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EDIA
PLANO DE GESTÃO FLORESTAL
BBeejjaa,, DDeezzeemmbbrroo ddee 22001100
HERDADE DOS PARDIEIROS DE
BAIXO
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 2 de 71
PPLLAANNOO DDEE GGEESSTTÃÃOO FFLLOORREESSTTAALL ((PPGGFF))
HHEERRDDAADDEE DDOOSS PPAARRDDIIEEIIRROOSS DDEE BBAAIIXXOO
Concelho de Portel
Duração prevista do PGF: Até 2031, Prazo em que vigora o Plano
Regional de Ordenamento Florestal do Alentejo Central (PROF AC)
Data de submissão do plano:
Proprietário: Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A. (EDIA)
Assinatura _______________________________________
Este Plano de Gestão Florestal é composto por: - Documento de Avaliação
- Modelo de Exploração - Anexos
A veracidade da informação incluída no Documento de Avaliação é assegurada por um Termo de
Responsabilidade, anexo a este Plano de Gestão Florestal e que dele faz parte integrante.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 3 de 71
ÍNDICE
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 6
I. DOCUMENTO DE AVALIAÇÃO ........................................................................................ 7
1. Enquadramento Social e Territorial do Plano......................................................................... 7
1.1. Caracterização do proprietário e da gestão .................................................................. 7
1.1.1. Proprietário (produtor florestal)............................................................................ 7
1.1.2. Entidade responsável pela gestão (gestor) ............................................................ 7
1.1.3. Técnico responsável pela elaboração do PGF ...................................................... 7
1.1.4. Tipificação do Proprietário ................................................................................... 8
1.2. Caracterização geográfica............................................................................................ 8
1.2.1. e 1.2.2. Identificação e inserção administrativa da exploração florestal .............. 8
1.2.3. Localização e acessibilidade da exploração florestal ........................................... 8
2. Caracterização Biofísica dos “Pardieiros de Baixo” .............................................................. 9
2.1. Relevo e altimetria ....................................................................................................... 9
2.2. Rede hidrográfica ........................................................................................................ 9
2.3. Clima ......................................................................................................................... 10
2.4. Solos .......................................................................................................................... 13
2.5. Fauna, flora e habitats ................................................................................................ 15
a) Espécies cinegéticas ................................................................................................. 15
b) Espécies arbóreas e arbustivas ................................................................................. 17
c) Caracterização ecológica .......................................................................................... 17
d) Flora melífera ........................................................................................................... 18
2.6. Pragas, doenças, infestantes e qualidade do arvoredo ............................................... 18
2.7. Evidências de erosão ................................................................................................. 18
2.8. Incêndios florestais, cheias e outros riscos naturais .................................................. 19
3. Regimes legais específicos ................................................................................................... 20
3.1. Restrições de utilidade pública .................................................................................. 20
3.2. Instrumentos de planeamento florestal ...................................................................... 21
3.2.1 Região PROF ....................................................................................................... 21
3.2.2. Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) ............... 26
3.3. Instrumentos de gestão territorial .............................................................................. 29
3.3.1. Plano Director Municipal (PDM) ....................................................................... 29
3.4. Outros ónus relevantes para a gestão ......................................................................... 30
3.4.1. Regime cinegético .............................................................................................. 30
3.4.1.1. Plano de exploração cinegética........................................................................ 31
3.4.2. Contratos de arrendamento ................................................................................. 32
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 4 de 71
3.4.3. Contratos com o Estado ...................................................................................... 32
3.4.4. Outros contratos e acordos ................................................................................. 33
4. Caracterização dos Recursos ................................................................................................ 33
4.1. Infra-estruturas florestais ........................................................................................... 33
4.1.1 Rede viária florestal ............................................................................................. 33
4.1.2. Armazéns e outros edifícios associados à gestão ............................................... 34
4.1.3. Infra-estruturas DFCI ......................................................................................... 34
4.1.4. Infra-estruturas de apoio à gestão cinegética ...................................................... 36
4.1.5. Infra-estruturas de apoio ao recreio e turismo .................................................... 36
4.2. Caracterização socioeconómica da propriedade ........................................................ 36
4.2.1 Função de produção ............................................................................................. 38
4.2.2. Função de protecção ........................................................................................... 38
4.2.3. Função de silvopastorícia, caça e pesca.............................................................. 38
4.2.4. Função de enquadramento paisagístico e recreio ............................................... 39
4.2.5. Evolução histórica da gestão .............................................................................. 40
II. MODELO DE EXPLORAÇÃO .......................................................................................... 42
1. Adequação ao PROF ............................................................................................................ 42
1.1 Contribuição para os objectivos gerais do PROF: ...................................................... 42
1.1.1. Contribuição para os objectivos específicos da SRH do PROF ......................... 43
2. Caracterização e objectivos da exploração ........................................................................... 44
2.1. Caracterização dos recursos....................................................................................... 44
2.1.1. e 2.1.2. Caracterização geral, compartimentação da propriedade e delimitação de
parcelas ......................................................................................................................... 44
2.1.3. Componente florestal .......................................................................................... 44
2.1.3.1. Caracterização das espécies florestais, habitats e povoamentos .................. 44
2.1.3.2. Caracterização do povoamento (descrição parcelar – dp) ........................... 45
2.1.4. Componente cinegética, aquicola e apícola ........................................................ 46
2.2. Organização da gestão e zonamento funcional.......................................................... 46
3. Programas Operacionais ....................................................................................................... 48
3.1. Programa de gestão da produção lenhosa .................................................................. 48
3.2. Programa de gestão do aproveitamento dos recursos não lenhosos e outros serviços
associados ......................................................................................................................... 50
3.3. Programa de infra-estruturas (DFCI, rede viária florestal, cinegética, silvopastorícia
e recreio) ........................................................................................................................... 54
3.4. Programa de Operações Silvícolas Mínimas ............................................................. 55
4. Gestão florestal preconizada (Calendarização das operações) ............................................. 57
5. Cartografia ............................................................................................................................ 61
III. ANEXOS ............................................................................................................................ 62
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 5 de 71
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Identificação das Parcelas ........................................................................................ 8
Quadro 2 - Parcelas que compõem o prédio rústico ................................................................... 9 Quadro 3 - Estações meteorológicas e hidrométricas situadas na envolvente ......................... 10 Quadro 4 - Temperatura mensal média (em Cº) registada na estação Alqueva-Ilha ................ 11 Quadro 5 - Precipitação acumulada registada na estação Alqueva-Ilha ................................... 11 Quadro 6 – Precipitação acumulada na estação Alqueva-Ilha ................................................. 12
Quadro 7 - Humidade relativa do ar registada na estação Alqueva-Ilha .................................. 12 Quadro 8 - Carta de Solos (Pardieiros de Baixo) ..................................................................... 14 Quadro 9 - Capacidade de uso do solo da Herdade dos Pardieiros de Baixo ........................... 15 Quadro 10 - Espécies cinegéticas existentes na área e estimativa qualitativa das suas
populações ................................................................................................................................ 16
Quadro 11 - Caracterização ecológica ...................................................................................... 17
Quadro 12 - Condicionantes ..................................................................................................... 20 Quadro 13 - Espécies a incentivar e correspondentes modelos de silvicultura ........................ 26
Quadro 14 - Descrição e aplicação a Portugal dos modelos de combustível ........................... 27 Quadro 15 - Descrição das faixas de gestão de combustível .................................................... 28 Quadro 16 - Portarias de evolução da Zona de Caça Municipal Alqueva 2 ............................. 30 Quadro 17 - Caracterização da rede viária ............................................................................... 34
Quadro 18 - Caracterização da rede divisional ......................................................................... 35 Quadro 19 - Condições de candidatura da Zona de Caça de Alqueva 2 .................................. 39
Quadro 20 – POAAP - Enquadramento dos Pardieiros de Baixo ............................................ 40 Quadro 21 - Contribuição para o PROF (Metas) ...................................................................... 43 Quadro 22 - Uso do Solo .......................................................................................................... 44
Quadro 23 - Espécies florestais, habitats e povoamentos ......................................................... 45 Quadro 24 - Descrição parcelar ................................................................................................ 46
Quadro 25 - Zonamento funcional............................................................................................ 47
Quadro 26 - Modelos de Silvicultura ....................................................................................... 48
Quadro 27 - Plano de cortes ..................................................................................................... 49 Quadro 28 - Plano de outras intervenções ................................................................................ 49
Quadro 29 - Programa de gestão suberícola ............................................................................. 50 Quadro 30 - Programa de gestão infra-estruturas DFCI ........................................................... 55
Quadro 31 - Operações silvícolas mínimas .............................................................................. 56
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INTRODUÇÃO
A Lei de Bases da Política Florestal (Lei n.º 33/96, de 17 de Agosto) consagra os princípios
orientadores da política florestal, determinando que a responsabilidade de conservar e
proteger a floresta cabe a todos os cidadãos e que os recursos da floresta, e os sistemas
naturais associados, devem ser geridos de modo sustentável, sendo que os detentores das áreas
florestais são responsáveis pela execução de práticas de silvicultura e gestão, de acordo com
as normas reguladoras da fruição dos recursos florestais.
É neste sentido que surgem os Planos de Gestão Florestal (PGF), regulando, no espaço e no
tempo, as intervenções de natureza cultural e de exploração, operacionalizando e transferindo
para o terreno as orientações estratégicas contidas, neste caso, no Plano Regional de
Ordenamento Florestal do Alentejo Central (PROF AC), aprovado pelo Decreto
Regulamentar n.º 36/2007, de 02 de Abril.
O conteúdo do presente PGF tem por base o definido no Decreto-Lei n.º 16/2009, de 14 de
Janeiro, efectuando-se o enquadramento nos instrumentos de ordenamento do território,
caracterização biofísica, procedendo-se à avaliação dos recursos florestais existentes e
definição dos principais objectivos de gestão da exploração. Posteriormente serão
estabelecidas unidades de gestão e respectivo plano de intervenções culturais que permitam
uma boa e sustentável estratégia de gestão da área em causa, não esquecendo as medidas de
defesa da floresta contra os agentes bióticos e abióticos, nomeadamente a defesa da floresta
contra incêndios.
Sendo o Plano de Gestão Florestal um instrumento dinâmico de orientação e de suporte a uma
gestão florestal sustentável e economicamente viável, torna-se assim indispensável a sua
revisão e actualização face a situações inesperadas que ocorram e alterem a realidade inicial
(catástrofes naturais, alterações do uso do solo, etc.), prevendo-se que o presente plano seja
revisto com uma periodicidade quinquenal, onde se fará a incorporação das acções já
executadas, assim como novas acções que possam surgir.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 7 de 71
I. DOCUMENTO DE AVALIAÇÃO
1. Enquadramento Social e Territorial do Plano
1.1. Caracterização do proprietário e da gestão
1.1.1. Proprietário (produtor florestal)
Nome: Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A. (EDIA, S.A.)
Morada: Rua Zeca Afonso, n.º 2.
Localidade: Beja; 7800 – 522 Beja
Contacto: 284 315 100
Fax: 284 315 101
E-mail: [email protected]
1.1.2. Entidade responsável pela gestão (gestor)
Nome: Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A. (EDIA, S.A.)
Técnico responsável: Gonçalo Nuno Varela Sebastião
Morada: Rua Cesário Verde, n.º 2 – 2º Esq.
Localidade: Beja; 7800- 053Beja
Contacto: 963 669 901
Fax: 284 315 121
E-mail: [email protected]
1.1.3. Técnico responsável pela elaboração do PGF
Nome: Gonçalo Nuno Varela Sebastião
Morada: Rua Cesário Verde, n.º 2 – 2º Esq.
Localidade: Beja; 7800- 053Beja
Contacto: 963 669 901
Fax: 284 315 121
E-mail: [email protected]
Formação académica: Licenciado em Engenharia Florestal
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 8 de 71
1.1.4. Tipificação do Proprietário
Proprietário individual.
1.2. Caracterização geográfica
1.2.1. e 1.2.2. Identificação e inserção administrativa da exploração florestal
Quadro 1 – Identificação das Parcelas
Prédios Secção
Finanças
Artigo de
Matriz Área (ha) Distrito Concelho Freguesia
Herdade dos
Pardieiros de
Baixo
I 3 72,5033 Évora Portel Alqueva
Área Total
(ha) 72,5033
1.2.3. Localização e acessibilidade da exploração florestal
A área afecta ao presente Plano de Gestão Florestal, insere-se no prédio rústico acima
identificado, denomina-se Herdade dos Pardieiros de Baixo, situa-se na Freguesia de Alqueva,
Concelho de Portel, Distrito de Évora e ocupa uma área de 72,5033 hectares.
Administrativamente, a propriedade insere-se em zona ribeirinha, próximo da localidade de
Alqueva, na margem da albufeira de Alqueva, nas Unidades territoriais respeitantes à NUT II
- Alentejo e NUT III - Alentejo Central.
Em termos florestais, a área encontra-se sob jurisdição da Unidade de Gestão Florestal do
Alentejo Central – Direcção Regional de Florestas do Alentejo, da Autoridade Florestal
Nacional. Enquadra-se na Carta Militar de Portugal Série M888 – Folha 501 – Portel.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 9 de 71
A água da albufeira de Alqueva divide a propriedade em duas zonas. A zona mais a nascente
é atravessada pela Estrada Regional 255, que liga Portel a Moura. Entretanto. Esta via divide
a zona nascente em duas porções; uma a Sul com 16,4590 hectares e outra a Norte com
34,5218 hectares. A zona mais a poente ocupa uma área de 21,5225 hectares.
