Entrelinhas 32013 Aluno

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    desenvolva... pense... pratique...

    8e9ano

    s

    Multiplicidade de cdigos nos protestos de rua: Recursos semnticos e simbologia

    Vocabulrio ativo nos protestos do incio de junho de 2013. As pessoas que participaram desse movimento foram chamadas, pela

    mdia, de manifestantes, arruaceiros, vndalos, terroristas, baderneiros, brbaros, anarquistas, revolucionrios.

    Sintetizando o significado de cada termo:

    Manifestantewaquele que participa de manifestao pblica de carter poltico, reivindicatrio.

    Arruaceirowaquele que participa de confuso na rua.

    Vndalowa pessoa que estraga ou destri bens pblicos.

    Terroristaw

    o que pratica terrorismo, ou seja, emprego sistemtico da violncia ou terror. para fins polticos.Baderneirowaquele que dado a criar desordem ou confuso.

    Brbarowestrangeiro; desumano, cruel, feroz.

    Anarquistawaquele que nega qualquer tipo de autoridade; desordeiro.

    Revolucionriowaquele que favorvel a transformaes radicais, especialmente no campo poltico-social; progressista.

    1. Cada termo possui um ou mais traos semnticos comuns que permite agrup-los num mesmo campo se-mntico.a) Quais desses termos podem ser considerados sinnimos?b) Que termos tm carter pejorativo?

    2. Quais vocbulos possuem os seguintes traos: (Obs.: Um vocbulo pode ocorrer em mais de um trao.)a) o poltico:b) o espao pblico:

    Charge e texto verbal para as questes 3 e 4.

    Folha de S. Paulo. 17 jun. 2013. A2.

    Os Trs Macacos Sbios ilustram a porta do Estbulo Sagrado, um templo do sculo XVII localizado no Santurio Toshogu, na cida-

    de de Nikko, Japo. Seus nomes so mizaru(o que cobre os olhos), kikazaru(o que tapa os ouvidos) e iwazaru(o que tapa a boca), que

    so traduzidos como no oua o mal, no fale o mal e no veja o mal. Conta a lenda que os Trs Macacos Sbios chegaram ao arquip-

    lago em um barco que vinha de mares distantes. Eles vieram em misso para acalmar o vulco e ensinarem humanidade nascente aprtica da sagrada arte do uso dos sentidos para combater o mal dentro de ns mesmos.

    www.tempreguicanao.com.br

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    3. Analise a atitude dos trs poderes brasileiros.

    4. Os trs poderes usaram seus sentidos com o mesmo objetivo dos Trs Macacos Sbios? Argumente.

    5. Leia o texto a seguir.A juventude est indo pro vinagre!

    Usado pelo pessoal do Movimento Passe Livre como antdoto ao gs lacrimogneo, o vinagre

    pode virar o novo vilo da inflao, tamanha sua procura pelo produto em So Paulo.

    Quando, enfim, os preos do produto subirem, a salada sofrer nova baixa em sua composi-o original.

    Ningum vai morrer por causa disso, mas periga no ter volta para a juventude que est indo

    para o vinagre. A garotada se vicia com qualquer coisa.

    A criminalizao do vinagre ser inevitvel.Adaptado de Tutty Vasques in: O Estado de S. Paulo.15 jun. 2013. C6.

    a) No texto, qual o significado de ir para o vinagre?

    b) Trata-se de um fenmeno semntico de:( ) sinonmia ( ) ambiguidade ( ) polissemia ( ) paronmia

    Texto para as questes 6 e 7.

    Rosto branco, fino e ovalado, bochechas rosadas, cavanhaque estilo cafajeste e bigode

    debochado, olhos puxadinhos, sobrancelhas arqueadas e um sorriso de Monalisa um tanto

    cruel e sarcstico. Esse personagem poderia ser eu, poderia ser voc, poderia ser a torcida.

    Voc j viu esse rosto. Seria um personagem esquecido, fosse to identificvel quanto

    um discreto Wally perdido nas coloridas multides. Ao contrrio, porm, tem uma face mui-

    tssimopop: Guy Fawkes (1570-1606).

    E Fawkes marcou presena no Brasil nesses dias, em duas vertentes. Por um lado, amscara do soldado ingls catapultada pelo hollywoodiano V de Vingana(2006) estrelou

    um punhado de fotografias no Facebook...

    Tambm estavam presentes uns que se querem os novos caras-pintadas, com guache

    verde e amarelo feito blushnas mas, e outros que, fanfarres, brandiam cartazes com os

    dizeres V de Vinagre, uma referncia ao subversivo cido actico proibido na manifestao paulistana do movimento Passe Livre na

    semana passada.

