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1 Encontro Anual da ANDHEP - Direitos Humanos, Democracia e Diversidade 23 a 25 de maio de 2012, UFPR, Curitiba (PR) Grupo de Trabalho: GT 11 Estado, Conflitos e Acesso à Terra Título do Trabalho - Monocultura na Amazônia Brasileira: concentração de riqueza e expropriação agrária Nome Benjamin Alvino de Mesquita Instituição-Universidade federal do Maranhão; Programa de pós-graduação em desenvolvimento socioeconômico; av. dos Portugueses s/n,[email protected] Numero 616 Resumo Desde o final do século passado, segmento como o do agronegócio e de empresas mineradoras tem na Amazônia a sua principal área de reprodução. Se para essas atividades essa inserção maior no fluxo comercial foi formidável para outras nem tanto. Alem disso como o formado desta expansão capitalista não prima pela sustentabilidade os resultados tem sido socialmente injusto e ambientalmente insustentável a maioria dos excluídos. Na segunda metade dos anos noventa em função do crescimento da demanda por alimentos matéria-prima que impulsionam os preços de grãos e carne, puxado, sobretudo países emergente, a agricultura capitalista desloca-se para Amazônia ,este deslocamento se dar por conta de inúmeras variáveis umas ligada ao cenário interno outras a o externo. Palavra chaves Amazônia ;monopólio da terra’;monocultura’,desenvolvimento regional Absctrat Since the end of the last century, as the segment of agribusiness and mining companies in the Amazon has its main play area. If this insertion for these activities in greater flow of trade was not so great for others. In addition to the format of this capitalist expansion did not press for sustainability results have been socially unjust and environmentally unsustainable in the most excluded. In the second half of the nineties due to the growth in demand for food raw materials that drive the prices of grain and meat, driven mostly emerging countries, capitalist agriculture moves to Amazon, this shift is due to numerous variables connected to each other to the external domestic scenario. Keyword Amazon monopoly of the land '; Monoculture' regional development

Encontro Anual da ANDHEP - Direitos Humanos, Democracia e ... · Keyword Amazon monopoly of the ... E A DESIGUAL DISTRIBUIÇAO DA RIQUEZA NA AMAZONIA Depois de amargar por décadas

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Encontro Anual da ANDHEP - Direitos Humanos, Democracia e Diversidade 23 a 25

de maio de 2012, UFPR, Curitiba (PR)

Grupo de Trabalho: GT 11 – Estado, Conflitos e Acesso à Terra

Título do Trabalho - Monocultura na Amazônia Brasileira: concentração de riqueza e

expropriação agrária

Nome Benjamin Alvino de Mesquita

Instituição-Universidade federal do Maranhão; Programa de pós-graduação em

desenvolvimento socioeconômico; av. dos Portugueses s/n,[email protected]

Numero 616

Resumo

Desde o final do século passado, segmento como o do agronegócio e de empresas mineradoras tem na Amazônia a sua principal área de reprodução. Se para essas atividades essa inserção maior no fluxo comercial foi formidável para outras nem tanto. Alem disso como o formado desta expansão capitalista não prima pela sustentabilidade os resultados tem sido socialmente injusto e ambientalmente insustentável a maioria dos excluídos. Na segunda metade dos anos noventa em função do crescimento da demanda por alimentos matéria-prima que impulsionam os preços de grãos e carne, puxado, sobretudo países emergente, a agricultura capitalista desloca-se para Amazônia ,este deslocamento se dar por conta de inúmeras variáveis umas ligada ao cenário interno outras a o externo. Palavra chaves Amazônia ;monopólio da terra’;monocultura’,desenvolvimento regional

Absctrat

Since the end of the last century, as the segment of agribusiness and mining companies in the Amazon has its main play area. If this insertion for these activities in greater flow of trade was not so great for others. In addition to the format of this capitalist expansion did not press for sustainability results have been socially unjust and environmentally unsustainable in the most excluded. In the second half of the nineties due to the growth in demand for food raw materials that drive the prices of grain and meat, driven mostly emerging countries, capitalist agriculture moves to Amazon, this shift is due to numerous variables connected to each other to the external domestic scenario. Keyword Amazon monopoly of the land '; Monoculture' regional development

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MONOCULTURA NA AMAZONIA BRASILEIRA: Concentração de riqueza e

expropriação agrária.

Benjamin Alvino de Mesquita.

Prof. do PPGDSE/UFMA

[email protected]

1 INTRODUÇAO

.Desde o final do século passado, segmento como o do agronegócio e de empresas

mineradoras tem na Amazônia a sua principal área de reprodução. Se para essas

atividades essa inserção maior no fluxo comercial foi formidável para outras nem tanto,

caso da agricultura familiar. O conceito de economia familiar ou de “economia de

excedentes” e aquele que toma por base o trabalho familiar, o controle dos meios de

produção ,a dimensão de exploração inferior a 100 hectares o vinculo com a

propriedade em termos de gestão e estilo de vida e dependência financeira .Uso

também como sinônimo pequena produção,, agricultura de subsistência, agricultura

itinerante, produção mercantil simples e a não especificamente

capitalista(MESQUITA,2009)

Alem disso como o formado desta expansão capitalista não prima pela

sustentabilidade os resultados tem sido socialmente injusto e ambientalmente

insustentável a maioria dos excluídos. Na segunda metade dos anos noventa em

função do crescimento da demanda por alimentos matéria-prima que impulsionam os

preços de grãos e carne, puxado, sobretudo países emergente, a agricultura

capitalista desloca-se para Amazônia ,este deslocamento se dar por conta de

inúmeras variáveis umas ligada ao cenário interno outras a o externo.

