGTS ................................................................................................................. 204 Multas de Trânsito.......................................................................................... 211 Responsabilidade Civil .................................................................................. 151 Responsabilidade Civil da Administração Pública ................................... 229 Servidores Públicos ........................................................................ 241, 243, 245

Des. Edmilson da Cruz Neves

Ação Monitória ........................................................................................... 24, 25 Ação Reivindicatória........................................................................................ 25 Acidente de Trabalho....................................................................................... 35 Alienação Fiduciária .................................................................................. 42, 43

Índice por Relator

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Alimentos .......................................................................................................... 49 Arrendamento Mercantil................................................................................. 56 Assistência Judiciária................................................................................. 63, 65 Busca e Apreensão ........................................................................................... 66 Cerceamento do Direito de Defesa .............................................................. 182 Compra e Venda............................................................................................... 74 Concurso Público ................................................................................... 185, 186 Consignação em pagamento........................................................................... 76 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 193 Danos Morais .............................................................................................. 78, 81 Desconsideração da Personalidade Jurídica ................................................ 83 Embargos de Terceiro ...................................................................................... 93 Exceção de Pré-Executividade........................................................................ 95 Execução ............................................................................................................ 97 Execução Fiscal ....................................................................................... 100, 101 Falência e Concordata.................................................................................... 101 Formação, Suspensão e Extinção do Processo ........................................... 104 Guarda de Menores........................................................................................ 106 Honorários Advocatícios .............................................................. 107, 108, 109 Interdição......................................................................................................... 113 Interdito Proibitório ....................................................................................... 115 Investigação de Paternidade......................................................... 119, 121, 123 Juros e Correção Monetária .................................................................. 125, 126 Legislativo Municipal .................................................................................... 207 Litigância de Má-fé......................................................................................... 127 Locação..................................................................................................... 128, 130 Mandado de Segurança................................................................................. 210 Poder de Polícia .............................................................................................. 213 Prestação de Contas ....................................................................................... 139 Previdência Complementar .................................................................. 218, 219 Regime Jurídico .............................................................................................. 224 Regimento Interno do TJCE.......................................................................... 144 Responsabilidade Civil.......................................................................... 150, 155 Responsabilidade Civil da Administração Pública................................... 228 Seguros............................................................................................................. 164 Separação Judicial e Divórcio ............................................................... 168, 170 Servidores Públicos ........................................................................ 235, 250, 253 Sigilo Bancário e Fiscal .................................................................................. 257 Títulos de Crédito................................................................................... 173, 175

Des. Ernani Barreira Porto

Alimentos .................................................................................................... 51, 53 Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 259

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Compra e Venda............................................................................................... 74 Direito Adquirido........................................................................................... 200 Investigação de Paternidade......................................................................... 118 Juros e Correção Monetária .......................................................................... 126 Pedido e Causa de Pedir................................................................................ 137 Poder de Polícia .............................................................................................. 216 Promoção de Policiais Militares ................................................................... 224 Responsabilidade Civil .......................................................................... 153, 157 Responsabilidade Civil da Administração Pública ................... 225, 227, 228 Seguros............................................................................................................. 162 Separação Judicial e Divórcio ............................................................... 168, 171 Servidores Públicos ........................................................................ 235, 244, 249

Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha

Ação Penal ....................................................................................................... 269 Citação................................................................................................................ 69 Controle de Constitucionalidade ......................................................... 189, 197 Crimes de Trânsito ................................................................................. 272, 273 Denúncia .................................................................................................. 274, 276 Desaforamento................................................................................................ 279 Entorpecentes.................................................................................................. 279 Excesso de Prazo..................................................................................... 287, 291 Habeas Corpus................................................................................................ 294 Prisão Decorrente de Sentença Recorrível .................................................. 299 Prisão Preventiva............................................................................................ 300 Pronúncia......................................................................................................... 305 Revisão Criminal ............................................................................................ 314 Roubo ............................................................................................................... 314

Des. Francisco Hugo Alencar Furtado

Ação Cautelar.................................................................................................... 20 Ação Civil Pública ............................................................................................ 22 Acidente de Trabalho................................................................................. 34, 36 Alimentos........................................................................................................... 50 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 197 Crédito Rural..................................................................................................... 77 Danos Morais .............................................................................................. 79, 82 Embargos à Execução....................................................................................... 88 Embargos de Terceiro ...................................................................................... 93 Exceção de Pré-Executividade........................................................................ 94 Execução ............................................................................................................ 98 Incorporação Imobiliária ............................................................................... 111

