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LICENCIATURA EM SOCIOLOGIA 2012/2013 Envelhecimento e dinâmicas sociais João Ramiro Coimbra, 2012

Envelhecimento e dinâmicas sociais - fe.uc.pt · Envelhecimento e dinâmicas sociais Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Página 3 Centrando‐me em Portugal, observo

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LICENCIATURA EM SOCIOLOGIA 

2012/2013 

 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

                                            João Ramiro  

 

Coimbra, 2012 

 

 

FACULDADE DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA 

 

 Envelhecimento e dinâmicas sociais   

Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de Informação Sociológica. 

 

Docente: Paulo Peixoto 

Ano Lectivo:2012/2013 

Aluno: João Ramiro Dinis Pereira 

Nº2012142928 

 

Imagem de capa: retirada da galeria de imagens do Microsoft Word. 

 

 

 

 

Coimbra, 2012 

 

 

 

 

 

ÍNDICE 

 

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................   1 

2. ESTADO DAS ARTES .............................................................................................................   2 

  2.1. CONTEXTO GLOBAL DO ENVELHECIMENTO ...........................................................   2 

    2.1.1. Enquadramento da situação portuguesa .................................................   2 

  2.2. ENVELHECIMENTO EM PORTUGAL .........................................................................   5 

    2.2.1. Principais causas .......................................................................................   5 

    2.2.2. Consequências  .........................................................................................   7 

    2.2.3. Dinâmicas .................................................................................................   9 

3. DESCRIÇÃO DETALHADA DA PESQUISA ...............................................................................  12 

4. AVALIAÇÃO DA PÁGINA DA INTERNET ................................................................................  14 

5. FICHA DE LEITURA ................................................................................................................  17 

6.CONCLUSÃO ..........................................................................................................................  21 

7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................  22 

ANEXO I ‐ Página da internet avaliada 

ANEXO II ‐ Texto de suporte da Ficha de Leitura 

 

 

 

 

 

 

 

 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

  F a c u l d a d e   d e   E c o n o m i a   d a   U n i v e r s i d a d e   d e   C o i m b r a   Página 1 

1. INTRODUÇÃO 

No  âmbito  da  avaliação  contínua  da  unidade  curricular  de  Fontes  de  Informação 

Sociológica, foram propostos, por parte do Professor Doutor Paulo Peixoto, três temas para 

elaborar um trabalho: “Os desafios da sociedade de informação”, “A Europa e os migrantes 

no século XXI” e “Envelhecimento e dinâmicas sociais” 

Dentro  dos  temas  apresentados  optei  pelo  tema  “Envelhecimento  e  dinâmicas 

sociais”  com  base  no  facto  do  envelhecimento  da população  ser uma  realidade  cada  vez 

mais preocupante nos dias que correm, tendo vindo a agravar‐se cada vez mais ao longo dos 

anos.  No  meu  trabalho  vou  focar‐me  nos  efeitos  que  esta  problemática  tem  tido  em 

Portugal. Começo por enquadrar a evolução que  tem ocorrido em Portugal num contexto 

global.  Depois  abordo  o  caso  português  com  maior  detalhe,  explorando  as  causas  e 

consequências desta problemática. Por último analiso e proponho algumas dinâmicas que 

podem ser adotadas em prol de minimizar esta situação, descrevendo com maior pormenor 

a iniciativa do Envelhecimento Ativo e da solidariedade entre Gerações. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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2. ESTADO DAS ARTES  

2.1 CONTEXTO GLOBAL DO ENVELHECIMENTO 

2.1.1. Enquadramento da situação portuguesa  

O envelhecimento é  cada vez mais uma problemática das  sociedades actuais. Para 

compreender  bem  este  facto,  começo  por  definir  o  conceito  de  envelhecimento 

demográfico. Este designa‐se pela diminuição do peso das gerações mais jovens a favor das 

gerações  mais  velhas  (Bandeira,  et  al.,  2012),  isto  é  existe  um  desfasamento  entre  a 

população idosa e a população jovem/ativa1. 

Este fenómeno reconhecido na actualidade como universal, abrange tanto os países 

desenvolvidos  como  os  em  desenvolvimento,  prevendo‐se  que  com  o  passar  dos  anos 

assuma proporções cada vez mais significativas e preocupantes.    

Na Fig.1 são apresentados dados que mostram a verdadeira revolução demográfica 

que  tem  existido  á  escala  global desde  1960  e  estimativas  até  o  ano  2050. Note‐se, que 

actualmente  os  países  ainda  se  encontram  num  período  em  que  a  evolução  do 

envelhecimento  tem  vindo  a  acontecer  de  forma  gradual  em  comparação  com  a  forma 

drástica que se prevê essencialmente a partir de 2020.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                            1 Idade ativa é considerada a População entre os 15‐64 anos. Dos 0‐14 é considerado população jovem.

Fonte: UNPD apud (Departamento de Estatísticas Censitárias e de População do  INE  , 2002) 

Figura 1 ‐ Evolução da proporção de jovens e idosos, Mundo, 1960 ‐ 2050 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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Centrando‐me  em  Portugal,  observo  que  o  nosso  país  contribui  significativamente 

para este panorama à escala global, sendo um dos países mais envelhecidos.  

No  último  século  a  população  residente  em  Portugal  quase  que  duplicou  e  o 

envelhecimento continua a aumentar.  

 

“ Actualmente, com 10.356 milhões de habitantes, Portugal  tem um  total de 1,479 

milhões  de  jovens  com menos  de  15  anos  de  idade  (14.3%)  e  1,693 milhões  de 

pessoas  com mais de 65 anos  (16,4% da população  total).”  (Ferreira, Rodrigues, & 

Nogueira, 2012) 

 

Isto  representa  um  quadro  de  envelhecimento muito  acentuado  relativamente  ao 

nosso país com uma população idosa a exceder a população jovem.  

