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Datas da visita: 27 a 28 de Fevereiro de 2008 E SCOLA S ECUNDÁRIA A RTÍSTICA A NTÓNIO A RROIO L ISBOA

ESCOLA SECUNDÁRIA ARTÍSTICA ANTÓNIO ARROIO Antonio_ A… · Relatório de Avaliação Externa Escola Secundária Artística António Arroio - Lisboa 27e 28 de Fevereiro de 2008

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Datas da visita: 27 a 28 de Fevereiro de 2008

ESCOLA SECUNDÁRIA

ARTÍSTICA ANTÓNIO ARROIO

LISBOA

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Relatório de Avaliação Externa

Escola Secundária Artística António Arroio - Lisboa 27e 28 de Fevereiro de 2008

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I – Introdução

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação

pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a

avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um

“programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do

seu trabalho”.

Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º

370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação de acolher e

dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído

e na experiência adquirida durante a fase piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada

como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da Escola Secundária Artística António Arroio –

Lisboa realizada pela equipa de avaliação que visitou esta Unidade de Gestão nos dias 27 e 28 de Março de 2008.

Os capítulos do relatório ― caracterização da unidade de gestão, conclusões da avaliação por domínio, avaliação

por factor e considerações finais ― decorrem da análise dos documentos fundamentais da Unidade de Gestão, da

sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria

para a Escola Secundária Artística António Arroio – Lisboa, constituindo este relatório um instrumento de reflexão

e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos,

a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de

desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se

insere.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem

interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pela Escola Secundária Artística

António Arroio – Lisboa, será oportunamente disponibilizado no sítio Internet da IGE (www.ige.min-edu.pt).

Escala de avaliação ut il izada Níveis de classif icação dos cinco domínios na Unidade de Gestão

Muito Bom ― Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

Bom ― Revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

Suficiente ― Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da Unidade de Gestão. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

Insuficiente ― Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. Não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

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Relatório de Avaliação Externa

Escola Secundária Artística António Arroio - Lisboa 27e 28 de Fevereiro de 2008

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II – Caracterização da Escola

A Escola Secundária Artística António Arroio situa-se na cidade de Lisboa, na freguesia de S. João e iniciou a sua

actividade como Escola de Arte Aplicada de Lisboa em 1919. Ao longo dos anos, a Escola teve outras designações

e foi mudando de instalações, bem como sofreu grandes transformações devido à introdução de vários planos de

estudo na sequência das diferentes reformas implementadas. Todavia, o ensino ministrado, na generalidade,

esteve sempre relacionado com as artes. Após o 25 de Abril de 1974, o ensino técnico-profissional foi extinto e na

António Arroio, como é conhecida, os cursos vigentes foram substituídos pelos cursos unificados, como aconteceu

em todas as escolas liceais, industriais e comerciais de então, que foram designadas de secundárias. Em 1980,

com a criação do 12.º ano estruturado em duas vias: uma vocacionada para o prosseguimento de estudos e outra

orientada para a vida activa, a Escola Secundária António Arroio voltou a ministrar ensino de carácter artístico que

sempre a distinguiu, através da formação de técnicos de artes gráficas, meios audiovisuais, design cerâmico e

metais, bem como de equipamento e desenho têxtil. Em 1993, passou a designar-se: Escola Secundária Artística

António Arroio, na sequência da Lei de Bases do Sistema Educativo e de legislação complementar de organização

da educação artística.

A freguesia de S. João tem uma população de 17 177 habitantes, segundo os censos de 2001, distribuídos por

uma área de cerca de 1,56 [km2] e apresenta duas realidades bem demarcadas: uma, que representa, de certa

forma, a “Lisboa antiga”, composta por casas, pátios e colectividades, cujas actividades económicas são

fundamentalmente o comércio e a prestação de serviços; outra, com parques habitacionais e comerciais modernos

e áreas de lazer, sendo de destacar os complexos das Olaias. Porém, a António Arroio não é uma escola de bairro,

pois só cerca de 39% do seu corpo discente é da cidade de Lisboa, os restantes são, na sua maioria, dos concelhos

limítrofes, havendo também alunos de várias zonas do país, como por exemplo, das ilhas, de Castelo Branco,

Abrantes, Caldas da Rainha, Setúbal, Évora e Lagos.

A Escola é frequentada por 1103 alunos distribuídos por 48 turmas do Ensino Secundário, em regime diurno, e do

Ensino Recorrente Secundário por Unidades Capitalizáveis e Módulos Capitalizáveis, em regime nocturno. Em

termos percentuais, os alunos que frequentam o Ensino Recorrente são cerca de 11,8% da população estudantil.

No presente ano lectivo, no Ensino Secundário, funcionam 40 turmas (12 de 10.º ano, 14 de 11.º ano e 14 de 12.º

ano) de Cursos Artísticos Especializados. Estes Cursos são: de Produção Artística com especializações em

cerâmica, têxtil, ourivesaria e realização plástica do espectáculo; de Design de Comunicação com especialização

em design gráfico; de Design de Produto com especialização em design de equipamento; e de Comunicação

Audiovisual com especializações em multimédia, fotografia, som, cinema e vídeo. No Ensino Recorrente, existem

15 turmas do Ensino Secundário por Módulos Capitalizáveis e do Ensino Secundário por Unidades Capitalizáveis,

com alunos em regime não presencial. Os Cursos por Unidades Capitalizáveis, ainda em funcionamento, são:

Design de Comunicação com especialização em design gráfico; Comunicação Audiovisual com especializações em

cinema e vídeo; e Design de Produto com especialização em design de equipamento. Os Cursos por Módulos

Capitalizáveis ministrados, para além do Curso Geral de Artes, são: Tecnológico de Design de Equipamento;

Tecnológico de Arte e Design Cerâmico; Arte e Tecnologias de Comunicação Audiovisual; Arte e Tecnologias de

Comunicação Gráfica; e Arte e Tecnologias de Ourivesaria e Metais.

