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CEFORTE ESCRITOS: INTRODUÇÃO E EXEGESE PROF: PR. DANIEL LOUREIRO MURIAÉ 2017

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CEFORTE

ESCRITOS: INTRODUÇÃO E EXEGESE

PROF: PR. DANIEL LOUREIRO

MURIAÉ 2017

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INTRODUÇÃO E O LIVRO DE JÓ

OS LIVROS POÉTICOS

David Alfred Zuhars, Jr.

Introdução dos Livros Poéticos

O Velho Testamento está dividido entre os Livros Históricos, os Livros Poéticos e os Livros Proféticos.

1. Livros Históricos. – 17. Pentateuco - 5: Gênesis a Deuteronômio. Livros da História de Israel - 12: Josué a Ester. Pentateuco dá a história bíblica da criação do universo até o fim da vida de Moisés. Os doze Livros Históricos dão a história de Israel desde a conquista da terra prometida até os cativeiros de Israel e de Judá.

2. Livros Proféticos - 17. Profetas Maiores - 5: Isaías a Daniel. Profetas Menores - 12: Oséias a Malaquias. Estes livros todos dão a história e a condição espiritual de Israel nas suas várias épocas históricas. Inclusive; antes, durante e depois dos cativeiros das nações de Israel e de Judá.

3. Livros Poéticos – 5. Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão. Estes cinco livros que ficam no meio dos livros históricos e proféticos são muitos diferentes do que aqueles que vem antes ou depois deles. Os livros poéticos não são históricos. Os outros livros são históricos: contam a história do povo de Israel. Estes livros são experimentais. Os livros históricos falam de uma nação como tal, da nação hebraica. Os livors poéticos não tratam da nação de Israel, mas tratam de assuntos individuais do coração. Os livros poéticos falam de indivíduos como tais, do coração humano. Os livros poéticos não são a única poesia encontrada no Velho Testamento. Estes livros são o grupo poético de livros. Os livros poéticos falam das experiências da vida, da relação do coração com Deus e da intimidade que o salvo tem com Deus.

4. Observe os livros poéticos individuais. Jó nos ensina como vencer no sofrimento e morrer a nós mesmos. Salmos nos ensinam como é a vida nova em Cristo que se manifesta em várias virtudes divinas. Provérbios nos ensinam a sabedoria divina aplicada para nossa vida aqui na terra. Eclesiastes nos ensina que nada aqui em baixo do sol dá a satisfação e felicidade verdadeira. Mas que o sentimento certo da vida é temer a Deus e guardar os seus mandamentos. Este é o dever de todo o homem. Cantares de Salomão nos ensina de maneira simbólica como é o amor e a intimidade da comunhão com Cristo aqui no mundo. Nenhum crente (salvo) chega para esta comunhão com Cristo sem passar pelas outras coisas primeiro. Revise tudo para ver. É um progresso espiritual que devemos observar.

5. Veja a quantia da poesia hebraica. É óbvio que o povo hebraico escreveu muita poesia sobre muitos assuntos variados. Nem toda a poesia que eles escreveram chegou para fazer parte da Bíblia. Exemplos: I Reis 4:29-33, Números 21:14, Josué 10:13. poesia era a maneira popular para escrever em Israel e chegou uma grande quantia.

Poesia Hebraica

Devemos dizer algumas palavras sobre a natureza da poesia hebraica. Porque ela difere muito da poesia encontrada no mundo em vários dos seus aspectos.

Uma grande parte da poesia do mundo apóia-se na rima (no paralelismo sonoro) e no ritmo de tempo. Na rima atingimos o prazer da concordância fonética. No ritmo atingimos o prazer da concordância métrica. Mas na poesia hebraica não é a rima nem o ritmo de sons, mas é o

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paralelismo de idéias ou verdades. Isso pode ser de três maneiras: completivo, contrastante e construtivo.

1. Exemplos do completivo (progressivo): Salmo 92:12, Salmo 46:1, Salmo 19:7 e Salmo 30:11. O segundo pensamento coincide com o primeiro, mas não é igual, porque desenvolve, enriquece, completa e colore o primeiro pensamento. Observe Salmo 1:1 que faz isso três vezes, isso é chamado ternário. O Salmo 1 é um bom exemplo do completivo ternário (triplo).

2. Exemplos do contrastante (antitético ou contrário). O livro de Provérbios contém muitos deles. Provérbios 3:5, Provérbios 27:6, Salmo 30:5, Provérbios 14:11, Salmo 32:10. Pode ver que o segundo pensamento contrasta com o primeiro pensamento. Algumas vezes também há dois pensamentos (versículos) que contrastam entre si. Salmo 37:10-11. Veja o exemplo de uma sucessão de paralelos contrastantes. Isaías 65:13.

3. Exemplos do sinônimo: Salmo 2:4, Provérbios 1:8. Nestes versículos a segunda linha repete o mesmo pensamento da primeira linha em outras palavras. Este exemplo é quase igual ao exemplo 1, o completivo,

4. Exemplos do construtivo: Provérbios 30:17, Salmo 21:1-2, Salmo20:7-8. O belo desenvolvimento dos versículos é facilmente perceptível. Naturalmente, ainda tratando dos paralelos construtivos, devemos observar que existem variedades deles. Por exemplo, há o paralelismo introvertido. Salmo 135:15-18. Veja em baixo. Vemos aqui que o primeiro versículo corresponde ao último, pois no primeiro lemos os ídolos dos gentios e no último aparece simplesmente um outro nome para os gentios, a saber, todos os que confiam neles (nos ídolos). A seguir, observamos que o segundo versículo corresponde ao penúltimo, pois ambos falam da feitura de ídolos (num caso, a obra; no outro, os feitores).

Os ídolos dos gentios são prata o ouro,

Obra das mãos dos homens.

Têm boca, mas não falam;

Têm olhos, mas não vêem,

Têm ouvidos, mas não ouvem,

Nem há respiro algum nas suas bocas.

Semelhantes a eles se tornem os que os fazem,

E todos os que confiam neles.

5. A compreensão desse paralelismo hebraico não é somente poeticamente interessante, mas muito importante para a interpretação da Bíblia. Os elementos correspondentes em cada paralelo esclarecem uns aos outros. Com freqüência as palavras obscuras são explicadas desse modo, pois a mesma idéia geralmente é encontrado na base de ambos os termos do paralelo. Algumas vezes, um elemento expressa a idéia figuradamente, enquanto o outro a expressa literalmente. Outras vezes, um elemento a expressa positivamente e o outro, negativamente. É possível também que um membro exprima o pensamento de um modo que a nós soa como fraseologia obscura, enquanto o outro o faz em palavras bastante claras, não deixando nenhuma dúvida. Por exemplo, quando lemos “O Senhor está no seu santo templo”. Salmo 135:4. Talvez nos perguntemos: “Que templo é este, o terreno ou o celestial?” Mas quando interpretamos essa declaração em seu paralelo poético vemos que está indicando o templo celestial. “O trono do Senhor está nos céus”.

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6. Queremos comentar somente mais uma coisa sobre esta poesia hebraica de idéias paralelas. O caráter peculiar torna-se incrivelmente adequada à tradução para qualquer língua. É importante entender isso porque temos uma tradução da Bíblia de hebraico para português. Nada é mais difícil do que traduzir certos tipos de poesia de uma língua para outra. Quando tentamos transpor rima e ritmo de uma língua para outra, enfrentamos obstáculos quase intransponíveis e impossíveis. Mas a poesia hebraica pode ser traduzida para qualquer língua sem diminuir sua beleza ou força. E Deus soube disso, porque a Bíblia ia ser traduzida para centenas de línguas diferentes. O Deus soberano e onisciente está atrás desta maravilhosa poesia.

LIVRO DE JÓ

Introdução do livro.

Data do livro

O livro de Gênesis é o primeiro livro da nossa Bíblia, mas isso não quer dizer ele seja o primeiro para ser escrito. Há várias razões para crer que o livro de Jó seja de uma data anterior. Talvez o livro de Jó seja o livro mais antigo do mundo. Vamos observar algumas dessas razões.

1. A cabeça da família na época de Jó serviu também como o sacerdote da família. 1:5. Foi assim também na época de Abraão, Isaque e Jacó. Isso indica que Jó viveu na época deles.

2. Parece que não foi um livro divino escrito para o povo de Deus ainda, porque Jó pediu um livro assim em oração. 31:35. Não é uma menção nesse livro dos dez mandamentos nem da lei de Moisés. Também não é uma menção de Moisés, Abraão, dos juízes, dos reis de Israel nem dos profetas de Israel. Essa é outra indicação que o livro de Jó foi escrito antes que Moisés escreveu o Pentateuco.

3. No livro de Jó não vemos uma certa nação que é foi separada por Deus para ser a sua nação particular, como Israel. Então é uma razão para crer que Jó viveu antes da época da nação de Israel.

4. O tempo total que Jó viveu foi 200 anos ou mais. 1:2, 32:6, 42:16. Se fosse, isso indicaria que Jó viveu perto da época do dilúvio e Noé e Sem. Noé viveu 350 anos depois do dilúvio e Sem 502 anos depois do dilúvio. Então é possível que uma parte da sua vida de Jó sobrepôs a vida de Noé e Sem.

5. Também no livro de Jó achamos muitas coisas sobre a criação do universo. Até Jó falou sobre Beemote e Leviatã. Mostra que a ele teve contato com as pessoas que conheceram esta história pessoalmente. Estes animais gigantes (dinossauros) ainda estavam na terra na época de Jó? Tudo indica que seja. Então isso mostra que estes animais não estavam extintos ainda totalmente. Porque a extinção destes animais levou um bom tempo depois do dilúvio.