Conceito de agricultura capitalista, industrial ou de agronegócio,entendo como

sinônimo de grandes empreendimentos capitalistas (agropecuário/agroindustrial)

baseado no trabalho assalariado e reprodução ampliada do capital investido, vincula a

montante a e jusante aos diversos segmentos do complexo que organiza a produção

essencialmente em torno de mercado mais amplo, inclusive externo, principal campo

de sua reprodução.Ele também se caracteriza por um complexo arranjo de interesses,

constituídos por segmentos variados do capital, onde grupos oligopólios predominam e

se apropriam da parte maior do excedente gerado nos diferentes níveis de

atuação.(MESQUITA, 2010)

É nestes cenários favorável a exportação de grãos e carne que a monocultura

de soja,eucalipto e dendê adentram ferozmente na Amazônia .Embora a pecuária

continue sendo a atividade mais importante em termos de área ocupada, são mais de

26 milhões de hectares com pastagens, a dinâmica regional do agrário é dada por

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grupos oligopólios nacionais e internacionais que dominam as monoculturas . Estes

capitalistas têm um controle crescente da terra de agricultura e constituem o fator de

expropriação da população local, particularmente de grupos mais vulneráveis, como os

extrativistas, ribeirinhos, comunidades quilombolas estabelecidos no seu caminho.

Os impactos, no entanto desta opção governamental pela monocultura se

alastram não só no aspecto econômico, mas também aos sociais, demográficos e

ambientais. Essa forma de atuação deste segmento do capital tem transformado

regiões inteiras da Amazônia. A expansão continua e sistemática das commodities

agrícola levou, sem duvida, de um lado a uma especialização crescente e violenta de

regiões inteiras com prejuízos a outras atividades tradicionalmente importantes

relacionadas à segurança alimentar e ocupação da força de trabalho e geração de

renda na economia local.

No outro lado desta expansão ocorre também outro processo que é a

concentração da produção Esse processo inerente ao próprio desenvolvimento do

capital trás ou é acompanhado pela a desapropriação e desarticular da produção

familiar; com efeitos marcantes sobre a organização da produção, a concentração da

terra e da renda e do nível de emprego local.È inquestionável o avanço da agricultura

capitalista na Amazônia nesta ultimas décadas, ela chegou para ficar, para tanto conta

com um poderoso apoio mediático a seu favor e também um amplo e generalizado

apoio financeiro e fiscal na parte governamental. Isso foi peça importante na

conquista de territórios e na implementação de um modelo de desenvolvimento

insustentável aos biomas onde tem se expandido e na minimização dos efeitos

negativos advindo deste avanço desenfreado que assumiu neste período a expansão

do agronegócio na Amazônia.

O trabalho está estrutura,alem dessa introdução e conclusão em quatro

parte.Um relacionada ao crescimento econômico e as desigualdades da riqueza na

Amazônia;a dinâmica econômica das exportações e o lugar das commodities ; e por

ultimo a questão do monopólio da posse e uso da terra na Amazônia

2 CRESCIMENTO ECONOMICO E A DESIGUAL DISTRIBUIÇAO DA RIQUEZA NA

AMAZONIA

Depois de amargar por décadas seguidas (1990-2004) uma taxa de

crescimento do PIB medíocre(2,4%),inferior a media mundial e da América Latina,o

Brasil em 2004 pode finalmente crescer em media em torno de 5% isso até 2008.Para

alguns isso deve aos ajustes macroeconômico efetivado no período anterior seguindo

a cartilha do FMI/Consenso de Washington que possibilitou a volta do país ao fluxo

internacional de capital e do comercio.Para outros seria a volta do Estado intervindo

diretamente e indiretamente nos investimento do PAC I e II ,que favoreceu essa

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retomada do crescimento econômico com taxa robusta.Mas como se sabe essa alta

taxa teve vida curta,foi abortada pela crise Americana de 2008.O resultado foi em

2009 um crescimento negativo (-0,3%).De qualquer forma cabe ressaltar que por trás

do Pibao de 7% registrado em 2008, esteve o rescaldo das exportações do

agronegócio e de minérios.

Esse bom desempenho das exportações está diretamente articulada ao

crescimento mundial da economia e no caso brasileiro à economia Chinesa. A China

ao longo deste período (1980/2010) lidera o crescimento ( crescendo em torno de 10

ao ano) da economia mundial e como tal ela possibilitou que setores , atividades e

regiões surgissem ,crescessem e se especializassem mo mundo inteiro para atender

seu voraz apetite por matéria-prima e alimentos que não consegue produzir. A

Amazônia se insere neste perfil. Se isso permite uma ampliação e consolidação de

setores e atividades e criação de novas, região e, portanto fator de atração de

investimento que em tese é fundamental a economia local para viabilizar maiores taxa

de crescimento, mas também deixa essa mesma economia mais vulnerável e

dependente, pois vincula-se a poucos mercados,cujo domínio e feito por oligopólios

internacionais que manipulam eficazmente essas mercadorias. Assim o resultados

nem sempre é positivo a maioria da população local e às vezes as supostas vantagens

do primeiro momento de investimento efetivados se anulam em função dos impactos

negativos derivados destes mesmos empreendimentos

Estados AC AM AP PA RR RO TO Amazônia

Agropecuária

1995 19 3,5 5,3 15 8,0 16,0 30 13,8

2000 14 3,4 3,7 11 10 19 22 11,9

2005 20 5,0 3,2 9,0 8 21 22 12,6

2009 17 5,1 3,2 13 6 27 21 13,2

Indústria

1995 10 42 17,3 31 18 11 4,0 19

2000 9,3 40 13 28 10 12 13 17,9

2005 11,5 46 11,4 33 11 14 28 22,1

2009 12,7 41,5 9,2 29 13 12 23 20

Serviço

1995 71 55 77 55 74 74 66 67,4

2000 77 57 83 61 80 70 66 70,6

2005 68,5 50 85 58 81 66 51 65,7

2009 70 53,4 87,5 64 81,6 64 57 68,2

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Um confronto das taxas de crescimento de algumas variáveis macroeconômico

do país e da região Amazônica dá para perceber algumas diferenciações importantes.