Quadro 2 - Parcelas que compõem o prédio rústico
ZONA ÁREA (ha)
Poente 21,5225
Nascente/Norte 34,5218
Nascente/Sul 16,4590
A acessibilidade às diferentes zonas do prédio faz-se a partir daquela via de comunicação e de
aí, ao longo de caminhos agrícolas, em terra batida.
2. Caracterização Biofísica dos “Pardieiros de Baixo”
2.1. Relevo e altimetria
A propriedade insere-se numa zona de topografia ondulada, com declives acentuados (da
ordem dos 25 a 30 %), com escoamento alto e risco de erosão elevado, distribuindo-se por
cotas que oscilam entre os 152 e os 240 m.
A propriedade apresenta uma exposição dominante a Nordeste.
2.2. Rede hidrográfica
A rede hidrográfica engloba as disponibilidades hídricas de superfície, que se traduzem pela
envolvência que os terrenos possuem com as águas da albufeira de Alqueva.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 10 de 71
A herdade localiza-se na sua margem e pertence, na totalidade, à Bacia Hidrográfica do Rio
Guadiana, na zona de confluência com a Ribeira de Codes e o Rio Degebe.
2.3. Clima
Na envolvente da aldeia da barragem de Alqueva, zona onde se situa a Herdade dos Pardieiros
de Baixo, estão localizadas as estações meteorológicas e udométricas indicadas no Quadro 3.
À excepção de Alqueva-Ilha, que foi instalada pela EDIA, sendo esta a entidade responsável
pela sua gestão e exploração, todas as restantes estações estão integradas na Rede Nacional de
Monitorização INAG/ARH, hidrométricas indicadas no Quadro 3, todas elas integradas na
Rede Nacional de Monitorização INAG/ARH.
Quadro 3 - Estações meteorológicas e hidrométricas situadas na envolvente
NOME CONCELHO FREGUESIA ENTRADA EM
FUNCIONAMENTO ENCERRAMENTO
Moura
(DGH) Moura
Santo
Agostinho 01-02-1932 31-05-1941
Amieira Portel Amieira 01-10-1950 31-01-2001
Monte da
Pata
Estrela
Moura P. S. Miguel 09-10-1979 31-12-2000
Albufeira
do
Alqueva
Moura S. João
Batista 19-07-2002
Alqueva
Ilha Moura
S. João
Batista 21-05-2005
Das cinco estações identificadas no quadro anterior, apenas 2 permanecem activas.
Na análise dos parâmetros climáticos foi considerada a estação Albufeira do Alqueva/Ilha,
dada a sua proximidade à propriedade.
Em termos de Precipitação Mensal e Temperatura do Ar Média Mensal, nesta estação, estão
registados os dados referentes ao intervalo 2005/2010.
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Quadro 4 - Temperatura mensal média (em Cº) registada na estação Alqueva-Ilha
Analisando o quadro anterior, verifica-se que a temperatura média mensal apresenta uma
variação significativa ao longo do ano, sendo os meses mais quentes Julho e Agosto e os
meses mais frios Dezembro e Janeiro.
Os dados referentes às temperaturas médias mensais indicam que a temperatura média para o
período analisado é de 17,0 ºC, variando entre uma temperatura mínima de 9,1 ºC e uma
temperatura máxima de 25,7 ºC.
Quadro 5 - Precipitação acumulada registada na estação Alqueva-Ilha
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 12 de 71
No que se refere à precipitação registada na estação Alqueva-Ilha, verifica-se que, de uma
forma geral, é nos meses de Outubro a Abril que habitualmente ocorre maior precipitação. O
valor de precipitação médio anual é de 33,2 mm.
No quadro seguinte, indica-se os valores de precipitação anual acumulada, bem como a
precipitação ocorrida no semestre seco e semestre húmido.
Quadro 6 – Precipitação acumulada na estação Alqueva-Ilha
Ano Hidrológico Precipitação
Anual Acumulada
Precipitação
Acumulada no
Semestre Húmido
(Outubro a Abril)
Precipitação
Acumulada no
Semestre Seco
(Maio a Setembro)
2005/2006 386,4 285,1 101,3
2006/2007 453,3 316,7 136,6
2007/2008 361,1 218,2 142,9
2008/2009 298,6 225,6 73,0
2009/2010 535,4 436,8 98,6
Quadro 7 - Humidade relativa do ar registada na estação Alqueva-Ilha
Observando a figura do quadro anterior verifica-se que a humidade relativa do ar apresenta
valores elevados nas manhãs dos meses de inverno, sendo mais baixa nos meses de Verão.
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O valor mínimo de humidade relativa do ar para o período em análise é 31%, sendo a média
68% e o valor máximo 100%.
No que diz respeito à caracterização climática da zona, refere-se o trabalho efectuado no
âmbito do “Estudo de Impacte Ambiental do Projecto de Emparcelamento Rural da Freguesia
da Luz”, o qual utilizou os valores dos parâmetros climáticos das estações climatológicas da
Amareleja, referente ao período entre 1963/80 (Instituto Nacional de Meteorologia e
Geofísica – INMG, 1991) e Moura, no período 1939/60 (INMG, 1991).
Segundo a classificação climática de Thornthwaite, que relaciona os índices climáticos de
humidade, aridez, hídrico e ainda dois factores, a evapotranspiração e a eficácia térmica do
Verão, e utilizando os dados registados na estação climatológica de Moura, tem-se na região
um clima do tipo semi-árido, mesotérmico, com grande défice de água no Verão e eficácia
térmica de Verão moderada.
2.4. Solos
A propriedade assenta, quase na totalidade, em Litossolos. A excepção é uma pequena
mancha de Solos Mediterrânicos Vermelhos, ou Amarelos, localizada no meio da herdade,
com uma área aproximada de 4 hectares.
Os Litossolos estão indicados na Cartografia pelas seguintes manchas:
20 Ex(p)+Vx(d) 8,2,0;
22 Ex+Pv(d) 6,4,0;
23/a Ex+Pv(d)+P(x)d 5,3,2;
24 Ex+Arx 6,4,0
Os Solos Mediterrânicos Vermelhos, ou Amarelos, surgem na classificação 21 (Vx(d)+Ex
7,3,0).
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Quadro 8 - Carta de Solos (Pardieiros de Baixo)
Em função desta distribuição pedológica, e de acordo com a Carta de Capacidade de Uso do
Solo, do Serviço de Reconhecimento e Ordenamento Agrário, conclui-se que a capacidade de
uso do solo predominante nos Pardieiros de Baixo é da classe E.
Existe ainda uma mancha central de solo cuja capacidade de uso é um complexo das classes D
e E, com limitações ao nível da erosão.
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Quadro 9 - Capacidade de uso do solo da Herdade dos Pardieiros de Baixo
2.5. Fauna, flora e habitats
a) Espécies cinegéticas
A fauna existente é muito variada e encontra-se bem adaptada às condições ambientais.
Na propriedade existem algumas espécies com interesse cinegético, identificadas no quadro
abaixo, cuja abundância varia no tempo e no espaço conforme uma série de factores naturais e
antrópicos, de tal modo que as estimativas serão sempre meras aproximações à situação real.
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Quadro 10 - Espécies cinegéticas existentes na área e estimativa qualitativa das suas
populações
Espécies cinegéticas Situação
actual Factores limitantes
Evolução
previsível
Perdiz (Alectoris rufa) Comum Actividade
agrícola/predação Comum
Lebre (Lepus granatensis) Comum Actividade
agrícola/predação Comum
Coelho (Oryctolagus cuniculus) Pouco
abundante
Predação/doenças
víricas Comum
Faisão (Phasianus colchicus) Pouco comum Adaptação ao
meio/predação Pouco comum
Codorniz (Coturnix coturnix) Comum Fluxos migratórios Comum
Rola comum (Streptopelia turtur) Comum Fluxos migratórios Comum
Tordo comum (Turdus philomelos) Comum Fluxos migratórios Comum
Estorninho-malhado (Sturnus vulgaris) Comum Fluxos migratórios Comum
Pombo torcaz (Columba palumbus) Comum Fluxos migratórios Comum
Pato real (Anas platyrhynchos) Comum Fluxos
migratórios/meio Comum
Galinha d’água (Gallinula chloropus) Comum Fluxos
migratórios/meio Comum
Galeirão (Fulica atra) Comum Fluxos
migratórios/meio Comum
Tarambola-dourada (Pluvialis apricaria) Pouco
Comum
Fluxos
migratórios/meio Pouco Comum
Galinhola (Scolopax rusticola) Pouco comum Fluxos migratórios Pouco comum
Narceja-comum (Gallinago gallinado) Pouco comum Fluxos
migratórios/meio Pouco comum
Narceja-galega (Lymnocryptes minimus) Pouco comum Fluxos
migratórios/meio Pouco comum
Raposa (Vulpes vulpes) Comum Actividade
cinegética Comum
Saca-rabos (Herpestes ichneumon) Comum Actividade
cinegética Comum
Javali (Sus scrofa) Comum Meio/actividade
cinegética Comum
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 17 de 71
b) Espécies arbóreas e arbustivas
Ao nível do estrato arbóreo desenvolvido, os terrenos em causa encontram-se ocupados
principalmente por azinheiras e sobreiros adultos. Uma parte da área de azinho,
aproximadamente 20 hectares, foi alvo de um adensamento em 2003.
Quanto à vegetação arbustiva espontânea, ocupando a zona onde se encontra instalado o
povoamento de azinho e zonas confinantes, predominam o sargaço (Cistus monspeliensis), a
esteva (Cistus ladanifer) e o Medronheiro (Arbutus unedo).
O estrato herbáceo, muito diversificado, é essencialmente composto por gramíneas do género
Avena, Lolium e Hordeum, leguminosas dos géneros Ornythopus, Trifolium e Vicia, bem
como por asteráceas do género Chamaemelum.
c) Caracterização ecológica
Segundo Albuquerque (1954), a área em estudo situa-se na zona ecológica ibero-mediterrânea
(IM), caracterizada autofiticamente pela presença da azinheira (Quercus ilex, var.
rotundifolia).
Quadro 11 - Caracterização ecológica
IM – Ibero-Mediterrânea
Tipo Zona
Ecológica
Código
Zona
Ecológica
Nível
Oroclimático
Espécies indicadoras
Nome vulgar Nome científico
Fitoclimática IM Basal
(<400 m)
Zambujeiro Olea europea
sylvestris
Azinheira Quercus ilex
rotundifolia
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d) Flora melífera
Os recursos florísticos existentes nos estratos arbustivos e herbáceos da área de estudo,
proporcionam às abelhas alimento durante grande parte do ano. No entanto, este recurso não é
fonte de exploração.
2.6. Pragas, doenças, infestantes e qualidade do arvoredo
Os danos causados nas espécies florestais devido às más técnicas culturais e de exploração, às
secas e aos desequilíbrios no ecossistema, contribuem para o desenvolvimento de pragas e
doenças nos espaços florestais.
A ocorrência de pragas e doenças é responsável por múltiplos danos nas espécies florestais,
provocando o seu enfraquecimento e, por vezes, a total destruição. Os maiores prejuízos
registam-se quase sempre em povoamentos debilitados, afectando sobretudo a valorização do
material lenhoso e produtos associados.
A ocupação arbórea, nestas parcelas, é constituída por um povoamento de azinheiras adultas e
outra zona de sobreiros adultos, com muito renovo espontâneo. Existe ainda uma pequena
área de ciprestes (Cupressus sempervirens) que foi plantada pelo proprietário em 2003.
Em nenhuma das áreas se verifica a ocorrência de pragas ou doenças.
2.7. Evidências de erosão
O risco de erosão para a área em causa é considerado elevado coincidindo com os declives
existentes, compreendidos entre os 25% e os 30%.
Actualmente, não existem sinais de erosão nos solos em questão e onde exista ocorrerá pela
incidência directa da pluviosidade em zonas mais declivosas e mais isentas de cobertura
vegetal.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 19 de 71
2.8. Incêndios florestais, cheias e outros riscos naturais
De acordo com o histórico da ocorrência de incêndios florestais, na Herdade dos Pardieiros de
Baixo, não se registou a sua ocorrência ou de qualquer outro fenómeno natural.
Esta região, segundo a Carta de Síntese do PROF AC, encontra-se numa zona sensível para a
conservação, nomeadamente por se tratar de uma área crítica do ponto de vista da floresta
contra incêndios.
Risco espacial de incêndio
O Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de
Janeiro, estabelece a zonagem do continente segundo o risco espacial de incêndio em cinco
classes, sendo os critérios de classificação baseados, entre outros, na informação histórica
sobre a ocorrência de incêndios florestais, ocupação do solo, orografia, clima e demografia.
A área a que se refere o presente PGF insere-se num concelho que não dispõe de Plano
Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI). Assim, em termos de risco de
incêndio, recorreu-se à Carta de Risco de Incêndio Florestal 2010 (CRIF).
De acordo com a CRIF, o Risco de Incêndio Florestal para a área em causa é Moderado a
Elevado.