Terra de Uz

Onde ficou a terra de Uz não é sabido com certeza absoluta. Lamentações 4:21 diz: “Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz”. Este versículo indica que a terra de Uz ficou em Edom (a terra de Esaú). Edom, que foi depois chamado Iduméia, ficou para o sudoeste e sudeste do Mar Morto. Então parece que a terra de Uz ficou nesta região.

Quem foi Jó?

Provavelmente viveu no tempo de Abraão ou um pouco mais cedo. A septuaginta diz que Jó é igual ao rei Joabe em Gênesis 36:33. É a verdade? Veja os quatro amigos de Jó. Elifaz: Gênesis 36:11, parente de Esaú? Bildade: Gênesis 25:2, descendente de Abraão? Zofar: o naamatita, habitante

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de Naama? Eliú: o buzita, Gênesis 22:20-21. Parente de Abraão? Observa também o nome Uz. Qual tipo de homem foi Jó? Veja Jó 1:1-5.

Autor do livro

Do jeito que o autor escreve sobre as conversas entre Jó e seus amigos indica que o autor foi uma testemunha ocular. Muitos acham que o autor foi Moisés. Mas isso é improvável por causa da razão falada acima. Faz mais sentido que Jó mesmo é o autor do livro. Jó mesmo falou seu desejo que passou na vida dele fosse escrito. Jó 19:23-24.

Propósito do livro

Há várias opiniões sobre este assunto, o propósito do livro. O propósito que faz mais sentido é: o mistério do sofrimento. Jó sofreu, isso é óbvio. Mas, para Jó, o seu sofrimento era um mistério. Ele não soube a conversa entre Deus e Jó que provocou seu sofrimento. Deus não revelou a ele o propósito do seu sofrimento nem quando estava no meio dele. Se Jó é o autor do livro, ele não soube nada disso até o fim da vida dele. Muita coisa passa na vida do crente sem saber o que Deus faz. Temos que seguir e agüentar pela fé. Se soubesse, não seria fé. Também nós os crentes temos que entender que Deus é soberano e não a nós explicações. Deus tem direito soberano para fazer conforme a Sua vontade!

Também neste livro vemos outros propósitos secundários. Por exemplo: a necessidade de uma revelação, 31:35. Sem uma revelação inspirada por Deus não há como conhecer o mistério da vida. Outro exemplo: mostrar a necessidade de árbitro, mediador, redentor, que nos leva a Deus e nos dá o entendimento e a revelação que é a verdade. 9:33, 19:25-27, 23:3-9. A revelação divina nos dá a verdade e certeza sobre estas coisas. Outro exemplo é a criação. Observe algumas coisas faladas no livro de Jó. A queda e a maldição do homem. Jó 5:7, 10:9, 14:1-4, 25:4, 31:33, 34:14-15. Estes versículos combinam com Gênesis 3:16-19. O Dilúvio. Jó 9:5-8, 12:14-15, 14:11-12, 22:15-17, 26:11-14, 38:8-11. A criação das estrelas as hostes do céu. Jó 9:8-9, 26:13, 38:4, 12-14. A criação de animais, aves e peixes. Jó 12:7-10, 38:39-41, 39: 1-30, 40:124, 41:1-34. Observe as criaturas de Deus mencionadas neste livro. Alimárias, aves, peixes, leão, corvo, cabra montesa, cerva, jumento montês, boi selvagem (unicórnio), avestruz, cavalo, gavião, águia, coelho, beemote e leviatã. Beemote e Leviatã são dinossauros.

O livro de Jó é uma drama

É a maior drama do Velho Testamento. Não é simplesmente um relatório dos eventos da vida de Jó. Ninguém que está no estado mental e emocional de que Jó estava neste livro, esperaria paciente e cortesmente para cada homem falar e depois responder cada um deles de sua vez em forma poética, fazendo isso três vezes. Então pela inspiração de Deus o livro de Jó foi escrito desta forma poética para que possamos entender melhor o que o livro ensina.

O esboço do livro de Jó.

Prólogo – Capítulos 1-2.

1. Jó – sua piedade na prosperidade. 1:1-5.

2. Satanás – sua mentira e maldade. 1:6-19.

3. Jó – sua piedade na adversidade. 1:20-22.

4. Satanás – sua maldade posterior. 2:1-8.

5. Jó – sua piedade ma miséria. 2:9-13.

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Diálogo – Capítulos 3:1-42:6.

1. Primeiro Grupo de Discursos.

Elifaz versus Jó. 4-7.

Bildade versus Jó. 8-10.

Zofar versus Jó. 11-14.

2. Segundo Grupo de Discursos.

Elifaz versus Jó. 15-17.

Bildade versus Jó. 18-19.

Zofar versus Jó. 20-21.

3. Terceiro Grupo de Discursos.

Elifaz versus Jó. 22-24.

Bildade versus Jó. 25-31.

Eliú fala. 32-37.

4. Deus fala: Intervenção Final. 38-41.

Epílogo – Capítulo 42.

1. Jó – se julga. 42:1-6.

2. Jó – sua integridade provada. 42:7

3. Amigos de Jó – sua perversidade censurada. 42:8.

4. Jó – fim de seu cativeiro. 42:10.

5. Jó e sua família – sua reintegração na sociedade. 42:11.

6. Jó – sua prosperidade final. 42:12-17.

O livro explicado abreviadamente.

Prólogo – Capítulos 1-2.

1. Capítulo 1:1-5. Jó e sua família.

Diz que era homem íntegro, reto, temente a Deus e desviava-se do mal. Foi um bom pai e marido. Ofereceu sacrifícios ao Senhor por se mesmo e pela família fiel e continuamente. Jó teve sete filhos e três filhas. Ele foi muito abençoado por Deus e seus filhos também. Foi uma família unida e que viveu em paz. Jó era maior do que todos os homens do oriente.

2. Capítulo 1:6-12. O encontro de Satanás e Deus.

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O encontro de Satanás e Deus, descrito nestes versículos, é certamente, à primeira vista, uma das partes mais estranhas da Bíblia. Temos que lembrar que qualquer conhecimento que os homens têm do reino invisível só pode ser obtido pelo meio de revelação sobrenatural. Então ou é revelado divinamente neste livro a nós, ou não passa de pura invenção do escritor. Se foi por revelação divina, a conversa entre Deus e Satanás realmente aconteceu. Se, pelo contrário, é a pura invenção do escritor, o livro todo perde o seu sentido. Isso também cria dúvida sobre a Bíblia toda. Com certeza Jó relatou o que de verdade aconteceu, apesar do fato que parece para nós um pouco esquisito.

Esta passagem revela que em ocasiões estipuladas por Deus, Satanás tem que se apresentar perante Deus. (1:6, 2:1). Os anjos eleitos e caídos têm que fazer reportagem (prestar contas) a Deus sobre as suas atividades. Deus é seu soberano e eles são responsáveis a Ele. (1:7, 2:2). As atividades de Satanás são limitadas à terra. Satanás não tem trabalho no céu, somente entra lá para fazer reportagem. Deus obriga Satanás fazer, Satanás não aparece por curiosidade, nem audácia, mas por obrigação.

Deus elogiou o seu servo Jó por causa da sua fidelidade e perguntou Satanás o que pensava dele. Deus iniciou esta conversa, porque sabia já que ia fazer. Também observe que Deus conhece a vida de cada um dos seus servos.

Satanás acusou Jó, ele acusa os santos do Senhor. (1:8-11, 2:3-5). Veja Apocalipse 12:10. Zacarias 3:1-2. Lucas 22:31-32. Satanás tem uma grande parte na maldade que acontece no mundo. Satanás não é onipresente, mas tem milhares de demônios para fazer o seu mal. Porque Satanás disse que estava rodeando a terra, e passeando por ela. Veja também que não devemos subestimar o Diabo, porque ele tem o poder para fazer o que está escrito aqui. Nem devemos superestimar o Diabo, porque ele está controlado pelo Senhor Todo-Poderoso.

O homem servirá o Senhor na pobreza tanto quanto na prosperidade? (1:9-11). Satanás disse que Jó serviu o Senhor porque estava cercado pela proteção divina e não podia tocar nele. Satanás só pode afligir os santos com a permissão de Deus. Graças a Deus por isso. Satanás afirmou que se deixar tocar em tudo quanto que Jó teve, que ele blasfemava Deus na sua face. Deus deu a sua permissão para tocar em tudo quanto que Jó teve, só não contra Jó mesmo (sua pessoa ou vida). Satanás saiu correndo para fazer a sua maldade. Note que Jó não sofreu por causa de uma coisa que fez. (2:3).

3. Capítulo 1:13-19. O primeiro assalto de Satanás.

Satanás não perdeu tempo para tentar provar a sua teoria. Satanás nem teve pena, mas fez ao máximo que Deus permitiu. O primeiro mensageiro veio dizer a Jó que os sabeus tomaram os bois e as jumentas e mataram todos os servos. O segundo mensageiro veio dizer a Jó que o fogo de Deus saiu do céu e queimou as ovelhas e mataram todos os servos. O terceiro mensageiro veio dizer a Jó que os caldeus tomaram os camelos e mataram todos os servos. O quarto mensageiro veio dizer a Jó que o vento fez a casa cair em cima dos seus filhos e todos morreram.

Pode imaginar o choque que Jó levou? Ele soube nada sobre a conversa entre Satanás e Deus. Não foi explicado nada para ele porque estava acontecendo tudo isso. Deus permitiu tudo isso acontecer sem explicar nada para Jó. A vida não é assim? Muitas vezes acontece na vida coisas que não temos nenhuma explicação. Temos que confiar no Senhor nesta hora, como Jó.

