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Encontro Anual da ANDHEP - Direitos Humanos, Democracia e Diversidade 23 a 25
de maio de 2012, UFPR, Curitiba (PR)
Grupo de Trabalho: GT 11 – Estado, Conflitos e Acesso à Terra
Título do Trabalho - Monocultura na Amazônia Brasileira: concentração de riqueza e
expropriação agrária
Nome Benjamin Alvino de Mesquita
Instituição-Universidade federal do Maranhão; Programa de pós-graduação em
desenvolvimento socioeconômico; av. dos Portugueses s/n,[email protected]
Numero 616
Resumo
Desde o final do século passado, segmento como o do agronegócio e de empresas mineradoras tem na Amazônia a sua principal área de reprodução. Se para essas atividades essa inserção maior no fluxo comercial foi formidável para outras nem tanto. Alem disso como o formado desta expansão capitalista não prima pela sustentabilidade os resultados tem sido socialmente injusto e ambientalmente insustentável a maioria dos excluídos. Na segunda metade dos anos noventa em função do crescimento da demanda por alimentos matéria-prima que impulsionam os preços de grãos e carne, puxado, sobretudo países emergente, a agricultura capitalista desloca-se para Amazônia ,este deslocamento se dar por conta de inúmeras variáveis umas ligada ao cenário interno outras a o externo. Palavra chaves Amazônia ;monopólio da terra’;monocultura’,desenvolvimento regional
Absctrat
Since the end of the last century, as the segment of agribusiness and mining companies in the Amazon has its main play area. If this insertion for these activities in greater flow of trade was not so great for others. In addition to the format of this capitalist expansion did not press for sustainability results have been socially unjust and environmentally unsustainable in the most excluded. In the second half of the nineties due to the growth in demand for food raw materials that drive the prices of grain and meat, driven mostly emerging countries, capitalist agriculture moves to Amazon, this shift is due to numerous variables connected to each other to the external domestic scenario. Keyword Amazon monopoly of the land '; Monoculture' regional development
2
MONOCULTURA NA AMAZONIA BRASILEIRA: Concentração de riqueza e
expropriação agrária.
Benjamin Alvino de Mesquita.
Prof. do PPGDSE/UFMA
1 INTRODUÇAO
.Desde o final do século passado, segmento como o do agronegócio e de empresas
mineradoras tem na Amazônia a sua principal área de reprodução. Se para essas
atividades essa inserção maior no fluxo comercial foi formidável para outras nem tanto,
caso da agricultura familiar. O conceito de economia familiar ou de “economia de
excedentes” e aquele que toma por base o trabalho familiar, o controle dos meios de
produção ,a dimensão de exploração inferior a 100 hectares o vinculo com a
propriedade em termos de gestão e estilo de vida e dependência financeira .Uso
também como sinônimo pequena produção,, agricultura de subsistência, agricultura
itinerante, produção mercantil simples e a não especificamente
capitalista(MESQUITA,2009)
Alem disso como o formado desta expansão capitalista não prima pela
sustentabilidade os resultados tem sido socialmente injusto e ambientalmente
insustentável a maioria dos excluídos. Na segunda metade dos anos noventa em
função do crescimento da demanda por alimentos matéria-prima que impulsionam os
preços de grãos e carne, puxado, sobretudo países emergente, a agricultura
capitalista desloca-se para Amazônia ,este deslocamento se dar por conta de
inúmeras variáveis umas ligada ao cenário interno outras a o externo.
Conceito de agricultura capitalista, industrial ou de agronegócio,entendo como
sinônimo de grandes empreendimentos capitalistas (agropecuário/agroindustrial)
baseado no trabalho assalariado e reprodução ampliada do capital investido, vincula a
montante a e jusante aos diversos segmentos do complexo que organiza a produção
essencialmente em torno de mercado mais amplo, inclusive externo, principal campo
de sua reprodução.Ele também se caracteriza por um complexo arranjo de interesses,
constituídos por segmentos variados do capital, onde grupos oligopólios predominam e
se apropriam da parte maior do excedente gerado nos diferentes níveis de
atuação.(MESQUITA, 2010)
É nestes cenários favorável a exportação de grãos e carne que a monocultura
de soja,eucalipto e dendê adentram ferozmente na Amazônia .Embora a pecuária
continue sendo a atividade mais importante em termos de área ocupada, são mais de
26 milhões de hectares com pastagens, a dinâmica regional do agrário é dada por
3
grupos oligopólios nacionais e internacionais que dominam as monoculturas . Estes
capitalistas têm um controle crescente da terra de agricultura e constituem o fator de
expropriação da população local, particularmente de grupos mais vulneráveis, como os
extrativistas, ribeirinhos, comunidades quilombolas estabelecidos no seu caminho.
Os impactos, no entanto desta opção governamental pela monocultura se
alastram não só no aspecto econômico, mas também aos sociais, demográficos e
ambientais. Essa forma de atuação deste segmento do capital tem transformado
regiões inteiras da Amazônia. A expansão continua e sistemática das commodities
agrícola levou, sem duvida, de um lado a uma especialização crescente e violenta de
regiões inteiras com prejuízos a outras atividades tradicionalmente importantes
relacionadas à segurança alimentar e ocupação da força de trabalho e geração de
renda na economia local.
