45
ERIK EIKI HASHINAGA Uso da metodologia Lean na cadeia de petróleo upstream Trabalho de Conclusão do curso de graduação do departamento de Engenharia de Minas e Petróleo da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo São Paulo 2019

ERIK EIKI HASHINAGA

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

ERIK EIKI HASHINAGA

Uso da metodologia Lean na cadeia de petróleo upstream

Trabalho de Conclusão do curso de

graduação do departamento de

Engenharia de Minas e Petróleo da

Escola Politécnica da Universidade

de São Paulo

São Paulo

2019

ERIK EIKI HASHINAGA

Uso da metodologia Lean na cadeia de petróleo upstream

Trabalho de Conclusão do curso de

graduação do departamento de

Engenharia de Minas e Petróleo da

Escola Politécnica da Universidade

de São Paulo

Área de Concentração: Setor

upstream da cadeia de petróleo

Orientadora: Profª. Dra. Regina

Meyer Branski

São Paulo

2019

FICHA CATALOGRÁFICA

Hashinaga, Erik Eiki, 1996

Uso da metodologia Lean na cadeia upstream de

petróleo / Erik Eiki Hashinaga – 2019

Orientador: Profa. Regina Meyer Branski

Trabalho de conclusão de curso (graduação) –

Universidade de São Paulo, Curso de Engenharia de

Petróleo, 2019.

1. Lean. 2. Cadeia de petróleo. 3. Otimização. 4.

Upstream. 5.Offshore. I. Branski, Regina Meyer. II. Uso da

metodologia Lean na cadeia upstream de petróleo

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer e dedicar este trabalho para as seguintes pessoas, que

me instruíram muitos ensinamentos durante meus anos de vida:

Primeiramente à minha família que sempre esteve ao meu lado nesse meu

caminho. Ao meu pai Eurico, à minha mãe Sandra e ao meu irmão Cesar.

Aos meus amigos que estiveram ao meu lado em todos esses anos.

Aos meus professores do colégio e da faculdade, pelos ensinamentos.

A minha orientadora Regina.

E a todas as outras pessoas que me ensinaram algo e contribuíram, durante

minha vida, para ser quem eu sou.

RESUMO

O pensamento enxuto ou Lean thinking, também conhecido como Sistema

Toyota de produção, pode ser definido como uma filosofia ou método, que

agrupa técnicas e ferramentas que buscam essencialmente a eliminação de

desperdícios nas operações. Há relatos na literatura de experiências bem-

sucedidas na aplicação da metodologia Lean no setor de petróleo. O objetivo do

trabalho é identificar ferramentas e técnicas Lean já utilizadas nas atividades da

cadeia de petróleo offshore e apontar novas possibilidades de uso. O trabalho

foi desenvolvido em duas etapas: revisão sistemática da literatura e entrevistas

com especialistas da área de petróleo e de Lean. A revisão sistemática abrangeu

artigos publicados em periódicos científicos, revistas especializadas e

congressos da área de petróleo entre os anos de 2009 a 2019. Foi possível

identificar 23 estudos publicados, que compreenderam as principais ferramentas

e técnicas Lean utilizadas na cadeia de petróleo upstream. As entrevistas

mostraram que muitas ferramentas já estão incorporadas no dia a dia das

empresas, mas de forma isolada, sem a sistematização exigida para a

implantação da filosofia Lean.

Palavras-chave: Lean, Cadeia de petróleo, Upstream, Otimização, Offshore

ABSTRACT

Lean thinking, also known as the Toyota Production System, can be defined as

a philosophy or method that compose techniques and tools that essentially seek

to eliminate waste in operations. There are reports in the literature of successful

experiences in applying the Lean methodology in the oil sector. The objective of

this work is to identify Lean tools and techniques already used in offshore oil chain

activities and point out new possibilities for use. The work was developed in two

steps: systematic literature review and interviews with oil and Lean experts. The

systematic review covered articles published in scientific journals, journals and

oil congresses from 2009 to 2019. It was possible to identify 23 published studies

that comprised the main Lean tools and techniques used in the upstream oil

chain. Interviews showed that many tools are already incorporated into

companies' daily lives, but in isolation, without the systematization required to

implement the Lean philosophy.

Keywords: Lean, Oil chain, Upstream, Optimization, Offshore

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Lean thinking.........................................................................................5

Figura 2. Etapas do Trabalho de Conclusão de Curso.........................................9

Figura 3. Número de publicações por ano..........................................................12

Figura 4. Meio de publicação..............................................................................12

Figura 5. Detalhamento do meio de publicação.................................................13

Figura 6. Ferramentas utilizadas........................................................................14

Figura 7. Atividades contempladas.....................................................................15

LISTA DE SIGLAS

5S Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke

AHP Analytical Hierarchy Process

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior

CEO Chief Executive Officer

DMAIC Definir, medir, analisar, melhorar e controlar

E&P Exploração e produção

FMEA Failure Mode and Effect Analysis

PSV Platform Supply Vessel

JTI Just-in-time

MIT Massachusetts Institute of Technology

MPT Manutenção Preventiva Total

MVP Minimum Viable Product

OEE Overall Equipment Effectiveness

OTC Offshore Technology Conference

PPM Project Portfolio Management

SciELO Science Eletronic Library Online

SIPOC Suppliers, Inputs, Process, Outputs and Customers

SMED Single Minute Exchange of Die

SPE Society of Petroleum Engineering

TQC Total Quality Control

VSM Value Stream Mapping

GLOSSÁRIO

Análise geofísica: Análise e interpretação de dados geofísicos obtidos

por softwares.

Árvore de natal: Conjunto de válvulas instalado na cabeça do poço,

responsáveis por regular a produção de

hidrocarbonetos.

Bomba de haste: Equipamento que eleva os fluídos do reservatório

para a superfície.

Completação: Processo de estruturação do poço recém perfurado,

para deixá-lo pronto para funcionamento.

Descomissionamento: Desmontagem e desativação da plataforma.

Fraturamento: Utilizar a pressão de fluídos para criar microfraturas

na rocha.

Jazida: Poço de petróleo.

Navio de sísmica: Utilizado para obter dados de uma região através da

sísmica, na parte upstream da cadeia de petróleo.

Perfil geológico: Representação vertical da geologia para definição

dos segmentos do terreno.

Pré-sal: Região sob uma camada de sal.

Rocha circundante: Envoltório rochoso de granulometria mais fina.

Shale gas: Gás de xisto.

Tubagem de produção: Tubos utilizados no processo de produção.

Xisto: Rocha metamórfica, que pode ser dividida em finas

lâminas.

SUMÁRIO

1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

2. Objetivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

3. Revisão da literatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

3.1. Cadeia de petróleo upstream. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

3.2. Lean Thinking . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

4. Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

5. Resultados e discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

5.1. Classificação e análise das publicações . . . . . . . . . . . . 11

5.2. Classificação e análise dos artigos . . . . . . . . . . . . . . . . 13

6. Entrevistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

6.1. Entrevista 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

6.2. Entrevista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

7. Considerações finais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

8. Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

ANEXO 1 - Compilação dos artigos estudados . . . . . . . . . . . . . . . . 27

ANEXO 2 – Artigo Síntese. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

1

1. INTRODUÇÃO

Durante os últimos anos, a indústria de petróleo experimentou um considerável

aumento nas atividades de exploração e produção (E&P) devido à descoberta

de novos campos e ao desenvolvimento de tecnologias que possibilitaram a

obtenção de óleo e gás por outros meios, como a exploração offshore e o shale

gas.

Por outro lado, os preços do óleo têm declinado desde meados de 2014 e é

esperado que continuem com um valor baixo por algum tempo. As empresas de

E&P priorizaram o crescimento da produção quando os preços do petróleo ainda

estavam altos, adquirindo novos ativos e empregando pessoal adicional, com

pouca atenção ao controle de custos e à eficiência (MARTÉN; WHITTAKER,

2015). Esse cenário levou a uma diminuição considerável da margem de lucro

das empresas de exploração e produção de 8% em 2012 para 0,5% em 2015

(SANTAMARTA et al., 2016).

Esse panorama de queda nos lucros fez com que companhias procurassem

implementar estratégias confiáveis com o objetivo de reduzir custos. A aplicação

de metodologias como Lean e Six Sigma pode contribuir para reduzir custos e

otimizar a cadeia de produção.

Lean visa remover atividades sem valor agregado e alinhar a produção aos

requisitos do cliente. O método Lean agiliza e otimiza os processos. O Six Sigma

tem como objetivo identificar e remover as causas de defeitos e erros, reduzindo

a variabilidade dos processos. Ambos promovem melhorias e entregam produtos

a um custo menor e com melhor qualidade.

Lean e Six Sigma vêm sendo usados com sucesso em indústrias manufatureiras

e de serviços, mas foram pouco aplicados na área petrolífera. Empresas do setor

de petróleo precisam se manter competitivas e a aplicação de Lean e do Six

Sigma pode reduzir custos e melhorar a competitividade das empresas quando

enfrentam queda no preço do petróleo (RACHMAN; RATNAYAKE, 2018).

2

2. OBJETIVO

O objetivo trabalho é identificar ferramentas e técnicas Lean já utilizadas nas

atividades da cadeia de petróleo offshore e apontar novas possibilidades de uso.

O trabalho foi desenvolvido em duas etapas. Na primeira etapa é realizada uma

revisão sistemática da literatura onde são identificadas ferramentas e técnicas

Lean já utilizadas nas atividades de exploração e produção. Na segunda etapa

foram realizadas entrevistas semiestruturadas com especialistas em Lean e do

setor de petróleo.

