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Revista da aRquidiocese de vitóRia - es vitória vitória IDENTIDADES Vila Rubim é históRia e tRadiçãO pÁg. 26 Ano XII Nº 147 Novembro de 2017

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Revista da aRquidiocese de vitóRia - esvitóriavitória

identidades Vila Rubim é históRia e tRadiçãO • pÁg. 26

Ano XII • Nº 147 • Novembro de 2017

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pastoralO mundo muda, você evolui e a gente acompanha.

INSCRICOES ABERTAS

marista.edu.br/inscricoes 4009-4200

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fale com a gente

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aSSinaTuRaFaça a assinatura anual da Revista e receba com toda tranquilidade. Ligue para (27) 3198-0850

mitraaves

www.aves.org.br

editorial

Veículo da Igreja Católica, a Revista Vitória, sempre estará atenta a qualquer coisa que possa afetar a vida das pessoas. Atentos à

vida em todos os sentidos para que a pessoa tenha dignidade, seja protagonista da própria história

Maria da Luz Fernandeseditora

A vida em primeiro lugar

Tenho tanto sentimentoQue é freqüente persuadir-meDe que sou sentimental,Mas reconheço, ao medir-me,Que tudo isso é pensamento,Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,Uma vida que é vividaE outra vida que é pensada,E a única vida que temosÉ essa que é divididaEntre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeiraE qual errada, ninguémNos saberá explicar;E vivemos de maneiraQue a vida que a gente temÉ a que tem que pensar. n

Fernando Pessoa

e corresponsável pela vida no seu entorno. Esta edição traz esse foco: equilibro no ritmo de vida, nas opções de lazer, trabalho, oração. Valorização e cuidado com os bens naturais e com as pessoas. Olhar a vida e viver a vida!

vitóriaNovembro/2017 3

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Arcebispo Metropolitano: Dom Luiz Mancilha Vilela • Bispo auxiliar: Dom Rubens Sevilha • Editora: Maria da Luz Fernandes / 3098-ES • Repórter: Andressa Mian / 0987-ES • Conselho Editorial: Albino Portella, Alessandro Gomes, Edebrande Cavalieri, Warllem Soares e Vander Silva • Colaboradores: Pe. Andherson Franklin, Arlindo Vilaschi, Dauri Batisti, Diovani Favoreto, Giovanna Valfré, Fr. José Moacyr Cadenassi e Vitor Nunes Rosa • Revisão: de texto: Yolanda Therezinha Bruzamolin • Publicidade e Propaganda: [email protected] - (27) 3198-0850Fale com a revista vitória: [email protected] • Projeto Gráfico e Editoração: Comunicação Impressa - (27) 3319-9062 Ilustrador: Richelmy Lorencini • Designer: Albino Portella • Impressão: Gráfica e Editora GSA - (27) 3232-1266

vitóriavitóriaRevista da aRquidiocese de vitóRia - es

Ano XII – Edição 147 – Novembro/2017Publicação da Arquidiocese de Vitória

05

10

19

20

22

26reportagem“A vida da terceira idade”

NotaSA criatividade que salva

ecoNomia políticaNovembro marrom

eSpiritualidadeO Sal da Terra

camiNhoS da bíbliaA Radicalidade do Amor Fraterno

ensinamentosA vida nos documentos da Igreja

40

2416 ideiaS

21 peNSar

35 aSpaS

42 perguNte a quem Sabe

45 patrimôNio hiStórico cultural

12 28

atualidade Na falta de água,

plante água

editorialA vida em

primeiro lugarsugestões

Quando a leitura vale o

passeio

03 18

especialWorkaholism:

vício ou compulsão pelo

trabalho?

diÁlOgOsNatal para todos

30

37

44

46

ideNtidadeSVila Rubim é história e tradição

viver bemMãos à obra!

eNtreviSta Lares para acolher, proteger e amar

arquivo e memóriaAs escavações no Pátio do Convento São Francisco

acoNteceAbertura do Ano do Laicato

33 mundO litúRgicOLiturgia e escatologia

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reportagemAndressa Mian

Aproveitar a companhia dos filhos, dos netos e dos amigos, investir o tempo com atividades prazerosas, fazer aquele curso de artesanato, corte e costura

ou informática, ou quem sabe aquela viagem tão sonhada. Estes são alguns dos sonhos que a maioria das pessoas cultivam e desejam colocar em prática ao se aposentarem, mas a realidade dos aposentados no Brasil é outra: grande parte sequer deixa o mercado de trabalho.

A vida daterceira idade

Nunca me senti abandonado

pela família, falo com meus

irmãos todos os dias e eles

sempre estão por aqui. Eu

gosto mesmo é de viver.

José Vieira Filho

vitóriaNovembro/2017 5

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reportagem

Uma pesquisa realizada no ano passado em todas as capitais do país pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Di-rigentes Logistas (CNDL) com pessoas acima dos 60 anos, reve-lou que 33,9 % dos aposentados continua trabalhando.

Para 46,9% desses aposen-tados, a necessidade de comple-mentar a renda é o fator principal para continuarem no mercado de trabalho, já que o benefício é insuficiente para pagar as contas. Muitos não só pagam as suas con-tas, como também as da família: 60% deles são os principais res-ponsáveis pelo sustento da casa.

Mas há também uma parce-la, 18,7%, que afirma continuar desenvolvendo alguma atividade profissional para se sentir pro-dutiva na sociedade.

A realidade para cada um dos casos é bem diferente. Os que trabalham por necessidade, geralmente aumentam a parcela da população que está na infor-malidade, ou que estar aposenta-da aceita empregos com salários mais baixos.

Para quem continua por uma questão de escolha, o tra-balho quase sempre é a conti-nuidade da carreira que já tinha, ou algo que pôde se dedicar e realizar antes mesmo de chegar o período da aposentadoria.

Para a professora aposen-

tada Mary Coutinho de Matos, 64 anos, continuar trabalhando foi uma questão de necessida-de. Aposentada há três anos, ela vende semi joias, cosméticos e roupas para complementar as despesas do lar.

“Sempre tive em mente que ao completar meu tempo de tra-balho, iria me dedicar à família, mas não foi isso que aconteceu. Trabalho porque o salário de aposentado é pequeno”, relatou.

Em sua opinião, os mais ve-lhos devem dar espaço aos mais jovens e ela defende ainda que a todos deveria ser dado o direito de viver com uma aposentadoria digna, que proporcionasse uma vida confortável.

“Com a idade, perdemos parte da energia que tínhamos quando jovens, o corpo vai de-bilitando, é preciso um descan-so. Eu não me arrependo de ter trabalhando como trabalhei, mas acredito que todos precisam de uma fase de mais tranquilidade na vida. Infelizmente eu ainda não cheguei lá”, afirmou.

O trabalho também não deixou de fazer parte do dia a dia do aposentado Adailson da Silva Santos, 65 anos. Após a aposentadoria em 2014, ele se viu obrigado a continuar, pois es-tava viúvo e o filho adotivo ainda dependia financeiramente dele.

“Continuo trabalhando ain-da, pois não posso ficar parado

e contar somente com a apo-sentadoria. Atualmente estou trabalhando com o fornecimento de lanches, mas com essa crise, até o setor de alimentos não tem dado o retorno esperado. Tudo está muito difícil, mas a gente não pode desanimar, pois dependo dessa renda extra para viver”, desabafou.

O vice-presidente do Con-selho Regional de Economia do Espírito Santo, (CORECON-ES), Eduardo Araújo, explica que na fase da aposentadoria, muitas pessoas passam por um proces-so de empobrecimento, tendo gastos a mais com a saúde por conta da idade. É nesta fase tam-bém que muitos aposentados assumem o sustento da família, muitas vezes auxiliando filhos ou parentes que não conseguem emprego.

“Outro fator que pesa muito nesta fase é que grande parte das pessoas não consegue se programar com algum tipo de poupança ou aplicação que per-mita gerar uma renda extra e que complemente seu orçamento. É uma questão comportamental que precisa ser mudada. De fato as pressões que temos no dia a dia nos colocam em uma situação complicada quando o assunto é poupar para o futuro, mas é pre-ciso criar essa mentalidade por uma questão de sobrevivência”, afirmou.

vitória Novembro/20176

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Além de preparo financeiro, é necessário também um prepa-ro psicológico para quem vai se aposentar, segundo o que afirma a geriatra e presidente da so-ciedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Sessão Espírito Santo, Waleska Binda Wruck.

“Quando esta fase chega, a falta de rotina leva a uma tristeza muito grande, um isolamento social e o idoso começa a per-der sua identidade. É importante criar uma rotina, pensar em uma atividade física regular, participar de grupos de terceira idade ou até mesmo se envolver com al-gum tipo de trabalho voluntário. Essas atitudes ajudarão o idoso a não desenvolver uma doença no futuro, principalmente a de-pressão”, afirma Waleska.

Aposentada pelo estado há dois anos, Angela Moulin afirma ter se preparado e conta que par-ticipou de um treinamento dado pelo próprio órgão público no qual trabalhava.

“Eu sinto falta da rotina do trabalho, mas para mim não foi difícil, eu já estava com a ideia bem trabalhada na cabeça e não sofri por me aposentar. Agora tenho tempo de passear com mi-nhas filhas, fazer minha atividade física, me cuidar mais. Meu dia é todo preenchido. Vou a casa da minha mãe todos os dias, a levo a médicos, enfim, estou sempre fazendo algo. Trabalhar é muito bom, mas agora é hora de apro-veitar um pouco”, contou.

A geriatra Waleska ressalta que quem opta por continuar

no mercado deve avaliar se a atividade que está realizando é prazerosa, mesmo que o trabalho seja uma necessidade financeira.

“Sentir-se útil e produtivo para a sociedade é muito posi-tivo. A socialização e a atividade mental são muito importantes em qualquer fase da vida, es-pecialmente para idosos, mas é preciso ter prazer no trabalho”, avalia.