No outro lado desta expansão ocorre também outro processo que é a
concentração da produção Esse processo inerente ao próprio desenvolvimento do
capital trás ou é acompanhado pela a desapropriação e desarticular da produção
familiar; com efeitos marcantes sobre a organização da produção, a concentração da
terra e da renda e do nível de emprego local.È inquestionável o avanço da agricultura
capitalista na Amazônia nesta ultimas décadas, ela chegou para ficar, para tanto conta
com um poderoso apoio mediático a seu favor e também um amplo e generalizado
apoio financeiro e fiscal na parte governamental. Isso foi peça importante na
conquista de territórios e na implementação de um modelo de desenvolvimento
insustentável aos biomas onde tem se expandido e na minimização dos efeitos
negativos advindo deste avanço desenfreado que assumiu neste período a expansão
do agronegócio na Amazônia.
O trabalho está estrutura,alem dessa introdução e conclusão em quatro
parte.Um relacionada ao crescimento econômico e as desigualdades da riqueza na
Amazônia;a dinâmica econômica das exportações e o lugar das commodities ; e por
ultimo a questão do monopólio da posse e uso da terra na Amazônia
2 CRESCIMENTO ECONOMICO E A DESIGUAL DISTRIBUIÇAO DA RIQUEZA NA
AMAZONIA
Depois de amargar por décadas seguidas (1990-2004) uma taxa de
crescimento do PIB medíocre(2,4%),inferior a media mundial e da América Latina,o
Brasil em 2004 pode finalmente crescer em media em torno de 5% isso até 2008.Para
alguns isso deve aos ajustes macroeconômico efetivado no período anterior seguindo
a cartilha do FMI/Consenso de Washington que possibilitou a volta do país ao fluxo
internacional de capital e do comercio.Para outros seria a volta do Estado intervindo
diretamente e indiretamente nos investimento do PAC I e II ,que favoreceu essa
4
retomada do crescimento econômico com taxa robusta.Mas como se sabe essa alta
taxa teve vida curta,foi abortada pela crise Americana de 2008.O resultado foi em
2009 um crescimento negativo (-0,3%).De qualquer forma cabe ressaltar que por trás
do Pibao de 7% registrado em 2008, esteve o rescaldo das exportações do
agronegócio e de minérios.
Esse bom desempenho das exportações está diretamente articulada ao
crescimento mundial da economia e no caso brasileiro à economia Chinesa. A China
ao longo deste período (1980/2010) lidera o crescimento ( crescendo em torno de 10
ao ano) da economia mundial e como tal ela possibilitou que setores , atividades e
regiões surgissem ,crescessem e se especializassem mo mundo inteiro para atender
seu voraz apetite por matéria-prima e alimentos que não consegue produzir. A
Amazônia se insere neste perfil. Se isso permite uma ampliação e consolidação de
setores e atividades e criação de novas, região e, portanto fator de atração de
investimento que em tese é fundamental a economia local para viabilizar maiores taxa
de crescimento, mas também deixa essa mesma economia mais vulnerável e
dependente, pois vincula-se a poucos mercados,cujo domínio e feito por oligopólios
internacionais que manipulam eficazmente essas mercadorias. Assim o resultados
nem sempre é positivo a maioria da população local e às vezes as supostas vantagens
do primeiro momento de investimento efetivados se anulam em função dos impactos
negativos derivados destes mesmos empreendimentos
Estados AC AM AP PA RR RO TO Amazônia
Agropecuária
1995 19 3,5 5,3 15 8,0 16,0 30 13,8
2000 14 3,4 3,7 11 10 19 22 11,9
2005 20 5,0 3,2 9,0 8 21 22 12,6
2009 17 5,1 3,2 13 6 27 21 13,2
Indústria
1995 10 42 17,3 31 18 11 4,0 19
2000 9,3 40 13 28 10 12 13 17,9
2005 11,5 46 11,4 33 11 14 28 22,1
2009 12,7 41,5 9,2 29 13 12 23 20
Serviço
1995 71 55 77 55 74 74 66 67,4
2000 77 57 83 61 80 70 66 70,6
2005 68,5 50 85 58 81 66 51 65,7
2009 70 53,4 87,5 64 81,6 64 57 68,2
5
Um confronto das taxas de crescimento de algumas variáveis macroeconômico
do país e da região Amazônica dá para perceber algumas diferenciações importantes.
A mais de uma década Amazônia cresce (PIB) acima da media nacional.
Setorialmente o setor de serviço é o mais representativo, seguido pela indústria e
secundariamente pela agricultura , essa tem perdido sistematicamente posição na
região , diferente do Brasil onde a mesma chega ate aumentar sua participação.Isso
parece contraditório ocorrer na Amazônia na medida que as atividades ligadas ao
agronegócio tem aqui seu principal palco de reprodução desde o final do século XX,
alem de ser também o maior fornecedor de bens originário de recursos naturais de
toda pais.Ou seja, apesar do poder político e econômico destes empreendimentos
expressos pelo controle crescente de imensas áreas na Amazônia esses
investimentos não foram suficiente para alterar significativamente os setores onde
atuam, seus efeitos são residuais.
