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SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA AINDA NÃO ATENDE O SIMPLES TRIBUTOS PESQUISA GUIA DE GESTÃO Criando um portfólio Para conhecer o mercado Entrevista EDUARDO TEVAH E AS ESTRATÉGIAS DE VALORIZAÇÃO DAS PESSOAS PARA FAZER SUCESSO BENS & SERVIÇOS Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul – Número 65 / SETEMBRO 2010 F E C O M É R C I O - R S

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substituição tributária ainda não atende o simples

tributos

Pesquisa

Guia de Gestão

Criando um portfólio

para conhecer o mercado

entrevista eduardo tevah e as estratégias de valorização das pessoas para fazer suCesso

bens&serViÇosrevista da Federação do Comércio de bens e de serviços do estado do rio Grande do sul – Número 65 / seteMbro 2010

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Publicação mensal do sistema Fecomércio-rs Federação do comércio de bens e de serviços do estado do rio Grande do sul

Rua Alberto Bins, 665 – 11º andar – Centro CEP 90030-142 – Porto Alegre/RS – BrasilFone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

Presidente: Zildo De Marchi

vice-Presidentes: Luiz Carlos Bohn, Ronaldo Netto Sielichow, Levino Luiz Crestani, Luiz Antônio Baptistella, Jorge Ludwig Wagner, Antônio Trevisan, André Luiz Roncatto, Arno Gleisner, Cezar Augusto Gehm, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Leonides Freddi, Luiz Caldas Milano, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Olmar João Pletsch, Olmiro Lautert Walendorff, Renato Turk Faria, Julio Ricardo Andriguetto Mottin, Alécio Lângaro Ughini, Ibrahim Muhd Ahmad Mahmud, Renzo Antonioli, João Oscar Aurélio, Maria Cecília Pozza, Manuel Suarez Cacheiro, Joarez Miguel Venço, Ivo José Zaffari, João Francisco e Micelli Vieira

diretores: Adair Umberto Mussoi, Ary Costa de Souza, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Darci Alves Pereira, Edgar Christian Tardio Serrano, Edson Luis da Cunha, Edison Elyr dos Santos, Élvio Renato Ranzi, Francisco Squeff Nora, Gabriel de Oliveira Souto Jr., Gerson Nunes Lopes, Gerson Jacques Müller, Hélio Berneira, Henrique José Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jaime Gründler Sobrinho, Jamel Younes, Joel Carlos Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Antônio Demari, Liones Oliveira Bitencourt, Luís Alberto Ribeiro de Castro, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos André Mallmann, Marice Fronchetti Guidugli, Milton Gomes Ribeiro, Paulo Roberto Kopschina, Paulo Renato Beck, Rogério Fonseca, Rui Antônio dos Santos, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Lurdes Morandini Marini, Tien Fu Liu, Túlio Luis Barbosa de Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. Diretores Suplentes: Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, André Luis Kaercher Piccoli, Antonio Clóvis Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Zoleike Flores Inácio, Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito de Lima, Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves, Eider Vieira Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth dos Santos, Francisco Amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar Tadeu Bazanella, Hildo Luiz Cossio, Janaína Kalata das Neves, Jair Luiz Guadagnin, Jarbas Luff Knorr, João Antonio Harb Gobbo, Jorge Alfredo Dockhorn, José Joaquim Godinho Cordenonsi, José Vilásio Figueiredo, José Vagner Martins Nunes, Juares dos Santos Martins, Jurema Pesente e Silva, Ladir Nicheli, Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis Rocha Farias, Miguel Francisco Cieslik, Paulo Ganzer, Ramão Duarte de Souza Pereira, Régis Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Romeu Maurício Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys Coward Fogliatto, Valdir Appelt.

conselho Fiscal

titulares: Rudolfo José Müssnich, Erselino Achylles Zottis, Fábio Norberto Emmel. suplentes: Luiz Roque Schwertner, Nelson Keiber Faleiro, Gilda Lúcia Zandoná.

deleGados rePresentantes cnc: Titulares: Zildo De Marchi, Moacyr Schukster. Suplentes: Luiz Carlos Bohn e Ivo José Zaffari.

conselho editorial: Antonio Trevisan, Derly Cunha Fialho, Luiz Antônio Baptistella, Ivo José Zaffari, Luiz Carlos Bohn, Manuel Suárez, Ronaldo Sielichow e Zildo De Marchi

assessoria de comunicação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos, Catiúcia Ruas, Fernanda Borba, Fernanda Romagnoli, Liziane de Castro e Simone Barañano

coordenação editorial: Simone Barañano

edição: Fernanda Reche (MTb 9474)

rePortaGem: Bettina Schünke, Bianca Alighieri, Francine Desoux, Joana Marins e Renata Tissot

colaboração: Edgar Vasques, Ernane Galvêas, Priscilla Ávila e Thiago Tieze revisão: Flávio Dotti Cesa

edição de arte: Silvio Ribeiro

tiraGem: 25,5 mil exemplares

imPressão: Pallotti

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

sumárIo

opinião

agenda 06palavra do presidente 07notícias & negócios 08permutas 12guia de gestão 14

17entrevista 18voluntariado 24tributos 26saiba mais 32eventos 34networking

política 38pesquisa

sesc

senac 44visão tributária 46glossário 47visão trabalhista

negócios

48

50

mais & menos 49

36

4042

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 65

&sErVIÇosbens

0512

atendendo À demanda sem Gastar

Seja no formato bilateral ou multilateral, o câmbio

de produtos e serviços entre empresas ganha mais

adeptos a cada dia permutas

18entrevista

eduardo tevah

Ele começou a carreira de empresário ainda na juventude. E hoje

divide seu tempo entre a vice-presidência do Grupo Tevah e

palestras em todo o país, compartilhando seu conhecimento

34

vivendo o sonho dos 15 anos

A procura pelas megafestas de 15 anos ainda persiste, mas em

outros formatos. Pista de dança, álbum de recados, camarim e

bartenders são algumas das exigências das adolescentes eventos

26substituição sim,

mais tributos nãoImportante mecanismo de arrecadação e de

combate à sonegação fiscal precisa passar por

alguns ajustes no Estado

Tributos

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 6506A G E N D A setembro / outubro

De 23 a 30/09minicurso

O tema é Tornando-me competente pessoal e profissionalmente. A entrada é a doação de um brinquedo ou um livro infantil. Às 18h, na Facad-POA. Informações: (51) 3212-4444

26/09circuito sesc De minimaratona

Em Ijuí acontece a etapa Missões. E no dia 17/10, em Farroupilha, será a vez da etapa Serra. Informações: www.sesc-rs.com.br/minimaratona

De 27 a 29/09caminhaDa Do iDoso

Atividades em várias cidades gaúchas em menção ao Dia Nacional do Idoso, envolvendo integrantes dos 44 clubes Sesc Maturidade Ativa e a comunidade em geral

29/09ação social

Senac Gravataí promove o evento na Praça do Quiosque, das 14h às 17h. Informações: (51) 3488-8860

30/09Quinta tech

Evento acontece no auditório do Senac Santa Maria, com o tema Segurando a Informação na Rede. Informação: (55) 3225-2121

22/09liDerança para resultaDos

Curso do Programa de Desenvolvimen-to de Líderes. Gratuito, no Senac Cara-zinho. Informações: (54) 3331-5557

23/09sarau tecnológico

Com o tema Renovação do Framework de Governança de TI, no Senac Informática, em Porto Alegre. Entrada gratuita. Informações: (51) 3029-3633

4o mostra De profissões

Realização do Senac Taquara, na E.E.E. M. Felipe Marx. Informações: (51) 3541-5370

até 30/9prêmio sesc De literatura 2010

Inscrições para o concurso que busca colocar novos talentos na cena literária nacional

* mais informações sobre as ativiDaDes culturais Do sesc-rs estão no site www.sesc-rs.com.br/artesesc

De 1o a 24/10sesc música

Apresentações do espetáculo Vocal sem batuta em Taquara, Gravataí, Montenegro, Pelotas e Camaquã

até 10/10palco giratório

Atração do período é o teatro de animação Tropeço, do grupo Tato Criação Cênica, do Paraná

15 a 17/10interação

5ª edição da Olimpíada e Rainha da Saúde, uma parceria entre o Sistema Fecomércio-RS e a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul). Acontece no Sesc Campestre, em Porto Alegre. Informações pelo www.sesc-rs.com.br/rainhaeolimpiadadasaude

De 19/10 a 02/11mostra casa Da saúDe sesc

Exposições interativas, exames de saúde e palestras, em Bagé. Informações: www.sesc-rs.com.br/saudesesc

De 21 A 29/09espetáculoArte Sesc apresenta Dona Otília e outras histórias, em Montenegro, Gravataí, Santa Cruz do Sul, Cruz Alta, Alegrete e Uruguaiana

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Palavra do Presidente

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Zildo De Marchi Presidente do Sistema Fecomércio-RS

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Como entidade representativa dos in-teresses da comunidade empresarial do setor terciário gaúcho, a Fecomércio-RS tem por responsabilidade apresentar ao poder público seus posicionamentos e anseios. Entretanto, não basta que pon-tuemos aquilo com que não concorda-mos, é preciso propor ajustes e soluções embasadas em argumentos lógicos e na experiência de quem vive a realidade empresarial.

É por isso que produzimos três impor-tantes documentos que foram entregues àqueles que pleiteiam uma vaga na Câ-mara dos Deputados, Assembleia Legis-lativa, Senado e Governo do Estado. Os candidatos precisam ter conhecimento de que formamos um time articulado de pes-soas preocupadas em manter a saúde eco-nômica do Estado e, consequentemente, a qualidade de vida do povo gaúcho.

Entre as propostas apresentadas, é im-portante reforçarmos a questão da Subs-tituição Tributária – uma pauta positiva de uma forma geral, na medida em que reduz a sonegação fiscal, mas que precisa ser ajustada o quanto antes, uma vez que sua não adequação ao regime do Sim-ples Nacional está comprometendo a

competitividade dos pequenos negócios. Desde que sua aplicação foi divulgada pelo governo do Estado temos realizado encontros com a Secretaria da Fazenda na busca por alternativas que evitem o aumento da carga tributária para as mi-cro e pequenas empresas. Avanços já fo-ram feitos, mas outras mudanças ainda são necessárias.

Friso que não somos contra a sistemá-tica. Pelo contrário, apoiamos as inicia-tivas que objetivam a concorrência leal no comércio e a redução da informali-dade, uma vez que a arrecadação justa de impostos é extremamente valiosa para toda sociedade. Acreditamos na simplificação da fiscalização que é pro-movida pela Substituição Tributária, des-de que ela seja benéfica para toda cadeia produtiva do comércio.

Pela competitividade dos pequenos

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Classe média em expansãoO estudo Economia Brasileira em

Perspectiva, publicado pelo Ministério

da Fazenda, apresenta que o ciclo de

expansão da sociedade de três anos, que se

encerra no final do ano, seja finalizado com

crescimento de 21,5% da classe C, na qual

se encontram103 milhões de brasileiros.

Segundo o estudo, a classe C deve chegar a

56% da população em 2014.

Procura por crédito aumentaO crescimento de 3,6% da demanda por crédito no mês de

agosto, em comparação a julho, atingiu patamar histórico de

121,1 pontos no Indicador Serasa Experian da Demanda do

Consumidor por Crédito, de toda a série histórica iniciada

em 2007, ultrapassando a marca observada em maio deste

ano. Na comparação com agosto de 2009, o crescimento foi

de 14,3%. A confiança dos consumidores em alta e o bom

momento do mercado de trabalho continuam estimulando a

busca do crédito por parte das pessoas físicas.

Mais confiança no setor de serviçosA Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou aumento no

Índice de Confiança de Serviços (ICS) no mês de agosto, após

quatro meses de queda. O ICS subiu 4,1% frente a julho,

atingindo 134,8 pontos. Foram consultadas 2.149 empresas

em todo país e 23,3% avaliam a demanda atual como forte,

enquanto no mês anterior ficou em 18,6%.

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Semana do Comerciário pelo EstadoA programação do Arte Sesc – Cultura por toda parte para a Semana do

Comerciário 2010 está repleta de apresentações teatrais e musicais. A

homenagem aos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo

percorrerá o Estado, chegando a 52 cidades gaúchas. A semana,

que vai do dia 26 a 30 de outubro, contará com os espetáculos Pra mais uma canção, De Pampa e Lonjuras, Ítalo Gaúcho, Pirisca Grecco,

O Avarento, Mulheres Pampeanas, Roda Viva toca Chico Buarque,

Estandarte do Samba, Cinta Liga/Desliga, Cama de Casal, Celebration e Hermanos Pampeanos. A agenda completa de apresentações pode ser

conferida junto às Unidades do Sesc e Balcões Sesc/Senac, ou pelo

site www.sesc-rs.com.br/artesesc. Ainda em outubro serão divulgados

os vencedores do Prêmio Comerciário do Ano 2010. O tema do

concurso, nesta 7ª edição, foi Era uma vez no comércio.

Senac na Cidade das TortasO Senac-RS participou, em Santo Ângelo, do

6° Festival Cidade das Tortas, que ocorreu

de 3 a 7 de setembro. Os professores Edivan

Wothoski e Cristiane Fritzen ministraram

oficinas gratuitas de confecção de doces, nas

quais deram dicas e apresentaram receitas de

tortas. Os visitantes puderam encontrar, além

dos doces, artesanato, uma extensa progra-

mação cultural e desfiles de moda de diversas

empresas da região.

Atendimento melhoradoO Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor

(DPDC), do Ministério da Justiça, divulgou que o acesso ao

Serviço de Atendimento do Consumidor (SAC) reduziu

de 34,49%, no primeiro semestre de 2009, para 29,45%,

no mesmo período deste ano. Realizado um ano e meio

depois da entrada em vigor do Decreto nº 6.523/2008,

que regulamenta o serviço prestado pelos call centers, o

levantamento realizado pelo DPDC fez um balanço das

reclamações registradas nos Procons e consolidadas pelo

Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor.

Segundo a pesquisa, houve melhoras neste tipo de

atendimento, principalmente nos quesitos indisponibilidade,

inacessibilidade dos deficientes e onerosidade.

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Sesc Triathlon A etapa gaúcha do Sesc Triathlon – Circuito Nacio-

nal ocorrerá no dia 12 de dezembro, em Traman-

daí. A competição reunirá triatletas nas categorias

elite, faixa etária, revezamento, comerciários e

portadores de deficiência. Essa é a segunda vez que

o evento, que está na sexta edição, será realizado

em Tramandaí. Os competidores da categoria faixa

etária percorrerão 1km de natação, 20 km de ciclismo e 5km de corrida. Já os

atletas da elite terão que nadar 1,5 km, pedalar 40 km e correr outros 10 km. A

premiação varia por categoria, de R$ 500 a R$ 4 mil.

Ajustar RS adiadoO prazo para a adesão ao programa

Ajustar RS foi postergado para 30 de se-

tembro. Anunciada pela governadora Yeda

Crusius (PSDB), a prorrogação dá mais um

mês para que contribuintes com dívidas de

ICMS possam aderir ao programa. Segundo

a proposta do governo, para pagamento à

vista há desconto de até 50% sobre o valor

da multa que vai diminuindo conforme o

número de parcelas que o contribuinte

utilizar para regularizar a situação.

