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vitória vitória Revista da aRquidiocese de vitóRia - es Ano XI Nº 127 Março de 2016 Especial Eleições Escolher melhor os vereadores pode ser um bom começo de mudança na área política Números, índices e dados escondem a face da crise pouco lembrada pela economia: as pessoas O Poder Judiciário é simples e pode funcionar muito bem. É apenas uma questão de inteligência Reportagem PESSOAS são mais importantes que tecnologias

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vitóriavitóriaRevista da aRquidiocese de vitóRia - es

Ano XI • Nº 127 • Março de 2016

Especial EleiçõesEscolher melhor os

vereadores pode ser um bom começo de mudança na área

política

Números, índices e dados escondem a face da crise pouco

lembrada pela economia: as pessoas

O Poder Judiciário é simples e pode funcionar muito bem.

É apenas uma questão de inteligência

Reportagem

PEssOas são mais importantes que tecnologias

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arquivix

@arquivix

O Papa Paulo VI na encíclica Populorum Progres-sio escreveu que a Igreja é “perita em humanidade”.Talvez em outras épocas a frase pudesse soar como um enaltecimento à instituição, pois perito é aquele que entende tudo sobre um determinado assunto. Mas na era do Papa Francisco precisamos retomar essa frase e resgatar seu verdadeiro sentido: a Igreja é perita em humanidade porque em tudo aquilo que diz respeito aos humanos e sua dignidade ela sempre terá uma palavra e uma orientação para aquela situação. A Igreja avalia o progresso econômico, tecnológico e ambiental na perspectiva da pessoa e do Bem Comum. Esta edição da Revista Vitória traz algumas reflexões sobre isso. Tecnologia, economia, política, trabalho, desenvolvimento, meio ambiente e a vida dos humanos nesse contexto. Boa leitura! n

Os humanos e o ‘progresso’

editorial

fale com a gente

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maria da luz fernandeseditora

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vitóriavitóriaRevista da aRquidiocese de vitóRia - es

Ano XI – Edição 127 – Março/2016Publicação da Arquidiocese de Vitória

Arcebispo Metropolitano: Dom Luiz Mancilha Vilela • Bispo auxiliar: Dom Rubens Sevilha • Editora: Maria da Luz Fernandes / 3098-ES • Repórter: Letícia Bazet / 3032-ES • Conselho Editorial: Albino Portella, Alessandro Gomes, Edebrande Cavalieri, Marcus Tullius, Vander Silva • Colaboradores: Pe. Andherson Franklin, Arlindo Vilaschi, Dauri Batisti, Diovani Favoreto, Giovanna Valfré, Fr. José Moacyr Cadenassi e Vitor Nunes Rosa • Revisão: de texto: Yolanda Therezinha Bruzamolin • Publicidade e Propaganda: [email protected] - (27) 3198-0850Fale com a revista vitória: [email protected] • Projeto Gráfico e Editoração: Comunicação Impressa - (27) 3319-9062 Ilustrador: Richelmy Lorencini • Designer: Paulo V. Rocha /Albino Portella • Impressão: Gráfica e Editora GSA - (27) 3232-1266

05 AtuAlidAde

12 ideiAs

15 economiA PolíticA

17 PensAr

33 eleições

39 Arquivo e memóriA

44 ecologiA

0318

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34

40

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editoriAl

cAminhos dA bíbliA“Eis que faço novas todas ascoisas” (Ap 21,5)

AsPAs“O bem viver espiritual e corporal: mens sana in corpore sano”

rePortAgemComportamentos perante a crise

Pergunte A quem sAbeO que é a bandeira vermelha na conta de energia?

Acontece

micrOnOtíciasAlimentos que ajudam a desintoxicar o organismo

sugestõesDesastre no Rio Docevira música

08

21

mundO LitúrgicO

Liturgias Pascais

32

entrevistaOs movimentos sociais e a sociedade atual

29ensinamentOsConsentimento: ato sacramental do matrimônio

42

especiaLUma questão de

inteligência

espirituaLidadeA internet

cOmunicaçãOE-mail

Marketing funciona?