Uma vista no setor industrial seja ele qual for extrativo ou manufatura o quadro
não é nada alentador. Alguns estado perdem posição ou estão estagnados, quer dizer
essa maior integração da Amazônia traduzida em exportações não aparece neste
indicador de participação.O próprio impulso ocorrido nas monoculturas do dendê e
eucalipto, soja e na produção de carvão vegetal (matéria –prima da produção de
ferrogusa) também não alterou a tendência histórica da queda de participação da setor
agrícola no PIB regional,Com exceção de Rondônia onde essa participação tem
aumentado nos demais estados a queda é livre apesar do propalado esforço do
agronegócio .
O resultado em termos macroeconômicos ou no aspecto de apropriação do
produto liquido gerado no local não são salutares considerando que a maioria da
população onde tais empreendimentos operam ,não participa mesmo que
indiretamente da apropriação deste excedente. Locais como São Luis, Açailandia,
Itinga no Maranhão, Paraupebas , Marabá ,Vila do Conde no Pará e outra dezenas de
cidades da Amazônia,mostra que as altas taxas de crescimento di PIB e da renda per
capita apregoada pelo governo não constitui fator de inclusão social ,pois as
condições de vida desta população objeto de megas investimento não é muito
diferente daquelas onde o tal desenvolvimento não chegou.Os indicadores sócias do
próprio governo atestam essa exclusão social.
3 DINAMICA ECONOMICA DAS EXPORTAÇOES E O LUGAR DAS COMMODITIES
A exportação brasileira tem dado saltos importantes desde o final do século
XX, mas a participação brasileira no comercio internacional ainda é muito modesta e
apesar da multiplicação de valores na exportação ocorrida ultimamente. Os cinco mais
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importantes produtos da pauta de exportação na atual década se caracteriza pela
pouca agregação de valor conforme mostra a figura abaixo e a participação no
comercio mundial fica em torno de 2% apesar de todo a propaganda e esforço de
exportação.
Chama atenção ainda nesta década é conteúdo desta pauta construída por
produtos por primário, manufatura intensiva em recursos naturais e produtos com
baixa tecnologia.
O setor agropecuário no seu sentido mais amplo,agora denominado de
agronegócio, sempre foi peça importante na geração de superávit comercial e
portanto na geração de divisas, emprego e renda. Da década de noventa para cá uma
serie de fatores de ordem.endógena e exógena possibilitou ainda mais a melhoraria
desse saldo( MESQUITA,2009)
7
Em época pretérita o Brasil já foi denominado de pais da sobremesa, porque
era o maior produtor e exportador do café e de açúcar. Na atualidade esse perfil
mudou mas no entanto continuamos sendo um mero exportador de produtos primários
com pouco ou quase nenhuma agregação de valor cuja base é a exploração
predatórios de recursos naturais.A diferença é que alem da sobremesa,agora
exportamos também o prato principal (carnes) e outras commodities,mas continuamos
nas commodities
Tabela 1 participação na pauta de exportação do agronegócio dos dez mais
importantes produtos no período de 1998 a 2009.
Ano 1998 2000 2005 2009
Produtos
Complexo de
Soja
24,o 20,0 22,0 26,6
Carnes 7,0 9,5 19,0 18,2
Sucroalcooleiro 8,0 6,0 11 15
Produtos
Florestais
15,0 21,4 16,5 11,2
Café 7,0 9,0 7,0 6,6
Fumo 9,0 4,0 4,0 4,7
Couro 0,4 10,5 7,0 3,2
Cereais 4,5 0,3 0,7 2,8
Suco 4,0 5,30 2,8 2,7
Fibras Têxteis 1,3 4,0 3,5 1,9
Essa ênfase, especialização e concentração em tais produtos trás problemas
porque nos torna mais vulnerável e causa instabilidade no balanço comercial e de
pagamento.A razão desta instabilidade dos preços se articula não com a dinâmica
econômica geral da economia (demanda, estoque e política econômica e cambio) mas
também com fatores geopolíticos cujo controle foge de qualquer intervenção
local.Essa super- especialização para alguns economista é fator de entrave a industria
e até se tornar fator de desindustrialização de economia e fonte permanente de
valorização do cambio.
Neste cenário de divisão internacional do trabalho, somos reconhecidamente
um fornecedor estratégico de matéria -prima e proteínas, pois temos os pré- requisitos,
recurso naturais, fronteira agrícola significativa, água e competência tecnológica e de
gestão, ou seja,nesta praia somos competitivos. Cabe_-nos, portanto, produzir e
8
exportar aos mercados ricos sem condição de competir ou que não tem interesse em
participar desta divisão do trabalho no formato apresentado de papel secundário.
O resultado é que nas ultimas décadas o Brasil tornou-se o celeiro e base de
exportação de produtos primários e in natura. Estamos entre os primeiros na
exportação e na produção de soja, carne, açúcar, laranja,
celulose,fumo,milho,algodão, etanol e café, Essas e outros produtos do chamado
agronegócio responde por 1/3 das exportações e emprego.Mas também responde por
uma devastação incomensurável traduzido em impactos ambientais postos em baixo
do tapete.A exportação no formato que se apresenta hoje gera riqueza para alguns
(agricultura e minérios) sem duvida mas também gera exclusão e expropriação para
outros.
