12
Semana de 20 a 26 de Junho de 1959 * UM JORNAL QUE VALE POR UM LIVRO <fr Diretor: OSWALDO COSTA + Ano IV ^ Número 164 '^^^S^Ê^I^m^^^^Ê^^^^MÊÊ^^^. EDMAR MORÉL MERGULHA NO ARQUIVO PESSOAL DO MINISTRO DA GUERRA :":"'¦¦¦¦".' . ¦ ' ': ¦ '.- ' ¦ ¦ .:!- '" ' -.æ: •X^r^SiíÜíí?' V ;¦¦-:¦'.-:¦:-.¦:-"¦:? :¦:¦>'.-¦,.¦' U88(1™^^.-','*'.-. . ^^BIBHEv^v^' J8SSSSí<fríSv--:"-"i".'-'-,--.'.,.:-:::: :¦:¦!¦;v.-.vímí.-:-; -y.-i ;-.-.¦ !-.-ími---- -.- ,Jy. »¦¦:¦:-' :vX^^^•^^:^.Wv4^^Ri¦^^^Hwft{^v.,.,.,.-ENTREGUISTA NAO PODE SER PRESIDENTE ARTIGO DO CORONEL ÁNDERSON OSCAR MASCARENHAS contra Á:^MÊÊi^&^^Ê^^mÊmmÊI**$ ;.-;*--:..-;.v.;Bí.í.: DEPOIMENTO SENSACIONAL DO DEPUTADO PAULISTA GERMINAL FEIJÓ Na 2.a Página CONTRA- OFENSIVA NACIONAL À PRESSÃO DO FUNDO MONETÁRIO ECEBE UM BA HORA A correspondência do.povo não tem segredo! E foi por isto que o Maré- clial Teixeira Lott, Ministro da Guerra, autorizou que O SEMANÁRIO mergu- lhasse no seu arquivo pessoal, que encerra o drama do povo brasileiro, através de dezenas de milhares de cartas que chegam ao Palácio da Guerra. São homens e mulheres pedindo Justiça e clamando por um Brasil melhor, pedindo Lott no Calete para acabar com a corrupção. Edmar Morei, na 12." página, conta o que leu no -arquivo" do Marechal Henrique Duffles Teixeira Lott. A fotografia foi colhida no Palácio da Guerra, quando toda a correspondência particular do Ma- rechal Lott foi posta à disposição do redator de O SEMANÁRIO, vendo-se o Co- ronel Gilberto Pessanha, assistente do secretário do titular da Guerra e chefe do setor responsável pela correspondência pessoal do ministro. rova * æ"¦!•' > INTERPELADO por um ouvinte, no programa "Preto no Branco", da TV-Rio, sobre a veracidade ou fal- sidade das declarações contrárias à "Petrobrás" atribuídas a Jânio Quadros, declarações feitas em sua residência, numa reunião, efetuada, a 13 de agosto do ano passado, de líderes da campanha pró-Carvalho Pinto, o sr. Emílio Carlos contestou-as com veemência, dizendo que tudo não passava de um intriga contra o ex-governador de S. Paulo. O fato, que provocara a interpelação do ouvinte, fora dl- vulgado pela "Folha da Manhã", da capital paulista, em sua edição do dia seguinte àquela data. não sofrendo qual- quer desmentido por parte de Jânio. Quando esteve recen- temente no Rio, em conversa com o nosso diretor, o depu- tado Germinal Feijó, uni dos líderes políticos presentes h referida reunião, relatou-lhe o episódio nos termos em que a "Folha da Manhã" o divulgara. Como se tratava de uma informação prestada menos ao jornalista do que ao amigo, em confiança, e mesmo porque para tanto não havíamos sido autorizados, abstivemo-nos, por uma questão de ética, de publicá-la. Ela coincidia com as que anteriormente ti- véramos de outras fontes Igualmente idôneas e categori- zadas e, portanto, reforçava a nossa convicção absoluta acerca do entreguismo de Jânio Quadros, claramente ma- nifestado através de atitudes por êle tomadas em relação, a problemas nacionais, como, entre outras, a constante de sua rumorosa'e canalha entrevista ao "Correio da Manhã", entrevista contra a qual, na oportunidade, protestou com energia perante êle o coronel Janary Nunes, então presl- dente da "Petrobrás". Quando, pois, Emílio Carlos con- testou, com ênfase, na TV-Rlo, o noticiário da "Folha da Manhã", sabíamos que êle estava mentindo. Mas não o sa- blam os ouvintes daquela emissora, razão por que julga- mos do nosso dever apelar para o testemunho público do deputado Germinal Feijó, que, homem de bem e patriota, de certo não se negaria a dá-lo, fossem quais fossem as con- seqüências de sua atitude. O sr. Germinal Feijó é um dos elementos de proa do Partido Socialista de São Paulo, o partido que fêz a campanha de Jânio para prefeito da ca- pitai e, a seguir, para governador e que praticamente 11- derou a campanha pró-Carvalho Pinto. Seus antigos vfn- culos políticos e pessoais com Jânio talvez lhe criassem, nesse caso, um natural e compreensível constrangimento. Por isso, no apelo que lhe dirigimos, para que se mani- festasse de público sobre a grave questão, fizemos empe- nho em deixá-lo à vontade, embora soubéssemos que um homem de sua formação moral e doutrinária não se re- cusarla a cumprir o seu dever nas circunstâncias o dever de dizer simplesmente a verdade, doesse a quem doesse. O deputado Germinal Feijó procedeu de acordo com a nossa expectativa. No seu espírito de patriota, as razões do Interesse nacional sobrelevaram as conveniências de or- dem político-partldáría. A carta que êle nos dirigiu, cujo "fac-simile" reproduzimos, vale por um atestado de no- breza do seu caráter e da sinceridade do seu sentimento nacionalista. Ela é uma contestação cabal e categórica à mentira criminosa veiculada por Emílio Carlos, nos ardo- res do seu proselitismo janlsta, e uma confirmação plena da acusação de inimigo número um da "Petrobrás" e do Nacionalismo feita por nós ao candidato de Nelson Rocke- feller, do "Time" e da "Visão" à presidência da República. Rockefelfer disse: "Jânio é o meu candidato" Em nossa 7' página, reproduzimos o noticiário da "Folha da Manhã" falsamente contestado por Emílio Carlos, noti ciário a que Jânio, como observa muito bem Germinal, não opôs, até hoje, qualquer desmentido êle que, por fato de multo menor importância, processou aquele jornal c proibiu a entrada de seus redatores no Palácio dos Cam pos Elíslos! E preste-se atenção ao que diz ainda Germi nal, na carta ao nosso diretor: não nessa como TAM- BÉM EM OUTRAS OPORTUNIDADES Jânio manifestou- se CONTRARIAMENTE A "PETROBRÁS". E agora, José? São Paulo, 8 de junho de 1959 limo. Sr. OSWALDO COSTA186 Av. Presidente Vargas 502, 8.° RIO DE JANEIRO Ref.: declarações do sr. Jânio Quadros sobre a Petrobrás. Meu caro Oswaldo. Saudações. Por me encontrar fora da Capital, recebi seu cabogra- ma com muito atraso. Entretanto, apresso-me em dizer- lhe que, embora não conheça os termos da entrevista do Emílio ali citada, confirmo tudo quanto lhe afirmei a res- peito do pronunciamento do sr. Jânio Quadros, contrária- mente à "Petrobrás". Oportunamente, e tendo em vista dar meu pronuncia- mento testemunho a respeito deste assunto revelarei, com pormenores, o pensamento manifestado pelo sr. Jânio Quadros em relação à Petrobrás e o petróleo brasileiro por ocasião da reunião havida na casa do deputado Emílio Carlos e também em outras oportunidades. Ainda a propósito da reunião realizada na casa do Emílio, envio-lhe recorte do jornal paulistano "Folha da Manhã" (dia 4-5-58, fls. 3, "Momento Político"), que noticia êsse episódio. A entrevista não foi desmentida pelo sr. Jâ- nio Quadros. Como você pode observar, à reunião estiveram presen- tes Inúmeros políticos que, estou certo, confirmarão o que o jornal publicou, bem como as informações que, pessoal- mente, lhe transmiti. Com meu cordial abraço. GERMINAL FEIJÓ. \ FINAL, quem se opõe no PSD à candidatura do ma- rechal Teixeira Lott? Podemos contá-los pelos dc- dos: Amaral, o mais intransigente; Vitorino; Benedito; Felinto; Lameira, Ludovico; Naio Lopes de Almeida e, numa certa medida, Etelvino numa certa medida, di- zemos, porque a nós declarou, cerca de um mês, ser aquela a da sua preferencia. Vejamos, agora, o que repre- sentam, do ponto-de-vista político-eleitoral, ésses insignes cavalos de Tróia do janismo. Amaral levou no Estado do Rio uma surra tremenda, da qual nunca mais se recupe- rara. Vitorino, no Maranhão, c coisa do passado. Benc- dito, em Minas, tem contra si a opinião quase unânime de seus correligionários: Tancrcdo, Alkmim, Israel, Ultimo, Paulo Pinheiro Chagas, etc. e a seu favor apenas o gagaís- mo do Biazão e o golpismo inconformado de Carlos Luz. Felinto c a expressão de uma área reduzida, que o desgo- vêrno do sr. Ponce de Arruda se encarregou de desgastar cada vez mais. Lameira é um remanescente do baratismo, sem maior importância. Naio, boneco de Peracchi, é o porta-voz de um grupo apenas um grupo da Frente Democrática, ao qual se contrapõe outro, mais forte e mais numeroso, porque progressista, chefiado por Cario- magno. Etelvino ainda não se curou das feridas que Cid Sampaio lhe abriu no lombo, no pleito de outubro do ano passado. Todos eles, somados, não garantem ao candidato do partido meio milhão de votos. Enquanto isso, cearenses, baianos, mineiros, paulistas, catarinenses, riograndenses do Norte, paraibanos, alagoa- nos, sergipanos, piauienses, paranaenses, manifestam de forma inequívoca a sua tendência para a candidatura na- tural do honrado ministro da Guerra, candidatura que, além disso penetrou vitoriosamente em outras áreas par- tidárias, como o PTB. o PSP, o PST e o PRT e conta com as indisfarçáveis simpatias de contingentes ponderáveis do PSD. e do PDC e de elementos categorizados da própria UDN. Homens .fortes, eleitoralmente falando, como Bri- zola, Parsifal e Roberto Silveira, batem-se por ela. Jango, na reunião que teve com a Frente Parlamentar Naciona- Conspirata do Embaixador do Fundo Oswaldo Costa lista, dias antes de sua viagem à Europa, não teve dúvida em assegurar-lhe o apoio integral do PTB imediatamente após a sua oficialização pelo PSD. não tomava a ini- ciativa de lançá-la acrescentou para não dar aos pes- sedistas recalcitrantes pretexto para novas manobras e safadezas. Disse mais: para reforçar a coalisão em torno do marechal, dispunha-se, inclusive, a abrir mão da vice- presidência. Como é que, então, o almirante Peixotinho, embaixador do Fundo Monetário junto ao governo brasileiro, tem a co- ragem de afirmar que a candidatura Lott é uma candi- datura "difícil"? Difícil foi a dele a senador pelo Estado do Rio, conforme Roberto Silveira e Miguel Couto prova- ram nas urnas... Quando a metade da representação pes- sedista na Câmara se declara francamente pela cândida- tura do marechal e a outra metade só-não se pronun- ciou devido ao apelo patético que lhe fêz, na ocasião, o almirante Carreteiro para "não o desmoralizarem" não significa isso, por acaso, que as forças vivas e atuantes do partido, as mais próximas de suas bases, as mais em con- tato com o povo, estão com o marechal Teixeira Lott? Como se explica tão obstinada resistência a uma candi- datura que, ao mesmo tempo que é popular, consulta aos interesses imediatos e mediatos do partido e, como tal, encontra a mais ampla receptividade entre tantos elemen- tos responsáveis de ¦ seus quadros mais representativos? Como se explica que Peixotinho, esquecidode que, se está vivo, gordo' è vendendo saúde saúde física, entenda-se bem deve-o à ação corajosa e patriótica- de Lott no 11 de Novembro, passe, agora, a apoiar-se nas muletas de seus piores inimigos de ontem, desde o dr. Carlos Luz até o Amorim do Vale, a ponto de preferir, com o Benedito e o Felmto, a candidatura do Caolho à do Marechal? Êsse mistério, encarregou-se de decifrá-lo para nós o sr. Nelson Rockefeller, quando, em entrevista concedida a um enviado especial do "Estado de São Paulo", declarou que o seu candidato era Jânio, seu amigo íntimo, que lhe dera a honra de hospedar-se em sua residência, em Nova Iorque. A partir desse dia, não tivemos mais dúvida: a cúpula udenista iria enterrar, como enterrou, a cândida- tura natural de Juraci e o almirante-principe consorte iria esforçar-se, como se vem esforçando, para torpedear, no PSD, a candidatura natural do ministro da Guerra. A "Uni- ted States Steel", a "Sul América", a "Pernambuco Tram- ways", as empresas petrolíferas, a "Light", através dos chammas, dos larragoitis, dos spitzmans jordans e outros renomadòs apátridas, iriam forçar, sob a batuta do Nabuco, advogado da "Standard Oil", êsse casamento atrás da porta da cúpula pessedista com o janismo^ entreguista- golpista. E foi realmente o que se deu, de acordo com os planos traçados pelos trustes. Mas Peixotinho se engana, como se enganam os dc- mais sobas do PSD; fantasmas de uma época histórica- mente ultrapassada! Com, sem e contra eles, levaremos às urnas o nome do marechal Teixeira Lott, no pleito de 3 de outubro do ano próximo! Temos legenda para isso e estamos certos de que os pessedistas, petebistas, pessepis- tas, perristas, socialistas, jfidenistas e pedecistas patriotas formarão conosco na luta contra a "união nacional" de fachada e fancaria dos pelegos do colonialismo norte-ame- ricano, contra os embaixadores do Fundo Monetário, con- tra os inimigos da "Petrobrás", contra os traidores que não se pejam de sujar as mãos, ia Ferrari", na gamela dos interesses dos trustes estrangeiros. Sob a bandeira de Lott a bandeira da defesa do nosso petróleo e dos nos- sos minérios atômicos, do voto ao analfabeto e às praças de pré, da reforma agrária, do controle das remessas de lucros, do desenvolvimento econômico enfrentaremos em campo raso a recua dos peixotinhos, dos Valadares, dos jânios e dos zés nabucos e os faremos morder o da derrota, repetindo no plano nacional a façanha de Bri- zola e de Roberto Silveira. Na semana passada, por iniciativa da "Standard de Propaganda", agência de cavação publicitária ligada aos trustes norte-americanos, realizou-se uma reunião para as- sentar as "bases" (leia-se: os "cum quibus") de uma gran- de campanha a favor da "união nacional" com o afasta- mento da candidatura Lott. A essa reunião compareceram, entre outros, o Paulo da Baiana, representado por um sr. Portinho, que ninguém sabe quem é, o inefável Jabotizi nho da Mamãe, do "Diário de Notícias", e o dr. Nascimen to Brito, genro da condessa do "Jornal do Brasil". Êsse? conspícuos mercenários chegaram à gravebunda conclusa' de que a candidatura Lott será um fator de perturbaçã "dos negócios". E de que o Brasil precisa de paz, par que eles possam fazer em paz "os negócios"... Logo... Se é com gente dessa Laia, se é com êsse podre m; terial humano que o almirante Peixotinho Carreteiro - profanador da memória de Vargas, a quem tudo ficou de vendo, desde a carreira política de bambúrrio aos galões que não sabe honrar pensa conduzir por vias travessas ao Catete o nauseabundo Jânio, bolas para êle e bolas para o Caolho! Como disse o Jabutizinho e muito bem, pela primeira vez a candidatura do Marechal é, de fato, inarredável, queira ou não queira o balofo e velhaco embaixador do Fundo Monetário.

ENTREGUISTA NAO PODE SER PRESIDENTE - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/149322/per149322_1959_00164.pdf · a Jânio Quadros, ... PSD. e do PDC e de elementos categorizados da própria

Embed Size (px)

Citation preview

Semana de 20 a 26 de Junho de 1959 * UM JORNAL QUE VALE POR UM LIVRO <fr Diretor: OSWALDO COSTA + Ano IV ^ Número 164

'^^^S^Ê^I^m^^^^Ê^^^^MÊÊ^^^.EDMAR MORÉL MERGULHA NO

ARQUIVO PESSOAL DO MINISTRO DA GUERRA

:":"'¦¦¦¦".' . ¦ ' ': ¦ '¦ '. - '

¦ ¦ .:!- '" ' -. :

•X^r^SiíÜíí? ' V ;¦¦-:¦'.-:¦:-.¦:-"¦:? :¦:¦>'.-¦,. ¦'

88(1™^^.-','*'.- . . ^^BIBHEv^v^'

J8SSSSí<fríSv--:"-"i".'-'-,--.'.,.:-:::: :¦:¦!¦; v.-.vímí.-:-; -y. -i ;-.-.¦ !-.-ími---- -. - ,Jy. »¦¦:¦:-' :vX^^^•^^:^.Wv4^^Ri¦^^^Hwft{^v.,.,.,.- •

ENTREGUISTA NAOPODE SER PRESIDENTE

ARTIGO DOCORONEL ÁNDERSONOSCAR MASCARENHAS

contra Á:^MÊÊi^&^^Ê^^mÊmmÊI**$;.-;*--:..-;.v.;Bí.í.:

DEPOIMENTO

SENSACIONAL

DO DEPUTADO

PAULISTA

GERMINAL

FEIJÓ

Na 2.a Página

CONTRA-

OFENSIVANACIONAL

À PRESSÃODO FUNDOMONETÁRIO

ECEBE UMBA HORA

A correspondência do.povo não tem segredo! E foi por isto que o Maré-

clial Teixeira Lott, Ministro da Guerra, autorizou que O SEMANÁRIO mergu-

lhasse no seu arquivo pessoal, que encerra o drama do povo brasileiro, através

de dezenas de milhares de cartas que chegam ao Palácio da Guerra. São homens

e mulheres pedindo Justiça e clamando por um Brasil melhor, pedindo Lott no

Calete para acabar com a corrupção. Edmar Morei, na 12." página, conta o queleu no -arquivo" do Marechal Henrique Duffles Teixeira Lott. A fotografia foi

colhida no Palácio da Guerra, quando toda a correspondência particular do Ma-

rechal Lott foi posta à disposição do redator de O SEMANÁRIO, vendo-se o Co-

ronel Gilberto Pessanha, assistente do secretário do titular da Guerra e chefe

do setor responsável pela correspondência pessoal do ministro.

rova

* "¦!•'

>

INTERPELADO por um ouvinte, no programa "Pretono Branco", da TV-Rio, sobre a veracidade ou fal-

sidade das declarações contrárias à "Petrobrás" atribuídasa Jânio Quadros, declarações feitas em sua residência,numa reunião, aí efetuada, a 13 de agosto do ano passado,de líderes da campanha pró-Carvalho Pinto, o sr. EmílioCarlos contestou-as com veemência, dizendo que tudo nãopassava de um intriga contra o ex-governador de S. Paulo.O fato, que provocara a interpelação do ouvinte, fora dl-vulgado pela "Folha da Manhã", da capital paulista, emsua edição do dia seguinte àquela data. não sofrendo qual-quer desmentido por parte de Jânio. Quando esteve recen-temente no Rio, em conversa com o nosso diretor, o depu-tado Germinal Feijó, uni dos líderes políticos presentes hreferida reunião, relatou-lhe o episódio nos termos em quea "Folha da Manhã" o divulgara. Como se tratava de umainformação prestada menos ao jornalista do que ao amigo,em confiança, e mesmo porque para tanto não havíamossido autorizados, abstivemo-nos, por uma questão de ética,de publicá-la. Ela coincidia com as que anteriormente ti-véramos de outras fontes Igualmente idôneas e categori-zadas e, portanto, reforçava a nossa convicção absolutaacerca do entreguismo de Jânio Quadros, claramente ma-nifestado através de atitudes por êle tomadas em relação,a problemas nacionais, como, entre outras, a constante desua rumorosa'e canalha entrevista ao "Correio da Manhã",entrevista contra a qual, na oportunidade, protestou comenergia perante êle o coronel Janary Nunes, então presl-dente da "Petrobrás". Quando, pois, Emílio Carlos con-testou, com ênfase, na TV-Rlo, o noticiário da "Folha daManhã", sabíamos que êle estava mentindo. Mas não o sa-blam os ouvintes daquela emissora, razão por que julga-mos do nosso dever apelar para o testemunho público dodeputado Germinal Feijó, que, homem de bem e patriota,de certo não se negaria a dá-lo, fossem quais fossem as con-seqüências de sua atitude. O sr. Germinal Feijó é um doselementos de proa do Partido Socialista de São Paulo, opartido que fêz a campanha de Jânio para prefeito da ca-pitai e, a seguir, para governador e que praticamente 11-derou a campanha pró-Carvalho Pinto. Seus antigos vfn-culos políticos e pessoais com Jânio talvez lhe criassem,nesse caso, um natural e compreensível constrangimento.Por isso, no apelo que lhe dirigimos, para que se mani-festasse de público sobre a grave questão, fizemos empe-nho em deixá-lo à vontade, embora soubéssemos que umhomem de sua formação moral e doutrinária não se re-cusarla a cumprir o seu dever nas circunstâncias — o deverde dizer simplesmente a verdade, doesse a quem doesse.O deputado Germinal Feijó procedeu de acordo com anossa expectativa. No seu espírito de patriota, as razões doInteresse nacional sobrelevaram as conveniências de or-dem político-partldáría. A carta que êle nos dirigiu, cujo"fac-simile" reproduzimos, vale por um atestado de no-breza do seu caráter e da sinceridade do seu sentimentonacionalista. Ela é uma contestação cabal e categórica àmentira criminosa veiculada por Emílio Carlos, nos ardo-res do seu proselitismo janlsta, e uma confirmação plenada acusação de inimigo número um da "Petrobrás" e doNacionalismo feita por nós ao candidato de Nelson Rocke-feller, do "Time" e da "Visão" à presidência da República.

Rockefelfer disse: "Jânio é o meu candidato"

Em nossa 7' página, reproduzimos o noticiário da "Folhada Manhã" falsamente contestado por Emílio Carlos, noticiário a que Jânio, como observa muito bem Germinal, nãoopôs, até hoje, qualquer desmentido — êle que, por fatode multo menor importância, processou aquele jornal cproibiu a entrada de seus redatores no Palácio dos Campos Elíslos! E preste-se atenção ao que diz ainda Germinal, na carta ao nosso diretor: não só nessa como TAM-BÉM EM OUTRAS OPORTUNIDADES Jânio manifestou-se CONTRARIAMENTE A "PETROBRÁS". E agora, José?São Paulo, 8 de junho de 1959limo. Sr. OSWALDO COSTA 186Av. Presidente Vargas 502, 8.° — RIO DE JANEIRORef.: declarações do sr. Jânio Quadros sobre a Petrobrás.

Meu caro Oswaldo.Saudações.Por me encontrar fora da Capital, recebi seu cabogra-

ma com muito atraso. Entretanto, apresso-me em dizer-lhe que, embora não conheça os termos da entrevista doEmílio ali citada, confirmo tudo quanto lhe afirmei a res-peito do pronunciamento do sr. Jânio Quadros, contrária-mente à "Petrobrás".

Oportunamente, e tendo em vista dar meu pronuncia-mento — testemunho a respeito deste assunto — revelarei,com pormenores, o pensamento manifestado pelo sr. JânioQuadros em relação à Petrobrás e o petróleo brasileiro porocasião da reunião havida na casa do deputado EmílioCarlos e também em outras oportunidades.

Ainda a propósito da reunião realizada na casa doEmílio, envio-lhe recorte do jornal paulistano "Folha daManhã" (dia 4-5-58, fls. 3, "Momento Político"), que noticiaêsse episódio. A entrevista não foi desmentida pelo sr. Jâ-nio Quadros.

Como você pode observar, à reunião estiveram presen-tes Inúmeros políticos que, estou certo, confirmarão o queo jornal publicou, bem como as informações que, pessoal-mente, lhe transmiti.

Com meu cordial abraço.GERMINAL FEIJÓ.

\ FINAL, quem se opõe no PSD à candidatura do ma-rechal Teixeira Lott? Podemos contá-los pelos dc-

dos: Amaral, o mais intransigente; Vitorino; Benedito;Felinto; Lameira, Ludovico; Naio Lopes de Almeida e,numa certa medida, Etelvino — numa certa medida, di-zemos, porque a nós declarou, há cerca de um mês, seraquela a da sua preferencia. Vejamos, agora, o que repre-sentam, do ponto-de-vista político-eleitoral, ésses insignescavalos de Tróia do janismo. Amaral levou no Estado doRio uma surra tremenda, da qual nunca mais se recupe-rara. Vitorino, no Maranhão, c coisa do passado. Benc-dito, em Minas, tem contra si a opinião quase unânimede seus correligionários: Tancrcdo, Alkmim, Israel, Ultimo,Paulo Pinheiro Chagas, etc. e a seu favor apenas o gagaís-mo do Biazão e o golpismo inconformado de Carlos Luz.Felinto c a expressão de uma área reduzida, que o desgo-vêrno do sr. Ponce de Arruda se encarregou de desgastarcada vez mais. Lameira é um remanescente do baratismo,sem maior importância. Naio, boneco de Peracchi, é oporta-voz de um grupo — apenas um grupo — da FrenteDemocrática, ao qual se contrapõe outro, mais forte emais numeroso, porque progressista, chefiado por Cario-magno. Etelvino ainda não se curou das feridas que CidSampaio lhe abriu no lombo, no pleito de outubro do anopassado. Todos eles, somados, não garantem ao candidatodo partido meio milhão de votos.

Enquanto isso, cearenses, baianos, mineiros, paulistas,catarinenses, riograndenses do Norte, paraibanos, alagoa-nos, sergipanos, piauienses, paranaenses, manifestam deforma inequívoca a sua tendência para a candidatura na-tural do honrado ministro da Guerra, candidatura que,além disso penetrou vitoriosamente em outras áreas par-tidárias, como o PTB. o PSP, o PST e o PRT e conta comas indisfarçáveis simpatias de contingentes ponderáveis doPSD. e do PDC e de elementos categorizados da própriaUDN. Homens .fortes, eleitoralmente falando, como Bri-zola, Parsifal e Roberto Silveira, batem-se por ela. Jango,na reunião que teve com a Frente Parlamentar Naciona-

Conspirata do Embaixador do FundoOswaldo Costa

lista, dias antes de sua viagem à Europa, não teve dúvidaem assegurar-lhe o apoio integral do PTB imediatamenteapós a sua oficialização pelo PSD. Só não tomava a ini-ciativa de lançá-la — acrescentou — para não dar aos pes-sedistas recalcitrantes pretexto para novas manobras esafadezas. Disse mais: para reforçar a coalisão em tornodo marechal, dispunha-se, inclusive, a abrir mão da vice-presidência.

Como é que, então, o almirante Peixotinho, embaixadordo Fundo Monetário junto ao governo brasileiro, tem a co-ragem de afirmar que a candidatura Lott é uma candi-datura "difícil"? Difícil foi a dele a senador pelo Estadodo Rio, conforme Roberto Silveira e Miguel Couto prova-ram nas urnas... Quando a metade da representação pes-sedista na Câmara se declara francamente pela cândida-tura do marechal — e a outra metade só-não se pronun-ciou devido ao apelo patético que lhe fêz, na ocasião, oalmirante Carreteiro para "não o desmoralizarem" — nãosignifica isso, por acaso, que as forças vivas e atuantes dopartido, as mais próximas de suas bases, as mais em con-tato com o povo, estão com o marechal Teixeira Lott?Como se explica tão obstinada resistência a uma candi-datura que, ao mesmo tempo que é popular, consulta aosinteresses imediatos e mediatos do partido e, como tal,encontra a mais ampla receptividade entre tantos elemen-tos responsáveis de ¦ seus quadros mais representativos?Como se explica que Peixotinho, esquecidode que, se estávivo, gordo' è vendendo saúde — saúde física, entenda-sebem — deve-o à ação corajosa e patriótica- de Lott no 11

de Novembro, passe, agora, a apoiar-se nas muletas de seuspiores inimigos de ontem, desde o dr. Carlos Luz até oAmorim do Vale, a ponto de preferir, com o Benedito eo Felmto, a candidatura do Caolho à do Marechal?

Êsse mistério, encarregou-se de decifrá-lo para nós osr. Nelson Rockefeller, quando, em entrevista concedida aum enviado especial do "Estado de São Paulo", declarouque o seu candidato era Jânio, seu amigo íntimo, que lhedera a honra de hospedar-se em sua residência, em NovaIorque. A partir desse dia, não tivemos mais dúvida: acúpula udenista iria enterrar, como enterrou, a cândida-tura natural de Juraci e o almirante-principe consorte iriaesforçar-se, como se vem esforçando, para torpedear, noPSD, a candidatura natural do ministro da Guerra. A "Uni-ted States Steel", a "Sul América", a "Pernambuco Tram-ways", as empresas petrolíferas, a "Light", através doschammas, dos larragoitis, dos spitzmans jordans e outrosrenomadòs apátridas, iriam forçar, sob a batuta do ZéNabuco, advogado da "Standard Oil", êsse casamento atrásda porta da cúpula pessedista com o janismo^ entreguista-golpista. E foi realmente o que se deu, de acordo com osplanos traçados pelos trustes.

Mas Peixotinho se engana, como se enganam os dc-mais sobas do PSD; fantasmas de uma época histórica-mente ultrapassada! Com, sem e contra eles, levaremosàs urnas o nome do marechal Teixeira Lott, no pleito de3 de outubro do ano próximo! Temos legenda para isso eestamos certos de que os pessedistas, petebistas, pessepis-tas, perristas, socialistas, jfidenistas e pedecistas patriotas

formarão conosco na luta contra a "união nacional" defachada e fancaria dos pelegos do colonialismo norte-ame-ricano, contra os embaixadores do Fundo Monetário, con-tra os inimigos da "Petrobrás", contra os traidores quenão se pejam de sujar as mãos, "à ia Ferrari", na gamelados interesses dos trustes estrangeiros. Sob a bandeira deLott — a bandeira da defesa do nosso petróleo e dos nos-sos minérios atômicos, do voto ao analfabeto e às praçasde pré, da reforma agrária, do controle das remessas delucros, do desenvolvimento econômico — enfrentaremosem campo raso a recua dos peixotinhos, dos Valadares,dos jânios e dos zés nabucos e os faremos morder o póda derrota, repetindo no plano nacional a façanha de Bri-zola e de Roberto Silveira.

Na semana passada, por iniciativa da "Standard dePropaganda", agência de cavação publicitária ligada aostrustes norte-americanos, realizou-se uma reunião para as-sentar as "bases" (leia-se: os "cum quibus") de uma gran-de campanha a favor da "união nacional" com o afasta-mento da candidatura Lott. A essa reunião compareceram,entre outros, o Paulo da Baiana, representado por um sr.Portinho, que ninguém sabe quem é, o inefável Jabotizinho da Mamãe, do "Diário de Notícias", e o dr. Nascimento Brito, genro da condessa do "Jornal do Brasil". Êsse?conspícuos mercenários chegaram à gravebunda conclusa'de que a candidatura Lott será um fator de perturbaçã"dos negócios". E de que o Brasil precisa de paz, parque eles possam fazer em paz "os negócios"... Logo...

Se é com gente dessa Laia, se é com êsse podre m;terial humano que o almirante Peixotinho Carreteiro -profanador da memória de Vargas, a quem tudo ficou devendo, desde a carreira política de bambúrrio aos galõesque não sabe honrar — pensa conduzir por vias travessasao Catete o nauseabundo Jânio, bolas para êle e bolaspara o Caolho! Como disse o Jabutizinho — e muito bem,pela primeira vez — a candidatura do Marechal é, defato, inarredável, queira ou não queira o balofo e velhacoembaixador do Fundo Monetário.

PAGINA 2 ®. • Semana de £0 a 26 de Junho de 1959

;'S'(

.) 10 ¦•:

ílt«r!fcv!í;¦'KÜt.-J

BRASILIANASJOSÉ FREJAT

0 Para a construção da represa de Ribeirão dasLajes, a LIGHT abocanhou, por desapropriação do Govêr-no, imensas áreas de terras, em quantidade muito supe-rior às suas necesidades, a preço de pechincha. Valori-zadas as terras — que a Light comprou a Cr$ 400,00 oaltrJeire — o truste estrangeiro que tanto nos exploraestá loteando as imensas áreas não utilizadas, venden-do cada alqueire a sessenta mil cruzeiros. Esta denúnciafoi feita pelo verador socialista Cesário de Melo, na Câ-ma dos Vereadores do Distrito Federal. Já o vereadorIsaac Izecksohn, também do Partido Socialista Brasilei-ro, denunciou da tribuna da Câmara o fato de a Cia. Car-ris, Luz e Força ter suprimido os bondes de segunda cias-se e os carros baqaqeiros, sem quc a Prefeitura (que cs-tá cheia de beneficiários dtf LIGHT) tome as providênciascabíveis. Enquanto o preço das pasaqens de bonde pas-sou do vintém a três cruzeiros, ou seja, 150 vezes mais,as multas contratuais contra a Light continuam as mes-mas quantias do século passado, quando foi firmado ocontrato de concessão. Assim, informa o vereador sócia-lista, a Light prefere pagar a multa irrisória e retirar decirculação os bondes de segunda classe e os bondes pa-ra transportes de carga. Mas o João Neves da Fontoura,Eugênio Gudin, Roberto Campos (o jesuita civil) e o es-pancador Filinto Muller (falta alguém em Nuremberg)ainda continuam defendendo o capital estrangeiro. Cer-tamente é com a ajuda desse capital estrangeiro que opoliciai Filinto Muller apresenta-se como "possível" can-didato a Presidente da República.

irO '0 METROPOLITANO", jornal oficial

da União Metropolitana dos Estudantes,publica um delicioso "Editorial "à Ia ma-nière de" o (g) lobo", onde aprecia a perni-ciosa atuação do vespertino dos irmãosMarinho. Cita que

"0 Globo" já foi elogia-do até pelo Papa e passa a mostrar os"grandes serviços" culturais do citado jor-nal ao país, mencionando as seguintes no-táveis iniciativas: campanha intensiva pa-ra eleição do "rei dos viralatas"; o fantas-ma voador; a história dos grandes crimes,-a escolha da "senhorita Tijuca",- a colunado Ibrahim; o horóscopo diário; além dosataques à Petrobrás, como forma de "des-

pertar o espírito cívico de nossos jovens...;os elogios à quase embaixadora Clare Boo-th Luce,- as revistas culturais... "Radiolân-dia", "Querida" e as patrióticas históriasem quadrinhos para crianças. E' um jornalnauseabundo como "0 Globo" que recebeos mais estrondosos elogios do Papa e dosaltos dirigentes da Igreja, que usam e abu-sam de suas colunas e fecham os olhos àpodridão do lado. Seria interessante revê-lar ao povo brasileiro quanto o Brasil pa-ga em dólares, às empresas publicitáriasnorte-americanas, pela publicação desen-freada de perniciosas histórias em guadri-nhos, gue "0 Globo" e outros órgãos da im-prensa "sadia" espalham nas mãos das cri-ancinhas brasileiras.

*O O deputado mineiro CELSO BRANT, da Frente

Parlamentar Nacionalista, em discurso sôbre o Projetode Diretrizes e Bases da Educação, revela que, segundodados do IBGE, apenas 7% das famílias brasileiras dis-põem de meios para manter um filho em escola secun-daria. Referindo-se aos trabalhadores dã indústria, oIBGE afirma: só 4% dos industriários podem pagar osestudos de seus filhos. E' esta a situação dos trabalhe-tlores brasileiros, os homens que constróem a grandezado país vivem na mais negra necesidade, enquanto osindustriais, muitos deles ligados aos trustes norte-ame-ricanos, vivem a fazer campanha pela produtividade,nara explorar mais ainda o trabalhodor e ter os seuslucres aumentados. As leis que vêm atender às necessi-dades imediatas dos trabalhadores, como o projeto deLei de Previdência Social, o projeto de lei de greve, dodeputado AURÉLIO VIANA, continuam nas gavetas dasComissões.

*O 0 Prefeito Sá Freire Alvim, descen-

dente de tradicional família brasileira, co-mo diz o vespertino boca larga "0 Globo",parece até advogado da LIGHT. Concedeu-lhe novo, novíssimo aumento de tarifas degás, luz e força, na base de 35%. A insen-sibilidade dos dirigentes municipais chegoua tal ponto que ousou entregar à própriaLight a tarefa de fixar, ao seu arbítrio, astarifas aumentadas. Era só o gue faltava.

O O Banco Nacional de Desenvolvimento Eccnômi-co, onde pontifica o jesuita civil Roberto Campos, con-cedeu à São Paulo Light S.A.-Serviço de Eletricidade ofinanciamento de 1 bilhão e 300 milhões de cruzeiros,sob a forma de participação. Quer dizer, com o dinheirodos brasileiros, os lucros do truste americano de elet;i-cidade vão aumentar e consumirão mais dólares. Assim,o Brasil, colônia dos Estados Unidos da América, é queestá fornecendo capital para os países de grandes ca-pitais. Não é à-toa que o Roberto Campos estudou eco-nomia nas Universidades americanas. Até hoje êle aplicaos exemplos dados em nula como se o país nativo delefossem os Estados Unidos.

*,0 Numa das últimas reuniões do Di-

retório Nacional da UDN, o deputado Eurí-pedes Cardoso de Meneses pediu permissãopara apresentar os documentos que esta-vam em seu poder, referentes a atividadesdo sr. Jânio Quadros desde o tempo em queera um pobre advogado na cidade de SãoPaulo. Afirmava o deputado udenista guehavia acusações gravíssimos contra o sr.Jânio Quadros, provas sérias de que êlenão era nem honesto nsm louco, mas umespertalhão aue vivia em libações sensuaisnoturnas e. de dia, dava lições de merali-dade aos barnabés do serviço público. AMesa, com habilidade, que ninguém podenegar aos advogados da UDN, conseguiuadiar a abertura do tumor. Agora, passadosalguns dias, o deputado acusador, depoisde tomar um bom chá de conversa e de...,resolveu reexaminar a conduta passada dosr. Jânio Quadros sob um outro prisma e,em realidade, convenceu-se de gue as coisasnão são assim tão pretas, como pensava.Jânio Quadros, para o deputado néc-con-vertido, é, agora, um exemplo de varãoprobo e honesto, digno de ser sequido eimitado pelos'filhos... do deputado.

& JORNAL JM SEMANAContra-Ofensiva Nacional à

Pressão do Funcio MonetárioEnquanto JK titubeia e Lacerda defende os gringos, o povo reage à afronta feiia ao Brasil

Artigo esclarecedor da "Hanson's Letter"

0 GOVERNO respondeu à bofetada do Fundo Monelá-rio Internacional, autorizando a "Light" a aumentar

de 3596 os preços do gás c da luz... Se é essa a resistênciaquc o sr. Juscelino Kubitschek pretende opor às exigênciasafrontosas à soberania nacional que foram feitas por aqueleorganismo controlado pelos imperialistas norte-americanospaia a concessão de um empréstimo de 300 milhões de dóla-res ao Brasil, estamos lritos. Já na sexta-feira passada, aoreceber uma comissão composta de todos os vereadores ciaCâmara Municipal de Belo Horizonte, de todos os presiden-tes de entidades sindicais c estudantis da capital mineira ede sete deputados estaduais, que foram reclamar de S. Exa.a imediata encampação da "Força e Luz", o sr. JuscelinoKubitschek procurou ladear a situação, só não conseguindoos seus objetivos graças à firmeza com que lhe replicaramos seus interlocutores. "Tratarei de agir com energia, masdentro da lei" — foi a dúbia resposta dada pelo presidenteda República ao apelo de seus coestaduanos...

Na verdade, o presidente, depois de seu desabalo comos senadores pessedislas sôbre as exigências humilhantes doFundo Monetário, tentou dar um passo atrás, tanto assimque na sessão da Câmara de quarta-feira mandou o sr. Ar-mando Falcão c o sr. Horácio Laler dizerem, ali, que nãohavia motivo para tamanha grita, porquanto ainda se estava"nas

preliminares das negociações". Não contavam eles, en-tretanto, com a atitude patriótica do marechal Teixeira Lott,que na mesma hora em quc Falcão e Laler se esforçavam poratenuar os efeitos da enérgica reação oposta por aquela casado Congresso à afronta do FMI, pondo-lhe água na íervura,declarava cm entrevista a "O Globo" quc

"o gesto do presi-

dente, suspendendo as negociações, era o quc as circunstân-cias impunham e refletia a reação da dignidade nacional".Acrescentou o ministro da Guerra: "O Fundo Monetário In-ternacional exigiu do Brasil uma solução subalterna, comose estivesse tratando com uma nação insolvente. Temos odireito de reclamar mais respeito, mais consideração dessesorganismos internacionais, que sempre encontraram de nossaparte o melhor espírito de cooperação, de renúncia c até desacrifício das próprias vidas de brasileiros, como vimos naItália".

Diante disso, tornou-se impossível tapar o sol com umapeneira. Foi assim atrbiuída ao sr. Horácio Lafcr a missãode subir à tribuna da Câmara, para confirmar as revelaçõesfeitas pelo presidente aos senadores pessedistas e ler umanota oficial a respeito desse degradante episódio, que sóocorreu em virtude da nossa política externa de subserviên-cia aos Estados Unidos c ao fato de mantermos ali embai-xadores sabujos, além de curtos de inteligência e de falhosde cultura, quando não homens de negócios escusos ou liga-dos diretamente aos trustes ianqutis, como é o caso do sr.Walter Moreira Sales e o caso também do almirante AmaralPeixoto. Os americanos não teriam chegado à audácia extre-ma a que se referiu no seu discurso o sr. Horácio Laler, senão vivêssemos de cócoras e mão estendida diante deles, pos-tulando "empréstimos para pagar empréstimos", verdadeirosaco sem fundo com que cada vez mais debilitamos a econo-mia nacional e agravamos a nossa dependência em relaçãoa eles. As medidas que apontamos cm nosso número pas-sado c as quc cm nossa edição de hoje recomenda o nossoilustre colaborador e consagrado economista Ivaldo Falconimostram ao sr. Juscelino Kubitschek quc o Brasil dispõe demeios mais do que suficientes não só para resistir à pressãodo FMI como para levá-la de vencida, com o absoluto e ne-cessário resguardo da soberania nacional. O sr. JuscelinoKubitschek está, entretanto, preferindo aconselhar-se com oSchmidt e com Mr. Warnell, da embaixada americana, e aprosseguir nas infindáveis e humilhantes conversas com asautoridades de Washington que êle próprio, num primeiroímpeto, declarou não ser possível suportar por mais tempo.Nosso desejo sincero é'ô'de que o presidente se porte à ai-tura das circunstâncias e reaja como deve reagir à afrontafeita ao seu e nosso país. S. Exa. sabe que conta com o apoioda maioria do Congresso, com o apoio das Forças Armadasc com o apoio de todo o povo brasileiro, aquele expresso cia-

ramente na sessão de quarta-feira da Câmara, o segundo nadeclaração patriótica de Lott e o terceiro no apelo que a estashoras lhe devem estar fazendo os presidentes das organiza-ções estudantis do Rio de Janeiro, com a UNE à frente, ospresidentes de 58 sindicatos de trabalhadores do Distrito Fe-deral e a Frente Parlamentar Nacionalista, pelo seu presi-dente, deputado Bento Gonçalves. Apelo para que resista,para quc seja brasileiro, para que seja homem.

De qual modo, dois resultados positivos já se colheramdo episódio: a declaração do governo de que de forma algu-ma alterará a nossa política petrolífera consubstanciada nalei n.° 2.004 que criou a "Petrobrás" c de que não permitirá,de modo algum, a elevação cio câmbio de custo para as im-portações essenciais; e o desmascaramento completo da alajanista da UDN, que, pela boca de Carlos Lacerda, lacaio deZé Nabuco, advogado da "Standard Oil", de Herbert Levy,da "Sanbra", e de Raimundo Padilha, arrolado como espiãode Hitler no Livro Branco sôbre a segunda guerra

"mundial

de seus atuais amigos norte-americanos, defendeu o FundoMonetário, contra o Brasil, contra o interesse nacional, con-tra a soberania nacional, mostrando, assim, mais uma vez, aface verdadeira do janismo. Padilha chegou a dizer — bur-rice ou cinismo? — que o FMI era uma "cooperativa demo-crática", onde o voto dos Estados Unidos valia tanto quantoo do Paraguai, mentira prontamente desmascarada. Levy, onegocista matreiro do escândalo dos francos franceses doBanco Borges, aproveitou a oportunidade para encarecer anecessidade de ser feita a Reforma Cambial, justamente àmedida que, como o sr. Horácio Lafer — um testemunho in-suspeito — provou na entrevista que sôbre o assunto conce-deu a "O Globo", se refletiria imediatamente sôbre o custode vida, agravando-o, isto é, aumentando os sofrimentos denossas massas trabalhadoras. Escusado é dizer que a Reformaé uma das exigências do Fundo... Levy não fêz senão daro recado de seus patrões. Lacerda inocentou o Fundo, debla-terando contra o nosso "mau vezo" de atribuirmos nossasdificuldades às nações amigas, como os Estados Unidos...Que canalha!

Para maior esclarecimento da opinião pública, que seportou galhardamente, protestando com veemência contra ahumilhação que se quer infligir ao Brasil, transcrevemos da"Hanson's Letter" de 30 de maio último a seguinte nota emque êsse descarado porta-voz de Wall Street põe a desço-berto os reais objetivos c propósitos da campanha sôbre a"insolvência" do nosso país feita pelos trastes ianques paranos forçarem à capitulação:"O falor tempo é mesmo mais importante no caso doBrasil. Uma campanha eleitoral de importância histórica estáem vias de processar-se no Brasil em atmosfera de deteriora-mento financeiro quc os políticos não estão dissociando do in-vestimento estrangeiro. Já existe o desafio das expropriações.E as sondagens feitas por proeminentes parlamentares brasi-leiros c outras figuras representativas com referência a no-vas restrições em proveito de novos auxílios, estão levandoos investigadores americanos à conclusão de quc a inação éperigosa cm relação ao Brasil de hoje.

A partir dessa conclusão, uma nova política que afetediretamente a Petrobrás está sendo feita, e não há mesmo ai-ternativa, pois o novo Banco Interamericano não poderá ob-ter aprovação do Congresso sem o cumprimento daquela po-lítica. Não seria aconselhável que essa política fosse pronta-mente anunciada pelo governo americano para que a comu-nidade americana quc tem interesse no Brasil pudesse apro-veitar totalmente a mudança de clima — político e econômico— que isso envolveria? E não é claro que as companhias depetróleo estariam elaborando agora planos sôbre os meiospelos quais a- nova política possa vir a ser adaptada aos seusinteresses, assim como para melhorar efetivamente suas ope-rações no exterior?"

