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ENSINO DA FILOSOFIA E DIREITOS HUMANOS desafios à educação em direitos humanos Paulo César Carbonari Mestre em Filosofia (UFG-GO) Professor de Filosofia no Instituto Berthier (IFIBE, Passo Fundo, RS) Membro do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos (CNEDH/SEDH-PR) Conselheiro Nacional do Movimento Nacional de Direitos Cada ser humano leva em si a forma inteira da humana condição. Michel de Montaigne. Ensaios.

ENSINO DA FILOSOFIA E DIREITOS HUMANOS desafios à educação em direitos humanos

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ENSINO DA FILOSOFIA E DIREITOS HUMANOS desafios à educação em direitos humanos. Paulo César Carbonari Mestre em Filosofia (UFG-GO) Professor de Filosofia no Instituto Berthier (IFIBE, Passo Fundo, RS) Membro do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos (CNEDH/SEDH-PR) - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: ENSINO DA FILOSOFIA  E DIREITOS HUMANOS desafios à educação em direitos humanos

ENSINO DA FILOSOFIA E

DIREITOS HUMANOSdesafios à educação em direitos humanos

Paulo César Carbonari Mestre em Filosofia (UFG-GO)

Professor de Filosofia no Instituto Berthier (IFIBE, Passo Fundo, RS)Membro do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos (CNEDH/SEDH-PR)

Conselheiro Nacional do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH)

Cada ser humano leva em si a forma inteira da humana condição. Michel de Montaigne. Ensaios.

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DESDE A FILOSOFIA E O ENSINO DA FILOSOFIA

Que significa ensino de filosofia?

Há lugar para a filosofia na sociedade e na escola?

O que tem o ensino da filosofia a dizer à educação em direitos humanos?

PROBLEMATIZAÇÃO

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DESDE OS DIREITOS HUMANOSO que significam direitos humanos?

Há lugar para os direitos humanos na sociedade e na escola?

O que tem os direitos humanos e a educação em direitos humanos a dizer ao ensino da filosofia?

PROBLEMATIZAÇÃO

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POSICIONAMENTOS

FILOSOFIA, FILOSOFAR, ENSINO DA FILOSOFIA

Filosofia é CONHECIMENTO SISTEMÁTICO!

Filosofar é refletir. É manter aberta a PERGUNTA!

Ensino da Filosofia é abrir ESPAÇOS CRÍTICOS!

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SÓCRATES

Figura inaugural da filosofia.

Filosofia é vocação à IMPERTINÊNCIA.

Filosofia, filosofar e ensino da filosofia

CONSTRUÇÃO DE SENTIDO FORA DO LUGAR (comum).

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Fazer da vida permanente pesquisa é o núcleo do filosofar socrático.

Isto é, pôr-se fora do lugar (comum), na busca por um lugar, um sentido.

Filosofar é estar no INTERVALO, no sem-lugar do mesmo e da mesmice.

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MAS,

Para o mundo, o comum, o fácil é o certo. Fazer o que todos fazem é mais fácil: não onera a responsabilidade e nem exige cuidado.

Há tantas certezas, tanto saber fazer. Perguntar é recusar a alguma profissão de fé, o que oblitera a pesquisa e padroniza as práticas.

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ALTERNATIVAMENTE,Filosofar está no INTERVALO entre saber e não

saber. Preservar o intervalo é condição para o conhecimento, todo o conhecimento, inclusive aquele que pretende dar conta de compreender o sentido do intervalo.

Filosofar brota do sentido contraditório de pertencer ao mundo, sem que o mundo tome conta de quem pertence a ele. Pertencimento ao mundo é não pertencimento à mesmice. É preservar-se e preservar a ALTERIDADE como possibilidade, como abertura, como construção.