4. Capítulo 1:20-21. A reação de Jó.

Jó rasgou a sua roupa e rapou a sua cabeça como sinais da sua lamentação, pranto, angústia e tristeza, como foi o costume daquela época. O sofrimento foi real e duro, como vem na vida de qualquer um dos servos de Deus. Mas, note o resto que Jó fez nesta hora, adorou a Deus. Jó

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louvou o Senhor Deus nesta hora difícil com fé e confiança. Também note a integridade e sinceridade dele no v. 21.

5. Capítulo 1:22. A fidelidade de Jó.

Deus permitiu Satanás abusar Jó para provar que o servo verdadeiro de Deus não serve o Senhor pelas coisas que Deus dá a ele. Jó não pecou contra Deus, nem acusou Deus de fazer errado. Satanás perdeu.

6. Capítulo 2:1-6. O segundo encontro de Satanás e Deus.

De novo Satanás se apresenta no céu para prestar contas a Deus. Deus levantou o assunto de Jó novamente e elogiou a sua fidelidade e perguntou Satanás que pensava dele. Satanás ainda ficou insistindo que Jó servia o Senhor por causa das bênçãos. Satanás pediu permissão a Deus para tirar a sua saúde e Deus deu. Mas Deus deu a permissão para tocar na saúde de Jó com limite, não podia tomar a vida dele.

7. Capítulo 2:7-8. O o segundo assalto de Satanás.

Satanás feriu Jó com úlceras malignas na pele no corpo todo. Jó tomou um caco para se raspar com ele. Isso quer dizer para raspar a infecção que estava saindo das úlceras. Jó se assentou no meio da cinza (sinal de tristeza e lamentação), mas ainda sem pecar nem atribuir a Deus falta alguma. Jó não blasfemou Deus como Satanás disse que ia fazer. Há crente sincero e fiel a Deus apesar de tudo que vem na vida. Satanás ainda está perdendo.

8. Capítulo 2:9-10. A esposa de Jó.

A esposa de Jó ainda estava viva e agora ele fala com seu marido. Seria bem melhor se ela não tivesse falado nada. As vezes quando o crente está no sofrimento o seu amigo fala a pior besteira possível. Ela sugeriu a Jó para amaldiçoar Deus e morrer. Note a diferença na integridade dos dois. Jó ficou firme na sua integridade e chamou a sua esposa de doida. Em tudo isso Jó não pecou com seus lábios. Que bom! A tentação nessa hora assim é abrir a boca e dizer muita coisa que não devemos. Observe a grande verdade que Jó falou no v. 10: “Receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal?” Confiar em Deus sempre é a coisa certa, Ele sabe que faz quando nós não sabemos!

9. Capítulo 2:11-13. A chegada dos três de Jó: Elifaz, Bildade e Zofar.

Note que a sua dor era muito grande. Devemos ter muito cuidado em desprezar e fazer aparecer pouco a dor que os outros têm, quando não sabemos o que passa na vida deles. É melhor tentar mostrar simpatia, compaixão e amor, não desinteresse.

Diálogo: Os Três Discursos – Capítulos 3-41.

1. Capítulo 3. Jó fala primeiramente.

Observe a lamentação de Jó. Lamentou porque nasceu, v. 1-10. Lamentou porque não morreu desde a madre, v. 11-15. Lamentou porque não houve um aborto, v. 16-19. Lamentou porque não podia morrer naquele momento, v. 20-26. Jó estava deprimido profundamente. Jó falou de morte como sendo um alívio, está dormindo, está sossegado, com conselheiros, como bebês não nascidos, sem problemas por causa dos ímpios e da opressão dos malignos. Jó quis uma morte rápida, mas não suicídio. Já ficou também deprimido assim por causa dos problemas de vida? Já quis morrer?

2. Capítulos 4-5, 15, 22. Elifaz versus Jó.

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Observe que Elifaz é o homem que falou muito sobre “ver” as coisas especiais, 4:8, 5:3, 5:27. Falou também “uma visão secreta”, 4:12-16. Também a sabedoria dos seus predecessores temanitas, 15:17-18. Em suma, podemos dizer que Elifaz baseou o seu argumento na “experiência”. Elifaz seria talvez agora hoje em dia um pentecostal.

Veja a análise de Elifaz. Os seus conceitos podem ser resumidos como segue. 1 - Apóia sua filosofia de vida especialmente nas próprias observações e experiências, 4:8, 12, 5:3. 2 - Está preso a uma teoria fixa e defeituosa, 5:3-7, 5:12-16, 15:20-35. 3 – Esta teoria fixa e rígida está expressa de modo especial em 4:7. 4 – Este ponto de vista, como aplicado a Jó, encontra seu foco em 5:17. A conclusão de Elifaz? Jó sofre por ter pecado.

3. Capítulos 8, 18, 25. Bildade versus Jó.

Veja agora as palavras de Bildade. Ele não tem o mesmo aspecto de cortesia de Elifaz. Bildade é um declamador direto e não um argumentador reflexivo. Sua fala é bem mais severa que a de Elifaz.

Ao contrário de Elifaz, que apóia sua filosofia de vida sobre a observação e a experiência, Bildade baseia-se na tradição. Veja 8:8-10, 18:5-20. Seus discursos parecem ser apenas uma lista de máximas e provérbios extraídos da sabedoria de todos do Oriente. Em Bildade, portanto, temos a voz da “tradição”. Ele seria talvez hoje em dia um católico.

Veja a análise de Bildade. 1 – Sua perspectiva de vida é caracterizada e limitada pela tradição, 8:8, 18:15-20. 2 – Está preso a uma idéia muito rígida da providência, 8:11-19, 18:5. 3 – Essa teoria limitada encontra expressão em 8:20. 4 – Essa teoria, aplicada a Jó, tem seu foco em 8:6. A conclusão de Bildade? Jó é um hipócrita.

4. Capítulos 11 e 20. Zofar versus Jó.

O que dizer agora Zofar? Zofar é menos delicado e mais drástico do que Elifaz e Bildade. As primeiras palavras de Zofar indicam que ele já se sente irritado, 11:2-3. Zofar contenta-se com uma simples suposição. Existe pelo menos uma dedução racional em Elifaz e ortodoxia em Bildade, mas Zofar presume e expõe com uma firmeza que tornaria pecado até mesmo a ousadia de Jó de divergir. Ele é um dogmatista puro. Ele fala “sabe, pois” e “tu sabes” em 11:6 e 20:4. Ele seria tavez hoje em dia um sabichão e uma mente fechada.

Veja a análise de Zofar. 1 – É um dogmatista religioso, 11:6, 20:4. 2 – Do mesmo modo que Elifaz e Bildade, é mentalmente limitado por uma idéia excessivamente rígida da providência, 11:13-20, 20:5. 3 – Seu dogmatismo limitado encontra expressão em 20:5. 4 – A teoria, quando aplicada a Jó, está em 11:6. A conclusão de Zofar? Deus exigiu de Jó menos do que mereceu a iniqüidade dele.

5. Os três amigos comparados e contrastados.

Elifaz apóia sua opinião das coisas na observação. Bildade apóia sua opinião das coisas na tradição. Zofar apóia sua opinião das coisas na suposição. Elifaz é o moralista religioso, Bildade é o legalista religioso e Zofar é o dogmatista religioso. Elifaz defende a hipotética idéia de que se Jó não fosse pecador, sua dificuldade não teria surgido. Bildade adota a posição de que Jó deve ser pecador, uma vez que a dificuldade realmente veio. Zofar começa com a suposição de que Jó é pecador e merece sua aflição. Todos três defendem uma teoria fixa de vida que é: 1 – Sofrimento sempre é o resultado direto do pecado, 2 – Estão tão certos de que seu ponto de vista está correto que consideram a resistência a ele como resistência a Deus, 3 – A bondade e a perversidade são sempre recompensadas e punidas nesta vida, 4 - Todos condenam Jó. Nenhum deles consegue dar uma resposta real ou convincente a Jó. Veja 32:3, 5, 11, 12.

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6. Capítulos 6-7, 9-10, 12-14, 16-17, 19, 21, 23-24, 26-31. Jó contra os três.

No que se refere à mera argumentação, Jó sem dúvida é o melhor. É certo que ele dá espaço, aqui e ali, a pronunciamentos são precipitados, mas isso é simplesmente extraído dele em momentos de terrível tensão, quando, além de seu já extremo sofrimento mental e físico, foi levado à ira pela injustiça obstinada e pela verdadeira falta de solidariedade por parte dos três que se diziam solidários. Jó estava sofrendo demais para querer somente ganhar uma discussão.

Faça uma revisão das palavras dos três amigos. Os três se uniram na opinião de que Deus sempre faz prosperar os retos e castiga os perversos. Jó respondeu que sua própria experiência prova que as palavras deles são sem fundamento, pois ele é reto e ainda está afligido. A verdade é que não só o perverso sofre, o justo também sofre. Nem o perverso sofre sempre, muitos parecem escapar do sofrimento no mundo. A prosperidade do perverso não é sempre curta, pois muitas vezes continua até a morte e estende-se aos filhos que ficam.

A discussão se esgota assim num verdadeiro impasse. Deus, mais tarde, dá o seu veredicto a favor de Jó e censura os amigos de Jó.

