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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS DAS ARMAS 2 o Sgt Inf 004 Jeancarlo Catelan Cardoso (Ch Gt) 2 o Sgt Inf 021 Alexsander Fredo Rodrigues 2 o Sgt Cav 204 Delânio Moura do Nascimento 2 o Sgt Cav 212 Marcelo Chaparro Barbosa 2 o Sgt Art 310 Waldir da Silva Lima Abreu 2 o Sgt Com 511 Rodrigo dos Santos Pereira EMPREGO DO CAÇADOR NO COMBATE EM AMBIENTE URBANO Projeto Interdisciplinar CRUZ ALTA-RS 2015

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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS DAS ARMAS

2o Sgt Inf 004 Jeancarlo Catelan Cardoso (Ch Gt)

2o Sgt Inf 021 Alexsander Fredo Rodrigues

2o Sgt Cav 204 Delânio Moura do Nascimento

2o Sgt Cav 212 Marcelo Chaparro Barbosa

2o Sgt Art 310 Waldir da Silva Lima Abreu

2o Sgt Com 511 Rodrigo dos Santos Pereira

EMPREGO DO CAÇADOR NO COMBATE EM AMBIENTE URBANO

Projeto Interdisciplinar

CRUZ ALTA-RS2015

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2o Sgt Inf 004 Jeancarlo Catelan Cardoso (Ch Gt)

2o Sgt Inf 021 Alexsander Fredo Rodrigues

2o Sgt Cav 204 Delânio Moura do Nascimento

2o Sgt Cav 212 Marcelo Chaparro Barbosa

2o Sgt Art 310 Waldir da Silva Lima Abreu

2o Sgt Com 511 Rodrigo dos Santos Pereira

EMPREGO DO CAÇADOR NO COMBATE EM AMBIENTE URBANO

Projeto Interdisciplinar apresentado por término de curso na Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas.

Orientador: 1º Sgt Gerson Adriano Kohler

CRUZ ALTA-RS2015

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - O Fuzil Antimaterial Barret e Hecate II...................................................................17

Figura 2 - O Fuzil de precisão antipessoal PGM Ultima Rátio................................................17

Figura 3 - O Fuzil semiautomático M110 SASS......................................................................18

Figura 4 - O fuzil aferrolhado SWS M24.................................................................................19

Figura 5 - Fuzil IMBEL 308 AGLC..........................................................................................19

Figura 6 - FN FAL com luneta..................................................................................................20

Figura 7 - FN FAL (FMATD) modificado pelo Exército da Argentina....................................21

Figura 8 - O Fuzil de precisão semiautomático M110 SASS...................................................21

Figura 9 - Luneta de Observação Leupold MK 4.....................................................................22

Figura 10 - Roupa Ghillie, usada em ambientes rurais.............................................................23

Figura 11 - Roupa especial para ocupar posições de tiro em instalações.................................23

Figura 12 - Campos de tiro, observação e progressão no ambiente urbano.............................25

Figura 13 - Alvos para Clicagem..............................................................................................45

Figura 14 - Alvos para clicagem...............................................................................................45

Figura 15 – Alvo com refém para pista de tiro.........................................................................46

Figura 16 – “T” Fatal................................................................................................................46

Figura 17 – Posição sentada sem apoio....................................................................................47

Figura 18 – Posição em pé sem apoio.......................................................................................48

Figura 19 – Usando o observador como apoio.........................................................................49

Figura 20 – Usando tripé...........................................................................................................50

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Pesquisa sobre o fuzil mais usado pela equipe de caçadores do Exército Brasileiro.

...................................................................................................................................................20

Quadro 2 – Pesquisa sobre consciência situacional proporcionada pela equipe de caçadores..

...................................................................................................................................................27

Quadro 3 – Pesquisa sobre os aspectos psicológicos do apoio da equipe de caçadores à fração

...................................................................................................................................................29

Quadro 4 – Generalidades do Ambiente Urbano quanto ao fuzil e munição............................30

Quadro 5 – Ocupação de postos de observação versus questão jurídica e perda de apoio da

população..................................................................................................................................31

Quadro 6 – Situação do adestramento da equipe de caçadores para o combate urbano nas

unidades....................................................................................................................................32

Quadro 7 – Situação das turmas de caçadores nas unidades....................................................32

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................6

2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................................8

3 DIFERENÇAS ENTRE CAÇADOR E ATIRADOR TREINADO OU ATIRADOR

DESIGNADO..........................................................................................................................10

4 MISSÃO DO CAÇADOR...................................................................................................10

5 ORGANIZAÇÃO E EFETIVO DAS EQUIPES...............................................................11

6 ATRIBUIÇÕES....................................................................................................................13

7 SELEÇÃO, PREPARO, MATERIAL E EQUIPAMENTOS...........................................14

7.1 Seleção............................................................................................................................14

7.2 Preparo............................................................................................................................15

7.3 Material e Equipamentos.................................................................................................16

7.3.1 Sistema de armamento do caçador...........................................................................16

7.3.2 Equipamentos ópticos...............................................................................................22

7.3.3 Munição especial......................................................................................................23

7.3.4 Roupas especiais.......................................................................................................23

7.3.5 Outros equipamentos e materiais.............................................................................24

8 O EMPREGO DO CAÇADOR NO APOIO À FRAÇÃO EM COMBATE URBANO

...................................................................................................................................................24

8.1 Aspectos táticos do emprego de caçadores no combate urbano......................................26

8.2 Aspectos psicológicos do emprego de caçadores no combate urbano............................28

8.3 Generalidades sobre o emprego do caçador em ambiente urbano nas operações de apoio

aos órgãos governamentais no atual cenário brasileiro.........................................................29

9 SITUAÇÃO DA TURMA DE CAÇADORES NO EXÉRCITO BRASILEIRO............31

10 CONCLUSÃO....................................................................................................................33

REFERÊNCIAS......................................................................................................................35

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APÊNDICE A - SUGESTÃO DE MÓDULO DE ADESTRAMENTO ESPECÍFICO

PARA CAÇADORES EM AMBIENTE URBANO.............................................................36

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO......................................................................................44

ANEXO A – FIGURAS DE ALVOS......................................................................................45

ANEXO B – POSIÇÕES DE TIRO ALTERNATIVAS.......................................................47

TERMO DE DECLARAÇÃO DE INEDITISMO E CESSÃO DE DIREITOS

AUTORAIS.............................................................................................................................51

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1 INTRODUÇÃO

Com a crescente urbanização que atinge todo o planeta, o combate em ambiente

urbano torna-se cada vez mais presente no cenário dos conflitos modernos. Pode-se afirmar

que um combate pode começar em ambiente rural, mas fatalmente acabará dentro de uma

cidade; com os contendores disputando o controle dos importantes acidentes capitais e o

acesso aos valiosos recursos que essa área operacional pode oferecer.

Outra peculiaridade desse ambiente é a presença maciça de civis, não combatentes no

teatro de operações, fator determinante nos processos decisórios do emprego da força. Os

objetivos a serem conquistados vão muito além dos objetivos táticos operacionais e

estratégicos; estendendo-se ao terreno humano na conquista do apoio da população local à

preocupação com a opinião pública mundial, bem como a legitimidade das ações da tropa.

Pinheiro (2012) ressalta que o “Terreno Humano” está ganhando uma importância, que não

raro sobrepuja a do terreno fisiográfico, confirmando indubitavelmente que a dimensão

psicossocial é a essência dos conflitos do Século XXI.

Face a essa realidade, o emprego de ações cirúrgicas e eficazes, com o mínimo de

efeitos colaterais se torna fator preponderante ao sucesso da missão. É nesse contexto que o

uso da equipe de caçadores no apoio ao combate urbano ocupa posição de destaque nas

operações, como uma importante ferramenta multiplicadora de poder de combate sendo

largamente utilizado pelo Exército Americano nas campanhas do Afeganistão e Iraque. Esse

fato contribuiu para a reformulação e aperfeiçoamento da doutrina de emprego da equipe de

caçadores daquele exército.

O emprego de caçadores no apoio à fração pelo Exército Brasileiro começou a ser

mais utilizado com a participação e liderança do Brasil na Missão das Nações Unidas para

Estabilização no Haiti (MINUSTAH) e recentemente nas Operações de Apoio aos Órgãos

Governamentais no processo de pacificação dos complexos do Alemão e da Maré, na cidade

do Rio de Janeiro; locais esses, caracterizados por um ambiente de alto grau de sensibilidade

política e grande complexidade psicossocial. Através dessas missões, verificou-se a

necessidade de desenvolver uma doutrina específica de emprego da equipe de caçadores, haja

vista a incipiência do nosso exército a respeito desse assunto.

Neste trabalho, através do método de pesquisa dedutivo, baseado em experiências

profissionais e pessoais, pesquisas em manuais e trabalhos acadêmicos abordaremos o

histórico do uso do caçador, sua missão, aspectos relacionados com o perfil e seleção,

material e emprego do caçador no combate urbano facilitando o entendimento do papel do

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caçador no apoio a pequena fração e a sua importância como ferramenta multiplicadora de

poder de combate. Será feita uma análise da forma que o Exército Brasileiro emprega, prepara

e treina esse sistema de armas, fazendo um paralelo com a maneira que julgamos mais

adequada a fim de contribuir com a solução da problemática: como podemos melhor equipar,

preparar e empregar a equipe de caçadores a fim de explorar as suas possibilidades na máxima

plenitude.

Esse trabalho se justifica através da necessidade do desenvolvimento doutrinário nesse

assunto, a fim de aperfeiçoar o emprego da equipe de caçadores, pois o caçador é um perito

em tiro de alta precisão a grandes distâncias e um elemento especializado na obtenção de

conhecimento oportuno, tornando-se um vetor de grande importância na atualidade para a

consecução de objetivos operacionais táticos e até mesmo estratégicos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

As técnicas, táticas, doutrina e emprego dos snipers vêm sendo desenvolvidas e

aperfeiçoadas ao longo de história. O sniper surge da necessidade de um recurso estratégico

que possibilitasse aos Exércitos apoiar as operações de combate realizando tiros precisos, a

longa distância, contra alvos selecionados, de oportunidade ou planejados, sem ser percebido.

As táticas dos snipers não nasceram prontas, mas foram criadas com o desenrolardos conflitos, assim como suas armas e equipamentos. Táticas e técnicas de sniper.Disponível em:<http://sistemasdearmas.com.br/ter/sniper03taticas.html> Acesso em:15 out. 2015.

