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Henrique Erik Machado de Sousa Jardim Das Damas Mudas

Henrique Erik Jardim Das Damas Mudas

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Livro de poesia contemporânea.

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  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Jardim Das Damas Mudas

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Para bons peregrinos, bons caminhos...

    Henrique Erik

    Dezembro de 2013

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Sumrio

    As Flores Simplesmente Ao Desconhecido Livro de Declaraes Por Que est Escrito Que Eu Te Amo Como Amor Delrio Noturno Teus Olhos s Estrelas Teu Amigo Sentena Insnias para a Noite

    O Jardineiro Um Problema Potico Indmito Breve Recordao Insnia Inrtido Homem da chuva Mente Cartas de Consolo Nada Minha Paixo Remdios para o Vazio

    Os Espinhos O Amor e a Troca ltima Carta A Minha Metade Fim Solido Ausncia Amargo Afago Caro Senhor imperfeito Castigo Culpa Afim de Ser

    O Vendaval O Colecionador de Ardores As Dores do Colecionador Item de Colecionador ltima Dor Desconcerto Desconsolado Estranho? Manicmio O Anoitecer, Culpa e Sono Ultraje Escolha que Fiz A arte, imprudente Arte Devaneios

    Um RestanteSobre o Autor

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    As Flores

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Simplesmente

    Amo-teAssim como antes

    Isso me bastaPois nada mais sei...

    Argumento algumAnseio nenhumNem outras palavras

    Nem explicaoSe to simples se faziaComo essa poesia

    E se nada receberSe de meu amor morrerNo resmungo nem reclamoSimplesmente; Te amo.

    Camocim, 19/10/11

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Ao Desconhecido

    Para minha eterna amiga, Talina Cndido

    Chorar frio.

    Amar sentir frio a noite todaSem cobertor algum que sirva de consolo.

    Nunca soube eu se estaria te amando.Amar no o meu sorrisoao te ver sorrindo?No talvez a dor que sinto (ou acho que sinto)ao te ver j sumindo?

    Amar amar! Disse o homemno se pde nunca resolver.Mas cada chance que tenho de amarpensar em voc...

    Ento, um dia de sol por cada vezPor toda vez, um sol pra cada dia.

    Todavia, nunca soube eu saber um dia se estaria teamando.

    Camocim, 10/10/2012

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Livro de Declaraes

    Os livros que deixei em minha mesaCalados em extenso,So lembranas das horas mesmasDas mesmas palavras lidas em silncio.

    O que me inspira,J no so, mas as horas risonhas.Mas o que se tiraE deixa um apaixonado que sonha.

    Porque agora estou infectado,Como nas outras ltimas histrias deleitadasNa mesa dos livros fechados...

    Inacabado; tudo est mudadoMeu livro das declaraes e outros nadasDar-te-ei por escancarado...

    Camocim, 30/05/2012 22h08

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Porque Est Escrito

    Mesmo assim ter uma hora.Que o tal agoraprecise de um fim perfeito.

    As rosas se calaro,A noite far sua chegadaA no vai ter outro jeito.

    Camocim, 16/06/2012

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Que Eu Te Amo

    E ai voc percebe.Enquanto ao engano sorri...Que a grade; coisa que o impede, verdade, at a certa verdade se descobrir.

    Camocim, 04/06/2012

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Como Amor

    Outro lado me tomaE sem ser como euEu pra mim no sou.

    E tudo no infinitoNo consigo expressarE nem pensar em nada tudo no infinito

    O que me vem intraduzvelMas no to difcil de entenderTo fluente e prescrito

    DiretoAqui dentro moraSem por qu e sem malesPor apenas saber, o que mais pode serE mais nada.

    Nem curaApenas acmuloDe pensar em nada

    E dia em dia crescerDifcil de manterE menor sentido.

    Camocim, Novembro de 2011

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Delrio Noturno

    Se me ponho a dormir noite viro amor.Me perco em mim mesmome mato, resto-meDurmo.

    Duro o que tenho pra durar...O tanto pra fazer-me longoO tanto que dura uma noite.

    Camocim, 12/07/2012 10h52

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Teus Olhos s estrelas

    Por fins libertos enfim,Nem canto nem chuvatudo silenciou.

    E como der repenteSilncio se transformou em toquee carinho. Cheiro, sabor.

