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ECONOMIA 22 de Junho de 2011 O MIRANTE Jovens que abandonaram o ensino estão arrependidos e querem voltar à escola Apesar de reconhecerem que a obtenção de mais habilitações não garante emprego consideram-nas uma importante mais-valia Numa altura em que os estabelecimentos de ensino da região publicitam as suas ofertas formativas, O MIRANTE foi tentar descobrir o que fazem e como se sentem muito jovens que entraram no mercado de trabalho sem qualificações suficientes para desempenhar funções qualificadas. Especial Ensino O ensino é uma das prioridades do país. Nesta edição dedicamos 24 páginas a este tema com a participação de 29 instituições que diariamente procuram fazer mais e melhor pela qualificação dos jovens e de todos os que querem saber mais numa sociedade cada vez mais competitiva. E contamos as histórias de vários jovens que procuram o emprego com que sempre sonharam. Os alunos da turma do 8.º B da Escola Secundária do Carta- xo ganharam, pelo segundo ano consecutivo, o programa nacional “Turmas sem Tabaco”, promovi- do pelo Instituto Português de Ta- bacologia e incluído no Programa Europeu “Turmas Sem Tabaco”. Os alunos do 8.º B, orientados pela professora Ludovina Santo, apresentaram um slogan incen- tivador de uma vida livre sem tabaco através de um poster que foi seleccionado como o melhor, o que já tinha acontecido no ano lectivo 2009-2010, com a edição de um vídeo. O programa “Turmas sem Tabaco” tem como destinatá- rios os alunos do 3º ciclo do ensi- no básico (7º, 8º e 9º anos) com os objectivos de prevenir ou retardar a iniciação do consumo de tabaco pelos mais jovens, eliminar ou re- duzir o consumo de tabaco junto dos jovens que já experimentaram fumar e promover a imagem do não fumador. De acordo com es- tudos realizados o hábito de fu- mar inicia-se habitualmente entre os jovens de 11 e 12 anos, idades fulcrais para se saber se quebram com essa experiência ou ganham o vício do cigarro. Turma do Cartaxo repete vitória no “Turmas sem Tabaco” “Uns são apaixonados por futebol, eu gosto de Física” Jovem de Salvaterra de Magos vai participar nas Olimpíadas Internacionais de Física em Julho 3

ensino 2011

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O MIRANTE Apesar de reconhecerem que a obtenção de mais habilitações não garante emprego consideram-nas uma importante mais-valia Turma do Cartaxo repete vitória no “Turmas sem Tabaco” Jovem de Salvaterra de Magos vai participar nas Olimpíadas Internacionais de Física em Julho 3 se sentem muito jovens que entraram no mercado de trabalho sem qualificações suficientes para desempenhar funções qualificadas. | O MIRANTE ENSINO| 22 JUNHO 20112 PUBLICIDADE

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ECONOMIA 22 de Junho de 2011O MIRANTE

Jovens que abandonaram o ensino estão arrependidos

e querem voltar à escola Apesar de reconhecerem que a obtenção de mais habilitações não garante emprego consideram-nas uma importante mais-valia Numa altura em que os estabelecimentos de ensino da região publicitam as suas ofertas formativas, O MIRANTE foi tentar descobrir o que fazem e como

se sentem muito jovens que entraram no mercado de trabalho sem qualificações suficientes para desempenhar funções qualificadas.

Especial Ensino

O ensino é uma das prioridades do país. Nesta edição dedicamos 24 páginas a este tema com a participação de 29 instituições que diariamente procuram fazer mais e melhor pela qualificação dos jovens e de todos os que querem saber mais numa sociedade cada vez mais competitiva. E contamos as histórias de vários jovens que procuram o emprego com que sempre sonharam.

Os alunos da turma do 8.º B da Escola Secundária do Carta-xo ganharam, pelo segundo ano consecutivo, o programa nacional “Turmas sem Tabaco”, promovi-do pelo Instituto Português de Ta-bacologia e incluído no Programa Europeu “Turmas Sem Tabaco”.

Os alunos do 8.º B, orientados pela professora Ludovina Santo, apresentaram um slogan incen-

tivador de uma vida livre sem tabaco através de um poster que foi seleccionado como o melhor, o que já tinha acontecido no ano lectivo 2009-2010, com a edição de um vídeo. O programa “Turmas sem Tabaco” tem como destinatá-rios os alunos do 3º ciclo do ensi-no básico (7º, 8º e 9º anos) com os objectivos de prevenir ou retardar a iniciação do consumo de tabaco

pelos mais jovens, eliminar ou re-duzir o consumo de tabaco junto dos jovens que já experimentaram fumar e promover a imagem do não fumador. De acordo com es-tudos realizados o hábito de fu-mar inicia-se habitualmente entre os jovens de 11 e 12 anos, idades fulcrais para se saber se quebram com essa experiência ou ganham o vício do cigarro.

Turma do Cartaxo repete vitória no “Turmas sem Tabaco”

“Uns são apaixonados por futebol, eu gosto de Física”Jovem de Salvaterra de Magos vai participar nas Olimpíadas Internacionais de Física em Julho 3

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Gonçalo Andrade conquistou o terceiro lugar no concurso nacional e ganhou o passaporte para a Tailândia.

Ana Isabel Borrego

Gonçalo Andrade, 17 anos, alcançou o terceiro lugar na fase nacional das Olimpíadas da Física o que lhe permite participar nas Olimpíadas Internacionais da Física que se realizam de 10 a 18 de Julho em Ban-guecoque (Tailândia). O jovem natural de Salvaterra de Magos está a concluir o 12º ano na Escola Básica e Secundária de Salvaterra de Magos e é um verdadei-ro apaixonado por Física. O sorriso constante no rosto tenta disfarçar a timidez. É aluno de 20 valores a Física - garantindo que nunca baixa do 18 - embora às outras disciplinas também tenha notas altas. “A Educação Fí-sica é que a nota é um bocadinho mais baixa”, confessa com um sorriso envergonhado.

Não sabe explicar o que o apaixona nessa disciplina que garante não ser “muito difícil” e diz que não pen-sou duas vezes quando surgiu a oportunidade de con-correr às Olimpíadas. “Uns são apaixonados por fute-bol, eu gosto de Física”, afirma. Antes do campeonato já Gonçalo Andrade participava no projecto Quark da Universidade de Coimbra cujo objectivo é preparar os alunos para as Olimpíadas. Durante um fim-de-sema-na por mês, entre Janeiro e Junho, os jovens juntam--se em Coimbra para se dedicarem à paixão que par-tilham pela Física.

Gonçalo explica que ficou em terceiro lugar porque não teve tempo para estudar tudo. “Era um calhamaço de 1200 páginas todo em inglês por isso não consegui estudar toda a matéria”, confessa. O jovem garante que não estava nada à espera de se classificar para as Olimpíadas Internacionais. E explica porquê: “Aquilo é uma prova que, basicamente, corre mal a toda a gen-te. Basta dizer que só o aluno que ficou em primeiro lugar é que teve positiva e não foi muito alta. Eu tive quase positiva”, revela.

Na escola primária cedo preferiu os números às le-tras. Gonçalo diz que era preguiçoso para escrever e que era mais fácil a fazer contas. Mais tarde apareceu a Física e ficou rendido à disciplina. Apesar das notas excelentes diz que é um jovem normal. Não bebe mas gosta de sair à noite com os amigos. Joga andebol, ten-do-se sagrado campeão nacional de juvenis da segunda divisão. Diz que tem tempo para namorar, o problema é que não há namorada.

ExamEs não mEtEm mEdoO aluno diz que não acha os exames nacionais de

Física complicados mas acrescenta que os colegas não têm a mesma opinião. Gonçalo Andrade considera que é tudo uma questão de concentração. “Acho que os

“Uns são apaixonados por futebol, eu gosto de Física”Jovem de Salvaterra de Magos vai participar nas Olimpíadas Internacionais de Física em Julho

alunos ficam mais nervosos por serem provas a nível nacional e não estão tão concentrados. Pessoalmente, acho os testes da escola durante o ano lectivo mais com-plicados do que os exames nacionais”, afirma.

Gonçalo Andrade ainda não decidiu que curso vai seguir. Está indeciso entre Engenharia Física e Tecno-logia, Engenharia Aeroespacial, ambas no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, ou o curso de Física na Universidade de Coimbra. Uma escolha que terá que ser feita nas próximas semanas. O jovem estudante está mais inclinado para estas áreas uma vez que tem noção que se escolher investigação a probabilidade de conseguir trabalho em Portugal diminui drasticamente. E Gonçalo não quer sair da vila onde vive e que adora. O seu sonho era conseguir um emprego onde pudesse trabalhar a partir de casa. “Gostava de continuar a vi-ver em Salvaterra de Magos”, confidencia.

De Banguecoque gostava de trazer uma medalha mas tem noção que é um objectivo muito difícil de al-cançar. Apesar das dificuldades que sabe ir enfrentar Gonçalo garante que vai arregaçar as mangas e passar as próximas semanas a estudar. Quer dar o seu melhor para, pelo menos, regressar de consciência tranquila que fez tudo o que sabia.