No  gráfico  seguinte  as  alterações  na  estrutura  demográfica  são  bem  visíveis  na 

comparação da  taxa média anual de crescimento que compreende os anos  (1960/2005) e 

(2005/2050).  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 2 – Taxa média anual de crescimento da população por grandes grupos etários, Portugal 1960/2005 e 2005/2050 

Fonte: INE apud (Gonçalves & Carrilho, 2007)

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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Com a análise desta evolução no nosso país podemos constatar que comparando os 

dois períodos de tempo, existe uma diminuição acentuada da população ativa [15‐64], o que 

se  pode  explicar  através  dos  baixos  índices  de  fecundidade  existentes  no  período 

[1960/2005].  No  entanto  a  geração  mais  velha  [+  65anos]  sofre  um  decréscimo,  mas 

continua  com  valores muito  elevados,  o  que  se  deve  essencialmente  a  um  aumento  da 

esperança média de vida portuguesa. 

Perspectivando um pouco o futuro, em 2050 estima‐se uma  inversão da pirâmide e 

consequente aumento de  idosos, “ … com 35,72% de pessoas com 65 e mais anos e 14,4% 

de  crianças  e  jovens,  apontando  a  longevidade  para  os  81  anos”.  (Governo  de  Portugal, 

2012) 

Dados publicados pela United Nations, Word Population Ageing, 1950‐2050 –Economic and 

Social Affairs, 2001 apontam, para a evolução do número de pessoas a ascender os 100 anos 

no nosso país, prevendo que em 2025 existam 1.800 pessoas a atingir esse feito  e, em 2050, 

6.400. 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 3 – Pirâmides etárias da população residente total, Portugal

Fonte: INE apud (Gonçalves & Carrilho, 2007) 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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Realço na figura 3, a presença maioritária de mulheres a partir da faixa etária dos 65 

anos,  o  que  nos  indica  uma maior  “feminização”  do  envelhecimento  reforçando  assim  o 

facto de em condições normais a mulher possuir maior longevidade que o homem. Destaco 

a comparação dos anos 1960 e 2050 onde é observável uma  inversão muito acentuada da 

forma da pirâmide. 

 

2.2 ENVELHECIMENTO EM PORTUGAL 

2.2.1.Principais Causas 

Considerando que a população com mais de 65 anos cresce a um ritmo superior, em 

comparação  às  gerações mais  jovens  e  visto  que  a  população  activa  está  a  ser  cada  vez 

menor, enumero algumas das causas que considero influenciar a existência deste fenómeno. 

São elas: baixos índices de fecundidade, aumento da esperança média de vida, emigração e 

mortalidade  infantil. Contudo por  falta de  tempo vou  centrar a minha análise apenas nos 

primeiros dois factores, respectivamente. 

 

Baixos índices de fecundidade 

Começo por distinguir  taxa de natalidade e  taxa de  fecundidade,  conceitos que  se 

revelam necessários para a compreensão deste ponto. Considera‐se  taxa de natalidade ao 

total de nados‐vivos no universo global. Ao número médio de  filhos que  tem cada mulher 

designa‐se taxa de fecundidade. É óbvio que a taxa de fecundidade influencia directamente 

a taxa de natalidade.  

Introduzidos  os  conceitos  básicos,  passo  agora  a  explicitar  os  baixos  índices  de 

fecundidade,  que  se  devem  a  um  nível  cada  vez maior  de  instrução  da mulher,  isto  é, 

estudando até mais tarde e apostando na sua carreira. Só depois de se sentirem realizadas 

nesse campo decidem avançar para o seu projecto de vida  (ter  filhos). Este  facto aumenta 

também a idade de casamento e do nascimento do primeiro filho. 

Outro dos fatores, embora relativamente recente, que influencia os níveis reduzidos 

de fecundidade é a revolução contraceptiva que veio diminuir para metade a procriação das 

mulheres portuguesas, visto existir cada vez mais planeamento por parte dos  casais, uma 

consequência  que  provém  em  certa  medida  do  progresso.  Também  a  instabilidade  no 

trabalho  e  a  insegurança  em  relação  ao  futuro  (num  cenário  de  crise  cada  vez  mais 

acentuado) leva a  evitar ter filhos ou a  retardar os nascimentos pela incerteza de os poder 

sustentar e educar. (Prof2000, 2008) 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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O Índice sintético de fecundidade serve para saber se um país possui a renovação das 

gerações assegurada. Neste gráfico da  fig. 4 é observável que Portugal neste momento se 

encontra  abaixo  do  valor  ideal  que  é  2.1.  Portanto  a  renovação  de  gerações  não  está 

assegurada e por consequência a população vai entrar num processo de rápido decréscimo e 

envelhecimento, o que se torna preocupante. 

 Aumento da longevidade 

 

O  papel  do  recuo  da mortalidade  no  envelhecimento  é  um  aspecto  que  contribui 

para a problemática que tenho vindo a falar ao longo do meu trabalho. A esperança média 

de vida está relacionada com o grau de desenvolvimento dos países pois existe uma grande 

diferença nas  condições de  vida entre países desenvolvidos e em desenvolvimento o que 

significa que quanto mais desenvolvido for um país, maior será a  longevidade das pessoas. 

Como  já  referi  anteriormente, ao  longo dos  anos, o nosso país  tem  vindo a  registar uma 

evolução  ao  nível  da  (EMV)2,  sendo  sempre  superior  nas  mulheres,  devido  à 

sobremortalidade masculina3. 

O aumento da longevidade deve‐se essencialmente a 3 factores: 

• Uma melhoria das condições de vida; as pessoas hoje em dia possuem melhores 

condições de habitação, educação e saneamento básico.  

                                                            2 EMV – sigla para esperança média de vida. 3 Relação entre as taxas específicas de mortalidade de homens e mulheres. Embora nasçam mais homens do que mulheres, morrem menos mulheres do que homens.