7. Capítulos 32-37. Eliú fala.

O último versículo de capítulo 31 marca uma interrupção importante: “Acabaram-se as palavras de Jó”. Um homem bem mais jovem que os outros (32:6) agora fala. Até agora ele ficou só ouvindo, dando respeito aos mais velhos (32:4, 6-7). O discurso de Eliú era mais cortês de todos os outros e sem dúvida superou os outros em seu discernimento espiritual. Em relação ao problema em questão, o mais importante é que são introduzidos três fatores novos. Eliú deu uma nova abordgem, uma nova resposta e um novo apelo.

A Nova Abordagem. Jó queria um mediador, quem podia atuar entre ele e Deus (9:33). Eliú disse que era ele que podia servir nesta capacidade (33:6). De qual maneira falou isso? Elifaz, Bildade e Zofar quiseram servir de juízes; enquanto Eliú quis ser irmão e amigo.

A Nova Resposta. Observe o pensamento de Jó. Eliú disse que Deus é maior do que o homem, e por isso não tem direito nem autoridade para exigir uma explicação dEle (33:12-13). Algumas coisas que Deus faz necessariamente têm que ser incompreensíveis para o homem. O que faltava era um intérprete, e parece claro que Eliú se considerou a pessoa adequada para isso (33:29-33). Eliú julgou que o sofrimento de Jó era instrutivo (capítulo 33). Sem dúvida, Eliú atingiu um nível mais alto do que os outros três. Nos capítulos 36-37 Eliú chega ao desenvolvimento final de sua resposta. O que faz a resposta de Eliú inédita e distinta? Eliú viu no sofrimento um propósito diferente e superior àquele observado por Elifaz, Bildade e Zofar. O sofrimento não é só punitivo, mas é também corretivo. Não é só penal, é também moral. Não é só para castigar, mas é também para restaurar. Não é sempre para punir, mas é também para purificar. Não é só a vara do juiz, mas é também o cajado do pastor. 33:16-18, 19-20, 23-28, 34:10, 17-19, 21-23, 24, 27, 31-32, 33, 35:13-14, 36:5-12, 15-16, 18-21, 37:11-13.

O Apelo Novo. O apelo de Elifaz, Bildade e Zofar é: “Admita o fato que pecou e deixe de ser hipócrita”. Elifaz, Bildade e Zofar insistiram em falar sobre um suposto comportamento pecaminoso do passado. Eliú preocupa-se com uma postura errada do presente. Portanto, de acordo com esta opinião, o sofrimento de Jó é corretivo e educativo em lugar de judicial e punitivo e seu apelo é para que Jó se humilhe, aceitando o ensinamento. Segundo Eliú, essa foi a principal falha de Jó.

O que dizer da fala de Eliú como um todo? A sua fala alcança um nível superior aos outros. Eliú tem uma compreensão espiritual mais ampla e uma percepção espiritual mais verdadeira. Mas, também Eliú comete alguns erros e é também insatisfatório. Ele diz que uma reação sincera à aflição sempre traz de volta a restituição da prosperidade (33:23-30). A filosofia de Eliú não abrange certamente toda a questão; porque ele ignora certamente sua causa real, que é a calúnia de

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Satanás e o desafio do Senhor, da mesma forma dos outros também. Lógico porque a causa real do sofrimento de Jó Deus revelou a ninguém. Há coisa na vida do crente que só Deus mesmo pode responder. Nós nem devemos tentar. Tentar é só especular em vão.

8. Deus fala: Intervenção Final. 38-41.

Jó não respondeu a Eliú. O Senhor Deus respondeu em nome de Jó (38:1). De repente Deus falou de um redemoinho. Neste momento os cincos homens ficaram mudos e espantados enquanto a voz de Deus desce sobre eles. Deus censurou Elifaz, Bildade, Zofar e Eliú. Quando vamos esperando encontrar alguns versículos que dê a Jó, finalmente e de uma vez por todas, a solução divina para seu problema, ficamos claramente desapontados. Não encontramos nenhuma palavra de Deus de explicar o sofrimento de Jó ou resolver a questão da providência provocada por essa angústia. Deus é soberano e faz com os homens da terra conforme a sua vontade perfeita. Nós somos as suas criaturas e temos que confiar na sua providência soberana e perfeita.

Deus nem faz uma discussão das coisas que aconteceram. Deus faz muitas perguntas a eles, e por elas Deus está mostrando, com ironia, que Ele é Deus e sabe que faz. Capítulos 38 e 39 são quase todos as perguntas que Deus faz a estes homens. A resposta é que o homem não sabe, mas Deus sabe sim, então devemos deixar com Ele as coisas encobertas aos homens.

Então, quais são as lições da Palavra de Deus nos capítulos 38-41. Primeiro; Jó não deveria conhecer a razão de seus sofrimentos. Se conhecesse o motivo do seu sofrimento, isso influenciaria a reação dele para tornar-se artificial. Não haveria teste verdadeiro de seu caráter. Não havia lugar para o exercício e o aperfeiçoamento genuíno da sua fé. Existem certas coisas sobre o sofrimento humano que Deus não pode explicar sem destruir o próprio objetivo que estão destinadas a cumprir. Segundo; mostra o interesse divino pelas coisas de Jó (também nós). Embora Deus não condescendesse em dar uma explicação, Ele evidenciou que estava observando, ouvindo e cuidando. É bom demais saber disso. Terceiro, o plano de Deus é levar Jó a apoiar-se no próprio Deus, independentemente de explicações. Se Jó pudesse ser levado para o ponto de confiar em Deus como um ser absolutamente justo e benevolente em oposição a todas as adversidades misteriosas, então, a acusação de Satanás seria revelada como sendo infundada e o diabo seria derrotado. Funcionou, porque Jó venceu pela fé no Seu bom Deus. Ter fé em Deus é confiar em Deus apesar de todas as aparentes contradições e mesmo não tendo nenhuma explicação no momento. A vitória de fé é apoiar-se em Deus com plena confiança (Jó 13:15). Então a fé foi confirmada.

Veja o que Jó falou quando ele ouviu o Senhor Deus falar (40:3-5). Sempre é assim quando o homem vê Deus em verdade.

Epílogo – Capítulo 42.

1. Jó – se julga, é vindicado e honrado por Deus . 42.

Veja o homem Jó sincero com Deus apesar de tudo. Ele perdeu toda a sua riqueza. Também perdeu todos os seus filhos. Depois disso, perdeu a saúde. Além de tudo isso, perdeu a amizade da sua esposa. Também perdeu a compaixão dos seus três amigos. Ele perdeu até o seu sentimento de dignidade. O resultado de tudo isso na vida de Jó é uma poderosa percepção da infinita sabedoria, autoridade, santidade e bondade de Deus (42:5-6).

Deus censurou os amigos de Jó e honrou Jó (v. 7). Deus mandou os amigos de Jó oferecer ao Senhor sete bezerros e sete carneiros. Porque Deus não estava agradado por eles. E o Senhor virou o cativeiro de Jó. Observe que Deus fez isso quando orava pelos seus amigos. É uma boa lição para nós. O Senhor abençoou o último estado de Jó, mais do que o primeiro. Deus é bom e fiel para com o seu povo. Devemos confiar nEle.

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O LIVRO DE SALMOS

LIVRO DOS SALMOS

Introdução do livro.

Autores do livro.

O livro dos Salmos não foi escrito de uma vez só nem por um autor só. Observe os autores dos Salmos.

Davi escreveu, 73.

Asafe escreveu, 12 (50, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83).

Os filhos de Core escreveram, 11 (42, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 84, 85, 87, 88).

Salomão escreveu, 2 (72, 127).

Hemã escreveu, 1 (88).

Etã escreveu, 1 (89).

Moisés escreveu, 1 (90).

Anônimos, 49.

Asafe, Hemã e Jedutum eram os dirigentes sobre os cantores da época de Davi. I Crônicas 25. Core, neto de Cora, com seus filhos eram os guardas do tabernáculo da época de Davi. Guarda é carregador. I Crônicas 19:19. Etã era um músico da época de Davi. I Crônicas 25:19.

Data do livro.

Os Salmos foram ajuntados durante mil anos. 1400-444 a.C. Moisés a Esdras. Deve ser que foi Esdras que fez a compilação e organização dos Salmos.

Apesar do fato que os Salmos foram escritos durante mil anos, e por autores de culturas, experiências e fundos diferentes, o livro tem uma união e harmonia maravilhosas. Esta união e harmonia somente podem ser explicadas pela inspiração divina.

Nome do livro.

Salmo é uma palavra grega (provavelmente vem da Septuaginta) que significa “Cânticos tocados nos instrumentos de corda”. Saltério vem da mesma palavra e é um tipo de harpa. O nome “Salmos” fala da coleção toda de salmos que estão neste livro. Em hebraico este livro é chamado o livro de orações ou o livro de louvor.

Houve uma polêmica na idade média sobre a música na igreja. A questão foi: a música da igreja deve ser somente dos salmos? A outra música serve também? Imagine como seria a sua reação com a música que a maioria das igrejas tem agora hoje em dia?

Devemos fazer uma observação sobre a música. A música deve louvar o Senhor Deus e não o músico nem o cantor. A música deve chamar a atenção para o nosso Salvador e não a nós. A música deve ser de acordo com a Palavra de Deus e não só ter som bonito e agradável aos ouvintes. Muita música cantada na igreja hoje em dia é mundana, sentimental, emocional, errada

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e herética. Mas tem som que agrada o mundo. Uma igreja deve deixar alguém cantar nos cultos que não pode pregar no púlpito? Salmo 47:7. É melhor louvar o Senhor que nos tirou da sujeira do pecado com a verdade e ordem da Palavra de Deus.

