8
ENEM 2009 53) O ano de 1968 ficou conhecido pela efervescência social, tal como se pode comprovar pelo seguinte trecho, retirado de texto sobre propostas preliminares para uma revolução cultural: “É preciso discutir em todos os lugares e com todos. O dever de ser responsável e pensar politicamente diz respeito a todos, não é privilégio de uma minoria de iniciados. Não devemos nos surpreender com o caos das ideias, pois essa é a condição para a emergência de novas ideias. Os pais do regime devem compreender que autonomia não é uma palavra vã; ela supõe a partilha do poder, ou seja, a mudança de sua natureza. Que ninguém tente rotular o movimento atual; ele não tem etiquetas e não precisa delas”. Journal de la comune étudiante. Textes et documents. Paris: Seuil, 1969 (adaptado). Os movimentos sociais, que marcaram o ano de 1968: A) foram manifestações desprovidas de conotação política, que tinham o objetivo de questionar a rigidez dos padrões de comportamento social fundados em valores tradicionais da moral religiosa. B) restringiram-se às sociedades de países desenvolvidos, onde a industrialização avançada, a penetração dos meios de comunicação de massa e a alienação cultural que deles resultava eram mais evidentes. C) resultaram no fortalecimento do conservadorismo político, social e religioso que prevaleceu nos países ocidentais durante as décadas de 70 e 80. D) tiveram baixa repercussão no plano político, apesar de seus fortes desdobramentos nos planos social e cultural, expressos na mudança de costumes e na contracultura. E) inspiraram futuras mobilizações, como o pacifismo, o ambientalismo, a promoção da equidade de gêneros e a defesa dos direitos das minorias.

enem-2009

Embed Size (px)

DESCRIPTION

enem 2009

Citation preview

  • ENEM 2009

    53) O ano de 1968 ficou conhecido pela efervescncia social, tal como se pode

    comprovar pelo seguinte trecho, retirado de texto sobre propostas preliminares para uma

    revoluo cultural: preciso discutir em todos os lugares e com todos. O dever de ser

    responsvel e pensar politicamente diz respeito a todos, no privilgio de uma minoria

    de iniciados. No devemos nos surpreender com o caos das ideias, pois essa a

    condio para a emergncia de novas ideias. Os pais do regime devem compreender que

    autonomia no uma palavra v; ela supe a partilha do poder, ou seja, a mudana de

    sua natureza. Que ningum tente rotular o movimento atual; ele no tem etiquetas e no

    precisa delas. Journal de la comune tudiante. Textes et documents.

    Paris: Seuil, 1969 (adaptado).

    Os movimentos sociais, que marcaram o ano de 1968:

    A) foram manifestaes desprovidas de conotao poltica, que tinham o objetivo de

    questionar a rigidez dos padres de comportamento social fundados em valores

    tradicionais da moral religiosa.

    B) restringiram-se s sociedades de pases desenvolvidos, onde a industrializao

    avanada, a penetrao dos meios de comunicao de massa e a alienao cultural que

    deles resultava eram mais evidentes.

    C) resultaram no fortalecimento do conservadorismo poltico, social e religioso que

    prevaleceu nos pases ocidentais durante as dcadas de 70 e 80.

    D) tiveram baixa repercusso no plano poltico, apesar de seus fortes desdobramentos

    nos planos social e cultural, expressos na mudana de costumes e na contracultura.

    E) inspiraram futuras mobilizaes, como o pacifismo, o ambientalismo, a promoo da

    equidade de gneros e a defesa dos direitos das minorias.

