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Fazendo uma entrevistaProf. Me. Fabiana Rodrigues
Entrevista , acima de tudo, a arte de ouvir, perguntar, conversar.(Garett)A entrevista, nas suas diferentes aplicaes, uma tcnica de interao social, de interpenetrao informativa, quebrando assim isolamentos grupais, individuais, sociais; pode tambm servir pluralizao de vozes e distribuio democrtica da informao.(Medina, 2000: 08)Entrevista:
tcnica quando prope obter respostas pr-pautadas por um questionrio; dilogo quando pretende firmar-se como relao entre sujeitos;A maioria das notcias publicada no jornal tm entrevistas como matria-prima. A finalidade de caracterizar um texto jornalstico como entrevista permitir que o leitor conhea opinies, idias, pensamentos e observaes de personagem da notcia ou de pessoa que tem algo relevante a dizer.(Manual da Folha de So Paulo)EntrevistaEntrevista extensiva: enquetes com a aplicao de questionrios pr-elaborados por uma equipe;
Entrevista intensiva: aberta, dilogo entre entrevistador e entrevistado;
FONTE REPRTER - RECEPTORDeve, acima de tudo, deixar o entrevistado vontade, com o intuito de estabelecer uma relao que flua a ponto de transmitir claramente a informao para o receptor. o modo de ser e o modo de dizer do entrevistado deve ser ressaltado; o reprter deve mostrar o ritmo da entrevista, mas nunca sobressair-se ao entrevistado: a melhor entrevista aquela que o entrevistador no aparece; entrevista um instrumento, mas deve ser, tambm, interao (humanidade); recorre ao particular na busca por informaes; dar voz a quem tem efetivamente algo a ser dito;dar voz ao contraponto.
Tipologia: Entrevistas de espetacularizao:Processo de seleo de determinados traos do indivduo ou de uma situao com o fim de explorar os ngulos espetaculares. O mesmo que vedetizao, glamourizao.1) Entrevista-rito: palavras que corroboram uma situao j estabelecida e conhecida pelo receptor; completam e evidenciam o ritual vivenciado pelo entrevistado. Ex.: campees no fim dos jogos, cerimnia de entrega do Oscar. 2) Entrevista anedtica: conversa frvola e complacente; o entrevistador busca o picante, o exagerado; mexericos. Ex.: personalidades da mdia.- Subgneros:1) Perfil do pitoresco: caricatura do perfil humano de personalidades conhecidas; enfatiza a fofoca, o grotesco, o sensacionalismo, os traos picantes do entrevistado. Ex.: entrevistas de programas de variedades.
2) Perfil do inusitado: procura-se extrair do entrevistado as principais caractersticas que a qualificariam de extico, excntrico. Tem por funo criar uma personalidade de fachada para o entrevistado. Ex.: perfis de revistas de fofoca.3) Perfil da condenao: baseada no julgamento maniquesta do mocinho e do bandido. Sugestiona a condenao do mau. Ex.: programas policiais.4) Perfil da ironia intelectualizada: extrai da pessoa confisses e condenaes que so contestadas de forma descontextualizada; reconfigura o perfil do entrevistado. Ex.: entrevistas com personalidades que fizeram algo errado.As entrevistas de espetacularizao tm por objetivo desvendar traos picantes e pitorescos de personalidades conhecidas da audincia. Prope-se a destacar curiosidades, so superficiais na abordagem e desvinculam-se de um jornalismo socialmente engajado. Distanciam-se do dilogo a partir do momento que pretendem evidenciar o entrevistado e no o que ele diz.
- Entrevistas de compreenso (aprofundamento):1) Entrevista-dilogo: uma busca em comum; entrevistador e entrevistado colaboram para trazer tona uma verdade referente ao entrevistado ou a um problema. Ex.: programas jornalsticos de entrevistas.2) Neoconfisses: enfatiza apenas o entrevistado, o qual se sente vontade e realiza um mergulho interior. Pode ser traduzida com caractersticas de espetacularizao, mas na maioria das vezes, realizada de forma a evidenciar o entrevistado a partir de algum ponto em particular. Ex.: algumas entrevistas exclusivas.- Subgneros:1) Entrevista-conceitual: o entrevistador busca elucidar conceitos a fim de escrever uma reportagem densa. Busca especialistas que possam responder questes complexas sobre determinados assuntos para a audincia. Ex.: entrevistas realizadas para construir reportagens sobre economia, cincia, poltica.
