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Engenharia Ambiental Laboratório de Física 2 ENGENHOCAS: QUANTIDADE DE MOVIMENTO Andréa Gutierrez, Caroline Visoni Magalhães, Henrique Lepore, Jade Chaib, Luiza Ré, Murilo Fukumitsu. JUNHO DE 2015 SOROCABA

ENGENHOCAS: Quantidade de movimento€¦ · Tendo como componentes a velocidade e a massa de um determinado corpo, a quantidade de movimento , ou momentum linear, é uma grandeza

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Page 1: ENGENHOCAS: Quantidade de movimento€¦ · Tendo como componentes a velocidade e a massa de um determinado corpo, a quantidade de movimento , ou momentum linear, é uma grandeza

Engenharia Ambiental

Laboratório de Física 2

ENGENHOCAS: QUANTIDADE DE MOVIMENTO

Andréa Gutierrez, Caroline Visoni Magalhães, Henrique Lepore, Jade Chaib, Luiza Ré, Murilo Fukumitsu.

JUNHO DE 2015 SOROCABA

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ENGENHOCAS I. Objetivo:

Esse experimento tem por objetivo medir a quantidade de movimento inicial e

final, provando que estas são iguais. E mostrar que a massa do objeto inicial

(m) e final (m+M) é influenciadora na velocidade.

II. Introdução:

Quantidade de Movimento

Tendo como componentes a velocidade e a massa de um determinado

corpo, a quantidade de movimento , ou momentum linear, é uma grandeza cuja finalidade é quantificar a transferência de movimento entre corpos. Haja vista que a velocidade é uma grandeza vetorial, por consequência, a quantidade de movimento também é, sendo possível retrata-la em módulo da seguinte forma:

No sistema internacional de medidas, a unidade dessa grandeza é

expressa em [kg.m/s].

Ao analisarmos um sistema mecanicamente isolado, ou seja, no qual

não há interferência de forças resultantes externas, é possível afirmar que a

quantidade de movimento total se conserva. Essa é calculada a partir da soma

vetorial de todas as quantidades de movimento presentes no sistema de modo

que a quantidade de movimento inicial pode ser igualada à quantidade de

movimento final, como visto na seguinte fórmula:

Energia Cinética

Apesar de também depender das variáveis massa e velocidade, a energia cinética é uma grandeza escalar que quantifica a energia que um corpo possui quando está em movimento. Essa, cuja unidade no sistema internacional de medidas é o Joule [J = N.m = kg.m²/s²], é calculada a partir da fórmula abaixo:

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Energia Potencial

Sendo uma energia cujo significado corresponde ao quanto de energia um corpo armazena, a energia potencial pode ser referente tanto à gravidade (energia potencial gravitacional) quanto a uma mola (energia potencial elástica), sendo ambas dependentes da posição em que o corpo se encontra.

Em relação à energia potencial gravitacional, podemos afirmar que essa advém da atração entre a massa do planeta e do corpo, sendo a atração que o corpo exerce no planeta infinitamente menor, e portanto desprezivel em termos de contas. Essa é calculada a partir da seguinte formula, na qual [h] refere-se à distancia de um dado referencial (posicionamento dos eixos)

Epg = m.g.h

No sistema internacional de medidas, essa também encontra-se em Joules.

Energia Mecânica

São denominadas como energia mecânica quaisquer energia que estejam relacionadas ao movimento dos corpos, ou ao seu potencial de entrar em movimento ou deforma-los, de forma que seu calculo seja realizado do modo a seguir:

Emec = Ecin + Epot

Essa, quando encontra-se em um sistema mecanicamente isolado, também torna-se conservativa, de modo que a energia final equipare-se a inicial. Para que isso ocorra, a energia potencial pode se transformar em cinética e vice versa. Tal conservação é retratada matemáticamente como:

Emec inicial = Emec final

É necessária a ressalva de que, em um sistema conservativo, a quantidade de movimento pode permanecer constante ainda que a energia mecânica não permaneça, pois os princípios de conservação são independentes.