  • Alternativa E:

    A rebelio estudantil de 1968 foi um movimento que tomou propores amplas,

    derrubou fronteiras geogrficas e contou com adeso independente de classe, cultura,

    etnia e faixa etria. Teve um carter de insurreio popular e at revolucionria, mas

    acusados de estarem sendo direcionados pelo movimento comunista e de tramarem

    contra o governo, seus adeptos foram suprimidos rapidamente, o que colocou um fim

    rebelio. No entanto, ela no foi em vo, o esprito crtico, que questionava valores,

    moralidade, poltica e cultura no se perdeu. A juventude que participou dessa rebelio

    inspirou todo o ocidente e deu impulso para os movimentos que se seguiram pelo

    mundo, nas pautas de contracultura, questo de gnero, ecologia, sexualidade e outros

    que tinham como legenda de pensamento buscar uma vida alternativa, repensar valores

    e a vida em sociedade de maneira que no, fosse semelhante quela burguesa, moralista

    vigente.

    54) Os Yanomami constituem uma sociedade indgena do norte da Amaznia e formam

    um amplo conjunto lingustico e cultural. Para os Yanomami, urihi, a terrafloresta,

    no um mero cenrio inerte, objeto de explorao econmica, e sim uma entidade

    viva, animada por uma dinmica de trocas entre os diversos seres que a povoam. A

    floresta possui um sopro vital, wixia, que muito longo. Se no a desmatarmos, ela no

    morrer. Ela no se decompe, isto , no se desfaz. graas ao seu sopro mido que as

    plantas crescem. A floresta no est morta, pois, se fosse assim, as florestas no teriam

    folhas. Tampouco se veria gua. Segundo os Yanomami, se os brancos os fizerem

    desaparecer para desmat-la e morar no seu lugar, ficaro pobres e acabaro tendo fome

    e sede.

    ALBERT, B. Yanomami, o esprito da floresta. Almanaque Brasil Socioambiental. So

    Paulo: ISA, 2007 (adaptado).

    De acordo com o texto, os Yanomami acreditam que:

    A) a floresta no possui organismos decompositores.

    B) o potencial econmico da floresta deve ser explorado.

    C) o homem branco convive harmonicamente com urihi.

    D) as folhas e a gua so menos importantes para a floresta que seu sopro vital.

    E) Wixia a capacidade que tem a floresta de se sustentar por meio de processos vitais.

  • Alternativa E:

    A floresta nasce e cresce por meio de um sopro vital, a este sopro os yanomani atribuem

    o nome de Wixia.

    56) Na democracia estadunidense, os cidados so includos na sociedade pelo exerccio

    pleno dos direitos polticos e tambm pela ideia geral de direito de propriedade.

    Compete ao governo garantir que esse direito no seja violado. Como consequncia,

    mesmo aqueles que possuem uma pequena propriedade sentem-se cidados de pleno

    direito. Na tradio poltica dos EUA, uma forma de incluir socialmente os cidados :

    A) submeter o indivduo proteo do governo.

    B) hierarquizar os indivduos segundo suas posses.

    C) estimular a formao de propriedades comunais.

    D) vincular democracia e possibilidades econmicas individuais.

    E) defender a obrigao de que todos os indivduos tenham propriedades.

    Alternativa D A poltica estadunidense faz uso de um discurso ideolgico capitalista

    que tem como base incutir nos cidados o pensamento de que a democracia est

    diretamente ligada s possibilidades econmicas de cada um dos indivduos.

    57) Na dcada de 30 do sculo XIX, Tocqueville escreveu as seguintes linhas a respeito

    da moralidade nos EUA: A opinio pblica norte-americana particularmente dura

    com a falta de moral, pois esta desvia a ateno frente busca do bem-estar e prejudica

    a harmonia domstica, que to essencial ao sucesso dos negcios. Nesse sentido,

    pode-se dizer que ser casto uma questo de honra. TOCQUEVILLE, A. Democracy

    in America. Chicago: Encyclopdia Britannica, Inc., Great Books 44, 1990 (adaptado).

    Do trecho, infere-se que, para Tocqueville, os norte-americanos do seu tempo:

  • A) buscavam o xito, descurando as virtudes cvicas.

    B) tinham na vida moral uma garantia de enriquecimento rpido.

