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ESDE I - Módulo VII – Roteiro 6 Encarnação nos diferentes mundos Viviane Fonseca ■ Os Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingir a perfeição. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante, até que cheguem ao estado de puros Espíritos. (O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 3, item 5). ■ Da mesma forma que diariamente ocorrem partidas e chegadas de Espíritos entre os planos material e espiritual, promovendo renovações intelecto-morais, [...] igualmente [essa movimentação] se efetua entre os mundos, quer individualmente, nas condições normais, quer por massas, em circunstâncias especiais. Há [...] emigrações e imigrações coletivas de um mundo para outro, donde resulta a introdução, na população de um deles, de elementos inteiramente novos. Novas raças de Espíritos, vindo misturar-se às existentes, constituem novas raças de homens. (A gênese. Cap. 11, item 37).

ESDE Módulo VII Roteiro 6

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Módulo VII – Roteiro 6Encarnação nos diferentes mundos

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Mdulo VII Roteiro 3

ESDE I - Mdulo VII Roteiro 6Encarnao nos diferentes mundosViviane Fonseca

Os Espritos que encarnam em um mundo no se acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingir a perfeio. Quando, em um mundo, eles alcanam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante, at que cheguem ao estado de puros Espritos. (O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 3, item 5). Da mesma forma que diariamente ocorrem partidas e chegadas de Espritos entre os planos material e espiritual, promovendo renovaes intelecto-morais, [...] igualmente [essa movimentao] se efetua entre os mundos, quer individualmente, nas condies normais, quer por massas, em circunstncias especiais. H [...] emigraes e imigraes coletivas de um mundo para outro, donde resulta a introduo, na populao de um deles, de elementos inteiramente novos. Novas raas de Espritos, vindo misturar-se s existentes, constituem novas raas de homens. (A gnese. Cap. 11, item 37). Comentrio da Pergunta 188, Livro dos Espritos:Segundo os Espritos, de todos os mundos que compem o nosso sistema planetrio, a Terra dos de habitantes menos adiantados, fsica e moralmente. Marte lhe estaria ainda abaixo, sendo-lhe Jpiter superior de muito, a todos os respeitos. O Sol no seria mundo habitado por seres corpreos, mas simplesmente um lugar de reunio dos Espritos superiores, os quais de l irradiam seus pensamentos para os outros mundos, que eles dirigem por intermdio de Espritos menos elevados, transmitindo-os a estes por meio do fluido universal. Considerado do ponto de vista da sua constituio fsica, o Sol seria um foco de eletricidade. Todos os sis como que estariam em situao anloga. Muitos Espritos, que na Terra animaram personalidades conhecidas, disseram estar reencarnados em Jpiter, um dos mundos mais prximos da perfeio, e h causado espanto que, nesse globo to adiantado, estivessem homens a quem a opinio geral aqui no atribua tanta elevao. Nisso nada h de surpreendente, desde que se atenda a que, possivelmente, certos Espritos, habitantes daquele planeta, foram mandados Terra para desempenharem a certa misso que, aos nossos olhos, os no colocava na primeira plana. Em segundo lugar, deve-se atender a que, entre a existncia que tiveram na Terra e a que passaram a ter em Jpiter, podem eles ter tido outras intermdias, em que se melhoraram. Finalmente, cumpre se considere que, naquele mundo, como no nosso, mltiplos so os graus de desenvolvimento e que, entre esses graus, pode medear l a distncia que vai, entre ns, do selvagem ao homem civilizado. Assim, do fato de um Esprito habitar Jpiter no se segue que esteja no nvel dos seres mais adiantados, do mesmo modo que ningum pode considerar-se na categoria de um sbio do Instituto, s porque reside em Paris. As condies de longevidade no so, tampouco, em qualquer parte, as mesmas que na Terra e as idades no se podem comparar. Para chegarem perfeio, que o seu destino final, os Espritos no precisam, entretanto, passar pela imensa variedade de mundos existentes no Universo, uma vez que muitos desses mundos pertencem ao mesmo grau da escala evolutiva, e os Espritos, ao se retirarem de um deles, nada aprenderiam nos outros que se lhe assemelhassem (O Livro dos Espritos, questo 177). Podem, no entanto, encarnar num mundo em que j viveram para desempenhar misses, que concorram para o seu adiantamento (O Livro dos Espritos, questo 178). Por outro lado, a pluralidade das existncias de um Esprito num mesmo orbe se explica pela necessidade de ele ocupar, de cada vez, [...] posio diferente das anteriores e nessas diversas posies se lhe deparam outras tantas ocasies de adquirir experincia (O Livro dos Espritos, questo 177A). Ao passar de um planeta para outro, conserva o Esprito a sua inteligncia, uma vez que [...] a inteligncia no se perde. Pode, porm, acontecer que ele no disponha dos mesmos meios para manifest-la, dependendo isto da sua superioridade e das condies do corpo que tomar (O Livro dos Espritos, questo 180). Note-se, a propsito, que os [...] Espritos podem conservar-se estacionrios, mas no retrogradam (O Livro dos Espritos, questo 178A). Essa passagem dos Espritos para um outro planeta mais ou menos adiantado, em relao ao mundo em que estavam encarnados, pode ser individual ou coletiva. Para melhor compreenso desse processo, comparemos essa transmigrao de um mundo a outro que se d com as desencarnaes e reencarnaes na Terra. - Passagens Individuais: Objetivo a evoluo do esprito.

