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Comissão de Representantes da STN 16 de agosto de 2017 Equilíbrio e Coerência Fiscal

Equilíbrio e Coerência Fiscal · A incoerência da política fiscal do Governo (Executivo e Legislativo) decorre da desconsideração em relação à qualidade do gasto na avaliação

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Comissão de Representantes da STN

16 de agosto de 2017

Equilíbrio e Coerência Fiscal

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A missão do Tesouro Nacional é zelar pelo equilíbrio fiscal e pela qualidade do gasto

Não há equilíbrio fiscal sem coerência da política fiscalA Qualidade do gasto não é alcançada com incoerênci a fiscal

Equilíbrio Fiscal e Qualidade do

Gasto

Incoerência Fiscal

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Coerência Fiscal:

Há necessidade de avaliação das despesas do Setor P úblico, o equilíbrio fiscal sustentado é indissociável da qualidade do gasto. Quando se busc a um, necessariamente se busca o outro.

Coerência

� Avaliar todas as Despesas, inclusive financeiras

� Avaliar Despesas de Pessoal e Previdenciárias

� Avaliar as renúncias fiscais e tributação

� Avaliar despesas com subsídios

� Avaliar despesas com Custeio

Incoerência

� Privilegiar segmentos e setores;

� Não envolver todos os poderes;

� Focar no ajuste de curto prazo, desajustando o equilíbrio de longo prazo

� Não avaliar a qualidade do gasto

O resultado da

Incoerência fiscal é o

desequilíbrio sustentado

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É dever nosso, servidores de Estado, que defendem o s interesses do Estado e da sociedade.

� Agir, atuar e influenciar as políticas públicas com vistas a buscar o equilíbrio fiscal e a qualidade do gasto.

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O Governo (Executivo e Legislativo ) está sendo incoerente?

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A incoerência da política fiscal do Governo (Executivo e Legislativo) decorre da desconsideração em relação à qualidade do gasto na avaliação das despesas e na concessão de benesses a setores específicos.

Segundo Orair et. al (2016), laureado pelo XXI Prêmio do Tesouro Nacional, os multiplicadores fiscaisassociados aos gastos de Investimento, Pessoal e Benefícios Sociais são superiores aos dos demais gastos.

Portanto, este fator deve ser considerado no momento de ajuste fiscal recessivo no qual nos encontramos.

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É incoerente fazer ajuste fiscal estrutural cortando investimentos !

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27323742475257626772

PAC

52,1%R$ 39 bilhões

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É incoerente propor reforma da previdência para o RGPS e RPPS e não para os militares!!

São mais de 674 mil servidores civis aposentados e cerca de 300 mil militares aposentados. Enquanto os civis

contribuem com R$ 30,7 bilhões, os militares com R$ 3,0 bilhões. Os civis recebem R$ 73,7 bilhões e os militares

R$ 37,0 bilhões. Os servidores civis já passaram por duas reformas recentes, 2003 e 2013. A Funpresp já é uma

solução de longo prazo para a previdência do serviço público. Ainda assim é necessário mais reformas,

mas é coerente só os civis participarem?

Fonte: Boletim Estatístico da Previdência Social e Secretaria do Tesouro Nacional

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A bancada de empresários e produtores rurais com a anuência do Executivo têm barrado propostas que distribua

justamente o custo do ajuste fiscal. Isso é coerente?

É incoerente propor reforma da previdência rural e urbana e manter medida que desonera as empresas e os produtores rurais!

¹http://g1.globo.com/economia/noticia/governo-abre-mao-de-mais-de-r-10-bilhoes-com-alivio-de-dividas-de-ruralistas.ghtml² Resultado do Tesouro Nacional - RTN³http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Exm/Exm-MP-774-17.pdf

� Perdão de multas e juros referentes a dívidas com produtores rurais geram perdas de pelo menos R$ 7,6 bilhões, segundo a Receita Federal¹� Refis FunRural – (MP 793/2017)

� A Desoneração da Folha gerou prejuízo de R$ 94,5 bilhões nos últimos 5 anos². � A proposta do Executivo é que se gaste ainda R$

12,55 bilhões em 2018 com essa rubrica³.

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A independência dos poderes é usada como desculpa apenas na hora de aprovar medidas que desagradam a

base do Executivo. Quando o executivo tem interesse, ele utiliza todos os meios disponíveis para influenciar os

demais poderes. Isso é coerente?