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Cadeia de petróleo upstream

A cadeia de petróleo é composta por atividades que estão divididas em

downstream, upstream e midstream.

O setor upstream compreende as atividades de exploração e produção de

petróleo, podendo ser em terra ou no mar denominadas, respectivamente,

onshore e offshore. Downstream é um termo usado para definir, essencialmente,

as atividades de transporte, comercialização e refino de petróleo e derivados.

Para os autores que consideram três segmentos, upstream está relacionado a

produção de petróleo, midstream ao processamento de petróleo e, o

downstream, a logística e distribuição dos derivados.

O trabalho corrente abordará o seguimento upstream da cadeia petrolífera, o

qual compreende as atividades de exploração, desenvolvimento e produção de

petróleo, integralmente offshore.

A exploração tem início com o levantamento sísmico que identifica possíveis

jazidas. Envolve quatro atividades: coleta de informações geológicas do subsolo,

processamento dos dados, conversão dos dados em modelos para análise e

interpretação de perfil geológico para definir onde será perfurado os poços de

exploração (SILVA, 2012).

O desenvolvimento do campo começa com a perfuração do poço de exploração.

A partir dele é confirmada a viabilidade e começa o processo de preparação do

poço denominado completação. Nessa fase, são feitas pequenas

3

perfurações nos poços revestidos que fornecem um caminho para que o óleo

flua a partir da rocha circundante através da tubagem de produção. Depois,

ácidos e fluidos de fraturamento são bombeados para dentro do poço para

limpeza ou para preparar e estimular a produção de hidrocarbonetos no poço

(SILVA, 2012).

A produção de petróleo e gás é a fase mais importante da vida de um poço.

Neste período, os equipamentos produtores de petróleo e sonda de perfuração

usadas para perfurar e completar o poço são retiradas, e a parte superior é

equipada com um conjunto de válvulas chamado de árvore de Natal ou de árvore

de produção. Estas válvulas regulam pressões, fluxos de controle e permitem o

acesso ao poço. A partir da válvula de saída da árvore de produção, o fluxo pode

ser ligado a uma rede de distribuição de tubos e tanques para fornecer o produto

para refinarias, estações de compressão de gás natural, ou terminais de

exportação de petróleo (SILVA, 2012).

A rede logística que dá suporte às operações upstream é complexa. Envolve

um conjunto de plataformas de perfuração e produção, bases logísticas em terra

para armazenamento das peças e equipamentos, frota terrestre e marítima, que

incluem navios de sísmica e de apoio logístico, navios petroleiros para o

transporte do óleo e gás para a terra, terminais para armazenamento e

portuários, dutos, entre outros. O papel do porto é central, já que gargalos ou

ineficiências em suas operações podem se refletir a partir desse local para toda

a cadeia logística (SPAGNOL et al, 2018).

As restrições de espaço nas plataformas são severas e, por isso, a maior parte

do estoque permanece armazenada em bases logísticas localizadas em terra.

Os pedidos são enviados para os fornecedores, que remetem para as bases

onshore onde são consolidados e transportados para os portos (OLEIVSGARD,

2003).

Os desafios logísticos envolvidos nas operações upstream são grandes, entre

eles, garantir o abastecimento de materiais e equipamentos, o transporte

eficiente de pessoas e o escoamento da produção de óleo e gás de plataformas

localizadas a quilômetros da costa. As operações logísticas incluem desde

suprimentos, como materiais, equipamentos e fluídos químicos, até a

4

contratação de inúmeros serviços especializados, entre eles, análise geofísica,

perfuração, completação, entre outros. Portanto, a cadeia de petróleo é

abastecida por muitos operadores e fornecedores com diferentes tamanhos e

graus de complexidade. Por exemplo, há os Platform Supply Vessel (PSV),

navios especialmente planejados para o abastecimento de plataformas offshore,

entregam os pedidos e trazem de volta os resíduos remanescentes dos

processos: aproximadamente 75% do material levado para as plataformas

retornam para as bases. Isso inclui contêineres, embalagens, além da água

utilizada na perfuração que não pode ser descartada no mar (MORAIS, 2013).

Os estudos acerca da aplicabilidade do Lean na cadeia petrolífera já existem há

alguns anos. Um dos primeiros estudos em destaque foi feito por Buell e

Turnipseed (2004), que apresentaram o uso das ferramentas de otimização nas

regiões da América do Norte e Ásia, em projetos da seção upstream de

operações de óleo e gás, os quais são: testes de poço, reparo de bomba de

haste, tratamento de água, estimulação de poço e registro de produção.

3.2 Lean thinking

Lean é um método de aprimoramento da eficiência com a utilização da menor

quantidade de recursos possíveis (tempo, força de trabalho, equipamento e

espaço), mantendo a qualidade e focando na otimização da cadeia de produção

e seus aspectos operacionais e técnicos, relações entre contratantes e

fornecedores, organização dos trabalhadores e gerenciamento de processos

(RACHMAN et al., 2018).

Aplicado inicialmente na manufatura, o pensamento enxuto vem sendo adotado

em outras áreas como saúde, construção civil, logística e gestão da cadeia de

suprimentos. Estudos realizados com fabricantes de avião, de navios, de

equipamentos industriais, entre outros, mostraram ser possível a aplicação das

técnicas e ferramentas Lean – com algumas adaptações – em setores que

produzem sob encomenda (MELCHERT et al., 2006).

O Lean é baseado em uma relação estável entre quatro elementos: liderança e

comprometimento da gestão, envolvimento dos trabalhadores, cooperação e

confiança entre contratantes e fornecedores com a administração do projeto

Lean (RACHMAN et al., 2018).

5

O termo Lean foi originado do termo “Lean production”, popularizado no livro The

Machine that Changed the World escrito por James Womack (1990). O estudo

foi conduzido pelo International Motor Vehicle Program no Instituto de

Tecnologia de Massachusetts (MIT), a partir de uma pesquisa sobre a

competição na indústria automobilística mundial, em que os sistemas Fordista e

Toyotista de produção foram analisados. Em 1996, Womack e Jones lançaram

Lean thinking, outro estudo onde aprofundam a filosofia do método.

O método Lean enfatiza a importância de criação de valor sem interrupções,

eliminando tudo o que é desnecessário, os chamados desperdícios. Estes são:

defeito, superprodução, espera, transporte, movimentação desnecessária,

superprocessamento e estoque (RACHMAN et al., 2018).

Womack e Jones (2010) descreveram o conceito Lean como uma abordagem

para realizar atividades de maneira mais eficiente, ou seja, com menos recursos

(tempo, força de trabalho, equipamento e espaço). O conceito enfatiza a

importância de atender as especificações de valor dos clientes, bem como a

criação e entrega de valor sem interrupções.

Figura 1. Lean thinking

Fonte: Slack (2018)

6

As principais ferramentas utilizadas pelo Lean para combater os desperdícios

são: análise do fluxo de valor, Poka-yoke, Takt time, Kaizen, controle visual, 5S

(ordenar, configurar, brilhar, padronizar e sustentar), trabalho padronizado,

Kanban, Just-in-time (JIT), fluxo de uma peça, troca rápida, Manutenção

Preventiva Total (MPT), Eficácia geral do equipamento (OEE) e Six Sigma, as

quais serão abordadas a seguir (BUELL, 2004).

• Just in Time: sistema de gerenciamento no qual materiais ou produtos são

produzidos ou adquiridos somente conforme a demanda.

• Kaizen: solução de problemas existentes em um ambiente de trabalho, a

partir de um problema definido anteriormente.

• Kanban: cartão para controlar a ordem das atividades em um processo

sequencial, indicando a necessidade de se produzir ou não mais material.

• 5S: refere-se às palavras Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke. Ambiente

de trabalho deve ser higiênico, limpo, organizado, arrumado e agradável.

Ponto inicial para a implantação de atividades de qualidade e de melhoria da

produção.

• Poka Yoke: construir processos ou produtos que minimizem defeitos

causados por falhas ou erros humanos.

• Fluxo Contínuo: baseado no one piece flow (uma peça por vez), que diminui

a quantidade de material para uma peça em cada estação de trabalho.

• Takt Time (tempo de ciclo): ritmo de produção necessário para atender a

demanda.

• Heijunka: nivelamento de produção, ou seja, fazer a produção em intervalos

repetitivos de curta duração, produzindo constantemente itens diferentes,

garantindo um fluxo contínuo, onde são nivelados os recursos da produção.

• Trabalho padronizado: método efetivo e organizado para produzir sem

perdas. A padronização almeja o desempenho máximo dos colaboradores

em suas atividades ou operações através da repetição.

• Jidoka: conferir ao operador a autonomia necessária para paralisar a

máquina ou a produção em situações de defeito ou sempre que uma

anormalidade for detectada.

7

• Manutenção Preventiva Total (MPT): melhorar a eficácia e a longevidade das

máquinas. Baseada em 5 pilares: eficiência, auto

reparo; planejamento, treinamento e ciclo de vida.

• Célula de Manufatura: estações de trabalho (workstations) dispostas com o

intuito de melhorar a velocidade de produção.

• Total Quality Control (TQC): Construir e inspecionar qualidade para melhorar

e evitar futuros erros ou desvios.

• Value Stream Mapping (VSM): mapeamento do fluxo de material e

informações, além do tempo de execução associado (lead time).

• SIPOC: formulário para ajudar a definir um processo antes de começar a

mapeá-lo, mensurá-lo ou melhorá-lo.

• DMAIC: roteiro que significa definir, medir, analisar, melhorar e controlar.

