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CARTA Equipes de Nossa Senhora Mensal Ano LIV• set 2014 • nº 483 VIDA NO MOVIMENTO Encontro de formadores do EEN p.24 IGREJA CATÓLICA A palavra de Deus p.9 FORMAÇÃO Eucaristia e coerência p.15 Super-Região Brasil visita a Província Norte

ENS - Carta Mensal 483 - Setembro2014

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CARTAEquipes de Nossa Senhora Mensal

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20

14 •

483

VIDA NO MOVIMENTOEncontro de

formadores do EEN p.24

IGREJA CATÓLICAA palavra de Deus

p.9

FORMAÇÃOEucaristia e coerência

p.15

Super-Região Brasil visita a Província Norte

CARTA MENSALnº 483 • set 2014

EDITORIAL Da Carta Mensal ..................................01

SUPER-REGIÃOPe. Miguel Batista ................................02“A maior delas, porém, é o amor” .......03Amar, servir a quem necessitar ...............04

III ENCONTRO NACIONALEncontro Nacional mais que um encontro! ..................................07

IGREJA CATÓLICAA Palavra de Deus ....................................09Curiosidades sobre a Bíblia ...................10

MARIAA Nossa Senhora de todas as equipes, na vida das famílias ..............................11

FORMAÇÃOCoragem para mergulhar .....................14 Eucaristia e coerência ..............................15A Bíblia: GPS que nos conduz para Deus .. 17

TEMA DE ESTUDODescobrir e cuidar do outro ...................20“Viver em família em todo tempo” .......21 A família: acolher em casae deixar-se descobrir por Jesus ...............22

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Cida e Raimundo N. Araújo - Equipe Editorial: Responsáveis: Zezinha e Jailson Barbosa - Cons. Espiritual: Frei Geraldo de Araújo Lima O. Carm - Membros: Fátima e Joel - Glasfira e Resende - Paula e Genildo - Zélia e Justino - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (mtb 17622)

Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiaçu, 390 Cj. 115 Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1285 - email: [email protected] - Responsável: Ivahy Barcellos Diagramação: Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta Edição: 23.500 exs.

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/ imagens, devem ser enviadas para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352 3o Conj. 36 - 01310-905 São Paulo - SP, ou através de email: [email protected] A/C de Zezinha e Jailson Barbosa. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

VIDA NO MOVIMENTOEncontro de Formadores do EEN .........24

ECOS DO I ENCONTRO NACIONAL DE CRSDelicadezas de Deus ............................25 Renuncie e usufrua! .............................26Se entregar a boa semente ...................27 Responsáveis de Setornum fraterno encontro.........................28

RAÍZES DO MOVIMENTODepois de ouvir Paulo VI ......................29

TESTEMUNHOAlegria Cristã! ......................................31Pif-paf .................................................32“Filhos de Deus feitos para amar”. .......33

PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇOOs Pontos Concretos de Esforço e a disciplina .......................................35Retiro do Setor Paraúna .......................37Retiro anual ........................................38

NOTÍCIAS ............................................39

EJNS A serviço às EJNS ..................................42

REFLEXÃOO Monge e o escorpião ........................44

Encarte Visita da Super-Região Brasil a Província Norte

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Queridos irmãosEsta última conversa com vocês,

nesta página da nossa Carta Men-sal, encerra um ciclo de nossas vidas que é impossível esquecer. Cada edição um desafio, cada artigo um tanto de vida e de ensinamentos dos irmãos desse imenso Brasil os quais, por força da missão, nos proporci-onaram o privilégio de ouvir seus corações nos textos que escreviam, publicados ou não, quanto nos enriqueceram!

Cremos que cada tarefa que nos é confiada por Deus é um gesto de misericórdia para conosco, que-rendo nos cuidar, nos acalentar, tomando-nos mesmo nos braços. Foi essa crença que nos permitiu nos momentos das maiores dificuldades, face às nossas limitações, manter a mão no arado sem olhar para trás...

Há tanto e a tantos para agra-decer: as reuniões, os encontros e visitas por força da missão, (opor-tunidade ímpar de crescimento espiritual), a compreensão da nossa equipe de base, a amizade e ajuda da nossa equipe da CM, a fraterni-dade e convivência com a equipe da Super-Região, os Conselheiros,

Tema: “Ousar o Evangelho - Acolher e cuidar dos homens”

com quem tivemos a graça de conviver, os casais que nos hospe-daram (quantos mimos, carinho e atenção recebidos!), os funcioná-rios do Secretariado, da gráfica e dos correios, mais que parceiros, amigos; os estudos e releituras de tantos documentos e livros, enfim, tudo o que vivemos ao longo desses cinco anos.

Não podemos esquecer também a equipe que nos antecedeu, que nos ensinou o trabalho, e a equipe que nos sucederá que nos acolheu com tanto carinho e que com certeza está ávida para cuidar da nossa carta.

Pela primeira vez não falaremos de artigos contidos no miolo da CM, mas pediremos, pela última vez, nesse espaço, que leiam com o carinho com que ajudamos na sua construção durante estes cinco anos, e se alegrem, riam, se emocionem, comentem, rezem e peçam ao bom Deus por todos que construirão nossa Carta Mensal nos próximos cinco anos.

Que o bom Deus continue aben-çoando nosso Movimento

Zezinha e JailsonCR Equipe da Carta Mensal

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Tua Palavra é lâmpada para os

meus pés, Senhor”.(Sl 119,105)

O mês de setem-bro é para nós da Igre-ja do Brasil o mês da Bíblia. Todos os dias ela nos inspira e ilumina para a missão de cada dia. Percebemos que ela está presente em tudo que fazemos: nas nossas reuniões, nos nossos encontros, na nossa formação e, cada vez mais, temos sede de viver o que a Bíblia nos ensina.

A Igreja nos chama a uma in-timidade sempre maior com esse presente de Deus e, nesse mês, buscamos intensificar mais ainda essa intimidade com a Palavra da Vida. Neste ano celebramos 45 anos da Constituição Dogmática “Dei Verbum” do Concílio Vaticano II, sobre a Revelação Divina. Esse Do-cumento tão rico nos ensina a per-cebermos a Revelação de Deus, da eficácia da sua Palavra e ação nas nossas vidas. Certamente muitos de nós ainda não conhecemos esse Documento tão valioso. A fé nos diz que Deus está presente na vida, na natureza e na história (Sl 8,1-10; 19,2-7), já que tudo foi criado em Cristo e para Cristo (Cl 1,15-16). O Espírito de Deus opera em toda a humanidade (Sb 8,1), guiando-a até Cristo por diversos caminhos e dons (cf. Jo 14,2). Essa fé é dom de Deus, depende da graça, da ajuda do Espírito Santo. Não se fabrica,

não se dá de presente, não se garante pelo simples fato de reali-zar práticas religiosas ou de ensinar isso ou aquilo. Mas ela pede uma colaboração hu-

mana, que assuma concretamente as atitudes e ensinamentos de Jesus. A Inteligência também participa do ato de fé, ajudando-nos a compre-ender o projeto de Deus. (DV 5). Assim, temos de escutar a Palavra de vida que Deus nos dirige a fim de poder proclamá-la (DV 1).

De modo especial, nós equipis-tas estamos em permanente contato com ela para melhor e fielmente vivermos os nossos PCEs. Faz parte da nossa caminhada. A Bíblia ajuda e ilumina tudo o que se faz na vida das Equipes.

Os casais têm, pois, a importan-te missão de, na sua vida conjugal, a partir do seu testemunho, experi-ência concreta, fazê-la conhecida. Sabemos que nos tempos atuais a religião em grande parte não é mais herança familiar, mas a mis-são de evangelizar nos impele a cultivar relações pessoais em clima de oração e docilidade ao Espírito.

Que Jesus, Verbo do Pai, nos ajude a vivermos como comunida-des vivas de casais, reflexos da sua Palavra e do seu amor. Um abraço com carinho.

No Coração de Jesus, Pe. Miguel Batista, SCJ

SCE da SR Brasil

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“A MAIOR DELAS, PORÉM, É O AMOR” (1 COR 13,13)

Queridos equipistas:Certa vez, em uma conferência

para as equipes da Alemanha, Pe. Caffarel se perguntou: “Se eu fosse morrer amanhã, sobre que assunto eu gostaria de chamar a atenção dos equipistas?” Dentre vários as-suntos que haveria, ele pensou em falar sobre o significado profundo da reunião de equipe.

Fizemo-nos uma pergunta semelhante: “Que assunto gosta-ríamos de chamar a atenção dos equipistas nesta última mensagem como CR pela Super-Região?” Após refletir bastante, pensamos que seria pertinente e relevante fa-larmos do “acolhimento” a novos casais nas equipes. Uma forma concreta de Ousar o Evangelho.

As Equipes formam uma co-munidade, e foi sobre essa co-munidade que Jesus enviou seu Espírito, inspirando o Pe. Caffarel a buscar junto com os casais o pensamento de Deus sobre o ca-samento cristão.

O texto “Comunidades de co-munidades: uma nova paróquia” – Estudos da CNBB, 104, fala da necessidade de os membros de uma comunidade “ultrapassarem os limites estreitos de sua peque-na família e se abrir novamente para a grande família, para a comunidade: uma família de famílias”(p.18). Jesus também mostrou que a família não pode se fechar em si mesma: “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu

irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3,35).

Analogamente, a comunidade das ENS - uma Equipe de Equi-pes - deve transcender os limites da “equipe” e abrir-se generosa-mente a outros membros. Porque “nas equipes tudo está ordenado para conduzir à perfeição da ca-ridade”. Dizer a um casal: “Vem para minha equipe!” significa que o acolhimento é, antes de tudo, de ordem espiritual.

Assim como a casa é rasgada por portas e janelas, para que não se isole, assim deve ser cada “equipe”. Uma estalagem na caminhada para a grande Igreja, assim deve ser cada “equipe” (cf. Pe. Caffarel).

Acredita-se que, no Movimen-to, “à medida que as equipes amadurecem e crescem na fé e na caridade, tanto mais experi-mentam a urgência de abertura e disponibilidade ao próximo”. Não seria essa uma condição de

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as Equipes não envelhecerem, alimentadas fossem não só pela oração, mas também pela riqueza da partilha de novos membros em cada equipe?

Não basta possuir o ensi-namento do Mestre; é preciso possuir o Espírito de Cristo, diz o Pe. Caffarel. Imbuídos do Espírito

de Cristo, estabeleçamos como “regra de vida” “fazer de nossas equipes uma vitória do amor fra-terno” (Pedro Moncau).

Unidos em oração, nosso abra-ço terno e fraterno,

Cida e RaimundoCR Super-Região

“Deus é amor”- O Apóstolo João nos diz isso com ênfase (I Jo 4, 07-16) e Paulo nos fala do primado da Caridade: “... a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o Amor” (I Cor 13,13).

Nós que sentimos o Amor se manifestando, orientando nos-sas ações, não é difícil entender que este Amor maior é quem tudo gere e comanda – só Ele constrói. As coisas negativas nada edificam; se deixarmos aflorar o melhor de nosso eu, se per-mitirmos que esse princípio vital prevaleça, em nós infundidos pela Caridade suprema, nada mais nos impedirá de olhar o outro com novos olhos. E veremos o lado bom das pessoas, pois ninguém foi criado para o mal ou para o que classificamos como erro. O outro é, apenas, diferente. Cada criatura é única, bela e merece ser vista como tal, e amada, pois elas nos mostram uma faceta do Deus Criador, artífice amável e apaixonado pelas suas obras-primas e a soma de todas nos dará, ainda assim, uma visão parcial do Criador, que é infinito.

AMAR, SERVIR A QUEM NECESSITAR

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Embora concordemos que tudo isso seja verdade, não é o que acontece no dia a dia das pessoas. Há carências escondidas, traumas a superar, sofrimentos os mais diversos, pequenos ou grandes erros que nos trazem consequências. Ficamos na espe-rança de que o outro, nosso próximo, nos veja e compreenda nossas necessidades e, se possível, nos proporcione a ajuda que nos é imprescindível.

Paulo nos diz que “hoje, vemos como em um espelho, velado, mas com a luz, veremos claramente” (I Cor 13, 12); é dessa luz que precisamos. A disponibilidade do tempo, a atenção para ver o outro, no mais profundo de seu ser e, assim, entendê-lo e ajudá-lo no que depender de nós é permitir que o Amor de Deus que está em nós a ele se manifeste, restituindo-lhe a Fé, dar-lhe novamente a Esperança e, por fim, a Caridade de que tanto necessitamos.

A Esperança e a Fé restabelecidas naquele que está caído, serão essenciais para se chegar à Caridade, que é o Amor por excelência, que a humanidade tem descuidado e que é a essência do Deus Criador, que O distribui, com abundância, a todos e espera que não o esqueçamos e nem o descartemos (o Amor, que o mesmo Paulo descreveu, em detalhes, em I Cor 13,1-13).

As nossas atitudes, os conceitos com que fomos montando nosso modo de ser, nossa personalidade nos impedem, mui-tas vezes, de ver e aceitar o outro em suas diferenças. Prestar mais atenção, estar disponível e aberto a acolhê-los nos farão enxergar as suas carências de bens, de atenção, de carinho, de compreensão. E essa disposição nos capacitará para identificar no espaço maior - a sociedade em que vivemos - os mais injusti-çados, os que perderam ou clamam por sua dignidade de filhos de Deus - direitos que, no momento, estão sendo rejeitados e/ou ignorados.

Portanto, diante das realidades de nossa sociedade, como filhos de Deus “Ousemos o Evangelho”, correndo o risco de estar atentos, de observar e descobrir o outro que precisa de nosso apoio, quais sejam: aqueles que sofrem marginalizados e buscam esconder-se no mundo das drogas, os inimigos, os que passam fome, os desempregados, os presos, os doentes, os idosos, os jovens, as crianças e tantos múltiplos “outros” que cruzarão nossos caminhos, são sinais para que lhes ofertemos nossas obras, repletas de amor, de esperança, compaixão, ge-nerosidade e justiça.