Figura  4  –  Índice  sintético  de  fecundidade  segundo  a  ordem  do  nascimento (1980 – 2008) 

Fonte: (Oliveira, 2009) 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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• Progressos  da  medicina;  com  o  passar  dos  tempos  têm‐se  feito  descobertas 

importantes  no  campo  das  doenças,  encontrando  a  cura  para  algumas  e  descobrindo  a 

origem de outras.  

• Melhoria  da  assistência médica;  a  população  hoje  em  dia  usufrui  de  um  sem 

número  de  valências  tais  como:  hospitais,  médicos  de  todas  as  especialidades, 

maternidades, entre outros. (Rosa, 2012) 

 

2.2.2. Consequências 

O  envelhecimento  demográfico  é  cada  vez mais  um  problema  social  e  económico 

visto afectar todas as gerações. Com o envelhecimento da população existe um consequente 

aumento da dependência de idosos. 

Enumero agora algumas das consequências do envelhecimento, tais como:  impacto 

no desenho das políticas sociais, risco de  insustentabilidade de sistemas  financeiros, maior 

taxa de abandono de idosos pelas famílias, baixa produtividade, fraca inovação tecnológica e 

diminuição do espírito empreendedor. Vou  focar‐me no  risco de  ineficiência da segurança 

social  e  no  abandono  dos  idosos  pelas  famílias,  situações  que  no meu  ponto  de  vista  se 

podem revelar mais gravosas a curto prazo.  

 

Insustentabilidade da segurança social 

 

Segundo (Mendes, 1995), o objetivo da segurança social passa pela 

 

“…garantia de recursos, o que subentende quer a substituição do rendimento, quer o 

rendimento de compensação e as prestações não pecuniárias, segundo uma lógica da 

satisfação das necessidades básicas.”  

 

Sintetizando,  o  objetivo  primordial  da  segurança  social  é  ajudar  os  mais 

desfavorecidos e aqueles que de certa maneira já deram o seu contributo ao país. 

Na  sociedade  portuguesa,  o  que  permite  aos  idosos  terem  uma  reforma  são  os 

descontos da população que se encontra em situação activa. Portanto, com o agravamento 

do envelhecimento ao  longo dos anos, os encargos com pensões,  reformas e subsídios de 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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desemprego são cada vez maiores, pois há um número cada vez maior de cidadãos inactivos 

sobretudo nas áreas mais rurais. (Rosa, 1993) 

Tudo  isto  coloca  a  segurança  social  em  dificuldades  financeiras  e  faz  emergir  um 

sentimento de receio das gerações mais novas face ao futuro.  

Uma solução para o envelhecimento poderia passar pelo regresso a níveis de  fecundidade 

mais  elevados, mas  para  isso  seria  necessário  políticas  de  incentivo  à  natalidade,  o  que 

acarreta um investimento por parte do estado, cenário este que não me parece muito viável, 

atendendo ao cenário de crise que enfrentamos. 

A  população  pode  estar  assim  perante  o  desmoronamento  de  um modelo  de  protecção 

social. 

 

Abandono dos idosos pelas famílias 

 

Dentro  das  consequências,  quero  referir  também  o  aumento  dos  maus‐tratos  a 

idosos  pelas  famílias,  que  tem  vindo  a  crescer no nosso  país. A  longevidade  é  um  factor 

positivo, na medida em que se vive mais tempo, mas, por vezes, pode trazer transformações 

negativas.  São  exemplos:  a  perda  da  capacidade  de memória,  dificuldades  físicas,  entre 

outras. Isto traduz‐se normalmente numa perda de autonomia. 

Enquanto há  saúde,  existe maior probabilidade de manutenção da  independência, 

que proporciona às pessoas mais facilidade e disposição para preencher seu tempo, manter 

relações sociais e realizar diversas actividades. O abandono dá‐se mais facilmente na velhice, 

quando  o  idoso  deixa  de  poder  trabalhar.  Para muitos  idosos  esta  fase  é  encarada  com 

revolta  porque  perdem  o  seu  papel  e  a  sua  autonomia  tendo  que  recorrer  à  família  ou 

amigos  mais  próximos  para  procurar  ajuda.  Por  isso  correm  o  risco  de  ser  excluídos, 

desvalorizados e desrespeitados. (Teixeira, 2010) 

 

Por conseguinte algumas famílias não possuem laços afectivos e portanto optam por 

maltratar os  idosos, deixando‐os sem apoio, a passar necessidades e sem os ajudar. A  isto 

chama‐se  abandono.  É  certo  que  os  filhos  e  familiares  têm  a  sua  profissão  e  encargos 

diários, mas isso não invalida de maneira nenhuma o mínimo de auxílio para com os pais ou 

família.  Portanto,  está  dependente  da  população  contrariar  estes  indicadores,  prestando 

auxílio aos mais velhos. Segundo o diário de notícias, 

 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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“Numa lista de 53 países europeus, da OMS, Portugal está no grupo dos cinco piores 

no  tratamento  aos mais  velhos:  39%  dos  nossos  idosos  são  vítimas  de  violência.” 

(Diário de Notícias, 2011) 

  

2.2.3. Dinâmicas  

Face ao problema do envelhecimento que enfrentamos nos dias que correm, torna‐

se necessário a criação de medidas para o combater este facto. Por um lado estas medidas 

podem ser ao nível do incentivo à natalidade, aumentando por exemplo a licença de parto, 

os subsídios de nascimento ou até mesmo o abono de família. Por outro lado, e assumindo 

particular  importância  na  questão  da  sustentabilidade  do  país  a  curto  prazo,  deve  ser 

sustentado o apoio por parte do estado ao envelhecimento ativo. Esta dinâmica  constitui 

uma mais‐valia em  vários  aspetos, não  só para os  idosos, mas para  toda  a  sociedade em 

geral.  Vou  destacar  especificamente  esta  dinâmica  do  envelhecimento  activo  porque me 

parece  fundamental para  a  recuperação da  segurança  social,  e  tende  a  ser  desvalorizada 

pelo governo em Portugal. 

