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1 ESAMC Escola Superior de Administração Marketing e Comunicação Curso de Graduação em Administração de Empresas A Comunicação Integrada de Marketing como diferencial para a competitividade empresarial: um estudo de caso do composto promocional da marca Chanel Ingrid Borges Bistaco Samira Gomes Piracicaba SP 1º. Edição 2013

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ESAMC – Escola Superior de Administração Marketing e Comunicação

Curso de Graduação em Administração de Empresas

A Comunicação Integrada de Marketing como

diferencial para a competitividade empresarial: um

estudo de caso do composto promocional da marca

Chanel

Ingrid Borges Bistaco Samira Gomes Piracicaba – SP

1º. Edição – 2013

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Ingrid Borges Bistaco Samira Gomes

A Comunicação Integrada de Marketing como

diferencial para a competitividade empresarial: um

estudo de caso do composto promocional da marca

Chanel

Projeto de graduação apresentado ao Curso de Graduação em Administração de Empresas da Escola Superior de Administração Marketing e Comunicação como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Administração, sob orientação do Prof. Diogo de Siqueira Camargo Vasconcelos. Habilitação: Marketing

Piracicaba - SP 2013

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Ficha Catalográfica

Bistaco, Ingrid Borges. Gomes, Samira. A Comunicação Integrada de Marketing como diferencial para a competitividade empresarial: um estudo de caso do composto promocional da marca Chanel. Ingrid Borges Bistaco. Samira Gomes. Piracicaba, ESAMC – Escola Superior de Administração Marketing e Comunicação 2013. Orientador: Prof. Diogo de Siqueira Camargo Vasconcelos Projeto de graduação (PGE) – ESAMC – Escola Superior de Administração Marketing e Comunicação, Graduação em Administração de Empresas 1.Elaboração do PGE 2.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Candidato: Ingrid Borges Bistaco e Samira Gomes. A Comunicação Integrada de Marketing como diferencial para a competitividade empresarial: um estudo de caso do composto promocional da marca Chanel.

PGE defendido e aprovado em 12/12/2013 pela comissão Julgadora.

______________________________________________________________ Prof. Diogo de Siqueira Camargo Vasconcelos (orientador) ESAMC – Escola Superior de Administração Marketing e Comunicação

______________________________________________________________ Prof. TITULO Convidado 1 ESAMC – Escola Superior de Administração Marketing e Comunicação

______________________________________________________________ Prof. TITULO Convidado 2 ESPE – Escola Superior Portal do Engenho

ESAMC – Escola Superior de Administração Marketing e Comunicação

2013

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DEDICATÓRIA

A Deus que sempre nos ajudou

e nos deu sabedoria.

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AGRADECIMENTO

Agradecemos nossos pais, pelo incentivo e apoio para trilharmos

nosso caminho até aqui.

Aos professores e direção da Faculdade, por todo conhecimento que

adquirimos ao longo desses anos.

Agradecemos especialmente nosso orientador Diogo Vasconcelos

pelo direcionamento dado neste trabalho, paciência e toda dedicação que

teve conosco.

Agradecemos os leitores, que buscam neste conhecimento e

inspiração, esperamos poder contribuir de alguma forma para a formação de

vocês.

Agradecemos também a Deus, por sempre estar presente em nossas

vidas.

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EPÍGRAFE

“Eu já não sou o que era. Devo ser o que me tornei.”

Gabrielle Coco Chanel

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RESUMO

Devido a acirrada competitividade das empresas no cenário atual, há a

necessidade de utilizar as ferramentas de comunicação para acompanhar as

transformações do mercado, informar e fidelizar clientes. Visualizando este

fator-chave, este trabalho tem como objetivo analisar o composto

promocional da marca Chanel, renomada empresa do mercado de luxo,

fundada em 1910, que tem em seu portfólio roupas, acessórios, óculos de sol

e de grau, cosméticos e perfumaria. A análise feita através de pesquisas de

dados primários e secundários busca compreender as estratégias e como

elas são utilizadas. A partir disso, espera-se contribuir para a melhor

compreensão e conhecimento da comunicação integrada de marketing e a

importância da mesma para uma empresa.

Palavras-Chave: Chanel; Comunicação; Composto Promocional; Marketing.

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ABSTRACT

Due to the competitiveness of companies nowadays, there is a need to use

the communication tools to track changes in the market, inform and retain

customers. Viewing this factor, this article aims to analyze the promotional

compound of Chanel, a renowned company in the luxury market, founded in

1910, which has in its portfolio clothes, accessories, glasses and sunglasses,

cosmetics and fragrances. Through the research in primary and secondary

data we expect to understand the strategies and how they are used. From

this, we hope to contribute to a better understanding and knowledge of

integrated marketing communication and its importance for a company.

Keywords: Chanel; Communication; Promotional Compound; Marketing.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Crenças e objetivos do Marketing 21

FIGURA 2 O processo de Comunicação 24

FIGURA 3 Valor econômico e uso do meio dos potenciais clientes 45

FIGURA 4 Antiga propaganda do perfume Chanel Nº5 54

FIGURA 5 A evolução da embalagem de Chanel Nº5 54

FIGURA 6 Chanel Nº5 por Andy Warhol 55

FIGURA 7 Marilyn Monroe em propaganda do Chanel Nº5 55

FIGURA 8 Nicole Kidman em propaganda do Chanel Nº5 56

FIGURA 9 Propaganda Chanel Nº5 de 2013 com Brad Pitt 57

FIGURA 10 Propaganda de colônias para homens de 1969 57

FIGURA 11 Propaganda de 1970 58

FIGURA 12 Campanha publicitária 2013 das bolsas Boy 58

FIGURA 13 Gabrielle Chanel com seu amante, Boy Capel 59

FIGURA 14 Campanha Les Beges 2013 59

FIGURA 15 Rita Ora vestindo Chanel na revista Elle 60

FIGURA 16 Desfile outono-inverno Chanel 2010 62

FIGURA 17 Desfile Chanel Cruise 2012-2013 63

FIGURA 18 Exposição The Little Black Jacket em São Paulo 64

FIGURA 19 Cartaz da exposição no Shopping Iguatemi em São Paulo 64

FIGURA 20 Pavilhão do Mobile Art 65

FIGURA 21 Patrocinadores do Festival 66

FIGURA 22 Alexa Chung vestindo Chanel no jantar dos artistas do Festival de Tribeca de

2013 66

FIGURA 23 Sarah Jessica Parker com vestido Chanel no Oscar 2010 67

FIGURA 24 Bella Heathcote com vestido Chanel no Met Gala 2013 68

FIGURA 25 Jacqueline Kennedy vestindo Chanel em 1962 68

FIGURA 26 Laura Neiva no desfile da Chanel que aconteceu em Versailles em 2012

69

FIGURA 27 Brindes da Chanel 70

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FIGURA 28 Catálogo primavera-verão 2013 71

FIGURA 29 Convites para eventos da Chanel 71

FIGURA 30 Cartão de aniversário 72

FIGURA 31 Cadastro do site oficial 72

FIGURA 32 Loja Chanel em Londres aplicando o procedimento 73

FIGURA 33 A atriz Delphine Seyrig com vestido Chanel 75

FIGURA 34 Gloria Swanson vestindo Chanel 76

FIGURA 35 Ina Claire com vestido Chanel 76

FIGURA 36 Alice com bolsa Chanel modelo “envelope flap bag” 77

FIGURA 37 Alice passando blush Chanel 77

FIGURA 38 Jeanne Moreau vestindo Chanel 78

FIGURA 39 Andy Sachs utilizando produtos da linha Chanel 79

FIGURA 40 Carrie com bolsa Chanel modelo Silver Woven Bag em Sex and the City

79

FIGURA 41 Carrie com bolsa Chanel em Sex and the City 80

FIGURA 42 Kim Catrall durante o filme Sex and the City 80

FIGURA 43 Personagens principais de Gossip Girl 81

FIGURA 44 Videoclipe de Lady Gaga no YouTube 82

FIGURA 45 Imagem da página oficial da marca no Facebook 84

FIGURA 46 Imagem do Twitter oficial 84

FIGURA 47 Imagem da conta oficial na Google+ 85

FIGURA 48 Imagens do site oficial 85

FIGURA 49 Imagem de Inside Chanel 86

FIGURA 50 Imagem de Chanel News 87

FIGURA 51 Imagem do canal oficial da Chanel no YouTube 88

FIGURA 52 Imagens do aplicativo 89

FIGURA 53 Imagens do aplicativo. Na segunda imagem à direita, o aplicativo mostra os sete

passos da criação do relógio. 89

FIGURA 54 Imagem do aplicativo Chanel Fashion 90

FIGURA 55 Fachada da loja 92

FIGURA 56 Manequins da Chanel 93

FIGURA 57 Embalagem do perfume Chanel Nº5 e interior da loja Chanel 94

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FIGURA 58 Loja Chanel em Beijing, na foto, o tapete preto nas escadas 95

FIGURA 59 Vitrine da loja Chanel no Shopping Iguatemi São Paulo 96

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Estratégias da comunicação 25

Tabela 2 O composto promocional 30

Tabela 3 Possíveis objetivos da propaganda 32

Tabela 4 Vantagens e desvantagens do uso do merchandising 35

Tabela 5 Vantagens e desvantagens da venda pessoal 41

Tabela 6 Aparições de produtos da marca Chanel no filme “O Diabo veste Prada”

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SUMÁRIO

1. Introdução 16

1.1 Justificativa e Relevância 17

1.2 Questão de Pesquisa 18

1.3 Objetivos 18

1.4 Metodologia 19

2. Conceitos de Marketing e Comunicação 20

2.1 Definições sobre Marketing 20

2.2 Conceitos Centrais de Marketing 22

2.3 Conceito de Comunicação 23

2.4 Comunicação Integrada de Marketing 26

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2.5 Importância da Comunicação Integrada de Marketing 28

3. Considerações sobre o Composto Promocional 29

3.1 Propaganda 31

3.2 Merchandising 33

3.3 Promoção de Vendas 37

3.4 Marketing Direto 39

3.5 Venda Pessoal 40

3.6 Marketing Digital 43

3.7 Relações Públicas e Publicidade 46

3.8 Patrocínio 48

3.9 Product Placement 49

4. Apresentação e análise dos resultados 52

4.1 Contextualização da marca Chanel 52

4.2 - Análise das formas tradicionais de comunicação do composto

promocional 52

4.2.1 - Considerações sobre propaganda 52

4.2.2 - Considerações sobre relações públicas e publicidade 60

4.2.3 - Considerações sobre patrocínio 65

4.2.4 - Considerações sobre promoção de vendas 69

4.2.5 - Considerações sobre marketing direto 70

4.2.6 - Considerações sobre venda pessoal 73

4.3 - Análise das formas complementares de comunicação do

composto promocional. 74

4.3.1 - Considerações sobre product placement 74

4.3.2 - Considerações sobre marketing digital 82

4.3.3 - Considerações sobre merchandising 91

5. Conclusão 97

6. Referências 99

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1. INTRODUÇÃO

O marketing está em tudo, ele é uma arte e uma ciência. Nos dias de

hoje com os inúmeros produtos e serviços existentes, o marketing é

fundamental para diferenciar e influenciar. Com a velocidade que o mercado

evolui, comunicar-se de forma eficaz é indispensável.

A comunicação é a “voz” da empresa e é ela que constrói o

relacionamento com o consumidor e estabelece o posicionamento da marca

e seus produtos no mercado.

Diante desta problemática, analisar a Chanel, renomada empresa de

vestuário francesa, torna-se uma oportunidade ímpar de estudo.

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Em 1909, Gabrielle Bonheur Chanel, ou também conhecida como “Coco”, iniciou

suas atividades em Paris comercializando chapéus. Seu estilo simples e elegante

rapidamente foi copiado pelas mulheres da época. Desde então se dedicou definitivamente à

costura e lançou inúmeras invenções que são usadas até os dias de hoje, como: o vestido

preto, considerado peça indispensável ao closet feminino, o tailleur (conjunto de saia e

blazer), o tweed (tecido de origem escocesa), a bolsa com a corrente dourada, o sapato

bicolor, o colar de pérolas, o perfume Chanel Nº5 e o corte de cabelo Chanel.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, as pessoas buscavam liberdade e mudança,

e diante deste cenário, Chanel fazia a mudança que as pessoas queriam e assim, a cada

dificuldade ela inovava com sua criatividade e originalidade.

Chanel vestia-se de forma diferente de todas as mulheres de sua época e inspirava

a todas, a praticidade guiava seu estilo. Ela desenhava roupas confortáveis, simples e sem

muitos detalhes, numa época em que as mulheres usavam espartilhos e vestidos com muitos

laços e barbatanas.

Gabrielle se tornou um exemplo da nova mulher, cabelos curtos, magra, roupas

soltas e de corte reto, pele bronzeada e vivia com um homem que a amava sem ser casada,

e que a ensinou noções de finanças e comércio, Gabrielle em sua época era independente

financeiramente e uma empresária de sucesso.

Gabrielle estava inserida no público-alvo em que ela queria atingir, sendo assim, era

mais fácil influenciar as mulheres. Coco fez os vestidos que Cécile Sorel, renomada estrela

do teatro, usava nas peças, e que frequentemente aparecia em todas as revistas e jornais.

Segundo a Forbes, atualmente a empresa é administrada pelos irmãos Alain e

Gerard Wertheimer, netos de Pierre Wertheimer, que entrou em sociedade com Gabrielle no

ano de 1924. De acordo com a empresa global de pesquisas Millward Brown Optimo (dado

de 2013) o faturamento da Chanel é estimado em €2.5 bilhões e ocupa o 4º lugar no ranking

das marcas de luxo mais valiosas do mundo.

Com a evolução industrial, globalização, alta competitividade, novas tendências

sendo lançadas dia após dia, e com o falecimento de sua fundadora, um verdadeiro mito

organizacional, busca-se entender como a Chanel há mais de 100 anos continua sendo bem-

sucedida com seu estilo clássico e sua comunicação inovadora e como a empresa utiliza as

ferramentas do composto promocional para se diferenciar das outras marcas.

1.1 Justificativa e Relevância

Este trabalho visa contribuir com os profissionais que atuam na área

de marketing, mais especificamente na área de comunicação, para que

possam compreender a relevância de gerenciar de forma diferenciada a

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comunicação, adaptando-se as necessidades do mercado, sem perder seu

valor, além de, enriquecer o conhecimento para introduzir um novo produto

ou uma nova marca no mercado.

A marca Chanel serviu de inspiração e base para este trabalho, pois

atravessou um século mantendo-se extremamente forte neste mercado tão

competitivo.

No mercado de luxo comunicar valores é fundamental. Seja para

definir a personalidade da marca, diferenciar e posicionar o produto, definir o

perfil dos usuários, seus valores e sua história.

Este estudo se torna relevante à medida que existem poucos trabalhos

acadêmicos sobre o composto promocional da Chanel.

1.2 Questão de Pesquisa

Será realizado um estudo para responder a seguinte questão-pesquisa:

Como a empresa Chanel utilizou o composto promocional para acompanhar as transformações do mercado gerando diferencial?

1.3 Objetivos

O estudo proposto tem como objetivo geral apresentar a Comunicação Integrada de

Marketing e o composto promocional da marca Chanel.

Como objetivos específicos, o estudo propôs:

Apresentar o conceito de comunicação, bem como sua estrutura.

