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Faculdade de Economia
Universidade de Coimbra
Envelhecimento e Dinâmicas Sociais
Inês Pinheiro
Coimbra, novembro de 2012
ANO LETIVO 2012/2013
FACULDADE DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
2012/2013
Ficha Técnica
Título do Trabalho: Envelhecimento e Dinâmicas Sociais
Disciplina: Fontes de Formação Sociológica – 1º ano de Licenciatura em Sociologia
Professor Orientador: Doutor Paulo Peixoto
Trabalho realizado por:
Maria Inês Simões Pinheiro
Nº de aluno: 2012140410
Imagem da capa consulta em: http://i.images.cdn.fotopedia.com/jmhullot‐
a5989a0eef2cd42cf0df8a704025b098‐
original/Kathmandu_Valley/Kathmandu/Durbar_Square/Durbar_Square‐
Old_age.jpg
Coimbra, 2012
Índice
1.Introdução ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 1
2.Envelhecimento e dinâmicas sociais ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 2
2.1.Breve Noção do Envelhecimento ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 3
2.2.Problemática do Envelhecimento ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 4
2.3. Promoção do Envelhecimento ativo ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 6
2.4. Envelhecimento em Portugal ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 8
2.5.Geriatria e Gerontologia ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 10
2.6. Descrição detalhada a pesquisa ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 11
3. Ficha de leitura ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 13
4. Avaliação da página da internet ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 20
5. Conclusão ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 22
6. Referências bibliográficas ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 23
Anexo 1
Avaliação da página web
Anexo 2
Texto de Suporte da Ficha de Leitura
1
1. Introdução
No âmbito da disciplina de Fontes de Formação Sociológica, ministrada pelo
Professor Doutor Paulo Peixoto, foi‐nos proposto três temas de trabalho na
modalidade de avaliação contínua: “Os desafios da Sociedade de Informação”; “A
Europa e os Migrantes no séc. XXI”; e o “Envelhecimento e as Dinâmicas Sociais”.
Optei pelo último tema –“Envelhecimento e as Dinâmicas Sociais” – por considerar
que é um tema que se reveste de grande importância atualmente, uma vez que a
sociedade portuguesa caminha, a passos largos, para o envelhecimento, sendo
urgente encontrar medidas que sejam sustentáveis, não só para o Estado, mas
também para as famílias que têm idosos no seu agregado familiar.
A necessidade e a urgência de resolver questões levantadas com o crescente
envelhecimento populacional, quer as relacionadas com a saúde, quer as de caráter
sócio‐político‐económico, tem despertado o interesse nas mais diversas áreas do
conhecimento, que têm como grande desafio, indubitavelmente, proporcionar a
esta faixa etária da população uma velhice com qualidade de vida.
Deste modo, considerei relevante iniciar o trabalho definindo e explicando o
conceito de envelhecimento, de modo a podermos ter uma ideia acerca da forma
como se desenrola todo este processo e dos efeitos biológicos que o mesmo
desencadeia.
Após essa breve noção do conceito de envelhecimento, abordo, de uma forma
geral, a problemática associada a este fenómeno da sociedade, pois, se por um
lado, o aumento da expectativa e qualidade de vida resulta em maiores
investimentos na medicina e nas tecnologias a ela associadas, as políticas que o
Estado tem praticado parecem não demonstrar empenho suficiente para minimizar
o distanciamento percebido dos idosos na ordem de interesses sociais e
económicos. Observamos, por vezes, a criação de medidas que promovem a saúde
e a qualidade de vida de forma universalizada, esquecendo as particularidades
próprias das experiências de vida, das condições socioculturais e das limitações
físicas‐cognitivas‐emocionais de cada idoso.
2
Posteriormente, debruço‐me sobre a questão da promoção do envelhecimento
ativo e do caso específico do Envelhecimento em Portugal, onde se verifica, tal
como noutros países, um crescente envelhecimento. Mostro ainda a importância
da adoção de estilos de vida saudáveis e ativos como forma de se alcançar uma
velhice feliz e bem sucedida, onde a prática de exercício, não só físico, mas também
mental, torna‐se fundamental para o bem‐estar dos mais velhos, que se devem
manter sempre ativos durante esta fase da vida.
Foco também a importância da Geriatria e da Gerontologia no processo do
envelhecimento, uma vez que estas ciências apoiam os mais velhos nas suas
patologias decorrentes da idade avançada.
Após isso, exponho o processo da pesquisa e também a ficha de leitura de um
capítulo de um artigo, alusivo ao tema.
Termino o trabalho com uma avaliação da página da Internet escolhida por mim e a
conclusão que retirei do tema.
3
2. Envelhecimento e Dinâmicas Sociais
2.1. Breve noção de Envelhecimento
Entende‐se por Envelhecimento as alterações fisiológicas que ocorrem ao longo do
tempo em organismos multicelulares. Segundo a OMC (Organização Mundial de
Saúde)in S/A(2012), uma pessoa é considerada idosa quando atinge os 60 anos de
idade, apesar de poder continuar a ser intelectual e socialmente ativa. Aliás, a
saúde intelectual e física dos idosos, quando fomentada por atividades sociais e de
lazer, faz com que estes não se sintam excluídos da sociedade.
Os danos mais visíveis do envelhecimento relacionam‐se, sobretudo, com o sistema
nervoso (principalmente as perdas de memória, que podem desencadear o
Alzheimer, uma doença que afeta a memória e é muito comum nos idosos).