    Camocim, 30/11/2012 19h30

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Teu Amigo

    Pela continuidade,Juro estar contigo.Se mundos acabarem e saudadeSou teu amigo.

    Dar-te-ei abrigoMesmo que no me sobre nada.Sou teu amigoE apenas ser isso me agrada.

    Pois no lugar de minha saudade,Est l sorridente por minha culpaE sorrir para mim de eternidade,E se for assim; agradeo minha longa vida curta.

    Camocim, 19/05/2012 12h57

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Sentena

    Penso em ti...Pensando em outras coisas Pleno de cio.

    Penso em ti...Por no ter tempoPor acaso pensando.

    Penso em ti...Por ser beloMeu ato de pensar.

    Penso em ti...Por sofrer pensandoPor esquecer e voltar a pensar.

    Penso em ti...Como castigo,De ilusrio menino.

    Penso em ti...Por acaso ou engano,Sentena de fulano.

    Penso em ti...Pensando...Ser que tu pensas em mim???

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 14/02/12

    Insnias para a Noite

    Os sons de uma madrugada febril.No querem que voc durma, Ou s querem mesmo que voc apaguePra enfim eles continuem.

    Parecem saudadesE vontades apaixonadasMas vontades apaixonadasHoje, j no rimam em nada.

    Pois s vezes prosam entre siTo importantes como sempreJulgo-me louco em dizerQue parece voz de gente.

    Talvez algum mandandoEu dormir rapidamentePra no continuar enganandoE confundindo toda essa gente.

    Parecem amor de verdadeE coisa meio assim,Verdicas feridas fechadasQue a dor nunca deu fim.

    E mais de tantas fungadasJogadas em termos por ali.Antes fossem os barulhosPrimeiros a dormir.

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Mas so eles os dgnosDe sozinhos julgar e exprimirAs primeiras fungadas que deiPra como eles, tentar no dormir.

    Perdo pros olhos sonolentos,Assemblia sussinta que silnciou.Durmimos l pelas cincoQuando por desagravo a noite acabou.

    Camocim, 22/01/12

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    O Jardineiro

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Um Problema Potico

    Cleilma Arruda

    Lembrei de voc quando olhavaA flor mais bonita que achei pra te darMas que resolvi levar pra casaTemendo nada de te mais encontrar

    Pois no a quero mais esquecer...Quando em te perdido, no sou to vazioTeus olhos so negros de se perder...Quando nada ao meu redor, te crio

    Durmo satisfeito, no leito de ningumUm pedao de papel sem coronde o nico problema que me vem o de te entregar a flor

    Camocim, 22/05/2013

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Indmito

    Cleilma Arruda

    Os livros em minha mesa lembram vocQue se foi perder por ai; entre versosDevaneios e desejos me vem amanhecer,Nos cantos das saudades tuas que escrevi; imersos

    Pra cada dia que se passaBrota uma rosa em minha memriaComo se cada dia - o dia da tua chegada -Guardei um poema, uma prosa, uma histria

    Pra te entregar, ainda que leviano;Pois a saudade congelaMeu eu que hoje tua falta sente.

    Desleixo meu seria no te poetizar,Pois me acabaria sem nada pra lembrar,Nada pra amar, vazio; ausente

    Camocim, 21/09/2013 21h26

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Breve Recordao

    Se uma msica to loucaNa rua me faz lembrar vocEnto um sorriso na bocaMinha alegria esclarecer

    Embora eu pensasseEm todas as coisasQue machucam pra falar

    No haveria o que sobrasseNessa noite to poucaPra querer agora te odiar

    Insinuar-se perfeita me bastaH tanta beleza no teu modo de fingirQue no sei tanto o que te tristezaBeleza mesmo te fazer sorrir

    Te fazer lembrar de mimDevendo a ti uma s palavra; Amizade.Que caminhar to pouco assimResuma o meu pedir no que passara; Felicidade

    J que diante meus assuntosAgora de novo em minhas recordaes

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Suponho estarmos juntos para semprePermanecendo sempre em minhas anotaes

    Que sejas o pouco bastanteDa metfora breve que eu escreviE que finais eternizemO pouco perfeito que consegui ter de ti

    Portanto agora nesse ltimo conflitoDeixo um recado to grande quanto a luaObedecerem por mais que eu confundidoQue toda beleza fale menos que a sua.

