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nº 68 - ano VI dezembro/2012 Especial Associações: Adeus à velha avicultura Perspectivas do USDA para 2013 Depois de tudo que o setor enfrentou (e ainda enfrenta) é um alívio se despedir do ano que passou. Agora, é hora de olhar para frente e colocar em prática o que aprendemos com a crise

Especial Associações: Perspectivas do USDA Adeus à velha ... · Adeus à velha avicultura Perspectivas do USDA para 2013 Depois de tudo que o setor enfrentou (e ainda enfrenta)

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nº 68 - ano VIdezembro/2012

Especial Associações: Adeus à velha avicultura

Perspectivas do USDA para 2013

Depois de tudo que o setor enfrentou (e ainda enfrenta) é um alívio se despedir do ano que passou. Agora, é hora de olhar para frente e

colocar em prática o que aprendemos com a crise

Com tecnologia

consolidada na avicultura,

VAXXITEK® HVT + IBD já vacinou

mais de 28 bilhões de aves em todo o

mundo, desde seu lançamento em 2006.

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E AVES VACINADAS

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Produção Animal | Avicultura 3

Sumário

eDITORIAL

Agradecimentos

A aves de 2013 já estão em produ-

ção. No dia 21 de novembro de 2012,

supondo-se que todos os frangos cria-

dos no País sejam abatidos às seis se-

manas ou 42 dias de idade, foram aloja-

das as primeiras aves cujo abate só será

realizado no ano novo.

A manifestação mais lógica, em

uma oportunidade dessas, seria expres-

sar votos de Feliz Ano Novo. Mas de-

pois de tudo que se enfrentou (e ainda

se enfrenta) no decorrer de 2012, o má-

ximo que se consegue dizer é Adeus

Ano Velho. Uma expressão que vai

acompanhada do desejo de que as difi-

culdades experimentadas se tornem

coisa do passado e o setor retorne de

vez aos trilhos.

Está mais do que óbvio, porém, que

não é apenas o Ano Velho que vai fi-

cando para trás. Em nosso caso, pelo

menos, está claro que, junto com ele,

vai morrendo a Velha Avicultura. Con-

traditoriamente, moderna, mas que já

deixou para a posteridade um dos fato-

res que mais impulsionaram seu cresci-

mento em todos estes anos: o da pro-

dução a custos relativamente baixos.

O primeiro trimestre de 2013 ainda

será desafiador para o setor avícola.

Principalmente, devido aos elevados

custos dos insumos destinados à ali-

mentação. As receitas dependerão da

disciplina da indústria em manter a pro-

dução suficientemente moderada para

obter preços mais elevados e compen-

sar os custos crescentes.

Em suma, pois, com a chegada de

2013, a avicultura brasileira estará en-

trando de vez (ou seja, irreversivelmen-

te) em uma nova fase de sua história, a

dos custos mais elevados. O que impli-

ca, também, em uma revisão total das

relações entre produção e consumo.

Por isso, ainda que se transmitam os

votos habituais, eles agora vão acom-

panhados:

Feliz Ano Novo! E juízo!

Boa leitura!

Adeus, Ano Velho!

A equipe da Revista do AviSite gostaria de agradecer a colaboração de todos os profissionais que partici-param desta edição: Comissão Organi-zadora do Avisulat 2012, Francisco Turra, Alysson Paolinelli, Ariovaldo Zani, Guilherme Vieira, Rogério Iuspa, Ciliomar Tortola, Camila Brito Ortelan e as Associações Estaduais de Avicultura.

4 Avicultura | Produção Animal

PublisherPaulo [email protected]

Redação Andrea Quevedo (MTB 27.007) Érica Barros (MTB 49.030) Mariana Almeida (MTB 62.855) [email protected]

Comercial Daniel Cannos Fernanda Bronzeado [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Innovativa [email protected]

InternetJessica Sousa Vinicius [email protected]

Administrativo e circulaçãoCaroline Esmi [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expeDIenTeProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Vai nascer um novo ano onde a velha avicultura com baixos custos vai ficar para trás. Em 2013, teremos uma revisão total das relações entre produção e con-sumo por isso Feliz Ano Novo! E juízo!

O fitato compromete o desempenho animalO efeito antinutricional do fitato pode trazer um custo da ordem

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Uma revolução no desempenho

performance beyond phytase

Eventos

6 Produção Animal | Avicultura6 Produção Animal | Avicultura

2013 Março

12 a 14 de março III Simpósio internacional sobre gerenciamento de resíduos agropecuários e agroindustriais Local: São Pedro, SPContato: (19) 3481-9999 Informações: www.sbera.org.br/sigera2013E-mail: [email protected]

15 a 17 de março - X SimpropiraX Simpropira - Simpósio de produção animal e Curso teórico-prático de necropsia e inseminação de aves comerciaisLocal: Campus Pirassununga da USP, SPRealização: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USPInformações: sacavet.com.br/simpropira/

19 a 21 de marçoXI Congresso APA de produção e com. de ovosLocal: Centro de Convenções de Ribeirão Preto, SP Realização: Associação Paulista de Avicultura Contato: (11) 3832-1422E-mail: [email protected]ções: www.apa.com.br

Abril

09 a 11 de abrilXIV Simpósio Brasil Sul de avicultura Local: Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes - Chapecó, SCRealização: NucleovetContato: (49) 3329-1640E-mail: www.nucleovet.com.br

Agosto

27 a 29 de agosto23º Congresso brasileiro de avicultura e Feira brasi-leira de avicultura Realização: UbabefLocal: Anhembi, São Paulo, SPContato: (11) 3031-4115Informações: www.abef.com.br/ubabef.phpE-mail: [email protected]

Novembro

12 a 15 de novembroCongresso latino-americano de aviculturaLocal: Centro Internacional de Ferias y Convenciones, El Salvador Informações:www.avicultura2013.com/index.php/pt/home.htmlE-mail: [email protected]

Painel do Leitor

Excelente publicação! Sigam em frente com o ótimo conteúdo e a bela apresentação. Parabéns!

Fernando Castro – Diretor da Anitox – São Paulo, SP

As revistas têm um excelente conteúdo, prático e fonte de informações de pesquisa na área de mercado. Parabéns à equipe. Abraços.

Renato Líbera – Gerente Técnico Comercial Brasil da YES- Campinas, SP

Um abraço a toda equipe do Avisite. Certamente uma das publicações mais sérias e confiáveis. O site é referência e acredito que não exista ninguém que atue no meio e que não acesse o site pelo menos uma vez no dia para se manter informado.

Jarbas S. Silva – Coordenador de Marketing da Globoaves – Cascavel, PR

O formato da revista é muito bom. Também considero muito boa a objetividade a abrangência dos assuntos.

Alberto Back – Diretor do Laboratório Mercolab - Cascavel, PR

Toda a equipe do Avisite está de parabéns!Willian Vigilato – Analista de marketing da Super-

Frango - Itaberaí, GO.

Na edição de novembro da Revista do AviSite abordamos como esco-

lher e assegurar a qualidade do premix. Também foi discutida como evitar a Síndrome do Osso Negro e

outros pontos chaves em uma nutri-ção de qualidade como aminoácidos

e minerais na forma orgânica. Glaúcio Mata Matos, da Embrapa, dissertou sobre biosse-

guridade na coluna Ponto Final.

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nº 67 - ano VInovembro/2012

PREMIXQual a sua definição?

Como escolher?E como assegurar sua qualidade?

Exclusivo:Síndrome do Osso Negro:você sabe como evitar?

Especial nutrição:Aminoácidos, nutrição de precisãoe minerais na forma orgânica

A reunião com o Ministério da Agricultura (à qual estiveram presentes, entre outros, representantes da avicultura parana-ense e catarinense), o Secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, preconizou tratamento prioritário para os desafios enfrentados pela atividade, defendendo que uma solução “seja dada em no máximo 15 dias, porque os proble-mas sociais no Sul do País estão se agravando”.

A situação é complicada, e no meu ponto de vista os que mais sofrem com isso são os avicultores, eles que também estão sofrendo com gastos elevados,gerados por investimentos exigidos pelas firmas.

Gabriel - Ibema, PR

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8 Produção Animal | Avicultura

As dez mais lidas n o AviSite em 2012

Levantamento da editora norte-americana Watt Publishing, em outubro, mostrou que entre as quatro maiores empresas processadoras de aves do mundo, duas são do Brasil. Ou três, já que a norte-americana Pilgrim’s Pride, quarta coloca-

da, pertence à brasileira JBS. Consideradas exclusivamente as brasileiras Brasil Foods e Marfrig, respectivamente segunda e terceira colocadas, ambas respondem por cerca de um terço da produção das 10 maiores processadoras do mundo, cujos abates somam 10,6 bilhões de cabeças.

Em seu levantamento divulgado em março, a CONAB estimou que a produção brasileira

de milho na corrente safra podia chegar aos 61,7 milhões de toneladas, o que deveria repre-sentar novo recorde no País. Superando em 5% os 58,6 milhões de toneladas de 2008 – volu-me por ora recorde na produção brasileira de milho – a projeção representou aumentos de 7,5% sobre a safra de 2011 (57,4 milhões de toneladas) e de 1,4% sobre o previsto em feve-reiro de 2011.

Dependente agora da safrinha, produção de milho pode alcançar novo recorde

Unindo-se à família enlutada, a equipe do AviSite, pesarosa, comunicou, em março, o falecimento

prematuro e inesperado de Oto José Xavier, sócio--fundador da Jox Assessoria Agropecuária, ocorrido no dia 22 na cidade de Pirassununga (SP).

Nota de falecimento

Três brasileiras entre as quatro maiores processadoras de aves do mundo

BR Frango inaugura seu primeiro frigorífico, instalado em Santo Inácio, PR

F oi inaugurada, em 12 de abril a planta frigorífica da nova indústria avícola BR Frango, em Santo Inácio, noroeste do

Paraná. Resultado de um investimento inicial de R$ 120 mi-lhões e previsão de aporte de mais R$ 35 milhões para uma segunda linha de produção, a planta pretendia abater 420.000 aves por dia, ou 10 milhões de aves por mês, até 2014 ao operar com capacidade máxima. Segundo o presidente da BR Frango, Reinaldo Morais, o plano inicial da nova unidade é fechar o ano de 2012 abatendo 210 mil aves por dia.

D e acordo com a imprensa europeia, o grupo avícola francês Doux, considerado o maior produtor de frango

da Europa, enfrentou dificuldades financeiras que podem levar a empresa a uma liquidação judicial nessa notícia do final de maio. Na época, segundo as mesmas fontes, repetiu--se na avicultura francesa o mesmo que ocorreu no Brasil (Doux-Frangosul): avicultores integrados à empresa não são pagos há algum tempo, o que levou muitos deles a interrom-perem a recepção de novos lotes de frangos.

Francesa Doux pode entrar em concordata

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As 10 mAis lindAs

Produção Animal | Avicultura 9

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

As dez mais lidas n o AviSite em 2012

No dia 20 de julho de 2011, o frango vivo comercializado no interior paulista foi negociado por valor igual ao registrado atualmente, R$1,80/kg. Mas essa foi uma cotação passageira, pois então o mercado se encontrava

em alta. A ponto de permitir que entre o primeiro e o último dia do mês os preços fossem reajustados em mais de 15%. Em 2012, a situação foi totalmente oposta. Tanto que, em relação ao preço inicial do mês, já houve um recuo superior a 5%.

D epois de passar relativamente incólume pelas crises de 2006 (Influenza Aviária) e de 2009 (eco-

nomia mundial), a avicultura de corte do Brasil não vai se livrar dos efeitos da crise das matérias-primas de 2012: pela primeira vez no século XXI, a produção brasileira de carne de frango sofre redução em relação ao ano anterior. A previsão foi do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em agosto que em até quatro meses atrás, primeira vez na história, o Brasil produziria neste ano mais de 13 milhões de toneladas de carne de frango, registrando com isso um cresci-mento de 3% sobre 2011 (12,863 milhões de tonela-das) e de mais de 100% em relação ao primeiro ano deste século (6,567 milhões de toneladas em 2001).

USDA: Produção brasileira de frango cai pela primeira vez neste século

Em setembro, o Diário Oficial da União publicou a Medida Provisória 582, estendendo a desonera-

ção da folha de pagamento a toda uma nova série de setores da economia, entre eles a indústria de aves. Corrigiu-se dessa forma, a omissão contida na Lei 12.715, publicada na semana anterior à data, que limitou a desoneração na área da produção animal apenas à indústria de suínos, quando o prometido era desonerar, a um só tempo, suínos e aves.

Porque a avicultura agora pede socorro

Oferta inesperada impede novo ajuste do frango vivo

N o dia 17 de agosto, o mercado foi aberto com a perspec-tiva de novo reajuste do produto. Mas a possibilidade

acabou abortada pelo surgimento, no mercado, de razoável volume de aves vivas provenientes de empresa integrada, fato que – conforme a Jox Assessoria Agropecuária – tirou momen-taneamente a sustentação para a alta que os avicultores espe-ravam conseguir.

Em Partindo do princípio de que ração e pinto de um dia são os dois principais formadores do custo de produção

do frango (aliás, são os componentes essenciais do frango), constata-se que a participação de ambos no custo total, em agosto, não tinha se alterado significativamente nos últimos doze meses: em julho de 2011, pinto e ração foram respon-sáveis por 83% do custo do frango vivo; neste ano, mesmo mês, essa participação subiu para 85%. Portanto, incre-mento de pouco mais de 2,5% em um ano.

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Ração altera radicalmente composição do custo de produção do frango

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Com nova MP, governo inclui indústria avícola no pacote da desoneração

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10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Venezuela retorna ao ranking dos 10 Exportação

A análise do rol de importadores da carne de frango brasileira no período janeiro-outubro de 2012 traz

uma surpresa: o retorno da Venezuela ao ranking dos 10 principais importadores do produto.

