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Esculturas no Palácio

ESCULTURAS NO PALÁCIO

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Mestrado em Escultura FBAUL 2013/15

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Esculturas no Palácio

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As minhas primeiras palavras nesta breve comunicação vão dirigidas à Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa para a felicitar, na pessoa do seu Presidente do Conselho Directivo, pelo relançar desta excelente iniciativa que nos oferece a todos a possibilidade de proporcionar uma nova exposição de escultura com alunos dessa escola num espaço tão imponente como o é o Palácio Marquês de Pombal, aqui em Oeiras.

Gostaria também de saudar todos os participantes, desejando que esta exposição vos seja útil e vos permita dizer depois, quando tudo terminar, que valeu a pena o esforço!

Para nós a promoção da Cultura, nas suas mais variadas manifestações, tem merecido a maior importância. Devo dizer que o município de Oeiras nesta — como em tantas outras matérias — não costuma aplicar critérios ou políticas de sentido único. Pelo contrário, o mundo global em que vivemos obriga-nos a pensar diferente e a diferença está justamente nos conceitos de rede ou de parceria que são cada vez mais indispensáveis.

Ora, julgo que a presente colaboração entre a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e a Câmara Municipal de Oeiras é um bom exemplo da proveitosa relação de cooperação estabelecida entre uma autarquia e uma instituição de ensino.

De resto, nem poderia ser de outra forma, num município onde a Cultura é marcada pela diversidade, pelo universalismo e pela regularidade das propostas, numa verdadeira plataforma de serviço público onde, semanalmente, ocorrem acontecimentos que ora estão ligados à música, à dança ou ao teatro, ora se relacionam com o património histórico e a museologia, ou com a promoção do livro ou ainda das artes visuais.

Acarinhar, pois, esta iniciativa com a Faculdade de Belas-Artes representa uma total identificação com o conceito de uma Oeiras totalmente integrada no século XXI, uma Oeiras que tem por objectivo central um desenvolvimento coerente e integrado. Uma Oeiras que, tomada como um todo, possa provocar novas dinâmicas, novos impulsos, novas zonas de atracção. É isso que pretendemos agora que estamos a começar a pôr em prática um plano de animação do Palácio Marquês de Pombal onde o protagonista é o cidadão. Numa palavra: o que pretendemos é fortalecer a identidade desse mesmo cidadão com o território onde reside. Queremos que aumente o seu sentido de pertença à comunidade e que a sua capacidade de interacção social se aprofunde.

Resta-me concluir dizendo que, através da Cultura será muito mais fácil a construção de uma Cidade do Futuro mais humana, mais solidária, mais fraterna e, sobretudo, mais feliz!

É essa a Cidade que ambicionamos para Oeiras e é por ela que batalhamos diariamente sem nunca desistirmos! Porque Oeiras nos motiva!

Parabéns a todos quantos tornaram possível esta excelente exposição. Muito Obrigado!

Paulo Vistas, Presidente da Câmara Municipal de Oeiras

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A Faculdade de Belas-Artes, a maior e a mais antiga instituição pública dedicada ao ensino das artes em Portugal, congratula-se com a presente iniciativa envolvendo os alunos do seu curso de mestrado em Escultura, o Município de Oeiras e todos os visitantes do magnífico Palácio Marquês de Pombal. Porque o diálogo aberto com a sociedade, a participação na esfera pública e a intervenção cívica são eixos que temos vindo a privilegiar e que se refletem nesta exposição, agradeço à Câmara Municipal de Oeiras, na pessoa do seu Presidente, o empenho colocado na concretização deste projeto.

Se o espaço é um dos grandes domínios e matérias da criação escultórica, a possibilidade de expor esculturas num lugar com a complexidade espacial e a riqueza histórica, artística e cultural do Palácio Marquês de Pombal é um privilégio e, em simultâneo, um desafio.

Temos especial orgulho nos nossos alunos e professores que ajudam a projetar e ampliar o nome da nossa Faculdade para além das paredes do Convento de São Francisco no Chiado. O conhecimento público do trabalho aí realizado reveste-se de particular interesse. O seu reconhecimento tem um valor estratégico. Por um lado, permite dar visibilidade à tarefa de formação artística que desenvolvemos; por outro, permite que os nossos alunos se autonomizem e iniciem os seus próprios e singulares diálogos com os espaços, os contextos e as estruturas físicas e sociais que os envolvem. Numa palavra, com o seu, o nosso, mundo.