    Camocim, 23/01/2013

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Insnia

    A lua era quem dava proporo luz pequena das primeiras estrelasda noite hoje ainda em incio.

    E disfarada na escuridoA tempestade nas nuvens ainda amarelasSozinhas; luz do crescente sorriso.

    Camocim, 24/06/12 19h55

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    InrtidoAlgumas horas pensando

    Em palavras pra dizerPoesias melanclicasEntre a luz do amanhecer

    Levei a manh pensandoEm poemas pra contarDizer o quanto te amoMas j nada a transbordarQue chora se passar

    A inrtida faceQue nada mais encontraNas ltimas gotas desse tarde

    Muito tempo pensandoEm palavras pra dizerNum consolo pro silncioNuma tranca pros meus dedos

    Esperando o momentoA hora de chegarBem de longe tal maneiraE ningum jamais ouvia

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    E bem longe eu me viaTo imensa solido

    Preciosa...Perdi a inspiraoE sem ela continuoEscrevendo o que no h...

    Camocim, 18/10/2011

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Homem da chuva

    cedo eu sei, prossiga que tenho de irlogo antes dos troves.

    Vou na chuva mesmo,pois o vento no me cabe;o sol repetidoe da lua no se sabe...

    Sigo adiantemesmo no querendo este caminho,solte minha mo agoraainda passivo o velho amigo.

    Vou-me embora,vou na chuva mesmo,a roupa velhao tempo a refaz.

    No ligue pra mim...rejeito seu guarda chuva,vou na chuva mesmopois a manh se aconchega.

    No queres que eu fique

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    tomo-lhe espao,tomo-lhe tudonem te sobra abrao.

    Amigo no choreeu irei voltar,quando o tempo me acordar,quando a chuva passar...

    Vou-me embora pro emborapois lcido, vivo de histriavou pra chuva que me espera,e o que fica; teu.

    Camocim, 04/02/12

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Mente

    quando eu perco o focoNesses muros barrocos,Passo-me sempre por confundido,Nesse lugarzinho louco.

    Camocim, 19/12/11

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Cartas de Consolo

    Diga-me quem tu s de verdadePois s pra mim to diferente, e se quando no sei se tu s de verdade no sei quem me fez sorrir de verdade.

    Essa doce dvidaNo do medo que me tomaPois mesmo sem saber quem somosQuero amar-te como quem sabe.

    Pois pra mim no importa Sermos assim to contundentesA verdade que sou pra vocMero sonho inconsequente.

    E se precisares de mim Sabes que estou na espreita,Como qualquer outro apaixonado,Que espera a hora certa.

    E a mulher perfeita; vocVoc entre outras de voc,

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Voc, quando sei que voc...A melhor entre outras de voc.

    Camocim, 14/12/11

    Nada Minha

    De repente silnciono h ningum na ruao nada me faz zonzoe tristeza mtua me vem nua

    Ests to completa nesta noiteque somente hoje ponho-me ficar acordado.Eu sou o mesmo aqum pra mime vivo assim de mim acompanhado.

    Teu olhar na jenelapasso inrte ao devagar caminho lembrar de te toda vezalegria pobre que me fez dormir sozinho.

    Vou te dar meu carinhoe o amor aqui j antigoSorrir por todas as noites passadasdentro de mim, dormir contigo.

    E ao suave toque dos teus lbiosEscrever nas linhas jamais pensadasVou crescer descrente de morteesquecer o fim das tuas chegadas

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Vou livrar o teu rostoda tristeza tua agregadavou dar vida ao teu sorrisose em vo do antigo desesperada

    E meu corpoSer o choro pra tuas doresE serei teuAonde quiseres e fores

    Mas quando fizer tua chegadaVir a mim onde ningum caminhaser alguma riqueza tuase por fim no fores nada minha.

    Camocim, 01/01/2013

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Paixo

    Quando ela tranca os lbiosSeus olhos sorriem.

    Um pensamento maldosoEscorre desde o coloE at a cinturaMantm a beleza imensa.

    Quando ela sorri,Meus olhos sorriem.

    Me vem ento uma nsia,A vaidade perigosa.E ento no to capazDe se tornar intensa.

    Quando ns dois sorrimosNo sei o caso dela,Mas eu desmorono internamenteE sem pensar; viver como quem apela.