Crescimento surpreende governoO aumento do Produto Interno Bruto (PIB)

do segundo trimestre surpreendeu o Ministro

da Fazenda, Guido Mantega, que acreditava

numa alta entre 0,5% e 1%, já prevendo a

desaceleração do crescimento. A comparação

entre o último trimestre de 2009 e o primei-

ro deste ano apontou uma elevação de 2,7%,

contra 1,2% do segundo trimestre. Ainda assim, a alta do PIB

superou a de países ricos, como os Estados Unidos, que regis-

traram 0,4% de alta, e o Japão, com não mais que 0,1%. Mantega

acredita que a economia brasileira deve registrar uma taxa média

de expansão entre 5,8% e 6% nos próximos quatro anos.

Mais meio milhão deempreendedores individuais

O Sebrae estima que até o fim do ano

um milhão de trabalhadores saiam da

informalidade por meio do Empreendedor

Individual, categoria criada pela Lei

Complementar nº 128/08, que oferece

condições especiais para que o trabalhador

informal formalize-se. Em agosto, a média de

adesão à categoria ficou acima das 4,5 mil

formalizações por dia. A Unidade de Políticas

Públicas do Sebrae acredita que entre

2,5 milhões e 3 milhões de trabalhadores

enquadrem-se no critério, que estipula

faturamento anual máximo de R$ 36 mil.

Simples pode incluir todos os segmentos econômicosA Câmara dos Deputados estuda

alterações no Simples Nacional, como

mudanças no valor limite de faturamento

para empresas cadastradas no programa,

inclusão de todas as atividades, além da

proibição de cobrança do ICMS

nas fronteiras. As mudanças poderão

auxiliar milhares de pequenas e médias

empresas do país.

DiVulgação SESc-RS/João alVES

Horário de verão 2010/2011Desde 1985 o país convive com o horário brasileiro

de verão. Todo ano os moradores das regiões Sul,

Sudeste e Centro-Oeste adotam a medida. Este ano,

o horário de verão entra em funcionamento à meia-

noite do dia 17 de outubro, e vigora até a 0h do dia

20 de fevereiro. No ano passado, a medida reduziu

4,5% do consumo na região Sul do país, equivalente

a 490 MW. Segundo o Ministério de Minas e Energia

(MME), a energia seria suficiente para abastecer uma

cidade com 1,5 milhão de habitantes no horário de pico, compreendido entre

18h e 21h. De acordo com o MME, a aplicação da medida não se demonstrou

eficaz nos demais estados.

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GE Ó IC O S& N

Importações e importadoras em crescimento

A estimativa, segundo

a Fundação Centro de

Estudos de Comércio

Exterior (Funcex), é

de que o volume de

bens importados atinja

US$ 175 bilhões neste

ano, US$ 2 bilhões a

mais que o recorde re-

gistrado em 2008. De janeiro a agosto o país importou US$ 114,

423 bilhões, montante 45,7% superior ao mesmo período do ano

passado. O maior aumento foi registrado nos combustíveis e lubri-

ficantes, com 64,2%, com bens e serviços na sequência, registrando

50,7%. A Associação de Comércio Exterior do Brasil registrou o

ingresso no comércio externo de 3.883 companhias especializadas

em importação. Pela primeira vez o número de empresas importa-

doras será mais que o dobro do total de exportadoras.

Tudo num só cartãoA partir de dezembro os bra-

sileiros substituirão as carteiras

de identidade pelo Registro de

Identificação do Cidadão (RIC).

Criada pela lei nº 9.454/97, a nova

identidade promete substituir CPF,

RG, título de eleitor e Pis/Pasep

por um único documento, um

único cartão. Segundo o Ministério

da Justiça, no novo documento

constarão, obrigatoriamente,

nome, sexo, data de nascimen-

to, foto, filiação, naturalidade,

assinatura, impressão digital, órgão

emissor, local e data de expedição

e de validade do cartão. O Minis-

tério da Justiça pretende concluir a

substituição até 2019.

Brasil é o 3º na preferência dos investidoresO país é o terceiro destino favorito de multi-

nacionais que planejam realizar investimentos

até 2012. Da pesquisa, publicada anualmente

pela Conferência da ONU para o Comércio

e Desenvolvimento (Unctad), participaram

236 empresas multinacionais e 116 agências

de promoção de investimentos pelo mundo.

À frente dos Estados Unidos e da Europa,

pela primeira vez em dez anos de existência,

países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China)

constam entre os cinco locais preferidos do

setor privado para investir. Os cinco primei-

ros do ranking são China, a líder, Índia, Brasil,

Estados Unidos e Rússia.

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Novidades do portal Senac-RSJá está no ar o novo site

institucional do Senac-

RS. A grande novidade

é o espaço Meu Senac,

que vai facilitar a nave-

gação do internauta. Um

sistema de cadastro/login

dispensa a necessidade

de preenchimento de

cadastros e formulários

a cada ação realizada. Após ‘logado’, o usuário pode demonstrar interesse

em cursos e ser avisado das aberturas de turmas. O novo portal apresenta

uma proposta diferenciada de Arquitetura da Informação e tem como

objetivo central aproximar ainda mais o cliente do Senac-RS. A Assessoria

de Marketing e o Núcleo de Educação Profissional são os responsáveis

pelo planejamento das melhorias do site, que foram pensadas para facilitar

o trânsito pelo portal, oferecendo mais agilidade e praticidade na procura

de informações. Visite o portal: www.senacrs.com.br

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 6512

ara mim, um produto ou serviço ex-cedente; para ti, algo necessário e útil. De forma simplificada, este pode ser o signi-ficado de permuta. Os empreendedores mais primitivos já trocavam conforme seus interesses antes mesmo de existir o dinheiro. O câmbio de produtos e servi-ços tem sido algo praticado por empresas de variados segmentos, especialmente a permuta bilateral; no entanto, nos últi-mos anos um formato diferente tem pro-liferado pelo país, a multilateral.

Um levantamento realizado pela americana International Reciprocal Trade Association (IRTA) apontou que 300 mil empresas em todo o mundo par-ticipam de algum tipo de permuta; este número demonstra crescimento em tor-no de 10% ao ano. Na América Latina, México, Brasil, Chile e Argentina são os países com o maior número de transações do gênero, com negócios de mais de US$ 3 bilhões por ano.

Para o professor de Controladoria e Custos da Pucrs Saulo Armos, permuta

é quando se contrata algo onde parte do valor – ou a totalidade – não será pago em dinheiro, mas com serviços ou produ-tos que a empresa contratada presta. “Por exemplo, fiz um trabalho para uma loca-dora de veículos. O contrato de prestação de serviços é no valor de R$ 10 mil, 60% eles me pagam em dinheiro; os outros 40% fica de crédito em diárias dos veícu-los.” Armos acrescenta que a troca é uma questão de estratégia. “Se houver inte-resses comerciais, a permuta pode ser de 100%. Para produtos e serviços funciona da mesma forma. Uma parte não é paga, é vinculada à exploração do negócio.”

P

Praticada há séculos em todo o mundo, a permuta tem crescido nas opções dos

empresários brasileiros. Hoje, dois diferentes modelos estão à disposição para aqueles

que buscam formas alternativas de fazer negócios

Apesar da força do formato de ne-gociação, a utilização de permutas ainda tem muito o que crescer no Brasil. Segun-do Marco Del Giudice, diretor comercial da Tradaq (foto), uma das principais redes de permutas do país, no mercado em si os empresários usam – “alguns, pois não são todos que têm conhecimento sobre per-mutas” – as permutas bilaterais, que têm alguns entraves.

“Por ser bilateral são apenas duas em-presas participando e, obrigatoriamente, para acontecer, um deve ter interesse no produto do outro e vice-versa. Os valo-res da transação devem ser iguais e esse interesse pelo produto um do outro deve ser simultâneo, não adianta um querer o produto agora e outro daqui um mês.”, explica Giudice.

Diferentes opçõesFundada em 2000, a Tradaq dissemi-

nou pelo Brasil o conceito de permuta multilateral. Hoje a empresa conta com mais de mil empresas associadas. “Na

demandas sem gastar dinheiro AtenDenDo A

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 65 13

empresa se torna mais lucrativa. O prin-cipal de uma permuta é poder comprar sem gastar dinheiro. “Para preservar o fluxo de caixa isto é fundamental. Ti-vemos uma grande experiência com isso durante a crise internacional, em 2008 e 2009. O faturamento das empresas caiu; no entanto, os custos eram os mesmos. Conseguimos reverter alguns custos des-sas empresas em permuta. Sem efetiva-mente pagar com dinheiro. Acho que a melhor moeda que qualquer empresa tem é seu produto ou serviço.”

A Bortolini Móveis, da Serra gaú-cha, é uma das participantes da rede. “A experiência de nossa empresa com permutas é recente. Iniciamos a opera-ção em 2009 em virtude da necessida-de da realização de um evento em São Paulo”, conta Rogério Bortolini, dire-tor-executivo da Bortolini. A empresa gaúcha já realizou permutas com servi-ços de hotel e mídias. E atualmente está negociando a confecção de adesivos para frota. “Nos interessamos devido à facilidade da transação e a possibilidade de adquirir bens e serviços sem desem-bolsar dinheiro.”

Para o diretor-executivo da Borto-lini, a grande vantagem é a de trocar o seu produto por algo que você precisa e ainda obter lucro com a transação. “A desvantagem é, às vezes, não encontrar o produto/serviço que necessitamos.”

Marco Del Giudice afirma que em-preendimentos de diversos tamanhos participam da rede, mas principalmente as médias. Diria que 60% são médias, 30% pequenas e o restante grandes. A Tradaq funciona com empresas de todo o Brasil, porém existe uma concentração de empresas do eixo Rio-São Paulo.

prática é um canal adicional de vendas que reduz as despesas da empresa em dinheiro.” O diretor comercial da Tra-daq elucida o funcionamento da rede. “As empresas participantes têm uma conta corrente de permuta junto a nós. Trazemos um cliente interessado em comprar um produto ou serviço desta empresa, porém ela não é obrigada a receber como forma de pagamento o produto que a outra está ofertando.”

É como se fosse uma conta corrente no banco, só que em vez de contar reais, conta créditos de permuta. Um crédito de permuta vale R$ 1. Giudice exempli-fica: uma empresa de logística quer fazer um evento em um hotel. Este evento vai custar R$ 20 mil. Se fosse bilateral, pro-vavelmente o hotel não aceitaria, pois

não teria necessidade de tanta logística. Porém, dentro do sistema da rede sai R$ 20 mil de permuta da conta da empre-sa de logística para o hotel. Por sua vez, este hotel pode comprar qualquer outro produto ou serviço dentro desta rede de empresas associadas.

A permuta por si só, independen-temente de rede, já traz benefícios para a empresa. Através de uma permuta se pode adquirir um novo cliente. “Quan-do um hotel for comprar R$ 10 mil em colchões pagando com diárias de hotel, para ele aqueles colchões não custarão R$ 10 mil, porque o quarto vendido custou menos. Os gastos efetivos fo-ram os custos variáveis. Na prática, os R$ 10 mil custaram 20 ou 30%.” Com cada nova venda, argumenta Giudice, a

lúcia Simon

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 65

uia de GestãoG14

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Independentemente de formato e estilo, o portfólio aproxima e apresenta sua

empresa e seus produtos, servindo como um cartão de visitas e uma estratégia de

abordagem de clientes em novas prospecções

empresas e clientes

xistem diversas formas de di-vulgar uma empresa, e uma delas é o portfólio. Nele, os serviços ou produtos oferecidos pela companhia ganham des-taque por meio de fotos e textos. Se bem desenvolvido, pode ser mais um item responsável por alavancar as vendas. O portfólio é o resumo visual de tudo que de melhor a empresa tem a oferecer, suas soluções e diferenciais no mercado. Além disso, é a forma mais completa de apresentação aos clientes e de mostrar as suas vantagens competitivas. Ele pode ser impresso, eletrônico (CD ou DVD) ou virtual (sites), e cabe à empresa deci-dir qual desses formatos é mais adequa-do ao seu produto. Com ele é possível apresentar a empresa a novos clientes e, de certa forma, atualiza os clientes sobre o crescimento da empresa.

Diego Dornelles, diretor de criação da agência Propale, compara o portfólio a um alimento, que deve ser degusta-

do pela visão, toque e olfato. Segundo Dornelles, um bom material é aquele no qual o cliente se delicia ao imagi-nar sua marca e sua empresa, através das configurações estéticas e estratégi-cas ali reveladas. O diretor de criação acredita que o ideal seria ter diferentes tipos de portfólios, um para cada situ-

ação. “Muitas vezes ficamos impossibi-litados de um contato pessoal, então a versão online é mais interessante. Em outras, estamos com um grande grupo em que um vídeo vai ser mais atrativo. Já em um contato pessoal é muito in-teressante deixar um material impresso, pois se torna algo a ser replicado e que confere maior valor em um momento em que as peças digitais crescem sem precedentes.”

Não existe apenas um ramo de atuação em que o portfólio se enquadre, porém se trata de um material que deve ser adaptado aos diferentes segmentos. Uma empresa que oferece bens para o consumo consegue mostrar ao cliente seu produto final de forma palpável e visível, e é focado neste aspecto que o material de divulgação deve ser con-feccionado. Já empresas que prestam serviços devem apostar em vender, uti-lizando o portfólio, uma promessa de

AproximAndo

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Dornelles sugere um portfólio para cada ocasião

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qualidade que pode ser percebida pelo cliente através dos trabalhos já realiza-dos pela própria empresa. Nesta área de atuação as palavras são mais importan-tes do que imagens, já que a demons-tração do produto final é diferente daquela empresa que disponibiliza um bem material.

Quando a empresa atua em diferen-tes ramos ou oferece diferentes serviços é imprescindível que inclua informações sobre cada um deles em seu material de divulgação. Para o supervisor de Marke-ting da Auxiliadora Predial, Luís Maffi-ni, é importante reunir em um mesmo material os diferentes mercados de atua-ção da empresa, uma vez que um cliente de um determinado serviço poderá pas-sar a ser também cliente de outro negó-

cio desenvolvido pela mesma empresa. “Quando incorporamos a missão de en-tender nossos clientes para satisfazer suas necessidades imobiliárias, assumimos o compromisso de oferecer a solução com-pleta a eles com a maior conveniência e conforto possível, e o mercado como um todo precisa estar bem informado sobre toda nossa atuação”.

Maffini acredita que, além de servir como meio de divulgação da empresa para seus clientes, o portfólio precisa ser utilizado como um guia interno sobre as atividades da empresa: “Antes de mais nada, o portfólio precisa ser um guia para o público interno, isto é, não deve circu-lar no mercado antes de todas as equipes conhecerem profundamente o material, porque, assim como o portfólio, elas re-

presentam a empresa”. Ele destaca que o portfólio deve ser tratado como um ma-terial de apoio e não deve ser a única ou principal força de venda. “A negociação, a explicação, a apresentação é de pessoa para pessoa, e o portfólio deve contribuir nessas etapas”, conclui.

ProduzIndo um alIadoPara que esse material trabalhe a favor

da empresa, alguns detalhes precisam ser observados. O ideal é buscar profissionais que tenham experiência na criação desse tipo de material e que poderão dar todo o suporte necessário, porém é também im-portante ter em mente o que de melhor a sua empresa tem a mostrar.