 

Papel do envelhecimento ativo 

 

“Envelhecer é natural. Já o modo de envelhecer, não o é. A forma como se envelhece 

é uma marca da sociedade de referência, da comunidade de pertença e da condição 

de vida que se tem” (Tomás, 2012) 

 

Por conseguinte, associar este  fenómeno a  invalidez e  incapacidade está errado. O 

envelhecimento  dinâmico  poder  ser  uma  solução  para  o  crescimento  económico.  Traz 

soluções em três ramos essenciais: pobreza e exclusão social, emprego e saúde. Vou abordar 

cada um destes factores sucintamente.  

No  que  diz  respeito  à  Pobreza  e  Exclusão  Social,  seria  importante  apostar  numa 

estratégia  de  combate  à  pobreza  das  pessoas  mais  velhas  favorecendo  uma  acção  a 

diferentes níveis. Por exemplo:  

• Incentivar a igualdade de oportunidades e de género; 

• Revisão do papel dos pensionistas em termos de participação activa na sociedade, 

e as leis que fomentam a reforma e combate ao isolamento; 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

  F a c u l d a d e   d e   E c o n o m i a   d a   U n i v e r s i d a d e   d e   C o i m b r a   Página 10 

• Estímulo ao Empreendedorismo Sénior que incite à criação do próprio emprego ou 

de  uma  fonte  adicional  de  rendimentos,  como  forma  de  aumentar  as  suas  economias. 

(REAPN, 2009) 

 

Quanto ao Emprego seria pertinente promover medidas que visem uma Estratégia de 

Inclusão Activa dos mais velhos,  integrando um rendimento mínimo adequado, garantindo 

um  apoio  para  a  inserção  num mercado  de  trabalho  digno.  Exemplos  de  algumas  destas 

medidas são: 

• Adaptação dos postos de trabalho aos trabalhadores com idades mais avançadas. 

Horários flexíveis, mais formação, segurança e medicina no trabalho; 

• Incrementação da igualdade de oportunidades no acesso a emprego e abolição da 

discriminação pela idade;  

• Mudança na forma de organização da sociedade. (REAPN, 2009) 

 

Por  último,  na  Saúde  é  necessário  o  estado  reforçar  as  iniciativas  locais,  que 

actualmente  estão muito  desapoiadas  e  que  tentam  fazer  o  que  está  ao  seu  alcance  no 

âmbito  de  proporcionarem  às  pessoas  idosas  um  desenvolvimento  de  comportamentos 

saudáveis e consequente melhoria de qualidade de vida. Algumas das apostas na saúde são: 

• Maior  acompanhamento  dos  seniores  com  problemas  de  dependência,  por 

exemplo alcoolismo; 

• Minimizar o isolamento e a depressão dos idosos com programas de voluntariado 

ou acompanhamento de proximidade; 

• Assegurar os cuidados de nutrição das pessoas mais velhas; 

• Promover o exercício físico através da criação de associações recreativas com vista 

a minimizar os riscos da idade. (REAPN, 2009) 

 

Note‐se que algumas destas medidas que referi já foram implementadas e postas em 

prática  essencialmente  no  campo  da  saúde,  embora  de  forma muito  tímida  na  exclusão 

social e emprego. O problema é que estas medidas só resultam se forem articuladas umas 

com  as  outras  e  para  que  tal  aconteça  terá  de  haver  uma  mudança  organizacional  da 

sociedade portuguesa. 

 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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O Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as Gerações 2012 

procura: 

 

“…sensibilizar a sociedade europeia para o contributo socioeconómico prestado pelas 

pessoas  mais  velhas,  bem  como  promover  medidas  que  criem  mais  e  melhores 

oportunidades para que os cidadãos idosos se mantenham ativos.” (CIEDJ, 2012) 

 

Finalizando, não poderia deixar de  referir  a proclamação por parte do Parlamento 

Europeu  e Comissão  Europeia,  do  ano  2012,  como o  ano  do  envelhecimento  activo  e  da 

solidariedade  entre  as  gerações,  que  contribui  para  uma  evolução  global  dos  países  na 

maneira como encaram este fenómeno tornando assim uma Europa socialmente mais coesa. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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3. DESCRIÇÃO DETALHADA DA PESQUISA  

Para a  realização deste  trabalho,  recorri essencialmente a duas  fontes: a biblioteca 

Norte/Sul do Centro de Estudos Sociais e a Internet.  

Da parte da biblioteca procurei, essencialmente,  livros  referentes ao meu  tema de 

trabalho. Encontrei dois  livros que utilizei, denominados “Conjugação dos  tempos de vida: 

idade, trabalho e emprego” e “ Avaliação multidimensional em  idosos”. Estes  foram muito 

úteis para o desenvolvimento da minha pesquisa.  

Utilizei também um livro muito pertinente da Fundação Francisco Manuel dos Santos 

chamado “O envelhecimento da Sociedade Portuguesa”. Na minha pesquisa  tive sempre a 

preocupação de tentar encontrar informação que sociólogos já tenham desenvolvido acerca 

do tema em estudo. 

No que toca à Internet, procurei essencialmente informações de carácter académico 

e  institucional,  para  que  o meu  trabalho  fosse  de  alto  rigor  e  fiabilidade.  Sendo  assim, 

baseei‐me em informação, sobretudo em formato PDF, e que estivesse ligada a instituições 

de competência, e que  fossem reconhecidas. Note‐se também que na minha pesquisa tive 

especial  cuidado de não  utilizar  fontes de  informação  de  sites  estrangeiros, por  exemplo 

scielo, a não ser que se referissem em particular ao envelhecimento em Portugal.   

A maioria dos sites que encontrei na  Internet eram  fidedignos e  toda a  informação 

era clara, objetiva a pertinente. 