    Ser que ela percebeO quanto sou agradecido?E quo tanta vida que sopraNeste ser desconhecido?

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 17/09/2012Remdios Para o Vazio

    Dorothy de Castro Silva

    que fui pensar na noite,Consumir o ventoZombar das outras vontades.

    No pude deixar de lembrarDessa leviana cano; so suasAs ltimas saudades.

    Sabe o que eu queriaPra terminar a canoPartir pro silncioE voltar quando imensido?

    Viver um pouco ao teu ladoEnfim, criar a constelao.De felicidade me contentar depois apagadoMesmo se fosse sono de perdio.

    Camocim, 04/03/12

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Os Espinhos

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    O Amor e a Troca

    E pode acontecer o que vierNada que existiu to pequeninoter a importncia que tiverSeremos sempre a menina e o menino,Pois aprendemos por dia se sentido no houverSe o amor nosso destino.

    A verdade que sim,Voc me ama agoraAt o dia em que enfimachars algum em outroraalgum mais amvel que a mime mostrar o caminho de ir embora

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 18/10/2012

    ltima Carta

    E esperar que entenda,que amor esperar espera demais pro meu peitoque j sabe o que encontrar...

    to sincero o meu desabafo,como suas palavras trmulas e chorosas.Entendemos o que dizer queremos,mas no dizemos, por ser uma atitude to perigosa.

    Este silncio que nos resta, o que nos ligar na indiferenao irreal agora nas entrelinhas,envelhece em mim como doena.

    No quero eu perturb-la a vida inteira,ento dessa maneira no verei a tecomo quem me engana...

    Deixo-a aqui na certeza,de que em sua purezaachars a quem tanto ama.

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 07/04/12

    A minha metade

    No mais versos.Nem alegria noite ao chegar (a noite.)No mais presenaNo mais leito perfeito para se deitar.

    Entretanto e portantoAlgo incompleto,Um muro de saudade.

    No, no tenho eu encanto.Meu certo incertoEstou sem tudo, vivo uma metade.

    Camocim, 23/07/2013 20h15

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Fim

    J cantava mil toadasdedicadas a sorrir,De repente machucadame escutava, parei de ir.

    Eu sei... Eu precisava fugir,quis te merecer.Pensei... Meu peito em brasa ruirpra despertencer, a voc.

    Pus meu queixo no seu ombroenquanto eras descalamas voc quis se afastar

    Confundindo-se com um outonoSe foi danando valsaat a msica parar.

    Camocim, 09/08/2013 03h42

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Solido

    Detrs da luz do teu olharque ainda em mim se faz brilharUm dia quente, imenso e amareloNem feliz nem triste, apenas singelo.

    Por querer o sentido de quer-laResolver o problema to moribundoAssim, se ainda te tenho comigoNada consigo desses teus lbios mudos.

    Entre o meu sorriso a se reprimirEst deitada a me aplaudirE diz a cena por onde ir

    Se no fosse to vazia,quo perfeita ela seriaMinha melhor companhia.

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 01/04/2013 13h37

    Ausncia

    O silncio que nada mais O que te sobras sempre em teu poderNem cara nem barata a colher o troco de qualquer coisa ao se perder

    O silncio o nico que acolheAconchega, acarecia e faz dormiraos poucos sara quem sofre, quem choraAcalenta agora o corao a se partir

    acusar de crime a felicidadeO esperar teu na janela da esperaE o decantar de sentir-se perto

    A mais silenciosa lembrana da amizadeO de mais certo de te que se fizeraMas o teu voltar incerto

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 26/02/2013 11h25

    Amargo Afago

    Como vidro mastigado que arranha a gargantaAssisto o delito em conclusoE num grito o meu peito (que mais nada canta)Esconde um beijo na palma da mo

    Eu, te deixo a saudade minha vil lembranaO tempo sofrido tal sepulturaSufoco a vontade deusa quimera esperanaTiro de mim, o mortal, tua figura

    Doce o escrnio que me maltrata melhor que morrer por tua faltaInefvel em desonestidade...

    Apanho o amor defunto que tragoQue se morreu e agora meu doloroso afagoQue evita acabar em qualquer felicidade.