Zonas críticas
De acordo com o Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, com as alterações introduzidas
pelo Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de Janeiro, são as manchas florestais onde é prioritária a
aplicação de medidas mais rigorosas de defesa da floresta contra incêndios face ao risco de
incêndio que apresentam e em função do seu valor patrimonial, social e ecológico.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 20 de 71
O PROF AC identifica, demarca e procede ao planeamento próprio das zonas críticas, pelo
que o planeamento no âmbito da defesa da floresta contra incêndios deverá integrar os
conteúdos dos artigos 47.º e 48.º, do Decreto Regulamentar n.º 36/2007, de 2 de Abril.
Do ponto de vista do risco de incêndio, a área do presente PGF insere-se integralmente em
zona crítica, pelo que este tema deve merecer especial atenção no que diz respeito às normas
referentes à gestão de combustíveis de acordo com o artigo 47.º e as redes regionais de defesa
da floresta contidas no artigo 48º.
3. Regimes legais específicos
3.1. Restrições de utilidade pública
Quadro 12 - Condicionantes
Sim Não Superfície
Descrição das condicionantes ha %
Regime florestal X
REN X 52,4844 100,00 Áreas com riscos de erosão (ERO)
RAN X
Rede Natura 2000 X
Outras áreas
classificadas X
Linhas de alta
tensão, antenas X 0,0068
2 Antenas de operadoras de serviço
móvel de comunicação, a Sudeste
Oleodutos, gasodutos X
Marcos geodésicos X
Sítios arqueológicos X
Outros
(corredor ecológico) X
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 21 de 71
3.2. Instrumentos de planeamento florestal
3.2.1 Região PROF
Pelo Decreto Regulamentar n.º 18/2006, de 20 de Outubro foi aprovado o Plano Regional de
Ordenamento Florestal do Alentejo Central (PROF AC) que descreve um planeamento
florestal abrangendo os concelhos da região NUT III – Alentejo Central, efectuando uma
análise estratégica que permite definir objectivos gerais e específicos, assim como delinear
propostas de medidas e acções tendo em vista a diversificação da floresta com os espaços
florestais explorados de forma sustentável.
O PROF AC define e delimita sub-regiões homogéneas, sendo que a área afecta ao presente
PGF se insere na sub-região homogénea “Alqueva e envolventes” onde se visa a
implementação e incrementação das seguintes funções:
1ª: Recreio, enquadramento e estética da paisagem;
2ª: Silvopastorícia, caça e pesca nas águas interiores;
3ª: Protecção.
O potencial para o desenvolvimento reside no aproveitamento deste projecto estruturante,
nomeadamente nas actividades relacionadas com o recreio, silvopastorícia, da caça e
sobretudo da pesca nas águas interiores, ainda que nesta sub-região tenham de obedecer às
condicionantes de protecção. Nesta sub-região verifica-se também a existência de áreas
significativas de bom potencial produtivo para a azinheira, espécie de grande relevância
económica e ecológica.
A fim de prosseguir as funções referidas, estabeleceu-se os seguintes objectivos específicos e
medidas:
1. Adequar os espaços florestais à crescente procura de actividades de recreio e de espaços de
interesse paisagístico.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 22 de 71
1.1. Definir as zonas com bom potencial para o desenvolvimento de actividades de recreio e
com interesse paisagístico e elaborar planos de adequação destes espaços ao uso para recreio
nas zonas identificadas.
Medida: Definir as zonas com potencial para recreio para desenvolvimento de actividades
relacionadas com o turismo florestal.
Medida: Apoiar a elaboração de planos de adequação dos espaços florestais ao uso para
recreio nas zonas definidas.
1.2. Dotar as zonas prioritárias para recreio com infra-estruturas de apoio.
Medida: Apoiar à criação e manutenção de percursos da natureza, de centros de interpretação
da paisagem/natureza e de infra-estruturas de apoio à contemplação dos elementos de elevado
valor paisagístico.
Medida: Criar, disponibilizar e manter actualizado um catálogo (em formato de papel ou
digital, consultável na internet) de paisagens e pontos de interesse para actividades de recreio
e lazer nos espaços florestais.
1.3. Adequar o coberto florestal nas zonas prioritárias para a utilização para recreio e com
interesse paisagístico.
Medida: Apoiar intervenções silvícolas adequadas à utilização para recreio e com interesse
paisagístico.
2. Controlar e mitigar os processos associados à desertificação.
Medida: Apoiar preferencialmente formas de utilização dos espaços florestais que promovam
a conservação do solo e da água.
Medida: Apoiar preferencialmente formas de utilização dos espaços florestais que fixem as
populações locais, através da criação de emprego e riqueza.
Medida: Apoiar a recuperação das áreas degradadas através de acções de arborização e
beneficiação do coberto vegetal.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 23 de 71
Medida: Desenvolver campanhas de sensibilização da população local para a problemática da
desertificação.
3. Aumentar a actividade associada à caça enquadrando-a com o aproveitamento para recreio
nos espaços florestais.
3.1. Aumentar o conhecimento sobre o potencial cinegético da região.
Medida: Apoiar a realização de censos periódicos das populações cinegéticas mais
importantes, nomeadamente a lebre-ibérica e os tordos, bem como estudos de utilização de
habitat e capacidade de suporte dos ecossistemas da região.
3.2. Aumentar o número de áreas com gestão efectiva e a rendibilidade da actividade
cinegética.
Medida: Apoiar as acções de gestão de habitat para promover a integração da caça noutras
actividades como a agricultura, a silvicultura e a silvopastorícia.
Medida: Fiscalizar o cumprimento dos planos de gestão das zonas de caça.
3.3. Aumentar o nível de formação dos responsáveis pela gestão de zonas de caça.
Medida: Apoiar acções de formação profissional em gestão cinegética.
4. Desenvolver a actividade silvopastoril.
4.1. Aumentar o conhecimento e nível de gestão relativamente aos recursos silvopastoris.
Medida: Incentivar a elaboração e a implementação de planos de gestão dos recursos
silvopastoris (pastagens naturais, matos, frutos e ramagens).
Medida: Compilar e integrar a informação relativa aos efectivos pecuários em sistemas de
gestão de forma a optimizar capacidade de utilização dos recursos silvopastoris.
4.2. Integrar a actividade silvopastoril na cadeia de produção de produtos certificados.
Medida: Apoiar a adaptação dos sistemas de produção pastoris às necessidades do sistema de
produção de produtos certificados.
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5. Desenvolver a prática da pesca nas águas interiores associada às actividades de recreio nos
espaços florestais.
5.1. Identificar as zonas com bom potencial para o desenvolvimento da actividade da pesca e
desenvolver o ordenamento dos recursos piscícolas.
Medida: Inventariar os locais com interesse para a pesca, bem como as infra-estruturas e
população piscícola associada.
Medida: Proceder a repovoamentos piscícolas, assegurando que para além das zonas
concessionadas, as zonas que têm interesse para pesca sejam objecto de repovoamento.
Medida: Promover a instalação de passagens para peixes, a manutenção de caudais ecológicos
e outras medidas mitigadoras dos impactes de obras hidráulicas.
5.2. Dotar todas as zonas prioritárias para a pesca identificadas no inventário, com infra-
estruturas de apoio (ex: acessos e pontos de pesca) enquadradas com as do recreio e criar
zonas concessionadas para a pesca.
Medida: Apoiar a criação de infra-estruturas de apoio à pesca e de zonas concessionadas para
a pesca nos troços prioritários.
6. Desenvolver a actividade apícola.
6.1. Aumentar o nível de gestão e conhecimento sobre a actividade apícola, e integrar a
actividade na cadeia de produção de produtos certificados.
Medida: Definir orientações sobre as operações de remoção da vegetação espontânea nas
áreas de influência das explorações.
Medida: Apoiar acções de expansão, melhoria e manutenção de espaços florestais, com
interesse florístico para a actividade apícola.
Medida: Apoiar a adaptação dos sistemas de produção apícola às necessidades do sistema de
produção de produtos certificados.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 25 de 71
7. Promover a produção de produtos não-lenhosos, nomeadamente, o mel, os cogumelos e o
pinhão.
Medida: Inventariar locais com interesse para a produção de produtos não-lenhosos e
desenvolver estudos sobre os modelos silvícolas que optimizem a sua produção.
Medida: Adequar os modelos de silvicultura multifuncionais de utilização dos espaços
florestais que integrem a produção de produtos não lenhosos, optimizando a rentabilidade
florestal.
Medida: Regulamentar a produção, colheita e a comercialização dos produtos florestais não-
lenhosos.
8. Criar um sistema de informação e controlo do estado sanitário dos povoamentos.
Medida: Criar um sistema de monitorização (recorrendo, se necessário ao voluntariado) e
controlo sanitário, desde a manipulação do produto no local de origem até ao seu destino.
Medida: Elaborar estudos de avaliação de danos dos principais problemas fitossanitários.
9. Recuperar as áreas em situação de maior risco de erosão.
Medida: Delimitar perímetros de protecção máxima nas zonas de cabeceira das bacias
hidrográficas.
Medida: Promover práticas silvícolas adequadas à recuperação e protecção do solo.
Medida: Financiar a arborização e beneficiação do coberto vegetal nas zonas de maior risco
com espécies adequadas ao controlo da erosão e ao fomento da pedogénese.
As espécies de árvores florestais e correspondentes modelos de silvicultura a incentivar e
privilegiar nesta sub-região, e para a área de estudo, são as constantes do seguinte quadro:
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 26 de 71
Quadro 13 - Espécies a incentivar e correspondentes modelos de silvicultura
Espécie Modelo de Silvicultura Localização
Azinheira Povoamento puro irregular de azinheira, para
produção de fruto, com um grau de coberto, em
povoamentos adultos, de 30 a 60 % (AZ4)
Toda a sub-região
Devem também ser privilegiadas as seguintes espécies:
Amieiro (Alnus glutinosa), casuarina (Casuarina cunninghamiana), cipreste-comum
(Cupressus sempervirens), cipreste-do-buçaco (Cupressus lusitanica) freixo (Fraxinus
angustifolia) e salgueiro (Salix spp).
As espécies não indicadas, para a sub-região Alqueva e envolventes e que apresentam
condições de desenvolvimento nesta sub-região, deverão ser também consideradas, com
excepção das invasoras lenhosas.
3.2.2. Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI)
Como não está publicado um PMDFCI para o Concelho de Portel, recorreu-se, em termos de
Modelos de Combustível, à tabela que se utiliza em Portugal:
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Quadro 14 - Descrição e aplicação a Portugal dos modelos de combustível
GRUPO MODELO DESCRIÇÃO APLICAÇÃO
1 Pasto fino, seco e baixo, com altura abaixo do joelho, que cobre completamente o solo. Os matos ou as árvores cobrem menos de 1/3 da superfície. Os incêndios com grande velocidade pelo pasto fino. As pastagens com espécies anuais são exemplos típicos.
Montado. Pastagens anuais ou
perenes. Restolhos.
Herbáceo 2 Pasto contínuo, fino, seco e baixo, com presença de matos ou árvores que cobrem entre 1/3 e 2/3 da superfície. Os combustíveis são formados pelo pasto seco, folhada e ramos caídos da vegetação lenhosa. Os incêndios propagam-se rapidamente pelo pasto fino. Acumulações dispersas de combustíveis podem incrementar a intensidade do incêndio.
Matrizes mato/herbáceas resultantes de fogo frequente (e.g. giestal). Formações lenhosas diversas (e.g. pinhais, zimbrais, montado)
3 Pasto contínuo, espesso e (>=1m) 1/3 ou mais do pasto deverá estar seco. Os incêndios são mais rápidos e de maior intensidade.
Campos cerealíferos (antes da ceifa). Pastagens altas. Feteiras. Juncais.
4 Matos ou árvores jovens muito densos, com cerca de 2m de altura. Continuidade horizontal e vertical do combustível. Abundância do combustível lenhoso morto (ramos) sobre as plantas vivas. O fogo propaga-se rapidamente sobre as copas dos matos com grande intensidade e com chamas grandes. A humidade dos combustíveis vivos tem grande influência no comportamento do fogo.
Qualquer formação que inclua um estrato arbustivo e contínuo (horizontal e verticalmente), especialmente com % elevadas de combustível morto: carrascal, tojal, urzal, esteval, acacial. Formações arbóreas jovens e densas (fase de novedio) e não caducifólias.
Arbustivo 5 Mato denso mas baixo, com uma altura inferior a 0,6 m. Apresenta cargas ligeiras de folhada do mesmo mato, que contribui para a propagação do fogo em situação de ventos fracos. Fogos de intensidade moderada.
Qualquer formação arbustiva jovem ou com pouco combustível morto. Sub-bosque florestal dominado por silvas, fetos ou outra vegetação
sub-lenhosa verde. Eucaliptal (> 4 anos de idade) com sub-bosque arbustivo baixo e disperso, cobrindo entre 1/3 e ½ da superfície
6 Mato mais velho do que no modelo 5, com alturas compreendidas entre os 0,6 e os 2 metros de altura. Os combustíveis vivos são mais escassos e dispersos. No conjunto é mais inflamável do que o modelo 5. O fogo propaga-se através do mato com ventos moderados a fortes.
Situações de dominância arbustiva não enquadráveis nos modelos 4 e 5. Regeneração de Quercus pyrenaica (antes da queda da folha).
