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12/05/2015 1 Grupo Educacional UNIS Engenharia Civil Engenharia de Transportes II - 1° Semestre de 2015 Prof. Eng. Civil Armando Belato Pereira ENGENHARIA DE TRANSPORTES II Grupo Educacional UNIS Engenharia Civil Engenharia de Transportes II - 1° Semestre de 2015 Prof. Eng. Civil Armando Belato Pereira AULA 05 Seção transversal da via. Grupo Educacional UNIS Engenharia Civil Engenharia de Transportes II - 1° Semestre de 2015 Prof. Eng. Civil Armando Belato Pereira 1 – INTRODUÇÃO - A infraestrutura rodoviária é definida como parte da construção de uma rodovia constituída pelo terrapleno e todas as obras situadas abaixo do greide do terrapleno; - A Superestrutura da Rodovia é constituída pelo pavimento, que se define como um sistema de camadas de espessuras finitas assentes sobre um semiespaço considerado teoricamente como infinito, a infraestrutura ou terreno de fundação, o qual é designado de subleito; - A Plataforma da via é a porção da compreendida entre os bordos dos acostamentos externos, mais as larguras das sarjetas e/ou as larguras adicionais, conforme se trate de seções de corte, de aterro ou mistas. Grupo Educacional UNIS Engenharia Civil Engenharia de Transportes II - 1° Semestre de 2015 Prof. Eng. Civil Armando Belato Pereira - A seção transversal de um determinado ponto do traçado é o corte feito por um plano vertical perpendicular à projeção horizontal do eixo, que define e posiciona os diversos elementos que compõem o projeto na direção transversal. - A seção padrão, utilizada nos trechos em tangente, é denominada seção tipo. - As seções tipo definem as dimensões e as inclinações-padrão dos elementos que compõem o projeto geométrico. Também são utilizadas para definir elementos padrão dos projetos de drenagem e pavimentação.

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Seção transversal.

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ENGENHARIA DE TRANSPORTES II

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AULA 05

Seção transversal da via.

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1 – INTRODUÇÃO

- A infraestrutura rodoviária é definida como―parte da construção de uma rodovia

constituída pelo terrapleno e todas as obras situadas abaixo do greide do terrapleno;

- A Superestrutura da Rodovia é constituída pelo pavimento, que se define como um

sistema de camadas de espessuras finitas assentes sobre um semiespaçoconsiderado

teoricamente como infinito, a infraestrutura ou terreno de fundação, o qual é

designado de subleito;

- A Plataforma da via é a porção da compreendida entre os bordos dos acostamentos

externos, mais as larguras das sarjetas e/ou as larguras adicionais, conforme se trate

de seções de corte, de aterro ou mistas.

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- A seção transversal de um determinado ponto do traçado é o corte feito por um

plano vertical perpendicular à projeção horizontal do eixo, que define eposiciona os

diversos elementos que compõem o projeto na direção transversal.

- A seção padrão, utilizada nos trechos em tangente, é denominada seção tipo.

- As seções tipo definem as dimensões e as inclinações-padrão dos elementos que

compõem o projeto geométrico. Também são utilizadas para definir elementos padrão

dos projetos de drenagem e pavimentação.

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2 – ELEMENTOS BÁSICOS DA SEÇÃO TRANSVERSAL

Elementos de seção transversal de rodovia em pista simples.

- Eixo da rodovia: é a linha que representa geometricamente a rodovia, projetada no plano

horizontal; em uma seção transversal, o eixo se resume a um ponto, tal como indicado nas figuras;

- Faixa de rolamento (ou faixa de trânsito):é o espaço dimensionado e destinado à passagem de

um veículo por vez;

- Pista de rolamento:é o espaço correspondente ao conjunto das faixas contíguas;

- Acostamento:é o espaço adjacente à faixa de trânsito que é destinado à parada emergencial de

veículos, não sendo em geral dimensionado para suportar o trânsito de veículos (que pode ocorrer

em caráter esporádico); nas seções em aterro, os acostamentos externos poderão incluir uma largura

adicional (não utilizável pelos veículos) destinada à instalação dedispositivos de sinalização

