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1 ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA ELIZÂNGELA GLÓRIA CARDOSO Formando Jovens Autônomos, Solidários e Competentes ROTEIRO DE ESTUDOS Nº 04 - 3º BIMESTRE/2020 3ª SÉRIE ÁREA DE CONHECIMENTO: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas COMPONENTE CURRICULAR/DISCIPLINA: História PROFESSOR: Sergio Bernardes TURMA: 33.01 a 33.07 CRONOGRAMA Período de realização das atividades: 19 a 31/10/2020. Entrega das atividades: PARTE 1 24/10 PARTE 2 31/10 CARGA HORÁRIA DAS ATIVIDADES: 08 aulas COMPETÊNCIA ESPECÍFICA DA ÁREA Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. HABILIDADE/OBJETIVO DA ATIVIDADE 1º, 2º, 3º EM13CHS602 Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual. ESTUDO ORIENTADO O(a) estudante deve fazer a leitura cuidadosa dos textos deste roteiro deestudos. Realizadas as leituras, deve-se proceder à resolução das atividadesavaliativas. Tendo dificuldades, orienta-se buscar solução para as dúvidas através do grupo de WhatsApp de Ciências Humanas no dia apropriado(quinta-feira). Após sanadas as dúvidas, deve o(a) estudante encaminhar as atividades respondidas ao professor através do formulário Google Forms, disponibilizado no roteiro dasemana. Os formulários do Google Forms serão desativados para recebimento de respostas assim que o prazo para envio estiverencerrado. A nota do terceiro bimestre será fechada através da análise que o professor fará sobreo desempenho do(a) estudante no que diz respeito aos itens elencados nestas orientações de estudo. OBJETO DE CONHECIMENTO/CONTEÚDO (Conforme Guia de Aprendizagem 3º bimestre) PRIMEIRA PARTE 19 a 24/10 A Ditadura Militar no Brasil (contexto histórico geral) A luta armada contra a ditadura militar SEGUNDA PARTE 26 a 31/10 A Cultura na Ditadura Militar Manifestações culturais de protesto contra a ditadura

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ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA ELIZÂNGELA GLÓRIA CARDOSO Formando Jovens Autônomos, Solidários e Competentes

ROTEIRO DE ESTUDOS Nº 04 - 3º BIMESTRE/2020

3ª SÉRIE

ÁREA DE CONHECIMENTO: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

COMPONENTE CURRICULAR/DISCIPLINA: História

PROFESSOR: Sergio Bernardes TURMA: 33.01 a 33.07

CRONOGRAMA

Período de realização das atividades: 19 a 31/10/2020.

Entrega das atividades:

PARTE 1 – 24/10 PARTE 2 – 31/10

CARGA HORÁRIA DAS ATIVIDADES: 08 aulas

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA DA ÁREA

Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo escolhas

alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência

crítica e responsabilidade.

HABILIDADE/OBJETIVO DA ATIVIDADE 1º, 2º, 3º EM13CHS602 Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual.

ESTUDO ORIENTADO

● O(a) estudante deve fazer a leitura cuidadosa dos textos deste roteiro deestudos.

● Realizadas as leituras, deve-se proceder à resolução das atividadesavaliativas.

● Tendo dificuldades, orienta-se buscar solução para as dúvidas através do grupo de WhatsApp de

Ciências Humanas no dia apropriado(quinta-feira).

● Após sanadas as dúvidas, deve o(a) estudante encaminhar as atividades respondidas ao professor

através do formulário Google Forms, disponibilizado no roteiro dasemana.

● Os formulários do Google Forms serão desativados para recebimento de respostas assim que o

prazo para envio estiverencerrado.

● A nota do terceiro bimestre será fechada através da análise que o professor fará sobreo

desempenho do(a) estudante no que diz respeito aos itens elencados nestas orientações de

estudo.

OBJETO DE CONHECIMENTO/CONTEÚDO (Conforme Guia de Aprendizagem 3º bimestre) PRIMEIRA PARTE – 19 a 24/10

A Ditadura Militar no Brasil (contexto histórico geral)

A luta armada contra a ditadura militar

SEGUNDA PARTE – 26 a 31/10

A Cultura na Ditadura Militar

Manifestações culturais de protesto contra a ditadura

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AVALIAÇÃO

O(a) estudante será avaliado(a) através da observação, por parte do professor, de sua participação no

grupo de WhatsApp apresentando dúvidas ou contribuições. Também, por meio da resolução da

atividade e envio das respostas via Google Forms, no decorrer de cada semana. Assim, prevalecerá a

avaliação interdimensional, observando a prática do exercício do protagonismo e dos 4(quatro) pilares

da educação: Aprender a Ser, a Fazer, a Conhecer e a Conviver).

BONS ESTUDOS!

PRIMEIRA PARTE – 19 a 24/10

A Ditadura Militar no Brasil

A ditadura militar no Brasil durou 21 anos, teve 5 mandatos militares e instituiu 16 atos institucionais –

mecanismos legais que se sobrepunham à constituição. Nesse período houve restrição à liberdade, repressão

aos opositores do regime e censura.

O que estava acontecendo no Brasil antes da Ditadura Militar?

Antes de entender o período militar brasileiro, é preciso compreender os eventos que levaram até ele –

os antecedentes do golpe militar de 1964.

O primeiro momento é marcado por Jânio Quadros – que assumiu a presidência em 1961 e nesse

mesmo ano renunciou ao cargo. A partir disso, seu vice – João Goulart – foi quem assumiu seu lugar. A questão

é que Jânio Quadros e João Goulart eram de partidos políticos diferentes e tinham projetos opostos para o

país. O projeto de Jango – apelido por qual era conhecido o novo presidente – estava apoiado em “reformas de

base” – como fiscal, administrativa, universitária e, principalmente, agrária. Além disso, o presidente era um

representante trabalhista, do legado de Getúlio Vargas.

Assim, como mencionado, a reforma agrária era uma das principais propostas do governo Jango e

também a que mais gerava polêmica. Afinal, era combatida pelos grandes latifundiários e por grande parte

dos parlamentares no Congresso Nacional.

Assim, esse foi um momento de bastante efervescência e polarização política entre a população. Houve

apoio de parte da população para a derrubada do governo – principalmente dos setores mais conservadores da

sociedade e de partes da classe média. É por esse motivo, inclusive, que muitas vezes o termo ditadura civil-

militar é utilizado.

E o envolvimento dos Estados Unidos?

Vale lembrar ainda que eram tempos de Guerra Fria e havia medo de um suposto “perigo comunista”.

Assim, no conflito que começou logo após o final da Segunda Guerra Mundial e foi responsável pela

bipolarização ideológica – em que os Estados Unidos – defensores do capitalismo – e a União Soviética –

defensora do socialismo – disputavam hegemonia econômica, política e militar no mundo.

Nesse cenário, os Estados Unidos, com medo da expansão socialista – principalmente depois da

Revolução Cubana – passou a intervir ativamente nos países da América Latina para impedir o crescimento das

ideias consideradas comunistas. As ditaduras militares na região foram então mecanismos para frear esses

movimentos e tanto no Brasil, quanto em outros países latino americanos, foram apoiadas pelos Estados

Unidos.

Em 2014, documentos liberados pelos Estados Unidos – e investigados pela Comissão Nacional da

Verdade – revelaram que mais de 300 militares passaram uma temporada na Escola das Américas (o instituto

de guerra dos Estados Unidos no Panamá). Lá, entre 1954 e 1996, os militares brasileiros tiveram aulas

teóricas e práticas sobre tortura.

Além disso, gravações liberadas pela Casa Branca das conversas entre o ex-presidente John Kennedy e

o embaixador do Brasil no momento – Lincoln Gordon – comprovam o envolvimento estadunidense na ditadura

militar brasileira.

O golpe: o início da ditadura militar no Brasil

No dia 31 de março de 1964, tanques do exército foram enviados ao Rio de Janeiro, onde estava

o presidente Jango. Três dias depois, João Goulart partiu para o exílio no Uruguai e uma junta militar assumiu o

poder do Brasil.

No dia 15 de abril, o general Castello Branco toma posse, tornando-se o primeiro de cinco militares a

governar o país durante esse período. Assim se inicia a ditadura militar no Brasil, que vai durar até 1985.

Vamos conhecer essa história com mais detalhes?

Para te ajudar a entender os acontecimentos mais importantes desses 21 anos de Ditadura Militar no

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Brasil, vamos dividir a história de acordo com os mandatos de cada presidente.

Vale lembrar: as eleições para presidente nesse período foram indiretas e serviam de fachada. Eram processos

antidemocráticos, pois o partido que estava no governo – ARENA – possuía o controle tanto da Câmara dos

Deputados, quanto do Senado Federal.