Embora exista heterogeneidade, a maioria dos alunos, em regime diurno, pertence a um nível socioeconómico

médio ou elevado. Por isso, cerca de 70% dos discentes têm computador pessoal, dos quais, 90% têm acesso à

Internet, e o número de alunos que necessita do apoio da Acção Social Escolar é baixo. No presente ano lectivo, no

Escalão A existem 39 alunos e no Escalão B 10 alunos. Do Escalão Especial, recentemente criado, para a aquisição

de computadores, usufruem 6 alunos. As razões dos pedidos, são fundamentalmente o desemprego (por vezes

qualificado) e, no caso de famílias monoparentais, a ausência do subsídio para a educação e sustento dos filhos. O

número de discentes cuja língua materna não é o português é muito reduzido.

A maioria dos pais e encarregados de educação apresenta um nível de escolaridade que se situa entre o Ensino

Secundário e o Superior.

O corpo docente é constituído por 182 professores, 137 são do Quadro da Escola, sendo 59 titulares, 9 pertencem

ao Quadro de Zona Pedagógica e 36 são contratados.

O pessoal não docente é constituído por 49 elementos: 12 assistentes administrativos escolares (4 do Quadro), 29

auxiliares de acção educativa (11 do Quadro), 5 cozinheiras (do Quadro), 2 guardas (1 do Quadro) e 1 psicóloga

educacional (do Quadro).

A Escola tem, designadamente para além das salas de aulas, os espaços destinados às práticas laboratoriais de

Física e Química Aplicadas e as oficinas das áreas tecnológicas ministradas: audiovisuais, artes gráficas, cerâmica,

têxtil, ourivesaria e equipamento; as salas de desenho, de computação gráfica, de desenho assistido por

computador e de tecnologias de informação e comunicação; a galeria de exposições; o ateliê de artes plásticas; a

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Escola Secundária Artística António Arroio - Lisboa 27e 28 de Fevereiro de 2008

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Biblioteca Escolar/Centro de Recursos; os dois espaços cobertos para a prática de Educação Física e balneários;

bem como os gabinetes de trabalho. No regime diurno, a Escola encontra-se lotada, mas no regime nocturno ainda

poderia acolher mais alunos.

III – Conclusões da avaliação por domínio

1. Resultados Bom

No ano lectivo de 2006/2007, nos 10.º e 11.º anos, no regime diurno, o sucesso académico foi elevado. A redução

das taxas de sucesso do 11.º ano para o 12.º ano, tem a ver, essencialmente com a opção que muitos alunos

fazem em realizar o 12.º ano em dois anos, pois, por um lado, muitos já se encontram no mercado de trabalho em

part-time, por outro, para obterem melhores classificações nas diferentes disciplinas com vista ao ingresso no

Ensino Superior, ou ainda por ambas as situações. As disciplinas em que se verificou menor sucesso, na

generalidade dos Cursos, ao longo do ciclo de estudos, foram a Geometria Descritiva e o Inglês.

Os alunos têm uma forte ligação à Escola e, de um modo geral, têm um bom relacionamento com os professores e

com o pessoal não docente. Na entrada principal da Escola, encontra-se a inscrição “AMO-TE” que sintetiza o que

têm sentido pela instituição, ao longo do tempo, as diferentes gerações de alunos, professores e pessoal não

docente. Os alunos têm, de um modo geral, um comportamento disciplinado, conhecendo e cumprindo as regras de

funcionamento da Escola.

A Escola valoriza e estimula, de uma forma notória, as aprendizagens escolares dos alunos, nomeadamente

através do empenhamento dos professores na sua actividade docente e da divulgação dos trabalhos dos alunos

à comunidade educativa.

2. Prestação do serviço educativo Muito Bom

A existência de um 10.º ano de carácter genérico na configuração actual dos Cursos, permite que os alunos

experimentem as várias áreas artísticas e tecnológicas de oferta da Escola e, deste modo, prepara-os para uma

escolha mais informada e ajustada do que pretendem seguir, atenuando o impacto da transição do Ensino Básico

para o Secundário.

A articulação entre Departamentos Curriculares é bastante consistente, relativamente a questões relacionadas com

os conteúdos programáticos e a organização de actividades da Escola, sendo facilitada pela organização curricular

e departamental escolhida, bem como pelo desempenho dos Coordenadores respectivos.

O programa da disciplina de Matemática, de carácter opcional, está organizado de modo a desenvolver actividades

e competências pertinentes nos contextos artísticos, embora se levantem alguns problemas ao nível da sua

equivalência relativamente ao que é requerido para o acesso ao Ensino Superior. No sentido de colmatar ou

minimizar esta situação, a Escola criou o Curso Livre de Matemática.

A Escola é referência, no quadro da Educação Especial, devido, nomeadamente, ao trabalho específico realizado

com alunos surdos e é considerada “bilingue”, tendo em conta a disseminação da língua gestual portuguesa junto

dos vários actores da comunidade escolar.

A oferta educativa, nos dois regimes, é diversificada e responde às necessidades e características da população

escolar.

3. Organização e gestão escolar Muito Bom

A Escola revela uma boa capacidade de concepção, planeamento e execução da sua actividade, assentando numa

longa tradição de trabalho específico, adaptado ao ensino artístico, tendo vindo o Conselho Pedagógico a

desenvolver um papel relevante neste contexto.

Na gestão dos recursos humanos, a direcção da Escola tem em conta as competências pessoais e profissionais do

seu corpo docente. A maioria dos professores pertence ao Quadro, tem experiência profissional e lecciona há

muitos anos na Escola.