Vítor dos Reis, Presidente da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa

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Escultura(s) no Palácio — Sinergia ou coincidência?

Há quem creia em coincidências e há até quem a partir da coincidência estabeleça uma abordagem (pseudo) científica. Não. Não me refiro à imagética escolástica da coincidentia oppositorum, mas, a algo mais recente — à teoria da sincronicidade ou da ‘coincidência significativa’1 de Carl G. Jung. Uma construção (psique) filosófica que reconhece que a disposição de um conjunto de hexagramas do I Ching embora possa aparentar uma organização aleatória, também possibilita “que todo o momento se expresse, incluindo-se, aí, tanto o passado como o futuro”.

É claro que para se obterem soluções é preciso primeiro perguntar (e a seguir jogar como acontece no I Ching) e depois buscar respostas, como sucede na ciência. Ao Invés da ciência, a arte mais do que responder, coloca questões, indaga, instaura possibilidades, percorre caminhos incertos (a maioria das vezes por terrenos desconhecidos).

Mas porque falei da coincidência?

Há semanas, numa daquelas conversas de corredor no Convento de São Francisco (agora já sei porque referi à coincidentia oppositorum) alguns alunos de mestrado demonstraram interesse em fazer uma apresentação dos trabalhos realizados durante o primeiro ano do mestrado. Curiosamente (e aqui entra a primeira coincidência) desde que o Mestrado em Escultura abriu, há meia dúzia de anos, que nunca se viu tamanho desinteresse na escultura pública — Nem um aluno (nem sequer um para amostra) quis realizar in situ (e até havia contexto público para isso) uma escultura pública; afinal todos quiseram apenas escultura (sem o sufixo pública). Que terá suscitado a influência do espírito modernista que predica uma escultura nómada doméstica e intimista?

Sucede que depois de algumas démarches (e agora entra a segunda coincidência) surgiu a possibilidade dos estudantes exporem os seus trabalhos no Palácio Marquês de Pombal em Oeiras.

“Esculturas no Palácio”, nome que acabaram por adoptar para designar esta exposição, apresenta, pois, cerca de dezena e meia de trabalhos realizados no último ano, na sequência, do já referido curso de mestrado em escultura e escultura pública. As Esculturas, evidenciam um panorama algo heterogéneo, com sintoma de alguns regressos à estatuária de feição mais ou menos formalista, informal ou, surrealizante, a par de outras propostas abstratizantes (incluindo a citação da pioneira escultura abstracta — monumento ao prisioneiro político de Jorge Vieira) ou de algumas instalações de carácter íntimo e orgânico e, ainda outras, de feição mais objectual e arquitectónica.

1. PROGOF, Ira, Jung, sincronicidade e destino humano — A teoria da coincidência significativa de C.G. Jung, S. Paulo, Ed., Cultrix, 1995

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Por todo o empenho estão estes jovens artistas de parabéns; por terem tido a coragem (de conferir materialidade ao seu estado de consciência) de enfrentarem o juízo do público e de perspectivarem, quem sabe, um promissor futuro.

A todos, aos estudantes, por me confiarem o papel de interlocutor e, aos colaboradores do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Oeiras, o meu bem- -hajam pela profícua sinergia que resultou na concretização deste projecto.

Depois das palavras de circunstância resta o convite ao público para que de-ambule pelo palácio e desfrute da integração das escultura no espaço; o desafio não foi pequeno, não sendo trabalhos site-specific, como se adaptou cada obra à superfície do palácio?

José Teixeira, Prof. Auxiliar

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8 Andreia Mateus 10 Andreia Pinelas 12 Bárbara Bulhão 14 Caio Ventura 16 Carolina Quintela 18 Contramestre 20 Luísa Barros Amaral 22 Maria Correia 24 Pedro Piris Serrano 26 Raquel Rita 28 Rita Queiroga 30 Samuel Ferreira 32 Sérgio J. F. Matos 34 Susana Moreira 36 Curricula Vitae

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Por mais estática e rudimentar que uma sociedade pareça, é possível detectar nela elementos de mudança que representam a sua adaptação. É a imparável transformação dos valores, ideias e formas de relacionamento dos indivíduos. Indivíduos passarão a linha, interagirão com a instalação, habitarão o interior delimitado, ao contrário da maioria, que irá contornar a linha. Com o passar do tempo a linha deixará de ser vista como um obstáculo, visto que o comportamento em sociedade se baseia na imitação, repetição e tentativa e erro. Isso levará outras pessoas a experiementar a instalação.

