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O objetivo central da reflexão durante este ano será detectar e aprofundar sobre as causas reais dos problemas que afetam a juven- tude na região e incorporar nas polí- ticas públicas e na sociedade o tema da juventude como uma questão fundamental das agendas nacionais e regionais. O importante será con- citar um acordo entre os diferentes atores sociais para criar políticas públicas de médio e longo prazo. O peso quantitativo dos Jovens na região, mais de um terço da população na Ibero-América e sua importância qualitativa, já que são o maior agente de mudança potencial, geraram a necessidade de que a região reflita e elabore propostas sobre o tema. Para abordá-lo é pre- ciso aceitar a especificidade da temática e sua incidência para o presente e o futuro da região, tendo em conta a necessidade de realizar uma análises desagregada, no marco do cenário econômico e social global da região. Passa para a página 2 A Cúpula aposta na juventude Para a XVIII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, acordou-se que o tema central será Juventude e Desenvolvimento, como eixo da reflexão e análise das atividades que se realizam no marco da Conferência Ibero-Americana neste ano 2008. União Européia - América Latina Pág. 3 El Salvador assume a Secretaria Pró-Tempore Pág. 4 A inversão estrangeira direta na Ibero-América Pág. 7 Informe da Cooperação Ibero-Americana Pág. 8 Primeiro Encontro Ibero-Americano de Festivais de Artes Cênicas Pág. 14 NESTE NÚMERO Fevereiro de 2008 XVIII Cúpula Ibero-Americana: Os Jovens e o Desenvolvimento na Ibero-América. El Salvador 2008 www.segib.org IBERO AMÉRICA Boletim da Secretaria-Geral Ibero-Americana EmMarcha om o repasso da Secretaria Pró- Tempore ao país sede da próxima Cúpula Ibero-Americana, El Salvador, inicia- mos formalmente o ciclo anual ibero-america- no. Durante este novo exercício contaremos com as convocatórias próprias da Conferência Ibero-Americana, reuniões de Coordenadores Nacionais e de Responsáveis da Cooperação, Ministeriais Setoriais e de Chanceleres e com outros encontros e atividades vinculados com o diálogo político, a cooperação e o desenvol- vimento. A próxima Cúpula, a décima oitava, que terá lugar no Ano Ibero-Americano da Não- Discriminação, da Juventude e dos Museus, se centrará precisamente na temática "juventude e desenvolvimento". Ibero-América deve abordar com rigor e pragmatismo, desde os valores da liberdade, justiça, igualdade e soli- dariedade, os desafios que implicam no des- envolvimento de nossa juventude para garan- tir um futuro promissório à nossas sociedades. A ocasião dos Bicentenários das independên- cias ibero-americanas e a perspectiva de aju- dar a formar a "geração do Bicentenário", a geração mais preparada de nossa história, contribuirão a motivar-nos ainda mais nessa tarefa. Ao mesmo tempo, durante este ano continua- remos trabalhando também nos vários pro- gramas, projetos e iniciativas da Cooperação Ibero-Americana, de acordo com os manda- tos das Cúpulas. Desejo fazer uma menção muito especial ao próximo país anfitrião, a República de El Salvador que, com generosidade e eficácia, já começou a preparar nossa máxima reunião anual. País de uma enorme riqueza e diversi- dade cultural, exemplo de tantos desafios ibe- ro-americanos; graças a tal hospitalidade será a terceira vez que os máximos mandatários da Comunidade Ibero-Americana de Nações se reúnam na América Central. C Nosso ciclo anual

EmMarcha A Cúpula aposta na - segib.org · Vem da página 1 Otema constituirá o eixo central da Cúpula e será tratado em cada uma das Reuniões Ministeriais Setoriais da Conferência

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Oobjetivo central da reflexãodurante este ano será detectar e

aprofundar sobre as causas reaisdos problemas que afetam a juven-tude na região e incorporar nas polí-ticas públicas e na sociedade o temada juventude como uma questãofundamental das agendas nacionaise regionais. O importante será con-citar um acordo entre os diferentesatores sociais para criar políticaspúblicas de médio e longo prazo.

Opeso quantitativo dos Jovens naregião, mais de um terço da

população na Ibero-América e suaimportância qualitativa, já que são omaior agente de mudança potencial,geraram a necessidade de que aregião reflita e elabore propostassobre o tema. Para abordá-lo é pre-ciso aceitar a especificidade datemática e sua incidência para opresente e o futuro da região, tendo

em conta a necessidade de realizaruma análises desagregada, nomarco do cenário econômico e socialglobal da região.

Passa para a página 2

A Cúpula aposta najuventude

Para a XVIII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo,acordou-se que o tema central será Juventude e Desenvolvimento, comoeixo da reflexão e análise das atividades que se realizam no marco daConferência Ibero-Americana neste ano 2008.

União Européia - América Latina Pág. 3

El Salvador assume a Secretaria Pró-Tempore Pág. 4

A inversão estrangeira direta na Ibero-América Pág. 7

Informe da Cooperação Ibero-Americana Pág. 8

Primeiro Encontro Ibero-Americano deFestivais de Artes Cênicas Pág. 14

NESTE NÚMERO

Fevereiro de 2008

XVIII Cúpula Ibero-Americana: Os Jovens e o Desenvolvimento na Ibero-América. El Salvador 2008

www.segib.org

IBEROAMÉRICA

Boletim da Secretaria-Geral Ibero-Americana

EmMarcha

om o repasso da Secretaria Pró-Tempore ao país sede da próxima

Cúpula Ibero-Americana, El Salvador, inicia-mos formalmente o ciclo anual ibero-america-no. Durante este novo exercício contaremoscom as convocatórias próprias da ConferênciaIbero-Americana, reuniões de CoordenadoresNacionais e de Responsáveis da Cooperação,Ministeriais Setoriais e de Chanceleres e comoutros encontros e atividades vinculados como diálogo político, a cooperação e o desenvol-vimento.

A próxima Cúpula, a décima oitava, que terálugar no Ano Ibero-Americano da Não-Discriminação, da Juventude e dos Museus, secentrará precisamente na temática "juventudee desenvolvimento". Ibero-América deveabordar com rigor e pragmatismo, desde osvalores da liberdade, justiça, igualdade e soli-dariedade, os desafios que implicam no des-envolvimento de nossa juventude para garan-tir um futuro promissório à nossas sociedades.A ocasião dos Bicentenários das independên-cias ibero-americanas e a perspectiva de aju-dar a formar a "geração do Bicentenário", ageração mais preparada de nossa história,contribuirão a motivar-nos ainda mais nessatarefa.

Ao mesmo tempo, durante este ano continua-remos trabalhando também nos vários pro-gramas, projetos e iniciativas da CooperaçãoIbero-Americana, de acordo com os manda-tos das Cúpulas.

Desejo fazer uma menção muito especial aopróximo país anfitrião, a República de ElSalvador que, com generosidade e eficácia, jácomeçou a preparar nossa máxima reuniãoanual. País de uma enorme riqueza e diversi-dade cultural, exemplo de tantos desafios ibe-ro-americanos; graças a tal hospitalidade seráa terceira vez que os máximos mandatários daComunidade Ibero-Americana de Nações sereúnam na América Central.

CNosso ciclo anual

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Vem da página 1

Otema constituirá o eixo central daCúpula e será tratado em cada uma

das Reuniões Ministeriais Setoriais daConferência Ibero-Americana, assim comonos Encontros Cívico, Empresarial, deGovernos Locais e de Parlamentários.

Com o objetivo de diversificar e apro-fundar a análise, a Secretaria-Geral

Ibero-Americana SEGIB, a OrganizaçãoIbero-Americana da Juventude OIJ e aSecretaria Pró-Tempore de El Salvadoracordaram realizar três Seminários espe-cíficos que abordem o tema e que propor-cionarão elementos para incluir no debategovernamental que fundamenta aDeclaração da XVIII Cúpula e que ajudema alcançar consensos sobre ações concre-tas a realizar na região.

Para isso se é planteado a realização detrês Seminários: o primeiro denomina-

do "Juventude e Desenvolvimento" se efe-tuará nos dias 1 e 2 de abril, em ElSalvador, posteriormente se celebrará umSeminário na Espanha e o terceiro naArgentina.

Nesses eventos se abordará o tema dosjovens e sua vinculação ao desenvol-

vimento desde distintas perspectivas. Odebate e a reflexão girarão entorno daspolíticas de emancipação dos jovens,abordando-as desde a Educação, oEmprego e as Tecnologias da Informaçãoe a Comunicação. Outro aspecto será o daParticipação Juvenil, analisando para issoo Associacionismo Juvenil e Voluntariado,a cultura de paz e prevenção de violênciae a cultura, esporte, ócio e recriação comoelementos de integração social. EstaráPresente a diversidade e as tendênciasjuvenis, num olhar desde o gênero, aetnia e a migração; a saúde e o empresa-riado juvenil serão temas incorporadostambém à reflexão.