Carlos Alberto Pombo Lopes da Cruz, Chefe do Serviço de Finanças de Abrantes, faz saber que no Processo Executivo nº 1929201001001388, em que é executado Alberto José da Conceição Lopes, NIF 143.250.221, com domicílio fi scal em Rua Principal n.º 1313, Carreira do Mato, correm éditos, levando ao conhecimento de todos os interessados que a socie-dade “Medipleno Mediação Imobiliária, Ld.ª” , NIPC 507.747.259, com sede na Praceta Fernão Mergulhão, fracção P em Moimenta da Beira, com o telefone 254 584 230, E-mail: [email protected], foi encarregada para pro-ceder à venda por negociação particular do bem penhorado abaixo discriminado :

DESIGNAÇÃO DO BEM½ indivisos de uma par-

cela de terreno destinada a construção urbana, com a área total de 918,00 m2, denominada por Lote 59, sita na Quintinhas, da freguesia de Charneca da Caparica, concelho de Almada, inscrito na matriz sob o artigo 7252, com o valor patrimonial de € 151.950,00 e descrito na 2ª Conservatória do Registo Predial de Almada sob o n.º 3917/19920128.

É fi el depositário Man-uel Heleno Fernandes Ro-drigues.

As propostas serão apre-

sentadas até às 10:00 horas do dia 29 de Julho de 2011, à sociedade encarregue da venda ou entregues via Internet, no site www.portal-dasfi nancas.gov.pt..

O valor mínimo fixado para a venda é de € 50.000,00 (cinquenta mil euros)

O adquirente do imóvel fi ca sujeito ao pagamento do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) á taxa ad-equada do nº. 1 do artº. 17 CIMT (30 dias) caso não ben-efi cie da isenção do mesmo e ainda ao pagamento de Imposto de Selo nos termos do nº. 1 do artº.1º. do Código do Imposto de Selo aprovado pelo Dec. Lei 150/99, de 11 de Setembro.

Ficam notifi cados os titu-lares dos direitos de prefer-ência na alienação dos bens, para nos termos do artº.892º. do Código de Processo Civil, exercerem o seu direito no acto da adjudicação.

E para constar, se passou o presente e outros de igual teor, que vão ser afi xados nos lugares públicos do costume.

E eu, Margarida Maria Na-valho de Oliveira, subscrevi.

ABRANTES, em 08 de Junho de 2011

O Chefe de Finanças, Carlos Alberto Pombo

Lopes da CruzO Escrivão,

Margarida Mª Oliveira

SERVIÇO DE FINANÇAS DE ABRANTES

EDITAL-ANÚNCIOVENDA POR NEGOCIAÇÃO PARTICULAR

DF SANTARÉM - DGCI

O MIRANTE — ANO XXII Nº990 - 22-06-2011 - 2ª PUBLICAÇÃO

O MIRANTE — ANO XXII Nº990 - 22-06-2011 - 1ª PUBLICAÇÃO

ANÚNCIO

TRIBUNAL JUDICIAL DE BENAVENTE1º JUÍZO

Processo: 813/11.8 TBBNVInterdição / InabilitaçãoRequerente: Olga Maria

de Jesus Rocha MarquesRequerido: Justino Sa-

raiva da Rocha

Nos autos acima identifi ca-dos, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando:

Requerido: Justino Sa-raiva da Rocha, estado civil: Casario, com domicilio: Rua dos Foros Nº 34, Salvaterra de Magos, 2120-187 SALVA-TERRA DE MAGOS, com última residência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos

editos, contestar, querendo, a acção, com a cominação de que a falta de contestação não importa a confissão dos factos articulados pelo(s) autor(es) e que em sub-stância o pedido consiste, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.

Fica advertido do que é obrigatória a constituiçâo de mandatário judicial.

Benavente, 24-05-2011O Juiz de DireitoDr(a) Heliadora

Franco dos ReisO Ofi cial de JustiçaNorberto Nicolau

Gonçalo Andrade

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Adelino Crespo, 26 anos, Carteiro, Chamusca

“Só fui fazer o 12º ano para ver se continuo a ser carteiro”

Diz que gosta muito de ser carteiro embora este-ja a exercer essa função temporariamente. Estudou na Escola E.B. 2, 3 da Chamusca até ao 11º ano. Nes-sa altura foi convidado para fazer as férias de Verão de um amigo que trabalha nos correios e ganhou-lhe o gosto. Descobriu que gostava mais de trabalhar do que de estudar. Por exigência da profissão sentiu-se na obrigação de terminar o 12º ano através das Novas Oportunidades mas não pretende estudar mais. “Nem os que estudam se safam, hoje em dia”, afirma. Para já substitui um colega de baixa, depois logo se vê. “Isto é mesmo o que gosto de fazer, mas se me surgir outra oportunidade tenho de aproveitar”, considera embora não pretenda sair da terra de onde é natural. Adelino Crespo divide o seu tempo entre o trabalho e a arbi-tragem de futebol. A paixão pelo desporto reflecte-se também na leitura de jornais da área.

Miguel Almeida, 18 anos, distribuidor de pizzas, Cartaxo

“Não quero ser doutor nem tenho paciência para isso”

Deixou a Escola Secundária no Cartaxo contra a vontade dos pais na altura e agora, quatro anos mais tarde, voltou ao ensino para terminar o 9º ano. “Prefiro trabalhar do que estudar e não tenho paciência para a escola. Agora voltei só para ver se arranjo um trabalho melhor”, explica. Medo de trabalhar não tem. “Não me importo nada de ter uma profissão em que se trabalhe muito se ao fim do mês também receber bem”, garante. O jovem é um pouco céptico quanto à existência de mais opor-tunidades de trabalho para quem tem um curso su-perior. “Eu já não acho nada”, desabafa. No entan-to, se voltasse atrás faria um esforço para terminar pelo menos o 9º ano.

Sandra Ferreira, 34 anos, funcionária de ourivesaria, Torres Novas

“No tempo que estive afastada da escola ganhei maturidade para regressar”

Aos 34 anos cumpriu o sonho de tirar uma licencia-tura, que completou em três anos, conciliando o estudo e o trabalho numa ourivesaria de Torres Novas. “Fiquei pelo 12º ano porque comecei com um part-time e o di-nheiro ao fim do mês começou a saber-me bem. Fui adiando, adiando, e só voltei agora”, explica. Sandra Ferreira diz que não se arrepende de ter deixado o en-sino quando era mais jovem. “Não tenho pena porque acabei por ter outras vivências igualmente importantes, que me deram outra maturidade e força para estudar e cumprir objectivos”, defende. O balcão da ourivesa-ria permitiu-lhe descobrir o gosto pelo contacto com o público, que indirectamente a levou a frequentar o curso de Educação Social, na Escola Superior de Edu-cação de Torres Novas. Tem esperança de exercer a profissão embora reconheça ser difícil.

Inquéritos

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| O MIRANTEENSINO| 22 JUNHO 20116 foto CM Rio Maior

Aluna da Escola Profissional de Rio Maior vence criação de imagem oficial das Jornadas da Juventude

O logótipo oficial das VIII Jornadas da Juventude 2011 já foi seleccionado entre as propostas apresentadas pelos alunos da turma do 11º ano do Curso Técnico de Design Industrial, da Esco-la Profissional de Rio Maior. Inês Fer-reira, de 17 anos, foi a vencedora deste desafio lançado pela Câmara Munici-pal de Rio Maior aos alunos daquela turma, que o acolheram prontamen-te e responderam afirmativamente ao desafio de criar uma imagem oficial para o evento.

Ao longo do mês de Maio, os alu-nos idealizaram o logótipo da Jorna-das baseados nos objectivos apontados pela autarquia e orientados pela co-ordenadora do curso, Ana do Carmo. Esta é a segunda edição consecutiva em que a câmara municipal desafia a criatividade destes alunos, sempre com um retorno positivo e com a apresentação de logótipos de grande qualidade. Em 2010, o autor da ima-gem oficial tinha sido Diogo Ribeiro, do mesmo Curso Técnico.

Evitar que surjam mais notícias dan-do conta de idosos que são encontrados mortos em casa, após um longo período em que não são vistos por ninguém, é um dos objectivos do Projecto de Apoio à Pessoa Idosa (P.A.P.I.), levado a cabo por um grupo de alunos da Escola Secun-dária Santa Maria do Olival, em Tomar, no âmbito da disciplina de área-projecto

João Tornada, Gustavo Marques, Francisco Antunes e Marco Silva con-ceberam um programa informático que contém dados de pessoas idosas, em si-tuação precária ou de isolamento social, que residam no concelho. O objectivo pas-sa por controlar a situação social desses idosos, através da realização de visitas semanais domiciliárias.

“Temos lido na comunicação social casos de pessoas que estavam mortas em casa há vários anos por falta de cuidados tanto de famílias como do Estado. Com este projecto, esta situação não se repe-tirá”, referiram.

Os jovens explicaram que quiseram criar, no Ano Europeu do Voluntariado, algo que fosse inovador mas, simultane-amente, útil. A ideia foi apresentada no auditório da Biblioteca Municipal de To-mar perante a presença do vice-presiden-te da Câmara de Tomar, Carlos Carrão e da vereadora da Educação da autarquia, Rosário Simões.