Castello Branco e os atos institucionais

No governo de Castello Branco (1964-67) foi declarado o primeiro ato institucional da Ditadura Militar no

Brasil – conhecido como AI 1!

Atos institucionais eram decretos e normas, muito utilizados durante a ditadura – eles davam plenos

poderes aos militares e garantiam a sua permanência no poder. Dentre as principais medidas asseguradas pelo

AI 1 estava o fim das eleições diretas, isto é, a partir desse momento, as eleições para presidente seriam feitas

pelo Congresso Nacional e não pela população. Nesse mesmo governo, as eleições diretas estaduais também

foram suspensas e em 1967 uma nova Constituição entrou em vigor.

Em 1965 – por meio do Ato Institucional nº 2 – todos os partidos políticos foram fechados e foi adotado o

bipartidarismo, ou seja, a partir desse momento passaram a existir apenas dois partidos: a Aliança Renovadora

Nacional (ARENA) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Enquanto o primeiro apoiava o governo, o segundo partido representava a oposição consentida (mas

atenção: havia várias restrições à sua atuação!). Essa medida, ao mesmo tempo em que fortalecia o Poder

Executivo, proporcionava uma imagem de legalidade à ditadura, pois mantinha o Congresso Nacional em

funcionamento (apesar de ter sido fechado em alguns momentos). Além disso, unir todos os partidos de

oposição em apenas um partido – o MDB – também foi uma estratégia dos militares de facilitar a repressão aos

opositores do regime.

O AI-2 mudou ainda dispositivos constitucionais, alterando o funcionamento do Poder Judiciário e

concentrando cada vez mais poder no Executivo.

Costa e Silva e o AI-5

O governo de Costa e Silva (1967-69) foi marcado por muita repressão, violência, tortura aos opositores

do regime e restrição aos direitos políticos e à liberdade de expressão.

A insatisfação de parcelas da população com as medidas antidemocráticas fez crescer o número de

manifestações, sendo uma das maiores a Passeata dos 100 mil. Nessa ocasião, o estudante Edson Luís foi

morto em confronto com a polícia, o que gerou grande comoção e fortaleceu a oposição ao regime.

Em resposta, Costa e Silva promulgou o AI 5, que fechou o Congresso por tempo indeterminado;

decretou estado de sítio; cassou mandatos de prefeitos e governadores e proibiu a realização de reuniões.

Como esse decreto dava o direito ao governo de punir arbitrariamente os inimigos do regime, é considerado o

golpe mais duro da Ditadura Militar no Brasil. Nesse período, também conhecido como “anos de chumbo”, em

resposta ao regime repressivo, começaram a surgir grupos armados, contra os quais houve forte repressão por

parte dos militares.

Médici e o “milagre econômico”

O Governo de Médici (1969-74) é considerado o período de maior repressão da Ditadura Militar no

Brasil. A censura dos meios de comunicação se intensificou e muitos prisioneiros políticos foram torturados.

Afinal, os movimentos de oposição ao regime eram reprimidos por diversas frentes do governo militar.

Além disso, o período também ficou conhecido como o “milagre econômico”. Isso porque algumas

medidas econômicas adotadas pelo governo como a restrição ao crédito, o aumento das tarifas do setor

público, a contenção dos salários e direitos trabalhistas, e a redução da inflação resultaram em taxas de

crescimento do PIB acima de 10% e grandes investimentos em infraestrutura.

Ainda, nesse momento foram construídas mais de 1 milhão de casas, financiadas pelo Banco Nacional

de Habitação (BNH) e o setor de bens duráveis e eletrodomésticos cresceu. Por isso, a impressão que se

passava a partir dos resultados dessas medidas era a de crescimento econômico, ou como se costuma chamar:

“milagre econômico”.

O crescimento da economia somado à euforia após a conquista do tricampeonato mundial

de futebol levou o governo militar a adotar campanhas publicitárias ufanistas, como “Brasil, ame-o ou deixe-

o” ou “Ninguém mais segura esse país”. Você talvez já tenha ouvido falar delas, não é mesmo?

Esse “milagre”, no entanto, deixou uma dívida externa muito grande para o país – equivalente hoje a

uma dívida no valor de US$ 1,2 trilhão, muito maior que a atual, cujo valor registrado em 2017 foi de US$ 37,36

bilhões. Isso significa que o “milagre econômico” gerou na realidade a dependência brasileira por empréstimos

externos nos anos que seguiram.

Além disso, o milagre foi acompanhado de maior desigualdade de renda. Ou seja, a riqueza

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se concentrou ainda mais nas mãos dos ricos e a camada de pobres da população teve sua situação

econômica e social ainda mais precarizada. O Índice de Gini – que mede a concentração de renda de um país

– alcançou em 1977 o pior nível da história, com o número de 0,62. Isso significa uma concentração de renda

maior do que a registrada atualmente em países como Namíbia e Haiti!

Em 1973, houve a crise do petróleo no mercado internacional. Com o aumento do preço do combustível,

a inflação no país continuou a subir e em 1974 a inflação era de quase 30% ao ano – chegando a taxa de

242,24% ao final da ditadura. Além disso, os investimentos na economia brasileira caíram, reduzindo o

consumo e a geração de empregos. Diante dessas dificuldades, o governo militar passa a perder apoio.

Em 1971, foi promulgado um decreto-lei que tornava ainda mais rígida a censura à imprensa, os grupos

de esquerda sofriam fortes repressões e foram criadas instituições para lutar contra eles, como o Departamento

de Operações Internas (DOI) e o Centro de Operação da Defesa Interna (CODI). Estes órgãos eram utilizados

como centros de aprisionamento e tortura e estavam localizados nas principais cidades do Brasil.

Geisel e o início da abertura política

Geisel (1974-79) iniciou seu governo com uma abertura política lenta, gradual e segura. Na prática, isso

significava a transição para um regime democrático, mantendo os grupos de oposição e movimentos

populares excluídos dos processos de decisão política. Essa transição também tinha como razão o desgaste

das Forças Armadas após anos de repressão, violência e restrição à liberdade.

As violações aos direitos humanos e repressões violentas continuaram apesar do início da abertura. O

caso mais grave ocorrido durante o governo de Geisel, como já mencionamos, foi a tortura e morte do

jornalista Vladimir Herzog, em 1975. Esse episódio gerou grande comoção popular, mas Geisel não tomou

providências para punir os responsáveis.

A crise econômica também se agravou e em 1978 operários metalúrgicos do ABC iniciaram o maior ciclo

de greves da história do Brasil.

Diversos setores da sociedade começaram a se mobilizar e denunciar as atrocidades cometidas pelo

governo, a situação ficava ainda mais insustentável para a manutenção da Ditadura Militar no Brasil. Diante da

pressão da população e do surgimento de movimentos contrários ao regime, em 1978, o

presidente revogou diversos decretos-lei, inclusive o AI 5.

Em termos de investimento, no governo do Geisel, foram registradas os mais altos aportes em

infraestrutura e industrialização desde o início da ditadura militar, atingindo 23,3% do PIB. Esse é um valor alto

se considerado o investimento no início do regime – de 15%. Alguns dos exemplos desses investimentos foram

a Transamazônica, a Ponte Rio-Niterói, as Usinas Nucleares de Angra e a hidrelétrica de Itaipu.

Figueiredo e a Lei da Anistia

O Governo de Figueiredo (1979-85) durou 6 anos e colocou fim ao período ditatorial. Em 1979, foi

promulgada a Lei de Anistia. Aos poucos, presos políticos foram sendo libertados e os exilados voltaram ao

país.

Uma polêmica sobre a Lei de Anistia é que ela excluía os guerrilheiros condenados por atos terroristas,

mas incluía os agentes de repressão policial e militar, responsáveis por violações aos direitos humanos, como

torturas e mortes.

A partir desse momento, tornou-se possível a criação de novos partidos políticos, muitos desses existem

até hoje. Mas essa abertura do final do regime não era aceita por todos os militares, algumas alas desejavam

manter a ordem vigente. Considerado um ato de terrorismo, militares contrários à abertura explodiram uma

bomba num centro de convenções no Rio de Janeiro durante uma comemoração ao dia do trabalho, em 1981.

Neste caso também não houve investigações ou punições.

Ao final do mandato de Figueiredo, a população mobilizou-se pela realização das eleições diretas, pois

segundo a Constituição, o sucessor seria eleito pelo Congresso. As demandas, no entanto, não foram

atendidas. Tancredo Neves foi eleito por voto indireto e somente em 1989 a população brasileira teve o direito

de votar diretamente para a presidência.

A resistência armada na ditadura militar brasileira

Durante a ditadura militar, motivados por ideais socialistas, foram criados grupos armados de esquerda

que acreditavam que outro sistema poderia resolver as injustiças sociais geradas pelo capitalismo. Esse não foi

um movimento exclusivo do Brasil, as revoluções armadas aconteceram ao longo da história, especialmente

quando “pegar em armas” se mostrava como o único caminho possível para lutar contra o autoritarismo do

regime militar.

