ENTREVISTA IVANI

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  • 8/11/2019 ENTREVISTA IVANI

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    ano 2ed. especial

    ISSN - 2175-2907 casaem revista

    Artigo:Pesquisas sobreinterdisciplinaridade

    Casa Aberta:Reflexes sobreconhecimento

    interdisciplinar

    +

    Interdiciplinridde

    So Paulo,novembrode 2010

    Teori eprticinterdiciplinr

    profiionl

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    sumrio

    nov.10

    04Ivni Fzend

    Enevis

    08 Monica Bragae Liana de Paula12 Ivani FazendaAna Maria Varella

    Rosangela Valrio

    artIgoS

    cartaao leitor

    Um encontro interdisciplinar

    Para tat, a crdea pedaggi-ca da EFCP, a qual respsel pel de-selimet d PFF, buscu ampliar dilg e estabelecer parceria cm a aca-demia, imprimid uma perspectia i-terdiscipliar a percurs frmati dseducadres. Tal perspectia fi frtaleci-da cm a participa da Prfa. Dra. IaiFazeda Cicl de Palestras prmidpel Cetr de Pesquisa e Dcumeta -CPDc/EFCP e cm a participa ds fr-madres Grup de Estuds e Pesquisaem Iterdiscipliaridade GEPI. Ambasas atiidades prpiciaram a iterlcue circula de idias, bem cm frta-lecimet da itera etre grup defrmadres da Escla e s pesquisadres

    da Uiersidade.o GEPI surgiu cm um desafi Edu-

    ca Brasileira. Fudad e crdeadpr Fazeda desde 1986, ree prfes-sres e alus d curs de Ps-Gradua- em Educa: Currcul da Ptif-cia Uiersidade Catlica de S Paul -PUCSP e cidads. Assessra, tat ateria, quat a prtica, s trabalhs depesquisadres e de istituies iteressa-das as questes da Iterdiscipliarida-de. Tem prmid, alm da Educa,pesquisas em diferetes reas d che-

    cimet, etre elas Arquitetura, Admi-istra, Direit, Jralism, Artes Pls-ticas, Sade. Estabelece parcerias cmPrgramas de Ps-Gradua da prpriaPtifcia Uiersidade Catlica de SPaul, cm utras uiersidades d pase cetrs iteraciais, que tratam dasuestes da Iterdiscipliaridade a fr-ma de educadres.

    Uma das prpstas d GEPI itegrar-se a mud alm da academia. Para iss,abriu-se para s dilgs cm iterl-cutres que desejam usar em suas prti-cas educatias. Cm esse lhar em buscade estudiss, surgiu a prtuidade dePARCERIA, EnConTRoS fra da Ui-ersidade. Assim iiciu-se PERCURSo

    cm prfissiais da Fuda Casa, quepssibilitu este mer especial da Ca-saem Reista, cm tema InTERDISCI-PLInARIDADE.

    A Escla para Frma e CapacitaPrfissial, respsel pela elabrae execu da pltica de frma dsprfissiais e parceirs da Fuda CA-SA, pr itermdi desta publica, exer-ce uma de suas atribuies mais precpu-as, qual seja, dilg cm checime-t iterdiscipliar. Ba leitura!

    Aideia de publicarmos uma edio especial da Casaem Revista, com a tem-tica da Interdisciplinaridade, surgiu com a implantao do Programa de For-mao de Formadores PFF, o qual foi organizado com o objetivo de criar umespao formativo para os profissionais que atuam na Escola para Formao e Capa-

    citao Profissional EFCP, possibilitando-lhes refletir sobre sua atuao docentee do seu grupo, trocar experincias, elaborar metodologias e estratgias de ensino earticular os contedos das diferentes reas do conhecimento, de modo a favorecer oaperfeioamento do atendimento socioeducativo, por meio do aprimoramento dainterveno profissional junto aos adolescentes.

    Com esse olhar embusca de estudiosos,surgiu a oportunidadede PARCERIA,ENCONTROS forada Universidade.Assim iniciou-se oPERCURsOcomprofissionais daFundao Casa, que

    possibilitou estenmero especial daCasa em Revista, como tema INTERDISCI-PLINARIDADE.

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    A precupa cm a Educa lea-ram-a a cursar Pedaggia, a fazer Mes-trad em Filsfia da Educa, a defe-der ttul de Dutrad a rea da A-trplgia Cultural e Lire-dccia emDidtica.

    Atua pricipalmete s seguitestemas: Iterdiscipliaridade, Educa,Pesquisa, Currcul e Frma de Pr-fessres.

    Prfessra titular d Prgrama de Ps-gradua em Educa: Currcul, li-ha de pesquisa Iterdiscipliaridade,da Ptifcia Uiersidade Catlica deS Paul.

    Deid a sua extesa prdu area de pesquisa educacial, cm fa-se em esi-apredizagem, reche-cida acial e iteracialmete pe-ls iterlcutres cm represetatebrasileira da Iterdiscipliaridade.

    prfessra assciada d CRIE 1,Membr d CIRET2/UnESCo, a Fra-a. Membr fudadr d Istitut LusBrasileir de Cicias da Educa - Ui-ersidade de ra, Prtugal.

    Membr d cmit cietfic da Re-ista E.Curriculum3e de rias reistasa rea da Educa. Itegra a Acade-mia Paulista de Educa (cadeira 37). Preside cselh editrial de du-

    as clees de lirs e pesquisadrad CnPQ- nel I. Crdea Grup deEstuds e Pesquisas em Iterdisciplia-ridade - GEPI4, filiad a CnPQ e utrasistituies iteraciais.

    n decrrer desta cersa c lei-tr de Casa em Reista ai checer umpuc mais sbre Iterdiscipliaridade.

    A cersa fi realizada a Escla pa-ra Frma e Capacita Prfissial

    da Fuda CASA cm s Crdea-dres ds Cetrs de Frma Iicial,neli Bu; Frma Ctiuada,Marcs Bruii; Extes e Aperfeia-met, Rseli Gueia e crdeadrPedaggic, Marci Masella.

    C em Revit: Qul o entido depequir interdiciplinrmente?

    Ivni Fzend: Pesquisar iterdisci-pliarmete um desafi que efreta-ms, desafi de diferetes rdes: teri-ca, pessal e metdlgica. A Iterdis-cipliaridade ascida h muit tempe refletida a partir d fial da dcada de60, prtat h 30 as, j se ectraa mairidade. Mais de 5000 lumesescrits e difudids mud td.Pesquisadres e Cetrs de Refer-cia ectram-se em diferetes pases:Fraa, Caad, Sua, Estads Uids,Prtugal, Chile, Brasil e Espaha; etres pricipais. Td esse acer acumu-lad e dispibilizad permite exercci u a csera de prticasituitias u de metdlgias pucrigrsas. os aas que se m au-ciad, clcam pesquisadr fretea ris impasses, tds eles aida sluciads, prm em ritm de pes-quisa quad a ite a busca de um

    redeseh curricular.

    C em Revit: Qui dimene pequi interdiciplinr contem-pl?

    Ivni Fzend: Ela ctempla a I-terdiscipliaridade Prfissial, a Iter-discipliaridade Cietfica, a Iterdisci-pliaridade Prtica e a Iterdisciplia-ridade Metdlgica. Se pesarms aprimeira, chegams cclus de que pdems exercitar qualquer frmade pesquisar, sem pararms para aa-

    lisar tip de prfissial que sms,cm s trams, as dificuldadestraspstas e a luta empreededra abusca de mair e melhr cmpetcia.A Cietfica s cduz a uma reiscceitual, a uma reisita a elhs li-

    rs, elhs e clssics autres, elhasataes aalisad-s sb uma pers-pectia de seti-ls e perceb-ls pri-sris e iacabads, prm uca su-perads u descarteis. A Prtica saima a uma pesquisa d ctidia,cm tds seus etraes e em tda suaplissemia. Trar familiar estrah,tarefa das mais cmplexas a que a Pes-quisa Iterdiscipliar s cida. AMetdlgica s icita a sair ds mu-rs da Academia e iadir a ida da Ci-dade, a cidar para a mesma cfrariaacadmica s mes iiciads, humil-dade da escrita, pacicia a espera, cstru slida de uma pesquisaque em si se ecerra, mas que prmul-ga e acessa utrs saberes, que agua -s lhares, que desperta ifiitas per-gutas. Qualquer prcedimet u tc-ica de pesquisa sempre csideradareleate desde queceietemeteestudada e adequa-da s slicitaes

    requeridas, cm is-s re-afirmams alr da mesma c-m iestiga,prpsta ascidaem ra- Prtugal-1997, cslidadaem vitria- Brasil-2005, Caad,Chile e Barcelade 2000 a 2007, emMarrakesh em 2008e Mxic em 2010.

    eNtreVista

    um dos nomes mais res-peitados no campo da Edu-cao deste pas. O dilogopresente em seus estudos, aleveza na explanao de su-as ideias, as palavras escri-tas em suas obras espelhamseu perfil. A teoria e a pr-tica da Interdisciplinarida-de a proposta que faz aos

    educadores que desejaminovar as aes pedaggi-cas no cotidiano escolar ea outros profissionais inte-ressados em ressignificar aprtica e melhor contribuircom a sociedade.

    {texto:an Mri Rmosnchez Vrell &

    Rongel almeidVlerio}

    rnfn

    Converndo comIvni Fzend

    Quem IvniCtrin arnteFzend?

    Notasde rodap

    1- Centre de Recher-che et Interventioneducative - da Uni-versidade de Sher-

    brooke-Canad

    2- Centre Interna-tional Recherche et

    Etudes Transdiscipli-naires

    3- www.pucsp.br/ecurriculum

    4- www.pucsp.br/gepi

    Pesquisar interdisciplinarmente um desafioque enfrentamos, desafio de diferentesordens: terica, pessoal e metodolgica.

    Ivani Catarina Arantes Fazenda,Professora PUC/SP

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    C em Revit: Como e d eeintercmbio com diferente Centrode Pequi?

    Ivni Fzend: Dizems de sscstate itercmbi cm Cetrs a-ciais e iteraciais que discutemas questes d Pesamet Cmplex,Histrias de vida, Hermeutica emsua mltipla gama de ptecialidades.nesse setid uma frmal iculaa CIRET/ UnESCo e AMCE- Asscia-

    Mudial de Cicias da Educa,garate-s acess frma cm sgrades cetrs de refercia se pr-uciam. Cgresss Iteraciaisda rea discutem apeas as fr-mas de argumetar cm sugerem di-fereciadas ptecialidades de iesti-ga e itere. nesse icessatetrabalh prduzims publicaes a-ciais e iteraciais em igls, fra-cs, espahl, alm da dupla etrada algua prtuguesa- Prtugal e Brasil. oslirs prduzids pels itegrates dess grup de pesquisas ectram-sectiuamete re-editads aualme-te, idicads s ccurss pblics.Acreditams que smete pesquisasdessa atureza cmpr s pricpisde um redeseh curricular que a ac-lher dialga cm diferetes istciasda Uiersidade, prduzid e prpa-gad irtual u presecialmete seusachads e suas didas.

    C em Revit: Como enfrentr

    conexe Currculo/Interdicipli-nridde, problemtic no tul-mente?

    Ivni Fzend:Em mltiplas casiespudems debater as cexes Currcul/Iterdiscipliaridade e seu ptecial re-deseh. neste mmet cabe-s site-tizar algumas csideraes que s pa-recem prtuas mais cm idaga,d que cm respsta. Em 2005 dialga-ms cm Alfred veiga net d Ri Gra-de d Sul e Lucidi Biachetti de SataCataria cm prepara de um simp-

    si actecid em abril de 2006 pr ca-si d XIII Edipe, em Recife. Retma-d s texts pr s prduzids e publi-cads ectrams as seguites questesaqui clcadas que csiderams ali-sas a efretarms dilema Currcul/Iterdiscipliaridade e seu redeseh. Aprimeira delas refere-se s exigcias le-gais que clcam a Iterdiscipliaridadecm ecessariamete presete em t-ds s prcedimets curriculares. Esta uma elha quest pr s debatida des-

    de que pr primeira ez aparece em 1971- que fazer cm ela? Cm efeti-la? C-m tr-la pssel de crrer? Quais asprpsies idelgicas ela implicadas?Cm pesquisar iterdiscipliarmete?Cm praticar? Cm prjetar? Cmprduzir? veiga net em seu text de-talha riscs efretads a abrdarmsquestes de Disciplia, pt de uietre Currcul e Iterdiscipliaridade.Alerta-s pela ariedade de etimlgiase semticas que esse cbul ecerra,atiga quest pr ele metafricame-te defiida pr um mimet Allegr.A esse utr mais recete, Let deas riges histric/geealgicas das es-truturas discipliares repusam, dea perguta gerada remete-s a um pa-radx: discipliamet de saberes ude crps? Um terceir mimet prele demiad Scherz utr parad-x; em que medida a pedaggiza daIterdiscipliaridade s afeta? Siteti-camete eleca um ltim mimet:Cda de prucia sua dida mair:

    E agra? Para veiga net a Cda fuci-a cm um itermezz para reflexesmais amadurecidas sbre prduzidem Iterdiscipliaridade e Currcul queprpiciariam algumas pistas para rede-seh curricular. os paradxs pr eleaptads s sss e de tds s quediscutem as iteraes etre efetiidadee idelgia a tratarms de t plmicaquest. outra leitura remete-s a quediscutims cm Biachetti: Currcul eIterdiscipliaridade efretariam desafi de efretarms um trip de

    a ecessidade a idu e desej se al-jariam? Esse trip aliceraria as rela-es Educa e trabalh?