Prestar-lhes nosso auxílio com alegria, sem nada esperar em

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troca, significa amar a Deus, mesmo que o outro tenha ou não consciência disso. A nossa ação deverá ser realizada como se a fizéssemos para Deus e a nós mesmos. À medida que olhamos o outro ou o nosso próximo, com o coração e olhos de Deus, nos abrimos, além de olhá-lo, as atitudes concretas para tratá-lo com humanidade e misericórdia e a lhe restituir a dignidade de filhos de Deus. Mas, não somente isto, também nos levará ao confronto de nossas próprias fraquezas e nos proporcionará perceber a necessidade de conversão e correção do caminhar de nossas vidas, tornando-nos melhores na busca prioritária da presença de Deus.

Jesus Cristo nos dá as diretrizes de como deveremos servir aos outros, bem como nos leva a perceber que devemos amar e tudo fazer pelo nosso próximo como se a Ele o fizéssemos:

“... Eu garanto a vocês, todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram.” (Mt 25, 35-36 e 40)

O Papa Francisco nos estimula a sermos uma igreja viva e nos convida à prática do Evangelho com alegria. Em seu primeiro livro intitulado - “A Igreja da Misericórdia” - Ele nos ensina “que não podemos Ser Cristãos, ´às vezes`, apenas em certos momentos, em certas circunstâncias e em algumas escolhas. Não se pode ser cristão assim; somos cristãos em cada momento!... Que não podemos seguir ídolos do poder, do lucro, do dinhei-ro, acima do valor da pessoa humana, ... e que cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade”

Ainda, afirma que devemos ser “Uma igreja que sabe abrir os braços para abraçar a todos, que não é a casa de poucos, mas de todos, onde todos podem ser renovados, transformados e santificados pelo seu amor: os mais fortes e os mais fracos, os pecadores, os indiferentes, os que se sentem desanimados e perdidos”.

Apoiados nos ensinamentos de Jesus e de sua Igreja, como casais cristãos e integrantes das ENS, invocamos a presença do Espírito Santo para que nos conduza sempre a amar e servir nossos irmãos mais necessitados e muitos deles ainda carentes de Deus.

Olga e NeiCR Província Centro Oeste

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Queridos irmãos em Cristo, é com a saudação de São Paulo que nos dirigimos a todos vocês: Paz a cada um, amor e fé. Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos.

É com muita alegria que quere-mos lhes falar sobre o III Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora que acontecerá em 2015 no Santuário de nossa querida Mãe Aparecida.

Embora a padroeira de nossa equipe de base seja Nossa Senhora de Fátima, somos particularmente devotos de Nossa Senhora Apareci-da, pois foi aos seus pés, com toda a gratidão, que nos colocamos intei-ramente ao dispor de nossa querida Mãe e de seu filho Jesus Cristo, para qualquer missão que quisessem nos confiar, sempre ouvindo o seu conselho: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.

Portanto, quando recebemos o convite para compor a Comissão Organizadora do III EN, ficamos agradecidos, pois sabemos que foi Ela quem quis contar conosco, com nossas deficiências e limites, mas

também com nossa oferta e nossa vontade de colaborar e de colocar os dons a serviço.

E é exatamente para isso, “co-locar os dons a serviço” que o Movimento das ENS nos presenteia com o Encontro Nacional.

E um encontro nas ENS é mais que um encontro, é mais do que reunir milhares de equipistas, é mais do que nos confraternizarmos, do que nos reunirmos para refletir e orar. Mas é principalmente uma oportunidade de um profundo en-contro com Cristo, que nos chama para uma parada e nos faz um con-vite: “Vem participar da alegria do teu Senhor!”

E esta parada é para todos nós. Este encontro com o Cristo é para todos nós equipistas; os que irão ao Santuário e levarão em seus corações os que não puderem ir, mas também para os que ficam em oração pelo êxito do Encontro e ansiosos para receberem os frutos que virão. E é preciso que estes frutos cheguem a todos, pois desta maneira será oportunidade para renovarmos o sentido de nossa pertença às ENS.

Parar para ver o que o Senhor quer de nós, o que espera de nós através deste Movimento. O Padre Caffarel, em muitas de suas inter-venções, fez frequentes apelos às Equipes a um esforço de fideli-dade, mas também a um esforço de criatividade, formação, numa

ENCONTRO NACIONAL, MAIS QUE UM ENCONTRO!

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perspectiva de contínua renova-ção, para que, longe de sermos na Igreja um simples Movimento para manter a fé, fôssemos realmente um fermento de renovação no mundo.

Este fermento de renovação que as Equipes pretendem ser na Igreja, deve atuar hoje dentro do Espírito do que nos é pedido na Carta de Brasília, que é fruto do Espírito San-to para as ENS: Somos chamados a “Ousar!” - “Ousar ter um coração pleno do amor de Cristo” – “Ousar acolher e tomar conta dos homens” - “Ousar partir para o mundo ao serviço da Igreja”.

Vamos a Aparecida, todos nós, de corpo ou de coração, para “Ou-sar o Evangelho!”

Vamos à Aparecida, porque so-mos corresponsáveis na edificação do Reino.

Como Jesus enviou os seus discípulos e não os abandonou, assim também nos envia como tes-temunhas do ideal cristão na vida conjugal e não nos abandonará na luta de conservar o valor do sacra-mento do Matrimônio acima dos tumultos do nosso tempo, e assim encheremos as “talhas vazias” de muitas famílias, muitos casais, jovens e crianças e de todos aque-les que o Senhor nos confiar. Que assim seja! Amém.

Cristina e LucianoCCS - Louveira-SP

Será o palco de realização do nosso Encontro Nacional. Tendo capacidade para acomodar 8.000 pessoas, sendo 6.200 nas arquibancadas e 2.300 assentos móveis na grande arena. Dis-põe de infraestrutura totalmente ade-quada com rampas de acesso inclusive para portadores de necessidades especiais, elevadores e possibilidade

O CENTRO DE EVENTOS PE. VITOR COELHO DE ALMEIDA NO SANTUÁRIO NACIONAL DE APARECIDA

de realização de eventos ou reuniões simultâneas em seu subsolo com área aproximada de 4.200 m2. O Santuário Nacional de Aparecida tornou-se um complexo para a realização de encon-tros, convenções, retiros, com muita segurança, privacidade e conforto para os romeiros, as congregações, movimentos e o todo povo de Deus.

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Setembro: “mês da Bíblia”. O casal equipista está muito ligado à Bíblia pelo PCE “Escuta da Pala-vra”, além do contato com a mesma em sua páscoa semanal (missa).

Falar da Bíblia é entrar num universo complexo de abordagens... Vou limitar-me à Liturgia da Palavra (missa), onde ela precede a Liturgia Eucarística. Por quê?

Na Introdução geral ao Elenco das Leituras da Missa (IELM) que se encontra nos dois Lecionários (semanal e dominical) se diz: “Es-piritualmente alimentada nestas duas mesas (Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística), a Igreja, em uma, instrui-se mais, e na outra santifica-se mais plenamente; pois na palavra de Deus se anuncia a Aliança divina, e na Eucaristia se renova esta mesma aliança nova e eterna. Numa, recorda-se a história da salvação com palavras; na outra, a mesma história se expressa por meio dos sinais sacramentais da Liturgia... Estão tão intimamente ligadas entre si... que formam um só ato de culto”.

Tudo está lá em Ex 19 a 24: Deus manda reunir o povo e, pela media-ção de Moisés, propõe as condições da Aliança (decálogo e código da Aliança). O povo ouve e aceita fazer o que Senhor diz. E esta aliança é “selada” num rito. Distinguimos os dois momentos complementares em Ex 24, 1-12: o diálogo da aliança com a proposta de Deus e aceitação por parte do povo; depois, o rito é

A PALAVRA DE DEUS

realizado pela aspersão do sangue dos animais sobre o altar e sobre o povo: “Este é o sangue da Aliança que o Senhor fez conosco...”. Esta aliança é selada com uma refeição sagrada: “contemplaram a Deus e depois comeram e beberam”.

Na Eucaristia, a liturgia da pa-lavra é o primeiro elemento: ouvi-mos a boa nova e as exigências da nova aliança realizada na pessoa de Jesus. A liturgia eucarística é o segundo elemento, quando a aliança é renovada no memorial da morte-ressurreição de Jesus, com o pão e o vinho.

A liturgia da Palavra é estrutu-rada como um longo diálogo entre Deus e seu povo, entre Jesus Cristo e sua comunidade. O Lecionário Dominical tem 3 leituras e 1 salmo para cada domingo, num ciclo de três anos (A, B e C); o Lecionário Semanal tem 2 leituras e 1 salmo, num ciclo de dois anos (ímpares e pares). Temos ainda os lecionários para os demais sacramentos e para os santos e festas marianas. Uma riqueza de textos para cada tempo do Ano Litúrgico!

A homilia é uma peça central para a compreensão e vivência das duas mesas.

O silêncio aparece para favore-cer a meditação e o recolhimento, propiciando o diálogo entre a co-munidade e Deus, com a ajuda do Espírito Santo (IELM 28).

Consequências práticas para todos nós: eucaristia = diálogo da

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aliança e o rito; conhecimento dos Lecionários, sobretudo sua introdu-ção; cuidado com a comunicação para a proclamação da Palavra; a homilia é uma tarefa sagrada; levar a sério o silêncio para acolher o mistério de Deus na palavra e na eucaristia; anúncio profético do

Reino: confronto com nossa reali-dade, levando avante a missão de testemunhar e anunciar o evange-lho de Cristo na sociedade.

Pe. Osmar BezutteSCE Província Centro-Oeste

Rondonópolis-MT

CURIOSIDADES SOBRE A BÍBLIA

• O nome “Bíblia” vem do grego “Biblos”, nome da casca de um papiro do sé-culo XI a.C.. Os primeiros a usar a palavra “Bíblia” para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos do Cristo, no século II d.C.;

• É o livro mais vendido do mundo. Estima-se que foram vendidos 11 milhões de exemplares na versão integral, 12 milhões de Novos Testamentos e ainda 400 milhões de brochuras com extratos dos textos originais;

• Foi a primeira obra impressa por Gutenberg, em seu recém-inventado prelo manual, que dispensava as cópias manuscritas;

• A divisão em capítulos foi introduzida pelo professor universitário parisiense Stephen Langton, em 1227, que viria a ser eleito bispo de Cantuária pouco tempo depois. A divisão em versículos foi introduzida em 1551, pelo impressor parisiense Robert Stephanus. Ambas as divisões tinham por objetivo facilitar a consulta e as citações bíblicas, e foi aceita por todos, incluindo os judeus;

• Foi escrita e reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura das regiões, utilizando tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica;

• Com exceção de alguns textos do livro de Ester e de Daniel, os textos originais do Antigo Testamento foram escritos em hebraico, uma língua da família das línguas semíticas, caracterizada pela predominância de consoantes;

• Os 39 livros que compõem o Antigo Testamento (sem a inclusão dos apócri-fos) estavam compilados desde cerca de 400 a.C., sendo aceitos pelo cânon Judaico, e também pelos Protestantes, Católicos Ortodoxos, Igreja Católica Russa, e parte da Igreja Católica tradicional;

• A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748. A tradução foi feita a partir da Vulgata Latina e iniciou-se com D. Diniz (1279-1325).

(extraído site www.missaojovem.org/biblia-online/curiosidades-biblicas/)

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O nosso Movimento é Cristocên-trico, mas tem como intercessora Nossa Senhora, e são muitas as denominações desta nossa Mãe. A nossa fé e devoção a Nossa Senhora é algo imensurável, não obstante os poucos escritos na Bíblia sobre “a escolhida”. É o que nos basta, contudo, para venerá-la e fazê-la advogada nossa e intercessora.

Encontramos no catecismo da nossa Igreja: “... Concebido pelo poder do Espírito Santo, nasci-do da Virgem Maria”, que a anun-ciação a Maria inaugura a “plenitude dos tempos” (Gl 4,4). A pureza de Maria é percebida por ocasião da anunciação, quando a resposta divi-na à sua pergunta “Como se fará isto,

Mar

iaA NOSSA SENHORA DE TODAS AS EQUIPES, NA VIDA DAS FAMÍLIAS.

se não conheço homem algum?” (Lc 1,34), é dada pelo poder do Espírito: “O Espírito Santo virá sobre ti” (Lc 1,35). O Plano de Deus desde a plenitude dos tempos estava sendo confirmado. Ao ser concebido como homem no seio da Virgem Maria, o Filho Único do Pai é “Cristo”, isto é, ungido pelo Espírito Santo. “Como Deus o ungiu com o Espírito e com poder” (At 10,38).

Nascido da Virgem Maria: O que a fé católica crê acerca de Maria funda-se no que ela crê acerca de Cristo, mas o que a fé ensina sobre Maria ilumina, por sua vez, sua fé em Cristo.

A predestinação de Maria: “Deus enviou Seu Filho” (Gl 4,4), mas, para “formar-lhe um corpo”, quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galileia, “uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria” (Lc 1,26-27).

A nova Eva: Quis o Pai da mi-sericórdia que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher contribuiu para a mor-te, uma mulher também contribu-ísse para a vida. Do mesmo modo,

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não poucos antigos padres dizem com ele: “O nó da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva ligou pela incredulidade a virgem Maria desligou pela fé”. Comparando Maria com Eva, chamam Maria de “mãe dos viventes” e com frequên-cia afirmam: “Veio a morte por Eva e a vida por Maria”.

A Imaculada Conceição: Para ser a Mãe do Salvador, Maria “foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função”. No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça”. Esta “santidade resplan-decente, absolutamente única” da qual Maria é “enriquecida desde o primeiro instante de sua con-ceição” lhe vem inteiramente de Cristo: “Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime”. Ele a “escolheu nele (Cristo), desde antes da fundação do mundo, para ser santa e ima-culada em sua presença, no amor” (Ef 1,4). Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida. “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra...”. Como diz Stº Irineu, “obedecendo, se fez causa de salvação tanto para si como para todo o gênero humano”.