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III. Materiais e Métodos:

- Materiais:

2 Suportes de madeira (tábua);

5 Latinhas de alumínio;

Bolinha de ferro 16,274g(±0,001)g;

Caixa retangular pequena de papel cartão;

Garrafa PET 1L;

Tesoura;

Fita Crepe;

Prego;

Martelo;

Papel Carbono;

Trena 300cm(±0,05)cm;

Filmadora;

Papel Contact;

Balança (±0,01)g;

- Métodos:

Primeiramente montou-se a rampa cortando as tampas das latinhas de

alumínio e depois cortou-as ao meio e juntou-se uma ponta na outra com fita

crepe. Após montada cobriu-se a parte de trás com papel contact para a

uniformizar.

As tábuas de madeira foram colocadas perpendicularmente entre si e pregadas

uma na outra em forma de “L”. Colocou-se a rampa neste suporte de madeira

prendendo-a com fita crepe no suporte.

Na garrafa PET foi cortada sua base então esta fora envolvida em fita crepe e

papel contact para ficar mais pesada, e assim a bolinha ao cair dentro deste

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“potinho” não o derrubaria e sim o arrastaria. Este “potinho” serviu no

experimento para auxílio em medir a velocidade final (vf) em que a bolinha sai

da rampa pelos cálculos do movimento horizontal (ou parabólico), sendo esta a

velocidade inicial horizontal (vo) do sistema para o cálculo da Quantidade de

Movimento. A qual nosso experimento foi montado para comprovar sua

conservação.

O movimento em duas dimensões (ou parabólico):

Deu-se início ao experimento medindo-se três vezes a altura (H) de onde o

suporte da madeira foi apoiado e posicionado até o chão . Além disso pesou-se

3 vezes a bolinha na balança.

Após as medições colocou-se a bolinha no início da rampa e soltou-a.

Observou-se onde ela caiu no chão e foram colocados uma folha branca e o

papel carbono na região observada. Então a bolinha foi posicionada novamente

no início da rampa e soltada por três vezes para marcar o papel carbono e

assim uma região exata de onde a bolinha chegava ao chão, a distância foi

chamada de “R”.

Depois colocou-se o “potinho” sobre a marca deixada pelo papel carbono na

folha branca e depois de posicionar a bolinha de novo, soltou-a, a qual caiu no

“potinho” e o arrastou, então mediu-se a distância do suporte até onde a

bolinha marcou o papel carbono, e de onde a bolinha marcou o papel até o

arrastar do “potinho” onde esse parou.”. Por três vezes foi feito este processo

para obter-se resultados parecidos. Além disso foram filmadas as três

tentativas e assim foi marcado o tempo da chegada da bolinha ao “potinho” até

que terminou de arrastá-lo.

A partir daí foram feitos os cálculos, e encontrada a velocidade final da rampa

que foi usada como velocidade inicial horizontal do nosso sistema.

Quantidade de movimento:

Testou-se a quantidade de movimento de duas formas:

Primeiramente colocou-se o suporte com a rampa, então, no chão para dar-se

continuidade ao experimento. Já que precisava-se descobrir a velocidade final

depois de sair da rampa, a qual foi usada para a comparação da quantidade de

movimento inicial e final, provando sua conservação.

A ideia foi colocar um novo potinho que não sofresse tanto torque quando

entrasse em contato com a bolinha, e com o movimento deste seria possível

calcular pela distância em que este fora arrastado.

Depois de várias tentativas de potinhos, com aberturas laterais, a caixa

retangular pronta de “barra de cereais”, foi a que menos sofreu torque, e por

ser leve foi a que mais andou nos dando a possibilidade de calcular a distância

(ΔS) e o tempo o qual a bolinha mais a caixa demoraram até parar (Δt).

Esta caixa foi colocada logo em seguida da rampa para que não houvesse

tempo de que aceleração da gravidade (g) interferir tanto no procedimento.

