201
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST/MCT Programa de Pós Graduação em Museologia e Patrimônio – PPG-PMUS Mestrado em Museologia e Patrimônio Espaço Construído: O Museu e suas exposições. Elisa Guimarães Ennes UNIRIO / MAST - RJ, Junho de 2008

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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH

Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST/MCT

Programa de Pós Graduação em Museologia e Patrimônio – PPG-PMUS Mestrado em Museologia e Patrimônio

Espaço Construído:

O Museu e suas exposições.

Elisa Guimarães Ennes

UNIRIO / MAST - RJ, Junho de 2008

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Anexo 1 CAPA/LOMBADA

Elisa G Ennes

Espaço Construído:

O Museu e suas

exposições

UNIRIO-MAST

2008

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Espaço Construído:

O Museu e suas exposições

por

Elisa Guimarães Ennes, Aluna do Curso de Mestrado em Museologia e Patrimônio

Linha 01 – Museu e Museologia

Dissertação de Mestrado apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação

em Museologia e Patrimônio.

Orientador: Professor Doutor José Dias

UNIRIO/MAST - RJ, Junho de 2008

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i

FOLHA DE APROVAÇÃO

Espaço Construído:

O Museu e suas exposições Dissertação de Mestrado submetida ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio, do Centro de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO e Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST/MCT, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Museologia e Patrimônio.

Aprovada por

Prof. Dr. ______________________________________________ José Dias

Prof. Dr.______________________________________________

Priscila de Siqueira Kuperman Prof. Dr. ______________________________________________

Rosane Maria Rocha de Carvalho

Rio de Janeiro, Julho 2008

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ii

En61 Ennes, Elisa Guimarães

Espaço construído: o museu e suas exposições/ Elisa Guimarães Ennes. - 2008. x., 195 p. : il. Orientador: José Dias. Dissertação (Mestrado em Museologia e Patrimônio)- Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO / Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST. Programa de Pós-graduação em Museologia e Patrimônio, Rio de Janeiro, 2008. Referências: p. 104 - 107 1. Museologia. 2. Patrimônio. 3. Museus – comunicação. 4. Exposições - planejamento. 5. Linguagens da exposição. I. Dias, José. II. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio. III. Título.

CDU – 069.01

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iii

Aos meus queridos Fran e Zizi

com muito amor

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iv

À minha mãe amiga e incentivadora, sempre com muito carinho, em todas as empreitadas.

À minha “vigilante” irmã que, carinhosamente,

acompanhou passo a passo este trabalho.

À Teinha, querida tia que me apoiou de todas as maneiras,

em todos os momentos.

À Tereza Scheiner que um dia, na magia dos museus,

me mostrou que era possível trazer meu conhecimento e sensibilidade

para este universo. .

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v

Ao meu orientador José Dias, pelo respeito às minhas propostas

e ao meu trabalho.

Aos queridos professores que me apoiaram e acompanharam

neste caminho.

Aos queridos coleguinhas que tornaram esta jornada tão

alegre e interessante.

Aos amigos do coração que, de alguma maneira, contribuíram para a

realização deste trabalho.

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vi

Resumo

ENNES, Elisa Guimarães. Espaço Construído: o Museu e suas exposições. Orientador:

Professor Doutor José Dias. UNIRIO/MAST. 2008. Dissertação.

A Dissertação observa a museografia de exposições através de seus recursos e

sua função comunicacional. Elabora reflexões sobre o significado dos Museus e seu

papel diante das novas técnicas de informação e meios de comunicação. Através de

estudos de caso faz uma análise das aplicações dos elementos visuais e do design

geral das exposições e sua interação com o conteúdo proposto.

Palavras chave: Museu, Comunicação, Exposição, Linguagens da exposição

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vii

Abstract

ENNES, Elisa Guimarães. Created Space: museums and their exhibitions. 2008.

Graduate Program in Museology and Heritage, UNIRIO/MAST, Rio de Janeiro, 2008.

195 p. Supervisor: José da Silva Dias. Dissertation (Master).

Analysis of the museographical development of exhibitions, through their resources

and communicational function. Considers the meaning and significance of museums

and their importance, under new information technologies and communication media.

Based on case analysis, an approach is made of the applications of visual elements,

issues related to the exhibition’s general design and their interaction with the contents considered.

Key Words: Museum. Exhibition. Language of exhibitions. Communication.

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Siglas e abreviaturas utilizadas (4) ICOM - International Council of Museums (Conselho Internacional de Museus) - órgão filiado à UNESCO

ICOFOM - International Committee for Museology, ICOM (Comitê Internacional de Museologia do Conselho Internacional de Museus) ICOFOM LAM - Organização Regional do Comitê Internacional de Museologia (ICOFOM) para a América Latina e o Caribe UNESCO - United Nations Organization for Education, Science and Culture (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura0 IPHAN – Instituto de Patrimônio Artístico e Histórico Nacional

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ix

Lista de ilustrações (18) 1. Representação do tom. p. 60.

2. Imagem da exposição ‘Vistas do Brasil’, Pinacoteca do Estado de São Paulo. p. 61.

3. Imagem da exposição ‘Ciências da Terra Ciências da Vida’, Museu de Arte Brasileira. p. 61.

4. Imagem da exposição ‘Ciências da Terra Ciências da Vida’, Museu de Arte Brasileira. p. 61.

5. Nasher Sculpture Center. p.61.

6. Pinacoteca do Estado de São Paulo. p. 61.

7. Mancha de cores, Forslind, Ann, cores, jogos e experiências, São Paulo, Callis Editora, 1996.

p.62

8. Comparativo de figuras e cores, Forslind, Ann, cores, jogos e experiências, São Paulo, Callis

Editora, 1996. p. 62.

9. Representação das cores. p. 62.

10. Cores dos materiais. p. 62.

11. Texturas. . 62.

12. Convenção de leitura. Dondis, Dondis A. Sintaxe da linguagem visual, São Paulo, Martins

Fontes, 1997. p. 63.

13. Métodos pessoais de visão. Dondis, Dondis A. Sintaxe da linguagem visual, São Paulo, Martins

Fontes, 1997. p. 63.

14. Escala de Corbusier. Gropius, Walter. Bauhaus e a nova arquitetura, São Paulo, Editora

Perspectiva, 1977. p. 64.

15. Neutralidade. Kliczowski, H. Álvaro Siza. Barcelona, Loft Publications, 2001. p. 64.

16. Excesso, exposição Brasil + 500. p. 65.

17. Direção. Dondis, Dondis A. Sintaxe da linguagem visual, São Paulo, Martins Fontes, 1997. p.66.

18. Diversas formas de expor. Giraudy, Daniele; Bouilhet, Henri. O museu e a vida. Belo Horizonte,

Editora UFMG,1977. p. 67.

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x

Sumário

SUMÁRIO Pág.

Introdução 12 Cap. 1 Museus e Exposições 19

Museus e Exposições 20 Museologia 26 Museografia 27 Exposição/ Comunicação 32 Cap. 2 A construção do espaço de exposição 40 Estratégias 43 O espaço 53 Cenografia 54 Forma 55 Linguagens da exposição 57 Percepção 59 Contexto 60 Cap. 3 Visitando a exposição 71 Pág. Considerações 99 Referências 104 Anexos 109

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INTRODUÇÃO

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12

Introdução

Introdução

No universo dos museus a exposição desempenha um importante papel na

representação e comunicação de suas pesquisas e acervo. É um espaço construído não

apenas fisicamente, mas também simbolicamente, e pode ser entendido como espaço do

imaginário, uma vez que intermedia as imagens dos espaços do imaginário aos espaços

reais1. O Museu, enquanto fenômeno cultural se apresenta de maneiras diferentes no

tempo e no espaço2. Sua arquitetura3, enquanto espaço de representação, encontra-se

em permanente mutação4.

Sob o ponto de vista da fisicalidade, os edifícios que hoje abrigam museus

possuem uma referência histórica ou de representação de uma memória urbana e “..o

alcance dos espaços construídos vai então bem além de suas estruturas visíveis e

funcionais”5. Estes edifícios são, segundo Canclini, máquinas de “sentido, de sensação,

(...) da subjetividade individual e coletiva.” 6.

Os museus devem ser observados como espaços delimitadores e

contextualizadores, que atuam na construção de memórias: “os edifícios e construções

de todos os tipos são máquinas enunciadoras. Elas produzem uma subjetivação parcial

que se aglomera com outros agenciamentos de subjetivação” 7 atuando, assim, no

conjunto, como “uma transferência de singularidade do artista criador de espaço para a

subjetividade coletiva” 8.

Certamente os edifícios de museus fazem parte do patrimônio cultural das

cidades, no entanto, muitas vezes existe uma maior preocupação com a forma da

edificação em si, segundo um critério de obra de valor arquitetônico excepcional,

buscando mais o efeito de monumento do que a função de abrigar e ambientar o Museu.

1 Entendido aqui que a construção simbólica dos museus passa pelo imaginário através do viés afetivo do patrimônio, da

noção de identidade cultural e pertencimento. 2 A multiplicidade de referencias culturais, conjunto identitário de memória, permite que o Museu seja entendido e sentido

de maneiras diferentes no tempo e no espaço. 3 Os edifícios de museus, re-significados, passam a ser percebidos como lugar simbólico, de ordenamento das

experiências individuais e coletivas. 4 Não mais entendido apenas como monumento ou espaço sagrado, o museu tem nas suas exposições um espaço

privilegiado de representação do patrimônio cultural. Para tanto, é necessário que esteja em constante busca de uma adequação para atender às novas realidades, usos e relações.

5 CANCLINI, Nestor G. O patrimônio cultural e a construção imaginária do nacional, Rev Patrimônio nº 23, 1993. p. 158.

6 Ibid., p. 158. 7 GUATARRI, Felix, Caosmose um novo paradigma estético, Rio de Janeiro 1992. p.178. 8 Ibid., p.178.

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13

Introdução

Com a diversificação dos meios de divulgação, o Museu continua passando por

modificações estruturais para se adequar ao momento. Segundo Huyssen, é

preocupação com a “não recorrência eterna ao mesmo” e que os “ritmos frenéticos da

invenção tecnológica e a realidade virtual no mundo doméstico estão causando

mudanças na estrutura da percepção” 9. O Museu deve, portanto, continuar a trabalhar

sistematicamente suas estratégias de representação, para poder “oferecer seu espaço

como um lugar de contestação e negociação cultural”. Reforça-se aqui a idéia que

Scheiner nos traz de um local que tenha o caráter “de mediador institucional da

circulação social de cultura”, portanto, responsável por um conjunto específico de

informações e mensagens para as gerações futuras, mantendo a idéia de continuidade e,

com isso, “personificaria a consciência de identidade de um povo, região ou país” 10. As

mensagens trabalhadas em seus espaços se apóiam em conjunto de objetos-signos que

expostos formam um texto.

Os objetos que dividem com a narrativa o esclarecimento e auxiliam a

compreensão tornam possível a elaboração de um discurso fundamentado que, somando

ao trabalho do especialista, pode acrescentar a percepção das multiplicidades sociais,

possibilitando uma infinidade de leituras: “Esse objeto deve ser o mesmo para todos. Mas, ao mesmo tempo, é diferente para cada um, no sentido em que cada um se encontra, em relação a ele, numa posição diferente (...) Encontra-se, simultaneamente ou alternadamente, nas mãos de todos. Por esse motivo, cada um pode inscrever nele sua ação, sua contribuição, seu impulso ou energia. O objeto permite não apenas levar o todo até o indivíduo mas também implicar o indivíduo no todo” 11.

Observando algumas abordagens buscando entender os diversos papéis do

objeto e sua origem, percebe-se a existência de um todo que se relaciona unindo a

concepção da exposição, o projeto arquitetônico do museu e do espaço e as obras e

objetos que nele se expõem. Lembro que fazemos parte de uma cultura de objetos, onde

cada objeto, “elemento do mundo exterior, fabricado pelo Homem e que este deve

assumir e manipular”, invoca a idéia de “coleção, de arranjo, de série, de exibição” 12.

Cada objeto seria, portanto, um atributo, e sua própria presença no museu justificaria o

tratamento diferenciado dos demais: “os objetos – pois um Signo pode ter vários deles –

9 HUYSSEN, Andréas. Escapando da amnésia. Museu como cultura de massa. Rev patrimônio nº23, 1994. p. 47. 10 SCHEINER, Tereza. Apolo e Dionísio no templo das musas: museu gênese, idéia e representações na cultura

ocidental Dissertação. Orientadores Paulo Vaz, Lena Vânia Ribeiro. RJ ECO/UFRJ, 1998. p. 118. 11 LÉVY, Pierre. O que é o virtual? Ed 34, São Paulo,1999. p. 130. 12 MOLES, Abraham. Teoria dos Objetos. Ed Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 1981. p. 19.

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14

Introdução

podem ser, cada um deles, uma coisa singular (...) um conjunto ou uma totalidade de

partes” 13.

Eco analisa a relação do Homem com o objeto arquitetônico, comentando que

“fruímos a Arquitetura como fato de comunicação, mesmo sem dela excluirmos a

funcionalidade”; neste sentido, torna-se difícil analisar semiologicamente a Arquitetura,

uma vez que “os objetos arquitetônicos aparentemente não comunicam (ou, pelo menos,

não são concebidos para comunicarem) mas funcionam”. Aqui, a arquitetura é entendida

como processo no qual “cristalizam-se não apenas afetos, conceitos, intuições sugeridas

em acidentalidade, porém, sobretudo, determinações de ser e de estar” 14. O espaço de

exposição passa a ser percebido como espaço de sedução, onde ”o signo é desviado de

seu sentido, porque é seduzido” 15, e também como espaço do imaginário.

Para tanto, é necessário que se observe a exposição como espaço de

representação e como espaço de sedução16, porque sua forma é mais abrangente pois

se estende além da forma física, assim como observar o espaço de exposição dos

museus como espaço de produção de narrativas, a partir da utilização de diversas

estratégias e linguagens e analisar o espaço físico expositivo como processo

arquitetônico. Este opera na interseção entre o novo e a ancestralidade, em um viés

comunicacional. Junto é necessário também refletir sobre a natureza simbólica dos

espaços construídos em museus, sua arquitetura como suporte para informação e

representação. Lembro que mantêm-se aqui como foco as diversas formas de

representação do patrimônio cultural17, observando o processo de construção simbólica

do espaço. Conseqüentemente, sua elaboração é um processo amplo que envolve uma

série específica de conhecimentos.

A concepção e montagem de uma exposição são resultantes de um processo que

envolve atividades técnicas e científicas e que resultam numa pauta museográfica, a

qual, quando apresentada de modo sensível, permite diversas experiências estéticas que

13 PIERCE, Charle. Semiótica, Ed Perspectiva, São Paulo, 1995. p. 46. 14 COUTINHO, Evaldo. O espaço da arquitetura, Ed Perspectiva, São Paulo, 1977. p. 170. 15 BAUDRILLARD, Jean. Da sedução, Papirus Editora, São Paulo, 1991. p. 84. 16 SCHEINER, em aulas PPG-PMUS UNIRIO-MAST, 2006/2. 17 “A constituição de um ‘patrimônio cultural’ das sociedades tem se feito, historicamente, mediante atos arbitrados pela

vontade de grupos hegemônicos. A historiografia nos mostra quanto a identificação e qualificação de referências como ‘patrimoniais’ tem sido permeada por movimentos de ‘seleção de memórias’ e pelas conseqüentes práticas de controle sobre essas referências: documentação, inventários, inspeções, conservação. A intenção é sempre congelar aspectos da cultura no tempo, conservando elementos do passado e do presente para as futuras gerações”. SCHEINER, Tereza. Imagens do Não-lugar: comunicação e os “novos patrimônios”. Tese. Orientador: Priscila Kuperman. RJ: ECO/UFRJ, 2004. p.15.

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15

Introdução

levam o público a um prazer mais que estético. Foucault nos auxilia no entendimento ao

nos dizer que: “...entre o olhar já codificado e o conhecimento reflexivo, há uma região mediana que libera a ordem no seu ser mesmo: é aí que ela aparece, segundo as culturas e segundo as épocas, contínua e graduada ou fracionada e descontínua, ligada ao espaço ou constituída a cada instante pelo impulso do tempo, semelhante a um quadro de variáveis ou definida por sistemas separados de coerência...” 18

E o tratamento predominante dado ao espaço de exposições é o da mensagem visual,

porém, não acontece isoladamente porque participa de todo o contexto comunicacional e

“ocorre articulada a outras fontes perceptivas na composição dos complexos discursos

multi-sensoriais do ambiente em que se insere”19. A comunicação, neste caso, se apóia

muito no olhar que revela sempre inúmeras possibilidades. Recorremos a Ostrower para

acrescentar que: “cada vez que se olha para uma forma, o próprio olhar encerra um momento de avaliação, de referência a si próprio, de referência a ritmos e tensões de espaços vividos reencontrados na imagem, e tudo isso se passa no nível da intuição” 20.

O que nos leva a entender que a exposição nos permite trabalhar com vários recursos

com o fim de sensibilizar o público.

Podemos, portanto, entender que a Exposição Museológica pressupõe um projeto

museográfico que carrega no seu bojo outros projetos como arquitetônico e

luminotécnico, gráfico e design dos suportes e outros elementos, que, junto com as

pesquisas, formam um conjunto de informações e definições que a geram. O exagero na

aplicação de recursos tecnológicos, gráficos, de iluminação, assim como o uso

indiscriminado de elementos cenográficos, cria um excesso de ruído que impede a

fruição dos objetos e das informações que a compõem. É necessário que haja um projeto

eficiente do espaço da exposição museológica para controlar o efeito da comunicação

dos materiais, para que o visitante não seja captado pelo design dos elementos e

suportes apenas.

Conseqüentemente, entendo que se faz necessária uma análise da Exposição

Museológica e seus espaços, do ponto de vista dos sistemas de representação. E neste

trabalho busquei analisar a exposição como espaço de arquitetura simbólica21, enfocando

18 FOUCAULT, Michel de. As palavras e as coisas, Martins Fontes, São Paulo, 1981. p xvii. 19 NOJIMA, Vera, Comunicação e leitura não verbal, in Formas do Design, Ed 2AB, Rio de Janeiro, 1999. p.16. 20 OSTOWER, Fayga . A construção do olhar in O Olhar, Cia das Letras, São Paulo, 1988. p. 177. 21 Esta observação parte da idéia de que existe um “fluxo cognitivo” e é necessária a observação das apropriações e

percepções, pelas pessoas dentro destes espaços especiais, porque todos os elementos que lá estão passam por uma “transformação semiótica das suas representações”. FERRARA, Lucrecia D’Alessio. Design em espaços. Coleção TextosDesign, Edições Rosari, São Paulo, 2002. p. 134-142.

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16

Introdução

o papel comunicacional das exposições museológicas, assim como a sua utilização como

espaço de representação e produção de narrativas.

Ao longo do trabalho foram enfocadas diversas questões em torno da exposição,

tais como sua forma, tipologias, a questão de conservação dos objetos em exposição,

assim como os excessos que podem interferir na qualidade da comunicação. Todas estas

questões indicam que existe a necessidade de se criar um discurso bem estruturado para

a elaboração da exposição, para que ela seja um suporte eficiente para este discurso.

Nos pontos abordados, entre outros, está a busca pelo entendimento da

exposição como uma possibilidade de ‘materialização’ das propostas teóricas, ou seja,

um sistema estruturado, que se utiliza de diversos elementos e recursos para

desempenhar sua função, ficando clara a necessidade de um planejamento eficaz e o

entendimento da abrangência deste meio para a divulgação das pesquisas e propostas

dos museus.

Ao longo da presente pesquisa encontrei as mais diferentes referências ao termo

exposição, o que leva a observar que pode ser interpretada e entendida de diversas

maneiras. Desde uma forma emprestada dos mercados e feiras medievais como a forma

de apresentar os resultados da indústria, arte e outros até como espaço onde interagem

pessoas, objetos e informação (forma e conteúdo), buscando o conhecimento através de

uma vivência. De qualquer maneira, fica claro que com as novas mídias e meios ampliou-

se o horizonte das exposições, o que dificulta sua definição.

As coleções e mesmo os objetos conceituais e imateriais, junto com a informação,

são o foco das exposições, porém elementos tais como painéis, vitrines e outros

componentes dividem os espaços e necessitam estar em equilíbrio e harmonia. O mesmo

para a aplicação de outros meios tais como vídeos, computadores e outras tecnologias

da informação; eles compõem a exposição mesmo sendo suportes para as informações.

As propostas, de um modo geral, são elaboradas com objetivo de fazer com que a

visita à exposição seja uma experiência emocional, mas elas têm como finalidade maior o

conhecimento apresentado e que pode vir a ser adicionado aos conjuntos de

conhecimentos pessoais dos visitantes. E, podemos perceber, deve acontecer nas

exposições um equilíbrio entre a dimensão da arte, sua forma, funcionalidade e

comunicação; esta se pode dizer até que deve ser preponderante sobre as demais.

Observando tantos elementos que interagem no espaço de exposição e seus

determinantes, esta pesquisa foi desenvolvida da seguinte maneira nas diversas seções:

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Introdução

Na primeira seção, em uma alegoria do O armário, as gavetas, a caixa...,

apresento os conceitos relativos a Museus e exposições e às teorias que os envolvem.

Apresento uma seqüência destes conceitos que, assim como em um convite, situa o leitor

na pesquisa e permite entender como hoje se constróem as exposições nos espaços dos

museus.

Na segunda seção, dando seqüência à alegoria de estar ...abrindo o armário...,

passo pela observação do que se entende por exposições como espaços construídos e

as estratégias de abordagens utilizadas na elaboração das mesmas, os elementos que

atuam na percepção e que combinados permitem a leitura do discurso do museu,

preparando a experiência para o visitante.

Na terceira seção, abertura da Caixa de surpresas..., a observação é focada no

encontro de todos os elementos levantados nas seções anteriores. E a partir de estudos

de caso, assim como em uma festa dos sentidos, faço observações das exposições

visitadas e um comparativo das diferentes vivências.

Ao final, estão colocados os levantamentos das exposições observadas e o roteiro

que foi utilizado neste levantamento. Originalmente, foi utilizado um questionário

elaborado pela autora para este trabalho, porém, o mesmo foi reformulado baseado no

questionário apresentado pelo prof. Martin Scharer22.

A criação de uma exposição pressupõe conhecimento, inspiração e interpretação.

E mais, sensibilidade, vivência artística e harmonia do gosto para expressar e promover,

através da vivência no espaço, emoção, harmonia e diversidade. Portanto, é importante

se pensar a relação do espaço com o objeto.

22 Martin Scharer, vice-Presidente co Conselho Internacional de Museus – ICOM e Diretor do Museu Alimentarium, Nestlé

em Vevey, Suiça. Em aulas da disciplina Teoria da Exposição PPG-PMUS UNIRIO, março de 2008.

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CAPÍTULO 1

O armário, as gavetas, a caixa... Um convite

Museus e Exposições

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

O armário, as gavetas, a caixa...

um convite

1. Museus e Exposição

As pessoas vão aos museus para ver exposições que podem ser compostas por

suas coleções ou por coleções visitantes. Elas são um meio original de comunicação e

podem ser permanentes1, temporárias2 ou itinerantes3. São compostas por suas coleções,

e são espetáculos para os sentidos, porém elas têm no seu bojo alguns objetivos

definidos por Peter Van Mensh: pesquisa4, conservação5 e coleta6; mas todo este

processo se inicia em outro contexto.

O ato de colecionar teria sido uma prática natural do homem onde, através dos

objetos, guardaria suas referências. O homem da pré-história já guardava objetos e os

reunia segundo seus próprios critérios. Tradicionalmente, portanto, a gênese do museu

seria entendida a partir da coleção7. Porém, segundo Scheiner, o nascimento do conceito

estaria além da figura do Templo das Musas - a idéia de Museu teria estado, “desde a

Grécia ágrafa, relacionada à idéia de um espaço perceptual, de um espaço/ tempo (...) de

revelação, de criação de celebração do Homem sobre si mesmo e sobre o Universo8”. E

acrescenta que, se ele é

“espaço de presentificação das idéias, de recriação do mundo por meio da memória, ele pode existir em todos os lugares e em todos os tempos: ele existirá onde o Homem estiver e na medida em

1 As exposições permanentes normalmente são elaboradas com as coleções dos museus (mesmo dos museus

científicos). As coleções, de um modo geral, podem ser divididas como: coleção em exposição (momentaneamente não utilizada em estudos), coleção em estudo (o que impede que se inviabilize o manuseio), coleção na reserva (o restante que não está em estudo nem em exposição).

2 As exposições temporárias são uma nova apresentação das coleções do museu, podendo ser temáticas (uma nova visão para as suas coleções) e podem conter itens de coleções de outros museus para compor o tema.

3 As exposições itinerantes são elaboradas pelos museus para circular por outras instituições, aumentando o acesso às suas coleções.

4 Pesquisa: as coleções são fontes de pesquisa constante nos museus e as exposições são o resultado do conhecimento observado.

5 Os museus são comprometidos com a conservação de suas coleções, considerada fundamental para a longevidade das coleções.

6 Os museus de coleções fechadas já não mais necessitam deste item, porém no caso de museus de ciências as coleções tendem a crescer.

7 Seria a partir da coleção que surgiria o museu tradicional, espaço para guarda, conservação e difusão das informações relativas ao seu acervo.

8 SCHEINER, Tereza. Apolo e Dionísio no templo das musas: museu gênese, idéia e representações na cultura ocidental Dissertação. Orientadores Paulo Vaz, Lena Vânia Ribeiro. RJ ECO/UFRJ 1998. p. 4.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

que assim for nominado – espaço intelectual de manifestação da memória do Homem, da sua capacidade de criação”.

A palavra Museu está sempre associada a coleções, objetos únicos, aura,

educação, comunicação, e, através do objeto original, “sacralizando” o espaço. Porém, o

Museu não é apenas uma instituição responsável pela coleta, pesquisa e guarda dos

objetos exibidos em suas exposições, ele ocupa um papel importante na arquitetura do

mundo contemporâneo. Para que possa ser entendido, segundo Scheiner9, deve ser a

partir do entendimento de como o “homem se projeta do fundo de seu inconsciente para além de si mesmo, elaborando, no plano individual e em sociedade, os processos que levam à constituição de determinados sistemas sociais, de determinadas maneiras de gerar e distribuir riquezas, de determinadas formas de produzir e consumir cultura.”

E, assim como o homem cria espaços para outros usos, como escolas casas e templos,

cria também espaços específicos para visitar e guardar seu patrimônio cultural.

Museu

Existe um grande número de abordagens conceituais sobre os museus e isso nos

mostra a dificuldade de uma definição abranger todos os processos que o envolvem. O

ICOM, Conselho Internacional de Museus da UNESCO o define como “Um estabelecimento permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e seu desenvolvimento, aberto ao público, que coleciona, conserva, pesquisa, comunica e exibe, para o estudo, a educação e o entretenimento, as evidências materiais do homem e seu meio ambiente”10

suas funções são múltiplas, e, portanto o Museu pode ser observado pelo enfoque

educacional ou pelo comunicacional. Carvalho nos aponta que para Kerriou11, “o Museu é

meio de educação e comunicação”, enquanto para Lumbreras é “meio de comunicação

de massa, que articula a mensagem de forma organizada” 12, sendo essa uma de suas

três funções básicas: preservação, pesquisa e comunicação. Carvalho esclarece que, ao

9 SCHEINER, Tereza. Museologia, globalismo e diversidade cultural. Conferência proferida na cidade do México. VII

Encontro Regional do ICOFOM LAN, in apostila de Museologia 3, profª Tereza Scheiner, Rio de Janeiro, 2000. 10 "A museum is a non-profit making, permanent institution in the service of society and of its development, and open to

the public, which acquires, conserves, researches, communicates and exhibits, for purposes of study, education and enjoyment, material evidence of people and their environment. (...)" - Definição aprovada na 21ª Assembléia geral em Seul, Coréia, 2004. disponível em http://icom.museum/definition.html acesso em jun 2007.

11 KERRIOU, Miriam Arroyo de. Patrimônio e Cultura: reflexões sobre a experiência mexicana. in CARVALHO, Rosane M. Rocha de. Exposição em museus e público: o processo de comunicação e transferência da informação. Diss Orientador: Lena Vânia Ribeiro Pinheiro. RJ. ECO/UFRJ - IBICT/CNPq, 1998.

12 LUMBRERAS SALCEDO, Luiz Guillermo. Museu, Cultura e Ideologia. iApud CARVALHO, op.cit.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

falar na 1º reunião anual do ICOFON/LAM, sobre os modelos conceituais de museus e

sua relação com patrimônio natural e cultural, Mensch explicita da seguinte maneira:

“... a preservação inclui coleta, conservação, restauração, armazenamento e documentação; a investigação refere-se à interpretação científica do valor informativo do patrimônio cultural e natural; a comunicação compreende todos os métodos possíveis para transferir a informação a uma audiência: publicações, exposições e atividades educativas adicionais."

É, portanto um sistema de comunicação e informação e pode ser observado segundo

Carvalho com um enfoque museológico onde “despontam autores voltados ao museu

como um sistema de comunicação, o que pode se estender até a Museologia.

(Saracevic)” 13; porém existe uma dificuldade em definir um conceito.

Loureiro nos diz que existem “inúmeros conceitos decorrentes das várias visões e

abordagens filosóficas e científicas dentre as inúmeras e ricas vertentes do espaço

museal”14, e o variado número de definições de Museu nos ajuda a concluir que não é

possível universalizar um único conceito. Mas seria possível entender o processo de

evolução pelo qual o Museu passou ao longo do tempo e os modelos resultantes deste

processo. Quais sejam: primeiramente o Museu Tradicional15 baseado nos objetos

(cabendo nesta classificação o museu ortodoxo16 [acadêmico], interativo17 [exploratório]

ou com coleções vivas18 [jardins botânicos, zoológicos, aquários]), seguido pelo Museu

de Território (compreendendo os museus comunitários e ecomuseus19, parques nacionais

e sítios naturais20, cidades-monumento, sítios arqueológicos e paleontológicos21)

avançando até o Museu Virtual22.

Cada museu representa um pensamento e um saber e utiliza para sua

comunicação através das exposições, de um modo geral, o método visual como

linguagem básica, mas também aplica outras como a tátil, auditiva e olfativa. Lembremos

que o Museu pode existir em qualquer tempo e espaço, o que significa que não é

13 CARVALHO, Rosane M. Rocha de. Exposição em museus e público: o processo de comunicação e transferência da

informação. Diss Orientador: Lena Vânia Ribeiro Pinheiro. RJ. ECO/UFRJ - IBICT/CNPq, 1998. 14 LOUREIRO, José Mauro M. Labirinto de paradoxos: Informação, Museu, Alienação, Diss ECO/UFRJ - IBICT/CNPq,

Rio de Janeiro, 1996. 15 “...cuja unidade conceitual é o Objeto (...) Sem objeto, não há coleção, e portento não há museu (...) usa o objeto como

instrumento primordial de trabalho e sobre ele constrói sua teoria.” SCHEINER, Tereza. Apolo e Dionísio no templo das musas: museu gênese, idéia e representações na cultura ocidental Dissertação. Orientadores Paulo Vaz, Lena Vânia Ribeiro. RJ ECO/UFRJ 1998. p. 3.

16 É o modelo de museu onde de um modo geral os objetos são retirados do ‘mundo’ e inseridos em um espaço com elementos contextualizadores, fictícios, criado para este fim. Ibid., p. 4.

17 Modelo onde entre os objetos são incluídos os experimentos e os fenômenos. 18 Compreendendo os jardins botânicos, zoológicos, aquários e outros locais com espécimes vivos. 19 Observa os processos culturais e sociais. 20 Observa os processos naturais. 21 Trabalham na vertente de conjunto, tomando os processos culturais/ sociais e os processos naturais – patrimônio -

como foco – é o museu Integral. 22 Apenas sendo possível através de processos tecnológicos, ou das percepções dos processos entre homem, memória e

patrimônio (museu interior, museu global).

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

possível determinar um Museu utópico que seja possível em todas as realidades; ele se

desenvolve e toma a forma adequada para cada caso e necessidade específica de cada

sociedade23. De uma forma semelhante em todas as sociedades, o termo Museu está

freqüentemente associado a coleções, objetos únicos, aura, educação, comunicação, de

maneira particular, ‘sacralizando’ o espaço onde se encontra. Observado como um

fenômeno cultural e, ao longo de sua existência como espaço de memória24, o Museu

procura parar o tempo, é a busca da eternização do homem, a luta contra a finitude.

Também pode ser entendida como a ‘parada no tempo’ que acontece não apenas nas

exposições através dos seus objetos originais – únicos, mas também através da grande

preocupação com a conservação. Esta minimiza a ação do tempo para que os objetos

possam ser visitados e lidos, e, através de novas propostas possam ser re-lidos por um

tempo maior do que seria o período normal de vida destes objetos enquanto em uso.

O tempo25 é constitutivo dos museus, porém nele, a ‘flecha do tempo’26 se

dissocia do ritmo biológico e passa ao tempo social. De uma forma sensível, temos o

domínio do tempo cronológico (linear, irreversível, mensurável e previsível) sobre o

espaço e as relações sociais. No entanto, atualmente, percebemos o tempo de modo

fragmentado e comprimido em função das novas tecnologias, o que nos levaria a uma

nova forma de observar os ‘contratos sociais’. Fica, portanto, ao Museu a função de

‘guardar o tempo’ atuando como mecanismo de acesso a um passado coletivo27, e este

acesso se dá através da memória. A memória28 está ligada, de um modo geral, aos objetos que descontextualizados

perdem seu significado29 e necessitam de apoio para que esta conexão seja feita. Porém,

se observados pelo viés do patrimônio cultural [de forma integral], esta memória se 23 Scheiner, em notas de aulas PPG-PMUS UNIRIO-MAST, 2006/2. 24 “... entendida enquanto processo, enquanto jogo de articulações da emoção e da mente humanas: o Museu, espelho e

representação do Homem e das realidades por ele percebidas, opera simultaneamente nos diversos planos de memória, constituindo-se à imagem e semelhança dos valores, desejos e expressões de distintas sociedades, que continuamente o recriam – no tempo e no espaço – seja para dar-lhe uma nova forma, seja para reatualizar formas já instituídas e consagradas.” SCHEINER, Tereza. Apolo e Dionísio no templo das musas: museu gênese, idéia e representações na cultura ocidental Dissertação. Orientadores Paulo Vaz, Lena Vânia Ribeiro. RJ ECO/UFRJ, 1998. p. 31.

25 Energia colocada em uma ação que não se recupera. 26 Tempo real, porque o tempo virtual é ‘intemporal’ – não temporal ou transitório, é eterno, perene. 27 Segundo Scheiner, a memória coletiva estaria apoiada sobre alguns “notáveis como mediadores” que seriam os

“guardiães dos cadastros de memória coletiva” com a função de “estimular os sentimentos de nostalgia e de afetividade, que nos permitem sair da sociedade atual e perceber o passado como um lugar de fruição.” SCHEINER, loc. cit., p. 35.

28 “A memória do patrimônio é um estímulo que vem dos objetos que nos rodeiam... o fenômeno da memória coletiva produz-se quando isso ocorre em alguns grupos da sociedade, ou simultaneamente a uma quantidade de pessoas, sendo este um fenômeno social muito respeitável.” MAROEVIC, Ivo. O papel da musealidade na preservação da memória. Texto apresentado no Congresso Anual do ICOFOM – Museologia e Memória, 1977, trad. Tereza Scheiner.

29 “A memória está também ligada a um contexto. Os objetos musealizados perdem geralmente seu contexto histórico primário ou original. Seu contexto vivente preserva-se apenas na documentação e na abordagem conceitual daqueles que são capazes de imaginar este conceito. Seu contexto museal é completamente artificial.” SCHEINER, loc. cit., p. 35.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

atualiza de maneira dinâmica buscando, além da identidade do ‘objeto’, as referências de

tempo e espaço30. A visita ao museu é, portanto, uma experiência que permite

transformar, através de descobertas, alguns níveis de significados dos objetos e

conceitos expostos; e esta descoberta é estimulada e ‘sustentada’ pela confiança na

autenticidade dos objetos. Este um elemento fundamental que sacraliza o espaço e todo

o conjunto dando credibilidade ao que é dito através das exposições.

A possibilidade de observar objetos originais31 representativos de momentos

históricos ou de figuras importantes, dentro de uma narrativa, transformaria uma visita ao

museu em um deslocamento temporal no imaginário32 do visitante. Segundo Scheiner,

este caráter fenomênico do Museu e de sua pluralidade “remete à possibilidade de

percebê-lo através da experiência de mundo de cada indivíduo” 33. Estaria ligado à

memória coletiva em uma “combinação de dados científicos e culturais” 34 elaborados a

partir das experiências individuais. O Museu representaria uma parte da realidade

deslocando a função dos objetos e dando nova conotação, passando a ser “não mais o

objeto em si, mas o resumo histórico” 35. Para tanto, são fundamentais as ações de

preservação, conservação e organização com fim de representar o patrimônio cultural.

O museu opera, de um modo geral, diretamente com os objetos e a ele cabe

também, a partir de seus critérios, a seleção do que apresentar e de que maneira fazê-lo,

uma vez que se insere no conjunto de instituições com “autoridade pedagógica”36 que

pode “romper continuamente o círculo da necessidade cultural (...) ao constituir a ação

propriamente pedagógica nos termos de uma ação capaz de produzir a necessidade de

30 “A memória se funda sobre o tempo social de cada indivíduo ou grupo social: a sua permanência se apóia sobre um

espaço social onde ela coloca sua marca. E portanto, toda memória não é senão uma reconstrução do que já foi construído, a partir da visão de mundo atual do indivíduo ou grupo.” SCHEINER, Tereza. Apolo e Dionísio no templo das musas: museu gênese, idéia e representações na cultura ocidental Dissertação. Orientadores Paulo Vaz, Lena Vânia Ribeiro. RJ ECO/UFRJ, 1998. p. 35.

31 Segundo Benjamin a “autenticidade de uma coisa é a quintessência de tudo o que foi transmitido pela tradição, a partir de sua origem, desde sua duração material até o seu testemunho histórico”. BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política em Obras Escolhidas, Editora Brasiliense, São Paulo, 1994. p. 168.

32 “o imaginário recobre, ou melhor, permeia toda relação do sujeito com objetos e imagens, na medida em que é através deste registro que se constitui a própria possibilidade de tal relação”. PORTINARI, Denise B. A noção de imaginário e o campo do Design, in Formas do Design, por uma metodologia interdisciplinar org Rita Maria Couto e Alfredo Jefferson de Oliveira. Ed 2AB, Série Design, Rio de Janeiro, 1999. p. 38.

33 SCHEINER, Tereza. Comunicação, Educação, Exposição: novos saberes, novos sentidos. Representação. Revista Semiosfera, ECo/UFRJ, ano 3 nº 4/5. Disponível em http://www.eco.ufrj.br/semiosfera/anteriores/semiosfera45/index.html. Acesso em dez de 2006.

34 MAROEVIC, Ivo. O papel da musealidade na preservação da memória. Texto apresentado no Congresso Anual do ICOFOM – Museologia e Memória, 1977, trad. Tereza Scheiner

35 SCHEINER, Tereza. Comunicação, Educação, Exposição: novos saberes, novos sentidos. Representação. Revista Semiosfera, ECo/UFRJ, ano 3 nº 4/5. Disponível em http://www.eco.ufrj.br/semiosfera/anteriores/semiosfera45/index.html. Acesso em dez de 2006.

36 O Museu além da guarda, conservação e exposição do acervo tem em sua base também a função didática de transmissão de informação e com isto ele pode ser entendido como pertencente ao conjunto de instituições informais de ensino e pesquisa. A partir de seu acervo das práticas desenvolvidas em seu espaço é possível desenvolver trabalhos de pesquisa e pedagógicos junto ao público escolar de todos os níveis, complementando os conteúdos apresentados em aula dentro do processo de ensino formal.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

seu próprio produto” 37. Faz parte da arquitetura histórico-cultural da civilização

contemporânea e como vivemos um processo de aceleração do tempo, junto com a fácil

substituição da maioria dos objetos, tendo uma linguagem quase que totalmente visual

afeta o modo de percepção desta contemporaneidade. Suas exposições são espaços

transformados, criados para atender a função de apresentar o acervo a partir de um

afastamento do uso cotidiano dos objetos. As propostas consagram certos objetos e em

função delas o Museu se enquadra nas instâncias investidas de poder assim como,

segundo Bourdieu, a família e a escola, impondo um “arbítrio cultural”. Isto é, está em

“condições de impor uma aprendizagem ao final da qual tais obras” e objetos

apresentados são “naturalmente dignas de serem admiradas ou degustadas” 38.

Os museus convivem com novas tecnologias e novos meios de comunicação,

acrescentados aos objetos e ícones materiais, como também a linguagem escrita,

passam a lidar com imagens e se multiplicam e conquistam um público crescente.

“Perderam seu papel de templos do saber e transformaram-se no lugar do espetáculo da

mis-en-scène, onde novas expectativas visuais são parcialmente agraciadas com

movimento e flexibilidade” 39 com discurso sobre arte e cultura.

Os museus, efetivos instrumentos de pesquisa e comunicação – cultural e social –

utilizam teorias e práticas que dizem respeito aos seus objetivos, ao seu funcionamento,

aos seus métodos e ao seu papel junto à sociedade e necessitam sistematicamente de

uma constante revisão das suas estratégias museográficas. Seu importante meio de

comunicação são as exposições das coleções pelas quais é permanentemente

responsável, e através delas mantém o contato direto entre o acervo e o visitante. Cada

vez mais os museus se envolvem com os mais diferentes recursos para propiciar a

melhor fruição de suas exposições.

Este Museu tão diversificado vem ao longo tempo sendo revisto, re estudado e

cada vez mais ele se abre a novas propostas e novos perfis. Os conceitos de patrimônio

se ampliam e junto seguem os novos conceitos e propostas para os museus.

Das resoluções do ICOM na Mesa Redonda de Santiago (1972) se destaca o

anúncio de um novo tipo de Museu, diferente dos Museus Tradicionais40, é o ”Museu

Integral” com atividades de caráter social incluindo a ativa participação da sociedade

37 BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas, Editora Perspectiva, São Paulo, 1998, p. 272. 38 BOURDIEU, op.cit., p. 272. 39 SPIELBAUER, Judith K. A linguagem da exposição: interpretação e divisão de mundo. Texto apostila de

Fundamentos da teoria da exposição. Aula profª Tereza Scheiner 40 Até então o entendimento do que é museu se restringia ao conceito de museu tradicional: espaço, objetos e exposição.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

como “justificativa da sua própria essência e razão de ser” 41. O edifício com seus

espaços e o acervo deixam de ser o objetivo principal, e, o ‘homem’ passa a ocupar este

papel em todo o processo.