    C em Revit: Como poderino uxilir n indico bibliogr-fic pr futuro etudo?

    Ivni Fzend: A ecessidade deuma prfuda imers a Literaturaj prduzida ates de tmarms qual-quer psiciamet em rela secessrias reises da Educa, pri-

    cipalmete a tratarms de Currcu-l e Iterdiscipliaridade em seu rede-seh para uma educa iclusia,partid de medidas sci-educatias.Apeas a titul de exemplifica, p-deria este mmet idicarms al-gumas diretrizes tericas? Para tatrelembr algumas prpsies crri-das em Clquis Iteraciais sbreIterdiscipliaridade pr s crde-ads: Clqui de Sherbrke- Caa-d- 2000. A perguta geradra daqueleClqui aderte-s para cuidada elecarms fudamets a, pela epara a Iterdiscipliaridade a frma- de prfessres, fudamets essesque certamete alterar a cstituids currculs esclares.em seu efetiredeseh. Fudamets Iterdisci-pliaridade pder euciar princ-pio. Fudamets pela Iterdiscipli-aridade pder euciar etrtgie procedimento. Fudamets pelaIterdiscipliaridade pder ser idi-catis de prtic de interveno. Ar-

    rlams pesquisas de caadeses, fra-ceses, americas e lati americas setid de clarificar u multiplicara plmica frete s prcaes acimaeumeradas. Prduzims uma Clet-ea de Texts jutamete cm BerardRey e Yes Leir de alt el deabstra fi itermead pr utilizade ariads recurss aaltics. Ls F-demets de lterdiscipliarit das lafrmati lseigemet, publicadpelas edies CERP em 2001.

    C em Revit: Em lgun textoindicdo nteriormente por vocpr etudo, urge um queto quemuito no incomod: Como diferen-cir cultur, como ler em u en-trelinh, como crir ilh de rcio-nlidde, como nvegr em lgicpluri?

    Ivni Fzend: Em 2004 mais umClqui Iteracial, agra Chile,dad sequcia a publicad em 2001auxilia-s a frmular questes a essas

    t bem clcadas pr cs: o trabalhcm re-cstru cceitual. Ccei-ts cm Circudiscipliaridade, Re-checimet, negcia aumetamssa respsabilidade, quad pesa-ms um currcul para esta Istitui-. necessitarams melhr cmpre-eder as difereas u aprximaesetre um saber/saber, um saber/fazere um saber/ser trabalhadas as quasecem pesquisas prduzidas em ssgrup de estuds. Discutims t ambmquestes referetes Ia Dcete,Ec-frma e Trasdiscipliaridade,questes que precisam ser aprfuda-das quad a ite pesar em re-desehar Currcul desta Istitui.

    Desej a tds uma tima leitura eagrade Fuda Casa pel iespe-rad cite de trabalhar em parceria,desej meu, aida atrelad a ics-ciete cleti. Prcurarems a um stemp decifrar a cmplexidade de s-ss estuds dispibilizad em gtas

    hmepticas, s saberes acumuladss grups de pesquisas sb miha c-rdea. A ite ctiuar aparceria que se iaugura aqui, respei-t e gratid desta bra aida iacabada

    Ctiuarems ssa cersa aquiiiciada em utr temp u lugar.

    Pr ra sugerims uma csulta preli-miar ssa hme: www.pucsp.br/gepi.

    Muit grata pela aclhida.

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    artigotcNico F fn nn

    {autor : Monic M. de O. Brg Cukierkorn1e Lin de Pul2}

    O ppel d formoprofiionl n mudn deprdigm do tendimentoocioeductivo no Etdo de

    so Pulo: um perpectivinterdiciplinr

    O trabalho socioeducativo destinado aos adoles-centes em conflito com a lei implica um investimentoconstante na formao dos profissionais que atuam emmedidas socioeducativas. Partindo desta premissa,a Escola para Formao e Capacitao Profissional daFundao Centro de Atendimento Socioeducativo aoAdolescente CASA-SP constitui-se em um dos eixosfundamentais da atual poltica de atendimento socioe-ducativo do Estado de So Paulo.

    o carter fudametal desta plti-ca tem sid, s ltims quatr as, abusca de uma mudaa de paradigma atedimet scieducati, a qual

    demada, tat as gestres cm ssuas equipes, assumir desfi de tras-frmar uma cultura istitucial2histrica e scialmete marcada cmespa meramete saciatri, emum espa efetiamete educati.Tal perspectia sigifica ifluir m-d cm as relaes iteras e exteras istitui se cfiguram ctex-t scial mais ampl.

    As istituies, pel mer fat de suaexistcia, ctrlam a cduta humaa

    a estabelecer padres de cduta que c-trlam e rietam cmprtamet idi-idual, um setid ctrri a mltiplsutrs tericamete psseis. As istitui-es refletem, e at cert pt, mediati-zam s alres e as relaes sciais de umasciedade determiada. (BERGER e LUCK-MAn, 1967; apud., GMEZ, 2001, p. 131).

    As aprendizagens e saberes advindosdas relaes entre sujeito e objetos doconhecimento so adquiridos ao longode sua trajetria de vida, de percursosformativos e profissionais.

    Csiderad desafi de ifluirem um cmplex ctext de relaes,a frma prfissial, em geral, e da-queles que atuam em medidas scie-

    ducatias, em particular, ele rec-hecer e trabalhar cm as dimesespresetes em td e qualquer prcessde esi-apredizagem, quais sejam:a dimes humaa, a dimes tci-ca e a dimes pltic-scial3.

    A dimeno humncaracteriza-se pel rechecimet d utr c-m ididu utrid de uma mesmacdi (a humaa) e ds mesmsdireits (s idiiduais e s cletis),equat sujeit scial. Iss sigifica,pr um lad, respeit icdicialpel utr, pelas suas creas e al-res. Pr utr lad, as relaes huma-as tambm elem setimets defrustra, resistcia e precceit.Assim, a dimes humaa est sem-pre presete prcess de esi-apredizagem, ela lhe ierete.

    J a dimeno tcniccaracteriza-se pela capacidade ds ididus emiteragir cm e trasfrmar mei. Asapredizages e saberes adids dasrelaes etre sujeit e bjets d c-

    hecimet s adquirids a lgda sua trajetria de ida, de percurssfrmatis e prfissiais. Assim, acmpetcia tcica apreedida s atras da expericia emprica,mas, pricipalmete, pr mei de pr-cesss de esi-apredizagem siste-matizads.

    Td e qualquer prcess de esi-apredizagem crre em um determi-ad ctext, prtat a dimenopoltico-ociltambm lhe ierete.Checer ctext qual se busca

    iterir , prtat, fudametal paraa trasfrma de uma prtica prfis-sial scieducatia.

    Deseler a frma prfissi-

    al sb esta perspectia pressupe abusca de articular csistetemeteas trs dimeses, ted em ista prcess de trasmiss, reelabra- e prdu d checimet a sereiculad s diferetes percurssfrmatis. o prcess frmati cmpreedid, esta perspectia, c-m um prcess dimic que extra-pla a trasmiss de cteds c-m erdades abslutas e iquesti-eis, para imprimir um mimetcstate de reflex sbre que seesia e que se aprede.

    Nesta concepo, o conhecimento

    no pode advir de um ato de doa-

    oque educadr faz a educad,mas sim, um prcess que se realiza ctat d hmem cm m u-d ieciad, qual esttic,mas dimic e em trasfrmactua.

    (...)Desse processo, advm um conhe-

    cimento que crtico, porque foi ob-tido de uma forma autenticamente

    reflexiva, e implica em at cstatede deselar a realidade, psicia-d-se ela. o saber cstrud des-sa frma percebe a ecessidade detrasfrmar mud, prque assims hmes se descbrem cm sereshistrics4.

    A diamicidade d checimet ea articula das dimeses presetes prcess de esi-apredizagem

    cstituem s pricpis que rietama atual pltica de frma da Fu-da CASA, sb respsabilidade daEscla para Frma e Capacita

    Prfissial EFCP, a qual deselesuas aes cm bjeti de prmeratiidades de capacita, extes,aperfeiamet, esi e pesquisa,as prfissiais e parceirs da isti-tui, pr mei ds Prgramas de Fr-ma Iicial, Frma Ctiuada,Extes e Aperfeiamet, Dese-limet Tcic-Cietfic e Fr-ma de Frmadres.

    Para a elabra de suas atiida-des, a Escla tem cm bases legais aCstitui Federal e Estatut daCriaa e d Adlescete (ECA), bemcm segue as diretrizes da rmatiaiteracial da orgaiza das na-es Uidas, d Sistema nacial deAtedimet Scieducati (Siase)e d Pla Estadual de AtedimetScieducati. As atiidades isamprmer a itegra ds prfissi-ais atuates as diferetes reas ad-miistratia, sade, pedaggia e segu-raa, freced-lhes s subsdisecessris cstru cletia da

    atua ltada para atedimetscieducati a adlescete autrde at ifracial.

    Desde 2006, a equipe da Escla temrealizad curss de capacita i-trdutria para as uidades de i-tera mdel CASA, para asuidades de semiliberdade, para sseridres igressates a Fuda eparceirs das onG de gest cmpar-tilhada.

    A partir d ici de 2008, esses cur-ss passaram a cmpr Prgrama de

    Notasde rodap

    1

    graduada emPedagogia, mestre

    e doutora emEducao pela PUC-

    SP. Atualmente, responsvel peladiro da Escolapara Formao e

    Capacitao Profis-sional da Fundao

    Centro de Atendi-mento Socioeduca-tivo ao Adolescente

    CASA-SP.

    2

    Mestre e doutoran-da em siciologia

    pela Universidadede So PAulo-

    USP, assistente dedirenao da Escola

    para Formaoe CapacitaoProfissional da

    Fundao Centrode AtendimentoSocioeducativo

    ao Adolescente CASA-SP.

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    Frma Iicial, cfrme defiiddurate II Ectr de Plaejametda Escla para Frma e CapacitaPrfissial, realizad em jaeir da-quele a cm tda a equipe, iclui-d crp dcete, tcic e peraci-al, equipe admiistratia e equipediretia. Alm deste prgrama, framelabradas tambm as prpstas paras prgramas de frma ctiuada,aperfeiamet de gestres e dese-limet tcic-cietfic.

    Embra aes de frma ctiu-ada u em seri eham crreda Fuda desde ates da cria daEscla5, as mesmas estaam rga-izadas em tr de um prgrama. Aimplemeta d Prgrama de Fr-ma Ctiuada bjetia, justame-te, rgaizar essas aes e garatir seualihamet cceitual, estratgic eperacial cm as premissas d Sia-se, d Pla Estadual de AtedimetScieducati e cm a pltica de fr-ma que em sed implemetadapr esta Escla. Em terms peraci-ais, este Prgrama est rgaizadem reas de atua ds seridres (asaber, admiistratia, pedaggica, desade e de seguraa) e em uida-des de atedimet.

    Cabe ressaltar que tds s curss defrma ctiuada s estruturadsde md a ctemplar cteds bsi-cs, que atedem as parmetrs esta-belecids pela Reslu Cada 112/2006 6para a frma ctiuada

    ds peradres d sistema de garatiade direits da criaa e d adlescete,e cteds especfics, defiids pe-la Escla jut as respseis pelasrespectias reas de atua.

    o Prgrama de Aperfeiamet deGestres isa aprfudar s cte-ds bsics da frma ctiuadaa partir da perspectia da gest e daprimramet ds prfissiais quecupam tds s cargs diretis, cmfc as diretrizes das plticas federale estadual de atedimet scieduca-

    ti e as ferrametas de gest, pri-cipalmete Plaejamet Estratgi-c da Fuda.

    os prgramas destiads frmaprfissial ctam cm api dasaes deselidas pel Prgrama deDeselimet Tcic-Cietfic, qual respsel pel acmpa-hamet ds prjets de pesquisasacadmicas realizadas mbit daFuda e, tambm, pr utras atii-dades de cuh acadmic, tais cm

    cicl de palestras, grups de estud,semiris e a publica da CASA emReista.

