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Faculdade de Economia Universidade de Coimbra Envelhecimento e Dinâmicas Sociais Inês Pinheiro Coimbra, novembro de 2012 ANO LETIVO 2012/2013

Envelhecimento e Dinâmicas Sociais - fe.uc.pt · Foco também a importância da Geriatria e da Gerontologia no processo do envelhecimento, uma vez que estas ciências apoiam os mais

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Faculdade de Economia 

Universidade de Coimbra  

 

Envelhecimento e Dinâmicas Sociais   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Inês Pinheiro 

Coimbra, novembro de 2012 

ANO LETIVO 2012/2013

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FACULDADE DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA 

2012/2013 

 

Ficha Técnica 

Título do Trabalho: Envelhecimento e Dinâmicas Sociais 

Disciplina: Fontes de Formação Sociológica – 1º ano de Licenciatura em Sociologia 

Professor Orientador: Doutor Paulo Peixoto 

Trabalho realizado por: 

Maria Inês Simões Pinheiro 

Nº de aluno: 2012140410 

Imagem da capa consulta em: http://i.images.cdn.fotopedia.com/jmhullot‐

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Coimbra, 2012 

 

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Índice  

1.Introdução ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 1 

2.Envelhecimento e dinâmicas sociais  ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 2 

2.1.Breve Noção do Envelhecimento ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 3 

2.2.Problemática do Envelhecimento ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 4 

2.3. Promoção do Envelhecimento ativo  ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 6 

2.4.  Envelhecimento em Portugal  ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 8 

2.5.Geriatria e Gerontologia  ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 10 

2.6. Descrição detalhada a pesquisa ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 11 

3. Ficha de leitura  ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 13 

4. Avaliação da página da internet  ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 20 

5. Conclusão ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 22 

6. Referências bibliográficas ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 23   

 

Anexo 1 

Avaliação da página web 

Anexo 2 

Texto de Suporte da Ficha de Leitura

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1. Introdução 

No  âmbito  da  disciplina  de  Fontes  de  Formação  Sociológica,  ministrada  pelo 

Professor  Doutor  Paulo  Peixoto,  foi‐nos  proposto  três  temas  de  trabalho  na 

modalidade de avaliação contínua: “Os desafios da Sociedade de  Informação”; “A 

Europa e os Migrantes no séc. XXI”; e o “Envelhecimento e as Dinâmicas Sociais”. 

Optei pelo último tema –“Envelhecimento e as Dinâmicas Sociais” – por considerar 

que é um tema que se reveste de grande  importância atualmente, uma vez que a 

sociedade  portuguesa  caminha,  a  passos  largos,  para  o  envelhecimento,  sendo 

urgente  encontrar medidas  que  sejam  sustentáveis,  não  só  para  o  Estado, mas 

também para as famílias que têm idosos no seu agregado familiar.  

A  necessidade  e  a  urgência  de  resolver  questões  levantadas  com  o  crescente 

envelhecimento populacional, quer as relacionadas com a saúde, quer as de caráter 

sócio‐político‐económico,  tem despertado o  interesse nas mais diversas  áreas do 

conhecimento,  que  têm  como  grande  desafio,  indubitavelmente,  proporcionar  a 

esta faixa etária da população uma velhice com qualidade de vida.  

Deste  modo,  considerei  relevante  iniciar  o  trabalho  definindo  e  explicando  o 

conceito de envelhecimento, de modo a podermos ter uma  ideia acerca da  forma 

como  se  desenrola  todo  este  processo  e  dos  efeitos  biológicos  que  o  mesmo 

desencadeia.  

Após  essa  breve  noção  do  conceito  de  envelhecimento,  abordo,  de  uma  forma 

geral,  a  problemática  associada  a  este  fenómeno  da  sociedade,  pois,  se  por  um 

lado,  o  aumento  da  expectativa  e  qualidade  de  vida  resulta  em  maiores 

investimentos  na medicina  e  nas  tecnologias  a  ela  associadas,  as  políticas  que  o 

Estado tem praticado parecem não demonstrar empenho suficiente para minimizar 

o  distanciamento  percebido  dos  idosos  na  ordem  de  interesses  sociais  e 

económicos. Observamos, por vezes, a criação de medidas que promovem a saúde 

e  a  qualidade  de  vida  de  forma  universalizada,  esquecendo  as  particularidades 

próprias  das  experiências  de  vida,  das  condições  socioculturais  e  das  limitações 

físicas‐cognitivas‐emocionais de cada idoso. 

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Posteriormente,  debruço‐me  sobre  a  questão  da  promoção  do  envelhecimento 

ativo  e  do  caso  específico  do  Envelhecimento  em  Portugal,  onde  se  verifica,  tal 

como noutros países, um crescente envelhecimento.   Mostro ainda a  importância 

da  adoção de  estilos de  vida  saudáveis e  ativos  como  forma de  se  alcançar uma 

velhice feliz e bem sucedida, onde a prática de exercício, não só físico, mas também 

mental,  torna‐se  fundamental  para  o  bem‐estar  dos mais  velhos,  que  se  devem 

manter sempre ativos durante esta fase da vida.  

Foco  também  a  importância  da  Geriatria  e  da  Gerontologia  no  processo  do 

envelhecimento,  uma  vez  que  estas  ciências  apoiam  os  mais  velhos  nas  suas 

patologias decorrentes da idade avançada. 

Após  isso,  exponho  o  processo  da  pesquisa  e  também  a  ficha  de  leitura  de  um 

capítulo de um artigo, alusivo ao tema. 

Termino o trabalho com uma avaliação da página da Internet escolhida por mim e a 

conclusão que retirei do tema.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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2. Envelhecimento e Dinâmicas Sociais 

2.1. Breve noção de Envelhecimento 

Entende‐se por Envelhecimento as alterações fisiológicas que ocorrem ao longo do 

tempo  em  organismos multicelulares.  Segundo  a  OMC  (Organização Mundial  de 

Saúde)in S/A(2012), uma pessoa é considerada  idosa quando atinge os 60 anos de 

idade,  apesar  de  poder  continuar  a  ser  intelectual  e  socialmente  ativa.  Aliás,  a 

saúde intelectual e física dos idosos, quando fomentada por atividades sociais e de 

lazer, faz com que estes não se sintam excluídos da sociedade. 