Esses grupos agiam na clandestinidade e muitos guerrilheiros afastaram-se da vida civil para planejar e

executar suas ações. Para combater a luta armada, os militares utilizaram inúmeros recursos jurídicos, políticos

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e militares. A tortura foi uma das formas que o Estado utilizou para conseguir informações sobre esses grupos e

suas estratégias e enfraquecer sua atuação.

A cultura como resistência à ditadura militar

Nós já falamos sobre os grupos armados que lutavam contra a Ditadura Militar no Brasil e da Passeata

dos 100 mil, uma mobilização que contou com apoio de diversos setores da sociedade. Mas não podemos

deixar de lado que o período da ditadura foi de grande importância cultural e artística no país.

Apesar das restrições à liberdade de imprensa e de expressão – impostas pela censura – muitos

artistas, músicos e cineastas manifestavam seu posicionamento contrário ao regime, ainda que de

maneira metafórica – para não serem condenados como opositores ao regime.

Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Gilberto Gil e Veloso são exemplos de cantores e

compositores que utilizaram a música para manifestar sua opinião. O Tropicalismo, por exemplo, foi um

movimento forte de oposição à ditadura e de construção da identidade cultural brasileira. Diversos artistas,

músicos e escritores foram exilados durante o período ditatorial.

Um dos exemplos de música que se referia (contra) a ditadura era “Apesar de você” de Chico

Buarque. No princípio, os militares não perceberam que a letra era uma mensagem a eles e liberaram a canção,

mas a população entendeu o recado e logo em seguida o governo militar proibiu a execução da música e

destruiu os discos.

Assim, concluímos…

A Ditadura Militar no Brasil foi um longo período da nossa história no qual a democracia foi suprimida por

um regime autoritário.

É verdade que houve crescimento econômico, porém sem distribuição de renda. Também é verdade que

outras ditaduras na América Latina foram mais violentas do que aqui. Entretanto, sabe-se que este foi um

período de restrição das liberdades de expressão, e que a violência e a tortura foram utilizadas como a principal

forma de repressão. Apesar de página dura da nossa história, conhecer esse momento político contribui para o

entendimento da nossa sociedade e para prevenir que os valores democráticos sejam desrespeitados

novamente. Disponível em: https://www.politize.com.br/ditadura-militar-no-brasil/

Acesso em: 05/10/2020

Ditadura Militar no Brasil (1964-1985)

A Ditadura Militar no Brasil foi um regime autoritário que teve início com o golpe militar, em 31 de março

de 1964, com a deposição do presidente João Goulart.

O regime militar durou 21 anos (1964-1985), e estabeleceu a censura à imprensa, restrição aos direitos

políticos e perseguição policial aos opositores do regime.

O Golpe de 31 de Março de 1964

O golpe militar de 31 de março de 1964 tinha como objetivo evitar o avanço das organizações populares

do Governo de João Goulart, acusado de comunista.

O ponto de partida foi a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961. O Congresso

Nacional empossou temporariamente o presidente da Câmara, o deputado Ranieri Mazzili, pois o vice-

presidente encontrava-se em viagem à China.

Enquanto João Goulart iniciava sua viagem de volta, os ministros militares expediram um veto à posse

de Jango, pois sustentavam que ele defendia ideias de esquerda.

O impedimento violava a Constituição, e não foi aceito por vários seguimentos da nação, que passou a

se mobilizar. Manifestações e greves se espalharam pelo país.

Diante da ameaça de guerra civil, foi feita no Congresso a proposta de Emenda Constitucional nº4,

estabelecendo o regime parlamentarista no Brasil.

Dessa forma, Goulart seria presidente, mas com poderes limitados. Jango aceitou a redução de seus

poderes, esperando recuperá-lo em momento oportuno.

O Congresso votou a favor da medida e Goulart tomou posse no dia 7 de setembro de 1961. Para

ocupar o cargo de primeiro-ministro foi indicado o deputado Tancredo Neves.

O parlamentarismo durou até janeiro de 1963, quando um plebiscito pôs fim ao curto período

parlamentarista republicano.

Governo João Goulart

Em 1964, Jango resolve lançar reformas de base a fim de mudar o país. Assim, o presidente anunciou:

Desapropriações de terras;

nacionalização das refinarias de petróleo;

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reforma eleitoral garantindo o voto para analfabetos;

reforma universitária, entre outras.

A inflação chegou a atingir em 1963, o índice de 73,5%. O presidente exigia uma nova constituição que

acabasse com as "estruturas arcaicas" da sociedade brasileira.

Os universitários atuavam por meio de suas organizações e uma das principais era a União Nacional dos

Estudantes (UNE).

Os comunistas de várias tendências, desenvolviam intenso trabalho de organização e mobilização

popular, apesar de atuarem na ilegalidade. Diante do quadro de crescente agitação, os adversários do governo

aceleraram a realização do golpe.

No dia 31 de março de 1964, o presidente foi deposto, e as forças que tentaram resistir ao golpe

sofreram dura repressão. Jango refugiou-se no Uruguai e uma junta militar assumiu o controle do país.

No dia 9 de abril foi decretado o Ato Institucional nº 1, dando poderes ao Congresso para eleger o novo

presidente. O escolhido foi o general Humberto de Alencar Castelo Branco, que havia sido chefe do estado-

maior do Exército.

Era apenas o início da interferência militar na gestão política da sociedade brasileira.

A Concentração do Poder

Depois do golpe de 1964, o modelo político visava fortalecer o poder executivo. Dezessete atos

institucionais e cerca de mil leis excepcionais foram impostas à sociedade brasileira.

Com o Ato Institucional nº 2, os antigos partidos políticos foram fechados e foi adotado o

bipartidarismo.Desta forma surgiram:

a Aliança Renovadora Nacional (Arena), que apoiava o governo;

o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), representando os opositores, mas cercado por estreitos

limites de atuação.

O governo montou um forte sistema de controle que dificultava a resistência ao regime, através da

criação do Serviço Nacional de Informação (SNI). Este era chefiado pelo general Golbery do Couto e Silva.

Os atos institucionais foram promulgados durante os governos dos generais Castello Branco (1964-

1967) e Artur da Costa e Silva (1967-1969). Na prática, acabaram com o Estado de direito e as instituições

democráticas do país.

Em termos econômicos, os militares trataram de recuperar a credibilidade do país junto ao capital

estrangeiro. Assim foram tomadas as seguintes medidas:

contenção dos salários e dos direitos trabalhistas;

aumento das tarifas dos serviços públicos;

restrição ao crédito;

corte das despesa do governo;

diminuição da inflação, que estava em torno de 90% ao ano.

Entre os militares, porém, havia discordância. O grupo mais radical, conhecido como "linha dura",

pressionava o grupo de Castelo Branco, para que não admitisse atitudes de insatisfação e afastasse os civis do

núcleo de decisões políticas.

As divergências internas entre os militares influenciaram na escolha do novo general presidente.

No dia 15 de março de 1967, assumiu o poder o general Artur da Costa e Silva, ligado aos radicais. A

nova Constituição de 1967 já havia sido aprovada pelo Congresso Nacional.

Apesar de toda repressão, o novo presidente enfrentou dificuldades. Formou-se a Frente Ampla para

fazer oposição ao governo, tendo como líderes o jornalista Carlos Lacerda e o ex-presidente Juscelino

Kubitschek.

A Resistência da Sociedade

A sociedade reagia às arbitrariedades do governo. Em 1965 foi encenada a peça "Liberdade, Liberdade",

de Millôr Fernandes e Flavio Rangel, que criticava o governo militar.

Os festivais de música brasileira foram cenários importantes para atuação dos compositores, que compunham

canções de protesto.

A Igreja Católica estava dividida: os grupos mais tradicionais apoiavam o governo, porém os mais

progressistas criticavam a doutrina da segurança nacional.

As greves operárias reivindicavam o fim do arrocho salarial e queriam liberdade para estruturar seus

sindicatos. Os estudantes realizavam passeatas reclamando da falta de liberdade política.

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Com o aumento da repressão e a dificuldade de mobilizar a população, alguns líderes de esquerda

organizaram grupos armados para lutar contra a ditadura.

Entre as diversas organizações de esquerda estavam a Aliança de Libertação Nacional (ALN) e o

Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8).

O forte clima de tensão foi agravado com o discurso do deputado Márcio Moreira Alves, que pediu ao

povo que não comparecesse às comemorações do dia 7 de setembro.

Para conter as manifestações de oposição, o general Costa e Silva decretou em dezembro de 1968,

o Ato Institucional nº 5. Este suspendia as atividades do Congresso e autorizava à perseguição de opositores.