O termo sniper tem sua origem na contração da palavra "narceja" que em inglês é

snipe e na palavra killer, o qual é utilizado para referir-se aos atiradores especiais. Tal termo

foi cunhado porque caçadores de narcejas devem ter uma ótima pontaria, precisão e reflexos

para atingir essas ariscas aves. Não seria apropriado fazer uma tradução literal e chamar um

combatente de “caçador de narcejas”, ou “caçador camuflado”, portanto no Exército

Brasileiro é chamado apenas de caçador.

Alguns dizem que o termo snipers surgiu no século XIX, com o exército britânico naíndia. Lá existia um pequeno e ágil pássaro chamado snipe, que se alimentava deinsetos no solo, e se constituía em um alvo difícil para qualquer caçador, os quaistinham que ser muito bons para acertá-lo e aqueles que conseguiam eram chamadosde snipers (de snipe, e killer, na forma contraída). Histórico do caçador. Disponívelem: <http://tropasearmas.xpg.uol.com.br/atirador_de_elite_parte_1.htm> Acessoem: 27 set. 2015.

O emprego destes soldados - que operam isolados ou em pequenos grupos - com o

intuito de colher informes (informações) e fustigar o inimigo, não é novidade e vem sendo

utilizado no decorrer da história mundial. Os gregos, os romanos e os assírios já empregavam

os seus arqueiros de forma a aumentar a extensão do alcance de suas tropas e para explorar o

efeito surpresa dos tiros de precisão, bem como os Exércitos europeus. Com o surgimento da

pólvora, seguido de armas de menor porte permitiu que exímios atiradores encontrassem o seu

lugar no campo de batalha.

Muitos acreditam que a figura do atirador de elite usando armas de fogo surgiumesmo com caçadores americanos no período colonial. Ele usava o rifle deantecarga tipo “Kentuche” de cano raiado que lhe dava precisão considerável.Disponível em: <http://tropasearmas.xpg.uol.com.br/atirador_de_elite_parte_1.htm>Acesso em: 27 set. 2015.

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Mesmo sendo um recurso já utilizado no início do século XX, os países europeus só

vieram a utilizar largamente snipers a partir da Primeira Guerra Mundial, pois as

características da “guerra das trincheiras” favoreciam os disparos de longo alcance e a

imobilidade do atirador, sendo os alemães os primeiros a empregarem os primeiros caçadores

treinados para a função. Neste momento da história, foi criada pelo inglês Hesketh Vernon

Prichard a primeira escola aliada de atiradores, no Reino Unido. Após a primeira guerra,

apenas os Russos, dentre as potências da Europa, mantiveram uma escola de atiradores de

elite, vindo os britânicos reabrirem sua escola em 1940 e os Estados Unidos da América em

1942, seguido pelos alemães.

O primeiro nome notável a surgir na história dos atiradores foi o de Simo Hayha “a

morte branca”, durante a guerra da Finlândia (1939-1940), ao qual são creditadas e

confirmadas oficialmente 542 baixas inimigas. Durante a Segunda Guerra Mundial, houve

uma evolução por parte de todas as nações no emprego deste tipo de atirador, tudo com o

intuito de tirar melhor proveito deste recurso em combate. Os alemães tinham como principais

alvos os operadores de armas pesadas, observadores oficiais, ou tudo que ameaçava o avanço

de suas tropas. Doutrinariamente, os snipers russos cobriam os alvos em profundidade que a

infantaria não conseguia abater, os marines treinavam os seus atiradores para tiro e

reconhecimento e os japoneses usavam seus caçadores mais para a defesa. Durante a Segunda

Guerra aconteceu um dos duelos mais famosos entre atiradores de elite, na batalha por

Stalingrado entre o russo Vassili Zaitsev e o alemão Erwin Konig, vencido por Vassili.

Após a Segunda Guerra Mundial, os snipers foram empregados em vários outros

conflitos, tais como a Guerra da Coréia (1950-1953) e a Guerra do Vietnã (1963-1973); onde

se destaca a figura de Carlos Hathcock II, atirador de elite do Exército Americano na

campanha do Vietnã, com recorde de 93 mortes confirmadas em serviço, sendo uma delas a

mais longa da história confirmada até então, um disparo de 2.286 metros que só veio a ser

excedido pelo cabo canadense Rob Furlong, que obteve o recorde após abater o inimigo a

uma distância de 2.430 m em combates no Afeganistão em 2002, e Charles Benjamim

“Chuck” Mawhinney atirador de elite do Exército Americano com recorde de 103 mortes

confirmadas em serviço e mais 216 mortes prováveis em 16 meses de ação no Vietnã. O

Exército Brasileiro somente despertou para a necessidade de uma doutrina de emprego deste

recurso em 1988 e diante do seu valor iniciou os estudos para equipar os batalhões de

infantaria com equipe de caçadores, sendo a Brigada de Operações Especiais a responsável

pelo desenvolvimento desta doutrina desde o ano de 2006. Recentemente, o Exército

Brasileiro vem empregando com êxito esta ferramenta de combate na Missão das Nações

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Unidas para Estabilização do Haiti e nas operações de apoio a órgãos governamentais no

Complexo de favelas do Alemão e da Maré, fato este que vem contribuindo para o

aperfeiçoamento e desenvolvimento da doutrina de emprego do caçador em combate em

ambiente urbano.

3 DIFERENÇAS ENTRE CAÇADOR E ATIRADOR TREINADO OU ATIRADOR

DESIGNADO

Para entendermos efetivamente as possibilidades de uma equipe de caçadores,

devemos saber diferenciar o caçador do atirador treinado. O CI 21-2/1 (BRASIL, 2004, p. 9)

trata o caçador como sendo um militar treinado nas técnicas de combate e tiros a longas

distâncias, armado e equipado com fuzil e luneta militar, munição de alta precisão, roupa

adequada à missão, meios optrônicos, lunetas de observação, entre outros itens inerentes à

missão. É capaz de realizar tiros em alvos a até 1000 metros ou quando equipados com fuzil

antimaterial essa distância se estende a até 1800 metros. Por outro lado, o atirador treinado é

um militar que poderá estar equipado com fuzil de alta precisão, boa luneta e munição

adequada, porém esse combatente carece de treinamento e prática com esse material; bem

como não possui o conhecimento e o adestramento peculiar ao caçador, geralmente é

empregado em apoio às pequenas frações.

Podemos acrescentar que a forma mais ideal do emprego do caçador é em duplas, e,

além do tiro, a equipe de caçadores deve estar em condições de buscar dados sobre o inimigo,

área de operações, meteorologia, monitorar alvos e relatar ao escalão superior. O atirador

treinado ou atirador designado geralmente é empregado sozinho, quando surge algum alvo de

oportunidade, ou quando a fração necessita algum apoio.

No Brasil, o que mais vemos nas operações apoiando as tropas convencionais é o

atirador treinado, dotado geralmente de um fuzil FN FAL com uma luneta. Esse militar recebe

um estágio curto em torno de duas semanas sobre algumas técnicas de sniper e é empregado

nas missões sendo equivocadamente chamado de caçador.

4 MISSÃO DO CAÇADOR

De acordo com a IP 21-2 (BRASIL, 1998, p 1-2) temos como missões do caçador:

Neutralizar ameaças inimigas; Eliminar snipers inimigos, impedindo sua ação sobre nossas tropas;

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Indisponibilizar ou destruir meios materiais; Enquanto cumpre a missão, poderá coletar dados da área de operações para sua

unidade.

Observamos que uma equipe de caçadores adequadamente capacitada pode proporcionar

muito mais do que essas tarefas. Trazendo para o contexto atual do emprego do nosso

exército, em operações em ambiente urbano, podemos acrescentar que a equipe de caçadores,

empregada de forma adequada, também funciona como os olhos avançados da tropa que está

no terreno. Isso porque sua posição privilegiada, geralmente em planos mais elevados que os

combatentes no solo, e ao seu sistema de armas que conta com a luneta telescópica do fuzil de

precisão, bem como a luneta de observação do outro elemento da equipe, o que possibilita um

campo de visão maior à frente da área de operações.

A equipe de caçadores também pode ter como missão, quando a situação tática permitir,

infiltrar antes e realizar o monitoramento da área de operações e de alvos, podendo transmitir

em tempo real o que está acontecendo, auxiliando o planejamento e o emprego das frações no

combate naquela localidade.

5 ORGANIZAÇÃO E EFETIVO DAS EQUIPES

Nas Unidades de Infantaria do nosso Exército é previsto uma turma de caçadores,

composta por duas equipes de caçadores formadas por dois 3º sargentos por equipe,

subordinada ao S/3 do Batalhão ou Regimento. Nessa formatação, o sargento mais antigo

seria o comandante da turma de caçadores; o mesmo critério se aplicando para a equipe de

caçadores. Essa turma de caçadores fica enquadrada no Pelotão de Comando da Companhia

de Comando e Apoio da Unidade considerada.

Em consequência da observação e participação em algumas operações, estudo de

lições aprendidas por outros exércitos que recentemente estiveram em combate em áreas

urbanas, verifica-se que esse efetivo não é suficiente para atender as necessidades de um

Batalhão. Isso fica mais evidente em operações urbanas, assim como Operações Ofensivas,

Defensivas, Pacificação e de Apoio a Órgãos Governamentais, devido principalmente à

complexidade do ambiente urbano, campos de tiro e visão reduzidos, necessidade de apoio

entre as equipes, áreas de atuação dos pelotões, entre outras considerações.

O Exército Americano verificou a necessidade de aumentar seu efetivo de caçadores

por batalhão. Antes dos combates no Afeganistão e Iraque, de acordo com o FM 23-10 (USA,

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1994, p 1-2, tradução dos autores), a equipe de caçadores era organizada em três equipes por

batalhão com dois homens cada. Essas equipes podiam passar em controle direto operacional

da fração apoiada ou ter o comando e controle centralizado com o oficial de emprego de

sniper da Unidade. Com a Guerra ao Terror, esse número subiu para três equipes de caçadores

na companhia de comando e mais uma equipe por companhia de infantaria. Existem

monografias propondo criar uma companhia de caçadores com efetivo de aproximadamente

87 homens, para apoiar as operações nível Divisão de Exército, mantendo-se ainda as seis

equipes orgânicas por batalhão.