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 13/09/2013 18h19

    Caro Senhor Imperfeito

    Cala-te imperfeito!No tem outro jeitoPra contar a histria.

    Te resta pensar...Se queres pensarSempre ters de ir embora.

    Aproveite esse tempo,Abandona o relento...No olhe pra trs

    Existe algo conosco...Que te segura ansiosoMas acaba!

    Tem de aprender, amigoSolicita contigo:Corao bicho de perigo.

    Salva-te rpidoSalva-te sim!Queres que seja esse o teu fim?

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Ou pendura minhas palavrasProcura amor nesse nada,Devo eu de estar errado.

    No posso levar pro longeMeu sentido, mas ponderaNo decido eu o teu leito.

    insano o amor,Perigo. Fulanos ns!Mas vale apena assim mesmo?

    De qualquer forma; caro sujeitoNa me importa, vai-te embora!E cala-te imperfeito!

    Camocim, 07/03/12

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Castigo

    Se eu tivesse a chance de escreverAlm do que no teu olhar consigo verTalvez poderia de uma vez entenderO que esconde-me tanto, e no dizer

    Por enquanto, me corroo conformadoAbstino-me por dentro ao teu agir ento caladoEsperando se quer um clarim balbuciadoDescansar meu pensar vazio, interditado

    Camocim, Maio de 2013

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Culpa

    Pois eu pedi pro mundo acontecer. Que fosse assim, No importava o jeito de ser...

    Hoje, o sonho agora acabado. Por meus dias culpado, parece a vida que nunca quis ter.

    Camocim, 24/04/2012 18h07

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Afim de Ser

    E l dentro...Como vrus; minha vontade.Corri e quebraAt o fim da tarde.

    Sem d nem piedadeSaudade.Do nada que ainda no somos,Do nada que seremos nessa eternidade.

    Esperar...Que voc saibaQue assim que em mim age.Loucura que sinto todo dia

    Olhando-te por amor ou mania,Indo. Como um fim de tarde.

    Camocim, 28/04/2012

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    O Vendaval

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    O Colecionador de Ardores

    Hoje estou ciente de uma s pergunta.A que diz respeito a seu amor,E se no for de resposta duraSer exausto e puro o meu fragor.

    nessa meia noite que me obscuraQue se v minha opinio madura,Que nada mais ofereoEm sua existncia luxuria.

    Mas perdoe-me pequena Por no lhe dar uma explicao,De tirar-te esse ltimo beijoE partir pra imensido.

    que sei que meu caminho longoE no posso ficar por no,Amar uma s mulher,E viver de um s corao.

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 31/12/11 00h11

    As Dores do Colecionador

    Logo que percebi tua doura,Imaginei-me contigo.Confesso que com os olhos, te devoreiComo quem no tem abrigo.

    Que mero. O problema era ser eu mesmo,Mesmo que a vontade quisesseMorreria como quem adoece com um pingo de chuva.Morrer por nada, agradeo.

    Se no fosse o jbilo do colecionador,Faria. Ou melhor, arriscaria...

    Pois bem. Resta que tudo o que penseiE criei nessa fobiaEternize-se por siNeste fm de poesia.

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 08/05/2012 19h49

    Item de Colecionador

    A cada amor que encontro,Um pedao de vida que monto.

    Ela encontrou o amor onde nada escrevi...

    O que eu preciso ir, em busca de mais amor,Pra continuar vivendo deleO problema que acabo de morrer; de novo.

    Camocim, 24/08/2012 15h49

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    ltima Dor

    A minha poesia um pedido de piedadeDe solido vigenteE de to grande sentimento.

    Mas mnima e repentina,E por isso to rpidoComo algo passado cair em teu esquecimento.

    porque perdi minha rosaNo no vento que a trouxe,Talvez noutro pra assim se esquecer.

    O que ocorre no meu corao de to grande?Um verso triste, feito de amorE que pena agora impossvel de se escrever.

    Camocim, 24/07/2012 23h51

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Desconcerto

    tudo diferente.A paz que dura agoraNo faz o maior sentido.

    Me pergunto se,Talvez alguma vezLembrou-se de mim.

    Recordo que disse:Dar-te-ei pra sempreMinha amizade.

    Talvez quisesseQue me contentasseCom seu bastante.

    Mas tenho um defeito.Lembro-me sempreQue pra sempre seria tudo isso ao contrrio.