A vontade de sentir-se pro-dutivo aliado ao desejo de reali-zar o sonho de um curso superior, levou o aposentado Josvaldo Ma-ria dos Anjos, hoje com 71 anos, a ingressar na Faculdade de Histó-ria antes mesmo de se aposentar. Conselheiro no Conselho Esta-dual da Pessoa Idosa e membro da Pastoral da Pessoa Idosa, na Paróquia São José Operário, em Carapina, Josvaldo trabalhou até o ano passado como professor

Sempre tive em mente que ao completar

meu tempo de trabalho, iria me dedicar à

família, mas não foi isso que aconteceu.

Trabalho para complementar a renda, pois o

salário de aposentado é pequeno.

Mary Coutinho de Matos

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reportagem

de História nas redes municipal e estadual, e só parou porque o contrato não foi renovado.

“Estou aguardando a cha-mada dos processos seletivos nos quais participei pelas prefeituras de Vitória e de Cariacica. Assim que me chamarem voltarei para a sala de aula. Enquanto isso, te-nho trabalhado como motorista do Uber, e tem sido uma experiência muito boa. Nunca quis ficar para-do, gosto de trabalhar, amo ensinar e na Pastoral do Idoso, levo meu conhecimento de 40 anos como técnico de segurança do trabalho para orientar as pessoas mais de-bilitadas, muitas com menos idade do que eu”, contou.

viços de casa de repouso e de creche para idosos, conta que o ambiente é sempre muito alegre com atividades que vão desde oficinas de artesanato a aulas de dança e culinária.

“Muitos aposentados vêm por conta própria e participam de nossas atividades. Outros são trazidos pelos filhos, que por trabalharem o dia todo, querem oferecer aos pais qualidade de vida, algo que não teriam se esti-vessem em casa sozinhos”, conta.

Foi pensando nisso que os irmãos do senhor José Vieira Fi-lho queriam oferecer a ele quan-do perguntaram se ele aceitaria morar uma casa repouso. Cadei-rante por conta de uma cirurgia mal sucedida na perna, Zé, como gosta de ser chamado, que também é portador de paralisia infantil contou que avaliou a proposta e decidiu aceitar, pois sabia que se morasse sozinho não poderia ter a vida confortável que tem na casa.

“Morava com minha mãe, mas quando ela adoeceu, meus irmãos nos fizeram essa propos-ta. Fomos nós dois e ela faleceu algum tempo depois. Apesar de algumas dificuldades com a saú-de, não me canso de dizer que a vida é muito boa. Mesmo com es-ses problemas eu nunca reclamei. Nunca me senti abandonado pela família, falo com minhas irmãs todos os dias. Eu gosto mesmo é de viver”, concluiu.

A antiga cultura social de descartar o idoso por entender que ele não seria mais útil nem produtivo já foi deixada no pas-sado, afirma a geriatra Waleska. “Hoje a realidade do idoso é ou-tra, pois os avanços na medicina proporcionaram uma melhora grande na qualidade de vida de-les e isso possibilitou também que eles tenham mais saúde, mais disposição e continuem produ-tivos por mais tempo”, afirmou.

Mesmo os idosos que pre-cisam de cuidados especiais têm tido uma assistência muito me-lhor do que tinham no passado. A prova disto é o crescimento de casas de repouso para idosos, que contam com profissionais especializados e que ao contrário do que muitos pensam, estão longe de ser lugares tristes, onde os idosos e aposentados são dei-xados pelos familiares.

A assistente social Ana Pau-la Pontes, sócia na Casa Sênior, em Vila Velha, que oferece ser-

Hoje a realidade do idoso é outra, pois os avanços na medicina proporcionaram uma melhora grande na qualidade de vida deles

e isso possibilitou também que tenham mais saúde, mais disposição e continuem

produtivos por mais tempo.Josvaldo Maria dos Anjos

vitória Novembro/20178

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Dessalinização pode ser a solução para carência de água

A cidade de Londres, na Inglaterra, sofreu com a crises de água durante os anos 2000. A solução encontrada pelo governo foi a construção de uma usina de dessalinização, responsável por tor-nar potável a água do mar. A usina foi escolhida por ser a opção mais econômica devido à proximidade de Londres com o mar, sendo mais viável dessalinizar a água do que transportá-la do Norte do país, por exemplo. Para reduzir os gastos com energia a usina utiliza biodiesel feito de óleo de cozinha, coletado nos restaurantes da cidade.

Jack Johnson trocacopos de plástico por sustentáveis em shows Para evitar o uso de copos de plástico descartáveis, que poluem o meio ambiente, o cantor Jack Johnson está distribuindo aos fãs um copo de aço inoxidável durante as apresentações. Os fãs dos shows em Santa Barbara Bowl podiam encher os copos gratuitamente em qualquer estação de água. Durante anos, o cantor, vem forçando os responsáveis pelos shows business a adotar ações de sustentabilidade, se quiserem ter o músico em seus palcos.

notas

A criatividade que salva

Engenhoca barata, feita com embalagem de xampu, salva bebês com pneumonia. Pelo menos 920 mil crianças morrem anualmente de uma doença que faz com que seus pulmões parem de absorver oxigênio. O médico Mohammod Jobayer Chisti, de Bangladesh, criou um ventilador mecânico de R$ 4, infinitamente mais barato que o convencional (R$ 47 mil). O melhor é que testes feitos em Bagladesh mostram que ele é capaz de reduzir mortes em até 75%. O aparelho de Jobayer Christi já ajudou mais de 600 crianças e o médico espera que o equipamento salve outras milhares de vidas.

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Aposentado constrói “castelo” em Vitória

País cria vila para inclusão de pessoas que moram na rua Uma vila para pessoas em situação de rua, uma vila simples, limpa, agradável e com o básico que um ser hu-mano precisa para viver. Tudo para despertar nessas pessoas o senso de pertencimento à

Um castelo dos sonhos em um bairro humilde de Vitória. Essa é a realidade no alto do morro do bairro Vila Rubim. Em 2004, Luiz Antônio Santos começou a construir sua rere-sidência, em estilo medieval e a chamou de “Castelo de Loas”. A estrutura contrasta com as casas simples, da região. Além da paixão pela cultura da Ida-de Média, a vontade de fazer a cidade enxergar o bairro de um jeito diferente, fez o aposentado começar a construção. A ideia é que a obra quando terminada, seja transformada em um ponto turístico e cultural de Vitória.

Para reduzir o engarrafamento, a poluição e a lotação dos estaciona-mentos na região central, a cidade de Columbus, em Ohio, EUA, vai oferecer ônibus de graça para 43 mil pessoas que trabalham no centro. Os passes gratuitos serão dados a partir do próxi-mo verão, durante 18 meses. Eles serão financiados por um imposto sobre os proprietários de escritórios do centro da cidade. A agência de trânsito regional espera que de 4.000 a 5.000 trabalha-dores se inscrevam no programa. Esses trabalhadores ainda vão economizar a média de 120 dólares que gastam por mês com estacionamento.

Cidade reduz trânsito com ônibus de graça para trabalhadores

comunidade, sem que abram mão de sua individualidade e/ou liberdade. A Holanda está mostrando ao mundo como essas pessoas devem ser trata-das. É uma forma de incluir aos poucos e socializar. O inquilino

que recebe uma casa na vila não tem prazo para sair, pode ficar até se sentir pronto para mudar para uma residência “mais convencional”. Em con-trapartida ele precisa ajudar a comunidade com os gastos.

vitóriaNovembro/2017 11

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atualidade

água água

Na falta de

plante

A falta de água no espírito Santo é uma ameaça constante que vem provocando diálogos, reuniões, criação de grupos, promessas do

governo e pouco, muito pouco mesmo de iniciativas concretas para encontrar soluções.

Maria da Luz Fernandes

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A falta de água é uma ques-tão que afeta o Brasil e outros países, mas a situação na Gran-de Vitória assusta sobretudo por não existirem reservatórios e por falta de ações que se pro-ponham resolver o problema. Assistimos a alguns movi-mentos da sociedade que bus-cam pautar o assunto com preo-cupação e seriedade: FAMA, Fórum Alternativo Mundial da Água que levantou a bandeira da privatização e já realizou um Seminário Regional do Sudeste em Vitória e MAB, Movimento dos Atingidos por Barragens que como o nome já explica, encabeça a luta em favor das pessoas atingidas por acidentes em barragens e fará o primei-ro Encontro Estadual de 20 a 22 de novembro. Neste mês de novembro também completa dois anos do rompimento da barragem de Fundão em Bento Rodrigues e os problemas da-queles que “se alimentavam” do Rio Doce ainda não foram sanados. O Governo do Estado também já lançou a campanha para que a população poupe água Além disso, algumas notí-cias vão surgindo à surdina e para as quais é necessário ficar atento: aqüífero, lençol freático, barragens, outorgas! A Revista Vitória inicia,

nesta edição de novembro, uma sequência de matérias, artigos e entrevistas sobre esse assunto. Nesta primeira vamos falar de duas ações que prometem fazer diferença e que estão longe da mídia, sem a devida atenção do governo, apenas sobrevivendo na base da boa vontade e até mesmo de recursos de poucos que acreditam ser possível aju-dar a natureza a cumprir bem o seu papel. Uma visita a Santa Maria de Jetibá no mês de outubro trouxe-nos uma visão geral de como está a situação do Rio Santa Maria da Vitória, um dos rios que abastece a Grande Vi-tória, mas principalmente de como as pessoas naquela re-gião percebem o problema da falta de água. Conversamos com o Incaper, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Téc-nica e Extensão Rural, com o Sindicato, com a Prefeitura e

com alguns agricultores. Essas conversas serão publicadas no site da Arquidiocese, nas redes sociais, nas Emissoras de Rádio América e Líder, nas mídias das paróquias pelos grupos da pas-toral da comunicação (PASCOM) e aqui na Revista Vitória. A água está escassa e os agricultores sofrem para cuidar da lavoura. Mas o que mais cha-mou nossa atenção foi que ape-sar da preocupação com a falta de água, as penalizações que estão sendo feitas aos agricul-tores como irrigação noturna, o conhecimento de brigas entre eles motivadas pelo plantio de eucaliptos, insatisfação com a perspectiva de ter que pagar pela água, a preocupação acen-tuada de que a informação não chega ao agricultor como deve-ria e a linguagem não é de im-pacto e compreensível, apesar de tudo isso, o trabalho realiza-do há dois anos por jovens da

neste mês de novembrotambém cOmpleta dOis anOs dO

ROmpimentO da baRRagem de FundãO em bentO ROdRigues e Os

pROblemas daqueles que“se alimentaVam” dO RiO dOce ainda

nãO FORam sanadOs.