Reforcemos, pois, a resistência nacional a essa infâmia,com, sem ou contra Juscelino! Mostremos aos colonialistasianques que o Brasil não é presa fácil, muito menos colôniados Estados Unidos! Resistamos, como está resistindo emCuba, o grande c bravo Fidel Castro!

Nereu Ramos: In MemoriamVt.2 um ano, anteontem,* que Nereu Ramos desa-

pareceu tragicamente, numdesastre de aviação. Foi essaa maior perda sofrida pelonosso pais nestes últimosanos, pois Nereu era, de fato,um dos poucos homens que ;

nos restavam com vocaçãoverdadeiramente de estadis-ta. Honrado como os quemais o fossem — e a sua hon-radez tornou-se proverblal —•era também um grande pa-trlota, cuja ação se pautavarigidamente p-las normas,para êle Invioláveis, do inte-rêsse nacional. Ainda nossoam nos ouvidos suas últi-mas palavras, pronunciadas,na véspera de sua morte, noencerramento da convenção §do PSD de Santa Catarina,seu Estado natal: "A casa énossa (referia-se ao Brasil) ede mais ninguém". Nossosbraços estavam abertos paraquantos honesta e lealmentequisessem colaborar conosco,na obra de construção denosso progresso — acrescen-tou. Mas jamais deveríamosceder uma 3. -gada, um mi-limetro sequer, na defesa in-tra ;: —sso patrlmô-nio. Nossas riquezas naturaispor nós deveriam ser expio-.idas, e nã- por outros em

nosso próprio benefício, e nãoem benefício do capital fo-rãneo.

Nereu foi um de nossosmaiores, amigoc. Estimulou olançamento J^ste jornal,acompanhou-lhe com entuslas-mo os primeiros e difíceispassos, incentivando-nos aprosseguir na rota que noshavíamos traçado. No seuapelo moral e cívico, que ou-tro não nos poderia dar, poisera tão pobre quanto n is, en-contramos sempre o mais de-cidido encorajamento à nossaluta pela emancipação econõ-mlca do Brasil. Pouca gentesabe que Nere-j se nrenaravapara assumir posição de van-guarda em nosso movimento.Foi, portanto, çm grande che-fe que perdemos, grande porseu espírito público e sua ex-periência, grande pela autori-dade moral que lhe dava re-levos de girça.ite no meio dospigmeus de nossas cúpulasparli i- vias, grande pelo res-peito jut impunha e pela fir-meza com que agia.

Cidadão de virtudes exem-plares, 1... ..xcepcio-nais qualidade; pessoais —bom filho, bom • iso, bora

pai, bom avô, bom irmãe,

amigo inco- - Nereue: tami-Jm u:n enorme :o-ração. Debaixo daquela ial;acarranca, cujos traços os ca-ricaturistas exageravam, es-

um :ro Imensode afeto e cordialidade. Eralima criatura g.::erosa porr- p"n.rosidade,entretanto, não se confundiaem hipótese alguma com asfacilidades e complacênclasem moda em relação aos in-terêsses do país. Nesse pon-to, era Intransigente com osmaus patriotas, com os aven-turelros, com os desonestos,e daí a lenda i*-. sua "dureza"e a razão da resistência qucopuseram à sua candidaturaà presidência da República ascliques dos dutras, dos peixo-tinhos e dos Valadares, mui-

to embora fosse êle públicae universalmente reconhecidocomo o candidato natural deseu partido —¦ o PSD — aoexercício daquela alta magis-tratura, quer por suas quall-dadec intrínsecas, quer pelosnotáveis serviços prestados ánação. O último destes foi opapel histórico que desempe-nhou ro 11 de Novembro,quando se colocou ao lado deLott e Denys, cm defesa dalega'k'.jde democrática, con-tra os golpistas dos trustesestrangeiros.

Nele a serenidade e o equl-Iíbrio não excluíam, pelo con-trárlo, afirmavam a energiae a firmeza de atitudes. Seusadversários temiam-no, mas orespeitavam, porque o sabiamde antes quebrar que torcer

e, sobretudo, invulnerável, nahan -dez pública c .

".va-

da, aos ataqu. ais e àsinvectivas subalternas.

O destino implacável fui-minou-o com seus ralos, quan-do o Br.jll mais precisavadele. Daí a enormidade desua nerda, que todo., r.ós, pa-triotas, choramos, com tantomais razão nuanto, neste mo-mento declsivc de njssa his-tórla, mais necessária era asua pre. ic no cer 'o

poli-tico naclonai, orientando eguiando, com o seu saber deexperiências leito — "duca,slgnor e maestro" — o pode-roso movimento de libertaçãode nossa Pátria. Que a pre-sente geração saiba honrar asua memória, seguindo osseus exemplos.

O "Picareta" Danilo NunesO coronel Danilo Nunes continua na sua cam-

panha radiofônica contra o Nacionalismo. New aafronta feita à soberania nacional pelo Fundo Mo-netário deu-lhe um pouco de rubor às faces. O co-ronel prossegue, imperturbável, no cumprimento damissão que lhe atribuiu o FBI, conspirando a favordos trustes c contra o marechal Teixeira Lott. Aindaoutro dia, conforme noticiou "O Globo" na sua co-Iuna de "café-society", lá estava êle no "Bon Gour-met", regalando-se na companhia do desmoralizadoembaixador Décio Moura, líder janista do Itama-rati, e do aventureiro Jorge Chama, cavalo de alu-guel da "United States Steel" no manganês do Uru-cum c também, como não podia deixar de ser, ar-doroso partidário do Caolho. Entre êste cavalheirode indústria e aquele perfeito cretino, expulso dePortugal pelas indecências que ali andou pratican-do, o coronel anti-lottista divertia-se à larga, ma-mando a champanhota paga pelos trustes. O co-ronel não mete prego sem estôpa. Temos à mão asua ficha. Tendo substituído interinamente, na di-reçâo da Noroeste do Brasil, o general Lima Fi-gueiredo (nos últimos tempos do governo do Du-

tra), fêz tudo para ser conservado e efetivado porGetúlio. A um amigo do saudoso presidente — enosso também — e que, por sinal, foi quem nosrelatou o fato, chegou a acenar com "possibilidadesde bons negócios", caso conseguisse a sua nomea-ção para diretor daquela estrada. Ê escusado dizerque foi repelido à altura. Pois é um homem desseestofo moral que ousa combater o Nacionalismo,não hesitando, para isso, em mentir, caluniar, de-tratar os patriotas que lutam pela emancipação eco-nômica de nosso país, através do microfone mer-cenário de Assis Chateaubriand. Danilo não explica,nem pode explicar, de onde lhe vem o dinheiropara levar a vida de regabofe que leva nas boatese restaurantes caros do Rio de Janeiro. Mas seusantecedentes não deixam dúvida quanto à origemespúria e inconfessável desse dinheiro maldito, queo obriga, inclusive, ao miserável papel de caluniadorde seus camaradas do Exército, como informanteque é de Carlos Lacerda, sôbre os "comunistas"(leia-se: lottistas) das Forças Armadas. O que nosadmira é que o Exército ainda o tolere em suasfileiras.

Schmidt ou o Pavor Das GradesAugusto Frederico Schmidt, o Gordlnho Sinistro,

teve o topete de pretender deitar o verbo entre-guista na Faculdade de Direito de Sio Paulo, istoé, no mesmo glorioso cenácuio em que falaram Cas-tro Alves, Nabuco, Rui, Bllac e tantas outros lio-mens ilustres de nossa terra. Não pôde, entretanto,levar a efeito a sua empreitada mann-americanlsta,tal a vaia que, mal pronunciara as primeiras pala-vras, leveu dos estudantes. Com o rabo entre aspernas, o conhecido negocista voltou às pressas parao Rio, indignado com a "falta de consideração" deque foram vitimas as suas banhas hlpopotâmicas.Para compensar-se du susto tremendo que raspou,foi à Livraria São José e ali desandou a distribuirautógrafos, numa fúria louca, a meia dúzia de pas-cáclos que o bajulam na esperança de arranjar, porseu Intermédio, um emprego com o Juscelino. £ssespobres diabos não sabem que o Gordinho é trafi-cante de influência, e não protetor de "rates", coitaquc não rende. Que Deus lhe* perdoe a ingenuidademendlcante.

Mas não ficou por ai o desabafo cômico donosso grotesco personagem de revista do Válter Pin-to. Num acessa de histeria, entrou a desancar osnacionalistas, que, segundo êle, estavam querendolevar JK ao. suicídio com "essa história do FundoMonetário", a candidatura do marechal TeixeiraLott, na sua opinião o mais perigoso comunistadeste pais, e os intelectuais "transviados" que nãolhe vão à missa de "ministre des affaires noires"do governo do dr. Kubitschek E terminou fazen-do, em tom patético, a apologia de Jânio, o espe-rado e desejado Salvador de todos os schmidts. Emsuma: o quitanóeiro do "Disco" deu um espetáculo,para a alegria dos que há muito tempo não se riamtanto como se riram vendo o Chalaça dag Laran-jeiras sacudir a barriga, rebolar as nádegas e es-c-umar de raiva, só porque no próximo governo doMarechal os ratos não terão vez...

Coitado do Gordinho! Hoje, num apertamento deluxo, em Copacabana, e amanhã — quem sabe? —na cadela... Logo cie quc sofre de claustrofobia! .

B m M

CLINICA DR. AUGUSTO LINHARES*\ DR. FERNANDO LINHARES

Dlrttoreu DR. AUGUSTO LINHARES

OLTV1DOS, NARIZ £ GARGANTA SCIRURGIA ESTÉTICA . CIRURGIA DA SURDEZ'.

Rua México, 98 • 8.° Andar Telefonei 2 2Rio de Janeiro -—

0515

EXPEDIENTE

Dlretor-Presidente:OSWALDO COST*

Dtretor-SupertntendtMr:LEONOB TOMMAS1

Oerente:OSMAR TORRES

MACHADO

•++++++-S-+0+++++++¦+++++*¦++++*

REDAÇÃO E ADMINÍS-TRAÇÃO E PUBLICIDADE

Av. Presidente Vargas t'502 - 8." andar - Rio d*

Janeiro — Telefone -23-3711

Preço da AssinaturaAnual Cr$ 11*00Semestral Cr* iOOOO

Os originais enviados oaraqualquer seção não «eiíodevolvidos mesmo quandonão publicados.

O SEMANÁRIO '^ ANO IV + NÚMERO 164

Política en FlagranteM C.

BOLHAS — "O caso com o FundoMonetário Internacional", comenta o Ro-berto Marinho aparentemente aguilhoadopor um ronco de sonolcnto patriotismo,"vem mostrar que os Estados Unidosnem sempre compreendem, como de-viam, o Brasil c os demais países da

América Latina. Os requisitos desejados\ l\ por aquele órgão não são possíveis, não

tZ-JV^tft nos são convenientes." Isso, nego; vocênunca falou tão pouco e tão bem. Eu não

lhe dizia que a inteligência funciona melhor e mais correta-mente quando a gente não bebe uísque? Porém continua oBob, fingindo não ver os gestos de desespero c os olharesfuribundos do João Gagá e do Eugênio Gudin, que intentamatirar o Brasil no abismo dêsse Fundo: "Fêz o Sr. JuscelinoKubitschek o que devia, suspendendo as negociações como FMI, cujas imposições não podemos aceitar. E eis por-quc devem os brasileiros unir-se agora em torno do Govêrno, que agiu certo, que agiu bem, porque, acima dos in-terêsses partidários e dos laços internacionais, estão os in-terêsses do Brasil." Quem o diria! O Roberto escrevendocom coragem, com desassombro, com destemor! A Con-dessa Maurina é que tem razão: o mundo está perdido.Seis dias mais tarde, contudo, e o Roberto, recaindo cmestado de profunda letargia c meditação uisqúesità, mandaa consciência para a retifica supondo quc ela esteja quei-mando óleo ou produzindo bolhas de sabão. E dá marcha-à-ré (ou faz meia-volta-volver) em novo editorial. Como?

Assim: "Veja-se êsse problema do nos-so empréstimo com u Fundo Monelá-rio Internacional. Bastou quc o Sr.Kubitschpk batesse com o telefone pa-ra suspender as negociações c eis aíos famosos nacionalistas deblatcran-do, incitando, fraseando os fatos. Nãono interesse do País, mas para ajudaros desígnios sinistros do comunismo

internacional." Ah, bem que eu desconfiava: o Roberto pios-segue sendo o geômctra da quadratura do círculo -e daslinhas tortuosas. E vai por diante a tetéia, torcendo a caraaos patriotas: "Êste incidente revela mais uma vez quc onosso nacionalismo é anti-Estados Unidos, pois esses cava-lheiros só são nacionalistas num sentido. E assim c quc amentira vermelha se propaga como erva daninha." Para oRoberto (que por sinal não é vermelho mas azul-marinho eturfista) a coisa acaba resumindo-se então numa equaçãode pasto de Jockey Club, com "ervas daninhas" medrandoentre as outras ervas — as que fazem a felicidade e a piosperidade da burguesia do globo. Com o quc, também, êssebatuta se me afigura muito semelhante àquele mágico es-panhol, quem possuía o privilégio de ser burro e inteli-gente, bom e mau, perverso c compreensivo, tudo a unitempo ou, vá lá, ao tempo de cada lado. Conto-lhes.

MÁGICA EM CAMA — Certo príncipeda Carochinha, aflito com o rapto de suajovem princesinha por uma bruxa, correu apedir auxílio a um mágico que morava nasimediações do seu castelo, pessoa a quem seatribuíam esplêndidos e maravilhosos dons.Curiosa figura, êsse fazedor de bruxedos reu-nia em seu envólucro carnal duas persona-lidades distintas — uma boa, outra má —

capazes ambas de, agindo em separado, proporcionar a ai-guém felicidade eterna ou de castigar os desavisados comas mais estúpidas vinganças e demonstrações de mau-hu-mor. Sendo, assim, o tal mago, do lado direito ruim c dooutro uma dondoca, quando se pretendia dêlc obter umfavor, bastava falar-lhe ao ouvido esquerdo, quc conduziaa solicitação à sua personalidade doce; ai de quem, toda-via, se atrevesse a cochichar-lhe na outra orelha. Com-preendam: se ao interlocutor o mágico voltasse o lado es-querdo, tudo correria às mil maravilhas; apresentando olado inverso sobrevinham todas as maldições. Vai o prín-cipe, acerca-se do hemisfério bom do feiticeiro e faz o seupedido. O mágico, sorrindo, presenteia-o com uma flor, aqual,, nas ocasiões oportunas, transformaria qualquer ini-migo em porco espinho. Parte o filho do rei muito Iam-peiro à cata da bruxa, cuja sorte parece traçada. Buscadaqui, rebusca dali, e — pronto — encontra-a. O príncipenão titubeia: enfia-lhe logo, nariz adentro, a tal flor mila-grosa. Mas, oh surpresa! — em lugar de agir contra abruxa, a flor volta-se contra o seu portador. Que acontecera?Isto: o mágico fora dormir e, deitando-se sôbre o lado es-querdo, ressonava bem tranqüilo quando, inesperada e so-lerte, uma pulga mete-se-lhe pelas dobras da camisola. Abor-recido, mas sem acordar, o mago remexe-sc na cama detal forma que acaba virando sôbre o lado direito, com oque também modifica a orientação do encanto da flor.O Roberto (que de certo modo também é mágico, pois con-segue descompor todos os governos e deles receber os maispolpudos favores) é descendente direto dêsse mago santoque, depois de escrever o primeiro artigo elogiando J. K. ecriticando o Fundo, deve ter ido dormir e se voltado nacama, insensivelmente, sôbre o lado direito. Vão ver atéque a pulga responsável pela viradela desta vez foi o Eu-gênio Matusalém...

A PASTA — O Danton Jobim con-tinua preocupadíssimo (no que tem ra-zão de sobra) com a pasta quc, contendodocumentos sôbre bandalheiras do Jâniono Governo de São Paulo, o EurípcdesCardoso de Menezes levou ao diretório na-cional da UDN; êste, no entanto, teme-rosamente não a abriu. Clama agora oDanton: "Enquanto a pasta conthuiar fe-chada, é evidente que correrá tôdâ-a sorte

de rumores sôbre o seu misterioso conteúdo. A paixão po-lítica, exacerbada pela aproximação da campanha presi-dencial, atribuirá ao Sr. Jânio Quadros delitos talvez maio-res do que os que realmente terá cometido. Em todo caso,a opinião pública mais imparcial alimentará fundadas sus-peitas quer na lisura como age o partido, quer na apregoa-da honestidade e nos propósitos reformadores do candi-dato da vassoura." Claro. Mas o quc a UDN não quer éprecisamente desvendar as malandragens do Pai da Tutupois, no fundo (que também é, de alguma forma, mone-tário) não deseja pôr a nu e de público a conduta do seucandidato, cuja cabeleira conseguiu fascinar o incauto Fer-nando Ferrari, transviado imberbe e impoluto. "Abra-se apasta", aconselha o Danton, "para que o honrado Sr. CarlosLacerda (hoje amigo íntimo e vizinho do não menos honra-do Sr. Chico Campos, digo eu) se fôr o caso, possa sus-tentar, à luz dos documentos, a probidade do seu candi-dato." Sim, abra-se. E abra-se porque, mesmo fechada,a pasta já está cheirando mal. Embora eu não saiba se ocheiro vem do Jânio propriamente ou das sujeiras queambos contêm. Abra-se o dossier e examine-se o libelo.Ê isto o que reclama a opinião de um partido de homensque se dizem decentes, como a UDN.

NÚMERO 164 ^ O SEMANÁRIO + ANO IV •- -• Semana de 20 a 26 de Junho de 1959 -• PAGINA 3

Os Ianquese o $@u Deus

GÓNDÍN DA FONSfcCA

QTQUANDO da eleição do último Papa, João* XXIII, ocorreu na Capela Slxtina um

Tato singular que ainda não vi comentadona imprensa. Alguém se queixou (um doscardeais presentes ao Consistórlo) de que asdespesas ali eram imensas apesar de seremtambém imensas as rendas do Vaticano —oriundas da sua participação em diversasinstituições bancárias, dos seus interessesnas duas principais empresas petrólicas domundo (Shell e Standard OU) e bem assimdas contribuições espontâneas dos fiéis. Opróprio Banco do Vaticano (Banca dei Spri-to Santo), embora poderosíssimo, despendedemais com a manutenção da equipe admi-nistrativa e diplomática da Cúria Romana,que é numerosa e bem paga. Desejava ocardeal orador que se realizasse, de futuro,uma política mais austera, de maior pou-pança. Todos concordaram. Nisto, ergue-se ocardeal de Nova Iorque (um tal Spellman)e propõe normas econômicas "mais compa-tíveis com o espírito dos nossos tempos".Pede que o Vaticano publique um boletimmensal das suas rendas e das suas despesase, no fim do ano, um Balanço Geral, comdemonstração da conta de Lucros e Perdasda Igreja Católica, firmada por contador pú-blico juramentado.

Isto poderá parecer pilhéria. Mas eu ape-Io1 para os três cardeais brasileiros que par-ticiparam do últlmc Consistórlo. Declaremse minto, se falo verdade.Quando Spellman acabou de falar, os pre-

sentes entreolharam-se envergonhados e mu-duram de assunto.

Só uma religião seduz e comove o ianque:a religião do dinheiro. Mesmo nas suas moe-das de dólar eles gravam: in God \ve trust— "em Deus confiamos". Neste Deus (su-bentende-se), no Deus do Dólar. Por isso éoue o roubo, ali, não se considera crimegrave quando praticado em alta escala e comêxito. Os filhos de Al Capone vivem cerca-dos de respeito. Cotadíssimos! Altas figurasdo Pentágono. O velho John D. Rockefeller,ladrão conhecido, fichado, com inúmerosprocessos nos tribunais do país por crimesde furto e de chantagem, conseguiu comdinheiro abafá-los todos e é hoje herói na-cional. Se eu me propusesse a desfiar as fal-catruas de Huntlngton, Jay Gould, Fisher,J. P. Morgan, Vanderbilt (o velho) e outros,vocês ficariam estarrecidos. Aliás, êste jor-nal inteiro não chegaria para uma sucintaexposição da matéria...

No fundo, o célebre "amerlcan way ofllfe" resume-se no seguinte: roubarem os ri-cos cada vez mais para manterem a classepobre escravizada, sempre escravizada. Fur-ta-se desbragadamente nos Estados Unidos!Ainda há pouco tempo, folheando a revistafrancesa "Parls-Match", de 18 de abril úl-timo, dei com o seguinte à página 41: "Ausnack bar, du Pentagone (Washington)100.000 tasses ont dispara en 1958". O quequer dizer: "no snack bar (uma espécie derestaurante de refeições ligeiras) do Pen-tágono, sumiram, em 1958, cem mil xícaras".Note, leitor, que o Pentágono, em Washlng-ton, é a sede do Estado-Maior do Exército,o quartel-general do país! Rouba-se tudo ali.Xícaras, Informações, armas, dinheiro, co-mestívels, fardamentos, etc. Após o términoda última guerra, soldados americanos des-tacados na Europa vendiam canhões, tan-quês, fuzis — tudo aquilo que podiam aga-dunhar. Se não acreditam no que lhes conto,leiam o livro de L. L. Mathias traduzido emfrancês sob o título "Autopsie des Etats-Unis", Paris, Êdltlons du Seuil). Depois dereformados, generais Ianques presidem em-presas vendedoras de aparelhos de barba(Mac Arthur), de sabonetes, de geladeiras,de louça sanitária (Mark Clark) e muitosse metem em negócios escusos de trigo econtrabando, conforme vimos em 1951 norelatório de Miguel Teixeira. Não o fazempor necessidade (pois seus vencimentos as-cendem a mais de trezentos contos por mês).Fazem-no porque é assim o "amerlcan wayof Hfe". Tradição! Religião do avança, dovenha-a-nós!

Dinheiro! Ganho! Lucro! Negócio! Do-lar! "In this God we trust" — "nesse Deusc que nós cremos". Explica-se por que mo-tivo encarregaram agora o pobre bol-mansoAmaral Peixoto (protetor do Carretclro e doMax Leitão) de torpedear no Brasil a can-didatura salvadora de Teixeira Lott. Ama-ral quer Jânio e um Código de Ètlca redl-gido provavelmente pelo Barcelos Bonito epelo Bahoud — a dupla do jogo e dos prós-tíbulos canaüzadora de pecúnia para o Ingáao tempo em que êle manobrava a nau doEstado.

No fundo há o petróleo, conforme se evi-denciou agora no caso do Fundo MonetárioInternacional. Amedronta o Departamentode Estado de Washington (há longos anosdirigido pela Standard Oil Company of NewJersey) o fato de ter o Brasil resolvido, me-lhor do que qualquer outra nação sul-ame-ricana, o problema dos carburantes mine-rais. Creiam-me! O governo plutocrata dosEstados Unidos (In God we trust) não nosperdoa o monopólio estatal do petróleo. Querdestruí-lo. Dará por essa destruição qual-quer dinheiro. Não trezentos milhões de dó-lares mas mil milhões. Mais ainda!

— Cumpre-nos aproveitar! Se facilitasse-mos concessões à Standard, ela imediata-mente arrancaria do nosso subsolo mais de«00.000 barris de petróleo por dia... Esta éa verdade.

Engano, meu querido Amaral Peixoto!Engano. Hoje há no mundo excesso de pro-Jução no setor de petróleo. E tal excessode prodi«ção acentuar-se-á na próxima dé-cada. A URSS já vem abastecendo a Suéciae breve despejará rios de petróleo na Euro-pa ocidental inteira, desmantelando, se pos-sível, a Standard e a Shell. Guerra econô-mlca salutar! Deus a ajude! Há tanto pe-tróleo sem mercado consumidor, que os Es-tados Unidos, depois de abocanhar as jazi-das do Saara (graças a De Gaulle), preten-dem congelá-las. Não querem a sua expio-ração e começam já, por causa disso, a tor-pedear, dentro da França, o governo do Ge-nera1."ocês precisam de ler certas revistas dagrãfinagem, como o "Parls-Match". Apren-de-se muito. Os ianques manobram dia enoite na Argélia, na Tunísia e em Marrocos.O jornal parisiense "L'Express", de 21 demaio, transcreve à página 6 parte de umartigo publicado por William R. Byron nogrande diário dos Estados Unidos "New YorkHerald Tribune" que o Estado-Maior Geraldas nossas Forças Armadas deveria arqul-var. O título do artigo é "Tudo depende daArgélia". Proclama Byron: "Há realidadesque poderiam reduzir a zero os sonSos pe-nosamente elaborados pelos pioneiros fran-

ceses. A primeira delas é a super-saturaçãodo mercado mundial do petróleo; a segundaé a guerra argelina. Na verdade, as grandescompanhias petroleiras já produzem mais doque podem vender, Numerosos poços, nume-rosas jazidas exploradas permanecem dor-mentes. Assim, quando os franceses bombea-rem petróleo do deserto, terão de se emara-nhar numa das mais espessas florestas daconcorrência mundial. Asseguram os indus-triais ianques do petróleo, não sem alguma

jaetância, que eles irão representar o papelde cordeiros no meio de lobos. Convenha-mos que a França é novata neste campo. Asua rede de comercialização de essência (ven-dida sob o rótulo de "Total") surge em ter-ceiro lugar, mesmo dentro da França! NoMercado Comum Europeu, encontram-se emposição esplêndida; mas fora dele as coisasmudam. Dificilmente se imaginará que osbritânicos, por exemplo, adquiram grandesquantidades de petróleo francês desprezandoos protestos das firmas patrícias. Por outrolado, os escandinavos já hoje alarmam osprodutores do ocidente, oferecendo petróleosoviético abaixo das cotações mundiais. E'certo que o petróleo do Saara não revela Im-purezas e enxofre; mas também é certo quenão revela qualidades que o tornem provei-toso à petroquímica — e hoje a petroquí-mlca absorve quarenta por cento da produ-ção do planeta."

A PETROQUÍMICA é o futuro! Tantoisso é verdade que o coronel Idálio

Lafer Sandenberg a entregou, entre nós —na parte da borracha sintética — aos doistrustes que a dominam nos Estados Unidos:Goodyear e Firestone. Claro que o sujeitonão iria desmoralizar-se gratuitamente den-tro da sua classe e do Brasil inteiro poramor à sujeira, ou por masoquismo. Não!O grande responsável é Juscelino.. Numa re-pública presidencialista, o presidente é sem-pre o responsável. Deve ter corrido dinheiro,é claro! Se correu, entrou no bolso de quem?Talvez no do Amaral Peixoto (que estavaem Washington tramando a bandalheira).No .do Gordinho Sinisti"o. No do Vítor Nu-nes Leal. E, certamente, no do próprio Jus-celino. Não nos esqueçamos jamais que ohomem era paupérrimo antes de entrar paraa política e é hoje milionário sem ter her-dado de ninguém, ganho a sorte grande ouexercido atividades lucrativas no comércioou na indústria.

Com excesso de produção dc petróleo (su-per-saturação do mercado mundial, confor-me declara William R. Byron) os ianquesnão desejam explorar as nossas jazidas, asda Bolívia, as do Peru ou as da Argentina.Querem-nas para as manter inativas. Fome-cendo-nos petróleo do Oriente Médio ou daVenezuela, escravizam-nos economicamente.Impedindo-nos de possuir energia industrialprópria, açambarcando as nossas empresaselétricas e as nossas áreas sedimentares —mantém-nos em permanente estado de colo-nia. Quem controlar a energia industrial deum país (eletricidade, petróleo, carvão e usi-nas termonucleares) controlará o país. Do-minando o petróleo do Canadá, os EstadosUnidos dominam o Canadá — contra a opi-nião de pelo menos noventa por cento dosseus habitantes. Exportando petróleo para aEuropa ocidental, a Shell e a Standard do-'minam a Europa ocidental. No Brasil, a Pe-trobrás afasta esse perigo..

'-Afasta? Criou-se para tal fim. Mas o seu

primeiro presidente, Juraci Magalhães, man-dou o engenheiro Neiva de Figueiredo aosEstados Unidos contratar um técnico. E êletrouxe de lá um vice-presidente da StandardOil Company, Mister Walter Link — a quempagamos cem mil dólares anuais isentos detodos os impostos, além de forte indeniza-ção. E' de fato esse sanguessuga que supe-rintende a Petrobrás... Ria-se, leitor! Ria-se para não chorar.

O objetivo da Standard Oil (através deMister Walter Link, um dos seus vice-presi-dentes) é realizar à nossa custa o levanta-mento exato de todas as áreas sedimenta-res brasileiras, para futura exploração porparte dos Estados Unidos. Não abrigo a mi-nima dúvida dc que, transcorrido algumtempo (depois de executado o plano ora emcurso) tropas ianques invadirão o Brasil sobqualquer mínimo pretexto. Se você tem aíconsigo oitenta cruzeiros vagabundos, com-pre numa livraria qualquer, ou mande virde São Paulo através do Serviço de Reem-bolso Postal, a terceira edição da minhaobra "Senhor Deus dos Desgraçados" (Li-vraria Fulgor, Rua Anhanguera 66, S. Paulo)e veja como os ianques atuam em toda aAmérica para se apossar dos seus recursospotenciais.

IfOU-LHES contar um caso de estarre-cer. Há tempos, em Tangará, no Es-

tado de Santa Catarina, uma sonda da Pe-trobrás bateu em arenitos petrolíferos. Gran-de festa na região. Foguetes. Discursos. Cer-vejada. Que fêz Walter Link? Sabedor docaso, ordenou ao engenheiro nacional con-trolador da sonda que entrasse em férias esubstituiu-o por quatro ou cinco chicaguen-ses da sua quadrilha. Ato contínuo era a son-da desmontada e transportada para longe.

Por que? Porque não precisava de per-furar mais! O que a Standard Oil queria erasaber se havia ou não petróleo em Tangará.Havia. Logo, pesqulse-se em outro lugar!

Em Alagoas, segundo me Informam, asreservas ultrapassam as do Recôncavo Baia-no. Como age ali Walter Link? Na moita. Vaienfiando sondas, medindo os campos, deli-mltando-os e organizando mapas exatos, pre-ciosos. Depois remete-os aos seus patrões daStandard — é claro! Já afirmou descarada-mente ao "Time" que não tolera os "ma-landros" da Petrobrás; que é contra o nossomonopólio estatal. Qualquer dia entra na"Ordem do Mérito"! Juscelino admira-o.

Depois de ler êste artigo, companheiro,não o logue fora. Recorte-o e guarde-o. Re-leia-o. Decore os seus argumentos em prolda manutenção da Petrobrás. Aos que lhedisserem que os americanos perfurariammais e melhor do que nós, responda: "hásuperprodução de petróleo no mando; aosgringos do Norte faltam clientes para o óleoque saqueiam na Venezuela e no OrienteMédio". Se o entreguista Interlocutor não seconvencer com as suas razões honestas, es-culache-o.

Os grupos da Standard e da Shell dese-jam concessões de áreas sedimentares noBrasil, não para as explorar mas para impedir que as exploremos. Para continuaremos Estados Unidos dominando a nossa eco-nomla através do fomocimento de petróleobruto. O exemplo do Brasil (o único paísda América do Sul que resolveu satisfatò-

TRAVA-SE presentemente discussão perigosa em torno* da Lei de Diretrizes e Bases do Ensino e procura-se

maldosamente coJocar"T) problema em têrmosdç. solução co-munlsta e solução anticomunista. Apoda-se de "vermelha" aposição de centro que é a acolhida em nossa Carta Consll-tuclonal c que responde a uma tradição de toda nossa vidarepublicana. Com Intuito de conseguir uma diretriz reacloná-ria, procura-se responsabilizar a diretriz constitucional exis-tente, pelo analfabetismo e pela Irracional programação doensino, de que todos nos lastimamos. A tática de comunismoe de anticomunismo, para vencer resistências, afugentar ostímidos, os Ignorantes e os displicentes tem sido empregadaem larga escala pelo imperialismo, no exame de todos os pro-blemas nacionais. O petróleo, a energia atômica, a eletrlcl-dade e dezenas de outros oferecem-nos exemplos eloqüentesdessa técnica que hoje apenas impressiona quem realmenteestiver de má-fé ou fôr dotado de cérebro de bucéfalo emcorpo humano. Tudo que não servir aos desígnios dos trustesInternacionais é manobra de comunistas. O analfabetismo,entretanto, não resulta de leis de ensino boas ou más e, sim,de uma causa fundamental — o Imperialismo. Para obter ma-térias-prlmas e gêneros alimentícios em baixo preço nos pai-ses atrasados, Impõe-se, antes de tudo, conservá-los em estadode animalidade, sem cultura que lhes permita conhecer omontante da exploração a que se encontram submetidos. Ne-gando o voto ao analfabeto e recusando a possibilidade defreqüentar escolas que não são criadas por falta de verbas epor empenho de certo setor das classes dominantes, mais dametade do povo permanecerá excluída da luta contra o Im-perlalismo. Por outro lado, a industrialização exige técnicose cientistas. Controlando o Ministério da Educação, como pre-sentemente ocorre através da "US Operations Mlssion to Bra-zil", minando todos os setores do ensino, é possível anarqui-zar os programas e dificultar a industrialização que seriacompetidora dos produtos manufaturados estrangeiros, famin-tos de mercados consumidores. Precisamos de técnicos estran-geiros para aperfeiçoar nossa indústria e nossa agricultura.Desejamo-los, porém, despidos de vínculos imperlalistas e con-tratados Isoladamente, em concursos que se estabelecessemem nossas embaixadas, como realizam numerosos outros pai-ses subdesenvolvidos. As provas e relações de títulos viriampara nossas universidades e escolas Industriais e estas selecio-nariam os professores estrangeiros de que necessitamos. Todoo resto é marotelra em cumplicidade com os pilantras doMinistério da Educação, para servir os objetivos dos trustes,bem defendidos pela Embaixada dos EE.UU., com a qual serealizam os convênios.

Os trustes nas escolas

IMPERIALISMO,RELIGIÃO

E ENSINO

Aliás, essa penetração dostrustes nos programas de en-sino não é prática restrita anossos países. Nos própriosEE.UU. o inquérito realiza-do pela "Federal Trade Com-mission", por determinaçãode Wilson e de Roosevelt,apurou que homens coloca-dos em postos-chaves do ensi-no recebiam propinas, paraextrair do texto de livros es-colarés quaisquer críticas à"livre empresa" e ainda paraintroduzir elogios aos magna-tas que fizeram as grandesfortunas, aos seus gestos defilantropia e até mesmo paraconvencer que os serviços pú-blicos só funcionam bem,quando entregues a emprê-sas privadas. (Ver "PublicOpinion" de William Albig,"Power Ethics" de Jack Le-win, etc.) Libertando a estru-turação das universidadesdos controles estatais, permi-tindo-lhes organizar progra-mas, nomear e demitir pro-fessôres, sem audiência doEstado, inaugurar-se-ia noBrasil um sistema de ensinocontra o qual se ergue umclamor público nos EE. UU. eonde esse regime retrógradosubsiste. Ali muitas uniyersi-dades são 'administradas: pe-los "boards" compostos depessoas inteiramente leigas.Segundo o eminente profes-sor Hubert Park Bech da Uni-versidade de Colômbia, emseu livro "Men who controlour Universities", um inqué-rito revelou que apenas 4,6%dos dirigentes eram pedago-gos; 39% eram banqueiros;21%, grandes comerciantes;17%, diretores de empresasde eletricidade e de outrosserviços concedidos. O sema-nário "In act" de 10-3-947me-ciona uma resolução da "Na-tional Association Manufactu-res" de não admitir, em ne-nhuma escola subvencionadapor membros dessa entidade,manuais de economia quenão contiverem o imprimaturdêsse órgão de classe. Emnosso livro "Nós e a China"poderemos encontrar muitosoutros exemplos dessa incon-cebível interferência, contra aqual se insurgem inúmerosintelectuais e notadamente oscientistas preocupados com adianteira que outras naçõesestão tomando sobre os EE.UU.

Ora, a possibilidade dessaintromissão é o que se pre-tende trazer para o Brasil, co-locando-nos numa posição,contra a qual se rebela o pro-prio Secretário de Educaçãodos EE. UU., em seu relatóriopublicado no "Estado de SãoPaulo" de 17-11-957. Inaugu-rar uma "liberdade de ensi-no", retrógrada e ultrapassa-da no seu próprio país de ori-gem, país que almeja atingira fase em que já nos encon-tramos, significa volver a umobscurantismo, contra o qualnecessita reagir todo o parla-mentar lúcido e não compro-

metido em executar tarefasde trustes internacionais.

A ajuda do cleroao imperialismo

Como hoje se torna cadavez mais difícil às empresasimperialistas conseguirem deforma direta e ostensivatransformar em leis os seusdesígnios, cada vez mais ne-cessitam atrelar o clero aseus planos e procuram, soba sotaina, impressionar asmassas ingênuas e despreve-nidas. Em vários artigos, te-mos feito referência à conde-fiação que hoje recebem demuitos altos dignitários daIgreja Católica, seja em li-vros, seja em revistas ou jor-nais, a tolerância que certasordens religiosas proporcio-naram a empresas de utili-zarem os missionários na con-secução de objetivos mercan-tis, na Ásia e na África, cir-cunstância que conduziu aocompleto fracasso a finalida-de evangélica. Entretanto, atática repete-se uma vez maisna discussão da "Lei de Dire-trizes e Bases do Ensino". Apretexto de que o Estado de-ve outorgar à Igreja Católicao poder de autônomamente-criar suas escolas, estabelecerseus programas de ensino ereceber subvenções do Esta-do para o desempenho dessaatividade educacional que, se-gundo sustentam, competeprecipuamente à Igreja, bus-ca-se, em realidade, abrir ca-minho paça. Universidadesmetodistas, batistas, enfim detodos os credos religiosos,disputando subvenções doEstado, dirigindo o ensino,nos moldes dos interessesde "Fundações Rockefeller","Carnegies", etc, etc. Condu-zem-se para o seio da juven-tude estudiosa do Brasil ,_asdisputas religiosas que feliz-mente nunca tivemos. Alémdisto, prepara-se para elauma visão deformada domundo e de seus problemas,como ocorre- na maioria dasescolas norte-americanas, se-gundo depoimento de inúme-ros educadores.

Cumpre consignar, nestaaltura, que dentro da própriaIgreja existe um setor escla-recido e que não se deixa en-rodilhar nessa manobra, en-contrando e denunciandoveementemente os perigosque se criarão para o pres-tígio da Santa Sé. Outro se-tor do clero, porém, talvezmais ingênuo ou mais sensí-vel ao luxo e ao conforto dosgrandes edifícios que ostrustes podem proporcionar,introduz-se pecaminosamentena armadilha, surdo aos re-ciamos da consciência e aosensinamentos de humildade,de pobreza e de renúncias,em todos os instantes de suasvidas, recomendados pelosgrandes santos da Igreja epor Jesus Cristo.

Osmj Driarte~Pereiru

Os jesuítas e oDepartamento

de Estado

Neste particular, já tive-mos oportunidade de referiro entendimento que teria ha-vido entre o Departamentode Estado e os Jesuítas, noCongresso do Panamá, reali-zado em fins de 1955 e de-nunciado pelo Time de Lon-dres, em sua polêmica com o"Osservatore Romano", efei-to das contradições do im-perialismo norte-americano edo imperialismo britânico, fa-ce ao papel político que o cie-ro católico pode desempenhar(O SEMANÁRIO, n? 98 de27-2-58) na luta contra o na-cionalismo, na América Lati-na. Quando, alguns anos maistarde, assistimos o lançamen-to da revista "Síntese", sob adireção do Padre Fernando

Bastos de Ávila, S.J., pergun-tamo-nos, se a denúncia doTime não deve ser havida co-mo verdadeira. Nessa revistade cultura aparece um grupomuito expressivo: João Ne-ves da Fontoura, o insigne di-retor de uma subsidiária da"Standard Oil" e autor do"Acordo Militar Brasil-EE.UU." dirige o setor políticoda Revista e no seu corpo re-datorial vemos os Srs. Daniel

Faraco, Garrido Torres, LucasLopes, Roberto Campos, etc,de permeio com o PadreFrancisco Xavier Roser S.J.,o Padre Henrique C. de LimaVaz, S.J., etc. O conteúdo darevista, neste segundo nume-ro, abril-junho de 959, incluium combate à Petrobrás, elo-gios a Roboré, Mercado Co-mum, como etapa para o"pan-americanismo econômi-co", etc, etc, tudo muito aosabor de seu corpo redatorial.Portanto, se houve o acordoentre o Departamento de Es-tado e os Jesuítas no Congres-so do Panamá, como afirmouo Time de Londres, a exe-cução se desenvolve correús-simamente, por parte dos sa-cerdotes de Santo Inácio, nes-ta Capital. Para essa ala doclero que sintoniza com osobjetivos do imperialismo,sem dúvida, convirá uma "Leidc Diretrizes e Bases do En-sino" que permita inocularna juventude brasileira umaconcepção reacionária e en-treguista, relativamente aosproblemas nacionais. Sub-traindo as escolas ao contrô-le governamental, as cátedraspoderão ser transformadasem instrumentos de uma poli-tica macartista dirigida, eli-minando-se todos aqueles pro-fessôres e alunos que deseja-rem permanecer alheios àsquerelas religiosas ou desin-teressados de uma política fa-vorável aos trustes. Para essaparte do clero pouco impor-tara que a "escola religiosa"paga pelo Estado seja almade dois gumes, sob o ponto-de-vista religioso. Sim, umaescola confessional livre emantida pelos cofres públi-cos é também uma portaaberta à instituição de uni-versidades e escolas protes-tantes, trazendo para o seioda classe estudantil as dispu-tas religiosas que hoje não te-mos.

A igreja católica eo Estado frense

ao ensino

Portanto, é do próprio inte-rêsse da Igreja Católica que

rlamente o problema de carburantes atra-vés do monopólio estatal) revela-se perigosopara o truste.

Jânio Quadros é lacaio do traste. (ComoJuscelino o é.) Deseja o traste, por conse-gulnte, que êle assuma a presidência da Re-pública. Amaral Peixoto, eunuco da cortedos sultões de Wall Street, trabalha por Ja-nio. Êle e o Benedito Valadares. O FilintoMuller. O Moisés Luplon de Tróia. O Valen-tim Bouças. O João Neves.

Conheço Teixeira Lott. Homem patriotae instruído. Multo católico? Sim. Mas nãoprecisa de chaleirar o clero, pois é católicode raiz, católico do fundo dalma. Pode, even-tualmente, agir até contra o clero se êle semeter a besta combatendo a Petrobrás. Co-mo D. Pedro II agiu contra D. Vital Gonçal-ves de Oliveira e D. Antônio de Macedo Cos-ta (apoiado, aliás, pelo duque de Caxias)quando os dois pretenderam interferir na ór-bita civil do Estado. Juscelino, falso católico— esse precisa de bancar o coroinha. Aten-der ao Jaime Câmara (que cretino!). Acon-selhar-se com D. Helder. Teixeira Lott co-nhece os problemas do Brasil. Sabe que en-tregar a presidência da República a Jânioseria o mesmo que entregá-la a« gerente doCity Bank, do Bank of Boston ou, pior aln-da, do F..M.I. (Fundo monetário de expio-

ração Internacional dirigida pelos ianques).Quem fôr Jânio, amigos, ou é vendido,

ou burro, ou Ignorante. Ao contrário de Tei-xeira Lott, Jânio ambiciona a presidência.Para trair q Brasil. Lott "aceita" a presi-dêncla. Aceita-a como posto de sacrifício.Sabe que terá de trabalhar multo; que serácaluniado por certos pandilhas do tipo deCarlos Lacerda; que deverá lutar dia e noitepara pôr o Brasil nos eixos. Cumpre-nos ani-má-Io, ajudá-lo, fazer de graça a propagan-da do seu nome. Deus está conosco. Não oDeus do Dólar ("In that God we trust") emque acreditam os ianques, mas o de justiça,de amor, de misericórdia — aquele que Je-sus Cristo nos revelou e que veda aos ex-ploradores ricos a entrada «o reino dos céus.

A religião dos ianques é a do dinheiro.Até o Cardeal Spellman queria o Vaticanocom balancetes mensais e escrita por par-tidas dobradas. Não os comove a infelicl-dade do nosso povo. Ou de nenhum povo.Assaltam o mundo para viverem suinamen-te — bêbedos, agitados, dopados — gozandoao máximo. Jânio lhes pertence. Só concebea vida assim- Falta-lhe solidariedade huma-na, amor aos humildes. Não é brasileiro: égringo.

TEIXEIRA LOTT — eis a salvação!

o ensino se mantenha leigo,controlado e mantido pelo Po-der Público. Ensino não émercadoria e não deve serobjeto de comércio. O ensinoreligioso deve ser asseguradoa todas as crenças, porém,despido de qualquer coação,para que não se transformeem veículo de ódios ou de hi-pocrisias; deve ser ministra-do fora do período das aulas,a fim de que cada religiãopossa desde logo aferir amaior ou menor eficiênciados seus catequistas, ante omaior ou menor compareci-mento voluntário dos alunos.Assim o entendem eminentespersonalidades da Igreja Ca-tólica, como se poderá ver domanifesto assinado por váriasdezenas de professores uni-versitários católicos, dentreos quais destacamos JeanBayet, Henri Marron e Mar-cel Reinhard, professores d?.Sorbonne; Françols Mauriac,membro da Academia Fran-cesa; Georges Suffert, reda-tor-chefe. de "TémoignageChrétien", o mais importantejornal católico da França.Nesse manifesto lêem-se asseguintes e oportunas pala-vras: "Não podemos por maistempo deixar aprisionar oscristãos deste país na equa-ção simplista: direita — iguala catolicismo, esquerda —igual a laicidade... Nós nosrecusamos de ser considera-dos como cúmplices de umaeventual "operação clerical"contra a República... Nósvos opomos, desde logo, a tô-da operação política tenden-te a utilizar a Igreja. E se nósdizemos aos homens de es-querda.que o problema da lai-cidade ê um falso e mau pro-blema, nós denunciamos com

vigor a manobra dos homensde direita que o têm revigo-rado e utilizam-no para ligara eles seus eleitores, sem cui-dado algum pelas conseqüên-cias. Ê preciso que os catôli-cos saibam que poderão vo-tar na esquerda... Nós dese-jamos, antes de tudo, ser ogrão de areia que bloqueia aengrenagem da violência pre-parada pelos fanáticos, pelosinconscientes e pelos míopes^para proveito dos astutos."(Para obter cópias deste ma-nifesto, com todas as assina-turas, escrever para Mlle. J.Bourbon, 73, rue des Moril-lons, Paris (15e.) Esta é a lin-guagem do bom-senso, da in-teligência e dos superiores in-terêsses da religião.

