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"Era Outra Vez... histórias clássicas recriadas pelas crianças do Ponto de Cultura Ludocriarte"

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Page 1: "Era Outra Vez... histórias clássicas recriadas pelas crianças do Ponto de Cultura Ludocriarte"
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Isabela Cordeiro Léda

Paolo Chirola

Jeferson Duprado (Com a colaboração de Carlione Barbosa Ramos em: As aventuras de Alice na escola e As novas aventuras de Peter Pan.)

Magda Regina Rosa

Lucivam Costa

Associação Ludocriarte

Cristiano Silva

Organização:

Coordenação editorial:

Ilustrações:

Revisão de texto:

Projeto Gráfico e Diagramação:

Imagens:

Produção do DVD:

Associação Ludocriarte Ponto de Cultura

Quadra 103, Conjunto 05, Casa 01 – Residencial Oeste CEP: 71.692-200 – São Sebastião/DF

Tel.: (61) [email protected] – www.ludocriarte.org

Léda, Cordeiro Isabela (org.)

Era outra vez...: Histórias clássicas recriadas pelas crianças do Ponto de Cultura LUDOCRIARTE – Brasília: Associação Ludocriarte, 2012.

ISBN 978-85-65851-00-8

1ª Edição – Tiragem: 2 mil exemplares – 2012 – Brasil

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Isabela Cordeiro Léda (org.)

1ª Edição

Brasília/DFLudocriarte

2012

Histórias clássicas recriadas pelas crianças do Ponto de Cultura LUDOCRIARTE

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Todos os textos deste livro foram produzidos durante as Oficinas de Criação de Histórias previstas para o 1º ano do projeto Ponto de Cultura - Ludocriarte Editora, convênio n°014/2010 com a Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal.

As oficinas foram divididas em duas fases, realizadas entre os meses de agosto de 2011 e março de 2012, com 80 crianças, de 6 a 12 anos, da Brinquedoteca Comunitária de São Sebastião/DF. As crianças foram divididas em 4 grupos de 20 participantes, assim denominados: Emas, Garças, Araras e Tucanos.

Na primeira fase do projeto foram realizadas atividades com o objetivo de aproximar os participantes do universo fantástico das histórias, de forma lúdica e expressiva. A partir da quarta oficina as crianças, estimuladas a recriar as narrativas dos contos tradicionais, elaboraram novas versões com suas próprias experiências e imaginação, através de diferentes técnicas, tais como: dramatização, fantoches e construção de cenas com brinquedos. Os textos criados, gravados e transcritos, foram trabalhados em grupo e depois editados e digitados pelas crianças, acompanhadas da oficineira. Cada criança tinha um caderno do projeto para registrar elementos das histórias escutadas, suas idéias, desenhos e suas criações.

Já na segunda fase do projeto, o foco das oficinas foi a criação individual das crianças, sendo incentivadas a registrar suas idéias. A partir dos registros, algumas crianças desenvolveram suas histórias sob a supervisão da responsável pelo trabalho.

As oito primeiras histórias são fruto do trabalho coletivo dos grupos da Brinquedoteca, enquanto as quatro últimas foram selecionadas entre as produções individuais dos participantes.

No final do livro encontra-se um DVD com o registro de todo o processo das oficinas, com a explicação da metodologia utilizada, para que possa servir de inspiração para outros projetos.

presentação

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1, 2, 3, Era uma vez... • 4

Preta de Carvão e os Sete Gigantes • 5

A Bruxa Adormecida • 9

Papagaio Gago • 11

Joana, Joaninha e Júlia e o pé de mandioca • 13

Capuzinho Vermelho • 15

Revoltados, a banda mágica • 17

Cinderela e a Rosa Mágica • 20

A Gata de Sapatilhas • 23

As novas aventuras de Peter Pan • 26

O Rei Dragão e a Princesa • 28

As aventuras de Alice na escola • 30

Os três cavaleiros e os três cavalos de ouro • 33

ndice

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1, 2, 3, Era uma vez...Há um tempo atrás, no coração do Brasil, no profundo vale do rio Paranoá, onde

suas águas repousam em um grande lago, às margens do pequeno rio São Bartolomeu, surgiu uma pequena cidade de camponeses e mestres oleiros.

Sua força era tamanha que os tijolos por eles produzidos, em pouco tempo, edificaram uma cidade de vanguarda, conhecida no mundo inteiro pela suas linhas fortes e delicadas, na forma de um imenso avião, pronto para decolar no céu do Planalto Central.

E o que isso tem a ver com este livro? Nada, é claro... ou tudo, talvez. Afinal, este lugar era assim: no meio de tanto barro e tantos tijolos, as crianças da cidade não tinham livros e muito menos tempo para ler e inventar histórias.

Os dias passavam... um após o outro... lentamente, repetidamente, sem que nada de novo acontecesse. Mas, em uma manhã de sol escaldante, algo surpreendente quebrou a rotina da cidade oleira: uma jovem contadora de histórias chegou montada em seu cavalo rubro. Encontrou hospitalidade na velha estalagem da Quadra 103, numa brinquedoteca chamada Ludocriarte, conhecida das crianças. Em troca de uma boa cama de palha e um javali assado, a contadora começou, suavemente, a espalhar pelo ar da cidade palavras mágicas que despertaram personagens adormecidos há muitos séculos: Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, Peter Pan...

As crianças curiosas e empolgadas começaram a brincar com essas figuras fantásticas. Novas situações foram criadas. Aos pouquinhos, os personagens foram mudados, ganharam novas características… Com muitas brincadeiras, as crianças elaboraram novas histórias. Todos se divertiram muito e resolveram compartilhar suas criações com mais gente. As histórias foram então escritas e estão reunidas aqui neste Livro. A brinquedoteca virou a Ludocriarte Editora.

Mas este foi apenas o começo! Até hoje passeiam por lá os personagens que alegram e brincam com as crianças, saindo dos livros e entrando no coração de cada menino e menina, dando risadas e transformando adultos em crianças.

Você também é convidado a entrar nesse mundo surpreendente da fantasia e da imaginação! Vamos lá:

1, 2, 3,4

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grupo Araras

ra uma vez uma feiticeira que certa noite estava costurando perto da janela. Estava distraída pensando na filha que queria ter e, sem querer, espetou o dedo com a agulha. Cairam algumas gotas

de sangue. Ela pensou que sua filha poderia ter labios vermelhos como o sangue e pele negra como a noite. Meses depois nasceu uma menina linda e pretinha que ficou conhecida como Preta de Carvão.