11

22 24 45

11 20

viver bem diáLOgOs cuLtura capixaba

Benefícios da dança

O caminho da paz Parque

Moscoso

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atualidade

Estamos vivenciando um momento histórico na so-ciedade das invenções tec-

nológicas desenvolvidas pelos seres humanos. É simplesmente fantástico o processo de desen-volvimento da tecnologia que atinge todos os setores. Ao mes-mo tempo em que admiramos esse desenvolvimento, ficamos preocupados com as consequ-ências que esse avanço provoca no ser humano. É evidente que a tecnologia nos trouxe muitas novidades, muitos benefícios, muito espanto e admiração no campo social, político e cien-tífico. Por outro lado, trouxe problemas que têm afetado o homem em todos os sentidos. Vemos com muito espanto e preocupação o processo de

robotização do humano em to-das as sociedades e de todas as faixas etárias. Quando estamos viajando de avião de um Estado para outro ou de um País para outro, mesmo que alguns não saibam, a tripulação de bordo já programou a rota da viagem. Viajamos em aviões cujos pilo-tos são computadores. Estaremos seguros? A ciência e a tecnologia já estão testando o carro que será dirigido totalmente por um com-putador robô, em que a função do proprietário será somente a de programar a rota que deseja percorrer. Deita-se no banco de trás, dorme-se e só se acorda quando chegar ao destino. Toda essa tecnologia, a que já existe e a que está a caminho, contribui para o processo de inutilização e nadificação

do ser humano, destituindo-o de suas atividades de trabalho, tornando-o apenas um progra-mador de máquinas. Estamos vivendo um novo momento so-cial, em que transações comer-ciais são realizadas de maneira globalizadas, ao mesmo tempo, entre organizações e pessoas localizadas nos mais diversos cantos do planeta. As tecnologias evoluem com muita rapidez. A todo ins-tante surgem novos processos e produtos diferenciados e so-fisticados: telefones celulares, softwares, vídeos, computador multimídia, internet, televisão interativa e videogames. Gos-taríamos de destacar, de modo especial, outro “brinquedinho” tecnológico que faz muito su-cesso e traz benefícios entre os humanos, os GPS. Mas na realidade, eu per-gunto: o que é o GPS? Certa-

“tOda essa tecnOLOgia, a que já existe e a que está a caminhO, cOntribui para O prOcessO de inutiLizaçãO e nadificaçãO dO ser humanO, destituindO-O de suas atividades de trabaLhO, tOrnandO-O apenas um prOgramadOr de máquinas”.

(des)informaçãotecnologia e

revista vitória I Março/20165

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mente você já deve ter visto por aí a sigla GPS – “Global Positioning System” que significa sistema de posicionamento global, em portu-guês -, provavelmente já usou ou viu alguém utilizando, já que esse tipo de dispositivo é cada vez mais comum em veículos, telefones e até mesmo câmeras digitais. As coordenadas são obtidas em tempo real de satélites e os dados podem então ser utilizados em uma vasta gama de serviços, de mapas e dis-positivos de localização ponto a ponto (exemplo: GPS veiculares), passando por câmeras, redes sociais e muito mais. Quando falamos em GPS, o uso muito comum é o vei-cular e no smartphone. Ter preso no vidro do parabrisas um disposi-tivo capaz de localizar endereços e indicar como chegar até eles com precisão é como ter um co-piloto sempre pronto a ajudá-lo acertar o caminho.

Pode-se afirmar que o GPS é considerado, atualmente, a mais moderna e precisa forma de deter-minação da posição de um ponto na superfície terrestre. O receptor capta os sinais de quatro satélites para determinar as suas próprias coordenadas e depois calcula a distância entre os quatro satélites pelo intervalo de tempo entre o instante local e o instante em que os sinais foram enviados. Decodificando a localização dos satélites a partir dos sinais de on-das específicas e de uma base de dados interna, levando em conta a velocidade de propagação do sinal, o receptor pode situar-se na intersecção desses dados, permi-tindo identificar exatamente onde o aparelho se encontra na Terra. Tal tecnologia foi desenvolvida, inicialmente, para fins bélicos, durante a guerra do Golfo (1990-1991). Foi com base no GPS que os Estados Unidos orientaram suas movimentações aéreas, seus bom-bardeios e lançamento de mísseis. O GPS provocou uma mudan-ça no comportamento das pessoas, ora favorece, ora complica a loca-lização. A maneira mais comum para se chegar a algum lugar era a pergunta por aproximação (fica perto de quê?). Hoje a partir do endereço digitado no aplicativo, basta seguir a rota indicada e, na maioria das vezes, chega-se ao destino. Nem reparamos mais no

