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Acompanhamento, Sistematização e Avaliação do Piloto da 3a. Vara do Juizado da Infância e Juventude de Porto Alegre no desenvolvimento do Projeto Promovendo Práticas Restaurativas no Sistema de Justiça Brasileiro (Ministério da Justiça/PNUD) Equipe técnica: Profª. Drª. Beatriz Aguinsky Coordenadora do NUPEDH – Núcleo de Pesquisas e Estudos em Ética e Direitos Humanos PPGSS/FSSPUCRS Acadêmicos da Graduação (FSS) Acadêmicos da Pós- Graduação (PPGSS) Andréa Silva Fabiana Nascimento Anne Christian Menezes Silvia Tejadas Camila Coelho Marques Cláudia Ávila Elisa de Andrade Abreu Letícia Della Mea Tagliapietra

Equipe técnica:

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Acompanhamento, Sistematização e Avaliação do Piloto da 3a. Vara do Juizado da Infância e Juventude de Porto Alegre no desenvolvimento do Projeto Promovendo Práticas Restaurativas no Sistema de Justiça Brasileiro (Ministério da Justiça/PNUD). Equipe técnica: - PowerPoint PPT Presentation

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Acompanhamento, Sistematização e Avaliação do Piloto da 3a. Vara do Juizado da Infância e Juventude de Porto

Alegre no desenvolvimento do Projeto Promovendo Práticas Restaurativas no Sistema de Justiça Brasileiro

(Ministério da Justiça/PNUD)

Equipe técnica:Profª. Drª. Beatriz Aguinsky Coordenadora do NUPEDH – Núcleo de Pesquisas e Estudos em Ética e Direitos Humanos PPGSS/FSSPUCRSAcadêmicos da Graduação (FSS) Acadêmicos da Pós-Graduação (PPGSS) Andréa Silva Fabiana NascimentoAnne Christian Menezes Silvia TejadasCamila Coelho Marques Cláudia Ávila Elisa de Andrade Abreu Letícia Della Mea Tagliapietra Michelle da Rocha StarostaRochele Pedroso de Moraes

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O presente estudo está referenciado no Projeto Nacional:

Promovendo Práticas Restaurativas no Sistema de Justiça Brasileiro – MJ/PNUD, através dos Pilotos:

D.F.(Brasília); São Caetano(SP) e Porto Alegre (RS).

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INTRODUÇÃO

Contexto:

2005 - Os 3 Pilotos de JR no BRASIL

Parceria – MJ/SRJ e PNUD

Registro e avaliação – parceria FSS/PUCRS

Particularidades da Experiência de POA/RS:

Jurisdição: 3ª. Vara do JRIJ – Execução MSE

Experiências Anteriores com JR

Objetivos: Qualificar a atuação técnica e jurisdicional da 3ª. Vara através da aplicação de procedimentos restaurativos na execução

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VISÃO

ÁREAS/ETAPAS ESTRATÉGICAS

I – JR nos Processos Judiciais;

II – JR no atendimento sócio-educativo;

III – JR na Educação;

IV – JR na Comunidade

AS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO - ESCOLHAS

O altamente complexo como ponto de partida

As parcerias: 3ª. VARA JRIJ, FASE; FASC; SMDHSU;

Aposta no potencial criativo e inventivo – a construção coletiva; o aprender fazendo, estudando e refletindo sobre o fazer

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OBJETIVOS DA PESQUISA

Geral

Sistematizar, documentar e avaliar a experiência-piloto de POA visando contribuir com perspectivas de multiplicação de iniciativas desta natureza no Sistema de Justiça da Infância e Juventude.

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OBJETIVOS DA PESQUISA - específicos

-Acompanhar e sistematizar a experiência de implementação de práticas restaurativas na execução de medidas sócio-educativas da 3a. Vara do Juizado Regional da Infância e Juventude de Porto Alegre: avaliação de processo;- Avaliar o alcance de objetivos restaurativos através das iniciativas de capacitação e intervenção do Projeto da 3a. Vara do Juizado Regional da Infância e Juventude de Porto Alegre;- Analisar a relação entre o processo e os propósitos da política setorial da área da Infância e Juventude;- Verificar o cumprimento das metas do projeto e o alcance dos objetivos pelo projeto local proposto a partir da perspectiva dos agentes envolvidos – gestores, operadores, usuários dos serviços e comunidade;

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METODOLOGIA

-Avaliação de natureza participativa-emancipatória (Saul, 1988) que valoriza a articulação do processo de reflexão e ação dos sujeitos envolvidos ( Thiollentt, 1986). -Quanto ao método de avaliação, caracteriza-se como avaliação de implementação (Aguilar & Ander-Egg, 1995), sendo ainda uma avaliação realizada durante o processo. -Articula análise de aspectos quantitativos a aspectos qualitativos do desenvolvimento das práticas restaurativas (Martinelli, 1994). -As informações colhidas foram analisadas com o método de análise de conteúdo (Moraes, 2000).