Quando Preta tinha sete anos, sua mãe morreu de infarto no coração. Antes de morrer, sua mãe lhe deu um anel mágico que transformava o dono em qualquer coisa. O pai ficou triste com a perda da esposa, mas logo casou novamente com uma mulher misteriosa.

Preta de Carvão e os Sete Gigantes

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A madrasta de Preta de Carvão era uma macumbeira do mal. Ela queria ser a feiticeira mais poderosa e completa de todo o mundo. Ela descobriu que Preta de Carvão tinha um anel mágico e tentou roubá-lo enquanto a menina estava dormindo. Mas o anel só obedecia a Preta de Carvão e nunca saía de seu dedo. Preta ficou com muito medo de sua madrasta e resolveu fugir, se transformando em uma águia. Voou para a floresta, bem longe do castelo.

A madrasta macumbeira perguntou ao espelho mágico:

– Espelho, espelho meu, existe alguma feiticeira mais poderosa do que eu?

– Primeiramente eu não sou seu espelho! Eu era o espelho da bondosa feiticeira que morreu. Prometi que quando a feiticeira morresse eu seria da filha dela. Ou seja, eu sou da Preta de Carvão.

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– Maldição!

– Só pra você saber, você é muito poderosa, mas Preta de Carvão vai ficar mais poderosa ainda.

– Então vou matá-la.

A madrasta mandou o caçador ir até a floresta matar Preta de Carvão. O caçador encontrou Preta triste e não teve coragem de matá-la. Ele disse:

– Sua madastra quer ser a feiticeira mais poderosa do mundo todo. Ela é muito malvada e isso não pode acontecer. Encontre os sete gigantes e aprenda com eles as sete armas da magia. Com isso você irá derrotar sua madrasta.

O caçador pegou algo na mochila e entregou para a menina:

– Tome este papel mágico. Ele irá mostrar pra você onde os gigantes moram. Agora vá!

Preta de Carvão partiu em busca dos sete gigantes mágicos. Primeiro, ela se transformou em uma águia e voou até encontrar o vulcão onde morava o Gigante do Fogo. Ele ensinou Preta a controlar

o fogo. A menina agradeceu e foi em busca do próximo ajudante. Ela transformou-se em águia novamente e voou até uma caverna escondida atrás de uma cachoeira. Lá vivia o Gigante da Água. Ele a ensinou a produzir água com a mão. Depois, Preta de Carvão se

transformou em um tatu e foi para um buraco embaixo da terra. Lá ela encontrou o Gigante da Terra, que a ensinou a criar um escudo de terra que a protegeria de qualquer ataque. Preta de Carvão se

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transformou de novo em uma águia e voou para uma montanha bem alta, perto do céu. Lá morava o Gigante do Ar. Ele ensinou Preta a fazer um furacão. Depois Preta foi para uma casa de Metal e o Gigante de Metal a ensinou a transformar qualquer coisa em metal. Preta partiu então para uma montanha onde caiam raios, lá morava o Gigante Elétrico. Ele ensinou a menina a dar choques nos outros. Preta foi em busca do último gigante que morava em um laboratório. Era o Gigante Mental. Ele a ensinou a levantar as coisas com o poder da mente.

A madrasta macumbeira perguntou ao espelho:

– Quem é a feiticeira mais poderosa do mundo?

Ele respondeu:

– Preta de Carvão! Ela aprendeu várias mágicas com os sete Gigantes e é agora a feiticeira mais poderosa do mundo!

A madrasta ficou muito nervosa e gritou:

– Maldição! Agora eu vou ter que matá-la de qualquer jeito!

A madrasta descobriu onde Preta estava, fez um feitiço e colocou-o em uma mexerica, fruta preferida da menina. Foi até Preta disfarçada de velha vendedora. Ela deu a mexerica para Preta provar. Preta gostava tanto, mas tanto, de mexerica, que comeu um gomo.

Preta de Carvão desmaiou e a madrasta foi embora correndo. Apareceu então o príncipe Felipe, que estava passeando por ali. Ele encontrou Preta desmaiada e a levou para seu castelo. Lá no castelo o feiticeiro real fez uma poção para curá-la. Preta acordou e contou o que aconteceu ao príncipe. Ele pediu ajuda aos sete gigantes, que juntos fizeram um super poder e derrotaram a madrasta. Preta casou com o príncipe, virou rainha e eles viveram felizes para sempre. Fim8

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ra uma vez... num lindo dia, um rei e uma rainha tiveram uma filha. A bruxa tinha muito inveja da princesinha e quis jogar um

feitiço nela.

– Vou fazer um feitiço para jogar na princesa e ela vai dormir cem anos!

Mas no caminho do castelo, a bruxa caiu e o feitiço caiu sobre ela. Ela caiu num sono profundo. Só que a bruxa tinha um ronco muito barulhento que assustava todo mundo e não deixava ninguém dormir.

Os anos se passaram e todos no reino não conseguiam dormir direito devido ao ronco da bruxa adormecida. O ronco atormentava demais a região. Todos reclamavam. Os moradores do reino começaram a espalhar a notícia e pedir que alguém descobrisse uma forma de acordar a bruxa e acabar com aquele

horrível ronco.

Um dia, um bruxo que morava distante, ouviu falar da bruxa adormecida

e veio tentar acordá-la. O bruxo fez um feitiço e a bruxa acordou.

A Bruxa Adormecida grupo Tucanos

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Todos queriam que a bruxa fosse expulsa do reino, porém, a linda princesinha que já era uma mocinha, tinha um coração muito bom e pediu para seu pai deixar a bruxa ficar.

O bruxo também gostou da bruxa e pediu para ela ficar. Eles se apaixonaram e casaram. A bruxa parou de ser invejosa e ninguém nunca mais ouviu aquele ronco assustador.

Eles casaram e viveram felizes para sempre. Fim10

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Papagaio Gagora uma vez uma papagaia que teve filhotinhos. Um deles nasceu um pouquinho diferente!

– Ma-ma-ma-mãe!

– Que papagaio estranho! Você é gago! O que eu faço com você? Já sei! Vamos para o zoológico!

Então sua mãe o levou para o zoológico. Chegando lá, falou com a dona do zoológico:

– Será que esse animal pode ficar com você?

