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ENDO-TURISMO. UM CONCEITO GEOGRÁFICO PARA UMA NOVA PROPOSTA DE TERRITÓRIOS EM ESTUDOS DE TURISMO J. da Cruz Lopes Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESTG) Apartado 574 – Av. do Atlântico Tel. 258 819700 Fax 258 827636 Email : [email protected] Palavras-chave: endemismo; endógeno; endo-turismo; geografia do ecoturismo . RESUMO. É nos anos setenta que se corporizam estudos e recomendações internacionais sobre a necessidade de consolidar a actividade turística como factor principal do desenvolvimento cultural dos povos, tanto nos países receptores como emissores de turistas e no quadro da sua realidade económico-social. A Carta do Turismo Cultural (ICOMOS 1976) é, no seu conteúdo, a prova de tal manifestação e espelha as ideias debatidas no seminário internacional «Turismo e Humanismo» ocorrido em Bruxelas (Bélgica). Ainda nesta década emerge na Europa o fenómeno das férias verdes, como movimento contemporâneo de reencontro com as paisagens rurais e associado aos valores sociais de um naturalismo e de um neoruralismo. Neste quadro, e em consequência, faz sentido expressar-se um novo turismo ou uma «outra ideia de turismo», facto que foi já desenvolvido na obra de P. Graham (1979) e posteriormente em outros autores. Daí o surgimento, por exemplo, da figura e corrente do ecoturismo, o qual se irá afirmar nos anos noventa como nova actividade do turismo mundial e regional e ligada às principais paisagens classificadas como monumentos naturais (Convenção de Paris 1972). Neste contexto desejamos contribuir com a expressão endo-turismo, na medida em que se fundamenta em dois conceitos territoriais – de endemismo e de endógeno – que associados e aplicados ao turismo estão, no essencial, a montante da realidade que actualmente constitui e promove o chamado turismo de natureza. Considerando a realidade portuguesa e a geografia do ecoturismo em Portugal tentaremos configurar e formalizar territórios endo, de modo a exemplificar a temática aqui proposta e a perspectiva de estudo dos nossos recursos naturais e do seu sustentável desenvolvimento turístico.

ENDO-TURISMO. UM CONCEITO GEOGRÁFICO PARA UMA NOVA

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ENDO-TURISMO. UM CONCEITO GEOGRÁFICO PARA UMA

NOVA PROPOSTA DE TERRITÓRIOS EM ESTUDOS DE TURISMO

J. da Cruz Lopes

Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESTG)

Apartado 574 – Av. do Atlântico

Tel. 258 819700 Fax 258 827636

Email : [email protected]

Palavras-chave: endemismo; endógeno; endo-turismo; geografia do ecoturismo .

RESUMO.

É nos anos setenta que se corporizam estudos e recomendações internacionais sobre a necessidade de consolidar

a actividade turística como factor principal do desenvolvimento cultural dos povos, tanto nos países receptores

como emissores de turistas e no quadro da sua realidade económico-social. A Carta do Turismo Cultural

(ICOMOS 1976) é, no seu conteúdo, a prova de tal manifestação e espelha as ideias debatidas no seminário

internacional «Turismo e Humanismo» ocorrido em Bruxelas (Bélgica).

Ainda nesta década emerge na Europa o fenómeno das férias verdes, como movimento contemporâneo de

reencontro com as paisagens rurais e associado aos valores sociais de um naturalismo e de um neoruralismo.

Neste quadro, e em consequência, faz sentido expressar-se um novo turismo ou uma «outra ideia de turismo»,

facto que foi já desenvolvido na obra de P. Graham (1979) e posteriormente em outros autores. Daí o

surgimento, por exemplo, da figura e corrente do ecoturismo, o qual se irá afirmar nos anos noventa como nova

actividade do turismo mundial e regional e ligada às principais paisagens classificadas como monumentos

naturais (Convenção de Paris 1972).

