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Revista da aRquidiocese de vitóRia - es vitória vitória Ano XII Nº 145 Setembro de 2017 ESPECIAL PÁG. 10 Fé e vida nos CírCulos BíBliCos pÁg. 30

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Revista da aRquidiocese de vitóRia - es

vitóriavitóriaAno XII • Nº 145 • Setembro de 2017

especial

pÁg. 10

Fé e vida nos CírCulos BíBliCos • pÁg. 30

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editorial

Setembro é o mês da Pátria. Dizer o quê? A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, pediu

oração e jejum. “Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil”, é o refrão sugerido, talvez o clamor que está no coração de muitos. Será este um sinal de que acabaram-se todas as esperan-ças na capacidade humana de reagir e agora só Deus! Talvez, a realidade é difícil e as instâncias de governo com competência para promover mudanças não suscitam confiança e não têm mais credibilidade. A Revista Vitória foi pra rua, vimos gente sem moradia, desper-

Maria da Luz Fernandeseditora

A fé não costuma falhar

dício, uma sociedade cada vez mais virtual, discordâncias sobre assuntos com os quais deveríamos concordar, entre outros. Mas, vimos esperança, solidarie-dade, pessoas comprometidas e com muita fé. É setembro, o mês da Pátria: Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil! Boa leitura! n

vitóriaSetembro/2017 3

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Arcebispo Metropolitano: Dom Luiz Mancilha Vilela • Bispo auxiliar: Dom Rubens Sevilha • Editora: Maria da Luz Fernandes / 3098-ES • Repórter: Andressa Mian / 0987-ES • Conselho Editorial: Albino Portella, Alessandro Gomes, Edebrande Cavalieri, Marcus Tullius, Warllem Soares e Vander Silva • Colaboradores: Pe. Andherson Franklin, Arlindo Vilaschi, Dauri Batisti, Diovani Favoreto, Giovanna Valfré, Fr. José Moacyr Cadenassi e Vitor Nunes Rosa • Revisão: de texto: Yolanda Therezinha Bruzamolin • Publicidade e Propaganda: [email protected] - (27) 3198-0850Fale com a revista vitória: [email protected] • Projeto Gráfico e Editoração: Comunicação Impressa - (27) 3319-9062 Ilustrador: Richelmy Lorencini • Designer: Albino Portella • Impressão: Gráfica e Editora GSA - (27) 3232-1266

vitóriavitóriaRevista da aRquidiocese de vitóRia - es

Ano XII – Edição 145 – Setembro/2017Publicação da Arquidiocese de Vitória

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14

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29

24

34

42

editorialA fé não costuma falhar

fazer bemViúvo de 94 anos faz piscina para alegrar crianças vizinhas

espiritualidadeMês da Bíblia

identidadesVivendo o passado, presente e futuro em Jucutuquara

12 46

economia política

Centralidadedo humano

atualidadeUm mundo smart para

uma sociedade acelerada

acontece

Preparação para o mês missionário

05 30

sugestõesTerça é dia de chorinho

20

22

10 ideia

15 pensar

27 mundo litúrgico

40 ensinamentos

44 arquivo e memória

45 patrimônio histórico cultural

especialFé e vida

nos Círculos Bíblicos

viver bemUma pausa para você

diálogosProfetas da esperança

aspasProibido lamentar-se!

entrevista Reforma rabalhista:dois pontos de vista

reportagemA população que cresce e não é vista

pergunte a quem sabePor que rezar a missa de sétimo dia?

16caminhos da bíblia

A profissão de Fé e a missão de confirmar na

Fé os irmãos

Foto da capa: Helder Bergamin Pimentel Dias

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atualidade

David Harvey (2000) analisa em seu livro, “Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mu-dança cultural”, a compressão do tem-po-espaço e as mudanças ocorridas com a transição do Fordismo (modelo no qual os bens eram produzidos em massa e estocados ao máximo, enquan-to um trabalhador realizava somente uma função- retratado com maestria por Charlie Chaplin no filme Tempos Modernos) para a acumulação flexível (ou Toyotismo), modelo no qual a pro-dução varia de acordo com a demanda e o trabalhador é multifuncional. Para

smart

acelerada

Um mundo

para uma sociedade

Osociólogo polonês Zygmunt Bauman (1999) afirma que estamos sempre em movimento. Em uma sociedade glo-balizada e midiatizada, nos movemos constantemente,

seja desempenhando compromissos do trabalho, afazeres do-mésticos ou navegando através de um computador, smartphone ou controle remoto da televisão.

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30 apliCaTivos de serviÇos mais baiXados

atualidade

o autor, o aperfeiçoamento dos sistemas de comunicação e do fluxo de informações em con-junto com técnicas de distri-buição inteligentes, aumenta-ram a velocidade da circulação de mercadorias no mercado. A ascensão de serviços como bancos eletrônicos e dinheiro de plástico são exemplos dessas mudanças. Também é neces-sário pontuarmos a mudança do mercado de massa para o mercado de nicho e a mudança do consumo de bens para o consumo de serviços. Harvey (2000) explica que “como há limites para a acumulação e para o giro de bens físicos [...] faz sentido que os capitalistas se voltem para o fornecimento de serviços bastante efêmeros em termos de consumo”. Rosa Luxemburgo [s.d.] explica em seu livro “Introdu-ção à economia política” que a economia capitalista ordena-se pela troca de mercadorias e a produção capitalista estende-se livremente e adapta-se às necessidades da sociedade. Se estamos em constante movi-mento, nosso tempo é cada vez mais limitado. É nesse contexto que vemos o surgimento de um mundo smart de novos pro-dutos e serviços, que suprem nossas necessidades de rapidez e comodidade. Todos os dias

OLX BrasilO aplicativo permite publicar e encontrar

anúncios de produtos diversos, como eletrônicos, veículos e imóveis

aliexpressBusca e compra de milhares de produtos diretamente da China. As compras são feitas em dólares

99TáxisPrograma para pedir táxis, e o passageiro pode pagar pelo cartão de crédito ou débito, ou dinheiro

Minha conta PF (Santander)Aplicativo para clientes pessoas físicas do banco. Assim como nos concorrentes, consulta a saldo e pagamentos de contas são algumas facilidades

Meu Vivo appClientes da operadora consultam saldo de crédito (planos pré-pago e controle) ou conta (planos pós-pago)

Decolar.comAcesso a ofertas em mais de 150 mil hotéis e 500 linhas aéreas de todo o mundo

DafitiAplicativo da loja virtual de moda e calçados. Nele, os usuários podem fazer compras de mais de cem mil itens

Sodexo BrasilConsulta de saldo dos benefícios dos cartões da bandeira

TicketConsulta a saldo de cartões da bandeira e rede credenciada que aceita o benefício como pagamento

correndo para perdaSuporte para perda de peso e ajuda a montar um plano de treino

Magazine LuizaNavegação e compra de produtos de diversos segmentos. Além disso, mostra as lojas mais próximas

clueÉ um rastreador de ciclo menstrual que prevê as datas do seu próximo ciclo, a TPM e os dias nos quais você tem uma maior probabilidade de engravidar

Peixe urbano OfertasMostra ofertas em bares, restaurantes, cinemas, etc. O cliente recebe avisos sobre ofertas próximas ao local em que está

MultiplusConsulta de saldo, transferência e vencimento dos pontos do programa de fidelidade

TripadvisorAplicativo que ajuda no planejamento de viagens, com avaliações de hotéis e restaurantes

enjoeiPrograma para anunciar e comprar produtos já usados diretamente com outros consumidores

O uberPelo programa, é possível solicitar um carro

para transportar passageiros

Mercado LivreAplicativo que divulga anúncios de produtos

diversos. Também é possível comprar e vender diretamente pela ferramenta

WazeTem função de GPS e mostra como está

o trânsito, o tempo previsto para um determinado trajeto e os alertas sobre

acidentes em tempo real

SpotifyAplicativo para ouvir músicas e álbuns inteiros

de graça. Há uma versão paga, em que é possível baixar músicas para ouvir offline e

sem a presença de propaganda

netflixServiço de assinatura de filmes e séries. O

usuário paga uma assinatura mensal e assitir online a quantos títulos quiser

caixaOs clientes acessam informações da conta-

corrente, pagam contas e podem até apostar na loteria diretamente pelo celular

BradescoAlgumas funções são consulta de saldo,

pagamento de contas pelos códigos de barras e compra de recarga para o celular

Banco do BrasilA instituição financeira permite transações como consulta de saldo e extrato, além de

pagamento de contas pelos códigos de barras

itaúÉ possível consultar saldo, extrato e fazer transferência entre contas, entre outras funções

GuiaBolso controle FinanceiroAplicativo de controle financeiro que ensina a

organizar as despesas e planejar os gastos

DuolingoCursos de idiomas gratuitos de inglês,

espanhol, francês e alemão

americanas.comAlém de fazer compras diretamente no

programa, o cliente pode ler avaliações de outros consumidores e acompanhar a entrega

dos pedidos

iFoodO sistema permite pedir lanches e refeições

delivery. Há lanchonetes e restaurantes cadastrados que oferecem alimentação de

diversos estilos (italiana, japonesa, vegetariana e mexicana, entre outras) e faixas salariais

Meu aleloConsulta de saldo, extrato e busca de

estabelecimentos para os usuários dos cartões Alelo Benefícios

40%do tráfego de dados são de aplicativos mobile, ou seja, no celular

60%ficam com os computadores tradicionais

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É nesse conteXto que vemos o surgimento de um mundo smart de

novos produtos e serviÇos, que suprem nossas necessidades de

rapidez e comodidade

surgem novos aplicativos para solicitar transporte, alimentos delivery, agendar e programar uma viagem ou comprar um produto com poucos cliques pelo smartphone. Como consequência dessa aceleração do tempo de giro do capital, temos a volatilidade e efemeridade de modas, produ-tos e técnicas de produção, ins-tantaneidade, descartabilidade e a obsolescência instantânea e programada, características comuns da contemporaneidade. Se tratando do consumo de música, por exemplo, se-gundo a IFPI (2015), o número de downloads tem diminuído, mas por causa da migração dos usuários para serviços de streaming, disponíveis em vários aplicativos. Em relação ao mercado nacional, 28,2% dos brasileiros acessam música em seus dispositivos digitais. Deezer e Napster assinaram acordos com Tim e Vivo, Rdio fez uma parceria com o Grupo Bandeirantes e a Universal Mu-sic fechou uma parceria com o banco Bradesco para lançar o serviço de streaming Bradesco Music. De acordo com a IFPI (2015), desde a chegada dos serviços Spotify, Deezer e Nap-ster ao Brasil, os números de assinaturas são impressionan-tes, o que ajuda a aumentar as

receitas dos serviços streaming e é um crescimento importante para o mercado. Também encontramos diversos aplicativos de entre-ga de refeições no mercado: mexicana, árabe, japonesa, baiana, mineira, fast food, etc. A cozinha do mundo inteiro disponível em apenas um cli-que pelo smartphone. Podemos vivenciar a geografia do mundo todo, como um simulacro (Har-vey, 2000). Aliado às novas tecnolo-gias, surgem novos modelos de negócios e de empregos, principalmente em períodos de crise econômica e altas taxas de desemprego. A prestação de serviços, principalmente por meio do MEI (Microempreen-dedor Individual), cresce rapi-damente no Brasil (em 2016 o país possuía 6,64 milhões de microempreendedores, segun-do o Portal do Empreendedor).