As sete dores de Maria: 1ª. A profecia de Simeão: “Uma espada de dor transpassará a tua alma” (Lc 2,35); 2ª. A perseguição de Herodes e a fuga da Sagrada Família para o Egito; 3ª. A perda do Menino Jesus no Templo de

Jerusalém; 4ª. O encontro desta Mãe admirável com Seu Filho, carregando a Cruz, no caminho para o Calvário; 5ª. A crucificação de Nosso Senhor; 6ª. Quando re-cebeu nos Seus braços o corpo de Jesus Cristo, descido da Cruz; 7ª. Quando depositou Jesus no sepul-cro, ficando Ela em triste solidão.

Maria socorre os necessita-dos: Na anunciação, o anjo Ga-briel também anunciou à Maria so-bre a gravidez de Isabel: “também a tua parenta Isabel, apesar da sua velhice, concebeu um filho. Aquela que era considerada estéril já há seis meses que está grávida” (Lc 1,36). Mesmo com a perplexidade da anunciação, Maria lembrou-se de sua prima e da necessidade de ajudá-la na fase final da gravidez, por motivo da idade avançada. “Naqueles dias Maria pôs-se a ca-minho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1,39). Imagi-nemos este encontro, de alegria e repleto de emoções pela gravidez de ambas em circunstâncias tão especiais. “Entrou em casa de Za-carias e saudou Isabel” (Lc 1,40). “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo” (Lc 1,41). Por isso, inspirada pelo Espírito Santo, Isabel exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vêm esta honra que a Mãe do meu Senhor me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus

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ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz a que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor, será cumprido!” (Lc 1,42-45).

Maria, intercessora do pri-meiro milagre: Foi nas Bodas de Caná que Maria intercedeu para que Jesus realizasse o seu primeiro milagre: “Faltando o vinho, a Mãe de Jesus lhe disse: - Eles não têm vinho! Jesus lhe respondeu: - Mu-lher, que é isso, para mim e para ti? A minha hora ainda não chegou. Sua mãe disse aos que estavam servindo: Fazei tudo o que ele vos disser!” (Jo 2, 3-5).

Maria, Mãe de todos nós: Pouco antes de morrer na Cruz, Jesus entrega sua mãe para ser nossa mãe: “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: - Mulher, eis o teu filho! Depois disse ao discípulo: - Eis a tua mãe! A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu” (Jo 19, 25-27). E Maria cumpriu o seu papel, revelou-se uma Mãe excepcional e admirável, desde a primeira comunidade cristã quando participava e acompa-nhava as principais reuniões dos discípulos. Embora não conduzisse os Apóstolos, sua presença lembra-va o Senhor Jesus e se impunha, por sua personalidade, sabedoria e caráter inconfundíveis. Muitas vezes, para se orientarem melhor em suas decisões, os discípulos

tomavam conselhos e pediam sugestões a Maria, porque, na realidade, sua palavra trazia uma incandescente luz a problemas que, de início, pareciam impossíveis de ser resolvidos. Eles sentiam que o Espírito do Senhor falava pelos seus lábios... Todos os que a pro-curavam, recebiam uma especial atenção, os mais zelosos cuidados, orientando-lhes e oferecendo-lhes opções de viver, propiciando-lhes a escolha do melhor caminho, da vereda mais sólida e segura para encontrar a perfeição espiritual, o polimento moral, para finalmente poderem seguir na direção do Criador.

Maria nos ensina a amar e servir como Jesus: A verdadeira devoção a Maria é aquela que nos conduz a seu Filho. Maria está junto de Jesus e junto a nós em nossa caminhada. Conhecê-la mais, nos levará a sermos melhores seguido-res de Jesus. Maria ocupa o lugar único, mais perto de Cristo e mais perto de nós (Concílio Vaticano II). A Graça que Maria nos dá não vem dela e ela nada segura para si. Tudo vem de Deus e para Deus volta. Ela é como um espelho que reflete e transmite a Graça de Deus. Por-tanto, qualquer oração para Maria nos coloca em sintonia com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Feliz do nosso Movimento que tem Nossa Senhora no nome e intercedendo por todas as equipes.

Lucinha e MarcosEq.10 - N. S. dos Pastores de Fátima

Olinda-PE

14 CM 483

O ser humano é feito de sonhos, de conquistas, de descobertas... e de renúncias. Jesus garante que perder a vida por causa do Evan-gelho é dar-lhe sentido pleno (cf. Marcos 8,34-38). Neste tempo tec-nológico, em que a atração está nas novidades, perdemos a coragem de mergulhar em nós mesmos. É me-lhor entrar na onda do comodismo e das facilidades. Quanto menos sofrer, melhor. Aliás, o sofrimento humano é visto cada vez mais como algo desprezível e desnecessário. Tudo o que nos afaste do sofrer é melhor! Por isso mesmo estamos a cada dia mais sozinhos. A solidão tem feito muita gente se afastar do sentido da vida, mesmo que tudo esteja ao seu dispor.

E qual é a causa do Evangelho? Pelo que devemos “perder a vida”?

Toda a vida de Jesus foi para manifestar a humanidade criada por Deus. Criados à sua imagem e semelhança, nossa essência é a essência de Deus: o amor. Tudo o que nos afasta disso nos afasta de nossa realização e de nossa felicidade. Amor tem relação com profundidade, com intimidade, com entranhas. Na linguagem original do povo de Deus que escreveu a Bíblia, amor tem significado íntimo com útero, justamente o órgão que gera vida. Para a gestação da vida, é preciso “invadir” o mais profun-do. No íntimo da mulher estão as condições para a geração da vida. O homem, igualmente, precisa

Form

ação CORAGEM PARA MERGULHAR

permitir que sua intimidade experi-mente o movimento de “expor-se”, de sair do escondido para alcançar a mulher. De um ato de entrega existe a chance de nova vida. Belo ensinamento de Deus!

Agora pense comigo: você tem explorado seus sentimentos, mergu-lhando fundo no que você realmen-te é? Tem se permitido amar de ver-dade, com toda intensidade? Tem se permitido sofrer para descobrir-se parte desse Amor-Deus?

Enquanto buscarmos apenas as facilidades que nos afastam do nosso profundo ser, seremos eter-namente infelizes e incapazes de perceber, na vida, que somos feitos para amar, porque do próprio amor fomos gerados.

Enquanto fugirmos de nossa essência, teremos uma falsa e passageira paz que nos aprisiona num mundo criado para nos tornar vítimas do comércio e do lucro de poucos que, para também esconder suas frustrações e inseguranças, exploram os outros para se imagi-narem superiores.

Nossa essência está escondida debaixo de tanta casca, que impe-de a luz do amor que irradia dentro de nós se manifestar. É justamente aí que nasce nosso sofrimento, pois para alcançar nosso interior, são muitas cascas a serem ultra-passadas. Elas foram coladas ao nosso ser por essas ideologias do prazer fácil e do consumo. Se fosse realmente o melhor para nós, não

CM 483 15

EUCARISTIA E COERÊNCIA

estaríamos presenciando o aumen-to de casos de depressão, suicídio e vazio existencial; os casais viveriam a unidade e a fidelidade com mais vigor, pois saberiam reconhecer no outro a chance real para a vida; a fraternidade que nos aproxima de Deus-Criador de todos seria a re-gra, e não a exceção; e a felicidade plena estaria nas nossas mãos, nos

nossos pés, e no nosso coração.Tenhamos coragem de mergu-

lhar num mar cheio de encanto. Num primeiro momento, o medo e a insegurança podem atrapalhar essa viagem. Mas tenha certeza: as conquistas serão para sempre!

Frater Giorgio Sinestri, scjCE da Eq.06C - N. S. SS. Sacramento

Taubaté-SP

Corinto era uma ci-dade comercial, com mais de 500 mil habitan-tes, na maioria escravos. Gente de todas as raças e religiões acotovelava--se à procura de vida fácil e luxuosa, criando ambiente de imoralidade e ganân-cia. A riqueza escandalosa de uma minoria estava ao lado da miséria de muitos.

Nesse contexto, surgiu São Paulo, entre os anos 50 e 52 dC. Ele permaneceu aí dezoito me-ses (At 18, 1-18) e fundou uma comunidade cristã formada por pessoas da camada mais modesta da população (1Cor 1, 26-28), dando-lhe muitos ensinamentos a respeito da doutrina cristã. Quan-do São Paulo estava em Éfeso, provavelmente pelos anos 56 dC, ouviu falar que a comunidade cristã que ele havia formado em Corinto estava dividida; os grupos brigavam entre si, cada um se

apoiando na autoridade de algum pregador do Evangelho.

Por isso, São Paulo escreveu a primeira car-ta aos Coríntios com o objetivo de restabelecer

a unidade, advertindo que o úni-co líder é Cristo, e este não está dividido. Eles se reuniam em as-sembleia, comiam e bebiam muito e ficavam embriagados. Daí São Paulo escreveu: “De fato, quando se reúnem, o que vocês fazem não é comer a Ceia do Senhor, porque cada um se apressa em comer a sua própria ceia. E, en-quanto um passa fome, outro fica embriagado” (1Cor 11, 20-21). “De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: “Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim”. Do mesmo

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modo, após a Ceia tomou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que vocês beberem dele, façam isso em memória de mim”. “Portanto, todas as vezes que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que ele venha” (1Cor 11, 23-26).

Este texto é o mais antigo teste-munho sobre a Eucaristia. Foi escri-to no ano 56, dez anos antes dos Evangelhos. No início, a celebração eucarística acontecia depois de uma ceia, onde todos repartiam os ali-mentos que cada um levava. Hoje em dia, em nossas Equipes, agimos dessa forma. Mas, em Corinto, sur-giu um problema: nas celebrações estava havendo divisão de classes sociais e de mentalidades diferen-tes. Muitos chegavam atrasados, provavelmente porque estavam trabalhando, e não encontravam mais nada. Resultado: em vez de ser um testemunho de partilha, a cele-bração estava tornando-se lugar de ostentação, foco de discriminação e contrastes gritantes.

São Paulo relembra a instituição da Eucaristia. Ela é a memória per-manente da morte de Jesus como dom de vida para todos (Corpo e Sangue). A Eucaristia é a celebração da Nova Aliança, isto é, da nova humanidade que nasce da parti-cipação no ato de Jesus, não só no Culto, mas na vida prática. Por isso, a comunidade que celebra a Eucaristia anuncia o futuro de uma reunião de toda a humanidade.

São Paulo interpela a comu-nidade a examinar-se: Não será uma incoerência celebrar a Euca-ristia quando na própria celebração fazem-se distinções e marginalizam os mais pobres? Ele salienta que, ao participar da Eucaristia, a co-munidade forma um só corpo. Se a comunidade não entender isso (“sem discernir o Corpo”), estará celebrando sua própria condena-ção, pois desligará a Eucaristia do seu antecedente e de suas conse-quências práticas: solidariedade e partilha.

Portanto, o julgamento do Se-nhor manifesta-se de dois modos: primeiro, a própria Eucaristia torna-se testemunho contra a co-munidade; segundo, a fraqueza, doença e morte de muitos membros testemunham a falta de partilha e solidariedade. Por isso, cada um sendo o que é e fazendo o que pode, age para o bem da comu-nidade, colocando-se a serviço de todos como dom gratuito.

Desse modo, meus caríssimos irmãos e irmãs, a Eucaristia é mo-mento de catequese para a comu-nidade dos que seguem a Jesus. Na comunidade cristã existe diferença de funções, mas todas elas devem concorrer para que o amor mútuo seja eficaz. Aí já não se justifica nenhum tipo de superioridade, mas somente a relação pessoal de irmãos e amigos, a exemplo de Jesus.

Aninha e LéoEq.05C - N. S. da Saúde

Natal-RN

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“Acaso uma mulher esque-ce o seu neném, ou o amor ao filho de suas entranhas?

Mesmo que alguma se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei!

Vê que escrevi teu nome na palma de minha mão.”

Is 49,15-16Ao lermos a Bíblia, percebemos

que, além de Palavras de Vida Eterna, Ela é também um “Guia de Paternidade Responsável” de um Pai que cuida, ama, que per-doa e que troca reinos por qualquer um de seus filhos. Vejamos alguns exemplos:Gn 1,1 “No princípio, Deus criou os céus e a terra”. Esta passagem nos traz na lembrança o casal que prepara com todo amor e carinho o quartinho para a chegada do filho amado.Gn 1,26 “Então Deus disse: Façamos o homem à nossa ima-gem e semelhança”. A criação do homem: Obra-prima de Deus. O nascimento do filho: Obra-prima do casal.Jo 3,16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pe-reça, mas tenha a vida eterna”. - Palavras essas confirmadas pelo próprio Jesus em Jo 6,39 “E esta é a vontade do Pai, o qual me enviou: que Eu não perca nenhum de todos os que Ele me

A BÍBLIA: GPS QUE NOS CONDUZ PARA DEUS

deu, mas que Eu os ressuscite no último dia”.

Cristo, antes de retornar ao Pai, após cumprir a sua missão aqui na terra, tranquiliza-nos dizendo que não ficaremos órfãos conforme Jo 14,26 “Mas o Paráclito, o Espí-rito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito”. - Nesses versículos vemos claramente o amor e o zelo que Deus tem por cada um de nós. Por isso ele nos deixou a Bíblia: Palavra que nos Guia Para Salvação (GPS).

Isto se confirma em 2 Tm 3,16 que nos diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça”. - Além de inspirada ela é poderosa conforme Hb 4,12 “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espa-da de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e es-pírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e as intenções do coração”.

Por isso a Escuta da Palavra é um dos PCE, que deve ser vivenciada todos os dias. Já nos aconselhava Deus em Js 1,8-9 “Traze sempre na boca as palavras deste livro da lei; medita-o dia e noite, cui-dando de fazer tudo o que nele está escrito; assim prosperarás

18 CM 483

em teus caminhos e serás bem-sucedido”. - Crendo ardentemente nestas, palavras o profeta Isaías nos faz uma promessa: “Se vocês esti-verem dispostos a obedecer, co-merão os melhores frutos desta terra” (Isaías 1,19). Dando ênfase a essas palavras de Isaías, Jesus nos fala em Mt 7,27 “Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem pru-dente que construiu a sua casa sobre a rocha”. - Quem constrói sobre a rocha, vive de maneira res-ponsável e coerente. Quando vêm os sofrimentos, a adversidade, não entra em pânico, desespero ou revolta. A casa permanece em pé. A rocha onde sua vida está firmada é o Cristo.