Neste contexto desejamos contribuir com a expressão endo-turismo, na medida em que se fundamenta em dois

conceitos territoriais – de endemismo e de endógeno – que associados e aplicados ao turismo estão, no essencial,

a montante da realidade que actualmente constitui e promove o chamado turismo de natureza.

Considerando a realidade portuguesa e a geografia do ecoturismo em Portugal tentaremos configurar e

formalizar territórios endo, de modo a exemplificar a temática aqui proposta e a perspectiva de estudo dos

nossos recursos naturais e do seu sustentável desenvolvimento turístico.

INTRODUÇÃO

Citando, pela positiva, Ibn Batuta, um grande viajante do século XIV, aquele que viaja conhece o valor dos

povos. Ora isto confere ao Turismo de hoje uma dimensão cultural e universal, de tal maneira importante que é

uma actividade humana que constrói e confere ao nosso Mundo a ideia já assumida de aldeia global.

Porque o turismo é uma forma particular de relações humanas e porque isso induz ao “choque” de culturas entre

povos e ao confronto exploratório de outras paisagens e ambientes de vida, as viagens que o geram são uma

forma de errância moderna que levam o Homem civilizado a procurar uma nova experiência de vida, por vezes,

simples e diferente, uma aventura desejada e harmoniosa com a “natureza”, rompendo desta forma com o

quotidiano da sua residência e do seu local de trabalho.

Em cimeiras políticas e documentos de direito internacional o Turismo teve a devida atenção, em particular, na

vertente de ser um instrumento que favorece a paz, a cooperação e a compreensão internacional, promovendo a

melhoria da qualidade de vida dos povos e assim constituir uma nova alavanca para uma nova ordem cultural e

económica internacional. Isto decorre da própria Acta Final da Conferência de Helsínquia (Finlândia) e onde aí

se deu o devido destaque ao papel internacional do Turismo como actividade e cultura da paz.

Foi nos anos sessenta que se reconheceu que o turismo se transformou na actividade mais importante no plano

do comércio internacional e como facto foi adquirido que «90% dos novos turistas procuram destinos

correspondentes a sítios naturais» (P. Duvigneaud 1977:281)1. Nos anos setenta o fenómeno turístico ganha

importância social e económica e, ao mesmo tempo, surgem estudos sobre a necessidade de induzir o Turismo

como factor de desenvolvimento cultural dos povos, procurando com essa via a sua melhor integração e

aplicação à realidade económico-social, tanto dos países receptores como emissores de turistas2.

No aspecto da compreensão e da investigação da actividade/fenómeno turístico tem sido assumida a ideia de que

nenhuma disciplina consegue adaptar, tratar, e mesmo explicar o turismo na sua totalidade e realidade

contemporânea (UNEP 1984). Assim, torna-se necessário aceitar que as fronteiras disciplinares sejam

menosprezadas e atravessadas e que se ponha em prática estudos e perspectivas multidisciplinares. Numa obra

da especialidade considera-se que os anos setenta foram «o início da essência muldisciplinar do Turismo», nos

anos oitenta «a consolidação da actividade turística» e nos anos noventa «a expansão da investigação turística»3.

Neste contexto e segundo um especialista da OMT (E. Fayos-Sola) há agora uma «Nova Era do Turismo» em

que as mudanças e as novas tendências operadas ao nível das inovações tecnológicas, do ambiente sócio-

económico e dos novos procedimentos fazem com que esta actividade humana ganhe importância no tecido

1 Um estudo da U.E. (DGXXIII) aponta que a 1ª escolha dos destinos de férias dos europeus é o «ambiente natural, a fauna e a flora» e a seguir a «segurança». Cfr. Plano Estratégico p/ o Turismo Interior Portugal-Espanha, Lisboa, DGT, Novembro de 1998, p. 27 ; 2 Vd. Emanuel de Kadt – Tourism, passeport pour le dévelopment, Paris, Economica, 1981 ; 3 Vd. Estudios Turísticos nº 144-145, Madrid, Instituto de Estudios Turísticos, 2000, pp. 158-160 ;

social em que hoje vivemos4. Esta mudança é reflexo do impacto desta actividade em países receptores de

turistas.