Rafaela Belomestra em comunicação e territorialidades. professora da faculdade novo milênio. sócia-proprietária do Blend criativo- comunicação e marketing

Aplicativos como Uber, que presta serviço de transporte, implementam a ideia de um motorista autônomo, que gere o seu tempo de trabalho, sem nenhuma garantia ou vínculo empregatício. Vivemos em um mun-do cada vez mais smart e o smartphone é o dispositivo mais utilizado pelo brasileiro para acessar a internet, mas é importante lembrarmos que esse mundo inteligente e co-nectado não existe para todos: até 2016, quase metade da po-pulação brasileira (de acordo com o Portal do Governo Fe-deral) e da população mundial (de acordo com a Organização das Nações Unidas) ainda não possuía acesso à internet. n

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Empresa cria sapato especial para atender cadeirante Fábrica de calçados cria um sapato especial para cadeirante após uma compra realizada pela internet. Maria do Carmo enco-mendou um tênis que aparentava ter uma abertura lateral com zíper, mas o ítem era apenas um enfeite e ela resolveu devolver. A cadeirante ligou para o serviço de atendimento ao cliente e contou o problema à atendente, que conduziu todo o processo de forma tocante. A cadeirante recebeu em casa um sapato criado especialmente para a sua necessidade, com um bilhete carinhoso escrito manualmente pela funcionária da empresa.

fazer bem

Farmácia da Catedral oferece medicamentos gratuitos à população

A Farmácia da Catedral, reaberta no início do mês de agosto, oferece algumas medicações gratuitamente às pessoas que não conseguem comprá-las. O movimento já acontece há mais de 27 anos com medicamentos que são doados pela população. A farmácia funciona em uma sala na rua Dionísio Rosendo, localizada atrás

Menino de 8 anos cria cinema de graça para carentes em Rio Branco, no Acre. Rafael Kaweh é apaixonado por animações e decidiu criar o “Cine Oportunidades” para levar diversão e arte a meninos e meninas que não têm acesso à telona.

43 mil pessoas que trabalham no centro da cidade de Columbus, nos Estados Unidos, vão receber transporte gratuito a partir do próximo verão, durante 18 meses. O objetivo é diminuir o trânsito, a lotação nos estacionamentos e reduzir a poluição.

Mulher ganha na loteria e divide prêmio com amigos de trabalho nos Estados Unidos

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Jornalista doa gravatas para ajudar crianças com câncer

O jornalista Evaristo Costa postou um vídeo divertido em suas redes sociais anunciando a doa-ção de suas gravatas para a caridade. Na gravação ele diz que irá doar 100 gravatas em prol do GAAC (Grupo de Assistência à Criança com Câncer) de São José dos Campos, interior de São Paulo, sua cidade natal. “Atitudes simples melhoram a sua vida e a do próximo”, escreveu ele na legenda da publicação. As gravatas serão vendidas pela associação beneficiada.

da escadaria dos fundos da Catedral Metropolitana de Vitória, de segunda a sexta-feira, das 13 às 16 horas. Segundo Anna Maria Graviotti, uma das voluntárias, os medicamentos procurados são remédios para dor, febre e cólicas, mas muitos vão até o local à procura de medicamentos controlados. Para medicamentos de uso controlado há necessidade de apresentar receita médica, pois é uma responsabilidade muito grande lidar com a saúde das pessoas.

Viúvo de 94 anos faz piscinapara alegrar crianças vizinhas

O viúvo Keith Davison, de 94 anos, construiu uma piscina em sua casa para as crianças da vizinhança brincarem em Morris, Minnesota, Estados Unidos. A alternativa foi para espantar a solidão que chegou após a morte de sua esposa no ano de 2016. A piscina, de aproximadamente 5 metros foi instalada no início deste ano.

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ideias

Onde está a leveza nos modos de viver? Sob quantas camadas de seriedade, rigidez e ”verdades” se escondem a delicadeza e a

capacidade de empatia e compaixão? Há decerto um peso nos modos contemporâneos de viver, isso é inquestionável, mas nada justificaria a imposição desapiedada dessa opressão de uns sobre outros pela falta de bondade no trato do dia a dia, pelo descuido de uns pelos outros, pela insensibilidade ao problema ou jeito do outro. Nada justificaria

impor ainda mais pesos a quem já segue com os seus. Não quebre o caniço rachado, diria Jesus, e nem apague o pavio que ainda fumega. Esse pesadume do mundo e do tempo com suas opacidades, desorientações e incertezas não poderia nos moldar sem que, pelo menos, lhe oferecêssemos uma resistência consciente. Não nos farão melhores nem mais felizes essas tentativas de solucionar isso ou aquilo construindo o irmão, o próximo, o outro, o estrangeiro, o diferente como inimigo. Por mais

Não se deixar prender pelos pesados e tristes modos contemporâneos de viver

vitória Setembro/201710

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Dauri Batistipadre, psicólogo e mestre em psicologia institucional

O autoritário é o bom governante, o

esbravejador é o que sabe das coisas,

o vingativo é o que tem personalidade, o

agressivo é o que tem firmeza, o fofoqueiro é o

que se preocupa e quer o bem do outro

como cada vez mais se manifes-tam e infestam a muitos o ressen-timento, a cobrança rancorosa, os julgamentos, as indelicadezas, a crueldade, a necessidade de se sobrepor ao outro de qualquer jeito. E mais, veremos que a pre-dominância desses sentimentos tristes também se dá entre aque-les que são próximos, entre aque-les que a princípio fariam parte de um sistema que se esperaria fosse tecido em solidariedade e dependência recíproca. E vendo o que precisa ser visto não nos permitiremos seguir pela mesma seara, não nos permitiremos cul-tivar tais paixões, muito menos nos conduzir por elas. Aparentemente esses sen-timentos tristes garantem um lugar e uma sensação de que se é aceito pelo mundo, e que por eles se obtêm sucessos e realizações. Não nos enganemos. Essas paixões tristes não favo-recem a vida e quase que inexo-ravelmente nos tornaremos, por suas vias, em instrumentos de mortificação de tudo e de todos

e, por consequência, infelizes. O agir assim, destarte, determinado pelas paixões despotencializadoras da vida tem se naturalizado de modo a ganhar ares de importância, valor e respeito, por mais incrí-vel que pareça. E assim fica: o autoritário é o bom governante, o esbravejador é o que sabe das coisas, o vingativo é o que tem personalidade, o agressivo é o que tem firmeza, o fofoqueiro é o que se preocupa e quer o bem do outro, etc. No reino do pesa-dume tudo o que se escolhe pela leveza se torna rapidamente sem valor. Indiscutivelmente aqueles outros ganham espaço e desta-que, e farão de tudo para que o seu olhar pesado seja o olhar do grupo, do sistema, da instituição. “Eles não te soltarão enquanto não -tiverem te inoculado a sua tristeza”, diria o filósofo Francês Gilles Deleuze. n

que sejam fortes as forças que nos cercam e nos atravessam para plasmar nossa alma no li-mitante molde do mundo, ainda assim, tomando vias e frestas haveríamos de tentar fugir de suas bigornas e grades. Não sem grandes dificuldades percebere-mos pequenas janelas - há que se ficar atento o tempo todo - por onde podemos fugir. As rotas se abrem e se fecham rapida-mente. Mas a despeito de vários fracassos - quando sucumbimos e agimos pelas formas e modos que nos aprisionam em uma vida pequena - cada vez mais tam-bém ganharemos habilidades de perceber e aproveitar essas alternativas de escape. Uma boa inciativa para fu-gir aos modos dominantes de ser, viver e se relacionar com os outros, talvez seja aquela em que procuraremos desacostumar nossos olhos da rigidez e aspere-za (a psicoterapia pode ajudar) e experimentar outras visões para além dos óculos que sempre nos impuseram. É preciso ver. E en-tão, sem sustos demasiados - mas assustados todavia - começare-mos a perceber dentre outras coisas a dominância de muitas, e muitas, e fortes paixões, tristes paixões - como diria Espinosa - que estão determinando os nos-sos relacionamentos e modos de vida. Sim, veremos. Veremos

