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CASES DE SUCESSO EM 2010 E O QUE ESPERAR PARA O PRÓXIMO ANO RETROSPECTIVA GUIA DE GESTÃO Quando não crescer é uma opção INCUBADORAS Uma nova possibilidade Entrevista JÚLIO RICARDO MOTTIN CONTA SUA TRAJETÓRIA E OS PRÓXIMOS PLANOS PARA A REDE PANVEL BENS & SERVIÇOS Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul – Número 68 / DEZEMBRO 2010 F E C O M É R C I O - R S

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cases de sucesso em 2010 e o que esperar para o próximo ano

retrospectiva

guia de gestão

quando não crescer é

uma opção

incubadoras

uma nova possibilidade

entrevista júlio ricardo mottin conta sua trajetória e os próximos planos para a rede panvel

Bens&serviÇosrevista da Federação do comércio de bens e de serviços do estado do rio grande do sul – número 68 / dezembro 2010

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EXPE

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TE

Publicação mensal do sistema Fecomércio-rs Federação do comércio de bens e de serviços do estado do rio Grande do sul

Rua Alberto Bins, 665 – 11º andar – Centro CEP 90030-142 – Porto Alegre/RS – BrasilFone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

Presidente: Zildo De Marchi

vice-Presidentes: Luiz Carlos Bohn, Ronaldo Netto Sielichow, Levino Luiz Crestani, Luiz Antônio Baptistella, Jorge Ludwig Wagner, Antônio Trevisan, André Luiz Roncatto, Arno Gleisner, Cezar Augusto Gehm, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Leonides Freddi, Luiz Caldas Milano, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Olmar João Pletsch, Olmiro Lautert Walendorff, Renato Turk Faria, Julio Ricardo Andriguetto Mottin, Alécio Lângaro Ughini, Ibrahim Muhd Ahmad Mahmud, Renzo Antonioli, João Oscar Aurélio, Maria Cecília Pozza, Manuel Suarez Cacheiro, Joarez Miguel Venço, Ivo José Zaffari, João Francisco e Micelli Vieira

diretores: Adair Umberto Mussoi, Ary Costa de Souza, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Darci Alves Pereira, Edgar Christian Tardio Serrano, Edson Luis da Cunha, Edison Elyr dos Santos, Élvio Renato Ranzi, Francisco Squeff Nora, Gabriel de Oliveira Souto Jr., Gerson Nunes Lopes, Gerson Jacques Müller, Hélio Berneira, Henrique José Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jaime Gründler Sobrinho, Jamel Younes, Joel Carlos Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Antônio Demari, Liones Oliveira Bitencourt, Luís Alberto Ribeiro de Castro, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos André Mallmann, Marice Fronchetti Guidugli, Milton Gomes Ribeiro, Paulo Roberto Kopschina, Paulo Renato Beck, Rogério Fonseca, Rui Antônio dos Santos, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Lurdes Morandini Marini, Tien Fu Liu, Túlio Luis Barbosa de Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. Diretores Suplentes: Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, André Luis Kaercher Piccoli, Antonio Clóvis Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Zoleike Flores Inácio, Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito de Lima, Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves, Eider Vieira Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth dos Santos, Francisco Amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar Tadeu Bazanella, Hildo Luiz Cossio, Janaína Kalata das Neves, Jair Luiz Guadagnin, Jarbas Luff Knorr, João Antonio Harb Gobbo, Jorge Alfredo Dockhorn, José Joaquim Godinho Cordenonsi, José Vilásio Figueiredo, José Vagner Martins Nunes, Juares dos Santos Martins, Jurema Pesente e Silva, Ladir Nicheli, Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis Rocha Farias, Miguel Francisco Cieslik, Paulo Ganzer, Ramão Duarte de Souza Pereira, Régis Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Romeu Maurício Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys Coward Fogliatto, Valdir Appelt.

conselho Fiscal

titulares: Rudolfo José Müssnich, Erselino Achylles Zottis, Fábio Norberto Emmel. suplentes: Luiz Roque Schwertner, Nelson Keiber Faleiro, Gilda Lúcia Zandoná.

deleGados rePresentantes cnc: Titulares: Zildo De Marchi, Moacyr Schukster. Suplentes: Luiz Carlos Bohn e Ivo José Zaffari.

conselho editorial: Derly Cunha Fialho, Ivo José Zaffari, Luiz Antônio Baptistella, Luiz Carlos Bohn e Zildo De Marchi.

assessoria de comunicação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos, Catiúcia Ruas, Fernanda Borba, Fernanda Romagnoli, Liziane de Castro e Simone Barañano.

coordenação editorial: Simone Barañano

edição: Fernanda Reche (MTb 9474)

rePortaGem: Francine Desoux, Joana Marins, Luísa Kalil e Patrícia Campello

colaboração: Caroline Corso, Edgar Vasques, Edson Rodriguez, Priscilla Ávila e Ricardo Amorim revisão: Flávio Dotti Cesa

edição de arte: Silvio Ribeiro

Foto de caPa: Lúcia Simon

tiraGem: 25,5 mil exemplares

imPressão: Pallotti

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

sumárIo

opinião

agenda 06palavra do presidente 07notícias & negócios 08sustentabilidade 12guia de gestão 14

17entrevista 18tributos 24retrospectiva 26saiba mais 32incubadoras 34empreendedorismo

franquias 39sesc

senac

embalagens 44visão econômica 46glossário 47visão política

negócios

48

50

mais & menos 49

36

4042

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 68

&sErVIÇosbens

0534

novo rumo, novas Possibilidades

Empresas incubadas vêm ganhando espaço entre

os pequenos e médios empreendedores. Saiba

mais sobre este método incubadoras

14guia de gestão

Pequeno Por escolha PróPria

Quando a melhor opção é manter a estrutura

e equipe reduzidas. Conheça empresários que

apostam nesta ideia

18comPrometimento com o emPreendedorismo

À frente da rede de farmácias Panvel, Júlio Ricardo Mottin conta

sua trajetória na empresa, os planos para o futuro e o legado que

transmite às próximas gerações entrevista

26hora de Fazer o balanço

Confira a opinião de especialistas e cases

de sucesso e entenda por que 2010 foi um

bom ano para o comércio. Saiba o que eles

esperam para o próximo ano

Retrospectiva

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 6806A G E N D A dezembro / janeiro

até 23/12natal Feliz

Projeto Natal Feliz Cidade, em Pelotas, com a chegada do Papai Noel e apre-sentações musicais e teatrais. Informa-ções podem ser obtidas no Sindilojas Pelotas e no Sesc local.

até 23/12ConCertos de natal

A cantora Fafá de Belém e a Orquestra Unisinos participarão dos Concertos de Natal, que ocorrem nas seguintes cida-des: Porto Alegre (17), São Leopoldo (18), Bom Princípio (19), Caxias do Sul (22) e Pelotas (23). Mais informações no site www.sesc-rs.com.br/artesesc.

18/12Formatura do Curso téCniCo de moda

No Senac Canoas, uma turma de 20 alunos se forma no curso Técnico de Moda. Telefone para contato: (51) 3476-7222.

21/12Formatura aprendizagem ComerCial

O Anfiteatro Sesc Ijuí sedia a formatu-ra dos alunos do curso Aprendizagem Comercial. Telefone para contato: (55) 3332-7022.

15/01Formatura teCnólogos

Fatec Porto Alegre realiza, na capital gaúcha, a formatura dos Tecnólogos em Marketing, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Hotelaria. Telefone para contato: (51) 3022-1044.

15/01 Formatura teCnólogos FateC

No mesmo dia, em Porto Alegre, acontecem as formaturas do Marke-ting (16h), Administração (18h30min) e Hotelaria (21h). Telefone para contato: (51) 3022.1044.

21/01Formatura da administração

Acontece a formatura de Bacharelado em Administração, em Porto Alegre. Mais informações podem ser obtidas no site www.senacrs.com.br ou pelo telefone (51) 3212-4444.

28/12Formatura em Camaquã

No auditório da Secretaria da Edu-cação, em Camaquã, será realizada a colação de grau dos 40 formandos do curso Vendedor e Operador de Computador, do Senac. Telefone para contato: (51) 3671-0363.

até 29/12saúde preventiva

Atendimentos da Unidade Sesc de Saú-de Preventiva, em Catuípe. Informações no site www.sesc-rs.com.br/saudesesc.

03/01estação verão sesC

Iniciam as atividades do Estação Verão Sesc em oito praias gaúchas: Capão da Canoa, Cassino, Cidreira, Laranjal, Pi-nhal, São Lourenço do Sul, Tramandaí, Torres. As ações de saúde, esporte, lazer e cultura seguem até 28/02.

até 22/12ventos de natal

Turnê do espetáculo Ventos de Natal, com o grupo Barlavento Quarteto de Saxofones, nas seguintes cidades: São Leopoldo (02/12), Novo Hamburgo (03/12), Ijuí (10/12), Uruguaiana (12/12) e Gravataí (22/12). Informações no site www.sesc-rs.com.br/artesesc.

até 21/01jogos de verão

Inscrições para os Jogos de Verão Sesc da Terceira Idade, que acontecerá no mês de fevereiro, em Porto Alegre. Mais informações podem ser obtidas nas Unidades Operacionais do Sesc.

28/01Formatura em santa Cruz do sul

Na data, ocorre a formatura dos 120 alunos do curso de Aprendizagem Comercial e Serviços Administrativos, na cidade de Santa Cruz do Sul. Telefone para contato: (51) 3711-6460.

5/01SArAu Tecnológico

Em Porto Alegre, ocorre o Sarau Tecnológico – Configurações de

Computador, Processadores e Memórias. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3029-3633 ou no site http://

www.senacrs.com.br/sarau.

divulgação/ senaC-rs

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Palavra do Presidente

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Zildo De Marchi Presidente do Sistema Fecomércio-RS

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Nos aproximamos do final de 2010 e, com ele, chegam as expectativas de um novo ano. No que diz respeito ao co-mércio de bens e serviços, sabemos que há um ponto que precisa ser constan-temente trabalhado: a comunicação. Cada vez mais atuamos em sintonia com os 112 sindicatos que formam nos-sa base e sabemos que, sem a troca de informações entre os respectivos inte-grantes, não há soluções. Nosso comér-cio está evoluindo e os desafios a nossa frente são muitos. Um deles é a infra-estrutura, na qual precisamos investir se desejamos seguir adiante. A estrada é longa, mas chegaremos lá.

É chegado o momento de verificar o sal-do de 2010 e, para a nossa felicidade, os resultados são otimistas. O baixo índice de desemprego e o aumento do crédito são alguns dos fatores que contribuíram para o desenvolvimento do setor e a re-cuperação da crise que se alastrou no segundo semestre de 2008.

No Rio Grande do Sul algumas empre-sas obtiveram excelente destaque no cenário em que atuam e, por isso, en-tram para a história da nossa economia como exemplos a serem seguidos. O novo ano também traz novos governos,

e a Fecomércio está em sintonia com os mesmos, tanto no cenário regio-nal quanto nacional. Continuaremos atentos à defesa dos interesses do setor que representamos, e trabalharemos para que todas as entidades continuem unindo suas forças. Desta forma, obte-remos um melhor diálogo com os outros estados, e isso garantirá o crescimento harmônico de todos.

Estamos encerrando muito bem este ano, por isso devemos preparar as festas com muita saúde e alegria. Em 2011 te-mos que consolidar esses bons resulta-dos e torcer para que o final do próximo ano seja tão positivo quanto este que estamos vivendo.

Àespera de um novo ano

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Calculadora na mãoO índice do Fator Acidentário

de Prevenção (FAP) calculado

em 2010, que deverá ser

utilizado para a definição

da alíquota do Seguro

de Acidente do Trabalho

(SAT) individualizada de

cada empreendimento para

recolhimento a partir de

janeiro de 2011, já pode

ser consultado nos sites

do Ministério da Previdência Social e da Receita Federal. O FAP foi incluído

como um dos itens que compõem o cálculo do SAT pago pelas empresas

anualmente. Trata-se de um multiplicador que varia entre 0,5 e 2 sobre a

alíquota de 1%, 2% e 3% correspondente ao enquadramento das empresas

na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae). No próximo ano,

dos 922 mil negócios registrados, mais de 776 mil receberão a bonificação

máxima no pagamento do seguro. Somente 78.264 empresas do total (8,48%)

terão aumento na alíquota de contribuição ao Seguro Acidente em 2011 por

apresentarem acidentalidade superior à média do seu setor econômico.

Não à CPMFEntrou no ar o site www.

agorachegacpmfnao.

com.br para coletar

assinaturas a serem

enviadas ao Congresso

com o propósito de

barrar a volta da CPMF.

O endereço eletrônico

consiste em uma das

ações do movimento

encabeçado por

entidades empresariais e

de classes gaúchas com

o intento

de manifestar a

opinião contrária ao

retorno do imposto (leia mais nas págs. 24 e 25).

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GE Ó IC O SN&

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Consumidor onlineO advento da internet influenciou no

comportamento de quem consome

em todos os segmentos, inclusive no

imobiliário. Segundo Marcelo Giudice

Alves, diretor comercial da Imovelweb,

o consumidor online ganhou capacidades

e características que antes da “era www”

não possuía. “O tempo para chegar ao

corretor aumentou, mas o período de

negociação diminuiu.” O potencial deste

nicho de mercado pode ser medido

por meio dos números que envolvem

o universo da web. Atualmente, a

rede mundial contabiliza 68 milhões

de usuários, os quais navegam em

média 72 horas por mês. Do total de

usuários residenciais, 66% dispõem de

banda larga e 68% buscam via internet

produtos e serviços. Fora isso, os

internautas na hora de comprar são

exigentes, curiosos, práticos e bem

preparados para fazer negócio.

Faculdade de Tecnologia Senac Pelotas recebe conceito A do MECO curso superior de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Facul-

dade de Tecnologia Senac Pelotas recebeu nota 4 (sendo a máxima

5) na avaliação institucional e conceito A pelo Ministério da Educação

(MEC) – segunda melhor pontuação nos critérios de avaliação, desta-

cando o curso como o único do município a alcançar o conceito. A aná-

lise aconteceu no mês de novembro, sendo examinados quesitos em

três dimensões: a estrutura didático-pedagógica, o corpo docente e a

infraestrutura. Segundo Guilherme Netto, coordenador da graduação, o

resultado é fruto de um trabalho forte da equipe de docentes e de fun-

cionários para montar uma estrutura curricular e física consistente capaz

de suprir os padrões de qualidade esperados. “Outro ponto importante

de se lembrar é o alto índice de empregabilidade que o curso apresen-

ta. Antes mesmo de se formarem, muitos dos nossos alunos já estão no

mercado de trabalho”, ressalta o coordenador. A diretora da Faculdade, Nara Beatriz da Luz, também comemora a dis-

tinção: “Esse resultado reflete a seriedade, competência e comprometimento de nossos colaboradores. Nossa faculdade

se distingue no mercado de Pelotas e região pela belíssima estrutura física, tecnológica e pelo corpo docente altamente

qualificado e com vivência de mercado, possibilitando assim oferecermos cursos que aliam teoria e prática”.