Não seria, portanto razoável limitar o museu à idéia com a qual foi concebido

institucionalmente, apenas como continente-edifício/ conteúdo-coleção e público42. Ao

contrário, os museus, segundo Castells, seriam, em princípio, instituições culturais,

utilizando o termo “cultura no sentido clássico de um sistema de valores e crenças” 43,

sistemas de guarda e conservação, processando e transmitindo a potencialidade das

mensagens culturais interativas, em um determinado contexto social. Teria sim, como

uma de suas funções sociais a preservação e divulgação do patrimônio cultural, e, aos

museus tem sido atribuída a “guarda de construções arbitrárias sobre a nação” podendo

apresentar e refletir “diversos projetos de nação” 44.

Seria atribuída ao Museu a qualidade de instituição cultural vinculada às “formas

políticas e culturais de cada sociedade” 45 e cada sociedade criaria museus porque

“precisa de espelhos”, porque o museu seria um espelho da sociedade e do indivíduo na

“sua relação consigo mesmo, com a natureza e o mundo, com as diferentes realidades

que desenham e configuram seu campo perceptual” 46. Ele, como instituição, é a “base

necessária à atividade museológica” 47 que lhe dá suporte e desenvolvimento.

As atividades desenvolvidas dentro do espaço do museu são pautadas pela

Museologia que promove a intermediação e, através dela, se define o que deverá ser

preservado; seu objeto é o homem - o público, o pensamento é focado no sujeito-objeto e

suas inter-relações. O ICOM48 define Museologia como uma ciência aplicada, a ciência

do Museu que estuda a conservação educação e organização. Também considera as

relações com o meio físico e a tipologia. Ou seja, a Museologia abrangeria desde a teoria

até o funcionamento do museu.

41 MOUTINHO, Mário. Sobre o conceito de museologia social. Cadernos de Museologia nº 1 SMAG/ULHT Universidade

Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa,1993. p. 5. 42 O que usualmente acontece em função da prática de aproveitamento de edifícios históricos ou construções tombadas

para instalação de museus, independentemente de sua natural adequação para a nova função. O correto uso da edificação implica em projetos, muitas vezes, de difícil e cara execução, o que obriga a utilização da edificação sem a necessária alteração. – experiência profissional da autora

43 CASTELLS, Manuel – Museums in the information era, cultural connectors of time and space. Conferência de abertura na 19ª Conferência Geral do ICOM em Barcelona, 2001. ICOM News, Newsletter the International Council of Museums/ UNESCO, vol 54, nº3, 2001, ICOM ISSN 0020-6418. p. 4/8.

44 SANTOS, Myrian Sepúlveda dos - Os museus, a memória e os novos meio de comunicação. Rio de Janeiro: IBICT, 1998. p. 11.

45 SCHEINER, Tereza. Apolo e Dionísio no templo das musas: museu gênese, idéia e representações na cultura ocidental Dissertação. Orientadores Paulo Vaz, Lena Vânia Ribeiro. RJ ECO/UFRJ 1998. p. 1.

46 Ibid., p. 1. 47 GUARNIERI, Waldisa Russio. Museologia e Museu. Texto apresentado no simpósio “o processo de comunicação dos

museus de arqueologia e etnologia", universidade de São Paulo, 1993. p. 9. 48 ICOM – Conselho Internacional de Museus órgão filiado à UNESCO, voltado para pesquisa e trocas de propostas,

experiências e balizamento das diversas atividades e saberes que atuam dentro do espaço museal através dos comitês específicos de cada área.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

Museologia

Inserida nas Ciências Humanas e Sociais, é uma ciência apoiada em teorias da

área de Museologia (como por exemplo a Ciência da Informação e a comunicação,

dentre outras), uma ciência aplicada que tem como sub-áreas três grandes funções, já

mencionadas anteriormente: a preservação (compreende a coleção, identificação,

conservação, restauração e documentação), a pesquisa (investigação do acervo) e a

comunicação (exposição, divulgação do acervo e das pesquisas e educação)49.

Pode ser considerada uma disciplina contemporânea por ter se instituído

principalmente a partir da segunda metade do séc. XX. No entanto, a Museologia era

entendida até os anos 1970 como um “ramo do conhecimento voltado para os objetivos e

organização dos museus”, quando recebeu do ICOM a definição de “estudo da história e trajetória dos museus, seu papel na sociedade, seus métodos específicos de pesquisa, conservação, educação e organização, seu relacionamento com o ambiente físico e a classificação dos diferentes tipos de museus” 50.

A partir dos anos 1980, contribuíram para a sua definição os estudos teóricos realizados

e publicados no no MuWoP 151. Respondendo à provocação de Sofka52 quando diz que “Museologia é o estudo dos museus e suas atividades... e que museologia é o assunto geral dos museus e uma disciplina científica independente com seus objetivos, objetos de estudo, esfera de trabalho, método e sistema. As diversas tarefas e várias áreas de coleção traçam um caráter largamente interdisciplinar da Museologia. Ainda que Museologia tenha que cooperar necessariamente com outros braços da ciência focando seu objeto comum de estudo: o museu e suas atividades”.

Foram então elaboradas algumas reflexões que contribuíram para esta discussão.

Segundo Desvallées53, seria uma escolha dos trabalhadores dos museus e estes

decidiriam se seria um termo a se aplicar somente para se comunicar com o público ou

com todo o campo de pesquisa o qual permite praticar sua profissão. Já Gregorová54

considera Museologia uma nova disciplina cientifica ainda sendo constituída e define

como sendo o estudo da “relação especifica do homem com a realidade em todos os

49 Considerações feitas a partir das informações sobre as áreas do conhecimento, disponível no site da Capes.

WWW.capes.gov.br 50 MENSH, Peter Van. O objeto de estudo da museologia. Tradução Vania Estevan de Oliveira. Pretextos museológicos

1 UNIRIO 1994 51 MuWoP1 Museological Working Papers. ICOFOM 1980 52 Sofka era então o presidente do ICOFOM. SOFKA, Vinos. Museological provocations. In MuWoP1 Museological

Working Papers. ICOFOM 1980. p. 12. 53 DESVALLÉSS, André. Diretor dos museus da França. In MuWoP1. ICOFOM 1980. 54 GREGOROVÁ, Anna, Pesquisadora no Ústredná správa múzeí a galerií, Czechoslovakia. In MuWoP1. ICOFOM 1980.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

contextos em que ele foi e ainda é concretamente manifestado”. Para Lemieux55

Museologia não é uma ciência, no entanto ele entende que “é muito mais do que um

trabalho prático” e sim uma “combinação entre conhecimento, entendimento, habilidade e

perícia”. Lewis56 destaca a necessidade de colocar uma estrutura teórica para o

desenvolvimento do Museu como um todo. Segundo Pisculin57 é uma “uma ciência

aplicada ao mundo contemporâneo e deve garantir diretrizes para todos os aspectos do

trabalho do Museu na sociedade moderna”. E Reynolds58 acrescenta que embora

estivesse ainda com “parâmetros pouco definidos” seria sim “uma ciência em embrião”.

Para Scala59 o leque de conhecimento e atribuições se amplia definindo que Museologia

é um “estudo completo de todas as funções; estética, administrativa, prática, orientada

para o relacionamento com o público e acadêmicos” lembra que esta é uma função

necessária para entender o Museu no mundo complexo de hoje e reforça a idéia dizendo

ser algo além de uma ciência ou uma experiência prática. Para Schreiner60 a disciplina se

desenvolveu de forma “social e científica, negociando com leis, princípios, estruturas e

métodos do complexo processo de aquisição” e lembra o trabalho de preservar,

decodificar, pesquisar e exibir objetos “móveis originais, selecionados da natureza e da

sociedade como fontes primárias de conhecimento”. Lembra que estes criam a base

teórica para o trabalho e para o método do museu com a ajuda de ampla experiência

sistêmica. Stransky61 entende que o termo Museologia ou “teoria de museus cobre uma

área específica de um campo de estudo focado no fenômeno museu” teria sido

desenvolvida anteriormente e, no presente, esta idéia se direciona para o “âmbito de uma

disciplina científica específica”. Tsuruta62 acredita que é uma “ciência de museus” e

acrescenta que deveriam ser feitos esforços para uma “coordenação e cooperação

internacional entre museus e cientistas de museus para desenvolver mais tarde o estudo

da Museologia”. E finalmente Zouhdi63 compreende como sendo a “ciência dos museus”.

A museologia viria se desenvolvendo como ‘Ciência dos Museus’64, tendo como

seu objeto de estudos a relação da sociedade com o Museu, incluindo os estudos sobre

55 LEMIEUX, Louis, Diretor do National Museum of Natural Sciences, Canadá. In MuWoP1. ICOFOM 1980. 56 LEWIS, Geoffrey, Diretor do Museum Studies at the University of Leicester, Gran Bretanha. In MuWoP1. ICOFOM 1980. 57 PISCULIN, Juij P. Vice-diretor e chefe dos laboratórios de museologia do Gosudartsvenny muzei revolucci, Ussr. In

MuWoP1. ICOFOM 1980. 58 REYNOLDS, Barrie G. Professor de Cultura Material e diretor do Material Culture na James Cook University of North

Queensland, Austrália. In MuWoP1. ICOFOM 1980. 59 SCALA, Joseph A. Chairman do Graduate Museology Program no College of visual performing Arts, USA. In MuWoP1.

ICOFOM 1980. 60 SCHREINER, Klaus. Diretor do Agrarhitoriches Museum, Republica Democrática Alemã. In MuWoP1. ICOFOM 1980. 61 STRÁNSKÝ, Zbynék. Diretor do departamento de museologia do Moravské Muzeum, Czechoslovakia. In MuWoP1.

ICOFOM 1980. 62 TSURUTA, Scoichiro. Professor de museologia no Departamento de Educação da Faculty of letters of the Hosei

University, Japão. In MuWoP1. ICOFOM 1980. 63 ZOUDI, Bachir. Curator do Museum of Greco-roman Antiques and Bizantines Art, Síria. In MuWoP1. ICOFOM 1980. 64 Lembramos que museu é entendido aqui como fenômeno.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

os museus. Pauta as atividades desenvolvidas dentro do espaço do museu promovendo

a intermediação, e através dela se define o que deverá ser preservado. Seu objeto é o

homem - o público, o pensamento é focado no sujeito-objeto e suas inter-relações. O

ICOM a define hoje como uma ciência aplicada, a ciência do Museu que estuda a

conservação educação e organização65. Também considera as relações com o meio

físico e a tipologia. Ou seja, abrange desde a teoria até o funcionamento do Museu.

Encontrei também, ao longo das leituras, o entendimento de que Museologia é

uma disciplina que se volta desde a teoria até as práticas no Museu, e, Museografia seria

usualmente aplicada para designar a arte (ou técnicas) de exposição do museu. Scheiner

nos lembra que a Museologia hoje tem a função de “investigar as novas relações entre o

global e o local” distanciando as questões de consumo das questões culturais. E também

de analisar a “importância do sentido de ‘pertencimento e identidade’ a ‘reelaboração do

próprio’” em uma sociedade aonde a economia e a cultura encontram-se globalizadas, e

onde as identidades ultrapassam territórios geográficos e fronteiras lingüísticas “66.

Para entender a distinção entre os conceitos de Museologia e Museografia recorro

a Desvallées que esclarece que o termo Museografia67, teria vindo desde o séc. XVIII,

seria definida como “Museologia prática e aplicada” e subordinada à Museologia e “aplica

suas conclusões teóricas”. A Museografia compreende então as “técnicas necessárias

para realizar as funções museais e particularmente o que concerne o planejamento do

Museu, a conservação, a restauração, a segurança e a exposição” 68. Seria possível

alinhavar a idéia de que a Museologia e a Museografia se complementam mutuamente.

Os museus, não como fim, mas meio, seriam locais para as atividades de

pesquisas e práticas, podendo ter um espaço específico criado para exposições de cunho

e concepção museológica. Estas são um tipo especial de representação comprometidas

com as técnicas e tratamentos específicos dos conteúdos, tendo sempre o homem 65 No caso da Muselogia existe o Thesaurus de acervos museológicos desenvolvido por Helena Ferrez, mestre em

Ciência da Informação e Maria Helena Bianchini, museóloga. Ver referências bibliográficas no livro interdisciplinaridade p. 11 nota nº12.

66 SCHEINER, Tereza. Museologia, globalismo e diversidade cultural. Conferencia proferida no México no VII Encontro Regional do ICOFOM/ LAM, 1998. apostila de Museologia. Profª Tereza Scheiner

67 « Muséographie - La muséographie, dont le terme a fait son apparition dès le XVIIIe siècle, se définit comme la muséologie pratique et appliquée. Elle est subordonnée à la muséologie et applique les conclusions théoriques auxquelles la muséologie est parvenue.En anglais l'expression museum pactice este souvent préférée au terme museography. la muéographie comprend les techniques requises pour remplir les fonctions muséales et particulièrement ce qui concerne l'amenagement du musée, la conservation, la restauration, la sécurité et l'exposition. Mais l'usage du mot museographie a tendance, en français, à ne designer que l'art (ou les techniques) de l'exposition. C'est pourquoi, depuis quelques années, le terme d'expographie a eté proposé pour désigner ce qui ne concerne que les expositions, qu'elles se situent dans un musée ou dans un espace non muséal ». DESVALLÉES, André. Cent quarent termes muséologiques ou petit glossaire de l’exposition, in Manuel de Muséographie. Petit guide à l’usage dês responsables de musée. Org Marie-Odile de Bary e Jean-Michel Tobelem. Ed Séguier, Option Culture, Biarritz, 1998. p. 205.

68 DESVALLÉES, André. Cent quarent termes muséologiques ou petit glossaire de l’exposition, in Manuel de Muséographie, Petit guide à l’usage dês responsables de musée. Org Marie-Odile de Bary e Jean-Michel Tobelem. Ed Séguier, Option Culture, Biarritz, 1998. p. 205.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

observado como “criador ou usuário de exposições” 69. Convivem hoje com novas

tecnologias e novos meios de comunicação, junto com os objetos e ícones materiais,

como também a linguagem escrita, passam a lidar com imagens e a virtualidade70. Ao

mesmo tempo perderam seu papel de “templos do saber” e transformaram-se no lugar do

espetáculo, da “mis-en-scène, onde novas expectativas visuais são parcialmente

agraciadas com movimento, e flexibilidade” 71 com discursos sobre arte e cultura. Como

instrumento de pesquisa e comunicação, o museu utiliza teorias e práticas que, ligadas

aos seus objetivos, seu funcionamento, seus métodos e seu papel junto à sociedade,

necessita sistematicamente de revisão das suas estratégias expositivas.

Museografia

Como já observamos antes, a Museografia de exposições vem sofrendo várias

transformações; a cada momento é observado um novo enfoque de acordo com os

contextos sócio-culturais, históricos e científicos; contudo, é constante a busca pelo

aprimoramento do processo comunicacional. Estas mantêm uma relação única com o

público, e trabalhar o Museu no enfoque da comunicação é entender e planejar

estratégias para dinamizar esta relação com seu acervo.

O termo abrange várias atividades dentro do Museu, ou seja, é responsável pela

comunicação e divulgação do acervo, através das exposições utilizando para tanto

diversos projetos complementares, de catalogação, conservação, acondicionamento e

instalações de apoio necessárias para as diferentes funções dentro do museu. É a

atividade que se ocupa, dentre outras coisas, dos aspectos técnicos e práticos tais como

o edifício, sua organização, climatização, instalações gerais ligadas intimamente à

arquitetura e conservação72.

Entendida também como técnica de apresentação do material expositivo, auxilia e

permite a comunicação de conteúdos dos elementos musealizados, adequando o espaço

que o envolve observando a preservação e conservação deste material. Contudo, a

69 MAURE, Marc. The exhibition as a theatre. On the staging of Museum objetcts. Nordisk Museologi, Lommedalen,

1995/2: 155-168 70 “As relações entre cultura, memória e patrimônio estariam assim condicionadas, mais que à técnica, a movimentos de

afetos, num fluxo inesgotável de intensidades e territorialidades, onde coexistem todas as matrizes culturais e identitárias”. SCHEINER, Tereza. Imagens do Não-lugar: comunicação e os “novos patrimônios”. Tese. Orientador: Priscila Kuperman. RJ: ECO/UFRJ, 2004. p 11.

71 SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. Os museus, a memória e os novos meio de comunicação. Rio de Janeiro: IBICT, 1998. p. 19.

72 DESVALLÉES, André. Cent quarent termes muséologiques ou petit glossaire de l’exposition, in Manuel de Muséographie. Petit guide à l’usage dês responsables de musée. Org Marie-Odile de Bary e Jean-Michel Tobelem. Ed Séguier, Option Culture, Biarritz, 1998. p. 210.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

Museografia deve ser uma reelaboração constante, uma proposta criativa diferente para

cada caso, não devendo ser restrita ao espaço de exposição, e sim abrangendo todos os

espaços do museu. Torna-se variada, uma vez que “existem tantas realidades

museográficas quantos são os museus existentes” 73. Sua prática requer conhecimento

em torno dos mais diversos tipos de acervo, desde as coleções de arte, objetos

etnológicos e etnográficos, documentos, coleções científicas, reservas técnicas, reservas

biológicas e até parques nacionais, é, portanto, uma atividade dinâmica que envolve

saberes de diversas áreas e necessita constantemente de atualização, incorporando

novos conceitos técnicos, teóricos e sociais através do patrimônio cultural e ambiental.

Sempre esteve presente junto à prática do colecionismo, muito embora sem ser

definida como técnica e sem fundamentação teórica, que tem seu embrião a partir da

organização das coleções particulares. Nieckel74 no “Tratado de Museographia”(1727)

aplica o termo Museografia, sugerindo instruções para utilização e organização dos

espaços. Seu significado se confunde com as práticas museológicas, mas se diferencia

trabalhando em compasso com as teorias na criação, na idéia, na construção do tema e

da exposição, na adaptação da coleção, na construção do espaço, na adequação do

edifício. Sua prática é um trabalho onde se agrega a inspiração da criação interpretativa

com a educação da sensibilidade e o agenciamento de novas vivências e emoções

através dos métodos expositivos aplicados. A sua aplicação seria então a infra-estrutura

do ato comunicativo expositivo dos museus onde se constróem representações, não

apenas nos espaços de exposição, mas em todo o seu conjunto.

Está vinculada ao conceito de Museologia, pois se apresenta como uma ação

organizada na estrutura interna do museu; é a ligação do museu com seu público

mostrando sua tendência ideológica; uma prática que lança mão, através do design75 de

suas exposições, de variados recursos para obter um resultado possível junto ao tema e

acervo propostos. É importante acrescentar que todos os produtos naturais e culturais

são musealizáveis. Para uma constante atualização necessita que o museu saia em

direção da cidade buscando e renovando sua linguagem, buscando cenários

significativos, porque é necessário que a partir de perguntas e de seus acervos ele faça o

diálogo com o visitante mantendo constante o compromisso com a informação. Como

instrumento de comunicação, o museu, através da sua museografia, deve estar

73 LÉON, Aurora. El Museo, teoria, práxis y utopia. Madrid, Ediciones Cátedra,1986. p. 92. 74 In HERNANDEZ, Francesca. Manual de Museologia. Madrid: Editorial Sintesis, 1994. p. 121. 75 Segundo Bomfim o design seria, antes de tudo, instrumento para a materialização e perpetuação de ideologias, de

valores predominantes em uma sociedade. BOMFIM, Gustavo A. Fundamentos de uma teoria transdisciplinar do Design: morfologia dos objetos de uso e sistemas de comunicação in Estudos em Design, AEnD-BR,V.Vn2 Rio de Janeiro,1997. ISSN 0104-4249. p. 32.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

constantemente atento para as mudanças na sua forma de atuar; diminuindo os ruídos e

permitindo que o visitante não saia sem saber ‘o que o museu mostrou’. Para tanto é

fundamental a elaboração de um projeto museográfico com uma programação completa

e dinâmica voltada para o visitante e as diversas maneiras como ele apreende o que

observa.

Portanto temos o Museu76 que é uma construção contínua, devido aos seus

diversos modelos desenvolvidos ao longo do tempo, em função das mudanças

temporais e sócio culturais. A Museologia entendida como uma ciência que estuda o

Museu e suas relações com a sociedade. E a exposição que é uma das vozes que o

museu utiliza para o seu discurso. Deste modo, torna-se necessário um estudo

observando a forma como o Museu faz esse discurso.

Para fazer uma observação do processo de exposição, o foco deste trabalho está

voltado para o museu tradicional77 por trabalhar diretamente com os objetos e conceitos

ligados a eles. Caberia aos museus tradicionais, segundo Moles fazer “uma seleção no

mundo dos objetos” 78 uma vez que nem todos os objetos cabem como representação,

pois nem tudo é museu79. Os museus tradicionais segundo Scheiner são:

“Espaço, edifício ou conjunto arquitetônico/ espacial arbitrariamente selecionado, delimitado e preparado para receber coleções de testemunhos materiais recolhidas do mundo. No espaço do museu tradicional, tais coleções são pesquisadas, documentadas, conservadas, interpretadas e exibidas por especialistas – tendo como público-alvo a sociedade. A base conceitual do museu tradicional é o objeto, aqui visto como documento.” 80

Este museu, em geral, se baseia em coleções que muitas vezes foram elaboradas

por uma iniciativa pessoal, por motivos não definidos, não claros, ficando então a

necessidade de uma abordagem independente da qual foi originada. Os objetos das

coleções podem se dissociar da sua proposta inicial ao se alterar sua posição e seu

contexto na exposição, logo, é possível mudar o seu significado a partir de uma proposta

museográfica. Buscando o equilíbrio entre o design das exposições e o acervo, a

museografia segue um processo de interpretação criativa voltada para a viabilização

estética e técnica da exposição museológica. É possível, portanto, entender que a

76 Que é da ordem da percepção, das representações culturais e relações das sociedades. 77 São museus tradicionais os museus de arte, história, ciências, tecnologia, os museus biográficos e temáticos; e

também os museus exploratórios, os centros de ciências, as casas históricas, os jardins zoológicos, aquários, vivários e biodomus. SCHEINER, Tereza. Apolo e Dionísio no templo das musas: museu gênese, idéia e representações na cultura ocidental Dissertação. Orientadores Paulo Vaz, Lena Vânia Ribeiro. RJ ECO/UFRJ 1998. anexos

78 MOLES, Abraham. Teoria dos Objetos. ed Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 1981. p. 75/77. 79 Segundo Moles, “se assim o fosse, seria levado a admitir que o “mundo é o museu de si próprio (...) seria negar a sua

própria existência”. MOLES, Abraham. Teoria dos Objetos. ed Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 1981. p. 77. 80 SCHEINER, lo.cit.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

museografia trabalha para a concretização técnica das teorias da museologia, em um

horizonte prático.

Os museus trabalham a classificação do acervo segundo critérios estéticos,

históricos, científicos e pedagógicos. Independentemente dos critérios adotados, o

denominador comum seria o fato de que o Museu é ordenado e pensado; e tem como

elemento que traz prazer estético, entre outros, o fato dos objetos serem únicos,

autênticos com sua aura81 de objetos originais, como já dissemos. Porém, não se

restringe apenas a catalogar e exibir, mas buscar a melhor maneira de trabalhar as

coleções buscando os eixos temáticos82 dos quais elas fazem parte e ligá-los como

patrimônio cultural com o coletivo e com o território no qual está inserido83. É

interessante lembrar que em momentos pontuais da história dos museus aconteceu o

movimento de cruzar os portais e levá-los para a rua através de exposições abertas84,

buscando interagir com outros visitantes que não os freqüentadores usuais.

Exposição | Comunicação

A exposição é uma das principais atividades do museu tradicional, é importante

meio de divulgação do acervo de sua permanente responsabilidade85. A concepção e

montagem de uma exposição são resultantes de um processo que envolve atividades

técnicas e científicas e que resultam numa pauta museográfica. Um sistema com

elementos. Esta, quando apresentada de modo sensível, permite diversas experiências

estéticas que levam o público a um prazer mais que estético. Trata-se de um processo

comunicacional e o meio através do qual o museu faz sua narrativa; trabalha com

mecanismos de transmissão de informação variados, utilizando diversas linguagens,

lançando mão de tecnologias, recursos cenográficos, cor, luz, espaço, soluções gráficas

e recursos multimeios. 81 Os objetos e obras originais possuem uma aura que segundo Benjamin é uma “figura singular, composta de elementos

espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja.” BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política em Obras Escolhidas, ed Brasiliense, São Paulo, 1994. p170.

82 Nos museus o visitante opera no tempo virtual, porque não necessariamente respeita uma cronologia. Quando montamos exposições temos nossos pontos (marcações cronológicas) definidos, porém, o visitante fica livre para a visita – constrói e interpreta.

83 O Museu tradicional era concebido como edifício/ coleção/ público. A nova visão museológica considera não mais apenas o edifício, mas sim o território, não mais apenas a coleção e sim um patrimônio coletivo, e não mais um público puro e simples, mas uma comunidade, o que na nova museologia aparece como a conjunção: ‘território/ patrimônio/ comunidade’.

84 Em cidades, como Madrid (exposição de esculturas que saem do museu e vão para praça pública), Londres, Rio de Janeiro desde os anos 1970 e São Paulo – por exemplo, a experiência do Museu de Rua, 1997, mostra de fotografias antigas dos locais expostas junto aos espaços modificados em suportes de madeira - acontecem exposições nas ruas, onde muitas vezes os artistas interagem com o público, ou mesmo é solicitada do público a manifestação de opinião a respeito da mostra.

85 As exposições são uma forma própria e peculiar dos museus de se comunicarem com o público. Entende-se aqui, portanto, que é um sistema comunicacional..

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

Scheiner observa que exposição seria uma “composição cujos elementos

encontram-se dispostos em um espaço pré-determinado, harmonicamente conjugados

para transmitir a um grupo de pessoas uma determinada mensagem, com fins

culturais.” Ou seja, um espaço especialmente elaborado para conter os objetos em uma

forma especial, ímpar, de narrativa86. Todo este conjunto de elementos e processos tem

como objetivo o visitante que seria, em primeira instância, a “sociedade humana” 87.

Portanto, para o sucesso desta experiência é necessário que se foque no elemento

principal desta ação: o visitante88. Envolve, deste modo, os conceitos de informação e

se torna importante a observação do processo de absorção da informação pelos

visitantes. Carvalho89 nos lembra que segundo Cameron, os museus funcionam como

“um sistema de comunicação, no qual o acervo seria a fonte, as exposições seriam o

meio e o público o receptor”. Porém, neste sistema a comunicação flui em uma única

direção, e a informação é dada a partir da forma como o conhecimento está organizado

na exposição.

A organização do conhecimento na exposição é determinada pelo discurso

expositivo, desde a sua concepção e planejamento; e deve ser entendido como uma

escolha, dentre muitas, baseada em critérios definidos. Varine lembra que o Museu deve

ser um “agente ativo do desenvolvimento geral”, utilizando-se do fato de ser “um símbolo

e um repositório da identidade cultural” sem centrar unicamente na cultura no sentido

usual, e observar a “conservação da identidade natural e cultural”, sem descartar a visão

e o conteúdo científico. Deve também explorar ao máximo sua capacidade midiática, pois

é um "meio original de comunicação, usando (já que é o único capaz disso) a linguagem

dos objetos reais para contribuir, entre outras coisas, para o desenvolvimento global da

sociedade à qual pertence”90 utilizando suas exposições como forma de divulgação de

seu discurso.

86 “Há quase sempre, como pano de fundo a essa estrutura material, uma abordagem conceitual...” SCHEINER, Tereza.

Apolo e Dionísio no templo das musas: museu gênese, idéia e representações na cultura ocidental Dissertação. Orientadores Paulo Vaz, Lena Vânia Ribeiro. RJ ECO/UFRJ 1998. anexos

87 “... segmentos mais ou menos definidos de cada grupo social, segundo a escolha e as possibilidades dos museus... é em nome do ‘seu’ público que os museus desenham e desenvolvem exposições”. SCHEINER, loc.cit.

88 As ações comunicativas, que têm como instrumento a linguagem, podem se realizar mediante a relação (a)entre falante e ouvinte; (b) entre imagem e aquele que assiste (c) entre texto e leitor. A Ciência da Informação volta-se, principalmente, para a ação comunicativa entre texto e leitor, tendo como objetivo principal criar condições para a sua realização. Ela intervém na ação comunicativa textual para garantir que ela efetivamente ocorra, isto é, que a informação torne-se acessível àquele que dela precisa. CARVALHO, Rosane M. Rocha de. Exposição em museus e público: o processo de comunicação e transferência da informação. Diss Orientador: Lena Vânia Ribeiro Pinheiro. RJ. ECO/UFRJ - IBICT/CNPq. 1998. p. 35.

89 CAMERON, Duncan. The museum as a communication system and implication of museum education. Curator, New York, American Museum of Natural History in CARVALHO, Rosane M. Rocha de. Exposição em museus e público: o processo de comunicação e transferência da informação. Diss Orientador: Lena Vânia Ribeiro Pinheiro. RJ. ECO/UFRJ - IBICT/CNPq. 1998. p. 35.

90 VARINE, Hughes de. Extraído de palestra proferida durante o encontro ICOM -UNESCO sobre museus e comunidades. Jokkmokk, Suécia, junho 1986.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

Observando todos os determinantes, para que seja possível a elaboração de um

projeto de exposição é preciso delimitar um espaço e um conteúdo adequando-os,

tornando possível construir uma narrativa com signos, significante, significado e sentido.

A museografia de exposições não é neutra, e a linguagem utilizada por ela é viabilizada

por meio de elementos que acrescentamos ao objeto, o que pode fixar e reforçar seu

conceito ou dar abertura a novas leituras.

Para tanto, na elaboração das exposições, são levantadas questões relativas à

organização e aos eixos temáticos para o desenvolvimento do projeto, tais como: quais

as referências e referenciais a serem utilizados, o que se pretende mostrar e de que

maneira isto deve acontecer e buscar uma definição dos discursos a serem adotados. Os

discursos podem ser o narrativo91, metafórico92 ou intelectual93. A partir de definições

como estas é possível elaborar a fase espacial com fixações e especificações dos

espaços, salas, revestimentos, suportes e vitrines. Em função de algumas experiências

tentam-se consolidar algumas regras e técnicas de apresentação, juntamente com outros

itens como luz e cor, buscando efeitos, que podem ser dramáticos, como convite à

atenção do visitante para o objeto e discurso da exposição. Para o desenvolvimento das

teorias e das práticas da museografia de exposições, foram agregados conhecimentos de

outras áreas tais como arquitetura e design, utilizando a programação visual e as

aplicações gráficas, unidos aos critérios estéticos e aos conhecimentos de conservação e

preservação.

A partir destas práticas, criou-se uma nova discussão e uma nova questão que

colocava os objetivos das exposições em posições antagônicas: dar prioridade à

conservação das peças, ou à sua exposição. O que após diversas ponderações se

observou ser possível a partir do desenvolvimento de técnicas de conservação nas

exposições, mantendo os objetos expostos e trazendo o mínimo de dano ao acervo. Para

isso, o trabalho em parceria com as teorias de arquitetura, design, comunicação,

conservação e teorias museólogicas são fundamentais criando um conjunto de técnicas

de exposição que somadas ao histórico dos museus e das coleções gera um eficiente

projeto museográfico de exposições.

Enquanto meio de comunicação, a exposição não é neutra, mas uma ‘linguagem

alternativa’ que utilizamos por meio de elementos que agregamos aos objetos, como

suportes, iluminação etc. Através destes recursos, pode-se fixar e reforçar a informação

que se deseja adicionar ao objeto. Da mesma maneira, ao se elaborar uma outra

91 Uma narrativa trabalhada através de concepção espacial, dos textos e etiquetas. 92 Uma imersão no espaço criando e trabalhando com as emoções. 93 Com informações que ordenam o conhecimento.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

montagem, tomando outro partido, com outro enfoque, porém utilizando o mesmo objeto,

se observa que é possível a abertura a novas leituras e também a criação de novas

possibilidades de releituras de discursos anteriores94.

O partido adotado para se utilizar em uma exposição varia, em muitos casos, de

acordo com a tipologia do museu. Elas são muitas, existem museus de inúmeras

propostas: museus de história, arte95, história natural, ‘palácios das descobertas’,

ciências, jardins zoológicos, com coleções de indumentárias, maquinários, fósseis,

moedas, plantas, insetos, aviões, tecidos, faiança e também museus ao ar livre, de

território, residências urbanas ou rurais e muitos outros. Mas em todos os casos sua

linguagem é predominantemente visual. Essas composições seguem o modelo

comunicacional: Museu | Emissor = Exposição | Meio e Mensagem = Visitante | Receptor

E no contexto dos museus, a informação sobre as coleções a as suas pesquisas utilizam

as exposições como meio de comunicar seus conteúdos aos visitantes, as exposições

são criadas a fim de significar.

Os museus vêm recebendo um público crescente a cada nova exposição e, como

sistema de comunicação, deve ter um olhar atento para seu público, conhecendo o

comportamento dos seus visitantes. Ao visitar uma exposição, de uma forma ideal, se

recebe as informações e experiências que o museu preparou. O que pode ser

extremamente interessante e satisfatório quando as mensagens e experiências

despertam a curiosidade e trazem idéias relevantes ou importantes. Ou podem ser

bastante complicadas e sem sucesso. De um modo geral os museus não sabem se o

visitante entendeu ou experimentou a as propostas ali colocadas. Esse público deve ser

conhecido pelas equipes responsáveis pela transferência de informação no planejamento

das exposições e atividades culturais.

Para isso desenvolvem-se, com equipes especializadas, pesquisas de público que

permitem observar os visitantes. A partir o estudo sistemático das respostas, o museu

pode conhecer seu público. Nestes estudos são aplicados ou são observados os

diferentes comportamentos do público na instituição; esta ação deve acontecer ao longo

do tempo de exposição, porém preferencialmente nos meses que se seguem à abertura.

94 Esta reformulação da forma de leitura de seus acervos determina que os museus articulem a comunicação e cultura,

Castells nos mostra que isto “requer marcadores essenciais os quais são capazes de sintetizar arte, experiências humanas e tecnologia, criando novas formas tecnológicas de registros de comunicação (...) museus podem ser capazes de vir a ser não somente depositários de patrimônios, mas também espaços de inovação cultural e centro de experimentação”. CASTELLS, Manuel. Museums in the information era, cultural connectors of time and space. conferência de abertura na 19ª Conferência Geral do ICOM em Barcelona, 2001. ICOM News, Newsletter the International Council of Museums/ UNESCO, vol 54, 2001, nº 3, ICOM ISSN 0020-6418. tradução da autora. P. 7.

95 Com uma gama de variações: Belas Artes, Arte Contemporânea, Arte Moderna, Arte Popular, e outros.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

Quando então é possível observar se certos significados são entendidos de forma

diferente da intenção original da proposta.

A linguagem de que se ocupa a comunicação é “produzida para um visitante

padrão e este tem que ser conhecido” 96, portanto é importante entender como este

público recebe e interpreta as informações. Estender o olhar sobre o receptor amplia

também o olhar sobre a forma e conteúdo do que é emitido buscando aprimorar a

qualidade da comunicação.

Os enunciados são elaborados segundo critérios que simplificam a informação, e

neste “ato comunicacional os comportamentos são diferentes na medida em que “ex-por

é propor um discurso”, e visitar uma exposição é “com-por se apropriar” 97, é o visitante

dando significado à mensagem, interpretando. Enquanto vetor de informação, as

exposições muitas vezes possuem uma estrutura narrativa de difícil entendimento e usam

critérios que levam o visitante a utilizar códigos para interpretações que muitas vezes não

são adequados à situação.

Para Horta98, analisar uma exposição “não é fazer uma interpretação procurando

o segredo do texto, mas é procurar a produtividade de sentidos que ela oferece”, mas

também sugere que se procure “os sentidos intencionados pelos autores” e os sentidos

recebidos e os “dispersos no percurso”. Acrescenta que a finalidade de uma exposição

tem seu papel no “contexto social que origina sua correlação com os códigos e

paradigmas vigentes e sua função operativa, isto é, sua capacidade de mudar esses

paradigmas de propor novos códigos.” A linguagem do museu é específica, e o processo

de construção dessas mensagens “implica o uso de diferentes códigos e sistemas

semióticos que vão atuar simultaneamente sobre os receptores”.

Concretamente, o visitante tem o controle da leitura que vai fazer, uma vez que

mesmo em exposições direcionadas ele pode escolher a leitura que vai fazer, os

caminhos que seguirá dentro do espaço e o tempo que levará em cada núcleo, e até se

vai concluir a visita ou parar no meio. O que contribui para a permanência e o despertar

da curiosidade é o grau de decodificação da informação do visitante. Ele necessita de

alguns códigos básicos para entender a proposta99. Carvalho100 esclarece que o conceito

de receptor é hoje um conceito geral que designa qualquer indivíduo que participa de

96 CARVALHO, Rosane Maria R. de. Exposições em Museus e Públicos: o processo de comunicação e transferência da

informação, Rio de Janeiro, EPECODIM 2001. p. 147-155. 97 VÉRON, Eliséo & LEVASSEUR, Martine. in CARVALHO, Ibid., p. 147-155. 98 HORTA, Maria de Lourdes Parreiras. Semiótica e museu. in CARVALHO, Ibid., p. 147-155. 99 Muito comum nas exposições científicas, o que leva a necessidade de inclusão de um número maior de textos e muitas

vezes vídeos explicativos que forneçam uma base para o entendimento do código. 100 CARVALHO, op.cit. p. 147-155.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

qualquer processo comunicativo. E acrescenta que o entendimento deste conceito se

estende a “todos os processos de produção de sentido e consumo, uma vez que a

informação é produzida em um contexto e recebida em outro”, a recepção está ligada ao

“contexto social, a partir de critérios de avaliação e produção de sentido”.

Uma pesquisa mais detalhada pode responder questões em torno do processo de

recepção do conteúdo informacional nas exposições, e o quanto modifica o visitante e

seu conhecimento sobre o assunto. Porém, o processo de recepção continua mesmo

depois que o visitante sai da exposição, passando a fazer parte do seu acervo de

conhecimento. É agregado ao seu “conjunto cultural com base nas experiências pessoais

incluindo as relações com as outras pessoas”, e é este resultado que “passará a

interpretar e compreender mensagens em um processo contínuo”.

Em muitos casos existe a necessidade de informações complementares. Embora

com um simples olhar seja possível perceber o objeto ou imagem apresentados, isso não

acontece com os detalhes e critérios que levaram à seleção daqueles objetos

específicos, sendo interessante que se observe a “importância das informações

bibliográficas nas exposições – etiquetas, catálogos, críticas – e seu papel complementar

na transferência da informação” 101.

No entanto, diante das mensagens na exposição serem “textos abertos ou

estéticos” permitem uma liberdade de leituras e interpretações; Horta102 acrescenta que

apenas é possível buscar controlar a sua “expressão museográfica” sendo impossível

controlar o “seu conteúdo ou sua recepção”. A questão que se apresenta é como o

público percebe o discurso produzido pelo museu e seu sentido, o quanto apreende de

informação e como sai depois desta experiência. A recepção, no caso das exposições, é

de difícil precisão sem uma pesquisa, por se tratar de uma percepção de sentido no

outro. Somente através das pesquisas se pode observar o quanto os conteúdos

contribuíram para reforçar ou acrescentar conhecimento.

O museu, ao conhecer seu público, se mantém atual; com seu discurso em

linguagem de amplo entendimento buscando uma reflexão sobre questões atuais do

mundo contemporâneo, e novas formas de interagir com o visitante. Se a linguagem for

extremamente óbvia, e sem renovação no formato, com certeza os espaços ficarão

vazios ou os visitantes passarão rapidamente por eles. Da mesma maneira, se o conjunto

for fora dos códigos minimamente conhecidos, podem não ser entendidos.

101 CARVALHO, Rosane Maria R. de. Exposições em Museus e Públicos: o processo de comunicação e transferência da

informação, Rio de Janeiro, EPECODIM, 2001. p. 147-155. 102 HORTA, Maria de Lourdes Parreiras. Semiótica e museu. in CARVALHO. Ibid., p. 147-155.

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Capítulo I | O armário, as gavetas, a caixa... um convite Museus e Exposição

Mais que representação, o museu é criador de sentidos na “relação entre o

material e o virtual, entre o individual e o coletivo, entre o local e o individual, entre o

tangível e o intangível, entre a criação e a informação”103, principalmente entre os

sentidos, atos e experiências. E é desses sentidos que o museu constrói seu discurso,

veiculado através da exposição.

103 SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. Os museus, a memória e os novos meio de comunicação. Rio de Janeiro: IBICT,

1998. p. 11.

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CAPÍTULO 2

Abrindo o armário... Preparando

A construção do espaço de exposição

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

Abrindo o armário... Preparando

2. A construção do espaço de exposição

Escolhemos como pano de fundo desta seção observar a interferência do espaço

criado através do design para uma exposição museológica, na fruição da informação e

dos objetos expostos, buscando notar o tênue limite entre a proposta e as possíveis

interferências neste processo.

A história das exposições se confunde com a história dos objetos dos Museus e a

evolução deste meio de comunicação permite a sua interação com vários elementos:

gráficos, sonoros, luminotécnicos. A evolução de seu formato acontece junto ao

desenvolvimento de novos elementos e equipamentos, além de pesquisas e estudos nas

diversas áreas do conhecimento e da técnica, que interagem diretamente com este meio

de comunicação. Algumas propostas, usando recursos tecnológicos, tratam alguns temas

na dimensão da virtualidade, com as exposições sem objetos. Porém, indiferentemente

da forma de suas exposições, os museus possuem aspectos comuns e alguns outros que

os identificam com a época em que se inserem e têm sua linguagem predominantemente

visual. Os processos de aceleração do tempo, tão presentes nas diversas áreas, e a fácil

substituição da maioria dos objetos fazem com que o museu interfira no modo de

percepção da contemporaneidade. A partir da observação das exposições, que é o meio

de comunicação tão próprio dos museus, podemos entender sua forma de comunicar

com seu público.