Em setembro passado a Venezuela, que há anos vinha integrando o grupo dos “10 mais”, foi alijada para posição inferior, devido ao forte recuo de suas importações no decorrer do ano. Mas por força de significativo aumento nas compras no mês de outubro (900% a mais que no mês anterior), o volume acumu-lado no ano voltou a subir, recolocando o país entre os 10 principais importadores do produto.

Fora isso, o rol dos “10 mais” segue sem maiores novidades em relação a meses anteriores. De toda forma é interessante mencionar que o mercado chinês (China Continental + Hong Kong) vem proporcionando ao setor aquela que é a segunda melhor receita cam-bial, atrás apenas da Arábia Saudita e à frente do Japão.

Por sinal, juntos, esses três mercados respondem por mais de 40% da receita cambial obtida pela carne de frango, as importações sauditas correspondendo a 15,41%, as chinesas a 13,03% e as japonesas a 12,26%.

CARNE DE FRANGO10 principais importadores do Brasil - (ordenados segundo a

receita cambial) - JANEIRO/SETEMBRO DE 2012

PAÍS IMPORTADOR

RECEITA CAMBIAL VOLUME

US$ MILHÕES

VAR. ANUAL

MIL TVAR.

ANUAL

1 (2) 975,809 -2,49% 516,644 0,03%

2 (1) 776,307 -27,47% 308,007 -13,89%

3 (3) 517,823 -25,11% 183,507 -9,94%

4 (6) 414,162 20,81% 193,991 21,73%

5 (4) 410,873 -11,07% 263,840 -7,81%

6 (5) 365,641 2,24% 194,700 8,16%

7 (16) 185,931 120,15% 114,808 141,03%

8 (8) 174,603 -26,28% 95,551 -29,93%

9 (9) 160,864 -24,37% 66,614 -15,73%

10 (7) 158,266 -44,36% 76,814 -45,77%

Subtotal 4.140,280 -12,71% 2.014,475 -4,45%

Demais 2.192,746 9,64% 1.251,841 11,23%

TOTAL 6.333,026 -6,08% 3.266,316 1,01%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC - Elaboração e análises: AVISITE

Produtos veterinários vão precisar de receita

A Instrução Nova instrução norma-tiva n° 25/2012, do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), publicada no dia 21 de no-vembro, estabelece procedimentos para comercialização e prescrição de substâncias de 133 produtos destina-

dos ao uso veterinário. Na prática, a compra, para uma lista substâncias especiais, somente poderá ser efetua-da mediante receituário controlado emitido por médico veterinário devi-damente registrado em seu conselho de classe. Os procedimentos estabe-lecidos na normativa deverão ser seguidos pelos fabricantes, manipula-dores, comerciantes, distribuidores, importadores e exportadores na hora da comercialização dessas substân-cias, bem como os produtos que as contenham em sua formulação. A receita veterinária deverá ser emitida em três vias e haverá padrão nos relatórios de movimentação de esto-que. Os rótulos dos produtos também deverão conter um alerta sobre o risco de consumo desses produtos à saúde humana. A IN entra em vigor após 180 dias de sua publicação.

Fiscalização

Em um segundo momento será

discutido o con-trole dos antibió-

ticos que não consta na lista

Restituição de Funrural

Legislação

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) deu provimento

ao recurso da Associação Nacional de Defesa dos Agricultores, Pecuaristas e Produtores da Terra (Andaterra) e considerou ilegal o recolhimento de contribuição para o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) por empregador rural pessoa física, que não precisará mais pagar a contri-buição. As informações foram divul-gadas pela assessoria de imprensa do TRF4.

A decisão da 1ª Turma, tomada em julgamento ocorrido na última semana, não inclui produtores ru-rais pessoas físicas sem empregados ou que realizem a atividade em regime de economia familiar, nem produtores rurais autônomos sem empregados.

Produção Animal | Avicultura 11

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Aprovada NR dos frigoríficosEm vigor em 2013

UE corta incentivos

A partir de 2014, o Brasil não poderá mais contar com incentivos comerciais

em suas exportações à União Europeia porque foi classificado pelo Banco Mundial nos últimos três anos como economia de rendimento médio-elevado. A União Europeia pretende, com isso, criar oportuni-dades para países mais pobres. A Comissão Europeia prevê que alguns dos parceiros comerciais afetados pela medida terão redução limitada de suas exportações, cerca de 1%, mas não deu detalhes. As importa-ções beneficiadas pelo SGP chegaram a € 87 bilhões no ano passado, quase 5% do total importado pela União Europeia e 11% do que países em desenvolvimento exporta-ram à região. As informações foram divul-gadas na Folha de S.Paulo.

Brasil sobe de nível

Anvisa estabelece critérios Informações nutricionais presentes

em rótulos de alimentos — como ‘light’, ‘rico em’, ‘fonte de’ e ‘não contém’ — deverão seguir novos critérios a partir de 1º de janeiro de 2014. Segundo resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada no Diário Oficial da União (DOU), as novas regras vão ajustar os regula-mentos do Brasil aos do Mercosul e, assim, facilitarão o comércio entre os países. A resolução também deter-minou que, para um alimento ter em seu rótulo a informação de que é rico em alguma proteína, deve aten-der a um critério mínimo de qualida-de. Para Agenor Álvares, diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, essa alteração poderá proteger o consumidor de “práticas enganosas”. Informações divulgadas pela Veja.

Rótulos de alimentos

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anuncio_farmaxilin_13x13.pdf 1 19/11/2012 16:12:42

A nova Norma Regulamentadora sobre Segurança e Saúde no

Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados foi aprovada pela comissão tripartite, da qual fizeram parte empresas, trabalha-dores e Ministério do Trabalho, que discutiam o assunto há mais de dois anos. Agora ela será encaminhada para aprovação do ministro do Trabalho, para posterior publicação. A expectativa é de que as medidas entrem em vigor já no início de 2013. Para Ricardo Gouvêa, coordenador do Grupo de Trabalho do Setor Frigorífico, as propostas previstas na nova NR causam inquietação para o setor, pois as mudanças vão exigir algu-ma complexidade, isso num momento em que o segmento avícola ainda passa por dificuldades devido à alta dos insu-

mos que compõem a ração que alimen-ta o plantel (soja e milho). “Há uma preocupação em se cumprir as determi-nações, mas lembrando que as empre-sas não podem perder a sua competiti-vidade”, afirma Gouvêa, que considera consolidação das normas um marco para o setor produtor de cárneos do Brasil.

A nova NR em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados foi aprovada pela comissão tripartite, da qual fizeram parte empresas, trabalha-dores e Ministério do Trabalho, que discutiam o assunto há mais de dois anos. Agora ela será encaminhada para aprovação do ministro do Trabalho, para posterior publicação. A expectativa é de que as medidas entrem em vigor já no início de 2013.

12 Produção Animal | Avicultura

Notícias/Empresas

Produção de carne de aves aumenta quase 8% em 2012

BRF e Marfrig

Os balanços das duas principais empresas brasileiras produtoras

de carne de frango aponta aumento de 7,73% na produção de carne de aves nos nove primeiros meses de 2012. Considerado apenas o terceiro trimestre do ano, o incremento foi mais significativo, de quase 12%.

Os resultados divulgados também refletem as dificuldades enfrentadas no mercado externo, onde apenas a BRF registrou expansão no volume exportado. O efeito disso, natural-mente, foi o significativo aumento da produção colocada internamente.

Neste caso é oportuno rememorar que a não exportação de um determi-nado volume não se resume à mera colocação do mesmo volume no mer-cado interno: um frango não exporta-do acaba tendo, internamente, peso final muitíssimo maior que o original-mente programado. Daí, com certeza, as altas variações registradas, em espe-cial, as do terceiro trimestre do ano.

A ressaltar que os números divul-gados referem-se à produção global de aves das duas empresas. No en-tanto, de 90% a 95% desses totais (senão mais) dizem respeito à carne de frango.

JBS acerta compra de frigorífico

Em SC

A JBS anunciou que assinou termo de compromisso para adquirir a totalidade da Agrovêneto, especializada em carne

de frango, por 128 milhões de reais, sendo que 10 milhões serão pagos em ações e o restante por meio da assunção de dívida.

A concretização do negócio depende da aprovação dos órgãos reguladores, do Conselho de Administração da JBS e da conclusão de uma “due diligence” relacionada à dívida, informou a empresa em comunicado.

A Agrovêneto é uma empresa especializada em carne de frango, instalada no município de Nova Veneza, Santa Catarina, com capacidade diária para processar 140 mil aves, vendidas no Brasil e no exterior.

Marfrig aposta em CEO

Seara

Os Sergio Rial, ex-Cargill, assumiu o cargo de CEO da Seara Foods composta pelas seguintes pela Seara Brasil,

Keystone Foods e MoyPark. Em janeiro de 2014 ele assumirá o cargo de CEO do Grupo Marfrig, que hoje é açulado o cargo pelo Marcos Molina (presidente do conselho+CEO). Em comunicado à imprensa, o Marfrig atestou que: Sérgio Rial passará a integrar ainda o Comitê Financeiro e o Comitê de Remuneração, Governança e Recursos Humanos que são órgãos de assessoramento ao Conselho de Administração da Companhia. O profissional atuará em um processo de transi-ção que permita ao referido executivo assumir a posição de CEO do Grupo Marfrig até 1º de Janeiro de 2014.

BRF e MARFRIGCarne de aves in natura Destinação, produção total e variação sobre idêntico

período anterior - MIL TONELADAS

3º TRIMESTRE DE 2012

INTERNO EXTERNO TOTAL

VOLUME VAR. VOLUME VAR. VOLUME VAR.

BRF 98 48,48% 437 7,11% 535 12,87%

Marfrig 46 66,98% 193 -3,39% 239 5,00%

TOTAL 144 56,29% 630 4,95% 774 11,77%

JANEIRO A SETEMBRO DE 2012

INTERNO EXTERNO TOTAL

VOLUME VAR. VOLUME VAR. VOLUME VAR.

BRF 228 18,13% 1.349 12,51% 1.577 13,29%

Marfrig 99 16,49% 576 -6,11% 676 -3,35%

TOTAL 327 17,63% 1.925 6,21% 2.253 7,73%

Fontes dos dados básicos: balanço trimestral das empresasElaboração e análises: AVISITE

Produção Animal | Avicultura 13

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14 Produção Animal | Avicultura

Projeções USDA 2013

Desempenho no quadriênio (o da crise econômica

mundial) e as tendências para 2013

Tudo indica que a produção mundial de carne de frango irá registrar cres-cimento modesto em 2013: expansão

provavelmente inferior a 1,5% em relação ao que vem sendo estimado para este exer-cício – prevê o Departamento de Agricultu-ra dos EUA.

Mesmo assim é um incremento visivel-mente superior ao das carnes bovina e suína, cuja produção em 2013 não deve aumentar mais do que 0,6% e 0,3%, respectivamente.

Aliás, a expansão maior da carne de fran-go em relação às suas duas concorrentes fica ainda mais visível quando se comparam os resultados esperados para 2012 com aqueles de quatro anos atrás – 2008, ano marcado pelo início da crise econômica mundial. De lá para cá, enquanto a produção de carne suína aumentou perto de 7% e a de carne bovina retrocedeu 2%, a de carne de frango se ex-

pandiu a uma média pouco supe-rior a 3% ao ano, acumu-

lando aumento total de 13,2%.

Carne de frango

Produção Animal | Avicultura 15

CARNESEVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO ENTRE 2008 E 2012 E ESTIMATIVA PARA 2013

MILHÕES DE TONELADAS

2008 2012 2013VARIAÇÃO

2012/08 2013/12

Bovina 58,352 57,17 57,525 -2,0% 0,6%

Suína 97,897 104,363 104,71 6,6% 0,3%

Frango 72,807 82,422 83,543 13,2% 1,4%

TOTAL 229,056 243,955 245,778 6,5% 0,7%

Em 2012 e 2013, o posiciona-mento dos principais produ-

tores mundiais de carne de frango quase não sofre alteração em rela-ção a anos anteriores, com EUA, China e Brasil permanecendo como os três maiores produtores do mundo.

Porém, nesse panorama, o grande destaque cabe ao grupo de quatro países originalmente (2001) identificados pela sigla BRIC, ou seja, além de Brasil e China,também Índia e Rússia. Por sinal, no ranking dos 10 maiores produtores de frango a Índia sobe uma posição e passa a ocupar o quarto posto, até o ano passado pertencente ao México, enquanto a Rússia se sobressai, no grupo, como o país com maior avanço de participação na produção mun-dial.

Porém, o que mais chama a atenção é o fato de a maior parce-la de aumento [prevista para 2013 em relação a 2008] estar concen-trada nesses quatro países. Assim, enquanto a produção mundial tende a aumentar perto de 15%, o aumento dos BRICs deve ficar próximo dos 25%. O que signifi-ca, também, que no resto do mundo a expansão pode não chegar a 10% em um quinquênio.