• Ishikawa: diagrama desenvolvido com o objetivo de representar a relação

entre um efeito e suas possíveis causas, também chamado de “Diagrama de

Causa e Efeito”.

• SMED: conjunto de técnicas que visam reduzir o tempo de setup de uma

máquina. Quando bem aplicado garante maior flexibilidade à linha.

• Processo hierárquico analítico (AHP): técnica estruturada para organizar e

analisar decisões complexas, baseadas em matemática e psicologia.

• Failure Mode and Effect Analysis (FMEA): ferramenta útil na análise de

causa-e-efeito e para garantir o desaparecimento das causas de falha de um

produto.

• Gemba: local onde as coisas acontecem. O gestor deve ir ao gemba para

entender problemas e ajudar suas equipes na solução adequada, identificar

melhorias, auditar o trabalho padronizado, entre outros.

• Minimum Viable Product (MVP): gerar uma versão simplificada do produto,

com suas principais funcionalidades.

• Six Sigma: melhora a qualidade dos outputs dos processos pela identificação

e remoção da causa de defeitos/erros e reduz a variabilidade na manufatura

e nos processos para, com isso, entregar produtos a um custo menor, com

melhor qualidade e menor tempo de ciclo. Esse método procura compreender

as necessidades dos clientes, através de fatos, dados e análises estatísticas

8

e da atenção diligente à gestão, melhoria e reinvenção dos processos de

negócios.

• Project Portfolio Management (PPM): é o gerenciamento centralizado dos

processos, métodos e tecnologias usados pelos gerentes de projetos para

analisar e gerenciar coletivamente projetos com base em certas

características-chave.

Embora o Lean tenha sido inicialmente desenvolvido para o setor de

manufaturas, pode ser utilizado em outras indústrias como, por exemplo, a

petrolífera (RACHMAN; RATNAYAKE, 2018). Mas sua implementação

apresenta desafios devido às diferenças operacionais do setor (HINES et al.,

2004). Na indústria do petróleo o processo de produção é contínuo, e não

discreto como na manufatura (PANWAR et al., 2015). A prevalência do conceito

Lean nas indústrias de processo contínuo é menor que na indústria

manufatureira (GEBAUER et al., 2009).

4. METODOLOGIA

O objetivo do trabalho é identificar ferramentas e técnicas Lean utilizadas nas

atividades da cadeia de petróleo upstream e apontar perspectivas e tendências

futuras para o setor. O trabalho foi desenvolvido em duas etapas:

1. Revisão sistemática da literatura: permite sumarizar o conhecimento

acumulado no campo de interesse, identificar os métodos de pesquisa que

predominam na área e, ainda, determinar onde existem lacunas para futuras

pesquisas (PRAÇA, 2015).

2. Entrevistas: são uma ferramenta efetiva para captar dados subjetivos como

opinião e indicar tendências (MARCONI, 1996).

A figura 1 mostra as principais atividades desenvolvidas para a revisão

sistemática da literatura: definição dos objetivos e estratégias de busca (seleção

das bases, período, palavras-chave, critérios de inclusão e exclusão de artigos),

identificação e seleção dos trabalhos e, finalmente, análise criteriosa da literatura

levantada.

9

Figura 2. Etapas do Trabalho de Conclusão de Curso

Como estratégia de busca foram seguidos os seguintes procedimentos:

• O trabalho teve como base o portal de periódicos mantido pela Coordenação

de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) – que abrange

mais de 37 mil publicações de bases como Science Direct, ProQuest,

Academic OneFile, Emerald, Sage Journals, Science Eletronic Library Online

(SciELO), entre outros –, no Google Academics e em congressos da área de

petróleo.

• Foram pesquisados artigos revisados por pares e na língua inglesa, entre os

anos de 2009 até maio de 2019.

• As palavras-chave utilizadas foram de um lado, o objeto do estudo (petroleum

and oil) e, de outro, as diversas ferramentas Lean, Value Stream Mapping

(VSM), Visual control, Kanban, 5S, SMED, Gemba, Just in time (JIT), Lean

Six Sigma, Kaizen, Continuous improvement, Total Preventive Maintenance

(TPM), DMAIC, Poka-yoke, PDCA, Ishikawa e FMEA.

Foram selecionados 26 artigos que, depois de lidos, foram classificados de

acordo com as ferramentas utilizadas e as atividades contempladas. Os artigos

estão disponíveis na planilha ao final do trabalho (Anexo 1), onde estão

destacadas as seguintes informações: periódico, autores, problema abordado,

objetivo, ferramentas Lean identificadas e resultados alcançados.

Na etapa seguinte foram realizadas entrevistas com especialistas em Lean. A

preparação do pesquisador para a entrevista é fundamental, porque precisa ter

Definição dos

objetivos da

pesquisa

Estabelecimento das estratégias de busca: definição

das bases, palavras-chave e

período

Identificação e seleção dos

trabalhos

Análise e classificação

dos trabalhos

Síntese dos

Resultados e

entrevistas

Conclusão

10

clareza de seus objetivos e conhecer com profundidade o tema estudado. Assim,

é requisito fundamental a realização de revisão bibliográfica e, no caso das

entrevistas semiestruturadas, a execução de um roteiro. Embora exista um

roteiro previamente definido, o entrevistador não fica restrito a ele, dando ao

entrevistado liberdade para discorrer sobre o tema proposto e conduzir a

conversa. O roteiro de perguntas é um guia para evitar lacunas (TRIVIÑOS,

1987).

Além do roteiro, outro elemento importante é o protocolo. Protocolo são as regras

e procedimentos para a coleta dos dados. Devem estar detalhadas no protocolo

as formas de condução das atividades antes, durante e depois das entrevistas.

Antes da entrevista define o perfil desejado dos entrevistados e como os dados

serão tratados e organizados.

As entrevistas semiestruturadas foram realizadas com dois profissionais

especialistas da área. O primeiro foi escolhido devido sua experiência na área

de petróleo, onde atua no setor de suporte operacional de uma empresa de

petróleo. O segundo entrevistado foi selecionado por causa de seu

conhecimento adquirido em uma consultoria em Lean.

Antes da realização das entrevistas o pesquisador:

• Coletou o máximo de informações sobre as empresas dos entrevistados.

• Montou um protocolo para as entrevistas

• Enviou o roteiro da entrevista para que os entrevistados pudessem

entender os objetivos da pesquisa.

As entrevistas ocorreram ao longo dos meses de setembro e outubro de 2019.

Com o engenheiro da operadora foi realizada presencialmente. E, com o

consultor, foi realizada via SkypeTM. As entrevistas não tiveram tempo de

duração pré-estabelecido e demoraram em torno de uma hora e meia.

O roteiro de entrevista foi composto de perguntas abertas e foi dada total

liberdade para o entrevistado discorrer sobre os aspectos que considerava mais

importantes. Ao final da entrevista, o roteiro era consultado e as eventuais

lacunas preenchidas. O roteiro abrangia as seguintes questões:

11

• Formação, cargo, experiência, entre outros.

• Área de atuação da empresa.

Consultoria:

• Quais as principais dificuldades para aplicação do Lean nas empresas?

• Como você acha que o Lean poderia ser aplicado no petróleo?

• Tem exemplos/experiências em aplicações?

• Há outros setores semelhantes com petróleo que vocês utilizaram o

Lean? Pode comentar acerca dessas aplicações?

Operador

• Por quanto tempo vocês estão utilizando o Lean?

• Quais as ferramentas mais utilizadas? Em quais áreas?

• Em quais áreas vocês estão aplicando Lean atualmente?

• Houve uma grande melhora nos processos (dados e exemplos)?

• Em que áreas ainda podem ser aplicadas futuramente?

Os dois entrevistados concordaram com a gravação das entrevistas, garantindo

maior fidedignidade na coleta das informações. Posteriormente, as entrevistas

foram transcritas pelo pesquisador. Foi elaborado um texto que procurou relatar

o que foi coletado nas entrevistas.

5. Resultados e discussão

Inicialmente foi feita uma análise das publicações e, em seguida, dos artigos

selecionados.

5.1 Classificação e análise das publicações

Nos dez anos pesquisados, de 2009 até maio de 2019, o número de artigos

publicados oscilou entre 0 e 5 por ano. O interesse pela área começou a crescer

a partir de 2012, com o aumento da produção no pré-sal e nos Estados Unidos

e a consequente superação da demanda pela oferta, além da diminuição do

12

preço do barril de petróleo. Manteve-se um novo patamar de pelo menos uma

publicação por ano desde então (Figura 2).

Figura 2. Número de publicações por ano

Na Figura 3 foram destacados o meio de publicação dos estudos. Os

congressos foram o principal meio de publicação dos artigos (23 artigos), e

somente 3 foram publicados em periódicos.

Figura 3. Meio de publicação

A Figura 4 detalha os meios de publicação. OnePetro – congresso mantido pela

Society of Petroleum Engineering (SPE) – é onde estão concentrados o maior

0

1

2

3

4

5

6

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

23

3

Congressos Periódicos

13

número de publicações: vinte artigos. Offshore Technology Conference (OTC) e

o periódico Emerald Insight contam com dois artigos cada; e um único artigo foi

publicado no World Congress on Engineering and Computer Science.

Figura 4. Detalhamento do meio de publicação

5.2 Classificação e análise dos artigos

Para classificação e análise dos artigos foi buscado nos textos citações às

diversas ferramentas Lean e, também, identificação das atividades da cadeia de

petróleo onde foram empregadas.