Carlos Carrão sublinhou a criativida-de dos alunos e a importância da cria-

Alunos da Escola Secundária Santa Maria do Olival criam programa de apoio a idososJovens quiseram criar algo que fosse inovador mas, simultaneamente, útil à sociedade

ção destes mecanismos para combater uma problemática actual. “Estes jovens são verdadeiros alquimistas sociais que construíram um projecto com base em moedas de coragem, vontade, filantropia e muitas notas de empreendedorismo”, referiu a professora Maria de Lourdes Durana, classificando o projecto “como a concretização de um exercício pleno de uma cidadania exercida por jovens”. Um exemplo que, na sua opinião deve ser replicado, esperando que a ideia dos seus alunos seja acolhida pela autarquia ou por alguma instituição.

Alunos conceberam um programa informático que contém dados de pessoas idosas, em situação precária ou de isolamento social, que residam no concelho. O objectivo passa por controlar a situação social desses idosos

PROGRAMA. Jovens quiseram criar um projecto inovador no Ano Europeu do Voluntariado

Inês Ferreira

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Ana Paula Ângelo, cabeleireira, 38 anos, Tomar

“Ainda estudei à noite mas não consegui fazer o 9º ano”

“Na escola estava quase sempre desatenta. Era uma baldas”, confessa entre risos. Ficou pelo 8º ano e deci-diu começar a trabalhar, após ter tido uma experiên-cia de trabalho nas férias. “Ainda estudei à noite, mas não cheguei a fazer o 9º ano. Nunca me arrependi”. O ofício de cabeleireira foi aprendendo com a prática e, mais tarde, tirou o curso. “É a profissão que queria. Não quis estudar mais porque não estava à espera de mudar e como este ofício não exigia mais estudos, não pensei mais no assunto”. Conta que já teve o seu pró-prio salão mas hoje trabalha por conta de outrém. “Não tenho mais ambições em subir porque já tenho tudo. Já tenho carteira profissional”. Dos conhecimentos dos tempos de escola, pouco se recorda. “Foi há tantos anos. Mas gostava de língua portuguesa e educação física”.

Fábio Lopes, 25 anos, condutor de manobradora, Ourém

“Eu era um aluno razoável mas faltava muito às aulas”

De pouco se recorda dos tempos de escola mas diz sem hesitação quem foi o primeiro Rei de Portugal: D. Afonso Henriques. Natural de Ansião, Pombal, encontra-se a trabalhar em Ourém. A escola deixou-a no 9º ano, por não querer estudar mais. Confessa que já se arrependeu e que até já pensou inscrever-se nas Novas Oportunidades, mas não o fez. “Eu até era um aluno razoável mas quando o calor apertava preferia faltar às aulas e ir aproveitar o sol. Se tivesse estudado talvez tivesse outro tipo de vida, mas agora já é tarde”, refere, lembrando que as disciplinas favoritas eram Educação Física e História. Trabalha como condutor de uma manobradora de equipamento industrial. Diz que já se habituou e que até gosta mas se pudesse ar-ranjava outra coisa melhor.

Miguel Pereira, 26 anos, empregado de balcão, Ourém

“Cheguei a pensar desistir mas ainda bem que não o fiz”

É trabalhador-estudante. Faltam-lhe duas cadeiras para concluir a licenciatura em Gestão. O café onde trabalha como empregado de balcão pertence à famí-lia e é nele que vê o seu futuro quando um dia termi-nar a sua formação. Gerir o negócio e, talvez um dia, abrir mais espaços semelhantes são as suas ambições. Conta que foi sempre um aluno “razoável” e que as disciplinas favoritas eram Matemática e Educação Fí-sica. Tendo continuado a estudar, recorda ainda com facilidade os nomes dos escritores e poetas portugue-ses estudados: Camões, Gil Vicente, Eça de Queirós. Chegou a pensar em desistir dos estudos, confessa, mas preferiu continuar. “É sempre bom tirar um curso. O saber não ocupa lugar”.

Inquéritos

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O Instituto Politécnico de Tomar foi o primeiro Politécnico do país a coordenar programas de redes Erasmus, ainda na década de 1980.

O Instituto Politécnico de Tomar- IPT assinalou, com a presença da Agência Na-cional PROALV, a constituição na nossa região do Consórcio Europeu Erasmus, que associou o instituto a quase 30 em-presas e organizações. Foi a afirmação

de um compromisso, assinalado pelos diplomas que as empresas receberam e pelas assinaturas não apenas do pre-sidente do IPT mas de todos e cada um dos diversos cursos do instituto.

O consórcio ERASMUS IPT engloba o Instituto Politécnico de Tomar e dife-rentes tipos de organizações, empresas e instituições de ensino superior nacio-nais e europeias, que irão trabalhar em conjunto com o objectivo de facilitar estágios profissionais, curriculares e ex-tracurriculares, a estudantes ou profissio-

nais das organizações envolvidas, sendo financiado pelo Programa Erasmus, da União Europeia.

Num primeiro instante este acordo representa duplicar o número de alu-nos do IPT que serão beneficiados por bolsas de mobilidade na Europa no ano lectivo que vem, uma demonstração de confiança profunda entre o IPT e as em-presas, e um compromisso do Instituto com a internacionalização da região. A história do IPT permite demonstrar que os alunos que fazem uma parte da sua

Nota de Imprensa

Consórcio Erasmus IPT-Empresas para facilitar estágios profissionais e curriculares Reconstruir o tecido produtivo e gerar emprego e competitividade

formação numa empresa, e mais ainda se o fazem noutro país, têm uma mais elevada empregabilidade de sucesso.

O acordo coroa 25 anos de ensino su-perior com cursos regulares no IPT, que são também 25 anos de internacionali-zação. O IPT foi o primeiro Politécnico do país a coordenar programas de redes Erasmus, ainda na década de 1980. Em 1994, o prémio Erasmus/docentes da Co-missão Europeia foi atribuído a um nosso docente. Em 1996 fomos embaixadores do novo programa Sócrates/Erasmus. Em 2004 fomos a primeira instituição de ensino superior em Portugal a ofe-recer um Mestrado Erasmus Mundus (em Arqueologia). Em 2008 merecemos o Prémio Ouro da Comissão Europeia para os programas intensivos Erasmus e fomos considerados uma das “histórias de sucesso” do ensino superior europeu. Em 2009 ganhámos os selos de qualida-de Erasmus para o sistema de créditos e os suplementos aos diplomas dos nossos cursos. Em 2010 coordenámos o estudo em Portugal do projecto europeu “Me-et Us” que estudou a ligação entre o en-sino superior e as empresas, e em parti-cular sobre a importância dos estágios. O consórcio agora criado é o corolário de um caminho que nos liga aos demais países da União Europeia, mas também a países africanos, da América do Sul, da Ásia, da África e da Austrália. E tudo isto é importante, porque o ensino superior de qualidade é uma maratona, um esfor-ço de continuidade e exigência sempre aberto à avaliação externa mas não é o mais importante.

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O MIRANTE | ENSINO | 22 JUNHO 2011 9

Bruno Jacinto, 28 anos, encarregado de gasolineira, Alcanena

“Estou bem mas se quiser subir na vida tenho que voltar a estudar”

Diz que nunca se arrependeu de ter abandonado os estudos para ir trabalhar. “O sonho comanda a vida e quando somos jovens queremos ser independentes eco-nomicamente”, explica. Não foi além do 12º ano e em-pregou-se numa bomba de gasolina. “Até hoje só fiz isto e sinto-me bem”, explica apesar de dizer que ainda ten-tou seguir a vida militar. Nunca foi um aluno excelente mas tirava notas boas e tinha boa média. Ainda se lembra de muito do que aprendeu mas tem ideias fixas quanto à importância da escola para quem não quer tirar um curso superior. “Acho que os jovens que não querem tirar um curso superior devem ser preparados para o mercado de trabalho”. A meio da conversa inflecte o discurso e depois de dizer que gosta de gestão confessa que talvez volte à escola se sentir vontade de subir na vida.

João Ferreira, 28 anos, abastecedor num posto de gasolina, Ourém

“Para quem tem apenas o 9º ano é difícil arranjar um bom trabalho”

Quando o questionam sobre o porquê de ter dei-xado os estudos ao 9º ano, explica que foi porque não tinha meios para continuar. Por dificuldades económicas. “Queria estudar, seguir Gestão. Como estudante era médio, mas gostava da escola. Claro que de vez em quando faltava às aulas”, conta. Re-gressar às aulas é uma possibilidade. “Gosto da pro-fissão de abastecedor. Quando saí da escola ainda estive num supermercado e depois vim para cá. Mas continuo a pensar tirar gestão, até porque hoje está tudo muito mais facilitado”. A justificação é simples. “Para quem tem só o 9º ano é muito difícil arranjar um bom trabalho”.

Susana Cruz, 24 anos, proprietária de loja de roupa, Tomar

“A Escola Profissional é que alargou os meus horizontes”

Para Susana Cruz a formação numa escola profissio-nal foi fundamental para a sua vida. Depois do 9º ano, decidiu fazer o secundário através do curso profissional de hotelaria e restauração. Este tipo de formação, com “disciplinas mais úteis”, deu-lhe os conhecimentos e abriu--lhe os horizontes para abrir hoje o seu próprio negócio. Se não o tivesse feito, reflecte, dificilmente o teria feito. “Quero ficar por aqui”, afirma. “Nunca ambicionei ir mais longe nos estudos porque também não tive esse ob-jectivo. Gosto de Hotelaria, mas quero investir agora no meu negócio”. Afirma que era boa aluna e comenta que muitas vezes os jovens abandonam os estudos por falta de motivação e por não haver uma melhor ligação com os professores. Na escola profissional encontrou um am-biente totalmente diferente, mais prático, que lhe abriu os olhos para outras possibilidades.