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Ferro, 10×300×300 cm9

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A dicotomia Peso/Leveza materializa-se através da Matéria fria e desmaterializa-se por meio da Luz quente. Dois mundos, o real e o imaginário, são referidos e conjugados numa forma que tende a perder peso e a elevar-se no espaço, enquanto metáfora de um sentimento pessoal proveniente do processo de criação artística.O registo desse sentimento materializa-se...abre rasgos na matéria, tira-lhe corpo. Liberta-a.

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Ferro, luz, 100×100×60 cm11

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De carácter instalatório, percorre a linha que vai desde o chão até ao tecto, em níveis, que trazem consigo a saturação. Cria-se a possibilidade de o espectador poder usar/percorrer o espaço e chegar a um ponto em que se torna impossível por impedimento da própria peça — deixar de existir espaço para — saturação do local, não se pode chegar ao céu.

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Ferro, câmaras de ar, ytong e cimento, 270×330×450 cm 13

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A peça Simbiose I insere-se no Projecto “Simbiose” o qual está sendo produzido ao longo do estudo do Mestrado de Escultura da FBAUL, tendo como conceito a relação do ser humano contemporâneo com a natureza.

Diante de tanta arquitectura, as plantas e árvores são de pouca presença, aparecem de forma artificial distante de propor um ambiente saudável. E de necessidade ao organismo humano emigrar das grandes cidades para obter uma nova experiência com a natureza, como um reaprendizado dos valores básicos da vida.

Nas esculturas, todo este conceito se dá de forma direta e adversa, com a composição de elementos sem vida e com. Mantêm uma harmonia de movimento, forma e volume, independente de serem materiais diferentes, se conectam no deslizar das linhas e faces.

Uma experiência transcendental do redescobrimento de si no Íntimo da natureza.

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Gesso cerâmico, ferro, vidro, elementos naturais 38×22×94 cm

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A escultura desenrola-se em três momentos: a escultura em ferro, fotografias da mesma em espaços românticos e a sobreposição das fotografias numa estrutura específica de grandes dimensões.

A escultura em ferro apresenta-se como sendo a expressão do que é racional e calculado, a ausência de sentimento. Os espaços escolhidos para as fotografias correspondem a alguns dos ideais românticos, como a exaltação da natureza, representando a emotividade.A sobreposição das fotografias em transparência numa estrutura específica em que a escultura de ferro é fotografada sempre no mesmo enquadramento, ganha tridimensionalidade e é também desta sobreposição que vai resultar uma paisagem final. Esta é o resultado de todas as outras, tornando-se a desmaterialização e a aproximação àquilo que não é racional, palpável ou mensurável; a aproximação à própria Paisagem Romântica.

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Impressão fotográfica s/ tecido, madeira e aço250×175×30 cm

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Poliestireno expandido, resina acrílica c/ fibras de vidro, 60×60×200 cm C

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13Esta obra usa o corpo como material, tema e ferramenta, para instalar num espaço arquitectónico interior, como um cruzamento de corredores ou no centro de uma sala. Foi desenvolvida trabalhando um tema que é sempre actual para mim; “a condição humana”. Esta obra resume-se a uma figura Humana, está de pé, onde tenta avançar devagar e um pouco a medo, pois não sabe onde está, nem como foi lá parar. Apresenta-se com uma expressão confusa e vazia. Talhada em poliestireno expandido com 2 metros de altura, acabamento exterior com resina acrílica e fibra de vidro.

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O que nos leva à semelhança sobre o ponto de vista morfológico, com o homem, a Antropomorfia. Associando esta teoria ao teste de Rorschach — desenvolvido pelo psiquiatra suíço Hermann Rorschach — (popularmente conhecido como “teste do borrão de tinta”) uma técnica de avaliação psicológica através de imagens. O teste consiste em dar respostas em relação ao que se observa nas manchas de tinta simétricas. A partir das respostas, procura-se obter um quadro amplo da dinâmica psicológica do indivíduo. As imagens do teste, desenvolvidas por Rorschach, são sempre as mesmas. A observação destas imagens varia de indivíduo para indivíduo, revelando a sua personalidade. Cada um vê o que quer; vê o que traz na sua bagagem imagética, na sua experiência. O Antropomorfo surge numa sequência de exercícios que partem do conceito de “interior”. Considerando o interior a partir do exterior: através da impressão, da identidade, “de fora para dentro”, todo o mundo construído está feito à nossa escala, espelha a nossa antropometria. Revela o peso da forma.