    Alm das aes deselidas direta-mete pela Escla, h aes de frma- que s rgaizadas pr utrs se-tres da Fuda e que ctam cm api da Escla. cas, pr exempl,da capacita referete a Maual dePrcedimets da rea de Seguraacduzida pela Superitedcia deSeguraa e Disciplia e que tee c-m pblic al s crdeadres deequipe das uidades de atedimetda Fuda.

    Para alcaar s bjetis prpstsem cada um ds prgramas, partimsde uma abrdagem que pririza cti-uamete a articula etre teria eprtica, a alriza ds saberes dsprfissiais, a trca de expericias, acstru cletia, a reflex crtica, registr e a sistematiza da prticaprfissial ctidiaa.

    A Crdea Pedaggica, resp-

    sel pela implemeta d Prgra-ma de Frma de Frmadres, buscaimprimir uma perspectia iterdis-cipliar a percurs frmati dseducadres e abrdagem didtic-pe-daggica ds cteds de esi, demd a articular as diferetes reas dchecimet e ampliar a itereds frmadres em prl d prcess deapredizagem ds prfissiais parti-cipates ds curss.

    Para alm ds cteds especficsque perpassam as diferetes reas de

    Notasde rodap

    2- Cultura institu-cional caracteriza-se pelos modos deagir e pensar da ins-tituio, suas regras,normas de condutae de comportamen-to, valores presentesnas relaes que seestabelecem no inte-rior de uma determi-nada instituio so-cial. (Cf. PREZ G-MEZ, A. I. A culturaescolar na sociedadeneoliberal. PortoAlegre: ARTMEDEditora, 2001).

    3- Ver CANDAU, V.M. A didtica e aformao de educa-dores: da exaltaoa negao, a buscade relevncia. In:CANDAU, V. M. Adidtica em questo.Petrpolis: Vozes,1993, pp. 12 a 22.

    4- ZACHARIAS, V.L. C. A concepoproblematizadora daeducao. Centrode Referncia Edu-cacional, setembrode 2008. Disponvelem www.centrore-

    feducacional.com.br/paulo1.html.Acessado em 27 deoutubro de 2009.

    5- A Escola foi cria-da em 2006 comoforma de ampliaras aes de forma-o profissional queeram realizadas peloCentro de Estudose Formao Profis-sional.

    6- Inserir referencia

    atua ds prfissiais elids atedimet scieducati se-guraa, pedaggica, psicsscial e desade; s cteds adids de u-tras reas d checimet, cm prexempl, da scilgia, da ecmia,da filsfia, d direit etc., permitem estabelecimet de relaes amplasque pssibilitam as prfissiais i-

    terir em um ctext cmplex e per-mead de ctradies.

    Assim, s diferetes espas de fr-ma s cstituds lead-se emcta perfil ds prfissiais, suasecessidades e iteresses, bem cm arealidade iida ctidia d t raba-lh, quer seja mbit da gest datedimet, quer seja mbit da

    a direta jut as adlescetes.neste setid, iestigar as alter-

    atias ieis e criar estratgias pa-ra efretar s desafis adids damudaa de paradigmas que se buscaimpigir ele um prcess cs-tate de a-reflex-a, para qual a frma desempeha papelfudametal.

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    artigotcNico cn

    {autores : Ivni Ctrin arnte Fzend7an Mri Rmo snchez Vrell8

    Rongel almeid Vlerio9}

    O Percuro Interdiciplinr

    em Prceri: Teorie Encontro

    Para cmpr eix cetral deste ar-tig elegems text Ctribuiesdas pesquisas sbre Iterdiscipliari-dade Brasil: rechecimet deum percurs 10. vale ressaltar que estetext tee ituit de subsidiar as lei-turas, iterpretaes e permeu tdasas discusses em tr da Iterdiscipli-aridade.

    Em seguida, apresetarems umtext cujs subttuls s: Iterdisci-pliaridade: o que sigifica? Iterdis-cipliaridade Esclar, De que frma aIterdiscipliaridade se defie quada ite frmar prfessres? Cmrealizar uma pesquisa Iterdiscipliar?Pequea itrdu sbre: Trasdis-cipliaridade a frma de prfes-

    sres.n percurs ds seis ectrs face a

    face salietams que hue itesa i-tera cmuicatia etre s pesqui-sadres e frmadres, cm maeira demultiplicar e aprfudar s checi-mets a respeit da Iterdiscipliari-dade. A fim de ilustrar s mmets decmpartilhamet de setimets demuita alegria e em essas itera-es cada participate fi cidad ase maifestar pr mei de text erbalcm registrs, reflexes, egciaes

    Reumo

    Aproposta deste trabalho foi a de transformar emartigo de revista, em particular para o nme-ro especial da Casa em Revista, a teoria e o per-curso percorrido durante os seis encontros que acon-teceram no primeiro semestre do ano de 2010, entreFazenda, que a coordenadora do Grupo de Estudos ePesquisa em Interdisciplinaridade (GEPI), os formado-res da Escola para Formao e Capacitao Profis sional(EFCP) da Fundao Casa e a Professora Coordenadorada Oficina Pedaggica (PCOP) da Diretoria Regional deEnsino Leste I.

    que cduziram a um percurs de cm-prmetimet etre tds s partici-pates.

    Ds texts ra meciads elege-ms s fragmets que se ectramtrascrits a elu d artig. Cmiss, maifestams desej da cti-uidade permaete de cicia ede dilg etre GEPI, Fuda Ca-sa, Diretria Regial de Esi e u-trs que desejarem etrar mime-t, fica ss cite!

    Cfrme j meciad aterir-mete, bjeti deste artig fi deapresetar a teria e percurs ds i-tegrates ds grups elids, aquiquerems acrescetar que, durate prcess cmuicati as palaras: E-ctr, Respeit, Dilg, Parceria, Hu-mildade se reelaram. Cm tud quedissems, auciams quadr bsicda cmpsi deste artig, que espe-rams que leitr leia as palaras gra-fadas as lihas e aquelas que pssiel-mete estejam as etrelihas, e esseprcess, pssa perceber a pteciali-dade da ccep Iterdiscipliar. Eaida, cm a alegria ctagiate e ui-ersal da Iterdiscipliaridade pssaler, etrar em sitia cm a perspecti-a e cm uma palara u silci dacscicia, iaugurar a iterlcucsc.

    Interdiciplinridde:O que ignific?

    D pt de ista histric, pde-sedizer que a Iterdiscipliaridade c-temprea, uma ez que fi frjadah mes de cem as e seu us educa-cial surgiu aps a Seguda GuerraMudial.

    A palara Iterdiscipliaridade pssui um cceit estaque, fechadem si mesma, mas a ctrri, pssuiuma multiplicidade de sigificads, es-t e estar permaetemete aberta eem fase de elabra pels diferetespesquisadres de cada lugar d mud,

    uma ez que passa e perpassa pr ml-tiplas culturas distitas.

    A Iterdiscipliaridade est presetee praticada s pases de lgua fra-cesa, germa-escadias, agl-saxics, de lgua espahla e prtu-guesa. o term utilizad a perspec-tia da pesquisa educacial, plada frma de prfessres, a prticactidiaa da sala de aula e utras reasd checimet.

    Fazeda, equat represetate

    brasileira da Iterdiscipliaridade, temdeselid pesquisas s ltims 30as cm diferetes parceirs rema-ds d pas e d exterir. Durate per-curs erificu que trabalh iterdis-cipliar, as diersas mdalidades deesi, pssui aida imers desafispara sua implemeta.

    Percebeu que aumetaram as pers-pectias para sua efetia as esc-las, as uiersidades e s diersssegmets da sciedade. Afirma quea Iterdiscipliaridade smete serpssel se as pessas se dispuserem aestud-la, cmpreed-la e pratic-laem seus uierss pessais e labrais.

    neste ctext, a Iterdiscipliari-dade pressupe trs lgicas distitas deabrdagem: a lgica d setid iter-discipliar, da fucialidade e da i-tecialidade femelgica.

    A lgica d setid iterdiscipliar utilizada, pricipalmete, a Eurpa eparticularmete a Fraa, sed c-siderada cm iterdiscipliaridade

    acadmica, que pderams etedercm um saber-saber. Essa perspectia cm pssibilidade a uifica dssaberes, u seja, clcar a pesquisa aseri da ui das cicias, ted c-m quest cetral saber.Essa crearigiu-se as certezas cquistadaspelas cicias e, a fim de eitar a suafracializa, buscu-se rgaizar asdisciplias cietficas sb pt deista epistemlgic.

    J a lgica da fucialidade requerum saber-fazer e caracteriza pricipal-

    Milhares de comospercorreram minhamente: como so osadolescentes, comose comportam, comoandam, como foramparar l, como soassistidos, enfim, todosos pormenores de suashistrias de vida...(Claudio,GEPI/PUC-SP

    Plvr-chve:Interdisciplinaridade,Transdisciplinaridade,Percurso, Encontros

    Notasde rodap

    7Professora da

    Ps-graduao daPUC-SP.

    8Ps-doutorado emInterdisciplinarida-de, Doutorado emEducao, Mestra-do em Gerontolo-gia e Graduao

    em Letras. www.anamariavarella.

    com.br

    9Ps-doutorado em

    Interdisciplinari-dade, Doutorado

    em LingusticaAplicada. Mestradoem Educao, Gra-duao em Letras

    e Pedagogia.

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    mete s Estads Uids e a Amricad nrte agl-saxica. Ela questia setid da rgaiza ds estudsepistemlgics e a ultrapassa, te-tad itegrar s saberes discipliaresem fu da reslu ds prblemasexistetes mud ctempre.

    Essa lgica tem a precupa deuir s saberes frmad uma s ci-cia, mas a de que a pesquisa pssibiliterespstas s questes sciais pr meide abrdages istrumetais, perat-rias e metdlgicas.

    E, fialmete, a lgica da itecia-lidade femelgica etede a Iter-discipliaridade cm uma categriada a, dcete em sua pessa e emseu agir, seria saber-ser. Esse pesa-

    met iterdiscipliar defedid prFazeda que pr mei da alise i-trspectia d educadr e suas prticasprcura cstruir uma metdlgiad trabalh iterdiscipliar. Dessa ma-eira, faz emergir eu icsciete edeschecid, trad- cscietee checid em uma abrdagem iter-discipliar.

    Para ist, ecessri, cm afirmaFazeda, uma prfuda imers ahistria de ida e trabalh prticctidia, que pder gerar ambigui-

    dades, metamrfses e icertezas. AIterdiscipliaridade exige de seu pes-quisadr um prcess de clarificacceitual que requer um alt grau deamadurecimet itelectual e prtic,uma aquisi prcess reflexi,que ai alm d simples el de abstra-, mas requer a deida utiliza demetfras11e de sesibilizaes.

    alm de tudo o que foidito, podemo continurperguntndo: O que Interdiciplinridde?

    Para ctiuar dilg pde-seacrescetar que Fazeda clareia a dife-rea etre Iterdiscipliaridade c-

    m ju de disciplias e uma atitudede usadia.

    Se csiderarms Iterdiscipliari-dade cm ju de disciplias, cabepesar currcul apeas a frmatada matriz curricular. Cas etedi-met siga em dire a atitude de u-sadia e busca frete a checimet,a prpsta pssibilita a iser dacultura d lugar de se frmam pr-fessres.

    Para a Iterdiscipliaridade, edu-cadr represeta ser que chece

    prfudamete s fudamets dadisciplia d currcul prescrit e cmleeza usa clc-l em prtica cmchecimets is, cm a alegria e prazer que checimet prpr-cia as que habitam uiers esc-lar: prfessres e alus. Esse prcesspedaggic precisa se fudametar dilg etre as pessas e etre as disci-plias, pis Hje, mais d que uca,reafirmams a imprtcia d dilg,ica cdi pssel de elimia

    das barreiras etre as disciplias. Disci-plias dialgam quad as pessas sedispem a ist (Fazeda, 2003, p.50).

    Assim, smete fudametad dilg tra-se pssel falar sbreprfessr e sua frma e dessa frma que se refere s disciplias e curr-culs e esse mimet desejel deitimidade mais prfuda cm a Iter-discipliaridade medims esfrspara ctiuar a iterlcu cm asseguites pergutas: o que Iterdisci-pliaridade para c? Qual setidde ser Iterdiscipliar? Qual seti-d de um prjet Iterdiscipliar emparceria?