Segundo Johan Karl, sócio da Pi-menta Pixel Comunicação, o visual do

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uia de GestãoG16

portfólio é muito importante. “Muita informação, a não ser que a empresa atue em uma área bastante técnica, não é recomendável, pois pode até atrapa-lhar na hora de divulgar o trabalho.” Um material demasiadamente extenso e carregado de termos técnicos atua como um inimigo da empresa, pois sua leitura se torna chata e cansativa. Ain-da conforme Karl, é necessário selecio-nar os melhores trabalhos que dão mais ênfase ao serviço ou produto da em-presa. Porém, as informações básicas, como quem ela é, o que ela vende, a quem se destina e onde encontrar, não podem ficar de fora.

Na hora de escolher quais trabalhos serão mostrados, deve-se levar em con-sideração sua relevância e a versatilida-de da empresa, ou seja, não focar em apenas um tipo de trabalho ou muito parecidos entre si, quando é possível oferecer outras opções. Além disso, cases de sucesso também podem ser incluídos, mostrando os resultados do serviço ou produto para seus clientes. Outra opção interessante é a inclusão dos principais clientes da empresa e do trabalho produzido para elas, porém esta informação só deverá constar no material com autorização prévia, caso contrário poderá trazer dor de cabeça.

A escolha das informações a serem incluídas no portfólio deve estar ligada diretamente à estratégia da empresa. Pro-dutos e serviços fora de linha não devem constar, assim como promessas de traba-lhos que não poderão ser cumpridas. A estrutura física da empresa também pode ser mostrada neste tipo de material, as-sim como fotos de seus proprietários ou funcionários. Segundo Dornelles, esta

escolha deve ser bem pensada: “Às ve-zes vende mais passar uma imagem mais abstrata e subjetiva da empresa, desta-cando seu posicionamento, do que mos-trar o aspecto físico que pode pesar ne-gativamente quando a empresa é muito pequena ou não possui instalações con-vencionais de organização”.

Este tipo de material não é somente uma junção de informações e soluções, por isso precisa ser muito bem pensado. A diagramação, os detalhes e estilos de textos e legendas, as imagens e co-res devem emoldurar da melhor forma possível as peças e traduzir os conceitos que se quer passar. Boas imagens e fotos bem produzidas tornam o material agra-dável e facilitam também a compreen-são textual. Indispensável também é uma revisão gramatical do conteúdo.

FErramEnta dE dIvulGação

Segundo Dornelles, um portfólio só pode ser considerado dessa forma quan-

do há uma gama de matérias e estilos a serem mostrados. “Um material de em-presa que se propõe a ser completo, mas que só apresenta um estilo de trabalho ou produto não é um portfólio ‘vende-dor.” Quando a empresa não possui uma ferramenta específica como portfólio, outros formatos podem auxiliar na di-vulgação da empresa. Karl explica que em geral o material produzido para ser utilizado pela equipe de vendas pode ser considerado um portfólio, mas que no caso de uma empresa pequena um folder, por exemplo, desde que bem elaborado, também pode ser considerado como um bom instrumento de divulgação.

Antes de ser impresso e distribuído, porém, o portfólio deve passar pela apro-vação de todos os envolvidos e também de algumas pessoas que não estão envol-vidas no processo, já que suas opiniões poderão ser enriquecedoras e diferentes das que possuem aqueles que já estão com o olhar saturado do produto.

O bom portfólio é aquele que sur-preende da primeira à última página. Quando se acerta já na capa, o cliente se interessa em verificar todo o con-teúdo e acaba se interessando pelos serviços ou produtos da empresa. Da mesma forma, se a primeira impressão não é boa, o portfólio acaba se tornan-do moroso e sem graça, e com sorte não irá parar no fundo de uma gaveta. Ele precisa ser variado sem tornar a leitura cansativa e repetitiva, e neste momen-to o que vale, acima de tudo, é o bom senso. Investir em um bom portfólio é investir na imagem da empresa e pode trazer retornos significativos para a equipe de vendas e, consequentemen-te, para a empresa como um todo.

Johan Karl: informação demais pode atrapalhar

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Ernane Galvêas Consultor Econômico da Presidência da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

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A crise de 2007/2008 começou no sistema bancário dos Estados Unidos, com a derrama dos subprime. É a primeira fase da crise. Daí, a crise assumiu sua segunda fase, transmitindo-se ao mercado de capitais e às bolsas de valores, estendendo sua geografia à Europa e outros con-tinentes, com a consequência mais dolorosa do desemprego que se seguiu à queda das ativida-des econômicas. Ainda não há sinais seguros do final da crise, mas admite-se que tenha se estabi-lizado, a caminho de uma lenta recuperação.

Os Estados Unidos continuam conviven-do com o duplo déficit, interno e externo. A situação da economia americana ainda não se consolidou, mas continua muito superior à da Europa, principalmente no que se refere aos bancos. Enquanto as ações dos 20 principais bancos europeus são negociadas com 10% de desconto, as dos 20 maiores bancos america-nos estão com prêmio de 10%.

Na Europa, o primeiro sinal positivo veio da Grécia, que, após a ajuda do FMI e do BCE, conseguiu voltar ao mercado de capi-tais, nesta semana, com uma colocação de 1,6 bilhão de euros, prazo de 6 meses e juros de 5%. Entretanto, a crise fiscal foi duramente afetada pela irresponsabilidade do sistema bancário. Há bancos, na Europa, com uma alavancagem de mais de três vezes o montan-te do PIB de seu próprio país.

Na Ásia, o Japão caminha lentamente e a China constitui a grande interrogação, face à possibilidade de redução do ritmo de cresci-mento econômico e da corrente de importa-ção de matérias-primas. A China é o prelúdio de uma nova e possível fase da crise. Mais re-mota do que próxima.

O Brasil reflete esses acontecimentos na área externa, com possíveis repercussões no balanço de pagamentos. Entretanto, a média das exportações no 2º trimestre alcançou cer-ca de US$ 17 bilhões, crescimento de 13,3% sobre os últimos 12 meses. Há uma grande preocupação com o ritmo das importações, acima de 45%, no 1º semestre, mas o elevado nível de reservas (cerca de US$ 255 bilhões) afasta qualquer possibilidade de problema, a curto prazo. Se prosseguirem as correntes atuais do comércio exterior, chegaremos ao final do ano com exportações de US$ 190 bi-lhões e importações de US$ 175 bilhões.

O Brasil, após a recessão de 2009, vai cer-tamente registrar neste ano um crescimento do PIB da ordem de 7%, apesar dos fracos fun-damentos fiscais e do balanço de pagamentos. A continuidade desse crescimento, a partir de 2011, vai depender do equacionamento fi-nanceiro da Petrobras, da ordem de US$ 224 bilhões para o andamento dos projetos atuais, sem contar com os investimentos do Pré-Sal.

A s fases da crise

“Ainda não há sinais seguros do final da crise, mas admite-se que tenha se

estabilizado, a caminho de uma lenta recuperação.”

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 65 19

Por onde começa a busca pelo sucesso?

EDuarDO Acredito que, em primeiro lugar, pela definição do que é sucesso. O conceito de sucesso varia de pessoa para pessoa, de seu momento de vida, de sua realidade social e assim por diante. Porém, de uma forma genérica, costumo dizer que sucesso é você ter uma vida financeira bem-sucedida, gozando de respeito e reconhecimento profissional naquilo que faz, cercado das pessoas que você ama e que tornam sua vida mais feliz, gozando de uma boa saúde. Esse conceito me permite lembrar que conhe-ci pessoas que tinham grande prestígio financeiro e profissional e trocariam tudo

o valor dasPESSOaS

E N T R E V I S T A

isso para estar perto daqueles que amam. Da mesma forma, se não encontro tem-po para cuidar da minha saúde, não sou uma pessoa de sucesso. Muitos associam sucesso com mansões, com viagens ao exterior, com uma gorda conta bancária, mas acho que isso é apenas uma parte do verdadeiro sucesso.

Quais são os diferenciais das empresas de sucesso? Onde encontrá-los?

EDuarDO Em primeiro lugar, empresas de sucesso são aquelas que têm diferenciais competitivos em um mundo em que a concorrência é cada vez maior e que as empresas estão muito iguais. Se tenho

diferenciais competitivos, posso partir para o segundo estágio, que é fixar uma marca na mente do cliente. Eu não tra-balho mais com o conceito de fidelidade, trabalho com o conceito de preferência. O importante é que a marca da sua empresa seja uma das preferidas na hora em que o consumidor deseja comprar o produto que você vende – e não neces-sariamente a única. O terceiro estágio é você ter uma grande parceria com seus funcionários e que eles acreditem nos valores da empresa. Costumo dizer em minhas palestras que “só funcionários felizes fazem clientes felizes”, pois o resto é conversa. Tudo isso tem que levar ao quarto e definitivo objetivo: resultados.

ocupando a vice-presidência do grupo Tevah, Eduardo Tevah se tornou um dos mais

consagrados empresários brasileiros. Ele soube modernizar os negócios da família, e algumas

de suas estratégias foram adotadas pela oNu. hoje, divide seu tempo entre a gestão e o

compartilhamento de sua experiência com outras pessoas por meio de palestras em todo o país

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Entrevista

Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 6520

Ter foco em resultados é compreender que precisamos criar uma cultura em toda a organização de que, no mundo real, nós não valemos pelo que achamos que somos, e sim, pelos nossos resulta-dos. O consumidor é soberano hoje para escolher de quem vai comprar, e lucro é a recompensa que os consumidores dão àquelas empresas que melhor souberam servir às suas necessidades.

um bom líder precisa ter ao seu lado uma boa equipe. Como selecionar bons profissionais?

EDuarDO Por onde passo, em todo o Brasil, todos são unânimes em dizer que o maior desafio das empresas hoje é gente, ou, como alguns preferem chamar, o fator humano. De pequenos empresários até grandes executivos de multinacionais escuto a mesma queixa: “Eduardo, como está difícil encontrar gente comprome-tida”. Isso é absolutamente verdadeiro e, para isso, precisamos profissionalizar melhor nossa área de seleção de pessoas. A velha entrevista de alguns minutos é hoje absolutamente insuficiente para en-contrar esses “diamantes”. Desde anún-cios na mídia, passando pelas excelentes empresas de recrutamento e seleção que existem no mercado, precisamos que cheguem para nós pessoas que já pas-saram por testes psicológicos, que hoje estão extremamente atualizados com o

momento em que vivemos e com o perfil de pessoas que necessitamos. A entrevis-ta pessoal tem que ser mais longa, menos formal e mais descontraída. Pessoas nervosas em uma entrevista de emprego não demonstram sua verdadeira face. Gosto muito de um processo de dinâmi-ca de grupo, onde coloco em uma sala, por exemplo, os cinco melhores candi-datos e faço uma interação com debates entre eles. Só não dá para esquecer de tirar referências, pois hoje me assusto ao ver o grande número de empresas que se esquecem de fazer isso. Com isso vamos acertar sempre? Claro que não, mas acho que diminuiremos a margem de erro.

E como manter esses profissionais na empresa? Seria pela “terapia do elogio”?

EDuarDO A motivação é peculiar a cada ser humano e, por isso, temos que ter muito cuidado com a generalização. Entretanto, pesquisas mostram que cer-tos fatores são comuns a todos, apenas variando a hierarquia de influência no desempenho individual. Oferecer cursos e treinamentos é algo muito valorizado pelos profissionais, pois veem que a empresa investe no crescimento deles. A perspectiva de carreira é outro fator importante, pois mesmo que você goste do que tem no presente, sempre quer mais para o futuro, e essa pessoa dá o seu

melhor se sente que pode crescer junto com a empresa. Sistemas de remunera-ção variáveis em todos os setores (não apenas na área de vendas) criam uma cultura de busca de resultados em toda a organização. E, é claro, tudo isso se completa com a capacidade de reconhe-cermos o que cada um faz de melhor, que chamo em meu livro Os diferenciais das pessoas de sucesso de ‘terapia do elogio’. Os líderes se tornaram críticos demais, e quando uma pessoa faz algo muito bem feito, parece que não fez mais do que a obrigação. O problema é que se eu não reforço aquilo que foi feito acima da média estou criando em toda minha equipe a sensação de que nessa empre-sa não faz nenhuma diferença fazer o trabalho além das expectativas. Criticar faz parte do processo de liderança, mas só quem elogia tem o direito de criticar. Precisamos aprender a comemorar as grandes vitórias que alcançamos. Seja com um bolo, uma champanhe, uma ida a uma pizzaria ou qualquer outra forma. Celebrar nossos triunfos cria uma cultura que faz com que cada um queira dar o seu melhor.

Ouve-se muito falar em venda com carinho e atenção e que preze pelo caráter humano. Como se faz isso?

EDuarDO Acho que, de forma geral, o atendimento no Brasil deixa muito a desejar. E isso é uma notícia maravilhosa, sensacional! Sabe por quê? Porque aí está uma tremenda oportunidade para as empresas se destacarem de seus concor-rentes. Não é que somos mal atendidos na maioria dos lugares: somos atendi-dos de forma neutra, indiferente, sem

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carinho, sem atenção, sem sorriso, sem interesse em nossa necessidade, sem tra-balho de pós-venda. Precisamos treinar mais nossas equipes em atendimento, porque este é o coração de uma empresa – mas a grande maioria dos empresários não vê assim. Esses tempos estava fora do Estado em uma inauguração de uma revenda de automóveis. O ambiente era um luxo, tudo era do bom e do melhor, o arquiteto realmente deu um show. Me apresentaram o software de gestão e ele era de última geração, bem como todos os equipamentos de informática. A agência de propaganda e o depar-tamento de marketing foram muito competentes e criaram peças de grande impacto. Perguntei então ao proprietário quanto ele havia investido no treina-mento de toda a equipe de funcionários, não em mecânica, mas em tratamento com clientes, pós-venda, carinho, solução de problemas, e ele me disse um tanto quanto envergonhado: “Isso ainda não conseguimos fazer”. Eu pergunto: De que adianta carros maravilhosos em uma revenda linda com um marke-ting arrojado se os funcionários ali não entendem o valor dos clientes?

E como oferecer esse “atendimento show” sem parecer um “atendimento falso”?

EDuarDO Não existe risco de ser falso, porque o cliente é que paga nossas contas. Como ser falso com alguém que paga seu aluguel ou as compras do supermercado? O cliente não quer nada demais, ele só quer lidar com pessoas felizes, de bom humor, que o ajudem a comprar, oferecendo informações sobre seu produto. O cliente só quer

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Só quEm ElogIA TEm o dIREITo dE cRITIcAR.”

que as promessas sejam cumpridas, que entreguem no dia combinado, que o momento de compra se transforme em um momento feliz em sua vida e não em um momento de transtorno. Hones-tamente, já entrei em empresas em que os funcionários eram mais felizes antes de eu ter chegado, tenho certeza disso. Esses dias entrei em uma loja, tinham quatro moças rindo muito, quando me viram ficaram com caras de brabas, e eu disse: “Desculpe, eu só queria com-prar”. Vou insistir nessa ideia: tenho visto cada vez mais empresas triunfarem

porque o dono comprou a ideia do ‘atendimento-show’. Esses dias, em um workshop que realizava no Sindilojas Porto Alegre, perguntei quais eram as lojas que tinham o melhor atendimento na cidade. A maioria começou a dar o nome da empresa, mas eu interrompi e disse: “A resposta é simples: as lojas mais encantadoras são aquelas onde o dono e o gerente estão preocupados com isso”. Na prática, só acredito em li-derança pelo exemplo. Uma empresa só vai dar um ‘atendimento-show’ se essa prática vier da cúpula da organização.