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Pinho, 100×80×60 cm 21

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São estudos para a complexidade latente em todas as coisas. São estudos para a materialização de conceitos invisíveis. São estudos contínuos e contiguos.

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Ar sobre gesso, 10×10 cm (cada)23

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14As esculturas evocam as qualidades estruturais, na relação dos objectos com o corpo. Neste contexto foram recriadas esculturas que contrastam com o espaço onde inseridas, mas respeitando o mesmo… Desta forma o trabalho desenvolto vai preencher espaço, ganhar forma e lugar, entrar em concordância e criar peso. Dizer que como escultura, está lá. Assim nestas obras existe a condição forte de tridimensionalidade e escala. As esculturas são constituídas de perfis, criando espaços em aberto, fisicamente fortes e imponentes na conivência com o publico, deixando uma ideia de monumentalidade e de peso, na relação entre estes objectos e destes objectos com o espectador.

Estas esculturas podem ser de pequenas dimensões, contudo transparecem uma relação de analogia espacial com o corpo humano. Essa noção de escala dá uma nova envolvência, uma constante cumplicidade quando o espectador faz parte da obra.

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14A escultura proposta apresentada parte de um estudo formal de um parafuso sem-fim das máquinas agrícolas. É composta por uma sequência de discos, de trator agrícola com corte da forma da espiral de ouro, dispostas ao longo de um eixo. O eixo encaixa em dois pilares e comporta uma manivela, entrando em movimento apenas quando o espectador gira a manivela. A Escultura pretende representar três momentos sequências: o primeiro movimento é apenas sugerido pela disposição das placas em relação ao eixo, formando uma espiral; o segundo é criado pelo espectador que gira a manivela; o terceiro movimento resulta da acumulação de energia após ter sido girada que faz com que permaneça durante alguns breves momentos a girar.

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Ferro, 90×130×70 cm27

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13Ovo. Semente. Origem. Interior. Exterior. Feminino. Masculino. Bárbara Hepworth. A escultura apresenta-se como um ovo, cujo interior se abre ao espectador, permitindo a sua passagem e vivência interior. A “casca” do ovo abre-se em janelas por onde se pode observar o que está para lá da própria semente, esse ambiente de expansão, universo de possíveis escolhas, abóbada celeste para onde todos os ramos se encaminham. Bárbara é núcleo criativo da génese em expansão.

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29Gesso, 110×70×230 cm

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A partir do conceito de comunicação e da ideia de ligação entre pessoas, apresento o movimento de respiração e entrada musical efectuado por um maestro. A orquestra comunica com o maestro pela observação atenta e segue cada movimento que ele executa. Os movimentos (sejam eles expressivos, ritmados, com ou sem ênfase, mais ou menos afirmativos) executados pelo maestro ajudam-no a exprimir aos seus músicos o que está escrito na partitura.

O maestro, através dos músicos, dá vida às ideias e emoções que o compositor previamente escreveu em papel. O maestro vive segundo a partitura interpretando cada pensamento do autor como seu.

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Ferro, 145×110×5 cm, 190×115×75 cm 31

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13Postulada na sensação de que o “Ser Contingente” não é inevitável, ou desejável e eternamente prisioneiro e Ouroboros de si próprio… nasce — do pensamento à matéria — esta obra escultórica, inspirada no paradoxo do último Homem, que pulula entre a razão do ente consciente, e a falácia inaceitável que responde a todas as perguntas da Humanidade…

Este é um ideal fundado e enraizado em conceitos que percorreram toda a História Humana desde a Antiguidade até ao Zeitgeist Contemporâneo, e que encontrou, em autores como Schopenhauer e a sua Gnosiologia de variação “Eudemonística”; Nietzsche e o seu Eterno Retorno de cariz Epistemológico; Emil Cioran e o seu “Niilismo ético” e David Benatar e a sua fulgurosa revolta com o simples conceito de “dor”; base para nascer como estética…

Uma escultura que representa o último instante do último ser humano consciente a habitar este planeta, no exacto momento em que o vazio se aproxima da sua intuição metafísica, clarificando uma consciência angustiada pelo relativismo da matéria…