 Os danos mais visíveis do envelhecimento relacionam‐se, sobretudo, com o sistema 

nervoso  (principalmente  as  perdas  de  memória,  que  podem  desencadear  o 

Alzheimer,  uma  doença  que  afeta  a  memória  e  é  muito  comum  nos  idosos). 

Contudo, o envelhecimento traduz‐se também no fluxo sanguíneo dos rins, fígado e 

cérebro,  chegando mesmo  a  afetar  as  sensações  e  perceções  dos  indivíduos.  A 

audição,  a  visão  e  o  equilíbrio  são  os mais  afetados,  acarretando  consequências 

graves a nível psicológico e social. 

Segundo a psicóloga Diana Cancela, o envelhecimento “não é um estado, mas sim 

um processo de degradação progressiva e diferencial”, e que afeta todos os seres 

vivos. 

Esta  “degradação  progressiva  e  diferencial”  é dividida  em  três  fases  :  a  primeira 

fase, em que ocorre o desenvolvimento e crescimento dos órgãos especializados, 

que  vão  levar  o  indivíduo  a  ser  capaz  de  se  reproduzir;  a  segunda  fase,  que  se 

caracteriza  pela  capacidade  de  reprodução  do  indivíduo,  garantindo  a 

sobrevivência;  e,  por  último,  a  fase  da  senescência  ou  envelhecimento, 

caracterizada pelo declínio funcional do organismo e que depende do estilo de vida 

que a pessoa assumiu desde a infância ou adolescência. 

O processo biológico do envelhecimento é inevitável, levando a que muitas pessoas 

escondam  e  neguem  esta  fase  da  vida,  gastando  dinheiro,  energia  e  tempo  no 

sentido de omitirem as marcas da velhice  (exemplos comuns desta omissão são a 

maquilhagem exagerada e as cirurgias plásticas).   

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Alguns autores consideram, no entanto, que é preciso criar resistência para violar e 

transgredir  este  projeto  de  controlo  sobre  o  corpo  e  sobre  o  ciclo  de  vida  de 

homens e mulheres. É necessário deixar‐se envelhecer e, nesse processo, aprender 

a exercer a administração dos nossos desejos, prioridades e vontades, resistindo ao 

impulso de nos mantermos eternamente jovens. 

Contudo, o desencadeamento da velhice não  se manifesta apenas  interiormente, 

mas  também a nível exterior, principalmente no rosto. O  idoso  tende a  ter rugas, 

algumas manchas  na  pele  e  algumas mudanças  da  cor  de  cabelo  para  cinza  ou 

branco. 

O  envelhecimento  é,  assim,  um  tempo  marcado  por  acontecimentos  de  vida, 

transições e oportunidades, por perdas e ganhos, onde é fundamental implementar 

estratégias e medidas no sentido de se proporcionar uma velhice bem sucedida. O 

envelhecimento  não  tem  que  estar  ligado  inevitavelmente  a  uma  perceção 

negativa, uma  tragédia,  associado  à  solidão, doença  e morte. O  envelhecimento, 

desde  que  o  idoso  se  sinta  confortável,  pode  ser  mesmo  encarado  como  um 

período de vida de grandes aprendizagens e experiências de vida partilhadas. 

 

2.2. Problemática do Envelhecimento  

Há muito que a problemática do envelhecimento tem sido motivo de reflexão por 

parte  dos  filósofos,  apesar  de  a  esperança média  de  vida  só  recentemente  ter 

aumentado. Platão chega mesmo a afirmar que toda a filosofia “é uma meditação 

relacionada com a morte”, daí o  facto deste  tema  ter estado sempre presente na 

sociedade. 

A partir da Segunda Guerra Mundial, a  sociedade  começa a deparar‐se  com uma 

população cada vez mais envelhecida, o que tem  levado a uma maior atenção por 

parte dos profissionais ligados à área da saúde.(Rosa Martins,2002) 

 Segundo Nazareth  (1994)  in Rosa Maria Lopes Martins(2002), pensou‐se, durante 

muito tempo, que “esta explosão demográfica da terceira idade” tenha derivado do 

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aumento  da  esperança média  de  vida;  contudo,  na  realidade,  foi  o  declínio  da 

natalidade que fez surgir este fenómeno. 

Esta problemática acarreta vários problemas a nível político e social, pois o  idoso, 

na medida  em que  tem uma  saúde  frágil, necessita de  vários  apoios de  forma  a 

sentir‐se mais confortável neste processo de degradação.  

O  facto  de  alguma  parte  da  população  ativa  do  país  não  ter  um  emprego 

permanente e as despesas que o Estado tem para com os idosos serem muitas (por 

exemplo,  os  lares  e  as  reformas),  leva  a  que  esta  parte  da  população  não  seja 

ajudada da melhor forma.  

Ainda assim, e apesar   destas dificuldades, o Estado  tem procurado proporcionar 

uma  qualidade  de  vida  digna  ao  idoso,  implementando  reformas  em  idade 

avançada e permitindo, por exemplo, o  acesso a  lares para  idosos em estado de 

dependência, o que evita que haja desigualdades no que diz respeito à saúde. 

Embora  se  reconheça  a  importância  do  Estado  nas  políticas  para  com  os  mais 

velhos,  não  nos  podemos  esquecer  que  as  famílias  também  têm  um  papel 

extremamente  importante, ou seja, quer o Estado, quer as Famílias, são  suportes 

essenciais ao bem‐estar dos mais idosos. 

Com o surgimento do mercado de trabalho industrial, as famílias tradicionais foram‐

se desvanecendo no  tempo, dando  lugar, por exemplo, a  famílias monoparentais. 

Também a entrada das mulheres, que antes eram condenadas a  ficar “presas” às 

lides domésticas, no mercado de trabalho  faz com que se altere o seio da  família, 

levando a que os  idosos por vezes  fiquem  sozinhos em casa do  familiar,  situação 

muito comum atualmente. 

Por outro  lado,  algumas  famílias, por não poderem  tratar  convenientemente dos 

seus  familiares mais velhos, entregam‐nos a estruturas de apoio  (lares, hospitais), 

algo  que  já  vem  acontecendo  desde  os  anos  60.  Por  vezes,  ter  de  cuidar  destes 

idosos 24 horas por dia, leva a que o familiar fique num estado de cansaço físico e 

emocional muito elevado. 