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Centralidade do humano

A análise econômica mui-tas vezes se distancia da valorização do ser hu-

mano e do cuidado com o patri-mônio ambiental por questões ideológicos. Ideologia centrada na primazia da acumulação do capital; ideologia que vê a natu-reza como algo que só tem valor quando incorporada a processos produtivos e/ou à valorização financeira. O viés que prioriza ganhos financeiros como indicador de sucesso econômico, utiliza veí-culos de comunicação de massa e redes sociais para disseminar, por um lado, o ideário segundo o qual tudo fica melhor quando gerenciado como se fosse uma empresa. Por outro, o uso inten-sivo da pós verdade contribui para o convencimento de que investimentos sociais só fazem sentido quando dentro de limi-tes que respeitem a prioridade maior de pagamento de juros da dívida. Conhecimento trazido pe-los avanços da neurociência é utilizado para que as pessoas se convençam que precisam se ver e se comportar segundo a lógica de empresa. Gastos com educação, saúde, cultura, lazer

são vistos como investimentos com vistas a retornos de valori-zação pessoal. As relações com os semelhantes cada vez mais respondem a pressupostos da competição onde tudo vale para que o vencer seja conseguido. Ditos populares são usa-dos para sustentar a lógica do eu S.A.. ‘Farinha pouca, meu pirão primeiro; amigos amigos, negócios à parte’ justificam com-portamentos oportunistas no dia-a-dia das relações sociais. E no ‘cada um por si, Deus... por mim’, já que eu sou o centro do mundo. A prática efetiva e constante do desconsiderar o outro como semelhante provoca um crescen-te esgarçamento do tecido social. Seja em relações familiares, so-ciais; em espaços de trabalho e de discussão política, entender o humano como agente a serviço de ganhos financeiros como um fim sem si, empobrece a todos. Políticas de inclusão social; a universalização do direito à educação, saúde e assistência social, passam a ser vistos como meros números que devem ser submetidos a congelamento de gastos. Visão que é construída e sustentada pela manipulação

de fatos. Fatos manipulados que se tornam objetos de análises sem discussão do contraditório. Tudo feito com a crescente des-legitimação da política enquanto instrumento para a construção de convergências entre posições diferentes. Legitimar a política no Brasil passa por uma assem-bleia constituinte, convocada exclusivamente para as reformas política e fiscal. Assembleia for-mada paritariamente por eleitos pelos mecanismos partidários em vigor – sim, existem políticos com história de compromisso com a população; por candida-turas avulsas – espaço preci-sa ser aberto para quem tem capacidade para construir um projeto de Brasil; e por seleção aleatória como se faz com o júri popular – dar voz e voto ao bra-sileiro anônimo que constrói o País desde sempre. Que se abra temporada de discussões sobre a busca da luz no final do túnel. O que nos in-vade a cada instante através das redes sociais e do noticiário está muito chato. n

economia política

arlindo Villaschiprofessor de [email protected]

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Quem escuta a Américaé mais feliz

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Mês da Bíblia

A Palavra de Deus além de sábia, também é bela. A infinita e eterna beleza

de Deus se expressa nas ma-ravilhosas poesias espalhadas ao longo de toda a Sagrada Es-critura. Há momentos da vida em que as coisas dão certo, pros-peram, florescem e, quase que espontaneamente, somos leva-dos a louvar a Deus pelas suas obras, como por exemplo, no salmo 8: “Visitais a nossa terra com as chuvas e transborda de fartura. Rios de Deus que vêm do céu derramam águas e pre-parais o nosso trigo. Abençoais as sementeiras. Transborda a fartura onde passais, brotam

pastos no deserto. As colinas se enfeitam de alegria e os campos de rebanhos, nossos vales se revestem de trigais: tudo canta de alegria!” Todavia, pelo contrário, há momentos de tempestades em que tudo parece dar errado. Na Bíblia há inúmeros relatos de pessoas, algumas até muito san-tas e importantes, que viveram situações muito complicadas e chegaram até a pedir para mor-rer! Se fosse possível medir a fé, a melhor maneira de medi-la

seria, talvez, pela capacidade de manter a alegria e a confiança no Senhor nos momentos em que tudo dá errado na vida; manter a paz no coração e continuar a combater o bom combate mes-mo quando se fracassa e se sente estar no fundo do poço. Ter fé nos momentos fáceis é fácil; por isso, pessoalmente, uma das palavras que mais me tocam a alma está no livro de Habacuque 3, 17-18: “Ainda que a figueira não floresça nem a vinha dê seus frutos, a oliveira não dê mais o seu azeite, nem os campos, a comida; mesmo que faltem as ovelhas nos apriscos e o gado nos currais: mesmo assim eu me alegro no Senhor, exulto em Deus, meu Salvador!” Não é fácil caminhar no “vale de lágrimas” e, diante da nossa fraqueza, a Sagrada Escritura nos mostra o delicado e terno amor de Deus Pai que nos fortalece e alimenta, expresso nestas pala-vras de sublime beleza: “a paz em teus limites garantiu e te dá como alimento a flor do trigo” (Salmo 147, 14). n

espiritualidade

Dom Rubens Sevilha, ocdBispo auxiliar da arquidiocese de Vitória

Não é fácil caminhar

no “vale de lágrimas”

e, diante da nossa

fraqueza, a Sagrada

Escritura nos mostra

o delicado e terno

amor de Deus Pai

que nos fortalece e

alimenta

vitória Setembro/201714

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pensar

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O texto do Evangelho de Mateus 16,13-20 é significativo no que diz respeito ao caminho do discipulado missionário, no

qual Jesus introduz os seus discípulos. No texto em questão, Jesus se dirige com os seus discípulos à região de Cesaréia de Felipe que é um lugar significativo, um espaço que, na época de Jesus era habitado, particularmente, por pagãos. Por ou-tro lado, nessa região tam-bém se encontram as nascentes do rio Jordão, que nasce tímido e se torna um rio que corta, praticamente, todo o territó-rio de Israel. Esses elementos fazem com que o espaço no qual Jesus instaura um diálogo com os seus discípulos se torne bastante significativo. O Senhor conduz os seus discípulos a um espaço marcadamente pagão, longe de toda a se-gurança que o espaço do Templo ou das sinagogas poderiam oferecer. De fato, o evangelista, ao relatar a cena, menciona claramente o local, no qual tal encontro se dá, pois ele é determinante na postura e no vigor profético e missionário que os discípulos deveriam assumir. A pergunta do Mestre, dirigida

aos discípulos, só poderia ser respondida quando os mesmos procurassem as fontes mais profundas de onde brotam o vigor do seu próprio batismo. Por isso, ir àquele local, onde misteriosamente nasce o rio Jordão, sinal claro do Batismo, pois, o próprio Jesus foi nele batizado, era fundamental para o sentido do texto em questão. Jesus indica aos seus discípulos o caminho necessário para a

que a pergunta fundamen-tal, proposta por ele

aos seus discípulos seja respondida: E vó s , q u e m dizeis que eu sou?” Somente aprofundando

a experiência batismal, isto é, a

intimidade profunda com o Trindade é condição para que se firmem os passos no caminho do discipulado, já que o próprio Jesus indica que foi o Pai quem revelou a Pedro a resposta à sua pergunta. No primeiro momento, a pergunta possui um caráter geral: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”. As respostas equivalem às esperanças e desejos de um povo que aguardava ansiosamente o Messias. A segunda pergunta se torna direta e dirigida aos grupo dos discípu-

caminhos da bíblia

A profissão de Fé e a missãode confirmar na Fé os irmãos

A pergunta que o Senhor fez aos seus discípulos e ainda hoje ressoa em todas as vezes

que tal texto do Evangelho é lido, seja respondida com a mesma

prontidão de Pedro e seja colocada em prática do mesmo modo

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A profissão de Fé e a missão direta de Jesus, Pedro professa a sua Fé e, junto dele todos os demais discípulos. A sua res-posta ao Senhor não só o coloca como responsável pela comu-nidade dos discípulos, mas lhe confere a autoridade e missão de confirmar os irmãos na fé que ele professou. Pedro, além de reconhecer Jesus como o Cristo, em todo o significado de sua cruz, ele, segundo o evangelista Mateus, o reconhece como Filho de Deus, um sinal claro de sua fi-liação divina e da fé aprofundada na vivência do mistério pascal, uma profissão de fé iluminada pela experiência da ressurrei-ção. Hoje é oferecida a todos a oportunidade de confirmar a sua

Pe. andherson Franklinprofessor de sagrada escritura no iftaV e doutor em sagrada escritura

los: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Agora, dirigindo-se aos seus discípulos, Jesus lhes in-terroga sobre o caminho feito, sobre as palavras escutadas, sobre o ensinamento recebido e sobre o amor partilhado. Pe-dro personifica a profissão de fé da comunidade cristã: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”. Tal resposta do apóstolo ressalta a sua importância na comunidade Mateana, ao mesmo tempo que o apresenta como fundamento sólido da fé desta comunidade, que estava reunida ao redor da profissão de fé daqueles que a confirmam. Ao responder à pergunta

Fé, juntamente com Pedro e os demais discípulos. De fato, ao responder à pergunta de Jesus, não somente Pedro mas também os demais se tornam responsá-veis pela missão de confirmar os irmãos na Fé, mas toda a comunidade recebe esse envio missionário. A pergunta que o Senhor fez aos seus discípulos e ainda hoje ressoa em todas as vezes que tal texto do Evange-lho é lido, seja respondida com a mesma prontidão de Pedro e seja colocada em prática do mesmo modo. n

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vitória Setembro/201718

identidades

Qual bairro Jucutuquara você conhece? O da tra-dição, do samba e o do

antigo mercado, ou da avenida Vitória, Ifes e a Fábrica de Ideias? Em um passeio pelas ruas do bairro basta olhar por cima das árvores e enxergar a Pedra dos Olhos, monumento rochoso, guardiã da região e responsável pelo nome do bairro. Jucutucoa-ra, ou jucu – ita – quera, é de ori-gem indígena e significa “pássaro no buraco de pedra”. Segundo registros da Pre-feitura de Vitória tudo começou com a Fazenda Jucutuquara que pertencia à tradicional família Monjardim. Na década de 1920 a região passou por desapropriação dos terrenos da fazenda, a constru-ção da avenida 15 de Novembro, hoje Paulino Muller, e a de casas populares que foram feitas para os trabalhadores da antiga Fá-brica de Tecidos Victoria, hoje a Fábrica de Idéias. Neste mesmo período, foi erguida a Igreja São Sebastião. A presença de toda esta tradição está acessível aos visi-tantes que forem ao Museu So-lar Monjardim, construção da