- Passagens Coletivas: Promove a evoluo individual, entretanto, o objetivo macro a evoluo das orbes envolvidas (moral x intelectual)

Exilados de Capela...

Exilados da Terra.

Assim que no [...] intervalo de suas existncias corporais, os Espritos se encontram no estado de erraticidade e formam a populao espiritual ambiente da Terra. Pelas mortes e pelos nascimentos, as duas populaes, terrestre e espiritual, desguam incessantemente uma na outra. H, pois, diariamente, emigraes do mundo corpreo para o mundo espiritual e imigraes deste para aquele: o estado normal. Essa transfuso, que se efetua entre a populao encarnada e desencarnada de um planeta, igualmente se efetua entre outros mundos, quer individualmente, nas condies normais, quer por massas, em circunstncias especiais. H, pois, emigraes e imigraes coletivas de um mundo para outro, donde resulta a introduo, na populao de um deles, de elementos inteiramente novos. Novas raas de Espritos, vindo misturar-se s existentes, constituem novas raas de homens. Ora, como os Espritos nunca mais perdem o que adquiriram, consigo trazem eles sempre a inteligncia e a intuio dos conhecimentos que possuem, o que faz que imprimam o carter que lhes peculiar raa corprea que venham animar. Para isso, s necessitam de que novos corpos sejam criados para serem por eles usados. Uma vez que a espcie corporal existe, eles encontram sempre corpos prontos para os receber. No so mais, portanto, do que novos habitantes. Em chegando Terra, integram-lhe, a princpio, a populao espiritual; depois, encarnam, como os outros. (A Gnese, Cap. 11, itens 35 e 37).

Sendo assim, nas [...] esferas superiores Terra o imprio da matria menor. Os males por esta originados atenuam-se, medida que o ser se eleva e acabam por desaparecer. L, o ser humano no mais se arrasta penosamente sob a ao de pesada atmosfera; desloca-se de um lugar para outro com muita facilidade. As necessidades corpreas so quase nulas e os trabalhos rudes, desconhecidos. Mais longa que a nossa, a existncia a se passa no estudo, na participao das obras de uma civilizao aperfeioada, tendo por base a mais pura moral, o respeito aos direitos de todos, a amizade e a fraternidade (Lon Denis, Depois da Morte, Cap. 35). Isto posto, podemos dizer que os mundos, como tudo no Universo, esto sujeitos lei do progresso. [...] Todos comearam, como o vosso [ensinam os Espritos Superiores], por um estado inferior e a prpria Terra sofrer idntica transformao. Tornar-se- um paraso, quando os homens se houveram tornado bons (O Livro dos Espritos, questo 185). Exilados de Capela

Os Exilados da Capela um livro de 1949, de autoria de Edgard Armond, que foi secretrio-geral da Federao Esprita do Estado de So Paulo.

A obra faz parte de uma trilogia que pretende descrever "Histria Espiritual da Humanidade", da qual fazem parte ainda os ttulos "Na Cortina do Tempo" e "Almas Afins".