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 28/02/12

    Desconsolado

    Enfim separadosMas sem nunca estarmos juntosAntes nem ter conhecido.

    Meu caminhar solitrio julgo desnecessrioMuito bem permanecido.

    Se ao menos calasse em mimO silncio que em deixou sobradoViveria um pouco melhorO amor de mim mesmo acompanhado...

    Assim talvez seja o amorTalvez assim nem tenha amadoEnfim pra sempre lembro como forO espao eterno por ti deixado.

    Camocim, 14/09/2012

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Estranho?

    Te queriamas que bela desonra seriaSe criar-te em mim, o seuno meu, ato de ser.

    Eu seriaE a coisa, desinteriadesvaleria de todas as outras coisasde se ter.

    Camocim, 2012

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Manicmio

    Ento, assento-me neste espao esquecidoonde as pedras se arrumam perfeitamente,e olho o menino arrependidoindiferente, turvo, ao sol poente

    Quase sempre confundido tristezadobrando o castigo trazido no bolso pra continuar.Procurando num torto caminho um pedao de pureza,Ilude com seus meios termos a vontade de voltar.

    E diz a todos ter tempo de existirNo mundo perfeito entre versos que criou,Alimentado por dias, amores e lamentar...

    Jura em silncio que no parou por desistirMuito menos acioso porque chegou,Menino que muito caminha precisa s vezes respirar.

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 13/08/2013 20h17

    O Anoitecer, Culpa e Sono

    Primeiro, tudo empobreceRompe-se o sentido de corO rosto aquecido escurece.

    Primeiro, a luz desapareceA vida o tom de morte enalteceO ento pequeno agora cresce.

    Ouvi-se um bater l no fundoH algum sozinho em um mundo,Bate uma morte o pulsar auto-imundo.

    ocasio pouco plenaUma porta imensa, pequenaTamanho justo a quem a encena.

    Algum se recolhe no canto.Espreme o fazer-se em seu manto,Dorme acordado enfim e no entanto.

    Primeiro, se perde o sentidoO calor se resfria espremido;Um dormir aliviado e perdido.

    Depois, total vazio.

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 24/09/2012

    Ultraje Escolha que Fiz

    Bruniele de Sousa

    Por causa de ti,J no so soltas minhas palavras. Por tua causa Procuram elas a quem escut-las.

    Por tua causa, Acabou o sossego. 9601J no tenho apego, Por causa de te.

    A dor que sinto agora por querer-te sentena justa, Fiz por merecer...E a menos que morra pra sempre, Por no ter mais o qu Presto-me a padecer.

    Camocim, 21/04/12 23h17

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    A Arte, Imprudente Arte

    Morrer danarNo em outro lugarEm lugar nenhum.Beirada.

    Num ventoEm claro, profundo,Mar, desgasteNada.

    LembranaNo poro escuro, caminhoQue barra o fim do caminharUm muro.

    Onde o cho frioComo nunca pisadoE meu p de vazioDe no vida calado.

    Onde o tempo frioE sem luz.So olhos velados

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    A algum lugar ele me conduz(lugar nenhum)

    Nunca chegar.Quebrar,Esgotar, trincarDe novo tentarE parar, descansar,Correr, gritar,

    o voltarInfinito voltar.Nunca chegar,Ficar.

    Camocim,10/12/12

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Devaneios

    O meu amor mais certo que previso do tempoO teu, incompletoComo o poder de ir e vir do vento...

    O meu amor paz,Felicidade e luz.O amor em mim s trazA dor, a saudade, a cruz...

    Com a sina tristede sempre em nuncaPermaneo a resistir.

    Devaneio consiste na v condutaE at o ltimo gesto de amor sem amorRastejo pra perto de te.

    Camocim, 11/07/2013 09:45

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Um Restante

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Concluso

    Karol Linhares

    Amor, tambm dvida.O alm de terminar droga pra quem viveBrinde a quem escolheu amar

    Todas aquelas luzesEspelhadas sem brilhar... melhor que eu no moreNo caminho beira-mar

    Meu corao vai dispararComo o poeta que se esqueceu de amarE o vcio que haveria de ter sadoObstinar-me entretido, em me fazer continuar.

    Amar-te, amar-te,Dar-te todo o meu carinhoQuerer-te feio, bonito,O desengonado elefantinho.