atualidade

ponto de referência ou no percur-so realizado, sequer perguntamos ‘perto de quê?’. Confiamos no aplicativo, mesmo quando a rota sugerida nos faz girar muito além do necessário. Até quando o uso do aplicativo pode ser dispensado, tornou-se ‘moda’ utilizá-lo, como

revista vitória I Março/20166

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otaviano a. PereiraSociólogo

um sinal de ‘estar conectado’. Pode-se afirmar que atual-mente o uso do GPS está ao al-cance dos diversos campos da atividade humana. O GPS é útil em praticamente todas as situações e profissões em que seja necessá-rio obter uma localização precisa dos envolvidos, como trabalhos de exploração, expedições, dentro de mata ou cavernas, além de ser importante para praticamente todos

os veículos de voo ou navegação, permitindo aos tripulantes saberem exatamente onde se encontram, no céu ou no mar. A comunidade científica utiliza o GPS pelo seu

relógio altamente preciso. Durante cer-

tas experiências científicas, pode-se registrar com precisão de microssegundos quando determi-nada amostra foi obtida. Naturalmente, a localização do ponto onde a amostra foi reco-lhida também pode ser importante. Agrimensores diminuem custos e obtêm levantamentos precisos mais rapidamente com o GPS.

Guardas florestais, trabalhos de prospecção e exploração de recursos naturais, geólo-

gos, arqueólogos, bombeiros, todos são beneficiados pela

tecnologia do GPS, que também se torna cada vez mais popular en-

tre ciclistas, balonistas, pescadores, ecoturistas e

aventureiros que queiram apenas orientação durante as suas viagens. Após essas considerações, onde procuramos mostrar as várias facetas de uso desta ferramenta al-tamente tecnológica, perguntamos: e aí, será que o homem conseguirá dominar os robôs- máquinas, obra da sua capacidade criativa ou as máquinas dominarão o homem tirando-o das suas atividades co-tidianas? O criador será dominado pela criatura? Como fugir do en-cantamento que elas provocam? Esse é o desafio que o humano tem que enfrentar, será que ven-ceremos? Quem viver, verá! n

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micronotíciaS

alimentos que ajudam a desintoxicar o organismo

Alguns alimentos favorecem a função do fígado, que é eliminar toxinas. Consumí-los diariamente ajuda a manter a saúde em dia. Entre eles estão alho, alho--poró, salsão, cebola, agrião, rúcula, couve, brócolis (e outros vegetais verdes escuros), coentro, gengibre, mostarda, cogumelos comestíveis, repolho, couve flor, nabo e rabanete.

A solução é um colchão inflável desenvolvido por uma fábrica chinesa. A novidade é totalmente adaptada ao banco traseiro do carro e se encaixa perfeitamente no espaço. É ideal para quem necessita tirar um cochilo durante a viagem para recuperar a energia ou para o acom-panhante que gosta de dormir a viagem toda. Ainda não há legislação sobre o seu uso no Brasil. Portanto, valem as orientações para o uso do cinto de segurança.

para quem gosta de dormir no banco de trás do carro...

rede social como canal de reivindicações e soluções A questão de acessibilidade ainda é uma reali-dade bastante restrita no Brasil. As famílias que tem filhos portadores de deficiência encontram dificuldades quando precisam ir às compras. Diante da necessidade encontrada, uma mãe fez uma postagem em seu perfil no Facebook, sugerindo ao supermercado que provi-

denciasse carrinhos acessíveis, pois o concorrente já possui. A imagem teve milhares de comparti-lhamentos e o supermercado se pronunciou no seu perfil, afirmando que encaminhou o pedido para o setor responsável, e a demanda da cliente seria atendida.