Para estes Seminários se convocarão asautoridades governamentais dos 22

países da região, as redes de organizaçõ-

es juvenis da Ibero-América, e os organis-mos internacionais e especialistas sobre otema.

IBERO-AMERICA Em Marcha Fevereiro de 2008

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Um ano para a juventude e o desenvolvimento

XVIII Cúpula Ibero-Americana: os Jovens e o Desenvolvimento na Ibero-América

Maria ElisaBerenguerSecretaria AdjuntaIbero-americana

Com a transmissão da Secretaria Pró-Tempore a El Salvador, adentramos for-

malmente um novo ano da Conferência Ibero-Americana. Todas as reuniões e atividadesque se estão programando deverão, por umlado, refletir os mandatos da XVII Cúpula e,por outro, voltar-se para a XVIII, em torno dotema "Juventude e Desenvolvimento".

Em que pese à continuidade do proces-so, ao longo destes 17 anos, há que

reconhecer que cada ano da Conferência,cada Cúpula tem características próprias,um certo sabor que lhe é conferido pelopaís sede e também pelo momento históri-co.

Salamanca, em 2005, constituiu um pontode inflexão, com a entrada em funciona-

mento da Secretaria-Geral Ibero-Americana.Montevidéu, no ano seguinte, marcou umtento com o compromisso assumido, no maisalto nível, em torno das migrações. E no anopassado, em Santiago, o tratamento do temacoesão social, traduzido para a linguagem

ibero-americana, em muito se beneficiou daexperiência chilena. Isso para citar apenas astrês Cúpulas que contaram com a atuação daSEGIB.

Aescolha do tema central da XVIII Cúpulasem dúvida reflete o interesse especial

salvadorenho, compartilhado com entusias-mo pelos demais estados-membros que oadotaram. Vale notar que este "Ano Ibero-Americano da Juventude" coincide com oinício das comemorações dos bicentenários:em 2008 a da chegada da Corte Portuguesaao Brasil e a da Guerra de Independência daEspanha e os levantamentos de maio.Estamos, assim, diante da "geração dosbicentenários", à qual a Conferência dedica-rá seu melhor esforço, com a colaboraçãoda Organização Ibero-Americana daJuventude, inclusive nas áreas específicascobertas pelas Reuniões MinisteriaisSetoriais. Outro elemento que há, natural-mente, de marcar a XVIII Cúpula é o enfo-que na América Central, nas suas conquis-tas, desafios e sua inserção no contextoibero-americano. Já em 2009, a Reunião deChefes de Estado e de Governo será dooutro lado do Atlântico, em Portugal, sobre otema "Tecnologia e Inovação".

Os sabores distintos de cada Cúpula nãodeixam de refletir a diversidade ibero-ame-

ricana, nosso patrimônio e nossa riqueza.

O sabor das cúpulas

Ana María PortalesSub-Diretora da Divisãode Assuntos Sociais daSEGIB

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IBERO-AMERICA Em MarchaFevereiro de 2008

Actualidad SEGIB

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ARepública de El Salvador é um pequeno grande país no coraçãoda América Central. Seus 21.000 kms. quadrados oferecem um

mosaico de intensos contrastes naturais, onde as cadeias montanho-sas e vulcões olham ao Pacífico, gozando de um clima tropical suavee benigno. Tem entorno a sete milhões de habitantes e seus vizin-hos são Guatemala, Honduras e Nicarágua.

Acapital, San Salvador, foi fundada em 1525 no vale deQuezaltepeque e hoje em dia seu centro histórico é um patrimô-

nio rico em lugares e monumentos que sintetizam em boa medida ahistória da nação salvadorenha. A capital conta com mais de doismilhões de habitantes e é uma cidade moderna que apresenta umaatrativa mescla de edifícios de arquitetura colonial, republicana evanguardista.

As outras cidades importantes do país são Santa Ana, principal zonade cafezais da república; San Miguel, a mais notável cidade do

oriente e Sonsonate, na zona costeira, muito perto ao porto de Acajutla.

Com uma economia estável e em crescimento, uma democraciatransparente e um ambiente de baixo risco, El Salvador ganhou

a reputação de ser um bom lugar para os negócios, promovendosete setores principais: agroindústria, têxtil e confecção, manufactu-ra leve e eletrônica, centros de contato, turismo, centros de distri-buição e logística e calçado.

Seu grande patrimônio cultural e arqueológico, a beleza de suaspaisagens e praias, a boa infra-estrutura hoteleira e seu dinamis-

mo econômico fazem de El Salvador um paraíso a ser descoberto,onde sua gente acolhe ao visitante sorrindo e de braços abertos.

A República de El Salvador

Em cerimônia realizada no HotelSheraton Presidente de São

Salvador no dia 18 de janeiro, o Chiletransmitiu a El Salvador a SecretariaPro-Tempore da Conferência Ibero-Americana. Presidido pela Embaixa-dora Marisol Argueta de Barillas, recém-nomeada Chanceler da República sal-vadorenha, o ato contou com a presen-ça do Secretário-Geral Ibero-AmericanoEnrique Iglesias. O Chile foi represen-tado pelo Embaixador Carlos Portales,Coordenador Nacional Ibero-Americano e até então Secretário-Pro-Tempore, e Portugal - que sediará aXIX Cúpula - pelo EmbaixadorFrancisco Falcão Machado, Chefe deMissão no México e, cumulativamente,em El Salvador. Estiveram presentesmembros do governo anfitrião, chefesde missão de países ibero-americanose representantes de organismos inter-nacionais.

Na alocução que pronunciou imediata-mente antes da assinatura da Ata de

Transmissão, o Secretário-Geral Ibero-Americano ressaltou o privilégio de aConferência contar com uma Chancelercom larga experiência em temas afetos areuniões de cúpula, o que constituía exce-lente augúrio para o desenvolvimento dostrabalhos de preparação do encontro deChefes de Estado e de Governo em ElSalvador. Recordou, ainda, o desempenhoda Embaixadora Argueta de Barillas comoCoordenadora Nacional Ibero-Americana,bem como seu profundo conhecimento dostemas tratados no âmbito da Conferência.Ao mesmo tempo, felicitou o Vice-Ministrodo exterior de El Salvador, Eduardo Cálix,por sua nomeação como Secretário Pro-Tempore.

Paralelamente à cerimônia, realizaram-se diversas reuniões de trabalho para

definir o calendário e tratar da organização

das reuniões da XVIII Conferência, com aparticipação do Vice-Ministro Cálix, da novaCoordenadora Nacional, Ana GlóriaParedes, e do Secretário Executivo CésarEnrique Arévalo. Além do EmbaixadorPortales, o Chile enviou dois outros diplo-matas responsáveis pela organização daXVII Cúpula: o Embaixador Javier LuisEgaña, Secretário Executivo, e o MinistroChristian Rehren, encarregado da parteoperativa da SPT em 2007. Com a assis-tência do Embaixador Falcão Machado,completou-se a participação da Troika.Graças a esses encontros, pôde a SEGIB,representada pelo Secretário-Geral e pelaSecretária Adjunta Ibero-Americana, MariaElisa Berenguer, iniciar os preparativos dasatividades da Conferência Ibero-Americanaem 2008. Estes serão desenvolvidos apartir de missão da SEGIB, chefiada peloDiretor da Divisão da Conferência Ibero-Americana, Juan Ignacio Siles, entre 4 e 7de fevereiro.

El Salvador assume a Secretaria Pro-Tempore

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Atualidade SEGIB

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As relações entre a América Latina e aEuropa têm uma longa tradição, base-

ada em elementos históricos e culturais,complementaridades políticas, interesseseconômicos e considerações estratégicas.O elemento histórico tem uma herançacompartilhada como os nexos humanos,produto de movimentos migratórios inten-sos. O que deu como fruto uma comuni-dade cultural e de pensamento ondeambas regiões se reconhecem.

AUnião Européia continua estandomuito presente na América Latina. É o

primeiro inversor e doador nesta região eo segundo sócio comercial.

Nos últimos anos assistimos a umaconsolidação das relações entre as

duas regiões. A Comunicação daComissão Européia sobre América Latinade 2005, a exitosa Cúpula de Viena, o lan-çamento da nova programação de ajudada Comissão, a decisão de começar nego-ciações para um Acordo de Associaçãocom a América Central e a ComunidadeAndina, a criação da AssembléiaParlamentária EU-LA ou o aumento signi-

ficativo dos fundos do Banco Europeu deInversões para a América Latina, sãotodos elementos que permitem afirmarque o interesse e a presença da UniãoEuropéia na América Latina segue sendomuito significativa.