Vander Silva

década de 1780, que era a sede da Fazenda Jucutuquara. O mu-seu é um exemplo do cotidiano da família Monjardim no século XIX, além de ser uma referência expressiva da arquitetura rural colonial brasileira. Mas muito da história desta região está na memória dos mo-radores. Considero Jucutuquara um bairro especial, pois é família. Normalmente as pessoas se co-nhecem desde a infância. Quem é nascido e criado em Jucutuquara sabe disso.” (Juliana Pimentel – advogada). Ponto de encontro de mora-dores de vários lugares da Gran-de Vitória, os ensaios da escola de samba Unidos de Jucutuquara unem gerações e fazem parte da tradição do bairro. Mas se muitos se dirigem ao bairro em busca de um bom samba, também existem os milhares de profissionais que se formaram por trás dos muros da IFES – Instituto Federal do Espírito Santo, que foi instalado na região em 1942. Na região, além de visitar a Fábrica de Ideias, que é um local para formação de empreendedo-res, vale visitar os tradicionais

bares do bairro, como o Copa 70 e o Ceará, lugares de bons aperitivos e conversa fiada. E se você é de fora e acha distante a possibilidade deste acolhimento todo, espere o bairro abraçar você. “Jucutuquara é especial para mim porque me sinto ado-tada pelo bairro. São mais de 35 anos de convivência. Lá eu vou a Igreja, na padaria, na escola de samba e nos bares. Nos ba-res de Jucutuquara resolvem-se todos os problemas do mundo. E quando em algum segmento há necessidade de uma reunião ou assembléia, as convocações são colocadas nos bares e todos ficam sabendo. Amo Jucutuquara porque sou conhecida pelo nome e lá vivem meus amigos, meus irmãos” (Dione Varejão – turis-móloga e professora) Sob a Pedra dos Olhos, nos aprendizados do Ifes e da Oficina de Idéias, na alegria do samba ou dos bares, entre o novo e a tradição escondidos pela correria das avenidas Vitória e Paulino Muller está um povo amigo que considera como lar muito além das próprias casas, um bairro inteiro. n

Vivendo o passado, presente e futuro em Jucutuquara

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Jubileu de Ouro Sacerdotal de Dom Geraldo Lyrio Rocha

Trajetoria

Missa na Catedral 10 de setembro

18h

Na Arquidiocese de Vitória foi reitor

do Seminário Nossa Senhora da Penha,

professor da Universidade Federal do Es-

pírito Santo (Ufes) e pároco nas paróquias

Virgem Maria, em Itacibá, São Pedro, na

Praia do Suá e São Pedro, na Vila Rubim.

Recebeu a ordenação episcopal no dia

31 de maio de 1984 das mãos de Dom

Silvestre Luís Scandian em Vitória, onde

atuou como bispo auxiliar da Arquidio-

cese até 1990.

Em 23 de abril de 1990 foi nomea-

do pelo Papa João Paulo II, o primeiro

Bispo Diocesano de Colatina, e no dia

16 de janeiro de 2002, João Paulo II o

designou para ser Arcebispo de Vitória

da Conquista. Em 11 de abril de 2007, o

Papa Bento XVI o Arcebispo Metropoli-

tano de Mariana. n

Filho de terras capixabas, Dom

Geraldo Lyrio Rocha, vem a Vitória

especialmente para celebrar junto à

Arquidiocese de Vitória seu Jubileu de

Ouro Sacerdotal. A comemoração será

realizada às 18 horas do dia 10 de se-

tembro na Catedral Metropolitana de

Vitória, em uma missa solene presidida

por ele e concelebrada por bispos e

padres.

As comemorações, porém, começa-

ram em Fundão, sua terra natal, no dia

23 de julho e na Diocese de Colatina,

onde Dom Geraldo foi o primeiro bispo,

no dia 20 de julho.

No dia 15 de agosto, dia em que

Dom Geraldo foi ordenado sacerdote,

a missa solene aconteceu na igreja de

São Pedro dos Clérigos em Mariana.

vitóriaSetembro/2017 19

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sugestões

Se você está entre os que dizem “terça não é dia de rock”, você está certo, terça-feira é dia de chorinho.

Música é bom para relaxar, suscitar bons sen-timentos, provocar alegria e bem-estar e quando se trata de chorinho essa mistura é uma receita perfeita que promove diálogos, novos relaciona-mentos e alimenta amizades. Acontece toda a terça-feira à noite no Bar do João, mas às vezes pode ser na segunda ou na

chorinhoTerça é dia de

Maria da Luz Fernandes

João

vitória Setembro/201720

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quinta porque todo o artista tem seu ritmo próprio. A vizinhança do bar já aprovou e tem pai trazendo criança para ‘curtir’ o som, como Higor Ferraço que carrega o filho Dante, estreante no pan-deiro. Os clientes não perdem o ritmo. E os artistas presenteiam com sons de cordas, gaitas, pandeiros

e instrumentos de percussão que embalam a noite e tornam Jardim da Penha mais humano e mais fraterno com esta partilha alegre. No dia que visitamos teve Sons de Carrilhões; Vou Vivendo; A Vida é um Buraco; Abraçando a Vida, entre outros, mas o repertório é grande e diversificado. Minha sugestão deste mês é essa: passar no Bar do João na terça-feira a partir de 19h30 e dei-xar-se embalar com o chorinho. Além disso tudo tem a simpatia da Patrícia que atende as mesas, a cordialidade do João que acolhe a todos e as delícias da cozinha: torresmo, rabada, fígado, maxixe, jiló, batatinha, feijoada e bolinhos de carne. A roda de choro é por conta de Sebastião Ma-tos, Syllas, Paulo Prot, Higor Ferraço, José Antônio, Plínio, Bruna, Dora Dalvi e Rodrigo Rosas. Vai lá! O bar do João fica na rua do Canal (Rua Saturnino Rangel Mauro, 1215, Jardim da Penha - Vitória). n

PAtRíCiA

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Depois de uma manhã intensa de trabalho, aquele almoço compen-sador e está na hora de quê? Mais trabalho é claro. Não, espera aí. Está faltando alguma coisa... É aquele cochilo restaurador.

Pode parecer coisa de preguiçoso, mas a ciência está ao meu lado. A sesta, que é dormir um pouco após o almoço já foi alvo de várias pesquisas que comprovaram seus benefícios. Ao contrário do que muita gente pensa, aquele sono que bate após o almoço não é resultado do processo de digestão e sim causado pela queda das nossas reservas de energia, muitas vezes devido à correria da vida moderna somada às noites mal dormidas. Esta reposição de energia possibilitada pelo cochilo nos ajuda em vários aspectos, como por exemplo, a memória. Quando nosso cérebro sente a queda de energia, a memória é a primeira baixa e na sequência sofrem a concentração e o reflexo. Outro benefício da sesta é a diminuição da pressão arterial e, segundo uma pesquisa realizada em Londres, a queda no uso de antidepressivos. Com o sono restaurado estamos mais alerta, criativos e saudáveis. Antes permitido com ressalvas apenas na segurança do nosso lar, hoje algumas empresas já criam ambientes para esta prática. E bastam apenas 15 minutos para que o seu organismo se beneficie com a soneca. Agora, alguns cuidados devem ser tomados. Este cochilo não deve passar dos 40 minutos, para não prejudicar a qualidade do nosso sono noturno, que é muito importante, e não devemos comer alimentos de difícil digestão para não sofrermos com o famigerado refluxo. O ideal para esta soneca ser realmente bem aproveitada é você pre-

Vander silvaviver bem

pausaUma

para você

vitória Setembro/201722

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parar um ambiente adequado, sem barulho e sem muita luz. Vale colocar uma música para relaxar. No mais quando alguém questionar seus breves cochilos após o almoço fale sobre os benefícios que isto pode re-presentar em sua qualidade de vida. E um fato curioso é que na Espanha foi criada uma compe-tição de sonecas. Isto mesmo, a siesta, como eles chamam por lá, possui uma competição bem organizada na qual os juízes

ficam atentos para a melhor posição, altura do ronco, quem consegue dormir antes e pijama mais bonito. Portanto, prepare seu tra-vesseiro e comece a treinar. Vai que vira esporte olímpico. Bom descanso, mas não se esqueça que o dia não acabou. Energia reposta, vamos traba-lhar. n

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vitória Setembro/201724

diálogos Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc. • Arcebispo de Vitória ES

Nossa realidade bra-sileira faz brotar em meu coração de pas-

tor aquela frase de São Paulo; “Sem esmorecer, continuemos a afirmar a nossa esperança por-que é fiel quem fez a promessa” (Hb10,23)! Vejo muitas pessoas do povo e intelectuais com o semblante preocupado, muitas vezes indig-nados. Sofrem com tantas notícias ruins e com a situação econômi-ca de nosso país. Outros, entre os quais eu me incluo, sofremos ao perceber a grave crise ética em que está submetido nosso querido Brasil. Ora ficamos com vergonha ao no-tarmos que os habitantes de outros países comentam negativamente sobre o que se passa entre nós. Ora ficamos indignados ao ouvirmos as noticias das mídias. Ficamos como que parados, como estátuas ao ouvirmos delatores dizerem alto e a bom som que conse-guiram desviar mais de um bilhão de reais em propina a favor de políticos, partidos etc... A gente chega a perder a respiração por um momento, tal o calor embrasado no coração do ouvinte ou leitor. Muitos já não conseguem ligar um canal de TV, pois quando não se noticia a violência mais vil como estupros de menores, assassinatos de

Profetas da esperançaidosos indefesos, de bebês... fala-se

da prisão de políticos de vários partidos, dando-nos a impressão que estes não passam de verda-deiros ladrões do dinheiro do nosso povo, do imposto que pa-gamos com dificuldade; e como é difícil cumprirmos a contribuição obrigatória dos impostos! Tanta gente desempregada, mais de treze milhões desempregados! Indignados, chegamos às lágrimas ao ver tanta roubalheira e tanto des-respeito com os trabalhadores e com as famílias honestas. Cada dia vemos, ouvimos ou lemos sobre as negociatas dos detentores do poder político, a impunidade destes homens do poder. A desolação, a desesperança são realidades na sociedade brasileira. O gemido do povo clama, ou, na fraqueza de sua pequenez deixa exalar um grito surdo, um murmúrio de indignação.

Até quando meu Deus vamos suportar tanta sujeira, tanta impunidade dessa gente que, com o rosto limpinho não se envergonha, nem sequer fica corado com seus discursos e suas reflexões?