vitóriaNovembro/2017 13

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comunidade era praticamente desconhecido ou pouco valori-zado pela liderança local. Constatamos que o nível do rio e da barragem estão baixos, ouvimos a preocupação de pes-soas que moram próximo ao rio e já sofreram com enchentes. Tomamos conhecimento dos er-ros históricos que desmataram a região e da falta de educação para poupar, mas o pouco que está sendo feito nos sensibili-zou. O grupo de jovens da comu-nidade Santa Rita, em 2015, ao perceber que as agressões ao meio ambiente cresciam, re-solveu agir. O desafio era tão grande que eles não sabiam por onde começar. Então confeccio-naram uma cruz e a soltaram dentro de um balão. A cruz caiu em Laranja da Terra e o grupo preparou-se para agir a partir dali. Produziram mudas de plantas nativas da região e específicas de Laranja da Terra e foram para lá dando início ao replantio. Quatrocentas mudas foram distribuídas nesse dia. A partir daí organizaram outra ação: a de limpeza da rodovia que liga as cidades de Santa Maria de Jetibá e Santa Leo-poldina. Para esse mutirão a comunidade foi convidada e reuniu 42 pessoas que recolhe-ram duas toneladas de lixo. A

ação foi percebida pela Câma-ra de Vereadores e quando os jovens se apresentaram para cobrar uma ação da Prefeitu-ra a proposta veio seguindo o modelo que já tinha dado certo: os lugares onde a coleta sele-tiva não chegasse, receberiam mutirões da Prefeitura para manter e conservar a cidade limpa. Diante desse retorno, os jovens voltaram-se para a ideia inicial de preservação e começaram a se organizar para chegar nas áreas degradadas e recuperar nascentes. O próprio grupo criou uma associação e com o dinheiro dos sócios man-tém o viveiro para recuperação das nascentes.

atualidade

O biOdigestOR é um equipamentO

simples que instalado nas

Residências,indústria ou

cOméRciOcOm a capacidade

de tratara Água utilizada

em diversasatividades e

devolvê-la ao rio num

pROcessO de ReutilizaçãO.

vitória Novembro/201714

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Onde eles sabem que existi-ram nascentes e secaram, lá vão em mutirão para fazer a con-tenção e cercar a área. Depois plantam as mudas e entregam à natureza para que ela se recicle e retome seu ciclo. É pouco para resolver? Cer-tamente. Mas é uma esperança que ganha força. Do outro lado, outro forne-cedor de água da Grande Vitória também luta para sobreviver. O rio Jucu além de pouca água, a mesma está fortemente poluída, em todo o seu curso, mas par-ticularmente a partir da chega-da a Viana. Porém, também ali existe uma iniciativa que, junto com o rio, luta para sobreviver.

A iniciativa é de utilização de biodigestor que já teve algu-mas adesões e apresentou bons resultados. O biodigestor é um equipamento simples que insta-lado nas residências, indústria ou comércio tem capacidade de tratar a água utilizada em diversas atividades e devolvê-la ao rio num processo de reuti-lização. O equipamento separa os gases, o esgoto, as águas cin-zas e a gordura e funciona de forma semelhante ao aparelho digestivo humano. No final toda a água é tratada e volta ao rio. Em algumas residências em Domingos Martins, pequenas experiências foram realizadas e aprovadas. Em algumas loca-

lidades, é possível constatar o resultado. Quem aderiu está fe-liz com a inovação. Os primeiros biodigestores foram adquiridos com a ajuda do Ministério Pú-blico Contudo, a dificuldade é a mesma que encontra o grupo de jovens de Santa Maria: não tem apoio do governo. Neste caso o custo não é acessível a grande parte da população e o idealizador vai de porta em porta buscando apoios e ajudas para conseguir baixar os custos de equipamento e instalação. Será que recuperar nascen-tes e tratar água para devolvê-la à natureza não são projetos que mereçam atenção do governo? Que tal incluir como “kit gratuito” às famílias inscritas em progra-mas sociais ou de baixa renda? Será a água menos importante que o canal digital de TV? n

vitóriaNovembro/2017 15

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ideias

Tanto vivemos permanentemente ocupados que até nem distinguimos bem quando nossos corpos pedem ação ou distração, quando nossa alma pede música ou silêncio,

quando o Espírito nos impulsiona para o trabalho ou para a meditação. Na verdade, o tempo todo estamos dominados pelas atividades, mesmo quando pensamos que não. O tempo todo estamos “ligados”, e tomamos isso como vantagem, in-felizmente, ou como necessidade. A ideologia gerentista que se infiltrou em todos os lugares e atividades tem modulado a tudo e a todos indistintamente, sem permitir questionamentos, transformando nossas afazeres, nossos corpos, nossos dons, nossos sonhos em capital. Nada escapa dessa máquina que não tem botão de “desliga” e vai desapiedadamente transformando tudo em dinheiro, ou no mínimo, colocando tudo pra girar ao seu redor. Ninguém escapa, nem o poeta, nem o equilibrista, nem o padre, nem o índio. Nada

Navios não afundam por causa da água ao redor deles

vitória Novembro/201716

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Dauri BatistiPadre, psicólogo e mestre em Psicologia institucional

do que se guiar por um ideal impossível, que nega o limite e a fragilidade que também nos constituem como humanos. De vez em quando seria bom subs-tituir o verbo poder pelo verbo parar. Tudo bem que podemos fazer muitas coisas e que não devemos abrir mão do que po-demos, mas aquilo (ideal, dever, sonho) que nos acorda para a ação seja tão fundamentado na

Esperar que amadureça o fruto que se plantou antes de querer arar de novo a terra. Disse sobre isso Clarice Lispector: esperar que algo amadureça é uma expe-riência sem par. Como na criação artística em que se conta com o vagaroso trabalho do incons-ciente. A vida decerto está na os-cilação, nas alternâncias, na sucessão dos tempos e esta-ções. Não precisamos realizar todos os projetos, nem correr o tempo todo, pois nem toda ação é frutuosa e nem toda inatividade é estéril. Nem toda empreendimento é bom, nem todo insucesso é frustrante. Nem todo sonho é lindo, nem toda realidade é produtora de angús-tia. Nem todo desejo é para ser realizado, e nem toda renúncia é improdutiva. Nem todo entu-siasmo é exequível, nem toda passividade é desinteresse. Nem toda atividade é eficaz e nem todo silêncio é impotente. Ao se colocar muito ansio-sa e obsessivamente o olhar na imensidão das águas a serem atravessadas talvez não nos de-mos conta das fragilidades do casco da nau que nos leva. Os navios não afundam por causa da água ao redor deles, mas por causa da água dentro deles. n

escapa. Nem aquela atividade que não se propõe o lucro, nem aquela entidade que se identifica com a gratuidade e filantropia. Mesmo que não se perceba essa ideologia gerentista, geradora de tensão pelo desempenho, de ansiedade por números, toma cada vez mais ares de doença, de neurose, na medida em que ao invés do que “teoricamente” se propõe produz nos corpos e almas das pessoas cada vez mais sofrimentos e desencantos. As realidades a nos desa-fiar ininterruptamente (até ao dormir somos assombrados por elas), com todos os desafios que nos fazem crer que somos obrigados a enfrentá-los (será?) poderia ser comparada a uma longa e torrencial chuva que nos apanha sem proteção. E a partir dessa imagem bem valeria dar atenção ao conselho do velho sábio japonês que caminhava na chuva com seu discípulo: não ande tão rápido, a chuva está em todo lugar. Não ande tão rápido, não queira correr quando se pode andar. Quem ouve tal apelo? Se-guimos como se pudéssemos tudo, como se pudéssemos tudo e sem parar. Mas, não. Não po-demos tudo. Não podemos res-ponder a todas as demandas que nos são dirigidas, muito menos a toda hora. Melhor seria escolher o que fazer e em que hora fazer,

Esperar que algo

amadureça é uma

experiência sem par.

Como na criação

artística em que

se conta com o

vagaroso trabalho

do inconsciente.

