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Envelhecimento e Dinâmicas Sociais João Santos - 2012141946 Coimbra 2012

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Envelhecimento e Dinâmicas Sociais

João Santos - 2012141946

Coimbra 2012

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Faculdade de Economia

Universidade de Coimbra

Envelhecimento e Dinâmicas Sociais

Trabalho de avaliação contínua realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de Informação Sociológica

Imagem da capa: Welcome Images,

Http://images.wellcome.ac.uk/indexplus/image/AS0000186FA13.html

João Santos - 2012141946

Coimbra 2012

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Índice

1. Introdução ............................................................................. 1

2. Breve resumo demográfico ...................................................... 2

3. Questão social do envelhecimento ............................................ 4

3.1 Políticas sociais tomadas por Portugal sobre a questão social do envelhecimento .................................................................. 6

4. Envelhecimento ativo .............................................................. 8

4.1 Objetivos do ano europeu para o Envelhecimento Ativo ........... 8

5. Descrição detalhada da pesquisa ............................................ 10

6. Avaliação de uma página web: ............................................... 11

7. Ficha de leitura ..................................................................... 13

8. Conclusão ............................................................................ 17

9. Referências Bibliográficas ...................................................... 18

Anexo I – Suporte de texto à ficha de leitura

Anexo II – Suporte de análise da pagina de internet

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1. Introdução

Hoje em dia fala-se cada vez mais no envelhecimento e sobre os problemas que supostamente causam na sociedade. Quando vemos uma certa hostilidade em relação às pessoas mais experientes da nossa sociedade, este trabalho tenta ver esta questão de um ponto de vista sociológico e mostrar que a velhice não tem só aspetos negativos a nível pessoal e social como se quer fazer querer, por vezes.

O tema do trabalho “Envelhecimento e Dinâmicas Sociais” é demasiado amplo portanto resolvi focar-me nos seguintes temas:

• Questões sociais em redor do envelhecimento

• Panorama geral a nível demográfico do envelhecimento

• Políticas inclusivas sobre o envelhecimento

• Envelhecimento ativo

A nível pessoal escolhi este tema por ser um tema que conheço superficialmente e quero aprofundar os meus conhecimentos sobre ele. Acho-o também interessante na medida em que é uma realidade crescente na nossa sociedade e só agora se começam a sentir os seus efeitos.

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2. Breve resumo demográfico

Portugal, de acordo com os Censos 2011, apresenta um quadro de envelhecimento demográfico bastante acentuado, com uma população idosa (pessoas com 65 e mais anos) de 19,15%, uma população jovem (pessoas com 14 e menos anos) de 14,89% e uma esperança média de vida à nascença de 79,2 anos. Em 2050 prevê-se que se acentue a tendência de involução da pirâmide etária, com 35,72% de pessoas com 65 e mais anos e 14,4% de crianças e jovens, apontando a longevidade para os 81 anos.

(…) Em 2050, dos 7,6 anos que as mulheres dos nossos dias podem viver, em média, para além dos 80 anos, passar-se-á para 10,2 e, dos 5,9 anos para os homens passar-se-á para os 7,3. Notória é, também, a presença maioritária de mulheres (58%) no grupo etário dos 65 e mais anos, em relação à dos homens do mesmo grupo (42%), sinal da “feminização” do envelhecimento, que se observa na sociedade portuguesa desde 1900. (s.a, 2012)

A informação a cima mostra-nos o quão acentuado é o envelhecimento em Portugal, e por acréscimo a importância de tornar os idosos cada vez mais uma parte ativa da sociedade e enveredar por políticas promotoras do envelhecimento ativo.

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Tabela 1 - Percentagem da população com idade entre 55 e 64 anos e 65+. Fonte: (Allen, 2012 adaptado).