Em agosto de 1969, o presidente Costa e Silva sofreu um derrame cerebral e assumiu o vice-presidente Pedro

Aleixo, político civil mineiro.

Em outubro de 1969, 240 oficiais generais indicam para presidente o general Emílio Garrastazu Médici

(1969-1974), ex-chefe do SNI. Em janeiro de 1970, um decreto-lei tornou mais rígida a censura prévia à

imprensa.

Na luta contra os grupos de esquerda, o exército criou o Departamento de Operações Internas (DOI) e o

Centro de Operações da Defesa Interna (CODI).

A atividade dos órgãos repressivos desarticularam as organizações de guerrilhas urbana e rural, que

levaram à morte dezenas de militantes de esquerda.

O Crescimento Econômico

Com um forte esquema repressivo montado, Médici governou procurando passar a imagem de que o

país encontrara o caminho do desenvolvimento econômico. Somado à conquista da Copa de 70, isso acabou

criando um clima de euforia no país.

A perda das liberdades políticas era compensada pela modernização crescente. O petróleo, o trigo e os

fertilizantes, que o Brasil importava em grandes quantidades, estavam baratos, eram incorporados à pauta das

exportação, soja, minérios e frutas.

O setor que mais cresceu foi o de bens duráveis, eletrodomésticos, carros, caminhões e ônibus. A

indústria da construção cresceu.

Mais de 1 milhão de novas moradias, financiadas pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), foram

construídas em dez anos de governo militar. Falava-se em "milagre brasileiro" ou "milagre econômico".

Em 1973, o "milagre" sofreu sua primeira dificuldade, pois a crise internacional elevou abruptamente o

preço do petróleo, encarecendo as exportações.

O aumento do juros no sistema financeiro internacional, elevou o juros da dívida externa brasileira. Isto

obrigou o governo a tomar novos empréstimos aumentando ainda mais a dívida.

A Redemocratização

No dia 15 de março de 1974, Médici foi substituído na Presidência pelo general Ernesto Geisel (1974-

1979). Ele assumiu prometendo retomar o crescimento econômico e restabelecer a democracia.

Mesmo lenta e controlada a abertura política começava, o que permitiu o crescimento das oposições.

O governo Geisel aumentou a participação do Estado na economia. Vários projetos de infraestrutura

tiveram continuidade, entre elas, a Ferrovia do Aço, em Minas Gerais, a construção da hidrelétrica de Tucuruí,

no Rio Tocantins e o Projeto Carajás.

Diversificou as relações diplomáticas comerciais e diplomáticas do Brasil, procurando atrair novos

investimentos.

Nas eleições de 1974, a oposição aglutinada no MDB, obteve ampla vitória. Ao mesmo tempo, Geisel

procurava conter este o avanço. Em 1976, limitou a propaganda eleitoral.

No ano seguinte, diante da recusa do MDB em aprovar a reforma da Constituição, o Congresso foi

fechado e o mandato do presidente foi aumentado para seis anos.

A oposição começou a pressionar o governo, junto com a sociedade civil. Com a crescente pressão, o

Congresso já reaberto aprovou, em 1979, a revogação do AI-5. O Congresso não podia mais ser fechado, nem

ser cassados os direitos políticos dos cidadãos.

Geisel escolheu como seu sucessor o general João Batista Figueiredo, eleito de forma indireta.

Figueiredo assumiu o cargo em 15 março de 1979, com o compromisso de aprofundar o processo de abertura

política.

No entanto, a crise econômica seguia adiante, e a dívida externa atingia mais de 100 bilhões de dólares,

e a inflação, chegava a 200% ao ano.

As reformas políticas continuaram sendo realizadas, mas a linha dura continuava com o terrorismo.

Surgiram vários partidos, entre eles o Partido Democrático Social (PDS) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Foi

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fundada a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Os espaços de luta pelo fim da presença dos militares no poder central foram se multiplicando.

Campanha pelas eleições diretas

Nos últimos meses de 1983, teve início em todo o país uma campanha pelas eleições diretas para

presidente, as "Diretas Já", que uniram várias lideranças políticas como Fernando Henrique Cardoso, Lula,

Ulysses Guimarães, entre outros.

O movimento que chegou ao auge em 1984, quando seria votada a Emenda Dante de Oliveira, que

pretendia restabelecer as eleições diretas para presidente.

No dia 25 de abril, a emenda apesar de obter a maioria dos votos, não conseguiu os 2/3 necessários

para sua aprovação.

Logo depois da derrota de 25 de abril, grande parte das forças de oposição resolveu participar das

eleições indiretas para presidente. O PMDB lançou Tancredo Neves, para presidente e José Sarney, para vice-

presidente.

Reunido o Colégio Eleitoral, a maioria dos votos foi para Tancredo Neves, que derrotou Paulo Maluf,

candidato do PDS. Desse modo encerrava-se os dias da ditadura militar.

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/ditadura-militar-no-brasil/

Acesso em: 05/10/2020.

Luta armada contra a ditadura militar

A ditadura civil-militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985 teve como uma das formas de oposição

a luta armada contra o regime. Os grupos intensificaram os debates e sua formação principalmente a partir de

1967, com a escalada de movimentações nas zonas urbanas e a intensificação da repressão.

Entretanto, antes disso, em 1964, Leonel Brizola já havia indicado o interesse em resistir com grupos

armados ao golpe que depôs João Goulart. Foi criado o Movimento Nacionalista Revolucionário e iniciaram-se

contatos com guerrilheiros cubanos. A partir do movimento, formou-se uma guerrilha para atuar na Serra do

Caparaó em Minas Gerais, entre 1966 e 1967. O objetivo era estreitar os laços com os camponeses, nos

moldes do que havia sido feito na Sierra Maestra, Cuba. Não obteve sucesso a ação na Serra do Caparaó,

sendo que os cerca de 20 guerrilheiros renderam-se sem que nenhum tiro houvesse sido disparado.

A perspectiva da luta armada contra a ditadura civil-militar espelhava-se em exemplos que haviam

ocorrido em outros países latino-americanos como Guatemala, Colômbia, Venezuela e Peru, além de Cuba,

claro. Um dos pontos do debate dos grupos de esquerda organizada era o livro do francês Régys

Debray, Revolução na Revolução. Nele, fazia-se a defesa de criação de focus guerrilheiros em pontos

específicos dos países, pretendendo irradiar-se a partir desses pontos e alcançar uma escala mais ampla da

sociedade. Era uma visão que apontava uma nova forma de enfrentar o capitalismo, distinta das formas

experimentadas anteriormente.

Assim se formou uma dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB): a Aliança Libertadora Nacional.

A dissidência ocorreu porque a direção do PCB defendia a manutenção de uma frente ampla de organizações

políticas para enfrentar o regime, em detrimento da luta armada. Para superar essa política, Carlos Marighella e

Joaquim Câmara Ferreira criaram a Dissidência Comunista, que daria origem à ALN. Assaltos a bancos foram

realizados para financiar as ações, sendo assaltado inclusive um trem pagador da ferrovia Santos-Jundiaí.

Um dos principais feitos da ALN, em conjunto ao Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8), foi o

sequestro do embaixador estadunidense Charles Ewbrick, em 1969. Em nenhum lugar do mundo um

embaixador dos EUA havia sido sequestrado. Essa façanha possibilitou aos guerrilheiros negociar a libertação

de quinze prisioneiros políticos. Outro embaixador sequestrado foi o alemão-ocidental Ehrefried Von Hollebem,

que resultou na soltura de quarenta presos.

A luta armada intensificou o argumento de aumento da repressão. As torturas aumentaram e a

perseguição aos opositores também. Em 1969, Carlos Marighella foi morto por forças policiais na cidade de São

Paulo. As informações sobre seu paradeiro foram conseguidas também através de torturas.

Outros grupos armados também ganharam destaque, como a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), cujo

principal nome foi o de Carlos Lamarca. O VPR realizou ações no Vale do Ribeira, em São Paulo, mas teve que

enfrentar a perseguição militar na região. Lamarca conseguiu fugir para o Nordeste, mas acabou morto na

Bahia, em 1971.

A escalada repressiva passava a dar resultados. O último foco a ser desmantelado foi a Guerrilha do

Araguaia. Desde 1967, militantes do PCdoB (Partido Comunista do Brasil) dirigiram-se para região do Bico do

Papagaio, entre os rios Araguaia e Tocantins, onde passaram a travar contato com os camponeses da região,

ensinando a eles cuidados médicos e auxiliando-os na lavoura.

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As Forças Armadas passaram a perseguir os guerrilheiros do Araguaia em 1972, quando descobriu a

ação do grupo. O desmantelamento ocorreria apenas em 1975, quando uma força especial de paraquedistas foi

enviada à região, acabando com a Guerrilha do Araguaia.