(Lispector)

sabedoria e na humildade que nos convide também para a des-contração, a poesia, a espera, o sossego. E o tempo de “não fazer” pode ser aquele bonito tempo em que se é convidado a cultivar mais piedosamente a esperança.

vitóriaNovembro/2017 17

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Persona era o nome da máscara que os atores do teatro grego usavam

durante suas apresentações. Sua função era tanto dar ao ator a aparência que o papel exigia, quanto amplificar sua voz. De persona veio a palavra persona-lidade, o conjunto de qualidades que definem uma pessoa. Na busca de uma forma em lidar com suas próprias demandas, cada pessoa assume uma “más-cara” que a acompanha em todo momento. Existem vários perfis de personalidade, uma delas, co-nhecida como personalidade tipo A, engloba um padrão com-portamental que inclui ambição, competitividade, agressividade, impaciência, tensão muscular, constante estado de alerta, modo rápido e empático de fa-lar, cinismo, hostilidade, raiva e necessidade de controlar o ambiente. Esse perfil é encon-trado com mais frequência em pessoas exageradamente dedi-cadas ao trabalho (workaholic), que negam a própria vulnera-bilidade física e emocional. Esse é o pano de fundo para o workaholic, termo que vem

especial

do inglês work, que significa trabalho, e alcoholic, ligado à dependência. Esse comporta-mento não é considerado a rigor uma doença psiquiátrica, mas pode estar associado a condi-ções de sofrimento mental e desajustes funcionais. Quem primeiro abordou o fenômeno workaholic como um tema de estudo foi o psicólogo america-no Wayne Oates, em 1968, num artigo intitulado “On being a ‘workaholic’”, no qual relatava sua própria experiência e, ao se comparar a um alcoólatra, o autor afirmava ser também um viciado, mas em trabalho. De fato, o comportamento de um indivíduo em relação ao trabalho pode possuir os mes-mos aspectos observados nos quadros de dependência quí-mica em relação à droga: avidez (ânsia pela droga ou pelo traba-lho), pensamentos recorrentes (quanto aos mesmos), negação da dependência (o indivíduo não percebe que está adoeci-do), sintomas de abstinência e a ocorrência de prejuízos psicos-sociais significativos. Por isso, os primeiros sinais envolvem problemas familiares e compro-

Workaholism: vício ou compulsão pelo trabalho?

metimento dos relacionamentos sociais. O autocuidado também fica prejudicado, sendo assim pode ocorrer um adoecimento mental e físico. Outra forma de entender o workaholismo é a compulsão pelo trabalho. Contudo a execu-ção não se dá de imediato, mas somente após alguma delibera-ção consciente, havendo, com frequência, luta ou resistência contra a sua execução. Os atos compulsivos nem sempre le-vam a uma sensação de prazer; muitas vezes produzem apenas certo alívio, em geral temporá-rio, para uma vivência ansiosa, produzindo posteriormente sentimentos de tristeza e culpa. A questão é complexa, mas se há sofrimento psíquico e fí-sico (secundário ao descuido com a própria saúde), sinais evidentes de prejuízo social (pois o indivíduo deixa de vi-ver para si e para sua família por exemplo), deve-se buscar ajuda, pois o corpo fala, basta saber escutar! n

Dr. Valber Dias Pintomédico Psiquiatra e Professor Universitário

vitória Novembro/201718

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economia política

O s a lertas têm cor. Amarela em setem-bro de prevenção

ao suicido; rosa em outubro dedicada à atenção das mu-lheres para com o câncer de mama; azul em novembro sig-nifica cuidado dos homens com os perigos do câncer de próstata. Ao azul de novem-bro há que se acrescentar o marrom para que todos se recordem do ‘tumor que veio a furo’ em Mariana há dois anos. Tumor sob forma de cri-me ambiental provocado pela Vale/BHP/Samarco que se tornou uma tragédia pessoal, social, ambiental e econômi-co ao longo do Vale do Rio Doce e da costa capixaba. Vi-das ceifadas; degradação de águas e solos; biodiversidade comprometida; produção fa-miliar no campo e em águas interrompida, sabe-se lá por quanto tempo; desalento so-cial para inúmeras comuni-dades; inviabilidade econô-mica para micro, pequenos e médios empreendimentos.

Perdas, degradações e desalentos provocados por conluio de empresas - que buscaram soluções fáceis e baratas para questões com-

plexas - e de poderes públicos – que se omitiram na defe-sa do bem comum. Conluio gerador de atrocidades que precisam ser lembrados para que sejam evitados agora e no futuro.

Lembrança que deve ter a contundência de registros feitos com perdas provocadas por omissões que levaram a tragédias. Registros em todo o território atingido, com atos e obras que despertem a indignação continuada com o ocorrido.

Atos que podem ir de reuniões comunitárias sim-ples em igrejas , praças , a e v e n t o s c u l t u r a i s m a i s longos para o registro da lembrança do ocorrido em novembro de 2015. Obras q u e m a rq u e m e m p ra ç a s , r u a s , e s p a ç o s c u l t u ra i s a magnitude do ocorrido e o que dele resultou para pes-soas, grupos sociais e comu-nidades em todo o território atingido pelo resultado da irresponsabilidade de em-presas e de instâncias do poder público.

Obras sob a forma de mo-numentos, espaços dedicados à cultura e à convivência so-cial. Obras sob a forma de

registros escritos, musicais, teatrais, das artes plásticas e áudios visuais que reflitam a dimensão de irresponsabili-dades que resultaram em cri-me ambiental e em tragédia social e econômica.

Obras que sejam fruto de participação de pessoas e de grupos sociais e que tenham como perspectivas maiores necessários alertas c o n t ra a i m p u n i d a d e d o s responsáveis pelo aconte-cido. Acontecido que deve ser registrado e denunciado de forma contundente para que sua repetição no futuro seja de possibilidade menor.

Reiterar denúncias do ocorrido com contundência é necessário mas está longe de ser suficiente. Necessário se faz mobilizar forças e cores para que o futuro seja mais ameno e colorido. Que o fu-turo do marrom da tragédia de hoje abra espaço para o verde de esperança por um vale do Rio Doce e por uma costa capixaba mais patrimô-nio social e menos à mercê de atos irresponsáveis. n

Novembro marrom

arlindo VillaschiProfessor de [email protected]

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O Sal da Terra

A vida sem fé é semelhan-te a uma comida sem sal. É possível viver

comendo somente comida in-sossa. É possível viver sem fé tendo uma vida insossa. Aliás, a sociedade atual ao negar Deus, torna o nosso mundo cada vez mais sem gosto. A econo-mia sem o sal da solidarie-dade torna-se intragável. A política sem o sal de Deus, apo-drece. A família sem o sal do amor cristão vira uma prisão. O trabalho sem o sal da fraternidade é escravidão. A educação sem o sal divino é manipulação. A liberdade sem o sal do Evangelho torna-se lou-cura. A religião sem o sal da fé

torna-se um teatro mambembe. A velhice e a morte sem o sal da fé torna-se desespero. Nada substitui o sal. Nossa cultura atual procura freneticamente algo que possa dar algum sabor à existência sem Deus. A procura desenfreada do prazer, entreteni-mento, consumismo, carreirismo, o desejo neurótico de ser impor-tante, de ser amado, de ser rico. Tudo isso não consegue “salgar” a existência, pelo contrário, tor-na-a mais frustrante. Nesse mundo insosso, sem o sal de Deus, o ser humano cai na depressão, na tristeza profunda, no tédio. Ou no disfarce e fuga de

tudo isso através de uma vida tremendamente agitada e confu-sa. Talvez aqui esteja a causa do aumento do número de suicídios de fato, e também do suicídio disfarçado em overdose de dro-gas, alcoolismo, gula, descuido

proposital da saúde já precária, excesso de velocidade e outras inúmeras situações de risco. O Papa Francisco tem re-petido constantemente que o cristão é naturalmente alegre. Com o sal da fé, a comida, mes-mo simples e pobre, torna-se saborosa. A vida com fé, em Deus, mesmo sendo simples e pobre, isto é, mesmo no meio das dificuldades e lutas da vida, é saborosa. Mas não é um sabor humano, é um sabor divino. Pa-rece uma contradição o amargo ser saboreado como doce ou saborear alegria na alma em meio às aflições e combates. A

vida cristã é como doce de jiló!

O sal da fé não pode ser fabri-cado, pois é um dom que Deus nos oferece, mas

pode e deve ser encontrado. Bas-

ta extraí-lo do mar de Deus através da oração litúrgica e pessoal, da leitura orante da Palavra de Deus, da prática das boas obras de misericórdia...n

espiritualidade

Dom Rubens Sevilha, ocdBispo auxiliar da arquidiocese de Vitória

Parece uma contradiçãoo amargo ser saboreado

como doce ou saborear alegria na alma em meio às aflições e

combates. A vida cristã é como doce de jiló!

vitória Novembro/201720

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pensar

Foto

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Aexperiência do Povo de Deus, relatada no Primeiro Testamento, da libertação do Egito, pela mão forte e poderosa do

Senhor, é fundamental para a compreensão de toda a fé de Israel. De fato, Deus manifesta seu amor e predileção por esse povo, libertando-o e conduzindo-o, não somente do Egito, pelo deserto até à terra prometida, mas, em todos os caminhos de sua história. Um amor maior e sem limites, mesmo diante das grandes contradições e da perda de memória do povo. Nesta experiência de amor, na qual os filhos de Deus são acolhi-dos, formados, educados e conduzidos, nasce o compromisso de uma resposta positiva ao amor recebido. Existe uma dupla resposta a ser dada, diante de tão grande amor, a primeira é o amor a Deus e a segunda ao próximo. Nasce aqui o gran-de desafio para os filhos e filhas de Israel e, do mesmo modo, para todos os discípulos de Cristo:

a radicalidade do amor fraterno, manifestação clara do amor a Deus. O Amor a Deus e aos irmãos exige uma sin-cera adesão e comporta uma decisão radical e constante, um caminho trilhado por aqueles que são chamados ao discipulado missionário. O livro do Êxodo, em seu capítulo vinte e dois, traz a passagem conhecida como Código da Aliança, que indica a vivência do povo já instalado na terra que é chamado a reconhecer a dignidade de cada pessoa humana diante de Deus. O homem é visto naquilo que é diante de Deus e a sua dignidade deve ser preservada e mantida, a fim de que se reconheça a liberdade e a igualdade, como dons divinos, que fazem todos serem irmãos. Nesse caso, a recordação da saída do Egito, não é somente uma lembrança de um evento do pas-sado, mas, um modelo para a vida do povo que sendo pobre e fraco, foi atingido por um amor

A Radicalidadedo Amor Fraterno

caminhos da bíblia

vitória Novembro/201722

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alheio às suas necessidades, mas, ouve os seus gritos e colo-ca-Se ao lado de cada um. Nesse caso, Deus mesmo requer de seus filhos e filhas uma postura de compromisso com aqueles que sofrem, ele pede dos seus um olhar atento e um coração capaz de se compadecer do so-frimento e das necessidades dos pequenos e pobres, dos preferidos de Deus. Nesse caso, existe uma ra-dicalidade no Amor, um com-promisso que nasce no Amor a Deus e se desdobra no Amor ao próximo. Não é possível amar a Deus e não se propor ao ca-minho que leva na direção dos seus filhos e filhas, daqueles que sofrem e estão em situa-ção de exclusão e miséria. Um grande Santo da Igreja, São João Crisostomo afirmava: “De que