Como pode ser observado na Figura 5, houve 59 citações das ferramentas Lean

na literatura estudada, dentre elas, Kaizen, trabalho padronizado e Lean Six

Sigma foram mencionadas 22 vezes, o que corresponde a 37,3% do total de

aparições dos métodos observados. As ferramentas VSM, SIPOC, DMAIC, Just

in time, Kanban e Six sigma, apareceram 35,6% das vezes. Finalmente, nos

27,1% das ferramentas citadas restantes, destacam-se o emprego do 5S, Fluxo

contínuo, Ishikawa, PPM e SMED, além das indicadas no gráfico, mencionadas

apenas uma vez nas pesquisas.

20

21

2 1

Society of Petroleum Engineers (SPE)

Emerald Insight

World Congress on Engineering and Computer Science

Offshore Technology Conference (OTC)

Outros

14

Figura 5. Ferramentas utilizadas

A Figura 6 mostra as atividades onde foram aplicadas as ferramentas Lean. Foi

observado uma mudança gradual das áreas onde ocorre a aplicabilidade das

ferramentas Lean ao longo do período analisado. Nos primeiros anos o foco dos

estudos foi na perfuração dos poços de petróleo, que logo após foi alterado para

o desenvolvimento de projetos de reservatórios. Essa mudança de panorama se

deve inicialmente pela queda no preço do petróleo a partir de 2008, o que levou

as empresas a buscar formas de diminuir os custos de exploração,

principalmente, e produção e otimizar os processos da cadeia de petróleo.

Apenas nos últimos três anos é que foram encontrados uma maior frequência de

estudos na área de produção de óleo e gás, devido a uma nova queda nos

preços quando a oferta de petróleo ultrapassou a demanda, principalmente nos

Estados Unidos, depois do aprimoramento da técnica de fraturamento hidráulico

em rochas, como o xisto.

0123456789

15

Figura 6. Atividades contempladas

A implementação do Lean produziu resultados positivos, com a maioria das

publicações relatando reduções no tempo de ciclo e nos custos. Nos projetos de

construção de poços, o conceito enxuto reduziu o tempo necessário para

desenvolvimento de campo de 3 para 2 anos (TØNNESSEN et al., 2015). A

padronização do design de topo do poço foi outra técnica citada que reduziu

gastos e tempo de construção de dois a seis meses (CHESSA et al, 2013).

Romero et al. (2015) relataram redução do tempo de ciclo na intervenção do

poço com uma economia de custo total.

Nas atividades de manutenção, Lean reduziu o tempo de inatividade. A utilização

de instruções padronizadas na manutenção de um compressor de cabeça de

poço aumentou com sucesso o tempo de operação do compressor e melhorou

o tempo de resposta de manutenção não planejada (MUSTAPHA et al., 2012).

Itua e Shamuganathan (2015) descreveram como a implementação enxuta

permitiu a seleção de atividades e o planejamento adequados.

Nos processos operacionais, as ferramentas Lean permitiram otimização dos

procedimentos e redução dos custos. Skilbrei e van Zandvoord (2009) relataram

0

1

2

3

4

5

6

16

que a utilização de equipes facilita a comunicação entre os membros da equipe,

agilizando a resolução de problemas e o processo todo consequentemente,

reduzindo o tempo do ciclo entre a identificação do problema e a mitigação. No

artigo de Allan (2014) foram observados que os esforços de implementação do

Lean agilizaram o fluxo de atividades nas operações, gerando, assim, um tempo

mais longo para elaboração da execução de um trabalho mais essencial.

Rachman e Ratnayake (2018) fizeram revisão sistemática dos trabalhos

publicados entre 1990 e 2017, mostrando uso de Lean nos diferentes processos

da cadeia de petróleo. Os resultados mostraram aumento no desempenho

operacional e melhoria nos aspectos técnicos, nas relações com fornecedores,

nas práticas de gerenciamento de projetos e na organização do ambiente de

trabalho.

6. Entrevistas

6.1 Entrevista 1

A primeira entrevista foi com um engenheiro químico formado na Universidade

de São Paulo no ano de 1998. O entrevistado tem experiência na área industrial

no tratamento de água e, atualmente, trabalha em uma das maiores empresas

do setor petrolífero. Já atuou como coordenador de produção em uma plataforma

de petróleo e hoje trabalha no suporte operacional da empresa.

A área em que atua é responsável pelo controle estatístico de processo, análise

de causa raiz e desenvolvimento de códigos de programação, para automação

dos processos de toda a cadeia petrolífera.

Segundo o engenheiro, “a plataforma tem uma gestão que envolve vários

macroprocessos – logística, suprimentos, planejamento de manutenção,

disponibilidade de equipamentos – os quais são passíveis da adoção dos

métodos e ferramentas Lean”.

Devido a limitação de espaço em uma plataforma de petróleo, a qual comporta

apenas 150 pessoas, e a alta demanda de produção, “trabalhar de forma

otimizada, eficaz e eficiente é essencial”, segundo o entrevistado. Ainda de

17

acordo com ele, “Lean é fundamental para se ter produtividade na plataforma e

manter as questões de segurança em dia”.

Segundo o entrevistado, na empresa em que trabalha, o Lean atua nas questões

de controle de tempo e capacidade ociosa, visando a organização semanal

através de programação das máquinas e controle das ações dos trabalhadores.

A empresa em que o engenheiro trabalha não só tem conhecimento como aplica

as ideias do Lean. O entrevistado observou o emprego dos métodos e

ferramentas desde que começou a trabalhar na empresa, em diversas áreas. Ele

relatou o emprego dos métodos em treinamentos presenciais e a distância

divulgando ferramentas Lean. Além disso, é comum o uso do 5s – para

organização do ambiente de trabalho – e Kanban – em forma quadros e portais

online.

Outra ferramenta citada por pelo engenheiro é o Just in time. Segundo relatado

na entrevista, um barco atende a demanda de várias plataformas e demora de 2

a 3 dias para completar o percurso definido. Cada plataforma recebe informação

5 horas antes sobre a chegada do barco para descarregamento, para se preparar

antecipadamente e sincronizar as operações para recebimento das cargas

programadas.

Essa logística é necessária devido ao estoque enxuto mantido na plataforma, o

que obriga o operador a criar um estoque estratégico no continente ou, em casos

mais críticos, a usar estoques sobressalentes de plataformas vizinhas.

Segundo o entrevistado, as ferramentas Lean se aplicam na indústria de

petróleo, porém precisam ser adaptadas a cada processo individualmente, pois

são diferentes da indústria manufatureira convencional. A troca de equipamentos

é um exemplo, pois no setor de petróleo é priorizada a segurança e não a

velocidade. Mas, ao mesmo tempo, precisa ser eficaz e não estar suscetível a

erros. Em vista disso, a utilização do SMED adaptado é de extrema importância

– a ideia de troca rápida da ferramenta visando aumentar a capacidade produtiva

dos equipamentos se aplica a plataforma – mas em um tempo

consideravelmente maior que da indústria. Porém é feito com muito mais rapidez

– e com controle de velocidade – em comparação ao que era feito no começo

dos anos 2000, por exemplo.

18

A manutenção preventiva é um dos principais alicerces para o pleno

funcionamento da plataforma. Esse método é utilizado diariamente, por uma

equipe totalmente dedicada à verificação dos equipamentos. A qual é

responsável por definir um cronograma até o fim da semana anterior para

calibração, limpeza, verificação da vida útil e medição do funcionamento da peça,

com a finalidade de deixá-la o mais próximo dos padrões de fábrica.

Outra área de extrema importância para garantir a plena produção da cadeia é

a de mapeamento de processos. Essa é responsável por escrever os padrões

de trabalho, treinar as equipes de funcionários e garantir o pleno desempenho

dos processos. Isso é feito através de indicadores pré-definidos que mostram se

os parâmetros estão de acordo. Caso contrário é feita uma correção nos

processos buscando seu pleno funcionamento.

De acordo com o engenheiro, “os tempos são medidos na plataforma para

otimizar os processos e detectar ineficiências”. O Lean já está incorporado e

adaptado à indústria de petróleo com a finalidade de agregar valor. Não obstante,

há formas de melhorar, à medida que, nas palavras do entrevistado “cada área

pode apresentar um plano de melhoria explicitamente – dando voz àqueles que

observam os processos todos os dias – não apenas indiretamente, em reuniões,

como acontece atualmente”.

6.2 Entrevista 2

A segunda entrevista foi com um consultor em Lean, formado em engenharia

mecânica pela UNICAMP, com mestrado e PhD em engenharia industrial. Foi

professor da UNICAMP onde desenvolveu pesquisas e projetos com base no

sistema Lean de produção. Desde 2001 é fundador e CEO de uma empresa de

consultoria em Lean onde participou de diversos projetos de otimização e

redução de custos.

De acordo com o entrevistado, o objetivo da implementação do Lean é dar

estabilidade, melhorar os fluxos e otimizar os processos produtivos e

administrativos. Para difundir e incorporar a filosofia Lean no dia a dia das

empresas, ele adotou o Lean management. Esse método tem como base a

realização de reuniões diárias para identificação e resolução de problemas em

todos os níveis da empresa, desde o chão da fábrica até a diretoria se

19

necessário. Por meio das reuniões é possível desenvolver a liderança e

incorporar ferramentas e comportamentos para a otimização dos fluxos de valor

na empresa. Dentro dessas ferramentas, destacam-se quadros para melhor

comunicação, como infocenters e indicadores claros de desempenho.

O Lean management funciona com base na divisão dos grupos de trabalho, cada

qual com supervisores responsáveis por relatar os problemas de maior

complexidade de cada área para os níveis superiores de comando da empresa.