Contrariamente existem os insen-satos que constroem a casa sobre a areia. Por falta da Escuta da Palavra se perdem pelo caminho, conforme está escrito em Os 4,6 “Meu povo foi destruído por falta de co-nhecimento. Uma vez que vocês rejeitaram o conhecimento, eu também os rejeito como meus sacerdotes; uma vez que vocês ignoraram a lei do seu Deus, eu também ignorarei seus filhos”.

Por isso, sejamos prudentes como o homem que constrói sobre rocha e sigamos os conselhos de Paulo aos Cl 3,16 “Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; en-sinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração”.

Peçamos ao Espírito Santo para que nos faça propagadores desta

Palavra conforme a vontade de Deus. Lembrando 2Tm 2,15, Paulo apresenta a Timóteo esta preo-cupação: “Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergo-nhar e que maneja corretamente a palavra da verdade”.

Podemos nos perguntar: Como manejar corretamente a Palavra de Deus? ... Em Tg 1, 23-25 temos a resposta: “Aquele que ouve a Pala-vra e não a pratica, é semelhante a alguém que observa o seu rosto no espelho: observa a si mesmo e depois vai embora, esquecendo a própria aparência. Aquele, porém, que se debruça sobre a Lei perfeita, que é a da liberdade, e nela persevera não como um ouvinte distraído, mas praticando o que ela ordena, essa há de ser feliz naquilo que faz”.

Refletindo esses versículos, Tiago nos diz exatamente como deve-mos manusear a Bíblia: Devemos estudá-la profundamente para nos vermos mais claramente, com dis-posição para mudar e corrigir cada defeito que detectarmos em nós e tirarmos daí uma Regra de Vida. A pessoa que usa a Bíblia desse modo será abençoada em seu crescimento espiritual. Porém, lamentavelmente, há uma grande tentação para se usar a Bíblia como janela, e não como espelho. Por que janela? Por-que quando abrimos a janela é para ver os outros. Pois ninguém, em sã consciência, vai à janela para olhar a si mesmo. Dessa forma, quando fazemos da Bíblia uma janela, sem-pre o texto lido nos aponta o outro e nunca o eu. Em vez de se olhar

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no espelho, para ver em que devo melhorar, é mais fácil olhar pela janela para ver os erros dos outros. Foi este o comportamento do fariseu que orava em Lucas 18:11-12. Em vez de ver os seus defeitos, ele se exaltava com o fato de haver outros “pecadores maiores” em volta dele. Frequentemente escodemos nossos próprios erros encontrando alguém que julgamos ser “pior”!

Janelas não têm o poder de mostrar o “eu”, só os “outros”. Mas, quando fazemos da Bíblia um espe-lho, ao contrário de janela, ela mos-trará como somos e como estamos. Deus falará para nós Palavras de Vida Eterna e os ensinos serão para nossa salvação. Lições serão tiradas para a nossa construção; e nossos erros, pe-cados e defeitos serão revelados para que nos esforcemos em eliminá-los através da Regra de Vida.

Que Deus nos dê sabedoria para que vejamos sempre como espelho a Palavra de Deus. Não um espelho comum que reflete apenas a nossa imagem exterior. E sim um Espelho Espiritual que penetra toda a nossa alma e nos revela verdadeiramente quem somos, como estamos e como Deus quer que sejamos conforme os seus projetos.

Segundo Dennis Allan, são sete atitudes que abrem o nosso coração para ler a Bíblia de forma libertadora, agradável e correta:1) Pés: Bem plantados na realidade.

Para ler bem a Bíblia é preciso ler bem a vida, conhecer a realidade pessoal, familiar e comunitária do país e do mundo. É preciso conhecer também a realidade na

qual viveu o Povo da Bíblia. 2) Olhos: Bem abertos. Um olho

deve estar sobre o texto da Bíblia e o outro sobre o texto da vida. O que fala o texto da Bíblia? O que fala o texto da vida? A Palavra de Deus está na Bíblia e está na vida.

3) Ouvidos: Atentos, em alerta. Um ouvido deve escutar o chamado de Deus e o outro escutar o irmão.

4) Coração: Livre para amar. Ler a Bíblia com sentimento, com a emoção que o texto provoca. Só quem ama a Deus e ao próximo pode entender o que Deus fala na Bíblia e na vida. Coração pronto para viver em conversão.

5) Boca: Para anunciar e denunciar. Aquilo que os olhos viram, os ou-vidos ouviram e o coração sentiu a palavra de Deus e a vida.

6) Cabeça: Para pensar. Usar a inteligência para meditar, estudar e buscar respostas para nossas dúvidas. Ler a Bíblia e ler também outros livros que nos expliquem a Bíblia.

7) Joelhos: Dobrados em oração. Só com muita fé e oração dá para entender a Bíblia e a vida. Pedir o dom da sabedoria ao Espírito Santo para entender a Bíblia. Queremos encerrar com esta

oração que Deus colocou em nossos corações: “Que ao levantar de cada manhã, o Espirito Santo nos conduza sempre ao ESPELHO (Escuta da Palavra) e nos desvie da janela”. AMÉM!

Girlane e SalúEq.01 - N. S. Imaculada Conceição

São Luís-MA

20 CM 483

O estudo deste tema nos remeteu ao XI Encontro Internacional das ENS. Tudo nos fala do amor, do acolher, do olhar com o coração, de ver no outro, o nosso próximo, o amor maior: JESUS. O tema nos convida a sair do nosso comodismo, desinstalar-nos e ousar o Evangelho, indo além do programado e acolhen-do o inesperado, assim como nos fala São Paulo em I Cor 9,16 “Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim. É, antes, uma necessida-de que se impõe. Ai de mim se não evangelizar”.

Na parábola do Bom Samarita-no Jesus nos adverte a estarmos sempre atentos a tudo aquilo que se passa aos nossos olhos. Todos os seus ensinamentos são frutos da sua vivência e de sua experiência de vida, suas palavras são simples e compreensíveis.

O que despertou em nós esta parábola? Que em todas as ativi-dades que realizarmos devemos nos esforçar para colaborar com a obra de Deus e prestar serviço aos homens (Estatuto das ENS) sem desanimar diante dos percalços e das incompreensões; sem desistir diante dos imprevistos e insucessos. Nunca esquecendo que o amor tudo supera. Que o nosso zelo, cuidado, respeito e carinho para com o outro opera maravilhas. Jesus nos chama a sermos resgatadores de almas sofridas, marginalizadas, de corpos despedaçados pelo abandono e maus tratos. Ensina-nos a ver o

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o DESCOBRIR E CUIDAR DO OUTRO

irmão com o olhar do coração, nos impulsiona a agirmos de forma cristã, recolhendo, acolhendo, unindo pe-daços e cuidando, pois quem recons-trói, cura e salva é Jesus através do nosso humilde serviço. Precisamos ser portadores de esperança para os chagados da sociedade, para aque-les que perderam o sentido da vida. Jesus nos diz para não termos medo, porque permanecerá no meio de nós até o fim. É Ele quem nos ensina a servir, que nos dá exemplo de amor e espera que assim o façamos. Ele é o Bom samaritano. Aquele que agiu e age com compaixão e misericórdia.

Na reflexão sobre o Evangelho realizada por Timothy Radcliffe, este nos questiona: Como aprendermos (o casal) a ver com os olhos de Jesus e do Bom Samaritano? Ele cita o exemplo da cura que Jesus realizou no cego de nascença (Mc 8,22ss). Je-sus precisou de duas tentativas para que o cego voltasse a ver. Ele faz um paralelo com a nossa vida conjugal. No primeiro momento tivemos um olhar apaixonado, de adoração, de deslumbramento, de encantamento por sua beleza e bondade. Em um segundo momento tornamo-nos um pouco cegos. Depois de alguns anos de casados muitas vezes esquecemo-nos de olhar de perto, pensando que já nos conhecemos o bastante e que este olhar não é mais necessário.

Assim vai-se enfraquecendo o re-lacionamento e somos surpreendidos por uma crise conjugal, muitas vezes, fatal. Não vimos vir a crise, porque

CM 483 21

deixamos de nos olhar. Quando foi a ultima vez que nos vimos como marido e mulher? Que atentamos para as suas necessidades, gostos, vontades, desejos...? Quando foi a última vez que o (a) surpreendi com meu carinho, afeto, abraço, um pre-sente, um doce, uma comida predile-ta, uma rosa? O nosso maior desafio ao longo da nossa vida conjugal será alimentar o nosso olhar de quando

nos conhecemos. Será para nós uma regra de vida. Como nos diz o pequeno príncipe: “Foi o tempo que dedicaste a tua rosa que fez tua rosa tão importante assim. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Portanto, vamos cuidar com amor um do outro!

Estelita e CarlosEq.35H - N. S. de Fátima

Fortaleza-CE

REFLEXÃO E COMENTÁRIO SOBRE O TEMA V:

(LC. 10, 38-42)

Esse texto nos diz que uma das irmãs, Marta, andava muito ata-refada, enquanto a outra, Maria, “sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua Palavra”. Marta não se confor-mou com a situação e se queixou a Jesus pela indiferença da irmã

“VIVER EM FAMÍLIA EM TODO TEMPO”

que não a ajudava. A resposta de Jesus nos indica que a sua Palavra deve estar acima de qualquer outro interesse. Ao responder à Marta, Ele a questiona não por ela estar em-penhada nos afazeres domésticos, mas por ela os estar realizando em um momento que não era o mais indicado para tal.

Ele nos alerta sobre a necessi-dade de saber a hora certa para se fazer cada coisa; a necessidade de distinguir o essencial do acidental; a necessidade de se aprender a fazer cada coisa no seu tempo, não dan-do demais ao menos, nem dando de menos ao mais.

Além disso, notamos que a “posição” de Maria: “sentada aos pés de Jesus”, posição típica de um discípulo diante do seu Mestre, não devia ser aceita naquela época por ela ser mulher. Jesus, porém, não faz qualquer discriminação: ser seu discípulo é estar disposto a escutar a sua Palavra.

22 CM 483

Este episódio também pode ser interpretado pela disputa entre a ação e a contemplação. No entanto, não mostra que a vida contem-plativa é superior à vida de ação. O que ele quer ressaltar é que a escuta da Palavra de Jesus é o mais importante para a vida do cristão, porque é o ponto de partida de sua caminhada e nos faz perceber o que Deus espera de nós.

Atualmente vive-se a uma velo-cidade monumental… Para ganhar uns minutos, arriscamos tudo, porque “tempo é dinheiro”. Agin-do assim, podemos chegar a casa estressados, cansados e sem tempo e sem vontade de dar atenção às pessoas de nossa família. Sabemos que isso é uma imposição da vida atual. Como é possível, nesse ritmo, ter tempo para as coisas essenciais? Como é possível encontrar espaço para nos sentarmos aos pés de Je-sus e O escutarmos e depois viver-mos em família o que é essencial? O Amor.

Às vezes, fazemos coisas para a nossa família sem pararmos um

instante para refletir sobre isso… Não sentamos para escutá-la, para conhecer suas reais necessidades. Perdemo-nos no ato de fazer. É interessante que exista esta capaci-dade de serviço, mas não podemos esquecer que o ativismo exagerado pode nos alienar e nos asfixiar. É preciso encontrar tempo para escutar as pessoas e não somente acolher a família com gestos mecâ-nicos: abrir a porta, se sentar, ligar a televisão e ocupar o tempo longe da convivência.

Se cuidarmos de dar atenção a cada um e a todos, escutá-los, fazê-los perceber o quanto nos preocupamos com eles e os amar-mos, estaremos agindo no sentido de nossa missão e não agindo por nossa conta. No diálogo, está o se-gredo do conhecimento e do bem viver da família. Estaremos aos pés do Mestre, ouvindo-O e buscando responder à Sua Vontade.

Suzana e Ricardo Eq.02B - N. S. da Saúde

Recife-PE

A FAMÍLIA: ACOLHER EM CASA E DEIXAR-SE DESCOBRIR POR JESUS

“Jesus levantou os olhos e disse-lhe: Zaqueu, desce de-pressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa. Ele desceu ime-diatamente e acolheu Jesus”.

Neste mês em que a Igreja dá ênfase à Bíblia, é importante que façamos uma profunda reflexão

introspectiva acerca do nosso ser, para isso contamos com o auxílio do Evangelho - a Palavra Revelada.

Nesse intuito, tendo como re-ferência as reuniões mensais de estudo das ENS, Lucas nos ofere-ce, catequeticamente, o encontro

CM 483 I

... VISITA DA SUPER-REGIÃO BRASIL A PROVÍNCIA NORTE ...

A chegada dos casais da Super-Região foi um momento muito esperado pelos equipistas da Região Norte I.

Quanta emoção, quando nos vimos todos reunidos e vibrantes, no ae-roporto, para receber nossos irmãos em Cristo. Homenagem contagiante, quando cantamos juntos, louvores a Deus pela disponibilidade e serviço de cada um deles. Cada casal foi acolhido, com muito carinho, pelos vários casais recebedores, espalhados em nossa cidade, Manaus.

O Movimento das Equipes de Nossa Senhora, através desses encontros, sempre nos renova e promove trocas de experiências inesquecíveis. Essa diversidade de características nos engradece, permitindo nosso crescimento espiritual como casal e nos ajuda a reconhecer em cada um, o verdadeiro espírito do Pe. Henri Caffarel, quando nos fala da importância de viver os Pontos Concretos de Esforço e aprender a partilhar e coparticipar a vida em comunidade.

