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EMF - Cap. 6 - ANÁLISE ECONÓMICA da ESTRUTURA FINANCEIRA e BANCOS MA 1 Cap.6 ANÁLISE ECONÓMICA DA ESTRUTURA FINANCEIRA e BANCOS Margarida Abreu EMF - ISEG 2 ANALISE ECONOMICA DA ESTRUTURA FINANCEIRA Evidências sobre a estrutura financeira (M., c.8; C. c.11) 1. Acções não são a principal forma de financiamento das empresas 2. Acções e Obrigações tomadas em conjunto constituem (na maioria dos países) menos de metade do financiamento externo das empresas 3. Financiamento indirecto é mais importante do que o financiamento directo 4. Bancos são a principal fonte de financiamento externo

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MA 1

Cap.6

ANÁLISE ECONÓMICA DA ESTRUTURA FINANCEIRA e BANCOS

Margarida Abreu EMF - ISEG 2

ANALISE ECONOMICA DA ESTRUTURA FINANCEIRA

Evidências sobre a estrutura financeira (M., c.8; C. c.11)

1. Acções não são a principal forma de financiamento

das empresas

2. Acções e Obrigações tomadas em conjunto

constituem (na maioria dos países) menos de metade

do financiamento externo das empresas

3. Financiamento indirecto é mais importante do que o

financiamento directo

4. Bancos são a principal fonte de financiamento

externo

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MA 2

Margarida Abreu EMF - ISEG 3

5. O sector financeiro é o mais regulamentado

6. Só as grandes empresas conseguem aceder ao

mercado de títulos

7. Os colaterais são fundamentais como garantia de

dívida

8. Os contratos associados a títulos da dívida são

complexos e restritivos para o mutuário

Evidências sobre a estrutura financeira

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MA 3

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Funções dos Intermediários Financeiros (C. c.11)

1. Agregam poupanças: Aceitam pequenas poupanças de um

vasto numero de pequenos aforradores e emprestam montantes

importantes aos mutuários.

2. Fornecem serviços de guarda de valores e de contabilidade:

Guardam valores e fornecem informação contabilística, o que

ajuda os aforradores no seu controlo de despesas e receitas.

3. Fornecem liquidez: Permitem aos depositantes

transformarem os seus activos em moeda, de forma facil e

rápida e a um baixo custo.

11-6

Funções dos Intermediários Financeiros

4. Permitem diversificar o risco: oferecem mesmo aos

pequenos investidores a oportunidade de diversificar o risco

dos seus investimentos.

5. Fornecem informação: Recolhem e processam muita

informação financeira.

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MA 4

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Vantagens dos Intermediários Financeiros

Custos de Transacção

Custos de transacção são um obstáculo ao fluxo de fundos dos mutuantes para os mutuários

Como é que os Intermediários Financeiros reduzem custos de transacção? Realizam lucros reduzindo os custos

1. Tiram partido das economias de escalaEx: Fundos de Investimento (Mutual Funds)

2. Desenvolvem expertise para baixar os custos de transacçãoExplica evidência 3 (Importância do Fin. Indirecto)

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Informação Assimétrica:

Selecção Adversa e Risco Moral (M. c.8)

Selecção Adversa:

1. Ocorre antes da transacção

2. Mutuantes não conseguem distinguir os bons riscos de crédito dos maus riscos de crédito; desencoraja a participação no mercado financeiro

Risco Moral:

1. Ocorre depois da transacção

2. Mutuantes não têm a certeza de que os mutuários vão aplicar os fundos da forma que prometeram; mutuários podem assumir um risco excessivo, tornando mais improvável o cumprimento do serviço da dívida

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Selecção Adversa e Estrutura Financeira

Problema dos limões no mercado financeiro

1. Se não for possível diferenciar os bons dos maus activos financeiros, o potencial comprador só está disposto a pagar o valor médio entre os bons e os maus activos

2. Resultado: Bons títulos estão sub-avaliados e as empresas não os emitem; maus títulos estão sobre apreciados e são emitidos imensos.

3. Investidores não querem comprar maus activos financeiros, o mercado não funciona bem.

Explica Evidência empírica 1 e 2. (Acções e obrigações)

Mas também 6 (grandes empresas e mercado de títulos): Empresas grandes, menos informação assimétrica para as empresas conhecidas, problema dos limões com dimensão reduzida

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Factores que podem minorar o

problema de Selecção Adversa

1. Produção e venda de informação privada

Problema do passageiro borlista (Free-rider) (Explica 1 e 2, importância das acções e obrigações)

2. Regulamentação Governamental para aumentar a informação

(Explica Evid. empírica 5, regulamentação)

3. Intermediação Financeira

Soluções análogas ás encontradas no mercado de carros usados

Evita o problema do free ryder concedendo empréstimos privados

(Explica Evid. Emp. 3, 4 e 6 financiamento indirecto / bancos/ grandes empresas)

4. Colateral e Capitais próprios (Net Worth)

Explica Evid. Emp. 7 (colaterais)

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MA 6

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Risco Moral e Títulos de participação