    Beber da gua salobra

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Que sacia por horaEnto e vo, agora.Beber, viver, e ir embora.

    Perder-me outra vez...Da vida que faz meu caminhoTodo mundo s lembra estar acordadoAps sofrer de amor um pouquinho.

    Camocim, 2012

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Sonho no Chuveiro

    Dorothy de Castro Silva

    Enquanto os versos se sorteiam,dorme de baixo do meio.Pra ser lida preguiosamente...embaixo do chuveiro.

    Os pingos que secos no sejam.passa o tempo passa...como a onomatopeia que reproduz tua bocano frio, embaixo do chuveiro frio.Enquanto em minha mente, te leio.

    Pra ser ouvida quando mais sozinho sou,de madrugada na chuva grande que nasceu pra ser.E teima que quer te dizer, mas no fala.

    Pra ser lida vagarosamente por quem,alm de ningum excitado por teus olhos.E nasceu pra ser s. Extasiado por belezasque no mundo dormem.

    Dorme ela ainda.Ela tu se no sabes!E vira capa pras minhas palavras,

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    cara pros meus doces livros de qualquer,coisa que s por viver claroque no chuveiro fica mulher...

    e antes que se fechem os pensamentos pra dormir ao teu ladorene seus sonhos pra fazer chuva. A noite toda.Acordado.

    Cheio de malandragem,mas quem dera ele te visto nascer...na chuva se prefervel. ou do jeito que est agora,como. Pra ser ouvida como quem ouvi um nada,sem se importar, com a chuva.

    E nem se estiver dormindo embaixo dela!

    Loucura, quer s te ver quando dormes,ou quando se brincas na chuva.Pois ainda que te dorme, passa o tempo passa...E a mesma que estar vivo, nem totalpra completar o nada que so nossos problemas,nada pequenino.

    Mas ele, nosso pensamento deseja que chova,todo dia, s pra que te veja nela.do jeito que estiver agora, ou sempre.Dormindo.

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Camocim, 09/04/2012

    As Flores do Campo HarmnicoAlgumas horas pensandoComo sempre bem faladasNunca tidas esperadasSempre nunca estive aquiTrouxeram-me calado

    Bocas podres falam sempreMas que nunca dizem nadaNessa noite que vidaMas trs na calada

    Triste sempre a alegriaA noite fogem foge-me o diaAs harmnicas bem soltasCorrem longe e so perdidas

    Tudo foge tudo saiE de longe o olho vaiVai seguindo essas brisasE trazendo ventanias

    E nem sabe se elas voltamAs harmnicas bem soltasE nem sabem se elas vmNas meias noites de olhos abertos

    Bem lento vem trazendo

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Como eu fui calado e volteiAtacado de nossas vozesLoucas as vozes

    Calmamente se respiraE de longe no so olhosSo os medos que percorremCansados de vigiar

    Nos campos no h floresPois o mundo no as notamMas no vento l esto soltasBem vistosas l no cu.

    Como sempre bem faladasAs bem tristes expressesSo do mero sonhadorSo ataques de poesia

    Camocim, 01/09/11

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Fragmento Humorado

    Mariana Borges

    O teu pecado me ter por decifrado.J que pra tu pareo estar precipitado. To o quanto, pra acabar-te demorado Inspito e certamente frustrado.

    Repito incessante e no cansado, Que talvez dessa viagem saia machucado. Quando souberes quem sou de verdade ter-me por Terminado. Mas nesse caso, No questo de poder, E sim de se estar preparado.

    Camocim, 27/04/2012 06:25

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Mar

    Desejo um dia em vs cair,Pois s assim que creio poder te ouvir... Sonho eu que suas palavras, Me dem a permisso, de um dia Ser to imenso quanto a ti.

    Beira Mar Camocim, 16/04/2012 17:28

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    No Silncio de Um Romance Naturalista

    Quem me v em silncio sentadoPensa; O que quer um garoto to tristeDiante o mundo e a beleza que existeCom o rosto inerte em um livro desbotado?

    Vivendo sozinho uma histria j escritaOnde flores so metforas narradasE rvores tem folhas sem vidaAo redor de plurais irnicos e mais nada

    Ai de mim um dia perder a pginaDo mundo que real em minha criatura;De um cio inteiro converteria uma lgrimaCriaria o atalho que retomasse minha leitura...

