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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav MARCELO VITORINO ALVARES A CAPACITAÇÃO DA GUARNIÇÃO DA NOVA FAMÍLIA DE BLINDADOS SOBRE RODAS (NFBSR) GUARANI: UMA PROPOSTA PARA A ESTRUTURA DA SIBld / RC Mec Rio de Janeiro 2015

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

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Page 1: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

Cap Cav MARCELO VITORINO ALVARES

A CAPACITAÇÃO DA GUARNIÇÃO DA NOVA FAMÍLIA DE BLINDADOS SOBRE RODAS (NFBSR) GUARANI:

UMA PROPOSTA PARA A ESTRUTURA DA SIBld / RC Mec

Rio de Janeiro 2015

Page 2: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

A CAPACITAÇÃO DA GUARNIÇÃO DA NOVA FAMÍLIA DE BLINDADOS SOBRE RODAS (NFBSR) GUARANI:

UMA PROPOSTA PARA A ESTRUTURA DA SIBld / RC Mec

Dissertação de Mestrado apresentada à Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Militares.

Orientador: Cap Endrigo Buscarons da Silva

Rio de Janeiro 2015

Page 3: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

A473s Alvares, Marcelo Vitorino 2015 A capacitação da nova família de blindados sobre rodas

(NFBSR) Guarani – Uma proposta para a estrutura da SIBld/ RC Mec / Marcelo Vitorino Alvares. – 2015.

138 f.: il. Dissertação (Mestrado) – Escola de Aperfeiçoamento de

Oficiais, Rio de Janeiro, 2015.

1. Capacitação de tropa Mecanizada. 2. Nova família de blindados sobre Rodas (NFBSR) 3. Viatura Blindada Guarani. I. Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais II. Título CDD: 355.5 CDD: 355.5

Page 4: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

Cap Cav MARCELO VITORINO ALVARES

A CAPACITAÇÃO DA GUARNIÇÃO DA NOVA FAMÍLIA DE BLINDADOS SOBRE

RODAS (NFBSR) GUARANI: UMA PROPOSTA PARA A ESTRUTURA DA SIBld / RC Mec

Dissertação de Mestrado apresentada à Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Militares.

Aprovado em de setembro de 2015.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________

Eraldo Francisco dos Santos Filho – Cel Inf Presidente

_____________________________

Nelson de Souza Júnior - Cel MB Membro

__________________________________

Endrigo Buscarons da Silva - Cap Cav Membro

Page 5: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

Os anos vindouros, apesar de cortes

orçamentários e retórica sobre a paz do

mundo, verão as doutrinas militares em

todo o mundo mudar em resposta a novos

desafios e a novas tecnologias (ALVIN e

HEIDI TOFFLER)

Page 6: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

AGRADECIMENTOS

À Deus, pela graça da vida e proteção de todos os dias.

À minha mãe, pelo esforço de me ensinar a ler, ainda na cozinha de casa e ao

meu pai pelo exemplo de superação, convicção e perseverança no trabalho árduo.

Aos meus irmãos, pela grandeza da existência.

À Luiza, pelo tesouro e mansidão de seu amor sincero.

Aos meus amigos por serem os irmãos que a vida me presenteou.

Ao meu orientador pela crença neste projeto e incentivo a continuar.

Aos Generais, Coronéis, Majores, Capitães, Tenentes, Sargentos, Cabos e

Soldados do Exército Brasileiro que direta ou indiretamente apoiaram meu trabalho

dando de si o melhor que puderam.

Page 7: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

RESUMO

Apresenta um estudo sobre a sistemática de capacitação da Nova Família de

Blindados sobre Rodas (NFBSR) Guarani e algumas contribuições para o

Regimento de Cavalaria Mecanizado (RC Mec), visando sua implementação nas

Organizações Militares (OM) do Exército Brasileiro (EB). Sua finalidade é verificar se

a sistemática de capacitação das guarnições de blindados utilizada pelos

Regimentos de Carro de Combate (RCC) atende às necessidades dos RC Mec com

a chegada desta nova Guarani família de blindados objetivando levantar subsídios

para otimizar a capacitação técnica e tática do efetivo profissional e,

consequentemente, modernizar a capacitação dos recursos humanos que operam

meios mecanizados do EB. Utiliza uma pesquisa bibliográfica e descritiva e também

de uma pesquisa de campo, onde foram consultados 83 militares, entre oficiais e

praças, operadores de blindados, instrutores do Centro de Instrução de Blindados e

das Seções de Instrução de Blindados (SIBld) das diversas OM, com comprovada

experiência e conhecimento no assunto. Estes militares estão servindo em

Regimentos de Carros de Combate e Regimentos e Esquadrões, nível Unidade, de

Cavalaria Mecanizada. Além disso, foram colhidos relatórios de Simpósios de

Blindados e Modernização da Cavalaria Mecanizada na Seção de doutrina do

Centro de Instrução de Blindados (CIBld), em sua biblioteca, e da ESAO. Aborda

aspectos teóricos, técnicos e de necessidade de modernização da sistemática de

capacitação para se buscar um modelo moderno e eficaz, baseado na utilização das

SIBld e no emprego da simulação em todas as suas modalidades (virtual/sintética,

viva e construtiva). Busca ainda, trabalhar e adestrar continuadamente todas as

competências desejadas com o intuito de centralizar, economizar meios e

Page 8: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

desenvolver uma nova mentalidade, adaptada a tecnologia e às possibilidades do

material, direcionando a instrução para ser realizada da maneira mais fiel e realista

possível. Os resultados comprovaram que 90,39% da amostra concordam que a

sistemática dos RCC atende a demanda dos RC Mec, tendo obviamente que utilizar-

se de equipamentos específicos e adequados para a NFBSR Guarani. Conclui e

ratifica as ideias expressadas ao longo do trabalho, enfatizando o papel fundamental

do emprego das SIBld Mec na sistemática de capacitação das guarnições de carro,

crescendo de importância com a chegada da NFBSR Guarani (NFBRG).

Palavras-chave: Blindados. Guarani. Sistemática de Capacitação. Seção de

Instrução de Blindados Mec.

Page 9: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

ABSTRACT

This essay presents a study on the systematic training of the New Armored Family on

Wheels (NFBSR) Guarani and some contributions to the Mechanized Cavalry

Regiment aimed at its implementation in Military Organizations of the Brazilian Army.

Its purpose is to verify that the systematic training of armored crews used by

Regiments Combat car meets the needs of the Mechanized Cavalry Regiments with

the arrival of this new family of armored aiming to raise subsidies to optimize the

technical and professional training, effective tactics and consequently modernize the

training of human resources operating mechanized means of the Brazilian Army.

Therefore, this work was developed from April 2014 to August 2015, through a

bibliographic and descriptive research, also using a field survey where 83 military

men were consulted, ranging from officers and enlisted, armored operators,

instructors Armored Training Center to Armored Instruction Sections of various OM,

with proven experience and knowledge on the subject, and who are serving in Armor

Regiments and Mechanized Cavalry Squadrons and Regiments. Also, symposia

reports were collected from Armored and Modernization of the Mechanized Cavalry

in CIBld doctrine section, its library and EsAO. Theoretical, technical and training

requirements are covered in a systematic modernization in order to pursue a modern

and efficient preparation model based on the use of Armored Instruction Sections of

the simulation and fundamental employment in all its forms (Virtual / synthetic, live

and constructive) to work and continuously train all the competences required in

order to centralize and save resources and develop a new mentality, adapting the

technology and the possibilities of the material, directing the instruction to be carried

out as accurately as and realistically as possible. The results showed that 90.39% of

Page 10: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

the sample agree that the systematic of the RCC meets the demands of the RC Mec,

with obvious adaptations to the specifics of the NFCSR Guarani. In conclusion, the

ideas expressed throughout the work are ratified, emphasizing the key role of

employment of SIBld Mec in the systematic training of car crews, growing in

importance with the arrival of the New Family of Armored Guarani.

Keywords: Armored. Guarani. Systematic Training. Armored Instruction Sections.

Page 11: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Estrutura organizacional básica do RC MecRRRRRR.R. 53

FIGURA 2 E 3 - Simulador de procedimentos de torre – Leopard IVRR........ 61

FIGURA 4 - Simulador de procedimento de MotoristaRRR..RRRRR. 61

FIGURA 5 - Simulador de motorista da Vtr StrykerRRRR...RRRRR. 65

FIGURA 6 - Simulador M 1 A 1 AbramsRRRRRRRRR...RRRRR 65

FIGURA 7 - Estrutura de implantação de uma SIBId nas OM dotadas com a NFBR GuaraniRRRRRRRRRRR..RRRR...... 75

FIGURA 8 - Planta baixa do Pavilhão da SIBId MecRRRRRR..R....... 78

FIGURA 9 - Vista isométrica translúcida do pavilhão da SIBId MecR....... 78

FIGURA 10 - Níveis de treinamentoRRRRRRRRRRRRRRRRR 83

FIGURA 11 - Pirâmide do adestramentoRRRRRRRRRRRRRRR 83

FIGURA 12 - Vista superior em corte do pavilhão da SIBId MecRR.......... 91

FIGURA 13 - Sala da CTTEPRRRRRRRRRRRRRRRRRR...... 91

FIGURA 14 - Sala de simulação táticaRRRRRRRRRRRRRR....... 91

Page 12: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Organização do Projeto da SIBId MecRRRRRRRRR..R 75

QUADRO 2 - Linha de Ação n. 01RRRRRRRRRRRRRRRRRR.. 80

QUADRO 3 - Linha de Ação n. 02RRRRRRRRRRRRRRRRRR.. 81

QUADRO 4 - Linha de Ação n. 03RRRRRRRRRRRRRRRRRR.. 81

QUADRO 5 - Definição operacional da variável independenteRRRRRR. 93

QUADRO 6 - Definição Operacional da variável dependenteRRRRRR... 94

Page 13: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Existência de SIBld nas OM Bld/MecRRRRRRRR.RR. 101

GRÁFICO 2 - Estágio na SIBld da OMRRRRRRRRRRRRRRRR 102

GRÁFICO 3 - Conhecimento da SIBld do RCCRRRRRRRRRRRR. 103

GRÁFICO 4 - Operador de BlindadosRRRRRRRRRRRRRRRR.. 104

GRÁFICO 5 - Tempo operando BlindadosRRRRRRRRRRRRRR.. 104

GRÁFICO 6 - Cursos de BlindadosRRRRRRRRRRRRRRRRR.. 105

GRÁFICO 7 - Funções desempenhadasRRRRRRRRRRRRRRR. 106

GRÁFICO 8 - Local de capacitaçãoRRRRRRRRRRRRRRRRR. 107

GRÁFICO 9 - Fatores levados em consideraçãoRRRRRRRRRRR.. 108

GRÁFICO 10 - Instalações e meios da SIBld da OMRRRRRRRRRR.. 109

GRÁFICO 11 - Meios da SIBld da OMRRRRRRRRRRRRRRR...... 110

GRÁFICO 12 - Sistemática de capacitaçãoRRRRRRRRRRRRRR.. 111

GRÁFICO 13 - Outras atividades dificultam a capacitaçãoRRRRRRRR 112

GRÁFICO 14 - Composição da Equipe de InstruçãoRRRRRRRRRR.. 113

GRÁFICO 15 - Operador de GuaraniRRRRRRRRRRRRRRRRR. 115

GRÁFICO 16 - Elemento da Gu BldRRRRRRRRRRRRRRRRR... 115

GRÁFICO 17 - Capacidade de compor a SIBld da OMRRRRRRRRR.. 116

GRÁFICO 18 - Estruturação da SIBld para a NFBSR GuaraniRRRRR..... 117

GRÁFICO 19 - Motivos para a estruturação da SIBldRRRRRRRRRR. 118

GRÁFICO 20 - Sistemática do RCC atende ao RC MecRRRRRRRRR 119

Page 14: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AOC Área Operacional do Continente

Art. Artigo

Bda Brigada

Bia Bateria

Bia AAAe AP Baterias de Artilharia Antiaérea Autopropulsada

Bda C Mec Brigada de Cavalaria Mecanizada

BIB Batalhão de Infantaria Blindado

CAP Consolidação e Aprimoramento de Padrões

CC Carro de Combate

CFC Curso de Formação de Cabo

CFSd Curso de Formação de Soldado

CIBld Centro de Instrução de Blindados

C Mec Cavalaria Mecanizada

CMS Comando Militar do Sul

Cmt Comandante

COTer Comando de Operações Terrestre

ConDOp Condicionantes Doutrinárias e Operacionais

CTEx Centro Tecnológico do Exército

CTTEP Capacitação Técnica e Tática do Efetivo Profissional

DCT Departamento de Ciência e Tecnologia

DE Divisão de Exército

DEI Dispositivo Explosivo Improvisado

DMT Doutrina Militar Terrestre

DSAI Dispositivo de Simulação e Apoio a Instrução

Page 15: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

EB Exército Brasileiro

EBF Estratégia Braço Forte

ECEME Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

EME Estado-Maior do Exército

END Estratégia Nacional de Defesa

EO Eletro-Optico

Esqd Esquadrão

Esc Sup Escalão Superior

EV Efetivo Variável

FT Força-Tarefa

F Ter Força Terrestre

FA Forças Armadas

Fuz Fuzileiro

LBDN Livro Branco de Defesa Nacional

GLO Garantia da Lei e da Ordem

IIB Instrução Individual Básica

IR Infra red (Infravermelho)

MD Ministério da Defesa

NFBSR Nova Família de Blindados Sobre Rodas

MEM Material de Emprego Militar

Mec Mecanizado

NB Núcleo Base

OI Organização Internacional

ONG Organização não governamental

PAED Plano de Articulação e Equipamento de Defesa

PEE Projetos estratégicos do Exército

Pel Pelotão

Page 16: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

PND Política Nacional de Defesa

PIM Programa de Instrução Militar

PP Programa Padrão

ProDe Produto de Defesa

QCP Quadro de Cargos Previstos

QDM Quadro de Distribuição de Material

QM Qualificação Militar

QOP Qualificação Operacional Plena

RCB Regimentos de Cavalaria Blindados

RCC Regimento de Carros de Combate

ROB Requisitos Operacionais Básicos

RC Mec Regimento de Cavalaria Mecanizado

SIDOMT Sistema de Doutrina Militar Terrestre

SIPLEx Sistema de Planejamento do Exército

SIBld Seção de Instrução de Blindados

SU Subunidade

TOT Teatro de Operações Terrestre

VBC Viatura Blindada de Combate

VBE Viatura Blindada Especial

VBR Viatura Blindada de Reconhecimento

VBTP Viatura Blindada de Transporte de Pessoal

Vtr Viatura

Page 17: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 19

1.1 PROBLEMA.......................................................................................... 21

1.1.1 Antecedentes do problema............................................................... 21

1.1.2 Formulação do problema................................................................... 21

1.2 HIPÓTESES DE ESTUDO................................................................... 22

1.3 OBJETIVO............................................................................................ 22

1.3.1 Objetivo Geral..................................................................................... 22

1.3.2 Objetivos Específicos........................................................................ 22

1.4 JUSTIFICATIVA................................................................................... 23

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................... 25

2.1 O COMBATE MODERNO E AS DIRETRIZES PARA O EXÉRCITO BRASILEIRO....................................................................................... 25

2.1.1 A Diretriz Geral do Comandante do Exército.................................. 26

2.1.2 A evolução da Doutrina Militar Terrestre......................................... 26

2.1.3 A Doutrina Delta................................................................................. 28

2.2 O LIVRO BRANCO DA DEFESA NACIONAL..................................... 30

2.3 A ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA.......................................... 34

2.3.1 Os Projetos Estratégicos do Exército............................................. 39

2.3.2 O Projeto Estratégico Guarani.......................................................... 40

2.3.3 A NFBSR e Suas Condicionantes Doutrinárias e Operacionais... 42

2.4 O PROGRAMA DE INSTRUÇÃO MILITAR DO EXÉRCITO................ 46

2.5 O REGIMENTO DE CAVALARIA MECANIZADO (RC MEC) E A CAPACITAÇÃO TÉCNICA E TÁTICA.................................................. 49

2.5.1 O RC Mec e a Capacitação Tática e Técnica do Efetivo Profissional (CTTEP).......................................................................... 49

2.5.2 O combate moderno e o RC Mec...................................................... 51

Page 18: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

2.5.3 A Constituição do RC Mec................................................................. 53

2.5.4 O Programa de Capacitação Técnica e Tática do efetivo profissional (CTTEP)......................................................................... 53

2.5.5 A Instrução Técnica de Blindados (Urutu e Cascavel) no CTTEP 55

2.5.6 A sistemática de capacitação dos Regimentos de Carros de Combate................................................................................................ 56

2.5.7 A sistemática de capacitação das Guarnições Blindadas no Chile – CECOMBAC............................................................................. 58

2.5.8 A sistemática de capacitação das Guarnições Blindadas nos Estados Unidos da América - Brigada Stryker................................. 62

2.6 A DIRETRIZ DE BLINDADOS DO COMANDO MILITAR DO SUL (CMS)..................................................................................................... 66

2.7 A IMPLEMENTAÇÃO DA SEÇÃO DE INSTRUÇÃO DE BLINDADOS NOS RC MEC COM A ADOÇÃO DA NFBSR – GUARANI............................................................................................... 71

2.7.1 Generalidades....................................................................................... 73

2.7.2 Composição e organização do Projeto.............................................. 75

2.7.3 Objetivos do Projeto............................................................................ 77

2.7.4 Estruturação física da Seção de Instrução de Blindados Mecanizada............................................................................................ 77

2.7.5 Estruturação dos dispositivos de simulação e apoio à instrução (DSAI) das SIBld Mec........................................................................... 78

2.7.6 Estruturação do pessoal necessário para a SIBld Mec.................... 79

2.7.7 Funcionamento da SIBld Mec.............................................................. 82

2.7.8 Fatores críticos do sucesso................................................................ 86

2.7.9 Premissas.............................................................................................. 86

2.7.10 A experimentação logística da VBTP-MR Guarani........................... 87

2.8 O NÚCLEO DA SEÇÃO DE INSTRUÇÃO DE BLINDADOS DO 6º ESQUADRÃO DE CAVALARIA MECANIZADO..................................... 89

3 METODOLOGIA.................................................................................... 92

3.1 OBJETO FORMAL DE ESTUDO........................................................... 92

Page 19: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

3.2 AMOSTRA.............................................................................................. 95

3.3 DELINEAMENTO DE PESQUISA.......................................................... 96

3.3.1 Procedimentos para a revisão da literatura....................................... 96

3.3.2 Procedimento experimental................................................................. 98

3.3.3 Instrumentos......................................................................................... 98

3.3.4 Análise dos dados................................................................................ 98

4 APRESENTAÇAO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS........................ 100

4.1 QUESTIONÁRIO..................................................................................... 100

5 CONCLUSÃO......................................................................................... 121

5.1 SÍNTESE DOS FATOS LEVANTADOS, SUGESTÕES E CONTRIBUIÇÃO PARA O RC MEC....................................................... 123

REFERÊNCIAS...................................................................................... 126

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA.................................

MODELO DE ESTRUTURA DA SIBld / RC Mec..................................

129

138

Page 20: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

19

1 INTRODUÇÃO

Após a 1ª Guerra Mundial e principalmente durante os conflitos da Guerra do

Golfo (1991), da Guerra de Kosovo (1998), da guerra do Afeganistão (2001) e da

Guerra do Iraque (2003), o mundo conheceu novas formas de combate,

completamente diferentes daquelas que vinham sendo estudadas anteriormente.

O uso crescente de tecnologia avançada, a rapidez da concentração

estratégica, o uso da inteligência de imagens e de sinais, a necessidade de se

combater em localidades ainda habitadas e o uso de blindados para incrementar o

choque e a velocidade conformam, em linhas gerais, a citada mudança na forma de

combater. Isto ocasionou uma onda de revisões e modificações doutrinárias em

muitos exércitos do mundo.

O Exército Brasileiro também adotou, a partir da última década do século XX,

uma série de medidas a fim de procurar adaptar-se a essa nova forma de combate,

das quais destacam-se – referentes as Forças Mecanizadas Brasileiras – as

seguintes:

- a adoção da Doutrina Delta;

- experimentações doutrinárias do Esquadrão de Cavalaria Mecanizado;

- estudos para a criação da Infantaria Mecanizada;

- Seminários sobre a Cavalaria Mecanizada;

- O Projeto da Nova Família de Blindados Sobre Rodas (NFBSR) Guarani e

- Projeto Fênix.

No que diz respeito ao projeto da Nova Família de Blindados Sobre Rodas

(NFBSR) Guarani, após longos anos de estudo e desenvolvimento, ele foi

concretizado e o primeiro lote de 13 unidades do blindado sobre rodas Guarani foi

entregue no dia 24 de março de 2014, em Cascavel (PR), ao 33º Batalhão de

Infantaria Motorizada. O veículo tem 60% de componentes nacionais e tem previsão

de chegar a 90%.

A Viatura Blindada Guarani tem a missão de substituir as famílias de

blindados Urutu e Cascavel – em operação há quase 40 anos nas Forças Armadas.

A partir do primeiro contrato assinado entre o Exército e a Iveco, em 2009, há

a previsão de serem entregues um total de 188 veículos até o fim do ano de 2015,

nos Batalhões de Infantaria de Foz do Iguaçu (PR) e Apucarana (PR), no esquadrão

Page 21: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

20

de Francisco Beltrão (PR) e no Centro de Instrução de Blindados em Santa Maria.

O Guarani tem capacidade de realizar deslocamentos a grandes distâncias,

com raio de ação de 600 km. Ele pode transportar um total de 11 militares, sendo

um atirador e um motorista. Atinge velocidades elevadas (chegando a 120 km/h) e

tem boa mobilidade tática através do campo, com capacidade anfíbia (9km/h) e de

pivoteamento sobre o eixo.

A Viatura (Vtr) Guarani é transportável pelo KC-390, possui assinatura térmica

radar reduzida e proteção blindada, sendo capaz de receber blindagem adicional

para calibre 50. Os veículos contam também com diversos outros sistemas e

equipamentos: Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN), visão

noturna/diurna no seu sistema de armas REMAX e UT 30 BR, que permite detecção,

reconhecimento e identificação a cerca de 6 km de distância, ar condicionado,

navegação por GPS, comunicações utilizando 2 rádios VHF (dados e voz) e

integração com o programa C2 em combate do Exército Brasileiro.

Possui ainda, o sistema de gerenciamento do campo de batalha (GCB) que é

um Software desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento de Sistemas do Exército

(CDS), permitindo a consciência situacional do comandante de carro, possibilitando

verificar as posições dos carros no campo de batalha, se algum carro foi alvejado,

situação de combustível e autonomia, situação dos pneus e rodas.

O motorista conta com o moderno painel de controle, tendo diversos sistemas

em sua tela touchscreen, entre elas o sistema de enchimento automático de pneus,

Run Flat (anel toroidal de borracha sólida) que permite rodar até 100 km com os

pneus furados (1ª vez realizado na América do Sul) e por fim, a guarnição

embarcada é protegida pelo sistema de extinção de incêndio automático.

Dessa forma, com a expectativa das unidades mecanizadas serem mobiliadas

com a moderna Viatura Blindada GUARANI, tudo isso implicará numa nova maneira

de treinar e combater, resultando em novas doutrinas e organizações. A

preocupação que nos salta aos olhos, dentre tantas outras, é com relação a

sistemática de capacitação das guarnições da NFBSR, tendo em vista a gama de

alta tecnologia agregada e as necessidades para operar a referida viatura.

Page 22: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

21

1.1 PROBLEMA

1.1.1 Antecedentes do problema

No final dos anos 70 e início dos anos 80 do século XX, o Exército Brasileiro

implementou a transformação de suas divisões de cavalaria em Brigadas de

Cavalaria Mecanizadas. As missões inerentes à arma não sofreram alterações

significativas ao contrário da disposição dos meios. Com a troca do cavalo pelo

blindado a cavalaria, efetivamente, deixou para trás o século XIX e entrou na era das

máquinas.

Pode-se constatar que com o passar dos anos os Materiais de Emprego Militar (MEM), atualmente chamados de Produtos de Defesa (ProDe), em utilização pelo Exército Brasileiro, particularmente pela cavalaria mecanizada, estão obsoletos. Esta condição afeta negativamente a doutrina de emprego desta tropa na medida em que o desempenho desses PRODE não conferem algumas capacidades que se mostram necessárias no combate moderno. [...] Assim, nos próximos anos a capacitação dos quadros deve ser vista como uma prioridade, pois, caso contrário, haverá diversos equipamentos de alta capacidade tecnológica e poucos militares capazes de operá-los (BRASIL, 2011b).

A Cavalaria Mecanizada, conforme o Manual de Campanha C 2-1, (BRASIL,

1999, p. 2-4) apresenta como características a potência de fogo, proteção blindada,

ação de choque e comunicações amplas e flexíveis; já o manual EB20-MF-10.103

(OPERAÇÕES, 2015, p. 7-2) descreve a Cavalaria Mecanizada como elemento

móvel e potente capaz de conduzir operações de reconhecimento e segurança.

Contudo, atualmente suas principais capacidades são limitadas particularmente em

virtude da obsolescência dos meios, razão pela qual torna imperativa a adoção de

uma nova plataforma mecanizada com tecnologia agregada, bem como de sua

adequação doutrinária.

Assim sendo, já é uma realidade a modernização dos meios blindados da

cavalaria mecanizada, hoje materializado com o desenvolvimento e execução do

projeto estratégico Guarani, que visa substituir os blindados que mobíliam as

unidades mecanizadas pela Nova Família de Blindados Sobre Rodas (NFBSR) e

consequentemente, surge a necessidade de capacitação das guarnições para

operarem essa nova plataforma de combate blindada com toda sua tecnologia

agregada.

Page 23: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

22

1.1.2 Formulação do problema

Em que medida a adoção da sistemática de capacitação adotada pelos

Regimentos de Carros de Combate (RCC), com a chegada da Família Leopard,

atende às novas necessidades de capacitação da Guarnição da Nova Família de

Blindados Sobre Rodas (NFBSR) Guarani se for adotada pelos RC Mec ?

1.2 HIPÓTESES DE ESTUDO

Algumas hipóteses de estudo podem ser formuladas no entorno deste

questionamento:

H0: A sistemática de capacitação dos RCC não atende às novas

necessidades de capacitação da Guarnição da Nova Família de Blindados Sobre

Rodas Guarani (NFBSR) se for adotada pelos RC Mec .

H1: A sistemática de capacitação dos RCC atende às novas necessidades de

capacitação da Guarnição da Nova Família de Blindados Sobre Rodas Guarani

(NFBSR) se for adotada pelos RC Mec .

1.3 OBJETIVO

1.3.1 Objetivo Geral

Este estudo tem como objetivo geral levantar subsídios para otimizar a

CTTEP nos RC Mec a serem dotados com a plataforma da NFBSR Guarani para

aperfeiçoar e modernizar a capacitação dos Recursos Humanos necessários à

operação desta Família de Blindados e, consequentemente, de todos os outros

blindados mecanizados do EB.

1.3.2 Objetivos Específicos

A fim de viabilizar a consecução do objetivo geral de estudo, foram

formulados os objetivos específicos abaixo relacionados, que permitirão o

encadeamento lógico do raciocínio descritivo apresentado:

a) Expor a sistemática de capacitação da guarnição de blindados nos RCC;

Page 24: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

23

b) Descrever a Nova Família de Blindados Sobre Rodas (NFBSR) Guarani;

c) Caracterizar a necessidade de capacitação da Guarnição da NFBSR Guarani;

e

d) Apresentar se a sistemática de capacitação empregada nos RCC atende as

necessidades de capacitação dos RC Mec com a chegada da NFBSR.

1.4 JUSTIFICATIVA

O Exército está em plena execução de seus projetos estratégicos e conta com

o Projeto Guarani como vetor de desenvolvimento da Nova Família de Blindados

Sobre Rodas (NFBSR), que possibilitará a modernização de todas as tropas

mecanizadas e a substituição do material de emprego militar obsoleto.

Desde o fim da guerra fria, o mundo vem passando por sucessivas mudanças

em todos os campos e esta instabilidade no cenário mundial está gerando o

aparecimento de diversos conflitos. Esses fatores modificaram o modo de operar

das forças militares, particularmente das forças terrestres, potencializadas pela

evolução e acesso às novas tecnologias, provocando a rápida inserção de novos

atores no contexto dos conflitos.