1990 2010

Aged 55-64 Aged 65+ Aged 55-64 Aged 65+

EU27 10.8 13.7 12.2 17.4

Belgium 11.5 14.8 12.2 17.2

Bulgaria 12.7 13.0 13.8 17.5

Czech Republic 10.4 12.5 14.1 15.2

Denmark 9.8 15.6 13.1 16.3

Germany 11.1 14.9 11.9 20.7

Estonia 11.3 11.6 11.9 17.1

Ireland 7.9 11.4 10.1 11.3

Greece 12.5 13.7 12.0 18.9

Spain 11.1 13.4 10.9 16.8

France* 10.5 13.9 12.6 16.8

Italy 11.8 14.7 12.3 20.2

Cyprus 8.1 10.8 11.3 13.1

Latvia 11.6 11.8 11.4 17.4

Lithuania 10.8 10.8 10.7 16.1

Luxembourg 11.4 13.4 10.8 14.0

Hungary 11.5 13.2 13.2 16.6

Malta 9.0 10.4 14.1 14.8

Netherlands 9.4 12.8 13.0 15.3

Austria 10.4 14.9 11.3 17.6

Poland 10.0 10.0 12.9 13.5

Portugal 11.0 13.2 11.9 17.9

Romania 11.1 10.3 11.8 14.9

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3. Questão social do envelhecimento

Para abordar este tema irei partir do conceito de políticas sociais de velhice, apresentado por Ana Alexandre Fernandes, que as definiu como “conjunto das intervenções públicas, ou ações coletivas, que estruturam, de forma explícita ou implícita, as relações entre velhice e a sociedade” (1999, pp. 22-23). Apesar de esta definição não se referir ao envelhecimento mas sim à velhice, podemos tirar algumas conclusões dela:

• As políticas sociais não são só definidas pelo Estado, também a comunidade (ou “ações coletivas”) pode promovê-las ou até criá-las consoante as suas necessidades.

• O facto de as comunidades e o Estado, implícita e explicitamente, estruturarem as relações que a velhice (e por acréscimo o envelhecimento, dado que ele é o seu processo continuado no tempo) tem com a sociedade. No meu ponto de vista isto torna-se relevante pois mostra que não é só através de leis (explicitamente) que o Estado ou a coletividade definem algo mas também é através da inculcação da ideologia comum que nos leva a aceitar certos aspetos da vida social, normas por exemplo, e rejeitar outros (implicitamente).

Tabela 2 - Indíce de envelhecimento na UE a 27 e em Portugal. Fonte: Pordata apud Eurostat, NU, Institutos Nacionais de Estatistica, 2012a

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Com isto em mente podemos tentar definir as questões sociais do envelhecimento e tirar algumas ilações dele.

Segundo Francisco Canais Rocha (2010) o problema do envelhecimento tornou-se num problema social resultante

Das transformações demográficas operadas nas últimas décadas nas sociedades mais desenvolvidas, as quais conduziram a um progressivo aumento da esperança média de vida e a uma acentuada redução da taxa de natalidade. Há cada vez mais idosos e cada vez menos crianças. E a tendência é para o seu agravamento.

Este aumento do número de idosos na sociedade europeia parece levar a que cada vez mais se crie uma ideia, na sociedade, de que ser idoso representa o fim da vida produtiva, entre outros aspetos negativos do envelhecimento, e não se vê o envelhecimento como “um bem” resultante “da melhoria generalizada das condições de vida, em larga medida induzida pelo sucesso de políticas sociais públicas como as de saúde, de redistribuição de rendimentos (…) e de trabalho” (Capucha, 2007). O mesmo autor diz-nos que o problema parte também do Estado, não só da sociedade, ao tratar o envelhecimento como um risco, tal como o desemprego, os acidentes de trabalho ou a doença, mostrando-nos assim até que ponto este pensamento está inculcado na sociedade e por acréscimo na classe dirigente.