A companhia de caçadores nível divisão consistiria em quatro pelotões de caçadorese um pelotão que permaneceria na sede. Cada pelotão seria formado por oitoequipes de dois homens cada, mais um oficial comandante de pelotão e um sargentoadjunto totalizando dezoito militares por pelotão. O pelotão que permanece na sedereuniria o pessoal necessário para gerenciar as tarefas administrativas e logísticasinerentes a uma subunidade independente juntamente com o comando e controle dasoperações dos snipers empregados em apoio à Divisão. Para cumprir essas missõesessa fração deveria contar com um efetivo de quinze militares. O efetivo somado detodas essas frações totalizaria 87 militares. (DEAROLPH, 2002, p. 42, tradução dosautores)

No Brasil, as únicas unidades que possuem efetivamente frações de caçadores

orgânicas são as unidades de Operações Especiais e algumas unidades de Infantaria Leve e

Batalhões de Infantaria Paraquedista, e seus efetivos são reduzidos. Nas Operações de

Pacificação do complexo da Maré, houve o apoio de caçadores da Força de Operações

Especiais às diversas operações, tanto para as tropas de operações especiais e tropas

convencionais, quanto para operações de outras forças envolvidas no processo de pacificação.

Algumas vezes a demanda de apoio superava a disponibilidade de pessoal.

A solução para esse problema seria aproveitar a transformação que vem ocorrendo

com a nossa força e, efetivamente, implementar nas Unidades de Infantaria uma fração de

caçadores com o efetivo de pelo menos três equipes de snipers com dois homens cada (um

sargento observador e um sargento atirador), dessa forma podendo apoiar cada subunidade de

fuzileiros com uma equipe de caçadores.

Para um melhor aproveitamento das equipes, e o máximo emprego das possibilidades

dos caçadores, o S/3 da unidade e o comandante da subunidade apoiada devem ser

assessorados pelo comandante da turma de caçadores quanto a melhor forma de utilização da

dupla.

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6 ATRIBUIÇÕES

Segundo a IP 21-2 (BRASIL, 1998, p 5-5), o comandante da unidade é o responsável

pelo emprego dos caçadores e pelo cumprimento do plano de adestramento. Ao oficial de

operações da unidade (S/3) cabe o assessoramento ao comandante quanto ao emprego tático

da turma de caçadores, fiscalização do adestramento do grupo além de realizar a ligação entre

as decisões do comando com a turma de caçadores.

O oficial de inteligência é o responsável pelas informações oportunas que possam

influenciar na ação dos caçadores e também por demarcar a posição das equipes no Plano de

Fogos da Unidade. O comandante do pelotão de comando fiscaliza o programa de

adestramento das equipes, providencia a parte administrativa, expede ordem às equipes,

assessora o oficial de operações, realiza as coordenações necessárias quando as equipes atuam

sob o comando dos elementos de manobra.

Em consequência disso, esses militares devem ter conhecimento da doutrina de

emprego dos caçadores para que possam empregar de forma correta e efetiva esse poderoso

recurso, pois muitas vezes a equipe de caçadores é subempregada devido ao desconhecimento

por parte dos planejadores, da real capacidade e potencial de uma equipe de caçadores.

Geralmente a maior dificuldade em empregar a equipe de caçadores em todo seupotencial são causadas pelos planejadores não estarem familiarizados com overdadeiro papel e potencial do caçador. Planejadores devem incluir a equipe decaçadores no processo de planejamento. As equipes de caçadores podem oferecermelhores sugestões na forma de emprego. Oficiais responsáveis por empregar aequipe que tenham pouca experiência com a atividade de caçador ou que tenhamfalta de pensamentos inovadores não conseguirão usufruir em toda a plenitude dasvantagens proporcionadas pelas capacidades de uma equipe de caçadores. (USA,2003, p. 5-5, tradução dos autores).

O caçador mais experiente é o observador, é ele quem conduz o tiro, faz a leitura das

condições climáticas e dá as correções ao atirador. Além disso, auxilia na avaliação das

distâncias, colhe os dados da área de operações, designa os alvos ao atirador, faz o

revezamento com o mesmo quando necessário, mantém o contato com o escalão enquadrante,

e faz a segurança aproximada da equipe.

O atirador é o responsável por executar o tiro, seguindo as orientações do observador,

confecciona os croquis, realiza os ajustes necessários na luneta telescópica, prepara a posição,

faz a avaliação das distâncias, esteriliza a posição por ocasião do retraimento e reveza com o

observador a vigília dos setores de tiro.

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7 SELEÇÃO, PREPARO, MATERIAL E EQUIPAMENTOS

Devido à complexidade e peculiaridade da missão de uma equipe de caçadores, deve

ser feita uma rigorosa seleção aos candidatos pretendentes a realizar o estágio.

7.1 Seleção

O candidato a caçador deve possuir alguns requisitos básicos como:

a) Equilíbrio emocional: a equipe pode passar por situações de muito stress durante as

missões, muitas vezes atua isolada, se for descoberta com certeza sua posição será

bombardeada com fogos de apoio e o tiro de precisão depende muito da calma e frieza

do atirador;b) Excelente preparo físico: dependendo da missão, os caçadores levam além de seu fuzil

de precisão, o fuzil de assalto, progressão em ambiente urbano por lanços

extremamente desgastantes, ocupação rápida de posições em edificações altas, podem

ficar dias na mesma posição sem poder realizar muitos movimentos sob pena de

denunciar a posição, após o cumprimento da missão devem exfiltrar rapidamente da

área. O preparo físico tem influência direta no controle da respiração, um dos

fundamentos básicos que deve ser observado para realizar um bom tiro;c) Visão 20/20 ou que possa ser corrigida: o sniper deve estar em condições de monitorar

alvos e áreas de responsabilidade para reportar com exatidão as informações, realizar

reconhecimento facial de alvos a grandes distâncias e muitas vezes diferenciar

combatentes de não combatentes. Além disso, pode ter que verificar se o elemento está

armado, tarefa que se mostra complicada nos conflitos atuais de quarta geração;d) Ausência de vícios: influencia diretamente na concentração do atirador, camuflagem e

sigilo da missão.

Além desses itens elencados o candidato a caçador deve possuir bons resultados nas

seções de tiro com fuzil, necessita ser um militar inteligente, motivado, criativo e possuir

condições mentais saudáveis. Para facilitar a seleção, devem ser aplicados testes físicos, testes

escritos, teste de tiro com fuzil e testes psicológicos.

7.2 Preparo

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No Brasil, a Academia Militar das Agulhas Negras oferece um estágio de caçadores

frequentado principalmente pelos militares da tropa convencional. Esse estágio conta com

instrutores capacitados, excelentes instalações e áreas para prática do tiro, com duração de

aproximadamente três semanas; tempo esse que não é suficiente para fornecer aos caçadores

toda a gama de conhecimento que se julga satisfatória.

O Centro de Instruções de Operações Especiais prepara os caçadores de operações

especiais, militares que cumprem missões de nível tático e estratégico; para o militar

frequentar o curso, um dos requisitos é ser de operações especiais. Esse estágio é frequentado

por militares das três forças e operadores especiais das diferentes unidades das forças

auxiliares. A duração desse estágio é de seis semanas, o que também não é o tempo ideal.

Existem algumas unidades que, por iniciativa própria, realizam estágios de caçadores,

com duração de duas semanas, o que não é muito indicado, pois fica difícil a padronização de

técnicas, táticas e procedimentos, faltam materiais específicos de emprego do caçador.

Algumas vezes, o estágio é conduzido por pessoas que estão um pouco desatualizadas quanto

à doutrina de emprego da equipe de caçadores.

Com a crescente importância do emprego da equipe de caçadores no cenário dos

conflitos modernos, o Exército Brasileiro, através do Comando de Operações Especiais, vem

tentando desenvolver e melhorar a nossa doutrina de emprego das equipes de caçadores. Um

dos projetos é criar, em um futuro próximo, uma Escola de Caçadores, que será responsável

por formar as equipes de caçadores do nosso Exército, também transformando o estágio de

caçadores em curso; aumentando o tempo destinado para essa especialização. Esse fato

contribuirá para padronizar técnicas, táticas e procedimentos e formar caçadores preparados,

com melhores condições de cumprir as missões vindouras.

Para realizar a manutenção da equipe de caçadores, pelo menos uma vez por mês a

equipe deve realizar adestramento específico de tiro com seu fuzil de precisão, cursos e

intercâmbios devem ser realizados com as forças de Nações amigas com experiência do uso

de caçadores em combates atuais. As forças auxiliares também têm muito conhecimento a

acrescentar, principalmente no uso de caçadores no combate urbano, e essa troca de

experiências é de grande valia para nossa força.

A equipe de caçadores, quando designada para alguma missão, se possível, deve

realizar um adestramento de tiro naquele ambiente operacional que será empregada, a fim de

conhecer as influências do clima, umidade e altitude na queda da munição e realizar os ajustes

necessários na luneta para um tiro preciso.

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A criação do “laço tático” entre a equipe de caçadores e a fração apoiada também é

importante, para aumentar a confiança mútua. Para isso, é interessante que sejam realizados

adestramento conjuntos, a fim de treinar conversação, designação de alvos, medidas de

coordenação e controle, apoio na troca de posições entre outros treinamentos julgados

necessários. Algumas sugestões de adestramento para equipes de caçadores será elencada num

item específico ao final do trabalho.

7.3 Material e Equipamentos

O equipamento e armamento dos caçadores possuem grande influência no

desempenho da equipe nas missões. “Apesar de serem elementos altamente treinados e

motivados, há necessidade de os caçadores estarem equipados adequadamente, caso contrário

poderão comprometer os objetivos decisivos finais.” (BRASIL, 1998, p. 2-1). Dessa forma, a

preocupação em fornecer os melhores meios para o cumprimento da missão deve ser

preocupação constante do escalão que lança a equipe.

Para as missões, o caçador utiliza os seguintes equipamentos: sistema de armamento

do caçador, equipamento ópticos, munição especial, roupa especial e outros equipamentos que

pela natureza e duração da missão serão necessários.

7.3.1 Sistema de armamento do caçador

Esse sistema compreende o fuzil de precisão mais a sua luneta. O manuseio e a

manutenção do fuzil de precisão devem ser feitos somente pelo caçador dotado do material a

fim de evitar que outra pessoa mexa e desregule a luneta ou o ajuste da coronha.

Existem dois tipos de fuzil de precisão quanto à forma de emprego:

a) Fuzil antimaterial: Possui um calibre maior, geralmente 12,7 mm, possui um alcance

efetivo em torno de 1800 metros, é empregado para inutilizar materiais inimigos,

viaturas de blindagem leve, embarcações, aeronaves, casamatas, equipamentos de

comando e controle, explosivos improvisados, etc.