Para chegar a essa  informação, de maneira mais rápida e eficaz, utilizei o motor de 

busca  do  Google,  onde  introduzi  palavras  e  conjuntos  de  palavras‐chave  tais  como: 

“Envelhecimento  em  Portugal”,  “Envelhecimento  Ativo”,  “Consequências  do 

envelhecimento em Portugal”, “Causas do envelhecimento em Portugal” e “Dinâmicas face 

ao Envelhecimento”. 

Já detinha  algum  conhecimento base  sobre esta  área do  Envelhecimento  visto  ser 

uma  área  que me  interessa  particularmente.  Por  conseguinte  depois  de  ter  recolhido  a 

informação selecionei a que era mais relevante para o meu trabalho e posteriormente tratei‐

a e organizei‐a. 

Não quero deixar de destacar também que os gráficos que apresento no meu ensaio 

foram  retirados do  Instituto Nacional de Estatística. Recorri à  seção de estudos dentro da 

página do  INE  e  aí utilizei o motor de busca  interno que o  site possui,  introduzi  algumas 

palavras – chave e aí encontrei a informação que pretendia.  

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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 Após  toda esta pesquisa,  comecei a  ter uma noção mais  clara da estruturação do 

trabalho,  sendo  que  essa  estrutura  foi  se  alterando  à  medida  que  o  trabalho  se  ia 

desenvolvendo.  

Uma  última  nota  diz  respeito  à  formatação  das  fontes  bibliográficas.  Utilizei  a 

modalidade do Microsoft Word para inclusão das citações ao longo do texto bem como para 

construir as referências bibliográficas. O estilo utilizado foi o APA Sixth Edition. 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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4. AVALIAÇÃO DA PÁGINA DA INTERNET  

O site do Eurocid – Portal de informação europeia em língua portuguesa foi a página 

web eleita para a análise crítica. 

 O link de acesso a esta página é http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwhom0.inicio. O 

critério que esteve subjacente a esta escolha traduz‐se pela credibilidade desta Organização 

e  pelo  seu  nobre  trabalho  de  disponibilizar  informações  sobre  a  Europa  aos  cidadãos 

portugueses.  Não  só  aos  que  residem  no  nosso  país,  mas  também  às  comunidades 

portuguesas  que  se  encontram  dispersas  por  outros  continentes,  cumprindo  sempre  as 

diretrizes do Governo Português e da União Europeia acerca dos assuntos que divulga. 

A  página  divulga  ativamente  a  União  Europeia  através  de  uma  interligação  de 

algumas unidades que dispõe, tais como:  Informação e Comunicação; Formação, Animação 

Pedagógica e Projetos. Isto torna‐se uma mais‐valia, pois possibilita aos cidadãos um maior 

envolvimento nas temáticas que o site pretende dar a conhecer. 

Neste  site  cada  uma  das  áreas  temáticas  apresenta  um  separador  independente 

CIEJD, Parceria de Gestão, Aprender Europa, Oportunidades  e  “Temas”  sendo  este último 

separador o que escolhi pela relevância que tem para o meu trabalho de investigação (Ano 

Europeu do Envelhecimento Ativo 2012). Estas áreas são compostas de secções e respetivos 

conteúdos. Trata‐se de um site com elevado grau de fiabilidade que se confirma no final da 

última  página  do  site  através  da  consulta  das  credenciais  do  sítio: Governo  de  Portugal, 

Ministério dos Negócios Estrangeiros, Centro de Informação Europeia Jacques Delors.  

 Nessa mesma  página  podemos  também  encontrar  o mapa  do  sítio  e  sugestões. 

Todas  as  informações  estão  disponíveis  em  dois  idiomas:  Inglês  e  Português.  São 

informações  que  pretendem  divulgar  todas  as  iniciativas  desenvolvidas.  A  informação  é 

especialmente dirigida à população portuguesa, no entanto não descarta o acesso a pessoas 

que dominem a língua inglesa.  

A página engloba ainda uma biblioteca em linha em cooperação com Direcção Geral 

dos Assuntos Europeus (DGAE) e uma página Facebook. 

Apresenta  ainda  um  motor  de  busca  interna  que  facilita  uma  pesquisa  mais 

especializada.  

Este site não tem blocos  laterais de pesquisa. Possui apenas um bloco central onde 

para  cada  área  temática possui uma  imagem  alusiva  a  essa mesma  área. Abaixo de  cada 

imagem  respetivamente  estão  os  subtemas  de  cada  área  temática.  Por  exemplo  na  área 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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temática  “oportunidades”  são visíveis os  subtemas  indicados:  trabalhar, estagiar, negócio, 

candidaturas a apoios, etc. 

É um  site amplo e extenso pela  informação que veicula, pois contêm uma enorme 

diversidade  de  valências  alusivas  ao  tema  geral  “dar  a  conhecer  a  Europa  à  população”. 

Possui uma apresentação agradável sem grandes quantidades de texto, mas o tamanho da 

letra dos subtemas é demasiado pequena. No entanto a página possui uma  ferramenta no 

canto  superior  direito  (imediatamente  abaixo  da  barra  de  pesquisa)  que  possibilita  o 

aumento da letra para quem tiver dificuldades. 

Utilizando a barra de acessibilidades do Internet Explorer verifico que nesta página as 

tags do cabeçalho podem não estar a ser usadas corretamente. Na análise do contraste das 

cores e brilho o site é bom. Na diferença de cor obtemos o valor 765 quando o limite inferior 

é de 500. Na diferença de brilho obtemos o valor de 255 quando o limite inferior é de 125. 

Pelas  simulações  que  efetuei  constato  que  este  site  é  um  obstáculo  à  acessibilidade  de 

pessoas  com  deficiência  principalmente  com  glaucoma  e  retinopatia  diabética.  Realizei 

também o teste de legibilidade onde o índice de nevoeiro varia de 0 a 17 e quanto menor é 

o número, mais compreensível é o conteúdo para os visitantes. Neste teste obtive o valor de 

17. 