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Entrevista

Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 6522

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ATENdImENTo E cRIA lAçoS foRTES com quEm lhE dá

ESSE SERVIço dIfERENcIAdo.”

Em suas palestras você aconselha fazer amigos enquanto faz negócios. Como praticar esse conselho? E quais são os benefícios dessa prática para o empresário?

EDuarDO Costumo dizer que existem dois tipos de empresas: aquelas que trocam produtos ou serviços por dinheiro e aquelas que fazem amigos enquanto fazem negócios. As primeiras sofrerão cada vez mais, porque ao não dife-renciarem o serviço farão com que o consumidor se decida cada vez mais pelo preço, e quem vende sempre pelo menor preço quase sempre quebra. Já as empresas que aprendem a construir vínculos com seus clientes criam uma relação que extrapola um pouco a questão de preço. Vou insistir nisso: a grande maioria dos clientes está disposta a pagar um pouco mais para ter um produto melhor ou um serviço diferenciado. Guerra de preços quase sempre é guerra de perdedores. Claro que ninguém é tolo de dizer que preço não é importante. É claro que é, e muito importante. Só que para buscar a diferenciação precisamos de pessoas comprometidas com uma filosofia de reverenciar o cliente. Gosto muito dessa palavra: reverenciar! Acho que ela expressa uma ideia de que tudo o que fazemos em nossas organizações só tem um sentido: superarmos a expec-tativa de nossos clientes e honrarmos a distinção da escolha de nossa empresa entre tantas opções que ele tinha.

O senhor está há mais de 20 anos à frente da Tevah e conhece muito bem o varejo gaúcho. O que ele tem de especial e o que ainda falta aprender?

EDuarDO O varejo gaúcho é um dos mais competentes do Brasil e, por isso, um dos que têm maior nível de concorrência. Estamos passando por grandes mudan-ças e acho que nem todos conseguiram entender que estamos vivendo uma era que chamo de ‘ditadura do Consu-midor’, onde todo poder está nas mãos dessa pessoa. Gosto muito da frase que o genial Sam Walton dizia: “Clientes podem demitir todos em uma empresa, do presidente ao mais humilde funcioná-rio, simplesmente gastando seu dinheiro em outro lugar”. Por outro lado, outras mudanças estruturais estão ocorrendo: a competição com os hipermercados em quase todos os nichos, o crescimen-to do setor de franquias que trazem mais tecnologia e nivelam por cima a concorrência, o aumento considerável do número de shopping centers e sua interiorização, cada vez mais serviços disputando a renda da consumidor...Tudo isso leva a margens cada vez mais achatadas, e o maior problema do varejo hoje não é vendas e sim, rentabilidade. São muitos os desafios, mas o Rio Gran-de do Sul é um Estado privilegiado por sua competência no setor de varejo. Ter homens com o brilho e a competência de um Marivaldo Tumelero, um Adelino Colombo, um Gilson Grazziotin, um José

Galló, um Silvio Sibemberg, entre tantos outros, só ajuda a fomentar um Estado com vocação para o comércio e que é referência em todo o país.

E o consumidor gaúcho? É realmente mais exigente?

EDuarDO Acredito que seja um pouco mais exigente do que a média, sim. O impor-tante é que o consumidor gaúcho tem uma preferência muito forte pelas mar-cas que conhece e em que confia. Não é à toa que brilhantes grupos de outros estados vieram aqui e não conseguiram triunfar. O gaúcho valoriza muito quem é da terra, isso já está arraigado em nosso DNA. No mais, o consumidor gaúcho valoriza o bom atendimento e cria laços fortes com quem lhe dá esse serviço diferenciado.

Fala-se muito em nova classe C, aumento da renda, diminuição da inadimplência. neste contexto, quem é o novo consumidor brasileiro?

EDuarDO Realmente a mudança foi drástica e extremamente positiva. Nos últimos anos trouxemos para o con-sumo milhões de pessoas que estavam à margem desse processo. Isso traz oportunidades em todas as cadeias pro-dutivas, do agronegócio à indústria de base. Eu realmente acredito que o Brasil viverá o maior ciclo de prosperidade da sua história nos próximos dez anos, in-dependentemente de variáveis políticas. Quando viajamos para fora, percebe-mos hoje o respeito e a admiração que o mundo tem pelo nosso país e o quanto o Brasil é visto como a “bola da vez”

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nos investimentos mundiais. Tudo isso fará com que tenhamos uma economia mais dinâmica, maiores vendas para o varejo como um tudo. Porém, isso tem um preço: uma concorrência nunca antes vista em nosso país. Será uma oportunidade ímpar para aqueles que estiverem bem preparados.

Como a Tevah, uma empresa familiar, supera os conflitos comuns deste tipo de negócio?

EDuarDO Pegue as maiores empresas de nosso país e você verá que boa parte delas é familiar. Uma empresa familiar de médio para grande porte só sobrevive se tem apenas estrutura acionária familiar mas gestão profissional. Em nosso caso, a divisão de áreas de trabalho distintas sempre permitiu que cada um usasse seu potencial naquela área da administra-ção onde se encontra a maior vocação. Paralelo a isso, é muito importante trazer pessoas de mercado para dentro da empresa, de preferência que não concor-dem com a gente, para ela se oxigenar com novas ideias e práticas de gestão.

Como surgiu e funciona o Dia da Solidariedade dentro da Tevah? E como essa ação auxilia nas vendas?

EDuarDO Temos muito orgulho de haver-mos criado um modelo de ação social que se tornou referência não apenas no Brasil, mas no mundo todo. O Dia da Solidariedade do Tevah parte de uma ideia muito simples: a grande maioria das indústrias no Brasil não opera aos sába-dos, então por que não dedicar um ou dois sábados por ano para produzir para

entidades carentes? O funcionário entra com seu trabalho voluntário e a indústria entra com sua estrutura e matéria-prima, doando todo um dia de produção para entidades carentes. O modelo foi adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e hoje é praticado em 184 países no mundo. Aqui no Brasil, pelo que sabemos, já passa de 300 o

número de indústrias que adotaram o projeto do Dia da Solidariedade e fazem ações sociais semelhantes. O Dia da So-lidariedade não serve para vender mais: serve, isso sim, para fazermos com que cada um que trabalhe no Tevah tenha orgulho de trabalhar em uma empresa que torna o mundo um lugar um pouco melhor para se viver.

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oluntariado V

Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 6524

ouve um tempo em que cabia apenas ao governo cuidar do bem-estar social da comunidade. Era raro conhecer uma empresa que se preocupava em aju-dar o ambiente ao seu redor. Essa época chegou ao fim, e já faz alguns anos. Hoje é obrigatório ter ações voltadas para a responsabilidade social. Toda essa pre-ocupação existe não por modismo, mas sim porque os consumidores pedem por isso. O reconhecimento do mercado na importância desta tendência é notório.

De acordo com estudo feito pelo Insti-tuto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), em 2000, 59% das empresas brasileiras atuavam em benefício da co-munidade. Quatro anos depois, o índice saltou para 69% e a região que teve o maior crescimento foi a Sul. Mas como fazer o seu empreendimento entrar nessa roda viva? Uma das saídas está no volun-tariado corporativo. A ideia consiste em promover ações que, em conjunto com as empresas, ensinam pessoas sem recur-

H

incentivandoa formação de equipes voluntáriasVoluntariado corporativo é uma das melhores opções para aprimorar a responsabilidade

social das empresas. Conheça mais sobre essas ações e saiba como incentivar seus

funcionários a fazerem parte da implementação dessas ideias no dia a dia da corporação

sos financeiros noções básicas de como funciona um negócio e de como eles de-vem se portar socialmente. Nesta tarefa atuam empregados da corporação envol-vida e colaboradores externos. Atual-mente, existem inúmeras entidades es-pecializadas em implementar atividades deste tipo. É o caso da organização não governamental Parceiros Voluntários, da Junior Achievement e da Fundação Pro-jeto Pescar. Cada uma tem sua peculia-ridade e fornece programas específicos. Entre os benefícios de apostar nessas ideias está a melhora da imagem institu-cional da marca, a preparação de jovens que podem vir a fazer parte do corpo de colaboradores e maior interação entre os trabalhadores e a firma.

“Quando se implementam ações como essas, os funcionários criam la-ços mais fortes com a empresa, pois se sentem realmente fazendo parte dela”, diz Silvia Regina Ramirez, gerente de Qualificação e Acompanhamento da Fundação Projeto Pescar.

TexTo: Joana Marins

no Projeto Pescar, profissionais compartilham seus conhecimentos com jovens

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 65 25

PreParação Para a mudança

Para dar o pontapé inicial em projetos desta natureza, é preciso criar uma cultu-ra de valorização dessas ações, acreditar nelas e passar a incorporar valores sociais na cultura da empresa. “Para incentivar o trabalho voluntário dentro da organi-zação, é necessário que esse compromisso esteja alinhado com a missão e objetivos do empreendimento, de forma a ser en-carado com seriedade pela diretoria”, afir-ma a gerente de Comunicação da Junior Achievement Rio Grande do Sul, Daniel-le Miranda. Dado esse primeiro passo, se-guimos para a segunda etapa do processo: a do convencimento dos funcionários. É preciso ter firmeza na importância do pro-jeto, pois nem sempre a aceitação é fácil no primeiro momento. “Há experiências mais problemáticas, pois se trabalha com diversas realidades. Ainda assim, a maioria compreende esses desafios como uma eta-pa do aprendizado. É muito recompensa-dor quando se percebe o engajamento dos empregados”, diz Daniela.

Empreendedores que abrigam essas ações concordam em gênero e número

com a gerente de comunicação. Com muita emoção, Euclides Antônio Sire-na, diretor da Sica Alimentos e Restau-rante Sica – empresa de Caxias do Sul com 150 colaboradores e que já formou cinco turmas do projeto Pescar – afirma não conseguir mais imaginar a compa-nhia sem os aprendizes da Fundação.

“Passado o período de adaptação, os empregados começaram a ficar apaixo-nados pelos jovens do projeto. Hoje são como filhos para eles. O resultado disso é maravilhoso, pois toda a região sabe o que fazemos pela comunidade.” Para obter um bom resultado, é necessário estar atento ao perfil dos que vão participar. Também é recomendado que o voluntariado seja feito durante o horário de expediente, mas que exista a opção de envolvimento também fora deste período.

exPeriência GerdauParceira da organização Junior Achie-

vement, a Gerdau concede a cada co-laborador um número de horas por mês para exercer as atividades no horário de trabalho. Esse período é liberado somen-te para projetos apoiados pelo comitê de

responsabilidade. Uma das formas de re-conhecimento do esforço do empregado é o site Vitrine do Voluntário, onde são colocados fotos e depoimentos sobre o processo. A soma de todas essas ações resultou em um grande número de traba-lhadores atuantes. A gerente de Respon-sabilidade Social, Isabel Reis, garante que o esforço vale a pena. “Temos uma me-lhora evidente no ambiente de trabalho e uma melhora na relação da empresa com a comunidade onde está inserida. Além disso, voluntários são pessoas mais produ-tivas e felizes.”

como incentivar os funcionários

Encarar o projeto com seriedade

Procurar entender o perfil dos

colaboradores para sugerir áreas

de atuação

Formar um comitê de responsáveis

por sugerir propostas e promover

a sensibilização dos colegas

Reconhecer e divulgar as

ações realizadas

FonTe: coMunicação Junior achieveMenT

lúcia siMon

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T R TI OB SU

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27

TexTo: Francine Desoux

uas das mais importantes bandeiras defendidas pela Fecomércio-RS – racionalização de impos-tos e gestão pública eficaz – estão em discussão em função da Substituição Tributária. O tema, na verdade, não é novidade. O regime é aplicado no Rio Grande do Sul há anos; contudo, desde 2009, quando houve a inclusão de uma série de itens, o sistema começou a apresentar algumas imperfeições que precisam ser corrigidas.

Substituição sim, mais TribuTos não

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A Substituição Tributária é vista pela Fecomércio-RS como

importante mecanismo de arrecadação e fiscalização que combate

a sonegação fiscal no Estado, garantindo, inclusive, concorrência

mais justa. No entanto, alguns ajustes ainda precisam ser feitos

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ributosT

Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 6528

“O comércio está sentindo

de forma intensa este aumento

de carga tributária. Hoje, todos

recolhem o mesmo que uma

empresa da categoria geral

recolheria.”

Rafael BorinConsultor tributário da Fecomércio-RS

Lúcia simon

O consultor tributário da Feco-mércio-RS, Rafael Borin, alerta que o assunto é bastante polêmico. A Substi-tuição Tributária (ST) é um regime de arrecadação que afeta basicamente o Imposto sobre Circulação de Mercado-rias e Serviços (ICMS) no Estado. Ele foi criado para facilitar a fiscalização da arrecadação de ICMS e é utilizado em grande parte dos estados brasileiros. Com relação ao objetivo de fiscalização mais eficiente e o consequente fim da sonegação, grande parte dos empresá-rios gaúchos e a Fecomércio-RS são fa-voráveis à substituição, pois acreditam que a ST irá beneficiar as empresas por meio de uma concorrência mais leal.

Na Substituição Tributária, o ICMS de toda a cadeia é cobrado no início, pelo fabricante. “O nome é substitui-ção porque o fabricante substitui o ata-cadista e o varejista no recolhimento de ICMS. Quem está recolhendo o imposto do atacadista e varejista é um substituto tributário; no caso, o fabricante”, eluci-da Borin. Na prática, o tributo é pago uma só vez na produção, no importador ou no atacado, de maneira que as opera-ções seguintes já estejam todas cobertas pelo imposto.

O fabricante faz um cálculo que vai gerar o ICMS que será incluído na nota fiscal e esse valor estará no preço do produto, ou seja, quando ele vender para o atacado, já recolherá o ICMS de toda a cadeia. O produto ficará mais caro, mas ninguém mais precisará reco-lher o imposto, dessa forma, em tese, o aumento deveria se neutralizar.

A importância do sistema de ST pode ser percebida pela exemplifica-ção do consultor da Fecomércio-RS: “Um fabricante de refrigerantes ven-de o produto para seus distribuidores/atacadistas, que em seguida venderão para restaurantes, bares, supermerca-dos, que venderão para o consumidor final. Nessa cadeia de circulação do fabricante até o consumidor final, o produto passa por vários contribuintes”. Sem a ST, o ICMS é cobrado pelo Estado a cada venda de mercadoria. Isso resulta em que o fabricante, quando faz a venda para o atacadista, recolhe o ICMS – nor-malmente 17%. O atacadista também recolhe essa mesma alíquota, assim como o varejista para o consumidor final. Em todas estas etapas de circulação da cadeia produtiva existe cobrança de ICMS.