Mobilidade e produtividadeNem sempre mais tempo dentro da empresa representa

proporcionalmente produtividade. Esta é a percepção de 76% dos

brasileiros entrevistados pela Cisco, em uma pesquisa realizada com

profissionais de 13 países. A preferência dos colaboradores do Brasil

por trabalhar remotamente ficou acima da média mundial, que foi de

60%, e só abaixo da Índia,

com 93%, e China, com 81%.

O estudo ainda indicou que

83% dos brasileiros estariam

dispostos a trocar salários

altos por maior mobilidade

e flexibilidade de horário.

“Este resultado reflete o

desejo dos profissionais de

aliar suas responsabilidades

com qualidade de vida”,

afirma Ghassan Dreibi Junior,

gerente de Desenvolvimento

de Negócios de Segurança

para a América Latina.

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Odontologia nas empresas

A Comissão de Seguridade Social

e Família aprovou proposta que

torna obrigatório o fornecimento

de serviço odontológico pelas

empresas a seus funcionários. O

texto altera a Consolidação das

Leis do Trabalho (CLT), exigindo

que as empresas mantenham

o atendimento de acordo

com normas a serem fixadas

pelo Ministério do Trabalho e

Emprego. No cado das micro e

pequenas empresas, a regra é

facultativa.. O projeto, que tramita

em caráter conclusivo, será ainda

analisado pelas Comissões de

Trabalho, de Administração e

Serviço Público; e de Constituição

e Justiça e de Cidadania.

Intensa programação natalina no Arte Sesc A agenda do mês de dezembro

será movimentada no Rio Gran-

de do Sul. Os gaúchos poderão

participar de uma série de iniciativas

programadas pelo Arte Sesc, em

parceria com sindicatos filiados

à Fecomércio-RS e prefeituras

municipais, abrangendo 16 cidades

do Estado. O destaque é a turnê do

Concerto de Natal com a participa-

ção da cantora Fafá de Belém e da

Orquestra Unisinos. A programação

prevê ainda apresentações de Mar-

cello Caminha – um dos maiores

violinistas brasileiros, bem como a

realização dos projetos Casinha do

Papai Noel (em Cachoeira do Sul)

e Natal Feliz Cidade (em Pelotas).

Qualidade certificadaNo decorrer de 2010, a DQS do Brasil

(Associação Alemã para Certificação de

Sistemas de Gestão) teve um aumento

de 70% em certificados de ISO 9001

para pequenas e médias empresas,

quando comparado com 2009. O

dado demonstra que as organizações

de menor porte também investem

em metodologias capazes de avaliar a

excelência e o desempenho de seus

negócios – ferramenta que contribuiu

para lidar com as dificuldades enfrentadas

durante o período de crise do ano de

2008. “Uma corporação que tem uma

gestão sistematizada enxerga diferentes

caminhos”, explica a CEO da DQS do

Brasil e América do Sul, Dezée Mineiro.

Rumo ao Centro A região central das cidades do Rio Grande do Sul caiu no gosto dos

consumidores que já sairam em busca dos presentes para o final de ano.

Segundo Pesquisa de Natal 2010 da Fecomércio-RS, os gaúchos optam

por realizar suas aquisições natalinas no varejo situado no centro. Quan-

do questionados quanto ao tipo de estabelecimento em que deverão

procurar os presentes, 68,8% dos entrevistados responderam lojas do

Centro, seguidos por 26,2% que preferem os shoppings, 13,1% centros

comerciais, 7,6% centros populares/camelôs e 6,5% que compram pela

internet. O levantamento foi realizado com 500 consumidores das

cinco macrorregiões do

Estado, representadas

pelas cidades de Caxias

do Sul e Passo Fundo

(Nordeste), Santa Maria

(Centro), Porto Alegre

(Metropolitana), Ijuí

(Noroeste) e Pelotas

(Sul-Campanha).

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GE Ó IC O S& N

Abarcando as licitaçõesHá quem pense que licitação consiste em um caminho só

para organizações de porte. Mas o nicho aparece como

uma alternativa para negócios menores localizados nos

municípios que já implementaram a Lei Geral das MPEs.

Os empreendimentos do respectivo porte podem usufruir

de diversos benefícios e incentivos. Entre eles, a priorização

em compras públicas de produtos e serviços de até R$

80 mil. De acordo com o Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão, entre janeiro e setembro de 2010,

o governo federal fez aquisições com cifras superiores

a R$ 7,3 bilhões de micro e pequenas empresas. O

valor representa R$ 173,1 milhões a mais que os valores

adquiridos em 2009. O número de fornecedores dos

órgãos públicos (enquadrados neste segmento) foi de

226.654. São 42.393 a mais do que as médias e grandes.

Tramandaí sedia Circuito Nacional Sesc Triathlon

Pelo segundo ano consecutivo, o litoral norte gaúcho recebeu o Circuito

Nacional Sesc Triathlon. No dia 12 de dezembro, aconteceu a sexta edição

do evento, em Tramandaí, contabilizando 260 participantes das categorias

elite, faixa etária, revezamento, comerciários e portadores de deficiência. A

prova é dividida em natação, ciclismo e corrida. Os atletas Mauro Cava-

nha e Fernanda Garcia foram os grandes vencedores na categoria elite. A

atividade contou com a presença do gerente de Lazer do Sesc Nacional,

Fernando Dysarz. O dirigente anunciou novidades no circuito. “A partir de

2011, a prova passa a ter a etapa Fortaleza/Ceará”, destaca.

Qualificando a gestão Difundir os conceitos de excelência nos

processos organizacionais. Este é o objetivo

do Sistema de Gestão Simplificado (SGS).

A ferramenta foi lançada pelo Programa

Gaúcho da Qualidade e Produtividade

(PGQP), que funcionará como uma etapa

preliminar do Sistema de Avaliação (SA).

O SGS será um meio facilitador para que

micro e pequenos empreendimentos

possam engrenar na metodologia do

PGQP, introduzindo conhecimentos nas

áreas de liderança, competitividade e

tecnologia. A meta inicial é testar o sistema

em cerca de 300 negócios gaúchos.

Unidade Senac-RS em CachoeirinhaEstá prevista para 2011 a inauguração de uma Unidade Operacional do Senac-RS em Cachoeirinha. O diretor regional do

Senac-RS, José Paulo da Rosa, se reuniu com o prefeito, Luiz Vicente Pires, para formalizar a doação do terreno que servirá

para as instalações da entidade. Após o parecer positivo da Câmara de Vereadores, o prefeito saudou a chegada da instituição.

Com economia basicamente fundamentada no setor terciário (comércio e serviços), o município hoje está entre os 15 maiores

PIBs do Estado, conforme a FEE. “Precisamos de mais qualificação para os nossos cidadãos, e o Senac é uma entidade que vai

nos auxiliar nesse processo”, comenta Pires. Para o diretor regional do Senac-RS, a Unidade Operacional em Cachoeirinha

vai atender uma população que precisa de constante aperfeiçoamento. “Cachoeirinha é essencialmente comércio e serviços,

e a nossa instalação aqui será boa para a cidade e para nós. Também iremos ofertar nossos cursos do Programa Senac de

Gratuidade, que irá capacitar pessoas de baixa renda do município”, afirma.

joão

alV

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ustentabilidadeS

Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 6812

are alguns minutos e conte quantos computadores e telefones existem na sua volta. Pense na casa dos seus ami-gos, no ambiente de trabalho de cada um deles, e faça essa mesma contagem. Difícil, não? A quantidade de resídu-os eletrônicos que estão presentes nas nossas vidas todos os dias é tão abun-dante que tornaria essa tarefa quase impossível. Uma das grandes preocupa-ções mundiais, tanto de ambientalistas quanto de empresários, é saber o que fazer com todo esse material quando ele estraga ou se torna obsoleto. Felizmen-

te, já existem estratégias para lidar com esse problema. Algumas empresas têm políticas próprias para reaproveitar as sobras, como é o caso da multinacional Dell. Desde 2006, a companhia dispõe em seu site um link para os clientes que desejam reciclar seus computadores, o www.dell.com/recycle. Após fazer um cadastro, a fabricante busca o material na casa do interessado, que deve ser pessoa física. A gerente de Conformi-dades Ambientais da Dell para América Latina, Cintia Gates, explica que a ação não acarreta custo para os consumido-

res e que a ideia central do projeto é conscientizar com-pradores e empregados sobre a importância de cuidar do meio ambiente. “Uma das prioridades é construir um ‘time verde’, ou seja, não só conscientizar o seu consumi-dor sobre a importância da reciclagem, mas também os seus funcionários. Para isso,

P

Preocupação de ambientalistas, empresários e governantes, a destinação correta para o

lixo eletrônico está em pauta no mundo. Saiba como descartar de forma correta os seus

materiais que estragaram ou ficaram obsoletos

a empresa realiza programas que incen-tivam ações ambientalmente corretas, como a coleta seletiva, a coleta de óleo de cozinha, etc.”, explica Cintia. Uma das maiores preocupações da rede é es-colher bem quem vai realizar as recicla-gens dos produtos e como elas serão re-alizadas. Segundo a gerente, o processo de análise desses provedores ambien-tais é complexo e cheio de exigências. “Todos, sem exceção, devem cumprir uma série de requisitos e obrigações de trabalho e práticas ambientais respon-sáveis”, afirma. Normalmente, os esco-lhidos para fazer a transformação dos resíduos eletrônicos em novos apare-lhos atuam em nível global, agindo em quase todos os países onde a Dell vende seus produtos.

ReciclaR em menoR escala

Nem todos os negócios têm a estru-tura de uma multinacional para lidar com essas questões. Formar sozinho

com as sobras eletrônicaso que fazeR

Arqu

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ever

se

Linha de produção de separação de resíduos eletrônicos

TexTo: joAnA mArins

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cessamento, aptas e licenciadas para esta finalidade. Existem no Estado e no Brasil inúmeras companhias que fazem este trabalho”, informa. Começar a re-alizar ações para diminuir a quantida-de dessas sobras no ambiente pode até dar certa dor de cabeça para o empre-sário no início. Contudo, tem grandes recompensas. Podemos perceber a im-portância disso quando analisamos os números. Segundo pesquisa divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no início do ano, o Brasil é o maior produtor desse tipo de lixo por pessoa entre os países emergentes. Ou seja, uma nação que contribui massiva-mente para os 40 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos que são descar-tados anualmente no mundo.

uma rede de reciclagem é inviável para um pequeno negócio. Por isso, os em-preendedores menores podem contar com companhias que fazem o gerencia-mento do lixo eletrônico, como é o caso da Reverse, de Novo Hamburgo. Com um grupo especializado no assunto, eles buscam o material nas empresas e o levam para a sua sede, onde tem uma linha produção preparada para separar todo o material. Um trabalho feito à mão, minucioso e rico em detalhes que consiste em resignar os diferentes com-ponentes de um computador, ou tele-fone, para locais separados. Cada peça terá um novo destino, mas todas deve-rão ser transformadas em novos pro-dutos. “Nós viabilizamos a reciclagem e encontramos empresas sérias onde sabemos que esse processo tão comple-xo será feito com extrema responsabi-lidade”, explica o diretor da Reverse, André Spohr Senger. Outra saída que é bastante utilizada pelas corporações para dar algum destino aos resíduos eletrônicos é a doação. Contudo, é ne-cessário ter um cuidado redobrado para não utilizar esse meio para escapar do problema. “Antes de pensar em repassar o material, é preciso estar atento à vida útil do aparelho. Muitas vezes, quando não serve para você também não serve para outro. Em vez de fazer uma boa ação, o empresário pode acabar criando uma dor de cabeça para as instituições de caridade”, afirma André.

a sustentabilidade e a leiSe preocupar com o destino do lixo

não é mais uma questão de bom sen-so, mas sim uma questão de legalidade. Desde 2008, o Rio Grande do Sul tem

uma legislação específica sobre o as-sunto (o Decreto 45.554/2008), onde fica claro que é responsabilidade do fa-bricante e do importador a destinação destes produtos quando descartados pelos seus usuários. Em âmbito nacio-nal, depois de 20 anos tramitando na Câmara dos Deputados de Brasília, foi aprovada em 3 de agosto deste ano a lei 12.305, que trata das mesmas questões, tornando obrigatória a política reversa. A Engenheira Química e Técnica da Fepam, Carmem Níquel, afirma que não é complicado encontrar maneiras de lidar com essas obrigações ambien-tais. “Os fabricantes devem, através da cadeia de comercialização dos produ-tos, receber e dar destino correto, en-caminhando estes a empresas de pro-

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uia de GestãoG14

O

Na contramão da busca pelo crescimento que domina boa parte dos negócios,

empresários se dizem felizes sendo proprietários de apenas uma loja e não pensam em

expandir. Conheça esses empreendedores e saiba o porquê da opção

sonho de todo pequeno em-presário é crescer muito, ser dono de uma grande empresa e ter uma cadeia de lojas, certo? Errado. Nem todos os empreendedores pensam assim. Exis-te uma boa parcela que prima por não correr riscos, manter o controle total das operações do seu negócio, estar sempre em contato direto com o cliente e adora ter um espaço relativamente pequeno, que renda o suficiente para manter uma vida tranquila e sem grandes luxos. Ao contrário do que possa parecer, não é tão difícil encontrar aqueles que optaram por manter seus negócios do mesmo ta-manho, mesmo já tendo capital e clien-tela suficiente para expandir os horizon-tes. O tradicional bar porto-alegrense Caverna do Ratão é um exemplo desta realidade. Com mais de cinco décadas de existência, o espaço tem um públi-co fiel, está sempre lotado, coleciona

críticas positivas de grandes revistas de circulação nacional, mas nunca saiu da esquina da avenida Protásio Alves com a rua Eça de Queiroz. Apesar de já ter aumentado o tamanho da Caverna em duas oportunidades, a família Saldanha, dona do local, não cogita inaugurar um novo espaço na cidade. Sobre as razões dessa decisão, a resposta é simples: “Não

queremos nos afastar no dia a dia da Ca-verna. O tamanho que está já é ótimo! Não precisamos de mais”, afirma Vera Saldanha, uma das sócias. Os proprie-tários garantem que não expandir tem inúmeras vantagens. Ser pequeno é uma opção que rende aos donos da Caverna do Ratão, por exemplo, um luxo nem pensado pela maioria dos comerciantes:

por escolha própriaPequeno

Cleusa (à frente) orgulha-se da equipe

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aproveitar o final de semana, pois o bar não abre aos sábados e nem aos domin-gos. Hábito que pode ser visto como perda de dinheiro por alguns, uma vez que o público para bares aumenta nesses dias. Contudo, para os Saldanha, é uma maneira de manter o ambiente seguro e selecionar bem a clientela. A preo-cupação em abrir nesses dias também é relacionada ao tamanho do espaço, que fica apertado com mais fregueses novos conhecendo a casa. Para esta família, o primordial é que os frequentadores pos-sam ser amigos dos donos, tenham um atendimento especial, sejam extrema-mente bem servidos e se sintam em casa. Todos esses cuidados e peculiaridades fazem parte de ensinamentos passados do pai Aristides Saldanha para as filhas Elizabete e Vera, que, juntamente com os respectivos maridos, tocam o negócio

sem a ajuda de consultores ou de aulas na faculdade de Administração de Em-presas. “Herdamos do pai a vontade de ter o contato direto com todos os nossos clientes. O carinho, a mão no ombro e a intimidade que temos com as pessoas que frequentam a casa são o nosso gran-de diferencial. Não queremos abrir filiais para não perder isso. Estamos muito feli-zes como estamos”, orgulha-se Vera.