Inquéritos

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Melhor trabalho em equipa, com o projeto HealthyHeadphones, desenvolvido pela “empresa” AudioSave – Material Eletrónico, Lda., do 12º C do curso de Ciências e Tecnologias, e o Prémio de Concretização, da responsabilidade da “empresa” InfoSaúde, Cartões de Emergência, Lda., do 12º A do curso de Ciências e Tecnologias.

O EmpreEscola, projeto da NER-SANT em prol do empreendedorismo no ensino secundário, reuniu, este ano letivo, 186 alunos do distrito de Santa-rém, distribuídos por 59 equipas, sob a orientação de 27 professores. O projeto tem como principal objetivo desenvol-ver o espírito empreendedor dos alunos, por forma a promover a criatividade, a iniciativa, a liderança e o trabalho em equipa. A Escola Secundária com 3º Ciclo do Entroncamento participou com quatro projetos, envolvendo quin-ze alunos e cinco docentes.

Depois de minuciosamente prepa-rados ao longo do ano letivo, os proje-tos de negócio a concurso foram apre-sentados ao júri no passado dia 27 de maio, no auditório da NERSANT, em Torres Novas, tendo a divulgação e en-trega dos prémios decorrido no dia 8 de junho, no CNEMA, em Santarém.

Os prémios atribuídos abrangeram as seguintes modalidades: melhor ideia empresarial (com três premiados), ideia mais inovadora, melhor trabalho em equipa e prémio de concretização, este na qualidade de menção honrosa.

De entre os seis projetos premiados, dois são da autoria de equipas da Escola Secundária do Entroncamento: o me-lhor trabalho em equipa, com o proje-to HealthyHeadphones, desenvolvido pela “empresa” AudioSave – Material Eletrónico, Lda., do 12º C do curso de Ciências e Tecnologias, e o Prémio de Concretização, da responsabilidade da “empresa” InfoSaúde, Cartões de Emergência, Lda., do 12º A do curso de Ciências e Tecnologias.

Este último projeto encontra-se já em fase de implementação em lares da terceira idade do Entroncamento.

- Texto escrito de acordo com o no-vo acordo ortográfico

Alunos da Escola Secundária do Entroncamento ganham prémios de empreendedorismo

Nota de Imprensa

Participação destacada no EmpreEscola da NERSANT

Os prémios atribuídos abrangeram as seguintes modalidades: melhor ideia empresarial (com três premiados), ideia mais inovadora, melhor trabalho em equipa e prémio de concretização, este na qualidade de menção honrosa.

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“Ajudo no salão de cabeleireira da minha mãe para não estar parada”

Queria ser psicóloga criminal e lutou para con-cluir o curso. Fez estágio curricular e estágio profis-sional. Depois disso ainda não conseguiu emprego na área que tanto gosta. Já lá vai mais de um ano. Pa-ra não estar em casa para-da sem fazer nada dá uma ajuda no cabeleireiro da mãe em Marinhais, conce-lho de Salvaterra de Ma-gos. Sempre achou que a escola era uma alegria por-

Emanuela Brardo, 35 anos, licenciada em Psicologia Criminal, Marinhaisque gostava de aprender. Só detestava matemática. Talvez por isso não guar-de boas recordações dos professores dessa discipli-na. Emanuela Brardo ain-

da não desistiu do sonho de ser psicóloga criminal e não se cansa de enviar currículos. As respostas não têm aparecido mas não perdeu a esperança.

“As aulas de Português eram um frete e eu detestava aquilo”

O sonho de Fernando Varela era trabalhar em rá-dio mas as circunstâncias da vida, nomeadamente ques-tões financeiras, levaram--no a procurar outro tipo de trabalho depois de concluir o 12º ano. Começou como ajudante de serralheiro, foi condutor de empilhadores, pintor e agora trabalha nu-ma oficina. O jovem tirou o curso tecnológico de co-municação e daí ficou o bi-chinho por fazer rádio. Era um aluno que gostava de ir à aulas excepto Português.

Fernando Varela, 28 anos, mecânico, Foros de Salvaterra“Era um grande frete. De-testava a disciplina”, recor-da com um sorriso. Preferia as aulas de tecnologias de informática e psicologia. O jovem recorda com sauda-de o professor de Psicologia do 11º ano e não guarda boas recordações de uma

professora de História. Fer-nando Varela ainda sonha em ser locutor de rádio e diz que com as oportuni-dades que existem atra-vés da internet está a pen-sar arriscar num projecto que envolva esse meio de comunicação.

ma fábrica transformadora de plástico, em Benaven-te, onde trabalhou como operadora de máquinas. Se pudesse escolher gos-tava de trabalhar na área do socorrismo ou num emprego que envolvesse apoio a idosos e deficien-tes. Nicole sabe que essa

é uma hipótese difícil de concretizar por só ter o 9º ano. Tentou tirar o 12º ano através do curso de Novas Oportunidades mas só o pode fazer a partir dos 23 anos. Agora vai à procura de emprego uma vez que não quer ficar muito tem-po sem fazer nada.

Nicole Martinho, 21 anos, empregada fabril, Foros de Salvaterra

“Os meus amigos que se licenciaram estão no desemprego”

Deixou de estudar no 9º ano por opção própria e não está arrependida da decisão que tomou. “Os meus amigos que tiraram cursos não conseguem em-pregos nas áreas que que-rem e têm mais dificulda-des em encontrar emprego porque os empregadores preferem pessoas com me-nos habilitações literárias”, explica. Assim que deixou a escola ainda ajudou no café dos pais e aos 18 anos foi à procura de emprego. No dia em que conversou com O MIRANTE tinha terminado o contrato nu-

Inquéritos

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Realizou-se em Espinho nos dias 14 e 15 de Junho a Final Nacional do concurso F1 in Schools. Trata-se de um concurso que se insere no projecto Pense Indústria que é liderado pela RECET e envolve os Centros Tecnológicos de norte a sul do País, sendo o CTIC - Centro Tecnológico das Indústrias do Couro um dos centros integrantes do projecto, responsável pe-la região Médio Tejo.

As equipas que representaram o CTIC foram as equipas Àstrada do Centro de Estudos de Fátima, a CSM F1 Team do Colégio de São Miguel e a equipa Speed Challeng do Colégio Sagrado Coração de Maria, que se tinham classificado nos 3 primeiros lugares, respectivamente, na Final Regional realizada em Alcanena no mês de Maio.

O F1 in Schools é um desafio global multidisciplinar para jovens estudantes entre os 9 e os 19 anos. O projecto con-tinua a crescer chegando já a 34 países e envolvendo mais de 12 milhões de es-tudantes. A equipa vencedora irá repre-sentar Portugal no desafio Internacional que se realizará em Kuala Lumpur, ca-pital da Malásia.

O concurso consiste no seguinte de-safio

- Equipas de 3 a 6 elementos, onde cada estudante terá papéis atribuídos individualmente;

- a equipa prepara um plano de negó-cio, desenvolve um orçamento e angaria patrocínios. Todo este processo incute nas equipas a necessidade de colaborar com a indústria e de constituir parcerias com empresas;

- através do software 3D CAD (“Com-puter Aided Design” - desenho auxilia-do por computador), a equipa concebe

um automóvel de Fórmula 1 do futuro; - a resistência aerodinâmica é anali-

sada num túnel de vento virtual através de software de dinâmica de fluidos com-putacional (CFD), seguidamente através do software 3D CAM(“Computer Aided Manufacture” - construção auxiliada por computador) a equipa avalia a estratégia de maquinação mais eficaz para a cons-trução do automóvel.

- a corrida está lançada a mais de 69km/h, os automóveis correm lado a lado em pista de 20 metros.

- as equipas são avaliadas em função da velocidade do automóvel, assim como pela apresentação de provas da concep-ção, portefólio em inglês, apresentação oral em inglês e banca de exibição pu-blicitárias nas “boxes”.

É assim que as equipas competem aos níveis regionais, nacional e mundial pelo troféu Bernie Ecclestone do campeonato Mundial da F1 in Schools.

Para as escolas e equipas se ins-creverem basta enviar um email pa-ra [email protected] O CTIC apoia as escolas e promove a par-ticipação nas escolas no F1 in Schools.

PRESS RELEASE

Região representada na final nacional do concurso F1 in Schools

O F1 in Schools é um desafio global multidisciplinar para jovens estudantes entre os 9 e os 19 anos. O projecto continua a crescer chegando já a 34 países e envolvendo mais de 12 milhões de estudantes.

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Ana Costa, 38 anos, empregada de supermercado, Alcanena

“Gostava de ter sido professora mas precisava mesmo de trabalhar”

Ana Costa ficou pelo 12º ano de escolaridade porque não teve meios de continuar a estudar. “Já me arrependi bastantes vezes. Gostava de ter seguido para professora de primária mas na altura tinha mesmo que começar a trabalhar”. Empregou-se num supermercado em Al-canena e ali foi ficando até hoje. “Era uma aluna que precisava de estudar mas tirava boas notas”, recorda. “Ainda pensei retomar mas actualmente não sei se va-le a pena seguir para a universidade porque o mercado está muito mau”. Talvez por isso a sua maior ambição seja não perder o emprego. “Gostava de ir até respon-sável do supermercado, gosto deste trabalho”, comen-ta. Vai estudando com o filho e recorda os seus tempos de escola. “Gostava de Filosofia e gosto de ler. Lembro--me ainda daqueles autores, como Descartes ou Kant”.