Que a Igreja dentro das leisfederais dc ensino funde, suasescolas e constitua seu cor-po docente mediante concur-so público e a suas expensas,num país onde o Estado ain-da não conseguiu desvençi-lhar-se do jugo do imperialis-mo que lhe suga as riquezas,sem deixar o suficiente paraesse encargo do Governo,compreende-se. Que a Igrejaprocure prestar instrução eeducação religiosa, junto àsescolas, também se com-preende. É um princípio uni-versai de liberdade, o de quecada indivíduo possa seguirsua crença, sem nenhum em-baraço. Não se deve. porém,admitir, em nome da harmo-nia social, em nome "da pazna terra a todos os homensde boa vontade", que se es-tabeleçam privilégios e van-tagens a favor de uma reli-

gião, que amanhã possam serreivindicados por outras, ins-taurando a luta interna, "pa-ra proveito dos astutos ..."

Senhor Deus DosDesgraçados!

Joaquim Pimenta

O título, já 60 mil exemplares divulgaram, em duas edições(agora a 3.") que é de um livro de Gondim da Fonseca, êxitotão vertiginoso e reumbante, quanto o de — QUE PENSA VOCÊSOBRE O PETRÓLEO? — cada vez mais procurado, mais lidoem todo o Brasil, senão em toda a América Latina, onde o ouronegro, hoje, como, outrora, o amarelo, aguça a avidez de povosescravlzadores de nações fracas e de tribos Inermes.

Há muitos anos venho acompanhando, com o mais vivo lnte-rêsse, o que escreve Gondim da Fonseca, e, como eu, milharesde brasileiros, sem contar os cem mil desta inexpugnável for-taleza jornalística em que o talento e bravura mental de Os-valdo Costa converteu e exaltou O SEMANÁRIO.

Deixemos, por um momento, o conteúdo de doutrina quefaz a estrutura do livro, para lhe precisar o conteúdo de estilo,a que não bem se ajusta qualquer das duas definições — a de(Buffon (o estilo é o homem) e a de Sckopenhauer (o estiloé a fisionomia do espírito). Eu não sei se Gondim da Fonsecaescreve com a pena, que transforma em tacape, se a máquina,que transforma em metralhadora. Com uma ou com outra, ocerto é que na arma que maneja, descobririam o naturalista eo filósofo, em um só personagem, o homem da selva, atávico erebelde à chefia de outro que não fosse de sua tribo, e o ho-mem culto do século XX, que não distingue, no colonialismode ontem e no imperialismo de hoje, como símbolos de opres-são, a caravela lusitana e o cruzador Ianque...

O seu nacionalismo, com emanações de floresta virgem, temraízes profundas no nativismo belicoso dos avós aborígenes;tanto quanto o meu, com crepitações tle terra adusta, descen-dente que sou da tribo dos Jucás, originária de Inhamuns, noalto sertão cearense; nacionalismo que, antes de ser culturalou raclonallsta, é telúrico, ecológico, Instintivo; por «to mes-mo não o sentem e o compreendem e o repelem, por hipocrisiaou por estupidez, quantos procuram deformar, torcer, denegriro sentido de profundidade ancestral e perene, que o mantéme o tonifica e converte em Idéla-fôrça, única que poderá eman-clpar e conduzir o Brasil, dêsse estado de vassalagem, de ser-vldão, que o degrada, que o avilta, ao nível supremo de umanação livre e soberana.

O conteúdo de doutrina em "Senhor Deus dos Desgraça-dos!" (aliás, em toda obra literária dc Gondim da Fonseca)também reúne num só personagem o jornalista e o escritor:a coluna de jornal do primeiro é a página de livro do segundo;ou se identificam os dois no pensador e críUco, em históriae ciência social; disciplinas, além de fundamentais em umgabinete e em uma redação, temíveis como armas de combate,em um temperamento vulcânico, e a serviço de uma causa,sem mais barreiras que a detenham ou lhe desviem o caminhoque há de conduzi-lo ao triunfo.

Não há erro ou desacerto em dizer que, sem o seu tempe-ramento de lava incandescente, Gondim da Fonseca nao dei-xaria de ser escritor e jornalista de renome; mas nunca seriagrande apóstolo, em que se tornou, do nacionalismo, no Brasil.

A expansão Ideológica e vitória definitiva de uma crença,de uma doutrina, de um princípio, dependem menos do seusentido humano, social e escatológlco, do que do poder ideo-emotivo, carismático, de convicção própria, dos seus pregadores.Não fosse o gênio polêmico, belicoso, de São Paulo, talvez ocristianismo não tivesse transposto as fronteiras da Ásia Me-nor, ou se tivesse perdido como se dispersaram outras seitaique o precederam. Foi o Apóstolo, por isso mesmo apontadocomo seu "segundo fundador", que o fêz avançar centenas dequilômetros, desde a estrada de Damasco a Via Apla, ou atédentro dos muros de Roma, onde, de seita Judaica que era,universalizou-se em religião, em novo culto, sobrepondo às le-giões cesarianas, apenas com a arma da fé, para dominar omundo, a onda crescente e irresistível dos seus prosélitos.

Sabe Gondim da Fonseca, mas não se impressiona e intl-mlda, da reação que provoca a sua linguagem de fogo naque-les por êle atingidos e fulminados; reação que não é de pro-testo, por que não o pode ser, mas de ódio surdo que se tra-duz no silêncio de túmulo sobre os seus livros, no noticiáriobibliográfico da "imprensa sadia". Mas, como compensação semigual e estímulo sem par, êle conta com esse leitor de milharesde cérebros, que é o povo. E só êste lhe interessa e o faz bran-dir o tacape ou varrer o campo adverso com rajadas de me.treinadora. E sob os golpes daquele ou o estralejar desta,"Senhor Deus dos Desgraçados!" não é uma exclamação de so-frimento, de desânimo, de desespero; é um grito de guerra,com ecos que se repetem e se prolongam, desde as margensdo Ipiranga aos rochedos de Fernando de Noronha...

PÁGINA 4 o . • Semana de 20 a 26 de Junho de 1959 © O SEMANÁRIO % ANO IV £ NÚMERO 164

liliillMTRIBUNA LIVRE

0 Movimento Estudantil naPerspectiva da Sucessão

EZEQUIEL MONTEIRO

liderança tutelar e paternalistareflete anacrônicos resquíciosdo «pátrios» colonial.

A luta deflagrada em PónoAlegre, Maceió, Juiz de Fora,Salvador e recentemente desen-cadeada pelos universitários ca-rloçlss no sentido da encampa-ção da Universidade do Rio tlejaneiro, representa uma ante-cipagáo indutiva e inseparávelde um PLANO GERAL DEAÇÃO que os estudantes oras;-lelrof tém o dever histórico duelaborar no próximo Congresso,e executar imediatamente, ¦ noexercício do privilegiado papelque lhes cabe no drama emnn-cipatorlo.

w

. flS OMIMOSOS arregilhliQS do Fundo Monetário Internacional," viçando ii frondlzlzação cio pais, a par da crtérglcu repulsa

e posição de,alerta dos estudantes brasileiros, exige Imediata revi-são do nosso movimento, cujo papel na lula pela libertação nacio-nal é decisivo, como Igualmente o tem sido sua participação cmtodos os ppíses que já sacudiram o Jugo colonialista.

Vivendo uma progressão deabertura e cxponencialldade ine-rente à sua natureza dialética,o processo do desenvolvimento,inaugurado através de pronto-ções econõ:n'e:s urbr.nizttntps eindüstr(ài'arntè5 que partiramde ¦encontro a impulsos espontâ-neos da incipiente burguesianacional, passou gradualmentea revelar suas característicashlstóricss e políticas, que cillmi-naram poi deslocar a tônica doprocesso daquela verdadeiraconsciência periférica que es.tigmatizou os recursos críticosadotados em sujeição ãs impa-sjcões do e-tstuto liodicuno docapitalismo, para um thomen-to de amplitude racional e exis-tencial em que o ânimo ilc so-berania nacional ocupa o ver-tice da pirâmide, alteração istadevida não só às implicaçõesculturais do avanço tecnológico,com sua fabulosa mina de ex-perièncias detonadoras do com-plexn colonial, ma.s também peloinfluxo de fatores indicár.os cioritmo1 revolucionária qu-> a His-lowa .aquirs nestes 4'W de.ruidoso desmoronamento do co-lonir.lismo econômico, fenóina-

i; no nijos exzmplos mais elo-:; quentes e ilustrativos são: li a

ressurreição c'á velha Ohiria,guindada a uma situação deítuto-destir.o e expressividadefísica miraculosa, se contem-plnrmas a celeridade com que utransformação se operou, cir-cunstânçla slficlente para iniie-tirmo3 transuUimente que só-msnto resíduos pvecôncaituaismetitjuvidicns ov.s tutelam aconveniência do imperialismo,aíianairào o; prmcip.cs funda-ment.-is do Direito Interna.cional, Impaiem o ac::: i da.quela potência ao concirto d:.snações; ai » reoshts estrutura-çãp neutraüsta da RepublicaÁrabe Unida.

Seguidos frustrações expen-mentsdas no extremo e próxi-mo oriciüt", a par de contradi-çõps-Riireirias dai novas exigên-cias rie manutenção e custeiodo status colônia), levaram osfrustes e seus emissário', a exer-cer'„.um cxpanClonismo predató-rlò desesperado é áaressivo, queccrres{)óntíe a um longo períodode vacila ções, recuos,- saltos equedas fragorosas nos váriosgovernos latino-americanos, quede Paz Estensoro a Prondizi sevêm constituindo em alvos iner.mes de manobras cripto.inter-vencionistas perpretadas sob a _íovma de pressões, a exemplo do S24 de agosto, veículo, entes eacima de algumas intençõesemocionais .flutuantes, do pode-roso jígo da. estratégia irnpsrla-lista, ÈirhbolliHda na rabiijlcee agonlsi sen d;rfr.roe de PôsterDiúleà' ' .'

i*e;'a hera dramática, por seualio teor clec.sirlo, para o des-tino nac.ona!, em que os setoresentreguistas do Governo, a cujausurp.idora predominância de- •vemos a sustentação executór.ade uma polít'ca financeira pa-radoxal no itinerário desaivol-vimentista, portanto de suicídionacional, coadluvada por umapregação doutrinária ostensiva-mente arrimada em conspiratasprivatistas e empresarial-cosmo-politas, cons.stentes na apoio.gia do frondizlamo, nas arreme-tidas contra o estatuto do pe-tróleo, invulnerável á luz cia vi-gilância democrática, resta aosestudantes, conscientes do seupapel de ponderável fração es-clnrecida e independente doPovo na cincmátlca da eman-cipação, munir-se do seu natu-ral espírito critico e tradiçãoevangclizaccr.:, na sentido decapitalizar cada vez mais nume-roso contingente das massasobreiros em gorai, fiberUntlo-assubjptivarr.en» de fatais etuu-

\-acos e. prcconccUos adquiridosno longo curso do su agiobal

•alienação, e furur.r.rlo def;niU-vãmente a vpntáijj popular co-.mo lsgklmo sujsito cio poder de

j pressão, quer iig!.u.tinarid3-ns cmtorno de sur.s metas e reivindi-cqções imediat.s e locais, queralertando-ns para -a necessá.iaproieçao das conquistas atingi-

l das, como métodos preliminares.para a crganlz:çã.o da UESIS-•TÊNÇIA NACIONAL 'POPU-LAR, única força cai-az do di-namitar o en:a;:c-Ui-mento doprocesso polit co.partidário, ins-

• p£ranío, cs titulares formais do..•Poder á invostidura num ind.ee

satisfatório de reprcscnt.-.tivi-'*iade, bem como cscqliamlo-cspoeira, a ssbetajem ntitinrcio-ca.'. .

..ísta é a rota que tomará In-coiuraia a Petrobrás e outrasinstitu.çócs brasileiras na edifi-cação do patrlxõnlp popular,possibiliUnco o prosseguimentodaaoãoálèaaliil prelud.ada me-diante a. oportuna encampaçãod»'.&ucursal da «Eond & Share»

- no-Rio Grande, rumo à consu-maçâo da ELEfEOBEAS e ou.trás meriici.',s lecionais e exe-quiveis.. de uacicnaüzação acurto praio.

. O ponto de arrancada paia ocumprimanto dessa missão mi-

-litar de esclarecmento e educa-ção democrática do Povo, deveser um ni2ticu.í..a levantamento

-¦da problemática, especifica daciasse estudantil, durante oproxmio CONGRL3SO NACIO-IfAL, que venha a ensejar a re-formulação da já reivindicadalegislação do DIRETRIZES EBASES PARA O ENSINO, quecondieiope nosso sistrma edu-cacional às demandas técnicase culturais do desenvolvimento.permitindo per outro lado a re-descoberta das entidades d9 ba-se-(os diretórios * uniões esta-duvis) como os ' efetivos van-guardeiros de um indutivo, po-roso e dinâmica movimento querestitua a UNIÃO NACIONALDOS ESTUDANTES a represeii-tatividade plena e a consequen-te confiança que merece, pois a

RECENTE decisão Uo Presidente de suspender as deniarehes

junto ao Fundo Monetário Internacional no sentido de obterum empréstimo de cerca de 300 milhões de dólares corresponde a umacontecimento que, em linguagem telegiáfica, poderia ser assim re-sumido: "O Presidente da República resolveu, num só ato, demitir tô-das as autoridades financeiras, monetárias e econômicas que até ago-ra o assessoravam". O Presidente, é certo, não sabe que sua decisãotem esse significado sociológico, não sabe que sua decisão, se levadaàs últimas conseqüências, representará a peripécia mais relevante denossa política internacional nos últimos cinqüenta anos e tal inconsis-tSncia subjetiva de nosso primeiro magistrado '.' do Governo em geralconstitui uma das mais graves debilidades do País no presente.

Resistência Nacional iIflTIstl jT,rj|,3«Ma>B1F^.WWMIss«MHMsMaBll!^^

Popular Contra

E, ¦

O Ouve. nu uoer.a íniprovi-Sus. Na lu' i íi rpotiil com asdlflculdadeu mídiante aproxi-mações StlcecaiVas ava.iç»: erocuos chega n solução certas.E de tiintu proceder deste mo-dn iS á tórrnindo-je virttioseda' improvisação. Chegamos,porém, a un ponto cm qiu seapresenta imprrlusn a .íecossi-dade d,: novo esiilo de gover-nar. Ou o K' isiilen.e adotn no-Vo métc.do de admiivstrar u'uo puís '•-¦rã levado no caos Etudo faj oro* que o Presidentehesita e. p;r.anío, nãj es:ácompreendendo .. alcanct doseu ato. Tanto assim que es-peru conseguir demover u Go-', êròo norte-i-.mericwo de suasposições . tradicionais em no-teria d? ajuda exlernn, recor-

rend^ a ameaças e a expedi-entes de intiepid.z Verbal Nãoaprendeu (u.d;. com ¦! OPA,cuju êxito ale agora é fictícioDiz-se que va; enviul' a Wa-siT.ngtou tréi emissários, Pe-Ia sra oiograíia t pelo Seu ní-Vel do preparu teórico e técni-co. a essas três personalidade»falta oafennlvamentc onverga-dura pari) tra ai do impasseem iéruo:> adequados. Seriai,. Lessár.o farabrito muis nltopara 'Ssa mlísáo virtualmentedotada c t um significado Iné-dl:u en; ojssii história diplo-mática. E quando dizemos ga-bante, mais alto nã„ nos refe-rinioS senão à conveniência depromover imediatamente aonivel de d.cisão governamon-tal elenipnins in egrántes de

quadruS íécnious a políticospopularmente consagrados, £1"é qu durão ao Governo a no-va experiência técnica e teóri-ca e o "quniiain." de força po-litica de qu.- precisa para sus-tentar OjhIçõoS independentes.Um grande jornal do Rio, como Ins it ito ie ..efeiider o FMI.revela qi.e vários órgãos daaclm nis;raçâ i há anos já vêmas reCum.'lir,açõ.s contra asquais se levan.i agora a indi-gnaçáo popular, É claio que oMinistro da Fazenda, j BancoNacional e CvaervolvimentoEconrmlco, o SUMOC c outrasentid ides <i« nossas atíminis-tra-çâo financeira e econômicaparticipem dos mesmos pontosde vista- d- FMI. É exatnnien-te por isso que eles oonsti uem

os aivos permanentes da lutainterna contra o ènwegüiamo.A revelação do jornal contri-bui para esclarecer que o Go-vêrno não .ncoiitrará a alter-nativa que nrocura senão des-Vencilhar-se de seus habituaisossess ires.

O Governo dos Estados Uni-cLs nâr. vai descretnr a falên-cin de sua política para a Amé-rica Lntina, desauiorízando op-jncio M.r.etário Internado-nil se não tiver motivos es-peeiais rela.nonados :om assuas pr- te.isões d. hegemonia.Precisamos compreender issoe criar êssis motivos. Na ver-dade, a presente conjunturainternacional e nacional é fa-vorável à r dificaçáo de nossa

política externa. Somente nacúpula governamental e pollti-co-partidária há obstáculos pa-l'a fusa mudança. Eis porqueé necís-itric criar em todo oPaís. com toda urgência, umdispositivo ,e pressão popular,um movimento de resistêncianaciona contra o entreguirmo,a fim lie impedir que o Go-vêrno recue e volte a ser con-trotado pela "clique" de áulicose familiares palacianos que otêm ma.otidi desligado das as-pirações coleti:as Esta cúpulaestá demitida pelos fatos. E'preciso tornar essa demissãoformalmente cencre izada. Naconcentração de massa diantedo Catete programada paraes»a semana e em outros a'os

públicos qu« dcveião ocorrer,medidas concretas devem serapresen'í.das. Entro essas me-didas. o povo pode reivindicarnas ruas as seguintes: suspen-são de remessas de lucros edividendos para o exterior du-rant» dois anos, votação ime-diata pelo Congresso de novoestatut,, di capita! estrniigei-ro. reabertura imedia a de re-lações com - URSS e negocia-ções com i?ia de transações co-tr.erciais e financeiras, revisãodo Programa de M;tas nosentido de reduzir ao mínimo oseu custo em dólares, sanea-tnenlo ideológico dos qundrosburocráteos da administraçãofinanceira; mane ária e econõ-mica do Pai».

Noyas Diretrizes Para a Matérja^ambialfM grupo de parlarnentares subscreveu um pedido de in-

formações ao ministro da Fazenda contendo básica-mente, segundo noticia a imprensa, três questões:

"») que relações existem entre as modificações introdu-zldas nq slsteina cambia] brasileiro pelas instruções acima(157, 158, 166, 167, 174, 175, 180, 181) e as aluais negociaçõesentre as autoridades financeiras do Brasil e as do Fundo Mo-nçtáfio Internacional?.""b) em que legislação se baseia a SUMOC paru baixarinstruções modificando cru profundidade o sistema cambialcom repercussões cm tócla a economia do país, sem prévioex;i;>ie e delibeinçãi do Poder Legislativo?"

"c) em oue interesses nacionais se baseia a reforma cain-blaí ':os!a ein prática com as instruções mencionadas?"

As norfimlas são pertinentes, todas elas. Num país comoo npsEO PS decisões cm matéria de câmbio importam, de ma-nçira muito dircla, cm decisões sobre a estrutura da econo-mia c, se o Fundo Monetário deve ser ouvido nas matériasquç interessam aos efeitos externos do nosso sistema cam-bial, devemos estar atentos para que não vá êle inspirar poressa via, decisões em matéria de nosso exclusivo interesse —inclusive as questões relacionadas com o desenvolvimentodestti ou daquela atividade,

O sistema criado pela instrução n.° 70 da SUMOC con-dicionou nossa presente estrutura, inclusive o deslocamentoda ênfase do nosso esforço Industrialista do campo da indús-tria leve para o tia indústria pesada, do mesmo modo comoo anteriormente estabelecido orientava-a para o campo daindústria leve.

Ninguém ignora que as autoridades do Fundo Monetárionão foram estranhas àquela histórica decisão, se bem que,com toda probabilidade, tenham cometido um equívoco doqual em vão, com o apoio de círculos influentes no Brasil,tentaram libertar-se. Supunha-se que a desvalorização da moe-da, que vinha.disfarçada na medida, teria o efeito de reduziro ritmo dos investimentos através do encarecimento dos qensde capital, mas a verdade é que esse mesmo encarecimentoestaria na origem de novo impulso industrialista, se bem quepelo eixo de produção de bens de produção e não mais daprodução de bens de consumo. Mas o objetivo visado era a"pausa

para respirar", e essa famosa pausa quç aí está ins-pirando o Plano de Estabilização — de infausta memórialambem na Argentina, porque não resolveu coisa alguma etudo complicou — continua a ser o objetivo de todas as fôr-ças antinacionais. _ . ;.

A iitftruc&j ii.° 70 não car.-Ceii de autorização legislativap.-évia. O C-i.gresso não haviaainda dfsj/jrtadc para a im-p .ríància uue podiam assumiressas, medulas muito mais'im-portaii i!; qre muitíssimas dasleis qjf ocup?m mes s a fiosu.\s comissões e Seu plenário,idemus. c-.nsiúer.-nd.) que.

ainda pot equivoco, ela VPioatender a urna n-cessidade im-periosa da economia, que haviaes'<üta'il( -; possibilidades deexpansão sem crescimentoprioritário dr se.òr pesadu. o'Congrs.sso a homologou "postf;s um" e fez muito bem. En-tretánto, o «ito da jogada ins-pir;u novas avrnturas. nem.sempe tão justificáveis. A cco-i.nem.a ê s.icrdidn sejuidamen ep-r medidas çuó ihe mudam aes.rutir.a i.ni dizer "aguaxva " de m^uo que um poucojrala d., vigilância de pr.r.e dosp ideres legiaferantea do paisjá nao ven serr. tempo.

A terçara pergunta desce àméciiila do pr:b!erna. Sim. quein erêsses i rcionaia s.-rlam sjr-vidos por um., reforma, su-hreptic.a ou i ão, que desar-misse o estado oraí.ileir- paraa tomada Je decisões que iii-ttressaai tanto à eslru i:iaquanto ao 'tmo do sisiemn. So-men.i „ prazer senil de fingirqut fazem s as coisas à ma-n ¦ ra an.ipt. quando a verdadeé que q aündo mudou e nãoha abso.u.am.-tite meio algumd? íazè-lo voltar a:s caminhossun.istamenrs "ortodoxos"?

Em principia, „ que se fazpt.o ti o pode fnz r-ae iguai-niinte pela tarif., e pe!u im-posto. Mas em princípio, ape-nas p.rque a .mi)f está su-jeita a compromissos assumi-do» r.„ cx aior. e n ipipôs o,e.pec;al".ien'e i imposto sobrea expor.ação. é igu..'mente umins ri'ia;n . rígida rtr i 'Vérno.MOXOr«'MO KSTATÀL DO

COJIÉT.tlO KXTERIORE' le.ip. de que lomnv.os

consciência de que o con.érciocxcrr.or df.xoit de ser ativl-dade privucra. Nã,, nos referi-m.'S a^.-ins ao mundo srclalis-ta — JB -ior c.nto da ptodu-çio inauslilal du mundo, qua-s.- me are da produção agrfeo-Ia c 35 por c>nt„ da pjpu ação— ..núe. corno ioda atividadeeacnôrn ca, o omercio exte-rier é uã» fençao pública.Cm essa parte d,, mundo ocomercio será planificacU e deE ;;do, uu não se fará. mas averetadi e que _ inc nser-ieili-dade das mojdas è um faloconsumado universalmon e, seb,m qu. .s jurrsUs façam :ó-das as acr.ihacias üira?'náveis'pára masearar esse fato.

Ora. moe Ia incuiweriivel nãoé mi:da .nas s.inples letra decâmb o. VVicula uma primes ado çag.imento — qmr êssi.. pa-gamenti deva fazer-se emmercadorias supridas pelo de-

v.dur. ou wn «spejie conver-sível. Quer isso dizer que. pa-ra servir como meio de paga-mento, alguém tem de descon-tá-la, porque sem esse des-cunto a operação não está por-feita, não houve liberação dadivida.

Esse a,guém é o Estado que,em troca essa lera d càm-bio. en.rega no vendedor suaprópria m ioda. es;a s:m, do-tada de poder liberatório/mes-mo n0 caSc de que seu poderaquisitivo esteja correndo deserra abaix , còinp aconteced.m o cruzeiro. Sím és c per-sotiagem, qu, pelas suas fun-ções se conver.» n„ persona-gim oenira! do drama, tal Co-m^rii:, não pode existir, mas .o tatu. éqje sua entrada emcelta, .xatamen e como se ijóu- 'vesSe monopólio do Comércioex.enor muda a naturiza datruiòção. traniftrind,-a docanip,, d,, direito privado parao d.> dvreltu público. Tudo íepas.su exa aniente com. se oexp.rtador tendesse sua mel'-cadoria ao Bitado, contra moe-da laciona.. e cnnio se o im-pur.ador c imprasse no mesmoEstada, coatra ^ mssmi moe-dn. Dó ponto de vista do im-portador é do cxporír.dor. ocomércio Se converte em tran-saçã,, '.nternt; aj passo que afase internacional da op;ra-çao pas..a ser exclusivameri-te uma tran>açãu entre Esta-dos — a de direito públicoexterno.

Pouco impor.a que nossasescolas je Direito não tenhamainda um.i -adeira de DireitoPúblico Ex enio. Os professo-res de Direito são geralmentepessoas cautelosas demais masenquantj èlcs não se decidem.' a "Ida continua, é onde há Vidasocial hn Direito: "ubi societas.ibi jus'

A evolução da economia exi-ga que essa ma éria seja dis-c.DÜiiaria. Nessa persistênciaem --anter práticas tornadasirraciiiiais nela evolução dana.ureza do comércio interna-ctinal sii',e apenas para blo-QUear a expansão de nosia par-ticipação n.i in ercâmbio mun-di-il. deixando inaproveitadasforças oredutivas cuja ociosi-dade precipita a economia nacrise. Nad,' mais natural queo capitalismo brasileiro defen-da sua essencial liberdade, masé estúpifi., não ver que. aopi i pugnar pjr essa forma Im-Pi.s:il\e' de liberdade, mina oSaHcercfs d» ôda a suí liber-d'ide. parque numa sociedadec:n cr.se ,, Estaõu t,m qu; in-tervlr. Ora. o capitalismo bra-sileir,, taraa em compreenderque, ao lutar pela liberalizaçãod'» r .mereto exterior, es á rtal-mente solr.pandc sua lioerdadeno interior. E' prec so escolherentre uma liberdade imprísíve!e não essencial, e uma liber-dade essencial ao regime.

O sistema, cambial brasileirocalcado . obre a instruçã,. n."70 da SUMOC de fato 'elide adar forma „o r. onópólio esta-tal do comércio exterior. For-malmente, „ particular nãovende a0 Estado sua mercado-ria. mas a divisa que ganha.Ei 1'ttuiito p.'la possibilidadeque tem o Es.ado cie variar asbonificações êle pode realnu-n-te transformar a operação decompra da divisa em mei'o clls-farce da i.nnpra dn m;rcado-ria. peto sm valor mi mercadointerno, Se o Estudo dispr.ssssede armazéns i comprasse aopreço cr.rrente n<i ni.rcado. asmercadorias que ienclonn ex-peitar, todos compreéndeíiamclaramente a operação inclusi-ve sua legitimidade. O véucambial impede essa compre-ensáo e está suscitando tensõese dificul ando a organização docomércio exterior.

Na importação, aparentemen-te o participar não compra dl-retameire as mercadorias im-poradas ao Estado, Compra-asao produtor estrangcir0 a quempaga com divisas comprada aoEstado, por um preç,, dupla-mente modificado: peia tarifae p»lo ágio. O véu cambial im-pede, aindi. aí de ver a essên-cia do fenômeno, mas a provade que o questão é apenas deforrra, está em que ninguémdiscu e a legitimidade da ta-rifa que não obstante, é ape-nas uma forma de ágio — amenos que queiramos c:nside-rar o ágio como uma forma detarifa ao tCHn do freguês. Narcalidnde, - Estado vende osprodutos importados a„ preçoque o mareado In orno fixa pa-ra este. — o menos que quei-ra vender mais barato, deveu-do a difeieiiça contabilizar-secomo subsídi,, que é. A dife-rença está apenas em que atarifa é arbitrária, ao passoque o ágio consulta 0 merca-do. dafine-se de acordo Com aaleis de formação dr preços.

NOVOS PROCESSOS DEINTERCÂMBIO

Con.inuamos, entretanto, arodai' em cireul, vicioso, emtorna d„ pioblema Se quer*-mos "simpUucar' '0 mecanismocambial, então instituamos devez o monopólio do comércioexterior, rasgando 0 véu cam-bial da operação e tornando-ainteligível para todos, porque oato de proouçãi; pura a expor-taçâo se c .nveríerá, exatamon-te como o uto d» impor ar. nu-ma operação em tudu idênticaàs que praticamos no mercadoinierno. Eiuão, sim, todo 0 co-mércio bri.iileiro poderá sersubmetido au mesmo DireitoComercial — um direito Co-mercinl "privado", que poderáser liberto progressivamente demui as das limitações aluai-mente impostas pelo Estado,precsamente para neutralizaros deslocamentos causados porum comerei., .-xtenar irracio-nal, dnde nunca saeen.os se es-'tamos ganhando ou perdendo.

A taxa única d^ câmbio nãosimplificaria qclsa alguma. Pa-:-ra operar ta,l sistema terinnnsque. introiluzir uüidnnçns no.mecanism,. da , tarifa, que 'a,tornasse tã0 móvel quanto u,ágio, e,' o qiu- e mais) teríamosde cobrar direitos de exporta-«ão, porquet nas nossas condi-ções, sehipie jeiá misler "cri-ticar" o valor da. divisa, paraajustar (,s' preços es rangeirosvariáveis aos preços internos,também variáveis.

A generalização do mercadolivre tampouco simplifica co;-aa alguma. O mercado livre decâmbio não prssa Ce uma ca-tegoria espec.al. cujas cotaçõesdependem diretamen e da po-litica do Estado. .O tip0 decârribio aí é tão "político" quan-to o das demais Ca egorias ea máscara de livre serve ape-nas para ocultar operações dedifícil explicação para a opi-nião pública — como o subsi-dio ao capital estrangeiro in-vertido n0 Brasil, entrado su-postaram e sem coberturacambial. E serve também paraestimular o contrabando, tan-te sob as formas convencionais,quanto sob as de sobre e sub-fs uramen'o. E' um Instru-mento de fraude e desordem,que está sendo eficazmenteutilizado para desnacionalizarsetores in.elres da economianaciona.. atiavés do mecanismocriadi pel* *13.

Mas não há razão para quenos apressemos em "simplifi-

cur' ', mecanisiiio do comércioex erior E' preciso dar. tem-po a que o produtor privado sehabltul ás novas Condições e épreciso esperar igualmente queo Estado -iprenda a adminis-trar um poiic,, melhor Inteli-geiitem-n e utilizado, o siste-

ma atual poderá servir comoforma de transição e permitirao Estado planifkar, no fun-damental, o comércio exterior.Porque nunca será possível ex-pandir rosso comércio sem pia-nejamento ainda que este sejaapenas parcial.

A moeda inconversivel é um instrumento exlraordina-riamente eficaz, desde que usado também com inteligênciac honestidade. Por esse meio podemos ter acesso ao comérciocom três quarlas purtes da humanidade. E' aí, nessas trêsquartas partes da humanidade que não podem comerciar amaneira tradicional, que fstão os mercados potenciais paranossa produção industrial, E' aí igualmente que se encon-iram as economias potencialmente mais dinâmicas, do pontode vista do comércio cxierio». porque aí estão as jovens eco-nomias nacionais, em processo de industrialização e, portanto,como a nossa própria, carecidas d* vender e de comprar. Ospaíses de velho capitalismo eutao perdendo o dinamismo do

seu comércio exterior, porque levam a substituição de im-portações ao extremo limite, apoiados em sua vigorosa pro-dução de bens de equipamento e na técnica de vanguarda.

Depois de tão longo período de contração relativa do co-mércio exterior, temos necessidade de reativá-lo. Alternada-mente nos desenvolvemos pela substituição de importaçõese pelo aumento das exportações de modo que é natural quenos preparemos para voltar ao comércio mundial. Mas é pre-ciso ter presente que uma economia que chegou ao grau (tedesenvolvimento da brasileira não podo mais confiar no efeitopromocional da exportação de produtos primários. Temos queexportar produtos industriais, ou não haverá estímulo sufi-ciente a inverter, o que quer dizer que temos que aprender acomerciar com as áreas menos desenvolvidas do mundo ecom as áreas desenvolvidas mas em processo de expansão.Isto exige um comércio de novo estilo — exige inventiva einteligência, não a adesão bronca a normas que há muito ca-ducaram, quer essa adesão seja de nosso próprio capricho,quer inspiradas pelo FMI ou pelo Departamento de EstadfíEsses os fatos.

Balanço da Operação Panamerícana

A DENOMINADA "Operação Pananicricana" do presidenteKubitschek já completou o seu primeiro aniversário, a con-

tar-se da carta dirigida a Eisenhower, logo após a viagenr do sr.Nixon à América Latina, quando o segundo mandatário dos EstadosUnidos foi alvo de ovos podres e outros objetos menos nobres.

Em estudo que procura consubstanciar os fundamentos uco-mímicos da "OPA", documento editado pelo Ministério das Rela-ções Exteriores, inicialmente dado como confidencial, e, posterior-mente, amplamente divulgado na imprensa, o problema loi colo-cado du modo dramático nos seguintes formos:

— As Democracias se encontram diuiite de um desafio:ou oferecem às nações subdesenvolvidas uma solução ra-zoável para o problema do desenvolvimento, sem necessida-dç de violentar as instituições atuni, ou essas nações aça-barão irreslstlvelniente atraídas pelas soluções totalitárias,com sacrifício das liberdades individuais.

II — Não parece haver suficiente consciência dessa rea-lidado nos EUA ou na Europa Ocidental, o que explica arelutância que opõem à consideração frontal do problema.Impõe-se, assim, um esforço inteligente e tenaz, no sentidodo. esclarecimento da opinião pública, sobretudo dos Esta-dos Unidos.

III — A iniciativa brasileira (OPA) deflagrou um mo-vimento cujo insucesso poderá ter conseqüências graves eimprevisíveis. Mais do que tudo, contribuirá para o êxito daOperação a unidade de pensamento e de ação por partedos países latino-americanos.

Evidentemente, o prazo decorrido é por demais exíguo parase afirmar se a "OPA" vingou ou se tem condições de vingar,Sugundo a voz corrente dos principais responsáveis pelo desen-cadeamento da "Operação", trata-se sobretudo da criação de umclima de compreensão dos males que realmente afligem a AméricaLatina, por parte dos Estados Unidos. De qualquer modo, algumaágua já passou por debaixo da ponte, e cabe, sem dúvida, umretrospecto, não para firmar conclusão, mas para verificar até queponto se alterou o comportamento dos Estados Unidos em relaçãoaos problemas latino-americanos.

O QUE DIZEM OSAMERICANOS

O «New York Times», de 17-5,publicando correspondência doseu observador junto à Confe-rencia da CEPAL reunida emmaio passado, na cidade do Pa-namá, informa: «... na Confe.rencia de Washington realiza-da im último outono pelo Comi-té dos Vinte e Um, constituídopara levar adiante os objetivosda proposta Kubitschek — osEstados Unidos por motivosevidentes do ponto •¦de vista po.litico foi arrastado, a despeitode muitas reservas de setoresprivados —, um delegado lira-sileirn estrondosamente solici-tou imensos investimentos comfundos dqs Estados Unidos parao desenvolvimento do 'Hcmls-ferio. O referido delegado re-vestiu o seu discurso de uma su-gestão deselegante, a de que aAmérica Latina poderia voltar,se para a Unia» Soviética casoos Esiados Unidos não compa-regessem com a ajuda (literal-mente: «ifc the United Statesfailed to deliver the goodí»).Os piadistas da reunião chega,ram a falar de «um Comitê deVinte Contra Um», ilustrando afrente comum dos latino-ame-ricanos contra os Estados Uni-dos. Mas quando o trabajho doComitê prossejuiu este ano —e depois que os Estados Unidosconcordarem com a criação deum Banco Interamerlcano deum bilhão de dólares, dos quaissubscreveriam em ações qua-renta c cinco porcento — o ho-mor começou a mudar. Um sin-toma disso — alguns latino-americanos cínicos o renomina-ram de resignação — constituiuo fato de que o pedido do Pre.' raier Fidel Castro, de Cuba de39 bilhões de dólares dos Esta-dos Unidas, para o desenvolvi-incuta do Hemisfério durantedez anos. foi recebido com talIriesa pelas de!egaçõrs presen-tes, i,ue teve de ser retirado.Aqui no Panamá, na eneruzi-lhada do Hemisfério Ocidental.os delegados das nações latino-americanas têm discutido portoda a semana o plano revolu.cionário de preparar o mercadocomum da região. Outro í;a. osecretario da CEPAL, Raul Pro-

lilseh. destacado economista ar-gentino. disse aos conferencis.tas algumas verdades duras,tais como a de que o Hemisfé-rio só se desenvolverá de modoadequado com medidas bemplanejadas e de longo alcancetipo mercado comum, ,. nãoimediatamente com imensosempréstimos externos e preçosaltos para os produtos de ex-porlação.»

ESTABILIZAÇÃO DAMISÉRIA

Das três Iniciativas que con-Iam com o apoio ostensivo dosamericanos, o texto do «NewYork 'rimes' acima transcritonão se refere aos esforços queobjetivam a feitura de umacordo sobre café. Em outrotrecho da mesma reportagem,porém, vem a informação deque Mr. Thomas Mann está pro-curando nò momento construirura acordo internacional docafé. O acordo se basearia nosistema de quotas, e a longoprazo, garantiria ajuda maisefetiva que a representada poroutro empresário de 100 a 200milhões de dólares.

O Banco Interamericano é,como se sabe, uma velha reivin-dicação dos latino-americanos,tendo a Primeira ConferênciaInternacional de Estados Ame.ricanos. em 1890, aprovado re-comendação expressa nesse sen-tido. Pouco depois da viagem deMr. Dulles ao Brasil, estandoos Estados Unidos em vias deanunciar programa de ajuda aoOriente Médio através da pa-lavra do seu presidente naONU, o «Banco Interamericano»foi desencravado dos arquivosdo Departamento de Estado, ãguisa de mostrar que o interessedos Estados Unidos por estaparte do mundo não se traduziameramente em palavras e visi-tas de altas personalidades. Nomomento, a participação efeti-va dos americanos no capitaldo Banco parece não irá acimados 300 milhões de dólares, umavez que parle da subscrição de-verá ser feita em moeda fraca.

A idéia do nercado comumlatino-aro.-ricano, para fazerfrente à constituição de outrosblocos regionais, especialmente

o Mercado Comum Europeu, é,como se sabe, idéia pré-OPA, evem sendo «tocada» oom espe-oial ênfase e carinho pelaCEPAL, desde que a comissão,outrora verdadeira pedra no sa.pato do Departamento de Es-tado, ajustou-se à linha «rea-lista».

Não é difícil perceber-se asjustificadas esperanças que ani-mani os americanos ao pôr omercado comum latino-ameri-cano em primeiro plano entre osproblemas do Hemisfério. Idéiaque se impóe do ponto de vistateórico, o mercado comum, atéconcretizar-se num ensaio deprograma riu vida, seíá objetode atritos e diferenças entre osdiversos países interessados. Oassunto, pelas suas implicações,é dos que merecem estudo eexame detidos, principalmentepartindo de que o Brasil é real-mente o grande mercado daAmérica Latina, tendo, porisso,muito mais a dar do que a re.ceber. • '

O acõrôdo do café, cujos es-tudos parece concentrar a aten-ção do Departamento de Esta-do teria como objetivo o de ga-rantir o mercado consumidoramericano na base de quotas,inspirado, ao que dizem algunsobservadores, no modelo do açú-car. Sabe-se que a economiaaçucareira norte-americana seencontra absolutamente cartell-zada, com o fim de conciliar osinteresses dos investidores in-ternos e dos americanos que de.têm, o controle da produção noexterior. No caso do café, os es-tadunidenses que controlam boaparle da exportação no Brasil,talvez estejam procurando ummeio de garantir mercado paramaiores investimentos no setorda produção.

Na melhor das hipóteses, a es-tratégia americana, como podeser inferida das iniciativas fo-calizadas, traduziria um esforçode estabilizar a miséria na Amé-rica Latina, modus operandicom que se asseguraria na áreauma realtiva estabilidade.sociale econômica acauteladora dosinteresses dos seus capitais. Res-ta saber se os dirigentes brasi.leiros, compenetrados dessa rea-lidade, poderão influir no sen-tido de que uma política de ver-dadeira cooperação interamerl.cana comece a aparecer emcena. Nesse sentido, é indispen-

. sáveí recapitular-se a experiên--cia brasileira em matéria de im-

portarão de capitais, já que emtóôdas as discussões e esquemasse tem dado ênfase ao pro-blema.

DESCAPITALIZAÇAOINACREDITÁVEL

O saldo liquido do movimentode capitais estrangeiros de 1947a 1957, onze anos, portanto,mostra que houve contra oBrasil um déficit de 251 milhõesde dólares, ou seja. pouco me.nos de 25 milhões de dólaresanuais. As cifras englobam ca-pitais oficiais e particulares eserviços respectivos, excluídosreinvestimentos e financiamen-tos compensatórios (para pa?ardividas). Mais impressionanteainda é a revelação feita porautores e fontes autorizadas deque no período de 14 anos(1939-52), o resultado do movi.mento de capitais e serviçoscorrelatos apresentou o resulta-do negativo de Cr$ 17.640 mi-Ihões, confrontado com um su-peravit líquido da exportação deCrS 6.13C milhões, (sic)

Os dados oficiais sobre o mo-vimento de capitais dog últimos

anos mostram, como é sabido,supera vi ts, mas o fato em vezde tranquilizador, é. dos que

.criam graves apreensões, porqueconstitui segredo de polichineloque isto tem sido obtido em ai-ta escala por uma progressivadesnacionalização da indústriado Puís. Mesmo abstraídos oseleitos da famigerada instru-ção 113 da SUMOC, parcela vul-tosa dos recursos minerais seencontra sob domínio e contrêleestrangeiros e o mercado nacio.nal se acha outorgado a emprê-sas alienígena!, em grande tal-vez difícil de ser medido. Paracompor-se o quadro, considere-se a política de preços impostosaos principais produtos de ex-portação, e o sobrefaturamentoda importação, até certo pontoincontrolável, quando o impor,tador no Brasil é o exportadordo pais de oriçem.

A MARGEM DE BARGANHA

Sem díiviiia nenhuma,- oBrasil, em face de erros de poli-ticos econômica que vêm seocumulando nos últimos anos,encontra-se em situação difícilde negociar, dada a reduzidissi.ma margem de barganha. Lem-bre-se, a propósito, que uma dasmaiores riquezas minerais doPaís foi alienada por contratosque só atenderam aos objetivosdo comprador. De qualquer mo-do, do momento em que houverdecisões para utilizar os poucostriunfos que ainda restam paraa consolidação de uma economiaverdadeiramente nacional, .pãose pode dizer que o fronilizismoseja a solução que se impunha.Isto é exatamente o que preten-de fazer crer o entreguismo,apregoando aos quatro ventos ocolapso do País.

O ULTIMO REDUTO

A grande lição da hora atualdas relações interamericanas.é,indibitàvelmente, a de que qual-quer política só pode ter êxito,quando realizada com firmezae decisão. As manifestações depropósito, por mais elevadas ebem inspiradas que sejam, sótêm valor na medida em quefatos se consumam e interessesreais sejam postos em cheque,O acacianismo dessas considera-ções pode parecer impertinentes,mas não são poucos os brasilei-ros patriotas, investidos de res-ponsabiiidade gerencial ou téc.nica, que ainda acreditam noefeite «vassalador das demons-trações, na validade dos argu-mentos irrespondíveis.

Na realidade, a posição brasi-leira em matéria de petróleoconstitui o último reduto da re-sistência à internacionalizaçãoda economia do País, com s cn-sequente sujeição aos grupos in-dustriais e financeiros da po-tência dominante.

A Argentina, a quem em nomeda salvação nacional, impôs-seuma solução internacional, pelomenos na fase atual, não consti-tui inspiração simpática paraque se transplante para cá omodelo frondizista. O Brasiltem condições para resistir e re.cusar que se adote, em relaçãoaos seus problemas, remédiosdesse tipo.

A Operação Panamericana po-de ser um êxito, mas para issoé necessário que se passe ràpi-damente à fase das atitudesirreversíveis, dos fatos que tra.duzam uma vontade firme. Avontsdr firme de progredir. Nãobasta enunciar problemas; éimprescindível a decisão de en-frenta-los.

•»* • m

NÚMERO 184 ^ O SEMANÁRIO + ANO IV •, ¦ • Semana de 20 a 26 de Junho de 1959 • - -• PAGINA Í

Entreguista Não Pode Ser PresidenteCoronel ANDERSON O. MASCARENHAS

pAR4 aqueles que no1Brasil dedicam alguma atenção às coisasdo pais, estará, certamente, bem claro que se avizinha o

momento decisivo, o clímax, da luta pela manutenção, oumelhor, pela conquista ou perda definitiva da nossa condiçãode Nação livre e independente.

Graças a essa convicção, julgamos que o principal instru-mento nessa luta decisiva reside na divulgação, na interpre-tação desassombrada c verdadeira do significado e das canse-qüências que tem e terá a compreensão, por parte do povobrasileiro, dos diferentes problemas que a Nação tem deresolver.

Nesse sentida, tem sido extraordinária a contribuição doO SEMANÁRIO, que virá um dia a ocupar na História doBrasil um lugar de maior relevância do que os órgãos daimprensa que combateram em prol da Abolição e da Procla-tnação da República. Isso sem dúvida acontecerá, porque acre-ditamos que na alma do povo brasileiro existem as forçasanímicas que serão capazes de construir o nosso futuro comoverdadeira Nação, ao invés de uma ficção política. Isso sóacontecerá, porém, se fôr possível esclarecer os nossos con-cidadãos sobre a verdade verdadeira, que é deliberadamenteescondida sob essa avalancha, essa inundação de palavras econceitos destinados justamente a confundir, a despistar eiludir a opinião pública, a respeito dos problemas que seapresentam diante de nós, como a Esfinge diante de Édipo— "decifra-me ou te devorarei".

É, pois, necessário que todos compreendam que, atrás dosproblemas, das palavras pronunciadas jií impressas, das inter-pretações facciosas e falsas, encontra-se o problema magno daNação. Êsse problema que é, na verdade, uma batalha deci-siva, é o da Emancipação do Brasil.

Coiho uma batalha campal, essa batalha suprema que jáestá travada — e muitos ainda não se aperceberam disso —,compõe-se de numerosos combates paratis, de cujos resulta-dos dependerá o grande final, que será a nossa derrota ou anossa vitória.