O Conselho Executivo (CE) tem demonstrado uma boa gestão dos espaços e equipamentos, tendo em conta a

especificidade e exigência do ensino ministrado, pois tem vindo a proceder, sempre que possível, a obras de

conservação e melhoramento das salas e outros espaços, bem como a zelar pela limpeza e manutenção dos

equipamentos, com uma crescente aposta no alargamento do parque informático.

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Relatório de Avaliação Externa

Escola Secundária Artística António Arroio - Lisboa 27e 28 de Fevereiro de 2008

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Os espaços cobertos para a prática da disciplina de Educação Física, uma parte do pavimento exterior e a rede de esgotos necessitam de obras.

A participação dos encarregados de educação é reduzida porque a grande maioria vive longe da Escola. No 10.º

ano, os pais estão mais presentes, mas à medida que os seus educandos se vão integrando, a sua participação vai

diminuindo. Os responsáveis da Escola e das diferentes estruturas regem-se por princípios de equidade e justiça, sendo de

salientar a criação de um 10.º ano comum, a implementação do Curso Livre de Matemática, para reforçar as

aprendizagens dos alunos nesta disciplina, e o trabalho específico realizado com os alunos surdos.

4. Liderança Muito Bom

O CE, a Assembleia de Escola (AE) e o Conselho Pedagógico têm vindo a estabelecer prioridades e estratégias que

se encontram consignadas nos diferentes documentos orientadores da vida escolar e na adesão a vários

Programas/Projectos, bem como nas medidas implementadas, com a finalidade de criar condições para melhorar o

ensino-aprendizagem.

O órgão de gestão é constituído por professores que exploram as margens de autonomia que detêm, propondo

aos serviços competentes do Ministério da Educação projectos referentes a áreas distintas, nomeadamente de

melhoria dos espaços escolares.

O CE tem criado condições para a consolidação da informatização da Escola, bem como do estabelecimento de

parcerias e protocolos com instituições do Ensino Superior e outras entidades.

A Escola tem vindo a esboçar uma nova estratégia de dignificação e alargamento dos Cursos nocturnos, com a

criação de três Cursos de Educação Tecnológica (CET), pós-secundários.

Os diversos agentes da comunidade escolar revelam-se bastante motivados e empenhados, devido a um clima de

bem-estar e de identificação com a Escola, enraizado na cultura da instituição.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola Suficiente

A candidatura ao Programa de Avaliação Externa das Escolas gerou a necessidade de criar um sistema de

auto-avaliação, tendo sido constituída uma equipa para esse fim. Apesar de haver uma recolha e discussão dos

resultados académicos em vários sectores, não tem havido um trabalho sistemático de articular e analisar a

informação recolhida, com vista a uma avaliação global do desempenho da Escola.

A liderança da Escola, a estabilidade do corpo docente e a motivação da equipa responsável pela auto-avaliação

indicam que existem condições para implementar, a médio prazo, e desenvolver um processo de auto-avaliação

que conduza a um progresso com sustentabilidade.

IV – Avaliação por factor

1. Resultados

1.1 Sucesso académico

Com base nos dados constantes do Perfil de Escola e nos que foram disponibilizados pela direcção da mesma, no

ano lectivo de 2006/2007, as taxas de transição/conclusão, no regime diurno, foram 89,8% no 10.º ano, 81,4% no

11.º ano e 58,9% no 12.º ano. A diferença das taxas de sucesso entre o 11.º ano e o 12.º ano, tem a ver,

principalmente com a opção que muitos alunos fazem em realizar o 12.º ano em dois anos, pois, por um lado,

muitos já se encontram no mercado de trabalho em part-time, por outro, para obterem melhores classificações

nas diferentes disciplinas com vista ao ingresso no Ensino Superior, ou ainda por ambas as situações. As

disciplinas em que se verificou menor sucesso, na generalidade dos Cursos, ao longo do ciclo de estudos, foram a

Geometria Descritiva e o Inglês.

A maioria dos alunos que concluiu o Ensino Secundário apresentou candidatura ao Ensino Superior público, tendo

sido colocados 80% na 1.ª fase, dos quais, 60% ficaram no curso escolhido em 1.ª opção. Os restantes ingressaram

na vida activa ou prosseguiram os estudos em Escolas Artísticas e Profissionais.

No Ensino Recorrente tem-se verificado um elevado nível de absentismo e de desistência, o que está relacionado, nomeadamente, com as dificuldades que os alunos têm tido em conciliar a sua vida pessoal e

profissional com as actividades escolares.

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Analisando os resultados académicos, desde o ano lectivo de 2004/2005, verifica-se que existe uma evolução, o

que poderá ser explicado pelos efeitos resultantes dos ajustamentos introduzidos na organização funcional do

10.º ano como ano comum a todos os Cursos e na consolidação programática do 11.º ano.

Como se trata de uma Escola onde só são ministrados Cursos Artísticos Especializados não é necessária a

realização de exames para se obter a aprovação nas disciplinas que constituem o plano curricular; a aprovação é

obtida com base nas classificações internas, em que é obrigatório ter a aprovação em todas as disciplinas que

constituem o plano, na Prova de Aptidão Artística (PAA) e na Formação em Contexto de Trabalho (FCT). A

realização de exames nacionais verifica-se para a admissão ao Ensino Superior, em que os alunos se apresentam

como externos, às disciplinas que são pedidas como provas de ingresso. Há ainda outras situações em que é

necessário os alunos realizarem exames: melhoria de classificação ou aprovação às disciplinas em que

reprovaram.

As taxas de abandono escolar, no regime diurno, segundo as estatísticas realizadas pela Escola, não são

significativas.