Os dados do MAPA relativo às exportações mais recentes (2009) mostram que
a dobradinha café/açúcar perdeu posição para o complexo da soja, da carne,
sucroalcooleiro, celulose, suco, mas continua sendo importante no saldo da balança
comercial. Mas uma coisa não mudou continuamos sendo um mero repassador de
matéria-prima e proteínas aos USA,CEE,CHINA E JAPAO.Percebe-se também uma
mudança drástica a concentração crescente de compra pela china ,que salta de 3,3
para 15,2% numa década.
Seis países China, Estados Unidos e Argentinas são os maiores parceiros
comerciais do Brasil, com a China assumindo o lugar dos USA.
9
Mas o que chama atenção nesta substituição de compra Chinesa é que nos
tornamos essencialmente um fornecedor de produtos primários e de produtos
intensivo em recursos naturais
Enquanto estes crescem rapidamente em 2005 a 2010 os intensivo em médio
e alta tecnologia decrescem
10
Se no plano internacional há essa divisão entre fornecedores, exportadores e
importadores, internamente também se faz isso. As áreas periféricas, Centro-Oeste,
Nordeste e Amazônia assumem essa tarefa já que cada uma detém vantagens
comparativas que lhes inserem numa ou noutra atividade desta divisão interna do
trabalho. Amazônia com recursos minerais, pecuária e monoculturas, o Centro-Oeste
com grãos e pecuária e o Nordeste com soja se integram desta forma.a
Como na Amazônia historicamente a atuação governamental tem sido pontual
com foco especifico em determinada atividade e grupo cujo resultado mostrou-se
residual.Por outro lado a ação de grupos privados nacionais e internacionais com e/ou
sem financiamento, a vêem como território ideal para seus objetivos conjunturais, onde
insiro as monoculturas, extração de madeira e de minérios. A oferta agregada destes
inúmeros produtores poderia em servir em tese a constituição de embriões de um
setor industrial, em vez de seguir in natura aos Portos de Roterdam, Macau e outro
qualquer, no entanto, nada disso ocorre.Também do lado da demanda criada pelos
tais empreendimentos instalados localmente poderia dá inicio a um embriao qualquer
de atividades de suporte a essa demanda criada ,mas tudo – sementes, fertilizante,
agrotóxicos,maquinas assistência técnica etc., é importado de fora da região.Os
beneficiados são comerciantes e industria do sul e sudeste ou mesma externas.Em
regiões do chamado MATOPI (Maranhão/Tocantins e Piauí ) onde a produção de soja
já esta á consolidada a década não há uma só industria do complexo soja e nem da
carne de suíno e aves instaladas no local.
3.1 A expansão recente das principais atividades do agronegócio na Amazônia
O Brasil só conseguiu ultrapassara barreira dos 100 milhões de toneladas de
grãos no início do século xxi, ou seja, o fenômeno super-safra é recente entre nós.
Neste sentido um grupo seleto de culturas se destaca, assim como de atividade
articuladas ao comercio internacional como a pecuária, soja, fumo, cana,laranja e
eucalipto.Sobressaem também em igual período regiões especializadas em trono de
tais produtos e atividade, como o Centro-Oeste e a Amazônia. Entre o ultimo quartel
do sec. xx e o inicio do seculo atual percebe-se mudanças importantes na geografia
da agricultura brasileira/regional, por conta desta transição em andamento em alguns
setores produtivos.
Os censos agropecuários do período captam essas transformaçoes. Ha um
deslocamento de atividades antes tradicionais no Sul e no Sudeste para o Centro-
Oeste e a Amazônia. Isso ocorre com a pecuária, os grãos e as monoculturas do
eucalipto,cana e algodão.Acompanhando essa migração vêem os grupos
agroindustriais dos respectivos complexos e a infra estrutura produtiva disponibilizada
11
pelo governo nos eixos de transporte intermodal.A Amazônia neste interstício
incorpora milhões de hectares e acresce outros milhões no seu rebanho bovino
nenhuma outra região teve esse bom desempenho.
Tabela 2 variação da área de lavoura temporária, bovino e soja no Brasil,Sul e
Amazônia.
Variável Brasil, região Sul e Amazônia
Anos Lav. Temp Br Lav.temp Sul Lav.temp Amz
1996 34.300.000 11.700.000 1.250.000
2006 48.300.000 13.600.000 2.350.000
Variação 14.000.000 1.900.000 1.100.000
% 29 14 49
Past plant Br Past plant Sul Past plant Amz
1996 99.600.000 7.000.000 14.750.000
2006 101.400.000 4.800.000 20.600.000
variação 1.800.000 -2.200.000 5.850.000
% 2 -54 28
Bov.Br Bov.Sul Bov.Amz
1995 161.000.000 26.800.000 19.000.000
2010 209.000.000 27.700.000 42.000.000
Variação 48.000.000 900.000 23.000.000
% 23 3 55
Seja na lavoura temporária, pastagem plantada ou no rebanho bovino o
desempenho da Amazônia em termos de área incorporada foi excepcional a media
brasileira ou mesmo a região Sul. O incremento foi respectivamente de 49 % ,28% e
55% enquanto a media brasileira em igual período foi de 29 %,2% e 23 %.