    C) valorizavam um conceito de honra dissociado do comportamento tico.

    D) relacionavam a conduta moral dos indivduos com o progresso econmico.

    E) acreditavam que o comportamento casto perturbava a harmonia domstica.

    Alternativa D:

    A interpretao do trecho coloca em evidncia os apontamentos de Tocqueville nos

    seguintes aspectos: a vida moral tem valor imprescindvel para que a vida econmica se

    desenvolva com a seriedade necessria, uma vez que valores morais e desenvolvimento

    econmico para os indivduos esto ligados, um a extenso do outro, e a rigidez moral

    ir se refletir no desenvolvimento econmico e social.

    60) A definio de eleitor foi tema de artigos nas Constituies brasileiras de 1891 e de

    1934.

    Diz a Constituio da Repblica dos Estados Unidos do Brasil de 1891:

    Art. 70. So eleitores os cidados maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei.

    A Constituio da Repblica dos Estados Unidos do Brasil de 1934, por sua vez,

    estabelece que:

    Art. 180. So eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 18 anos, que se

    Alistarem na forma da lei.

    Ao se comparar os dois artigos, no que diz respeito ao gnero dos eleitores,

    depreendem-se que:

  • A) a Constituio de 1934 avanou ao reduzir a idade mnima para votar.

    B) a Constituio de 1891, ao se referir a cidados, referia-se tambm s mulheres.

    C) os textos de ambas as Cartas permitiam que qualquer cidado fosse eleitor.

    D) o texto da carta de 1891 j permitia o voto feminino.

    E) a Constituio de 1891 considerava eleitores apenas indivduos do sexo masculino.

    Alternativa: E

    A alternativa E, expressa a melhor definio para o contexto da poca; no caso na

    constituio de 1891, o voto como exerccio cabvel apenas a indivduos do sculo

    masculino.

    72) Populaes inteiras, nas cidades e na zona rural, dispem da parafernlia digital

    global como fonte de educao e de formao cultural. Essa simultaneidade de cultura e

    informao eletrnica com as formas tradicionais e orais um desafio que necessita ser

    discutido. A exposio via mdia eletrnica, com estilos e valores culturais de outras

    sociedades, pode inspirar apreo, mas tambm distores e ressentimentos. Tanto

    quanto h necessidade de uma cultura tradicional de posse da educao letrada, tambm

    necessrio criar estratgias de alfabetizao eletrnica, que passam a ser o grande

    canal de informao das culturas segmentadas no interior dos grandes centros urbanos e

    das zonas rurais. Um novo modelo de educao.

    BRIGAGO, C. E.; RODRIGUES, G. A globalizao a olho nu: o mundo conectado.

    So Paulo: Moderna, 1998 (adaptado).

    Com base no texto e considerando os impactos culturais da difuso das tecnologias de

    informao no marco da globalizao, depreende-se que:

  • A) a ampla difuso das tecnologias de informao nos centros urbanos e no meio rural

    suscita o contato entre diferentes culturas e, ao mesmo tempo, traz a necessidade de

    reformular as concepes tradicionais de educao.

    B) a apropriao, por parte de um grupo social, de valores e ideias de outras culturas

    para benefcio prprio fonte de conflitos e ressentimentos.

    C) as mudanas sociais e culturais que acompanham o processo de globalizao, ao

    mesmo tempo em que refletem a preponderncia da cultura urbana, tornam obsoletas as

    formas de educao tradicionais prprias do meio rural.

    D) as populaes nos grandes centros urbanos e no meio rural recorrem aos

    instrumentos e tecnologias de informao basicamente como meio de comunicao

    mtua, e no os veem como fontes de educao e cultura.

    E) a intensificao do fluxo de comunicao por meios eletrnicos, caracterstica do

    processo de globalizao, est dissociada do desenvolvimento social e cultural que

    ocorre no meio rural.