Esboço do livro.

1. Este livro é cinco livros em um livro. Note o seguinte.

Primeiro - Salmos 1-41.

Segundo - Salmos 42-72.

Terceiro - Salmos 73-89.

Quarto - Salmos 90-106.

Quinto - Salmos 107-150.

Cada um dos livros tem introdução e doxologia, quais são o primeiro e o último salmo de cada livro.

O livro todo também tem introdução e doxologia, quais são Salmo 1 e Salmo 150.

Todos os Salmos têm títulos menos do que 38, e estes são chamados os Salmos “órfãos”. Alias os Salmos órfãos podem ser do salmo (ou salmos) anterior.

2. O Pentateuco e os Salmos.

O Pentateuco são os cinco livros da lei de Deus. Os Salmos são os cinco livros de réplicas do coração à lei de Deus.

3. Classificações dos Salmos.

Os Salmos podem ser classificados em grupos de Salmos que têm o mesmo assunto ou caráter. Veja o seguinte.

Salmos da Natureza.

Salmos de Caráter.

Salmos de Arrependimento.

Salmos sobre a Palavra de Deus.

Salmos de Adoração.

Salmos sobre o Sofrimento.

Salmos de Segurança.

Salmos de Louvor.

Salmos Messiâncios.

OS SALMOS ESTUDADOS SEGUNDO AS SUAS CLASSIFICAÇÕES.

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1. Os Salmos dos Degraus. 120-134.

É um grupo de Salmos que tem este título; Salmos de Degraus. Porque eles têm este nome? Há várias opiniões.

A. Cânticos cantados numa tonalidade mais alta

B. Cânticos cantados na subida da Arca da Aliança ao Monte Sião. I Crônicas 13.

C. Cânticos cantados no lugar mais alto do Templo.

D. Um deles foi cantado em cada degrau subindo ao Templo para adorar Deus.

E. Fala da volta do relógio do sol nos dias de Ezequias indicando que Deus deu mais 15 anos de vida a ele.

F. Cânticos cantados pelos judeus nas suas viagens ao Templo em Jerusalém. É esta que faz mais sentido. Porque? Observe.

A cidade de Jerusalém ficou nas montanhas da Judéia. Jerusalém por isso ficou mais alto do que a terra ao seu redor. Êxodo 34:24. I Reis 12:27. Observe também o Salmo 122 todo, mas em particular o v. 4. Então, quando o povo de Israel viajou a Jerusalém para observar as festas eles cantaram estes salmos subindo ao templo em Jerusalém.

2. Os Salmos Imprecatórios. 35, 58, 59, 69, 83, 109, 137.

Imprecatório significa; “imprecar, amaldiçoar, desejar castigar alguém, rogar pela praga contra alguém”.

Muitos têm problema com isso, até isso causa muitas pessoas não aceitar a Bíblia como sendo a Palavra inspirada de Deus. Observe alguns versículos que falam deste jeito. 5:10, 6:10, 28:4, 55:15, 58:6, 140:9-10, 149:7-9. Observe também alguns versículos no Novo Testamento. II Timóteo 4:14. Gálatas 1:8-9. Observe as objeções dadas aos versículos imprecatórios.

A. É contrário aos sentimentos mais elevados da natureza humana como compaixão e amor.

B. É contrário aos preceitos da religião como diz em Mateus 5:45.

C. É contrário ao ensino do Novo Testamento que diz amar ao inimigo e perdoar às suas injúrias.

D. São discordantes com a profissão dos salmistas que dizem que têm confiança zelosa em Deus.

Explicação.

A. Não é o perverso pedindo mal contra o bom, cuja bondade o condena.

B. Não é o homem ambicioso querendo eliminar o competidor.

C. Não tem nada a ver com inveja, rancor nem coisa semelhante.

D. Não é contra homens quaisquer, mas contra os malfeitores.

E. Não é vingança pessoal, mas é o pedido a favor da vingança e justiça divinas.

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F. Além de tudo isso, há coisa que deve ser castigada. Muita gente não quer admitir que o mesmo Deus que ama também castiga, o mesmo Deus que abençoa também amaldiçoa. Existe o castigo de Deus porque Deus é justo e tem que castigar o pecado e o pecador. Salmo 137:8-9. Mateus 25:41, 26:24. Apocalipse 18:2 e 6, 20:10-15.

3. Os Salmos das Aleluias. 111-118, 146-150.

Na época do Velho Testamento os Salmos das aleluias (111-118) foram cantados em duas vozes. Os cânticos e a música fizeram uma parte muito importante na adoração dessa época. Deve ser para nós também.

Vamos pensar nos cinco últimos Salmos. 146-150. Note que cada um deles começa com “Louvai ao Senhor” e termina com “Louvai ao Senhor”.

Salmo 146. Deus sempre é digno de confiança.

A. Louva ao Senhor enquanto ainda estamos na terra. v. 2. Devemos louvar ao Senhor tanto no tempo ruim quanto no tempo bom. Pense nos perseguidos dos dias passados. Louvai ao Senhor constantemente por sua graça a nós.

B. Confia no Senhor e não nos homens que falham e morrem. v. 3-4. Confiar no homem para suprir as nossas necessidades (físicas e espirituais) é como o cego que guia outro cego.

C. A evidência porque devemos confiar em Deus. v. 5-10. Deus tem poder para fazer que achamos o impossível. A palavra, “Jeová” (O Senhor), é falado cinco vezes nos v. 7-9. Isto mostra que tudo isso está feito pelo Deus onipotente e soberano.

Salmo 147. Louvai ao Senhor como o edificador e o feitor.

A. Deus é o edificador e feitor das coisas espirituais. v. 2. Ele edificou e fez o templo em Jerusalém. Agora é o edificador e feitor da igreja do Novo Testamento. Louvai ao Senhor porque mostrou misericórdia e graça aos pecadores eleitos deste mundo sem Deus.

B. Deus não é só o edificador e feitor, mas também é o que sara. v. 3. Ele sara os quebrantados de coração. Ele pode atar as feridas espirituais todas. Ele é o grande médico.

C. Deus tem prazer naqueles que tem características divinas e agradáveis a ele. v. 11. Tem prazer nos nascidos de novo que são tementes a ele e que tem confiança nele. Tememos porque somos pecadores e por isso esperamos na sua misericórdia.

D. Deus manda a sua Palavra como manda o vento. O vento é o Espírito Santo. O Espírito Santo sopra a Palavra sobre os corações congelados e os pecadores tornam-se crentes em Cristo. v. 18.

E. Deus escolheu Israel para ser a sua nação eleita. Não fez assim com nenhuma outra nação (Israel). v. 20. Deus abençoou Israel e deixou as outras nações na ignorância. É assim também que Deus fez com os seus eleitos. Ele nos amou e chamou pela graça para ser a sua nação santa e deixou as outras pessoas na ignorância ainda. A graça maravilhosa de Deus deve fazer os eleitos cantar, “Louvai ao Senhor”.

Salmo 148. Chamar o universo todo para louvar ao Senhor.

O salmo começa o louvar a Deus lá no céu e depois passa para todos os outros domínios da criação. Assim tem que ser, porque Deus é eterno, soberano e imutável em todo lugar.

Salmo 149. O povo de Deus canta ao Senhor.

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A. O cântico novo na congregação dos santos. v. 1. Cantamos louvores ao Senhor na congregação dos salvos. Nosso Deus merece.

B. Regozijamos no nosso rei, não nos seus presentes, mas nele mesmo. v. 2.

C. Louvar ao Senhor com a boca, e lutar contra o mal. v. 6. Cantar com a boca e lutar com a mão. É bem prático.

D. Nosso louvor é ao Senhor e nossa arma é a Palavra de Deus. Em toda maneira e condição a Palavra corta mortalmente o mal.

E. Os santos participarão nas vitórias do seu rei. v. 9. “Esta será a glória de todos os santos”.

Salmo 150. Doxologia – uma última grande aleluia.

A palavra “louvai” é falada em todos os versículos.

A. Onde louvamos ao Senhor? v.1. No santuário, o lugar santo do tabernáculo e do templo. Agora louvamos Deus na igreja do Senhor Jesus Cristo.

B. Porque louvamos o Senhor? v. 2. Por causa dos seus atos. (criação, providência, salvação). Por causa da excelência da sua grandeza. Deus é o Altíssimo Senhor.

C. Com que louvamos ao Senhor? v. 3-6. Com todo tipo de instrumento e tudo quanto tem fôlego. Éramos os instrumentos mortos e entregues ao diabo. Agora somos os instrumentos vivos de Deus. O saltério termina com os santos louvando ao Senhor. Vamos também “Louvai ao Senhor”.

4. Os Salmos de Caráter. 1, 15, 24, 50, 75, 82, 101, 112, 127,128, 131, 133.

Os Salmos que nos ensinam como é que fica o caráter do povo que agrada Deus. O caráter do salvo é importante? Clara que sim. Estes salmos descrevem o caráter do homem que agrada Deus. Vamos estudar o Salmo 1 ajuntando algumas coisas boas dos outros salmos de caráter também.

Salmo 1. A vida reta e justa perante Deus.

A. Este homem tem cuidado em escolher os seus companheiros. v. 1. Observe. Ele não aceita o conselho dos ímpios. Porque os ímpios têm uma idéia de vida pervertida. Ele não segue a vida do pecador. Porque ele anda no caminho errado. Ele está indiferente ao escarnecedor (zombador). A conversa dele tem que deixar para lá e escutar o Senhor. Ele deseja a companhia dos que temem a Deus. Porque as más conversações (companhias) corrompem os bons costumes. I Coríntios 15:33. Veja também Salmo 15:4.