Há muito que esses combates vêm sendo travados, verda-detrás lutas de vanguarda, cujos resultados parciais ora estãoa nosso favor, ora estão a favor do inimigo. Eles tiveram iníciologo após o fim da II Guerra. A primeira escaramuça foi o29 de outubro, que perdemos graças ü ilusão difundida pro-posiladamente de que se tratava de um combate à ditadura,em nome da liberdade. Ninguém se deu conta de que Mr. Stet-íinius havia mudado de opinião com referência a Getútio,porém não fazia objeções aos ditadores da América Latina quenão apresentavam sinais de inclinações nacionalistas.

Perdemos outra escaramuça quando o Ministro da Fazendado Governo Dutra — Sr. Corrêa e Castro — promoveu a dis-sipação dos nossos saldos cambiais, resultantes de nossos for-necimentos de guerra, e chegamos à condição inaudita dedizer aos EE. UU. que,

"ou nos ajudavam, ou teriam de noscarregar às costas." Isso foi dito pelo chefe do grupo de apro-veitadores que haviam enriquecido, comprando na Bolsa deLondres, as apólices desvalorizadas das dívidas brasileiras, queforam, logo a seguir, resgatadas iV par. Fizeram esses "ne-

gócios da China" graças à ingenuiàaâs cm assuntos financei-ros, de parte do General'Dutra, ingenuidade que explica a atualcampanha dos seus exploradores, para fazê-lo, outra vez, can-didata à Presidência.

Recuperamos algum terreno, quando foi criada a FrotaNacional de Petroleiros, quando se construiu a Refinaria deCubatão, a despeito das sabotagens do C.N.P., e quando seinaugurou a Hidrelétrica do São Francisco. Obtivemos umaenorme vitória, ainda que não definitiva, quando foi instituí-do o Monopólio Estatal do Petróleo e fundada a Petróbrás.Essa vitória, maior do que a de Tuiuti e a do Riachuelo, vemsendo secundada por outras resultantes dos êxitos posterioresda Petróbrás.

Perdemos outros combates, como o da Eletrobrás e o do24 de agosto. Além do aspecto humano, a tragédia do 24 deügôsto teve um significado tremendo para o encaminhamentode nossa vitória. A reação emocional do povo brasileiro im-pediu que a nossa derrota fosse imediata e definitiva.. Teveêsse significado a resposta do General Canrobert, então Chefe4o EMFA, à consulca de Juarez Távora sobre a revogação aaLei tt 2.004.

Obtivemos outra grande vitória parcial, quando, em 11 denovembro, o Exército impediu que os inimigos da emanei-pação nacional estabelecessem um "governo de exceção".

Perdemos muito terreno, quando o Sr. Juscelino, antes detomar posse, foi aos EE. UU. e, baseado na falsa impressão denão ter apoio nacional para assegurar a sua permanência àtesta do Governo, fêz promessas inconfessáveis aos grupos in-ternacionais que são os nossos verdadeiros inimigos.

Recuperamos algo nos dois primeiros anos do seu governo,graças à orientação do Sr. Alkmim na pasta da Fazenda. Osgrupos internacionais, porém, impacientaram-se e, assim, omostraram, através das pressões sobre o nosso comérciode café.

As nomeações de Lucas Lopes para a Fazenda e de Ro-berto Campos para o BNDE marcaram o início do combatedecisivo.

Esses homens constituíam a garantia de que as promessasfeitas antes da posse serão cumpridas, e logo se puseram atrabalhar nesse sentido. Modificaram a política de sustentaçãodos preços do café, sob o pretexto de aumentar as vendas.Passamos, então, a vender sempre menos e a receber aindamenor quantidade de divisas em troca.

Ao mesmo tempo, os economistas a soldo do estrangeiro,continuaram a pregar uma desvalorização da nossa moeda,sob a forma de reforma cambial, para que tenhamos aindamenos dólares, em troca de nossas exportações. Alegam que onosso problema é aumentar a produção e, paradoxalmente,desculpam o boicote americano ao nosso café com o excessode nossa produção. Alegam o confisco cambial e esquecem quenão conseguimos mercado para o algodão, a carne, o cacau, ofumo, etc, porque os grupos internacionais agem deliberada-mente contra o nosso comércio. Nenhum desses agentes estran-geiros menciona que exportamos cada vez mais minérios deferro e manganês, e cada vez recebemos menos divisas emtroca. Todos parecem achar justo que paguemos cada vezmais pelo que importamos. Querem, porém, que recebamoscada vez menos pelo que exportamos e, para isso, pregam areforma cambial.

Ninguém se levantou contra as importações de artigos deluxo, nem do papel de imprensa, nem do trigo americano, queestá sufocando a produção nacional. Ninguém procura au-mentar o aproveitamento do carvão nacional, porém os mes-mos agentes estrangeiros cantam em prosa e verso as bene-merendas da Light quando constrói usinas termelétricas paraqueimar óleo importado, em vez de carvão nacional Todosesses agentes, aos quais chamamos de entreguistas, quando jáexiste em nosso vocabulário a palavra traidores, estão de plenoacordo em empregarmos os nossos recursos na pesquise deum petróleo na Bolívia que é apenas uma hipótese, porémnão se conformam em deixar viver a Petróbrás.

Querem sufocar a Petróbrás, porque ela é um poderoso ins-trumento nessa luta, que já chegou ao ponto do "agora oununca", conforme a Hanson's Letter, artigo publicado nò OSEMANÁRIO de 4-12-58.

Para isso estava Alexínio estrategicamente no C. N.P., oórgão dos trustes do petróleo no Governo brasileiro, e tivemoso seu Relatório contra a Petróbrás. Embora perdendo pessoal-mente a questão, foi vitoriosa a sua tese principal — "para

modificar a política petrolífera nacional é imprescindível subs-tituir o atual presidente da Petróbrás." Com surpresa geral,principalmente para os membros da Comissão de Alto Nível,que estudou o -Relatório, foi substituído o Cel. Janari. ¦

Depois disso, a Petróbrás parou. A Refinaria Duque deCaxias está atrasada de 14 meses em sua construção. Tinhasido planejada para custar US$60 milhões, quando o dólarde custo valia CrS 53,82. Agora, graças aos Srs. Roberto Cam-pos c Lucas Lopes, o dólar de custo vale CrS 100,00. A Rcfi-naria custará, então, quase o dobro à Petróbrás. Isso, porém,não é suficiente. O Fundo Monetário Internacional vem, hámais de um ano, pressionando a elevação do dólar de custopara mais de Cr? 130,00. Esperando que isso aconteça, nãose providenciam as encomendas para instalar a refinaria, que,então, custará quase o triplo do que custaria quando foi pia-nejada. Esperam, talvez, que essa refinaria não seja jamaisconstruída, tal como preconizou o Relatório Alexínio.

Para ajudar a descapitalização da Petróbrás está atentono C. N.P. o Sr. Fleiuss, o mesmo que recomendou a partici-pação dos capitais estrangeiros no escandaloso "affaire" doAcordo de Roboré. Todas as medidas do C. N. P. são contraa Petróbrás: aumenta Indiscriminadamente os preços de com-bustíveis para desacreditar a Petróbrás junto ao público —onde há refinarias da Petróbrás os combustíveis são maiscaros; deinagògicamente, concede à Petróbrás autorizaçãopara importar refinados de petróleo, porém só concede as li-cenças de importação às filiais dos trustes; bate-se pela re-vogação da Instrução 181 da SUMOC, porque ela trará maio-res lucros à empresa nacional e diminuirá os lucros dos trus-tes; não permite a importação, pela Petróbrás, do petróleo cripara todo o país, porque isso diminuirá os lucros do truste eaumentará o poder de barganha da Petróbrás na colocaçãodo petróleo da Bahia no estrangeiro; não tabela os lubrifi-cantes, porém diminui o imposto para assegurar lucros enor-mes aos trustes, e assim por diante.

Tudo isso, junto ao sono administrativo do novo presi-dente da Petróbrás, adiará para as calendas gregas a cons-trução da Refinaria Duque da Caxias. E' justamente essa re-finaria que constitui -o ponto vital, crucial, para a sobrevi-vencia da Petróbrás. Com o seu funcionamento, seremos au-to-suficientes em produtos refinados e teremos aplicação di-reta, imediata, para 150 mil barris por dia de petróleo baiano(90 mil em Caxias, 40 mil em Mataripe e 20 mil em Cubatão).Não dependeríamos mais da boa vontade do truste em com-prar a produção do Recôncavo que, assim, poderá ser au-mentada até a nossa autosuficiência.

O que nos falta não são novos poços de petróleo, cujadescoberta, aliá.s está sendo divulgada com um atraso in-compreensível. Todos sabem que na Bahia há petróleo emquantidades consideráveis. Basta dizer que os 500 milhões debarris de suas reservas provadas, em 1° de janeiro, estão con-tidos em, apenas, um por cento (1%) da área produtora. Oque a Petróbrás precisa é de dinamismo na construção daRefinaria Duque de Caxias e da Fábrica de Borracha Sinté-tica, antes que o ministro da Fazenda eleve o dólar de custopara CrS 200,00, como quer o FMI.

Graças ao atraso da construção da Refinaria Duque deCaxias, perdemos US$ 50 milhões até agora e perderemosmais USS 1 milhão por mês. Ao mesmo tempo, pode-se dizerque já não será atingida a Meta do Petróleo, a principalmeta do Governo. Não há possibilidade de ser recuperado otempo perdido e ninguém se preocupa senão com Brasília.

Atualmente, depois das contraditórias informações do Go-vêrno, relativas às exigêncas do FMI, certos jornais estão pro-curando fazer confusão sobre o assunto, para tentar conven-cer o público de que não houve qualquer exigência relacio-nada com a política petrolífera brasileira. Trata-se de umsofisma, empregado tanto pelo Governo, por intermédio doSr. Láfer, quanto pela imprensa entreguista.

Para esclarecer os nossos leitores, passaremos a analisaras exigências do FMI e seus reflexos sobre a política estataldo petróleo.

Inicialmente, o FMI exigiu uma reforma cambial no sen-tido de unificar as taxas cambiais, isto é, todo o câmbio seráfeito no mercado livre.

Disse resultará, tal como aconteceu na Argentina, no Chi-le, etc, que, subindo os preços internos dos produtos de ex-portação, como o café, cacau, etc, teremos, forçosamente, umabaixa na cotação internacional desses produtos. Em conse-qiiência, recebendo menos dólares pela exportação, no fimdo exercício financeiro o déficit de nosso balanço cambialserá ainda maior. , .

Para evitar sêse déficit será, então, necessário restringira importação de produtos essenciais à nossa indústria, do queresultará um desemprego em massa e uma agitação socialque nos levará talvez, ao caos.

Outra exigência do FMI se refere à passagem, para o cam-bio livre, das importações de petróleo, trigo e papel de im-prensa, medida que ocasionará um aumento vertiginoso do

preço dos combustíveis, com reflexos inevitáveis nos preçosde todos os transportes e encarecimento absurdo do custo devida, principalmente nos alimentos básicos, como o pão, etc.

Isto provocará, também, grande agitação social, exigindo mes-mo a intervenção das Forças Armadas, como tem acontecidona Argentina. Criada que seja essa situação, com os ricos cadavez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, surgirá comtoda a força o alvitre "salvador" de adotar uma fórmula Fron- !dizi para o nosso petróleo, acabando com o monopólio estatal,a fim de facilitar novos empréstimos para cobrir os dèficitsde nosso balanço de pagamentos.

Essa è uma das alternativas encontradas pelos trustes pa-ra acabar com o nosso monopólio do petróleo c seu instru-mento foi o FMI.

Outra alternativa, com o mesmo fim, é o Acordo de Ro-boré, cujos efeitos, todavia, só se farão sentir dentro de 5 a6 anos, quando teremos de construir o oleoduto de SantaCruz de La Sierra, na Bolívia, até o nosso parto de Santos.Como serão necessários cerca de US$ 500 milhões, teremosque entregar a sua construção e, portanto, sua operação auma das companhias internacionais de petróleo, o que só po-'dera ser feito revogando-se o monopólio estatal do petróleo.

Como os trustes internacionais jogam o jogo para ganhar^sempre, possuem ainda uma outra alternativa para alcançaros seus fins. 't

Essa alternativa visa a assegurar o êxito dos seus planos,mediante a eleição de um presidente da República que lhesseja simpático, que lhes garanta a consecução dos seus obje-tivos, isto é, desejam um novo presidente ainda mais dócildo que o sr. Juscelino, que tem dado uma no cravo e outrana ferradura.

O candidato de seus sonhos é, indiscutivelmente, o sr. Jâ-nio Quadros, que não tem escondido as suas opiniões contra-rias ao monopólio estatal, embora seja provável uma retra-tação em breves dias, com objetivos apenas eleitoreiros.

Tendo, porém, surgido como candidato da preferência dopovo e dos círculos 'intelectuais nacionalistas, o marechal Lott,que em sua viagem aos EE.UU. desiludiu os homens dos trus-tes quanto à possibilidade de lhes entregar a nossa Pátria,compreenderam eles e seus serviçais entre nós o perigo quecorrem. Consideram, portanto, indispensável evitar a eleiçãodo marechal Lott. Para isso mandaram de volta o sr. AmaralPeixoto, com a incumbência de afastar a candidatura nacio-nalista. Ao mesmo tempo, os jornais entreguistas condenam,,assustados, a possibilidade de termos uma campanha eleito-ral na base do Nacionalismo contra o entreguismo. Simul-tâneamente, pregam a pacificação militar, como se houvessequalquer agitação militar e procuram dar cobertura à idéiado sr. Amaral Peixoto, de termos um único candidato à pre-sidência da República. Está claro que aceitarão qualquer can-didato, contanto que não seja nacionalista como o marechalLott. Não o disseram ainda, mas é óbvio que querem umaeleição apenas simbólica, com um só candidato, que, acimade tudo, seja entreguista. Vê-se claramente que êsse candi-dato dos trustes será o sr. Jânio Quadros. O marechal nãoserve aos trustes. nem, portanto, aos chefões do PSD, porqueé incorruptível. Será, em conseqüência, um presidente doBrasil, de um Brasil brasileiro, e não um gerente duma co-lônia dos trustes internacionais.

Vê-se, pois, que não se trata de uma eleição como as ou-trás do passado. A próxima campanha eleitoral será uma op-

ção entre aceitar uma gerência para um Brasil-colônia dostrustes, ou exigir um presidente para uma Nação livre e in-dependente. .

Em conseqüência, não podem ser admitidas as manotiras

que se esboçam, visando a impedir a livre escolha do futuropresidente, por meio da imposição, ao eleitorado, de um can-didato único, já identificado como agente dos grupos inter-nacionais que nos assaltam por todos os meios. O povo bra-sileiro não pode aceitar essa espoliação do seu ultimo direito,

que é o de optar. ,. .Se apesar de tudo, não fôr dado ao povo o direito, que

lhe pertence de escolher aquele que deverá dirigir è resguar-dar a Nação nesta fase gravíssima de sua historia, esse povoordeiro e pacífico certamente haverá de vir para as ruas, em

armas, para fazer valer, pelo menos, uma condição:

ENTREGUISTA NÃO PODE SER PRESIDENTE.

Receberá a caixinhaeleitoral do Caolhouma contribuição demais de 100 mil con-

Pfc #t J.F* tos — Corrupção em

üinômio Jânio Quadros — Kenafo leio ^w desc°nh*Consumou-se Escandalosa Negociata no

CONSUMOU-SE, no decorrer da semana passada, uma negociata de pro-

porções escandalosas, à qual se vincula o binômio Jânio Quadros- Re-nato Feio. Realizada com a conivência do governador Carvalho Pinto, dará àcaixinha eleitoral do Caolho uma contribuição superior a 100 milhões de cru-zeiros e Isto diz bem do cinismo dessa gente ao falar em moralização admi-nistrativa.

Consiste a operação no se-fuinte: o Tribunal de Contasde São Paulo foi instado a re-gistrar 3 contratos para acompra de 126 carros de açoinoxidável, para a Araraquara« a Sorocabana, Já no ano pas-Bado, vários parlamentares pau-listas haviam denunciado ocaráter ilegal da. concorrén-cias que para tanto se renliza-ram. Tinhp a encomenda umendereço certo: a firma-Ma-fersa, fundada pelo atual Pre-sídeníe d? Rede FerroviáriaFederal, a mesma que se viraenvolvida cm outros escânda-los divulgados no anu passa»do através da Comissão de In-quérito qu? funcionou lio Par-lamento Federal. Ainda mais:tornou-s,. público que os ór-gãos técniíns do Tribunal deCon as haviam dado parecercon'rári„ au registre.

O mais prave entretanto éque tudo está a depender ain-'.da da autorização da Assem-

. bíéia Legislativf paulista paraa assinatura de um contratode emjrpítimu externo entreo govêrnn es adual e a RedeFerroviária. O empréstimo se-rá superior a 10 milhões de dó-lares. Acontece, porém, que aAssembléia vem se recusandoa conceder essa autorização,inclinando-st para a formaçãode uma Cimissão de Inquéritoque Investigue as proporções dabandalheira. Assim, muito tem-p,; va: aecnlTe. ainda até que oGoverno possa adquirir nos Es-tados Unido* a matéria primafundament-, à feitura dos car-ros que encomendou: o aç0 ino-xidável.-' Pergunta-se: se os Cairosnão vão nem podem ser feitosagira o r que h pressa no re-gistro dos con rates n0 Tribu-nal de Contas? E' „ que vere-mos a seguil.

\ caixinha eleitoraldecide tudo

O regredi, do negócio estáem que. feit(. o reg'sir„ noTribunal ae Contas, recebe afirma '•. n.ra ante rma pri-meira prnMaçâ.. Correspcnden-te a 3P:í. Despe total — sa-bem todes em Sao Paulo e jáíoi ceúunilado na Assermb'3ia— 15.'; desfnam-se à caixinhadeit«ral de J&nio Quadros. AlmnortAnci exata com oue vfto

Contar é a seguinte: Cr$ ....16.970.550,00 (pelo contrato Pa-ra a compia de 19 carros); Cr$78.710.850,00 pelo contrato pa-ra a Compra de 84 carros); Cr$22.669.050,00 (idem para a com-pra de 23 carros',. Os dois pri-meiros íoram firmados com aSorocabana e o último com aAraraquara,

Assim, receoerá o sr. JânioQuadros pelo seu empenho emprol da moralização dos costu-mes, nesta teTra. uma modes-ta con'ribi ição, dos cofres doEstado, através do sócio d0 dr.Renato Feio. que soma nadamais nada menos que Cr$ ..118.350.450,00. Idêntica somarer.ebirá a Mafersa.

A operação vai custar ao Es-tado mais de um bilhão decruzeiros em moeda nacional emais 10 milhões c 600 mil dó-lares.

Ainda hã ,, seguinte: se aAssembléia Legislativa não

aprovar o contrato de eniprés-timo externo, ou se aprová-lodestinando os dólares i aqui-sição de oUtr0 material ferro-viário (locomotivas, digamos),a Mafersa t*rá que reembolsaro Estado. Mas isto pouco im-porta a0 sr. Jânio Quadros. Oque lhe interessa agora é fa-zer uma "caixinha" em pro-porções até agora desconheci-das. Ou'ra não é a função dosr. Faria Lima na secretariada Viação de São Paulo. Suamissão n0 governo CarvalhoPinto resume-Sc em asseguraro reíistro de outros tantoscontratos lesivos ao interessedo Estado.

As ilegalidadescometidas

Para que a operação se con-sumasse. no dizer da imprensa

s ANBRA ExpulMatarazzo da Paraíba

Intorma o nosso correspon-dente de João Pessoa que aSANBRA, truste internado-nal que vem dominando a ex-ploração e exportação de ai-godão e de outros produtosimportantes de nossa econo-mia, vem de desfechar maisum golpe contra a indústrianacional. Assim é que obri-gou a Indústrias ReunidasFrancisco Matarazzo a fecharsua fábrica de óleo vegetalem João Pessoa, desde quepor meio de manobras incon-fessáveis conseguiu o frusteaçambarcar a matéria-prima,o caroço de algodão, vendo-sea indústria nacional na con-tingencia de encerrar suasatividades c se transferir pa-ra São Paulo, onde poderá en-contrar condições para suasobrevivência.

Com o fechamento da fá-brica do Matarazzo. substituí-

da pelo truste internacional,perde o Erário um substan-ciai volume de receita. Aomesmo tempo, o que é pior,quinhentos operários foramlançados ao desemprego. Emsíntese: quinhentas famíliasjogadas ao abandono, à fome,à miséria e ao desespero tãosomente por obra e graçados milionários capitalistasnorte-americanos responsa-veis pela política esfomeado-ra dos povos subdesenvolvi-dos. Com este golpe nefastoque perpetraram contra aeconomia paraibana, os trus-tes SANBRA e AndersonClayton vêm estimular umapolítica antipopular de esfo-meamento alargando o cam-po da miséria, para humilha-ção dos paraibanos e brasi-leiros, e ultraje da consciên-cia soberana e democráticado «ais.

i

paulista, milhões de cruzeirosforam pastos. Denunciou-se daTribuna da Assembléia que osr. Herber* Levy, para dar oaval do seu Banco a um doscontratos, recebeu uma co-missão superior a 4 mil con-tos. Afirmou-se ali que inclu-sive o Tribunal de Contas tevesua composição profundamen-te alterada.

• Assim, os sr. Jânio Quadrose Renato Feio aplicam em am-pias proporções j processo dacorrupção. ¦. para que não setenha dúviúas quanto à orl-gem da "inspiração", n0 extre-mo oposto acha-se o . EXIM-BANK, a ditar 0 quc Convéma0 nosst País adquirir nos Es-tados Unidos com os créditosque faculta. Além disto, come-teram-se inúmeras outras ile-galidades. Os carros, se che-garem um dia a ser fabrica-dos, serão, numa fábrica do' Governo, arrendada llegalmen-te. pelo próprio Renato Feio. àfirma da qual foi fundador: a.

cidas

Mafersa. Segundo, a concor-rência foi ilegal e teve ende-rêço certo. Terceiro, havia umparecer do. órgãos técnicos doTribunal de Contas. Finalmen-te, a operação nã0 poderia serrealizada sem a aprovação pelaAssembléia Legislativa dá*«on-trato de empréstimo externo,

Eis aí a prova de que nãopassa de einagogia o propa-lado empenlio do sr. Jânio Qua-dros em prol da moralizaçãoadministrativa. Isto explicatambém porque essa gente te-me profundamente a possibili-dade da chegada do MarechalLott. a0 Catetc. Sabe a Naçãobrasileira que o ministro daGuerra representa uma corren-te sem vinculações com ostrustes internacionais e quepor íbio mesmo não tem ne-nhuma ligação com corrupçãoadministrativa que aqueles sãoos primeiros a estimular. E is-to basta para que a Naçãobrasileira cerre fileiras em tôr-n0 à sua bandeira.

Brasil

DEALIZOU-SE com o mais absoluto êxito na noite de sábado

passado o comício promovido pela Frente Nacionalista deJacarèzinho. Com a presença de enorme massa, dirigentes daFrente local, representantes da União Nacional dos Estudan-tes (UNE), o comício transformou-se em festa nacionalista.Falaram a Diretora Social da Frente, D. Andreza Moreira daSilva; o estudante Licio Parisse, o Sr. Sílvio de Andrade, se-cretário da Frente; o estudante baiano Alberto Sérgio de SouzaCastro, Reynaldo Barros, Representante do Movimento Na-cionalista Brasileiro e o Presidente da Frente Nacionalista deJacarèzinho, Darcy Freitas Guimarães. Discutiram-se os pro-blemas do bairro, os problemas nacionais, principalmente osrelacionados com o Fundo Monetário Internacional. Na foto,o palanque e parte dos populares que participaram do comício.

Panair doOntem Testa de Ferro da

"Lockeed Air-Service"

Hoje Cavalo de Iroia da "Helibrás do Brasil"

N(TO MOMENTO funciona na Câmara dos Depu--' tados uma Comissão Parlamentar de Inqué-

rito, para investigar as causa» que deram orisiemà crise por que passa a aviação comercial brasi-

E' claro que essa Comissão, levando em contaa gravidade da situação que atravessa a nossaaviação civil, nas suas investigações que estãosendo amplas, abrangerá todas as faces do pro-blema. Dessa forma, é licito que se espere a Co-missão na conclusão dos seus trabalhos, parasalvar a aviação comerciai, apresente recomenda-ções ao Executivo e proponha medidas ao Legls-lativo realmente sérias e profundas, condizentescom as efetivas necessidades do'nosso transporteaéreo comercial.

Essas medidas poderão variar de caso para ca-so, todavia, todas terão de ser no sentido de esta-bilizar, harmonizar e disciplinar a vida da nossaaviação comercial, a fim de que ela possa se de-senvolver dentro de certo planejamento de acôr-do com uma politica avlatória previamente esta-beleclda pelo Governo.

NACIONALIZAÇÃO, ETAPA INDISPENSÁVEL EINTRANSFERÍVEL

Dentre os vários problemas que a ComissãoParlamentar terá de enfrentar e resolver, um éespecialmente grave e urgente. Trata-se da quês-tão da nacionalização da aviação comercial bra-sileira, ou melhor, da nacionalização da Panair doBrasil S.A., porque entre nós ela é a única emprê-sa dominada por capitais estrangeiros.

A Panair, como todos sabem, é uma subsidiáriada Pan-American World Airways, um poderosíssi-mo truste norte-americano de aviação, o qual, co-mo um imenso polvo com seus tentáculos quesão as suas Unhas aéreas abraça todo o globo ter-restre. A Pan American é detentora de 48° i dasações da Panair do Brasil, percentagem esta maisdo que suficiente para que ela mantenha e poderabsoluto sobre a sua subsidiária dita "do Brasil".E observe-se que, absolutamente, a Pan Americannão se faz de rogada no exercido do seu poderde mando, pois nas assembléias de acionistas,mesmo contrariando frontulmente os ingresses eos desejos de mais de 30% dos capitais brasileiros,ela Impõe à Panair os diretores que lhe apetece,isto é, que os jejam bonecos nas suas mãos. Alémdisso, ela traça para a empresa a politica avlatóriaque mais convém aos interesses de sua homoge-neidade, no mercado mundial de transportesaéreos.

Em outras palavras, isto significa que o* destl-nos da Panair, o seu desenvolvimento, as suas ro-tas e linhas, os seus aviões etc, não são planeja-dos, traçados ou adquiridos de acordo com as ne-cessldades do país, ou de uma politica aérea queo Governo tenha, ou venha a ter. Sim, a Panairtem a sua sorte decidida em Washington ou NewYork, nos blrôs dos "patrões" da Pan American.

Com efeito, dentro do organograma adminis-trativo do truste e do quadro geral das suas li-nhas, a Panair oficialmente é tida como um pro-longamento da Pan American e é a filial que cobreo mercado doméstico brasileiro e a rota do Atlân-tico Sul, área que legalmente, com sua própriasigla, a PAA jamais poderia cobrir

Ora, a Comissão Parlamentar, nos seus estudose considerações, não poderá deixar de tomar co-nheclmento desses fatos, nem poderá fugir a de-finir-se com clareza e objetividade sobre eles.E essa definição, face ao exposto, que é público enotório, não vemos outra que não pela naciona-llzação imediata da Panair do Brasil. Se tal nãoocorrer, inúteis serão quaisquer medidas ou deci-soes no sentido de planejamento e disciplina para

a aviação, posto que a "Panair da Pan Americanaí estará presente para perturbar a harmonia e oequilíbrio que se puder conseguir. E neste caso,a Comissão Parlamentar terá falhado no funda-mental.

Note-se que ainda sobre essas graves ocorren-cias, conforme se tem denunciado aos quatro ven-tos, temos de acrescentar o fato gritante e absur-do da Panair receber anualmente centenas de mi-lhares de cruzeiros de subvenções concedidas peloGoverno. Quer dizer, o Estado — isto é, o povo— ainda paga para que ela "pinte o sete" no Paíie prejudique os interesses das empresas legitima-inetne brasileiras.

OUTRAS ATIVIDADES ANTIBRASILEIRAS:A "LOCKEED AIR-SERVICE" E A

"HELIBRÁS DO BRASIL"

A Panair do Brasil, além de constituir um ft\tor de perturbação nos nossos meios aeronáuticos, ,como mostramos acima, tem a sua situação agra-vada pelo fato de em nosso país ainda servir debiombo, atrás do qual os Imperialistas norte-ame-ricanos exercem toda sorte de atividades antinn-clonais. Uma das últimas das suas façanhas foi 5servir de Instrumento legal para a vinda para oBrasil da "Lockeed Air-Service", um truste mun-dial de manutenção de aviação, que aqui viria sefixar e monopolizar o serviço de manutenção daaviação brasileira. A tentativa não se consumou, \porque os nacionalistas da aviação, tendo k frenteos sindicatos dos trabalhadores se mobilizaram, oque provocou um recuo imediato por parte dosmonopolistas.

Todavia, os trustes nunca se dão por vencidos.Neste momento, mais uma vez, vemos a Panairdesempenhar o seu papel de testa-de-ferro de ca- •pitais estrangeiros. Instada pela Pan American,atualmente está servindo de "Cavalo de Tróia"'para a introdução no Brasil de uma filial da WldcWorld Helllcopter. Trata-se da instalação em no»so pais da Hellibrás do Brasil, companhia inteinacional de helicóptero:; e aviões de aeroprospec-ção e pesquisas geológicas em geral, a qual deve-rá operar na região amazônica.

A fim de facilitar a fixação da Hellibrás, a Pa-nair está se apresentado às autoridades brasileirascomo sócia da empresa de helicópteros, partici-pando do capital da meima com 5196 de ações.Os restantes 49! o ficarão com os gringos da WldeWorld Helllcopter.

A Panair do Brasil, como se sabe, auferindosubvenções especiais do Governo e voando comaviões "Catalinas", opera com exclusividade naregião amazônica. E' a Panair que, naquela região,presta assistência aérea à Petróbrás, Inclusive ope-ra com tripulações suas dois "Catalinas" da pró-pria Petróbrás.

O plano, então, é, num futuro próximo, a HelU-brás tomar inteiramente o lugar da Panair nr,região do Amazonas e ampliar, com seus helicóp-teros equipados com magnetômetros, aparelhos deprospecção e pesquisas geológicas, a "assistência"à nossa Petróbrás. Dessa forma a Hellibrás, fica-ria dona absoluta de todo o stor norte do país.O "manager" norte-americano que está à testa detodos os negócios é um tal de mister Louls Kroll,que voa periodicamente entre Rio e Belém enca-minhando o assunto.

Como se vê, não é por acaso que junto ao Gru-po de Trabalho criado pelo Presidente da Repú-blica, para estudar os problemas da aviação bra-sileira, a Panair do Brasil "sugeriu" o zoneamentodo país, medida esta que ela diz viria resolver aquestão da crise da aviação. Nessa "sugestão" elaprópria se indica como a empresa ideal para ope-rar no norte do país.

(Conclni na 11.* pigiB»)

"WaMGINA 6 •. O Semana de 20 a 26 de. Junho de 1959 .• O SEMANÁRIO ^: ANO IV -£ NUMERO 164

Ç^BfSSHBiWí

LITERATURA )V LITÊRATÜ. -ÜTERATURA;

Tloiaâdsi Çhíiim.

iflOS nossos suplementos literários há muito pouco que ler.— estão superados, de há muito, até mesmo pelos suple-

mentos femininos, Foi uma grata surpresa, portanto, encon-utur, AC premiado e péssimo .suplemento do jornal de JoãoPortela (como os prêmios, entre nós, desceram ao ponto deinfamar os premiados c os premiadores!) um artigo de OsórioBorba. Borba é um articulista a quem se deve sempre atenção,ainda para discordar de seus conceitos e de suas conclusões;há um consolo em discordar de um ponlo-dc-vista honesta-mente esposado e com o homem honesto é sempre possívela forma de convívio de idéias que é discordar Tem sido, nosúltimos anos, um dos fatos mais tristes da vida de imprensa,no Brasil, verificar a situação a que se viu relegado o brilhan-íe e combativo articulista, proibido de escrever cm seu própriojornal, uma vez que devia submeter os seus ponlos-de-vista,ainda em trabalhos assinados, aos do diretor, um rapazinhomal informado e mal letrado, Problemas de liberdade de

meiro, liga-se ao contraste cia bravura de sua atitude ante a

pressão do governo inglês, em plena guerra (a primeira), mo-tivada pela independência de' suas críticas a processos poucohonrosos de comércio, então usados, c o reverso de voltar aoBrasil para dirigir um jornal defensor do que havia aqui de

pior em política, numa campanha sucessória ardentementedisputada, do ponlo-de-visla de imprensa, ü segundo, ligadoa uma radical mudança de posição, com a análise objetivadas origens c das razões do anti.scmiti.smo de um lado, e atomada de uma posição aniisemila prálka, de outro, quandoo nazismo colocou em primeiro plano o áritiquíssimo precon-ceito. O terceiro, ligado ao ÇQntrásíe, também gritante, entremeia dúzia de brilhantes e profundos arligos antinazistas, c umsétimo, de defesa do nazismo, mercê de conhecidas pressões.

Borba mostra, ainda, como Azevedo Amaral consentiu, enisto existe uma nola desprimorosa evidente, cm ser o autordé livro assinado por outro, ao mesmo tempo que publicava

Ad

CorrupçãoInteligência

\pensamento, evidentemente, para a qual apela, de quando emvez, o rapazelho, no momento em que alguém lhe aperta ascravelhas pelo abuso da mentira e pela ânsia vesãniea que oleva a imaginar como realidade os seus desejos, caluniando os

i que não lhe seguem os tortuosos e incertos ruinus. Dá pena,realmente, assistir Osório Borba dedicar-se a problemas se-cundários, quando tantos problemas fiindamenluis pedem a

: sua palavra honesta, a sua intervenção seguia e respeitada.Um homem que atravessa decênios de vida de imprensa, comoBorba, mantendo nos confrades e leitores um clima de acata-

. mento ao que escreve, merece admiração. Nunca a negamosao grande batalhador, nem cometeríamos a irresponsabilidadede lembrar-lhe um apelo a Gainza Paz, o falastrão argentinoque aqui aparece todas as vezes em que há algum aeonleei-mento propício à exploração do princípio da "liberdade" deimprensa.

Voltemos ao artigo de Osório Borba. "Grandeza c fraquezasde Azevedo Amaral" é o seu título. Trata du conhecido jorna-lista que, desaparecido antes de a geração de 1945 iniciar-senas letras, gozou de grande e justo prestigio em nossa im-

prensa. Borba mostra as suas grandezas, — o talento, a ca-pacidade para situar um problema, o vasto conhecimentodos assuntos, o vigor de argumentação. £ mostra também assuas fraquezas, citando alguns episódios elucidativos. O pri-

'ÍÍ>-.--><\ :¦¦¦'¦'¦?:•¦•'.¦' .':'.¦¦-.'>: .-•'¦¦'¦•¦' ¦¦':.*-..'¦¦'¦ ' y:>"::W'">Y::.-:'"

NELSON WERNECK SODRÉ

arligo a seu próprio respeito, com assinatura de outro, duasformas negativas de conduta, passíveis de sérios reparos. Esitua o problema dessa discrepância de procedimento, dessescontrastes gritantes, explicando-os, segundo ajuda de um ami-

go de Azevedo Amaral: "Êle era um ser exuberante, dioni-síaeo, rabelaiset.no, amando a grande vida dos prazeres, a. boamesa e a... boa cama (entenda-se) c, desprovido de qualquercapacidade de aseetismo, sem nenhuma tendência idealística,fazia da inlclisúncia poderosamente aparelhada um instru-mento de consecução dos bens que exigia da vida, conformeo sett modo de entendê-la." Vê-se que ó uma explicação, masnão uma justificativa. Não há, na verdade, como justificarprocedimentos como os apontados. Tentemos tirar do caso,entretanto, os ensinamentos, para que se não perca no roldas sujeiras comuns, do cotidiano atual. Quem.esereve os ecii-tonais do jornal de Paulo Bittencourt, quem escreve as notasdo jornal de Portela, quem escreve as seções do órgão da con-dessa? Uns outros Amaral, sem o talento daquele a quemBorba dedicou um estudo tão claro: escribas de segunda oi-

dem, que perderam qualquer escrúpulo e já não merecem o

mínimo de respeito. Os Azevedo Amaral, sem o talento do

primeiro, continuam a povoar as redações; sem eles, não ha-

veria o jornalismo que, hoje, constitui um dos nossos cancrosmais profundos, aqui e foradaqui. Ainda bc-n que não

' têm eles o talento, a erudição,a capacidade profissional da-

qrtele que.-falecido em 1942,

c

DENISE GENCE — excelente interprete du"Les Fenimes Suvantes", de Moiiére

JliAM-LUUIS JLMMA — o Mário, de "Le leuda UAmour et du Hasard", de Marlvãux

EINDA a temporada-rel.âni-,< .* pago efetuada pela «Uo-' médio Françalsc» (iniiiativu da

Empresa Viggiani e parte int.:-grante das comemorações do'cinqüentenário do Teatro Mu-ntclpal) uma verdade deve serdita: se não chegou a deccp-cionar totalmente, também não

-convenceu. Em verdade, as de.ficiências apresentadas supera-ram em muito suas possíveisvirtudes. Dada a tradição e 11

'.'.prestígio justamente alcançadas. yela famosa empresa teatral cm

temporadas anteriores — a ÚUtimn delas em 1952 — líeito se-Tia esperar-se mais do que nos'oi dado assistir. Conforme seapresentou, não correspondeu ãidéia que dela faziam os quenão a conheciam nem reeditoupara os «íntimos» at passadasatuações. Frustrou,' pois, & au-•iosa e Justa expectativa que a

i, precedeu.Dois motivos principais, den-

tre outros, contribuíram paraesse resultado: a má orientaçãoque presidiu á eseolha do re-pertório e a equipe de inter-pretes que, sendo das mais lte-"íerogêncas,

não conseguiu, evi.' deotemente, manter o nível e oequilíbrio interpretativo que!"••. mpre foram apanágio de suas

'realizações. Não se nega o valorcircunstancial do repertório es.colhido, nem o relativo inlerês-se que o. mesmo possa ter des-pertado, Mas sim o estõrço dosresponsáveis peja companhia,no sentido de superar certas de-firiénçjas InJustUleáyeis e Snal-'missiveis em qualquer elenco de.categoria — dentre as quais ai-fivns cenários de papel pintado,numa flagrante demonstraçãode que não emprestaram ã pia-teia carioca a sua verdadeirasignificação — além de direçõescom marcações primaríssimas edo estilo por vezes «demodéc»da representação.

Jc.in Vüiar, Louis Jouvet,

A COMÍDSE FRANÇAI5E(No Municipal)

Çarrau», são recentes Uempns-trações do que seja o nívela i::ii do moderno teatro fran-cês. Viljar, principalmente, à1'rentc do «Theatre NationalFppulaire» da França apresen-tournoE, cm temporada memo-rável, pina .«escola» com algoòe potável e completamente di-verso de tudo quanto estávamoshabituadas n ver, até então, cmmatíéria de representação tea-trai. Assim senão não seria li-cito aos «ryaazadores da excur-são ignorar u clima psicológicoe cultural da atua) platéia ou-rioea — ande aqueles que . seservem da oportunidade paraexibirão de luxo c riqueza, ape-uas, já constituem minoria,

«l.cs íVmmcs Sayantes», deMoiiére, abriu a curta têmpora,da. Ninguém discute o valor daobra de Moiiére, tão apreciadapelos amantes do bom teatro.Não teve éle, porem a devidacooperação do (diretor JcanMeyfr que, abusando de umacudomicismo excessivamenteconvencional — inclusive nasmarcações corriqueiras — deuà representação um ritmo mo-nítono e eansativo, Dos intér-p-2ies, apenas Denfse Gence ovelersníssjmo Maurice Esconde

e Claudc Winter conseguiramdestacar-se. Bonitos, os fjgurj-nos de Suzanne Laliçue. Os CC-ní.rios porém, de papel pinta-do. estavam abaixo da critica!

jí jusfp destacar-se o segun-do cr!gin3l encenado; «Port,Foyal;,, de Henry de Monther-Jant — o mais forte da conlie-cida «trilogia católica» desse au-tor — qus aborda incisivamen-te .o problema da Igreja Católi-ca diante da questão jansenis-ta. Fará projetar figuras fauraa-pas, por intermédio das quaisnos transmite concepções filo-sátiras e sua desaprovação aceríos atos e atitudes arbitra,rios. Montheriant lança mão decoauecido episódio, em que o

prepotente Arcebispo de Péré-fixe, de Faris, ordena a trans-ferência das Irmãs do Mosteirode Port-Koyal para prisões inós.pilas — por serem considera-das adeptas da doutrina de Jan-sen. i: o faz de forma admira-vel. Mais uma vez Winter revê-lou.se grande intérprete, po quafoi secundada por Annie Du-caux e Maurice Eseande.. Visto-so o guarda roupa de SuzanneLaliquc e belíssimo o cenário deJean Meyer.

ccf.e Jeu de L'Amuur et duHasard», de Marivaux, encerroumcdiocrimente a temporada.Tèíto precarissimo, de uma in-::'¦:,!!i;!.:i:< li.i muito superada,teve a agravá-lo um desempe-nho rotineiro, resultando numarealização, quando muito, «dis-ciplinada», mas muito distan-ciada de um dos autores maiscHrac(erislicamente franceses detodos os tempos. A direção deMauricc Eseande, destituída dequalquer profundidade e cena-rios e figurinos sem maior ex-pressão. Jacqucs Sereys, Ge-nevieve Fontancl, Maurice Es-canãc e Jcan Louis Jemma osmelhores dentre os interpretes.

Um «pot-pourri» intituladoíCinçuante Ans de TheatreFrançais» (con? trechos Snsípi-dos . ê destituído de qualquerinteresse, dp autoria de Courte-Une, EdQuard Bourdct, SachaGuiiry Marcçl Achard p ou-Ires) encerrou njelancolicajnen-te essa tempprada-relâmpaso-?¦ cuja frieza dos aplausps dp.niouttroii que a atual platéiacarioca não méis se deixa im-pressionar com certos «carta-z»si> qu* lhe tentem impingir,bem i .' i que a companhia em',-.;>¦¦:> não está i altura derepreErntrr um famoso cenjun-to oficial do moderno teatrofrancês.

ALMIR AZEVEDO

deixou um rastro de sua passagem, a ponto de merecer agorao arligo de Osório Borba. E quem sabe, no artigo, Borba es-teja dizendo aquilo que Portela não lhe permite que diga?Trata-se, segundo um Freud suburbano poderia classilicar deum gesto de desrecalque. Muito bem, Borba, que isto lhe pro-porcione tranqüilidade de espírito, a merecida tranqüilidrdede quem não se corrompe.

Não capitulemos, entretanto, apenas no campo da simples,notória c caracterizada corrupção o numeroso séquito dos queservem a tudo o que nos desserve. Dizia um pretenso filósofo,

já adivinhando os Amarais, o do passado e do presente, queo homem não busca a verdade, mas a acomodação., isto é,as verdades que lhe convém, aquelas que não lhe trazem per-lurbaçõcs, aquelas que não alrapalham a sua vida, que nãoimpedem que éle goze daquilo que é gostoso. São assim comohomens europeus abandonados na América recém-dcscobcrtae que começam a achar lindas as índias, organizando aquelas

prolíficas "famílias" que constituíram o alicerce, as obscuras

origens dos nossos paulistas de quatrocentos anos c de outrosbrasileiros menos pretensiosos. Ora, na luta das idéias, é muitomais fácil esposar o que é geralmente aceito, aquilo que gozado beneplácito dos poderes dominantes, do que aquilo que écombatido. O combatido traz aborrecimentos; o aceito trazacomodação. Que importa a verdade? Êste é outro lado da

questão, lado que explica numerosas posições, honestas em simesmas, porque não motivadas pelo simples suborno da inteli-

géncia, tão característico no caso de Azevedo Amaral. Temos,de uma e de outra espécie, numerosos exemplares, na vida in-tclectual brasileira dos nossos tempos, desde o articulista quepensa de determinada maneira e escreve de outra, porque oPaulo determina, até o escritor que se abriga no tranqüiloauliçismo, achando inteligentíssimos todos os presidentes, to-dos os ministros e até os oficiais de gabinete, e acaba numcartório bem pago. A inteligência não foi feita apenas para a

dèsçpberta da verdade, foi feita também para que os dotados

dela se arrumem na vida.

Convém, antes de terminar, dar uma ajuda a Osório Borba.

E islo pelo simples fato de que também fomos ligados a Aze-

vedo Amaral, também lhe admiramos a extraordinária capaci-

dade intelectual e também nos decepcionamos com os seus

conlrastoe obscuros, com as suas zonas de sombra. Não é

difícil acrescentar um dado positivo aos ciados subjetivos ali-

nhados por Osório Borba em seu excelente artigo. Aqui vai

êle, a título de subsídio: Azevedo Amaral foi, por anos a fio,

pensionista da conhecida empresa IJght & Power. Há um con-

traste entre islo e os artigos combatendo a Inglaterra que

fornada algodão brasileiro para os alemães matarem ingleses.

Contraste que explica, naturalmente, uma posição, como nos

nossos dias, com outros Amarais, há também contrastes. Nq

fundo, entretanto, jaz a corrupção da inteligência, como uma

constante, ligando homens de gerações diferentes, no mesmo

traço, que os torna comuns. Também de estéreo se compõe

a gestação das flores.* * *

Endereço para remessa de livros': Rua Dona Muriana, 35

-ap. 202.

Foi, sem a menor dúvida,uma decisão felicíssima a dosresponsáveis pela Bibliotecade Divulgação Cultural doInstituto Nacional do Livrodo incluir nela o trabalhode Coutinho Cavalcanti, "UmProjeto de Reforma Agrária".A coleção é eclética e temalguns títulos excelentes, masvaJonjzou-se bastante com ainclusão do referido estudo.

Coutinho Cavalcanti foideputado à Assembléia Legis-lativa paulista e o eleitoradotrouxe-o à Câmara Federal nalegislatura há pouco Inaugu-rada. Foi uma escolha acerta-cja, e só o ensaio que vem depublicar bastaria a justifica-

Jâ-lNflS-frabalhos-legislativos,—Continuo Cayaleanli vem sedstiuguindo pão apenas porsua operosidade, mas aindapela forma objetiva como co-loea os problemas c pelo altosèjjsh político de sua orienta-ção. O problema a que se vemdedicando com mais afinco, oda Reforma Agrária, vem me-recendo de sua parte, por ou-tro lado, um esforço tenaz,que vai desde o estudo aos de-bates com os companheirosde partido. Nesta teve jáS

oportunidade àe neutralizara tendência, evidentementefalsa, de San Tiago Dantas,que fazia depender aquela Re-forma de uma reforma consti-tucional, isto é, relegava a so-lução para daqui a dois anos,quando menos, manobra pro-telatória que não escapa aomais ingênuo dos. observado-res.

