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R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.br Alagoas, 2 de junho | Ano 1 | Nº 285 | 2020 EUA doa ao Brasil 2 milhões de doses de hidroxicloroquina O Ministério das Relações Exteriores informou que o governo dos EUA entregou ao Brasil dois milhões de doses de hidroxicloroquina, “como demonstração da solidarie- dade” entre os dois países na luta contra o coronavírus. Nota divulgada pelo Itamaraty traz que, em breve, o país norte- -americano também enviará mil ventiladores para o Brasil. “A HCQ [hidroxicloroquina] será usada como profilático para ajudar a defender profissio- nais de saúde contra o vírus. Ela também será utilizada no tratamento de brasileiros infec- tados”, diz a nota. Página 12 EMPRESA DÁ GOLPE NO CONSÓRCIO NORDESTE COM COMPRA DE RESPIRADORES E LESA ALAGOAS Flagrantes de descumprimento de decretos sobe 44%, segundo informações da PM PANDEMIA Uma operação da Polícia Civil da Bahia revelou que uma empresa deu um golpe no Consórcio Nordeste com a venda de respiradores inexisten- tes. Três pessoas foram presas e houve diversos mandados de busca e apreensão em vários cantos do país. O governo de Alagoas também foi lesado com a fraude e não receberá os equipamentos. Agora, a briga é para ter de volta o dinheiro que foi gasto. O prejuízo do Executivo estadual foi na ordem de R$ 4 milhões, valor correspondente a 30 respiradores. Ao todo, o Consórcio esperava adqui- rir 300 equipamentos ao custo de R$ 48 milhões. Os golpistas conseguiram enganar os governado- res nordestinos. Segundo a Polícia, já foi pedido o bloqueio de contas para tentar recuperar o dinhei- ro “investido”. Na Bahia, cujo governo preside o Consórcio Nordeste, a perda foi de R$ 10 milhões. O procurador-geral Paulo Moreno, diz que estão sendo tomadas todas as medidas para se recupe- rar os recursos o mais rápido possível. A operação foi coordenada pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia, através da Superintendência de Inteligência, e teve participação da Polícia Civil da Bahia, da Polícia Civil de SP, do Distrito Federal e do Ministério Público da Bahia. Página 5 De acordo com os dados da Polícia Militar de Alagoas, nas últimas 24 horas, os casos de descumprimento do decreto governamental que determina o isola- mento social como forma de combate à pandemia teve um crescimento de 44%. A maioria das ocorrências foi na região metropolitana de Maceió. Os policiais flagraram aberturas de templos religiosos, bares, lanchonetes e até museus. Houve ainda o registro de flagrantes de ativida- des esportivas e aglomerações. Página 4 Governadores pagaram por respiradores que não serão entregues; Estado espera o receber o valor gasto Satuba tem maior taxa de mortes do Covid-19 em Alagoas Crédito para folhas de pagamento será ajustado, diz BC Senado analisa mudança em regras trabalhistas Página 12 Página 7 Página 6 VISITE NOSSO SITE: WWW.JORNALDASALAGOAS.COM.BR

EMPRESA DÁ GOLPE NO CONSÓRCIO NORDESTE COM COMPRA … · 2020. 6. 2. · nais de saúde contra o vírus. Ela também será utilizada no tratamento de brasileiros infec - tados ,

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R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.brAlagoas, 2 de junho | Ano 1 | Nº 285 | 2020

EUA doa ao Brasil 2 milhões de doses de hidroxicloroquina

O Ministério das Relações Exteriores informou que o governo dos EUA entregou ao Brasil dois milhões de doses de hidroxicloroquina, “como demonstração da solidarie-dade” entre os dois países na luta contra o coronavírus. Nota divulgada pelo Itamaraty traz que, em breve, o país norte--americano também enviará mil ventiladores para o Brasil. “A HCQ [hidroxicloroquina] será usada como profilático para ajudar a defender profissio-nais de saúde contra o vírus. Ela também será utilizada no tratamento de brasileiros infec-tados”, diz a nota. Página 12

EMPRESA DÁ GOLPE NO CONSÓRCIO NORDESTE COM COMPRA DE RESPIRADORES E LESA ALAGOAS

Flagrantes de descumprimento de decretos sobe 44%, segundo informações da PM

PANDEMIA

Uma operação da Polícia Civil da Bahia revelou que uma empresa deu um golpe no Consórcio Nordeste com a venda de respiradores inexisten-tes. Três pessoas foram presas e houve diversos mandados de busca e apreensão em vários cantos do país. O governo de Alagoas também foi lesado com a fraude e não receberá os equipamentos. Agora, a briga é para ter de volta o dinheiro que foi gasto. O prejuízo do Executivo estadual foi na ordem de R$ 4 milhões, valor correspondente a 30 respiradores. Ao todo, o Consórcio esperava adqui-rir 300 equipamentos ao custo de R$ 48 milhões. Os golpistas conseguiram enganar os governado-res nordestinos. Segundo a Polícia, já foi pedido o bloqueio de contas para tentar recuperar o dinhei-ro “investido”. Na Bahia, cujo governo preside o Consórcio Nordeste, a perda foi de R$ 10 milhões. O procurador-geral Paulo Moreno, diz que estão sendo tomadas todas as medidas para se recupe-rar os recursos o mais rápido possível. A operação foi coordenada pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia, através da Superintendência de Inteligência, e teve participação da Polícia Civil da Bahia, da Polícia Civil de SP, do Distrito Federal e do Ministério Público da Bahia. Página 5

De acordo com os dados da Polícia Militar de Alagoas, nas últimas 24 horas, os casos de descumprimento do decreto governamental que determina o isola-

mento social como forma de combate à pandemia teve um crescimento de 44%. A maioria das ocorrências foi na região metropolitana de Maceió. Os policiais

flagraram aberturas de templos religiosos, bares, lanchonetes e até museus. Houve ainda o registro de flagrantes de ativida-des esportivas e aglomerações. Página 4

Governadores pagaram por respiradores

que não serão entregues; Estado espera o

receber o valor gasto

Satuba tem maior taxa de mortes do Covid-19 em Alagoas

Crédito para folhas de pagamento será ajustado, diz BC

Senado analisa mudança em regras trabalhistas

Página 12 Página 7 Página 6

V I S I T E N O S S O S I T E : W W W . J O R N A L D A S A LA G O A S . C O M . B R

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O ‘novo normal’ da indústria 4.0

ARTIGO | Gustavo Brito*

* É Head Global de Indústria Digital da Stefanini, sócio diretor da IHM Stefanini, empresa do Grupo Stefanini especializada no segmento industrial, com forte atuação em setores como Papel & Celulose, Mineração, Siderurgia, Metalurgia, Química e Óleo & Gás

OPINIÃO

20202 de junho2

Jorge Luiz Borges TinocoDiretor-Executivo

Luis VilarEditor-Geral

Para anunciar(82) 3028.2050

(82) 99333.6028

CNPJ33.009.776/0001-21

EndereçoRua Barão de Penedo, 36

Edifício Delmiro Gouveia,

Sala 205 - Centro

CEP 57.020-340

Maceió - Alagoas

[email protected]

[email protected]

Sitewww.jornaldasalagoas.com.br

Os artigos assinados são de

inteira responsabilidade de

seus autores.

EXPEDIENTE

Os desafios para a so-ciedade brasileira, para a economia mundial e, em especial para a indústria, são muitos. No entanto, temos que nos reinventar para enfrentar essa fase que se instala com a dis-seminação da pande-mia da Covid-19. E a indústria 4.0 é um dos caminhos para aden-trar nesse estágio do ‘novo normal da indústria’ ainda mais fortalecida. Dados apontam a quarta re-volução industrial como uma opor-tunidade para o País. A indústria representa hoje menos de 10% do Produto Interno Brasileiro (PIB) e o Brasil ocupa a 69º posição no Índice Global de Inovação. Ou seja, temos um mundo exponencial para avançar e ganhar espaços cada vez maiores.