A mais de uma década Amazônia cresce (PIB) acima da media nacional.

Setorialmente o setor de serviço é o mais representativo, seguido pela indústria e

secundariamente pela agricultura , essa tem perdido sistematicamente posição na

região , diferente do Brasil onde a mesma chega ate aumentar sua participação.Isso

parece contraditório ocorrer na Amazônia na medida que as atividades ligadas ao

agronegócio tem aqui seu principal palco de reprodução desde o final do século XX,

alem de ser também o maior fornecedor de bens originário de recursos naturais de

toda pais.Ou seja, apesar do poder político e econômico destes empreendimentos

expressos pelo controle crescente de imensas áreas na Amazônia esses

investimentos não foram suficiente para alterar significativamente os setores onde

atuam, seus efeitos são residuais.

Uma vista no setor industrial seja ele qual for extrativo ou manufatura o quadro

não é nada alentador. Alguns estado perdem posição ou estão estagnados, quer dizer

essa maior integração da Amazônia traduzida em exportações não aparece neste

indicador de participação.O próprio impulso ocorrido nas monoculturas do dendê e

eucalipto, soja e na produção de carvão vegetal (matéria –prima da produção de

ferrogusa) também não alterou a tendência histórica da queda de participação da setor

agrícola no PIB regional,Com exceção de Rondônia onde essa participação tem

aumentado nos demais estados a queda é livre apesar do propalado esforço do

agronegócio .

O resultado em termos macroeconômicos ou no aspecto de apropriação do

produto liquido gerado no local não são salutares considerando que a maioria da

população onde tais empreendimentos operam ,não participa mesmo que

indiretamente da apropriação deste excedente. Locais como São Luis, Açailandia,

Itinga no Maranhão, Paraupebas , Marabá ,Vila do Conde no Pará e outra dezenas de

cidades da Amazônia,mostra que as altas taxas de crescimento di PIB e da renda per

capita apregoada pelo governo não constitui fator de inclusão social ,pois as

condições de vida desta população objeto de megas investimento não é muito

diferente daquelas onde o tal desenvolvimento não chegou.Os indicadores sócias do

próprio governo atestam essa exclusão social.

3 DINAMICA ECONOMICA DAS EXPORTAÇOES E O LUGAR DAS COMMODITIES

A exportação brasileira tem dado saltos importantes desde o final do século

XX, mas a participação brasileira no comercio internacional ainda é muito modesta e

apesar da multiplicação de valores na exportação ocorrida ultimamente. Os cinco mais

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importantes produtos da pauta de exportação na atual década se caracteriza pela

pouca agregação de valor conforme mostra a figura abaixo e a participação no

comercio mundial fica em torno de 2% apesar de todo a propaganda e esforço de

exportação.

Chama atenção ainda nesta década é conteúdo desta pauta construída por

produtos por primário, manufatura intensiva em recursos naturais e produtos com

baixa tecnologia.

O setor agropecuário no seu sentido mais amplo,agora denominado de

agronegócio, sempre foi peça importante na geração de superávit comercial e

portanto na geração de divisas, emprego e renda. Da década de noventa para cá uma

serie de fatores de ordem.endógena e exógena possibilitou ainda mais a melhoraria

desse saldo( MESQUITA,2009)

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Em época pretérita o Brasil já foi denominado de pais da sobremesa, porque

era o maior produtor e exportador do café e de açúcar. Na atualidade esse perfil

mudou mas no entanto continuamos sendo um mero exportador de produtos primários

com pouco ou quase nenhuma agregação de valor cuja base é a exploração

predatórios de recursos naturais.A diferença é que alem da sobremesa,agora

exportamos também o prato principal (carnes) e outras commodities,mas continuamos

nas commodities

Tabela 1 participação na pauta de exportação do agronegócio dos dez mais

importantes produtos no período de 1998 a 2009.

Ano 1998 2000 2005 2009

Produtos

Complexo de

Soja

24,o 20,0 22,0 26,6

Carnes 7,0 9,5 19,0 18,2

Sucroalcooleiro 8,0 6,0 11 15

Produtos

Florestais

15,0 21,4 16,5 11,2

Café 7,0 9,0 7,0 6,6

Fumo 9,0 4,0 4,0 4,7

Couro 0,4 10,5 7,0 3,2

Cereais 4,5 0,3 0,7 2,8

Suco 4,0 5,30 2,8 2,7

Fibras Têxteis 1,3 4,0 3,5 1,9

Essa ênfase, especialização e concentração em tais produtos trás problemas

porque nos torna mais vulnerável e causa instabilidade no balanço comercial e de

pagamento.A razão desta instabilidade dos preços se articula não com a dinâmica

econômica geral da economia (demanda, estoque e política econômica e cambio) mas

também com fatores geopolíticos cujo controle foge de qualquer intervenção

local.Essa super- especialização para alguns economista é fator de entrave a industria

e até se tornar fator de desindustrialização de economia e fonte permanente de

valorização do cambio.