7 Mato de espécies muito inflamáveis, de 0,6 a 2 metros de altura, que propaga o fogo debaixo das árvores. O incêndio desenvolve-se com teores mais altos de humidade do combustível morto do que no outros modelos, devido à natureza mais inflamável dos outros combustíveis vivos.
-
Assim, os combustíveis presentes na área de estudo correspondem, maioritariamente, ao
modelo 2, pertencente ao grupo herbáceo.
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Relativamente à Perigosidade de Incêndio Florestal e ao Risco de Incêndio Florestal
(RIF), e uma vez que o concelho de Portel não possui PMDFCI, recorreu-se à CRIF2010.
Assim, o risco de incêndios para os Pardieiros de Baixo é Moderado a Elevado.
Rede de faixas de gestão de combustíveis
Uma vez que não existe publicação de um PMDFCI para o concelho de Portel, preconiza-se, à
semelhança do que tem sido estabelecido para Concelhos similares e/ou limítrofes, que a
gestão dos combustíveis existentes nos espaços rurais é realizada através de faixas e de
parcelas, situadas em locais estratégicos para a prossecução de determinadas funções, onde se
procede à modificação e à remoção total ou parcial da biomassa existente, com o objectivo
principal de reduzir o perigo de incêndio.
Na delimitação das faixas de gestão de combustível (FGC) teve-se em consideração o tipo de
edificações e de infra-estruturas presentes na área de estudo, tendo-se considerado como
largura mínima os valores abaixo apresentados, que se encontram em consonância com o
estabelecido no artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, alterado pelo
Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de Janeiro.
Quadro 15 - Descrição das faixas de gestão de combustível
Faixas de Gestão de Combustíveis
Código Descrição Largura da faixa (m)
001 Edifícios integrados em espaços rurais
(habitações e outras edificações) 50
004
Rede viária (com o objectivo de apoiar o combate
e estabelecer descontinuidade de combustíveis nas
manchas continuas de vegetação)
10
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 29 de 71
3.3. Instrumentos de gestão territorial
3.3.1. Plano Director Municipal (PDM)
De acordo com a Carta de Condicionantes do Plano Director Municipal de Portel, a Herdade
dos Pardieiros de Baixo encontra-se totalmente inserida na Reserva Ecológica Nacional
(REN), classificada como Área com Risco de Erosão do Solo (ERO). Esta classe constitui
áreas de prevenção de riscos naturais.
Nas zonas classificadas como REN, devem ser proibidas acções que ponham em risco a
biodiversidade e o equilíbrio ecológico. Nestas áreas as actividades agro-silvo-pastoris devem
ocorrer de forma extensiva, evitando a destruição das estruturas naturais, principalmente o
coberto vegetal ripícola e rupícola.
Relativamente a acções de florestação e reflorestação, deve optar-se por técnicas de
preparação do terreno que não contribuam para o aumento da erosão do solo.
Assim:
1. A limpeza de mato não deve ser feita com lâmina de tractor;
2. A construção de aceiros (corta-fogos sem vegetação) não deve ser feita ao longo de
declives longitudinais superiores a 8%, devendo a abertura ser feita com grade e não
com lâmina de tractor;
3. Nas áreas envolventes das linhas de água, e até uma distância mínima de 10 m para
cada lado, as mobilizações do solo só poderão ser feitas de forma localizada;
Ainda em termos de Plano Director Municipal, na Carta de Ordenamento, a propriedade
encontra-se inserida em Espaço Silvopastoril, distribuída por duas categorias:
- Área de Montados de Sobro e Azinho,
- Área de Silvopastorícia.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 30 de 71
3.4. Outros ónus relevantes para a gestão
3.4.1. Regime cinegético
A actividade cinegética é uma actividade que pode contribuir de modo significativo para a
sustentabilidade do sistema, sendo que um montado bem conduzido e ordenado, rico em
habitats e espécies, é consequentemente rico em biodiversidade, favorecendo a ocorrência de
numerosas espécies da fauna bravia.
A Herdade dos Pardieiros de Baixo encontra-se integrada no regime cinegético especial
através da anexação à Zona de Caça Municipal Alqueva 2, processo n.º 2940.
Quadro 16 - Portarias de evolução da Zona de Caça Municipal Alqueva 2
Data
Publicação
Portaria
N.º
Portaria
N.º
Zona
Caça
Tipo
Zona
Designação
da ZC Entidade
Género
Portaria
Distrito /
Concelho
Unidade
Gestão
Florestal
Direcção
Regional
Florestas
2003/08/08 746/2003 2940 Municipal ZCM do
Alqueva 2
Câmara
Municipal de
Portel e Associação de
Caçadores e
Pescadores de Alqueva
Concessão Évora/Portel Alentejo
Central Alentejo
2009/07/28 794/2009 2940 Municipal ZCM do
Alqueva 2
Associação de
Caçadores e
Pescadores de Alqueva
Renovação Évora/Portel Alentejo
Central Alentejo
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 31 de 71
3.4.1.1. Plano de exploração cinegética
De modo a proceder-se ao fomento das espécies cinegéticas ocorrentes deve haver uma
intervenção, por um lado através do maneio de habitats e por outro do maneio da fauna, assim
como a observação e cumprimento de todos os condicionalismos cinegéticos.
A. Maneio de Habitats – Instalação de Campos de Alimentação
As culturas para a caça deverão disponibilizar recursos alimentares ao longo de todo o ano, de
tal modo que possam ser fixadas e desenvolvidas as populações sedentárias e atraídas as
populações migratórias. Assim deverão ser aproveitadas as faixas marginais às culturas
agrícolas e nelas instalar culturas que possam complementar as necessidades alimentares da
fauna cinegética, mantendo uma faixa de protecção às linhas de água entre 10 e 20 m.
Deverá ser utilizada uma mistura de sementes composta por gramíneas e leguminosas, tais
como gramicha, aveia, trigo, triticale, centeio, cizirão, ervilha, etc.
Além das culturas enunciadas convém disponibilizar em comedouros artificiais cereais em
grão ou girassol, sempre que o ano agrícola não corra de acordo com o esperado e/ou em
áreas sem vocação agrícola.
A disponibilidade de recursos hídricos é fundamental para a fauna em geral, sendo
absolutamente necessário no período estival. Neste contexto deverão ser limpos os poços,
nascentes, azenhas e fontes de modo a torná-los acessíveis às espécies cinegéticas.
B. Maneio da fauna
As medidas de maneio recomendadas traduzem-se essencialmente na correcção de
densidades, nomeadamente para os predadores e coelho bravo sempre que se verifique um
surto de mixomatose e/ou doença hemorrágica viral; respeitar as quotas de captura, que
podem varias consoante a espécie e a efectivação de censos.
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Deverão ser salvaguardadas todas as espécies protegidas, incluindo as predadoras (mamíferos,
aves e repteis), pois a sua existência enriquece a zona de caça e promove o equilíbrio natural
entre espécies, evitando doenças e malformações genéticas das espécies presa.
C. Períodos de caça
Os períodos venatórios são os fixados anualmente por portaria do Ministério da Agricultura,
desenvolvimento Rural e Pescas.
D. Dias de caça
Além dos feriados nacionais obrigatórios, os dias da semana em que se procederá ao acto
venatório variam conforme a classificação dos diferentes grupos de espécies.
É proibido caçar nos dias em que se realizam eleições ou referendos nacionais e ainda quando
se realizem eleições ou referendos locais nas áreas das respectivas autarquias.
E. Processos e meios de caça
Os processos e meios de caça são fixados anualmente, por portaria do Ministério da
Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas, e podem variar consoante a espécie.
3.4.2. Contratos de arrendamento
O proprietário não formalizou qualquer tipo de Acordos de Cessão de Direitos de Caça.
3.4.3. Contratos com o Estado
O proprietário não formalizou qualquer tipo de Contrato com o Estado.
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3.4.4. Outros contratos e acordos
Existe um contrato de arrendamento de campanha, para a área de olival (3,7310 ha),
estabelecido com Manuel Coelho, de Moura.
4. Caracterização dos Recursos
4.1. Infra-estruturas florestais
As infra-estruturas são fundamentais de modo a promover um correcto e normal
desenvolvimento da actividade de gestão e exploração dos espaços florestais, nomeadamente
facilitando o acesso às parcelas de exploração, de meios humanos e materiais, assim como
auxiliam na prevenção, detecção e combate aos incêndios florestais.
Dentro da área de estudo as infra-estruturas existentes podem ser classificadas em dois
grupos: rede viária e rede divisional.
4.1.1 Rede viária florestal
A rede viária existente caracteriza-se por diversos estradões, em terra batida, numa extensão
total de 3.161 metros.
A rede viária existente, com uma densidade de 43,46 m/ha, considera-se suficiente,
apresentando-se transitável e em bom/médio estado de conservação.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 34 de 71
Quadro 17 - Caracterização da rede viária
Legenda: Estado: (Muito bom = Transitável), (Bom/Médio = Transitável em parte), (Mau = Não transitável).
4.1.2. Armazéns e outros edifícios associados à gestão
Em termos sociais, na área a que se refere este PGF, nos Pardieiros de Baixo, existe uma
habitação e diversas dependências agrícolas, degradadas, em ruínas e de difícil
aproveitamento.
4.1.3. Infra-estruturas DFCI
Faixas de Gestão de Combustíveis
Redes Primárias
A área deste plano não se insere em rede primária.
Redes Secundárias
A rede secundária de faixas de gestão de combustíveis engloba uma faixa lateral de terreno
confinante com a rede viária florestal, nomeadamente os caminhos principais de acesso (rede
viária pública), onde se procede à limpeza da carga combustível numa largura de cerca de 10
metros, com manutenção anual.
Tipo de Rede Viária Extensão (em metros) Estado de Conservação
Caminhos e estradões 3.161 Bom/Médio
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É ainda promovida uma faixa de gestão de combustível de 50 metros à volta das edificações.
Redes Terciárias
A rede divisional é constituída pelos aceiros, arrifes e faixas de redução de combustíveis,
onde são criadas faixas de descontinuidade de material vegetal com a função de isolamento de
potenciais focos de ignição de incêndios. Esta rede de infra-estruturas engloba-se na rede
terciária de faixas de gestão de combustíveis.
Nos aceiros e arrifes é efectuada a remoção total dos combustíveis existentes, pelo que se
designam por Faixas de Interrupção de Combustíveis (FIC). As faixas corta-fogo são também
designadas por Faixas de Redução de Combustíveis (FRC), não sendo mais do que aceiros
com vegetação, onde, propositadamente se mantém alguma vegetação.
Na propriedade foram identificados 7.787 m de aceiros, que normalmente têm uma largura de
6 metros, o que corresponde a uma densidade de 107,05 m/ha. Tendo em conta a existência de
alguns elementos de descontinuidade dos espaços, maioritariamente florestais, a densidade da
rede divisional existente mostra-se suficiente.
Quadro 18 - Caracterização da rede divisional
Tipos de rede divisional Metros Estado de conservação
Aceiros 7.787
Bom/Médio
Legenda: Estado: (Muito bom = Transitável), (Bom/Médio = Transitável em parte), (Mau = Não transitável).
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Pontos de Água
Na propriedade não existe nenhum ponto de água. No entanto, a herdade localiza-se na
margem da albufeira de Alqueva, permanentemente disponível para a utilização nas
actividades de defesa da floresta contra incêndios, servindo igualmente de fonte de
abeberamento da fauna silvestre. A albufeira contribui igualmente para a diversificação da
paisagem, enriquecimento e manutenção da diversidade biológica do ecossistema,
constituindo habitats específicos (de espécies aquáticas e anfíbias) e fontes de água para os
animais existentes nos arredores.
4.1.4. Infra-estruturas de apoio à gestão cinegética
Como infra-estruturas de fomento para a fixação e recuperação das populações cinegéticas,
existem variados morouços de pedra, importantes para a fixação do coelho bravo.
A área, por se localizar na margem da albufeira de Alqueva, apresenta excelentes
disponibilidades hídricas à fauna silvestre.
4.1.5. Infra-estruturas de apoio ao recreio e turismo
A actividade turística não é explorada.
4.2. Caracterização socioeconómica da propriedade
A importância económica, ecológica e social à escala local e regional de áreas florestais,
muitas vezes é difícil de determinar com exactidão. A actividade florestal é multifuncional,
originando a produção de diversos bens e serviços que nem sempre tem valor económico
directamente quantificável.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 37 de 71
A valorização económica na floresta deverá ser entendida como o somatório de todos os
recursos potencialmente geradores de retorno financeiro, tais como o valor patrimonial
financeiro, o valor da fileira florestal, o valor ambiental e paisagístico.
De forma a valorizar a propriedade em termos florestais e a recuperar solos que se
encontravam ocupados com matos do género Cistus, a área de montado mais a Norte foi
adensada com azinheiras jovens, no ano de 2003. O sistema florestal gera protecção e
contraria os fenómenos de erosão.
Por outro lado, estamos perante um povoamento inserido numa zona onde a gestão cinegética
marca presença, contribuindo para aumentar os níveis da empregabilidade local, afectando
uma dimensão de recursos considerável. Face ao exposto são diversos os exemplos de zonas
de caça que revelaram neste últimos anos a sua importância, quer no desenvolvimento do
turismo rural quer no aproveitamento integrado dos recursos cinegéticos, conseguindo através
destas zonas de caça, trazer clientes á região, promovendo o seu desenvolvimento e
garantindo postos de trabalho, que numa economia desta escala são tão importantes
obstaculizando a desertificação do mundo rural.