    InterdiciplinriddeEcolr

    A frma esclar marcada pelasepara das disciplias dispstas asmatrizes curriculares ds curss daEduca Bsica. Desta frma, s e-sia a separar s bjets d ctext e

    csequetemete as disciplias umadas utras, esta fragmeta se traicapaz de captar que est tecid emcjut, ist , cmplex, segud setid rigial d term (Mri,2002: 16).

    o saber cmpartimetad em disci-plias parece ctribuir para a frma- de uma iteligcia cada ez maismpe, daltica e esga; termia amair parte das ezes pr ser cega, pr-que destri tdas as pssibilidades decmprees e reflex (Mri, 2002:

    17), prtat, para pssibilitar a liga-, mais precisamete dilg etreas disciplias e reas d saber, reche-ce-se a ecessidade da Iterdisciplia-ridade.

    Fazeda (2003) prpe uma Iterdis-cipliaridade esclar que em primeirpla respeite as especificidades dasdisciplias, pis a Iterdiscipliarida-de se desele a partir d deseli-met das prprias disciplias (Faze-da, 2003: 29), etretat, que seja

    uma mera itegra de checime-ts e sim um mimet que pssibi-lite dilg etre s seres humas es saberes.

    Ist impe uma a cscicia; esi pautad a cmuica c-ergete ds prgramas de estud dasdisciplias, dilg etre s pr-fessres e alus em uma perspectiade trca e eriquecimet de saberesidiiduais e expericias de ida, pr-prciad a alegria da busca e d c-hecimet.

    A Iterdiscipliaridade permitequestiar saber cmpartimeta-d em disciplias ctext de ummud cada ez mais cmplex e gl-balizad, cm da pca ctempr-ea. Assim, ecessri que as esclaspssibilitem dilg fareced deselimet de criaas capazesde eteder seu mud, mais itegral-mete cmpreed-l em uma pers-pectia de ttalidade.

    De que form Interdiciplinriddee define qundo inteno formrprofeore?

    Fazeda sere-se ds estuds pr-duzids em 1970 pel CERI12que aIterdiscipliaridade cm iteraexistete etre duas u mais discipli-as. Para a autra essa abrdagem seecamiha da simples cmuicadas ideias at a itegra mtua ds

    cceits chae da epistemlgia13, datermilgia, d prcedimet, dsdads e da rgaiza da pesquisa ed esi relaciad-s. Tal abrda-gem cm se pde cstatar muitampla, prtat suficiete parafudametar prticas iterdisciplia-res e em para frma iterdiscipli-ar de prfessres. Pdems esse casprceder a uma decdifica a frmade cceber a Iterdiscipliaridade.Furez destacu duas rdes distitas

    e cmplemetares de cmpreeder afrma iterdiscipliar de prfess-res: uma rdea cietfica e utrascial.

    A primeira, a rdea cietfica,s cduziria cstru d que de-miarams saberes iterdisciplia-res, que teriam cm alicerce cered checimet cietfic d at defrmar prfessres. Para iss seria e-cessri rgaizar a estrutura hie-rrquica das disciplias, sua dimica,a itera ds artefats que as cm-pem, sua mbilidade cceitual e acmuica ds saberes. Essa prpsi- cduziria busca da cietificida-de discipliar e cm ela surgimetde as mtiaes epistemlgicas,de as frteiras existeciais. Cadadisciplia precisa ser aalisada apeas lugar que cupa u cupariaa matriz curricular, mas, s saberesque ctemplam, s cceits eu-ciads e mimet que esses sabe-res egedram, prpris de seu lcus

    de cietificidade a qual, rigiada dasdisciplias, gaha status de iterdisci-plia s mmets em que briga prfessr a reer suas prticas, a redes-cbrir seus talets e a ressigificar aprtica s mimets.

    Fazeda, em ctat cm s escri-ts de Leir (2001) ccrda cm elequad afirma que a cietificidade re-elada estaria em cfrmidade cma frma de pesar de uma cultura emi-etemete fracfa a qual saberse legitima pela beleza da capacidade

    de abstra, um saber/saber.A seguda, rdea scial para

    Furez (2001), pressupes desd-bramet ds saberes cietfics i-terdiscipliares s exigcias sciais,plticas e ecmicas. Tal rdeaclca em quest a separa etreacstru das cicias e a slicitadas sciedades. Esta rdea tetacaptar tda cmplexidade que csti-tui real e a ecessidade de lear emcta sua iteraes cstitutias. Es-

    tuda mtds de alise d mud emfu das fialidades sciais, efatizas impasses iids pelas discipliascietficas em suas impssibilidades deszihas efretarem prblemticascmplexas14.

    Fazeda retma Leir (2001) e rati-fica sua afirma em rela rdea- scial, que se aprximaria mais dacultura iglesa, qual setid da pr-tica, d para que sere, impe-se cmfrma de iser cultural essecial ebsica d saber/ fazer.

    Leir destaca duas frmas dife-reciadas de culturas (fracfa eiglesa) de cceber checimet ergaizar s currculs de frma deprfessres e apta para surgime-t de uma terceira cultura legitimada,referid-se a uma frma brasileira defrmar prfessres, a d saber ser. Suacclus fudameta-se a alise deestuds e pesquisas sbre Iterdiscipli-aridade a frma de prfessresprduzids Brasil. Sem abdicar das

    duas aterires busca um saber ser i-terdiscipliar. Essa busca explicita-sea iclus da expericia dcete que se refere a setid, iteciali-dade e fucialidade, difereciad ctext cietfic d prfissial e dprtic. (Leir, i Fazeda 2001).

    Abarcar a quest da expericia d-cete essa trplice dimes: d se-tid, da itecialidade e da fuci-alidade, requer cuidads de diferetesrdes (Fazeda 2002). S eles: cuida-ds as pr-supsies tericas ies-

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    tigad s saberes que refereciarama frma de determiad prfessr,cuidads a relaciar esses saberes aespa e temp iid pel prfessr,cuidads iestigar s cceits prele apreedids que direciaram suasaes e fialmete cuidad em erifi-car se existe uma cercia etre quediz e que faz.

    Para melhr cmpreeder sigi-ficad dessa rdea brasileira queser demiada aqui de iteracial,

    seria ecessri adetrar s aspectsterics e prtics das pesquisas aperspectia iterdiscipliar mudial.nas pesquisas aciais etram emrele questes cm: esttica, espa,itui, temp, imprtcia simbli-ca at de apreeder e desig d pr-jetar. Quem apta para a ecessidadede busca de setids existeciais uitelectuais, s quais exigem respeita critris de fucialidade, s s es-crits de Pieau (2007).

    Desde 1979, Fazeda, mstra que aIterdiscipliaridade ctiua liga-da a cceit de disciplia. Prtata Iterdiscipliaridade a Educa, pde permaecer apeas a prti-ca emprica, mas fudametal que seprceda a uma alise detalhada dsprqus dessa prtica histrica e cultu-ralmete ctextualizadas.

    Falar de Iterdiscipliaridade esc-lar, curricular, pedaggica u didticarequer uma prfuda imers s c-ceits de escla, currcul e didtica.

    A histricidade desses cceits, e-tretat, requer igualmete uma pr-fuda pesquisa as ptecialidades etalets ds saberes requerids u arequerer de quem s estier praticadu pesquisad (Fazeda, 2003).

    Segud Cherel, 1988 e Sacht,2001, a Iterdiscipliaridade esclarpressupe a perspectia educatia, as-sim s saberes esclares prcedem deuma estrutura diferete ds saberescstitutis das cicias. As es,fialidades, habilidades e tcicas i-

    sam farecer prcess de esi-apredizagem respeitad s saberesds alus e sua itegra.

    Como relizrum PequiInterdiciplinr?

    Uma pesquisa iterdiscipliar s-mete ser pssel se rias discipli-as se reuirem a partir de um mesmbjet de estud. obserar uma situa-

    prblema a qual a ideia de prjetasa da cscicia cmum, d dese-j ds elids rechecimetda cmplexidade e a dispibilidadedesses em redefiir prjet a cadadida u a cada respsta ectrada.nesse cas, cergir a setidde uma respsta fial, mas pesquisad setid da perguta iicialmeteeuciada.

    A Iterdiscipliaridade a frmaprfissial requer cmpetcias re-latias s frmas de itere slici-tadas e s cdies que ccrrerema seu melhr exercci. neste cas, deselimet das cmpetcias e-cessrias requerem a cjuga de di-feretes saberes discipliares. Eteda-se pr saberes discipliares: saberes daexpericia, saberes tcics e saberesterics iteragid diamicametesem ehuma liearidade u hierar-quiza que subjulgue s prfissi-ais participates (Barbier, 1996; Tardi-ff, 1990; Gauthier, 1996).

    A frma iterdiscipliar de pr-fessres, a realidade, deeria ser istade um pt de ista circudiscipliar(Leir, Saue, 1998) de a ciciada educa fudametada um c-jut de pricpis, de cceits, demtds e de fis cergem para umpla metacietfic. Tratams essecas d que pderams chamar itera- elete sitetizate e dimi-ca, reafirmad a ecessidade de umaestrutura dialtica, liear e hierarquizada, cuj at prfissial de

    diferetes saberes cstruds pelsprfessres se reduzam apeas asaberes discipliares. Cmeams aquia tratar de um assut , recete-mete pesquisad demiad iter-e educatia que csidera pr-cess mais imprtate que prdut.

    Assim csiderarams etapas u fa-ses que dizer desses autres demi-am-se cm pr atia, iteratia e psatia. n ss cas em particular am-pliams essa desiga demia-

    d-as pr metfras cgruetes cm tema que estier sed pesquisad.(Fazeda, 2007).

    A circudiscipliaridade excluia ecessidade de uma frma disci-pliar, idispesel prcess de te-riza das prticas, mas cm de-mia Freitag, 1995, deselimetde um crp sittic de checime-ts debruad-se sbre um sistemateric, isad uma stese explicati-a, preditia e cmpreesia. Trata-seassim at educati esclar umadimes cmplexa e iterligada dediferetes cmpetes e de diferetesregulametaes. Sua trasmiss par-te de um cted discipliar prede-termiad e amplia-se uma dimesplaetria de mud de s estudsectram-se sempre uma dimesde esbs iacabads de um desig deprjet que se altera em seu desel-imet.

    Cm se pde er, at aqui prcura-ms tratar da Iterdiscipliaridade,

    mas se quiserms aaar a itera- pdems acrescetar mais um c-e em ssa iterlcu, tema daTrasdiscipliaridade.

    Trndiciplinridden formo deProfeore

    Cm ims aterirmete, prcu-rams tratar das questes da Iterdisci-pliaridade de maeira mais prme-rizada prcurad ptuar s aas

    especfics. Em rela Trasdiscipli-aridade pretedems histri-la maisdemradamete em utra prtui-dade, a pretes aqui uma iterapreparatria para mais uma aberturade dilg, uma espcie de fi cdutrpara s prxims ectrs.

    Uma primeira abrdagem a assuts mstra que s estuds e pesquisassbre Trasdiscipliaridade, cm -meiam algus de seus pesquisadres,atecedem s da Iterdiscipliaridade.

    Japiassu em sua mais recete bra S-hs Trasdiscipliares publicad a de 2007, pela editra Imag, desta-ca cm term fi gestad pr Piaget,relembrad s as que frequetuseu labratri.

    ou aida, relembrad Jel Mar-tis cm quem Fazeda diidiu algusdesses shs, ela acresceta que sterms da frma cm aqui s trata-ds se difereciam, mas se auti-cluem e se cmplemetam..

    Quad se fala em Trasdiscipli-aridade, deems sempre lembrards estuds de niclescu, que desde1995 debrua-se muit seriamete acstru de uma fudametaepistemlgica ted cm fialida-de argumetar em far da uidaded checimet pr ele demiadTrasdiscipliar. o estudis rgai-zu CIRET (Cetre Iteratial deRecherche et Etudes Trasdiscipliai-res) de dilg etre pesquisadresseirs crre iiterruptamete de

    maeira presecial u distcia.A ecessidade d dilg, a ad de

    um lhar Trasdiscipliar, bem cmas questes relatias Cmplexidade,Aut-Frma, Ec-Frma e Hete-rfrma, cada ez mais gaham des-taque etre s estudiss da Trasdisci-pliaridade.

    Questes ambguas cm Cura,Amr, Espiritualidade, negcia, Re-checimet, Gratid, Respeit, De-sapeg e Humildade pdem ser csul-tads s estuds de Patrick Paul, Re

    Barbier, Paul Riceur, Maturaa. Essess s estudiss que cmugam um pesar sbre a didtica e a prticade esi.