Pe. andherson FranklinProfessor de sagrada escritura no iftaV e doutor em sagrada escritura

maior. Desse modo, tal evento deve estar sempre presente na memória e deve fazer com que os pobres e necessitados sejam reconhecidos como preferidos de Deus, sendo assim, desti-natários concretos do amor fraterno. Os estrangeiros não pos-suíam nada e viviam do que re-cebiam das pessoas nas cidades onde tinham sido acolhidos. O mesmo pode-se dizer das viúvas e dos órfãos, visto que, sendo pobres, viviam das esmolas e da pouca ajuda que conseguiam. Assim sendo, o que o texto re-trata é a situação extrema, na qual esse grupo de pobres devia viver e quantas vezes deviam empenhar a coberta que tinham como abrigo noturno para rece-berem dinheiro para a comida. Deus se apresenta como aquele que vê o sofrimento dos pobres e vem em seu auxílio, não está

Deus mesmo requer de seus filhos

e filhas uma postura de compromisso

com aqueles que sofrem, ele pede dos

seus um olhar atento e um coração capaz

de se compadecer do sofrimento e das

necessidades dos pequenos e

pobres, dos preferidos de Deus.

serviria, afinal, adornar a mesa de Cristo com vasos de ouro, se ele morre de fome na pessoa do pobre? Primeiro dá de comer a quem tem fome, e depois or-namente a sua mesa com o que sobra. Queres oferecer-lhe um cálice de ouro e não és capaz de lhe dar um copo de água? De que serviria cobrir o seu altar com toalhas bordadas a ouro, se lhe recusas a roupa de que precisa para se vestir?” (Homilias sobre Mateus 50,3-4). Em suas palavras fica claro que o amor a Deus deve tornar-se visível na atitude de torna-se próximo dos irmãos e irmãs, de maneira especial, daqueles que sofrem e mais precisam. n

vitóriaNovembro/2017 23

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diálogos Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc. • Arcebispo de Vitória ES

Francisco, nosso querido Papa, determinou que no Trigésimo Terceiro Domin-

go do Tempo Comum celebrásse-mos “O Dia Mundial dos Pobres”. Entendo que ele, ao fazer-nos esta proposta, esteja com uma intenção mais ampla do que

a pessoa do pobre. A questão que nos deve preocupar não é simplesmente fixarmos uma data que faça com que todos nos lembremos com misericórdia do pobre. Acredito que a intenção de Francisco seja provocar na Igreja e, com certeza, nas pessoas

vitória Novembro/201724

de boa vontade, uma nova men-talidade em relação aos pobres e à pobreza em geral entre os seres humanos. Ele está muito bem informado sobre a miséria humana espalhada no mundo in-teiro. São milhões de miseráveis à espera de um coração bondoso,

Natal para todos

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vitóriaNovembro/2017 25

de mãos estendidas, gemendo, chorando ou gritando: “Eu quero viver”, “Eu quero paz”, “Tenho sede, “Estou com fome”, “Onde está minha mãe”? O dia do pobre deve gerar entre nós uma nova mentalidade. Há diversas situações no mundo a exigir de nós novos gestos de misericórdia diante de nossos se-melhantes, nas diferentes etapas da vida humana, desde a gesta-ção no ventre materno, seguindo para primeira e segunda infância, adolescência, juventude, idade adulta até o entardecer huma-no. Todos precisam ser tratados com dignidade e como criaturas e filhos e filhas de Deus. Francisco, ao falar sobre o dia do pobre, espera de nós um grande empenho de conversão pessoal, eclesial e pastoral. Há poucos dias, tomei co-nhecimento de alguns dados es-clarecedores, provenientes do CadÚnico ou inscritos no mesmo. Passo-lhe a título de infor-mação e convidando-o a uma reflexão séria e comprometedora sobre estes dados oficiais:w São considerados de Baixa

renda: quem ganha até 1/2 salário mínimo de renda per capita mensal (R$ 468,50) ou até 3 salários mínimos de ren-da mensal total (R$ 2.811,00).

w Miserável ou pobreza extrema

ou pobreza absoluta: Quem vive abaixo do rendimento mí-nimo, isto é, “renda per capitã” mensal de até R$ 85,00 (padrão definido pelo Governo Fede-ral) ou 01dólar/dia, isto é, R$ 93,00/mês (padrão definido pelo Banco Mundial).

w Estão inscritos no programa Bolsa Família (PBF)

w Pobre: que ganha entre R$ 85,00 e R$ 170,00 de renda “per capita” mensal.

w Cito-lhes, agora os dados da pobreza na Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo com base nas informações do mes-mo CadÚnico de 26 de setem-bro de 2017:

• 227.314 pessoas na pobreza extrema (miserável) e inscri-tas no CaUnico.

• 73.711famílias na pobreza extrema inscritas no cadU-nico.

• 102. 326 famílias baixa ren-da.

Pois bem, eis os dados que devem tocar a nossa consciência cristã. Não podemos ficar apenas com o “O Dia do Pobre”. É preciso que esta data e a movimentação em torno da Campanha da Ar-quidiocese de um “Natal para Todos” nos levem além de um assistencialismo provisório e, de fato, “ensinemos a pescar”. Urge, entre nós, a caridade cristã inteligente e promotora do bem social, ágil “subindo as monta-nhas com pressa” como o fez a Mãe de nosso Salvador, cujo En-contro conosco veio proclamar a Revolução do Amor e da Ternura neste mundo tão distante e ar-raigado no ódio. Assim, haverá um Feliz Natal para todos! n

“Não podemos ficar

apenas com o “O Dia

do Pobre”. É preciso

que esta data e a

movimentação em

torno da Campanha

da Arquidiocese

de um “Natal

para Todos” nos

levem além de um

assistencialismo

provisório e, de

fato, “ensinemos a

pescar”. Urge, entre

nós, a caridade

cristã inteligente e

promotora do bem

social, ágil”

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vitória Novembro/201726

identidades

Um dos espaços mais tra-dicionais de Vitória, a Vila Rubim, está situa-

da na entrada do portal sul da capital do Espírito Santo, suas características são peculiares de um tempo passado que parece ainda estar presente naquele local. Lá está guardada boa parte da história da formação do co-mércio de Vitória. Vitória é um arquipélago composto por 33 ilhas. Uma delas é a Ilha do Príncipe, onde encontra-se parte da Vila Rubim. Na década de 70 o braço de mar que separava a Ilha de Vitó-ria e a Ilha do Príncipe foi ater-rado, juntado as duas porções de terra. Com o aterro acabou também o porto onde ancora-vam pequenas embarcações de carga e de passageiro. No local foi construído, na década de 40, o famoso Mercado da Vila Rubim. Outra curiosidade daquela região é que a Ponte Florentino Avidos, construída em 1927 para ligar as duas ilhas, passou a ser conhecida como Ponte Seca. Lá existiam muitos clubes, bailes e outros eventos. Para o padre Roberto Camilato, Reitor da Basílica de Santo Antônio e que nasceu na Vila Rubim, “o bairro foi sempre um centro irra-diador de animação popular”. Lá

Vander Silva

estava a sede do Clube de Rega-tas Álvares Cabral que, além do remo, tinha “quadras de esportes extensas a reunir a sociedade capixaba que se concentrava em finais de semana, fazendo da Vila Rubim um espaço cultural. Um exemplo é o Estrela Futebol Clube. Ele mantinha a Azul e Branco Escola de Samba Império da Vila (hoje Novo Im-pério). Na religião destaca-se a Paróquia de São Pedro, com 91 anos de existência, ela foi a se-gunda paróquia a ser fundada na Arquidiocese de Vitória. Porém, foi na Vila Rubim que aconteceu uma das maiores tragédias da história da cidade. Em 1994, depois de um incêndio o mercado foi destruído. O fato resultou em quatro mortes, de-zenas de feridos e comoção na população. Com o fogo foram queimados os estabelecimen-tos comerciais, muitos sonhos e parte da história da Vila Rubim. Tudo isso, ironicamente, num local que antes era água. Na Vila está instalada a Santa Casa de Misericórdia, hospital que foi referência no atendimento aos mais pobres de toda a Grande Vitória. Conhecida também pelo bom atendimento, a Santa Casa era gerenciada pe-

las Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Nos dias de hoje a Vila Ru-bim ainda continua mantendo a sua característica comercial. Lá encontra-se de tudo, desde lojas que vendem couros e espumas para reformadores de estofados, passando por peixarias e bares tradicionais até vendedores de raízes, de folhas e das famosas garrafadas, que vem a ser remé-dios caseiros feitos geralmente com folhagens ou cascas de tron-cos de plantas imersos em álcool ou água e vendidos em garrafas. Naquele espaço podem ser encontrados mais de 400 esta-belecimentos comerciais, alguns deles ainda atendendo com mé-todos tradicionais que, ao longo dos anos, têm passado de pai para filho e guardam algumas tradi-ções familiares de quem vende, mas também de quem consome os produtos vendidos por lá. Em 2016 a Escola de Sam-ba Piedade contou a história da Vila Rubim no seu enredo. Com o tema Vamos ao Mercado, a agremiação homenageou a Vila e os moradores de lá. O samba falava da malandragem, da boe-mia, do comércio e do incêndio que marcou a vida do bairro. A Vila Rubim é história e tradição. n

vila rubim é história e tradição

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sugestões

Quando a leitura vale o passeio

Ler é um hábito caro. Então qual a alternativa para os amantes da leitura que não têm tantos

recursos para gastar nas livrarias? As bibliotecas públicas. Elas ganharam espaço como locais de leitura e por isso sugerimos uma visita à Biblio-teca Pública Municipal de Vitória. Batizada com o nome do ex-pre-feito da cidade, Adelpho Poli Mon-jardim, a biblioteca fica na Cidade Alta, no Centro de Vitória, no casarão Cerqueira Lima, pertinho do Palácio Anchieta. É um lugar que favorece a leitura, a cultura e oferece mais de 17 mil títulos, disponíveis a todos

que quiserem se inscrever como leitores e passar a ser um usuá-rio da biblioteca, tendo direito ao empréstimo de livros e acesso ao acervo. Para isso é necessário compa-recer à biblioteca com comprovante de residência, Carteira de Identida-de e CPF. Quem procura por uma obra específica pode pesquisar se o livro está disponível na biblioteca, pois todo o acervo pode ser con-sultado via Internet no endereço: www.biblioteca.vitoria.es.gov.br/prefeitura/biblioteca Outro atrativo é que lá existe

vitória Novembro/201728

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também um pequeno acervo em Braille, e ainda audiolivros para atender deficientes visuais. Além disso, são desenvolvidos projetos de incentivo ao hábito de ler, como o projeto Viagem pela Literatura, que foi desenvolvido há mais de 23 anos e propõe atividades lúdicas com o envolvimento de outros pro-fissionais como artistas, contado-res de histórias e escritores, que se encontram para promover a leitura dos livros em praças, parques e em comunidades de Vitória. Outro projeto bacana é a Banca de Troca, no qual as pessoas podem