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Pois sua interferência foi o que moveu o projeto para o chão a fim de

encontrarmos essa velocidade final sem tanta interferência externa, já que fora

desprezado o atrito.

Após observarmos e anotarmos 3 vezes a distância percorrida pelo arrasto da

caixa pela bolinha (m+M), foi filmado mais três vezes para ser medido o tempo.

Então com todos os dados necessários, fora calculado a Quantidade de

movimento final e inical, e então comparadas.

Para segundo teste pegou-se por meio de cálculos, a velocidade final do

movimento de duas dimensões e usou-o como velocidade inicial do arrasto do

nosso “potinho”. Esse teste foi feito antes de colocar-se a rampa no chão.

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Algumas fotos de como ficou o experimento:

Figura 1, 2 e 3: Mostram a rampa em cima

da cadeira para realização do experimento

com o movimento em duas dimensões.

Como podemos observar as latinhas q

formam a rampa, e por serem de alumínio

diminuem o atrito entre a rampa e a

bolinha apesar das imperfeiçoes, o atrito

foi desconsiderado.

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Figura 4: Aqui temos o potinho utilizado

na primeira parte do experimento, com

o movimento em duas dimensões.

Este potinho é a parte de baixo de uma

garrafa pet 1L encapado cm fita crepe e

papel contact como pode ser observado,

e dentro estão as bolinhas de ferro

utilizadas ao longo do experimento.

Figura 5: Esta já mostra a segunda parte

do experimento, com a rampa no chão,

para o movimento não sofrer, tanto, com

a aceleração da gravidade. O potinho, é o

usado anteriormente, e as figuras 6 e 7

trarão os potes utilizados na tentativa de

minimizar o torque, e a caixa utilizada no

final para a última parte do experimento.

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Figura 6: Potinhos “falhos”, usados

na tentativa de não causar muito

torque, porém não funcionaram

tão bem como o da figura a seguir.

Como vocês podem observar

tentamos compensar o torque com

papel contact, e fita crepe, tentar

colocar peso em cima e em baixo,

mas mesmo assim, não foi

suficiente e foram vencidos pelo

torque.

Figura 7: Mostra a caixa que sem

modificações foi a qual menos sofreu

torque. E fora utilizada no experimento

na posição da rampa no chão, sua

eficiência nos ajudou a calcular o arrasto

desse com a bolinha, e nos ajudando a

provar a conservação da quantidade de

movimento.

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IV. Resultados

Abaixo a tabela com as medidas efetuadas para se calcular a média da altura

de lançamento do corpo:

Tabela – Médias e medidas do experimento

H(±0,05)cm

R(±0,05)cm D(±0,05)cm Massa Bolinha (±0,001)g

Massa Recipiente (±0,01)g

1ª medição

43,70 66,00 31,50 16,274 17,61

2ª medição

43,70 66,30 32,70 16,274 17,61

3ª medição

43,80 66,10 32,30 16,274 17,61

Média 43,73(±0,06)cm 66,13(±0,15)cm 32,2(±0,6)cm 16,274(±0,001)g 17,614(±0,001)g

Sendo : H = altura de onde a bolinha é lançada;

R = é o alcance do corpo de prova (bolinha);

D = distância que o recipiente se deslocou após o choque da bolinha.

Utilizando a fórmula:

Vi =

Onde: g = 980 cm/s² (Constante gravitacional adotada).

Vi= velocidade no momento de saída da rampa.

Esse Vi encontrado nos cálculos anteriores será a velocidade na

componente x da velocidade resultante; efetuando os cálculos, temos que

Vx=19.75 cm/s. Utilizando a fórmula de Torrichelli (Vf²=V02+2.g.H) calculamos a

velocidade na componente em y, resultando em um valor Vy=292,764 cm/s.

Assim, através da fórmula VR2=Vx

2+Vy2, sendo VR a velocidade resultante do

movimento, encontramos VR=293,43 cm/s.