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as ruas falam: intervenções artísticas para chamar as pessoas despercebidas Um grupo de publicitários paulistanos desenvolveu um projeto cha-mado #Unreadmessage (em português, ‘mensagem não lida’). A campa-nha chama atenção para mensagens de impacto social usando o espaço urbano para provocar, refletir ou propor um mundo melhor, utilizando os ícones de aplicativos de celular que elas convivem cotidianamente. “As pessoas estão acostumadas com os problemas e perderam o poder de questionamento. A nossa ideia é estimular o debate, fazer com que se questionem sobre os problemas e, quem sabe, tomar iniciativa”, explica o publicitário. Entre os temas destacados pela campanha, vale tudo o que, de alguma forma, expresse reflexão: campanhas contra a dengue, críticas à educação pública, ao lixo jogado na rua, Eduardo Cunha, lições de trânsito e dicas contra o machismo.

a língua da comunidade surda a Libras é uma língua oficial do brasil

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é língua oficial desde 2002 e, de acordo com a lei, possui o mesmo status que o português. É uma língua completa (e não linguagem), com estrutura gramatical própria.

cerca de 70% dos surdos não compreendem bem o português

A grande maioria dos surdos no Brasil não tem uma boa compreensão do português, ou seja, não entendem ou têm dificuldades para ler e escrever. Por isso, dependem da língua de sinais para se comunicar e obter informação.

a língua de sinais não é universal

As línguas de sinais têm direito a regionalismos. Assim como temos aipim, macaxeira e mandioca, também há sinais diferentes para a mesma palavra dentro do mesmo país.

surdo-mudo é um termo incorreto

O termo surdo-mudo é incorreto e nunca deve ser usado. A pessoa ser deficiente auditiva não significa que ela seja muda. A mudez é uma outra deficiência e é raro ver as duas acontecendo ao mesmo tempo.

acessibilidade em Libras é obrigatória

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI), em vigor des-de janeiro, promove mudanças significativas em educação, saúde, mobilidade, trabalho, moradia e cultura. Uma das conquistas importantes é o acesso à informação e aos serviços prestados por empresas ou órgãos públicos.

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desembargador Pedro Vals feu rosatribunal de Justiça do estado do espírito Santo

uma questão de

eSPecial

O que é necessário para que o Poder Judi-ciário funcione bem? A resposta, antes de ser complexa, é absurdamente simples

- espiritual, até. Qualquer criança a compreende, naquela sabedoria que somente a inocência pro-porciona. Começo pelas elites. Quando elas entendem de forma sincera, sem manifestações de hipocri-sia expressa, que as leis devem ser para todos, e não apenas para os fracos e miseráveis, cria-se um ambiente de serenidade e o Poder Judiciário funciona bem. Quando as autoridades abandonam o conceito pequeno e mesquinho da “minha jurisdição” e do “meu poder”, a cooperação mútua é facilitada e o Poder Judiciário funciona bem. Quando os habitantes do mundo jurídico entendem que, antes de ser um sentido, cada lei tem um sentido, a ditadura dos preciosismos acaba e o Poder Judiciário funciona bem. Quando as pessoas entendem que “amplo direito de defesa” deve ser algo referente tão--somente à defesa de direitos existentes, e não à criação de direitos inexistentes, os processos são mais simples e o Poder Judiciário funciona bem. Quando os formadores de opinião criticam apenas os maus juízes e servidores, poupando a instituição, os bons não são desestimulados e o Poder Judiciário funciona bem. Quando os juízes e servidores compreendem o quão belo é o reconhecimento de um povo que precisa de Justiça, prestigia-se aquela palavra