Um primeiro e importante olhar é entender como definir a quarta revo-lução industrial. Há vários conceitos considerados como Internet das Coisas (IoT), robótica, simulação, segurança cibernética, manufatura aditiva, realidade aumentada, ma-chine learning, cloud, virtualização, interfaces digitais, big data, ciência de dados, tecnologias integradas, enfim, há um espectro de conceitos tecnológicos muito amplo.

Na minha opinião, o grande erro é ter a visão de que até então a quarta revolução industrial era uma revolu-ção tecnológica. Não vivemos uma revolução tecnológica, vivemos sim uma revolução de modelo de negó-cios. As tecnologias, emergentes ou não, são importantes nesse momen-to, ou melhor, fundamentais. Mas não devemos pensar em tecnologia por tecnologia. E um dos fatores que comprova isso é a ameaça chinesa que vivíamos em 2011, data sim-bólica do início desse movimento,

quando a Alema-nha estabeleceu a indústria 4.0 como meta de suas unidades produtivas, durante a feira de Hannover daquele ano. Mas a motivação desse objetivo nunca foi “apenas” aplicar tecnolo-gias emergentes e integração de toda cadeia de valor, mas, principalmente, atingir altos níveis de excelência ope-racional, propiciando um maior nível de competitividade frente à ameaça oriental.

Os líderes digitais precisam se atentar de que a tecnologia deve ser aplicada, porém de uma forma bem estruturada para atingir os níveis operacionais tão almejados em um determinado processo produtivo.

Nos últimos cinco anos, percebe-mos que com um trabalho assertivo nas plantas industriais é possível auxiliá-las a alcançar o objetivo da quarta revolução, aumentando o ní-vel de excelência a partir de melho-res decisões operacionais, através de uma jornada evolutiva de maturidade analítica: descritiva (reportar), analí-tica (analisar e monitorar), automá-tica (automatizar), preditiva (prever e predição inteligente) até chegar no nível de prescrição (antecipar e atuar). Com isso, atingimos o nível máximo de maturidade data-driven, atacando diretamente os KPIs de

negócios impactados pela flexibilidade, con-fiabilidade e eficiência operacional.

É importante estudar o processo de tomada de decisão e as dores que impedem a transforma-ção para esse modelo data-driven. Como criar essa cultura e alcançar os resultados esperados? Na primeira fase, nor-malmente esbarramos na qualidade de dados, gaps, lacunas, e este é o ponto nevrálgico para atuar com uma abordagem que esti-mula o pensamento coleti-

vo, trazendo as pessoas para o centro, com interações constantes nos processos de criação, de forma incremental evolutiva, para, então, desenhar e implementar a melhor tecnologia, com o melhor custo-be-nefício-risco. Assim, é possível trazer uma solução tecnológica para base da pirâmide, a fim de usá-la da forma mais adequada. E claro, explorar os dados que serão gerados na sequên-cia.

Conseguiremos resultados para o negócio quando conseguirmos explorar em sua totalidade a correla-ção dos dados vitais e transacionais estruturados e organizados em uma camada única (data-lake), sobre a qual os algoritmos de inteligência artificial, deep leaning, machine le-arning e soft-sensor, auxiliam ou até influenciam diretamente nas deci-sões operacionais.

Conseguimos resultados em algumas unidades industriais atra-vés dessa abordagem. Predições de falhas, de peso de matéria-prima, do teor de sílica, detecção de vaza-mento em processos de mineração e predição de alarmes críticos são alguns exemplos. Acreditamos nesse caminho como o “novo normal” da indústria 4.0.

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2 de junho 32020

OPINIÃO

Não sei vocês, mas eu tenho alguns pro-gramas que odeio o quanto eu amo assisti-los. Um deles é o programa do Claude Troisgros, e seu fiel escudeiro Batista, chamado: Chato pra Comer. Minha educação é muito tradicional e é a mesma educação que estou passando para meu filho. Parece retrógrado pedir a benção? Talvez sim, mas é nisso que acredito como Pai, Professor e Terapeuta.

Claude nasceu na França, numa família dona de um restaurante três estrelas da Mi-chelin, que existe desde a década de 30. Após se tornar um chef, Claude decide se aprimorar e estuda nas mais variadas escolas e restau-rantes do mundo. Foi assim que ele conheceu o Rio de Janeiro e apaixonou-se pelo lugar se radicando. Em seu programa, usa suas habili-dades e técnicas culinárias para fazer com que pessoas realmente CHATAS pra comer pro-vem novos alimentos e ampliem seu paladar.

Eu fui educado comendo o que estivesse na mesa, mas, mesmo assim, não gosto de beterraba e só o cheiro de jenipapo me causa mau estar. Nada que se compare com os par-ticipantes do programa. Outra coisa que não

gostava era de café, então optei pela vitamina pela manhã. Meu pai também não bebe café, mas ele optou pelo chá, era mais prático e rápido. Até que, agora adulto, minha esposa me fez uma provocação de provar diferentes tipos de café e eu aceitei. Provei vários desde o expresso até o cappuccino, que é minha grande paixão hoje, enriquecendo bastante meu paladar com essa experiência.

Hoje bebo café diariamente, com muito leite segundo minha esposa, mas, percebi que eu não tinha o hábito de beber café.

Então vou fazer o convite para você sair da posição de inquisidor, caçando e jogando na fogueira quem você não gosta, para ler um livro de alguém que não concorda, ver um vídeo de alguém que não esteja no mesmo espectro político que o seu ou por qual motivo essa pessoa decide colocar o feijão antes do ar-roz. Tem que ser de coração aberto, tentando entender genuinamente as posições do outro, sem julgamento.

Na melhor das hipóteses você vai sair com mais convicção ainda e na pior você pode aprender algo novo. Aceita esse convite?

Leite com Café

ARTIGO | Luís Antônio Santos*

* É educador, terapeuta holístico e consultor sistêmico

EM ALTA

EM BAIXA

A campanha de vacinação contra a influenza foi pror-

rogada até o dia 30 deste mês. É uma óti-ma notícia, uma vez

que, com a aproximação do inverno, muitas pessoas ficam mais suscetíveis às gripes,

Claro que a vacina não previne todas as variações da doença, mas já é uma preocu-pação a menos, principalmente para quem

não tem a imunidade muito forte. A decisão de prorrogar a vacinação foi tomada pelo Ministério da Saúde porque 28,3 milhões

de pessoas que tem direito à este benefício gratuitamente, como idosos, gestantes, puér-

peras, crianças de seis meses até seis anos, profissionais das áreas de Saúde, Educação e Forças de Segurança não compareceram aos

locais de vacinação. Vale ressaltar que esta vacina não previne contra o novo coronaví-

rus. Há esforços em todo o planeta em busca de uma vacina que previna o coronavírus,

mas, até agora não há nenhuma disponível no mercado nem com eficácia comprovada.

Má notícia para quem está detestando o home office: 73,8% das empre-

sas pretendem instituir o trabalho em casa

como prática definitiva no Brasil após a pandemia do novo coronavírus. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela

consultoria Cushman & Wakefield que ouviu 122 executivos de multinacionais que atuam no país. O curioso é que antes do isolamento social

42,6% das empresas nunca tinham adotado a prática e, em 23,8% das companhias, o home

office não passava de uma possibilidade em aná-lise. O intuito em autorizar o home office mesmo

após a pandemia se explica pela avaliação favo-rável à prática. Para 25,4% dos entrevistados,

a experiência do trabalho remoto é totalmente positiva, enquanto para 59% há mais pontos positivos do que negativos. Apenas 2,5% dos

executivos ouvidos disseram que a experiência é totalmente negativa e outros 13,1% afirmaram que há mais pontos negativos do que positivos.