Para Amazônia essa alteração decorrente deste cenário de integração ao
grande comercia trouxe uma nova reconfiguração territorial ao setor agropecuário em
termos de especialização e concentração de tais atividades com implicações
complexas no controle e posse da terra.
Mais significativo ainda foi o incremento,( positivo/negativo) no
período1990/2010 ,em termos de área plantada,produtividade e volume produtivo para
a soja , mandioca e arroz , de acordo com os dados censitários essas mudanças em
três estados da Amazônia é muito diferenciado.De um lado se explica pela chegada
da soja na Amazônia e de outro o “abandono “de atividade relativa a cesta básica,isso
se constata também nos mais importantes estados da Amazônia principalmente da
área plantada..
12
No gráfico abaixo relativo a produção de soja, mandioca e arroz na Amazônia num
período de 20 anos mostra o ritmo de cada no aspecto da ascensão ou queda.
Embora as mudanças estejam em andamento já é possível perceber através da
produtividade, volume e área ocupada com esse plantio, o ritmo e a direção tomada
pelas principais atividades da agropecuária regional
13
Na mesma direção referente ao incremento diferenciados visto
anteriormente,os dados relacionados a participação relativa de cultura na arae total de
lavoura temporária revela tambem o formato que vai assumindo o setor agropecuário
na Amazônia.Pelos dados abaixo é possível se perceber algumas questões.Duas
chamam à atenção, a queda significativa da participação do arroz ( sai de 31para 17 )
na área de lavoura temporária e na outra ponta o ganho da soja, sai de 1,25% para
25,39% .Este fato se repete em praticamente em todos os estados onde a soja
avançou na Amazônia,
Enquanto o arroz ocupa em 2010 cerca de 374 mil/ há, a soja tem quase o
dobro desta área 520 mil /há.As culturas do algodão ,milho perdem espaço, enquanto
mandioca e cana ascendem modestamente.Do lado da cultura permanente é o dendê
que cresce 2,5% ou seja sai de uma área de 38 mil/há para 55 mil/há e o eucalipto
detém área parecida 54 mil /há.
14
Tão importante quanto à dimensão da área ocupada é dinâmica ou taxa de
crescimento de tais culturas. A soja em área a apresenta taxas exponenciais, nos
últimos 5 anos, cresceu 50% ao ano ,as demais cresce mais modestamente, como a
mandioca 2,75% a não ser o arroz que tem taxa negativa -14,4%
Quanto ao volume produzida conforme pode ser vista na figura acima teve
redução menor do que a área por conta dos ganhos de produtividade presente na
maioria das culturas, assim quanto maior o nível de produtividade menos foi queda no
volume produzido. Ë isso que explica porque o arroz teve uma queda de 38% em área
no entanto em volume foi de apenas 11%, em função do aumento da produtividade
obtida no período ter sido de 44 %
15
Os ganhos de produtividade explicam inclusive por que no referido período o Brasil
conseguir aumentar substancialmente sua safra sem uma contrapartida equivalente da
área plantada. Claro que a mesma foi diferenciada nacional e regionalmente e esteve
associada a cultura e/ou atividades vinculadas a complexos agroindustriais onde o
nível de pesquisa é permanente e continuo tendo na iniciativa privada um braço
importante de apoio.A única cultura com ganho insignificante no período analisado foi
a mandioca ,típica da agricultura familiar, que conseguiu obter apenas 4,5 % ,muito
pouco pelo que ela representa a milhões de pequenos produtores.
Os dados do IBGE do censo, estatísticas municipais aponta uma nítida
preferência pela agricultura industrial articulada ao complexo agroindustriais e voltada
aos mercados externos. Tal preferência tem ocasionado substituição de cultura e
atividades vinculadas a agricultara familiar por essas culturas indústrias.
Está,portanto, em curso uma substituição de produtos “tradicionais” por outros
“modernos“ do agronegócio, essa substituição naturalmente é diferenciada, inter e
intra-regional , o que ocasiona, às vezes, uma ultra-especializarão e concentração
com efeitos, as vezes, nefastos nestes locais, evidenciados na redução física da área
media que repercute na queda da produção e na criação de pequenos animais e
também no acesso aos produtos extrativos nestes locais.
3.1.1 Distribuição espacial das atividades.
A distribuição intra regional das atividades ligadas o complexo da soja, carne,
sucroalcooleiro e celulose, alem do dendê, carvão vegetal, e de atividades típicas da
agricultura familiar, vem se alterando em função do ritmo de incorporação de novas
áreas que pode ser visto em toda Amazônia, por exemplo, no Baixo Amazonas no
Pará e em Rondônia. No Tocantins também isso ocorre ,mas é com a ampliação de
novas áreas para soja.
Como se disse anteriormente a soja avançou por todo lado e de forma análoga
como ocorreu anteriormente com a pecuária bovina.Por ordem de importância a soja
sobressaem no Tocantins, Rondônia e Para. No caso da pecuária esses três
continuam sendo os mais representativos, mas o destaque é o Pará,seguido pelo
Tocantins e Rondônia.Para a cana-de-açúcar também o Para e Rondônia se
destacam.A monocultura do eucalipto tem destaque no Amapá, e o dendê no Pará e
no Amazonas.Mas para a produção de carvão vegetal originário de mata nativa, o
monopólio é do Para que produz cerca de 85%.