Quando a leitura vale o passeio

Giovanna ValfréBibliotecária

doar um livro e pegar dois, ou doar um gibi por outro. Mais uma informação: na bi-blioteca pública você pode não encontrar todos os títulos que gostaria de ler, mas certamente vai encontrar todos os que poderia ler. n

vitóriaNovembro/2017 29

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Vander silvaviver bem

Mãos à obra

D izem que devido às comodi-dades proporcionadas pelos avanços tecnológicos esta-

mos perdendo em muito as nossas habilidades manuais. Por outro lado, muitas pessoas têm buscado ativi-dades artesanais alternativas para superar o estresse cotidiano e até problemas relacionados ao avanço da idade. Além da prática esportiva e dos hobbies, o artesanato é uma prática aconselhada por psicólogos e médicos para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Afinal, é cientifica-mente comprovado que a prática de

técnicas manuais ajuda a melhorar a autoestima e o estado emocional. Por ajudar a melhorar a concen-tração e a esquecer por alguns mo-mentos os problemas do dia a dia, o artesanato é usado para amenizar transtornos do humor e até depressão. Boas opções para aprender algu-ma modalidade de artesanato são os cursos oferecidos nas próprias lojas que vendem artigos para estas técni-cas. Tutoriais encontrados na internet também são excelentes alternativas. São várias técnicas que podem ser utilizadas, vamos conhecer algu-mas delas:

Nesta categoria de artesanato

é possível encontrar uma

variedade enorme de

produtos, como sais de banho,

cremes hidratantes, sachês de

gaveta e sabonetes.

O scrapbook é uma técnica

utilizada para personalizar

álbuns de fotografia, agendas

ou cadernos com recortes,

fotos, convites, embalagens

de doce ou qualquer outro

material que possa ser

guardado como recordação

de momentos. Consiste em

decorar e criar composições

de memórias.

Cosméticos e sabonetes artesanais

Scrapbook

Hoje, as velas artesanais

viraram artigo de presente.

Atualmente encontra-se uma

grande variedade de formatos,

temas e aromas.

Velas artesanais

vitória Novembro/201730

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Criar com as próprias mãos e ver o trabalho pronto são uma forma de se expressar por meio da técnica e se sentir capaz e produtivo, o importante é escolher a que lhe dê satisfação e usá-la para se expressar, enfeitar a casa, presentear amigos e quem sabe até vender e conseguir uma renda extra. n

O segmento de artesanato

para moda possui uma

vasta gama de opções, sejam

acessórios, bijuterias, chinelos

customizados, detalhes em

peças ou peças completas.

O patchwork consiste na

junção de pedaços de tecidos

com o intuito de formar

desenhos geométricos. Se

você já trabalha com tecidos,

o patchwork é a melhor forma

de aproveitar cada retalho

que sobrar de algum outro

trabalho. No patchwork

existem diversas técnicas para

deixar seus trabalhos com

diferentes tipos de acabamento

Em um tempo não muito distante,

fazia parte da criação das mu-

lheres aprender a bordar para

confeccionar seu próprio enxoval

para o casamento. Com o passar

do tempo, esta prática tornou-se

cada vez menor e hoje em dia é

quase impossível ver esse tipo

de aprendizado passando por

gerações. No entanto, vivemos

em um momento em que está se

querendo valorizar essas habili-

dades manuais e essa é uma téc-

nica muitíssimo bem apreciada.

A massa de biscuit, também co-

nhecida como porcelana fria, é

a massa de modelar produzida a

partir da mistura de amido de mi-

lho, cola branca para porcelana

fria, conservantes como limão ou

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uma atividade quase terapêutica,

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Fr. José Moacyr cadenassi, OFMcap

Aescatologia - do grego éskata (coisas últimas) e logos (co-nhecimento) - refere-se às

realidades últimas do ser, segundo a fé cristã, sob a luz da Páscoa de Cristo. Os últimos acenos do Ano Litúrgico, expressos na dinâmica do Tempo Comum, particularmen-te da 32ª à 34ª semanas, retomam os temas da escatologia. Através das nuances da liturgia da Palavra, conforme os lecionários dominical e semanal, evidencia-se tal temática. Destacam-se as leituras semicontí-nuas dos seguintes livros: Sabedoria, 1 e 2 Macabeus, Daniel, Apocalipse e o Evangelho de Lucas. Os temas que perpassam a Pala-vra proclamada acentuam a oração (tema relevante no Evangelho de Lucas), a vigilância, a conversão, o cultivo e o direcionamento da vida, a exortação, a advertência, o julga-mento, a justiça, o caminho, a mise-ricórdia, a compaixão, a resistência, a fortaleza, o Reino, a presença do Filho do Homem e a completude do seu reinado. Outras duas liturgias, próximas das últimas semanas, também evi-denciam a temática da escatologia, estabelecendo consonância entre si, na sequência dos dias em que são celebradas: a solenidade de Todos os Santos em 01 de novembro (no Bra-sil, quando este dia não é domingo, celebra-se no domingo seguinte ao 1º de novembro) e a Comemoração

de Todos os Fiéis Falecidos, em 02 de novembro (também celebra-se se o dia 02 for domingo). O prefácio para Todos os Santos elucida a Jerusalém celeste, a cidade do céu, onde os santos vivem em plenitude, ao redor do Pai e cantando eternamente os seus louvores. A ora-ção depois da comunhão confirma a adoração e a admiração a Deus por todos os que participam da mesa de peregrinos, até que se chegue ao banquete do reino. O Missal apresenta três formu-lários de missas para a Comemora-ção de Todos os Fiéis Falecidos, com textos que têm o Mistério Pascal como centro e finalidade da vida cristã. Conserva-se o tom de sufrágio neste dia, ou seja, a liturgia é aplicada como auxílio espiritual aos falecidos, segundo a tradição da Igreja. Para o último domingo do Tempo Comum (34º), foi fixada a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Para ele convergem o destino da obra criada e a consumação da vida humana, mediante o seu triunfo pascal. Ele, o primogênito de toda a criação (cf.

mundo litúrgico

Liturgia e escatologia

Col 1,15) e a cabeça da Igreja, é re-conhecido e proclamado o “alfa e o ômega, o primeiro e o derradeiro, o princípio e o fim” (cf. Ap 22,12-13). Os elementos contidos na li-turgia desse domingo reforçam o aspecto da parusia. As leituras bí-blicas estão dispostas segundo os ciclos A, B e C da liturgia dominical, evidenciando para o Ano A o tema de Cristo como Senhor da huma-nidade e dos tempos; para o Ano B, Cristo como libertador de todo o gênero humano; para o Ano C, Cristo como servo e reconciliador da humanidade. Os textos eucológicos são for-mulários fixos para os três ciclos acima mencionados. A antífona da entrada, segundo o Missal Roma-no, é o canto de reconhecimento da Igreja celebrante, recordando sua vocação e fim: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A Ele glória e poder através dos séculos.” (cf. Ap 5,12;1,6) n

vitóriaNovembro/2017 33

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aspas

Oano de 1988 representa um marco na história brasileira com a pro-

mulgação da Constituição Re-publicana e o fim de uma era difícil para a vida democrática. E neste mesmo ano Cazuza lan-ça seu terceiro álbum chama-do “Ideologia”, que é também o título de uma das músicas e mostra a sintonia com aquele momento. É considerada uma de suas melhores composições. Ilusões perdidas, sonhos vendidos, heróis morrendo de overdose, inimigos no poder e aquele garoto, que ia mudar o mundo, assiste a tudo em cima do muro. E ainda por cima, pagar a conta do analista para nunca ter que saber quem se é. E para completar o cenário sombrio do mundo, “o meu prazer é risco de vida”. Era o vírus HIV que se alastrava pondo o próprio autor entre as vítimas. A doença agora é assumida. Não há por que es-conder mais. A doença sempre nos pega de surpresa e nos põe pelo avesso. Trinta anos depois, vive-se um momento histórico seme-lhante nas terras brasileiras. A mesma Constituição ainda em vigor, mas sem tanto vigor, com muita coisa não regulamentada e tantas outras que foram emen-

dadas, tirando-lhe seu viço e sua força. A crise nas instituições políticas provoca um total des-crédito da população em relação às lideranças que governam o país. Parecem inimigos do povo. Vive-se o fim das ilusões e os sonhos nos foram roubados. Os partidos repartem a fatia do poder e negociam as migalhas que para o povo são bilhões e bilhões. Os inimigos estão no poder, porque nos compraram os votos com o dinheiro do caixa 2 e com as propinas concedidas por empresas de todo tipo. A vida que era um sonho virou um sufoco e só o grito di-lacera nossas almas na noite escura do tempo – “Ideologia” – pelo menos isso, pois nem a análise mais se consegue pagar. O muro virou lugar seguro para se assistir a tenebrosa marcha dos que ousaram sonhar. O muro ou a morte da alienação final. O medo está em todas as esquinas, até uma ex-posição pode ser objeto de execração pública. Além do vírus HIV,

edebrande cavalieridoutor em ciências da Religião e professor universitário na Ufes

as guerras, as intolerâncias de todo tipo, as balas cruzando os céus das rocinhas são risco para o prazer da vida. O próprio can-saço nos faz perder a vontade de viver. Ideologia! O sonho! A espe-rança! Com as lanterninhas de cada pessoa, o mundo não ape-nas grita, mas se move e se con-torce quando dói. As velas nos altares dão um pequeno alento, mas o mundo cruel nos força a sair das Igrejas e caminhar em suas trilhas nefastas, fedorentas, cheirando a pólvora. Das cinzas do enorme cansaço, da deses-perança, da decepção, o fênix de uma nova vida e uma nova espiritualidade brotará como garantia de um futuro humano para o planeta. n

Ideologia! Eu quero uma pra viver

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um lar onde exista afeto, carinho, cuidado e proteção é o sonho de toda criança, em especial daquelas que por algum motivo foram afastadas do convívio de suas famílias. a procura por famílias que aceitem por um período crianças e adolescentes nesta situação é a proposta do programa Família acolhedora. a coordenadora cláudia serafim fala sobre o programa.