Inicialmente, após um almoço bastante fraterno e regional, os casais da Super-Região e alguns casais recebedores foram fazer uma visita especial ao Seminário São José, celeiro da fé, no qual inúmeros SCE da Região Norte I, foram formados. Oportunidade ímpar, em que o casal Cida e Raimundo, em nome dos casais equipistas, puderam agradecer por toda a ajuda prestada pela Igreja de Manaus às ENS, permitindo que SCE se disponibilizem a prestar este tão benfazejo serviço, de acompanhar as equipes de base. O Pe. José Albuquerque, responsável pelo Seminário, também retribuiu a homenagem, destacando a importância das ENS na formação dos seminaristas, não só pelo suporte financeiro, como também pelo enriquecimento espiritual que o convívio com os casais propiciam aos SCE.

O dia 03.06.2014 será uma data inesquecível para os casais equipistas da Região Norte I. O evento ocorreu na Casa de Retiro Laura Vicunã. Víamos no olhar de cada um, a alegria encantadora dos casais neste encontro festivo. Quanta vibração recíproca! Houve Celebração Eucarística, presidida pelo SCE do Setor C, Pe. José Albuquerque, o qual reforçou o carisma fundador das ENS, destacando a oportunidade que o Movimento propicia aos casais quando aproxima os mais longícuos irmãos, fazendo-os sentir velhos amigos. Um diferencial desse encontro foi a abertura dos membros da Super-Região às equipes de base, visto que os casais puderam participar de todos os momentos dessa inusitada visita. Essa proximidade testemunhou a espontaniedade e humildade incorporados a este serviço.

Sentimos a força de nossa Unidade, enraizada em normas que nos proporcionam expansão internacional de forma organizada e prestativa à

VISITA EMOCIONANTE

CM 483 II

... VISITA DA SUPER-REGIÃO BRASIL A PROVÍNCIA NORTE ...

Igreja de Cristo, através do serviço pastoral, na qual a maioria dos casais equipistas estão atrelados.

Depois da missa, os casais se reuniram para uma convivência animada, onde após o jantar, o CRP da Região Norte, Fátima e Canêjo agradeceram o apoio recebido durante o período em que estiveram à frente deste aben-çoado serviço. Em seguida, o casal Cida e Raimundo externou a alegria da Equipe de Super-Região em vir até nós, e conhecer mais de perto a nossa realidade equipista. Sentimos, diante desta atitude, o compromisso, a disponibilidade e a afeição ao nosso querido Movimento. Na oportuni-dade, o novo casal da Super-Região Hermelinda e Arturo foi apresentado. Várias vezes, os testemunhos nos sensibilizaram por percebermos que transbordavam espiritualidade e verdadeiro amor ao Movimento.

Agradecidos, o CRR, os CRS, os CL e os casais das equipes de base da Região Norte I se desdobraram para que o sentimento de pertença e acolhi-mento fossem vividos intensamente pelos nossos ilustres, porém, humildes visitantes. A festa se prolongou com apresentação de música regional.

No dia 04.06.2014, os casais visitantes puderam conviver com alguns casais equipistas, fazendo um passeio, onde conheceram nossos principais pontos turísticos. Quanta convivência rica e fraterna! A visita foi extrema-mente proveitosa.

Nossos casais caboclos ficarão eternamente saudosos desta maravilhosa experiência.

Cyntia e JassonRegião Norte I

CR Setor A

...E LÁ ESTÁVAMOS NÓS DA EQUIPE DE SUPER-REGIÃO PARA A ÚLTIMA

REUNIÃO DESTA ATUAL EQUIPE Uma reunião especial, porque foi a Visita da SR à Província Norte.

Começamos a reunião no dia 31 de maio, em Santarém, cidade conhecida por ‘Pérola do Tapajós’, sede da Região Norte III, às margens do encontro dos rios Tapajós e Amazonas.

Nesta rica diversidade de fauna e flora refletimos por três dias sobre a caminhada do Movimento. A inspiração encheu o ar do Seminário São Pio X. O esforço e trabalho de todos foi agraciado por Deus e recompen-sado com uma belíssima acolhida pelos equipistas locais e de Juruti, outro município da Região. Vivemos momentos de preparação e organização dos próximos passos das Equipes no Brasil.

CM 483 IV

... VISITA DA SUPER-REGIÃO BRASIL A PROVÍNCIA NORTE ...

Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Santarém, conduziu os trabalhos e refletiu a alegria de todos os nossos irmãos daquelas plagas ‘mocorongos’, nos diversos momentos de encontro e confraternização como: a Celebração Eucarística na Catedral de Nossa Senhora da Con-ceição e a recepção no Clube Atlético Cearense. Na segunda-feira, dia 02 de junho, iniciamos a Visita da Super-Região. Junto com vários equipistas, conhecemos o Santuário do Santíssimo Sacramento e a Vila de Alter do Chão, onde paramos para apreciar a natureza daquela ilha fluvial.

Obrigado, Santarém! (para não esquecer ninguém).E Manaus? Ah! No dia 02 de junho seguimos para a Capital do Ama-

zonas. E aí? Aí é que novas emoções foram proporcionadas pelos irmãos equipistas de Manaus, Itacoatiara, Maués, Parintins. Vivenciamos maravi-lhas como a visita ao Seminário (um rico contato com o Reitor, Pe. Zezinho, e alguns seminaristas), ao Teatro Amazonas, e, por fim, o ponto alto da Visita: a Celebração Eucarística, seguida de um momento de convivência; foram abraços e mais abraços em nossos irmãos da Região Norte I.

Encerramos a visita no dia 05 de junho. Agradecemos ao Casal Res-ponsável pela Província Norte, Fátima e Canêjo e todo o seu Colegiado, bem como aos Casais Responsáveis de Setores das cidades que visitamos.

Obrigado, Senhor, pela missão cumprida! Que os frutos de nossas orações e das bênçãos de Deus permaneçam nos corações de todos os nossos irmãos da Província Norte.

O Senhor fez em nós Maravilhas!Jussara e Daniel

Casal Comunicação Externa da SR

de Jesus com Zaqueu (Lc 19,1-10) que, a propósito da sua finalidade, o evangelista elege como público-alvo da sua mensagem cristã os não judeus, isto é, cada um de nós, já que o Reino de Deus tem uma perspectiva universal.

Dessa forma, tal como Zaqueu, que “procurava ver Jesus”, mas não o podendo “por causa da multidão, pois era de pequena estatura”, encontramo-nos, tam-bém hoje, nesta mesma situação. Vivemos numa sociedade (a cidade de Zaqueu) que comporta valores da “cultura da morte”, muitos dos quais nos envolvem, tornando-nos “ricos” e, como Zaqueu, impedidos de ver Jesus.

Zaqueu, apesar de tudo isso, queria ver Jesus. Certamente, porque não era feliz na sua rique-za como cobrador de impostos, e buscava “algo mais”; e, intuiti-vamente, na pessoa de Jesus. E nós, será que queremos, de fato, individualmente e em casal, “ver” Jesus?

Para isso, precisamos reco-nhecer, pela nossa condição de humanos, o quanto somos ricos,

em autossuficiência, intolerân-cia, o preconceito, o orgulho, o egoísmo,a incompreensão e tan-tas outras atitudes anticristãs, das quais precisamos nos desvencilhar e despojar, para subirmos na “ár-vore” e vermos como é o Messias:

“...desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa”. Vivendo numa Igreja, cujo pastor, o Papa Francisco, nos exorta à cultura do encontro, em oposição à do descartável. O que Jesus fala para Zaqueu reflete o seu desejo de ficar em nossa casa, em nosso lar, em nossa família e na sociedade. A partir da sua rela-ção pessoal com cada um de nós, cada casal, cada família, Ele quer que sejamos luz neste mundo e sociedade, que carecem tanto do Seu amor....! Então, cabe-nos a pergunta: queremos acolher Jesus e deixar-nos descobrir por Jesus em nossa casa em nosso coração?

Senhor, tornai-nos dignos de Te acolher, como Zaqueu, em nossa e Tua casa! Assim seja. Amém.

Valda e Edward Eq.15B - N. S. das Vitórias

Belém-PA

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24 CM 483

Com grande alegria e motiva-ção, participamos do 1º Encontro Nacional de Formadores do En-contro de Equipes Novas (EEN), em Jundiaí/SP, nos dias 16, 17 e 18 de maio de 2014. Cerca de 30 casais de todas as Províncias do Brasil fomos acolhidos no Cen-tro de Convivência Mãe do Bom Conselho, onde pudemos partilhar as experiências da realização dos EEN pelo Brasil afora. Com a co-ordenação do Casal Responsável pela Super-Região Brasil, Cida e Raimundo, foram repassados os conteúdos do EEN e reforçados os temas importantes para a sua uni-dade. Muito colaborou a presença do Pe Miguel, SCE da SRB, o qual, com sua alegria e firmeza, muito nos auxiliou na resolução das dú-vidas e das alterações necessárias ao aperfeiçoamento do Encontro.

Muitas vezes não percebemos a ação do Espírito Santo em nossas atividades como Igreja. Mas Ele está lá. Pudemos observar Sua presença em todos os relatos. E mais. O texto do Evangelho de

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referência para o trabalho do EEN é o de João 14,5-21, onde Jesus diz “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Este mesmo texto foi o Evangelho da sexta-feira e do do-mingo deste final de semana. Para nós foi uma graça termos podido refletir nas Celebrações o mesmo texto que levamos aos casais no EEN e, certamente, não foi uma simples coincidência.

Saímos mais fortalecidos para esse serviço à Igreja de Cristo e às ENS, e esperamos que as Equipes de Formadores possam desenvolver seu trabalho com o apoio de todo o Movimento, pois o objetivo da ERI, ao propor o EEN, é possibilitar aos novos casais que iniciam sua caminhada nas Equi-pes de Nossa Senhora tomar uma maior consciência da sua pequena comunidade e da comunidade de Equipes que é o Movimento, que está a seu serviço. Todos nós somos responsáveis. Que assim seja!

Joice e Jerson CR EEN-RS1

Porto Alegre-RS

ENCONTRO DE FORMADORES DO EEN

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Três dias de delicadezas de Deus, para com o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Assim podemos descrever da maneira mais sucinta o que foi o Encontro Nacional de CRS em Itaici.

Sentimo-nos agraciados, privi-legiados e amados por estarmos nesses dias, nesse local maravilhoso, onde bênçãos foram sendo derra-madas a cada instante diante de nossos olhos. Por vários momentos sentimos o coração abrasar, os olhos umedecerem, o sorriso surgir, o espírito soprar em nossos ouvidos.

Como poderíamos prever o que nos aguardava quando fomos convo-cados? Impossível seria imaginar o que foi vivido nesses três dias de encontro, escuta, convivência, amor pleno, vivi-do pelos casais de todo Brasil.

Foram aprofundados diversos temas relacionados ao exercício de nossa missão, o que nos tornou mais conscientes e convictos de que somos chamados e enviados ao serviço de nossos irmãos para testemunhar o amor de Deus. Sentimos o Movimento forte, disciplinado, cheio de vigor, de ajuda mútua e de colaboração.

O coração do Movimento es-tava pulsando tão forte em Itaici, que contagiou todos os casais.

Foi um encontro do Brasil, per-sonalizado nos casais equipistas; cada qual trazendo na bagagem sua vivência. Isso culminou numa ma-nifestação de alegria e doação, onde

todos puderam beber e saciar-se.

A distância tão grande percorrida por alguns que vieram dos mais dis-tantes estados do Brasil foi o que deu maior riqueza ao Encontro que, para ser realizado, contou com a superação de desafios por parte de todos; desde o início, pela Equipe da Super-Região e, depois, por cada casal para conseguir atender ao chamado de Deus.

Deus chamou, atendemos ao seu chamado e aí nos sentimos felizes por perceber imediatamente seu amor. “Eis que venho fazer com prazer a Vossa vontade Senhor” (Salmo 39,8).

O Padre Caffarel pedia: “É pre-ciso insuflar sem cessar uma alma”.

Acreditamos que a alma do nosso Movimento foi insuflada nesse Encontro. A semente foi plantada e sabemos que não foi em vão. A colheita certamente virá e frutos serão colhidos nos confins de todo Brasil. Não podemos ter a dimensão dos frutos que virão, mas eles certamente virão para tornar nosso Movimento cada vez mais forte e verdadeiro. Como disse no Encontro o Pe. Miguel Batista, SCE da Super-Região Brasil: “Esse Movimento é eterno, pois é ´coisa de Deus`”.

Voltamos todos para casa com a alegria e a emoção ainda fortes no coração, agradecendo a Deus por esse momento tão especial do qual tivemos a graça de participar.

Dani e GêCRS - Dois Córregos-SP

DELICADEZAS DE DEUS

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Das inúmeras palavras que ouvimos ao longo dos três dias do Encontro Nacional de CRS, uma nos tocou profundamente. Já bem próximo do encerramento do Encontro, o CR da Super-Região Brasil, Cida e Raimundo, citou uma frase proferida por Gandhi quando questionado sobre o sen-tido de sua missão: “Renuncie e usufrua”. Esta frase traduz todos os sentimentos que nos envolve-ram ao longo de nossa prepara-ção para chegar neste pioneiro encontro.

Quando tomamos conheci-mento do Encontro Nacional de CRS, estávamos bem próximos do nascimento do nosso primeiro filho. Fomos questionados por ou-tros casais se teríamos condições de viajar. Tínhamos em nosso coração a certeza de que viver este momento seria uma oportunidade única e que o Senhor providen-ciaria tudo para que estivéssemos presentes.

Nosso filho chegou, e como pai e mãe de primeira viagem, chega-ram também as inseguranças e os medos. Como vamos viajar para tão longe? Como vamos deixá-lo se ele precisa tanto de nós? Como vamos suportar a distância? Será que vai acontecer alguma coisa com ele na nossa ausência? Nos-sos corações ficaram apertados, mas renunciamos a todos estes sentimentos e partimos para o encontro com o Senhor.