O que vem ao caso, agora,entretanto, é o livro. E' mui-to raro encontrar-se um pro-

leforma

Agráriablema complexo tratado deforma simples, e nisto consis-te o verdadeiro saber. Quemnão sabe, ou quem não quer,é que complica as coisas e seenrola nos próprios argn-mentos. O primeiro sinal po-

sitivo do ensaio Ae CoutinhoCavalcanti é a meridiana cia-reza com que a expõe, clarezaque vai da linguagem ao mé-todo. Qualquer creatura alfa-betizada está em condições deler e de entender o que diz olivro. Que significa isto? Sig-nifica que o autol" é dono doassunto, que o domina com-pletamente Significa tambémque está convencido de suasidéias.

Não se pense que o ensaioé uma apaixonada defesa dedeterminado ponto de vista.Nada disso: é uma exposiçãoobjeliva dos dados, um equa-cionamento tranqüilo, claro,contundente porjjjnesmo-e-í5^T>elcT1ia3èTívos. CoutinhoCavalcanti escreveu uma pe-ça fundamental a respeito dês-se assunto. Nada se poderádiscutir, nesse terreno, semconsulta a esta fonte. E' êsteum mérito inquestionável:Nenhum brasileiro pode des-conhecer o trabalho excelen-te, exato, incisivo que Couti-nho Cavalcanti vem de ptibh-car. Livro de consulta obriga-tória, deve ser lido, atenta-mente, pofcue esclarece, en-sina e fundamenta. .1

NoMundo

DasIdéias

GASTÃO CRULSAs letras brasileiras sofre-

ram, na semana finda, umaperda muito grande: faleceuGasião Cruls. Romancista, Con-tlstii, ensaísta homem de le-iras e homem ae ciência, Gas-tão Cruls era unia figura ad-mirada e respeitada por to-dos os títulos. Sua obra atra-vpssará os tempos, particular-men'e a ficção em que situouo nmb' 'li i carioca, o quadrode costumes du capital. EmGastão Cruls, pntietanto. ha-via que estimar também a íi-gara humana, modesta, firme,

tolerante c compreensiva. In-telectual, honesto, jamais tr«n-sigiu nuqullo que julgava ilig-lio de apreço, e osso proce-dimente, lhe grangeou 0 rrt-peito gorai, num meio llterá-ri,) corrupto, cuja escala de va-lores sofn as mait diversasInjiinções. Na obra de GastãoCruls há muito que admirar,e o juiz:> póstumo, quast sem-pre mais equilibrado do quo odos contemporâneos, confirma-rá, certamente, a curiosidadeque os ' seus livros suscitaram,

CONFERÊNCIASFalando n0 Conselho Técnl-

Co da Confederação Nacionaldo Comércio, o economista deSão Paulo José Luis de Almei-do Nogueira Porto chegou àconclusão de que a economiabrasileira não está gm condi-ções de dai segurança à na-çãD. Disse, a c»rta altura: "En-quanto nossa armumen o bé-üco se torna obsoleto, nãacriamos condições industriais etécnicas' capaz,? de acompa-nhar o que se realiza em ou-tros oa.ses Além iisso, nossarede de comunicações é defi-ciente, coir ferrovias precáriase marinha mercante prática-monte inexistente. Embora pos-suamos fontes abundantes demateriais °stra Mágicos, nossaeconomia não tem capacidade

iüpâmaSids. guÜJÃÃã

ANIM1SMÒ — Refere-se à crença de que ohomem sobrevive depois da morte, con ti-

nuando na sua existência com as mesmas ne-cessidades, com os mesmos hábitos que tinhaem vida; daí o costume, nos povos primitivos,de se acompanharem os cadáveres de armas,objetos, utensílios, além do sacrifício de mu-llieres, de escravos ou de servos, se o mortotiver sido chefe de tribo, rei, eu ocupadooutro posto de ajta categoria. '

Os morlos aparecem sob forma de som-brus, de espíritos, de almas ou de "imagens"

(entre os gregos Imagem e alma eram sinôni-mos) influindo benéfica ou malèficamcnte so,bre os vivos. Deve-se a Tylor, etnólogo inglês,e a Spcncer, o estudo sistematizado das crèri-ças animistas, às quais se atribui a oiípíiii dasreligiões. Segundo Spcncer, os primeiros deu-ses teriam sido espíritos de antepassados, dechefes de família, de clã, de tribo, guerreiros,reis, sacerdotes, etc.

Admitiu-se ainda que para o homem primi-tivo o mundo exterior seja um todo anima-do, ou que não fosse êle o único ser dotadode alma, de espírito, mas, também, os ani-mais, as plantas e até as coisas "materiais ou

JOAQUIM PIMENTA

inanimadas. Em relação aos animais, não se-ria de estranhar que o homem primtivo e oselvagem os tenham na conta de seres quesentem e pensam como eles; porém em re-lação aos vegetais e às coisas inanimadasacha Hocart "duvidoso que se encontre umsó povo que atribua uma alma a todas as ár-vores e a todas as pedras." E acrescenta: "É

somente tal árvore ou tal pedra, aqui e ali,que servem de morada a uma alma"; é sem-pre o espírito de um morto que o homemrespeita e leme, aliás, com exceção dos hin-dus, para os quais

"os homens nascem denovo após a morte. Podem renascer sob a for-ma de espírito cm uma árvore; êste espíritonão se chama "alma da árvore", mas "o deusda árvore". (A. M. Hocart, Lès Progrès de1'Homme, págs. 243-44).

Além de intimamente vinculado à origemdas religiões, o animismo constituiu-se a pró-pria razão de ser do adio dos mortos, já en-tre os povos de rudimentar cultura, já entreos que atingiram o mais alto grau de civili-zação. Talvez por ter sido, segundo Spencer, oprimeiro culto religioso um culto fúnebre,seja êste o mais arraigado, senão o último adeclinar e morrer no espírito humano.

para aproveitá-los industrial-mente". Observação acertada,sem dúvida, como outras a queo conferelicisto deu realce. NoISEB. o Deputado Gabriel Pas-sos uerante duzentos e cin-quenta jfieiais do Exército eAeronáutica disoorreu sôi.\re oschn-.aaos Acordos de Roboré,mostrando o crime cometidocontra o Brasil com aquele atodiplomático clandestino. Nosdebates, que se seguiram à pa-lestra, assistida por vários ofl-ciais gener;.i,s daquelas duasForças Armadas, o Conferen-cista mo-stroii a causas do de-bilitamenl."- da nossa economia,ao desvendar o problema da re-mesun de lucros e as proezasdo investimento estrangeiroem nos'O pais.

PETROBRÁSNum volune denso de argu-

mentos e de dad:>s numéricos,em quo deu tratament,, obje-tivo aos problemas, o coronelJanary Gent:' Nunes fôz a"Defesa dos Programas da Pe-trobvás", escalpelando a denún-cin que contra a siu adminis-tração foi levantada pelo ex-Presidente d0 Consclhu Naeio-pai do Pet-óleo. Não é possível,em rápidas linhas, dar umaidéia .dessa contribuição im-portari íssima áo esclarecimentodo uma dr. > mais solertes ma-riobrás já ai.iculades contra a

empresa estatal. Manobra emque o seu instrumento, naverdade, cumpriu a missão,umft vez que a direção dn Pe-trobrás passou a outras mãos,numa fase cm que a substitui-da vinha se impondo pela exa-t» compreensão do papel fun-damental d? empresa no desen-Volvimento da política nacio-nalista. O grupo Scrpa-Sclií-midt operou com segurança erapidez, 0 que mostra a suahabilidade .; os recursos deque dispõe

SOCIOLOGIAUma novo empresa editora,

Zahar EdPóres, começou assuas atividades. Não é singu-lar a coincidência de, no mo-mento em que o mercado edl-torial atravessa uma séria cri-se, começaram a surgir edito-ras diversa.1 todas com finall-dado específica? Um dos lan-çanièntos de Zahar Editores éo conhecido "Manual de So-ciologia" de Jay Rumncy e Jo-

seph Maier, que alcançou já ftsegunda edição, no têxt0 tra-duzido por Octávio Alves Ve-lho. O livro, que merece serconsultado, devo ser percor-rido com espírito cri ico .0 tra-dutor serve de guia, com ai-gumas notas explicativas, des-tinadas aos iniciantes, e par-ticularrmnfe eiiclarccerio-ras quanto à terminologia.

REPORTAGEMTraduzindo a reportagem de

John Gunther, "A Rússia porDentro" a Editora Globo aten-de à curiós dade que des-perta sempre, entre nós ,eniesnío fora daqui, a informa-ção sobre uma área.geográfí-ca c humana em torno da qualas informações são tão con-tradirórias, O livr» de Gun-thel é igual aos demais que efi-cr:veu a respeito do outras

áreas, caracterlzar.do-se- poruma superficialidado ingênua,aqui o ali salpicada de visãootimista ou de de alhes nume-ricos. De qualquer forma, aRússia, ou melhor, a URSS,constitui sempre material para"best seller". como a literatq-ra pornográfica, de vez que oproibido é sempre mais dese-jado, na iiurjosidade comum,

TRADUÇÕKNo seu programa eclético,

quase sempre do boa qualida-de, a Difusão Européia do Li-vro vem de lançar as traduçõesd3 r.omance do Sinwne de Be-auvoir. "Todos os homens sãomortais", qjc é justamente aficção em tônio de um ho-mem que airaves&a Os séculos,num tòxtn português de Sér-gi„ Milliet, e de trabalho bio-gráfióo de André Maurois, "OsTrês Dumas", em versão deJames Amr.do. O biógrafo de

Dlsraeli no* conta, «gora, »vida do ge»eral Dumas e .deseu filho A'-exandre Dumas ede seu neto Alexandre Duma»Filho, de acordo com b técni-ca que se tornou especialistada Wiografia romanceada, quenem vem a ser biografia e nemromance: Livro para 0 grandepúblico, com Maurois algunsdegraus acima ie Michel Ze-Vaco. um Gustavo Barroso in-tdigente c escrevendo em íran-cês.

DOCUMENTAÇÃOO Servicp do Documentação

do Ministé''io de Educação eCullura. um feudo de SimeãoLeal o Seus cilllipinchas, acabado lançar n trabalho de Afrâ-nio Coutitího, "Euclides, Ca-pistranu e Araripe". O primei-ro so destina a demonstrar quo"Os Ser'ões" pertence ao do-mítiio da ficção, o segundoaprecia Capistrano de AbreuCüjn» crítico e o terceiro estu-do a obra de Araripe Júnior.Afrânio Coutinho vem traba-lhando com intensidade. Nosúltimos dias apareceu com opjlmeír.j volume da "Obra Cri-

tica de Araripe Júnior", como terceiro volume de "A Litera-tura no Brasil" trabalhos decoordenação, e com "Introdu-ção à Literatura Brasileira" eo citado volume simeônico, tra-belhos de autoria. Um désteiserá aqui objet0 de análise as-pecial, na seção de critica, Tu-d0 isto Afrânio Coutinho m-lizou em plena ngitação de suacandidatura à Academia Bra-sileira de Letra.,, cujo primei-ro at0 terminou sem rtsulta.-do. Dizem que n0 segundo se-rã escolhido Álvaro Moreyr».Pobre Álvaro.

ECONOMISTASA Federação Nacional dos

Ecoiumis a» vim de publicar orelatóri, de suas atividades em1953. Haveria que discutir arespeito dos. proiilemas susci-tados pelo referido relatório.De qualqu " íornii. hoje, aprofissão de economista, quan-do tomada a sério, tem um lu-gar em nosso pais. E nem po-deria deixar de ter. numa fa-se cm que .s problemas econô-micos avultam em sua tremtn-da gravidade, exigindo atençãoe análise. Nem sempre a aná-lise dos nossos economistast<-m ajudaío o país a sai- desituaçõ.s difíceis, e aqui nãovai nenhum desdouro para aprofissão. E* que. nela, comoem outras, mais antigas e as-sim em melhores condições deseparar o joio do trigo, surgi-

ram logo alguns titulares, »J-guns donos da bola, algunspontífices, l daí a série de ab-surdidad-s a que a nossa es-trutura econômica foi subme-tida, com o "economista" Lu-cas comandando um time .«le-cionado de ornamentadas me-díocridades. Diz.m «gora osjornais que as exigências doFundo Moi.etário Internac.onalvão ser enfren adas c que oGoverno íará isto o aquilo.Mas só agtrs? Só d:p. •> que oBrasil está faminto e esfarra-pado, para atender i, "ciência"do Lucas • do FMI? Eis umproblema í>ara os economistas,através de sua Federação:mostrar ao pais que não pac-tuam com essa mel» "ciência",cujos interesses e e*J»s pon-ta todos sabom onde estão.

NÚMERO 164 + O SEMANÁRIO + ANO IV '•.

f) FUNDO Monetário Internacional, criado para estabilizar astrocas entre nações, e o Banco Internacional de Recons-

trução e.Desenvolvimento (BIRD), organizado para mobilizarcrédito e as inversões no plano mundial, surgiram ambos

da famosa conferência de Bretlon Woods. Estes dois organis-mos, hoje inteiramente dependentes dos grandes frustes norte-americanos, fixaram como objetivos principais: restaurar osistema monetário internacional, com moedas estáveis; criarmecanismos de colaboração monetária; manter um elevadonível de comércio internacional; assegurar a plena ocupação;mobilizar o crédito a curto prazo, entre os países associados;promover a estabilidade mundial monetária e a dos dife-lentes tipos de troca; assegurar as relações cambiais; de-senvolver os recursos produtivos de todos os países associadose tomar toda uma série de medidas tendentes a fortalecer eampliar o comércio mundial de após-guerra na base de umsistema de trocas dirigidas para possibilitar o intercâmbio daeconomia de após-guerra.

Na realidade, o FMI c o BIRD nasceram do "plano White",que expunha o ponto-de-vista norte-americano, e do "plano

Keynes", que expunha a tese brit.'..v-' n rh "rommonwealth",

em matéria de trocas do após-guerra, ainda que tenha sido apolítica financeira node-americana a que se impôs como"dona" das resoluções de Brelton Woods, uma vez que osnorte-americanos, no final da 2- Guerra Mundial, controlavam,plenamente, os mercados de produtos e de capitais da eco-nomia mundial capitalista.

Esses acordos que deram vida, sob a égide dos EstadosUnidos, ao FMI c ao BIRD, constituem na história da eco-nomia mundial capitalista a pjrçeira lantativa de planeja-mento do controle de trocas, das divisas e das compensaçõesinternacionais. Isto, muito embora, esse mecanismo funcioucem benefício dos frustes e cartéis norte-americanos, cujos pre-sidentes são geralmente os «ürelores-geruntes do FMI e doBIRD, uma vez que o padrão dólar ocupa nos acordos deBretlon Woods o lugar de> padrão-ouro, isto é, exerce a totalsoberania sobre os preços do ouro c portanto, o monopóliodas paridades das divisas na esfera mundial.

De acordo com os compromissos de Bretlon Woods, todosos países membros' do FMI obrigaram-se a subscrever umacota inicial de 25% em ouro e cte 75»ii em sua própria moeda,tendo em vista as seguintes condições:

Valor da renda nacional de cada país-membro;Depósitos de ouro e dólares de cada associado em finsde 1947;Importações médias nesse mesmo período; eDeterminação de uma média de exportações para to-

dos os signatários, na base também da renda nacionalde cada Estado associado ao FMI.

Em conseqüência dessas condições, os Estados Unidoscontribuíram para o FMI ooin uma cota de 2.750 milhões dedólares, o que lhes proporcionou o domínio absoluto sóliie omercado internacional de trocas em benefício unilateral dassuas superemprêsas, como veiemos adiante.

Ao criar-se o FMI, contava êste organismo com depósitosde 8.800 milhões de dólares, dos quais teve que descontar aparticipação da URSS, bem como da Polônia e da Tchccos-lováquia, em conseqüência da não participação desses paísesno plano Marshall.

Cada país-membro do FMI conta com 250 votos e maispor cada participação de 100 mil dólares além dessa im-

portância, como qualquer modificação dos estatutos de BrelbonWoods tem que ser aprovada por cada país-membro que lenha101b ou mais do total das participações ou por maioria devotos. Os Estados Unidos podem, assim, facilmente imporseus pontos-de-vista em matéria de política cambial ao reslodo mundo, mediante um dirigismo monetário que nada tem aver com o "liberalismo econômico" defendido entre nós pelos

¦ técnicos do enlreguismo nacional.A revista norte-americana "U.S. News and World Report".

em uma das suas edições de 1958, dizia que nenhuma dasduas instituições de Bretlon Woods — o FMI e o BIRD —havia cumprido o seu objetivo de estabilizar a política cam-bial e mobilizar o crédito internacional, já que até agosto de1958 o primeiro desses organismos havia investido apenas 8"íide seu capital e o segundo 9,151b do seu. Assim, cerca de )6milhões de dólares estão imobilizadas, mais para frear astrocas e as inversões em escala internacional dó que para fa-cilitar os movimentos de capital pelas artérias da economiamundial.

Como os Estados Unidos, em seu comércio exterior de1956 a 1958, tiveram saldos positivos no valor de 20 bilhõesde dólares, imobilizados pelas instituições de Brètforj Woods,chega-se facilmente à conclusão de que o comércio mundialexperimenta uma grave deflação de meios de pagamento (ouroe divisas fortes) já que 20.310 milhões mais í6.000 milhõesde dólares, em lermos de dólares-ouro representam aproxima-damente 32.000 toneladas de ouro, ou seja a produção aurí-fera de 35 anos, segundo as médias de produção de após-guerranas usinas de ouro.

A substituiçãs do padrão-ouro pelo padrão-dó lar, culocan-do a moeda norte-americpna como equivalente a 0,88867 mili-gramas de ouro e uma "opça" de metal amarelo, de^l.l tjia-mas, equivalente a 35 dólares, explica eloqüentemente toda apolítica internacional dos Estados Unidos, consistente eni ven-der duas ou três vezes mais caro que em 1933.

Essa disppridade entre os preços do ouro e o dos pro-dutos no mercado nbrle-americano causou principalmente aescassez de ouro e de dólares no mercado internacional, subníe-tendo as economias nacionais capitalistas ao domínio do FMI.

O "Golpe de Brelton Woods" explica, claramente, os pro-

.• Semana de 20 a 26 de Junho de 1959 • -• PAGINA 7

O QUE E O FUNDOMONETÁRIO INTERNACIONAL

gramas de "ajuda" norte-americanos: o Ponto IV, o Programade Ajuda Militar (PAM) e outros programas semelhantes, ten-dentes, todos êlcs, a manter a ditadura do dólar sebre o ouro.A supervalorização do dólar em relação ao ouro explica, também, claramente, que o FMI, longe de estabilizar as trocas ede facilitar as mesmas, dificultou mais ainda as transaçõesinternacionais, em benefício exclusivo dos exportadores norte-americanos.

O controle da política cambial dos países ligados ao FMIevidencia, eloqüentemente, todo o drama cia crise monetáriado após-guerra, que canalizou para os Estados Unidos as re-servas de ouro das nações que recebem a "generosa" ajudaianque.

A política do ouro, imposta pelos nort-americanos, prova,segundo disse M. H. de Kock, que os Estados Unidos, por meioda compra ilimitada de ouro a preço fixo, tiveram êxito emmapter a desvalorização desse metal, conseguindo, assim, es-tabelecer para o dólar um valor muitas vezes superior ao queessa moeda possuía em 1940.

Esse fato explica bem por que, para os países de eco-nomia dependente do FMI, o dólar, compra apenas 40% doque comprava em 1940, enquanto que para os exportadoresnorte-americanos essa divisa se mantém estável em relaçãoaos preços do ouro.

A baixa dos preços do ouro, mais que o incremento dasexportações físicas dos Estados Unidos, foi o motivo pelo qualse duplicaram as reservas auríferas norte-americanas, que em1937 «ram 12.770 milhões de dólar*;, contra 24.398 milhões em1948. Esses 11.628 milhões de saldo foram o produto da fome,damiséria e da descapitalização crescente a que foram subme-tidos os países que, como o Brasil, se vêem obrigados a co-merciar através desse famigerado "Fundo".

Graças ao seu domínio sobre o FMI, os Estados Unidosconseguiram concentrar nas arcas da "Federal Reserve" maisde dois terços das reservas mundiais de ouro, imobilizando,portanto, a maior parte dos meios de pagamento internacionais.

O dólar, ainda que seja a moeda mais forte e escassa doapós-guerra, aumentou suas reservas de ouro somente em37"b, ao passo que o montante de cédulas em circulação subiu6 vezes sóbie o montante existente em J939, fato esse que dauma idéia clara e eloqüente das fortes pressões inflacionáriasque vera sofrendo o dólar em relação aos preços do ouro edas mercadorias. Entre 1939 e 1949, a dívida pública dos Es-tados Unidos subiu a 7001b, os impostos subiram também as-tronômicaniente e o custo de vida, com suas constantes altas,incidiu sensivelmenle sobre o poder aquisitivo do dólar. Por-tanto, nenhum economista sensato pode admitir que o valordo dólar, hoje, seja quase • vêzas o valor de 1933.

Não é surpreendente, pois, que o grupo de nações daCommonwealth reclame, com insistência, a revalorização dodólar em relação ao ouro, a lira de que a libra esterlina passaentrar numa etapa de livre conversibilidade. Mas 'lio Sam,nesse e noutros aspectos, pouco se imporia com a sorle deJohn Buli...

Os europeus, em franca rebelião contra a ditadura do dó-lar, pedem aos Estados Unidos "mais comércio e menos aju-lia", para ganhar dólares atravús de via comercial e não alia-vés dos créditos do "Furopean Recovery Program", mais po-pularmente conhecido como "Plano Marshall" de ajuda. Os

países da Europa já não se interessam em receber "ajuda"

norle-americana, porque essa "ajuda" hipoteca a política eco-nômica desses países, bem como lhes impõe o cumprimentode pesadas cargas financeiras para realizar «s programas derearmamento, estipulados pelos acordos da NATO; ao mesmotempo que o cumprimento de determinados «ompromissos eco-nômicos corn o bloqueio comercial decreto pelos Estados Um-dos contra URSS, China e os demais países do campo sócia-lista. Política esta que acelera, de certo modo, a crise eco-nômica da Europa Ocidental. Esses países, da mesma formaque o Brasil, têm anualmente um "déficit" considerável dedólares em sua balança de pagamentos que não conseguirãonunca equilibrar, enquanto isuvérem submetidos à políticafinanceira do FMI.

O comércio entre os Eslados Unidos e os países ligadosao "Fundo" vai se tornando cada dia mais difícil c reduzido,como conseqüência de o dólar sei' uma moeda "cara" e "es-

cassu". Os dirigentes do FMI, os grandes trustes norte-amen-canos e a famigerada política ditada por esses organismos aospaíses a eles submetidos, espoliaram ainda metade do mim-do, durante mais de um decênio. Em conseqüência dessa po-lítica de compressão sobre a economia desses países, esse falovai levar os Estados Unidos à sua mais sérij* crise econômica.

TA DEMOS conhecimentoaos leitores cia ontrovis-

ta (concedida a um enviadoespecial do "Estado de SãoPaulo"), em que Nelson Roçke-íollc-r, o magnata da "6 sn^~aã7r~píj'7~(i"ecl»ra sem l*01*"ços que o "sau oandldato" àPresidência do Bratil o JânioQuadros, seu amigo intimo,quo lhe deu a honra de fio?-pedai-se eni sua casa, quandoesteve nos Estados Unidos, etc,etc.

O "Time", de mr, Luce eda fracassada embaixadoraClara Booth, órgão oficial dosimperlalistas ianques, endos-Suu com entusiasmo o voto dopotentado do Trustc do Pe-tróleo: Jânio é também o caii»didato dele, "Time", que ex-p:!ca a sua predileção pelo fa-to do Caolho ser um homem,"de grande magnetismo P-"S-Soai".. fim sua última edição,com ataques e insinuações ve-ladas s6brc a candidatura doMarechal Teixeira Lott. opasquim imperialista projeta,pela segunda vez, em alta es-tilo, a candidatura de Jânio,cuja "popularidade creseente"teria, segundo êle atingido emcheio o prestigio do Marechal...

E' o spguinte o artigo do"Time":

"Os nomes de cúpula e asnegociações políticas para aspróximas deições presidenciaisse tornaram claros no Brasil,Pa Úhima Semana. O marechalTeixeira kptt, de 64 anos, ,anunciou: "Eu sou obrigaoo —se as circunstâncias assim oex:girem — a arcar com no-ves obrigações para pies ar ànacàu novos serviços e a nssu-jnir árduo» deveres e eleva-das responsabilidades", Suídodos debates polftipos que olançaram na corrida prfsiuen»ciai contra o outro maior com-pe jdor sr. Jânio Quadros, ex-gnVi-rnudor ile São Paulo, omarechal é um fazedoi-de-presidentes desde que a»su-ni'u o Mnistério da Guerraem 1954, e com o suicídio dopu'sidt nte Getúlio Varga, vems.-ndo c>ns"antemente mordi-do pela "mosca azul", um» das

subespécief; nncrobiapas quoprovocam „ desejo do poder""O

prestigio de. Lott Vem'sendo atingíuo pela popiwari-dad^ crescente .lu ex-goyorna-dar lâoli, Quadros, seu princi-pai oponepie Quapq» Quadrosanunciou eni fevereiro últimoque estava pronto para adispua, Os promotores da can-didatura c|e LV4 Sentiram queera chegaü; 0 momento delançar (J marechal aproveitai!-!do a oportunidade surgida coma vlr.g.m ae Jani.i Quadros emreijór do mundo. Não cônsul-tados, us pnrtldcs menores —PTN, PDC e PR — prome-

ficientemenu amadurecidos pa-ra votar. E' o que pensa, umhomem que deseja um Brasilgonerosi e capaz de receberos esti «ligeiros que venha!»com o fio cie cooperar e tra-bjlhai conosco".

Tal nacjoiialiimo não é omesmo d0 marechal Lott. Se-guilQo este, "os capitais es-tra ligeiros trazem algumasvantagens pni'a o Brusi), des-de que regulados para prote-ger os nossos interesses nacio-pais. Por ouirp lado, o capitalestrangeiro Se comporta cmnossa economia como um» ver-dadeira sni.gUrSsilga. Deyeiilos

Ofensiva IanquePro-Jânio eContra Lott

Depois de Nelson Rockefcllcr,, o"Time", a "Visão" e o "Boletim Cam-

bial" da McCann ErSckson

teram seu apoio a Jânio. Nopartido cnservador — UniãoPemocrálii-u Nacional — queganhou eleitorado nas elelçõ.sestaduais do ano passado, o»partidários de Quadros Solicl-tiram que iò$»e apoiada suacandidatura & presidência",¦•Um comprovado vencedorde eleições, de olhar selvagem,displicentemente ves.ido. Qun-drp|, numa declaração que fezera Tóquio, no mês passado,ddxou claro que será u pro-bl-ma numero um na disputado próximo ano. "Meu nado-nalismo — disse êle — con«ls-te em que o* brasileiros crês-cersm vacinados e Já ei*á0 su-

limitar, sobretudo, s renussade lucros déssea capitais pa-ra o exterior". Lott diz que"recuso absolutamente aceitaro apoio di Partido Comunis-ta", nias o líder vermelhoLuí-s Carlos Prestes prometespoie-lo de qualquer forina".

T.UIBÉ.U "VISÃO"! JÂNIO!JAUIO! JÂNIO!

Por sua vez . a .evista de pi-Caietagem "Visão", editadaem língua portuguesa no Bra-sil pelos truite» a agências depublicidade norte-americanas,faz. em seu último número, porentre elogios à uçâo do Almi-rsnte Peixotínho, carga cem-

da contra a cund:d»tura doMarechal. Diz ela :

'Os dois elementos conjuga-,doj — bom senso e protelaçãodo te' — eunduwm ao quenão é segredo: o PSD resiste~à~ãdoçáo da candidatura Lott,sobre)K>ndo-se à pressão de ai-guns pessedistas e, evidente-n.ente, á do próprio Ministrod» Guerra, que aceitou publl-camento' ser candidftlo. Besis-te por ser candidatura militur,

,e, também, pda incerteza darí-ptivinade junto ao eleitora-do brasileiro. "Reconhecer aurgéiici» 'do uma decisão nãosignifica o propósito de ado-tá-la irreamuiitc pu sdi) a in-dispensável preparação para oseu êxito", ponderou Amaral.

Há dificuldades para • PSDem adotar Lott, e há djficul-dades em não reconhecê-lo umcandidato possível t útil parao PSD. dentro de çer.aa con»riições que ainda não foramsuscitadas e apuradas".

E mais adiante:"As protelações no processo

da sucessão presidencial bene-ficiarã» a candidatura JânioQuadros. As dificuldades do»partidos para se fixarem emnomes repercutem no senti-manto popular, onde já Seconsolidou a impressão da in-venoibílidade do candidato".

E TAMBÉM O "BOLETIMCAMBIAL"

Mas não fica por ai. Tain-bém o "Boletim Cambial', fi-nanchdo pela agencia de pu-blicidade norte-americana Mc-Can Ericksón e por um grupode bacalhreiros da AssociaçãoComercial chefiado pelo Cunhe-cido entreguista Rui Gomes deAlmeida Investe contra a can-didatura do Marechal, dizendo:

"O conservador PSD nãopode deglutii um candidatoque até o momento só tem apa-recido Como campeão do "na-cianalismo" esperança de so-brevivência política dos com-ponentes da "Frente Naciona-lista", bem como patrono deOUtloS "iemos" e "istas" quese agrupam em torno do hon-rado marechal".

Não podendo mais exportar para os países que eles própriosespoliaram, os trustes norte-americanos comprometeram asua própria sobrevivência, uma vez que as nações espoliadasjá não terão mais condições cie consumir ps excedentes daprdoução industrial norte-americana.

Na mesma medida que as exportações norte-americanasdecresceram sensivelmenle nos últimos dois anos, auravou-se'a crise econômica interna nos Estados Unidos. Assim, ver-se-ão forçados, dentro em breve, como em 1933, a desvalorizaioutra vez o dólar, com o objetivo de incrementar suas ex-porlações. Se não fizerem isso, expõem-se a sofrer uma novadepressão de maior envergadura que a de 1929-1933, pois aliuil-mente a economia americana é mui Io mais vulnerável queem 1929.

' Por isso tudo, os economistas mais responsáveis da Eu-ropa c da América Latina prognosticam para breve o desapa-recirpento do FMI, pelo menos na sua forma atual.

Conseqüentemente, o que cabe ao Brasil, é se libertar omais cedo possível desse organismo espoliador, criado única-menle para servir aos interesses das grandes empresas norte-americanas.

PAÍSES MEMBROS DO F.M.!. E SUAS COTAS

DE PARTICIPAÇÃOPaíses Colas em milhões

dé dólares

Austrália 200Áiisliin 50Bdtgipa '. 2-5Bolívia I0Ihasil ._ 150Hiiniiti ." /5Canadá 300Ceilão 15Chile 50Chhm §50Colômbia 5"Cosia Rira 5Cuba 50Dinamarca f$Eqtuulor 5Egito 60

Sahuulur 2.5Etiópia 6Finlândia 38França 525Grécia 4QCiialemala 5,Honduras 0J5Islândia H>H\'in'd)liva Dominicana '. 5índia 400Irã 35Irtiane oItália 180 _Líbano 4.5Luxemburgo 10México 90Holanda 275Nicarágua 2Noruega 50Paquistão 100Panamá 0,5Paraguai 3,5Peru 25Filipinas 15Suécia 100Síria 6pTailândia 125Turquia 43África do Sul 15Reino Unido 3011Eslados Unidos 2.750Uruguai 15Venezuela 60lugsobuia —

(Formosa)

A Petrobrás simboliza a capacidact.-

empreendedora do povo brasileiro. Pres

. tigiá-la é dever de quantos almejam a

emancipação econômica do País.

Atenção da Frente Parlamentar Nacionalista:

A light And hwer"é a Maior Empresa

Imobiliária de São Paulo...Texto' de JOÃO ROSA — Para O SEMANÁRIO

0< lcllortu 4e O SEMANÁRIO certamente ficuião estarrecidose de cabelos arrepiados ao lemn o título desta denúncia a naçãoespoliada, enganada e roubada pela quadrilha dos trustes estran-xeiros.

O fato é mesmo de estarrecer os menos incrédulos. Parece col-sa do outro mundo, mas é deste mesmo. E' coisa que só podeacontecer num país governado por homens sem fibra. E' obra do"maravilhoso" capital estrangeiro tão decantado pela corja inla-me dos entregulstai.

Vamos contar a história rocanibolesca desses piratas de ca-saca e "blaclc-tle" que nos roubam dlabòlicuniente em nome da"caríssima civilização" e do seu avacalhado "mundo livre".

No »no cristão de 1927, na reinado do (Jr, Carlos de Campos,da dinastia do PRP (ntw'confundir com o galinheiro de PlínioLcghorn) dos sobas paulistas, a famigerada empresa imperialislapropps ao Governo a realização de "colqssals obras" hidrelétricasque resolveriam para sempre o problema da energia na paulicéia emunicípios adjacentes.

Por intermédio de políticos c advogados venais, a seu soldo,os "honrado»" homens do capital estrangeiro apresentaram ummirabolante projeto enfeitado com lindíssimos desenhos, esboços,croquis, dados, cálculos matemáticos e mais uma porção de vantu-gens que trariam incomensurávei» "benefícios" ao povo de nossa(erra.

Apenso ao bem elaborado "conto do vigário", na sua parle fl-pai. seguia Min "ajeitado" decreto de desapropriação das terrasnecessárias » reaHsaçàp de tão Importantes obras, para que fòsscsubmetido à assinatura du presidente de São Paulo.

Publicado no "Diário Ofi- (ciai" J monstruoso liiãliuinentpde assalto, imediatamente "a ,concessionária do serviços pú-blicos" começou a agir com asua costumeira desenvoltura,avançand» a tod0 pano na pro- Ipilédade privada de nossos po-tires patrícios, na sua totallda- ide humildes e mudestos chaca- |roiros.

Injaiamos aqui pelo modesto lvalo do Rio Pinheiros, onde a jLight propunha construir um !"majestoso" canal (igual ao de 'Londres) para jogar as águas •pútridas do Rio Tietê na Re- |presa de Santo Amaro, por Imelo de bombas elevatórias e Idaí surra baixo até o Cubatão. Iprocesso caríssimo de produzirenergia, quando com menc. di-nlieiio e trabalho poderia sercniistruida a usina de Cubatão.várias vezes superior cm poten-cia.

Par» a abertura do que o po-vo paulista batizou (com muitarazâ") de Valo de Féaeç, os "su- lper-homens" da concessionária Jconseguiram assenhorar-se de ;milhões de metros quadrados •cm toda a extensão do traçado icom uma largura que em muitos ilugares atingia a um quilome- |tro.

Ora, se o tal canal teria 50 |ms. le largura, bastariam mais tuns 100 metros para -as mar-• gene. Porém, com a pratica ad- iquirida em outras áreas sob o ;seu guante, a Light sabia quenossa capital se desenvolveria 'rapidamente so lado da riqueza 'produzida pelo café JJÜ contro- ilado por seus patrício?! e. con-sequeníemente. c6 terrenos pe-rlférieos teriam o seu valor au- 'mentido.

Então, de mansinho, sem nin- 1guem ae aperceber, a não ser .os safados a seu serviço, a la- {dra avançou em todas aquelasterras, pagando as vitimas o |preço miserável de 2,000 m2.

Para dar ao Governo a lm-pressão de que agia com/tones-"tldaae. a velha raposa lrffid-u '

seus lacaios inserir no papel su-Jo unia cláusula que dava "pre-íerencia" de compra aos antl-gos proprietários se, após a con-clusão das obras, não mais ne-cessitasse dos terrenos.

O tempo passa, a Paulicéiacresce vertiginosamente, o pol-vo repelente engorda em cimada presa fácil.

Estamos agora no ano cristãode 1957. Pensiuido que a valori-zação imobiliária já havia atin-gido o seu puiuo culminante, os"usperts" do trustc maldito sereuniram, deram um balançonus negócios, arregalaram oso]nos de alegria (não era paramem.s). trocaram calorosos eha-ke-liands e brindaram com vá-rias garrafas de Old Parr aoprogresso fantástico de S. Pau-Io. Resolveram, então, transfor-mar em bons dólares aquela as-tr0nomica riqueaa extorqtiidade nossos pobres e humildes ir-mãos.

Nos dias seguintes ao da "be-benioragein". lia-se nos jornaisda "sadia" a chamada de todasas pessoas cujas terras haviamsido expropriSas. Nos seus sub-terraneos da R. Xavier de Tole-do, a ladra imperialista moinoua sua imobiliária clandestinapara a caça aos "otários." ¦

E assim, uma a uma. as vi-limos ronvidadus foram com-parecendo frente ao bem falan-te advogado escolhido o dedopelo polvo, que, todo mesuras,informava que sua "beiumért-ta" cliente iria devolver aos an-lisos proprietários os terrenosroubados em 1927. Quanta bon-dad<>. não!?

Pensando-tratar-se de um mt-lagie do ceii (só mesmo um m:-lagre poderia fazer a Light daralgun . coisa), a vítima apru-xjmava-se desconfiada do cau-sfdicc e pedia cspllcação do ne-gócio.

O doutor-entreguista por dl-nhelro-começavR a fazer umhistórico completo de 8. Paulo.

putneio recusava tocar umaciiu-sa perdida.

Em poucos meses,' de chama-da em chamada, dia a dia, nos-sos indefesos irmãos foram com-parecendo aos porões da qua-drilha para receber o seu billie-te S2i)l,

Livio daqtielps incQnt°CÍpS.brasileiro.;, a Llgrtfc iniciou avenda daquele mundo de torre-nos toubados. cobrando preçosque Variavam, de íoo n hw.uô om2. li quem og comprou? Prècl-somente aqueles tubarões deimóveis acima citados. E aindamais: a ladra — que so recusa-ra a f-inilitar o piiuanieiito noslegítimos donos-cníicorcloü nmvender a praso aos ricos 1'elizur-dos. apenas com uma ¦pccj.uon.i

•'condição: a de que as escritu-r»s de venda fossem pnssaduspor preço bem Isferior ao real,o juo beneficiaria ambas asparles; à vendedpra porque pa-garia menos lucro imobiliário,aos compradores por pagaremuma cizii menor. Era um gon-tlemen's ngrement pura roubiuao íisc«.

Para a outorga das escriturasfoi escolhido o 19." Tabelião deNotas. Não sabemos se é meracoincidência o fato d, ser o sim-pático notário público um gene-ral de Exército.

Calculando por baixo as árensroubadas somente na pequenazona do canal do Rio Pinheiros,encontramos n área de 5 mi-

lhões de ni2. Ao preço médiode 25ü,00 o m2., atinttimos auma cifra igualMiao capila) rinldu Light; antes do me.sm11 seraguado pela bondade do cristãoJ. K.

No próximo artigo relatare-mos as falcatruas dos homensdo capital colonizador monopo-lista para »e apossarem de co-lassais áreas de terras em todaa região de Santo '.muro. des-eendo serra baixo até o Cuba-tão, sempre com o objetivo de"contribuir" para o progressode S. Paulo. Aqui as desapro-priações atingiram a dezenas aemilhares de alqueires . (nãomais in2) que o trusté estávendendo agora a firmes norte-americanas — ligadas à indils-tria petroquímica as quais estãoconstruindo um anel de estran-gulnmento em lorno da Refina-ria Pres. Bernardes. Nestas ter-ras a ladra vendo até a areia eo pedrègulhp do fundo de m.s-sos rios. E segundo informaçõesde um engenheiro da própriaLight os gringos fiaeram' umdescomunal grilo com o intuitode se apossarem de vasta glebapertencente aos nossos patrícios,estando a defesa des mesmos acargo do Dr. F. Bicalho. comescritório no Largo da Miserl-cordla. 23, 6." A. S. 604.

Eis. caros compatriotas na-cjonalistas, a contribuição "va-liosu" do capital colonizadortio defendido pelos nauseabun-dos vendilhões da pátria.

Com todos já sabem, entra-mos ontem no odioso regime de

I racionamento por culpa exclusl-va dos eternos sabotadores de

— nosso progresso.

Lembremo-nos que a guerra (desculpa dos gringos para con-tinuar com a sua maquiavélica sabotagem) Já acabou há mais deJ4 anos e alé agora os "super-hoinens" nos deram apenas a ml-charla de 600.000 quilovates, sendo 160.000 constituídos pelo sorve-douro de divisas da "Térmica de Piratlninga". E os sabotadoresjá anunciaram pelos seus jornais que vão nos brindar com mais320.000 quilovates térmicos. Isto acarretará um gasto astronômicode nossas minguadas divisas que poderiam ser melhor aproveita-dus em benefício da Petrobrás.

Diante de tão nefandos crimes contra a economia nacional ea propriedade privada de nossa pobre gente, urge que a recémformada Comissão Parlamentar de Inquérito se transfira inied!»-lamente para esta Capital, ;i fim de apurar todas essas bandalhei-ras dos escroques imperialistas que lançam mão dos métodos maisasquerosos para roubar ao nosso povo.

O tonibanientu dos bens da ladra proporcionará ao Governoos meios necessários á exproprlaçfiò da terrível quadrilha queconseguiu se transformar na maior imobiliária de Sàu Paulo, gra-ças a ajuda que lhe prestu a abjeta e nojenla eanuirra de entre-guistai.

Um exame da escrita dos bancos estrangeiro» aqui assediados,principalmente do City Bank, mostrará como o iruste remete odinheiro roubado para os Estados Unidos através cartas de crê-dito em dólares.

O Brasil espera que seu» representantes no Congresso cumprao seu dever, livrando-nos o mais breve possível da perniciosa ganginternacional.

desde os tempos de Anehieta.Fala/a com entusiasmo do tra-buiho formidável da Light, doprogresso que esla empresa pro-porcionara a nosso Estado emvirtude daquelas obras monuten-tais. Frizava que ela (a Light)havia feito tudo. valorizado tu-do. inclusive aquelas terrlnhnsinúteis, que agora valiam ml-lhões.

Depois de endeusar de Iodosos modos a sua heroina, o ad-yogadp do diabo tirava de suagaveta um papulucho com oscalcule previamente prepara-das c o apresentava à vitima.Esta lia. relia e tornava a lero papel imundo, sem acreditarno que estava vendo: suns ter-ras tomadas a 2,00 o m2",lhe custariam agora n bagatelade 100.00 o m2. (cinqüenta ve-zes mais) e pagamento à vistajá que por ocasião do assaltoa Light havia pago na boca docofre. E noblesse obligej

Diante da extranheaa do es-pollado e mal pago o solícito de-fenspjí da ladra ornava a re-citar a lei.ga-lenga da valoriza-ção daquelas terras por obrae bondade poderosa empresa.

Se o prejudicado protestava eargumentava que a valorizaçãose derr em todos os roçamos deS. Paulo, independente da von-tade da megera, o doinor re-truca^a-Ihe asperamente que. senão quizesse aproveitar e es-plendida "preferência", haviavários capitalistas desejogos deadquirir toda aquela imensidãode terras, oitando-lhes os nome:Ademar, Máiarazzo. Mofarrej,Maluf. Abdala, Haddad. Cl-ty. etc.

Percebendo que estava sendoassaltado em bruto dentro dasua própria casa, nosso patríciosala daquele antro de ladrões àprocura de um advogado quelhe defendesses os direitos usur-pados. Mas isto de nada adian-tava. porque, ao tomar conheci-menio da "cláusula de preferên-cia", o defensor do nosso pobre

m\t)

PAGINA 8 •- -® Semana de 20 a 26 de Junho de 1959 • .• O SEMANÁRIO $ ANO IV ^ NÚMERO 164

SITUAÇÃO MILITAR

A Manobra de PacificaçãoDesde que, em conversa com Nelson

Kockefeiler, nos Estados Unidos, o marechalTeixeira Lott esclareceu não ser possível ai-tcrar a política brasileira do petróleo, quan-do Interpelado por aquele homem de nego-cios norte-americano, ficou claro que o no-me do ministro da Guerra seria duramentecombalido ao ser apresentado como possí-vel candidato ao governo do Brasil. Tudo oque acontece, atualmente, resulta dessa sim-pies conversa, verdadeiro teste a que foisubmetido o chefe militar oue se tornou alvoda maior "amnanha de difamação |sí arti-culada entre nós, desde que empunhou abandeira nacionalista. Daí resultou, e istovamos assistindo, a montagem o desenvol-vimento da manobra no sentido de frus-trar o anseio nrofundo do nosso povo dever no covôrno um homem em cujos hones-tos nronósltos nacionalista* fosse possívelconfiar. A manobra foi montada em quatrotempos: Imnedlr a candidatura do marechalTeixeira Lott ou retardá-la por um prema-turo desgaste; exigir a sua saída do Mlnls-térlo da Guerra, assim lançado candidato;substituí-lo nor um chefe militar "neutro","nacifleador", que "uniria as Forças Arma-das"; concretizar o "golne", no andamentoda campanha eleitoral, dando ao Brasil osonhado "resime de exceção", único em queserá nnssívol realizar a entrega do nosso pe-tróleo. Eslá claro que no dia em que o dis-positivo ric segurança militar que garanteas instituições fôr quebrado; já não haveráneste país a mínima garantiu para elas. Pa-ra entresar é preciso romnar o referido dis-positivo; com êle no noder, a democraciaserá mantida; soh regime democrático, o en-trecuismn "5o tem condições para derrocara P"'robrps.

F.' dep(io do quadro em que se desen-volve a manobra antes citada, a culo pri-meiro tenmo o orcclarn almirante Peixotodedicou até aqid Iodas as suas energias,que a "Agência Golne" começou a tocar odisco, 'á um tanto rachado, da "oacificaçãomilitar". "Agência Goloe" é aauela que di-funde nos jornais que se servem de seus ser-viços informações, notícias, triens, destina-das a criar uma falsa impressão da realida-de. Suas fontes são anônimas e. escondem-se sob títulos diversos: "porta-voz militar","agente categorizado das Forças Armadas","fontes bem informadas", etc. Não há men-ção de nomes, porque isso acarretaria des-mentidos, uma vez que a mentira é a subs-

Cel. X

tâncla essencial que alimenta o serviço In-formatlvo daquela agência. Uma de suas ül-limas proezas foi distribuída no fim da se-mana passada, aparecendo cm duas amplascolunas no jornal da condessa e em umanotlnha curta na seção do conhecido pllan-tra Hélio Fernandes, no jornal do Portela:estaria consumada a "pacificação" dos niili-tares. Discrlminavam-se os Itens: os "golpls-tas" concordariam cora a candidatura Lottc até com a ascenção do marechal Denysao Ministério da Guerra, assegurariam aposse do candidato eleito, levariam ao ClubeMilitar candidato único, receberiam comis-sões que lhe são agora negadas no Exército,Marinha e Aeronáutica. Isto é, concordariamcom aquilo que não têm condições para Im-pedir, seriam tão bonzinhos que aceitariamreceber os comandos que desejam, ou seja,dominariam o dispositivo militar. Uma gra-clnba.