Definir a comunicação integrada de Marketing e sua importância no contexto da

competitividade empresarial.

Conceituar as principais formas de comunicação do composto promocional.

Apresentar, através de estudo de caso, a abordagem da empresa Chanel para o

composto promocional.

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1.4 Metodologia

O referido estudo é de caráter exploratória, considerando-se o objetivo de analisar de

forma qualitativa o processo de comunicação mercadológica utilizada pela marca Chanel.

Aaker, Kuma e Day (2004, p. 94) definem que na metodologia de pesquisa exploratória

“os métodos são muito flexíveis, não estruturados e qualitativos, para que o pesquisador

comece seu estudo sem preconcepções sobre aquilo que será encontrado”. Dentro deste

contexto, Malhotra afirma que na metodologia exploratória procura-se definir novas

percepções sobre o problema, melhorando a percepção sobre o tema em questão

(MALHOTRA, p. 100).

Quanto à fonte de dados, utilizou-se dados secundários, através de pesquisa em livros,

sites da internet, revistas e vídeos sobre o tema estudado, em destaque o material

promocional disponível em formato digital através das redes sociais e sites oficiais da marca

Chanel.

Utilizou-se também dados primários com pesquisa de observação e coletando

informações em visita à loja e exposição da marca Chanel

Malhotra (2006, p. 124) afirma que “dados secundários são dados que já foram

coletados para objetivos que não os do problema em pauta. Eles podem ser localizados de

forma rápida e barata”. Através desta metodologia, atingiu-se os objetivos proposto.

Aplicou-se a metodologia de estudo de caso da marca Chanel, onde analisou-se a

aplicação dos conceitos de comunicação integrada de Marketing, bem como, do composto

promocional.

2. Conceitos de Marketing e Comunicação

No atual panorama de competitividade, diferenciar-se dos

concorrentes é fator chave para alcançar o sucesso. Tendo em vista este

objetivo, compreender os principais conceitos de Marketing, o processo da

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comunicação integrada de Marketing, bem como o composto promocional

torna-se fundamental para alcançar os objetivos organizacionais.

2.1 Definições sobre Marketing

Marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades

humanas e sociais. Para defini-lo de uma maneira sucinta, podemos dizer

que ele supre as necessidades lucrativamente (KOTLER, 2007 p. 4).

CHURCHILL E PETER (2007, p. 5) definem que a “essência do

marketing é o desenvolvimento de trocas em que as organizações e clientes

participam voluntariamente de transações destinadas a trazer benefícios para

ambos”.

Nos dias atuais, entender e satisfazer os desejos dos compradores

tornou- se complexo. No mercado onde tudo pode ser copiado facilmente, as

empresas que diferenciam seus produtos, obtêm vantagens competitivas.

A entrega de valor para o cliente talvez seja a parte mais complexa do

Marketing, pois seu objetivo é tornar supérfluo o esforço de vendas. As

empresas orientadas apenas para vendas não conseguem aperfeiçoar suas

ofertas de valor.

CHURCHILL e PETER (2007, p. 10) explicam que:

“Em suma, a orientação para marketing enfatiza a

importância de desenvolver e comercializar produtos e

serviços com base no que os clientes precisam e desejam.

Uma formulação concisa dessa visão é chamada de conceito

de marketing, que afirma que as organizações devem

satisfazer as necessidades e desejos dos clientes como meio

de alcançar seus próprios objetivos, como lucros, por

exemplo”.

O conceito genérico do marketing leva implícitos vários raciocínios que

ampliam seu campo de aplicação tradicional (COBRA, 2010, p. 8):

Que o marketing não é exatamente uma atividade empresarial, mas

uma ação humana.

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20

Compromete-se com as necessidades e satisfação das partes

envolvidas.

A maneira adequada de satisfação das necessidades é a troca de

valores.

HOOLEY (2005, p. 5) afirma que em sua forma mais simples, geralmente

se entende como conceito de marketing que, em mercados cada vez mais

dinâmicos e competitivos, as empresas e organizações com maior

probabilidade de sucesso são aquelas que percebem as expectativas,

desejos e necessidades dos clientes e se preparam para satisfazê-los melhor

que seus concorrentes.

Dito de modo simples, o conceito de marketing estabelece que uma

empresa deve satisfazer os desejos e as necessidades do consumidor em

troca de lucro ( OGDEN, 2007, p. 1).

Os conceitos de marketing são baseados em três crenças que estão

ilustradas na figura abaixo:

Figura 1 – Crenças e objetivos do Marketing.

Fonte: Adaptado de: ETZEL (2001, p.11).

2.2 Conceitos Centrais em Marketing

Segundo Kotler (2006), "Marketing é um processo social e gerencial

pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam, através da

criação, oferta e troca de produtos de valor com os outros".

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O conceito de marketing pode ser entendido como a função

empresarial que cria com frequência valor para o cliente e gera vantagem

competitiva duradoura para empresa, por meio da gestão estratégica das

variáveis controláveis de marketing: produto, preço, comunicação e

distribuição (DIAS, 2006, p 12).

A fundamentação do conceito de Marketing é definida por seus

conceitos centrais: necessidades, desejos, demandas, produtos, troca,

transações e mercado. Este conjunto de conceitos principais orienta os

profissionais de Marketing para uma administração baseada em uma visão

holística.

A seguir serão descritos os conceitos centrais baseados na teoria de

Kotler (2006).

Necessidades, Desejos e Demandas: Necessidades são quesitos básicos

para as os humanos. Quando direcionadas a objetivos específicos se tornam

desejos e com essa vontade em satisfazê- los é gerado uma demanda.

Mercados Alvo, Posicionamento e Segmentação: É necessário avaliar as

diferenças demográficas, psicográficas e o comportamento do consumidor

para definir como posicionar e segmentar corretamente os produtos e

serviços, a fim de fornecer maiores benefícios ao público alvo.

Ofertas e Marcas: As empresas atendem a necessidades emitindo uma

proposta de valor- um conjunto de benefícios que oferecem aos clientes para

satisfazer suas necessidades.

Valor e Satisfação: o valor é quando o consumidor não percebe apenas o

custo, mas sim o ganho em relação ao mesmo. Satisfação é quando o

produto supera a expectativa.

Canais de Marketing: Para atingir um mercado- alvo, a empresa usa três

tipos de canais de marketing: Os canais de comunicação, os canais de

distribuição canais de serviços.

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2.3 Conceito de Comunicação

A comunicação no composto mercadológico refere- se ao “P” de

promoção, e engloba todas as ferramentas de comunicação utilizadas pelas

empresas para divulgar a marca, o produto ou o serviço.

Kotler (2006, p.532) define Comunicação de Marketing como:

É o meio pelo qual as empresas buscam informar, persuadir

e lembrar os consumidores – direta ou indiretamente - sobre

os produtos e marcas que comercializam. Num certo sentido,

a comunicação de marketing representa a ‘voz’ da marca e é

o meio pelo qual ela estabelece um diálogo e constrói

relacionamentos com os consumidores.

Dessa forma, a comunicação de marketing age como uma facilitadora,

criando uma ponte entre consumidor e marca. Ela gera ao consumidor o

conhecimento ou lembrança da marca, auxiliando na conscientização e

provocando opiniões e sentimentos.

“Comunicação é a transmissão de uma mensagem de um emissor

para um receptor, de modo que ambos a entendam da mesma maneira.”

(CHURCHILL, 2007, p. 449).

Ou seja, comunicar é propagar os valores determinados pela

organização.

Figura 2 - O processo de comunicação.

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23

Fonte: Adaptado de CHURCHILL, 2007 p.451.

“Dentro desse contexto, uma maneira de analisar os esforços de

comunicação é vê-los como influenciadores da atenção, do interesse, do

desejo e da ação dos clientes (CHURCHILL, 2007 p.451)

Portanto, esse processo nos mostra que a comunicação é essencial

para chamar à atenção do cliente ou potencial consumidor levando ele a

ação, ou seja, ao ato da compra.

Para Etzel (2001, p. 446) a promoção, sob qualquer forma, tem como

objetivo exercer influência. Mais especificamente, a promoção é o elemento,

no mix de marketing de uma empresa, que serve para informar, persuadir e

lembrar o mercado de um produto e/ ou da organização que o vende, tendo

em vista influenciar os sentimentos, crenças ou comportamento do público.

Churchill afirma que (2007 p. 446) “Ao comunicar os benefícios

especiais de seus produtos, os profissionais de marketing podem fazer com

que clientes potenciais os desejem e os comprem.”

Logo, a comunicação é fundamental para ressaltar os benefícios do

produto e assim, atrair novos clientes. Churchill explica que (2007, p.446) “A

comunicação também é empregada pelos profissionais de marketing para

atingir metas estratégicas específicas” como visualizadas na tabela abaixo:

Tabela 1 – Estratégias da comunicação.

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Meta estratégica Descrição

Criar consciência Informar o público sobre produtos, marcas, lojas ou organizações.

Formar imagens positivas Criar na mente das pessoas avaliações positivas sobre produtos, marcas, lojas ou organizações.

Identificar possíveis clientes Descobrir nomes, endereços e possíveis necessidades de compradores potenciais.

Formar relacionamentos no canal Aumentar a cooperação entre membros do canal.

Reter clientes Criar valor para os clientes, satisfazer seus desejos e necessidades e conquistar sua lealdade.

Fonte: Adaptado de CHURCHILL, 2007 p. 447.

Camarotto, 2012 p.16 afirma que:

O aumento da concorrência e a intensificação da

disputa pelos clientes em diversos mercados

ocasionaram um incremento da comunicação de

marketing. Pode-se afirmar que cresceu a importância

do “P” de promoção relativo ao mix de marketing. Nos

tempos atuais a sociedade vivencia uma verdadeira

revolução relativa aos meios de informação e

comunicação. Como parte dessa realidade, as

empresas precisam estabelecer estratégias coerentes

e eficazes de comunicação com os diversos públicos

com os quais se relacionam diariamente.

À vista disso, nos dias atuais, houve um crescimento nos meios e no

volume de comunicação que as pessoas têm acesso. O autor afirma que

cresceu a importância desse “P” pois as empresas devem saber de forma

correta quando, onde e como comunicar para atingir o público desejado de

forma eficaz.

Comunicação é a transmissão verbal ou não verbal de informações

entre alguém que deseja expressar uma ideia e uma outra pessoa que

receberá ou deverá receber essa ideia. Como a promoção é uma forma de

comunicação, pode- se aprender muito sobre a estruturação de uma

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25

promoção efetiva pelo exame do processo de comunicação (Etzel, 2001, p.

446).

Portanto, para a empresa alcançar suas metas, é essencial que ela

utilize as ferramentas de comunicação de forma conjunta.

Churchill (2007, p. 446) afirma que:

Em geral, os profissionais de marketing utilizam a

comunicação para tentar aumentar vendas e lucros ou

alcançar outras metas. Ao fazer isso, eles informam,

persuadem e lembram os consumidores para que comprem

seus produtos e serviços.

Por conseguinte, para uma marca não ser esquecida e ganhar

destaque entre tantas outras marcas, comunicar seus produtos e serviços é

fundamental também para manter sua lembrança na mente do consumidor.

O marketing moderno exige mais do que apenas desenvolver um bom

produto, atribuir- lhe um preço competitivo e colocá-lo à disposição dos

clientes- alvo. As empresas também precisam comunicar- se com os clientes

existentes e potenciais, e tal comunicação deve ser integrada.

Para a maioria das empresas, a questão não é se, mas quanto

gastarão e de que maneiras farão a comunicação. Todos os seus esforços de

comunicação devem ser combinado em um programa de comunicação de

marketing consistente e coordenado (Kotler, 2003, p. 363).

2.4 Comunicação Integrada de Marketing

A comunicação integrada de marketing busca coordenar o plano de

marketing nas variadas áreas envolvidas da organização. Utilizar a

comunicação de forma estratégica tornou-se essencial para o sucesso e

sobrevivência das empresas.

Churchill (2007, p. 455) define comunicação integrada de marketing como a:

Abordagem que combina os elementos do composto de

comunicação em um todo coerente para fornecer maior

clareza e impacto na comercialização. Alguns profissionais

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de marketing advogam que ela é aplicável a qualquer tipo de

contato entre uma organização e seu público, inclusive a

detalhes como as impressões provocadas pela empresa ao

escolher seus canais de distribuição.

Assim sendo, a comunicação integrada de marketing auxilia na forma

que a empresa se comunica, torna a maneira de se comunicar mais

compreensível e com maior embate, consequentemente, mais eficaz.

Camarotto (2012, p.38) explica que a comunicação de marketing

oferece contribuições importantes, as quais são ainda mais relevantes e

impactantes quando há um alinhamento e uma integração das ferramentas.

Kotler afirma que (2006, p. 559) “A CIM deve aprimorar a capacidade

da empresa de atingir os clientes certos com as mensagens certas, no

momento certo e no local certo”.

A comunicação integrada de marketing é capaz de produzir

uma mensagem mais coerente e um impacto mais

expressivo nas vendas. Ela força a gerência a refletir sobre

todas as formas pelas quais o cliente estabelece contato com

a empresa, como a empresa comunica seu posicionamento,

a importância relativa de cada veículo e as questões de

timing ( Kotler 2006, p. 559)

Ogden (2007, p.20) explica que “O conceito de CIM é uma evolução,

até certo ponto natural, do processo de comunicação de marketing, pois no

contexto atual – em que predominam o alto nível de segmentação do

mercado, a fragmentação dos meios de comunicação e a saturação de

mensagens veiculadas”.

A comunicação integrada de marketing leva a gerência a visualizar o

sistema de marketing como um todo, e não focar em partes separadas. O

uniforme dos vendedores, as instalações, a rapidez do serviço, a qualidade

do produto, são fatores que comunicam algo ao cliente. Sendo capaz de

comunicar integradamente, ou seja, com sinergia, consegue-se transmitir a

mensagem desejada de maneira eficaz.

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27

2.5 Importância da Comunicação Integrada de Marketing

Os profissionais de marketing devem conciliar e definir as opções de

comunicação de uma forma integrada, ou seja, que compartilhem a mesma

ideia, com mensagens claras e atraentes, oferecendo vantagens que se

complementam para determinar como elas podem contribuir para o valor

adicional que se atribui aos produtos ou serviços.

Ogden (2007, p.21) ressalta que “a comunicação integrada parte de

um tema central único que possa atender aos objetivos e ao contexto, além

de permitir adaptações para as diferentes formas de comunicação”.

Segundo Kotler (2006, p. 561):

O gerenciamento e a coordenação de um processo completo

de comunicação requerem uma comunicação integrada de

marketing (CIM), que vem a ser o planejamento de

comunicação de marketing que reconhece o valor agregado

de um bom plano abrangente, capaz de avaliar os papéis

estratégicos de diversas disciplinas de comunicação e

combiná-las a fim de oferecer clareza, coerência e o máximo

impacto, por meio da integração coesa de mensagens

criteriosas.

No cenário atual, empresas e profissionais de marketing devem

certificar-se de que as mensagens que chegam aos consumidores sobre

produtos e serviços sejam claras, concisas e integradas. (OGDEN, 2007, p.8)

Portanto, cada integrante envolvido no marketing da empresa, deve

emitir a mesma mensagem. Ogden (2007, p.20) ressalta a importância da

comunicação integrada afirmando que “deixar de integrar as diferentes

formas de comunicação de marketing não é só perder a oportunidade de

melhorar sua eficácia, mas também fragmentar a mensagem e provocar

confusão na mente do público-alvo”.