Renunciar aos nossos senti-mentos humanos não foi fácil, mas o Senhor nos esperava e a nossa renúncia nos permitiu usufruir as maravilhas e delicadezas desse en-contro com Ele. Logo na chegada, através da acolhida dos nossos irmãos, sentimos que Ele nos esperava ansiosamente. Nas Cele-brações Eucarísticas, sentimos que Ele nos esperava amorosamente. Nas palestras e flashes, sentimos que Ele nos falava, ensinando-nos assim como fazia com seus discípulos. No encontro com os irmãos de tantos lugares distintos, sentimos que Ele nos mostrava o que é a vida em comunidade: “A multidão dos fiéis era um só cora-ção e uma só alma.” (At 4,32a). Na partida, sentimos que Ele nos convidava a descer da montanha e ir ao encontro daqueles que nos foram confiados em nossos Seto-res. Enfim, o Senhor caminhou conosco ao longo desses dias e nosso coração ardeu quando Ele nos falou, mas só usufruímos de tudo isso graças a nossa renúncia.

Deixamos aqui o nosso teste-munho: enquanto estamos com o Senhor e cuidamos de Suas coisas, Ele cuida carinhosamente das nossas. Por isso, não devemos temer nem fechar nossos corações aos Seus convites. Ele nos espera e muito tem para nos dar. Confie no Senhor, renuncie e usufrua.

Aracelli e BrunoCRS - Campina Grande-PB

RENUNCIE E USUFRUA!

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SE ENTREGAR A BOA SEMENTE

Toda vez que dissemos um “sim” para as Equipes de Nossa Senhora fomos agraciados, e não poderia ser diferente desta vez com o Encontro Nacional dos Casais de Setores em Itaici-SP.

Nada acontece por acaso. Fomos, a todo tempo, tentados a desistir. Então, poderíamos dizer como São Paulo: “Quando me sinto fraco, então é que sou forte” (2 Cor. 12, 10) ou até mesmo como Eclesiás-tico 2,1: “Meu filho, se entrares para o serviço de

Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação”.

E assim conseguimos superar todos os obstáculos e fomos participar. Talvez para muitos fosse apenas mais uma formação, mas para nós não foi só isso. E como tudo o que o Movimento nos propõe foi mais que uma Formação, foi ânimo, esperança, reencontro, paz, desprendimento... Enfim, espiritualidade.

Digamos claramente que contribuiu de forma clara, profunda, determinante e de modo muito criativo para a ampliação do nosso olhar. Enriqueceu-nos e pudemos reconhecer contradições que também fazem parte das missões.

Ao longo desses nove anos, reaprendemos a nos amar e melhor, amar o nosso próximo e nos colocarmos a serviço. Nosso olhar hoje é outro, é puro e de cumplicidade. Jamais iremos esquecer esses momentos vividos. E já fica a sensação do “quero mais”, porque temos a convicção de que, quando nos entregamos e confiamos, Deus sempre preparará algo ma-ravilhoso. Afinal, tudo que pedires pela intercessão do Espírito Santo tende a te tornar melhor e, no caso das ENS, não só como pessoa, mas principalmente como casal cristão.

Para finalizar, nada melhor do que esta frase adaptada do Papa Francisco:“Nós, agora, voltamos para casa com a boa semente: a da Palavra de Deus. É uma boa semente: o Senhor enviará a chuva e esta semente crescerá! Crescerá e produzirá frutos. Agradeçamos ao Senhor por esta semente e pela chuva. Mas queremos agradecer também pelos semeadores, que sou-beram semear a semente”.

Mônica e JoviamarCR Setor A - Itumbiara-GO

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Na gestação e execução das linhas de ação que foram propostas às ENS, no XI Encontro Internacional de Brasília em 2012, “Ousar o Evangelho” e em sintonia com o Tema de Estudo de 2014, “Acolher e cuidar dos homens”, o Espírito Santo mais uma vez iluminou o nosso Casal Responsável da Super-Região Brasil, Cida e Raimundo e sua Equipe de SR em conceber, gestar e executar um evento de tamanha magnitude e importância formativa, a considerar a logística e os custos de congregar casais dos Setores dos mais longínquos recantos do Brasil, para juntos, receberem de forma homogênea formações e informações indispensáveis à fiel continuidade do Movimento, com espírito de pertença e respeito aos Estatutos e aos docu-mentos que norteiam o caminho das ENS.

A formação tal como a oração é algo intrínseco ao Cristão equipista, pois, é nos formando que melhor servimos ao Movi-mento, assim nos orientou o Pe Caffarel.

O Encontro foi indescritível: acolhimento, oração, formação e descontração. Todos os momentos foram ímpares e imensu-ráveis. Merece destaque pelo caráter social, a convivência no sábado à noite, quando nos confraternizamos, partilhamos as comidas típicas que levamos, dançamos, cantamos e nos conhecemos melhor.

O formato do evento: viagem com os irmãos CRS das Re-giões CE I e II, o acolhimento dos participantes no aeroporto, a recepção em Itaici, as acomodações, refeições, celebrações eucarísticas, palestras formativas e informativas, encontro fra-terno com os irmãos, tudo aconteceu em perfeita harmonia. Parecia-nos que “o céu desceu ou a terra subiu”, pois em todos e em tudo víamos e sentíamos anjos de Deus. A Super-Região merece as nossas congratulações pela ousadia em realizá-lo e em bem fazê-lo.

Gecicleida e GeorgeCR Setor H - Fortaleza-CE

RESPONSÁVEIS DE SETOR NUM FRATERNO ENCONTRO

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Estamos a 15 de outubro de 1967. Na basílica de São Pedro, dois mil e quinhentos leigos de todos os países participam da missa conce-lebrada pelo Papa e vinte e quatro cardeais e bispos.

Paulo VI dirige palavras vigoro-sas ao seu vasto auditório. Lembra que a “vocação cristã” é também “vocação para o apostolado”; que o leigo não é somente cidadão do mundo e, como tal, empenhado na sua construção, em virtude do próprio engajamento nas tarefas temporais; mas, também, cidadão da Igreja, participando da função sacerdotal, profética e real de Cristo e que por este título deve tomar so-bre si a cooperação no progresso e santificação da Igreja - sob a direção da hierarquia instituída por Cristo para ensinar, santificar, governar o povo de Deus.

Os jornais comentaram, aliás, com bastante parcimônia, estas declarações do Papa. Mas muito

DEPOIS DE OUVIR PAULO VI

poucos, mesmo as publicações ca-tólicas, puseram em destaque as últimas palavras deste importante discurso, como se nada mais fossem do que um lugar comum, a perora-ção edificante e obrigatória de uma simples pregação.

No entanto, estas palavras são de capital importância. Acentuam quais as condições necessárias para que a ação cristã possa ser fecunda, de uma fecundidade sobrenatural. De que vale, com efeito, desdobrar-se na ação, se esta ação for vã?

Segundo o Papa, o que assegura a eficácia da ação do leigo cristão? - A união com Cristo! “Somente a vossa união pessoal e profunda com Cristo, disse Paulo VI, poderá assegurar a fecundidade do vosso apostolado, qualquer que ele seja”.

Que devemos entender por isto? Bem o sabemos: a união do cristão com Cristo é muito diversa da união moral entre dois amigos conscientes de sua dedicação fiel e de sua iden-tidade de pensamentos.

Para nos levar a compreender no que esta união consiste, Cristo lançou mão da comparação com a vida e os sacramentos. O cristão vive do Cristo, vive pelo Cristo e no Cristo e fontes de água viva jor-ram dele. Tão íntima é esta união que São Paulo pôde escrever: “Eu vivo, mas não sou eu que vivo, é o Cristo que vive em mim”.

Como se realizará esta união, mais estreita e mais íntima do que

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qualquer outra dentre todas as uni-ões humanas? Paulo VI responde, acentuando que é preciso ir ao encontro do Cristo que, através das Escrituras, nos fala, que, através dos sacramentos, nos comunica a sua vida.

Recorrer à Palavra e aos sacra-mentos: será preciso dizer mais?

Os sermões, em geral, se limitam a isto. Mas o Santo Padre prossegue: e exorta à oração aquela multidão de leigos que o escuta avidamente. Exorta não só à oração vocal ou à oração litúrgica ou refletida, mas à meditação, à “oração pessoal e silenciosa”. É sem dúvida para que não haja equívoco que Paulo VI emprega estes dois termos: pessoal e silenciosa.

A meditação é, sem dú-vida, esta oração pessoal e silenciosa, neste sentido que o cristão nela penetra com o mais íntimo de seu ser, nela se absorve para além das palavras e dos conceitos, no silêncio do mais fundo da alma, ali onde o Deus vivo mora, chama e espera o seu filho, a fim de fazer-se por ele conhecido.

Notar que o Papa não hesita em declarar a estes dois mil e quinhen-tos leigos, homens e mulheres de to-das as raças, de todas as nações, de todas as culturas, que a meditação é uma atividade “insubstituível”.

Entendam bem: insubstituível.Poderão ainda pensar os leigos

que a meditação é assunto para monges e que não interessa nem à mãe de família ou ao homem de ne-gócios nem ao membro do sindicato ou ao militante da ação católica?

E eis que renasce no meu íntimo, esta pergunta que, por vezes, se toma em mim lancinante como um remorso: Não andei eu errado por não introduzir, dentre as obrigações do Estatuto, a meditação cotidia-na, como era o meu pensamento, como me era solicitado por vários casais da primeira hora? Renunciei à ideia para não correr o risco de afastar do Movimento os casais que se iniciavam na vida cristã. Mas tinha a firme esperança de que o responsável de equipe, reconhe-cendo os benefícios da meditação cotidiana, saberia despertar nos seus coequipistas o desejo de sua prática. Pensava que, de qualquer forma, o progresso na vida cristã e apostólica faria descobrir a neces-sidade vital da meditação. O fato é que eu verifico serem muitos ainda os membros das equipes que não fizeram até agora esta descoberta. A exortação vigorosa e solene do Papa será por eles ouvida?

Que surto renovador de vida cristã pessoal, de vitalidade conjugal e familiar, de vitalidade nas nossas equipes, não seria possível esperar se, num espírito de amor filial e de docilidade, todos os membros do Movimento levassem a sério o apelo insistente de Paulo VI para a meditação!

Pe. Caffarel

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No Encontro do Papa com as famílias em outubro-2013-Roma, dois casais das ENS-Bauru, Maria Teresa e Odir, Teresinha e Nero, entregaram ao Santo Padre um pa-cote, contendo alguns exemplares da revista Caminho - Informativo das ENS-Bauru - juntamente com outros mimos brasileiros. Acompa-nhava os exemplares uma cartinha, onde os casais se apresentavam e partilhavam suas atividades dentro da Diocese de Bauru e pediam: ”Papa Francisco, dê uma olhadinha no Caminho de Março, p. 28 - 33, e leia os artigos sobre o Padre Ven-tura, nosso amado Sacerdote Con-selheiro Espiritual, que completou 90 anos e continua firme em sua missão sacerdotal e é um exemplo para todos nós que desejamos viver uma vida cristã autêntica. Além de ser o SCE de três equipes, uma de-las, há 29 anos, grava um programa de rádio que vai ao ar diariamente, atende confissões, escreve livros...enfim, um sacerdote marianista em franca atividade...”

Queríamos que o Papa Francisco soubesse que, em Bauru-SP/Brasil, havia um sacerdote autêntico como o Pe.Ventura... E o Sumo Pontífice, não nos decepcionou. Na semana passada, fomos agraciados com uma carta diretamente do Vaticano, agradecendo tudo o que tínhamos enviado para o Papa, elogiando o trabalho desenvolvido pelas ENS,

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oALEGRIA CRISTÃ!

citando as EJNS, e enviando a Bênção Apostólica ao venerável Pe. Ventura!

O Papa leu a nossa cartinha, que maravilha! Ele olhou para os peregrinos que haviam vindo de tão longe, perto “do fim do mundo”; ele ouviu nossa sugestão e conhe-ceu um pouco do nosso querido Pe.Ventura.

Brincadeirinha de Nossa Senho-ra? Amor de Pai apaixonado por seus filhos e por sua Igreja? Intuímos tudo isso e comprovamos que o Papa é coerente: sua vida cotidiana é reflexo de suas pregações - amor, misericórdia, acolhida!

Uma alegria infinita tomou conta de nós, um sentimento de pertença à Igreja de Jesus, à verdadeira Igreja, aquela que privilegia o amor e o respeito por todos os seres humanos... a Igreja. Nela o Sumo Pontífice se debruça sobre o povo simples que está à sua volta, valorizando-o como Igreja que ele também é e, sobretudo, tratando-o como irmãos de caminhada na construção do Reino, aqui e agora!

Obrigado, Papa Francisco, por nos proporcionar tanta alegria!

Maria Teresa e OdirEq.03A - N. S Auxiliadora

Bauru-SPTerezinha e Nero

Eq.06A - N. S do DesterroBauru-SP

Papa responde cartinha de equipistas bauruenses e Pe. Ventura recebe a bênção apostólica!

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A reflexão que queremos parti-lhar não se refere especificamente ao simplório jogo de cartas, tão po-pular nas famílias brasileiras, desde que chegou por volta de 1940. Dele, tomaremos apenas a combinação de trincas, que lhe serve de objetivo, para abordar um aspecto que vem se tornando muito comum nas fa-mílias: a missão tripartida do casal, como PAIS, AVÓS e FILHOS, cujas iniciais também guardam referência ao jogo de baralho, PAF.

Estamos vivendo esta combina-ção de emoções que, por vezes, se torna um desafio à harmonia do ca-sal, já que as tarefas se multiplicam, o tempo se apequena e o encontro conjugal, de tanto ceder espaço, se esfumaça, quase ao ponto de desaparecer.