Exposição, palavra derivada da raiz latina ‘expositio’, significava inicialmente

explicação, com o sentido geral de apresentação, porém, seu significado hoje está ligado

a apresentações de formas variadas com explicação ao público. Desvallés1, acrescenta

1 « Mais le terme d'exposition se distingue aussi de la présentation dans la mesure où le premier terme correspond sinon

à un discours, plastique ou didactique, du moins à une plus grande complexité de mise en espace, tandis que le second se limite à un étalage que l'on pourrait qualifier de passif. C'est en grande partie la conclusion des sens propre et figuré du terme exposition qui a généré cette différence. Toutefois, en français comme en anglais avec "display" il persiste une tendance à confondre les deux termes ». BARRY, Marie-Odile de TOBELEM ; Jean-Michel. Manuel de Muséographie, Petit guide à l’usage des responsables de musée. Séguier, Biarritz, 1998. p. .233

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

ainda que existe certa confusão – que se reflete nas traduções - com os termos exibição

e apresentação. “também se distingue do termo apresentação da mesma maneira corresponde não apenas a um discurso, plástico ou didático, de menor para uma maior complexidade e respeitando seu espaço, enquanto que o segundo se limita a uma exibição que se poderia qualificar de passivo. É em grande parte a junção de sentidos próprio e figurativo do termo exibição que gerou esta diferença. porém, em francês como em inglês "display" persiste uma tendência para confundir os dois termos”.

Entendida como uma das mais importantes atividades do Museu, a exposição dos

objetos e informações pelos quais a instituição é permanentemente responsável tem o

objetivo de manter um contato direto entre o acervo e o visitante. Os museus cada vez

mais se envolvem com os mais diferentes recursos para propiciar a melhor fruição de

suas exposições, e Scheiner lembra que sua principal característica é a comunicação

entre os museus e a sociedade. “principal veículo de comunicação dos museus com a sociedade, a atividade que caracteriza e legitima o museu como tal. Sem as exposições, os museus poderiam ser coleções de estudo, centros de documentação, arquivos; poderiam ser também eficientes reservas técnicas, centros de pesquisa ou laboratórios de conservação; poderiam ser, ainda, centros educativos cheios de recursos – mas não museus” 2.

As exposições refletem a personalidade do museu na apresentação de suas

exposições, que podem variar sua dinâmica tanto para estudos, para vivência ou

diversão, entre outras propostas. E, por ser uma interessante ligação dos museus com o

público, muitas vezes fica a impressão de que museu é apenas exposição.3 As

exposições na maioria dos museus são baseadas nas coleções e no conhecimento

pesquisado e documentado pelo próprio museu. Os objetos, físicos ou conceituais,

utilizados nas suas exposições refletem sua tipologia e mostram sua função básica de

pesquisa, enfatizando todas as atividades desenvolvidas pelos museus além das

exposições.

A elaboração das exposições é um processo que pode ser comparado a escrever

um conto; trabalhando com a subjetividade dos temas e utilizando objetos, combinado-os

de maneira a contar a história, mantendo o equilíbrio entre a subjetividade – que

aproxima, e objetividade – que distancia permitindo avaliações. Para percebermos o que

é a exposição, RUFFINS4 recomenda que se deva pensar nela como um “cenário

dramático para objetos e informações”. E acrescenta que

2 SCHEINER, Tereza. Museus e Exposições, Apontamentos para uma teoria do sentir. Artigo, Rio de Janeiro, 1991. 3 LORD, Barry, LORD, Gail Dexter. The manual of Museum Exhibitions. Oxford, Altamira Press. 2001. p. 12. 4 RUFFINS, Fath Davis. The exhibition as form, an elegant metaphor, in Museum News, Outubro 1985, p. 54-59.

Tradução Tereza Scheiner.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

“As cores, os níveis de luz, os estímulos visuais, o som, o drama da montagem e do design, a beleza e a originalidade dos objetos específicos – tudo isto tem um papel no desenvolvimento da metáfora, da tradução, da narrativa construída, da ficção que é a exposição”.

Nas exposições, muitos sentidos se entrecruzam e o que se desloca é o tempo,

com diferentes percepções e interpretações e práticas do homem. De uma forma

espacial, a exposição é uma proposta de comunicação de conteúdo por meio da

construção do discurso através da narrativa, é, portanto uma arquitetura domesticando o

espaço, moldando o lugar. A exposição, assim como os sistemas de representação, pode

ser vista como uma espécie de espacialização que congela o fluxo da experiência.

GABUS define toda exposição como “um ensaio humanístico e um espetáculo”.

Afirma que tecnicamente se trata de uma “composição cujos elementos são forma e

matéria do objeto; jogos de luz e de cor”. Lembra que outros elementos se agregam e

passam a ser parte integrante de toda composição. Estes são os suportes, painéis,

vitrines e etiquetas, considerados fundos e proteção, “com sua luz própria, com a

delicadeza do vidro, como material, com a disposição das linhas arquitetônicas, a

distribuição de volumes e toda a atmosfera que criam para dar calor e movimento”.

Ressalta ainda que o aspecto “físico deve ser acompanhado do aspecto intelectual que

complementa os temas, a aproximação didática, ou seja, a estrutura, a cronologia dos

fatos, que operam o milagre de transmitir as emoções da vida através de objetos

inanimados” 5.

Seus espaços devem ser observados no sentido metafórico como “espaço

relacional”, espaço de “reforço e definição de sentido”, é “espaço de trocas simbólicas” 6,

em função da presença do visitante. Esta presença pode ser mais intensa e afetiva

quanto mais abertos forem os modos de controle entre espaços, tempo, som, luz, cor,

objetos e conteúdo. A exposição museológica é o resultado de várias intervenções, não

apenas conceituais, mas físicas, de cunho comunicacional. É através da aplicação de

técnicas e estilos, combinados à forma e à função, que é possível atingir os efeitos

pretendidos, permitindo a avaliação visual, estética e sensível junto do processo de

compreensão da informação contida neste universo de imersão.

Todo este universo de que se compõe a exposição é trabalhado segundo uma

série de critérios e normas, mas todos seguem uma estratégia previamente definida. É 5 GABUS, Jean. A exposição. In Fundamentos da Teoria da Exposição, apostila de Comunicação em Museus 1, Escola

de Museologia UNIRIO/CCH. Org. Tereza Scheiner. Texto 1 6 SCHEINER, Tereza. Museus e Exposições, Apontamentos para uma teoria do sentir, artigo, Rio de Janeiro, 1991.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

necessário determinar um tema e o conteúdo, delimitar um espaço e adequar suas

necessidades, construir uma narrativa com signos significantes, significado e sentido.

Estratégias

As muitas narrativas e os diversos significados são proporcionados pela construção

expositiva museológica. Esta fase deve ser entendida, segundo Santos, como

“inspiracional que antecede ao planejamento, atividade racional e racionalizante”; e

reforça que a “utopia dentro da qual o museu vai agir, é o terreno das probabilidades, que

vai tornar o plano possível” 7. Para entender os procedimentos expositivos e seus

processos, faremos um breve histórico dos diversos formatos adotados para as

exposições ao longo do tempo.

Na antiguidade, os templos gregos dedicados às Musas eram tratados como

espaços sagrados e, como já mencionamos, onde se supõe, aparece pela primeira vez a

função de Museu8. É um espaço tratado como templo, onde tudo fica exposto e também

onde se guardam, conservam e mantêm os objetos de doações e oferendas, reúne

relíquias (vasos, ex-votos, esculturas, jóias, coroas) e elementos de adoração e culto.

Em Alexandria, era o Museion9, colégio de filósofos que reúne também museu,

universidade, biblioteca, jardins zoológicos e botânicos. Em função de seu objetivo

didático, este museu toma formato enciclopédico, explicativo, armazenando e divulgando

conhecimento. Sua forma de exposição é também através de consulta. Esta é outra

modalidade onde a exposição acontece através de compêndios que podem ser sobre

metais, arte, especiarias, livros de canções ou poemas.

No Egito ele aparece nos templos, de visitação restrita e, da mesma maneira

como os gregos, também tem a função de local devoção, de guarda, conservação e

adoração das peças sagradas. O museu romano, com um formato diferente, é um espaço

da “villa” reservado a reuniões. Em Roma toma sentido de exibição e expõe coleções

advindas dos povos vencidos nas batalhas travadas, principalmente da conquista da

Grécia. Em função do volume e intenção de expor o ‘acervo’, a exposição sai às ruas. E é

espalhada em espaços públicos e praças, tornam-se depósitos a céu aberto.

Na Idade Média os acervos se tornam tesouros “secretos” por sua aura e

impossibilidade de se tocar. A doutrina católica sugeria que os fiéis deveriam se despojar 7 SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. Os museus, a memória e os novos meio de comunicação. Rio de Janeiro: IBICT,

1998. p. 19. 8 Mesmo não estando especificado que esta seria a gênese do museu, e muito embora não fosse pensado desta

maneira, de certa forma a necessidade determinou a função. 9 Colégio de filósofos, espaço mais conhecido como gênese do Museu.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

de seus tesouros; em função desta atitude, acontecem as grandes doações para a Igreja.

Uma vez transformada em receptora destes objetos, a igreja utiliza as basílicas para

guardá-los. No final da Idade Média, na Itália, alguns príncipes começam a formar suas

próprias coleções com seus tesouros privados.

No Renascimento, pela primeira vez se constrói um espaço específico para

reunião destas coleções. É o homem com seu sentido de colecionar e ordenar os objetos.

Estas coleções passam a ser guardadas em pequenos espaços como gabinetes, galerias

e pinacotecas, em uma estética onde predominava o amontoamento. São compostas por

raridades, objetos místicos, curiosidades e são guardadas em salas reservadas dos

palácios destinadas à contemplação por alguns poucos convidados. Predomina o gosto

pelo bizarro e pelo fantástico: são os gabinetes de curiosidades, ou câmaras das

maravilhas10.

São criadas as galerias11, que eram encomendadas pelos reis, príncipes e papas

para a exposição de obras para deslumbramento de seus visitantes. No Séc. XV as

coleções dos papas são abertas com o nome de Antiquarium para artistas, governantes e

a cúpula da Igreja. E é inaugurado na Inglaterra o primeiro museu público europeu, o

Ashmolean Museum de Oxford, com visitação restrita a especialistas e governantes.

Neste momento se inicia a divisão entre as artes e as curiosidades, de onde surgirá o

museu de belas artes e o museu de história natural.

Cada tipologia de museu corresponde a um aspecto do saber humano. A partir de

então o museu passa a se concentrar, especializar, ampliar, e sua linguagem é

predominantemente visual. As composições inicialmente clássicas, assim como o espaço

físico, levam a uma errônea idéia de que museu é museu de arte12. Nos castelos, as

galerias com suas exposições de quadros levam ao museu de história. É o espaço que

se utiliza para a educação dos visitantes através dos retratos de figuras ilustres13.

No séc. XVIII, na França, abrem-se ao público as portas de parte das coleções. O

mesmo acontece com as coleções prussianas e russas. Nos EUA os museus já nascem

como instituições voltadas para o público.

10 Os gabinetes de curiosidades ou câmaras de maravilhas reuniam animais, objetos, obras raras fabulosas ou insólitas

onde imperava o amontoamento; objetos variados como encadernações, camafeus, entalhes, objetos exóticos trazidos pelos exploradores, monstros fabricados, fósseis, múmias, esmaltes, bibelôs, retratos de homens célebres.

11 De um modo geral instalada em uma longa sala com arcadas ou janelas de um lado para iluminação das paredes com pinturas e também eram dispostas as esculturas em mármore ou pedra.

12 Existem museus de vários conteúdos: museus de história natural, museus de história, museus de arte, museus de ciências, jardins zoológicos, jardins botânicos, máquinas, indumentária, insetos, aviões, tecidos, mobiliário, prataria, museus pessoais, experiências, atividades artesanais, arte popular, museus ao ar livre, em seu contexto natural, residências urbanas, propriedades rurais e outros.

13 Assim como as igrejas medievais através dos afrescos e esculturas dos pórticos explicavam o antigo e novo testamento; o primeiro museu pedagógico foi aberto em Oxford, e suas coleções estão, ate hoje, junto a uma biblioteca e laboratório.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

Ao longo de nossa pesquisa encontramos a menção ao Museu Peale o qual, em

1786, teria inserido em sua exposição, com fins educacionais, a exibição de animais em

um ambiente que simularia seu habitat natural e não mais em vitrines e estantes, dando

início ao diorama.

A partir do séc. XIX, as coleções, especialmente no início das científicas, não são

mais apenas curiosidades a serem expostas, mas fontes de pesquisa, assim como seus

laboratórios voltados para o desenvolvimento das pesquisas.

Nos anos 60 do séc. XX, na Europa, após um longo tempo de desmobilização em

função das guerras, os museus se reorganizaram e promoveram mudanças na sua forma

de interagir. Passaram a ir às escolas e fábricas em pequenas mostras, onde

reorganizaram os espaços e ambientes, introduzindo uma acessibilidade universal. Já

neste momento, o enfoque maior foi dado à educação, com introdução de programas e

atividades com a participação dos visitantes.

Espacialmente os salões de exposição tinham uma composição onde as grandes

paredes eram cobertas de quadros com grandes molduras em uma ocupação plena. A

arquitetura e o mobiliário eram criados em função das obras14, concentradas e impedindo

uma observação mais detalhada15. No gabinete de curiosidades também havia um

excesso de objetos e informações dispostos por todas as superfícies do espaço16. A

composição das galerias, conforme já mencionamos, seguia uma organização natural

uma vez que os espaços eram longitudinais com arcadas ou janelas, e o acervo pictórico

era colocado nas paredes opostas, ficando normalmente os objetos tridimensionais sobre

pedestais. Na Alemanha, no final do séc. XVIII, a arquitetura não era excessiva e se

utilizava uma disposição normalizada para as obras e molduras idênticas para todas. E

durante algum tempo, as mudanças foram pequenas, porém com uma tendência a limpar

mais e mais os ambientes, deixando as obras mais livres.

Podemos afirmar que atualmente os espaços são mais dinâmicos, com edifícios

mais abertos, salas mais claras, ou totalmente escuras, em propostas que buscam um

14 Nas salas usadas para exposição de quadros, eram destinadas paredes largas e altas para a disposição do maior

número de obras possível, em uma diagramação de excesso. Em um outro tipo de diagramação, era elaborada uma grande moldura geral onde dentro se dispunham as obras, juntas umas das outras, impedindo uma visualização, ficando mais um resultado de excessos e não permitindo que se percebessem as obras individualmente.

15 O excesso também se percebe em salas onde os estilos se misturam. 16 O mesmo se manteve nos museus de história natural ainda com um grande volume de objetos, porém implantando

outra organização e apresentação.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

público mais diversificado e mais numeroso. E uma preocupação constante voltada para

a estética e para a comunicação17.

Desde o Templo das Musas, a história das exposições se confunde com a história

dos objetos, porém, em 1985, no Centro George Pompidou em Paris, Lyotard cria uma

exposição chamada “les Immateriaux” que mostrava exclusivamente objetos virtuais18,

uma proposta totalmente diferenciada de exposição, onde o objeto era absolutamente

virtual e sem textos de apoio. Foi uma experiência de organização de conteúdo em um

espaço e tempo.

Cada Museu parte do real, interpreta segundo suas características para formar

seu discurso, utilizando recursos narrativos, visuais, conforme sua capacidade de

conjugar forma, espaço, cor, tempo, movimento, criando conjuntos sígnicos. O controle

da técnica pode mobilizar o visitante no plano cognitivo, motor e afetivo. É neste

processo que acontece o entendimento, abrindo espaço para novos saberes, novas

visões de mundo, novas experiências, novas possibilidades de percepção.

Assim, a exposição museológica é o resultado de várias intervenções, não apenas

conceituais, mas físicas, de cunho comunicacional. A aplicação de técnicas e estilos,

combinados à forma e à função, atinge os efeitos pretendidos, permitindo a avaliação

visual, estética, sensível, abstrata, junto do processo de compreensão da informação

contida; é o universo de imersão.

Nesta busca, as teorias, técnicas e práticas da museografia aprimoram o que

MAURE19 chama de moldura; ele detalha que o “palco da exposição é cenário” e que é

distante de “envolvimento pelos vários elementos que dão forma à moldura em torno

deles” e lembra que esta moldura tem duas dimensões, “uma física e outra simbólica”.

O trabalho neste espaço é basicamente a partir dos objetos, e estes possuem

uma linguagem fortemente visual; é necessária a utilização de critérios para ordená-los

no planejamento das exposições. É através da elaboração de projetos detalhados e

informações acessíveis ao visitante que o Museu se insere no campo da comunicação,

dinamizando a relação do público com seu acervo. A aplicação de informações visuais e

o design dos suportes e elementos da exposição interagem com o conteúdo proposto,

tornando assim um espaço de sedução e de representação e de ligação dos espaços

arquitetônicos a partir do uso e da forma. Elas formam a interface que atua entre a

17 O Museu de História Natural de Nova Iorque, no séc. XX, em sua preocupação com a estética e com a melhoria da

qualidade comunicacional de seus conteúdos, introduziu a animação em uma exposição; um elemento novo na experiência expositiva.

18 O objeto era o efeito dado por sons, luzes, cores, sombras, projeções e outros recursos. 19 MAURE, Marc. The exhibition as a theatre, on the staging of Museum objetcts Nordisk Museologi, Lommedalen,

1995/2: p. 155-168.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

consciência e a subjetividade. Esta inter-relação se dá basicamente a partir da

comunicação visual, não verbal, onde o conteúdo e a forma são componentes básicos e

nunca estão dissociados.

A forma é afetada pelo conteúdo, o conteúdo é afetado pela forma. Segundo

Dondis20, o resultado de toda experiência visual está na interação das polaridades do

conteúdo (mensagem e significado) e forma (design, meio, ordenação); e efeito

(recíproco) do articulador (designer) e do receptor (público); porque a mensagem é

emitida pelo criador e modificada pelo observador.

A linguagem visual trabalha com um conjunto básico de elementos que compõem

a substância visual dos objetos, independente dos materiais aplicados ou mesmo dos

meios utilizados para tal. Estes elementos21 são reduzidos e formam a “substância

básica” do que podemos ver e perceber. São eles: ponto, linha, forma, direção, tom, cor,

textura, dimensão, escala e movimento; acontecem em combinações, gerando a

informação visual.

Na Gestalt22, a organização visual, segundo a lei básica da percepção, ou

pregnância da forma23, é naturalmente traduzida em melhor harmonia como equilíbrio e

ordem visual. É possível decompor as formas em elementos constitutivos tais como a

dimensão, que é um elemento presente nos meios que utilizam a relação com outros

elementos visuais - podendo ser arquitetura, escultura ou perspectiva. Estes elementos

mais simples podem ser aplicados com grande complexidade, e a proposta para tal parte

do criador24 que define o que será utilizado e a maneira como isto será feito. São as

qualidades específicas dos elementos visuais que permitem a análise e compreensão da

estrutura da linguagem visual. Outros fatores como organização permitem a leitura

diferenciada dos elementos. Esta organização do objeto tenderá sempre a ser a melhor

possível do ponto de vista estrutural; e este critério25 é qualificação organizacional da

forma.

Os elementos, componentes básicos, são os meios visuais essenciais que

transmitem a informação de forma fácil e direta, permitindo a apreensão natural do seu

conteúdo por qualquer pessoa capaz de ver. Diferentemente de outras linguagens26, a

20 DONDIS, Dondis A. Sintaxe da linguagem visual, São Paulo. Ed Martins Fontes, 2000 p. 52. 21 Ibid., p. 51. 22 Teoria da Gestalt – a palavra Gestalt, substantivo comum alemão, usada para configuração ou forma tem sido aplicada

desde o início do século a um conjunto de princípios científicos extraídos principalmente de experimentos de percepção sensorial. ARNHEIN, Rudolf. Arte e Percepção Visual. São Paulo: Ed Pioneira Thomson Learning., 2006, introdução.

23 A pregnância da forma é uma lei básica da Gestalt, que pressupõe a organização. Quanto melhor a organização da forma do objeto (como facilidade de compreensão, rapidez de leitura ou interpretação) maior o grau de pregnância.

24 Segundo Dondis o criador que define os elementos a serem aplicados se denominaria como o visualizador.. 25 GOMES, João. Gestalt do objeto, São Paulo. Ed Escrituras 2000. p.19. 26 Como por exemplo, a verbal que é mais complexa, mas muitas vezes de difícil entendimento.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

linguagem visual tem a velocidade da luz expressando rapidamente uma idéia,

transmitindo uma emoção ou sensação. Segundo Dondis, ela se compõe de elementos

visuais básicos tais como: ponto, linha, forma, direção, tom, cor27, neutralidade28,

movimento29, escala30, textura31, diagramação32 e luz33. As ausências também são

recursos; é extremante eficaz espacialmente para a leitura do conjunto o controle de seus

vazios.

Segundo Menezes34, a exposição museológica de um modo geral é a “formulação

de idéias, conceitos, problemas expressos por vetores materiais” que possuem potencial

cognitivo - afetivo desenvolvido pelo uso de uma linguagem espacial e visual. Entretanto

chama atenção da necessidade de legendas e outros recursos para um melhor

esclarecimento do visitante, auxiliando a possível fala dos objetos. Os museus têm sua

proposta ser um espaço de envolvimento e estímulo em favor do conhecimento. Em sua

vocação de formar, proteger e divulgar utiliza a elaboração das exposições buscando um

resultado positivo na diferença entre o conhecimento antes e depois da visita, visando

também ao acréscimo constante de questionamentos, de mudanças na atitude e nos

enfoques por parte dos visitantes.

Propostas como uma única leitura possível para a exposição35, objetos agrupados

uns ao lado dos outros, reconstruções fiéis, cópias exatas da realidade, com seu

conteúdo explicado de maneira formal e descritiva, são características de uma

museografia superada. As propostas que vieram depois têm sido pautadas em alguns

pontos comuns, como, por exemplo, gerar mais perguntas que respostas36.

Wargensberg37 nos aponta questões a serem pensadas na elaboração do projeto

museográfico das exposições. Primeiramente, lembra ser necessário que se utilize uma

27 É importante frisar que a cor traz uma gama de possibilidades, mas pode gerar interferências, provocando ruídos

indesejáveis. 28 Muito utilizado em exposições de arte, para se conseguir a máxima limpeza tentando eliminar os ruídos na

comunicação. 29 Encontra-se implícito, segundo Dondis, o movimento talvez seja uma das “forças visuais mais dominantes da

experiência humana”. Junto acontece o processo de medição de equilíbrio – eixos, direções e sentidos, alturas, relações.

30 Estabelecida através das relações com o ambiente e com os outros elementos presentes. 31 Elemento visual que pode substituir o tato, mas também pode determinar outras formas de leitura no caso de não

videntes. 32 No espaço de forma total e nos elementos isoladamente, elemento de grande importância, e sua aplicação necessita de

conhecimentos específicos das técnicas visuais e suas polaridades. 33 Considerada um elo entre os aspectos subjetivos e objetivos. 34 MENEZES, Ulpiano Bezerra. (1992) A Exposição Museológica: Reflexões sobre Pontos Críticos na Prática

Contemporânea. Apresentado no Debate “O Discurso Museológico: um Desafio para os Museus”. Ciências em Museus, nº4, São Paulo, 1992. p. 103-120.

35 Como se a visita fosse a leitura de uma enciclopédia, cheia de textos. 36 Fazendo com que o visitante busque a complementação da informação, a partir das referencias sugeridas na

exposição. 37 Arquiteto museógrafo, se referindo às exposições de museus de ciências. Palestra proferida na III semana dos Museus

da USP, São Paulo, 1999.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

linguagem38 que possibilite chamar atenção dos pontos importantes, desenvolver material

e produzir o espaço e suas instalações baseado em métodos científicos de comunicação

e de conteúdo; utilizar a disposição e o ambiente gerado para demonstrar idéias. Lembra

também da importância de trabalhar com diversos recursos que são a gramática deste

discurso – obras, iluminação, desenho dos suportes, cor da sala, efeitos tecnológicos e

outros que formam um conjunto de informações que se agregam ao tema.

Ressalta que as exposições são experiências que devem ser vividas e

experimentadas, são recursos que como tal podem ser limitados. Nesses casos, é

necessário que se verifique a possibilidade de se utilizar outros meios para isso. Devem

ser pensadas para todos os tipos de publico, e é preciso se considerar sempre o não

conhecimento prévio do assunto. Devem ser trabalhadas a partir da emoção, produzindo

impacto sensorial39 estimulando o conhecimento e a interatividade das seguintes

maneiras:

• “minds on” - interatividade inteligível (imprescindível),

• “hands on” – interatividade provocadora (muito conveniente)

• “heart on” – interatividade cultural (recomendável)

Lembra que as obras e objetos ultrapassam sua forma, se estendendo, “alterando o olhar

envolvendo o corpo, reconstruindo a realidade”, é uma vivência, pode mudar o visitante,

porque a experiência não termina ao se sair da exposição. Com estas novas

características são necessários vários fatores como espaços específicos, tecnologias

para meios interativos e uma diversidade de materiais.

No equilíbrio entre o design das exposições e os objetos, a museografia segue um

processo de interpretação criativa voltada para a concreta viabilidade estética e técnica

da exposição museológica. Existem três níveis de apresentação da realidade: o racional,

o sensível e o intuitivo. Assim sendo, o resultado da visita com a apreensão das

informações propostas vem da integração entre eles. As estratégias museográficas

promovem esta integração buscando recursos que sistematizem o conhecimento,

acentuem a sensibilidade e alimentem a intuição. É a concretização técnica das teorias

da museologia e, para tanto, na elaboração das exposições, são levantadas as seguintes

questões relativas à organização e os eixos temáticos para o desenvolvimento do projeto:

quais as referências e referenciais a serem utilizados, o que se pretende mostrar e de

que maneira isto deve acontecer e a definição dos discursos a serem adotados. Os 38 Esta linguagem é não verbal, utilizando recursos variados com este objetivo. 39 Gerado pela atmosfera que pode incitar, comover, provocar, estremecer, sugerir que motiva vivências.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

discursos podem ser: narrativo (uma narrativa trabalhada através dos textos e etiquetas),

metafórico (uma imersão no espaço criando emoções) ou intelectual dedutivo (com

informções que ordenam o conhecimento).

A partir destas definições é possível elaborar a fase espacial com definições e

especificações dos espaços, salas, revestimentos, suportes, vitrines. Baseado em

algumas experiências, firmam-se algumas regras e técnicas de apresentação, juntamente

com outros itens como luz e cor, buscando efeitos, que podem ser dramáticos, como

apelo à atenção do visitante ao objeto e discurso da exposição.

O desenvolvimento e cada vez mais a inclusão de conhecimentos de áreas como

design, programação visual e as aplicações gráficas, e as novas tecnologias na prática

da museografia de exposições, contribuem unindo os critérios estéticos aos

conhecimentos de conservação e preservação. As novas propostas suscitaram uma

discussão e uma questão a ser resolvida: dar prioridade à conservação das peças, ou à

sua exposição. O que após diversas ponderações definiu-se ser possível, a partir do

desenvolvimento de técnicas de conservação nas exposições, mantendo os objetos

expostos e trazendo o mínimo de dano ao acervo. Portanto, o trabalho em parceria com

as teorias de arquitetura, design, comunicação, conservação e teorias museólogicas são

fundamentais, criando um conjunto de técnicas de exposição que, somadas ao histórico

dos museus e das coleções gera um projeto completo.

Ao visitante se oferece uma experiência muito atrativa, multi-sensorial, com a

oportunidade de ter um encontro com objetos reais e conseqüentemente a possibilidade

de aquisição de conhecimento, prazer, entretenimento e satisfação. Ele descobre o

significado dos objetos expostos fazendo a apreensão dos conteúdos da exposição

segundo algumas maneiras comuns. Podemos reuní-las a partir das diversas formas de

apreensão, como apresentamos a seguir:

Contemplação

Tipo estético.

Trabalha com a percepção individual.

Modo mais utilizado nas exposições de arte40, mas também se pode aplicar a

museus de história ou de ciências referindo-se às imagens, objetos, ou

espécimes que necessitam de uma observação mais detalhada.

40 Modo de apreensão do visitante do museu de arte durante uma experiência estética. As legendas nos museus de arte

costumam dar poucas informações – titulo, artista, data, técnica, meio, proprietário – e isso contribui para aumentar a

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

O uso de áudio guias auxilia os visitantes para que contemplem aspectos dos

trabalhos e objetos expostos.

O visitante fica fisicamente passivo, no entanto seu intelecto e emoção estão

em plena atividade.

A experiência consiste na apreciação do significado e qualidades das obras e

objetos.

Compreensão

De tipo contextual ou temático.

Trabalha com a percepção relacional dos objetos, contexto e tema.

Modo mais utilizado nas exposições dos museus de história, arqueologia,

etnologia ou de ciências; são agradáveis e suas exposições são contextuais ou

temáticas, onde os objetos ou espécimes devem ser relacionados com os

outros.

Usualmente se utilizam vitrines, dioramas ou simplesmente agrupados em uma

relação contextual em um espaço.

Utilizam-se painéis explicativos com textos e imagens para auxiliar a

compreensão do visitante41.

O visitante se envolve mais ativamente no processo de relações observando

os painéis e etiquetas, relacionando-os aos objetos.

A experiência consiste no entendimento do sentido e significado dos objetos

no contexto ou na relação com o tema da exposição.

Descoberta

De tipo exploratório.

Trabalha com a exploração das coleções agrupadas em temas e categorias.

Este é o modo de apreensão tradicionalmente usado na maioria dos museus

de história natural com coleções sistêmicas (com espécimes), na qual os

visitantes exploram um conjunto, ou um único objeto ou espécime.

Usa a visualidade e a intelectualidade ativa do visitante; ele é envolvido com a

exposição.

contemplação do objeto. Bancos colocados de frente a trabalhos importantes, grandes ou complexos, também encorajam a contemplação.

41 Embora as propriedades dos objetos individualmente possam ser apreciadas (como no modo contemplativo), o propósito aqui é estimular o visitante a entender seus significados relacionando os objetos, ou com o conjunto, no contexto ou tema.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

Aplicado também em museus que têm a sua reserva visível, na qual os

objetos são acondicionados, porém mantidos visíveis.

A descoberta é estimulada pelo fornecimento de informações da coleção

como complemento através de alguns textos, catálogos, computadores ou da

visibilidade da reserva.

Interação

De tipo demonstrativo que permite a participação do visitante.

Trabalha com a necessidade de uma resposta para as simulações.

O mais sinestésico dos modos, extremamente envolvente é o mais usado

pelos centros de ciências.

Conta com um grande número de pessoas auxiliando nas exposições.

Utilização de aparatos, réplicas de espécimes (identificados) em uma coleção

educativa permitindo o hands-on42.

A experiência consiste na descoberta do significado através de atitudes que

despertam o interesse e afetam os valores do visitante.

A experiência vivida pelos visitantes neste modelo permite dizer que as

exposições interativas são muito ricas, favorecem a troca de informações. Com o pessoal

do museu treinado para apresentações do tema e medição, permitem a troca de

informações.

Existem outros exemplos de exposições interativas que têm dispositivos43

mecânicos ou eletrônicos destinados ao manuseio do público. Porém o desenvolvimento

de equipamentos e programas de multimídia, especialmente programas de computadores,

fez com que as exposições interativas se tornassem mais abrangentes e imaginativas.

Estes recursos são aplicados principalmente nos museus de ciências, na apresentação de

temas de ciências naturais e físicas, mas também são aplicados em história, arqueologia,

etnologia e também nos museus de arte. Algumas experiências com estas exposições

incluem passeios, simulações e experiências de realidade virtual. É uma proposta que

vem incluindo novas técnicas e temas44.

É importante observar que todos os modelos mencionados podem ser aplicados

por todos os tipos de museus, muito embora sejam práticas mais comuns em algumas

tipologias específicas. A aplicação do recurso de visibilidade da reserva técnica é

42 Este sistema faz com que modifique a percepção dos visitantes. 43 Movimentar um equipamento ou apertar um botão para responder questões em algum modelo tridimensional ou mapa. 44 Programas apresentados em monitores que permitem aos visitantes visualizar uma construção histórica, na sua forma

plena. Anteriormente esta informação estaria em painéis ou permaneceria somente em um sitio arqueológico onde agora existem apenas as fundações.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

bastante comum nos museus de arte e história, assim como os recursos de multimídia

nos museus científicos, porém um único museu pode conter todos os recursos

apresentados acima45.

O espaço O espaço se torna um conjunto ambíguo por ser espaço de representação,

mudando seu sentido na medida em que vai mudando suas exposições. Nele, os

suportes são sígnicos a partir dos materiais empregados, dos procedimentos impressos

que se “envolvem e são interdependentes enquanto produção e recepção dos seus

sentidos” 46. Este espaço, onde interage uma diversidade de conhecimentos, se torna

complexo, sugerindo uma observação de sua forma. É possível fazê-lo a partir dos

conceitos que podem ser emprestados da história da arte, são o linear e o pictórico47,

plano e profundidade48, forma fechada e forma aberta49, pluralidade e unidade50, clareza

e obscuridade51. Os estudos, no entanto, podem não conseguir esgotar as possibilidades

e nos limitamos a algumas observações. Recorremos a Ferrara, que esclarece as

questões conceituais ligadas aos espaços criados. “Impõe-se considerar o espaço como um território interdisciplinar de investigação, não porque seja objeto de estudo de várias áreas de conhecimento, mas porque sua complexidade demanda interpretações que decorrem da experiência humana tecida e tramada nas filigranas da vivência cotidiana, ou seja, não se pode pensar ou interpretar o espaço senão através da experiência cotidiana do homem que, no tempo e no espaço, o relaciona com suas criações” 52.

45 Podemos citar como um exemplo o museu de Quai Branly em Paris que, provavelmente por ser um museu jovem, pode

pensar todas estas experiências e propor com múltiplos recursos uma vivência abrangente para o visitante. 46 FERRARA, Lucrecia D’Alessio. Design em espaços. Coleção TextosDesign São Paulo: Edições Rosari, 2002. p. 30. 47 “A visão por volumes e contornos isola os objetos; a perspectiva pictórica, ao contrário, reúne-os. No primeiro caso, o

interesse está na percepção de cada um dos objetos materiais como corpos sólidos, tangíveis; no segundo, na apreensão do mundo como uma imagem oscilante” WÖLFFLIN,Heinrich. Conceitos fundamentais da História da Arte. Martins Fontes, São Paulo, 2006. p. 18.

48 “O plano é o elemento da linha, a justaposição em um único plano, sendo a forma de maior clareza: a desvalorização dos contornos traz consigo a desvalorização do plano, e os olhos relacionam os objetos conforme sejam eles anteriores ou posteriores.” WÖLFFLIN,Ibid., p. 18/19.

49 “A flexibilidade na observância de leis, o afrouxamento da rigidez tectônica, ou qualquer que seja a denominação que possamos dar a esse processo não significam um aumento de interesse, mas um novo tipo de representação conscientemente empregado o que justifica sua colocação entre os tipos fundamentais de representação.” WÖLFFLIN,Ibid., p. 19.

50 “No sistema de composição clássica, cada uma das partes, embora firmemente arraigada no conjunto, mantém uma certa autonomia. Não se trata de autonomia anárquica da arte dos primitivos: a parte é condicionada pelo todo e, no entanto, não deixa de possuir vida própria (...) a unidade é o objetivo , mas no primeiro caso ela é obtida pela harmonia das partes livres, enquanto no segundo é obtida pela união das partes em um único motivo, ou pela subordinação de todos os demais ao comando de um único elemento.” WÖLFFLIN, Ibid., p. 19.

51 “Trata-se da representação dos objetos tais como são, tomados isoladamente e acessíveis ao sentido plástico do tato, e da representação dos objetos tais como se apresentam vistos como um todo, e mais no sentido de suas qualidades não plásticas... composição luz e cor já não se encontram apenas a serviço da forma, mas possuem vida própria.” WÖLFFLIN, Ibid., Heinrich. p. 20.

52 FERRARA, op. cit. p. 30.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

Os espaços afetam tanto positiva como negativamente as exposições. O conjunto

de elementos que o compõem pode atuar convidando o visitante a permanecer, e leva a

estados de tensão, calma, agitação e outras sensações. Vários sãos os fatores que

afetam o planejamento das exposições; a aplicação de tecnologias e conhecimentos

converge para produzir mobiliário, equipamentos, iluminação e outros elementos. Todos

estes, reunidos, criam um espaço ideal, subjetivo. A luz, o volume, os matizes, os limites

das formas e o limite arquitetônico dão ao espaço a amplitude da criação plástica. Criado

para ‘expor’53 fica submetido a questões como mudança de enfoque, para edifícios

históricos. Nestes casos, tem-se a possibilidade de trabalhar com elementos plásticos

variados, e podem ser com alta tecnologia, mantendo como foco o conteúdo. Não pouco

comuns são os casos em que o tema, o processo ou o objeto definem o espaço·.

A configuração deste parte de uma ordenação estética, do equilíbrio do conjunto

com o espaço54 e, da mesma maneira que a arquitetura intervém no espaço, a forma de

apresentá-la estabelece relações com os conteúdos, incluindo os objetos, expostos. A

concepção da exposição pressupõe uma série de escolhas, que podem ser desde a

manutenção dos espaços, mantendo-os na sua forma tradicional, interferindo apenas nos

elementos móveis, como também a separação definitiva com o entorno para que não

interfira no ambiente. Estas escolhas vão desde uma intervenção radical até uma

indiferença total com o que está em volta. As ambientações e cenografias são outras

possibilidades de intervenção no espaço buscando um resultado integral.

A contextualização dos objetos é uma proposta expositiva que auxilia nas leituras

das exposições mesmo utilizando o mobiliário tradicional. A cenografia retira os

elementos que seccionam o conjunto e permite, através de uma ‘representação da

realidade’, que a forma original’ seja expressada. É uma criação artística com um

profundo conhecimento da técnica que traz um prazer estético para quem a vivencia.

Cenografia A cenografia aplicada neste contexto contribui para a compreensão da proposta e

seus conteúdos55. Ela reúne aspectos formais e materiais em um conjunto estético

53 Estes espaços são mais do que simples ambientes que recebem uma intervenção. São espaços criados que permitem

exposição, mas ao mesmo tempo são expostos. São molduras para o que queremos apresentar, o tom se dá a partir dele como suporte.

54 Importante lembrar que existem múltiplas soluções para definir o projeto, é sempre uma escolha. 55 « Scénographie – de son origine étymologique grecque (skênê – tente, abri, sommaire édifié sur la scène des théâtres

grecs), la scénographie est l’art de représenter en perspective ; d’où l’art de la scène ». BARRY, Marie-Odile de

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

tornando a exposição extremamente agradável. Sua função vai muito além de

simplesmente reunir os elementos em uma composição; mas sim facilitar para o visitante

a elaboração de sentido. Cria uma atmosfera específica com aplicação de luzes, cores e

ambientes que servem como suporte para as narrativas das exposições. É a magia do

espaço seduzindo o olhar, envolvendo os sentidos. “… é um ritual que visa a manter um jogo de encadeamento analógico do mundo, um encadeamento cíclico de todas as coisas ligadas por seus signos; uma imensa regra do jogo domina a magia, e seu problema fundamental é, pela operação do ritual, fazer com que todas as coisas continuem a atuar assim, por contigüidade analógica, por sedução de um pelo outro.”56

Os elementos construtivos das cenografias são os mesmos aplicados nas exposições,

(cores e seus matizes, materiais, luz), porém, a diferença fundamental está no conceito

que se adota ao aplicá-los. Assim como a museografia, segundo Desvallées57, uma boa

cenografia apresenta uma complexidade de vários graus. O primeiro entendido como o

da representação física, seguido pelo nível da apresentação contextualizada e,

finalmente, o nível das relações entre os objetos de diferentes origens, tanto espacial

quanto temporal, oferecendo significados simbólicos e polissêmicos.

Os recursos cenográficos utilizados nas exposições são estratégias que permitem

a apreensão dos conteúdos a partir da experiência estética, como um mis en exposition

para apresentar fatos e fenômenos. Criam condições de uma leitura plena da informação

proposta, auxiliam uma ‘tradução’ imediata. E, portanto, utiliza textos de apoio de uma

maneira bastante restrita.

Forma A forma das exposições58 pode ser observada em função da localização, situação

e duração das mesmas. É importante também que se defina a resposta que se pretende

obter do visitante, ela pode variar em torno dos tipos emocional, didático ou de

entretenimento. Lembramos que neste caso também não são excludentes.

As emocionais são desenhadas e produzidas visando a uma reação de ordem

emotiva. Utilizam recursos estéticos59 (de contemplação) e de memória (trabalhando com

as lembranças). As primeiras têm um desenho de ambiente estético, com seus elementos

TOBELEM ; Jean-Michel. Manuel de Muséographie, Petit guide à l’usage des responsables de musée. Séguier, Biarritz, 1998. p. 243.

56 BAUDRILLARD, Jean. Da sedução. Papirus Editora, Campinas, 2000. p. 159. 57 DESVALLÉES, André. The language of exhibitions in ICOFOM Study Series, Vevey, 1995. volume 1 -20, p. 48. 58 BELCHER, Michael. Organización y diseño de exposiciones. Su relación con el museo. Ediciones Trea, Gijón, 1997.

p. 180. 59 Lembrando que nas exposições de cunho estético o visitante tem um comportamento contemplativo, o espaço tem o

mínimo de interferências visuais, e mantém informações secundárias em segundo plano, não interferindo no conjunto.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

em harmonia com seu objetivo. No segundo tipo, é criada uma atmosfera que evoca

lembranças60.

As didáticas têm em seu desenho a preocupação com a qualidade e quantidade

de informações possíveis de serem transmitidas. Seu objetivo básico é instruir e educar

através dos objetos e pelos meios interpretativos utilizados.

As de entretenimento têm uma proposta de informar tanto quanto as outras,

porém, buscam fazer isso através de uma situação divertida, prazerosa61.

Podemos listar também outros tipos de exposição, que diferem entre si no

modelo, tais como: focadas nos objetos62, interativas63 (com a participação do visitante) e

as que necessitam da presença do visitante no espaço64. Podem ser dinâmicas65 (por

meios mecânicos ou similares), sistemáticas66 (seguem um método de classificação),

temáticas67 (o tema é a ligação entre os objetos) e as participativas68 (envolvem o

visitante os diversos sentidos).

Indiferentemente do tipo, da forma, tamanho, linguagem ou qualquer outra

classificação, todas as exposições esperam uma participação ativa do visitante. Seja

movimentando mecanismos, dando respostas, sentindo cheiros, frio, calor, ouvindo sons,

ou simplesmente contemplando, a participação é fundamental. A proposta não é informar

simplesmente; para isso temos os livros, vídeos e outros recursos. Ao se criar uma

exposição, busca-se ‘afetar’ o visitante, para que ele desperte para uma série de

informações que estão propostas no espaço. Utiliza uma linguagem muito própria para

envolver o visitante e produzir nele um deslocamento espaço temporal. É isso que faz

deste, um espaço mágico, de sedução.