No Brasil, as ações guerrilheiras não conseguiram um amplo apoio da população, levando os grupos a

se isolarem, facilitando a ação repressiva. Após 1975, as guerrilhas praticamente desapareceram, e os corpos

dos guerrilheiros do Araguaia também. À época, a ditadura civil-militar proibiu a divulgação de informações

sobre a guerrilha, e até o início da década de 2010 o exército não havia divulgado informação sobre o paradeiro

dos corpos. Disponível em: https://www.preparaenem.com/historia-do-brasil/luta-armada-contra-ditadura-militar.htm

Acesso em: 05/10/2020.

ATIVIDADE AVALIATIVA

Primeira parte – 19 a 24/10

1. (Unisc/2014) Em 2014 completará 50 anos do Golpe que depôs o governo de João Goulart e instalou o

Regime Militar no Brasil. A Ditadura permaneceu por mais de vinte anos não permitindo eleições livres para

presidente e controlando muito de perto os sindicatos, movimentos sociais e outros grupos que questionavam a

falta de democracia e a truculência do Regime por meio dos aparatos de repressão.

Sobre esse período é INCORRETO afirmar que

a) o pluripartidarismo foi extinto no Ato Institucional n. 2 que permitiu apenas dois partidos – ARENA e MDB.

b) o Ato Institucional n. 5 limitou ainda mais os direitos políticos no Brasil cassando políticos considerados pelo

Regime como subversivos.

c) a censura foi imposta logo após o Golpe Militar e teve como o Serviço Nacional de Informações (SNI) seu

órgão mais atuante.

d) a propaganda pró-regime militar usou slogans como Brasil – ame-o ou deixe-o.

e) o último presidente militar, Costa e Silva prometeu uma abertura política para a democracia de forma lenta e

gradual.

2. (Unitau/2018) No cabeçalho do Jornal do Brasil, do dia 14 de dezembro de 1968, aparecia escrito: “Tempo

negro. Temperatura sufocante. O ar está irrespirável. O país está sendo varrido por fortes ventos. Máx: 38º em

Brasília, Mín: 5º, nas Laranjeiras”.

A qual fato esse texto faz referência?

a) Aprovação do Ato Institucional nº 5, que limitou drasticamente a liberdade de expressão e instituiu medidas

que ampliaram a repressão aos opositores do governo militar.

b) Aprovação do Ato Institucional nº 2, aprovado pelo Congresso Nacional, que ampliou o medo do perigo

comunista.

c) Aprovação da Lei da Censura Federativa, do Ato Institucional nº 1, que coibiu filmes, peças teatrais, livros,

músicas, mas que não chegou ao jornal e, por isso, a crítica foi publicada em primeira página.

d) Aprovação dos atos institucionais, que tiveram grande apoio de classes políticas do país, ampliando várias

garantias individuais e conferindo amplos poderes ao presidente da República.

e) Aprovação do bipartidarismo, por meio do Ato Institucional nº 1, que eliminou toda forma de oposição

institucional ao regime militar.

3. (UPE/2013) O Regime Militar Brasileiro (1964-1985) foi marcado por uma bipolarização no âmbito da política

e da arte, entre os que apoiavam e os que criticavam o regime.

Dentro do segundo grupo, destacaram-se os músicos que produziram canções de protesto, algumas das quais

vinham envoltas em metáforas, além de outros recursos estilísticos, no intuito de ocultar à Censura sua

mensagem subliminar.

Dentre essas músicas, pode-se identificar a “Canção da despedida”, de Geraldo Vandré no seguinte trecho:

“Já vou embora, mas sei que vou voltar/ Amor não chora, se eu volto é pra ficar/ Amor não chora, que a hora é

de deixar/ O amor de agora, pra sempre ele ficar./ Eu quis ficar aqui, mas não podia/ O meu caminho a ti, não

conduzia/ Um rei mal coroado,/ Não queria/ O amor em seu reinado/ Pois sabia/ Não ia ser amado... ”

Com base na crítica retratada pela letra da música, é CORRETO afirmar que

a) no âmbito da arte, a crítica a esse Regime se restringiu à esfera musical.

b) aquele período parecia um conto de fadas, com estórias de reis e amores impossíveis.

c) a difícil experiência do exílio forçado foi vivenciada durante o período.

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d) Geraldo Vandré costumava musicar suas desilusões amorosas.

e) a tranquilidade vivenciada pela sociedade permitia a composição de canções de amor.

4. (Enem/2010)

Ato Institucional nº 5

Art. 10 - Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança

nacional, a ordem econômica e social e a economia popular.

Art. 11 – Excluem-se de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com este Ato

Institucional e seus Atos Complementares, bem como os respectivos efeitos.

Disponível em: http://www.senado.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2010.

Nos artigos do AI-5 selecionados, o governo militar procurou limitar a atuação do poder judiciário, porque isso

significava

a) a substituição da Constituição de 1967

b) o início do processo de distensão política

c) a garantia legal para o autoritarismo dos juízes

d) a ampliação dos poderes nas mãos do Executivo

e) a revogação dos instrumentos jurídicos implantados durante o regime militar de 1964

5. (UFMG) A Política de Distensão, levada a cabo pelo General Ernesto Geisel, visava

a) acalmar a tensão política entre Governo e Oposição.

b) ampliar a base de apoio do Governo junto às Forças Armadas.

c) anular as ações políticas de seu antecessor, General Médici.

d) garantir a sobrevivência do Milagre Econômico.

e) retomar decisões estratégicas definidas pela Junta Militar.

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Link para envio das respostas:

https://forms.gle/hGrhuUtjqsDLhFxW7

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SEGUNDA PARTE – 26 a 31/10

Cultura na Ditadura Militar

Usar a arte como instrumento de agitação política – caminho apontado pelo Centro Popular de Cultura

da UNE no início dos anos 60 – acaba tendo vários seguidores.

Os festivais de música do final dessa década revelam compositores e intérpretes das chamadas canções

de protesto, como Geraldo Vandré, Chico Buarque de Holanda e Elis Regina.

O cinema traz para as telas a miséria de um povo sem direitos mínimos, como nos trabalhos de Cacá

Diegues e Glauber Rocha.

No teatro, grupos como o Oficina e o Arena procuram dar ênfase aos autores nacionais e denunciar a

situação do país.

Com o AI-5, as manifestações artísticas são reprimidas e seus protagonistas, na grande maioria,

empurrados para o exílio.

Na primeira metade dos anos 70 são poucas as manifestações culturais expressivas, inclusive na

imprensa, submetida à censura prévia.

Tropicalismo e iê-iê-iê

Em 1968, ano de efervescência do movimento estudantil, surge o tropicalismo: uma reelaboração dos

elementos da cultura e realidade social brasileira à luz da contracultura e do rock’n’roll.

Surgem figuras como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato e José Capinam.

A revolução musical provocada pelos Beatles e outros grandes grupos de rock internacional também tem

sua expressão no Brasil: o iê-iê-iê e a jovem guarda são popularizados pela televisão e afirmam-se junto a uma

grande parcela da juventude urbana.

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Jovem Guarda

Imprensa alternativa

Durante a ditadura aparecem no Brasil cerca de 150 periódicos regionais e nacionais de oposição ao

Regime Militar. Denunciam a tortura, as violações dos direitos humanos, a falta de liberdade, o arrocho salarial

e a degradação das condições de vida dos trabalhadores.

O marco inicial da imprensa alternativa ocorre em 1969, com O Pasquim. Depois aparecem o Bondinho

(1970), Polítika (1971), Opinião (1972), o Ex (1973), entre outros. A partir de 1974, a imprensa alternativa

adquire o caráter de porta-voz de movimentos ou grupos da esquerda. Destacam-se os jornais Movimento

(1974), Versus (1975), Brasil Mulher (1975), Em Tempo (1977), e Resistência (1978).

Vanguarda e Ditadura Militar

Em 1964 o artista Roberto Magalhães pintou uma tela premonitória do que seria o terror que se instalaria

no Brasil com o golpe militar de 31 de março do mesmo ano. A esta tela ele deu o nome de Gritando. Através

de uma rica e densa matéria pictórica, desenhou um rosto com a boca absurdamente aberta, para além das

condições físicas suportáveis pelo corpo humano. Uma boca num grito desesperado, focalizada por um zoom

que aproxima de tal forma o rosto, que o centro do quadro torna-se o céu da boca do personagem. A boca

enorme, com a língua para fora, toma quase toda a tela, restando apenas dois olhos tenebrosos marcados por

uma grande dor, para preencher o resto da obra. Numa linguagem próxima ao expressionismo, Magalhães

carrega de tensão a figura, dando-lhe uma forma perturbadora, criada através de uma matéria pictórica de cores

fortes como o vermelho escuro, o preto, o verde sujo e um amarelo barrento.

