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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADU AÇÃO “LATU SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL Aline Souza de Jesus Rio de Janeiro, fev. 2006.

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Aline Souza de Jesus

Rio de Janeiro, fev. 2006.

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Objetivos: Este trabalho atende a complementação

didático-pedagógica de metodologia da pesquisa e a

produção e desenvolvimento de monografia para o

curso de pós-graduação em Auditoria e Controladoria.

Aline Souza de Jesus.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por se fazer sempre presente em todos os

momentos da minha vida. Sou imensamente grata.

Ao corpo docente do Projeto “A Vez do Mestre”,

que contribuíram através de seus conhecimentos,

para o meu aperfeiçoamento e atualização.

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DEDICATÓRIA

A minha família, pelo apoio recebido.

A todos os profissionais da área, e interessados,

de forma que o mesmo, possa servir de incentivo e

esclarecimentos em nossa jornada.

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RESUMO

As empresas com ações negociadas em bolsa, denominadas Companhias

Abertas, são obrigadas a apresentar, a cada trimestre, um relatório com seus

principais resultados. Convém ressaltar que as empresas de capital fechado

utilizam metodologia similar para avaliação de seus resultados, de forma a

poderem se comparar com aquelas cujas informações são publicadas.

A terminologia utilizada nos relatórios e a própria definição dos indicadores

varia de empresa para empresa, o que obriga a qualquer pessoa que queira

analisá-los a entender os critérios utilizados pela companhia, em especial se o

objetivo é fazer uma análise mais aprofundada de diversos períodos da

mesma empresa ou uma comparação entre duas empresas do mesmo

segmento. Existem algumas informações dos relatórios cuja apresentação é

exigida das empresas pela CVM. Quanto a estas, os órgãos fiscalizadores

procuram uniformizar os critérios e as definições.

O objeto deste trabalho é apresentar o método de equivalência patrimonial,

com o objetivo de demonstrar sua aplicação nas empresas, e como isso irá

influenciar nos resultados da mesma. O trabalho estará dividido em 5 partes:

O capítulo introdutório, no qual será apresentado as definições para o tema. O

capítulo 2, voltado a especificar os requisitos para a aplicação do método. O

capítulo 3 define a contabilização no método abordado. O capítulo 4,

apresenta a forma de determinação da equivalência patrimonial nos

investimentos, e o capítulo 5, voltado a analisar a equivalência quando ocorrer

ágio, deságio e suas amortizações. O capítulo 6 apresentará a conclusão.

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SUMÁRIO

SUMÁRIO .................................................................................................................................................. 6

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 12

2. INVESTIMENTOS.............................................................................................................................. 13

2.1. COMPARAÇÃO DA AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS........................................................................ 132.2. DEFINIÇÃO DE COLIGADAS E CONTROLADAS.................................................................................. 15

2.2.1. Coligada................................................................................................................................. 152.2.2. Controlada ............................................................................................................................. 16

2.3. CONTROLE DIRETO OU INDIRETO .................................................................................................... 172.4. PARTICIPAÇÃO RECÍPROCA ............................................................................................................. 182.5. DETERMINAÇÃO DA RELEVÂNCIA DOS INVESTIMENTOS ................................................................. 19

3. CONTABILIZAÇÃO NO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL ........................... 22

3.1. ASPECTO TRIBUTÁRIO .................................................................................................................... 223.2. DIVIDENDOS DISTRIBUÍDOS PELA COLIGADA OU CONTROLADA ..................................................... 223.3. INTEGRALIZAÇÃO DE CAPITAL........................................................................................................ 23

3.3.1. Variação na Porcentagem de Participação ........................................................................... 233.3.1.1. Contabilização .................................................................................................................... 26

3.4. AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES............................................................................................ 273.5. REAVALIAÇÃO DE BENS.................................................................................................................. 273.6. RESULTADOS NÃO REALIZADOS DE OPERAÇÕES INTERCOMPANHIAS. ............................................ 27

4. DETERMINAÇÃO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL DO INVESTIMENTO ................. 29

4.1. APURAÇÃO DO VALOR DOS RESULTADOS NÃO REALIZADOS .......................................................... 304.1.2. Lucros nos Estoques............................................................................................................... 314.1.3. Resultados não Realizados – Imobilizado .............................................................................. 33

5. ÁGIOS OU DESÁGIOS E AMORTIZAÇÕES ................................................................................ 36

5.1.NATUREZA DO ÁGIO OU DESÁGIO ................................................................................................... 365.1.1.Ágio por Diferença do Valor de Mercado de Bens ................................................................. 395.1.2. Ágio por valor de Rentabilidade Futura ................................................................................ 40

5.2. CRITÉRIOS DE AMORTIZAÇÃO DE ÁGIOS/ DESÁGIOS POR DIFERENÇA DE VALOR DE MERCADO DE BENS...................................................................................................................................................... 405.3.TRATAMENTO FISCAL ...................................................................................................................... 415.4. REAVALIAÇÃO PELA COLIGADA OU CONTROLADA DE BENS QUE GERARAM ÁGIO......................... 435.5. AMORTIZAÇÃO DO ÁGIO (DESÁGIO) POR VALOR DE RENTABILIDADE FUTURA................................. 465.6. INVESTIMENTO EM CONTROLADA E COLIGADA COM PATRIMÔNIO LÍQUIDO NEGATIVO ................. 48

5.6.1. Investimento adquirido de Investida com Patrimônio Líquido Negativo ............................... 485.7. INVESTIMENTOS NO EXTERIOR E APLICAÇÃO E GENERALIDADES................................................... 50

6. CONCLUSÃO...................................................................................................................................... 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................... 53

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1. INTRODUÇÃO

A Equivalência Patrimonial é um método de avaliação de investimentos

introduzido pela Lei 6.404/76, que objetiva reconhecer nos investimentos, de

maior porte efetuados pela empresas, o resultado econômico auferidos por

essas investidas no decorrer do ciclo operacional. Portanto, em função da sua

característica de apuração, o método de Equivalência Patrimonial acompanha

o fato econômico, que é a geração dos resultados e não a formalidade da

distribuição dos resultados, que é característica fundamental da avaliação dos

investimentos pelo método do custo.

No método de equivalência Patrimonial, se concentram as maiores

complexibilidades e dificuldades de aplicação prática. Entretanto, apresenta

resultados significativamente mais adequados. Esse critério traz reflexos

relevantes nas demonstrações financeiras de muitas empresas, com

repercussões positivas, particularmente no mercado de capitais, pois as

empresas reconhecem os resultados de seus investimentos relevantes em

controladas e coligadas, o qual será abordado no decorrer deste trabalho, no

momento em que tais resultados são gerados naquelas empresas, e não

somente no momento em que são distribuídos na forma de dividendos, como

ocorre no método de custo.

Desta forma, o método de equivalência patrimonial acompanha o fato

econômico, que é a geração dos resultados e não a formalidade da distribuição

de tais resultados.

Veremos adiante os principais aspectos necessários na apuração do

resultado na Equivalência Patrimonial.

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2. Investimentos

Os investimentos permanentes são as aplicações de recursos em

participações em outras sociedades e em direitos de qualquer natureza, não

classificáveis no Ativo Realizável (não destinados a realização por venda) e

que não se destinam a manutenção da atividade da empresa.

O caráter que se distingue dos investimentos temporários é exatamente

a intenção de permanência. Essa intenção é normalmente manifestada no

momento da aquisição do direito, mas pode também ocorrer posteriormente,

materializando-se através de seu registro no ativo permanente.

Os principais problemas contábeis referentes ao assunto, situam-se na

contabilização dos investimentos relevantes, e dizem respeito à determinação

do valor do patrimônio líquido da investida, no caso da existência de resultados

não realizados, e/ou divergências de critérios contábeis; á amortização de ágio

ou deságio; á determinação do percentual de participação quando da

existência de diversas espécies e classes de ações; á determinação dos valor

pelo qual investimento deverá ser contabilizado; á determinação dos

investimentos em cuja administração a investidora tenha significativa influência;

ao reconhecimento do lucro ou prejuízo á classificação nas demonstrações

financeiras; e às divulgações em notas explicativas.