Conhecida desde a mais remota antigidade, Capela uma estrela gasosa, segundo afirma o clebre astrnomo e fsico ingls Arthur Stanley Eddington (1882-1944), e de matria to fludica que sua densidade pode ser confundida com a do ar que respiramos. Sua cor amarela, o que demonstra ser um Sol em plena juventude, e, como um Sol, deve ser habitada por uma humanidade bastante evoluda.A obra conta a histria de uma civilizao muito desenvolvida, moral e intelectualmente, que habita o quarto planeta em rbita de Capela, estrela da constelao do Cocheiro. Um grupo de capelinos no teria correspondido evoluo moral dessa civilizao e seus espritos teriam sido banidos para o planeta Terra h cerca de 5.000 anos, dando incio jornada civilizacional humana por meio de sucessivas encarnaes.Devido ao alto grau de conhecimentos que possuam, se destacaram na matemtica, astronomia, arquitetura, agricultura e navegao, deixando obras como as pirmides do Egito, os jardins suspensos da Babilnia e as edificaes maias e astecas, entre outras.

Marte x Terra?

"Urnia" - Camille Flammarion"Os habitantes de Marte so muito superiores aos da Terra, pela sua organizao, pelo nmero e pela delicadeza de seus sentidos e pelas faculdades intelectuais. O fato de ser a densidade muito fraca na superfcie daquele mundo, e as substncias constitutivas dos corpos menos pesadas l do que aqui, permitiu a formao de seres incomparavelmente menos pesados, mais areos, mais sutis, mais sensveis. O fato de ser nutritiva a atmosfera, libertou os organismos marcianos das grosserias das necessidades terrestres. totalmente outro estado. A luz ali menos viva, estando o planeta mais afastado do Sol do que a Terra; o nervo ptico mais sensvel. Sendo ali intensssimas as influncias eltricas e magnticas, os habitantes possuem sentidos ignorados das organizaes terrestres, sentidos que os pem em comunicao com essas influncias. Tudo se contm na Natureza. Os seres, em toda parte, so apropriados aos meios em que habitam e em cujo seio nasceram. Os organismos no podem mais ser terrestres em Marte, de igual modo que no podem ser areos no fundo do mar."

Novas mensagens Texto ditado pelo Esprito Humberto de Campos (Chico Xavier)E porventura respondeu-me o excelente mentor espiritual chegaste a conhecer no planeta terrestre um homem ou uma ideia, que retirasse a humanidade de sua rotina, sem sofrimento e sem guerra? Para o nosso mundo, Marte um irmo mais velho e mais experimentado na vida. Sua atuao no campo magntico de nossas energias csmicas visam a auxiliar os homens terrenos para que possam despir os seus envoltrios de separatividade e de egosmo.

Notei, igualmente, que os homens de Marte no apresentam as expresses psicolgicas de inquietao em que se mergulham os nossos irmos das grandes metrpoles terrenas. Uma aura de profunda tranquilidade os envolve.

que, esclareceu o mentor que nos acompanhava, os marcianos j solucionaram os problemas do meio e j passaram pelas experimentaes da vida animal, em suas fases mais grosseiras. No conhecem os fenmenos da guerra e qualquer flagelo social seria, entre eles, um acontecimento inacreditvel. Evolveram sem as expiaes coletivas, amarguradas e terrveis, com que so atormentados os povos insubmissos da Terra. As ptrias, ali, no recebem o tributo do sangue ou da morte de seus filhos, mas so departamentos econmicos e rgos educativos, administrados por instituies justas e sbias.

Todos os grandes centros deste planeta, esclareceu o nosso amigo e mentor espiritual, sentem-se incomodados pelas influncias nocivas da Terra, o nico orbe de aura infeliz, nas suas vizinhanas mais prximas, e, desde muitos anos, enviam mensagens ao globo terrqueo, atravs das ondas luminosas, as quais se confundem com os raios_csmicos, cuja presena, no mundo, registrada pela generalidade dos aparelhos radiofnicos.

Irmos, contemplemos a Terra e peamos ao Senhor do Universo que as_modificaes,_precisas_ao_seu_aperfeioamento, sejam menos dolorosas ao corao de suas coletividades! Oremos pelos nossos companheiros, iludidos nas expresses animais de uma vida inferior, de modo que a luz se faa em seus coraes e em suas conscincias, possibilitando as vibraes recprocas de simpatia e comunicao, entre os dois mundos!...

Pingafogo: Advento do mundo de regenerao Richard Simonetti

1 Como poderamos definir a diferena entre Mundo de Provas e Expiaes, estgio atual da Terra, e Mundo de Regenerao, o prximo estgio?Mal comparando, diramos que nos Mundos de Provas e Expiaes o egosmo predominante, resqucio da animalidade primitiva, o elemento gerador de todos os males. No Mundo de Regenerao, conscincias despertas para esse problema estaro empenhadas em super-lo.