    Onde eu pulo, corro, eu sonhoE de veras, no me sinto desbotado.

    Que no l no falaNo cresce, no tem voz

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Vive encaixotado.

    Eu; fujo dos vciosDa verdadeira realidadeDe morrer entediado.

    Camocim, 2012

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Sobre o Autor

    Eu nasci no dia trinta de setembro de 1996 na cidade deCamocim, no Cear. Cidade pequena essa, talvez to poucoconhecida. Talvez nunca tenha ouvido falar nela. Mas cada um temde nascer em algum lugar, nascer em nenhum lugar seria no existir.Se bem que essa ideia seria bem interessante. Mas gosto do fato deter nascido aqui. Porque foi neste lugar onde herdei minhaeducao, meu jeito de ser, minhas influncias e, cada um podedizer o mesmo de sua cidade. Sou de uma famlia tpica do litoral,tenho uma irm um ano e cinco meses mais nova, meus pais soautnomos e moramos em uma casa pequena afastada do centro da

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    cidade. Cresci num ambiente agradvel, porm no perfeito, comoem toda convivncia em qualquer lugar, o que de se imaginarnormal, onde os costumes hoje estejam sendo perdidos continuamsobrevivendo. Desde pequeno sou apaixonado por msica. Naverdade minha histria com ela veio primeiro e uma dasdescobertas que me faz querer ser melhor e, muitas coisas na minhavida se resumem a ela.

    Neste projeto que aqui se conclui me felicito por demais,sempre foi minha vontade ter algo publicado desde que comecei arealmente ler livros e esta forma me agradou muito, por ter a ideiade reunir alguns de meus textos e fortificar a misso de ampliarconhecimentos e experincias atravs da leitura, de qualidade.

    Acredito muito no poder da poesia, o jeito como ela podemudar os pensamentos e o jeito maravilhoso como eles ocorrem nacabea. uma loucura que fomenta o conhecimento e a busca porele. Alm de ser uma extraordinria vlvula de escape pra queprecisa sempre. fascinante o efeito que pode proporcionarao leitordesde que esteja em contato. Conheo poucos autores da minhacidade onde posso citar um deles, o sonetista Raimundo BentoSotero, um grande que admiro muito. Mas sempre tive vontade deescrever um livro. Fascinei-me pela poesia quando tinha os meustreze anos, da que eu lembre rabisquei algumas palavras, mas nadade importncia, eram trabalhos de escola como todo aluno normalfaz quando estuda literatura. Nessa idade tudo era brincadeira, claro.Eu achava muito difcil escrever, tinha de pensar um monte e assimsempre desistia. Meus textos acabavam sempre no lixo, ou meusprofessores levavam. Nunca mais os via e, tambm no mepreocupava.

    Eu cresci desde ento. Lendo romnces, quadrinho, revistas,mas no perdi o gosto pelos livros de poesia. Carlos Drummond deandrade foi quase meu pai. Escrevi alguns at em sua homenagemmas acabei perdendo. Da vieram Manuel Bandeira, Castro Alves, Eento fui pegando gosto pelo assunto e levando mais a srio o ato decriar algo. Faz muito bem a mente, ao corpo e a prpria pessoa.

  • Henrique Erik Machado de Sousa

    Quem l est em contato constante com os sentimentos de quemescreveu e interagindo com a histria, sofrendo com os personagensacabamos nos tornando pessoas melhores. Essa a importncia daleitura e algo que eu gostaria de compartilhar com mais pessoas.

    A noite do meu real nascmento na poesia foi super, um amigomeu que se diz escritor igual a mim, que est ai escondido foi quemme descobriu um dia. O fato que ele deu uma lida num dos meupoemas, era uma noite, depois do grupo de orao na igreja o meupreferido at ento Simplesmente, demorou um tempo lendo. Talvezestivesse pensando no que falar, talvez tenha gostado, ou no. Gostode pensar que ele gostou tanto mas no queria descer o nvel e saircorrendo com o papel na mo. Mas o que ele fez foi levantar o olhare brincou: Cara, voc t quase no meu nvel.

    Eu entendi que ele queria dizer que tinha gostado do meu texto.

    Henrique Erik 12/12/13http://paginaspoeticass.blogspot.com