Contudo, o envelhecimento traduz‐se também no fluxo sanguíneo dos rins, fígado e
cérebro, chegando mesmo a afetar as sensações e perceções dos indivíduos. A
audição, a visão e o equilíbrio são os mais afetados, acarretando consequências
graves a nível psicológico e social.
Segundo a psicóloga Diana Cancela, o envelhecimento “não é um estado, mas sim
um processo de degradação progressiva e diferencial”, e que afeta todos os seres
vivos.
Esta “degradação progressiva e diferencial” é dividida em três fases : a primeira
fase, em que ocorre o desenvolvimento e crescimento dos órgãos especializados,
que vão levar o indivíduo a ser capaz de se reproduzir; a segunda fase, que se
caracteriza pela capacidade de reprodução do indivíduo, garantindo a
sobrevivência; e, por último, a fase da senescência ou envelhecimento,
caracterizada pelo declínio funcional do organismo e que depende do estilo de vida
que a pessoa assumiu desde a infância ou adolescência.
O processo biológico do envelhecimento é inevitável, levando a que muitas pessoas
escondam e neguem esta fase da vida, gastando dinheiro, energia e tempo no
sentido de omitirem as marcas da velhice (exemplos comuns desta omissão são a
maquilhagem exagerada e as cirurgias plásticas).
4
Alguns autores consideram, no entanto, que é preciso criar resistência para violar e
transgredir este projeto de controlo sobre o corpo e sobre o ciclo de vida de
homens e mulheres. É necessário deixar‐se envelhecer e, nesse processo, aprender
a exercer a administração dos nossos desejos, prioridades e vontades, resistindo ao
impulso de nos mantermos eternamente jovens.
Contudo, o desencadeamento da velhice não se manifesta apenas interiormente,
mas também a nível exterior, principalmente no rosto. O idoso tende a ter rugas,
algumas manchas na pele e algumas mudanças da cor de cabelo para cinza ou
branco.
O envelhecimento é, assim, um tempo marcado por acontecimentos de vida,
transições e oportunidades, por perdas e ganhos, onde é fundamental implementar
estratégias e medidas no sentido de se proporcionar uma velhice bem sucedida. O
envelhecimento não tem que estar ligado inevitavelmente a uma perceção
negativa, uma tragédia, associado à solidão, doença e morte. O envelhecimento,
desde que o idoso se sinta confortável, pode ser mesmo encarado como um
período de vida de grandes aprendizagens e experiências de vida partilhadas.
2.2. Problemática do Envelhecimento
Há muito que a problemática do envelhecimento tem sido motivo de reflexão por
parte dos filósofos, apesar de a esperança média de vida só recentemente ter
aumentado. Platão chega mesmo a afirmar que toda a filosofia “é uma meditação
relacionada com a morte”, daí o facto deste tema ter estado sempre presente na
sociedade.
A partir da Segunda Guerra Mundial, a sociedade começa a deparar‐se com uma
população cada vez mais envelhecida, o que tem levado a uma maior atenção por
parte dos profissionais ligados à área da saúde.(Rosa Martins,2002)
Segundo Nazareth (1994) in Rosa Maria Lopes Martins(2002), pensou‐se, durante
muito tempo, que “esta explosão demográfica da terceira idade” tenha derivado do
5
aumento da esperança média de vida; contudo, na realidade, foi o declínio da
natalidade que fez surgir este fenómeno.
Esta problemática acarreta vários problemas a nível político e social, pois o idoso,
na medida em que tem uma saúde frágil, necessita de vários apoios de forma a
sentir‐se mais confortável neste processo de degradação.
O facto de alguma parte da população ativa do país não ter um emprego
permanente e as despesas que o Estado tem para com os idosos serem muitas (por
exemplo, os lares e as reformas), leva a que esta parte da população não seja
ajudada da melhor forma.
Ainda assim, e apesar destas dificuldades, o Estado tem procurado proporcionar
uma qualidade de vida digna ao idoso, implementando reformas em idade
avançada e permitindo, por exemplo, o acesso a lares para idosos em estado de
dependência, o que evita que haja desigualdades no que diz respeito à saúde.
Embora se reconheça a importância do Estado nas políticas para com os mais
velhos, não nos podemos esquecer que as famílias também têm um papel
extremamente importante, ou seja, quer o Estado, quer as Famílias, são suportes
essenciais ao bem‐estar dos mais idosos.
Com o surgimento do mercado de trabalho industrial, as famílias tradicionais foram‐
se desvanecendo no tempo, dando lugar, por exemplo, a famílias monoparentais.
Também a entrada das mulheres, que antes eram condenadas a ficar “presas” às
lides domésticas, no mercado de trabalho faz com que se altere o seio da família,
levando a que os idosos por vezes fiquem sozinhos em casa do familiar, situação
muito comum atualmente.
Por outro lado, algumas famílias, por não poderem tratar convenientemente dos
seus familiares mais velhos, entregam‐nos a estruturas de apoio (lares, hospitais),
algo que já vem acontecendo desde os anos 60. Por vezes, ter de cuidar destes
idosos 24 horas por dia, leva a que o familiar fique num estado de cansaço físico e
emocional muito elevado.
6
Carla Ribeirinho(2005); Rosa Martins(2002) têm refletido acerca da melhor maneira
de ajudar os mais idosos. Alguns consideram que o apoio emocional do familiar é a
melhor forma de o idoso encontrar o seu bem‐estar, pois há uma garantia de este
ser mais autónomo, o que melhora o seu desenvolvimento emocional e físico.