A verdadeira importância da Comunicação Integrada de Marketing é

elaborar um programa de comunicação bem sucedido e mais eficiente

possível transmitindo pelo composto promocional a mesma mensagem em

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seus vários canais de comunicação trazendo benefícios para as

organizações, pois sem um direcionamento comum e foco determinado, o

público- alvo não conseguirá captar de forma consistente a mensagem.

Com este mesmo pensamento, Churchill (2006, p.456) afirma que a

comunicação integrada de marketing surgiu, em parte, para corrigir as

consequências prejudiciais da atitude dos profissionais de marketing que

realizam um trabalho com objetivos contraditórios dentro das organizações, e

também para responder as mudanças no ambiente de comercialização.

3. Considerações sobre o Composto Promocional

As empresas buscam dentro do composto promocional as formas de

comunicação que mais se adequam, a fim de encontrar o meio mais eficiente

tendo em vista os objetivos organizacionais de comunicação para produzir

maior impacto.

Formas de comunicação são modalidades de comunicação existentes

que constituem uma espécie de mix de instrumentos de comunicação,

oferecendo ao gestor a possibilidade de aplicá-los diferentemente em

situações variadas (Ogden, 2007, p. 15).

Churchill (2007, p. 456) tendo em vista que os elementos do composto

de comunicação devem trabalhar juntos, o profissional de marketing precisa

selecionar a combinação certa entre eles. Para tanto, deve avaliar as

contribuições que a propaganda, a venda pessoal, a promoção de vendas e a

publicidade podem oferecer para alcançar os objetivos globais de marketing.

Em suma, cada método promocional utilizado possui características

peculiares que determinam em qual colocação serão mais efetivas.

Ogden (2011. p. 15) esclarece que:

“Mix de comunicação pode ser classificado como

comunicação de massa, quando atinge grande número de

pessoas, e comunicação segmentada, quando atinge um

número restrito de pessoas ou até pessoas de maneira

individualizada. Na primeira categoria estão: propaganda,

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publicidade, patrocínio, product placement e relações

públicas. Já na segunda categoria estão: promoção de

vendas, merchandising, marketing direto e venda pessoal”.

Kotler (2000, p.533) explica que o mix de comunicação de marketing é

composto por formas descritas na tabela abaixo, indicando que, cores,

embalagem, preço, entre outros fatores, comunicam algo para o comprador,

deixando assim uma imagem positiva ou não.

Tabela 2 – O composto promocional.

Formas Tradicionais de Comunicação

Propaganda Anúncios impressos e eletrônicos, espaços externos das embalagens, manuais e brochuras, cartazes e folhetos, outdoors, painéis, displays no ponto-de-venda e material audiovisual.

Promoção de

vendas

Concurso, jogos, loterias e sorteios, prêmios e brindes, feiras setoriais, exposições, demonstrações, cupons, reembolsos parciais, financiamento a juros baixos, diversão, concessões de troca, programas de fidelização, promoção nos pontos-de-venda integrada com a propaganda.

Relações

Públicas e

Publicidade

Kits para a imprensa, palestras, seminários, relatórios anuais, doações, publicações, mídia de identidade empresarial e revista corporativa.

Venda pessoal Apresentações de vendas, reuniões de vendas, programas de incentivo, amostras, feiras e exposições.

Marketing

Direto

Catálogos, mala direta, vendas pela TV, e-mail, correio de voz.

Patrocínio Esportes, diversão, festivais, artes, causas, passeios pela fábrica, museus corporativos e atividades de rua.

Formas Complementares de Comunicação

Product

Placement

Filmes, séries de TV, videoclipes.

Marketing

Digital

Sites, redes sociais e blogs.

Merchandising Totem, cartazes, displays, wobblers.

Fonte: Adaptado de Kotler, 2000, p. 533 e 534.

3.1 Propaganda

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Considerada um dos mais importantes meios de comunicação, a

propaganda possui um patrocinador identificado, e tem a finalidade de, gerar

fluxo de clientes, divulgar produtos, imagem da marca e retenção de imagem.

“Propaganda é qualquer anúncio ou mensagem persuasiva

veiculada nos meios de comunicação de massa em

determinado período e espaço pagos os doados por um

indivíduo, companhia ou organização identificados”

(CHURCHILL, 2007, p. 472).

PINHEIRO (2005, p. 46) afirma que a propaganda é um recurso de

muita importância na gestão dos investimentos em comunicação de

marketing e apoio a marcas nos mais variados mercados, quer de bens ou

serviços.

Logo, propaganda é um meio de comunicação a qual as organizações

solicitam para divulgarem seus produtos e serviços, pagando por isso. Seu

principal objetivo é levar a mensagem que a empresa solicitante deseja, seja

ela para promover uma marca, criar ou reforçar o posicionamento.

Mesmo havendo várias formas de propaganda, de uma forma ou de

outra, é sempre utilizada pela maioria das organizações. Os veículos mais

conhecidos são: jornais, televisão, mala- direta, rádio, revistas, outdoor e

internet. Cabe à organização avaliar qual será o melhor canal.

KELLER (2006, p. 159) afirma que:

“Dada à complexidade do planejamento de propaganda, o

número de papéis estratégicos que ela pode desempenhar o

número de decisões específicas envolvidas e seu efeito nem

sempre previsível sobre os consumidores, é difícil oferecer

um conjunto de diretrizes muito amplas. Todavia meios de

propaganda diferentes têm forças diferentes e, portanto,

adaptam- se melhor a certos papéis em um programa de

comunicação”.

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Primeiramente deve-se estabelecer o objetivo principal da propaganda,

para que a empresa possa estabelecer o orçamento, a fim de, desenvolver

uma estratégia para a criação da mensagem publicitária.

Para Etzel (2001, p. 494) o propósito da propaganda é vender algo-

um bem, serviço, ideia, pessoa ou lugar- no momento ou mais tarde. Esse fim

é alcançado pela definição de objetivos específicos que possam ser

expressos em anúncios individuais incorporados a uma campanha de

propaganda.

A propaganda é uma atividade específica de comunicação a ser

realizada com um público alvo específico durante um período de tempo

determinado. Os objetivos podem ser classificados segundo seus propósitos

primordiais: informar, persuadir ou lembrar (Kotler, 2005, p. 386).

Abaixo, Kotler dá exemplos de cada um desses objetivos:

Tabela 3 – Possíveis objetivos da propaganda.

Possíveis Objetivos da Propaganda

Informar

Informar o mercado sobre um novo produto.

Descrever os serviços disponíveis

Sugerir novos usos para o produto

Corrigir falsas impressões

Informar o mercado sobre mudança de preço

Reduzir os temores dos compradores

Explicar como o produto funciona

Construir a imagem da empresa

Persuadir

Desenvolver preferência da marca

Persuadir os clientes a comprarem agora

Estimular a troca para sua marca

Persuadir os clientes a receberem uma visita de vendas

Mudar percepções dos clientes sobre os atributos do produto

Lembrar

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Lembrar os clientes de que o produto poderá ser necessário no futuro

próximo

Manter o produto na cabeça do cliente durante os períodos de baixa

demanda

Lembrar os clientes onde comprar o produto

Manter a máxima conscientização do produto

Fonte: Adaptado de Kotler, 2003, p. 386.

3.2 Merchandising

O merchandising é uma ferramenta de comunicação utilizada no ponto

de venda. Ela é encarregada pela exibição dos produtos e os adequa de

forma que proporcione ao comprador, melhor visibilidade e acesso às

informações. O merchandising serve para estimular e persuadir na decisão

de compra, diferenciar um produto de outro e chamar a atenção do

consumidor.

Silva (1990, p.17) define merchandising como:

o planejamento e a operacionalização de atividades que se

realizam em estabelecimentos comerciais, principalmente em

lojas de varejo e de auto-serviço, como parte do complexo

mercadológico de bens de consumo, tendo como objetivo

expô-los ou apresentá-los de maneira adequada a criar

impulsos de compra na mente dos consumidores, ou usuários,

tornando mais rentáveis todas as operações no canais de

marketing.

Portanto, a forma que os produtos estão expostos, sua disposição no

ponto de venda devem ser feitas de forma correta, gerando assim preferência

e estímulo de compra no consumidor.

Blessa (2001, p. 22) define Visual Merchandising como: “técnica de

trabalhar o ambiente do ponto de venda criando identidade e personificando

decorativamente todos os equipamentos que circundam os produtos. O

merchandising visual usa o design, a arquitetura e a decoração para

aclimatar, motivar e induzir os consumidores à compra”.

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Segundo Pinho (2001, p.78) “O trabalho de merchandising nas lojas é

feito em dois locais: 1) nas prateleiras ou nas gôndolas de supermercados,

cuja técnica recebe o nome de emprateleiramento; e 2) no ponto

promocional, conhecido como exposição promocional”.

O merchandising é utilizado de modo a facilitar a escolha dos

consumidores, tornando a visita ao estabelecimento o mais agradável

possível (Giuliani, 2006, p.275).

Pinho (2001, p.72) também explica que “a função de merchandising

interpreta as preferências do consumidor para a empresa, dirigindo e

supervisionando o desenvolvimento das linhas de produto do princípio ao

fim”.

Segundo Pinheiro (2005, p. 84) e Giuliani (2006, p. 275) os principais

objetivos do merchandising são:

Aproximar o produto certo do consumidor certo, no lugar certo, na

quantidade certa, ao preço certo;

Elemento de apoio à promoção em si e ao produto normal;

Auxílio no giro do produto – à medida que merchandising cria todo o

clima favorável à decisão de compra, contribui para eliminar estoques;

Utilizar os recursos da exibitécnica para fazer acontecer clima e

predisposição de compra por parte do consumidor;

Apoiar o produto normal ou o produto promocionado;

Induzir novos consumidores à experimentação e à compra;

Influenciar consumidores atuais, estimulando fidelidade à marca;

Aumentar a participação no mercado;

Apresentar inovações;

Diferenciar uma marca de seus concorrentes;

Provocar estoque do produto no lar;

Gerar tráfego nas lojas;

Dar incentivo aos canais de distribuição (PDVs).

Abaixo vantagens e desvantagens do merchandising:

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Tabela 4 – Vantagens e desvantagens do uso do merchandising.

Vantagens Desvantagens

Uma exposição bem feita facilita a

compra

A poluição visual entre produtos e

displays às vezes é tanta que um

anula o outro

O merchandising proporciona uma

economia, no tempo de compra

Falhas na instalação, montagem e

armazenagem dos materiais

Lembra necessidades Falta de planejamento, adequação e

padronização

O merchandising desenvolve o

espírito de fidelidade

Falta de comunicação entre o

produtor e o varejista

Atrai novos consumidores Falta de mercadoria

Bloqueia as atividades da

concorrência

Utilização de preços elevados

A exposição bem feita estimula a

compra por impulso

Falta de conhecimento, sobre o

merchandising, por parte dos

varejistas

Obter melhor lucratividade dos

negócios, através da maior rotação

dos estoques dos produtos

Equipes de vendas despreparadas

bloqueiam a ação do merchandising

Fonte: Adaptado de Giuliani 2006 p. 276.

Quando aplicado de maneira correta, atentando-se a preparação e

treinamento da equipe de vendas, distribuição dos produtos no PDV de forma

organizada e quantidade correta de produtos no estoque, de forma que

sempre haja seu abastecimento, o merchandising é essencial para causar

inúmeros benefícios para a empresa.

Para Giuliani (2006, p.277) as principais estratégias que influenciam

na operação de uma loja são:

Planograma: é o esquema visual que retrata a exposição dos

produtos de uma categoria, ou que mostra o mapa de distribuição

da loja por departamento e categoria.

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Exibitécnica: é a técnica de expor, dispor e exibir produtos. É a

mais simples operação de merchandising e, talvez, a mais

importante, atua diretamente no ponto-de-venda.

Ambientação: serve para informar, seduzir e aclimatar o

consumidor que já está pré-disposto a comprar dentro da loja.

Gerenciamento por categorias: ou gerenciamento de espaços

segundo Blessa (2001), significa colocar o produto certo (para o

consumidor), da maneira certa e na quantidade certa.

Dentro desse contexto, Pinheiro (2005, p. 81) explica que:

O trabalho do merchandising é exatamente acompanhar e

administrar a trajetória de uma marca, desde o estoque da

indústria até o estoque da loja, passando pela área de

vendas, sendo bem exposta com todos os detalhes da

exibitécnica, e chegando a estoque do domicílio do

consumidor. Esse ciclo deve permanecer inalterado ao longo

do tempo de vida de uma marca.

A exposição os produtos é essencial já que todos os esforços no ponto

de venda são para promovê-los. Estes devem estar alocados de maneira que

facilite sua visualização, ou seja, que chame a atenção do consumidor e o

produto se destaque também de outras marcas.

Pinheiro (2005, p.80) também defende que:

Temos que ter a mercadoria promocionada bem abastecida

nesse local; não poderá haver falta da mercadoria; esta tem

que estar à mão do consumidor.

Ela tem que estar neste momento com o preço

absolutamente certo para o ato da decisão de compra.

Deve estar perfeitamente exposta e limpa, como se tudo

aquilo tivesse terminado de ser arrumado e ali colocado. Ela

deve ser exposta no melhor local da área de vendas, o de

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melhor visualização, e nas principais passagens do

consumidor.

Portanto, os produtos devem estar sempre bem posicionados, limpos e

expostos de maneira adequada para o consumidor. Essa organização auxilia

a aumentar as vendas. Assim como Giuliani (2006, p.275) afirma que “o

distribuidor utiliza o merchandising com o objetivo de maximizar as vendas do

conjunto do seu estabelecimento e maximizar a rentabilidade dos

investimentos efetuados, no ponto de venda”.

Há algumas considerações importantes sobre a efetividade do

merchandising, como Blessa (2001, p.77) cita que “85% da compra decidida

no PDV é “compra por impulso”, contra 15% de “compra planejada” e Giuliani

(2006, p.275) afirma que “as maiores experiências e práticas do trabalho de

merchandising se fizeram em mercados de bens de consumo”.

3.3 Promoção de Vendas

A promoção de vendas consiste em um conjunto de ferramentas de

incentivo, a maioria de curto prazo, projetadas para estimular a compra mais

rápida ou em maior quantidade de produtos ou serviços específicos por parte

do consumidor ou do comércio (KOTLER, 2007, p. 583).

CHURCHILL e PETER (2007, p. 489) reforçam o conceito de

Promoção de vendas dizendo que é a pressão do marketing exercida na

mídia e fora dela por um período predeterminado e limitado visando ao

consumidor, varejista ou atacadista, para estimular experiências com um

produto, aumentar a demanda dos consumidores ou melhorar a

disponibilidade do produto.

A promoção de vendas tem o objetivo de estimular as vendas nos

estabelecimentos, geralmente elas são exclusivas, e de curto prazo, pois

cada fornecedor trabalha de uma maneira. São dirigidas ao consumidor,

comerciantes e promoção setorial.

Há vários tipos de promoção de vendas: cupons, ofertas especiais,

brindes ou prêmios, concursos e sorteios, amostra grátis, demonstrações dos

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produtos, displays no ponto de venda, descontos, programas de fidelização,

expositores e brindes. Cada um deles possui um objetivo específico, como

por exemplo: a distribuição de amostras que estimula o consumidor a

conhecer o produto e expositores que valorizam os produtos, aumentando as

possibilidades de compra por impulso.