Marcelo Pereira, sapateiro, 35 anos, Tomar

“Já perdi boas oportunidades por não ter mais estudos”

Nasceu no Brasil mas vive em Portugal há vários anos. “Estudei até ao 12º ano, incompleto. Foi na altura em que decidi vir para Portugal à procura de melhores condições de vida. Não foi o que estava à espera mas vai-se vivendo”, conta. Como no Brasil já trabalhara em malas e peles, aca-bou por empregar-se como sapateiro. “Arrependi-me muitas vezes de ter deixado de estudar. Quem estuda vê tudo dife-rente, principalmente no que toca ao mercado de trabalho, é tudo mais fácil”, comenta. “No Centro de Emprego vê-se que há trabalho, não há é qualificados. Eu já perdi gran-des oportunidades por não ter mais formação”. Recorda--se que era um aluno bastante dedicado e que nunca teve notas baixas. Ainda tem a ambição de retomar os estudos e talvez tirar o curso de radiologia. “Já trabalhei com mui-tos jovens e o que noto é que eles querem é dinheiro. Não se querem sacrificar a estudar. É aquela ilusão de que 450 euros por mês é um grande ordenado”.

Nuno Silva, 29 anos, condutor de manobradora, Ourém

“Nunca gostei da escola mas já me arrependi de ter saído”

Assim que completou o nono ano deu o seu per-curso escolar por terminado. “Achei que não valia a pena perder mais tempo”, diz. Foi para operário fabril e agora O MIRANTE encontrou-o a trabalhar numa obra em Ourém. Arrependeu-se algumas ve-zes de ter abandonado os estudos tão cedo. “Com o passar do tempo é que me apercebi do erro”, con-fessa. Diz que não volta ao ensino porque estudar e trabalhar ao mesmo tempo “não é fácil”. Dos tem-pos da escola já não se lembra de muita coisa mas diz que não faltava às aulas. Gostava de mudar de profissão. “O meu desejo é ser camionista de longo curso. Têm melhores ordenados e assim podia ir co-nhecer a Europa”, confessa.

Inquéritos

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Sílvia Caniço, 31 anos, licenciada em Design Industrial, Almeirim “Não me arrependo da licenciatura embora esteja a trabalhar noutra área”

Licenciada em Design Industrial Sílvia Caniço continua a frequentar cursos e formações no ramo do design indus-trial. Enquanto não encontra emprego na área trabalha numa empresa de comunicações móveis. Foi contratada através de uma empresa de trabalho temporário. A vida não está fácil e Sílvia precisa de pagar as suas contas. Já trabalhou na área do design mas entretanto o contrato terminou. O sonho de voltar a trabalhar numa empresa de design não morreu e Sílvia Caniço continua a enviar currículos com regularidade. Aluna da Escola Secundária Marquesa de Alorna, em Almeirim, Sílvia gostava das au-las e diz que era uma aluna aplicada. A disciplina preferida era Oficinas de Arte. Elege o professor de Filosofia como o melhor docente que teve e não guarda boas recordações da professora de História do 11º ano. Apesar de não estar a exercer a profissão para a qual estudou não se arrepende de se ter licenciado porque considera ser uma “mais valia”.

Patrícia Feijão, 29 anos, licenciada em gestão de empresas, Glória do Ribatejo

“Ir mais longe nos estudos nem sempre é boa solução”

Se soubesse o que sabe hoje talvez não tivesse apos-tado à licenciatura, tendo ficado pelo curso de contabi-lidade geral feito na Escola Profissional de Salvaterra de Magos. As colegas que fizeram essa opção estão to-das empregadas enquanto ela está a fazer um estágio no Centro de Bem-Estar Social de Glória do Ribatejo (concelho de Salvaterra de Magos) que conseguiu atra-vés do Centro de Emprego mas que termina em Ou-tubro. Dá apoio à área administrativa e de contabili-dade e também ao arquivo da instituição. Terminou o curso em Julho de 2009 e andou mais de um ano à procura de emprego sem nunca conseguir uma opor-tunidade. “Nas entrevistas pediam sempre experiência profissional. Como é que posso ganhar experiência se não me dão qualquer oportunidade para adquirir ex-periência?”, afirma.

Telma Figueiredo, 25 anos, curso profissional de Medições e Orçamentos, Entroncamento

“Ainda bem que não desisti de estudar porque senão estava pior”

Telma Figueiredo já tem a sentença lida: dia 28 de Ju-nho termina o segundo contrato de seis meses na empresa de construção civil em Mira d’Aire. Depois de um ano de trabalho Telma Figueiredo vai para o desemprego. Um cenário que não lhe é desconhecido. Depois de ter con-cluído o curso de Medições e Orçamentos na Escola Pro-fissional Gustavo Eiffel, no Entroncamento, fez o estágio profissional e foi mais uma a engrossar as estatísticas do desemprego. Estava a trabalhar na caixa de um super-mercado quando encontrou emprego na sua área. Mas a experiência durou pouco. A jovem não tem esperança de encontrar emprego na sua área uma vez que o sector da construção civil está “completamente parado”. Na ado-lescência não gostava das aulas e pensou em desistir da escola no 9º ano. “Entretanto surgiu a oportunidade de fazer este curso e não me arrependo. Se não tivesse um curso seria bem pior”, afirma. Telma quer encontrar um emprego que lhe dê estabilidade e lhe permita tornar-se independente.

Inquéritos

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Valter Rodrigues, 30 anos, licenciado em Geologia Aplicada e do Ambiente, Fazendas de Almeirim

“Não tenho a mínima esperança de encontrar trabalho na minha área”

Licenciado em Geologia Aplicada e do Ambiente diz que não tem a “mínima” esperança de encontrar em-prego na sua área porque é “muito específica” e não há muito trabalho em Portugal. Depois de ter feito o estágio curricular fez alguns trabalhos por conta pró-pria mas não deu certo. Ficou seis meses em Lisboa à procura de trabalho mas quando percebeu que já não dava mais voltou para Fazendas de Almeirim. Ao fim de ano e meio, quando lhe surgiu a hipótese de traba-lhar numa loja ligada à agricultura não pensou duas vezes. “O meu pai não gostou muito mas expliquei que queria fazer as minhas coisas, sair à noite e não ter que lhe pedir dinheiro. Acabou por entender o meu pon-to de vista”, diz. O jovem nunca foi um aluno muito aplicado mas estava atento nas aulas. Geologia, biolo-gia e educação física eram as suas disciplinas favoritas.

Mara Martinho, 27 anos, empregada fabril, Foros de Salvaterra

Ir à escola era uma tortura mas quer voltar a estudar

Ir à escola era uma verdadeira “tortura”. Garan-te que nunca teve apetência para os estudos e que andar lá era uma “perda de tempo”. Talvez por isso só tenha estudado até ao 6º ano. “No dia em que saí da escola senti-me aliviada”, confessa. Entretanto, completou o 9º ano através das Novas Oportunida-des e está a pensar fazer o 12º ano. “Com mais habi-litações posso ter mais oportunidades”, diz. Traba-lhou durante muitos anos como escriturária numa empresa que fechou devido à crise. “Era um traba-lho que adorava”, declara. Agora é empregada fabril numa empresa em Benavente mas gostava de voltar a fazer o que fazia. “Este trabalho é horrível e mui-to puxado”, desabafa. Tem procurado sobretudo na internet empregos para escriturária mas tem noção que não é fácil. “O mercado de trabalho em Portu-gal está muito complicado. Existem muito poucas ofertas de emprego”, afirma.

Isabel Caniço, 29 anos, licenciada em Arquitectura, Almeirim

“Nunca pensei que fosse tão difícil arranjar emprego”

Chegou a exercer arquitectura mas o mercado de trabalho “complicou-se” e Isabel não tem tido sor-te. Envia currículos para todas as empresas e ate-liers mas é muito raro ter resposta. Como não quer estar dependente dos pais aceitou trabalhar numa empresa de telemóveis. O ordenado não é “grande coisa” mas é melhor do que “estar em casa sem fa-zer nada”. Não se arrepende de ter tirado o curso e acredita que quando a situação económica do país melhorar será mais fácil encontrar emprego na sua área. Sempre que pode frequenta cursos e forma-ções para se manter actualizada. Isabel Caniço sem-pre gostou das aulas e elege Geometria Descritiva como a sua disciplina favorita. Adorou a professora de Português do 5º ano e detestou o professor de Ar-quitectura do 2º ano da faculdade.