CENA

URBANA

Ontem, primeiro dia de expediente bancário do mês, a cena do lado de fora da agência do Ban-co do Brasil do Empre-sarial Business Tower, em Mangabeiras, era esta: era tanto cliente que nem dava para ver o começo da fila. No pri-meiro dia de renovação do decreto de isolamento social, os correntistas

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pouco se importavam com o distanciamento reco-mendado para evitar o contágio pelo coronavírus.

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Diante do alongamento do isolamento social, os policiais começam

a registrar o aumento de tenta-tivas da população de abrir as portas de seus comércios na busca pela sobrevivência. Grande parte dos casos estão ocorrendo – ainda conforme os dados registrados pela Polícia Militar – em Maceió.

Os registros foram feitos nas áreas do Comando de Policiamento da Capital (CPC), que abrange a região metropolitana de Maceió, além da região do Agreste, cuja responsabilidade é do 3º Batalhão da Polícia Mili-tar. Somente no dia 31 foram registradas 25 denúncias.

Na Grande Maceió, os policiais registraram quatro flagrantes de aberturas de bares, restaurantes, lancho-netes e outros estabeleci-mentos semelhantes. Além disso, houve ocorrências envolvendo templos religio-sos, funcionamento irregular de academia, clubes, centros

de ginásticas e até de equi-pamentos culturais, tanto públicos como privados. A PM ainda registra o flagra de atividade esportiva e aglome-ração em área pública.

INTERIORNo interior do Estado de

Alagoas, houve ocorrências registradas nas seguintes cidades: Arapiraca, Girau do Ponciano, Taquarana, Campo Grande, Olho D’Água Grande,

Jaramataia, Junqueiro, Feira Grande, Traipu, Lagoa da Canoa, Teotônio Vilela, São Sebastião, Limoeiro de Anadia, Coité do Nóia e Craí-bas. Os casos são similares aos que se deram na capital.

Ainda segundo a PM, no trabalho da fiscalização estavam 749 militares, divi-didos em 243 viaturas do policiamento ordinário e do Programa Força Tarefa, além das unidades distribu-

ídas pelas demais cidades do Estado. A ação da PM contempla policiamento ostensivo, rondas nos pontos comerciais e fiscalização da restrição do transporte rodo-viário intermunicipal. Nas rodovias, equipes do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) também estão atuando nas barreiras sanitárias instala-das em pontos estratégicos que ligam Alagoas a outros estados.

MACEIÓ

PM registra aumento de 44% dos casos de descumprimento de decreto

De acordo com dados da Polícia Militar

de Alagoas houve no último final de

semana um aumento de 44% nos casos

de descumprimento dos decretos

governamentais do chefe do Executivo

Estadual, Renan Filho (MDB), em

relação às medidas do isolamento social,

que visa o combate do contágio do

coronavírus no Estado. A maioria dos casos se

deram no último dia do decreto anterior.

O novo prazo, que começou a valer

ontem, se estende até o dia 10 de junho

e praticamente adota as mesmas medidas, mantendo a maioria

do setor produtivo de portas fechadas.

20202 de junho4

QUARENTENA | Foram registradas ocorrências envolvendo até mesmo equipamentos públicos como museus

Redação

O Ministério Público do Trabalho (MPT) quer que o Estado de Alagoas

avalie a possibilidade de retifi-car a Portaria Conjunta Gabi-nete Civil/ Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz)/Secretaria de Estado de Desenvolvi-mento Econômico e Turismo (Sedetur) nº 01/2020, que trata sobre a criação de grupos de trabalho para estabelecer protocolos de funcionamento de setores econômicos após o período de isolamento social em curso. O objetivo do MPT é buscar a inclusão de entidades

representativas dos trabalha-dores na composição dos refe-ridos grupos, para discutirem a retomada das atividades econô-micas.

O MPT apresentou a suges-tão ao Estado ao considerar conveniente a participação ativa dos representantes dos trabalhadores nas discussões. Segundo a instituição traba-lhista, a participação das enti-dades representativas dos trabalhadores nos grupos, a exemplo das centrais sindicais, federações e sindicatos profis-sionais, é uma medida impor-

tante que se integra com o regime democrático de direito.

PORTARIAO órgão minister ia l

também considerou que, segundo a portaria, publicada no Diário Oficial do Estado em 27 de maio, os grupos de traba-lho são compostos apenas por empregadores e instituições representativas dos empresá-rios, não tendo sido prevista a inclusão de entidades que representem a classe dos traba-lhadores. Há apenas a previsão de que “Poderão ser convida-

dos para participar da sessão dos Grupos de Trabalho, a Juízo do Presidente, e com o objetivo de contribuir com informações a respeito da matéria objeto do convite, especialistas e repre-sentantes de outros Órgãos e Entidades Públicas ou Priva-das”.

O Ministério Público do Trabalho cita, ainda, que o fórum global máximo do mundo do trabalho, qual seja, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem histó-rica composição de uma tríade, com representantes do Estado,

de empregadores e de empre-gados.

De acordo com a porta-ria, foram criados o Grupo de Trabalho do Setor de Comér-cio, composto pelos repre-sentantes dos Shoppings, Fecomércio, Associação Comercial, SESI e SESC; Grupo de Trabalho do Setor Turístico, composto pelos representantes dos Bares, Restaurantes, Hotéis e Eventos; e Grupo de Trabalho do Setor Industrial, composto pelos representantes da Fede-ração da Indústria do Estado de Alagoas.

MPT: governo deve ouvir os trabalhadores para reabertura da economia

Policiais militares estão per-

correndo todos os municípios

para fazer cumprir o decreto

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A operação da Polícia Civil da Bahia se deu na manhã de ontem.

O governo baiano preside o Consórcio Nordeste. Durante as ações policiais, três pessoas ligadas à empresa que se apre-sentava como revendedora dos produtos oriundos da China foram presas. O trio integra – ainda conforme as investigações – uma quadrilha especializada em estelionato e fraudes na venda de equipa-mentos hospitalares. Ao todo foram 15 mandados de busca e apreensão que foram cumpri-dos em Salvador (BA), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF).

Ao todo, o Consórcio Nordeste pagou R$ 48 milhões pelos aparelhos que não foram distribuídos aos estados da região. No entanto, o valor foi pago pelos estados, mas ainda não devolvido. De acordo com a Polícia Civil da Bahia, a empresa falsificou o contrato com a China para a compra dos equipamentos. A Polícia Civil ainda solicitou o bloqueio de contas para tentar garantir a recuperação do dinheiro.

A EMPRESAA HempShare – conforme

as investigações – acordou junto aos compradores que os equipamentos seriam impor-tados da China e, na sequência, fornecido aos estados nordesti-nos, incluindo Alagoas. Porém, os prazos de entrega estavam sendo descumpridos reitera-damente. Todas as vezes que a empresa era questionada, ela alegava que a culpa era de problemas mecânicos nos respiradores da fornecedora internacional.

A empresa então pediu que a Bioenergu realizasse a fabricação no Brasil com

preços menores, realizando a entrega de 400 respiradores (100 a mais que o previsto em contrato). A Polícia Civil acre-dita que – além de não terem os respiradores prontos – os que seriam fabricados estariam fora das especificações solicita-das pelos estados e autorizadas pela Anvisa.