Continuar na sua própria casa dá ao idoso mais segurança, uma vez que continua no
seu ambiente natural. Também o surgimento de apoios ao domiciliário leva a que o
familiar se sinta mais aliviado do seu cargo, pois há pessoal que é qualificado e que
integra o idoso nas suas tarefas rotineiras e na sua vida.
No entanto, há autores que, no caso de contextos de dependência, defendem que
os idosos devem estar integrados em estruturas de apoio, uma vez que nesses
locais têm acesso a instrumentos de saúde fundamentais à sua qualidade de vida, e
que não encontram nas suas casas.
Estas estruturas de apoio são, ainda assim, alvo de muitas críticas, pois há quem
considere que levar o idoso a estas instituições está a diminuir a sua qualidade de
vida, na medida em que a sua autonomia começa a diminuir. Além disso, há idosos
que resistem bastante à entrada nos lares, pois não querem ser afastados do seu
ambiente familiar.
2.3. Promoção do Envelhecimento Ativo
O envelhecimento tem sido, como já referi anteriormente, uma problemática que
origina várias reflexões por parte do Estado, uma vez que atualmente temos uma
população cada vez mais envelhecida, que necessita de apoios e cuidados
redobrados.
O facto de a população idosa necessitar de ajuda e de estar a crescer
continuamente faz com que o Estado se debruce sobre este problema. Por serem
encarados como um peso bastante grande na economia dos países, os idosos têm
vindo a receber cada vez menos apoios estatais.
7
Ainda assim, e apesar destas dificuldades, o Estado não deixa de promover políticas
que visam uma melhor qualidade de vida aos mais velhos, surgindo, assim, o
conceito de “envelhecimento ativo” que, segundo o OMC, é um processo que tem
como intuito a melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas. Para que
possamos ter um envelhecimento saudável precisamos de estar atentos aos sinais
da velhice, evitando as dificuldades que esta fase da vida acarreta, começando por
adquirir uma alimentação saudável e praticar exercício físico regular, de forma a
tonificar os músculos. Para além do bem‐estar físico, devemos igualmente
preocuparmo‐nos com o bem‐estar psicológico, fator também fundamental para
uma velhice com qualidade.(S/A,2010)
O repouso e o bem‐estar psicológico aumentam e desenvolvem as capacidades
cognitivas, como a memória, raciocínio e atenção, por exemplo. Torna‐se
importante, desde cedo, adquirir hábitos de leitura que exijam grande nível
intelectual, de modo a manter o cérebro sempre ativo. (S/A,2010)
Os idosos devem, por esse motivo, encontrar maneiras de se integrar socialmente,
de forma a serem intelectualmente ativos, tornando‐se fundamental o convívio com
os seus amigos. É importante que se mantenham sempre ocupados e possuam
algum trabalho ou passatempo que os distraia e os faça sentir‐se ativos na
sociedade.
A qualidade de vida, a atividade física e a saúde mantêm, desde modo, uma estreita
relação entre si.
Um dos problemas centrais que leva à degradação do envelhecimento ativo é o
facto das pessoas, ao constatarem que estão a envelhecer, se começarem a sentir
tristes e deprimidas, tendo sempre presente a ideia de morte. Como forma de
contornar esta situação, os indivíduos devem encarar o envelhecimento como uma
fase especial das suas vidas, em que se aprende e se ensina muito; uma fase da vida
riquíssima, portanto!
A própria sociedade deve aceitar e permitir que o idoso se reconheça como
indivíduo ativo neste processo que inclui ser saudável, feliz e ativo, considerando a
8
multiplicidade de experiências, comportamentos e culturas que trazem e que
devem ser respeitadas em cada nova medida ou proposta de intervenção que
impressione pela promessa de uma vida melhor e mais digna.
Há ainda outros fatores igualmente importantes para o desenvolvimento do
envelhecimento ativo, tais como a cultura onde o indivíduo está inserido. Este fator
é crucial pois a forma de moldar o envelhecimento difere de sociedade para
sociedade e até mesmo, num determinado país, de região para região. Numa
sociedade propícia a doenças e guerra, por exemplo, está‐se mais exposto a
desenvolver hábitos de risco (drogas, álcool) .
Outro fator fundamental para um envelhecimento saudável é o sistema de saúde,
uma vez que o acesso a este bem promove o bem‐estar e previne o idoso de
contrair determinadas doenças, daí a importância do acesso homogéneo aos
serviços de saúde e de cuidados em geral.
Não podemos deixar de referir que, mesmo que um indivíduo tenha mantido
hábitos de vida saudáveis durante a sua existência, poderá não conseguir escapar a
certas doenças, pois a genética também pode influenciar o envelhecimento. Ainda
assim, o estilo de vida assumido por todos nós torna‐se também determinante no
processo do envelhecimento (por exemplo, se consumimos drogas e álcool, entre
outros).
O meio social influencia igualmente esta componente, daí ser prioritário para o
idoso levar uma vida sem violência e abusos por parte da família; ter um
rendimento estável e possuir uma escolaridade obrigatória que lhe permita aceitar
e adaptar‐se à velhice.
2.4. Envelhecimento em Portugal
Tal como no resto do mundo, tem‐se verificado atualmente um elevado aumento
da população idosa em Portugal, embora a sua distribuição não seja homogénea.