60 Neste tipo, usualmente se inclui a figura humana nas suas referências. 61 Podem variar segundo seu estilo e podem ir desde a forma de uma feira até representações do tipo teatral. Diferenciam-

se das outras no seu objetivo de oferecer diversão e entretenimento. 62 A exposição se baseia nos objetos que têm preponderância sobre qualquer meio interativo; sua natureza é sistemática

ou temática. 63 Modificam sua apresentação segundo a resposta do espectador. O fato de apertar um botão para iniciar uma seqüencia

não é em si mesmo um fato interativo. Só é possível chamar de interativa uma amostra que envolva o espectador em atividades que impliquem em ação intelectual e física. De observação individual.

64 Espaços que têm o controle das luzes, sons, e movimentos a partir da chegada do visitante. 65 Montagem onde acontecem animações por meios mecânicos, eletrônicas e também por equipamentos manipulados

pelos visitantes. 66 Montagem onde a organização dos objetos seguindo um modelo ou método de classificação. Permite para quem

domina o sistema se movimentar livremente; e para os leigos, tomar conhecimento do processo. Este tipo, normalmente se aplica às coleções de estudo.

67 Parte de uma linha argumentativa e utiliza os objetos para ilustrar o tema, que é trabalhado em uma seqüência linear. Inclui a interpretação dos objetos a partir do tema principal dos mesmos, individualmente.

68 Montagem que busca envolver o visitante através de diversas formas de interatividade como atividades desde movimentações no computador, até as do tipo faça você mesmo, em que os visitantes fazem seus próprios desenhos e objetos. Baseia-se na máxima educativa conhecida: Ouço e esqueço. Vejo e recordo. Faço e entendo.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

Linguagens da exposição Com sua própria linguagem, seu próprio sistema de relações entre significante e

significado, a exposição fornece um corpo de significações que validam nosso

conhecimento, nossas vivências, nossos códigos culturais. Cada museu tem seu perfil

particular, que vem das características de seu acervo, de sua proposta comunicacional,

de sua tendência para pesquisa, do local onde está instalado, do entorno ou outra. Isto

determina que suas exposições também tenham características próprias e, para tanto,

necessitam de diferentes linguagens para se comunicar com seu pùblico.

A linguagem das exposições é complexa e atua em vários níveis. É um

componente fundamental para as exposições, utilizada como “via direta para o contato

sensório com a realidade” 69. A linguagem escrita e falada se aplica apenas para “nomear

o que vemos, ouvimos e pensamos”, os vários sistemas que compõem as linguagens da

exposição levam a experiências perceptivas. A concepção do ‘texto’ a ser lido pressupõe

a decodificação da proposta a partir de uma “análise perceptiva” 70 que vai permitir a

visualização ampla do conjunto. “Aprender a linguagem das exposições dos museus não é estar sempre aprendendo a linguagem não verbal das coisas reais. Freqüentemente se está aprendendo a ver, avaliar as coisas reais e as informações adicionais em um quadro variado de conhecimento cientifico e histórico” 71.

Segundo Mensch72, são um “arranjo artificial”, que utilizam elementos e materiais a

partir de alguma estratégia, no entanto com tantas classificações e tipos de exposição,

podemos perceber a variedade de possibilidades para expor o acervo de forma ordenada

em um espaço do museu. Lembra que independentemente do tipo ou forma de

abordagem, é uma manifestação. Uma suspensão da realidade, uma “dreamland”,

elaborada pelos criadores, resultado do processo de seleção e manipulação da

informação. Neste processo as informações contidas não são removidas, mas são

oferecidas de forma guiada. Maroevic sugere que a exposição cria um “sistema de

informação quase que totalmente fechado” 73.

Trabalha com estratégias expositivas, como vimos, e também com diferentes

estilos que Mensch denomina tendência pedagógica onde os objetos são substituídos por

réplicas e displays didáticos com o mínimo de originais e o máximo de interatividade e

69 ARNHEIN, Rudolf. Arte e Percepção Visual. São Paulo: Ed Pioneira Thomson Learning., 2006. introdução. 70 Segundo Arnhein “ela aguça a visão para a tarefa de penetrar uma obra de arte até os limites mais impenetráveis”.

ARNHEIN, Ibid., introdução. 71 DELOCHE, Bernard. In DECAROLIS, Nelly.The language of exhibitions in ICOFOM Study Series, Vevey, 1995.

volume 1 -20, p. 36. 72 MENSCH, Peter Van, The language of exhibitions in ICOFOM Study Series, Vevey, 1995. volume 1 -20. p. 11-13. 73 MAROEVIC, Ivo, The language of exhibitions in ICOFOM Study Series, Vevey, 1995. volume 1 -20. p. 73-79

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

áudio visuais74. Esta proposta tem como contraponto a tendência à criação de espaços

de ambientação, em um design bastante moderno, aplicando tecnologias em busca de

uma composição perfeita.

As propostas e composições das exposições vêm sendo trabalhadas cada vez

mais com a sensibilidade por ser um fator importante para a aprendizagem, porém, nesta

busca do espaço perfeito, muitas vezes perdemos o foco do olhar do visitante. Bellaigue75

nos alerta para os casos em que o visitante é colocado frente a uma objetividade, sem

espaço para a própria subjetividade, e acrescenta que não é mais uma “questão de

objetividade nem sensibilidade, a questão é a relação entre as sensibilidades”.

As linguagens expositivas permitem várias leituras inicialmente a de quem cria e

depois a de quem observa. Ela é uma construção feita sobre a realidade vista por quem a

concebe, mesmo levando em consideração todos os critérios científicos. Desvallés76 nos

lembra que a exposição não será jamais uma representação da realidade, quando muito,

uma projeção.

A convergência de conhecimento de outras áreas enriquece a linguagem não

apenas através de novas técnicas, mas no enfoque na ampliação das possibilidades e

olhares. O que não quer dizer que também não tenha havido uma grande contribuição na

técnica que permite que nas exposições se ouça, veja, conheça, sinta, movimente,

imagine e sonhe.

Os recursos aplicados na exposição, sua linguagem específica, faz dos museus

espaços especiais para trabalhar a realidade. Enquanto mídia e, como outra qualquer,

tem seus códigos próprios aplicados através de vários recursos como aplicação de sons,

imagens e objetos. Estes, como mencionado, perdem sua função, mas não é essa

realidade que se busca e sim a relação com a realidade em uma situação perceptual. O

uso ou não da contextualização ou descontextualização pode ser resumido à simples

estratégia escolhida para a narrativa proposta. Podemos então dizer que as várias

linguagens da exposição utilizam os mesmos elementos e objetos, variando apenas as

matizes da emoção, para escrever vários textos, assim como as palavras.

A noção de narrativa nas exposições é um modo próprio de encadear um

percurso que se paralelo a um raciocínio, deve ser associada aos modos de exposição. O

espaço do museu compõe-se também de narrativas por meio de relações visuais e 74 Recurso muito utilizado nas exposições de ciências em centros como La villete, em Paris. 75 BELLAIGUE, Mathilde. From speech to secrets, in The language of exhibitions in ICOFOM Study Series, Vevey, 1995.

volume 1 -20. p. 27,28. 76 DESVALLÉES, André. The language of exhibitions in ICOFOM Study Series, Vevey, 1995. volume 1 -20, p48

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

espaciais estrategicamente desenhadas. Pensar a exposição como narrativa espacial

foca para as conexões visuais e espaciais. Os pisos, tetos, circulações verticais (rampas

escadas, escadas rolantes, elevadores), os limites, dentre outros, são elementos

construtivos que podem estabelecem a forma do edifício; transformar este espaço, isto é,

suas relações é interferir na sua percepção.

Percepção

A informação assim como a iluminação, movimento e outros elementos que são

colocados nas salas de exposição trazem uma complexidade perceptual para o visitante

e isso pode trazer a sensação de cansaço físico e saturação. Portanto, sua observação

na elaborações dos projetos de exposição é fundamental.

Ela atua segundo alguns conceitos básicos tais como o espaço matemático – definido

pela geometria, se expressa por meio de perspectivas no espaço físico77 transformando

em espaço perceptual78. A percepção é uma ordenação hierárquica de conexões e está

ligada ao que ao que ela promove e não a conceitos objetivos79. Uma única abordagem

não esgota o objeto, porque podemos dar muitos enfoques diferentes para cada um.

Contexto A produção e recepção do discurso espacial definem o espaço de exposições

como proposta semiótica de mediação entre texto e as práticas museográficas. Sua

composição produz significação em uma construção de sentido. No entanto a exposição,

de um modo geral, necessita de um apoio textual para seus conteúdos80. Eles devem ser

elaborados cuidadosamente para que a relação dos mesmos com o conjunto não fique

excessiva.

A pregnância da forma é uma lei básica da Gestalt que pressupõe que a

organização do objeto tenderá a ser a melhor possível do ponto de vista estrutural.

GOMES81 nos lembra que é um critério de qualificação organizacional da forma. Quanto

melhor a organização da forma do objeto, como facilidade de compreensão e rapidez de

leitura ou interpretação, maior o grau de pregnância.

77 Espaço físico é entendido aqui como espaço real, existente, objetivo, 78 Entendido aqui como espaço percebido individualmente a partir dos sistemas sensoriais. 79 Um exemplo prático, em uma exposição, o uso um objeto de forma regular (quadrados e cubos) tem a função de dar

realce as peças de formas aleatórias. Isso é a qualidade da forma que proporciona uma percepção próxima da realidade.

80 Este elemento é de grande importância no conjunto da exposição, porém trata-se de um conteúdo bastante extenso e optamos por não detalhá-lo aqui.

81 GOMES, João. Gestalt do objeto, São Paulo. Ed escrituras 2000. p. 19.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

Os elementos são componentes básicos. São os meios visuais essenciais, que

transmitem de forma fácil e direta, permitindo a apreensão natural do seu conteúdo por

qualquer pessoa capaz de ver. E diferente da linguagem falada e escrita, que é mais

complexa e muitas vezes de difícil entendimento, a visual tem a velocidade da luz

expressando rapidamente uma idéia, ou transmitindo uma emoção ou sensação. São

elementos visuais básicos:

Tom

Intensidade, obscuridade ou claridade de qualquer objeto. É a

partir da diferença que se percebe o movimento súbito, a profundidade,

à distância e outras referências do ambiente.

O tom tem uma associação orgânica e a cor tem associação com

as emoções.

Luz

De um modo geral, a exposição é uma experiência basicamente visual, e a luz

entendida como um dos componentes básicos é fator fundamental. Age diretamente na

forma, cor, espaço e textura, é um elemento muito complexo que atua diretamente no

comportamento, na percepção e estética. Permite uma experiência estética criando

atmosferas especiais. Circunda as coisas, é refletida por superfícies brilhantes, incide

sobre os objetos que tem eles próprios claridade ou obscuridade relativas. É considerada

um elo entre os aspectos subjetivos e objetivos, pois funciona como um mensageiro

visual que permite ao ser humano fazer diversas correlações, como medidas lineares,

volumes, áreas, geometria, contagem do tempo e outros eventos. É parte de um

processo muito mais próximo da natureza e da memória.

Como meio de transmissão da mensagem visual, traz conhecimentos. Os processos

de iluminação requerem informação sobre fenômenos biológicos humanos que

proporcionam elementos para a construção visual.

1. tom

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

8. Comparação de figura e cores

Luz totalmente artificial

Luz natural + luz artificial

O olho busca inicialmente a luminosidade em seguida a cor, muito embora a

luminosidade seja um dos componentes da cor.

Cor

Elemento especial dentro de uma exposição mais do que

os elementos básicos associados a ela como a forma, textura e o

espaço. Tem aspectos psicológicos e simbólicos que requerem

conhecimento específico para utilizá-la. Contribui para a

construção da atmosfera que se deseja na exposição.

Impregnada de informações e significados simbólicos,

oferece um enorme vocabulário a ser utilizado para a narrativa

das exposições. Sua percepção é o mais emocional dos elementos específicos do

processo visual. De grande força, pode ser usada para expressar e intensificar a

informação através do significado simbólico a ela vinculado.

A sua interferência é muito grande, a partir das possíveis

combinações de cores têm-se diferentes sensações em função das

diferentes propriedades das cores e da área de aplicação, dando para

cada combinação uma sensação de que são figuras diferentes.

2. Iluminação artificial

3. Recursos de iluminação

4. Iluminação artificial

5. Iluminação mista 6. Luz mista

7. mancha de cores

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

Com a temperatura de cor diferenciada é possível se trabalhar outro tipo de

comunicação. As cores quentes são referência do vermelho: fortes, vivas, agressivas; as

mornas são todos os tons que

contém o vermelho com adição

do amarelo; as frias são

referência do azul: ampliam a

sensação de calma; as frescas

são todos os tons que contém o

azul com adição do amarelo.

É importante frisar que a cor natural dos materiais contribui

com mais uma gama de possibilidades cromáticas, porém

gera interferências incluindo as variadas texturas, muitas

vezes provocando ruídos indesejáveis.

Textura

A textura como elemento visual que pode substituir o tato, porém, dependendo

do elemento aplicado, pode determinar outras

formas de leitura, como no caso de exposições

especiais para não videntes. Como recurso de

imersão, funciona como uma experiência sensível

e enriquecedora para os videntes, que na maior

parte do tempo faz contato apenas visual.

Ritmo

Elemento importante de qualquer exposição, pode ser definido como grau,

intensidade e variedade de estímulos que o espectador receberá no decorrer da visita. A

repetição, como se sabe, provoca monotonia. Faz-se necessário uso de recursos como a

introdução de elementos que gerem um ritmo através da variedade de estímulos. Um

bom ritmo pode ser agradável como uma boa aventura, com períodos de ansiedade

intercalados com momentos para recuperar o fôlego antes de sentir-se motivado para

novas explorações.

10. Cores dos materias

Quente

Morno

Gelado

Fresco

9. Representação das cores

11. Texturas

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

12. Convenção de

leitura

13. Métodos pessoais de visão

O ritmo marca a seqüência entre repouso e movimento ou de velocidade de

movimento, rápido ou lento. Idealmente se busca o equilíbrio para obter um bom ritmo.

Movimento

Elemento mais implícito no modo visual, segundo Dondis82 talvez seja uma das

“forças visuais mais dominantes da experiência humana”. O olho

busca sempre o máximo de informações visuais, no primeiro momento

tende a seguir a convenção de leitura através de uma seqüência

organizada. No entanto a percepção e a forma de apreensão pelo

olhar são diferenciadas para cada observador.

A percepção do movimento é tão sensível que, por menor que

seja, o reconhecemos. Uma forma móvel chama atenção sempre que

está dentro de um entorno imóvel. E uma alternância luminosa é

percebida como movimento.

Junto ao movimento acontece o processo de medição de equilíbrio – eixos

direções e sentidos, alturas e suas relações. Os três métodos visuais podem ocorrer

simultaneamente83. Fica claro com isso que existe ação não somente no que se vê, mas

no processo como um todo.

Os elementos visuais podem se modificar e se redefinir relacionados aos outros

também através da escala.

Escala

É estabelecida não só pelo tamanho, mas também através das relações com o

ambiente e com os outros elementos presentes no ambiente. “...aprender a relacionar o tamanho com o objetivo e o significado é essencial na estruturação da mensagem visual. O controle da escala pode fazer uma sala grande parecer pequena e aconchegante, e uma sala pequena, aberta e arejada.” (Dondis)84

82 DONDIS, Donis A . Sintaxe da linguagem visual, São Paulo. Ed Martins Fontes, 2000 p. 80. 83 Ibid., p. 81. 84 DONDIS, Donis A . Sintaxe da linguagem visual, São Paulo. Ed Martins Fontes, 2000 p. 85.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

A escala pensada em uma exposição é a

humana; visando ao conforto e adequação às

dimensões humanas. O efeito proporcionado pelo

seu uso correto se estende a toda forma de

manipular o espaço, podendo muitas vezes

trabalhar a ilusão, através das sensações. Le

Corbusier criou o sistema de unidade modular

baseado no homem e a partir desta proporção

estabeleceu os tamanhos para os elementos.

Neutralidade

Muito utilizado como recurso visual, quando se necessita de um espaço que tenha

o mínimo de interferência no conjunto. “sem sombras, branco, limpo, artificial – o recinto é consagrado à tecnologia da estética... suas superfícies imaculadas são intocadas pelo tempo e suas vicissitudes... não existe o tempo. Essa eternidade dá à galeria uma condição de limbo...”85

Estes espaços são entendidos como, além de

reclusos, uma espécie de “anti-recinto, ultra-recinto ou

recinto ideal” um espaço particularmente diferente onde se

“anula simbolicamente a matriz circundante do espaço-

tempo” 86. Recurso bastante aplicado nas exposições de

arte e chamado de cubo branco, ou preto para se conseguir

a máxima limpeza de cor, textura, objetos, tentando

eliminar os ruídos na comunicação.

Os espaços para arte87 utilizam o cubo branco

buscando um total afastamento do da obra de seu entorno.

Mas assim como o cubo branco88 foi importante e revolucionário para as exposições de

arte, a aplicação do cubo negro passa a ser um recurso amplamente adotado nas

exposições de um modo geral.

85 O’Doherty, Brian. No interior do cubo branco. A ideologia do espaço da arte. Martins Fontes, São Paulo, 2007. p. 4. 86 Ibid., p. XVII. 87 Que não serão detalhados neste trabalho porque a autora entende que seria necessária uma pesquisa específica para

observar o caso das exposições de arte.

14. Relação entre as figuras

14. Escala

15. Exemplo de neutralidade, cubo branco

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

“ao buscar uma significação para esse modo de exposição deve-se atentar para outros tipos de câmaras construídas segundos princípios semelhantes. Encontra-se na origem dessa câmara de exposição eterna não tanto na história da arte quanto na historia da religião, na qual elas são mais efetivamente antigas do que a igreja medieval...89

O’Doherty acrescenta que estes espaços determinam uma “eternidade implícita”

conseguida através da neutralidade, comparada a “da posteridade artística, da beleza

imortal, da obra-prima.”90 A importância deste tipo de espaço para o universo da arte,

sendo visto como “arte potencial”. O conceito do cubo branco, e seu espaço fechado, é

de uma conveniência plástica, podendo ser considerado “um

meio alquímico”91

A neutralidade é um recurso visual aplicado quando se

busca uma condição onde o espaço e o ambiente

definitivamente não interferem no conjunto. Porém, pode vir a

ser extremamente provocador. Um recurso aplicável para

quando se necessita da atenção do observador. Em oposição

podemos colocar a ênfase, o excesso, a repetição.

O conteúdo e a forma são componentes básicos nas exposições e nunca estão

dissociados. A forma é afetada pelo conteúdo, o conteúdo é afetado pela forma. A

mensagem é emitida pelo criador e modificada pelo observador. É o conjunto básico de

elementos que compõem a substância visual dos objetos, independente dos materiais

aplicados ou mesmo dos meios utilizados para tal e acontecem em combinações,

gerando a informação visual. É possível decompor em elementos constitutivos. A

dimensão é um elemento presente nos meios que utilizam a relação com outros

elementos visuais como arquitetura, escultura e perspectiva. Os elementos mais simples

podem ser aplicados com grande complexidade, partindo do criador que define o que

será utilizado e a maneira como isso será feito.

88 “O mundo exterior não deve entrar, de modo que as janelas geralmente são lacradas. As paredes são pintadas de

branco. O teto torna-se fonte de luz. O chão de madeira é polido, para que você provoque estalidos austeros ao andar, ou acarpetados para que você ande sem ruídos” O’Doherty, Brian. No interior do cubo branco. A ideologia do espaço da arte. Martins Fontes, São Paulo, 2007. p. 4.

89 Ibid., p. XVI. 90 Ibid., p.XVIII. 91 Ibid., p. 102.

16. Excesso

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

A mais simples unidade de comunicação visual é o ponto. Qualquer que seja sua

dimensão ou cor possui grande força de atração visual sobre o olho, considerando ponto

qualquer elemento centro de atração visual em uma composição ou objeto. Dois ou mais

pontos visualmente se ligam e dirigem o olhar, dando a sensação de direção. Quando no

conjunto os pontos estão tão próximos que não podem ser reconhecidos individualmente,

tem-se a sensação de direção e a cadeia converte-se em linha, outro elemento visual. A

linha pode ser definida como ponto em movimento, como a “história do movimento de um

ponto” 92. É um elemento de grande energia, nunca é estática, contorna e delimita objetos

e, segundo a linguagem visual, ela descreve uma forma, articulando com os limites, onde

se atribui uma grande quantidade de significados.

A forma pode ser entendida como “figura visível do conteúdo” 93 sua percepção é

resultado de uma “intenção entre o objeto e a luz”. São três as formas básicas:

quadrado94, círculo95 e triangulo96 tendo cada uma suas características e significados

específicos. Na articulação e combinação, variando infinitamente, das três formas básicas

é possível se obter todas as formas físicas na natureza e da imaginação humana.

A direção, ou forma do movimento, está implícita nas formas. As formas básicas

sugerem três direções visuais básicas e como fonte de significados associativos

utilizados na criação de mensagens visuais. Todas têm 3 direções visuais significativas:

Triangulo | diagonal

Referência de instabilidade é a força direcional instável e

provocadora de formulação visual perturbadora.

Quadrado | horizontal e vertical

Referência primária do homem. Seu significado mais básico

é a relação entre o organismo humano e o meio ambiente.

Dá estabilidade em todas as questões visuais.

Circulo | a curva

Significa abrangência e repetição.

Todas as direções têm forte significado associativo e são

extremamente importantes na elaboração de mensagens

visuais dos projetos das exposições.

92 DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual, São Paulo. Ed Martins Fontes, 2000. p. 53. 93 GOMES, João. Gestalt do objeto, São Paulo. Ed Escrituras 2000. p. 20. 94 Honestidade e retidão. 95 Infinitude e proteção. 96 Ação, conflito e tensão.

17. Direção

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

A composição ou diagramação interfere tanto nos espaços como um todo, como

nas vitrines, painéis e praticantes. A exposição é um emissor de informações, para tanto

a diagramação é um elemento fundamental e, para isso, na elaboração dos projetos,

devem ser observados os conceitos baseados nas técnicas visuais e suas polaridades.

Os elementos que atuam na diagramação e ordenação97 são: equilíbrio98, simetria99,

regularidade100, simplicidade101, unidade102, economia103, sutileza104, minimização105,

previsibilidade106, transparência107, neutralidade108, singularidade109, seqüência110,

repetição111 e outros.

Estes são apenas alguns dos muitos elementos que interagem e modificam a

informação. Para o criador do projeto é possível o controle dos elementos visuais da

mensagem. Porém as técnicas apenas interagem para não se sobrepor ao significados,

buscando uma linguagem visual o mais universal possível.

Os elementos tridimensionais também fazem parte da linguagem, interferindo ou

colaborando. São componentes necessários na maior parte das exposições,

principalmente as vitrines para objetos pequenos. Elas têm origem nos relicários da idade

média. Seu desenho ao longo dos tempos acompanhou as tendências de época e as

97 Como a palavra sugere, é a ordem que se emprega em uma exposição, a partir de um conceito definido. 98 Elemento baseado no funcionamento da percepção humana, a ausência de equilíbrio é inquietante e provocadora. 99 Elemento que interfere no equilíbrio, porém pode ser obtido através de uma assimetria compensada. 100 Baseada em algum princípio ou método, já o oposto pode ser utilizado como estratégia. 101 Contribui para a síntese visual, um processo difícil de organização de significado. 102 É o equilíbrio de elementos em uma totalidade, as partes se relacionam, mas são isoladas. 103 Parte de unidades mínimas, enquanto o oposto é carregado de direção e acréscimo. 104 É uma abordagem delicada, requer soluções criativas; audácia segurança e confiança. 105 Procura obter a máxima resposta com o elemento, recorre a expressividade para intensificar. 106 Sugere ordem ou um plano convencional, caracteriza-se pela falta de planejamento. 107 Detalhe visual através do qual se pode ver e o oposto, é o bloqueio total. 108 Onde o menos provocador pode ser mais eficaz, e a ênfase é o realce de um elemento contra um fundo uniforme. 109 O tema isolado independente, já a relação que se estabelece entre elementos ativa a comparação. 110 Elementos dispostos em um padrão, sugere ausência de planejamento. 111 São conexões visuais ininterruptas, desconexão com reforço do individual.

18. Diversas formas de expor

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

influências dos materiais e os desenvolvimentos tecnológicos revolucionaram seu

desenho112. Para os visitante pode representar uma barreira física e psicológica entre ele

e o objeto, mas tem várias funções tais como: proteção, mantêm o microclima113, função

de suporte114, relacionam o objeto com o todo115 e também ajudam a estabelecer a

circulação. Estão relacionadas visualmente com os objetos e ajudam a delimitar e

estabelecer o contexto em que serão vistos. No cofre estão as coisas inesquecíveis; inesquecíveis para nós, mas também para aqueles a quem daremos os nossos tesouros. O passado, o presente, um futuro nele se condensam. E assim o cofre é a memória do imemorial.116

Projeto gráfico

As questões espaciais arquitetônicas | museográficas operam em sintonia com a

identidade visual definida no projeto, devendo estar o design, a arquitetura e a proposta

museográfica sendo regidos pelo mesmo conceito, tanto nos projetos conceitual e

espacial como no de sinalização. O design ambiental traz o projeto de sinalização,

transmitindo informação com eficiência; é um projeto que participa da construção da

mensagem do local em que está inserido, incluindo tratamento das superfícies e as

mensagens gráficas. Engloba um conjunto de propostas como identidade visual,

divulgação, sinalização, enfim toda a produção gráfica e visual que envolve as

exposições museológicas.

Exposição é um meio de comunicação. Através dela acessamos os significados, o

passado, presente e projetamos um futuro. No complexo e vasto universo das relações

comunicacionais, as exposições permitem que informações sejam oferecidas. São mais

do que um corpo de informações retransmitidas, elas nos ajudam a definir e nos

identificar em nossos vários papéis individualmente e como membro de um grupo.

112 Inovações como instalação com luzes, redução das espessuras de sua estrutura. 113 Mantêm níveis constantes de temperatura, umidade e luz para proteger os objetos de luz ultravioleta, de contaminação

poeira e insetos etc. 114 Para que se possa observar comodamente o objeto. 115 Funciona como elo de referencia entre pequenos objetos, a sala e o visitante. Redutor de escala para o espaço, amplia

a área de abrangência do objeto. Ex: uma pequena moeda em uma vitrine. 116 BACHELARD, Gaston. A poética do espaço.São Paulo: Martins Fontes,193 (Coleção Tópicos) p. 97.

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Capítulo II | Abrindo o armário... preparando A construção do espaço de exposição

Jean Davallon117 a define “como um dispositivo118 resultante de um agenciamento

de coisas em um espaço com intenção (constitutiva) de torná-las acessíveis119 à

sociedade”120. Cabe ao criador da exposição utilizar os meios e aplicá-los corretamente

buscando o máximo de sua qualidade comunicacional.

117 DAVALLON, Jean . L’Exposition à l’œuvre, Stratégie de communication et médiation symbolique, Paris, L’Harmattan,

1999. tradução da autora. 118 «…cette notion est surtout employée pour aborder des situations ou des objets qui ne sont pas des objets de langage

classique, tels que la peinture, les images, l’art, le cinéma, les émissions de télévision, etc. des objets et des processus culturels qui ne construisent pas en s’appuyant sur le fonctionnement de la lange, comme le ferait un texte en langue ; mais qui , jouant le dispositif, font le pari de la signifiance(…) bref, des objets e des processus qui visent – prétendent – à fonctionner comme objets et faits da langage, mais qui sont avant tout des pratiques sociales. » DAVALLON, Jean L’Exposition à l’œuvre, Stratégie de communication et médiation symbolique, Paris, L’Harmattan, 1999. p. 26.

119 « accessible dans tous les sens du terme : physiquement (l’exposition doit être ouverte… même aux handicapés), intellectuellement (et c »est là que le mot didactiques prend tous son sens) le prix et l’élitisme de certains musées sont redoutables barrières). » GOB, André ; DROUGUET, Noémie. La muséologie, histoire, développements, enjeux actuels. Paris, Armand Colin Editeur, 2003. p. 50.

120 “Dans as plus grande généralité, on peut alors définir l’exposition comme un dispositif résultant d’un agencement de choses dans un espace avec l’intention (constitutive) de rendre celles-ci accessibles à des sujets sociaux ». DAVALLON, op cit., p. 11.

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CAPÍTULO 3

A caixa de surpresas... Uma festa dos sentidos

Visitando as exposições

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos

3. Visitando a exposição

Nos capítulos anteriores abordamos os conceitos de Museu, abrangendo também

museologia e museografia. Observamos também os entendimentos sobre exposição e

comunicação com suas diversas definições, seguidos pelos elementos que compõem a

exposição, elencados como em uma construção. Neste capitulo pretendo observar os

estudos de caso como em uma convergência dos elementos citados anteriormente.

Exposições usualmente são entendidas como espaços estáticos, porém, enquanto

meio, podem ser reestruturadas, repensadas, mesmo sem grandes alterações no seu

conjunto. Elas podem incorporar as alterações, os novos enfoques de uma forma

dinâmica que a mantêm atualizada.

Sua característica mais importante é que permite ao visitante o encontro com os

objetos originais, é o encontro com o real, e isto faz das exposições uma experiência

única. Diferente dos outros meios, onde o observador fica parado e as imagens em

movimento, limitadas pelo tamanho da tela, ou visor na exposição, o visitante observa os

objetos na sua totalidade, e é ele quem se movimenta dentro do espaço. Junto é possível

também ouvir, cheirar e, não muito freqüente, tocar e até degustar. É uma experiência

multi-sensorial que apenas a exposição pode oferecer.

O uso dos sentidos pode trazer um efeito especial para os visitantes, agindo na

memória emocional. Segundo Belcher,1 para a ativação dos sentidos em uma exposição

é necessária a utilização de diversos meios e tecnologias para se conseguir os objetivos.

São mudanças tais como a inclusão de réplicas, movimento nos desenhos e textos,

efeitos visuais possíveis através das novas tecnologias. Desta maneira, a exposição atua

em diversos níveis. “A experimentação se processa no desenvolvimento do percurso da mostra, ao longo da qual o visitante constrói sua interpretação do conjunto apresentado, articulando as informações que lhe são oferecidas por textos, documentos expostos, vídeos, filmes que estimulam a percepção de conteúdos de sentido. Trata-se de um

1 BELCHER, Michael. Organización y diseño de exposiciones, su relación com el museo. Ediciones Trea Gijón, 1991.

p. 53.

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

mecanismo de interpretação por reunião, agrupamento, junção, articulação de informações, sem regras predefinidas para esse processo, além da dimensão da história da arte que pode ser, mais ou menos, conhecida pelo visitante. Todo processo de interpretação é sempre “aberto”, sendo assim uma experiência de liberdade, inserida nos limites do universo cultural da sociedade “2

De um modo geral, podemos dizer que as exposições possuem um desenho

funcional com objetivos pré-estabelecidos, mas muitas delas produzem um impacto

sensorial, tanto visual como tátil. Porém, estes recursos são aplicados, de um modo

geral, em exposições temporárias, dada a complexidade tecnológica e a dificuldade de

sua manutenção. Portanto, as exposições permanentes são mais desafiadoras do que

qualquer outro tipo, a necessidade de um profundo conhecimento aliado à sensibilidade e

criatividade por parte dos seus criadores.

Alguns novos museus ou espaços reestruturados permitem montagens de

exposições permanentes bastante interessantes. Porém, como dissemos, diferentemente

das exposições temporárias, as exposições permanentes de um modo geral não são o

que os espectadores chamariam de surpreendentes. No entanto, são escolhidos alguns

itens fundamentais na sua composição. Podem ser desde uma estética agradável, com a

correta aplicação de luz, cor e forma até uma proposta original para a apresentação do

tema que motive o visitante3.

As exposições podem se classificar de várias maneiras, podendo ser segundo o

tipo e características que envolvem elementos como o tempo, por exemplo. Dentro desta

classificação, elas podem ser: permanentes, temporárias e itinerantes, estas

compreendem exposições móveis e portáteis.

A delimitação do universo desta pesquisa e a seleção das exposições observadas

foram feitas a partir dos museus tradicionais, com objetos. Foram selecionadas então

exposições permanentes de diferentes tipos de museus, exposições temporárias,

também de diferentes tipos de museus, e exposições itinerantes de conteúdo e proposta

bem diversos.

As exposições permanentes4 recebem este nome por sua estabilidade no museu.

São as de maior duração e mantiveram este nome para se distinguir das temporárias.

2 GONÇALVES, Lisbeth Rebollo. Entre cenografias, o museu e a exposição de arte no séc XX. Edusp, São Paulo,

2004. 3 Podemos citar como exemplo de sucesso a Grand Galerie de l’Evolution no Museu Nacional de História Natural em

Paris. 4 Segundo Belcher, na época vitoriana, quando um grande número de museus foi criado, parece que pensavam

exposições como permanentes pela forma em que se colocavam as vitrines nos edifícios, segundo ele parecia que estavam para durar o quanto durasse o edifício. BELCHER, Michael. Organización y diseño de exposiciones, su relación com el museo. Ediciones Trea Gijón, 1991. p. 59.

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

Sua composição pode ser alterada para a criação de uma exposição temporária

itinerante, que utiliza o acervo da permanente para compor sua proposta. É um tipo de

exposição que requer algumas decisões, tais como seu design, que deverá ser o mais

prático para manutenção de cor e luz assim como para limpeza. Outro fator importante é

a seleção do acervo, evitando objetos que possam ser estudados e que usualmente

circulam como empréstimo para outros museus e para outras exposições.

Nas exposições temporárias podem ser incluídas as de até em torno de cinco

anos, uma vez que uma exposição de dez anos é considerada permanente. O tempo

previsto de exposição estará refletido no design e nos materiais utilizados para a

execução das mesmas. Elas também podem ser divididas em curto, médio e longo prazo.

Segundo Belcher5, as de curto prazo podem durar de um dia a um mês, dependendo do

programa; a de médio prazo variando de três a seis meses e assim também as de longo

prazo seguem a mesma idéia podendo chegar a até alguns anos6.

As exposições itinerantes são planejadas para serem montadas em diferentes

museus. Em alguns casos elas são criadas com seus mobiliários e equipamentos

próprios, com um design que permite um fácil acondicionamento, montagem e

desmontagem. Podem também necessitar de uma reestruturação geral para a

adequação em outros espaços.

As exposições aqui analisadas foram selecionadas sob alguns aspectos tais como

os recursos físicos e tecnológicos para as permanentes. Para as temporárias, foram

observados o tempo para o qual elas foram planejadas e para as itinerantes foi levado

em consideração sua mobilidade e necessidade de reestruturação. São elas7:

Permanentes

1. Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem, RJ| MAST |

2. Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes, RJ | MHN |

3. Museu das Telecomunicações | Instituto oi Futuro, RJ | MT |

4. Museu da Língua Portuguesa | SP | MLP |

Temporárias

5. Ciências da Terra Ciências da Vida | Museu de Arte Brasileira, SP | MAB |

5 BELCHER, Michael. Organización y diseño de exposiciones, su relación con el museo. Ediciones Trea Gijón, 1991.

p. 63. 6 A maior dificuldade é quando se estendem os prazos e o conjunto não foi planejado para ficar um tempo maior. Seu

mobiliário começa a apresentar problemas e se fazem necessárias revisões e reestruturações periódicas. 7 Para este capitulo adotei uma nomenclatura especial buscando facilitar a leitura. Simplifiquei as referências aos museus

através de abreviaturas. Alguns já possuem este código que foi mantido, nos outros casos foram feitas simples abreviaturas.

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

6. Gilberto Freyre, intérprete do Brasil | Museu da Língua Portuguesa, SP | MLP |

7. Um novo mundo um novo império, a Corte Portuguesa do Brasil | Museu

Histórico Nacional, RJ | MHN |

Temporárias itinerantes

8. Laboratório do Mundo: Idéias e Saberes do Século XVIII | Pinacoteca do

Estado de São Paulo, SP | PESP |

9. Paris 1900 | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | CCBB RJ |

10. Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo | Museu

Histórico Nacional, RJ | MHN |

Como já mencionado, foram selecionados alguns critérios para a escolha das

exposições a serem observadas. Estes levaram a outro item que é o conteúdo ou

propósito das exposições. Inicialmente as exposições foram analisadas de uma forma

mais ampla e não segundo critérios como forma e design. As exposições, de um modo

geral, têm uma série de pontos em comum, no entanto um tipo se diferencia dos demais.

Aqui neste trabalho foram excluídas propositadamente as exposições de arte, pelo

entendimento que este tipo especial de exposição necessitaria de um estudo à parte,

voltado integralmente para ele.

Uma vez definido o universo da pesquisa e seus critérios, o momento seguinte

levou à formulação do roteiro para a observação das exposições. Este roteiro é

constituído de alguns tópicos que abrangem desde os elementos espaciais até a

percepção nas exposições visitadas. A partir dos signos, que são perceptuais para as

pessoas, não se percebe, mas se sente8, foram elaboradas observações do conjunto. De

um modo geral, a proposta foi observar todos os elementos dentro dos espaços das

exposições, uma vez que tudo interfere, inclusive os outros visitantes.

A tipologia, o tempo, as cores, os materiais empregados na exposição são alguns

dos elementos que interferem na comunicação; é importante lembrar que os criadores e

os visitantes não estão juntos no espaço de exposição. As exposições são criadas e os

visitantes chegam a elas algum tempo depois, e somente aí a comunicação9 acontece.

Sendo assim, na elaboração das exposições existe uma pressuposição de que haverá

uma resposta para o conjunto proposto.

8 Scharer em notas de aula de Teoria da exposição PPG PMUS, UNIRIO, março de 2008. 9 Lembra também que esta comunicação é de uma via só. Depende de um espaço onde o visitante possa se expressar

para ter um feedback do conteúdo apreendido. Scharer em notas de aula de Teoria da exposição PPG PMUS, UNIRIO, março de 2008.

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

Em seguida, será apresentado o roteiro que norteou as visitas às exposições

selecionadas10. Os tópicos que compõem o roteiro utilizado para a observação das

exposições partiram da observação como visitante11.

A primeira seção abrange o espaço e seus elementos físicos, de forma detalhada,

listados da seguinte maneira:

1. Espaço

1.1. Conjunto: impressão geral Este item busca observar a sensação que o conjunto produz

1.2. Elementos físicos constitutivos do espaço Observação detalhada de alguns itens

1.2.1. Entrada | acesso à exposição Averiguando as condições de visibilidade e facilidade de acesso 1.2.2. Elementos do espaço físico Observando cada elemento físico do espaço 1.2.3. Circulação Observada quanto à forma e qualidade 1.2.4. Acústica Perceber a intencionalidade de alguns efeitos 1.2.5. Equipamentos de segurança Observar a existência e visibilidade

1.3. Elementos constitutivos da percepção do espaço Fazer uma leitura do espaço

1.3.1. Atmosfera, ambiência Sensações percebidas

1.3.2. Organização do espaço Também observado através das sensações

1.3.3. Espaço aberto Interferindo nas sensações

1.3.4. Elementos fundamentais Elementos marcantes

1.4. Circuito: Percurso dos visitantes Conduz a leitura das exposições

1.5. Iluminação: Do conjunto e dos detalhes

1.6. Cores Traduz o clima desejado

10 Originalmente foi utilizado um questionário elaborado pela autora para este trabalho. Porém, o mesmo foi reformulado

baseado no questionário apresentado pelo prof. Martin Scharer em aulas da disciplina Teoria da Exposição PPG-PMUS UNIRIO, março de 2008.

11 Segundo Scharer, é necessário que se percorra várias vezes o circuito para que se perceba detalhadamente a exposição para fazer uma análise. Scharer em notas de aula de Teoria da exposição PPG PMUS, UNIRIO, março de 2008.

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

1.7. Suportes | mobiliário É uma interferência direta no espaço

1.8. Elementos de informação: Volume e interferência

A segunda seção faz a leitura das linguagens da exposição também de forma

detalhada, listadas da seguinte maneira:

2. Linguagens da exposição Elementos que definem sua linguagem

2.1. Conjunto: impressão geral Uma leitura geral

2.2. Elemento concreto da exposição como um exemplo de linguagem Observar os recursos empregados

2.3. Linguagem dominante na exposição Verificar a forma adotada

2.4. Código Relação entre os códigos 2.5. Objetos expostos Objetos e suas relações com o conjunto

2.6. Realidade fictícia predominante da exposição Adequação de escolha de partido

2.7. Elementos cenográficos Aplicação de cenografias

2.8. Intenção geral da exposição Observação da proposta através de sua linguagem

A terceira seção faz uma observação da percepção da exposição também de

forma detalhada, listadas da seguinte maneira:

3. Percepção da exposição O que pode ser apenas percebido, não explícito

3.1. Intenção geral da exposição É perceptível?

3.2. Tema, mensagem, intenção da exposição Clareza

3.3. Exposição como um todo: A percepção do conjunto

A quarta seção procura fazer uma reunião de informações da exposição e busca

formalizar uma impressão a respeito do conjunto visitado, listadas da seguinte maneira:

4. Impressão geral Observação e comparação entre as impressões

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

4.1. Outros visitantes Os comportamentos dos outros visitantes podem auxiliar na observação

4.2. Efeitos posteriores Ao encerrar a visita, observar sua continuidade

As exposições permanentes selecionadas são de conteúdos diferenciados, porém

utilizam linguagens semelhantes. Já as temporárias variam não só nos conteúdos como

nas linguagens. As itinerantes têm suas propostas bastante diferenciadas das demais. As

descrições acompanhadas das observações dos tópicos e imagens podem ser

observadas no anexo I, deste trabalho. Na continuidade segue a análise das exposições

visitadas segundo o roteiro proposto. Para facilitar a leitura foram colocadas siglas ao pé

de cada página.

Primeiramente, seguindo a seqüência lógica do roteiro, observaremos as

questões relativas ao espaço nas exposições visitadas.

1.1. A impressão geral do conjunto

Em um primeiro olhar, as exposições observadas apresentaram um conjunto

agradável. As exposições permanentes do MAST12 e do MHN.113 apresentaram apelos

visuais, dando harmonia ao conjunto. As do MT14 e do MLP.115 já utilizaram uma proposta

diferenciada, com aplicação de recursos tecnológicos com apelos visuais e organização

espacial que cria marcações de conteúdo, eliminando a setorização física.