A Escola não tem comparado os resultados académicos obtidos com os da sua congénere, Escola Secundária

Artística Soares dos Reis, no Porto, porque, segundo os responsáveis do estabelecimento, não têm exactamente os

mesmos Cursos e os planos de estudos dos que são comuns apresentam algumas diferenças.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico

Os alunos têm um sentimento de pertença muito forte em relação à Escola e, de um modo geral, têm um bom

relacionamento com os professores e com o pessoal não docente. Na entrada principal da Escola, encontra-se a

inscrição “AMO-TE”, pintada espontaneamente há cerca de trinta anos por um aluno, e que tem vindo a ser

restaurada pelas várias Associações de Estudantes que se constituíram. Esta palavra sintetiza o que têm sentido

por esta instituição, ao longo do tempo, as diferentes gerações de alunos, professores e pessoal não docente. A

explicação desta inscrição foi dada em diferentes entrevistas em painel.

A participação do corpo discente na concepção dos diferentes projectos e na vida da Escola acontece ao nível do

Conselho Pedagógico e da AE, onde se encontram representados, e através da Associação de Estudante, que é

bastante activa em diversas vertentes. Além disso, esta tem procurado reforçar o “espírito da Escola” no corpo

discente, promovendo a solidariedade e a luta pela arte. A relação com o CE é cordial e cooperativa, embora

existam sinais de que já tenha sido mais forte. No presente ano lectivo, a Associação estabeleceu um plano de

actividades que contempla, designadamente feiras de artesanato, concursos de pintura, recuperação de espaços,

concertos e o desfile de Carnaval até ao Terreiro do Paço, passando pelas antigas instalações situadas junto à

Escola Secundária de Camões. Este desfile tem uma grande tradição institucional e constitui um ponto de encontro

de toda a comunidade escolar.

No início do ano lectivo é realizada a recepção aos alunos e respectivos encarregados de educação. O CE, os

Directores de Turma (DT) e o Coordenador de Departamento do 10.º Ano Comum apresentam-lhes a Escola e o

modo de funcionamento do 10.º ano, cuja organização é comum a todos os cursos. No que diz respeito à

recepção do 11.º ano, o CE, os DT e os Directores de Curso explicam-lhes a orgânica funcional dos mesmos e das

respectivas especializações, bem como das disciplinas de opção. Os pais e encarregados de educação ouvidos

referiram que a Escola integra e motiva os alunos, contribuindo para o seu desenvolvimento pessoal, em diversas

vertentes. Notam, aliás, que os seus educandos interiorizaram rapidamente a cultura da Escola, centrada na

partilha e na criatividade, superando as inibições, desmotivações e descriminações que reconheciam nas escolas

que frequentaram anteriormente.

1.3 Comportamento e disciplina

Os alunos têm, de um modo geral, um comportamento disciplinado, conhecendo e cumprindo as regras de

funcionamento da Escola, havendo um clima comunitário e de solidariedade entre todos. Os alunos são integrados

numa diversidade de projectos e actividades, o que promove o seu envolvimento e motivação e atenua as

situações de conflito ou indisciplina. A expulsão de alunos da sala de aula, a necessidade de adverti-los ou

convocar um Conselho de Turma com carácter disciplinar são situações que muito raramente acontecem. Porém,

surgem, por vezes, casos de danos físicos no edifício escolar, como por exemplo, inscrições nas paredes, por

graffiti, sobretudo nas zonas menos vigiadas da Escola, mas que o CE atribui a um comportamento irreverente de

um grupo restrito de alunos, a frequentar há pouco tempo o estabelecimento.

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1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

A Escola valoriza e estimula, de uma forma notória, as aprendizagens escolares dos alunos, nomeadamente

através do empenhamento e envolvimento dos professores na sua actividade docente. É de salientar que os

trabalhos e as aprendizagens realizados nas disciplinas oficinais são bastante valorizados, sendo frequente a sua

inclusão em exposições, quer na Escola quer em espaços exteriores abertos à comunidade, o que tem promovido

consideravelmente a identidade e a motivação dos alunos. O Curso de Comunicação Audiovisual, por exemplo,

está a criar um canal interno de televisão, para permitir a transmissão, em locais estratégicos da Escola, de

informações gerais e de trabalhos desenvolvidos pelos alunos. Por outro lado, têm vindo a aderir a vários

Programas/Projectos e a desenvolver diferentes actividades, como por exemplo: Programa Rede de Bibliotecas

Escolares; Programa “Computadores, Rede e Internet na Escola” (CRIE); Programa Sócrates-Comenius; e Curso Livre

de Matemática.

No entanto, há sinais de que nas disciplinas mais teóricas e gerais, os trabalhos realizados não merecem um

reconhecimento e uma visibilidade similares aos das técnicas. Isto tem contribuído para que os alunos, fortemente

implicados nos trabalhos destas últimas, revelem mais dificuldades de progressão nas disciplinas teóricas,

sobretudo no ano terminal dos Cursos, no qual necessitam de realizar os exames nacionais, no caso de

pretenderem candidatar-se ao Ensino Superior.

As expectativas da maioria dos alunos, do regime diurno, e respectivos encarregados de educação, orientam-se

para o prosseguimento de estudos de nível superior. Os alunos, do regime nocturno, na sua maioria, estão já no

mercado de trabalho ou desempregados.

2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade

A Escola tem nove Departamentos Curriculares e, para além dos Departamentos de Línguas e Literaturas, Ciências

Humanas, de Artes e de Ciências, tem o Departamento do 10.º Ano Comum e um Departamento por Curso que

engloba as disciplinas leccionadas nos 11.º e 12.º anos. O Ensino Secundário Artístico Especializado ministrado na

António Arroio desenvolve-se da forma seguinte: o 10.º ano é um ano comum, em termos curriculares, a todos os

Cursos, assim, os alunos de todas as turmas frequentam ao longo desse ano, faseadamente, todas as disciplinas

específicas dos 4 Cursos, para além das disciplinas de carácter geral e opcional; o 11.º ano é o ano de

consolidação dos conteúdos programáticos, nas disciplinas específicas de cada curso; e o 12.º ano é o ano da

especialização de cada Curso.