    O mesmo semblante do Anonymous no Brasil e no mundo, Guy Fawkes, j um smbolo para no dizer um clich de diver-

    sos movimentos. Do outono americano no Occupy Wall Street aos levantes da primavera rabe, o heri folkdo sculo 17 se tornou um

    cone para esses movimentos horizontais e sem lderes. Em Londres, em 2011, Julian Assange tambm vestiu a mscara por uns mi-

    nutos mas a polcia mui gentilmente pediu para que o fundador do WikiLeaks a retirasse, pois a lei britnica no permite anoni-

    mato pblico. Em Istambul e Paris, em 2013, batata: l estavam as benditas vendettasmais uma vez.O Estado de S. Paulo.23 jun. 2013. Alis. E4.

    6. Que movimentos usaram a mscarapopde Guy Fawkes como smbolo? O que h de comum entre eles?

    7. Justifique a escolha desse smbolo para definir o sentido do movimento Passe Livre.

    8. Leia o texto e responda:Olho da rua

    Esttica das manifestaes no pas traz caldeiro de referncias que vo de memes e smbolos das redes sociais a cartazes soviticos

    Eles saram do Facebook, mas o Facebook no saiu deles. Nos protestos da guerra das tarifas em So Paulo, no foram poucos os

    cartazes que ostentavam o polegar arrebitado do curtir da rede social de Mark Zuckerberg. Tambm no faltaram palavras de ordem

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    atreladas ao #, smbolo usado para indexar assuntos do momento no Twitter.

    O caldeiro cultural que alimenta os protestos mistura poltica e publicidade, heris da Marvel, maio de 68 e poesia concreta. E a

    surrada mscara de V de Vingana.

    Com o automatismo de uma curtida no Facebook, manifestantes nas ruas do pas se apropriaram doslogande uma marca de us-

    que o gigante acordou e dojinglede um anncio de carro vem pra rua, vem.

    Doitschnoff, o galerista Baixo Ribeiro, o chef Alex Atala, a roqueira Pitty e amigos protestaram brandindo cartazes feitos mo

    na galeria Choque Cultural, de Ribeiro.

    Chamei uns amigos que tm caligrafia boa e fizemos, conta Doitschinoff. Como emblema, criaram o V de Vinagre, em refern-cia ao tempero que supostamente reduz os efeitos do gs lacrimogneo, para estampar cartazes e o avental de Atala.

    Na mesma pegada do faa voc mesmo, uma grfica da regio central de So Paulo convocou manifestantes pelo Facebook a en-

    viarem seus cartazes para que fossem impressos e distribudos nas ruas. Os mais de 300 trabalhos recebidos confirmam que o cartaz

    ainda tem cartaz, mesmo em tempos de redes sociais.

    Outros (trabalhos) revisitam a esttica do construtivismo paulista com versos diagramados segundo a lgica espacial da poesia

    concreta.Adaptado de www.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada (acesso em 23 jun. 2013)

    Segundo o texto, que cdigos (frases, smbolos...) constituram a esttica das manifestaes no pas e o que

    significam?

    Textos para as questes 9 e 10.

    Texto 1

    O velho do Restelo

    Os meios de comunicao [...] comentam o discurso da presidente Dilma que, [...] sem esconder a irritao com os comentrios

    de que o governo leniente com a inflao [...] comparou os opositores ao velho do Restelo, personagem pessimista do Canto IV de Os

    lusadas, de Lus de Cames, que, sempre presente na praia-porto de embarcao de caravelas, anunciava profecias de desgraas, nun-

    ca acontecidas.

    Disse a presidente Dilma: Esse velho ficava sentado na praia azarando. Dizia: no vai dar certo, no vai dar certo. Hoje o velho do

    Restelo no pode, no deve, e, asseguro, no ter a ltima palavra no Brasil.Divo Marino emA Cidade.16 jun. 2013 C2.

    Texto 2

    Dona Dilma por mares nunca dantes navegados

    A presidente Dilma Rousseff converteu o velho do Restelo, uma das grandes figuras camonianas, um homem de saber s de ex-

    perincias feito, em um petista enrustido. Na descrio dilmiana (v. texto 1) era figura do contra... No se sabe se a presidente leu

    Os lusadasou se apenas ouviu a histria, resumida toscamente, quando passou pela praia do Restelo, em sua recente viagem a Portu-

    gal. Se leu, entendeu mal. Cames descreve o velho com respeito e atribui-lhe discurso bem articulado.O Estado de S. Paulo. 15 jun. 2013 A2.

    9. De acordo com os fragmentos dos textos jornalsticos, a presidenta teve xito ao fazer uma analogia deseus opositores com a personagem camoniana? Justifique.

    10.a) O recurso de linguagem empregado por Dilma denomina-se:( ) intertextualidade. ( ) parfrase. ( ) pardia.

    b) No texto 2, o jornalista faz restries fala de Dilma e ao recurso empregado por ela. Baseado nisso, pode--se dizer que no ttulo do texto Dona Dilma por mares nunca dantes navegados ocorre:( ) intertextualidade. ( ) parfrase. ( ) ambiguidade.