Segundo os dados oficiais o País tem vindo a receber um contingente de estadias de estrangeiros muito

importante para a economia nacional. Em 1995 estimou-se em 23 066 000 as entradas de visitantes estrangeiros

e, em 1999, o valor de 27 016 300 entradas5. Em termos de destino a oferta turística está confinada a três grandes

áreas: zona de Lisboa; Madeira; e Algarve. No que toca ao Turismo Interno e segundo documento da DGT

estima-se que em 2000 os gastos gerados pelos portugueses em férias fora da residência seja de 395 milhões de

contos, dos quais 295 milhões exclusivamente em Portugal.

Em 1998 Portugal lança um programa nacional vocacionado para a fruição activa das suas áreas protegidas, no

caso, o denominado Turismo de Natureza, em resultado do Protocolo de cooperação entre as Secretarias de

Estado do Ambiente e do Turismo6. Decorrente da Cimeira de Lisboa (1999) e do seminário temático então

realizado sobre «Turismo durável e Natura 2000» estabeleceu-se que o desenvolvimento turístico e a

conservação dos sítios naturais devia obedecer a um conjunto de critérios de actuação onde o conhecimento e a

informação das condições ecológicas dos sítios Natura 2000 deveria ser dada aos visitantes e também envolver a

população local nas actividades de conservação da natureza e de fomento turístico. Nessa sequência surgiu a

Carta do Turismo Durável que contém um conjunto de princípios e critérios de acção a implementar pelos

governos e suas agências nacionais7. Ora tal quadro de actuação política vem demonstrar a crescente

potencialidade que os recursos ambientais encerram para a actividade turística regional e nacional, bem como a

necessidade de se estabelecer outras relações entre actores que participam nos processos de desenvolvimento

local e regional.

BIODIVERSIDADE E TURISMO

O território português contém uma importante diversidade biótica, função do efeito de orla, porque nele se

cruzam fronteiras de três importantes zonamentos biogeográficos: a região atlântica; a região mediterrânea; e a

região macaronésia. Esta última região é floristicamente representada no Continente na sua faixa litoral sul, em

particular na zona terminal do rio Mira e este dado foi uma das principais razões que motivou a criação da então

área classificada (de paisagem protegida) do SW Alentejano e Costa Vicentina. Trata-se de uma já usual

identificação geográfica de territórios que encerram características bióticas próprias e um contingente de

espécies ligadas com esse meio natural. Mas esse mundo vivo tem desde 1992 um outro tipo de diversidade,

proposta pelos autores da Estratégia Mundial p/ a Biodiversidade, a diversidade cultural das populações

humanas8 e em que as suas fronteiras não têm correspondência com as acima citadas. Isto porque as sucessivas

gerações humanas modelaram o mundo vivo de acordo com as suas capacidades técnicas e opções culturais.

4 Vd. L. J. Lickorish e C.L. Jenkins – Introdução ao Turismo, Rio de Janeiro, Campus, 2000, pp. 299-303 ; 5 Vd. Turismo Estrangeiro em Portugal. Resultados do inquérito de fronteira 1993-99, Lisboa, DGT, Jan. 2001 ; 6 Resolução do C.M. nº 112/98, de 15 de Agosto ; 7 Vd. Natura 2000 (lettre d’information), nº 13, Decembre 2000 ; 8 Vd. M. Chauvet e L. Olivier – La Biodiversité, enjeu planetaire, Paris, Sang de la terre, 1993, p.14 ;

Essa diversidade cultural dos povos atravessa essas fronteiras naturais e, no caso de Portugal, há o facto do berço

da nossa nacionalidade ter sido um território com efeito de orla - o Entre Douro e Minho – porque aí se

encontram as regiões fitogeográficas atlântica e mediterrânea9, mas que se constituíu como unidade social e

como entidade política e cultural.