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Figura 1 - O Fuzil Antimaterial Barret usado pelas Tropas de Operações Especiais do Exército Brasileiro e oFuzil Antimaterial Hecate II adquirido pelo Batalhão “Tonelero” dos Fuzileiros Navais do Brasil

Fonte: http://www.writeups.org/fiche.php?id=5149

b) Fuzil antipessoal: Empregado contra pessoal inimigo, calibre de 7,62 mm e com

alcance efetivo de 800 metros. Pode-se chegar a 1000 metros ou um pouco mais

dependendo do tipo do fuzil, experiência do atirador, condições climáticas,

equipamentos ópticos e um bom observador para correção do tiro.

Figura 2 - O Fuzil de precisão antipessoal PGM Ultima Rátio, no Brasil é utilizado pelas tropas especiais daMarinha e do Exército.

Fonte: http://www.slovenskavojska.si/en/armament-and-equipment/light-infantry-and-support-armament/762-mm-ultima-ratio-commando-sniper-rifle/

O fuzil de precisão, principalmente o antipessoal, necessita ter algumas características

técnicas específicas. O cano, por exemplo, deve ser reforçado (mais espesso) a fim de dissipar

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o calor, evitando assim, que o cano dilate e influencie na precisão da arma. As vibrações

causadas pela passagem do projetil pelo cano da arma influenciam também na precisão. Para

isso, o cano deve ser “flutuante”, ou seja, acoplado diretamente na caixa da culatra. O

comprimento do cano também deve ser preferencialmente entre 20 polegadas a 24 polegadas,

fator que influencia diretamente na precisão da arma.

A luneta deve ter, no mínimo, a potência de aumento de 3 a 10 vezes e deve ser de

fácil manuseio. Deverá, ainda, possuir dispositivo de iluminação do retículo para engajamento

de alvos iluminados à noite e não pode ser acoplada diretamente na caixa da culatra, pois o

movimento das peças móveis pode desajustá-la, interferindo na pontaria. A altura formada

entre o centro do retículo da luneta e o centro do cano do fuzil deve ser o menor possível, pois

contribui para uma precisão mais acurada.

A coronha do fuzil deve permitir ajustagem para o rosto e a sua ligação com a caixa da

culatra deve ser justa. O material da coronha deve contribuir para absorver o recuo do fuzil,

evitando assim que o “coice” da arma desestabilize o atirador. Além disso, o fuzil deve

possuir miras removíveis para o tiro a olho nu, ou trilho para colocação de miras holográficas

caso ocorra pane na luneta e também permitir ao caçador usar o seu fuzil como fuzil de

assalto para tiros aproximados, se necessário.

O fuzil de precisão varia de acordo com a missão. No combate urbano é preferível usar

um fuzil semiautomático devido à peculiaridade desse ambiente, onde o engajamento é em

distâncias mais curtas. Todavia, a quantidade de alvos é maior, e o tempo de exposição do

alvo é menor. Outra característica interessante para o fuzil de precisão, principalmente em

combate urbano é a capacidade de utilizar supressor de ruídos dificultando a localização da

equipe por parte do inimigo, visto que reduz o deslocamento de ar causado pela saída da

munição pelo cano e a chama ocasionada pela queima da pólvora. Também é ideal que seja

modular, com trilhos permitindo acoplagem de designadores lasers e miras noturnas.

Figura 3 - O Fuzil M110 SASS desenvolvido especialmente para atender as necessidades do Exército Americanoem combate urbano. Além de semiautomático pode ser equipado com supressor de ruídos e possui trilhos paraaplicação de miras e outros equipamentos ópticos. No Brasil é utilizado pelas tropas de Operações Especiais doExército.

Fonte: http://www.snipercentral.com/u-s-army-m110-sass/

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Para ambiente rural, onde é possível engajamentos a longa distância, muitas vezes os

caçadores preferem o fuzil aferrolhado, visto que possui melhor precisão que os fuzis

semiautomáticos.

Figura 4 - O SWS M24 um dos melhores fuzis aferrolhados do mundo. Pode-se observar a coronha regulável,bem como a altura formada pelo centro da luneta com o centro do cano é reduzida. O que contribui sobremaneirapara um tiro preciso. No Brasil encontramos esse armamento nas unidades de Operações Especiais.

Fonte: http://world.guns.ru/sniper/sniper-rifles/usa/m24-e.html

Em nosso Exército, alguns batalhões que possuem equipe de caçadores utilizam o fuzil

de precisão AGLC. Trata-se de um fuzil aferrolhado de boa precisão, porém, não seria a arma

mais indicada para o combate urbano onde, dependendo da natureza da operação, poderia ser

necessário engajar grande quantidade de alvos rapidamente com campos de tiros curtos e com

tempo de exposição dos alvos reduzido.

Figura 5 - Fuzil IMBEL 308 AGLC usado pelas equipes de caçadores do EB. O cano do AGLC é excelente,porém sua coronha é muito comprida o que dificulta o enquadramento do alvo e é feita de madeira dura (AçoitaCavalo), a qual não possui intervalo entre as fibras, prejudicando a absorção do recuo da arma, ocasionando um“coice” relativamente forte desestabilizando a posição do caçador. A coronha sofre muita influência dasintempéries (incha e desincha) e também quebra facilmente.

Fonte: http://www.imbel.gov.br/index.php/produtos/fuzil-agcl

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Grande parte das unidades convencionais envolvidas em operações nos últimos anos

emprega o caçador armado com o fuzil FN FAL dotado de luneta. Esse fuzil é um armamento

de assalto, e não possui as características básicas ideais para um fuzil de precisão. Além de

seu cano não ser flutuante, a sua coronha não possuir ajustagem para o rosto e seu cano não é

reforçado, na maioria das vezes, a luneta de precisão é acoplada diretamente sobre a caixa da

culatra.

A soma de todos esses fatores pode influenciar diretamente na precisão do armamento,

podendo causar danos colaterais graves além do não cumprimento da missão. Outro ponto

negativo é a ausência de trilhos para colocação de mira holográfica que permite o caçador

responder fogo em combate aproximado durante os deslocamentos na área de operação.

Quadro 1 - Pesquisa realizada com os militares que frequentaram 3º turno do Curso de Aperfeiçoamento deSargentos da Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas/ 2015, que participaram de missões reais como apoio de caçadores, perguntando qual tipo de armamento era utilizado pela equipe de caçadores.

Figura 6 - FN FAL com luneta, usado como fuzil de atiradores designados em algumas tropas do ExércitoBrasileiro.

Fonte: http://sistemasdearmas.com.br/ter/sniper01intro.html

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Figura 7 - FN FAL (FMATD) modificado pelo Exército da Argentina para os atiradores designados. Notam-semodificações no cano que foi reforçado, bipés, regulagem de ajuste para o rosto na coronha e carregador menor.

Fonte: http://www.taringa.net/posts/imagenes/17771552/Armamento-de-la-Infanteria-del-Ejercito-Argentino.html

O Exército Brasileiro, aproveitando a transformação e a evolução que vem

acontecendo dentro da nossa força, poderia adquirir armamentos de precisão mais adequados -

principalmente ao combate em localidade - para proporcionar melhores condições para a

equipe de caçadores das tropas convencionais cumprirem sua missão.

Uma sugestão de fuzil de precisão com característica mais adequada ao combate em

localidade, largamente utilizado por tropas em operações urbanas, é o M110-SASS, que

poderia ser adquirido pelo nosso Exército para mobiliar as equipes de caçadores dos

Batalhões de Infantaria.

Figura 8 - O Fuzil de precisão semiautomático M110 SASS, foi desenvolvido pelo Exército Americano parasubstituir o SWS M24 a fim de atender os requisitos ideais para um fuzil de precisão para emprego em combateUrbano.

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/M110_Semi-Automatic_Sniper_System

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7.3.2 Equipamentos ópticos

Um equipamento muito importante para bem cumprir a missão é a luneta de

observação, material esse de dotação do observador. Deve ter uma potência de aumento maior

que 20 vezes, ser de fácil enquadramento e rústica;

Ela é utilizada quando se quer uma observação mais detalhada do alvo. Porém, se

empregada por muito tempo, causa cansaço do globo ocular, mas esse fato pode ser evitado

revezando o uso da luneta com o binóculo. O binóculo permite uma visão mais genérica do

alvo e também dos arredores e auxilia também na aferição de distâncias. Além do binóculo e

da luneta de observação, a equipe de caçadores deve ser dotada de um telêmetro laser para

aferição de distâncias. Outro equipamento essencial à equipe de caçadores, que auxilia muito

na coleta de dados de inteligência é a câmera fotográfica com zoom de capacidade mínima de

60x.

Quando a missão for vigilância e monitoramento de alvos e Região de Interesse para

Inteligência (RIPI) o uso de um laptop com modem de internet ou com capacidade de

transmissão de imagens é uma excelente ferramenta para o envio de dados em tempo real ao

escalão superior, contribuindo com o planejamento e tomadas de decisão do comandante.

Em missões noturnas, o uso de óculos de visão noturna e miras termais também se

fazem necessários.

Figura 9 - Luneta de Observação Leupold MK 4, utilizada pelas Tropas de Operações Especiais do EB.

Fonte: http://www.snipercentral.com/leupold-mark-4-spotting-scope-12-40x60mm/

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7.3.3 Munição especial

A munição para o fuzil de precisão possui características específicas para facilitar a

precisão e melhor desempenho no deslocamento, diminuindo a influência dos fatores externos

na trajetória e balística.

7.3.4 Roupas especiais

A equipe de caçadores deve usar roupas que facilitem a camuflagem, diminuindo o

risco de serem localizadas.

Figura 10 - Roupa Ghillie, usada em ambientes rurais.

Fonte: http://www.ghilliesuits.com/colorchart.aspx

Figura 11 - Roupa especial da equipe de caçadores, muito utilizada para ocupar posições dentro de instalaçõesem combate urbano.

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Fonte: Arquivo pessoal.7.3.5 Outros equipamentos e materiais

Dependendo da natureza da missão e situação, a equipe de caçadores deve conduzir

suportes para o armamento a fim de tomar uma posição de tiro mais confortável, câmara

escura para auxiliar na camuflagem, material para abrir buracos em paredes, equipamento de

rapel para exfiltrar rapidamente da área se necessário, materiais para preparar a posição final

de tiro, GPS, estação meteorológica, cartas e fotografias aéreas da área de operações e outros

itens julgados necessários.