2) Entrevista enquete: o tema central e a fonte escolhida em sua funo. Procura-se mais de uma fonte para falar sobre o tema e admite-se um questionrio para dar unidade entrevista. As fontes so aleatrias: o que est em evidncia o tema.3) Entrevista investigativa: muito utilizada para investigar informaes vetadas ao pblico. Envolve temas de repercusso pblica e est voltada para o esclarecimento de fatos. Como parte integrante de seu modus operandi esto os depoimentos em off e em on (que suportam as informaes que no podem serem veiculadas). Ex.: grandes reportagens.4) Confrontao/polemizao: debate, mesa-redonda, simpsio ou seminrio. Em temas polmicos, onde h contradies e ambigidades, torna-se necessrio um confronto entre as partes envolvidas. Nesse caso, o entrevistador mediador, instigador e investigador. Ex.: debates.5) Perfil humanizado: entrevista aberta que mergulha no entrevistado com vistas a compreender seus conceitos, valores, comportamento. Ex.: entrevistas especiais.
Etapas do processo jornalstico:Pauta trabalho de campo (reportagem e entrevista) redao - edioAs entrevistas de aprofundamento propem um encontro com o entrevistado, um dilogo no qual as dvidas so respondidas e os conceitos compreendidos. Este tipo de entrevista muito utilizada no jornalismo como meio de entender a realidade dos fatos, objetivando o entendimento total por parte da audincia.Elaborao do tema e do objetivoQuem entrevistar? Como entrevistar?Dar forma ao material
A entrevista passa por 4 nveis:
1 pr-pauta: ideia do tema a ser elaborada; situa o entrevistador com os dados que lhe permita movimentar-se no tema;
2 preparo do entrevistador: atualizao do conhecimento sobre a pauta, pesquisa;
3 perfil da personalidade do entrevistador: desenvolver o encadeamento de perguntas, interferncias, interrupes, reorientaes no discurso do entrevistado; O entrevistador deve encarar o momento da entrevista como uma situao de encontro com a fonte (namoro busca da confiana recproca entrega); O entrevistado deve ser considerado: caso no seja partidrio do dilogo, o entrevistador deve usar de criatividade para adquirir informaes; preparar a pauta da entrevista com o objetivo de desbloquear a relao entrevistador entrevistado;
Ainda deve observar as informaes evidenciadas por: linguagem corporal: gestos, olhar; fonte inexpugnvel: estabelecer interao a fim de iniciar um dilogo; deixar o entrevistado vontade; inspirar confiana e seriedade (interao social criadora);
4 desvendamento do Real: capacidade de aprofundamento que permite desvelar a Verdade atravs da entrevista. So trs os elementos de aprofundamento: Enfrentar o Real: pesquisa sobre a pauta que permite o processo de decifrao do fato; cuidado tcnico com a apurao da verdade: apurar o fato e fazer uso da tcnica da entrevista na busca de resultados mais prximos da Verdade; conferncia dos dados: checar as verses da fonte.
Pauta:
Planejamento de uma edio ou parte da edio de um jornal, com a listagem dos fatos a serem cobertos no noticirio e dos assuntos a serem abordados em reportagens, alm de eventuais indicaes logsticas e tcnicas (ngulo de interesse, dimenso pretendida da matria, recursos disponveis para o trabalho, sugesto de fontes, etc).
Cada um dos itens desse planejamento, quando atribudo a um reprter.
Objetivo: planejar a edio
Realizada pelo editor/pauteiro/reprter;Etapas do processo jornalstico:
2) Apurao:
Investigao, levantamento e verificao dos dados e elementos de um acontecimento, para transform-lo em notcia.
compreende a etapa na qual o reprter pesquisa sobre o acontecimento e elege as fontes que lhe fornecero informaes pertinentes;
eleio de elementos para constarem na notcia (cumprimento do objetivo da notcia);
organizao dos dados e informaes;
checagem das informaes;
determinao dos elementos grficos (fotografias, boxes, quadros, infogrficos);
Realizada pelo reprter ou equipe.
3) Redao:
Momento no qual as informaes so moldadas segundo a estrutura noticiosa (lead + desenvolvimento);
Simplicidade, clareza, inteligibilidade, conciso, coerncia, ordem direta;
Cada veculo tem suas regras especficas definidas no Manual de Redao;
Realizada pelo reprter.
4) Edio:
Momento no qual a notcia adquire sua frmula final;
aparar as arestas;
pode ser o momento no qual o reprter deve reescrever, reestruturar o texto;
Papel exercido pelo Editor;
Diagramao -- Veiculao
Fontes consultadas:
ERBOLATO, Mrio. Tcnicas de Codificao em Jornalismo. 5.ed. So Paulo: tica, 2006.
LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e tcnica de entrevista e pesquisa jornalstica. 6.ed. So Paulo: Record, 2006.
- MEDINA, Cremilda. Entrevista: o dilogo possvel.
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