– Claro!

– Ma-ma-ma-ma-mãe! – chorava o papagaio.

– Obrigada, moça! Tchau! – disse a mãe.

No zoológico, o papagaio tentou fazer amizades:

– O-o-olá!!!

Mas todos zoavam dele:

– Nossa, esse papagaio é gago!!! Que horrível!

O papagaio ficou tão triste que fugiu do zoológico.

Ele ficou andando triste pela rua até que uma menina o encontrou:

– Olha! Um papagaio! Que bonitinho! Qual é o seu nome?

– Me-meu no-nome é pa-pa-ga-gaio.

– Você quer ir morar lá em casa?

– Si-sim!!! – e o papagaio deu um sorriso.

O papagaio gago ficou morando com a menina.

grupo Garças

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Um dia a menina estava passeando com o papagaio e encontrou suas amigas.

– Oi amiga! Você já viu minha gatinha?

– Não. Cadê ela?

– Aqui!

– Que linda!

E chegaram outras amigas com seus bichos de estimação.

A menina falou:

– Vocês já viram meu papagaio?

-Não. Cadê ele?

O papagaio estava tímido, mas apareceu.

– Esto-to-tou a-a-aqui!

– Ele é gago? – a amiga perguntou.

– Sim e é lindo do jeito que é! – respondeu a menina.

– Que estranho! Mas vamos brincar?

As meninas começaram a brincar e o papagaio ficou observando e começou a cantar:

– Te dei o sol, te dei o mar, pra ganhar seu coração. Você é raio de saudade, meteoro da paixão!

As meninas se assustaram:

– Olha só! Ele canta tão lindo! E ainda nem gagueja!

O papagaio cantava tão bonito que um dia um músico passou perto dele e o contratou. Ele virou um papagaio cantor. Ele ainda era gago quando não estava cantando, mas descobriu seu talento e foi feliz para sempre morando com a menina. Fim12

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Joana, Joaninha e Júlia e o pé de mandiocara uma vez três ricas irmãs: Joana, Joaninha e Júlia. Certa vez, elas estavam passeando quando viram uma pobre velhinha pedindo ajuda na frente da igreja. Elas ajudaram a velhinha, que ficou muito feliz. Em

troca, a velhinha deu para elas sementes mágicas de pé de mandioca. Elas chegaram em casa e plantaram as sementes de mandioca no jardim.

No dia seguinte, elas tiveram uma surpresa. A mandioca tinha crescido demais. Estava tão profunda que tinha chegado ao centro da Terra. As meninas curiosas começaram a descer penduradas pela mandioca. Desceram, desceram, desceram Lá embaixo encontraram muitas coisas diferentes, alguns dinossauros e também uma cachoeira de águas

cristalinas. Atrás dessa cachoeira tinha uma caverna imensa. Quando elas entraram, viram que lá dentro tinha um

homem tão pequenininho, que parecia um anãozinho. Ele foi falar com elas:

– Ai! Estou com tanta fome. Vocês têm comida aí?

Júlia respondeu:

– Não temos, mas podemos buscar para você.

Joana, Joaninha e Júlia ficaram com pena do anão e resolveram subir para buscar comida. Elas

escalaram o pé de mandioca, chegaram em casa e pegaram algumas sacolas com frutas, biscoitos, doces e sementes. Desceram o mais rápido que conseguiram e entregaram tudo para o anão.

Joana disse:

– Aqui está tudo o que conseguimos! São alimentos

grupo Emas

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para você comer e sementes para você plantar.

O anão ficou muito feliz e eles viraram amigos inseparáveis.

De vez em quando as meninas desciam para saber se as plantas tinham crescido e levavam mais mantimentos.

Muito tempo se passou… Um dia, Joana, Joaninha e Júlia desceram e estavam brincando com o anãozinho, quando viram uma galinha andando por ali. Joaninha perguntou:

– Ué, de quem é essa galinha?

O anão respondeu:

– Ela é minha! Mas essa galinha não serve para nada. Ela só serve para botar ovos de ouro. Querem ver? Bota ovos de ouro, galinha!

As meninas ficaram admiradas. O anão mostrou a galinha de perto para as meninas. Elas tiveram a idéia de levar a galinha e depositar todo o dinheiro do ouro no banco para construir um imenso castelo para o anãozinho.

O anão ficou tão feliz, mas tão feliz que quis recompensar as meninas. Lembrou então de um objeto que gostava muito. Foi lá no fundo da caverna e trouxe uma harpa. Ele disse:

– Essa harpa é mágica. Ela consegue tocar qualquer tipo de música e contar lindas histórias. Vocês querem?

– Queremos!!! – disseram as três ao mesmo tempo.

Joana, Joaninha e Júlia levaram a harpa para casa e alegravam todos da região com as belas músicas e histórias. E assim, nesse conto de fadas, todos viveram felizes para sempre! Fim14

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Capuzinho Vermelhora uma vez uma moça chamada Chapeuzinho Vermelho porque sempre andava com o capuz vermelho que sua vó tinha lhe dado. Quando Chapeuzinho tinha vinte e um anos, ela casou

com o caçador amigo da família e logo depois ficou grávida. No dia do seu parto, sua mãe foi ajudar. Nasceu um lindo menino.

Chapeuzinho deu seu capuz vermelho para ele e o chamou de Capuzinho Vermelho.

Na mesma época, uma loba (irmã de um certo lobo que tinha morrido afogado com pedras na barriga, anos

atrás) também teve um filho e o chamou de Lobaldo.

Quinze anos se passaram, Capuzinho era um garoto

inteligente e adorável. Ele era um pouco nervorsinho. Já Lobaldo se tornou um lobo que adorava fazer travessuras, apesar dos

conselhos de sua mãe. Ele também adorava escutar as histórias de seu tio.

Certo dia, a vó do Capuzinho (mãe de Chapeuzinho) estava

grupo Garças

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colhendo flores pela floresta, quando o Lobaldo a viu. Ele não resistiu e foi atrás dela. Pobrezinha da vovó... O lobo espalhou orgulhosamente para todo mundo que comeu a vó do Capuzinho.