Os 10 mais na PRODUÇÃOMilhões de toneladas

2008 2012 2013VARIAÇÃO

2012/08 2013/12

EUA 16,561 16,476 16,341 -0,5% -0,8%

China 11,840 13,700 14,100 15,7% 2,9%

Brasil 11,033 12,750 13,005 15,6% 2,0%

UE-27 8,594 9,480 9,580 10,3% 1,1%

Índia 2,490 3,160 3,420 26,9% 8,2%

México 2,853 2,945 2,950 3,2% 0,2%

Rússia 1,680 2,750 2,850 63,7% 3,6%

Argentina 1,435 1,936 2,022 34,9% 4,4%

Turquia 1,170 1,687 1,700 44,2% 0,8%

Indonésia 1,350 1,540 1,550 14,1% 0,6%

Demais 13,801 15,998 16,025 15,9% 0,2%

TOTAL 72,807 82,422 83,543 13,2% 1,4%

BRICs são o grande destaque na produção mundial de carne de frango

BRICs respondem por 40%da produção mundial de

carne de frango

Brasil 16%Rússia 3%Índia 4%

China 17%Demais 60%

16 Produção Animal | Avicultura

Projeções USDA 2013

Em 2013, a menor evolução do consumo, entre os BRICs, pode ocorrer no Brasil

Não por coincidência, os BRICs também chamam a atenção

pela evolução do consumo acima da média mundial. Ou, para um incremento médio de 12,6% nos últimos quatro anos, 13% na Chi-na e na Rússia, 19% no Brasil e 26% na Índia. É o resultado da ex-pansão da classe média e da obten-ção de melhores rendimentos, o que conduz a uma maior demanda de proteínas animais. Detalhe que interessa – e muito – à avicultura brasileira é a previsão de que, entre os BRICS, o Brasil pode-rá registrar, em 2013, a menor evolução anual de consumo – ape-nas 1,6% em relação a 2012, contra 3% de China e Rússia e mais de 8% da Índia. É a dica para que o setor caminhe com moderação.

Os 10 mais no CONSUMO TOTAL

Milhões de toneladas

2008 2012 2013VARIAÇÃO

2012/08 2013/12

EUA 13,435 13,318 13,225 -0,9% -0,7%

China 11,954 13,540 13,950 13,3% 3,0%

Brasil 7,792 9,273 9,424 19,0% 1,6%

UE-27 8,579 9,140 9,210 6,5% 0,8%

México 3,281 3,564 3,578 8,6% 0,4%

Índia 2,489 3,151 3,411 26,6% 8,3%

Rússia 2,841 3,215 3,315 13,2% 3,1%

Japão 1,928 2,140 2,130 11,0% -0,5%

Argentina 1,275 1,687 1,746 32,3% 3,5%

África do Sul 1,428 1,702 1,738 19,2% 2,1%

Demais 16,913 20,259 20,523 19,8% 1,3%

TOTAL 71,915 80,989 82,250 12,6% 1,6%

CONSUMO

Entre os 10 maiores importadores mundiais, nove são atendidos pelo Brasil

Embora a carne de frango con-tinue sendo a mais negociada

das carnes, suas importações em

2013 devem apresentar ritmo moderado – é o que determina a combalida economia - com evo-

lução muito próxima da aponta-da para o consumo mundial – algo em torno de 1,7% a mais que em 2012.É, sem dúvida, uma expansão bem mais lenta que a registrada entre 2008 e 2012, período em que as importações de carne de frango cresceram a uma média anual ligeiramente superior a 3%. Mas há que se convir, aqui, que esse índice foi sustentado por alguns poucos países (como Ará-bia Saudita, México e Iraque), porquanto o maior importador mundial da década passada, a Rússia, reduziu suas importações no período em mais de 50%.A ressaltar, no quadro dos 10 principais importadores mun-diais de carne de frango, que nove deles são atendidos pelo Brasil. Ou seja: a única exceção é o México, mas não por vontade dos exportadores brasileiros.

Os 10 mais na IMPORTAÇÃO

Mil toneladas

2008 2012 2013VARIAÇÃO

2012/08 2013/12

Japão 737 855 840 16,0% -1,8%

UE-27 712 740 750 3,9% 1,4%

Arábia Saud. 510 750 750 47,1% 0,0%

México 433 630 640 45,5% 1,6%

Iraque 227 603 610 165,6% 1,2%

Rússia 1166 515 520 -55,8% 1,0%

Hong Kong 236 370 380 56,8% 2,7%

África do Sul 191 370 380 93,7% 2,7%

Angola 171 310 340 81,3% 9,7%

China 399 240 250 -39,8% 4,2%

Demais 2.753 3.129 3.195 13,7% 2,1%

TOTAL 7.535 8.512 8.655 13,0% 1,7%

IMPORTAÇÃO

Produção Animal | Avicultura 17

Evoluindo aquém da média mundial, vendas brasileira detona sinal de alerta

Neste quadriênio de crise eco-nômica generalizada, as ex-

portações mundiais de carne de frango se expandiram a uma mé-dia anual superior a 4%, o que não é um mau resultado. Mas o líder das exportações, o Brasil, não con-seguiu alcançar esse nível de evo-lução, o que é um sinal de alerta – mais do que para os exportadores, para o País.

A realidade é que, comparativa-mente a um incremento global de 18% no quadriênio, as exportações brasileiras de carne de frango au-mentaram não mais que 7%, o que significa que outros exportadores vêm evoluindo a taxas superiores à média.

Nada, por enquanto, que colo-que em risco a hegemonia brasilei-ra. Mas há casos de avanços ex-pressivos e a somatória deles signi-fica disputa maior de mercados, na maioria dos casos em situação des-favorável, devido ao custo Brasil.

Notar, aliás, que além dos ex-portadores tradicionais, o ranking dos “10 mais” traz novatos como a Turquia e Belarus, países que, jun-

tos, aumentaram suas exportações em mais de 300 mil toneladas nos últimos quatro anos, com isso su-perando o aumento obtido pelo Brasil, de 236 mil toneladas.

A registrar, ainda, que um novo país está em vias de entrar nesse ranking: a Rússia. Por ora ocupan-

do a 11ª posição entre os principais exportadores, aquele que foi até recentemente o maior importador mundial caminha agora em dire-ção ao quadro dos 10 principais exportadores mundiais. Um mer-cado a menos a atender e mais um sério concorrente a enfrentar.

Os 10 mais na EXPORTAÇÃO

Mil toneladas

2008 2012 2013VARIAÇÃO

2012/08 2013/12

Brasil 3.242 3.478 3.582 7,3% 3,0%

EUA 3.157 3.211 3.152 1,7% -1,8%

UE-27 727 1.080 1.120 48,6% 3,7%

Tailândia 383 540 580 41,0% 7,4%

China 285 400 400 40,4% 0,0%

Argentina 164 258 285 57,3% 10,5%

Turquia 42 250 260 495,2% 4,0%

Canadá 152 145 150 -4,6% 3,4%

Belarus 7 110 110 1471,4% 0,0%

Chile 63 92 95 46,0% 3,3%

Demais 126 297 318 135,7% 7,1%

TOTAL 8.348 9.861 10.052 18,1% 1,9%

EXPORTAÇÃO

Fonte dos dados básicos: USDA – Elaboração e análises: AVISITE – Nos valores referentes às importações e exportações, o USDA não inclui os volumes referentes às patas de frango. Em função disso, o consumo total fica, em alguns casos, superestimado. Isso se aplica, por exemplo, ao consumo interno brasileiro.

18 Produção Animal | Avicultura

Panorama Avicultura

Capacidade de

Avicultura brasileira passou por um ano difícil, no entanto, conseguiu manter a sua produção, a sua qualidade e a sua persistência de crescer no mercado

readequação

Produção Animal | Avicultura 19

O ano de 2012 está termi-nando e não deixará saudades. Pelo menos,

para muita gente da avicultura este ano já vai embora tarde. Fo-ram meses difíceis, com altos e baixos, atrasos de pagamentos, protestos, fechamento de frigorí-ficos. No entanto, nem tudo foi ruim. A avicultura brasileira é guerreira e conseguiu fechar 2012 com saldos positivos. Fo-ram mais de 12,5 milhões de to-neladas de carne de frango pro-duzidas e 3,9 milhões de tonela-das exportadas, segundo balanço prévio da União Brasileira de Avicultura (Ubabef). “Consegui-mos manter as nossas exporta-ções de carne de frango e, apesar dos problemas enfrentados, a avicultura brasileira não perdeu a sua qualidade e nem a sua sani-dade. Manteve-se firme em seus fundamentos”, avalia Francisco Turra, presidente da Ubabef.

Os problemas enfrentados pelo setor em 2012, aos quais Turra se refere, são influências, principalmente, da seca que atin-giu os Estados Unidos, maior produtor mundial de milho. Com a seca, a produção de milho americana ficou devastada e a solução foi buscar o milho em outros mercados como o Brasil. “A seca americana provocou um aumento exorbitante no preço dos insumos como o milho, prin-cipal ingrediente da ração das aves”, explica. “O ápice da crise sentida pelo setor avícola brasi-leiro foi quando os custos de produção do frango subiram 60%, mais ou menos no meio do ano, e os preços do milho e da soja aumentaram 45%. Com a procura aquecida, os fornecedo-res de grãos também eliminaram o prazo usual de 45 dias para pa-gamento pelos insumos e passa-ram a cobrar à vista e até a exigir

depósitos antecipados das agroindústrias. Com isso, muitas empresas tiveram que fazer cai-xa, mas não tinham crédito no mercado porque os bancos fica-ram mais exigentes no Brasil”.

Segundo Turra, há muitas empresas em dificuldades, espe-cialmente em São Paulo e na re-gião Sul, onde a estiagem enfren-tada pelos agricultores gaúchos na safra 2011/12 ajudou a com-plicar ainda mais a situação. Uma dessas empresas, o frigorífi-co Diplomata, do Paraná, entrou em recuperação judicial devido a dificuldades que incluem o pesa-do endividamento e o alto custo dos insumos.

Para o presidente da Ubabef, o governo precisa adotar medi-das urgentes de apoio ao setor, em especial à liberação de crédito para a indústria comprar insu-mos e extensão dos prazos de pagamento dos empréstimos to-mados pelos criadores integra-dos. “Estas são algumas das soli-citações que estamos trabalhan-do junto ao Ministério da Fazen-da e queremos que já nos primeiros dias de 2013 esta ajuda esteja disponibilizada ao setor avícola”, revela Turra.

Contraponto“A avicultura brasileira é mes-

mo um negócio surpreendente”, destaca o presidente da Ubabef. “Apesar das dificuldades, é um setor que tem uma capacidade incrível de se readequar”. Turra chama a atenção aqui para a boa organização do setor, à capacida-de que o setor unido tem de ade-quar os alojamentos das aves à demanda do mercado. “Conse-guimos, depois de várias reuni-ões e esforços coletivos, manter as exportações e também atender o mercado interno”. No entanto, o dirigente avícola evidencia a

A disparada dos preços do milho,

da soja e do farelo, combinada com

a redução da oferta de crédito,

provocou um cenário de crise

para a avicultura brasileira

Francisco Turra, presidente da Ubabef, acredita na capacidade de readequação do setor e aposta em resultados positivos

20 Produção Animal | Avicultura

Panorama Avicultura

necessidade de o setor aprender a trabalhar melhor as informações de mercado, as tendências inter-nas e externas. “Precisamos agir com mais rapidez sobre essas tendências para não sofrermos grandes consequências”.

Para 2013, a Ubabef declara que o setor já está reposicionado. “As empresas estão com os seus alojamentos adequados para a demanda do mercado”, assegura Turra. De acordo com o presiden-

te da entidade, as oportunidades para o Brasil estão no mercado externo. “Continuaremos traba-lhando na manutenção dos mer-cados já existentes para o frango brasileiro e tentaremos a abertu-ra de novos como Paquistão, In-donésia, Angola, Ásia e África do Sul”.

O custo elevado da ração

A indústria produtora de frangos de corte e poedeiras, juntas, demandam 55% das ra-ções produzidas no Brasil, que são formuladas com quase 90% da mistura de milho e do farelo de soja. “O milho subiu 40% nos primeiros 20 dias do mês de ju-lho de 2012 por efeito da estia-gem no cinturão produtor ameri-cano. Já o farelo de soja mais que dobrou de preço de janeiro até agosto, em razão da forte estia-gem ocorrida na Argentina e no Brasil”, resume Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindira-ções). Além do alto custo da ra-

ção para as aves, Zani também aponta a névoa econômica sobre alguns mercados alvo do frango brasileiro sobre 2012 e que desa-celeraram o ritmo das exporta-ções. “A persistente fragilidade das economias na zona do Euro e o conflituoso cenário no Oriente Médio continuaram atrapalhan-do o desempenho exportador de carne de frango do Brasil. O ex-cedente no mercado interno, du-rante o primeiro trimestre do ano, pressionou os preços e cor-roeu a rentabilidade do avicultor. A desvalorização permaneceu por todo segundo trimestre en-quanto a alimentação encareceu. A melhora no preço pago ao pro-dutor a partir de agosto, no en-tanto, não pareceu suficiente para compensar o vigoroso rea-juste determinado pelo aumento do preço do farelo de soja e do milho no segundo semestre”, analisa.

Segundo o executivo do Sin-dirações, somente a avicultura de corte brasileira deverá consumir cerca de 30 milhões de toneladas de ração em 2012.

Desafios do agronegócio brasileiro em 2012

Seca no Nordeste e no Sul, enchente no Norte, embargo na Rússia e alta dos preços dos insumos do setor de carnes.

Produção Animal | Avicultura 21

22 Produção Animal | Avicultura

Retrospectiva 2012

Quatro aspectos da avicultura em 2012A Revista do AviSite buscou opiniões com líderes do setor, empresários e consultores para fazer uma retrospectiva rápida e objetiva de 2012. Perguntamos, sobre a avicultura brasileira, como foi o seu desempenho, quais foram os erros, as boas notícias e as lições que 2012 deixou. O resultado você confere a seguir

Ciliomar Tortola Presidente do Grupo GTFoods

“A melhor palavra para descre-ver a avicultura brasileira neste mo-mento é desafio. Enfrentamos uma significativa alta no valor dos insu-mos necessários à criação das aves, visto que o milho e a soja represen-tam cerca de 60% a 70% do custo total de produção da ave viva. Mesmo assim, não poderíamos defi-nir o ano como “sacrificado”, já que até o momento, em um balanço ge-ral, os resultados são positivos. Isso se deve a rápida iniciativa do seg-mento em compreender quais me-canismos deveriam ser adotados para enfrentar o momento, dentre os quais a redução no nível dos alo-jamentos e a utilização de matéria prima alternativa com o objetivo de substituir o consumo de milho e soja nas rações devido ao seu alto valor no momento. Além destas medidas, a gestão dos custos relacio-nados à produção, com uma forte atuação na diminuição e controle deles desde o início da cadeia envol-vida na criação das aves, até a distri-buição e entrega do produto ao cliente, também foram medidas adotadas para o período. Desta for-ma, não podemos falar em ano “sa-crificado”, mas sim desafiador para aqueles que estão na atividade e já viveram outros momentos de crise”.