A configuração actual dos Cursos, com um 10.º ano de carácter genérico, em que os alunos experimentam as

várias áreas artísticas e tecnológicas de oferta da Escola, permitiu atenuar o impacto da transição do Ensino Básico

para o Secundário, bem como prepará-los para uma escolha mais informada e ajustada ao que pretendem seguir.

A articulação entre Departamentos Curriculares é bastante consistente, relativamente a questões relacionadas com

conteúdos programáticos e organização de actividades da Escola, sendo facilitada pela organização curricular e

departamental escolhida, bem como pelo desempenho dos Coordenadores respectivos. Esta realidade proporciona

a existência de docentes integrados em mais do que um Departamento, consoante as disciplinas que leccionam o

que é facilitadora também dessa articulação. Todavia, há sinais da existência de uma certa distância entre

Departamentos que envolvem o trabalho artístico e os de carácter geral.

O programa da disciplina de Matemática, de carácter opcional, está organizado de modo a desenvolver actividades

e competências pertinentes nos contextos artísticos, embora se levantem alguns problemas ao nível da sua

equivalência relativamente ao que é requerido para o acesso ao Ensino Superior, como por exemplo, ao Curso de

Arquitectura. No sentido de colmatar ou minimizar esta situação, a Escola criou o Curso Livre de Matemática.

A definição e a aferição de critérios de avaliação são efectuadas nas diferentes disciplinas, sob a orientação dos

respectivos Coordenadores de Departamento.

A articulação interciclos não acontece com nenhum dos estabelecimentos de ensino de onde provêm os alunos do

9.º ano, uma vez que estes são oriundos de várias escolas do País.

A monitorização, quer do prosseguimento de estudos para as Escolas Artísticas e Profissionais, quer no ingresso

no mundo do trabalho, dos alunos que completam o Ensino Secundário não é formalmente realizada, apesar de

muitos antigos alunos voltarem à Escola com regularidade e os professores acompanharem o percurso daqueles

que têm êxito no mundo artístico.

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Relatório de Avaliação Externa

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2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

Os Coordenadores de Departamento têm um papel relevante no acompanhamento da planificação dos programas

e das actividades de avaliação, bem como nas questões de natureza didáctica e pedagógica e na integração de

novos docentes. No entanto, as situações de observação da prática lectiva em sala de aula são raras, mas é

frequente os Coordenadores de Departamento dos Cursos, vulgo Directores de Curso, e outros professores,

informalmente, assistirem e participarem nas aulas dos colegas, como forma de contribuírem para a melhoria da

prática pedagógica.

A Escola elaborou um plano de formação claramente estruturado para o pessoal docente, sobre diferentes áreas e

apresentou-o ao Centro de Associação de Escolas António Sérgio, cujas acções incidem, essencialmente, sobre

Informática, didáctica e actualização científica.

2.3 Diferenciação e apoios

A Escola identificou 59 alunos com necessidades educativas especiais, sendo a situação mais frequente resultante

de problemas de dislexia (23). A despistagem estende-se a todos os alunos do 10.º ano, através da aplicação de

testes próprios (screaning) pela psicóloga do SPO, em colaboração com a Faculdade de Psicologia e Ciências da

Educação da Universidade de Lisboa. Os alunos identificados com necessidades educativas especiais têm apoio

acrescido a algumas disciplinas, critérios de avaliação adaptados e os seus professores são devidamente

sensibilizados para as problemáticas em causa. Apesar de haver alguns indicadores de que estas medidas têm

ajudado a promover o sucesso escolar, ainda não há dados sistematizados.

A Escola é referência, no quadro da Educação Especial, devido, nomeadamente, ao trabalho específico realizado

com alunos surdos (17 no total, dos quais 14 são surdos profundos, estando 11 a frequentar a Escola, em regime

nocturno). Há dois intérpretes especializados que desenvolvem este trabalho, a tempo inteiro (tradução das aulas),

acompanhados por uma professora da Educação Especial e uma formadora, a meio tempo. Esta equipa oferece aos

docentes formação básica em língua gestual portuguesa. Estes alunos estão inseridos nas turmas a que

pertencem, nas disciplinas de Desenho, Projecto e Educação Física, mas nas disciplinas mais teóricas são

constituídos grupos próprios por ano de escolaridade. No que diz respeito ao prosseguimento de estudos, estes

alunos têm conseguido alcançar sucesso, tanto no ingresso no Ensino Superior como nos Cursos Artísticos e

Profissionais.

A Escola é considerada “bilingue”, tendo em conta a disseminação da língua gestual portuguesa junto dos vários

actores da comunidade escolar.

Há uns anos atrás, a Escola criou salas de estudo, abertas aos alunos que sentissem necessidade de apoio. O

objectivo era acompanhar estes alunos, fomentando o desenvolvimento de métodos de estudo. Nos últimos anos,

este sistema tem sido, essencialmente orientado para a aquisição de conteúdos específicos relativos a Geometria

Descritiva, visto ser uma das disciplinas em que os alunos têm revelado maiores dificuldades de aprendizagem e

obtido resultados mais fracos. Para além disso, a diferenciação pedagógica é um princípio de actuação da Escola,

sobretudo nas áreas de projecto e tecnologias, podendo os alunos desenvolver o seu trabalho a ritmos e em

sentidos consonantes com os seus gostos e capacidades.