Desde o ponto de vista mais operacio-nal, ademais das já mencionadas

negociações para acordos de associação,cabe destacar que a Comissão pôs emmarcha seu novo programa de ajuda parao período de 2007-2013. Só tendo emcontaos fundos do novo Instrumento deCooperação ao Desenvolvimento, 2.690milhões de euros se destinarão integral-mente à América Latina.

As Cúpulas ALC-UE são hoje um ele-mento a destacar, já que estas permi-

tem criar sinergias entre os aparatosgovernamentais, ao realizar uma série detrabalhos preparatórios e negociações,bem como servem a ocupar-nos de temascomuns, entre ambas regiões.

Após a importante Cúpula de Viena, emmaio de 2006, é importante a prepara-

ção da Cúpula ALC-UE de 2008, que secelebrará em Lima. O processo dasCúpulas entre ambas regiões é importantepara aprofundar as relações independente-mente das mudanças de conjuntura, quepodem incidir em destacar certos temas,sem no entanto apagar o objetivo: cons-truir uma agenda euro latino americana.

Um dos desafios para a próxima Cúpulade maio de 2008 é que a América

Latina e o Caribe demonstrem sua capaci-dade de dar consenso a um discursocomum e um projeto integrador, frente àUnião Européia. E não esquecer que estarelação UE-LAC é uma relação efetiva ecom grandes potencialidades baseada emvalores comuns.

Neste contexto, cabe destacar novosmecanismos de vinculação institucio-

nais como é o Memorando de entendi-mento entre a Secretaria-Geral Ibero-Americana e a Comissão Européia e acriação do Parlamento Euro-LatinoAmericano. (EUROLAT), no qual somosobservadores.

América Latina e a UE se reunirão em Lima

A União Européiacontinua estando

muito presente naAmérica Latina. É oprimeiro inversor e

doador nesta regiãoe o segundo sócio

comercial

María Salvadora OrtizDiretora da Divisão deRelações Externas da SEGIB

Jornalistas europeus e americanos refletem em Burgos sobre a Ibero-AméricaMais de uma centena de destacados profissionais de gru-pos de comunicação da América Latina, entre eles os dire-tores das principais redes de comunicações, ademais denumerosos profissionais espanhóis e de outros paíseseuropeus, assim como o diretor de Comunicação daSEGIB, participaram em Burgos (Espanha) neste con-gresso com o título de "A sociedade da informação e asnovas tecnologias, união entre duas margens: Europa eAmérica". Se trata da primeira vez que a Espanha acol-heu uma cúpula destas características, cuja organizaçãoocorreu a cargo da agência de comunicação Prestomedia(que há um ano realiza análises prospectivas sobre aatualidade ibero-americana) e o jornalismo digitalDiariocrítico.com, que engloba outros nove diários digitaisna América Latina.

O Plenário do Congresso de Análises sobre a AméricaLatina aprovou no passado dia 30 de janeiro as conclu-

sões a que chegaram os dez painéis de trabalho constitu-ídos nesta cúpula latino-americana de imprensa depoisde três dias de estudo e debate. Estas conclusões se refe-rem aos fatos que, na opinião dos jornalistas participantes,podem ocorrer durante este ano sobre vários temas deinteresse para a Região.

O CONGRESSO APRESENTASUAS CONCLUSÕES:A Inversão Estrangeira Direta (IED) diminuirá até uns

10% no conjunto da América Latina.Atolerância oficial às FARC converterá a Venezuela em

uma plataforma do narcotráfico.A integração energética regional se vê muito distante."Não se considera que possa haver em Cuba um "tími-

do processo de reformas" durante este ano.AAmérica Latina como tal (fora do processo

imigratório) não terá um particular peso na dinâmica elei-toral dos EUA.

O Amazonas, verdadeiro pulmão do planeta e maiorreserva de água doce do mundo, está em risco de con-verter-se num deserto.

Os países latino-americanos reforçarão a busca denovos mercados para minimizar sua dependência da eco-nomia norte americana.

IBERO-AMERICA Em Marcha Fevereiro de 2008

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Atualidade SEGIB

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OS e c r e t á r i o - G e r a lIbe ro -Amer i cano,

Enrique V. Iglesias,inaugurou, junto aochanceler uruguaioReinaldo Gargano, emMontevidéu (Uruguai)o primeiro Centro deInformação da SEGIB.

Na cerimônia deabertura do novo

Centro, que teve lugarno passado dia 12 dedezembro, Iglesiasassinalou que a SEGIBtem planejado abrirvárias "antenas" naAmérica Latina "paraestar mais perto daspessoas e respaldar osdiferentes projetos decooperação e desenvol-vimento".

Junto com o Centrode Montevidéu, que

também dará coberturaà Argentina, Chile,Paraguai e Uruguai, aSecretaria-Geral Ibero-Americana tem plane-jado abrir proximamen-te outro centro noPanamá, seguido denovas inaugurações emBrasília e em Lima.

"Esta é a primeirainstalação da

SEGIB na AméricaLatina, algo que creio necessário pormuitos motivos, mas sobre tudo por-que é importante levar o trabalho daSecretaria mais perto dos países,mais perto das instituições, dos orga-nismos internacionais, dos meios decomunicação e das pessoas", afirmouo Secretário-Geral Ibero-Americano.

Também destacou que o novoCentro "conta com um excelente

diretor, como é Norberto Iannelli, quefoi Sub-Secretário das RelaçõesExteriores da República da Argentinae estou seguro que com sua expe-riência nesta região, com sua expe-riência em organismos internacionais

e de integração, especialmente osque têm sua sede em Montevidéu, vaiser um vínculo estupendo com estarealidade à que queremos servir".

No ato participaram, ademais, oVice-Presidente uruguaio, Rodolfo

Nin Novoa, os ministros uruguaios daEconomia e Finanças, Danilo Astori eda Saúde Pública, María Julia Muñoz,assim como o ex-presidente JorgeBatlle, embaixadores dos paísesibero-americanos; representantes deorganismos internacionais, dirigentesde Câmeras empresariais e represen-tantes dos meios de comunicaçãouruguaios e internacionais.

Um espaço ibero-americano

Por sua parte, o chanceler Garganodestacou a importância da abertu-

ra desta primeira oficina regional daSEGIB, no processo de criar um espa-ço ibero-americano integrado por 650milhões de pessoas que falam espan-hol e português, que deve incidir noeconômico e no político no mundo.

Gargano destacou que se trata deum espaço de unidade na diversi-

dade, "porque somos distintos, mastemos uma coisa em comum que é alíngua, instrumento formidável paraque a gente se entenda e comple-mente seus pensamentos".

Novo Centro de Informação da SEGIB no Uruguai

Da esquerda à direita: Magdalena Carriquiry (Consultora);Cecilia Gutiérrez (Secretária);

Norberto Iannelli (Diretor do Centro);Carlos Pauletti (Comunicação); Nicolás Sosa (Colaborador)

IBERO-AMERICA Em MarchaFevereiro de 2008

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A Presidente doChile, MichelleBachelet,durante suaintervenção noIII EncontroEmpresarial

Em sua passagem pela Espanha,última parada da sua gira euro-

péia, o Presidente eleito da Guate-mala, Álvaro Colom, visitou a sede daSEGIB em Madrid, onde se reuniucom o Secretário-Geral Ibero-Ameri-cano, Enrique V. Iglesias, e outrosfuncionários da instituição.

Colom, que tomou posse de seucargo no passado dia 14 de janei-

ro, analisou com Enrique V. Iglesiasos resultados da XVII Cúpula Ibero-Americana de Santiago do Chile e ex-pôs algumas das prioridades de seugoverno, assim como as perspectivasda XVIII Cúpula que terá lugar em ElSalvador com uma marcada vocaçãocentro-americana.

No encontro também participaram,pela SEGIB, a Secretária-Adjun-

ta, Maria Elisa Berenguer; o Secretá-rio para a Cooperação Ibero-Ameri-cana, Miguel Hakim; e o Diretor de

Gabinete, Fernando García Casas.Acompanhando ao Presidente eleitoda Guatemala estavam, entre outros,o embaixador guatemalteco em Es-panha, Roberto Gereda Taracena.