    Acrescetams que dilg sbreTrasdiscipliaridade, aqui iiciad, um cmpartilhamet dessa percep-, e se iss espalhar pels educadres,u pr grade parte deles, pder sur-gir a ecessidade de s ectrs,s estuds e aas, s parcei-rs mtiads pela busca icaselda teria que fudamete a prtica, ejutas, teria e prtica, pssam trazerbeefcis para ctext educacialde ss pas. neste mmet pergu-tams: O encontro podem e tor-nr prceri? Qul importnci

    d prceri em um Projeto Interdi-ciplinr?

    Para exemplificar essa prpsta apre-setarems, a seguir, a arratia ds e-ctrs realizads.

    Como e deu o encontroentre GEPI e FundoC?

    Precupada em ferecer as jesem cflit cm a lei uma a sci-educatia eficaz que beeficiasse s

    prpris elids (adlescetes ejes) habitates da Fuda CASA,bem cm s prfissiais atuatesesse prcess e a sciedade cm umtd, a Prfessra Crdeadra da ofi-cia Pedaggica (PCoP) da Diretriade Esi Leste 1, Sheila Siqueira Cam-ps, respsabilizu-se pels ec-trs que ser relatads a seguir.

    Pesquisadra recete d grup GEPI,percebeu as diferetes ctribuiesque a Iterdiscipliaridade ferece Educa e ida, e aida, percebeu c-m a Iterdiscipliaridade pde auxi-liar a frma d ser. Ela refletiu cmFazeda (2006, p.50) quad afirmaque a Educa Iterdiscipliar umafrma de cmpreeder e mdificar

    mud, hmem agete e pacieteda realidade e que, prtat, precisa seriestigada em seus mais ariads as-pects. Cm s escrits de Fazeda p-de perceber que ier a Iterdisciplia-ridade ier a prpria apredizagem.

    Cm tade de cmpartilhar seuss checimets etru em c-tat cm a Fuda CASA, pr iter-mdi de um ds frmadres, MrciMasella, atual crdeadr pedaggicda Escla para Frma e CapacitaPrfissial EFCP, durate uma ide-

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    cfercia sbre Educa de alusem Liberdade Assistida.

    Ccmitatemete, s frmadresda EFCP realizaam estuds sbre legad de Paul Freire que s leu arefletir sbre suas prticas pedaggicas.Questiamets estimulates surgi-ram: cm realiz-las? Cm exercit-las? Que terias pderiam fudame-tar as prticas? Que ctribuies aIterdiscipliaridade daria para essasprticas? o que Iterdiscipliarida-

    de? Que autres pderiam clabrarpara respder essas questes?Para um prcess iterati e dial-

    gic, elegeu-se a autra Iai Fazeda,uma das mais respeitadas camp daeduca Iterdiscipliar Brasil. C-mearam s estuds da Iterdiscipliari-dade, mas didas ctiuaram a surgir.Cm seria uma aula iterdiscipliar?Cm ser um prfessr iterdiscipliar?o que um prjet iterdiscipliar?

    Cm essas idagaes e cm a res-psabilidade de lear fudametsa grup, pesu-se em dialgar cm aautra em estud e prtuizar pri-meir ectr cm Fazeda e sua I-terdiscipliaridade.

    Como e deu o encontrocom Fzend?

    o Crdeadr Pedaggic da EFCPfi recebid pr Fazeda GEPI e seapresetu a grup cm um citepara um dilg etre s frmadres

    da Fuda Casa e s pesquisadresd GEPI, cm bjeti de fmetara reflex d grup e prpiciar ctri-buies tericas e prticas sbre iter-discipliaridade. Para iiciar dil-g, Fazeda sugeriu a leitura d textCtribuies das pesquisas sbreIterdiscipliaridade Brasil: rec-hecimet de um percurs, de suaautria, para ser discutid em um pr-xim ectr.

    Sua perguta registrada text ag-ra surgia para reflex cletia. De que

    maeira as pesquisas a rea da Iter-discipliaridade pderiam atigir aspessas cm uierss diferetes? Es-tudar, cmpreeder, praticar cm ela

    s sugeriu ici de sua escrita? C-meaa ali um desafi, a aberturade s setids.

    A partir da materialidade escrita deFazeda s frmadres puderam exer-citar suas reflexes e ates mesm dectr cm a autra j as haiam re-digid, cfrme fragmets destaca-ds a seguir:

    A Interdisciplinaridade na Escola deFormao e Capacitao Profissional daFundao CASA se destaca como possibili-dade da no fragmentao do conhecimen-to, porque respeita a histria, o contexto ea pessoa. O formador deve perceber o edu-cando em sua totalidade, no como um serdesprovido de desejos, conhecimentos, dehistria, mas sim, como parceiro que neces-sita de orientao, de respeito, de escuta...(Cltilde15).

    Para falar da Interdisciplinaridade sintonecessidade de partir do resgate da histriado movimento o qual se gesta o humano na

    humanidade. A vida em si interdisciplinar.Nascer j d uma condio social e histricanica que ao longo da vida nos relaciona como outro, este, nico, essencialmente inacabado,permite a inveno e reinveno da realida-de(Maria verica16).

    De acordo com Ivani Fazenda a coern-cia da Interdisciplinaridade promoversaberes, por meio de aes investigativas,produes cientficas, mas construdas pormeio da l iberdade, desejo e planejamento.A autora tambm aponta que a Interdisci-

    plinaridade norteada por cinco princpios,sendo eles: humildade, coerncia, espera,respeito e desapego. Assim como dois atri-butos, a afetividade e a ousadia, que pro-porcionam a troca de saberes de maneiraparceira e intersubjetiva (Daiela e R-semary17).

    A Interdisciplinaridade rompe limites,para isso Fazenda prope a construo deum conhecimento globalizante, uma postu-ra interdisciplinar de busca, de incluso, de

    acordo e de sintonia. Dessa maneira, todosganham com o fazer socioeducativo na li-nha interdisciplinar, os profissionais com-promissados melhoram a interao com ogrupo de trabalho(Claudia18).

    Negar o velho, substituindo-se pelo novo um princpio oposto a uma atitude inter-disciplinar na didtica e na pesquisa emeducao. A pesquisa interdisciplinar partedo velho analisando-o em todas as suas po-tencialidades. Negar o velho uma atitudeautoritria que impossibilita a execuo deuma didtica e de uma pesquisa interdisci-plinar. Outro desafio que nos deparamos.Diante desta diversidade de desafios con-cluo que no s a vontade de fazer a dife-rena prevalece mas sobretudo a persistn-cia em mudar de atitude como formador(Rsi19).

    De acordo com a compreenso da lei-tura de uma das produes de Fazenda aInterdisciplinaridade vai para alm doreconhecimento de que as disciplinas preci-

    sam interagir para produzir conhecimento, um posicionamento do profissional dian-te do conhecimento que exige uma srie deprincpios para fundamentar o fazer narea da educao. Pensar a Interdisciplina-ridade pressupe a compreenso do lugarem que estamos, o que fazemos, para que fa-zemos e para quem fazemos (Juliaa20).

    Penso que a Interdisciplinaridade vemrefletir, direcionar um trabalho com o edu-cando/ educador, portanto, se minha prti-ca no se d desta forma, perde-se o sentido

    do fazer pedaggico. A Interdisciplinari-dade uma possibilidade de ampliao deuniverso, um modo de atuao e integra-o(Carlia21).

    Percebo que a Interdisciplinaridade um meio de nos reconhecermos, nos identifi-carmos com a realidade e de nos situarmose situar quem interage a partir da pode-mos rever conceitos, formas de trabalho,viso de equipe e prticas pedaggicas nonosso dia a dia (Fbi22).

    Na Interdisciplinaridade a palavra base do processo de educao. Na relaoeducador educando existe a verbalizao,segundo Fazenda a palavra ambgua,no sentido que ela diz e cala por sua vez. Oeducador interdisciplinar exerce a fala e es-cuta em um fazer dialgico, onde ele toma e tomado pela palavra(Rsely23).

    Negar as experincias vividas, tam-bm negar os pressupostos da Interdiscipli-naridade. Conforme apontado por Fazen-da negar o velho, substituindo-o pelo novo um princpio oposto a uma atitude inter-disciplinar na Didtica e na Pesquisa emEducao nesta perspectiva que se des-taca a importncia de reconhecer antigasprticas. No basta reconhecer o j vivido

    e experimentado, pois desta forma tambmno se teria o desenvolvimento de aes querealmente podem transformar a prtica so-cioeducativa(Maur24).

    O formador que aceita o desafio de tra-balhar com a Interdisciplinaridade, ca-paz de ver o potencial do outro enquanto serhumano que tem uma histria, uma mem-ria, um passado, enfim experincias e por-tanto possibilidade de contribuir e transfor-mar o velho, aperfeioando-o e inovando-o

    (Mrcia25

    ).

    No se mudam paradigmas de umahora para outra, porm um caminho semvolta ou trabalharemos doravante de ma-neira interdisciplinar ou no haver tra-balho. A Interdisciplinaridade ser melhorcompreendida e aplicada, quando equipestiverem a clareza de cuidar da sua implan-tao, ao menos dentro das medidas socioe-ducativa(Mari26).

    Segundo Fazenda, ser interdisciplinar :tentar formar algum a partir de tudo quevoc estudou em sua vida, desta forma deixouma questo para discusso: como a Inter-disciplinaridade pode contribuir na constru-o da viso e da atuao da equipe multipro-fissional, no atendimento ao adolescente quecumpre medida Socioeducativa, tendo comoperspectiva sua completude?(Izete27).

    Fazenda traz a metfora do olharpara a prtica interdisciplinar. Ela vai aoencontro dos ideais do materialismo dial-

    tico, esta metfora caminha para alm dosimples olhar como observao, sem crtica,mas para a abertura de outros olhares noprocesso ensino-aprendizagem: olhar emcomunho com o outro(Alexadre28).

    As aes na Interdisciplinaridade de-vem permear uma educao voltada parao bem comum das pessoas. Acreditar nestapossibilidade nos faz reorganizar os nossosconceitos e valorizar a educao como pro-posta essencial, renovadora e inovadora(Miriam29).

    H muito o que se fazer. Os princpiosda humildade, coerncia, esperana, res-peito e desapego tambm constitutivos dotrabalho interdisciplinar, bem como ticae respeito aos direitos humanos permeiamas aes da Escola para Formao e Capa-citao Profissional da Fundao Casa(Mica30).

    Converndo com oformdore

    Em 8 de abril de 2010, iiciu-se di-lg etre s elids. Fazeda, emsua palestra, destacu a imprtcia daacademia apreder cm as istituiese essas aprederem cm a academia.Refru a imprtcia da frmaiterdiscipliar para deselime-t huma. Chamu a ate de t-ds para a imprtcia d iscreer-se,mstrad a imprtcia d registr.

    A metfra esclhida para efatizarsua fala fi a d ecarceramet.CituGusdrf31, que a ficar pres durate aguerra, um camp de ccetra,apreitu para pesar em sua frae cragem que teria de ter equatprisieir. Sua perguta: Existe pri-s para quem acredita que existe algalm dela? Citu tambm Piaget32quepesu sbre setid da ida e de-selimet huma, equat b-seraa seus filhs e escreia sua teriasbre checimet. E Rgis Freire33?Estee ecarcerad e escreeu, perpe-tuu suas ideias, estruturu sua teria

    crcere.Fazeda cmplemetu que cada

    pesquisadr tem sua metfra para ex-plaar seus pesamets, sua pesqui-sa, seus setimets, suas icias.Assialu a imprtcia de checer lugar de de se fala, que cdifudametal para quem ecessita i-estigar cm prceder u cm dese-ler uma atitude iterdiscipliar aprtica ctidiaa.

    A pesquisadra d GEPI, RsagelaAlmeida valri, ctu sua experi-

  • 8/11/2019 ENTREVISTA IVANI

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    cia cm alus egresss da FudaCASA e s prcedimets Iterdiscipli-ares aplicads para receb-ls cm deid aclhimet.

    Fazeda mstru a imprtcia dtrabalh iterdiscipliar, cm mi-met de frtalecimet para uir aspessas. Segud ela, a pssibilidadede um trabalh de atureza iterdisci-pliar as pesquisas sbre sala de aulaaucia-s pssibilidades que ates eram ferecidas. Quad iss ac-

    tece, surge a prtuidade de reitali-za das istituies e das pessas queelas trabalham. o prcess iterdisci-pliar desempeha um papel decisi setid de dar crp a sh, defudar uma bra de Educa luz dasabedria, da cragem e da humildade.

    nas questes da Iterdiscipliarida-de t ecessri e pssel plaejar-se quat se imagiar, ist impede quepssams preer que ser prduzid,em que quatidade u itesidade. oprcess de itera permite a gera- de etidades as e mais frtes,pderes s, eergias diferetes. Ca-miharems a ambiguidade (Faze-da, l998), etre a fra aassaladra dastrasfrmaes e s mmets de pr-fud reclhimet e espera.