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METODOLOGIA

INTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

☸ Análise documental – a partir dos processos incluídos no piloto - dados sócio-demográficos, modo e condição de vida dos adolescentes (Martinelli, 1994), conflito com a lei;

☸ Entrevistas semi-estruturadas com os participantes dos procedimentos restaurativos

☸ Observação sistemática – círculos e capacitações.

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CONSTRUÇÃO DE INDICADORES DE ANÁLISE

-GESTÃO E PLANEJAMENTO;

-CAPACITAÇÃO;

-PROCEDIMENTOS RESTAURATIVOS.

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GESTÃO E PLANEJAMENTO - atributos

Participativa, democrática, postividade do conflito

Interinstitucionalidade, Intersetorialidade, Interdisciplinaridade

Compartilhamento – base comum, normatização, garantia de direitos

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CAPACITAÇÃO - atributos

Respeito ao potencial do próprio grupo

Reconhecimento do aprendizado que emana da prática e da reflexão sobre ela

Sistematicidade em estudos de fontes diversificadas

Compartilhamento

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PROCEDIMENTOS RESTAURATIVOS - atributos

-FOCO EM VALORES: inclusão, participação democrática e co-responsabilidade.

-FOCO EM PROCESSO: Pré-círculo; círculo e pós-círculo

-FOCO EM COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E ATITUDES: Coordenador de círculos

-FOCO NA INSEPARABILIDADE MEIOS E FINS, PROCESSO E VALORES

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Período da Coleta de Dados:

Março à dezembro de 2005: Observação Sistemática

Novembro 2005 à janeiro 2006: Análise documental e entrevistas

Compromisso com o sigilo e a ética na pesquisa:

Consentimento livre, esclarecido e informado

Codificação e não identificação dos sujeitos

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Dados analisados

Universo: 97 processos

Amostra: 85 processos

Critérios da escolha:

-Todos os encaminhados ao impulsinamento da equipe de implementação, disponíveis em cartório no período de coleta de dados (baixados, transferidos para outra comarca)

-No critério qualitativo: todos que tiveram procedimento restaurativo completo: 8 processos e que consentiram em participar da pesquisa e foram localizados (abordagem domiciliar)

Page 15: Equipe técnica:

Dados analisados qualitativamente: procedimento restaurativo completo

Dos 8 procedimentos realizados, 6 não foram incluídos na coleta de dados primários

Dificuldades encontradas:

-Recusa na participação do pai de vítima – faria o possível para não expor mais seu filho àquela situação (marcação de sucessivos encontros e não comparecimento)

- Não localização (dados insuficientes)

- Adolescente e familiares – não gostaram da experência

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CRITÉRIOS DEFINIDOS PARA IMPLEMENTAÇÃO: inclusão dos processos

- Admissão da autoria do cometimento do ato infracional pelo adolescente;

- Ter vítima identificada;

- Não ser caso de homicídio, latrocínio, estupro e conflitos familiares;

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ASPECTOS QUE FACILITARAM/DIFICULTARAM A REALIZAÇÃO DOS CÍRCULOS

-- Estabelecimento de critérios e fluxo de procedimentos

- Gravidade do ato infracional – homicídio, abuso sexual

-Expressão de vontade do adolescente em pedir desculpas à vitima

-Relações/proximidade adolescente e vítima

- Sofrimento psíquico – adolescente

-Não aceitação da vítima em participar

-Dificuldades de localizar a vítima

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Atos Infracionais

FURTO 22ROUBO 33LATROCÍNIO NA FORMA TENTADA 1ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR 3ESTUPRO 1PORTE ILEGAL DE ARMA 5AMEAÇA 6LESÕES CORPORAIS 11DANO 8PERTURBAÇÃO AO TRABALHO 1CORRUPÇÃO DE MENORES 1CONDUÇÃO DE VEÍCULO SEM HABILITAÇÃO 2