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Carla Ribeirinho(2005); Rosa Martins(2002) têm refletido acerca da melhor maneira 

de ajudar os mais idosos. Alguns consideram que o apoio emocional do familiar é a 

melhor forma de o idoso encontrar o seu bem‐estar, pois há uma garantia de este 

ser  mais  autónomo,  o  que  melhora  o  seu  desenvolvimento  emocional  e  físico. 

Continuar na sua própria casa dá ao idoso mais segurança, uma vez que continua no 

seu ambiente natural. Também o surgimento de apoios ao domiciliário leva a que o 

familiar se sinta mais aliviado do seu cargo, pois há pessoal que é qualificado e que 

integra o idoso nas suas tarefas rotineiras e na sua vida. 

No entanto, há autores que, no caso de contextos de dependência, defendem que 

os  idosos  devem  estar  integrados  em  estruturas  de  apoio,  uma  vez  que  nesses 

locais têm acesso a instrumentos de saúde fundamentais à sua qualidade de vida, e 

que não encontram nas suas casas. 

Estas estruturas de apoio  são, ainda assim, alvo de muitas  críticas, pois há quem 

considere que  levar o  idoso a estas  instituições está a diminuir a sua qualidade de 

vida, na medida em que a sua autonomia começa a diminuir. Além disso, há idosos 

que resistem bastante à entrada nos  lares, pois não querem ser afastados do seu 

ambiente familiar. 

 

2.3. Promoção do Envelhecimento Ativo 

O envelhecimento  tem sido, como  já referi anteriormente, uma problemática que 

origina várias reflexões por parte do Estado, uma vez que atualmente  temos uma 

população  cada  vez  mais  envelhecida,  que  necessita  de  apoios  e  cuidados 

redobrados.  

O  facto  de  a  população  idosa  necessitar  de  ajuda  e  de  estar  a  crescer 

continuamente  faz com que o Estado se debruce sobre este problema. Por serem 

encarados como um peso bastante grande na economia dos países, os  idosos têm 

vindo a receber cada vez menos apoios estatais.  

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Ainda assim, e apesar destas dificuldades, o Estado não deixa de promover políticas 

que  visam  uma  melhor  qualidade  de  vida  aos  mais  velhos,  surgindo,  assim,  o 

conceito de “envelhecimento ativo” que, segundo o OMC, é um processo que tem 

como  intuito  a  melhoria  da  qualidade  de  vida  das  pessoas  idosas.  Para  que 

possamos ter um envelhecimento saudável precisamos de estar atentos aos sinais 

da velhice, evitando as dificuldades que esta fase da vida acarreta, começando por 

adquirir uma  alimentação  saudável  e praticar  exercício  físico  regular, de  forma  a 

tonificar  os  músculos.  Para  além  do  bem‐estar  físico,  devemos  igualmente 

preocuparmo‐nos  com  o  bem‐estar  psicológico,  fator  também  fundamental  para 

uma velhice com qualidade.(S/A,2010) 

O  repouso  e  o  bem‐estar  psicológico  aumentam  e  desenvolvem  as  capacidades 

cognitivas,  como  a  memória,  raciocínio  e  atenção,  por  exemplo.  Torna‐se 

importante,  desde  cedo,  adquirir  hábitos  de  leitura  que  exijam  grande  nível 

intelectual, de modo a manter o cérebro sempre ativo. (S/A,2010) 

Os idosos devem, por esse motivo, encontrar maneiras de se integrar socialmente, 

de forma a serem intelectualmente ativos, tornando‐se fundamental o convívio com 

os  seus  amigos.  É  importante  que  se mantenham  sempre  ocupados  e  possuam 

algum  trabalho  ou  passatempo  que  os  distraia  e  os  faça  sentir‐se  ativos  na 

sociedade. 

A qualidade de vida, a atividade física e a saúde mantêm, desde modo, uma estreita 

relação entre si.  

Um  dos  problemas  centrais  que  leva  à  degradação  do  envelhecimento  ativo  é  o 

facto das pessoas, ao constatarem que estão a envelhecer, se começarem a sentir 

tristes  e  deprimidas,  tendo  sempre  presente  a  ideia  de morte.  Como  forma  de 

contornar esta situação, os indivíduos devem encarar o envelhecimento como uma 

fase especial das suas vidas, em que se aprende e se ensina muito; uma fase da vida 

riquíssima, portanto! 

A  própria  sociedade  deve  aceitar  e  permitir  que  o  idoso  se  reconheça  como 

indivíduo ativo neste processo que inclui ser saudável, feliz e ativo, considerando a 

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multiplicidade  de  experiências,  comportamentos  e  culturas  que  trazem  e  que 

devem  ser  respeitadas  em  cada  nova  medida  ou  proposta  de  intervenção  que 

impressione pela promessa de uma vida melhor e mais digna.  

Há  ainda  outros  fatores  igualmente  importantes  para  o  desenvolvimento  do 

envelhecimento ativo, tais como a cultura onde o indivíduo está inserido. Este fator 

é  crucial  pois  a  forma  de  moldar  o  envelhecimento  difere  de  sociedade  para 

sociedade  e  até  mesmo,  num  determinado  país,  de  região  para  região.  Numa 

sociedade  propícia  a  doenças  e  guerra,  por  exemplo,  está‐se  mais  exposto  a 

desenvolver hábitos de risco (drogas, álcool) .  

Outro  fator  fundamental para um envelhecimento saudável é o sistema de saúde, 

uma  vez  que  o  acesso  a  este  bem  promove  o  bem‐estar  e  previne  o  idoso  de 

contrair  determinadas  doenças,  daí  a  importância  do  acesso  homogéneo  aos 

serviços de saúde e de cuidados em geral.  

Não  podemos  deixar  de  referir  que,  mesmo  que  um  indivíduo  tenha  mantido 

hábitos de vida saudáveis durante a sua existência, poderá não conseguir escapar a 

certas doenças,  pois a genética também pode influenciar o envelhecimento. Ainda 

assim, o estilo de vida assumido por todos nós torna‐se também determinante no 

processo do envelhecimento  (por exemplo, se consumimos drogas e álcool, entre 

outros).  