Inquéritos

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foto O MIRANTE

No âmbito de uma parceria com a Es-cola de Música “Canto Firme”, a Escola Se-cundária Jácome Ratton de Tomar oferece,

no ano lectivo de 2011-2012, cursos profis-sionais de nível 4 na Área da Música (10º ano). De acordo com o maestro António Sousa, presidente da direcção da Canto Fir-

me, trata-se dos Cursos de Instrumentista de Cordas e Teclados e de Instrumentista de Sopro e Percussão, que conferem um diploma de conclusão do nível secundário

Cursos profissionais de Música na Escola Jácome Ratton em TomarIniciativa resulta de uma parceria com a Escola de Música “Canto Firme”

de educação (12º ano) e um certificado de qualificação profissional de nível 4. Estes cursos juntam-se aos cursos profissionais que actualmente já são ministrados naque-le estabelecimento. De acordo com o mes-mo, a componente curricular sócio-cultural será ministrada na Escola Jácome Ratton, sendo as componentes científicas e técnico artística da responsabilidade da Escola de Música Canto-Firme. “A relevância desta iniciativa, para além da parceria estabele-cida entre o ensino genérico e o ensino ar-tístico, baseia-se no facto destes serem os primeiros cursos da área artística a abrir na zona do Médio Tejo da Região de Edu-cação da Grande Lisboa”, sublinha Antó-nio Sousa. Os cursos destinam-se a alunos que completem o 9º ano de escolaridade ou equivalente ou aos que já tendo com-pletado o 9º ano de escolaridade tenham menos de 20 anos de idade e pretendam obter uma formação artística de excelên-cia de nível secundário. O curriculum será constituído por 35 horas semanais, reparti-das por cinco dias por semana. Para a im-plementação destes cursos é necessário a formação de uma turma em cada com um com um mínimo de 15 alunos, encontran-do-se abertas inscrições na Escola de Música Canto-Firme, à qual se seguirá a matrícula na Escola Secundária Jacome Ratton. Os candidatos que habitem fora de Tomar têm direito a apoio de deslocação, tendo todos os alunos direito a subsídio de alimenta-ção. Mais informações podem ser obtidas na secretaria da Canto-Firme de Tomar - Associação de Cultura, através do telefone 249314251 ou e-mail [email protected].

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Cláudia Basso, 28 anos, empregada de loja, Alcanena

“A Universidade é uma mais-valia mas hoje é melhor esconder o currículo”

Foi o desejo de começar a trabalhar que fez Cláudia Basso deixar o 11º ano e empregar-se numa fábrica têx-til. Há dois anos, através das Novas Oportunidades, ter-minou o secundário. “Gosto de trabalhar na loja, mas na altura podia ter terminado o secundário, era só mais um ano”, comenta. “Comecei a ver que não estava a ti-rar o aproveitamento devido e foi por isso que desisti. Há dias em que me arrependo, mas a mentalidade de então era outra”. Enquanto estudante, “faltava um bo-cado às aulas mas tirava boas notas. Gostava de Alemão e Filosofia e ainda gosto bastante”, revela. Está desilu-dida com o ensino. “Com as novas oportunidades não aprendi nada de útil nem sequer me aumentou o orde-nado. A Universidade é sempre uma mais-valia mas da maneira que as coisas estão às vezes é melhor nem ter grande currículo. A experiência de vida conta mais”.

Tiago Costa, 27 anos, desempregado /ajudante de loja, Alcanena

“Se soubesse o que sei hoje tinha-me dedicado mais ao estudo”

Actualmente ajuda o pai na loja de ferragens que este possui em Alcanena, mas afirma-se desempre-gado. Fez o 9º ano, jogou futebol durante algum tempo, até que decidiu regressar aos estudos e tirar o 12º ano em técnico de informática. “Pensava que teria mais hipóteses de emprego, mas não se confir-mou”, lamenta. O seu actual projecto de vida passa por dar continuidade ao negócio da família. “Ainda pensei em tirar um curso ligado ao Desporto mas já desisti”. Comenta que era um aluno razoável mas que na altura pensava sobretudo em jogar futebol e faltava muito às aulas. “Na altura fiz o que achei melhor mas se soubesse o que sei hoje passava a vi-da a estudar”.

Marisa Ferreira, 20 anos, empregada em loja de roupa, Tomar

“Um dia gostava de tirar um curso na área do Desporto”

Afirma que parou de estudar e se empregou pa-ra arranjar dinheiro suficiente para voltar à escola e tirar um curso superior. “Tirei o 12º ano e gosta-va de um dia tirar um curso da área do Desporto”, explica. Durante o seu percurso escolar foi uma aluna mediana. “Como no Secundário estava em Desporto e era uma área muito activa, por vezes as aulas teóricas não me cativavam”, justifica-se. Para já não pensa muito no futuro. “Agora não sei. Primeiro o curso e talvez um dia abrir o meu pró-prio ginásio”, sonha. Ainda não esqueceu muito do que aprendeu mas afirma que o que ficou foi sobretudo o que aprendeu a nível de interacção com as pessoas. “Da escola é esse conhecimento prático que recordo”.

Inquéritos

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“As aulas eram chatas mas agora tive que voltar a estudar”

Diz que ir à escola era engraçado mas que as au-las eram muito chatas. Deixou a Escola E.B. 2, 3 da Chamusca no 9º ano, contrariando a vontade dos pais. A maioridade permitiu-lhe seguir o seu desejo. O sonho de ser futebolista profissional, que alimentava na altu-ra, já não existe e agora limita-se a jogar à bola por diversão. Arrependi-do de ter desistido dos es-tudos trabalha num café e voltou a estudar à noi-

“Se voltar a estudar é apenas para fazer formação profissional”

Sabe o que é trabalhar num café desde os 8 anos, altura em que começou a andar pelo estabelecimen-to do pai. A paciência para o estudo também acabou cedo. No 8º ano abandonou a Escola C+S de Aveiras de Cima. Agora, aos 27 anos, arrepende-se de ter desisti-do, mas se voltasse teria de ser por pouco tempo. “Gos-tava de fazer uma formação profissional na área da pas-telaria ou coisa do género, uma licenciatura leva mui-to tempo e acho que não tinha paciência”, acredita.

“Os cursos não valem nada se não tivermos cunhas”

Sonhava ser enfermeira mas depois de concluir o 12º ano na Escola Artur Gon-çalves foi tirar um curso profissional em massagem e fisioterapia para Lisboa. Aos 24 anos está a trabalhar em part-time numa loja de roupa e calçado em Torres Novas e as perspectivas de conseguir trabalhar na sua área são diminutas. “Está complicado. Estou desde Julho do ano passado à procura de emprego rela-cionado com a minha for-mação académica”, conta. Arrepende-se de não ter

Tiago Estorninho, 21 anos, empregado de balcão, Chamusca

te. “Para já quero fazer o 12º ano, depois logo se vê”, confessa. Ainda não tem a certeza mas se optar por tirar uma licenciatura gostava que

fosse na área das artes. O jovem, apesar da falta de oportunidades profissio-nais na zona, não preten-de deixar a Chamusca.

Ângela Correia, 27 anos, funcionária de pastelaria, CartaxoDiz, sonhadora, que gosta-ria de trabalhar num navio de cruzeiros ou então ter o seu próprio restaurante, mas reconhece que essa é uma hipótese pouco pro-vável. “Num cruzeiro pelo menos estava sempre a ver

coisas diferentes, e tinha contacto com outras lín-guas e culturas”, defende a jovem que nos tempos li-vres gosta de ler. Nicholas Sparks e Margarida Rebelo Pinto são dois dos seus au-tores preferidos.

Maria Ruivo, 24 anos, funcionária de loja de roupa e calçado, Torres Novasoptado por uma licenciatu-ra mas também considera que, actualmente, não há facilidades para ninguém e que, por vezes, “só com cunhas se consegue alguma

coisa”. Garante que não se vai acomodar. “Devemos ir fazendo formações para actualizar conhecimentos e não ficarmos parados no tempo”, defende.

Inquéritos

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Vanessa Montes, 29 anos, funcionária de café, Chamusca

“O ensino é pensado por quem não conhece a realidade”

É licenciada em ensino de primeiro ciclo, pela Escola Superior de Educação João de Deus. Chegou a exercer a profissão em Lisboa mas quando se mu-dou com o marido para a Chamusca teve de apostar noutra área. Agora dedica-se à exploração do bar do quartel de bombeiros, projecto pelo qual acabou por ganhar um carinho especial, apesar de ainda ter espe-ranças de voltar a exercer a sua profissão. Acha que os jovens se afastam da escola porque “cada vez mais o ensino é pensado por pessoas que não conhecem a realidade do mundo”. Diz que a falta de saídas pro-fissionais desmotiva. “Acabam por pensar que não vale a pena andar a gastar dinheiro e a perder tem-po se depois também não têm garantias nenhumas de sucesso”, explica.

Bruno Guimarães, 32 anos, funcionário de café, Vale da Pinta, Cartaxo

“Vou apostar na agricultura”

Frequentou a Escola Secundária do Cartaxo e gos-tou. Elege as disciplinas de História, Sociologia e Edu-cação Física como as suas preferidas. Quando termi-nou o 12º ano achou que estava pronto para singrar no mundo do trabalho. Já teve alguns empregos mas nada que o preenchesse. Aos 32 anos, ajuda um ami-go num café em “part-time”, enquanto faz formação em produtos fitofarmacêuticos. “Pensei em aprovei-tar o espaço que tenho em casa, na quinta, e apostar na agricultura. Acho que é uma área em que os jovens devem voltar a investir”, defende. Se pudesse escolher dedicava-se à música profissionalmente mas enquanto isso não acontece, vai tocando para amigos. Garante que se fosse hoje tinha estudado mais, embora não te-nha a certeza que isso lhe garantisse mais e melhores oportunidades de trabalho.