Além disso, o SPO desenvolve um trabalho com as turmas do 10.º e 12.º ano, baseado na transmissão de

informação e em pequenas actividades de experimentação, de modo a orientar, respectivamente, a escolha do

Curso/especialização e a opção da via a prosseguir, após finalizar os estudos secundários. Há um processo de

acompanhamento, aos alunos que se dirigem ao SPO, tanto em entrevistas presenciais como através de uma

página electrónica, onde é possível trocar informações e esclarecer dúvidas.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

A oferta educativa, nos dois regimes, é diversificada e responde às necessidades e características da população

escolar.

A Escola valoriza e estimula, de uma forma muito evidente, os saberes e as aprendizagens dos alunos e tem vindo

a aderir a algumas iniciativas e a implementar várias medidas, designadamente: Programa Rede de Bibliotecas

Escolares; Programa CRIE; Programa Sócrates-Comenius; Curso Livre de Matemática; Projecto Arte Urbana; Projecto

“Opera per tutti”, em parceria com o Teatro Nacional de S. Carlos no âmbito do Programa de Promoção de

Projectos Educativos na área da Cultura Ministério da Educação/Ministério da Cultura; workshop anual no domínio

da serigrafia e estamparia, em parceria com a Faculdade de Belas Artes de Lisboa; e filmes, a produzir, alusivos à

temática da segurança, no âmbito do Projecto “Escola Segura”.

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Relatório de Avaliação Externa

Escola Secundária Artística António Arroio - Lisboa 27e 28 de Fevereiro de 2008

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É de salientar a existência do Curso Livre de Matemática, que pretende reforçar as aprendizagens dos alunos nesta

disciplina, devido ao facto da Matemática leccionada na Escola, específica para as artes, não corresponder àquela

que é aferida no exame nacional, o que tem vindo a limitar as possibilidades dos alunos para concorrer a alguns,

Cursos cuja classificação desse exame é fundamental para a seriação dos candidatos. No entanto, esta medida não

se tem revelado suficiente para ultrapassar esta situação, o que tem preocupado alguns pais e alunos, bem como

a AE.

O laboratório de Física e Química Aplicadas encontra-se bem equipado e os alunos realizam experiências que

fomentam uma atitude positiva face ao método científico.

3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

A Escola revela uma boa capacidade de concepção, planeamento e execução da sua actividade, assentando numa

longa tradição de trabalho específico, adaptado ao ensino artístico, tendo vindo o Conselho Pedagógico a

desenvolver um papel relevante neste contexto. As decisões nele tomadas são sintetizadas e imediatamente

colocadas a circular por correio electrónico, sendo aguardadas pela comunidade escolar.

As Coordenações dos Departamentos de Cursos centram-se no trabalho desenvolvido nas áreas de projecto e

tecnologias, estando os professores da formação geral afectos aos respectivos Departamentos. Por seu lado, o

Departamento das Artes tem um número muito elevado de professores (104), o que leva a que o planeamento das

actividades ocorra sobretudo nos grupos disciplinares.

O PE foi elaborado para o triénio 2007/2008 – 2009/2010, assenta em objectivos e princípios pedagógicos claros

e hierarquizados e traça como objectivos específicos os seguintes: Redefinir e consertar objectivos específicos de

formação e perfis de saída dos diferentes cursos e suas estratégias de formação; Renovar e multiplicar modos de

cooperação com o meio cultural, artístico, técnico e empresarial; Promover e potenciar a articulação das

polivalentes componentes de formação técnica e estética, numa acção construtiva e integradora da escola, para

que a sua própria vivência e imagem naturalmente se alterem; Desenvolver e dinamizar canais de comunicação

estética, pedagógica, administrativa e institucional, dentro e fora da escola; Implementar mecanismos de

avaliação do projecto educativo, definindo recursos, modalidades procedimentos, com vista a perseguir-se um

duplo desiderato; A avaliação dos modos e graus de implementação do projecto educativo, e decorrente

apuramento dos níveis da sua consecução; A auto-avaliação da escola. Com vista a concretizar esses objectivos,

encontram-se identificadas as estratégias e os planos de acção a estabelecer com a comunidade educativa.

O Regulamento Interno, cuja actualização foi aprovada em Junho de 2005, resulta de um trabalho partilhado entre

todos os membros da comunidade escolar. Trata-se de um documento jurídico-administrativo que define as

normas referentes à estrutura orgânica, pedagógica e administrativa que regulam a vida interna da Escola.

O Plano Anual de Actividades, elaborado a partir do PE, está organizado por eixos de intervenção: Currículos,

Apoios Educativos, Recursos e Comunicação, de forma flexível e articulada.

A Ocupação Plena dos Tempos Escolares dos alunos, vulgo aulas de substituição, foi organizada conforme o

legalmente estabelecido.

3.2 Gestão dos recursos humanos

Na gestão dos recursos humanos, a direcção da Escola tem em conta as competências pessoais e profissionais do

seu corpo docente. A maioria dos professores pertence ao Quadro, tem experiência profissional e lecciona há

muitos anos na Escola. A integração dos docentes colocados pela primeira vez é efectuada pelos Coordenadores

de Departamento e também pelo CE.

A constituição de turmas e a distribuição de serviço docente são feitas de acordo com critérios de natureza

pedagógica. Todavia, dada a complexidade curricular da Escola (particularmente na área técnico-artística), como

por exemplo, o critério da continuidade do grupo/turma e da mesma constituição dos Conselhos de Turma, não é

possível, visto que as turmas do 10.º ano não prosseguem, na sua composição, para o 11.º ano, em virtude do

ingresso opcional dos alunos em Cursos diferentes. Na atribuição das direcções de turma é tido em conta o perfil

do docente que mais se adequa às especificidades da turma.

O pessoal não docente sente-se ouvido nas diversas esferas formais (CE, AE e Conselho Pedagógico), bem como

nos encontros informais com os docentes.