NÃO INFORMADO 3TOTAL 97

Fonte: Processos Judiciais de Execução de MSE da 3a. Vara do JRIJ/POA

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ATOS INFRACIONAIS – PROCESSOS COM CÍRCULOS

ROUBO 3

DANO 2

FURTO 2

LESÕES CORPORAIS

1

TOTAL 8

Fonte: Processos Judiciais de Execução de MSE da 3a. Vara do JRIJ/POA

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MEDIDAS PROTETIVAS

Tipo de Medidas Protetivas Nº

Abrigagem 11

Acompanhamento do aproveitamento escolar 16

Acompanhamento da freqüencia escolar 15

Avaliação social da família para que haja maior interação 1

Encaminhamentos para a rede escolar 16

Encaminhamentos para a rede da saúde 16

Ênfase no desarmamento 1

Internação Provisória 7

Não poderá frequentar bailes à noite 1

Não ter envolvimentos em atos infracionais 1

Não consta 11

Fonte: Processos Judiciais de Execução de MSE da 3a. Vara do JRIJ/POA

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PROCESSOS COM CÍRCULO - SITUAÇÃO

JR Procedência Idade Sexo Etnia Escolaridade EstudaRegião de Moradia

Nº 9 Porto Alegre 17 anos Masculino Branco 3º Ano do EB Sim Micro 3

Nº 24 Não consta 17 anos Masculino Negro Não consta Não Micro 4

Nº 30 Porto Alegre 14 anos Masculino Branco 6ªsérie EF Sim Micro 7

   Porto Alegre 14 anos  Masculino Negro  6ªsérie EF Sim Micro 7

Nº 33 Porto Alegre 14 anos MasculinoNão

consta 6ªsérie EF Sim Micro 5

Nº 37 Porto Alegre 15 anos Masculino Negro 6ª série do EF Sim Micro 5

Nº 43 Porto Alegre 17 anos Masculino Branco 6ª série do EF Não Micro 5

Nº 49 Porto Alegre 14 anos Masculino Branco 7ª série do EF Sim Micro 8

Nº 66 Porto Alegre 14 anos Masculino Negro 4ª série do EF Sim Micro 2

Total: 8 Processos encaminhados para JR com círculos restaurativos (infrator/vítima)

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INFORMAÇÕES SOBRE PRÉ-CÍRCULO

-COTATOS PRÉVIOS – CONVITE, INFORMAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA PROPOSTA DE TRABALHO ATRAVÉS DO CÍRCULO

-CONSENTIMENTO LIVRE, ESCLARECIDO E INFORMADO

-DISPONIBILIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES

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INFORMAÇÕES SOBRE OS CÍRCULOS

PARTICIPANTES – coordenadores e...

-Vítima, adolescente, mãe e namorada do adolescente;

-Vítima, adolescente, apoiador da vítima, operadores da rede de atendimento

-adolescente; vítima; seu pai; infratores (2); suas mães;

-irmã e tia de um dos adolescentes

-Adolescente (Infrator); Mãe e sua vizinha, Adolescente (Vítima) e seus pais

-Adolescente, sua mãe e vítima

-Vítima; adolescente; sua mãe

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ACORDOS DOS CÍRCULOS

-Ressarcimento em dinheiro da metade do prejuízo da vítima;

- compromisso do adolescente em realizar tratamento psiquiátrico e em conversar ao invés de agredir;

-Compromisso do adolescente em não cometer novos atos infracionais e manter convivência pacífica com vítima (mesma comunidade;

-Pedido de desculpas para vítima e seus pais; compromisso com sua mãe em não repetir o ato;

-Compromisso de obedecer aos pais, não mais roubar, compromisso em pedir desculpas à vítima não presente ao círculo

Page 25: Equipe técnica:

ACORDOS DOS CÍRCULOS

-Compromisso de retomar os estudos; compromisso em não mais assaltar e não ficar nas esquinas; compromisso em escolher melhor as companhias e afastar-se das drogas;

- Não pixar mais o local de trabalho da vítima, continuar o tratamento psicológico e conversar com os amigos pixadores sobre o dano que causa às pessoas;

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Informações sobre o Pós-Círculo

-Acompanhamento dos acordos – cumpridos: 5 casos

-Acompanhamento dos acordos – não cumprido: 1 caso

-Acompanhamento dos acordos – cumprido parcialmente: 1 caso

-Acompanhamento dos acordos – sem registro: 1 caso

Page 27: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DOS ADOLESCENTES COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