Em seguida utilizei outra ferramenta para avaliar a web site denominada Examinator 

que está  registada no W3C. Constatei que este site no  teste de prioridade 1  tem algumas 

lacunas,  como  por  exemplo:  existirem  9  link(s)  que  são  ativados  unicamente  através  de 

scripts. Isto é uma desvantagem visto que se não conseguimos aceder através de scripts não 

existe alternativa para chegar à informação desejada. No teste de prioridade 2 o site é bom 

porque  não  usa  atributos  obsoletos.  Estes  são  progressivamente  substituídos  por  outros 

mais  apropriados,  nomeadamente  através  do  uso  de  CSS.  Esta  medida  poderá  evitar 

problemas de acessibilidade. Destaco neste teste o erro que me parece mais grave que é o 

facto de existirem 8 links com o mesmo texto neste site que apontam destinos diferentes, o 

que  dificulta  a  procura  de  informação  por  parte  dos  utilizadores.  Por  último  o  teste  de 

prioridade  3  onde  destaco  nesta  página  a  identificação  do  idioma  principal  neste  caso 

português,  em  todas  as  páginas.  Como  aspeto menos  bom  refiro  que  os  links  não  estão 

organizados por lista, isto torna a sua localização mais complicada. 

Em suma, o site em análise pode constituir‐se como uma barreira à consulta de interessados 

que  não  dominem  qualquer  um  dos  dois  idiomas  oficiais  (português  e  Inglês)  e 

principalmente  a  pessoas  portadoras  de  deficiência.  Como  aspeto  positivo  enalteço  a 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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variedade  de  informação  e  iniciativas  acerca  do  tema,  distribuindo  a  informação  em 

temáticas. Considero este  site não  como uma  fonte de  informação mas  como uma  forma 

intermédia  de  complementar  a  minha  pesquisa  pois  não  possui  muita  informação 

relacionada com o meu tema de trabalho, mas penso que apela e sintetiza bem o ponto que 

desenvolvi no meu trabalho que é o envelhecimento ativo. 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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5. FICHA DE LEITURA   

Título da obra: O Envelhecimento da Sociedade Portuguesa. 

Autor: Maria João Valente Rosa. 

Editora: Fundação Francisco Manuel dos Santos. 

Local de edição: Lisboa. 

Data da publicação: 2012. 

Tipo de publicação: Livro. 

Data da leitura: 27 de Outubro de 2012. 

 

 

Nota sobre a autora:  

Maria  João  Valente  Rosa,  nascida  em  Lisboa  (1961),  é  professora  no  Instituto 

Superior de Estatística e Gestão de Informação, na Universidade Nova de Lisboa. 

Está,  desde  2009  a  dirigir  a  Pordata  –  Base  de  Dados  Portugal  Contemporâneo, 

projecto da Fundação Francisco Manuel dos Santos. 

 

Assunto:  A  problemática  do  envelhecimento  em  Portugal:  receios  e  perspectivas  de 

resolução. 

 

Palavras  –  chave:  Envelhecimento  demográfico;  Portugal;  população;  envelhecimento 

individual; envelhecimento colectivo; receios; sociedade.  

 

Observações:  

A análise deste  livro insere‐se muito bem no tema do meu trabalho visto enquadrar 

as dinâmicas sociais como forma de combater o envelhecimento. O seu propósito centra‐se 

na evidência de uma população cada vez mais envelhecida, mas  também, no papel que a 

sociedade poderá ter num futuro próximo, ao adaptar as suas estruturas sociais e mentais à 

evolução dos factos, contribuindo assim para mudar o curso desta tendência de se afirmar 

que envelhecimento é sinónimo de inactividade e desintegração social. 

 

 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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Resumo:  

Neste  ensaio,  pretende  transmitir‐se  que  com  o  decorrer  dos  anos  a  população 

portuguesa  está  a  tornar‐se  cada  vez  mais  envelhecida  devido  essencialmente  a  dois 

factores: uma melhoria das condições de vida e uma diminuição dos níveis de fecundidade e 

de mortalidade. Deparando se com a  inevitabilidade desta evolução demográfica a autora 

propõem uma  adaptação das  estruturas  sociais  e mentais de modo  a  integrar  e  a  tornar 

produtivo o desempenho dos mais velhos na sociedade.  

 

Desenvolvimento:  

A obra começa com a explicitação de dois conceitos fundamentais: o envelhecimento 

individual  e  o  envelhecimento  coletivo.  Dentro  do  envelhecimento  individual  podemos 

distinguir duas situações: o envelhecimento cronológico (aquele que resulta exclusivamente 

da idade) e o biopsicológico (aquele que é um reflexo do cronológico mas é vivido por cada 

indivíduo  de  forma  diferente). No  ramo  do  envelhecimento  coletivo  incluem‐se  também 

duas noções: o envelhecimento demográfico (classificação dos  indivíduos em categorias de 

idade) e o societal (como o nome indica da sociedade). Refiro que este último não tem que 

ser  necessariamente  consequência  do  envelhecimento  demográfico  porque  por  uma 

população estar a envelhecer não quer dizer que uma  sociedade  também envelheça, pois 

esta pode reagir alterando o curso dos factos, encontrando assim uma forma adequada de 

os enfrentar.  

Após  esclarecer  os  termos  chave  para  o  entendimento  da  problemática  a  autora 

centra‐se em Portugal e em como este país está cada vez mais envelhecido destacando dois 

fatores principais que contribuem para esta situação: a redução da mortalidade e a redução 

da  fecundidade. Quanto  à  redução  da mortalidade  deve‐se  essencialmente  ao  progresso 

científico e social e consequente melhoria das condições de vida da população, aumentando 

assim a esperança média de vida da população. À redução da fecundidade atribui‐se como 

principal motivo a maior participação das mulheres no mercado de trabalho e a uma maior 

instrução da população em geral. 