“A empresa nunca teve os equipamentos. Tudo indica que já era uma fraude, já tinham em mente isso. Nunca pretende-ram entregar os equipamentos importados”, afirmou a dele-gada Fernanda Asfora, coor-denadora do setor de Crimes Econômicos e Contra a Admi-nistração Pública.

“Havia indícios de que não se tratava de descumprimento contratual, mas de fraude. Diversas justificativas vinham sendo usadas pela empresa pela não entrega do equipamento e a não devolução do dinheiro, entre elas a de que estavam sendo adquiridos respirado-res nacionais. Isso não havia sido pactuado no contrato”, destacou ainda o titular da SSP, Maurício Barbosa, em entre-vista coletiva para apresentar os resultados da operação. A Justiça chegou a bloquear R$ 48,7 milhões em bens da HempShare no último sábado

por ter deixado de entregar os respiradores.

As duas empresas investi-gadas ainda planejavam vender os ventiladores irregulares por todo o país e negociavam forne-cer os produtos aos hospitais de Campanha e de Base do Exér-cito, em Brasília, segundo a SSP.

Durante o cumprimento de um mandado em Brasília, a polícia apreendeu um respira-dor, mas os investigadores baia-nos acreditam que a peça era de mostruário, apenas para apre-sentação a possíveis compra-dores. Há suspeita também de que uma das empresas fosse usada para lavagem de dinheiro.

Agora, segundo Barbosa, o inquérito agora vai se concen-trar na análise do que foi apreendido na operação e do bloqueio de 150 contas bancá-rias autorizado pela Justiça.

“A partir de agora, temos análise muito grande de mate-rial arrecadado, as oitivas das pessoas presas temporaria-mente, análise bancária de 150 contas. Conseguimos também a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico, sequestro de contas”, enumerou Barbosa, durante entrevista coletiva nesta manhã para detalhar a operação.

Segundo o procurador--geral do Estado da Bahia, Paulo Moreno, o governo vai tomar medidas para reaver o dinheiro gasto na compra - cerca de R$ 10 milhões por 60 respiradores - o mais rápido possível.

“O prejuízo já está claro, a ausência dos respiradores já era o prejuízo. Não é o dinheiro que vai mitigar o prejuízo já trazido, principalmente para as pessoas que precisam desses respiradores. Mas, se recupe-rarmos esses valores, teremos como fazer uso deste dinheiro para fazermos outra compra de ventiladores ou outras necessá-rias para este momento”, afir-mou.

OPERAÇÃOBatizada de Ragnarok, a

operação efetuou duas prisões no Distrito Federal e uma no Rio de Janeiro. Foram cumpri-dos também 15 mandados de busca e apreensão, alguns deles na capital paulista e em Arara-quara, onde fica a Bioenergy. Em Salvador, o edifício TK Tower foi alvo da polícia.

O inquérito foi aberto pela Polícia Civil baiana após o secretário-executivo do consórcio, Carlos Gabas, denunciar que a revendedora não estava cumprindo os prazos para entrega dos venti-ladores, que seriam impor-tados da China. Conforme o contrato, o primeiro lote, com 150 respiradores, deveria ter sido repassado aos estados em 18 de abril, e o segundo, com a outra metade, em 23 de abril.

A operação, coordenada pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia, através da Superintendência de Inteligên-cia, teve participação da Polícia Civil da Bahia, através da Coor-denação de Crimes Econômi-cos e Contra Administração Pública, da Polícia Civil de SP, do Distrito Federal e do Minis-tério Público da Bahia.

2 de junho 52020

ALAGOAS

Respiradores adquiridos pelo Consórcio Nordeste nunca chegaram

AL está entre estados lesados por compra

de respiradores do Consórcio Nordeste

FRAUDE | Foram adquiridos 300 aparelhos durante a pandemia, mas a empresa não entregou a mercadoria

O Estado de Alagoas está entre os entes federativos lesados

pela compra de respiradores feita à

empresa HempShare por meio do Consórcio

Nordeste. De acordo com as informações

das investigações da Polícia Civil de

Alagoas, foram comprados 300

respiradores durante a pandemia do novo

coronavírus, mas a mercadoria não foi

entregue. Agora, Alagoas – que confiou

na negociação por meio do Consórcio

Nordeste – aguarda o ressarcimento de R$

4 milhões, que são referentes a compra de 30 respiradores.

Redação(Com informações do A Tarde/BA)

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A proposta que cria o Benefício Emer-gencial de Preserva-

ção do Emprego e da Renda (BEm), que permite a redu-ção de salários e da jornada de trabalho ou a suspensão do contrato trabalhista, passou pelo plenário da Câmara dos Deputados na noite de quinta-feira (28).

A MP já está em prática e passa de 8,5 milhões o número de acordos feitos entre trabalhadores e empre-gadores. Mas o desem-prego vem avançando em ritmo maior, mesmo com as mudanças na legislação. Em abril, a população desocu-pada chegou a 12,8 milhões de pessoas, levando a taxa de desemprego a 12,6%. E o cenário ainda deve piorar consideravelmente até o fim do ano.

Pelo programa, o governo compensa parte do paga-

mento do valor correspon-dente ao seguro-desemprego ao qual o funcionário teria direito. A redução do salário pode ser de 25%, 50% ou de 70% e pode vigorar por até 90 dias. O governo poderá pror-rogar esses prazos durante o

período do estado de calami-dade pública.

O empregado que tiver redução parcial da jornada e do salário ou de suspensão do contrato também terá estabi-lidade temporária de até 60 dias após os 60 dias iniciais.

BRASIL/MUNDO

20202 de junho6

Senado analisa nesta semana MP que muda as regras trabalhistas

FLEXIBILIZAÇÃO | Medida que reduz salários ou suspende contratos já está em prática. Mais de 8,5 milhões de acordos já foram feitos

O Senado deve anali-sar ainda nesta sema-

na a Medida Provi-sória 936, que altera

regras trabalhistas temporariamente

para evitar demissões durante a pandemia

do coronavírus. É das medidas mais impor-

tantes no pacote de resposta do governo contra a pandemia, mas que ainda não

passou por todas as etapas processuais,

num momento em que o Brasil passou de 500.000 casos e

de 30.000 mortes por covid-19.

Ligia Tuonexame.com

Vacinação é prorrogada até o dia 30

Diante de um baixo índice de vacinação de grupos prioritários,

a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe teve seu prazo ampliado e agora vai até o dia 30 deste mês. Se-gundo o Ministério da Saúde, dos 77,7 milhões de pessoas consideradas público priori-tário, 63,53% receberam a vacina. Com a prorrogação, a expectativa é vacinar mais 28,3 milhões de pessoas.

A campanha teve três fases. Dividida em duas eta-pas, a terceira e última fase, iniciada em 11 de maio, tinha previsão de vacinar 90% do grupo considerado prioritário até o dia 5 de junho. Como o resultado ainda está aquém do esperado, o governo ado-tou a estratégia de prorrogar.

Segundo o MS, até o último fim de semana 25,7% de 36,1 milhões de pessoas estimadas nesta terceira fase foram vacinadas. “Desde o início da ação nacional, em março, 50 milhões de pessoas foram vacinadas, faltando ainda 28,3 milhões”, informou a pasta.

Nesta segunda etapa, a campanha tem como foco principal os professores de escolas públicas e privadas e adultos de 55 a 59 anos. Já a primeira etapa (da terceira fase da campanha) teve como público-alvo pessoas com deficiência; crianças de 6 meses a menores de 6 anos; gestantes e mães no pós--parto até 45 dias.

Tóquio avança para 2ª etapa no plano de recuperação

O governo metropolitano de Tóquio relaxou ainda mais as restrições sobre

a atuação dos negócios, agora que o número de novos casos do novo coronavírus teve queda em relação ao pico.