iNSEGuraNça Na CapaCitação

Outra razão que faz a empresária não querer aumentar o número de lojas é o medo de não encontrar bons funcioná-rios para realizar os serviços da maneira como ela gosta. Vera explica que, tendo poucos ajudantes, porém de confiança, é mais fácil acompanhar todos os pas-sos processo de produção dos alimentos

e das bebidas que são servidos na casa. “Acordo todos os dias bem cedo e já pela manhã começamos a fazer a massa para os pastéis e cochinhas, nossas especiali-dades. Tudo feito à mão, da mesma ma-neira, há anos. Não queremos arriscar perder essa qualidade”, diz. Especialistas garantem que medos como o de Vera são muito comuns. Abrir mão de estar sempre presente e contratar funcioná-rios especializados em realizar tarefas mais específicas, como as de gestão, por exemplo, pode significar cuidado e zelo pelo negócio. Segundo o sócio da Cosin Consulting, consultoria de gestão de ne-gócios, Alexandre Ribeiro, o receio em delegar tarefas costuma ser a principal razão para que muitos empresários op-tem por não abrir novas filiais. “É difícil para muitos pensar que alguém vai en-tender mais do negócio dele do que ele

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uia de GestãoG16

mesmo. O medo de perder o controle das operações e da qualidade dos servi-ços é muito comum em todos os ramos e já barrou o crescimento de várias empre-sas”, afirma o consultor. Outros setores da economia, como varejista, pecuarista, de móveis e calçadista, também apresen-tam inseguranças parecidas. Há 23 anos no mercado de estética, Cleusa Maria Pereira Marinho é uma empresária que enfrenta a dificuldade de encontrar no-vos bons profissionais. Dona do sempre movimentado Mariños Hair, localizado na rua João Telles, em Porto Alegre, ela faz parte do grupo que não pensa em ampliar o negócio. Para a cabeleireira, a falta de comprometimento e de quali-ficação dos jovens profissionais disponí-veis no mercado de estética é a principal razão da escolha por permanecer peque-na. Cleusa tem verdadeira paixão pelas três funcionárias que trabalham com ela, em média, há mais de dez anos. Muitas delas ajudaram a montar o salão e agre-

garam valor ao local, trazendo outras especialidades como massagens, limpe-za de pele entre outros conhecimentos específicos. “Elas são confiáveis e quali-ficadas. Confio muito nas meninas que estão comigo. Outras vêm e nunca ficam mais de um ano. Prefiro continuar aqui, na minha loja, mantendo a nossa qua-lidade da mesma forma como sempre foi”, argumenta Cleusa. Orgulhosa do seu trabalho, afirma que gosta de pagar bem as colegas e tem medo que a expan-são dos negócios prejudique isso, pois salões maiores costumariam diminuir os salários dos empregados para baixar os preços dos serviços. Além disso, ela tam-bém teme a falta de clientela em uma estrutura maior. “Existem horários em que não estamos tão cheios, e expandir o salão poderia aumentar os gastos des-ses momentos”, diz.

o outro laDoNão arriscar em novos empreendi-

mentos que aumentariam a demanda e as atividades diárias é visto por muitos como uma forma de proteção do negócio. Contudo, o consultor Alexandre Ribei-ro alerta que decisões como estas podem diminuir o tempo de vida da empresa. “Quem dita o tamanho do negócio é o

mercado. Se você relutar muito em cres-cer, o empreendimento pode acabar fi-cando obsoleto, ou ser comprado por uma grande rede, o que é muito comum. Nes-te sentido, apostar no crescimento pode significar a sustentabilidade do negócio”, explica. Especialistas garantem que para aumentar o negócio é preciso estar dispos-to a profissionalizar a gestão, estar atento ao mercado e buscar sempre se especia-lizar. Além, claro, de escolher bem seus funcionários e reinvestir na companhia. Um processo que exige o rompimento de algumas barreiras. Quem decide tentar se expandir deve também estar disposto a se arriscar em prol de oportunidades e possibilidades que podem render frutos. Contudo, quanto mais estudo e profis-sionais especializados forem envolvidos neste processo, maior a possibilidade de atingir um tamanho satisfatório sem obter prejuízos. Ser dono de uma gran-de corporação pode até ser o sonho de inúmeros empresários, mas, para alguns, essa ideia passa longe de ser um objetivo de vida. “Faço o meu melhor para viver bem, para dar uma vida boa para os meus funcionários e isso já me faz feliz. Tem gente que sempre quer mais, mas eu não preciso de mais do que tenho para estar de bem com a vida”, diz Cleusa.

Vantagens e desvantagens de ser pequenoVantagens

Domínio total das operações e

da qualidade do produto

Diminuição do fator de risco

Contato direto com os clientes

Desvantagens

abertura de espaço para a

concorrência

possibilidade de ficar obsoleto

ou ser comprado.

possibilidade de diminuição da

margem de lucro

Quando é a hora de crescer?o empresário deve ficar atento às necessidades do mercado. Quando

a demanda começa a ser maior do que a produção, está na hora de

expandir o negócio

Estar atento ao que o cliente precisa e a empresa ainda não tem

Depois que se decide crescer, profissionalize a gestão e faça um plano de

negócios bem elaborado

aprenda a delegar tarefas e confie nos seus funcionários

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Edson Rodriguez Especialista em gestão comportamental e profissional

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Qual é esse perfil? Esta é a pergunta que se fazem os profissionais, tanto gestores de negócios que buscam colaboradores e pro-fissionais de RH como também aqueles que buscam emprego, ou seja, os mais interessados em descobrir resposta para tais questões: Qual é o perfil que está em alta? O que as empresas querem? O mercado busca perfis de pessoas que produzam resultados. Ponto final.

Entretanto, essa simplicidade esconde uma complexidade paradoxal. Porque é pre-ciso detalhar o que é considerado resultado, como ele pode ser avaliado e que tipo de pes-soa tem perfil para exercer as tarefas que leva-rão a esse resultado.

Cada função requer perfil ou compe-tências comportamentais próprias, além das competências técnicas, que são relativa-mente fáceis de identificar. A complexidade maior está nas competências comportamen-tais, pois estas representam cerca de 70% das variáveis que irão determinar o sucesso do indivíduo na função.

Como determinar o perfil adequado para um cargo? Existem tecnologias de Análise de Perfil Pessoal disponíveis no Brasil que permi-tem desenhar o perfil comportamental dese-jado. O passo seguinte é a aplicação de um teste que fará a comparação, identificando o quanto o indivíduo encaixa no cargo ou não.

Muitas empresas já utilizam essa tecnologia, que traz grandes benefícios em desempenho e retenção de talentos nas empresas.

Perfis com características de alta domi-nância, foco em resultados, competitividade, alta influência, comunicação, flexibilidade, ritmo e adaptabilidade são frequentemente solicitados e não há candidatos em número suficiente com essas características. Assim, muitas vezes são contratadas pessoas com perfis diferentes. O resultado: desempenhos sofríveis e até medíocres.

Uma solução está em desenvolver essas características nas pessoas que já estão na organização. A ideia é trabalhar as máscaras profissionais, ou seja, os comportamentos que os indivíduos ostentam em seu ambiente de trabalho. Não se trata aqui de mudar a sua personalidade, mas de ajudá-los a compreen-der as necessidades de mudança e adequação, de modo a fazê-los aceitar essas mudanças e mesmo buscá-las, uma vez que isso irá impac-tar positivamente na vida profissional.

Se não conseguirmos encontrar o talento que queremos no mercado, a saída é desen-volver os que temos dentro da empresa, e/ou contratar pessoas que estejam, digamos, “a meio caminho” e possam ser desenvolvidas rapidamente. Temos os instrumentos, a tec-nologia e o conhecimento para fazer isso.

O perfil que o mercado busca

“Cada função requer perfil ou competências comportamentais próprias, além das

competências técnicas, que são relativamente fáceis de identificar.”

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Bens & Serviços / dezembro 2010 / Edição 68 19a Panvel é hoje uma das redes mais representativas do setor farmacêutico no Estado e país. conte um pouco sobre a história da empresa.

JúliO Não foi só meu pai, são três famílias que hoje temos aqui: Mottin, Pizzato e Weber. Três famílias que eu digo sempre:

comprometimento com o EmPrEEndEdOriSmO

E N T R E V I S T A

é um tripé extremamente importante por construir esta marca que hoje possui um valor tremendamente grande, em termos de Brasil. Nós criamos uma fusão de duas empresas, a Panitz e a Velgos. Inicialmente, constituímos a Dimed, uma central de compras, para depois formarmos a Panvel, em

1972. Eu acompanhei a fusão. Depois começamos a criar uma série de outros serviços, pois o que se falava na época era na diversificação. Tivemos a Dimed Nordeste, depois Santa Catarina, Santa Maria, Passo Fundo, que era para já ter uma base logística para ir pensando no crescimento das lojas Panvel.

Júlio Ricardo Andrighetto Mottin presenciou o nascimento do que se tornaria a maior

rede de farmácias na região Sul do país. hoje, o diretor-presidente da empresa é

responsável por transmitir aos demais integrantes da equipe Panvel – cerca de 3.500

colaboradores – o legado de empreendedorismo que carrega no histórico familiar.

Também membro do conselho de Administração da marca, ele está à frente das 278

lojas da rede, distribuídas entre Rio grande do Sul e Santa catarina, e agora acompanha a

expansão da marca para o Paraná

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Entrevista

Bens & Serviços / dezembro 2010 / Edição 6820

A rede teve um crescimento muito grande nessas duas últimas décadas. Inicialmente eram sete lojas da Panitz e 12 lojas da Velgos, um total de 19 unidades. Hoje são 278 lojas entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e agora estamos chegando no Paraná. Quando e como o senhor começou a trabalhar na Panvel? Qual a sua trajetória na empresa?

JúliO Minha história dentro do grupo já tem 43 anos. Comecei como auxiliar de departamento pessoal, depois trabalhei como gerente de loja, supervisor de loja, e então vim para a Dimed. Comecei trabalhando como gerente de crédito de cobrança, depois fui gerente comercial e, posteriormente, atuei como diretor comercial. Eu tinha 21 anos quando comecei a trabalhar na empresa; 26 quando a Panvel foi fundada. Sou

formado em Direito, pois minha mãe sempre quis ter um “doutor” na família. Eu já estava trabalhando na Panitz e nunca saí, nunca atuei na área do Direito. Aprendi bastante no decorrer dos anos, na própria empresa. Hoje sou diretor-presidente e membro do conselho de administração.

de que forma a Panvel se solidificou como a maior rede de farmácias da região Sul do país?

JúliO Com muita ética, inclusive nossa missão diz isso. Também com muito comprometimento, muita paixão, e sempre pensando na melhor prestação de serviço. Acho que isso são valores que temos, e que são extremamente preciosos. Temos um valor inestimável de credibilidade. Quem vai na Panvel sabe que está comprando um produto de crédito substancial. Hoje a rede não é apenas sinônimo de medicamentos, mas também de cosméticos. Nós temos um case que é a marca própria Panvel, e que hoje está sendo reconhecida no Brasil inteiro. Através do site, também, vendemos por todo o país.

como o senhor observa as transformações no setor farmacêutico desde a fundação da Panvel, e de que forma a rede busca se manter atualizada?

JúliO Nós estamos sempre procurando no-vidades, desde a área de informática, por exemplo. Todas as áreas criadas no mun-do, hoje, estamos perseguindo para nos atualizarmos. Para mencionar algumas, as operações de delivery (tele-entrega), de EDI (Electronic Data Interchange,

“coMo EM quAlquER ouTRA EMPRESA, Eu dIRIA quE,

hoJE, coM ESSE cREScIMENTo quE o BRASIl ESTá

TENdo, A Mão dE oBRA PARA o dESENVolVIMENTo é

uM doS fAToRES quE MAIS INfluEM.”

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Bens & Serviços / dezembro 2010 / Edição 68 21

ou Intercâmbio Eletrônico de Dados, sistema de envio e recebimento de docu-mentos eletrônicos padronizados entre parceiros de negócios). O site da Panvel está sendo altamente modificado para construir uma facilidade ao consumidor, a parte de logística também é fundamen-tal. Hoje, no Brasil, há um crescimento, e nós estamos acompanhando esse cres-cimento com níveis superiores até aos do mercado, e estamos adaptando essa logística para melhorar nossos serviços.

como o senhor avalia o boom do setor farmacêutico e como a Panvel busca se destacar em meio à concorrência?

JúliO A Panvel se destaca por ser uma empresa que sempre cumpriu com as suas obrigações tributárias, e isso nos favorece em um momento em que se criou a nota fiscal eletrônica, o Sped, porque pagar imposto no país é quase um palavrão. Mas é uma ideia minha de que, se não se consegue pagar um imposto, se fecha a empresa. Então eu tenho adotado esses critérios e temos, graças a Deus, nos saído muito bem.

Quais são as maiores dificuldades do setor farmacêutico hoje?

JúliO Como em qualquer outra empresa, eu diria que, hoje, com esse crescimento que o Brasil está tendo, a mão de obra para o desenvolvimento é um dos fatores que mais influem. Porque há uma ne-cessidade urgente: precisamos muito de educação. Estamos permanentemente, através da equipe de Recursos Humanos, criando mecanismos para que se possa desenvolver mais a empresa.

“cRISES São PASSAgEIRAS. olhAR PARA o fuTuRo,

coM INVESTIMENToS PRóPRIoS, coM REcuRSoS

PRóPRIoS, é fuNdAMENTAl.”

Que lições sobre empreendedorismo o senhor aprendeu com o seu pai e que busca transmitir ao seu filho (Júlio mottin neto, vice-superintendente da Panvel) e demais integrantes da empresa, atualmente?

JúliO Como mencionei anteriormente: muita perseverança, um comprometimento muito grande, acreditando no trabalho e não em outras coisas. Além disso, não ficar

olhando para as crises, porque crises são passageiras. Olhar para o futuro, com investimentos próprios, com recursos próprios, isso é fundamental. Inclusive eu tenho uma frase que eu digo sempre: “Venda tanto, gaste tanto e tem que sobrar alguma coisa. Se não sobrar, ‘flapes abajo’.” Essa é uma boa economia.

na sua opinião, quais são os critérios fundamentais para uma boa gestão empresarial?

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Entrevista

Bens & Serviços / dezembro 2010 / Edição 6822

“quEM VAI NA PANVEl SABE quE ESTá coMPRANdo

uM PRoduTo dE cRédITo SuBSTANcIAl. hoJE A REdE

Não é APENAS SINôNIMo dE MEdIcAMENToS, MAS

TAMBéM dE coSMéTIcoS.”

JúliO São os valores da empresa: trabalho em equipe, excelência no atendimento, ética, inovação, agilidade e orientação para o resultado. Isso é importante, são coisas que todos nós tratamos aqui. Outro fator importante também: prêmio a gente não ganha sozinho, mas sim com uma equipe de trabalho, e eu sou muito orgulhoso de ter montado uma equipe com profissionais extremamente atuantes no negócio.

como surgiu a ideia de criar uma marca própria e lojas especializadas?