O tipo de promoção deve ser em curto prazo, para que o consumidor

não se acostume com a ideia, pois pode não agregar valor.

Promoções de vendas dirigidas aos consumidores envolvem

atividades como distribuição de cupons, amostragens, prêmios,

demonstrações de produtos, educação de consumidor, pacotes com

descontos, materiais para pontos de venda e mala direta (CZINKOTA, 2008,

p 554).

Conceitualmente, a promoção de vendas pode ser entendida com

base em três fundamentos básicos: oferta de benefício adicional, tempo

determinado e objetivo específico (OGDEN, 2007, p. 77).

As promoções de vendas podem ser definidas como

incentivos de curto prazo para encorajar a experimentação

ou a utilização de um produto ou serviço. Promoções de

vendas podem ser dirigidas aos varejistas ou aos

consumidores finais (KELLER, 2006, p. 172).

LAS CASAS (2004, p. 183) define promoção de vendas como qualquer

atividade que atraia consumidores, resultando em vendas lucrativas, gerando

fluxo de clientes e formando boa imagem para a loja. Os principais objetivos

de uma promoção podem ser citados como os seguintes:

Formar uma personalidade clara;

Gerar fluxo de clientes;

Refletir a mercadoria comercializada pela loja;

Aumentar o lucro bruto.

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Pinheiro (2005, p. 62) define promoção de vendas como:

É a pesquisa, o estudo, a adaptação e a aplicação de todas as

ideias e iniciativas que possam conduzir à coordenação, à melhoria

e ao desenvolvimento de vendas.

É o conjunto de meios destinados a acelerar ou desenvolver a

venda de um produto (bem ou serviço), levando- o enfaticamente

até o público consumidor (alvo).

A promoção de vendas são todos os esforços feitos no ponto de venda,

afim de, estimular a compra. Cada organização pode fazê-la de forma

diferenciada e direcionada, já que cada incentivo depende da ideia dos

fornecedores.

3.4 Marketing Direto

É importante que as empresas mantenham contato constante com seus

clientes, para isso, contatos adicionais pelos meios diretos são fundamentais.

O marketing direto utiliza uma ou mais mídias de propaganda e com isso

alcança clientes distantes gerando uma resposta mensurável.

Marketing direto consiste em comunicações diretas dirigidas

a consumidores individuais cuidadosamente selecionados e

destinadas não somente a obter deles uma reposta imediata,

mas também a cultivar relacionamentos duradouros com eles

(KOTLER, 2003. p. 438).

Para Kotler (2007, p. 606) marketing direto é o uso de canais diretos

para chegar ao consumidor e oferecer produtos e serviços sem

intermediários de marketing. Entre esses canais incluem- se mala direta,

catálogos, telemarketing, TV interativa, quiosques, sites, telefones e

dispositivos móveis.

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Com o uso desses canais, as empresas podem apresentar a seus

consumidores, novidades em produtos e da própria marca. Além desse

benefício é possível que a empresa obtenha informações pontuais de seu

público alvo e mantenha um bom relacionamento pós venda.

Marketing direto se refere- se a utilização do correio, do telefone e de

outras ferramentas de contato não pessoal para se comunicar e solicitar uma

resposta de clientes específicos (KELLER, 2006, p. 166).

Com o mesmo embasamento o autor ETZEL (2001, p. 398) define

marketing direto como a utilização da propaganda para entrar em contato

com os consumidores que, por sua vez, compram produtos sem ir a uma loja

de varejo.

É uma ferramenta que consegue chegar perto dos consumidores. Se

utilizada com permissão, responsabilidade e ética proporciona conforto para

quem recebe, além de ser uma ferramenta que auxilia os profissionais de

marketing medir o resultado deste método de divulgação.

Ogden (2007, p. 27) graças aos avanços no gerenciamento de banco

de dados, muitos cliente alvo podem ser atingidos por meio do marketing

direto de modo menos dispendioso do que pela propaganda na televisão.

Além disso, é mensurável, de modo que a organização sabe exatamente a

eficácia do seu esforço de marketing.

3.5 Venda Pessoal

Churchill define venda pessoal como (2007, p.452) “uma forma de

comunicação que envolve interação pessoal com o cliente, seja ela face a

face, por meio de telefone (telemarketing), fax ou computador. Sendo feita

por meio de qualquer veículo que permita interação direta e pessoal entre

vendedor e comprador”.

Portanto, a venda pessoal é uma das formas de comunicação de

marketing utilizado pelas empresas, sendo o único a comunicar

pessoalmente com o comprador.

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Segundo Kotler (2006, p. 554) “A venda pessoal é a ferramenta mais

eficaz em estágios mais avançados do processo de compra, especialmente

para aumentar a preferência e a convicção do comprador e levá-lo à ação”.

Ogden (2007, p.115) também esclarece essa relação entre vendedor e

comprador “A venda pessoal envolve a comunicação individualizada, uma

vez que o vendedor tenta persuadir um indivíduo a comprar produtos de sua

empresa”.

Churchill (2007, p. 452) também afirma que:

A venda pessoal garante feedback imediato para os

profissionais de marketing, permitindo que a comunicação

seja ajustada para satisfazer as necessidades da situação.

Dessa forma, se um cliente não entende como funciona um

determinado dispositivo de um aparelho, um vendedor pode

demonstrar seu funcionamento.

Ou seja, obtendo uma interação pessoal com o cliente, o vendedor

pode sanar as dúvidas e orientar o comprador de forma mais rápida. É

fundamental que o profissional seja treinado para atender as necessidades

do cliente, mostrar os benefícios do produto e orientá-lo de forma que corrija

percepções erradas e crie satisfação no cliente.

Churchill (2007, p. 455) descreve as vantagens e desvantagens da

venda pessoal:

Tabela 5 – Vantagens e desvantagens da venda pessoal.

Vantagens Desvantagens

Os vendedores podem ser

persuasivos e influentes

Comunicação de mão dupla permite

perguntas e feedback da outra

pessoa

A mensagem pode ser direcionada a

indivíduos específicos

Pode ser difícil recrutar e motivar os

vendedores

As habilidades de apresentação

variam entre os vendedores

Apresentações pobres ou malfeitas

podem prejudicar a imagem e

também as vendas

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Em algumas situações, como as

relativas a produtos complexos, os

compradores podem esperar vendas

pessoais

Fonte: Adaptado de CHURCHILL, 2007, p. 455.

Ogden (2007, p.117) afirma que, no desenvolvimento de um bom

plano de vendas, é imprescindível “relacionar os objetivos, que devem ser

ajustados aos demais objetivos da CIM – e derivados do conjunto de metas

gerais do plano de CIM. Esses objetivos são normalmente estabelecidos pelo

gerente ou diretor de vendas”.

Assim sendo, a venda pessoal deve seguir objetivo e ter um

responsável para conduzir a equipe entre esses objetivos é essencial.

As práticas da venda pessoal mudaram nos últimos anos, com o

reconhecimento da importância de se conseguir uma paridade competitiva e

até uma superioridade nas vendas e nos serviços ao consumidor ( Keller,

2006, p. 177).

Keller, 2006, p. 177 afirma que as chaves para vender melhor são:

Repensar o treinamento: Criar novas habilidades os vendedores,

a fim de conhecer de forma detalhada a preferência dos

consumidores.

Envolver todos: todos na empresa devem fazer parte do

atendimento

Cuidar para que a inspiração venha de cima: presidentes e

gerentes de alto escalão devem liderar equipes de vendas e

manter relacionamento com clientes

Mudar a motivação: reconhecimento constante para os

vendedores.

Construir vínculos eletrônicos: usar a tecnologia da informação

para manter relacionamento com clientes.

Conversar com clientes: telefonar constantemente para clientes,

a fim de dar atenção, facilitando a coleta de informações.

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42

3.6 Marketing Digital

Com a propagação das tecnologias de informação e de comunicação,

surge o chamado marketing digital. Ferramenta que hoje em dia é

indispensável para informar e manter um relacionamento com o cliente.

Czinkota (2008,p. 365) explica que:

Ter um website é necessário, se por nenhuma outra razão,

por uma questão de imagem; a falta de presença na Internet

pode resultar em uma imagem negativa para os diversos

componentes do negócio.

O site deve estar relacionado à estratégia geral de marketing

e não apenas existir por motivos de aparência. Isso significa

ter um site bem projetado e bem divulgado. A qualidade é

especialmente crítica para que os clientes encontrem no site

mais informações ou esclarecimentos.

Para Ogden (2007, p.101) o objetivo do marketing digital é usar o

poder da rede mundial de computadores interconectados (World Wide Web)

para realizar um novo tipo de comunicação e de relacionamento com os

consumidores.

Em ambas as definições, entende-se que o marketing digital deve ser

bem planejado para que realmente dê retorno à organização. Ele deve ser de

fácil utilização e contendo as informações necessárias. Outra característica é

que a internet permite acesso 24 horas.

Assim sendo, sites que contem maior facilidade para sanar as dúvidas

dos clientes, consequentemente acabam sendo de preferência do

consumidor pela rapidez e facilidade. Um site ou aplicativo que seja de difícil

visualização e utilização.

Czinkota (2008, p. 365) também mostra a importância e flexibilidade

do marketing digital afirmando que “A Internet pode melhorar o atendimento

ao consumidor ao permitir que o próprio cliente se utilize do site na hora e

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onde quiser. Essa é uma área onde uma presença na Internet pode reduzir

os custos gerais de comunicação da forma mais significante”.

Ogden (2007, p.101) afirma que:

A Internet passa a ser uma ferramenta importante para a

comunicação integrada de marketing (CIM), principalmente

para atingir os segmentos de consumidores mais inovadores,

que valorizam a Internet e a utilizam como veículo de

informação, comunicação, expressão e construção de

relacionamentos.

Desse modo, compreende-se que as pessoas querem ter

entretenimento, e o marketing deve acompanhar, seja pelo computador,

smartphone ou tablet.

A internet também tem muita importância por ser capaz de realizar

vendas, como explica Czinkota (2008, p.365):

Valorizar a marca pela exposição à publicidade on-line cria

um horizonte de possibilidades para as mercadizações. Mas

esse horizonte está repleto de oportunidades e de ameaças:

oportunidades de usar a exposição às mensagens

publicitárias on-line para despertar a conscientização dos

consumidores quanto ao produto, para mudar as suas

percepções de marca, mas também ameaças de que os

concorrentes percebam tudo isso antes.

Czinkota (2008, p.365) também explica que devido às características

exclusivas da tecnologia, a comunicação pode ser modelada ao longo de

duas dimensões-chave. A primeira dimensão é uma progressão que varia

desde a comunicação proativa até a comunicação reativa; a segunda

dimensão varia da comunicação pela mídia eletrônica ao diálogo pessoal.

Ogden (2007, p.103) esclarece que o marketing digital oferece

algumas vantagens em relação ao marketing tradicional:

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- Mais agilidade. Menor investimento de tempo, sendo possível fazer

correções e revisões.

- Baixo custo. Anúncios pela Internet são mais baratos, além de serem

atualizados constantemente.

- Formas múltiplas de mensuração. A internet oferece flexibilidade para

avaliar uma peça publicitária.

- Marketing um a um. Baseado nas características de clientes é possível um

grau de personalização maior.

- Informação sobre os clientes. Por meio das diversas tecnologias existentes,

a empresa pode facilmente obter informações sobre os clientes à medida que

estes usam a internet.

- Distribuição irrestrita da informação. Não há limitações de acesso à internet.

- Aumento do número de usuários. O uso da internet está crescendo muito

rápido, e há migração de pessoas que antes só assistiam à televisão.

Na imagem abaixo, Czinkota demonstra os meios que podem ser

usados para alcançar potenciais clientes.

Figura 3 - Valor econômico e uso do meio dos potenciais clientes.

Fonte: Adaptado de Czinkota, 2008 p.366.

Entre as inúmeras formas de marketing digital, entre elas estão o uso

das redes sociais para promover o produto.

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Para Zarrella (2009, p.77) as redes sociais são definidas pelo contexto

de uma indústria da internet com o intuito de relacionar pessoas de

interesses similares.

Entende-se que as redes sociais são formas das pessoas se

conhecerem, estabelecerem vínculos e se entreterem de maneira rápida e

fácil. Zarrella também afirma que as redes sociais aparecem em diferentes

formas, e com diferentes propósitos e que as redes sociais mais populares

são: blogs, microblogs (como o Twitter), social networks (como o Facebook e

LinkedIn), sites que compartilham mídia (como o YouTube e o Flickr), entre

outros.

Zarrella (2009, p.79) explica que:

As tecnologias da web facilitam para a criação de conteúdo

na internet. Um post em um blog, um tweet ou um vídeo no

YouTube pode ser reproduzido e visto por milhares de

pessoas gratuitamente. Anunciantes não precisam pagar

editores ou distribuidores uma quantia alta de dinheiro para

transmitir sua mensagem. Agora as empresas podem fazer o

próprio conteúdo para os clientes se reunirem.

Portanto, a web auxilia na rapidez da busca e na introdução de

informação e tornou-se uma forma de custo menor e mais eficiente. Zarrella

(2009, p.82) também explica que as empresas pode compartilhar vídeos

virais. As empresas não precisam gastar milhões em focus groups quando é

possível fazer uma pesquisa rápida pelos tweets do Twitter. E nos dias hoje

as empresas também não precisam fazer tudo sozinhas, os fãs da marca

podem criar conteúdos e surpreender a própria marca e “soprar” os

concorrentes para longe.

3.7 Relações Públicas e Publicidade

Todas as informações, não pagas, sobre produtos ou empresas, feitas

por algum tipo de mídia são chamadas de publicidade. Embora seja uma

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ferramenta de comunicação gratuita, a mensagem pode não ser totalmente

positiva para a empresa, mas gera, pelo mesmo motivo, maior credibilidade

aos consumidores.

Embora sejam atividades diferentes, relações públicas e publicidade

normalmente andam lado a lado, pois desempenham a mesma função e

muitas vezes são executadas pelo mesmo indivíduo, grupo ou departamento

(Ogden, 2007, p. 25).

Etzel (2001, p. 511) afirma que as relações públicas são uma

ferramenta gerencial projetada para influenciar favoravelmente as atitudes

diante de uma organização, seus produtos e políticas. A publicidade, que faz

parte das relações públicas, é qualquer comunicação sobre uma

organização, seus produtos ou políticas, por meio da mídia, que não é paga

por essa empresa.

Ou seja, as relações públicas e publicidade andam juntas. A primeira

trabalha para que as organizações não tenha uma comunicação

desfavorável, trabalhando constantemente para uma imagem positiva, seja

da empresa ou de seus produtos. Já a segunda é a nova informação que

aparece na mídia. Por não ser paga, a empresa não tem como controlar

essas informações.

Relações públicas é o desenvolvimento de bons relacionamentos com

os diversos públicos da empresa pela obtenção de publicidade favorável,

construção de uma boa imagem corporativa, impedindo ou revertendo à

disseminação de boatos, histórias e eventos desfavoráveis (Kotler, 2003, p.

404).