A obra Gritando trazia em si todas as dores e o desespero daqueles que sofreriam o efeito da violência

militar por vinte anos. Carregada de angústia, a tela trazia também o desejo de gritar contra a situação

opressiva que se instalava naquele momento no país. A tela construía-se na tensão de sua forma, através de

um arranjo expressivo de cores, pinceladas bruscas e enquadramento sufocante. Era um grito visceral contra o

poder que explodia por meio da forma plástica. E seria um dos primeiros entre os vários gestos artísticos que se

opunham à grotesca força antidemocrática do regime militar.

A oposição no mundo da arte não parou na tela Gritando, de Magalhães. Em abril de 1970 começaram a

aparecer flutuando e parando nas margens do rio Arrudas, em Belo Horizonte, alguns objetos estranhos, que

lembravam corpos ensanguentados e assassinados. No mesmo momento, dentro de prisões militares, várias

pessoas, entre elas estudantes, professores, políticos, operários, intelectuais e quaisquer suspeitos de oposição

ao regime militar, eram torturadas e mortas violentamente (em alguns casos o cadáver aparecia, em outros

desaparecia para sempre). A relação entre o primeiro e o segundo fato marcava a oposição dos artistas de

vanguarda à violência militar instaurada no Brasil a partir do Golpe Militar de 31 de março de 1964.

O que flutuava no rio Arrudas eram as Trouxas do artista plástico Arthur Barrio. Eram obras construídas

como trouxas amarradas e cortadas a golpes de faca, onde inseria-se tinta vermelha. Ao invadir o principal rio

que corta Belo Horizonte, a obra de Barrio fazia com que as pessoas as confundissem com corpos

ensanguentados e assassinados. O objetivo de Barrio era denunciar o “desovamento” de corpos de pessoas

que eram assassinadas nas prisões militares.

Este happening de Barrio fazia parte do evento artístico Do Corpo à Terra, organizado por Frederico

Morais, em abril de 1970, em Belo Horizonte, que durou três dias. Reunindo artistas de vários estados, que

fariam suas performances, happenings e rituais, o objetivo era reagir dentro do campo da estética à realidade

da ditadura recém instaurada no Brasil.

O acontecimento foi definido por Frederico Morais como uma forma de arte-guerrilha. Assim dizia ele: “O

artista hoje é uma espécie de guerrilheiro. A arte é uma forma de emboscada. Atuando imprevisivelmente, onde

e quando é menos esperado, o artista cria um estado permanente de tensão constante”.

A arte de vanguarda, organizada na forma de atuações públicas, enquanto crítica aos sistemas/circuitos

e aparatos que regiam as artes e enquanto crítica ao amordaçamento coletivo das expressões promovido pela

ditadura militar, trouxe para a cena o binômio arte-política. Além do evento acima comentado, vários artistas,

individualmente ou organizados em grupos, associaram seu fazer artístico à busca de uma crítica política.

Adeptos da frase de Maiakovsky (“Sem forma revolucionária não há arte revolucionária”), para os artistas

brasileiros dos anos 60 e 70, arte, cultura, política e ética eram elementos indissociáveis de uma mesma

questão, a da participação política. O que os artistas buscavam era um processo de comunicação cujo objetivo

era, em última instância, uma intervenção na realidade. Como observou Celso Favaretto, naquele momento eles

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respondiam a necessidades como articular a produção cultural em termos de inconformismo e desmistificação,

vincular a experimentação de linguagem às possibilidades de uma arte participante.

Não há dúvida de que boa parte dos artistas deste período pretendiam, ao fazer arte, estar fazendo

política. O interesse político dos artistas pode ser percebido, por exemplo, no programa da exposição Nova

Objetividade Brasileira, apresentada no MAM, em 1967, reunindo trabalhos de artistas do Rio de Janeiro e São

Paulo, que definia como uma das prioridades do grupo “a tomada de posição em relação aos problemas

políticos, sociais e éticos”.

As sugestões que a Pop Art americana e o Noveau Réalisme francês traziam ao meio artístico brasileiro

expandiam as pesquisas direcionadas para a criação das obras em outras dimensões além das estabelecidas

pela estética tradicional. Daí o uso intensivo de colagens, das técnicas e cores derivadas do poster, da

preocupação com a matéria, o suporte, a questão tridimensional. Para atingir da melhor forma possível o

observador e integrá-lo como protagonista da obra, os artistas lançavam mão de um código de signos e

imagens provenientes dos meios de comunicação, publicidade e design, que tinham disseminado os sinais

gráficos, os caracteres tipográficos, as cores chapadas, logotipos, etc.

Nesse sentido, veja-se a obra Lute, de Rubens Gerchmann, que eram letras gigantescas colocadas

atravessadas na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, com o propósito de atrapalhar o trânsito e chamar o

público para a luta contra a ditadura.

Um dos temas tratado por artistas ligados à vanguarda foi o “caso Herzog”. A explicação dada pelo DOI-

CODI sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog é a de que ele teria se matado na prisão no ano de 1975. O

que de fato aconteceu é que Herzog foi torturado até à morte. A morte dele provocou a primeira grande reação

popular contra a tortura, as prisões arbitrárias, o desrespeito aos direitos humanos. Também produziu algumas

obras de arte que denunciavam seu assassinato, como o caso das obras de Cildo Meireles e Antonio Henrique

do Amaral.

Buscando minar o controle das informações exercido pelos órgãos do poder e transformando-se em

veículo de uma ação tática clandestina de resistência política, Meireles carimba em algumas notas de Cruzeiro,

moeda corrente no Brasil do período, a pergunta Quem matou Herzog?. Aproveitando a facilidade da circulação

das notas de um cruzeiro (sabemos que quanto menor o valor, maior sua circulação), o artista fará uso delas

para criar com sua obra uma forma de interrogação nacional sobre o assassinato do jornalista.

Antonio Henrique Amaral também trata da questão do assassinato de Herzog em duas telas: A morte no

sábado, tributo a Vladimir Herzog, de 1975 e ainda a morte no sábado, de 1976. Nas duas obras, fazendo uso

da oposição entre formas orgânicas e metálicas, garfos de ferro atravessam uma espécie de representação de

vísceras violentamente dilaceradas, aparecendo peles que se abrem para fora depois de rasgadas, veias que

surgem em meio a um amontoado de gordura e tripas, tudo manchado pelo sangue que predomina totalmente

na tela. Na segunda obra ajunta-se uma “coroa de cristo”, um dos instrumentos de tortura usados durante os

interrogatórios militares. A duas telas têm o claro propósito de denunciar a causa da morte de Herzog como

resultado das torturas que sofreu nos porões de uma prisão militar.

Várias mostras de arte foram organizadas sem que se abrisse mão da crítica política, buscando para

além da pesquisa estética, opinar frente ao quadro autoritário instalado em 64. São exemplos as duas mostras

do MAM do Rio de Janeiro (Opinião 65 e Opinião 66), a mostra “Pare”, na Galeria G-4, em 1966, “Vanguarda

Brasileira” (UFMG, maio de 1966), IV Salão de Brasília, de 1967, além de várias outras.

Mas o interesse dos artistas pela inserção de posições políticas em suas obras acabou encontrando um

empecilho: a censura militar. O AI-5, no plano cultural, oficializou a censura prévia, repercutindo negativamente

sobre a produção artística. “O AI-5 paralisou tudo”, dizia Glauber Rocha, refletindo sobre a situação de quase

desespero em que se encontravam os artistas.

Nesse momento da história da arte brasileira, as primeiras manifestações de censura ocorreram no IV

Salão de Brasília, onde obras de Cláudio Tozzi e José Aguillar foram censuradas por serem consideradas

políticas. No III Salão de Ouro Preto, o júri sequer pode ver algumas gravuras inscritas, previamente retiradas.

Também a II Bienal da Bahia foi fechada, presos seus organizadores e recolhidos os trabalhos considerados

eróticos e subversivos.

A censura não parava por aí: em 1969, em plena vigência do AI-5, o conflito com a censura chegou ao

seu ponto mais tenso com a proibição da mostra dos artistas selecionados para a representação brasileira à IV

Bienal de Paris, no MAM-Rio. O que provocou enérgico protesto da Associação Brasileira dos Críticos de Arte

(ABCA), sob a presidência de Mário Pedrosa, na forma de um documento no qual a entidade anunciava seu

propósito de não mais indicar seus membros para integrar júris de salões e bienais. A repercussão no exterior

do fechamento da exposição do MAM e o documento da ABCA foi enorme, provocando um boicote

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internacional à Bienal de São Paulo.