A imprevisibilidade dos conflitos tem requerido tropas altamente adestradas, com alto poder de fogo e proteção blindada, porém de forma seletiva. Para isso, os antigos paradigmas da Era Industrial devem ser repensados, a fim de que sejam apresentadas novas soluções no contexto da era do conhecimento, onde as estruturas devem ser baseadas em conceitos de flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade e sustentabilidade. Nesta linha de pensamento, buscando uma solução integradora e que possa agregar o maior número possível de capacidades, a fim de dar uma pronta resposta ao cenário delineado, surge a NFBSR. Esta foi concebida para dotar as organizações militares de meios mecanizados, considerando todas as modificações introduzidas no moderno combate e incorporando as novas tendências para o desenvolvimento de viaturas blindadas sobre rodas. (BRASIL, 2013, p. 2).

Para atuar nessa problemática, o referido projeto estratégico é considerado

um dos indutores do processo de transformação do Exército e está alinhado com a

Estratégia Nacional de Defesa MEM (END), com a hipótese de emprego “C”, e com

as Condicionantes Doutrinárias e Operacionais da NFBSR, além de também estar

amparado nas bases de modernização da doutrina e emprego da Força Terrestre.

A NFBSR é um assunto altamente relevante para a instituição por ter sido

contemplada com o repasse do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)

Page 25: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

24

para equipamentos de defesa oriundos do Governo Federal. Durante anúncio no

Palácio do Planalto, foi destacado que recursos destinados ao Ministério da Defesa

vão estimular a economia e reequipar as Forças Armadas, bem como fomentar a

indústria de defesa nacional, o que ratifica a relevância do tema.

Além disso, a abordagem da proposta traz outras vantagens e benefícios,

como a adequação doutrinária, especificamente no que tange a formação das

guarnições. Assim, como temos uma grande defasagem dos Materiais de Emprego

Militar/Produto de Defesa (MEM/ProDe) atuais, a capacitação dos operadores de

blindados e a formação técnica destes também se encontram ultrapassadas e com a

chegada da NFBSR devem ser readequadas.

Desta forma, o Exército Brasileiro, o Comando de Operações Terrestres

(COTer), o Centro de Instrução de Blindados, as escolas de formação, e

principalmente, as Unidades Mecanizadas que estão recebendo as Viaturas Guarani

serão as mais beneficiadas com os resultados alcançados, pois poderão contar com

este estudo como proposta/direção para a capacitação de pessoal e o conhecimento

produzido será altamente relevante para as ciências militares.

Page 26: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

25

2 REVISÃO DE LITERATURA

Durante a realização do presente estudo será procedida uma revisão da

literatura existente sobre o tema, a fim de embasar e qualificar a pesquisa. Por meio

dela será possível identificar a lacuna que originou o problema de pesquisa proposto

e vislumbrar os pressupostos teóricos que sustentarão as questões de estudo

apresentadas.

A ordenação progressiva dos assuntos componentes obedece a uma lógica

coerente com os objetivos específicos formulados, colaborando com o intuito de

atingir o objetivo geral definido. Assim, esta parte do estudo apresentará as

definições atuais existentes e os principais trabalhos produzidos recentemente

acerca dos assuntos abordados. Ao ser complementada por uma análise posterior,

que abrangerá também outros dados a serem obtidos, contribuirá na elaboração de

conclusões que estejam de acordo com os resultados esperados.

Em linhas gerais, a sequência dos capítulos se inicia com a apresentação do

Combate Moderno e a Doutrina Delta, da Estratégia Nacional de Defesa, do Livro

Branco de Defesa e dos Projetos Estratégicos do Exército, descrevendo-os sob o

enfoque da transformação e modernização refletidas no Exército Brasileiro

atualmente. Ainda neste escopo, serão apresentados estudos da modernização da

Cavalaria Mecanizada e das Condicionantes Doutrinárias e Operacionais da

NFBSR-Guarani.

Finalizando o estudo, será abordada a capacitação da guarnição da NFBSR

Guarani e as contribuições para a tropa mecanizada.

2.1 O COMBATE MODERNO E AS DIRETRIZES PARA O EXÉRCITO BRASILEIRO

Atento ao novo cenário que se tem apresentado nos conflitos mundiais, o

Exército Brasileiro vem buscando adequar a doutrina militar de emprego da Força

Terrestre (F Ter) e os Materiais de Emprego Militar (MEM) às novas exigências do

combate moderno. É o caso da implementação da Doutrina Delta na Força Terrestre

que, entre outros aspectos, prioriza manobras de flanco de maior envergadura, o

combate continuado, a iniciativa, a rapidez, a flexibilidade e a sincronização das

ações no campo de batalha.

Page 27: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

26

2.1.1 A Diretriz Geral do Comandante do Exército

O Comandante do Exército emitiu a sua percepção sobre o Exército Brasileiro

(EB). A Diretriz apresenta uma visualização de 3 (três) horizontes para a Instituição:

o EB hoje; o EB amanhã, ou a médio prazo; e o EB do futuro, ou a longo prazo. Tais

horizontes devem orientar as políticas, estratégias e diretrizes para a Força.

Estabelecendo-se uma ligação entre as Bda C Mec e a modernização do EB,

destacam-se as seguintes diretrizes:

O EB hoje: - proporcionar um nível dissuasório mínimo; - manter-se como instrumento de seletiva presença nacional, privilegiando áreas pioneiras ou onde a presença do Estado se faz intermitente; [...] - manter-se em condições de atender às solicitações para participar em missões internacionais de paz. O EB amanhã: - diminuição do hiato tecnológico; - início da recomposição de uma base mínima de material de defesa; - progressivo incremento da expressão internacional do País, trazendo, em contrapartida, o aumento de contenciosos, de pressões internacionais, inclusive para participação em forças conjuntas multinacionais e o início da capacitação para operações autônomas, com efetivos limitados, em outras partes do mundo; [...] - aumento da capacidade dissuasória; [...]. O EB do futuro: - preponderância absoluta da Estratégia da Dissuasão, com incremento da participação na Projeção do Poder; - estrutura e capacitação para ampla participação internacional, em correspondência à posição de destaque do País; - capacidade para manter a lei e a ordem em situações de excepcional nível de gravidade; - equipamento da Força desenvolvido pela indústria, dentro e/ou fora do País, em atendimento a requisitos estabelecidos antecipadamente pelo EB; [...]. (BRASIL, 2011a).

Segundo o Comandante do EB, o equipamento da F Ter pode ser

desenvolvido dentro ou fora do país, em atendimento aos requisitos estabelecidos

pelo Exército Brasileiro. Essa premissa vai ao encontro das principais características

da NFBSR e a evolução da Doutrina Militar Terrestre.

2.1.2 A evolução da Doutrina Militar Terrestre

Basicamente, a Doutrina Militar Terrestre trata de assuntos relacionados à

estratégia operacional e à tática, até o nível TOT – Teatro de operações Terrestre,

sendo definida como "o conjunto de valores, princípios gerais, conceitos básicos,

Page 28: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

27

concepções, normas, métodos e processos que visam definir a estrutura

organizacional, o equipamento e a forma de combater da Força Terrestre (FT)". Os

produtos finais nesse nível são os manuais de campanha, manuais técnicos,

Quadros de Organização (QO) e, por fim, Condicionantes Doutrinárias e

Operacionais (ConDOp)1, que é a base doutrinária para a elaboração dos Requisitos

Operacionais Básicos (ROB)2. Para a obtenção desses produtos, o SIDOMT

(Sistema de Doutrina Militar Terrestre) utiliza-se das atividades de pesquisas

doutrinárias, experimentações doutrinárias e seminários de doutrina.

A organização, o armamento, o equipamento e a forma de emprego do EB

são definidos por esse sistema. São objetivos do SIDOMT, no nível operacional, os

seguintes:

I - consolidar e desenvolver a doutrina segundo características próprias e autóctones; II - proporcionar, por intermédio do emprego intensivo de técnicas de investigação e estudos prospectivos, o desenvolvimento da doutrina; III - contribuir para a definição e obtenção de padrões de eficiência compatíveis com um exército moderno; IV - obter unidade de doutrina no âmbito da Força Terrestre, buscando integrar-se com os sistemas de doutrina das demais Forças Singulares; (IG 20-13) – Instruções Gerais para a Organização e Funcionamento do Sistema de Doutrina Militar Terrestre (BRASIL, 2012b, p. 4).

Nesse contexto, está inserido o processo de modernização das Unidades

Mecanizadas e atualmente estão publicadas as ConDOp e os ROB referentes à

nova geração de Vtr Mec do EB, e diversos estudos estão sendo realizados de

forma que nasça uma nova linha de Vtr que atenda às necessidades do EB. Este

projeto de uma NFBSR já apresentou a plataforma básica, conhecida como Guarani,

atualmente em testes em diversas Unidades Militares.

Esta plataforma esta alinhada com as novas necessidades do combate

moderno que concebeu a Doutrina Delta empregada pelo Exército Brasileiro.

1 Parâmetros que definem o emprego doutrinário do material e o desempenho esperado do mesmo, considerada a doutrina de emprego da Força Terrestre.

2 Características de um material (armamento/equipamento) restritas aos aspectos operacionais.

Page 29: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

28

2.1.3 A Doutrina Delta

Guerras multidimensionais, com ênfase na iniciativa, agilidade e

sincronização das ações, além da capacidade de gerenciamento das informações,

praticamente obrigarão as nações a abandonarem antigos padrões e se lançarem à

modernização de suas doutrinas.

Ainda segundo Ribeiro (2007), ”o surgimento de armamentos de grande

letalidade e a utilização intensiva do espectro eletromagnético elevam a

complexidade dos conflitos atuais”. Nesse contexto, a conquista e a manutenção da

iniciativa e a rapidez das operações, visando à exploração das vulnerabilidades do

inimigo, tendem a constituir-se em princípios básicos na condução das operações. A

iniciativa possibilita a manutenção do espírito ofensivo e a preservação da liberdade

de ação.

Coerente com as novas necessidades impostas pelo combate moderno, o

EME vem atualizando os conceitos doutrinários que orientam o preparo e o emprego

da F Ter. Esses fundamentos orientarão a atuação do EB no cumprimento de suas

missões constitucionais, particularmente o combate convencional no âmbito da

defesa externa, em Área Operacional do Continente (AOC), com exceção da

Amazônia.

A concepção geral da Doutrina Delta é a seguinte:

- combate ofensivo, com grande ímpeto, e valorização da manobra; - ação simultânea em toda a profundidade do campo de batalha e combate não linear; - busca do isolamento do campo de batalha com ênfase na destruição da força inimiga; - priorização das manobras de flanco; - máximo poder relativo de combate no momento e local decisivos; - combate continuado com a máxima utilização das operações noturnas e do ataque de oportunidade; - valorização da infiltração como forma de manobra; - busca da iniciativa, da rapidez, da flexibilidade e da sincronização das operações; - valorização dos princípios do objetivo, ofensiva, manobra, massa, surpresa e unidade de comando; - mínimo de perdas para as nossas forças e populações civis envolvidas; - decisão da campanha no mais curto prazo (BRASIL,1996, p. 1-5).

Além da própria inserção da Doutrina Delta na DMT, alguns trechos extraídos

das IP 100-1 corroboram a importância da modernização dos meios mecanizados do

Exército:

Page 30: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

29

[...] f. O aspecto dinâmico da doutrina não pode permitir sua subordinação a dogmas que impeçam a sua atualização, devendo ela refletir a natureza dos conflitos do presente e estar de acordo com as possibilidades tecnológicas, presentes e futuras. Além disso, serve para orientar a aquisição e desenvolvimento de novos materiais de emprego militar e a criação e transformação de organizações militares. [...] h. A aquisição de novos e modernos equipamentos, a adoção de novas estruturas organizacionais, mais leves e flexíveis, [...] exigem a atualização dos conceitos doutrinários vigentes, adequando-os às novas capacidades da F Ter e aperfeiçoando-os em consonância com as necessidades impostas pelo combate hodierno. i. A despeito das características peculiares do que se convencionou chamar Área Operacional do Continente (AOC), não há como fugir às realidades a que chegaram os pensadores militares dos países mais desenvolvidos. j. Portanto, a lógica aponta para que, também sob esse prisma, a tendência seja de uma evolução doutrinária no sentido de acompanhar as experiências externas, adaptando-as, quando aplicáveis, às nossas realidades. (BRASIL,1996, p. 1-2)

Esta doutrina enfatiza o combate ofensivo, prioriza as manobras de flanco,

busca conduzir ações em toda a profundidade do campo de batalha e o combate

não linear continuado, com a máxima utilização de operações noturnas, ataques de

oportunidade, infiltrações e incursões, valorizando a destruição do inimigo e a

decisão da batalha no mais curto prazo possível. Reflete a natureza dos combates

atuais e concorre para influenciar de forma decisiva a organização e a concepção de

emprego das unidades mecanizadas, valorizando as missões de movimento e

provocando evoluções na doutrina e nas características do seu material de dotação.

O combate não linear continuado, conduzido em toda a profundidade do

campo de batalha e em larga frente, no qual as operações em áreas urbanas serão

enfatizadas, exigirá que as viaturas das unidades mecanizadas possuam uma

mobilidade compatível através do campo e adequada proteção blindada. É desejável

que tenham baixa dependência logística, sejam dotadas de armamento que propicie

uma maior possibilidade de engajamento de alvos e alcance de emprego eficaz.

Além disso, devem ser equipadas com meios de comunicações modernos e

compatíveis com as frentes onde atuarão.

A fim de adaptar-se sistematicamente aos dinâmicos cenários emergentes, a

maioria dos exércitos implementa programas de modernização que visam adaptar

suas estruturas operacionais e, de modo particular, seus sistemas de armas às

contingências do difuso combate moderno.

Nesse sentido, a homogeneidade dos meios mecanizados leves e médios das

Unidades Mecanizadas está perfeitamente alinhada com os parâmetros atuais do

EB em sua visão de futuro.

Page 31: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

30

Contudo, a preocupação do Exército Brasileiro em sua visão de futuro

também deve estar alinhada com os interesses e objetivos nacionais, nesse ínterim

surge o Livro Branco da Defesa.

2.2 O LIVRO BRANCO DA DEFESA NACIONAL

O Livro Branco da Defesa (2012) é um documento público, que expõe a visão

do Governo sobre o tema da defesa a ser apresentado à comunidade nacional e

internacional que passa pela aprovação do Congresso Nacional e a cada quatro

anos serão enviadas atualizações não apenas do livro, mas da própria Política de

Defesa Nacional e da Estratégia Nacional de Defesa.

Utilizado em muitas outras nações, o objetivo do livro é estimular a confiança

mútua entre o Brasil e os demais países, ao fazer apresentação transparente de

temas sensíveis de segurança e defesa. Ali estarão dados estratégicos,

orçamentários, institucionais e materiais detalhados sobre as Forças Armadas e a

defesa, da política e da estratégia de defesa, além de descrever os tipos de armas,

os veículos, os navios, os aviões e as tecnologias empregadas.

Segundo o Ministério da Defesa, que coordenou a elaboração do Livro

Branco, a publicação é “uma poderosa ferramenta de ampliação da participação civil

nos assuntos de defesa” ( ) e servirá para ampliar, de modo significativo o

conhecimento dos próprios militares sobre o setor. Para a confecção da obra,

seminários e encontros foram realizados, recolhendo informações e opiniões de

especialistas, organizações não governamentais, do setor industrial e do público em

geral.

Diversos entendimentos acerca de assuntos ligados a defesa nacional

constam da referida obra e serão expostos a seguir.

A manutenção da estabilidade regional e a construção de um ambiente

internacional mais cooperativo, de grande interesse para o Brasil, serão favorecidos

pela ação conjunta dos Ministérios da Defesa (MD) e das Relações Exteriores

(MRE).

A Política Nacional de Defesa (PND), a Estratégia Nacional de Defesa (END)

e o Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN) representam marcos históricos no

sentido da afirmação e divulgação dos fundamentos e parâmetros da defesa. A

Política e a Estratégia assinalam responsabilidades na promoção do interesse

Page 32: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

31

nacional, em particular nos temas afetos a desenvolvimento e segurança do País,

evidenciam a necessidade de fortalecimento dos mecanismos de diálogo entre o MD

e o Itamaraty no sentido de aproximação de suas inteligências e no planejamento

conjunto.

No plano global, a participação articulada de militares e diplomatas em fóruns

multilaterais (Conselho de Defesa Sul-Americano e diálogos político-militares)

incrementa a capacidade de as políticas externa e de defesa do País se

anteciparem, de maneira coerente e estratégica, às transformações do sistema

internacional e de suas estruturas de governança, facilita, assim, a tarefa de

defender os interesses brasileiros no exterior.

Essa atuação conjugada deve visar à diversificação de parcerias, de maneira

a fortalecer as relações entre países em desenvolvimento, sem prejuízo das

relações tradicionais com parceiros do mundo desenvolvido. Ao mesmo tempo em

que o Brasil busca otimizar as condições de obtenção de tecnologia dos países mais

desenvolvidos, o perfil das nações que compõem o grupo BRICS e o Fórum IBAS

(Índia, Brasil e América do Sul) demonstra que há grandes possibilidades de

cooperação entre países em desenvolvimento, mesmo em áreas de tecnologias

avançadas.

“Dotado de uma capacidade adequada de defesa, o Brasil terá condições de

dissuadir agressões a seu território, a sua população e a seus interesses,

contribuindo para a manutenção de um ambiente pacífico em seu entorno. Ao

mesmo tempo, e de modo coerente com a política cooperativa do País, a crescente

coordenação dos Estados sul-americanos em temas de defesa concorrerá para

evitar possíveis ações hostis contra o patrimônio de cada uma das nações da região.

Pela dissuasão e pela cooperação, o Brasil fortalecerá, assim, a estreita

vinculação entre sua política de defesa e sua política externa, historicamente

voltadas para a causa da paz, da integração e do desenvolvimento.”

A Estratégia Nacional de Defesa (END), lançada em 2008 e revista em 2012,

traçou metas para assegurar que os objetivos da Defesa Nacional pudessem ser

atingidos. As diretrizes estabelecidas na END estão voltadas para a preparação das

Forças Armadas com capacidades adequadas para garantir a segurança do País,

tanto em tempo de paz, quanto em situações de crise. O objetivo da Estratégia é

atender as necessidades de equipamento das Forças Armadas, privilegiando o

domínio nacional de tecnologias avançadas e maior independência tecnológica.

Page 33: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

32

“Uma estrutura de defesa adequada garante maior estabilidade para o País e,

assim, um ambiente propício para que o Estado brasileiro alcance os objetivos

nacionais.

Em sintonia com as lições aprendidas das guerras contemporâneas e as

tendências dos conflitos do futuro, o Exército desenvolve o seu preparo com base

em capacidades, pois estas fornecem à Instituição ferramentas para responder, com

estratégia e efetividade, aos desafios difusos que o porvir apresentará.

As novas capacidades consideradas prioritárias para consolidação do

Exército são:

1. dissuasão terrestre compatível com o status do País;

2. projeção internacional do Exército em apoio à política exterior do Brasil;

3. atuação no espaço cibernético com liberdade de ação;

4. prontidão logística da Força Terrestre;

5. interoperabilidade (com as demais Forças Singulares) e

complementaridade (com outros órgãos e agências);

6. gestão integrada em todos os níveis;

7. efetividade da doutrina militar;

8. maior ênfase na dimensão humana;

9. fluxo orçamentário adequado;

10. produtos de defesa vinculados às capacidades operacionais; e

11. gestão sistêmica da informação operacional.”

O Exército tem buscado modernizar seus equipamentos e armamentos, bem

como a proficiência de seus integrantes. Para atender às demandas estratégicas,

constatou-se a necessidade de que o Exército não apenas se adapte e modernize,

mas adote o conceito de transformação. Transformação significa desenvolver

capacidades diferenciadas para cumprir novas funções, sejam elas decorrentes do

atual ambiente operacional, ou funções ainda não identificadas.

Coerentemente com a dinâmica evolução da conjuntura, o Exército iniciou um

Processo de Transformação, que será contínuo e orientado por um Projeto de Força.

O Processo e o Projeto estão inseridos no Sistema de Planejamento do Exército.

A partir da Estratégia Nacional de Defesa, o Estado-Maior do Exército realizou

um diagnóstico da Força Terrestre e propôs ações para sua adequação às novas

Page 34: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

33

demandas do Estado e da sociedade brasileira, que resultaram na Estratégia Braço

Forte (EBF).

“Na elaboração da EBF, foram consideradas as seguintes premissas

estabelecidas na Estratégia Nacional de Defesa:

1. o Exército será organizado sob a égide do trinômio

monitoramento/controle, mobilidade e presença;

2. deverá possuir mobilidade estratégica para responder prontamente a

qualquer ameaça ou agressão;

3. deverá articular suas reservas estratégicas para permitir a rápida

concentração e emprego de Forças;

4. adensará a presença de suas unidades nas fronteiras;

5. a Amazônia representa um dos focos de maior interesse para a defesa

e deverá ser mantida em elevada prioridade para a articulação e o

equipamento das tropas;

6. deverá desenvolver, para atender aos requisitos de monitoramento/

controle, mobilidade e presença, o conceito de flexibilidade em

combate; e

7. deverá desenvolver o imperativo da elasticidade, que é a capacidade

de aumentar rapidamente o dimensionamento de suas tropas.

Em decorrência da estratégia e programas anteriormente citados, foram

selecionados projetos prioritários com a finalidade de transformar a Força Terrestre,

dotando suas brigadas com os meios de transporte, equipamentos, armamentos e

suprimentos, de modo a adequar as capacidades operativas à demanda e ao nível

de modernização desejados. São eles:

Recuperação da Capacidade Operacional da Força Terrestre (RECOP),

Sistema de Proteção Cibernética – Defesa Cibernética, Sistema Integrado de

Monitoramento das Fronteiras Terrestres (SISFRON), Sistema Integrado de

Proteção de Estruturas Estratégicas Terrestres Críticas (PROTEGER), Nova Família

de Veículos Blindados de Rodas de Fabricação Nacional – Guarani, Sistema de

Defesa Antiaérea e Sistema de Mísseis e Foguetes ASTROS 2020.

Os projetos estratégicos prioritários têm por objetivo dotar as Brigadas do

Exército Brasileiro com equipamentos, armamentos, meios de transporte e

suprimentos em quantidade compatível com a demanda e o nível de modernização

Page 35: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

34

desejados. Devem proporcionar à Força Terrestre capacidade para ser empregada,

de forma eficaz, nas operações de defesa externa, nas operações de Garantia da

Lei e da Ordem (GLO), nas ações subsidiárias em apoio à Defesa Civil e à proteção

ambiental e em ações de segurança em grandes eventos.”

Especificamente, o Projeto Guarani, como consta no Livro Branco da Defesa,

consiste na implantação da Nova Família de Blindados Sobre Rodas (NFBSR) do

Exército Brasileiro, concebida para dotar as unidades mecanizadas de novos

blindados que incorporam as mais recentes tendências e evoluções tecnológicas.

No contexto da Estratégia Nacional de Defesa, o projeto contribui para a

aquisição de novas capacitações, fortalecendo a indústria brasileira com a obtenção

de tecnologia dual. É prevista a aquisição, ao longo de 20 (vinte) anos, de 2.044

(dois mil e quarenta e quatro) Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Guarani

(VBTP) de concepção brasileira. A nova VBTP já passou pelos testes de avaliação e

o Exército Brasileiro recebeu sua primeira unidade em junho de 2012.

O Projeto Guarani inclui também diversos subprojetos, dentre os quais se

destacam: Pesquisa e Desenvolvimento, Suporte Logístico Integrado (SLI),

Nacionalização da Munição, Capacitação Profissional, Infraestrutura, Comando e

Controle, Simulação, Doutrina e Gestão.

A NFBR inclui uma subfamília média — reconhecimento, transporte de

pessoal, morteiro, socorro, posto de comando, posto rádio, central diretora de tiro,

oficina e ambulância — e uma subfamília leve — reconhecimento, anticarro, morteiro

leve, radar, posto de comando e observação avançada. A Previsão de conclusão do

Projeto Guarani é no ano de 2034 e o valor global estimado é de 21 (vinte e um)

bilhões de reais.

2.3 A ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA

O Brasil desfruta, a partir de sua estabilidade política e econômica, uma

posição de destaque no contexto internacional, o que exige nova postura no campo

da Defesa, a ser consolidada através do envolvimento do povo brasileiro. À

sociedade caberá, por intermédio de seus representantes do sistema democrático e

por meio da participação direta no debate, aperfeiçoar as propostas apresentadas.

Com vistas a essa posição e em cumprimento à determinação do Decreto

Presidencial de 6 de setembro de 2007, que criou o Comitê Ministerial para a sua

Page 36: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

35

formulação, presidido pelo Ministro de Estado da Defesa, coordenado pelo Ministro

de Estado Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos e integrado pelos Ministros

do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Fazenda e da Ciência e Tecnologia,

assistidos pelos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica foi

elaborada a Estratégia Nacional de Defesa do Brasil.

Com o intuito de debater o assunto e em função da natureza do seu

conteúdo ser dirigido à concretização de interesses do Estado e de toda a

sociedade, o Comitê consultou especialistas, representantes de diversos órgãos

públicos e privados, bem como cidadãos de reconhecido saber no campo da Defesa,

além dos próprios Comandantes das três Forças Armadas e seus principais

assessores.

O Plano é focado em ações estratégicas de médio e longo prazo e objetiva

modernizar a estrutura nacional de defesa, atuando em três eixos estruturantes:

reorganização das Forças Armadas, reestruturação da indústria brasileira de

material de defesa e política de composição dos efetivos das Forças Armadas.

A reorganização das Forças Armadas passa pela redefinição do papel do

Ministério da Defesa e a enumeração de diretrizes estratégicas relativas a cada uma

das Forças, com a especificação da relação que deve prevalecer entre elas. Ao lado

dessas diretrizes aborda-se o papel de três setores decisivos para a defesa

nacional: o cibernético, o espacial e o nuclear.

A reestruturação da indústria brasileira de material de defesa tem como

propósito assegurar que o atendimento das necessidades de equipamento das

Forças Armadas apoie-se em tecnologias sob domínio nacional.

Finalmente, orienta-se a relação da sociedade com suas Forças Armadas e

discute-se a composição dos efetivos militares, com sua consequência sobre o

futuro do Serviço Militar Obrigatório. O propósito é zelar para que as Forças

Armadas reproduzam, em sua composição, a própria Nação. O Serviço Militar

Obrigatório deve, pois, funcionar como espaço republicano, no qual possa a Nação

encontrar-se acima das classes sociais.

Nessas condições, a Estratégia Nacional de Defesa visa colocar as questões

de defesa na agenda nacional e de formular um planejamento de longo prazo para a

defesa do País é fato inédito no Estado brasileiro. Marca uma nova etapa no

tratamento de tema tão relevante, intrinsecamente associado ao desenvolvimento

nacional. Reafirma o compromisso de todos nós, cidadãos brasileiros, civis e

Page 37: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

36

militares, com os valores maiores da soberania, da integridade do patrimônio e do

território e da unidade nacionais, dentro de um amplo contexto de plenitude

democrática e de absoluto respeito aos nossos vizinhos, com os quais mantemos e

manteremos uma relação cada vez mais sólida de amizade e cooperação.

A Estratégia Nacional de Defesa é o vínculo entre o conceito e a política de

independência nacional, de um lado, e as Forças Armadas para resguardar essa

independência, de outro. Trata de questões políticas e institucionais decisivas para a

defesa do País, como os objetivos da sua “grande estratégia” e os meios para

fazerem com que a Nação participe da defesa. Aborda, também, problemas

propriamente militares, derivados da influência dessa “grande estratégia” na

orientação e nas práticas operacionais das três Forças.

“A Estratégia Nacional de Defesa organiza-se em torno de três eixos

estruturantes:

O primeiro eixo estruturante diz respeito a como as Forças Armadas devem

se organizar e se orientar para melhor desempenharem sua destinação

constitucional e suas atribuições na paz e na guerra. Enumeram-se diretrizes

estratégicas relativas a cada uma das Forças e especifica-se a relação que deve

prevalecer entre elas. Descreve-se a maneira de transformar tais diretrizes em

práticas e capacitações operacionais e propõe-se a linha de evolução tecnológica

necessária para assegurar que se concretizem.

A análise das hipóteses de emprego das Forças Armadas – para resguardar o

espaço aéreo, o território e as águas jurisdicionais brasileiras – permite dar foco

mais preciso às diretrizes estratégicas. Nenhuma análise de hipóteses de emprego

pode, porém, desconsiderar as ameaças do futuro. Por isso mesmo, as diretrizes

estratégicas e as capacitações operacionais precisam transcender o horizonte

imediato que a experiência e o entendimento de hoje permitem descortinar.

Ao lado da destinação constitucional, das atribuições, da cultura, dos

costumes e das competências próprias de cada Força e da maneira de sistematizá-

las em estratégia de defesa integrada, aborda-se o papel de três setores decisivos

para a defesa nacional: o espacial, o cibernético e o nuclear. Descreve-se como as

três Forças devem operar em rede – entre si e em ligação com o monitoramento do

território, do espaço aéreo e das águas jurisdicionais brasileiras.