No que diz respeito a Portugal Continental, verificamos na região do Norte, por
9
exemplo, uma baixa percentagem de idosos, contrastando com o Alentejo, onde se
concentra a maior percentagem de idosos. Já em relação às regiões autónomas dos
Açores e Madeira, damos conta de que são as que detêm a menor percentagem de
idosos do país.(INE,2001)
No que aos aspetos socioeconómicos diz respeito, o envelhecimento traz consigo
uma diminuição da população ativa e um aumento do número de reformados,
levando a que, como já foi analisado anteriormente, aumentem as despesas sociais
com este grupo de pessoas em constante crescimento, o que tem, por sua vez,
conduzido à insustentabilidade do sistema de Segurança Social, e à sobrecarga do
sistema de saúde.
Embora se fale muito da importância de uma velhice ativa e tenham começado a
surgir medidas no sentido de fazer com os idosos se mantenham mais ocupados,
verificamos que em relação ao lazer e interação social, Portugal é ainda um país
pouco dinâmico a nível sociocultural, visto que os idosos diversificam pouco as suas
atividades de lazer, dedicando ainda pouco tempo, por exemplo, à prática
desportiva. Constata‐se, também, uma generalização do isolamento e da solidão,
facto que se deve, em muito, aos baixos níveis de instrução e baixos rendimentos
dos idosos, que lhes reduzem a capacidade de participação social e cívica.
Por outro lado, diversos estudos evidenciam que os idosos são um dos grupos
populacionais mais vulneráveis à pobreza e exclusão social, revelando condições de
habitação e de conforto desfavoráveis, às quais se junta a inevitável debilidade
física.
Ainda há muito a fazer em Portugal no sentido de se proporcionar aos mais velhos
uma velhice harmoniosa e com qualidade. Cabe ao Estado, e às famílias, encontrar a
melhor forma para auxiliar esta população cada vez mais envelhecida, que necessita
de cuidados de saúde, conforto e, sobretudo, companhia, não esquecendo a
realidade de vida e especificidade de cada idoso em particular, pois a solução que
será melhor para um determinado indivíduo não tem necessariamente de ser a
melhor para outro.
10
2.5. Geriatria e Gerontologia
O processo de envelhecimento do ser humano implica, de forma natural, a
decadência e degeneração decorrentes da passagem dos anos, que trazem aos
idosos doenças físicas, psíquicas e cognitivas que só encontram apoio na Ciência
Médica Geriátrica (Geriatria e Gerontologia).
Apesar de se complementarem, segundo João Clara Gorjão (s.d)estas duas ciências
são distintas. A Geriatria é uma especialidade médica cujo objetivo é proporcionar
aos idosos uma velhice saudável, prevendo e tratando das doenças que afetam os
mais velhos. O geriatra, além de necessitar de ter conhecimento da vida que o idoso
levou, de modo a poder antever qualquer doença, também tem de saber quais os
efeitos que o envelhecimento acarreta para poder proporcionar ao idoso uma
velhice ativa.
Os Geriatras têm de conhecer muito bem a forma como é que o envelhecimento se
desenrola biologicamente para poderem antever os efeitos e doenças da velhice. O
objetivo é tentarem perceber em que medida devem intervir porque se trata de
uma situação de doença que deve ser tratada, ou pelo contrário, se está em
presença de uma situação de envelhecimento normal que não justificará nenhuma
intervenção terapêutica.
E é aqui que a Gerontologia entra, pois enquanto a Geriatria se preocupa em tratar
da patologia da doença do idoso, a Gerontologia estuda o processo biológico do
envelhecimento. Como sustenta o autor (Neri, 2008)in Salmazo da Silva, Henrique
et all (s.d), a Gerontologia assemelha‐se com um “campo multi e interdisciplinar
que visa à descrição e à explicação das mudanças típicas do processo de
envelhecimento e de seus determinantes genético‐biológicos, psicológicos e
socioculturais” (p.95).
Podemos concluir, assim, que tanto a Geriatria como a Gerontologia são ciências
complementares e que se tornam fundamentais no processo de envelhecimento.
11
2.6‐ Descrição detalhada da pesquisa
Ao iniciar a minha pesquisa na Internet acerca do tema “O Envelhecimento e
Dinâmicas Sociais”, constatei que a informação que tinha era muito vasta, visto que
é um tema muito abordado atualmente, o que me permitiu obter muita informação
sobre esta problemática.
Encontrei várias perspetivas acerca deste tema, principalmente no que diz respeito
ao bem‐estar do mais idosos, onde se destacam várias conceções.
Assim sendo, optei por restringir a minha pesquisa ao motor de busca Google e
também a catálogos de bibliotecas online, como por exemplo a b‐on. Apesar de
nem sempre as fontes da Internet serem credíveis, considerei que a informação que
encontrei era fiável. Infelizmente, no percurso deste trabalho não pude dirigir‐me à
Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, por me
encontrar com o pé partido e ter de me deslocar de cadeira de rodas, daí o meu
suporte bibliográfico ser totalmente eletrónico.
Ao pesquisar no motor de busca do Google com a palavra envelhecimento,
apareceu‐me vários resultados (7 010 000); contudo, foi aos catálogos e bibliotecas
online que dei mais importância para a elaboração deste trabalho, uma vez que
cheguei a encontrar textos integrais (formato pdf) que continham bastante
informação relevante para o tema em questão.
Visto o tema em estudo ser muito vasto, acabei por não usar os operadores
booleanos, porque já tinha encontrado material suficiente e interessante para o
trabalho.