A partir desses fatos e com a ditadura tornando-se cada vez mais brutal a partir dos anos 70, os artistas

de vanguarda assumiram uma posição de marginalidade, ora agravando o conflito com a censura, ora exilando-

se no exterior para continuarem vivos. O império do terror no governo Médici (1969/74), com censura acirrada,

invasões a domicílios, assassinatos e “desaparecimento” de presos políticos, através da ação dos DOI-CODIS,

visando a extinção de qualquer tipo de oposição ao governo militar, foi o principal causador da destruição das

atividades da vanguarda nos anos 70.

Durante a Ditadura, mesmo com a censura, a cultura brasileira não deixou de criar e se expalhar pelo

país e a arte se tornou um instrumento de denúncia da situação do país. Dos festivais de música despontam

compositores e intérpretes das chamadas canções de protesto, como Geraldo Vandré, Chico Buarque de

Holanda e Elis Regina. No cinema, os trabalhos de Cacá Diegues e Glauber Rocha levam para as telas a

história de um povo que perde seus direitos mínimos. No teatro, grupos como o Oficina e o Arena procuram dar

ênfase aos autores nacionais e denunciar a situação do país naquele período.

Vários momentos da Ditadura podem ser vistos em filmes feitos pelo cinema brasileiro retratando a

época.

Livros

O regime militar além das músicas, filmes e outras manifestações artísticas, também deu origem a vários

livros sobre o tema mostrando o que aconteceu, bastidores, depoimentos, o fato histórico em si, informações

importantíssimas para a nossa cultura e história do Brasil.

Música

Um outro grande exemplo dessa criação cultural foi o movimento Tropicália, um movimento cultural

brasileiro

Um outro grande exemplo dessa criação cultural foi o movimento Tropicália, um movimento cultural

brasileiro que teve influências musicais de artistas de vanguardas e cultura pop nacional e internacional. As

manifestações do movimento não se restringiram a música, conhecidas pelos cantores Caetano Veloso,

Gilberto Gil, Gal Costa, Os Mutantes, Tom Zé e Torquato Neto, mas também influenciaram o cinema, teatro e

nas artes plásticas.

Um grande exemplo do movimento é a música Tropicália de Caetano Veloso. Outras músicas também

tiveram sucesso e até hoje são lembradas.

Disponível em:https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/cultura-na-ditadura-militar

Acesso em: 05/10/2020.

Expressão Cultural na Ditadura

Apesar da ditadura ter sido um período de intensa repressão, o desenvolvimento cultural e intelectual

daquela época foram um ganho muito grande para a sociedade brasileira. As músicas de protesto, livros, peças

de teatro, novelas, pinturas e artes plásticas retratavam o desejo de mudança de muitos jovens, estudantes e

pessoas que queriam o fim da intervenção militar. Cantores famosos como Gilberto Gil, Chico Buarque, Gal

Costa, Jorge Ben Jor, Elis Regina, Milton Nascimento, Rita Lee, Tom Jobim, Geraldo Vandré, Jair Rodrigues,

Tom Ze entre outros se tornaram populares e símbolos de resistência. "A música exprime a mais alta filosofia

numa linguagem que a razão não compreende." disse Arthur Schopenhauer. Durante o regime militar a música,

em especial, foi a arma usada para lutar contra o governo.

O tropicalismo foi um movimento musical surgido no Brasil, no final de 1960, que atingiu diversas esferas

culturais. O marco inicial deste movimento foi o III Festival de Música Popular Brasileira realizado pela Rede

Record de televisão em 1967. Influenciado pela cultura pop e por correntes da vanguarda artística este

movimento ficou conhecido por Tropicália. Possibilitava um sincretismo entre vários estilos musicais

originalmente heterogêneos como o rock, a bossa-nova, o baião, o samba e o bolero. As letras das músicas

possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora.

O uso de guitarras eléctricas era frequentemente criticada.

A inovação estética musical era por si só uma forma de revolução. Os principais representantes do

tropicalismo foram Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia, Os Mutantes, Torquato Neto, Tom

Zé, Jorge Mautner, Jorge Ben e Rogério Duprat. Dentre os lançamentos em vinil, os discos tropicalistas de

maior sucesso na época foram “Louvação” (de Gilberto Gil, em 1967), além de “Tropicália ou Panis et

Circenses” (diversos artistas), “Os Mutantes”, “Caetano Veloso” e “A Banda Tropicalista do Duprat” (com

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arranjos e regência do maestro Rogério Duprat), todos lançados em 1968. Entre as músicas tropicalistas mais

tocadas nas paradas de sucesso do momento constam: “Tropicália”, “Alegria, alegria” (composições de Caetano

Veloso que apareceram em 1968), “Panis et Circenses”, também dele em parceria com Gilberto Gil (1968) e

ainda, em 1969, “Atrás do trio elétrico” (de Caetano Veloso), “Cadê Teresa?” (de Jorge Ben) e “Aquele abraço”

(de Gilberto Gil).

Essa geração de artistas, que chegaram ao estrelato nos anos mais difíceis da ditadura, teve sua

imagem estabelecida por meio do atrito com o governo da época e amplificada pelo fortalecimento da indústria

cultural. Gravadoras, editoras e emissoras de TV expandiram-se junto com a urbanização, o avanço do

capitalismo e o crescimento econômico ocorrido entre os anos 60 e 1973. “Isso contribuiu para dar ao músico

um status de intelectual, algo peculiar do Brasil”, diz o historiador Marcos Napolitano, da Universidade de São

Paulo (USP), especialista no tema.

Houve também manifestações tropicalistas em outros campos artísticos; no teatro, com as experiências

seminais do Grupo Oficina, as montagens de “O rei da vela”, de Oswald de Andrade, e de “Roda Viva”, de Chico

Buarque, no cinema, o filme "Terra em Transe”, de Glauber Rocha e artistas fundamentais da arte

contemporânea, como Ivan Serpa, Antônio Dias, Hélio Oiticica e Carlos Vergara, participaram com obras

igualmente contestadoras, que romperam com estéticas artísticas importantes, em nome da oposição ao

regime. Foi o caso da obra “Tropicália”, de Oiticica, que desencadeou todo um movimento cultural, o

tropicalismo. A obra era uma instalação, uma espécie de labirinto sem teto, que remetia à arquitetura das

favelas. Em seu interior, havia uma TV que ficava sempre ligada.

No período de 1968 a 1978 em que esteve em vigor o AI-5, a censura federativa coibiu mais de

seiscentos filmes, quinhentas peças teatrais, a editoração de vários livros e mais de quinhentas musicas foram

censuradas, por isso os artistas desenvolviam um talento para burlar a censura por meio de metáforas, dando

nomes falsos a pessoas citadas nas músicas e tentavam falar o que queriam de uma forma que passasse

imperceptível aos censores. O exemplo mais conhecido de censura foi a música Cálice de Chico Buarque e

Milton Nascimento. Essa música havia sido censurada, porem por meio da palavra Cálice os cantores foram

capazes de transmitir sua mensagem, ou seja, Cale-se. Durante um show (phono 73) Gilberto Gil cantarolava a

música sem falar a letra enquanto Chico Buarque cantava, "Cálice", sendo assim seu microfone foi desligado e

o holofote apagado. Entre as obras censuradas estão: a peça Roda Viva de Chico Buarque, o livro O Berço do

Herói de Dias Gomes, as músicas Pare de Tomar a Pílula de Odair Jose, Alegria Alegria de Caetano Veloso e

Apesar de Você Chico Buarque. Vale a pena citar o semanário O Pasquim que usava humor e a ironia como

arma contra os militares. Cartunistas como Ziraldo, Jaguar e Millôr trabalharam ativamente desde de sua

primeira edição em 1969.

Grande parte da elite cultural pensante brasileira daquela época foi exilada por seus ideais que iam

contra o regime militar. Destacando entre outros: Oscar Niemayer, Paulo Freire, Ferreira Gullar, Geraldo

Vandré, Darcy Ribeiro, Jose Celso Martinez Correa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, etc.

Por meio de metáforas, os artistas procuravam burlar a censura, transmitir sua mensagem e as

populares músicas de protesto foram entoadas como armas contra a ditadura. Durante o período de maior

repressão a arte brasileira floresceu. Toda essa censura e essa dor serviram de inspiração para compositores,

atores, pintores e escritores da época. A arte pode ser um meio eficaz e pacifico de expressão. Muitas músicas

que se tornaram hinos da ditadura continuam atuais e ouvidas por gerações que não viveram naquela época e

através delas aprendem o valor da liberdade. Disponível em:https://anosdechumbo.weebly.com/expressatildeo-cultural-na-ditadura

Acesso em: 05/10/2020.

Manifestações culturais

Repressão

Já no começo do Regime Militar (1964-1985), o governo federal se utilizou das mais diversas estratégias

de coerção e controle da opinião pública. Os Atos Institucionais e a censura prévia à imprensa foram apenas

dois desses mecanismos, amplamente utilizados ao longo de boa parte do período ditatorial no combate aos

setores de oposição.