Page 38: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

37

O segundo eixo estruturante refere-se à reorganização da indústria nacional

de material de defesa, para assegurar que o atendimento das necessidades de

equipamento das Forças Armadas apoie-se em tecnologias sob domínio nacional.

O terceiro eixo estruturante versa sobre a composição dos efetivos das

Forças Armadas e, consequentemente, sobre o futuro do Serviço Militar Obrigatório.

Seu propósito é zelar para que as Forças Armadas reproduzam, em sua

composição, a própria Nação – para que elas não sejam uma parte da Nação paga

para lutar por conta e em benefício das outras partes. O Serviço Militar Obrigatório

deve funcionar como espaço republicano, no qual possa a Nação encontrar-se

acima das classes sociais.

Entre as diversas diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa as seguintes se

relacionam intimamente com o trabalho em estudo:

1. Dissuadir a concentração de forças hostis nas fronteiras terrestres, nos

limites das águas jurisdicionais brasileiras, e impedir-lhes o uso do

espaço aéreo nacional. Para dissuadir, é preciso estar preparado para

combater. A tecnologia, por mais avançada que seja, jamais será

alternativa ao combate. Será sempre instrumento do combate;

2. Organizar as Forças Armadas sob a égide do trinômio

monitoramento/controle, mobilidade e presença. Esse triplo imperativo

vale, com as adaptações cabíveis, para cada Força. Do trinômio resulta

a definição das capacitações operacionais de cada uma das Forças;

3. Desenvolver as capacidades de monitorar e controlar o espaço aéreo,

o território e as águas jurisdicionais brasileiras. Tal desenvolvimento

dar-se-á a partir da utilização de tecnologias de monitoramento

terrestre, marítimo, aéreo e espacial que estejam sob inteiro e

incondicional domínio nacional;

4. Desenvolver, lastreado na capacidade de monitorar/controlar, a

capacidade de responder prontamente a qualquer ameaça ou

agressão: a mobilidade estratégica. A mobilidade estratégica é

entendida como a aptidão para se chegar rapidamente ao teatro de

operações, reforçada pela mobilidade tática, entendida como a aptidão

para se mover dentro daquele teatro – é o complemento prioritário do

monitoramento/controle e uma das bases do poder de combate,

exigindo das Forças Armadas ação que, mais do que conjunta, seja

Page 39: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

38

unificada. O imperativo de mobilidade ganha importância decisiva,

dada a vastidão do espaço a defender e a escassez dos meios para

defendê-lo. O esforço de presença, sobretudo ao longo das fronteiras

terrestres e nas partes mais estratégicas do litoral, tem limitações

intrínsecas. É a mobilidade que permitirá superar o efeito prejudicial de

tais limitações;

5. Aprofundar o vínculo entre os aspectos tecnológicos e os operacionais

da mobilidade, sob a disciplina de objetivos bem definidos;

6. Capacitar a indústria nacional de material de defesa para que conquiste

autonomia em tecnologias indispensáveis à defesa; e

7. Desenvolver, para atender aos requisitos de monitoramento/controle,

mobilidade e presença, o conceito de flexibilidade no combate.

Sobre estas três últimas diretrizes, cabe ressaltar que a indústria nacional de

material de defesa será incentivada a competir em mercados externos para

aumentar a sua escala de produção. A consolidação da União de Nações Sul-

Americanas poderá atenuar a tensão entre o requisito da independência em

produção de defesa e a necessidade de compensar custo com escala, possibilitando

o desenvolvimento da produção de defesa em conjunto com outros países da região.

Serão buscadas parcerias com outros países, com o propósito de desenvolver

a capacitação tecnológica e a fabricação de produtos de defesa nacionais, de modo

a eliminar, progressivamente, a compra de serviços e produtos importados. Sempre

que possível, as parcerias serão construídas como expressões de associação

estratégica mais abrangente entre o Brasil e o país parceiro. A associação será

manifestada em colaborações de defesa e de desenvolvimento e será pautada por

duas ordens de motivações básicas: a internacional e a nacional.

Isso exigirá, sobretudo na Força Terrestre, que as forças convencionais

cultivem alguns predicados atribuídos à forças não-convencionais. Somente Forças

Armadas com tais predicados estarão aptas para operar no amplíssimo espectro de

circunstâncias que o futuro poderá trazer.

O Exército, embora seja empregado de forma progressiva nas crises e

conflitos armados, deve ser constituído por meios modernos e por efetivos muito

bem adestrados.”

Page 40: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

39

O Exército não terá dentro de si uma vanguarda. O Exército será todo ele

uma vanguarda. A concepção do Exército como vanguarda tem, como expressão

prática principal, a sua reconstrução em módulo brigada, que vem a ser o módulo

básico de combate da Força Terrestre. Na composição atual do Exército, as

brigadas das Forças de Ação Rápida Estratégicas são as que melhor exprimem o

ideal de flexibilidade e mobilidade.

A qualificação do módulo brigada como vanguarda exige amplo espectro de

meios tecnológicos, desde os menos sofisticados, tais como radar portátil e

instrumental de visão noturna, até as formas mais avançadas de comunicação entre

as operações terrestres e o monitoramento espacial.

O entendimento da mobilidade tem implicações para a evolução dos blindados, dos meios mecanizados e da artilharia. Uma implicação desse entendimento é harmonizar, no desenho dos blindados e dos meios mecanizados, características técnicas de proteção e movimento. Outra implicação, nos blindados, nos meios mecanizados e na artilharia, é priorizar o desenvolvimento de tecnologias capazes de assegurar precisão na execução do tiro (BRASIL. 2008).

Com foco no desenvolvimento da Estratégia Nacional de Defesa e alicerçado

nos eixos estruturantes mencionados, o Exército Brasileiro estabeleceu seus

projetos Estratégicos.

2.3.1 Os Projetos Estratégicos do Exército

A Estratégia Nacional de Defesa (END) consolidou a necessidade de

transformação das Forças Armadas em desenvolver novas capacidades adequadas

à dimensão político-estratégica de um Brasil forte e soberano.

A Estratégia está focada em ações estratégicas de médio e longo prazos e

objetiva modernizar a estrutura nacional de defesa, atuando em três eixos:

reorganização e rearticulação das Forças Armadas; fortalecimento da indústria de

material de defesa; e política de composição dos efetivos das Forças Armadas.

O que a Estratégia Nacional de Defesa estabelece para as Forças Armadas

ultrapassa a simples modernização dos meios ou adaptação de suas estruturas.

Prevê a transformação das Forças no sentido de lhes habilitar a defender o Brasil.

Transformar, neste caso, significa dotar as Forças Armadas de novas estruturas e

Page 41: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

40

capacidades para cumprir suas missões e desempenhar as funções do combate

moderno na era do conhecimento.

Nesse contexto, o Exército Brasileiro desenvolveu vários projetos. Destes,

sete são estratégicos pela importância, abrangência e impacto que produzirão em

todos os sistemas da Força, cujos fatores críticos concentram-se em quatro

principais áreas: doutrina, recursos (humanos e financeiros), inovação tecnológica e

gestão. Os projetos buscam atender a premissas estabelecidas na Estratégia, como

a criação de mentalidade de defesa na sociedade brasileira e o emprego dos

produtos de defesa. São eles: Defesa Cibernética; SISFRON (Sistema Integrado de

Monitoramento de Fronteiras); PROTEGER (Sistema de Proteção de Estruturas

Estratégicas); Nova Família de Blindados Sobre Rodas (NFBSR) Guarani; Foguetes

ASTROS 2020; Defesa Antiaérea e RECOP (Recuperação da Capacidade

Operacional).

O Guarani - A Nova Família de Blindados Sobre Rodas - permitirá a

substituição das viaturas ENGESA, com mais de 30 anos de utilização, com a

incorporação de modernas tecnologias. O Projeto contribui para a pesquisa e a

inovação e constitui-se num vetor de transformação da Indústria Nacional de Defesa,

gerando empregos diretos e indiretos em inúmeras áreas da cadeia produtiva.

O Guarani é fabricado pela Iveco (Sete Lagoas – MG) que até este ano,

disponibilizará 188 Vtr Guarani.

2.3.2 O Projeto Estratégico Guarani

O Projeto Estratégico Guarani é um dos 7 projetos estratégicos da Força e é o

nome dado ao projeto de desenvolvimento da Nova Família de Blindados Sobre

Rodas (NFBSR) do Exército Brasileiro, sendo concebido na década de 1990 para

servir como plataforma base dos sistemas operacionais das Brigadas de Infantaria e

Cavalaria Mecanizada. Enquanto estas já têm experiência com meios mecanizados,

aquelas ainda resultarão da transformação de algumas Brigadas de Infantaria

Motorizada.

Prevê-se que dentro de 20 anos possam ser adotadas algo em torno de 2000

(duas mil) plataformas da NFBR, de várias versões, cada qual com particularidades

e, sobretudo, tecnologias significativamente mais avançadas que as encontradas

nos meios mecanizados que o Exército Brasileiro dispõe atualmente.

Page 42: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

41

Como já mencionado, a Viatura Blindada Guarani tem a missão de substituir

as famílias de blindados Urutu e Cascavel, em operação há quase 40 anos nas

Forças Armadas. A partir do primeiro contrato assinado entre o Exército e a Iveco,

em 2012, serão entregues 188 veículos até o fim do ano de 2015 nos batalhões de

infantaria de Foz do Iguaçu (PR), Apucarana (PR), Francisco Beltrão (PR) e no

Centro de Instrução de Blindados em Santa Maria (RS).

Segundo as ConDOp(2012), a Nova Família de Blindados Sobre Rodas pode

contemplar até dezessete versões, a saber:

1- Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP);

2- Viatura Blindada de Combate de Fuzileiro (VBC Fuz);

3- Viatura Blindada de Reconhecimento (VBR);

4- Viatura Blindada de Combate Morteiro Médio (VBC Mrt Me);

5- Viatura Blindada de Combate Morteiro Pesado (VBC Mrt P);

6- Viatura Blindada Especial de Central de Direção de Tiro (VBECDT);

7- Viatura Blindada Especial Posto de Comando (VBEPC);

8- Viatura Blindada Especial de Comunicações (VBE Com);

9- Viatura Blindada Especial Socorro (VBE Soc);

10- Viatura Blindada Especial Oficina (VBE Ofn);

11- Viatura Blindada de Transporte Especializado Ambulância (VBTE Amb);

12- Viatura Blindada de Reconhecimento Leve (VBR L);

13- Viatura Blindada de Combate Anticarro - Leve de Rodas (VBC AC LR);

14- Viatura Blindada Especial Observador Avançado - Leve de Rodas (VBE

OA LR);

15- Viatura Blindada de Combate Morteiro - Leve de Rodas (VBC Mrt LR);

16- Viatura Blindada Especial Radar - Leve de Rodas (VBE Rdr LR); e

17- Viatura Blindada Especial Posto de Comando - Leve de Rodas (VBEPC

LR).

Dentre essas versões, pode-se dizer que as VBR, VBC Fuz e VBTP deverão

ser as mais numerosas, uma vez que serão a espinha dorsal das brigadas

mecanizadas. Dessa forma, estarão distribuídos por cerca de 18 (dezoito) batalhões

de infantaria mecanizada, 12 (doze) regimentos de cavalaria mecanizada e 09

(nove) esquadrões de cavalaria mecanizada.

Page 43: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

42

As diferentes versões devem possuir considerável similaridade em função de

estarem concebidas sobre a mesma plataforma básica, que incorporará tecnologias

mais avançadas que as existentes nos atuais meios mecanizados.

As grandes diferenças entre as versões estarão nos sistemas de atuação

incorporados que definirão cada uma. Dessa forma e a título de ênfase quanto à

discrepância entre os níveis tecnológicos da NFBR e dos meios mecanizados atuais,

destacam-se que os sistemas de atuação predominantes deverão ser:

a) nas VBR – sistemas de armas tripulados com canhão de calibre 90mm

ou 105mm e tecnologias tais como: instrumentos de observação e

busca de alvos tipo eletro-óptico e infravermelho (EO/IR), com

transporte automatizado de alvos do comandante para o atirador

(Hunter-killer), estabilização de armas e de instrumentos EO/IR e

capacidade de engajar alvos tanto pelo atirador quanto pelo

comandante;

b) nas VBC Fuz – sistemas de armas remotamente controlados, com

canhão de calibre 30mm e tecnologias tais como: instrumentos de

observação e busca de alvos tipo EO/IR, com rastreamento de alvos e

transporte automatizados destes do comandante para o atirador

(Hunter-killer), estabilização de armas e de instrumentos EO/IR e

capacidade de engajar alvos, tanto pelo atirador quanto pelo

comandante; e

c) nas VBTP – ou metralhadoras montadas sobre reparos não

automatizados ou sistemas de armas remotamente controlados, com

metralhadoras calibre .50 ou 7,62mm e tecnologias tais como:

instrumentos de observação e busca de alvos tipo EO/IR e

estabilização de armas e de instrumentos EO/IR.

2.3.3 A NFBSR e Suas Condicionantes Doutrinárias e Operacionais

Segundo as ConDOp(2012), a NFBR irá ampliar a Capacidade Operacional

da Força Terrestre, através da mecanização e da implantação da Bda Inf Mec, bem

como substituindo as viaturas EE- 9 Cascavel e EE-11 Urutu. Além disso, versões

da NFBR completarão as lacunas existentes nos Quadros de Distribuição de

Material (QDM) de diversas OM do Exército Brasileiro.

Page 44: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

43

“A NFBR será baseada em dois modelos básicos, um médio e um leve,

origem de duas subfamílias de blindados:

1) MÉDIA: Vtr 6x6 e 8x8, com boa mobilidade através do campo, baixa

silhueta, a partir do qual serão desenvolvidos os diversos tipos de viaturas

médias integrantes da subfamília; e

2) LEVE: Vtr do tipo 4x4, de elevada mobilidade em estradas e boa

mobilidade através do campo, baixa silhueta, a partir do qual serão

desenvolvidos os diversos tipos de viaturas leves integrantes da

subfamília.

As viaturas da NFBR deverão possuir as seguintes características gerais:

1) Absolutas:

a) ter capacidade de realizar deslocamentos a grandes distâncias;

b) desenvolver velocidades compatíveis em estrada e em terreno

variado;

c) ter condições de ser transportada por aeronave tipo C-130,

respeitadas as especificidades de cada versão;

d) autonomia superior a 600 km para as viaturas médias e a 400 km

para as viaturas leves;

e) possuir suporte logístico integrado, com elevado índice de

nacionalização e simplicidade de consecução;

f) possuir baixa assinatura visual (noturna e diurna), térmica e radar,

respeitadas as especificidades de cada versão;

g) possuir proteção contra minas terrestres anticarro, diminuindo os

danos físicos sobre a guarnição;

h) possuir boa mobilidade tática através do campo;

i) possuir capacidade para receber proteção adicional (passiva ou

reativa);

j) possuir meios de comunicações necessários a integrar os Sistemas

de Comando e Controle das estruturas dotadas de material Mec;

k) possuir capacidade de transposição de vaus, de acordo com as

especificidades de cada versão; e

l) ser capaz de integrar-se ao Sistema de Comando e Controle da F

Ter.

Page 45: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

44

2) Desejáveis:

a) possuir blindagem básica que ofereça proteção para o

compartimento habitado contra a penetração de projéteis de 7,62mm

Pf;

b) possuir proteção contra Dispositivos Explosivos Improvisados (DEI),

diminuindo os danos físicos sobre a guarnição;

c) possuir capacidade anfíbia, respeitadas as especificidades de cada

versão;

d) possuir sistema de DQBRN, diminuindo os danos físicos sobre a

guarnição;

e) possuir sistema de alerta para detecção ou designação de alvo via

laser.”

No dia 28 de agosto de 2013, através da portaria nº 43 do Estado-Maior do

Exército foram aprovadas as condicionantes doutrinárias e operacionais da NFBSR

com base, sobretudo, na Estratégia Nacional de Defesa e que estabelecem os

seguintes entendimentos nos campos doutrinário e operacional:

a. Doutrinário

Desde o fim da Guerra Fria, o mundo vem passando por sucessivas

mudanças em todos os campos do poder. Esta instabilidade no cenário mundial está

gerando o aparecimento de conflitos locais e regionais envolvendo, inclusive, atores

não estatais. Com isto, houve uma significativa transformação no modo de operar

das forças militares, particularmente, das Forças Terrestres, potencializadas pela

evolução e facilidade de aceso às novas tecnologias, pela socialização da internet,

pelo aparecimento das redes sociais e pela atuação da mídia, provocando a rápida

inserção de novos atores no contexto dos conflitos.

Esses conflitos permanecem marcados pela violência, porém, com

ingredientes que os tornam muito mais complexos, por ocorrerem em ambientes

com a presença da população civil (muitas vezes em áreas urbanas), onde a

dificuldade em identificar o oponente é ampliada, acarretando a necessidade de se

reduzir, ao máximo possível, os efeitos colaterais sobre a sociedade.

As Forças empregadas neste ambiente devem estar aptas a conduzir

operações no amplo espectro, marcadas pela realização simultânea de operações

ofensivas, defensivas, especiais, de assistência humanitária, de estabilização,

Page 46: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

45

dentre outras, e de complementar suas ações com as atividades conduzidas por

outros agentes presentes neste contexto, tais como: organizações não

governamentais (ONG), organizações internacionais (OI) e agências supranacionais,

que normalmente atuam no denominado "espaço humanitário".

A imprevisibilidade dos conflitos, outra característica marcante deste novo

cenário, tem requerido tropas altamente motivadas e adestradas com mobilidade

tática e estratégica, relativa proteção blindada e com poder de fogo capaz de fazer

face a um amplo espectro de ameaças, porém de forma seletiva. Para isso, os

antigos paradigmas da Era Industrial devem ser repensados, a fim de que sejam

apresentadas novas soluções no contexto da Era do Conhecimento, onde as

estruturas devem ser baseadas em conceitos de flexibilidade, adaptabilidade,

modularidade, elasticidade e sustentabilidade.

No bojo desse pensamento, buscando-se uma solução integradora e que

possa agregar o maior número possível de capacidades, a fim de dar uma pronta

resposta ao cenário delineado, surge a Nova Família de Blindados sobre Rodas

(NFBSR) do Exército Brasileiro, concebida para dotar as organizações militares de

meios mecanizados, considerando todas as modificações introduzidas no moderno

combate e incorporando as novas tendências para o desenvolvimento de viaturas

blindadas de rodas.

Essa NFBSR será dotada de sistema de armas capaz de atender às

necessidades supracitadas, aumentando a eficácia no emprego do armamento

coletivo, reduzindo os efeitos colaterais, aumentando o grau de proteção do

combatente e das guarnições, e evitando a exposição ao risco de seu operador (ou

de sua guarnição), podendo operar de dia ou à noite em um amplo espectro de

missões (guerra e não guerra).

b. Operacional

A fim de que as unidades mecanizadas possam estar preparadas para serem

empregadas em Operações no Amplo Espectro, com as características acima

apresentadas, a NFBR do Exército Brasileiro deve ser dotada de um sistema de

armas com as seguintes capacidades: poder de fogo capaz de atingir distâncias

superiores a 2.000m (com alta letalidade, porém de forma seletiva, a fim de se

reduzir os efeitos colaterais); que possa se contrapor a tropas de mesma natureza; e

que permita ao atirador operar o armamento em segurança de dentro da viatura,

Page 47: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

46

sem se expor, e com a possibilidade de realizar a observação diuturna do campo de

batalha, a longas distâncias (acima de 4.000m).

Desta forma, as viaturas pertencentes à NFBR deverão ser equipadas com

armamento que possibilite o engajamento antecipado do inimigo, sob condições

operacionais e de terreno adversas, bem como, ter condições de incorporar os

sistemas de armas e outros sistemas de tecnologia modernos, a serem adotados

pela Força. Além disso, devem ser aptas ao lançamento de granadas, possuir

relativa proteção blindada e meios de comando e controle que permitam o seu

emprego, com segurança, em qualquer lugar das amplas frentes que poderão ser

atribuídas às unidades mecanizadas.

Cabe ressaltar que a rede viária nacional é relativamente restrita,

caracterizando-se por poucas rodovias asfaltadas e pelo predomínio de estradas

vicinais que possuem muitos pontilhões de madeira e que, normalmente, suportam o

tráfego de viaturas entre 20 e 30 t, exigindo que estas viaturas apresentem boa

mobilidade através do campo, porém, com significativa velocidade em estradas

(alcançando a velocidade de 80km/h, quando isolada, e de 60km/h, quando em

comboio).

Além disso, na Área Operacional do Continente (AOC), em intervalos médios

de 30 km, existem cursos de água com características variadas, exigindo a

capacidade anfíbia ou de transposição de vaus por essas viaturas, assim como,

normalmente, o terreno apresenta a vegetação do tipo pastagens e plantações de

cereais, oferecendo poucas cobertas, o que exige baixa silhueta, pela restrita

possibilidade de ocultação.

2.4 O PROGRAMA DE INSTRUÇÃO MILITAR DO EXÉRCITO

O Programa de Instrução Militar (PIM/2014) do Exército estabeleceu em seu

capítulo X diversas diretrizes para a instrução das tropas blindadas, entre elas os

BIB, RCC, Regimentos de Cavalaria Blindados (RCB), entretanto, não estabeleceu

diretrizes para a instrução das tropas mecanizadas, como os Regimentos e

Esquadrões de Cavalaria Mecanizados que estão a mais de 40 anos com a família

de blindados Cascavel e Urutu e estagnadas no que se refere à instrução e

capacitação técnica e tática do seu efetivo.

Page 48: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

47

Como consta no PIM, o Exército Brasileiro adquiriu, recentemente, as

modernas Viaturas Blindadas de Combate Carro de Combate (VBC CC) Leopard

1A5 BR para mobiliar os Regimentos de Carros de Combate, em substituição às

VBC CC M60 e VBC CC Leopard 1 A1, que passaram a fazer parte dos Regimentos

de Cavalaria Blindados (RCB), e a VBC Antiaérea (AAe) Gepard 1A2 para mobiliar

as Baterias de Artilharia Antiaérea Autopropulsada (Bia AAAe AP).

Esses novos blindados (CC e AAe), além de agregarem capacidade

operacional às Bda, também demandam uma reestruturação da sistemática da

instrução militar, a fim de bem qualificar as tropas blindadas para uso desse MEM.

Portanto, é fundamental que seja dada a devida importância ao processo de

qualificação, em função da sua especificidade, continuidade e progressividade da

instrução e do adestramento.

A instrução das Forças-Tarefas Blindadas, segundo o PIM, continuará

funcionando em caráter experimental em 2014, com o objetivo de aprimorar a

formação dos militares, a fim de capacitá-los ao uso adequado dos novos MEM.

As Bia AAAe AP, dotadas com o Gepard 1A2, deverão estabelecer as bases

para a instrução com o objetivo de adequar a formação dos militares aos cargos

previstos na guarnição do carro, tendo em vista a carga tecnológica embarcada e a

necessidade de capacitação de cabos no mesmo nível dos sargentos (Cmt VBC

AAe).

O preparo das tropas blindadas tem por objetivo a constituição de Forças -

Tarefas Carros de Combate – Fuzileiro Blindado (FT CC - Fuz Bld) e a integração

com os demais sistemas operacionais. Portanto, deve-se buscar sempre a sinergia

entre todos os elementos blindados.

O Comando de Operações Terrestres (COTer) está estudando uma proposta

para equiparar o adestramento dos BIB ao adestramento dos RCC, visando manter

2 Subunidades (SU) de Efetivo Profissional (EP) prontas para constituição de FT.

Os Regimentos de Carro de Combate contam atualmente com as modernas

VBC Leopard 1 A5 BR. Essa plataforma de combate, além de tecnologias como o

canhão 105 mm estabilizado em 2 planos, possibilitando o tiro e movimento, possui

também a capacidade de operação noturna, em ambientes de pouca ou nenhuma

visibilidade, com o emprego de meios passivos de visão termal, um periscópio de

busca mais avançado, equipamento rádio de comunicação e computador de tiro com

recursos equivalentes aos mais modernos CC em utilização no mundo.

Page 49: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

48

Todos estes implementos além de agregarem uma notável capacidade

operacional aos RCC, também demandam uma reestruturação da sistemática de

instrução militar, em todos os seus aspectos, dos quais se ressalta a necessidade de

tornar a capacitação da tropa para o emprego na VBC CC Leopard 1 A 5 BR a

prioridade Nr 1 dos RCC.

Ficou estabelecido no PIM que para cumprir essas missões institucionais e

ainda capacitar a tropa com qualidade, a instrução militar dos RCC deve ser

organizada de maneira a atender 5 vertentes principais da instrução:

1) Vertente: Capacitação e aprimoramento de padrões (CAP);

2) Vertente: Qualificação operacional plena;

3) Vertente: CTTEP;

4) Vertente: GLO; e

5) Vertente: Instruções do CFC e CFSd.

Para efetivar as 3 (três) primeiras vertentes, surge a Seção de Instrução de

Blindados (SIBld) como encarregada por planejar e conduzir cada módulo de

instrução em instalações próprias e utilizando ao máximo os meios de instrução e

simulação disponíveis.

Em síntese, a organização para a instrução no RCC está designada a um

Esquadrão que, por sua vez, é o responsável pela SIBld onde deve estar

concentrada a maioria dos militares possuidores do curso de Operação da VBC

Leopard 1 A 5 BR, tendo como atribuições:

1) Conduzir as instruções de qualificação operacional plena (QOP) do NB;

2) Conduzir as instruções de consolidação e aprimoramento de padrões

(CAP) dos militares já qualificados; e

3) Gerenciar os diversos meios de simulação da OM, relativos à VBC.

Outro esquadrão será responsável pelo planejamento e condução da

Instrução Individual Básica (IIB), outro pelo curso de formação de Sd de auxiliar do

atirador, outro pelas operações de Garantia da Lei e da Ordem e o Esqd de C Ap

ministrará a instrução para o EV das demais QM.

A SIBld, para planejar e conduzir as referidas instruções, utiliza o PPQ 02/2A

experimental, do Centro de Instrução de Blindados (CIBld) que prevê uma carga

horária de aproximadamente 180 horas de instrução para a formação de um

Page 50: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

49

membro da guarnição da VBC. Ressaltando que as instruções serão ministradas em

19 tempos de instrução semanal em meia jornada diária.

O Comando Militar do Sul (CMS) realiza a certificação das Gu CC, elaborando

a documentação que deverá ser encaminhada ao COTer e aos interessados e

também padroniza as missões, as funções, a constituição e a subordinação das

SIBld.

O CMS propõe o Programa do Estágio dos Of e Sgt Egressos de Escolas ou

transferidos para os RCC e RCB, com os assuntos, a carga horária e o melhor

período para a realização.

As Bda Bld e Bda C Mec, através da cadeia de comando, encaminha ao

COTer, relatórios de instrução com a finalidade de servirem de base para a

confecção do capítulo sobre Instrução das Tropas Blindadas do PIM 2015.

Após um estudo criterioso, pode-se verificar que o PIM não estabeleceu

diretrizes para a instrução dos Regimentos de Cavalaria Mecanizados (RC Mec)

que, além de terem as viaturas mais antigas do Exército, não possuem um programa

padrão detalhado para a Capacitação Técnica e Tática do seu Efetivo Profissional

(CTTEP) o que dificulta enormemente a manutenção dos padrões de capacitação,

apresentando uma grande lacuna na instrução e impossibilitando que as tropas

mecanizadas se mantenham aptas ao cumprimento de suas missões características.

2.5 O REGIMENTO DE CAVALARIA MECANIZADO ( RC MEC) E A CAPACITAÇÃO

TÉCNICA E TÁTICA

2.5.1 O RC Mec e a Capacitação Técnica e Tática do Efetivo Profissional

(CTTEP)

O RC Mec é organizado, equipado e instruído para cumprir, principalmente,

missões de reconhecimento e segurança. Realiza, também, operações ofensivas e

defensivas no cumprimento de suas missões de reconhecimento e segurança ou

como elemento de economia de forças. Dentre as operações ofensivas, o RC Mec é

mais apto para realizar missões de aproveitamento do êxito e de perseguição, tendo

em vista as características do material de que é dotado. Possui, dentre seus meios,

as Viaturas Blindadas Cascavel e Urutu.