Entrou em vigor ontem na capital japonesa a fase 2 do plano de recuperação da crise, em que é autorizada a reabertura de cursinhos, casas de espetáculos, academias e varejistas, incluindo lojas de departamentos.

Cinco novos casos foram confirmados no domingo passado em Tóquio. Pela primeira vez em seis dias, o total de novos casos ficou abaixo de dez.

O governo metropolitano planeja relaxar as restrições em etapas a cada duas sema-nas, sempre acompanhando a extensão das infecções. Poderá passar antecipadamente à etapa seguinte se o número de infec-ções continuar baixo.

Além disso, autoridades planejam emitir um “alerta para Tóquio”, em que pedirão à população que fique atenta para o risco de recrudescimento do contágio. Autoridades de saúde observam atentamente a situa-ção para decidir quanto à etapa 3, que inclui a reabertura de casas de karaokê e bares.

ALERTAO governo do Japão também

pede à população que continue a tomar medidas de preven-ção em relação ao coronavírus,

em razão de um novo surto na cidade de Kitakyushu, no Sudo-este do país.

O ministro da Revitalização Econômica, também responsá-vel pelo combate ao coronaví-rus, declarou que o governo não cogita voltar a declarar estado de emergência agora que as rotas de contágio estão identifi-cadas. Nishimura Yasutoshi fez, porém, a ressalva de que tem havido elevação significativa no número de infecções.

Autoridades governamen-tais dizem haver um risco de recrudescimento dos casos também em outras regiões. Pedem à população que conti-nue a tomar medidas de preven-ção — como, por exemplo, o distanciamento social e o uso de máscara ao reiniciar atividades sociais e de negócios.

Mesmo para a eventualidade de haver um contágio maior, o governo planeja enfrentá-lo por meio de uma intensificação do sistema de exames, de modo a detectar imediatamente quem tiver sido infectado. Além disso, pretende identificar os indiví-duos que tenham estado em contato próximo com pessoas contagiadas.

O governo informou que, a partir de hoje, não solicitará à população para se abster de cruzar divisas provinciais — à exceção de Tóquio e três províncias vizinhas, assim como Hokkaido.

Autoridades estão, no entanto, pedindo aos habitan-tes da província de Fukuoka e da vizinha Yamaguchi que exerçam cautela em viagens para Kitakyushu.

NHKTóquio

EMPREGO: o governo compensa parte do pagamento do valor correspon-

dente ao seguro-desemprego ao qual o funcionário teria direito

Amanda Perobelli/Reuters

Pedro PeduzziAgência Brasil

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A bolsa brasileira reto-mou o movimento de alta, ontem, com os

investidores repercutindo os dados positivos das industrias chinesas e da zona do Euro, que demonstram sinais de que o pior da crise econômica pode ter ficado para trás. Contudo, o embate comercial entre China e Estados Unidos ganha novos desdobramentos e aumenta a cautela entre os investidores. Às 13h, o Ibovespa, princi-pal índice de ações, avançava

1,44% e marcava 88.664 pontos.

Nesta semana, a China voltou a apresentar números fortes. Divulgado ainda na noite do domingo passado, seu índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial chinês ficou em 50,7 pontos, acima dos 50 pontos, que delimitam a expansão da contração da atividade.

O resultado deu impulso às bolsas asiáticas, que fecharam no positivo, também absor-vendo as altas dos merca-dos ocidentais da sexta-feira passada. Os números da indús-

tria também vieram positi-vos na zona do Euro. Embora tenha ficado abaixo dos 50 pontos, os 39,4 pontos do PMI

europeu de maio vieram quase em linha com as expectativas e melhores do que os 33,4 pontos registrados em abril.

Foram 1,3 milhão de empregados beneficiados de mais de 79 mil empre-

sas financiadas, até o último dia 26.

“Havia um potencial de R$ 40 bilhões, e até agora há cerca de R$ 2 bilhões. Esse programa teve um volume de desem-bolso pior do que o esperado”, disse, afirmando que ajustes no programa vão acelerar os desembolsos.

A medida beneficia empre-sas que faturam de R$ 360 mil a R$ 10 milhões por ano. A empresa recebe o financia-

mento para manter a folha de pagamento, com valor limitado a dois salários mínimos por trabalhador e em contrapar-tida, o empregador não poderá demitir sem justa causa por 60 dias depois do recebimento do crédito. O empréstimo tem juros de 3,75% ao ano. A medida é válida por dois meses.

MUDANÇASSegundo o BC, deverão ser

incluídas empresas com fatu-ramento bruto anual em 2019 entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões e haverá extensão do

programa por mais dois meses.Além disso, será liberada

a concessão de financiamento para empresas que mantiverem ao menos 50% dos postos de trabalho. Atualmente, a contra-partida é a manutenção de todos os postos de trabalho.

A expectativa preliminar é de impacto adicional R$ 5 bilhões, com a extensão de 2 meses para empresas atual-mente elegíveis e mais R$ 5 bilhões para empresas na nova faixa de faturamento. Com isso, o BC projeta o volume total do programa em R$ 15,5 bilhões.

2 de junho 72020

ECONOMIA

Crédito emergencial para as folhas de pagamento será ajustado, diz BC

Antonio Cruz/Agência Brasil

Paulo Whitaker/Reuters

IMPACTO | Foram 1,3 milhão de empregados beneficiados pelo ‘socorro’ federal até o último dia 26

Com a baixa liberação do crédito

emergencial para pequenas e médias

empresas manterem empregos, deve

haver mudanças no programa anunciado

em março. Em audiência pública virtual ontem do

Congresso Nacional, o presidente do Banco

Central (BC), Roberto Campos Neto, disse

que dos R$ 40 bilhões previstos, só foram

liberados R$ 1,9 bilhão.

Kelly OliveiraAgência Brasil

Roberto Campos Neto diz que

dos R$40 bilhões previstos, só

foram liberados R$ 1,9 bilhões

Bolsa: o dólar americano fechou o dia de ontem valendo R$ 4,86

Otimismo com recuperação econômica faz Ibovespa subirGuilherme Guilherme

exame.com

IPC-S fecha maio com queda de preços de 0,54%

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S),

medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), fe-chou maio com deflação (queda de preços) de 0,54%. A taxa é menor do que a observada em abril (-0,18%).

Os números foram di-vulgados ontem, no Rio de Janeiro, pela FGV.

A pesquisa foi reali-zada no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Por-to Alegre, Belo Horizon-te, Salvador e Recife.

O acumulado em 12 meses é de 1,83% de inflação.

Quatro das oito clas-ses de despesas tiveram inflação em maio, com destaque para os ali-mentos, que passaram a custar 0,37% mais caros no período.

Gastos com saúde e cuidados pessoais também tiveram alta de preços (0,21%). Outros grupos com registro de inflação foram despe-sas diversas (0,10%) e comunicação (0,01%).

Quatro classes de despesas tiveram defla-ção, com destaque para transporte (-2,06%) e educação, leitura e recreação (-2,12%). Os outros grupos com queda de preços foram habitação (-0,19%) e vestuário (-0,23%).