2.1. Comparação da Avaliação de Investimentos

A grande distinção entre o método de equivalência patrimonial e o

método de custo pode ser vista a seguir:

Método de Custo:

No método de custo, os investimentos são avaliados ao preço do custo

mais correção monetária menos provisão para perdas permanentes. Em

resumo, este método baseia-se no fato de que a empresa investidora registra

somente operações de transações baseadas em atos formais, pois, de fato os

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dividendos são registrados como receita no momento em que são declarados e

distribuídos, ou provisionados pela empresa investida.

Dessa forma, no método de custo não importa a geração efetiva dos

lucros ou reservas, mas, sim, as datas e os atos formais de sua distribuição.

Assim, deixa-se de reconhecer na Empresa investidora, os lucros e reservas

gerados e não distribuídos pela coligada ou controlada.

Método da Equivalência Patrimonial:

O conceito do método da equivalência patrimonial é baseado no fato de

que os resultados e quaisquer variações patrimoniais de uma controlada ou

coligada devem ser reconhecidos (contabilizados) no momento de sua

geração, independente de serem ou não distribuídos.

O artigo 248 da Lei nº 6.404 estabelece para as S.A. a obrigatoriedade

da adoção do método de equivalência patrimonial de avaliação dos

investimentos. Esse mesmo método é aceito pela legislação fiscal, que o

estendeu também a outras pessoas jurídicas, como consta dos arts. 330 a 334

do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto n167 1.041, de 11-01-94).

Esse método será aplicado, todavia, para “os investimentos relevantes

em sociedades coligadas, sobre cuja administração tenha in fluência ou de que

participe com 20% do capital social, e em sociedades controladas”.

Dessa forma, o método de equivalência patrimonial se aplicará em todos

os investimentos, desde que relevantes, em empresas de se participe com 20%

ou mais do capital social, o que abrange todas as controladas e todas as

coligadas de que se tenha mais de 20%. É de se notar que os 20% de

participação no capital , segundo o texto da lei, independe do tipo de ação e de

direito a voto.

Fica, portanto, a decisão sobre investimentos em coligadas das quais se

tenha menos de 20%, do capital, ou seja, aquelas em que se tenha entre 10%

e 20% o capital. A lei define que tais coligadas também serão avaliadas pelo

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método patrimonial nos casos em que “sobre cuja administração tenha

influência”. Essa influência na administração pode ser de diversas formas.

2.2. Definição de Coligadas e Controladas

Para entendermos o assunto em questão, é necessário o conhecimento

do conceito estabelecido pela Lei das S.A sobre a divisão feita nos

investimentos em função da participação acionária.

O artigo 243 da Lei estabelece, em seus parágrafos 1º e 2º:

“ 1º São coligadas as sociedades quando uma ´participa, com 10% (dez por cento) ou mais do capital da outra, sem controlá-la.

“ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.”

2.2.1. Coligada

Uma empresa é coligada da outra sempre que tenha participação de, no

mínimo, 10% no capital da outra, mas desde que não seja uma participação

acionária grande, a ponto de controlá-la. No que se refere a definição de

coligada, alei não faz qualquer referência a tipos de ações de que se constitui a

participação, podendo ser ações ordinárias com direito a voto ou mesmo

preferenciais, sem ou com esse direito, ou mesmo com outras restrições. Cabe

ainda notar que a menção da lei é genérica em termos de participação,

abrangendo as sociedades em sua totalidade, podendo, portanto, ser

Sociedades por Ações ou Limitadas. A Lei não faz menção sobre participações

indiretas, concluindo-se que as empresas são coligadas somente por

participação direta.

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Já a CVM, em sua Instrução nº 247/96, introduz o conceito de sociedade

“equiparada a coligada”, a qual estende todas as disposições definidas para as

coligadas. Equipara-se à coligada a sociedade que participa, direta ou

indiretamente com 10% ou mais do capital votante da investida, sem controlá-

la, independentemente da participação no capital total da investida.

2.2.2. Controlada

No que se refere à controlada, vale também a referência de que pode

ser uma limitada. Não há também menção a tipo de ações ou quotas; todavia,

há a clara referência quanto à qualidade dos títulos representativos do

investimento (ações ou quotas), no sentido de que tenham “direitos de sócios

que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações

sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores”. Não há dúvida de

que esses direitos são conferidos às ações com direito a voto, ou seja, às

ações ordinárias e, em casos especiais, a certos tipos de ações preferenciais,

quando assim definidos no estatuto da empresa. Deve-se, portanto, verificar

qual o tipo de ações ou quotas que a empresa possui e seus direitos ou

restrições. Além da definição constante da Lei nº 6.604/76, a CVM, através da

sua Instrução nº 247/96, inclui mais duas definições de sociedades

controladas:

A filial, agência sucursal, dependência ou escritório de

representação no exterior, sempre que os respectivos ativos e passivos, por

determinação de normatização específica, não estejam incluídos ma

contabilidade investidora;

Investidas que estejam sob controle comum, ou seja, mediante

acordo de votos, independente de seu percentual de participação no capital

votante.

1 - Controladas – Participação maior que 50% do capital votante.

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2 - Coligadas - Participação igual a ou maior que 10% e igual a ou

menor que 50% do capital total.

3 - Outras - Participação menor que 10% do capital total.

Graficamente teríamos:

2.3. Controle direto ou Indireto

Outro aspecto mencionado pela lei é que o controle acionário pode ser

direto ou indireto, ou seja, por meio de outras controladas.

É importante destacar que, para a legislação societária, não existe

coligada por participação indireta, o que não ocorre com a CVM, já que esta

prevê a figura da empresa equiparada à coligada, quando a participação

indireta no capital votante for maior ou igual a 10% ( Instrução CVM nº 247/96).

Exemplo 1:

A empresa B é uma controlada da empresa A, porque:

A -- tem 100% ---- B

Se a empresa B tiver um investimento numa Empresa C, digamos

detendo 90% de seu capital votante, a Empresa C também será uma

controlada da Empresa A, só que agora indiretamente, ou seja, por meio da

Empresa B.

A -- tem 100% ---- B que tem 90% de C, logo:

A também tem 90% de C

Investidora

Controlada OutrasColigada

> 50%

≤ 50%

≤ 10%

10%

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Exemplo 2:

A Empresa A tem diretamente 70% de B; logo, B é controlada. A

Empresa A tem diretamente 20% de C; mais 40% indiretamente por meio de B.

Logo, C também é controlada de A, apesar de 70% de 40% dar 28%, que

somados aos 20% totalizam 48%. De fato, nas assembléias de C, o que

predomina é a decisão de A pela soma de seus votos (20%) e dos votos de sai

controlada B (40%). O importante é o conceito de controle e não de

propriedade. Apenas 48% pertencem a A, já que 40% pertencem a terceiros e

12% pertencem aos minoritários de B (30% de 40%), mas a empresa A

controla totalmente C.

A tem 70% de B, que tem 40% de C

A tem 20% de C, logo A é proprietária de 48%,

O percentual de 48% não dá a maioria a A, mas as decisões em C são

tomadas por A, em função de seus 2% mais 40% que B possui, logo A exerce

um controle sobre C com 60% da participação em seu capital.

2.4. Participação Recíproca

Seria o caso de uma Empresa M participar em uma Empresa T, e esta

Empresa T participar na Empresa M, havendo um inchamento do capital de

ambas. A Lei nº 6.404/76, por seu artigo 244, veda expressamente esse tipo de

participação entre a Companhia e suas coligadas e controladas. Todavia, é

possível que isso ocorra temporariamente em virtude de fusão ou incorporação,

havendo o prazo de um ano, após sua ocorrência, para a eliminação.

Entretanto, isso pode ocorrer em uma incorporação.

Ex.: A

70% 30%

40%

B C

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Só que, elas têm 1 ano para resolver isso, ou seja, retirar o efeito

segundo a Legislação.

2.5. Determinação da Relevância dos Investimentos

A determinação da relevância dos investimentos é feita pela relação

percentual entre o valor contábil dos investimentos no ativo da investidora e o

valor patrimônio líquido da própria investidora, ambos na data do Balanço de

encerramento.