B. Tudo isso significa que é homem de princípios, firmeza e caráter. Salmo 15:4-5. Este homem não pode ser tentado nem subornado para deixar as coisas de Deus.

C. O prazer deste homem é meditar na Palavra de Deus. v. 2. Note a comparação entre o que faz e o que não faz. (v. 1 e 2). A sua mente e o seu coração estão dedicados a Deus.

D. O resultado da vida que agrada Deus. v. 3. Firmeza – Como a árvore plantada à beira do rio, fica firme. O mundo muda constantemente, mas o fiel fica firme. Provisão Inesgotável – Como a árvore plantada à beira do rio a sua força fica constante. Porque a água não falta. O fiel tem a água da vida (a Palavra) sempre ao seu redor para dar a força espiritual. Fertilidade – Como a árvore plantada à beira do rio sempre dá fruto porque tem água suficiente, o fiel sempre dá fruto também por causa da Palavra. É inevitável. Beleza - Como a árvore plantada à beira do rio sempre dá fruto porque tem água suficiente, o fiel é belo na sua vida por causa da Palavra. Poder – Para completar

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o que começa fazer. A Palavra de Deus e Deus mesmo dá o poder para completar, concluir e continuar o que começou. Este poder vem do Senhor. Jeremias 17:7-8.

E. Os ímpios não são assim. v. 4-6. Moinha – Eles são sem valor e substância. São instáveis e sempre insatisfeitos. Condenados – Eles serão julgados e condenados por causa da sua infidelidade. Deus conhece a diferença – Entre os dois, os salvos e os perdidos.

F. Conclusão. Sinceridade e Santidade. Salmo 24:4. Sinceridade – A pureza de motivo. A diferença entre sinceridade e hipocrisia. Salmo 15:2. Santidade – Sinceridade no coração produz santidade na vida. Salmo 15:2.

5. O Salmo de Moisés. 90. A Brevidade da Vida.

A oração de Moisés escrita no deserto da Arábia.

A. A eternidade de Deus contrastada com a brevidade da vida humana. v. 1-6.

B. A razão da brevidade da vida humana – a ira de Deus por causa do pecado humano. v. 7-11.

C. Oração pelo perdão divino – é só que podemos fazer. Deus é misericordioso. v. 12-17.

D. Observação. Note os vários nomes de Deus neste salmo. Adonai – Significa mestre e dono. v. 1. Quando estamos sofrendo a correção ou a aflição de Deus (como eles no deserto) o melhor que podemos fazer é correr para Deus que é nosso refúgio. Eloim – O Deus supremo triúno. v. 2. Deus triúno, o todo supremo e soberano tem direito para fazer com os seus a sua vontade. Jeová – O auto-existente Deus. v. 13. Deus sempre existe para nós. Enquanto estamos morrendo, ele é a nossa única esperança. Jeová nosso Eloim – O auto-existente Deus triúno. v. 17. Só ele pode confirmar (estabelecer) as nossas obras.

6. Os Salmos de Adoração. 26, 73, 84, 100, 116, 122.

Estes salmos são ricos do ensinamento bíblico pela razão porque os autores assistiram os cultos de adoração. O mundo moderno não gostaria da ambiente mortífera (derramar de muito sangue) do templo, como também agora o mundo não gosta da história da cruz sangrenta de Jesus Cristo. Porque para o mundo a pregação do Evangelho é uma loucura. Mas, para o judeu o lugar mais precioso era o templo. Para o crente assistir a pregação da cruz é a coisa mais preciosa da sua vida.

A. O Salmista gostou de ir ao templo para ter comunhão com Deus. Ele queria gastar a vida toda na casa de Deus. Salmo 27:4. Desejou com um entusiasmo grande estar na casa do Senhor. Salmo 84:2. Achou que um dia na casa de Deus valeu mais do que mil dias em outro lugar. Salmo 84:10. Achou que a posição mais baixa na casa de Deus era melhor do que a glória e prazer dos ímpios. Salmo 84:10. Regozijou quando foi convidado ir à casa do Senhor. Salmo 122:1. Qual é o problema como os crentes que faltam os cultos sem problema?

B. Na casa de Deus temos comunhão com os outros adoradores. Adoração pública oferece mais do que somente a adoração particular de cada pessoa. O salmista odiou a congregação dos malfeitores e nem quis ajuntar-se com eles. Salmo 26:5. Mas teve prazer de estar na congregação dos verdadeiros adoradores do Senhor. Salmo 26:12. Aquele que ama o Senhor Deus busca a comunhão dos amados do Senhor.

C. Alguns dos problemas maiores da vida são resolvidos na casa de Deus. Exemplo dessa verdade é o Salmo 73:1-3. Observe algumas perguntas que o salmista teve sem respostas até chegou na casa de Deus. Porque os ímpios prosperam? v. 3. Parece que a morte para eles seja mais fácil. v. 4. Porque muitas vezes os ímpios têm poucos problemas na vida? v. 5. Parece que eles tenham

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mais bênçãos na vida do que o justo. v. 7. Isso é apesar do fato que ele são insolentes. v. 8-9. Mas o salmista teve uma vida difícil. v. 14. O salmista não conseguiu entender estas coisas. v. 16. Até que entrou na casa de Deus para ouvir a Sua Palavra. v. 17. Na casa de Deus ele entendeu o fim deles. A verdade é que nós (os salvos) temos a porção melhor e a vida eterna e um lar no céu. v. 23-28.

D. Achamos repouso, refrigério, fortaleza, gozo e alegria na casa de Deus. Salmo 84:5. Os caminhos aplanados falam do caminho que vai à casa de Deus. O salvo ama até o caminho que leva à casa de Deus. Porque? Lá achamos a alegria que não achamos no mundo. Salmo 84:6-7. Andamos no mundo onde ficamos cheios de lamentação e tristeza. Baca é um vale na Palestina, a palavra significa chorar ou lamentar. Mas, na casa de Deus achamos paz, alegria, gozo, fortaleza, repouso e refrigério. Estar na casa do Senhor ajuda o crente agüentar o mundo cheio de tristeza.

E. Vamos à casa de Deus para louvar aquele que nos ama. Salmo 100. Note v. 3. Nós somos as ovelhas do Senhor porque Deus nos fez as suas ovelhas. Ele nos escolheu, chamou, salvou e nos deu a paz que excede todo o entendimento. É grande motivo para louvar ao Senhor nosso maravilhoso Salvador.

F. Vamos à casa de Deus para dar testemunho aos outros da sua graça. Salmo 116:13-14. O cálice fala da abundância da graça de Deus na salvação. “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça”. Romanos 5:20. O melhor lugar para dar testemunho da nossa gratidão pela sua graça maravilhosa está na casa de Deus. Leia Salmo 122. Que prazer a casa de Deus nos dá.

7. Os Salmos de Arrependimento. 6, 25, 32, 38, 39, 40, 51, 102, 130.

Introdução. Estes salmos têm a doutrina básica da depravação humana. Veja alguns versículos. 14:1-3, 53:3, 130:3, 143:2.

Salmo 51 – A lamentação do verdadeiramente arrependido. Este salmo foi escrito depois que o profeta Natã entregou para Davi a sua mensagem mostrando o pecado de Davi com Bate-seba.

Davi descreve o pecado dele claramente assim.

A. Transgressão – v. 1, 3. Que é rebelião contra a vontade de Deus.

B. Iniqüidade – v. 2, 5 . Que é perversidade e maldade.

C. Pecado – v. 2, 3, 5. Que é não acertar o alvo.

D. Pecado suja ou polui – v. 2, 7. Por isso ele pediu purificação. O perdido nem pensa nisso.

E. O seu pecado sempre estava diante dele – v. 3. Este é o arrependido verdadeiramente.

F. Pecado é contra Deus – v. 4. Antes de tudo e de todos o pecado é contra Deus. Somente o regenerado conhece esta verdade.

G. Depravação total – v. 5. Pecador é depravado pela sua natureza.

H. Pecado tira a comunhão com Deus – v. 11. O salvo tem que confessar os seus pecado a Deus e Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda a injustiça.

I. Pecado tira a alegria da salvação do crente – v. 12. Nós sabemos disso.

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J. Pecado fecha a boca do testemunho do salvo por Cristo – v. 13-15. Tira a nossa vontade para testemunhar (evangelizar) os outros.

K. Pecado faz mal com os outros ao nosso redor – v. 14.

O caminho de voltar à comunhão com Deus.

A. Não pelas obras da lei – v. 16.

B. É um coração quebrantado por causa do pecado – v. 17. O coração quebrantado significa um coração contrito, arrependido, quebrado em pedaços por causa do pecado cometido. Nesta situação a única coisa quebrada que ainda presta, é o coração quebrantado.

C. De onde vem o perdão é Deus – v. 6-10.

Conclusão. O salmo 32 dá o gozo do homem perdoado e restaurado por Deus. Davi escreveu este salmo depois que foi perdoado e restaurado a Deus por causa do seu pecado que fez com Bate-seba.

8. Os Salmos acerca da Palavra de Deus. 19:7-14, 119.

Duas características do Salmo 119.

A. É o capítulo mais cumprido da Bíblia. Mostra a grande importância que a Bíblia tem nas nossas vidas. Salmo 119 está bem no meio da Bíblia e isso mostra o lugar central que a Bíblia deve ter entre nós. A Bíblia deve está bem no meio da nossa doutrina e das nossas vidas. Mostra também o amor que devemos ter por ela. O salmista amou e meditou nela continuamente. 119:97. Folgou com ela como alguém que acha um grande tesouro. 119:162. Achou mais doce do que o mel na boca. 119:103. Ficou ansioso para a hora chegar de pensar nela. 119:148. A palavra de Deus era os seus conselheiros. 119:24. Não ficou envergonhado da palavra de Deus. 119:46. Ficou triste porque o povo não a escutou nem a obedeceu. 119:136.