Atualidade SEGIB

Álvaro Colom visita a SEGIB

OSecretário- Geral Ibero-Americano realizou uma visita de cortesia ao presidente daCosta Rica, Óscar Arias. "Venho unicamente cumprimentar a meu amigo o presidente

Arias, pois estou fazendo escala em minha viagem pela região... Já estive na Guatemala eem El Salvador e estou de passagem para cumprimentar a um amigo", afirmou Iglesias.

Em Madrid, em janeiro, Enrique V. Iglesias teve também a oportunidade de debater como presidente do Peru, Alan García, durante a reunião organizada pela CEOE com motivo

da visita à Espanha do presidente peruano.

Também com ocasião de sua visita a Madrid, o Secretário se reuniu com o chancelerboliviano, David Choquehuanca, quem ofereceu uma conferência sobre "À busca do diá-

logo: Bolívia depois da nova Constituição"

Enrique V. Iglesias, em contato com distintos mandatários Ibero-Americanos

Na sede da Secretaria-Geral Ibero-Americana se celebrou, no passado dia 31de janeiro, uma reunião entre membrosdas instituições da SEGIB e da UniãoLatina, na qual participaram os Secretários-Gerais Enrique V. Iglesias e Benardino Osio.

A União Latina é uma organização interna-cional fundada em 1954 pelo Convênio deMadri que se encarrega de promover edifundir a herança cultural e as identidadesdo mundo latino.

No encontro, o Secretário- Geral Ibero-Americano e o Secretário-Geral da UniãoLatina acordaram impulsionar diversas ati-vidades no espaço Ibero-Americano, assimcomo continuar com a colaboração subscri-ta no Convênio Marco de ditas instituições.

Em sua intervenção, Iglesias destacouque, na distribuição de bens e serviçosque se está dando na região, a culturarepresentará umimpacto econô-mico positivo noespaço Ibero-Americano; des-tacou, também,a importância doidioma espanhole sua projeçãopara converter-se na segundalíngua domundo.

Na reunião, oDiretor de Gabi-nete da SEGIB, Fernando García Casas,apresentou um avanço do ColóquioInternacional da "Califórnia: Raízes, pre-sença e futuro da latinidade" que se levaráa cabo nos próximos dias 12 e 13 de Maiode 2008 em Madrid e na qual ambas insti-tuições convocaram a um destacado grupode participantes, entre eles autoridadesgovernamentais, diretores de organismosinternacionais, especialistas de reconhecidoprestígio e representantes de redes deorganizações da sociedade civil.

O Colóquio vai dirigido ao grande público, tem caráter informativo eabarcará desde os descobrimentos hispânicos, a chegada eimplantação dos outros latinos, a latinidade hoje na Califórnia, até ofuturo da latinidade em dito estado norte americano

A SEGIB e a UniãoLatina, de mãos

dadas na Califórnia

El presidente de Guatemala, Álvaro Colóm, conEnrique V. Iglesias en la sede de la SEGIB

Aspecto que ofe-recia a mesa dareunião mantidapor membros daConfederaçãoEspanhola deEmpresários,CEOE, com o pre-sidente peruanoAlan García.

IBERO-AMERICA Em Marcha Fevereiro de 2008

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Estas são algumas das conclusões dapublicação Espaços Ibero-Americanos2007, produzida conjuntamente pelaSEGIB e a CEPAL, com o apoio da AECID:

Na última década a Ibero-América per-deu participação como receptora de IEDnos fluxos mundiais.

Mais da metade dos ingressos se con-centraram no México e no Brasil.

Por outra parte, os países ibero-ameri-canos aumentam sua presença relativacomo inversores fora de suas fronteiras.Sistematicamente, a Espanha foi o inver-sor mais importante.

No período recente aumentaram asinversões diretas no exterior dos paísesda América Latina, principalmente daArgentina, Brasil, Chile e México. Em2006, o Brasil inverteu mais no exterior do

que recebeu como IED.

Historicamente, Estados Unidos forama fonte mais importante de IED para a

América Latina. Na última década aEspanha alcançou um papel de protago-nista, já que durante alguns anos foi aprincipal fonte de capital estrangeiro paravários países latino-americanos.

Se registra um incremento das inver-sões intra-regionais na América Latina,que duplicaram sua participação na IEDrecebida pela região. Este aumento é oresultado da expansão internacional deum seleto grupo de empresas latinoame-ricanas.

Na América Latina também se produziuuma mudança notável no destino geográficoda IED. Enquanto a Argentina e Brasil per-diam participação, o México, o Chile e aColômbia melhoravam sua posição relativa.

Na península ibérica se registra umintenso processo de inversões cruzadasentre Espanha e Portugal.

Por sua parte, as inversões diretas pro-cedentes da América Latina estão suma-mente concentradas em alguns países ese vinculam a determinadas grandestransações, principalmente nas indústriasbásicas (hidrocarboneto, mineração, side-rurgia e cimento). Em geral, estas gran-des inversões se destinam a países forada Ibero-América.

Na América Latina, cabe destacar as inver-sões das empresas "translatinas" no setor dosserviços de telecomunicações, banco e comér-cio minorista, e os bens de consumo massivo(bebidas e alimentos).

(Ver informe completo en www.segib.org)

Construindo a Comunidade

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2002 2003 2004 20062005

Chile Argentina Brasil México Venezuela

América Latina: inversão direta no exterior, por país de origem, 200-2006(Em milhões de milhões de dólares)

A inversão estrangeira direta na Ibero-América (IED)

Se registraramimportantes

mudanças de origem e destino

das inversões recebidas e

realizadas pelaIbero-América

Grande parte dasinversões da

América Latina no exterior se originam num

pequeno grupo de países

IBERO-AMERICA Em MarchaFevereiro de 2008

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Cristina XalmaInvestigadora da Secretaria deCooperação SEGIB

ASecretaria-General Ibero-Americanaacaba de publicar seu primeiro Informe

sobre a Cooperação na Ibero-América.Através deste informe, a SEGIB destaca asprincipais tendências que afetam à coopera-ção da região desde uma tripla perspectiva:a avaliação da Ajuda Oficial aoDesenvolvimento (AOD) mundial até os paí-ses receptores da Ibero-América; o estudoda AOD que estes mesmos países recebemdesde a Espanha, Portugal e Andorra; e aidentificação e caracterização da coopera-ção que os países em desenvolvimento rea-lizam entre si (a denominada CooperaçãoSul-Sul).

Dentro de cada um destes âmbitos, aSEGIB destaca, em primeiro lugar, o

estancamento da ajuda ao desenvolvi-mento destinada a Ibero-América. Nestesentido, durante o último qüinquênio(2001-2006), a cifra da AOD para a regiãose mantêm praticamente estável, umatendência que contrasta com o intenso

crescimento da AOD global destinada atodos os países em desenvolvimento, queaumentou a uma taxa anual de 16%. Oresultado é a perda da participação daIbero-América como receptora de AODmundial: desde um máximo de um 9%em 2001 até o minimo de 4,8% de 2006.

Entretanto, e em segundo lugar, a AjudaOficial ao Desenvolvimento espanhol

para a Ibero-América aumentou: desde os

365 milhões de dólares do ano 2002 atéos quase 660 milhões do ano 2006.

Assim, esta região se consolidou comoprincipal destino da cooperação espan-

hola. Em concreto, durante o ano 2006,Ibero-América absorveu 37,5% da AjudaOficial ao Desenvolvimento bilateral espan-hol, frente aos 22,5% da área mediterrâneae os 13% da África Subsaariana. Assimmesmo, a Espanha alcançou situar-se comosegundo grande doador bilateral para aregião (por cima do Japão e só ficando atrásdos Estados Unidos).

Em terceiro e último lugar, na Ibero-América se reproduziu um impulso à deno-minada Cooperação Sul-Sul: A CooperaçãoSul-Sul consiste em um intercâmbio deexperiências práticas ou de formação emáreas muito diversas (desde a saúde e aeducação até a prevenção de desastresnaturais ou a preservação do meio ambien-te). Exemplos práticos disso podem ser osseguintes:

As campanhas de alfabetização de Cubae o "Projeto Escolas" do Chile, implementa-dos, respectivamente, em outros 9 e 13 paí-ses ibero-americanos.

Os projetos de eletrificação rural execu-

tados pela Argentina e pelo México, demomento, na Guatemala, mas com amplia-ção prevista para outros países.

A "Operação Milagre" (campanha deintervenção cirúrgica à populações semrecursos com problemas de visão) que tantoem Cuba como na Venezuela se estenderama praticamente toda a região.

Cooperação e apoio no setor energético,Programa Petrocaribe impulsionado pelaVenezuela com vários países.

Projetos de modernização e fortaleci-mento institucional que realiza a Colômbiaem El Salvador, Equador e no Paraguai.