8 O EMPREGO DO CAÇADOR NO APOIO À FRAÇÃO EM COMBATE URBANO

No atual cenário dos conflitos do Século XXI, o combate em áreas edificadas vem se

tornando tendência. Junto a isso, temos aparecimento de novos atores - estatais e não estatais -

que muitas vezes se misturam com a população local, utilizando técnicas não convencionais

de combate, sem frente definida e, principalmente, explorando maciçamente os efeitos de

danos colaterais na tentativa de deslegitimar as ações da tropa.

Os conflitos contemporâneos têm demonstrado que o ambiente urbano tende a serum cenário de confronto provável entre uma força reconhecidamente superior e umoponente fraco. Essa tendência se justifica considerando fatores como: ageneralização de conflitos assimétricos; a incidência dos recentes combates em áreashumanizadas; a concepção de áreas de responsabilidades e zonas de ação nãolineares; a repercussão social em função das baixas de pessoal e danos colaterais; asvantagens táticas oferecidas pelas edificações ao defensor; e as dificuldades, emtodas as funções de combate, que se apresentam para o atacante, nos enfrentamentoscontemporâneos. (BRASIL, 2014, p. 4-10).

Segundo o Manual de Campanha EB20-MF-10.103 (BRASIL,2014,p.2-2):

O Ambiente Operacional é caracterizado pela existência de três dimensões– física,humana e informacional – cujos fatores a serem analisados interagem entre si,formando o seu caráter único e indivisível. Sua compreensão constitui uma condiçãofundamental para o êxito das operações militares.

Frente a essa nova realidade, as considerações civis estão influenciando cada vez mais

nos processos decisórios, e estão diretamente ligadas à opinião pública e à legitimidade das

ações no ambiente operacional.

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As Considerações Civis são, enfim traduzidas pela influência das instituições civis,das atitudes e atividades das lideranças civis, da população, da opinião pública, domeio ambiente, de infraestruturas construídas pelo homem, das agências civis, comcapacidade de influir e formar opiniões entre os nacionais ou internacionais, noEspaço de Batalha (BRASIL, 2014, p.3-15).

Essa nova realidade exige, por parte dos planejadores do combate, o emprego de ações

cirúrgicas, com fogos precisos e eficazes, com o mínimo de danos à população civil e

instalações. No ambiente urbano, algumas vantagens tecnológicas muitas vezes não são muito

úteis, como por exemplo, tropas que estão combatendo em ambientes edificados possuem

apoio aéreo limitado, bem como das armas de apoio e carros de combate. Os oponentes estão

perfeitamente adaptados ao ambiente operacional e negarão ao máximo o uso do poder de

fogo das forças militares, utilizando-se dos mais variados espaços para progressão com o

mínimo de visibilidade para a tropa.

Diante disso, faz-se necessário o emprego maciço dos combatentes desembarcados,

muitas vezes com as pequenas frações descentralizadas em um ambiente que está em

constante alteração das condições de combate, com as edificações interferindo nas

comunicações e com a presença de civis não combatentes na área de operações.

Figura 12 - Campos de tiro, observação e progressão no ambiente urbano.

Fonte: AMOR, 2015, p. 31.

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É nesse contexto que o emprego da equipe de caçadores no apoio às operações em

ambiente urbano se mostra uma excelente ferramenta multiplicadora do poder de combate,

através da sua capacidade de engajar alvos a longas distâncias, com tiros precisos e eficazes e

sem danos colaterais, bem como na coleta de dados de inteligência da área de operações e do

inimigo para o escalão superior.

Nas missões de Pacificação do Haiti e nas Operações de Apoio aos Órgãos

Governamentais, particularmente nas missões no Complexo do Alemão e Maré, o Exército

Brasileiro se deparou com a força adversa realizando atos hostis contra a tropa e rapidamente

se misturando ao meio da população civil, sendo muitas vezes difícil detectar quem perpetrou

o ato. A tropa muitas vezes, devido a grande presença de população não combatente na área,

não pôde responder na mesma proporcionalidade, sob o risco de atingir algum inocente,

gerando danos colaterais indesejáveis.

8.1 Aspectos táticos do emprego de caçadores no combate urbano

O ambiente urbano oferece muitos abrigos. Uma equipe de caçadores bem posicionada

pode infligir muitas baixas ao inimigo, bem como pode retardar o avanço de uma tropa por

um bom tempo. A eliminação de comandantes de fração, comandantes e motoristas de

blindados, guarnições de armas de apoio ou armas anticarro, radioperadores, outros snipers

inimigos, inutilização de veículos e materiais importantes através do uso do fuzil antimaterial,

causará um enorme prejuízo ao oponente, tornando-o mais cauteloso em seus movimentos,

fazendo com que desdobre meios e pessoal para esclarecer a situação. O apoio de fogo

prestado pela equipe de caçadores facilita a manobra da tropa apoiada e aumenta a área de

influência dessa fração.

A equipe de caçadores, ocupando uma boa posição de tiro, com comandamento da área

de operações, através de seus equipamentos ópticos, e se dotada de câmera fotográfica e

computador com capacidade de transmitir dados, consegue coletar valiosas informações sobre

o inimigo e área de operações. Desse modo, poderá transmitir em tempo real ao escalão

superior, proporcionando consciência situacional para os comandantes contribuindo

sobremaneira nos processos decisórios. E através do contato rádio pode esclarecer o terreno

para as tropas que estão no solo.

Trazendo para o atual contexto do emprego do nosso exército em ambiente urbano, nas

operações de Pacificações do Haiti e dos complexos do Alemão e Maré, além da preciosa

fonte de coleta de informações, a equipe de caçadores é um vetor importante na preservação

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da integridade física da população civil, sendo capaz de realizar tiros precisos e eficazes, em

alvos de dimensões reduzidas, evitando danos colaterais que poderiam trazer enormes

prejuízos para essas missões.

Quadro 2 – A transmissão de dados em tempo real foi um fator preponderante para a consciência situacional daForça tarefa de Operações Especiais em todas as ocasiões?

Fonte: AMOR, 2015, p.117.

Depoimento de um comandante de Destacamento que participou do 7º contingente da

Operação São Francisco para Pacificação do Complexo da Maré:

“Em todas as missões do destacamento, contávamos com o apoio de duas duplas decaçadores; o que maximizava as capacidades da nossa equipe. Os caçadores nãotinham posição fixa durante as progressões, se deslocavam livremente no dispositivoou quando a situação permitia ocupavam postos de observação, contribuindo noapoio e proteção da nossa tropa e também sua luneta telescópica proporcionava ummaior campo de visão à frente, servindo de olhos avançados do destacamento. Nosmonitoramentos de alvos e área de operações as informações obtidas contribuírampara as tomadas de decisões e consciência situacional. O caçador é um meio nobrede apoio à missão, com certeza potencializa ainda mais a capacidade de combate deuma tropa, proporcionando mais alternativas aos comandantes de fraçõesprincipalmente em operações em ambiente urbano, onde o risco de danos colateraisé muito alto.”

Para evitar ser detectada, e melhorar sua efetividade a equipe deve evitar ocupar

posições óbvias, último andares de edifícios, posições próximas às janelas. Devem ser

observados alguns aspectos como: a camuflagem da posição através do uso de roupas

adequadas, escurecimento da posição evitando o contraste do caçador com o fundo, colocação

de telas nos equipamentos ópticos, ocupar posição sempre a favor do sol, o uso da técnica do

tiro através buraco, colocação de um pano molhado embaixo do cano do fuzil para evitar a

poeira subir no momento do disparo o que pode denunciar a posição.

Sempre que possível, principalmente quando a equipe tiver de ficar muito tempo na

posição, preparar uma posição de tiro em que a equipe possa ficar sentada, visto que qualquer

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outra posição, com o tempo se torna incômoda, dessa forma o uso de tripés ou bipés com

grande recurso de regulagem em altura para apoiar o fuzil é de extrema valia. Podem-se usar

recursos encontrados na posição, como camas, mesas, etc. para auxiliar na construção de

plataformas de tiro mais confortáveis. A equipe também deve buscar preparar mais de uma

posição de tiro, para evitar a detecção e também preparar a rota de fuga, caso tenha de se

evadir rapidamente da área.

8.2 Aspectos psicológicos do emprego de caçadores no combate urbano

A equipe também contribui no fator psicológico, dando segurança para a tropa que está

apoiando e intimidando ações por parte do inimigo.

Os caçadores são extremamente efetivos em ambiente urbano. Seu fogo precisopode engajar alvos à longa distância, seus avançados equipamentos ópticos facilitamengajar alvos pontuais e salvar inocentes civis ou proteger propriedades e seuconhecimento em observação oferece excelente capacidade de coletar inteligência.Em um ambiente urbano, o caçador é tanto um causador de baixas quanto umaintimidadora arma psicológica (EUA, 2003, p. 6-1, tradução dos autores).

Militares americanos envolvidos nas Operações no Iraque e Afeganistão após o 11 de

setembro relatam que os insurgentes pagavam prêmios em dinheiro para aqueles que

eliminassem um caçador americano. Isso ocorria devido à sensação de medo, de insegurança e

de restrição de liberdade que a simples presença de uma equipe sniper no terreno impunha aos

insurgentes.

Todos os americanos eram procurados em Ramadi, principalmente atiradores deelite. Segundo informações, os insurgentes colocaram minha cabeça a prêmio.Também me deram um nome: al-Shaitan Ramadi – “o Diabo de Ramadi”[...] Averdade é que eu era apenas um homem, e os insurgentes me escolheram por tercausado muitos danos a eles [...] (Kyle, McEwen, 2015, p. 256)

Assim como o caçador instaura terror no inimigo, sua presença apoiando a manobra

das frações, além da proteção pelo fogo e esclarecimento da situação à frente, proporciona a

sensação de segurança para a tropa no terreno, aumentando a confiança dos soldados sendo

um fator psicológico positivo importante.

Pesquisa feita com militares do 3º turno do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos da

Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas, que participaram de missões reais

apoiados por equipes de caçadores.

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Quadro 3 - Resultado da pesquisa: Você se sentia mais protegido quando tinha uma equipe de caçadoresapoiando a sua fração?

8.3 Generalidades sobre o emprego do caçador em ambiente urbano nas operações de

apoio aos órgãos governamentais no atual cenário brasileiro.

O Exército Brasileiro recentemente foi empregado em apoio aos Órgãos

Governamentais no processo de pacificação das comunidades dos Complexos do Alemão e

Maré. O ambiente complexo e dinâmico, com constante mudança de cenários, prédios e

construções de diferentes tamanhos fabricadas em alvenaria, madeira ou chapas de metal, ruas

e avenidas irregulares com becos estreitos em um terreno muitas vezes acidentado são

características peculiares dessas comunidades.