Neste cenário de divisão internacional do trabalho, somos reconhecidamente

um fornecedor estratégico de matéria -prima e proteínas, pois temos os pré- requisitos,

recurso naturais, fronteira agrícola significativa, água e competência tecnológica e de

gestão, ou seja,nesta praia somos competitivos. Cabe_-nos, portanto, produzir e

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exportar aos mercados ricos sem condição de competir ou que não tem interesse em

participar desta divisão do trabalho no formato apresentado de papel secundário.

O resultado é que nas ultimas décadas o Brasil tornou-se o celeiro e base de

exportação de produtos primários e in natura. Estamos entre os primeiros na

exportação e na produção de soja, carne, açúcar, laranja,

celulose,fumo,milho,algodão, etanol e café, Essas e outros produtos do chamado

agronegócio responde por 1/3 das exportações e emprego.Mas também responde por

uma devastação incomensurável traduzido em impactos ambientais postos em baixo

do tapete.A exportação no formato que se apresenta hoje gera riqueza para alguns

(agricultura e minérios) sem duvida mas também gera exclusão e expropriação para

outros.

Os dados do MAPA relativo às exportações mais recentes (2009) mostram que

a dobradinha café/açúcar perdeu posição para o complexo da soja, da carne,

sucroalcooleiro, celulose, suco, mas continua sendo importante no saldo da balança

comercial. Mas uma coisa não mudou continuamos sendo um mero repassador de

matéria-prima e proteínas aos USA,CEE,CHINA E JAPAO.Percebe-se também uma

mudança drástica a concentração crescente de compra pela china ,que salta de 3,3

para 15,2% numa década.

Seis países China, Estados Unidos e Argentinas são os maiores parceiros

comerciais do Brasil, com a China assumindo o lugar dos USA.

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Mas o que chama atenção nesta substituição de compra Chinesa é que nos

tornamos essencialmente um fornecedor de produtos primários e de produtos

intensivo em recursos naturais

Enquanto estes crescem rapidamente em 2005 a 2010 os intensivo em médio

e alta tecnologia decrescem

10

Se no plano internacional há essa divisão entre fornecedores, exportadores e

importadores, internamente também se faz isso. As áreas periféricas, Centro-Oeste,

Nordeste e Amazônia assumem essa tarefa já que cada uma detém vantagens

comparativas que lhes inserem numa ou noutra atividade desta divisão interna do

trabalho. Amazônia com recursos minerais, pecuária e monoculturas, o Centro-Oeste

com grãos e pecuária e o Nordeste com soja se integram desta forma.a

Como na Amazônia historicamente a atuação governamental tem sido pontual

com foco especifico em determinada atividade e grupo cujo resultado mostrou-se

residual.Por outro lado a ação de grupos privados nacionais e internacionais com e/ou

sem financiamento, a vêem como território ideal para seus objetivos conjunturais, onde

insiro as monoculturas, extração de madeira e de minérios. A oferta agregada destes

inúmeros produtores poderia em servir em tese a constituição de embriões de um

setor industrial, em vez de seguir in natura aos Portos de Roterdam, Macau e outro

qualquer, no entanto, nada disso ocorre.Também do lado da demanda criada pelos

tais empreendimentos instalados localmente poderia dá inicio a um embriao qualquer

de atividades de suporte a essa demanda criada ,mas tudo – sementes, fertilizante,

agrotóxicos,maquinas assistência técnica etc., é importado de fora da região.Os

beneficiados são comerciantes e industria do sul e sudeste ou mesma externas.Em

regiões do chamado MATOPI (Maranhão/Tocantins e Piauí ) onde a produção de soja

já esta á consolidada a década não há uma só industria do complexo soja e nem da

carne de suíno e aves instaladas no local.

3.1 A expansão recente das principais atividades do agronegócio na Amazônia

O Brasil só conseguiu ultrapassara barreira dos 100 milhões de toneladas de

grãos no início do século xxi, ou seja, o fenômeno super-safra é recente entre nós.

Neste sentido um grupo seleto de culturas se destaca, assim como de atividade

articuladas ao comercio internacional como a pecuária, soja, fumo, cana,laranja e

eucalipto.Sobressaem também em igual período regiões especializadas em trono de

tais produtos e atividade, como o Centro-Oeste e a Amazônia. Entre o ultimo quartel

do sec. xx e o inicio do seculo atual percebe-se mudanças importantes na geografia

da agricultura brasileira/regional, por conta desta transição em andamento em alguns

setores produtivos.

Os censos agropecuários do período captam essas transformaçoes. Ha um

deslocamento de atividades antes tradicionais no Sul e no Sudeste para o Centro-

Oeste e a Amazônia. Isso ocorre com a pecuária, os grãos e as monoculturas do

eucalipto,cana e algodão.Acompanhando essa migração vêem os grupos

agroindustriais dos respectivos complexos e a infra estrutura produtiva disponibilizada

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pelo governo nos eixos de transporte intermodal.A Amazônia neste interstício

incorpora milhões de hectares e acresce outros milhões no seu rebanho bovino

nenhuma outra região teve esse bom desempenho.

Tabela 2 variação da área de lavoura temporária, bovino e soja no Brasil,Sul e

Amazônia.