Alysson Paolinelli Presidente da Abramilho

“O ano de 2012 foi difícil, por conta da seca americana. Com isso, os preços dos insumos explodiram. A avicultura é um setor consumidor do milho e mercado é mercado. Po-rém , conseguimos abastecer o nos-so mercado e a indústria avícola conseguiu manter a sua produção”.

DESEMPENHO

Produção Animal | Avicultura 23

Rogério Luiz Iuspa Gerente Nacional de Aves Agroceres Multimix

“2012 foi um ano de desafios, alto preço da matéria prima e baixo preço do frango, foi um ano onde a capacidade de gestão dos recursos de cada empresa fez a diferença, acompanhamento dos resultados de campo, do abatedouro e vendas foi fundamental. Um ano que o se-tor quer que acabe logo. Foi um ano de muitos desafios, eu diria”.

Camila Brito Ortelan Pesquisadora Setor de Frangos do Cepea

“A principal dificuldade de 2012 para a avicultura brasileira esteve li-gada aos custos de produção. Nin-guém esperava um aumento tão significativo dos insumos como o farelo de soja e o milho e de uma

forma tão intensa. Pegou todo mun-do de surpresa. No entanto, o setor conseguiu diminuir a sua produção, por meio da redução do alojamento de aves, e isso ajudou a manter os preços do frango no mercado. Os preços, pelo menos, se sustentaram”.

Produção Brasileira de Carne de Frango

AnoProdução (mil ton)

%

2005 8.950 5,37%

2006 9.335 4,30%

2007 10.305 10,39%

2008 10.940 6,16%

2009 10.980 0,37%

2010 12.230 11,38%

2011 13.058 6,77%

2012* 12.500* -4%*

Fonte: Ubabef. *Estimativa.

ERROS

Ariovaldo Zani Vice-presidente executivo do Sindirações

“A entusiástica ousadia empre-endida no terço final do ano passado ofertou mais carne de frango que a demanda pudesse consumir. O ma-rasmo do comércio internacional por conta da crise econômica global empurrou o excedente ao estoque local e o setor engatou a marcha à ré já no primeiro trimestre de 2012. Esse recuo tem se intensificado por causa da coexistência de três fatores: alto custo do farelo de soja e do mi-lho, baixos preços pagos aos produ-tores e desaceleração no ritmo ex-portador das carnes. A descapitaliza-ção de muitos produtores indepen-dentes vem reduzindo o alojamento

24 Produção Animal | Avicultura

Retrospectiva 2012

de matrizes, pintinhos e o abate de aves que perdeu fôlego nos últimos meses. Esse ambiente inóspito aos negócios desencadeou uma série de recuperações judiciais por razoável número de pequenos e médios pro-dutores independentes, fenômeno que tem se intensificado desde o início do ano. Esse estado de pen-dência dos devedores com os forne-cedores de insumos coloca os credo-res diante de montantes não corrigi-dos e parcelamentos a perder de vista e se o cliente não paga o seu fornece-dor, este fica sem capital para pagar os outros e assim por diante.

Alysson Paolinelli Presidente da Abramilho

“Acredito que ainda falta uma política para a produção de grãos no Brasil. O setor sente falta de apoio do governo. Nós temos área, tecnolo-gias, mas não temos apoio governa-

mental para a produção. Precisamos corrigir isso para trabalharmos me-lhor com o mercado consumidores de grãos como a avicultura”.

Rogério Luiz Iuspa Gerente Nacional de Aves Agro-ceres Multimix

“Excesso de produção. As empre-sas pensam em sí próprias e aumen-tam o alojamento para reduzir custo de produção, diluir custos de abate-douro e isso realmente é verdade, mas para o setor isso é ruim pois com o aumento da produção o preço da carne de frango cai”.

Ciliomar Tortola Presidente do Grupo GTFoods

“Não afirmaria que foram come-tidos erros, no entanto, alguns apontamentos merecem reflexão. Àquelas indústrias que possivelmen-te não sobrevivam ao momento e,

mesmo a todos nós do segmento, não podemos permitir que na cadeia produtiva tenhamos fragilidades na tomada de decisões nem que fique-mos expostos a todas as variáveis que podem influenciar na produção. Avaliar incessantemente o quanto podemos produzir mais com o me-nor e mais estruturado custo, inves-tir em tecnologias que proporcio-nem produtos de valor agregado, to-mar decisões rápidas frente ao movi-mento do mercado que possa afetar os resultados são alguns aponta-mentos que merecem uma reflexão de todos neste ano”.

Camila Brito Ortelan Pesquisadora Setor de Frangos do Cepea

“Não vejo tantos erros do setor avícola, em particular, neste ano. Tivemos um 2012 muito atípico para apontar erros”.

Ariovaldo Zani Vice-presidente executivo do Sindirações

“Apesar do inusitado recuo ain-da à vista, a avicultura de corte pode

hipoteticamente produzir até 13 milhões de toneladas de frango em 2012, caso a demanda recrudesça em resposta às festas de fim de ano. Com relação à produção de rações,

o Brasil deve produzir mais de 62 milhões de toneladas de ração e 2 milhões de toneladas de sal mineral e movimento de R$ 47 bilhões para aquisição de insumos nacionais e

AS BOAS NOTÍCIAS

Produção Animal | Avicultura 25

26 Produção Animal | Avicultura

Retrospectiva 2012

Ariovaldo Zani Vice-presidente executivo do Sindirações

“A prática da disciplina financei-ra e exercício da moderação em época da fartura são requisitos indis-pensáveis à sustentabilidade de qualquer negócio”.

Alysson Paolinelli Presidente da Abramilho

“Vimos em 2012 que é preciso ter mais organização das cadeias produtivas e que o Brasil precisa produzir muito mais milho para ge-rar muito mais proteína animal”.

Rogério Luiz Iuspa Gerente Nacional de Aves Agro-ceres Multimix

“Melhorar controles nas empre-sas em todas as áreas, e a lição que

todos sabem e poucos fazem que é a redução de alojamento, outra ques-tão que temos que repensar é sobre os produtos que o setor disponibiliza ao mercado, o mercado de frango congelado/resfriado inteiro ou cor-tes vai virar commodity e temos que buscar diferenciação, o food service é uma excelente alternativa em suas duas vertentes, produtos pré-prontos para cadeias de fast food ou restau-rantes e pratos prontos para consu-midor final, coisa que só os gigantes do setor tem coragem de investir”.

Ciliomar Tortola Presidente do Grupo GTFoods

“Uma das lições revisitadas nesse ano é que devemos estar sempre alertas quanto aos movimentos da-queles segmentos e atividades que podem influenciar diretamente nos

custos de produção e resultar em uma perda expressiva de receita, como é o caso do custo de produção sem um reflexo nas vendas. Estes fatores certamente podem determi-nar a sobrevivência ou a ruída da empresa. Outra lição é a de que o fortalecimento da indústria com mecanismos que tornem seu produ-to mais competitivo prepara e previ-ne essa mesma indústria dos possí-veis e eventuais momentos de crise.

Camila Brito Ortelan Pesquisadora Setor de Frangos do Cepea

“O ano de 2012 alertou o setor da avicultura de que é preciso pres-tar mais atenção na gestão de risco dos negócios. Aprender a identifi-car e avaliar possíveis riscos duran-te a produção”.

AS LIÇÕES

importados. A tendência é produzir 31 milhões de toneladas para fran-gos de corte”.

Rogério Luiz Iuspa Gerente Nacional de Aves Agroceres Multimix

“Não houve boa notícia para o setor em 2012”.

Ciliomar Tortola Presidente do Grupo GTFoods

“Sem dúvida uma das boas no-tícias para o setor foi a desoneração da folha de pagamento, anunciada pelo governo federal, que mesmo entrando em vigor apenas no ano vindouro de 2013, passa a ser um definitivo elemento para tornar nosso segmento mais competitivo, seja para a colocação do produto no mercado interno ou externo. Além disso, com o objetivo de in-centivar a indústria e o crescimen-to, o Governo Federal também anunciou taxa de juros de 2,5% ao

ano para o financiamento de má-quinas e equipamentos. A adoção dessas medidas veio para beneficiar a indústria, porém, ainda há mais a ser feito. Se tivéssemos uma séria e responsável reforma tributária, os avanços e competitividade de nos-sos produtos seriam ainda mais significativos”.

Camila Brito Ortelan Pesquisadora Setor de Frangos do Cepea

“O setor está sempre buscando alternativas e melhorias, principal-mente para as exportações de carne de frango. E, neste ano, as exporta-ções se mantiveram positivas. Ou-tro aspecto positivo de 2012 para o setor foi a questão do consumo da carne de frango no mercado inter-no, que não teve sinais de redução. Isso ajudou, e muito, na manuten-ção dos preços da carne no merca-do, inclusive, atingindo valores re-cordes por alguns períodos”.

Domingos Martins Presidente do Sindiavipar

“No primeiro semestre do ano, tivemos várias boas notícias para o setor. Atingimos recordes de produção e exportação. Mesmo com a crise, tivemos casos de empresas que se fortaleceram, investiram em novos negócios e novos mercados. Temos duas boas notícias que dependem do gover-no e que podem chegar ainda este ano. Entre as solicitações encami-nhadas ao Ministério da Agricul-tura (Mapa) estão uma linha de crédito com taxas de juros de 5,5% ao ano e prazo de reembolso de até 72 meses, assim como a prorrogação de dívidas de indús-trias e produtores. A criação de um Prêmio de Escoamento da Produção também foi negociada para trazer milho do Centro--Oeste para a região Sul, com o objetivo de reduzir a pressão so-bre os preços”.

Produção Animal | Avicultura 27

2013

Depois de um ano atípico, com secas inesperadas e preços das matérias-primas nas alturas, o que a avicultura brasileira pode esperar de 2013? Como será este início de novo ano para o setor? Veja o que alguns especialistas consultados pela Revista do AviSite apontaram para a indústria avícola em 2013

Ariovaldo Zani Vice-presidente executivo do Sindirações

“Continuar se esforçando para mitigação dos desafios contemporâ-neos e contribuir sobremaneira para sustentabilidade da cadeia de produ-ção de proteína animal Brasileira. O índice de sucesso, contudo, continua modulado pelas iniciativas do setor público frente à complexa e pesada carga tributária, escassez de financia-mento para capital de giro, incapaci-dade de armazenamento das safras e infraestrutura logística, dependência extrema dos aditivos da química fina, restrição ao uso de tecnologia e buro-cracia na implementação da inova-ção. Por outro lado, a segurança, vigor e eficiência da cadeia brasileira pro-dutora de frangos é reconhecida nos quatro cantos do globo por conta da sua capacidade de suprir o mercado doméstico e atenuar a preocupação da FAO em atender o aumento na de-manda global pelos mais de nove bi-

O que esperar de 2013?

28 Produção Animal | Avicultura

2013

lhões de consumidores ainda na metade desse século. O atestado de garantia pode ser conferido pelas estatísticas da indústria brasileira que em 1970 produzia pouco mais de 220 mil tonela-das de frango e no início da dé-cada de 90 já multiplicava a marca por dez, ou seja, alcança-va 2,4 milhões de toneladas e mesmo que timidamente, já ex-portava 300 mil toneladas. Há dez anos, o volume produzido chegava aos 8 milhões de tone-ladas e os embarques somavam 1,7 milhão. De lá para cá, a pro-dução cresceu 6,3% ao ano e em 2011 as exportações faturaram U$ 7,5 bilhões. Os resultados do Outlook Brasil projetam 16,8 milhões de toneladas em 2022 com exportações aproximando-

-se de 6 milhões, ou seja, 54% do comércio internacional pre-visto em 11 milhões de tonela-das será atribuído ao Brasil”.

Alysson Paolinelli Presidente da Abramilho

“Para o milho, a próxima sa-frinha será a nossa safrona. Não tenho dúvida disso. O Brasil de-verá produzir acima de 70 mi-lhões de toneladas de milho em 2013. O cenário estará melhor para a agricultura brasileira”.

Rogério Luiz Iuspa Gerente Nacional de Aves Agroceres Multimix

“Cautela. Não é hora de crescer na avicultura, cuidar

do fluxo de caixa é fundamen-tal, só sobreviveremos na crise se formos criativos e colocar-mos produtos novos no merca-do, não conheço empresa mé-dia com um departamento de criação de produto, pesquisa de consumo visando os desejos do consumidor, a receita da avicultura utilizada para o crescimento nos últimos 30 anos não será a mesma daqui pra frente, temos que repensar, sermos criativos e termos cora-gem para mudar”.

Ciliomar Tortola Presidente do Grupo GTFoods

Conforme citado anterior-mente, para sobreviver aos momentos de crise é preciso,

Produção Animal | Avicultura 29

em primeiro lugar, estar sem-pre alerta a todos os fatores que podem influenciar no cus-to de produção e resultar em perda de receita. Outras lições que ajudam na sobrevivência são: manter um efetivo contro-le sobre os custos, com ferra-mentas de controle e gestão que gerem as informações de modo rápido e a qualquer mo-mento, além de promover as melhores práticas na estratégia das vendas e mesmo na aquisi-ção dos insumos direta e indi-retamente relacionados à pro-dução, entre outras estratégias já citadas.