    Ates de ecerrar, s pesquisadres efrmadres fram cidads a relatara expericia d ectr, pr mei deum text em prsa u pesia. Para esteartig ptams clcar apeas frag-mets ds texts.

    Frgmento do Relto:viit Fundo C

    A primeira observao foram os mo-saicos da entrada. Lembrei da inter, davida, das nossas emoes enclausuradas eda urgncia que tinha de adentrar sem ex-pectativas ... o que me sempre difcil, nestemundo to dinmico e to cheio de cobran-as (Beatriz).

    Fazer renascer no corao deste ado-

    lescente a esperana de um dia melhor,fazendo-os entender que a famlia o nicorefugio para a mudana da sociedade, poiscomo diz um amigo escritor Jos CarlosAparecido Magri Famlia o bero dasociedade sadia. Que possa este bero aco-lher estes adolescentes de volta ao lar e a so-ciedade para um novo recomeo, e que destavez com um novo olhar (Cludia).

    Milhares de comos percorriam minhamente: como so, como se comportam, comoandam, como foram parar l, como so as-sistidos, enfim todos os pormenores de suashistrias de vida que me dariam, ainda quesupercialmente, o desenho de um possvel

    traado para uma singela ao educacio-nal e cultural(Cludi).

    Na alma endurecida, com uma histori-cidade complexa, muitas vezes rejeitadacomo solo infrtil, imprprio, insalubre. Ocarinho no cuidar, sentir, ouvir, afofa, nabiofilia, revelando potenciais germinati-vos, culturais do amor-gaco. Um novo ser,metamorfoseado, que evolui, e s evolui, atque possa gerar sementes(Rdrig).

    Autoconhecimento pressupe uma tra-jetria como a alfabetizao em que nosomente as palavras devem ser bem arti-culadas, mas seus sons e efeitos. Brando(ano, pgina) veicula as idias de Freireque ele pensa e repensa o homem, a histria,o trabalho, a cultura, a educao, e mais ofio que amarra e puxa tudo isso, a liberda-de (Clia).

    Negociar na educao, dispor-se tam-

    bm a entender o conflito e a necessidadedo outro, mobilizar aes para o beneficiomutuo, ter prazer em dialogar com o dife-rente e de extrair desse dialogo novos indi-cadores, novos pressupostos que ainda nose haviam dado a revelar (FAZENDA,2006, p. 96) (Rberta).

    Por meio de um processo cardico, pe-lo qual caos e ordem dialogam harmoniosa-mente para reintegrar olhares e dimensesde um mesmo todo que foram arbitraria-mente partidos, Fundao Casa e GEPI se

    encontram tendo a interdisciplinaridadecomo ponte (Adyara).

    As marcas registradas atravs da artenos bancos e painis feitos pelos menores,quanta beleza de alma expressa naquelesazulejos quadriculados, quantas estam-pas marcadas pela tristeza, talvez se estetalento todo tivesse sido aproveitado no mo-mento certo, eles no precisariam ter expe-rimentado a dor de viver encarcerados portempos que s vezes, nem ns saibamos que

    marcas deixaram(Telma).

    Espera-se muito do professor e da escola,sem agregar a ela outros saberes educacio-nais, como os do: bibliotecrio, orientador-educacional, psiclogo, assistente social,dentre outros, que enriqueceriam os saberesda escola em sua complexa tarefa mediado-ra entre a famlia e demais instituies dasociedade que as contm. Agora, espera-semuito da Fundao Casa, esta instituionica, para atender os mais diferentes ca-sos (Aparecida).

    A realidade do jovem da periferia no novidade para o meu cotidiano na EJA.Um nmero cada vez maior de adolescen-tes egressos da Fundao CASA procurama EJA excludos das escolas regulares, o queexige um projeto baseado na escuta, na es-pera e no respeito(Sirlee).

    Como cuidar do outro, para que ele sedesenvolva e cresa? Ns mesmos estamosperdidos dentro de nossa mais cruel priso:

    a do egosmo, do dio, da animosidade, dodesamor. A Inter nos chama ao comresponsabilidade, com humildade, com dis-cursos afinados, corao aberto ao novo.Quantos de ns no nos perguntamos: Oque temos feito de nossa vida? Qual o senti-do de estar nela? Para que caminhos cami-nhar, por qu? Pra qu?(Aa Maria).

    Acredito na ao educativa proposta,nessa ponte de acesso, nessa transgressocriativa que leva ao movimento, ao percur-so, a busca de caminhos e outras possibili-

    dades com alegria, beleza e amor desper-tados pela Arte, pelo Teatro, que deflagre omovimento possvel de mudana no uni-verso do adolescente em situao de risco ede ato infracional. Interdisciplinaridade naao, no foco, na atitude. Inesgotvel. Her-

    clea(Cels).

    Guiados pelo sagrado e amor, podere-mos contribuir com um processo transfor-mador. Acreditando na nossa misso defertilizadores de solo despertando a con-fiana e aceitao, poderemos mesmo quelentamente desvelar alguns potenciais se-meadores(Sime).

    Era uma CASA. Era uma casa? de JooBeauclair, Casa. Coerncia... Construo:construes corajosas, de novos conheci-mentos; (Des)construdos, (re)construindo,(re)vividos. Humildade... Necessrio sen-tipensamento. Para sermos hmus... almdos verbos, falas, aes(J).

    Qual minha expectativa: estar retor-nando ao quadriltero depois de 20 anos.Como estariam se mobilizando os profis-sionais? Como estariam agindo as Secre-tarias? O que efetivamente os educadoresestariam recebendo do Estado? Municpio?Como estariam as crianas? Adolescentes?

    O teria mudado? J poderamos visualizarmudanas? A resposta sim. Muito me ale-grou ver a destruio do que era o feio e apreservao do que era belo. Entrei no mes-mo lugar que muitas vezes entrei, agora, deuma forma diferente. No fazendo parte deum rgo fiscalizador e sim fazendo partede um grupo doador (Hermia).

    O professor interdisciplinar cria pos-sibilidades de participao a crianas eadolescentes de um grupo scio-educativona construo de sua prpria cidadania, es-

    tabelecendo o dilogo respeitoso dos fatoresque influenciam ou determinam as dificul-dades nas relaes interpessoais(nali).

    medida que conhecemos as pessoas eas compreendemos, as diferenas aos pou-

    cos diminuem, desaparecem e em seu lugarsurgem os mesmos temores, os mesmos de-sejos, a luta por uma vida melhor, as mes-mas necessidades de compreenso, de escu-ta, de amizade, de carinho, de respeito, dealegria, de paz e de amor(Arlete).

    Acreditamos que necessria ainda aconexo operacional dos rgos do Judici-rio, Ministrio Pblico, Segurana Pblica,Assistncia Social, Secretaria de Educaoe da sociedade bem como o aperfeioamen-to formativo de todos os i ntegrantes dessasinstituies que atuam com menores emconflito com a Lei (Daiela).

    Todos os fragmentos mencionados neste texto foramretirados dos relatos dos integrantes do GEPI, Forma-dores da Fundao Casa e participantes da OficinaPedaggica.

    Contruindo prceri

    Para abrdar tema Iterdisciplia-ridade, Fazeda cidu duas pesqui-sadras34d GEPI, para apresetarem

    prcess de um prjet iterdiscipliarem parceria e seus resultads. As pes-quisadras prepararam material te-ric para que tds pudessem etedermelhr: o que parceria? De de emessa palara? Para que sere? Cm sed? Cm s ectrs pdem gerarparcerias? Pr que a parceria impr-tate a cstru de um prjet i-terdiscipliar?

    neste artig recrrems letra damsica de Z Ramalh, que s diz:

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    Parceria par, diviso irm mais que dois colquios, incestos ou

    manhs mais que dois abraos em pedras

    esculpidasEstranhos confidentes ou feras

    escondidasMe d tua palavra, que eu dou-te minhas

    mosA espera transitria, efmera paixoUm trmite no espelho, virou-se mais

    que antigo

    E a imagem do desejo a fora quepersigoE os mares dormiro espectros tambm

    E os ltimos vares deixaram-se morderA ltima quimera, difanos irmos

    A fonte nos espera, o ninho das canesA fome dos poetas, deixemos as prisesA saciar a sede nos cristais da criao

    Me d tua palavra....

    A palara parceria frmada a par-tir d prefix par (mais que um). oterm desiga a ui de ididuspara cert fim cm iteresse cmum, eitecialidade. os ectrs pdempssibilitar a gera de parcerias ses pares tierem a ite de realizaruma expericia cjuta setidde ampliar e cmplemetar suas refle-xes e melhr dimesiar a abrda-gem terica ... deixems as prises deuma frma baseada a fragmeta- e uicidade ds saberes e busque-ms saciar a sede s cristais da cria-, me d tua palara..., retmad a

    prca que a meldia suscita.D pt de ista histric, pr-

    fessr Eilt Sats, afirma que pssel haer Iterdiscipliaridadesem parceria, pis a histria cstitu-da a partir das parcerias. o hmemdesde s temps primrdis cseguiusbreier graas s parcerias que, deuma maeira ituitia, deseleu.Apeas para citar algus exempls: C-lmb deseleu uma parceria cms reis da Espaha e s mariheirs,isad a chegada a Amrica. A re-

    lu fracesa s crreu pr dier-sas parcerias deselidas a lgd prcess. o Quilmb ds Palmaresresistiu a cem as pr causa das parce-rias que deseleu cm ilarejs emlta da Serra da Barriga35, cmpletu j citad prfessr de Histria.

    Imagiem s seres humas iedszihs e islads de tud e de tdssem ter cm quem cmpartilhar u di-idir s seus meds, as sua agstias?Praelmete mud de hje

    seria mesm sem as parcerias. A c-muica e a elu ds meis decmuica certamete estariam pre-judicadas sem a parceria. A ss er, aparceria faz parte d deselimetscihistric e cultural ds seres hu-mas. Pde-se pesar em muits u-trs exempls para defiir parceriaem um ctext histric, imprtateressaltar que prcess de parceriasfaz parte de ssas idas, uma prticascial scicultural emergete.

    Cm tud iss, afirmams a impr-tcia d utr, a parceria cm ptde partida a cstru de um prjetiterdiscipliar, cm mltipls sabe-res, cdigs, lguas e liguages, dife-retes efques e expericias de ida,cstruid, recstruid, se tras-frmad, se reelad.

    na elabra de um prjet Iterdis-cipliar, Fazeda ressalta que perceber-se iterdiscipliar primeir mi-met em dire a um fazer iterdis-cipliar. Primeir ser, depis fazer, a

    trca etre s pares iterdiscipliares.nesse prcess, ressaltams a imprt-cia d dilg, que pressupe aprederuir utr, falar cm utr, lhar pa-ra utr, icitad dilg csta-te. Para tat, ecessri saber pesar,apreder, respeitar, cmpartilhar, paraefim cseguir ultrapassar a barreirada iseguraa idiidual rum par-ceria que, segud Fazeda36, pde sertraduzida em cumplicidade, em usadiada busca, da pesquisa, um exercci ca-paz de alimetar e ccretizar sh

    que fmeta a parceria ds educadres:a qualidade d esi mbit da Edu-ca brasileira.

    Para registrar a parceria que se esta-beleceu a partir ds ectrs reali-zads cm Fazeda, cm ituit derefletir sbre a Iterdiscipliaridade,elegems text d Crdeadr Peda-ggic da EFCP, Mrci Masella.

    Refletindo obreInterdiciplinridde

    (Mrci Masella)

    Iterdiscipliaridade um term que tem sigificad ic, pssuiddiferetes iterpretaes, mas em tdaselas est implcita uma a psturadiate d checimet, uma mudaade atitude em busca da uidade das aes.

    nesse setid, estu me referid Iterdiscipliaridade cm uma teriageral e absluta d checimet, ema cmpreed cm uma cicia aplica-da, mas sim cm estu d d desel-imet de um prcess dimic, ite-gradr e, sbretud, dialgic. Ccrdcm Fazeda (1994), a caracterizar aiterdiscipliaridade pela itesidadedas trcas etre s especialistas e pelaitegra das disciplias um mesmprjet de pesquisa (...). Em terms de i-terdiscipliaridade ter-se-ia uma relade reciprcidade, itecialidade, par-ceria e it era, que ir pssibilitar di-lg etre s iteressads. A iterdisci-pliaridade depede et, basicame-

    te, de uma mudaa de atitude perate prblema, da substitui de uma c-cep fragmetria pela uitria d serhuma (Fazeda,1993:31).

    o pt de partida e de chegada deuma prtica iterdiscipliar est aa. Desta frma, pr mei d dilgque se estabelece etre as disciplias eetre s sujeits das aes, a iterdisci-pliaridade dele a idetidade s dis-ciplias, frtaleced-as e eideciaduma mudaa de pstura a prtica pe-daggica.