O meio  social  influencia  igualmente  esta  componente,  daí  ser  prioritário  para  o 

idoso  levar  uma  vida  sem  violência  e  abusos  por  parte  da  família;  ter  um 

rendimento estável e possuir uma escolaridade obrigatória que lhe permita aceitar 

e adaptar‐se à velhice. 

 

2.4. Envelhecimento em Portugal 

Tal como no resto do mundo,  tem‐se verificado atualmente um elevado aumento 

da população  idosa em Portugal, embora a  sua distribuição não seja homogénea. 

No  que  diz  respeito  a  Portugal  Continental,  verificamos  na  região  do Norte,  por 

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exemplo, uma baixa percentagem de idosos, contrastando com o Alentejo, onde se 

concentra a maior percentagem de idosos. Já em relação às regiões autónomas dos 

Açores e Madeira, damos conta de que são as que detêm a menor percentagem de 

idosos do país.(INE,2001) 

No que aos aspetos socioeconómicos diz  respeito, o envelhecimento  traz consigo 

uma  diminuição  da  população  ativa  e  um  aumento  do  número  de  reformados, 

levando a que, como já foi analisado anteriormente, aumentem as despesas sociais 

com  este  grupo  de  pessoas  em  constante  crescimento,  o  que  tem,  por  sua  vez, 

conduzido à  insustentabilidade do sistema de Segurança Social, e à sobrecarga do 

sistema de saúde. 

Embora se  fale muito da  importância de uma velhice ativa e  tenham começado a 

surgir medidas no  sentido de  fazer com os  idosos  se mantenham mais ocupados, 

verificamos que em  relação ao  lazer e  interação  social, Portugal é  ainda um país 

pouco dinâmico a nível sociocultural, visto que os idosos diversificam pouco as suas 

atividades  de  lazer,  dedicando  ainda  pouco  tempo,  por  exemplo,  à  prática 

desportiva. Constata‐se,  também, uma  generalização do  isolamento e da  solidão, 

facto que se deve, em muito, aos baixos níveis de  instrução e baixos rendimentos 

dos idosos, que lhes reduzem a capacidade de participação social e cívica. 

Por  outro  lado,  diversos  estudos  evidenciam  que  os  idosos  são  um  dos  grupos 

populacionais mais vulneráveis à pobreza e exclusão social, revelando condições de 

habitação  e  de  conforto  desfavoráveis,  às  quais  se  junta  a  inevitável  debilidade 

física.  

Ainda há muito a fazer em Portugal no sentido de se proporcionar aos mais velhos 

uma velhice harmoniosa e com qualidade. Cabe ao Estado, e às famílias, encontrar a 

melhor forma para auxiliar esta população cada vez mais envelhecida, que necessita 

de  cuidados  de  saúde,  conforto  e,  sobretudo,  companhia,  não  esquecendo  a 

realidade de vida e especificidade de cada  idoso em particular, pois a solução que 

será melhor  para  um  determinado  indivíduo  não  tem  necessariamente  de  ser  a 

melhor para outro. 

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10 

 

2.5. Geriatria e Gerontologia  

O  processo  de  envelhecimento  do  ser  humano  implica,  de  forma  natural,  a 

decadência  e  degeneração  decorrentes  da  passagem  dos  anos,  que  trazem  aos 

idosos doenças  físicas, psíquicas e cognitivas que   só encontram apoio na Ciência 

Médica Geriátrica (Geriatria e Gerontologia). 

Apesar de se complementarem, segundo João Clara Gorjão (s.d)estas duas ciências 

são distintas. A Geriatria é uma especialidade médica cujo objetivo é proporcionar 

aos  idosos uma velhice saudável, prevendo e tratando das doenças que afetam os 

mais velhos. O geriatra, além de necessitar de ter conhecimento da vida que o idoso 

levou, de modo a poder antever qualquer doença, também tem de saber quais os 

efeitos  que  o  envelhecimento  acarreta  para  poder  proporcionar  ao  idoso  uma 

velhice ativa. 

Os Geriatras têm de conhecer muito bem a forma como é que o envelhecimento se 

desenrola biologicamente para poderem antever os efeitos e doenças da velhice. O 

objetivo é  tentarem perceber em que medida devem  intervir porque  se  trata de 

uma  situação  de  doença  que  deve  ser  tratada,  ou  pelo  contrário,  se  está  em 

presença de uma situação de envelhecimento normal que não justificará nenhuma 

intervenção terapêutica. 

E é aqui que a Gerontologia entra, pois enquanto a Geriatria se preocupa em tratar 

da patologia da doença do  idoso,  a Gerontologia estuda o processo biológico do 

envelhecimento. Como sustenta o autor  (Neri, 2008)in Salmazo da Silva, Henrique 

et  all  (s.d),  a Gerontologia  assemelha‐se  com um  “campo multi  e  interdisciplinar 

que  visa  à  descrição  e  à  explicação  das  mudanças  típicas  do  processo  de 

envelhecimento  e  de  seus  determinantes  genético‐biológicos,  psicológicos  e 

socioculturais” (p.95). 

Podemos  concluir, assim, que  tanto a Geriatria  como a Gerontologia  são  ciências 

complementares e que se tornam fundamentais no processo de envelhecimento. 

 

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2.6‐ Descrição detalhada da pesquisa 

Ao  iniciar  a  minha  pesquisa  na  Internet  acerca  do  tema  “O  Envelhecimento  e 

Dinâmicas Sociais”, constatei que a informação que tinha era muito vasta, visto que 

é um tema muito abordado atualmente, o que me permitiu obter muita informação 

sobre esta problemática. 

Encontrei várias perspetivas acerca deste tema, principalmente no que diz respeito 

ao bem‐estar do mais idosos, onde se destacam várias conceções.  

Assim  sendo,  optei por  restringir  a minha pesquisa  ao motor de  busca Google  e 

também  a  catálogos de  bibliotecas online,  como por  exemplo  a  b‐on. Apesar  de 

nem sempre as fontes da Internet serem credíveis, considerei que a informação que 

encontrei era fiável. Infelizmente, no percurso deste trabalho não pude dirigir‐me à 

Biblioteca  da  Faculdade  de  Economia  da  Universidade  de  Coimbra,  por  me 

encontrar   com o pé partido e ter de me deslocar de cadeira de rodas, daí o meu 

suporte bibliográfico ser totalmente eletrónico. 