Em seguida, a autora alerta para três receios face ao envelhecimento da população. 

Em  primeiro  refere  um  risco  nas  renovações  de  gerações  que  é  cada  vez maior  face  ao 

envelhecimento, em segundo lugar reflete no impacto sobre a produtividade que é afetada 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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por uma diminuição cada vez maior da população ativa4 e por  fim prevê que o sistema da 

Segurança Social daqui a uns tempos não consiga equilibrar as contas face ao aumento cada 

vez maior de pensionistas paralelamente à descida cada vez mais acentuada do número de 

ativos. 

No último capítulo da obra é proposto um conjunto de ideias ao sistema atual tendo 

como objetivo alcançar uma sociedade mais inteligente. Começa por ser refletido o ciclo de 

vida atual e propor‐se a passagem de lógica de partição (aquele que vigora) para a lógica de 

interligação (aquele que a autora refere). Esta alteração consiste em abandonar aquele ciclo 

“partido”  (formação,  vida  ativa  e  pós‐ativa)  onde  estão  presentes  constantes  barreiras  e 

sentimentos negativos entre cada mudança de fase e assim adotar o modelo de interligação. 

Na  lógica  de  interação/interligação  as  várias  fases  vão  funcionar  como  complementos 

mútuos e simultâneos de modo a gerar mais produtividade e maior satisfação pessoal. 

De seguida aborda‐se outro ponto o relacionamento cultural onde a autora defende que a 

imigração é um fator crucial para atenuar os níveis de envelhecimento em Portugal e para 

fazer crescer a economia, criticando assim mais uma vez a lógica de partição (exclusividade, 

isolamento) que coloca os  imigrantes como alternativa a “nós” o que está errado. Fazemos 

com isto uma avaliação “antiexistencialista” ou seja já fazemos uma imagem deles antes de 

sabermos  quem  são.  Por  isso  uma  vez mais  a  lógica  de  interligação  seria  uma  solução  a 

tomar  em  conta  a  este  nível,  constatando  que,  a  vinda  de  imigrantes  ativos,  altamente 

qualificados, com o objetivo de contribuir para a riqueza nacional seria uma mais‐valia para 

o nosso país.  

Outra das propostas que está visível neste ensaio é ao nível da situação de trabalho 

onde se pretende uma coexistência interativa entre o trabalho por conta própria e por conta 

de  outrem  no  seio  de  uma  mesma  atividade  profissional,  coisa  que  não  acontece  na 

sociedade  contemporânea.  Dentro  desta  proposta  a  autora  expõem  ainda  uma  pequena 

reflexão à volta dos  termos emprego e  trabalho,  referindo que as pessoas procuram cada 

vez mais um emprego para toda a vida, o que é difícil pois a sociedade está em constante 

mudança.  O  livro  remete‐nos  assim  ao  valor  do  trabalho  como  forma  de  adaptação  à 

sociedade contemporânea.  

                                                            4 A autora não partilha da opinião que um país envelhecido é sinónimo de uma menor produtividade, mas limita‐se a apresentar os factos para a estrutura social e mental vigente.  

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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Concluindo as suas ideias Maria João Valente Rosa defende que para se conseguir um 

trabalho, tem de ser na base do empenhamento e da dedicação (princípio da meritocracia5) 

e não em aspetos tão discutíveis como a antiguidade, o estatuto, ou a nacionalidade. 

 

Anotações Finais:  

A interpretação deste livro permitiu‐me abrir os horizontes em relação ao impacto do 

envelhecimento em Portugal e  fez – me perceber que temos de aprender a  lidar com este 

fenómeno antes de cairmos numa situação de insustentabilidade. 

Pretendo destacar dois pontos  fortes desta obra: o primeiro a  ideia da autora promover a 

integração  dos  mais  velhos  no  mercado  de  trabalho  com  funções  devidamente 

proporcionais é certo mas, dando assim, o seu contributo ao país. Em segundo lugar o livro 

alerta  para  os  receios  do  envelhecimento  principalmente  ao  nível  da  produtividade  e  da 

Segurança Social o que acho ser muito pertinente e real no actual momento de crise em que 

se encontra o país.  

Como nota final, e não em jeito de crítica expresso o ponto da obra que achei menos 

viável neste momento. Não obstante a devidas alterações que devem ocorrer na sociedade, 

acho a proposta da autora de reformulação do ciclo de vida um pouco utópica, devido a ser 

muito  drástica.  Concordo  que  deve  haver  uma  mudança  nesse  ponto  mas  não  dessa 

maneira. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                            5 (“tenho certo trabalho porque mereço”), segundo a autora a prática parece ainda não ser esta na sociedade.

 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

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6. CONCLUSÃO   

No  decorrer  do meu  trabalho,  foi  possível  visualizar  a  evolução  que  tem  vindo  a 

ocorrer em Portugal no que diz respeito ao envelhecimento da sociedade. Tentei transmitir 

ao  longo deste ensaio que esta evolução por um  lado é boa porque as pessoas vivem mais 

tempo, mas por outro  lado aliada a baixos  índices de  fecundidade  torna‐se um problema, 

pois existem cada vez menos pessoas em situação ativa. Portanto, baseando‐me nas fontes 

que achei mais importantes para o meu tema apelo a uma mudança na sociedade e a uma 

adaptação das atuais políticas que estão em vigor. 

Apesar de  ter salientado apenas os pontos que referi no meu  trabalho, poderia  ter 

referido mais, por exemplo a  imigração que  também  se  relaciona  com a problemática do 

envelhecimento, mas isso na minha opinião já seria entrar noutro dos temas que o professor 

havia proposto “A Europa e os migrantes no século XXI”.  

Remato  com  um  último  ponto  desta  conclusão  que  diz  respeito  às  vantagens  e 

dificuldades que tive durante a realização desta pesquisa.  