Por último, do ponto de vista florestal, os resíduos florestais e os matos afiguram-se como
fontes adicionais de rendimento, uma vez que permitem obter aproveitamento económico de
algo que não era anteriormente explorado. No entanto as limitações destes recursos residem,
como é sabido, essencialmente, na logística do transporte até às centrais da queima ou locais
de venda. Contudo a área em causa não apresenta especial aptidão para este tipo de
aproveitamento, especialmente devido ao elevado grau de susceptibilidade dos solos, e
igualmente relacionado com as baixas produções espectáveis, visto que estamos numa zona de
fraca produtividade de lenho.
Os principais constrangimentos à exploração florestal prendem-se com:
- Envelhecimento e diminuição da densidade por ausência de regeneração, stress funcional ou
disrupção do próprio sistema;
- Pragas e doenças;
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 38 de 71
- Desinteresse por parte dos agentes económicos, consequente adensamento e reconversão em
sobreiral ou azinhal;
- Incêndios nos montados densos;
- Desertificação.
4.2.1 Função de produção
Na área a que se refere o presente PGF, existe uma função marcadamente produtiva, tanto no
azinho como no sobro, que foi alvo da última tiragem em 2007.
4.2.2. Função de protecção
A função protectora do solo pode ser conseguida pela presença das quercíneas que funcionam
como elemento melhorador das condições pedológicas, fomentando processos de conservação
do solo e desenvolvendo a formação de massas florestais, promovendo a melhoria do meio
edafo-climático e valorizando a área em causa.
4.2.3. Função de silvopastorícia, caça e pesca
A integração da propriedade em zona de caça, permite uma exploração racional e concertada
das espécies cinegéticas ocorrentes, planeando-se diversas jornadas de caça, nomeadamente
às aves migratórias, javalis e determinados predadores como saca-rabos e raposa.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 39 de 71
Quadro 19 - Condições de candidatura da Zona de Caça de Alqueva 2
As actividades de silvopastorícia e pesca não são alvo de exploração.
4.2.4. Função de enquadramento paisagístico e recreio
Quanto ao Plano de Ordenamento das Albufeiras de Alqueva e Pedrógão (POAAP), conforme
se constata no quadro seguinte, a Herdade dos Pardieiros de Baixo encontra-se inserida em:
1) Áreas de Uso e Regimes de Gestão Específicos, nomeadamente como Áreas com
vocação turística (Unidade Turística 9),
2) Áreas de Protecção e Valorização dos Recursos e Valores Específicos, nomeadamente
em três categorias:
a. Áreas de conservação ecológica,
b. Áreas agrícolas e áreas florestais,
c. Áreas de valorização ambiental e paisagística.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 40 de 71
Quadro 20 – POAAP - Enquadramento dos Pardieiros de Baixo
4.2.5. Evolução histórica da gestão
Até finais do século passado, inícios deste século, a propriedade foi alvo de exploração agro-
pecuária (forragem, ovinos, caprinos e suínos), actividade típica da região e da época, com
base na pecuária extensiva. Assim se tem mantido a região apesar de, no momento, a herdade
não apresentar qualquer tipo de exploração pecuária visto ser intenção do proprietário
fomentar a proliferação do renovo das quercíneas.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 41 de 71
Pontualmente, executam-se ligeiras intervenções ao nível do controlo do desenvolvimento dos
matos, nomeadamente sementeira de leguminosas e desmatação selectiva. A limpeza de mato
faz-se de forma racional uma vez que constituem fonte de protecção contra a erosão e
representam uma importante área de refúgio para a caça.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 42 de 71
II. MODELO DE EXPLORAÇÃO
1. Adequação ao PROF
PROF Alentejo Central Sub-Região
Homogénea
(SRH)
Alqueva e envolventes
1.1 Contribuição para os objectivos gerais do PROF:
As intervenções efectuadas na propriedade, e as que se propõe levar a efeito, são idealizadas
na óptica da optimização dos espaços, potenciando as suas funcionalidades, promovendo,
nomeadamente, uma silvicultura não-restritiva para as actividades de caça e pesca, e o
potencial recreio associado.
No sentido de ordenar os espaços florestais de modo sustentado e multifuncional, pretende-se:
a) Optimização funcional dos espaços florestais, assente no aproveitamento das suas
potencialidades, dinamizando o seu aproveitamento para recreio e lazer.
b) Prevenção de potenciais constrangimentos e problemas, nomeadamente pela diversificação
das actividades florestais numa óptica multifuncional dos espaços florestais integrando os
aproveitamentos turísticos e enquadrá-los nos elementos característicos da paisagem;
c) Eliminar as vulnerabilidades dos espaços florestais, promovendo uma visão empresarial da
exploração dos espaços florestais e incentivar a certificação da gestão florestal sustentável.
d) Gerir os espaços florestais de forma a promover a conservação dos habitats, da fauna e
flora classificados.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 43 de 71
1.1.1. Contribuição para os objectivos específicos da SRH do PROF
Tendo em conta os objectivos específicos definidos para a sub-região homogénea Alqueva e
envolventes, o presente plano pretende contribuir para:
a) Adequar os espaços florestais à crescente procura de actividades de recreio e de
espaços de interesse paisagístico.
b) Controlar e mitigar os processos associados à desertificação;
c) Aumentar a actividade associada à caça;
d) Criar um sistema de informação e controlo do estado sanitário dos povoamentos;
e) Adequar a gestão dos espaços florestais às necessidades de conservação dos habitats,
da fauna e da flora classificados;
f) Recuperar as áreas em situação de maior risco de erosão.
Quadro 21 - Contribuição para o PROF (Metas)
Contribuição para o PROF (Metas) Vigência do PGF (*)
Início Final
(meta para 2025)
Percentagem de espaços florestais 72,39 72,39
Percentagem de espaços florestais
arborizados
72,39
72,39
Composição dos espaços
arborizados (em %)
Azinheira 55,87 55,87
Sobreiro 15,57 15,57
Outras folhosas - -
Outras resinosas 0,95 0,95
(*) - Estimativa feita com base no Inventário Florestal Nacional de 1995
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 44 de 71
2. Caracterização e objectivos da exploração
2.1. Caracterização dos recursos
2.1.1. e 2.1.2. Caracterização geral, compartimentação da propriedade e delimitação de parcelas
Neste ponto pretende-se efectuar a descrição genérica e sucinta da distribuição dos principais
usos do solo na propriedade, procedendo-se à divisão da exploração em zonas homogéneas
sob o ponto de vista edafo-climático, definindo os limites necessários á compartimentação da
exploração, conforme expresso no quadro seguinte.
Quadro 22 - Uso do Solo
Ocupação Área
ha %
Floresta 52,4844 72,39
Olival 3,7310 5,15
Área inculta 16,1072 22,22
Área social 0,1807 0,24
Total 72,5033 100,00
2.1.3. Componente florestal
2.1.3.1. Caracterização das espécies florestais, habitats e povoamentos
O coberto florestal existente na área de estudo é composto por um povoamento adulto de
azinheira, um povoamento puro de sobreiro coexistindo com algumas azinheiras, em que o
sobro é visivelmente dominante e um pequeno povoamento de cipreste, plantado em 2003.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 45 de 71
Existe ainda, de forma espontânea, inúmeros medronheiros, dispersos pela região Noroeste da
propriedade. Em relação área de incultos, esta é caracterizada por formações espontâneas de
matagais de esteva, rosmaninho e sargaço, com algum sobreiro e azinheira dispersas.
Quadro 23 - Espécies florestais, habitats e povoamentos
Parcela Tipo de
povoamento
Descrição das
espécies
Área
(ha)
Descrição dos
habitats Objectivo/sub-função
1 Puro Azinheira 40,5102 Povoamento
adulto de azinheira
Produção de
fruto/Protecção/Suporte
à caça e conservação
das espécies cinegéticas
2 Puro Sobreiro 11,2886 Povoamento
adulto de sobreiro
Produção de
cortiça/Protecção/
Suporte à caça e
conservação das
espécies cinegéticas
3 Puro Cipreste 0,6856 Povoamento
jovem de cipreste
Produção de
lenho/Protecção/Suporte
à caça e conservação
das espécies cinegéticas
4 Incultos
Esteva,
rosmaninho,
sargaços,
sobreiros e
azinheiras
16,1072 Incultos/Vegetação
espontânea Protecção
2.1.3.2. Caracterização do povoamento (descrição parcelar – dp)
De acordo com as espécies florestais existentes, atendendo à ocupação do solo e composição
dos povoamentos, é possível distinguir a existência de três parcelas.
Desta forma, as parcelas identificadas têm como objectivo desenvolver uma organização da
programação e definição de medidas silvícolas a implementar, sendo uma delas um
povoamento puro de azinheira, outra um povoamento puro de sobro e uma outra, um
povoamento de cipreste.
As parcelas serão ainda caracterizadas de acordo com a presença dos recursos florestais e seu
regime de exploração, nomeadamente idade média, densidade, grau de coberto, altura
dominante e PAP médio, assim como o modelo de silvicultura adoptado, de acordo com o
definido no PROF do Alentejo Central.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 46 de 71
Assim, os principais recursos existentes traduzem-se em áreas de azinheira, sobreiro e
cipreste, associadas a um sub-bosque onde co-existem herbáceas e arbustivas.
Quadro 24 - Descrição parcelar
Parcela Área
(ha) Espécie Composição Regime Estrutura Idade
%
coberto
Densidade
(árv./ha)
Altura
dom.
(m)
PAP
médio
(cm)
1 40,5102 Az Puro Alto
fuste Regular 50 60 % 40 a 50 4 a 7
100 a
180
2 11,2886 Sb Puro Alto
fuste Regular 50 60 % 50 a 60 4 a 7
100 a
160
3 0,6856 Cupr Puro Alto
fuste Regular 7 60 % 400 a 500 2 a 4
15 a
20
4 16,1072
Matos com
árvores
dispersas,
rosmaninho
e sargaço
75% 0,60
2.1.4. Componente cinegética, aquicola e apícola
As espécies da flora existentes na área, nomeadamente o ecossistema formado pelos
povoamentos florestais, tem uma importância considerável para a alimentação das espécies
cinegéticas, principalmente ao nível das herbáceas (gramíneas e leguminosas), e criando
zonas de refúgio, pela protecção proporcionada pelos exemplares de azinheira.
Os valores aquícolas e apícolas são praticamente insignificantes e não são alvo de gestão.
2.2. Organização da gestão e zonamento funcional
A definição dos objectivos para as parcelas a implementar, pretende incrementar as
produtividades dos povoamentos florestais presentes, recuperação e conservação da vegetação
dos estratos arbustivos, controlo dos processos erosivos e conservação de povoamentos
florestais autóctones.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 47 de 71
A sua definição tem ainda em conta os modelos de silvicultura consagrados no PROF do
Alentejo Central, assim como as orientações para as funções e sub-funções aí descritas,
representando-se no quadro seguinte:
Quadro 25 - Zonamento funcional
Parcela Área
(ha)
Sub-função
/Objectivos
Tipo
Povoamento Modelo de Silvicultura
1 40,5102 Produção/suporte à
cinegética Puro
AZ – Puro de azinheira, para produção de
fruto, lenha e/ou lenho, melhorando as
condições de habitat, alimentação e
protecção à caça
2 11,2886 Produção/suporte à
cinegética Puro
SB – Puro de sobreiro, para produção de
fruto e cortiça, melhorando as condições
de habitat, alimentação e protecção à caça
3 0,6856 Protecção/suporte à
cinegética Puro
CUPR – Puro de cipreste, cujo objectivo
principal é a protecção e a protecção à
caça
4 16,1072 Protecção
Na parcela 1, constituída por um povoamento de azinheira, os objectivos de gestão são
orientados para a condução do povoamento para a produção de fruto, lenha e lenho. Como
objectivo secundário consideramos a protecção e a recuperação do solo para a sub-função de
protecção contra a erosão hídrica e cheias.
Na parcela 2, constituída por um povoamento de sobreiro, os objectivos de gestão são
orientados para a condução do povoamento para a produção de fruto e cortiça. Como
objectivo secundário consideramos a protecção e a recuperação do solo para a sub-função de
protecção contra a erosão hídrica e cheias.
A parcela 3 é constituída por um povoamento jovem de cipreste-comum cujo principal
objectivo é a protecção e recuperação do solo. Serve também de suporte à cinegética.
Ainda para toda a área florestal, na generalidade, podemos considerar como objectivos
secundários a melhoria das condições de habitat, de alimentação e de protecção como suporte
à caça e conservação das espécies cinegéticas.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 48 de 71
3. Programas Operacionais
3.1. Programa de gestão da produção lenhosa
Não tendo estes povoamentos cariz essencial de produção de madeira, a produção lenhosa
abordada no presente capítulo refere-se às acções de condução dos povoamentos, onde a
madeira extraída é a resultante de cortes culturais e que não pressupõe a obtenção de
resultados económicos no curto prazo.