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3.1 Políticas sociais tomadas por Portugal sobre a questão social do envelhecimento

Mais acima falámos do conceito de políticas de velhice e acho que é plausível aplicá-lo ao envelhecimento, mas tendo sempre presente que o envelhecimento é um processo que se prolonga na vida e acima de tudo natural. Das medidas tomadas pelo Governo português, segundo Maria dos Anjos Santos Soeiro (2010), destacam-se:

• A criação, em 1971, do serviço de Reabilitação e Proteção aos Diminuídos e Idosos, no âmbito do Instituto da Família e Ação Social inserido na Direção Geral de Assistência Social;

• A consagração na Constituição do direito à Segurança Social em 1976;

• O alargamento das instituições para idosos como IPSS e outras organizações privadas ou com apoios do estado, como Centros de Dia, de Convívio, Lares para Idosos, etc.;

• A discriminação positiva no acesso a alguns bens e serviços.

Estas medidas demonstram uma consciencialização cada vez maior do problema do envelhecimento ao longo do tempo e a percepção pelo Estado que ele também tem o seu papel no que toca à promoção do bem-estar dos idosos que por inúmeras razões não podem cuidar deles próprios ou precisam de ajuda, tanto a nível de apoio ao domicílio como a nível económico.

Tabela 3 - Pensionistas de invalidez evelhice do regime geral da SegurançaSocial com pensões inferiores aosalário mínimo nacional (em euros)em Portugal. Fonte: Pordata apudCNP/MTSS, 2012b

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Os benefícios trazidos por estas medidas para Maria dos Prazeres Lourenço (2005, pp. 141-144) são alguns, sendo os principais:

• Autonomia do idoso no seu domicílio, com a adequação do ambiente domiciliário às suas necessidades;

• Reabilitação;

• Cuidados integrados a pessoas em situação de dependência;

• Postos de trabalho criados;

• Extensão do apoio domiciliário 24 horas;

• Alargamento da cobertura existente dos serviços de apoio domiciliário;

• Ligação do idoso ao “Serviço Telealarme”;

• Pequenas obras de adaptação das instalações (para o funcionamento das atividades);

• Trabalho integrado Saúde/Ação Social.

Na tabela 2 podemos verificar que em 1991 os reformados por velhice que ganhavam menos que o salário mínimo nacional eram 712.097, 10 anos depois eram 957.651 e outros dez anos passados já são 1.312.820. Uma questão que, ao olhar para a sociedade atual, podemos pôr é até que ponto estas medidas são suficientes se muitos idosos vivem com menos que o salário mínimo nacional… Principalmente quando vemos notícias de idosos que são descobertos mortos nas suas casas, idosos que vivem em casas completamente degradadas e que muitas vezes têm de fazer a escolha entre a toma dos medicamentos para curar os males próprios da idade, a comida que lhes sustenta o corpo ou a renda da sua casa, o dinheiro não chega para tudo.

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4. Envelhecimento ativo

Segundo a OMS (2012) o envelhecimento ativo é

Um processo que otimiza as oportunidades a nível da saúde, participação na sociedade e segurança de modo a aumentar a qualidade de vida das pessoas. Aplica-se tanto a um individuo ou a grupos. O envelhecimento ativo permite que as pessoas concretizem o seu potencial físico, social e bem-estar psicológico durante a sua vida e que participem na sociedade, ao mesmo tempo que lhes é fornecida proteção, segurança e apoios sociais quando necessitarem (tradução minha).

Determinantes do Envelhecimento Ativo

Os determinantes do envelhecimento ativo, segundo Alice Mendonça (2012) dividem-se entre:

• Aspetos Socioculturais – Fatores sociais, pessoais, comportamentais, ambientais, económicos e serviços de saúde e sociais.

• Género

4.1 Objetivos do ano europeu para o Envelhecimento Ativo

Foi aprovado pelo Parlamento Europeu que 2012 seria o ano do envelhecimento ativo, para assim “facilitar a criação de uma cultura de envelhecimento ativo na Europa, baseada numa sociedade para todas as idades.”