As exposições temporárias pesquisadas utilizavam também forte apelo visual. As

exposições montadas no MAB16 e no MLP.217 descontextualizavam o visitante do entorno

das mesmas, usando o espaço para envolvê-los, em um processo de imersão. Observou-

se uma eficiente aplicação de recursos técnicos para produzir o efeito de encantamento

obtido. A exposição montada no MHN.218, muito embora criasse um ambiente

diferenciado do resto do museu, tinha uma proposta mais tradicional, onde a marcação

dos módulos era bem perceptível e a aplicação de elementos da cenografia se limitava a

uma contextualização. Porém, o conjunto era bastante interessante.

12 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 13 MHN. 1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 14 MT | Museu das Telecomunicações 15 MLP. 1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 16 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 17 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 18 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

As itinerantes selecionadas permitiram leituras bem diversas. A montagem da

exposição da PESP19 era visivelmente para ser deslocada. O conjunto era bastante

interessante e envolvente. Já as exposições do MHN.320 e do CCBB21 RJ não deixavam

clara a leitura da sua proposta de itinerância. Os espaços foram criados e os ambientes

adequados especificamente para os módulos de interesse propostos.

1.2 Os elementos físicos constitutivos dos espaços

Nas exposições permanentes os acessos aos espaços se misturam no conjunto

dos museus, muito embora houvesse sinalizações. O MT22 mantém sua exposição em

uma andar da edificação e criou uma atmosfera diferenciada para o acesso à exposição,

buscando o deslocamento espaço temporal do visitante, que se apresenta como uma

eficiente estratégia. Os elementos constitutivos do espaço físico tais como salas,

paredes, pisos, tetos, janelas e passagens mantiveram uma similaridade. As salas

receberam adaptações e as paredes integram os conjuntos e servem de apoio para

suportes, imagens e textos. Os pisos foram utilizados pontualmente para delimitação de

módulos de interesse. Os tetos originais, utilizados para instalação de equipamentos de

iluminação e climatização, receberam um tratamento apenas de pintura. De um modo

geral, as janelas quando existentes, são mantidas fechadas.

As circulações e os percursos dos visitantes se apresentam suficientes para

observação individual sem comprometer o fluxo, a não ser em casos de grandes grupos.

A acústica nas exposições observadas não se apresentou como um problema, se não

estava especificamente pensada, pelo menos não foi detectada nenhuma interferência.

Os equipamentos de segurança, não apenas do espaço, como extintores de

incêndio e sensores de presença e câmeras, mas também os equipamentos de

segurança dos acervos, foram percebidos e facilmente localizáveis.

As exposições temporárias receberam um tratamento especial de sinalização com

banners e painéis nas fachadas das instituições e internamente para sua localização e

acesso. Os elementos constitutivos do espaço físico dessas exposições, tais como salas,

paredes, pisos, tetos, janelas e passagens, mantiveram também uma similaridade. As

salas receberam adaptações e as paredes receberam elementos que transformaram o

espaço e serviram também de apoio para suportes, imagens e textos. Os pisos originais 19 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 20 MHN.3 | Museu Histórico Nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 21 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 22 MT | Museu das Telecomunicações

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

dos espaços, apenas no MAB23, foi criado um sobrepiso para dar textura. Os tetos

originais, utilizados para instalação de equipamentos de iluminação e climatização,

receberam um tratamento apenas de pintura buscando sua redução visual. De um modo

geral, as janelas, quando existentes, são mantidas fechadas, impedindo a visualização do

espaço externo.

As circulações e os percursos dos visitantes se apresentaram de um modo geral

suficientes para observação individual. Na montagem do MHN.224 a circulação proposta

era generosa, permitindo a visita de grupos sem comprometer o fluxo. A acústica nas

exposições observadas não se apresentou como um problema, se não estava

especificamente pensada, pelo menos não foi detectada nenhuma interferência.

Os equipamentos de segurança, não apenas do espaço, como extintores de

incêndio e sensores de presença e câmeras, mas também os equipamentos de

segurança dos acervos, foram percebidos e facilmente localizáveis.

As exposições itinerantes também receberam um tratamento especial de

sinalização com banners e painéis nas fachadas. E os elementos constitutivos do espaço

físico dessas exposições, tais como salas, paredes, pisos, tetos, janelas e passagens,

mantiveram também uma similaridade. As salas do CCBB RJ25 receberam adaptações e

as paredes receberam elementos que transformaram o espaço e serviram também de

apoio para suportes, imagens e textos; no MHN.326 a sala foi criada com uma montagem

especifica para a exposição; e a PESP27 manteve sua sala sem interferências. Foram

mantidos os pisos originais, mas no MHN.328 foi criado um sobrepiso. Na mesma

exposição foi construído um teto especificamente para o espaço; nas restantes

permaneceram os tetos originais, utilizados para instalação de equipamentos de

iluminação e climatização, que receberam um tratamento apenas de pintura, em um dos

casos buscando a sua redução visual, em outro mantendo a unidade do espaço. De um

modo geral, as janelas, quando existentes, são mantidas fechadas, impedindo a

visualização do espaço externo.

As circulações e os percursos dos visitantes se apresentaram de um modo geral

suficientes para observação individual. No MHN.329 a circulação proposta requeria que os

23 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 24 MHN.2 | Museu Histórico Nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 25 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 26 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 27 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 28 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 29 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

grupos fossem divididos para permitir uma observação individual satisfatória, sem

comprometer o fluxo. A acústica nas exposições observadas não se apresentou como um

problema, se não estava especificamente pensada, pelo menos não foi detectada

nenhuma interferência.

Os equipamentos de segurança, não apenas do espaço, como extintores de

incêndio e sensores de presença e câmeras, mas também os equipamentos de

segurança dos acervos, foram percebidos e facilmente localizáveis.

1.3 Elementos constitutivos da percepção do espaço

A ambiência e atmosfera nas exposições permanentes diferem no conceito; no

MAST30 foi possível observar que os espaços são amplos e claros e o ambiente é

bastante tranqüilo; no MHN.131 assim como no MT32 o espaço é também amplo com uma

boa visão geral do conjunto ao entrar. O mesmo acontece no MLP.133, com a visão de

uma grande perspectiva, convidando os visitantes a entrar.

Os espaços nessas exposições seguem uma organização comum, com uma

estrutura perceptível do conjunto, com os objetos foco de interesse bem definidos. As

exposições permanentes observadas não tinham espaços abertos. Os elementos

marcantes ou fundamentais são diferentes para cada exposição, vão desde vitrines com

seus conteúdos até recursos tecnológicos, onde o visitante pode interagir com a

informação. Na concepção da exposição do MT34, adotou-se um conceito de hipertexto,

onde é necessário que se façam consultas para se obter grande parte da informação; e a

aplicação de recursos tecnológicos se torna um grande atrativo.

As exposições temporárias também possuem uma atmosfera que se diferencia no

conceito. A montagem do MAB35 cria um ambiente amplo com uma diferenciação

bastante clara dos módulos de interesse. Já a exposição do MLP.236 convida a uma

exploração do espaço e no MHN.237 se aplicou o recurso de utilizar grandes espaços

fazendo alusão à grandeza do fato reproduzido.

Os espaços nessas exposições também seguem uma organização comum, com

uma estrutura perceptível do espaço com os objetos foco de interesse bem definidos. No 30 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 31 MHN. 1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 32 MT | Museu das Telecomunicações 33 MLP. 1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 34 MT | Museu das Telecomunicações 35 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 36 MLP.2 |Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 37 MHN.2 | Museu Histórico Nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

MHN.238 percebe-se a marcação dos núcleos através de cor, luz e mobiliário. As

exposições temporárias observadas não tinham espaços abertos. Os elementos

marcantes ou fundamentais também são diferentes para cada exposição nesta tipologia.

No MAB39, na entrada, em uma caixa acrílica, tem-se um ovo representando o início de

tudo. É seguido pela instalação de vegetação, do conjunto de vitrines horizontais para

elementos marinhos e insetos e vitrines verticais para os vegetais. A linha do tempo em

constante movimento ajuda o visitante a entender as informações; em outro núcleo

encontra-se o grande mapa com pequenos óculos com imagens do local, um setor

destinado à visão popular sobre os dinossauros e, no final, uma cortina de fios com sinos

na ponta lembrando os sons locais. No MLP.240 a temática é casa e em alguns núcleos

as vitrines são elementos desta casa, tais como camas, cômodas, geladeiras, armários

guarda-comida, mesas, malas, aparelhos de microondas. A montagem do MHN.241 inicia

explicando a situação que gera o tema através de projeção, contextualizando o visitante,

seguido de uma ambientação que reporta a saída da corte de Portugal. O deslocamento

da corte em navios é representado por grandes velas; estes ambientes têm paredes

pintadas de cinza. No final do módulo, chega-se a uma sala muito clara, de cores

abertas, marcando a diferença de um ambiente para o outro. E segue assim enquanto o

tema é a vida da corte no Brasil. Passando por uma diferenciação de cor e luz no núcleo

que representa o período a partir da coroação de D.João VI, finalizando a exposição com

a declaração de independência.

As exposições itinerantes possuem uma atmosfera que se diferencia mais do que

apenas no conceito. A montagem da PESP42 cria um ambiente bastante diferenciado em

função de sua montagem. O espaço observado no CCBB RJ43 foi tratado com uma

proposta absolutamente envolvente, o conjunto visual composto pela cor, luz e objeto

produz uma atmosfera única. Já no MHN.344, a montagem trabalhou os espaços com um

tratamento de painéis criando algumas situações onde outras áreas ficam visíveis. A

variedade de formas expositivas contribui para que a exposição desperte a curiosidade

no visitante, impulsionando-o a buscar o módulo seguinte.

38 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 39 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 40 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 41 MHN.2 | Museu Histórico Nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 42 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 43 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 44 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

Os espaços nessas exposições também seguem uma organização, com uma

estrutura perceptível de divisões entre os núcleos. A exposição do CCBB RJ45 tem uma

proposta aparentemente simples, uma sala toda vermelha, com teto e paredes

vermelhas. O piso acompanha o conjunto, com um tapete vermelho, no mesmo tom das

paredes e teto. O suporte e vitrine dão espaço para a circulação, ficando centralizado no

espaço restante. A montagem do MHN.346 foi trabalhada segundo uma proposta bastante

elaborada distribuída por uma área generosa. Seu tamanho é em função do volume de

informações e a diversidade de informações determinou a criação de grande número de

módulos de interesse. As exposições itinerantes observadas não tinham espaços

abertos. Os elementos marcantes ou fundamentais nesta tipologia de exposições

também variam caso a caso. Na exposição do CCBB RJ47 o único e suficiente elemento

necessário é a escultura exposta, porém devem ser consideradas a luz e a cor

envolvendo todo o ambiente como acessórios fundamentais para a diferença entre o

efeito obtido e ser apenas mais uma escultura exposta em uma sala. No MHN.348, o uso

de vitrines especiais com plantas e animais vivos é um elemento de interesse que detém

a observação dos visitantes por certo tempo. Também um grande mapa explicativo da

viagem de Darwin é outro elemento que contribui muito para o entendimento do processo

que levou o cientista à teoria. Mas a reconstituição cenográfica da sala de estudos atrai a

atenção, assim como a grande instalação de orquídeas.

1.4 Circuitos: percurso dos visitantes

Para as exposições permanentes, este item se assemelha no que diz respeito a

um circuito pensado e que se desenvolve ao longo do espaço. Mas, de um modo geral, o

percurso é livre, sendo apenas direcionado em função das salas. O mesmo acontece nas

exposições temporárias observadas. Nas exposições itinerantes encontramos na

montagem na PESP49 um circuito direcionado pelos painéis que dividem os núcleos e,

com isso, foram criadas limitações. Já no MHN.350 o percurso é também direcionado

fisicamente através dos módulos para que se siga uma seqüência lógica a partir do

projeto proposto.

45 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 46 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 47 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 48 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 49 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 50 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

1.5 Iluminação

Nas exposições permanentes a iluminação é específica para cada contexto. No

MAST51 encontramos uma iluminação mista, com salas claras, com janelas e cortinas

bloqueando o sol; apenas uma sala é escura, com imagens em backlight e luz nas

vitrines focando os objetos. Na montagem do MHN.152 a iluminação é artificial e

cenográfica, com focos nos elementos de fachada iluminando textos e piso. A iluminação

das vitrines é no fundo, dando ênfase à cor dos vidros. No MT53 a iluminação com luz

azul misturada a projeção de palavras produz um efeito bastante interessante junto aos

reflexos dos espelhos. No espaço de um modo geral a iluminação é artificial, ambiente e

em espaços específicos foi aplicada a iluminação por led. E nos objetos, ela é pontual e

cenográfica. O mesmo acontece no MLP.154.

O mesmo acontece nas exposições temporárias observadas. Na montagem do

MAB55, a iluminação ambiente executada é artificial e cenográfica, direcionada em pontos

específicos e bem distribuída nos textos. Assim como cenográfica nos objetos e

direcionada nas vitrines. Na exposição do MLP.256 a iluminação geral é artificial,

cenográfica e dramática. Nos objetos é bem distribuída, focada nos objetos e textos. No

MHN.257 a exposição tem uma iluminação específica e diferenciada pela temática. A

variação vai desde um espaço com projeção e iluminação direcionada para o acervo,

passando por espaço com iluminação dramática e cenográfica, até espaço com

iluminação geral forte, sem selecionar nenhum objeto especificamente, apenas

melhorando sua condição de sombra

Nas exposições itinerantes escolhidas pode-se perceber a mesma questão de

diferenças em função dos contextos. Na exposição da PESP58 a iluminação proposta

para o conjunto é artificial e cenográfica e nos objetos é indireta em função da

conservação do acervo e para evitar brilho, permitindo também uma leitura mais

confortável. Na exposição do CCBB RJ59 a sala não possuía iluminação ambiente. O

efeito dado pela luz focada no objeto era suficiente para iluminar o ambiente. E no objeto

em si, a iluminação era focada com uma luz absolutamente branca para potencializar o

branco do mármore e, complementando, acrescentou-se um foco bem difuso em um

51 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 52 MHN. 1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 53 MT | Museu das Telecomunicações 54 MLP. 1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 55 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 56 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 57 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 58 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 59 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

pequeno texto com letras em ouro antigo, para não sobressair, apenas dar uma

informação sobre o acervo. No MHN.360 a iluminação geral da exposição visitada era

direcionada para os painéis e textos, enquanto que os objetos recebiam uma iluminação

focada.

1.6 Cores

As exposições permanentes de nossa mostra mantiveram uma semelhança

relativa na aplicação de cores nos seus espaços, com os brancos e beges valorizando os

objetos e imagens. Na montagem do MHN.161 são utilizadas as cores dos frascos como

elementos diferenciadores. No MT62, nas salas temáticas foram aplicadas cores quentes

e no espaço de vídeos as paredes são pretas e o piso espelhado. No MLP.163 as cores

aplicadas são escuras como preto, verde, azul e ocre; sendo todas cores fechadas para

não refletirem as luzes e valorizar o painel de vídeos, os objetos e o mobiliário.

Nas exposições temporárias a temática prepondera; no MAB64 foram usados os

tons terra, areia, saibro para trazer a idéia do solo da Chapada nos sítios paleontológicos,

o que valoriza o mobiliário e os objetos. No MLP.265 foram adotadas as cores fechadas,

ocres, vermelhos, azuis escuros, cinzas e verdes; cores em tons que não refletem a luz.

E no MHN.266 haviam nos primeiro núcleos cores fechadas, cinzas e, em seguida, foram

aplicadas cores brilhantes como beges, finalizando com um tom nobre de verde fechado,

permitindo uma valorização dos dourados do acervo exposto.

As itinerantes buscaram uma uniformidade nos espaços. Na PESP67 foram

utilizados os brancos, mas como o acervo restringia a quantidade de luxes que seria

possível aplicar, o resultado visual foi um tom de cinza azulado. No CCBB RJ68 foi

adotada uma única cor para todo o conjunto, teto, chão paredes e suporte, tudo em um

vermelho bastante intenso, contrastando com o branco do mármore da escultura. No

MHN.369 o suporte dos painéis e os elementos construídos receberam a cor preta; no

fundo dos painéis de textos e imagens e das vitrines estava aplicado o marrom e alguns

detalhes e paredes na cor ocre, dando contraste.

60 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 61 MHN. 1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 62 MT | Museu das Telecomunicações 63 MLP. 1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 64 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 65 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 66 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 67 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 68 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 69 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

1.7 Suportes e mobiliário

Nas exposições permanentes visitadas, de um modo geral, os suportes e o

mobiliário são satisfatórios, com seu design neutro valorizando os objetos e a

informação. No MLP.170, muito embora o ambiente seja diferenciado por ter uma

característica muito especial pelo uso de equipamentos tecnológicos, foi adotado um

design discreto do mobiliário, valorizando o objeto.

As montagens das exposições temporárias normalmente utilizam um mobiliário

mais diferenciado. No MAB71 FAAP pudemos encontrar vitrines utilizando lascas de

pedra como base e suportes acrílicos para a informação. No MLP.272 encontramos

aplicação de textos e informações em móveis, objetos e equipamentos antigos como

camas, malas, armários; e recentes como microondas, geladeiras e outros. E no

MHN.273 encontramos mobiliários originais colocados nos diversos núcleos e os

construídos eram discretos, valorizando os objetos expostos.

Os suportes das exposições itinerantes também são diferenciados. Na PESP74 o

mobiliário tinha design discreto, porém arrojado, marcando a distância temporal, mas não

interferindo visualmente e valorizando o objeto. No CCBB RJ75 foi utilizado apenas um

praticante de forma retangular, forrado com tapete e uma vitrine do tipo aquário,

mantendo distância do objeto e valorizando a obra exposta. Já no MHN.376 os suportes

eram construídos com um design discreto e suficiente para abrigar o acervo. No seu

espaço cenográfico foram utilizados elementos construídos baseados em imagens do

espaço original. As vitrines com animais vivos têm um tratamento e iluminação

específicos para a manutenção dos animais.

1.8 Elementos de informação

Nas exposições permanentes, mais uma vez se percebe a semelhança nas

propostas, onde adotam um volume equilibrado de textos e imagens, legendas

explicativas sucintas. No MAST77 encontramos uma relativa interatividade por necessitar

que o visitante movimente os equipamentos para completar a informação recebida. No

70 MLP. 1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 71 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 72 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 73 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 74 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 75 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 76 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 77 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

MT78 encontramos um processo semelhante e também aparelhos portáteis para

manipular o conteúdo virtual.

Esses elementos nas exposições temporárias também mantêm uma semelhança.

Encontramos um volume equilibrado de textos, legendas explicativas sucintas e

suficientes, aplicação adequada de uso de vídeos e áudios, apenas para melhorar o

esclarecimento de alguns itens.

O mesmo acontece nas itinerantes, só diferindo na montagem do MHN.379, onde a

quantidade de textos é um pouco maior e o uso de vídeos acontece em quase todos os

núcleos.

Em um segundo momento, acompanhando a seqüência lógica do roteiro,

observamos as questões relativas às linguagens da exposição aplicadas nos espaços

selecionados.

2.1 Elementos concretos da exposição como exemplo de linguagem

Neste caso, mesmo nas exposições permanentes, pouco encontramos em

comum. Isso se dá porque o elemento citado é uma particularidade do tema proposto. No

MAST80 encontramos elementos que necessitam da participação do visitante para

completar a informação. No MHN.181, linguagem cenográfica representando uma esquina

de rua onde estava instalada a farmácia, com o espaço de venda em ambientação e

também uma montagem do espaço de manipulação. Já no MT82 são utilizados recursos

de imagens, luz, sons e tecnológicos. No MLP.183 a utilização de projeção, painel com

linha do tempo, mapa da língua onde é possível escutar os diversos sotaques e

expressões de todo o território nacional; totens de consulta de temas específicos e mesas

sensíveis para atividades com as palavras.

O mesmo acontece com as exposições temporárias, no MAB84 o espaço de

chegada traz a sensação de isolamento para, em seguida, passar pelos jardins verticais

em um excelente contraste, seguindo pelo setor de insetos, com projeções nas paredes

e nas divisórias de tecido; setor de pesquisa com vários computadores que dão acesso

às informações, linha do tempo com uma tela móvel destacando a informação e sistema

de áudio; e dos dinossauros, com réplicas, fechando com o setor muito criativo do

78 MT | Museu das Telecomunicações 79 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 80 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 81 MHN. 1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 82 MT | Museu das Telecomunicações 83 MLP. 1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 84 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

imaginário popular. No MLP.285, elementos cenográficos representando uma casa com

seus elementos de morar, destacando os espaços e temas abordados na obra do autor,

e a aplicação de textos pontuam o circuito. No MHN.286, ambientações e elementos

representando a saída da corte de Portugal às pressas assim como as velas com textos

aplicados, a montagem do trono e a projeção na estátua de D. Pedro I declarando a

independência.

Nas exposições itinerantes não seria diferente; na PESP87 a apresentação do

acervo em uma seqüência de módulos que criam espaços similares é um resultado

natural desta proposta de exposição que deverá itinerar por outros espaços. No CCBB

RJ88 o conjunto é de grande dramaticidade, embora composto de elementos simples

promove um grande envolvimento do visitante com a obra. No MHN.389 utilizam-se

painéis e muitos vídeos para situar os visitantes no tema.

2.2 Linguagem dominante na exposição

Da mesma maneira que o item anterior, nas exposições permanentes a linguagem

é específica para cada exposição. No MAST90 a linguagem empregada é didática; com

desenhos atraentes e simplicidade nos elementos interativos e nos textos conta com a

participação do visitante para que o conceito seja entendido. No MHN.191 a linguagem é

cenográfica, representando uma edificação em uma rua com o espaço de atendimento e

a visualização do setor de manipulação da farmácia. No MT92 a linguagem utiliza

elementos cenográficos, buscando envolver o visitante, porém sem que com isso se

desvie sua atenção. O emprego de recursos tecnológicos é suficiente, um meio utilizado

para veicular os conteúdos propostos.

O mesmo acontece nas exposições temporárias. No MAB93 encontramos uma

linguagem informativa e cenográfica, com elementos que fazem alusão ao sítio

paleontológico, com projeção de imagens, mantendo um movimento constante no

espaço. No MLP.294 a linguagem predominante é cenográfica, representando os espaços

da casa e da rua. Trabalha com a participação do visitante quando é necessário abrir

portas, ligar o forno, abrir a geladeira; assim como se colocar na frente de um espelho

85 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 86 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 87 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 88 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 89 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 90 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 91 MHN. 1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 92 MT | Museu das Telecomunicações 93 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 94 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

para que a frase se complete e seja lida, ou através de sombras coloridas produzidas

pela sua presença na frente de um suporte com texto, para que seja possível perceber

que os brasileiros vêm de uma mistura de raças. No MHN.295, por sua vez foi aplicada a

linguagem informativa através de vitrines e cenografias pontuais para reforçar o conteúdo

informado.

Da mesma maneira, as exposições itinerantes têm sua linguagem específica para

cada conteúdo. Na PESP96 utilizou-se uma ambientação de biblioteca, enquanto os

outros núcleos trabalharam a proposta de vitrines. No CCBB RJ97 foi adotada a

linguagem cenográfica, dando um interessante tom dramático que leva a um grande

envolvimento do visitante com a obra. E no MHN.398 a linguagem predominante é

informativa, utilizando o acervo, painéis explicativos, imagens, textos e legendas. E

aplica também a linguagem cenográfica, criando o cenário da sala e a ambientação da

viagem de Darwin.

2.3 Códigos

Este item tão importante vem sendo pensado com muito cuidado na elaboração

das exposições. E, neste caso, independe de duração, de proposta e de materiais, todas

devem ser analisadas da mesma maneira. Ou seja, MAST99 é bastante compreensível

em função de seu formato didático e do uso de uma linguagem de entendimento possível

para os visitantes. No MHN.1100 é clara de entendimento possível para os visitantes. No

MT101 o código é claro existindo, porém, a necessidade de busca e leitura em alguns

setores. No MLP.1102 os códigos são claros, porém há a necessidade de intervenção pelo

visitante para que se obtenha a informação. No MAB103 o código se apresentava bastante

claro, contudo para os visitantes que têm um mínimo de informações a respeito do

assunto, a percepção da montagem fica mais marcada. Mesmo assim a linguagem

permitia que o visitante sem o conhecimento prévio apreendesse seu conteúdo. O

MLP.2104 tinha seus códigos claros, porém seria mais marcante para os visitantes que

possuíam certo conhecimento prévio. Já no MHN.2105, o código é bastante claro. O que já

95 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 96 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 97 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 98 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 99 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 100 MHN. 1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 101 MT | Museu das Telecomunicações 102 MLP. 1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 103 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 104 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 105 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

não acontece com a PESP106, que pressupõe um entendimento um pouco mais

abrangente. O especial espaço do CCBB RJ107 analisado aqui trabalhava mais com os

códigos sensoriais do que com um conhecimento prévio. Mas, com um conhecimento

prévio, a vivência se potencializava. Em MHN.3108 o código é bem claro como muitas

representações que auxiliam o entendimento.

2.4 Objetos expostos

As exposições utilizam objetos originais e objetos didáticos, assim como réplicas

para manuseio. Este também não é um item que receba alguma interferência como

duração ou materiais empregados. Resumidamente, podemos dizer que todas as

exposições observadas possuíam objetos originais, variando apenas na quantidade.

Foram verificados objetos didáticos em algumas e também a relação entre os objetos,

imagens e textos se apresentou bastante equilibrada em todas.

2.5 Realidade fictícia predominante da exposição

Aqui também se pode observar o conjunto sem nenhuma diferenciação. Em todos

os casos selecionados a proposta era muito clara, sendo possível para a grande maioria

das pessoas entenderem o conjunto e seu significado. Mesmo que em momentos

pontuais venha a ser necessário recorrer às informações textuais para complementar o

entendimento.

2.6 Elementos cenográficos

Este recurso dificilmente abrange todo o espaço da exposição, mas complementa

naturalmente a informação. É um recurso extremamente didático, promovendo o

entendimento imediato. Porém, ele também não tem uma relação direta com a duração

das exposições. No entanto, no MHN.1109 é a remontagem do conjunto original; sua

aplicação estrutura a informação e demonstra ser suficiente para o fim esperado. No

MAST110 a aplicação suficiente de recursos cenográficos para composição estrutura a

informação. No MAB111 a plena aplicação de recursos utilizados nas cenografias cria a

ambiência para o tema compondo com a informação. No MLP.2112 a implantação, com o

106 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 107 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 108 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 109 MHN. 1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 110 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 111 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 112 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

auxílio dos elementos cenográficos, busca levar o visitante por um passeio na intimidade

das lembranças comparáveis a flashes apoiados pelas frases e textos. Assim como no

MHN.2113 a aplicação pontual e suficiente de recursos cenográficos para composição

estrutura a informação; vale também para a PESP114, para o CCBB RJ115 e MHN.3116.

2.7 Linguagem intencional da exposição

Observando a partir da forma como o discurso é feito na exposição, independe

também da duração ou outro fator qualquer que pressuponha a qualidade dos materiais e

elementos presentes nas exposições. Encontramos no MAST117 uma linguagem didática

e informativa, envolvendo o visitante, levando-o a pensar. No MHN.1118 a linguagem é

informativa; a estratégia conduz o visitante a observar o espaço de manipulação através

da ‘janela’ onde se encontra a legenda informativa, que complementa a informação. No

MT119 a linguagem é informativa e tem como estratégia o hipertexto que leva o visitante a

novas descobertas a cada visita. No MLP.1120 a linguagem é também informativa, a

estratégia leva o visitante a buscar informações nos computadores. No MAB121 a

exposição era informativa com uma estratégia que conduzia o visitante a percorrer o

espaço observando os objetos e buscando a informação complementar nas legendas.

Também no MLP.2122 a linguagem é informativa, porém através da emoção da percepção

da casa de lembranças. A estratégia empregada leva o visitante a observar a intimidade,

o interior das gavetas, armários, malas, geladeiras, encontrando ali uma referência

preciosa como um documento, fotografia ou pensamento, complementando a informação

nos textos e legendas. No MHN.2123 a linguagem é informativa e tem como estratégia

levar o visitante a observar desde o fato gerador até a conseqüência. O esclarecimento

para o visitante da mudança e do impacto que esta mudança provocou fica claro não

apenas nos textos, mas no vídeo e na forma como os objetos estão expostos. Na

PESP124 a exposição apresentou linguagem informativa através de objetos e textos. No

CCBB RJ125 a linguagem é emocional e a estratégia empregada leva o visitante a sentir-

113 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 114 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 115 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 116 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 117 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 118 MHN. 1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 119 MT | Museu das Telecomunicações 120 MLP. 1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 121 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 122 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 123 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 124 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 125 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

se envolvido pela cor presente e conduzindo o foco de interesse diretamente para o

objeto exposto. No MHN.3126 a linguagem é basicamente informativa, mas tem um viés

emocional. A estratégia leva o visitante a acompanhar, em uma seqüência temporal, os

fatos marcantes que levaram o cientista a partir em viagem e desenvolver a sua teoria.

Na continuação, o projeto traz o visitante para a intimidade do seu espaço de trabalho.

No terceiro item, ainda acompanhando a seqüência lógica do roteiro, observamos

as questões relativas à percepção na exposição aplicadas nos espaços selecionados.

3.1. Intenção geral da exposição

Nas exposições selecionadas foi possível perceber as seguintes intenções gerais.

No MAST127 foi entendida como Informar sobre o assunto através de textos, imagens,

maquetes, levando o visitante a interagir com os objetos de maneira lúdica e, com isso,

completar o entendimento da informação proposta. No MHN.1128 informar sobre o

assunto através da cenografia, textos e imagens completando o entendimento. No MT129

informar através da cenografia, textos, imagens e vídeos completando o entendimento.

Por se tratar de um assunto muito amplo, o tratamento de hipertexto dado na montagem

leva a nova visita. No MLP.1130 é perceptível a intenção de informar sobre o assunto

através de vídeos, áudios, textos e imagens, completando o entendimento. No MAB131,

assim como no MLP.2132, MHN.2133, PESP134 e MHN.3135 havia clara e em comum a

intenção bastante perceptível de informar sobre o assunto através da cenografia, textos e

imagens, completando o entendimento. E no CCBB RJ136 a intenção percebida foi de

promover um deslocamento do visitante para um universo particular, onde a articulação

observador/obra se completa.

3.2. Temas, mensagem, intenção da exposição

Itens comuns a todos os tipos de exposições; no MAST137 o tema é claro e a

mensagem é afirmativa, mas necessita de apoio de informação através de textos e

126 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 127 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 128 MHN. 1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 129 MT | Museu das Telecomunicações 130 MLP. 1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 131 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 132 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 133 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 134 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 135 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 136 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 137 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

legendas. No MHN.1138 o tema é absolutamente claro e a mensagem afirmativa. O

mesmo acontece no MT139 com o seu tema claro e mensagem afirmativa, porém

necessitando de consulta em alguns momentos. No MLP.1140 o tema é claro com

mensagem afirmativa, porém as informações necessitam de consulta. Assim segue pelas

exposições do MAB141, MLP.2142 e no CCBB RJ143 . No MHN.3144 o tema é também claro

com mensagem afirmativa, mas, por se tratar de um tema que necessita de uma

seqüência de pequenas explicações para que o entendimento seja o mais amplo possível

por parte dos visitantes, a cada novo núcleo se percebe um nicho de informações.

3.3. Exposição como um todo

Este item foca mais a percepção do conjunto da exposição; na do MAST145 as

imagens são coerentes com os textos (em volume e síntese) e os objetos propostos, os

recursos utilizados ilustram e colaboram bastante para o entendimento do seu conteúdo.

No MHN.1146 a proporção entre textos e objetos é coerente; a iluminação valoriza os

elementos do conjunto e cria a ambiência. No MT147 a proporção entre objetos, textos e

vídeos é coerente, a iluminação marca os pontos importantes e a possibilidade de

aprofundamento nos conteúdos propostos. No MLP.1148 o conjunto é bastante

estimulante para a pesquisa e busca de informações sobre o tema; a aplicação da

tecnologia é bastante equilibrada e está colocada para o atendimento das necessidades

da exposição, sem excesso. No MAB149, por sua vez, a proporção entre textos e objetos

era bem equilibrada e o recursos cenográficos utilizados se mostraram bastantes para o

entendimento da proposta. Na exposição do MLP.2150 ficou perceptível a coerência na

proporção e distribuição dos elementos no espaço, assim como os textos e objetos, e o

manuseio dos mesmos. Os recursos cenográficos utilizados se mostram bastantes para o

entendimento da sua proposta. Na PESP151 pudemos observar coerência na proporção

entre os textos e objetos, o recurso cenográfico utilizado colabora bastante para o

138 MHN. 1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 139 MT | Museu das Telecomunicações 140 MLP. 1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 141 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 142 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 143 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 144 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 145 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 146 MHN. 1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 147 MT | Museu das Telecomunicações 148 MLP. 1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 149 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 150 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 151 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

entendimento do tema. Já na sala observada na exposição montada no CCBB RJ152 foi

possível se perceber uma proporção bem interessante entre sala e acervo e a aplicação

de pequeno texto, bem resumido, em cor bastante discreta, sem chamar atenção. A

iluminação se torna, neste caso, um elemento fundamental para o efeito conseguido. O

resultado, mais do que o entendimento da proposta de ser um espaço que fala de amor,

é um espaço onde o envolvimento, através dos elementos que o compõem, levava a uma

grande emoção. No MHN.3153, encontramos também uma coerência entre textos,

imagens e vídeos e a construção do espaço é bastante interessante como proposta de

circulação; podemos dizer que o acervo e a aplicação das informações também estavam

suficientes e as cores e a luz compunham o ambiente em um resultado bastante

harmonioso.

Finalizando, mantendo a seqüência lógica do roteiro, observamos as questões

relativas à impressão dos espaços selecionados.

4.1 Impressão geral

Neste item, fizemos uma observação da impressão inicial e da impressão final da

visita. Inicialmente, no MAST154 foi percebida como um espaço interessante que leva a se

querer observar detalhadamente os objetos e informações, e no final, como sendo uma

exposição bastante criativa e elaborada, com um conteúdo abrangente e claro. Que

responde com muita eficiência as questões propostas. No MHN.1155 inicialmente se

percebeu o espaço como bastante atraente que leva a se querer vivenciar e observar

mais detalhadamente; ao final, foi possível dizer que se trata de uma exposição bastante

criativa e elaborada, recriando os espaços a partir da rua, fazendo com que o visitante se

torne um passante curioso. No MT156, ao entrar temos uma sensação agradável trazida

pela qualidade da iluminação e o espaço é bastante criativo e interessante; percebe-se

que existe a necessidade de consulta para obter informações mais detalhadas. Ao final

pode-se acrescentar que é uma exposição bastante criativa e elaborada. Porém, tem-se

a sensação de que ficaram muitas informações não acessadas e que seriam necessárias

mais algumas horas para que isso pudesse ser feito. O que deixa uma impressão de que

faltou algo para se completar o conjunto de informações. No MLP.1157 a impressão inicial

é de um espaço bastante diferenciado que leva o visitante a querer observar com mais 152 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 153 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 154 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 155 MHN.1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 156 MT | Museu das Telecomunicações 157 MLP.1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

detalhe os objetos e informações e, no final, constata-se que é uma exposição bastante

criativa e elaborada. Sua estratégia leva o visitante a buscar informação e com isso

passar por vários conteúdos, acrescentando assim mais informações sobre o tema.

Na exposição do MAB158 a impressão inicial era de deslocamento espacial a partir

das estratégias aplicadas, trazendo um impulso para se vivenciar todos os espaços e, ao

final, a impressão era de uma exposição bastante elaborada, com espaços criados

buscando fazer alusão ao sítio paleontológico da Chapada do Araripe. A variedade do

acervo em conjunto com a forma da informação conduz o visitante a vivências e

descobertas sobre o tema. No MLP.2159 a impressão inicial era de um espaço bastante

interessante que levava o visitante a querer observar com mais detalhe os objetos e

informações; ao final a impressão era de uma exposição bastante criativa e elaborada.

Por se tratar de um tema desafiador para uma montagem, o conjunto de soluções

empregadas é muito interessante. A exposição foi toda trabalhada pontuando a emoção

no visitante. A montagem recria espaços em que o visitante entra na intimidade das

lembranças e pensamentos do autor. A exposição montada no MHN.2160 inicialmente nos

trazia também a impressão de um espaço que foi trabalhado com criatividade e oferecia

muitas informações para os visitantes; ao final resultou a impressão de uma exposição

criativa e elaborada, criando marcos pontuais para contextualizar o visitante a fim de que

o entendimento seja natural. As informações são suficientes para entender a exposição,

no entanto abre espaço para um aprofundamento no tema através de outros recursos.

A impressão inicial que se teve na PESP161 foi de um espaço criado com uma

linguagem comum e um grande número de informações para se observar. Ao final,

confirmando a impressão inicial, constatava-se ser uma exposição bastante elaborada,

com uma grande quantidade de informação. No CCBB RJ162a impressão inicial foi de

envolvimento pelo espaço levando a querer permanecer na atmosfera criada e ficar

observando tudo com mais detalhe. Ao final a impressão foi de uma sala incrivelmente

criativa, onde uma reduzida quantidade de elementos gerou um fantástico efeito. O

acervo era realmente o centro desta sala, mas a emoção que o conjunto gerou ia muito

além. A aplicação correta em medida e qualidade dos recursos tecnológicos e de

montagem criou uma atmosfera de imersão e deslocamento do conjunto da exposição.

Esta sala se bastava como exposição, sem necessitar de mais contextos e explicações.

158 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 159 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 160 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 161 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 162 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

Foi o encontro da plena emoção com o objeto exposto. A impressão inicial da montagem

do MHN.3163 foi de um espaço versátil com muitas surpresas, e ao final foi de um

conjunto bem elaborado com aplicação de recursos como vídeos e terminais de consulta,

na medida correta. É uma exposição extensa, com muita informação; no entanto ela se

desenvolve com clareza em uma seqüência lógica que permite uma assimilação de seu

conteúdo naturalmente.

4.2 Outros visitantes

A percepção da qualidade dos espaços de exposições pode ser observada

através do comportamento dos outros visitantes, porém nas exposições permanentes o

número de visitantes tende a ser um pouco menor do que nos outros casos, salvo as

visitas de grupos. No MAST164 encontrei visitantes bastante curiosos e atentos a todos os

objetos e instrumentos, em uma movimentação silenciosa, apenas com pequenos

comentários. No MHN.1165 havia visitantes observando, em um movimentação silenciosa.

No MT166 observei visitantes bastante curiosos e atentos a todos os objetos e

instrumentos, em uma movimentação curiosa, com comentários. No MLP.1167 os

visitantes estavam bastante curiosos e atentos a todos os módulos de interesse, em uma

movimentação bastante ativa e com muitos comentários.

O comentário feito anteriormente fica bem próprio quando observamos uma

exposição temporária. A exposição do MAB168 tinha visitantes muito curiosos e atentos a

todos os objetos, fazendo consultas, em uma movimentação bastante ativa, animada,

com muitos comentários. No MLP.2169 os visitantes estavam também muito curiosos e

atentos a todos os objetos e instrumentos, em uma movimentação atenta e curiosa

pontuada por muitos comentários. A exposição do MHN.2170 tinha seus visitantes

animados e atentos a todos os objetos e instrumentos, em uma movimentação bastante

ativa, com muitos comentários e curiosidade. Neste caso, pude vivenciar no final da

exposição, no espaço da representação da declaração de independência, grupos de

escolares batendo palmas, o que demonstra o quanto a exposição atingiu seu objetivo

através da emoção.

163 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 164 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 165 MHN.1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 166 MT | Museu das Telecomunicações 167 MLP.1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 168 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 169 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 170 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

O mesmo acontece com as exposições itinerantes. Na PESP171 os visitantes

estavam atentos aos objetos e instrumentos em uma movimentação silenciosa, com

poucos comentários. No CCBB RJ172 os outros visitantes estavam silenciosos, alguns

tomados pela mesma emoção e arrebatamento, sem fazer comentários; outros

efetivamente passavam sem sequer olhar para a escultura; entenderam como uma saleta

de passagem apenas. No MHN.3173 eles estavam bastante curiosos, fazendo muitos

comentários, observando atentamente os módulos expositivos, formavam um conjunto

em uma movimentação curiosa.

4.3 Efeitos posteriores

Para a avaliação deste item é preciso um grande deslocamento, procurando ver o

resultado nos outros visitantes, mesmo assim deve-se levar em conta o tipo das pessoas

presentes durante a visita. No MAST174 o efeito foi de calma e satisfação e constatação

de que a exposição atestou e expandiu conhecimento. No MHN.1175 foi também de calma

e satisfação; em um caso despertou memórias e expandiu conhecimento. No MT176 foi de

animação, satisfação e constatação de que a exposição atestou ou expandiu

conhecimento. No MLP.1177 o efeito foi de tranqüilidade e muita satisfação e também a

constatação de que a exposição atestou ou expandiu conhecimento. No MAB178 o efeito

foi de muita satisfação e agitação, este caso também atestou e expandiu conhecimento.

Já a do MLP.2179 trouxe um efeito de calma, satisfação plena e surpresa com o resultado

e o conjunto, em função do tema, também atestou e expandiu conhecimento. Na

exposição do MHN.2180o efeito foi de alegria, satisfação; também atestou e expandiu

conhecimento. Na PESP181 o efeito foi de calma e expansão de conhecimento. No

entanto a do CCBB RJ182 provocou uma grande emoção e perturbação, que trouxe muito

satisfação. E, finalmente, a do MHN.3183 trouxe um efeito de calma e satisfação e

também atestou e expandiu meu conhecimento.

171 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 172 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 173 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo 174 MAST | Museu de Astronomia e Ciências Afins | Quatro cantos de origem 175 MHN.1 | Museu Histórico Nacional | Farmácia Teixeira Novaes 176 MT | Museu das Telecomunicações 177 MLP.1 | Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente 178 MAB | Museu de Arte Brasileira | Ciências da Terra, Ciências da Vida 179 MLP.2 | Museu da Língua Portuguesa | Gilberto Freyre, intérprete do Brasil 180 MHN.2 | Museu Histórico nacional | Um novo mundo Um novo Império, a corte portuguesa no Brasil 181 PESP | Pinacoteca do Estado de São Paulo | Laboratório do mundo: Idéias e saberes do séc XVIII 182 CCBB RJ | Centro Cultural Banco do Brasil, RJ | Paris 1900 183 MHN.3 | Museu Histórico nacional | Darwin descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo

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Capítulo III | A caixa de surpresas... uma festa dos sentidos Visitando a exposição

É importante lembrar que este levantamento não tem o propósito de avaliar

quantitativa ou qualitativamente os resultados. Os dados obtidos nesta pesquisa são da

ordem da percepção, o que tende a ser uma avaliação individual. Porém o questionário

base para este levantamento se propõe a ser impessoal, focando buscar resultados

concretos, possíveis de serem constatados. Os pontos analisados aqui vêm da

observação de itens importantes no conjunto das exposições. As exposições são

mediadoras do conhecimento e a observação da qualidade desta mediação através dos

visitantes se mostra fundamental.