Essa definição é dada pelo parágrafo único do artigo 247 da Lei nº

6.404/76, reproduzido no artigo 384 do RIR/99, como segue:

“Considera-se relevante o investimento

1- Em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor

contábil for igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor do

patrimônio líquido da pessoa investidora;

2- No conjunto das sociedades coligadas ou controladas, se o

valor contábil é igual ou superior a 15% (dez por cento) do valor

do patrimônio líquido da pessoa jurídica investidora.”

Cabe ressaltar que a CVM, em sua Instrução nº 247/96, considera o

mesmo critério de relevância estabelecido na Lei nº 6.404/76.

Quando o investimento estiver sendo contabilizado pelo método da

equivalência patrimonial, seu valor será o saldo inicial mais o resultado da

equivalência patrimonial do período.

Na hipótese de a empresa ter para tal investimento saldo de ágio ou

deságio ainda não amortizado em subcontas na mesma data, esses saldos

serão adicionados ou diminuídos da conta de investimento para apurar-se sua

relevância, o mesmo ocorrendo com eventual provisão para perdas

permanente, constituída sobre tais investimentos. Também os créditos contra

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coligadas e controladas deverão ser adicionados ao valor dos investimentos,

para determinar-se a relevância.

Nota: Para as companhias abertas, em face da Instrução CVM nº247/96,

o método da equivalência patrimonial aplica-se a todas as controladas,

independentemente de serem ou não relevantes esses investimentos. Usa-se a

orientação da CVM.

Reflexão:

A empresa KLM S/A., tem investimentos em cinco outras empresas, e o

valor contábil de seus investimentos é o seguinte:

Empresa Valor (R$)Contábil da Participação no

Investimento Capital

A 150.000,00 8%

B 250.000,00 15%

C 820.000,00 25%

D 640.000,00 40%

E 380.000,00 90%

Total 2.240.000,00

O Patrimônio Líquido da Industria KLM S/A., é, na mesma data, de

$6.420.000,00.

Para determinar se os investimentos são relevantes para a adoção do

método da equivalência patrimonial, deve-se apurar as percentagens

individuais e a coletiva sobre o patrimônio líquido. Isso é feito somente para as

coligadas (participação maior que 10%) e controladas, motivo pelo qual a

Empresa A é excluída, já que a participação no capital é de somente 8%.

Entretanto, se KLM for companhia aberta, a Empresa A poderá ser equiparada

à coligada, se tal participação for maior ou igual a 10% do capital votante.

Assim temos:

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EmpresaValor Contábil do

Investimento(R$)Participação no Capital

B 250.000,00 3,89%

C 820.000,00 12,76%

D 640.000,00 9,96%

E 380.000,00 5,91%

Total 2.090.000,00 35,52

Como constatamos, apesar de termos apenas um caso individual acima

do limite de 10% do patrimônio líquido de KLM, em seu total são superiores a

15% e, assim, o método da equivalência patrimonial será aplicado com certeza.

No caso de haver contrato de mútuo, soma-se isso para avaliar a

equivalência.

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3. CONTABILIZAÇÃO NO MÉTODO DA

EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Pelo já exposto, constatamos que no método da equivalência patrimonial

a conta de investimentos será igual ao valor do Patrimônio Líquido da coligada

ou controlada, proporcional à participação em seu capital. Assim, se uma

investidora tiver, digamos, 30% do capital de uma coligada, a conta de

investimento na investidora deverá ser, a cada encerramento de Balanço, igual

a 30% do Patrimônio Líquido da coligada nas respectivas datas. Se o valor do

Patrimônio Líquido da coligada aumentar ou diminuir, haverá um aumento ou

diminuição proporcional correspondente na conta de investimento da

investidora. O texto da Lei das Sociedades por Ações, em seu item III do art.

248, estabelece que a diferença entre o valor do investimento, pelo método da

equivalência patrimonial, e o custo de aquisição somente será registrada como

resultado do exercício se decorrer de lucro ou prejuízo apurados na coligada ou

controlada.

3.1. Aspecto Tributário

A legislação fiscal não prevê a tributação dos resultados apurados

(ganhos ou perdas) na equivalência patrimonial. A autoridade fiscal, para o

caso, parte do princípio que os resultados dessa forma lançados na empresa

investidora, já foram tributados na empresa.

3.2. Dividendos1 distribuídos pela Coligada ou Controlada

Dentro desse método, os lucros já são reconhecidos no momento de sua

geração pela coligada ou controlada; dessa forma, quando se efetivar a

distribuição de tais lucros como dividendos, devem ser registrados em caixa ou

1 Dividendo é aquilo que está a disposição depois que você paga todos os impostos.

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bancos e deduzidos da conta de Investimentos, apesar de parecer estranho a

primeira vista. O Fato é que os dividendos em dinheiro representam

praticamente uma troca de investimento por dinheiro no investidor. Na coligada,

representam uma redução do patrimônio líquido que deve ser acompanhada

por uma redução proporcional do investimento, como as demais variações.

O lançamento contábil, portanto é:

Débito – Disponível

Crédito – Investimentos.

3.3. Integralização de Capital

Outro motivo que causa um aumento no patrimônio da investida e um

correspondente aumento nos investimentos da investidora é, a integralização

de capital.

No caso da integralização de capital ser feita com bens do ativo, que

não sejam participações acionárias, pode haver a apuração de lucro na

transação. O tratamento contábil desses casos é, fiscalmente, como se

houvesse reavaliação. Caso a integralização de capital seja feita mediante a

entrega de participações acionárias avaliadas pela equivalência patrimonial, e

se houver lucro nessa transação, o art. 36 da Lei nº 10.637/02 permite que

esse lucro seja contabilizado no resultado do período (como resultado não

operacional), mas que não seja tributado imediatamente. Esse lucro deverá ser

controlado na parte B do Lalur, para ser tributado em períodos futuros, quando

o investimento for integral ou parcialmente baixado, alienado ou liquidado.

3.3.1. Variação na Porcentagem de Participação

No caso de aumento de capital por subscrição, pode ocorrer que o valor

do aumento na conta de investimento, que será o da subscrição integralizada,

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não corresponda ao valor proporcional do aumento de patrimônio da coligada,

nos casos em que, por exemplo:

A] a empresa investidora tiver subscrito um percentual do aumento do

capital maior que o percentual anteriormente detido, ou seja, com diluição na

participação dos outros acionistas, pelo fato de elas não terem exercido seu

direito de preferência;

B] houver situação inversa a da possibilidade anterior, pois a empresa

investidora não terá exercido seu direito na totalidade.

Nesse caso, ocorrerá, durante o exercício, uma alteração na

porcentagem de participação da investidora no capital da coligada ou

controlada. Situação similar pode ocorrer quando, entre as ações da coligada

ou controlada, houver aços com direito somente a dividendo fixo e com

limitações na participação de lucros e, até em outras vantagens patrimoniais,

como aumento de capital. Dessa situação decorre o aumento do percentual de

participação sobre o capital dos investidores que têm somente ações sem

limites e restrições de participação.

Nesses casos, o valor da equivalência patrimonial no final do exercício

deverá ser computado pela porcentagem de sua nova participação.

Todavia, há que se considerar que o aumento ou diminuição da

porcentagem gerará um aumento ou diminuição do valor do investimento pela

equivalência patrimonial, diferença essa que, na verdade, não é oriunda de

lucros ou prejuízos contabilizados no exercício pela coligada ou controlada,

mas representa, isto sim, um ganho ou perda na investidora pelo aumento ou

diminuição de sua participação nas reservas e lucros anteriores. Essa

diferença, portanto, não dever ser creditada na investidora como resultado

operacional, mas como receita ou despesa não operacional. Esse aspecto e

forma de tratamento são previstos no item II, do art. 16 da Instrução CVM nº

247/96, e constam também no art. 428 do RIR/99, que determina que tal valor

não é tributável se ganho, nem dedutível, se perda.