Os Serviços de Administração Escolar estão informatizados e organizados pelas áreas funcionais previstas e têm

um número equilibrado de pessoal para desempenhar as diferentes tarefas que lhes são exigidas. Está em curso

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Relatório de Avaliação Externa

Escola Secundária Artística António Arroio - Lisboa 27e 28 de Fevereiro de 2008

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um plano de formação para o pessoal administrativo que contempla todas as áreas de actividades dos serviços, de

forma a envolvê-los, gradualmente, numa prática de gestão de processos.

O número dos auxiliares de acção educativa é insuficiente, tendo em conta a tipologia da Escola (constituída por

vários corpos), o horário alargado de funcionamento desta (das 8 às 24 horas) e o elevado número de alunos. No

que diz respeito à formação, o pessoal auxiliar também frequentou várias acções, designadamente de primeiros

socorros.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

O CE tem demonstrado fazer uma boa gestão dos espaços e equipamentos, tendo em conta a especificidade e

exigência do ensino ministrado. O CE tem vindo a proceder, sempre que possível, a obras de conservação e melhoria das salas e outros espaços,

bem como a zelar pela limpeza e manutenção dos equipamentos. As instalações e os recursos materiais

correspondem às exigências requeridas pela introdução de novas especializações e de novos conteúdos de

leccionação, designadamente os destinados às práticas laboratoriais, às oficinas das áreas tecnológicas, bem

como às salas de desenho, de computação gráfica, de desenho assistido por computador e de tecnologias de

informação e comunicação.

Tem havido uma aposta crescente no alargamento do parque informático, na consolidação de uma rede interna e

de uma plataforma, permitindo que estes equipamentos entrem no quotidiano das práticas pedagógicas. Ainda

assim, a morosidade destes processos está desfasado do desenvolvimento tecnológico permanente, o que implica

que uma parte dos equipamentos que estão em uso está claramente obsoleta, por exemplo, no Curso de

Audiovisual.

Apesar das diligências que o CE tem feito junto da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo, encontram-se a necessitar de obras, nomeadamente os dois espaços cobertos para a prática da Educação Física, o revestimento da cobertura (fibrocimento que poderá conter fibras de amianto) e parte do pavimento exterior, bem como a substituição da rede de esgotos.

Em termos financeiros, a Escola também consegue captar receitas com o aluguer de instalações para a realização

de cursos artísticos, mormente de joalharia, de artes plásticas e de escultura cerâmica, bem como com a venda de

produtos de cerâmica e de ourivesaria, realizados pelos alunos, em feiras temáticas.

As opções orçamentais, segundo o CE, são definidas pelo Conselho Administrativo ouvidos os Departamentos

Curriculares, de acordo com as linhas orientadoras estabelecidas pela AE.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

A Escola tem Associação de Pais e Encarregados de Educação. No entanto, no presente ano lectivo tem havido

dificuldade em mobilizar os seus membros. Os pais estão representados na AE e no Conselho Pedagógico e cada

turma tem o seu Representante. Estes participam sobretudo na sessão de início do ano lectivo e nas reuniões

periódicas marcadas pelos DT, bem como em alguns eventos abertos à comunidade (exposições e feiras). A Associação de Pais reconhece que a participação dos encarregados de educação é reduzida porque, na grande

maioria, vivem longe da Escola. No 10.º ano, os pais estão mais presentes, mas à medida que os seus educandos

se vão integrando, a sua participação vai diminuindo.

Os DT revelam disponibilidade para a comunicação com os encarregados de educação, tanto através de contactos

pessoais como por via telefónica e mesmo por correio electrónico.

3.5 Equidade e justiça

Os responsáveis da Escola regem-se por princípios de equidade e justiça. É de salientar: a criação de um 10.º ano

comum, em que os alunos têm a oportunidade de experimentar todas as áreas de oferta da Escola,

permitindo-lhes assim uma escolha mais ajustada do Curso e da especialização que pretendem seguir; a

implementação do Curso Livre de Matemática; o trabalho específico realizado com os alunos surdos e a

disseminação da língua gestual portuguesa junto dos vários actores da comunidade escolar.

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Relatório de Avaliação Externa

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4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

O CE, a AE e o Conselho Pedagógico têm vindo a estabelecer prioridades e estratégias que se encontram

consignadas nos diferentes documentos orientadores da vida escolar e na adesão a vários Programas/Projectos,

bem como nas medidas implementadas, com a finalidade de criar condições para melhorar o

ensino-aprendizagem.

A Escola tem vindo a esboçar uma nova estratégia de dignificação e alargamento dos Cursos nocturnos, com a

criação de três CET, pós-secundários, não apenas porque as instalações estão sobrelotadas no turno diurno, mas

também porque se acredita que esta aposta vai ao encontro das expectativas dos alunos, sobretudo daqueles que

pretendem permanecer mais tempo na Escola para aprofundar conhecimentos, enquanto iniciam uma actividade

laboral. Além disso, com o fim do Ensino Secundário Recorrente por Unidades Capitalizáveis, alguns professores

estão também a analisar a possibilidade de criação de um Centro Novas Oportunidades (CNO), de modo a iniciar

processos de reconhecimento, validação e certificação de competências de nível Secundário.

O CE tem criado condições para a consolidação da informatização da Escola, bem como do estabelecimento de

parcerias e protocolos com instituições do Ensino Superior.

4.2 Motivação e empenho

Os diversos agentes da comunidade escolar revelam-se bastante motivados e empenhados, devido a um clima de

bem-estar e identificação com a Escola, enraizado na cultura da instituição. Também o órgão de gestão é

constituído por professores que exploram as margens de autonomia que detêm, propondo aos serviços

competentes do Ministério da Educação projectos referentes a distintas áreas, nomeadamente de melhoria dos

espaços escolares. Ainda assim, em alguns casos, esta motivação é afectada pelas incertezas relativas ao futuro da

Escola, considerando o seu estatuto específico.