Page 51: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

50

O RC Mec, para efeito de planejamento e emprego operacional, deve ser

considerado como uma unidade blindada leve e possui as seguintes características:

a. Mobilidade - Resultante da grande velocidade em estrada, da

possibilidade de deslocamento através campo, da capacidade de

transposição de obstáculos e do raio de ação de suas viaturas, parte

das quais são anfíbias;

b. Potência de fogo - Assegurada pelo seu armamento orgânico,

notadamente os canhões, os morteiros, as armas automáticas

(metralhadoras e lança-granadas) e os mísseis anticarro;

c. Proteção blindada - Proporcionada, em grau relativo, pela

blindagem de parte de suas viaturas, que resguardam as suas

guarnições contra os fogos de armas portáteis, fragmentos de

granadas de morteiros e de artilharia, e contra o efeito de armas

nucleares;

d. Ação de choque - Resultante do aproveitamento simultâneo de

suas características de mobilidade, potência de fogo e proteção

blindada;

e. Sistema de comunicações amplo e flexível - Proporcionado,

particularmente, pelos meios de comunicações de que é dotado, que

asseguram ligações rápidas e flexíveis com o Escalão Superior (Esc

Sup) e os elementos subordinados; e

f. Flexibilidade - Decorre da sua instrução peculiar, da sua estrutura

organizacional e das características de seu material que lhe permitem

uma composição de meios adequada a cada tipo de operação. É

resultante ainda de sua mobilidade, potência de fogo, proteção

blindada e sistema de comunicações, que lhe conferem a capacidade

de mudar rapidamente de frente e formação, como também um rápido

desengajamento em combate.(Brasil,2002 a.)

O RC Mec é uma unidade dotada de meios suficientes para períodos

limitados de combate. Quando reforçado com elementos de combate, Apoio ao

Combate (Ap Cmb) e Apoio Logístico (Ap Lg), sua atuação é mais duradoura.

Suas possibilidades são:

Page 52: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

51

(1) realizar qualquer tipo de reconhecimento em largas frentes e grandes

profundidades;

(2) cumprir missões de segurança;

(3) realizar operações de contrarreconhecimento;

(4) realizar operações ofensivas e defensivas;

(5) realizar ligações de combate;

(6) ser empregado na Segurança da Área de Retaguarda - SEGAR;

(7) realizar operações de junção;

(8) realizar incursões;

(9) realizar a transposição imediata de cursos de água com as viaturas

anfíbias;

(10) executar ações contra forças irregulares; e

(11) cumprir missões num quadro de Garantia da Lei e da Ordem.

As principais limitações do RC Mec são:

a. vulnerabilidade aos ataques aéreos;

b. sensibilidade ao largo emprego de minas AC e aos obstáculos naturais;

c. mobilidade limitada fora de estrada, principalmente em terrenos

montanhosos, arenosos, edregosos, cobertos e pantanosos;

d. reduzida capacidade de transposição de cursos de água, pois parte de

suas viaturas não são anfíbias;

e. sensibilidade às condições meteorológicas adversas, que reduzem a sua

mobilidade;

f. necessidade de volumoso apoio logístico, particularmente dos suprimentos

de classe III, V e IX;

g. dificuldade em manter, por longo prazo, o terreno conquistado, em razão

do limitado efetivo de fuzileiros (Fuz); e

h. redução da potência de fogo quando desembarcado, em razão de parte

de seu armamento ser fixo às viaturas. (BRASIL, 2002a).

2.5.2 O combate moderno e o RC Mec

No final do século XX surgiu nos campos de batalha um novo tipo de

combate, em função do grande desenvolvimento tecnológico aplicado à arte da

Page 53: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

52

guerra. Esse novo combate, que se convencionou chamar de “combate moderno“, é

caracterizado pelo(a):

(1) combate ofensivo, com grande ímpeto e valorização da manobra;

(2) ação simultânea em toda a profundidade do campo de batalha e combate

não linear;

(3) busca do isolamento do campo de batalha com ênfase na destruição do

inimigo;

(4) priorização das manobras de flanco;

(5) máximo poder relativo de combate no momento e local decisivo;

(6) combate continuado com a máxima utilização das operações noturnas e

de ataque de oportunidade;

(7) valorização da infiltração como forma de manobra;

(8) busca da iniciativa, da rapidez, da flexibilidade, agressividade e da

sincronização das operações;

(9) valorização dos princípios do objetivo, ofensiva, manobra, massa,

surpresa e unidade de comando;

(10) mínimo de perdas para as nossas forças e para a população civil

envolvida;

(11) decisão da campanha no mais curto prazo; e

(12) ênfase no contrarreconhecimento e operações de inteligência de

combate.

As seguintes características do combate moderno deverão ter influência

significativa no emprego operacional dos RC Mec:

(1) não linearidade do combate e a ação simultânea em toda a profundidade

do campo de batalha: essas características criarão, com maior frequência,

defesa em todas as direções, situações nas quais o RC Mec poderá ter de

atuar isoladamente;

(2) ênfase ao combate continuado: essa característica exigirá um maior

adestramento do RC Mec no combate noturno; e

(3) grande importância atribuída às ações de contrarreconhecimento nas

operações de segurança: exigirá a adoção de uma série de medidas e ações

destinadas a destruir ou neutralizar os elementos de reconhecimento do

inimigo por meio de ações ofensivas ou defensivas.

Page 54: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

53

2.5.3 A Constituição do RC Mec

Os RC Mec de Bda C Mec e de Divisão de Exército (DE) possuem a seguinte

estrutura organizacional básica (Figura 1):

.

FIGURA 1 - Estrutura organizacional básica do RC Mec.

Fonte: BRASIL (2002, p. 1-5).

2.5.4 O Programa de Capacitação Técnica e Tática do Efetivo Profissional

(CTTEP)

No final da década de 80, foi criada a FT 90, um programa de modernização

do Exército, que tinha como um de seus objetivos a reformulação de seus quadros,

tornando-os em quadros profissionais.

Ao final da década de 90, foi criado, um programa que visava à Capacitação

Técnica e Tática do Efetivo Profissional (CTTEP), separando a instrução do efetivo

variável (EV) do Efetivo Profissional (EP). Antes da criação deste programa, havia

uma lacuna no programa de instrução anual, pois o EV tinha instrução no início do

ano, porém os militares do antigo Núcleo Base (NB) ficavam sem previsão de

instrução no período de Instrução Individual Básica (IIB), somente retomando

Page 55: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

54

alguma atividade de instrução, no Período de Adestramento Básico (PAB), ou seja,

não havia uma profissionalização dos quadros das Organizações Militares (OM).

Com a criação da CTTEP foram incluídos no Programa Padrão (PP) objetivos,

de modo que, ao mesmo tempo, deveria acontecer a instrução para o Efetivo

Variável e para o Efetivo Profissional, sendo que a instrução do Efetivo Profissional

deveria visar a sua profissionalização, com instruções mais elaboradas e voltadas

para a proposta de emprego do Exército.

Segundo o Comando de Operações Terrestres (COTer), a CTTEP é um

programa de instrução, a cargo da OM e sob a direção de seu comandante, que tem

por objetivo o desempenho eficaz dos diferentes agrupamentos quanto ao emprego

de seu material orgânico (com a execução adequada de suas atividades técnicas) e

os seus procedimentos em combate (com efeito tático) e, ainda, o desempenho

individual de manutenção dos padrões.

A CTTEP tem os seguintes objetivos:

a) Aperfeiçoar e manter elevados os padrões individuais dos efetivos

profissionais;

b) Manter a instrução do efetivo profissional da OM durante todo o ano de

instrução;

c) Sanar deficiências na instrução individual e no adestramento do efetivo

profissional em qualquer época do ano de instrução;

d) Participar do desenvolvimento e consolidação do valor profissional dos

comandantes em todos os níveis; e

e) Manter a tropa em condições de ser empregada em qualquer época do

ano.

A capacitação técnica e tática do Efetivo Profissional, regulada pelo COTer

em documentos específicos, estende-se ao longo de todo o ano de instrução e deve

ser adequada às variações da proporção entre os Efetivos Profissional e Variável

das OM.

O programa desenvolvido é, em última análise, um instrumento nas mãos dos

comandantes de OM de diferentes escalões para manter os efetivos profissionais

em permanente adestramento.

Cabe aos comandantes de OM planejar, organizar, coordenar e fazer

executar o programa de instrução julgado necessário. Logicamente, esse

Page 56: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

55

planejamento deve ser feito com muito critério e com bastante flexibilidade, visando

atingir os seus objetivos, de acordo com o ambiente conjuntural em que estiver

envolvida a OM.

Cumpre enfatizar que o comando da OM poderá se valer desse programa de

instrução para antecipar a preparação de seu efetivo profissional para o

cumprimento das missões de GLO. Os atributos da área afetiva também serão

abordados, a todo instante, na preparação do combatente.

As instruções do período poderão se desenvolver individual ou coletivamente,

seja por subsistemas ou dentro dos próprios agrupamentos.

O profissional militar deve ser um perfeito executante de tarefas, em termos

pessoais e coletivos. Os objetivos da instrução individual devem, assim, definir

habilidades e destrezas dos homens para a execução de tarefas.

Dessa forma, com a chegada da NFBSR um Programa Padrão de instrução

deve ser editado de maneira que a capacitação da Guarnição do Guarani comece de

imediato, tendo em vista que algumas unidades já começaram a receber as

Viaturas.

2.5.5 A Instrução Técnica de Blindados (Urutu e Cascavel) no CTTEP

Com a mecanização das tropas de Cavalaria, terminada no final da

década de 80, surgiu a necessidade de um maior conhecimento por parte da

guarnição. Devido a isto, foram incluídos nos PP da qualificação(2001) e de

formação de motoristas, a parte técnica das viaturas blindadas.

Para uma melhor aprendizagem e entendimento dos instruendos, os objetivos

foram divididos em partes. Tanto o URUTU, quanto o CASCAVEL foram separados,

para fins didáticos, em quatro partes a saber:

a. Suspensão e trens de rolamento;

b. Compartimento do motor;

c. Compartimento do motorista; e

d. Compartimento de combate.

Esta divisão faz com que a guarnição compreenda melhor o material sob sua

responsabilidade.

Page 57: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

56

Nos RC Mec, esta instrução somente é ministrada no período de qualificação

e nos cursos de motoristas de blindados para os soldados (Sd) do Efetivo Variável

(EV), porém para os cabos e soldados do Efetivo Profissional (EP) não está previsto

nenhum objetivo de instrução para o CTTEP. Esta falta leva ao esquecimento e

torna difícil a profissionalização do EP, objetivo este, previsto no plano de

modernização da força terrestre, conhecido como “FT – 90”. O militar do Efetivo

Profissional (EP) somente voltará a ter contato com o material, em alguns casos,

próximo ao final do ano no período de adestramento.

Tendo em vista o acima exposto, vimos que, apesar da determinação da

inclusão de um programa de capacitação técnica e tática do Efetivo Profissional,

verificamos que não existe um programa padrão de instrução previsto, como existe

na instrução individual básica e na qualificação, fato este que dificulta o

planejamento, a execução e a padronização no Exército Brasileiro, de modo que, em

qualquer Organização Militar, esteja sendo ministrada a mesma instrução.

Para suprir essa lacuna de documentação que norteia o trabalho a ser

desenvolvido na CTTEP, o CIBld adotou um PP experimental que vem sendo

seguido pelos RCC para a capacitação da sua guarnição de Blindados, sendo

desenvolvido na SIBld dos Regimentos de Carros De Combate.

2.5.6 A sistemática de capacitação dos Regimentos de Carros de Combate

A sistemática de capacitação das guarnições de carros de combate segue em

cada um dos cinco Regimentos de Carro de Combate espalhados pelo Brasil um

planejamento próprio, entretanto, baseiam-se nos mesmos documentos de

referência, tendo como base principal o PP Experimental do Centro de Instrução de

Blindados (CIBld).

Dessa forma, a sistemática a seguir é baseada na diretriz de blindados da

SIBld do 1º RCC em Santa Maria, sendo uma das CTTEP mais completas em

realização.

A concepção da SIBld se baseia em 2 (duas) finalidades principais, formar a

guarnição do Carro de Combate e dar prosseguimento a CTTEP dessa guarnição.

As instruções são separadas durante o ano, de acordo com a necessidade do

Regimento, completamento de atiradores, motoristas, Cmt carro e para cumprir a

missão imposta pelo PIM que prevê no mínimo 2 (duas) SU adestradas.

Page 58: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

57

Para a formação da guarnição é utilizado o PP experimental do CIBld e para a

CTTEP não existe um Programa Padrão (PP), dessa forma, se utiliza a certificação

individual, de guarnição e de Pelotão determinada pelo CMS, que padroniza os

conhecimentos necessários para se ter uma tropa adestrada.

A SIBld funciona com duas atividades ocorrendo concomitantemente, que são

a formação e a CTTEP, realizada por uma equipe de instrução de 6 militares, em

média e possuidores de cursos de operador de leopardo 1 A 5 BR.

A Constituição da SIBld não está prevista em nenhum documento oficial e o

próprio PIM 2014 solicita das unidades sugestões neste sentido. Dessa forma, para

que a missão imposta pelo PIM seja cumprida, militares das próprias SU do

regimento desempenham além de suas funções no Quadro de Cargos Previstos

(QCP), as funções de instrutor da SIBld, o que não se constitui na situação ideal.

A SIBld é estruturada com:

1) uma sala de simuladores: que conta com um simulador de motorista ,

um conjunto de table top (simulador sintético portátil) que nada mais é

que um simulador de guarnição de Leopard composta por 4

computadores (instrutor , atirador, cmt e motorista) , adestra uma

guarnição de CC, treina todos os procedimentos de engajamento de

tiro e procedimento do carro e o programa Steal Beasts , que simula

um Pelotão CC constituído ou até mesmo uma Subunidade CC;

2) uma sala de instrução: com capacidade de uma subunidade para

ministrar instrucões eminentemente teóricas e realizar briefings, uma

sala de instrução prática com um Carro de Combate com seu motor

sacado para a guarnição entender o funcionamento e ter instruções

teóricas/práticas do motor e seus sistemas anexos;

3) uma sala da torre de procedimentos: onde a guarnição do Carro de

Combate, sem motorista, opera uma torre que simula todas as

características do carro em funcionamento, onde o instrutor pode

inserir 36 panes no computador de panes, permite fazer engajamento

de alvos com laser simulado, lançar alvos à frente e verifica os

procedimentos da guarnição do CC; e

4) uma sala de caixão de areia: onde o pelotão emite uma ordem e

possibilita verificar a parte tática do adestramento, indo logo após para

a realização no terreno do que foi planejado, podendo ser empregado o

Page 59: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

58

BT 41 (EMISSOR/RECEPTOR), que é um DSET (Dispositivo de

Simulação e engajamento Tático), que permite verificar em simulação

viva no terreno se a guarnição acertou seu alvo.

Em aproximadamente 1 mês de instruções na SIBld, e tendo um

aproveitamento superior a 85% nas provas teóricas e práticas, uma Guarnição de

Carros de Combate está adestrada.

2.5.7 A sistemática de capacitação das Guarnições Blindadas no Chile -

CECOMBAC

O Centro de Treinamento de Combate Blindado Chileno (Centro de

Entrenamiento de Combate Acorazado del Ejército del Chile –CECOMBAC) está

situado na cidade de Iquique, região norte, e tem como principais atribuições:

capacitar oficiais e praças das armas de infantaria, engenharia, artilharia na

operação de seus meios blindados. Também é responsável pela capacitação de

militares da arma de cavalaria blindada na operação de VBC CC Leopard 1A5 e

VBC CC Leopard 2A4, certificar as guarnições de carro de combate das unidades

blindadas e ministrar o curso de Instrutor Avançado de Tiro (IAT).

Atualmente, o comandante acumula também o comando da Escola de

Cavalaria Blindada, que encontra-se no mesmo aquartelamento.

Nos anos 90, o Exército Chileno adquiriu a VBC CC Leopard 1V (Verbeterd) do

Exército Holandês. Por motivos de falta de um bom planejamento com uma boa

preparação de estrutura, instrução e de manutenção, a frota apresentou altos

índices de indisponibilidade.

Por motivos de serem militares de carreira e para homogeneização, os cursos

de formação de comandante, atirador e motorista, somente são realizados no

referido Centro e têm, em média, a duração de 02 (dois) meses. O curso de

formação de auxiliar do atirador é de responsabilidade da Organização Militar a qual

pertence, com duração de 01 (um) mês. O militar que não tiver uma média de

aprovação de 60% não é habilitado e nem é autorizado a operar o carro de combate.

O Centro também tem responsabilidade de avaliação e certificação das

unidades blindadas. Para isso pode realizar visitas ou até mesmo ter um

deslocamento da tropa até ao Centro.

Page 60: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

59

Os membros da guarnição de um carro de combate são mantidos o tempo

máximo possível para não perder a capacidade tática de combate e também para

não perder a certificação de competência individual e coletiva da mesma. Caso

ocorra alguma mudança de pessoal, tem que obter novamente a certificação de

competência individual e coletiva, passando pelos simuladores construtivos, virtuais

e vivo, para depois estarem aptos para realizar o tiro de combate.

O alto custo do material, segurança do conhecimento militar e o grau de

comprometimento são as justificativas para profissionalização da tropa.

O que traz uma grande capacidade de operacionalidade da tropa blindada

chilena é que o militar que realiza o curso ministrado pelo Centro, tanto como

motorista, atirador ou comandante de carro permanece por, no mínimo, três anos na

função para a qual foi habilitado, e o militar que realiza curso de Instrutor Avançado

de Tiro tem o período mínimo de permanência de cinco anos.

As fases de instrução militar do Exército Chileno estão divididas em: fase de

especialização técnica e fase de treinamento de combate.

A fase de especialização técnica é dividida em formação do combatente

individual e formação do combatente por ocupação militar especializada.

A fase de treinamento de combate é dividida em capacitação e especialização

de comandantes, treinamento de armas, serviços e especialidades, treinamento

entre armas e exercícios finais e manobras.

A flexibilidade para o planejamento do ano de instrução de uma Unidade

Blindada cabe ao seu Comandante, baseada em que fase terminou no ano anterior

e se houve mudanças significativas de pessoal, caso contrário não há a necessidade

do ano instrução voltar ao inicio e sim prosseguir o planejamento da fase ao qual

terminou o ano anterior, buscando a melhor utilização do tempo e um desempenho

satisfatório da Unidade.

A certificação de competências individuais e coletivas é o método de avaliação

para que a tropa blindada, em nível pelotão ou esquadrão, esteja apta para a

realização do tiro de combate.

Para este tiro de combate é respeitado à integridade tática de cada pelotão,

sendo está a fração mínima a realizar o tiro, para que o comandante de pelotão

possa exercer a função de comando perante a avaliação do tiro de combate.

Esse registro do controle de competências técnicas individuais é efetuado na

“caderneta del tanquista”, onde consta o tipo de instrução e o resultado da avaliação.

Page 61: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

60

Serve para que o Instrutor Avançado de Tiro possa verificar as habilidades positivas

ou deficitárias individuais de cada membro da guarnição e, sendo assim, realizar o

direcionamento da instrução a ser priorizada e o acompanhamento da evolução

individual e coletiva.

É obrigatório para um militar membro de uma guarnição de carro de combate

que realize o tiro de combate pelo menos uma vez ao ano, caso contrário esse

militar deverá realizar uma reciclagem e avaliação de instrução começando pelos

simuladores construtivos (simulador de torre), virtual (cabines de simulação) e vivo

(DSET BT-41), para depois estar apto para realizar o tiro de combate.

Todos os cursos ministrados pelo Centro são divididos em módulos de

instrução. Para que um militar prossiga no curso deve ser aprovado no módulo atual,

caso reprove é dado apenas mais uma chance de repetição da prova do módulo e

caso volte a reprovar é desligado do curso. Esse método de avaliação é positivo,

pois exige do aluno uma constante preocupação em estudar e manter uma média de

aprovação constante e não somente uma média final de curso.

Este sistema é para que o militar possa ter em mente o alto custo que é para o

Exército a realização de um curso e, também para chegar ao tiro de combate, saber

valorizar cada tiro de 120 (cento e vinte) milímetros a ser disparado.

Compete à unidade blindada manter seu pessoal adestrado e preparado para

o cumprimento de suas tarefas essencialmente específicas. Para tal, conta com uma

cabine de simulação KMW, uma torre de simulação de procedimentos de guarnição,

DSET BT-41 e um polígono de tiro.

O Centro possui o SENTEO, é um sistema de respostas interativas, uma

ferramenta que permite operacionalizar a avaliação e correção de grandes efetivos

em um curto espaço de tempo. É um aparelho codificado com o número do aluno e

pré-programado, pelo instrutor, com as questões que serão posteriormente

apresentadas via PowerPoint aos alunos, entregando para o instrutor o resultado da

avaliação imediata e conclusão do desempenho coletivo por questão.

Dentre seus meios de Simulação, o CECOMBAC possui as Cabines de

Simulação KMW que permitem a simulação real pelo operador, através de cenários

criados, e também o Simulador de Procedimentos de Torre que permite a

operação simulada da torre por toda a guarnição, inclusive com a inserção de falhas

para reação da guarnição, polígono reduzido para treinamento do trabalho da

guarnição e alvo de motricidade (para atirador e guarnição).

Page 62: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

61

O CECOMBAC também possui o DSET BT-41 que é o dispositivo de

engajamento tático utilizado na simulação Viva para o engajamento entre os Carros

de Combate, sendo atribuição da guarnição a montagem e configuração do mesmo.

FIGURAS 2 e 3 - Simulador de procedimentos de torre – Leopard 1V.

Fonte: CECOMBAC/Chile.

FIGURA 4 - Simulador de procedimentos de Motorista.

Fonte: CECOMBAC/Chile.

O Exército Brasileiro está investindo grandes recursos na modernização de

nossa frota blindada e a busca constante de novos conhecimentos para aplicação na

capacitação das guarnições blindadas, bem como a interação com outros Exércitos.

É uma excelente oportunidade para essa aquisição de conhecimento, sendo

também o Exército Chileno referência sulamericana em emprego de blindados e por

possuir um material de emprego militar mais moderno, sendo este da mesma família

da VBCCC Leopard 1A5. É interessante o estudo da Sistemática de capacitação das

guarnições blindadas na América do Sul.

Page 63: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

62

2.5.8 A sistemática de capacitação das Guarnições Blindadas nos Estados

Unidos da América - Brigada Stryker

As Brigadas do Exército dos Estados Unidos da América são estruturadas

basicamente em 03 (três): Pesada; Infantaria; e Stryker, sendo respectivamente a

Bda Bld; Bda de Infantaria Leve e Bda Stryker. Essas estruturas estão contempladas

com um Rgt de Reconhecimento. Esses regimentos não são estruturados e

equipados com a intenção de serem usados como unidades de combate direto,

embora possuam armamento suficiente para esse fim. O Exército Americano chegou

à conclusão que não se pode dar duas missões distintas a essas unidades ou

reconhecem ou combatem. A unidade que combate deixa de reconhecer.

A Brigada Blindada é ternária. A Bda “Armor” possui 2 (duas) unidades de

CC 1 (uma) unidade de infantaria blindada. A Bda “Mech” possui 2 (duas) unidades

blindadas de infantaria e 1 (uma) unidade de “Armor”.

Para atender a capacitação dessas guarnições blindadas o Exército Americano

tem diversos centros de Blindados, dependendo da natureza da tropa. Hoje em dia,

a sua Brigada “Armor” (sob lagarta) possui o centro de Blindados (Armor Center) e

está localizado em Fort Knox – Geórgia, onde a maioria dos seus meios é da Família

do Abrams.

Outra brigada dos EUA é a Bda Stryker, que foi concebida para o combate de

baixa intensidade, as operações de não guerra. É uma grande unidade com veículos

de blindagem média sobre rodas. Apesar de não intitular-se de infantaria, é uma

evolução natural das brigadas de infantaria leve, agora sobre rodas. Em Fort Hood,

Texas, existe o Close Combat Tatctical Center (CCTT) - Centro de Treinamento de

Combate Aproximado- que realiza o treinamento virtual, tanto para tropas dotadas

de um tipo de blindado ou outro.

Para a criação desta Bda havia condicionantes tecnológicos e explícitos

relacionados à necessidade de rapidez de emprego. Entretanto, a dimensão que foi

alcançada ao inserir a Equipe de Combate Brigada Stryker (Stryker Brigade Combat

Team – SBCT) no combate centrado em redes, buscando atender às funções

tecnológicas de combate – sensoriamento, processamento e atuação. É um ponto

sem retorno em matéria de doutrina de emprego.

A estrutura organizacional da Stryker Brigade Combat Team (SBCT) é

inovadora. Ela tem incorporado um Esquadrão de reconhecimento, vigilância e

Page 64: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

63

aquisição de alvos, uma companhia de inteligência militar orgânica e outros recursos

para gerar sua própria consciência situacional e rapidamente fundir dados do sensor

e relatórios para gerar consciência situacional de alta qualidade do inimigo.

O pacote de capacidades de missões da Brigada Stryker foi projetado para

fornecer uma combinação sinérgica de efeitos para aumentar as capacidades de

combate da unidade. A estrutura organizacional, comando de batalha, recursos de

rede e conceitos operacionais evoluídos da Brigada Stryker melhoram a qualidade

da informação, que por sua vez, melhoram a colaboração e as interações, melhoram

a consciência compartilhada e entendimento, fornece ao comandante melhores

opções de decisão, permite melhor controle da velocidade do comando, e juntos,

fazem a força mais ágil e mais capaz de explorar outros recursos para aumentar a

eficácia em combate.

Resumindo, a SBCT alcança efetividade da força por explorar as habilidades

dos seus soldados qualificados e líderes capazes. Em adição às dimensões

humanas, a maior mobilidade tática proporcionada pelo veículo de transporte de

infantaria e a fidelidade do quadro operacional comum fornecida pelos avanços

tecnológicos no comando, controle, comunicações, computadores, inteligência,

vigilância e reconhecimento, permitem ao comandante do SBCT ver as forças

amigas, ver o inimigo, ver o terreno, conduzir tomada de decisão rápida e efetiva e

trazer efeitos e/ou forças para suportar momentos decisivos identificados.

Para capacitar as guarnições a operarem estes modernos meios é que o

Exército Americano dispõe de diversos centros de simulação dentre os quais

podemos citar:

a) Centro de Simulação para Motoristas de Tank:

Esta instalação proporciona treinamento individual aos motoristas de

carros de combate M1 Abrams. Neste local existem simuladores que oferecem uma

situação real de pilotagem do blindado nos mais variados ambientes, através de

uma simulação virtual do terreno e incidentes. O motorista ocupa uma cabine no

simulador idêntica ao blindado, a qual é articulada por mecanismos eletromecânicos

que proporcionam ao motorista os mais diversos tipos de movimentos e sensações

que poderá encontrar na condução do blindado.

Esta instalação proporciona treinamento individual para os motoristas de

CC Abrams. A cabine tem capacidade de simular todas as imperfeições do terreno

Page 65: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

64

virtual pelo qual o motorista transita, sendo composta por uma série de

amortecedores hidráulicos que cumprem essa tarefa.

Dentro da cabine, o motorista está em permanente contato com rádio e a

sala de controle, a qual determina o tipo de ambiente que o blindado irá transitar,

bem como avalia todas as ações que são tomadas pelo motorista durante o trajeto.

Existe ainda a possibilidade de gravar todo o treinamento para posterior debriefing.

A cabine é de fabricação da General Dynamics.

b) Centro de Simulação de Combate de Tiro Individual e Coletivo

Esta instalação proporciona treinamento individual e coletivo de tiro para o

grupo de combate. Todas as armas que integram o grupo de combate ou o pelotão

podem ser operadas da linha de tiro e os atiradores têm a possibilidade de engajar

os alvos em um ambiente virtual. Os alvos podem variar de simples silhuetas até

situações esperadas de serem vivificadas em situações do conflito urbano.

Cabe ressaltar que o programa que controla esse ambiente virtual de

treinamento permite um completo review de todas as ações realizadas. As armas na

linha de tiro simulam, inclusive, a ação de carregar e o recuo, este na proporção de

80% da força de uma arma em tiro real.

O programa simula situações diversas em ambientes virtuais por meio de

gráficos tridimensionais ou filmes reais perfeitamente interativos.

c) Centro de Combate e Treinamento Tático (CCTT):

Instalação capaz de proporcionar o treinamento para tripulações de CC.

Proporciona treinamento até o nível FT, integrando todas as tripulações em

exercícios simulados em ambiente virtual, nos quais os operadores realizam as

tarefas dentro de suas guarnições como se estivessem integrando grupamentos

táticos de combate. Os cenários são eletivos e podem variar de ambiente

operacional, incluindo situações de campanha e de combate urbano. Também

nestes simuladores se realizam a integração do sistema manobra com os demais

sistemas operacionais. Qualquer cenário pode ser reproduzido pelo programa,

apesar desse desenvolvimento necessitar de um tempo considerável.