(placas) ou de segurança (guard-rails); nos casos de pistas duplas, o acostamento adjacente à faixa

de trânsito mais à direita de uma pista, em cada sentido de percurso (faixa externa), é denominado

acostamento externo, e o adjacente à faixa mais à esquerda, em cada sentido de percurso (faixa

interna) é denominado acostamento interno (observe-se que os acostamentos são também dotados

de inclinações transversais, com o objetivo de permitir o escoamento das águas de superfície para

fora da pista);

- Sarjeta: dispositivo de drenagem superficial, nas seções de corte, que tem por objetivo coletar as

águas de superfície, conduzindo-as longitudinalmente para fora do corte;

- Abaulamento: é a inclinação transversal das faixas de trânsito (ou da pista), introduzida com o

objetivo de forçar o escoamento das águas de superfície para fora da pista; no caso de pista dupla,

não se trata de abaulamento propriamente dito, mas de inclinações transversais das pistas (que

podem ser independentes);

- Plataforma: a porção da rodovia compreendida entre os bordos dos acostamentos externos, mais

as larguras das sarjetas e/ou as larguras adicionais, conforme se trate de seções de corte, de aterro

ou mistas;

- Saia do aterro: a superfície lateral (geralmente inclinada) que resulta da conformação de uma

seção de aterro; a interseção dessa superfície com o terrenonatural é denominada de pé do aterro,

sendo a interseção com a plataforma denominada crista do aterro;

- Rampa do corte: a superfície lateral (geralmente inclinada) que resulta da conformação de uma

seção de corte; a interseção dessa superfície com a plataformaé denominada de pé do corte, sendo a

interseção com o terreno natural denominado crista do corte;

- Talude: a forma de caracterizar a inclinação da saia do aterro ou da rampa do corte, sendo

expresso pela relação V:H (ou V/H) entre os catetos vertical (V) e horizontal (H) de um triângulo

retângulo cuja hipotenusa coincide com a superfície inclinada (matematicamente, o talude expressa

a tangente do ângulo que a superfície inclinada forma com o horizonte);

- Valeta de proteção de corte:dispositivo de drenagem superficial, disposto a montante das seções

de corte, que tem por objetivo interceptar as águas superficiais que correm em direção à rampa do

corte, conduzindo -as longitudinalmente para fora das seções de corte; geralmente são pequenas

valas simplesmente cavadas no terreno natural, sendo o material resultante da escavação depositado

a jusante da valeta, constituindo um pequeno dique, denominado banqueta de proteção do corte,

cuja função é a de servir como barreira para prevenção quanto a eventuais extravasamentos da

valeta;

- Off-sets: dispositivos (geralmente varas ou estacas) que servem para referenciar a posição das

marcas físicas correspondentes às cristas dos cortes ou dos pés dosaterros, colocados em pontos

afastados por uma distância fixa convencionada (daí a denominação,do original em inglês, que

designa tal afastamento), com o objetivo de facilitar a reposição dasmarcas, se arrancadas durante a

construção dos cortes ou dos aterros.

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Elementos de seção transversal de rodovia em pista dupla.

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Elementos de seção transversal de rodovia em pista dupla.

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- Observando-se as diferentes disposições comumente encontradas ao longo dos

traçado das rodovias, podem ser distinguidos 3 tipos clássicos de configuração para as

denominadas seções transversais, quais sejam:

a) Seção transversal de corte: aquela que corresponde à situação em que a rodovia

resulta abaixo da superfície do terreno natural;

b) Seção transversal de aterro: a que corresponde à situação contrária,isto é, com a

rodovia resultando acima do terreno natural;

c) Seção transversal mista: que ocorre quando, na mesma seção, a rodovia resulta de

um lado, abaixo do terreno natural, e do outro, acima do terreno natural.

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Configurações típicas de seções transversais.

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2.1 – Faixa de tráfego e pista de rolamento

- Faixa de tráfego (trânsito): espaço destinado ao fluxo de uma corrente de veículos.