Finalmente a SEGIB destaca que dita coo-peração é fundamentalmente técnica. A

fórmula financeira mais estendida tende sera de compartilhar custos, mas isso sempreem função das possibilidades econômicasde cada participante. Os países ibero-ameri-canos valoram sua participação em ações eprojetos de Cooperação Sul-Sul de maneirasatisfatória.

Construindo a Comunidade

Informe da Cooperação na Ibero-América

8

Esta matriz recolhe, em colunas, os países que oferecem açõesde Cooperação Sul-Sul. Na fileira horizontal recolhe aos mesmospaíses quando são receptores de ações de Cooperação Sul-Sul.

Os quadros destacados no fundo amarelo indicam que entre opaís ofertante e o país demandante correspondentes a essa colu-

na e essa fila, se estabelece alguma ação de Cooperação Sul-Sul.

Fonte: SEGIB, a partir das declarações das Agencias deCooperação e/ou Ministérios das Relações Exteriores.

NicaráguaBolíviaBrasilColômbiaCubaEquadorEl SalvadorGuatemalaHondurasParaguaiPeruR. DominicanaArgentinaChileCosta RicaMéxicoPanamáUruguaiVenezuela

PRB

PRM-Baixa

PRM-Alta

Participação da Ibero-América como receptora da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento neta mundial. 2001-2006.Participação, em porcentagem.

0123456789

9,0

6,77,0

6,3

4,24,8

2001 2002 2003 2004 2005 2006

Oferentes

Ver informe completo en www.segib.org

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Construindo a Comunidade

Miguel Hakim SimónSecretário para a Cooperação Ibero-Americana da SEGIB

ASEGIB apresentou recentemente o primeiro Informesobre a Cooperação na Ibero-América. Ademais da função

de seguimento e apoio aos Programas Ibero-Americanosaprovados pelas sucessivas Cúpulas, que realizamos desde aSecretaria para a Cooperação da SEGIB, é importante quetambém desenvolvemos análises mais amplas sobre as ten-dências e os fluxos da cooperação para a nossa região comoos recolhidos neste estudo.

Para a preparação deste primeiro Informe, contamos cominformação do Comitê de Ajuda ao Desenvolvimento da

OCDE e muito especialmente com a que nos subministraram

boa parte das agencias e direções de cooperação internacio-nal dos países ibero-americanos.

Nestas páginas recolhemos as principais conclusões doInforme, tanto no referido à Ajuda Oficial ao

Desenvolvimento global que se dirige para a nossa região,com especial ênfases na dos países da Península Ibérica parao resto da Ibero-América, como o relacionado com a coope-ração sul-sul que os países da América Latina desenvolvementre si e que está cobrando uma intensidade e relevâncianestes últimos anos.

De fato, o Programa de Ação da XVII Cúpula Ibero-Americana do Chile encomenda à SEGIB que realize este

Informe anualmente e que o centre precisamente na coope-ração sul-sul, caracterizada pela proximidade e a horizontali-dade em suas apresentações. Assim o faremos durante 2008,ano no que prepararemos o segundo Informe como parte deuma série de iniciativas de reforço da cooperação sul-sul queos países Ibero-americanos querem impulsionar.

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Juan Alejandro KawabataAssessor em PolíticasPúblicas e FortalecimentoInstitucional da SEGIB

Os problemas em matéria de segurança dacidadania e o desenvolvimento de políti-

cas democráticas para abordá-los, se conver-teram numa questão prioritária da agendapública e política, nacional e internacional.

Aprópria noção de segurança constitui umteatro de debates no qual se dirimem

querelas conceituais e modos de intervençãopolítica com freqüências irreconciliáveis.Porisso é necessário recordar os elementos con-ceituais básicos que provém dos alicerces pró-prios do Estado de Direito e os princípios bási-cos da democracia como forma de governo,que inspiram uma determinada noção desegurança pública.

Desde essa perspectiva, a segurançacidadã é o marco que o Estado (prin-

cipal, ainda não exclusivamente) devegarantir aos cidadãos para o livre exercíciode seus direitos, preservando-os de inge-rências arbitrárias de outros cidadãos oude funcionários públicos; a segurança nãoé outra coisa que um estado social devigência dos direitos de cada um dos cida-dãos garantido pelo Estado.

Asituação nesta matéria na Ibero-América é particularmente preocu-

pante. De aí que a SEGIB iniciara o tra-balho neste campo, organizando juntocom a Universidade de Alcalá de Henares(através do CICODE) o "I Foro deSegurança Cidadã, Violência e PolíticasPúblicas" em junho de 2006; naquelaoportunidade pondo ênfase no tema"maras" à solicitação do Governo deHonduras.

Na Cúpula Ibero-Americana de Chefes deEstado e de Governo celebrada em

Santiago do Chile em novembro do ano pas-sado se incumbiu à SEGIB para que " … dêseguimento à linha de trabalho iniciadaentorno à segurança cidadã, a violência sociale as políticas públicas" reafirmando-se "… ocompromisso de continuar com o desenho eimplementação de políticas públicas demo-

cráticas para enfrentar a violência social".

Atentando-se às reuniões de trabalho reali-zadas com distintos interlocutores e às

conclusões emanadas do II Foro Ibero-Americano de Governos Locais celebrado emValparaiso, se está trabalhando junto com aAssembléia e a Prefeitura de Barcelona naorganização do "II Foro Ibero-Americanosobre Segurança Cidadã, Violência e Políticas

Públicas" que se celebra-rá no mês de julho nacidade de Barcelona.

As iniciativas emmatéria de descen-

tralização política vêmdando cada vez maisimportância ao âmbitolocal em numerosasmatérias. Entre elasestão as questões deri-vadas da segurançapública.

Daí que nesta opor-tunidade se centre

a reflexão entorno àproblemática desdesua abordagem local.

Sem dúvida esteevento permitirá,

com a colaboração dos expertos e da FLACSO,avançar na reflexão, no intercâmbio de expe-riências e em definitiva no fortalecimento daconstrução das políticas públicas democráticas,com o acento postona prevenção da violênciadesde uma perspectiva ampla que rompa aconcepção que restringe esta problemática àresposta judicial, policial e penitenciária.

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Construindo a ComunidadeII Foro Ibero-Americano sobre Segurança Cidadã,

Violência e Políticas Públicas

Em 2006, a Ibero-América recebeu 125milhões de turistas internacionais, 15%das 846 milhões de chegadas registradasno mundo, o que representa um cresci-mento de 3% com respeito a 2005.

Entre 1995 e 2000, o número de chega-das internacionais aos destinos ibero-americanos cresceu a uma taxa médiaanual de 5,3%. Durante o período com-preendido entre 2000 e 2006, a taxa decrescimento se reduziu até 2,5% anual,isto é, abaixo da taxa media mundial de3,6%. O crescimento das chegadas deturistas na Ibero-América não foi tãoforte e rápido como em outras regiõesemergentes, como Ásia e o Pacífico ouOriente Médio.

O ócio e as férias explicam o 70% do totalde chegadas de turistas internacionais aosdestinos ibero-Americanos, o que constitueuma porcentagem significativamente maiselevada que a média mundial, que é de51%.

Como ocorre na maioria dos destinos mun-diais, a principal fonte de turistas internacio-nais nos destinos da comunidadeibero-americana é o tráfico internacional eem particular, as chegadas de países vizi-nhos.

Os 22 países ibero-americanos foram emseu conjunto responsáveis por um gastoturístico por viagens internacionais de 45mil milhões de dólares em 2006 que repre-

A importância do Turismo na Ibero-América

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Natalia RoyoDireção de Planificação daCooperação da SEGIB

As coletividades afro-descendentes daAmérica Latina representam ao redor

da quinta parte total da população e são,junto com os povos indígenas, as maisexcluídas da região. Apresentam, emgeral, alguns dos piores indicadoressócio-econômicos e têm escasso reco-nhecimento e acesso às instâncias dedecisão.

ASEGIB, com o apoio da ComissãoEuropéia e a colaboração de vários

organismos internacionais entre os que sedestaca o PNUD, se encontra organizandoum seminário sobre "Populações Afro-descendentes na América Latina" que terálugar na cidade do Panamá nos dias 28 e29 de março.

Esta reunião constituirá a atividadecentral que a Secretaria-Geral levará

a cabo em cumprimento do mandatoacordado na XVII Cúpula Ibero-Americana, celebrada em Santiago do

Chile, na qual lhe encomenda "a realiza-ção de um compêndio de informaçãosobre a situação da população afro-des-cendente da Ibero-América, com o fimde apoiar a transversalização do tema naConferência Ibero-Americana e em suasiniciativas e programas de cooperação".