A sua mão direita é apenas um fragmento que se eleva para o abismo da pré-existência como que tocando uma pequena parte do Infinito… como que segurando o último grão de areia da pedra de Sísifo… o fim do trabalho que Albert Camus designou por Absurdo da Vida: a Revolta da Consciência…

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Mármore, calcário, ferro, 70×60×20 cm 33

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Lá fora o teu corpo perde-se na imensidade do céu e da terra. Cá dentro não passa despercebido mas o espaço fechado aconchega-o. Refugias-te na penumbra e ficas no conforto da sombra. Espreitas, a medo, sem saber se podes sair. Talvez saibas, só não sabes como. Eu não sei. Há algo particular nessa meia luz que quase te esconde. És vísivel, não à primeira vista, não à segunda vista. És vísivel. Onde estás?

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Gesso, ferro, panos, fotografias, 180×100×100 cm35

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Curricula Vitae

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Andreia Mateus Arranhó, 1990. Reside no concelho de Arruda dos Vinhos e estuda em Lisboa. FORMAÇÃO: 1º ano do curso de Arquitectura, Instituto Superior Técnico; concluiu em 2013 a Licenciatura de Escultura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa; frequenta o 2º ano do Mestrado de Escultura Pública na mesma Faculdade. EXPOSIÇÕES COLECTIVAS: Exposição de Finalistas de Escultura, ISEG, 2013; Instâncias, Oficinas de Formação e Animação Cultural de Aljustrel, 2014. RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS: Residência Artística em Moledo, 2013; Residência Artística RésVés Proença-a-Nova, 2014.

+351 919 687 476

[email protected]

Andreia Pinelas Alcochete, 1991. Vive em Alcochete e estuda em Lisboa. FORMAÇÃO: Curso de Representação Plástica do Espectáculo, Escola Secundária Artística António Arroio; Licenciatura em Escultura, Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa; 1º ano de Mestrado em Escultura na FBAUL. ESTÁGIOS: Amnistia Internacional Portugal — A Guerra não é um Brinquedo. EXPOSIÇÕES COLECTIVAS: Festival Optimus Alive 2011 ; XXXII Congresso International da FIDEM, Glasgow, Escócia; NEW IDEAS AND MEDALLIC SCULPTURE, Exposição Internacional Colectiva de Medalhística (Nova Iorque, Filadélfia, Nagoya e Lisboa); Galeria Comendador João Martins, Proença-a-Nova; NEW VOICES 2013, Mediallia… Rack and Hamper Gallery, Nova Iorque, EUA; ISEG; Oficinas de Aljustrel; NEW VOICES 2014, Mediallia… Rack and Hamper Gallery, Nova Iorque, EUA; XXXIII Congresso International da FIDEM, Sófia, Bulgária. PRÉMIOS: Bolsa FIDEM para jovens artistas, XXXII Congresso International da FIDEM, Glasgow, Escócia; Bolsa FIDEM

para jovens artistas, XXXIII Congresso International da FIDEM, Sófia, Bulgária.

+351 916 578 039

[email protected]

Bárbara Bulhão Évora, 1992. Reside actualmente em Lisboa. Frequentou a Escola Secundária Artística António Arroio em Ourivesaria; Licenciada em Escultura na Universidade de Évora, frequenta actualmente o Mestrado de Estudos de Escultura na FBAUL.

[email protected]

Caio Ventura Aracaju, Sergipe, Brasil, 1986. Reside atualmente em Lisboa. FORMAÇÃO: Concluiu em 2009 a Faculdade de Desenho Industrial na Universidade Estácio de Sá; Estudou por dois anos e meio na Faculdade de Escultura da Escola de Belas Artes na Universidade Federal do Rio de Janeiro (EBA — UFRJ); Estuda atualmente no Mestrado de Escultura da Faculdade de Belas--Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL); PROJECTOS: Como designer: Desenvolveu diversas Identidades Visuais de restaurantes, bares e departamentos universitários, além de diagramador e ilustrador do Periódico O Viajante da Faculdade de Turismo da Universidade Federal Fluminense (UFF). Como Artista: Membro e um dos fundadores do grupo artístico Concreto Desarmado, o qual desenvolve trabalhos e exposições em colectivo com as artistas Bábara Bulhão e Maria Correia.