Quadro 26 - Modelos de Silvicultura
Parcela Modelo de silvicultura Descrição do modo de condução
1
AZ – Puro de azinheira, para
produção de fruto, lenha e ou lenho,
melhorando as condições de habitat,
alimentação e protecção à caça.
A condução do montado será efectuada através da
execução das acções de limpeza de matos, podas de
formação de regeneração natural, e podas de manutenção.
2
SB - Puro de sobreiro, para
produção de fruto e cortiça,
melhorando as condições de habitat,
alimentação e protecção à caça
A condução do montado será efectuada através da
execução das acções de limpeza de matos, podas de
formação de regeneração natural. As podas de manutenção
só serão executadas em casos de extrema necessidade.
3
CUPR – Puro de cipreste, cujo
objectivo principal é a protecção e a
protecção à caça
A condução engloba a execução de acções de limpeza de
matos, podas de manutenção e desramações.
4
Nesta área de incultos, mantém-se a vegetação existente,
garantindo-se a ocupação do solo, e promovendo-se a
regeneração natural do sobreiro e azinheira.
Plano de Cortes
Os cortes definidos no quadro seguinte dizem respeito exclusivamente aos cortes
fitossanitários, decorrentes da normal condução dos povoamentos e praticamente incidindo
nas azinheiras e sobreiros adultos dispersos, apenas em árvores totalmente secas, não
dispensando o respectivo licenciamento junto da Autoridade Florestal Nacional (AFN).
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 49 de 71
Quadro 27 - Plano de cortes
Povoamentos
abrangidos Área (ha) Ano Natureza dos cortes Descrição Parcela
Povoamento de
azinho 40,5102 * Cortes fitossanitários Anexo II 1
Povoamento de
sobreiro 11,2886 * Cortes fitossanitários Anexo II 2
Povoamento de
Cipreste 0,6856 * Cortes fitossanitários Anexo II 3
* Sempre que se justifique
Plano de outras intervenções
Este plano é consubstanciado noutras intervenções a realizar no decurso da gestão dos
povoamentos como sejam, limpezas de matos, podas, desramações, aproveitamento da
regeneração natural e instalação de culturas de cobertura.
Quadro 28 - Plano de outras intervenções
Povoamentos
abrangidos Área (ha) Ano Natureza das intervenções Descrição Parcela
Povoamento de
azinheira 40,5102
2012
Trienal Limpeza de vegetação espontânea Anexo II
1
2015
2021
2027
Instalação de cultura de cobertura Anexo II
2020 Poda de formação Anexo II
2020 Poda de manutenção Anexo II
2020 Eliminação dos resíduos florestais Anexo II
Povoamento de
sobreiro 11,2886
2012
Trienal Limpeza de vegetação espontânea Anexo II
2
2015
2021
2027
Instalação de cultura de cobertura Anexo II
2020 Poda de formação Anexo II
2020 Poda de manutenção Anexo II
2020 Eliminação dos resíduos florestais Anexo II
Povoamento de
cipreste-comum 0,6856
2012
Trienal Limpeza de vegetação espontânea Anexo II
3
2014
2020
2026
Desramação Anexo II
2014
Eliminação dos resíduos florestais Anexo II 2020
2026
Incultos 16,1072 2012 Aproveitamento da regeneração
natural (Sb e Az) 4
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 50 de 71
3.2. Programa de gestão do aproveitamento dos recursos não lenhosos e outros serviços
associados
A produção não lenhosa assenta essencialmente na exploração das azinheiras com vista a
promover e perpetuar o montado de azinho e a produção de fruto, potenciando assim a
componente produtiva da propriedade, mas também a cinegética, potenciando e melhorando
as condições de habitat, alimentação e protecção.
Programa de gestão suberícola
O programa de gestão suberícola adapta-se à composição da parcela 2, que se caracteriza por
ser um povoamento puro de sobreiro, adulto, de compasso irregular. Neste sentido, importa
referir algumas acções incondicionais ao seu desenvolvimento.
Quadro 29 - Programa de gestão suberícola
Parcelas Área
(ha) Ano Natureza da intervenção Descrição das operações Observações
2 11,2886
2016
2025 Descortiçamento Anexo II
2020 Poda de formação Anexo II
2020 Poda de manutenção Anexo II
2025 Desbóia Anexo II
Programa de apoio à gestão cinegética
Tratando-se de uma área com condições para o desenvolvimento das espécies cinegéticas
ocorrentes, pretende-se incrementar as suas potencialidades recorrendo a algumas acções de
ordenamento:
A – Efectuar sementeiras que têm como principal objectivo a produção de alimento para a
fauna e ao mesmo tempo a protecção e conservação dos solos.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 51 de 71
Sempre que necessário, deverão ser realizadas segundo as curvas de nível e/ou em manchas,
de forma a proporcionar o efeito de orla e a descontinuidade entre os diferentes cobertos.
Estas superfícies deverão ter uma área entre 0,5 e 2 ha.
Pretende-se também efectuar a instalação de uma rede homogénea de comedouros artificiais,
distribuídos pelas áreas mais necessitadas, que disponibilize alimento para a avifauna
cinegética, em períodos de maior escassez.
B – Organização de uma rede homogénea de pontos de água; criar e manter acessos às linhas
de água nos locais onde estas criem “pegos” e à albufeira de Alqueva. Instalar bebedouros
artificiais onde os recursos sejam insuficientes; deverá ser igualmente assegurada a protecção
das linhas de água e respectiva vegetação ripícola associada criando-se, assim, locais de
refúgio para a fauna bem como corredores para a mesma. Uma faixa de protecção deverá
igualmente ser assegurada ao longo das linhas de água.
C – Proceder à amontoa de ramagens, aproveitando as limpezas do arvoredo e ainda, quando
autorizado, proceder á plantação de árvores e arbustos produtores de frutos e bagas para
alimentação da fauna cinegética recorrendo a espécies autóctones. Os amontoados de
ramagens devem ser instalados na interface entre as manchas de coberto arbustivo e os
campos de alimentação.
D - Controlo dos surtos de mixomatose, através de um programa de vacinações e/ou
antecipação da época de caça.
E – Efectuar repovoamentos de espécies cinegéticas, quando se verifique um decréscimo
significativo das criações em meio natural.
Programa de gestão das linhas de água
Tendo sido identificadas as pequenas linhas de água que cruzam a propriedade, sublinhe-se
que serão devidamente preservadas, de acordo com a legislação vigente. Assim, as operações
deverão ser executadas de forma localizada, em faixas, no mínimo numa área de protecção de
10 metros para cada lado.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 52 de 71
Em situações específicas, esta faixa de protecção poderá ser alargada até aos 25 m para cada
lado. Quando estas situações se verificarem, toda a regeneração natural existente (arbórea e
arbustiva) deverá ser devidamente salvaguardada.
Nas intervenções nestes espaços devem ser observadas as seguintes orientações:
- O controlo mecânico, com corta-matos, deverá ser realizado em faixas desde que em
declives inferiores a 5%;
- Em situações de evidente dano com a execução de operações de controlo de vegetação
espontânea (declives superiores a 35%), deverão ser analisadas pontualmente todas as
intervenções que eventualmente se proponham realizar;
- Quando se trate de propostas de adensamento e/ou arborização, as operações de preparação
do solo deverão ser executadas manualmente.
Programa de manutenção da sanidade vegetal
Uma estratégia na prevenção dos problemas sanitários em povoamentos florestais deverá
assentar nos seguintes aspectos fundamentais:
• Seleccionar para cada situação ecológica as espécies florestais a ela adequadas;
• Efectuar as intervenções culturais nos povoamentos em épocas e períodos em que os riscos
de natureza sanitária possam ser minimizados;
• Remover dos povoamentos árvores mortas de pé e afectadas por incêndios, mutilações
físicas, pragas e doenças criptogâmicas, sempre que a presença destas implique riscos para a
sanidade dos povoamentos, mas tendo em conta que a sua manutenção, desde que os riscos
sanitários não se manifestem ou estejam controlados, contribui decisivamente para a
diversidade biológica dos povoamentos florestais;
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 53 de 71
• Proceder à incorporação no solo, ou à trituração ou combustão no local seguida de
distribuição à superfície do solo, dos resíduos de exploração florestal, como alternativa à sua
remoção e destruição noutro local, com reflexos negativos na exportação de nutrientes e
matéria orgânica;
• Não efectuar mobilizações do solo que não sejam estritamente necessárias;
• No caso de serem indispensáveis desmatações, privilegiar para a sua execução o recurso a
roçadoras, ponderando sempre a possibilidade de proceder apenas a eliminações selectivas da
vegetação sob coberto;
• Só recorrer a gradagens quando o declive é reduzido;
• Desinfectar com produtos adequados os equipamentos e materiais usados em povoamentos
em mau estado sanitário;
• Sempre que, por razões fitossanitárias, seja tecnicamente recomendável o recurso a
pesticidas, deve ponderar-se a possibilidade de recurso a métodos e produtos de luta biológica
e respeitar-se os princípios da protecção integrada, garantindo ainda que a aplicação de tais
produtos seja efectuada por pessoal com formação adequada e no respeito pelas normas de
armazenamento, transporte e aplicação de cada produto;
• Deve ser implementado um programa de monitorização de pragas e doenças, que poderá
ocorrer anualmente, de dois em dois anos ou quando se verifiquem sinais e sintomas
acentuados da presença de agentes patogénicos, avaliando o nível económico de ataque
(NEA) e recorrendo à luta biotécnica, com o uso de armadilhas.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 54 de 71
3.3. Programa de infra-estruturas (DFCI, rede viária florestal, cinegética, silvopastorícia
e recreio)
A gestão de combustíveis engloba o conjunto de medidas aplicadas aos povoamentos
florestais, matos e outras formações espontâneas, ao nível da composição específica e do seu
arranjo estrutural, com os objectivos de diminuir o perigo de incêndio e de garantir a máxima
resistência da vegetação à passagem do fogo.
Em cada unidade local de gestão florestal deve ser estabelecido um mosaico de povoamentos
e, no seu interior, de parcelas, com diferentes idades, estrutura e composição, que garanta a
descontinuidade horizontal e vertical dos combustíveis florestais.
Assim, deve ser mantida uma rede mínima de caminhos de acesso às parcelas, integrada com
uma rede perimetral e divisional ou de aceiros, que deverão ser sujeitos a uma manutenção
regular, de forma a garantir uma boa acessibilidade às parcelas e uma descontinuidade do
coberto vegetal capaz de retardar a progressão de um eventual incêndio.
Com o objectivo de proteger a propriedade contra a ocorrência e propagação de incêndios
florestais, deve toda a periferia das parcelas florestais ser aceirada com uma largura de 8 a 10
metros. Também nas bermas dos caminhos principais devem promovidas faixas de gestão de
combustível através da limpeza e/ou desmatação numa largura de 10 metros para cada lado.
Igualmente, em redor da habitação deve ser mantida uma área de gestão de combustível de 50
m, com um adequado espaçamento da componente arbórea e limpeza da vegetação matagosa.
Todas estas acções devem observar as normas contidas no Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de
Junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de Janeiro.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 55 de 71
Quadro 30 - Programa de gestão infra-estruturas DFCI
Tipo de intervenção (instalação ou beneficiação) Ano Área
(ha) Parcelas Observações
Manutenção da rede viária Quinquenal 1,0754 Todas
Beneficiação da rede divisional Anual 4,5036 Todas
Intervenção nas
FGC secundárias e
terciárias
Manutenção das faixas de gestão em redor da
habitação Anual 1,1323 2 e 3
3.4. Programa de Operações Silvícolas Mínimas
As operações a seguir descritas têm em vista a prevenção de incêndios e o controlo
fitossanitário do povoamento.
Controlo da vegetação espontânea, continuo ou por faixas nas zonas de maior risco de
incêndio, regularmente e sempre que se justifique, normalmente trienalmente, e em
faixas, removendo a vegetação em cerca de um terço, utilizando o critério de em cada
três linhas, proceder à limpeza de uma, ou no caso de limpeza total proceder á
instalação de culturas de cobertura restauradoras da fertilidade do solo.
Controlo fitossanitário, após identificação, proceder à eventual eliminação e destruição
de árvores doentes, tendo o cuidado de à posterior as retirar do povoamento.
Desramas e podas de formação, aumentando a proporção de lenho limpo, reduzindo a
carga combustível do coberto florestal. Deverão ser efectuadas sobre o fuste,
removendo apenas os ramos do tronco, de forma a libertar este de ramos mortos e de
vivos sem futuro, obtendo lenho de maior qualidade.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 56 de 71
Eliminação dos resíduos florestais, que resultem das operações de desbaste e
desramação, constituindo extrema importância essencialmente por duas razões como
são a prevenção dos incêndios florestais e prevenção de pragas e doenças.
Manutenção da rede viária e rede divisional regularmente, devendo ser implementadas
faixas de gestão de combustível na faixa lateral de terreno confinante numa largura
não inferior a 10 metros. Em zonas sociais, cujos terrenos florestais sejam confinantes
a edificações tais como habitações, estaleiros, armazéns, oficinas, fábricas e outros
equipamentos, a gestão do combustível deve acontecer numa faixa de 50 metros á
volta daquelas edificações ou instalações medidas a partir da alvenaria exterior da
edificação.