Depois que nos tornamos pais, a vida mudou definitivamente, o casal passou a ser família e os cuidados com as filhas nunca mais arrefece-ram. Tínhamos por meta construir uma família verdadeiramente cristã. Estamos conseguindo, graças a Deus. Isso acontece naturalmente, sem imposições, mas com esforços, vigilância e incansáveis orientações de vida. Desde tenra idade, cui-damos para que nossas três filhas tivessem intimidade com Deus: rezávamos com elas, cantávamos canções religiosas para embalá-las, pedíamos a Jesus com elas, para suas curas e necessidades, abenço-ando-as, valendo-nos intensamente

das graças do sacramento do Ma-trimônio. Sempre foram conos-co às Missas dominicais, com o mesmo gosto e naturalidade com que visitavam parques, familiares e amigos e, quando era possível, acompanhavam-nos em nossos trabalhos pastorais e nos serviços do Movimento, onde procurávamos achar uma atividade agradável para elas se distraírem. Por exemplo: quando éramos Regionais, oferecí-amos a elas a chance de cuidar do “pegue-pague” (adoravam brincar de lojinha, e os casais e sacerdotes se divertiam com elas). Mas a ida-de e o amadurecimento delas não nos pouparam de preocupações e ocupações sempre crescentes, mes-mo depois de casadas. Cada filha requisita a nossa atenção como se fosse única.

Com o tempo e idade avan-çada, nossos pais passaram a nos demandar cuidados redobrados. Doenças senis e enfermidades físi-cas reduziram suas capacidades de se autogovernar, o que implicou em assumirmos grande parte da admi-nistração de suas casas, envolvendo organização de cuidadores, visitas a médicos e clínicas, aquisição de medicamentos e produtos hospi-talares, marcação de exames labo-ratoriais e, até, lista e compras de mantimentos em supermercados. Em meio à exaustão, as alegrias de poder dispensar a cada um o carinho que precisa receber, como uma caminhada ao sol, de braços

PIF-PAF

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dados, com a boa vontade de es-cutar velhas histórias, muitas vezes repetidas, com o renovado sabor de coisa nova. Cada telefonema que recebemos de suas casas, é acompanhado do medo de que algum problema tenha se agravado. Coração invariavelmente em alerta. Parece que nossos pais, também, exigem nossa atenção como se fôssemos seus únicos filhos.

Mais recentemente, chega-nos nossa primeira netinha, a Maria, que nos enche de alegria. Acom-panhamos com emoção cada pro-gresso que faz e as novidades de cada dia são registradas com fotos e comentadas com os amigos. No convívio quase diário, também a abençoamos e cantamos para ela as músicas de sua preferência, para distraí-la ou para fazê-la ninar: “A alegria está no coração de quem já conhece a Jesus...”; “Quem é que vai, quem é que vai, quem é que vai nesta barca de Jesus, quem é que vai”. Ela abre um sorriso quando fazemos o contracanto: “a Maria vai!”. Como a filha e o genro precisam trabalhar, ficamos com Maria e acompanhamos o seu crescimento. O maior presente que

os avós podem dar aos netos é o seu tempo. O tempo que é precioso para toda a humanidade e que falta para os pais, os avós podem perder sem problemas, dedicando-o aos netos, e isso é uma bênção de Deus.

Assim, completamos a trinca e a sequência de amor entre filhas, neta e pais idosos. Somos um casal pif-paf.

É difícil repartir o tempo entre todos, mas procuramos comparti-lhá-lo na medida das necessidades de cada um. Só que isto ainda não basta. Fechando essas trincas, ga-nhamos o jogo; mas não podemos perder o cônjuge. Contra ele não jogamos, conjugamos. Quando nos escasseia o tempo, é aí que precisamos apostar no amor. A santidade do casal está no amor e na cooperação mútua. Quanto maiores os encargos, mais deve crescer a intimidade de corações, de vida espiritual e de corpos. Um programa a dois adquire enorme valor e passa a ser melhor aprovei-tado. É um belo desafio. É o jogo. Quem quer cartas?

Graça e EduardoEq.06 B - N. S. do Bom Conselho

“FILHOS DE DEUS, FEITOS PARA AMAR”

Porto Alegre-RSA primeira carta de São João nos transmite uma grande

mensagem: a razão da nossa existência é o amor, porque “quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (I Jo 4,16). Ora, fomos criados à “imagem e semelhança de Deus” e, sendo Deus amor (I Jo 4,8), aí está o gene de ligação. Porém, para que

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não nos vangloriemos da nossa filiação paterna, o Senhor nos faz saber que foi Ele quem nos amou primeiro e não o contrário (I Jo 4,19). Daí que, nascidos do amor, a nossa vocação natural é amar, e se tal não acontece é porque nos deixamos seduzir pelas trevas do pecado e estas nos cegaram, impedindo de enxergarmos o Caminho, a Verdade e a Vida.

De fato, não é fácil viver, verdadeiramente, como filhos da luz. Infelizmente, o que vemos hoje é um mundo orquestrado pelo inimigo, mergulhado nos vícios, no egoísmo, na idolatria ao dinheiro, ao corpo, ao poder, produzindo muita dor, sofrimento, ódio, desamor e morte. Em decorrência da escolha equivocada que fizemos, o mundo, que era ordenado segundo Deus, passou a gerar morte ao invés de vida.

Para a nossa salvação, Jesus, “o Filho de Deus, se manifestou para destruir as obras do demônio” (I Jo 3,8), deixando claro que as obras da carne se distanciam das espirituais. E a nós, que desejamos observar as leis divinas e continuamos sendo gerados por Deus, recebemos d´Ele a guarda, a força e a proteção contra toda e qualquer investida do maligno (cf. I Jo 5,18).

Não nos admiremos, então, se o mundo nos odiar (cf. I Jo 3,13), a nós que desejamos viver, segundo os critérios de Deus, porque as coisas que existem - “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (I Jo 2,16) - se opõem às coisas de Deus, de tal modo que o evangelista João recomenda: “não ameis o mundo nem as coisas do mundo” (I Jo.2,15).

A guerra então está declarada: os filhos da escuridão contra os filhos da luz; contra nós, filhos das ENS. Nesse embate, Deus nos dá a vitória: “todo o que nasceu de Deus, vence o mundo” (I Jo 5,4), mediante a fé. O mundo não nos cooptou, mas ao contrário, continuamos sendo “filhos amados de Deus, feitos para amar”, espalhando a boa nova do Evangelho, levando aos irmãos a novidade da salvação, da vida eterna prometida pelo Pai e outorgada por Jesus, nosso senhor, libertador e salvador.

Enquanto a parusia não chega, sigamos na nossa missão de evangelização, para cativar corações, mostrando a verdadeira ra-zão do existir, que é amar a Deus e ao próximo como a si mesmo, certos de que, para essa missão, o Altíssimo nos envia na força do Espírito Santo e nos protege de toda adversidade com o Seu “escudo da salvação” .

Fátima e Luiz Eq.05B - N. S. D’Ajuda

Jaboatão dos Guararapes-PE

CM 483 35

Sempre tive muita dificuldade com a disciplina e isto me tor-turava muito, pois ouvia muito que para cumprir os PCE havia a necessidade de ser disciplina-do. O que é muito comum hoje é o uso da palavra disciplinado para caracterizar aquela pessoa que obedece à disciplina, aquele que cumpre as normas à risca, o metódico, exigente nas regras. Eu cumpria os PCE, mas não era tão constante no horário, no tempo dedicado a cada um deles, por isso era tido como indisciplinado. Como seria possível permanecer assim? Era muito difícil a mudan-ça, ser exigente com o cumprimen-to dos horários de fazer os PCE!

Eu não queria minimizar o es-forço e a exigência, pois não tinha entrado nas ENS para viver uma vida cristã na superficialidade. No entanto, ficava intrigado com o en-tendimento de alguns que falavam numa ascese ou espiritualidade “disciplinada”, o que me lembrava o farisaísmo (cumpridor de precei-tos). Neste sentido, cheguei a ouvir de pessoas muito boas a afirmação de que o “Fariseu tinha um lado muito bom, pois era disciplinado”. Que contradição era aquela? Jesus tanto havia chamado a atenção para o perigo das práticas dos Fariseus e nós, de certa forma a elogiávamos!? Isto poderia não re-presentar nada demais, apenas uma referência à virtude da disciplina!?

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rçoOS PONTOS CONCRETOS

DE ESFORÇO E A DISCIPLINAPerigo! Quem grita a todos nós

é o próprio Papa Francisco em sua primeira exortação apostólica “Evangelii Gaudium” (Alegria do Evangelho). Ele nos alerta sobre aquilo que o Senhor censurava aos fariseus, o que chama de “mundanismo espiritual” e, de forma clara, afirma que se tal atitude “invadisse a Igreja, seria infinitamente mais desastroso do que qualquer outro munda-nismo meramente moral”. Ele dirá que tal atitude “reveste-se de muitas formas, de acordo com o tipo de pessoas e situações em que penetra” e, “por cultivar o cuidado da aparência, nem sempre suscita pecados de domínio público, pelo que externamente tudo parece correto.” O Papa explica que tal perigo se alimenta em duas manei-ras profundamente relacionadas:• “Uma fé fechada no subjeti-

vismo, onde apenas interessa uma determinada experiência ou uma série de raciocínios e conhecimentos que suposta-mente confortam e iluminam, mas, em última instância, a pessoa fica enclausurada na imanência da sua própria razão ou dos seus sentimentos.”

• Eaoutramaneiraénaatitude“de quem, no fundo, só confia nas suas próprias forças e se sente superior aos outros por cumprir determinadas normas

36 CM 483

Etimologicamente, disciplina vem da palavra “discípulo”, que significa “aquele que segue”. No contexto cristão, podemos dizer que disciplinado é aquele que segue as orientações do Mestre. E o Seu seguimento, como Jesus mesmo apresenta, não se baseia em cumprimentos de leis e regras, mas na vivência, na prática, na atitude:

“Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prá-tica é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha” (Mt 7,24).

“Mestre, qual é o maior man-damento da lei? Respondeu Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 36-39).

As ENS nos convidam para um seguimento que se revela na regu-laridade do caminhar na direção de Jesus, onde a disciplina se dá de forma vivencial, flexível em cada contexto, mas fundamentada em três atitudes:• NaAtitudedeCultivaraassi-

duidade em abrir-se à vontade e ao amor de Deus;

• Emdesenvolveracapacidadepara a verdade. Ser fiel, sincero e autêntico. Assumir a verdade em nossa vida;

• ProcurarViveroEncontroeaComunhão.

E em duas dinâmicas:

ou por ser irredutivelmente fiel a um certo estilo católico próprio do passado. É uma suposta segurança doutrinal ou disciplinar que dá lugar a um elitismo narcisista e autoritário, por em que, em vez de evange-lizar, se analisam e classificam os demais e, em vez de facilitar o acesso à graça, consomem-se as energias a controlar.”Isto não quer dizer que a disci-

plina e os esforços por uma ascese não sejam importantes, mas que o Evangelho, como pregou no retiro do Papa o Mons. Angelo De Donatis, “nos convida, antes de tudo, a responder a Deus que nos ama e salva, reconhecendo-o nos outros e saindo de nós mesmos para procurar o bem de todos. Este convite não há de ser obscu-recido em nenhuma circunstância! Todas as virtudes estão a serviço desta resposta de amor.”

Felizmente o Movimento das ENS não foi omisso nem negli-gente nessa temática. Contudo, parece que lemos, mas não in-teriorizamos ou precisamos ser exortados até pelo Papa. É por isto que é importante os Mutirões periódicos. Precisamos recordar o que refletimos na Pilotagem, dan-do ênfase aos Pontos Concretos de Esforço:

“Os PCE não são obrigações que devemos cumprir, mas meios para desenvolver atitudes que de-vemos assimilar, e que, a pouco e pouco, nos vão levando a um modo de viver mais cristão” (Os Pontos Concretos de Esforço e a Partilha).

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• Na dinâmica da oração (pre-sente na Escuta da Palavra, na Oração Pessoal, na Oração Conjugal e no Retiro);

• Na dinâmica da comunhão(presente no Dever de Sentar-se e na Regra de Vida).Seguindo esse caminho de dis-

cípulo, com regularidade no esfor-ço para viver as três atitudes fun-damentadas nas duas dinâmicas

propostas pelo Movimento, como podemos ler no livro “Os Pontos Concretos de Esforço e a Partilha”, os PCE nos conduzirão, “inevita-velmente, a uma presença estável e cheia de esperança no mundo em que vivemos” e a espiritualida-de conjugal se tornará realidade.

José Roberto da EmíliaEq.31B - N. S. da Paz

Fortaleza-CE

RETIRO DO SETOR PARAÚNAO Retiro do Setor Paraúna - 2014, aconteceu nos dias 13,

14 e 15 de junho. Tivemos a oportunidade de vivenciá-lo numa fazenda bem próxima à zona urbana. Toda a beleza da paisagem e o zelo da equipe de Setor ao pensar cada detalhe só nos proporcionaram ainda mais condições para um verda-deiro encontro com o Senhor.

Iniciamos o Retiro com a belíssima liturgia do Lucernário e ao final recebemos, cada casal, a bênção com o Santís-simo Sacramento, momento único e de valor inestimável. Nosso pregador, Padre Moacir, nos levou a uma verdadeira peregrinação pela caminhada apostólica de São Pedro: desde o primeiro olhar de Jesus a Simão, até o derradeiro olhar de Jesus a Pedro.

Todo o processo de transformação de Simão até se tornar Pedro, nos remeteu para dentro de nós mesmos e nos levou a refletir acerca de nossa entrega pessoal a Deus, ao nosso cônjuge, nossa entrega de casal à nossa família, equipe, ao nosso próximo. “O olhar dirigido a quem amamos é que nos ajuda a crescer no amor de Deus”...

Na celebração eucarística, ao final do Retiro, já abas-tecidos para nossa caminhada, recebemos o carinho de cinco SCE do Setor, que estiveram celebrando conosco. Foi maravilhoso! Uma bênção! Não vamos agradecer a vocês com palavras, mas com orações.

Reijane e JoãoEq.05 - N. S. Desatadora dos Nós

Itaúna-MG

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Realizamos nos dias 13,14 e 15 de junho, nosso Retiro anu-al/2014 da Região Paraná Norte. Pela primeira vez, o Retiro será realizado em duas etapas, graças ao número de casais equipistas que ultrapassou a quantidade de vagas disponíveis no local de realização do mesmo. No mês de agosto próximo, será realizada a segunda etapa para os casais que não participaram desta.

Com uma pregação fantástica do Padre Mário (conselheiro de equipe há muitos anos), vivemos momentos maravilhosos de espiritualidade e comunhão.