Variável Brasil, região Sul e Amazônia

Anos Lav. Temp Br Lav.temp Sul Lav.temp Amz

1996 34.300.000 11.700.000 1.250.000

2006 48.300.000 13.600.000 2.350.000

Variação 14.000.000 1.900.000 1.100.000

% 29 14 49

Past plant Br Past plant Sul Past plant Amz

1996 99.600.000 7.000.000 14.750.000

2006 101.400.000 4.800.000 20.600.000

variação 1.800.000 -2.200.000 5.850.000

% 2 -54 28

Bov.Br Bov.Sul Bov.Amz

1995 161.000.000 26.800.000 19.000.000

2010 209.000.000 27.700.000 42.000.000

Variação 48.000.000 900.000 23.000.000

% 23 3 55

Seja na lavoura temporária, pastagem plantada ou no rebanho bovino o

desempenho da Amazônia em termos de área incorporada foi excepcional a media

brasileira ou mesmo a região Sul. O incremento foi respectivamente de 49 % ,28% e

55% enquanto a media brasileira em igual período foi de 29 %,2% e 23 %.

Para Amazônia essa alteração decorrente deste cenário de integração ao

grande comercia trouxe uma nova reconfiguração territorial ao setor agropecuário em

termos de especialização e concentração de tais atividades com implicações

complexas no controle e posse da terra.

Mais significativo ainda foi o incremento,( positivo/negativo) no

período1990/2010 ,em termos de área plantada,produtividade e volume produtivo para

a soja , mandioca e arroz , de acordo com os dados censitários essas mudanças em

três estados da Amazônia é muito diferenciado.De um lado se explica pela chegada

da soja na Amazônia e de outro o “abandono “de atividade relativa a cesta básica,isso

se constata também nos mais importantes estados da Amazônia principalmente da

área plantada..

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No gráfico abaixo relativo a produção de soja, mandioca e arroz na Amazônia num

período de 20 anos mostra o ritmo de cada no aspecto da ascensão ou queda.

Embora as mudanças estejam em andamento já é possível perceber através da

produtividade, volume e área ocupada com esse plantio, o ritmo e a direção tomada

pelas principais atividades da agropecuária regional

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Na mesma direção referente ao incremento diferenciados visto

anteriormente,os dados relacionados a participação relativa de cultura na arae total de

lavoura temporária revela tambem o formato que vai assumindo o setor agropecuário

na Amazônia.Pelos dados abaixo é possível se perceber algumas questões.Duas

chamam à atenção, a queda significativa da participação do arroz ( sai de 31para 17 )

na área de lavoura temporária e na outra ponta o ganho da soja, sai de 1,25% para

25,39% .Este fato se repete em praticamente em todos os estados onde a soja

avançou na Amazônia,

Enquanto o arroz ocupa em 2010 cerca de 374 mil/ há, a soja tem quase o

dobro desta área 520 mil /há.As culturas do algodão ,milho perdem espaço, enquanto

mandioca e cana ascendem modestamente.Do lado da cultura permanente é o dendê

que cresce 2,5% ou seja sai de uma área de 38 mil/há para 55 mil/há e o eucalipto

detém área parecida 54 mil /há.

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Tão importante quanto à dimensão da área ocupada é dinâmica ou taxa de

crescimento de tais culturas. A soja em área a apresenta taxas exponenciais, nos

últimos 5 anos, cresceu 50% ao ano ,as demais cresce mais modestamente, como a

mandioca 2,75% a não ser o arroz que tem taxa negativa -14,4%

Quanto ao volume produzida conforme pode ser vista na figura acima teve

redução menor do que a área por conta dos ganhos de produtividade presente na

maioria das culturas, assim quanto maior o nível de produtividade menos foi queda no

volume produzido. Ë isso que explica porque o arroz teve uma queda de 38% em área

no entanto em volume foi de apenas 11%, em função do aumento da produtividade

obtida no período ter sido de 44 %

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Os ganhos de produtividade explicam inclusive por que no referido período o Brasil

conseguir aumentar substancialmente sua safra sem uma contrapartida equivalente da

área plantada. Claro que a mesma foi diferenciada nacional e regionalmente e esteve

associada a cultura e/ou atividades vinculadas a complexos agroindustriais onde o

nível de pesquisa é permanente e continuo tendo na iniciativa privada um braço

importante de apoio.A única cultura com ganho insignificante no período analisado foi

a mandioca ,típica da agricultura familiar, que conseguiu obter apenas 4,5 % ,muito

pouco pelo que ela representa a milhões de pequenos produtores.

Os dados do IBGE do censo, estatísticas municipais aponta uma nítida

preferência pela agricultura industrial articulada ao complexo agroindustriais e voltada

aos mercados externos. Tal preferência tem ocasionado substituição de cultura e

atividades vinculadas a agricultara familiar por essas culturas indústrias.

Está,portanto, em curso uma substituição de produtos “tradicionais” por outros

“modernos“ do agronegócio, essa substituição naturalmente é diferenciada, inter e

intra-regional , o que ocasiona, às vezes, uma ultra-especializarão e concentração

com efeitos, as vezes, nefastos nestes locais, evidenciados na redução física da área

media que repercute na queda da produção e na criação de pequenos animais e

também no acesso aos produtos extrativos nestes locais.

3.1.1 Distribuição espacial das atividades.

A distribuição intra regional das atividades ligadas o complexo da soja, carne,

sucroalcooleiro e celulose, alem do dendê, carvão vegetal, e de atividades típicas da

agricultura familiar, vem se alterando em função do ritmo de incorporação de novas

áreas que pode ser visto em toda Amazônia, por exemplo, no Baixo Amazonas no

Pará e em Rondônia. No Tocantins também isso ocorre ,mas é com a ampliação de

novas áreas para soja.