Ao  pesquisar  no  motor  de  busca  do  Google  com  a  palavra  envelhecimento, 

apareceu‐me vários resultados (7 010 000); contudo, foi aos catálogos e bibliotecas 

online  que  dei mais  importância  para  a  elaboração deste  trabalho,  uma  vez que 

cheguei  a  encontrar  textos  integrais  (formato  pdf)  que  continham  bastante 

informação relevante para o tema em questão. 

Visto  o  tema  em  estudo  ser  muito  vasto,  acabei  por  não  usar  os  operadores 

booleanos,  porque  já  tinha  encontrado material  suficiente  e  interessante  para  o 

trabalho.   

No  decorrer  da minha  pesquisa,  encontrei  vários  artigos  que me  despertaram  o 

interesse,  de  que  são  exemplo:  Diana Manuela  Gomes  Cancela:  O  processo  de 

envelhecimento  (2007); e Carla Ribeirinho: O Envelhecimento nas Políticas sociais” 

(2005), importante para a ficha de leitura.  

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Apesar de me ter centrado apenas na  informação que recolhi através da  Internet, 

considero que esta  foi  relevante para percebermos  a  temática que está  implícita 

neste trabalho. Os artigos e as páginas Web que encontrei foram o suficiente para 

entendermos a dinâmica deste tema, uma vez que todos utilizavam uma linguagem 

simples, importante para se compreender o tema em análise. 

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3. Ficha de Leitura  

Título da Publicação: Concepções e Práticas de Intervenção Social em Cuidados Sociais 

no Domicílio  

Autor: Carla Ribeirinho 

Data da Publicação:Lisboa,2005 

Local onde se encontra: Mediateca da Universidade Lusíada de Lisboa 

Título do Capítulo: “O envelhecimento nas políticas sociais” 

Nº de Páginas do Capítulo: 63‐99 

Palavras‐Chave: Envelhecimento, Dependência, Políticas sociais, SAD, Intervenção 

Social “gerontológica”, Gerontologia Social.  

 

Assunto: As políticas sociais dirigidas à velhice, destacando a vertente dos cuidados 

sociais. 

 

Resumo:  Ao longo deste capítulo, a autora faz abordagem a políticas sociais que visam 

uma melhor qualidade de vida para o  idoso, referindo a Família e o Estado como   os 

meios de  suporte ao bem‐estar dos que mais precisam. Alguns autores defendem a 

importância  do meio  familiar,  na medida  em  que  os  afetos  são muito  importantes, 

enquanto  outros  defendem  que  a  institucionalização  é  o melhor meio,  visto  que  o 

mundo do  trabalho e a  falta de disponibilidade do  familiar  leva a que as  instituições 

sejam uma mais valia para o idoso. De forma a ajudar os familiares e o idoso, a autora 

refere no final dois programas que constituem uma ajuda preciosa no que diz respeito 

a um envelhecimento com qualidade ‐ o Programa de Apoio Integrado a Idosos (PAII) e 

o Programa Idosos em Lar (PILAR). 

 

 

 

 

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Estrutura 

 

Introdução:  Atualmente,  verifica‐se  um  aumento  do  envelhecimento  na  sociedade 

europeia, problemática que tem acarretado vários problemas a nível social, levando o 

Estado, e a sociedade em geral a debruçar‐se sobre este assunto. No entanto, e apesar 

de haver  vários  incentivos por parte do governo no  sentido de  ajudar os  idosos,  as 

despesas que o Estado tem para com eles são muitas, fazendo com que, por vezes, não 

sejam auxiliados da melhor forma, levando a que, por falta de apoios, algumas famílias 

deixem o seu emprego para cuidar a tempo inteiro deles. 

 

Desenvolvimento:  

A autora começa por citar Anne Marie Guillemard, referindo que as politicas da velhice 

são um conjunto de intervenções públicas ou ações que têm como objetivo estruturar 

as relações entre a velhice e a sociedade. Refere ainda que existem três dimensões da 

mesma: as políticas de proteção  social materializadas principalmente nas políticas e 

regimes de pensões, as políticas de cuidados sociais e as políticas sociais dirigidas aos 

trabalhadores  idosos,  dimensões  essas  que  têm  de  assumir  um  papel  relevante  na 

atualidade, dado que o envelhecimento tem aumentado consideravelmente.  

Internacionalmente,  foram  criadas, com o  intuito de ajudar a população mais velha, 

algumas “orientações”, como é o caso dos Princípios das Nações Unidas em prol das 

Pessoas Idosas (ONU, 2002), que definiu vários princípios de forma a que o idoso possa 

viver tranquilamente e com saúde, como a autonomia; a participação; auto‐realização 

e a dignidade como bases do desenvolvimento pessoal dos mais idosos.  

O  envelhecimento  da  sociedade  gera  vários  desafios  que  os  diversos  Estados  e  a 

sociedade têm de revolver. 

Pestana  (2003)  in  Carla  Ribeirinho(2005)  constata  este  fenómeno,  afirmando  que  a 

dependência de idosos na sociedade crescerá significativamente. 

 O  autor  reporta  que,  em  termos  políticos,  o  aumento  do  peso  dos  idosos  na 

sociedade,  associada  a uma diminuição da  população  ativa, pode  fazer  com que  se 

enfrente muitas despesas a nível financeiro.  

 

 

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É neste  contexto que a Comissão Europeia  intervém, apresentando um  comunicado 

onde a necessidade de cuidados de saúde e assistência às pessoas idosas é essencial. 

No  entanto,  os  Estados  têm  alguma  dificuldade  na  implementação  de medidas  de 

apoio aos  idosos, uma vez que  se  tem verificado um abrandamento do  crescimento 

económico e um aumento dos encargos com os mais velhos e crianças. 

De modo a solucionar esta questão e alcançar um sistema de pensões sustentável, o 

Estado tem tomado algumas medidas, entre as quais se destacam o aumento da idade 

da reforma a redução do montante gasto em pensões em relação a um dado nível de 

contribuição  ou  ordenados  ganhos  em  trabalho.  Além  disso,  também  tem  tentado 

assegurar cuidados de saúde de alta qualidade e sustentáveis. 

Estas medidas  são  essenciais  visto que  são uma  forma de  assegurar o  controlo dos 

sistemas de pensões, de saúde e de cuidados prolongados. 