B. É salmo alfabético ou acróstico (arranjo alfabético ou acróstico). Este salmo não tem nome nem título, mas não precisa porque é óbvio o seu assunto. Distingue-se na largueza do seu pensamento, na profundeza do seu propósito e na altura do seu fervor acerca da palavra de Deus. Este salmo tem um arranjo segundo o alfabeto hebraico. O alfabeto hebraico tem 22 letras. Cada letra é a cabeça de uma seção de oito versículos. Cada versículo de cada seção começa com a letra da sua própria cabeça correspondente na língua original. Não podemos ver essa parte porque ficou perdida por causa da tradução de uma língua para outra. Pode ver estas seções na Bíblia: 22 seções de oito versículos. Note as letras do alfabeto hebraico na sua Bíblia: álef, bet, guímel, dálet, he, vav, záin, het, tet, iôd, cáf, lámed, mem, nun, sámech, aín, pe, tsádi, cof, reich, shin, tav.

Porque está escrito assim? Há razão? Com certeza há. Deus inspirou este salmo desse jeito para nos ensinar alguma coisa ou coisas.

A. É a maneira certa de ensinar a criança o alfabeto? Na escola dominical ou em casa? Ó que maneira boa para ensinar os filhos a Bíblia e o alfabeto.

B. Tudo que falamos deve estar cheio da palavra de Deus. Palavras são feitas de letras do alfabeto. É uma conversa repleta da palavra do Senhor.

C. Cristo é o alfa e ômega de toda a ciência e verdade. Ele é o princípio e o fim da verdade e tudo que fica no meio. Ele é a palavra de Deus, este é o Seu nome.

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D. Jesus Cristo é tudo que todas letras e palavras de todos os alfabetos podem expressar e muito mais. Ele é a palavra de Deus (o Verbo).

E. Jesus Cristo é o princípio e o fim de todo conhecimento verdadeiro.

F. A palavra de Deus é nosso conhecimento e sabedoria perfeitos e completos.

G. Deus não é de confusão. Ele é de ordem e de um arranjo perfeito.

Algumas características da palavra de Deus.

A. É fiel e verdadeira eternamente. 119:89.

B. A sua profundeza está sem limite. 119:96.

C. O seu conteúdo é só verdade. 119:160. Portanto, é a regra absoluta. 19:9.

D. É fiel. 19:7. Não é relativo nem variável. Portanto, faz sábio o ignorante.

E. É pura. 119:140. Foi testada, provada e achada pura.

F. É perfeita. 19:7. Sempre cumpre o seu propósito de refrigerar a alma.

G. É justamente o contrário à sabedoria humana. 19:8-9. Leva o homem para a pureza e desejar fazer o melhor. A sabedoria humana não faz isso.

A obra da palavra de Deus.

A. Guiar o homem nesta vida. 119:105. É a voz da experiência para o jovem que a falta. 119:9. Para os mais velhos é o guia da vida.

B. Dá conforto e encorajamento no tempo da aflição. 119:50. O homem sem a promessa, segurança, certeza e confiança da palavra de Deus, na aflição fica oprimido. Dá coragem quando lemos sobre os santos antigos no meio da dificuldade. 119:132. Muitas vezes a aflição é a maneira de descobrir o que está faltando na vida. 119:67, 71.

C. A sabedoria verdadeira é dada pela palavra de Deus mais do que pela sabedoria humana toda. 119:98-99, 104.

Poder para seguir a palavra de Deus.

Precisamos da sabedoria da palavra de Deus. Mas, precisamos também o poder para seguir a palavra de Deus. 119:176.

A. Estamos inclinados para nos desgarrar.

B. Deus tem que nos buscar ou não há esperança.

C. Somente a sabedoria da palavra de Deus pode nos iluminar.

D. Podemos nos desgarrar, mas Deus não nos deixa esquecer a Sua palavra.

E. Somente um andar fiel (119:11) com Deus através da comunhão da palavra de Deus dá o conhecimento da presença do pecado.

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9. Os Salmos Messiânicos.

O versículo certo para este estudo é Lucas 24:44. Salmo 40:4-6 está apresentado o sacrifício de Jesus Cristo. Hebreus 10:1-7 explica esta passagem. Os sacrifícios do Velho Testamento não tiraram o pecado, só Cristo faz isso. Os sacrifícios do Velho Testamento eram simbólicos do Cordeiro de Deus que tira o pecado.

A necessidade que o homem tem do Salvador.

Os salmos ensinam a mesma verdade que Paulo depois ensinou (Romanos 3:4-18). O homem pecador precisa do Salvador Jesus Cristo. Salmos 5:9, 10:7, 14:1-3, 36:1, 51:4-6, 149:3.

A vida e o sofrimento do Salvador nos salmos.

A. Os magos chegaram para ver o Salvador em Belém. 72:9-10.

B. O zelo do Messias no templo. 69:9.

C. O Messias não foi aceito pela família. 69:8.

D. As crianças cantaram “hosana” ao Salvador na Sua entrada triunfal. 8:2, 118:26.

E. A rejeição do Messias por Israel. 118:22.

F. O sofrimento do Messias no Jardim de Getsêmani. 69:1-4.

G. O traidor do Salvador. 41:9.

H. Israel abandonado temporariamente pelo Messias. 69:25 com Mateus 23:38.

I. Jesus citou Salmo 22 na instituição da ceia. Mateus 26:24.

J. Cantaram um hino depois da ceia. 22:22 com Hebreus 2:12.

K. O ódio do povo à crucificação de Jesus Cristo. 2:1-3.

L. As circunstâncias do julgamento do Messias à crucificação. Falsos testemunhos – 27:12. A vergonha e escárnio – 69:19.

M. Os pés e as mãos traspassados. 22:16.

N. Lançaram sortes sobre a roupa do Salvador à crucificação. 22:18.

O. Zombaram o Salvador à crucificação. 22:8.

P. O Messias citou Salmo 22:1 na cruz.

Q. O fel e o vinagre. 69:21.

R. A morte, o sepultamento e a ressurreição do Salvador. 16:10.

S. A ascensão do salvador. 68:18. 24:7-10.

Conclusão.

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Salmos 85:10. Em Jesus Cristo só pode ser que a verdade desse versículo é a verdade!

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CAP 3 - O LIVRO DE PROVÉRBIOS

O LIVRO DE PROVÉRBIOS

Introdução do Livro.

A Bíblia é uma biblioteca espiritual muito rica. A Bíblia é uma unidade em diversidade. São diferentes grupos de livros: históricos, poéticos, proféticos, filosóficos e doutrinais. O livro de Provérbios é poético, mas também é um livro de filosofia (filosófico). A medida desta filosofia não é pelo número de palavras, mas pela profundidade, extensão, plenitude, superioridade e finalidade dela. Com esta biblioteca podemos entender e aprender mais sobre as realidades fundamentais do universo e da vida do que em todas as bibliotecas mundanas. Provérbios nos dão a filosofia da vida mais certa, básica, profunda e inteligível que existe.

Prudência Mediante Preceito.

Na biblioteca bíblica passamos da adoração devota dos Salmos para a sabedoria prática dos Provérbios. Nos Provérbios achamos prudência mediante preceito. Provérbios são preceitos celestiais para a vida terrestre e palavras sábias para a caminhada diária.

A Significação da palavra “Provérbios”.

Um provérbio é um dito breve em lugar de muitas palavras. Provérbio – pro significa “em lugar de” e verba significa “palavras”. Então é uma máxima concisa – a inteligente concentração de uma verdade ou conselho sagaz em uma fórmula concisa e marcante falada de uma maneira que se torna popular e é mais fácil lembrar do que esquecer.

Autor dos Provérbios.

Não há dúvida que foi Salomão o Rei de Israel que escreveu o livro de Provérbios. Leia 1:1, 10:1, 25:1. Veja I Reis 4:32 para ver que Salomão escreveu muitos provérbios.

Capítulo 30. Diz que este capítulo é as palavras de Agur. Quem foi este homem? Pode ser homem desconhecido ou Salomão mesmo. O nome “Agur” significa “Ceifeiro”. Pode ser como no livro de Eclesiastes que Salomão é chamado o “pregador”, que Salomão é chamado por este nome (Agur) no livro dos Provérbios. Provavelmente é isso que seja a verdade.

Capítulo 31. Diz que este capítulo é as palavras de Lemuel. Quem foi este rei? Foi um rei desconhecido ou Salomão de novo por outro nome? O nome “Lemuel” significa “pertence ao Senhor” no sentido de ser devotado a Ele. Como Salomão foi devotado ao Senhor pelos seus pais. Provavelmente é isso que seja a verdade. Um exemplo disso é II Samuel 12:24-25. Neste versículo o profeta disse que o nome de Salomão é “Jedidias”, que significa “amado de Jeová”.

Análise e Esboço do Livro.

O livro de Provérbios está dividido em três partes.

1. Sonetos exaltando a sabedoria. 1-9.

2. Máximas prescrevendo a prudência. 10-24.

3. Outras máximas sobre a prudência. 25-31.

Ler e Estudar o Livro de Provérbios.