Esse filtro de adversidades seleciona apenas os piores obstáculos para serem

discutidos pelas camadas superiores da empresa em fóruns de discussão. Cada

camada precisa ter a capacidade de lidar com problemas simples de forma

rápida e eficiente.

Os fatores que levam ao sucesso do Lean management são, segundo o

consultor:

- Comunicação diária – reuniões diárias e dinâmicas.

- Priorização dos principais problemas – endereçamento de soluções.

- Go & see – visualização dos problemas.

- Solução estruturada de problemas – capacitação das pessoas.

- Confirmação dos processos – garantir a efetividade das ações.

Esse método de solução dos problemas classificados pelos níveis

organizacionais da empresa é chamado árvore de decisão. Tem início no relato

dos operadores que descrevem o desempenho do dia anterior e as falhas

observadas. Quando possível, as falhas já são solucionadas. Em seguida, um

team leader relata os resultados e os principais problemas para os supervisores,

que resolvem o que for possível ou passam para o nível superior. Esse método

envolve a identificação do problema e do seu impacto, sua contenção e posterior

solução.

O entrevistado também destacou a necessidade de um acompanhamento da

implementação do Lean nas bases da empresa por parte dos supervisores e

líderes do local. Isto leva à uma mudança na cultura da empresa, que passa a

tratar com transparência os problemas para melhorar seu desempenho. Em vista

20

disso, toda a equipe adota a filosofia Lean e acaba entendendo o novo padrão

da empresa.

Segundo o consultor, a incorporação do método na filosofia da empresa e na

mentalidade dos trabalhadores demora cerca de um ano e aproximadamente 60

a 70% das pessoas mudam sua forma de trabalhar. A partir do desenvolvimento

dessa parte da empresa, o lado dos processos é automaticamente beneficiado,

de acordo com o entrevistado.

Embora sejam tratadas com nomes diferentes dos padrões adotados pelo

método Lean, pode ser observado o implemento das ferramentas AHP e Gemba

nos estudos desenvolvidos pelo consultor, modificadas para as diferentes

situações tratadas diariamente pela sua consultoria.

Quanto a aplicabilidade na cadeia de petróleo upstream, o entrevistado destacou

a utilização da ferramenta TPM – manutenção preventiva total – visando tornar

os processos mais confiáveis, além do Lean management nos procedimentos

produtivos e administrativos, assim como na logística geral de suporte à cadeia

de petróleo. Ao ser perguntado sobre sua experiência no setor de petróleo,

relatou uma consultoria realizada junto a uma empresa de fornecimento de

plataformas de petróleo, localizada em Santos. A companhia é responsável pelo

transporte da plataforma offshore por meio de rebocadores e navios de suporte.

7. Considerações finais

O objetivo do trabalho era identificar, na literatura, aplicações de técnicas e

ferramentas Lean utilizadas nas atividades da cadeia de petróleo (upstream) e

apontar novas possibilidades de uso. O trabalho foi desenvolvido em duas

etapas: revisão sistemática da literatura e entrevistas com especialistas.

Na revisão sistemática foram analisados 26 artigos buscando: motivação da

pesquisa, objetivo, metodologia e resultados. Os artigos foram classificados por

local de publicação, ferramentas utilizadas e atividades contempladas.

21

A maior parte dos artigos foi publicada em congressos científicos e trazem

relatos da aplicação de ferramenta Lean no setor de petróleo. Assim, é possível

observar pouco interesse da academia pelo tema.

Por meio da revisão bibliográfica foi possível observar que existem algumas

lacunas que precisam ser preenchidas. Há poucos estudos sobre estoques

onshore e descomissionamento de plataformas offshore, atividades importantes

que precisam ser mais exploradas. A gestão dos estoques onshore é atividade

de elevada complexidade e fundamental para a eficiência da cadeia de petróleo.

Plataformas operam com quantidade elevada de itens de diferentes tipos,

tamanhos, ciclos de vida e importância. Além disso, a demanda por suprimentos

é incerta, afetando toda a cadeia e tornando a gestão dos estoques um desafio.

Temas voltados para bases de apoio onshore e seus estoques, consolidação da

carga, operações portuárias, gestão de risco na cadeia, entre outros, merecem

atenção dos pesquisadores (SPAGNOL et al, 2018).

No caso do Brasil, a cadeia de suprimentos do petróleo é bastante complexa,

sendo composta por uma grande quantidade de unidades operacionais, um

sistema de transportes abrangente (dutos, terminais, navios), e uma variedade

de atuações no mercado, como produção, venda, importação e exportação de

petróleo e derivados. Nos últimos anos é crescente o interesse por formas para

reduzir os custos e otimizar a produção de óleo e gás offshore, devido à baixa

nos preços do petróleo. Nesse contexto é importante divulgar as oportunidades

que o uso ferramentas Lean pode oferecer para o setor de petróleo.

Nos artigos estudados não foi mencionado o MPT como uma possível ferramenta

aplicável na cadeia upstream, contudo é de extrema importância sua utilização,

visto que essa indústria trabalha com pequenas margens para erros. Portanto,

quanto mais próximo dos padrões originais as máquinas estiverem trabalhando,

maior será a estabilidade da cadeia e melhor serão os fluxos por ela.

Quanto às entrevistas, elas foram fundamentais para destacar pontos

importantes do trabalho e confirmar os estudos realizados. As entrevistas

mostraram que muitas ferramentas já estão incorporadas no dia a dia das

empresas, mas de forma isolada, sem a sistematização exigida para a

implantação da filosofia Lean.

22

A entrevista 1, em que o entrevistado faz parte da área de suporte operacional

de uma empresa petrolífera de grande renome no mercado, foi essencial para

ratificar o uso do método Lean na indústria petroleira do Brasil. Muitas das

ferramentas Lean são utilizadas pela empresa sem que seja adotada a

denominação tradicional das técnicas. Entretanto, os funcionários possuem o

conhecimento do conceito e sabem como aplicá-lo. Ademais, o entrevistado

reportou que há ineficiências que ainda podem ser solucionadas para gerar mais

valor na produção, como, por exemplo, fornecendo mais autonomia para os

funcionários reportarem as improdutividades da cadeia.

Conversar com o consultor especializado em Lean, na segunda entrevista, foi

importante para concluir o trabalho. A entrevista corroborou a importância da

incorporação da filosofia Lean pela empresa para que a melhoria de fluxos e

otimização dos processos produtivos e administrativos seja contínua. Isso exige

que a empresa mude não só sua forma de operação, mas, também, sua forma

de gestão dos processos e das pessoas.

Embora exista um interesse crescente em pesquisa, o assunto Lean na indústria

do petróleo ainda é imaturo, tendo em vista os tipos de literatura identificados,

que carecem de profundidade nas metodologias de pesquisa, bem como em

descrições suscintas e não aprofundadas das ferramentas e técnicas utilizadas.

Esse trabalho foi importante para guiar os futuros trabalhos acerca da

aplicabilidade do Lean na cadeia de petróleo. Foram apontados os estudos

feitos, mas ainda há muitas lacunas a serem estudadas para otimizar

continuamente a cadeia petrolífera nos próximos anos como, por exemplo,

estudos no setor onshore da cadeia upstream.

8. Referência bibliográfica

AL KADEM, M. S.; AL YATEEM, K. S.; AL-KHAMIS, M. N. Enriching Field Real-

Time Data Reliability via the Implementation of Lean Six Sigma Concept.

SPE Kingdom of Saudi Arabia Annual Technical Symposium and

Exhibition, Dammam, Saudi Arabia, 2017.

23

ALLAN, M. E.; GOLD, D. K.; REESE, D. W. Application of Toyota’s Principles

and Lean Processes to Reservoir Management: More Tools To Overload

the Toolbox or a Step Change in Our Business?. SPE Economics &

Management, p. 67-87, 2014.

ATANAS, J. P.; RODRIGUES, C. C.; SIMMONS, R. J. Lean Six Sigma

Applications in Oil and Gas Industry: Case Studies. International Journal

of Scientific and Research Publications, Volume 6, p. 540-544, 2016.

AWAN, K. et al. Maximizing production of lowest-cost oil and gas from existing

integrated production systems using the sweating the asset change

management process. Abu Dhabi International Petroleum Exibition and

Conference, Abu Dhabi, UAE, 2018.

BASBAR, A. E. A.; AL KHARUSI, A. Reducing NPT of Rigs Operation through

Competency Improvement: A Lean Manufacturing Approach. SPE Bergen

One Day Seminar, Bergen, Norway, 2016

BUBSHAIT, A. A.; AL-DOSARY, A. A. Application of Lean Six-Sigma

Methodology to Reduce the Failure Rate of Valves at Oil Field. World

Congress on Engineering and Computer Science Vol II, San Francisco,

California, USA, 2014.

BUELL, R. S.; TURNIPSEED, S. P. Application of Lean Six Sigma in Oilfield

Operations. Society of Petroleum Engineers. SPE Production & Facilities,

volume 19, 2004.

CHARLES, S. R.; DEUTMAN, R.; GOLD, D. K. Implementing Lean Manufacturing

Principles in New Well Construction. SPE Heavy Oil Conference Canada,

Calgary, Alberta, Canada, 2012.

CHESSA, C.; MAGNANI, F.; FIORIDO, F. De. Value Creation Through an

Integrated Approach to Performance Improvement. SPE Annual Technical

Conference and Exhibition, New Orleans, Louisiana, USA, 2013.

CICCARELLI, J. et al. Agile field development planning: A systems approach.

SPE Asia Pacific Oil & Gas Conference and Exhibition, Brisbane,

Australia, 2018.