Utilizando a fórmula de quantidade de movimento (Q=m.v), adotando

que não há atrito entre o recipiente e a base (chão), a velocidade deve manter-

se constante com a associação das massas dos corpos do recipiente e da

bolinha.

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A quantidade de movimento somente da bolinha é de 4775,28 g.cm/s,

convertendo gramas para quilogramas, teremos o valor total de Qi como sendo

4,775 Kg.cm/s.

Qi=quantidade de movimento inicial.

O tempo de deslocamento foi de 1,2 segundos da bolinha com o

recipiente, e o recipiente se deslocou por uma distância de 32,2 cm, desta

forma a vf será de 26,83 cm/s.

Aplicando esses valores na fórmula de quantidade de movimento da

bolinha, teremos o valor de 909,0 g.cm/s. Transformando, encontra-se o valor

de Qf igual a 0,909 Kg.cm/s.

Qf=quantidade movimento final.

Após os cálculos, observamos que tal método não é eficiente para a

constatação da conservação de quantidade de movimento.

Experimento efetuado com a rampa e o recipiente situados em mesmo

nível, sobre uma superfície plana.

Nos cálculos do experimento anterior (onde a rampa e o recipiente

encontravam-se em desnível), os resultados obtidos demonstraram-se

incoerentes. Desta forma, foi adotado uma nova metodologia, onde a

velocidade de saída da rampa será a mesma velocidade que a bolinha

encontrará o recipiente, sem sofrer alterações pela ação da gravidade em sua

trajetória.

D(±0,05)cm Massa Bolinha (±0,01)g

Massa Recipiente (±0,01)g

1ª medição 5,3 16,27 8,57

2ª medição 5,4 16,27 8,57

3ª medição 5,5 16,27 8,57

Média 5,4(±0,1)cm 16,274(±0,001)g 8,572(±0,001)g

Através do tempo de deslocamento que foi de 0,4 s e a distância

percorrida pelo sistema (5,4 cm), foi possível determinar a seguinte velocidade:

Vi=13,50 cm/s.

A velocidade final (Vf) será a mesma da medição da etapa anterior, pelo

fato da rampa ser a mesma, sendo esta de 19.75 cm/s.

Podemos, desta forma, medir a quantidade de movimento da bolinha,

sendo esta de valor 321,45 g.cm/s, transformando em Quilogramas, teremos o

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valor de 0,321Kg.cm/s. Calculando a quantidade de movimento do sistema

temos: 335,45 g.cm/s transformando para quilogramas temos 0,335 Kg.cm/s.

Como a quantidade de movimento inicial tem, aproximadamente, o mesmo

valor que a quantidade movimento final, podemos comprovar assim a

conservação de quantidade de movimento.

V. Discussão:

Após o experimento concluímos que a massa, somado a altura da rampa dá

um impulso a bolinha e que através da quantidade de movimento, influencia na

velocidade, já quando a bolinha entra em contato com o fundo da garrafa

plástica, o sistema perde velocidade devido ao aumento da massa (m+M),

havendo uma ”transferência de movimento”.

Apesar da influência da força de atrito exercida durante o deslocamento do

sistema, esta não foi considerada, trabalhamos como se fosse um sistema

ideal. Assim foi possível medir a velocidade final da bolinha usando a distância

percorrida e o tempo deste, evidenciando a inferioridade dessa velocidade com

a do início.

VI. Referências Bibliográficas:

[1] “Quantidade de Movimento” Disponível em:

http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Dinamica/quantmov.php-

Acessado em 08/06/2015

[2] “Energia Cinética, Potencial e Mecânica” Disponível em:

http://www.coladaweb.com/fisica/mecanica/energia-cinetica-potencial-e-

mecanica - Acessado em 08/06/2015

[3] “Teoria dos Erros” Disponível em:

http://wwwp.fc.unesp.br/~malvezzi/downloads/Ensino/Disciplinas/LabFisI_Eng/

ApostilaTeoriaDosErros.pdf - Acessado em 08/06/2015