- Pista de rolamento: conjunto de faixas de tráfego adjacentes. A largura de uma pista é a soma

das larguras de todas as faixas que a compõem.

- A largura de cada faixa de tráfego (L) tem grande influênciana segurança e no conforto dos

veículos. É composta pela largura (U) do veículo padrão acrescida dos espaços de segurança (c).

cUL 2+=

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- Quanto maior for o espaço c, maior será a segurança e conforto que a estrada

proporcionará, entretanto, o custo da construção também cresce significativamente com

o aumento da largura dos elementos que compõem o projeto.

- Faixas de tráfego com largura de 3,60 m são consideradas seguras e confortáveis; esse

valor é obtido com o uso de veículo comercial padrão, com largura U = 2,60 m e

espaços de segurança c = 0,50 m. )50,0(260,260,3 mmm +=

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2.2 – Acostamentos

- Espaços adjacentes à pista de rolamento,destinados a paradas de emergência.

Largura dos acostamentos externos

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Largura dos acostamentos internos (m)

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2.3 – Taludes laterais

- Os taludes dos cortes e dos aterros

devem ser suaves, desejável 1V:4H.

- Estudos de estabilidade.

- Obras de contenção.

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2.4 – Espaços para drenagem

- A vida útil do pavimento está intimamente ligada à existência de uma drenagem

eficiente que escoe para fora da estrada a água superficial em razão das chuvas e impeça

a eventual chegada de águas subterrâneas às bases do pavimento.

- É recomendado que sejam deixados espaços de 1,0 m adjacentes aos acostamentos para

a colocação dos dispositivos de drenagem.

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2.5 – Separador central

- Nas estradas de pista dupla, é o separador central

que divide as pistas de rolamento.

- Pode ser constituído por defensas metálicas ou de

concreto, canteiros gramados, etc.

- Reduz o ofuscamento causado pelos faróis.

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2.6 – Faixa de domínio

- É a faixa que se desapropria para a construção da estrada, prevendo uma largura

suficiente que permita, no futuro, sua expansão, facilitando também a execução de

serviços de manutenção e a proteção das obras.

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3 – INCLINAÇÕES TRANSVERSAIS

3.1 – Pistas simples com duas faixas, dois sentidos

- Nos trechos em tangente, as pistas são construídas com uma pequena inclinação

transversal para garantir o rápido escoamento de águas pluviais.

- A solução mais usada é a criação de inclinações opostas para as duas faixas, a partir do

eixo da pista.

- O uso de faces planas e uniformes com inclinação de 2% para cada faixa é quase

imperceptível para o motorista e satisfatória para a drenagem superficial.

- Os acostamentos devem, sempre que possível, ter inclinação maior que a da pista, de

forma a colaborar com a saída das águas pluviais. Acostamentos pavimentados devem

ter inclinação entre 2% e 5% e não pavimentados, entre 4% e 6%.

Rodovia de pista única - seção tipo.

Rodovia de pista dupla - seção tipo.

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- Nos trechos em curva, a pista deverá ter inclinação única, estabelecida no cálculo da

superelevação.

3.2 – Estradas com pista dupla

- Nos trechos em tangente, a possibilidade é adotar para cada pista uma das soluções

propostas para o caso de pistas simples.

- Essa solução apresenta vantagens de maior rapidez no escoamento de águas da chuva

e menor diferença entre cotas da pista.

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- Outra possibilidade é o uso de pistas com declividade única.

- Essa solução apresenta a vantagem de eliminar a mudança de inclinação

transversal na passagem de uma faixa para outra.

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EXERCÍCIOS

01 –Em um trecho em tangente temos a seção tipo do esquema abaixo. Conhece-se

a cota do greide no eixo, igual a 727,42 m. Calcular as cotas nas bordas da pista, do

acostamento e da valeta de drenagem.

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02 – Na seção tipo abaixo, a cota no eixo da pista da esquerda é de 644,16 e da

pista direita é 645,16. Calcular a inclinação (em %) do lado direito do canteiro

central.