Lares para acolher, proteger e amar

andressa mianentrevista

vitória - Existem dados comprobatórios que para uma criança é melhor um lar provisório do que um abrigo?cláudia - Sim, existem várias pesquisas, inclusive a política nacional já tem isso delineado. A lei federal tem trabalhado essa questão de incentivo ao progra-ma Família Acolhedora com os municípios e com os estados,

pois estudos dentro e fora do Brasil, mostram que a criança institucionalizada tem um de-senvolvimento mais demorado do que uma criança que está em um ambiente familiar. Esses es-tudos mostram que existe uma proporção: cada quatro meses em um abrigo é comparado a um ano de perdas cognitivas da criança. O desenvolvimen-

vitória - O programa está com uma campanha para con-seguir famílias acolhedoras. O que é essa campanha?cláudia - O programa é uma política federal, porém no mu-nicípio de Vitória foi criada uma lei municipal para poder ser executado. Consiste em famí-lias residentes em Vitória que queiram acolher crianças que estão nos abrigos do município. Então a campanha tem como ob-jetivo sensibilizar famílias que queiram dar proteção, carinho e afeto a crianças e adolescentes de zero a 18 anos, que estão sob medida protetiva, ou seja, crianças e adolescentes que por algum motivo foram retiradas do convívio familiar de origem por uma decisão da justiça. A vara encaminha essas crianças e adolescentes para abrigos e lá, a equipe do abrigo junto com a equipe da Família Acolhedora faz um trabalho para que essas crianças aguardem a decisão judicial em uma família, em um ambiente familiar.

vitóriaNovembro/2017 37

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to delas fica muito prejudicado em um acolhimento institucional devido a questão da tensão. Em um abrigo existem educadores que se revezam em turnos e as crianças acabam perdendo um pouco a referência da pessoa que cuida. Mesmo que se tente pa-dronizar, um educador, às vezes, tem uma maneira de dar o banho diferente de outro. Então a criança fica sem referência de uma pessoa cuidando dela o tempo todo, muito diferente do que acontece em uma família.

vitória - Então isto justifica o fato dos abrigos não serem lu-gares tão bons para as crianças?cláudia - Isso. No acolhimento institucional a criança perde essa referência, ela não tem um trabalho personalizado. Na família ela vai ter a individualidade dela muito mais preservada em termos de cuidado.

vitória - As famílias acolhedo-ras ficam com a criança até que aconteça o quê?cláudia - As crianças que estão com uma família acolhedora são crianças sob medidas protetivas e existe um processo da Vara da Infância de Vitória no qual está sendo avaliado se há possibilida-des delas voltarem para a família de origem ou se serão destituídas dessa família e encaminhadas para

entrevista

adoção. O processo de uma criança na Vara pode durar até dois anos.

vitória - E se a criança for des-tituída da família de origem e não for adotada?cláudia - Se ela não for adotada nesse período pode acontecer de estender um pouco mais o prazo dela em uma família acolhedora ou pode até acontecer dela retornar para um acolhimento institucional, dependendo do caso. Também tem a questão da idade, quando ultra-passa a idade de acolhimento, até 18 anos, esse jovem é encaminhado para uma república. O município

de Vitória, por exemplo, tem re-publicas hoje para os maiores de 18 anos, onde é trabalhada com eles a questão da independência financeira e dado o encaminha-mento para um emprego.

vitória - A família que está acolhendo essa criança ou esse adolescente tem alguma prio-ridade no processo de adoção?cláudia - Não, não é atalho. O programa família acolhedora é di-ferente da adoção. Essas famílias que nós cadastramos, por exem-plo, nem estão inscritas na fila de adoção.

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vitória Novembro/201738

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vitória - O programa acredita que a sociedade está preparada para este tipo relação, na qual a criança ou o adolescente par-tilhará da convivência familiar sem ser integrado como filho ou filha desta família?cláudia - Sim, porque nós já te-mos essa experiência. A lei no município de Vitória é de 2006 e nós temos famílias habilitadas que já estão no 8º acolhimento fami-liar. Essas famílias relatam que a maior alegria e também a maior tristeza é o momento da partida. Alegria por saber que a missão foi cumprida, pois se a criança está retornando é porque o proble-ma na família de origem cessou, ou, se ela está sendo adotada, é porque ela terá um lar definitivo. Isso é trabalhado com a criança também, porque na maioria dos casos a criança deseja voltar para a família de origem, por maior que seja o palácio no qual ela esteja morando. E quando ela não tem esse vínculo familiar, ou quando não é possível que ela retorne para a família de origem, será trabalhada em uma família que vai acolhê-la também como filho. Então, a questão do apego e do de-sapego é bem trabalhada. A gente costuma dizer que na verdade quem mais sofre é a família que está acolhendo, porque a criança se adapta melhor, ela quer mesmo é saber que está vivendo relações

de amor, de afeto e de segurança principalmente. Então isso tudo é trabalhado.

vitória - A família que acolhe uma criança recebe uma ajuda psicossocial. O projeto tem pro-fissionais para atender todas as demandas que são necessárias, tanto da criança, quanto das famílias que as recebem?cláudia - A equipe que está po-sicionada tem uma capacidade de assistir 15 famílias em acolhi-mento e no momento em que a gente chegar nesta meta, existe a possibilidade de ampliar a equipe.

vitória - O que é preciso fa-zer para se tornar uma família acolhedora?cláudia - O primeiro passo é fazer contato com o nosso pro-grama no telefone 3019-8060 ou no WhatsApp 99791-7199. É necessário ser morador de Vi-tória e apresentar alguns docu-mentos, entre eles o atestado de antecedentes criminais e laudos que comprovem bom estado de saúde física e mental. Além disso, é preciso ter acima de 25 anos e interesse em oferecer proteção afetiva e emocional para a criança ou para o adolescente. Essa família receberá uma visita dos técni-cos da equipe psicossocial para ver as condições de moradia e todos os moradores responderão a um questionário. Após a visita é marcado um dia de capacitação, no qual serão abordados temas sobre a guarda, sobre o papel do guardião e sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Após esta etapa de avaliação, capacitação e entrega da docu-mentação, se tudo estiver certo, a família estará apta a acolher. É interessante falar também que a família traça um perfil que está apta a receber, pois às vezes a dinâmica do dia a dia não permite mais um bebê, por exemplo. Pode acontecer que a família já tenha uma filha e então fica muito mais fácil receber uma menina. n

Se a criança está

retornando é porque

o problema na família

de origem cessou,

ou, se ela está sendo

adotada, é porque ela

terá um lar definitivo.

Isso é trabalhado com

a criança também,

porque na maioria dos

casos a criança deseja

voltar para a família.

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ensinamentos

A vida nos

A Carta Encíclica Evan-gelium Vitae sobre o valor e a invio-

labilidade da vida humana (25/03/1995), do Papa João Paulo II, evidencia o sentido da vida humana no contexto do plano salvífico de Deus. Su-pera as visões reducionistas que colocam o valor da vida em si mesma, isto é, sem sua relação com Deus. A invio-labilidade da vida humana

documentosda Igreja

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Vitor nunes RosaProfessor de filosofia na faesa

decorre do fato de ser uma vida recebida como dom de Deus e o ser humano ser chamado à vida divina. São João Paulo II acentua o valor incomparável da pes-soa humana, pois o homem é chamado a uma plenitude de vida que vai além de sua exis-tência terrena, porque consiste na participação da própria vida de Deus. Apoiando-se também no conhecimento científico, eleva a sublimidade da vocação sobre-natural, reveladora da grande-za e do valor precioso da vida humana, inclusive na sua fase terrena. A vida terrena é parte integrante do processo global e unitário da existência humana, que fica iluminado pela pro-messa e renovado pelo dom da vida divina, cuja plenitude será realizada na eternidade. A Instrução Donum Vitae sobre o respeito à vida huma-na nascente e à dignidade da procriação (22/02/1987), da Congregação para a Doutrina da Fé, apresenta os fundamentos antropológicos e morais para abordar os problemas tratados, esclarece sobre o respeito devi-do ao ser humano desde o pri-

meiro momento de sua existên-cia, trata das questões morais levantadas pelas intervenções técnicas relativas à procriação humana e oferece orientações quanto à relação existente entre lei moral e lei civil, acerca do respeito devido aos embriões e fetos humanos, com relação à legitimidade das técnicas e de procriação artificial. A Instrução Dignitas Per-sonae sobre algumas questões de Bioética (08/09/2008), da Congregação para a Doutrina da Fé, no lastro da doutrina católica e servindo-se dos es-tudos da Pontifícia Academia para a Vida, trata de aspectos antropológicos, teológicos e éticos da vida e da procriação humana, dos novos problemas em matéria de procriação e das novas propostas terapêuticas que comportam a manipulação do embrião ou do patrimônio genético humano. É evidente o empenho da Igreja para dialogar com o mundo científico, reafirmando a dignidade e os direitos funda-mentais e inalienáveis de cada ser humano, inclusive nas fa-ses iniciais da sua existência, que mesmo ainda não nascido

tem a sua dignidade de pessoa criada à imagem e semelhança de Deus, chamado à comunhão beatífica com o Senhor. Em síntese, sustentam a vida como dom inalienável de Deus – uma realidade sagrada, confiada a nós para a guardar-mos com senso de responsabili-dade e levarmos à perfeição no amor pelo dom de nós mesmos a Deus e aos irmãos (Papa João Paulo II, EV, n. 2). n

vitóriaNovembro/2017 41

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pergunte a quem sabe

Tem dúvidas? Então pergunte para quem sabe. Envie sua pergunta para [email protected]

Religiã

o

Pe. Renato Paganini Pároco da Paróquia Ressurreição

sacramento do crismo ou con-firmação? O nome do Sacramento da ma-

turidade cristã se chama “Confirma-

ção”. Na Igreja primitiva, quando os

bispos já não davam conta de realizar

a formação dos novos convertidos,

confiavam essa tarefa aos presbí-

teros (os padres). Os párocos, por-

tanto, catequizavam e ministravam

os primeiros sacramentos aos fiéis.