Vitor AbdalaAgência Brasil

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De acordo com a Secre-taria da Ressocializa-ção e Inclusão Social

(Seris), o equipamento de saúde conta com uma equipe formada por profissionais de saúde designados a atuar espe-cificamente no local. Além desta medida, a Seris também vem distribuindo luvas, máscaras e álcool 70% para todos os servidores do sistema prisional. Todas as ações do plano de contingência elabo-rado pela pasta seguem orien-tações do Ministério da Saúde (MS), do Departamento Peni-tenciário Nacional (Depen) e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

REGRAS E QUARENTENAOs presos que chegam das

carceragens da Polícia Civil passam pela porta de entrada do sistema prisional, ou seja, o Presídio de Segurança Máxima (PSM), onde são realizados testes rápidos para detecção de doenças como HIV, sífilis e hepatite B. Além disso, caso apresente algum sintoma do novo coronavírus durante o período de triagem – que compreende 30 dias –, o custodiado é transferido auto-maticamente para o hospital de campanha, onde passa a ser acompanhado pela equipe de

saúde do local.Outro meio de prevenção

é a quarentena – que acontece no hospital de campanha e pelo período de 15 dias – dos reeducandos que necessita-ram de atendimento médico em alguma unidade hospitalar também destinada a pacientes com covid-19, independente-mente do motivo. “Se, durante esse período, não identifi-carmos nenhum sintoma, o custodiado é novamente avaliado por nossa equipe médica para, então, retornar à unidade prisional de origem”, destaca a gerente de Saúde da Seris, tenente PM Jacqueline Leandro.

O gerente do Comando de Operações Penitenciárias

(COP), capitão PM Alucham Fonseca, por sua vez, reforça que a Seris tem adotado todas as medidas para manter o controle do sistema prisional. “Sabemos que o coronavírus é um problema mundial. Logo, estamos somando esforços para evitar novas infecções. Todos os servidores que atuam no hospital de campanha, por exemplo, dispõem dos Equi-pamentos de Proteção Indi-vidual (EPIs) indicados pelas organizações de saúde, como máscara (facial e de acrílico), capote, óculos, luvas e touca”, disse.

ASSISTÊNCIAAlém da ass istência

preventiva aos reeducandos,

uma equipe multidisciplinar também foi montada para reali-zar a assistência psicossocial dos servidores penitenciários, permitindo-lhes enfrentar os desafios do coronavírus da melhor forma possível. “A partir dos primeiros sintomas apresentados pelos colabora-dores, ainda que sejam apenas gripais, todos são orienta-dos a cumprir o isolamento social por sete dias”, salienta a gerente de Saúde da Seris.

“No oitavo dia, a Seris realiza o teste rápido para confirmar ou descartar a ocor-rência de coronavírus. Caso o resultado seja positivo, o servi-dor é direcionado para atendi-mento na rede de referência. Sendo negativo, os colabora-dores cumprem mais sete dias de isolamento para se evitar qualquer risco de contágio”, concluiu a gestora, acrescen-tando que, durante o tempo do isolamento, uma psicóloga realiza o acompanhamento telepresencial do servidor que esteja com suspeita de covid-19, oferecendo-lhe o suporte psicológico necessário.

Já quando retorna ao serviço, depois de cumprir a quarentena, o colaborador tem sua condição avaliada pela equipe de saúde, que analisa se ele está fisicamente apto para o retorno.

GERAL

20202 de junho8

Sistema prisional ganha um hospital de campanha para evitar casos da Covid-19

PANDEMIA | Unidade foi anunciada pelo governo do Estado de Alagoas para coibir contaminação

O Governo de Alagoas anunciou que

instalou um hospital de campanha no

antigo Presídio Feminino Santa

Luzia para atender os reeducandos que

estejam com suspeita ou contaminados pelo

novo coronavírus (Covid-19) e, assim,

evitar a disseminação da doença entre

os custodiados do sistema prisional

alagoano.

Redação

Unidade será instalada no Presídio Feminino Santa Luzia

Aulas presenciais nas redes pública e privada estão suspensas até o dia 10

Com o novo decreto prorrogando o isola-m e n to s o c i a l e m

Alagoas até o próximo dia 10 de junho, as aulas nas escolas, faculdades e universidades públicas e privadas do estado permanecerão suspensas até a mesma data. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc).

Na rede estadual de ensino, as aulas presenciais estão suspensas desde o dia 23 de março. No dia 07 de abril, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) esta-beleceu o Regime Especial de Atividades Escolares Não Presenciais (REAENP) nas Unidades de Ensino da Rede Pública Estadual de Alagoas.

O documento orienta como as atividades escolares devem ser realizadas nesse período de quarentena e está dispo-nível para consulta no site da Seduc. (www.educacao.al.gov.br).

ORIENTAÇÃOUma das medidas orienta-

das pelo REAENP foi a criação

de laboratórios de aprendiza-gem para as turmas de 1º ano do ensino fundamental à 2ª série do ensino médio, onde as atividades acontecem de forma interdisciplinar – com professores de várias disci-plinas trabalhando juntos. Já para as turmas da 3ª série do ensino médio, foi implantado o projeto Foca no Enem, com

o intuito de preparar os estu-dantes da rede estadual para as provas.

Para ambos os casos, as atividades acontecem de forma remota, seja pelo uso de ferramentas virtuais como também pela impressão e entrega de material impresso para alunos sem acesso a internet.

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FUTURO | Pesquisadores tentam apontar as tendências após impacto da Covid-19

ESPORTES

2 de junho 92020

A pandemia do novo coronavírus

(covid-19) obrigou a humanidade a parar.

A parar, repensar e mudar vários

aspectos da vida. Diante de um vírus

que se espalha com muita facilidade, um novo normal

começa a se estabeler a partir de alguns

princípios: restrições de movimentação,

menor interação social e cuidados

extremos de higiene. No mundo do esporte

de alto rendimento não é diferente.

Grandes eventos, como os Jogos

Olímpicos, a Copa América, a Eurocopa

e campeonatos nacionais de

futebol, tiveram de ser adiados ou

cancelados enquanto se pensa em formas

de realizá-los com segurança.

E é para tentar imaginar as mudanças que a prática esportiva de alto rendi-

mento sofrerá em um futuro próximo que a Agência Brasil conversou com dois pesquisa-dores que tem o universo do esporte como seu objeto de estudo, o sociólogo e professor da Faculdade de Comunica-ção Social da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj) Ronaldo Helal e o professor da Escola de Ciências Sociais/FGV--CPDOC Bernardo Buarque de Hollanda.

Um dos elementos que mais chama a atenção no novo normal do esporte de alto rendimento é a ausência de torcedores em praças esporti-vas. Segundo Ronaldo, diante de um vírus novo e com contá-gio muito rápido, não dá para ser diferente. No Campeonato Alemão, por exemplo, esta mudança fica bem evidente: “Com jogos com portões fecha-dos e os jogadores sem se abra-çarem na comemoração dos gols. E também fazendo testes regulares. Esta é a mudança que é possível no momento”.

Bernardo também aponta o Alemão como o campeo-nato a ser observado, pois é a primeira das principais competições nacionais do Velho Continente a reiniciar após a pandemia, mas afirma que a realização das partidas sem a presença de torcidas não vai servir para todos os clubes, mas apenas para aqueles que estão na “vitrine do futebol mundial […], tendo exibição e alcance planetário”. No enten-dimento do pesquisador, estes conseguem, minimamente, “contornar o atual momento” com as receitas provenientes de transmissões televisivas.

Ronaldo diz que a primeira mudança causada pela ausên-cia de torcedores nos estádios é percebida na performance dos atletas: “Você perde muito.

Um espetáculo de massa, sem a massa. Mesmo transmitido pela televisão. É o mesmo que um teatro vazio. A tendên-cia dos atores é não ter uma performance tão motivada por adrenalina como tem com a presença do público. Isso pode acontecer também no caso do futebol, sem o incen-tivo da torcida. Mas é o que se pode fazer no momento. Não sabemos quanto tempo vai durar. Acho que o público não vai se sentir nem satisfeito, nem insatisfeito, mas acho que vai entender que isso é o que é possível fazer no momento”.