JúliO A ideia da marca própria surgiu ao olhar redes dos Estados Unidos, como por exemplo a Walgreens, e chegamos à conclusão de que seria interessante investir na ideia. Não foi algo pensado para enfrentar a conrrência, mas sim, uma criação nossa. Um dos primeiros produtos foram a fralda e o absorvente,

que nós produzimos com terceiros. Já tínhamos um laboratório, que não estava pronto mas que depois organizamos melhor. Agora, toda a área de cosmé-tico nós estamos produzindo no nosso laboratório, o Lifar. No caso das lojas especializadas, temos a da rua 24 de Ou-tubro, que é a primeira, e pretendemos continuar investindo. Agora estamos dando uma ênfase especial não só na marca Panvel, mas também nas nossas submarcas, como a Vert, a Chic, a Erva Doce, a Mel, a Secrets, entre outras, e estamos obtendo muito sucesso.

Qual a importância das submarcas Panvel no faturamento da empresa?

JúliO Hoje estas submarcas representam cerca de 8% do total de vendas na linha de perfumaria e cosméticos. É um crescimento muito grande. O prepara-mento veio de longa data, e hoje temos um setor industrial completamente aparelhado para dar conta da demanda, bem como o departamento de marketing e criação. Estamos sempre de olho no mercado mundial, e nossos produtos são de altíssima qualidade, reconhecidos nacionalmente. Vendemos muito através do site da Panvel, mesmo naqueles esta-dos em que não temos lojas. Se alguém deseja encomendar algum de nossos produtos lá de Rondônia, basta comprar pelo site e nós enviamos por Sedex, sem custos adicionais para o cliente.

a Panvel estreia no Paraná neste mês de dezembro, como será feita esta expansão? JúliO Serão inauguradas quatro lojas, ain-da em dezembro, todas na capital do es-

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Bens & Serviços / dezembro 2010 / Edição 68 23

tado, Curitiba. Serão duas lojas grandes e duas no conceito express. Para 2011, já estamos procurando novos pontos. O plano é inaugurar mais seis unidades, no espírito de loja grande, ainda no pri-meiro semestre do ano que vem. E todas as seis em Curitiba também. Estamos colocando o pé no Paraná. Em Santa Catarina já somos primeiro lugar em Florianópolis e na Grande Florianópolis.

Quais os próximos planos da rede?

JúliO Nos consolidarmos nessas três regiões (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). Não quero ter apenas uma loja no estado, quero ter uma marca para poder, no futuro, divulgá-la bem, por estado. Depois do Paraná ainda não há previsão de novos projetos de expansão.

Em que se diferenciam os consumidores gaúchos, catarinenses e paranaenses?

JúliO Hoje eu diria que é praticamente o mesmo. Há uma semelhança muito grande na região Sul, uma prova disso é a quantidade de gaúchos que se encontra em Santa Catarina. Estamos vivendo um êxito tremendo nas lojas de praia, de verão, como em Camburiú, Garopaba, Ingleses, Canasvieiras, reforçando a nossa marca também.

a empresa já está trabalhando no processo de sucessão? O senhor pensa em se aposentar?

JúliO Nossa equipe é jovem, com profis-sionais capacitados para dar continuida-de aos trabalhos da empresa. A superin-

tendência já está sendo coordenada pelo Denis Pizzato, e meu filho, Júlio Ricardo Mottin Neto, é o vice-superintendente. Esta equipe já está preparada através do envolvimento completo de todas as frentes da empresa: varejo, atacado e indústria. Estamos nos profissionalizando cada vez mais dentro da coordenação dessas áreas. Eles têm uma visão holís-tica de todo o processo da empresa. No momento, não penso em aposentadoria, e mesmo quando eu não for mais o diretor-presidente continuarei ativo por meio do Conselho de Administração.

Qual o papel de entidades como a Fecomércio-rS na defesa dos interesses dos setores que representa?

JúliO Sempre falo que estas entidades têm um papel preponderante tanto na reforma tributária como trabalhis-ta, além de questões como pirataria e ética, entre outras. Acredito que seja importante operar nesses pilares. Além disso, aposto na canalização de todas essas entidades representativas. Acho que, assim, o trabalho feito por elas será ainda mais efetivo.

“hoJE, No BRASIl, há uM cREScIMENTo E NóS ESTAMoS

AcoMPANhANdo ESSE cREScIMENTo coM NíVEIS

SuPERIoRES ATé do MERcAdo.”

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 6824

m um ano de bons resultados para o comércio de bens e serviços do Rio Grande do Sul, há um ponto que tem deixado empresários e colaborado-res em estado de alerta: o possível re-torno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para isso, entidades como a Fecomér-cio-RS estão trabalhando para que os brasileiros não agreguem um novo im-posto em suas contribuições anuais.

EntEnda a históriaInicialmente criada para destinar

seus recursos à área da saúde, a CPMF foi aprovada em 1993 e passou a vigorar em 1994, sob o nome de IPMF – Im-posto Provisório sobre Movimentação Financeira. Neste período, a alíquota era de 0,25%, e assim permaneceu até dezembro de 1994, quando o imposto foi extinto.

Em 1996, a CPMF volta a ser deba-tida no governo, então com a proposta de ser um recurso a ser investido na saú-de. É a partir de 1997 que, oficialmente, a CMPF passa a vigorar como tal, com alíquota de 0,2%. Antes da virada do milênio, em 1999, a CPMF é prorrogada até 2002, no entanto, com alíquota de 0,38%. O aumento tinha como justifica-tiva contribuir nas contas da Previdência Social. Para o alívio dos contribuintes, em 2001 a alíquota caiu para 0,3%, mas a alegria durou pouco, pois, em março do mesmo ano, o imposto voltou ao va-lor anterior. Em 2002 e 2004 a CPMF foi prorrogada, sendo derrubada somente em 2007. No último ano em que vigo-rou, arrecadava o equivalente a 1,37% do PIB e era o quarto tributo em arre-cadação da União. As estimativas apon-tam que esse valor seria ainda maior, por causa da expansão do crédito.

E

a batalha contra a volta da CPMFApesar do bom desenvolvimento da economia, os brasileiros podem começar 2011 com

uma (antiga) preocupação: o retorno da CPMF. Com mais um imposto a pagar, uma das

principais ameaças é a redução no consumo nacional

O rEtOrnO dO impOstOAgora, a CPMF ameaça retornar, e

a medida pode custar caro para o bolso dos contribuintes brasileiros. Para evi-tar que isso aconteça, a Fecomércio-RS está trabalhando veementemente junto à Confederação Nacional do Comércio (CNC) e outras entidades empresariais do Rio Grande do Sul no intuito de esclarecer ao governo os prejuízos que o retorno da CPMF poderá acarretar para a sociedade como um todo.

“Toda a cadeia produtiva terá um impacto negativo com a criação de uma nova CPMF, e isso significa não apenas uma carga onerosa às empresas, mas, in-clusive, poderá ter consequências a toda a sociedade. Sabemos que a arrecadação está acima do previsto e o que falta é re-adequar os gastos públicos e equilibrar a máquina administrativa, não penalizan-do, de forma simplista, o contribuinte e

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as empresas”, destaca o presidente do Sis-tema Fecomércio-RS, Zildo De Marchi.

No dia 22 de novembro, a sociedade civil gaúcha se reuniu em um protesto contra o retorno da CPMF, incluindo a criação de novos tributos que possam vir a substituí-la. Existe também a pos-sibilidade de a CPMF resurgir sob um novo nome: CSS - Contribuição Social para a Saúde. É sob este nome que o projeto tramita no governo.

A reunião não teve como objetivo único protestar contra a volta da CPMF, mas sim, buscar soluções para evitar este retorno. De acordo com Zildo De Marchi, o que está sendo proposto é que se aumente a eficiência do gasto públi-co. “Temos carga tributária de país de-senvolvido, mas com serviços de baixa qualidade”, explica o dirigente. Como

exemplo internacional dessa eficiência, ele cita que a Argentina gasta 4% do PIB em educação, 3,2% no Chile, 3,9% na Rússia, enquanto no Brasil o total é de 5%. “No entanto, temos o pior de-sempenho no PISA (Program for Inter-nacional Student Assessment). Além disso, não são raras as vezes em que nos defrontamos com corrupção com uso de dinheiro público. Por isso, acreditamos que o governo tem que trabalhar para gerar melhores serviços com a mesma quantidade de recursos”, salienta.

Neste âmbito, a Fecomércio-RS acre-dita que o Brasil tem plenas condições de manter-se em função dos tributos que já possui. “Apenas com o crescimento da arrecadação de IOF e de CSLL, após o fim da CPMF, o governo passou a arreca-dar, em valores correntes, metade do que

a CPMF arrecadaria caso fosse imple-mentada no próximo ano, com alíquota de 0,38%”, aponta De Marchi. “Isto é, através de medidas complementares, o governo já arrecada a metade do que ha-via perdido”, complementa. Entre 2000 e 2009, a arrecadação federal subiu, em termos reais, R$ 189 bilhões, enquanto o gasto com saúde, R$ 7 bilhões. Isso signi-fica que houve geração de recursos, con-tudo, em sua maioria destinados a cobrir gastos com a máquina pública. “Nesse sentido, mais um vez, acreditamos que existem recursos para serem gastos, o que falta é melhor a eficiência da gestão pu-blica”, enfatiza De Marchi.

as cOnsEquênciasCaso a CPMF realmente volte a vigo-

rar, um dos principais efeitos sentidos pela população será o aumento dos preços. Isso acontece porque o tributo incide direta-mente sobre movimentação financeira e, hoje, boa parte das transações nos setores de comércio e serviços são realizadas por meios eletrônicos. Como não é permitido que os estabelecimentos alterem o preço por causa de meio de pagamento à vista, os preços deverão subir, e, consequen-temente, o consumo sofrerá uma signi-ficativa redução. Contudo, o principal efeito é aquele que reduz o investimento, seja na indústria, na agricultura, no co-mércio ou no setor de serviços, uma vez que o país torna-se menos competitivo. “Já temos uma carga tributária quase dez pontos maior que Chile, México, China, Índia, Rússia. Para um país que precisa de poupança externa para crescer mais de 3,5%, a perda de competitividade pode significar redução no crescimento da nos-sa economia”, afirma Zildo De Marchi.

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R E ES VT CP AR TO I

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27

TexTo: Luísa KaLiL

ais um ano chega ao fim. É o momento de fazer a retros-pectiva ou, no caso dos empreendedores, o tão conheci-do balanço. Avaliar os resultados de 2010 e o que ficará como exemplo para 2011 entra na lista ao lado de outro critério muito importante: o que não repetir. Cada setor tem suas peculiaridades, assim como o perfil das empresas é cada vez mais distinto. No entanto, os cuidados com ferramentas de gestão e as expectativas otimistas em rela-ção à economia no Estado e no país parecem ter tomado conta do universo empresarial.

De acordo com o economista e consultor da Fecomér-cio-RS, Marcelo Portugal, 2010 foi um ano excepcional. Um dos motivos é o crescimento do volume de vendas em até 10%. “Acredito que este será o melhor Natal de vários anos, porque houve uma ‘mistura’ de diversos fatores positivos, como o maior volume de empregos e, consequentemente, uma maior massa de salários. Por outro lado, há também o maior volume de crédito”, destaca. O saldo positivo no

Chegou a hora de fazer

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Conheça cases de sucesso em 2010 e saiba por que este foi um bom

ano para a maioria dos setores no mercado. A partir da experiência

destes empreendedores, saiba também o que esperar do próximo ano

27

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etrospectivaR

Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 6828

volume de vendas, lembra ele, não é apenas uma realidade para o Brasil, mas sim, no cenário mundial. Contudo, isso não significa que 2011 será um reflexo desses resultados. “Não se deve esperar o mesmo crescimento para o próximo ano, que ficará em torno de 6%. Embo-ra represente uma queda em relação a 2010, será igualmente um bom volume”, diz. Segundo Portugal, 2010 foi um ano de forte recuperação da crise econômica que se alastrou em 2008, enquanto 2011 será o ano da consolidação.

Para o economista, os setores que apresentaram melhores condições eco-nômicas este ano foram a agropecuária e o comércio. Vale lembrar, também, o otimismo com relação ao número de empregos gerados. “Este foi um ano marcado por uma grande mudança no mercado de trabalho: no Estado, a taxa de desemprego foi de 3,7%, a menor registrada pela história do IBGE.” Por outro lado, a inflação, que sofreu um breve aumento, manteve-se sob con-

trole e deve permanecer em torno de 5,8% para encerrar o ano. O volume de crédito, um dos responsáveis pelos bons resultados na economia em 2010, continuará crescendo no próximo ano e, consequentemente, incentivando o consumo. O alerta fica em torno do possível aumento dos impostos. “Há um excesso na demanda da economia, por isso as taxas de juros aumentarão, pois o consumo maior que a produção gera inflação, e por isso deve haver o controle do crédito”, salienta Portugal. Com a entrada de um novo governo nos âmbitos nacional e gaúcho, o eco-nomista também destacou a necessi-dade de recompor as contas públicas, pois houve um certo “desleixo fiscal” em 2010. “Passaremos de um ano ex-cepcional para um ano bom”, sintetiza o consultor da Fecomércio-RS.

FOCO nA TElE-EnTREgAPraticidade e conveniência. Esta é a

fórmula de sucesso da marca Totosinho,

empresa que trabalha com tele-entrega de salgados e docinhos para festas e ou-tros eventos em Porto Alegre. De acordo com o sócio-diretor Maurício Sirotsky Neto, mais do que investir na mídia, en-tregar o que a empresa promete é a prin-cipal estratégia. Em 2010, a Totosinho contou com dois pontos altos: as opera-ções no litoral norte, em Xangri-Lá, e as ações para a Copa do Mundo. Somente no mês de junho, quando aconteceu o mundial na África do Sul, eram feitas em torno de 600 a 700 encomendas nos dias em que a seleção brasileira entrava em campo. O resultado foi um aumento de 40% no faturamento, se comparado a junho de 2009. O sucesso já deixou a empresa de olho na Copa de 2014, quando Porto Alegre será uma das subsedes para o mundial do Brasil. No litoral, a Totosinho trabalhou com um ponto fixo em Xangri-Lá, com a venda de produtos congelados, além da tradi-cional tele-entrega. O saldo positivo na comercialização antecipou a presença da marca no litoral este ano. A partir de 29 de dezembro, a Totosinho volta a operar com a loja na praia, a qual deve ficar à disposição dos veranistas até o fim do Carnaval de 2011.