Etzel (2001, p. 509) explica que existem três maneiras de conseguir

uma boa publicidade:

Preparar uma informação, comunicando a imprensa e fazê- la circular

pela mídia, afim de, gerar uma notícia;

Entrevistas coletivas para atrair representantes de mídia, para que

esses profissionais gerem publicidade favorável;

Realizar comunicação pessoal com autoridades para conseguir

influenciar suas opiniões e decisões.

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Assim como há boa publicidade, também existe a má publicidade. Por

se tratar de uma informação que não pode ser controlada pela empresa a

credibilidade é maior em relação ao seu público alvo.

Churchill (2000, p. 454) afirma dizendo que justamente devido ao fato

de que os profissionais de marketing não controlarem o conteúdo da

publicidade, o público fica mais propenso a crer que as informações são

verídicas.

Logo, quando uma má publicidade é feita, as relações públicas

trabalham para reverter à imagem da marca, ou o dano causado pela

informação negativa.

3.8 Patrocínio

Patrocínio significa quando algum evento ou pessoa possui algum

respaldo, um auxílio corporativo. Seu principal objetivo é gerar para a

empresa que patrocina uma publicidade favorável.

Segundo Reis (2003, p. 13) a definição de patrocínio é:

Transferência gratuita, em caráter definitivo, a pessoa física ou

jurídica, de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, de numerário

para a realização de projetos culturais com a finalidade promocional e

institucional de publicidade.

Cobertura de gastos ou utilização de bens móveis ou imóveis, do

patrimônio do patrocinador, sem a transferência de domínio, para a

realização de projetos culturais por pessoa física ou jurídica de

natureza cultural, com ou sem fins lucrativos.

O patrocínio de eventos proporciona um tipo diferente de opção de

comunicação com os consumidores. Tonando- se parte de um momento

especial e pessoalmente relevante na vida dos consumidores, o envolvimento

do patrocinador com eventos pode ampliar e aprofundar seu relacionamento

com seu público- alvo (Keller, 2003, p. 173).

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Pinho (2001 p. 66) defende esta ideia afirmando que o uso do evento:

Assumem isoladamente, ou em conjunto, os propósitos de

predispor, os consumidores, aproximar públicos de interesse

da empresa, e do produto, associar uma marca ao evento, ou

atividade, visando a criar um residual de lembrança, criar

imagem favorável da organização na opinião pública, ampliar

o nível de conhecimento da marca ou do produto, atrair

novos distribuidores, incentivar equipes de vendas e motivar

os revendedores.

Patrocínio é uma ferramenta ao dispor da gestão de marketing e da

empresa que usa o desporto e particularmente os seus prestadores de

serviços numa relação pró- ativa e que segundo os objetivos definidos, pode

proporcionar valores diferenciados ao consumidor de desporto, ao mesmo

tempo consumidor da empresa (Sá, 2008 p.83).

Keller (2003, p.173) afirma que os profissionais de marketing relatam

uma série de razões para patrocinar eventos:

Identificar um público alvo ou estilo de vida específico;

Aumentar a lembrança da marca;

Criar ou reforçar as percepções do consumidor das associações-

chaves de imagem da marca;

Promover dimensões da imagem corporativa;

Criar experiências e evocar sentimentos;

Expressar compromissos com a comunidade ou com causas

sociais;

Entreter clientes- chave ou recompensar funcionários.

3.9 Product Placement

O product placement (também chamado de colocação de produto) é

uma técnica de comunicação utilizada em filmes, televisão, jogos, revistas e

eventos.

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Product placement é a inclusão de produtos ou serviços em qualquer

forma de produção em televisão ou filmes em troca de alguma forma de

pagamento pelo anunciante (Ogden, 2007. P. 28).

“Quando os profissionais de marketing usam a colocação de produto,

eles incluem seu produto em situações não tradicionais, como em uma cena

de um filme ou programa de televisão.” (GREWAL, 2012, p. 358)

Ashbrook (2001, p. 34) explica que:

Filmes, shows de TV, videoclipes e eventos em que você

pode ter ver os produtos usados em destaque. Este tipo de

marketing embutido, que é o que a maioria das pessoas

querem dizer quando usam o termo product placement,

ocorre quando um produto ou serviço com a marca é

destaque em uma produção de mídia. A apresentação quase

nunca é divulgada como sendo uma propaganda.

Ashbrook (2001, p. 34) também afirma que “em alguns casos, o

product placement pode ser muito sutil, variando de um logotipo em uma

sacola de compras para o nome da marca em um tubo de pasta de dente no

banheiro de um personagem em um filme”.

Segundo Ogden (2007, p. 48) a inserção é no qual o produto aparece

dentro de um determinado contexto. No segundo nível, a aparição do produto

é acompanhada pela demonstração de seu uso. E o terceiro nível, engloba

os dois primeiros níveis juntamente com um testemunhal, no qual o produto é

mostrado, combinado com um depoimento favorável.

Grewal (2012, p.358) cita alguns exemplos de product placement e

ressalta que os investimentos são altos:

Várias empresas gastam aproximadamente US$ 4,38 bilhões

de colocações de produtos em filmes anualmente (por

exemplo, os laptops da Sony no filme de James Bond,

Casino Royale. Pelas negociações com o American Idol, a

Ford, a Coca-Cola e a AT&T pagam aproximadamente US$

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30 milhões cada para obter colocações de produtos e espaço

publicitário.

Grewal (2012, p. 358) também exemplifica com um reality show: O

reality da MTV, The Hills, é o programa mais bem posicionado na rede, e

mostra várias colocações de produtos. O designer Marc Jacobs, uma vitrine

da butique Michael Kors, BMWs, Mercedes, Audis, Bentleys, os sapatos de

Chrisitan Louboutin, Chanel e bolsas Balenciaga, todos fazem aparições não

tão sutis.

Assim sendo, é importante associar a marca a um filme, programa ou

especificamente a um artista, que esteja dentro do contexto e imagem que a

marca quer transmitir. Como Ashbrook (2001, p. 35) explica que “você tem

que levar em conta a atitude da celebridade com respeito a imagem pessoal

que ele ou ela deseja projetar”.

Ashbrook (2001, p. 35) também esclarece que “para os designers,

encontrar uma celebridade que encarna a sua marca é de extrema

importância. Ela ajuda a transmitir a estética do designer para o mundo,

como a celebridade torna-se conhecida por seu trabalho com um designer

particular”.

Ashbrook (2001, p. 36) conclui afirmando que o evento escolhido é de

extrema importância e sua repercussão na mídia é o fator chave para

aumentar as vendas:

Para um designer de moda, o Oscar é o evento mais importante do

marketing de celebridades. O tapete vermelho e as fotos que seguem esse

evento são exibidos em todo o mundo. A transmissão é assistida por

aproximadamente 44 milhões de telespectadores e é visto em 150 países a

nível internacional - e, é claro, todas as fotografias são visualizadas na

Internet. Obviamente, este tipo de publicidade pode fazer uma grande

impressão e aumentar as vendas do dia para a noite. “Quando os

profissionais de marketing usam a colocação de produto, eles incluem seu

produto em situações não tradicionais, como em uma cena de um filme ou

programa de televisão.” (GREWAL, 2012, p. 358)

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4. Apresentação e análise dos resultados

4.1 Contextualização da marca Chanel

A Chanel trabalha com produtos de luxo e é uma empresa de roupas,

acessórios, óculos de sol e de grau, cosméticos e perfumaria. Com tantos

produtos sendo lançados e reinventados, a Chanel tem um trabalho dinâmico

de sempre estar comunicando seu público-alvo, por diferentes meios mas da

mesma forma. A comunicação é feita de forma integrada e elementos-chave

da marca, que se tornaram ícones ao longo do tempo, sempre estão

presentes no composto promocional. A corrente de suas bolsas, o sapato

bicolor, o tecido tweed, as pérolas, as linhas retas, a camélia, o logo de dois

“C” invertidos, as cores preto-e-branco, a elegância e a simplicidade.

Para os capítulos que sucedem, busca-se compreender como a

empresa Chanel utiliza o composto promocional para acompanhar as

transformações do mercado e a inspiração para propagandas e eventos tão

criativos e que sempre remetem à identidade e valores da marca.

Analisaremos todas as ferramentas de comunicação e como elas são

utilizadas pela Chanel.

4.2 - Análise das formas tradicionais de comunicação do

composto promocional

Neste tópico analisou-se as formas tradicionais de comunicação do

composto promocional que consiste: propaganda, relações públicas e

publicidade, patrocínio, promoção de vendas, marketing direto e venda

pessoal.

4.2.1 Considerações sobre propaganda

A Chanel faz propagandas criativas e algumas vezes minimalistas,

para o início deste capítulo analisaremos o perfume Chanel Nº5, muito

famoso e líder de vendas.

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Mazzeo (2011, p. 14) afirma que entre as crenças está que, a

propaganda criativa e persistente criou a fama internacional do Chanel Nº5.

Apesar da essência peculiar que os especialistas em perfumes afirmam ser

uma obra-prima, Mazzeo afirma que sua fama e poder se resumem a um

marketing brilhante.

Mazzeo (2011, p.121) conta que com a criação de Les Parfums

Chanel em 1924, em socidade com os irmãos Wertheimer (e atual família

ainda dona da empresa Chanel), eles e Gabrielle Chanel se dispuseram a

fazer do Chanel Nº5 um perfume distribuído globalmente, e com isso,

conquistar a fama internacional para o produto, apesar de Coco ter sido

resistente a pagar qualquer tipo de propaganda. Gabrielle sempre desejou

algo minimalista para se opor ao mundo preocupado com a arte de vender.

Quando os sócios da Les Parfums Chanel assumiram o marketing e a

distribuição, a propaganda foi decididamente discreta. Os sócios traçaram

sua estratégia no primeiro catálogo de vendas, enviando aos varejistas na

França. O catálogo era simples, em preto e branco, com uma capa de papel

comum marrom, bordas pretas e uma fita branca: as cores características de

Chanel.

Mazzeo também conta que ao rejeitarem a ideia de exageros de

publicidade, era a qualidade da fragrância que eles queriam vender e a clara

mensagem para o consumidor que, no mundo do luxo, o marketing ostentoso

não era sinônimo de requinte. Mazzeo cita que certa vez Gabrielle transmitia

elegância e foi um desafio.

De acordo com Mazzeo (2011, p. 78) o criador do perfume foi Ernest

Beaux e foi a 5º opção de fragância oferecida por Beaux para Coco Chanel

aprovar, e que deu origem ao nome do perfume.

A embalagem, um simples frasco de laboratório, se diferenciou dos

frascos rococós dos anos 20 e deixou a impressão que os outros perfumes já

estavam “fora de moda”. A tampa em forma de diamante é inspirada na

geometria da Praça Vendôme, em Paris.

De acordo com Mazzeo (2011, p.47) a fragrância não teve nenhuma

propaganda na França durante décadas após sua invenção, apenas após

aproximadamente 40 anos ele teve sua primeira propaganda simples e

minimalista.

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Figura 4 – Antiga propaganda do perfume Chanel Nº5.

Fonte: Disponível em http://designm.ag/wp-content/uploads/2011/02/151.jpg.

O frasco original do Chanel Nº5 adapta-se discretamente às épocas. O

mesmo conseguiu manter-se atual sem descaracterizar a embalagem do

produto.

Figura 5 – A evolução da embalagem de Chanel Nº5.

Fonte: Disponível em

http://www.toutenparfum.com/historique/chanel/element/chanel5_evolution.gif

Segundo Mazzeo (2011, p. 14) o frasco do perfume tornou-se ícone do

século XX por Andy Warhol, famoso pintor e criador do pop-art, que retratou

o perfume em fotografias. O frasco simples se tornou um dos ícones mais

famosos no mundo, segundo Mazzeo.

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Figura 6 – Chanel Nº5 por Andy Warhol.

Fonte: Disponível em http://dreamdogsart.typepad.com/.a/6a00d83

O perfume foi anunciado no final do Super Bowl, jogo do campeonato

estadunidense da NFL (National Football League) que decide o campeão da

temporada do ano anterior. É o evento esportivo mais assistido dos Estados

Unidos e, a nível mundial é o segundo em audiência. O evento apresenta a

publicidade mais cara da televisão.

Outra forte propaganda do perfume de acordo com Mazzeo (2011 p.

15) foi a que, Marilyn Monroe no auge da fama em 1952, disse a uma

entrevista para a revista Life que para dormir usava apenas algumas gotas de

Chanel Nº5. Em outubro de 2012, Chanel finalmente conseguiu a gravação

da frase dita por Monroe na entrevista e a utilizou como propaganda do

perfume em novembro de 2012. Em novembro de 2013, Chanel voltou a

utilizar a gravação de Marilyn para nova propaganda.

Figura 7 – Marilyn Monroe em propaganda do Chanel Nº5.

Fonte: Disponível em http://www.luxurylaunches.com/wp-content//marilyn-

monroe-chanel.jpg

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As propagandas do perfume sempre foram representadas por grandes

artistas da época. Em 1968 com Catherine Deneuve, seguida por Candice

Bergen, Suzy Parker, Ali MacGraw, Lauren Hutton, Carole Bouquet, Estella

Warren, Nicole Kidman e Audrey Tautou.

Em 2005, o comercial do perfume Chanel Nº5, estrelado por Nicole

Kidman e Rodrigo Santoro, com direção de Barz Luhrman mostra Kidman,

como uma super estrela, com medo e cansada da fama. Santoro é um

homem que, ao contrário da estrela, vive solitariamente longe dessa

realidade. O comercial, que parece mais o trailer de um filme, transmite

paixão e o marco de uma mulher para um homem, o perfume.

Figura 8 – Nicole Kidman em propaganda do Chanel Nº5.

Fonte: Disponível em http://www.elle.com/cm/elle/images/X8/Nicole-

Kidman.jpg

Em outubro de 2013, pela primeira vez, um homem é escolhido para

representar a fragrância feminina. O rosto da campanha é Brad Pitt. A

propaganda é minimalista, em preto e branco e sem fundo musical.

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Figura 9 – Propaganda Chanel Nº5 de 2013 com Brad Pitt.

Fonte: Disponível em

http://www.ccsp.com.br/site/img/conteudos_midia/brad.jpg

O perfume criado em 1921, permanece o mais vendido no mundo até

os dias de hoje.

As antigas campanhas da Chanel sempre seguiram o mesmo modelo,

simples e minimalista, como nesta campanha de colônia para homens de

1969.

Figura 10 – Propaganda de colônias para homens de 1969.

Fonte: Disponível em http://pzrservices.typepad.com/.a/6a00d83/

As pérolas, o preto, as correntes também marcam as propagandas e a

identidade da marca desde sempre. Nesta campanha da década de 70, com

a modelo francesa Ines de la Fressange, pode-se notar a elegância e estilo

que a marca quer passar.

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Figura 11 – Propaganda de 1970.

Fonte: Disponível em http://2.bp.blogspot.com/ /Ad-Ines-De-la-Fressange.jpg

A nova campanha de 2013 das bolsas Boy da Chanel tem a modelo

Alice Dellal como rosto. A bolsa leva esse nome por Boy Capel ter sido o

amante que Gabrielle Chanel mais amou.

Figura 12 – Campanha publicitária 2013 das bolsas Boy.

Fonte: Disponível em http://www.lachanelphile.com/category/chanel-ad-

campaigns/

A campanha apresenta imagens em preto e branco e cavalos e

provavelmente foi inspirada na foto de Gabrielle Chanel com Boy Capel. As

fotos foram feitas no hotel La Ferme de la Chapelle em Normandie, França.