    Notas

    de rodap10 - A autora do texto Ivani Catarina Aran-

    tes Fazenda.

    11 - A metfora,segundo Gauthier

    (2004, p. 131), temum status ambguo

    na linguagem, umacomparao implcitaentre termos oriundos

    de registros hetero-gneos. Est entre o

    mundo do sentido e omundo da referncia.A metfora visa algo

    que no est dado,no est presente, elad vida a um produto

    da imaginao.

    12 - Centro para Pes-quisa e Inovao do

    Ensino - rgo da OC-DE (Documento CERI /

    HE / SP / 7009).

    13 - Estudo crticode como se produzo conhecimento da

    realidade e da cienti-ficidade desse conhe-

    cimento. (Dicionrioda Academia Brasi-

    leira de Letras 2008,p.514).

    14 - Que se compede elementos diversosrelacionados entre si,no contexto da Inter-

    disciplinaridade pode-se dizer que o queest tecido junto, umaglomerado insepa-

    rvel.

    Notasde rodap

    15 -Clotilde Paixo Luiz Texto na ntegra: A

    Interdisciplinaridade noAtendimento personali-zado ao adolescente au-

    tor de ato infracional.

    16 - Maria Vernica Bar-ros - Texto na ntegra:

    Principiando falar sobrea Interdisciplinaridade.

    17 - Daniela CardosoLoureno e Rosemarydos Santos- Texto na

    ntegra: O Centro de Pes-quisa e Documentao

    (CPDOC) e a Interdiscipli-naridade.

    18 - Claudia Rocco - Tex-to na ntegra: A Interdis-

    ciplinaridade e a prxisinstitucional

    19 - Rosi de Oliveira -Texto na ntegra: O mo-vimento da Interdiscipli-

    naridade

    20 - Juliana Henriques- Texto na ntegra: Pen-

    sando sobre a interdisci-plinaridade e o trabalho

    da EFCP na FundaoCasa.

    21 - Carolina Faria - Tex-to na ntegra: O fazer

    Interdisciplinar na Ins-tituio

    22 - Fbio Rocha de Cas-tro - Texto na ntegra:

    Interdisciplinaridade nomeio socioeducativo

    Notasde rodap

    23 - Rosely Guillen- Texto na ntegra: A

    Comunicao, o Edu-cador e a Interdiscipli-

    naridade.

    24 - Mauro MathiasJunior - Texto na n-tegra: O Discurso da

    Interdisciplinaridadena Formao de So-cioeducadores.

    25 - Mrcia Ramosda Rocha - Texto na

    ntegra: Interdiscipli-naridade

    26 - Mario Luiz daSilva Pereira - Textona ntegra: Avanose Desafios da Inter-disciplinaridade no

    Atendimento Socioe-ducativo.

    27 - Izete Pereira deS - Texto na ntegra:Reflexes sobre a In-

    terdisciplinaridadena Formao do For-

    mador.

    28 - Alexandre Olivei-ra Gabriely - Texto nantegra: A fragmenta-o do ensino e a In-terdisciplinaridade.

    29 - Miriam A. Gue-des - Texto na ntegra:

    Reflexo sobre o tra-balho interdisciplinar

    na perspectiva dasmedidas socioedu-

    cativas.

    30 - Mnica Mirabi-le - Texto na ntegra:

    Consideraes acercado texto de FazendaContribuies daspesquisas sobre In-terdisciplinaridade

    no Brasil: O reconhe-cimento de um per-

    curso.

    Notasde rodap

    31 - Mestre e fil-sofo - Livro citado:

    Em virtude dafora.

    32 - Jean Piaget(1896-1980) foi um

    psiclogo e filso-fo suo bastante

    conhecido por seutrabalho pioneiro nocampo da intelign-

    cia infantil. Os tra-balhos tiveram um

    grande impacto nasreas da Psicologia e

    Pedagogia.

    33 - Paulo RgisNeves Freire, nasceuem 19/9/1921 na ci-dade do Recife. Tor-

    nou-se conhecido noBrasil e no exterior

    pelos estudos dedi-cados principalmen-te alfabetizao de

    adultos.

    34 - Ana MariaR.S.Varella e Ro-

    sangela AlmeidaValerio

    35 - Serra da Bar-riga, localizada no

    municpio de Uniodos Palmares, no Es-

    tado de Alagoas.

    36 - Cf. Fazenda,Ivani C. A. Interdis-

    ciplinaridade: umprojeto em parceria.

    Universidade Esta-dual Jlio MesquitaFilho, UNESP, 1991

    nessa perspectia, a educa pr-blematizadra, checimet cs-

    trud pr tds s elids pr-cess de frma itegradra e iteratia.n alg esttic, prt, acabad,cm defie a pedaggia ds ctedstradiciais. Checer, prtat desc-brir, cstruir histricamete saberes.

    o checimet uma cstru c-letia mediada dialgicamete, que deearticular dialeticamete a expericia daida prtica ctidiaa cm a sistematiza- rigrsa e crtica d checimetcietfic.

    Pr iss, quat mais pes cri-ticamete, rigrsamete, a prtica deque participu a prtica de utrs, tatmais teh a pssibilidade, primeir, decmpreeder a raz de ser da prpriaprtica, segud, pr iss mesm, meu trad capaz de ter prtica melhr.Assim, pesar miha expericia cmprtica iserida a prtica scial traba-lh sri e idispesel. (Freire, 1996:106-107).

    Assim ecessri prpr as sujeits desafi de cultiar uma pstura dialgi-

    ca e crtica diate d mud, que s faater cmprmiss em assumir-se equa-t seres epistemlgicamete curissdiate ds fats, realidades e femesque cstituem seu prpri mud.

    Submeter-se s aes, a questia-met requer abertura e rechecime-t de que h saber abslut. Abertu-ra para descbrir que h sempre asrealidades u elemets a descbrir, -s checimets, camihs e perspec-tias mltiplas de a, csideraddiferetes ctexts e sujeits.

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    artigotcNico e

    Pequi deenvolvid no GEPI

    1. Formo onlinede getore ecolre:titude interdiciplinrn nrrtiv dodirio de bordo

    {an Mri Di GrdoHeel41}

    Este trabalh apreseta uma ies-tiga sbre a cstru da atitudeiterdiscipliar a rela itersubje-tia etre gestr frmadr e gestr emfrma, atras das arratias dsdiris de brd, a frma liede gestres esclares, d Prjet Pil-t da Escla de Gestres. o bjeti destud refletir sbre esse prcess decstru iterdiscipliar, que abar-

    ca as dimeses d saber, d fazer e dser, pr mei d relat dialgic etre checimet riud da experi-cia em gest esclar da pesquisadrae checimet sbre gest esclaracrad a is d pesamet cm-plex. Trata-se de uma pesquisa-a-

    frma, a qual a iestiga se fu-de cm a prtica de frma e articulaas duas plaridades excludetes:prtica e teria. Culturalmete gestresclar tem dificuldade em articular prcess demcrtic, pis se seteislad, a a gestra, em irtude dais liear que fragmeta a realidadepara que ela pssa ser cmpreedida edmiada.

    nessas cdies, as relaes de p-der se matm hierarquizadas e s as-pects burcrtics prealecem sbre

    uma is mais sistmica, a qual adimica da escla cmpreedidacm um sistema i e aut-rgai-zati, uma cultura em permaetecstru, alimetada pelas relaesiterpessais e trabalh cleti. E-tretat, precis ter lhar da cm-

    plexidade sbre a rgaiza da esclapara lidar cm s paradxs que spercebids ctidia, qual pre-isel e a mesm temp istel eicert. A cmplexidade abarca jgdialgic da liearidade e d sistmi-c. nem sempre a frma d gestrferece cdies de cstru dessesaber, ist que ele precisa ser ctex-tualizad e caracterizar-se cm pr-cess histric. Este fc da atitudeiterdiscipliar, a frma liede gestres, quad prcura captar a

    Aps o convite de dilogo com a Fundao Casae seus formadores, Fazenda e os pesquisadoresdo GEPI imediatamente atenderam ao desejo deprosseguir os estudos em desenvolvimento. Entrelaa-dos por um mesmo ideal de trabalho, ou seja, construirum mundo melhor com educao de excelncia no pa-s, Fazenda realizou releituras de mais de 102 pesquisasproduzidas pelos pesquisadores do GEPI e outros tra-balhos, orientados e discutidos em eventos nacionais einternacionais; desse montante escolheu snteses paracompor a edio especial da Casa em Revista.

    Assim, convidamos voc, leitor, a ler na ntegra os re-sumos37, bem como outras pesquisas na rea da Inter-disciplinaridade que se encontram disponveis nos s-tios virtuais, entre eles CIRET38, CRIE39e GEPI40.

    A atitudeinterdisciplinar um elemento

    valioso nosambientes deformao

    is sigular de cada gestr diate das

    prpstas d curs e da sua realidadeesclar.A alise iterpretatia d ter das

    arratias ds diris de brd de trsgestres deselu a a parceira erietadra d gestr frmadr emcada situa, bem cm a percepde cada gestr em frma diate ddesafi de mbilizar sua equipe para aa cletia. A atitude iterdiscipliar um elemet alis s ambietesde frma lie, prque pde dese-ler um papel de acmpahametde cada percurs de frma, cmpre-edid cm uma peree espiral.

    Plvr-chve: Interdisciplinaridade, Formao

    online, Gesto escolar, Educao

    distncia, Pensamento complexo.

    2. Reconhecimento:movimento e entidode um trjetri deinvetigo e formointerdiciplinr.

    {an Mri do Rei Tino42}

    o prcess iestigati apta percurs d rechecimet que a seetrelaar cm a iterdiscipliaridadeprpe reflexes sbre a frma deeducadres. Utiliza a pesquisa quali-tatia e, pela arratiidade, destaca aatureza terica e prtica d feme

    e setid da frma a pder dizer

    de si e d utr. Elege mimet dacircularidade cm metfra d rec-hecimet e deslca-se em diferetesrealidades: da sigularidade ttalida-de a aptar a sua histria de ida acscicia histrica d temp arra-d que permite jg da bjetiidadee da subjetiidade, temp da almae temp de mimet. orgaiza espa da expericia a gest e afrma educacial cm marcas deum mimet tlgic pr meid qual prcura eteder setid drechecimet. Cfigura seu fazerpara trar isel setid da a deeducadra e de iestigadra, Gru-p de Estuds e Pesquisa em Iterdisci-pliaridade (GEPI) a PUC/SP e GE-PI de Jacare a cmpreeder s alresda iterdiscipliaridade e d reche-cimet um mimet axilgic.Executa pela iterpreta da prmes-sa a decis de aptar s desafis daescrita e da autria um mimetcircular epistemlgic. Cclui que

    a aprpriar-se das ctribuies te-ricas de Fazeda e de Riceur cstripela hermeutica da ttalidade, umutr mimet epistemlgic s-bre a frma.

    Plvr-chve:Reconhecimento,

    Interdisciplinaridade, Histria de Vida,

    Totalidade, Formao.

    Notasde rodap

    41Doutorado e

    Mestrado em Edu-cao, Graduao

    em Pedagogia.

    Notasde rodap

    43Ps-Doutorado emInterdisciplinarida-de, Doutorado em

    Educao, Mestradoem Gerontologia,

    Graduao emLetras.

    Notasde rodap

    42Doutorado e Mes-

    trado em Educao,Graduao em

    Pedagogia.

    Notasde rodap

    37 -Foi seguida a or-dem alfabtica parao nome dos autores.

    38 -Centre Interna-tional de Rechercheset Etudes Transdisci-

    plinaires

    39 -Universidadede Sherbrooke - Ca-

    nad.

    40 -Grupo de Estu-dos e Pesquisa em

    Interdisciplinaridadeintegrado Pontif-

    cia Universidade Ca-tlica de So Paulo.

    3. Interdiciplinridde/Comunico/EducoLeitur, Nrrtiv eMetfor...

    {an Mri Rmo snchezVrell43}

    Cm s pricpis e prcedimets

    da teria Iterdiscipliar pdem ajudarem mudaas a prtica dcete? Esta

    a perguta geradra desta iestiga-, que asceu de uma iteredurate as aulas de Lgua Prtuguesa,em uma Uiersidade priada, em SPaul, s as de 2000 a 2006 e deurigem a Prjet Iceti leitura eescrita. o registr crreu de diferetesfrmas: depimets escrits, des,fts, desehs e lirs.