Quadro 31 - Operações silvícolas mínimas
Parcelas Área (ha) Ano Operações Descrição
1 40,5102
2012
Trienal
Limpeza de vegetação
espontânea
Gradagem de entrelinhas e
aceiros
2020 Eliminação dos resíduos
florestais
Resíduos resultantes de
podas, desramações e
desbastes
Regular Manutenção da rede viária
e divisional
2 11,2886
2012
Trienal
Limpeza de vegetação
espontânea
Gradagem de entrelinhas e
aceiros
Regular
Manutenção da rede viária
e divisional
2016
2025
Descortiçamento
2020 Eliminação dos resíduos
florestais
Resíduos resultantes de
podas
3 0,6856
2012
Trienal
Limpeza de vegetação
espontânea
Gradagem de entrelinhas e
aceiros 2014
2020
2026
Eliminação dos resíduos
florestais
Resíduos resultantes de
podas e desramações
4 16,1072 Regular Controlo dos matos Limpeza e manutenção
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4. Gestão florestal preconizada (Calendarização das operações)
Descrição do modo de condução:
Parcela n.º Povoamento
1 Puro de azinheira
INTERVENÇÕES
ANO 2
01
1
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
20
17
20
18
20
19
20
20
20
21
20
22
20
23
20
24
20
25
20
26
20
27
20
28
20
29
20
30
20
31
Condução de povoamentos
Poda de formação X
Poda de manutenção X
Instalação de cultura de cobertura X X X
Exploração
Medidas de defesa
(faixas de gestão de combustíveis)
Controlo vegetação espontânea
X X X X X X X
Eliminação dos resíduos florestais X
Beneficiação de infra-estruturas
Manutenção da rede viária X X X X
Manutenção da rede divisional X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
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Parcela n.º Povoamento
2 Puro de sobreiro
INTERVENÇÕES
ANO
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
20
17
20
18
20
19
20
20
20
21
20
22
20
23
20
24
20
25
20
26
20
27
20
28
20
29
20
30
20
31
Condução de povoamentos
Poda de formação X
Poda de manutenção X
Instalação de cultura de cobertura X X X
Exploração
Desbóia X
Descortiçamento X X
Medidas de defesa
(faixas de gestão de combustíveis)
Controlo vegetação espontânea
X X X X X X X
Eliminação dos resíduos florestais X
Beneficiação de infra-estruturas
Manutenção da rede viária X X X X
Manutenção da rede divisional X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
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Parcela n.º Povoamento
3 Puro de cipreste-comum
INTERVENÇÕES
ANO
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
20
17
20
18
20
19
20
20
20
21
20
22
20
23
20
24
20
25
20
26
20
27
20
28
20
29
20
30
20
31
Condução de povoamentos
Desramação X X X
Exploração
Medidas de defesa
(faixas de gestão de combustíveis)
Controlo vegetação espontânea
X X X X X X X
Eliminação dos resíduos florestais X X X
Beneficiação de infra-estruturas
Manutenção da rede viária X X X X
Manutenção da rede divisional X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
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Parcela n.º Povoamento
4 Incultos
INTERVENÇÕES
ANO
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
20
17
20
18
20
19
20
20
20
21
20
22
20
23
20
24
20
25
20
26
20
27
20
28
20
29
20
30
20
31
Condução de povoamentos
Aproveitamento da regeneração
(
X X X
Exploração
Medidas de defesa
(faixas de gestão de combustíveis)
Controlo vegetação espontânea
X X X X X X X
Eliminação dos resíduos florestais
Beneficiação de infra-estruturas
Manutenção da rede viária X X X X
Manutenção da rede divisional X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 61 de 71
5. Cartografia
Carta de localização
Carta de ocupação do uso do solo
Carta de ordenamento (parcelas)
Carta de infra-estruturas
Carta de faixas de gestão de combustíveis (FGC)
Carta de condicionantes
Carta de risco de Incêndio
Carta de zonamento funcional
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III. ANEXOS
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 63 de 71
Anexo II
MODELOS DE SILVICULTURA
AZ - Povoamento puro de Azinheira, cujo objectivo principal é a produção de fruto,
lenha e/ou lenho, em alto fuste.
Intervenção Descrição da intervenção
Controlo da
vegetação
espontânea
O controlo da vegetação espontânea será executado nas entrelinhas, com o
objectivo de remover a vegetação arbustiva concorrente. Esta operação
deverá ocorrer regularmente, reduzindo a concorrência pela luz, água e
nutrientes, não desnudando por completo o terreno, limpando apenas um
terço da área ou em alternativa promovendo sementeiras de cobertura. Por
outro lado na linha de plantação este controlo de vegetação será executado
com o objectivo de eliminar a concorrência, promovendo o desenvolvimento
das plantas que se pretendem manter, mas especialmente com o objectivo de
prevenir possíveis incêndios. Esta operação poderá ser implementada
trienalmente, podendo ocorrer alternadamente, em uma de cada três linhas
de plantação, ou promovendo sementeiras de cobertura e restauração da
fertilidade, que beneficiaram o povoamento, o solo e ajudam na alimentação
da fauna silvestre.
Eliminação de
Resíduos Florestais
A eliminação dos resíduos florestais que resultam das operações de
desramação, podas e desbaste, constitui extrema importância por duas razões
especialmente:
Prevenção dos incêndios florestais;
Prevenção em relação a pragas e doenças;
A acumulação na mata de materiais combustíveis resultantes das limpezas,
pode tornar-se perigoso em caso de incêndio, acrescido do facto de a
configuração do terreno neste povoamento facilmente contribuir e aumentar
este risco. Em relação ao segundo aspecto, a prevenção é a medida mais
eficaz e a melhor arma de luta contra as pragas e doenças. Os despojos,
deverão assim ser amontoados na entrelinha e posteriormente destroçados, já
que se trata de material de alto risco e susceptível de ser atacado por pragas,
transformando-se facilmente em focos de infestação, serão destruídos e
eliminados. No entanto, nas linhas onde não existirá mobilização, nem
sementeira de cobertura, algum deste material será colocado nestas linhas,
promovendo a constituição de morouços naturais, beneficiando o habitat da
fauna cinegética, conferindo-lhe protecção e condições de nidificação.
Poda de formação
Os tratamentos culturais nomeadamente as podas de formação e os desbastes
são acções que pretendem melhorar a qualidade da madeira, através do
aumento da proporção de lenho limpo e favorecer a produção de fruto. Estas
operações serão efectuadas sobre o fuste, removendo apenas os ramos de 1/3
inicial do tronco, de forma a libertar este, de ramos mortos e também de
ramos vivos, obtendo lenho limpo e de melhor qualidade, devido não só à
ausência de nós mas também à redução do lenho juvenil de inferior
qualidade. Estas operações tem um efeito marcado sobre a fisiologia das
árvores que se estende muito para além da simples supressão dos nós, uma
vez que melhora rápida e conjuntamente a qualidade intrínseca da madeira,
obtendo material lenhoso mais uniforme e de maior valorização aquando dos
cortes finais e culturais. Esta operação será efectuada recorrendo a
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 64 de 71
motosserra e tesoura de podar ou serra manual. Estas intervenções culturais
deverão ser precedidas duma selecção de árvores de futuro. Esta é uma
operação extremamente importante, executada por técnicos especializados,
pretendendo-se com ela alcançar uma melhoria da qualidade do povoamento
garantindo que sejam as melhores árvores a permanecer até ao final da
revolução. A primeira poda de formação deverá ocorrer entre os 7 e os 12
anos, promovendo árvores com fuste limpo, sendo posteriormente
conciliada, observando o desempenho e evolução que o povoamento esteja a
revelar, por uma segunda formação aos 15 anos, promovendo árvores de
fuste limpo e direito, preferencialmente até 3 metros de altura.
Posteriormente por volta dos 35 anos, deverá ser efectuada nova poda de
formação, removendo todos os ramos laterais até aos 3 metros de altura, não
retirando nunca mais de 30 % de copa viva, impedindo que o tronco se
ramifique a um nível muito baixo e conferindo á copa um porte equilibrado.
Podas de
conformação e
manutenção
As podas de manutenção, são intervenções que se destinam unicamente a
restabelecer o equilíbrio da copa quando esta foi afectada por causas naturais
(bióticas e abióticas), ou anteriores práticas de condução incorrectas, e assim
manter a árvore em boas condições fisiológicas e produtivas durante tanto
tempo quanto o possível. Este tipo de poda é ainda bastante utilizado por ter
sido associado à forma clássica de gestão dos povoamentos de quercíneas,
em que havia necessidade de desensombrar o solo para a realizar culturas
cerealíferas e permitir a passagem das máquinas. Estes motivos, julgo
estarem ultrapassados, pelo que este tipo de poda deverá limitar-se a caso de
efectiva necessidade.
Face ao exposto este tipo de podas serão a considerar em árvores adultas, em
plena produção, que deverá acontecer o mais espaçadamente possível,
sempre com intervalos superiores a 10 anos, e quando se efectuar, sempre de
uma forma ligeira, nunca excedendo mais de ¼ da copa. O objectivo desta
operação será garantir uma boa iluminação e arejamento para aumentar os
níveis de frutificação. Para o efeito devem ser retirados os ramos vivos
ensombrados e empastelados, ramos que se encontrem muito juntos ou
entrelaçados, sendo que o ramo a sacrificar será sempre o mais fino, e ramos
ladrões. Apenas deverá ocorrer a partir dos 40 anos, e quando estritamente
necessária.
É de salientar que esta operação tem que ser conduzida por pessoal
qualificado, e sensibilizado para o facto de ter sempre presente que se devem
conservar braças e ramos de forma a manter o máximo de folhagem verde
directamente exposta à luz, em árvores sujeitas a uma sucessão de podas,
acontece que as funções elaboradoras de copa, são já, na sua maior parte,
desempenhadas pelos ramos ladrões. Nestes caso, não deverá ter lugar a sua
completa supressão, deixando-se aqueles estão melhor colocados para darem
lugar a futuras braças e ramos de outra ordem.
Desbaste
Em relação ao desbaste, é sabido que intervenções que reduzem o efeito da
competição melhoram as condições de crescimento das árvores, aumentando
o vigor geral dum povoamento, conferindo às arvores a resistência
necessária á acção dos agentes bióticos e abióticos. Assim há que intervir a
favor dos indivíduos mais interessantes, desafogar aqueles que desejamos
que vinguem e tentar ordenar o povoamento, estabelecendo uma adequada
proporção no povoamento de forma a ser possível no futuro uma gestão mais
eficaz. Desta forma esta operação deverá ser feita recorrendo a motosserra.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 65 de 71
O desbaste deverá ser selectivo, pelo baixo, aumentando o espaçamento
entre as árvores estimulando o seu crescimento em diâmetro e
proporcionando boas condições de frutificação à copa. O desbaste deve ser
efectuado em vários momentos distintos, com intervalos variáveis e uma
intensidade de 20% até se atingir uma densidade definitiva de cerca de 150
árvores/ha, sendo previsível o 1.º desbaste ocorrer aos 30 anos, sendo
posteriormente o 2.º desbaste realizado por volta dos 40 anos, mantendo uma
área de coberto das copas entre os 40 a 60 %
Instalação de
culturas de
cobertura
No que diz respeito à instalação de culturas de cobertura e restauradoras da
fertilidade, deverão ser promovidas, pois desde que correctamente instaladas,
contribuem para o aumento do rendimento das explorações, mas
especialmente sob o ponto de vista da conservação e melhoria do solo se
desempenham papel relevante. As culturas de cobertura em solos desta
natureza, paupérrimos em fósforo, geram um ambiente simbiótico para o
povoamento, e contribuindo, essencialmente para que a fauna silvestre se
possa alimentar, e igualmente para que o solo se encontre recoberto evitando
exposições solares, arrastamento de terreno e evidentemente a erosão. Para
tal dever-se-á recorrer a sementeiras à base de leguminosas, tais como
trevos, ou suas misturas e tremocilhas, devendo ser promovidas aquando do
controlo de vegetação espontânea, nas linhas desprovidas de vegetação,
ocorrendo hexanualmente.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 66 de 71
SB1 - Povoamento puro de Sobreiro, cujo objectivo principal é a produção de
cortiça e lenho como produto secundário.
Intervenção Descrição da intervenção
Limpeza de mato
Tem como objectivo reduzir a concorrência pela luz, água e elementos
minerais. Efectuar quando a vegetação espontânea entra em concorrência
directamente com as jovens plantas.
Inicialmente controlar apenas em redor das mesmas, pelo efeito protector da
vegetação acompanhante.
Poda de formação
Remover todos os ramos laterais até uma altura de 3 m, não retirando mais
de 30 % da copa viva, com o objectivo de promover o crescimento dum fuste
mais direito e contribuir para uma copa mais equilibrada. Em sobreiros
adultos, restringir à supressão de ramos.
Desramação
Tem como objectivo melhorar a qualidade da madeira através do aumento da
proporção de lenho limpo, sem nós. A efectuar nas plantas com tendência
para ramificar junto ao solo. Não ultrapassar 1/3 da altura total da árvore.
Desbaste
O objectivo consiste em proporcionar condições de desafogo necessárias às
árvores de futuro. Deve retirar-se as árvores defeituosas, doentes, debilitadas
e as que estiverem em concorrência com as mais bem conformadas e com as
melhores produtoras de cortiça. Grau de coberto das copas após desbaste: 40
% a 60%. Densidade final; 100 a 150 árvores por ha.