Assim mesmo, os Chefes de Estado e deGoverno da Comunidade Ibero-

Americana solicitaram nesta Cúpula quese assegurasse "a participação na vidapolítica dos países ibero-americanos depessoas indígenas e afro-descendentes,para incorporar e articular sua cosmovisãona definição das políticas públicas gerais".Políticas públicas que, até o momentoatual, não foram suficientes para garantiro acesso eqüitativo a oportunidades e ser-viços para este importante setor da popu-lação.

Neste seminário se espera contar com aparticipação de altos representantes

dos governos da região assim como deorganismos internacionais, organizaçõesde afro-descendentes e acadêmicos comampla experiência nesta matéria.

Os temas principais que se debaterãoserão o estado atual das estatísticas

da população afro-descendente, o graude cumprimento e reconhecimento efeti-vo de seus direitos civis, políticos, econô-micos, sociais e culturais e o nível atualde organização da sociedade civil afro-descendente. Se discutirá sobre estestemas com base a três estudos coorde-nados pela CEPAL. Assim mesmo, sedebaterá sobre a cooperação internacio-nal existente nesta área para favorecer ointercâmbio de experiências e boas práti-cas entre as comunidades afro-descen-dentes, os governos e os organismosinternacionais.

Aexclusão e as desfavoráveis condi-ções de vida destas comunidades

debilitam o potencial de crescimentoeconômico, social e político de nossospaíses e da região em geral. Através daaceitação da diversidade de nossaspopulações e da melhora das condi-ções de vida da população afro-des-cendente, será possível alcançar maio-res níveis de coesão social e consolidaro crescimento da região.

Este seminário pretende contribuirpara satisfazer as expectativas acor-

dadas na Cúpula de Santiago, servindoademais para articular uma importanterede com o objetivo de favorecer amanifestação dos interesses dos povosafro-descendentes através de uma sóvoz.

11

Construindo a ComunidadePopulações afro-descendentes na América Latina

senta 6% dos gastos mundiais.

Em 2006, os destinos ibero-ame-ricanos dispuseram de 3 milhõesde habitações em hotéis, o quecorresponde ao 15% do totalmundial.

Em 2005, os países ibero-ameri-canos geraram 101 milhões dedólares de ingressos pelo turismointernacional e transporte de pas-sageiros, o que representou um10% do total das exportações debens e serviços e o equivalenteao 3% do PIB da região.

Houve um saldo positivo de divi-sas de 49 mil milhões de dólarespor viagens e de 3 milhões portransporte de passageiros.

Ver informe completo, Turismo na Ibero-América, na web: www.segib.org

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OpiniãoAmérica Latina em tempos de balanço

Por Luis Alberto Morenoe Eduardo Lora

Odesempenho macroeconômico daAmérica Latina e o Caribe foi muito

positivo em 2007, apesar das perturba-ções financeiras nos Estados Unidos. Mas2008 colocará à prova a solidez das políti-cas em vários países. A situação fiscalcomeçou a deteriorar-se devido a que ogasto público está crescendo mais rápidoque os ingressos tributários. Em algunspaíses, os balanços da conta corrente sãojá deficitários. A redução recente do des-emprego foi muito modesta, sugerindolimitações estruturais nos mercados labo-rais. Os crescentes custos dos alimentos eda energia estão refletindo-se em maiorinflação em vários países.

Em 2007, a região cresceu ligeira-mente por cima do 5%, completan-

do quatro anos de rápido crescimento.Entre as grandes economias da região,Venezuela, Argentina, Peru e Colômbiativeram as taxas mais altas, por cimade 6%, a um 24%, devido ao cresci-mento, das remessas e os bons preçosdas exportações.

Acrise dos mercados financeiros nosEstados Unidos passou praticamente

despercebida nos países latino america-nos, em boa parte graças à suas políticasmacroeconômicas. Os balanços fiscais pri-mários na maioria dos países apresentamsuperávit; a região no seu conjunto temum balanço positivo na conta correntecom o resto do mundo. As quantiosasreservas acumuladas constituem umadefesa poderosa frente às perturbaçõesexternas, a inflação se mantém em níveismoderados na maioria dos países e arecuperação do crédito doméstico foiacompanhada por melhores práticas deprudência e de regulação.

Entretanto, há importantes vulnerabili-dades que requerem atenção imedia-

ta.

Em matéria de política fiscal, a principalvulnerabilidade é que as tendências de

crescimento do gasto público já superamas projeções de ingressos em vários paí-ses.

Em 2008, o balanço fiscal primáriopoderia passar a terreno negativo em

vários países. Os coeficientes do endivida-mento público continuaram descendendoem 2007, mas ainda superam os níveisalcançados para 1997, antes do últimoperíodo de recessão. Ademais, parte daredução observada nos coeficientes dadívida é produto da tendência à aprecia-ção das moedas latino americanas, quepoderia reverter-se no futuro.

Em relação com o setor externo, devereconhecer-se que os balanços positi-

vos da conta corrente e as quantiosasreservas de muitos países da região foramuma importante defesa frente às pertur-bações financeiras externas. Entretanto ,a posição da conta corrente está infladaem mais de 9% do PBI, pelos altos preçosdas exportações. Com os preços de 2002,apresentaria um déficit perto dos 5% doPBI em média, nos sete maiores países daregião.

Devido à apreciação das moedas, éjá evidente a tendência ao debilita-

mento da conta corrente na maioriados países. As nações centro america-nas, que se beneficiaram muito poucocom as melhoras nos termos de inter-câmbio, mas também a Colômbia e oUruguai, já têm déficits externos deconsideração.

Muitos governos reduziram seu endivi-damento externo e a posição de

reservas, dando luzes extremadamentesólidas em relação com os saldos da dívi-da. Entretanto, devido à massiva entradade capitais privados de curto prazo, resul-ta menos robusta com respeito à totalida-de dos passivos externos. Uma saída súbi-ta desses capitais geraria pressões demagnitudes nunca antes vistas sobre asreservas.

Em termos de inflação, o panorama nãoé totalmente favorável, apesar de uma

média regional de 5,3%. Segundo algunsanalistas, 2007 parece haver sido umponto de quebra no controle da inflaçãoem vários países.

As perspectivas da região para 2008são favoráveis, mas as incógnitas não

são nada desprezíveis. As projeções apon-tam a um crescimento entre um 4 e um4,5% inferior ao de 2007, devido aomenor crescimento dos Estados Unidos, àpossível moderação dos preços dos pro-dutos básicos que exporta a AméricaLatina e aos limites de capacidade produ-tiva de alguns setores chave em váriospaíses.

Os riscos macroeconômicos não pare-cem críticos, mas poderiam aumentar

brutalmente se combinam-se vários fato-res adversos. Um número crescente deanalistas considera possível que osEstados Unidos entre em recessão em2008. O FMI acumulou que seu efeitoseria uma redução de dois pontos percen-tuais na taxa de crescimento da região.Os riscos mais imprevísiveis, entretanto,são os associados aos mercados financei-ros internacionais. Ainda não se conheceo desenlace completo da crise hipotecáriae financeira dos Estados Unidos nem osefeitos que poderia ter sobre os mercadosda dívida e sobre os fluxos de capitais daseconomias latino americanas.

Luis Alberto Moreno é o presidente do BID.Eduardo Lora é assessor principal de Investigaçãona mesma entidade.Artigo publicado no diário La Nación de Buenos Airesno dia 31 de dezembro de 2008.

Os riscos macroeconômicos não

parecem críticos, mas poderiam

aumentar brutalmentese combinam-se

vários fatores adversos

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Para uma aliança de civilizações

"As Nações Unidas nomearão a primeira rede de embaixadores da Aliança"

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Opinião

Jorge TaianaMinistro das Relações Exteriores da República da Argentina

Há poucos anos o conhecido politólogo norte-americano Samuel Huntington acunhou a

expressão "choque de civilizações". Através delabuscava definir um fenômeno, segundo ele, omi-noso na cena internacional: a confrontação entreculturas, religiões e sociedades diferentes.

Fenômenos como os ataques às TorresGêmeas, a crescente militarização no Oriente

Médio, as crises no Iraque e Afeganistão, pare-ciam prestar a um marco consistente com a pre-missa de que o Ocidente e o mundo de fé islâmi-ca estariam condenados a enfrentar-se numabriga violenta. Foi dito então que as linhas divisó-rias entre culturas e civilizações seriam as frentesde batalha do futuro.