Em termos biodiversidade nacional o Continente apresenta diferentes padrões de diversidade entre espécies,

segundo uma proposta ensaiada pelo investigador M. Araújo (1999), cartografada em quadrículas UTM de 10

por 10 km e com base em 1 139 espécies assim distribuídas: plantas, 767, vertebrados, 43, e invertebrados, 329.

Em esboço cartográfico foi somente representada a distribuição do padrão máximo dessa diversidade, em geral

coincidente com locais influenciados por acidentes litorais e também onde ocorrem importantes maciços de

relevo. (fig. 1)

Figura 1 - Padrão elevado de biodiversidade (M. Araújo)

Aliando essas biodiversidades (dos homens, dos ecossistemas, interespecífica e intraespecífica ou genética)10 o

que temos em Portugal é um valioso conjunto de paisagens rurais e seus respectivos produtos culturais, em geral,

traduzidos como elementos gastronómicas e enológicos. Exemplificando uma das nossas realidades dessa

biodiversidade que aqui podemos indicar, por consulta dos «sabores tradicionais portugueses» e inserida nos

sites da Direcção-Geral do Desenvolvimento Regional e do Instituto da Vinha e do Vinho, são os locais ou

territórios geradores de especialidades regionais no campo da gastronomia e dos vinhos. (quadro I e anexo 1)

9 Vd. Relatório Dobris (1994), Copenhaga, Agência Europeia do Ambiente, 1995 ; 10 Op. cit., 1993 ;

Quadro I – Nº de unidades espaciais produtoras de produtos certificados tradicionais portugueses

Carnes, enchidos Queijos Mel Azeite Frutos Vinhos VQPRD

22 12 9 5 16 42

Fonte: DGDR, 2000 e IVV, 2000

Por outro lado, o País tem hoje um «acervo de informação sobre a oferta turística nacional», a qual comporta

oficialmente cento e noventa tipos de recursos turísticos, distribuídos pelas seguintes áreas: Património natural

e cultural; Equipamentos; Actividades e Eventos11. Para além disto há, desde meados da década de oitenta, uma

corrente delimitação territorial do Continente, segundo zonas promocionais de Turismo, e que denotam uma

opção/critério de semelhança e daí a definição de áreas com homogeneidade geográfica. Essas zonas são a Costa

Verde, Montanhas, Costa de Prata, Costa de Lisboa, Planícies e Algarve, em que os seus limites territoriais têm

por base a unidade concelhia12 e não são coincidentes, em geral, com as entidades administrativas então vigentes,

em particular com algumas das actuais Regiões de Turismo. A área da Região do Turismo da Serra do Marão é

atravessada, por exemplo, pelo limite estabelecido para a Costa Verde e as Montanhas, o que significa conter

uma dualidade turístico-promocional que a coloca na incoerência regional das realidades do nosso planeamento e

de política turística nacional. (fig. 2)

Figura 2 – Zonas Turístico-promocionais de Portugal nos anos 80

11 Com cerca de oitenta mil recursos individualizados, seg. dados do Projecto IRT da D.G. de Turismo, 2000;

Como resultado da nossa integração europeia e da modernização de parte das infra-estruturas nacionais, surge

em finais dos anos noventa um outro estudo que, suportado nas regiões-plano portuguesas, propõe uma outra

estratégia territorial de Portugal, com fins de política de imagem e promoção do País como destino turístico13,

considerando nesse estudo reunir Portugal as condições de «referencial comum a todas as marcas regionais e ao

marketing de produtos»14, pelo que se propôs novas entidades territoriais e identificativas de produtos turísticos

regionais, sendo «oficiosamente» definidas as seguintes áreas turístico-promocionais: o Porto e Norte de

Portugal; as Beiras; Lisboa e Vale do Tejo; o Alentejo e o Algarve, no Continente; a Madeira; e os Açores. Esta

nova realidade suporta-se mais nas relações de interdependência do conjunto dos nossos recursos turísticos, dos

equipamentos e serviços a ele ligados e também na dimensão apropriada, apresentando-se assim mais consistente

e viável em termos de oferta e de comercialização de viagens turísticas. Comparativamente com outras

delimitações territoriais constatam-se algumas unidades concelhias com uma inserção geográfica e

administrativa diferente, ou seja, a não coincidência de limites/fronteiras com outras entidades técnico-legais em

vigor e já assumidas pela administração e sociedade em geral, p. ex. as NUT’s. Os casos detectados são os

indicados no quadro abaixo: (fig. 3)

Quadro II – Concelhos com inserção geográfico-administrativa diferente e segundo as entidades territoriais a que

pertencem.