Os corredores formados pelas vias de acesso constituem a maioria dos campos de tiro

nesse ambiente, porém devido à alta incidência de ângulos mortos, a observação é reduzida e

a distância máxima de engajamento é em torno de 400 metros. A configuração dessas vias

torna difícil a mobilidade com fuzis de cano longo ou o emprego de dois fuzis, sendo um de

precisão e o outro de assalto. A presença considerável de não combatentes na área também

contribui para aumentar o grau de sensibilidade dessa complexa área de operações.

Questões como construções dos imóveis na área de Operações interferem na escolhada munição, particularmente quanto ao poder de parada da mesma. Da mesma formainterferem no planejamento da escolha de Postos de Observação, no que se refere àpossibilidade de sustentar o peso de uma equipe com todo seu material. (AMOR,2015, p. 168)

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Esses fatores influenciam diretamente no planejamento, tanto do armamento e

munição a ser empregado, quanto na forma de emprego da equipe de caçadores.

Por se tratar de um ambiente dinâmico e com rápida evolução dos acontecimentos,há que se ressaltar a influência que o ambiente urbano impõe à escolha do sistemade armas, conforme a intenção do emprego do caçador.Ameaças que se movem com fluidez e são capazes de se multiplicar rapidamentedevem ser advertidas o mais cedo possível para evitar o combate de encontro com astropas. Esse fato exige um engajamento rápido. Ameaças que se caracterizam peloseu alto valor estratégico, que se homiziam em pontos de difícil e longínquo acesso,necessitam de um engajamento preciso e distante do seu local de atuação, de modo anão expor os objetivos de uma ação de advertência. (AMOR, 2015, p.169)

Por isso todos os aspectos acima devem ser levados em consideração a fim de

colaborar com a mobilidade da equipe, aumentar sua eficácia bem como evitar danos

colaterais.

Quadro 4 - Generalidades do ambiente urbano quanto ao fuzil e munição.

Pontas mais levesVantagens: mais velocidade no seu trajeto, atinge o alvo mais rapidamente

Desvantagens: sofre maior efeito da balística externa

Fuzil semiautomáticoVantagens: maior rapidez de engajamento de alvos

Desvantagens: menor precisão e desestabilidade do da posição do caçador após o tiroPonta mais pesadas Vantagens: maior poder de parada e consequente neutralização do alvo

Desvantagens: maior risco de efeito colateral

Fuzil aferrolhadoVantagens: maior precisão para longas distâncias

Desvantagens: menor rapidez de engajamento Fonte: AMOR, 2015, p.169

Outro ponto crítico para a equipe de caçadores é a ocupação de um posto de

observação em sigilo nesse ambiente. Isso porque as vias de acesso são intensamente vigiadas

pelos agentes perturbadores da ordem pública e seus olheiros, que através de rádios

monitoram o movimento da tropa desde o momento que sai da base bem como todas as suas

ações na área de operações. A utilização de imóveis da população local para estabelecer

postos de observação e pontos de apoio à progressão da tropa do terreno esbarra nas questões

legais e, principalmente, no cuidado em não expor o morador a retaliações por parte dos

agentes perturbadores da ordem pública, consequentemente interferindo na conquista do apoio

da população.

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Quadro 5 – A ocupação de posto de observação pode derivar para questões negativas para a Força de Pacificaçãoem virtude de um trauma jurídico por conta da necessidade de mandado de justiça ou da perda do apoio dapopulação face à coerção dos Agentes Perturbadores da Ordem Pública?

Fonte: AMOR, 2015, p. 113

A solução para esse problema seria utilizar documentos oficiais para liberação de

utilização de imóveis para Posto de Observação, deixando bem específico a posição de

neutralidade do morador.

Uma técnica que pode ser de valia para a equipe de caçadores se infiltrar nessa área

sem ser notado é a técnica do “Cavalo de Tróia”. A técnica consiste em inundar a área com

tropa, realizar patrulhas nas vias e cumprir mandados de busca em algumas edificações, tendo

uma das instalações já definida no planejamento como o posto de observação do caçador. A

equipe de caçadores entra juntamente com a tropa na casa, porém por ocasião da saída a

equipe permanece no recinto, ocupando o posto no sigilo. Após, a tropa é retirada da área,

ficando a equipe de caçadores no local, em condições de cumprir a missão que lhe foi

estabelecida. Para extrair os caçadores, utiliza-se a mesma técnica.

A camuflagem, sigilo e preocupação de não denunciar a posição e deixar seguranças

juntamente com a equipe de caçadores nessa situação, é fator preponderante, visto que após a

tropa deixar o local, os agentes perturbadores da ordem pública mandam batedores checar se a

área está “limpa”. Devido aos campos de tiro reduzidos, grande parte das vezes a equipe de

caçadores pode progredir juntamente com a tropa, podendo se deslocar livremente no

dispositivo ocupando posições à frente para prover a segurança. Em deslocamentos que há o

apoio de blindados, pode-se usar essa viatura como plataforma de tiro.

9 SITUAÇÃO DA TURMA DE CAÇADORES NO EXÉRCITO BRASILEIRO

Em uma pesquisa feita num universo de militares que servem em unidades de

infantaria, onde é previsto ter uma turma de caçadores, foi perguntado se havia adestramento

específico para equipe de caçadores em ambiente urbano durante o ano de instrução.

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Quadro 6 – Resposta dos militares sobre o adestramento em ambiente urbano da equipe de caçadores.

Grande parte das Organizações Militares onde é previsto uma turma de caçadores,

geralmente por insuficiência de efetivo, existem claros nessas vagas. A Unidade utiliza

elementos dos pelotões como atiradores designados, dando um treinamento sumário

superficial nas técnicas de caçador, para suprir a carência desses elementos especializados.

Em outras Unidades, onde se encontra turma de caçadores constituída, verifica-se que

em grande parte das situações, o militar que é caçador desempenha outra função no Batalhão,

geralmente uma tarefa administrativa, que muitas vezes sobrepuja a função de caçador,

prejudicando o adestramento e o entrosamento da equipe de caçadores.

Quadro 7 – Resposta dos militares sobre a situação da Turma de Caçadores nas Organizações Militares onde essafração é prevista.

Essa realidade acontece principalmente devido à falta de efetivo das unidades, porém o

ideal seria ter a Turma de Caçadores somente envolvida com a atividade de caçador,

realizando treinamentos, cursos, intercâmbios e adestramento durante o ano todo.

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10 CONCLUSÃO

Ao final desse trabalho podemos ter a noção do importante papel que uma equipe de

caçadores pode desempenhar no combate. Desde os conflitos de primeira geração o caçador já

ocupava um papel de grande importância tática, estratégica e principalmente psicológica,

instaurando o terror no inimigo, fazendo desdobrar seus meios e retardando sua progressão

bem como levantando o moral da tropa apoiada.

Percebemos que com o surgimento dos conflitos de quarta geração, com

predominância de combates em áreas densamente povoadas e o uso de toda a potencialidade

do poder de fogo disponível ia de encontro ao estado final desejado da missão -

principalmente em se tratando da conquista do apoio da população e da opinião pública e

devido à grande importância que as considerações civis ocupam nos processos de tomada de

decisão - o caçador passou a ser um vetor importantíssimo e uma poderosa ferramenta

multiplicadora do poder de combate através do seu tiro seletivo e eficaz e também na coleta

de dados de inteligência sobre a área de combate. Nas Operações de Paz no Haiti e

Pacificação do complexo do Alemão e da Maré, as equipes de caçadores tiveram grande

importância tanto no engajamento e apoio às frações quanto na obtenção e transmissão de

dados da área de operações, colaborando sobremaneira para os processos decisórios dos

comandantes.

Através das pesquisas, das experiências profissionais, das consultas em manuais e das

entrevistas, podemos constatar que existem algumas oportunidades de melhoria que o nosso

Exército poderia adotar. Existem poucos estudos e publicações sobre o emprego do caçador, a

especialização desses militares é muito descentralizada, o que dificulta a padronização de

procedimentos e adoção de uma doutrina única e com embasamento. O tempo destinado à

especialização dos caçadores também não é suficiente para passar toda a gama de

conhecimento necessário. A solução seria a criação de uma escola de caçadores, responsável

pelo desenvolvimento doutrinário e centralização da especialização dos caçadores, com o

estágio de caçadores se tornando um curso, com duração em torno de três meses.

Outra problemática evidenciada foi a situação do efetivo. Grande parte das

organizações militares, onde é previsto ter uma turma de caçadores, não possuem ninguém

nessa função ou possuem militares trabalhando principalmente como auxiliares da terceira

seção, que desempenham a função de caçador de uma forma secundária. Experiências

recentes em conflitos por outros exércitos também revelam que o efetivo de caçadores por

batalhão teve de ser aumentado para atender as necessidades das frações apoiadas.

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Atualmente, é previsto uma turma de caçadores com duas equipes a dois homens, essa turma

poderia ser acrescida de no mínimo mais uma equipe para dar mais opções aos comandantes e

prestar um melhor apoio às frações.

Na parte de adestramento, conclui-se que o ideal seria ter a turma de caçadores

somente voltada para a atividade de caçador, cumprindo um plano de adestramento anual,

realizando cursos, intercâmbios e treinamentos. Após todos os trabalhos de clicagem, tabela

de quedas e tiros em situações especiais, um módulo de manutenção de 20 tiros por mês por

homem já é o suficiente para manter o adestramento básico de uma equipe de caçadores.

Antes das missões devem executar treinamentos específicos e se possível realizar exercícios

de tiro naquela área de operações a fim de adaptar a tabela de quedas da munição para aquele

ambiente. Como forma de minimizar o problema da falta de adestramento no curto prazo,

sugerimos que seja adotado o Apêndice “A” deste trabalho, “Módulo de Adestramento para

combate Urbano”, pelas Organizações Militares.

Da mesma forma que a equipe de caçadores deve ser altamente adestrada e com um

profundo conhecimento intelectual e prático na sua área de atuação, o escalão que lança a

equipe e quem planeja o seu emprego deve ter vasta experiência na atividade de caçador

evitando assim o subemprego desse valioso recurso.

Verificamos também que, pelo alto grau de sensibilidade das missões, a equipe deve

ter equipamentos e armamentos satisfatórios para bem cumprir as missões. Percebemos

através das pesquisas e experiências profissionais que o armamento e equipamento ópticos

disponibilizado às equipes muitas vezes não era o mais adequado. No combate urbano, um

fuzil de precisão semiautomático e modular é uma ferramenta importante para maximizar o

potencial da equipe de caçadores. Dessa forma, a situação ideal seria mobiliar cada equipe de

caçadores com um fuzil de precisão aferrolhado e um fuzil de precisão semiautomático, dando

mais opções para o caçador escolher qual arma melhor se encaixa em determinada missão.