Pra mim foi bom por que eu tive a oportunidade de falar o que eu tava sentindo, pude escutar o que as outras pessoas achavam ... foi bom pra puder conversar, puder se expressar melhor um pro outro

Fui bem tratado, ninguém me julgou

A diferença é que D. me desculpou e agora eu me sinto mais aliviado

Falei sobre tudo, falei sobre o meu arrependimento de ter feito isso com ele, que não era a minha intenção ter feito isso com ele, que não era a minha intenção ter batido o carro dele, que não era ter tirado esse carro dele

Page 28: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DOS ADOLESCENTES COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

Gostei por ela ser minha amiga agora e não olhar mais com cara feia para mim

Eu fiquei mais tranqüilo

Antes (outras experiências com a Justiça) quando eles começavam a gritar comigo parecia que eu era um bicho

A gente viu um meio de eu melhorar entendeu, para eu sair dessa vida, entendeu. E, tentar mudar um pouco, cuidar as influências que a gente tem, é normal em qualquer lugar, é. Procurar um tratamento, é, procurar um estudo, alguma coisa assim, é se ocupar como eu falei, se ocupar esse era o acordo

Page 29: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DOS FAMILIARES DOS ADOLESCENTES COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

Eu concordei em participar por que tudo que leva a ajudar, então, eu aceitei porque se era pra ajudar ele, no caso

Acho que o que foi falado foi real, foi puro, foi verdadeiro

Eu coloquei aquilo que no momento eu tava sentindo, sentindo vergonha, me sentindo arrasada, foi o que eu coloquei no dia da entrevista, que estava disposta, como sempre estive, a ajudar, orientar, apoiar no que fosse possível pra que ele viesse a se tornar uma pessoa de bem, no caso

Page 30: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DOS FAMILIARES DOS ADOLESCENTES COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

Eu acho que foi diferente, por que pelo menos agora ele ta mais calmo, ta mais obediente, ta mais atencioso, ele mudou um pouco, não sei se foi devido a justiça restaurativa, não sei, mas que ele mudou bastante mudou

É diferente sim, bem diferente. A gente tem oportunidade de falar aquilo que a gente sente, aquilo que a gente pensa, né? Eu acho que isso ajuda bastante

Eu tive a oportunidade de falar, de poder desabafar como ta se sentindo ... o juiz não dá chance pra gente se explicar

Page 31: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DOS FAMILIARES DOS ADOLESCENTES COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

Foi bom pra ele isso, pra ele saber como a pessoa se sentiu, como a vítima se sentiu, por que ele se deparou frente-a-frente com a vítima e ele pôde ele mesmo avaliar como a vítima se sentiu. Avaliar o dano que ele causou, eu vejo que foi bom pra ele isso

Page 32: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DAS VÍTIMAS COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

Eu tive um conjunto de coisas que até me fez bem sabe! Já pensou alguém te dá um tapa e tu não sabe quem foi, vai embora e tu não vê, tu vai ficar com aquele negócio, de quem te fez alguma coisa; foi bom, foi ótimo

Eu acho que ele viu, que “caiu a ficha” dele, que não leva a nada, que disto aí só teve prejuízo para ele e para mim, eu acho que ele se reestruturou, acho que ele não volta mais a cometer este tipo de delito, pelo que eu senti, é uma pessoa que ficou muito arrependida, ele olhou diversas vezes, nestas últimas audiências, dentro dos meus olhos, eu vi que ela tava bem arrependido

Page 33: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DAS VÍTIMAS COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

O nosso assunto realmente foi sobre, né, as conseqüências que ele pode causar para as pessoas, né, para uma vítima, amanhã é capaz de um outro reagir, ou digamos assim, o prejuízo que ele pode trazer para a vítima. Aquela coisa toda que a gente debateu sobre isso aí, né

Porque assim, se tivesse só eu e ele eu ia ficar com um pouco de medo. Daí ficou um monte de gente junto. A minha família comigo

Page 34: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DOS APOIADORES DAS VÍTIMAS COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

É importante falar sobre esse assunto de estar resgatando crianças que erram com esse circulo eu creio que eles aprendem a sentir que a gente foi lesado que a gente perdeu que tudo que a gente compra, principalmente a gente que é pobre é com sacrifício

Eu acharia ótimo se fosse mostrado eu seria a primeira a participar, se fosse mostrado, pra resgatar essa criançada toda e as famílias né, mostrar pra mãe do quem tá sendo lesado e do que foi lesado, pra mostrar pra família como é , como é que é, que não precisa marginaliza tanto assim né, eu acho que seria muito bom, mostrar o contrário dessa justiça que tá na rua abordando a criançada, acho que seria muito bom