Camila Brito Ortelan Pesquisadora Setor de Frangos do Cepea

“Os custos continuarão ele-vados no início de 2013. A avi-cultura terá que se adaptar e trabalhas por um tempo dessa forma. Acredito também que os preços do frango terão uma queda neste início de novo ano, por conta da queda na demanda e no consumo, tipi-camente percebida nesta épo-ca, por conta do período das férias e da alteração da rotina dos brasileiros. É preciso muito planejamentos e cautela na produção”.

Domingos Martins Presidente do Sindiavipar

“Em 2013, esperamos que o setor avícola seja incluído en-tre os setores que terão o bene-

fício da desoneração da folha de pagamento. A avicultura fi-cou de fora do pacote de bene-fícios na publicação da Lei nº 12.715/12, de 13 de setembro de 2012, e por isso uma nova medida teve que ser editada. Por meio da Medida Provisória (MP) 582, o setor avícola pode-rá ser incluído entre os setores que terão o benefício da deso-neração da folha de pagamen-to. Antes de receber a sanção presidencial, a MP 582 será submetida à aprovação do Congresso. Esperamos que a inclusão do nosso setor a esse pacote de benefícios aconteça o mais rápido possível. Nós já estávamos contando com esse ajuste para ganhar fôlego dian-te deste momento complicado”.

30 Produção Animal | Avicultura

Discussões

30 Produção Animal | Avicultura

AVISULAT 2012

A médica veterinária Flávia Rodrigues conta-va sobre a via sacra que enfrentava desde que saiu da sua cidade natal, Belém, no

Pará, até Bento Gonçalves, distante 130 quilôme-tros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Acorda-da desde as três da manhã, a responsável técnica e diretora da Agência de Defesa Sanitária do Pará, dissertava sobre as 13 horas de viagem que ainda não tinha chegado ao fim. “Meus colegas de traba-lho disseram que eu só podia ser louca”, contava abraçada a uma mochila. “Mas eu tinha que vir, a programação está muito boa”. Flávia tinha percor-rido 3.774 quilômetros para prestigiar o Avisulat, congresso que reúne os três segmentos de proteína animal (aves, suínos e bovinocultura de leite) reali-zado nos dias 21 a 23 de novembro. Procurava mais informações sobre o combate de doenças respirató-rias endêmicas. Destacou principalmente o painel promovido pelo Laboratório Central de Diagnósti-co de Patologia Aviária (LCDPA), instituição de re-

Com presença de grande público, o evento trouxe à tona temas como entraves logísticos, políticas de grãos e a importância do agronegócio para o Brasil

Dirigentes compõem a mesa de solenidade durante abertura do

AVISULAT 2012

Produção Animal | Avicultura 31

Temos deficiências graves e precisamos quebrar paradigmas

e mudar nossas concepções sobre o transporte. Em outras palavras,

precisamos investir em outras

alternativas que não a rodoviária

Inauguração da Feira de Negócios: mais de duas mil pessoas circularam nos três dias

nome pertencente à Universidade Federal do RS (UFGRS) sobre larin-gotraqueíte, bronquite infecciosa e pneumovirose. Flávia também es-tava interessada nas apresentações sobre análise de risco e da vigilân-cia ativa in fronteira. “Temos que manter a sanidade dos nossos plan-téis, dos nossos rebanhos. Essa tro-ca de informações é essencial para saber o que está acontecendo em outras regiões”, atesta.

Assim como Flávia, cerca de dois mil participantes estiveram presentes no Avisulat durante os três dias de evento. Promovido pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos no RS (SIPS) e Sin-dicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RS, (Sindi-lat) - principais entidades que re-presentam as principais produtoras de proteínas animais do Rio Gran-de do Sul - o evento nasceu em 2008 como uma iniciativa para unir os segmentos e discutir pro-postas e perspectivas para a supera-ção da crise da época.

“Na primeira edição, consegui-mos no auge da crise mundial fi-nanceira organizar um evento que nos permitiu continuar a frente nessa missão. Já na segunda edição, em 2010, superamos expectativas porque evoluímos em relação à pri-meira. Nosso trabalho sempre teve como base valorizar os setores im-portantes do agronegócio brasilei-ro e ao mesmo tempo valorizar to-das as etapas das cadeias produti-vas”, atesta José Eduardo dos San-tos, Coordenador Geral do evento.

Agora, nessa terceira edição, Santos, também Diretor Executivo da Asgav, destacou as inovações e agradeceu o fortalecimento de par-cerias com empresas, fornecedores, cooperativas, universidades, gover-no estadual na construção de um evento estratégico para a avicultura brasileira. O dirigente ainda enalte-

ceu a participação dos expositores e patrocinadores que “mesmo em momento difíceis estão aqui e ade-riram ao Avisulat” e frisou “eles não estão conosco só nos momen-tos bons! Isso é parceria, isso é soli-dariedade!”.

Temos milho, faltam estradas

O desabastecimento da região e os desafios para as melhorias do es-coamento da produção agrícola no Rio Grande do Sul e do Brasil foram debatidos por Álvaro Wolcite-choski, da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística do RS, Ri-cardo Orsoletta, Gerente Comercial do Tecon Rio Grande S.A (conces-sionária do Porto do Rio Grande) e o Coordenador do Conselho de Co-mércio Exterior da FIERGS, Cézar Müller. Wolcitechoski mostrou os planos de médio e longo prazo para o cenário futuro de 2013 e 2014 com destaque para a federalização da rodovia BR 101 que ainda está sob concessão estadual.

Outra solução apresentada foi a extensão da Ferrovia Norte Sul –

32 Produção Animal | Avicultura

Discussões

que atualmente liga os municípios de Belém no Pará com Panorama em São Paulo – com o intuito de cortar o Cone Sul e terminar na ca-pital gaúcha. O dirigente atestou: temos deficiências graves e precisa-mos quebrar paradigmas e mudar nossas concepções sobre o trans-porte. Em outras palavras, precisa-mos investir em outras alternativas que não a rodoviária. “Temos uma malha ferroviária e hidroviária que precisa ser melhor aproveitada. Precisamos aprimorar o modal fer-roviário e cobrar novos processos de concessão do governo”. O gover-no prepara melhorias com um pla-nejamento de 25 anos, no entanto, em relação a esse prazo Wolcite-choski afirmou “para cada cabeça existe uma sentença”. Ainda frisou que em relação aos entraves políti-cos que impedem o sequenciamen-to das ações de melhorias é neces-sário pressionar as classes políticas e cobrar um planejamento do Esta-do. “Precisamos esboçar um cená-rio viável levando em consideração nossos custos e o governo [estadu-al] tem que se movimentar nesse

sentido. A iniciativa privada é um parceiro e para dar uma continui-dade ao processo precisamos trans-cender as classes e transcender os partidos políticos”, sentencia.

Cézar Müller, Coordenador do Conselho de Comércio Exterior da FIERGS, aponta a logística e a buro-cracia como as principais causas da perda da competitividade e eviden-cia o Brasil como 121° no ranking mundial em comparação com os custos praticados no primeiro mundo. O coordenador apresenta dados compilados em um estudo recente conduzido pelo FIERGS onde são necessários R$ 70 bilhões de reais investidos em 177 projetos para diminuir o déficit. Desses 51 são altamente prioritários e de-mandarão R$ 15,2 bilhões e que se não forem realizados vão literal-mente travar o Sul do País. “Se nada for feito uma região que cor-responde a 17% do PIB nacional corre o risco de parar economica-mente. Com esses investimentos calcula-se uma redução de 7,0% nos custos de produção o que vai alavancar a produtividade da re-gião. Uma prévia aponta para uma queda de 10% das exportações no Sul se não for aplicado esse mon-tante”, finaliza.

A palestra “Tendências para os Mercados de Carnes, Leite e Grãos no Sul, no Brasil e no mundo”, mi-nistrada pelo sócio diretor da Con-sultoria Agro-Econômica, Carlos Cogo, abordou o perfil do mercado mundial de alimentos e apresen-tou projeções para a soja e o milho até 2022 e para a carne aviária, bo-vina e suína até 2020. Cogo mos-trou que mesmo com o crescimen-to exponencial da China e a utilil-zação de 42% da safra de milho dos EUA em biocombustível, a sa-fra de milho brasileira de 2013 ain-da vai gerar um excedente conside-rável. “Temos milho. O que faltam são estradas para transportá-lo

Se nada for feito uma região que corresponde a 17% do PIB nacional corre o risco de parar economicamente

José Eduardo, Coordenador Geral do

evento enalteceu a participação dos

expositores e patrocinadores que

“mesmo em momento difíceis estão aqui e

aderiram ao Avisulat”

Produção Animal | Avicultura 33

para outras regiões”, atesta. Diante desse quadro crítico, durante o se-gundo dia de evento, as entidades promotoras entregaram um docu-mento para Caio Tibério da Ro-cha, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura levar para o ministro da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho. O documento solici-tava a intervenção do Governo Fe-deral nas exportações do milho produzido no RS e em SC. “Que seja uma solução momentânea esse travamento ou monitoramen-to das exportações, porque nós não somos contra as exportações, de forma alguma, só que está fal-tando insumo nesses Estados, que são os que mais sofrem por esta-rem na ponta do País”, ressaltou

Nestor Freiberger, Presidente da ASGAV.

RS em evidência Representantes de oito países –

Colômbia, Cuba, Equador, Grã--Bretanha, Paraguai, Portugal, Re-pública Tcheca e Suíça – visitaram o pavilhão do Avisulat para pros-pectar negócios e analisar o merca-do do Rio Grande do Sul. A comi-tiva foi recebida pelo Coordenador Geral do evento, Eduardo dos San-tos; Nestor Freiberger; o presidente do Sindicato das Indústrias de Pro-dutos Suínos (Sips), Osmildo Pedro Bieleski; e Alexandre Guerra, diri-gente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat). Os dirigentes ciceronea-ram os representantes aos estan-

des, destacando as inovações desta edição, como a criação do Pólo Lo-gístico, que abriga empresas reco-nhecidas por sua participação no segmento em suas mais diversas áreas de atuação, e do Pólo Pesqui-sa e Inovação, onde o visitante tem a oportunidade de conhecer os mais recentes projetos acadêmicos, pesquisas e informações nas áreas dos segmentos envolvidos.

“É o Avisulat despertando inte-resses internacionais, o que pode representar bons negócios às em-presas participantes”, destacou Eduardo dos Santos. “A ideia é que, nas próximas edições, possamos ampliar a participação de visitan-tes internacionais porque é de inte-resse dos setores cada vez mais atender o mercado externo”.

34 Produção Animal | Avicultura

EspEcial: associações

O ano de 2013 começa desafiador: o espírito será o de readequação. Adaptada a uma produção com

custos relativamente baixos, o setor terá que derrubar as

paredes e fazer a reforma se quiser sobreviver. Veja o que os dirigentes

das associações estaduais têm a dizer sobre o assunto

Adeus à velha

avicultura

Produção Animal | Avicultura 35

O aO ano começou bem. O setor estava animado com os recordes de pro-

dução e exportação no primeiro semestre do ano. Com um Brasil menos desigual e a classe C ad-quirindo poder aquisitivo, o mer-cado interno prometia um au-mento do consumo das carnes de uma maneira geral. O Presidente da Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná (AAVIOPAR), Luiz Ari Bernartt, acrescenta nes-sa lista o reconhecimento da sa-nidade dos planteis e da qualida-de da carne brasileira pelos mercados consumidores (em es-pecial a de frango) que acarretou no aumento das importações de carne. “Também não podemos esquecer-nos do câmbio que em 2012 foi bem mais formidável do que anos anteriores”, relembra. Então, tudo começou em agosto. A pior seca em 50 anos nos EUA e no Sul do Brasil colocou a avicul-tura em uma crise inédita. Os preços dos insumos foram para as alturas e alterou totalmente a composição do custo de produ-ção do frango. De um semestre para outro, o setor entrou em re-cessão. “Além do milho, tivemos no Brasil um grande aumento nos preços da soja, devido à redu-ção da colheita em algumas regi-ões do país, especialmente no Rio Grande do Sul”, conta Antônio Vasconcelos, Presidente Executi-vo da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig). “O fa-relo de soja, que custava R$ 600,00 a tonelada, logo passou a valer até R$ 1380,00. Essa expres-siva mudança nos preços dos in-sumos básicos originou um forte incremento na formação do cus-to das rações, com o consequente desequilíbrio no balanço finan-ceiro das organizações”, conta, “considero este erro estratégico, além de ser difícil a decisão por

parte do empresário. Porque há sempre nele uma luz de esperan-ça de que a crise será rápida, o que muitas vezes não é. Pode-se jogar por terra uma vida inteira dedicada ao negócio”.