Uma excelente luneta de observação, câmera com zoom de no mínimo 60x, computador com

capacidade de transmitir dados também seria de grande valia para cumprir as missões,

principalmente vigilância, monitoramento e coleta de dados da área de operações.

Por fim aproveitando a transformação doutrinária e tecnológica que vem ocorrendo no

nosso Exército, esse seria o momento ideal de tornar a Turma de Caçadores adequadamente

preparada e equipada uma realidade nos nossos batalhões de Infantaria, potencializando assim

ainda mais a nossa Força.

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REFERÊNCIAS

AMOR, Frederico Chaves Salóes. As forças das operações especiais em operações de apoio a órgãos Governamentais: O emprego das Equipes de Caçadores de Operações Especiais em apoio à Força-Tarefa de Operações Especializadas Forças de Pacificação. Rio de Janeiro, 2015.

ANJOS, Anselmo Rangel. 28 de novembro de 2010: O dia “D” das operações “conjuntas”contra o crime organizado no rio de janeiro. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <http://www.eceme.ensino.eb.br/eceme/index.php?option=com_docman&amp;task=cat_view&amp;gid=287&amp;Itemid=89&amp;lang=pt>. Acesso em: 03 Out. 2015.

BARISIK, Erdem. Journal of Military and Information Science, Corresponding, The Employment of Sniper in Modern Battlefield. Vol. 2, No. 1. İstanbul, Turkey, 2014.

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRE. Caderno de Instrução CI 21-2/1 (Ações Contra-Caçadores), 1° Edição, 2004.

DEAROLPH, Ltcol Jeffery E. Enemy Inside the Gates: Snipers in Support of Military Operations on Urbanized Terrain. Kansas, 2002.

ESTADO – MAIOR DO EXÉRCITO. EB20-MF-10.103 OPERAÇÕES, Brasília ,4º Edição, 2014.

ESTADO - MAIOR DO EXÉRCITO. Instruções Provisórias IP 21-2 - O CAÇADOR, Brasília 1º Edição, 1998.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, Headquarters,Department of the Army. FM 3-05.222: Special Forces Sniper Training and Employment. Washington, 2003.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, Headquarters, Department of the Army. FM 23 -10 Sniper Training. Washington DC. 1994

GALDINO, Matheus. Atirador de Elite: One shot, one kill. Rio de Janeiro 2014. Disponívelem: <http://pt.slideshare.net/matheusgaldino355/atirador-de-elite>. Acesso em: 04 Out. 2015.

KYLE, Chris; DE FELICE, Jim; MCEWEN, Scott. Sniper americano: O atirador mais letal da historia do EUA. Tradução: André Gordirro - 1º edição – Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015.

PINHEIRO, Alvaro de Souza. As Considerações Civis, O Terreno Humano e O Conflito do Séc. XXI. Rio de janeiro 2012. Disponível em: <http://www.eceme.ensino.eb.br/eceme/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=287&Itemid=64&lang=pt>. Acesso em: 05 Out. 2015.

TROPAS E ARMAS. Histórico do caçador. Disponível em: <http://tropasearmas.xpg.uol.com.br/atirador_de_elite_parte_1.htm> Acesso em: 27 set. 2015.

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SISTEMA DE ARMAS. Táticas e técnicas de sniper. Disponível em: <http://sistemasdearmas.com.br/ter/sniper03taticas.html> Acesso em: 15 out. 2015

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APÊNDICE A - SUGESTÃO DE MÓDULO DE ADESTRAMENTO ESPECÍFICO PARA CAÇADORES EM AMBIENTE URBANO

Exercício

Objetivo Posição DistânciasNr deSéries

TiroSérie

Total Tir

1 Zerar a luneta de tiro

Deitado

100 m 03 03 09

2Confeccionar as tabelasde quedas da munição

100 m a 700 m(de 100 em 100m)

01 03 21

3

Engajar alvosestacionários(confeccionar tabelas detiro)

100 m

02

02

52

150 m 02200 m 02250 m 02300 m 02350 m 02400 m 02450 m 02500 m 02550 m 02600 m 02650 m 02700 m 02

Exercício

Objetivo Posição DistânciasNº deSéries

TiroSérie

TotalTiro

4 Tiro noturno Deitado/sentado

100 m

01 02 08200 m300 m400 m

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5

Tiroacanofrio

Impacto no “T”

Deitado/sentado

100 m

01

05

21

Impacto no “T” 200 m 05Impacto no “rosto” 300 m 05Impacto no“tronco”

400 m 03

Impacto no“tronco”

500 m 03

6 Utilizar tripéSentado

100 a 500 m 0102

30Joelho 02Em pé 02

7Posições de tirovariáveis

Sentado100 a 300 m 01 02 18Joelho

Em pé

8Tiro em condições debaixa visibilidade

Deitado/sentado100 m a 500 m(de 100 em 100m)

01 02 10

Exercício Objetivo Posição Distâncias Nº de Séries Tir Série Total Tir

9

Tirocom

ângulode sítio

Impacto no rosto

Deitado/sentado

100 m

01 02 10

Impacto no rosto 200 m

Impacto no tronco 300 m

Impacto no tronco 400 m

Impacto no tronco 500 m

10 Tiro embarcado Vtr Bld 100 a 300 m 01 02 18

Vtr 5 ton

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Vtr ¾ ton

11Tiro em alvos de oportunidade

04’’ deexposição

Deitado/sentado

100 m

02

03

30

04’’ deexposição

200 m 03

04’’ deexposição

300 m 03

06’’ deexposição

400 m 03

06’’ deexposição

500 m 03

12 Alvos em movimento Deitado/sentado

100 m

04 02 32200 m300 m400 m

13 Tiro através buracoDeitado/sentado/

joelho

100 m01

0309200 m 03

300 m 03

Exercício Objetivo Posição Distâncias Nºde Séries Tiro Série Total Tiro

14

Tiro comfrequência

respiratória ecardíaca

aceleradas

Deitado/sentado/ joelho

100 m

01

02

08200 m 02

300 m 02

400 m 02

15Tiro simultâneo

em alvosdiferentes

Deitado/ sentado

100 m

02

01

10200 m 01300 m 01400 m 01500 m 01

16 Pista de tiro A mais adequada à 50 m até 400 m 01 10 10

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situaçãoTotal de munições por homem 296

Observações:

1. Para essa sugestão de adestramento foi consultado o Módulo de adestramento apresentado na dissertação de Mestrado da Escola de

Aperfeiçoamento de Oficiais do Capitão de Exército Frederico Chaves Salões do Amor no ano de 2015. Embora o trabalho do Capitão

trate sobre o caçador de operações especiais, julgamos que o caçador tanto da tropa convencional quanto o de tropas especiais é um

especialista na sua área, portanto não deve haver diferença quanto ao preparo profissional básico inerente a essa função.

2. Essa sugestão de adestramento considerou um integrante da equipe, utilizando somente um fuzil, porém é necessário que os dois

integrantes da equipe realizem esse módulo de adestramento, e caso haja disponibilidade de fuzil de precisão aferrolhado e fuzil de

precisão semiautomático para a equipe, os exercícios 1, 2 e 3 devem ser realizados para ambos os armamentos.

3. Todos os caçadores devem portar obrigatoriamente a caderneta de tiro do caçador e os resultados dos exercícios de tiro, tabelas de queda,

dados referente à munição, ao armamento e ao ambiente operacional onde foram realizados. Cada adestramento deve ser anotado na

caderneta a fim de montar um banco de dados para consulta em futuras missões.

4. Os tiros com impacto no “T fatal” tem o objetivo de o caçador conhecer o comportamento e a variação do tiro realizado estando seu

armamento com cano frio, visto que em situações com refém onde esse tiro é realizado, são empregados os caçadores de operações

especiais devido a possuírem melhores recursos e estarem mais aptos a essa missão.

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5. É interessante que se use o fuzil de precisão semiautomático caso haja disponibilidade, devido às características peculiares da área urbana.

6. Caso haja restrição de munição pode-se fazer um módulo adaptado, retirando-se os exercícios acima de 600 metros.

7. Se possível nos módulos de manutenção, usar diferentes tipos de munição nos exercícios, não se esquecendo de anotar os resultados na

caderneta de tiro do caçador.

8. Os exercícios de tiro devem ser conduzidos com um integrante da dupla atirando e o outro realizando a observação e a correção do tiro.

Caso erre o primeiro tiro, o observador passa as correções para o segundo tiro.

9. O tiro a cano frio é o tiro mais importante, portanto deve ser realizado sempre antes de qualquer exercício.

10. O “T” fatal é a região compreendida entre os dois olhos e ponta do nariz, é o local que se atingido a munição atinge o bulbo neutralizando

a ameaça sem provocar espasmos musculares. É empregado em situações com refém (a título de conhecimento, vide item 04).

11. Outras instruções importantes: ocupação e preparo de uma posição final de tiro, observação, memorização e descrição (OMD), confecção

de croquis, instruções sobre programas de computador para trabalhar fotos (photoshop, paint, etc) a fim de melhorar a obtenção e preparo

dos dados de inteligência coletados da área de operações para envio ao Escalão Superior, curso de fotógrafo, instrução sobre

reconhecimento de meios e materiais (armamento, carros de combate, viaturas blindadas para transporte de pessoal, viaturas de combate

de infantaria, aviões, helicópteros, etc), primeiros socorros em combate, avaliação de distâncias, meteorologia, comunicações e

reciclagem das instruções básicas inerentes à atividade do caçador. Adestramentos conjuntos com as subunidades do Batalhão também

devem ser realizados, a fim de entrosar e acostumar a companhia a trabalhar com o apoio da equipe de caçadores e vice-versa.

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12. No plano de treinamento físico militar também devem constar trabalhos de força e trabalhos que procurem estimular a rápida recuperação

cardiorrespiratória (musculação, crossfit, natação, exercícios intervalados).

Exercício Comentário

1

É o primeiro exercício básico, é essencial para a confecção das tabelas de tiro, serve para zeragem da luneta do armamento e darcondições ao atirador iniciar o processo de confecção da tabela de tiro nas diferentes distâncias. A referência para a zeragem daluneta é a 200 metros.Os tiros não devem apresentar dispersão maior que 3 cm. Devendo repetir as séries até o atirador conseguir esse agrupamento. Casoo caçador já tenha seu fuzil clicado, será realizada uma série de confirmação.