Porém, em suas obser-vações Bernardo identifica grupos que não receberam bem esta nova forma de consu-mir o futebol: “É interessante que, no caso da Europa, algu-mas torcidas organizadas estão promovendo campanhas contra a volta dos campeona-tos. Partem da ideia de que, se não vai ter torcida, é melhor não ter futebol”.

Em meio a tantas incerte-zas, e pensando na realidade brasileira, o pesquisador da FGV afirma que “é muito pouco provável que aconteça algum campeonato com a presença do público no Brasil em 2020”.

DISPUTAPara o esporte brasileiro,

que ainda está pensando em formas de retorno aos treinos, imaginar formas alternativas de torcer ainda parece algo distante. Mas na Dinamarca esta já é uma realidade. O campeonato nacional do país europeu optou por “levar” a torcida ao estádio através de telões instalados nas arquiban-cadas nos quais os jogadores veem imagens dos torcedores transmitidas por aplicativos de teleconferência.

Para Bernardo, em um contexto de agravamento da pandemia, as novas tecnolo-gias não devem se restringir ao ato de torcer, mas também podem ser usadas para permi-tir que atletas que estejam em locais diferentes possam competir entre si: “Estamos em um ponto de inflexão em que paradigmas são repen-sados […]. Até que ponto podem ser criadas formas de cobrir performances esporti-vas nas quais as pessoas não estejam presentes? Isto pode ser especulado. Os atletas não estarão no mesmo locus presencialmente, mas você pode criar formas de compe-tição filmada. Soa absurdo e especulativo hoje, mas de

fato ainda estamos em um momento nebuloso no qual não conseguimos discernir o que acontecerá adiante”.

JOGOS Um dos paradigmas que

pode vir a ser questionado caso a pandemia perdure por um período de tempo muito longo é o da realização de grandes eventos esportivos no atual formato. “O formato tradicional de um encontro a cada quatro anos, que reúne todos [os atletas] no mesmo local, com vila olímpica, pode ter de ser refeito […]. Entendo que, assim como todas as áreas estão se adaptando, pode ser que muitas coisas no âmbito do esporte que sejam consi-deradas imprescindíveis, das quais não se abre mão, sejam reinventadas”, diz o pesquisa-dor da FGV.

Mas algo que os dois pesquisadores af irmam torcer para não mudar, quando se fala em grandes eventos esportivos, é que eles continuem a ser enten-didos como momentos de celebração da humanidade. “Entendo também [assim como o presidente do Comitê Olímpico Internacional, o alemão Thomas Bach] a ideia dos Jogos como uma celebra-ção da humanidade após a pandemia. Tomara que sejam vistos desta maneira mesmo. Porque há uma metáfora nos Jogos Olímpicos de uma união entre nações. O esporte proporciona um pouco isso. De as regras serem as mesmas para todos, que o melhor vence pelos seus méritos. Se superarmos esta pandemia, se já tivermos uma vacina, e espero que sim, espero que seja uma grande celebração da humanidade [os Jogos de Tóquio], da vida após a pande-mia, de união entre as nações e povos”, conclui Ronaldo.

O que esperar do esporte de alto rendimento após a pandemia?

Fábio Lisboa

Realização de grandes eventos podem ficar

suspensa caso pandemia perdure

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CULTURA

20202 de junho10

DIVERSÃO | Filmes para as crianças assistirem em casa? Temos sim! Veja abaixo algumas sugestões para entreter a família toda!

#FicaEmCasa: 8 filmes para assistir (e dar boas risadas) com as crianças

O Reino Gelado 2

(“The Snow Queen 2” | Direção: Aleksey Tsitsilin) Após a derrota da Rainha da Neve, o troll Orm acredita estar des-

tinado a se casar com a princesa e herdar grande poder. Porém, seu lado malvado se manifesta. Com as vozes de Larissa Manoela e João Cortês.

Onde ver: Youtube, Google Play, Now, Megapix, Apple TV, Vivo-

Play, Telecine, GloboPlay e Netflix

O Reino Gelado: Fogo e Gelo (“The Snow Queen: Fire And Ice” | Direção: Aleksey Tsitsilin) O raro talento de se meter em problemas é o legado da família de

Kai e Gerda. Crescidos, os irmãos se metem em um desastre de pro-porções globais, tudo para encontrar seus pais que estão desapareci-dos após serem levados pelo Vento do Norte. Com as vozes de Larissa Manoela, João Guilherme Ávila e João Cortês.

Onde ver: Megapix, Amazon Prime, Apple TV, Telecine e

GloboPlay

O Pequeno Orfão

(“Rémi sans Famille” | Direção: Antoine Blossier) São as aventuras do órfão Rémi, que foi recolhido pela gentil

Madame Barberin. Aos 10 anos de idade, ele é arrebatado de sua mãe adotiva e confiado ao signor Vitalis, um misterioso músico itinerante. Tem seus lados, ele vai aprender a vida dura do acrobata e cantar para ganhar seu pão. Acompanhado pelo fiel cão capi e do pequeno macaco Joli-Coeur, sua longa viagem pela França, feita por reuniões, amizades e assistência mútua, leva-o ao segredo de suas origens.

Onde ver: Now, Vivo Play, Looke e Telecine

Um Lobo em Pele de Cordeiro

(“Sheep & Wolves” | Direção: Andrey Galat, Maksim Volkov)

Em uma terra mágica, em um prado calmo onde ovelhas podem viver sem preocupações, problemas começam a aparecer quando um grupo de lobos está instalado nas proximidades.

Onde ver: Amazon Prime,

Megapix, Apple TV, Telecine e

VivoPlay

Archie - O Cão Robô

(“A.R.C.H.I.E.” | Direção: Robin Dunne)

Uma órfã vai morar com seu tio em uma pequena cidade no interior. Sozinha e sem ami-gos ela faz amizade com um cachorro chamado Archie. Mas nada nessa amizade é normal. Ele é um cão-robô com super poderes.

Onde ver: Youtube, Google

Play, Now, AppleTV, Telecine e

GloboPlay

Spark - Uma Aventura Espacial

(“Spark: A Space Tail” | Dire-ção: Aaron Woodley)

Spark é um macaco adoles-cente que vive junto com seus amigos Chunk e Vix no planeta Bana, um local abandonado há 13 anos. No passado, o maligno e poderoso senhor General Zhong tomou controle do planeta Bana, expulsando a família de Spark e fazendo ele viver escondido. Agora, ele e seus amigos são os únicos que podem impedir o novo plano de Zhong de destruir todo o universo.

Onde ver: Youtube, Google

Play, Now e Amazon Prime

Agente Mirim

(“Ace the Case” | Direção: Kevin Kaufman) Quando a mãe viaja, Olívia fica sob os cuidados do irmão

mais velho, Miles. Após testemunhar um sequestro e ser desa-creditada por todos, ela decide investigar o crime sozinha.

Onde ver: Youtube, Google Play, Now, Vivo Play, Teleci-

ne e GloboPlay

Robo-Dog

(“Robo-Dog” | Direção: Jason Murphy) O cãozinho e melhor amigo de Tyler sofre uma morte trá-

gica, deixando o garoto extremamente entristecido. Usando tecnologia avançada e uma superbateria, Tom, o pai de Tyler, cria um cão-robô para animar seu filho. O problema é que o senhor Willis, chefe de Tom, está disposto a tudo para obter a superbateria, chegando a ameaçar explodir a cidade. Agora, o cão-robô tem de ajudar sua nova família a resolver a situação.

Onde ver: Youtube, Google Play, Apple TV, Telecine e

GloboPlay

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A Menina Que Roubava Livros – Markus Zusak

A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943.

Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve.

É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.

Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblio-teca do prefeito da cidade.

A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich.

Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escre-ve livros artesanais para contar a sua parte naquela História.