Quando Capuzinho soube que o Lobaldo tinha comido sua vovó, ele ficou com muita raiva e quis se vingar. Foi com uma faca até a floresta, achou o Lobaldo e correu atrás dele. O Lobaldo correu, correu, até que tropeçou em uma pedra e caiu. O Capuzinho conseguiu alcançar Lobaldo e quando a faca chegou bem perto da barriga, o lobo começou a gritar:

– É mentira! É mentira! A vovó está escondida na caverna.

O Lobaldo mostrou onde estava a vovó. Capuzinho a desamarrou e falou para ela ir para casa. O garoto amarrou o Lobaldo na caverna e chamou a loba, mãe dele, e disse:

– Vocês já deviam ter aprendido a lição! Nunca mexam com a família do capuz vermelho!

A loba desamarrou seu filho e fugiu para outra floresta bem longe. Capuzinho e sua família viveram felizes para sempre.

Fim16

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Revoltados, a banda mágicara uma vez uma cidade onde o povo era muito porco. Lá tinha lixo espalhado na rua, sujeira nos lagos, fábricas que poluíam os rios e o ar. Começaram a surgir muitas baratas na cidade. Devido à

poluição, as baratas foram geneticamente modificadas, ficaram enormes e se multiplicavam rapidamente. O povo foi reclamar com a prefeita da cidade:

– Prefeita, faça alguma coisa!

Gritavam:

– Acabe com as baratas! Acabe com as baratas!

A prefeita disse:

– Calma, gente! Vou dar um jeito!

O povo foi embora. Logo apareceu na prefeitura uma banda de rock, a banda dos Revoltados.

grupo Araras

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O líder da banda disse:

– Ouvimos dizer que aqui vocês têm problemas com baratas, é verdade?

– É sim! – respondeu a prefeita admirada.

– Nós podemos resolver isso pra senhora!

– Como?

– Nós tocamos umas músicas e elas nos seguem. Pedimos em troca uma quantia bem pequena: um milhão de reais. Queremos também três cães de caça.

– Combinado! Combinado! Sumam com as baratas!

A banda Revoltados chegou então na cidade e começou a tocar suas músicas de rock. Todas as baratas foram seguindo a banda. Eles foram para longe, além das montanhas.

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A cidade

inteira comemorou e agradeceu à prefeita!

– Graças a mim o problema acabou! – disse a prefeita.

Quando a banda Revoltados veio pedir o dinheiro, a prefeita disse que

não ia pagar nada, que não tinha prometido nada.

Os integrantes da banda ficaram furiosos:

– Deixa de ser caloteira! Deixa de roubar! Você vai pagar, você vai ver! Vamos ter nossa vingança, nos

aguarde!

A banda Revoltados combinou então de tirar todos os adolescentes da cidade. Começaram a tocar uma música e todos os adolescentes foram andando enfeitiçados atrás da banda. Os Revoltados levaram os adolescentes e os prenderam em uma caverna nas montanhas.

Quando a prefeita soube, ficou preocupada:

– Ah, não! Os adolescentes foram embora! O que eu faço?

Todos os pais dos adolescentes foram para a prefeitura reclamar:

– Cadê nossos filhos? Cadê nossos filhos?

A prefeita foi chamar a banda e pagou o que devia. Os Revoltados trouxeram os adolescentes de volta com uma música muito animada.

Assim, esta história termina, com um grande show de rock na cidade! Fim 19

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Cinderela e a Rosa Mágicara uma vez um casal que ia ter uma filha. Um dia a mulher ficou com muita vontade de comer rabanetes. O marido não encontrou em lugar nenhum, apenas no quintal de sua vizinha. Ele pegou

o rabanete escondido durante a noite. Só que a vizinha era uma malvada feiticeira que colocou um feitiço no rabanete. A mulher, assim que teve sua filha, morreu.

O bebê que nasceu era uma linda menina que o pai deu o nome de Cinderela. A malvada bruxa enfeitiçou o pai de Cinderela e casou com ele, indo morar em sua casa com sua filha. A bruxa trancou

Cinderela em uma torre alta e a obrigava a fazer todo o serviço de limpeza.

Cinderela juntava uns lençóis e fugia da torre toda noite, indo ao túmulo de sua mãe. Lá ela chorava e chorava. Ao longo do tempo, suas lágrimas foram caindo na terra e nela nasceu uma linda rosa mágica. Cinderela fugia toda noite, mas sempre voltava porque não podia deixar seu pai para trás, pois ele estava hipnotizado.

Certo dia, Cinderela estava no alto da torre quando viu que o castelo do reino estava sendo decorado para uma festa. Sentiu

grupo Tucanos

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um aperto no coração e uma vontade muito grande de ir. Na hora da entrega da comida, pediu a sua madrasta para ir à festa, mas ela não deixou de jeito nenhum. A madrasta e sua filha sabiam que o príncipe escolheria uma moça para se casar. A bruxa queria que sua filha fosse escolhida.

Quando a madrasta saiu para a festa, Cinderela desceu da torre escorregando pelos lençóis e foi até o túmulo de sua mãe. Lá ela chorou e pediu a sua mãezinha que a ajudasse, pois queria muito ir à festa do reino. A flor começou a brilhar e, de repente, Cinderela estava vestida com um lindo vestido.

Ela ficou feliz e foi até a festa. Chegando lá, sua madrasta e sua meia irmã não a reconheceram. Todos ficaram encantados com a bela moça e o príncipe não queria dançar com mais ninguém além dela.

Cinderela curtiu a festa, mas depois quis ir embora. O príncipe tentou seguí-la, mas ela o despistou na floresta. Foi até o túmulo de sua mãe. Lá, trocou de roupa e voltou para a torre.

A festa durou três dias. Então, no dia seguinte, Cinderela fez a mesma coisa. Fugiu da torre e pegou um lindo vestido no túmulo de sua mãe.

Chegou à festa e mais uma vez encantou a todos. O príncipe

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estava cada vez mais apaixonado. Na hora de ir embora, mais uma vez Cinderela conseguiu despistar o príncipe e deixou o lindo vestido no túmulo de sua mãe.

No terceiro e último dia de festa, Cinderela arrumou um vestido maravilhoso com a rosa mágica. O príncipe já tinha bolado um plano para não perdê-la de vista. Mandou passar cola na descida da escada. Quando Cinderela passou por lá, seu sapato ficou colado.

No dia seguinte o príncipe passou em todas as casas do reino para descobrir de quem era o sapato. A madrasta chegou a pedir que sua filha cortasse o pé para que coubesse no sapato. O príncipe ia levando a meia irmã de Cinderela, quando passou pelo túmulo e a rosa mágica começou a brilhar. E, nesse momento, o sapato caiu mostrando todo o sangue.