2

A execução implica não realizar correções de alcance na luneta atirando sempre com a mesma alça e mantendo sempre o mesmoponto de pontaria. O trabalho apresentará como resultado a tabela de queda da munição, que nada mais será do que a variação doponto de impacto (em função da distância) em relação ao ponto visado, sendo uma referência para o atirador no auxílio à montagemdas tabelas de tiro (AMOR, 2015, p. 178).Essa tabela servirá de referência para os outros anos, a fim de evitar o desgaste do cano do armamento e economizar munição. Paraisso todos os dados devem constar na caderneta de tiro.

3A colocação dos dados na caderneta de tiro é fator imprescindível, pois servirá de consulta e base para outros exercícios. Em caso derestrição de munição pode ser aferido os resultados até 500 metros (distância máxima mais comum de engajamento em combateurbano) e em outra oportunidade realiza-se os tiros nas distâncias mais longas que ficaram faltando

4

É realizado em ausência total de luz, tanto na área do alvo quanto na posição do caçador, com auxílio de optrônicos para visãonoturna caso haja disponibilidade e o fuzil permita.Não é aconselhado retirar a luneta diurna para colocar a noturna, pois caso isso ocorra, deverá ser realizada uma nova clicagem doarmamento.Todos os dados do tiro devem constar na caderneta de tiro.

5 É o tiro mais importante a ser realizado, pois nem sempre o caçador terá uma segunda chance de acertar o alvo.Deve ser realizado antes de qualquer exercício, toda vez que for para o estande, com as distâncias aumentando de maneiraprogressiva. Todos os dados devem ser lançados na caderneta de tiro.

6 É um treinamento importante, pois na maioria das vezes o caçador não vai conseguir realizar o seu tiro na posição deitado, devidoas particularidades do ambiente em que vai se encontrar (seteiras, obstáculos, buracos, etc), sendo uma ferramenta útil para a missãoa condução de um tripé adaptado com bom recurso para regulagem em altura.

7 Muitas vezes o caçador não conseguirá apoio satisfatório para o fuzil seja por motivos de segurança, término de exposição do alvo

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ou característica do ambiente, devendo estar apto e familiarizado com o tiro em diferentes posições.8 Utilizar horários antes do amanhecer e depois do pôr do sol, ou com outros fatores de baixa visibilidade como neblina, fumaça, ou

quando o alvo encontra-se parcialmente iluminado e o atirador encontra-se em lugar sem luz. Deve-se empregar a luneta diurna9 Realizado com o caçador em uma posição abaixo ou acima do alvo levando em consideração a gama de diferentes locais existentes

em áreas urbanas para ocupar posições. É interessante que se usem plataformas com a altura parecida com as encontradas na área deoperações. Todos os dados devem ser lançados na caderneta de tiro.

10 É interessante de ser realizado visto que o caçador pode usar esses meios como plataforma de tiro em combate.11 Realizado em alvos que aparecem inopinadamente e com tempo de exposição relativamente curto, característica dos alvos em

ambiente urbano. 12 Esse é um tiro mais técnico, devendo ser realizado esse exercício após o caçador ter alcançado um bom nível de precisão em

distâncias máximas até 400 metros. Em ambiente urbano deve ser levada em consideração a presença de inocentes e danoscolaterais. Cada série de tiro compreende uma ida e uma volta do alvo, são realizadas 4 séries para cada distância. O observadorocupa papel importantíssimo nesse tiro a fim de correção.

13 É uma técnica de tiro importante a ser treinada, constitui a forma mais segura de realizar um disparo, pois é difícil o inimigoidentificar a posição do caçador.

14 Tarefa que objetiva simular as condições de tiro do caçador em situação de combate, seja em virtude do desgaste provocado pelaintensidade do deslocamento com a tropa ou a necessidade de ocupar um Posto de observação com rapidez e realizar o disparo. Éinteressante que se mantenha essa atividade nos módulos de manutenção.

15 Simula o emprego simultâneo de duas equipes de caçadores engajando dois alvos diferentes ao mesmo tempo. Tem por finalidadeacostumar as equipes com o tiro coordenado em meio às diversas adversidades do combate urbano, evitando assim que as ameaçasadotem uma postura hostil após um primeiro impacto, contribuindo para um agravamento da crise.

16 Importante exercício a ser praticado. É o que mais simula o combate real e consolida todas as técnicas do adestramento. Pode-seiniciar de distâncias mais curtas para distâncias mais longas ou vice-versa. Interessante que se coloque na pista o tiro através doburaco, tiro no “T” fatal nas distâncias mais curtas, tiro a distâncias desconhecidas, tiro em posições sem apoio, etc.

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO

Questionário sobre o emprego do caçador em apoio à pequena fração no ataque à

localidade, feito ao universo de sargentos frequentadores do Turno 73/2015 do Curso de

Aperfeiçoamento de Sargentos da Escola de Aperfeiçoamento dos Sargentos das Armas, que

desempenharam ou desempenham função de caçador ou participaram de missões reais onde

contavam com apoio de equipe(s) de caçadores.

1. Qual era o armamento utilizado pela equipe de caçadores que apoiava a sua

fração?

( ) FAL ( ) AGLC ( ) OUTROS________________

2. Você se sentia mais seguro com a presença de uma equipe de caçadores

apoiando a manobra de sua fração?

( ) SIM ( ) NÃO

3. Como era o adestramento da equipe de caçadores da sua Unidade para o

combate urbano?

( ) Havia adestramento específico para combate urbano durante o ano de instrução

( ) Havia um adestramento sumário antes das missões

( ) Não havia adestramento específico para combate urbano

( ) Não sabe

4. Qual é a situação da Turma de Caçadores na sua unidade?

( ) Militares da Turma de Caçadores desempenham somente a função de caçador

( ) Militares da Turma de Caçadores também desempenham outra função

( ) Não há Turma de Caçadores

( ) Não sabe

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ANEXO A – FIGURAS DE ALVOS

Figura 13 - Alvos para Clicagem.

Fonte: http://www.zazzle.com.br/alvo_militar_retro_do_tiro_das_armas_m_16_cartao_postal-239869293824994810

Figura 14 - Alvos para clicagem.

Fonte: Arquivo próprio.

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Figura 15 – Alvo com refém para pista de tiro.

Fonte: Arquivo próprio.

Figura 16 – “T” Fatal.

Fonte: Arquivo próprio.

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ANEXO B – POSIÇÕES DE TIRO ALTERNATIVAS

Figura 17 – Posição sentada sem apoio.

Fonte: http://distrarindo.com.br/10-snipers-historia/#.ViKUQysll-8

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Figura 18 – Posição em pé sem apoio.

Fonte: USA,2003, p.3-13

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Figura 19 – Usando o observador como apoio.

Fonte: USA 2003, p. 3-8

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Figura 20 – Usando tripé.

Fonte: http://olivedrab.com/od_other_firearms_rifle_m24.php

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TERMO DE DECLARAÇÃO DE INEDITISMO E CESSÃO DE DIREITOS

AUTORAIS

Autores

Nome: Jeancarlo Catelan Cardoso

CPF: 007.406.980-28

Endereço: Avenida Salvador s/n. Bairro: Jardim Guanabara, Goiânia-GO. CEP:

74675-710

E-mail: [email protected]

Nome: Alexsander Fredo Rodrigues

CPF: 828.582.680-53

Endereço: Rua 42, Quadra A 41, Nº 17, Bairro: Planalto, Manaus-AM, CEP: 69044-

210.

E-mail: [email protected]

Nome: Delanio Moura do Nascimento

CPF: 640.953.983-53

Endereço: Av Dezessete de Agosto, Nº 1020, Bairro: Casa Forte, Recife – PE, CEP:

52060-590.

E-mail: [email protected]

Nome: Marcelo Chaparro Barboza

CPF: 942.384.211-91

Endereço: Rua Andrade Neves, Nº 44, Bairro: Jardim Aeroporto, Bayeux – PB,

CEP: 58308-337.

E-mail: [email protected]

Nome: Rodrigo dos Santos Pereira

CPF: 100.715.997-97

Endereço: Rua Texas, Nº 85, Bairro: Realengo, Rio de Janeiro – RJ, CEP: 21720-

120.

E-mail: [email protected]

Nome: Waldir da Silva Lima Abreu

CPF: 094.461.067-61

Endereço: Rua Bruno Nicrosini Nº 562, CEP: 888167-10, Criciúma - SC

E-mail: [email protected]

Título do trabalho:. Emprego do caçador no combate em ambiente urbano

Por este termo, declaramos ser inédito e cedo globalmente os direitos autorais do

Conteúdo Editorial (trabalho do Projeto Interdisciplinar), exclusivamente para a Escola de

Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas e seus sucessores ou cessionários, por todo o prazo

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de vigência dos direitos patrimoniais de Autor, previsto na Lei Autoral brasileira, para

publicação ou distribuição em meio impresso ou eletrônico, ficando autorizada a incluir esse

Conteúdo Editorial, nos meios de divulgação impressos ou digitais, on-line, Intranet, via

Internet e hospedagem, isoladamente ou em conjunto com outras obras e serviços de

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la comercialmente e comercializá-la, por todos os meios eletrônicos existentes ou que venham

a ser criados futuramente, inclusive através de armazenamento temporário ou definitivo em

memória ou disco dos usuários ou clientes, em aparelhos móveis ou fixos, portáteis ou não,

cabendo à Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas determinar todas as suas

características editoriais e gráficas, modos de distribuição, disponibilização, visualização,

acesso, download, bem como promoções, divulgação e publicidade. A Escola de

Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas fica autorizada a proceder modificações e correções

para a adequação do texto às normas de publicação.

Cruz Alta, 5 de Novembro de 2015.

___________________________________________ JEANCARLO CATELAN CARDOSO - 2º Sgt

____________________________________________ALEXSANDER FREDO RODRIGUES - 2º Sgt

____________________________________________DELÂNIO MOURA DO NASCIMENTO - 2º Sgt

__________________________________________MARCELO CHAPARRO BARBOSA - 2º Sgt

__________________________________________ WALDIR DA SILVA LIMA ABREU - 2º Sgt

Page 54: ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS DAS … · reconhecimento e os japoneses usavam seus caçadores mais para a defesa. Durante a Segunda Guerra aconteceu um dos duelos mais famosos

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__________________________________________RODRIGO DOS SANTOS PEREIRA - 2º Sgt

Cruz Alta, 5 de Novembro de 2015.

PAULO SÉRGIO FELIPE ALVES - Cel

Comandante da EASA