Reflexão: Suponha que uma empresa A tenha 1.800 ações, ou seja,

60% das ações de uma Empresa B e que, em 31.12.x0, o Patrimônio Líquido

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da Empresa B seja o valor total de $ 5.500,00. Suponho que a Empresa A

avalie seu investimento pelo método da equivalência patrimonial, sua conta de

Investimentos, nessa mesma data, estaria com o saldo de $ 3.300,00, ou seja,

60% de $ 5.500,00.

Suponha, agora, que durante x1 a Empresa B faça um aumento de

capital por subscrição de novas ações, sem ágio, no valor de $1.000,00, e que

seja totalmente subscrito pela Empresa A, já que os demais acionistas que

detinham os outros 40% não exerceram seu direito de preferência. Assim, o

Capital da Empresa B estaria agora com 4.000 ações, das quais 2.800 (1.800 +

1.000) pertencentes à Empresa A, que passa, agora, a ter 70% do Capital da

B, em vez dos 60% anteriores, logo:

Quadro

Resumo

Patrimônio Liquido de B

Em 31/12/x0 Aumento em x1

Capital 3.000 1.000

Reservas de

Capital 1.100

Reservas de

Lucros 800

Lucros

Acumulados 600

5.500 1.000

Patrimônio Liquido de a

Em 31/12/x0 = 60% Em 31/12/x1 = 70%

Capital 1.800 2.800

Reservas de

Capital 660 770

2.500

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Reservas de

Lucros 480 560

Lucros

Acumulados 360 420

3.300 4.550

Dessa forma, a conta de Investimento na Empresa A, na equivalência

patrimonial, passa de um saldo de $ 3.300,00 para $ 4.550, 00. O acréscimo de

$ 1.250,00 corresponde a:

Aumento de capital subscrito contabilizado diretamente ao custo - $

1.000,00

Acréscimo nos investimentos pela maior participação (de 60% para

70%) nas reservas e lucros existentes na empresa B na data do aumento de

capital, ou seja, 10% de $ 2.500,00.

3.3.1.1. Contabilização

Pela subscrição do aumento de capital:

D – Investimento – Empresa B

C – Disponibilidade (Caixa ou Banco) - $ 1.000,00

Pela maior participação nas reservas de (60% para 70%) em função

dos demais acionistas não exercerem seu direito de preferência no aumento de

Capital:

D – Investimento – Empresa B

C – Ganhos Não Operacionais em Investimentos - $ 250,00

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3.4. Ajustes de Exercícios Anteriores

A Lei das Sociedades por Ações determina que serão

contabilizados diretamente na conta de Lucros Acumulados, sem transitar pela

Demonstração do Resultado do Exercício, os Ajustes de Exercícios Anteriores

decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro

imputável a determinado exercício social, e que não possam ser atribuídos a

fatos subseqüentes.

3.5. Reavaliação de Bens

Se a coligada ou controlada efetuar e contabilizar uma reavaliação de

seus bens, terá de registrar esse acréscimo no patrimônio em conta específica

de Reserva de Reavaliação. Logicamente, a investidora deverá registrar o

acréscimo proporcional na conta de Investimentos, valor esse que, todavia, não

deve transitar por Receita. O correto e que tal valor seja creditado também na

investidora numa conta de Reserva de Reavaliação, em subconta específica

que indique tratar-se de reavaliação de coligadas ou controladas. Essa

Reserva de Reavaliação deverá ser revertida para Lucros Acumulados na

investidora na mesma proporção da baixa dos ativos reavaliados na investida.

A contabilização é efetuada da seguinte forma:

D – Investimentos

C – Reserva de Reavaliação – em coligadas ou controladas

3.6. Resultados não Realizados de Operações

Intercompanhias.

O item I do art. 248 da Lei das Sociedades por Ações estabelece que,

no valor do patrimônio da coligada ou controlada, “não serão computados os

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resultados não realizados decorrentes de negócios com a companhia, ou com

outras sociedades coligadas à companhia, ou por ela controladas”.

O objetivo da eliminação de lucros não realizados do patrimônio líquido

da coligada ou controlada deriva do fato de que, realmente, somente se deve

reconhecer lucro em operações com terceiros, pois as vendas de uma para

outra empresa do mesmo grupo não geram economicamente lucro, em termo

de todo o grupo, a não ser quando tais bens forem vendidos a terceiros.

A CVM, em sua Inscrição nº 247/96, define que, para efeito de avaliação

de investimentos pelo método da equivalência patrimonial, ocorrem lucros não

realizados decorrentes de negócios com a investidora ou com outras coligadas

e controladas quando (§ 1º do art. 9º):

a) o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e

correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer

natureza no balanço patrimonial da investidora; ou.

b) o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e

correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer

natureza no balanço patrimonial de outras coligadas ou controladas.

Uma inovação trazida pela Instrução nº 247/96 em relação à

determinação anterior (Instrução nº 1/78) é que apenas os lucros não

realizados são eliminados. De fato, conforme o § 2º referido no art. 9º, “os

prejuízos decorrentes de transações com a investidora, coligadas e controladas

não devem ser eliminados no cálculo da equivalência patrimonial”, numa

materialização do princípio contábil do conservadorismo.

A CVM esclarece, no § 3º do referido art. 9º, que “os lucros e os

prejuízos, assim como as receitas e as despesas decorrentes de negócios que

tenham gerado, simultânea e integralmente, efeitos opostos nas contas de

resultados das coligadas e controladas, não serão excluídos para fins de

cálculo do valor do investimento”.

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4. DETERMINAÇÃO DA EQUIVALÊNCIA

PATRIMONIAL DO INVESTIMENTO

A Equivalência Patrimonial do Investimento de uma empresa sobre uma

controlada ou uma coligada é apurado mediante a aplicação da porcentagem

detida de ações ou quotas em relação ao capital total, sobre o Patrimônio

Líquido da controlada ou coligada. É realizado quando vende para terceiros.

Todavia, a existência, na existência de lucros já reconhecidos pela

controlada ou coligada, mas ainda não realizados pelos motivos expostos, tais

lucros devem ser eliminados.

Os procedimentos para a eliminação desses lucros não realizados, no

cálculo do valor da equivalência patrimonial, foram objetos de enganos

conceituais por parte da Lei e da CVM, a qual corrigiu tais procedimentos a

partir da Instrução nº 247/96.

A referência expressa da Lei é de que o valor de tal lucro não realizado

é deduzido do Patrimônio Líquido da controlada ou coligada, e sobre seu valor

ajustado aplica-se a porcentagem de participação.

Exemplo:

Digamos que a Controladora A detenha 90% de uma Controlada B, e

que o Balanço dessa controlada indique um patrimônio líquido de $ 1.000,00,

mas que inclui $ 100 de lucros não realizados. De acordo com a Lei nº

6.404/76, art. 248, § I, o cálculo seria:

Patrimônio Líquido da Controlada B 1.000

(-) Lucros não realizados (100)

Patrimônio Líquido Ajustado 900

Participação de A 90%

Valor da Equivalência Patrimonial do Investimento 810

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Como se verifica, deduziu-se a totalidade dos lucros não realizados de

vendas da Controladora, pois para ambas, como um conjunto, tal lucro não é

realizado porque não foi a terceiros.

O problema está na forma de dedução desses lucros não realizados,

como esclarece a CVM, na Nota Explicativa à referida Instrução nº 247/96:

“Essa fórmula de cálculo contém um erro conceitual: ao

eliminarmos todo o resultado não realizado antes da aplicação do percentual

de participação, estaríamos considerando que esse é um resultado não

realizado tanto para a empresa investidora/controladora quanto para os demais

acionistas. Isso não é verdadeiro, porque só existe a figura de “lucro não

realizado” na relação entre a empresa investidora e as suas

controladas/coligadas ou entre essas últimas. Para os demais sócios/acionistas

na investida o lucro é efetivo, realizado.

O cálculo da CVM (Instrução nº 247/96 – art.9º, I e II) é o

seguinte:

Patrimônio Líquido da Controlada B 1.000

Participação % de A 90%

Valor da Participação de A 900

(-) Lucros não realizados (100)

Valor da equivalência Patrimonial do Investimento 800

4.1. Apuração do Valor dos Resultados não Realizados

Nos casos de vendas de bens de uma para outra empresa, em que o

preço de vendo é igual ao preço de custo, não há, logicamente, lucro não

realizado a eliminar do patrimônio da coligada ou controlada.