Muitas vozes, no plano político e também noacadêmico se alçaram contra esta visão

maniqueísta da realidade internacional. Até finsde 2005, o presidente de governo da EspanhaJosé Luis Rodríguez Zapatero e o primeiro minis-tro da Turquia Erdogan uniram seus esforços poruma iniciativa oportuna e imaginativa à que cha-maram Aliança das Civilizações (...) Apenasanunciada esta iniciativa (...) o presidente NéstorKirchner foi o primeiro Chefe de Estado emapoiá-la e hoje o governo de Cristina Fernándezde Kirchner continua assumindo este compromis-so firme (...).

OSecretário-Geral das Nações Unidas endos-sou também a iniciativa e nomeou ao Ex-

Presidente de Portugal Jorge Sampaio, seurepresentante especial para o tema. Um grupomultidisciplinário de personalidades eminentes detodas as regiões do mundo composto por filóso-fos, historiadores e especialistas prepararam umlongo Informe, no qual se definiram uma serie deações muito concretas que os países, as organi-zações internacionais e a sociedade civil podemadotar em quatro áreas prioritárias: a educação, a

juventude, as migrações e os meios de comuni-cação.

Confirmando o anúncio feito pela então sena-dora Cristina Kirchner em novembro de 2006

ao chefe de governo espanhol, destacaremosademais de modo formal a organização emBuenos Aires de um encontro regional em queprivilegiaremos a análise dos temas da Aliançadas Civilizações e sua relação com a temática damulher.

Escolhemos esta aproximação porque enten-demos que é importante ver de que modo os

desafios próprios da condição e igualdade damulher se vêm afetados pelos problemas de iso-lamento, marginalização e intolerância que seobservam entre culturas e religiões num sentidomais amplo. A reunião de Buenos Aires terá lugarnos primeiros meses deste ano.

Extraído do artigo publicado no Diário CLARIN de BuenosAires, no dia 15 de janeiro de 2008.

J. C. Sanz

Jorge Sampaio, Presidente de Portugal entre1996 e 2006 é, desde o ano passado, o Alto

Representante do Secretário-Geral da ONUpara a Aliança das Civilizações. Hoje anuncia-rá os compromissos dos 63 países que assiste-mao I Foro da iniciativa. "A alta participação derepresentantes de Governos e de organizaçõesinternacionais é o melhordado", antecipavaSampaio, de 68 anos, em Madrid. "Os Estadosvão responder às petições que lhes propomose vão concretizar seus compromissos nacio-nais dentro dos objetivos da Aliança dasCivilizações. Já vimos medidas concretas naprimeira jornada do Foro, como a proposta deQatar de criar um fundo para fomentar oemprego no mundo árabe", comenta.

Para Sampaio é importante que a Aliançadas Civilizações não se solape com os

organismos internacionais existentes. "Nãonascemos para fazer concorrência à nin-guém", precisou, e reconhece que a Aliançadeverá crescer em função das doações dosEstados e seus acordos com organismos efundações internacionais, como os já subscri-

tos com a Unesco e o Conselho de Europa.

"Por agora nossos meios são suficientespara manter nossa comunicação interna-

cional. Mas vamos crescer e necessitaremoscriar uma rede de focos em cada país. OSecretário-Geral da ONU vai nomear minhaproposta: uma rede de embaixadores daAliança", anuncia Sampaio, antes de pontuali-zar que a missão desses representantes será ade fazer propostas de trabalho e difundir osobjetivos da aliança, à escalas regionais."Como exemplo, na Nova Zelândia já se reali-zou uma conferência regional sobre como apli-car a Aliança das Civilizações no seu próprioâmbito. Temos que multiplicar este modelo emvárias regiões do mundo", aclara o alto repre-sentante.

Os objetivos do projeto da ONU, apadrinha-do pela Espanha e Turquia, se centram na

educação, na juventude, nas migrações e natoma de consciência dos meios de comunica-ção. "Queremos trabalhar com os meios e coo-perar no desenvolvimento dos objetivos funda-mentais da Aliança das Civilizações e potenciaro entendimento e a tolerância. Os meios de

comunicação devem jogar aqui um papel fun-damental", destaca o alto representante daONU.

Sampaio detalha também neste campo umdos programas que impulsiona, o chamado

Mecanismo de Resposta Mediática Rápida. Éum pool, uma equipe de professores, jornalis-tas, intelectuais preparados para atuar emsituações concretas em função dos princípiosda Aliança. Por exemplo, quando surjam casosde extremismo haverão expertos dispostos acontribuir com suas aportações".

Jorge Sampaio prefere olhar com otimismoseu projeto. "Começamos uma época de

consolidação, esta é a essência da reunião deMadri. A consolidação da idéia, da estrutura, seestá produzindo com êxito",destaca o ex-man-datário português. "Nem hoje mesmo confiava,há apenas três meses em que nos pudemosreunir agora tantos representantes neste Foro.O certo é que se continuamos à mesma veloci-dade de cruzeiro o futuro é prometedor".

Extraído do artigo publicado no Diário EL PAÍS de Madri,em janeiro de 2008

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1. O cenário atual estabelece desafios eoportunidades para empreender iniciati-vas coletivas a nossos festivais.

2. Com o fim de transformar estas opor-tunidades em resultados, se propõe acriação de uma instância de FestivaisIbero-Americanos de Artes CênicasAssociados, orientado a potenciar a coo-peração e o trabalho conjunto entre osfestivais membros e aqueles que proxi-mamente se integrem.

3. As áreas de trabalho desta instânciaserão: a) Formação, aprendizagem eintercâmbio das pessoas que organizamos Festivais; b) Gestão de novos proje-tos, em uma dupla perspectiva: criaçãoartística e captação de financiamento; c)Difusão, circulação e geração de circuitos

de Festivais e companhias; d)Desenvolver Alianças estratégicas comredes, instituições, fundações, etc. e e)Implementação de mecanismos e instru-mentos de informação entre os Festivaise ao interior de cada um dos países aosquais estes pertencem.

4. Neste ato se constituiu o ComitêExecutivo desta associação formado porun Festival representante de cada paíspresente:

"Festival Centro Americano de TeatroCriatividade sem Fronteira (El Salvador).

"Festival de Dança Independente100% Corpo e Mostra Internacional deTeatro de Lima (Peru).

"Festival do México Centro Histórico(México).

"Festival Internacional de Teatro de LaPaz (pela Paz no mundo - Bolívia).

"Festival Andino Internacional "Al Piedel Aconcagua" (Argentina).

"Mostra Latino-Americana de Teatro deGrupo (Brasil).

"Festival Ibero-Americano de Teatro deBogotá (Colômbia).

"Redes Equatorianas de FestivaisInternacionais de Artes Cênicas(Equador).

"Festival Internacional de TeatroSantiago a Mil (Chile).

"Teatro StageFest Latino International- Theater Festival of New York.5. A este Comitê Executivo convém des-envolver o Segundo Encontro Ibero-Americano de Festivais de Artes Cênicasem março do presente ano na Colômbia,no marco da realização do Festival Ibero-Americano de Teatro de Bogotá.

14

Cultura

Primeiro encontro Ibero-Americano de Festivais de Artes Cênicas

No programa de ação da XVII Cúpula de Santiago do Chile, se aprovou o "des-envolvimento de políticas públicas culturais que contribuam ao exercício da

cidadania e ao sentido de pertencer, através da defesa e promoção das identi-dades, da memória e do patrimônio cultural, em consonância com o plano deação da carta cultural ibero-americana, como um aporte decisivo à Coesão So-cial"

Por isso, no mês de dezembro passado a SEGIB, a OEI, o CAB, a AECI, o Mi-nistério da Cultura espanhol e o Instituto Inter universitário para a Comuni-

cação Cultural celebraram uma reunião na sede da SEGIB em Madri com o obje-tivo de acordar um programa conjunto de atuações e medidas para a execuçãodo Plano de Ação da Carta Cultural Ibero-Americana. Os organismos promotoresmanifestaram sua intenção de incorporar a outras instituições da região, tantopúblicas como privadas, através das atividades e medidas previstas.

Oprograma de atuações para o desenvolvimento da Carta compreende umconjunto de medidas, entre as que se prevê a celebração, ao longo do ano

de 2008, de cinco Foros sobre os principais âmbitos temáticos da Carta Cultural:criação; patrimônio cultural; cultura e educação; culturas tradicionais; e culturae desenvolvimento.

Plano de Ação da Carta Cultural Ibero-Americana

O Centro Cultural Alameda da capi-tal Chilena foi sede do encontro. ASEGIB participou ativamente ecomo resultado das mesas de tra-balho se subscreveu a Declaraçãode Santiago no dia 18 de janeiro de2008:

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O Conselho intergovernamental do pro-grama IBERCENA se reuniu em BuenosAires, Argentina, no dia 14 de dezembrode 2007.