Por ultimo consta que os produtos da cesta básica arroz, feijão, milho e
mandioca, embora não tenha aquela concentração observável nas atividades típicas
do agronegócio – dendê/eucalipto/soja; e estejam dispersas em toda Amazônia
16
mesmo assim sua oferta está concentrada em poucos estados e municípios. Por
exemplo, o produto mais importante da AF mandioca tem no Pará seu grande
fornecedor, cerca de 60% seguido do Amazonas com 15%. Para o arroz cabe ao
Tocantins essa concentração 50% seguido do Para 34;% no milho o Pará detém 54%
da produção regional seguido do Tocantins com 23%.Por ultimo rebanho de suínos ,
este se encontra dividido entre o Para 46% e Rondônia 26%. Ou seja, embora essa
produção como foi dita esteja atomizada em toda Amazônia o nível de concentração
mostra-se considerável, em todas elas, dois estados e sobre saem o Para e Tocantins
seguido de longe por Rondônia e Amazonas.No plano mais micro esse perfil se
reproduz, embora aja uma ligeira desconcentração em termos de participação das
microrregiões em cada grupo de atividades e/ou produtos.
4 MONOPOLIO DA POSSE E USO DA TERRA NA AMAZONIA: O segredo da
expropriação.
4.1 A estrutura agrária na Amazônia.
Uma das medidas úteis e consagrada pela literatura para medir as
desigualdades entre variáveis está o índice de Gini, que pode variar de 1 a 0, quanto
maior o grau de desigualdade mais próximo se e encontra de hum e vice versa. O
ultimo censo agropecuária (2006) traz essa medição, conforme pode ser visto na
tabela abaixo, neste intervalo de 1996 a 2006 as alterações foram mínimas. A
concentrada terra na Amazônia continua extremamente alta. A menor é no Amapá e a
maior no Acre.
Considerando que o calculo deste índice é feito em cima do conceito de
estabelecimento agrícola(IBGE),definido como uma área onde se pratica algum tipo de
exploração agrícola.Este conceito não consegue captar a concentração de inúmeros
estabelecimento na mao de um único dono/proprietário.Ou seja, um proprietário,por
exemplo voltada a monoculturas,soja ou pecuária que necessita de áreas extensas
para trabalhar em escala comercial, pode detém o controle de inúmeros
estabelecimentos necessário e indispensável para operacionalizar tal empreendimento
, mas no registro do censo do IBGE ele aparece separadamente ,portanto a
estatística acaba não captando esses aspectos. Em outras palavras o grau de
concentração naquelas regiões onde concentram a produção de atividades que
necessitam de extensas áreas está subestimado.
Determinadas mudanças como aquelas referentes a posse, a distribuição e a
utilização da terra ou mesmo tipo de produtor e uso da força de trabalho, em
sociedade como a brasileira, tem se mostrado morosa, pesquisas como a do censo
agropecuário de 2006 consta esse e outros fenômenos cuja mudança se faz e/ou se
17
fez de forma diferenciada, apesar do avanço das forças produtiva ocorrido nas
diferentes atividade.Se a expropriação agrária inerente a esse modus operandis do
capital no campo, corre frouxa e expulsando dezenas de milhares de produtores da
agricultura familiar, reduzindo numero e área dos mini-estabeleciemnto ( menos de
10 há) e de parceiros arrendatários e posseiros,ainda assim continua tendo uma
relevância numérica na Amazônia e resiste. Para o governo isso se deve a política de
assentamentos do INCRA intensificada nos anos noventa, mas para nos é a
resistência e a absoluta falta de alternativa que faz esse segmento ainda permanecer
no meio rural.
A velha dicotomia, minifúndios x latifúndios, na Amazônia continua atualíssima
é o que mostra a distribuição da posse da terra por grupo de área ( mini, pequeno,
médio e grande) da Amazônia e Brasil. A figura abaixo mostra o quadro atual (2006)
desta questão no aspecto numero e área de estabelecimento por grupo de área na
Amazônia e no Brasil. O numero de mini-estabelecimento no Brasil é superior a
50%,mas, na Amazônia também numerosos 28%, isso em termos absoluta são
respectivamente 2.480.000 e 126.000.O grandes ,isto é, acima de mil hectares são
ilusórios na Amazônia somam 8280 e no Brasil 47000 , em compensação abocanham
respectivamente 48% e 44%.
No primeiro grupo (- 10ha) na Amazônia embora responda por mais de 1/4 dos
estabelecimento sua área não alcança hum (0,66%); no outro extremo( + 1000ha)
detém 48% da área mas são apenas 1,7% do total geral, veja que esse quadro é pior
do que o Brasil que representa a media de todo as a regiões.
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Em termos absoluto esse perfil ainda é mais desigual.Os milhares de mini-
estabelecimentos (126 mil) da Amazônia tem apenas 362 mil /há, já os grandes (8274)
ficam com 26 milhões/há.Ou seja área a media entre um e outro é de 71 vezes, aqui
está talvez o indicador mais cruel da expropriação e da exclusão social. Na faixa de
até 100 ha que pelo critério da lei atual,estaria incluído o agricultor familiar esse
quadro de exclusão continua pois mais de 3/4 ( 352 mil produtores) retém apenas
18 da área (9 milhões e setecentos mil hectares),inferior a media brasileira.