O príncipe ficou furioso. Voltou até a casa da madrasta e perguntou se tinha outra moça lá. O pai apontou a torre. O príncipe olhou a janela da torre e logo soube que era ela. Escalou até o alto levando o sapatinho. Ela experimentou e já saíram noivos.

No dia do casamento a rosa começou a brilhar. Nesse momento a Madrasta e sua filha se transformaram em pássaros, o pai ficou sem feitiço e Cinderela e o príncipe viveram felizes para sempre. Fim22

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A Gata de Sapatilhasxtra! Extra! A incrível história da gata de sapatilhas que ajudou o moço pobre a virar rei!

– Bom dia! Aqui é a repórter Juju do Jornal de São Sebastião e eu vim falar sobre a notícia mais falada na região. Uma simples gata conseguiu transformar uma história triste em um final feliz.

Tudo começou quando uma gatinha nasceu e foi abandonada por sua mãe. Certo dia, duas princesas passeavam pela rua, quando viram a pobrezinha. Ficaram com pena e a levaram para o palácio. Lá deram para ela um lindo par de sapatilhas cor de rosa.

Ela nunca tirava o presente das patas e por isso ficou conhecida como a Gata de Sapatilhas. Ela era muita espertinha! Um dia viu um pobre rapaz chorando e dizendo:

– Meu pai morreu e eu não fiquei com nada…

A gata ficou com pena, lembrou-se de quando era pobre e resolveu ajudar, já que era muita esperta. Ela lembrou que o rei e as princesas iam passear no bosque perto do rio JK. A gata então disse:

– Vou ajudá-lo a mudar de vida! Tire toda a sua roupa e vá para o rio JK.

– Mas como? Por quê?

– Confie em mim! Vou ajudá-lo!

O rapaz estava tão triste, que pensou que não ia piorar em nada fazer o que a gatinha estava pedindo. E ele foi para o rio.

Quando a carruagem real passou perto do rio JK, a gata começou a gritar pedindo socorro. O rei parou a carruagem.

grupo Tucanos

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– O que aconteceu, Gata de Sapatilhas?

– Majestade, um conde foi assaltado e levaram a sua roupa.

O rei mandou buscar roupas reais para o conde. Ele se vestiu e ficou muito bonito. A gata apresentou o conde ao rei e disse que ele era muito rico e gentil. O rei o convidou para passear com suas filhas.

A gata esperta foi na frente por um atalho e chegou num grande roseiral onde trabalhavam camponeses. A gata perguntou:

– De quem é esse roseiral?

– Do grando bruxo!

– Quando o rei passar por aqui, digam que é do grande conde. Por favor!!!

A gata fez uma carinha tão bonitinha, que eles concordaram na hora.

A gata continuou andando e chegou numa mansão onde quatro mulheres trabalhavam na porta. A gata perguntou:

– De quem é essa mansão?

– Do grande bruxo!

– Quando o rei passar por aqui, digam que é do grande conde. Por favor!!!

A gata fez uma carinha tão bonitinha, que eles aceitaram na hora.

A gata entrou na mansão e lá encontrou o malvado bruxo.

– O que você está fazendo aqui na minha casa?

– Ouvi dizer que você faz vários truques. Que você se transforma em vários animais. Mostre-me algum… Por favor!!!

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A gata fez aquela cara tão bonitinha que ele aceitou.

Ele se transfomou em uma onça.

A gata disse:

– Eu queria ver você se transformar num bicho menorzinho, que é mais difícil Será que você consegue?

– É claro que sim!

Então o bruxo se transformou em um pequeno ratinho e a gata – NHAC! – comeu o bruxo.

Enquanto isso, no passeio real, a princesa mais velha já estava se apaixonando pelo conde, pois ele era um rapaz bonito e gentil. Quando o rei passou perto do roseiral, perguntou aos camponeses que ali trabalhavam de quem eram aquelas terras:

– São do grande conde! – o rei ficou admirado.

Quando chegaram perto da mansão, as mulheres que ali trabalhavam também disseram:

– Essa mansão é do grande conde! – o rei ficou mais admirado ainda.

A gata estava na porta da mansão e disse ao rei:

– Venha majestade, conhecer a mansão deste nobre conde que salvamos hoje.

Todos entraram admirados. O conde estava tão feliz que pediu a mão da princesa em casamento. Ela aceitou, é claro!

Todos viveram felizes para sempre graças à Gata de Sapatilhas.

– Eu sou a repórter Juju, diretamente para o Jornal de São Sebastião. Fim 25

Page 28: "Era Outra Vez... histórias clássicas recriadas pelas crianças do Ponto de Cultura Ludocriarte"

As novas aventuras de Peter Panra uma vez uma casa bem bonita e lá moravam três crianças: Wendy, Pedro e Miguel. Quando Wendy tinha treze anos, Pedro dez anos e Miguel cinco anos, eles conheceram a Terra do Nunca. Lá

havia o amigo deles Peter Pan. Peter havia sido sequestrado, mas sua amiga, a fada Sininho, contou para os amigos dele. Eles fizeram um plano e conseguiram resgatar ele e assim, eles viveram mais e mais aventuras. Wendy, Pedro e Miguel voltaram para casa em um navio mágico.

Muitos anos se passaram e Wendy, Pedro e Miguel viraram adultos. Wendy era médica, Pedro era engenheiro e Miguel era professor de artes. Eles sempre lembravam dos momentos felizes que passaram juntos na Terra do Nunca. Um dia, a Wendy perguntou:

– Será que ainda existe a Terra do Nunca?

Bem nessa hora o Peter Pan apareceu. Os irmãos levaram um susto. Miguel disse:

– Peter! Estávamos falando de você!

Wendy estranhou a aparência de Peter e perguntou:

– Por que você ainda está pequeno como antes?

Peter não queria responder e mudou de assunto:

– Vamos logo para a Terra do Nunca! Vim buscar vocês!

Pedro falou:

Camile Vitória Batista Ferreira

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– Peter, não somos mais crianças. Como vai ficar nosso trabalho e nossa família?

Peter respondeu:

– Na Terra do Nunca, um ano equivale a uma hora daqui. Vamos, vamos! Sininho, está na hora do pozinho mágico!