A partir do conjunto de exposições selecionado, fiz uma observação de pontos

importantes em cada uma delas, reunindo e comparando os resultados. As análises e

considerações a respeito desta pesquisa serão abordadas na próxima seção, nas

considerações.

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CONCLUSÃO

Entrar sentir, perceber

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Considerações | Entrar sentir perceber…

Entrar, sentir, perceber...

Considerações A preocupação em buscar um delicado equilíbrio no projeto das exposições entre a

arquitetura do espaço e os objetos e seu conteúdo é um fator fundamental. Os elementos que

contextualizam os objetos não devem ser os protagonistas, mas apenas uma aplicação

moderada de elementos e recursos auxiliares.

O universo de possibilidades nos leva a uma difusa percepção dos limites. O projeto de

exposição nos permite trabalhar uma vasta gama de elementos visando à sensibilização do

visitante. Espaço, forma, luz e cor contribuem para desenvolver a percepção dos fatos fazendo

com que a leitura venha a ser uma história interessante. O controle da técnica deve atuar de

maneira a afetar o visitante nos planos emocional, físico e educacional (cognitivo). É a partir

deste tipo de experiência que se dá o entendimento das informações. Este espaço construído

é de vivência emocional e descoberta racional onde os estímulos visuais levam à

compreensão da narrativa proposta, percebendo sempre as diferenças culturais, temporais e

espaciais para cada novo projeto. É necessário, portanto, que se avalie constantemente o

conjunto para definir melhor os contornos do campo a ser trabalhado e, dentro de uma

atmosfera sensível, se elabore o projeto.

Conforme os objetivos propostos para este trabalho, selecionei várias exposições.

Estas, como vimos, apresentam vários tipos no aspecto formal e uma forma de classificá-las é

em relação a sua forma e ao tempo de duração, por exemplo: exposições permanentes,

temporárias, itinerantes, pequenas que podem caber em uma maleta de viagem ou em uma

caixa de que podem ser desembaladas e organizadas em qualquer espaço como uma

exposição imediata. Os estudos de caso aqui apresentados foram selecionados a partir da sua

duração, abrangendo as exposições permanentes, temporárias e itinerantes.

Tratando-se das especificidades das exposições permanentes1, como mencionado, têm

estabilidade no museu e sua duração é maior. Sua composição pode ser alterada para

pesquisa ou participação em uma exposição temporária. Requer uma previsão de duração

1 Segundo Belcher, na época vitoriana, quando um grande número de museus foi criado, parece que pensavam exposições

como permanentes pela forma em que se colocavam as vitrines nos edifícios, segundo ele parecia que estavam para durar o quanto durasse o edifício. BELCHER, Michael. Organización y diseño de exposiciones, su relación com el museo. Ediciones Trea Gijón, 1991. p. 59.

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Considerações | Entrar sentir perceber…

para determinar os materiais e equipamentos na sua montagem. As observadas que se

encaixam neste perfil foram: Museu de Astronomia e Ciências Afins no Rio de Janeiro, a sala

com a reconstituição da Farmácia Teixeira Novaes no Museu Histórico Nacional no Rio de

Janeiro, Museu das Telecomunicações no Rio de Janeiro e Museu da Língua Portuguesa em

São Paulo.

As exposições temporárias divergem das primeiras apenas no tempo2, porque também

podem ser subdivididas em curto, médio e longo prazo. Para tanto também necessitam da

determinação do tempo de duração, para que se especifiquem os materiais e equipamentos

compatíveis. As exposições deste tipo observadas foram: “Ciências da Terra Ciências da Vida,

Chapada do Araripe” no Museu de Arte Brasileira (FAAP), em São Paulo; “Gilberto Freyre,

intérprete do Brasil”, no Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, e “Um novo mundo um

novo Império, a corte portuguesa no Brasil” no Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro.

Já as exposições itinerantes são recortes temáticos ou de coleções, criados para serem

montadas em diferentes museus. Muito embora grande parte delas necessite de adaptação

física nos diferentes espaços, mesmo assim mantêm o seu núcleo conceitual intacto. Em

outros casos são elaboradas criando sua própria estrutura, facilitando o acondicionamento e a

montagem nos muitos espaços selecionados. As exposições observadas com este perfil foram:

“Laboratório do mundo: idéias e saberes do séc XVII”, montada na Pinacoteca do Estado de

São Paulo em São Paulo, sala das buscas espirituais da exposição “Paris 1900” montada no

Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro e “Darwin, descubra a teoria revolucionária

que mudou o mundo” no Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro.

As exposições permanentes receberam um tratamento bastante diferenciado das

outras. Elas trazem a sensação de estabilidade em função dos materiais aplicados, dos

partidos adotados e do conjunto. Espacialmente ocupam áreas generosas dentro dos museus

e o tratamento dado aos elementos físicos espaciais, tais como acesso, salas, circulações e

outros, reflete sua característica de estabilidade. A preocupação com a percepção na

elaboração e manutenção dos projetos é visível nestes espaços. As demais questões relativas

ao espaço tais como suportes, iluminação, elementos de informação apresentavam detalhes,

estruturação e aplicação de materiais coerentes com sua proposta de duração.

Foi possível verificar também que as exposições temporárias permitiram uma maior

intervenção no espaço físico dos museus. Novas paredes foram implantadas direcionando a

circulação, criando novos espaços. Estes eram muito particulares porque sua forma e aspecto

permaneceram apenas o tempo de duração da exposição. Equipamentos sofisticados de

2 BELCHER, Michael. Organización y diseño de exposiciones, su relación con el museo. Ediciones Trea Gijón, 1991. p. 63.

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Considerações | Entrar sentir perceber…

iluminação e multimídia, os vídeos, as projeções os computadores e outros tipos de tecnologia

foram empregados. Materiais que necessitam de uma conservação constante, como o jardim

vertical de Patrick Blank, painéis verticais de acrílico também foram encontrados . Por outro

lado os equipamentos como armários, portas, gavetas, geladeiras e microondas, não tão

sensíveis, mas recebendo uma movimentação diária e constante em uma duração longa,

podem apresentar problemas.

Constatei nas exposições itinerantes uma preocupação com os elementos visuais, com

a conservação do acervo, com a elaboração dos textos e montagem. Eles notadamente

consistiam em dois tipos de propostas. Na primeira ficava clara a sua concepção para

itinerância. Painéis desmontáveis, cobrindo uma estrutura metálica, equipamentos de

iluminação acoplados ao conjunto e a possibilidade de criar o espaço expositivo a partir da sua

montagem. O conjunto tinha características de projeto elaborado para facilitar a instalação,

desmontagem e acondicionamento para o transporte. Os outros casos possuíam

características comuns, os espaços eram totalmente construídos e moldados para o local

específico da exposição. Conseqüentemente, os elementos aplicados seriam reestruturados a

cada nova montagem. Isso determina uma releitura da proposta, porque dificilmente as salas

teriam o mesmo impacto. Seria uma nova leitura, um novo impulso, mesmo utilizando os

mesmos recursos das outras montagens. A montagem de Paris 1900 em São Paulo não pode

contar com a sala observada nesta pesquisa, teve uma nova proposta, mas que não foi

avaliada neste trabalho. Darwin contava com ambientações, cenografias, vitrines e painéis

informativos que se mantinham. Mas a implantação, circulação, luz e outros elementos

variaram conforme o espaço.

Ainda dentro da proposta da pesquisa, busquei observar as diversas linguagens

utilizadas nas exposições selecionadas. Assim como uma língua, os elementos têm que

combinar, ter uma idéia, um fio condutor; mas esta idéia pode ser veiculada de diversas

maneiras e com diversos enfoques e tons. O código utilizado pode ser leve ou sombrio, tudo é

uma escolha, os objetos, a linguagem e a forma de abordagem. A experiência emocional, a

beleza e o conhecimento têm sido por muito tempo tema de discussões sobre exposições. Ao

longo das leituras encontrei menção aos temas em textos mais antigos.

O visitante entra, se emociona e depois, lê. Mas existe um espaço entre as duas coisas

e a linguagem adotada na exposição contribui para que a emoção seja maior ou menor.

Conseqüentemente o espaço desde entrar, se emocionar e a leitura pode ser maior ou menor.

Outro forte elemento da linguagem das exposições são os vazios que fazem as marcações de

leitura e valorizam um item ou outro.

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Considerações | Entrar sentir perceber…

A aplicação da linguagem não verbal foi percebida em todas as exposições

observadas. A aplicação de cores, luzes, ritmos, movimentos e outros elementos

transformavam o espaço. Criavam realidades fictícias que davam suporte s informações,

muitas vezes com apoio de ambientações e cenografias. O exemplo mais forte é o da

remontagem da Farmácia no Museu Histórico Nacional, uma montagem cenográfica com

elementos originais. Por outro lado a exposição do Museu de Arte Brasileira trabalhava na

linha tênue entre o acervo original, montagens de estudo de espécimes e a representação

popular do tema.

Em todas as exposições visitadas foi possível localizar um elemento fundamental do

espaço. Eles variavam entre a linearidade do Museu da Língua Portuguesa, a didática através

das ambientações do Novo mundo novo Império, do Museu Histórico Nacional e a total

imersão na sala integralmente vermelha, das Buscas Espirituais, com apenas um objeto e dois

focos de luz, do Centro Cultural Banco do Brasil RJ.

Da mesma maneira, foram detectados elementos concretos que marcavam as

linguagens das exposições. Encontramos desde a sala com os conceitos de universo da idade

média do Museu de Astronomia; a esfera que recebe projeções como um globo no Museu das

Telecomunicações; a estratégia da possibilidade de observação do espaço de manipulação da

Farmácia no Museu Histórico Nacional; o grande painel com informações e movimento na

Grande Galeria do Museu da Língua Portuguesa; o movimento presente pelas projeções por

todo o espaço e pelo equipamento da linha do tempo no Museu de Arte Brasileira; as gavetas,

armários e guardados na intimidade de Gilberto Freyre; a curiosidade do encontro com os

objetos e pertences reais, no Museu Histórico Nacional; a surpresa do contraste entre

instrumentos antigos e um entorno contemporâneo, na Pinacoteca do Estado de São Paulo; o

total envolvimento na sala onde o foco da atenção e emoção estavam no objeto exposto, no

Centro Cultural Banco do Brasil RJ e a cenografia da sala de Darwin na transição do momento

das pesquisas para o momento da produção no Museu Histórico Nacional.

Os exemplos citados são um pequeno resumo dos elementos de linguagem nas

exposições visitadas. É possível localizar um elemento geral para toda a exposição, assim

como um elemento para cada núcleo de interesse, todos dentro da linguagem escolhida.

Uma exposição é então uma interação em um espaço entre pessoas, forma e

conteúdo, objetos e meios para a experiência emocional e o conhecimento. As várias

linguagens adotas são resultado do equilíbrio entre a dimensão da arte e criação com a função

e a comunicação. As intervenções nos espaços criam universos especiais para deslocar o

visitante espacial e temporalmente, focando apenas no tema. E esta relação das pessoas com

os objetos e o espaço é definitivamente a magia desta atividade.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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ANEXOS

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109

Anexo I | Levantamento das exposições Tópicos para observação das exposições

Tópicos utilizados para a observação das exposições1:

1. Espaço

1.1. Conjunto: impressão geral Busca observar a sensação que o conjunto produz

1.2. Elementos físicos constitutivos do espaço Observação detalhada de alguns itens

1.2.1. Entrada | acesso à exposição • visível • convidativo • difícil

1.2.2. Elementos do espaço físico • salas: existentes | criadas • paredes: existentes | construídas • pisos: unidade | delimitador • tetos: visíveis | suporte para equipamentos • janelas | passagens

1.2.3. Circulação generosa | suficiente | estreita

1.2.4. Acústica pensada | boa | interferência

1.2.5. Equipamentos de segurança visíveis | interferência

1.3. Elementos constitutivos da percepção do espaço Observação do espaço em um primeiro olhar

1.3.1. Atmosfera, ambiência

1.3.2. Organização do espaço • pode ser lido com o olhar ao entrar • sucessão de salas e ambientes

1.3.3. Espaço aberto

1 Originalmente foi utilizado um questionário elaborado pela autora para este trabalho. Porém, o mesmo foi reformulado

baseado no questionário apresentado pelo prof. Martin Scharer em aulas da disciplina Teoria da Exposição PPG-PMUS UNIRIO ,março de 2008.

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110

Anexo I | Levantamento das exposições Tópicos para observação das exposições

1.3.4. Elementos fundamentais, chave possível perceber objetos e elementos chave

1.4. Circuito: Percurso dos visitantes O percurso é importante na leitura de algumas exposições

• obrigatório • recomendado, • sugerido ou • não estruturado

1.5. Iluminação: Da sala e dos objetos individualmente

• mista • artificial • recursos para bloquear a luz natural

1.6. Cores Dá o clima, ambiência desejada ao espaço

1.7. Suportes | mobiliário De grande importância por ser uma interferência direta no espaço

• painéis • praticantes • bases • dioramas

1.8. Elementos de informação: Volume e interferência, sinais intencionais

• textos e legendas • painéis e imagens • vídeos • computadores para consulta • interatividade

2. Linguagens da exposição Elementos empregados que definem sua linguagem

2.1. Conjunto: impressão geral

2.2. Elemento concreto da exposição como um exemplo de linguagem

2.3. Linguagem dominante na exposição: • estética • didática • teatral • associativa • óbvia • confusa • misturada

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111

Anexo I | Levantamento das exposições Tópicos para observação das exposições

• sem definição, necessitando leitura de ajuda

2.4. Código: Relação entre o código dos exibidores e o dos visitantes (a exposição é compreensível?)

• convergência • divergência

2.5. Objetos expostos • objetos originais | museália • objetos didáticos • relação entre exposição e textos, gráficos, recursos audiovisuais

2.6. Realidade fictícia predominante da exposição: • clara, • transparente • pouco clara

2.7. Elementos cenográficos - sinais intencionais Utilização de recursos cenográficos para composição

• aplicação suficiente • exageros • interferências • global da cena: estruturada, confusa

2.8. Intenção geral da exposição: • didática, informativa • moralista • agradar o visitante • para que o visitante se sinta envolvidos • para confirmar ou abalar idéias • para fazer o visitante pensar

3. Percepção da exposição O que é percebido, não explícito

3.1. Intenção geral da exposição: • aparente • reconhecível • pouco claro

3.2. Tema, mensagem, intenção da exposição: • afirmativa (como) • imediatamente visíveis • confuso

3.3. Exposição como um todo: • denotações • conotaçõe

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112

Anexo I | Levantamento das exposições Tópicos para observação das exposições

4. Impressão geral Observação e comparação entre as duas impressões

• inicial • final

4.1. Outros visitantes: • indiferentes • aborrecidos • cansados • irritados • falantes

4.2. Efeitos posteriores: • aborrecido | indiferente | pensativo • calmo | passivo | perturbado • satisfeito | confirmação | contrariado • abalado | espantado • despertou memórias • atestou ou expandiu conhecimento • incitado a discussão

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Anexo I | Levantamento das exposições Projeto Quatro Cantos de Origem - MAST

1. Museu de Astronomia e Ciências Afins | MAST

Exposição permanente que faz parte do Projeto Quatro Cantos de Origem, montada

em salas no piso de distribuição da entrada principal do museu Endereço: Rua General Bruce 586, São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ

Folder:

“Em 1992 o MAST apresentou o Projeto Quatro Cantos de Origem, no qual quatro aspectos fundamentais da ciência moderna são abordados: a Origem do Universo, descrita pela teoria do Big Bang; a Origem da Matéria, de acordo com os recentes avanços em partículas elementares e os trabalhos de astrofísica; a Origem da Vida, com as concepções recentes do surgimento da vida em nosso planeta e a Origem da Informação, que viabiliza a permanência dos seres vivos na Terra. Essas quatro idéias propostas pela ciência do século XX guardam semelhanças estruturais com vários mitos de criação de sociedades tradicionais. O Projeto do MAST pretende mostrar como uma sociedade tecnologicamente avançada desenvolveu os conceitos de espaço e de tempo e, dessa forma, enfatizar a importância dos instrumentos científicos. Um dos aspectos importantes dos programas de divulgação da ciência está relacionado com a preservação da visão de mundo adotada comumente pelo público, aliada a uma nova descrição da Natureza, baseada na ciência, e que é mais operacional e eficiente. Neste sentido, a exposição do MAST mostra como as sociedades européias da idade média interpretam o céu e como a cosmovisão medieval se alterou profundamente após os trabalhos de alguns importantes pensadores, tais como Copérnico, Tycho Brahe, Galileu, Newton...”1

Imagem 1.1: frente, verso e parte interna do folder fornecido pela instituição Fonte: MAST

1 Texto retirado do folder fornecido pela instituição

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nte

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114

Anexo I | Levantamento das exposições Projeto Quatro Cantos de Origem - MAST

Observação da exposição:

MAST

1. E

spaç

o

1.1 Conjunto: impressão geral

Atraente, desperta interesse em se observar com detalhe todos os núcleos de informação

1.2 Elementos físicos constitutivos do espaço

1.2.1 Entrada | acesso à exposição

Pouca visibilidade, mas se encontra no piso de distribuição da circulação da entrada principal

1.2.2 Elementos do espaço físico

Salas: existentes | adaptadas com recursos cenográficos e suportes para receber a exposição

Paredes: existentes | utilizadas para colocação de imagens e informação

Pisos: delimitador em uma seção | piso pintado, necessitando o uso de pantufas

Tetos: visíveis | tetos simples pintados na cor das paredes Janelas | passagens: Utilizadas para iluminação básica, natural nas salas (apenas a última é totalmente fechada) possui um elemento de transição

1.2.3 Circulação

Suficiente para observação individual sem comprometer o fluxo

1.2.4 Acústica

Não foram detectados problemas; sistema de som na primeira sala onde se tem a projeção de um vídeo

1.2.5 Equipamentos de segurança

Presentes e podem ser facilmente localizados

1.3 Elementos constitutivos da percepção do espaço

1.3.1 Atmosfera, ambiência

Espaços amplos e claros (apenas a última sala é escura e trabalhada com backlight), ambiente bastante tranqüilo, onde se pode observar com calma

1.3.2 Organização do espaço

Espaço estruturado com objetos foco de interesse bem definidos

1.3.3 Espaço aberto

Não há espaços abertos neste setor

1.3.4 Elementos fundamentais, chave

Não foram detectados elementos chave, o interesse fica bem divido nos módulos de informação

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115

Anexo I | Levantamento das exposições Projeto Quatro Cantos de Origem - MAST

1.4 Circuito: Percurso dos visitantes

Percurso direcionado pelas salas em alguns espaços permitindo uma liberdade na observação

1.5 Iluminação

Sala: mista, salas claras com janelas e cortinas bloqueando o sol, apenas uma sala é escura com imagens em backlight

Objetos: vitrines com luz e algumas demonstrações sendo feitas a partir do movimento do visitante

1. E

spaç

o

1.6 Cores

Neutras | brancos e beges, o que valoriza as imagens

1.7 Suportes | mobiliário

Apenas os necessários, com design discreto, valorizando o objeto

1.8 Elementos de informação

Volume equilibrado de textos e imagens Legendas explicativas sucintas Vídeo no início da visita Uma relativa interatividade por necessitar que o visitante movimente os equipamentos para completar a informação recebida

2.

Ling

uage

ns d

a ex

posi

ção

2.1 Elemento concreto da exposição como um exemplo de linguagem

Utilização de elementos que necessitam da participação do visitante para completar a informação

2.2 Linguagem dominante na exposição

Didática, com desenhos atraentes e simplicidade nos elementos interativos e nos textos

Aplicação de objetos que necessitam da participação do visitante para que o conceito seja entendido

2.3 Código

A exposição é bastante compreensível em função de seu formato didático, e do uso de uma linguagem de entendimento possível para os visitantes

2.4 Objetos expostos

Objetos originais | museália - todos os objetos são reproduções Objetos didáticos | réplicas de equipamentos A relação entre exposição e textos, gráficos é bastante equilibrada

2.5 Realidade fictícia predominante da exposição

Clara, porém necessitando do apoio da informação – textos e legendas

2.6 Elementos cenográficos - sinais intencionais

Aplicação suficiente de recursos cenográficos para composição, estruturando a informação

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116

Anexo I | Levantamento das exposições Projeto Quatro Cantos de Origem - MAST

2.7 Linguagem intencional da exposição

Didática, informativa Para que o visitante se sinta envolvidos Para fazer o visitante pensar

3. P

erce

pção

da

expo

siçã

o

3.1 Intenção geral da exposição

Informar sobre o assunto através de textos, imagens, maquetes levando o visitante a interagir com os objetos de maneira lúdica, e com isso completar o entendimento da informação proposta

3.2 Tema, mensagem, intenção da exposição

Afirmativa, porém não muito clara sem apoio de informação Trata-se de um tema que necessita de complementação através de pequenos textos

3.3 Exposição como um todo

As imagens são coerentes com os textos (em volume e síntese) e os objetos propostos, os recursos utilizados ilustram e colaboram bastante para o entendimento do seu conteúdo.

4. Im

pres

são

4.1 Impressão geral

Inicial | Espaço interessante que leva a se querer observar detalhadamente os objetos e informações

Final | Uma exposição bastante criativa e elaborada, com um conteúdo abrangente e claro. Que reponde com muita clareza e eficiência as questões propostas.

4.2 Outros visitantes

Bastante curiosos e atentos a todos os objetos e instrumentos Movimentação silenciosa, apenas com pequenos comentários

4.3 Efeitos posteriores

Calma | satisfação A exposição atestou ou expandiu conhecimento

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Anexo I | Levantamento das exposições Projeto Quatro Cantos de Origem - MAST

imagem 1.9: conjunto de objeto, imagem e informação fonte: arquivo da autora

imagem 1.7: conjunto de vitrine, objeto, informação e iluminação fonte: arquivo da autora

imagem 1.8: vitrine e recurso para intervenção do visitante fonte: arquivo da autora

Imagens

imagem 1.2: detalhe do teto e da iluminação artificial em uma das salas fonte: arquivo da autora

imagem 1.3: detalhe do piso de uma das salas fonte: arquivo da autora

imagem 1.4: sala de exposição fonte: arquivo da autora

imagem 1.5: conjunto de objeto, imagem e informação fonte: arquivo da autora

imagem 1.6: conjunto de objeto, imagem e informação fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Projeto Quatro Cantos de Origem - MAST

imagem 1.10: desenho fonte: arquivo da autora

imagem 1.11: representação como apoio para informação fonte: a autora

imagem 1.12: representação como apoio para informação fonte: a autora

imagem 1.10: objeto, informação e recurso para intervenção do visitante fonte: arquivo da autora

imagem 1.11: objeto, informação e recurso para intervenção do visitante fonte: arquivo da autora

imagem 1.12: objeto para intervenção do visitante fonte: arquivo da autora

imagem 1.14: sala escura com painéis em backlight fonte: arquivo da autora

imagem 1.15: sala escura com painéis em backlight fonte: arquivo da autora

imagem 1.13: vitrine com objetos e informação fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Farmácia Homeopática Teixeira Novaes - MHN

2. Farmácia Teixeira Novaes

Museu Histórico Nacional | MHN| Exposição permanente

Reconstituição da farmácia com elementos originais, montada no segundo piso do MHN. Endereço: Praça Marechal Âncora, s/n, Centro, Rio de Janeiro, RJ

Folder: “A exposição “Farmácia Homeopática Teixeira Novaes” reconstitui minuciosamente a tradicional farmácia que funcionou de 1847 a 1983 na Rua Gonçalves Dias, no centro do Rio de Janeiro. ”1

“Fundada em 1847, cinco anos após a instalação do primeiro estabelecimento farmacêutico, foi adquirida em 1887 por José Teixeira Novaes, boticário português que veio para o Brasil em 1883.

1 Texto retirado do folder fornecido pela instituição

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imagem 2.1: frente, verso e parte interna do folder fornecido pela instituição fonte: MHN

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120

Anexo I | Levantamento das exposições Farmácia Homeopática Teixeira Novaes - MHN

Localizada à época da sua inauguração na rua da Quitanda, foi transferida em 1914 para a Rua Gonçalves Dias, ambas importantes ruas do comércio na “belle époque” carioca. Em novembro de 1993, a farmácia foi vendida e encerrou suas atividades. Nessa ocasião, seu acervo já se encontrava pesquisado, catalogado e integrado ao sistema de documentação do “Projeto Memória da Farmácia”. (...) Em dezembro de 1987, o acervo da Farmácia Homeopática Teixeira Novaes foi doado ao Museu Histórico Nacional e incorporado a sua exposição permanente. (...) O acervo da farmácia é composto de 656 objetos de grande variedade de formas e usos. Entre eles destacam-se a coleção de frascos, provavelmente de origem inglesa, instrumentos de precisão, corta raízes, prensa de expressão, além de uma série de utensílios usados na manipulação dos medicamentos. O espaço onde está montada, através de efeitos cenográficos de luz e sombra, associados a recriação de uma arquitetura própria do Rio Antigo, revela ao visitante o sentido estético, histórico e social de uma época.”2

Localização

2 Retirado da publicação Conhecendo o Museu Histórico Nacional, pg 18, fornecido pela instituição.

Sala de exposição

imagem 2.2: planta baixa fonte: folder fornecido pela instituição

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121

Anexo I | Levantamento das exposições Farmácia Homeopática Teixeira Novaes - MHN

Observação da exposição:

Farmácia Teixeira Novaes - MHN

1. E

spaç

o

1.1 Conjunto: impressão geral

Interessante, uma montagem de conjunto envolvendo também a noção de rua e edificação

1.2 Elementos físicos constitutivos do espaço

1.2.1 Entrada | acesso à exposição

Faz parte do conjunto de exposições permanentes do museu e se encontra em uma sala no segundo piso

O acesso à sala é feito por uma porta em um nível mais alto, permitindo uma melhor visualização do conjunto

1.2.2 Elementos do espaço físico

Salas: existentes | adaptadas com recursos cenográficos e suportes para receber a exposição

Paredes: existentes e criadas Pisos: cerâmico Tetos: pé direito duplo com teto pintado de preto para uma redução visual do mesmo

Janelas: sem janelas

1.2.3 Circulação

Suficiente para observação individual sem comprometer o fluxo

1.2.4 Acústica

Não foram observados problemas

1.2.5 Equipamentos de segurança

Presentes e podem ser facilmente localizados

1.3 Elementos constitutivos da percepção do espaço

1.3.1 Atmosfera, ambiência

Espaço amplo com uma boa visão geral ao chegar A sugestão de rua trás uma idéia de passeio

1.3.2 Organização do espaço

Espaço estruturado com objetos foco de interesse bem definidos

1.3.3 Espaço aberto

Não há espaços abertos neste setor

1.3.4 Elementos fundamentais, chave

As vitrines do interior da farmácia Coleção de frascos Coleção de instrumentos de manipulação e medição Setor de manipulação

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122

Anexo I | Levantamento das exposições Farmácia Homeopática Teixeira Novaes - MHN

1.4 Circuito: percurso dos visitantes

Percurso livre Porém a visita está limitada à parte externa da cenografia

1.5 Iluminação

Sala | iluminação artificial e cenográfica com spots no elemento de fachada focando textos e piso

Objetos: iluminação bem distribuída, tendo as vitrines da farmácia uma iluminação especial de fundo

1. E

spaç

o

1.6 Cores

Neutras | brancos e beges o que valoriza o mobiliário e os objetos Piso e teto escuros Utilização das cores dos frascos como elementos diferenciadores

1.7 Suportes | mobiliário

Originais | aplicados como suporte Construídos | apenas os necessários, com design discreto, em cores neutras, valorizando o objeto

1.8 Elementos de informação

Volume equilibrado de textos Legendas explicativas sucintas

2.

Ling

uage

ns d

a ex

posi

ção

2.1 Elemento concreto da exposição como um exemplo de linguagem

Cenografia representando uma esquina de rua onde estava instalada a farmácia

Montagem de espaço de venda da farmácia em uma ambientação Montagem do espaço de manipulação

2.2 Linguagem dominante na exposição

Cenográfica, representando uma edificação em uma rua com o espaço de atendimento e a visualização do setor de manipulação da farmácia

2.3 Código

Claro, de entendimento possível para os visitantes.

2.4 Objetos expostos

Objetos originais | museália – coleção de frascos e instrumentos, mobiliário e letreiro

A relação entre exposição e textos, gráficos é bastante equilibrada

2.5 Realidade fictícia predominante da exposição

Clara, podendo se utilizar o apoio da informação – textos e legendas – para complementar

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Anexo I | Levantamento das exposições Farmácia Homeopática Teixeira Novaes - MHN

2. L

ingu

agen

s da

ex

posi

ção

2.6 Elementos cenográficos - sinais intencionais

Aplicação suficiente de recursos cenográficos para composição, Este recurso estrutura a informação e demonstra ser suficiente para o fim esperado

2.7 Linguagem intencional da exposição

Informativa A estratégia leva o visitante a observar o espaço de venda e o espaço de manipulação, normalmente fechado, através de uma janela, e buscar a informação complementar na legenda.

3. P

erce

pção

da

expo

siçã

o

3.1 Intenção geral da exposição

Informar sobre o assunto através da cenografia textos e imagens completando o entendimento

3.2 Tema, mensagem, intenção da exposição

Afirmativa, bastante clara

3.3 Exposição como um todo

Proporção bem coerente entre os textos e objetos Iluminação adequada, valorizando os elementos importantes do conjunto O recurso cenográfico utilizado se mostra bastante para o entendimento da sua proposta

4. Im

pres

são

4.1 Impressão geral

Inicial | Espaço bastante interessante que leva a se querer observar com mais detalhe os objetos e informações

Final | Uma exposição bastante criativa e elaborada, recriando os espaços a partir da rua, fazendo com que o visitante se torne um passante

4.2 Outros visitantes

Bastante curiosos e atentos a todos os objetos Movimentação silenciosa, com alguns comentários

4.3 Efeitos posteriores

Calma Satisfação Atestou conhecimento,

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Anexo I | Levantamento das exposições Farmácia Homeopática Teixeira Novaes - MHN

Imagens

imagem 2.3: conjunto visto da entrada da sala fonte; arquivo da autora

imagem 2.4: conjunto visto da entrada da sala fonte; arquivo da autora

imagem 2.5: conjunto visto do piso fonte; arquivo da autora

imagem 2.7: conjunto da sala fonte; arquivo da autora

imagem 2.10: conjunto da sala fonte; arquivo da autora

imagem 2.9: conjunto da sala fonte; arquivo da autora

imagem 2.8: conjunto da sala fonte; arquivo da autora

imagem 2.6: conjunto da sala fonte; arquivo da autora

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125

Anexo I | Levantamento das exposições Farmácia Homeopática Teixeira Novaes - MHN

imagem 2.11: conjunto vitrine do espaço de manipulação fonte; arquivo da autora

imagem 2.12: vitrine do espaço de manipulação fonte; arquivo da autora

imagem 2.13: espaço de manipulação fonte; arquivo da autora

imagem 2.14: legenda da vitrine do espaço de manipulação fonte; arquivo da autora

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126

Anexo I | Levantamento das exposições Museu das Telecomunicações

3. Museu das Telecomunicações Exposição permanente do Museu das Telecomunicações, montada no ultimo piso do

edifício do Instituto OI Futuro Endereço: Rua Dois de Dezembro nº 63, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ

Dados sobre a exposição:

“Espaço da memória, da experimentação e da contemporaneidade, o Museu incorpora as mais avançadas tecnologias e tendências museográficas do século XXI para contar a aventura da comunicação humana. Documentos, objetos museológicos aliados a recursos de alta tecnologia narram a história da comunicação humana. São mais de 120 vídeos, produzidos a partir de pesquisas em cerca de 90 instituições nacionais e internacionais, peças significativas do acervo histórico do Museu/Oi Futuro - como a cabine telefônica do início do século passado – que levam o visitante através de uma empolgante viagem virtual. ”1

Localização

2

1 Texto retirado do folder fornecido pela instituição 2 http://www.oifuturo.org.br/museu/

imagem 3.1: planta baixa da exposição fonte: http://www.oifuturo.org.br/museu

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127

Anexo I | Levantamento das exposições Museu das Telecomunicações

Observação da exposição:

Museu das Telecomunicações – oi Futuro

1. E

spaç

o

1.1 Conjunto: impressão geral

Interessante, com fortes apelos visuais e organização espacial que permite marcações de núcleos de interesse apenas com delimitações visuais e espaciais

1.2 Elementos físicos constitutivos do espaço

1.2.1 Entrada | acesso à exposição

Instalada no último piso da edificação, o acesso é bem visível, próximo à escada e ao elevador.

Com um tratamento especial de cor e luz, como proposta de descontextualizar o visitante do espaço em que estava e se preparar para perceber o novo espaço. Isso fica bastante marcado no acesso à exposição do museu

Foi criada uma sala de passagem com espelhos e projeções de textos como um espaço intermediário de transição do exterior para o interior

1.2.2 Elementos do espaço físico

Salas: existente | adaptada com recursos cenográficos e suportes para receber a exposição

Paredes: existentes e criadas Pisos: resinado e espelhado, utilizado para marcação de mudança de ambiente

Tetos: claros com equipamentos de luz e de climatização Janelas: sem janelas

1.2.3 Circulação

Suficiente para observação individual sem comprometer o fluxo

1.2.4 Acústica

Não foram observados problemas

1.2.5 Equipamentos de segurança

Presentes e podem ser facilmente localizados

1.3 Elementos constitutivos da percepção do espaço

1.3.1 Atmosfera, ambiência

A sala intermediária na entrada impede que se visualize o conjunto do ambiente enquanto se entra na exposição.Porém, ao entrar tem-se uma visão plena dos espaços, com exceção de algumas pequenas salas que receberam este tratamento propositadamente

Espaço amplo com uma boa visão do conjunto, com iluminação equilibrada e aplicação de cores neutras, valorizando os objetos

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128

Anexo I | Levantamento das exposições Museu das Telecomunicações

1. E

spaç

o

1.3.2 Organização do espaço

Espaço estruturado com objetos foco de interesse bem definidos Marcação dos módulos através de iluminação e tratamento de cor e material do piso. Sem divisórias entre os módulos

1.3.3 Espaço aberto

Não há espaços abertos neste setor

1.3.4 Elementos fundamentais, chave

Em função da área reduzida para a instalação da exposição, foi adotado um conceito de hipertexto, onde é necessário que se façam consultas para se obter grande parte da informação

A aplicação de recursos tecnológicos se torna um grande atrativo

1.4 Circuito: percurso dos visitantes

Percurso livre, sem ser pré-determinado. Circuito desvinculado

1.5 Iluminação

Ante-sala: iluminação com luz azul misturada a projeção de palavras, dando um efeito bastante interessante junto aos reflexos dos espelhos

Sala: iluminação artificial, ambiente Espaço de vídeo: iluminação por led Objetos: iluminação pontual e cenográfica

1.6 Cores

Sala maior: cores neutras – brancos e beges, valorizando os objetos expostos e a iluminação

Sala cenográfica com cores quentes Sala de vídeos com paredes pretas, piso espelhado

1.7 Suportes | mobiliário

Originais: cabine telefônica Construídos: todo o espaço utilizando um design discreto, porém valorizando o objeto e a informação

1.8 Elementos de informação

É necessário que se manipule os computadores e os mecanismos para obter as informações, os documentos são processados e acessados através de equipamentos

Legendas explicativas sucintas Utilização de acesso sem-fio e personalizado ao conteúdo dos vídeos Aparelhos portáteis, como iPods, para manipulação de conteúdo virtual Sonorização

2.

2.1 Elemento concreto da exposição como um exemplo de linguagem

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu das Telecomunicações

2. L

ingu

agen

s da

exp

osiç

ão

2.2 Linguagem dominante na exposição

Cenográfica, buscando envolver o visitante, porém sem que com isso se desvie sua atenção. Embora haja o emprego de recursos tecnológicos, pode-se perceber que não se trata de uma aplicação gratuita e sim um meio utilizado para veicular os conteúdos propostos

2.3 Código

Claro, de entendimento possível para os visitantes. Existindo, porém, a necessidade de busca e leitura em alguns setores

2.4 Objetos expostos

Objetos originais | museália – coleção de telefones, documentos, cartões e fichas telefônicas

A relação entre exposição e textos é bastante equilibrada Existe a possibilidade de aprofundar as informações através de consulta

2.5 Realidade fictícia predominante da exposição

Clara, podendo se utilizar o apoio da informação – textos, legendas, vídeos – para complementar

Possibilidade de consultas a programas de imagem som e texto

2.6 Elementos cenográficos - sinais intencionais

Aplicação suficiente de recursos cenográficos O ambiente reforça a proposta do módulo de interesse

2.7 Linguagem intencional da exposição

Informativa A estratégia empregada leva o visitante a novas descobertas a cada nova visita, uma vez que a pesquisa é aberta seguindo a escolha do visitante

3. P

erce

pção

da

expo

siçã

o

3.1 Intenção geral da exposição:

Informar sobre o assunto através da cenografia, textos, imagens e vídeos completando o entendimento

Por se tratar de um assunto muito amplo, o tratamento de hipertexto dado a montagem, leva a novas visita

3.2 Tema, mensagem, intenção da exposição

Afirmativa, bastante clara Diante de tantas informações, existe a possibilidade de uma gama de interpretações variadas sobre o tema

3.3 Exposição como um todo

Proporção bem coerente entre os objetos, textos e vídeos Iluminação bem elaborada que chama atenção de alguns pontos, não sendo excessiva na sua dramaticidade

Espaço amplo, circuito livre, possibilidade do visitante se demorar em alguns pontos da exposição sem com isso atrapalhar o andamento das visitas

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130

Anexo I | Levantamento das exposições Museu das Telecomunicações

4. Im

pres

são

4.1 Impressão geral

Inicial | Espaço bastante criativo e interessante que leva a se querer observar com mais detalhe os objetos e informações

Final | Uma exposição bastante criativa e elaborada. Porém tem-se a sensação de que ficaram muitas informações não acessadas e que seriam necessárias mais algumas horas para que isso pudesse ser feito. O que deixa uma impressão de que faltou algo para se completar o conjunto de informações

4.2 Outros visitantes

Bastante curiosos e atentos a todos os objetos e instrumentos em uma movimentação curiosa, com comentários

4.3 Efeitos posteriores

Calma, satisfação Expansão de conhecimento

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131

Anexo I | Levantamento das exposições Museu das Telecomunicações

imagem 3.6: vitrines com objetos, textos, imagens, projeções audiovisuais fonte: Rev ProjetoDesign/ Ed 326 Abril 2007

Imagens

imagem 3.2: entrada vista do acesso ao museu fonte: Rev ProjetoDesign, Ed 326 Abril 2007

imagem 3.3: entrada com espelhos, iluminação e projeção de textos fonte: Rev ProjetoDesign, Ed 326 Abril 2007

imagem 3.5: recursos tecnológicos para acessar informação fonte: Rev ProjetoDesign/ Ed 326 Abril 2007

imagem 3.4: vitrines com objetos, textos fonte: Rev ProjetoDesign/ Ed 326 Abril 2007

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu das Telecomunicações

imagem 3.7: vitrines com objetos, textos, imagens, projeções audiovisuais fonte: Rev ProjetoDesign, Ed 326 Abril 2007

imagem 3.12: vídeo projetado em cabeça cenográfica fonte: Rev ProjetoDesign/,Ed 326 Abril 2007

imagem 3.11: espaço apresentação de encenações e depoimentos fonte: Rev ProjetoDesign, Ed 326 Abril 2007

imagem 3.9: projeções multimídia, vitrines, objetos, textos fonte: Rev ProjetoDesign, Ed 326 Abril 2007

imagem 3.8: vitrines com objetos, imagens fonte: Rev ProjetoDesign, Ed 326 Abril 2007

imagem 3.10: objetos e textos para dar suporte à história fonte: Rev ProjetoDesign, Ed 326 Abril 2007

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu das Telecomunicações

imagem 3.15: espaço com piso, materiais e iluminação diferenciados fonte: Rev ProjetoDesign, Ed 326 Abril 2007

imagem 3.14: espaço com piso, materiais e iluminação diferenciados fonte: Rev ProjetoDesign, Ed 326 Abril 2007

imagem 3.13: espaço com piso, materiais e iluminação diferenciados fonte: Rev ProjetoDesign, Ed 326 Abril 2007

imagem 3.16: ultima sala com exibição de vídeo fonte: Rev ProjetoDesign, Ed 326 Abril 2007

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu da Língua Portuguesa

4. Museu da Língua Portuguesa Museu da Língua Portuguesa | Exposição permanente

Montada no segundo piso da Estação da Luz Endereço: Praça da Luz s/n, Luz, São Paulo, SP

Folder: “O Museu da Língua Portuguesa, Unidades da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, foi inaugurado em 20 de março de 2006, na Estação da Luz, e é o primeiro museu no Brasil e um dos únicos no mundo a ter por acervo um patrimônio imaterial, no caso a língua portuguesa. Uma das instituições museológicas mais visitadas da América Latina, é um museu com novas formas de relacionar seu acervo com o público. O público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva pela língua que inclui filmes, audição de leituras e diversos módulos interativos. O Museu é um lugar de celebração e valorização da Língua Portuguesa, falada nos cinco continentes e em oito países. Sua localização não poderia ser melhor: a Estação da Luz, que também foi, no passado, o ponto de encontro entre o Português falado aqui e outros idiomas. A Luz era a primeira visão de São Paulo dos imigrantes que chegavam à estação em trens vindos do Porto de Santos. Hoje, a estação de trem continua a abrigar diariamente sotaques vindos de todas as partes do país.”1

“Grande Galeria Projeção de filmes com temas do cotidiano. No filme sobre futebol, por exemplo, você verá como o jogo nascido na Inglaterra ganhou um jeitinho brasileiro. Em Danças, descobrirá que dançar também é uma forma de linguagem. E em Carnaval, como uma das principais festas realizadas no país criou seu próprio vocabulário. Entre uma exibição e outra, vinhetas se revezam. Uma delas mostra um trem chegando na estação, como se fosse possível ver através da parede o que acontece na plataforma da Estação da Luz que fica atrás do telão. História da Língua Portuguesa É formada inicialmente por três linhas paralelas que contam um breve histórico das três grandes influências do

português do Brasil: ameríndios, portugueses e africanos. E a partir de 1500 uma linha única que contará fatos importantes no desenvolvimento do português brasileiro. Nessa linha você descobrirá, também, uma

1 Texto retirado do folder fornecido pela instituição

fre

nte

ve

rso

imagem 4.1: folder do museu fonte: fornecido pela instituição

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu da Língua Portuguesa

seleção de 120 grandes obras da literatura brasileira, que fizeram história e ilustram o processo de transformação da nossa língua. Palavras Cruzadas: Lanternas das Influências Na parte central do segundo pavimento do Museu da Língua Portuguesa você encontrará oito totens dedicados às línguas que formaram e influenciaram o português falado no Brasil. São dois totens dedicados às línguas africanas, dois às línguas indígenas, um para espanhol, um para inglês e francês, um para línguas dos imigrantes e o ultimo para português no mundo. Através de imagens e sons você aprenderá mais sobre a riqueza cultural e a contribuição desses povos que se misturaram no território brasileiro e geraram nossa língua e nossa identidade. Mapa dos Falares Depois de passar por filmes e quadros, fotos e vídeos, a história da Língua Portuguesa termina em um mapa dos falares do Brasil. Em uma tela interativa, você poderá navegar pelo mapa do Brasil, selecionar um estado e ouvir o jeito de falar dessa região. Beco das palavras: Jogo da Etimologia Espaço onde os adultos e crianças se divertem movimentando imagens com pedaços de palavras. Prefixos e sufixos criam um jogo de juntar as sílabas até formar uma palavra. Quando você consegue, a mesa vira uma tela de projeção futurista que mostra filmes e animações sobre a origem e o significado da palavra formada. Auditório: Idiomaterno – apresentação de 10 minutos O filme aborda a origem da linguagem e das línguas com seis diferentes temas: surgimento da linguagem, importância para a humanidade, línguas do mundo, diversidade, encontro de povos e línguas e a língua portuguesa como a “pátria” mais profunda do brasileiro. Praça da Língua – Apresentação 20 minutos Planetário de palavras que mostra trechos de obras da literatura brasileira e portuguesa em sons e imagens.”2

Localização:

2 Texto retirado do folder fornecido pela instituição

térreo

1º andar

2º andar

3º andar

imagem 4.2: planta baixa Fonte: Rev ProjetoDesign, Edição 315 Maio 2006

Espaço da exposição

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu da Língua Portuguesa

Observação da exposição:

Museu da Língua Portuguesa

1. E

spaç

o

1.1 Conjunto: impressão geral

Um espaço repleto de informações, com muitos recursos tecnológicos de áudio e vídeo, consultas a terminais e um grande volume de informações a serem acessadas

1.2 Elementos físicos constitutivos do espaço

1.2.1 Entrada | acesso à exposição

Facilmente acessada através de elevadores panorâmicos que levam à

entrada. A sinalização é bastante eficaz

1.2.2 Elementos do espaço físico

Salas: existentes | adaptadas com recursos e suportes para receber a exposição

Paredes: existentes e criadas Pisos: resina Tetos: teto pintado de preto para uma redução visual do mesmo Janelas: sem janelas na sala de exposições, somente na circulação

1.2.3 Circulação

Suficiente para observação individual sem comprometer o fluxo A Grande Galeria possui grandes bancos para a observação do vídeo As Lanternas também possuem espaços para sentar e pesquisar em um

tempo suficiente para o visitante

1.2.4 Acústica

Não foram observados problemas Existem vários pontos sonorizados que não afetam o conjunto

1.2.5 Equipamentos de segurança

Presentes e podem ser facilmente localizados

1.3 Elementos constitutivos da percepção do espaço

1.3.1 Atmosfera, ambiência

Espaço amplo, com uma visão instigante na chegada por permitir uma perspectiva da Grande Galeria.