São objetivos do Ano Europeu (Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu , 2012):

- A sensibilização da opinião pública para o valor do envelhecimento e das suas diversas dimensões; atribuir ao envelhecimento ativo destaque nas políticas dos países da UE, para assim mostrar o contributo que os mais velhos podem ter na sociedade e na economia; promover o envelhecimento ativo, a solidariedade

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intergeracional para assim “explorar o melhor potencial das pessoas mais velhas”, permitindo que elas tenham uma vida independente.

- Debater e promover o debate, proceder à troca de informações e “desenvolver aprendizagens mútuas entre os Estados Membros” para promover políticas de envelhecimento ativo.

-Propor compromissos e ações concretas que permitam à UE, aos Estados Membros e a sociedade civil elaborar soluções, politica e estratégias a longo prazo para “através de atividades específicas e procurar atingir objetivos concretos no domínio do envelhecimento ativo e da solidariedade intergeracional”;

- “Promover atividades que contribuam para lutar contra a discriminação em razão da idade, para superar os estereótipos relacionados com a idade e para eliminar obstáculos, em especial no que diz respeito à empregabilidade.”

O Ano Europeu 2012 abrange três dimensões do envelhecimento ativo:

- O envelhecimento ativo no emprego: exigindo condições de trabalho e de adaptação ao estado de saúde e às necessidades dos trabalhadores.

- Participação na sociedade: evitar o isolamento social e outros riscos associados, através da participação em atividades como voluntariado e/prestação de cuidados a familiares.

- Vida independente: aumentar os anos de vida saudável, promovendo e melhorando os cuidados de saúde e tentar tornar o ambiente mais acessível para as pessoas mais velhas.

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5. Descrição detalhada da pesquisa

Comecei por pesquisar, na secção da pesquisa avançada, do catálogo online da biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra por “envelhecimento” e “dinâmicas sociais” e encontrei um livro que me pareceu interessante para o meu trabalho no entanto estava indisponível pois já tinha sido requisitado, tendo depois encontrado um exemplar disponível na Biblioteca Municipal de Coimbra, decidi então começar a pesquisar na internet.

Procurei informação sobre as questões sociais do envelhecimento no Google.pt e no Google Scholar, inserindo na caixa de procura “questões sociais” “envelhecimento”, obtive deste modo 39 600 resultados, encontrando assim informação que me permitiu ter uma ideia geral do impacto social do envelhecimento, foi nessa altura que resolvi focar-me em Portugal, nos impactos do envelhecimento e medidas tomadas em relação ao mesmo pesquisando “questões sociais” “envelhecimento” RELATED Portugal conseguindo aprimorar a minha pesquisa para 19 400 resultados.

Após esta pesquisa iniciei uma nova, desta vez relacionada com o envelhecimento ativo, procurei informação que me permitisse ter um panorama geral da demografia portuguesa, informação sobre envelhecimento ativo (inserindo no Google “envelhecimento ativo” tendo obtido 217 000) resultados e também sobre o que ele significa.

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6. Avaliação de uma página web:

http://www.envelhecimentoativo.pt

O site da internet que vou analisar chama-se Envelhecimento Ativo, criado no âmbito do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo, sendo esse também o autor (autor institucional). Escolhi analisar este site pois acho que é bastante pertinente para o tema do meu trabalho. Neste site encontra-mos informação relativa às iniciativas do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo, notícias em relação ao tema do envelhecimento ativo e tenta divulgar esse modo de vida para que os idosos tenham consciência que envelhecer ativamente é bom para eles e para a sociedade. O público-alvo é claramente a população idosa mas, na minha opinião, acaba por ser todos os internautas dado que consciencializa as pessoas para a problemática do envelhecimento ativo e o que se pode fazer para envelhecer ativamente, no entanto o site ao estar escrito em português só será útil às pessoas que o saibam, é importante referir este aspeto pois o português, apesar de ser uma língua que é cada vez mais falada não é tão conhecida como o inglês, alemão ou francês, isto de um ponto de vista europeu, claro. No topo da página existem vários separadores, a referir:

• Ano Europeu – Portugal – Subdivide-se em: mensagem da coordenadora, intervenções da coordenadora, decisão da União Europeia, estrutura, embaixadores, missão, valores, visão, programa e contatos – tem como objetivo mostrar os objetivos do ano europeu e o seu programa.