Em primeiro lugar, deve ficar bem claro,e só os Interessados na confusão fingem queIgnoram isso: não há o que pacificar. O Ml-nistro da Guerra não é um homem de grupoou de facção, é um cumpridor da lei, dosregulamentos, dos dispositivos constitucio-nais, e faz com que eles sejam cumpridospelos seus subordinados, inclusive punindo-os quando, em entrevistas e programas ra-dlofônicos, ou solenidades, passam à Indis-clnlina. Não seria digno de suas funções senão procedesse assim. Em 11 de novembrode 1955, assegurou a manutenção do regimedemocrático, evitando o "regime de exce-

ção". Naquele episódio, alguns militares inex-pertos e uns poucos muito espertos joga-rnm a cartada lacerdista e perderam. A ofi-cialldade do Exército, como conjunto, nadatem a ver com o erro.desses companheiros,em reduzido número — e que não foramabsolutamente perseguidos, prosseguindotranqüilamente em suas carreiras, alcançan-do promoções e obtendo as transferênciasdesejadas. Há, evidentemente, chefes mllita-res, dois ou três generais, dois ou três bri-padeiros, que encerraram suas atividades po-líticas porque já não se puderam valer defunções militares para exercê-las. E isso ape-nas ajudou a tranqüilizar o ambiente. Pacl-ficar, pois, é manter o exercício pleno dalei, dos regulamentos e da Constituição —não é repartir um bolo, como parece à"Agência Golpe". E logo se verá como éassim. >

0 Instituto Dos

SHTE-PUPOTexto de PIÁ

O ESTADO MAIOR DO ISF.B«A GRANADA» GRAU DEZGENTE NOVA NA «RE-

VISTA DO CLUBE MILITAR»A PARTE VIBRANTE DO

GENERAL TERY BEVILÁQUA

Parece que agorn saemmesmo os torneios de futebol,vôlei e basquete do I Exército.Organização a cargo da Po). doExército que já fêz até reuniãodos interessados,. Mj,- Denis eCap. Cid a testa'dos trabalhos.Início já em junho.

Ainda nos esportes, embreve decisão dn futebol de sa-lão na Artilharia de Costa. Fi-nalistas os fortes Duque de Ca-xias e Copacabana.

* * *O Clube Militar continua

recebendo abaixo-assinado deoficiais do R. G. do Sul. Todossolidários com a moção deapoio à «raça» do governadorBrizola. * *

Lemos c gostamos de «AGranada». Jornal apresentadoe elaborado pelo tenente Anioê-do do l.°.4.° C. A. Cos. M emSalvador. Seu próprio Comàn-dante, Major Vidal. remete osexemplares. Trabalho honesto cidealista que muito recomendaa Undiade, Aqui vai uma lem.branca: Forque não procuram oCel, Av. Perdigão ai em Salva-dor? Nacionalista vibrante, nãodeixará d« colaborar com «AGranada". * *

Prosseguiu o ISEB c-m suasconferências para,, militares.Energia Elétrica, com o proíes-sor Américo Barbosa e EnergiaAtômica com o professor JoséLeite Lopes. Majores Prado Li-ma, Portugal, Quadros, Carnei-ro, Kardeck, Correia Lima, Viei-ra Ferreira, entre outros, fre-quentando o curso.

V ¦'.• *

Nosso muito bem ao gene-ral Osvino. comandante dn3,°Ex.. comparecendo com a ofi-cialidade ao ato de encampaçãoda «Bond and Sliare».

* *Nosso ."íui q mal ao coro-

nel Danilo Nunes por sua úl-tima palestra na TV. Pareceque depois da viagem aosEE.UU., o coronel voltou semsaber o que é nacionalismo. Nãofaz mal. O general Beviiaquaestá à sua disposição para ox-plicar-lhe, em dez minutos, asdiferenças entre comunismo enacionalismo.

;; * *Soubemos que em Resende

não se encontra a venda nosjornaleiros O SEMANÁRIO.Aqui fica a «deixa» para a di-reçáo do jornal.

* *Fala-se em novas feições

na Revista do Ciube Militar. S;-cretário (Cap. Cavallero), reda.

tor-chefe 'Cel. Masson), chefede distribuição (Ten. Cunha) echefe de publicidade (CapitãoAmorim). * * *

— No próximo bate-papo, cn-ire outras notícias, o que foi aconferência do deputado Ga-briel Passos sobre o acordo doRobnré.

SOLIDÁRIOS COM O CLUBEMILITAR ÓS OFICIAIS DA

5," REGIÃO

O general Justino Alves Bas-tos, presidente dp Clube Mili-tar, recebeu"Tlo general Clodo.miro Nogueira, presidente daComissão de Ligações dos Só-cios Residentes na 5." RegiãoMilitar, sediada em Curitiba, eseguinte ofício, datado de 4 docorrente, de solidariedade á pa-trlótica atitude assumida peloClube no caso da encampaçãoda «Bond and Share» pelo go-vêrrií do Rio Grande do Sul:

«Em face das estultas e de-savrazoadas increpações feitasa essa intimorata Diretoria, porter ela aplaudido em nome donosso Clube o patriótico Gover-nador do Estado do Rio Grandedo Sul, Sr. Leonel Brizola, emvirtude do seu legitimo ato deencampação da Companhia deEnergia Elétrica Riograndense— esta Comissão de Ligaçõescom esse prestigioso Poder Sn-ciai vem transmitir-lhe as maisentusiásticas manifestações deapoio e de irrestrita solidário-dado dos consócios que inte.gram a nossa Corrente Nacio-nalista na 5." Região Militar.

As invectivas com que estra.nháveis mentalidades vêm pre-tendendo evidentemente n»s en-tibiar e sufocar o nosss brasi-leiríssismo Nacionalismo, res-pendamos prosseguindo cada vezmais destemerosamente nas ati-tudes cívicas que as nossas ma-b.iláveis convicções impõem.

À insultuosa peoha de indis-ciplinados que impenitentes li-berticidas nos assacam quandofora e bem longe da caserna,sem tropas nem armas, emnosso civilissimo âmbito social,sob a égide da Lei e dentro daOrdem, curamos de magnos as-suntos nacionais, focalizando,os, debatendo-os e os tornandopúblicos, para iluminarmosconsciências desprevenidas, co-laborarmos em soluções açor-des com os vitais interesses doBrasil e concorrermos para aimperiosa preservação do seumelhor futuro — a isso rrpll-quemos altaneiramente, divul-gando fatos comprobativos daexata e modelar noção que te-mos de disciplina e de como.sabemos cultivá-la.

Sofrenaremos, assim, irrequle-tos m iitaróíobos e lhes dare-mos oportuno e necessárioexemplo da prática dessa dig-nificante virtude, tão necessa-ria à correta conduta funcional,e qu: eles bem poderão tra-çar-.ie, para a Nação melhorconceituá-los.

É que. no exercício das nossasatividades profissionais, ondee como quer que nos reunamos,sempre costumamos procedercom o maior discernimento etoda a serenidade, nunca des-virtuando nossa missão estatal,com expansões defesas ou ino-porhinas, Incongruentes ouexorbitantes, que deslutrem outumultuem a função pública ecomprometam a respeitabilidade

,dos recintos destinados a ,reu-niões unicamente para o retocumprimento do dever.

Ê, também, que, quando que-remos exercer certos direitos decidadania, conferidos a todos osbrasileiros pela Constituição daRepública, fazemo-lo pelos re-gulares meios normais: indivi-dualmente, em particularesações diretas, coletivamente,pela representação da entidadelegal e de caráter puramentecivil, que nos congrega para vá-rios fins legítimos.

De estarrecer é, por isso, queo simples fato de sermos mi-litares induza algumas cerebra-ções claudicantes a sofismaremimpulsionadas por mórbidas ín-tenções, para confundirem onosss Clube com quartel e es-tràbicamente o verem como umfantasmagórico porta-voz dasForças Armadas Nacionais,quaudo êle promove maniresta-çõ»s cívicas ou civicamente sepronuncia.

A Nação, porem, vem perce-bendo essas deletérias intençõese constatando a patriótica con.duta que vimos tendo desde oflagrante atentado à integrida-de territorial e à soberania bra-sileira, no rumoroso caso daardilosa criação política da vas-ta Hiléia Amazônica, que es-comotearia do nosso País cercade três milhões de quilômetrosquadrados, com fabulosas e tãocobiçadas riquezas naturais.

Alertada e bem esclarecidacomo já está, portanto, a Na-ção saberá julgar-nos e tambémjulgar todos quantos não vaci-Iam em desservi-la de maneirastão pasmosas.

Prestigiando, pois, essa lou.vávei Diretoria e, confiante nasua indubitável fidelidade so-ciai, a Corrente Nacionalistados seus consócios residentes na5." Região Militar a felicitapela edificante solidariedadeenviada ao notável GovernadorLeon:l Brizola e a exorta acontinuar procedendo na con-sonância do disposto expressa-mente no inciso 3 do art. 1."do nosso Estatuto social, em to-dos os casos- em que convenhaou se imponha incentivar vi-orações cívicas de outras agre-miacões nacionais.

Esses incentivos por certo en-centrarão justa receptividadenos homens limpos e puros, 11.vres e de bons costumes.

Face aos imperativos destasua fase histórica, o Brasil es-pera que cada um cumpra o seudever nacionalista e faça jus àdistintiva condição cívica decompenetrdao brasileiro.'

Bancários Desfruta de AnoPâm Ano de Um Sitmçm Excepcional

O SR. ABELARDO JUREMA — (Para uma comunicaçãocomo líder da maioria) — Senhor Presidente, não fora a pu-bllcação, como matéria da redação, de dois grandes jornais—"O Globo", edição de 5 do corrente, e "Diário de Notícias",

edição de 6, também, do corrente — sobre a administraçãodo IAPB, aqui não estaria, uma vez que a essa administraçãocabe, sem dúvida, o dever de prestar as informações devidas,o que foi feito na data de ontem pelo senhor presidente da-quela autarquia, ao transmitir à imprensa esclarecimentos arespeito de uma decisão do seu Conselho Fiscal, com refe-rência à aprovação de suas contas. Mas tanto o editorial de"O Globo", sob o título "Responsabilidade do Presidente", co-mo o do "Diário de Notícias", "Conselhos Fiscais", dão-meoportunidade para, através desta tribuna, fiel a um programatraçado de prestar contas à opinião pública, relatar algunsfatos a fim de que a imprensa bem possa «ferir de uma ad-ministração.

Sem dúvida alguma, a crise que se esboçou entre os asso-ciados do IAPB, com reflexos no Conselho Fiscal, tem causasque não quero enumerar nem analisar. Desejo apenas salien-tar que a decisão do Conselho Fiscal daquele Instituto nãomerece, por certo, frente aos argumentos que collgi e tenhoem mãos, e que vou incorporar às minhas palavras, nem ocrédito nem o endosso de órgãos de uma imprensa altamenteclassificada, como o "O Globo" e o "Diário de Notícias".

De uma prestação de contas de mais de 2 bilhões de cru-zeiros, o Conselho Fiscal do IAPB, três de cujos integrantessão candidatos, por movimentos de classe, à Presidência e di-retorias da autarquia, impugnou 10 milhões com alegações deprazo não suficiente para o esclarecimento da situação, Nãofoi bem uma desaprovação às contas, mas sobretudo uma de-cisão pela insuficiência de prazo de uma importância querepresenta décimos por cento do volume de contas prestadaspelo Presidente do IAPB, sr. Enos Sadock de Sá Malta.

Vale assinalar que aquela administração, dentro das nor-mas traçadas pelo Sr. Presidente da República, se vem exer-cendo, com eficiência, e mtodo o País. E as estatísticas fa-Iam corretamente, sem a eloqüência dos grandes tribunos mascom a expressão exata dos seus algarismos.

O SR BENJAMIN FARAH Vossa Excelência faz mui-

to bem em defender o Presi-dente do IAPB. Trata-se, real-mente, de um administradoreficiente, que tem demonstra-do ali a presença do atual Go-vêrno, através da sua obraadmirável. Tenho viajado poreste Brasil afora. Sr. Deputa-do, em todas as direções. Nãosou Deputado que fique sem-pre aqui pelo asfalto. Tenhopercorrido nossa Pátria de pon-ta a ponta, desde o extremoNore ao extremo Sul Aindahá poucos dias, tive oportuni-dade de conhecer o ArroioChui do qual tinha conheci-mento somente através da geo-grafia. Nas várias unidades daFederação pelas quais venhopassando tenho sentido o tra-balho médico-social, principal-mente — e falo como médicoda atual administração doIAPB. Receba V. Ex.' portan-to, minha solidariedade, meus \aplausos, pois está defenden-do um grande administradordigno de nosso respeito e denossas homenagens.

O SR. ABELARDO JUREMAMuito obrigado a V. Ex.a

Ouço agora, com prazer, ecom a tolerância dn Mesa, oaparte do nobre Deputado Vas-concellos Torres porque nãodesejo alongar-me para nãoprejudicar outros oradores.

O SR. VASCONCELLOSTORRES — Desejo solidari-zar-rae com V. Ex.a na defe-sa que faz do Presidente doIAPB, que tem agido irrepre-ensivelmente, colocando aque-Ia autarquia num alto nível deprodutividade. Pelo que ocor-re em meu Estado, mesmo nãosendo correligionário de S S.*,como não o é V. Ex.", somosambos insuspeitos pára pro-clamar de público a adminis-tração correta e eficiente di>Sr. Enos Sadock de Sá.

O SR. ABELARDO JUREMAObrigado a V. Ex.a. O no-

bre colega faz justiça a umexcelente administrador.

Sr. Presidente, ainda com atolerância da Mesa, vou rece-ber mais um aparta, a fim deconsubstanciar minhas decla-rações, através de depoimentoque muito me honra, do nobreDeputado Humberto Lucena.

$S«R. HUMBERTO LUCE-NÃ' — Vossa Excelência falacomo brasileiro e sobretudocomo paraibano, porque nós,da Paraíba, sem que isso re-presente qualquer menosprê-zo às administrações anterio-res, podemos afirmar que re-cebemos benefícios reais doIAPB. na atual gestão do Sr.Enos Sadock de Sá Motta.

O SR. ABELARDO JUREMAAgradeço a V. Ex.*. Como

último depoimento, gostaria deouvir as palavras do Deputa-do Bren» da Silveira, nobrerepresentante do Partido So-cialista Brasileiro.

O SR. BRFNO DA SILVEI-RA — Queria, neste momen-to. dar meu depoimento. Hádois meses, achando-me emRecife convidado para compa-recer a uma assembléia daclasse bancária, tive oportuni-dade de assistir à pulverizaçãodos ataques e criticas feitaspela C. O. N. T. E. O, órgãode classe que está combaton-do o atual Presidente do IAPBfeita pelo Presidente Enos Sa-dock de Sá. Mas, ainda assistiquando os lideres bancários lo-cais. diante dos fatos, diante \dos argumentos, diante dosdados mais positivos apresen-tados pelo atual administradordo I. A. P. B„ se convenceremapós o relatório feito durante4 horas com os debates maisacérrimos, da lisura com queagiu o Sr. Sadock de Sá, con-gratularam-se com S. S.a pelasua administração. E um dês-ses elementos, posteriormenteescolhido para possível candi-dato à presidência do IAPB,virou a íòlha — como se dizna gíria — e passou a hostl-lizar a atua! administração,que apenas vem sofrendo o

combate de uma minoria poli-tica atuante que todos nós,que conhecemos política, sabe-mos qual seja, numa orienta-ção que visa atingir o melhorInstituto, no que diz respeitoà honestidade e a pbsitividadede suas realizaçõe

O SR. ABELARDO JUREMAMuito obrigad» a V. Ex.'.

Sr. Presidente, passemos rà-pidamente aos números. OÍAFB dispõe de perto de 1bilhão de cruzeiros em depó-sito, sendo que os depósitos noBanco do Brasil rendem jurosque. por si mesmos, são su-:ficientes para arcar com os en-cargos oriundos de aposenta-doria . ordinária — especial,pensão especial, aposentadoriae pensões de previdenciários,pecúlios, auxílios funerais ereclusão.

Além do mais, Sr. Presiden-te, na aplicação de reservasaqui estão as estatísticas OInstituto desfruta de ano paraano de uma situação excepcio-nal.

Incorporo ao meu discursotodos esses dados, para queconstem d0 "Diário do Con-gresso", e possam os senhoresDeputados, membros da Maio-ria e da Minoria, orientar-sebem nos seus julgamentosatravés dessas cifras incontes-táveis.

Concluindo, Sr. Presidente,quero salientar que as provi-delicias da atual administraçãodo IAPB, n0 sentido do seuequlíbrio, da aplicação de suasreservas e da economia nosseus gastos, têm sido de talordem que o "déficit" técnico,aquele contabilizado pela faltade pagamento desde 1950 dacontribuição por parte do po-der público — 0s Institutos vi-vem pelo regime de tríplicecontribuição —-Sob a adminis-tração do atual Prcsidento loireduzido, a 31 de dezembro de1958, em mais de 800 milhõesde cruzeiros.

Ora, Sr. Presidente, a atualadministração do IAPB cuidados seus associados e apresen-ta estas estatísticas sobre ocrescimento do seru patrimônio,numa progressão que fala atra-vés das cifras com muita elo-quência, de uma administraçãoque elevou de 100% para 243%os bens patrimoniais da Ins-Mtuição, sem se valer do artifí-cio da reavaliação:

Exer-cício Valor

Percen-tagem

1955 2.944.749.652,30 100%1956 3.718.635.670,50 126%1957 5.065.126.837.80 172%1958 7.146.998.788,70 243%

Um patrimônio .assim emcrescimento, por simesmo re-vela o acerto de ima adminis-tração e a segurança do futu-r0 dos associados.

Sr. Presidente, estes as pa-lavras que queria proferir pe-rante a Câmara em abono deum administrador e comu ho-menageh à imprensa brasilei-ra, dirigindo-me a "O Globo"e a0 "Diário de Noticias", es-pecialmentc, pelos sueltos e co-mentários a respeiio de umadecisão, sem que fôsse ouvidoo interessado, o homem públi-co que por sua inteligência aserviço de uma das maioresautarquias da previdência bra-sileira. N>9H|

Sr. Presidente, termino agra-decendo a tolerância da Mesaem permlUr que eu pudesseser aparteado pelos colegas in-teressados em dar depoimentosque incorporo às minhas pala-vras com muita honra. (Muitobem).

Contrato de Link e Refinaria Duque de CaxiasTelegramas de oiiciais ao Clube Militar

A diretoria do Clube Militar foram enviados os seguintes telegramas:

"Apelo a fim de que êste Clube envide máximo esforços para que con-traio Mr. Link na Petrobrás não seja renovado, para o bem do povo brasi-leiro e do Brasil. — Cordiais saudações. — Antônio Saraiva Martins, Ten.-Cel."

Peço patriótica Diretoria envidar esforços sentido não ser renovado con-trato de Mr. Link com Petrobrás, e que esta empresa preste esclarecimentosobre estado obras Refinaria Duque de ^Caxias, informando razoes seu atraso.— Newton de Oliveira Ribeiro, Major."

¦Apelo patriótica diretoria sentido fazer esforços Junto presidente Petro-

brás finalidade não ser renovado contrato de Mr. Link. Outrosslm, solicitoque sejam dados esclarecimentos públicos com respeito andamento distilariaDuque de Caxias.' — Cordiais Saudações. — Mário de Menezes Doria, Major."

"Solicito valente diretoria Clube Militar envide esforços junto presidentePetrobrás finalidade não ser renovado contrato de Mr. Link é que esta em-presa explique razoes atraso obras Refinaria Duque de Caxias. Cap. Mundim."

"Apoio diretoria Clube Militar envide máximos esforços sentido não serrenovado contrato Mr. Link com a Petrobrás e que o Cel. Sardemberg infor-me público razão atraso obras Refinaria Duque dt Caxias. — Ten. Willy."

DOCUMENTOS A QUE SEREFERIU O SR. DEPU-TADO ABELARDO JURE-MA EM SEU DISCURSO EQUE SE PUBLICAM COMA DEVIDA AUTORIZAÇÃO:

Esclarecimentos em tornoda Prestação de Contas doIAPB, referente ao exerci-cio de 1958 c dados concer-ncnteii k situação econôml-eo-financeira da Autarquia.

I — PRESTAÇÃO DE CONTAS

O Presidente do Instituto dosBancários encaminhou ao Con-selho Piscai da Autarquia, em18 de março p. passado (ofícioGCG-31-59), a Prestação deContas ,-ie sua gestão referen-t.e ao exercício de 1958, nummontante de "dois bilhões, tre-zentos o noventa e sete mi-lhões, novecentos e vinte e oi-to mil, quinhentos e dezenovecruzeiroc e noventa centavos"— (Cr$ 2.397.928.519,90).

Determinam as instruçõesvigentes que o processo dePrestação de Contas seja enca-minbado àquele órgão fiscali-zador até 20 de março de cadaano. A constituição do aludi-d0 processo ê tarefa sobremo-d0 exaustiva e jamais foi pos-sivel à administração cumpri-10 dentro do prazo rígido im-posto pela Lei. Tanto é assim.que nos exercícios anteriores,o Conselho Fiscal nos entendi-mentos com a Contadoria Ge-ral e dentr, de um ambientede compreensão permita queos elementos integrantes detais processos, representadosêste ano por 10 (dez) volumescondensando cerca de 3.000 pá-ginas datilografadas, pois tô-das as contas alimencionadasatravés de inventários anali-ticos, fossem a êle encaminha-dos à mediria que Se comple-tassem. Providência idêntica a,«os exercícios anteriors, foi le-vada ao Conhecimento do Con-selho Fiscal na pessoa do Con-selheldo Osmildo Stafford daSilva, que na oportunidadeconcordou plenamente em quefôsse observado neste exerci-cio o mesmo procedimento dosanos anteriores.

Surprcen lentemcnte, isto é,no dia 19 i março, já 0 Con-selho Fiscal devolvia à Presi-dência do Instituto o processode Prestação de Contas, jul-gando-o incompleto, em desa-cordo com o entendimento quepor intermédio do sr. ContadorGeral a administração tiveracom - òòhsolhélró acima refe-rido.

Feita a ins.rução regular doprocesso de conformidade comas normas do rrlbunale deContas da União, re.ornou omesmo a0 Conselho Fiscal, emdata de 28 de abril, acompa-nhado do oficio GCG-07-14-59).

Havendo a Contadoria GeralSe prontificado » prestar àque-lc Conselho todos os esclareci-mentos porventura Julgadosnecessários ao exame da Pres-tação de Contas, entenderamos mesmos Conselheiros de so-licitar verbalmente ao referidoórgão técnico da administra-ção, nos primeiros dias demaio, informes em torno dasseguintes contas:

1) Contas Correntes de adi-antamentos diversos.

2) Processos de Publicidadee Publicações.

3) Processos referentes apagamentos efetuados por in-t&rmédio d0 Serviço Social.

4) Montante de gratificaçõespagas j^Engenheiros nos têr-mos d0 ato n.° 551-57.

Inteirado do pedido formu-lac à Contadoria Geral peloConselho, o Presidente EnosSadock de Sá Motta determi-nou imediatas providências nosentido de que fossem satisfei-tas aquelas exigências, no maiscurto prazo, embora rerconhe-cesse a Contadoria a impossi-bilidade de um pronto atendi-mento quanto ao item 1, emvirtude de' se encontrarem asfichas de Contas Correntes noServiço Gráfico da própriaInstituição, para encaderna-ção, como «corre anualmente.Aliás, eBta circunstância foi le-vada a0 conhecimento da maio-ria dos srs. Conselheiros.

Quando já se achava prática-mente levaniada a documenta-ção reclamada pelo Conselho,eis que a administração tomouconhecimento da intempestivaResolução n.° 400-59, dqqueleórgão, datada de 22 de maioque, confirmando o pedido ver-balmente formulado pelos Con-selheiros empregados, reclama-va, outrosslm a remessa de di-versos outros processos relaclo-nados com a instalação deAmbulatórios Médicos em De-legadas Regionais, inversões emBrasília e reformas no edifício,sede do Instituto,

Dian'e daquela decisão, in-formou o Sr. Contador Geralser impassível 0 atendimentodas novas exigências dentro deprazo exfguo, já que alguns dosprocessos se encontravam forada sede, como por exemplo osreferentes aos ambulatórios deBauru, França, Leopoldina eobras em Brasília.

Além do mais, registre-se, astarefras rotineiras da Conta-doria Geral, nã0 podem sofrersolução de continuidade. Seriade todo impossível tudr para-Usar, a fim de satisfazer deimediato ao levantamento deum número de processos nun-oa inferior a 400. vários dosqaaii fora c» abãnce daquela

plano subrepticio elaborado porelemeto* eventualmente no oo-mando de atividades sindicaise a serviço de ideologia con-traria aos princípios democrá-ticos, de conquista das Insti-tuições de Previdência Social,tão familiarizadas com a sortee o destino das classes traba-lhadoras. Fracassadas as ten-tativas anteriores de obter adestituição do atual Presiden-e do IAPB, bancário Enos Sa-dock de Sá Motta, que tem re-sistido estoicamente às tena-Uvas de desvirtuamento dasalas finalidades da Autarquiae posto em execução um pia-no de administração de elevadopadrão previdenciário, de re-percussão nacional, voltam osseus detratores à carga, vi-sando desta vez, com o descré-dito da própria Instituição,atingir aos seus objetivos mal-sãos. E, convenhamos, a Re-solução n.° 427-59 parece quefoi feita de encomenda.

Os poderes constituídos e aopinião pública precisam sa-ber, que ao Conselho Fiscal doInstituto dos Bancários, queem seu soio abriga, pelo me-nos, três pretendentes osten-sivos à Presidência e aos car-gos de Diretores da Instituição,como é o caso dos Srs. Osmil-do Stafford da Silva, José Be-nlcio da Melo e Edgar RochaCosta, falta a necessária insus-pèição para opinar sobre ascontas da atual administração.Além do mais, são aqueles ban-cários integrantes do grupoque na órbita sindical atuaagressivamente contra a per-manência do Sr. Enos Sadockde Sá Motta na direção doIAPB, e que dele se constituí-ram inimigos gratuitos como~se

têm notícia através d^ ma-nifestos, entrevistas, telegra-mas e publicações de toda „r-dem já foi do inteiro conheci-mento da coletividade banca-ria brasileira.

II - DADOS CONCERNEN-TES À SITUAÇÃO ECONó-

MICO-FINANCEIRA DAAUTARQUIA

a) SITUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA

As disponibilidades do Ins-tituto em 31 de dezembro de1958, no Banco do Brasil S. A.,montavam a Oitocentos e vin-te e cinco milhões cento e oitomil cento e quarenta e doiscruzeiros e oitenta centavos(Cr$ 025.108.142,80) estandoparte deste valor — Cr$....300.000.000,00 trezentos milhõesde cruzeiros) a prazo fixo na-quele estabelecimento oficiaLAnteriormente à atual gestãoos valores disponíveis perma-neçam em cona de movimentovencendo juros de 2% (doispor ceto) ao ano, enquanto osdepósitos a prazo asseguramhoj« ao Istituto uma rendaanual de Gr$ 18.000.000,00 (de-zoito milhões de cruzeiros).

Em face do crescimento des-sas disponibilidades nò corren-to exercício e as restrições im-postas pelas Circulares Presi-denciais que vedam os finan-ciamentos imobiliários, a ad-ministração do IAPB promo-veu estudos n0 sentido de ele-var os seus depósitos a prazofixo de trezentos para quinhen-tos milhões de cruzeiros, des-de que obtenha do ColendoConselho Fiscal a devida au-torteaçSo para tanto. Relevanotar que a renda de jurosadvinha dos depósitos a prazofixo. por _si_só, fatendeu noexercício de 1858 a encargosoriundos de aposentadorias epensões de previdenciários, pe-cúlios, auxílios funerais e Re-clusSo, num total de dezessetemilhões oento e quarenta equatro mil novecentos e qua-renta e três cruzeiros e cin-quenta centavos (Cr$

i (17.144.943,50).b) Aplicação de ReservasPara o exercício de 1959, o Plano de Aplicação de Reser-

vas compreende um valor global de um bilhão, oitocentos eoitenta e seis milhões, seiscentos e setenta e dois mil e sete-centos cruzeiros (Cr$ 1.886.672.700,00), com a distribuição quese segue:

Natureza da OperaçãoBens móveis — AquisiçãoBens móveis — Obras Empreendimentos Brasília Empréstimos Hipotecários Empréstimos Simples Empréstimos Especiais Instalações Bens Móveis Material p/Estoque Recolhimento Bônus CCAI Farmácias-Medicamentos p/RevendaOutras Inversões

Contadoria, que teria de provi-denciar a vinda dos mesmos àAdministração Central.

Mesmo assim, as diligência»foram determinadas no afã deatender à solicitação do órgãofiscalizador. Neste interregno,porém, o Conselho Fiscal soba alegação de que o prazo quelhe era concedido para o exa-me da Prestação de Contasestava para se esgotar, delibe-rou pela resolução n.° 427-59,de 29 de maio último, OPINARcontrariamente à aprovação daaludida prestação, no seu todo.Assim procedendo, o Conse-lho que havia homologado deper si, no decurso do exerci-cio de 1958, a quase totalida-de dos vários processos de des-pesas, integrantes da mesmaPrestação de Contas, parado-xalmente desaprovou-os pelacitada Resolução n.°~ 427 de1959. Se a justificativa era ade que determinadas despe-sas não teriam sido submeti-das à homologação daquele ór-gão, que careciam de funda-•mentaçSo legal, o certo seriaopinar, em parte, pela aprova-ção das contas julgadas regu-íares, excluídas delas aquelesprocessos que não tivessemsido remetidos ao exame doConselho. Agindo dessa manei-ra, evitaria o órgão fiscal estasituação realmente singularcom que hoje nos deparamos:uma prestação de conta- novalor de Dois bilhões trezen-tos e noventa e sete milhõesnovecentos e vinte e oito milquinhentos e dezenove cruzei-ros e noventa centavos (Cr$2.397.928.519,90) constituída deprocessos quase todos por êlehomologados no exercício de1958, obtém a manifestaçãocontráriar-dtr Conselho à suaaprovação, somente porque ai-guns deles n0 valor global deaproximadamente dez milhõesde cruzeiros (Cr$ 10.000.000,00)não foram submetidos em tem-po à sua apreciação, emboratais processos existam de fatoe de direito e as despesas te-nham sido rigorosamente efe-tuadas dentro das prescriçõeslegais e dos limites orçamen-tários. Vale esclarecer, toda-via, que a competência doConselho Fiscal na análise daPrestação de Contas, cinge-seapenasmente a encaminhá-laao Departamento Nacional daPrevidência Social, "com o seuparecer", de acordo com oestatuto n0 artigo 19, n.° TV,do Decreto n.° 35.312, de 2-4-54,regulador das suas atribuições.

O órgão a quem é deferidaa competência de APOVAR ouDESAPROVAR as contas "daUnião e suas Autarquias é,evidentemente, por força doque dispõe o art. 77 n.° II daConstituição Federal, o Egré-gio Tribunal de Contas, órgãotécnico por excelência.

No caso das Autarquias, osConselhos Fiscais apenas EN-CAMINHAM essas contas qcejâ sofreram seu crivo fiscalsem processos autônomos, domesmo modo como posterior-mente, procedem o Inspetor daPrevidência e o DNPS, paraafinal submetê-las ao Tribu-nal de Contas. Destarte, cons-titui grosseiro espírito de emu-lação, dizer-se que o Conse-lho Fiscal do IAPB teria DE-SAPROVADO contas da Au-tarquia, quando em verdade,repetimos, entre as suas atrl-buições, não figura julgamentoconclusivo a esse respeito, masapenas o de emitir PARECEROPINATIVO . para julgamentods instância própria.

A recente e comentada ma-nifestação do Conselho Fiscaldo IAPB assume aspecto demaior gravidade se atentarmospara o seu aspecto faccioso.É que, a celeuma provocadaem torno das contas da admi-nistração, constitui simples-mente uma etapa a mais no

Inversões no Exercício130.000.000,00 .485.000.000,00438.000.000,00310.000.000,00100.000.000,0010.000.000,0030.600.000,0091.820.000,00

126.252.700,0040.000.000,00

120.000.000,005.000.000,00

1.886.672.700,00

Esse programa de realizações vem sendo cumprido pelar4»ninistração de forma altamente satisfatória, e os rc,;n-tados já se fazem sentir em todos os. recantos do -País.

c) Déficit TécnicoNos últimos exercícios financeiros e até 31 de dezembro

de 1957, o "déficit" técnico atingiu a três bilhões, quinhentose cinco milhões, cento e onze mil e quatrocentos cruzeiros(Cr$ 3.505.111.400,00).

Todavia, o resultado líquido do exercício de 1958, de doisbilhões, oitenta e um milhões, oitocentos e setenta e dois milcruzeiros (CrS 2.081.872.000,00), levado ao Fundo de Garantiateve preponderante influência na redução daquele "déficit",que passou para dois bilhões, seiscentos e cinqüenta e ummilhões, novecentos e oitenta e oito mil e quatrocentos cru-zeiros (CrS 2.651.988.400,00), apresentando assim uma dlferen-ça, para menos, da ordem de oitocentos e cinqüenta e trêsmilhões, cento e vinte e três mil cruzeiros (CrS 853.123.000,00).

Esse "déficit" técnico vem sendo registrado a partir de1951 em ritmo ascensional, como decorrência da não realiza-ção integral da tríplice contribuição em que se esteia a eco-nomia do Instituto.

Por outro lado, à sensata política de restrição de gastos,posta em prática pela atual administração, se deve um maior

(Conclui sa 9." página)'..¦:- -..—n-: -',<¦;¦

NÚMERO 164 £ O SEMANÁRIO ^r ANO IV • Semana de 20 a 26 de Junho de 1959 * .• PÁGINA 9.

^iM^pítóBi^^ARTHUR CANTALICE

OS SINDICATOS E A D1QSÀO SOBRE O F.M.I.Repercutiu multo bem nos meios siiuli-

cais a atitude do governo resistindo às exi-gências formuladas pelo Fundo MonetárioInternacional. E' que os trabalhadores, sem-pre que debateram os problemas nacionais,nas assembléias dos seus sindicatos ou nosseus Congressos, ànoritaram aos dirigentesdo país as soluções justas. A causa prlncl-cioal do nosso subdesenvolvimento — a ex-piorarão do imnerlallsmo norte-americano— é fãn gritante aue não há necessidade deser diplomado na Sorhonne nara reconhece-Ia. O que há é necessidade de coragem e na-trlotlsmo para enfrentar a pressão dos gru-pos econômicos.

O governo .brasileiro estará dlsnosto alutar pela nossa independência econômica?Ou continuará fazendo uma política vacl-lante, resistindo aoui a cedendo ali? Não hárazão para vaciiacões ou temores. Os lume-riaiistas, anesar do poder que ainda nos-suem, es*ão nerdendo terreno. E a »larrospassos. Os trabalhadores brasileiros, oueconstituem a nhrtc mais sacrificada da na-cão, estão dispostos a anolar envernantesque tenham o suficiente brio natrlófcn naluta T)"'a nossa emancipação econômica.

A Federação Nacional dos Marítimos foia nrlmeira omanizaoão sindical a se colocarsolidária com o governo na sua posição an'eo Fundo Monetário-Internacional. MamedeCaetano,;ex-presidente da Federação e a'ualconselheiro, foi o autor da pronosirão anrn-vada : nor unanimidade. Ao Cat^te foramenviadas de7cnas de mensagens das oreanl-zações sindicais. A dos bancários tinha o se-

REUNIÃO NACIONAL DOS BANCÁRIOSDia 27, no Recife, rcunir-sc-ão

dirigentes sindicais bancários dopaís. Serão' debatidos os se-guintes assuntos: Salário pio-fissional, presidência do IAPB,extinção do trabalho aos sába-dos, reconhecimento da CON-

.TEC c organização do VII1 Con-grasso Nacional dos Bancários.Com referência ao salário pio-fisisorial, um convênio que vigo-ra no Uruguai deverá ser obje-

Io de estudos, visando a possi-bilidade de sua adaptação aomundo bancário nacional. Quan-to à presidência do Instituto dosBancários, é sabido que umaforte campanha tem sido de-senvolvicla contra a permanên-cia do si\ Enos Saddock de Sánaquele posto. O sr. Saddockfoi nomeado para a presidên-cia do IAPB por indicação dasentidades sindicais dos banca-

rios. Não tem correspondido àconfiança nêlc depositada. Re-centemente, o Conselho Fiscaldo IAPB recusou a aprovaçãode suas contas referentes aoexercício de 1958. Nada mais na-lural, portanto, que aqueles quelhe delegaram a missão presi-dencial, tendo em vista os des-mandos administrativos que co-meteu, peçam, agora, a suasubstituição.

FERROVIÁRIOS LUTAM POR SEUS DIREITOSDepois que foi criada a Rê-

de Ferroviária Federal, os tra-balhadores vêem, a cada passo, muitos dos seus direitos pos-lergados. Hoje, os ferrovia-rios não estão lutando pela con-quista de novas reivindicações.Lutam nela manutenção de seusdireitos Na terça-feira, srriarealizada uma concentração dosferroviários da Central do Bra-sil cm frente ao Catctc. O go-vêrno, porém, teme as concen-trações de protesto. Manobramdo, conseguiu que a concentra-ção não mais se realizasse. Pre-feriu parlamentar com os diri-

gentes sindicais. Longe da mas-sn, dessa mesma massa de ler-roviários que o sr, Brpsílio Ma-chado Neto tanto odeia. Emseus artigos, publicados no"Diário de Notícias", o presi-dente da Associação Comercialcostuma afirmar com ênfaseque os ferroviários percebem sa-lários altos. Saberá o sr. Bra-sílio Machado Nelo que milha-res de ferroviários ganham CrJJ5.200,00, e, como se islo não bas-tasse, são descontados na ba-se do salário mínimo de seis milcruzeiros? Por certo o sr. Bra-sílio, envolvido em "mamatas"

do SESC, não teve tempo deolhar para esse aspecto do pro-blema Deixemos o sr. Brasílioe voltemos aos trabalhadoresferroviários. Também os da So-rocabana estão se moviméntan-do Esta semana foram realiza-das duas assembléias, cm Assise Ourinhos, convocadas peloConselho das Entidades de Cias-se da Estrada de Ferro Soroca-bana E estão programadas asseguintes: dia 20, em Santos eSão Vicente; dia 22, em Itape-tininga; dia 24, em Sorocaba;dia 26, em Mairinque; dia 27,na Barra Funda.

VIII CONGRESSO NACIONAL DOS JORNALISTASEm seemevro próximo, na cl-

dade de Fortaleza, será: reall-zado o VIII Congresso Nnclo-nal dos JornaÜ3tas. Os paulís-tas já estão tratando do as-sunto. 'Após diversas reuniões

preliminares, flc-du assim cons-tituida a 'Comissão preparatõ-ria paulista, que organizará adelegação de São Paulo: Arsê-nio Tavolieri. Benedito Ribei-

NOVQ: ACORDO SALARIAL DOS MARÍTIMOSElaborado pelos Sindicatos

e aprovado pela Feceração Na-ciona' dos Marítimos, será .en-treguc aos empregadores opiam, para um novo acordo Sa-íaria! dos trabalhadores domar. Foram inciuidos novtntae um artig s e 35 parágrafos.F. por falar em marítimos: os

1 alian;.3 deflagraram uma gre-ve de rep; cussão internado-nal. Tidos os navios de ban-deira italia-a foram atingidospela paralizr.ção. Os grandespaquetes italianos, como o "Au-gustiis" "Conte Biancamano","Con e Grande". "Ana C"."Frederico C". "Marco Polo",

AU.P.B.QUERSERUMA ENTIDADE PODEROSAA neva airetoria.da União

dos Portuáros do Erasil estátrabalhand- ativamente nosen ido de dinamizar e fazercrescer a entidade. Nsvas se-ções regionais deverão ser fun-dadas pfl„ irgá, que congregaos portuários das empresas go-vernamental.-,. Atualmente, aUPB píSSÜi Seções em sete

portos: Niterói, Angra dosReis, Cabedelo. Recife, Maceió,Belém e Vitória. Esta semana,embarenu para o norte d0 paísum emissário da UPB. a fimde entrar um entendimentospara a criação de ou ras se-ções. ou então, nos portos on-de já existam associações declasse, filiá-las à União dos

AS ELEIÇÕES NO SINDICATO DOS METALÚRGICOSMANIFESTO DA "CHAPA UNIDADE"

COMPANHEIROS!Tendo em vista a realização das eleições

cm nosso Sindicato, marcadas para 16, 17,18 e 19 de junho próximo para eleger a no-va Diretoria, Conselho Fiscal e Delegadosjunto à Federação, e que irá dirigir os des-ti nos de nossa entidade do classe no perío-do de 19591961, o Comitê Eleitoral abaixofirmado, ouc organizou a chapa denomina-da "Unidade", vem perante os companheirosmetalúrgicos, esclarecer o seu ponto-de-vistae apresentar a referida Chapa com o seuProcrama:

1.°) —. Oue. a atual Diretoria encabeçadapelo companheiro Benedicto Cerqucira de-sempenhou. em nosso Sindicato um traba-lho a çontepto da Corporação, nas lutas poraumento de salários; pelos direitos dos as-sociados na Justiça do Trabalho; na lide-rança da .Camnanhá, pelo Salário-Mínimoatual; lutou pela Lei de Aposentadoria Or-dinária vicente; batalhou pela repulamen-tação do Direito de Oreve; narticinou detodas as lutas gerais dos trabalhadores; e,com o apoio dos comnanheiros inau<nirou aNova Sede no prazo de 30 meses como pro-metera, etc ; ¦

2.°) —Este Comitê entende que deve-mos reeleger vários comnanheiros da atualDiretoria, como sejam: Renedicto Cerquei-ra, Heraclides Santos. Mário Matheus deLourde e Antônio de Almeida, onraue achaque as substituições devem ser feitas nau-latinamente, nara oue ns atividades do Sm-dicato não sofram snhirão de continuida-de, e estes comnnnheiros, de fato, nossuemmaiores conhecimentos administrativos nomomento;

3.°) — O Comitê Eleitoral incluiu na Cha-pa 3 (três) novos comnanheiros, aue são osseguintes: José Lelts da Costa, çwhstifijn-do o comoanheiro João de Brito Vaz Coe-lho, oue fimjra na sunlência nor ser nessnaadantávcl a oualouT serviço burocrático doSindicato; Áureo Ferreira, que substitui acemnanheira F.lzn das Santos Medeiros ouesai nor motivo de saúde; e. Alberto Almei-da de Samnaio. aue substitui o comnnn'i"i-ro Ouiomário Gomes de Brito aue esta fa-zendo um curso nos Estados Unidos Alémdo exnosto.' os comnanheiros que saem o fa-zem nara dar onortunidade a outros, mascontinuando todos a gozar da nossa maisalta estima.

PROCUMA1.° — Lutar pelo aumento geral de sa-

lário.

2.° — Iniciar a campanha pelos saláriosprofissionais e móveis.

3.° — Participar ativamente na Campa-nha geral contra a carestia e pela reaber-tura da nossa Cooperativa.

4.° — Lutar pela rápida aprovação da LeiOrgânica da Previdência Social e pela regu-lamentação do Direito de Greve.

5.° — Lutar para que sejam aplicados osdispositivos da Lei de Higiene e Segurançanos locais de trabalho, assim como, pelo pa-gamento da taxa de insalubridade.

6.° — Lutar para que o imposto sobre arenda incorra somente sobre os que perce-berem salários equivalentes a quatro vezeso mínimo vigente.

7.° — Lutar para que a "nova sede" sejarealmente uma das molas impulsioriadorasde nossas campanhas.

8.° — Lutar pelo fortalecimento das De-legacias do Sindicato.

9.° — Levar a efeito uma campanha, paraque em (2) dois anos sejam sindicalizados10.000 (dez. mil) novos sócios, e criados 25(vinte e cinco) novos Conselhos de Fábricase Oficinas.

10.° — Incrementar e aprimorar as ati-vidades culturais e de recreação dos meta-lúrsicos.

l.° — Participar das lutas gerais dos tra-balhadores.

DIRETORIA

Efetivos: Benedicto Cerqueira, HeraclidfiSSantos, Mário Matheus de Lourde,' Antôniode Almeida, José Lelis da Costa, Áureo Fer-reira e Alberto Almeida de Samnaio.

Suplentes: João de Brito Vaz. Coelho Jof-fre Fernandes, José Américo Maia Filho An-tõnio Baraúna Gomes, Giovanni Américo Ma-ranhão, Antônio Pimenta da Silva e Marti-nho José de Sá.

CONSELHO FISCAL

Efetivos: José Ferreira Nobre, João An-tônio Pereira e Hadilson Figueiredo.

Suplentes: Romeu Garcia, Sebastião Motta e Severiano Medeiros Cavalcante.

REPRESENTANTES NO CONSELHO DA .FEDERAÇÃO

Efetivos: Izaltino Pereira, Eurypedes Ay-res de Castro e Otacílio Castro.

Suplentes: Apolónio Araújo, ZoroastroFernandes de Souza e Joel Soares de Freitas

guinte teor: "Vimos expressar a V. Excia. aentusiástica e Irrestrita solidariedade dosbancários cariocas face a atlludc patrióticado governo de resistência às imposições doFundo Monetário Internacional. O exemploda Argentina, onde colegas bancários sofremas conseqüências das concessões, arrastadosque foram à paralisação dos serviços em vir-tude da descomunal elevação do custo devida .levando a miséria aos lares dos traba-lhadores platinas, demonstra que as exigên-cias do Fundo Monetário Internacional sãoincompatíveis com o bem-estar social e osanseios de progresso e soberania nacional".

A União dos Portuários do Brasil enviouao presidente da República o seguinte te-lograma: "Os trabalhadores portuários bino-tscam decidido apoio à anunciada mudançade atitude do governo brasileiro em relaçãoao Fundo Monetário Internacional. Que oo governo se mantenha firme, pasando auma política externa Independente, que con-duz.lrá nosso país a um futuro grandioso,cuias metas de desenvolvimento, preconiza-das por V. Exa., constituem fatqr impor-tantísslmo,"

Essas duas mensagens refletem bem ograu de maturidade oolíllca dos trabalhado-res sindicalizados. Enquanto os bancáriosapontam o eovêrno Frondizi — traidor dopovo argentino — como exemplo do queacontece aos que cedem às exigências doFMI, os portuários aconselham ao nosso go-vêrno "que se mantenha firme". Nesse epi-sódio do Fundo Monetário Internacional,uma vez mais, os trabalhadores se coloca-ram numa posição justa.

ro, J. Heiculano Pires, HélioDamante, Olímpio Sá e' Silva,J. A, Costa Dinto, Aroldo Chio-rlno, M, Tulmann Neto, Aristi-des de Basilo e Miguel Batlou-ni;

tão nossos conhecidos, pois quefazem a linha para a Américado Sul. estão parados pelosportos dêsse mundo afora, comsuas tripulações de braços cru-zados, atendend. ao que foidecidijo por Sete sindicatos dostrabalhadores marítimos daItália.-

Portuários do Brasil. Tambémpara os portos do sul serãoenviados emissários. Dentrodos próxim« seis meses, es-peram os dirigentes da UPBque pel„ menos 15 entidadesportuárias venham reforçá-la,tórnando-a uma da3 mais po-derosas organizações sindicaisdo país.