FILARDIA, F.; BERTI, D.; MORENO, V. Implementation analysis of Lean Sigma

in IT applications. A multinational oil company experience in Brazil.

Procedia Computer Science 55, p. 1221 – 1230, 2015.

24

GEBAUER, H.; KICKUTH, M.; FRIEDLI, T. Lean management practices in the

pharmaceutical industry. International Journal of Services and

Operations Management, Vol. 5 No. 4, p.463-481, 2009.

GHANY, W. A. 5S and its Effect on HSE Performance. SPE Middle East Health,

Safety, Security, and Environment Conference and Exhibition,

Manama, Bahrain, 2009.

IBRAHIM, M. W. Implementation of lean thinking in planning piping hydro-testing

activities. SPE Middle East Oil & Gas Show and Conference, Manama,

Kingdom of Bahrein, 2017.

ITUA, O. J.; SHAMUGANATHAN, G. Lean Methods Application to Frontend

Petroleum Engineering Project. Nigeria Annual International Conference

and Exhibition, Lagos, Nigeria, 2015.

JÚNIOR, V. G. F. Fluxos de Informação em Cadeia de Suprimentos de Derivados

de Petróleo: caso Petrobras. In: PUC-Rio, Anais [...]. Disponível em:

https://www.maxwell.vrac.pucrio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSe

q=21014@1. Acesso em 25/06/2019.

MARCONI, M. D. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e

execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração,

análise e interpretação de dados. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1996, p78-91.

MARTÉN, I.; WHITTAKER, P. (2015) Killing the complexity monster in E&P, In:

The Boston Consulting Group, Anais [...]. Disponível em:

www.bcgperspectives.com/content/articles/energy_and_environment_

killing_complexity_monster/. Acesso em 13/05/2019.

MATOS, F. L. et al. Planned Shutdown Time Optimization Using Lean Six

Sigma. Offshore Technology Conference Brasil, Rio de Janeiro, Brazil,

2017.

MCCALL, J.; SMART, P.; MCNEIL, D. Application of Continuous Improvement

Methods to the Petroleum Upstream Business. SPE Annual Technical

Conference and Exhibition, New Orleans, Louisiana, USA, 2009.

MELCHERT, E. R.; MESQUITA, M. A.; FRANCISCHINI, P. G. Lean

manufacturing on make-to-order suppliers: a case study. XII ICIEOM,

Fortaleza, Ceará, Brazil, 2006.

25

MORAIS, J. M. de; Petróleo em águas profundas: uma história tecnológica da

PETROBRAS na exploração e produção offshore. Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada, p.45-50.

MUSTAPHA, A. et al. Improving Efficiency of Oil & Gas Development through

Lean Concept. SPE Nigerian Annual International Conference and

Exhibition, Abuja, Nigeria, 2012.

OLEIVSGARD, A. Planning and disruption challenges in the logistical offshore

supply chain based on a simulation model. Department of Marine

Technology. Norwegian University of Science and Technology, 2003.

PANWAR, A.; JAIN, R.; RATHORE, A. P. S. Lean implementation in Indian

process industries – some empirical evidence. Journal of Manufacturing

Technology Management, Vol. 26 No. 1, p.131-160, 2015.

PRAÇA, F. S. G. Metodologia da pesquisa científica: organização estrutural e

os desafios para redigir o trabalho de conclusão. Diálogos Acadêmicos, nº

1, 2015, p. 72-87.

RACHMAN, A.; RATNAYAKE, R. M. C. Adoption and implementation potential of

the lean concept in the petroleum industry: state-of-the-art. International

Journal of Lean Six Sigma, 2018.

RATNAYAKE, R. M. C.; CHAUDRY, M. O. Performance Improvement of Oil and

Gas Industry via Lean Concept: A Case Study from Valves Requisition.

International Conference on Industrial Engineering and Engineering

Management, IEEM, p. 1472-1479, 2015.

RATNAYAKE, R.M. C.; CHAUDRY, O. Maintaining sustainable performance in

operating petroleum assets via a lean-six-sigma approach: A case study

from engineering support services. International Journal of Lean Six

Sigma, Vol. 8, Issue: 1, p.33-52, 2017.

RAWLINS, S. et al. Improved Performance in Real-Time Operational Support

Processes through Application Process Work Flow Optimization in Russia.

SPE Intelligent Energy International, Utrecht, Netherlands, 2012.

ROMERO, J.; JANUSZ, N.; FAREI, I. LEAN Methodology in a Long Term Velocity

String Campaign, a Step Forward in Snubbing Operations. SPE Middle

East Intelligent Oil & Gas Conference & Exhibition, Abu Dhabi, UAE,

2015.

26

SANTAMARTA, S.; MARTEN, I.; HEGNSHOLT, E. (2016) Big oil’s road to

reinvention: restoring value creation through business model revolution, In:

The Boston Consulting Group, Anais [...]. Disponível em: www.

bcgperspectives.com/content/articles/energy-environment-big-oil-road-

reinvention/. Acesso em 12/04/2019.

SHENOY, R. G. Finding the repeatability in one-off projects to improve projects.

Offshore Technology Conference, Houston, Texas, 2019.

SILVA, C. D. dos S. Análise do Impacto dos Erros de Previsão no Processo de

Planejamento de Produção de uma Empresa Petrolífera. In: PUC-RIO.

Anais [...]. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-

rio.br/21199/21199_1.PDF. Acesso em 13/07/2019.

SLACK, N.; BRANDON-JONES, A.; JOHNSTON, R. Administração da

produção: 8. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2018, p. 454-457.

SPAGNOL, G.S. et al.; Lean na Prática, 1a edição, Global South Press, 2018,

p.30-79.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa

qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987, p.23-53.

TØNNESSEN, R. et al. Application of Lean Principles to Accelerate Project

Development. SPE/IADC Drilling Conference and Exhibition, London,

United Kingdom, 2015.

VARGAS, C. M.; SCOTT, H. Continuous Improvement Strategy To Stimulate

Sustainability and To Enhance Environmental Management. Abu Dhabi

International Petroleum Exibition and Conference, Abu Dhabi, UAE,

2015

WARDT, J. P. de. Manufacturing Wells: Myth or Magic. IADC/SPE Drilling

Conference and Exhibition, San Diego, California, USA, 2012.

ZANDVOORD, W. E. J. J. van et al. Applying LEAN Principles to Achieve

Breakthrough Performance Gains from Existing Assets. SPE Asia Pacific

Oil & Gas Conference and Exhibition, Jakarta, Indonesia, 2009.

27

Anexo 1 – Compilação dos artigos estudados

28

Ano Titulo Autor Journal Local aplicável Ferramenta utilizada

2009

Application of Continuous

Improvement Methods to the

Petroleum Upstream Business

John McCall, Peggy

Smart, and Dale

McNeil

One Petro Perfuração, Construção de poço, Teste de poço Trabalho padronizado

2009

Applying LEAN Principles to

Achieve Breakthrough

Performance Gains from Existing

Assets

Walrick E.J.J. van

Zandvoord, Oddbjorn

Skilbrei, Wong Sim-

Siong, Jeremy Wong

and Nelson Nones

One Petro Redução custos operacionais, perfuraçãoKaizen, Trabalho padronizado, TQC – Total

Quality Control

20105S and its Effect on HSE

PerformanceWael Abdel Ghany One Petro Local de trabalho seguro 5S, Six Sigma

2012

Improving Efficiency of Oil & Gas

Development through Lean

Concept

Adetoun Mustapha,

Ebenezer Ageh,

Emeka Maduekwe and

Bayo Ojulari

One Petro Produção de óleo&gás Just in Time, Kaizen , Trabalho padronizado

2012Manufacturing Wells: Myth or

MagicJohn P de Wardt One Petro Construção de poço Just in Time, fluxo contínuo

2012

Improved Performance in Real-

Time Operational Support

Processes through Application

Process Work Flow Optimization

in Russia

Sheldon Rawlins,

Todd Giasson, Zim

Okafor, Anton

Bokarev, and Pavel

Moroz

One Petro Fluxos operacionais Six Sigma e Lean Six Sigma

2012

Implementing Lean

Manufacturing Principles in New

Well Construction

Steven R. Charles,

Robert Deutman,

David K. Gold

One Petro Construção de poço Just in Time, kaizen , Six Sigma

2013

Value Creation Through an

Integrated Approach to

Performance Improvement

Costantino Chessa,

Franco Magnani,

Fabrizio De Fiorido

One Petro Fluxos operacionais Lean Six Sigma, SMED, Ishikawa

2013

Application of Toyota's Principles

& Lean Processes to Reservoir

Management: More Tools to

Overload the Toolbox or a Step

Change in Our Business?

Malcolm E. Allan

(SPE), David K. Gold

(SPE), Dyke W. Reese

(SPE)

One Petro Gerenciamento do poço Poka Yoke, kanban, fluxo contínuo

2014

Application of Lean Six-Sigma

Methodology to Reduce the

Failure Rate of Valves at Oil Field

Abdulaziz A. Bubshait,

Member, IAENG and

Abdullah A. Al-Dosary

World Congress on

Engineering and

Computer Science

2014

Manutenção poço Lean Six Sigma: DMAIC, SIPOC, FMEA

2015

Performance Improvement of Oil

and Gas Industry via Lean

Concept: A Case Study from

Valves Requisition

R.M. Chandima

Ratnayake, M.O.