Existe muita  informação  sobre  envelhecimento.  Portanto,  não  foi  difícil  encontrar 

material sobre o qual pudesse trabalhar. Pelo contrário, por vezes foi até difícil seleccionar 

as fontes, devido a um excesso informativo. No que diz respeito à estruturação do trabalho, 

penso que o estruturei de maneira objetiva e correcta.  

Outra  dificuldade  que  encontrei  na  realização  do  trabalho  foi  a  elaboração  das 

referências bibliográficas de Web sites, o que tentei resolver com os conhecimentos que me 

foram transmitidos nas aulas. 

Apesar  de  todos  estes  obstáculos,  a  realização  deste  trabalho  trouxe‐me  muitas 

vantagens  pessoais  e  académicas.  Penso  que  adquiri  um maior  conhecimento  sobre  este 

assunto, e tive também oportunidade de pôr em prática conhecimentos assimilados durante 

as  aulas  que me  foram  úteis  na  escolha de  fontes  de  informação  fiáveis  e  diversificadas. 

Assim,  penso  que  a  realização  de  trabalhos  deste  tipo  constituem  uma  vantagem  para 

alunos do primeiro ano, em que tudo ainda é novidade e que não estão muito habituados a 

trabalhos deste rigor e envergadura.

 

 

 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

  F a c u l d a d e   d e   E c o n o m i a   d a   U n i v e r s i d a d e   d e   C o i m b r a   Página 22 

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  

Bandeira, M. L., Azevedo, A. B., Gomes, M. C., Mendes, M. F., Baptista, M. I., & Moreira, M. J. 

(14 de Maio de 2012). Dinâmicas Demográficas e envelhecimento da população 

portuguesa: evolução e perspectivas. Obtido de Fundação Francisco Manuel dos 

Santos: http://www.ffms.pt/upload/docs/cf188adf‐cdc8‐496e‐8fb8‐

8e89516aad00.pdf 

CIEDJ. (2012). Eurocid ‐ 2012 ‐ Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade 

entre Gerações. Obtido de Eurocid ‐ Portal de informação europeia em língua 

portuguesa: 

http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe_area?p_cot_id=7271&p_est_id=

14608 

Departamento de Estatísticas Censitárias e de População do INE . (8 de Abril de 2002). O 

Envelhecimento em Portugal :Situação demográfica e socio‐económica recente das 

pessoas idosas. Obtido de Portal do Instituto Nacional de Estatística: 

http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_estudos&ESTUDOSest_boui=

106370&ESTUDOStema=00&ESTUDOSmodo=2 

Diário de Notícias. (2011). Portugal na lista negra dos maus tratos a idosos. Diário de 

Notícias. 

Ferreira, P. L., Rodrigues, R., & Nogueira, D. (2012). Características demográficas da 

população idosa. In P. L. Ferreira, R. Rodrigues, & D. Nogueira, Avaliação 

multidimensional em idosos (pp. 19‐27). Coimbra: Mar da palavra. 

Gonçalves, C., & Carrilho, M. J. (2007). Envelhecimento crescente mas espacialmente 

desigual . Obtido de Portal do Instituto Nacional de Estatística: 

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56496766&ESTUDOStema=00&ESTUDOSmodo=2 

Governo de Portugal. (Janeiro de 2012). Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da 

Solidariedade entre Gerações ‐ Programa de Ação 2012 . Obtido de Instituto de 

Gestão do Fundo Social Europeu: 

Envelhecimento e dinâmicas sociais 

 

  F a c u l d a d e   d e   E c o n o m i a   d a   U n i v e r s i d a d e   d e   C o i m b r a   Página 23 

http://www.igfse.pt/upload/docs/2012/Programa%20A%C3%A7aoAnoEuropeu2012.

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Mendes, F. R. (1995). Por onde vai a segurança social portuguesa? Obtido de Análise Social ‐ 

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Oliveira, I. T. (2009). O adiamento da fecundidade em Portugal (1980‐2008). Obtido de Portal 

do Instituto Nacional de Estatística: 

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95393022&ESTUDOStema=00&ESTUDOSmodo=2 

Prof2000. (6 de Abril de 2008). Geografia 10ºAno. Obtido de Prof 2000: 

http://www.prof2000.pt/users/elisabethm/geo10/index6.htm 

REAPN. (28 de Outubro de 2009). Envelhecimento Activo ‐ Observatório ‐ Luta contra a 

pobreza na cidade de Lisboa. Obtido de Observatório ‐ luta contra a pobreza na 

cidade de Lisboa: http://observatorio‐lisboa.eapn.pt/download.php?file=156 

Rosa, M. J. (1993). O desafio social do envelhecimento demográfico. Análise Social, pp. 679‐

689. Obtido de Análise Social ‐ Revista do Instituto de Ciências Sociais da 

Universidade de Lisboa: 

http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223291769P9jTF5la0Hq76JE3.pdf 

Rosa, M. J. (2012). O Envelhecimento da Sociedade Portuguesa. Lisboa: Fundação Francisco 

Manuel dos Santos. 

Teixeira, L. M. (2010). Solidão, depressão e qualidade de vida em idosos: um estudo 

avaliativo exploratório e implementação‐piloto de um programa de intervenção . 

Lisboa: Universidade de Lisboa ‐ Faculdade de Psicologia. 

Tomás, L. M. (2012). A idade no trabalho e o envelhecimento dos trabalhadores. In L. M. 

Tomás, Conjugação dos Tempos de vida: idade, trabalho e emprego. (pp. 89‐ 111). 

Lisboa: mundos sociais. 

 

 

 

 

ANEXO I 

Página de internet avaliada 

 

ANEXO II 

Texto de suporte da Ficha de Leitura 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANEXO II 

Texto de suporte da Ficha de Leitura 

 

Rosa, M.J  (2012). O Envelhecimento da Sociedade Portuguesa.  Lisboa: Fundação  Francisco Manuel dos Santos.