Patrícia Oliveira, 23 anos, funcionária de loja de roupa, Torres Novas

“Faltou-me maturidade mas agora tenho outra visão da vida”

Falta de maturidade foi o que a afastou da escola. Chumbou alguns anos e depois de reprovar no exames nacionais achou que estava a perder tempo e decidiu ir trabalhar. Diz que agora tem outra visão da vida e de-fende que com o salário mínimo não se faz nada da vida, portanto há que procurar melhor. “Emprego atrás do balcão tem-se quase garantido. Basta uma cara bonita e não é preciso muitos estudos, por isso não se perde nada em procurar melhor”, afirma. Pretende voltar a estudar. A área da Gestão é a que mais interesse lhe desperta a atenção. “Se soubesse o que sei hoje deixava-me estar quieta e continuava os estudos, mas reconheço que na altura não tinha maturidade para isso mas não faz mal porque ainda vou muito a tempo”, diz com ar confiante.

Inquéritos

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“Não tenho cabeça para tirar uma licenciatura”

A dificuldade em arran-jar emprego fez com que Catarina Santos optasse por tirar recentemente o equiva-lente ao 12º ano, através do programa das novas opor-tunidades. A vida de estu-dante, que achava chata e rotineira fez com que ficas-se pelo 9º ano que frequen-tou em Alpiarça. Gostava de Educação Física e detes-tava matemática. Apesar de tudo, não se arrepende da decisão. “Não tenho um emprego de sonho, basta--me trabalhar e receber ao

fim do mês. Talvez gostasse de trabalhar com crianças, mas não tenho cabeça para ir tirar uma licenciatura”, assegura a jovem que está a substituir um funcionário de férias. “Nem as pessoas que tiram cursos superio-

res se safam hoje em dia”, acrescenta. “Até gosto do que faço agora, só é pena não ser uma coisa certa”, lamenta a jovem que nos tempos livres gosta de na-vegar na internet.

Catarina Santos, 26 anos, carteira, Chamusca

Inquéritos

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Margarida Neves, 26 anos, empregada de balcão, Almeirim

“Saí da escola porque achava aquilo uma seca mas já me arrependi”

Quando andava na escola achava as aulas uma seca mas hoje compreende que devia ter-se aplicado mais. “Quando somos miúdos não damos valor e os estudos são muito importantes para conseguirmos melhores empregos”, reflecte. Margarida Neves trabalha numa loja que vende artigos para a casa e está com um con-trato de seis meses. Estava na loja de Santarém mas há três semanas veio para o espaço em Almeirim substi-tuir uma colega que terminou o contrato. Ainda tentou completar o ensino secundário à noite mas, entretanto, começou a trabalhar a tempo inteiro e não conseguiu conciliar ambas as coisas. O seu sonho era ser auxiliar de educação ou educadora de infância mas actualmente já não tem esperança de tirar um curso. A jovem con-fessa que tem receio do futuro que se aproxima e tem medo de ter que voltar para o desemprego.

Jorge Ladeiras, 26 anos, Militar, Entroncamento

“Queria dinheiro para comprar as minhas coisas”

Terminou o contrato de militar, que durou sete anos em Santa Margarida, concelho de Constância, no dia em que conversou com O MIRANTE. Tentou entrar nos quadros mas não passou nos testes. O jovem terminou o 9º ano e decidiu deixar os estudos. Se fosse hoje tinha decidido de maneira diferente. “Se voltasse atrás tinha continuado os estudos mas na altura queria dinheiro pa-ra comprar as minhas coisas e ser independente por isso deixei a escola”, diz. Aos 18 anos ingressou na tropa onde completou o 12º ano e actualmente frequenta o 2º ano do curso de fotografia no Instituto Politécnico de Tomar. Foi admitido para o curso de guarda prisional que arran-ca em Setembro. Esse é o seu principal objectivo mas vai tentar conciliar com o último ano do curso de fotografia. Na escola gostava mais de brincar do que ir às aulas. As aulas preferidas eram geografia, matemática e educação física. Gostava de ser fotógrafo mas que lhe dessem liber-dade para fazer as coisas à sua “maneira”.

Catarina Oliveira, 30 anos, empregada de café, Entroncamento

“Hoje em dia um curso não vale muito”

Deixou a escola no 9º ano porque os pais não tinham possibilidades para pagar a continuação dos estudos. Catarina Oliveira garante que já te-ve mais pena de não ter tirado uma licenciatura. E explica porquê. “Hoje em dia um curso não va-le muito porque há milhares de jovens licenciados que têm empregos como eu. Gastaram dinheiro e não conseguiram melhores empregos”, diz.

Se tivesse tido oportunidade gostava de ter si-do educadora de infância. Quando frequentava a escola tinha gosto em ir às aulas e aprender. A professora de educação física do 9º ano era a sua preferida e “detestava” a professora de história do mesmo ano escolar. Neste momento não está à procura de um emprego melhor. Na sua opinião, o importante é ganhar dinheiro ao fim do mês pa-ra pagar as despesas.

Inquéritos

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Apesar da crise económica que o país atravessa ter reduzido as verbas disponíveis para formação de docentes, o Centro de Formação da Lezíria do Te-jo (CFLT) da Associação de Escolas dos Concelhos de Almeirim, Alpiarça e San-tarém, tem encontrado formas de manter as várias acções programadas para me-lhorar as competências dos professores em áreas tão distintas como o uso dos quadros interactivos, a gestão de biblio-tecas ou as novas tecnologias, para dar apenas alguns exemplos.

O director do CFLT não esconde que a falta de recursos financeiros dificulta o trabalho, tornando a resposta a todas as necessidades de formação mais com-

Alunos finalistas do Curso Pro-fissional de Marketing e do Curso Profissional das Energias Renová-veis da Escola Secundária de Sá da Bandeira, em Santarém, reuniram--se num restaurante da cidade com os seus professores e amigos para comemorarem o final do seu cur-

so. Foi recuperada a praxe acadé-mica dos finalistas do antigo liceu nacional de Santarém durante os anos 70 que além do traje académi-co usado pelas alunas, usavam uma colher de pau onde colocavam as fitas oferecidas pelos amigos, pro-fessores e colegas.

Professores da Lezíria do Tejo melhoram competênciasCrise condicionou apoios mas não acabou com a formação de docentes

plicada, mas revela que a instituição tem conseguido a criatividade suficiente pa-ra encontrar soluções para essa falta de verbas. “O que nos tem dado mais satis-fação é precisamente continuar a fazer esse trabalho de formação sem finan-ciamento. Temos conseguido o apoio dos formadores de forma graciosa e até estabelecemos novos protocolos forma-tivos”, refere António Amendoeira, que foi professor e membro dos órgãos de ges-tão da Escola Secundária Sá da Bandeira, de Santarém, durante vários anos, e que está há seis a dirigir o CFLT, que abran-ge cerca de milhar e meio de docentes.

Um desses casos é o protocolo as-sinado com a Escola Internacional de Línguas (EIL), de Santarém, instituição de qualidade reconhecida que trabalha na área há cerca de 12 anos, apostando sempre na excelência dos seus recursos humanos que leccionam com recurso às mais modernas tecnologias de ensino. O protocolo, que visa a melhoria das com-petências em língua inglesa dos docen-tes dos vários grupos de recrutamento, foi assinado este mês entre o director do CFLT, António Amendoeira, e a directo-ra da EIL Eduarda Reis (ambos na foto).

O que nos tem dado mais satisfação é precisamente continuar a fazer esse trabalho de formação sem financiamento. Temos conseguido o apoio dos formadores de forma graciosa

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Linguacultura - Instituto de Línguas de Santarém com cursos para todas as necessidades

Linguacultura - Instituto de Línguas de Santarém é uma instituição que foi criada em 1964 e conta com uma equipa de professores qualificados e nativos, sen-do reconhecida pelo Ministério da Educação. A institui-ção encontra-se a terminar mais um ano lectivo, estan-do já a aceitar inscrições para o próximo. Os responsá-veis indicam que há promoções a decorrer para quem se inscreva em Junho e Julho e também para os cursos de línguas no Verão.

O Instituto de Línguas de Santarém disponibiliza vá-rios cursos para adultos e crianças a preços acessíveis como, por exemplo, o curso normal do ano lectivo (Se-tembro a Junho), cursos com módulos de 70 ou 100 ho-ras (com equivalência ao curso normal mas ao ritmo da disponibilidade de horário de cada aluno), cursos inten-sivos (que se adaptam às necessidades do alunos poden-do ser direccionados para a área de trabalho ou estudo) e ainda cursos de Verão (com duração de 20 horas) que custam 70 euros. Este preço reduzido tem a finalidade de incentivar o gosto pelas línguas para crianças, ado-lescentes ou para adultos que podem ter mais disponi-bilidade durante esta época.

O MIRANTE — ANO XXII Nº990 - 23-06-2011

NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO DE SANTARÉM

A CARGO DA NOTÁRIA ISABEL MARIA RAIMUNDODE OLIVEIRA FILIPE BATISTA MARQUES

Eu, Isabel Maria Raimun-do de Oliveira Filipe Batista Marques, Notária do Cartório Notarial de Isabel Marques, na cidade de Santarém, CERTIFICO, para efeitos de publicação, que, por escritura de dezassete de Junho de dois mil e onze, lavrada de folhas cento e nove a folhas cento e dez, no livro de notas para escrituras diversas número duzentos e onze - A.