Na sala de consultas o ambiente é amplo e os setores são marcados por uma uniformidade nos suportes

1.3.2 Organização do espaço

Espaço estruturado com objetos foco de interesse bem definidos Os setores são marcados por uma uniformidade nos suportes

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu da Língua Portuguesa

1. E

spaç

o

1.3.3 Espaço aberto

Não há espaços abertos neste setor

1.3.4 Elementos fundamentais, chave

A grande galeria com uma seqüência de vídeos Os outros módulos de interesse são marcados pela possibilidade do visitante selecionar a informação

No Beco da Palavras a tecnologia dá suporte a uma atividade lúdica que visa trazer aos visitantes informações sobre as palavras

1.4 Circuito: Percurso dos visitantes

Percurso livre, porém fica visível a proposta de vários espaços tais como: A Grande Galeria A História da Língua Portuguesa: Linha do Tempo Palavras Cruzadas: Lanternas das Influências Mapa dos Falares Beco das Palavras: Jogo de Etmologia

1.5 Iluminação

Artificial, indireta e cenográfica Objetos: direcionada nas vitrines Nos painéis, luz geral, porém com focos nos pontos de atenção

1.6 Cores

Escuras como preto, verde, azul e ocre; sendo todas cores fechadas para não refletirem as luzes

Esta aplicação valoriza o mobiliário, os objetos e as imagens, ajudando na percepção do conjunto

1.7 Suportes | mobiliário

Originais | apenas alguns documentos e objetos são originais Construídos | o ambiente como um todo, por ter uma característica muito especial pelo uso de equipamentos tecnológicos.

Apenas os necessários, com design discreto, valorizando o objeto

1.8 Elementos de informação

Volume equilibrado de textos e possibilidade de aprofundar a pesquisa Legendas explicativas claras

2.

Ling

uage

ns d

a ex

posi

ção 2.1 Elemento concreto da exposição como um exemplo de linguagem

Uma projeção em uma grande tela com quatro temas que acompanha toda a extensão das salas

Um grande painel com a linha do tempo onde é possível identificar as várias influências na língua e os momentos onde isto acontece.

Mapa da língua que permite escutar os diversos sotaques e expressões de todo o território nacional

Totens de consulta de temas específicos Mesas sensíveis para atividade de reunir sílabas e apresentar os diversos significados das palavras resultantes

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu da Língua Portuguesa

2.

Lin

guag

ens

da e

xpos

ição

2.2 Linguagem dominante na exposição

Visual e textual Forte aplicação de tecnologia

2.3 Código

Claro, de entendimento possível para os visitantes Em alguns setores há a necessidade de intervenção pelo visitante para que se obtenha a informação

2.4 Objetos expostos

Objetos originais | museália – alguns documentos e objetos são originais A relação na exposição de textos e gráficos é bastante equilibrada e permite que se estenda em função do interesse do visitante

2.5 Realidade fictícia predominante da exposição

Clara, necessitando que o visitante utilize o apoio da informação – arquivos, textos e legendas – para complementar

2.6 Elementos cenográficos - sinais intencionais

Não há aplicação de elementos cenográficos

2.7 Linguagem intencional da exposição

Informativa A estratégia leva o visitante a buscar informações sobre o tema

3. P

erce

pção

da

expo

siçã

o

3.1 Intenção geral da exposição

Informar sobre o assunto através de vídeos, áudios, textos e imagens completando o entendimento

3.2 Tema, mensagem, intenção da exposição

Afirmativa, bastante clara

3.3 Exposição como um todo

Conjunto bastante estimulante para a pesquisa e busca de informações sobre o tema

A aplicação da tecnologia é bastante equilibrada e está colocada para o atendimento das necessidades da exposição sem, no entanto, estar em excesso

4. Im

pres

são

4.1 Impressão geral

Inicial | Espaço bastante interessante e estimulante que leva a se querer observar com mais detalhe os objetos e informações

Final | Uma exposição bastante criativa e elaborada. Sua estratégia leva o visitante a buscar informação e com isso passar por vários conteúdos acrescentando assim mais informações sobre o tema.

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu da Língua Portuguesa

4.2 Outros visitantes

Bastante curiosos e atentos a todos módulos de interesse, em uma movimentação bastante ativa e com muitos comentários

4.3 Efeitos posteriores

Calma, satisfação Atestou e expandiu conhecimento

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu da Língua Portuguesa

Imagens

imagem 4.3: conjunto visto da entrada do museu, elevadores de acesso aos pisos de exposições fonte: arquivo da autora

imagem 4.7 – perspectiva da Grande galeria fonte: arquivo da autora

imagem 4.4: sinalização fonte: arquivo da autora

imagem 4.5 – Grande Galeria fonte: arquivo da autora

imagem 4.6 – perspectiva da Grande galeria fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu da Língua Portuguesa

imagem 2.3 – conjunto visto da entrada da sala fonte; Arquivo da autora

imagem 4.11: consulta em touch screen fonte: arquivo da autora

imagem 4.10: conjunto de totens de consulta fonte: arquivo da autora

imagem 4.12: vitrines com objetos no verso dos totens fonte: arquivo da autora

imagem 4.8: a Grande Galeria que acompanha linearmente a exposição fonte: arquivo da autora

imagem 4.9: espaço de parada, descanso para observar os vídeos fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu da Língua Portuguesa

imagem 4.15: conjunto textos imagens consulta fonte: arquivo da autora

imagem 4.13: linha do tempo fonte: arquivo da autora

imagem 4.17: conjunto texto imagens e terminal para consulta fonte: arquivo da autora

imagem 4.14: linha do tempo fonte: arquivo da autora

imagem 4.16: conjunto texto imagens fonte: arquivo da autora

imagem 4.18: conjunto de áudio, texto, imagens e terminal para consulta fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Museu da Língua Portuguesa

imagem 4.21: Beco das Palavras fonte: arquivo da autora

imagem 4.22: Beco das palavras fonte: arquivo da autora

imagem 4.23: Beco das Palavras fonte: arquivo da autora

imagem 4.24: Beco das Palavras fonte: arquivo da autora

imagem 4.19: setor Mapa da Língua fonte: arquivo da autora

imagem 4.20: painel informativo fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Ciências da Terra Ciências da Vida, Chapada do Araripe | MAB | FAAP

5. Ciências da Terra Ciências da Vida, Chapada do Araripe Museu de Arte Brasileira | FAAP | Exposição temporária

Montagem de exposição científica com acervo paleontológico da Chapada do Araripe Endereço: Rua Alagoas nº 903, Prédio 1, São Paulo, SP

Folder: “Trazer para São Paulo uma pequena porção da natureza da região da Chapada do Araripe tem como objetivo chamar atenção para dois grandes tesouros do nosso patrimônio – a floresta nacional e os depósitos fossilíferos do Araripe. A Floresta, a primeira protegida pela legislação brasileira, representa, através de suas plantas, de seus animais, de seus diversos tipos de solo e da água que ele armazena, o resultado da combinação de processos ambientais e climáticos que persistiram no Nordeste do Brasil nos últimos quinze mil anos. Já os depósitos fossilíferos, muito mais antigos, trazem à luz uma flora e uma fauna de cento e dez milhões de anos representados por inúmeras espécies de répteis, peixes, insetos, crustáceos, moluscos e plantas, considerados, por sua qualidade de preservação, variedade de espécies e quantidade de exemplares, como um dos mais importantes depósitos fossílíferos do mundo. Sucedendo às extensas glaciações e aos grandes animais pleistocênicos, tais como a preguiça-gigante e o mastodonte, a ocupação humana da região foi feita com o aproveitamento espontâneo dos produtos florestais e da presença da água, criando uma relação entre os homens e o meio que os cercava. Esses primeiros habitantes, que deixaram seus sinais em pinturas rupestres, influenciam até hoje as populações do Araripe, assinalando um encontro entre etnias e culturas através de técnicas de construção, de preparação de utensílios, do cultivo do solo e da coleta e produção de alimentos básicos, além de mitos e de modos próprios de representação do imaginário popular.

O Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Al-vares Pentea- do e a Funda-ção Araripe

reconhecem a necessida- de da pés-quisa cienti- fica para o conhecimento e proteção deste patri- mônio. Venha conhecer ES- ses tesouros e comparti-

lhar conosco a tarefa de deixá-los disponíveis para a Ciência e para as gerações futuras. Diógenes de Almeida Campos”1

1 Texto retirado do folder fornecido pela instituição

fre

nte

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imagem 5.1: folder fonte: fornecida pela instituição

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145

Anexo I | Levantamento das exposições Ciências da Terra Ciências da Vida, Chapada do Araripe | MAB | FAAP

“1. A exposição começa pelo início, com um ovo, deixando a interpretação do mesmo a critério da imaginação do visitante. Ao lado é projetada a posição espacial da Chapada do Araripe, com vista panorâmica da mesma. 2. A instalação vegetal de Patrick Blanc: exemplares de plantas vivas (...) são a representação da evolução dos vegetais em direção às plantas com flores que vêm do Cretáceo até nossos dias. 3. Herbário: Plantas da Chapada, testemunho da biodiversidade da região, Os viajantes do século XIX: (...) naturalistas que vieram na comitiva de Dona Leopoldina quando de seu casamento com o príncipe Pedro, viajaram pelo Brasil tendo realizado o primeiro registro ilustrado de um fóssil brasileiro, encontrado na Chapada do Araripe. Fósseis de plantas, insetos e aracnídeos: as plantas e os artrópodes foram organizados juntos, para mostrar a intima relação existente entre eles. 4. Fósseis de peixes, rãs e tartarugas. Os peixes foram os primeiros fósseis a serem encontrados no Araripe, (...) Exemplares muito bem preservados de rãs e tartarugas também podem ser vistos. Mapa da Chapada: a Chapada do Araripe, que constitui a bacia geológica do Araripe, abrange os estados do Ceará, Piauí e Pernambuco (...) 5. Laboratórios: Exibição de trechos de documentários; linha do tempo, em que são tomadas sete estações representando os principais eventos da história da Terra e da vida no Planeta, (...) computadores com acesso aos sites de museus de Paleontologia e assuntos relacionados. 6. A segunda instalação vegetal: abrange do fim do Cretáceo até o Quaternário (...) Os mamíferos pleistocênicos: Alguns mamíferos que povoam a região há algumas dezenas de milhares de anos, deixaram fósseis (...) Pinturas Rupestres: nas grutas e nos abrigos encontramos vestígios da passagem do homem pré-histórico de aproximadamente 15.000 anos.(...) 7. Dinossauros e pterossauros: (...) Essas réplicas de dinossauros e pterossauros do Araripe fazem uma ligação entre o passado e o futuro. (...) 8. A Arte Popular e Chapada Contemporânea: a rica tradição dos artistas da Chapada produz animais em madeira que testemunham os mitos e lendas populares mescladas às informações vindas dos museus sobre como teriam sido os seres que viveram há milhões de anos atrás na Chapada. Ainda na exposição estão presentes documentários sobre a Chapada do Araripe contemporânea e sua riqueza humana e cultural.”2

Localização

2 Texto retirado do folder fornecido pela instituição

imagem 5.2: planta baixa fonte: fornecida pela instituição

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146

Anexo I | Levantamento das exposições Ciências da Terra Ciências da Vida, Chapada do Araripe | MAB | FAAP

Observação da exposição:

Ciências da Terra, Ciências da Vida, Chapada do Araripe | MAB | FAAP

1. E

spaç

o

1.1 Conjunto: impressão geral

Conjunto envolvente desde a entrada que é utilizada como um espaço de descontextualização do mundo fora. Passando pelo jardim de Patrick Blanck, penetra-se em um espaço com muitas zonas de interesse. Tem-se uma visão quase total do espaço de exposição

1.2 Elementos físicos constitutivos do espaço

1.2.1 Entrada | acesso à exposição

É uma exposição temporária bastante sinalizada desde a rua. Montada em uma sala no térreo

1.2.2 Elementos do espaço físico

Salas: existentes | adaptadas com recursos cenográficos e suportes para receber a exposição

Paredes: existentes e criadas Pisos: sobre-piso de madeira coberto por uma forração sugerindo terra. Tetos: pé direito muito alto pintado da cor das paredes e utilizado para aplicação de equipamento de iluminação

Janelas: sem janelas

1.2.3 Circulação

Suficiente para observação individual sem comprometer o fluxo

1.2.4 Acústica

Não foram observados problemas com relação aos equipamentos

1.2.5 Equipamentos de segurança

Presentes e podem ser facilmente localizados

1.3 Elementos constitutivos da percepção do espaço

1.3.1 Atmosfera, ambiência

Espaço amplo com uma boa visão geral na chegada, despertando curiosidade

Divisão dos módulos facilmente perceptível

1.3.2 Organização do espaço

Espaço estruturado com objetos foco de interesse integrados, porém sendo possível distinguir os módulos

1.3.3 Espaço aberto

Não há espaços abertos neste setor

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147

Anexo I | Levantamento das exposições Ciências da Terra Ciências da Vida, Chapada do Araripe | MAB | FAAP

1. E

spaç

o

1.3.4 Elementos fundamentais, chave

Na entrada, um ovo representando o início de tudo, passando pela instalação de vegetação, o conjunto de vitrines horizontais para elementos marinhos e insetos, vitrines verticais para os vegetais, a linha do tempo, o grande mapa com pequenos óculos com imagens do local, um setor destinado a visão popular sobre os dinossauros e no final uma cortina de fios com sinos na ponta lembrando os sons

1.4 Circuito: percurso dos visitantes

Percurso livre

1.5 Iluminação

Sala: iluminação artificial e cenográfica, direcionada em pontos específicos Objetos: iluminação bem distribuída nos textos, Cenográfica nos objetos grandes e direcionada nas vitrines

1.6 Cores

Tons terra, areia, saibro para trazer a idéia do solo na Chapada, nos sítios paleontológicos , o que valoriza o mobiliário e os objetos

1.7 Suportes | mobiliário

Vitrines utilizando pedras como base, suportes de acrílico para informação

1.8 Elementos de informação

Volume equilibrado de textos Legendas explicativas sucintas

2.

Ling

uage

ns d

a ex

posi

ção

2.1 Elemento concreto da exposição como um exemplo de linguagem

A abertura cria impacto por dar a sensação de isolamento para, em seguida, passar pelos jardins verticais produzindo um excelente contraste

No setor de insetos, projeções nas paredes e nas divisórias de tecido No setor de pesquisa com vários computadores que dão acesso às informações, linha do tempo com uma tela móvel destacando a informação e sistema de áudio

Setor dos dinossauros com réplicas e algumas espécies penduradas em alusão ao vôo

E o setor muito criativo do imaginário popular

2.2 Linguagem dominante na exposição

Informativa e cenográfica, com elementos que fazem alusão ao sítio paleontológico

Projeção de imagens, mantendo o movimento no espaço

2.3 Código

Claro, de entendimento possível para os visitantes

2.4 Objetos expostos

Objetos originais | museália – coleções de fósseis, documentos e réplicas A relação entre exposição e textos, gráficos é suficiente; caso seja necessário aprofundar a informação, é possível fazê-lo nos terminais

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148

Anexo I | Levantamento das exposições Ciências da Terra Ciências da Vida, Chapada do Araripe | MAB | FAAP

2. L

ingu

agen

s da

exp

osiç

ão

2.5 Realidade fictícia predominante da exposição

Clara, podendo se utilizar, não deixa dúvidas da intenção básica de alusão aos sítios paleontológicos

2.6 Elementos cenográficos - sinais intencionais

Aplicação plena de recursos utilizados nas cenografias criando a ambiência para o tema compondo com a informação

Elementos físicos como o jardim vertical complementam a informação A aplicação da cortina de sinos traz sons característicos da região

2.7 Linguagem intencional da exposição

Informativa A estratégia aplicada leva o visitante a percorrer o espaço observando os fósseis, as réplicas, permitindo que além da observação ele busque a informação complementar nas legendas

3. P

erce

pção

da

expo

siçã

o 3.1 Intenção geral da exposição

Informar sobre o assunto através da cenografia, textos e imagens completando o entendimento

3.2 Tema, mensagem, intenção da exposição

Afirmativa, bastante clara

3.3 Exposição como um todo

Proporção bem coerente entre os textos e objetos, e o recurso cenográfico utilizado se mostra bastante para o entendimento da sua proposta

4. Im

pres

são

4.1 Impressão geral

Inicial | Espaço bastante interessante que leva o visitante a observar com mais detalhe os objetos e informações

Final | Uma exposição bastante elaborada, com espaços criados buscando fazer alusão ao sítio paleontológico da Chapada do Araripe. A variedade do acervo em conjunto com a forma da informação conduz o visitante a descobertas sobre o tema

4.2 Outros visitantes

Bastante curiosos e atentos a todos os objetos fazendo consultas em uma movimentação bastante ativa, animada, com muitos comentários

4.3 Efeitos posteriores

Tranqüilidade Satisfação Atestou ou expandiu conhecimento

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149

Anexo I | Levantamento das exposições Ciências da Terra Ciências da Vida, Chapada do Araripe | MAB | FAAP

Imagens

imagem 5.5: instalação vegetal fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.6: instalação vegetal fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.7: instalação vegetal fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.3: entrada vitrine com ovo fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.4: entrada projeção de vídeo fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.9: espaço de vitrines fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.8: conjunto de vitrines fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

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150

Anexo I | Levantamento das exposições Ciências da Terra Ciências da Vida, Chapada do Araripe | MAB | FAAP

imagem 5.11: objeto do acervo fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.10: vitrine fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.15: instalação de elementos no teto fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.14: instalação de elementos no teto fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.12: vitrines com réplicas fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.13: mapa da Chapada fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

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Anexo I | Levantamento das exposições Ciências da Terra Ciências da Vida, Chapada do Araripe | MAB | FAAP

imagem 5.18: espaço de áudio e vídeo fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.19: terminais de consulta fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.16: Linha do tempo fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.17: laboratórios, espaço multimidia fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.20: laboratórios, sala multimídia fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.21:painel fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

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Anexo I | Levantamento das exposições Ciências da Terra Ciências da Vida, Chapada do Araripe | MAB | FAAP

imagem 5.23: representação do imaginário popular fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.22: representação do imaginário popular fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.24: representação do imaginário popular fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

imagem 5.25: cortina com sinos, saida fonte: imagem cedida pela equipe de montagem

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Anexo I | Levantamento das exposições Gilberto Freyre, Intérprete do Brasil | Museu da Língua Portuguesa

6. Gilberto Freyre, intérprete do Brasil Museu da Língua Portuguesa | Exposição temporária

Montagem de exposição sobre Gilberto Freyre divulgando sua obra e acervo Endereço: Praça da Luz s/n, Luz, São Paulo, SP

Folder: “Existem intelectuais que são desbravadores de caminhos e intelectuais que são pavimentadores de caminhos. Gilberto Freyre se inscreve entre os primeiros, ousando descortinar novos horizontes e se aventurar lá onde poucos foram antes, tornando assim o mundo diferente daquele que havia encontrado. Gilberto Freyre foi um inovador que ousou tomar como objetivo de estudo uma sociedade complexa numa época em que os estudos antropológicos estavam concentrados em sociedades tribais tradicionais e de pequena escala. Ele o fez utilizando uma grande variedade de fontes de pesquisa e de métodos de análise, ao mesmo tempo em que teve a coragem de relegar a uma posição subsidiária os heróis e os poderosos para validar a contribuição das crianças, das mulheres, dos artistas, dos comerciantes, dos intelectuais, dos servos e dos escravos, tornando-se assim um dos precursores da História das Mentalidades. Foi também precursor da ecologia, da defesa do patrimônio histórico e artístico nacional, dos estudos regionalistas, bem como do estudo da moda e da culinária, enquanto fenômenos culturais. Além disto, foi um irrestrito defensor do Brasil e, ao mesmo tempo, o maior advogado da contribuição portuguesa para a construção de nossa sociedade e das demais nações luso-tropicais, antecipando em mais de meio século a atual discussão em torno da unificação do idioma. Evocativa do vigésimo aniversário de falecimento de Gilberto Freyre, a presente exposição oferece uma visão omniabrangente e multifacetada de seu legado, empregando um enfoque “cinematográfico” que estabelece idas e vindas no tempo, superposições, paralelismos, aproximações e contrastes. Uma espécie de cinema ao vivo, um filme no qual o espectador pode penetrar, perambular e interagir, obedecendo ao conceito orteguiano de “tempo tríbio” tão caro a Gilberto Freyre, em que passado, presente e futuro se articulam e se influenciam mutuamente.”1

1 Texto retirado do folder fornecido pela instituição

fre

nte

ve

rso

imagem 6.1: folder fonte; fornecido pela instituição

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Anexo I | Levantamento das exposições Gilberto Freyre, Intérprete do Brasil | Museu da Língua Portuguesa

“Cientista político, escritor, pintor, desenhista, pesquisador, poeta - as faces de Gilberto Freyre apresentadas ao público dentro de seu ambiente de pesquisa: a casa brasileira; uma exposição que traz quadros, documentos e originais inéditos. A exposição Gilberto Freyre - Intérprete do Brasil traz ao Museu da Língua Portuguesa um grande nome da Literatura Brasileira, visando instigar novos leitores a descobrir sua importância para o Brasil. ”2 "A exposição apresenta materiais totalmente inéditos para o grande público. Trata-se de objeto de pesquisa utilizado por Gilberto Freyre para vários de seus livros, como Casa Grande & Senzala , Ordem e Progresso, Açúcar e outros. Além de documentos pessoais e correspondências de vários missivistas como Cândido Portinari, Heitor Villa-Lobos, Carlos Drummond de Andrade, Florestan Fernandes e Cícero Dias", (...) Um lado pouco conhecido de Gilberto Freyre é trazido ao público pela primeira vez, o pintor. A mostra exibirá 27 quadros de Freyre, óleos em tela e aquarelas, com temáticas variadas, como autoretratos, religiosidade, cenas familiares e de crianças, sua casa, engenhos. Além dos quadros, a exposição apresenta o primeiro desenho de Freyre, um frade feito a lápis quando o escritor tinha somente seis anos de idade. Os originais de "inquéritos" que Gilberto Freyre utilizou para elaborar o livro Ordem e Progresso (ano) também estarão no Museu da Língua Portuguesa. Tratava-se de uma série de perguntas que o escritor enviava para diferentes pessoas; as respostas serviram para constatar as diferenças culturais e comportamentais dos Brasileiros. Para ter acesso ao conteúdo, o público poderá ouvir parte do conteúdo por meio de fones-de-ouvidos. Não há experiência de corpo que não seja também experiência de alma, o contrário sendo também verdadeiro". A frase de Tempo morto e outros tempos descreve bem as sensações do visitante dentro da exposição. O local foi subdividido em ambientes que remetem ao interior de uma casa, com cozinha, sala, quarto, a vista da rua, entre outros. "O objetivo é que o espectador sinta-se mexendo e conhecendo a casa de alguém, que era o objeto pesquisa de Freyre", conta o cenógrafo André Cortez. Quadros, ilustrações, documentos, originais, livros publicados por Freyre, diversas fotos, tudo está contextualizado em cenários que apresentam uma amostra da obra deste grande pensador do Brasil.”3

Localização:

2 http://www.museulinguaportuguesa.org.br/museudalinguaportuguesa/GilbertoFreyre/sobre_a_exposicao.html acessado em 01/05/2008 3 http://www.museulinguaportuguesa.org.br/museudalinguaportuguesa/GilbertoFreyre/cenografia.html acessado em 01/05/2008

Local da exposição

imagem 6.2: planta baixa fonte: fornecida pela instituição

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Anexo I | Levantamento das exposições Gilberto Freyre, Intérprete do Brasil | Museu da Língua Portuguesa

Observação da exposição:

Gilberto Freyre, Intérprete do Brasil | Museu da Língua Portuguesa

1. E

spaç

o

1.1 Conjunto: impressão geral

Envolvente. As cores, a iluminação, o mobiliário e suportes equilibram os módulos de informação, trazendo para o espaço uma harmonia que permite uma tranqüila leitura da exposição

1.2 Elementos físicos constitutivos do espaço

1.2.1 Entrada | acesso à exposição

É uma exposição temporária montada no primeiro piso do museu A sinalização é eficiente desde a entrada do museu O acesso é fácil, feito através de elevadores panorâmicos

1.2.2 Elementos do espaço físico

Salas: existentes | adaptadas com recursos cenográficos e suportes para receber a exposição

Paredes: existentes e criadas Pisos: resinado Tetos: teto pintado de preto para uma redução visual do mesmo Janelas: sem janelas

1.2.3 Circulação

Suficiente para observação individual sem comprometer o fluxo

1.2.4 Acústica

Não foram observados problemas

1.2.5 Equipamentos de segurança

Presentes e podem ser facilmente localizados

1.3 Elementos constitutivos da percepção do espaço

1.3.1 Atmosfera, ambiência

Espaço amplo com uma visão geral relativa na chegada

1.3.2 Organização do espaço

Espaço estruturado com objetos foco de interesse bem definidos.

1.3.3 Espaço aberto

Não há espaços abertos neste setor

1.3.4 Elementos fundamentais, chave

As vitrines e suportes são bastante interessantes porque são elementos de uma casa desde camas, cômodas, geladeiras, armários guarda-comida, mesas, malas, aparelhos de microondas

Os módulos temáticos são bem marcados e a implantação básica são a casa, a rua e o outro. Os elementos físicos empregados para estas temáticas deixam bem claro seu conteúdo

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Anexo I | Levantamento das exposições Gilberto Freyre, Intérprete do Brasil | Museu da Língua Portuguesa

1.4 Circuito: percurso dos visitantes

Percurso direcionado, mas não obrigatório. Sugere começar com o módulo que trabalha a intimidade e a casa, passando pela rua e finalizando com o outro

1.5 Iluminação

Sala: iluminação artificial e cenográfica dramática Objetos: iluminação bem distribuída focada no acervo e textos

1. E

spaç

o

1.6 Cores

Fechadas, ocres, vermelhos, azuis escuros, cinzas e verdes; cores em tons que não refletem a luz.

1.7 Suportes | mobiliário

Suportes e divisórias construídos. Aplicação de textos e informações em móveis, objetos e equipamentos antigos como camas, malas, armários; e recentes como microondas, geladeiras e outros

1.8 Elementos de informação

Volume equilibrado de textos e imagens Legendas explicativas suficientes

2.

Ling

uage

ns d

a ex

posi

ção

2.1 Elemento concreto da exposição como um exemplo de linguagem

Cenografia representando uma casa com seus elementos de morar, destacando os espaços e temas abordados na obra do autor

A aplicação de textos com algumas frases, pontua o circuito

2.2 Linguagem dominante na exposição

Cenográfica, representando o espaço da casa e da rua Trabalhada em um jogo em que o visitante precisa na maioria das vezes participar abrindo a porta de algum móvel, ligando o forno, abrindo a geladeira; assim como se colocar na frente de um espelho para que a frase se complete e seja lida, ou através de sobras coloridas produzidas pela sua presença na frente de um suporte com texto, seja possível perceber que os brasileiros vêm de uma mistura de raças

2.3 Código

Claro, de entendimento possível para os visitantes Para os visitantes que têm um mínimo de informações a respeito do assunto, a percepção da montagem fica mais marcada. No entanto, este fator não impossibilita que o visitante sem o conhecimento prévio não apreenda seu conteúdo

2.4 Objetos expostos

Objetos originais | museália – coleção de documentos, publicações e imagens A relação entre exposição, efeitos cenográficos, gráficos e textos é bastante equilibrada

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157

Anexo I | Levantamento das exposições Gilberto Freyre, Intérprete do Brasil | Museu da Língua Portuguesa

2. L

ingu

agen

s da

exp

osiç

ão

2.5 Realidade fictícia predominante da exposição

Clara, busca levar o visitante por um passeio na intimidade das lembranças, comparáveis com flashes através das frases e textos

2.6 Elementos cenográficos - sinais intencionais

Aplicação suficiente de recursos cenográficos para composição, estruturando a informação

A implantação busca levar o visitante por um passeio na intimidade das lembranças, comparáveis com flashes através das frases e textos

2.7 Linguagem intencional da exposição

Informativa através da emoção da percepção da casa de lembranças A estratégia aplicada na montagem leva o visitante a observar a intimidade, o interior das gavetas, armários, malas, geladeiras; encontrando ali uma referência preciosa como um documento, fotografia ou pensamento

Permite também que o visitante busque a informação complementar na legenda

3. P

erce

pção

da

expo

siçã

o 3.1 Intenção geral da exposição

Informar sobre o assunto através da cenografia, linguagem não verbal, textos e imagens completando o entendimento

3.2 Tema, mensagem, intenção da exposição

Afirmativa, podendo ser percebida como bastante clara

3.3 Exposição como um todo

Proporção bem coerente na distribuição do tema no espaço, entre os textos e objetos, e o manuseio dos mesmos. Os recursos cenográficos utilizados se mostram bastante para o entendimento da sua proposta

4. Im

pres

são

4.1 Impressão geral

Inicial | Espaço bastante interessante que leva o visitante a querer observar com mais detalhe os objetos e informações

Final | Uma exposição bastante criativa e elaborada. Por se tratar de um tema desafiador para uma montagem, o conjunto de soluções empregadas é muito interessante. A exposição foi toda trabalhada pontuando a emoção no visitante. A montagem recria espaços em que o visitante entra na intimidade das lembranças e pensamentos do autor

4.2 Outros visitantes

Bastante curiosos e atentos a todos os objetos e instrumentos em uma movimentação atenta e curiosa pontuada por vários comentários

4.3 Efeitos posteriores

Calma Satisfação plena Surpresa com o resultado e o conjunto, em função do desafio do tema Atestou ou expandiu conhecimento

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158

Anexo I | Levantamento das exposições Gilberto Freyre, Intérprete do Brasil | Museu da Língua Portuguesa

Imagens

imagem 6.3: vitrines temáticas com acervo fonte: arquivo da autora

imagem 6.4: vitrine temática com acervo fonte: arquivo da autora

imagem 6.5: vista do conjunto de um módulo fonte: arquivo da autora

imagem 6.6: detalhe de recurso de aplicação de texto fonte: arquivo da autora

imagem 6.7: vista do conjunto de um módulo fonte: arquivo da autora

imagem 6.8: detalhe de vitrine onde o acervo é o texto fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Gilberto Freyre, Intérprete do Brasil | Museu da Língua Portuguesa

imagem 6.15: detalhe da vitrine onde o texto é aplicado nos elementos fonte: arquivo da autora

imagem 6.14: vitrine onde o texto é aplicado nos elementos fonte: arquivo da autora

imagem 6.12: vitrine temática com acervo fonte: arquivo da autora

imagem 6.9: vitrine temática com acervo fonte: arquivo da autora

imagem 6.10: vitrine temática com acervo fonte: arquivo da autora

imagem 6.11: vitrine temática com acervo fonte: arquivo da autora

imagem 6.13: vitrine temática com acervo fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Gilberto Freyre, Intérprete do Brasil | Museu da Língua Portuguesa

imagem 6.16: uso da luz e transparências para obter efeito de cidade fonte: arquivo da autora

imagem 6.17: modulo posterior utilizando o verso para expor as publicações fonte: arquivo da autora

imagem 6.20: aplicação do conjunto de texto aplicado na parede, projeção de palavras que complementam o texto, espelho para a leitura e visitante fonte: arquivo da autora

imagem 6.19: projeção de palavras que completam o texto, espaço que necessita da intervenção do visitante fonte: arquivo da autora

imagem 6.18: espaço que necessita da intervenção do visitante para complementar a informação. conjunto de texto aplicado na parede, projeção de palavras que complementam o texto e espelho para a leitura. Fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Gilberto Freyre, Intérprete do Brasil | Museu da Língua Portuguesa

imagem 6.23: fones de ouvido para acesso ao conteúdo fonte: arquivo da autora

imagem 6.21: conjunto de texto aplicado na parede, projeção de luz que complementam o texto, dando efeito da mistura racial brasileira fonte: arquivo da autora

imagem 6.22: suporte com o texto aplicado no elemento temático fonte: arquivo da autor

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Anexo I | Levantamento das exposições Um novo mundo, um novo Império, a Corte Portuguesa no Brasil – MHN

imagem 7.1: material fornecido pela instituição fonte: MHN

7. Um novo mundo, um novo Império, a Corte Portuguesa do Brasil Museu Histórico Nacional | MHN| Exposição temporária

Exposição montada para apresentar os aspectos econômicos, políticos e culturais da vinda da

família real portuguesa, como parte das comemorações dos 200 anos da chegada da família real

portuguesa ao Brasil; montada no segundo piso do MHN Endereço: Praça Marechal Âncora, s/n, Centro, Rio de Janeiro, RJ

Folder: “Dividida em núcleos temáticos, a exposição contará com objetos e documentos de importantes instituições públicas e particulares brasileiras e portuguesas, muitos dos quais inéditos. O público terá a oportunidade de conhecer desde a situação na Europa com as guerras napoleônicas, que motivaram a vinda da Corte para o Brasil, até os motivos que levaram à proclamação da Independência do Brasil pelo Imperador D. Pedro I. O núcleo inicial abordará as conquistas de Napoleão na Europa, em especial na Península Ibérica, seguidas de biografias dos personagens envolvidos no conflito – Napoleão, Carlos IV, D. Maria I e Jorge III. Através de acervo iconográfico cedido por instituições portuguesas, serão mostrados aspectos da cidade de Lisboa por ocasião do embarque, bem como retratos das infantas portuguesas que vieram para o Brasil. O núcleo seguinte abordará o embarque em Lisboa e as dificuldades enfrentadas ao longo de 54 dias de travessia do Atlântico. A chegada à Bahia, em 22 de janeiro de 1808, está representada pela monumental tela de Candido Portinari, “Chegada de D. João VI a Salvador”, gentilmente cedida pelo Banco BBM S. A e Associação Comercial da Bahia e pela primeira vez apre- sentada no Rio de Janeiro.

Um importante co- junto documental, que reúne docu- mentos existentes no Arquivo Nacional e na Biblioteca Na- cional, revela o processo da “Aber- tura dos Portos às Nações Amigas”, uma das primeiras providências toma- das por D. João ao chegar à Bahia, marco inicial do desenvolvimento do comércio. O Rio de Janeiro encontrado pela fa- mília real e as transformações o- corridas na cidade a partir da chegada da corte são

abordados em outro núcleo. Instituições portuguesas, como o Arquivo Real, a Real Biblioteca e o Erário, foram recriadas no Brasil para permitir o

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Anexo I | Levantamento das exposições Um novo mundo, um novo Império, a Corte Portuguesa no Brasil – MHN

funcionamento do Estado português em solo americano. O livre comércio, o estabelecimento de indústrias, a introdução de novos hábitos culturais e a criação de importantes instituições, tais como a Imprensa Régia, a Real Junta do Comércio e as Academias científicas, modificaram definitivamente o perfil colonial do país e introduzirem no cenário nacional novas forças sociais que produziram imagens simbólicas e definiram o poder monárquico no Novo Mundo. E foi a cidade do Rio de Janeiro que mais rapidamente sentiu essas modificações, com a redefinição do panorama urbano, a introdução de novos estilos arquitetônicos - sobretudo a partir da vinda da missão artística francesa de 1816 - e a mudança do comportamento da sociedade, que passa a viver de maneira cosmopolita: entre saraus, festas e apresentações teatrais, efervescia a vida política, social e cultural. Integram esse núcleo instrumentos científicos contemporâneos a D. João VI; o trono acústico criado na Inglaterra especialmente para o monarca; pintura a óleo contemporânea que reproduz com fidelidade a cena da chegada da frota real à baía da Guanabara e objetos de época - mobiliário, porcelanas, condecorações, etc - além de extensa iconografia do período. O penúltimo núcleo aborda os conflitos que se instalaram no Brasil e em Portugal a partir de 1817, até a decisão das Cortes portuguesas de exigirem o retorno de D. João VI em 1820, o que efetivamente ocorreu em 1821, após treze anos em terras brasileiras. Se, ao chegar ao Rio de Janeiro em 1808, D. João VI desembarcou numa provinciana cidade colonial, ao partir em 1821 deixou um Brasil bem diferente daquele encontrado, que se transformaria na sede do maior Império das Américas. Como conseqüência natural da vinda da corte portuguesa para sua colônia nos trópicos, a alusão à Proclamação da Independência do Brasil pelo Imperador D. Pedro I encerrará a exposição.”1

Localização

1 Texto retirado do material fornecido pela instituição

espaço da exposição

imagem 7.2: planta baixa fonte: material fornecido pela instituição

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164

Anexo I | Levantamento das exposições Um novo mundo, um novo Império, a Corte Portuguesa no Brasil – MHN

Observação da exposição:

Um novo mundo, um novo Império, a Corte Portuguesa no Brasil | MHN

1. E

spaç

o

1.1 Conjunto: impressão geral

Uma exposição comemorativa da chegada da família real é essa importância e grandeza que se percebe nesta montagem. O projeto busca não só informar, mas envolver o visitante, através de vários símbolos e recursos técnicos, neste contexto

1.2 Elementos físicos constitutivos do espaço

1.2.1 Entrada | acesso à exposição

Montada no espaço de exposições temporárias no segundo piso do

museu o acesso é bem marcado pela sinalização e facilmente viabilizado através da escada rolante

1.2.2 Elementos do espaço físico

Salas: existentes | adaptadas com recursos cenográficos e suportes para receber a exposição

Paredes: existentes e criadas Pisos: madeira, original da sala Tetos: teto pintado na cor das paredes não trazendo nenhum contraste Janelas: fechadas com postigos

1.2.3 Circulação

Muito generosa, permitindo a visita de grupos e suficiente para observação individual sem comprometer o fluxo

1.2.4 Acústica

Não foram observados problemas

1.2.5 Equipamentos de segurança

Presentes e podem ser facilmente localizados

1.3 Elementos constitutivos da percepção do espaço

1.3.1 Atmosfera, ambiência

Espaço amplo com uma boa visão geral na chegada; a aplicação de grandes espaços no design da exposição faz alusão a grandeza do fato reproduzido

1.3.2 Organização do espaço

Espaço estruturado com objetos foco de interesse bem definidos, e marcação dos núcleos através de cor, luz e mobiliário

1.3.3 Espaço aberto

Não há espaços abertos neste setor

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165

Anexo I | Levantamento das exposições Um novo mundo, um novo Império, a Corte Portuguesa no Brasil – MHN

1.3.4 Elementos fundamentais, chave

Um primeiro relato, através de projeção, para contextualizar o visitante, seguido de uma ambientação que reporta a saída da corte de Portugal. O deslocamento da corte em navios é representado por grandes velas; estes ambientes têm paredes pintadas de cinza

No final do módulo chega-se a uma sala muito clara de cores abertas marcando a diferença de um ambiente para o outro. E segue assim enquanto o tema é a vida da corte no Brasil

Segue então com uma diferenciação de cor e luz para o período a partir da coroação de D.João VI. Finalizando a exposição com a declaração de independência por D.Pedro I

1.4 Circuito: Percurso dos visitantes

Percurso livre dentro dos módulos de interesse

1.5 Iluminação

No geral a iluminação é específica e diferenciada pela temática. A variação vai desde um espaço com projeção e iluminação direcionada para o acervo, passando por espaço com iluminação dramática e cenográfica até espaço com iluminação geral forte, sem selecionar nenhum objeto especificamente, apenas melhorando sua condição de sombra

1. E

spaç

o

1.6 Cores

Nos primeiros módulos são aplicadas cores fechadas, cinzas e em seguida

são aplicadas cores brilhantes como beges e finaliza com um tom nobre de verde fechado permitindo uma valorização dos dourados do acervo exposto

1.7 Suportes | mobiliário

Originais: aplicados por todos os espaços da exposição Construídos: apenas os necessários, com design discreto, valorizando os objetos expostos

1.8 Elementos de informação

Volume equilibrado de textos Legendas explicativas sucintas Projeção de imagens com áudio explicando a situação que gerou o fato Vídeo com representação da cidade do Rio de Janeiro com a chegada da corte

2.