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A preocupação e a origem do problema estão nessas transações,

quando feitas a preços normais, como se fossem a terceiros, incluindo lucros

ou prejuízos.

Tais transações, como já mencionadas, podem envolver qualquer tipo

de bens que representam um ativo na compradora e podem ser:

a)estoques (mais comuns)

b)imobilizado (menos comuns)

c)investimentos (menos comuns ainda)

d)outros ativos (raramente)

Vamos nos deter nos casos de lucros nos estoques e no imobilizado:

4.1.2. Lucros nos Estoques

No caso de vendas de mercadorias com lucro ou prejuízo, podem

ocorrer duas situações:

1- A empresa que comprou as mercadorias já as vendeu para terceiros,

ou seja, não tem na data--base do balanço, nenhum saldo daquelas

mercadorias em estoque;

2- A empresa que comprou as mercadorias tem saldo daquelas

mercadorias em estoque, na data do balanço.

No primeiro caso, em que não há mais estoque, logicamente não haverá

lucros nos estoques decorrentes das operações entre as sociedades. Assim,

não há eliminação a ser feita. Por exemplo:

Reflexão:

A controlada B vendeu à Controladora A, por $ 140.000,00, mercadorias

cujo custo para a controlada era de $ 100.000,00, logo:

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Vendas 140.000,00

Custo das Vendas (100.000,00)

Lucro Bruto 20.000,00

A controlada A, por sua vez, no mesmo exercício vendeu tais

mercadorias a terceiros por $ 160.000,00, que lhe haviam custado $

140.000,00. Logo, registrou:

Vendas 160.000,00

Custo das Vendas (140.000,00)

Lucro Bruto 20.000,00

Nesse caso, não remanesceu lucros nos estoques a eliminar, não

havendo, portanto, ser ajustado contra o patrimônio líquido da controlada na

aplicação na equivalência patrimonial.

Na hipótese do caso anterior, se a Investidora A houvesse vendido a

terceiros metade das mercadorias ao preço de 80.000,00, o lucro no estoque

seria calculado como se segue:

Cálculo de margem de lucro:

Preço de venda pela B 140.000,00

Custo das venda na B (100.000,00)

Lucro Bruto 40.000,00

Margem de Lucro: (Lucro Bruto/Preço de Venda) = 28,57%

Cálculo do lucro no Estoque:

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Estoque total da Controladora

A adquirido da empresa controlada

140.000,00

Menos: Vendidos a terceiros ( 70.000,00)

Saldo nos Estoques 70.000,00

Lucro não realizado (28,75%) 20.000,00

Como podemos verificar, para apurar, na data do Balanço, o valor do

lucro a eliminar, basta aplicar sobre o saldo existente dessa mercadoria, na

data do Balanço, na investidora, o percentual de margem de lucro na coligada

ou controlada que o vendeu.

Obs.: Tratando-se de empresa industrial, cuja compras de mercadorias

de outras empresa do grupo são utilizadas como matérias-prima, dever-se-á

apurar o valor de tais mercadorias, que estão em conta de matérias primas,

bem como o das que já estão como Produtos em Processo em Produtos

Acabados.

4.1.3. Resultados não Realizados – Imobilizado

Outro caso típico é o lucro remanescente no Ativo Imobilizado, que

ocorre quando uma empresa vende bens do Ativo Imobilizado a outra empresa

do conjunto com lucro ou prejuízo. O que temos visto na prática é que essas

demonstrações são esporádicas e, na maioria dos cacos, feitas aos valores

contábeis registrados pela empresa vendedora. Nesse caso, não há lucro no

imobilizado a eliminar.

Exemplo: A Controlada B vendeu um terreno à Controladora A, por $

12.000.000. Esse terreno estava registrado na Controlada B pelo Custo de $

7.600.000.

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Contabilização:

Na Controlada: D: Bancos 12.000.000

C: Terrenos 7.600.000

C: Lucro Venda de Imobilizado 4.400.000

Na Controladora: D: Terrenos 12.000.000

C: Bancos 12.000.000

Como terrenos não sofrem depreciação, o ajuste ao Patrimônio

Líquido da Controlada seria pelo valor total do lucro não realizado de $

4.400.000. Por exemplo, se A detém 70% de B e está com Patrimônio Líquido

de $ 20.000,00, o valor do investimento em A, conforme o correto

procedimento constante na Instrução CVM nº 247/96, seria:

Equivalência – ( 20.000.00 X 70%) – 4.400.000 = $ 9.600.000

Assim, o lucro não realizado de $ 4.400.000 seria eliminado até que

houvesse alienação do terreno.

Analisando outro caso, o qual houvesse efeito da depreciação, a parte

referente a mesma seria considerada como já realizada, e seria excluída do

lucro na Equivalência Patrimonial.

Exemplo: Supondo que, no final de X4, uma Controlada C tenha

vendido um equipamento industrial à Controlada A. O equipamento estava

registrado ao custo líquido de $ 5.600.000 na Controlada C, que o vendeu

então a $ 9.000.000, tendo registrado um lucro de $ 3.400.000.

Suponha que esteja no fim de X7 e que seja o primeiro ano em que a

controladora vai fazer a aplicação do método de equivalência patrimonial.

Dessa forma, há de se eliminar no cálculo da equivalência o saldo

remanescente do lucro não realizado que está dentro do imobilizado da

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Controladora A, que registrou o equipamento pelo custo de $ 9.000.000,

passou a deprecia-lo a 10% ao ano a partir de janeiro de X5, gerando uma

depreciação acumulada de 30%.

Tal depreciação inclui também a depreciação relativa ao lucro de $

3.400,000, dentro do Imobilizado de A, que a Controlada C teve na vem da

para a Controlada A e que seria calculada na mesma proporção, ou seja, 30%

de $ 3.400.000, que dá $ 1.020.000.

Valor: $ 5.600.000

Lucro na transação: $ 3.400.000

Menos: Parte já realizada $ 1.020.000

Valor a ser eliminado na equivalência de C: $ 2.380.000

Nos anos seguintes, o valor a ser eliminado no cálculo da equivalência

deve ser apurado anteriormente, menos a depreciação correspondente a tais

anos seguintes.

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5. ÁGIOS OU DESÁGIOS E AMORTIZAÇÕES

Os investimentos, são registrados pelo valor da equivalência patrimonial,

e nos casos em que os investimentos foram feitos por meio de subscrições em

empresas coligadas ou controladas, formadas pela própria investidora, não

surge normalmente qualquer ágio ou deságio.

Todavia, no caso de uma empresa adquirir ações de uma empresa já

existente, pode surgir esse problema.

O conceito de ágio e deságio, não é a diferença entre o valor pago pela

ações e seu valor nominal, mas a diferença entre o valor pago e o valor

patrimonial das ações, o que ocorre quando adotado o método da equivalência

patrimonial.

Dessa forma, há ágio quando o preço de custo das ações for maior que

seu valor patrimonial e deságio quando for menor.

Exemplo:

Preço de custo de 1.000.000 ações 2.500.000 1.500.000

Valor Patrimonial do Investimento 2.000.000 2.000.000

Ágio ou (Deságio) 500.000 (500.000)

5.1.Natureza do Ágio ou Deságio

O ágio ou deságio podem ocorrer por origens e circunstâncias diversas,

podendo o tratamento contábil dos mesmos, particularmente quanto a sua

futura amortização, variar em função de seu fundamento e natureza. Por essa

razão, a CVM determina que o ágio ou deságio apurado na aquisição ou

subscrição de investimentos seja contabilizado com indicação de fundamento

econômico que o determinou (Instrução Normativa nº 247/96, art. 14).