Chaudry

2015 IEEE IEEM

Especificação técnica para o processo de

requisição de compra, processo de requisição de

válvulas

Trabalho padronizado, VSM

29

2015

Implementation analysis of Lean

Sigma in IT applications. A

multinational oil company

experience in Brazil

Fernando Filardi,

Debora Berti, Valter

Moreno

Elsevier Gestão de reservatórios Lean Six Sigma, Trabalho padronizado

2015

LEAN Methodology in a Long

Term Velocity String Campaign, a

Step Forward in Snubbing

Operations

Javier Romero,

Norbert Janusz, and

Ibrahim Farei

One Petro Manutenção poço Kaizen , VSM, Trabalho padronizado

2015Application of Lean Principles to

Accelerate Project Development

Roger Tønnessen,

Statoil; Richard

Byrnes, Miguel

Franco, and Keith

Romaine

One Petro Desenvolvimento de projetos Trabalho padronizado

2015

Lean Methods Application to

Frontend Petroleum Engineering

Project

Osazua J. Itua and

Gomathi

Shamuganathan

One Petro Desenvolvimento de projetos Kaizen, Kanban , 5s, SIPOC

2016

Lean Six Sigma Applications in

Oil and Gas Industry: Case

Studies

Atanas J.P., Rodrigues

C.C., Simmons, R.J.

International Journal of

Scientific and

Research Publications

Inventário, lead time DMAIC, Kaizen , SIPOC,

2016

Reducing NPT of Rigs Operation

through Competency

Improvement: A Lean

Manufacturing Approach

Ashraf E. A. Basbar

and Ahmed Al KharusiOne Petro Perfuração de poços Ishikawa , SMED, VSM

2016

Maintaining sustainable

performance in operating

petroleum assets via a lean-six-

sigma approach

R.M.Chandima

Ratnayake and

Osman Chaudry

Emerald Insight

Especificação técnica para o processo de

requisição de compra, processo de requisição de

válvulas

VSM, Lean Six Sigma

2017

Adoption and implementation

potential of the lean concept in

the petroleum industry: state-of-

the-art

Andika Rachman, R.M.

Chandima Ratnayake,

International Journal of

Lean Six Sigma

Aplicação do método Lean e ferramentas na

indústria de petróleoCitação das principais ferramentas Lean

2017

Enriching Field Real-Time Data

Reliability via the Implementation

of Lean Six Sigma Concept

Mohammad

Mohammad S. Al

Kadem, Karam S. Al

Yateem and

Mohammed N. Al-

Khamis

One Petro Gerenciamento do poço Lean Six Sigma

2017

Implementation of Lean Thinking

in Planning Piping Hydro-Testing

Activities

Mohamed Walid

IbrahimOne Petro Inventório, lead time Kaizen, Kanban , GEMBA

2017

Continuous Improvement Strategy

To Stimulate Sustainability and

To Enhance Environmental

Management

Cheryll Manlapaz

Vargas and Hannah

Scott

One Petro Gerenciamento do poço DMAIC, Lean Six Sigma

2017Planned shutdown time

optimization using lean siz sigma

Matos, F. L.; Pereira,

T. D.; Bonini, C. H. K.;

Carocha, D. M.

One Petro Otimização de tempo, lead time Lean Six Sigma

2018 Agile field development planning

Ciccarelli, J.;

McLachlan, D.; Singh

H.; Thomson, R.

One Petro Desenvolvimento de projetos MVP, AHP

2018

Maximizing production of lowest

cost oil and gas from existing

integrated production systems

using the sweating the asset

change management process

A.; Al Zaabi, Y.; Al

Busaidi, S. One Petro Produção de óleo e gás Kaizen , VSM, SIPOC

2019Finding the repeatability in one-

off projects to improve projects

Ramachandra Ganesh

ShenoOne Petro Gerenciamento do poço, produção de óleo&gás PPM (product production management)

30

Universidade de São Paulo

Engenharia de Petróleo – Escola Politécnica

Número USP: 862293 Data: 30/10/2019

Uso da metodologia Lean na cadeia upstream de petróleo

Erik Eiki Hashinaga

Orientador: Profa. Regina Meyer Branski

Artigo Sumário referente à disciplina PMI1096 – Trabalho de Formatura para Engenharia de Petróleo II Este artigo foi preparado como requisito para completar o curso de Engenharia de Petróleo na Escola Politécnica da USP. Template versão 2018v11.

Resumo O pensamento enxuto ou Lean thinking, também conhecido como Sistema Toyota de produção,

pode ser definido como uma filosofia ou método, que agrupa técnicas e ferramentas que buscam

essencialmente a eliminação de desperdícios nas operações. Há relatos na literatura de experiências

bem-sucedidas na aplicação da metodologia Lean no setor de petróleo. O objetivo do trabalho é

identificar ferramentas e técnicas Lean já utilizadas nas atividades da cadeia de petróleo offshore e

apontar novas possibilidades de uso. O trabalho foi desenvolvido em duas etapas: revisão sistemática

da literatura e entrevistas com especialistas. A revisão sistemática abrangeu artigos publicados em

periódicos científicos, revistas especializadas e congressos da área de petróleo entre os anos de

2009 a 2019. Foi possível identificar os estudos já publicados e as principais ferramentas e técnicas

Lean utilizadas na cadeia de exploração e produção de petróleo. As entrevistas mostraram que

muitas ferramentas já estão incorporadas no dia a dia das empresas, mas de forma isolada, sem a

sistematização exigida para a implantação da filosofia Lean.

Abstract

Lean thinking, also known as the Toyota Production System, can be defined as a philosophy or

method that combine techniques and tools that essentially seek to eliminate waste in operations.

There are reports in the literature of successful experiences in applying the Lean methodology in the

oil sector. The objective of this work is to identify Lean tools and techniques already used in offshore

oil chain activities and point out new possibilities for use. The work was developed in two steps:

systematic literature review and interviews with experts. The systematic review covered articles

published in scientific journals, specialized journals and oil congresses from 2009 to 2019. It was

possible to identify the studies already published and the main Lean tools and techniques used in the

oil exploration and production chain. Interviews showed that many tools are already incorporated into

companies' daily lives, but in isolation, without the systematization required to implement Lean

philosophy.

1. Introdução

Durante os últimos anos, a indústria de petróleo experimentou um considerável aumento nas

atividades de exploração e produção (E&P) devido à descoberta de novos campos e ao

desenvolvimento de tecnologias que possibilitaram a obtenção de óleo e gás por outros meios, como

a exploração offshore e o shale gas.

Por outro lado, os preços do óleo têm declinado desde meados de 2014 e é esperado que

continuem com um valor baixo por algum tempo. As empresas de E&P priorizaram o crescimento da

31

produção quando os preços do petróleo ainda estavam altos, adquirindo novos ativos e empregando

pessoal adicional, com pouca atenção ao controle de custos e à eficiência (Martén e Whittaker, 2015).

Esse cenário levou a uma diminuição considerável da margem de lucro das empresas de exploração

e produção de 8% em 2012 para 0,5% em 2015 (Santamarta et al.,2016).

Esse panorama de queda nos lucros fez com que companhias procurassem implementar

estratégias confiáveis com o objetivo de reduzir custos. A aplicação de metodologias como Lean e

Six sigma pode contribuir para reduzir custos e otimizar a cadeia de produção.

Lean e Six sigma são processos que promovem melhorias e entregam produtos a um custo

menor e com melhor qualidade. Essas ferramentas vêm sendo usadas com sucesso em indústrias

manufatureiras e de serviços, mas foram pouco aplicadas na área petrolífera. Empresas do setor de

petróleo precisam se manter competitivas e a aplicação de Lean e do Six sigma pode reduzir custos

e melhorar a competitividade das empresas quando enfrentam queda no preço do petróleo (Rachman

e Ratnayake, 2018).

2. Metodologia

O objetivo do trabalho é identificar ferramentas e técnicas Lean utilizadas nas atividades da

cadeia de petróleo upstream e apontar perspectivas e tendências futuras para o setor. O trabalho foi

desenvolvido em duas etapas:

1. Revisão sistemática da literatura: permite sumarizar o conhecimento acumulado no

campo de interesse, identificar os métodos de pesquisa que predominam na área e, ainda, determinar

onde existem lacunas para futuras pesquisas (Praça, 2015).

2. Entrevistas: são uma ferramenta efetiva para captar dados subjetivos como opinião e

indicar tendências (Lakatos, 1996).

3. Resultados e discussão

Inicialmente foi feita uma análise das publicações e, em seguida, dos artigos selecionados.

3.1 Classificação e análise das publicações

Nos dez anos pesquisados, de 2009 até maio de 2019, o número de artigos publicados oscilou

entre 0 e 5 por ano. O interesse pela área começou a crescer a partir de 2012, com o aumento da

produção no pré-sal, mantendo um novo patamar de pelo menos uma publicação por ano desde

então (Figura 1).

Figura 1. Número de publicações por ano

0

1

2

3

4

5

6

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

32

3.2 Classificação e análise dos artigos

Para classificação e análise dos artigos foi buscado nos textos citações às diversas ferramentas

Lean e, também, identificação das atividades da cadeia de petróleo onde foram empregadas.

Como pode ser observado na Figura 2, houve 59 citações das ferramentas Lean na literatura

estudada, dentre elas, Kaizen, trabalho padronizado e Lean Six sigma foram mencionadas 22 vezes,

o que corresponde a 37,3% do total de aparições dos métodos observados. As ferramentas VSM,

SIPOC, DMAIC, Just in time, Kanban e Six sigma, apareceram 35,6% das vezes. Finalmente, nos

27,1% das ferramentas citadas restantes, destacam-se o emprego do 5S, Fluxo contínuo, Ishikawa,

PPM e SMED, além das indicadas no gráfico, mencionadas apenas uma vez nas pesquisas.