Essa sequência de aconteci-mentos garantiu a 2012 o prêmio ano “sacrificado” da avicultura. Dario M de Oliveira Neto II, Pre-sidente da Associação Baiana de Avicultura (ABA) não mede pala-vras ao definir como o ‘pior ano da avicultura’. “Estamos habitu-ados a conviver com crises, mas a forma que aconteceu em 2012 surpreendeu a todos. Geralmente temos crises causadas por aumen-to dos custos dos insumos ou por forte oferta de produto acabado resultante de excedente de pro-dução, mas os dois fatores juntos como ocorreu este ano é raro de acontecer”, explica. Para ele, a consequência foi desastrosa: o se-tor em crise fez com que as insti-tuições financeiras cortassem o crédito e consequentemente di-versas empresas encerraram to-talmente as atividades. As que resistiram foram forçadas a redu-zir a produção. “Sem dúvida, foi um ano de muitas dificuldades para o setor”, anui o Diretor Exe-cutivo da Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e do Sindi-carne, Ricardo de Gouvea. “O alto custo dos insumos para a produção atingiram valores re-cordes. A seca causou impacto negativo no setor, afetando a pro-dução e sobrevivência de algu-mas empresas. A alta nos preços dos grãos, aumentou em torno de 30% a necessidade de capital de giro das empresas”, conta. Ber-nartt, da AAVIOPAR, reforça: “o custo de produção foi alterado para cima, de tal modo a inviabi-lizar muitos frigoríficos com grande número de integrados, que hoje se encontram ou com

“Aquela velha lição de que devemos estar sempre

preparados para os momentos de crise ganhou

ainda mais valor este ano. Como já mencionei,

estávamos embalados por excelentes resultados antes

da alta do preço dos insumos e tivemos que reduzir a

produção a contragosto. Como em toda crise,

cada empresa lidou com a situação de uma maneira, no entanto, as indústrias que estavam preparadas,

com estoques de grãos, por exemplo, conseguiram ver

na crise uma oportunidade”

Domingos Martins Presidente do Sindiavipar

36 Produção Animal | Avicultura

EspEcial: associações

seus galpões parados ou produ-zindo sem saber quando vão re-ceber o pagamento pelos lotes en-tregues”.

A crise mudou a configuração das agroindústrias do Sul do País. Um dia após anunciar a suspen-são dos abates na unidade de Xa-xim, SC, a Diplomata confirmou o encerramento das atividades em Capanema, no Paraná. Se-gundo nota oficial da empresa, o fechamento das duas unidades, sem data confirmada, está previs-to para depois do término do aba-te de 10 milhões de aves. Cerca de cinco mil funcionários serão colocados em período de férias coletivas. A Frango a Gosto, de Arapongas, no norte do Paraná, firmou parceria com o grupo GTFoods, em Maringá e Jagua-frangos, de Jaguapitã. Os dois as-sumiram o fornecimento de pin-tinhos e ração a 75 integrados e vão pagar pelos serviços para aba-te no local. A Frango a Gosto pertence há 25 anos a Domingos Martins, Presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avíco-las do Paraná (Sindiavipar) e da Unifrango, associação criada em 2001 e que reúne 16 empresas no Estado. Como Presidente do Sin-diavipar, Martins afirmou contou para a Revista do AviSite que a es-cassez de crédito continua preo-cupando o setor uma vez que o prazo para que os produtores pa-gassem as aquisições dos grãos costumava ser de 40 dias. “Agora, com a escassez de milho e soja, o pagamento precisou ser antecipa-do ou a vista. Lembro que as ins-tituições financeiras não podem continuar criando barreiras às agroindústrias que necessitam obter recursos para compra de in-sumos, e sim devem dar amparo e incentivo para este setor de gran-de importância econômica e so-cial. Ainda ressalto que uma soli-

citação de medidas para amenizar os efeitos da crise foi encaminha-da para o Governo em setembro, no entanto, ainda não foram atendidas”, afirma.

“As ações do governo são ridí-culas”, desabafa Bernartt. “Frigo-ríficos estão fechando, emprega-dos sendo demitidos e produtores vendo suas dívidas aumentar, comprometendo até seu patrimô-nio com seus galpões parados

sem ter para quem produzir! Meus amigos, a indústria auto-mobilística brasileira que empre-ga um pouco mais de 100 mil em-pregados, hoje é ajudada pelo governo nas isenções de impos-tos, facilitando a renda , subsi-diando juros, além de outras in-dustrias brasileiras que recebem o mesmo tratamento! A avicultura emprega no país nada menos que 200 mil empregos e o governo central nada fazem para ameni-zar esta situação que preocupa a todos nós”.

Muitas empresas também no Estado de São Paulo suspenderam

“Sabemos que os custos de matéria-prima não vão voltar aos níveis normais imediatamente, então temos que manter a produção de carne de frango ajustada a demanda para termos melhor controle sobre nossos preços ou estaremos fadados a continuar vendendo nossos produtos mais baratos do que eles custaram para serem produzidos”

Dario M de Oliveira Neto II Presidente da ABA.

Para 2013, aos sobreviventes,

renovar as esperanças! E

vamos começar com as lições

que aprendemos em um ano de grandes dificuldades

Produção Animal | Avicultura 37

“É vital para o setor a definição de uma Política

pelo Governo para fornecimento de grãos

(milho e farelo de soja), principalmente para a

Região Sul, assim como o estabelecimento de

subsídio do frete, de forma a viabilizar a produção de aves

e suínos”

Ricardo de Gouvêa Diretor Executivo ACAV/

SINDICARNE

as atividades. “Não vamos conse-guir terminar esse ano com um saldo positivo”, atesta Érico Po-zzer, Presidente Executivo da As-sociação Paulista de Avicultura (APA). Mesmo com uma leve re-cuperação nos últimos meses do ano, o dirigente acredita que a re-tomada será sentida apenas no ano que chega. “Estamos pre-vendo um potencial de cresci-mento. Eu acredito que o setor vai começar o ano mais comedi-do. Os pequenos e os médios não têm capital de giro então será muito difícil aumentar a produ-ção. E os grandes que contam com o dinheiro do governo, como o BNDES, vai ajustar a pro-dução. Foi uma lição árdua, mas que foi aprendida”, finaliza.

Reforma na casa Com a chegada de 2013, o se-

tor avícola inaugura uma nova era: a dos custos elevados. .O pri-meiro trimestre será desafiador para a avicultura. As projeções apontam que os insumos desti-nados à alimentação não vão cair. A sobrevivência do setor de-pende da disciplina da indústria em manter a produção moderada

para obter preços mais elevados e compensar os custos crescentes. O que não aconteceu em 2012. Olhar para o passado e projetar o futuro. “Planejar melhor o cres-cimento do setor, de forma a manter o equilíbrio entre a oferta e a demanda, possibilitando o re-passe dos custos para o preço fi-nal do nosso produto”, respon-deu Dario Mascarenhas, da ABA, quando indagamos o que apren-demos com a crise de 2012. “Para quem exporta 30% da produção e já possui um dos maiores índices de consumo per capita de carne de frango, fica difícil encontrar essa fórmula. Não podemos ser tão otimistas ao ponto de consi-derar que as exportações e o con-sumo interno continuarão cres-cendo ao mesmo ritmo ano após ano”. Para Martins, do Sindiavi-par, o que restou de 2013 é aquela velha lição: devemos sempre es-tar preparados para os momentos de crise. “Isso ganhou ainda mais valor esse ano. Como em toda crise, cada empresa lidou com a situação de uma maneira, no en-tanto, as indústrias que estavam preparadas, com estoques de grãos, por exemplo, conseguiram

38 Produção Animal | Avicultura

EspEcial: associações

“Como da cadeia eu vejo que primeiro o Brasil precisa de uma política de vendas internacionais mais efetiva. O mundo precisa de proteína animal, o que o Brasil possui em abundância. Temos que aumentar nossas exportações, talvez para 50% de toda a produção, o que resolveria de imediato a super oferta de carne no mercado interno e toda a cadeia seria beneficiada”

Luiz Ari Bernartt Presidente da AAVIOPAR

ver na crise uma oportunidade”. Como diz o velho ditado: vão-

-se os anéis, ficam os dedos. De-pois dessa amarga experiência, o setor avícola sentiu, a duras pe-nas, a urgência de uma política agrícola que equilibre a produção de grãos e a transformação em proteína animal. Afinal, Brasil é um dos maiores produtores de mi-lho e soja e somos o maior expor-tador de frango do mundo. “E te-mos a possibilidade de sermos os maiores exportadores de carne su-ína também. Precisamos de uma política de distribuição para os centros produtores de proteína”, conta Gouvea, da ACAV. Logísti-ca. Isso que aumenta os preços dos grãos e diminui a competitividade do BR. “Nós precisamos de políti-cas mais agressivas para o merca-do internacional, com mais inteli-gência, não podemos aceitar que os países estrangeiros vendam o que quiserem em nosso território, sem levar nossos produtos como a moeda de troca”, comenta Ber-nartt, Presidente da AAVIOPAR. “Temos um potencial de produ-ção enorme, temos clima, alimen-tos, tecnologia e principalmente o material humano, capaz de ano após ano fazer a produtividade al-cançar os melhores patamares”.

Ainda é cedo para fazer uma previsão, no entanto, a expectati-va em longo prazo é positiva. Por conta da organização da cadeia avícola, o setor vai continuar crescendo. “Temos boas notícias quanto a safra de milho e soja para o próximo ano e acredita-mos que com a redução nos cus-tos de produção a avicultura po-derá voltar a crescer como vinha acontecendo nos últimos anos. Ressalto que o desempenho vai ser pontual, variando entre as empresas”, conta Martins do Sin-diavipar. O Presidente da AA-VIOPAR insiste na união do setor

como forma de se proteger de si-tuações como essas. “O setor pre-cisa se unir, para assim ter influ-ência nas políticas de governo, só assim o avicultor será ouvido e respeitado, pois é ele o responsá-vel pelo bom resultado da balan-ça comercial brasileira”. O Secre-tário Executivo da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES), Nélio Hand, com-partilha da mesma opinião. Para ele, o setor tem que pensar e tra-balhar a avicultura em conjunto, grande e pequenos. “Creio que si-tuações de crise podem se ameni-zadas se houver um melhor en-tendimento entre o próprio setor. Todos podem sofrer menos”.

As boas novas são que mesmo com esse cenário, o setor conti-nuou a crescer devido à organiza-ção que a cadeia avícola possui. O crescimento não está em um rit-mo chinês, mas ainda temos re-sultados acima do PIB. “É impor-tante ressaltar que a carne de frango continua sendo a proteína de origem animal mais acessível e sem barreiras religiosas e so-ciais, o que faz com que o aumen-to do preço no varejo não tenha ocasionado queda nas vendas”, conta Martins.

O setor começa 2013 com re-ceio, mas preparado para sobrevi-ver. Todos vão continuar a fazer o seu trabalho e o caminho está correto. Para Hand, da Aves, está havendo um entendimento e um equilíbrio para pelo menos o iní-cio de 2013. “É desta forma que precisa ser assim todos trabalham mais tranquilos”. Vasconcelos, da Avimig concluiu a entrevista para a Revista do AviSite com a se-guinte frase: “Para 2013, aos so-breviventes, renovar as esperan-ças! E vamos começar com as lições que aprendemos em um ano de grandes dificuldades”. E que assim seja!

Produção Animal | Avicultura 39

AviGuia: produtos, serviços e empresas

40 Produção Animal | Avicultura

A empresa de saúde animal Ceva traz novas novidades ao merca-

do. Primeiro, a Coryimune 3k, vacina inativada contra Salmonella Enteriti-dis e Coriza Infecciosa (sorotipos A e C), ganhou o sorotipo B e passou a ser chamada por Corymune 4K. Para o setor de postura, a multinacional francesa já tinha lançado a Vector-mune FP-LT(vacina vetorizada para Laringotraqueíte em regiões permiti-das pelo MAPA) e a nova apresenta-ção de Cevac MGF com duas mil doses. Agora a empresa trabalha com a chegada da Vectormune FP-MG, uma nova vacina vetorizada para a prevenção do Mycoplasma gallisepticum (MG) e da Bouba Aviá-ria. Saiba mais sobre a Ceva em www.cevabrasil.com.br.

Corymune 3k ganha nova valência

Ceva

Castro, no Paraná, foi a cidade escolhida pela Evonik para a construção da nova planta de

fabricação biotecnológica de Biolys® (fonte de L-lisi-na). As instalações serão erguidas no complexo in-dustrial da Cargill, parceira da Evonik na fabricação do produto em Blair, nos EUA. O acordo entre a empresa e o governo estadual foi firmado no final de outubro. A multinacional investirá cerca de €350 mi até 2014 na expansão do negócio do Biolys®. Incluem-se nisso a construção dessa nova unidade para L-Lisina no Brasil; uma unidade na Rússia, com capacidade anual de quase 200.000 toneladas; além da expansão da capacidade de produção em Blair (EUA) para 280.000 toneladas ao ano, que está em fase de conclusão. Saiba mais: www.evonik.com

Nova planta para Biolys® no Brasil

Evonik

Evonik firmou acordo com o Governo do Paraná para construção de uma nova fábrica no país, que atenderá o mercado de nutrição animal

Abilio Manoel Marques Ales-sandri é o novo um Business

Manager para o Brasil. Formado em medicina veterinária pela UNESP, com MBA em gestão estra-tégica de negócios pela FGV, ini-ciou suas atividades na empresa em Outubro, através de um inten-sivo treinamento.

Abilio trabalha a mais de 12 anos nas áreas de vendas, marke-

ting e desenvolvimento de negócios em grandes multinacionais, tais como Maxi Animal Nutrition, Phar-macia, Pfizer e Chr. Hansen, onde exercia o cargo de Gerente de Ven-das e Marketing na América do Sul. A experiência na Hansen foi extre-mamente positiva, com resultados significativos em vendas.

Saiba mais sobre a Aviagen em www.aviagen.com.

Business Manager para BR

Aviagen

Abilio Alessandri, Business Manager da Aviagen no Brasil

Produção Animal | Avicultura 41

Omédico veterinário Edson Plon-coski é o novo gerente nacional

de produtos para avicultura da Me-rial Saúde Animal. Com atuação como assistente técnico na Região Sul nos últimos seis anos, Edson integrará a equipe ao lado de outros três profissionais atuantes nas regi-

ões Sul e Centro Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste. Os reforços che-gam para atuar em uma área de negócios altamente competitiva, com o objetivo de manter o cresci-mento e liderança no mercado de biológicos aviários. Saiba mais em www.merial.com.br.

A AB Vista lançou um serviço único, totalmente automatiza-

do, para verificação da qualidade do milho usado nas rações.