Este Centro possui 22 (vinte e duas) cabines para treinamento de Cmt e At do

Abrams, 7 (sete) cabines para o motorista do Bradley e 1 (uma) cabine para o

Humvee.

d) SIMNET – Simulador Network:

Page 66: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

65

Neste local realizam-se simulações avaliadas pelo “Observer Controller

Team”, algo semelhante ao CAADEx só que em ambiente virtual, onde é possível

treinar diversas situações táticas como: treinamento de frações mecanizadas em um

ambiente virtual de engajamento; operações virtuais de escolta de comboio; tiro com

os diversos armamentos em área edificada inclusive blindados; operações

desembarcadas de combate em localidade, PBCE, patrulhas, estouro de aparelho

etc. Possui sob sua responsabilidade uma área edificada de modo a permitir a

avaliação do desempenho e o treinamento de operações em ambiente urbano ao

vivo, utilizando-se de Dispositivos de Simulação e Engajamento Tático (DSET).

Esse Centro é mobiliado por equipamento comercial comum, como por

exemplo: joystick do tipo volante com acelerador e freio, óculos de visão 3D para o

atirador da Mtr .50 e computadores interligados em rede, funcionando sob um

programa desenvolvido por uma empresa civil a pedido do Exército Americano. Há

também réplicas em plástico da Mtr .50 montada sobre um pedestal e interligadas ao

programa. Qualquer movimento na Mtr implicará em movimento na mira visualizada

na tela do computador.

Simulador vocacionado ao treinamento de motoristas e auxiliares do atirador.

A instrução para os motoristas e auxiliares de atirador é a mesma. O militar é

formado para exercer a função de motorista ou de auxiliar de atirador, favorecendo a

possibilidade de rodízio dentro da guarnição e ampliando a possibilidade de

realização de operações com esforço continuado.

FIGURA 5 - Simulador de mot da Vtr Stryker FIGURA 6 - CCTT – Simulador M1A1 Abrams.

Fonte: Fort Knox (Armor Center) Fonte: Fort Knox (Armor Center)

Page 67: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

66

2.6 A DIRETRIZ DE BLINDADOS DO COMANDO MILITAR DO SUL (CMS)

a) Concepção Geral:

O Comando Militar do Sul é, em função dos G Cmdo e das OM que o

integram, um Grande Comando Operacional “Blindado” e as suas viaturas blindadas

têm decisiva importância para a implementação da estratégia da Dissuasão e para o

cumprimento das demais missões operacionais deste C Mil A.

A Dissuasão, entretanto, será obtida somente no momento em que a tropa

blindada e a mecanizada forem capazes de manutenir adequadamente suas viaturas

blindadas e de mantê-las em elevados percentuais de disponibilidade; quando as

guarnições de blindados estiverem adestradas e possuírem o conhecimento e as

habilidades necessárias para operar seus blindados em combate; e quando nossas

OM e GU estiverem aptas a executarem com rapidez, eficiência e eficácia o

planejamento operacional, a concentração de meios e o apoio logístico necessário

às operações de blindados.

A chegada de viaturas blindadas mais modernas, a adoção de técnicas de

instrução e adestramento com ampla utilização de simuladores e de um polígono de

tiro para blindados, a implantação de uma nova sistemática de gerenciamento

logístico da frota blindada e a disseminação de uma nova cultura de emprego de

blindados fez com que o CMS, a partir de 2012, passasse a dar especial atenção à

suas tropas blindadas e mecanizadas, exigindo das mesmas elevados padrões de

operacionalidade e elevados índices de disponibilidade das suas viaturas blindadas,

mantendo parcela considerável em permanente condição de combate, a fim de

atingir a desejada Dissuasão.

Para que estes objetivos possam ser atingidos e mantidos, continuarão a ser

exigidos de todos os escalões de comando do CMS, um planejamento detalhado e

efetivo das atividades de instrução, adestramento, logística e administração. Durante

todo o processo, haverá necessidade de uma fiscalização contínua e persistente dos

comandantes, em todos os níveis, a fim de assegurar que todas as metas

estabelecidas para as tropas blindadas e mecanizadas sejam atingidas na íntegra.

Essa transformação iniciada em 2012 exige de todo o CMS um grande

esforço para a consolidação dos novos procedimentos e conceitos logísticos e da

nova cultura de emprego das viaturas blindadas.

Page 68: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

67

b) Emprego de Viaturas Blindadas no CMS:

Em função da sofisticação técnica das Viaturas Blindadas da Família Leopard

1, do custo de sua manutenção, da necessidade de se manter um elevado

percentual da frota em permanente estado de prontidão operacional, da exigência de

guarnições altamente adestradas para operá-las e da necessidade de preservá-las

para os fins a que se destinam, foi adotada pelo CMS, em 2012, uma nova postura

em relação ao emprego de viaturas blindadas.

Esta nova postura foi estendida para toda a frota de blindados do CMS a fim

de se criar neste C Mil A uma “cultura” única relativa ao emprego de blindados. Para

a consolidação dessa “cultura” no CMS, os comandantes em todos os níveis e a

tropa blindada como um todo DEVEM CONTINUAR a adotar as medidas restritivas

ao emprego de todas as VB, implantadas em 2012.

Esta Diretriz mantém a determinação em vigor: “todas as viaturas blindadas

do CMS serão empregadas exclusivamente em atividades operacionais, de

instrução, de manutenção e de adestramento da tropa. As restrições de emprego

nessas atividades ocorrerão apenas em função da disponibilidade de combustível,

munição, recursos para a manutenção, para as viaturas Leopard 1 restrições do

Regime de Utilização Máximo (RUM) e do Sistema Logístico Integrado (SLI). O

emprego nas demais situações somente ocorrerá mediante ordem dos Cmt G Cmdo

enquadrantes.

Os comandantes dos G Cmdo e das OM dotadas de blindados estão, desde

já, autorizados a empregá-los nas atividades de instrução e adestramento, bem

como na manutenção das mesmas. O emprego de viaturas blindadas em formaturas

deverá ocorrerá em situações que exijam reunião de tropa antecedendo o emprego

operacional, aprestamento para a execução de exercício operacional, situação de

ordem de marcha e nas instruções das guarnições previstas em programas padrão

de instrução ou outras ordens expedidas pelo CMS.

Em princípio, fica vedado o emprego de viaturas blindadas em quaisquer

outras atividades, como em formaturas diversas, formaturas de passagens de

comando, desfiles militares, formaturas por ocasião de visitas e inspeções, etc. Está

autorizado o uso de VBR e VBTP em Escoltas de Honra e das VBC OAP nas Salvas

de Gala previstas na legislação em vigor (VBC e VBE não poderão ser empregadas

nessas atividades).”

c. Disponibilidade de Vtr para emprego operacional:

Page 69: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

68

A adoção do “conceito de viatura blindada disponível para emprego

operacional” no CMS, a partir de 2013, tem por finalidade permitir a realização de

planejamentos operacionais em bases reais, considerando a situação de emprego

imediato de suas VB.

Todas as VB, para fins de planejamento do CMS, serão classificadas em:

a) VB disponíveis para emprego operacional; e

b) VB disponível para emprego na instrução.

Serão consideradas disponíveis para Planejamento Operacional:

a) as VB que estiverem com todos os seus conjuntos, sistemas, armamento e

equipamentos do chassi e da torre completos e em perfeitas condições de

funcionamento. Seu Eqp Com deve ser Eqp de modelo moderno e estar com

o intercomunicador (Intercom) e todos os seus componentes funcionando;

b) as VBE que estiverem com os seus equipamentos especializados em

condições de emprego operacional (guincho, munck, ponte, ferramentas

especiais etc);

c) as VBTP que estiverem em condições de navegar;

d) todas as VB que possuam guarnição completa, adestrada e certificada em

BI da OM (segundo modelo adotado pelo CMS). O conceito deve ser

entendido como a Gu completa certificada (equipe) e não as funções

individuais da Gu certificadas (isoladamente).

Portanto, as VB para estarem enquadradas neste conceito deverão: “andar”,

“falar”, “atirar” (CC, VBR, OAP, VBTP), “operar seus equipamentos especializados”,

“navegar” (VBTP) e “possuir Gu certificada”.

A classificação das VB neste conceito deverá ser dinâmica, considerando as

alterações que ocorreram em função da movimentação dos militares, da situação

logística e da fase do ano de instrução considerada. Em função dessa peculiaridade,

será fundamental que as OM Bld e Mec e seus G Cmdo mantenham as relações

com a classificação de suas VB atualizadas, a fim de permitir que sejam prestadas

as informações necessárias ao planejamento operacional em qualquer época do

ano.

Os G Cmdo devem auditar os dados referentes à disponibilidade de VB

Constantes no SISCOFIS WEB, tendo em vista que o CMS utilizará as informações

existentes nesse sistema corporativo para embasar seus planejamentos.

Page 70: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

69

Os Cmt OM Bld e Mec deverão empenhar-se na disseminação desses

conceitos e na cultura da “tolerância zero” para a classificação de suas VB, fazendo

constar essa informação no SISCOFIS OM.

Somente com base em informações precisas poderemos realizar

planejamentos operacionais calcados em bases reais.

As demais VB que não se enquadrarem em todos os quesitos que compõem

este conceito de VB disponível para emprego operacional deverão ser consideradas

“VB disponíveis para a instrução”, se:

a) estiverem em condições de se deslocar, com restrições, em função do

desgaste de seus trens de rolamento e o seu tempo de uso as tornar “não

confiáveis” para grandes deslocamentos ou emprego operacional;

b) seu Armt Pcp (VBC CC e OAP, VBR) estiver indisponível ou atirar com

restrições (luneta inexistente, folgas, etc.), ou não possuir armamento (VBTP);

c) não possuir Eqp Com moderno ou seu Eqp Com estiver indisponível;

d) não tiver condições de navegar (VBTP);

e) todos os integrantes da guarnição da VB não estiverem certificados:

As VB enquadradas como “Disponível para a Instrução” deverão ser

consideradas como MAI (meio auxiliar de instrução), podendo ser

empregadas em instruções e exercícios com restrições e realizar

deslocamentos em área militar.

Se esta classificação for motivada pelas condições de seu trem de

rolamento ou idade avançada de utilização, seus deslocamentos em

via pública só poderão ser realizados sob rigoroso controle (Itn

balizado, escolta, velocidade reduzida etc).

As “VB Disponíveis para Instrução” só poderão ser empregadas na

instrução da tropa.

e) Instrução e adestramento:

O CMS dispõe da maior parte dos meios Bld e Mec do Exército

Brasileiro. Diante desse fato, é o principal interessado na instrução,

emprego e destramento das tropas Bld e Mec.

Dessa forma, mesmo ante ao apelo sistemático que a conjuntura

apresenta de Op de GLO, de manutenção da paz e de intensificação

de presença na faixa de fronteira, as técnicas, táticas e procedimentos

(TTP) das Gu, Pel, SU e OM Bld e Mec devem figurar como prioridade

Page 71: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

70

para essas OM e suas GU enquadrantes, durante todo o ano de

instrução.

Como tal, a instrução e o adestramento das OM Bld e Mec devem ser

alvo de constante cuidado dos Cmt, em todos os Esc, a fim de que a

operação, a manutenção e a doutrina de emprego desses meios sejam

massificadas, difundidas e evoluam.

A Portaria nº 213-EME, de 27 de dezembro de 2012, estabeleceu a

alteração do efetivo de Cb e Sd NB dos RCC. Essa alteração deverá

facilitar a organização daquelas OM para a instrução, nos moldes

propostos no PIM 2014, ainda que seja necessário um período de

tempo para o preenchimento dos novos claros de NB criados e o ajuste

dos Rgt.

É importante para o desenvolvimento de uma nova mentalidade,

adaptada à tecnologia e às novas possibilidades do material, e que

essa experimentação seja realizada da maneira mais fiel possível ao

previsto no PIM, bem como, que os relatórios de instrução reflitam

detalhadamente os acertos, erros e propostas de melhoria para os

próximos anos.

Para tanto, o CMS recomenda atenção redobrada ao emprego das

SIBld das OM e ao emprego constante e exaustivo dos meios de

simulação existentes, no caso da Família Leopard.

No intuito de promover o correto preparo das Gu dos meios Bld e Mec,

todos os militares deverão estar conscientes da importância do estudo

detalhado e continuado dos manuais de operação e manutenção

daqueles meios.

A instrução das demais tropas Bld e Mec deverá seguir o prescrito para

o ano de instrução normal, conforme seu Gpt de incorporação. A fim de

incrementar a difusão dos conhecimentos de TTP aprendidos nos

diversos cursos e estágios do CI Bld, todas as OM Bld e Mec deverão

organizar um núcleo de SIBld, a exemplo do que já ocorre nos RCC.

Esse núcleo, composto por militares possuidores de cursos do CI Bld,

deverá ocupar instalações já existentes nas OM, uma vez que não

disporá de simuladores e outros meios disponíveis para a Família

Page 72: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

71

Leopard e poderá, por exemplo, ser atribuição de uma SU ou Pel da

OM.

Não serão acrescidas vagas no QCP das OM para essas funções,

devendo ser exercidas cumulativamente com as já previstas. Suas

instruções terão como público-alvo os quadros e deverão ser reguladas

no Programa de Instrução da OM.

f) Certificação Operacional e Logística:

O CMS emitiu uma OI versando sobre a Certificação Operacional e

Logística, a qual garante a perícia dos operadores e mecânicos das Vtr

Bld e Mec do CMS.

A OI em tela será distribuída Mdt O do Comandante Militar do Sul. A

seriedade na aplicação dessa Certificação será a garantia da real

capacidade de operar e manutenir a frota Bld e Mec do CMS,

aumentando sua operacionalidade, disponibilidade e contribuindo para

incrementar o fator dissuasório que ela representa, além de reduzir

custos de manutenção com panes causadas por problemas de

operação e/ou manutenção em desacordo com o preconizado nos

manuais do material.

O CMS e seus Esc subordinados deverão verificar a publicação em BI

das certificações executadas, de acordo com o que será determinado

na documentação pertinente, por ocasião das inspeções logísticas e de

instrução, de forma a manter um controle efetivo da execução dessas

medidas.

Todas as Bda Bld e Mec, tão logo certifiquem seus militares, deverão

enviar ao CMS, via cadeia de comando, as propostas colhidas junto às

suas OM Subrd, no intuito de aperfeiçoar a Certificação que será

aplicada nos anos subsequentes.

O CI Bld deverá propor ao CMS, via cadeia de comando, o

aperfeiçoamento da Certificação Operacional e Logística do CMS

(sistemática de aplicação dos testes, alteração dos quesitos, etc.).

2.7 A IMPLEMENTAÇÃO DA SEÇÃO DE INSTRUÇÃO DE BLINDADOS NOS RC

MEC COM A ADOÇÃO DA NFBSR – GUARANI

Page 73: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

72

Acompanhando as evoluções causadas pela era do conhecimento, o Exército

Brasileiro vivencia um processo de transformação, com foco no estímulo à inovação,

ao desenvolvimento, na produção nacional de meios tecnologicamente avançados e

de emprego dual, bem como a introdução de novas concepções e conceitos

doutrinários, com vistas à incorporação das capacidades e competências

necessárias a atuar no amplo espectro do Campo de Batalha.

Dentro deste contexto, a força terrestre tem se mobilizado em torno dos

Projetos Estratégicos do Exército (PEE), que atualmente são os maiores indutores

do Processo de Transformação da Força: “Recuperação da Capacidade Operacional

da Força Terrestre – RECOP”, “Defesa Cibernética”, “Nova Família de Veículos

Blindados de Rodas de Fabricação Nacional – Guarani”, “Sistema Integrado de

Monitoramento de Fronteiras Terrestres – SISFRON”, “Sistema Integrado de

Proteção de Estruturas Estratégicas Terrestres – PROTEGER”, “Sistema de Defesa

Antiaérea” e “Sistema de Mísseis e Foguetes ASTROS 2020”.

Destaco dois projetos: “Recuperação da Capacidade Operacional da Força

Terrestre – RECOP” e o “Nova Família de Veículos Blindados Sobre Rodas de

Fabricação Nacional – Guarani”.

Ao se abordar o PEE da NFBR “Guarani” o Centro de Instrução de Blindados

tem desempenhando um constante assessoramento auxiliando, de sobremaneira, o

desenvolvimento de projeto da VBTP MR 6x6 “Guarani”, prestando um

assessoramento técnico e oportuno.

O CIBLD por ser um Estabelecimento de Ensino (EE) de especialização, de

graus superior e médio, da Linha do Ensino Militar Bélico, com vinculação à Diretoria

de Educação Técnica Militar (DETMil), para fins de orientação técnico-pedagógica, e

ao Comando de Operações Terrestres (COTer), para fins de planejamento,

coordenação, avaliação e execução das atividades de instrução e adestramento de

frações blindadas (Bld) e mecanizadas (Mec), e ainda ao atuar como órgão técnico-

normativo, nos assuntos inerentes à instrução e ao adestramento das guarnições

das viaturas Bld e Mec e do emprego técnico e tático do material bélico Bld e Mec,

tem feito a ligação entre a especialização e formação do recurso humano e a gestão

do conhecimento técnico-tático do emprego de blindados.

Ao analisar um dos principais motivos de sucesso desta ligação entre a

formação do combatente blindado e a rápida difusão do conhecimento é necessário

entender que esta expertise foi adquirida e constantemente aperfeiçoada desde a

Page 74: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

73

chegada em 1996 dos primeiros blindados da família Leopard e dos M60,

repercutindo, de maneira abrangente, na preparação de recursos humanos, sejam

estes vocacionados tanto para o emprego quanto para a logística de manutenção.

Esta realidade impulsionou ao desenvolvimento de uma nova mentalidade,

adaptada à tecnologia e às novas possibilidades do material, direcionando a

instrução para que seja realizada da maneira mais fiel e realista possível.

Destacando ainda o aspecto relevante nesse novo quadro que ora

vivenciamos, é o fato desse material não fazer mais parte do currículo das escolas

de formação. Com isso, os profissionais que outrora eram os responsáveis pelas

instruções técnicas de Bld nos Pel e nas SU (Ten, Asp, Sgt), não mais estarão

habilitados para tal. Cresce, então de importância, os especialistas em Bld, fato que

já ocorre em outros países.

Ao observamos o que foi abordado acima e ao associarmos ao Projeto

“Recuperação da Capacidade Operacional da Força Terrestre – RECOP”, Projeto

esse que visa a dotar as unidades operacionais de produtos de defesa

imprescindíveis ao seu emprego operacional em seu nível mínimo, com a finalidade

de atender às exigências de defesa da Pátria, das operações de garantia da lei e da

ordem, das missões subsidiárias e fazer frente à calamidade pública, permitindo o

fomento da indústria civil e de defesa em diversas áreas, bem como a geração de

emprego e renda. Tem em seu escopo a aquisição de veículos sobre rodas,

blindados, armamentos diversos, inclusive de Artilharia, helicópteros, munições,

rádios para comunicação etc., e sente a necessidade de garantir a formação de um

recurso humano capacitado nos diversos meios tecnológicos e apto a atuar em

operações de amplo espectro.

2.7.1 Generalidades

O Projeto Guarani, alinhado ao Projeto RECOP, pretende implantar, até 2031,

estruturas e organizações capacitadas a operar com a Nova Família de Viaturas

Blindados de sobre Rodas (NFBR) e plataformas de combate preparadas para as

exigências do combate moderno. Para que este objetivo se torne possível, é

necessário que se pense na capacitação dos recursos humanos feita com qualidade,

pois será a base do sucesso do projeto.

Page 75: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

74

Desta forma, o Exército preocupado diretamente na preparação de recursos

humanos para a tropa blindada, vale-se de ferramentas como as Seções de

Instrução de Blindados (SIBld), que são dotadas de uma estrutura flexível para se

adequar rapidamente aos desafios da formação da tropa dotada com produtos de

defesa com grande inovação tecnologia, adaptando o recurso humano rapidamente

apto a empregar as viaturas blindadas frente às mudanças nas condicionantes que

determinam a seleção e a forma como os meios blindados serão empregados, em

qualquer faixa do espectro do conflito. Constituição uma estrutura básica mínima

com condições de potencializar o poder de combate ao gerir e difundir o

conhecimento técnico-doutrinário e das TTP no local oportuno e na medida certa.

No mesmo sentido, o CMS através da diretriz de blindados, recomenda

atenção redobrada ao emprego das SIBld das OM e a utilização constante e

exaustiva dos meios de simulação existentes, no caso da Família Leopard e, em um

futuro breve, da família Guarani.

Além disso, a fim de incrementar a difusão dos conhecimentos de TTP

aprendidos nos diversos cursos e estágios do CIBld, o CMS recomenda que todas

as OM Bld e Mec deverão organizar um núcleo de SIBld, a exemplo do que já ocorre

com sucesso nos RCC.

As Seções de Instrução de Blindados (SIBld) são idealizadas para atender as

novas demandas técnicas/operacionais nas Tropas Blindadas e Mecanizadas

Brasileiras e que têm, dentre outras, as seguintes finalidades:

1) Multiplicar o conhecimento técnico adquirido durante os estágios do Centro

de Instrução de Blindados, auxiliando na qualificação técnica das guarnições

de viaturas blindadas das OM;

2) Manter atualizado o conhecimento sobre equipamentos e viaturas –

blindados ou não, nacionais ou internacionais – e que tenha relevância para o

cenário do combate blindado;

3) Divulgar novas técnicas e meios auxiliares de instrução, tanto os propostos

pelo Centro de Instrução de Blindados quanto os desenvolvidos pela própria

OM;

4) Ser a ligação técnica entre a tropa blindada e o CIBld;

5) Centralizar, pessoal, MAI, e técnicas de instrução visando aumentar a

qualidade das instruções que exijam maior especificidade, e que as SU teriam

Page 76: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

75

dificuldades de realizar isoladamente (princípio da centralização e da

economia dos meios); e

6) Padronizar procedimentos técnicos e táticos sobre blindados.

2.7.2 Composição e organização do Projeto

a) O Projeto da SIBld Mec é composto por 3 (três) subprojetos, a saber:

1. Estruturação física da SIBld Mec;

2. Estruturação dos DSAI das SIBld Mec;

3. Estruturação do pessoal necessário para a SIBld Mec.

FIGURA 7 – Estrutura da implantação de uma seção de instrução de blindados nas OM

dotadas com a NFBR “Guarani”.

Fonte: BRASIL (2011b).

b) A Organização do projeto será desenvolvida pela própria OM, devendo

atentar para o quadro abaixo:

Função na Equipe Função

Gerente do Projeto A cargo da OM

Supervisor A cargo da OM

Subgerente de Estruturação Física

da SIBld Mec

A cargo da OM, com prioridade para ser

o futuro chefe da SI Bld

Subgerente de DSAI da SIBld Mec A cargo da OM, com prioridade para ser

Page 77: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

76

o futuro instrutor da SI Bld

Subgerente de Pessoal da SIBld

Mec

A cargo da OM, com prioridade para ser

o futuro instrutor da SI Bld

QUADRO 1 – Organização do Projeto.

Fonte: BRASIL (2011b).

c) Responsabilidades dos integrantes das equipes:

1) Gerente do Projeto:

a) controlar e motivar o supervisor do Projeto, se for o caso;

b) gerir os riscos do Projeto;

c) gerir os recursos necessários à execução do Projeto;

d) zelar pela qualidade dos produtos do Projeto;

e) assegurar que os objetivos do Projeto sejam atingidos dentro

do prazo, custo, escopo e qualidade;

f) reportar-se à autoridade que determinou a implantação do

projeto sobre o andamento do mesmo;

g) gerenciar as partes diretamente envolvidas no Projeto; e

h) outras decorrentes de necessidades específicas.

2) Supervisor do Projeto:

a) promover a integração dos membros da equipe do Projeto;

b) controlar e motivar os integrantes da equipe;

c) desenvolver canais de comunicação efetivos;

d) zelar pela qualidade dos produtos do Projeto;

e) assegurar que os objetivos do projeto sejam atingidos dentro

do prazo,

f) reportar ao Gerente do Projeto, informando-o sobre o

andamento do projeto;

g) encaminhar, ao Gerente do Projeto, as propostas de

mudanças nos produtos do projeto;

h) gerenciar as partes diretamente envolvidas no Projeto, dentro

de sua esfera de atribuições; e

i) outras decorrentes de necessidades específicas.

3) Subgerentes:

Page 78: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

77

Gerenciar suas áreas de atuação, conforme orientação da

Gerência do Projeto.

2.7.3 Objetivos do Projeto

a. Geral

Estruturar as Seções de Instrução de Blindados nas OM a serem

dotadas da NFBR “Guarani” para realizar sua tarefa de capacitação

dos Recursos Humanos necessários à operação e manutenção dos

blindados da NFBR e, consequentemente, de todos os outros

blindados do EB, de acordo com as solicitações que serão necessárias

para a implementação do Programa Guarani.

b. Específicos

1) Criar a estrutura física necessária a instalação das SIBld Mec nas

OM a fim de garantir a formação dos operadores das NFBR “Guarani”,

por meio do sistema de instrução militar para suprir as demandas do

EB, tanto na área de operação como na de manutenção dos blindados;

2) Apresentar proposta de pessoal das OM dotadas da NFBR para

serem integrantes das SIBld Mec, permitindo a introdução de novas

técnicas, táticas e procedimentos que os novos meios vão aportar, com

o necessário aprimoramento das doutrinas de emprego; e

3) Apresentar propostas dos meios auxiliares que dotarão as SI Bld a

fim de aperfeiçoar metodologias de instrução e certificação dos

quadros nas diversas unidades militares, por meio do funcionamento

integrado das SIB Mec com o CI Bld.

2.7.4 Estruturação Física da Seção de Instrução de Blindados Mecanizada

Para essa estruturação é necessário a construção de um Pavilhão da Seção

de Instrução de Blindados, dotado de estrutura física com no mínimo: uma Sala para

os Treinadores Sintéticos Portáteis (TSP), uma sala para os Simuladores de

Procedimentos de Motorista e Guarnição (SPMG), uma Sala para o ensino apoiado

em computador ou em plataforma e-learning (CBT), uma Sala de Instrução Teórica,

uma Sala de Instrução/Emissão de Ordens com Terreno Reduzido, uma Sala de

Page 79: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

78

Instrutores, uma Sala de Meios Auxiliares, um banheiro masculino, um banheiro

feminino e um Pátio para Instrução.

Esta estrutura física foi imaginada conforme as seguintes figuras:

FIGURA 8 - Planta baixa do pavilhão da SIBld Mec.

Fonte: BRASIL (2011b).

FIGURA 9 - Vista isométrica translucida do pavilhão da SIBld Mec.

Fonte: BRASIL (2011b).

2.7.5 Estruturação dos dispositivos de simulação e apoio à instrução (DSAI)

das SIBld Mec

A estruturação dos Dispositivos de Simulação e Apoio à Instrução das SIBld

Mec contempla os seguintes produtos:

1 – Dispositivos de Simulação e Apoio à Instrução (DSAI):

Page 80: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

79

Destinam-se a atender aos objetivos de instrução individual e coletivos,

desde o conhecimento e compreensão do funcionamento dos diversos

sistemas componentes das viaturas da NFBR até a Táticas, Técnicas e

Procedimentos das frações básicas, até o escalão subunidade. Estes

dispositivos são:

a) Painéis de Instrução dos seguintes sistemas da viatura:

elétrico; de freios; Central de Enchimento de Pneus (CTIS);

alimentação de combustível; alimentação de ar; arrefecimento;

lubrificação; navegação; extinção de incêndios; proteção química

biológica e nuclear; hidráulico de acionamento da porta traseira;

e do GCB e intercomunicações;

b) Conjuntos e peças seccionados, como: Monitor Primário com

cabo extensor de 5 m; Monitor Secundário com cabo extensor

de 5 m; um comando auxiliar do monitor secundário e freio

retardador; comando com manetes de navegação, simulacro do

conjunto motor; e pneu com anel toroidal seccionado;

c) Dispositivos de Simulação de Engajamento Tático para a

VBTP dotada de: com o canhão 30 mm (UT-30 ou TORC 30),

Torreta Platt Mout (Mtr.50 e Mtr 7,62mm), REMAXX e os

fuzileiros desembarcados;

d) Simuladores de Procedimentos para o motorista e Simulador

para procedimento da guarnição;

e) Computadores para ensino apoiado em computador ou com

uso de plataforma e-learning;

f) Treinador Sintético Portátil (TSP): permite simular uma

guarnição de VBTP, e treinar os operadores em cada uma de

suas funções de forma integrada; e

g) Ferramental destinado a manutenção e lubrificação a cargo

da OM.

2.7.6 Estruturação do pessoal necessário para a SIBld Mec

Esta estruturação, em linhas gerais, resulta na interpretação de diversos

documentos que a SIBld Mec tem como referência, entre eles: PPQ 02/2ª

Page 81: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

80

Guarnição CC Leopard 1A5 BR Edição Experimental – 2011, Memo CIBld – EME de

2012 e a Diretriz de Blindados do CMS de 2014.