Desbóia e
Descortiçamentos
O PAP (perímetro do tronco a 1,3 m do solo) mínimo é de 70 cm e a altura
máxima a descortiçar não pode exceder o dobro do PAP. Respeitar as alturas
máximas de descortiçamento e a idade mínima de criação de cortiça fixadas
pela legislação em vigor. O intervalo mínimo entre descortiçamentos é de 9
anos.
Poda de
Conformação
Efectua-se com objectivos sanitários, removendo-se os ramos secos e
enfraquecidos, ou para melhorar a iluminação interna da copa. Efectuar
sempre que necessário e nunca nos 3 anos imediatamente anteriores ou
posteriores ao descortiçamento.
Eliminação de
Resíduos Florestais
A eliminação dos resíduos florestais que resultam das operações de
desramação, podas e desbaste, constitui extrema importância por duas razões
especialmente:
Prevenção dos incêndios florestais;
Prevenção em relação a pragas e doenças;
A acumulação na mata de materiais combustíveis resultantes das limpezas,
pode tornar-se perigoso em caso de incêndio, acrescido do facto de a
configuração do terreno neste povoamento facilmente contribuir e aumentar
este risco. Em relação ao segundo aspecto, a prevenção é a medida mais
eficaz e a melhor arma de luta contra as pragas e doenças. Os despojos,
deverão assim ser amontoados na entrelinha e posteriormente destroçados, já
que se trata de material de alto risco e susceptível de ser atacado por pragas,
transformando-se facilmente em focos de infestação, serão destruídos e
eliminados. No entanto, nas linhas onde não existirá mobilização, nem
sementeira de cobertura, algum deste material será colocado nestas linhas,
promovendo a constituição de morouços naturais, beneficiando o habitat da
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 67 de 71
fauna cinegética, conferindo-lhe protecção e condições de nidificação.
Instalação de
culturas de
cobertura
A instalação de culturas de cobertura e restauradoras da fertilidade, deverão
ser promovidas, pois desde que correctamente instaladas, contribuem para o
aumento do rendimento das explorações, mas especialmente sob o ponto de
vista da conservação e melhoria do solo se desempenham papel relevante.
As culturas de cobertura em solos desta natureza, paupérrimos em fósforo,
geram um ambiente simbiótico para o povoamento, e contribuindo,
essencialmente para que a fauna silvestre se possa alimentar, e igualmente
para que o solo se encontre recoberto evitando exposições solares,
arrastamento de terreno e evidentemente a erosão. Para tal dever-se-á
recorrer a sementeiras à base de leguminosas, tais como trevos, ou suas
misturas e tremocilhas.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 68 de 71
CP - Povoamento puro de Cipreste comum, cujo objectivo principal é a produção de
lenho.
Intervenção Descrição da intervenção
Limpeza de mato
Efectuar quando a vegetação espontânea entra em concorrência directamente
com as jovens plantas. Realizada mecânica ou manualmente, nas entrelinhas
e manualmente nas linhas de plantação.
Limpeza do
povoamento
Realizada com o objectivo de reduzir a densidade do povoamento,
assegurando uma distribuição mais equilibrada das árvores deste e
privilegiando a eliminação de árvores mortas, doentes e mal conformadas.
Desramação
A realizar em sucessivas operações, iniciadas pelos 8 a 12 anos e espaçadas
de 6 a 10 anos, até 1/3 da altura total.
Desbaste
A realizar pelo baixo, numa só operação, entre os 20 e os 30 anos, retirando
30 a 40% das árvores, para que a densidade final seja de 600 a 800 árvores
por hectare.
Corte final A realizar aos 60 a 70 anos, abatendo 600 a 800 árvores por hectare.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 69 de 71
Programa de gestão suberícola
Intervenção Descrição da intervenção
Poda de formação
Os tratamentos culturais nomeadamente as podas de formação e os desbastes
são acções que pretendem melhorar a qualidade da madeira, através do
aumento da proporção de lenho limpo e favorecer a produção de fruto. Estas
operações serão efectuadas sobre o fuste, removendo apenas os ramos de 1/3
inicial do tronco, de forma a libertar este, de ramos mortos e também de
ramos vivos, obtendo lenho limpo e de melhor qualidade, devido não só à
ausência de nós mas também à redução do lenho juvenil de inferior
qualidade. Estas operações tem um efeito marcado sobre a fisiologia das
árvores que se estende muito para além da simples supressão dos nós, uma
vez que melhora rápida e conjuntamente a qualidade intrínseca da madeira,
obtendo material lenhoso mais uniforme e de maior valorização aquando dos
cortes finais e culturais. Esta operação será efectuada recorrendo a
motosserra e tesoura de podar ou serra manual. Estas intervenções culturais
deverão ser precedidas duma selecção de árvores de futuro. Esta é uma
operação extremamente importante, executada por técnicos especializados,
pretendendo-se com ela alcançar uma melhoria da qualidade do povoamento
garantindo que sejam as melhores árvores a permanecer até ao final da
revolução. A primeira poda de formação deverá ocorrer entre os 10 e os 12
anos, promovendo árvores com fuste limpo, sendo posteriormente
conciliada, observando o desempenho e evolução que o povoamento esteja a
revelar, por uma segunda formação 5 anos á posterior, promovendo árvores
de fuste limpo e direito, preferencialmente até 3 metros de altura.
Posteriormente por volta dos 35 anos, deverá ser efectuada nova poda de
formação, removendo todos os ramos laterais até aos 3 metros de altura, não
retirando nunca mais de 30 % de copa viva, impedindo que o tronco se
ramifique a um nível muito baixo e conferindo á copa um porte equilibrado.
Desbaste
Em relação ao desbate, é sabido que intervenções que reduzem o efeito da
competição melhoram as condições de crescimento das árvores, aumentando
o vigor geral dum povoamento, conferindo às arvores a resistência
necessária á acção dos agentes bióticos e abióticos. Assim há que intervir a
favor dos indivíduos mais interessantes, desafogar aqueles que desejamos
que vinguem e tentar ordenar o povoamento, estabelecendo uma adequada
proporção no povoamento de forma a ser possível no futuro uma gestão mais
eficaz. Desta forma esta operação deverá ser feita recorrendo a motosserra. O desbaste deverá ser selectivo, pelo baixo, aumentando o espaçamento
entre as árvores estimulando o seu crescimento em diâmetro e
proporcionando boas condições de frutificação à copa. O desbaste deve ser
efectuado em quatro momentos distintos, com intervalos variáveis e uma
intensidade de 15% a 25% até se atingir uma densidade definitiva de cerca
de 150 árvores/ha, sendo previsível o 1.º desbaste ocorrer aos 15/18 anos,
sendo posteriormente o 2.º desbate realizado com um intervalo de 5 anos.
Após estes dois momentos o desbaste ainda deverá ocorrer por mais duas
vezes, por volta dos 30 anos e por último caso seja necessário por volta dos
45 anos, mantendo uma área de coberto das copas entre os 40 a 60 %
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 70 de 71
Programa de gestão suberícola (cont.)
Aproveitamento da
regeneração natural
A promoção e aproveitamento da regeneração natural visam a formação de
árvores de futuro e consequentemente o equilíbrio na manutenção da
produção de cortiça, evitando, na medida do possível, a existência de
quebras. A regeneração natural deverá ser promovida numa exploração
destas características regularmente, não sendo o critério estabelecer uma data
rigorosa, mas sim alertar para o facto de podendo, deverão ser estas árvores
aquelas que se pretendem manter, desde logo porque estão amplamente
adaptadas ao local, minimiza as mobilizações do solo, revelam
desenvolvimento equilibrado, tendo normalmente sistemas radiculares
equilibrados e profundos, tendo a capacidade de criarem associações naturais
benéficas com microrganismos auxiliares. Uma vez que estas áreas poderão
vir a ser pastoreadas, deve-se recorrer à colocação de vedações perimetrais
de protecção ao povoamento impedindo a entrada de gados, ou a colocação
de protectores individuais adaptados ao tipo de gado existente, evitando o
danificar das jovens plantas.
Podas de conformação e
manutenção
As podas de manutenção, são intervenções que se destinam unicamente a
restabelecer o equilíbrio da copa quando esta foi afectada por causas naturais
(bióticas e abióticas), ou anteriores práticas de condução incorrectas, e assim
manter a árvore em boas condições fisiológicas e produtivas durante tanto
tempo quanto o possível. Este tipo de poda é ainda bastante utilizado por ter
sido associado à forma clássica de gestão dos povoamentos de quercíneas,
em que havia necessidade de desensombrar o solo para a realizar culturas
cerealíferas e permitir a passagem das máquinas. Estes motivos, julgo
estarem ultrapassados, pelo que este tipo de poda deverá limitar-se a caso de
efectiva necessidade. Face ao exposto este tipo de podas serão a considerar em árvores adultas, em
plena produção, que deverá acontecer o mais espaçadamente possível,
sempre com intervalos superiores a 10 anos, e quando se efectuar, sempre de
uma forma ligeira, nunca excedendo mais de ¼ da copa. O objectivo desta
operação será garantir uma boa iluminação e arejamento para aumentar os
níveis de frutificação. Para o efeito devem ser retirados os ramos vivos
ensombrados e empastelados, ramos que se encontrem muito juntos ou
entrelaçados, sendo que o ramo a sacrificar será sempre o mais fino, e ramos
ladrões. Apenas deverá ocorrer a partir dos 40 anos, e quando estritamente
necessária. Esta não pode ocorrer nas três épocas que antecedem o ano do
descortiçamento, nem nas três épocas seguintes. É de salientar que esta operação tem que ser conduzida por pessoal
qualificado, e sensibilizado para o facto de ter sempre presente que se devem
conservar braças e ramos de forma a manter o máximo de folhagem verde
directamente exposta à luz, em árvores sujeitas a uma sucessão de podas,
acontece que as funções elaboradoras de copa, são já, na sua maior parte,
desempenhadas pelos ramos ladrões. Nestes caso, não deverá ter lugar a sua
completa supressão, deixando-se aqueles estão melhor colocados para darem
lugar a futuras braças e ramos de outra ordem.
Plano de Gestão Florestal – Herdade dos Pardieiros de Baixo Página 71 de 71
Programa de gestão suberícola (cont.)
Controlo da
vegetação
espontânea
O controlo da vegetação espontânea será executado nas entrelinhas, com o
objectivo de remover a vegetação arbustiva concorrente. Esta operação
deverá ocorrer regularmente, reduzindo a concorrência pela luz, água e
nutrientes, não desnudando por completo o terreno, limpando apenas um
terço da área ou em alternativa promovendo sementeiras de cobertura. Por
outro lado na linha de plantação este controlo de vegetação será executado
com o objectivo de eliminar a concorrência, promovendo o desenvolvimento
das plantas que se pretendem manter, mas especialmente com o objectivo de
prevenir possíveis incêndios. Esta operação poderá ser implementada
trienalmente, podendo ocorrer alternadamente, em uma de cada três linhas
de plantação, promovendo nessa linha sementeiras de cobertura e
restauração da fertilidade, que beneficiaram o povoamento, o solo e ajudam
na alimentação da fauna silvestre.
Desbóia e
Descortiçamentos
O descortiçamento deve-se efectuar entre o final da Primavera e o início do
Verão, visto ser neste período em que a actividade celular é intensa,
formando-se fiadas de células, que por terem a parede celular ainda jovem,
se separam facilmente do entrecasco. A extracção da cortiça só deverá
acontecer, em árvores cujo perímetro do tronco a 1,30 m do solo (PAP),
atinja o mínimo de 70 cm. A altura máxima a descortiçar nunca poderá
exceder o dobro do PAP, devendo sempre respeitar as alturas máximas de
descortiçamento e a idade mínima de criação da cortiça fixadas pela
legislação em vigor. O intervalo mínimo entre descortiçamentos é de 9 anos.
Recomendam-se ainda algumas regras de boa prática na extracção da
cortiça: • Não descortiçar com chuva ou com ventos quentes do sul; • Começar por descortiçar árvores sãs; • Fazer as incisões do machado longitudinalmente: • Não utilizar machados que já forma utilizados em árvores doentes sem os
desinfectar (com uma solução de formaldeído); • Utilizar sempre mão-de-obra especializada • Caso se faça uma ferida na árvore, esta deve ser coberta com parte do
entrecasco descolado.
Instalação de
culturas de
cobertura
No que diz respeito à instalação de culturas de cobertura e restauradoras da
fertilidade, deverão ser promovidas, pois desde que correctamente instaladas,
contribuem para o aumento do rendimento das explorações, mas
especialmente sob o ponto de vista da conservação e melhoria do solo se
desempenham papel relevante. As culturas de cobertura em solos desta
natureza, paupérrimos em fósforo, geram um ambiente simbiótico para o
povoamento, e contribuindo, essencialmente para que a fauna silvestre se
possa alimentar, e igualmente para que o solo se encontre recoberto evitando
exposições solares, arrastamento de terreno e evidentemente a erosão. Para
tal dever-se-á recorrer a sementeiras à base de leguminosas, tais como
trevos, ou suas misturas e tremoçilhas, devendo ser promovidas aquando do
controlo de vegetação espontânea (hexanualmente).