No decorrer da minha pesquisa, encontrei vários artigos que me despertaram o
interesse, de que são exemplo: Diana Manuela Gomes Cancela: O processo de
envelhecimento (2007); e Carla Ribeirinho: O Envelhecimento nas Políticas sociais”
(2005), importante para a ficha de leitura.
12
Apesar de me ter centrado apenas na informação que recolhi através da Internet,
considero que esta foi relevante para percebermos a temática que está implícita
neste trabalho. Os artigos e as páginas Web que encontrei foram o suficiente para
entendermos a dinâmica deste tema, uma vez que todos utilizavam uma linguagem
simples, importante para se compreender o tema em análise.
13
3. Ficha de Leitura
Título da Publicação: Concepções e Práticas de Intervenção Social em Cuidados Sociais
no Domicílio
Autor: Carla Ribeirinho
Data da Publicação:Lisboa,2005
Local onde se encontra: Mediateca da Universidade Lusíada de Lisboa
Título do Capítulo: “O envelhecimento nas políticas sociais”
Nº de Páginas do Capítulo: 63‐99
Palavras‐Chave: Envelhecimento, Dependência, Políticas sociais, SAD, Intervenção
Social “gerontológica”, Gerontologia Social.
Assunto: As políticas sociais dirigidas à velhice, destacando a vertente dos cuidados
sociais.
Resumo: Ao longo deste capítulo, a autora faz abordagem a políticas sociais que visam
uma melhor qualidade de vida para o idoso, referindo a Família e o Estado como os
meios de suporte ao bem‐estar dos que mais precisam. Alguns autores defendem a
importância do meio familiar, na medida em que os afetos são muito importantes,
enquanto outros defendem que a institucionalização é o melhor meio, visto que o
mundo do trabalho e a falta de disponibilidade do familiar leva a que as instituições
sejam uma mais valia para o idoso. De forma a ajudar os familiares e o idoso, a autora
refere no final dois programas que constituem uma ajuda preciosa no que diz respeito
a um envelhecimento com qualidade ‐ o Programa de Apoio Integrado a Idosos (PAII) e
o Programa Idosos em Lar (PILAR).
14
Estrutura
Introdução: Atualmente, verifica‐se um aumento do envelhecimento na sociedade
europeia, problemática que tem acarretado vários problemas a nível social, levando o
Estado, e a sociedade em geral a debruçar‐se sobre este assunto. No entanto, e apesar
de haver vários incentivos por parte do governo no sentido de ajudar os idosos, as
despesas que o Estado tem para com eles são muitas, fazendo com que, por vezes, não
sejam auxiliados da melhor forma, levando a que, por falta de apoios, algumas famílias
deixem o seu emprego para cuidar a tempo inteiro deles.
Desenvolvimento:
A autora começa por citar Anne Marie Guillemard, referindo que as politicas da velhice
são um conjunto de intervenções públicas ou ações que têm como objetivo estruturar
as relações entre a velhice e a sociedade. Refere ainda que existem três dimensões da
mesma: as políticas de proteção social materializadas principalmente nas políticas e
regimes de pensões, as políticas de cuidados sociais e as políticas sociais dirigidas aos
trabalhadores idosos, dimensões essas que têm de assumir um papel relevante na
atualidade, dado que o envelhecimento tem aumentado consideravelmente.
Internacionalmente, foram criadas, com o intuito de ajudar a população mais velha,
algumas “orientações”, como é o caso dos Princípios das Nações Unidas em prol das
Pessoas Idosas (ONU, 2002), que definiu vários princípios de forma a que o idoso possa
viver tranquilamente e com saúde, como a autonomia; a participação; auto‐realização
e a dignidade como bases do desenvolvimento pessoal dos mais idosos.
O envelhecimento da sociedade gera vários desafios que os diversos Estados e a
sociedade têm de revolver.
Pestana (2003) in Carla Ribeirinho(2005) constata este fenómeno, afirmando que a
dependência de idosos na sociedade crescerá significativamente.
O autor reporta que, em termos políticos, o aumento do peso dos idosos na
sociedade, associada a uma diminuição da população ativa, pode fazer com que se
enfrente muitas despesas a nível financeiro.
15
É neste contexto que a Comissão Europeia intervém, apresentando um comunicado
onde a necessidade de cuidados de saúde e assistência às pessoas idosas é essencial.
No entanto, os Estados têm alguma dificuldade na implementação de medidas de
apoio aos idosos, uma vez que se tem verificado um abrandamento do crescimento
económico e um aumento dos encargos com os mais velhos e crianças.
De modo a solucionar esta questão e alcançar um sistema de pensões sustentável, o
Estado tem tomado algumas medidas, entre as quais se destacam o aumento da idade
da reforma a redução do montante gasto em pensões em relação a um dado nível de
contribuição ou ordenados ganhos em trabalho. Além disso, também tem tentado
assegurar cuidados de saúde de alta qualidade e sustentáveis.
Estas medidas são essenciais visto que são uma forma de assegurar o controlo dos
sistemas de pensões, de saúde e de cuidados prolongados.
Estes desafios não passam só exclusivamente pela questão do regime das pensões,
mas também pelo facto de cada vez mais se assistir à tendência para uma economia
mundializada, que vem fragilizar a população envelhecida e lhe proporciona uma
maior vulnerabilidade em relação aos riscos sociais.