Boa parte da elite brasileira pensa que a solução vem somente do econômico. Porém,

não se percebe entre nossa liderança a convic-ção de que o Brasil vive não somente uma crise política e econômica, mas sobretudo uma crise

vitória Setembro/201724

Sem

esmorecer,

continuemos

a afirmar

a nossa

esperança

porque

é fiel

quem

fez a

promessa

(Hb 10,23)

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equilibrada e sábias baseadas no ensinamento da Igreja que bebe na Fonte do Evangelho. “Abraão esperando contra toda a esperança acreditou e tornou-e pai de muitos povos”! (Rm 4,18) O cristão deve ser o profeta da esperança! n

ética e moral. Aos cristãos não cabe en-trar no jogo dos espertos, no time do “vale tudo” para con-seguir um objetivo, através de quaisquer métodos. Não! Para o cristão não vale tudo; o cristão não pode participar do coro dos desesperados. Acreditamos num mundo melhor, num Brasil melhor. Anunciamos a todos uma sociedade nova, uma civili-zação do amor. É fácil denunciar e apontar os erros. Mas, agora é preciso apontar caminhos, construir pontes sobre os rios onde há crocodilos, jacarés e piranhas. O cristão precisa reagir positivamente no meio de tanta desesperança. Jamais a violência, jamais entrar no jogo do vale tudo. Nós cremos no amor, nós cremos na justiça e na verdade! Aqui vale a recordação dos ensinamentos da Igreja resu-midos nos conhecidos quatro princípios: 01 O primado da pessoa humana. Ser pessoa é uma ta-refa que cada individuo deve empreender, um desafio a ser enfrentado até chegar ao pon-to mais alto de seu ser que é o encontro e abertura com o hiper-pessoal, Deus. 02 O primado da Solida-

riedade. A pessoa humana só conquista o seu ser pessoal des-fiando-se a sair de si mesma e, descobrindo-se na comunhão com o outro, o “nós”, a Comuni-dade, até abrir-se ao encontro com a sua origem a Comunida-de Trinitária, Deus, Pai, Filho e Espírito Santo! 03 O princípio de Subsida-riedade. A ajuda ao pequeno, alavanca do ser humano que se comunica e vive em comunida-de sem se esquecer de nenhum outro ser humano, sobretudo o menor. 04 O princípio do Bem co-mum. Entenda-se a justa com-preensão deste termo “Bem comum’ que não quer dizer a compreensão liberal ou es-tatizante, ou seja, há que ter cuidado com o conceito liberal de bem comum e o conceito co-letivista de bem comum. Ambos não fazem parte do ensinamen-to católico. A pessoa humana abre-se para a comunidade realiza-se na comunidade e, a comunidade depende e tem sua realização a partir da pessoa humana. Uma não oprime a outra, mas vive-se o amor. Portanto, penso que esse é o momento do nosso teste-munho cristão por um Brasil melhor com tomadas de posição

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A BIBLIA

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Avida litúrgica cristã, desde os primórdios, encontrou na sonoridade musical a

forma expressiva de celebrar o mistério de Cristo. O entoar dos Salmos e demais cânticos bíblicos do Primeiro Testamento, mais a tradição do canto das sinagogas, foram elementos naturalmente transpostos para as primeiras assembleias cristãs em sua vida celebrativa. Outros hinos e cân-ticos foram compostos e, dentre eles, alguns foram incorporados em textos do Segundo Testamen-to. Pode-se citar como exemplo os hinos paulinos (Ef 1,3-14 ; Col 1,15-20; Fl 2,6-11). Há uma longa e significati-va história sobre o patrimônio musical da Igreja. Com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, abriu-se uma nova etapa de compreensão e adequação no tocante à música litúrgica. Esta pertence ao conjunto da música sacra, mas é distinta enquanto à

sua função e forma de execução. A música litúrgica é também chamada de música ritual. Ela é o próprio rito cantado por toda a assembleia (por exemplo: o ato penitencial; o hino de louvor, que é o “Glória a Deus nas alturas”; o “Santo”); ou, o canto que acompa-nha o rito (por exemplo: o canto de entrada ou de abertura, que acompanha a procissão; o “Cor-deiro de Deus”, que acompanha a fração do Pão). Ritualmente, cantar a litur-gia é vivenciar o diálogo da Alian-ça com o Senhor. O canto litúrgico é de natureza sacramental; ele está diretamente associado ao sentido memorial da liturgia, portanto, é um elemento atua-lizador da vivência pascal. Deve-se ter noção dos graus de importância dos cantos de uma celebração. O princípio é conhecer a estrutura de cada liturgia, como também, a partir dos textos rituais, compreender o sentido da função do canto, in-cluindo a melodia. Esta é a serva do texto, e deve expressar, por meio da linguagem musical, o seu sentido. Letra e música estabele-cem uma simbiose, uma intera-ção entre ambas. Considera-se, também, o ano litúrgico para a escolha do repertório musical.

mundo litúrgico

Fr. José Moacyr cadenassi, OFMcap

Celebrar cantando Deve-se cantar a liturgia, e não cantar na liturgia. Os can-tores, responsáveis primeiros pela condução do canto na Igreja, estejam atentos ao sentido de toda a liturgia; que realmente compreendam o específico da ritualidade, para serem efica-zes motivadores do canto da as-sembleia. Os cantores não estão diante de uma assembleia para se apresentarem a expectadores, mas são parte constituinte dela, prestando um serviço à comuni-dade de fé. É oportuno e necessário o contínuo aprimoramento litúrgi-co-musical dos agentes pastorais. E, concomitantemente, aprimorar a noção de expressão corporal, de postura e de interpretação, alia-das à vivência da espiritualidade cristã. Vigilância e conversão são dimensões importantes para o serviço litúrgico de cantores e instrumentistas, os quais pre-cisam transpor as barreiras do individualismo e do estrelismo. Que a nobreza da arte musical litúrgica como dom e serviço fraterno, fomente a unidade da Igreja, que continuamente cele-bra os feitos do Criador mediante o louvor pascal. n

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ANUNCIARO EVANGELHOE DOAR A PRÓPRIA

(cf. 1Ts 2,8)VIDA

CAMPANHAMÊS DA BÍBLIA 2017

Neste mês da Bíblia, a PAULUS tem um convite para você: anunciar o Evangelho e

doar a própria vida. Saia em caminhada e torne-se instrumento da Palavra!

Conheça, viva e transmita ao mundoa Palavra de Deus. Leia a Bíblia.

Campanha vigente de 1º de agosto a 30 de setembro de 2017.

(cf. 1Ts 2,8)VIDA

CAMPANHAMÊS DA BÍBLIA 2017

Campanha vigente de 1º de agosto a 30 de setembro de 2017.

NOVIDADE!

BíbliaJovem

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aspas

Nos diversos meios, o Papa Francisco tem-se destacado chamando a

atenção não apenas dos católi-cos, mas da própria humanidade com chamadas curtas e incisivas. A mais recente está no título acima. E parece que os tempos atuais, marcados por tantas cri-ses, têm mostrado um grande crescimento de “verdadeiros muros de lamentações”. Mui-tas vezes, parece que o otimis-mo desapareceu do horizonte humano. É preciso não esque-cer a frase dita por Deus após a conclusão da obra criadora: “Contemplou toda a sua criação e viu que tudo era muito bom” (Gn 1, 31). E Paulo completa o texto de Gênesis: “nada deve ser rejeitado” (1Tm 4, 4). E o livro de Eclesiastes constata: “o ser humano não consegue perceber completamente o que Deus realizou” (Ecl 3,11). O realismo é muito neces-sário, contudo a atitude de me-lancolia e azedume permanente acaba por afastar as pessoas do bem que é a criação. As próprias

crianças terão pela frente um caminho já previsto tortuoso, triste e desesperador. Muitos jovens acabam interrompendo sua vida quando a imaginação se alimenta permanentemente desta perspectiva negativista. O mau humor permanente afasta a pessoa e isola do convívio social. Daí o crescimento dos sintomas de depressão crônica e uso de tantas drogas farmacológicas para reverter o quadro de pes-simismo diante de si mesmo. O ato de queixar-se sem ne-nhum movimento para tornar a vida melhor é caminho sem volta para a inércia e a morte. Cresce a postura de “vitimismo” na mesma medida em que de-cresce a capacidade para resolver problemas. Qualquer dificuldade é motivo para o mais absoluto desânimo. Triste é constatar que entre os nossos jovens se desen-volve muito a falta de coragem para enfrentar os problemas coti-dianos. Quantos jovens permane-cem na dependência permanente dos pais! Não conseguem “largar a barra da saia da mãe”.

edebrande cavalieridoutor em ciências da Religião e professor universitário na Ufes

Ao mesmo tempo é preci-so cuidar para não se cair no oposto que é a “síndrome de Poliana”, figura emblemática de uma obra de Eleanor Porter. A postura de não se lamentar pode levar a pessoa a uma visão de um mundo “cor de rosa”, que afaste a pessoa da vida real para viver ingenuamente e acriticamente. Esta síndrome é o oposto do negativismo. Então, é preciso caminhar com os pés no chão. A vida se compõe de frustrações e nem por isso deve nos levar a um muro de lamentações ou de fan-tasias. O próprio Papa elogia os jovens em sua capacidade de crítica e contestação. Vitimismo e alienação não combinam com a essência de vida presente nos Evangelhos. Não é preciso ter uma cara de “pimenta no vina-gre”. A criação é bela e boa, e só nos cabe agradecer a Deus por tudo o que dispomos para nossa vida. n

Proibido lamentar-se!

vitóriaSetembro/2017 29

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Elas e eles leem a Bíblia, refletem, estudam, rezam, partilham e empenham-se

totalmente para que a fé cresça e a vida seja transformada. Final de agosto e já no li-miar do mês da Bíblia o grupo de Círculos Bíblicos da Comu-nidade Santa Terezinha mobi-lizou a paróquia Nossa Senhora das Graças e, especificamente, o condomínio 3ª Etapa para concretizar o compromisso a

especialMaria da Luz Fernandes

que se propuseram na Páscoa deste ano: “doar vida de alguma forma, porque Páscoa é vida”, como disse a coordenadora dos grupos Maria Auxi-

liadora, a Dora. O gesto concreto do grupo de doar sangue e fazer cadastro para doação de medula óssea foi organizado durante três me-ses. Primeiro articular junto ao Hemoes para que a atividade pudesse acontecer em dia de sábado. Depois aprovar o lo-cal e as condições para acolher as pessoas. Na etapa seguinte mobilizar a comunidade da re-gião com panfletos, avisos e até

Fé e vida nos Círculos Bíblicos

propaganda em moto. Por fim comprar e preparar alimentação para voluntários e funcionários do Hemoes. O resultado foi um dia in-tenso de coleta com 100 bolsas, limite máximo que a unidade móvel consegue armazenar e um cadastro de doadores de medula óssea bem recheado. O padre Gudialace Oliveira, pároco e o padre Adriano Souza, vigário entraram na fila, fize-ram cadastro e doaram sangue. Com esse gesto e suas presenças apoiaram a iniciativa e incenti-varam os fiéis a outros passos. Os membros dos Círculos Bíblicos foram os anfitriões acolhedores que circulavam por entre todos para que tudo acontecesse da melhor forma. Grupo que reza e tem fé, tem história, tem passado e tem futuro. Por isso, no acolhimento estiveram Odete Pazolini, 83 anos e Tamyres Fontes Barcelos Nascimento, 10 anos, a mais ido-sa e a mais nova participante do Círculo Bíblico da Comunidade Santa Terezinha. n

vitória Setembro/201730

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para se formar uma opinião e desenvolver argumentos é importante ouvir outros pensares. a gente pode concordar ou não, mas é sempre bom ouvir os argumentos de quem pensa igual e quem pensa diferente de nós. nesta edição entrevistamos duas pessoas com a mesma formação acadêmica e discordâncias sobre a reforma trabalhista.