A repressão oficial não impediu, no entanto, que os mais variados grupos sociais tenham se mobilizado

em reação aos desmandos dos governos militares. Ao contrário, à medida que as censuras se aprofundavam,

os movimentos de resistência se radicalizavam, o que pode ser evidenciado na Passeata dos Cem Mil e no

crescimento de grupos subversivos armados.

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Em cena, a resistência

As mobilizações contra o Regime Militar não se limitaram ao espaço das passeatas e das organizações

paramilitares. Os jornais, por exemplo, foram amplamente utilizados como veículo de denúncia dos

autoritarismos governamentais. A despeito da censura oficial, publicações como o Pasquim se valeram das

“letras” para atacar, quase sempre metaforicamente, tais desmandos.

No teatro, muitas apresentações continham um forte teor revolucionário. Nos palcos do Opinião, Oficina

e Arena, espetáculos eram montados em represália ao conservadorismo social e aos limites políticos da época.

O CPC (Centro Popular de Cultura), ligado à UNE (União Nacional dos Estudantes), partilhava das ideias de

Bertolt Brecht, que entendia o teatro como uma “importante arma de combate político”. Com a outorga do AI-5,

muitas companhias de teatro foram extintas, o que não invalidou, porém, a força combativa dessas encenações.

Em relação ao cinema, boa parte das produções era realizada pelos artistas do Cinema Novo. O

movimento, que sempre teve nas reflexões sobre a identidade nacional brasileira uma preocupação basilar,

possuía agora no engajamento político e na luta pela democracia suas mais importantes inquietações.

Concomitantemente, o Cinema Marginal, forjado ainda na década de 60, assumiu a vanguarda cinematográfica

no país, possuindo papel fundamental na conscientização política acerca da dura realidade brasileira.

Música de Protesto

Os anos 60 e 70 vivenciaram o esplendor da produção musical no Brasil. Compositores e cantores como

Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil elevaram o cenário da música

nacional a níveis de criatividade raramente experimentados. Boa parte dessa produção foi motivada pela

combativa resistência à repressão militar, que então cerceava, através dos meios mais perversos, as liberdades

artísticas.

O Tropicalismo foi certamente um dos movimentos mais representativos desse período. Engajados no

duplo propósito de se posicionar criticamente à Ditadura e de pensar a formação de uma identidade nacional, os

tropicalistas se sobressaíram ao defenderem a importância do intercâmbio com as demais culturas do mundo.

Deste modo, se por um lado se posicionavam criticamente ao “imperialismo econômico norte-americano”, por

outro se utilizavam da “estrangeira” guitarra elétrica e de outras influências do Rock’n Roll.

Nesse cenário, os festivais de música se mostravam com um espaço formidável de expressão artística e

política. Neles, tanto os compositores, quanto a população encontravam uma espécie de “válvula de escape”,

nos quais a censura governamental parecia ser, mesmo que momentaneamente, um tanto menos furiosa. Os

grandes festivais eram transmitidos por grandes emissoras de televisão da época, como a TV Excelsior, Record

e Globo. Disponível em: http://educacao.globo.com/historia/assunto/ditadura-militar/manifestacoes-culturais.html

Acesso em: 05/10/2020.

ATIVIDADE AVALIATIVA

Segunda parte – 26 a 31/10

1. (Enem/2014) A Comissão Nacional da Verdade (CNV) reuniu representantes de comissões estaduais e de

várias instituições para apresentar um balanço dos trabalhos feitos e assinar termos de cooperação com quatro

organizações. O coordenador da CNV estima que, até o momento, a comissão examinou, "por baixo", cerca de

30 milhões de páginas de documentos e fez centenas de entrevistas.

Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 2 mar. 2013 (adaptado).

A notícia descreve uma iniciativa do Estado que resultou da ação de diversos movimentos sociais no Brasil

diante de eventos ocorridos entre 1964 e 1988. O objetivo dessa iniciativa é

a) anular a anistia concedida aos chefes militares.

b) rever as condenações judiciais aos presos políticos.

c) perdoar os crimes atribuídos aos militantes esquerdistas.

d) comprovar o apoio da sociedade aos golpistas anticomunistas.

e) esclarecer as circunstâncias de violações aos direitos humanos.

2. (FURG/2006) A Campanha das "Diretas-Já" foi um episódio marcante ocorrido na década de 1980,

constituindo um dos significativos momentos do processo histórico brasileiro conhecido como:

a) republicanização

b) coligação

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c) redemocratização

d) militarização

e) conciliação

3. (Fuvest) A vitória do Brasil na Copa do Mundo de 1970

a) não teve qualquer repercussão no campo político, por se tratar de um acontecimento estritamente esportivo.

b) alentou o trabalho das oposições que deram destaque à capacidade do povo brasileiro de realizar grandes

proezas.

c) propiciou uma operação de propaganda do governo Médici, tentando associar a conquista ao regime

autoritário.

d) favoreceu o projeto de abertura do general Geisel, ao criar um clima de otimismo pelas realizações do

governo.

e) alcançou repercussão muito limitada, pois os meios de comunicação não tinham a eficácia que têm hoje.

4. (ESPM/2014) No Brasil, autoritário, sinais evidentes de crise. O mandato presidencial do general Figueiredo

caminhava para o final e se temia que mais uma vez o presidente fosse escolhido por um colégio eleitoral, que

deveria, como sempre, referendar o nome indicado pelos detentores do poder.

Para alterar tal perspectiva a oposição apresentou uma emenda constitucional que pretendia introduzir as

eleições diretas. A emenda Dante de Oliveira, nome do deputado do PMDB, por Mato Grosso, que a apresentou

foi votada sob grande expectativa popular, depois de ampla mobilização popular na campanha DIRETAS - JÁ.

A decisão do Congresso Nacional, quando da votação (25/04/1984) na Câmara dos Deputados foi de:

a) rejeição, pois a emenda necessitava de 2/3 dos membros do Congresso e faltaram 22 votos para alcançar tal

marca.

b) aprovação, resultado que garantiu a vitória de Tancredo Neves, candidato das oposições, nas eleições

diretas para a presidência em 1985.

c) aprovação, entretanto a eleição direta para presidente não valeria para a eleição de 1985 e só passaria a

valer na eleição seguinte.

d) aprovação, entretanto a intervenção das Forças Armadas impediu a realização da eleição.

e) rejeição, tendo a interferência das Forças Armadas imposto a eleição de José Sarney, candidato do governo.

5. Leia o texto abaixo:

“Nós, chilenos, como todos os povos do Ocidente, combatemos as ditaduras dos ’ismos’ e os agentes

estrangeiros que ameaçam o nosso país. Devemos combatê-los com todas as forças, tendo como arma

principal a cooperação entre as polícias de toda América.”

O pesadelo da Operação Condor, Pierre Abramovici,1 de Maio de 2001. Le Monde Diplomatique. Consultado em 17.07.20.

A Operação Condor consistia :

a) Numa coordenação política das ditaduras militares latino-americanas para promover o desenvolvimento nos

seus países.

b) Na interferência dos Estados Unidos na política interna das nações da América Latina que estavam sob

regime militar.

c) Na troca de informação sobre movimentos de oposição e até de sequestro de pessoas consideradas

subversivas nos países do Cone Sul.

d) Uma tentativa dos chilenos dominarem a América do Sul durante o mandato militar do general Augusto

Pinochet.

e) Uma articulação entre partidos comunistas com o intuito de fazer a revolução na América Latina.

6. Autoavaliação da aprendizagem:

Como você avalia a sua aprendizagem acerca do Objeto de Conhecimento (Conteúdos) deste Roteiro de

Estudos?

( ) Estudei e entendi todo o conteúdo;

( ) Estudei e entendi parcialmente o conteúdo;

( ) Estudei e não compreendi o conteúdo;

( ) Não estudei o conteúdo, apenas respondi as atividades.

Justifique sua resposta evidenciando suas dificuldades.

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Link para envio das respostas:

https://forms.gle/Ef8dsm3T9hd2XruX9

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ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Para quem dispõe de recursos tecnológicos e acesso à internet.

Assistir aos vídeos nos links abaixo:

1964 – o Brasil entre armas e livros (FILME COMPLETO):

https://www.youtube.com/watch?v=yTenWQHRPIg

DOCUMENTÁRIO – O dia que durou 21 anos

https://www.youtube.com/watch?v=RVnf3Ap7guQ&t=1439s

⮚ Observatório da imprensa especial sobre os 50 anos do golpe militar de 1964

https://www.youtube.com/watch?v=x3LJYYKaw2s

1964: Reportagem Especial – O Golpe

https://www.youtube.com/watch?v=EVwlepPYp_o