Fonte: Siga Brasil – Senado Federal

� De junho a 11 de agosto de 2017 foram liberados R$ 4,3 bilhões para emendas parlamentares;

� De junho a agosto de 2016, o valor foi de R$ 860,1 milhões para emendas parlamentares;

� De janeiro a maio de 2017 o valor liberado foi de R$ 102,5 milhões

É incoerente fazer liberações recordes de emendas parlamentares condicionadas ao momento político. Afinal, o que justifica a sazonalidade dos últimos meses, em momento de revisão do decreto de programação financeira?

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A instituição de REFIS e de programas de repatriação visa apenas o cumprimento de meta de curto prazo e

prejudica o equilíbrio fiscal sustentado. Além disso, deputados legislam em causa própria e propõem benefícios

gigantescos para beneficiar a si ou a sua bancada. A sociedade e o Estado só perdem. Isso é coerente? Foi feita

avaliação das implicações de longo prazo desses “perdões”?

É incoerente fazer Refis e regras de repatriação com multas irrelevantes. Não resolve o problema de curto prazo e prejudica a arrecadação do longo prazo.

Fonte: Siga Brasil – Senado Federal

� Desconto de até 99% sobre multas e juros,arrecadação de R$ 500 milhões ( frente a R$ 13,3bilhões previsto anteriormente;

� A expectativa para a abertura de um parcelamento esua posterior adesão influenciam negativamente aarrecadação induzida;

� Considerando que 32% dos contribuintes especiais ediferenciados (cerca de 80% da arrecadação) optarampor uma das reaberturas da Lei nº 11.941, de 2009,estima-se que em torno de R$ 18,6 bilhões por anodeixaram de arrecadados de forma induzida

� Entre as empresas analisadas que foram optantespelo parcelamento reaberto em 2013 (3.410), 70,14%(2.392) já haviam optado pelo parcelamento de 2009

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Boa parte dos estados brasileiros não cumprem a Lei de Responsabilidade Fiscal, estão acima do limite de gasto

de pessoal em relação a RCL e não declaram a prestação de contas corretamente. Cerca de 37% das prefeituras

nem declararam suas contas em 2016, algumas sendo capitais como Florianópolis. São quase R$ 30 bilhões que

são transferidos da União para Municípios que sequer cumprem a Lei. Alguns estados chegam a fazer

manipulações contábeis para ajustar a despesa de pessoal, como o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. É coerentenegociar com estes estados antes de exigir transparência e responsabilidade?

É incoerente promover a Renegociação das Dívidas dos Estados e Municípios, sem as contrapartidas necessárias.

Fonte: Câmara dos Deputados e Firjan

� A União deixará de receber R$ 37 bilhões até 2020,em decorrência da renegociação.

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Com relação às despesas de pessoal, há coerência?

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Medidas Direcionadas ao Executivo Civil:

i) Medidas focadas no Executivo – Civil

ii) Contribuição ao RPPS é majoritariamente Civil. Militar só contribui no caso de pensão

iii) Auxílio Moradia –Grosso é de demais Poderes.

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Porque concentrar esforço no Executivo?

- Auxílio Moradia no Executivo é concentrado no Ministério das Relações Exteriores e na Defesa. Vão cortar esses?

- Deixaram Judiciário e MPU de lado, maiores fontes de despesa!

- Exercício simplificado realizado por analista da STN, indica que a economia com a postergação do Reajuste é menos da metade se for feita apenas no Executivo Civil.

Ativo Inativo

Executivo 9.940 7.620

Militar 4.321 9.664

Legislativo 16.207 28.593

Judiciário 17.246 22.245

Despesa Média por Servidor (R$ por mês)

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Querem reestruturar carreiras reduzindo em 2/3 o salário Inicial? – Qual o impacto?

R$ 5.000,00 durante todo o Estágio probatório? (3 a nos?)

Quais carreiras serão afetadas pela Medida?

Será que algumas são protegidas?

Porque realizar uma medida estruturante às pressas?

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Conclusão

A crise econômica deve ser enfrentada por todos. Todos

devem ser tratado iguais, na medida da sua desigualdade.

Nossa carreira, como guardiã da responsabilidade fiscal,

deve ser propositiva. Não podemos aceitar que

incoerências nas politicas fiscais sejam levadas adiante, o

equilíbrio fiscal sustentado depende disso.

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Obrigado!!

Comissão de Representantes