Sininho apareceu, jogou o pozinho mágico e todos foram voando para a Terra do Nunca.

Wendy desconfiou porque Peter não queria responder, mas não perguntou de novo.

Lá na Terra do Nunca eles se divertiram muito nos primeiros dias, mas logo descobriram alguns problemas. Os índios estavam muito doentes e não encontravam a cura certa, precisavam de um médico. O Capitão Gancho, que agora era bonzinho, estava precisando de ajuda para construir seu novo lar. E as sereias andavam muito tristes, não tinha nada que as deixasse animadas.

Os irmãos tinham a solução! Wendy trabalhou como médica na tribo, Pedro trabalhou como engenheiro na construção da casa do Capitão Gancho e Miguel fez muitas atividades interessantes com as sereias.

Todos da Terra do Nunca ficaram muito agradecidos. Chegou a hora dos irmãos voltarem para casa. Peter não queria, mas levou Wendy, Pedro e Miguel de volta. E, no final, explicou:

– Eu não cresci porque na Terra do Nunca ninguém cresce. Vocês sempre podem me visitar lá quando quiserem, basta me chamar.

Wendy, Pedro e Miguel contaram para seus filhos e depois para seus netos as aventuras que viveram. Fim 27

Page 30: "Era Outra Vez... histórias clássicas recriadas pelas crianças do Ponto de Cultura Ludocriarte"

O Rei Dragão e a Princesara uma vez um castelo onde morava um dragão que era o rei dos dragões. O rei dragão era enorme, muito forte, muito honesto e justo. Seu nome era Felipe. Ele tinha uma filha chamada Estela que

um dia iria virar rainha. Estela era muito curiosa e aventureira. Ela gostava de conhecer todos os lugares e viver aventuras emocionantes. Seu pai pedia para ela ficar por perto, mas ela sempre desobedecia e ia pra longe. Ela queria ser logo rainha para fazer o que quisesse sem seu pai reclamar.

Próximo ao reino do rei dragão tinha um reino das tartarugas. O rei tartaruga era também um mago que sabia feitiços e podia controlar o fogo, a água, a terra e o ar. Seu nome era Magnus. Ele tinha muita raiva do rei dragão. Seu pai, que foi um rei tartaruga muito invejoso das riquezas do rei dragão, tentou matar o rei Felipe. O rei dragão acabou devorando ele. Magnus queria vingança e queria ser o rei do reino dos dragões.

Um dia o rei Magnus teve um plano. Decidiu sequestrar a princesa Estela para atrair o rei Felipe para a morte. O rei tartaruga chamou Estela, fingindo ser amigo, para conhecer uma cachoeira bem longe. Estela adorava aventuras e foi. Só que Magnus levou a princesa por um caminho debaixo da terra. Estela achou estranho e perguntou:

– Por que estamos passando por baixo da terra?

– Porque é mais rápido.

– Ah tá.

– Chegamos!

– Que lindo!

O rei tartaruga pensou: – Que bocó!

Pedro Lucas Ribeiro da Silva

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Então Magnus prendeu Estela com uma corrente bem apertada. Estela gritou:

– Socorro!!! Socorro!!!

Lá no reino do dragão todos os dragões estavam preocupados com a princesa. O rei subiu lá em cima e falou:

– Alguém sabe da minha filha?

Ele escutou bem baixinho um pedido de socorro. Seu guarda falou:

– Vem do reino das tartarugas!

O rei Felipe ficou com muita raiva e voou até o castelo do rei Magnus.

O rei tartaruga estava esperando na porta.

O rei dragão perguntou:

– Cadê minha filha?

O rei tartaruga respondeu:

– Está morta!

O rei Felipe, ficou muito, muito nervoso e disse:

– Você vai morrer, seu infeliz.

Então começou um duelo entre rei Felipe e rei Magnus. O rei dragão era muito forte e poderoso, mas o rei tartaruga também era,

conhecia muitos feitiços. Os dois acabaram morrendo na luta.

A princesa Estela conseguiu se soltar, viu que seu pai estava morto e ficou muito triste. Voltou

para o seu reino e lá virou rainha. Tentou governar como seu pai tinha ensinado,

sendo honesta e justa. Muito tempo depois, ela teve um filho que era curioso e aventureiro como ela. E a

história se repetiu.Fim 29

Page 32: "Era Outra Vez... histórias clássicas recriadas pelas crianças do Ponto de Cultura Ludocriarte"

As aventuras de Alice na escolaepois de viver aventuras no País das Maravilhas, chegou o dia de Alice ir para escola. No primeiro dia, o dia de conhecer os novos amigos, ela foi brincar de amarelinha. De repente, ela viu

um macaco passando e foi atrás dele. O macaco saiu correndo e depois voltou e pulou na Alice. Alice ficou com medo e todo mundo começou a rir da cara dela. Ela ficou com muita vergonha, saiu correndo e foi para a sala. Lá começou a chorar. Bateu o sinal e todo mundo entrou na sala. A professora falou:

– Não tenha medo do macaco. Esse macaco vive aqui perto da escola e gosta de brincar.

Alice falou:

– Eu vou pegar nele.

Ela pegou. O macaco gostou da Alice e a Alice gostou do macaco. Assim acabou o primeiro dia de aula. Alice foi para casa e falou com a mãe:

– Foi muito bom ir para a escola porque eu conheci um macaco. Ele é muito brincalhão e eu gostei dele.

A mãe falou:

– Que bom!

Passou o primeiro bimestre, passou o segundo bimestre, Alice e o macaco ficaram cada vez mais amigos. Alice brincava mais com o macaco do que com as outras crianças da turma.

Um dia, o macaco chamou Alice para uma

Paulo Henrique Ribeiro

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Page 33: "Era Outra Vez... histórias clássicas recriadas pelas crianças do Ponto de Cultura Ludocriarte"

aventura. Alice aceitou. E perguntou:

– Eu quero! Mas que aventura? Onde?

O macaco respondeu:

– No mundo dos macacos! Só macacos entram lá, mas como você é minha melhor amiga, vou te levar. Vamos esperar até a hora do recreio.

Na hora do recreio o macaco esperou todos saírem da sala de aula e foi até o fundo, tirou uma mesa do lugar, puxou uma portinha que tinha no chão e chamou Alice para descer as escadas.