2.1 Elemento concreto da exposição como um exemplo de linguagem

a ambientação representando a saída da corte de Portugal as pressas os elementos cenográficos como velas, montagem do trono e a projeção na estátua de D.PedroI declarando a independência

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166

Anexo I | Levantamento das exposições Um novo mundo, um novo Império, a Corte Portuguesa no Brasil – MHN

2.

Ling

uage

ns d

a ex

posi

ção

2.2 Linguagem dominante na exposição

Informativa através das vitrines e cenográfica, pontualmente para reforçar o conteúdo informado

2.3 Código

Claro de entendimento possível para os visitantes

2.4 Objetos expostos

Objetos originais | museália – mobiliário, documentos, objetos de casa, instrumentos, livros, quadros, objetos de uso pessoal, armas, objetos de poder (coroa, condecorações e outros)

A relação entre exposição, objetos, textos e imagens é bastante equilibrada

2.5 Realidade fictícia predominante da exposição

Clara, podendo se utilizar o apoio da informação, textos, vídeo, projeções e legendas para complementar

Este espaço para a montagem desta exposição já contextualiza o visitante por se tratar do museu que abriga acervo do período histórico focado

2.6 Elementos cenográficos - sinais intencionais

Aplicação pontual e suficiente de recursos cenográficos para composição, estruturando a informação

2.7 Linguagem intencional da exposição

Informativa A estratégia aplicada leva o visitante a observar desde o fato gerador até a conseqüência. O esclarecimento para o visitante da mudança e do impacto que esta mudança provocou fica claro não apenas nos textos, mas no vídeo e na forma como os objetos estão expostos

3. P

erce

pção

da

expo

siçã

o

3.1 Intenção geral da exposição:

Informar sobre o assunto através da cenografia textos e imagens completando o entendimento

3.2 Tema, mensagem, intenção da exposição

Afirmativa, bastante clara

3.3 Exposição como um todo

Proporção bem coerente entre os textos e objetos, e o recurso cenográfico utilizado se mostra bastante para o entendimento da sua proposta

4. Im

pres

são

4.1 Impressão geral

Inicial | Espaço bastante interessante que leva o visitante, através do contexto a buscar mais detalhes sobre o tema

Final | Uma exposição criativa e elaborada, criando marcos pontuais para contextualizar o visitante a fim de que o entendimento seja natural. As informações são suficientes para entender a exposição, porém abre espaço para um aprofundamento no tema através de outros recursos

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167

Anexo I | Levantamento das exposições Um novo mundo, um novo Império, a Corte Portuguesa no Brasil – MHN

4. Im

pres

são

4.2 Outros visitantes

Bastante curiosos e atentos a todos os objetos e instrumentos em uma movimentação bastante ativa, com muitos comentários e curiosidade

Ao final, no espaço da declaração de independência os grupos de escolares batem palmas, o que demonstra o quanto a exposição atingiu seu objetivo através da emoção

4.3 Efeitos posteriores

Alegria Satisfação Atestou ou expandiu conhecimento,

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Anexo I | Levantamento das exposições Um novo mundo, um novo Império, a Corte Portuguesa no Brasil – MHN

Imagens

imagem 7.3: entrada da exposição fonte: arquivo da autora

imagem 7.5: conjunto imagens e iluminação fonte: arquivo da autora

imagem 7.4: aplicação de projeção fonte: arquivo da autora

imagem 7.6: conjunto vitrine e texto fonte: arquivo da autora

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169

Anexo I | Levantamento das exposições Um novo mundo, um novo Império, a Corte Portuguesa no Brasil – MHN

imagem 7.7: montagem cenográfica fonte: arquivo da autora

imagem 7.8: texto de referência para a cenografia fonte: arquivo da autora

imagem 7.9: montagem temática fonte: arquivo da autora

imagem 7.11: painel de textos fonte: arquivo da autora

imagem 7.10: diferença de intensidade de luz e de cor de salas fonte: arquivo da autora

imagem 7.12: aplicação de texto nos elementos cenográficos fonte: arquivo da autora

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170

Anexo I | Levantamento das exposições Um novo mundo, um novo Império, a Corte Portuguesa no Brasil – MHN

imagem 7.17: fechamento da janela para controlar a iluminação fonte: arquivo da autora

imagem 7.13: conjunto imagem vitrines e acervo fonte: arquivo da autora

imagem 7.18: suporte para informação fonte: arquivo da autora

imagem 7.14: suportes para informação fonte: arquivo da autora

imagem 7.15: utilização de vídeo como apoio para informação fonte: arquivo da autora

imagem 7.16: conjunto da sala fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Um novo mundo, um novo Império, a Corte Portuguesa no Brasil – MHN

imagem 7.19: conjunto da sala fonte: arquivo da autora

imagem 7.20: setor de mobiliário fonte: arquivo da autora

imagem 7.22: uso da cor para dar continuidade nas salas fonte: arquivo da autora

imagem 7.21: iluminação dramática para dar ênfase ao tema fonte: arquivo da autora

imagem 7.23: aplicação de projeção de vídeo no suporte para enfatizar a informação fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Laboratório do Mundo: Idéias e Saberes do séc. XVIII | Pinacoteca do Estado de São Paulo

8. Laboratório do Mundo: Idéias e Saberes do Século XVIII Pinacoteca do Estado de São Paulo | Exposição temporária, itinerante

Montagem de exposição temporária itinerante em salas do primeiro andar da Pinacoteca

de São Paulo. Elaborada em parceria com a Universidade de Coimbra Endereço: Praça da Luz nº 2 Jardim da Luz, São Paulo, SP

Dados sobre a exposição: “Nação famosa pelas conquistas marítimas, Portugal transmitiu ao mundo conhecimentos científicos que estimularam o progresso. O período áureo dessa pesquisa deu-se no século XVIII, época de boa parte dos instrumentos e documentos que integram uma curiosa mostra na Pinacoteca. Entre 212 peças herdadas pela Universidade de Coimbra, estão invenções como o teodolito, objeto para medir ângulos, e a eolípila a vapor, usada para saber a direção do vento. À seleção soma-se um lote vindo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, com mapas e, entre diversas pinturas, um retrato de Sebastião José de Carvalho e Melo, o polêmico marquês de Pombal (1699-1782), quem realmente pôs Portugal na rota dessas descobertas.”1

“Distribuída por uma área de 564 metros quadrados e ocupando sete salas, a exposição reúne um total de 212 peças, entre as quais cerca de 200 instrumentos científicos e documentos do século XVIII, pertencentes à Universidade de Coimbra, além de cartas, mapas, quadros, gravuras,

aquarelas e pinturas do acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Os instrumentos a apresentar na exposição foram adquiridos pelo Colégio Real dos Nobres de Lisboa e, posteriormente, transferidos para Coimbra em 1772. Na opinião da comissária científica da exposição, Ermelinda Antunes, directora do Museu de Física da Universidade de Coimbra, «a colecção de máquinas, aparelhos e instrumentos que constitui, actualmente, o espólio do museu é, seguramente, uma das mais ricas e mais completas colecções universitárias existentes no mundo». «Para os brasileiros, a exposição tem uma grande importância, já que se trata do período do reordenamento do Brasil decidida pelo marquês de Pombal no século XVIII», disse, por seu turno, Carlos Martins, comissário técnico da exposição. Carlos Martins referiu que um dos núcleos da exposição, denominado Novas Fronteiras do Olhar, mostra «a aplicação do conhecimento científico da exploração do novo mundo que foi realizado por

brasileiros formados em filosofia e matemática». O núcleo vai ainda mostrar como se preparava e executava uma missão de exploração

1 http://veja.abril.com.br/vejasp/081204/vejasp_recomenda.html acessado em 15/02/2005

imagem 8.1: capa do catálogo da exposição fonte: www.planetanews.com

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Anexo I | Levantamento das exposições Laboratório do Mundo: Idéias e Saberes do séc. XVIII | Pinacoteca do Estado de São Paulo

científica, imagens e objectos recolhidos no Brasil e a cartografia da época. A exposição está dividida em quatro núcleos temáticos: Modernidade, Razão e Luz; Arquitectura da Ciência; Ciência em Movimento e as Novas Fronteiras do Olhar. Em "Modernidade, Razão e Luz" os organizadores do projecto recriaram um ambiente de biblioteca da época e nela confrontam o visitante com afirmações de grande filósofos europeus cujas obras são expostas lado a lado com autores famosos da época como Verney, Ribeiro Sanches e Garção Stockler, entre outros, e dando a conhecer os consumos culturais das elites cultas da época. Os instrumentos do Museu de Física de Coimbra e os objectos do observatório astronómico estarão expostos no núcleo denominado "Ciência em Movimento", através do qual a exposição pretende evidenciar a adopção da metodologia experimental no ensino da filosofia natural e mostrar a aplicabilidade dos conhecimentos de física, astronomia e matemática à compreensão do mundo. Finalmente, o núcleo "Arquitectura da Ciência" vai apresentar as campanhas levadas a cabo em Coimbra no tempo da reforma pombalina da universidade.“2

“Dividida em quatro núcleos, como Iluminismo e Cultura Científica, Arquitetura da Ciência, Ciência em Movimento e Novas Fronteiras do Olhar, as peças exibidas na mostra encantam não somente pelo seu valor histórico e científico, como também pela beleza de suas formas e seus detalhes. A exposição não procura, na verdade, mostrar o mundo como ele era visto há 200 anos, mas exibir os meios que permitiram conceber essa visão e, por meio deles, asseverar as fronteiras bem delineadas entre os campos do saber e do fazer, conforme ditava o pensamento iluminista daquela época. (...)Hoje, a mesma tecnologia que atende a ciência se coloca, por exemplo, a serviço das expressões artísticas. Estas, por sua vez, pensando-as como obras de arte, igualmente transpassam os limites de suas funções secularmente impostas, reafirmando nesses caminhos o papel do próprio homem que é, ele mesmo, o meio e o fim.3

Localização

2 http://dn.sapo.pt/2004/11/28/artes/pecas_cientificas_sec_xviii_brasil.html acessado em 15/02/2005 3 http://www2.anhembi.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=30881&sid=68 acessado em 15/02/2005

Térreo

1º andar

2º andar

espaço da exposição

imagem 8.2: planta baixa fonte: www.arcoweb.com.br

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Anexo I | Levantamento das exposições Laboratório do Mundo: Idéias e Saberes do séc. XVIII | Pinacoteca do Estado de São Paulo

Observação da exposição:

Laboratório do Mundo: Idéias e Saberes do séc. XVIII | Pinacoteca do Estado de SP

1. E

spaç

o

1.1 Conjunto: impressão geral

Montagem bastante interessante com estrutura de alumínio, vidro e tecido tensionado, e com um acervo que necessita de uma iluminação muito específica. O resultado é bastante curioso como a estrutura de montagem some permitindo que se observe o acervo exposto sem interferências visuais

1.2 Elementos físicos constitutivos do espaço

1.2.1 Entrada | acesso à exposição

Bastante sinalizada e localizada em salas do segundo piso, que é o de

chegada da Pinacoteca, fica bem visível Acesso fácil uma vez acessada a área de exposições da Pinacoteca

1.2.2 Elementos do espaço físico

Salas: os espaços utilizados foram salas existentes | adaptadas com suportes construídos especificamente para receber a exposição e viajar com ela

Paredes: criadas pela montagem Pisos: forração Tetos: pé direito duplo com teto pintado de preto para uma redução visual do mesmo

Janelas: sem janelas

1.2.3 Circulação

Suficiente para observação individual sem comprometer o fluxo

1.2.4 Acústica

Não foram observados problemas

1.2.5 Equipamentos de segurança

Presentes e podem ser facilmente localizados

1.3 Elementos constitutivos da percepção do espaço

1.3.1 Atmosfera, ambiência

Espaços fechados, não permitindo a visualização das outras salas, nem uma visão geral da exposição com um todo

1.3.2 Organização do espaço

Espaço estruturado mantendo divisões entre os núcleos de interesse

deixando-os bem definidos assim como as temáticas dos objetos expostos.

1.3.3 Espaço aberto

Não há espaços abertos

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Anexo I | Levantamento das exposições Laboratório do Mundo: Idéias e Saberes do séc. XVIII | Pinacoteca do Estado de São Paulo

1.3.4 Elementos fundamentais, chave

Modernidade, Razão e Luz: espaço da biblioteca, com ambientação Ciência em Movimento: espaço das pesquisas com a apresentação de instrumentos

Arquitectura da Ciência: espaço das intervenções

1.4 Circuito: percurso dos visitantes

Percurso direcionado pelos painéis que dividem os módulos e criam limitações

1.5 Iluminação

Sala: iluminação artificial e cenográfica Objetos: iluminação indireta em função da conservação do acervo e para evitar brilho, permitindo também uma leitura confortável dos objetos

1. E

spaç

o

1.6 Cores

Neutras | brancos, mas como o acervo restringia a quantidade de luxes que seriam possíveis aplicar, o resultado visual foi um tom de cinza azulado

1.7 Suportes | mobiliário

Construídos: com design discreto, porém arrojado, marcando a distância temporal, mas não interferindo visualmente e valorizando o objeto

Por ser uma exposição itinerante, foi necessário se criar uma modulação para as vitrines e espaços permitindo uma adaptação aos espaços por onde passar

1.8 Elementos de informação

Volume equilibrado de textos Legendas explicativas sucintas

2.

Ling

uage

ns d

a ex

posi

ção

2.1 Elemento concreto da exposição como um exemplo de linguagem

A apresentação do acervo em uma seqüência de módulos que criam espaços similares é um resultado natural desta proposta de exposição que deverá itinerar por outros espaços que não contam com os recursos tecnológicos da Pinacoteca do Estado de São Paulo

2.2 Linguagem dominante na exposição

Um espaço de ambientação da biblioteca atrai a atenção do visitante, os demais espaços receberam um tratamento vitrine/objeto

2.3 Código

Claro, de fácil entendimento para os visitantes

2.4 Objetos expostos

Objetos originais | museália – coleção composta por documentos, quadros, mapas, instrumentos científicos, tecidos e aquarelas

A relação entre exposição e textos, gráficos é bastante equilibrada

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Anexo I | Levantamento das exposições Laboratório do Mundo: Idéias e Saberes do séc. XVIII | Pinacoteca do Estado de São Paulo

Ling

uage

ns d

a ex

posi

ção

2.5 Realidade fictícia predominante da exposição

Clara, com o apoio da informação é possível se ter uma idéia precisa da complexidade e da aplicação de uso dos aparelhos de medição expostos

2.6 Elementos cenográficos - sinais intencionais

Aplicação suficiente de recursos cenográficos para composição, estruturando a informação

2.7 Linguagem intencional da exposição

Informativa A estratégia leva o visitante a observar o acervo e complementar com as informações passadas através das legendas e textos

3. P

erce

pção

da

expo

siçã

o

3.1 Intenção geral da exposição

Informar sobre o os meios que permitiram o desenvolvimento do pensamento e concepção de idéias. Em uma visão iluminista “asseverar as fronteiras bem delineadas entre os campos do saber e do fazer”. Esta proposta cria uma perspectiva de se observar os mapas documentos e aparelhos e instrumentos como obra de arte

3.2 Tema, mensagem, intenção da exposição

Afirmativa, bastante clara

3.3 Exposição como um todo

Proporção bem coerente entre os textos e objetos, a modulação dos suportes funciona como um item comum através das salas e o conjunto se mostra bastante para o entendimento da sua proposta

4. Im

pres

são

4.1 Impressão geral

Inicial | Espaço bastante interessante que desperta a curiosidade e leva a querer observar com mais detalhe os objetos e informações

Final | Uma exposição bastante elaborada, com uma grande quantidade de informação

4.2 Outros visitantes

Atentos aos objetos e instrumentos em uma movimentação silenciosa, com pequenos comentários

4.3 Efeitos posteriores

Satisfação Atestou ou expandiu conhecimento

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Anexo I | Levantamento das exposições Laboratório do Mundo: Idéias e Saberes do séc. XVIII | Pinacoteca do Estado de São Paulo

Imagens4’5

4 www.arcoweb.com.br/lightdesign/lightdesign53.asp acessado em 15/02/2005 5 http://www.portalgtd.com.br/ver_projeto.php?id=24 acessado em 18/01/2008

imagem 8.3: conjunto de painéis da entrada da sala fonte: www.arcoweb.com.br

imagem 8.4: vitrine grande fonte: www.arcoweb.com.br

imagem 8.5: detalhe de vitrine fonte: www.arcoweb.com.br

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Anexo I | Levantamento das exposições Laboratório do Mundo: Idéias e Saberes do séc. XVIII | Pinacoteca do Estado de São Paulo

imagem 8.9: conjunto vitrines e estrutura da montagem fonte: www.arcoweb.com.br

imagem 8.6:conjunto vitrines e circulação fonte: www.arcoweb.com.br

imagem 8.8: conjunto vitrines e circulação fonte: www.arcoweb.com.br

imagem 8.7: vitrines e estrutura da montagem fonte: www.arcoweb.com.br

imagem 8.7: detalhe de espaço de vitrine fonte: www.arcoweb.com.br

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Anexo I | Levantamento das exposições Paris 1900 | CCBB RJ

imagem 9.1: folder fonte: material fornecido pela instituição

9. Paris 1900

Centro Cultural Banco do Brasil | CCBB | Exposição temporária, itinerante

Exposição sobre os hábitos e costumes de Paris no início do séc.XX, montada no

primeiro e segundo andar do Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro. Para

este trabalho focaremos a sala 5, no 1º andar, núcleo: Buscas Espirituais. Endereço: Rua1º de Março nº 66, Centro, Rio de Janeiro, RJ

Folder: “Liberdade, Diversidade e Modernidade. Mais de cem anos depois da Revolução francesa, Era esse o trinômio que parecia presidir a vida cultural parisiense na passagem entre os séc. XIX e XX. Governantes, artistas e a burguesia locais afinavam-se no mais vistoso projeto de glorificação de uma cidade já empreendido na idade moderna. A paixão pela indústria e pela eletricidade legava à capital francesa o epíteto merecido de cidade-luz. O impressionismo reinante e o simbolismo emergente, o surgimento do cinema e um renovado interesse pela arte oriental conferiram à vie parisienne um glamour sem precedentes, que até hoje ecoa na memória coletiva universal, fascinando mesmo quem só o conhece através de leituras, filmes ou museus. Ao apresentar a exposição Paris 1900, o Banco do Brasil quer tornar essa “memória” mais tangível para o público brasileiro, mantendo o compromisso de fertilizar a nossa cultura mediante, entre outras coisas, a

divulgação da mais alta produção artística internacional, de hoje e de ontem. No caso da Belle Époque parisiense, trata-se de um passado que selou definitivamente a imagem da cidade. Na Paris da virada do século realizaram-se memoráveis exposições universais, ergueram-se a Torre Eiffel e o Petit Palais, de cujos museus vem o acervo aqui exposto. Algo daquela atmosfera extravagante pode ser revivido diante das pinturas, gravuras, desenhos, esculturas, porcelanas, jóias e outras peças que compõem esta exposição. Aqui não se destacam apenas nomes irresistíveis como Toulouse-Lautrec, Cézane, Renoir, Bonnard, Rodin e Sarah Bernhardt. A par disso, importa o conjunto multifacetado de obras que almejam representar a efusão criativa, a busca incessante da beleza e a urbanidade luxuriante daquele contexto, que não se repete mais. O Centro Cultural Banco do Brasil transforma-se, um pouco, num pequeno palácio para receber Paris 1900. É mais uma ocasião para reafirmarmos alguns dos valores que orientam permanentemente nossos critérios de programação: qualidade, pluralidade e inventividade.”1

1 Texto retirado do folder fornecido pela instituição

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180

Anexo I | Levantamento das exposições Paris 1900 | CCBB RJ

imagem 9.2: folder fonte: material fornecido pela instituição

“salas 5 e 6 - Buscas Espirituais (Os Simbolistas)

(2° Andar)

A Paris de 1900 é uma cidade onde convivem contrastes. Na contramão do realismo, do naturalismo de Zola, estavam os simbolistas com sua revolta contra a realidade explicada pela ciência, contra a arte como retrato do social. As idéias simbolistas tiveram curso pela Europa inteira, na obra de Rimbaud, Verlaine, Mallarmé, Claudel, Wilde; o panteão dos simbolistas tinha Wagner na música, Moreau na pintura e Baudelaire na literatura. Eram tidos como os últimos românticos. Mas afinavam-se também com o contemporâneo Freud na busca do insconsciente. Era a busca do ideal, do sentido da alma, através do símbolo. Segundo o curador Gilles Chazal, "nesta mostra, as obras simbolistas francesas do Petit Palais vêm propositalmente confrontadas com obras realistas do período". A morte, a fuga, a mulher (ideal, num pedestal; como beleza ameaçada ou ameaçadora, como a femme fatale) e a mitologia e o passado são alguns dos temas recorrentes. Esta sala traz alguns dos maiores nomes do simbolismo como o próprio Moreau, Fantin-Latour

e Redon, além de uma escultura de Rodin (L'Amour et Psyché) que se instala na passagem - literal e metaforicamente - entre os mundos simbolista e naturalista. ”2

Localização

2 Texto retirado de material fornecido pela instituição

2º piso 1º piso

imagem 9.3: planta baixa fonte : material fornecido pela instituição

espaço observado

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181

Anexo I | Levantamento das exposições Paris 1900 | CCBB RJ

Observação da exposição:

Paris 1900 | CCBB RJ

1. E

spaç

o

1.1 Conjunto: impressão geral

Uma sala muito especial onde a solução adotada foi pela simplicidade e menor número de elementos trazendo um resultado impressionante

1.2 Elementos físicos constitutivos do espaço

1.2.1 Entrada | acesso à exposição

Faz parte do conjunto da exposição Paris 1900. Não existe uma chamada

específica para esta sala. Trata-se de uma sala de conexão entre duas outras salas.

1.2.2 Elementos do espaço físico

sala: existente | adaptada com recursos cenográficos e suporte para receber o acervo

paredes: existentes e criadas pisos: tapete tetos: teto pintado de vermelho para envolver todo o espaço janelas: sem janelas portas: duas portas, é uma sala de comunicação

1.2.3 Circulação

Suficiente para observação individual, mas como se trata de uma pequena

sala, em caso visitas de grupos pode vir a ter um excesso de pessoas paradas e vir a comprometer o fluxo

1.2.4 Acústica

Não foram observados problemas

1.2.5 Equipamentos de segurança

Presentes e podem ser facilmente localizados

1.3 Elementos constitutivos da percepção do espaço

1.3.1 Atmosfera, ambiência

Uma sala com uma proposta absolutamente envolvente, o conjunto visual composto pela cor, luz e objeto produz uma atmosfera única.

1.3.2 Organização do espaço

Uma proposta aparentemente simples, uma sala toda vermelha com teto e paredes vermelhas. O piso acompanha o conjunto com um tapete vermelho, no mesmo tom das paredes e teto. O suporte e vitrine são colocados afastados da circulação centralizado nos espaço restante

1.3.3 Espaço aberto

Não possui espaços abertos neste setor

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182

Anexo I | Levantamento das exposições Paris 1900 | CCBB RJ

1.3.4 Elementos fundamentais, chave

Nesta sala o único e suficiente elemento necessário é a escultura exposta, porém posso considerar a luz e a cor envolvendo todo o ambiente como acessórios fundamentais para a diferença entre o efeito obtido e ser apenas mais uma escultura exposta em uma sala

1.4 Circuito: Percurso dos visitantes

Percurso livre, mas o ato de circular por toda a volta da escultura foi um movimento natural nos visitantes

1.5 Iluminação:

Sala: sem iluminação ambiente. O efeito dado pela luz focada no objeto era suficiente para iluminar o ambiente

Objetos: iluminação focada com uma luz absolutamente branca para potencializar o branco do mármore

Um foco bem difuso em um pequeno texto com letras em ouro antigo, para não sobressair, apenas dar uma informação sobre o acervo.

1. E

spaç

o

1.6 Cores

Vermelho em todos os itens da montagem e branco absoluto do objeto

1.7 Suportes | mobiliário

Sólido de forma retangular forrado com o tapete do piso Vitrine do tipo aquário, mantendo distancia do objeto, permitindo assim a valorização da peça exposta

1.8 Elementos de informação:

Volume equilibrado de textos Legendas explicativas sucintas

2.

Ling

uage

ns d

a ex

posi

ção

2.1 Elemento concreto da exposição como um exemplo de linguagem

Cenografia dramática, embora composta de elementos simples, promove um grande envolvimento do visitante com a obra

2.2 Linguagem dominante na exposição:

Cenográfica com um interessante tom dramático que leva a um grande envolvimento do visitante com a obra

2.3 Código:

Claro de entendimento possível para os visitantes.

2.4 Objetos expostos

Objetos originais | museália – escultura Amor e Psique de Rodin A relação entre os elementos que compõem o espaço é bastante equilibrada

2.5 Realidade fictícia predominante da exposição:

A proposta parece que é de eliminar o entorno e os suportes, porém, o conjunto cria um envolvimento do visitante com a obra, proporcionando um afastamento espaço/temporal.

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183

Anexo I | Levantamento das exposições Paris 1900 | CCBB RJ

2.6 Elementos cenográficos - sinais intencionais

Aplicação suficiente de recursos cenográficos para composição

2.7 Linguagem intencional da exposição:

Emocional A estratégia leva o visitante a sentir-se envolvido pela cor presente no piso, paredes, teto e suporte; levando o foco de interesse diretamente para o objeto exposto

3. P

erce

pção

da

expo

siçã

o

3.1 Intenção geral da exposição:

Promover um deslocamento do visitante para um universo particular onde a articulação observador/obra se completa.

3.2 Tema, mensagem, intenção da exposição:

Afirmativa, levando a um envolvimento individual

3.3 Exposição como um todo:

Proporção bem interessante entre sala e acervo e a aplicação de texto, bem resumido em cor bastante discreta, sem chamar atenção. A iluminação se torna, neste caso, um elemento fundamental para o efeito conseguido. O resultado, mais do que o entendimento da proposta de ser um espaço que fala de amor, é um espaço onde o envolvimento através dos elementos que o compõem leva a uma grande emoção.

4. Im

pres

são

4.1 Impressão geral

Inicial | Espaço bastante interessante que me levou a querer ficar observando tudo com mais detalhe

Final | Uma sala incrivelmente criativa. Onde uma reduzida quantidade de elementos gerou um fantástico efeito. O acervo era realmente o centro desta sala, mas a emoção que o conjunto gerou ia muito além. A aplicação correta em medida e qualidade dos recursos tecnológicos e de montagem criou uma atmosfera de imersão e deslocamento do conjunto da exposição. Esta sala se bastava como exposição, sem necessitar de mais contextos e explicações. Foi o encontro da plena emoção com o objeto exposto.

4.2 Outros visitantes:

Silenciosos, alguns tomados pela mesma emoção e arrebatamento, sem fazer comentários.

Alguns poucos efetivamente passavam sem sequer olhar para a escultura. Entenderam como uma saleta de passagem apenas.

4.3 Efeitos posteriores:

Emoção Perturbação Satisfação

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Anexo I | Levantamento das exposições Paris 1900 | CCBB RJ

imagem 9.9: montagem da sala fonte: Eye4Web

Imagens

imagem 9.5: montagem da sala fonte: Eye4Web

imagem 9.4: montagem da vitrine fonte: Eye4Web

imagem 9.7: montagem da sala fonte: Eye4Web

imagem 9.6: montagem da sala fonte: Eye4Web

imagem 9.8: montagem da sala fonte: Eye4Web

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Anexo I | Levantamento das exposições Paris 1900 | CCBB RJ

imagem 9.10: montagem da sala fonte: Eye4Web

imagem 9.14: efeito de luz no acervo fonte: Eye4Web

imagem 9.13: efeito de luz fonte: Eye4Web

imagem 9.11: montagem da sala fonte: Eye4Web

imagem 9.12: efeito final fonte: Eye4Web

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Anexo I | Levantamento das exposições Darwin - Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo | MHN

imagem 10.1: folder fonte: material fornecido pela instituição

10. Darwin - Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo Museu Histórico Nacional | MHN | Exposição temporária, itinerante

Exposição sobre Darwin, mostrando os trabalhos, teorias o homem e as conseqüências científicas

de suas proposições. Montada no térreo, pátio interno, do Museu Endereço: Praça Marechal

Âncora, s/n, Centro, Rio de Janeiro, RJ

Folder: “A exposição Darwin – Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo utiliza uma elaborada linguagem cenográfica que, ao lado de elementos informativos fundamentais como textos, fotografias, ilustrações e mapas, amplia o interesse do público. Grandes vitrines recriam detalhadamente a fauna e a flora de ambientes naturais específicos vistos por Darwin e que formas essenciais na formulação de sua teoria. Espécimes taxidermizados como os que o naturalista coletou em suas viagens, assim como réplicas de animais, constituem uma ilustração mais eloqüente das observações feitas pelo estudioso. Plantas e animais vivos, orquídeas, iguanas, jabutis, tigres-d’água e sapos agregam atualidade e realismo à ilustração dos princípios evolucionistas. Objetos de uso pessoal e reconstituição de ambientes transportam o espectador para o período histórico e cultural em que viveu o célebre naturalista, ao mesmo tempo em que trazem testemunhos de suas descobertas. Uma lupa e um microscópio da época ilustram os objetos simples a partir dos quais Darwin desenvolveu sua teoria.

O visitante vai ter a oportunidade de ver uma réplica do escritório do naturalista em sua casa, Down House. Lá encontrará uma página do manuscrito original de Darwin do

mundialmente famoso tratado “Origem das Espécies” e também a primeira edição em português da obra. Na mostra, terminais interativos colocam à disposição do público infanto-juvenil jogos e desafios criativos relacionados à exploração dos

princípios básicos da teoria da evolução das espécies por seleção natural.”1

1 Texto retirado do folder fornecido pela instituição

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Anexo I | Levantamento das exposições Darwin - Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo | MHN

imagem 10.2: folder fonte: material fornecido pela instituição

“A exposição está dividida em oito seções. As seções da exposição:1. Introdução, 2. O mundo antes de Darwin, 3. O jovem naturalista, 4. Uma viagem ao redor do mundo, 5. A idéia toma forma, 6. A obra de uma vida, 7. A evolução hoje, 8. Epílogo. Introdução: Esta seção expõe características da personalidade de Darwin, principalmente a sua persistência e a paixão com que investigava o mundo ao seu redor. A lente de aumento de Darwin exemplifica as ferramentas simples que ele usou para observar a natureza. Outras lentes localizadas em outros pontos da exposição relembram a importância da observação para a ciência. O mundo antes de Darwin: Quando Darwin começou seus estudos, os organismos eram considerados imutáveis desde a sua criação. Até então, a maioria dos pensadores considerava a humanidade como uma criação única, independente de qualquer outro ser vivo. Estão expostos esqueletos de diversos animais, nos quais as evidências da evolução já podiam ser observadas. Na época, tais evidências eram consideradas apenas diferenças entre os organismos, sem um elo de ligação entre as espécies. O jovem naturalista: Conta a história da família de Darwin, sua infância e os anos de faculdade. Uma coleção de besouros ilustra o interesse pelo mundo natural presente desde sua infância. É exibido o filme “A vida e o trabalho de Charles Darwin”,narrado pelo tetraneto do naturalista, Randal Keynes.

Uma viagem de uma vida: De- talhes sobre a viagem que durou cinco anos a bor- do do Beagle. Os visitantes têm a oportunidade de seguir as mesmas pistas que Darwin observou e que o levaram a enten- der como as es-pécies estão rela- cionadas. Uma ampla área é de- dicada aos am- bientes e criaturas que Darwin en- controu durante esta longa jorna- da, desde a gran- de diversidade da Mata Atlântica até

as incríveis formas devida encontradas nas Ilhas Galápagos. A idéia toma forma: Documentos e cartas ilustram a linha de raciocínio de Darwin, sua crescente reputação em Londres e o grande esforço para desenvolver a teoria da evolução em meio aos padrões sociais da época. Esta seção traz fósseis como os que Darwin coletou durante a expedição do Beagle, cruciais para a elaboração da teoria. A obra de uma vida: Uma elaborada reconstrução da sala de estudos de Darwin na “Down House”, onde aperfeiçoou a teoria de evolução que originou sua publicação “A Origem das Espécies”, em 1859. Estão

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Anexo I | Levantamento das exposições Darwin - Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo | MHN

expostos muitos objetos pessoais relacionados à trajetória intelectual de Darwin e à sua vida em família. A evolução hoje: exemplos de pesquisas atuais baseadas na recriação do modelo de Darwin, que mostram as subseqüentes descobertas em paleontologia, genética e biologia molecular. Vídeos e entrevistas com cientistas renomados e estações interativas completam esta seção. Epílogo: Uma vibrante e colorida montagem de orquídeas vivas que fascinaram Darwin. Seus estudos sobre a produção de néctar das orquídeas, o formato dos insetos e os pássaros que as polinizavam ajudaram-no a entender algumas das maravilhosas manifestações da natureza. ”2

Localização

2 Texto retirado de material fornecido pela instituição

imagem 10.4: planta da exposição fonte: material fornecido pela instituição

imagem 10.3: planta baixa fonte: material fornecido pela instituição

Espaço de exposição

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Anexo I | Levantamento das exposições Darwin - Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo | MHN

Observação da exposição:

Darwin – Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo | MHN

1. E

spaç

o

1.1 Conjunto: impressão geral

Uma exposição com aplicação de recursos variados, com uma grande quantidade de informações que são oferecidas de uma maneira agradável que leva o visitante a buscá-las através dos textos, vídeos, imagens e acervo

1.2 Elementos físicos constitutivos do espaço

1.2.1 Entrada | acesso à exposição

A exposição conta com uma sinalização bastante intensa. A entrada tem um grande painel com imagem e o nome, convidando o visitante a entrar

1.2.2 Elementos do espaço físico

Sala: espaço aberto criado e adaptado com recursos cenográficos e suporte para receber o acervo

Paredes: existentes e criadas Pisos: sobrepiso de madeira com forração preta Tetos: cobertura construída para a montagem, pintada de preto Janelas: sem janelas Portas: a entrada é diferenciada da saída, com contador em ambas

1.2.3 Circulação

Suficiente para observação individual; no caso de visita de grupos é necessário que sejam divididos em pequenos grupos para que possam acompanhar a monitoria e visualizar o que está sendo explicado. Nos locais com vídeos e projeções foram colocados bancos. De um modo geral, a implantação não compromete o fluxo

1.2.4 Acústica

Não foram observados problemas

1.2.5 Equipamentos de segurança

Presentes e podem ser facilmente localizados

1.3 Elementos constitutivos da percepção do espaço

1.3.1 Atmosfera, ambiência

O espaço recebeu um tratamento de painéis que criam situações onde outras áreas ficam visíveis em outros momentos e isso não acontece. Isso leva o visitante a querer descobrir os outros momentos da exposição. A variedade de formas expositivas, tais como ambientações, cenografias, projeções, terminais de consulta, painéis explicativos, vitrines com acervos e imagens, contribui para que a exposição desperte a curiosidade no visitante e o impulsione a buscar o módulo seguinte

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Anexo I | Levantamento das exposições Darwin - Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo | MHN

1. E

spaç

o

1.3.2 Organização do espaço

Uma proposta bastante elaborada distribuída por uma área generosa.

Seu tamanho é em função do volume de informações e a diversidade determinou a criação de grande número de módulos de interesse

1.3.3 Espaço aberto

Não há espaços abertos neste setor

1.3.4 Elementos fundamentais, chave

O uso de vitrines especiais com plantas e animais vivos é um elemento de interesse que detém a observação dos visitantes por um certo tempo

Um grande mapa explicativo da viagem de Darwin é outro elemento que contribui muito para o entendimento do processo que levou o cientista à teoria

A reconstituição cenográfica da sala de estudos atrai a atenção assim como a grande instalação de orquídeas

1.4 Circuito: percurso dos visitantes

Percurso direcionado fisicamente através dos módulos para que se siga uma seqüência lógica a partir do projeto proposto.

1.5 Iluminação:

Sala em geral: iluminação direcionada para os painéis e textos Objetos: iluminação focada

1.6 Cores

O fundo dos painéis e os elementos construídos são na cor preta, mas o

fundo dos painéis de textos e imagens e das vitrines é marrom Algumas paredes são na cor ocre para dar contraste

1.7 Suportes | mobiliário

Construídos e possuem um design discreto e suficiente para abrigar o acervo O espaço cenográfico representando a casa tem elementos construídos baseados em imagens do espaço original

As vitrines com animais vivos têm um tratamento e iluminação específicos para a manutenção dos animais

1.8 Elementos de informação

Volume equilibrado de textos Legendas explicativas sucintas

2. L

ingu

agen

s da

ex

posi

ção

2.1 Elemento concreto da exposição como um exemplo de linguagem

Cenografia dramática, embora composta de elementos simples, promove um grande envolvimento do visitante com a obra

2.2 Linguagem dominante na exposição

Informativa - utilizando o acervo, painéis explicativos, imagens, textos e legendas

Cenográfica - criando o cenário da sala e a ambientação da viagem de Darwin

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191

Anexo I | Levantamento das exposições Darwin - Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo | MHN

2. L

ingu

agen

s da

exp

osiç

ão

2.3 Código

Claro de entendimento possível para os visitantes

2.4 Objetos expostos

Objetos originais | museália – documentos e instrumentos A relação entre os elementos que compõem o espaço é bastante equilibrada

2.5 Realidade fictícia predominante da exposição

Espaço criado para permitir que o visitante se envolva no tema

2.6 Elementos cenográficos - sinais intencionais

Aplicação suficiente de recursos cenográficos para composição

2.7 Linguagem intencional da exposição

Informativa e emocional A estratégia leva o visitante a acompanhar em uma seqüência temporal os fatos marcantes que levaram o cientista a partir em viagem e desenvolver a sua teoria. Na continuação, o projeto traz o visitante para a intimidade do seu espaço de trabalho

3. P

erce

pção

da

expo

siçã

o

3.1 Intenção geral da exposição

Informar a respeito dos elementos que levaram Darwin a elaborar sua teoria

3.2 Tema, mensagem, intenção da exposição

Afirmativa, bastante clara, por se tratar de um tema que necessita de uma seqüência de pequenas explicações para que o entendimento seja o mais amplo possível por parte dos visitantes

3.3 Exposição como um todo

Proporção bem coerente entre objetos textos, imagens e vídeos A construção do espaço é bastante interessante como proposta de circulação O espaço é amplo, o acervo e a aplicação das informações são coerentes, a luz compõe o ambiente e o resultado é bastante harmonioso

4. Im

pres

são

4.1 Impressão geral

Inicial | espaço muito interessante que leva a observar tudo com bastante detalhe

Final | um conjunto bem elaborado com aplicação recursos como vídeos e terminais de consulta, na medida correta. É uma exposição extensa, com muita informação, no entanto ela se desenvolve com clareza em uma seqüência lógica que permite uma assimilação de seu conteúdo naturalmente

4.2 Outros visitantes

Bastante curiosos, fazendo muitos comentários, observando atentamente os módulos expositivos

Um conjunto em uma movimentação curiosa

4.3 Efeitos posteriores

Satisfação /Calma Atestou ou expandiu conhecimento

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Anexo I | Levantamento das exposições Darwin - Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo | MHN

imagem 10.9: vitrine e painel fonte: arquivo da autora

Imagens

imagem 10.5: acesso a exposição fonte: arquivo da autora

imagem 10.7: visibilidade para outros setores fonte: arquivo da autora

imagem 10.6: área com vídeos fonte: arquivo da autora

imagem 10.8: painel, vitrine e iluminação fonte: arquivo da autora

imagem 10.10: conjunto objeto, acervo e painel informativo fonte: Eye4Web

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193

Anexo I | Levantamento das exposições Darwin - Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo | MHN

imagem 10.11: painel fonte: arquivo da autora

imagem 10.14: conjunto acervo e texto fonte: arquivo da autora

imagem 9.13: conjunto vitrine texto e vídeo fonte: arquivo da autora

imagem 10.12: conjunto de ambientação e textos fonte:arquivo da autora

imagem 10.15: conjunto acervo e texto fonte: arquivo da autora

imagem 10.16: conjunto acervo texto e vídeo fonte: arquivo da autora

imagem 10.17: conjunto acervo e texto fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Darwin - Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo | MHN

imagem 10.18: conjunto acervo fonte: arquivo da autora

imagem 10.19: conjunto acervo e texto fonte: arquivo da autora

imagem 10.21: cenografia fonte: arquivo da autora

imagem 10.20: cenografia fonte: arquivo da autora

imagem 10.22: conjunto acervo e texto fonte: arquivo da autora

imagem 10.23: conjunto acervo, vídeo e texto fonte: arquivo da autora

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Anexo I | Levantamento das exposições Darwin - Descubra a teoria revolucionária que mudou o mundo | MHN

imagem 10.26: conjunto acervo e texto fonte: arquivo da autora

imagem 10.28: instalação de orquídeas fonte: arquivo da autora

imagem 10.29: linha do tempo fonte: arquivo da autora

imagem 10.24: conjunto acervo e texto fonte: arquivo da autora

imagem 10.25: conjunto acervo, vídeo e texto fonte: arquivo da autora

imagem 10.27: instalação de orquídeas fonte: arquivo da autora

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