A bebida é um produto com poucos fabricantes, por isso, é muito fácil fisca-lizar a contribuição de um fabricante, por exemplo. “Depois é feita a confe-rência no atacado e quando se chega ao varejista complica para o Estado, porque para ver se todos estão contri-buindo com ICMS é preciso fiscalizar cada restaurante, bar, supermercado, minimercado e lancheria que vende refrigerante”, analisa Borin, que acres-centa: o governo percebeu que era preciso pensar um regime em que fosse cobrado o ICMS de poucas empresas, garantindo a cobrança até o final da

“Imagino que a sociedade

queira dar um tratamento mais

benéfico às empresas do Simples

e não quer que haja sonegação

fiscal, nem que o Estado tenha

um custo muito elevado para

o cumprimento da legislação

tributária.”

Leonardo Gafrée DiasSecretário-adjunto da Sefaz

DivuLgação/Fecomércio-rs

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 65 29

cadeia, assim não seria necessário fisca-lizar todas as etapas.

PROBlEmASCom a implantação da Substituição

Tributária, uma série de dificuldades foram surgindo. Inicialmente, segundo o vice-presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, foi manifestada a preocupação de que com as Margens de Valor Agregado (MVA) muito elevadas poderia haver elevação da carga tribu-tária. “O governo estadual garantiu que negociaria conosco e de fato negociou muito bem.” No entanto, quando se começou a consolidar a aplicação do mecanismo, foram percebidos proble-mas principalmente para as micro e pe-quenas empresas em relação ao Simples Nacional. Como a micro e pequena empresa paga o ICMS dentro da tabela

progressiva do Simples Nacional, se ela vender um produto por R$ 100, paga-rá no máximo 3,95%, podendo chegar a 0% de ICMS. Quando a mercadoria tem ST, ela não entra nesta tabela por-que os produtos sujeitos a ST são exclu-ídos da base de cálculo do Simples.

“Uma empresa está comprando um óculos de uma indústria. A indústria vai colocar margem de 80% sobre o valor da compra, por exemplo. A em-presa vai pagar 17% sobre os R$ 80 de margem. Se não houvesse ST ela paga-ria até 3,95% sobre os R$ 180 (margem + valor do produto), que é menos do que os 17% sobre apenas a margem.” E quanto menor a margem de valor agregado, mais prejudicada a empresa é, pois o produto fica mais caro, já que vem com mais imposto embutido no seu preço. “Na nota fiscal virá o valor

do produto mais os 17% sobre o valor agregado”, esclarece Bohn.

Com relação ao problema inicial sobre o MVA, Rafael Borin, consul-tor tributário da Federação, considera que vem ocorrendo uma distorção na aplicação da Substituição Tributária. E é essa distorção que a Fecomércio-RS tentou combater inicialmente. Como se calcula o imposto sem saber por quanto os demais vão fazer a venda do produto? Para solucionar esta questão se desenvolveu a Margem de Valor Agregado, que nada mais é do que uma média do valor das operações, desde o preço que sai da indústria até chegar ao consumidor final.

“Como o ICMS é um imposto do Estado, não é possível fazer uma mé-dia só com os restaurantes da capital, é preciso também considerar as cidades

na tarde do dia 13 de setembro, dirigentes das entidades entregaram estudo ao secretário-adjunto da sefaz

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ributosT

Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 6530

do interior que têm outra realidade. Na prática, o Rio Grande do Sul tem co-piado para alguns produtos a margem criada por outros Estados. Precisamos ter a margem real que coincida com a realidade daqui, caso contrário se vai gerar aumento de carga tributária. E é esse ponto que a Fecomércio-RS com-bate”, garante Borin.

Por isso, destaca o advogado, a en-tidade acredita que a ST é um instru-mento de inteligência fiscal muito bom; contudo, quando se utiliza este regime de arrecadação de forma que aumenta o tributo, a Fecomércio-RS discorda. “Essa distorção acaba gerando aumento de carga tributária geral, pois no momento em que a indústria faz a venda, ela não sabe para qual tipo de varejista o produ-to vai chegar. A margem de valor agre-gado atribuída pelo Estado deve refletir o valor mais próximo da realidade.”

A segunda questão se refere à apli-cação da Lei Complementar 123 – Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas; ela determina que para efeitos do cálcu-

cálculo da ST com base na alíquota de 17% para todos. Assim ocorre ele-vação de tributos, tanto para indústria quanto para varejo, só que a indústria repassa para o varejista este aumento. O comércio vai ter um produto com preço maior e não vai conseguir vender ou terá que diminuir drasticamente sua margem de lucro.”

Como conciliar a Substituição Tri-butária com a tributação diferenciada que foi dada pela Constituição Federal às empresas do Simples é hoje a prin-cipal questão levantada pela Fecomér-cio-RS. “No momento em que se coloca na ST alíquota de 17% estou dizendo que para efeitos de ICMS e ST não interessa se é Simples ou categoria geral, a cobran-ça é a mesma, e assim se está violando a Constituição”, afirma Rafael Borin.

O resultado é que o comércio está sentindo de forma intensa este aumen-to da carga tributária; hoje ele recolhe o que uma empresa da categoria geral paga em termos de ICMS. “Somos fa-voráveis à ST, desde que ela não retire o tratamento diferenciado das micro e pequenas empresas.”

E a fim de solucionar esta questão, a entidade está propondo à Sefaz gaúcha – que já fez isso para outros produtos, sendo que outros Estados também já fi-zeram – a adequação da margem de im-posto só para as micro e pequenas em-presas, reduzindo a alíquota ao máximo de 2% (alíquota média do Simples). A outra possibilidade é deixar o MVA como está, para não fazer uma nova discussão, entretanto quando a venda é feita para uma empresa optante do Simples, este MVA terá um redutor de maneira que o imposto não fique acima alterações na substituição Tributária são tema de discussão em reunião na sefaz

“A Substituição Tributária

aumenta a arrecadação, pois

fideliza mais o recolhimento.”

Luiz Carlos BohnVice-presidente da Fecomércio-RS

DivuLgação/Fecomércio-rs

lo da ST o valor dessas vendas não deve entrar nas alíquotas das tabelas do Sim-ples. De acordo com Borin, nesta situa-ção há aumento direto de carga tributá-ria por causa da alíquota. “Ao não saber quem é do Simples, a indústria fará o

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 65 31

de 2%. “Pode ser de duas maneiras: mu-dando a alíquota ou fazendo um redu-tor na base de cálculo”, explica Bohn.

Em PROl DO mElHOR RESUlTADO

Quando o governo estadual tornou pública a decisão de estender a Substi-tuição Tributária a outros produtos a fim de tornar a arrecadação mais eficiente e universalizada, a Fecomércio-RS e outras entidades foram procuradas pela Secretaria da Fazenda Estadual para promover uma reunião com o intuito de explicar o mecanismo. Segundo Bohn, a entidade deixou bastante claro que apoia a sistemática em função dos prin-cípios pregados pela própria federação. “Buscamos a simplificação da fiscaliza-ção, não queremos uma máquina pesa-da, e a proposta vinha ao encontro do que achávamos bom nesse sentido.” O vice-presidente da Fecomércio-RS lem-bra que já naquela oportunidade foi ma-nifestada a preocupação com o MVA.

Com o objetivo de elaborar pro-postas de alteração da legislação no Rio Grande do Sul, em especial às adequações do ICMS da ST à tribu-tação prevista às empresas optantes pelo Simples Nacional, os dirigentes da Fecomércio-RS, Fiergs, Federasul, Agas e FCDL se uniram.

Leonardo Gafrée Dias, secretário-adjunto da Sefaz, afirma que no gru-po formado por diversas entidades foi detectado que algumas delas possuem posições diferenciadas dentro deste mesmo grupo. “Pedimos que as enti-dades chegassem a um consenso sobre o que seria a proposta adequada de modificação desta questão e estamos

aguardando.” A proposta menciona-da por Gafrée Dias foi elaborada com as intenções de instituições empresa-riais envolvidas na cadeia que paga ICMS. Conforme o vice-presidente da Fecomércio-RS, o secretário da Fazenda disse que estava disposto a fazer uma desoneração, contanto que seja possível legalmente, que não haja conflitos com o Confaz e que o proje-to seja exequível. “O projeto é possí-vel tecnicamente, o governo estadual acenou com vontade de desonerar e as demais entidades estão de acordo; só falta agora o Estado transformar isso em um ato legal através de decreto da governadora”, assegura Bohn.

Para o secretário-adjunto da Sefaz, uma posição isolada do RS é inade-quada; é preciso haver um compasso com o que está sendo decidido no res-tante do país. O que está em voga não é a Substituição Tributária, até porque as federações concordam que é uma

sistemática adequada, mais barata, mais eficiente e de menor custo para a sociedade; se discute é que quando o contribuinte substituído é uma empre-sa do Simples Nacional os benefícios da legislação do Simples serão neutra-lizados se todos os produtos estiverem sujeitos à ST.

“A questão é que quando coloca-mos muitos produtos na ST, outros seg-mentos que não estavam acostumados a esta sistemática acham estranho que quando o produto está dentro da ST o Simples seja neutralizado.” De acordo com Gafrée Dias, se isso está efetiva-mente afetando os empreendimentos do Estado, a Sefaz tem a obrigação de tentar encontrar uma solução. “Com a ST não temos o objetivo de prejudicar as empresas pequenas em detrimento das grandes, queremos gerar um equi-líbrio de mercado e colocar todos em condições iguais em questão do cum-primento da legislação tributária.”

Presidentes de entidades defendem adaptações no regime tributário

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aiba maisS

Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 6532

i m a g i n a s ó !

o n l i n e

t r a b a l h o

[1 – Não fixação de linhas claras de planejamento

2 – Ignorar a importância de definir prioridades

3 – Indisciplina ao adotar métodos eficazes de gestão de tempo

Jantar nas alturasComer a uma altura de 50 metros do chão

sem estar em um avião é a proposta do projeto

Dinner in the Sky. Criada na Bélgica em 2004 e

apresentada em cidades como Paris, Barcelona,

Londres, Dubai e Las Vegas, a ideia chega a Por-

to Alegre na primeira quinzena de outubro. No

Brasil desde o ano passado, a estrutura aterrissa

na capital gaúcha por iniciativa do Moinhos Sho-

pping, que, em comemoração aos seus dez anos,

presenteará clientes com a promoção Dinner in the Sky – Uma experiência única. No “jantar nas

alturas”, um chef preparará pratos com requintes

dos mais conceituados espaços gastronômicos,

em uma mesa suspensa por guindaste a 50 me-

tros de altura. Cada jantar tem duração média

de uma hora e meia. Só não dará para levantar-

se e pegar o guardanapo que caiu no chão.

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Aquisições e fusões

A expectativa, segundo a Pricewaterhouse&Coopers, é de que neste ano seja superada a marca de 718 aquisições e fusões, recorde registrado em 2007. Neste ano, entre janeiro e maio já haviam sido realizadas 303 transações de M&A (sigla para mergers and acquisitions, fusões e aquisições em português). Ainda na mira dos investidores responsáveis por esse crescimento estão as pequenas e médias empresas (PMEs).

Justiça do Trabalho na internetSeguindo a tendência de virtualização do judiciário brasileiro, a Justiça do

Trabalho encontra-se em processo de informatização bastante adiantado.

Além de funcionar 24h por dia, sete dias por semana, o advogado pode

interpor petições via internet pelo sistema e-doc e, assim como as partes,

acompanhar despachos, atas de audiência e sentenças pela web. O juiz

pode despachar os processos de qualquer lugar, a qualquer hora. A iniciativa

tende a diminuir a morosidade do poder judiciário nacional.

Trabalho por tempo limitadoA pouca distância do Natal já apresenta expectativa de aumento nas vendas,

como todo fim de ano. Também não é surpresa a largada em busca de empre-

gos e empregados temporários, dada com o início de processos seletivos ainda

no mês de setembro. No ano passado, segundo Andreia Antonacci, especialista

do Cenofisco – Centro de Orientação Fiscal, foram contratados 125 mil traba-

lhadores nessa modalidade, número 8,5% superior a 2008. Confira as vantagens:

Empregado

Renda extra

Primeiro emprego

Recolocação no mercado

Direitos conferidos a outros

funcionários (piso da categoria,

férias e 13º proporcionais,

FGTS, INSS, vale-transporte)

Empregador

Ausência de multa rescisória do FGTS

ao término do contrato

Dispensa aviso prévio no término do

contrato, por ser em período específico

Uma empresa de trabalho temporário

fica responsável pelos encargos,

a empresa tomadora responde

subsidiariamente

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 65 33

b e m - e s t a r

m i g r a ç ã o

m e r c a D o

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Pesquisa revela o orgulho de ser brasileiroEstudo realizado no primeiro semestre

deste ano pela empresa República -

Opinião dos Brasileiros é o primeiro da

série Estudos da República e apresentou

algumas novidades. O “jeitinho brasileiro”,

por exemplo, passa a ser entendido por

criatividade, flexibilidade e improviso, os

entrevistados não entendem a expressão

como pejorativa. Outro aspecto levantado

é a identificação com a figura do batalha-

dor e a visão orgulhosa de quem avalia

positivamente o atual momento do país.

A pesquisa identificou, também, três perfis

considerados base do brasileiro atual: os

que lutam pela sobrevivência, 38%; os que

aspiram pela estabilidade, 26%, e os que

buscam o aprimoramento, 36%. A partir

da pesquisa, a República procura, diante

das novas demandas sociais, levantar

questões sobre como as instituições políti-

cas e sociais, empresas e serviços públicos

podem corresponder às novas expectati-

vas. Foram entrevistados1.272 brasileiros

das classes A a E, entre 18 e 70 anos.

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info

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Da

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Crescem rendimento e número de trabalhadores formaisO aumento de 58,8% para 59,6% de empregados com carteira assinada, de 2008 para 2009, foi uma das boas constatações da

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009. Outras foram a elevação de 2,2% do rendimento mensal médio en-

tre, 2008 e 2009, e a redução, no mesmo período, de 0,521 para 0,518 do Índice de Gini (quanto mais próximo de zero, menor

é a desigualdade na distribuição dos rendimentos). Mas nem tudo foram flores, a população sem emprego formal cresceu 18,5%,

passando de 7,1 para 8,4 milhões de pessoas.

Trabalhar traz felicidadeEstar ocupado faz bem à saúde. Segundo

estudo de Christopher K. Hsee e Adelle

X. Yang, da Universidade de Chicago,

e Liangyan Wang, da Universidade de

Shangai, as pessoas que se mantêm

ocupadas são mais felizes que aquelas

que não o fazem. A pesquisa, publicada

recentemente na revista Psychological

Science, foi realizada com voluntários que

tinham de responder a dois questionários

com um intervalo de 15 minutos. Foi dada

aos voluntários a opção de responder ao segundo em um prédio próximo ao

primeiro, ou em outro mais distante. As pessoas que se movimentaram mais,

segundo Hsee, demonstraram estar mais felizes.

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Jovem é o perfil atualO Instituto de Pesquisa Econômica Aplica-

da (Ipea) divulgou que houve uma queda

no movimento migratório interno, de 3%

da população em 1995 para 1,9% em

2008. O estudo, publicado no Comuni-

cado Ipea nº 61, aponta que houve um

crescimento expressivo de jovens com

idade de 18 a 29 anos entre

os migrantes internos da região Sul.

Essa população, que em 2005 represen-

tava 39,5% dos migrantes, saltou para

49,9% em 2008. Outra característica levantada pelo trabalho foi a de que os mais

escolarizados preferem migrar dentro da própria região, enquanto os menos

escolarizados preferem mudar de região.