+351 918 588 350

[email protected]

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Carolina Quintela Caldas da Rainha, 1991. Vive e estuda em Lisboa. Co-fundou em Novembro de 2013 um colectivo de joalharia, o Colectivo +351. FORMAÇÃO: Iniciou em 2012 o Curso Nocturno de Joalharia no Ar.Co (Centro de Arte e Comunicação Visual), Lisboa. Concluiu em 2013 a Licenciatura em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, onde frequenta o segundo ano do Mestrado em Escultura. RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS: Land Art, 2012, Moledo, Lourinhã. Monsanto Invade a Cidade, Simpósio Escultura, Parque Florestal Monsanto, 2013, Lisboa. EXPOSIÇÕES COLECTIVAS: Galerias Abertas das Belas-Artes, edições 2011, 2012 e 2013 (Lisboa); Caldas Late Night, 16ª, 17ª e 18ª edições (Caldas da Rainha); Intersecções, Museu de História Natural e Ciência, 2013 (Lisboa); Exposição de Finalistas de Escultura 12’13, ISEG (Lisboa); Exposição de Natal, Galeria Tereza Seabra, 2013 (Lisboa); 5ª Essência, Mosteiro da Batalha, 2014 (Batalha); Aproximaciones, Melting Point 2014 (Valência).

[email protected]

Contramestre Montijo, 1973, vive no Montijo. FORMAÇÃO: Licenciado em Belas Artes curso de Escultura, frequenta o 2º ano de mestrado na área de Escultura — FBAUL. EXPOSIÇÕES COLECTIVAS: Casa do Brasil, Lisboa, 2011; Centro Exposições de Odivelas, 2011/12; exposição de finalistas de escultura 2012/13.

+351 913 183 194

[email protected]

Luísa Barros Amaral Lisboa, 1992. Vive e trabalha em Lisboa. FORMAÇÃO: A frequentar o Mestrado em Escultura Pública na FBA/UL. Pós-Graduação em Escultura Pública, FBA/UL (2014). Licenciatura em Escultura, na Faculdade de Belas-Artes da Univ. de Lisboa (2013). RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS: Leccionamento de workshop sobre Escultura em Madeira,

Mercado das Artes, Proença-a-Nova (2014); Projecto de sensibilização artística e relação com os artesãos locais, CM Fundão, 2013/14; Monsanto Invade a Cidade — Simpósio de Escultura, Intervenção no Espaço Natural, Parque Florestal de Monsanto (2013); Land Art, Moledo, Lourinhã (2012); Assistente do escultor Anthony Heywood, no projeto Take a Walk, projeto com exposição em Lisboa (Novembro 2012) e Porto (Janeiro 2013). EXPOSIÇÕES COLECTIVAS: Mostra de Artistas de Belas-Artes no Festival FDUL Experience, Faculdade de Direito da UL (2014); 40 anos de 25 de Abril, exposição a pedido Associação 25 de Abril, Reitoria da ULisboa (2014); Exposição dos Finalistas de Escultura da FBAUL, ISEG (Out-Nov/2013); Galerias Abertas de Belas-Artes (2014/2013/2012/2011); colaboração com o artista Markus Ambach na exposição museucampus — A walk from Rua Serpa Pinto to the Largo da Academia Nacional de Belas Artes, patente no MNAC, em Abril e Maio. Assistência e participação no workshop Picasso Cake, Celebração do Aniversário do pintor Pablo Picasso, Medalhística, associação com o departamento de Escultura da Faculdade de Belas-Artes da Letónia (2012).

[email protected]

Maria Correia Nascida e criada em Lisboa, completou em 2013 a licenciatura em arquitectura na Universidade Lusíada de Lisboa, antes da entrada para o mestrado em escultura na FBAUL e frequenta agora a licenciatura em artes plásticas na ESAD nas Caldas da Rainha, onde reside. Participou na exposição colectiva dos alunos da FBA na reitoria da UL ABRIL HOJE em 2014.

+351 915 638 683

[email protected]

Pedro Piris Serrano Portalegre, 1991. Reside actualmente em Lisboa, onde estuda e trabalha. Conclui em 2013 a licenciatura no curso de Escultura

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na FBAUL. Integra no presente ano de 2014 o mestrado em Escultura na mesma Faculdade.