Ponto Concreto de Esforço realizado, muito além de cum-prir uma orientação do Movimento, um momento ímpar de introspecção e vivência a dois.

Coincidentemente a Liturgia do final de semana do Retiro trazia como tema a Santíssima Trindade; transportamos o tema para a nossa vida conjugal, onde a trindade perfeita é o casal e Cristo, juntos, rumo ao Pai.

Jane e DaltroEq. 07 - N. S. do Perpétuo Socorro

Cascavel-PR

RETIRO ANUAL

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No

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as

BODAS DE OUROValda e José Batista

No dia 13.03.2014, o querido casal completou 50 anos de uma feliz união matrimonial. Comemoraram essa data tão significativa em unidade com a família e as ENS onde estão há mais de 14 anos, com uma celebração religiosa presidida por Pe. Aroldo que levou outros casais também a relembrarem seu compromisso ma-trimonial. Em seguida, ocorreu uma festiva comemoração. Desejamos que

Deus continue derramando muitas bênçãos sobre eles, para continua-rem testemunhando com sua vida de casal cristão, na Eq.02 - N. S. de Fátima em Baturité-CE. Parabéns ao querido casal!

Enedi e José

No dia 09.05.2014, o casal co-memorou 50 anos de vida matri-monial na Capela do Santíssimo Sacramento em Blumenau-SC, junto dos familiares, equipistas e a comunidade, numa bela Cerimônia preparada por sua Eq.03A - N. S. dos Casais, presidida por Frei Jairson. O casal faz parte das ENS há 41 anos. Que Deus abençoe e conceda infinitas graças ao casal e sua família!

JUBILEU DE OURO DE EQUIPE Eq.05A - N. S. do Carmo

Cinquenta anos de caminhada com o Senhor...

Composta por um casal e uma viúva, provenientes da composição original,

mais seis novos casais e o SCE, Pe. Fernando Varella Neto, nossa equi-pe celebrou em maio passado seu 50º aniversário. Como integrantes

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da Equipe, desejamos inicialmente testemunhar nossa fé inabalável na palavra do Divino Mestre: “Eis que eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo” (Mt 28,20).Ao longo da caminhada, uma das maiores dificuldades enfrentadas foi a do falecimento de vários integrantes da Equipe, que ficou bastante reduzida e convidada ao desafio da recomposição. Durante um tempo considerável, buscou-se a complementação da Equipe com o ingresso de casais com mais ou menos a mesma faixa etária e for-mação religiosa. Todavia, tendo em vista a participação mais efetiva no apostolado do Movimento, optou-se pela iniciativa de reunir a experi-ência dos idosos com a força da

juventude, a exemplo da forma de renovação verificada na família, na empresa e na própria Igreja.Hoje, com a graça de Deus e a in-tercessão de Maria, podemos afirmar que o procedimento deu certo e que a Equipe, devidamente recomposta e revigorada, encontra-se fortalecida para “combater o bom combate” contra os inimigos da família. Este é o testemunho da perseverança de uma Equipe que reitera o seu compromisso de continuar bata-lhando em prol da formação e da preservação da Família Cristã, por-que acredita que Jesus é, realmente, “o Caminho, a Verdade e a Vida” (João 14,6). (Maria e Carlos Eq.05A - N. S. do Carmo São Carlos-SP)

HISTÓRIA DA EQUIPE NOSSA SENHORA DA PAZ SETOR “E” - FLORIANÓPOLIS-SC

A semente da fundação desta Equipe foi lançada no ano de 1963, no dia 19 de outubro, com a primeira reunião de informação. Foi proposta a constitui-ção da Equipe a um grupo de casais que de pronto aceitaram. Foi escolhido como Assistente Espiritual (atualmente denominado SCE -Conselheiro Espi-ritual) o querido Padre José Edgard de Oliveira, depois substituído por Pe. Osvaldo Prim, já falecido. O citado grupo foi pilotado porque éramos todos leigos a respeito do Movimento, apesar de sua existência de mais de 12 anos em Santa Cata-rina. E em 29 de fevereiro de 1964, conforme ata em anexo, foi instituída a Equipe Nossa Senhora da Paz, com o pedido de filiação ao Movimento. No transcorrer da vida da Equipe,

houve alterações, com saídas e vin-das de vários casais, bem como de Assistentes/Conselheiros Espirituais. Atualmente, o único casal remanes-cente é Maria das Dores e José Júlio (Dorinha e Júlio); Desde 2011 temos novo SCE: Pe. Davi Bruno Goedert, que veio substituir Pe. Cardoso, depois de longo período conosco.É importante destacar que a maioria dos membros desta Equipe é engaja-da em diversos serviços na Paróquia. Atuam no CPP, na Liturgia, na cate-quese, no Ministério da Comunhão, na Equipe Vocacional, no Serviço Social, dentre outros. Que Nossa Senhora, protetora dos Equipistas, continue a espargir suas bênçãos em toda a nossa Equipe, a fim de que possamos continuar

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caminhando com a proteção de Deus, testemunhando e ajudando outros casais a viverem bem o sacramento do Matrimônio, buscando o que

Pe. Henri Caffarel sempre pregou e sonhou: a santificação conjugal. (Do-rinha e José Júlio Eq. 01E - N. Sra. da Paz - Florianópolis-SC)

BODAS DE PRATA DE EQUIPEEq. 02B - N. S. de Fátima

Em Campo Grande-MS, celebrou em 13.05.2014, o 25º aniversário de sua fundação. A Equipe compõe-se atualmente de 06 seis casais e do Sacerdote Conselheiro Espiritual, Pe. Paulo Vital. Três casais estão na equipe desde sua fundação, e outros três provêm de complementação da equipe. A Celebração das Bodas aconteceu na Missa Mensal do Movimento e teve como temática as Bodas de Caná, em que o simbolismo

da transformação da água em vinho exprime a necessidade de transformação que a “construção do casal” exige. Esta exigência torna-se possível graças à presença de Jesus na vida a dois, que é a garantia de que o essencial jamais faltará, pois Ele fortalece o amor conjugal diariamente. Ademais, a presença de Maria é tida como compromisso com as nossas vidas de casados e nos convida a ousar o Evangelho.

JUBILEU SACERDOTALCônego Magalhães

“Juventude e amor me acompa-nham todos os dias da minha vida.”- No dia 01.12.2013, comemoramos o Jubileu de Ouro de Ordenação Sacerdotal do querido Cônego Luiz Carlos F. Magalhães, na Paróquia Cristo Rei onde o mesmo atua, com muito dinamismo e alegria junto aos seus paroquianos e visitantes.Ele é SCE da Eq.05A - N. S. da Paz. Que Deus continue a abençoar sua bela missão de servo de Deus!

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EJN

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“Cuida dele e tudo o que gastares a mais eu te pagarei quando voltar.”

(Lc 10,35)

Há dois anos, enquanto estávamos dando um testemunho como Casal Acompanhador das EJNS no XI Encontro Internacional das ENS em Brasília, o jovem Pedro Evanil, de Vinhedo, assumia na Califórnia o posto de Responsável Internacional das EJNS durante seu 24º EI. Tendo sido escolhidos por Pedro para compor o Secre-tariado Internacional, saímos de Brasília com grande entusiasmo por tantos pedidos de EJNS vindos de casais de vários países, mas, de outro lado, muito preocupados se conseguiríamos dar conta do trabalho que isso significaria. Providencialmente, no dia do nosso testemunho, o versículo que figurava atrás de nós, no palco, era o que está em epígrafe. Assim, confiantes de que Deus nos capacitaria para mais esse serviço, fomos em frente pelo amor que temos aos dois Movimentos.Realmente, não foi pouco o que tivemos que fazer, já que o Se-cretariado Internacional não contava praticamente com nenhum documento além da Carta Internacional, e nem mesmo com site ativo na época. Também foi muito difícil resgatar todo o histórico das quase quatro décadas que se passaram desde a fundação do Movimento em Roma.Com esse longo tempo de vida e presença em 14 países sentimos que era hora de “ousar o Evangelho” como nos propunha o tema do XI EI e decidimos trabalhar na preparação de um Estatuto In-ternacional das EJNS. Utilizamos como base o Estatuto Canônico das ENS e fo-mos adaptando-o para o dos jovens, já que este Movimento surgiu

O SERVIÇO ÀS EJNS

CM 483 43

do de casais e possui dinâmica muito parecida, como as reuniões formais, pontos de esforço, momentos de oração, entre outros.Começamos a trabalhar no documento em Set/2012 e depois de muita troca de informação e ideias de várias pessoas, pudemos completá-lo em dezembro último. Ressalta-se aqui a contribuição fundamental de casais ENS como Tereza e Hector, Karina e Gabriel do Setor Vinhedo e Hermelinda e Arturo da Província Sul I, que com sua dedicação nos apresentaram em menos de um mês, as traduções dos Estatutos nas línguas francesa, espanhola e italiana, respectivamente.Isto nos abriu caminho para apresentá-lo ao Conselho Pontifício para os Leigos (Cardeal Stanislaw Rylko) pedindo reconhecimento oficial das EJNS como “Associação internacional católica privada, dirigida e orientada pelos fiéis”, segundo o Código de Direito Ca-nónico 299. Nestes 38 anos de EJNS no mundo seguimos os mesmos passos dos casais, começando com um rascunho em francês chamado “Contrat”, passando depois pela Carta Internacional e agora com o Estatuto, sendo esse recentemente submetido à Santa Sé. Logicamente que o processo de reconhecimento pelo Vaticano é bem criterioso e por isso demorado, mas este é um marco muito importante na busca pela consolidação do Movimento das EJNS a nível mundial. Agora, o esforço é para ajustarmos todos os docu-mentos dos diversos países aos Estatutos, de modo que tenhamos uma única voz em todo o mundo. Para isso já foi elaborado também um Manual de Pilotagem Interna-cional, que contempla inclusive a coordenação a distancia através de casais ENS em países nos quais as EJNS ainda não existem, fato que tem demonstrado grande efetividade no Brasil. Também nosso site internacional foi reformulado inteiramente pelo Danilo Almeida e convidamos a todos para acessarem o mesmo (www.ytolinterna-tional.com) e verificarem as muitas informações nele contidas como o “Histórico Mundial”, a “Missão das EJNS” e a invocação à Maria do SI (Nossa Senhora Mãe de Deus – “Theotokos”).Para finalizar, pedimos vossas orações para que Maria derrame suas bênçãos sobre este importante projeto que irá fortalecer ainda mais o Movimento das EJNS internacionalmente.

Cláudia e PauloCasal Acompanhador EJNS

Secretariado Internacional

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Monge e discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão.Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, em virtude da dor, o homem deixou-o cair novamente no rio.

Foi então à margem tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escor-pião e o salvou.Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.- Mestre deve estar doendo muito!- Por que foi salvar este bicho ruim e venenoso? Que se afogas-se! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda! Picou a mão que o salvou! Não merecia sua compaixão!O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu:- Ele agiu conforme a sua natureza, e eu de acordo com a minha.Esta parábola nos faz refletir a forma de melhor compreender e aceitar as pessoas com quem nos relacionamos. Não podemos e nem temos o direito de mudar o outro, mas podemos melhorar nossas próprias relações e atitudes, sabendo que cada um dá o que tem e o que pode. Devemos fazer a nossa parte com muito amor e respeito ao próximo. Cada qual conforme a sua natureza.

Prof. Felipe Aquino

O MONGE E O ESCORPIÃO

MEDITANDO EM EQUIPEA festa da Exaltação da Santa Cruz, no dia 14 de setembro, esteve

primeiramente ligada a duas pessoas imperiais: a Santa Helena, mãe do imperador romano Constantino, por ela ter encontrado e identificado a verdadeira cruz de Cristo, no dia 14 de setembro do ano 320; e ao imperador de Constantinopla, Heráclio, que a recuperou das mãos do rei dos persas Chosroas II, levando-a triunfalmente para Jerusalém, no dia 3 de maio de 629.

Após a reforma litúrgica do Vaticano II, deixando de lado essas raízes históricas, a festa voltou a buscar suas raízes teológicas em São Paulo: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6,14)

Escuta da Palavra em 1Cor 1,17 - 2,5

Sugestões para a meditação:

1. Como poderíamos tornar inútil a cruz de Cristo (1,17)?2. Será que um Deus crucificado não continua, ainda hoje, sendo loucura e

escândalo para muita gente (1,23)? 3. Disserte sobre este versículo: “O que é loucura no mundo, Deus escolheu para

confundir os sábios”.4. Por que São Paulo teme que a nossa fé possa basear-se na sabedoria dos

homens (2,5)?Frei Geraldo de Araújo Lima, O. Carm.

Oração Litúrgica

“A doutrina da cruz é o evangelho de Paulo, a mensagem que ele prega a judeus e gregos. É um testemunho simples por natureza, destituído de qualquer retórica e que não procura convencer por razões intelectuais. Toda força provém da doutrina em si - a própria cruz de Cristo, ou seja, a morte de Cristo na cruz e o Cristo crucificado. Ele mesmo é o poder e a sabedoria de Deus; não somente o enviado de Deus, Filho de Deus, ele próprio, mas também o Crucificado. Porque a morte na cruz é meio de redenção, fruto da insondável sabedoria de Deus.

Os que mergulham na vida de Cristo hão de se tornar membros do seu corpo, a fim de com ele sofrer e morrer e, também com ele, ressuscitar para a vida eterna em Deus. Esta vida nos será dada em plenitude somente no dia da sua Glória. Mas participamos desde já, “na carne”, desta vida, enquanto cremos. É esta a fé que nos une a ele como os membros à cabeça, e que nos abre para receber sua vida. Assim é, portanto, a fé no Crucificado - a fé viva, com entrega de amor - para nós o acesso à vida e o início da glória futura” (Santa Edith Stein, in “A Ciência da Cruz”).

Movimento de Espiritualidade Conjugal

Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj 36 • 01310-905 • São Paulo - SPFone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599

[email protected][email protected] • www.ens.org.br

Equipes de Nossa Senhora