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Art. 14 - O ágio ou deságio computado na ocasião da aquisição ou subscrição do investimento deverá ser contabilizado com indicação do fundamento econômico que o determinou.Parágrafo 1º - O ágio ou deságio decorrente da diferença entre o valor de mercado de parte ou de todos os bens do ativo da coligada e controlada e o respectivo valor contábil, deverá ser amortizado na proporção em que o ativo for sendo realizado na coligada e controlada, por depreciação, amortização, exaustão ou baixa em decorrência de alienação ou perecimento desses bens ou do investimento.Parágrafo 2º - O ágio ou deságio decorrente de expectativa de resultado futuro, deverá ser amortizado no prazo e na extensão das projeções que o determinaram ou pela baixa por alienação ou perecimento do investimento. & Alterado pela Instrução CVM nº 285/98.Parágrafo 3º - No caso do ágio referido no parágrafo anterior, o prazo máximo para amortização não poderá exceder a 10 (dez) anos. & Alterado pela Instrução CVM nº 285/98Parágrafo 4º - Quando houver deságio não justificado pelos fundamentos econômicos previstos nos parágrafos 1º e 2º, a sua amortização somente poderá ser contabilizada em caso de baixa por alienação ou perecimento do investimento.Parágrafo 5º - O ágio não justificado pelos fundamentos econômicos, previstos nos parágrafos 1º e 2º, deve ser reconhecido imediatamente como perda, no resultado do exercício, esclarecendo-se em nota explicativa as razões da sua existência

Nessa instrução a CVM prevê a existência apenas dos seguintes ágios

ou deságios com fundamento econômico ( art.14,§ 1º e 2º, este último com

nova redação dada pelos art. 1º e 2º da Instrução Normativa nº 285/98).

Art. 1º - O § 2º do art. 14 da Instrução CVM nº 247, de 27 de março de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:"§ 2º - O ágio ou o deságio decorrente da diferença entre o valor pago na aquisição do investimento e o valor de mercado dos ativos e passivos da coligada ou controlada, referido no parágrafo anterior, deverá ser amortizado da seguinte forma:a) - o ágio ou o deságio decorrente de expectativa de resultado futuro no prazo, extensão e proporção dos resultados projetados, ou pela baixa por alienação ou perecimento do investimento, devendo os resultados projetados serem objeto de verificação anual, a fim de que sejam revisados os critérios utilizados para amortização ou registrada a baixa integral do ágio; eb) - o ágio decorrente da aquisição do direito de exploração, concessão ou permissão delegadas pelo Poder Público no prazo estimado ou contratado de utilização, de vigência ou de perda de substância econômica, ou pela baixa por alienação ou perecimento do investimento."

Art. 2º - O § 3º do art 14 da Instrução CVM nº 247, de 27 de março de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:

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"§ 3º - O prazo máximo para amortização do ágio previsto na letra "a" do parágrafo anterior não poderá exceder a dez anos."

1 - Diferença entre o valor contábil e o valor de mercado de ativos da

investida;

2 - Diferença entre o valor pago e o valor de mercado dos ativos da

investida. Tal diferença pode ser proveniente de:

a) expectativa de resultado futuro;

b) direto de exploração, concessão ou permissão delegados pelo Poder

Público.

A lei fiscal ainda prevê ainda a existência de um terceiro tipo de ágio, o

decorrente de fundo de comércio, intangíveis e outras razões econômicas.

O fundo de comércio representa uma gama de fatores, como nome e

tradição da empresa no mercado, imagem e qualidade de seus produtos,

clientela já formada, qualidade e treinamento de seus funcionários, processos

técnicos de fabricação, cartas-patentes, licenças etc., todos por natureza,

intangíveis que economicamente podem existir, mas não são registrados na

contabilidade como ativos. Assim, para efeitos de fundamentação do ágio,

fundo de comércio e intangível, não podem ser considerados duas, mas uma

razão.

Além disso, o fundo de comércio ou aviamento (conhecido como

goodwill, na língua inglesa) e os outros ativos intangíveis da empresa, nada

mais são do que uma justificativa para a expectativa de rentabilidade futura da

empresa. Por outro lado, a utilização de termos como intangível ou fundo de

comércio, como fundamentação de ágio ou deságio é de natureza bastante

genérica e abstrata, trazendo grandes dificuldades para determinados critérios

e bases objetivas para a sua amortização.

Assim, se, teoricamente existir algum tipo de intangível ou fundo de

comercio que não puder ser expresso em expectativas de lucros futuros, contra

os quais o ágio possa ser amortizado, o mais correto dentro do princípio do

conservadorismo contábil seria considera-lo imediatamente como perda. Pelo

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mesmo motivo, ocorrendo deságio fundamentado por intangível, que não possa

ser expresso em termos de expectativa de prejuízos futuros, contra os quais

possa ser amortizado, esse deságio não deverá ser amortizado, a não ser por

alienação ou perecimento do investimento.

A CVM parece ter optado por identificar apenas aqueles tipos de ágio ou

deságio que ensejam bases razoáveis para diferimento e amortização.

5.1.1.Ágio por Diferença do Valor de Mercado de Bens

O ágio ou deságio por diferença de valor de mercado de bens refere-se

ao valor proporcional da participação acionária da investidora aplicado sobre a

diferença entre o valor de mercado dos bens da empresa investida e o valor

líquido contábil dos mesmos. A amortização desse tipo de ágio/deságio deverá

ser realizada na proporção em que o ativo sendo realizado na pessoa jurídica

investida, seja por depreciação, amortização ou exaustão do bem, seja pela

sua alienação ou perecimento.

Caso a investida proceda a reavaliação desses bens, nenhum ajuste

deverá ser efetuado na contabilidade da investidora, tendo em vista que o valor

das participações societárias é registrado e avaliado pelo custo de aquisição

Se a investida, proceder a reavaliação de bens, o valor de seu

patrimônio líquido será aumentado e a investidora deverá reconhecer o referido

aumento no seu ativo permanente da seguinte forma:

Participações Societárias

a Reserva de Reavaliação

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5.1.2. Ágio por valor de Rentabilidade Futura

Esse ágio (ou deságio) ocorre quando se paga pelas ações um valor

maior (ou menor) que o patrimonial, em função de expectativa de rentabilidade

futura da coligada ou controlada adquirida. Esse tipo de ágio ocorre com maior

freqüência por envolver inúmeras situações e abranger diversas possibilidades.

5.2. Critérios de Amortização de Ágios/ Deságios por

diferença de Valor de Mercado de Bens.

Conforme abordado, esse valor pago a maior ou menor, pode ser

decorrente de qualquer ativo, que na empresa adquirida tenha valor de

mercado superior (inferior) a seu valor líquido contábil.

Pode-se dizer que esse ágio representa um custo adicional dos bens,

com diferença de que está registrado na empresa compradora das ações, em

vez de na empresa que possui tais bens. Dessa forma, a amortização ou baixa

desse ágio deve acompanhar proporcionalmente a depreciação ou baixa de

tais bens na outra empresa.

Por esse motivo, a Instrução CVM nº 247/96 define, no § 1º do art. 14:

“O ágio ou deságio decorrente da diferença entre o valor de mercado de parte ou de todos os bens do ativo da coligada e controlada e o respectivo valor contábil, deverá ser amortizado na proporção em que o ativo for sendo realizado na coligada e controlada, por depreciação, amortização, exaustão ou baixa em decorrência de alienação ou perecimento desses bens ou do investimento.”

No caso de ágio relativo a terrenos (e eventualmente a outros ativos,

como obra de arte), não há amortização, já que tais bens não tem depreciação,

e o ágio somente deve ser baixado quando os bens forem vendidos pela

coligada ou controlada, ou por baixa do investimento.

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O motivo da amortização do ágio, quando da baixa por venda ou

perecimento dos bens, ou de sua depreciação, na coligada ou controlada, é

decorrente de que, quando a coligada ou controlada vende tal bem ou o

deprecia, contabiliza tal despesa pelo valor contábil do bem. Como parte do

resultado apurado pela coligada ou controlada será também reconhecido pela

investidora, em face da equivalência patrimonial, no mesmo exercício, ela

deverá baixar o ágio correspondente, já que para ela, investidora, o valor real

da depreciação do bem ou o valor de sua baixa é maior, pois pagou por ele um

preço superior, na compra das ações. Deve, portanto, baixar no mesmo

exercício (ou o saldo) do ágio como complementação de depreciação ou do

custo do bem baixado. No caso do bem já ter sido totalmente depreciado na

empresa investida, ou de a investidora julgar que sua vida econômica é bem

maior que a considerada pela investida, deverá a investidora amortizar o ágio

pelo prazo que julgar ser o representativo da vida útil do bem.