Estes  desafios  não  passam  só  exclusivamente pela questão  do  regime  das pensões, 

mas também pelo  facto de cada vez mais se assistir à tendência para uma economia 

mundializada,  que  vem  fragilizar  a  população  envelhecida  e  lhe  proporciona  uma 

maior  vulnerabilidade em relação aos riscos sociais. 

No  entender  de  Ferrera  (2000:9)  in  Carla  Ribeirinho(2005),  o  problema  social mais 

sério dos Estados‐Providência é  fazer com que a proteção  social  consiga  revolver os 

riscos sociais, uma vez que eles podem levar ao empobrecimento na velhice, referindo 

também que a dependência é uma questão pertinente, visto que não se verifica ajuda 

necessária para a sua solução. 

Em Portugal, surgiram reformas de proteção social e luta contra a exclusão que estão 

incluídas no Plano Nacional de Acção para a  Inclusão, o qual pretende assegurar aos 

cidadãos os direitos, os bens e os serviços necessários ao seu bem estar.  

A promoção do envelhecimento activo  torna‐se, assim, uma necessidade, na medida 

em que os idosos, apesar da sua idade avançada, têm de sentir que ainda fazem parte 

da  sociedade,  mas,  para  isso,  têm  de  ser  criadas  propostas  que  incentivem  a 

natalidade e que criem estabilidade familiar.  

A Carta Social Europeia expõe, no 23º artigo da parte 2, que o  idoso deve escolher 

livremente o  seu estilo de vida,  se possível  independente no  seu meio habitual. Em 

prol  da  dependência  do  idoso,  A  Recomendação  do  Conselho  da  Europa  relativa  à 

Dependência  pretende  que  os  Estados  Membros  tenham  em  consideração  que  a 

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problemática da dependência deve gerar sensibilização por parte da opinião pública. 

Por sua vez, a Comissão Europeia(1999) defende o surgimento de políticas que visem 

promover a autonomia e diminuir a dependência do idoso através do promoção de um 

envelhecimento saudável. 

Na perspetiva de J.Martins Correia (2003:12) in Carla Ribeirinho(2005), Portugal ainda 

é  um  dos  países  com menos  estruturas  de  apoio  social  e,  sobretudo,  de  cuidados 

médicos de saúde para as pessoas idosas. 

 Na verdade, até ao Séc.XIX, como eram poucas as pessoas que atingiam a velhice, esta 

problemática não era vista como algo que suscitasse uma reflexão, daí o apoio social 

prestado ao idoso ser assegurado pela família ou por instituições religiosas. 

Todavia, o envelhecimento com dependência começou, cada vez mais, a suscitar uma 

maior reflexão, no sentido da entreajuda e o papel do Estado no bem estar social.  

Esta preocupação  relativa ao papel do domicílio e do apoio  informal como  forma de 

ajudar  os mais  velhos, manifestou‐se  primeiramente  nos  países  anglo‐saxónicos,  no 

final da Segunda Guerra Mundial e, por volta dos anos 60, foi‐se alastrando aos países 

europeus industrializados.  

Nos anos 60, começam a surgir algumas críticas ao facto dos cuidados com os  idosos 

serem prestados muitas vezes por  lares, hospitais e até  instituições religiosas. Alguns 

autores referem‐se mesmo a esses  locais como o “lugar onde se vai morrer”, daí que 

se começasse a defender posteriormente o apoio ao domicílio como sendo o melhor 

meio  de  proporcionar  uma melhor  qualidade  de  vida  ao  idoso,  até  porque  se  tem 

vindo a verificar que é o tipo de apoio que agrada a mais idosos. No entanto, há quem 

continue  a  defender  a  institucionalização  como  o  melhor  meio  em  contexto  de 

dependência.  

Um exemplo  concreto da desinstitucionalização das pessoas dependentes é a politica 

do  Community  Care,  que  defende  a  substituição  de  estruturas  fechadas  e  pesadas, 

como por exemplo os hospitais, por pequenas estruturas comunitárias de acolhimento 

e  acompanhamento,  tendo  como  exemplo  o  apoio  domiciliário.  Nestas  pequenas 

estruturas  existe  pessoal  qualificado  que  pode  fazer  tarefas  simples  e  rotineiras  de 

forma a integrar o doente na sua vida.  

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A  partir  dos  anos  80,  ainda  em  Inglaterra,  houve  uma  viragem  da  política  do 

Community  Care.  Apesar  de  os  governos  terem  um  papel  crucial  na  melhoria  da 

qualidade de vida dos idosos, a família também foi começando a ter a sua importância. 

Constata‐se  que  os  cuidados  prestados  aos  idosos  é  feito  maioritariamente  pela 

mulher, devido ao  fraco envolvimento por parte dos homens,  fazendo com que elas 

fiquem “presas” ao fardo das tarefas domésticas.  

Muitas  famílias acabam por ocupar muito  tempo com os mais velhos, acabando por 

pôr em causa   a sua saúde e também, muitas vezes, o seu próprio trabalho. Assim, o 

apoio prestado pelas famílias não pode substituir, de maneira alguma, o apoio que o 

Estado também tem de prestar, assim como não deve apenas existir apoio por parte 

do Estado. Ambos  (Família e Estado)  são  importantes no  seu papel de proporcionar 

uma melhor qualidade de vida aos idosos. 

Importa  referir,  no  entanto,  que,  se  até  há  alguns  anos  atrás,  ter  muitos  filhos 

significava que  iriamos  ter, por parte deles, assistência na velhice, hoje em dia nem 

sempre  se  verifica  o  mesmo,  uma  vez  que  existem  cada  vez  menos  familiares 

disponíveis para ajudar os mais velhos. A entrada da mulher no mundo do trabalho; a 

monoparentalidade;  o  divórcio;  o  aumento  das  horas  de  trabalho  podem  estar  na 

origem desta falta de disponibilidade por parte dos familiares. Ainda assim, as famílias, 

na maior  parte  dos  casos,  e  sempre  que  possível,  auxiliam  os  seus  familiares mais 

velhos, apesar do desgaste emocional e físico que esse facto provoca. 

De  forma  a  amenizar  o  esforço  por  parte  das  famílias,  o  Estado  tem  implantado 

estruturas de apoio, como o caso dos  lares, que têm crescido consideravelmente nos 

últimos tempos. 