A experiência do investimento em quiosques da marca em shoppings da capital foi um aprendizado para que a empresa lembrasse seu verdadeiro foco: a tele-entrega. Hoje a Totosinho também trabalha com a venda de seus produtos em uma rede de supermerca-dos, levando docinhos e salgados para o interior do Estado, inclusive. “O su-permercado foi uma surpresa boa, mas é muito mais divulgação. Nosso foco principal é naquilo que sabemos fazer, equipe de coordenadores da Totosinho

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 68 29

Tarcísio morais está à frente da macosul e da fechosul

que é a tele-entrega”, salienta Neto. A internet também entra como um bra-ço forte na empresa, sendo responsável por uma média de 300 pedidos mensais. Para 2011, as expectativas são boas. “A economia irá crescer, e acreditamos mui-to no nosso negócio. As pessoas querem cada vez mais praticidade”, constata o sócio-diretor. Porque a Totosinho não possui lojas, a lembrança da marca é algo que precisa ser constantemente trabalhada, por isso o marketing é uma ferramenta de extrema importância para a empresa. “Marketing para nós é algo muito agressivo, mas é um investimen-to”, avalia Maurício Sirotsky Neto.

APOSTA nA MARCAEm 2010, uma das mais tradicionais

redes varejistas do Rio Grande do Sul passou por uma intensa reformulação. As Lojas Herval mudaram de nome, passando a ser Lojas Taqi. O projeto nasceu no intuito de esclarecer o con-sumidor, que muitas vezes confundia o que era realmente a marca Herval.

De acordo com o diretor-geral da Taqi, Germano Grings, o processo foi mi-nuciosamente trabalhado. “A mudan-ça de uma marca é algo que deve ser muito estudado, não é como mudar de roupa. Houve uma discussão sobre como fazer esse processo, uma imersão com todos os 4 mil colaboradores da rede, além dos consumidores”, explica. Grings afirma que foi necessário mudar

a forma como a empresa trabalhava seu varejo, incluindo um novo conceito e layout para a marca. O projeto come-çou a ser idealizado em 2005, mas o martelo foi batido somente em 2008. “A partir daí começamos todo o traba-lho interno, até chegarmos em abril de 2010”, conta, referindo-se ao mês em que foram inauguradas as primeiras lo-jas sob o nome Taqi. Até o momento, são mais de 20 novas lojas, além das já existentes, que também trocaram o nome fantasia – um total de 67 uni-dades em todo o Rio Grande do Sul, e mais duas em Santa Catarina. O re-torno tem sido muito positivo. “A Taqi chegou com uma ideia de serviço me-lhor, e o cliente aprovou isso”, destaca Grings. Mesmo com os bons resultados, isso não evitou um tipo de “choque inicial” por parte do consumidor, mas a rede não foi pega de surpresa. “Es-távamos preparados, e o cliente foi se adaptando”, acrescenta o diretor-geral. Ao todo, o projeto representou um in-vestimento de R$ 30 milhões de reais.

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etrospectivaR

Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 6830

“Foi pesado, mas valeu a pena. Nosso trabalho agora é de consolidação”, en-fatiza. Para 2011, a companhia deverá seguir a mesma linha: “Se precisasse, faria tudo de novo, não mudaria uma vírgula. O time que está ganhando, está ganhando, e temos que manter nossos melhores jogando”, salienta. Para Ger-mano Grings, o segmento do varejo é muito amplo, e o consumidor está cada vez mais em busca de produtos de van-guarda, de qualidade. “Acredito que, cada vez mais, o varejo deve trabalhar junto aos fornecedores para trazer um setor mais efetivo, que atende às de-mandas do consumidor.”

FORçA nA ESPECIAlIzAçãONo mercado há mais de 20 anos,

a Fechosul deu um passo importante rumo ao crescimento da empresa em 2010. De acordo com o diretor da Fe-chosul, Tarcisio Pires Morais, a princi-pal ação deste ano foi a compra da Ma-cosul, empresa com 50 anos de mercado no ramo de fechaduras e a mais antiga neste setor na capital gaúcha. “Agora

mais carros e motos, e investimos em treinamento para a equipe de colabo-radores”, conta o empresário, lembran-do que outros fatores, como consulto-rias comerciais e humanas nas lojas, também fazem parte do investimento. “Sabemos nossos pontos fracos e con-tratamos empresas especializadas para nos ajudar.” A Fechosul começou com uma loja de fechaduras e acessórios, e no ano passado inaugurou a Fechosul Fechaduras e Metais, consolidando a liderança da marca e ampliando o mix de produtos. O saldo positivo no mer-cado, segundo Morais, pode ser credi-tado à liberdade de crédito. E o que não será repetido em 2011? “Erramos pouco este ano, mas temos de estar junto aos colaboradores, participar e colocar a mão na massa com eles”, avalia. O se-gredo, para o empresário, é estar prepa-rado para os acontecimentos e evitar o pensamento negativo. “É necessário se preparar para quando a onda vier você surfar nela, do contrário ela passa por cima. No momento, estamos surfando,

as duas marcas terão, com certeza, o melhor mix de produtos de segurança eletrônica e mecânica do Rio Grande do Sul”, comemora Morais.

Ao lado do irmão, Fabiano, e da es-posa, Luciane, ele afirma que a empre-sa busca constantemente aprimorar o atendimento e produtos com bom cus-to/benefício para o cliente. “Aprimora-mos nossos serviços, como agilidade e qualidade no atendimento. Compramos

denise comemora os bons resultados com ampliação da loja

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 68 31

e queremos chegar mais longe.” No ano que vem, a empresa, que trabalha com fechaduras mecânicas e eletrônicas es-pecializadas na área de segurança, au-mentará sua gama de artigos. “Iremos investir na linha de telas mosquiteiras, ferragem para vidros e, com mais força, na área de segurança para fogo”, adian-ta Tarcisio Morais.

PEnSAnDO nO ClIEnTERamo fortemente ligado à indústria,

o setor moveleiro também celebrou os bons resultados em 2010. É o caso da Estilo de Vida, de Santo Ângelo. De acordo com o proprietário Dorildo Val-ci Correa, este foi um ano de intenso crescimento. “Isso se deve, em parte, à incisão do IPI e à melhoria da qualida-de de móveis da indústria nacional, em especial a gaúcha”, explica o empresá-rio. A principal ação da empresa em 2010 foi a fidelização de novos clientes, a melhoria na prestação de serviços e a parceria com bons fornecedores. “Esta-mos tendo bastante êxito”, diz Correa. Como exemplo a ser guardado para o próximo ano, ele aposta na qualidade do serviço e na capacitação dos cola-boradores. “Tudo sempre pensando no cliente”, acrescenta. Para isso, ele conta com o auxílio de arquitetos de interiores e decoradores para auxiliar o cliente na hora da compra. De acor-do com o empreendedor, os problemas enfrentados ao longo do ano devem ser encarados como parte do crescimento profissional. “Considero nossa meta atingida, e 2011 será um ano muito importante para nós”, enfatiza Correa, referindo-se ao projeto que deve alterar o nome fantasia da empresa. “Percebe-

mos que necessitávamos de uma marca forte, daí a mudança. Nos próximos anos também pretendemos investir na expansão da empresa.”

BuSCA POR ESPAçOE COnFIAnçA

A empresária Denise Faleiro Welter, de Santa Rosa, divide-se entre dois em-preendimentos. O Armazém dos Presen-tes, que completou dois anos em 2010, e o Armazém da Moda, que celebrou seu primeiro aniversário neste ano. “São duas lojas que estão conquistando seu espaço no mercado e buscando a confiança dos clientes”, explica. De acordo com Denise, por meio do crescimento das vendas e da fidelização dos consumidores é possível observar, mês a mês, o resultado do traba-lho que vem sendo realizado. “Nossa meta principal para 2010 foi a ampliação do espaço físico do Armazém dos Presentes, a qual conseguimos concluir em outubro deste ano, mês de aniversário da loja. Isso nos trouxe um retorno muito bom, nos surpreendeu, pois vimos que os clien-

tes gostam de novidades e que vamos precisar inovar sempre nos próximos anos”, comemora a administradora, ao mesmo tempo em que reconhece que há muito a aprender, por se tratarem de empreendimentos novos. “A cada dia é preciso melhorar o que está sendo fei-to, implementando novas ações e até mesmo interrompendo algumas que não estão dando resultado.” Para a empresá-ria, o projeto inclui – não apenas para 2011, mas para os próximos anos tam-bém – aperfeiçoar o atendimento, ao trazer produtos diferenciados e de quali-dade para os clientes, no intuito de reno-var constantemente o visual das lojas, e, possivelmente, a ampliação do Armazém da Moda. “Neste primeiro ano da loja, pudemos perceber como é importante a fidelização dos clientes, e como é possí-vel conquistá-los com atitudes básicas, como um ótimo atendimento. Tivemos um retorno muito bom de clientes neste primeiro ano de Armazém da Moda, e pretendemos mantê-los e conquistar ou-tros novos a cada dia.”

correa deseja reformular a marca em 2011

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aiba maisS

Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 6832c o n s u m o

c o m p o r t a m e n t o

g e s t ã o

i m a g i n a s ó !

Deu cupim na linhaUma simbiose entre

a tecnlogia e a arte

primitiva. Isso mes-

mo. Surge no mer-

cado o celular de

madeira com câmera

de 5 megapixel, tela

de 3,4” e 3G/GSM. Lançado pela Sharp, o cha-

mado Touch Wood estará à venda no Japão no

início de 2011, com uma série limitada de apenas

15 mil exemplares exclusivos para usuários da

operadora NTT DoCoMo. O fabricante aplicou

madeira de árvore cipreste, uma espécie que

oferece durabilidade e resistência à água. Outro

dado interessante: o produto não é pintado para

manter a cor natural e reter o aroma original

da respectiva espécie arborífera usada, desde a

Antiguidade, por fenícios e cretas como matéria-

prima na construção de casas e barcos. Com

certeza, uma volta às origens para inovar!

miki

ya ta

kimo

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PC na lista de compra dos gaúchos O computar conquistou espaço cativo na vida dos brasileiros. Dos

lares sediados em território nacional, 58% dos domicílios possuem ao

menos um PC. Os dígitos foram computados pela Nation Wide Study

2010 – pesquisa realizada pela Ipsos a pedido da Intel, entre agosto

e outubro de 2010, com 2.500 pessoas residentes em 16 localidades

do país. As regiões Norte e Sul são as que apresentam maior intenção

de compras do item, com destaque para o Rio Grande do Sul. Nada

menos que 50% dos gaúchos entrevistados declararam pretender

adquirir um desktop, notebook ou netbook nos próximos 12 meses. O

Estado ainda figura como um dos que contabilizam maior índice de uso

compartilhado, seguido pelo Pará e Pernambuco.

peter nielsen/stock.xchng

Mercado para a terceira idadeA empregabilidade de seniores no Brasil hoje alcança a marca

de 2,2%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE). O percentual ainda está abaixo dos 3% desejados pela

Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Brasil, aponta

o IBGE, possui 17,9 milhões de pessoas com idades igual ou

superior a 60 anos; mas estimativas da ONU indicam que

este número deverá ultrapassar os 64 milhões até 2050. Uma

matemática que evidencia o universo expressivo da terceira

idade, que – em função do aumento da expectativa de vida –

buscará cada vez mais oportunidades no mercado,

sendo agente ativo da economia nacional.

Nota fiscal na mãoMais idade, maior interesse em levar a nota fiscal para casa. A

constatação é de uma pesquisa desenvolvida pela GFK, em que 46%

dos entrevistados solicitam o documento depois de fazer as compras.

Os dados foram levantados no mês de julho, com 1.000 pessoas de

cidades das regiões metropolitanas brasileiras. Entre aqueles que pedem

a NF sempre ou na maioria das vezes, 69% estão na faixa etária acima

dos 45 anos. No grupo dos inquiridos, os homens (70%) sobressaem

em relação às mulheres (62%). O estudo ainda encontrou diferença de

comportamentos dentro da pirâmide social. Os nichos A e B costumam

pedir a nota com maior frequência do que as classes C e D.

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 68 33

d i n h e i r o

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se m t e m p o

Raio X das condiçõesde trafegabilidadeHouve melhoras significativas na conserva-

ção do pavimento, da sinalização e da geo-

metria viária de 90.945 km. Este foi o re-

sultado de uma avaliação da Confederação

Nacional do Transporte (CNT) em 100%

da malha rodoviária federal pavimentada.

Segundo os pesquisadores, a explicação

estaria no aumento dos investimentos em

infraestrutura. De acordo com a CNT,

de 2007 a agosto de 2010, o governo

federal destinou R$ 27,71 bilhões para

obras estruturais do segmento. A pesquisa

também mostrou que 14,7% das estradas

analisadas são classificadas como ótimas,

26,5% boas, 33,4% regulares, 17,4% ruins e

8% péssimas. Com a realização do estudo,

a entidade pretende difundir informações

para que políticas setoriais de transporte,

projetos privados, programas governa-

mentais e atividades de ensino e pesquisa

resultem em ações que promovam o

desenvolvimento do transporte rodoviário

de cargas e de passageiros.

mais

info

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O leão assusta os gaúchos

Carga tributária elevada e no limite. Esta é a opinião de 92,9% dos gaúchos entrevistados pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). A pesquisa foi executada pelo Instituto Methodus, em 30 municípios do Estado, com 1.500 pessoas. “Isto mostra que o debate da recriação da CPMF deveria ser substituído pela imediata discussão em torno da Reforma Tributária. O levantamento realizado consolida essa percepção e reforça que não se justifica estreitar o foco de discussão em torno da volta de um tributo. A sociedade tem dado sinais claros de que deseja um novo sistema fiscal”, afirmou o presidente da Fiergs, Paulo Tigre.

Décimo terceiro salário rumo às comprasO pagamento do 13º salário deverá

injetar na economia do Rio Grande

do Sul recursos na ordem de R$ 5,8

bilhões, segundo cálculos da Fecomér-

cio-RS, com base no salário médio

e número de pessoas empregadas

formalmente no Estado. O montante

é 7,9% superior ao consolidado em

2009 (R$ 5,4 bi), representando 2,6% do PIB estadual. De acordo com o presidente

da entidade, Zildo De Marchi, a expectativa do empresariado gaúcho é de que parte

dessa renda seja utilizada no pagamento de dívidas, enquanto que outra parcela será

destinada para o consumo e apenas uma porcentagem menor terá como tendência

poupar. “O otimismo da população gaúcha e a confiança no ano que segue levarão a

uma maior reversão do 13º salário em compras. Acreditamos que o nível de consu-

mo a partir desse dinheiro seja maior do que em outros anos”, afirma.