Reforma trabalhista: dois pontos de vista

vitória - Você é contra ou a favor da Reforma Trabalhista?renan - Sou totalmente contra a retrógrada reforma trabalhista, porque o que está sendo feito é uma reforma capitalista. A CLT não é antiga, arcaica, ultrapassa-da e medíocre como diversos de-putados e senadores alegam ser.

vitória - Explique as razões?renan - A reforma trabalhista da maneira que está sendo trata-da, com certeza é um retrocesso para toda a classe trabalhadora. A CLT é um forte instrumento que a classe trabalhadora pos-sui contra o sistema econômico implantado pelo patronato, ela contém o princípio, que é todo o trâmite da contratação até a assinatura do contrato de traba-lho e da CTPS; o meio, que são as obrigações de ambos para cumprimento do contrato de

andressa mianentrevista

trabalho; e o fim, com as ho-mologações das TRCT’s, que se caso houver algo de errado, a CLT respalda o empregado para possível ação judicial. Entendo que a CLT precisa de aperfeiçoamentos, todos nós precisamos, mas não da maneira como está sendo tratada.

ora, se o

trabalhador é que

está sendo lesado,

porque a multa

vai para o MtE?

A multa referente

ao atraso de

pagamento do

décimo terceiro

tem de ser em

favor da parte

prejudicada,

com juros e

correção para o

trabalhador, e não

para o MtE

Renan Eustachio da Silva 29 anos, Secretário de Imprensa e Comunicação Sintraconst Pesada, Publicitário - Bacharel em Comunicação Social

vitória - Independente de ser contra ou a favor, o que você acha que entrou na lei e que vai prejudicar o traba-lhador, e o que acha que irá beneficiar? Por quê?renan - Pontos da reforma que irão prejudicar:

vitóriaSetembro/2017 31

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• Tempo de deslocamento – o tempo despendido pelo empre-gado até o local de trabalho e para seu retorno.

• Grávidas em ambiente insa-lubre – permite o trabalho de mulheres grávidas em ambientes considerados insalubres, desde que a empresa apresente atesta-do médico que garanta a saúde da funcionária.

• Representação – representantes dos trabalhadores dentro das empresas não precisam ser mais sindicalizados.

• Trabalho intermitente – per-mite a contratação sem horário fixo e pagamento com base nas horas trabalhadas.

• Acordos individuais – negocia-ção entre empresas e trabalha-dores vai prevalecer sobre a lei em diversos pontos.

renan - E os pontos que poderão ajudar são: • Garantia das condições iguais

para terceirizados – isso é bom, porque atualmente os terceiriza-dos são tratados com compro-misso zero pela contratante.

• Contribuição sindical – passa a ser optativo. Ou seja, impede que os sindicatos e federações que não trabalham, venham a ser beneficiados, os famosos sindi-catos pelegos.

• Negociado prevalece sobre legislado – isso para mim é ex-celente, porque as convenções

entrevista

coletivas acrescentam diversos benefícios que a CLT não prevê.

vitória - Em sua opinião, al-gum elemento não entrou na reforma e deveria ter entrado?renan - Sim. Deveriam ter colo-cado um prazo para a marcação e realização das homologações.

vitória - Multa do pagamen-to no atraso do 13° salário - as empresas que não efetuam o pagamento do décimo terceiro salário no dia correto, primeira parcela até 30 de novembro e última parcela até 20 de dezem-bro, pagam uma multa para o MTE? renan - Ora, se o trabalhador é que está sendo lesado, porque a multa vai para o MTE? A multa referente ao atraso de pagamento do décimo terceiro tem de ser em favor da parte prejudicada, com juros e correção para o trabalha-dor, e não para o MTE.• Autonomia sindical – atualmen-

te o sindicato não exerce a sua autonomia, acontecem diversas situações na área jurídica que me dá medo, é muito complicado.

• Redução da jornada de traba-lho – a jornada de trabalho é de 44 horas semanais. Poderiam ter reduzido para 40 horas semanais sem prejuízo salarial.

• Da prioridade do trabalhador local – O trabalhador do local

vitória - Você é contra ou a favor da Reforma Trabalhista? A favor

vitória - Explique as razões?ricardo - Primeiro porque preci-sava. Nosso modelo trabalhista é antigo. Se analisarmos os países

onde a empresa se encontra tem de ter prioridade no período das contratações, o que não é prati-cado.

• Do contrato de experiência – o contrato de experiência é de 90 dias. Tinham de reduzir para 30 dias, porque a empresa sabe quando o funcionário vai se ade-quar no cargo ou não.

vitória - Que outra proposta você faria para a Reforma?renan - Além das já citadas acima, iria propor o aumento dos dias de faltas abonadas por conta de nascimento, óbito e casamento para 05 dias úteis; participação nos resultados de 300% do sa-lário-base de cada trabalhador a cada seis meses trabalhados; pla-no de saúde, plano odontológico, seguro de vida, vale transporte e INSS custeado totalmente pelo empregador, entregues no ato da contratação após devolução da CTPS ao trabalhador.

Ricardo Bourguignon34 anos, Gerente de Marketing da Faculdade Novo Milênio

vitória Setembro/201732

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mais desenvolvidos, estamos a anos luz deles. E segundo, porque eu já atuo como PJ, Pessoa Jurídi-ca, há 8 anos. Na época fiz as con-tas de quanto eu custava para meu diretor, percebi que meu salário poderia aumentar um pouco mais e o custo dele diminuir. Unimos o útil com o agradável. Passei a ganhar mais e tive flexibilidade com as demais burocracias. Di-retamente, perdi meus benefícios (INSS, FGTS, férias, 13º). Mas, o valor a mais compensou todas essas coisas.

vitória - Independente de ser contra ou a favor, o que você acha que entrou na lei que vai prejudicar o trabalhador, e o que acha que irá beneficiar? Por que?ricardo - Bom, li as medidas e en-tendi que os direitos trabalhistas vão permanecer. Até porque eles estão em nossa constituição. Vejo que bons profissionais poderão se livrar de questões burocráticas com seus patrões, caso optem por mudar de categoria, sair do PF, Pessoa Física para PJ. Mas, também sei que alguns patrões podem querer se beneficiar disso para explorar mais. O problema não está nas reformas, e sim no caráter do brasileiro.

vitória - Em sua opinião, al-gum elemento não entrou na

mos defasados em pelo menos uns 10 anos de inflação. Não sei se isso entraria na reforma. Os impostos são demais, precisei mandar um funcionário embora, com apenas 9 meses de casa. Gastei quase R$ 4.000,00 para fazer isso. Seriam mais 4 meses dele trabalhando. Às vezes é mais fácil manter o funcio-nário que mandar embora. Precisa desburocratizar o sistema. n

reforma e deveria ter entrado?ricardo - Não sei responder essa pergunta com tanto conhecimen-to. Mas sinto falta de uma margem maior de ganhos para minha ca-tegoria. Hoje o MEI (Microem-preendedor Individual) só pode receber até R$ 60.000,00 anuais. É “muito pouco”. Espero que ano que vem esse valor aumente.

vitória - Que outra proposta você faria para a Reforma?ricardo - Faltou amentar a mar-gem para declaração de IR. Esta-

Eu já atuo

como PJ, Pessoa

Jurídica, há 8

anos. Na época

fiz as contas

de quanto eu

custava para meu

diretor, percebi

que meu salário

poderia aumentar

um pouco mais

e o custo dele

diminuir. Unimos

o útil com o

agradável. Passei

a ganhar mais e

tive flexibilidade

com as demais

burocracias

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Andressa Mian

reportagem

cresce e não é vista

Para o coordenador arquidiocesano da Pasto-ral do Povo de Rua, Julio Pagotto, o agravamento da crise econômica e o aumen-

Apesar do crescimento desta população ser visível, e apesar de existir um decreto o nº 7.053 de dezembro de 2009 que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua que deveria garantir os direitos dessa po-pulação, ela continua sendo ignorada pelo poder público e também pela população. Aos olhos da maioria da popula-ção, os mais pobres tornam-se invisíveis, inexistentes ou ameaças que geram medo e mais distanciamento.

A população que

Olhar para o outro e percebê-lo é muito mais que um exercício, é um cuidado que exige a com-preensão de si mesmo, reciprocidade, confronto

e percepção. Quando se trata de ver no outro a presença de Deus, em especial aqueles que passam por dificul-dades como a fome, a falta de um lar, de cidadania e dignidade, a dificuldade fica ainda maior. A população em situação de rua que aumenta a cada dia, experimenta na pele cotidianamente o que é ser invisível para o outro.