Como se disse anteriormente a soja avançou por todo lado e de forma análoga

como ocorreu anteriormente com a pecuária bovina.Por ordem de importância a soja

sobressaem no Tocantins, Rondônia e Para. No caso da pecuária esses três

continuam sendo os mais representativos, mas o destaque é o Pará,seguido pelo

Tocantins e Rondônia.Para a cana-de-açúcar também o Para e Rondônia se

destacam.A monocultura do eucalipto tem destaque no Amapá, e o dendê no Pará e

no Amazonas.Mas para a produção de carvão vegetal originário de mata nativa, o

monopólio é do Para que produz cerca de 85%.

Por ultimo consta que os produtos da cesta básica arroz, feijão, milho e

mandioca, embora não tenha aquela concentração observável nas atividades típicas

do agronegócio – dendê/eucalipto/soja; e estejam dispersas em toda Amazônia

16

mesmo assim sua oferta está concentrada em poucos estados e municípios. Por

exemplo, o produto mais importante da AF mandioca tem no Pará seu grande

fornecedor, cerca de 60% seguido do Amazonas com 15%. Para o arroz cabe ao

Tocantins essa concentração 50% seguido do Para 34;% no milho o Pará detém 54%

da produção regional seguido do Tocantins com 23%.Por ultimo rebanho de suínos ,

este se encontra dividido entre o Para 46% e Rondônia 26%. Ou seja, embora essa

produção como foi dita esteja atomizada em toda Amazônia o nível de concentração

mostra-se considerável, em todas elas, dois estados e sobre saem o Para e Tocantins

seguido de longe por Rondônia e Amazonas.No plano mais micro esse perfil se

reproduz, embora aja uma ligeira desconcentração em termos de participação das

microrregiões em cada grupo de atividades e/ou produtos.

4 MONOPOLIO DA POSSE E USO DA TERRA NA AMAZONIA: O segredo da

expropriação.

4.1 A estrutura agrária na Amazônia.

Uma das medidas úteis e consagrada pela literatura para medir as

desigualdades entre variáveis está o índice de Gini, que pode variar de 1 a 0, quanto

maior o grau de desigualdade mais próximo se e encontra de hum e vice versa. O

ultimo censo agropecuária (2006) traz essa medição, conforme pode ser visto na

tabela abaixo, neste intervalo de 1996 a 2006 as alterações foram mínimas. A

concentrada terra na Amazônia continua extremamente alta. A menor é no Amapá e a

maior no Acre.

Considerando que o calculo deste índice é feito em cima do conceito de

estabelecimento agrícola(IBGE),definido como uma área onde se pratica algum tipo de

exploração agrícola.Este conceito não consegue captar a concentração de inúmeros

estabelecimento na mao de um único dono/proprietário.Ou seja, um proprietário,por

exemplo voltada a monoculturas,soja ou pecuária que necessita de áreas extensas

para trabalhar em escala comercial, pode detém o controle de inúmeros

estabelecimentos necessário e indispensável para operacionalizar tal empreendimento

, mas no registro do censo do IBGE ele aparece separadamente ,portanto a

estatística acaba não captando esses aspectos. Em outras palavras o grau de

concentração naquelas regiões onde concentram a produção de atividades que

necessitam de extensas áreas está subestimado.

Determinadas mudanças como aquelas referentes a posse, a distribuição e a

utilização da terra ou mesmo tipo de produtor e uso da força de trabalho, em

sociedade como a brasileira, tem se mostrado morosa, pesquisas como a do censo

agropecuário de 2006 consta esse e outros fenômenos cuja mudança se faz e/ou se

17

fez de forma diferenciada, apesar do avanço das forças produtiva ocorrido nas

diferentes atividade.Se a expropriação agrária inerente a esse modus operandis do

capital no campo, corre frouxa e expulsando dezenas de milhares de produtores da

agricultura familiar, reduzindo numero e área dos mini-estabeleciemnto ( menos de

10 há) e de parceiros arrendatários e posseiros,ainda assim continua tendo uma

relevância numérica na Amazônia e resiste. Para o governo isso se deve a política de

assentamentos do INCRA intensificada nos anos noventa, mas para nos é a

resistência e a absoluta falta de alternativa que faz esse segmento ainda permanecer

no meio rural.

A velha dicotomia, minifúndios x latifúndios, na Amazônia continua atualíssima

é o que mostra a distribuição da posse da terra por grupo de área ( mini, pequeno,

médio e grande) da Amazônia e Brasil. A figura abaixo mostra o quadro atual (2006)

desta questão no aspecto numero e área de estabelecimento por grupo de área na

Amazônia e no Brasil. O numero de mini-estabelecimento no Brasil é superior a

50%,mas, na Amazônia também numerosos 28%, isso em termos absoluta são

respectivamente 2.480.000 e 126.000.O grandes ,isto é, acima de mil hectares são

ilusórios na Amazônia somam 8280 e no Brasil 47000 , em compensação abocanham

respectivamente 48% e 44%.

No primeiro grupo (- 10ha) na Amazônia embora responda por mais de 1/4 dos

estabelecimento sua área não alcança hum (0,66%); no outro extremo( + 1000ha)

detém 48% da área mas são apenas 1,7% do total geral, veja que esse quadro é pior

do que o Brasil que representa a media de todo as a regiões.