Índice por Relator

327

Investigação de Paternidade......................................................................... 122 Mandado de Segurança................................................................................. 210 Multas de Trânsito ......................................................................................... 212 Princípio da Excepcionalidade..................................................................... 140 Processo Administrativo ............................................................................... 220 Promoção de Policiais Militares ................................................................... 223 Prova ................................................................................................................ 141 Repetição de Indébito ............................................................................ 148, 149 Responsabilidade Civil.......................................................................... 158, 160 Salário Mínimo ............................................................................................... 232 Seguros..................................................................................................... 163, 166 Servidores Públicos ................................................................................ 239, 251

Des. João Byron de Figueiredo Frota

Atentado Violento ao Pudor......................................................................... 270 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 192 Desaforamento................................................................................................ 278 Direito de Apelar em Liberdade .................................................................. 277 Entorpecentes.......................................................................................... 282, 284 Estupro............................................................................................................. 285 Excesso de Prazo..................................................................................... 288, 290 Fiança ............................................................................................................... 293 Pedido de Relaxamento de Prisão ............................................................... 297 Prisão em Flagrante........................................................................................ 299 Prisão Preventiva.................................................................................... 301, 303 Pronúncia......................................................................................... 307, 308, 309 Queixa-Crime.................................................................................................. 310 Revisão Criminal ............................................................................................ 312 Roubo ............................................................................................................... 315 Servidores Públicos ........................................................................................ 246

Des. José Arísio Lopes da Costa

Ação Anulatória................................................................................................ 20 Ação Cautelar.................................................................................................... 20 Ação Revisional de Cláusulas Contratuais........................... 29, 30, 31, 32, 33 Acidente de Trabalho....................................................................................... 34 Agravo de Instrumento ....................................................................... 37, 39, 40 Alimentos .............................................................................................. 48, 50, 51 Alvará Judicial .................................................................................................. 53 Ampla Defesa e Contraditório ..................................................................... 181 Apelação ............................................................................................................ 55 Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 259

Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

328

Arrendamento Mercantil................................................................................. 57 Busca e Apreensão............................................................................................ 67 Citação................................................................................................................ 68 Coisa Julgada..................................................................................................... 71 Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI .................................................. 183 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 196 Duplo Grau de Jurisdição.......................................................................... 85, 86 Estágio Probatório .......................................................................................... 203 Exceção de Impedimento ................................................................................ 94 Execução ............................................................................................................ 98 Execução Fiscal ................................................................................. 99, 100, 101 Formação, Suspensão e Extinção do Processo ........................................... 104 Fundamentação das Decisões Judiciais....................................................... 205 Honorários Advocatícios............................................................................... 109 ICMS................................................................................................................. 265 Identidade Física do juiz ............................................................................... 110 Incorporação Imobiliária ............................................................................... 112 Interdição......................................................................................... 113, 114, 115 Interdito Proibitório ....................................................................................... 115 IPTU.................................................................................................................. 266 Julgamento Antecipado da Lide .................................................................. 124 Licenciamento de Veículo ............................................................................. 207 Litigância de Má-fé......................................................................................... 127 Locação..................................................................................... 129, 130, 132, 133 Mandado de Segurança ................................................................................. 209 Poder de Polícia .............................................................................................. 216 Prazos ............................................................................................................... 138 Prestação de Contas ....................................................................................... 139 Previdência Complementar .......................................................................... 219 Processo Administrativo ............................................................................... 221 Promoção de Policiais Militares ................................................................... 224 Regimento Interno do TJCE.......................................................................... 144 Registros Públicos........................................................................................... 145 Repetição de Indébito .................................................................................... 148 Responsabilidade Civil .......................................................... 156, 158, 159, 161 Responsabilidade Civil da Administração Pública ................... 229, 230, 231 Revelia .............................................................................................................. 162 Seguros..................................................................................................... 163, 164 Sentença ........................................................................................................... 167 Separação Judicial e Divórcio ....................................................................... 169 Servidores Públicos ................................................................................ 234, 256 Título Executivo...................................................................................... 176, 177 Títulos de Crédito................................................................................... 172, 174 Tribunais de Contas ....................................................................................... 258

Índice por Relator

329

Usucapião ................................................................................................ 178, 179 Des. José Cláudio Nogueira Carneiro