Figura 2. Ferramentas utilizadas

A Figura 3 mostra as atividades onde foram aplicadas as ferramentas Lean. Foi observado uma

mudança gradual das áreas onde ocorre a aplicabilidade das ferramentas Lean ao longo do período

analisado. Nos primeiros anos o foco dos estudos foi na perfuração dos poços de petróleo, que logo

após foi alterado para o desenvolvimento de projetos de reservatórios. Essa mudança de panorama

se deve inicialmente pela queda no preço do petróleo a partir de 2008, o que levou as empresas a

buscar formas de diminuir os custos de exploração, principalmente, e produção e otimizar os

processos da cadeia de petróleo. Apenas nos últimos três anos é que foram encontrados uma maior

frequência de estudos na área de produção de óleo e gás, devido a uma nova queda nos preços

quando oferta de petróleo ultrapassou a demanda, principalmente nos Estados Unidos, depois do

aprimoramento da técnica de fraturamento hidráulico em rochas, como o xisto.

0123456789

33

Figura 3. Atividades comtempladas

A implementação do Lean produziu resultados positivos, com a maioria das publicações

relatando reduções no tempo de ciclo e nos custos.

4. Entrevistas

4.1 Entrevista: Rafael Mendonça

Segundo Mendonça, o Lean atua nas questões de controle de tempo e capacidade ociosa,

visando a organização para semana através de programação e controle das ações, tanto das

máquinas, quanto dos trabalhadores.

A manutenção preventiva é um dos principais alicerces para o pleno funcionamento da

plataforma. Esse método é utilizado diariamente, por uma equipe totalmente dedicada à verificação

dos equipamentos. A qual é responsável por definir um cronograma até o fim da semana anterior

para calibração, limpeza, verificação da vida útil e medição do funcionamento da peça, com a

finalidade de deixá-la o mais próximo dos padrões de fábrica.

Outra área de extrema importância para garantir a plena produção da cadeia é a de

mapeamento de processos. Essa é responsável por escrever os padrões de trabalho, treinar as

equipes de funcionários e garantir o pleno desempenho dos processos. Isso é feito através de

indicadores pré-definidos que mostram se os parâmetros estão de acordo. Caso contrário é feita uma

correção nos processos buscando seu pleno funcionamento.

De acordo com Mendonça, “os tempos dos processos são medidos na plataforma para otimizar

os processos e detectar ineficiências”. O Lean já está incorporado e adaptado à indústria de petróleo

com a finalidade de agregar valor. Não obstante, há formas de melhorar, à medida que, nas palavras

do entrevistado “pode-se aplicar o conceito de que cada área possa apresentar um plano de melhoria

explicitamente, não apenas indiretamente, como acontece atualmente”.

4.2 Entrevista: Paulo Lima

De acordo com Paulo, o objetivo da implementação do Lean é dar estabilidade, melhorar os

fluxos e otimizar os processos produtivos e administrativos. Para difundir e incorporar a filosofia Lean

0

1

2

3

4

5

6

34

no dia a dia das empresas, ele adotou o Lean management. Esse método tem como base a realização

de reuniões diárias para identificação e resolução de problemas em todos os níveis da empresa,

desde o chão da fábrica até a diretoria se necessário. Por meio das reuniões é possível desenvolver

a liderança e incorporar ferramentas e comportamentos para a otimização dos fluxos de valor na

empresa. Dentro dessas ferramentas, destacam-se quadros para melhor a comunicação, como

infocenters e indicadores claros de desempenho.

O Lean management funciona com base na divisão dos grupos de trabalho, cada qual com

supervisores responsáveis por relatar os problemas de maior complexidade de cada área para os

níveis superiores de comando da empresa. Esse filtro de adversidades seleciona apenas os piores

obstáculos para serem discutidos pelas camadas superiores da empresa em fóruns de discussão.

Cada camada precisa ter a capacidade de lidar com problemas simples de forma rápida e eficiente.

5. Conclusão

Foram analisados 26 artigos buscando: motivação da pesquisa, objetivo, metodologia e

resultados. Os artigos foram classificados por local de publicação, ferramentas utilizadas e atividades

comtempladas.

A maior parte dos artigos foi publicada em congressos científicos e trazem relatos da aplicação

de ferramenta Lean no setor petróleo. Assim, é possível observar pouco interesse da academia pelo

tema.

Algumas lacunas ainda precisam ser preenchidas. Há poucos estudos sobre estoques onshore

e descomissionamento de plataformas offshore, atividades importantes que precisam ser mais

exploradas. A gestão dos estoques onshore é atividade de elevada complexidade e fundamental para

a eficiência da cadeia de petróleo. Plataformas operam com quantidade elevada de itens de

diferentes tipos, tamanhos, ciclos de vida e importância. Além disso, a demanda por suprimentos é

incerta, afetando toda a cadeia e tornando a gestão dos estoques um desafio. Temas voltados para

bases de apoio onshore e seus estoques, consolidação da carga, operações portuárias, gestão de

risco na cadeia etc., merecem atenção dos pesquisadores (Spagnol et al, 2018).

No caso do Brasil, a cadeia de suprimentos do petróleo é bastante complexa, sendo composta

por uma grande quantidade de unidades operacionais, um sistema de transportes abrangente (dutos,

terminais, navios), e uma variedade de atuações no mercado, como produção, venda, importação e

exportação de petróleo e derivados. Nos últimos anos é crescente o interesse por formas para reduzir

os custos e otimizar a produção de óleo e gás offshore, devido à baixa nos preços do petróleo. Nesse

contexto é importante divulgar as oportunidades que o uso ferramentas Lean pode oferecer para o

setor de petróleo.

6. Referências

ALLAN, M. E.; GOLD, D. K.; REESE, D. W. Application of Toyota’s Principles and Lean

Processes to Reservoir Management: More Tools To Overload the Toolbox or a Step Change in Our

Business?. SPE Economics & Management, p. 67-87, 2014.

BUELL, R. S.; TURNIPSEED, S. P. Application of Lean Six Sigma in Oilfield Operations. Society

of Petroleum Engineers. SPE Production & Facilities, volume 19, 2004.

CHESSA, C.; MAGNANI, F.; FIORIDO, F. De. Value Creation Through an Integrated Approach

to Performance Improvement. SPE Annual Technical Conference and Exhibition, New Orleans,

Louisiana, USA, 2013.

GEBAUER, H.; KICKUTH, M.; FRIEDLI, T. Lean management practices in the pharmaceutical

industry. International Journal of Services and Operations Management, Vol. 5 No. 4, p.463-481,

2009.

MARCONI, M. D. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de

35

pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 3.ed.

São Paulo: Atlas, 1996, p78-91.

MARTÉN, I.; WHITTAKER, P. (2015) Killing the complexity monster in E&P, In: The Boston

Consulting Group, Anais [...]. Disponível em:

www.bcgperspectives.com/content/articles/energy_and_environment_ killing_complexity_monster/.

Acesso em 13/05/2019.

MELCHERT, E. R.; MESQUITA, M. A.; FRANCISCHINI, P. G. Lean manufacturing on make-to-

order suppliers: a case study. XII ICIEOM, Fortaleza, Ceará, Brazil, 2006.

MORAIS, J. M. de; Petróleo em águas profundas: uma história tecnológica da PETROBRAS

na exploração e produção offshore. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, p.45-50.

MUSTAPHA, A. et al. Improving Efficiency of Oil & Gas Development through Lean Concept.

SPE Nigerian Annual International Conference and Exhibition, Abuja, Nigeria, 2012.

OLEIVSGARD, A. Planning and disruption challenges in the logistical offshore supply chain

based on a simulation model. Department of Marine Technology. Norwegian University of

Science and Technology, 2003.

PANWAR, A.; JAIN, R.; RATHORE, A. P. S. Lean implementation in Indian process industries

– some empirical evidence. Journal of Manufacturing Technology Management, Vol. 26 No. 1,

p.131-160, 2015.

PRAÇA, F. S. G. Metodologia da pesquisa científica: organização estrutural e os desafios

para redigir o trabalho de conclusão. Diálogos Acadêmicos, nº 1, 2015, p. 72-87.

SANTAMARTA, S.; MARTEN, I.; HEGNSHOLT, E. (2016), Big oil’s road to reinvention: restoring

value creation through business model revolution, The Boston Consulting Group, disponível em:

www.bcgperspectives.com/content/articles/energy-environment-big-oil-road-reinvention/. Acesso em

12/04/2019.

SLACK, N.; BRANDON-JONES, A.; JOHNSTON, R. Administração da produção: 8. ed. São

Paulo: Editora Atlas, 2018, p. 454-457.

RACHMAN, A.; RATNAYAKE, R. M. C. Adoption and implementation potential of the lean

concept in the petroleum industry: state-of-the-art. International Journal of Lean Six Sigma, 2018.

SILVA, C. D. dos S. Análise do Impacto dos Erros de Previsão no Processo de Planejamento

de Produção de uma Empresa Petrolífera. In: PUC-RIO. Anais [...]. Disponível em:

https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/21199/21199_1.PDF. Acesso em 13/07/2019.

SPAGNOL, G.S. et al.; Lean na Prática, 1a edição, Global South Press, 2018, p.30-79.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em

educação. São Paulo: Atlas, 1987, p.23-53.

TØNNESSEN, R. et al. Application of Lean Principles to Accelerate Project Development.

SPE/IADC Drilling Conference and Exhibition, London, United Kingdom, 2015.