O bispo, por sua vez, para concluir

a iniciação cristã dessas pessoas, ia

até as paróquias para “confirmar” a

fé transmitida a esses fiéis. Lembran-

do que a Igreja na Antiguidade foi

marcada por grandes controvérsias

doutrinais. Os bispos como vigilantes

da fé verdadeira verificavam e con-

firmavam a pureza da fé professada.

Nessa ocasião, ministravam o Sacra-

mento da Confirmação que sempre

foi distinto do Batismo, conforme

relata Atos 8,14-17, que nos conta

que os apóstolos oravam e impunham

as mãos sobre os que já tinham sido

batizados, mas que ainda não haviam

recebido o Espírito Santo! Uma coisa

é nascer (o Batismo), outra coisa é

crescer na fé (a Confirmação). Mas,

por que tantas vezes se houve dizer

“Sacramento da Crisma”? Porque se

trata da “matéria” usada para con-

ferir o sacramento. Crisma é uma

mistura de óleo com perfume, con-

sagrado pelos sacerdotes, profetas

e reis. Jesus é chamado de “Cristo”

que quer dizer “ungido”. A palavra

“crisma” tem relação com o nome de

“Cristo” e traduz a graça que se recebe

nesse Sacramento: tornar-se mais

perfeitamente configurado a Cristo,

isto é, à sua imagem e semelhança,

cuja filiação divina já participamos

pelo Batismo, mas agora, adultos na

fé, participantes de seu profetismo,

realeza e sacerdócio, nos tornamos

aptos para sermos suas testemunhas

no mundo, como sal da terra e luz do

mundo.

vitória Novembro/201742

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Padre Jorge Campos Ramosa Reitor do Seminário Nossa Senhora da Penha

Pe. Gudialace Silva de Oliveira Pároco na Paróquia Nossa Senhora das Graças, Vila Velha

quando a comunhão não é dada em duas espécies fica incompleta? O Corpo e o Sangue de Cristo estão

inteiramente na espécie do pão. O Corpo

e o Sangue de Cristo estão inteiramente

na espécie do vinho. A forma habitual

dos fiéis receberem a comunhão é sob a

espécie do pão. A pessoa que comunga

somente sob a espécie do pão ou somente

sob a espécie do vinho pode ficar tran-

quila, pois está recebendo a Comunhão

completa, plena: a perfeita presença de

Jesus Cristo em cada uma das Espécies

Sacramentais.

A própria Igreja nos assegura isso

quando diz na Instrução Geral do Missal

Romano (IGMR), citando o Concílio de

Trento: “também sob uma só espécie, se

recebe Cristo todo e inteiro, assim como

o verdadeiro sacramento; por isso, no

que concerne aos frutos da Comunhão,

aqueles que recebem uma só espécie

não ficam privados de nenhuma graça

necessária à salvação” (IGMR 241).

Em 1970, a Conferência Nacional dos

Bispos do Brasil (CNBB) decidiu deixar

nas mãos dos próprios Bispos Diocesanos

a determinação de casos de comunhão

sob duas espécies, considerando suas

razões pastorais para tais determinações.

Na Arquidiocese de Vitória do Espírito

Santo, o Senhor Arcebispo, Dom Luiz

Mancilha Vilela, SSCC, usando de seu

Múnus Episcopal, estabeleceu normas

para a Comunhão sob as duas Espécies

para aqueles fiéis que desejam recebê-la.

Porém, é bom reforçar, a Comunhão sob

uma Espécie não foi suprimida. Aos fiéis

que desejam comungar somente sob

a espécie do pão seja-lhes oferecida a

Sagrada Comunhão nesta modalidade.

Abençoar é uma ação bíblica. No livro de Números, Deus ensina como

Arão deve invocar a benção sobre o povo (Nm 6,24). Abençoar, entre ou-

tras coisas, é suplicar a benevolência divina sobre si, algo ou alguém. Por

isso, pedir a benção aos pais, aos mais velhos e aos padres é uma ação de

sabedoria. É reconhecer que sem a graça de Deus, nada em nossa vida pode

ir para frente; é ter em mente que quem abençoa é Deus, quem declara a

benção é apenas um canal da providência divina. E quanto mais pessoas

estiverem intercedendo em nosso favor, mais chances de termos uma

vida feliz. Todas as pessoas podem abençoar umas as outras, no entanto,

é comum que os mais velhos supliquem a proteção sobre os mais novos.

Os pais o fazem por uma autoridade natural; os padres, pela autoridade

evangélica e eclesial.

por que se pede a bênção ao padre?

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Em 2011 quando foi aberto o antigo ossuário situado no Convento São Francisco uma montanha de ossos foi encontrada.

O objetivo desse projeto Arqueológico foi identificar vestígios dos restos mortais do Frei Pedro Palácios, fundador do

Convento da Penha, que segundo documentos, foram guardados na capela daquele Convento. Apesar do esforço não foi possível

saber se a ossada do frei estava entre as que foram encontradas, pois não foi encontrada qualquer identificação.

O ossuário foi construído pela Prefeitura de Vitória em 1926 com o objetivo de guarda as ossadas de três cemitérios que

existiram no sítio histórico do Convento. n

giovanna Valfrécoordenação do cedoc

arquivo e memória

no Pátio do Convento São Francisco

As escavações

Fotos: Hen

rique V

aladares

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OCemitério de Santo Antônio, em Vitória, foi construído e inau-

gurado em 1908, pela Prefeitura de Vitória, para que ali fossem sepultados os mortos que antes eram enterrados nos cemitérios das igrejas, localizadas na Cidade Alta. Até a primeira década do século XX as igrejas de Nossa Senhora do Rosário, São Gon-çalo e o Convento São Francisco possuíam seus próprios locais de sepultamento, nos terrenos próximos às edificações. Com a inauguração da ne-crópole, em Santo Antônio, as

Necrópole de Santo Antônio

Diovani FavoretoHistoriadora

irmandades de Vitória passaram a ocupar, cada uma, um espaço por lá. Com isso, do lado esquerdo da Avenida Serafim Derenzi po-demos ver o Cemitério da Irman-dade da Boa Morte e Assunção (Igreja de São Gonçalo) e da Ir-mandade de São Benedito (Igreja de Nossa Senhora do Rosário). Já ao lado do Cemitério Municipal, à direita da avenida, encontrare-mos o cemitério da Irmandade do Santíssimo Sacramento (Catedral de Vitória) e o de Santo Antônio dos Pobres (antigamente do Con-vento São Francisco). Aliás, no Cemitério de Santo

“E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria

Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro”. (Mateus 28,1)

patrimônio histórico cultural

Antônio dos Pobres podemos visitar a capelinha que abriga o túmulo de Padre Leandro Dell’Uomo, fundador do Orfa-nato Cristo Rei. Já no Cemitério Público a sepultura, em forma de barco, do atleta Wilson Freitas chama bastante a atenção. As esculturas (presentes em algumas sepulturas) faz desses locais, além de um espaço de ora-ção e introspecção, um espaço para se contemplar as expressões artísticas, através das esculturas de mármore e metal. n

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acontece

Formação para a Campanha da Fraternidade 2018

Arquidiocese celebra o Dia Mundial dos Pobres

A formação para a Campanha da Fraternidade 2018 acontece no dia 2 de dezembro no Centro de Forma-

ção Dom João Batista, em Ponta Formosa, Vitória, das 8h30 às 12 horas. O tema da Campanha da Fraternida-de 2018 é: “Fraternidade e superação da violência” e o

lema: “Em Cristo somos todos irmãos”(Mt 23,8).

A Grande Terra Vermelha, em Vila Ve-lha, foi a região esco-lhida pela Arquidiocese de Vitória para a cele-bração do “Dia Mundial dos Pobres”. A data, que este ano será celebrada no dia 19 de novembro, foi instituída pelo Papa Francisco em novembro do ano passado e, na Ar-quidiocese de Vitória, será marcada por uma Celebração Eucarística presidida pelo Arcebis-po de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela. Após a missa, que acontece às 8 horas, serão iniciados na região atendimentos voluntários organiza-dos pelas áreas pasto-rais da Arquidiocese.

A Abertura do Ano do Laicato na Arquidiocese de Vitória será celebrado no dia 26 de novembro, na Solenidade de Cristo Rei do Universo, com uma caminhada que sairá da Igreja do Rosário, na Prainha, em Vila Velha, e seguirá até o Campinho do Convento da Penha. No local, às 9 horas, acontece uma missa presidida pelo padre Robson Pratita, coordenador da Comissão do Laicato. Todos os leigos, segmentos e movimentos presentes na Arquidiocese estão convidados a participar, ves-tindo a camisa de seu grupo para que possa ser identificados.

Abertura do Ano do Laicato

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