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Figura 13 – Gabrielle Chanel com seu amante, Boy Capel.

Fonte: Disponível em http://www.lachanelphile.com/category/chanel-ad-

campaigns/

Para o rosto da nova linha de maquiagem de 2013, Les Beges, Chanel

escolheu a modelo brasileira Gisele Bündchen. A escolha foi estratégica.

Gisele tem estilo de vida saudável, é amante da natureza e da simplicidade,

valores que já vem sendo mostrando em sua rede social diariamente. Os

valores desta linha são os mesmos: beleza natural, simplicidade, liberdade e

brilho saudável.

Figura 14 – Campanha Les Beges 2013.

Fonte: Disponível em http://www.macsmagazine.com/wp-

content/uploads/2013/

Em revistas de moda Chanel também faz participações, seja vestindo

as modelos que aparecem na capa e fazem o ensaio fotográfico, ou com a

propaganda pronta da campanha, que aparece normalmente nas primeiras

páginas da revista. Um exemplo é a cantora do momento, Rita Ora vestindo

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Chanel haute couture para a edição de maio de 2013 da revista Elle

americana.

Figura 15 – Rita Ora vestindo Chanel na revista Elle.

Fonte: Disponível em http://www.elle.com/may-fashion-women-in-music-rita-

ora.jpg

As campanhas chegam prontas para todas as lojas, e cada campanha

seja ela de moda, fragrâncias, cosméticos, maquiagem, joalheria ou

relojoaria tem um período próprio, que se distingue da outra campanha, ou

seja, o período da campanha de maquiagem não coincide com o período da

campanha de fragrâncias.

4.2.2 Considerações sobre relações públicas e publicidade

Segundo Wallach (2009, p. 87) Gabrielle compreendia o valor da

publicidade e sempre “paparicava” a imprensa. Desde suas primeiras

criações a imprensa perseguia Coco Chanel não apenas pelas roupas, mas

pelo seu estilo de vida. Wallach também afirma que Chanel sempre foi notícia

por onde passava e os fotógrafos sempre tiraram fotos suas evidenciando

seu estilo. Era uma modelo na época para as outras mulheres.

A publicidade sempre foi um fator importante para a marca, com a

entrada do novo diretor artístico Karl Lagerfeld, em 1983, Lagerfeld logo ficou

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conhecido por impressionar a imprensa e clientes por suas campanhas

criativas e desfiles chamativos que geram muita publicidade.

Os desfiles da Chanel chamam a atenção por sua proporção, e em

cada coleção a equipe de relações públicas é responsável pela montagem do

evento realizando um verdadeiro espetáculo, despertando o interesse da

mídia com cenários chamativos. A assessoria de imprensa da Chanel é

responsável por convidar a imprensa para cobrir os desfiles. Normalmente

são jornalistas de revistas, jornais e websites, eles podem ser relacionados à

moda ou não. São convidados também artistas como cantores e atores,

profissionais influentes do ramo da moda, blogueiros e demais famosos da

web, que transmitem fotos e vídeos do desfile nas redes sociais em tempo

real.

A imprensa no desfile fica posicionada na frente da passarela, para ser

possível capturar os detalhes e roupas de frente e de costas das modelos. Os

desfiles da Chanel de prêt-a-porter e haute couture acontecem no Grand

Palais, conjunto monumental da cidade de Paris. A Chanel é a única que

para entrar no desfile utiliza detector de metais como medidas de segurança.

A Chanel realiza cinco desfiles por ano. O prêt-a-porter são coleções

apresentadas a cada estação, durante o período conhecido como Fashion

Week, que são realizados duas vezes por ano, em Fevereiro, quando ocorre

o desfile da coleção Outono-Inverno, e em Setembro, quando ocorre o desfile

da coleção Primavera-Verão. O desfile de haute couture (alta costura)

acontece na Semana de Alta Costura e ocorre mais cedo e separadamente

ao prêt-a-porter. As linhas menores são a Cruise e pre-fall (ou pré coleção

outono-inverno), que são apresentadas separadamente, a critério do

designer. Os desfiles da linha Cruise da Chanel, normalmente são realizados

em cidades praianas como Antibes, Saint-Tropez ou até mesmo em

Versailles. Os desfiles da pré coleção outono-inverno também não tem local

definido. Neste ano de 2013 o desfile pré outono-inverno aconteceu na

Escócia.

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Os desfiles da Chanel sempre trazem um tema chamativo como em

2010, quando Karl Lagerfeld explorou o aquecimento global trazendo geleiras

do ártico de 265 toneladas e de 8 metros de altura. Trinta e cinco escultores

de gelo passaram seis dias para esculpir o iceberg e formar picos e

corredores dentro do gelo para as modelos desfilarem. O Grand Palais foi

mantido frio para o gelo não derreter. A passarela estava coberta de água

para também ajudar a manter o gelo.

Figura 16 – Desfile outono-inverno Chanel 2010.

Fonte: Disponível em http://www.ecouterre.com/wp-

content/uploads/2010/03/chanel-fall-winter-2010-iceberg-1.jpg

O desfile da coleção Cruise 2012-2013 aconteceu em Versailles, e um

dia antes do novo presidente francês assumir o cargo. Karl Lagerfeld deu o

nome de “Versailles na França socialista” ao desfile. O desfile apesar de ter

uma atmosfera de corte com silhueta do século 18, laços e saias amplas

tinha trilha-sonora moderna, variando do eletrônico ao hip-hop. Lagerfeld em

entrevista ao Chanel News conta que ele continua o que Gabrielle fazia, que

nessa coleção ele utilizou o estilo barroco em peças de tecido jeans, e que na

época de Gabrielle usou o jersey, tecido que estava começando a ficar em

evidência, em suas peças clássicas.

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Figura 17 – Desfile Chanel Cruise 2012-2013.

Fonte: Disponível em http://www.luxuo.com/wp-content/uploads/Chanel-Versailles.jpg

Outro evento da empresa que gera publicidade e é conhecido em todo

o mundo é a exposição chamada The Little Black Jacket. Em visita à

exposição no dia 03 de novembro de 2013, na Oca no Parque Ibirapuera em

São Paulo, pode-se notar que a Chanel apresenta fotos de artistas famosos,

todos usando a famosa jaqueta preta da Chanel, que completa 60 anos

desde sua invenção.

Entre os mais de 100 artistas fotografados estão a modelo Georgia

Jagger, a atriz Uma Thurman, a diretora de cinema Sofia Copolla, entre

outros. As fotos foram tiradas pelo próprio Karl Lagerfeld. A exposição tem

entrada gratuita e três modelos entregam aos visitantes quarto cartazes da

mostra gratuitamente. A exposição já passou por 14 cidades ao redor do

mundo e São Paulo é a única cidade na América Latina a receber a mostra.

Para a abertura, foi feita uma festa para convidados com show da cantora

Mia.

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Figura 18 - Exposição The Little Black Jacket em São Paulo.

Fonte: Elaborada pelas autoras.

Para a divulgação da exposição foram utilizados jornais, revistas e

cartazes expostos nos shoppings de São Paulo que tem lojas da Chanel

como o Iguatemi, Cidade Jardim e JK Iguatemi. Pela internet a mostra

também foi muito divulgada.

Figura 19 - Cartaz da exposição no Shopping Iguatemi em São Paulo.

Fonte: Elaborada pelas autoras.

Segundo Chanel News, em 2010, Chanel fez a doação do Mobile Art,

para o Instituto do Mundo Árabe. O Mobile Art é um pavilhão para a

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realização de exposições de arte contemporânea, feito pelo arquiteto inglês-

iraquiano Zaha Hadid e inspirado na icônica bolsa Chanel.

O pavilhão foi instalado em frente ao Instituto do Mundo Árabe,

localizado em Paris e ponto de referência cultural da cidade.

Figura 20 - Pavilhão do Mobile Art.

Fonte: Disponível em http://chanel-news.chanel.com/chanel-to-donate-

mobile-art-exhibition-pavilion.html

4.2.3 Considerações sobre patrocínio

De acordo com Wallach (2009, p.56) Gabrielle Chanel em sua época

foi considerada mecena por apoiar artistas como Pablo Picasso, Renoir e

Stravinsky, os quais mantinha amizade, e até os dias de hoje a Chanel

trabalha muito com patrocínios artísticos.

Karl Lagerfeld manteve o posicionamento da marca e continuou

presente no mundo das artes e trabalhar em união com as celebridades.

Em 2001, Chanel patrocinou o evento da RxArt’s, festa beneficiente

que acontece anualmente para arrecadar fundos para ajudar a introduzir arte

para diversos hospitais infantis dos Estados Unidos, entre eles New York

Center for Children, Roosevelt Hospitals, Rockefeller University Hospital,

entre outros.

Segundo o site StyleRumor, a marca Chanel patrocinou em 2009 a

exibição “Fastes de Cour & Cérémonies Royales” de roupas da corte

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européia dos anos de 1650 a 1800. A exibição aconteceu no Palácio de

Versailles.

Chanel patrocina há oito anos o Artists Awards do Festival de Tribeca,

um dos festivais de cinema mais importantes do mundo, fundado em 2002

por Robert De Niro em Nova Iorque. Os vencedores são premiados com

obras de arte de artistas renomados.

Figura 21 - Patrocinadores do Festival.

Fonte: Imagem recortada do site oficial do Festival de Tribeca.

Além de Chanel patrocinar o Festival, a marca também veste os

artistas para o jantar do Festival.

Figura 22 – Alexa Chung vestindo Chanel no jantar dos artistas do Festival de

Tribeca de 2013.

Fonte: Marco Sagliocco / PRPhotos.com

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Segundo a revista Vogue Britânica, edição de abril de 2007, Chanel foi

o principal patrocinador do Pavilhão Francês na Bienal de Veneza no ano de

2007, com um espaço de 6.000 metros quadrados de exposição.

No ano de 2008, Chanel patrocinou a edição 509 do jornal francês

Libération transformando aquela edição numa edição de luxo. Segundo

Laurent Joffrin, diretor do jornal, a edição financiada pela Chanel é como um

"ítem de colecionador" e ressaltou que o "elegante patrocinador" respeitou a

separação entre publicidade e conteúdo editorial.

Desde o início Chanel veste celebridades para eventos que tem

grande repercussão, como o Oscar, Festival de Cannes, Met Gala, entre

outros eventos que geram publicidade.

Segundo o próprio site da Chanel, nove celebridades vestiram Chanel

para o jantar pré-Oscar deste ano de 2013.

Figura 23 – Sarah Jessica Parker com vestido Chanel no Oscar 2010.

Fonte: Disponível em

http://www.que.es/archivos/201003/jessicaparker_oscar2010-640x640x80.jpg

Chanel também sempre está presente no tapete vermelho do Met

Gala, exposição de moda que acontece anualmente no Metropolitan Museum

of Art em Nova Iorque e que é patrocinado pela Vogue Americana.

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Figura 24 – Bella Heathcote com vestido Chanel no Met Gala 2013.

Fonte: Disponível em http://www.becauseiamfabulous.com/2013/05/bella-

heathcote-wearing-chanel-couture-2013-met-gala/bella-heathcote-chanel-

couture-2013-met-gala-4/

Wallach (2009, p.49) diz que fora de eventos, Chanel também vestiu e

até os dias de hoje veste pessoas famosas.

Figura 25 - Jacqueline Kennedy vestindo Chanel em 1962.

Fonte: Disponível em http://www.legacy.com/UserContent/ns/Photos/Chanel_Kennedy_250x328.jpg

A Chanel tem atualmente seis embaixadoras, chamadas de fidèles (do

francês: fiel) que são o “rosto” da marca. São elas a modelo e atriz Poppy

Delevigne, a modelo Leigh Lezark, ícone da moda internacional Caroline

Sieber, a atriz e diretora Laura Bailey, a modelo francesa Caroline de Maigret

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e a atriz e modela brasileira Laura Neiva.

A Chanel transmite o conceito que quer passar utilizando a imagem

das embaixadoras. Elas ganham produtos de beleza, roupas e bolsas e estão

sempre presentes nos eventos da Chanel.

Figura 26 - Laura Neiva no desfile da Chanel que aconteceu em Versailles

em 2012.

Fonte: Disponível em http://ela.oglobo.globo.com/incoming/4908347-0b2-0f5/FT353A/LauraVerticaljpg.jpg

4.2.4 Considerações sobre promoção de vendas

A Chanel realiza algumas ações de promoção de vendas. Segundo

Diniz (2012, p. 47) somente no Brasil as compras na Chanel podem ser

parceladas no cartão de crédito ou cheque pré-datado, assim como a maioria

das marcas de luxo no Brasil parcelam, pois a cultura do parcelamento e os

altos tributos inviabilizam um preço competitivo. Diniz ainda afirma que essa

prática contradiz as diretrizes de uma marca de luxo e faz com que as

marcas de luxo se adequem a essa particularidade.

De acordo com a pesquisa de observação feita em visita à loja Chanel

localizada no Shopping Iguatemi São Paulo, no dia 2 de novembro de 2013,

pode-se confirmar que demonstrações também são feitas nas lojas da

Chanel, as clientes podem experimentar roupas, cosméticos, maquiagens e

fragrâncias. As vendedoras são treinadas para que possam maquiar as

clientes, caso elas desejem. Os produtos para teste são denominados tester.

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Brindes são entregues aos clientes no ato da compra, eles podem ser

perfumes, base para o rosto, entre outras maquiagens, ou até mesmo estojos

para guardar maquiagem e esmaltes. O tipo de brinde entregue depende de

qual produto a Chanel quer promover no momento. Os brindes normalmente

são de tamanho pequeno e os perfumes são de 5mL.

Figura 27 - Brindes da Chanel.

Fonte: Disponível em

http://img.auctiva.com/imgdata/1/7/4/8/6/2/4/webimg/682867971_o.jpg

O outlet Woodbury Common Premium Outlets fica localizado em Nova

Iorque é o único que contém uma loja da Chanel. A loja do outlet tem seus

produtos a preços reduzidos.

4.2.5 Considerações sobre marketing direto

Chanel utiliza do marketing direto para informar seus clientes dos

produtos e coleções novas. A forma mais utilizada pela marca é o envio de

catálogo contendo a campanha atual, os novos produtos e as informações

adicionais. Os catálogos contém pouco texto e muitas imagens, despertando

no cliente o interesse para a realização de uma futura compra ou

simplesmente para o cliente obter conhecimento. Para fazer a entrega dos

catálogos a Chanel utiliza os correios e eles são enviados aos clientes que

são cadastrados na loja, no momento da compra.

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Figura 28 - Catálogo primavera-verão 2013.

Fonte: Disponível em http://www.ebay.com/itm/CHANEL-31-Rue-Cambon-

Spring-Summer-Catalog-2013-Issue-7-Book-Magazine-NEW-VIP-/

Além de catálogos, Chanel também envia a seus clientes a Chanel

Magazine, uma revista que mostra coleções do prêt-a-porter e close-ups em

fotos da coleção de haute couture. Além das campanhas, Chanel também

traz artigos de novos produtos, esboços do próprio Karl Lagerfeld,

informações sobre os cosméticos e outros destaques da temporada.

Convites para eventos também são enviados aos clientes.

Figura 29 - Convites para eventos da Chanel.