2 Ento no Mundo de Regenerao ainda prevalece o mal?Prevalece a conscincia de que preciso venc-lo com o empenho do Bem. Equivale a dizer que o mal nesses planetas no tem receptividade nos coraes e tende a desaparecer.

3 Fala-se que a promoo de nosso planeta para Mundo de Regenerao ocorrer neste milnio, provavelmente nos prximos sculos. No estamos diante de um otimismo ingnuo, considerando os graves problemas humanos, envolvendo crimes, guerras, vcios, violncia urbana, terrorismo, a evidenciar que a maldade ainda impera?H muita gente envolvida com o mal, por ignorncia. Estes sero renovados no desdobramento de suas experincias, particularmente com a mestra dor, em reencarnaes regeneradoras. O problema est naqueles que constituem uma minoria barulhenta, com o mal entranhado em seus coraes. Esses sero expurgados, quando chegar a hora.

4 Tipo Bin Laden?Sim, todos aqueles que se comprazem com a violncia, o vcio, o crime, sem a mnima sensibilidade em relao aos males que causam, aos sofrimentos que impem aos seus irmos.

5 Para onde iro os Espritos degredados?Provavelmente para Mundos Primitivos, em posio inferior Terra, conforme a escala apresentada por Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo.

6 Isso no contraria o princpio doutrinrio de que o Esprito pode estacionar, mas jamais retrograda?Um homem civilizado condenado a viver entre aborgines no sofre nenhuma perda em relao sua inteligncia, cultura e conhecimentos, que, inclusive lhe sero teis na nova situao, embora as limitaes a que estar sujeito. O mesmo acontece com o Esprito degredado em planeta inferior.

7 No ir um Esprito intelectualmente evoludo, mas moralmente atrasado, causar embaraos aos habitantes desse mundo?No tanto quanto os benefcios que essa convivncia ensejar. Os degredados estaro mais ou menos no mesmo estgio moral, mas superiores no estgio intelectual, favorecendo o progresso de seus hospedeiros, em cujo seio reencarnaro.

8 E ficaro para sempre por l?Segundo Emmanuel, somos todos tutelados do Cristo, o governador espiritual de nosso planeta, compondo uma imensa famlia, de perto de vinte e cinco bilhes de Espritos. Natural, portanto, que aps superarem sua rebeldia e resgatarem seus dbitos, ajustando-se s leis divinas, retornem os degredados ao convvio humano, o que poder demandar milnios, mas forosamente acontecer. Como ensina Jesus, das ovelhas confiadas por Deus aos seus cuidados, nenhuma se perder.

http://www.correioespirita.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=739:revela%C3%A7%C3%B5es-sobre-marte-atrav%C3%A9s-de-chico-xavier&catid=94&Itemid=802http://www.richardsimonetti.com.br/pingafogo/exibir/108

http://www.oespiritismo.com.br/mensagens/ver.php?id1=531TEXTO COMPLETO:Texto ditado pelo Esprito Humberto de Campos, psicografado por Chico Xavier.

Em 25 de Julho de 1939:

Enquanto as empresas de turismo organizam na Terra os grandes cruzeiros intercontinentais, realizando um dos mais belos esforos de socializao do sculo XX, no mundo dos Espritos organizam-se caravanas de fraternidade, nos planos do intermndio.

Enquanto os astrnomos europeus e americanos examinam, cuidadosamente, os seus telescpios, para a contemplao da paisagem de Marte, distncia, de quase trinta e sete milhes de milhas, preparando as lentes poderosas de seus instrumentos de ptica, fomos felicitados com uma passagem gratuita ao nosso admirvel vizinho do Sistema_Solar, cujo percurso, nas adjacncias do orbe, vem empolgando igualmente os ncleos de seres invisveis, localizados nas regies mais prximas da Terra.

Depois de alguns segundos, chegvamos ao termo de nossa viagem vertiginosa.

Dentro da atmosfera marciana, experimentamos uma extraordinria sensao de leveza... Ao longe, divisei cidades fantsticas pela sua beleza inaudita, cujos edifcios, de algum modo, me recordavam a Torre Eiffel ou os mais ousados arranhacus de Nova York. Mquinas possantes, como se fossem sustidas por novos elementos semelhantes ao Hlium, balouavam-se, ao p das nuvens, apresentando um vasto sentido de estabilidade e de harmonia, entre as foras areas.