Problema Principal-Agente

1. Resulta da separação da propriedade detida pelos accionistas (principais) do controlo detido pelos gestores (agentes)

2. Gestores actuam no seu próprio interesse e não dos accionistas

Solução do problema

1. Auditoria (Monitoring): produção constante de informação (explica 1, acções)

2. Regulamentação governamental (explica 5, regulamentação)

3. Intermediação Financeira (explica 3, finan.indirecto)

4. Contratos de dívida (explica 1, acções)

Margarida Abreu EMF - ISEG 12

Risco moral e Títulos da dívida

Risco moral: mutuário tem incentivo em actividades com muito risco

Solução do problema:1. Capitais próprios2. Acompanhamento (Monitoring) e reforço das

cláusulas restritivas nos contratos (explica 8, contratos)

3. Intermediação financeira (explica 3 e 4, financ. Indirecto/bancos)Bancos e outros intermediários tem interesse especial no acompanhamento da actividade do mutuário

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MA 7

Margarida Abreu EMF - ISEG 13

Inovação Financeira e volatilidade das

taxas de juro (M,c.10 )

Inovação resulta da procuraconstante de lucro

1.Respostas a alterações da Procura

Maioria das alterações resultou do forte aumentoda volatilidade das taxas de juro a partir dos anos 60

Exemplos: Empréstimos a taxas variáveis; Derivados Financeiros

Margarida Abreu EMF - ISEG 14

Inovação Financeira e o

desenvolvimento tecnológico

2.Respostas a alterações da Oferta

Importantes alterações resultaram da tecnologia dos computadores

1. Mais fácil obter informação

2. Custos de transacção mais baixos

Exemplos:

1. Cartões de crédito e de débito bancário

2. Facilidades bancárias electrónicas (ATM, banca virtual)

3. Junk bonds

4. Mercado do papel comercial

5. Titularização (Securization)

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MA 8

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Inovações Financeiras e Regulamentação

3. Respostas a alterações de Regulamentação

1. Reservas Obrigatórias

imposto sobre os depósitos = i r

2. Taxas de juro passivas administradas

Com i , IF para evitar reservas obrigatórias e taxas

administradas

Exemplos de IF

i. Fundos do mercado monetário

ii. Expansão dos empréstimos em áreas de maior risco: crédito à habitação

iii. Expansão das actividades fora de balanço

Resultado: novos problemas de regulação

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Crises Financeiras (M, c.9; C, c.14)

Definição

Forte perturbação no(s) mercado(s) financeiro(s), provocando forte diminuição do preço dos activos e a falência de numerosas empresas financeiras e não financeiras

Tipos de crises:

sistémicas e não sistémicas

bancárias, cambiais, gémeas.

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Crises Financeiras

Factores Determinantes/Associados

1. Fracos fundamentais das economias

2. Forte subida das taxas de juro/Elevada volatilidade

3. Aumento da incerteza

4. Instabilidade no mercado de títulos: Efeito do mercado accionista nos capitais próprios

5. Pânico bancário

6. Desequilíbrios fiscais

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Crises bancárias no mundo

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Custo das crises bancáriasS:M.,c.8

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Custodas crises bancáriasS:C.,c.14

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MA 11

Regulamentação do sistema

financeiro (C.,c.14)

Existem 3 razões que justificam a intervenção do governo no sistema financeiro:

1. Proteger os pequenos investidores individuais

2. Proteger os clientes dos bancos contra uma exploração monopolista

3. Assegurar a estabilidade do sistema financeiro

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Regulamentação bancária (C. c.14)

1. Garantia Publica de Protecção (Government Safety Net) a. Financiamento publico em ultima instância (Lender of last resort)

b. O Fundo de Garantia de Depósitos

Evita a falência de bancos em situações de pânico (devido ao aumento da informação assimétrica, i e. quando os depositantes deixam de conseguir diferenciar os bons dos maus bancos)

Risco moral: Cria incentivos aos bancos para aceitarem muito risco

Selecção adversa: actividade bancária torna-se mais atractiva para empresários menos honestos ou mais amantes do risco

Too-Big-to-Fail aumenta os incentivos de risco moral para os grandes bancos

Protege os mutuantes

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MA 12

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2. Restrições sobre a detenção de activos

Reduz o risco moral de se investir com excesso de risco

3. Regulamentação sobre capitais próprios

Racio de Alavancagem (Leverage ratio)

Ex: Dívida sobre Capitais Próprios (Debt-to-equity ratio)

Redução da alavancagem, reduz risco moral: bancos têm mais a perder quando têm elevados cap. próprios

Mais cap. próprios significa mais colateral para o fundo de garantia depósitos

4. Supervisão bancária

Reduz selecção adversa e Reduz risco moral, evitando actividades de risco

Regulamentação bancária

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5. Novas tendências: Avaliação da gestão e do risco

Sistema CAMELS (CAMELS Rating System)

Um sistema internacional de classificação de bancosatravés do qual as IFM são avaliadas de acordo com 6 critérios:

C - Capital adequacy

A - Asset quality

M - Management quality

E - Earnings

L - Liquidity

S - Sensitivity to Market Risk

Regulamentação bancária

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MA 13

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6. Exigências de prestação de informação

Melhor informação reduz problemas de informação assimétrica

7. Protecção ao consumidor

Taxas de juro standard (TAEG)

Evitar a discriminação

8. Restrições á competitividade para reduzir o risco

Restrições a sectores de actividade

Separação dos bancos dos mercados títulos negociáveis nos EUA (Glass-Steagall 1933-99)

Regulação bancária internacional: Basileia II

Regulamentação bancária