Para finalizar,  importa ainda referir dois programas de extrema  importância de apoio 

ao idoso  : O programa idosos em Lar (PILAR), que visa aumentar a disponibilidade de 

lares a idosos oriundos de lares sem condições e sem funcionamento e o Programa de 

Apoio  Integrado  a  Idosos,  que  tem  como  objetivo  ajudar  as  famílias  e  idosos  em 

situações de dependência. 

   

 

Pontos fortes e fracos do documento:   Penso que este texto é bastante  interessante, 

na medida  em  que  faculta muito  tipo  de  informação  sobre  o  tema  em  questão  (o 

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envelhecimento). É um  texto extremamente apelativo e completo, que me ajudou a 

aprofundar  mais  este  tema.  Apesar  disso,  considerei  desnecessárias  algumas 

repetições por parte da autora, que desenvolveu várias vezes a mesma ideia, fazendo 

com que o texto fosse mais longo.  

 

Recursos de estilo e  linguagem: A  linguagem utilizada pela autora é, segundo o meu 

ponto  de  vista,  bastante  acessível,  na medida  em  que  ela  recorre muitas  vezes  a 

exemplos que nos ajudam a compreender melhor o texto. Para além disso, cita vários 

autores, com o  intuito de alargarmos os nossos horizontes e conhecermos diferentes 

tipos  de  opinião  acerca  do  mesmo  tempo,  levando‐nos  também  a  pensar  e  a 

desenvolver o espírito crítico. 

 

Conceitos:  envelhecimento;  políticas  sociais;  Cummunity  Care;  institucionalização; 

desinstitucionalização 

 

Atores/Personagens  do  Pensamento:  Pimentel(2001);  Pestana(2003);  Lesemann  e 

Martin(1995); entre outros. 

 

Conclusão: Ao  ler as páginas  sugeridas pelo professor Paulo Peixoto para a  ficha de 

leitura, constatei que se tem verificado um significativo acréscimo do envelhecimento 

populacional nos últimos tempos e que, por  isso, este tema deve ser, cada vez mais, 

um  motivo  de  reflexão  pelo  Estado  e  pela  sociedade  em  geral,  com  vista  ao 

melhoramento da qualidade de vida desta população. 

Infelizmente, ainda há muito para fazer neste campo, uma vez que ultimamente têm 

sido descobertos alguns idosos sem vida dentro das suas próprias casas, passados dias  

e  até  mesmo  meses,  uma  vez  que  são  deixados  sozinhos  pelas  famílias,  sem 

conhecimento de mais ninguém. 

Não  nos  podemos  esquecer  de  que  os  idosos,  sobretudo  os  mais  dependentes, 

necessitam de atenção e cuidados especializados permanentes. Todos temos o dever 

de  fazer  alguma  coisa  por  eles  e  de  os  respeitar.  As  famílias  e  o  Estado  devem 

assegurar a sua qualidade de vida e proteção. 

 

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Referências Histórico‐Culturais: Ao  longo do  texto, a autora não  faz  referência a um 

espaço específico; contudo, e no que diz respeito  a referências histórico‐culturais, faz 

uma  alusão  à  2ªguerra  mundial  como  sendo  o  tempo  em  que  o  envelhecimento 

populacional começou a aumentar  significativamente, em oposição ao Séc.XIX, onde 

eram poucas as pessoas que atingiam a velhice. 

Uma vez que o aumento do envelhecimento acarretou bastantes problemas, como a 

dependência dos idosos, por exemplo, a autora refere os anos 60, período em que esta 

questão  começou  a  ser motivo de  reflexão por parte do Estado e da  Sociedade em 

geral. Também é nesta mesma altura que começam a surgir criticas relativamente às 

estruturas de apoio a idosos. 

 Os  anos  50  também  são  referidos  para  nos  dar  a  conhecer  o  surgimento  do 

Cummunity Care, que visava a desinstitucionalização. 

Por ultimo, encontramos a referência aos anos 80, pois é nessa altura que se dá uma 

viragem  dos princípios do Cummunity  Care,  em que  a  família  passa  a  ter  um  papel 

fundamental no auxílio prestado aos idosos. 

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4. Avaliação da página da Internet 

O  site  que  avaliei  foi  o  site  do  Portal  do  Envelhecimento,  disponível  em 

http://portaldoenvelhecimento.org.br/, que conta com a contribuição de membros do 

OLHE  ‐  Observatório  da  Longevidade  Humana  e  Envelhecimento,  doutorados  no 

processo do envelhecimento, o que torna o site bastante credível a nível de conteúdo. 

Contudo, o facto de estar apenas acessível em português, torna‐o um pouco restrito.  

Ao  entrarmos  na  página,  podemos  verificar  que  tem  um  pequeno  menu  com 

informação básica, como quem são os autores, quais os seus objetivos, o  link para a 

sua revista oficial, os links parceiros; e ainda um outro menu, desta vez mais vasto, na 

margem  esquerda  e  direita,  com  vários  links  de  fácil  acessibilidade  e  rapidez  ao 

conteúdo pretendido, proporcionando uma fácil navegação e consulta.  

Este site está exclusivamente em suporte escrito, sendo composto, na sua maioria, por 

artigos que utilizam uma linguagem cuidada, mas acessível, percebendo‐se desde logo 

que o autor tem um conhecimento profundo acerca da matéria que está a expor.  

Em  relação  ao  desenho  gráfico  do  site,  nota‐se,  à  partida,  que  é  um  pouco  pobre, 

jogando com poucas cores, como o caso do azul e do verde, o que o poderá  tornar 

pouco  apelativo  a  algum  tipo  de  público.  Apesar  disso,  não  considero  este  aspeto 

assim  tão  negativo,  uma  vez  que  a  utilização  de muitas  cores  vivas  também  podia 

deixar o site demasiado robusto e colorido, fazendo com que as pessoas deixassem de 

atribuir  tanta  importância  ao  conteúdo,  perdendo‐se  na  forma.  Considerei  o  site 

bastante  organizado,  aliás,  a  informação  que  o  site  nos  proporciona  é  totalmente 

gratuita, estando sempre em constante atualização (o último artigo atualizado reporta‐

se a 17/12/2012). 