A Seção de Instrução de Blindados Mecanizados (SIBld Mec) é um órgão

interno da OM, constituída por uma parcela dos quadros de pessoal, especializada

em assuntos relativos ao preparo, emprego e manutenção de blindados.

Cabe à SIBld Mec assessorar o S3 e o Cmt OM quanto aos assuntos

diretamente ligados a blindados, como: instrução, emprego e manutenção.

Para a distribuição de pessoal da SIBld Mec, como não existe previsão de

cargos específicos para ela, o que se observa são soluções internas, as quais

diferem entre si, de acordo com a realidade particular de cada OM, sendo

levantadas 03 (três) alternativas até o presente momento:

L Aç Especialistas distribuídos nas SU

Distribuição de

Pessoal e Material

- 01 (uma) SU como detentora do material carga;

- Cmt desta SU (Instr Ch SIBld Mec) fica responsável por planejar a

atuação da SIBld Mec (documentação de instrução); e

- A execução dos programas de instrução tem participação de

especialistas de todas SU.

Pontos Fortes

- Privilegia o fato de que todo instrutor no corpo de tropa é

operador de seu meio e está integrado em uma fração;

- Distribui o compromisso de capacitar o recurso humano por mais

setores da OM; e

- Desonera uma SU EP, a fim de viabilizar o seu próprio preparo

concomitantemente com a capacitação.

Oportunidades de

melhoria

- Exige maior cooperação entre as SU que possuem instrutores

especialistas;

- Acarreta na operação dos equipamentos de simulação por

instrutores que podem não exercer o devido controle do material; e

- A execução descentralizada pode dificultar a manutenção do

controle de desempenho e situação das frações.

QUADRO 2 – Linha de Ação 01.

Fonte: BRASIL (2011b).

Page 82: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

81

L Aç Especialistas agrupados em uma SU

Distribuição de

Pessoal e Material

- 01 (uma) SU como detentora do material carga;

- Cmt desta SU (Instr Ch SIBld Mec) fica responsável por planejar a

atuação da SIBld Mec (documentação de instrução); e

- A prioridade é alocar especialistas nas frações desta mesma SU.

Pontos Fortes

- Foco quase exclusivo na qualidade da instrução;

- Melhores condições de manter o controle do nível de instrução; e

- Libera as outras SU para buscar melhor preparo para o combate

e/ou atender às demandas administrativas.

Oportunidades de

melhoria

- A preocupação principal desta SU passa a ser a instrução e não o

preparo para o combate;

- Queda na qualidade de manutenção das VB; e

- Não envolvimento das demais SU no processo de capacitação.

QUADRO 3 - Linha de Ação 02.

Fonte: BRASIL (2011b).

L Aç Especialistas no Pel Cmdo/SU C Ap

Distribuição de

Pessoal e Material

- Instr Ch SIB Mec atua como Cmt Pel Cmdo e Adj S3 e emprega

completamente as VBTO do EM.

- Reforçado por militares de outras turmas deste mesmo pelotão.

- Material carga designado à SU C Ap, cautelado para uma praça

antiga, desejável um S Ten extra-QCP, trabalhando

exclusivamente para a SIB Mec.

Pontos Fortes

- É uma solução intermediária.

- Não onera nenhuma SU CC.

- Dinamiza as Vtr do Pel Cmdo.

- Maximiza o cuidado com material carga e controle de

desempenho das frações.

Oportunidades de - Depende em alto grau da intenção do Cmt OM.

- Suscetível a mudanças no extra-QCP da OM.

Page 83: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

82

melhoria - Praticamente obriga que o Instr Ch SIB Mec seja um Of

subalterno

QUADRO 4 – Linha de Ação 03.

Fonte: BRASIL (2011b).

2.7.7 Funcionamento da SIBld Mec

O funcionamento da SIBld Mec deve seguir o ano de instrução sendo balizado

pela SIMEB, e as documentações relacionadas como: PIM, PPB/1, PPB/2, PPQ/1 e

PPQ específicos, PP CTTEP, PT 17/1, PPA e Programas de Instrução.

Dentro desta ótica, o CI Bld o salienta, principalmente, durante os cursos e

estágios, como o aluno deve atuar para formar e compor a guarnição da VBTP,

através de um programa de instruções específico e com o uso de meios de

simulação em cada fase do processo, sendo também lhe ensinado as incumbências

inerentes aos instrutores das SIBld e do CIBld.

Este processo pode ser compreendido conforme a pirâmide, empregada

principalmente na VBC Leopard por possuir todos os meios auxiliares a instrução e o

Dispositivo de Simulação de Apoio a Instrução, onde na base da pirâmide é

apresentado e ensinado os procedimentos básicos de operação, e onde o

instruendo acaba interagindo somente com a viatura. No nível acima ocorre um

acréscimo de conhecimento, sendo inserido o ensino de técnicas empregadas em

nível seção, e o pelotão e a interação já passam ocorrer com o terreno, inimigo e

tudo mais envolvo no ambiente da zona de ação da pequena fração, sendo virtual ou

não. No ápice da pirâmide é finalizada a formação da pequena fração apta a atuar

em Força-Tarefa.

.

Page 84: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

83

FIGURA 10 – Níveis de Treinamento

Fonte: BRASIL (2011b).

Ao analisarmos esta pirâmide com mais profundidade observamos que este

processo busca atingir determinados níveis de instrução, relacionando o processo

de ensino com a instrução militar, o nível de interação e as TTP, conforme a figura

abaixo:

FIGURA 11 – Pirâmide do adestramento.

Fonte: BRASIL (2011b).

Page 85: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

84

Em ambas as pirâmides, observa-se a evolução da instrução da tropa

blindada. Cada degrau na pirâmide corresponde aos diferentes níveis de dificuldade

e complexidade do equipamento a ser utilizado. Essa sistemática torna mais eficaz o

treinamento dos atiradores e das guarnições dos diversos blindados ao submeter os

instruendos a níveis crescentes de conhecimentos técnicos e táticos, além de

propiciar racionalização de meios e economia de recursos.

A base da pirâmide, em tons de azul, é destinada a formação individual e da

guarnição onde o instruendo passa a aprender os procedimentos e a interagir com a

Viatura, com a exceção da NFBSR MR “Guarani”, tendo em vista a maioria dos

simuladores se encontrar em processo de desenvolvimento ou aquisição.

O primeiro degrau azul é realizado, por meio das instruções preconizadas no

PPQ, para qualificação do atirador no próprio CC (no caso do Leopard), no SPT

(Torre Didática) e no SPM. É o contato inicial com o equipamento, com foco no

conhecimento geral do meio real através do aprendizado via Computer-Based

Trainning (CBT) e por meio de instruções de identificação de componentes e

funcionalidades, utilizando-se os simuladores de procedimento como meio auxiliar

de instrução.

O 2º degrau destina-se a criação de reflexos na operação dos componentes

internos da VBC ou VBTP, composto por atividades que possam ser desenvolvidas

tanto em ambiente virtual como na torre didática. Essa etapa será realizada apoiada

nos SPT, SPM e TSP, caracterizando o início do processo de interação do homem

com a máquina, onde o foco é desenvolver no operador os reflexos, atitudes e

procedimentos inerentes à operação do meio, desenvolvendo a memória muscular

do combatente, tornando-o apto a correta utilização e emprego da VBC.

O 3º degrau ocorre basicamente no SPT, TSP e TSB (Treinado Sintético de

Blindados), onde o objetivo é o aprendizado da atuação em conjunto como

guarnição, treinando: comandos de tiro, designação e transferência de alvos,

monitoramento de tiro, colimação de campo, entre outros, resumindo as ações de

instrução no campo técnico e de procedimentos, com cenário tático contextualizado

as ações da guarnição.

A parte intermediária da pirâmide, em tons de verde, é voltada ao ensino das

técnicas de tiro voltadas ao combate, forçando o instruendo a interagir com o

ambiente.

Page 86: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

85

O primeiro degrau em verde, o aluno continua empregando o TSP e o TSB,

na plenitude de seus sistemas para aprimoramento da técnica de tiro, mas também

passa a operar a viatura VBC no terreno, sem entretanto, utilizar munição real para o

tiro com o canhão. A instrução será realizada por meio do DSET acoplado ao

canhão do CC. Numa primeira fase, com o CC parado e o alvo parado, utilizando o

DSET com auxílio de alvos padronizados ou viatura com prisma do DSET,

aumentando o nível de dificuldade com a VBC parada e o alvo em movimento

(podendo ser um alvo de arrasto ou um qualquer meio com prisma para o DSET) e,

na última fase, com o CC e o alvo em movimento. A utilização dos alvos-móveis leva

em conta um aspecto fundamental do nosso “modelo” de instrução militar, qual seja,

desenvolvido com base no emprego do MEM, em busca do “executante perfeito”, de

forma que a instrução não seja totalmente apoiada em meio virtual.

O coroamento da fase verde é caracterizado pelo tiro da guarnição.

Para o ápice da pirâmide, em tons de vermelho, ocorre o ensino em paralelo

do emprego tático do pelotão, juntamente com a técnica de tiro do pelotão,

passando pela realização do tiro de fração inicialmente apoiado no DSET, seguido

do tiro real e podendo ser realizado o duelo de blindados apoiado no DSET

novamente.

Nos níveis mais altos da pirâmide são utilizados os TSB e o software de

Simulação Virtual Tática (Steel Beasts e o VBS), para que haja um emprego virtual

das frações (SU e Pel) em nível FTSU, possibilitando o ensaio da manobra em uma

carta digitalizada da área de operações, com as viaturas e militares virtuais do QCP

e QDM da OM. O uso do simulador virtual tático (SVT) nesta fase possibilita a

atuação dos oficiais, sargentos, atiradores e motoristas das seções e pelotões da

SU, bem como do Cmt SU em uma manobra tática, integrando as funções de

combate a serem desempenhadas pela tropa.

O término do ensino em nível FTSU está ligado ao exercício de adestramento

virtual realizado no SVT e a certificação do adestramento das frações até o nível

Pelotão, com o uso dos DSET e do TSB.

Observa-se parcialmente, que na pirâmide de adestramento a principal

vantagem é o escalonamento do grau de dificuldade da instrução com o emprego de

simuladores adequados para aquisição de reflexos na operação da VBC. Ressalta-

se, ainda, o fato de que esse processo não está apoiado somente em simuladores.

Page 87: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

86

Ao contrário, considera muito importante o uso do carro, evitando um erro de

concepção que ocorre em exércitos modernos, onde o uso do MEM é limitado.

Destaca-se a carência desses meios para formação dos operadores da

NFBSR MR “Guarani’, bem como aumentando o risco de acidentes decorrentes das

atividades com blindados e militares com pouco experiência durante a formação, o

aumento do custo da formação da guarnição do carro com um gasto maior de

combustível, munição, óleos e a manutenção.

2.7.8 Fatores críticos do sucesso

a) Apoio dos escalões envolvidos na aprovação dos projetos apresentados;

b) Apoio dos escalões envolvidos na disponibilização do total de recursos

solicitados;

c) Cumprimento dos prazos na elaboração e execução dos projetos;

d) Construção e/ou adequação de instalações;

e) Disponibilização do pessoal e materiais necessários, por meio da

implementação das funções da SIBld Mec em QCP e do material no QDM das

OMs;

f) Eficácia da comunicação com os demais integrantes do Programa; e

g) Acompanhamento, supervisão e avaliação dos resultados por todos os

escalões envolvidos, em todas as fases do programa.

2.7.9 Premissas

a. O Projeto de implementação da SIBld Mec visa atender a demanda mais

essencial e sensível do Programa Guarani: a capacitação dos seus

recursos humanos. Esta, se realizada com qualidade, garantirá o êxito do

Programa e causará um impacto imediato na operacionalidade da Força

Terrestre, contribuindo para alcançar os objetivos colimados pelo Projeto

de Força (PROFORÇA);

b. É necessário o entendimento e o consenso, por parte dos gestores do

Programa, que as OM carecem de meios e instalações para cumprir suas

missões;

Page 88: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

87

c. O fator crítico para a reorganização é a implementação da SIBld Mec, em

curto prazo, com a criação de funções em QCP das OM.

2.7.10 A experimentação logística da VBTP-MR Guarani

No ano de 2014 o 6º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado recebeu 02 (duas)

Viaturas VBTP-MR Guarani LED (Lote Experimental Doutrinário), com a missão de

apoiar a experimentação logística dessas viaturas, em apoio ao CIBld, com as

seguintes finalidades:

a. Colher dados e sugestões que permitam o desenvolvimento da

manutenção orgânica (1º escalão), de campanha (2º escalão e de

diagnose (3º escalão);

b. Avaliar o desempenho da VBTP-MR Guarani em condições próximas

as de seu emprego operacional, sendo manutenida e operada pela

tropa;

c. Colher dados e sugestões que permitam a sistematização do “om job

training” a ser contratado para as OM que vierem a receber as VBTP-

MR Guarani;

d. Colher dados e sugestões sobre ferramental e equipamentos a

serem adquiridos para os escalões de manutenção e sobre a

organização das oficinas de manutenção;

e. Confirmar os parâmetros e dados estabelecidos para o SLI

contratado pelo DCT para as VB Guarani;

f. Avaliar o desempenho da VB em operação pela tropa a fim de obter

o conhecimento dos parâmetros técnicos de suprimento,

manutenção, transporte e recursos humanos;

g. Coletar dados iniciais e subsídios para a elaboração / revisão de

manuais de emprego e manutenção da VB;

h. Identificar possíveis deficiências referentes ao projeto da VB, com

base na operação e manutenção da mesma pela tropa; e

i. Colher dados médios iniciais de planejamento referentes a VBTP-MR

Guarani.

Page 89: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

88

A experimentação logística se desenvolveu do dia 9 ao dia 11 de julho de

2014, onde os 2 (dois) Guaranis do Esquadrão e mais o comboio de apoio

deslocaram-se para o Campo de Instrução Barão de São Borja, na cidade de

Rosário do Sul.

Os Guaranis rodaram, aproximadamente, 300 km em estrada pavimentada e

200 km em estradas não pavimentadas, com 17,1 horas de motor ligado em

deslocamento e 8,5 horas de motor ligado com viatura parada.

Foram realizados diversos tipos de deslocamentos, laços sucessivos e

alternados, embarque e desembarque de tropa, deslocamento através de campo e

em terreno lodoso. As principais situações levantadas foram os seguintes:

- Foi realizado a inspeção automática de verificação da pressão de ar dos

pneus com duração de 5 min com a Vtr parada;

- Durante o deslocamento na estrada não pavimentada, a luz do sensor do

sistema pneumático que estava acendendo anteriormente, apagou não mais

acusando que o pneu estava vazio.

- Para que fosse retirado o periscópio diurno e instalado o periscópio de visão

noturna precisou cortar, com um estilete, a borracha de silicone de vedação.

(os técnicos presenciaram a instalação e afirmaram que sempre que tiver que

realizar este procedimento terá que ser cortado o silicone. Pediram que

quando retornasse para a OM fosse aberta uma ordem de serviço para que

eles façam a vedação novamente).

- O motorista pode constatar a dificuldade de dirigir com o equipamento e

afirma que existia certa diminuição da percepção de distância e limitação da

visualização das laterais.

- Durante a inspeção do motor foi verificado que o nível do fluído do sistema

de direção hidráulica estava baixo. (Os técnicos da Iveco realizaram o

recompletamento de 800 ml).

- A viatura permaneceu com o motor ligado, após o retorno do abastecimento,

das 17:00h até às 22:00h, com todo o sistema de iluminação e sistema de

climatização ligados para fins de verificação e funcionamento dos mesmos.

Não foram constatadas alterações;

- Foi verificado que quando acionado para fechar a rampa traseira, se estiver

alguma pessoa sobre a rampa, ela não sobe por motivo de segurança,

mesmo após ter iniciado o fechamento;

Page 90: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

89

- Logo no início do deslocamento para Rosário, a Luz Espia acendeu

indicando baixo nível do fluído da Direção Hidráulica. (os técnicos da Iveco

foram informados, inspecionaram e disseram que iriam recompletar o

reservatório posteriormente);

- A luz do sistema pneumático também acendeu, acusando que o pneu do

meio, no lado direito da Vtr estava vazio, porém o pneu estava cheio (os

técnicos foram informados, inspecionaram e disseram que na chegada em

SAICÃ – Campo de Instrução na região de Rosário do Sul – teriam que

averiguar o computador de diagnóstico na central da Vtr para verificar a

ocorrência do fato).

- Ao chegar ao destino, Barro vermelho, a viatura apresentou falha no sistema

de abertura da rampa traseira (os técnicos da Iveco levaram 1 hora e meia

para conseguirem realizar a abertura da rampa. Solucionaram o problema

provisoriamente para a realização do exercício. Disseram que a válvula

responsável pela abertura da rampa estava com problema e deveria ser

substituída. Não fizeram porque no momento não tinham nenhuma outra, mas

quando a viatura retornasse para Santa Maria, deveria ser aberto uma Ordem

de Serviço para que seja substituída a válvula).

Após os técnicos Iveco sanarem o problema, provisoriamente, ficou fazendo

um ruído toda vez que a rampa de traseira era acionada para descer;

- A viatura não apresentou problemas no motor, sistema de transmissão e

sistema de direção;

- Possui uma suspensão muito resistente e estável;

- Excelente sistema de Controle de Pressão dos Pneus (CTIS). Os pneus

possuem ótima aderência ao solo, tanto em estrada pavimentada como em

estrada não pavimentada;

- Ótimos pneus para utilização em terrenos com lamaçais;

- O excelente sistema de freios ABS proporciona ótima estabilidade da Vtr nas

frenagens;

- Ótimo sistema de climatização (ar condicionado, ventilação, ar quente, e

pressurização) proporciona conforto a tropa embarcada; e

- Ótima iluminação interna e externa.

Page 91: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

90

2.8 O NÚCLEO DA SEÇÃO DE INSTRUÇÃO DE BLINDADOS MECANIZADO (SIBLD MEC) DO 6º ESQUADRÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

O 6º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, imerso na experimentação

logística da VBTP MR-Guarani, preocupado com a CTTEP da tropa mecanizada,

que possui grande lacuna na sua instrução de blindados, e alinhado com a

Estratégia Nacional de Defesa, com o projeto estratégico do Exército, Projeto

Guarani, com o Programa de Instrução Militar do Exército (PIM 2014) e com a

Diretriz de Blindados do CMS, iniciou em 2014 o desenvolvimento do núcleo da

Seção de Instrução de Blindados Mecanizado (SIBld Mec), do 6º Esquadrão de

Cavalaria Mecanizado nas suas atuais instalações.

O projeto desse núcleo encontra-se em pleno desenvolvimento e pretende ser

o embrião da Seção de Instrução de Blindados Mecanizada (SIBld Mec) a ser

implementado, inicialmente, no 6º Esqd C Mec em Santa Maria, como modelo para

as demais Unidades mecanizadas, com vistas a adoção da NFBSR – Guarani, tendo

por ideia força inicial, sendo um vetor de modernização da CTTEP nos RC Mec e

servindo como base para toda a Família de Blindados Guarani.

Dentre os vários objetivos elencados nesse estudo e determinados pelas

diretrizes do escalão superior, a SIBld Mec do 6º Esqd C Mec pretende propiciar a

metodologia de ensino de blindados que o Exército preconiza e adequar a

capacitação técnico e tática das futuras guarnições de blindados da NFBSR –

Guarani, tendo em vista a tecnologia agregada à essa plataforma, dentro das atuais

Condicionantes Doutrinárias e Operacionais.

A SIBld Mec do 6º Esqd C Mec pretende alinhar um ambiente de ensino que

favoreça a aprendizagem, colocando no mesmo local as instruções teóricas e a

prática imediata, para aumentar a absorção do conhecimento.

Foi levado em consideração, por ocasião do projeto arquitetônico

desenvolvido pelo comando do 6º Esqd C Mec, o dimensionamento das salas na

sequência lógica da instrução teórica no auditório, aplicação prática na sala da torre

didática e do motor e exercício virtual na sala de simuladores.

A seguir apresento o projeto concebido pelo 6º Esqd C Mec na fase atual de

desenvolvimento:

Page 92: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

91

FIGURA 12 - Vista superior em corte do pavilhão da SIBld Mec.

Fonte: 6º Esqd C Mec.

.

FIGURA 13 - Sala da CTTEP. FIGURA 14 - Sala de simulação tática.

Fonte: 6º Esqd C Mec. Fonte: 6º Esqd C Mec.

Page 93: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

92

3 METODOLOGIA

Essa seção tem por finalidade apresentar detalhadamente o caminho que se

pretende percorrer para solucionar o problema de pesquisa, especificando os

procedimentos necessários para se chegar aos participantes da mesma, obter as

informações de interesse e analisá-las, e contemplando não só a fase de exploração

de campo, como a escolha do espaço e a seleção do grupo de pesquisa, o

estabelecimento dos critérios de amostragem e a construção de estratégias para

entrada em campo, como também a definição de instrumentos e procedimentos para

análise dos dados. Dessa forma, para um melhor encadeamento de ideias, esta

seção foi dividida nos seguintes tópicos: Objeto Formal de Estudo, Amostra e

Delineamento de Pesquisa.

3.1 OBJETO FORMAL DE ESTUDO

Para confecção do presente trabalho, pretende-se realizar uma pesquisa

quantitativa e qualitativa com os oficiais e praças do 1º RCC, 4º RCC, 17º RC Mec e

6º Esqd C Mec (Possuidores de SIBld) que desempenham função em SU de carros

de Combate ou C Mec, onde se pretende verificar em que medida a adoção da

sistemática de capacitação adotada pelos RCC, com a chegada da Família Leopard,

atende às novas necessidades de capacitação da Guarnição da Nova Família de

Blindados Sobre Rodas (NFBSR) Guarani, se for adotada pelos RC Mec.

Antes do envio do questionário, será realizado um pré-teste com dois Capitães

Alunos da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) que já exerceram a função

de Instrutor-Chefe da SIBld do 1º RCC e Instrutor de Leopard do CIBld, com o

objetivo de levantar dúvidas durante a execução do questionário, verificar a

objetividade e clareza dos itens melhorando, assim, a confiabilidade do documento e

diminuindo o risco de erros na avaliação.

A pesquisa será realizada por meio de um questionário que deverá ser

respondido no período de um mês. No início do questionário será apresentado o

objetivo do estudo, bem como sua importância, com a finalidade de sensibilizar os

oficiais que responderão as questões em relação a importância da veracidade das

respostas, visando à realização de uma análise baseada em dados fidedignos.

Page 94: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

93

As perguntas serão respondidas através de um questionário enviado por e-mail

ou contato pessoal, visando à manutenção da segurança das informações. Na

análise das respostas, não serão divulgadas as OM que responderem o

questionário, primeiramente por se tratar de uma informação irrelevante para a

conclusão da pesquisa, uma vez que a verificação quantitativa e qualitativa dos

dados colhidos será suficiente para contemplar o objetivo do projeto e, também, para

evitar um desgaste ou exaltação desnecessária da imagem da OM, garantindo a

validade das respostas apresentadas.

Por fim, será realizada uma entrevista exploratória com o engenheiro mecânico

e de automóveis do Exército Brasileiro, chefe da equipe de absorção de

conhecimento e transferência de tecnologia do projeto Guarani, com um Ex- Instrutor

chefe da SIBld do 1º RCC e com um Ex- Instrutor de Leopard do CIBld.

Da análise das variáveis envolvidas no presente estudo, “Exigências da Nova

Família de Blindados Guarani”, apresenta-se como variável independente, tendo em

vista que se espera que a suas necessidades exerçam efeito significativo sobre a

variável dependente “Capacitação da Guarnição da NFBSR”. A seguir, serão

apresentadas as definições conceituais e operacionais das variáveis de estudo.

Devido as características qualitativas das variáveis de estudo, fez-se

necessário defini-las, conceitualmente e operacionalmente, a fim de torná-las

passíveis de observação e de mensuração.

No presente estudo as “Exigências da Nova Família de Blindados Sobre

Rodas Guarani” (VI) refere-se, principalmente, a tecnologia dos equipamentos

utilizados e os dispositivos de simulação e adestramento necessários para o militar

operar o meio blindado.

O quadro 5 apresenta a definição operacional da variável independente.

QUADRO DE OPERACIONALIZAÇÃO DA VARIÁVEL “ I ”

VARIÁVEL INDEPENDENTE

DIMENSÕES DA VARIÁVEL

INDICADOR(ES) MEDIÇÃO

- Dispositivos de Simulação e Adestramento (DSA).

- Aproveitamento na realização de simulações de engajamento de alvos e depanagens.

- Revisão de Literatura; - Questionário: Itens 18 e 19;

Page 95: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

94

Exigências da Nova Família de Blindados sobre Rodas Guarani (NFBSR)

-Entrevista / perguntas.

- Tecnologia dos equipamentos utilizados.

- Torre didática informatizada; - Bancadas eletrônicas com painéis de simulação; - Panes controladas pelo instrutor.

- Revisão de Literatura; - Questionário; Itens 32 e 33; - Entrevista / perguntas.

QUADRO 5 – Definição operacional da variável operação adequada de blindados.

Fonte: O autor.

Da mesma forma, “A Capacitação da Guarnição da NFBSR no RC Mec” está

intimamente ligado aos meios para instrução, efetivo e constituição da equipe de

instrução, método de ensino, especialização dos instrutores e qualificação dos

instruendos, possuindo a seguinte definição operacional:

QUADRO DE OPERACIONALIZAÇÃO DA VARIÁVEL “ D ”

VARIÁVEL

DEPENDENTE

DIMENSÕES DA

VARIÁVEL

INDICADORES MEDIÇÃO

A Capacitação da Guarnição da NFBSR no RC Mec

- Meios para a instrução.

- quantidade de meios, material, equipamentos e recursos para a instrução; - estrutura Física.

- Questionário; Itens 7, 17, 18, 19, 25, 32, 33; - Entrevista/ perguntas.

- Efetivo e constituição da equipe de instrução.

- Composição permanente e função dos seus integrantes.

- Questionário; Itens 26, 27, 30 e 31; - Entrevista/ perguntas.

- Método de ensino.

- Palestra, demonstração, prática simulada e controlada.

- Questionário; itens 17, 20, 23 e 25; - Entrevista/ perguntas.

- Especialização - Com treinamento específico para

Page 96: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

95

dos instrutores. utilização dos meios; - Com estágio técnico e tático de blindados; - Leigo.

- Questionário; Itens 2, 5, 6, 9, 13, 16, 28 e 29; - Entrevista / perguntas.

- Qualificação dos instruendos

- Com estágio técnico e/ou tático de blindados; - Leigo do EP; -Leigo do EV; -Com Ensino médio; -Com ensino Fundamental.

- Questionário: Itens 2, 5, 6, 9, 13, 16; - Entrevista / perguntas.

QUADRO 6 – Definição operacional da variável capacitação da guarnição na NFBSR.

Fonte: O autor. 3.2 AMOSTRA

O questionário será encaminhado as 3ª Seções do 1º RCC, 4º RCC, 17º RC

Mec e 6º Esqd C Mec e a 3 (três) Capitães Alunos da Escola de Aperfeiçoamento

de Oficiais (EsAO), do 2° ano do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO), que

desempenharam a função de instrutores da SIBld no 1º e 4º RCC.

A escolha da amostra se deve aos seguintes fatores:

a) os Chefes da 3ª Seção das OM foram os militares escolhidos para

responderem e também coordenarem a resposta ao questionário por serem

os responsáveis, supervisionados pelos Cmt OM, pela coordenação da SIBld

e da Capacitação Técnica e Tática do Efetivo Profissional (CTTEP), objeto

da presente pesquisa. Além desse fator, soma-se a familiaridade que estes

militares possuem com o assunto em questão, facilitando seu entendimento

e dando credibilidade às repostas avaliadas;

b) por terem Seção de Instrução de Blindados, estas OM têm experiência na

capacitação das guarnições de blindados;

c) as OM/SU valor unidade foram escolhidas por apresentarem uma boa

infraestrutura de meios e pessoal, possibilitando a CTTEP com qualidade.