Fonte: Imagem recortada do e-mail.

O e-mail também é um meio que possibilita o envio rápido em

comparação com os correios. Além do cadastro feito na própria loja, o site

oficial da empresa também oferece um cadastro para receber a Newsletter

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com novidades, informações, convites para eventos e cartões comemorativos

como aniversário e Natal.

Figura 30 - Cartão de aniversário.

Fonte: Imagem recortada do e-mail.

Chanel afirma que o cadastro é usado para finalidades de marketing,

promoção e relações públicas, deixando o cliente livre para alterar ou

remover os dados cadastrais caso ele não deseje receber mais e-mails.

Figura 31 - Cadastro do site oficial.

Fonte: Imagem recortada do site oficial e disponível em www.chanel.com

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As formas de marketing direto que a Chanel utiliza auxiliam a empresa

a ter um relacionamento mais próximo, com o intuito de fidelizar o cliente.

4.2.6 Considerações sobre venda pessoal

Em visita à loja da Chanel, no dia 2 de novembro de 2013, localizada

no shopping Iguatemi em São Paulo, foi realizada uma pesquisa de

observação, conforme roteiro, e notou-se que existe um forte relacionamento

entre o vendedor e o cliente.

Os clientes ficam muito a vontade na loja, permanecem bastante

tempo e conversam de diversos assuntos com as vendedoras e gerente e

enquanto conversam, veem e experimentam bolsas e outros produtos da loja.

De acordo com a gerente, há uma política de moderação e

infelizmente eles não podem passar informações mais aprofundadas sobre

os vendedores e sobre a loja. A partir da observação feita, o vendedor

domina assuntos em geral e domina sobre os produtos da marca, as

vestimentas são predominantes nas cores preto e branco e da própria marca

Chanel, sabem se expressar e falam português correto.

A loja da Chanel nunca estará superlotada, quando é atingido um

número de clientes, aplica-se um procedimento padrão para que apenas os

clientes que estão na loja sejam atendidos, colocando uma corda preta na

frente da porta, a fim de garantir um atendimento de qualidade.

Figura 32 – Loja Chanel em Londres aplicando o procedimento.

Fonte: Disponível em http://chanel.com/hautdebit/pdv.jpg

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As cortesias oferecidas durante o atendimento são: chá, água, café,

vinho branco e champagne e os serviços oferecidos são de costureira.

Em visita a outras lojas da marca, pode-se perceber que as

vestimentas e a abordagem é padrão.

4.3 - Análise das formas complementares de comunicação do

composto promocional.

Durante este capítulo foi elaborada a análise das formas

complementares de comunicação do composto promocional utilizados pela

marca Chanel, compreendendo: product placement, marketing digital e

merchandising.

4.3.1 - Considerações sobre product placement

O product placement é uma das técnicas de comunicação que ajudam

o produto ou a marca estar no top of mind dos consumidores.

Com o grande número de anúncios publicitários, o product placement

apresenta-se como uma forma complementar no mix de comunicação de

marketing. O desafio dos profissionais da área, é colocar o produto de forma

implícita num certo momento do filme, videoclipe ou série de TV.

Pode-se notar que as marcas de moda passam mensagens

específicas através do product placement. No filme Sex and the City e Sex

and the City 2 são mencionados 26 designers diferentes, e entre elas, a

Chanel.

Segundo Mark Moran, produtor de cinema estadunidense, Coco

Chanel sempre foi interessada pelas artes e muitas vezes colaborou com os

figurinos de ballet, teatro e cinema. Estar presente no mundo das artes a

levou a trabalhar ao lado de artistas como Picasso, Dalí, Stravinsky, Satie,

Léonide Massine e Léon Bakst. Gabrielle estabeleceu relações gratificantes

com algumas atrizes como Jeanne Moreau, a quem Chanel a vestia dentro e

fora da tela.

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A Chanel determina qual produto, onde, em qual situação e a intenção

da mensagem que quer passar. Os produtos da Chanel aparecem de forma

visual, verbal ou combinando as duas técnicas.

Os produtos sempre aparecem na protagonista do filme e em filmes do

gênero comédia, romance, drama e relacionados a moda.

Moran afirma que no começo dos anos 30, Gabrielle Chanel assinou

contrato com a MGM (Metro Goldwyn Mayer), quando Goldwyn, durante a

Grande Depressão, pensou que poderia aumentar a receita de bilheteria

inserindo a moda de Paris em seus filmes.

Chanel fez roupas para o filme “O Último Ano em Marienbad” (1961)

dirigido por Alain Resnais e que ganhou o Leão de Ouro no Festival de

Veneza.

Figura 33 – A atriz Delphine Seyrig com vestido Chanel.

Fonte: Disponível em http://kaganof.com/kagablog/2010/08/26/1961-last-year-

at-marienbad-alain-resnais/

Chanel vestiu a atriz Gloria Swanson na comédia “Tonight or Never” (1931).

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Figura 34 – Gloria Swanson vestindo Chanel.

Fonte: Disponível em http://www.vogue.it/en/encyclo/cinema/s/gloria-swanson

No filme “The Greeks Had a Word For Them” (1932), Gabrielle vestiu a

atriz Ina Claire.

Figura 35 – Ina Claire com vestido Chanel.

Fonte: Disponível em http://prettycleverfilms.com/costume-design-film-

fashion/chanel-in-hollywood/

No filme “Alice” (1990) dirigido por Woody Allen, a personagem

principal Alice (interpretada por Mia Farrow), aparece usando bolsas da

Chanel e blush Chanel.

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Figura 36 - Alice com bolsa Chanel modelo “envelope flap bag”.

Fonte: Disponível em www.woodyallenpages.com

Em cena do filme, Alice aparece se maquiando com blush Chanel, uma típica

cena de product placement sutil.

Figura 37 – Alice passando blush Chanel.

Fonte: Disponível em www.woodyallenpages.com

Em “Les Amants” (1958) dirigido por Louis Malle, Chanel vestiu a atriz

Jeanne Moreau.

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Figura 38 – Jeanne Moreau vestindo Chanel.

Fonte: Disponível em http://www.fashionandcinema.com/past-events/chanel-

and-film/index.html

No filme “O Diabo Veste Prada” (2006) dirigido por David Frankel, do

gênero comédia/drama, que tem como protagonista Andy Sachs (interpretada

por Anne Hathaway) Chanel teve diversas aparições.

Tabela 6 – Aparições de produtos da marca Chanel no filme “O Diabo veste

Prada”.

Tempo de filme Descrição

00:35 Chanel é mencionada pelo personagem principal Nigel

(Stanley Tucci)

00:36 Chanel é mencionada pela personagem principal Andy

Sachs (Anne Hathaway)

00:52 Óculos Chanel é usado pela personagem principal Andy

Sachs (Anne Hathaway) em 00:52 por 4 segundos. É

dado um close em Andy usando o óculos com o logo

proeminente.

01:20 Chanel é vista na personagem principal Miranda Priestly

(Meryl Streep). A bolsa Chanel atrás de Miranda aparece

com o logo parcialmente visível.

Fonte: Adaptado de http://www.brandhype.org/movies/brands/chanel

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A mensagem transmitida no filme é contemporânea, direcionada às

jovens clientes da Chanel.

Figura 39 – Andy Sachs utilizando produtos da linha Chanel.

Fonte: Disponível em http://coolspotters.com/brands/chanel/and/movies/the-

devil-wears-prada/media/873060

Sex and the City (2008) é um filme do gênero comédia dirigido por

Michael Patrick King, que tem Sarah Jessica Parker interpretando a

personagem Carrie Bradshaw. Carrie usa vários modelos de bolsas Chanel

durante o filme.

Figura 40 – Carrie com bolsa Chanel modelo Silver Woven Bag em Sex and

the City.

Fonte: Disponível em

http://www3.images.coolspotters.com/photos/242545/chanel-and-chanel-

silver-woven-bag-gallery.jpg

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Figura 41 – Carrie com bolsa Chanel em Sex and the City.

Fonte: Disponível em

http://www.snobessentials.com/images2008/satcchanel.jpg

Figura 42 - Kim Catrall durante o filme Sex and the City.

Fonte: Disponível em http://no31ruecambon.blogspot.com.br/2008/01/sex-in-

citys-kim-catrall.html

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Chanel também utiliza product placement em séries de TV. Em Gossip

Girl (2007-2012) Serena e Blair, personagens principais da famosa série,

aparecem carregando sacolas da marca.

Figura 43 – Personagens principais de Gossip Girl.

Fonte: Disponível em

http://1.bp.blogspot.com/_wXtWwZQjRA4/TUWpLSYG0CI/AAAAAAAAAdU/u

Z_Kbpslz8Q/s1600/serena-blair-shopping-in-paris-chanel-940ls092210.jpg

Em videoclipes temos como exemplo o clipe da música “Love Game”

(2009) de Lady Gaga. O clipe no YouTube tem mais de 99 milhões de

visualizações e Gaga aparece vestindo sapatos Chanel. O close nos sapatos

tem duração de 1 segundo.

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Figura 44 – Videoclipe de Lady Gaga no YouTube.

Fonte: Imagem recortada de http://www.youtube.com/watch?v=1mB0tP1I-14

A mais recente aparição da Chanel foi no filme “The Bling Ring”

(2013), dirigido por Sofia Copolla, do gênero drama/crime, que conta a

história real de uma gangue de Hollywood que rouba artigos de luxo de

artistas famosos. No filme, a personagem Rebecca aparece roubando bolsas

Chanel na casa da socialite Paris Hilton.

4.3.2 - Considerações sobre marketing digital

A Chanel tem site oficial e está presente também nas redes sociais

Facebook, Twitter, YouTube, Google+.

Contém dois aplicativos compatíveis com iPhone, iPad e iPod touch.

A Chanel utiliza dessas ferramentas digitais para comunicar novidades,

manter a lembrança da marca, lançar novos produtos, transmitir eventos,

entrevistas, ou seja, se comunicar de forma eficaz e rápida com seus clientes

ou possíveis clientes que estão online.

A comunicação é feita de forma integrada, ou seja, ela transmite o

mesmo conteúdo nas diferentes ferramentas online. O conteúdo publicado no

Facebook é o mesmo publicado no Twitter, YouTube e Google+. Os apelos

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utilizados são os mesmos e ela utiliza das diversas formas de transmitir sua

mensagem para atingir os diferentes públicos que se concentram em cada

rede social.

Facebook

A fanpage oficial da Chanel contém 10 milhões de opções “Curtir” (dado

de 1 de Novembro de 2013). Segundo a rede social Facebook, a semana

mais popular da fanpage foi em 18 de novembro de 2012, semana em que

Chanel lançou o vídeo da propaganda do perfume Chanel Nº5 com Marilyn

Monroe. A publicação teve 230.975 mil opções “Curtir”, 7.000 comentários e

33.056 compartilhamentos.

Um dia antes da publicação do vídeo, a Chanel anunciou o que estava

por vir, deixando assim, os internautas atentos.

De acordo com Facebook, a cidade mais popular na fanpage, ou seja,

de onde é a maioria das pessoas que estão falando da página, é Tokyo. O

grupo de idade mais popular é de 18 a 24 anos.

A Chanel disponibiliza na fanpage um termo de política de moderação

para a utilização da página.

O termo, esclarece que a Chanel não permite publicidade de

empresas ou qualquer forma de promoção, tais como notas de patrocínio,

petições, campanhas ou spams. A Chanel também pede para que não sejam

feitos:

• Quaisquer comentários que estimulem o ódio ou discriminação, seja racial,

social ou político.

• Mensagens agressivas, insultuosas, vulgares ou ofensivas.

• Mensagens ou links indecentes.

• Observações caluniosas sobre a página da Chanel ou de qualquer outra

página do Facebook.

• Comentários fora do assunto ou links, especialmente aqueles que contêm

conteúdo questionável ou ilegal.

• Quaisquer observações que possam incentivar cyber-bullying.

A Chanel também esclarece que o conteúdo da página não pode ser utilizada

para fins promocionais ou comerciais.

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Figura 45 - Imagem da página oficial da marca no Facebook.

Fonte: Imagem recortada do Facebook.

Twitter

O twitter da Chanel tem 3.240.635 seguidores e 622 tweets publicados

(dados de 1 de Novembro de 2013).

Figura 46 - Imagem do Twitter oficial.

Fonte: Imagem recortada do Twitter.

Google+

Na rede social Google+, Chanel tem 981.462 pessoas em seu círculo de

amizades (dado de 1 de Novembro de 2013).

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Figura 47 - Imagem da conta oficial na Google+.

Fonte: Imagem recortada de Google+.

Site Oficial

O layout do site oficial da Chanel tem boa aparência e é organizado.

Limpo, em preto, branco e cinza, mostra com uma imagem em destaque as

principais notícias e últimos lançamentos da Chanel.

O site transparece a personalidade da marca, simples e elegante, e mantém

a mesma cor e fonte para todos os títulos.

O site têm a versão mobile para celular e tablet seguindo a mesma

linha do website, com fácil manuseio e rápida visualização. As abas

disponíveis em drop-down no site são: moda, fragrâncias, maquiagem,

tratamento, joalheria e relojoaria.

A loja online (para o Brasil) é apenas para fragrâncias, maquiagem e

produtos de tratamento, e todos eles tem as tonalidades disponíveis,

descrição, instruções sobre como usar o produto e outros itens sugeridos.

Outras abas a parte são: Inside Chanel, Chanel News, Chanel Vídeos, esse

último, direciona para o canal oficial da Chanel no YouTube.

Figura 48 - Imagens do site oficial.

Fonte: Imagem recortada do site oficial.

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Inside Chanel

O Inside Chanel trata-se de uma série de documentários que vão

desde infância ao início da carreira de Gabrielle Chanel, passando pela

criação do Chanel nº5, até a relação e a sucessão de Karl Lagerfeld.

A divulgação foi feita através do site oficial da Chanel e os vídeos

contam de forma animada e divertida a história da marca e da sua criadora.

No episódio que retrata a criação da icônica jaqueta de tweed, por

exemplo, o filme mostra os croquis feitos por Lagerfeld. Já no capítulo sobre

o perfume Chanel Nº5, há diversas propagandas, além de um vídeo que

conta a relação entre Marilyn Monroe e o perfume. O Inside Chanel é uma

forma de divulgar a história da Chanel e aproximar os clientes, mostrando a

importância e o cuidado com que foram criados os produtos.

Desse modo, Chanel mostra que um perfume Chanel não é

simplesmente um perfume, que por trás desse perfume foram anos em busca

da fragrância perfeita, revelando histórias intimidadoras e mostrando todos os

detalhes que compõem a excelência total de seus produtos.

Atualmente (dado de 1 de Novembro de 2013) o Inside Chanel tem 9 vídeos,

sendo eles: Nº5, Marilyn e Nº5, Chanel e o Diamante, A Jaqueta, Coco,

Mademoiselle, Gabrielle Chanel, Coco por Karl e Chanel por Karl.

Figura 49 - Imagem de Inside Chanel.

Fonte: Imagem recortada de Inside Chanel.

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O site oficial também conta com um localizador de lojas, com uma aba

“Chanel e Você” que tem links para contato, carreiras, aviso legal e política

de privacidade e também há um espaço para o cliente se inscrever na

Newsletter e curtir ou/e seguir a Chanel nas redes sociais em que ela está

presente (Facebook/Twitter/YouTube/Google+). O site está disponível para

23 países nas 23 línguas diferentes e seus dialetos.