• Iniciativas – Subdivide-se em: Emprego, Trabalho e ALV, participação na sociedade, vida autónoma e submeter iniciativas - tem como objetivo mostrar as iniciativas do ano europeu do envelhecimento e o trabalho realizado ao longo do ano.

• Parceiros. • Testemunhos – Apresenta testemunhos reais de pessoas que

que envelhecem ativamente e por isso são mais felizes e participativas na sociedade.

• Recursos – Subdivide-se em: dados sociodemográficos, documentos técnicos e publicações, apoios financeiros, multimédia, logos e material promocional.

• Noticias – mostra noticia a relativas ao envelhecimento ativo e ao ano europeu do envelhecimento ativo.

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A estrutura do site não é muito complexa, até é acessível mas tem bastante informação e noticias o que faz com que a nossa atenção seja menor em relação ao que pretendemos. A informação é clara mas por vezes não é muito exata e leva-nos a ter de pesquisar mais aprofundadamente sobre os assuntos que pretendemos.

A nível gráfico o site é atrativo, a leitura poderá não ser muito fácil devido aos cinzentos sobre o fundo branco e alguns laranjas claros que podem não ser bem perceptíveis. As imagens são alusivas ao tema e evocam a felicidade na velhice, coisa que na nossa sociedade é um pouco paradoxal devido ao enfâse exagerado que se dá aos aspetos negativos da velhice, infelizmente na minha opinião. Este site foi bastante útil para o meu trabalho, especialmente num dos tópicos referentes ao envelhecimento ativo, foi uma agradável surpresa.

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7. Ficha de leitura

Título do artigo: Conceções e Práticas de Intervenção Social em Cuidados Sociais no Domicílio

Autora: Carla Marina da Cunha Ribeirinho

Data da Leitura: Outubro de 2012

Referência Bibliográfica: Carla Ribeirinho (2005) “Conceções e Práticas de Intervenção Social em Cuidados Sociais no Domicílio”, pp 63-99. Página consultada em 25 de Outubro de 2012, acedida em http://www.cpihts.com/PDF02/Concep%C3%A7%C3%B5es%20Pr%C3%A1ticas%20de%20Interven%C3%A7%C3%A3o%20Social%20em%20Cuidados%20Sociais%20no%20Domic%C3%ADlio%20Carla%20Ribeirinho.pdf

Localização do Artigo: http://www.cpihts.com/PDF02/Concep%C3%A7%C3%B5es%20Pr%C3%A1ticas%20de%20Interven%C3%A7%C3%A3o%20Social%20em%20Cuidados%20Sociais%20no%20Domic%C3%ADlio%20Carla%20Ribeirinho.pdf

Assunto: Envelhecimento e Políticas Sociais

Palavras-Chave: Cuidados Sociais; Estado Providência; Família; Idosos; Pensões; Politicas Sociais; Sociedade.

A autora é Licenciada e Mestre em Serviço Social pelo Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa (ISSSL), docente da Licenciatura em Serviço Social e coordenadora da Pós-Graduação em Gerontologia Social da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

Resumo

Com este texto a autora mostra a importância das políticas de proteção e cuidados sociais através da demonstração dos impactos que a população idosa e/ou dependente tem no Estado e na sociedade. Escreve também sobre o Modelo do Sul da Europa, como ele se aplica a Portugal e o porquê de existir no nosso país. É explicada a tensão provocada pela luta do Estado em reduzir os seus encargos sociais e como isso se reflete nas famílias. A institucionalização ou desinstitucionalização dos idosos também tem lugar neste texto onde nos é apresentado as vantagens e desvantagens dos dois e finalmente a autora escreve sobre quais e como se efetuam as respostas aos problemas das pessoas idosas em Portugal.