No entender de Ferrera (2000:9) in Carla Ribeirinho(2005), o problema social mais
sério dos Estados‐Providência é fazer com que a proteção social consiga revolver os
riscos sociais, uma vez que eles podem levar ao empobrecimento na velhice, referindo
também que a dependência é uma questão pertinente, visto que não se verifica ajuda
necessária para a sua solução.
Em Portugal, surgiram reformas de proteção social e luta contra a exclusão que estão
incluídas no Plano Nacional de Acção para a Inclusão, o qual pretende assegurar aos
cidadãos os direitos, os bens e os serviços necessários ao seu bem estar.
A promoção do envelhecimento activo torna‐se, assim, uma necessidade, na medida
em que os idosos, apesar da sua idade avançada, têm de sentir que ainda fazem parte
da sociedade, mas, para isso, têm de ser criadas propostas que incentivem a
natalidade e que criem estabilidade familiar.
A Carta Social Europeia expõe, no 23º artigo da parte 2, que o idoso deve escolher
livremente o seu estilo de vida, se possível independente no seu meio habitual. Em
prol da dependência do idoso, A Recomendação do Conselho da Europa relativa à
Dependência pretende que os Estados Membros tenham em consideração que a
16
problemática da dependência deve gerar sensibilização por parte da opinião pública.
Por sua vez, a Comissão Europeia(1999) defende o surgimento de políticas que visem
promover a autonomia e diminuir a dependência do idoso através do promoção de um
envelhecimento saudável.
Na perspetiva de J.Martins Correia (2003:12) in Carla Ribeirinho(2005), Portugal ainda
é um dos países com menos estruturas de apoio social e, sobretudo, de cuidados
médicos de saúde para as pessoas idosas.
Na verdade, até ao Séc.XIX, como eram poucas as pessoas que atingiam a velhice, esta
problemática não era vista como algo que suscitasse uma reflexão, daí o apoio social
prestado ao idoso ser assegurado pela família ou por instituições religiosas.
Todavia, o envelhecimento com dependência começou, cada vez mais, a suscitar uma
maior reflexão, no sentido da entreajuda e o papel do Estado no bem estar social.
Esta preocupação relativa ao papel do domicílio e do apoio informal como forma de
ajudar os mais velhos, manifestou‐se primeiramente nos países anglo‐saxónicos, no
final da Segunda Guerra Mundial e, por volta dos anos 60, foi‐se alastrando aos países
europeus industrializados.
Nos anos 60, começam a surgir algumas críticas ao facto dos cuidados com os idosos
serem prestados muitas vezes por lares, hospitais e até instituições religiosas. Alguns
autores referem‐se mesmo a esses locais como o “lugar onde se vai morrer”, daí que
se começasse a defender posteriormente o apoio ao domicílio como sendo o melhor
meio de proporcionar uma melhor qualidade de vida ao idoso, até porque se tem
vindo a verificar que é o tipo de apoio que agrada a mais idosos. No entanto, há quem
continue a defender a institucionalização como o melhor meio em contexto de
dependência.
Um exemplo concreto da desinstitucionalização das pessoas dependentes é a politica
do Community Care, que defende a substituição de estruturas fechadas e pesadas,
como por exemplo os hospitais, por pequenas estruturas comunitárias de acolhimento
e acompanhamento, tendo como exemplo o apoio domiciliário. Nestas pequenas
estruturas existe pessoal qualificado que pode fazer tarefas simples e rotineiras de
forma a integrar o doente na sua vida.
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A partir dos anos 80, ainda em Inglaterra, houve uma viragem da política do
Community Care. Apesar de os governos terem um papel crucial na melhoria da
qualidade de vida dos idosos, a família também foi começando a ter a sua importância.
Constata‐se que os cuidados prestados aos idosos é feito maioritariamente pela
mulher, devido ao fraco envolvimento por parte dos homens, fazendo com que elas
fiquem “presas” ao fardo das tarefas domésticas.
Muitas famílias acabam por ocupar muito tempo com os mais velhos, acabando por
pôr em causa a sua saúde e também, muitas vezes, o seu próprio trabalho. Assim, o
apoio prestado pelas famílias não pode substituir, de maneira alguma, o apoio que o
Estado também tem de prestar, assim como não deve apenas existir apoio por parte
do Estado. Ambos (Família e Estado) são importantes no seu papel de proporcionar
uma melhor qualidade de vida aos idosos.
Importa referir, no entanto, que, se até há alguns anos atrás, ter muitos filhos
significava que iriamos ter, por parte deles, assistência na velhice, hoje em dia nem
sempre se verifica o mesmo, uma vez que existem cada vez menos familiares
disponíveis para ajudar os mais velhos. A entrada da mulher no mundo do trabalho; a
monoparentalidade; o divórcio; o aumento das horas de trabalho podem estar na
origem desta falta de disponibilidade por parte dos familiares. Ainda assim, as famílias,
na maior parte dos casos, e sempre que possível, auxiliam os seus familiares mais
velhos, apesar do desgaste emocional e físico que esse facto provoca.
De forma a amenizar o esforço por parte das famílias, o Estado tem implantado
estruturas de apoio, como o caso dos lares, que têm crescido consideravelmente nos
últimos tempos.
Para finalizar, importa ainda referir dois programas de extrema importância de apoio
ao idoso : O programa idosos em Lar (PILAR), que visa aumentar a disponibilidade de
lares a idosos oriundos de lares sem condições e sem funcionamento e o Programa de
Apoio Integrado a Idosos, que tem como objetivo ajudar as famílias e idosos em
situações de dependência.