Julio Pagotto, Coordenador

arquidiocesano da Pastoral do Povo

Através dessa convivência,

rezamos com eles, levamos a

reflexão da Palavra de Deus e

a esperança de que eles podem

superar essa situação. Estamos

ali dispostos a ajudá-los

vitória Setembro/201734

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um Centro Especializado para a População de Rua (Centro Pop), já que o local é onde, teorica-mente, essas pessoas poderiam tomar banho, lavar suas roupas, se alimentarem, receberem enca-minhamentos para atendimento de saúde, oficinas profissionali-zantes e para abrigos noturnos. No entanto, o próprio Júlio sabe e admite que não existem vagas para todos. Tanto as prefeituras de Vi-tória, Serra, Vila Velha, Cariacica e Guarapari oferecem serviços, mas estes não conseguem aten-

cresce e não é vistato do desemprego em todo o país são as principais causas desse aumento. Júlio conta que a constatação desse aumento pôde ser perce-bida nos encontros promovidos pelo grupo da Pastoral do Povo de Rua de Jardim da Penha com a população em situação de rua do bairro e imediações. Ele afirma que o número de pessoas atendi-das triplicou em menos de um ano. “Eram 10 ou 12 pessoas e agora passam dos 30. Nesses encontros a gente oferece co-mida e dali cria um momento

de aproximação com eles. Atra-vés dessa convivência, rezamos com eles, levamos a reflexão da Palavra de Deus e a esperança de que eles podem superar essa situação. Estamos ali dispostos a ajudá-los”, contou Júlio. Na avaliação de Júlio, as pes-soas querem sair da rua, mesmo os que não admitem. Eles têm vergonha de assumir o fracasso. Mas na pastoral, afirma Júlio, “a gente respeita a escolha e o momento de cada um”. A orientação da pastoral é de que quem está na rua procure

vitóriaSetembro/2017 35

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reportagem

der a todos que estão na situação de rua. (vide box pag. 40) Para o professor do Depar-tamento de Geografia da Univer-sidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Igor Robaina a falta de levantamentos estatísticos con-cretos desta população, dificulta a prática de políticas públicas. “Hoje no Espírito Santo não temos nenhum dado oficial em relação aos municípios de quan-tas são estas pessoas. Isso carac-teriza um grande entrave, pois o que está sendo feito dentro do sistema de proteção e assistência social para esta população não é capaz de atender o número de pessoas que estão nesta situação. O número de vagas nos abrigos é infinitamente menor do que o número de pessoas que estão em situação de rua. Isso também vale para os Centros POP”, informou. Também por desânimo com o poder público e falta de verba a professora Ana Heckert, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Espíri-to Santo, encerrou este ano um projeto de extensão que desen-volvia atividades em prol dessa

população desde 2009. Para Ana, o problema é que as políticas públicas não dialogam com a vida na rua e apresentam ações ineficazes. “Os governantes em âmbito municipal e estadual não têm compromisso nenhum com a população de rua. Na verdade, o que se faz não atende essa população. Algumas ações são até interessantes, como tentar reintegrar a pessoa de volta à sua família, oferecer serviços de

documentação, mas os abrigos, por exemplo, não têm vaga para todo mundo que está na rua. Não adianta fazer uma política dire-cionada para a população de rua tendo como meta única tirar as pessoas da rua. O que precisa garantir é dignidade para a vida dessas pessoas”, afirma Ana. É na tentativa de garantir esta dignidade que atua o Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Si-tuação de Rua e Catadores de

745pessoAs em

siTUAção de rUA nA grAnde ViTóriA

vitória Setembro/201736

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Neiriele Marques da Silva,

técnica social do CNDDH

Recebemos muitas denúncias,

a maioria delas relacionadas

à violência institucional, ou

seja, praticadas pelos próprios

serviços voltados para atender

essa população

Materiais Recicláveis no Espíri-to Santo (CNDDH), trabalhando contra a violação de direitos hu-manos dessa população. “Recebemos muitas denún-cias, a maioria delas relaciona-das à violência institucional, ou seja, praticadas pelos próprios serviços voltados para atender essa população”, conta Neiriele Marques da Silva, técnica social do CNDDH. Entre os abusos mais fre-quentes, segundo Neiriele estão

a retirada de bebês de mulheres em situação de rua dentro das maternidades, sem que elas te-nham sequer o conhecimento para onde a criança está sendo encaminhada e a retirada de per-tences das pessoas em situação de rua por parte dos agentes públicos de segurança. Neiriele afirma que o CNDDH trabalha para que exista um diálogo franco entre o poder público e os movimentos sociais que representam esta população, mas avalia que ainda há um longo percurso a ser trilhado. “Reu-niões entre o Ministério Público e as prefeituras para dialogar sobre a situação têm acontecido a cada dois meses, mas apesar de uma boa adesão percebemos que muitos participam para dizer que estão tentando fazer algo, sem que façam efetivamente”.

A mesma avaliação é feita pela Coordenadora do Movimen-to Nacional do Povo de Rua, Ro-sangela Cândido Nascimento. “A gente vem nesse movimento tentando sensibilizar os gestores para que se implemente efetiva-mente as políticas públicas. Não queremos nos colocar como víti-mas, queremos ser olhados pelo poder público com dignidade, como investimento, não como gasto. Precisamos de oportuni-dade e de dignidade”, afirmou. É dessa dignidade que fala Júlio Pagotto ao afirmar que é necessário que as pessoas vejam os moradores de rua como seres humanos que são. “O que mais me dói é notar que é negado a eles até o direito de compartilhar a vida, porque a gente se faz gente na relação conosco e com o outro. Então

vitóriaSetembro/2017 37

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reportagem

precisamos que o outro nos re-torne alguma dignidade, alguma humanidade. Não tem a menor possibilidade dessas pessoas

darem qualquer passo na vida se eles não receberem de volta a dignidade”, refletiu. Enquanto homem engaja-

ViTóRiA

SERRA GuARAPARi

VilA VElhA

O quE DizEm AS PREfEiTuRAS

• A abordagem à população de rua é feita pelo SEAS (Serviço Espe-cializado em Abordagem Social). Telefone: 156

• O Centro POP acolhe, oferece kit higiene, banho e alimento. Capa-cidade para atender 100 pessoas/dia. Telefone: (27) 3132-7053

• Hospedagem para Adultos em Si-tuação de Rua. Capacidade para atender 50 pessoas. (Encaminha-mentos feitos pelo Centro POP.

CARiACiCA• Abrigo com capacidade para aten-

der 40 pessoas e fazer encaminha-mentos.

• Número insuficiente para atender as necessidades do município.

• A abordagem é feita pelo SEAS• Possui Centro POP onde é possível

se alimentar, guardar pertences, participar de oficinas e receber atendimento jurídico e psicossocial com capacidade para atender 80 pessoas.

• Dois abrigos com capacidade para atender uma população de 60 pes-soas.

• Não existem casas de abrigo• A abordagem e o acolhimento aos

moradores em situação de rua são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Trabalho, Assistência e Cidadania.

• A Casa Dia acolhe a Pessoa em Situação de Rua e disponibiliza café da manhã, material para hi-gienização e atendimento social.

• As pessoas em Situação de Rua são abordadas pelo SEAS e enca-minhadas ao Centro POP. O POP

oferece alimentação, vestuário, ajuda jurídica, encaminhamento de saúde e renovação de docu-mentos.

• Existem dois abrigos noturnos com capacidade para atender 36 pessoas/dia.

do na causa, Júlio deixa-nos a lição de que o preconceito com relação a estas pessoas deve ser trabalhado dentro de cada um e, enquanto coordenador da Pasto-ral do Povo de Rua, ele vê que o trabalho é de formiguinha, reali-zado de forma a animar aqueles que querem trabalhar auxiliando esta luta e os que já estão traba-lhando. “Temos muitos desafios, mas estamos animados. Queremos ca-minhar enquanto Igreja e ser uma presença de Deus junto a essa população como sinal de vida e de esperança para essas pessoas, devolvendo a elas sua dignidade e sua condição de ser humano e de filhos e filhas de Deus”. n

vitória Setembro/201738

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Natividade de Nossa Senhora

O Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica Marialis Cultus (nº 7), acentua que a Festa da Natividade de Nossa Senhora comemora um dos eventos salvíficos nos quais a Virgem Maria esteve intimamente associada ao Filho, e “constituiu para o mundo inteiro motivo de esperança e aurora da salvação” (Missal Romano, Oração depois da Comunhão). A Igreja expressa com convicção que a Natividade, isto é, o nascimento de Maria está intimamente ligado a Cristo, como promessa,

AFesta da Natividade de Nossa Senhora, originada em Jerusalém no final do século V, tem um contorno especial na Arquidi-

ocese de Vitória do Espírito Santo: é o dia de sua Padroeira, Nossa Senhora da Vitória. Com base na abordagem canônica da Sagrada Escritura, interpretando cada texto bíblico no interior do único desígnio de Deus, vemos Maria como a Mulher Vitoriosa em seu Filho Jesus Cristo: do Gênesis (3,15) ao Apocalipse (12), passando por João 2 (Bodas de Caná) e João 19, 26 (Paixão: “Mulher, eis o teu filho”).

ensinamentos

vitória Setembro/201740

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Vitor nunes Rosaprofessor de filosofia na faesa

preparação e fruto da Salvação. Nossa Senhora é a Aurora que vem antes do Sol da Justiça, anunciando antecipadamente a todo o mundo a alegria do nascimento do Salvador (BER-GAMINI, 1994, p. 469). Maria é a Nova Eva, Aurora do Novo Testamento, afirma o Papa Paulo VI, retomando as bases teológico-doutrinais da Patrística, especialmente São Justino e Santo Ireneu. Em Ma-ria, refulge a Nova Eva, a excel-sa Filha de Sião, o ponto mais alto do Antigo Testamento e a Aurora do Novo Testamento, na qual cumpriu-se o “tempo previsto” (Gl 4,4), predestinado por Deus Pai para enviar o seu Filho Único ao mundo (Signum Magnum, nº 10). Nesta linha de raciocínio, o Papa Paulo VI ensina – no caminho da tradição católi-ca, expressa na Constituição Dogmática Lumen Gentium do Concílio Ecumênico Vaticano II – que, na Virgem Maria, tudo é relativo a Cristo e dependente Dele: foi em vista Dele que Deus Pai, desde toda a eternidade, a escolheu Mãe toda santa e a

plenificou com dons do Espíri-to a ninguém mais concedidos (Marialis Cultus, nº 25). Contemplando a humilde Virgem de Nazaré no brilho de sua glória expressa nas suas prerrogativas e virtudes con-cedidas como graça por Deus em razão dos méritos do seu Filho, o Papa Paulo VI exor-ta-nos a colocar em prática o ensinamento da Constituição Dogmática Lumen Gentium (nº 67): todos nós devemos nos lembrar que a verdadeira devo-ção não consiste numa emoção passageira, superficial e sem frutos sinceros de conversão, mas nasce da fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos conduz a amar como filhos a nossa Mãe e a imitar suas virtudes (Signum Magnum nº 8). n