Uma comparação com o censo anterior 1996 descobre-se que os mini
estabelecimentos perdem posição em numero ( 6%) e área (43%),enquanto os acima
de mil aumentam em numero (5%) mas perdem (13%) em área.Área media para esse
dois grupos caiu neste período,fenômeno inverso ocorre na faixa intermediaria de
acima de dez e inferior a mil hectares.
Ou seja, qualquer que seja o angulo a examinar há um progresso contínuo do
processo de expropriação em todos os estado com destaque para o Para, Amazonas
e Rondônia.Esses três concentram 89 % dos mini-esbalecimentos, mas a área media
dos mesmos os não chega ax há.Contrapondo a isso mais de 50% da área dos
grandes estabelecemos ( 13,8 milhos de ha) estão e em dois estados Pará e
Rondônia.
Embora numericamente insignificante, os grandes estabelecimentos no
cenário atual de megas obras do PAC ,tende aumentar nos locais já estabelecidos e
onde ocorre obras de infra estruturas voltadas a logística de transporte’ Se os atuais
dados soa assustadores em termos de concentração da produção ,da renda ,da terra
é provável que nos próximos levantamentos esse grau de desigualdades aumente
ainda mais ,por conta destes atores que deverão liderar esse processo de ocupação
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de novas áreas da Amazônia, que se baseia em grandes áreas , na mecanização
intensiva e na pouca necessidade de trabalho desqualificados.
Naturalmente esse quadro é devera ocorrer se a atual condição vigente ,que
tem na demanda externa ,ou seja, no crescimento econômico da economia
mundial,diga de passagem da China, continuar e, se a ênfase em enclaves na
Amazônia permanecer.
4.2 Utilização da terra na Amazônia.
O perfil atual do uso da terra particularmente na Amazônia explica em parte
pela conexão ao circuito do agronegócio que possibilitou a ocupação de extensa área
com agricultura temporária e permanente entre noventa e os dias atuais Alem da
pecuária que indiscutivelmente consolidou e ainda amplia seu raio de ação na
Amazônia, outras atividades ganharam espaço nesta região..
Conforme pode ser vista nas figuras referentes ao uso da terra no Brasil e na
Amazônia, a pecuária continua absoluta em tudo, a participação relativa se
equivalente em torno de 48% da área total , ou seja algo de 159 milhões e 26 milhões
de hectares respectivamente.Mas na variável agricultura( temporária e permanente,a
proporção do Brasil e Amazônia se muito diferente,aqui as duas somam apenas 7,5%
já no Brasil 18%.Mas é na Amazônia onde ocorre um crescimento espetacular,esse
peso dobra de tamanho frente ao censo anterior (1996)..
Um fato a registrar é que foi na Amazônia,com exceção do Centro Oeste, é o
local proporcionalmente com maior participação de pastagem plantada ( 38%) o que
mostra a força da grande pecuária neste área do pais.Esse desempenho (percentual)
superior da Amazônia frente às outras regiões se deve de um lado a baixa base de
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partida e também ao deslocamento em massa de atividades dos diferentes complexos
ocasionado pela demanda externa, antes estabelecidas no sul e sudeste.Algumas
atividades são destaques neste período ,de um lado a própria pecuária que incorpora
6 milhões de hectares e acresce mais de 28 de cabeças, depois a soja que sai de
uma modesta dimensão 24 mil/ha para563 mil/ha, secundariamente temos ainda a
expansão do dendê e do plantio de eucalipto.
A nível federativo a pecuária é hegemônica no Para, Tocantins e Rondônia.
Soja e a mandioca têm no Para, e no Tocantins maior representatividade. Na cultura
permanente é o Pará ,Amazonas e Rondônia e no plantio de florestas o Amapá e o
Pará.
Destes dados atuais do uso da terra nota-se que mais de 5/4(82) da mesma
concentra-se em quatro estados e se volta fundamentalmente a pecuária, a lavoura
temporária e secundariamente a cultura permanente. Essas atividades são conduzidas
por médios grandes proprietários ficando assim os pequenos e os mini na sua sombra,
com pouca terra a sua disposição conforme se viu anteriormente .Como a demanda
externa tem induzido um uso mais direcionado a atividades articuladas a mercado
extra local é possível que essa tendência constituía num fator de maior expropriação
deste produtos não inseridos neste processo externos constituído de pequenos
produtores familiares,comunidade ribeirinhas,povos e comunidades tradicionais da
Amazônia.
5 CONSIDERACÁO FINAL
A partir dos dados agregados apresentados é possível se perceber sim uma
certa dinâmica na Amazônia,ela esta vinculada a umas poucas atividades .Outras
estão estagnadas ou crescem vegetativamente.A lógica desta tendência é fato
conhecido por analista das diferentes áreas do conhecimentos,antropólogos,
sociólogos,ecologistas ,economista dentre outros
.A questão é o ponto de partida das mesmas inadequado a um
desenvolvimento econômico inclusive. A especialização na produção de commodities
ou na exportação baseada em recursos intensiva ou aquelas de caráter extrativo
como petróleo, minério e plantation, nem sempre traz efeito positivos,daí a
necessidade da mesma ser acompanhada de uma política econômica adequada, e
também da existência de uma política setorial que articule isso internamente pois
caso não se faça isso corre-se riscos de desarticular atividades já existentes.Em
vários países ricos em recurso naturais isso tem se mostrado freqüente Venezuela,
países árabes, Asiáticos, Africanos e Latinos Americanos estáo neste rol.