Pontos fortes e fracos do documento: Penso que este texto é bastante interessante,
na medida em que faculta muito tipo de informação sobre o tema em questão (o
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envelhecimento). É um texto extremamente apelativo e completo, que me ajudou a
aprofundar mais este tema. Apesar disso, considerei desnecessárias algumas
repetições por parte da autora, que desenvolveu várias vezes a mesma ideia, fazendo
com que o texto fosse mais longo.
Recursos de estilo e linguagem: A linguagem utilizada pela autora é, segundo o meu
ponto de vista, bastante acessível, na medida em que ela recorre muitas vezes a
exemplos que nos ajudam a compreender melhor o texto. Para além disso, cita vários
autores, com o intuito de alargarmos os nossos horizontes e conhecermos diferentes
tipos de opinião acerca do mesmo tempo, levando‐nos também a pensar e a
desenvolver o espírito crítico.
Conceitos: envelhecimento; políticas sociais; Cummunity Care; institucionalização;
desinstitucionalização
Atores/Personagens do Pensamento: Pimentel(2001); Pestana(2003); Lesemann e
Martin(1995); entre outros.
Conclusão: Ao ler as páginas sugeridas pelo professor Paulo Peixoto para a ficha de
leitura, constatei que se tem verificado um significativo acréscimo do envelhecimento
populacional nos últimos tempos e que, por isso, este tema deve ser, cada vez mais,
um motivo de reflexão pelo Estado e pela sociedade em geral, com vista ao
melhoramento da qualidade de vida desta população.
Infelizmente, ainda há muito para fazer neste campo, uma vez que ultimamente têm
sido descobertos alguns idosos sem vida dentro das suas próprias casas, passados dias
e até mesmo meses, uma vez que são deixados sozinhos pelas famílias, sem
conhecimento de mais ninguém.
Não nos podemos esquecer de que os idosos, sobretudo os mais dependentes,
necessitam de atenção e cuidados especializados permanentes. Todos temos o dever
de fazer alguma coisa por eles e de os respeitar. As famílias e o Estado devem
assegurar a sua qualidade de vida e proteção.
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Referências Histórico‐Culturais: Ao longo do texto, a autora não faz referência a um
espaço específico; contudo, e no que diz respeito a referências histórico‐culturais, faz
uma alusão à 2ªguerra mundial como sendo o tempo em que o envelhecimento
populacional começou a aumentar significativamente, em oposição ao Séc.XIX, onde
eram poucas as pessoas que atingiam a velhice.
Uma vez que o aumento do envelhecimento acarretou bastantes problemas, como a
dependência dos idosos, por exemplo, a autora refere os anos 60, período em que esta
questão começou a ser motivo de reflexão por parte do Estado e da Sociedade em
geral. Também é nesta mesma altura que começam a surgir criticas relativamente às
estruturas de apoio a idosos.
Os anos 50 também são referidos para nos dar a conhecer o surgimento do
Cummunity Care, que visava a desinstitucionalização.
Por ultimo, encontramos a referência aos anos 80, pois é nessa altura que se dá uma
viragem dos princípios do Cummunity Care, em que a família passa a ter um papel
fundamental no auxílio prestado aos idosos.
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4. Avaliação da página da Internet
O site que avaliei foi o site do Portal do Envelhecimento, disponível em
http://portaldoenvelhecimento.org.br/, que conta com a contribuição de membros do
OLHE ‐ Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento, doutorados no
processo do envelhecimento, o que torna o site bastante credível a nível de conteúdo.
Contudo, o facto de estar apenas acessível em português, torna‐o um pouco restrito.
Ao entrarmos na página, podemos verificar que tem um pequeno menu com
informação básica, como quem são os autores, quais os seus objetivos, o link para a
sua revista oficial, os links parceiros; e ainda um outro menu, desta vez mais vasto, na
margem esquerda e direita, com vários links de fácil acessibilidade e rapidez ao
conteúdo pretendido, proporcionando uma fácil navegação e consulta.
Este site está exclusivamente em suporte escrito, sendo composto, na sua maioria, por
artigos que utilizam uma linguagem cuidada, mas acessível, percebendo‐se desde logo
que o autor tem um conhecimento profundo acerca da matéria que está a expor.
Em relação ao desenho gráfico do site, nota‐se, à partida, que é um pouco pobre,
jogando com poucas cores, como o caso do azul e do verde, o que o poderá tornar
pouco apelativo a algum tipo de público. Apesar disso, não considero este aspeto
assim tão negativo, uma vez que a utilização de muitas cores vivas também podia
deixar o site demasiado robusto e colorido, fazendo com que as pessoas deixassem de
atribuir tanta importância ao conteúdo, perdendo‐se na forma. Considerei o site
bastante organizado, aliás, a informação que o site nos proporciona é totalmente
gratuita, estando sempre em constante atualização (o último artigo atualizado reporta‐
se a 17/12/2012).
O site não se dirige a nenhum público‐alvo especifico, pois o seu objetivo é mostrar às
pessoas que os mais velhos estão a isolar‐se cada vez mais, pelo que precisamos de
fazer algo e intervir nesse sentido. Vários artigos alertam, aliás, para esse facto,
mostrando a forma cruel de como, por vezes, são abandonados. Infelizmente, há cada
vez mais idosos a viver sozinhos e que falecem isolados, daí este site pretender alertar
para essa realidade. Para além disso, pretende igualmente mostrar‐nos que a velhice
pode ser uma fase da vida positiva, que nem sempre está associada à decadência,
podendo ser até mesmo muito importante na interação com os mais jovens.