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Em termos absoluto esse perfil ainda é mais desigual.Os milhares de mini-

estabelecimentos (126 mil) da Amazônia tem apenas 362 mil /há, já os grandes (8274)

ficam com 26 milhões/há.Ou seja área a media entre um e outro é de 71 vezes, aqui

está talvez o indicador mais cruel da expropriação e da exclusão social. Na faixa de

até 100 ha que pelo critério da lei atual,estaria incluído o agricultor familiar esse

quadro de exclusão continua pois mais de 3/4 ( 352 mil produtores) retém apenas

18 da área (9 milhões e setecentos mil hectares),inferior a media brasileira.

Uma comparação com o censo anterior 1996 descobre-se que os mini

estabelecimentos perdem posição em numero ( 6%) e área (43%),enquanto os acima

de mil aumentam em numero (5%) mas perdem (13%) em área.Área media para esse

dois grupos caiu neste período,fenômeno inverso ocorre na faixa intermediaria de

acima de dez e inferior a mil hectares.

Ou seja, qualquer que seja o angulo a examinar há um progresso contínuo do

processo de expropriação em todos os estado com destaque para o Para, Amazonas

e Rondônia.Esses três concentram 89 % dos mini-esbalecimentos, mas a área media

dos mesmos os não chega ax há.Contrapondo a isso mais de 50% da área dos

grandes estabelecemos ( 13,8 milhos de ha) estão e em dois estados Pará e

Rondônia.

Embora numericamente insignificante, os grandes estabelecimentos no

cenário atual de megas obras do PAC ,tende aumentar nos locais já estabelecidos e

onde ocorre obras de infra estruturas voltadas a logística de transporte’ Se os atuais

dados soa assustadores em termos de concentração da produção ,da renda ,da terra

é provável que nos próximos levantamentos esse grau de desigualdades aumente

ainda mais ,por conta destes atores que deverão liderar esse processo de ocupação

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de novas áreas da Amazônia, que se baseia em grandes áreas , na mecanização

intensiva e na pouca necessidade de trabalho desqualificados.

Naturalmente esse quadro é devera ocorrer se a atual condição vigente ,que

tem na demanda externa ,ou seja, no crescimento econômico da economia

mundial,diga de passagem da China, continuar e, se a ênfase em enclaves na

Amazônia permanecer.

4.2 Utilização da terra na Amazônia.

O perfil atual do uso da terra particularmente na Amazônia explica em parte

pela conexão ao circuito do agronegócio que possibilitou a ocupação de extensa área

com agricultura temporária e permanente entre noventa e os dias atuais Alem da

pecuária que indiscutivelmente consolidou e ainda amplia seu raio de ação na

Amazônia, outras atividades ganharam espaço nesta região..

Conforme pode ser vista nas figuras referentes ao uso da terra no Brasil e na

Amazônia, a pecuária continua absoluta em tudo, a participação relativa se

equivalente em torno de 48% da área total , ou seja algo de 159 milhões e 26 milhões

de hectares respectivamente.Mas na variável agricultura( temporária e permanente,a

proporção do Brasil e Amazônia se muito diferente,aqui as duas somam apenas 7,5%

já no Brasil 18%.Mas é na Amazônia onde ocorre um crescimento espetacular,esse

peso dobra de tamanho frente ao censo anterior (1996)..

Um fato a registrar é que foi na Amazônia,com exceção do Centro Oeste, é o

local proporcionalmente com maior participação de pastagem plantada ( 38%) o que

mostra a força da grande pecuária neste área do pais.Esse desempenho (percentual)

superior da Amazônia frente às outras regiões se deve de um lado a baixa base de

20

partida e também ao deslocamento em massa de atividades dos diferentes complexos

ocasionado pela demanda externa, antes estabelecidas no sul e sudeste.Algumas

atividades são destaques neste período ,de um lado a própria pecuária que incorpora

6 milhões de hectares e acresce mais de 28 de cabeças, depois a soja que sai de

uma modesta dimensão 24 mil/ha para563 mil/ha, secundariamente temos ainda a

expansão do dendê e do plantio de eucalipto.

A nível federativo a pecuária é hegemônica no Para, Tocantins e Rondônia.

Soja e a mandioca têm no Para, e no Tocantins maior representatividade. Na cultura

permanente é o Pará ,Amazonas e Rondônia e no plantio de florestas o Amapá e o

Pará.

Destes dados atuais do uso da terra nota-se que mais de 5/4(82) da mesma

concentra-se em quatro estados e se volta fundamentalmente a pecuária, a lavoura

temporária e secundariamente a cultura permanente. Essas atividades são conduzidas

por médios grandes proprietários ficando assim os pequenos e os mini na sua sombra,

com pouca terra a sua disposição conforme se viu anteriormente .Como a demanda

externa tem induzido um uso mais direcionado a atividades articuladas a mercado

extra local é possível que essa tendência constituía num fator de maior expropriação

deste produtos não inseridos neste processo externos constituído de pequenos

produtores familiares,comunidade ribeirinhas,povos e comunidades tradicionais da

Amazônia.