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ventosE

Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 6534

nquanto os meninos aguardam ansiosos pelos seus 18 anos, o sonho das meninas pode ser realizado alguns anos antes, com a festa de 15 anos, tradicional evento entre o sexo feminino, que vem sofrendo mudanças ao longo dos anos, mas que nunca perdeu seu encanto.

Se no início as festas serviam para a família apresentar sua filha à sociedade e esta passava a estar apta a participar de bailes e até mesmo namorar, atualmente grandes eventos animam a noite de fami-liares, amigos e colegas de escola. E quem pensa que a atenção das meninas não está mais voltada para este tipo de evento engana-se. “Apesar de as festas sofrerem concorrência de viagens e outras ativi-dades, a procura ainda é grande”, afirma Marilene Colling, proprietária da Colling Evento. A diferença é que de românticas elas passaram a ser modernas, como as próprias aniversariantes.

Segundo a promotora de eventos, as meninas ainda sonham com sua festa,

apesar de não mais seguirem alguns ritos que eram realizados antigamente. A tra-dicional valsa entre a aniversariante e seu pai ainda persiste, porém algumas mu-danças significativas vêm acontecendo. Marilene explica que de dois anos para cá as festas têm sido divididas em dois turnos, sendo o primeiro com um jantar requintado para a família e o segundo com uma festa para os jovens, com di-reito a DJ e pista de dança. “Durante o jantar com a família as meninas dançam a valsa e brindam pelo seu aniversário. Algumas ainda são presenteadas com um anel, como se fazia antigamente. Após o jantar é hora de mudar de vesti-do, deixando o longo por um mais curto, e aproveitar a balada com os amigos.”

É neste segundo momento que, con-forme Marilene, as meninas mais inves-tem em ideias diferentes. “O sonho de consumo delas é fazer suas entradas nas festas acompanhadas de bartenders.” Es-tes profissionais, especializados em even-

E

ViVendoo sonho dos 15 anosAs festas de 15 anos sofreram mudanças ao longo dos anos, mas nunca deixaram de fazer

parte do mundo das adolescentes. Perderam um pouco do romantismo, mas ganharam

requintes de modernidade, acompanhando o complexo mundo juvenil

tos, realizam, além de diferentes drinques, performances, incluindo dança, animan-do os convidados.

Outro sucesso entre o público mais jovem é a mesa de guloseimas, em que todo tipo de doces pode ser encontrado. “Os adolescentes adoram esse espaço; mas, além disso, servimos alguns lanches que eles gostam, como cachorro-quente, batata frita e até mesmo sushi. Tem sido um sucesso”, conta a empresária.

O foco neste segundo momento da festa é diversão, e a pista de dança é o lugar mais concorrido – tanto que é mon-tada uma estrutura especial para este ambiente, que pode contar com diversas luzes, projeções em laser, fumaça e aces-sórios para os convidados, além de um DJ comandando a festa.

o registroPara que todos estes instantes sejam

eternizados, nada melhor do que uma equipe de fotógrafos para acompanhar

TexTo: renaTa TissoT

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tudo o que está acontecendo. A cobertu-ra fotográfica durante o evento segue os padrões – com algumas fotos posadas com os convidados e a captura de momentos da aniversariante – e também inova ao retratar os preparativos da anfitriã, desde sua ida ao salão de beleza até os momen-tos que antecedem sua entrada na festa. Porém, o trabalho deste profissional não se limita apenas ao evento, como expli-ca a fotógrafa Patrícia Paes. “Em geral fechamos um pacote de serviços com as aniversariantes, e nele está incluído um ensaio fotográfico anterior ao evento.” Segundo a fotógrafa, estas fotos seguem a linha de ensaios de moda e a preferência é por imagens ao ar livre, em locais carac-terísticos da cidade onde a aniversariante reside. Patrícia conta ainda que os ensaios românticos deixaram de ser procurados há algum tempo. “Aquele ensaio com plumas e no estúdio deu lugar a roupas e locações mais modernas e fotos no estilo daquelas feitas para revistas.”

As imagens destes ensaios podem ter diversas utilidades, desde a confecção de

serviços em altaAs possibilidades são infinitas e dependem muito do que a aniversariante imagina

para sua festa e também do que está ou não na moda. Confira alguns dos serviços

mais procurados pelas adolescentes:

Bartenders: profissionais especializados em drinques para diferentes eventos e

público que realizam performances, como malabares com garrafas e pirofagia e

danças. Em geral as meninas procuram este serviço para realizarem sua entrada

na festa e abertura da pista de dança

Livro assinatura: montagem em formato de livro com fotos de ensaio fotográfico

da aniversariante e espaço para os convidados deixarem seus recados

Banner com fotos: utilizando uma ou mais fotos da aniversariante, o banner serve

como decoração e também local para fotos com os convidados

Pista de dança: espaço que imita pistas de dança de casas noturnas, podendo ter

até mesmo um revestimento diferente e iluminação especial

Camarim: espaço onde maquiagem e cabelo podem ser retocados pelos próprios

convidados ou por um profissional contratado

Clipe de fotos: montagem feita com fotos de ensaio realizado previamente,

mostrada aos convidados em algum momento da festa

Mesa de guloseimas: espaço que reúne desde balas e pirulitos, passando por

diferentes doces, incluindo brigadeiros

lembrancinhas até banners para decorar o ambiente da festa. Não somente as fo-tos tiradas previamente podem ganhar destaque. A fotógrafa conta que também produz uma revista com as fotos feitas du-rante a festa. O diferencial é que a publi-cação fica pronta ainda durante o even-

to para ser distribuída aos convidados. “Possuímos um modelo pré-aprovado pela aniversariante e, na medida em que vamos fotografando do evento, podemos montar o material, imprimir e distribuir. Os convidados vão embora com uma re-cordação nas mãos.”

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NiNguémestá sozinho no mundoAs pessoas que estão conectadas por uma rede de relacionamento têm mais acesso ao

conhecimento, além de elevar as possibilidades de negócios da empresa. Desta forma,

fazer networking é importante para crescer e atualizar as práticas do negócio

onstruir amizades quando se faz negócios é o grande mote do net­working. A palavra já circula no merca-do há algum tempo, e nada mais é do que o bom e velho relacionamento en-tre pessoas com interesses em comum. Com a expansão do acesso à internet e das redes sociais houve a redescoberta dessa prática; entretanto, ainda é no dia a dia, na relação face a face, que a rede se fortalece. “Nada substitui a vibração da voz”, frisa Eliseu Ordakowski, con-sultor de carreira e diretor de Opera-ções da Produtive-Outplacement.

“O networking é aquela rede de profissionais que o conhecem, se iden-tificam pelos seus valores e que se po-dem trocar informações, compartilhar negócios, aprender, crescer e se ajudar mutuamente no mercado”, explica Ar-thur Bender, especialista em estratégia e branding e autor do livro Personal Branding – Construindo sua marca pes­soal. Complementando esse conceito,

José Augusto Minarelli, autor da obra Networking – Como utilizar a rede de relacionamento na sua vida e carreira, afirma que a rede de contatos é a prá-tica de convivência entre pessoas para promoção de um benefício recíproco.

Passo a PassoNão há nada de errado em culti-

var amizades profissionais; entretan-to, é preciso seguir algumas regras e estratégias. Para começar, orien-ta Ordakowski, é importante saber quem são as pessoas de referência no

mercado, quem são os formadores de opinião. “A seleção vai acontecer pela confiança que essas pessoas geram no mercado e pela reputação conquistada no meio profissional. Pessoas que você sabe que acrescentam, que realmente fazem diferença e com quem você sabe que pode contar quando precisar. Que compartilham dos mesmos valores que você e que te farão crescer pelo exem-plo profissional e pessoal.”

Não há local nem hora específica para se fazer networking. Esse é um rela-cionamento que se constrói nas intera-ções diárias com clientes, fornecedores, colaboradores, amigos, feiras e eventos profissionais. “O essencial é termos bom senso para saber onde podemos e onde não podemos abordar outros pro-fissionais. A pior coisa é aquele sujeito que está em todos os lugares e em todos os momentos tentando fazer um con-tato profissional e não respeitando os outros”, destaca Ordakowski.Para Ordakowski, networking é somar ideias

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Por isso, nada como um singelo con-vite para um café no meio da tarde, um brunch ou um happy hour para trocar ex-periências. “O networking é mais simples do que parece. Quem não gosta de re-ceber um convite para conversar? Peça ao outro um espaço para trocar ideias”, orienta Ordakowski. Mas, marcado o encontro, sobre o que falar? O consultor de carreira aconselha: “Converse sobre o comportamento do mercado, tendên-cias, ou sobre o reflexo da política na sociedade. O importante é oxigenar e partilhar ideias”.

usaNdo a redeAs pessoas que cultivam uma rede

de relacionamento devem estar dispos-tas a ajudar e a pedir ajuda; entretanto, para recorrer aos seus contatos é preci-so ter crédito. “É importante perceber a necessidade e importância de se culti-varem relacionamentos para ter acesso e crédito quando precisamos”, frisa José Augusto Minarelli. Isso é válido tanto para quem procura posicionamento

profissional como para o empresário que precisa da indicação de um profis-sional que atenda a suas exigências. “O crédito advém da convivência. Eu te ajudo e você me ajuda, com isso fortale-cemos um vínculo benéfico”, completa o especialista.

Arthur Bender ressalta a relevância do bom senso também nesta situação: “Minha crença diz que primeiro se deve ajudar e criar uma poupança de boa-vontade para utilizar quando necessitar. E só pedir ajuda quando realmente pre-cisar. Assim, o outro lado sabe que você realmente precisa de ajuda. O critério continua sendo mais investir e ajudar do que pedir”.

mimos e cartõesAssim como qualquer outra rela-

ção, o networking precisa ser alimen-tado. Seja enviando cartão de Natal, parabéns pelo nascimento do filho ou do neto, mensagem de boa sorte, flores ou um livro sobre a área de atuação do contato. Dentro do bom senso, tudo é

permitido, mas o mais importante mes-mo é o conhecimento e a experiência que você tem para oferecer. “Depen-dendo da qualidade da rede que cons-truímos, as pessoas dão mais valor para o conteúdo de informações que troca-mos regularmente do que qualquer pre-sente ou agrado”, analisa Bender.

E trocar cartões não é algo que já não se faz mais, pelo contrário: é edu-cado. “Embora estejamos cada vez mais online, cartões ainda são nossa referên-cia. É educado entregar cartões, ajuda nas reuniões e ainda é uma forma de ampliarmos nossos contatos nos encon-tros rápidos do dia a dia de trabalho e viagens”, explica o especialista em estra-tégia e branding.

Dessa forma, networking é uma via de mão de dupla, é a soma de possibilidades. “Fazer networking é algo do bem, quem explora o outro tem vida curta dentro da rede”, alerta Minarelli. Apresentar-se disposto a compartilhar conhecimento por interesse, mas sem ser interesseiro, é o grande motivador da prática.

lúcia SimOn

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retoria e empresários gaúchos também entregaram aos candidatos um agenda de reformas preparada de acordo com a realidade de empresários e cidadãos, e que se implementadas trarão estímulo ao desenvolvimento do país.

Àqueles que pleiteiam o cargo má-ximo na esfera estadual, a Fecomércio-RS entregou um documento que exige medidas emergenciais quanto às con-tradições entre o pagamento do ICMS antecipado pelas empresas optantes do Simples. Também estão na pauta a inclu-são da Fecomércio-RS entre os membros do Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais (TARF) e a extinção do piso sa-larial regional, que, segundo a entidade, é baseado em argumentos obsoletos, não mais refletindo a situação da economia nacional e o avanço da relação entre empregados e trabalhadores.

Já o documento Propostas – Con-gresso Nacional foi entregue aos can-didatos ao Senado pelo Rio Grande do Sul. Nele, consta uma extensa

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ProPostaspara uma sociedade melhor

agenda de reformas condizentes com o atual contexto socioeconômico do país. O primeiro item refere-se à Reforma Tributária, com incentivo aos novos negócios e o empreendedorismo; unici-dade da legislação; fim da guerra fiscal e competitividade dos pequenos negó-cios, entre outras propostas. Na Refor-ma Política, a Fecomércio-RS sugere a adoção de um sistema eleitoral misto, e na Reforma Previdenciária, busca-se o equilíbrio das contas. A entidade ainda propõe reformas Administrativa e Tra-balhista, além de rejeitar a Proposta de Emenda à Constituição 231, que se re-fere à redução da jornada de trabalho.

agenda legislativaTrinta e um projetos prioritários

compõe a Agenda Legislativa de 2010 do Sistema Fecomércio-RS, sendo sub-metidos aos candidatos à Assembleia Legislativa do RS. Vasto, o documento destaca todos os projetos de lei (PL)de in-teresse do setor terciário do Estado, segui-

O Sistema Fecomércio-RS compilou em três documentos questões importantes

para o cotidiano do terceiro setor e da sociedade, que foram entregues aos

candidatos a deputado, governador e senador

ma entidade interlocutora e mediadora das necessidades e interesses do setor terciário com a esfera pública e a sociedade, como é o Sistema Fecomér-cio-RS, precisa se fazer ouvir de maneira compreensiva para que seus postulados sejam colocados na pauta de prioridades governamentais. Nesse sentido, a enti-dade tem realizado encontros com os candidatos ao Congresso Nacional e à Assembleia Legislativa, bem como com os candidatos ao governo do Estado. Durante essas reuniões são apresentadas propostas de reformas com objetivo de melhorar o cotidiano social.

Para o presidente da Fecomércio-RS, Zildo De Marchi, as conversas com os candidatos são fundamentais, uma vez que as questões do cotidiano das em-presas e da sociedade passam pelo par-lamento. “É nesse espaço que os anseios da sociedade são traduzidos em proposi-ções, que são debatidas exaustivamente pelos seus representantes legais”, frisa De Marchi. Mais do que conversar, di-

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 65 39dos do posicionamento da entidade, que também aponta propostas e sugestões.

Os PLs estão distribuídos em nove grandes temáticas: Direitos do Con-sumidor, Meio Ambiente, Segurança, Tributação, Despachantes, Comércio, Saúde, Precatórios e Piso Salarial. É importante que os empresários gaúchos leiam a Agenda Legislativa para que tenham conhecimento das opiniões da Fecomércio-RS sobre os projetos que tramitam na Assembleia Legislativa e

que influenciam na rotina de empresas e cidadãos. Vale ressaltar que as diver-gências da entidade são articuladas e fundadas em percepções de quem está à frente como porta-voz do setor terci-ário e que conhece as suas realidades e necessidades. “Nosso objetivo com essa publicação é tornar públicos nos-sos posicionamentos, e fazer com que eles sejam relevantes em cada decisão tomada pelo Poder Legislativo”, frisa o presidente da Fecomércio-RS.