U.Rpensam no aumento de seus salários, e os alunos no enormepasso para o seu maior sonho:

SEGREDO:

ARON ABENDPROJETO 670.

PLI.VIA de agitação na antiga UDF. Os professores sus-pendem as aulas, participam de Assembléia de Alu-

nos. Ninguém dá aulas, ninguém vai às aulas.

O projeto foi aprovado em tempo infinlteslmal. Milhõespara a agora URJ.

Todos sorriem. Os professores (mui justamente, aliás)

fiS ÜLTIMOS acontecimentos da América Latina vêmconfirmar o que sempre lemos escrito, após a queda

do ditador Fulgêncio Batista: as forças imperiallstas estãoconcentrando o fogo de suas baterias contra a jovem revo-lução cubana. A tática empregada difere, em muitos aspectos,dos métodos brutais que culminaram, há poucos anos, coma invasão da Guatemala. Mas o objetivo não deixa de ser omesmo, a saber a paralisação progressiva dos meios de açãodos líderes populares. Nesta luta de vida e de morte entre ocapitalismo e o progresso social, o fator Tempo assume pro-porções verdadeiramente trágicas. Fidel Castro, sabe, comefeito, a importância fundamental da reforma agrária paraa emancipação econômica de seu país e, temeroso de medidasprecipitadas, procura ajustar a sua aplicação prática às ne-cessidades vitais do momento. Os trusles norte-americanos,por sua vez, e com eles o Departamento de Estado, multipll-cam rapidamente os seus ataques contra o governo de Hava-na, a fim de que fiquem sem efeito as reformas iniciadas.

JESfef. olensiva lançada cubano foi motivada pela re-sjsténcla dos Estados Unidosno que diz respeito, principal-mente, às MmpejlRf Çõe: a se-reni dadas aos úidacãos norte-americanos cujas propriedades

— "Nós também queremos".Sussuram os ealedrátjcos,"Mas.. "

Na» Faculdade de Filosofiaseu diretor sempre dizia que,se dependesse da Faculdade,a encampação seria efetuada.

Doaremos tudo o que te-mos! Nada de obstáculos.Doaremos tudo o que temos!Nada de obstáculos. Doare-mos tudo! Queremos a En-campaeaò!

Muito bem,! MAS......nunca aparecia uma boa

oportunidade para a encam-pação. Greves, passeatas, co-missões, tudo foi tentado...

A encampação era o cter-no porvir.

Um segredo misterioso im-pedia a encampação. Nin-guétn entendia. Por que oprojeto 670 foi aprovado tãodepressa e da encampaçãonem se fala?

???!!...Greve, greve! Fora!

Estas são as vozes dos co-legas da Ciências Médicas.O caso é conhecido.

• Numa manobra genial (vis-lumbrada por Ib Teixeira, re-pórter da UH c aluno daURJ) a greve levanta a teseda encampação! Todos os alu-nos da URJ erguem-se espe-rançosos.

Greve na UB, greve na PUC,greve nas independentes...

Queremos a encampa-ção!

Há, no entanto, um silênciomisterioso num determinadosetor da URJ. •

O corpo docente não se ma-nlfesta. Bem ao contrário docaso do projeto 670.

E por que?Eis o segredo: A maio-

ria do corpo docente da URJnão quer a encampação. Nãolhe convém!. Com a encam-pação poucos serão os que te-rão condições de se manterna cátedra.

E o motivo principal (alémde outros...) é o acúmulo decargos Isto foi-me dito porum catedrálico. E dissemais: "note

que a maioriados catedrátiços não está vi-vendo o problema".

E' duro, mas é a verdade.Durante anos os estudantes

foram iludidos pensando quea maioria do corpo docenteera favorável it encampação,e que o motivo do não anda-mento da questão era devidoà inépcia da Câmara.

Mentira!São élcs que não querem

E tudo farão para impedi-la.Senão vejamos:

¦ Com o projeto 670 as au-Ias foram suspensas. Ne-nluim professor quis dar au-

Ias. Ninguém pôde furar agreve.Bem, era porque estava-mos unidos é...

Mentira!' Era porque oprojeto 670 Votava milhões,mas não encampava!

E agora?Greve para encampação,

üs professores, \cmbora nofim do período letivo, fazemquestão cie dar aulas, incen-tivando os furadores de gre-vc, os sem caráter do esiu-dantadol

Querem quebrar a unida-de para depois dizerem'.

"Ora, nem mesmo ' osalunos se interessam... Praque, afinal, a encampação?"

EIS O SEGREDO.Se o problema se prolon-

gar até as provas parciais,veremos professores arran-jando um "jeito" de dar asprovas. . . num excesso de zè-Io que não teriam se fossepelo projeto 670...

E preciso esclarecer os es-tuduntes cia URJ sobre a Ira-ma!

Nunca a encampação eslê-ve lão próxima.

Mas, nunca foi tão amea-çr Ia pelos seiifi eternos ini-migos,

Se o projeto de encampa-ção não fôr aprovado cn-quanto a greve fàz pressão,nunca mais o será1! A inllu-fincia política dos seus inimi-gos aluará por traz' dos bas-tidores imnedindo;

IPContra revolução cuba-na. i, e pantalho d0 comunis-mo desempsnha um papel cer-lamente primordial para aoxecjção i.os objetivos visados.Ainaa recentemente, o ex-se-cretário de Estado adjuntoSpruille Bradin qualificou Fi-deu CasU'o 1c "boneco dos co-munia -as", "ditador de com-plexo messiânico" e "charla-tão em questões econômicas"que poderis vir a ser "o alml-rante do Mar das Caraibasconvertido :in lago vermelho".No entanto, os esforços em-preendidos para incompatibili-zar a nação cubana com osoui-ros países do hemisfério, emais especialmente a AméricaCentral, representam um fatorde muito maior importância.Convém analisar, nesse parti-cular. o processo de desenvol-vimento dos diversos movimen-tos de rebe..ão contra o Pana-má, a Nicarágua, a RepúblicaDominicana -e Haiti. Emctofloí;eles, as agências americanasprocuram destacar,.;a partici-pação efetiva de elemento»cubanos ou estrangeiros, pro-cedentes de Cuba, deixandoentendei, assim, o caráter"sub/ersivo d;, revolução deFidel Castro. Numa propagan-da bem orquestrada, cm queavanços e recuoi, táticos apa-recém constantemente, procura-se convencer a opinião públicade que Havana é um "cefitrode agitação" no Mar das Ca-raibas. Não negamos a exis-tência de forças reberdes con-tra fs aitaduras centro-ameri-canas nem mesmo a influênciada vitória cubana na rcorgina-ção dos movimentos democrá-ticos e progressistas. Apenasqueremus sublinhar a insistên-cia com qre vem sendo apon-tada aos povos do continente"a ajuda diófarçada ou semi-oficiosa" dos cubanos nas re-petidas tem ativas de invasão erebelião ultimamente ocorri-das na América Central. O ex-secretário de Estado adjuntoBraden deciarou, aliás, que "asituação nas Antilhas é, hoje,mais perigosa do que nunca".As suas palavras são bastanteclaras e deixam entrever futu-ros acontecimentos...

Alem dessa propaganda indl-reta. visando a apresentar »Republica de Cuba com0 umfoco de perigosa agitação emnosco continente, a aplicaçãoda reforma agrária é outromotivo de ataques Contra Fi-dei Castro, nor parte dos trus-tes norte-amoricanos. Sabemostodos que um dos maiores pro-blemns da América Latina éo slstcoa feudal ou semi-feu-dal da propriedade da terra,pelo menos ns maioria dos pai-ses. Em Cuba, 8% dos proprie-tários possuem 75% das terrascultiváveis, sendo os maioresbeneficiados os próprios norte-americanos, donos de impor-tantes plantações de açúcar.Assinada em maio passado, aLei de Reforma Agrária dispu-nha o seguinte: nenhuma pes-soa ou lompanhia pode possuirmais de 405 hectares de ter-ras. com exceção das planta-ções de. açúcar, arroz e fazen-das de criação de gado. emmão» de dadãos cubanos; osUSinelros de açúcar não podempossuir plantações de cana; ne-nhuma plantação de cana deaçúcar pode ser operada porsociedaco anônima, a menosque todor- os seus acionistassejam cubanos; somente os ei-dadãi-s cubanos podem comprarterrp.s; as ferras expropriadas,come resultado desses disposi-tivos serãj distribuídos entre200 mil familiar sem terras, nabase de 26 / hectares por fa-milia. prestando o governo aju-da financeira para a explora-cã» da terra; a compensaçãopela desapropriação das ter-ras feitas será feita em obri-gaçõe-s do pvèrno, pagáveis emvinte anos, a j.iros de 4,5% a.a.com a avaliação baseada novalor trlbu.ável da tevra an-tes de 10 de cutubr0 de 1958.A fim de evitar 0 caos sociale ec nômico. Com a aplicaçãoimediata da Lei, Fidel Castrofoi obrigao.0, infelizmente, aadiá-la para o próximo anoimeiando. porém, a execuçãoprogressiva de algumas medi-das. A atitude do governo

venham a ser objeto de dosa-propriação. O fato, aliás, obri-gou o Premier cubano a decla-rar publicamente: "O problemada reforma agrária é um. as-sunto exclusivamente cubano,que se enquadra nos limitesexclusivos da soberania nacio-nal. Podem estar certos de queo governo revolucionário é flr-me como uma rocha". No en-tanto, pare e evidente que ap-rspectíva ue uma crise eco-nômica transitória, com a de-sorganizaçãc da. economia açu-careira se fossem desapropria-dos imediatament, os grandeslatifundiários, obrigou FidelCatsor a protelar por algumtem~>o ¦' axecuçúo da Lei aprb-vadii. recentemente, en) Sierra.

Maestra. Esta atitude tem omério de facilitar a consolida-ção política das forças revolu-cionárins mas não d:ixa. por-Isso de representar uma viíó-ria ponderável dos trustesnorte-americanos.

Tanto no plano In erno co-mo no plar. i externo, portanto,Fidel Castr, está encontrandodificuldade! níiil o sár a?. Jásabemos o destino reservadoaó i'ajoS( DX-pi'csiJèn'e Ar-benz. da G'.i.i'emala. e não d:s-cmfiecsmóf as tentativas fra-cassadas ii: reforma agráriaem outros miíscs da AméricaLi ina. O governo revoluclo-nárin cubano porém, rspresen-ta um es"<! :, de muit,, maiorimp.i.):tânc!a pan lib.ríar a

ciasse cam,. .'Sina de ;aa mísé-ria crônica. A aplicação da r»-forma agrt.ria representará umpasso decisivo na luta a,, po-vo cubano ;m prol de sua in-dep:ndênc:i econômica e , ser-virá dé es imulo páiTíititrasniçõcs sublescnvrvidas. ¦ E''justamente por isto' "que ostristes no''te-am,ricanji con-centram iodos ^s Seus esfor-ços no fracasso de Fide) Castro.A hora é ijcislva para toda aAmérica Latina g ninguém po-de prever, ainda. „ resultadofinal Jest" batalha primeirae a>'a ' ira a completa iib;r-tac.-., dos povoi- latino-anicrí-canos.

E. -<.

BOA VIAGEM A(> < ¦

voando nos novíssimos

^^^JpF GoKáÚâtânc.o

Sempre na frente quando se trata deoferecer mais e melhores serviços, a Reallança, agora, na sua linha para PortoAlegre, o mais moderno avião comercialdo mundo: o Supcr-H Constellation.Voando a mais de 500 kms. por hora,você vai chegar muito mais cedo. E veja

As passagens de outras compa-nhias também podem ser utili-zada nos aviões da Real.

jP*Í ISlT É1tfl^^5^'™"J!5t B^IBÍ

Reservas; 32-4300 c 32-7399

Av. Rio Branco. 277 . tel. 32-2300

0 INSTITUTO DOS BANCÁRIOS DESFRUTA DE ANO...(Conclusão da 8.* página)

e melhor aproveitamento das reservas da Autarquia, atravésde aplicações em operações de caráter eminentemente repro-dutivo, graças às quais tem sido permitido, se bem que emparte, neutralizar os efeitos da não integralização da tríplicecontribuição.

Operotyse, assim, depois de 8 (oito) anos, apreciável re-dução no aludido "déficit", fato que não pode deixar de serassinalado como auspicioso.

d) Variação dos Valores PatrimoniaisEm 31 de dezembro de 1955, o Patrimônio do Instituto

dos Bancários era da ordem de dois bilhões, novecentos equarenta e quatro milhões, setecentos e quarenta e nove mil,selscentos e cinqüenta e dois cruzeiros e trinta centavos ...(Cr$ 2.944.749.632,30).

Nou anos subsequentes foram registradas acentuadas cie-vações naquele Patrimônio, que atingiu em 31 de dezembro

que conforto! - A bordo do Supcr-HConstellation, você terá: Cabine pressu-rizada... poltronas amplas e macias que seestendem para o seu repouso... ar condi-cionado e música suave... deliciosas refciçõts

quentes... e, acima de tudo, um vôo exce-

pcionalmente tranqüilo, guiado pelo radar.

4 vôos semanais

Rua Santa Luzia. 732 - tel. 42-3614 g£

Av. Atlântica. 1936 ¦ tel. -76-2022 <í

de 1958 à cifra de sete bilhões, cento e quarenta e seis milhões,novecentos e noventa é oito mil, setecentos e oitenta e o'.tocruzeiros e setenta centavos (Cr$ 7.146.998.788,70)), o que sig-niflea dizer que no período da administração Enos Sadok deSá Mota, o Patrimônio do Instituto cresceu numa proporçãode duzentos e quarenta e três por cento (24396) em relaçãoao c-dstente até 1955.

O quadro demonstrativo abaixo comprova o crescimentopatrimonial verificado nos três últimos exercícios:

Exercício ... Valor Percentagem1955 2.944.749.652,30 100°ó1956 3.718.635.670,50 12$»i(.

'.

1957 5.065.126.837,80' 1Í2°Ó1958 7.146.998.783,70 243%

Ressalve-se, por oportuno, que nestes cômputos não háo impacto dos fenômenos inflacicnários, isentos que estão deadições oriundas de reavaliações patrimoniais.

L, Iwi, i i Ull'' * ' '

PÁGINA 10 •¦ .• Semana de 20 a 26 de Junho de 1959 •¦ O SEMANÁRIO * ANO IV * NÚMERO 164

EsperantoO. S. LOPES

fl0 - CONGRESSO ESPERANTISTABRASILEIRO, o XVI, terá lugar em outubropróximo, em Salvador (Bahia), onde se en-contrarão para festejarem o Centenário deZamenhof, também esperantistas de naçõesvisinhas, convidados a abrilhantarem o refe-rido certame. Será mais uma prova da eii-ciência do idioma internacional, que, assim,já passou da íase da experiência.

DE! — Diversos esperantistas não sãofavoráveis a obrigatoriedade do ensino doEsperanto, porque não o querem ver na si-tuação das línguas ensinadas nas escolascontra a vontade dos alunos, os quais, emseguida, os esquecem, quando não se limi-tam a decorar frases para os respectivosexames; sendo que tais esperantistas pro-curam dizer, da maneira a mais clara pos-sível, ao mundo, da necessidade de seremestudadas somente os dois idiomas: pátrioe internacional, orientando, principalmentea palavra escrita, os povos das nações dovernáculo diferente, para servirem-se doEsperanto às relações internacionais. Paraa consecução desse objetivo, teriam todosos esperantistas de se empregarem a fundo,na divulgação dessa idéia e realizarem umacampanha pró educação dos estudantes detodos os níveis de instrução, o que, nosparece, retardaria de muito a marcha doidioma internacional.

0 Espiritismo Proclama Que Mo M Eleito to CâusâOLIVIO NOVAES

Em situação alguma da vida, por mais precária que seja a condição e mais ingrata que pareçaa luta, o homem tem o direito de perder a alegria de viver e deixar-se vencer pelo pessimismo, peloaniquilamento físico ou pela tristeza que é perigo à vista, para a consolidação do progresso do Espí-rito em seu curso lento pela Terra. O Espiritismo como a mais perfeita doutrina filosófica, conclamatodas as criaturas, quaisquer que sejam as suas crenças, e principalmente os chamados materialistas,para que se esforcem tanto quanto possível, no sentido de opor sistemática barreira ao derrotismo,ao desencadeamento, porque nem tudo está perdido neste mundo — escola de aprimoramento doEspírito, calceta de erros e desvios de vidas pretéritas — quando não réus de crimes praticados nainconsciêncla de uma filosofia egoística, sem rumo ao Criador de tudo e de todos — DEUS.

Vivemos por alguma razão e nosso destino está ligado aopassado sombrio e delituoso, quando, por certo, a fúria dasnossas paixões levou-nos a todos os desmandos que a bon-dade de Deus não permite tenhamos presente, porque, então,seria tamanho o cortejo de infâmias, que o Espírito, para o seuresgate sentir-se-ia impotente. A doutrina Espírita esclareceao homem todas as leis que regem o Universo e o convida àmeditação, ao estudo da matemática do Criador, da Sua Jus-tiça, do Seu Amor e da Sua inflexível bondade. O Espiritismoproclama que não há efeito sem causa, e, portanto, ninguémsofre inocentemente.

Ao contemplarmos o cortejo de misérias em que o mun-do se debate, quando sabemos da existência de monstros ves-tidos pelo último figurino, ceifando a vida de moças ingênuas,quando sabemos que proliferam os criminosos que adulteramo leite que é o alimento base das crianças, quando sabemosque diariamente são pilhados bandidos vendendo gêneros ali-mentidos deteriorados, sim, quando sabemos de tudo isto,sentimos a alma constrangida e pensamos estar a humani-dade à beira do abismo, sem a mínima réstea de esperançade salvação. Mas, compassiva e conscientemente, vamos acei-tando a carga de explosivos que se vai acumulando, porquehá uma certeza, uma lei inflexível que tudo rege, que a tudocomanda. Ê a lei sábia e justa do "não há efeito sem causa".Quem estuda o Espiritismo, recebe com tranqüilidade e cons-ciência essa avalancha de sofrimentos físicos e morais quecolhe a coletividade humana como um sinal dos tempos quesão chegados. Na matemática das leis universais, tudo estácerto, tudo está de acordo com a Justiça.

Deus seria injusto se dividisse a humanidade em criaturasfelizes e infelizes. Como Pai, dá a cada filho segundo o seumerecimento. As diferenças existentes entre s homens naTerra, são inegavelmente o produto do passado, do bom oumau uso que se tenha feito do livre arbítrio. A cada um serádado segundo as suas obras, disse o Mestre dos Mestres.

O momento é do ajuste de contas. Ninguém será impro-nunciado do crime que cometeu. Perante a Justiça Divina,nada valem os milhões depositados nos Bancos ou emprega-dos em rendas a juros escorchantes. A Balança da Justiçade Deus é diferente dessa que simboliza a justiça dos homens.Perante Deus não vale quem tem, nem padrinhos, nem car-tuchos mais fortes. Perante Deus vale o comportamento comque nos conduzimos na vida. Vale dizer, perante o Pai aúnica expressão corrente é aquela que diz da dignidade dohomem em face das leis humanas. Moral, bondade espontânea,amor ao próximo.

Todos estejam preparados para o resgate da "promis-sória" assinada quando aceitaram a incumbência de voltar aoplano físico para reparar as faltas do passado.

Os recalcitrantes voltarão aos calabouços e estagiarão emtrevas, entre ranger de dentes. De nada valerão as missas pom-posas de 7? dia c suas repetições para descanso da alma. Essaespécie de exploração religiosa tende a desaparecer, tão de-pressa a Luz radiante da Verdade resplandeça no coração dohomem.

É ofensa ao Criador e deprimente do Espírito, a formaburlesca de se "comprar o ingresso celeste" com a extrema-

unção a peso de ouro. Vale repetir a parábola sábia do Cristo:"Mais depressa passa um camelo pelo fundo de uma agulhado que um rico entra no reino do Céu." Não há regra semexceção, pois sabemos que há ricos-ricos e pobres-pobres,como há ricos-pobres e pobres-ricos.

O uso da fortuna é um leme na vida humana. Que podeesperar um milionário que nunca se volta para saber se quemvem atrás tem algo para alimentar a si e aos seus? Que valeuma fortuna em mãos pobres na aplicação da mesma? Quepode esperar um tipo como esse paspalhão que atende pelonome de baby pignatari? São, contudo, criaturas dignas dapiedade humana...

Vivamos alegres, amigos que me honram com sua lei-tura destes comentários escritos ao sabor da inspiração, numatarde de calor abrasador, sem ar refrigerado, quase sem ara-gem para refazer o oxigênio a respirar.

Qualquer ato de desespero é uma ofensa a Deus. A alegriaé como o Sol que aquece a Terra, é o tônico por excelênciapara alma atribulada pelas lutas e pelos sofrimentos desen-cadeados sobre a humanidade. Não se desespere quem confiaem Deus. A tristeza é como a epidemia; alastra-se. Mantenha-mos o espírito alegre, contagiante em suas efusões. Estabili-zemos a alma na área das alegrias do mundo e procuremosdesviar os nossos irmãos em erro. São ovelhas tresmalhadasdo rebanho do Senhor. Elas precisam de nós. Acreditam nafelicidade efêmera e zombam das coisas de Deus. Não podemcompreender a grandeza do Pai e caminham sem rumo certo.Estendamo-lhes as mãos, tiremo-las do atoleiro das suas ini-qüidades. Apontamos-lhes o verdadeiro caminho, em demandado sublime Pastor, o generoso Médico das almas, nosso MestreJesus.

Exemplifiquemos desde já, como a vida é magnífica deser vivida, quando temos Deus conosco na compreensão dasnossas tarefas, na execução do nosso trabalho, no cumpri-mento da nossa missão, no serviço sacrossanto do amor aopróximo.

Vivamos, pois, sempre contentes e confiantes na Justiçainflexível de Deus e tudo nos será dado por acréscimo e avida não será um fardo pesado, mas um jugo leve.

Para a frente, serenamente!

Para o Alto com confiança!

eJJai ao aromem kJíaÍvci L,ertêza

0 ESPIRITISMO progrediu principalmente de.pois que foi sendo mais bem compreendido

na sua essência intima, depois que lhe percebe,ram o alcance, porque tange a corda mais sen-sível do homem: a da sua felicidade, mesmoneste mundo. Aí a causa da sua propagação, osegredo da força que o fará triunfar.

Enquanto a sua influência não atinge asmassas, êle vai felicitando os que o compreen-dera. Mesmo os que nenhum fenômeno têm tes-temunhado, dizem: à parte esses fenômenos, háa filosofia, que me explica o que NENHUMAOUTRA me havia explicado. Nela encontro, por

tui-o por alguma coisa melhor; indicai soluçãoRACIONAL para os problemas que no mais altograu interessam ao meu futuro. Ela me dá calma,firmeza, confiança; livra-me do tormento daincerteza. Ao lado de tudo isto, secundária setorna a questão dos fatos materiais.

Quereis, vós todos que o atacais, um meio decombatê-lo com êxito? Aqui o tendes. Substi-tui-o por alguma coisa melhor; inlicai soluçãoMAIS FILOSÓFICA para todas as questões queêle resolveu; daí ao homem OUTRA CERTEZAque o faça mais feliz, porém compreendei bem oalcance desta palavra certeza, porquanto o ho-

1

J^GrAaIDEcjPNcus^o

Sim! São 8.000 prêmios que esperam os

passageiros da Real no Grande Concurso

que se prolongará até 10 de Julho. Prefira a

Real, agora, pura participar desta promoção

grandiosa dos Agentes Reunidos da Real. Você

quer conforto, rapidez, cortesia, pontualidade?

Tudo isso a Real lhe oferece. Quer ainda mais?

Os Agentes Reunidos da Real lhe asseguram

a possibilidade de ganhar prêmios realmente

maravilhosos! Para isso, basta escolher a

Real para as suas viagens! Cada vez que

você voar, receberá um cupão numerado.

E cada novo cupão representa mais uma

chance para você! Ê tão fácil!

Uma promoção dos

É lãe fácil!1. Cada vez que você viajar pelaReal, na ida e na volta, até 10 de Ju-lho próximo, você receberá umcupão numerado que concorrerá aos

prêmios do Grande Concurso Real.2. Os prêmios serão sorteados pelaLoteria Federal de 15 de Julho de1959, de acordo com as condições

impressas no verso de cada cupãoe com o Regulamento que estaráà sua disposição nas Agências daReal, Agências de Turismo e Balcõesda Real nos Aeroportos.3. Concorrerão as passagens com-pradas ò vista ou a crédito, massomente nas linhas nacionais.

basta voarpara ganhar!

mem não aceita, como certo, senão o que lheparece lógico. Não vos contenteis com dizer:isto não é assim; demasiado fácil é semelhanteafirmativa. Froval, não por negação, mas porfatos, que isto são é real, nunca o foi e NAOPODE ser. Se não é, dizei o que é, em seu lugar.Froval, finalmente, que as conseqüências do Es.piritismo não são tornar melhor o homem e, por.tanto, mais feliz, pela prática da mais pura mo-ral evangélica, moral a que se tecem muitoslouvores, mas que muito pouco se pratica. Quan-do houvérdes feito isso, tereis o direito de atacar.

O Espiritismo é forte porque assenta sobreas próprias bases da religião: Deus, a alma, aspenas e as recompensas futuras; sobretudo, por-que mostra que essas penas e recompensas sãocorolários naturais da vida terrestre e, ainda,

porque, no quadro que apresenta do futuro, nadahá que a razão mais exigente possa recusar,

Que compreensão ofereceis aos sofrimentosdeste mundo, vós cuja doutrina consiste única-mente na negação do futuro? Enquanto vosapoiais na incredulidade, êle se apoia na con-fiança em Deus; ao passo que convida os ho-mens à felicidade, à esperança, à verdadeira fra-ternldade, vós lhes ofereceis o nada por perspec-tlva e o egoísmo por consolação. Ele tudo çx.plica, vós nada explicais. Êle prova pelos fatos,vós nada provais.

Como quereis que se hesite entre as duasdoutrinas?

AIAAN KARDEC.

(Ext. «O Livro dos Espíritos»).

0VIMENTO ESPJRITUAUST/in

Civanaeiiòmoif lk

A Bíblia é a Nossa ÚnicaRegra de fé e Prática

(Segundo de uma série de três artigos)

ANTÔNIO REDDO

11 !¦! ^WOWIií "^^^ Jr r-e= ,n,|, (18 prtmloi de Ido e volta para doai peuoa», ^^fe.

^^fe A. 7 p|;H 18 Geladeiras General Elertric! S

5?S? SpSi E Icmbrc-ic: Geladeira começa com G. E.. jgr

gggggS^sags^SêfiôS^^ 720 canetas SMEAFFERS ^AAjm i «nmn.i.i. ir"-~wf uma

|6Ia d» canela \

0.000 prêmios aló IO do Julho! I ^W V

EM NOSSO artigo anterior

(O SEMANÁRIO n.° 162)ficou bem clar0 que, para nó»evangélicos, a Biblla é de ort-gem divina e 0 livro mais an-tigo na história da literatura,de onde procedem todas asteorias religiosas endossadaspelo paganismo e defendida»pelo Cristianismo.

Não obstante, a expressãoBíblia, não é de inpiração di-vina. Foi dada às EscriturasSagradas, nos dias de São J«-rôntaio.

Este nomo é derivado doplural grepo biblion, que querdizer livro. O termo ê extraídode biblos, dada a entfe-cascad0 papiro, matéria prima que,primitivamente, era usada pa-ra a escrita. Em última aná-Use, Bíblia significa livro. Olivro por excelência, 0 livro sa-grado — o Uvr0 dos livros —que tem atravessado milênios,que è invulnerável à ação dotempo porque i eterno e por-que contém e revela a palavrade Deus. O têrm0 ainda quenão seja de inspiração divina,e origem eclesiástica. A Bibllaé uma bMloteca portátil desessenta e seis livros, e, porsua unidade, é um único livro.

Foi escrita no n.inimo portrinta e seis autores, em vá-rios periodOB de tempo queabrangeram dezesseis séculos.Autores át várias categoriassociais, em lugares e amblen-tes diversos, graus de cultu-ra diferentes, sem se conhe-cerem alguns deles, colabora-ram na feitura dessa obra quetem atravessado mais de trêsmil e selscentos anos, tem vis-t0 surgir e desaparecer civill-zações e qual um himalaia ai-taneiro, ainda hoje se conser-va invulnerável às influênciastransformadoras do evoluclo-nlsmo da sociologia humana.

O Velho Testamento exce-tuando-se alguns trechos emaiamaico, (oi todo êle escritoem íingua hebraica, e o NovoTestamento que data do prl-meir0 século da era cristã, foiescrito em grego, por ser oidioma universal, visto ter si-do a Grécia o centro da cul-tura antes do império romano.Simente o têxt0 original éconsiderado inspirado. As inú-meras traduções, embora cui-dadosamente feitas, são oriun-das do esforço humano, comaprovação divina. A Bibllaacha-se traduzida e mmais aeoltocentas línguas e dialetos.

Quero destacar entre todas, atradução gega, realizada en-tre os séculos II e III da eracristã, ordenada por PtolomeuFlladclfo, rei do Egito, aos se-tenta e dois rabinos de Ale-xandrla, tradução levada aefeito na íiha de Faros.

Esta tradução, mais conhe-clda como a tradução dos »e-tenta, sobre ela Voltairo e Re-nan — os altos crítico» da BI-blia — usaram-na para con-testar e desmoralizar a obrade Deus. Loucos! Tanto Vol-taire como Renan, gastaram asua existência, a sua prodígio-sa inteligência em uma cam-panha inglória e n0 fim dacarreira, à beira d0 túmulo,no limiar da Eternidade, ês-Bcs corifeus da pseuda-ciên-cia sem Deus, exclama Renan— "Jesus é mais crido e maisamado na sua morte, do quefoi em toda sua vida". E Vol-taire, nos paroxlsmofe da mor-te, peito arfante, fronte esmae-cida. olhar embaçado, de mãoscrisbaijas, virando-se para aparede, exclama — "Venceste,Galileu. venceste"!

Depois da tradução dos se-tenta, a mais importante é atradução latina, obra glorioaade São Jelónimo mais Conhe-cida por Vulgata. Este traba-lho íêz con que êle merecesseo titulo de doutor máximo,conferido pelo Concilio Trlen-tino. em 1546. Desta tradu-ção' originaram-se as fcradu-çóes protestantes de AntônioPereira de Almeida e Antô-nio de Figueiredo, que ainda«dotamos em nossas comuni-dades religiosas. As associa-çóes bíblicas, tanto dos EE.UU. com0 da Inglaterra, nãotêm feito outra coisa senãotraduzir, editar e espalhar aBíblia em todos os Contlnen-tes do mundo.

Esta pequena biblioteca, quetanto bem tem feito à numa-nidade desde eras remotas,acha-se dividida em duas par-tes: Velho e Novo Testamento,assim catalogados: VELHOTESTAMENTO c o n s ta detrlnta-e-noVe livros separadosem categorias, aõsim denoml-nados: os livros da Lei ou oPentateuco, escritos pelo pa-trlarca Moisés: Gênesis, Exo-do, Levltico. Números e Deu-teronomios. Históricos: Josué,Juizes, Rute V e 2.° Samuel,1.° e 2.» Reis, 1.° e 3.° Cró-nicas. Esdras, Nenemias e Es-ter. Livros poéticos: "Job.Salmos, Provérbios. Eclesias-

tes e Cântico dos Cânticos. LI-vros dos profetas maiores:Isalas. Jeremias, Lamentações,Ezequiel e Daniel. Os profetasmenores: Oséas, Joél, Ames,Abdias, Jonas, Miquéas, Na-num, Habacique. Sofonias,Ageu, Zacarias e Malaquias. Eassim terminam os livros doVelho Testamento ou o canondos judeus. C NOVO TESTA-MENTO contém vinte-e-setelivros catalogados: Biografiasou Evangelhos, São Mateus,São Marcos, São Lucas c SãoJoão. O Livro histórico: Atosdos Apóstolos, Epístolas ouCartas de São Paulo aos Ro-manos, 1,° e 2.° aos Cot*-üo* Gaiata» Wu, Mnpen-ses, óólossenses, 1.° e 2.° aosTessalonisseiises, 1.» e 2.° Ti-móteo. Tito, Felenon e aos He-breus. As epístolas gerais: Tia-go, 1.° e 2." de São Pedro, 1.»e 2° de São João, São Judase o livro profético, 0 Apocalip-se.

Sob a égide desses vinte*.»-sete livros que integram o No-vo Testamento, edificou-se acivilização cristã. Foram asVerdades e os ensinamentosdestes escritos que demoliramos alicerces do império dos cé-sares. A influência salutar desuas paginas dignificou a mu-lher, libertou os escravos, re-formou os costumes, irradiouluz nas trevas do paganismo,elevou o Homem a um nívelacima de si mesmo, tornando-o capaz de um devotamentoaté a0 sacrifício! As verdadeseandentes do Novo Testamen-to, enclausuradas por tantotempo nas catacumbas de Ro-ma, dividiram o império mui-tisseculsr, tiveram mais forçado que as feras esfaimadaidos anfiteatros, não desapare-ceram n0 Incêndio de Pompéia,e hoje, quando a civilização •o progresso se multiplicampor toda a parte, na era iuJato, da energia atômica, ago-ra mais do QUe nunca são pro-pagadas por milhares õe emis-sôras em iodo mundo, que d»cima dos telhados proclamamas Verdades eternas da BíbliaSagrada!

O valor deste livro excede tnossa compreensão e fazer asua apologia é impossível, aln-da que todos os dias eatude-mos as suas paginas sagrada».Reconheceremos, ao final, quenada sabemos, que somos ain-da neófltoS nos oráculos divl-nos.

(continua)

Corto Patente n." 221 • Plano 4 • da Radio Nacional do Bo de Janeira.

Qualquer correspon-dência para esta se-ção, deverá ser diri-gida a MOVIMENTOESPIRITUALISTA, Av.Presidente Vargas n.°502 • 8.° andar - Riode Janeiro.

Seja você católico, protestante, espiritualista, materialistaou ateu, deve ler o livro

CRISTIANISMORELIGIÃO CÓSMICA-UNIYERSAL

Nele o autor examina qual deve ser a atitude do verdadeirodiscípulo de Cristo com relação ao comunismo e às idéias

socialistas do nosso tempo.Pedidos a FRANKLIN PEREIRA DOS REIS, pelo

Reembolso Postal, Caixa Postal 1955, Belo Horizonte350 páginas, com ilustrações, por CrJ 150,00

NÚMERO 164 ^ O SEMANÁRIO ^ ANO IV • Semana de 20 a 26 de Junho de 1959 •- -¦'• PAGINA 11

C0LOV4 WQ SERVIDO"¦¦>. Oireção^ t'É0 RODRIGUES DE ALi

FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL: DESMASCARADOS OS INIMIGOSDO FUNCIONALISMO

Há anos, determinados senhores (políticos,economistas, jornalistas) vêm tentando con-vencer a opinião pública de que a inflação,o "déficit" orçamentário do Governo c a ele-vação do custo de vida se devem aos gastosque a nação efetua com o luncignalismo pú-blieo; com a pérfida intriga, colocada naboca dos principais dirigentes do País porrepresentantes enquistades cm postos de as-sessotia governamental, visam ditos senho-res desmoralizar o funcionalismo e o siste-ma administrativo do Estado, junto à opi-nião pública, numa eobertuia prévia datransformação de setores da Administraçãocentralizada ou descentralizada em empresasparticulares. É o entreguismo aplicado àadministração pública, tentando colocar asempresas industriais do Estado ao alcancedos capitais das organizações estrangeiras;já o Conseguiram com as Estradas de Ferroda União e com o Parque Aeronáutico tioGaleão; agora ampliam a manobra tentandoenvolver o DNER, o DCT, os Arsenais deGuerra e de Marinha, as autarquias maríti-mas e previdenciárias e até o SAPS; suaação atinge inclusive as Escolas de Adminis-tração, tentar.do formar mentalidade favo-rável à sua tática na própria camada su-perior do funcionalismo, através da "assis-tência técnica" do Ponto IV.

Outro aspecto da sua manobra sorratei-ra é o aviltamento do salário (que afastados quadros do serviço público os técnicosc especialistas), numa tentativa de estabi-lizar a moeda às custas do funcionalismo edos assalariados; e a desmoralização do sis-tema de apuração do mérito, para seleçãode pessoal, com os concursos, exigência bá-sica para a estruturação de um serviço pú-blico à altura das necessidades atuais doPaís. ......,.- Èis porque combatem acirradamente aClassificação de Cargos c Funções; e por-que a sabotam sistematicamente ,pretcnden-do alcançar sua meta de americanização doserviço público.

Hoje, porém, amplos setores da opiniãopública se colocam ao lado das Associaçõesrepresentativas do funcionalismo, que há

muito apontam as verdadeiras causas da ca-réstia de vida que avassala a nação, no exatomomento cm que avança pelo caminho quea conduzirá à emancipação econômica — opressão dos grupos financeiros internado-nais, a cslreitcza do nosso comércio exter-no, a desvalorização dos nossos produtos deexpovtação e a queda do poder aquisitivo danossa moeda.

As exigências descabidas do. Fundo Mo-netário Internacional desmascararam ditossenhores c localizaram a verdadeira . fontegeradora das dificuldades que ;nírentamosArticulistas que até ontem defendiam consciente ou inconscientemente as ppsições dafinança internacional, agora a acusam, o queé certo c é justo.

Já ninguém se lembra de culpar o fundo-nalismo, que na sua grande maioria perma-necc ainda recebendo salário de fome.

ü próprio Presidente da República denun-cia publicamente a pressão externa que lhefazem aqueles grupos através do FMI e rom-pe penosas negociações com quem não quernegociar e sim impor.

Sem dúvida lhe devemos todo o apoio;não podemos consentir que a história se re-pita e que de novo um Presidente brasileirosucumba sob a pressão econômica de gruposestrangeiros.

Devemos também dizer a JK, firmemente,que sua resistência deve se traduzir em fa-tos; que o DASP pode ser o órgão útil paraa renovação e fortalecimento do serviço pú-blico; que a Classificação de Cargos e Fun-ções é o instrumento necessário para a mo-dernização da máquina administrativa doEstado; que o funcionalismo repudia qual-quer transformação de órgãos da administra-çâo pública em empresas privadas; que osservidores públicos pedem apenas tratamen-to justo, eaquynime; que seu trahalho deveser valorizado; que devem ser liquidadas asinjustiças e discriminações que atualmentesofre.

E que delegados do Presidente da Repú-blica nos órgãos do Executivo e do Legisla-tivo devem agir neste sentido eu abando-nar seus postos!

FUNCIONALISMO E PROGRESSO NACIONAL

H GEÓGRAFOS ESTUDA-RÀO PLANEJAMENTOS

REGIONAIS — A "Associaçãodos Geógrafos Brasileiros" (Av.Beira Mar. 436) fará realizar,nest» Capital, noa meses deagcSo >, .r.cvembro, impnrtan-tes xurios (serão fornecidoscertificado? aoü inscritos quecomparecerem i. 2/3 dai confe-rênc'as> sobre "Problemas doRio de Janeiro" c "Planeja-mentos Regionais". A iniciativada i»GB (detalhes serão for-necides à imprensa nos pró-ximos cias) se faz oportuna

dado o in erêsSe público pelosproblema* relativos ã recupe-ração do N-irdeste e a mudan-ça' da Cipi'al da República pa-ra BraJlia. São as seguintesas pt'.e9t.a e resoectivas da-tas: Papel dos gsõgraloj nosplanejam ti cs regionais(3079'; ÒJaWjaniénto regionalnn 'Çra-i' (7/10); planejamentoregional ou Superintendênciado Pla-.o Cl- Valorização Eco-d0 Paraná-Uruguai (4/11);planejamento reeional do po-ílgono" -as secas (21/10); pia-

nejaner., regional da Baciad0 Sá„ Francisco (28/10); pia-n-.^amenío regional da Baciad0 a Pra rs-Uruguai (4/11);problemas de abastecimen.odo Rio de Janeiro — leite, e:nrnf — (19/8); problemas detransporte na cidade do Rioa; Janeiro (19/31; problemasd? erosão c do ?aCor.mentn dasázuas m. edade do Rio de Ja-noiro (26/8); problcm.i» dehabiíação n.i cidade do Rio deJaneiro (2/9); futuro de Ri»do Janaíro com a mudança dacioiVl (3/9 .

LUTAS E CAMPANHAS DO FUNCIONALISMO# ^Milhares de servidores das verbas globais sem vencimentos

— Concursados do DASP e do I. A. P.I. (preteridos) lutam pornomeação

© — Prefeito Sá Freire não paga professoras (2.000) primáriasdesde fevereiro

nn ABANDONADO O PES-E**' SOAL DAS VERBASGLOBAIS: NAO RECEBEMPAGAMENTO DESDE JANEI-RO — milhares de servidorespúblicos lotados em reparti-ções dos Ministérios da Siúdee dá Agricultura, em todo oPaís, não" recebem seu3 venci-mentos'desd: 1.° de janeiro úl-timo. São 05 pages através aschamadas vertas globais; exer-r.cem funções '(ie caráter per- ¦maflelite, qúo Vão desde as deguarda sanitário, enfermeiros,atendentes. serventes, até en-' genheirbs agrônomos e fiscais

ad0 firm.is que contratam ser-."9viços com .• União. Q proble-,

ma do atraso, de vencimentos'Se apresenta todos os anos pa-.ra ditos servidores, já que a

• Lei exis? empenho antecipadodas verbas pelo Tribunal de

9Ccn'n-.; nunca, no en;?nto._ a.situação chegou ao ponto dês-[te ano; é qus- forarr. as verbasreferidas enquadradas no "Pia-no de economia" adotado P?loMinisíérío da Fazenda; joga ;' assim o sr'. Lucas Lopes na ruada amargura mi'nares de famí-lias obngútías a recon-erem à :

Oboa' vontade de terceiros para.Çenfr.^-irr-tr as despesas es-.'senciais à si bsistência; oucbrirça êíte> milhares do servi-dores públicos a recorrerem ausuários quj lhes arrancam ju-res escorchant;3 de 10 e 2ÔÍJa j mêsnn VITORIOSOS EM™J CONCURSO NODASP E NO IAPI EXIGEMNOMEAÇA-) — um des uspíc-tos negativos que .-. Serviço Pú-blico ainda apresenta é o trn-preguijmo )nomeação por fa-vor político); contrariando dis-

posição '.xprassa em Leis, inu-meros administradores insis-tem no seu emprego, colabo-rando &>3.'m para desmorali-zar o serviço público e prejudi-cm- o desenvolvimento nacio-nal. que exige pessoal habili-tado para a execução das ta-refas do Estado Contra eslaprática vêm lutando is Asso-,c:ações representativas do fun-cionalismo. empenhadas em.valorizai: o trabalho no,ServiçoPúblico; .outras entioades tam-bém, manifestam, suti' opiniãoneste sentido; ainda recente-mente a União Nacional dosEstudantes desencadeou cam-punha pública tosando obrigaro DASP e o IBGE a nomearaquela» vitoriosos em concur-Sos; agora numerosa c:missãode concursados no DASP per-corre os jornais desta Capital,clamando por suas nomeaçõespois. docnrridos onze meses dasua aprovação em provas pú-blicas. con'inuam p:eteridospqr inici-MOí.

Chegou tamliem às nossasmãos memorial assinado porcandidates aprovados n0 úl i-mo conrun-o para provimentode vagas d» carr.ira de escri-turário na Delegacia d,> IAPI.em Pernai.iauca. classificadcsnos 36 primeiros lugares, quedenuncia :

a),o concurso já .foi homo-lagado e a ?lassiíicaçâ0 publi-.cada (BDS 213 • 218. de 1958);

b> foram feitas nomeaçõ:sde interinos (201 após a rea-lização do concurso (BDS n.°-103 e portarias números 45.290e 45 309. ae 1958;. contrarian-d0 n estabelecida pel0 art. 19,§ 6.°. da, Lei 1711 de 28-10-52;

c) 36 Ínterim s permanecemocupando as vagas, existentes,.

'-'mesmo após as exonerações pu-blicadas nc BDS n.° 241, de1958;

d) os interinos, na sul maio-ria, foram reprovados no cita-do concurso, demonstrando as-sim. na prática, sua fala dehabilitação para o exercício docargo; Está a Administraçãod0 IAPI, mais precisamenteseu Presidente (que conhecetais fatos pois. lhe fp! enviadortlatóriò.' a respeito), infrin-gindo o Estatuto dos Funciona-Tios Públicos Civis da União(Lei 1.711, de 1952), a0 pevml-tir a permanência dos interi-nos reprovados em concurso,em ditrimento dos aprovados,sendo p.isstvcl, portanto, dereüri-prabilidade criminal.EW3 PREFEITO AlVIMEStCJI NAO PAGA PROFES-SÔRAS PRIMARIAS - pro-fessôras primária? da Prefei-tura iex*rsnumerárias referên-cia "G"), cm exercido desdtfevereiro passado nas -scolasda zona rural (Bangu a SantaCruz) ainda não receberamseu primeiro vencimento. A ir-regularidade d:corre principal-mente de omissão do Secreta-rio-, comp»t.ente iSr AméricoJacobina Lacombe). que náo

• remeteu à Secrc ana de Ad-nrn:straçâr o mapa de fre-quêncin, prejudicando as pro-fissuras (sujeitas a. t:nvpo In-tegral de trabalho pelo trans-por!e difícil que cnfr:-n'am nalocomoção Dará aqr.cla lon-gínqua zona) na sua espinhosamas essencial missão de alfa-betizar a infância suburbana.Demonstrado fie» mais umavez o descaso com que são tra-tado? pe!o Executivo d0 D. Fe-deral cs problemas mRis sériosda população carioca.