4.3 Abertura à inovação

A Escola tem apostado fortemente na aquisição de equipamento informático, na criação de uma rede interna e da

plataforma Moodle, bem como na manutenção e aquisição de recursos tecnológicos especializados, mas que os

professores ainda consideram estar muito aquém das necessidades.

A maioria dos professores utiliza já os diferentes recursos informáticos que a Escola dispõe no seu trabalho

quotidiano, tanto na organização interna e troca de informações entre si como nas diferentes actividades de

ensino-aprendizagem, sobretudo na área de Projecto e nas Tecnologias. Existem blogs, para apresentar e discutir

diversas matérias, produzidos pelos professores ou pelos alunos. Por outro lado, as potencialidades da exploração

integral da plataforma Moodle, alargam as expectativas de uma maior evolução tecnológica.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

A Escola tem estabelecido parcerias de cooperação, de uma forma sólida e consistente, para estágios profissionais

e desenvolvimento de projectos, designadamente com o Instituto de Cinema, Audiovisual e Multimédia, o Teatro

Nacional de São Carlos, o Teatro de Carnide, o Teatroesfera e a N. Theias, Lda (produção de figurinos, adereços e

cenografia), a CTLX (criação de troféus), o Centro Português do Audiovisual, o INETE (Instituto de Educação

Técnica) e a Polícia de Segurança Pública, no âmbito do projecto “Escola Segura”. Recentemente, assinou

protocolos com a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e com a Escola Superior de Comunicação

Social de Lisboa, no sentido de partilhar recursos e implementar os CET previstos.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola

5.1 Auto-avaliação

Tem havido uma recolha e discussão sobre os resultados académicos em vários sectores (CE, Conselho

Pedagógico, Departamentos e Conselhos de Turma), mas não tem havido um trabalho sistemático de articular e

analisar a informação recolhida, com vista a uma avaliação global do desempenho da Escola.

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Relatório de Avaliação Externa

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A candidatura ao Programa de Avaliação Externa das Escolas gerou, em Conselho Pedagógico, a necessidade de

criar um sistema de auto-avaliação. Foi nomeado um professor para liderar este processo, visto que tem uma

formação avançada na área da investigação educacional, desenvolvendo um modelo de análise, de acordo com o

sistema de Avaliação Externa em curso. Formou um “núcleo duro”, do qual fazem parte o Coordenador TIC, de

modo a implementar a recolha e sistematização da informação através da plataforma Moodle, e uma professora

que se encontra a realizar o doutoramento e está familiarizada com métodos quantitativos, estabelecendo ligações

com outros agentes com posições estratégicas na Escola. Esta equipa já estabeleceu uma calendarização com as

etapas a desenvolver até Julho de 2008 e começou a elaborar questionários para aplicar aos diferentes elementos

da comunidade escolar.

5.2 Sustentabilidade do progresso

A liderança da Escola, a estabilidade do corpo docente e a motivação da equipa responsável pela auto-avaliação

indicam que existem condições para implementar, a médio prazo, e desenvolver um processo de auto-avaliação

que conduza a um progresso com sustentabilidade.

V – Considerações finais

Apresenta-se agora uma síntese dos atributos da Escola (pontos fortes e pontos fracos) e das condições de

desenvolvimento da sua actividade (constrangimentos) que poderá orientar a sua estratégia de melhoria.

Neste âmbito, entende-se por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; ponto

fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; constrangimento: condição

externa à organização que poderá prejudicar o cumprimento dos seus objectivos.

Todos os tópicos seguidamente identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste

relatório.

Pontos fortes

Os resultados académicos;

O sentimento de pertença muito forte que os alunos têm em relação à Escola tem contribuído para a existência

de um clima comunitário e de solidariedade na comunidade escolar;

O funcionamento da Associação de Estudantes tem permitido o seu envolvimento no quotidiano da Escola,

promovendo a concepção e a realização de várias actividades;

O envolvimento e a experiência do corpo docente no apoio aos alunos têm tido um papel muito positivo no

sucesso escolar;

O papel relevante dos Coordenadores de Departamento no acompanhamento da planificação de programas e

das actividades de avaliação bem como nas questões de natureza didáctica e pedagógica e na integração de novos

docentes;

O trabalho realizado pela Equipa da Educação Especial, com alunos surdos tem tornado a Escola como uma

referência no quadro da Educação Especial;

A disseminação da língua gestual portuguesa junto dos vários actores da comunidade escolar fez com que a

Escola seja considerada “bilingue”;

A influência positiva do Conselho Executivo, da Assembleia de Escola e do Conselho Pedagógico na

consolidação da política educativa adoptada pela Escola.

Pontos fracos

As disciplinas mais teóricas e gerais tendem a ser algo secundarizadas e, por isso, os alunos apresentam mais

dificuldades de progressão nas mesmas, sobretudo no ano terminal dos Cursos.

A reduzida participação dos pais e encarregados de educação na vida da Escola;

Constrangimentos

O programa da disciplina de Matemática, de carácter opcional, está organizado de modo a desenvolver

actividades e competências pertinentes nos contextos artísticos, embora se levantem alguns problemas ao nível da

sua equivalência relativamente ao que é requerido para o acesso ao Ensino Superior;

O número dos auxiliares de acção educativa é insuficiente, tendo em conta a tipologia da Escola, o horário

alargado de funcionamento desta e o elevado número de alunos;

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A necessidade de obras, nomeadamente nos dois espaços cobertos para a prática da Educação Física, no

revestimento da cobertura do edifício e numa parte do pavimento exterior, bem como a substituição da rede de

esgotos.