Os questionamentos da Fecomércio-RS na Agenda Legislativa

Direitos do consumidor

Data e turno para entrega de produtos e serviços

Exigência de certidão negativa para contratação

Normas para exposição de preços

Instalação de hidrômetros

Pagamento de contas em agências bancárias

Isenção da taxa de estacionamento

Meio ambiente

Incentivos para proteção ao meio ambiente

Alteração do Código Estadual do Meio Ambiente

Padronização de sacolas plásticas

Embalagens oxibiodegradáveis

Segurança

Permissão para porte de arma

Regras para transporte de valores

Tributaçâo

Código de Defesa do Contribuinte

Suspensão de pagamento de ICMS

Polo de Desenvolvimento Integrado da

Fronteira Oeste

Despachantes

Altera a lei que dispõe sobre Despachantes

Habilitação e credenciamento

Comércio

Comercialização de produtos ópticos

Inscrição no ICMS, produtos falsificados

Dia Estadual da Consciência Negra

Saúde

Informações calóricas nos cardápios

Procedimentos estéticos

Precatórios

Compensação de precatórios

Piso salarial regional

Reenquadramento de categorias

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ovas empresas surgem a cada dia, e com isso a disputa para conquistar os consumidores está cada vez mais acir-rada. Para seu negócio ser um sucesso não basta apresentar apenas bom preço. Conhecer a fundo o cliente, descobrir suas necessidades, seu gosto e desejos são pontos fundamentais para mantê-lo sempre por perto.

Investigar as preferências dos con-sumidores com relação aos seus produ-tos, sua marca, publicidade e serviços é uma maneira de aproximar ainda mais a empresa do cliente. O Shopping Iguatemi sabe disso e aplica pesquisas há mais de 27 anos. “Antes mesmo de inaugurar”, diz a gerente de Marke-ting Nailê Santos. Para eles, pesquisa é fundamental. “Realizamos a cada dois anos, e a partir dos resultados trabalha-mos nossos objetivos e ajustamos rotas de estratégias”, completa.

A pesquisa é um procedimento muito utilizado pelas grandes corporações para obter uma relação mais clara e definida

com o cliente. Segundo Patricia Longhi, sócia-diretora da 2Day Estudos de Mer-cado, ela é uma poderosa ferramenta que auxilia na tomada de decisão do empresá-rio, seja qual for o segmento de atuação. “Uma pesquisa de mercado bem feita ajuda a reduzir o risco de um negócio, produto ou serviço e ainda pode ajudar a potencializar o trabalho em desenvol-vimento, pois trata de informações que vêm do mercado, do cliente, do segmento estudado. Ela apoia, dá mais segurança, ajuda a orientar ou confirmar a estratégia do negócio em estudo”, explica.

Como pesquisar?Um passo importante para uma

pesquisa ser bem-sucedida é definir os objetivos e o público-alvo. Saber a real necessidade e os motivos que levaram a realizar essa análise é fundamental na hora de traçar as metas e identificar o público para quem ela deverá ser apli-cada. A escolha do método de pesquisa também deve ser levada em considera-

N

poderosaferramenta de orientaçãoUma boa pesquisa é capaz de direcionar as decisões de um empreendimento,

evitar prejuízos e avaliar a perspectiva de sucesso de determinados investimentos, além

de monitorar o desempenho de uma organização frente ao mercado

ção. Os dois métodos mais utilizados são o quantitativo, que trabalha com indicadores numéricos e segue critérios estatísticos, e o qualitativo, que utiliza descrições, comparações e interpreta-ções. “Dentro de cada um desses tipos de pesquisa existe uma infinidade de técnicas, onde a grande ‘sacada’ é a adoção de um conjunto de ferramentas para a solução do problema de informa-ção do cliente”, complementa Marcelo Martins, diretor da Destaque Business Research, empresa especializada em pesquisa de Marketing. Já para Patricia, da 2Day, para qualquer tipo de negócio ou segmento, a metodologia vai variar em função do tipo de dúvida ou res-posta que se quer obter. “Cada caso é um caso. Somente a partir do entendi-mento correto do briefing com o cliente podemos partir para a metodologia in-dicada”, analisa.

Martins também ressalta que ouvir o cliente não é somente perguntar a ele o que quer. “De uma forma espontânea

TexTo: BeTTina Schünke

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ele não sabe o que quer. Mas ouvi-lo junto com a observação dos seus hábi-tos, interpretando suas necessidades – que vão desde como segura um produto até como se sente com a experimenta-ção do mesmo – é que irá fazer uma di-ferença significativa”, explica.

Fontes preCiosas de inFormação

Na maioria das vezes a preparação de uma pesquisa de Marketing envol-ve gastos com a contratação de profis-sionais da área que definem a melhor estratégia a ser usada. Mas é possível realizá-la sem muito custo, e a internet é uma grande aliada. Moderar comen-tários via web, seja no blog institucio-nal ou em outras interações como as redes sociais, pode ser uma boa maneira de descobrir o que o cliente está pen-

sando. É possível também falar direta-mente com internautas, usando uma linguagem interativa por meio de um site, blog, fóruns e salas de bate-papo. Porém, existem diversas outras manei-ras de se obterem informações. Pode-se coletar dados relevantes a partir de informações disponíveis dentro da pró-pria empresa, como no banco de dados interno, e em diversas outras fontes como jornais, revistas, fundações e ins-titutos de pesquisas, associações e fon-tes governamentais, entre outras, além da sondagem do consumidor no próprio dia a dia, no momento em que ele efe-tua a compra. “O cliente também pode realizar um estudo sem ajuda de insti-tutos externos, basta que tenha profis-sionais adequados que saibam conduzir o processo de investigação corretamen-te”, informa Longhi.

Após a pesquisa, também é preciso saber o que fazer com as informações obtidas. Elas não devem ficar paradas e guardadas na gaveta. Pelo contrário, elas são muito importantes para iden-tificar, definir oportunidades e proble-mas, para gerar, refinar e avaliar ações de mercado, além de monitorar o de-sempenho organizacional. De acordo com Martins, a empresa deve estar pre-parada para implementar mudanças, sugestões de clientes ou até repensar sua estratégia. “Se a companhia não estiver pronta e disposta à mudança, a pesquisa terá custo elevado, pois não vai servir para nada. A administração da empresa deve estar empenhada no projeto, destacando uma pessoa ou equipe competente para implementar os resultados da pesquisa à estratégia da empresa”, ensina.

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aria Helena Dutra tem 85 anos e mora em Dom Pedrito, distante 440 quilômetros da capital gaúcha. Por muitos anos foi professora e responsá-vel por bibliotecas escolares, o que lhe conferiu o prazer pelas letras, seja para escrever, seja para ler. Essa paixão, que carrega por toda vida, foi transmitida para os colegas da unidade do Clube Sesc Maturidade Ativa Dom Pedrito. Uma iniciativa que visa ao empode-ramento do idoso gaúcho, conforme explica Andrea Castiglia, gerontóloga e coordenadora estadual do Sesc: “O programa é um estímulo às pessoas com mais de 50 anos, sendo a qualida-de de vida o grande guarda-chuva, que, entre outras preocupações, preza pelo envelhecimento saudável”.

Quebrando preconceituosos para-digmas sociais, que ainda acreditam na incapacidade dos idosos, Maria Hele-

na fundou, ao lado de seus colegas, o Chasque, jornalzinho do grupo de Dom Pedrito. Ela mesma digita os textos que serão publicados, como poesias, notícias sobre o município, piadas, palavras cru-zadas, pinturas feitas pelo grupo, ani-versários e casamentos. “É um jornal-zinho modesto”, brinca. A expectativa é que o Chasque possa ser publicado a cada três meses. Para a segunda edição, a turma do Maturidade Ativa de Dom Pedrito ganhou a impressão de 300 exemplares mais o apoio de dois pro-fissionais, um fotógrafo e um revisor, disponibilizados pelo jornal local Folha da Cidade.

A história de Maria Helena já é ro-tina na vida das pessoas que convivem com os integrantes do Maturidade Ati-va, entretanto não deixa de surpreender. “Encontramos com senhoras que se des-cobriram atrizes aos 80 anos, há ainda

M

Maturidadedo corpo e da menteQual é o segredo para um envelhecimento com qualidade de vida e diversão? Não há

resposta única, mas uma delas pode ser encontrada nas ações do Sesc Maturidade Ativa,

um programa que quebra paradigmas e mostra o potencial de vida da terceira idade

histórias de casamento entre eles; e em Bagé, há um senhor de 103 anos que faz musculação todos os dias. No Maturida-de eles descobrem que possuem muito potencial”, conta Andrea ao relembrar as superações que presenciou nesses quase sete anos à frente do programa.

Corpo e MenteNoeli Cavalheiro da Costa, 61

anos, encontrou no Sesc Maturidade Ativa de Pelotas o ânimo que havia perdido com a aposentadoria, após dé-cadas de trabalho burocrático em um escritório de contabilidade. A entrada no grupo foi estimulada por sua filha, Lauren, que criou com muito sacrifí-cio. “Nós vimos um convite publicado no jornal local chamando as pessoas para participar do programa, mas ape-sar da insistência de minha filha, não dei atenção. Quando vi o lançamen-

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to na televisão me animei e corri para integrar o grupo”, conta Noeli. Assim, a aposentada trocou os longos dias de palavras cruzadas pelo dinamismo do Sesc Maturidade Ativa.

São palestras, apresentações de teatro e musicais, oficinas, viagens de turismo, cursos de arte e uma infinida-de de outras atividades que colocam as pessoas com mais de 50 anos de volta ao convívio social. A gestão de toda essa dinâmica é feita pelos próprios in-tegrantes dos grupos, com ajuda de um conselheiro do Sesc. Até a arrecadação de capital para eventos e viagens é feita pelos idosos, seja com a venda de artesa-natos ou pequenas contribuições men-sais. Por isso, o programa é um grande movimento social, onde todos buscam a integração e o desenvolvimento do trabalho comunitário e solidário. “Nos-so objetivo é fortalecer a imagem do idoso, fazendo dele o ator principal de sua vida; e assim, quebrando o estigma

de que são pessoas fragilizadas ou inca-pazes”, destaca Andrea.

Para tanto, as mais de 3,4 mil pessoas participantes do Sesc Maturidade Ativa distribuídas em 44 unidades pelo Estado são estimuladas a trabalhar mente e cor-po com atividades esportivas, trabalhos manuais e ações de solidariedade com seus colegas de grupo e com a sociedade. “Cada colega tem um talento que trans-mite para o outro, como na pintura ou no artesanato”, conta Maria Helena, de Dom Pedrito.

Colhendo os frutos Novas perspectivas para quem acre-

ditava que sua participação na vida social havia chegado ao fim. É esse o conceito do Sesc Maturidade Ativa. E o ânimo é estimulado por atividades que revelem potenciais guardados no interior de cada pessoa. A certeza de que o trabalho de-senvolvido está dando certo é garantida por estudos científicos que constatam que

as ações do programa são adequadas para garantir o envelhecimento saudável.

Entretanto, mais do que os dados de uma pesquisa, nada melhor do que o depoimento dos participantes, reco-nhecendo a proposta do programa. “No Maturidade Ativa eu participo de todas as atividades e tenho prazer em levar o trabalho intelectual aos meus colegas. A cada dia eu faço mais amigos com mais de 60 anos”, conta Maria Helena.

Para Noeli, de Pelotas, a influência do Sesc em sua vida é ainda mais marcante. “Pode parecer clichê, mas o Maturidade Ativa mudou minha vida. Eu sou uma pessoa feliz”, revela a aposentada, que se animou tanto com a iniciativa que hoje é presidente da Unidade de Pelotas.

Qualquer pessoa com mais de 50 anos pode participar do Clube Sesc Maturidade Ativa, basta procurar um dos 44 Clubes no Estado. Vale lembrar que a idade não é o único pré-requisito: exige-se também disposição para superar expectativas.

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monintegrantes do clube sesc maturidade ativa Redenção, em Porto alegre

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cada instante os profissio-nais da área de Tecnologia da Informação (TI) lançam novas formas de melhorar a gestão de uma empresa e os proces-sos criativos de atividades ligadas à in-formática. As inovações nessa área são constantes e têm por objetivo facilitar as rotinas produtivas de uma instituição. E um dos locais onde essas novidades acontecem é no Senac-RS. Atendendo a todo o Estado, a instituição possui um vasto portfólio de cursos para capacitar profissionais nesta que é uma das áreas que mais crescem no mercado.

Para divulgar suas realizações, o Se-nac realiza ao longo do ano um série de eventos e minicursos, conforme explica Luciana Balsemão, coordenadora técni-ca de Informática do Senac-RS: “Nossos eventos estão separados em dois blocos, em um deles temos atividades mais ins-titucionais, e no outro, as unidades têm autonomia para realizar ações direciona-das à sua realidade”.

No primeiro grupo está a participação em grandes eventos do setor como no Fórum Internacional de Software Livre (FISL), onde o Senac-RS participa todo

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Encontrosvoltados à tecnologia

ano com estande prórpio, divulgando seus cursos por meio de atividades no lo-cal. “Este ano, pela primeira vez, partici-pamos da grade de programação do even-to com uma palestra na área de games”, conta Luciana.

o sEnactEchMais do que participar de eventos

importantes, o Senac realiza o seu pró-prio: o Senactech. Acontecendo desde 2006, a iniciativa tem por objetivo divul-gar as novidades da área de informática dentro dos segmentos em que o Senac-RS atua. Em dois dias, a 5ª edição do Senactech promoveu 16 oficinas, com os temas: computação gráfica e games; web e programação; negócios, gestão e infraestrutura. Aulas rápidas de Design 3D, Web Design, Linux, Animação Di-gital, Jquery, Governança de TI, Dese-nho Animado e Ilustração Digital, entre outras, também aconteceram.

Essas atividades são importantes para que a comunidade tenha um primeiro contato com os temas, as metodologias e

Para promover seus cursos e atividades na área de Tecnologia da Informação, o Senac-RS

realiza ao longo do ano uma gama de eventos. Oferecendo palestras, oficinas e minicursos à

comunidade, a instituição mostra por que é referência nacional no assunto

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os níveis de educação do Senac-RS. “Se após a participação no Senactech a pes-soa se interessar pela área, ela procura uma de nossas unidades. Esse contato inicial no evento é fundamental para que o aluno tenha certeza do que quer e evita que ele desista no meio do curso”, explica Luciana.

Diferentemente do que ocorreu nas edições anteriores, em 2010 palestra-ram no Senactech apenas professores da instituição. Para participar do Se-nactech é preciso pagar uma taxa única de R$ 40 e se antecipar, pois as inscri-ções são limitadas.

sarau tEcnológicoTrazendo a tecnologia para as

áreas de gestão e governança, o Senac-RS criou o Sarau Tecnológico. O objetivo é promover discussões criativas acerca das novidades e aplicabilidade da informática na promoção de melhores práticas de de-sempenho de uma empresa. Os grupos de estudos se encontram quinzenalmente no Senac Informática, localizado no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, sempre às 19h30. O Sarau Tecnológico é gratuito e aberto ao público.