[email protected]

Raquel Rita Setúbal, 1992. Curso Produção Artística, especialização Realização Plástica do Espectáculo, Esc. Sec. Artística António Arroio, 2010. Lic. Escultura, FBAUL, 2013. EXPOSIÇÕES COLECTIVAS: NEW IDEAS IN MEDALLIC SCULPTURE, Portugal, EUA, Japão, 2011’12, 2012’2013, 2013’14; Optimus Alive’11; 17ª Exp. Int. Artes Plásticas Vendas Novas, 2011; 7ª Ed. Galeria Aberta, Beja, 2011; VI Ed. Prémio Medalha Contemporânea Sintra Dórita Castel-Branco, 2012; Caryatides, Gal. Comendador João Martins, Proença-a-Nova, 2013; Picasso Cake, Letonia-Portugal, 2013; Simpósio Escultura Monsanto Invade a Cidade, Pq Florestal Monsanto, 2013. Exp. Finalistas de Escultura 2012/2013, ISEG, 2013; XXXIII Congresso FIDEM, Sofia (Bulgaria). PRÉMIOS: Conc. Troféus Gala Anual DUL, 2012; Menção Honrosa Concurso Ideias para Troféu Prémio de Contabilidade Luiz Chaves de Almeida e Prémio de História da Contabilidade de Martim Noel Monteiro, 2012; 1º Prémio Conc. Medalha Portugal-China: Encontro de Culturas (INCM), 2013; 1º Prémio conc. medalha, Colégio Pedro Arrupe, 2013.

+351 960 435 065

[email protected]

Rita Queiroga Aveiro, 1991. Reside actualmente no Porto. FORMAÇÃO: Estudou Escultura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, mas acredita numa Arte sem sectarismos tecnológicos. EXPOSIÇÕES: várias. PROJETOS: viver bem e fazer boa Arte.

+351 968 139 724 / 914 660 163

[email protected]

Samuel Ferreira Ourém, 1992. Reside e estuda em Lisboa. FORMAÇÃO: Concluiu em 2013 a Licenciatura de Escultura, FBAUL, tendo realizado o primeiro semestre do 3º ano em Fine-Arts na University of East London, Inglaterra. RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS: Land Art, Moledo, Lourinhã (2012). EXPOSIÇÕES COLECTIVAS: Instituto Superior de Economia e Gestão, Lisboa, Portugal (2013 — presente); RichMix Gallery, Londres, Inglaterra (2013); Galerias Abertas, FBAUL, Portugal (2011 a 2013).

+351 912 606 475

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Sérgio J. F. Matos Lisboa, 1980. Vive actualmente em Sintra. Licenciado e Mestre em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Licenciado e actualmente a terminar o Mestrado em Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Participação em diversas exposições, workshops e eventos colectivos e individuais.

+351 961 828 893

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Susana Moreira Lisboa, 1991. Estuda em Lisboa e reside no concelho de Oeiras. FORMAÇÃO: Terminou a licenciatura em Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa em 2013 e está actualmente a frequentar o mestrado em Escultura. EXPOSIÇÕES COLECTIVAS: Galerias Abertas de Belas-Artes; Simpósio de Escultura Monsanto invade a cidade, parque florestal de Monsanto, 2013; Festival FDUL Experience 2014. PROJECTOS: Desenvolveu trabalhos em escultura, fotografia, video, criações de posters e flyers, ilustrações etc. RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS: Leccionou um workshop de técnicas de madeira no Mercado das artes em Proença-a-nova, 2014.

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ESCULTURAS NO PALÁCIO

Exposição do Mestrado em Escultura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, 2013-15

16 NOV. — 13 DEZ. 2014Palácio Marquês de PombalLargo Marquês de Pombal Oeiras, Portugal

Edição

Faculdade de Belas-Artes Universidade de Lisboa

Coordenação

Prof. Auxiliar José Teixeira

Relações públicas

Isabel Nunes, Teresa Sabido

Design de comunicação

Tomás Gouveia, Inês Chambel

Impressão e acabamento

UH! — FRASES ILUSTRADAS, UNIPESSOAL, LDA

Tiragem 500 exemplaresISBN 978-989-8771-08-7Dep. legal 383943/14

Lisboa, novembro 2014

© dos textos e das fotografias, os autores.© FBAUL, 2014.

Organização

FACULDADE DE BELAS-ARTES UNIVERSIDADE DE LISBOALargo da Academia Nacionalde Belas-Artes, 1249-058 LisboaTel. [+351] 213 252 [email protected] · www.fba.ul.pt

CÂMARA MUNICIPAL DE OEIRASDepartamento de Educação, Cultura e Promoção do ConhecimentoDivisão de Cultura e TurismoTel. [+351] 214 404 851/91www.cm-oeiras.pt

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