Unidade, segundo BRASIL, 2003, p. U-1, é uma “organização militar da força

terrestre, de uma arma, serviço, quadro ou especialidade, que grupa

Page 97: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

96

elementos de combate, apoio ao combate ou apoio logístico, segundo uma

estrutura prevista, e com possibilidades definidas para viver e operar”;

d) O 1º RCC e 4º RCC são dotados de Leopard 1 A 5 BR, possuidores de SIBld

e pessoal capacitado e estão em constante adestramento e emprego. O 17º

RC Mec e 6º Esqd C Mec estão construindo suas SIBld com vistas ao

recebimento da NFBSR Guarani, aumentando a importância da capacitação

de suas guarnições;

e) é importante salientar que, inicialmente, não estava planejado estender o

questionário aos Capitães Alunos da EsAO. Porém, durante a pesquisa foi

verificado o alto grau de comprometimento, conhecimento e experiências por

parte de no mínimo 3 (três) Capitães Alunos com o tema do trabalho, fator

que provocou a extensão do questionário aos Cap Al da EsAO,

proporcionando uma diversificação na localização das OM, fato esse que só

tem a acrescentar a pesquisa. Sendo assim, tem-se na amostra um total de

4 OM, sendo 03 do CMS e 01 do CMO.

3.3 DELINEAMENTO DE PESQUISA

Para confecção do presente trabalho será desenvolvida uma pesquisa

quantitativa e qualitativa, onde se pretende verificar em que medida a adoção da

sistemática de capacitação adotada pelos RCC, com a chegada da Família Leopard

atende às novas necessidades de capacitação da Guarnição da Nova Família de

Blindados Sobre Rodas sobre Guarani (NFBSR) se for adotada pelos RC Mec, que

fazem parte da amostra, através da qual levantar-se-ão as dificuldades e sugestões

para a capacitação das guarnições.

3.3.1 Procedimentos para a revisão da literatura

Para a definição de termos, redação do referencial teórico e estruturação de

um modelo teórico de análise que viabilizasse a solução do problema de pesquisa,

foi realizada uma revisão de literatura nos seguintes moldes:

a. Fontes de busca:

- Manuais e regulamentos do Ministério da Defesa e do Exército

Brasileiro atinentes as frações mecanizadas de Cavalaria, Livro Branco

Page 98: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

97

da Defesa Nacional, Estratégia Nacional de Defesa, Projetos

Estratégicos do Exército;

- Arquivos, relatórios e documentos do Comando de Operações

Terrestres (COTer), Comando Militar do Sul (CMS), Centro de

Instrução de Blindados e 6º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado;

- Trabalhos acadêmicos da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

(EsAO) e da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME)

acerca do tema;

- Artigos e textos referentes ao tema em publicações de assuntos

militares;

- Monografias do Sistema de Monografias e Teses do Exército

Brasileiro; e

- Projetos interdisciplinares do Centro de Instrução de Blindados.

b. Estratégia de busca para as bases de dados eletrônicas

Foram utilizados os seguintes termos descritores: "Nova Família de

Blindados Sobre Rodas (NFBSR)”, Projeto Estratégico Guarani",

“Seção de Instrução de Blindados” respeitando as peculiaridades de

cada base de dado.

Após a pesquisa eletrônica, as referências bibliográficas dos estudos

considerados relevantes foram revisadas, no sentido de encontrar

artigos não localizados na referida pesquisa.

c. Critérios de inclusão:

- Estudos publicados em português, inglês, ou espanhol;

- Estudos publicados de 2004 a 2014;

- Estudos quantitativos e qualitativos que descrevem a Nova Família de

Blindados e a Seção de Instrução de Blindados;

- Estudos Lato Sensu ou Stricto Sensu publicados por

Estabelecimentos de Ensino Civis ou Militares de nível superior;

- Estudos e artigos em publicações nacionais ou estrangeiras;

- Artigos publicados em enciclopédias virtuais; e

- Reportagens jornalísticas em publicações nacionais ou estrangeiras.

d. Critérios de exclusão:

- Estudos e artigos publicados antes de 2004;

- Estudos cujo foco central não seja relacionado com Blindados; e

Page 99: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

98

- Estudos que reutilizam dados obtidos em trabalhos anteriores.

3.3.2 Procedimento experimental

Todas as atividades operacionais e de avaliação serão realizadas com base

nos questionários distribuídos para os Chefes da 3ª Seção. O questionário será

distribuído por email, conforme os seguintes passos:

a) contato prévio com o Chefe da 3ª Seção;

b) envio do questionário por email ou contato pessoal;

c) resposta dos questionários no prazo de um mês, realizada/coordenada pelos

Chefes da 3ª Seção ou individualmente pelo email; e

d) recebimentos dos questionários e avaliação dos dados.

3.3.3 Instrumentos

Esta pesquisa terá como alicerce um questionário, que servirá como a base de

uma análise quantitativa e qualitativa, utilizando-se perguntas abertas e fechadas,

com a finalidade de verificar em que medida a adoção da sistemática de capacitação

adotada pelos RCC com a chegada da Família Leopard atende às novas

necessidades de capacitação da Guarnição da Nova Família de Blindados Sobre

Rodas (NFBSR) Guarani se for adotada pelos RC Mec (OM Blindadas).

3.3.4 Análise de dados

Para realizar a análise da variável independente, ou seja, as Exigências da

Nova Família de Blindados sobre Rodas (NFBSR) Guarani será feita uma revisão da

literatura, com base principalmente nas Condicionantes Doutrinárias e Operacionais

da NFBSR 2012, onde serão levantadas as demandas que surgirão com a chegada

da nova Viatura Blindada, bem como, a avaliação do item no questionário atinente a

esta variável, a fim de se obter uma base do que é necessário nas OM componentes

da amostra.

Para realizar a análise da variável dependente, será tomado como base o

questionário, onde as respostas dos itens serão categorizadas em conjuntos, de

acordo com as dimensões e os indicadores a que se referirem, conforme os quadros

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99

de definição das variáveis (objeto formal de estudo) e, assim, terão seus dados

reunidos e tabulados em gráficos e quadros. A intenção é tirar conclusões a respeito

da Capacitação da Guarnição da NFBSR no RC Mec, bem como, contribuir para a

capacitação da tropa mecanizada, por meio da comparação direta dos resultados.

Page 101: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

100

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A presente seção tem por finalidade apresentar e analisar os resultados

obtidos nas atividades de pesquisa realizadas (revisão de literatura e questionário),

visando verificar “Em que medida a adoção da sistemática de capacitação adotada

pelos Regimentos de Carros de Combate (RCC), com a chegada da Família

Leopard, atende às novas necessidades de capacitação da guarnição da Nova

Família de Blindados Sobre Rodas (NFBSR) GUARANI, se for adotada pelos RC

Mec”

Os resultados foram apresentados, em sua maioria, item a item, conforme o

questionário aplicado, porém itens que se complementam foram discutidos no

mesmo tópico, com o objetivo de facilitar a exposição dos dados. Assim, as

informações obtidas puderam ser interpretadas e analisadas individualmente, sejam

agrupadas por semelhança, sejam procurando evidências sobre a existência de

diferenças.

Quando julgado pertinente, as informações obtidas com a realização da

revisão de literatura foram destacadas junto aos itens dos questionários que

abordaram o assunto em destaque, no intuito de agregar informações para a

apresentação das conclusões parciais.

Dos 80 questionários distribuídos, foram respondidos 52 (cinquenta e dois),

entre oficiais e sargentos do 1º RCC e 4º RCC, 17º RC Mec e 6º Esqd C Mec.

Estes militares foram submetidos a um questionário com 24 perguntas

objetivas e subjetivas, de onde foi extraído o conteúdo para a discussão dos

resultados. Todos os pesquisados têm experiência e atuam na área do estudo.

4.1 QUESTIONÁRIO

Segue-se a apresentação dos resultados obtidos, de acordo com a aplicação

do questionário.

As questões de 1 à 7 estão voltadas a evidenciar a possibilidade de

capacitação técnica e tática das guarnições de blindados (sobre rodas e lagartas)

com a utilização da SIBld e também demonstrar o nível de experiência e

conhecimento da amostra sobre o assunto em estudo.

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101

QUESTÃO nº 1

A pergunta nº 1 foi encaminhada aos oficias e sargentos das OM Bld e Mec

com o intuito de dimensionar e confirmar a existência ou estruturação das SIBld

nestas OM para basear estatisticamente este estudo.

A OM do Sr. possui uma seção de instrução de Blindados?

Dessa questão obteve-se os seguintes resultados:

GRÁFICO 1 – Existência de SIBld nas OM Bld/Mec.

Fonte: O autor.

Verifica-se que 98,03% (1) dos militares, responderam que sim, somente

1,97% (2) responderam que sua OM não possui a SIBld no momento, mas que esta

em construção.

Tanto o 1º quanto o 4º RCC que já possuem, estão operando e capacitando

suas guarnições utilizando-se da SIBld.

O 6º. Esqd C Mec está finalizando a construção de sua SIBld com vistas a

capacitar as suas guarnições na própria OM e o que no momento ocorre é que se

utiliza de estágios emergenciais realizados no CIBld, unidade vizinha.

O 17º RC Mec está com a sua SIBld em estágio avançado de construção e já

capacita em sua própria OM comandantes de carro e motoristas, entretanto, sem a

maioria dos meios necessários.

Nesta questão verifica-se que o 17º RC Mec e o 6º Esqd C Mec estão

procurando adotar a mesma sistemática de capacitação adotada pelos RCC, que

seguem a determinação constante do PIM, uma vez que as OM mecanizadas não

são contempladas com diretrizes de instrução de blindados pelo PIM 2015.

Page 103: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

102

QUESTÃO nº 2

O Sr. já realizou algum estágio na SIBld da sua OM?

Obteve-se o seguinte resultado:

GRÁFICO 2 – Estágio na SIBld da OM.

Fonte: O autor.

Com base nos resultados obtidos, percebe-se que 57,69% dos militares

realizaram estágios na SIBld da sua própria OM em comparação à 42,31% que não

realizaram.

O percentual de 42,31% deve-se, principalmente, pelo fato das OM

mecanizadas (17º RC Mec e 6º Esqd C Mec) estarem com suas SIBld em

construção. Entretanto, dentro desse universo há militares que foram capacitados

pelas SIBld de outras Unidades e no próprio Centro de Instrução de Blindados.

Dessa forma, conclui-se que a ativação das SIBld nas OM mecanizadas é de

fundamental importância, uma vez que elevará o número de militares capacitados na

operação dos meios blindados nas suas próprias Unidades e, consequentemente,

manterá um maior número de guarnições de blindados adestradas.

QUESTÃO nº 3

O Sr. conhece a Seção de Instrução de Blindados existente nos RCC?

Obteve-se o seguinte resultado:

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103

GRÁFICO 3 – Conhecimento da SIBld do RCC.

Fonte: O autor.

Obviamente que os militares que servem nos RCC conhecem sua SIBld,

entretanto, buscava-se com esse questionamento avaliar realisticamente sobre o

conhecimento das OM mecanizadas, diante da sistemática de capacitação adotada

nas OM de carros de combate, uma vez que a intenção desse estudo é verificar se

esta sistemática atende às necessidades daquelas OM.

Vislumbra-se pelas respostas dos questionários que o fato de se ter 23,08% de

militares que não conhecem a SIBld dos RCC pode-se dar, principalmente, pelo

representativo número de militares com menos de 2 anos de serviço, partindo-se da

premissa que a pouca experiência e vivência profissional influenciou neste resultado.

QUESTÃO nº 4 e 5

O Sr. é operador de blindados?

Quanto tempo o Sr. é ou foi operador desse meio blindado?

Obtiveram-se os seguintes resultados:

Page 105: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

104

GRÁFICO 4 – Operador de Blindados. GRÁFICO 5 – Tempo Operando Blindados.

Fonte: O autor. Fonte: O autor.

Com a observação destes resultados, percebe-se que algo está ocorrendo

muito nas OM blindadas, que é o significativo número de militares que estão

servindo em OM dotadas de blindados mas que não são operadores deste meio,

tanto oficiais como sargentos. Ressalta-se como evidência levantada nos

questionários, que o crescente encargo administrativo que as OM possuem gera

esse efeito, associado ao fato de militares recém chegados às referidas OM e que

ainda não foram certificados como operadores, conforme preconiza a diretriz de

blindados do CMS.

Observa-se no gráfico 5, que 39,28% tem menos de 1 ano operando

blindados, o que torna relevante o fato de se buscar um constante adestramento

pela pouca experiência destes militares. Ainda assim, temos um considerável

número de militares com grande experiência no assunto, 21,05% entre 1 e 2 anos,

19,16% entre 2 e 4 anos, 13,23% entre 4 e 6 anos e 7,29% com mais de 6 anos

operando blindados.

Levando em consideração as características da vida e atividade militar, como a

constante transferência de militares, unidades de diversas naturezas e as missões

não afetas à operação de blindados, estes números crescem de importância, pois

permitem dimensionar a capacidade operativa das unidades, refletindo a

necessidade de se manter militares experientes neste tipo de tropa, tendo em vista o

alto custo e elevado tempo necessários para capacitar e adestrar uma guarnição de

blindados.

Page 106: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

105

QUESTÃO nº 6

Quais os cursos relacionados a blindados que o Sr. possui?

Obteve-se o seguinte resultado:

GRÁFICO 6 – Cursos de Blindados.

Fonte: O autor.

Pode-se observar que 57,69% dos militares possuem curso de Cascavel e

Urutu (tropa mecanizada), justamente as tropas que estão em processo de

construção de suas SIBld, com vistas a receber a NFBSR Guarani, inclusive nestas

mesmas unidades temos 9,61% de militares que já são operadores da plataforma

básica do Guarani.

Os outros 32,69% são especializados nas Viaturas Blindadas de Combate

Leopard 1 A 5, especificamente nos RCC.

A constatação evidenciada do gráfico 6 é que quase 10% dos militares já

possuem curso da Viatura Blindada Guarani o que denota a preocupação da Força

em capacitar seus recursos humanos para a chegada desta família de blindados.

QUESTÃO nº 7

Quais as funções que o Sr. desempenhou até hoje?

Obteve-se o seguinte resultado:

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106

GRÁFICO 7 – Funções desempenhadas.

Fonte: O autor.

Observa-se que a pesquisa foi realizada entre militares que possuem

qualificação e experiência na operação de Blindados, tanto sobre lagartas quanto

sobre rodas.

Temos 29 militares capacitados em serem comandantes de carro de

combate, 16 comandantes de pelotão, 4 comandantes de esquadrão , 2 diretores de

Seção de Instrução de Blindados e 01 comandante de Unidade Mecanizada(que

também foi chefe da seção de doutrina do CIBld), dentre estes militares, alguns

foram instrutores e monitores do Centro de instrução de Blindados e das SIBld de

suas OM.

Tendo por objetivo geral otimizar a CTTEP nos RC Mec para aperfeiçoar e

modernizar a capacitação dos recursos humanos, a experiência funcional e

capacitação destes militares da pesquisa crescem de relevância para o estudo, uma

vez que operam diretamente com blindados orgânicos de suas OM e trabalham com

a sistemática de capacitação atual, podendo assim caracterizar, com propriedade,

as necessidades de capacitação da NFBSR.

As questões de nº 8 a 20 pretendem verificar a sistemática de capacitação da

tropa blindada e mecanizada em execução atualmente.

Page 108: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

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QUESTÃO nº 8

O Sr.concorda que as instruções de capacitação da tropa blindada devam ser:

(Dentro do universo de 57,69% que realizaram estágio na SIBld)

GRÁFICO 8 – Local da capacitação.

Fonte: O autor.

Pode-se constatar que 80,76% dos militares que já realizaram estágio na SIBld

acreditam que a melhor maneira de se conduzir a capacitação técnica e tática do

efetivo profissional seja realmente de forma centralizada em uma Seção de

Instrução de Blindados.

Esta sistemática já é utilizada de forma eficiente nos Regimentos de Carro de

Combate e constitui a Certificação Operacional Individual e da Guarnição,

determinada pelo PIM 2015, e preconizada pela Diretriz de Blindados do CMS.

Os motivos levados em consideração para mais de 80% dos entrevistados

acreditarem nesta sistemática, os 13,46 % optarem pela forma descentralizada nas

subunidades dos Regimentos e 5,76% de instrução no CIBld serão expostos na

questão a seguir.

QUESTÃO nº 9

Com relação ao item anterior, quais os fatores levados em consideração.

a) Todos os mencionados abaixo

b) Nivelamento de conhecimento

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108

c) Concentração de pessoal e meios

d) Padronização de procedimentos

e) Facilidade de planejamento e controle das instruções

f) Facilidade de adaptar o período de instrução com a rotina da OM

GRÁFICO 9 – Fatores levados em consideração.

Fonte: O autor.

Observa-se que 61,53% dos entrevistados levam em consideração todos os

motivos elencados na questão nº 9, de maneira conjunta, o que evidencia

sobremaneira a necessidade dessa capacitação ser realizada de forma centralizada.

A revisão de literatura corrobora para este entendimento uma vez que ao

analisar a sistemática do CTTEP dos RCC e RC Mec pode-se asseverar que existe

uma lacuna na parte de instrução de OM desta natureza, pois o programa padrão

seguido ainda é experimental, mesmo estando a Família Leopard em atividade a

cerca de 10 anos no Exército Brasileiro.

O Programa de Instrução Militar (PIM 2015) vem tentando completar esta

lacuna em seu Capítulo X – Instrução das Tropas Blindadas, entretanto, omite

orientações para as tropas mecanizadas.

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109

QUESTÃO nº 10

Quais as instalações e meios que o Sr. acha importante que a SIBld da sua

OM deva possuir, para capacitar suas guarnições de forma eficiente mesmo se a

SIBId estiver em construção:

a) todos os itens mencionados abaixo

b) sala de simuladores

c) simulador de procedimentos de motorista

d) simulador de procedimentos do atirador

e) simulador de procedimentos do Cmt Carro

f) simulador de procedimentos do Aux Atirador

g) simulador virtual para TTP e técnica de Tiro

h) Simulador Virtual Tático (steal beasts)

i) sala de instrução (Briefings e instruções teóricas)

j) sala de instrução prática (prática de chassi e sistemas anexos)

l) Sala da Torre de Procedimentos (simulador de panes)

m) Caixão de areia (Ordem à fração)

n) Dispositivo de simulação e engajamento tático (DSET) para plataforma

blindada

GRÁFICO 10 – Instalações e meios da SIBld da OM.

Fonte: O autor.

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110

Os resultados apresentados no GRÁFICO 10 indicam que, a maioria da

amostra (94,23%) apontam como importante que suas seções de instrução de

blindados devam possuir os 12 itens elencados, o que evidencia o alto grau de

relevância desta seção, com seus meios tecnológicos para a eficiente capacitação

da tropa blindada.

QUESTÃO nº 11

Os meios/instalações existentes hoje na sua OM são suficientes para

capacitar a guarnição de blindados?

GRÁFICO 11 – Meios da SIBld da OM.

Fonte: O autor.

O Resultado apresentado no GRÁFICO 11, com 69,23% dos militares

apontando que os meios existentes na sua OM são suficientes para capacitar a

guarnição de blindados, traduz especificamente a realidade vivida pelos RCC. Os

questionários respondidos pelas OM mecanizadas é traduzido pelos 30,77% dos

militares que responderam negativamente, uma vez que as OM ainda não possuem

todos os meios.

Na análise deste resultado pode-se verificar a importância da OM possuir todos

os meios para a efetiva capacitação da tropa, sejam instalações, bancadas de

sistemas, cabines de simulação, torre didática e de panes entre outras. Os militares

das OM Mec, que empregam e ministram diariamente instruções, demonstram

através das suas respostas que os meios disponíveis nas suas OM não são

suficientes, principalmente quando se trata da NFBSR, sendo necessário envidar

esforços no desenvolvimento e na implementação efetiva e a curto prazo dos

referidos meios.

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111

QUESTÃO nº 12

Com relação a sistemática de capacitação da Tropa Blindada da sua OM:

a) Se desenvolve nas salas de instrução da SIBld

b) É dividida em instrução teórica (salas), prática (garagens e Atv no terreno)

e simulação (meios de simulação dos elementos da guarnição, torre didática e

cenários)

c) É dividida em 3 fases

- 1ª Fase – Habilitação individual (Cmt Carro, Mot, Atdr e Aux Atdr)

- 2ª Fase – Habilitação da guarnição (exercícios de simulação nível Gu)

- 3ª Fase – Certificação (Exercícios de simulação nível Pelotão culminando

com tiro real no terreno)

d) Outra forma

Obteve-se o seguinte resultado:

GRÁFICO 12 – Sistemática de capacitação .

Fonte: O autor.

Conforme o GRÁFICO 12 revela, com cerca de 90% da amostra, a sistemática

de capacitação da tropa blindada se desenvolve nas salas de instrução com parte

teórica, prática e diversos meios de simulação e é dividida em 3 fases, com

habilitação individual, da guarnição culminando com a certificação nível pelotão e,

em alguns casos, atingindo nível esquadrão.

As outras formas, com 10% de participação no resultado, dizem respeito a uma

sistemática incompleta, onde ocorre apenas algumas instruções ou fases, seja pela

falta de recursos, meios, estrutura ou pessoal.

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112

QUESTÃO nº 13

Alguma atividade rotineira dificulta a realização da capacitação das

guarnições?

Obteve-se o seguinte resultado:

GRÁFICO 13 – Outras atividades dificultam a capacitação.

Fonte: O autor.

No gráfico percebe-se que 73,46% da amostra cita que existem diversas

atividades da sua OM que dificultam a realização ininterrupta da capacitação, o que

de certa forma impacta diretamente na eficiência da instrução e na qualidade da

aprendizagem.

Foram citadas atividades como Operações na Faixa de Fronteira, operações de

GLO, diversas formaturas, escala de serviço, manutenção de áreas do

aquartelamento, recepção de comitivas, visita de autoridades e outras atividades

administrativas, como escala de exame de contracheque, sindicância e inquérito

policial militar.

QUESTÕES nº 14, 15 E 16

As questões nº 14, 15 e 16 tratam acerca da previsão da OM para receber a

Viatura Guarani, se está Construindo uma SIBld e como está se preparando para

receber essa Nova Família de Blindados Sobre Rodas (NFBSR).

Na análise destes dados foi confirmado que as OM mecanizadas estão

preparando sua infraestrutura com a construção de salas para instruções teóricas,

Page 114: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

113

auditório para briefing, salas para os diversos simuladores, garagem para viaturas,

bancada de sistemas, torres didáticas, cabines de simulação da guarnição e também

estão começando a capacitar especificamente comandantes de carro e motoristas,

entretanto, sem o uso de nenhuma simulação, haja vista que os simuladores estão

em processo de desenvolvimento, segundo o Estado-Maior do Exército (EME).

Dessa forma a capacitação está sendo realizada com instruções teóricas e

práticas, contando com o próprio carro de combate como meio de instrução.

QUESTÃO 17

Com relação a equipe de instrução da SIBld o Sr. Concorda com a seguinte

estrutura:

- 01 Capitão (Diretor da SIBld);

- 04 Ten (Instrutores) / 01 por SU;

- 08 Sgt (Instrutores/monitores) / 02 por SU; e

- Ao menos um Of/Sgt da Equipe com curso de Instrutor Avançado de Tiro

(IAT) e outro com Curso de Operador.

a) concordo totalmente

b) concordo parcialmente

c) não concordo, nem discordo

d) discordo parcialmente

e) discordo totalmente

Obteve-se o seguinte resultado:

GRÁFICO 14 – Composição da Equipe de instrução.

Fonte: O autor.

Page 115: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

114

Na análise dos dados verificou-se que 50% concorda totalmente, 40,40%

concorda parcialmente, 5,76% discorda totalmente e 3,84 não concorda e nem

discorda.

Realizando um estudo das respostas apresentadas e do GRÁFICO 14, item 1,

percebe-se que metade da amostra concorda com o efetivo da equipe de instrução

sugerido, entretanto, ressaltam a importância de que esse efetivo seja incluído no

QCP das OM, pois só assim se conseguiria constituir a equipe, caso contrário, estes

militares seriam retirados das suas Subunidades e acumulariam mais essas funções,

o que na prática atual acaba ocorrendo.

Dentro dessa realidade que se apresenta, surge, conforme o item 2 representa,

uma parcela de 40,40% da amostra concordando parcialmente por acreditarem que

este efetivo é superior a capacidade de um OM. Esta parcela, baseada na falta de

efetivo, sugere outras composições, com o valor de um pelotão de uma Subunidade.

Assim, a equipe da SIBld teria seu Diretor sendo seu próprio Cmt de

Subunidade, um Tenente Comandante de um pelotão e seus 4 Sargentos, todos

instrutores.

Apesar de reduzida, a amostra revela nas suas respostas que essa prática já é

executada de maneira eficaz, como forma de superar a falta de pessoal previsto em

QCP.

No item 3, dentro do universo de 5,76% estão aqueles militares que acreditam

que a capacitação deva ser descentralizada ou até mesmo unicamente no Centro de

Instrução de Blindados.

Os 3,84% restantes da amostra não concordaram nem discordaram, por

diversos motivos, como desconhecimento.

QUESTÕES nº 18 e 19

Estas questões perguntavam se existem militares na OM capacitados em

operar a NFBSR Guarani e em quais funções são habilitados.

Obteve-se o seguinte resultado:

Page 116: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

115

GRÁFICO 15 – Operador de Guarani. GRÁFICO 16- Elemento da Gu Bld.

Fonte: O autor. Fonte: O autor.

Como pode-se constatar no Gráfico 15, item 2, somente 32,69% da amostra é

habilitada em operar a Vtr Guarani, e estão, obviamente, centralizados nas OM

mecanizadas. Ainda não constituem um efetivo maior por diversos motivos, entre

eles, por se tratar de uma Vtr em teste, em pequena quantidade distribuída e,

principalmente, pelas seções de instrução de blindados estarem em construção,

bem como, seus diversos meios de simulação em desenvolvimento.

Dentro desse pequeno universo de operadores de Guarani verificamos que a

maioria dos militares, cerca de 47%, é habilitada em ser Cmt de Carro, 39%

motoristas e em menor número com apenas 14%, estão os atiradores.

Esta quantidade reduzida de atiradores se deve ao fato principal de que o

sistema de armas das diversas versões da Vtr Guarani ainda não foi definido e

também se encontra em desenvolvimento.

QUESTÃO nº 20

O Sr. acredita que esses militares podem compor a SIBld para conduzir a

CTTEP da OM?

Obteve-se o seguinte resultado:

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116

GRÁFICO 17 – Capacidade de compor a SIBld da OM.

Fonte: O autor.

Através da análise dos dados pode-se concluir que 65,38% dos militares que

responderam a pesquisa acreditam que os militares já capacitados podem compor a

Seção de Instrução de Blindados da OM o que representa um grande percentual

comparado aos 19,23% que não acreditam, por diversos fatores, entre eles pelo fato

da capacitação ter sido feita numa plataforma básica, sem o sistema de armas, nem

sistema de navegação e comunicações.

Os ensinamentos colhidos com esta questão é que tão logo se definam esses

sistemas e tecnologias agregadas ao carro, estes mesmo militares devam passar

por reciclagem e atualização de capacitação.

As questões de 21 à 24 objetivam realizar uma analogia com a sistemática de

Capacitação das Guarnições Blindadas Sobre Lagartas (RCC) e verificar em que

medida esta sistemática atende as novas necessidades de capacitação das tropas

mecanizadas, com a chegada da NFBSR Guarani.

QUESTÃO nº 21

Tendo em vista a sua experiência em blindados, com a chegada da NFBSR –

Guarani, o Sr. acredita que seja necessário estruturar uma SIBld para conduzir a

CTTEP das OM mecanizadas de Cavalaria?

Obteve-se o seguinte resultado:

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117

GRÁFICO 18 – Estruturação da SIBld para a NFBSR Guarani.

Fonte: O autor.

Os resultados apresentados no gráfico 18 indicam que 86,54% da amostra

acreditam que seja necessário estruturar uma Seção de Instrução de Blindados, o

que demonstra o alinhamento de pensamento da grande maioria dos militares, que

inegavelmente possue conhecimento e experiência no assunto.

Conforme apresentado, o resultado da Questão nº 21 mostra que há o

consenso da amostra de que a SIBld influenciaria positivamente na CTTEP das

tropas mecanizadas em proveito da capacitação das guarnições blindadas,

aumentando a eficiência desta com aquela.

Havendo esse consenso, concluiu-se parcialmente que, é de fundamental

importância estruturar e capacitar as Seções de Instrução de Blindados nas OM

mecanizadas para receber a NFBSR.

QUESTÃO nº 22

Quais os principais motivos que o Sr. acredita que motivem a estruturação de

uma SIBld pra conduzir a CTTEP com a chegada da NFBSR Guarani:

a) Padronização e uniformidade de procedimentos

b) Centralização e economia de meios

c) Centralização e economia de pessoal especializado

d) Diversos sistemas de alta tecnologia (armas, comunicações, navegação,

gerenciamento do campo de batalha, DQBRN, anti-incêndio etc.. )

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118

e) Emprego de Simulação Virtual (Steal Beasts)

f) Emprego de dispositivo de simulação de engajamento tático

Obteve-se o seguinte resultado:

GRÁFICO 19 – Motivos para a estruturação da SIBld.