Até outubro estão na pauta do Sa-rau os principais frameworks de Gestão e Governança, Gestão de Pessoas, Gestão do Conhecimento, COBIT, ITIL, BSC, PMI, BPMN, RUP, CMMI e COACH, entre outros. Os próximos eventos serão no dia 7 e 10 de outubro, com os temas Governança de TI e Service Desk

O evento é coordenado pelo profes-sor Ery Jardim, responsável pela área de Governança do Senac Informática. E o sucesso dos primeiros encontros, com a participação de gestores de TI, empre-

sários, administradores e contadores, mostrou que há muita gente disposta a otimizar os processos de gestão de TI de suas empresas, mas ao mesmo tempo é difícil encontrarem eventos como o Sa-rau Tecnológico para conhecer as novi-dades da área.

informática pElo Estado

Conforme destacou Luciana, além dos eventos institucionais de grande porte, atividades menores, mas de igual importância, são promovidas pelas uni-dades Senac-RS em todo o Estado. Um deles é a Quinta Tech, em Santa Ma-ria. O encontro acontece toda última quinta-feira do mês e oferece um espaço dedicado para o debate sobre as novida-des, tendências e assuntos relacionados à área de tecnologia. O Quinta Tech é gratuito e aberto ao público. Como as vagas são limitadas, é preciso confirmar presença pelo telefone (55) 3225-2121.

Seguindo a mesma linha e inspirado no Senactech, acontece o Livramento Tech, em Santana do Livramento. Em sua segunda edição, o encontro bateu recorde de público: mais de 500 pessoas lotaram a sede social do Clube Caixeiral no primeiro dia de evento. Durante dois dias, os participantes puderam assistir a palestras com temas como inovação tecnológica e competitividade na inter-net. Assim como as demais atividades

do Senac-RS, o Livramento Tech busca oportunizar à comunidade em geral o contato com as novidades no mercado de tecnologia.

Todos esses eventos se somam a uma ação maior da instituição que é a de promover, por meio de metodologia específica e diferenciada, a capacitação profissional na área de Tecnologia da Informação e, consequentemente, a me-lhoria da gestão das empresas gaúchas. Hoje, o Senac-RS oferece dezenas de cursos sobre o tema, desde os mais com-pactos, com 24 horas, até os mais com-pletos, com carga horária de 250 horas – além do curso Técnico em Informática, disponível nas escolas de Ijuí, Lajeado, Santa Maria e Uruguaiana; e os supe-riores de Análise e Desenvolvimento de Sistema e Redes de Computadores. Há também os cursos de pós-graduação em Arquitetura e Desenvolvimento de Jo-gos Digitais (Pelotas), Desenvolvimento de Aplicações Corporativas Orientadas a Objetos (Passo Fundo), Governança de TI (EAD) e Segurança da Informa-ção (Porto Alegre). Outras informações sobre os cursos da área de informática do Senac-RS estão disponíveis no site www.senacrs.com.br/informatica.

todos os anos, senac-Rs participa do Fisl com estande próprio, levando ao conhecimento da comunidade as suas ações na área de tecnologia

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Rafael PandolfoConsultor tributarista da Fecomércio-RS

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A substituição tributária é um instru-mento utilizado pelo fisco para exigir, do contribuinte situado num ponto da cadeia econômica, os tributos devidos pelos contri-buintes que o antecederam, ou pelos contri-buintes que o sucederão nessa cadeia. A úl-tima hipótese foi apelidada de “substituição para frente”. Nela, o substituto tributário (indústria, em geral, ou contribuinte equipa-rado) recolhe para os cofres fazendários não apenas o ICMS incidente sobre sua circu-lação, como também o ICMS devido pelos substituídos tributários (atacado e varejo, respectivamente). Isso só é possível porque o Estado presume preços de vendas futuros e regimes tributários aplicáveis aos hipotéticos substituídos tributários. Duas distorções po-dem acontecer nesses casos.

A primeira tem lugar quando o valor real das operações praticadas pelos substituídos é inferior ao preço presumido a partir do qual o ICMS foi recolhido e repassado, na nota fiscal, pelo substituto tributário. Esse des-compasso gera direito de restituição, tema que ainda não foi definido pelo Supremo Tri-bunal Federal (STF). A segunda distorção

ocorre quando o regime jurídico pressuposto no recolhimento antecipado revela-se dis-tinto do regime efetivo no qual o substituído encontra-se enquadrado. É o caso da subs-tituição tributária envolvendo substituídos enquadrados no Simples. O ICMS recolhido e repassado pelo substituto, nesses casos, de-corre de uma aplicação da alíquota de 17% sobre o preço presumido, mesmo que o subs-tituído esteja sujeito a um recolhimento má-ximo de 3,95% sobre suas vendas.

A injustiça desse caso é gritante e causa sérios prejuízos aos pequenos e médios co-merciantes, fazendo com que o Simples para eles, relativamente ao ICMS, não passe de um simulacro, à medida que boa parte das suas operações envolve mercadorias sujei-tas à substituição tributária – oneradas com a alíquota 17%. Sensível a essa realidade, a Fecomércio laborou um modelo de correção dessa distorção que, chancelado pelas demais Federações, será apresentado e debatido com a Secretaria da Fazenda. A aprovação desse projeto significará uma importante e justa conquista para todos os contribuintes optan-tes pelo Simples.

A substituição tributária e o Simples Nacional

“A injustiça é gritante e causa sérios prejuízos aos pequenos e médios

comerciantes, fazendo com que o Simples para eles, relativamente ao

ICMS, não passe de um simulacro.”

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 65 47

ois dos termos vistos com mais frequência nos noticiários sobre econo-mia são Produto Interno Bruto (PIB) e renda per capita. Quando lê que o PIB brasileiro de 2009 teve retração de 0,2% em 2009, você sabe o que isso significa?

O PIB é o resultado da soma dos bens e serviços produzidos em uma determina-da região e durante período. O economis-ta e professor da Fundação Getulio Var-gas (FGV) José Nosvitz explica que na verdade o PIB é a medida da riqueza pro-duzida internamente no Brasil, no caso, em um determinado período de tempo, geralmente anual. “Toda a riqueza produ-zida naquele período é mensurada dentro dessa medida, que engloba os três setores, ou seja, agricultura, indústria e comércio. Além disso, há o consumo das famílias, investimentos, gastos dos governos e ex-portações líquidas.”

O PIB ainda é dividido em Nomi-nal e Real. O primeiro deles, conforme Nosvitz, é medido em termos de mer-cado, é o valor dos bens e serviços me-

didos a preços correntes; enquanto o Real é mais complexo, pois considera a produção total sem os indíces inflacio-nários. “Em um período de alta inflação o PIB sempre aumentará, mas é preciso deflacionar para poder ter a real dimen-são.” O economista simplifica: “O PIB serve para saber efetivamente o quão rico nós somos”.

IndIvíduosO termo per capita em si é uma ex-

pressão de origem latina que, traduzindo de forma livre, significa “para cada cabe-ça”. A expressão é bastante usada para expressar cálculos estatísticos; por exem-plo, para dizer qual é a renda per capita de um determinado município. Na prática isso quer dizer simplesmente qual a soma de todas as rendas do município dividido pelo número de habitantes.

O professor da FGV explica que PIB per capita é a divisão da renda pelo número de habitantes, trabalhando na mesma lógica da renda per capita. “A di-

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somatórIo das riquezas de um país

ferenciação hoje está relacionada à pa-ridade do poder de compra. Hoje o PIB e as rendas per capitas são medidas pela Paridade do Poder de Compra (PPC).” A PPC analisa o poder aquisitivo da população conforme o custo de vida do local, é uma proporção entre o ganho e os custos de vida.

De acordo com Nosvitz, a renda per capita fornece uma estimativa de quanto as pessoas deveriam ganhar, dá um pa-râmetro em relação à concentração de renda, diz se o país é desenvolvido. “Aí entramos na questão da renda per capita e o valor total do PIB.” No caso da Chi-na, exemplifica, o PIB é muito grande; hoje o país é a segunda economia do mundo, mas se considerarmos a renda per capita veremos que o chinês ganha muito menos do que os japoneses. É um indicador importante para mensurar o tamanho do país; locais com grande nú-mero de pessoas terão um PIB maior, já que por mais pobre que seja a popula-ção, ela irá consumir algo.

Saber o real significado de índices que aparecem na imprensa diariamente é

extremamente importante para guiar os negócios. Confira a seguir por que os termos

PIB e renda per capita fazem parte da sua vida

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Flávio Obino FilhoAdvogado trabalhista-sindical da Fecomércio-RS

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Quando da eleição do presidente Lula para o seu primeiro mandato, era grande a expec-tativa da sociedade em torno das reclamadas reformas trabalhista e sindical. A classe empre-sarial, que há anos empunhava a bandeira da reforma trabalhista e que aplaudiu a proposta de flexibilização de direitos à época do governo FHC, demonstrava apreensão com os rumos que a questão trabalhista seguiria em um go-verno de trabalhadores, fortemente influencia-do pelo movimento sindical operário.

A criação do Fórum Nacional do Trabalho parecia uma forma de chancelar, através do carimbo da sociedade, propostas que seriam construídas conjuntamente pelas bancadas de trabalhadores e do governo, sem que a opinião empresarial fosse respeitada. Com o passar do tempo, as conclusões do Fórum viraram fuma-ça, a pressão empresarial e de trabalhadores pela reforma trabalhista diminuiu, e a parti-cipação das centrais na contribuição sindical acabou por sepultar as iniciativas de discussão de uma reforma sindical.

Com a eleição de um novo presidente, especulações sobre eventuais reformas, inclu-sive a trabalhista e sindical, voltarão a ocupar manchetes de jornais. Não nos parece que o

assunto será prioritário no novo governo, inde-pendentemente do novo inquilino do Planalto. As questões sindicais e trabalhistas continua-rão sendo tratadas de forma pontual. Nesta agenda, o movimento sindical empresarial do comércio deve priorizar a regulamentação da contribuição assistencial dos sindicatos econô-micos, fixada em assembleia geral e de natureza universal, atingindo, assim, todas as empresas, independentemente de serem ou não associa-dos, do porte, regime de tributação e condição de empregador.

Neste passo, pequenas modificações serão produzidas, sem que se tenha coragem de en-frentar a matéria de frente, com a necessária alteração do nosso modelo de proteção laboral. Precisamos construir um modelo equilibrado de relações trabalhistas e sindicais que prote-ja os trabalhadores e a empresa, valorando o exercício da liberdade de contratação indivi-dual e coletiva. Paralelamente impõe-se com-bater a precarização do trabalho decorrente da informalidade, com geração de novos e bons empregos através da desoneração da folha de pagamento, tendo como objetivo a inclusão e a proteção social do trabalhador. Terão os novos governantes coragem de mudar?

N ovo governo e as reformas trabalhista e sindical

“Precisamos construir um modelo equilibrado de relações trabalhistas e

sindicais que proteja os trabalhadores e a empresa, valorando o exercício da

liberdade de contratação individual e coletiva.”

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Bens & Serviços / Setembro 2010 / Edição 65 49

Mais Menos&Poucos satisfeitos

dos profissionais estão plenamente

satisfeitos e comprometidos com a

organização para a qual trabalham,

segundo pesquisa da Right Management

crescimento PublicitárioO relatório Mídia Dados 2010, do Grupo

de Mídia São Paulo, registrou alta de

em investimentos com publicidade, que

passaram de R$ 9,8 bilhões para R$ 22,2

bilhões em uma década

crédito concentradoA Mastercard identificou que

de toda a receita dos cartões de

crédito no Brasil é do público de alta

renda, que ganha acima de

R$ 4,5 mil, correspondente a 3% da

população nacional

salão de informações

das mulheres da classe C buscam

informações sobre moda em salões de

beleza, é o que indica pesquisa

da Co.R Inovação

turista em coPaOs turistas que foram à Copa do Mundo

na África do Sul gastaram, em média,

e passaram, em média, 17,6 dias no

país. A pesquisa, realizada pela FGV, foi

encomendada pelo Ministério do Turismo

brasileiro, que prevê a entrada de 600 mil

turistas para a Copa de 2014

Gastos desconhecidosPesquisa realizada pela Federação das

Indústrias do Estado do Rio de Janeiro

(Firjan) em seis capitais indica que

dos entrevistados não sabem o quanto

pagam de impostos

Perda PúblicaAs multas aplicadas a maus gestores pelo

Tribunal de Contas da União (TCU),

desde 2005, alcançam, somadas,

segundo levantamento do Grupo Estado

ascensão eletrônicaA venda de equipamentos

eletrônicos cresceu

em relação ao mesmo período no ano

passado, segundo a Associação Brasileira

da Indústria Elétrica e Eletrônica

Apenas 34%

126%

42%

21,6%

11,4 mil,

72,7%

R$ 3,5 bilhões,

18%

mais comPutadoresNo segundo trimestre foram vendidos

de computadores pessoais, alta de

29% em comparação ao mesmo

período do ano passado, conforme

dados da consultoria IDC

Miguel ugalde/stock.xchang

livros, semPre mais

das pessoas que cresceram em

casas com até 500 livros tem mais

chance de se graduar no Ensino

Superior, é o que aponta estudo da

Universidade de Nevada, liderado

por Mariah Evans

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Carlos AraujoEconomista Agrícola e Especialista em Agribusiness pela Harvard Business School

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Quando se busca uma reestruturação da estrutura de custos de uma empresa em re-lação aos seus processos produtivos e produ-tos, o corte de custos sempre foi considerado como a principal ferramenta, sem uma polí-tica bem definida e nem um planejamento adequado. Diante de um cenário de cres-cente competitividade e margens de lucros cada vez mais condensadas, a otimização de custos (em vez de corte de custos) e a efici-ência operacional vieram à tona no universo corporativo e já se consolidam como umas das ferramentas de gestão das mais eficazes.

Mas o que é otimização de custos? Dife-rentemente do que muitos imaginam, essa expressão não está relacionada somente ao corte de custos e à redução do uso da má-teria-prima e recursos humanos: consiste em planejamento, execução e controle de todo o processo produtivo e sua logística até o clien-te final, ou seja, eliminar do processo as ativi-dades e operações que não agregam valor ao produto final. De modo geral, a otimização de custos depende de quatro fatores: Processos Operacionais – Gestão de Processos, Estru-tura Organizacional – Políticas adotadas pela empresa, Controles Internos e informações adequadas e Investimento em P&D.

A primeira etapa é o planejamento e o estabelecimento de uma política de gestão de custos na empresa. Devemos identificar e men-

surar de modo adequado todos os custos, tanto fixos quanto variáveis. O modelo de gestão de custos a ser utilizado depende muito do seg-mento, do momento e das próprias perspecti-vas de crescimento no médio prazo; buscam-se ganhos de produtividade através do incremen-to de investimentos em novas tecnologias, re-sultando ganhos de escala e consequentemen-te melhoria na estrutura de custos.

Com a demanda por resultados cada vez melhor, a necessidade da estrutura organizacio-nal de uma empresa é a ferramenta que garante a execução de planos de acordo com os objeti-vos e as estratégias estabelecidas, por intermé-dio da organização de atividades e recursos.

Para ser bem-sucedida e alcançar as me-tas traçadas, essa estrutura deve partir de um planejamento que inclua a identificação das tarefas e seu agrupamento em funções que possam ser desempenhadas, atribuindo res-ponsabilidades aos grupos e pessoas.

Também deve proporcionar aos colabora-dores informações, ferramentas de trabalho, método de desempenho competitivo e mo-tivação para cumprir tais requisitos – tudo isso sem deixar para trás a macroestratégia da empresa.

Não existe sucesso em um programa de otimização de custos se a empresa como um todo não estiver comprometida com o resul-tado planejado.

O desafio da otimização de custos

“Otimização de custos consiste em planejamento, execução e controle de todo o

processo produtivo e sua logística até o cliente final.”

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