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Pela natureza de um provérbio podemos entender o método de ler e estudar este livro. Não devemos ler e estudar este livro do jeito que lemos e estudamos capítulos de uma narrativa (como nos livros históricos), ou os ciclos completos de debates (como no diálogo de Jó), ou poemas completos (como nos Salmos), ou argumentos progressivos (como em Eclesiates). Os Provérbios devem ser lidos devagar, refletidamente, não de uma vez só, com o propósito de os lembrar e memorizar. Essa memorização não deve ser uma tarefa forçada, como a de decorar regras gramáticas de uma língua. Mas, pelo simples fato de ler e estudar devagar e refletidamente até que fique na mente naturalmente porque eles fazem parte agora do nosso pensamento. Os provérbios têm por finalidade auxilia tanto a memória, que são de fácil apreensão. É maravilhoso ver como esses provérbios bíblicos nos dão a verdadeira sabedoria e como se fixam inesquecivelmente na memória quando lidos com meditação e freqüência. Quando o provérbio está fixo na memória se torna uma palavra boa e prática para a nossa vida diária. Ó que coisa boa para a nossa vida aqui na terra. Precisamos esta sabedoria divina todo dia no mundo cheio da sabedoria humana e maligna. Um bom exemplo: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não estribes no teu próprio entendimento”. Provérbios 3:5. Precisamos desse provérbio para a nossa vida diária? E como! Porque estamos inclinados para confiar mais em nós mesmos do que no Senhor.

O Livro de Provérbios.

Vamos escolher alguns capítulos para estudar. Isso é devido ao tempo e à natureza desse estudo. Estes estudos abreviados nos Provérbios que se seguem foram tirados dos estudos feitos do Pastor Bobby Aldridge.

Capítulo 1. O Temor do Senhor. O versículo chave é v. 7.

Fala da reverência e submissão para a Sua pessoa divina, natureza (atributos), presença (onipresença), vontade e santidade.

1. O que o temor do Senhor faz. v. 1-9.

A. É o princípio do conhecimento. v. 7. É o tema do capítulo. (v. 2-4).

B. Dá um apetite santo e bom para a verdade. v. 5-6. (ignorância e preguiça?)

C. O temor do Senhor expulsa os temores que o salvo tem. v. 7. (do homem, da morte, dos políticos, de amanhã, de amar, de dar, de confiar, de falhar). v. 5-6. Qual é o crente que não precisa desse conselho? De memorizar? v. 7. Para a vida diária? O temor do Senhor é o fundamento do conhecimento divino. É isso que os perdidos faltam.

2. A prudência da sabedoria. v. 10-19.

A. A atração dos pecadores não deve ser aceita. v. 10.

B. A responsabilidade de rejeitar a mentira faz mal com os pecadores. v. 11-16. Devemos desviar o nosso pé do caminho errado deles. Deve ser uma resistência imediata e um abandono total do seu caminho.

C. A ruína deles. v. 17-19.

3. A exclamação da sabedoria. v. 20-23.

A sabedoria fala com o simples (ignorantes), escarnecedores (zombadores) e insensatos (tolos). A sabedoria bíblica dá a resposta certa para eles: atentai para o conselho da sabedoria.

4. O julgamento daqueles que rejeitam a sabedoria. v. 20-23.

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A. Os rebeldes estão sem desculpa. v. 24-25. Porque recusaram ouvir, não deram atenção, rejeitaram o conselho e não quiseram a repreensão.

B. A sua condenação é justa. v. 26-32. Veja que Deus diz. Deus rirá deles (v. 26). A destruição deles será repentina (v. 27). Eles chamarão em vão (v. 28). É o resultado da sua própria escolha (v. 29). Porque odiaram o conselho de Deus (v. 30). Ceifarão o que semearam (v. 31-32).

C. A promessa aos ouvintes fiéis. v. 33.

Capítulo 4. Três coisas dignas de guardar.

Note a palavra “guardar” nos v. 4, 6, 13, 21, 23. Também a frase “retenha o teu coração” no v. 4, “ela te protegerá” no v. 6, “apega-te à instrução” no v. 13, “não as deixes apartar-se” no v. 21 e “guarda o teu coração” no v. 23. Tudo fala da necessidade de guardar a sabedoria divina para nosso bem.

1. A herança da sã doutrina, v. 1-10. “Ele me ensinava”, v. 4.

2. O caminho alto da justiça, v. 11-22. “No caminho da sabedoria te ensinei”, v.11.

3. O coração, v. 23-27. “Guarda o teu coração porque dele procedem as fontes da vida”, v.23.

Capítulo 5. A atração da mulher estranha.

1. A atração dela, v. 1-5. Seu beijo, lisonja, fascinação, veneno e dor.

2. A admoestação da sabedoria, v. 6-8. “Longe dela seja o teu caminho”, v. 8.

3. Os avisos e as conseqüências, v. 9-14. “Para que não dês a outrem a tua honra”, v. 9.

4. Os conselhos da sabedoria, v. 15-20. ”Bebe água da tua fonte”, v. 15.

5. O juízo de Deus para o adúltero, v. 21-23. “Ele morrerá”, v 23.

Capítulo 6. Obrigações.

1. Obrigação de ser fiador. v. 1-5.

Alguém que assume ser fiador para outra pessoa está assumindo a possibilidade de pagar a dívida da pessoa se ela não a pagar. Por isso, deve considerar o que faz cuidadosamente. Porque se for necessário que o fiador pague essa dívida, não pode dizer não, ou que não tem a condição. Porque quando assumiu esta obrigação de ser fiador, assumiu a obrigação de pagá-la se for necessário. Se não tem a condição de pagar como fiador a dívida da outra, não deve ser fiador dela. Ser fiador não é uma brincadeira, é uma obrigação séria. Não deve ser fiador só pela amizade. Deve pensar seriamente com muita sabedoria e cuidado para ser fiador de alguém.

2. A obrigação de trabalhar. v. 6-11.

É a obrigação do homem para ganhar seu pão trabalhando fielmente. Veja que a Bíblia diz: Gênesis 2:15, 3:19. II Tessalonicenses 3:10. Veja as lições dadas pelas criaturas de Deus sobre trabalhar. v. 5-8. Pode desprezar a obrigação de trabalhar, mas não escapar da conseqüência. v. 11.

3. A obrigação às vítimas do enganador. v. 12-19.

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O enganador se obriga para as suas vítimas. v. 12-15. Esta verdade é óbvia, pelo fato que Deus cobra caro o enganador, porque ele deve as vítimas do seu engano. Veja sete coisas que o Senhor Deus odeia. v. 16-19. O Senhor mesmo certifica se que esta obrigação será cobrada, é a lei da Palavra de Deus. Êxodo 22:1. Lucas 19:8. Deus vai cobrar o enganador no juízo, no grande trono branco. Apocalipse 20.

4. A obrigação do adúltero. v. 20-35.

Salomão dá admoestações para evitar a prostituição. v. 20-29. O adúltero é comparado ao ladrão. v. 30-33. O adúltero é obrigado ao marido. v. 34-35. É uma obrigação que não pode ser paga de forma nenhuma.

Capítulo 12. O nosso caráter examinado e estabelecido.

1. Nossa anatomia.

A língua sadia, v. 18-19.

As mãos ativas, v. 14, 24.

A boca útil, v. 6, 14.

O coração sossegado, v. 8, 20, 23, 25.

Os lábios verdadeiros, v. 13, 19, 20.

A mente reta, v. 5.

2. Nossos amores.

Amor pela instrução, v. 1.

Amor pela esposa, v. 4.

Amor pela honestidade, v. 9.

Amor pela misericórdia, v. 10.

Amor pelo cuidado da própria vida, v. 11.

Amor que dá fruto, v. 12.

3. Nossas repugnâncias.

Rejeitar repreensão é estúpido, v. 1, 16.

Rejeitar impiedade é sábio, v. 24, 17.

4. Nossa casa.

O alicerce certo, v. 7.

A proteção divina, v. 21. (Romanos 8:28).

5. Nossa vida.

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Nossos direitos e vontade, ou o direito e vontade de Deus para reina-la, v. 15.

Sem hipocrisia, v 17.

Nossa vizinhança, v. 26. I João 5:19.

O caminho da justiça, v. 28. João 14:6.

Capítulo 26. A lista internacional dos tolos de vergonha.

1. O tolo ordinário de todo dia. Ele está achado em todo lugar. v. 1-11.

Honra não combina com ele. v. 1.

Sua maldição não virá sem causa. v. 2.

O tolo tem que ser controlado. v. 3. Ele só entende a força brutal.

Não seja como ele. v. 4.

Mostra a ele a sua tolice. v. 5.

Não confia nele de jeito nenhum. v. 6.

O tolo não tem entendimento. v. 7.

Ele é uma arma carregada. v. 8.

Dormência (não sente sua tolice) faz tudo sobre ele pior. v. 9.

O tolo e o transgressor são iguais. v. 10.

O retrato verdadeiro do tolo. v. 11.

2. O tolo presunçoso, vaidoso e orgulhoso. v. 12.

3. O tolo preguiçoso. v. 13-16.

4. O tolo que mexe nas questões dos outros. v. 17.

5. O tolo engraçado e inútil. v. 18-19.

6. O tolo contencioso. v. 20-28.

Capítulo 31. A perpetuidade da mulher virtuosa.

1. O conselho da mulher virtuosa. v. 1.

2. Os votos da mulher virtuosa. v. 2.

3. Os conselhos prudentes da mulher virtuosa. v. 3-7.

4. A compaixão da mulher virtuosa. v. 8-9.

5. A perpetuidade pelos ensinos da mulher virtuosa à sua posteridade. v. 10-31.