Economia subterrânea chega a R$ 656 bilhões No país, segundo o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e o Instituto

Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a informalidade

chega ao montante de R$ 656 bilhões. O índice expõe a força da chamada

economia subterrânea, que, em 2010, equivale a 18,6% do Produto Interno Bruto

(PIB). Ela abrange a evasão de impostos, de contribuições para a seguridade social

e do cumprimento de leis e regulamentações trabalhistas, referindo-se ainda à

produção de bens e serviços não reportada ao governo deliberadamente para

evitar custos decorrentes do cumprimento de normas aplicáveis na atividade.

maciek pelc/stock.xchng

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ncubadorasI

Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 6834

uando se começa uma em-presa, se tem um foco. Muitos seguem olhando sempre na mesma direção, ou-tros olham para os lados e descobrem oportunidades latentes em outras fren-tes e começam a prospectar caminhos alternativos. Mas quando a vontade de investir em um negócio secundário acontece, uma das principais dúvidas que surgem é: como aproveitar essas bre-chas no mercado e testar novos produtos

sem prejudicar o negócio que já está em andamento? Uma das saídas é apostar em uma incubadora. Velha conhecida nos meios acadêmicos, essa alternativa anda ganhando espaço fora das universidades e sendo produzida por companhias de todos os tamanhos, inclusive as menores e mais familiares. As incubadoras da ini-ciativa privada começam pequenas, com estruturas próprias e são pensadas para servirem como uma espécie de “embrião”

Q

novo rumo,novas possibilidadesComuns em universidades, as empresas incubadas agora também são uma realidade em

companhias de todos os tamanhos. Como esses negócios são feitos? Conheça a história de

sucesso de um grupo gaúcho que cresceu depois de adotar esse método de administração

para novos negócios. Nesse modelo são aproveitados apenas os clientes e o ca-pital da matriz, pois a menor é separada juridicamente da originária. Se a iniciati-va der certo, ela passará a se sustentar e se tornará, de fato, um empreendimento totalmente independente.

novos negóciosHá pouco tempo, as incubadoras

eram vistas com mais frequência em grandes corporações, mas atualmente têm sido adotadas também por empresas de pequeno porte. O grupo familiar São Joaquim foi um dos que adotaram esse método de crescimento e obteve muito sucesso. Depois de dez anos gerencian-do a Argamassa São Joaquim, uma loja que vendia produtos para construção na cidade de Cachoeirinha, os empresários perceberam que o mercado estava ca-rente de mais produtores de brita. Então, em 1991, resolveram aumentar o negó-cio e investir no mercado das pedras sem mexer na marca já conhecida na região Profissionais trabalhando na empresa incubada do Centro de Empreendimentos em Informática

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 68 35

e criaram a Pedreira São Joaquim, em Santo Antônio da Patrulha. A ideia deu tão certo que o grupo resolveu investir em mais duas incubadoras: a Usibrita, com sede também em Santo Antonio da Patrulha, e a Argamassa São Jorge, locali-zada em Porto Alegre. Todas já se susten-tam muito bem sozinhas e hoje o grupo conta com cerca de 100 funcionários. “Fazer uma incubadora é uma forma de proteger o teu negócio e aprender a me-xer com algo novo. Para nós, os resulta-dos foram excelentes”, afirma um dos do-nos do Grupo São Joaquim, o engenheiro civil Mário Teixeira de Souza Neto. Além de ajudar a defender o nome da marca, investir em incubadoras também pode ser interessante financeiramente, pois a carga fiscal para empresas secundárias é menor do que a cobrada na abertura de filiais. “Têm muitas vantagens jurídicas e fiscais em fazer uma incubadora. Mesmo assim existem ainda muitos empresários

céticos em relação a esse método, o que é uma pena”, argumenta o consultor em empresas familiares Paulo Tondo.

nas universidadesNo meio acadêmico, o método já

vem provando que dá certo. Somente o Centro de Empreendimentos em Infor-mática (CEI) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul abriga 16 empre-sas incubadas. Existente desde 1996, a organização funciona de forma indepen-dente e já mandou nove companhias, todas trabalhando com produtos de alta tecnologia, para o mercado. “Esses in-vestimentos são muito promissores, pois estão ao lado das pesquisas de ponta feitas na academia e tendem a produzir uma tecnologia extremamente inova-dora”, diz a gerente Leoci Sciortino. Por trabalhar com produtos que necessitam de alto valor intelectual agregado e de uma estrutura muito específica, o setor

de informática é o que mais investe em incubadoras. O Centro, por exemplo, oferece espaços de 24m² a 40m², com despesas pagas (menos telefone) e todos os aparelhos necessários, inclusive com-putadores. Mas essas regalias não duram para sempre, elas são válidas por até três anos e depois essas miniempresas têm que começar a “caminhar com as próprias pernas”. A partir daí, a ligação dos em-presários com o CEI passa a ser outra, pois eles têm que pagar 2,5% do faturamento bruto mensal para a entidade durante o tempo em que eles estiveram instalados por lá. Essa verba é uma das formas de manter o centro, além de consultorias pe-riódicas para negócios privados.

Quando criar uma incubadora

Para se ter uma miniempresa na iniciativa privada é preciso ter vontade de diversificar o negócio e, para isso, é necessário estar de olho nas oportunida-des. “Muitas vezes os próprios clientes pedem para que sejam oferecidos outros serviços. E quando já se tem para quem vender, fica tudo mais fácil. Diagnos-ticada e estudada a viabilidade desta alternativa, se inicia um novo ciclo de negócio”, explica Paulo Tondo.

Já para quem quer se aventurar no mundo das incubadoras acadêmicas, a dica é ficar de olho nos editais de inscri-ção. Existem inúmeros outros polos que abrigam essas ideias no Estado, princi-palmente quando o foco dos empreen-dedores é informática. “É uma boa op-ção para quem quer começar e não sabe como. E não é necessário ser aluno de nenhuma universidade para fazer parte do processo de seleção.”

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mpreendedorismoE

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pós a graduação na faculda-de, chega o momento de enfrentar o fu-turo com as próprias pernas. Em geral, o perfil destes profissionais são jovens de 20 e poucos anos em busca de opor-tunidades que levem a um futuro que agregue qualidade de vida e reconheci-mento profissional. Alguns optam pelos programas de trainee, que podem servir como porta de entrada para grandes

empresas em diferentes setores. Outros optam por viajar, buscar outras experi-ências de vida e mais tarde investir no mercado de trabalho. E quando a esco-lha é investir logo no negócio próprio?

De acordo com o presidente do Ins-tituto de Estudos Empresariais (IEE), Fe-lipe Quintana, a realidade atual permite que os jovens obtenham sucesso ao em-preender. “As novas mídias, a era digital

A

Iniciar um negócio próprio não é uma tarefa fácil. No entanto, cada vez mais

jovens procuram crescer no mercado desde cedo, investindo mais do que em

uma simples ideia: eles apostam em si mesmos

e o aumento do fluxo da informação faz com que novas demandas de consumi-dores e oportunidades de negócios apa-reçam, abrindo caminho para o jovem empreendedor.” Ele afirma que a própria juventude está cada vez mais “ávida por resultados rápidos”, o que também ajuda a explicar a preferência desses profissio-nais em colocar seus projetos e ideias em prática o quanto antes.

No caso de quem escolhe ser um profissional autônomo desde cedo, Quintana propõe, antes de qualquer outro passo, acreditar no negócio e conhecê-lo muito bem. Saber o funcio-namento do mercado no setor e o que o cliente deseja também é fundamental. “Assim, os riscos de um eventual insu-cesso já ficam minimizados”, explica. Como dicas de estudos a serem feitos, ele recomenda pesquisas de mercado, qualitativas e quantitativas, com con-sumidores e público-alvo. “Levantar quem serão os concorrentes e saber quem são os ‘players’ do mercado tam-

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ricardo Fischer e Fabrício sviroski estão à frente da Art Imagem

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muito valorizado, pois é algo que mexe com a emoção, com o sentimento das pessoas”, explica Ricardo Fischer. Ele reconhece que, com um maior número de pessoas investindo na profissionali-zação, seja menos complicado lançar-se no mercado hoje que há sete anos. “Mas fazer um trabalho de qualidade não é tão fácil”, acrescenta. Em 2010, a empresa teve como foco principal a alta definição em vídeo. Para o ano que vem, a meta é investir na transformação do vídeo, como gravações de festas de casamento, por exemplo, para um produto com qua-lidade de cinema. “É o que já está sendo feito nos Estados Unidos e queremos trazer para cá”, diz o jovem empresário.

no pAsso dA modAColegas do curso de Estilismo do

Senai, em Porto Alegre, as amigas Nina Godinho, Ianny Bastos e Aman-da Dorneles identificaram as afinidades de pensamento com relação à moda e decidiram, juntas, enfrentar o merca-do. Nascia assim, a Casa de Tolerância – Coletivo de Moda. “Queríamos criar com um pouco mais de liberdade, e para um público que foge do convencional, que procura algo diferente dos produ-tos que existem nas grandes marcas. Acreditamos na nossa ideia e resolve-mos encarar o mercado”, conta Nina, ao recordar a fundação da empresa, em 2006. O primeiro passo foi feito na base do impulso, um lançamento para mos-trar ao público as ideias das estilistas. O retorno otimista estimulou as três sócias a seguir em frente. “Então surgiu a ne-cessidade de estruturarmos o negócio, de adquirirmos uma mentalidade mais empresarial, organizada de acordo com

bém é essencial. Às vezes, o concorren-te pode ser inclusive uma empresa de ramo totalmente diverso, que poderá disputar o cliente com você”, avalia.

entre AmigosNa virada do milênio, o surgimento

do DVD foi virando febre, até que este modelo substituísse por completo as tradicionais fitas VHS. Ao identificar a necessidade das pessoas em transformar os vídeos VHS para o novo formato, o administrador Fabrício Sviroski e o pu-blicitário Ricardo Fischer viram uma oportunidade de negócio. Em fevereiro de 2003, nascia a Tudo em DVD. Ami-gos de infância, eles deram continuida-de ao trabalho estudando os processos de captação, edição, sonorização e fina-lização de vídeos, também responsáveis por alimentar uma paixão pela fotogra-

fia. Assim, em dezembro daquele mes-mo ano, eles fundaram a Art Imagem Produções. Hoje o portfólio da empresa inclui festas de casamento, formaturas, aniversários, álbuns de fotografia perso-nalizados, além de ensaios fotográficos, que podem ser realizados tanto no es-túdio quanto ao ar livre. À medida que foi crescendo, a Art Imagem ampliou sua estrutura e equipe. A sede atual conta com sete ilhas de edição, quatro de vídeo, três de fotografia e um grupo de seis colaboradores especializados em fotografia e vídeo. Para os dois sócios-diretores, o verdadeiro patrimônio da empresa é a memória. “Desde o iní-cio, a empresa sempre cresceu, nunca houve um ano abaixo do esperado e a perspectiva é crescer ainda mais. Mes-mo que todo mundo tenha uma câme-ra hoje, nosso trabalho continua sendo

LúcIA sImon

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mpreendedorismoE

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o mercado. Foi aí que precisamos nos capacitar, já que nossa formação é da área da criação. Hoje estamos bastante voltadas aos aspectos organizacionais e sabemos que, sem planejamento, não há negócio”, enfatiza. Ela afirma que, atualmente, o setor da moda tem ofere-cido mais oportunidade e visilibilidade. “Acreditamos que o público está caren-te de novas ideias, novas propostas, e nós, como empreendedoras, temos que oferecer isso a ele.” O começo é difícil, pois o caminho para a consolidação de uma marca inclui muitos obstáculos. Entre eles, burocracias como impostos, leis, taxas e o relacionamento com os fornecedores. No entanto, quando uma empresa busca se destacar, os empeci-lhos são resolvidos. “Não podemos nos conformar”, destaca Nina. Como ferra-menta de apoio, a Casa de Tolerância integra um projeto de confecções que inclui outras pequenas empresas como o próprio coletivo de moda. O espaço se destina à troca de ideias, consulto-ria e também à realização de cursos na área da moda. Além disso, elas marcam

presença constante em eventos como bazares e feiras. “Há muitas oportu-nidades para quem está começando. Os investidores e governantes talvez tenham começado a perceber que os pequenos também movimentam muito a economia. Com a criação do Simples e com a economia do país crescendo, quem deseja criar um negócio próprio se sente mais à vontade. Ainda exis-tem muitas barreiras para quebrar, mas acredito que a perspectiva é boa. Basta ter iniciativa e persistência.”

ApostA no serviçoEm 2007, depois de uma temporada

produzindo eventos em Brasília, a jor-nalista Cristiane Nardes decidiu retor-nar a Porto Alegre. A ideia de abrir um negócio próprio contou com o respaldo do pai, que sempre a incentivou a ter uma empresa. Ao ganhar um aparta-mento, ela decidiu fazer uma troca no investimento. Com o dinheiro da casa nova, Cristiane inaugurou o bar Cami-nito. “Hoje vejo que fui um pouco in-consequente, pois não pensei na hipó-

tese de dar errado, perder tudo. Escolhi o mais difícil e não podia voltar atrás, tive que fazer dar certo. E deu”, recor-da Cristiane. Ela reconhece que contar com o auxílio do pai foi essencial. “Mas não adianta ter o investimento e não estar pronto para se dedicar. Você tem que, no mínimo, gostar da área que escolheu. Não basta simplesmente in-vestir”, aconselha. Três anos depois e com a ajuda do namorado, o relações- públicas Pedro Ceratti, Cristiane não apenas colhe os bons frutos do Camini-to, como também abriu um novo negó-cio, o Palermo Hollywood – Resto Bar. “Trabalhar com prestação de serviço é bem complicado, ainda mais se você é jovem. As pessoas acham que você não é competente o suficiente, que vai fa-zer tudo errado. Eu sempre acreditei no meu potencial e, principalmente, que teria condições de oferecer um serviço de qualidade”, afirma Cristiane. Para estar atualizada com o público, ela não hesita: o maior retorno é o contato diá-rio com o cliente. “Escutar os funcioná-rios também é muito importante, pois eles estão no ‘front’. Não raro são eles que contribuem com novas ideias para melhorar o atendimento e funciona-mento da casa”, complementa Ceratti. À época da inauguração do Caminito, Cristiane contratou uma consultoria gastronômica e financeira no intuito de melhorar a organização e planejamen-to da empresa. A vivência do primeiro investimento foi aplicado na fórmula do Palermo Hollywood. “É um negócio para a vida. O retorno é demorado, tem que ter paciência e persistência. Mas se você é competente e pró-ativo, irá con-quistar seu espaço”, afirma Cristiane.

As amigas Ianny, nina e Amanda: iniciativa e persistência

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ranquiasF

Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 68 39

m dos segmentos em expan-são no país, as franquias devem fechar 2010 com crescimento 18,7% maior do que 2009, atingindo R$ 75 bilhões em faturamento, de acordo com a Associa-ção Brasileira de Franchising (ABF). E para o próximo ano a expectativa da entidade é que o setor cresça 15% em vendas, 10% em número de uni-dades e 8% em novas redes, chegando ao faturamento de R$ 86 bilhões. Se 2011 corresponder às expectativas, o número de unidades franqueadas deve atingir 100 mil.

De acordo com a pesquisa sobre o desempenho do setor de franquias, realizada pela ABF em parceria com a Fundação Instituto de Adminis-tração, assim como vinha ocorrendo anteriormente, as empresas de ali-mentação apresentação maior parti-cipação – 33% do total dos pesquisa-dos – em seguida aparece o segmento de beleza, saúde e produtos naturais, com 28,8%. O ramo alimentício tam-

bém tem destaque devido ao núme-ro de lojas, com 33,5%; em segundo lugar está o segmento de educação e treinamento (22,9%).

O levantamento foi feito com 59 redes de franquias de diversas áreas, representando 7.750 lojas – 925 lojas próprias (12,2%) e 6.645 unidades fran-queadas (87,8%). Somente no terceiro trimestre de 2010 houve crescimento de 2,5%, enquanto que a perspectiva de aumento para o último trimestre do ano é de 4,7% no total de lojas, sendo 4,9% de lojas próprias e 4,7% de fran-queadas. Em relação ao faturamento, o terceiro trimestre deste ano cresceu 17,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Entre as curiosidades apontadas no estudo realizado pela ABF está a ju-ventude dos negócios. Pouco mais de 20% das empresas entrevistadas tem cinco anos ou menos. Atualmente, existem 1.643 marcas com 80 mil lojas franqueadas no Brasil.