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Desenvolvimento

Síntese: No início do texto a autora começa por escrever o conceito “políticas de velhice” de Annie Marie Guillermad sendo essas politicas um “conjunto de intervenções públicas ou ações coletivas que estruturam, de forma explícita ou implícita, as relações entre a velhice e a sociedade” e as suas 3 dimensões principais: políticas de proteção social, políticas de cuidados sociais e políticas sociais.

2.1 – Impactos do envelhecimento e dependência nas políticas sociais.

Segundo a autora os impactos mais relevantes da velhice nas políticas sociais são o desequilíbrio entre quotizações para o sistema da Segurança Social e respetivas prestações e a necessidade crescente de cuidados de saúde e assistência às pessoas idosas, o que significa uma maior pressão sobre os sistemas formais de prestação de cuidados. Por tudo isto os problemas que atualmente se colocam aos países europeus a nível da proteção social são um maior abrandamento do crescimento económico, que afeta negativamente a proteção social, falta de consolidação das finanças públicas e aumento dos gastos com a saúde. Sendo que para a resolução deste problema terá de se tornar sustentável o sistema de saúde e as pensões.

Em Portugal estas questões têm-se tornado evidentes no processo de reforma nas pensões encetado desde 1993. Com a criação do Plano Nacional de Ação para a Inclusão assumiu-se o compromisso de adoção de novas estratégias de cooperação e na promoção de políticas inclusivas de modo a dar acesso aos idosos aos recursos da sociedade, aos direitos e aos bens e serviços públicos.

2.2 – Cuidados sociais no domicílio, serviço de proximidade e transformações no Estado Providencia.

Em Portugal existe o chamado Modelo do Sul da Europa em que a família atua como provedor de cuidados de proteção social aos seus membros, tendo portanto um papel muito importante, esta situação existe como resposta a um Estado Providência de desenvolvimento tardio e um mercado frágil onde se torna recorrente o recurso às solidariedades primárias familiares.

Com a crítica feita nos anos 60 aos institutos asilares advogou-se então os serviços que possibilitam à permanência da pessoa idosa no seu domicílio ou a criação de apartamentos protegidos e adaptados e a organização de serviços ambulatórios locais. Já nos anos 80 se deu a passagem dos cuidados dos idosos serem tratados na comunidade para serem tratados pela comunidade (familiares). Trazendo à tona o

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problema assente no facto da sobrecarga de responsabilidades das mulheres, pois verificou-se que eram elas que, obstante de terem um trabalho fora de casa e acumularem os trabalhos domésticos, tratavam também da pessoa dependente da sua família, tornando evidente a necessidade do Estado ajudar essas famílias comprovando a necessidade de existir uma interdependência entre as solidariedades familiares e as solidariedades públicas.

Existe assim um conflito entre estes dois tipos de solidariedades, verificando-se na redução dos encargos que recaem sobre as finanças públicas e as famílias que se vêm confrontados com a incapacidade de contribuírem para a prestação de mais cuidados. Podendo assim as famílias chegar a um limite de fadiga e esgotamento que quando ultrapassado se deve recorrer aos serviços públicos.

Isto leva a autora a tentar perceber quais são os condicionalismos que não permitem que os idosos se mantenham com as suas famílias, sendo eles: alterações internas; organização com base em valores do individualismo e a autonomia; precarização das condições materiais. Devendo-se assim tentar articular e complementar o formal e o informal.

2.3 – Institucionalização vs desinstitucionalização

Neste capítulo a autora diz-nos que muitas vezes, para os idosos, a institucionalização significa a última etapa da vida, estando eles assim “ à espera da morte” e a tendência para a normalização do quotidiano se apresenta como a maior desvantagem da institucionalização enquanto a permanência da pessoa idosa no domicilio é preferível à institucionalização mas há que ter em conta o nível da dependência da pessoa comparando com os recursos materiais e de tempo de quem pode cuidar dela.