Com base na

abordagem

canônica da

Sagrada Escritura,

interpretando cada

texto bíblico no

interior do único

desígnio de Deus,

vemos Maria como

a Mulher Vitoriosa

em seu Filho Jesus

Cristo

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pergunte a quem sabe

Tem dúvidas? então pergunte para quem sabe. envie sua pergunta para [email protected]

ECONOMIA

EDUCAÇÃO

o que é mei e o que é preciso fazer para ser um mei? O Microempreendedor Individual (MEI) é a

pessoa que trabalha por conta própria e se legaliza

como empresário. Quando o empreendedor for-

maliza sua empresa pelo MEI, ele paga um valor

mensal de no máximo R$ 53,00 e passa a contar

com inúmeros benefícios como CNPJ, auxílio

maternidade e doença, e emissão de nota fiscal,

por exemplo.

o que são dificuldades de aprendizagem? Dificuldades de aprendizagens ou transtornos de aprendizagem referem-se

às situações difíceis, vivenciadas por pessoas com um desvio do quadro normal

que compromete O APRENDER efetivamente. As desordens podem afetar as

funções executivas do cérebro em receber informações e os sintomas são re-

ferentes a problemas de atenção, concentração, ansiedade agitação, interação

social, medos, isolamentos, e podem estar relacionados a questões pedagógicas,

conflitos pessoais e relacional familiar.

Alguns exemplos são a dislexia, disgrafia, discauculia, disortografia, TDAH

(Transtorno de Déficit de Atenção), hiperatividade, autismo, fobia social, sín-

drome de pânico e muitos outros.

O papel da escola é fundamental para perceber e encaminhar o aluno a um

Neuropsicopedago que fará uma avaliação e diagnóstico com as intervenções

devidas a cada caso. É importante lembrar que quanto mais cedo forem detec-

tadas as causas, e trabalhadas de uma forma sistêmica envolvendo a família

escola e profissional, melhor será a evolução da criança.

Renata Braga Analista do Sebrae ES

Penha PeterliNeuropsicopedagoga e terapeuta familiar

O empreendedor interessado em se forma-

lizar como Microempreendedor Individual pode

fazer o cadastro no site do Portal do Empreende-

dor ou procurar o Sebrae ES para receber auxílio

gratuito além de orientações importantes sobre

como se planejar e prosperar no mercado. Vale

lembrar que o MEI deve faturar no máximo até

R$ 60 mil por ano e pode ter um funcionário com

carteira assinada.”

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RELIGIÃO

por que rezar a missa de sétimo dia? Na realidade brasileira, reza-se a mis-

sa de sétimo dia por uma questão histórica

devido a extensão territorial. Os parentes

que não podiam chegar a tempo para velar o

morto vinham depois de alguns dias. Assim,

a missa de sétimo dia permitia que o parente

distante pudesse estar com a família e rezar

pelo defunto.

Na tradição bíblica, o livro do Gênesis

faz referência ao luto pelos mortos e também

alusão ao dia que o Senhor descansou após a

criação.

Quando se celebra a missa de sétimo dia

significa que fazemos parte do Corpo de Cristo.

O Catecismo da Igreja Católica, baseado na

Tradição e na Bíblia, ensina a comunhão com

os defuntos. “porque é um pensamento santo

e salutar rezar pelos mortos, para que sejam

livres de seus pecados” (2 Mac 12, 46). A nossa

oração por eles pode não só os ajudar, mas

também tornar mais eficaz a sua intercessão

em nosso favor.

cremar ou enterrar os mortos? Em outubro de 2016 a Congregação para a Dou-

trina da Fé publicou orientações sobre o assunto.

Dois aspectos são esclarecedores: o primeiro sobre

a cremação ou sepultamento e o segundo sobre as

cinzas.

1º “A Igreja recomenda vivamente que se con-

serve o piedoso costume de sepultar os corpos dos

defuntos; mas não proíbe a cremação, a não ser que

tenha sido preferida por razões contrárias à doutrina

cristã”. No mesmo documento diz ainda: “Seguindo a

antiga tradição cristã, a Igreja recomenda insistente-

mente que os corpos dos defuntos sejam sepultados

no cemitério ou num lugar sagrado. Ao lembrar a

morte, sepultura e ressurreição do Senhor, mistério

à luz do qual se manifesta o sentido cristão da morte,

a inumação é a forma mais idônea para exprimir a

fé e a esperança na ressurreição corporal”.

2º Conservação as cinzas

“Quaisquer que sejam as motivações legítimas que

levaram à escolha da cremação do cadáver, as cinzas

do defunto devem ser conservadas, por norma, num

lugar sagrado, isto é, no cemitério ou, se for o caso,

numa igreja ou num lugar especialmente dedicado a

esse fim determinado pela autoridade eclesiástica”.

Pe. Marcelo MargonPároco da Paróquia São Pedro, Vila Rubim

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giovanna Valfrécoordenação do cedoc

arquivo e memória

Dom Geraldo Lyrio Rocha,

na Catedral Metropolitana

de Vitória, em setembro de 1987,

quando era bispo auxiliar desta

igreja Particular, por ocasião

do início da peregrinação da

imagem de Nossa Senhora da

Penha às paróquias.

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Aigreja de Nossa Senhora de Belém localizada na comunidade de Jucu em

Viana foi construída, em 1780, nos limites da fazenda de cana de açúcar do Padre Torquato Martins de Araujo, numa região onde séculos antes os jesuítas haviam estabelecido a grande fazenda de Araçatiba. Exemplar da prosperidade de um período colonial brasileiro, a fazenda e, consecutivamente a igreja, possuíam uma gran-diosidade que demonstravam a importância da região e de seus agricultores para a época. Quando o bispo do Rio de Janeiro, Dom José Caetano da Silva Coutinho, visitou o Espíri-to Santo, em 1819, se hospedou na casa (anexa à Igreja) e de lá assinou o decreto que estabe-leceu os limites do Curato de Viana. Bispo Coutinho nos rela-ta sua impressão: “fazenda do boníssimo Joaquim José Fernan-des, senhor dos oito músicos que têm me acompanhado constante-mente... depois do jantar fomos à Capela, que tem lindas imagens”. Atualmente seu aspecto de ruína, causado por um incên-

igreja nossa senhora de Belém

patrimônio histórico cultural

Diovani FavoretoHistoriadora

dio no final do século XIX, atrai noivos e famílias à edificação, tornando-se um atrativo turístico do município de Viana. A igreja de Belém pode ser vista às margens da rodovia BR 101, nas imediações de Xurí, Jucu e Araçatiba. E, suas ruínas, avistadas de cima da ponte so-bre o Rio Jucu, têm livre acesso aos visitantes que desejam co-nhecê-la. n

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acontece

Unidos em oração pelo Brasil

Primeiro encontro da Pastoral Ecológica

Formação para Laicato

Preparação para o mês missionário

Homenagem a Nossa Senhora da Vitória

A Festa de Nossa Senhora da Vitória, pa-droeira da cidade e da Arquidiocese tem pro-gramação extensa para este ano de 2017. As comemorações come-çam no dia 1 de setem-bro com oração diária do terço envolvendo grupos e comunidades, missas e apresentações culturais às 12h, 17h30, 18h e 19h30. No dia da Festa, 8 de setembro acontece missa às 9h, presidida pelo Arcebispo, Dom Luiz Mancilha Vilela, oração do terço às 18h e às 18h30 missa e pro-cissão luminosa.

No dia 07 de setembro, dia da Pátria, às 8 horas, o Arcebispo Dom Luiz Mancilha Vilela, celebra uma missa na Catedral Metropolitana de Vitória pelo povo e pelos nossos

Para refletir e debater questões sobre o meio ambiente, acontece no dia 30 de setembro, o primeiro encontro da Pastoral Ecológica, no qual será apresentado o projeto da Pastoral. Durante o encontro também será ministrada uma formação sobre a Laudato Si e as diversas Campanhas da Fraternidade que tiveram temas voltados para o meio ambiente. O evento acontece às 14 horas, na antiga Casa de Maria no Centro de Vitória. Cada paróquia pode enviar de três a cinco representantes para participarem do encontro.

O impacto das novas tecnologias nos traba-lhos de evangelização será o tema do curso de formação para Laicato que acontece no dia 23 de setembro, no Centro de Formação Dom João Batista, na Ponta Formosa, em Vitória. Ao todo serão oferecidas 160 vagas e o curso contará

Em preparação para o mês missionário (mês de outubro) e para um aprofundamento sobre o tema proposto pelas Pontifícias Obras Missionárias em comunhão com a CNBB: “A alegria do Evan-gelho para uma Igreja em saída”, representantes das paróquias contarão com um Encontro de Formação Missionária, que será realizado no dia 30 de setembro no Centro de Formação Dom João Batista, em Ponta Formosa.

com a assessoria de Tânia Silveira do Departa-mento de Pastoral da Arquidiocese de Vitória. As inscrições podem ser realizadas através do endereço eletrônico [email protected] ou pelo telefone (27) 3025-6296 com Margareth.

A assessoria do encontro fica por conta do Pe. José Geraldo de Melo, coordenador do Conselho Missionário Regional Leste 2 e as inscrições podem ser realizadas através do endereço eletrônico [email protected] ou pelo telefone (27) 3025-6294. Cada paróquia poderá par-ticipar com dois integrantes e o investimento será de R$ 20,00 por pessoa. Café da manhã, almoço e lanche da tarde estão inclusos.

governantes, por todos os desem-pregados e a todas as famílias do país que são vítimas das injustiças sociais. Todos estão convidados e rezar juntos pelo Brasil.

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