U

Um importanteano de resultados para as franquias

pUblicaçãoDurante a 10ª Convenção da ABF,

realizada em novembro, foi lançado o livro Uma nova geração no franchising: cinco anos de atuação da Afras. Confor-me Claudio Tieghi, presidente da As-sociação Franquia Sustentável (Afras), braço de responsabilidade social da ABF, a publicação conta a trajetória da responsabilidade social e da susten-tabilidade no setor de franquias.

No livro é possível encontrar de-poimentos do autor e de outros per-sonagens que marcaram o setor de franchising, sob a ótica do desenvol-vimento da Responsabilidade Social Empresarial no franchising diante do panorama nacional. Além disso, os leitores encontram o pensamento de importantes autores, de expressão in-ternacional, sobre a necessidade de integrar aspectos sociais, econômicos e ambientais por meio do desenvol-vimento de uma nova concepção de cidadania e ética empresarial.

A expansão do setor de franquias ganha força em 2010, quando o crescimento deve

ser 18,7% maior do que o ano anterior. O segmento alimentício é um dos principais

responsáveis pelo aumento de unidades franqueadas, que deve atingir 100 mil em 2011

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ol, calor e tempo livre. Chegou a época do ano em que todos querem compartilhar um pouco de sombra e água fresca. Contudo, os belos dias de verão também convidam a praticar esportes e aproveitar programas como shows e peças de teatro. Para não per-der nenhuma possibilidade, o Sesc-RS preparou uma série de atrações para o verão 2011. Com atividades que ini-ciam em janeiro, diferentes programas

levam diversão, campeonatos esporti-vos, agendas culturais e atividades lúdi-cas a dezenas de cidades do Rio Grande do Sul até o início de março. O Estação Verão Sesc será realizado em oito praias gaúchas. Já o Verão Sesc Band será de-senvolvido em Torres. A temporada também conta com atividades em todas as regiões gaúchas dos projetos Férias Imperdíveis, Brincando nas Férias, Cir-cuito Verão Sesc de Esportes e Temporada

S

A chegada do verão pede prática de esportes, cuidado com a saúde e momentos de

lazer; de preferência, na beira da praia. Para ajudar a deixar as férias completas, o Sesc-RS

preparou uma intensa programação, cheia de atividades para todos os públicos e gostos

de Férias. Cada um deles tem caracte-rísticas específicas, mas todos são vol-tados à promoção da qualidade de vida, por meio das ações de cultura, esporte, saúde, lazer e educação.

As novidAdesO Estação Verão, que já é tradicional

no Estado, conta com algumas novida-des para a temporada 2011. Uma delas é a inclusão da terra do mel, o Balneário Pinhal, no circuito. A praia comemorou o ingresso no projeto com espumante e fogos de artifício. “Esta parceria sempre foi muito esperada por nós. Nossa cidade chega a receber dez vezes mais visitantes só na temporada de verão. Por isso, estes projetos são tão importantes para nós, pois podemos acolher a todos com mais estrutura e atrações”, explica a secretá-ria de Turismo e Lazer do Balneário Pi-nhal, Tatiana Rita Waisshainer. Para as oito praias que contam com as ações do Estação Verão, as boas novas ficam por conta das atividades de lazer e saúde. “A programação incluirá pistas móveis de

um verão animado nas cidades gaúchas

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as belas praias de água doce de são Lourenço

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 68 41

arvorismo, skate e mini-golfe na beira da praia. Também serão disponibilizadas informações diárias sobre os níveis de radiação UV para os veranistas, além de ações de saúde preventiva, onde serão ofertados exames de colesterol, triglice-rídeos, glicemia e hipertensão arterial”, adianta o gerente de Saúde, Esporte e Lazer do Sesc-RS, Luiz Tadeu Piva.

CulturA e esportes

Promover ações culturais também é uma das propostas do Sesc-RS para a temporada. Muitas cidades serão con-templadas com shows, peças de teatros e oficinas, que ajudam a entreter morado-res e visitantes assíduos das localidades. São Lourenço do Sul, tradicional parcei-ra da entidade, afirma que a apresenta-ção de artistas conhecidos atrai turistas para conhecerem as tranquilas praias de água doce, que formam o belo cartão postal do município. “Em janeiro tere-mos o concerto de Renato Borghetti, o qual tenho certeza que trará moradores de cidades vizinhas”, afirma animado o secretário de Turismo, Indústria e Co-mércio de São Lourenço do Sul, Gilmar Pinheiro Bueno. A localidade tem um acréscimo de 74% no número de habi-tantes durante a alta temporada, que vai de dezembro a março. Por meio das etapas locais do Circuito Verão Sesc de

Esportes, também são impulsionadas es-sas estatísticas. Os jovens, a maioria es-tudantes de graduação em Educação Fí-sica, deslocam-se de diversos pontos do Rio Grande do Sul para participarem de competições em diferentes modalidades esportivas. Mesmo sendo disputas acir-radas, o espírito de amizade e o aspecto lúdico permanecem. Das etapas regio-nais, classificam-se equipes para a final estadual da competição, que acontece em março, na cidade de Torres.

viAgensEste ano, a entidade oferece uma

novidade para a área de turismo so-cial: é o projeto Férias Imperdíveis. Através da iniciativa serão disponi-bilizados aos comerciários do interior gaúcho pacotes de férias na capital. O roteiro, que acontece nos meses de janeiro e fevereiro, será realizado de do-mingo a sexta-feira com ônibus gratuito para os comerciários conhecerem Porto Alegre. A hospedagem será no Hotel Sesc Campestre e o pacote inclui city tour, visita a estádios de futebol, uma sessão de teatro e direito ao uso do par-que aquático do Sesc Campestre. Serão dez viagens no total, com início em 2 de janeiro e término em 11 de março. Para saber mais sobre os projetos e conhe-cer a programação mais próxima da sua casa, acesse o site www.sesc-rs.com.br.

conheça alguns dos projetosCircuito Verão Sesc de Esportes: disputas, em cerca de 80 cidades, nas modalidades

adaptadas para a prática na areia de basquete, futebol, handebol, futevôlei e vôlei

Férias Imperdíveis: disponibiliza aos comerciários do interior gaúcho pacotes de férias na

capital. O roteiro, que acontecerá nos meses de janeiro e fevereiro, será realizado de

domingo a sexta-feira com ônibus gratuito

Brincando nas Férias: tradicional atividade de férias, programa uma agenda voltada

para as crianças que estão em período de férias escolares. Várias cidades contam com

atividades de recreação, esporte, lazer e cultura para os pequenos

Temporada de Férias: pacotes com condições facilitadas de pagamento e disponíveis de

dezembro de 2010 a março de 2011. Esta edição conta com 41 hotéis conveniados

para ajudar a montar as férias de toda a família

Verão Sesc Band: os veranistas da região de Torres têm à sua disposição apresentações

culturais, que englobam cinema, teatro, literatura e música voltada aos veranistas e à

comunidade local

Estação Versão Sesc: Acontecerá nos meses de janeiro e fereiro em oito praias do

litoral norte e sul. A iniciativa tem como objetivo proporcionar aos veranistas atividades

de cultura, lazer, esporte, saúde através de ações sistemáticas e de circuito

detalhe de Balneário Pinhal, a cidade do mel

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enacS

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aquecimento da economia brasileira traz consigo uma exigência para os profissionais: a especialização. Habitantes de países desenvolvidos co-nhecem há tempos essa realidade, pois em nações de crescimento acelerado pou-cos sobrevivem sem estarem atualizados e

sem o conhecimento específico. Acom-panhando esta tendência, as pós-gradu-ações estão cada vez mais abundantes e diversificadas no Rio Grande do Sul. De olho nas necessidades atuais, o Senac-RS é uma das faculdades que mais investem em pesquisas para criar novos cursos do

O

aposta firmena especialização e no futuro

modo Lato Sensu. São cerca de seis meses de dedicação, onde é feita uma análise minuciosa da concorrência, dos vetores do mercado e do que o público se interes-sa em estudar para criar uma especializa-ção completa, contemplando o desejo dos alunos e as reais necessidades do mundo dos negócios. “Além de realizarmos um estudo de concorrência, também fazemos uma análise interna dos cursos em anda-mento. Muitas vezes, nossas graduações também nos servem de inspiração para pensarmos uma nova pós-graduação”, explica o coordenador do fluxo de cria-ção dos cursos de pós-graduação presen-ciais Lato Sensu do Senac-RS, Augusto Niche Teixeira.

os mais concorridosNa busca por profissionais cada vez

mais qualificados, as áreas que mais se destacam são Gestão e Tecnologia da Informação. Ambas são extremamente solicitadas tanto pelos alunos como pe-

O mercado pede, os alunos e as faculdades atendem. Cada vez mais é necessário ser um

profissional qualificado e ter uma especialização além da graduação. Conheça os cursos mais

procurados e quais as inovações que estão sendo oferecidas no mundo das pós-graduações

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lisandro oliveira: Tudo o que aprendi é aplicável

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 68 43

las empresas. Lisandro de Souza Olivei-ra, 26 anos, é um dos alunos que fizeram o curso de Especialização em Geren-ciamento de Projetos na Faculdade de Tecnologia do Senac Pelotas e, com o conhecimento adquirido durante as au-las, conseguiu mudar aspectos culturais de sua empresa. “Pude começar a esta-belecer algumas ferramentas que ajuda-ram a organizar o material utilizado há anos pela área de seleção”, diz. Uma das características que fizaram o técnico em telecomunicações buscar a qualificação foi a possibilidade de conciliar o trabalho com as classes, que frequentou durante um ano e meio nas manhãs e tardes de sábado. Mesmo tendo ocupado os finais de semana, o jovem garante que não se arrependeu: “Tudo o que aprendi é apli-cável. O conhecimento que adquiri vale para qualquer trabalho que eu vá, tanto na iniciativa privada quanto no funcio-nalismo público”, explica Oliveira. Ou-tro que não reclama por trocar os mo-mentos de descanso pelo estudo é Fábio Magagnin, estudante da especialização em Modelagem e Desenvolvimento de Aplicações Web com Java, da Faculda-de de Tecnologia Senac Passo Fundo. Formado em sistemas de informação, o

jovem de 27 anos busca estar a par de tudo que possa surgir de novo na dinâmica área de desenvolvimento de softwares. “O legal das aulas é estar sempre informado do que tem de novo no mercado. Isso traz uma visão mais abrangente, que me le-vou a desenvolver melhor meu tra-balho de programador”, afirma.

aprendizado na diversidade

Ao contrário de Magagnin, muitos que procuram a especiali-zação não desejam se aprofundar apenas em uma área específica. Segundo o coordenador, as classes que apresentam pessoas formadas em diferentes graduações costu-mam conquistar os alunos. Um dos exemplos é o curso de Especializa-ção em Moda, Mídia e Inovação, da Faculdade de Tecnologia Senac Porto Alegre, que já está na 5ª edição e recebe profissionais muito diferentes. “Contemplar a diversidade é um dos desafios da pós-graduação, mas também enriquece muito as aulas. Administrar bem diferente públicos depende muito da qualidade do corpo docente”, diz.

especializações do senac-rs para 2011/1

Faculdade de Tecnologia Senac-RS (Porto Alegre)

Moda, Mídia e Inovação – V Edição

Gestão, Planejamento e Organização de

Eventos – III Edição

Gestão de Finanças

Segurança da Informação

Faculdade Senac-RS (Porto Alegre)

Gerenciamento de Projetos – II Edição

Comunicação Estratégica de Marketing – IV Edição

Faculdade de Tecnologia Senac Passo Fundo

Gestão de Recursos Humanos

Modelagem e Desenvolvimento de Aplicações

Web com Java – III Edição

Faculdade de Tecnologia Senac Pelotas

Administração de Banco de Dados

Controladoria e Finanças

Docência na Educação Profissional – Formação

Pedagógica

Gerenciamento de Projetos – IV Edição

Gestão de Eventos e Hotelaria – II Edição

Gestão Estratégica em Comunicação

Mercadológica – IV Edição

Logística Aplicada (será realizada em Rio Grande)

Especializações – Senac EAD (Ensino à Distância)

Artes Visuais: Cultura e Criação (Senac EAD)

Educação Ambiental (Senac EAD)

Educação a Distância (Senac EAD)

Gestão da Segurança de Alimentos (Senac EAD)

Gestão de Varejo (Senac EAD)

Governança de TI (Senac EAD)

Especializações – Senac EAD 2001/2

Especialização em Gestão Cultural

Especialização em Gestão Educacional

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As inscrições para as pós-graduações do Senac-RS, para o primeiro semestre de 2011, estão abertas até março. O total de cursos ofertados para este período para as modalidades presencial e a dis-tância é de 21. Mais informações pelo site www.senacrs.com.br

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 6844

o entrarmos em um esta-belecimento comercial, não importa o segmento em que atue, existe um fator comum entre o mix de produtos que vem ganhando cada vez mais espaço nas estantes do comércio brasileiro. É a embalagem.

Segundo um estudo macroeconômi-co realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) e pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para a Associação Brasilei-ra de Embalagem (Abre), a produção físi-ca da embalagem no país cresceu 16,29%

no primeiro semestre deste ano, com relação ao mesmo período de 2009. A estimativa de faturamento em 2010 pode chegar a R$ 40 bilhões. Ainda de acordo com a Abre, o consumidor não separa a embalagem do conteúdo.

A diretora-executiva da Abre, Lucia-na Pellegrino, afirma que a embalagem está cada vez mais indissociável do pro-duto. “O consumidor tem uma relação muito intensa com a embalagem, em especial no que diz respeito aos bens de consumo não duráveis, como alimentos e cosméticos, por exemplo.” Luciana afirma que a embalagem deve ser trans-parente tanto nas mensagens objetivas quanto subjetivas que transmite. Isso quer dizer que, além das informações impressas, a embalagem se comunica com seu público-alvo de outras formas: através do tipo de material que a compõe, das cores, do formato. “Subjetivamente, a embalagem vai caracterizando tanto o produto como a ocasião de consumo, e também o público a que ele se destina”,

A

Cada vez mais a embalagem vem ganhando destaque entre os consumidores. Mais

do que uma apresentação diferenciada, as embalagens também têm como objetivo

provocar diferentes emoções entre os clientes

avalia a diretora-executiva. Ela enfatiza que a embalagem é um “fator-chave” que pode ter grande influência na fidelização do cliente, e que a mesma também aju-da a caracterizar a loja, uma vez que o próprio comércio tem investido cada vez mais na especialização do atendimento.