5.3.Tratamento Fiscal

A legislação originalmente determinou (Decreto-lei nº 1.598/77) que a

amortização do ágio (ou deságio) por diferença de valor de mercado dos bens

fosse dedutível, no caso de ágio, ou tributável, no caso do deságio. Uma

alteração posterior naquela legislação, todavia, fez com que tal amortização

não tivesse mais reflexos para fins de Imposto de Renda. A amortização do

ágio não é dedutível mas, nesse caso, o fisco considera que o lucro ou prejuízo

apurados na venda de investimento sejam determinados, considerando-se

também, como parte do custo do investimento, o valor do ágio, ainda que

contabilmente e amortizado, caso em que passa a ser controlado por meio do

Livro de Apuração do Lucro Real., exceto a amortização que tenha sido

deduzida em 1978 e 1979. (esse assunto consta do art. 391 do RIR/99).

Exemplo: Suponhamos que houvesse uma empresa A, um ágio no

valor de $ 100.000.000, relativo ao valor de mercado de bens da Empresa B

superior ao contábil, correspondente a:

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Bens do Imobilizado:

Terrenos 40.000.000

Edifícios 30.000.000

Maquinário 30.000.000

Total 100.000.000

A amortização do ágio seria determinada como segue:

Terrenos: sem amortização, mas com baixa total no ano de sua venda

pela Empresa A.

Edifícios: Supondo que a Empresa B deprecie seus edifícios em 4% ao

ano e, que nessa data a vida útil remanescente dos edifícios que deram origem

ao ágio seja de 15 anos, a amortização do ágio deve ser proporcional a esse

tempo remanescente; o ágio deve ser amortizado em 15 anos, o que implica

uma despesa anual de amortização de $ 2.000.000, ou seja, 30.000.000/15

anos = 2.000.000.

Maquinários: Se a Empresa B depreciasse seu maquinário em 10% ao

ano e que nessa data, a vida útil remanescente das máquinas que deram

origem ao ágio seja de 6 anos, a amortização do ágio deve ser proporcional a

esse tempo; o ágio deve ser amortizado em 6 anos, o que implica uma

despesa anual de $ 5.000.000, ou seja, 30.000.000/ 6 anos = 5.000.000.

Todavia, nos três casos apresentados, será fita a baixa do saldo

do ágio no exercício em que os bens forem eventualmente baixados pela

Empresa B.

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5.4. Reavaliação pela Coligada ou Controlada de Bens que

Geraram Ágio

No caso de reavaliação de bens por controlada ou coligada, a

investidora registrará esse evento da seguinte maneira:

D: Conta de Investimento

C: Reavaliação em Coligada ou Controlada, no Patrimônio Líquido.

Esse registro será na mesma proporção de seu investimento. Essa

reserva será realizada a medida em que os bens que geraram essa reavaliação

forem realizados pela investida, em função de sua depreciação, amortização ou

baixa.

Todavia, pode ocorrer da investidora ter comprado as ações da coligada

ou controlada e registrado um ágio do tipo que estamos tratando (por valor de

mercado de bens superior ao contábil) e de, posteriormente, a coligada ou

controlada contabilizar uma reavaliação. Nesse caso, a parcela proporcional da

reavaliação da coligada ou controlada que for adicionada a conta de

Investimento pela Equivalência Patrimonial deve ser creditada contra a conta

de ágio correspondente, no que tange aos bens a que se refere o ágio e até o

limite de seu saldo individualizado por bem.

Reflexão:

Reavaliação em B Participação em A (80%)

Terrenos 70.000.000 56.000.000

Edifícios 30.000.000 24.000.000

Maquinário 50.000.000 40.000.000

Total: 150.000.000 120.000.000

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Situação do ágio registrado na Empresa A, logo após um ano da

aquisição da participação em B.

Ágio Amortização

Acumulada

Situação Líquida

Terrenos 40.000.000 40.000.000

Edifícios 30.000.000 2.000.000 28.000.000

Maquinário 30.000.000 5.000.000 25.000.000

Total 100.000.000 7.000.000 93.000.000

O acréscimo de $ 120.000.000 no investimento, corresponde a 80% da

reavaliação feita peça empresa B de $ 150.000.000, seria então contabilizada,

da seguinte forma:

D: Investimentos 120.000.000

C: Ágio em terrenos 40.000.000

C: Ágio em Edifícios 24.000.000

C: Ágio em Maquinário 25.000.000

C: Reserva de Reavaliação – Empresa B 31.000.000

A reserva de reavaliação registrada corresponde ao excesso da

reavaliação em relação ao saldo do ágio relativo a:

Terrenos: 56.000.000 – 40.000.000 = 16.000.000

Maquinários: 40.000.000 – 25.000.000 = 15.000.000

Total 31.000.000

Restaria na conta de ágio um saldo de $ 4.000.000 relativo a Edifícios, já

que o saldo do ágio registrado era superior, por esse valor, em relação à

equivalência da reavaliação contabilizada pela Empresa B. Neste caso, o valor

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remanescente como ágio deve ser levado ao resultado do exercício se não

existir nenhuma substância econômica que o ampare.

A seguir, temos outro exemplo, afim de demonstrar o que foi verificado:

Exemplo: Supondo que uma empresa investidora tenha adquirido em

jan X0, 80% do capital da empresa investida por $ 220.000,00, pagando um

ágio no valor de $ 60.000,00. esse ágio, fundamentado em valor de mercado

de bens no ativo imobilizado, estava discriminado como segue:

Máquinas – $ 40.000 – vida útil remanescente de 8 anos

Edificações – $ 20.000 – vida útil remanescente de 10 anos

No final do exercício de X1, a empresa investidora efetuou a reavaliação

de seu imobilizado, apurando os seguintes valores:

Máquinas – $ 52.000

Edificações – $ 27.000

Seria contabilizado da seguinte forma:

1) Aquisição do Investimento:

D: Investimento 160.000

C: Ágio: 60.000 (na Investidora)

C: Banco 220.000

2) Efeitos oriundos da reavaliação:

D: Imobilizado 79.000

C: Reserva de Reavaliação 79.000 (na investida)

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D: Investimento 41.600

C: Ágio 30.000 (Investidora)

C: Reserva Reav. Coligada/Controlada 11.600

D: Investimento 21.600

C: Ágio 16.000

C: Reserva reavaliação Coligada/Controlada 5.600

Amortiza o ágio, pois você já pagou lá atrás, quando comprou o

investimento. O que sobrar vai pra reserva.

5.5. Amortização do ágio (deságio) por valor de

rentabilidade futura

O ágio pago por expectativa de lucros futuros da coligada ou controlada

deve ser amortizado dentro do período pelo qual se pagou por tais futuros

lucros, ou seja, contra os resultados dos exercícios considerados na projeção

dos lucros estimados que justifiquem o ágio. O fundamento aqui é o de que, na

verdade, as receitas equivalentes aos lucros da coligada ou controlada não

representam um lucro efetivo, já que a investidora pagou por eles

antecipadamente, devendo, portanto, baixar o ágio contra essas receitas.

Suponha que uma empresa tenha pago pelas ações adquiridas um valor

adicional ao do patrimônio líquido de $ 200.000, correspondente a sua

participação nos lucros dos 10 anos seguintes da empresa adquirida. Nesse

caso, tal ágio deverá ser amortizado na base de 10% ao ano. Todavia, se os

lucros previstos pelos quais se pagou o ágio não forem projetados em uma

base uniforme de ano para ano, a amortização deverá acompanhar essa

evolução proporcionalmente. Se os lucros esperados forem maiores do que os

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que se efetivarem posteriormente á aquisição, deve-se avaliar a necessidade

de aceleração da amortização do ágio. Se ocorrerem prejuízos, talvez seja o

caso de sua completa amortização. Nesse sentido a CVM determina que o ágio

oi deságio decorrentes de diferenças entre o valor pago na aquisição do

investimento e o valor de mercado dos ativos e passivos da coligada ou

controlada deverá ser amortizado da forma como foi descrito na Instrução CVM

nº 247/96, art. 14 §2º e 3º, com nova redação dada pela Instrução CVM 285/98,

ambas já editadas.