A nível das respostas dirigidas às pessoas idosas no quadro atual a autora começa por referir as principais respostas sociais para as pessoas idosas em Portugal, por ex. centros de dia, centros de convívio, lares para idosos, entre outros

A autora refere também o PAII (programa de apoio integrado a idosos) que se define como um programa que se propõe a melhorar a qualidade de vida dos idosos promovendo o desenvolvimento de projetos com o objetivo de assegurar a oferta de cuidados com caráter urgente e permanente que tenta principalmente manter a autonomia pessoa idosa no domicílio (alguns dos projetos do PAII são o Serviço de Apoio Domiciliário, Formação do Centro de Recursos Humanos e o Serviço Telealarme).

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Pontos fortes e fracos do documento: Como pontos fortes pode-se dizer que o texto dá uma percepção abrangente do problema envelhecimento e que medidas se podem tomar para tentar ajudar os mais velhos entre nós ultrapassar e aliviar os problemas próprios da idade. O ponto fraco que posso apontar é o facto de sendo este um texto que abrange algumas matérias a nível do envelhecimento e politicas sociais ele não aprofunda todas elas. Sendo no entanto um texto muito esclarecedor dos problemas atuais e medidas a tomar.

Conclusão: Com este texto tive uma perspetiva diferente e global dos problemas do envelhecimento e políticas sociais. Aprendi que estes problemas que afetam os idosos e reformados de hoje em dia provavelmente também vão afetar a minha geração se nada for feito para tentar tornar o sistema de pensões sustentável mas não podemos deixar que o Estado se demita das suas funções como prestador de cuidados públicos delegando essas funções para a família, sobrecarregando-a. Este texto é também bastante atual num momento em que vemos a população portuguesa cada vez mais envelhecida e os nossos jovens, convidados a sair do país.

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8. Conclusão

Com este trabalho conheci melhor toda a temática do envelhecimento. Primeiro aprendi quão grave ele pode ser para a população se nada for feito e acima de tudo se não incluirmos os idosos nela. A sociedade atual está a sofrer as consequências do aumento da população idosa a nível económico e social e também da sua exclusão.

Tento demonstrar toda esta situação primeiro a um nível europeu e depois ajustá-la ao caso português, bem como o que pode ser feito para alterar o status quo atual e com mais enfoque no envelhecimento ativo como resposta à exclusão dos nossos idosos.

As principais dificuldades que encontrei neste trabalho foi por uma lado a pesquisa que tive de fazer, mas rapidamente me ambientei a todo o processo de pesquisar em sites e em bibliotecas (online ou não) e por outro lado uma certa insegurança dado que nunca tive de fazer um trabalho desta envergadura, mas tive o apoio dos meus colegas e do professor que orientou este trabalho portanto também isso se dissipou.

Concluindo, acho que este trabalho alerta para um tema que só agora começa a fazer-se sentir e da pior maneira, tanto para os idosos, que estão a ser alvo de ataques aos seus direitos e de marginalização, como para a sociedade em geral que se vê a braços com um problema para o qual não está a conseguir dar resposta. Na minha opinião a importância da investigação e de trabalhos sobre este tema acaba por ser a de traçar um rumo para a nossa sociedade em que os idosos sejam incluídos e respeitados e não postos à margem como hoje, infelizmente, em muitos casos se verifica.

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Referências Bibliográficas  

 

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Anexo I

Suporte de texto à ficha de leitura:

Carla Ribeirinho (2005) “Conceções e Práticas de Intervenção Social em Cuidados Sociais no Domicílio”, pp 63-99. Página consultada em 25 de Outubro de 2012, acedida em http://www.cpihts.com/PDF02/Concep%C3%A7%C3%B5es%20Pr%C3%A1ticas%20de%20Interven%C3%A7%C3%A3o%20Social%20em%20Cuidados%20Sociais%20no%20Domic%C3%ADlio%20Carla%20Ribeirinho.pdf

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Anexo II

Suporte de análise da página de internet