Aos meus olhos, desenhavam-se panoramas que o meu Esprito imaginara apenas para os mundos ideais da mitologia grega, com os seus parasos cariciosos.

Aturdido, interpelei o chefe da nossa caravana, que se conservava silencioso: Se a Terra julga a influncia de Marte como profundamente belicosa, como poderemos conciliar a definio dos astrlogos com os espetculos que estamos presenciando?

E porventura respondeu-me o excelente mentor espiritual chegaste a conhecer no planeta terrestre um homem ou uma ideia, que retirasse a humanidade de sua rotina, sem sofrimento e sem guerra? Para o nosso mundo, Marte um irmo mais velho e mais experimentado na vida. Sua atuao no campo magntico de nossas energias csmicas visam a auxiliar os homens terrenos para que possam despir os seus envoltrios de separatividade e de egosmo.

Mas, nesse instante, havamos chegado a um belo cmoro atapetado de verdura florida.

Ante os meus olhos atnitos, rasgavam-se avenidas extensas e amplas, onde as construes eram fundamente anlogas s da Terra.

Tive ento ensejo de contemplar os habitantes do nosso vizinho, cuja organizao fsica difere um tanto do arcabouo tpico com que realizamos as nossas experincias terrestres.

Notei, igualmente, que os homens de Marte no apresentam as expresses psicolgicas de inquietao em que se mergulham os nossos irmos das grandes metrpoles terrenas.

Uma aura de profunda tranquilidade os envolve.

que, esclareceu o mentor que nos acompanhava, os marcianos j solucionaram os problemas do meio e j passaram pelas experimentaes da vida animal, em suas fases mais grosseiras. No conhecem os fenmenos da guerra e qualquer flagelo social seria, entre eles, um acontecimento inacreditvel. Evolveram sem as expiaes coletivas, amarguradas e terrveis, com que so atormentados os povos insubmissos da Terra. As ptrias, ali, no recebem o tributo do sangue ou da morte de seus filhos, mas so departamentos econmicos e rgos educativos, administrados por instituies justas e sbias.

Era tempo, contudo, de observarmos a cidade com as suas disposies interessantes.

O leitor no poder dispensar o nome dessa cidade prodigiosa, e falta de termos comparativos, chamemos-lhe Marcipolis.

Orientados pelo amigo que nos dirigia a singular excurso, atingimos extensa praa, onde se erguia um templo maravilhoso pela sua imponncia, tocada de majestosa simplicidade, e onde, ao que fomos informados, se haviam reunido todos os credos religiosos.

De uma de suas eminncias, vimos o nosso Sol, bastante diferenciado, entornando na paisagem as tintas do crepsculo.

A vegetao de Marte, educada em parques gigantescos, sofria grandes modificaes, em comparao com a da Terra. de um colorido mais interessante e mais belo, apresentando uma expresso de tonalidade avermelhada em suas caractersticas gerais.

Na atmosfera, ao longe, vagavam nuvens imensas, levemente azuladas, que nos reclamaram a ateno, explicando-nos o mentor da caravana fraterna que se tratava de espessas aglomeraes de vapor d'agua, criadas por mquinas poderosas da cincia marciana, a fim de que sejam supridas as deficincias do lquido nas regies mais pobres e mais afastadas do largo sistema de canais, que ali coloca os grandes oceanos polares em contnua comunicao, uns com os outros.

Tais providncias, explica o Esprito superior e benevolente, destinam-se a proteger a vida dos reinos mais fracos da natureza planetria; porque, em Marte, o problema da alimentao essencial, atravs das foras atmosfricas, j foi resolvido, sendo dispensvel aos seus habitantes felizes a ingesto das vsceras cadavricas dos seus irmos inferiores, como acontece na Terra, superlotada de frigorficos e de matadouros.

Todavia, ao apagar das luzes diurnas, o grande templo de Marcipolis enchia-se de povo. Observei que a nossa presena espiritual no era percebida, dai podermos examinar a multido, vontade, em seus mnimos movimentos.

Todos os grandes centros deste planeta, esclareceu o nosso amigo e mentor espiritual, sentem-se incomodados pelas influncias nocivas da Terra, o nico orbe de aura infeliz, nas suas vizinhanas mais prximas, e, desde muitos anos, enviam mensagens ao globo terrqueo, atravs das ondas luminosas, as quais se confundem com os raios_csmicos, cuja presena, no mundo, registrada pela generalidade dos aparelhos radiofnicos.