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A questão central é que esse empreendimentos em muitos locais funcionam
como economia de enclaves (intensivo em capital e tecnologia, extensivo em área
),por vezes alheios a economia local e vinculados externamente ao circuito
externo...Neste sentido a internalizarão de renda é externa ao local e as vezes até
ao pais. Assim os benefícios advindos das exportações acabam se anulando com as
importações de bens industriais e tecnologias que somos obrigado a fazer para
acompanhar a demanda externa.
Um mar de plantation, transformado em commodities pode contribui
substancialmente para o desenvolvimento de um país ou região, a historia econômica
a está cheio de exemplo, positivos e negativos. O resultado depende de como o
produto liquido destas exportações sejam utilizados, em bens de capital ou de
consumo? A opção faz uma grande diferença.
Mas preliminarmente também é função da articulação que há entre essas
atividades e a cadeia produtiva ou complexo onde se inseri, e da política econômica e
setorial que se adota na gerencia deste excedente.
Durante século fomos lideres de vários produtos,dois desde época colonial,
café e açúcar , nem por isso o excedente gerado por essas plantation foi
adequadamente apropriado, no Nordeste reconhecidamente não foi e, nem na
Amazônia no ciclo da borracha.O café fez isso, apenas em locais de são Paulo, onde
conseguiu criar articulação com outras atividades,transformando o excedente em
capital que se ampliava neste segmentos ligados direto e indiretamente a
cafeicultura.No Rio de Janeiro, Minas e Espírito Santos tal fenômeno não se
concretizou.
Uma questão,portanto, que se coloca é porque há um século atrás isso foi
possível fazer porque na atualidade parece impossível.A resposta pode ser
simples,não há uma política de estado que pense o desenvolvimento,nem a médio e
muito menos a longo e como tal tudo se restringe a curto prazo a conjuntura ao “sabor
do mercado” externo,ao crescimento econômico comandado pela China.Como não
isso as exportações de commodities que a principio poderia ser peça chave na
endógenaçao de setores inteiros de cada um destes produtos acaba transferindo
recursos ao exterior porque a demanda industrial destes setores/complexos parte dela
é vem dos países ricos,os mesmos grandes compradores das nossas exportações de
produtos primários e manufaturas intensiva em recursos naturais.
A titulo de curiosidade o complexo mais importante do agronegócio, o da
soja,neste perspectiva apresentada pouco deixa no pais,pois o controle da cadeia é
feito por grandes oligopólio cujos interesses não coincide com o do país e localidade.
Porque não se exporta couro,leite, sapatos, carne, frango em vez de grãos- soja,
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milho, ração e farelo ? Apenas duas peças são genuinamente nacional o
caminhoneiro do transporte e os estabelecimento agropecuários, quanto aos
demais é só ver quem e onde se produz sementes, agrotóxicos, maquinas terminal de
embarque,ferrovias, controle da comercialização local e internacional.
Conforme nos diz Mesquita “ a entrada de grandes projetos traz impactos que
na aparência é bom a todos, mas depois se percebe que é um engodo. A valorização
das terras é um deste, ao aquecer o mercado local de terra favorece a especulação e
a expropriação rápida e eficiente da parcela mais frágil envolvida, os pequenos
produtores, atraem grileiros e com eles a violência, os conflitos e a tensões entre
moradores antigos e monocultores. ’” (2011,p 66)
REFERENCIAS
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Maranhão. Rio de Janeiro, 1970, 1995-96,2006
----------Contas Regionais do BRASIL (2003-2007)Rio de Janeiro, 2008.
---------- Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA. Disponível em:
www.sidra.ibge.gov.br/bda/territorio/carto.asp?func=imp&z=t&o=10&i=P. Acesso em:
04 abril de 2011
MESQUITA. B. A. Expansão e transformação da pecuária bovina no Maranhão sob a
ação governamental e as forças de mercado: Ritmos e rumos da ação do capital no
período de 1970/200. São Luis. 2006 tese (doutorado).,co-tutelle, Université de la
Sorbonne Nouvelle, PARIS 3 /UFMA
---------Política Neoliberal e o Impacto na Expansão do Agronegocio na Amazônia
Brasileira, in IV colóquio Internacional de la SEPLA ,Buenos Aires, 2008.
-------- Demanda por alimentos e as conseqüências na Amazônia brasileira :“sucesso”
do agronegocio e tragédia do desmatamento. In: 12ª Encuentro de Geógrafos de
América Latina; Montevidéu, Uruguay, 2009.
-------------Boom agrícola na Amazônia Brasileira e as mudanças estruturais em
andamento In: 13ª Encuentro de Geógrafos de América Latina; San Jose da Costa
Rica Costa Rica 2011
-------- A dinâmica recente, impacto social e perspectivas da economia do estado do
Maranhão –1970/2008. In: ENCONTRO REGIONAL DE ECONOMIA, 13., Fortaleza,
2008, Anais...Fortaleza: BNB, 2008.