Ação Cautelar.................................................................................................... 22 Ação Rescisória........................................................................................... 27, 28 Ação Revisional de Cláusulas Contratuais................................................... 32 Agravo de Instrumento ................................................................................... 39 Alienação Fiduciária ........................................................................................ 43 Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 260 Arrendamento Mercantil........................................................................... 58, 59 Arresto................................................................................................................ 63 Casamento ......................................................................................................... 67 Cerceamento do Direito de Defesa .............................................................. 182 Citação................................................................................................................ 70 Compromisso de Compra e venda................................................................ 75 Concurso Público ........................................................................................... 184 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 191 Danos Morais .............................................................................................. 78, 82 Desapropriação............................................................................................... 202 Distrato Social ................................................................................................... 84 Doação................................................................................................................ 84 Embargos à Execução ................................................................................ 86, 87 Exceção de Pré-Executividade........................................................................ 95 Execução Fiscal ................................................................................................. 99 Falência e Concordata.................................................................................... 102 Formação, Suspensão e Extinção do Processo ........................................... 105 Fundamentação das Decisões Judiciais....................................................... 205 Guarda de Menores........................................................................................ 105 Imposto de Renda .......................................................................................... 265 Incorporação Imobiliária ....................................................................... 111, 113 Interdição......................................................................................................... 114 Intimação ......................................................................................................... 116 Investigação de Paternidade......................................................................... 123 Legislativo Municipal .................................................................................... 206 Locação............................................................................................................. 128 Nunciação de Obra Nova.............................................................................. 136 Prazos ............................................................................................................... 138 Prestação de Contas ....................................................................................... 139 Princípio da Excepcionalidade..................................................................... 140 Promoção de Policiais Militares ................................................................... 222 Reconvenção.................................................................................................... 143 Registros Públicos .......................................................................................... 144 Responsabilidade Civil da Administração Pública................................... 227

Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

330

Seguros............................................................................................................. 164 Separação Judicial e Divórcio ....................................................... 169, 170, 171 Servidores Públicos ........................................................................ 236, 241, 252 Sigilo Bancário e Fiscal................................................................................... 257 Usucapião ........................................................................................................ 179

Des. José Eduardo Machado de Almeida

Atentado Violento ao Pudor ......................................................................... 270 Concurso Material de Crimes....................................................................... 271 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 196 Crimes de Trânsito ................................................................................. 272, 273 Direito de Apelar em Liberdade .................................................................. 277 Entorpecentes.......................................................................... 280, 281, 282, 283 Estupro ..................................................................................................... 285, 286 Excesso de Prazo............................................................................................. 289 Fixação da Pena .............................................................................................. 293 Furto ................................................................................................................. 294 ICMS................................................................................................................. 264 Infrações de Menor Potencial Ofensivo ...................................................... 295 Nulidades ........................................................................................................ 296 Prescrição................................................................................................. 297, 298 Prisão Preventiva............................................................................................ 302 Pronúncia................................................................................................. 307, 309 Revisão Criminal .................................................................................... 311, 313 Roubo ............................................................................................... 315, 316, 317 Servidores Públicos ........................................................................................ 246 Tribunal do Júri....................................................................................... 317, 319

Des. José Maria de Melo

Adoção ............................................................................................................... 37 Alimentos..................................................................................................... 47, 48 Alvará Judicial .................................................................................................. 53 Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 259 Arrendamento Mercantil................................................................................. 57 Assistência Judiciária ....................................................................................... 64 Cerceamento do Direito de Defesa .............................................................. 181 Competência................................................................................................ 72, 73 Consumidor....................................................................................................... 76 Danos Morais .................................................................................................... 79 Direito Adquirido........................................................................................... 199 Embargos à Execução................................................................................. 87, 88 Embargos de Declaração ........................................................................... 89, 91

Índice por Relator

331

Formação, Suspensão e Extinção do Processo ................................... 103, 104 Guarda de Menores........................................................................................ 106 Investigação de Paternidade......................................................................... 119 IPTU.................................................................................................................. 266 Juizados Especiais Cíveis .............................................................................. 124 Juros e Correção Monetária .......................................................................... 126 Locação............................................................................................. 129, 132, 133 Mandado de Segurança......................................................................... 208, 209 Nulidades ........................................................................................................ 136 Poder de Polícia .............................................................................................. 215 Registros Públicos .......................................................................................... 145 Responsabilidade Civil.................................................................. 150, 151, 152 Seguros............................................................................................................. 165 Servidores Públicos ........................................................................ 234, 238, 254 Título Executivo.............................................................................................. 176

Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra

Agravo de Instrumento ................................................................................... 39 Casamento ......................................................................................................... 67 Competência ..................................................................................................... 71 Danos Morais .................................................................................................... 81 Desapropriação............................................................................................... 201 Embargos de Declaração ................................................................................. 90 Exceção de Suspeição....................................................................................... 96 Execução ............................................................................................................ 97 Guarda de Menores........................................................................................ 106 Organização Judiciária .................................................................................. 137 Poder de Polícia .............................................................................................. 215 Processo Administrativo ............................................................................... 220 Servidores Públicos ........................................................ 233, 236, 243, 251, 255

Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido

Concurso Público ........................................................................................... 185 Controle de Constitucionalidade ......................................................... 191, 194 Denúncia.................................................................................................. 274, 275 Direito Adquirido........................................................................................... 198 Entorpecentes.......................................................................................... 281, 283 Excesso de Prazo............................................................................. 287, 289, 290 Excludente de Ilicitude.................................................................................. 292 Infrações de Menor Potencial Ofensivo ...................................................... 295 Inimputabilidade Penal ................................................................................. 295 Mandado de Segurança................................................................................. 209

Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

332

Prisão Preventiva............................................................................................ 303 Pronúncia......................................................................................... 306, 307, 310

Des. Pedro Regnoberto Duarte

Controle de Constitucionalidade ................................................................. 198 Desaforamento................................................................................................ 278 Direito Adquirido........................................................................................... 199 Estupro ..................................................................................................... 284, 286 Falso Testemunho........................................................................................... 292 Pronúncia......................................................................................................... 305 Revisão Criminal ............................................................................................ 312 Servidores Públicos ................................................................................ 246, 250

Des. Rômulo Moreira de Deus

Ação Monitória ................................................................................................. 25 Ação Revisional de Cláusulas Contratuais................................................... 33 Acidente de Trabalho....................................................................................... 35 Alimentos........................................................................................................... 45 Apelação ............................................................................................................ 55 Arrendamento Mercantil................................................................................. 61 Desapropriação............................................................................................... 201 Direito Adquirido........................................................................................... 200 Falência e Concordata.................................................................................... 102 Guarda de Menores........................................................................................ 106 Inventário e Partilha....................................................................................... 117 Investigação de Paternidade................................................................. 118, 120 Locação..................................................................................................... 132, 134 Poder de Polícia .............................................................................................. 216 Representação Processual ............................................................................. 149 Salário Mínimo................................................................................................ 231 Servidores Públicos ........................................ 232, 233, 236, 240, 243, 247, 251

Desa. Gizela Nunes da Costa

Ação Cautelar.................................................................................................... 21 Ação Civil Pública ...................................................................................... 23, 24 Ação Reivindicatória........................................................................................ 26 Ação Revisional de Cláusulas Contratuais................................................... 30 Acidente de Trabalho....................................................................................... 36 Agravo de Instrumento ............................................................................. 40, 41 Alienação Fiduciária .................................................................................. 42, 43 Alimentos........................................................................................................... 52 Antecipação de Tutela ..................................................................................... 54

Índice por Relator

333

Arrendamento Mercantil......................................................... 57, 58, 60, 61, 62 Busca e Apreensão ........................................................................................... 66 Caução................................................................................................................ 68 Cerceamento do Direito de Defesa ...................................................... 182, 183 Citação.......................................................................................................... 69, 70 Compensação de Créditos Tributários........................................................ 261 Concurso Público ................................................................................... 186, 187 Consumidor ...................................................................................................... 77 Danos Morais .............................................................................................. 79, 80 Desapropriação............................................................................................... 202 Embargos à Execução ...................................................................................... 88 Embargos de Declaração ........................................................................... 91, 92 Ensino Superior .............................................................................................. 203 Estágio Probatório .......................................................................................... 204 Exceção de Pré-Executividade........................................................................ 94 Execução Fiscal ................................................................................................. 99 Formação, Suspensão e Extinção do Processo ................................... 103, 104 Fundamentação das Decisões judiciais ....................................................... 204 Fundamentação das Decisões Judiciais....................................................... 206 Habeas Corpus Preventivo ........................................................................... 107 Honorários Advocatícios ...................................................................... 108, 110 ICMS......................................................................................................... 261, 262 Intimação Pessoal ........................................................................................... 116 Inversão do Ônus da Prova .......................................................................... 118 investigação de Paternidade......................................................................... 120 Investigação de Paternidade......................................................................... 119 Juizados Especiais Cíveis .............................................................................. 123 Julgamento Antecipado da Lide .................................................................. 124 Juros e Correção Monetária .......................................................................... 127 Licitação ........................................................................................................... 208 Locação............................................................................................................. 131 Mandado de Segurança................................................................................. 211 Medida Cautelar............................................................................................. 135 Multas de Trânsito ......................................................................................... 213 Poder de Polícia ...................................................................................... 213, 214 Prescrição nas Ações Contra a Administração Pública ............................ 217 Previdência Complementar .......................................................................... 218 Processo Administrativo ............................................................................... 221 Promoção de Policiais Militares ................................................................... 223 Reclamação Trabalhista................................................................................. 142 Registros Públicos .......................................................................................... 146 Reintegração de Posse ................................................................... 146, 147, 148 Responsabilidade Civil.......................................... 153, 154, 157, 159, 161, 162 Responsabilidade Civil da Administração Pública................................... 230

Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

334

Seguros..................................................................................................... 165, 166 Separação Judicial e Divórcio ....................................................................... 171 Servidores Públicos ........................ 234, 238, 240, 242, 244, 248, 249, 252, 254 Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada ............................. 172 Títulos de Crédito........................................................................... 173, 174, 175 Usucapião ........................................................................................................ 178

Desa. Huguette Braquehais

Agravo Regimental .......................................................................................... 42 Atentado Violento ao Pudor ......................................................................... 270 Concurso Público............................................................................................ 187 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 193 Denúncia .......................................................................................................... 275 Embargos de Declaração ................................................................................. 92 Entorpecentes.......................................................................... 279, 280, 282, 284 Inquérito Policial ............................................................................................ 296 Prescrição................................................................................................. 298, 299 Pronúncia................................................................................................. 306, 308 Queixa-Crime.................................................................................................. 310 Revisão Criminal ............................................................................................ 312 Servidores Públicos ................................................................................ 242, 247 Tribunal do Júri....................................................................................... 318, 320

Desa. Maria Apolline Viana de Freitas

Crimes Ambientais......................................................................................... 271 Desaforamento................................................................................................ 278 Excesso de Prazo............................................................................................. 290 Prisão Preventiva............................................................................................ 301 Pronúncia......................................................................................................... 305 Servidores Públicos ........................................................................................ 239 Tribunais de Contas ....................................................................................... 258 Tribunal do Júri............................................................................................... 318

Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão

Ação Anulatória................................................................................................ 19 Ação Monitória ................................................................................................. 24 Ação Reivindicatória........................................................................................ 27 Ação Revisional de Cláusulas Contratuais................................................... 29 Agravo de Instrumento ................................................................................... 38 Alimentos............................................................................................... 45, 46, 47 Apelação ............................................................................................................ 55 Arrendamento Mercantil........................................................................... 60, 62

Índice por Relator

335

Assistência Judiciária....................................................................................... 64 Busca e Apreensão ........................................................................................... 65 Competência ..................................................................................................... 73 Condições da Ação........................................................................................... 75 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 192 Embargos de Declaração ................................................................................. 92 Execução ............................................................................................................ 98 Falência e Concordata.................................................................................... 103 Inventário e Partilha....................................................................................... 117 Investigação de Paternidade......................................................................... 122 IPTU.................................................................................................................. 267 ISS ..................................................................................................................... 268 Manutenção de Posse .................................................................................... 135 Prova ................................................................................................................ 142 Responsabilidade Civil.................................................................. 150, 152, 155 Responsabilidade Civil da Administração Pública........................... 225, 228 Seguros............................................................................................................. 166 Separação Judicial e Divórcio ....................................................................... 168 Servidores Públicos ................................................................ 236, 237, 240, 255 Usucapião ........................................................................................................ 177

Desa. Mariza Magalhães Pinheiro

Controle de Constitucionalidade ......................................................... 189, 194 Denúncia.......................................................................................................... 276 Excesso de Prazo............................................................................. 288, 290, 291 Habeas Corpus................................................................................................ 294 Prisão em Flagrante........................................................................................ 300 Prisão Preventiva............................................................................ 301, 302, 304 Prisão Temporária .......................................................................................... 304 Progressão de Regime.................................................................................... 304

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336