5 CONSIDERACÁO FINAL

A partir dos dados agregados apresentados é possível se perceber sim uma

certa dinâmica na Amazônia,ela esta vinculada a umas poucas atividades .Outras

estão estagnadas ou crescem vegetativamente.A lógica desta tendência é fato

conhecido por analista das diferentes áreas do conhecimentos,antropólogos,

sociólogos,ecologistas ,economista dentre outros

.A questão é o ponto de partida das mesmas inadequado a um

desenvolvimento econômico inclusive. A especialização na produção de commodities

ou na exportação baseada em recursos intensiva ou aquelas de caráter extrativo

como petróleo, minério e plantation, nem sempre traz efeito positivos,daí a

necessidade da mesma ser acompanhada de uma política econômica adequada, e

também da existência de uma política setorial que articule isso internamente pois

caso não se faça isso corre-se riscos de desarticular atividades já existentes.Em

vários países ricos em recurso naturais isso tem se mostrado freqüente Venezuela,

países árabes, Asiáticos, Africanos e Latinos Americanos estáo neste rol.

21

A questão central é que esse empreendimentos em muitos locais funcionam

como economia de enclaves (intensivo em capital e tecnologia, extensivo em área

),por vezes alheios a economia local e vinculados externamente ao circuito

externo...Neste sentido a internalizarão de renda é externa ao local e as vezes até

ao pais. Assim os benefícios advindos das exportações acabam se anulando com as

importações de bens industriais e tecnologias que somos obrigado a fazer para

acompanhar a demanda externa.

Um mar de plantation, transformado em commodities pode contribui

substancialmente para o desenvolvimento de um país ou região, a historia econômica

a está cheio de exemplo, positivos e negativos. O resultado depende de como o

produto liquido destas exportações sejam utilizados, em bens de capital ou de

consumo? A opção faz uma grande diferença.

Mas preliminarmente também é função da articulação que há entre essas

atividades e a cadeia produtiva ou complexo onde se inseri, e da política econômica e

setorial que se adota na gerencia deste excedente.

Durante século fomos lideres de vários produtos,dois desde época colonial,

café e açúcar , nem por isso o excedente gerado por essas plantation foi

adequadamente apropriado, no Nordeste reconhecidamente não foi e, nem na

Amazônia no ciclo da borracha.O café fez isso, apenas em locais de são Paulo, onde

conseguiu criar articulação com outras atividades,transformando o excedente em

capital que se ampliava neste segmentos ligados direto e indiretamente a

cafeicultura.No Rio de Janeiro, Minas e Espírito Santos tal fenômeno não se

concretizou.

Uma questão,portanto, que se coloca é porque há um século atrás isso foi

possível fazer porque na atualidade parece impossível.A resposta pode ser

simples,não há uma política de estado que pense o desenvolvimento,nem a médio e

muito menos a longo e como tal tudo se restringe a curto prazo a conjuntura ao “sabor

do mercado” externo,ao crescimento econômico comandado pela China.Como não

isso as exportações de commodities que a principio poderia ser peça chave na

endógenaçao de setores inteiros de cada um destes produtos acaba transferindo

recursos ao exterior porque a demanda industrial destes setores/complexos parte dela

é vem dos países ricos,os mesmos grandes compradores das nossas exportações de

produtos primários e manufaturas intensiva em recursos naturais.

A titulo de curiosidade o complexo mais importante do agronegócio, o da

soja,neste perspectiva apresentada pouco deixa no pais,pois o controle da cadeia é

feito por grandes oligopólio cujos interesses não coincide com o do país e localidade.

Porque não se exporta couro,leite, sapatos, carne, frango em vez de grãos- soja,

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milho, ração e farelo ? Apenas duas peças são genuinamente nacional o

caminhoneiro do transporte e os estabelecimento agropecuários, quanto aos

demais é só ver quem e onde se produz sementes, agrotóxicos, maquinas terminal de

embarque,ferrovias, controle da comercialização local e internacional.

Conforme nos diz Mesquita “ a entrada de grandes projetos traz impactos que

na aparência é bom a todos, mas depois se percebe que é um engodo. A valorização

das terras é um deste, ao aquecer o mercado local de terra favorece a especulação e

a expropriação rápida e eficiente da parcela mais frágil envolvida, os pequenos

produtores, atraem grileiros e com eles a violência, os conflitos e a tensões entre

moradores antigos e monocultores. ’” (2011,p 66)

REFERENCIAS

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censos Agropecuários do

Maranhão. Rio de Janeiro, 1970, 1995-96,2006

----------Contas Regionais do BRASIL (2003-2007)Rio de Janeiro, 2008.

---------- Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA. Disponível em:

www.sidra.ibge.gov.br/bda/territorio/carto.asp?func=imp&z=t&o=10&i=P. Acesso em:

04 abril de 2011

MESQUITA. B. A. Expansão e transformação da pecuária bovina no Maranhão sob a

ação governamental e as forças de mercado: Ritmos e rumos da ação do capital no

período de 1970/200. São Luis. 2006 tese (doutorado).,co-tutelle, Université de la

Sorbonne Nouvelle, PARIS 3 /UFMA

---------Política Neoliberal e o Impacto na Expansão do Agronegocio na Amazônia

Brasileira, in IV colóquio Internacional de la SEPLA ,Buenos Aires, 2008.

-------- Demanda por alimentos e as conseqüências na Amazônia brasileira :“sucesso”

do agronegocio e tragédia do desmatamento. In: 12ª Encuentro de Geógrafos de

América Latina; Montevidéu, Uruguay, 2009.

-------------Boom agrícola na Amazônia Brasileira e as mudanças estruturais em

andamento In: 13ª Encuentro de Geógrafos de América Latina; San Jose da Costa

Rica Costa Rica 2011

-------- A dinâmica recente, impacto social e perspectivas da economia do estado do

Maranhão –1970/2008. In: ENCONTRO REGIONAL DE ECONOMIA, 13., Fortaleza,

2008, Anais...Fortaleza: BNB, 2008.