Ainda h pouco tempo, o Instituto de Tecnologia da Califrnia inaugurou um vasto perodo de experimentaes, para averiguar a procedncia dessas mensagens, misteriosas para o homem da Terra, anotadas com mais violncia pelos bales estratosfricos, conforme as demonstraes obtidas pelo Dr. Robert Millikan, nas suas experincias cientficas. (Ver: misteriosa exploso)

A palestra esclarecedora seguia o seu curso interessante, mas os movimentos na praa acentuavam-se, sobremaneira.

No horizonte, surgia uma grande estrela de luz avermelhada, enquanto os dois satlites marciticos resplandeciam.

Todos os olhares fitavam o cu, ansiosamente.

Aquela estrela era a Terra.

Uma comisso de cientistas iniciou, da tribuna maior do santurio, uma vasta srie de estudos sobre o nosso mundo distante. Aparelhos luminosos foram afixados, na praa pblica, ao passo que presencivamos a exibio de mapas quase irrepreensveis dos nossos continentes e dos nossos mares. Teorias notveis com respeito situao espiritual do planeta terrestre foram expendidas, entendendo-se perfeitamente as ideias dos estudiosos que as expunham, atravs da linguagem universal do pensamento.

A Terra enviava-nos a sua claridade, em reflexos trmulos e tristes. Observamos, ento, que os marcianos haviam colocado em seu templo poderosos telescpios.

Enquanto os melhores aparelhos da Amrica possuem um dimetro de duzentas polegadas, com a possibilidade de aumentar a imagem de Marte doze mil vezes, a astronomia marciana pode contemplar e estudar a Terra, aumentando-lhe a imagem mais de cem mil vezes, chegando ao extremo de examinar as vibraes de ordem psquica, na sua atmosfera.

A nossa grande surpresa no parou ai, entre os mais avanados aspectos de evoluo e de cultura.

Enquanto a luz avermelhada da Terra tocava a nossa viso espiritual, vamos que todas as multides do templo se haviam aquietado, de leve... A Cincia unida F apresentava um dos espetculos mais belos para o nosso esprito.

Vimos, ento, que ao influxo poderoso daquelas mentes irmanadas no mesmo nvel evolutivo, pela sabedoria e pelo sentimento, formara-se sobre o santurio uma estrada luminosa, em cujos reflexos descera do Alto um mensageiro celeste.

Recebido com as intensas vibraes de jbilo divino e silencioso, a figura, quase anglica, comeou a falar, depois de uma prece comovedora:

Irmos, ainda intil toda tentativa de comunicao com a Terra rebelde e incompreensvel! Debalde os astrnomos terrenos vos procuram ansiosos, nos abismos do Infinito!

Seus telescpios esto frios, suas mquinas, geladas. Faltam-lhes os ardores divinos da intuio sublime e pura, com as vibraes da f que os levariam da cincia_transitria sabedoria imortal. Fatigados na impenitncia que lhes caracteriza as atividades inquietas e angustiosas, os homens terrestres precisam de iluminao pelo amor, a fim de que se afastem do crculo vicioso da destruio, na tecnocracia da guerra.

Irmos, contemplemos a Terra e peamos ao Senhor do Universo que as_modificaes,_precisas_ao_seu_aperfeioamento, sejam menos dolorosas ao corao de suas coletividades! Oremos pelos nossos companheiros, iludidos nas expresses animais de uma vida inferior, de modo que a luz se faa em seus coraes e em suas conscincias, possibilitando as vibraes recprocas de simpatia e comunicao, entre os dois mundos!...

A multido ouvia-lhe a palavra, atenta e comovida, e ns lhe escutvamos a exortao profunda, como se framos convocados, de longe, pela harmonia mgica da lira de Orfeu, quando o nosso mentor espiritual nos acorda, do xtase, a nos bater levemente nos ombros, chamando-nos ao regresso.

Em todos os lugares, h os que mandam, e vivem os que obedecem. Na categoria dos ltimos, voltamos s esferas_espirituais da Terra, como o homem ignorante que fizesse um vo, sem escalas, atravs do mundo, confundido e deslumbrado, embora no lhe seja possvel definir o mais leve trao de seu espantoso caminho.

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Desencarnados

Encarnados

Desencarnados

Planeta 2

Planeta 1