    A relecia desta iestigaectra-se fat de que muits alu-s, a igressarem a Uiersidade,apresetam dificuldades em rela sliguages ral e escrita. Algus

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    cseguem refletir, argumetar a res-peit de temas expsts, pr teremuma bagagem cultural t aprimrada.Escreem da frma que falam, seprecupam cm cercia, clareza eces das idias.

    Fazeda, Furez, Riceur e utrsautres subsidiaram tericamete trabalh. A metdlgia utilizada fu-du-se em pricpis aterirmetecstruds pr Gauthier, cm a me-tfra cm refercia, Pieau, cm as

    Histrias de ida e Fazeda traadcamihs para uma iestiga quetem a Eg-histria cm pressupst.Escuta, desafi, desapeg e humildadefram algus ds pricpis iterdis-cipliares geradres de atitudes, queimpulsiaram aes itegradas emaulas de Lgua Prtuguesa. Etre elasrecurss cm leitura de diferetes tex-ts, elabra de arratias, busca demetfras. Prcuru-se aalisar em quemedida eles ctribuem para uma me-lhr cmuica a educa.

    As ccluses d trabalh reelaramque as aulas, cm icurs a literatu-ra mbilizam, alu, setid deiestigar-se, ajudad- a efretardesafis e abrid s hriztes emsua ida. As aes itegradas pdemtrar-se elemets mbilizadres,capazes de gerar aut-idetifica eaut-trasfrma.

    Plvr-chve:Comunicao, Narrao, Metfora,

    Interdisciplinaridade, Metamorfose,Educao, Leitura.

    4. a arte de Eninrcomo arte d Decobert

    {Cludio Picollo44}

    Em miha tese de dutrad A Arte

    de Esiar cm Arte da Descberta

    Uma iestiga iterdiscipliar, atetatia de prcurar respstas plaus-eis perguta Camihar etre riscamps de checimet cslidauma rela difereciada a cstitui- de um prfessr/educadr de l-gua estrageira brigu-me a isitar/re-isitar ris camps de checime-t. Esta a icitu-me a prpr umaa abrdagem, aqui apresetada, efrtemete apiada a iestiga i-terdiscipliar quat quest da Arte

    a Prtica de Esi de Lgua Iglesacm a utiliza da metfra d lhar.Sabed que um ds pricpis da

    Iterdiscipliaridade de rejeitarehuma disciplia, mas de agregs-las tdas, primeir e segud lhariestigati tieram cm fc a re-la esi-apredizagem da lguaiglesa.

    Muid ds dads preietes des-ses dis lhares, terceir lhar deteu-se a miha prpria a, apiada asabrdages Stry Tellig ad narrati-es e Arts Based Apprach. Cduzidacm alus de um curs de extesde igls ral, ferecid pr uma ui-ersidade brasileira, de prfessr/pesquisadr pe seu repertri emfuciamet, jutad dads suaexpericia, pis a rela esi-apredizagem de lgua estrageira s pressupe uma pesquisa ltada Ligustica Aplicada, rea pr exce-lcia iterdiscipliar, mas tambmuma pesquisa que efatize sbretud a

    histria de ida/expericia/repertrid prfessr e d alu em ctumimet.

    As ccluses parciais detr destelhar mais aliceraram miha creasbre imprtate papel da Arte acslida de uma rela difere-ciada em miha prpria cstru: ade um prfessr de igls e d resgated huma.

    n quart lhar iestigati, emque me descbri despertad cm umprfessr artista reflexi pr iterm-

    di de quatr elemets: 1 - setidda literatura; 2 - setid d teatr; 3 - setid da pera e 4 - setid d e-ctr cm Maria Callas - a descbertada metfra iterir - eu e meus prfes-sres em frma chegams a pss-eis cstataes sbre a perguta depesquisa.

    A relecia d trabalh est em terme prprciad esse camihar de-tr de mim, autrizad-me a exter-l as meus alus e prfessres em

    frma bem cm a tds s iteres-sads em camihar pels camihs daIterdiscipliaridade.

    Plvr-chve:Interdisciplinaridade, Prtica de

    Ensino, Metfora, Relao Ensino-

    Aprendizagem, Histria de Vida,

    Arts Based Approach, Repertrio,

    Experincia, Lngustica Aplicada, Arte.

    5. O Olhr de Hru:Um PerpectivInterdiciplinr doEnino n DiciplinHitri d Cinci.

    {Dimntino FernndeTrindde45}

    Esta pesquisa tem bjeti de aa-

    lisar criticamete, sb a tica da iter-discipliaridade, miha icia cm

    prfessr de Histria da Cicia e a fu- desta disciplia cm eix rtea-dr para a rea de Cicias da nature-za, Matemtica e suas teclgias Esi Mdi.

    Priilegiei a Histria de vida cmeix metdlgic pssel de dialgarcm a disciplia Histria da Ciciaem seus pricpis terics.

    o resgate da miha trajetria de idaiserida a icia de prfessr reme-teu-me a ectr das ledas da cria-, d mit de Hrus, utilizad cm

    metfra sbre a qual estruturei a ar-ratia. Hrus lau seus lhares paraa Cicia, s prfessres e s alus. oprimeir lhar estabeleceu relaes daCicia cm mit, a religi, pdere a educa. o segud lhar mstrus impasses da prtica de um prfessrda disciplia Histria da Cicia E-si Mdi e s curss de frma deprfessres de cicias. o terceir lharreela-se a partir de depimets dsmeus alus.

    A relecia d presete estudalicera-se a disciplia Histria da Ci-cia que, deselida a frma aquirelatada, mstru-se um atribut iter-discipliar para a prdu e alterad checimet, abrid camihspara s alus, cduzid-s aut-mia s estuds e a sciedade e aum lhar sbre a Cicia, rm-ped cm s atigs paradigmas quecduziam fragmeta d che-cimet.

    Plvr-chve: Histria daCincia, Interdisciplinaridade, Mito,

    Educao.

    a Preen do alunoIdoo no Currculod UniveriddeContemporne: umleitur Interdiciplinr

    {Dirce EncrncionTvre46}

    Este trabalh isa a uma pssibilidade

    de exergar ids pelas suas histriasde ida e eteder quais s fatres que

    impulsiam a retrar as estudscm 60 as e mais, aps lg tempafastad ds bacs esclares, e cmele aprede e se relacia cm s cle-gas em sala de aula e csig mesm.A partir d mtd da escuta seselfram realizadas sete etreistas emduas faculdades particulares da perife-ria da za sul de S Paul. Uma delascfessial. Ambas pssuem prjetse prgramas de atedimet a ids.Fi abrdada e tambm aalisada apesquisa a ecessidade de se cstruirum dilg mais ampl etre ids e mud mder. Cm liha prici-pal fi esclhida a iterdiscipliaridade,buscad cmpreeder cm idsccebe e ie sua ida acadmica, me-diate a arra de suas histrias deida. Fi cstate a precupa cma cmprees e respeit s frmas deagir, setir, pesar e expr d etreista-d. Ccluiu-se que medida que s id-ss ctaam suas histrias, fram de-tectadas razes fudametais para se ter

    um eelhecimet diferete e sigifi-cati pr mei da cstru de sideais. A lta as estuds mstru quemesm sed ids h ida, h shs,h pssibilidades. Iibi-ls mrrer!

    Plvr-chve: Idosos,Educao superior, Histriasde vida, Interdisciplinaridade.

    Notas

    de rodap

    44Ps-Doutorado em

    Interdisciplinari-dade, Doutorado

    em Educao,Mestrado em Lin-gustica Aplicada,

    Graduao emLetras.

    Notasde rodap

    45Doutorado e

    Mestrado em Edu-cao, Graduao

    em Qumica ePedagogia.

    Notasde rodap

    46Doutorado e

    Mestrado em Edu-cao, Graduao

    em Pedagogia.

    7. Como reverber plvr: contribuio um teoriinterdiciplinr deeduco

    {Edn CmilleBlumenchein 47}

    Cm reerbera a Palara? Esta a

    perguta geradra desta iestiga,que asceu decrrer de as leci-ad Lgua Prtuguesa, esisuperir, uma uiersidade priada,em S Paul. E csidera que a Palaraem a luz prcess cmuicati,egressa da itersubjetiidade, aps exercci da alteridade. A releciadeste trabalh adm das dificuldadesctidiaamete mstrada pels alusque, a igressarem a uiersidade,apresetam desajustes em rela palara ral e escrita: algus cse-guem refletir e argumetar a respeitde temas expsts pr terem, mui-tas ezes, bagagem cultural aprim-rada: prferem a Palara descuidads, se precupad cm a recepda Palara pel utr. A partir de umprcedimet metdlgic exegti-c, prcurei estabelecer as frteiras deum dilg que articula a leitura de au-tres cm: Fazeda, Leir e Riceura Iterdiscipliaridade; Fucks, Grei-mas e Saussure a Ligstica; Bakthi,

    orladi e Wittegestei a Filsfiada Liguagem e Berl, Jakbs e Wat-zlawick a Cmuica, autres essesque refereciam s camihs tericsd tema que acercam a Palara em seumimet e fra. os assuts trata-ds eideciam a humildade, cer-cia, espera, respeit e desapeg, pri-cpis geradres da Iterdiscipliari-dade, cm etres para a quest daPalara dita, sileciada e iterdita. As-sim, esta iestiga espera mbilizar leitr-prfessr em dire discus-

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    s da Palara, abarcad a ifluciaque exerce sbre cmprtamet hu-ma, as perigsas distres que s-fre, impeditias d dilg, d etedi-met e da uiersalidade da cultura.

    Plvr-chve:Interdisciplinaridade, Educao,

    Comunicao, Subjetividade,

    Alteridade.

    8. Incluo de lunoportdore de deficincino enino regulrpulit: recomendeinterncioni e normoficii.

    {Hermini Prdo Godoy48}

    Este estud trata da iclus da pes-

    sa prtadra de deficicia a rede es-tadual de esi de S Paul. Elepesquisa terica e de camp. A pesqui-sa terica ltu-se para a defii,cceit e classifica da pessa pr-tadra de deficicia, seu histric decquistas a rea scial e educacial;reis da literatura sbre iclus eitegra esclar, que tee cm b-jeti idetificar s psiciametsds autres quat a estas questes,suas diergcias, ctradies e pr-pstas; e alise dcumetal das rec-medaes iteraciais e rmas

    ficiais, editadas perd de 1988 a1998, sbre a iclus e itegra es-clar desses alus as classes cmus.A pesquisa emprica realizada atrasde etreistas semi-estruturadas, teecm bjeti iestigar, em uma dire-tria de esi da capital e uma esclapertecete a esta, cm s educadresestariam eteded e iterpreta-d as recmedaes iteraciaise as rmas ficiais sbre a iclusda pessa prtadra de deficicia asclasses cmus. os dads btids pela

    Notasde rodap

    47Doutorado em Educa-

    o, Mestrado em Semi-tica e Lingustica geral,

    Graduao em Letras.

    Notasde rodap

    48Mestrado em Distr-bios do Desenvolvi-mento, Graduao

    em Psicologia.

    Notasde rodap

    49Doutorado e

    Mestrado em Edu-cao, Graduao

    em Pedagogia.

    Notasde rodap

    50Ps-Doutoradoem Formao,

    DesenvolvimentoHumano e Ludici-

    dade. Doutorado eMestrado em Edu-cao, Graduao

    em Pedagogia.

    Notasde rodap

    51Doutorado e

    Mestrado em Edu-cao, Graduaoem Arquitetura e

    Urbanismo.

    pesquisa terica e emprica fram, ii-cialmete, classificads e seleciads.Psterirmete, fram cstrudas ascategrias e dessas fram mtadas asmatrizes aalticas. Fialmete prce-deu-se a defrta ds dads aalisa-ds, chegad-se, assim, as resultadsfiais da pesquisa.

    Plvr-chve: Inclusoescolar, Educao inclusiva, Pessoa

    portadora de deficincia, Aluno com

    necessidades educacionais especiais.

    9. Prtic eductivinterdiciplinr: limitee poibilidde nreverbero de umonho.

    {Ivone Yred49}

    Este estud bjetia iestigar

    ascimet, a elu e s primeirsresultads de uma prtica educatiaiterdiscipliar. Apiad um refere-cial de autres da Eurpa, cm Agazzi,Braid, Gauthier, Leir, Mri, Peati,Sersale e Piau, d Brasil, Freire, Japias-su e, especialmete, Fazeda, busca ii-cialmete uma reis histrica crticadas publicaes eurpias as dcadasde 60 a 90 sbre as questes da iterdis-cipliaridade a educa, quad aprpsta cmea a ser estudada. Des-

    cree uma itere educatia alg de 20 as a partir da reerbera- de um sh de Dm Bsc. Prpe

    camihs para uma educa iterdis-cipliar, rmped cm a is fr