Fonte: O autor.

Os resultados apresentados no gráfico 19 indicam que 93,07% da amostra

concordam que todos os motivos elencados na questão motivam a estruturação de

uma SIBld para conduzir a CTTEP com a chegada da NFBSR Guarani.

Percebe-se ainda que, a minoria de 6,93% concorda com alguns itens

somente, mas nenhum questionado elencou outros meios.

QUESTÃO nº 23

O Sr. concorda que o Sistema de Capacitação das Guarnições dos RCC,

utilizando-se da SIBld, atende às necessidades da Nova Família de Blindados sobre

Rodas (NFBSR) Guarani com toda a sua tecnologia agregada?

Obteve-se o seguinte resultado:

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119

GRÁFICO 20 – Sistemática do RCC atende ao RC Mec.

Fonte: O autor.

Percebe-se que 90,39% dos militares concordam, seja parcialmente ou

totalmente, que o Sistema de Capacitação das Guarnições dos RCC, utilizando-se

da SIBld, atende as necessidades da Nova Família de Blindados sobre Rodas

(NFBSR) Guarani com toda a sua tecnologia agregada.

A maioria da amostra, com 67,32% concorda totalmente, e 23,07% concorda

parcialmente, expondo em suas respostas no questionário que a sistemática teria

que sofrer adaptações técnicas, no que tange a adequação dos meios de instrução e

estrutura para a plataforma Guarani, por se tratarem de viaturas com sistemas

diferentes.

O cerne da questão já trazia este entendimento, entretanto não ficou de

maneira tão explicita, o que acabou por levar alguns militares a esse aparente

equívoco.

Porém esse entendimento por alguns não afetou o resultado esperado e

demonstrado no gráfico, tornando evidente que a maioria dos pesquisados concorda

que a sistemática utilizada pela tropa CC e que também se aplica a tropa C Mec.

QUESTÃO nº 24

Este espaço é seu. Sinta-se à vontade para registrar suas opiniões e

contribuições para a pesquisa.

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120

Na resposta deste item, em que os questionados poderiam emitir suas

opiniões, houve colaborações que já foram descritas durante as questões e

ressaltadas novamente por ocasião desta resposta.

Foram abordados e veementemente comentados por um número considerado

de militares basicamente 2 (dois) fatos:

- O primeiro diz respeito a constituição da equipe de instrução, que não está

prevista em documento nenhum, tampouco consta do QCP das OM, o que,

conforme asseveram, prejudica e muito o desenvolvimento da capacitação; e

- O segundo fato, refere-se às diversas outras missões, encargos

administrativos e atividades paralelas que influenciam negativamente o

desenrolar das instruções, tanto por parte da equipe de instrução como por

parte dos instruendos.

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121

5 CONCLUSÃO

Para o desenvolvimento deste estudo foi estabelecido um problema a ser

solucionado, objetivo geral, objetivos específicos e hipóteses, os quais direcionam

todo o processo de estudo realizado.

Esta dissertação de mestrado assumiu como objetivo geral otimizar a CTTEP

nos RC Mec e, para isso, buscou reunir informações acerca da sistemática utilizada

pelos RCC, dotados da família Leopard, verificando se atenderia as necessidades

do RC Mec com a chegada da Nova Família de Blindados Sobre Rodas (NFBSR)

Guarani, que ao final do estudo foi atingido, permitindo delinear que o caminho da

Sistemática de Capacitação dos RC Mec pode se aproveitar, e muito, da

capacitação desenvolvida pelos RCC, há mais de 10 anos.

O referido estudo consta de uma análise baseada, sobretudo, na experiência

de militares operadores de blindados sobre rodas e também sobre lagartas com a

finalidade de concluir a respeito da melhor forma de conduzir a capacitação da

guarnição de blindados no RC Mec, frente às exigências da NFBSR Guarani.

Os Objetivos presentes no subitem 1.3, tanto o geral quanto os específicos,

foram atingidos. Foi possível levantar subsídios para otimizar a CTTEP nos RC Mec

no que tange à necessidade de se editar, publicar e aplicar, em tempo reduzido, um

programa padrão de capacitação técnica e tática, com a utilização de modernos

meios de instrução, concebidos dentro da utilização das Seções de Instrução de

Blindados. Subsídios esses advindos através da análise dos ensinamentos e

experiências dos militares que integram o 6º Esqd C Mec e 17º RC Mec, que

empregam blindados sobre rodas e 1º e 4º RCC, unidades que empregam meios

blindados sobre lagartas.

Ainda foi possível identificar a sistemática de capacitação da guarnição de

blindados utilizada pelos 1º e 4º Regimentos de Carros de Combate, que seguem

um Programa Padrão experimental, surgido em 2011, e atuam tanto na IIQ quanto

CTTEP, enfatizando os aspectos técnicos sobre os táticos, proposto pelo Centro de

Instrução de Blindados, para a formação das Guarnições destes Carros.

Entretanto, para a capacitação técnica e tática do efetivo profissional, não

existe um programa padrão, dessa forma, as unidades se utilizam da certificação

individual e da guarnição determinada pelo Comando Militar do Sul que padronizou e

emitiu uma diretriz de instrução a ser cumprida pelas OM Blindadas, determinando a

Page 123: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

122

estas, a implantação das Seções de instrução de Blindados.

O presente estudo descreve também, a Nova Família de Blindados Sobre

Rodas (NFBSR), que é um dos 7 projetos estratégicos do Exército e um dos

indutores de modernização da Força Terrestre, podendo contemplar até 17 versões

de viaturas sobre a mesma plataforma Guarani.

É um grandioso projeto de modernização, de projeção internacional e de

fomento à indústria de defesa brasileira, cujo sucesso depende de um profundo e

amplo processo de transformação. Deve-se construir seu escopo de forma a

abranger as áreas de pesquisa e desenvolvimento com novos meios e materiais que

comporão a NFBSR, do suporte logístico integrado e, principalmente, da capacitação

das guarnições que será empregada e da infraestrutura de apoio necessária para

receber essa moderna plataforma blindada.

No que tange especificamente à sistemática de capacitação da guarnição da

NFBSR Guarani nos RC Mec, o presente estudo apresenta resultados cujos

domínios podem conduzir a diversas implicações para as OM. Nesta análise

constatou-se, primordialmente, a necessidade de mobiliar, a curto prazo, as OM com

meios e estrutura de tecnologia que possibilitem uma fiel simulação

(Virtual/Construtiva/Viva) de todas as capacidades do Guarani. Em segundo ponto e

não menos importante, a designação de uma equipe qualificada, prevista em QCP, e

na proporção de, no mínimo, 01 (um) Pel C Mec constituindo a equipe de instrução

da SIBld dos RC Mec.

Este Pel C Mec seria, exclusivamente, constituído por militares capacitados e

experientes que atuariam como instrutores, monitores e auxiliares. Todo seu efetivo

mobiliaria a Seção de Instrução de Blindados do RC Mec e ficaria responsável pela

capacitação da tropa mecanizada no tocante a instrução técnica e tática da Vtr

Guarani.

Com relação a revisão de literatura, constatou-se a atenção da Força

Terrestre ao novo cenário de conflitos mundiais, onde os ProDe devem atender às

novas exigências do combate moderno. Neste ínterim, a Estratégia Nacional de

Defesa, no quesito mobilidade estratégica, entende como implicação necessária a

evolução dos blindado e, o desenvolvimento de tecnologias capazes de assegurar

precisão na execução do Tiro, o que não se alcança somente com materiais de alta

tecnologia, mas principalmente, com militares muito bem capacitados e adestrados.

Page 124: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

123

Neste escopo o PIM/2015 estabelece, em seu Capítulo X, diversas diretrizes

para as instruções de tropas blindadas. Entretanto, não contempla as tropas

mecanizadas, o que dificulta a manutenção e padronização da capacitação destes

elementos.

Para preencher essa lacuna, o CMS, que dispõe da maior parte dos meios

blindados e mecanizados do Exército, recomendou, na sua diretriz de blindados,

atenção ao emprego das SIBld nas OM Bld dotadas da Família Leopard, e nas OM

mecanizadas, somente manteve a execução do Programa de Instrução, uma vez

que não contempla meios de simulação adequados, capazes de mobiliar uma SIBld.

Assim, os RCC utilizam-se de modernas SIBld que contam com estrutura

adequada, pessoal capacitado e meios de simulação altamente tecnológicos para

realizarem a capacitação das guarnições dos seus blindados, diferentemente dos

RC Mec, que ainda não possuem SIBld estruturada nem meios de simulação.

Esta dificuldade dos RC Mec está sendo superada com a preparação de

algumas OM mecanizadas, tendo em vista a chegada da NFBSR.

Para finalizar, a consolidação dos resultados da pesquisa de campo, realizada

sob o olhar crítico de experientes e capacitados militares especialistas da Família

Leopard, permite concluir que, de fato, a H1 pode ser confirmada. Assim “A

sistemática de capacitação dos RCC atende às novas necessidades de capacitação

da Guarnição da Nova Família de Blindados Sobre Rodas (NFBSR) Guarani se for

adotada pelos RC Mec”, na medida em que alcança, com eficiência operacional a

missão de capacitar as guarnições de seus blindados, deixando-as aptas ao

combate embarcado, conforme a certificação operacional determinada pelo CMS.

5.1 SÍNTESE DOS FATOS LEVANTADOS, SUGESTÕES E CONTRIBUIÇÃO PARA

O RC MEC

Com a chegada da NFBSR Guarani a algumas OM mecanizadas para

experimentação logística e doutrinária, alguns comandantes sentiram a necessidade

de adequar a forma de capacitar suas guarnições e, por iniciativa, começaram a

estruturar as suas próprias SIBld Mec, de maneira análoga aos RCC.

O estudo revela que 86,54% da amostra acredita que seja necessário

estruturar uma SIBld para conduzir a CTTEP das OM mecanizadas de Cavalaria. E

93,07% desta amostra concorda que a padronização de procedimento, centralização

Page 125: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

124

e economia de meios, pessoal especializado, diversos sistemas de alta tecnologia

(armas, comunicações, navegação, gerenciamento do campo de batalha, DQBRN,

anti-incêndio etc.), emprego de Simulação Virtual (Steel Beasts) e emprego de

dispositivo de simulação de engajamento tático motivam a estruturação de uma

SIBld para conduzir a CTTEP com a chegada da NFBSR Guarani.

Esses motivos levaram a 90,39% dos militares concordarem, que o sistema de

capacitação das Guarnições dos RCC, utilizando-se da Seção de Instrução de

Blindados com sala de simuladores, Simulador de Procedimentos de Torre (SPT),

Simulador de Procedimentos de Motorista (SPM), Treinador Sintético Portátil (TSP),

sala de instrução prática com bancada de chassi e sistemas anexos, sala de

procedimentos de torre e dispositivo de simulação e engajamento tático atende às

necessidades da Nova Família de Blindados sobre Rodas (NFBSR) GUARANI com

toda a sua tecnologia agregada.

Assim, após o estudo em tela, sugere-se, como contribuição para os RC Mec,

quanto a sistemática de capacitação da guarnição de blindados com a chegada da

NFBSR:

1) Estruturar e utilizar as Seções de Instrução de Blindados em suas OM, de

maneira análoga as SIBld dos RCC, resguardadas suas diferenças técnicas,

táticas e operacionais;

2) Sugerir ao Escalão Superior:

a) a promoção de estudos, seminários, parcerias e a necessidade de

todas as modalidades de simulação (Virtual/Sintética, Viva e

Construtiva) frente às exigências tecnológicas da NFBSR Guarani,

fazendo-se valer, principalmente, de empresas e instituições de ensino

locais, como ocorre na Guarnição Militar de Santa Maria – RS;

b) Estudos para atualizar a doutrina de emprego da Vtr Bld Guarani e

propor um PP para a CTTEP das unidades Mecanizadas do CMS,

CMN, CMA,CML,CMO,CMP e CMSE, tendo em vista a tecnologia

embarcada, como detecção por laser, proteção anti-minas, sistema de

armas automatizado, sistema optrônico que permite o combate noturno

e o reconhecimento de maior alcance, software de gerenciamento do

campo de batalha e proteção química, biológica, radiológica e nuclear.

3) Fomentar, junto ao escalão superior, a necessidade das SIBld Mec

possuírem cargos específicos no QCP;

Page 126: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

125

4) Trabalhar com a hipótese de, em caso de impossibilidade em QCP de cargos

específicos, mobiliar a SIBld Mec com um Pel C Mec de uma de suas SU,

sendo o Cmt desta seu Diretor.

Por fim, espera-se que o presente estudo contribua como fonte de consulta e

subsídio para a sistemática de capacitação da Nova Família de Blindados Sobre

Rodas Guarani, em especial aos Regimentos de Cavalaria Mecanizados,

estimulando as guarnições de blindados a buscarem e elevarem seu nível de

capacitação e adestramento no emprego de modernas e tecnológicas máquinas de

guerra.

Page 127: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

126

REFERÊNCIAS

AYRES, Fernando Arduini; LAROSA, Marco Antonio. Como produzir uma monografia passo a passo: siga o mapa da mina. 6 ed. Rio de Janeiro: WAK Editora, 2005. BASTOS JR, Paulo Roberto. Os Blindados de Rodas Brasileiros. Verde-Oliva, Rio de Janeiro, ano XLII, n. 227, p. 10, abr. 2015. BRASIL. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Centro de Instrução de Blindados. Memória n. 053 - Modernização da Cavalaria Mecanizada. Santa Maria, RS, 2011a. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Centro de Instrução de Blindados. Seção de Instrução de Blindados para os batalhões de Infantaria Mecanizados, Regimentos de Cavalaria Mecanizados e Esquadrões de Cavalaria Mecanizados (Projeto Interdisciplinar). Santa Maria, RS, 2014a. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Centro de Instrução de Blindados. Implantação de uma Seção de Blindados nas OM dotadas com a NFBSR – Guarani (Projeto). Santa Maria, RS, 2014b. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Comando de Operações Terrestres. PPQ 02/2: Qualificação do Cabo e do Soldado de Cavalaria. 3 ed. Brasília, DF, 2001. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Comando de Operações Terrestres. Programa de Instrução Militar. 1 ed. Brasília, DF, 2014c. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Comando Militar do Sul. Diretriz de Blindados. Porto Alegre, RS, 2014d. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. Manual de Campanha C 2-1: Emprego da Cavalaria. 2. ed. Brasília: EGGCF, 1999. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. Manual de Campanha C 2-20: Regimento de Cavalaria Mecanizado. 2 ed. Brasília: EGGCF, 2002a.

Page 128: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

127

______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Manual de Apresentação de Trabalhos Acadêmicos e Dissertações. 2. ed. Rio de Janeiro: EsAO, 2005 ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. C 100-5: operações. 3. ed. Brasília, DF, 1997. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. C 21-30: Abreviaturas, Símbolos e Convenções Cartográficas. 3. ed. Brasília: EGGCF, 2002. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. Condicionantes Doutrinárias e Operacionais da NFBSR- Guarani. Brasília, DF, 2012a. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. Condicionantes Doutrinárias e Operacionais n. 03 da NFBSR. Brasília, DF, 2013. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. IP 100-1: bases para a modernização da doutrina de emprego da Força Terrestre (Doutrina Delta). 1. Ed. Brasília, DF, 1996. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. Sistema de Doutrina Militar Terrestre. Brasília, DF, 2012b. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Estratégia Nacional de Defesa. 2. ed. Brasília, DF, 2008. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Livro Branco da Defesa Nacional. Brasília, DF, 2012c. ______. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Centro de Instrução de Blindados. Seção de Doutrina. Análise da EsAO sobre as Unidades de Cavalaria Mecanizados. Santa Maria, RS, 2011b. JUNIOR, Ilki Amaro. A viabilidade operacional de homogeneidade dos meios mecanizados sobre rodas da Brigada de Cavalaria Mecanizada. Trabalho de Conclusão de Curso. Escola de Comando e Estado-Maior, Rio de Janeiro, 2007.

Page 129: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

128

MORGADO, Flávio Roberto Bezerra. As Forças Mecanizadas do Exército Brasileiro – uma proposta de modificação, atualização e modernização. Dissertação de Mestrado. Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2007. RIBEIRO, André Luiz Aguiar. A Brigada de Infantaria Mecanizada nas Operações Ofensivas: uma proposta de emprego. 2007. Dissertação de Mestrado. Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2007. SOUZA JÚNIOR, Jorge Francisco de. As Forças Blindadas do Exército Brasileiro – atualização, modificação e modernização: uma proposta. Trabalho de Conclusão de Curso. Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2010.

Page 130: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

129

APÊNDICE A

Questionário de Pesquisa

(Não necessita identificação nominal)

Posto/Graduação: ______________________________OM:___________________

O presente questionário tem por finalidade servir de base para um Projeto de

Pesquisa apresentado a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, como requisito

parcial para a obtenção do Grau de Mestre em Ciências Militares.

O tema do referido projeto é “O sistema de capacitação da guarnição

da Nova Família de Blindados Sobre Rodas (NFBSR) Guarani: Contribuições

para a Tropa Mecanizada.”

A pesquisa terá como foco a resposta ao seguinte problema: “Em que medida

a adoção da sistemática de capacitação adotada pelos Regimentos de Carros

de Combate (RCC), com a chegada da Família Leopard, atende às novas

necessidades de capacitação da Guarnição da Nova Família de Blindados

Sobre Rodas (NFBSR) Guarani, se for adotada pelos RC Mec”?

O questionário deve ser, preferencialmente, respondido pelo Chefe da 3ª

Seção, Diretor da SIBld, oficiais e praças que desempenham função em SU de

Carros de Combate ou Cavalaria Mecanizada, sendo fundamental que todas as

questões sejam expostas de maneira completa e verdadeira com o objetivo de

embasar a pesquisa com informações fidedignas.

Na análise das respostas não serão divulgadas as OM que responderam o

questionário, primeiramente por se tratar de uma informação irrelevante para a

conclusão da pesquisa, uma vez que a verificação quantitativa e qualitativa dos

dados colhidos contemplará, de maneira eficiente, o objetivo da pesquisa e,

também, para evitar um desgaste ou exaltação desnecessária da imagem da OM,

garantindo a validade das respostas apresentadas.

Desde já, agradeço pela colaboração das respostas que irão contribuir,

sobremaneira, com a pesquisa.

Page 131: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

130

1. A OM do Sr. possui Seção de Instrução de Blindados?

[ ] Não

[ ] Sim

[ ] SIM, em construção

Se SIM, para operar qual meio Blindado:

___________________________________________________________________.

2. O Sr. já realizou algum estágio na SIBld da sua OM?

[ ] Não

[ ] Sim

Se SIM, qual(is) estágio(s) foi(ram) realizado(s):

___________________________________________________________________.

3. O Sr. conhece a Seção de Instrução de Blindados existente nos

Regimentos de Carros de Combate do Exército Brasileiro?

[ ] Não

[ ] Sim

4. O Sr. é ou foi operador de Blindados (Leopard/Cascavel/Urutu/Guarani)?

Pode ser marcada mais de uma resposta.

[ ] Não

[ ] Sim - Leopard 1 A 5 BR

[ ] Sim - Leopard 1 A 1 BR

[ ] Sim- Cascavel e Urutu

[ ] Sim – Guarani

[ ] Sim – outros :__________________________________________________.

Page 132: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

131

5. Quanto tempo o Sr. É ou foi operador deste(s) meio(s) blindado(s)?

[ ] Menos de 1 ano

[ ] entre 1 e 2 anos

[ ] entre 2 e 4 anos

[ ] entre 4 e 6 anos

[ ] mais de 6 anos

6. Qual(is) curso(s) relacionado(s) a blindados o Sr. possui, dentre os

relacionados abaixo? (pode ser marcada mais de uma resposta)

[ ] Curso/estágio técnico ou tático de Leopard 1 A 1 BR no CIBld

[ ] Curso/ estágio de Operador de Leopard 1 A 5 BR no CIBld

[ ] Instrutor Avançado de Tiro Leopard no CIBld

[ ] Curso/ estágio de Operação de VBTP/ VBR no CIBld

[ ] Curso/ estágio de Operador de Viatura Blindada Guarani no CIBld

[ ] Não possui Curso/ estágio no CIBld

[ ] Realizou estágio de capacitação na SIBld da Própria OM

[ ] Capacitação realizada durante curso de formação (EsSA/AMAN)

[ ] Outros:__________________________________________________________.

7. Qual (is) a(s) função(ões) o Sr. desempenhou até hoje?

[ ] Cmt U

[ ] S3

[ ] Diretor da SIBld

[ ] Cmt SU CC/ C Mec

[ ] Cmt Pel CC/ C Mec

[ ] Adj Pel CC/ C Mec

Page 133: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

132

[ ] Cmt Carro (CC /VBR /VBTP/Guarani)

[ ] Instrutor da SIB da OM

[ ] Outras:_________________________.

8. O Sr. concorda que as instruções de capacitação de tropa blindada devam

ser:

[ ] centralizadas numa SIBld na própria OM

[ ] descentralizadas nas diversas SU da OM

[ ] Realizadas unicamente no Centro de Instrução de Blindados

[ ] Outros__________________________________________________________.

9. Com relação ao item anterior, assinale abaixo o(s) fatore(s) levado(s) em

consideração:

[ ] Todos os mencionados abaixo

[ ] Nivelamento de conhecimento

[ ] Concentração de pessoal e meios

[ ] Padronização de procedimentos

[ ] Facilidade de planejamento e controle das instruções

[ ] Facilidade de adaptar o período de instrução com a rotina da OM

[ ] Outros:__________________________________________________________.

10. Marque abaixo quais as instalações e meios que o Sr. acha importante

que a SIBld da sua OM deva possuir, para capacitar suas guarnições de forma

eficiente (mesmo se a SIBld estiver em construção):

[ ] Todos os itens mencionados abaixo

[ ] sala de simuladores

[ ] simulador de procedimentos de motorista

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133

[ ] simulador de procedimentos do atirador

[ ] simulador de procedimentos do Cmt Carro

[ ] simulador de procedimentos do Aux Atirador

[ ] simulador virtual para TTP e técnica de Tiro

[ ] Simulador Virtual Tático (steal beasts)

[ ] sala de instrução (Briefings e instruções teóricas)

[ ] sala de instrução prática (prática de chassi e sistemas anexos)

[ ] Sala da Torre de Procedimentos (simulador de panes)

[ ] Caixão de areia (Ordem à fração)

[ ] Dispositivo de simulação de engajamento tático (DSET) para a plataforma

Blindada

- Enumere outros que não foram enunciados ou faça comentários a respeito da

necessidade de outros simuladores e meios ou até mesmo da dificuldade de

trabalhar com alguns destes:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

11. Os meios/instalações existentes hoje na sua OM são suficientes para

capacitar a guarnição de blindados?

[ ] Não

[ ] Sim

Se Não, quais meios/instalações o Sr. julga que ajudariam na capacitação da tropa

blindada:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

Page 135: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

134

12. Com relação à sistemática de capacitação da Tropa Blindada da sua OM:

[ ] Se desenvolve nas salas de instrução da SIBld

[ ] É dividida em instrução teórica (salas), prática (garagens e Atv no terreno) e

simulação (meios de simulação dos elementos da guarnição, torre didática e

cenários)

[ ] É dividida em 3 fases

- 1ª Fase – Habilitação individual (Cmt Carro, Mot, Atdr e Aux Atdr)

- 2ª Fase – Habilitação da guarnição (exercícios de simulação nível Gu)

- 3ª Fase – Certificação (Exercícios de simulação nível Pelotão, culminando com tiro

real no terreno)

[ ] Outra forma:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

13. Alguma atividade rotineira dificulta a realização da capacitação das

guarnições?

[ ] Não

[ ] Sim

Se sim, quai(s) atividades?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

Page 136: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

135

14. A OM do Sr. já recebeu ou está prevista para receber a Viatura Blindada

Guarani?

[ ] Não

[ ] Sim

15. O Sr. pode comentar como sua OM esta se preparando para receber/

Operar a Viatura Guarani, em termos de infraestrutura e capacitação da tropa?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

16. A OM do Sr. possui ou está construindo uma Seção de Instrução de

Blindados destinada a capacitar as guarnições com a chegada da Viatura

Blindada Guarani?

[ ] Não

[ ] Sim

17. Com relação a equipe de instrução da SIBld o Sr. concorda com a seguinte

estrutura:

- 01 Capitão (Diretor da SIBld);

- 04 Ten (Intrutores) / 01 por SU;

- 08 Sgt (Instrutores/monitores) / 02 por SU; e

- Ao menos um Of/Sgt da Equipe com curso de Instrutor Avançado de Tiro

(IAT) e outro com Curso de Operador.

[ ] concordo totalmente

[ ] concordo parcialmente

[ ] não concordo, nem discordo

Page 137: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

136

[ ] discordo parcialmente

[ ] discordo totalmente

Por favor comente a respeito:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

18. Existem na OM do Sr. militares capacitados pelo CIBld para operarem a

Viatura Blindada Guarani?

[ ] Não

[ ] Sim

19. Esses militares estão habilitados em qual função?

[ ] Cmt Carro

[ ] Motorista

[ ] Atiradores

[ ] Auxiliar do Atirador

[ ] Operador do GCB

[ ] Operador do sistema de armas (PLATT/REMAX/UT 30)

[ ] Não tenho conhecimento

20. O Sr. acredita que estes militares podem compor a SIBld para conduzir a

Capacitação Técnica e Tática do Efetivo Profissional da OM?

[ ] Não

[ ] Sim

[ ] Não tenho conhecimento

Page 138: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

137

Se não, por quê?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

21. Tendo em vista a sua experiência em blindados, com a chegada da NFBSR

- Guarani, o Sr. acredita que seja necessário estruturar uma SIBld para

conduzir a Capacitação Técnica e Tática do Efetivo Profissional das OM

mecanizadas de Cavalaria?

[ ] Não

[ ] Sim

22. Marque os principais motivos que o Sr. acredita que motivem a

estruturação de uma SIBld pra conduzir a CTTEP com a chegada da NFBSR

Guarani:

[ ] Padronização e uniformidade de procedimentos

[ ] Centralização e economia de meios

[ ] Centralização e economia de pessoal especializado

[ ] Diversos sistemas de alta tecnologia(armas, comunicações, navegação,

gerenciamento do campo de batalha, DQBRN, anti-incêndio etc.)

[ ] Emprego de Simulação Virtual (Steal Beasts)

[ ] Emprego de dispositivo de simulação de engajamento tático

[ ] Outros:__________________________________________________________.

23. O Sr. concorda que o Sistema de Capacitação das Guarnições dos RCC,

utilizando-se da SIBld, atende às necessidades da Nova Família de Blindados

sobre Rodas (NFBSR) Guarani com toda a sua tecnologia agregada?

Page 139: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

138

[ ] concordo totalmente

[ ] concordo parcialmente

[ ] não concordo, nem discordo

[ ] discordo parcialmente

[ ] discordo totalmente

Por favor comente a respeito:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

24. Este espaço é seu. Sinta-se à vontade para registrar suas opiniões e

contribuições para a pesquisa.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________.

FIM DO QUESTIONÁRIO

MUITO OBRIGADO PELA COLABORAÇÃO.

Page 140: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

139

MODELO DE ESTRUTURA DA SIBld / RC Mec.

1. Estrutura da Seção de Instrução de Blindados

a. Pavilhão da SI Bld

- Sala dos Treinadores Sintéticos Portatéis

- Sala dos Simuladores de Procedimentos de motorista e de guarnição

- Salas de ensino apoiado em compudator ou em plataforma e-learning

- Sala de Instrução

- Sala de Instrução/Emissão de ordens com terreno reduzido

- Salas de Instrutores

- Sala dos Meios Auxiliares

- Banheiros

- Pátio para instrução

- Painéis de instrução dos sistemas da viatura

- Conjuntos e peças seccionados

- Sistema de simulação virtual

- Dispositivos de simulação de engajamento tático

- Auditório para Briefing

FIGURA 9 - Vista isométrica translucida do pavilhão da SIBld Mec.

Fonte: BRASIL (2014b).

Page 141: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS Cap Cav

140

b. Pessoal da SIBld

Coord Chefe (Cmt Subunidade) 01 – Ten Instrutor (Of Subalterno)

-Armto,Mun,Tiro; -Adm Mil; -Cmb Sv em Cmp;

-Simulação.

03 - Sgt Instrutor Cav -Tec mat; -Tec Bld;

-Armto, Mun, Tiro.

01 - Sgt Instrutor M Bel/Com -Tec Mat; -Tec Bld;

-Simulação.

16 - Grupo de Apoio -Cb e Sd (Mot; At);

- Militares da seção de informatica da OM; -Subtenência.