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FILOSOFIA e FILOSOFAR“missão” de ajudar a fazer “nascer” o ESTAR – não o SEREstar é TRANSITIVO; Ser é INTRANSITIVO! Filosofia e filosofar impertinentes são transitivas!Talvez por isso seja, ao mesmo tempo, essencial

que estejam na sociedade, na cidade, na educação e que nelas não tenha lugar!

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POR ISSO,

Filosofar é permanecer no PERCURSO. A filosofia é estranha, é nômade. Está sempre a caminho, sem trechos definidos, sem ponto de partida e de chegada. LONGE dela estabelecer a verdade; PERTO dela, a expectativa pela verdade e a perplexidade com a verdade.

Filosofar é preservar o INTERVALO, construindo PONTES, nunca muros. Estar presente, não se esconder e não gerar lugares para esconder ou para se esconder, comprometendo-se com a construção de um mundo de cuidado e do cuidado do mundo, de si e dos outros.

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ENSINAR FILOSOFIA eENSINAR A FILOSOFARmais do que transmitir conteúdos ou métodos, é

ajudar sujeitos a:

GERAR e MANTER expectativas e perplexidades; REFLETIR com subsídios para compreender a

substantividade do viver;VIVER substantivamente o cuidado e a crítica, com

os outros e como os outros!

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POSICIONAMENTODIREITOS HUMANOS

Sou uma pessoa humana… … única...

… diferente das outras...… ao mesmo tempo… … sou pessoa … … COMO as outras pessoas... … COM as outras pessoas!

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DIREITOS HUMANOS - Exigências que cada pessoa tem COM e COMO as

outras pessoas.- Só existem porque somos seres humanos e pelo

fato de sermos humanos.- São realizados na vida de cada pessoa se vive em

dignidade (tem valor e não preço).- Cobram atitude pessoal de respeito!- Precisam de uma sociedade justa e pacífica!

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VIVER DIREITOS HUMANOS- SABER quais são os direitos…

- FICAR ATENTO/A para ver se os direitos estão sendo realizados de fato na vida das pessoas…

- RECLAMAR quando direitos são violados…

- EXIGIR todos os direitos para todas as pessoas, sempre, em todos os lugares!

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ENFIM

… EXIGIR SER RESPEITADO/A

… QUE AS OUTRAS PESSOAS SEJAM RESPEITADAS e

… RESPEITAR AS OUTRAS PESSOAS!

COMO SÃO NÃO COMO A GENTE

GOSTARIA QUE FOSSEM!

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EDUCAÇÃOé interação - intervalo pleno

Processos educativos acontecem na relação

na presença de sujeitos pluridimensionais que são alteridades distintas que se abrem (ou se fecham)

para a construção pessoal de uns/umas e de outros/as dos partícipes do/no

processo

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toma os sujeitos do/no processo desde dentro

e os põe dentro

das dinâmicas que abre

Qualquer outra será mais adestramento ou disciplinamento

Daí que, educação É educação em/para direitos humanos

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DESAFIOS CONSTRUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO

Ora, se processos educativos ocorrem na presença da alteridade (dos diversos) e remetem para dimensões relacionais diversas em complexidade, exigem posturas e posições abertas e plurais capazes de escapar da massificação e dos privatismos individualistas.

O OUTRO aparece e fala!

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COMPREENSÃO dos/nos DISSENSOS e CONFLITOS Ora, se conflitos e dissensos são parte

da convivência humana, não podem ser ignorados, exigem a CONSTRUÇÃO de MEDIAÇÕES adequadas à sua resolução, não para suprimi-los ou escamoteá-los, mas para que não redundem em violência, indiferença, desigualdade

COM O OUTRO pode-se estar melhor!

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ABERTURA ao MUNDO Ora, o compromisso com os contextos

exige desenvolver a sensibilidade e a capacidade de leitura da realidade e a inserção responsável, o que vem do mundo são desafios a novas práticas, o que significa formar sujeitos cooperativos e resistentes (intransigentes).

O OUTRO quer simplesmente ser gente!

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Cândido Portinari. Crianças brincando