O serviço tem sido desenvolvido pela AB Vista® e sua empresa-irmã Aunir, especialista mundial em Near Infra-Red (NIR). A tecnologia NIR já está consolidada para a mensuração de parâmetros físico-químicos do milho, porém, não se tinha até então qualquer ferramenta capaz de predi-zer a qualidade do milho e ainda

utilizar esse parâmetro na estimação da energia metabolizável desse cere-al. “O lançamento do “CQS” (Servi-ço de Qualidade de Milho), de forma totalmente automatizada tornou o processo mais rápido e acessível aos clientes. A equipe da AB Vista® está ansiosa para oferecer um maior apoio e a constante orientação aos seus clientes com este serviço”, revela Sr. Tiago Santos, Gerente Técnico Global. Saiba mais em: www.ab-vista.com.

Nova equipe técnica

Serviço online para verificação do milho

Merial

AB Vista

Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

Toda a equipe da YES esteve presente no primeiro Meeting

Dream Team que aconteceu em novembro durante os dias 07 a 09, na fábrica em Lucélia, em SP. O objetivo do evento foi a apresenta-ção dos resultados, planejamento das ideias para 2013 e também para confraternização de fim de ano. As apresentações feitas pela área co-mercial, técnica e de produção mos-traram as novas estratégias e opor-tunidades de mercado sem deixar de

analisar as oportunidades e amea-ças. Cada região de atuação foi estudada separadamente, a fim de que melhorias no atendimento e distribuição de seus produtos sejam feitas no próximo ano. Os diretores finalizaram o encontro com boas expectativas para 2013 e afirmaram que os resultados em 2012 foram satisfatórios para a empresa que atingiu uma expressiva parte do marketing share. Saiba mais sobre a empresa em: www.yes.ind.br.

Equipe planeja 2013

Yes

42 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e PreçosEstatísticas e Preços

Produção de pintos de corteOutubro/2012523,338 milhões | -2,94%

Produção de carne de frango Outubro/2012 1.027,594 toneladas | -6,95%

Exportação de carne de frango Outubro/2012 343,511 toneladas | 2,32%

Alojamento de pintainhas de postura Outubro/20126,905 milhões | -0,44%

Desempenho do frango vivoNovembro/2012R$ 2,59 | 26,26%

Desempenho do ovoNovembro/2012R$53,29/caixa | 32,68%

MilhoNovembro/2012R$ 35,28/saca | 19,03%

Farelo de SojaNovembro/2012 R$1,200/ton | 99,82%

Oferta interna de carne de frangoOutubro/2012 684,1 toneladas | -10,99%

Produção e mercadoem resumoDiminuição da oferta

interna ajuda a preparar terreno para

retomada de preços

Combine-se o maior recuo de 2012 na produção com exportações que cor-

responderam ao terceiro melhor desem-penho do ano. O resultado será uma me-nor disponibilidade interna de carne de frango. Aliás, a menor do ano e a segun-da menor dos últimos 24 meses.

Foi isso que ocorreu em outubro, mês em que – deduzidas da produção de pouco mais de 1,027 milhão de tonela-das apontadas pela APINCO as 343,5 mil toneladas exportadas, conforme núme-ros da SECEX/MDIC – ficaram no merca-do interno 684.083 toneladas de carne de frango.

Quase 11% inferior ao de outubro do ano passado, esse volume recuou 3,57% em relação a setembro. Isto, porém, em valores nominais. Pois considerando-se que outubro tem um dia a mais, a oferta efetiva foi perto de 7% menor que a do mês anterior. O que, parece, embora não tenha apresentado grande efeito no mercado no próprio mês, ajudou a pre-parar o terreno para a retomada de pre-ços observada em novembro.

Na produção de pintos de corte, pe-las estimativas da Apinco, em outubro de 2012 a produção brasileira de carne de frango ficou pouco acima de 1,027 mi de toneladas, recuando quase 7% em rela-ção a out/11. Esse foi, também, o maior índice de redução registrado neste ano.

De sua parte, como mero exercício (já que, doravante, as diferenças serão pou-co significativas), o AviSite estima para o bimestre final de 2012 redução pouco superior a 5%. Dessa forma, o volume anual recuaria perto de 1%, ficando em cerca de 12,757 milhões de toneladas, ou seja, número muito próximo do pre-visto pelo USDA em suas últimas proje-ções para 2012 e 2013 – 12,750 milhões de toneladas.

Todas as porcentagens são variações anuais

Produção Animal | Avicultura 43

Produção de pintos de corte

Volume de outubro subiu, mas sem alcançar o recorde de março

Para não fugir à praxe – historica-mente e com raras exceções, o

maior volume anual ocorre no décimo mês do ano – a produção de pintos de corte de outubro voltou a subir em relação aos meses anteriores. Mas desta vez não correspondeu ao recorde de 2012, pois, segundo a Apinco, alcançou 523,3 milhões de cabeças, o que significa que ficou cerca de 1 milhão de cabeças abaixo da produção de maio passado. Também houve redução (de quase 3%) em relação a outubro de 2011, além de uma queda de, praticamente, 5% em relação ao recorde de 550,2 milhões de cabeças de dezembro do ano passado.

Comparativamente ao mês ante-rior, setembro de 2012, o aumento foi significativo, de quase 9,5%. Isso, porém, pode ser considerado natural, pois, pouco importando as condições de mercado, normalmente há uma “aposta” na produção destinada ao final de ano, período em que o con-sumo de carne de frango aumenta. De toda forma, a maior parte do incre-mento observado em outubro deveu--se não exatamente a um aumento da produção nominal e, sim, ao mês mais longo, responsável por duas incuba-ções adicionais em relação a setembro.

Completados os 10 primeiros meses do ano, a produção brasileira de pintos de corte chegou aos 5,025 bilhões de cabeças, retrocedendo perto de 2,5% em relação a 2011. A média alcançada – de 502,5 milhões mensais – projeta para a totalidade do ano volume em torno dos 6,030 bilhões de cabeças, volume 3,4% menor que o de 2011. O mais provável, porém, é que não se chegue a esse volume e a redução efetiva seja ainda maior, pois dificilmente o volume do bimestre final de 2012 chegará aos 500 milhões de cabeças mensais.

Nos 12 meses encerrados em outu-bro de 2012, o volume acumulado somou 6,120 bilhões de cabeças.

2012Jan

498,

849

8,8

Fev

485,

448

5,4

Mar

482,

648

2,6

Abr

483,

7

Mai

507,

450

7,4

Jun

514,

851

4,8

Jul

498,

549

8,5

Ago

486,

448

6,4

Set

478,

3

Out

506,

5

Out

521,

8

Nov

544,

754

4,7

Dez

532,

5

2011

Produção real Volume nominal mensal ajustado paramês de 30 diasMilhões de Cabeças

EVolução mEnsal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2010/11 2011/12 VAR. %

Novembro 511,532 544,747 6,49%

Dezembro 517,827 550,243 6,26%

Janeiro 499,350 515,465 3,23%

Fevereiro 473,309 469,206 -0,87%

Março 526,847 498,647 -5,35%

Abril 513,028 483,664 -5,72%

Maio 536,043 524,327 -2,19%

Junho 514,100 514,783 0,13%

Julho 501,880 515,160 2,65%

Agosto 530,405 502,649 -5,23%

Setembro 515,772 478,335 -7,26%

Outubro 539,183 523,338 -2,94%

Em 10 meses 5.149,916 5.025,573 -2,41%

Em 12 meses 6.179,275 6.120,563 -0,95%

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

44 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Pelas estimativas da Apinco, em outubro de 2012 a produção bra-

sileira de carne de frango ficou pou-co acima de 1,027 mi de toneladas, recuando quase 7% em relação a out/11. Esse foi, também, o maior ín-dice de redução registrado neste ano.

Nominalmente, o volume produ-zido em out ficou 1,23% acima do que foi estimado para o mês ante-rior, set/12. Considerando-se, po-rém, que out é mês mais longo, de 31 dias, o volume real apresentou evolução negativa, caindo mais de 2%. Mas não só isso, porém. Pois, analisada a produção dos 10 primei-ros meses do ano, constata-se que o menor volume real do ano foi regis-trado exatamente em out, como dei-xa claro o gráfico.

Em função desse último resulta-do, a produção de carne de frango do corrente exercício soma, entre jan e out, 10,674 mi de toneladas – volu-me praticamente similar ao de idênti-co período de 2011, já que o incre-mento registrado neste ano é de apenas 0,16%. Notar, de toda forma, que até mesmo esse pequeno incre-mento tem como origem a produção do primeiro semestre, porquanto nos 4 primeiros meses do segundo se-mestre os resultados mensais foram todos negativos, apresentando, cumulativamente, redução de 2,88% em relação ao mesmo quadrimestre de 2011.

Mantida, nos dois meses finais de 2012, a mesma média mensal regis-trada até out, o volume anual de car-ne de frango superaria ligeiramente os 12,8 mi de toneladas, ficando me-nos de 0,5% aquém do produzido em 2011. Mas para que isso aconte-cesse, seria necessário que os volu-mes produzidos em nov. e dez voltas-sem a repetir, pelo menos, a produção de nov/11 (1,067 mi de ton), o que parece difícil de ocorrer.

Produção de carne de frango

Em outubro, o maior recuo e, também, o menor volume real de 2012

2012Jan

1.11

9

Fev

1.08

81.

088

Mar

1.01

91.

019

Abr

996

996

Mai

1.00

01.

000

Jun

1.04

11.

041

Jul

1.04

81.

048

Ago

997

997

Set

1.01

51.

015

Out

994

Out

1.06

91.

069

Nov

1.06

7

1.11

91.

119

1.06

7

Dez

1.10

2

2011

Produção real Volume nominal mensalajustado para mês de 30 diasOutubro de 2011 a Outubro de 2012

Mil toneladas

EVolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2010/11 2011/12 VAR. %

JAN 1.088,307 1.156,403 6,26%

FEV 950,589 1.051,621 10,63%

MAR 1.048,702 1.053,124 0,42%

ABR 1.078,983 1.057,893 -1,95%

MAI 1.121,019 1.107,369 -1,22%

JUN 1.089,220 1.090,615 0,13%

JUL 1.094,724 1.083,764 -1,00%

AGO 1.032,743 1.030,725 -0,20%

SET 1.048,767 1.015,150 -3,21%

OUT 1.104,318 1.027,594 -6,95%

NOV 1.067,411 1.046,843 -1,93%

DEZ 1.138,387 1.036,256 -8,97%

1º SEM 6.376,820 6.517,025 2,20%

2º SEM 6.486,350 6.240,332 -3,79%

JAN-OUT 10.657,372 10.674,258 0,16%

TOTAL ANUAL 12.863,170 12.757,357 -0,82%

Fonte dos dados básicos: APINCO • Elaboração e análises: AVISITEValores em vermelho: previsão

Produção Animal | Avicultura 45

Exportação de carne de frango

Resultado aparentemente fraco de setembro superou o de meses anteriores

Dados consolidados da SECEX/MDIC apontam que em outubro

passado as exportações de carne de frango somaram 343.511 toneladas, aumentando 2,32% em relação ao mesmo mês do ano passado e 12,34% sobre o mês anterior, setembro de 2012. Esse foi, também, o terceiro melhor resultado do corrente exercí-cio, ficando aquém, apenas, dos volu-mes registrados em março (363,6 mil/t) e maio (374,9 mil/t), respectiva-mente, o segundo e o primeiro maior volume de toda a história das exporta-ções brasileiras de carne de frango.

Com esse desempenho, o acumu-lado nos 10 primeiros meses do ano somou 3,266 milhões de toneladas, resultado 1% superior ao alcançado em idêntico período do ano passado. No entanto, a média registrada, de 326,6 mil toneladas mensais, projeta para o ano volume negativo – algo em torno de 3,920 milhões de toneladas, cerca de meio por cento a menos que o registrado em 2011.

Porém, nada impede que essa perspectiva seja revertida, ainda que falte muito pouco para o encerramento do ano. Neste caso, basta que os embarques do bimestre final de 2012 sejam similares aos de idêntico período de 2011, ocasião em que foram regis-trados os melhores resultados do ano passado.

Por sinal, o volume global expor-tado nos dois últimos meses de 2011 correspondeu ao melhor resultado bimestral de toda a história do setor. Não é por menos que o volume acu-mulado nos últimos 12 meses apre-senta evolução positiva de 2,75% - 1,74 ponto percentual a mais que o incremento registrado em 10 meses.

Independente, porém, do resul-tado que venha a ser alcançado no presente exercício, vale registrar que as exportações de carne de frango de 2012 serão quase 150% maiores que as de 10 anos atrás.

Desempenho entre 2002 e 2012

9,5% ao ano

Volume (milhões/t) e evoluçãomédia anual (%)

(2012: preliminar)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

2002

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

CaRnE DE fRangoExPoRtação Em 24 mEsEs

MIL TONELADAS

MÊS 2010/11 2011/12 VAR. %

Novembro 319,802 358,704 12,16%

Dezembro 315,316 350,252 11,08%

Janeiro 295,398 328,877 11,33%

Fevereiro 296,585 281,674 -5,03%

Março 341,055 363,613 6,61%

Abril 325,263 331,001 1,76%

Maio 338,523 374,904 10,75%

Junho 331,321 307,194 -7,28%

Julho 310,874 312,297 0,46%

Agosto 354,337 317,482 -10,40%

Setembro 304,591 305,763 0,38%

Outubro 335,733 343,511 2,32%

Em 10 meses 3.233,680 3.266,316 1,01%

Em 12 meses 3.868,798 3.975,272 2,75%

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

46 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Combine-se o maior recuo de 2012 na produção com exportações

que corresponderam ao terceiro melhor desempenho do ano. O resul-tado será uma menor disponibilidade interna de carne de frango. Aliás, a menor do ano e a segunda menor dos últimos 24 meses.