MANUEL DA PIEDADE BATISTA, contribuinte fi scal 149 032 641 e esposa MARIA HENRIQUETA DA PIEDADE QUITÉRIO BAPTISTA, con-tribuinte fi scal 153 269 464, casados sob o regime de co-munhão geral, ambos naturais da freguesia de Alcanede, onde são residentes na Rua 12 de Janeiro, n°s 71 e 73, Vie-gas, concelho de Santarém, outorgaram uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual com exclusão de outrem, se declaram donos e legítimos possuidores, do seguinte:

Prédio rústico, composto de eucaliptal, com a área de cinco mil cento e sessenta metros quadrados, a con-frontar de norte com Manuel da Piedade Batista, de sul e nascente com Antonio Manuel da Piedade Batista e de po-ente com caminho, sito em Quinta do Loureiro, freguesia de Alcanede, concelho de Santarém, omisso na Con-servatória do Registo Predial de Santarém. e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 41 da Secção AZ, com o valor patrimonial tributário para IMI de € 148,26 e para IMT de € 374,82, valor este que lhe

atribuem. Que possuem o referido

prédio há mais de VINTE ANOS, tendo o mesmo vindo à posse deles, ora justifi cantes, no ano de mil novecentos e oitenta, por compra verbal a Manuel da Piedade Santo e mulher Maria Fernanda dos Santos, casados sob o regime da comunhão geral, residen-tes no lugar de Viegas, dita freguesia de Alcanede, não tendo no entanto reduzido a escritura pública a referida compra verbal, mas posse essa que vêm exercendo sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio sem interrupção e ostensivamente, à vista e com o conhecimento de toda a gente, traduzida em actos de fruição, efectuando benfeito-rias, pagando as respectivas contribuições e impostos, sendo portanto uma posse pública, pacífi ca, continua e de boa fé, pelo que adquiriram o referido imóvel para o seu património,por usucapião, não tendo todavia documento que lhes permita fazer prova do seu direito de propriedade pelos meios extrajudiciais normais.

Que, assim, invocam o usucapião como meio aqui-sitivo do seu direito de pro-priedade.

ESTÁ CONFORME.

Cartório Notarial de Isabel Marques, 17 de Junho de

2011.A Notária

Isabel Raimundo de Oliveira Filipe Batista

Marques

VENDA E CONVOCA-ÇÃO DE CREDORES

N.º da Venda: 1929.2010.2 - Serv. Finanças ABRANTES - [1929] Freguesia de Abrantes (S. Vicente) , Prédio Urbano Artigo 7643 freguesia de S.Vicente, Concelho de Abrantes, casa de r/c para habitação e comercio,R/C D1 para habitação com três divisões ,R/C E para comércio com uma divisão , sito na Abrançalha de Baixo Lote 5 em Abrantes, valor patri-monial total 107 744,38€,, descrito na Conservatoria sob o nº 03967.

Teor do Edital:Carlos Alberto Pombo

Lopes da Cruz, Chefe de Finanças do Serviço de Finanças ABRANTES-1929, sito em R. NOSSA SEN-HORA DA CONCEIÇÃO, Nº 1, ABRANTES, faz saber que irá proceder à venda por meio de propostas em carta fechada, nos termos dos artigos 248.º e seguintes do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT), do bem acima mel-hor identifi cado, penhorado ao executado infra indicado, para pagamento de divida constante em processo(s) de execução fi scal.

É fi el depositário(a) o(a) Sr(a) MARIA JOSE GOMES, residente em ABRANTES, que deverá mostrar aquele bem a qualquer potencial interessado (249.º/6 CPPT), entre as 16:00 horas do dia 2011-04-13 e as 16:00 horas do dia 2011-07-12

O valor base da ven-da (250.º CPPT) é de € 75.421,07.

As propostas deverão ser enviadas via Internet, mediante acesso ao “Portal das Finanças”, em www.portaldasfinancas.gov.pt na opção “Venda de bens penhorados” ou entregues neste Serviço de Finanças, em carta fechada dirigida ao Chefe do Serviço de Finan-ças, mencionando o número da venda no envelope e na re-spectiva proposta, indicando nesta ultima, nome, morada e número de identifi cação fi scal do proponente. O prazo para recepção de propostas termina às 10:00 horas do dia 2011-07-13 procedendo-se à sua abertura pelas 10:00 horas do dia 2011-07-13, na presença do Chefe do Serviço de Finanças (253.º/a CPPT). Não serão consideradas as propostas de valor inferior ao valor base da venda (250.º/c CPPT).

Se o preço mais elevado, com o limite mínimo do valor base para venda, for ofer-ecido por mais de um propo-nente, abre-se licitação entre eles, salvo se declararem que pretendem adquirir o(s) bem(ns) em compropriedade (253.º/b CPPT).

Estando presente só um dos proponentes do maior preço, pode esse cobrir a proposta dos outros, caso contrário proceder-se-á a sorteio (253.º/c CPPT).

A totalidade do preço de-verá ser depositada, à ordem do órgão de execução fi scal, no prazo de 15 dias, contados do termo do prazo de entrega das propostas, mediante guia a solicitar junto do órgão de execução fi scal, sob pena das sanções previstas na lei do processo civil (256.º/e CPPT e 898.º Código de Processo Civil - CPC).

No caso do montante su-perior a 500 unidades de con-ta, e mediante requerimento fundamentado, entregue no prazo de 5 dias, contados do termo do prazo de entrega de propostas, poderá ser autor-izado o depósito, no prazo mencionado no parágrafo anterior, de apenas a uma parte do preço, não inferior a um terço, e o restante em até 8 meses (256.º/f CPPT).

A venda pode ainda estar sujeita ao pagamento dos impostos que se mostrem devidos, nomeadamente o Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, o Imposto do Selo, o Imposto Sobre o Valor Acrescentado ou outros.

Mais, correm anúncios e éditos de 20 dias (239º/2 e 242º/1 CPPT), contados da 2.ª publicação (242º/2), citando os credores desconhecidos e os sucessores dos credores preferentes para reclamarem, no prazo de 15 dias, con-tados da data da citação, o pagamento dos seus créditos que gozem de garantia real, sobre o bem penhorado acima indicado (240º/CPPT).

Identificação do Ex-ecutado:

N . º d e P r o c e s -so de Execução Fiscal: 1929200901000071 (e apen-sos)

N I F/N I PC: 109069790Nome: MARIA JOSE

GOMESMorada: R DA ESCOLA

N 317 - ABRANçALHA DE BAIXO - ABRANTES

O Chefe de Finanças:( Carlos Alberto Pombo

Lopes da Cruz )

SERVIÇO DE FINANÇAS DE ABRANTES - 1929

ANÚNCIO

DF SANTARÉM - DGCI

O MIRANTE — ANO XXII Nº990 - 22-06-2011 - 1ª PUBLICAÇÃO

MUNICÍPIO DE BENAVENTEEDITAL Nº 270 / 2011

António José Ganhão, Presidente da Câmara Municipal de Benavente, torna público, nos termos do preceituado na alínea d), do nº 1 do artigo 70º do Decreto-Lei nº 442/91, que todos os interessados poderão manifestar-se, no prazo de dez dias úteis após a publicação do presente Edital no jornal “O Mirante”, sobre a:- Proposta para colocação de sinalização vertical a proibir o estacionamento na Rua dos Negócios, junto ao lote 10Q, na Zona Industrial do Vale Tripeiro, em Benavente.

As opiniões deverão ser expostas por escrito ao Presidente da Câmara Municipal de Benavente, até à data limite do prazo estipulado, no seguinte local:Câmara Municipal de Benavente, Divisão Municipal de Obras Particulares e Planeamento Urbanístico e DesenvolvimentoPraça do Município 2130-038 BenaventePara constar se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afi xados nos lugares públicos de estilo.

Benavente, 14 de Junho de 2011O Presidente

António José Ganhão

Também disponibiliza cursos no estrangeiro, levando os alunos a Inglaterra para fazerem cursos intensivos no Verão. Estes podem aprender a língua ao realizar muitas actividades em Inglês, em escolas qualificadas. Linguacultura - Instituto de Línguas de Santarém dis-ponibiliza ainda cursos para empresas tendo em conta as suas necessidades específicas. A instituição oferece também explicações desde o 1º ciclo a grau universitá-rio para todas as disciplinas. Mais informações podem ser obtidas no Largo Padre Chiquito, Edifício BES-2º, em Santarém.

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Fábio Vieira, 18 anos, funcionário de pizzaria, Cartaxo

“Mesmo com estudos não se vai longe”

Um desinteresse ge-neralizado pelo ensino e dificuldades económicas afastaram-no da escola. Fi-cou com o 9º ano. “Tenho pena de não ter estudado mais. Se com estudos não se vai longe sem estudos é bem pior”, desabafa. Diz que gostava de ter um em-prego melhor mas que não implicasse estar fechado num escritório. Se voltasse à escola, coisa que para já não faz parte dos planos, gostava de enveredar pela engenharia mecânica. “Se

voltar a estudar é à noite, para conciliar com um part-time. Afirma também que se fosse agora não te-

ria desistido dos estudos, mas ainda assim prefere um papel mais activo. “Ler não é comigo”, assegura.

Inquéritos