    Alternativa A:

    O desenvolvimento tecnolgico, no caso da internet , quando democratizada , acessvel

    a dispares indivduos e presente em seu cotidiano, pode causar impactos culturais

    negativos e positivos, portanto preciso levantar questes que despertem nas pessoas

    respeito e compreenso pelo contedo que esto tendo contato. preciso uma

    alternativa educacional direcionada a essa nova pratica tecnolgica e aos indivduos que

    se deparam com ela.

    79) Entre 2004 e 2008, pelo menos 8 mil brasileiros foram libertados de fazendas onde

    trabalhavam como se fossem escravos. O governo criou uma lista em que ficaram

    expostos os nomes dos fazendeiros flagrados pela fiscalizao. No Norte, Nordeste e

    Centro-Oeste, regies que mais sofrem com a fraqueza do poder pblico, o bloqueio dos

    canais de financiamento agrcola para tais fazendeiros tem sido a principal arma de

  • combate a esse problema, mas os governos ainda sofrem com a falta de informaes,

    provocada pelas distncias e pelo poder intimidador dos proprietrios. Organizaes no

    governamentais e grupos como a Pastoral da Terra tm agido corajosamente, acionando

    as autoridades pblicas e ministrando aulas sobre direitos sociais e trabalhistas. Plano

    Nacional para Erradicao do Trabalho Escravo. Disponvel em:

    http://www.mte.gov.br. Acesso em: 17 mar. 2009 (adaptado).

    Nos lugares mencionados no texto, o papel dos grupos de defesa dos direitos humanos

    tem sido fundamental, porque eles:

    A) negociam com os fazendeiros o reajuste dos honorrios e a reduo da carga horria

    de trabalho.

    B) defendem os direitos dos consumidores junto aos armazns e mercados das fazendas

    e carvoarias.

    C) substituem as autoridades policiais e jurdicas na resoluo dos conflitos entre

    patres e empregados.

    D) encaminham denncias ao Ministrio Pblico e promovem aes de conscientizao

    dos trabalhadores.

    E) fortalecem a administrao pblica ao ministrarem aulas aos seus servidores.

    Alternativa D:

    O papel dos grupos de defesa dos direitos humanos importante no sentido de

    conscientizar os trabalhadores sobre seus direitos, orient-los sobre como se defender de

    prticas abusivas no regime de trabalho e denunciar maus - tratos, trabalho escravo e

    prticas que no so condizentes com os direitos que o trabalhador tem ao rgo

    pertinente, no caso o Ministrio Pblico.

    81) No presente, observa-se crescente ateno aos efeitos da atividade humana, em

    diferentes reas, sobre o meio ambiente, sendo constante, nos fruns internacionais e

    nas instncias nacionais, a referncia sustentabilidade como princpio orientador de

    aes e propostas que deles emanam. A sustentabilidade explica-se pela:

  • A) incapacidade de se manter uma atividade econmica ao longo do tempo sem causar

    danos ao meio ambiente.

    B) incompatibilidade entre crescimento econmico acelerado e preservao de recursos

    naturais e de fontes no renovveis de energia.

    C) interao de todas as dimenses do bem-estar humano com o crescimento

    econmico, sem a preocupao com a conservao dos recursos naturais que estivera

    presente desde a Antiguidade.

    D) proteo da biodiversidade em face das ameaas de destruio que sofrem as

    florestas tropicais devido ao avano de atividades como a minerao, a monocultura, o

    trfico de madeira e de espcies selvagens.

    E) necessidade de se satisfazer as demandas atuais colocadas pelo desenvolvimento sem

    comprometer a capacidade de as geraes futuras atenderem suas prprias necessidades.

    Alternativa E:

    O desenvolvimento sustentvel uma proposta ampla no sentido de garantir, as atuais e

    futuras geraes, um desenvolvimento econmico, social e ambiental que no

    comprometa a vida do planeta. a busca por alternativas que no causem agresso ao

    meio ambiente e a relao que o homem tem com este.