O site não se dirige a nenhum público‐alvo especifico, pois o seu objetivo é mostrar às 

pessoas que os mais velhos estão a  isolar‐se cada vez mais, pelo que precisamos de 

fazer  algo  e  intervir  nesse  sentido.  Vários  artigos  alertam,  aliás,  para  esse  facto, 

mostrando a forma cruel de como, por vezes, são abandonados. Infelizmente, há cada 

vez mais idosos a viver sozinhos e que falecem isolados, daí este site pretender alertar 

para essa realidade. Para além disso, pretende  igualmente mostrar‐nos que a velhice 

pode  ser  uma  fase  da  vida  positiva,  que  nem  sempre  está  associada  à  decadência, 

podendo ser até mesmo muito importante na interação com os mais jovens. 

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O  próprio  site  tem  como  lema  “ser  que  envelhece  e  não unicamente que  adoece”, 

para mostrar esse lado positivo do envelhecimento. 

Ao usar a barra de acessibilidades da Internet Explorer, constatei que este site permite 

a  visualização  a  pessoas  com  problemas  de  visão,  algo  que  considero  muito 

importante,  pois,  apesar  dessas  pessoas  possuírem  essa  incapacidade  visual,  têm 

igualmente o direito de poder usufruir do que a Internet proporciona.  

Apesar de  ter usado o site apenas para a questão do envelhecimento ativo, acho que 

é uma site que  tem  informações pertinentes para quem está a começar a estudar o 

tema  do  envelhecimento,  uma  vez  que  pode  encontrar  nele  a  informação  de  que 

necessita, e de uma forma simples.  

Em  suma,  penso  que  se  deve  visitar  este  site,  não  só  porque  tem  artigos  que  são 

interessantíssimos,  mas  também  porque  nos  dá  a  conhecer  que,  infelizmente,  a 

população envelhecida está  isolada da sociedade, necessitando de muitos cuidados e 

apoios necessários ao seu completo bem‐estar.  

 

 

 

 

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5. Conclusão 

A  realização  deste  trabalho  permite‐me  constatar  que  o  crescente  envelhecimento 

populacional  em  Portugal  tem  acarretado  alguns  problemas,  não  só  em  relação  ao 

Estado, mas  também  às  famílias que  têm  idosos  a  seu  cargo. Apesar da  criação de 

algumas medidas no sentido de se apoiar as  famílias e proporcionar aos mais velhos 

uma boa qualidade de vida nesta faixa etária, ainda há muito a fazer neste domínio. 

É fundamental que os idosos possam passar os seus dias ocupados e ativos, quer física, 

quer mentalmente, daí alguns autores referirem os lares e os centros de dia como uma 

boa opção para uma velhice  feliz e saudável. Ainda assim, chego à conclusão de que 

temos de ter sempre em conta cada situação específica, pois se para algumas pessoas 

essa opção é a mais acertada, para outras estar com a  família ou até mesmo no seu 

próprio lar é a melhor solução.  

Apesar de Portugal ainda estar muito aquém no que se pode fazer pela promoção de 

um envelhecimento ativo, está no caminho certo para encontrar soluções e respostas 

para este elevado crescendo populacional.  

A máxima conclusão que eu retiro da realização deste trabalho prende‐se com o fato 

de não devermos encarar a velhice  como um período mau das nossas vidas, pois, e 

desde que tenhamos saúde, este período pode ser muito enriquecedor e uma  forma 

de partilharmos com os mais novos muitos saberes e experiências de vida que fomos 

adquirindo ao longo da nossa existência.  

 

 

 

 

 

 

 

 

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6. Referências Bibliográficas 

Internet: 

Gorjão Clara, João(s.d)” A Geriatria…O Envelhecimento….O doente idoso, O morrer 

antes de, morrer…a excelência analítica” página disponível em “http://www.hsm.min‐

saude.pt/contents/pdfs/destaques/entrev_prof_gorjao_clara.pdf” 

Gomes Cancela, Manuela Diana (2007)” O processo de envelhecimento” página 

disponível em “http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0097.pdf” 

Ribeirinho, Carla Marina da Cunha (2005) “Concepções e práticas de intervenção social em cuidados sociais no domicílio” Dissertação de mestrado em serviço social, Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa. Texto usado para a ficha de leitura da página 63‐99 página disponível em “http://www.cpihts.com/PDF02/Concep%C3%A7%C3%B5es%20Pr%C3%A1ticas%20de%20Interven%C3%A7%C3%A3o%20Social%20em%20Cuidados%20Sociais%20no%20Domic%C3%ADlio%20Carla%20Ribeirinho.pdf” 

S/A. (25 de Agosto de 2010). Envelhecimento Ativo. Obtido de Portal do Envelhecimento : http://portaldoenvelhecimento.org.br/noticias/artigos/envelhecimento‐ativo.html 

S/A. (11 de Janeiro de 2012). Dia Mundial da Saúde 2012 – Envelhecimento e Saúde. Obtido de Pegada Ambiental: http://pegadambiental‐sa.blogspot.pt/2012/01/dia‐mundial‐da‐saude‐2012.html 

Martins, Rosa Maria Lopes(2002).Envelhecimento Demográfico Millenium,26 página disponível em: “http://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/626/1/Envelhecimento%20demogr%C3%A1fico.pdf” 

INE(2001),página disponível em: http://paginas.ispgaya.pt/~vmca/Documentos_links/censo2001.pdf 

Salmazo da Silva, Henrique et all(s.d). Associação Brasileira de Gerontologia (ABG):Histórico e Perspectivas de Ação Frente ao Surgimento de um Novo Campo Profissional. Página disponível em : http://www.portaldoenvelhecimento.org.br/artigos/z250.htm 

 

 

 

 

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 Anexos  

 Anexo 1.Avaliação da Página Web 

   

Página encontrada em “www.portaldoenvelhecimento.org.br” 

 

Anexo2. Texto de Suporte da Ficha de Leitura  

Ribeirinho, Carla Marina da Cunha (2005) “Concepções e práticas de intervenção social em cuidados sociais no domicílio” Dissertação de mestrado em serviço social, Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa. Texto usado para a ficha de leitura da página 63‐99 página disponível em “http://www.cpihts.com/PDF02/Concep%C3%A7%C3%B5es%20Pr%C3%A1ticas%20de%20Interven%C3%A7%C3%A3o%20Social%20em%20Cuidados%20Sociais%20no%20Domic%C3%ADlio%20Carla%20Ribeirinho.pdf”