Há que destacar a importância que reves-te a primeira Convocatória, na qual se dis-tribuíram um total de 1.095.060 de dóla-res. Com toda certeza estes recursos in-centivarão o desenvolvimento do teatro eda dança contemporânea de nossos paí-ses, o diálogo, o trabalho conjunto e amobilidade dos artistas ibero-americanos,cumprindo desta maneira os propósitosdo Programa.

A primeira Convocatória em suas diversasmodalidades, se fez pública a partir do dia1° de Junho do presente ano, destacandocomo prazo para a apresentação dos pro-

jetos, o dia 14 de Setembro (Circulação eFormação) e o dia 15 de Outubro (Co-pro-duções e Criação Dramatúrgica e Coreo-gráfica).

Os projetos recebidos corresponderam a:Circulação: 83, Co-produção: 50, Forma-ção: 20, Criação: 180. Nas reuniões cele-bradas em Valparaíso, Chile, do dia 29 ao31 de Outubro do ano 2007 e em BuenosAires, Argentina, do dia 12 ao 14 do mêsde janeiro de 2008, o Conselho Intergo-vernamental, apoiado pela Unidade Téc-nica do Programa, analisou com profundi-dade todas as propostas apresentadas edecidiu por consenso e unanimidade ou-torgar ajudas a 26 projetos de criação do-tados com 6.000 dólares, ademais dosprojetos detalhados nos quadros anexos.

Toda a informação na web: www.segib.org

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Cultura

Resultados da primeira convocatória IBERCENA

País Nombre Proyecto Países participantes ImporteArgentina Will & Sue Argentina-México 20.000

Decálogo 10 Argentina-México-Espanha-Bolívia 36.000 Todos los grandes gobiernos… Argentina-Espanha 15.000

Chile Entránsito Chile-Espanha 23.000 Colina 1 Chile-Espanha-México 35.000

Espanha Proyecto Borges Espanha-Argentina 27.000 Solas Espanha-Argentina 27.000

Venezuela Proyecto Padre "Obras José" Venezuela-México-Argentina 35.000 Así que pasen 5 años Venezuela-Espanha 30.000 Perla Negra Venezuela-Colômbia 12.000

México El Juicio Final México-Colômbia 28.000 Azar(es) L appuntamento México-Argentina 28.000 Con nervios de toro Peru-Colômbia-Chile-Argentina-Rep.Dom. 28.000 Mano que hace Peru-Chile 15.000

Colômbia La vida es sueño Colômbia-México-Argentina 40.000La razón de las Ofelias Colômbia-Espanha 20.000Solo como de un sueño de pronto nos levantamos Colômbia-México 20.000

PROJETOS DE CO- PROCUÇÃO

MONTO TOTAL EM DÓLARES 439.000

Argentina Projeto Multidisciplinário para a Difusão da Dança- Cocoa 2008 30.000 10° Festival Latino Americano de Títeres "Tatá Pirirí" 15.000 Tecno Escena 08 25.000

Chile Espaços Comuns 25.000 Festival Internacional de Movimiento 6 15.000 Temporales teatrales 25.000

Espanha Festival dasTrês Culturas de Agüimes 25.000 Festival de Teatro de Almagro del CELCIT 30.000 La Otra Mirada 15.000

México Rede Serpiente 25.000 Festival de Títeres Pedro Carrión 20.000 Fayuca Teatro Contrabando 30.000

Colômbia Festival Iberoamericano de Teatro de Bogotá 35.000 Festival de Teatro de Manizales 30.000 Corporación Colombiana de Teatro 15.000

Perú Círculo Arte do Mundo 25.000 Festival de Teatro para Lugares Marginais 20.000

Venezuela Diálogos 2008 30.000 Amostra de Teatro e de Títeres 20.000 Festival de Oralidade 20.000

TOTAL OUTORGADO EM DÓLARES 475.000

PROJETOS DE CIRCULAÇÃO

Page 16: EmMarcha A Cúpula aposta na - segib.org · Vem da página 1 Otema constituirá o eixo central da Cúpula e será tratado em cada uma das Reuniões Ministeriais Setoriais da Conferência

Asede da SEGIB acolheu a apresentaçãoda Fundação Ibero-Americana das

Artes, uma instituição que nasce com "aintenção de promover, custodiar, defendere divulgar as diferentes manifestações cul-turais e artísticas do âmbito ibero-Americano".

FIBART está patrocinada pela SEGIB,pela Organização de Estados Ibero-

Americanos para a Educação, a Ciência e aCultura (OEI), pela Prefeitura de Cádiz(Espanha), pela Universidade de Cádiz epelo Grupo JALE.

No ato de apresentação da instituiçãoassistiram, entre outros, o Secretário-

Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias;a Secretária-Adjunta Ibero-Americana,Maria Elisa Berenguer; a Prefeita de Cádiz,Teófila Martínez; o Presidente do Patronatoda FIBART, José Antonio López Esteras; oDiretor-Geral da FIBART, Carlos PérezVázquez; o Reitor da Universidade deCádiz, Diego Sales e o Secretário para aCooperação da SEGIB, Miguel Hakim.

"Ibero-América tem um grande poten-cial cultural", assegurou Iglesias, que

afirmou que "para a SEGIB, o plano cultu-ral tem uma importância especial".

Por sua parte, o presidente da FIBART,José Antonio López Esteras, expres-

sou que "o projeto necessita a colabora-ção de todos os países ibero-america-nos", já que tem o objetivo de "recuperaro olhar que nos une mediante os laçosculturais, recuperando o sentido comer-cial da Ibero-América".

Carlos Pérez Vázquez, o primeiroDiretor da FIBART, manifestou seu

desejo de que a organização seja umlugar onde entre "a cultura de todos osmembros da Comunidade Ibero-Americana", e destacou que "a multicul-turalidade é um bem comum que temosque transmitir às seguintes gerações",como o fator de "sentir-se ibero-america-no".

Para a Prefeita de Cádiz, TeófilaMartínez, o impulso da FIBART mos-

tra o compromisso da cidade com aComunidade Ibero-Americana. Ademaispôs como exemplo a celebração doFestival Ibero-Americano de Teatro edestacou que de cara ao ano 2012, quan-do Cádiz será a Capital Ibero-Americanada Cultura, se converterá no "cenárioonde se represente o melhor da culturaibero-americana".

IBEROA-MÉRICA Em Marcha Fevereiro de 2008

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Nasce a Fundação Ibero-Americanadas Artes

Iber

o-am

éric

aem

Mar

cha Secretário-Geral Ibero-Americano: Enrique V. Iglesias Diretor: Fernando Pajares Redatora-Chefe:

Isabel Vázquez Conselho de Redação: Maria Elisa Berenguer, Miguel Hakim, Fernando García Casas,Enrique Langdon Edição: Secretaria Geral Ibero-Americana, Paseo de Recoletos, 8. Madrid 28001.Espanha. Tel. 34 91 590 19 80. Web: http://www.segib.org. Realização: Estudio de ComunicaciónCorporativa S.L. Desenho: Laureano Suárez. Impressão: Martprint (Madrid) Tel. + 34913031409

Ibero América Em Marcha não comparte necessariamente a opinião de seus colaboradores.

Durante uma reunião celebrada a fi-nais de janeiro no Palácio do

Itamaraty, a sede do Ministério brasilei-ro das Relações Exteriores, represen-tantes do Brasil, Colômbia e Espanhaacordaram a criação de um comitê in-tergovernamental que impulsione aRede Ibero-Americana de Museus(Ibermuseos).

Na reunião celebrada em Brasilía par-ticiparam o conselheiro de Cultura e

Cooperação da Embaixada da Espanhano Brasil, Juan Villar; a coordenadorado programa Rede Nacional de Museusdo Ministério da Cultura da Colômbia,Ana María Cortés; o diretor doDepartamento de Museus e CentrosCulturais do Instituto PatrimônioHistórico Artístico Nacional (IPHAN) doBrasil, José Nascimento, e o Sub-Diretorda Divisão de Assuntos Culturais daSecretaria de Cooperação da SEGIB,Enrique Vargas.

Ibermuseos é uma iniciativa aprovadapelos Chefes de Estado e de Governo

durante a XVII Cúpula Ibero-Americanade Santiago do Chile, que tem a metade promover o intercâmbio artístico naComunidade Ibero-Americana.

Um novo impulso à rede

de Ibermuseos

Os representantes internacionais donovo Comitê de Ibermuseos

O Secretário-Geral Ibero-Americano, com a Prefeita de Cádiz, o Presidente do Patronato da FIBART, o Diretor geral da FIBARTe vários dos atores assistentes ao ato.