Foi isso que ocorreu em outubro, mês em que – deduzidas da produção de pouco mais de 1,027 milhão de tone-ladas apontadas pela APINCO as 343,5 mil toneladas exportadas, conforme números da SECEX/MDIC – ficaram no mercado interno 684.083 toneladas de carne de frango.

Quase 11% inferior ao de outubro do ano passado, esse volume recuou 3,57% em relação a setembro. Isto, porém, em valores nominais. Pois consi-derando-se que outubro tem um dia a mais, a oferta efetiva foi perto de 7% menor que a do mês anterior. O que, parece, embora não tenha apresentado grande efeito no mercado no próprio mês, ajudou a preparar o terreno para a retomada de preços observada em novembro.

Em função do último resultado, o total acumulado nos 10 primeiros meses do ano vai pouco além dos 7,4 milhões de toneladas (redução de 0,21% sobre idêntico período de 2011), volume que, pela média, projeta para a totalidade do ano disponibilidade da ordem de 8,9 milhões de toneladas, praticamente o mesmo volume disponibilizado em 2011 (8,920 milhões de toneladas).

É preciso considerar, no entanto, que essa projeção está “inflacionada” pela alta (altíssima!) oferta interna regis-trada no bimestre inicial do ano, perí-odo em que o volume disponibilizado foi pelo menos 10% superior ao do mesmo bimestre do ano passado. Tanto que a média dos oito meses sub-sequentes foi 9% menor que a do bimestre inicial de 2012.

Em outras palavras, a oferta glo-bal efetiva tende a ser menor que a apontada.

oferta interna de carne de frango

Disponibilidade real de outubro foi a segunda menor dos últimos 24 meses

CARNE DE FRANGOTendências de oferta interna 2012

MIL TONELADAS

MÊS 2010/11 2011/12 VAR. %

Janeiro 792,9 827,5 4,37%

Fevereiro 654,0 769,9 17,73%

Março 707,6 689,5 -2,56%

Abril 753,7 726,9 -3,56%

Maio 782,5 732,5 -6,39%

Junho 757,9 783,4 3,37%

Julho 783,9 771,5 -1,58%

Agosto 678,4 713,2 5,14%

Setembro 744,2 709,4 -4,67%

Outubro 768,6 684,1 -10,99%

Novembro 708,7 720,2 1,62%

Dezembro 788,1 709,6 -9,96%

1º SEM 4.448,7 4.529,8 1,82%

2º SEM 4.471,9 4.308,0 -3,66%

TOT 2012 8.920,5 8.837,8 -0,93%

PER CAPITA - KG(Pop. 193.946.886/hab.)

45,568 -1,73%

Fonte dos dados básicos: APINCO • Elaboração e análises: AVISITEValores em destaque na cor vermelha: projeção

Oferta real Volume nominal mensalajustado para mês de 30 diasNovembro de 2010 a outubro de 2012Mil toneladas

Nov

Dez

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

710,

696

771,

083

767,

330

700,

719

684,

720

753,

720

757,

254

757,

899

758,

565

656,

522

744,

176

743,

792

758,

600

762,

711 80

0,83

2

796,

497

667,

269

726,

892

708,

837

783,

421

746,

581

690,

235

709,

387

662,

016

Produção Animal | Avicultura 47

Média mensal e variaçãoanual e mensal em treze meses

MÊS. MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

NOV/11 2,07 12,18% 4,69%

DEZ 2,11 1,47% 1,57%

JAN/12 1,58 -19,38% -25,11%

FEV 1,60 -20,31% 1,60%

MAR 1,80 -11,28% 12,35%

ABR 1,77 -0,76% -1,45%

MAI 1,70 6,00% -4,17%

JUN 1,85 14,60% 8,94%

JUL 1,86 4,89% 0,21%

AGO 2,30 10,41% 23,84%

SET 2,47 25,47% 7,33%

OUT 2,50 26,26% 1,35%

NOV/12 2,59 24,82% 3,50%

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/KG

Média anual em uma década2003 a 2012*

*2012: 01/Jan a 30/Nov

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2003 a 2012*

R$ 1,45R$ 1,45

R$ 1,49R$ 1,49

2005

2006

2007

2008

*2012: 01/Jan a 30/Nov*2012: 01/Jan a 30/Nov

R$ 1,35

R$ 1,16

R$ 1,55

R$ 1,63

R$ 1,63

R$ 1,92

R$ 1,65

R$ 2,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Preço relativo no ano em comparação à média mensal de 10 anosPreço em Dezembro do ano anterior = 100

Média 2002/11

2012

100%

91%

88% 90% 95

% 99%

105% 109% 110%

107%

108%

97%

75%

76%

85%

84%

81% 88

%

88%

109%

117%

118%

123%

Apenas na segunda quinzena do mês (isto é, após completar 65 dias

com a cotação em estáticos R$2,50/kg) e quando já não havia expectativas de grandes mudanças no mercado (pois a segunda quinzena é, normalmente, perí-odo de baixo movimento) é que o fran-go vivo desencantou. Não foi uma situa-ção isolada, pois, pela primeira vez neste ano, o frango abatido (atacado da cida-de de São Paulo) manteve-se em alta também na segunda quinzena, compro-vando que desta vez (e, com certeza, igualmente pela primeira vez neste ano) o mercado, finalmente, foi “enxugado”.

O fato é que, a partir de 17 de no-vembro, o frango vivo comercializado tanto no interior paulista como em Mi-nas Gerais passou a registrar diversas al-tas, algumas sucessivas, o que fez com que em São Paulo o produto encerrasse novembro negociado a R$2,80/kg, valor 12% superior ao registrado no início do mês.

De toda forma, como a reação só começou na segunda quinzena, esse de-sempenho não se refletiu inteiramente nos preços do mês. Assim, novembro de 2012 foi encerrado com um valor médio de R$2,59/kg, o que significou incre-mento de 24,82% sobre novembro de 2011 e de 3,5% sobre o mês anterior, outubro de 2012.

Teria sido um resultado satisfatório, iniciador do processo de recuperação do setor, não fosse a principal matéria-pri-

ma do frango avançar nas mesmas proporções. Assim, da mesma forma que o frango vivo valorizou-se mais de 20% em um ano, o milho também alcançou, no mês, valor mais de 20% superior ao de um ano atrás. Ou seja: na prática, ficou tudo “elas por elas”.

E se os valores registrados pelo frango vivo em novembro pareceram, para alguns, elevados ou suficientes, é oportuno aler-tar que só no final do mês é que o preço médio alcançado pelo produto no ano chegou à marca dos R$2,00/kg, o que significa dizer que, apesar de toda a valorização mais recente, ele completou os 11 primeiros meses do ano com um ganho (nominal) de apenas 4,37% em relação à média obtida em 2011.

Desempenho do frango vivo em novembro de 2012

mercado “enxuto” propiciou boa recuperação de preços, mas elevação do custo neutralizou aparente ganho

Estatísticas e Preços

Matérias-Primas

Fonte das informações: www.jox.com.br48 Produção Animal | Avicultura

Depois de três meses de queda, milho sobe

Preço do farelo de soja cai depois de quase um ano

O farelo de soja (FOB, interior de SP) registrou queda pelo segundo mês consecutivo depois de 11 meses de

escalada. O produto foi comercializado em novembro de 2012 ao preço médio de R$1,139 /tonelada, valor 7,24% menor que o de outubro passado –R$ 1,228. Na compara-ção com novembro de 2011 – quando o preço médio era de R$644/t – a cotação atual registra aumento de 99,82%. Valores de troca – Farelo/Frango vivo

Com a desvalorização do farelo de soja em relação ao frango vivo, em novembro de 2012, foram necessários 439,7kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insu-mo, significando melhora de 11,70% no poder de compra em relação a outubro de 2012, quando foram necessários 491,2kg de frango vivo para obter uma tonelada do produto. Valores de troca – Farelo/Ovo

De acordo com os preços médios dos produtos, em no-vembro de 2012 foram necessárias aproximadamente 24,0 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avi-cultor de postura em relação ao farelo aumentou na compa-ração com outubro de 2012: melhora de 19,2% já que em outubro 28,7 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de fa-relo. Em relação a novembro de 2011, a piora no poder de compra é de 21,75%, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 18,8 caixas de ovos.

O preço do milho aumentou em novembro de 2012. O preço médio do insumo da saca de 60 kg, interior de

SP, fechou o mês cotado a R$ 35,28 – valor 7,96% maior que a média de R$ 32,68 obtida pelo produto em novembro de 2012. A disparidade de preços do milho em relação ao ano anterior é positiva. O valor atual é 19,03% maior, já que a média de novembro de 2011 foi de R$29,64/saca.

Valores de troca – Milho/Frango vivoO frango vivo (interior de SP) fechou novembro a R$2,59/kg

– média 3,60% maior que a de outubro de 2012. A valorização do produto contribuiu para o aumento do poder de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 227,0kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos em novembro. Este valor repre-senta diminuição do poder de compra de 4,03% em relação ao mês anterior, pois em outubro a tonelada do milho “custou” 217,8 kg de frango vivo.

Valores de troca – Milho/Ovo

O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), encerrou outubro cotado à média de R$47,29, aumen-to de 10,5% sobre o mês anterior.

Com a leve queda do milho e também do ovo, o poder de compra do produtor teve um pequeno aumento. Em novem-bro, foram necessárias 12,4 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em outubro foram necessárias 12,7 caixas/t, uma melhora 2,42% na capacidade de compra do produtor.

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Produção Animal | Avicultura 49

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46 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

Avicultura BrasileiraAnálises e Perspectivas

Guilherme Augusto Vieira é médico veterinário, Diretor Executivo da Associação Baiana de Avicultura, consultor técnico de várias empresas do segmento de agronegócios e sócio da Empresa Qualyagro Consultoria & Treinamento Ltda.

Provavelmente, o pensamento do Pau-lo Godoy, publisher da Revista do AviSite, em convidar-me para escrever

este artigo amadureceu após a nossa conver-sa realizada durante o WPC 2012, em Salva-dor, BA, quando lhe mencionei que haveria intenções da Associação Baiana de Avicultu-ra (ABA) em realizar um planejamento da atividade na Bahia para os próximos 20 anos. A intenção da ABA em elaborar tal planeja-mento ainda está na fase do brain storm (ca-pitalização de ideias), e ficou restrita a uma conversa entre mim e o presidente Dario Mascarenhas, e que deveremos colocá-la em prática brevemente.

Mas, como elaborar um planejamento estratégico de uma atividade que teve um crescimento exponencial nos últimos 34 anos, onde alojava 517 milhões de frangos/ano (1978) e no final de 2011 o número atingiu os seis bilhões ? Na Bahia, o cresci-mento não foi diferente. Em 2000, foram alojados 29 milhões de frangos e no ano de 2012 alojamos 124 milhões de aves. Prova-velmente, o senhor Anésio (in memorian), o senhor Olinto, doutor Otávio Carvalho e demais fundadores da ABA não imagina-vam a dimensão que chegou a avicultura tanto na Bahia quanto no Brasil.

A dimensão deste segmento produtivo, que possui enormes vantagens competitivas em relação aos demais países produtores, di-rigentes altamente profissionais, tecnologia de ponta nos processos produtivos, granjas tecnificadas e um recurso agrícola que for-nece os insumos agrícolas necessários para sua produção, tem condições de atender ou-tro crescimento exponencial da produção avícola e ainda tem grãos para exportar, apesar de este insumo ter sido o grande vi-lão da crise do ano de 2012.

Ao assistir as palestras conjunturais em vários eventos avícolas (AveSui, WPC), vi vários palestrantes analisarem o relatório da FAO/ONU, enfatizando que nas próximas quatro décadas a população mundial deve saltar de sete para nove bilhões de pessoas, e

para alimentá-las será preciso uma produ-ção adicional de um bilhão de toneladas de cereais e 200 milhões de toneladas de carne por ano, destacando que grande parte destes alimentos virão dos países emergentes. To-dos os palestrantes ressaltaram o papel do setor avícola neste contexto como produtor e fornecedor de proteína animal para aten-der esta forte demanda.

Como se nota, a responsabilidade é grande e os desafios são enormes para a avi-cultura brasileira. Porém, esta atividade, além de aumentar a sua produção e melho-rar ainda mais a sua produtividade, terá que vencer a “paranoia” quanto à utilização dos aditivos, às questões ambientais, ao bem-es-tar animal, tecnologias estas conquistadas ao longo de mais de 50 anos de pesquisas.

A atividade está envolvida no contexto de um “Custo-Brasil”, onde não se obser-vam perspectivas de melhoras no curto e médio prazos. Neste caso a atuação política das entidades representativas será primor-dial. A melhoria dos processos logísticos, mudanças na legislação trabalhista e outros componentes do “Custo- Brasil” deve-se constituir em uma grande cruzada por parte de todo setor produtivo.

Em todos os lugares visitados todos recla-mam da ausência de uma mão de obra qua-lificada, tanto para as granjas quanto para os frigoríficos. Neste caso, urge a montagem de um programa de capacitação envolvendo to-dos os setores da cadeia produtiva direciona-do principalmente aos trabalhadores de granjas, técnicos agropecuários, profissio-nais de ciências agrárias com o intuito de “manejar” as inovações tecnológicas e com isso aumentar a produção.

Por fim, os nossos produtores devem pra-ticar a gestão pecuária em suas granjas. Aprender a fazer contas, controlar seus cus-tos, planejar as atividades, é fundamental para obter resultados no seu empreendi-mento, lembrando que o preço do seu pro-duto é ditado pelo mercado.

Agradeço a oportunidade, desejando a todos um ótimo ano avícola.

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48 Produção Animal | Avicultura

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