Desceram até chegar a um lugar que tinha vários galhos e eles tinham que pular de um em um, até chegar em um portão. O macaco foi rapidinho, mas Alice teve dificuldade e disse:

– Macaco, me espere!

Quando chegaram ao portão tinha uma senha que o macaco tinha que colocar. A senha era BANANA. O portão abriu e eles entraram.

Lá dentro tinha um parque e todos os brinquedos eram em forma de banana. Balanço, escorregador, pula-pula Tudo em forma de banana e com vários galhos para pendurar. Muitos macacos brincavam e Alice queria brincar também. Ela ficou lá um tempão brincando. De repente, ela se lembrou do colégio e pensou que o recreio já tinha acabado. Subiu a escada correndo e quando chegou lá em cima, todas as crianças já tinham ido embora.

Alice pegou sua mochila e saiu correndo para casa. A professora gritou:

– Espera aí, Alice!31

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Mas Alice não escutou e foi correndo. Quando chegou em casa, a mãe deu uma bronca nela.

No dia seguinte, a professora perguntou:

– Onde você estava ontem?

Alice respondeu:

– Brincando com o macaco.

A professora disse:

– Não pode fugir da sala de aula, na próxima leva uma advertência.

Mais tarde, no recreio, o macaco apareceu e chamou Alice para brincar no mundo dos macacos de novo. Alice não quis, não queria levar advertência.

O macaco falou:

– Mas é só a gente não perder a hora. É só levar um relógio.

Alice respondeu:

– Tá bom! Amanhã eu trago relógio com despertador e nós vamos.

No dia seguinte, Alice foi com o macaco para o mundo dos macacos e ficou lá só durante a hora do recreio. Quando o relógio despertou, ela saiu correndo para a sala. E dessa vez deu tudo certo.

Quase todo dia Alice ia brincar com os macacos, mas era sempre pouco tempo. Ela queria que as férias chegassem logo, porque aí poderia ficar mais tempo lá brincando. Só que ela lembrou:

– Ué, como vou entrar na escola durante as férias?

O macaco já tinha pensado nisso e falou:

– Eu vou tirar cópia da chave, não se preocupe.

E assim, quando chegaram as férias, Alice viveu novas aventuras no mundo dos macacos. Alice e o macaco viraram amigos para sempre. Fim32

Page 35: "Era Outra Vez... histórias clássicas recriadas pelas crianças do Ponto de Cultura Ludocriarte"

Os três cavaleiros e os três cavalos de ourora uma vez, há muito tempo atrás, três cavaleiros que eram muito conhecidos em vários reinos. Eles salvavam pessoas e animais indefesos. Seus nomes eram: primeiro – Hércules (o mais forte),

segundo – Baltazar (o melhor de espada) e terceiro – Marcos (o mais rápido).

Em um desses reinos existia um rei muito malvado e briguento que odiava os cavaleiros e planejava matá-los. Ele tinha três cavalos de ouro que sabiam falar. Eles ajudavam o rei em suas maldades.

Certo dia, o rei soube que os cavaleiros iam passar perto de seu reino e teve um plano. Ele se vestiu de velhinho, foi até onde os cavaleiros iam passar e pediu ajuda aos cavaleiros para carregar uma sacola até uma casa de madeira no pântano. Nesse momento, os cavaleiros escutaram um grito de um macaco ferido. Hércules foi salvar o macaco, Baltazar e Marcos foram ajudar o velhinho.

Quando chegaram na casa de madeira, o velhinho pediu para os cavaleiros entrarem, beberem um café e comerem um bolinho de cenoura. Dentro da casa estavam os três cavalos escondidos para dar o bote. Baltazar e Marcos entraram e sentaram à mesa. De repente, os cavalos apareceram e jogaram cordas no pescoço dos cavaleiros que gritaram assim que os viram. O rei colocou uma fita na boca deles e saiu para o reino.

Enquanto isso, na floresta, Hércules achou estranho que seus companheiros não tivessem voltado. Ele tinha um ouvido muito bom e escutou um grito baixinho. Foi em direção à casa onde os cavaleiros estavam presos.

Maikon Daniel da Silva Lopes

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Hércules distraiu os cavalos e depois salvou Baltazar e Marcos. O rei ficou sabendo pelos cavalos de ouro e ficou com muita raiva.

Os cavaleiros não queriam guerra, por isso foram até o castelo para negociar paz com o rei. O rei não aceitou e eles resolveram sair depressa. O rei mandou os cavalos de ouro atrás dos cavaleiros. Mas Hércules, Baltazar e Marcos foram tão rápidos, que os cavalos não encontraram nada.

Depois de um tempo, os três cavaleiros ficaram sabendo que uma bruxa muito, mas muito malvada mesmo, tinha roubado os cavalos de ouro e sequestrado o rei. Os cavaleiros sempre salvavam as pessoas, então foram atrás dessa bruxa. Procuraram, procuraram, procuraram, até que ouviram um relincho bem baixinho, de cavalo.

Os cavaleiros perguntaram:

– Onde estão vocês?

Os cavalos responderam:

-Ion, ion, ion.

Então os cavaleiros descobriram que a bruxa tinha tirado a voz deles. Na mesma hora, ouviram um chamado de socorro e descobriram que era o chamado do rei.

Os cavaleiros salvaram o rei. O rei pegou a varinha da bruxa e transformou-a em uma nuvem. Os cavalos voltaram a falar.

Os cavaleiros estavam indo embora, quando o rei disse para eles:

– Peguem os cavalos de ouro para vocês, em agradecimento por tudo que fizeram por mim.

Os cavaleiros agradeceram. O rei os chamou para morar com ele no castelo. Todos viveram

felizes para sempre.Fim34

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Este livro é o resultado do trabalho conjunto de muitos heróis e heroínas...