Primeira imPressãoA Cartonaria é uma empresa que

trabalha com embalagens personalizadas. Fundada em 1992, nasceu como um ate-lier de atividades múltiplas com cursos em áreas artesanais. A partir de um curso de cartonagem, a empresa se desenvolveu e, aos poucos, foi direcionando seu foco para o produto com o qual trabalha atualmen-te. O resultado é um portfólio que inclui desde agências de publicidade, passando por restaurantes em busca de cardápios diferenciados, até o consumidor final. De acordo com uma das sócias-proprietárias, Angela Rosa de Souza, a empresa tem um slogan que se fortaleceu entre os consu-midores: “embalagens para guardar”. Ela

para fazer a diferençaaPresentação

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 68 45

explica Déborah. As embalagens são exclusivas e diferentes, como marmitas embaladas em tecidos, colheres de bri-gadeiros, minicaçarolas, panelinhas e brigadeiro em tubos. Segundo Déborah, em média 20% do preço do produto fi-nal é definido pela embalagem, mas isto varia conforme a própria embalagem. O verdadeiro retorno do investimento é a satisfação do cliente, o qual, na opinião da empresária, está disposto a pagar um pouco mais por um produto de apre-sentação diferenciada. Sobre a relação consumidor/embalagem, ela acredita ser cada vez mais forte. “De nada vale termos um produto de ótima qualidade sem a devida correspondência de uma embalagem adequada. O cliente quer cada vez mais um produto que tenha a sua cara, por isso estamos investindo na personalização.”

afirma que a primeira impressão é funda-mental para a apresentação de qualquer mercadoria. “A embalagem agrega valor ao produto, e produto de qualidade não tem preço”, avalia.

Na lista de materiais utilizados para a criação de embalagens, há itens nacio-nais e importados. O que importa é ob-ter o máximo de variedade na finaliza-ção do produto. “Nos distinguimos pela diversidade, criatividade, acabamento e luxo. De certa forma, damos um objeti-vo novo para o material que embala o produto, tornando a embalagem tam-bém um presente com personalidade exclusiva”, afirma Angela.

tradicionaldiferenciado

Como revela o nome, o Atelier de Brigadeiro é uma loja especializada nos

tradicionais docinhos de festa. Eleito o favorito pelas crianças, o brigadeiro tam-bém vem marcando presença em even-tos de “gente grande”, como coquetéis e casamentos. O estabelecimento oferece 47 sabores do quitute, os quais podem ser encontrados na versão original, até no formato para comer de colher. Fun-dada em 2009 por Dulce e Déborah Bi-tencourt Silveira, mãe e filha, respectiva-mente, a loja vai além da simples venda dos docinhos: o objetivo é proporcionar diferentes sensações. Para a receita dar certo, a embalagem passa a ser um ingre-diente fundamental.

“Nosso objetivo é personalizar as embalagens de nossos produtos, com muita criatividade e bom gosto, pois entendemos que o consumidor busca em suas compras, além da qualidade e preço justo, produtos diferenciados”,

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Marcelo PortugalConsultor econômico da Fecomércio-RS

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O ano de 2010 foi excelente para comércio de bens e serviços. Os dados do Rio Grande do Sul e do Brasil mostram uma expansão do volume de vendas em cerca de 12%. O cresci-mento foi generalizado por todos os segmentos do comércio, mas merecem destaque as vendas de automóveis, equipamentos de informática e comunicação, e materiais de construção. Ao contrário da indústria, onde as elevadas taxas de expansão da produção industrial devem ser relativizadas em função de uma base de com-paração deprimida representada pelo recessivo ano de 2009, o crescimento do comércio e dos serviços foi cumulativo em 2009 e 2010.

A explicação para esse excelente desempe-nho é simples. Por um lado, houve uma forte expansão da massa de rendimentos na econo-mia, em função da expansão do emprego e dos salários reais. Por outro, cresceu o acesso dos consumidores ao crédito. Ao contrário do que ocorreu com a indústria brasileira, que teve sua expansão limitada pelo câmbio barato e pela elevação das importações, o comércio de bens e serviços se beneficiou da expansão da demanda doméstica.

Em 2011, há dificuldades para que as ven-das no comércio possam repetir o excelente de-sempenho observado em 2010. Em dezembro, o Banco Central iniciou um processo de aperto monetário com o objetivo de conter a oferta de crédito. As medidas já adotadas pelo BC

irão retirar R$ 61 bilhões do mercado finan-ceiro, reduzindo os prazos de financiamento e a disponibilidade de recursos para o crédito bancário. Além disso, espera-se que em janeiro ou março de 2011 o BC inicie um novo ciclo de elevação dos juros. Essas medidas de aperto monetário tendem a conter o ímpeto do con-sumo e das vendas no varejo.

Usualmente, a elevação de juros e con-tenção de crédito não são boas notícias para o setor produtivo da economia. Como vivemos um forte descompasso entre o ritmo de cres-cimento da oferta e da demanda agregada, a contenção do consumo parece ser inevitável. Pior que a elevação dos juros é a aceleração da inflação, que reduz o poder de compra das famílias e gera perdas ainda mais significativas para consumidores, produtores e vendedores.

É importante registrar que essas medidas de aperto monetário que visam conter a in-flação devem apenas arrefecer o ritmo de ex-pansão do comércio. Em outras palavras, as vendas no atacado e no varejo continuarão crescendo em 2011, mas não no mesmo rit-mo “chinês” de expansão observado em 2010. Uma forma simples de traduzir nossa expecta-tiva em relação a 2011 talvez seja dizer que, enquanto o ano de 2010 foi marcado por um excelente desempenho no setor de comércio e serviços, esperamos bons resultados para 2011 em relação ao volume de vendas.

P erspectivas para 2011

“Em 2011, há dificuldades para que as vendas no comércio possam repetir o

excelente desempenho observado em 2010.”

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 68 47

rete CIF ou FOB? Você já deve ter se deparado com essa pergunta. O ques-tionamento é bastante comum para aqueles que irão enviar ou receber algo via frete; a resposta, no entanto, nem sempre está na ponta da língua. Antes de optar por um tipo, é preciso esclare-cer as diferenças entre as siglas.

Ambas são apropriações de termos em inglês; enquanto CIF (Cost, Insu-rance and Freight) significa custo, seguro e frete, FOB (Free on Board) quer dizer posto a bordo. Na opção CIF o fornece-dor/vendedor é o responsável por toda a logística, incluindo o frete. Cabe a ele entregar ao comprador uma guia para a retirada do produto perante o courrier (espécie de mensageiro, quando a mer-cadoria não é entregue diretamente).

Nestas operações, a Cláusula CIF inclui no preço da mercadoria vendida as despesas com seguro e frete até o lo-cal de destino. Há ainda duas diferen-ciações: se a mercadoria for transporta-

da por embarcação, a partir da chegada ao porto de destino as despesas de frete e seguro começam a ser de responsabi-lidade do comprador. Quando o trans-porte é terrestre, a responsabilidade do vendedor cessa no momento da entrega da mercadoria ao transportador.

Na opção FOB, o fornecedor é o responsável contratual pela mercadoria até que seja feita a entrega, na data e hora determinada, ao courrier escolhido pelo comprador. Este preço deverá ser calculado pelo cliente de acordo com o

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momento deescolher a melhor opção de frete

serviço de frete que ele escolheu, não fazendo parte do orçamento do forne-cedor. Isto é, todas as taxas e desemba-raços legais da carga são de responsabi-lidade do comprador, no entanto, se o fornecedor perder o prazo de entrega ao transportador, o prejuízo será dele.

Em operações com a Cláusula FOB, o fornecedor deve entregar a merca-doria a bordo, pelo preço estabelecido. As despesas decorrentes do transporte (frete e seguro), assim como os riscos, são por conta do cliente.

Quem trabalha com o envio e recebimento de mercadorias está habituado a responder

a esta pergunta. No entanto, poucos sabem que existem basicamente dois tipos de

frete, um pago pelo fornecedor, outro pelo cliente

Vai de CIF ou de FOB?Para memorizar mais facilmente, vale lembrar que basicamente a diferença

entre os dois formatos de frete se resume a quem paga pelo frete e seguro:

CIF: Responsabilidade é do fornecedor, incluindo os custos com frete e

seguro. A mercadoria será entregue na porta do cliente sem custo algum

FOB: as despesas decorrentes do transporte correm por conta do

comprador. O custo FOB não consta em orçamentos de fornecimento da

mercadoria, este custo deve ser calculado à parte, pelo cliente

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Rodrigo GiacometCientista político do Sistema Fecomércio-RS

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Há uma única certeza sobre os gover-nos: seja qual for o governante, ele buscará ampliar as receitas. Isso acontece porque há características comuns entre a adminis-tração pública e a privada, e uma delas diz respeito aos recursos financeiros. Quanto melhor for o resultado financeiro, melhores serão os serviços prestados, e os clientes es-tarão mais satisfeitos.

O problema é que os governos sempre buscarão os melhores resultados financeiros através do aumento da receita de impostos, e nunca pela diminuição das despesas. E aqui, agrego à reflexão um conceito desenvolvido por Maquiavel, há 498 anos: “O governante deve fazer todo o mal de uma só vez, no iní-cio de seu governo, e os benefícios devem ser concedidos aos poucos”.

Os dois conceitos apresentados acima nos fornecem fortes indícios de que, em 2011, o novo governo federal ensaie um retorno da CPMF, agora chamada de CSS e sob a égide de que esses recursos garantiriam uma amplia-ção dos serviços de saúde. Assim, ampliaria os

recursos financeiros da União através de uma medida impopular, mas teria tempo e dinheiro para recuperar-se perante a opinião pública.

O governo argumenta que precisa de re-cursos para cumprir os percentuais constitu-cionais previstos em saúde, embora disponha dos recursos, mas não os utiliza. De 2000 a 2009, o governo viu sua arrecadação subir R$ 189 bi em termos reais, mas aumentou o gasto em saúde em R$ 7 bi. Os municípios têm suprido a deficiência da União, inves-tindo mais do que lhes é devido. Em 2008, os municípios brasileiros investiram R$ 15 bi a mais do que manda a constituição, e a União ficou devendo em torno de R$ 3 bi. Estimati-vas dizem que a CSS arrecadaria em torno de R$ 40 bi por ano, elevando a carga tributária brasileira em mais 1,3% do PIB.

Os números nos mostram que é possível melhorar os serviços de saúde sem a criação de um novo imposto, pois há recursos, e a experiência nos diz que dificilmente esses re-cursos adicionais serão efetivamente utiliza-dos na finalidade a que se propõem.

C ertezas e estratégias de governo

“De 2000 a 2009, o governo viu sua arrecadação subir R$ 189 bi em

termos reais, mas aumentou o gasto em saúde em R$ 7 bi.”

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Bens & Serviços / Dezembro 2010 / Edição 68 49

Mais Menos&ComérCio virtualEstimativas do e-bit apontam para um

faturamento de

da venda de bens de consumo

por meio da internet, no ano de 2010,

provocado pelo sucesso dos sites de

compras coletivas

Homens na liderança

do volume de inadimplência no país são

encabeçados pelos consumidores do sexo

masculino, conforme dados divulgados

pela Rede Check OK

R$ 15 milhões

ContrataçãotemporáriaRedes varejistas do Brasil devem contratar

cerca de

trabalhadores temporários para reforçar

o quadro funcional neste final de ano,

informa o Instituto de Desenvolvimento

do Varejo (IDV)

91,8 mil

56%

tudo em famíliaEntre as empresas familiares brasileiras,

não formalizaram acordo ou protocolo

societário que regule as relações entre

família e empresa, conforme levantamento

da consultoria Höft

79%

Cartões de Créditono proCon

do total de reclamações registradas no

Procon de Porto Alegre, em mais de

dois anos e meio de funcionamento

do órgão, referem-se a problemas com

cartões de crédito

40,59%

sem fundosForam devolvidos

dos cheques emitidos em território

nacional durante os dez meses de 2010,

revela o Indicador Serasa Experian de

Cheques Sem Fundos

1,78%

números reCordesDe acordo com a

Câmara Rio-Grandense do

Livro (CRL), mais de

de pessoas percorreram

estandes da 56ª edição da Feira

do Livro de Porto Alegre

1,7 milhão

Luis

Vent

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CrL

faturamentonatalinoPrevisões otimistas da

Fecomércio-RS apontam que mais de

entrarão no mercado gaúcho por

conta das festas de final de ano

tv pagaBalanço da Agência Nacional de

Telecomunicações (Anatel) mostra

que o Brasil já contabiliza

de domicílios com TV paga

R$ 5 bilhões

9,39 milhões

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83%

merCado verdePesquisa da TNS Research indica que

dos porto-alegrenses entrevistados estão

dispostos a pagar até 10% mais por

produtos com apelo socioambiental

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Ricardo Amorim Apresentador do programa Manhattan Connection, colunista da revista IstoÉ e presidente da Ricam Consultoria Empresarialwww.ricamconsultoria.com.br

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Desde a virada do milênio, o centro de gravidade do crescimento mundial vem saindo dos Estados Unidos e Europa e indo em direção aos mercados emergentes. Os efeitos negativos das crises imobiliária e financeira nos países ricos intensificarão este processo na próxima década, alçando o Brasil a uma posição de liderança econômica global devido a um forte crescimento na demanda de produtos em que somos muito competitivos, e um aumento sig-nificativo da oferta de capitais, renda e crédito no país. Nas duas próximas décadas, o PIB bra-sileiro deverá crescer duas vezes mais rápido do que nas três últimas, criando oportunidades de negócios excepcionais em vários setores. Maior facilidade de acesso ao crédito e o forte cresci-mento do interior, do consumo de massa e do setor de serviços farão com que as PMEs cres-çam ainda mais rapidamente.

A melhora dos fundamentos econômicos brasileiros limitará os impactos negativos de uma eventual volta à recessão nos EUA, Eu-ropa e/ou Japão, a menos que eles passem por crises de proporções pelo menos iguais às de 2008. Inflação baixa, aumentos reais do salário mínimo e programas de distribuição de renda continuarão a expandir o poder de compra dos consumidores e regiões mais pobres do país, impulsionando o consumo. Nos últimos sete

anos, 50 milhões de brasileiros passaram para as classes A, B e C, ampliando exponencialmente o mercado consumidor brasileiro. É provável que na próxima década haja um crescimento semelhante, gerando oportunidades únicas para as PMEs, que muitas vezes têm mais aces-so ao consumidor de baixa renda.

Desde 2004, a consolidação da estabilida-de econômica permitiu uma forte expansão do crédito, que continuará nos próximos anos, à medida que o dólar, a inflação e os juros caiam gradualmente. Somando-se a isso os impactos positivos de grandes investimentos em infraes-trutura associados à Copa do Mundo e às Olim-píadas, os setores mais dependentes de crédito, bem como o de infraestrutura e o agronegócio serão as locomotivas do crescimento do país, criando novos negócios para as PMEs.

Os principais eixos do crescimento mundial atual, China e Índia, são países muito populo-sos, pobres, e em processo de urbanização. Por isso, a demanda mundial por alimentos e ma-térias-primas continuará em forte elevação, fa-vorecendo as exportações brasileiras. Por outro lado, superávits comerciais, entrada de investi-mentos no Brasil e fragilidades econômicas nos EUA levarão o dólar a cair mais, barateando nossas importações e favorecendo os setores de varejo e serviços e, principalmente, as PMEs.

E mpreendedorismo: A hora e a vez das pequenas e médias empresas

“Nos últimos sete anos, 50 milhões de brasileiros passaram para as classes A, B e

C, ampliando exponencialmente o mercado consumidor brasileiro.”

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