Reflexão:

Os lucros projetados dos próximos 10 anos da empresa adquirida (em

100%), pelos quais se pagou ágio, foram como se segue:

Lucro Anual Amortização

Anual do Ágio

1º ano 10.000 5%

2º ao 5º ano 16.250 8,125%

6º ao 10º ano 25.000 12,5%

Total 200.000 100%

Obs.: No exemplo acima, foi dado ênfase a situação mais normal de

ágio, entretanto, tratamento similar cabe quando houver deságio por esse

motivo (expectativa de rentabilidade). A amortização do deságio não deve, em

nenhum exercício, superar o valor do prejuízo reconhecido.

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5.6. Investimento em Controlada e Coligada com

Patrimônio Líquido Negativo

A aplicação do método de Equivalência Patrimonial a conta de

Investimento, representa, normalmente, a porcentagem de participação

acionária sobre o patrimônio líquido da controlada ou coligada. Dessa forma, à

medida que a investida apura seu resultado, este é reconhecido no mesmo

período pela investidora, na proporção de sua participação. Assim, á medida

que a controlada apurar prejuízos diminuindo o seu patrimônio, tais prejuízos

devem ser reconhecidos proporcionalmente pela investidora. Todavia, uma

nova situação surge quando os prejuízos apurados pela controlada ou coligada

forem significativos, a ponto de tornar negativo seu patrimônio líquido, ou seja,

a situação denominada de “passivo a descoberto”, pois passa a ter em seu

balanço mais passivos do que ativos, gerando o patrimônio líquido negativo.

Na situação acima, a prática mais adequada na investidora é a de

se registrar a equivalência patrimonial diminuindo o investimento até zera-lo, ou

seja, não chegando a registrar um valor negativo de investimento. Essa prática

decorre do fato de que, teoricamente, o valor máximo de perda aplicável à

investidora é o investimento total efetivado. Assim, quando o valor do

investimento pela equivalência patrimonial estiver zerado, a investidora terá

reconhecido a totalidade do investimento feito como perda. Não cabe, assim,

registrar um ativo negativo, ou seja, reconhecer sua participação na parte

negativa do investimento do patrimônio líquido, na forma tradicional de

equivalência patrimonial.

5.6.1. Investimento adquirido de Investida com Patrimônio

Líquido Negativo

Outra situação especial refere-se à aquisição de ações ou quotas

de empresas já existentes com patrimônio líquido contábil negativo na data da

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compra. Muitas vezes isso ocorre, porque a empresa investidora cria uma

expectativa futura para a essa empresa.

Suponhamos que a Empresa A tenha adquirido 80% das ações da

Empresa B por $ 10.000 em 31/12/X0 e o patrimônio líquido da Empresa B

nessa data era:

Capital 100.000

Reservas 50.000

Prejuízos Acumulados (250.000)

Patrimônio Líquido Negativo (100.000)

Se efetuarmos o registro do investimento pela equivalência patrimonial

até o nível zero, os $ 10.000 pagos serão registrados como ágio. Todavia, a

forma correta, nesse caso é a de se registrar o valor da equivalência

patrimonial pelo valor negativo (credor) e $ 80.000, ou seja, 80% dos $ 100.000

de patrimônio negativo e o ágio de $ 90.000, que seria então:

Equivalência em B (80.000)

Ágio 90.000

Total 10.000

Dessa forma, o ativo total não é negativo, pois representa os $ 10.000

de custo de investimento. Essa forma proposta de registro é adequada se o

valor pago de compra das ações ou cotas, justificar-se, apesar do patrimônio

negativo, ou seja, será um ágio, dentre suas diversas categorias normais, bem

fundamentado. A forma proposta de registro propiciará um reconhecimento

futuro mais correto, seja dos lucros que vierem a ser obtidos pela nova

controlada, seja da amortização do ágio em função de sua natureza, fato que

não ocorreria se registrássemos a equivalência patrimonial por zero, pois se

confundiriam, na investidora, os resultados de futuras operações da Empresa B

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com a amortização do ágio, sendo que ambos têm critérios bem diferentes de

registro contábil.

5.7. Investimentos no Exterior e Aplicação e

Generalidades

O método de equivalência patrimonial deve ser também adotado sempre

que se tratar de investimentos permanentes relevantes em coligadas ou

controladas no exterior.

Os mesmos critérios de aplicabilidade quanto à adoção do método de

custo ou da equivalência patrimonial, já abordados anteriormente são

aplicáveis aos investimentos em controladas ou coligadas no exterior. Destaca-

se, todavia, no pronunciamento do IBRACON2, a aplicabilidade de avaliação de

equivalência patrimonial também para as filiai, agências, sucursais ou

dependências no exterior. Essa abrangência é de especial interesse às

instituições financeiras, e é definida a seguir:

As filiais, agências, sucursais ou dependências , que não se

caracterizam como empresas juridicamente independentes, mantidas por

empresas brasileiras no exterior, devem normalmente ter seus ativos, passivos

e resultados integrados à Contabilidade da matriz no Brasil como qualquer

outra filial, agência, sucursal ou dependência mantida no próprio país.

Quando, todavia, tais se caracterizarem, na essência, como um coligada

ou controlada e com registros contábeis próprios, a matriz, no Brasil, deve

reconhecer os resultados apurados nas filiais, agências, dependências ou

sucursais pela aplicação do método de equivalência patrimonial.

2 Instituto Brasileiro de Contabilidade

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6. CONCLUSÃO

O termo equivalência patrimonial representa a avaliação de

investimentos realizados por uma empresa (chamada investidora) no

patrimônio líquido de sociedades coligadas ou controladas (artigos 243 e 247

da Lei 6.404/76, que, além de outras informações, determinam os requisitos

para que uma sociedade seja considerada coligada ou controlada), chamadas

de investidas. Portanto, representa a alteração do valor contábil das

participações societárias permanentes, contabilizadas pela empresa

investidora, segundo a variação ocorrida no patrimônio líquido da empresa,

onde tais investimentos foram efetuados, coligados ou controlados (investidos)

A avaliação de investimentos pelo método da equivalência patrimonial,

prevista nos artigos 384 a 391 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99),

aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 26/3/1999, é obrigatória especificamente

para as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real.

Equivalência Patrimonial corresponde ao valor do investimento

determinado mediante a aplicação da percentagem de participação no capital

social sobre o patrimônio líquido de cada empresa na qual a companhia tenha

investimentos, respeitadas as regras estabelecidas pela CVM. O objetivo da

equivalência patrimonial é fazer com que uma investidora registre os ganhos ou

perdas decorrentes do seu investimento em controladas e coligadas (ou

equiparadas) sobre as quais tenha influência.

Para a aplicação do método de equivalência patrimonial, é necessário

que sejam seguidos alguns critérios determinado pela Lei das Sociedades por

Ações, sobre a divisão feita nos investimentos, em função da participação

acionária. Considera-se coligada as sociedades que participam com 10% ou

mais do capital da outra, e a controlada é aquela na qual a controladora,

diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócios que

lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais

e o poder de eleger a maioria dos administradores.

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Pelo método de equivalência patrimonial, todas as distorções são

eliminadas. Em face dos próprios critérios estabelecidos, sempre que os

investimentos forem relevantes, adotar-se-á o método da equivalência

patrimonial. Nesse sentido, quando não relevantes, adotar-se-á o método de

custo, cujos reflexos, porém, tendem a não ser significativos.

O método de equivalência patrimonial, deve ser também adotado

sempre que se tratar de investimentos permanentes relevantes em coligadas

ou controladas no exterior.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez. Contabilidade

Avançada: e Análise das Demonstrações Financeiras. 11. ed. São Paulo: Frase, 2002.

IUDICÍBUS , de Sérgio; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens.

FIPECAFI: Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 4.ed. São Paulo:

Atlas, 1994.

ALVES, Luiz. Equivalência Patrimonial – Apostila do Conselho Regional de

Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro, 2004.

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ANEXOS