Oitenta jovens autores, estreantes no universo mágico da literatura:

Grupo Garças Cauã Barbosa Queiroz • Daniel Godoi Ribeiro • Douglas Mendes • Franciele Soares Ferreira • Gabriel de Souza Santos • Jean Pablo Costa Ferreira Moreira • Jeniffer Silva Rocha • Jhonatan Ferreira Belém • João Victor dos Santos Nogueira • Lorrany Laysa Gonçalves dos Santos • Ludimila Silva da Paz • Marcela Geovana Costa de Queiroz • Márcia Regina Ribeiro Moraes • Rafaela Cristiny Silva de Araújo • Rafaela da Costa • Ruan Damásio de Souza Rodrigues • Samuel dos Santos Soares • Sulayne Sara Ribeiro da Silva • Wendy Cristina Mesquita • Willian Fernandes Oliveira

Grupo Emas Breno Rafael Viana • Camila Mendes Queiroz • Camile Vitória Batista • Diego Fernando S. Brito • Gabriel Santana Costa • Graziele Neves Brito • Guilherme Rocha Pinheiro • Jenilton dos Santos Pinheiro • Juliana Souza Braga de Melo • Julianderson Railan Sá dos Santos • Julyene Kauana Sá dos Santos • Kamilly Roberta Lemos Pêssego • Luan Gustavo Tavares Matos • Lucas de Jesus Lacerda • Nicole Ribeiro Alves • Pedro Henrique Gomes Pinho • Rianny Mendes Nascimento • Sonya Lohany Rodrigues • Thiago Melo da Silva • Vitor de Oliveira Lemos

Grupo Araras Arielli Eduarda Braz da Silva • Diogo Ribeiro da Silva • Eduardo Rodrigues Santos • Ezequiel Pereira Sena • Gabrielli Godoi Ribeiro • Gustavo Costa • Isabela Cristina Silva Sousa • Ismael Jordan Batista de Souza • Jaine Costa Ferreira Moreira • Luan de Sousa Barretos • Luan Gustavo Tavares Matos • Lucas Jordan Batista de Souza • Marcos Felipe Teixeira Rodrigues • Marta Ribeiro da Silva • Pedro Lucas Ribeiro da Silva • Peterson Willo Paraguaio da Silva Junde • Rafael Castro Neto • Tailan Miguel Oliveira de Andrade • Thiago de Moraes • Yorrana Rejia dos Santos Nogueira

Grupo Tucanos Alessandro da Silva Teixeira • Andressa Amorim Durães • Carlos Eduardo de Souza • Clayton da Cruz Lima • Evilene Lopes Almeida • Felipe Lopes Sudré • Geane dos Santos Ferreira • Gustavo Nunes Pereira • Jaqueline Durães Rodrigues • Jhenyffer Viana Santana • Julianna de Kassya Sá dos Santos • Ketlyn Cristina Viana Silva • Lorrane Moraes Teixeira • Maicon Ferreira Belém • Maikon Daniel da Silva Lopes • Marcos Felipe Teixeira Rodrigues • Paulo Henrique Ribeiro • Sara Gomes de Almeida • Victor Rodrigues • Victória Thifany Costa Soares

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Uma contadora DE HISTÓRIAS RESPONSÁVEL PELAS OFICINAS E A COORDENAÇÃO EDITORIAL: Isabela Cordeiro Léda, psicóloga que trabalha há mais de quatro anos no DF com o Grupo Era Uma Vez, grupo de contadores de histórias interessados na importância da fantasia e do brincar para o desenvolvimento humano. Faz formação em Psicoterapia Corporal – Análise Bioenergética. Em seu consultório desenvolve projetos que aliam o trabalho com as histórias e a terapia corporal.

Uma associação VALENTE QUE, DESDE OS PRIMÓRDIOS, LUTA EM PROL DA CULTURA DA INFÂNCIA: A LUDOCRIARTE nasceu em 2004, com o objetivo de desenvolver ações sócio-educativas para crianças, adolescentes e seus familiares por meio da linguagem lúdica, artística e cultural, em específico, promovendo a criação e o fortalecimento de brinquedotecas em várias regiões do Brasil. A BRINQUEDOTECA COMUNITÁRIA de SÃO SEBASTIÃO/DF, fundada em 2005 pela Ludocriarte, atende 160 crianças e adolescentes de 03 a 16 anos, oferecendo um espaço gratuito, aberto a toda comunidade, de educação complementar e integração social, que visa resgatar o significado do BRINCAR no processo de desenvolvimento humano, estimulando e fortalecendo a integração físico-psico-social, a expressão, a descoberta de habilidades e potenciais, a criatividade, a afetividade, o respeito e a cidadania.

Diretoria Paolo Chirola [Presidente] • Magda Regina Rosa [Vice-presidente] • Maria de Fátima Silva [Primeira Secretária] • Monica Aparecida Vieira Nogueira [Segunda Secretaria] • Maria Lucia de Moraes Ono [Primeira Tesoureira] • Elizabeth Maria da Graça Neves [Segunda Tesoureira]

Conselho fiscal Rita de Cássia Fernandes Shimabuko • Zaira Bastos Pinheiro • Noeme Cristina Álvares de Carvalho

Brinquedistas, oficineiros e voluntários Adenize Paula Viana • Aline de Souza Lemos • Edimar Leite • Eliane Paula Viana • Isaac Mendes Pereira • Jeferson Duprado • Maria Anísia Oliveira Alencar • Maria Aparecida Viana • Pollianna Franco de Lima • Roseli Nunes de Almeida • Thalía Rayane dos Santos Silva

Ilustradores Jeferson Duprado, artista plástico, educador e responsável pelas oficinas de artes na Brinquedoteca. • Carlione Barbosa Ramos, aluna de Artes Plásticas da UnB e arte-educadora.

Produção do vídeo Cristiano Silva, cineasta.

Projeto gráfico Lucivam Costa, designer gráfico e publicitário.

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Se quiser mergulhar no mundo mágico das histórias e conhecer como nossos heróis e heroínas conseguiram recriar estes contos clássicos da literatura, veja o DVD e você poderá conhecer a metodologia utilizada nas Oficinas de Escrita Criativa. Vamos assistir?

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m uma manhã de sol escaldante, algo surpreendente quebrou a rotina da cidade oleira: uma jovem contadora de histórias

chegou montada em seu cavalo rubro. Encontrou hospitalidade na velha estalagem da Quadra 103, numa brinquedoteca, chamada Ludocriarte, conhecida das crianças. Em troca de uma boa cama de palha e um javali assado, a contadora começou, suavemente, a espalhar pelo ar da cidade palavras mágicas, que despertaram personagens adormecidos há muitos séculos: Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, Peter Pan...”

O livro “Era outra vez...” é o resultado das Oficinas de Criação de Histórias realizadas entre os meses de agosto de 2011 e março de 2012, com 80 crianças, de 6 a 12 anos, da Brinquedoteca Comunitária de São Sebastião/DF.

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