A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto – e raro – de crítica e público.

2 de junho 112020

PERSONAGENS E OBRAS RECOMENDADAS

As Correções – Jonathan FranzenAs correções narra a história dos conflitos religiosos, geracionais

e de costumes de uma típica família americana na última década do século XX. Nos Estados Unidos dos anos 1990, nada escapa ao olhar agudo do autor: a instabilidade do mercado financeiro, as promes-sas de bem-estar dos novos antidepressivos, a moral religiosa da velha geração e a ausência de escrúpulos dos jovens americanos.

A família Lambert encarna a crise de valores da sociedade contemporânea. Alfred é um engenheiro ferroviário aposentado, teimoso e cheio de manias agravadas pelo mal de Parkinson recen-temente diagnosticado. Enid é uma dona-de-casa comum. O casal, na faixa dos setenta anos, vive às turras numa pequena cidade do Meio-Oeste americano.Os três filhos foram para metrópoles da costa Leste a fim de se livrar da mediocridade da vida em família.

Na Filadélfia, Gary, o mais velho, tornou-se banqueiro. Deprimi-do e paranóico, porém, acaba com o próprio casamento. A caçula, Denise, também mora na Filadélfia, onde é chef de cozinha, mas sua vida sexual tumultuada a faz perder o emprego.

Em Nova York, Chip, o filho do meio, é um roteirista frustrado. Ao se envolver com uma aluna, arruína a carreira de professor universitário e vai parar na distante Lituânia, país imerso nas recentes transformações capitalistas do Leste europeu.

Para contar essa história em que todos procuram incessantemente corrigir os rumos que imprimi-ram às próprias vidas, o autor usa uma prosa ácida, que expressa o embate entre mundos inconciliá-veis: o universo conservador dos pais e o pragmatismo sem horizonte dos filhos.

O Doador De Memórias: Quando Não Há Memórias, A Liberdade É Apenas Uma Ilusão – Lois Lowry

O Apanhador no Campo de Centeio – J. D. Salinger

Um garoto americano de 16 anos relata com suas próprias palavras as experiências que ele atravessa durante os tempos de escola e depois. Revela o que se passa em sua cabeça. O que será que um adolescente pensa sobre seus pais, profes-sores e amigos?

LITERATURA

Em O Doador de Memórias, a premiada autora Lois Lowry constrói um mundo aparentemente ideal onde não existem dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de confli-to. Por outro lado, também não há amor, desejo ou alegria genuína.

Os habitantes de uma pequena comunidade, satisfeitos com a vida ordenada, pacata e estável que le-vam, conhecem apenas o presente – o passado e todas as lembranças do antigo mundo lhes foram apagados da mente.

Um único indivíduo é encarregado de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tem-

po, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis.

Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz ideia de que seu mundo nunca mais será o mesmo.

Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.

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Com uma população estimada em 13.828 habitantes, Satuba regis-

trava seis óbitos até o boletim epidemiológico de número 86, divulgado pela Sesau no domingo passado. O municí-pio da Região Metropolitana é o único a figurar na faixa 6 (incidência maior que 40) do mapa que mostra o número de mortes por grupo de 100 mil habitantes no Painel Covid-19 de Alagoas. O cálculo por 100 mil pessoas permite que se

tenha um comparativo entre municípios com diferentes tamanhos populacionais.

Outros 12 municípios estão na faixa 5 (com inci-dência entre 20 e 39,99). São eles: Campestre (28,84), Santa Luzia do Norte (27,41), Maceió (26,99), Paulo Jacinto (26,44), Jequiá da Praia (25,91), Jundiá (24,07), Rio Largo (23,96), Belém (23,02), Paripueira (22,77), Piaçabuçu (22,44), Marechal Deodoro (21,19) e Feliz Deserto

(21,03).Em números totais por

município, Maceió segue com a maior quantidade de mortes por Covid-19 em Alagoas. São 275 óbitos provocados pelo novo coronavírus na capi-tal alagoana, seguida de Rio Largo (18), Arapiraca e União dos Palmares (12), Marechal Deodoro (11), Coruripe (8) e Satuba (6).

CASOS CONFIRMADOSA l é m d e l i d e r a r o

ranking da incidência de mortes por Covid-19 no estado, Satuba também tem a maior taxa de casos confirmados da doença por grupo de 100 mil habitan-tes: 961,82. Baixando essa escala, a cada mil habitan-tes 9,61 foram infectados pelo novo coronavírus em Satuba. O município é seguido na lista por Santa Luzia do Norte (9,18), Jequiá da Praia (8,29) e Maceió (5,78).

20202 de junho12

O Ministério das Rela-ções Exteriores infor-mou que o governo

dos Estados Unidos entregou ao Brasil dois milhões de doses de hidroxicloroquina, “como demonstração da solidarie-dade” entre os dois países na luta contra o coronavírus. De acordo com nota divulgada pelo Itamaraty, em breve, o país norte-americano também enviará mil ventiladores para o Brasil.

“A HCQ [hidroxicloro-quina] será usada como profi-lático para ajudar a defender enfermeiros, médicos e profis-sionais de saúde do Brasil contra o vírus. Ela também será utilizada no tratamento de brasileiros infectados”, diz a nota.

O ministério também anun-ciou um esforço de pesquisa conjunto entre Brasil e Esta-dos Unidos que incluirá testes clínicos controlados randomi-zados, para avaliar a segurança e eficácia da droga, tanto para a profilaxia quanto para o trata-

mento precoce do novo coro-navírus. O desenvolvimento de uma vacina também será objeto desse esforço entre os dois países, conforme ressal-tou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Twitter.

OMSNa semana passada, a Orga-

nização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu os testes com a hidroxicloroquina em pacientes com covid-19 por questões de segurança. Ante-riormente, a OMS já havia se

manifestado contra o uso do medicamento contra a covid-19. Originalmente, a droga é indicada para o tratamento de doenças como malária, lúpus e artrite.

Apesar de ser defendida pelos presidentes Bolsonaro e Trump como um possível trata-mento para covid-19, segundo a OMS, ainda não há evidências científicas que comprovem o benefício da cloroquina, e seu derivado hidroxicloroquina, contra a doença causada pelo novo coronavírus.

Ainda assim, o governo

brasileiro incluiu os medica-mentos no protocolo de trata-mento para pacientes com sintomas leves de covid-19, mas alertou que eles podem causar efeitos colaterais como redução dos glóbulos brancos, disfunção do fígado, disfun-ção cardíaca e arritmias e alte-rações visuais por danos na retina. Cabe ao médico a deci-são sobre prescrever ou não a substância, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, com a assinatura do Termo de Ciência e Consen-timento.

Brasil recebe dois milhões de doses de hidroxicloroquina dos EUA

ÚLTIMAS

Satuba tem maior taxa de incidência de mortes por Covid-19 em Alagoas

PANDEMIA | Mortalidade por 100 mil habitantes é de 43,39, três vezes maior do que a taxa estadual

Satuba, na Região Metropolitana de

Maceió, lidera a incidência de óbitos

por Covid-19, doença provocada pelo novo

coronavírus, em Alagoas. A mortalidade

por grupo de 100 mil habitantes no

município é de 43,39, ou seja, três vezes

maior do que a taxa de todo o estado (13,3).

Os números constam no Painel Covid-19 de

Alagoas, elaborado pela Secretaria de

Planejamento e Gestão (Seplag) e que tem

como base dados da Secretaria de Estado

da Saúde (Sesau) e do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE).

Andreia Verdélio

Agência Brasil

Severino Carvalho

Agência Alagoas

Em números absolutos, Maceió

lidera a estatística, mas propor-

cionalmente, Satuba tem mais

morte por Covid-19