Área Promocional NUT´s II Distrito

Conc. MEDA Porto e Norte de Portugal Centro Guarda

Conc. AROUCA Beiras Norte Aveiro

Conc. CASTELO PAIVA Beiras Norte Aveiro

Conc. O. DE AZEMÉIS Beiras Norte Aveiro

Conc. S. J. DA MADEIRA Beiras Norte Aveiro

Conc. VALE CAMBRA Beiras Norte Aveiro

Conc. POMBAL Lisboa e V. Tejo Centro Leiria

Conc. MARINHA GRANDE Lisboa e V. Tejo Centro Leiria

Conc. LEIRIA Lisboa e V. Tejo Centro Leiria

Conc. BATALHA Lisboa e V. Tejo Centro Leiria

Conc. PORTO DE MÓS Lisboa e V. Tejo Centro Leiria

Conc. OLEIROS Lisboa e V. Tejo Centro Castelo Branco

Conc. SERTÃ Lisboa e V. Tejo Centro Castelo Branco

Conc. VILA DE REI Lisboa e V. Tejo Centro Castelo Branco

Conc. MAÇÃO Lisboa e V.Tejo Centro Castelo Branco

Conc. PROENÇA-A-NOVA Lisboa e V. Tejo Centro Castelo Branco

Conc. GAVIÃO Alentejo Lisboa e Vale do Tejo Portalegre

Fonte: site www. portugalinsite.pt/destinos ; INE (Portugal)

12 Vd. Anuários Estatísticos de Portugal, p. ex. de 1999, do INE ; 13 Documento conhecido por Relatório Roland Berger, como resultado do projecto «Assistir o ICEP no desenvolvimento de uma estratégia de Marketing para o Turismo de Portugal», R. Berger & Partner,Ldª, Novembro de 1997 ;

CONSTRUÇÃO DE UM CONCEITO GEOGÁFICO. O ENDO-TURISMO.

Um conceito é o resultado de um entendimento que se tem sobre algo e pode corresponder, por exemplo, a uma

representação abstracta e geral de uma ideia. Para se qualificar como conceito geográfico essa ideia tem de ter

uma representação espacial e objectivamente corresponder a um facto geográfico inscrito no conjunto dos

objectos ou das actividades terrestres.

A expressão endo-turismo socorre-se da associação dos conceitos territoriais de endemismo e de endógeno.

Endemismo significa «aquilo que é particular», por exemplo, a um país ou região e daí o substantivo endemismo

se aplicar a entidades e recursos naturais, em geral, de flora e fauna. Um endemismo pode representar uma

situação ou caso, ora de refúgio de uma distribuição geográfica anteriormente maior ora de definida delimitação

geográfica, por nesse meio só aí existirem condições específicas e próprias de sustentação da espécie natural (fig.

4). Endógeno representa «algo que se forma ou desenvolve no interior» e que nas ciências ambientais se refere a

fenómenos ou acções gerados no interior, por exemplo, da crusta terrestre e em que os seus efeitos se observam

na superfície terrestre. Nas ciências sociais este termo aplica-se em vários contextos, por exemplo, quando

espacialmente uma população cresce da periferia para o interior e em que o melhor exemplo é em ilhas e em

zonas litorais. Em economia aplica-se ao conjunto de recursos gerados e existentes numa dada área geográfica,

sendo a análise e a avaliação desses recursos uma das condições básicas para o estudo e a aplicação de políticas

ou projectos de desenvolvimento regional. (fig. 5)

14 Documento da DGT, op. cit., 1998 ;