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O próprio site tem como lema “ser que envelhece e não unicamente que adoece”,
para mostrar esse lado positivo do envelhecimento.
Ao usar a barra de acessibilidades da Internet Explorer, constatei que este site permite
a visualização a pessoas com problemas de visão, algo que considero muito
importante, pois, apesar dessas pessoas possuírem essa incapacidade visual, têm
igualmente o direito de poder usufruir do que a Internet proporciona.
Apesar de ter usado o site apenas para a questão do envelhecimento ativo, acho que
é uma site que tem informações pertinentes para quem está a começar a estudar o
tema do envelhecimento, uma vez que pode encontrar nele a informação de que
necessita, e de uma forma simples.
Em suma, penso que se deve visitar este site, não só porque tem artigos que são
interessantíssimos, mas também porque nos dá a conhecer que, infelizmente, a
população envelhecida está isolada da sociedade, necessitando de muitos cuidados e
apoios necessários ao seu completo bem‐estar.
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5. Conclusão
A realização deste trabalho permite‐me constatar que o crescente envelhecimento
populacional em Portugal tem acarretado alguns problemas, não só em relação ao
Estado, mas também às famílias que têm idosos a seu cargo. Apesar da criação de
algumas medidas no sentido de se apoiar as famílias e proporcionar aos mais velhos
uma boa qualidade de vida nesta faixa etária, ainda há muito a fazer neste domínio.
É fundamental que os idosos possam passar os seus dias ocupados e ativos, quer física,
quer mentalmente, daí alguns autores referirem os lares e os centros de dia como uma
boa opção para uma velhice feliz e saudável. Ainda assim, chego à conclusão de que
temos de ter sempre em conta cada situação específica, pois se para algumas pessoas
essa opção é a mais acertada, para outras estar com a família ou até mesmo no seu
próprio lar é a melhor solução.
Apesar de Portugal ainda estar muito aquém no que se pode fazer pela promoção de
um envelhecimento ativo, está no caminho certo para encontrar soluções e respostas
para este elevado crescendo populacional.
A máxima conclusão que eu retiro da realização deste trabalho prende‐se com o fato
de não devermos encarar a velhice como um período mau das nossas vidas, pois, e
desde que tenhamos saúde, este período pode ser muito enriquecedor e uma forma
de partilharmos com os mais novos muitos saberes e experiências de vida que fomos
adquirindo ao longo da nossa existência.
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6. Referências Bibliográficas
Internet:
Gorjão Clara, João(s.d)” A Geriatria…O Envelhecimento….O doente idoso, O morrer
antes de, morrer…a excelência analítica” página disponível em “http://www.hsm.min‐
saude.pt/contents/pdfs/destaques/entrev_prof_gorjao_clara.pdf”
Gomes Cancela, Manuela Diana (2007)” O processo de envelhecimento” página
disponível em “http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0097.pdf”
Ribeirinho, Carla Marina da Cunha (2005) “Concepções e práticas de intervenção social em cuidados sociais no domicílio” Dissertação de mestrado em serviço social, Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa. Texto usado para a ficha de leitura da página 63‐99 página disponível em “http://www.cpihts.com/PDF02/Concep%C3%A7%C3%B5es%20Pr%C3%A1ticas%20de%20Interven%C3%A7%C3%A3o%20Social%20em%20Cuidados%20Sociais%20no%20Domic%C3%ADlio%20Carla%20Ribeirinho.pdf”
S/A. (25 de Agosto de 2010). Envelhecimento Ativo. Obtido de Portal do Envelhecimento : http://portaldoenvelhecimento.org.br/noticias/artigos/envelhecimento‐ativo.html
S/A. (11 de Janeiro de 2012). Dia Mundial da Saúde 2012 – Envelhecimento e Saúde. Obtido de Pegada Ambiental: http://pegadambiental‐sa.blogspot.pt/2012/01/dia‐mundial‐da‐saude‐2012.html
Martins, Rosa Maria Lopes(2002).Envelhecimento Demográfico Millenium,26 página disponível em: “http://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/626/1/Envelhecimento%20demogr%C3%A1fico.pdf”
INE(2001),página disponível em: http://paginas.ispgaya.pt/~vmca/Documentos_links/censo2001.pdf
Salmazo da Silva, Henrique et all(s.d). Associação Brasileira de Gerontologia (ABG):Histórico e Perspectivas de Ação Frente ao Surgimento de um Novo Campo Profissional. Página disponível em : http://www.portaldoenvelhecimento.org.br/artigos/z250.htm
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Anexos
Anexo 1.Avaliação da Página Web
Página encontrada em “www.portaldoenvelhecimento.org.br”
Anexo2. Texto de Suporte da Ficha de Leitura
Ribeirinho, Carla Marina da Cunha (2005) “Concepções e práticas de intervenção social em cuidados sociais no domicílio” Dissertação de mestrado em serviço social, Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa. Texto usado para a ficha de leitura da página 63‐99 página disponível em “http://www.cpihts.com/PDF02/Concep%C3%A7%C3%B5es%20Pr%C3%A1ticas%20de%20Interven%C3%A7%C3%A3o%20Social%20em%20Cuidados%20Sociais%20no%20Domic%C3%ADlio%20Carla%20Ribeirinho.pdf”