Há um site paralelo chamado Chanel News muito dinâmico e

diariamente atualizado, que conta com os últimos desfiles, eventos em geral,

entrevistas com celebridades que marcam presença nos eventos da maison,

fotos em tempo real de lojas pelo mundo, campanhas, agenda, coleções,

making ofs, bastidores de desfiles, vídeos e frequentemente entrevistas ou

mensagens do próprio diretor artístico da marca, Karl Lagerfeld.

Além da equipe de Marketing Digital da Chanel, são colaboradores do

site Chanel News trinta e um artistas, entre eles as atrizes Jessica Alba,

Sarah Jessica Parker, a modelo Claudia Schiffer e Olivier Zahm, fundador da

revista de moda Purple.

Figura 50 - Imagem de Chanel News.

Fonte: Imagem recortada de Chanel News, disponível em http://chanel-

news.chanel.com/pt_BR/home.html

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YouTube

A Chanel trabalha muito com vídeos, o canal do YouTube Foi criado em

10 de outubro de 2005 e tem 155.147 inscritos e 56.475.570 visualizações

em vídeos (dado de 1 de Novembro de 2013). O canal é separado por

Fashion, Fragrance, Makeup, Skincare, Fine Jewelry, Watches e Inside

Chanel.

Fashion – encontra-se vídeos de making ofs, entrevistas, filmes dirigidos por

Karl Lagerfeld, desfiles e as exposições de The Little Black Jacket pelo

mundo.

Fragrance – filmes e making ofs dos perfumes.

Make up – vídeos criativos, coleções e vídeos feitos com a participação de

Lisa Eldridge, uma conceituada artista internacional de maquiagem. Ela

trabalha para a Chanel desde 2011 e cria cerca de 40 vídeos por ano para o

site e YouTube. Nos vídeos, Lisa ensina como usar as maquiagens da

Chanel e dá dicas de maquiagem e beleza.

Skincare – vídeos das propagandas das linhas de maquiagem, esta aba foi

introduzida recentemente no canal do YouTube e contém poucos vídeos.

Fine Jewelry – propagandas e vídeos de como as jóias são feitas.

Watches – propagandas e vídeos de como os relógios são feitos.

Inside Chanel – corresponde aos 9 filmes contando a vida de Gabrielle

Chanel, as histórias dos produtos e a visão de Karl Lagerfeld sobre Gabrielle

e sobre a marca.

Figura 51 - Imagem do canal oficial da Chanel no YouTube.

Fonte: Imagem recortada de YouTube, disponível em

http://www.youtube.com/user/CHANEL

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Aplicativos para celular

A Chanel tem dois aplicativos disponíveis para celular. Os aplicativos

são compatíveis com iPhone, iPad e iPod touch e são gratuitos.

Aplicativo Chanel J12

Segundo o site oficial da iTunes Store, o aplicativo Chanel J12 é dedicado às

últimas peças da coleção:

- J12 White: um relógio branco que se tornou um novo padrão estético na

relojoaria.

- J12 Chromatic: um novo e exclusivo relógio em titânio cerâmico, com uma

única cor e brilho.

- J12 Black: apareceu pela primeira vez em 2000, em suntuosa cerâmica

negra de alta tecnologia.

Este aplicativo está classificado na categoria estilo de vida, teve última

atualização em 16/01/2013 e a atual versão é a 1.4. O tamanho do aplicativo

é de 30.8 MB e está disponível nos idiomas chinês, francês e inglês.

Figura 52 - Imagens do aplicativo.

Fonte: Imagem recortada do aplicativo.

Figura 53 - Imagens do aplicativo. Na segunda imagem à direita, o aplicativo

mostra os sete passos da criação do relógio.

Fonte: Imagens recortadas do aplicativo.

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Aplicativo Chanel Fashion

De acordo com o site oficial da iTunes Store, o aplicativo Chanel

Fashion contém vídeos e fotos dos últimos desfiles. Também contém o

Chanel News com as últimas notícias, lançamentos e bastidores dos eventos.

O aplicativo também conta com um localizador de loja e o contato de cada

uma.

Este aplicativo também está classificado na categoria estilo de vida,

teve última atualização em 23/10/2013 e a atual versão é a 1.8.11. O

tamanho do aplicativo é de 2.6 MB e está disponível nos idiomas alemão,

chinês simplificado, chinês tradicional, coreano, espanhol, francês, inglês,

italiano, japonês e russo.

Figura 54 - Imagem do aplicativo Chanel Fashion.

Fonte: Imagem recortada do aplicativo.

Phillipe Baumlin, diretor digital global da Chanel, esclarece em

entrevista para a revista digital inglesa Marketing Week, que não é suficiente

um departamento digital e que, para atender às demandas dos

consumidores, a empresa deve tornar-se intrinsecamente digital.

No evento de Marketing Digital EMEA Summit da Adobe, Baumlin

disse que o digital agora faz parte do DNA da Chanel e aconselhou que os

diferentes departamentos da empresa devem trabalhar juntos em projetos

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para atingir o mesmo objetivo digital. Ele citou que o mundo digital coloca

desafios organizacionais e que ele testou vários modelos na Chanel

chegando a conclusão que para um trabalho eficaz, toda a empresa deve

tornar-se digital.

Baumlin afirmou que a estrutura do trabalho digital na Chanel é que

cada departamento envia frequentemente relatórios, para eles poderem

trabalhar num mesmo espaço mas com diversas armas dentro da

organização e que no fim, atingem o mesmo objetivo. Afirmou também que

há um comitê gestor e que os debates são muito ricos, sobre alcance e

expectativas dos projetos. Baumlin também afirma que a indústria do luxo é a

mais avançada na área digital, pelo fato de muitos dos serviços que se

desenvolveram na web, já existiam nas lojas.

Baumlin citou que: "A Chanel é um sonho para todos e através dos

meios digitais podemos permitir que qualquer cliente leia a própria jornada da

marca. Se ele se senta com seu tablet em casa e quer ver um desfile de

moda em Paris, ele pode. Se quiser descobrir a história da bolsa e a jaqueta

e como Coco estava fazendo esta revolução para mulheres no início dos

anos 90, ele também pode”.

Com um nome de peso, é essencial que a Chanel proporcione aos

seus consumidores e curiosos sobre a marca a experiência perfeita na parte

digital e é isso que ela tem feito.

4.3.3 - Considerações sobre merchandising

As lojas da Chanel são lojas próprias, e não franquias, e seguem o

modelo das lojas flagships (loja modelo), que são projetadas pelo arquiteto

Peter Marino.

A atmosfera das lojas da Chanel acompanha o estilo da marca,

clássico e elegante, que traz a imagem da marca. É muito utilizado o vidro

nas prateleiras, mesas e como divisor de ambiente da loja. As cores

predominantes são o preto e o branco. A loja tem design simples e retilíneo,

refletindo os modelos que simbolizam luxo e amplitude seguindo a filosofia

minimalista de Coco. A circulação entre os espaços é facilitada pelo layout da

loja, que permite boa visibilidade da loja e dos produtos.

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Figura 55 – Fachada da loja.

Fonte: Disponível em

http://www.chanel.com/fashion/data/1280/hautdebit/pdv/fond4.jpg

O layout da loja é do tipo Boutique. Cada categoria ocupa um espaço

definido e cada espaço tem sua própria identidade.

A área que traz as bolsas mais modernas e os acessórios tem piso de

mármore e parede negra de fibra de carbono. A área que traz os relógios é

mais afetuosa, com tapetes de cor bege e cortinas douradas. A área que traz

o prêt-à-porter é mais aconchegante. Todas as lojas tem telas planas que

transmitem os desfiles mais recentes da Chanel em Paris.

As poltronas para o cliente sentar-se para descansar ou as cadeiras

para testar as maquiagens são feitas de tecido tweed, muito utilizado no

famoso casaqueto da marca, normalmente em cores sóbrias, como o rosa

pálido, cinza e marfim.

A Bijoux de Diamants, foi a primeira linha de joias criada por Gabrielle

Chanel, em 1932, e que neste ano de 2013 completa 81 anos. Na época, as

joias foram apresentadas em manequins bem maquiados e vestindo perucas,

como se fossem pessoas reais. Essa forma de expor as joias chamou a

atenção de todos, numa época em que as joias eram expostas em caixas de

veludo azul marinho. A Chanel até hoje utiliza este tipo de manequim. As

vitrines sempre trazem manequins bem maquiados, com perucas loiras,

ruivas ou morenas e em poses elegantes, como se realmente fossem

mulheres posando.

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Figura 56 - Manequins da Chanel.

Fonte: Disponível em http://blogs.lexpress.fr/styles/cafe-mode/wp-

content/blogs.dir/755/files/2010/09/chanel3.jpg

O logo da marca (os dois “C” invertidos), o tweed, a camélia, as

pérolas, as correntes, as cores sóbrias, são ícones que sempre estarão nas

vitrines, sejam em pequenos detalhes ou com grande destaque, e sempre

impondo e caracterizando a identidade da marca.

Segundo a New York Magazine, edição de 15 de Novembro de 2004,

Peter Marino começou a estudar a história da marca, especificamente o

apartamento de Coco Chanel para projetar as lojas flagships.

Em Aberto

Bolsas e óculos são mantidos em prateleiras abertas, pois segundo

Marino, se você tocar no produto você se apega a ele muito mais rápido e

furtos, em boutiques menores são mais difíceis de acontecer.

Vitrine

Marino diz que há uma grande intimidação das pessoas com a Chanel.

As vitrines da Chanel, segundo a vice-presidente de moda da Chanel,

Barbara Cirkva, seduz a massa das ruas com peças de preços menores.

Segundo ela, um sapato, uma bolsa, uma carteira num preço menor

proporciona o impulso.

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Caminho Bege

Segundo Marino, reforçar a marca em cada momento da compra é

crucial. Marino usa o tapete bege constantemente, e sutilmente, para lembrar

os clientes em qual loja eles estão.

Contornos Pretos

De acordo com Marino, você reconhece a caixa de um perfume

Chanel No.5 a meia milha de distância, graças ao seu ousado contorno preto.

Marino trouxe essa sugestão visual dentro e fora da loja, toda a boutique

acende-se em forma de um frasco de perfume. Dentro de todas as arestas

são feitas precisas linhas simétricas.

Figura 57 - Embalagem do perfume Chanel Nº5 e interior da loja Chanel.

Fontes: Disponível em http://retaildesignblog.net/2013/03/25/chanel-store-by-

peter-marino-sao-paulo/

Escadas

Para lojas de dois andares, normalmente os sapatos e as roupas ficam

no segundo andar. Marino diz que incialmente gostaria de uma escadaria de

mármore mas os advogados da Chanel afirmaram que uma escadaria de

mármore seria inadequada para a segurança dos clientes, que poderiam

escorregar e sofrer lesões. Por isso, os degraus da loja Chanel sempre são

cobertos por um tapete preto de absorção de choque.

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Figura 58 - Loja Chanel em Beijing, na foto, o tapete preto nas escadas.

Fonte: Disponível em

http://s3.amazonaws.com/luxurysociety/assets/articles/5909_Chanel-store-at-

the-Peninsula-Hotel-Beijing-Wangfujing_medium.jpg

Portas de correr

As portas dos armários são de correr, feitas de resina lembrando laca

chinesa, e são baseadas no apartamento de Gabrielle Chanel em Paris. Sua

função é criar um drama: o vendedor pode deslizar a porta para frente e para

trás para revelar ou ocultar partes da coleção, transmitindo uma ilusão de

tesouro escondido descrita por Marino.

Através da visita realizada em 02/11/2013, analisou-se a vitrine da loja

Chanel localizada no Shopping Iguatemi em São Paulo.

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Figura 59 - Vitrine da loja Chanel no Shopping Iguatemi São Paulo.

Fonte: Elaborada pelas autoras.

Como a exposição fotográfica da Chanel entitulada The Little Black

Jacket estava sendo promovida e acontecendo pela primeira vez em São

Paulo, a vitrine estava com livros da exposição enfileirados e servindo de

apoio para os manequins. As cores predominantes eram o preto e o branco,

que é a identidade da marca e também da exposição. A vitrine continha

poucos manequins, que estavam vestindo o famoso casaqueto de tweed. As

peças de roupas, os acessórios e sapatos dos manequins são da coleção

outono-inverno 2013/14. Através da vitrine, a empresa comunica sua

identidade, ou seja, a essência do que é a loja e a marca Chanel.

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5. Conclusão

Neste trabalho analisou-se o composto promocional da marca Chanel,

o qual permitiu compreender melhor sobre como utiliza-lo integralmente de

forma eficaz e como esta estratégia contribui com o sucesso da empresa.

Dentro desse contexto conclui-se através da pesquisa realizada, que a

Chanel desde o início de suas atividades utiliza a comunicação de forma

integrada, se diferenciando competitivamente.

Em um século a Chanel conseguiu manter o estilo e a tradição de sua

fundadora mesmo com as constantes inovações do mercado, tornando esta,

a peça chave para se diferenciar.

O aprofundamento deste tema permitiu visualizar que ela está entre as

melhores marcas posicionadas no mercado de luxo, pois vende o conceito

Chanel de sofisticação e elegância.

No início deste trabalho não era possível mensurar o valor que a

marca agregava com sua forma de comunicar diferenciada, mas a medida

que o composto promocional foi estudado, foi possível identificar que a

Chanel utiliza as ferramentas de comunicação a fim de inovar, impactar e

manter-se na mente de seus consumidores. E faz de forma tão adequada

que a cada lançamento, a empresa não perde seu valor, já que atua no

mercado de luxo e seu produto continua sendo desejado.

Sua principal estratégia é de associar sua imagem a de celebridades e

pessoas influentes, utilizando as principais formas de comunicação da moda.

A Chanel necessita da contínua inovação e nota-se que está renovando suas

estratégias de comunicação constantemente.

A identidade da empresa está consolidada e seus anúncios valorizam

as peças clássicas já ilustres, conseguindo atingir novos públicos.

Em todas as formas de comunicar a Chanel transmite a mesma

linguagem, ou seja, passa a mesma mensagem, e isso a torna referência. As

lojas sendo próprias contribuem para isso, não descaracterizando a

identidade, pelo contrário, padronizando-a.

A fundadora, Gabrielle Bonheur Chanel, que revolucionou a moda do

seu tempo com seu estilo ousado e moderno, fez com que mulheres da

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época mudassem o modo de se vestir e pensar. A partir disso, a Chanel se

consolidou no mercado.

O atual diretor artístico Karl Lagerfeld, mantém o trabalho com a

mesma linha de raciocínio de Coco Chanel. As peças criadas por Chanel são

divulgadas hoje, de forma inovadora por ele e frequentemente reinventadas.

Os objetivos propostos foram atingidos apresentando os conceitos de

comunicação, definindo a comunicação integrada de marketing e sua

importância e apresentando através de estudo de caso, uma abordagem

dinâmica e detalhada sobre o composto promocional da Chanel.

Dessa forma, o estudo realizado contribuiu para compreender

esclarecidamente como trabalhar com cada ferramenta do composto

promocional e que, cada uma delas é imprescindível para o alcance dos

objetivos de forma bem-sucedida.

A Chanel foi a escolha assertiva para a realização deste trabalho pois

a empresa se comunica de maneira incomparável.

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