": PANAIR DO BRASIL

»>'; (Conclusão i» -5.» Pàg>6 •¦••' OUTROS FATOS QUE PRECISAM SER

ESCLARECIDOSHá ainda outros fatos que comprovam cabal-

mente a Panair é realmente entre nós um latord cperturbação. Agora, por exemplo, sem contes-tações, publicações especializadas anunciaram quea Pan American, de uma hora para outra, passoua ser credora da Panair da importância de 6 ou 7

*' * milhões de dólares. Esta dívida, consta que aPAA estaria disposta a ressarci-la, se fõr o caso,até atingindo o próprio patrimônio da sua filiado.Não seria' este um golpe engendrado agora, quan-do se fala da necessidade da nacionalização da

" Panair?**¦'¦ Nessa mesma linha de desfalcar o patrimônio'• ¦' da empresa, há também a serem esclarecidos os

« .:..: «acordos" que a Panair fêz com a Navegação Aé-rea Brasileira, companhia esta que até ontem era

1 ' oficialmente falida e que hoje se apresenta cunio"dona" de grande parte da frota de aviões da Pa-

. nair c de muitas das estações de rádio desta. Tam-bém ao que se sabe, há o cievado déficite apresen-

¦ tado pela Panair que, somente no primeiro qua-drimestre deste ano sobe a 150 milhões de cru-zciros.

Ora, estes são fatos que a Comissão Pariamen-tai terá de investigar, não só no interesse dosacionistas brasileiros e dos funcionários da cm-presa, mas no interesse do equilíbrio da vida daaviação comercial.

ATUAÇÃO DO SUPERINTENDENTEDA PANAIR

Para exercer cargo de diretoria na direção daPanair do Brasil, a PAA só escolhe homens da suainteira e absoluta confiança. Assim, nos últimosanos ela tem indicado p:<ra a chefia suprema dae-npresa o sr. Cezar Pires de Melo. Dele, como éóbvio, nenhuma ação se pode esperar que possaesclarecer a situação reinante na companhia. Paraavaliarmos a sua fidelidade aos gringos da PanAmerican, basta atentarmos para as palavras queéle pronunciou numa das últUias assembléias deacionistas da emorêsa c uue constam da qta nu-

bllcada no "Diário Oficial": 'Nossa associaçãocom a Pan American só vantagens nos tem dadoe sem menor hesitação declaro que sou amigo devários homens da Pan American e me sinto bemem sua companhia..."

Isto o dr. Cezar Pires declarou numa assem-bléia em que os 30? ó dos capitais brasileiros fa-zia urn apelo para que a PAA procurasse aceitaras ponderações que eles faziam acerca de muitosproblemas sobre a Panair e que a PAA recusava.

O PROJETO DE LEI HA NACIONALIZAÇÃODA AVIAÇÃO

Ao mesmo tempo cm que transcorre os traba-lhes da' Comissço Parlamentar sobre a crise daaviação, está sendo submetido à apreciação daCâmara dos Deputados o projeto de lei n. 244-59da autoria do operoso deputado Sérgio Magalhães,proposição que Utera dispositivo do Código Brasl-leito do Ar c determian que as empresas de avia-ção para serem consideradas realmente brasileirae gozarem dos favores governamentais, devem terno mínimo 80? ó de capitais brasileiros. Aliás, aprimeira tentativa nesse sentido foi feita em 1955pelo saudoso deputado Odilon Braga.'Porém asforças da Pan American aluaram com mais efi-ciência e o projeto de lei não foi sequer à pie-nário.

A proposição de Sérgio Magalhães é de umajusteza indiscutível. Interessante c que os argu-mentos invocados na sua justificativa, são os têr-mos da Convenção de Chicago, realizada em 194é,que trata com clareza da questão. E se lõsse pou-co a Resolução VIII dessa Convenção, bastariatomarmos como exemplo os próprios EE.UU., on-de nenhuma empresa aérea nacional pode termais de SM de capital estrangeiro.

Como se vê, trata-oe de um projeto de lei abso-lulemerte razoável, que se fõr recomendado ouadotado neia Comissãn Parlamentar de Inquérito,será aprovado mais rápida c desembaraçadamen-te pelo Congresso.

Uma vez nacionalizada a Panair do Brasil, te-remos vencido a primeira etapa que permitirámaior harmonia e equilíbrio na vida da aviaçãocomercial brasileira. A par disso, o pais terá maissossego com a eliminação de mais essa cabeça dennnfA Ho« * metas *nl*»r'iari'»tiale.

Requiém Pura Fernando FerrariDocumentário de Uma Traição

A BANCADA do PTB na Câmara destituiu, afinal,•" Fernando Ferrari de sua liderança, no que

• andou bem inspirada. Se alguém se surpreendeu coma atitude de Ferrari, não fomos nós, que cm tempoútil chamamos a atenção dos patriotas brasileirospara as estranhas c suspeitas atividades dêsse moçoe o jogo duplo que cie estava fazendo. De há muitolhe vínhamos acompanhando os passos, desde suasvisitas noturnas ao "Correio da Manhã", por éle anós confessadas (fora à redação do Fígado Podrepedir cobertura para os seus projetos na Câmara, de-olarou-nos!) até seus furtivos encontros "ocasionais"rom o adido trabalhista da embaixada norte-america-lia. Nacionalistas dos Estados, vigilantes na defesade nossa causa, também o traziam de olho, informan-do-nos sobro suas arengas. Em março deste ano, ooportunista andou pelo norte do Paraná, fazendo con-ierèncias Eis o que de Londrina nos mandou dizera seu respeito o nosso ilustre amigo e colaboradorNery Machado, médico naquela cidade;"O Fernando Ferrari passou há dias por aqui.Arengou na Rádio Difusora local, fazendo demagogiae pregando uma reforma agrária "cristã", provável-mente à Helder Câmara, dando o prazo de 30 anospara resolver o problema agrário no Brasil. Visitououtras cidades da zona. acompanhado do Sousa Na-ves, candidato à presidência do Estado na chapa doCaolho. Percebe-se que o mocinho quer uma vice-presidência na chapa do referido Caolho, ou mesmodo Jango. Serve qualquer uma. Não passa de umreles oportunista. Em Apucarana, quando terminouo palanfrório, caiu na asneira de deixar a palavralivre. Reduzi-o a pouco mais de zero. Fiz uma novapalestra, em continuação à dêlc, interrompida cons-lantemcntc por palmas do auditório, no Centro deDebates de Apucarana. O homem saiu mais murchoque maracujá maduro".

O açodado carreirista foi, em seguida, a SantaCatarina. Eis o que de Lajes nos informou o nossoleitor Jaymc Garbelotto, em carta data de 25 de abril."Sendo leitor assíduo de O SEMANÁRIO, venhoacompanhando com o mais vivo interesse as notasreferentes ao deputado Fernando Ferrari, publicadasno jor.ial que V.S. tão brilhantemente dirige. Nessasnotas, bão denunciadas algumas atitudes estranhasque o referido deputado vem assumindo ultimamente.

Aqui cm Lajes, verificou-se uma dessas atitudesestranhas do deputado Ferrari. Com efeito, na noitede 26 de fevereiro deste ano, o deputado FernandoFerrari pronunciou, em nossa cidade, uma conferên-cia sobre o tema "Nacionalismo c Problemas daAtualidade Brasileira". A conferência, diga-se de pas-sagem, não agradou muito, pois o conferencista tra-tou apenas superficialmenta do assunto.

Terminada a conferência, o diretor do "Jornal deLajes" — jornal que sempre tem dado divulgação àsnotícias sobre o Movimento Nacionalista — solicitoudo deputado Ferrari uma entrevista, sobre problemas vnacionalistas. Qual não foi sua surpresa, quando olider trabalhista se recusou a concedê-la, alegando,que não tinha tempo, pois precisava muito falar como sr. Al Neto!

Ora, si; o sr. Fernando Ferrari, que se intitulanacionalista, vem a Lajes e recusa-se a conceder uftiaentrevista a um jornal que tem dado cobertura aoMovimento Nacionalista, alegando que precisava mui-to falar com o senhor Al Neto, não há dúvida que setrata de uma atitude estranha.-

Esta atitude do lider do PTB na Câmara Federaldeixou os nacionalistas de Lajes.desconfiados.

Nós conhecemos muito bem o "picareta" Al Neto,que c lajeano e ultimamente tem permanecido'muitotempo cm sua fazenda no interior do município cnão acreditamos que um nacionalista possa ter algu-ma coisa em comum para conversar com éle.

Segundo conseguimos saber, por intermédio depessoas que estavam encarregadas da recepção ao li-der trabalhista, este mandou um jeep até à fazendado senhor Al Neto, a fim de trazê-lo a esta cidade,para com éle conferenciar. A conferência entre osdois verificou-se às 7 horas da manhã do dia 27, noGrande Hotel Lajes, onde o deputado estava hospe-dado.

Portanto, V.S. tem razão quando estranha certasatitudes tomadas ultimamente pelo referido deputado.

Esperando que este relato da passagem do depu-

tado Ferrari por Lajes possa contribuir para escla-recer a verdadeira posição «lesse deputado, aqui ter-mino, desejando a V.S. e aos demais colaboradoresde O SEMANÁRIO grande êxito na luta que travamem prol de um Brasil independente política c eco-númicamente".

Recentemente, Ferrari foi a Santos fazer umaconferência. Damos a palavra ao nosso leitor JoséMariano Klatau de Araújo, ali residente, à rua ArturAssis, 14, que a assistiu:"Fizemos duas perguntas, embora nossa intençãofosse fazer iima série, ao deputado Fernando Ferrari,durante sua fracassada conferência-propaganda, noCentro Acadêmico Alexandre Gusmão, em Santos, nodia 3U de maio passado; Eis, em linhas gerais, asnossas perguntas e as respostas do deputado emquestão: . , ' ¦ .,

. — "Deputado Fernando Ferrari, gostaríamos defazer-lhe algumas perguntas que, embora fujam aotema da conferência, são oportunas, quando a po-sição de V.S. nesses últimos meses tem trazido umasérie de críticas por parte dos órgãos nacionalistas".

O deputado Ferrari, nervoso: "Meu caro estu-dante, esses órgãos que dizem ser nacionalistas, nãosão nacionalistas..."

Notamos a insegurança do deputado e, para evi-tar tumultos, deixamos os motivos que nos levaram ¦a aparteá-Io e passamos à primeira pergunta:

"Quais os motivos que levaram V.S. a consi-derar-se candidato à vice-presidência..."

O deputado Ferrari, interrompendo, nervosíssi-mo: "Eu fui chamado de Norte a Sul para iniciaruma política de bases.novas e apresentar ao Brasilos princípios verdadeiramente sadios do naciona-lismo..."

"Independentes do pronunciamento oficial dasforças nacionalistas?"

"E' preciso mudar a-política brasileira, votan-do em homens, e não em partidos".

O nervosismo c a insegurança do deputado eramvisíveis, mas como nosso objetivo era conseguir,através de suas respostas, a afirmação de sua "novapolítica", c não tumultuar, continuamos:

"Qual a opinião de V.S. sobre a candidaturaJânio Quadros, frente aos objetivos nacionalistas?"

Pausa. Silencia."Caro estudante, como colega de bancada do

sr. Jânio Quadros, por polidez e educação prefironão me pronunciar".

Calamos. Não por polidez e educação; essas qua-lidades não devem ser usadas para as pessoas ligadasa grupos antinacionais, aos falsos brasileiros, O cs-forço doloroso para argumentar uma resposta e nãoferir o candidato "rocklelleriano", foi o bastante; porisso, calamos". - - ¦'

O CASO DA EMENDA SOBRE MILITARES

Temos mais ajnda sobre o tarlufo "candidato dasdonas de casa", até agora, ao que nos conste, as pou-cas matronas do publicitário "Clube do Lar" da Rá-dio Tupi, de Chateaubriand. Todos se recordam dafamosa emenda de sua autoria sobre vencimentosdos militares. Nunca, neste país, ninguém, prestoumaior serviço aos trustes c aos golpistas do que essea que Ferrari se prestou com sua iniciativa infeliz,cuja finalidade única era desmoralizar nossas ForçasArmadas c levar água ao moinho dos lanterneirosseus caluniadores. Como sempre, Ferrari procurousair ppla tangente, nesse scasOi mentindo para justi-ficar-se, com aquela hipocrisia que o caracteriza. Às21 horas do dia 20 de março último, compareceu,para um debate sobre o assunto, ao Clube dos Sar-gentos do Corpo de Bombeiros, sito à Avenida Pre-sidente Vargas, e ali declarou (textualmente) que "aidéia partira de um grupo de militares chefiado pelogeneral Oromar Osório e seu objetivo era acabar comos chamados "príncipes da República". A emenda —acrescentou —' Kavia sido confeccionada conjunta-mente por êlc c esse grupo. Pedia que essas afirma-ções fossem mantidas em segredo, pois "não desejavaprejudicar esses militares". Sinceramente, não espe-rava que a sua emenda atingisse taíitos postos. Sónão a retirou para não parecer que havia cedido apressões...—

Temos absoluta certeza de que o insigne carrei-

rista faltou h verdade, ao utilizar-se do nome do ilus-tre general Oromar Osório, ora servindo no Paraná.Para demonstrar, entretanto, a nossa isenção de âni-mo, pois o nosso intuito é esclarecer, c não intrigar,daqui fazemos um veemente apelo ao general Oro-mar Osório, no sentido de S.S. confirmar, ou con-testar, a afirmativa de Ferrari, feita em presença denumerosas testemunhas.

Ferrari jamais pnrticinou das atividades da Fren-te Parlamentar Nacionalista. Nela, foi sempre umelemento de retaguarda, esquivo e desinteressado.Ainda há poucos dias, encontrando-nos na compa-nhia do deputado José Joffily, no plenário da Cama-ra, queixou-se ao ilustre representante paraibano, porentre meigos sorrisos e abraços apertados no nossodiretor da "injustiça" da campanha que O SEMANA-RIO movia contra êle, campanha que, aliás, só existiana sua imaginação, porquanto nos limitáramos a di-vulgar fatos, que nos pareceram c eram realmenteestranho1;, relacionados com a sua importantíssimapessoa. Joffily aproveitou a oportunidade para nedir-lhe que "assumisse uma posição de vanguarda naFrente Parlamentar", coisa que nunca fizera... Tireo leitor dêsse apelo malicioso as conclusões, lógicasc necessárias.

Nas vésperas da Câmara decidir sobre a questãoda reavaliação dos ativos das empresas privadas,Ferrari arranjou habilidosamente uma viagem à Eu-ropa. Ia participar, não podia deixar de partiemarde uma reunião da União Interparlamentar, em Nice.Tratava-se, porventura, de uma conferência? Não,simnlesmente de uma reuniãozinha do Conselho da-quela entidade c na qual o Brasil já se achava repre-sentado por outros parlamentares em "tournéc" pelaEuropa, como o senador Afonso Arinós. Não havianecessíidadc alguma de Ferrari fazer êsse "sacri-fício"...

Quando Lacerda investiu recentemente da tribunacontra o governador petebista do Estado do RiO.pa-ra defender os Carreteiros, indignado porque o;, sr.Roberto Silveira não mandara massacrar o povo deNiterói, Ferrari ouviu calado, do princípio ao fim, dabancada da UDN, onde o seu subconsciente lhe as-sentara as nádegas, os insultos lançados pelo liderlanterneiro ao chefe do Executivo fluminense, mem-bro categorizado de seu partido, assim, pois, tácita-mente concordando com as misérias c torpesas docão hidrófobo da rua do Lavradio. E ele era o líderdo PTB na Câmara!

Não faz muito, declarou cm Sao .Paulo, ao ,scrinterrogado pelos jornalistas sobre o problema dasucessão: "Sou elemento partidário e_obedecerei aConvenção", Menos de dois meses depois, çi-lo candi-dato de si mesmo, para torpedear a candidatura dosr. João Goulart, isto é, para cometer urna leloniacontra o seu partido e fazer o jogo do Jânio (Jua-dros, êsse deslavado entreguista, a quem ele, nacio-nalista", considera digno de ocupar a Presidência daRepública! ,."'.,. i-

Não é, portanto, de "mãos limpas que Ferrarivai postular votos, pelo país afora. E' de mãos sujasde duplicidades, de hipocrisias, de ambições carreins-tas de traições mal disfarçadas, de. ligações atras daporta com os piores inimigos de Vargas c do Brasil.

Quando denunciamos à nação a lelonia do coronelAlexínio Bittencourt, houve quem dissesse que esta-vamos com "parlipris." ou exagerando. Os fatos pro-varam que a razão estava conosco. Quando pela pn-meira vez denunciamos o jogo duplo de Ferrari, hou-ve .também quem dissesse a mesma coisa. Os fatosestão aí, dando-nos razão, novamente. Iluda-se. pois,ou finja iludir-se quem quiser, para acomodar-se, cn-ganando ao povo. Nós que só CÔm éste temos com-promisso, é que não fugimos nem jamais fugiremosao dever de consciência de alertá-lo, para que êle pos-sa defender-se de seus inimigos ocultos, tão perigo-sos quanto os declarados.

— Em nosso próximo número, publicaremos, pa-ra que os leitores os confrontem, o programa pro-posto por Ferrari à convenção do PTB c o programapor esta finalmente aprovado. Os leitores _ terão, as-sim, oportunidade de verificar no que consiste o "pe-tebismo de mãos limpas" c o "nacionalismo sadio"cio jovem oportunista candidato "de araque" à vice-presidência da República.

fp *»•..•

JÂNIO: "NACIONALISMO É CHANTAGEM

Í4Se Fosse Presidente, a Primeira Coisal**ffQue Faria Seria Rever a Petrobrás

REPRODUZIMOS, a seguir, o

noticiário divulgado pela«Folha da Manhã», de SãoPaulo, em sua edição de H deagosto do ano passado,* ao qualse reporta o assunto da nossamanchete deste numero:

«Os principais "Jderes do mo-

vimento pró-candidatuia Car.valho Pinto estiveram reunidos,de 0 hora até 3 horas de ontem,na residência do deputado fe-deral Emílio Carlos, presidentedo PTN. A«havam-se presentesos srs. Jânio Quadros, CarvalhoPinto, Abreu Sodré (ÜDN^,Germinal Feijc (PSB), FrancoMOÊtoro (PDC), Miguel Leuzzi(PTN), Fauze Carlos, secretárioda Saúde; Faria Lima, secreta-rio da Viação e Obras Públicas;Alceu Assis (PR), Cássio Costa(PR), Jair de Carvalho Montei-ro (PSB), Olavo Fontoura eVítor Costa.

Debateram-se na oportunida-

de vários problemas ligados àintensificação da campanha docandidato situacionista, tendo ogovernador, com habilsíade,desviado todas as várias tentati-vas que foram feitas, principal-mente pelo sr. Emílio Carlos, nosentido de trazer a debate aqusstão da escolha dos cândida,tos a vlce-governador e a se-nador.

Todai-ia, no final da reunião,o presidente nacional do PTNfêz urna última tentativa, eobteve do sr. Jâaio Quadros aseguinte declaração:

— «"Senho um esquema em(tirso. Se der certo, eu o subrne-terei humildemente a vocês.Creio que até sexta-feira pode-rei anunciá-lo.»

NACIONALISMOO governador só chegou à re-

sidência do sr. Emílio Carlospor volta de 0 hora, quando ali

já se encontravam os demais li-deres políticos. A reunião en-tão iniciada teve earáter secreto.Todavia, sem que os que se en.contravam no interior da resi.dência pudessem perceber, a re-portagem das FOLHAS acom-panhou todos os debates que alise travaram.

Os d«ís representantes sócia-listas e o sr. Emílio Carlos, du-rante as conversações, defe»de-ram ponto de -dsta de que ocandidato a vice-governadordeve ser elemento ligado ao mo-vlraento nacionalista, pois en-tendem que Um candidato dessacategoria poderá carrear para osr. Carvalho Pinto grande partedo eelitorado ainda indeciso. Ogovernador, que não estava in.teressado em debater o proble.ma da vice-governança, apro-veitau o tema — nacionalismo— para desviar o assunto.

— «fisse nacionalismo» —

disse êle — «e principalmenteêsse estatismo, é uma grandtífarsa e uma grande chanta-gem.»

.. — «fi certo» — retrucou osr. Emílio Carlos — «mas exis-te hoje alguém que tenha tope-te, no Brasil, para mexer naPetrobrás?»

— «Se houvesse um plebisci-to» — respo-adeu o sr. JânioQuadros, de pé, com veemência— «ela seria repelida em dezminutos,, e pelo preletariado,desde qtjo êle fésse esclarecido.Daria quinze dias para que osdemagogos fossem sustentar, ocrime de a nação exportar óleobruto, às custas do café.»

Um dos representantes so-clallstas (o sr. Jauir CarvalhoMonteiro), procurou intervir,trazendo a debate o exemplo doIraque, o que provocou a se-guinte resposta, algo brusca, dogovernador:

«O Iraque, rapazinho, êoutro problema. O Iraque tempetróleo e este país não tem,»

Novos protestos dos dois so-cialistas. E o sr. Jânio Quadrosprossegue:«Êsse, negócio de Petrobíás,no século da energia atômica,vai nos levar ao mesmo estadoda Inglaterra com o cawão.Êsse . nacionalismo de IveteVargas mè dá engulhos. Achoque é o que me deu úlcera noduedeno. Precisamos nos con-vencer que não há mais nadaíe povo algum: tudo é detodos.»

NAO SERÁ CANDIDATO«Eu não me manifesto» —

disse ainda o governador —«porque não serei candidato àPresidência da República. Se eufosse presidente, a primeiracoisa que faria seria rever aPetrobrás.»

Correio Aéreo Nacional, a GrandePágina da Aviação Militar

rSít''-i

Brasileira

A HISTÓRIA d* Correio Aéreo Nacional nãocomporta uma simples reportagem. Merece

um livro. O que falta é um historiador para levar atermo aquela tarefa, sem dúvida, a mais bela páginada nossa aviação militar, quando é sabldu quednau-gurado a 12 de junho de 1931, quando levantouwrôodo Camio dos Afonsos um avião "Curtiss", levandopara São Paulo a primeira correspondência, isto é,duas cartas simbólica*.

No* seus 28 anos de existência, aviões com o bra-zão do CAN totalizaram 92.561.118 quilômetros per-corridos nas «6.9953 horas" voad:>s. Em 22.280 via-gens transportaram 762.190 passageiros, 20.642.120,07quilos de carga e 4.177.934,8 quilos de correspondência.

FINALIDADES

Tem o CAN, constituclonalmente a missão derealizar o transporte aéreo com as seguintes fina-lidades: I.') contribuir para o desenvolvimento eco-nômlco-social de regiões menos desenvolvidas; 2.')apoiai empreendimentos pioneiro-científlcot c pio-neiro-culturais; 3.') concorrer para n atendimento dasnecessidades de transporte aéreo de órgãos dó Go-vêrno, quando relacionados com ò serviço público,.especialmente no transporte de correspondência; e4.') cooperar com o serviço diplomático do Brasil.Muitas autoridades definem o CAN, ressaltando asua obra extraordinária, no desenvolvimento da cul-'¦¦ra e da civilização, no interior do País; com suas

FAUSTO DE ALMEIDA

linha* Internacional* mal* aproximando o* povo*, co-operando no esforço da nossa diplomada.

8 LINHAS INTERNACIONAISIniciado que foi o CAN, ha 28 anos, com uma

única linha, cuja extensão era de 370 quilômetro*,possui, hoje, doze, que cobrem todo* os Estado* eTerritórios Federais de nossa Pátria, denominadasLPN (Linhas Principais Nacionais) e otto Internado-nais, chamadas LPI (Linhas Principais Internado-nais), realizando, ainda, 40?• de viagem extras, isto é,para transportes fora de rotas, de manutenção, e,principalmente, de socorros. As linhas internacionais,com as respectivas quilometragem, sio as que se se-guem: Assunção — 3.108 km; Cale na — 9.428 km;La Paz — 4.974 km; Lima — 7.978 km; Montevidéu —3.960 km; EE.UU. — 18.180 km; Quito — 4.722 km eSuez — 2-1.5C') km.

UNIDADE NACIONALEssas linha* aéreas não são de uso exclusivo da

FAB, pois vários órgãos da administração do Paisdispõem de quotas para o transporte de seu pessoale material. Também a DCT tem sua quota reservadaem todas as linhas para o transporte de correspon-dincia. Além dos quotistas, dos Governos dos Terri-tórlos e dos MlnUtértoi, cujo* funcionários são trans-portados para toda a parte do País, várias outras ins-tltuições, pública* ou não, se utilizam do CAN, semqualquer despesa. Sempre atenta em servir ao Exér-dto e a Marinha, existe, também, estreita colabora-

ção entre a FAB e o Serviço de Proteção aos Índios,pelo reconhecimento k magnitude de sua missão, co-laborando Inclusive na construção de campos depouso em regiões praticamente inacessíveis. Os pa-dres Salesianos, que penetraram pelo Rio Negro, me-diante convênio, cooperam com a FAB na construçãode campos de pouso, alguns próximos à fronteiracom a Colômbia. Compreendendo o sentido patrlóti-co do CAN, de favorecer as populações de regiõesmais distante*, também os padres Dominicanos nãomediram esforços na construção dos aeroporto* de•Porto Nadonal e Conceição do Araguaia.

E' o CAN uma idéio que marchou e marchou emsentido vertical e único, qual o de buscar os braslld-ros para o Brasil, unindo-os pelo espírito de compre-ensão, para que a unidade nadonal, cada vez maisforte e individivcl, se constitua na mais grandiosadas tarefas. Prevaleceu, como sempre, a fé que enca-minha o próprio destino; que nega o desânimo e queremove dificuldades; que ab~anda as adversidade* eque vence, afinal, a vitória das grandes causas, queguiam impertubàvelmente os grandes povos. Não Im-porta que muitos tenham ficado e não importa por-que todos cumpriram seus deveres e compromissos,e, por isso mesmo, foram guardados na nossa lem-branca, que resplundere a permanente imagem dapresença. Não importam as turbulências que, por vê-zes, atravessamos e não Importam porque acima detodos nós c»-tâo os anseios da Pátria, que siI°ndosa-ni-nte comanda nossos corações e orienta nossas von-tades. Dia e noite, na modéstia de suas ações, o pes-soai do CAN constrói para o bem ««num.

O MARECHAL LOTT RECEBE UMS.O.S. DE

1 £í/iMEIAMEIA HORA

. -* .

¥

Arquivo

Pessoal do

JO 9.° andai* do Palácio da liuerra, onae esta uísiaiauu; o gabinete do minigtro Teixeira Lott, qualquer praça -. XA- / .

de pré, Isto é, soldado raso, ou o, mais simples civil, pode fa- [ 1 \PIT|/-in#-irÍAlar com o marechal. Basta chegar numa terça-feira. Esta au- \J JUIIIOMÜIIudlêncla pública é Inteiramente diferente de um certo tipo deaudiência ministerial, a qual, durante muitos anos, constituiu um espetáculo de miséria no 8.° andar do Ministério do Tra-balho. 0 salão estava sempre superlotado por gente humilde.De repente surgia o ministro, acompanhado de dois ou trêsfantoches. E começava a audiência. O ministro, em pé, Iafazendo a volta no "Pátio dos Necessitados". E, no final, nãoresolvia coisa alguma.

Na audiência pública que o marechal Teixeira Lott con-cede a militares inferiores e civis, na terça-feira, a parte temuma cadeira para sentar e todos são recebidos individual-mente. Mas isto é, apenas, um detalhe desta reportagem.

Durante longas horas este jornalista vasculhou um setordo Ministério da Guerra, um departamento que não encerrasegredos de Estado, mas que enfeixa as mais tristes históriasde desespero partidas de todos os recantos do Brasil. E' oSetor da Correspondência Pessoal do ministro da Guerra, soba orientação do cel. Gilberto Pessanha, assistente de Secretáriodo marechal Teixeira Lott. O que o repórter fêz, em últimaanálise, foi dar um mergulho num arquivo que reflete, emtoda a sua plenitude, um Brasil que clama por Justiça.

Devo dizer, inicialmente, que o general Teixeira Lott,quando assumiu a pasta da guerra em 1954, instituiu um ser-viço para responder a sua correspondência pessoal, o qual,em média, recebe 16.500 cartas e telegramas, por ano, o quecorresponde, aproximadamente, uma carta de meia em meiahora.

A Petrobrásé intocável

Durante longas horas folheeimilhares de cartas. A primei-ra que caiu às minhas mãosprocedia da Bahia, dando tw-tícias de que um certo "Zezi-nho do Valeriano" está fazcn-do chantagem com o nome doGeneral Teixeira Lott. Já deAlagoas, o estudante José Ri-beiro Silva escreveu, no altoda carta: " APetrobrás é into-cável". Já um sr. Bloch, quemora à Rua Barão de Ipane-ma, no Rio, chamava a aten-ção do Marechal para uma sé-rie de reportagens sobre a-corrupção n-a polícia, enquan-to o desenhista Manuel Nunesda Costa, do Ceará, dizia:"Meu caro Marechal TeixeiraLott. O cearense, vive de tei-moso. E' o meu caso. Já es-tou cansado de pedir aos grau-dos um emprego no ServiçoNacional de Malária. O sr. éa minha última esperança.(Se o Ministro Mário Pinottiler esta referência, o Costa es-tá empregado, sobretudo, ago-ra, quando o Ministro MárioPinotti já pensa em ser carvdidato à Presidência da Repú-blica e gosta de agradar aosmilitares...).

Estes três fatos dão umaidéias da correspondência pes-soai do Marechal TeixeiraLott. 0 seu arquivo encerrauma magnífica lição de Demo-cracia. Não há pasta especial.A correspondência das figu-mais eminentes do país estáao lado das cartas dos maishumildes.Dramas pungentes

A despeito do país ter o lu-xo de possuir várias organiza-ções de assistência social, co-

Clamor de uma nação espoliada:"Queremos Lott no Catete paraacabar com a corrupção" — Odrama dos camponeses de Cotaxéfala pela tragédia de todos os tra-balhadores rurais — O aviso n.°1.197 — Fala o povo através de16.500 cartas que chegam, por ano,

ao Palácio da Guerra —- Mocidadee nacionalismo — Anonimato e

Morgillhâ IIO covardia recebem o carimbo:arquive-se

wv>. **"'¦'*:¦ aafr '^'jâoj

Esta é a pilha do II de Novembro. São milhares de congra-filiações vindas de todos os recantos do Brasil. È o apoiodo povo ao movimento que impediu a Nação de cair no caos.

mo a L.B.A. mantida à custado desconto mensal obrigató-rio de meio por cento, na fô-lha de pagamento do empre-gader e dc empregado, nuncase viu tanta miséria por esteBrasil afora, como nestes últi-mos anos. Não preciso falardas populações famintas per-didas no Nordeste, vivendo àmargem da própria naciona-lidade.

No dia 28 de maio de 1959,o operário A.CM., que mora

no Conjunto Residencial deDeodoro, enviou a seguintecarta ao Ministro TeixeiraLott. "Tomei a liberdade deescrever-lhe para contar todosos meus sofrimentos junto aquatro filhos que estão paraser jogados na rua. Moronum apartamento da "Funda-

ção da Casa Popular", emDeodoro, e devo 9 meses decasa. Já recebi um telegramado Diretor exigindo o paga-

mento do referido atrazo. Te-

PortomarMoref

Fotos de PAULO REIS

nha pen.a dos meus filhos, umdos quatro tem ataques epi-léticos e o mais velhinho nãoenxerga de uma vista e é re-tardado. Rogo conseguir umlugar para mim na Lavande-ria do Loide Brasileiro, ondejá trabalhei".

E' claro que o assunto fogeà alçada do Ministro TeixeiraLott. Mesmo assim recomen-dou o operário ao Ministérioda Viação. Disse A.C.M., quejá esteve duas vezes com o Di-relor do Loide Brasileiro, na-da conseguindo. O Loide Bra-sileiro nega emprego a umhonrado chefe de família e omesmo Loide Brasileiro, co-mo foi noticiado, há dias, pe-Ia imprensa, nomeou vários la-drões e contrabandistas.

Parte das cartas é de gentepedindo emprego. Muitos pe-dem o Marechal Lott parapadrinho de seus filhos. Ou-tros convidam-no para casa-mentos, sessões literárias eaté para piqueniques.

NacionalismoQueiram oü não o nome do

Maechal Texeira Lott figurana primeira linha dos nacio-nalistas. Segundo o CoronelDanilo Nunes, Diretor da Di-visão Política da Ordem So-cal, nacionalismo cheira a co-munismo. Ele acha que êssenegócio de encampação chei-ra à comuna. E assim, sãoapontados, como elementossubversivos, os lideres nacio-nalistas que lutam pela pre-servaçab das nossas riquezas,o próprio Juscelino Kubits-chek, que autorizou a .nacio-nalização da Bond and Share,no Rio Grande do Sul, em Mi-

•Hás Gerais.O fato é que o Marechal

Teixeira Lott tem sido o sus-tentáculo da Petrobrás. Afrase "A Petrobrás é intoca-vel" serve de slogan a váriosnúcleos nacionalistas, os quais,nos longínquos recantos daPátria, seguem a orientaçãod'0 SEMANÁRIO.

O AVISON.° 1.197

Qualquer militar superiorou inferior pode se dirigir,pessoalmente, ao Ministroda Guerra, Marechal Tei-xeira Lott, em face do dis.positivo do aviso n.° 1.197,revigorado e regulamentado,em 1957, quando o mesmo setornou1 difundido.

Foi por esta razão que umcabo, sediado em Salvador,através da carta que tomouo número 3.462, pediu ao Mi-nistro da Guerra certa van-tagem, como radiotelegrafis-ta, 72 horas depois a praçade pré recebia o seguinte te-legrama assinado pelo pró-prio Marechal Lott: «La-mento informar a impossibi-lidade concessão de engaja-mento, caso não satisfaçaas exigências estabelecidasem nossas normas e legisla-ção em vigor.»

De carta em carta, de te-legrama em telegrama, de-janeiro até a primeira' quin.zena de junho, o Serviço deCorrespondência Particulardo Marechal Teixeira Lott

.já recebeu mais de 9.500cartas, sendo todas respon-didas. No ano passado o to-tal foi de 17.955. A média é"de

16.5Ú0 por ano, sendo que,em 1959, tudo indica que acifra ultrapassará a casa dos20.000, pois por ocasião dadata de 11 de novembro e doaniversário do MarechalLott, em 16 de novembro, acorrespondência cresce em60% sobre os meses anterio-res. Só uma espécie de cartanão tem curso: as que tra-tam de assuntos disciplina-res.

O serviço é dirigido peloCel. Gilberto Pessanha, quecomo Assistente de Secreta-rio do titular da Guerra éligado ao setor de RelaçõesPúblicas, dirigido pelo Cel.André Fernandes.

Funcionam, ainda, no Se-tor, o capitão Hlram Farias,os sargentos Michel do Espl-rito Santo, João Batista deSouza e Mário Vaz, além docabo Jorge da Silva e o sol.dado Ornaldo Marques Maia.

Despertou a minha atençãouma mensagem do jovem Ar-geu Honório Pessoa de Mello,do Diretório da Faculdade deOdontologia da Universidade

LUTA CONTRA O LATIFÚNDIOFala.se em reforma agrária mas ninguém a pratica. O certo

é que o Brasil está entregue a 100 ou 200 gigantescos latifun-diários, sobretudo, na região amazônica. Em plena Capital Fe-dera), a polícia, a serviço de grileiros, expulsa os posseiros desuas terras e inccndela suas propriedades, como vem fazendoimpunemente, em Jacarepaguá, Campo Grande, etc,

O Presidente da Associação dos Lavradores e Trabalhadores

* . *

Agrícolas do Estado do Espírito Santo, com residência a ruaNestor Gomes, 23. em Vitória, fez chegar às mãos do MarechelTeixeira Lott um dramático S.O.S. dos lavradores de Cotaxe,município de Ecoporanga, comunicando que, um oficial da po-lícia, também advogado, a serviço de ricos proprietários de terras,assaltou sítios e fazendas de indefesos camponeses e assim ter-mina: .,_,,.

«V. Exa. pode e deve promover a reforma agraria. Ela e oprimeiro passo para arrancar o nosso povo do grande atrazo emnue vive. Aproveito a 'oportunidade para cientificar-vos que ospequenos' e médios lavradores do Espírito Santo estão entusias-madus com a vossa candidatura à Presidência da República. Eacredito que o mesmo esteja acontecendo em todo o Brasil. Pelaprimeira vez em nossa história o Exército marchará unido paraeleger o seu grande Ministro da Guerra, Presidente da República».

A dramática mensagjm nssi-

li!

Camponeses ameaçados pelos latifundiários, com suas terrasinvadidas por um tenente da Policia Militar do EspíritoSanto, lançam um S.O.S. ao Marechal Lott. £ a Nação

espoliada que apela para um Homem.

nada por riais de 400 lavrado-res tem o seguinte teor:

— "Exmo. Sr. Marechal Ml-nistro da Guerra HenriqueTeixeira Lott. Ministério daGuerra. D. F. — Os abaixoassinado, lavradores, todos pos-seiros e residentes em o RioCotaxé e adjncências, no mu-.nicípic, de- Ecoporanga, Esta-do do Espírito Santo, onde en-tra os "na mata bruta" hávários anos e onde temos fa-mllias. casns e benfeitorias, vi-mos com com tod0 o respeitoe a devida consideração, ex-por a V. Excia, 0 que se pas-sa para depois apelar para o.vosso Espírito de Justiça. ET oseguinte: entramos nas matascomo sendo terras do Estado,lutamos, passamos fome e pri-vações de cutros bens tempo-rais. tivemos o dissabor de vermuitas vezes os nossoj entes

.mais queridos sucumbirem àmingua de recurses onde amaleita campeava. Agora apa-receu por aqui um fazendeiroresidente em Carlos Chagas,de nome Francisco Modesto deMenezes e vem dizendo-se do-no de uma área aproximadade um mil rlqieires de terras,

.além de nunca nos exibir osdocumentos da aludida área, éum atentado à nossa Lei Es-tadual 617. que dispõe sobreas propriedades agrícolas c dáoutras prov<dênclas. O que, po-rém. é certo, é que o dito fa-zendeiro, já por umas quatrovezes, ie esforça em nos des-.píjar das terras, com o auxí-

lio da Policia Militar do Espi-rito Santo, que aqui Vem sem-pre em "Capturas dos Invaso-res" e sempre a mando do mes-mo fazendeiro e aqui chegan-do nos espanca, queima barra-

.cas e mantimentos e ainda nosameaça de toda sorte de tor-turas e sempre a faz em épo-ca de colheita como, agora,está acontecendo; aqui chegouontem um tenente da PoliciaMilitar, que é tenente e ad-vogado do referido fazendeiroe chegou dizendo que vinha"propor um acordo amigávelaos posseiros" e, no entanto,já deu inicio à faina habitual,de maneira que estamos ame-drontados • sem as devidasgarantias, pois que temos oprazo exíguo para abandonarnossas posses e sob a ameaçade soltar o gado em nossasplantações, que já são escas-sas. A fome ronda na vizinhan-ça. Se o senhor -'rancisco Mo-desto de Menezes é o legitimodono e o *cnente em apreço éseu advogado, porque não In-gressam em Juízo e requeremuma ação de despejo compe-t;nte na forma da lei?

Apelamos para o DigníssimoMinistro da Guerra, valorosoMilitar, chefe de família hon-rade, e de espirito cristão bemformado, que se digne •. com-penetrar de nossas situações eslmaptizar com a nossa causae com o seu prestigio pessoal epolítico, determinar e influen-ciar junto às repartições oom-potentes, o cumprimento da

nossa citada 617, retomamentoda propriedade e o devido lo-teamen*o em nome dos leglti-mos cupantes que se dispõema comprá-los de quem os pos-sa vender legalmente. Aguar-damos favoráveis e urgentesprovidências por parte de V.Excia. Apresentamos-lhe asnossas respeitosas saudações.(Segu^m-se 410 assinaturas).

O sr. José A. das Virges, Pre-'sldenle da associação dos La-vradores e Trabalhadores Agri-colas do Estado do EspiritoSanto, encaminhando o SOSdos homens do campo, lavrouuma sentença: "Sabe bem V.Excia.. Marechal HenriqueTeixeira Lott, que a terra nãopertence ao homem que traba-lha, ao legitimo lavrador; êletem que dar a metade do queproduz, com lágrima, suor esangue, «o colono do asfalto, oque ficou na cidade, o Indivi-duo que assaltou a nossa ter-ra". ...

Poderia mencionar milharesde cartas. Preferi, todavia, pu-blicar na integra o SOS doscamponeses capixabas, entre-gUes à própria Sorte. Que fa-zem a Secretaria de Agricul-tura e o próprio Governadordo Espírito Santo, sr. CarlosLindenterg? Nada. O sr. Car-los Llndemberg é um dos gran-des latifundiários do EspíritoSanto. Que faz o INIC e o Mi-nistro da Agricultura, sr. Má-rio Meneghetti? Nada. Cruzamos braços. O homem do cam-po apela, entáo, para a suaúltima esperança: MarechalTeixeira Lott.

O drama dos trabalhadoresrurais de Cotaxé é 0 drama demilhões de brasileiros espolia-dos em suas terras, com acomplacência d., poderes públl-cos corrompidos. E' por lss0 queo Brasil inteiro apela para oMarechal Henrique DufflesTeixeira Lott, como é tratadopelos militares. Para os civisé, apenas, o Lott, reflexo desua populuridade.

&#_ frC**1'&iu *& Mh

..." í| ¦ ¦

te •¦

-:

1 f&+*

WÊÊf

¦'¦.'¦>:'-¦'¦'¦:''¦:'¦:''-¦ ¦¦¦¦'¦'¦¦ í"~'--- '": V -¦':¦¦.¦ ¦::¦;¦:.;:¦:/¦ : - ¦;¦_

" ''¦'•¦^IemPsb

:\j"-r ....¦¦ .¦¦¦,,:. :. ....^v V..: ...¦:::'.. ::::: íÍwÍ^^^^^SÍ^3k5::-;v: y. ?¦'¦¦¦¦¦ ;-\.-..- ¦:

mÈy* f^<- . ¦^m^m^

- SP

:.»

sí?»ífl

¦gr '- ' w|iMllilM, Jw*. .gfcèto

li»*1' :pgj£r

\

' y- ¦?-.:.

Soldado e cabo se entendem diretamente com o Ministro da Guerra. Esta carta do caboAntônio Fagundes dos Santos, do IP B.C., sediado em Salvador, já é resposta a uma

carta do Marechal.

de Pernambuco, concitandoaos seus colegas, a frmaçãode uma frente única, à frenteo Marechal Teixeira Lott, nasua desassombrada atitude,Impedindo que bandos ían-quês assaltassem imensa fai-xa de terras na Amazônia, fa-to denunciado pelo O SEMA-NÁRIO. Outros estudantes,agora, do Ri Grande do Sultiveram idêntica atitude. Se-rá que essa rapaziada está noprontuário nacionalista do Co-ronel Danilo Nunes?... Na-cionalismo é o que o Mare>-chal Lott está fazendo. E'embater de maneira clara,sem subterfúgios, os estran-geiros, aventureiros sem es-crúpulos, que pensam em fazero Brasil voltar à Era Colonial.São as atitudes francas doMarechal Lott que despertamo ardor da mocidade.

PresidenteTeixeira Lott

Num, fichirio onde estãoanotados, em índice, todas aspessoas que enviaram corres-pondência, inclusive de anti-gos companheiros de infânciado Marechal Lott, no interiorde Minas Gerais, não existeuma só que o trate por você,o que vem ressaltar a perso-nalidade do Ministro da Guer-ra, espinha atravessada nosmasorqueiros que, cm golpesbaixos, criaram clima popularpara o 11 de Novembro de1955, quando o Ministro daGuerra, sem um tiro, acaboucom a patuscada do governode opereta do sr. Carlos Luz,o fujão do "Tamandaré".

Centenas de cartas que che-gam ao seu gabinete, numamédia, de uma, de meia emmeia hora, são claras:

— O senhor precisa ser elei-to Presidente da Repúblicapara acabar com o roubo or-ganizado no Brasil. Esta pou-ca vergonha não pode conti-nuar. Chega de furto".

Brasileiros, sem distinçãode cõr política, homens rudes,levando em conta a redaçãodas cartas, não acreditam nasuspeita vassoura de JânioQuadros, vassoura que amea-ça varrer as tetras da Petro-brás e implantar um regimede falcatruas. Basta saberquem são os patronos da suacandidatura. Velhos negocis-tas, alguns traficantes de câm-bio negro, om o depuado Ber-bert Levy, Presidente da U.D. N. de São Paulo, sem es-quecer de falar do deputadoEmílio Carlos, do grupo Jafet,homem que não bate pregosem estopa.

O gentio humilde do Brasil,em suas missivas, enviadas aoMarechal Teixeira Lott, pedeque êle aceite a sua cândida-tura para Presidente da Repú-blica.

Diariamente chegam ao Mi-nistério da Guerra dezenasde cartas, informando que onome do Marecral TeixeiraLott foi aclamado Presidenteda República, em convenções

de estudantes e trabalhado-res. Comunicam, também, ainstalação de comitês Pró-Lott. São os anseios popularestraduzindo a vontade sobera-na do povo, ante as manobrasinconfessáveis dos dirigentesde partidos nacionais, como o

P.S.D. e P.T.B., os quais,fazendo jogo duplo, com atitu-des dubjas, estão contribuin-do, desgraçadamente, para oBrasil cair nas garras do quehá de mais nocivo, de maisanti-nacionalista, que é a"gang" de Jânio Quadros

As cartas constituem, emcertas Pastas, verdadeira Tor-re de Babel. Uns pedem leisespeciais para a imprensa, oque é um absurdo, pois sóuma imprensa livre pode de-nunciar as desonestidades doshomens públicos.

Rolha, nem com açúcar,Outros fazem intrigas vis,usando do miserável anônima-to. Neste caso a correspondên-cia ganha um destino: cesta.

O diretor de um pasquinle-co com circulação clandestina,denunciou um Capitão doExército como simpatisanteda candidatura Jânio Qua-dros, como se isso fosse* umcrime. Na sua baixeza moralfoi além, apontando um jorna-lista como agente de Moscou.Mais uma vez voltou a funcio-nar o velho carimbo: "arqui-ve-se".

A grande pilhéria está numacartinha de «m dos meninosdo Pena Boto, pedindo paraque o Marechal Lott renuncie.Não assina e pede leis espe-ciais para a polícia invadir olar, quando fôr necessárioprender alguém acusado deprofessar credos extremistas,e aplaude a infeliz idéia doCel. Nunes, no sentido de serdesenterrado o defunto doatestado tle ideologia, coisasepultada, ainda, no governode Vargas. Mas o grosso dacorrespondência é apoiandoLott para o Catete.

$W5\ 'MHHhSH

SSSSfeví.-i-sJj™ ¦ '¦¦¦

iU(:í.;íi';,:'i " . .'íials»* ^ ^ '** "** !" ?«*¦*' '• :::<:i\

Um 3? sargento sediado em Socorro, em Pernambuco, apelapara o Marechal Lott, dizendo que trabalha dia e noite

para poder viver