Page 35: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DOS APOIADORES DAS VÍTIMAS COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

Se todas pessoas que fossem lesadas (...) tentassem ajudar e não colocar mais no buraco, seria melhor

Tem coisas que a vizinha não tem que participar, que o vizinho não sabe da vida da gente

Eu acho melhor, pelo menos eu tenho o direito de falar. Na outra Justiça eu não tenho o direito de falar, de dar a minha opinião, é o juiz quem manda. Aqui não, a gente tá conversando

Page 36: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DOS OPERADORES TÉCNICOS COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

Nos facilita a (...) abordar a questão de conflitos (...) de uma forma que as pessoas se conectam facilmente com aquilo que a gente tá propondo, (...) que abre as portas pra não ser alguma coisa muito institucional, e sim humaniza as relações

Uma coisa que achei importante foi a união que criamos entre nós, integrantes do grupo, a ajuda mútua (...) sorrimos juntos, choramos juntos, aprendemos juntos, isso foi muito importante

Page 37: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DOS OPERADORES TÉCNICOS COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

A gente ficava tão fechada dentro das instituições que achava - bom tá bem, eu fiz isto aqui, o que me cabe é isto! – Mas, e aí? E aí que a gente vem vendo que o índice de reincidência é altíssimo. Por quê? Porque é um momento que a gente não consegue com que as pessoas se responsabilizem pelo ato infracional e que as próprias instituições se responsabilizem (...) por esse suporte que deve ser dado para que ele possa efetivamente achar outra forma de resolver os conflitos dele que não seja estratégias que ele vinha usando até então

Page 38: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DOS OPERADORES JURÍDICOS COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

Eu avalio como muito bom, eu acho tremendamente difícil a gente mudar conceitos já arraigados, são pessoas que trabalham há muitos anos na mesma coisa, da mesma maneira, eu. Acho que isso já foi uma grande vitória, a mobilização existe, a gente sente, por exemplo, nas audiências(...)o interesse dos técnicos que vem (...) eles querem saber o que é, eles querem participar, eles tão vendo resultados positivos nos planos do meio-aberto, eu acho que a repercussão é muito boa.

Page 39: Equipe técnica:

EXPERIÊNCIA SOCIAL DOS OPERADORES JURÍDICOS COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

Eu acho que a vítima é mais ouvida do que no processo tradicional, mas muito menos ouvida do que deveria ser. Acho que foi a grande falha em todos os círculos que eu observei

Esses acordos eu acho que foram bastante satisfatórios, aí sim, tanto para as vítimas quanto para os adolescentes, né, também mais satisfatórios do que o tradicional, mas ainda não o adequado, né, mas acho que foram bem positivos, surgiram dos próprios participantes dos círculos, deu para perceber que participaram, partia deles as propostas

Page 40: Equipe técnica:

EXPERIÊNCI A SOCIAL DOS OPERADORES JURÍDICOS COM A JUSTIÇA RESTAURATIVA

Esse antídoto que a justiça restaurativa representa é uma busca da parte saudável que convive dentro do sistema e que necessita do sistema por consideração, por pacificação, por resolução de problemas, com uma qualidade humana mais favorável

Page 41: Equipe técnica:

ALGUMAS PONDERAÇÕES/ PROPOSIÇÕES PRELIMINARES

-Hardware roda devagar com muitos softwares abertos ao mesmo tempo – dispersão:

Investimento em capacitação continuada da equipe, organização de condições institucionais para destinação de capacidade de trabalho sensível e desejosa de contribuir para o êxito da proposta

-Dificuldades na abordagem com vítimas

Leitura de necessidades, capacitação continuada, momento da abordagem – intervenção preventiva, ajuda mútua, atendimento no ingresso do Sistema de Justiça

Page 42: Equipe técnica:

ALGUMAS PONDERAÇÕES/ PROPOSIÇÕES PRELIMINARES

-Dificuldades da intervenção tardia na fase de execução do ponto de vista das necessidades dos adolescentes: atendimento no momento do ingresso no Sistema de Justiça

-A JR não é antídoto suficiente para a reprodução da violência e para a garantia de DH: Importância do trabalho em rede para a garantia de inclusão dos adolescentes, vítimas e comunidade em programas e serviços voltados às suas necessidades pessoais e sociais

-Importância da continuidade do investimento na sensibilização social e comunitária