simples chamada “ideal” e o Poder Judiciário funciona bem. Quando as pessoas compreendem que há uma ampla maioria de juízes e servidores que buscam o bem pelo bem, e os apoiam, os maus perdem importância e o Poder Judiciário funciona bem. Quando os demais poderes e instituições com-preendem o quão importante é o império das leis, não há perda de tempo e energia com movimentos de desconstrução de imagens e o Poder Judiciário funciona bem. Quando os juízes e servidores percebem que as coisas da vida passam, e passam muito depressa, reina a humildade e o Poder Judiciário funciona bem. Quando as pessoas e os governos pagam o que claramente devem, ao invés de utilizar as leis como instrumento de rolagem de dívidas, o congestionamento de processos é reduzido e o Poder Judiciário funciona bem. Quando os habitantes do mundo das leis percebem e corrigem imediatamente qualquer dis-tanciamento com o mundo real, este não se vinga ignorando aquele e o Poder Judiciário funciona bem. Finalmente, quando o Poder Judiciário funcio-na bem, a economia aumenta em US$ 100 bilhões, o volume de investimentos sobe 10,4%, a produção é elevada em 13,7%, a oferta de empregos é 9,4% maior e todos ganham. Todos nós. n

inteligência

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que se levantam Vozes

É interessante notar como as mentalidades polarizadas permanecem em evidência no Brasil. Não que todo mundo esteja preso

a esses padrões de ser contra ou a favor, mas as coisas assim estão como a perpetuar a ideia de um país dividido. Claro que em grande parte isso decorre de uma mídia poderosa e plutocrata que tem grandes interesses em manter essas leituras binárias e afetadas. Dentre estas polarizações reaparece como um pano de fundo que se tece de muitos afetos e arroubos a discussão capitalismo versus socialismo, e se discute como se fôssemos os responsáveis pelo veredito final que passaria a valer para o mundo todo. De todo - é bom que se diga - essa discus-são não é ruim. Mas melhor seria se as realidades nos forçassem o pensamento e nos levassem à discussão dos problemas ao invés de nos fazer re-produzir como “midiotas” “conteúdos” veiculados pelos detentores da comunicação, ou nos levar ao

desrespeito do outro porque ele defende ideias socialistas, como aconteceu com o Chico Buarque, numa tentativa inadmissível para os dias de hoje de controle ideológico. Plantam-se ideias empobrecidas que vice-jam em conclusões tristes. Ou seja, a questão é apresentada ou como um socialismo que não deu certo - e que é identificado com Cuba - ou como um maravilhoso capitalismo - que se oferece em Miami. Cuba e Miami se tornam, engraçada e es-palhafatosamente, nestes tempos de mentalidades binárias, em ícones desses dois e pobres lados que se alardeiam pelo Brasil afora. Vai pra cuba! Vou pra Miami! Para além das nossas querelas e discussões, vozes dissonantes se levantam apesar dos grandes muros protetores da economia mundial e do business e apontam para a urgência de novos horizontes para o mundo, novos olhares para a vida. Do Papa Francisco ouvimos reiteradas vezes o apelo à cons-

ideiaS

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que se levantam

dauri Batisti

ciência. Não é mais possível seguir pelo mesmo caminho, é preciso realizar mudanças no estilo de vida, de produção e consumo. Ouvindo-o aqui e ali podemos dizer: É preciso se contrapor ao domínio absoluto dos mercados e à especulação financeira. É preciso desdizer esse enredo que afirma que as riquezas que o capitalismo produz também trazem justiça e inclusão social e bem estar para todos. Dados e realidades não con-firmam isso. Não se pode acreditar na “bondade” dos que concentram poder econômico. O que vemos é a espoliação do planeta, a falta de compromisso com a natureza e sua preservação. O rio doce está aí, destruído, como prova cabal. Nos Estados Unidos, de Bernie Sanders, possível candidato à presidência do país, começamos a ouvir - com grata surpresa - uma ideia que ele chama de

radical: uma economia que funcione para os traba-lhadores e não para os bilionários. Na verdade ele traduz para o mundo o que todos sentimos na pele: a economia que governa o mundo hoje funciona para favorecer uns poucos - bem poucos - que já detêm quase que totalmente toda a riqueza do mundo. Por enquanto são vozes, mas são vozes convo-cadoras. Amanhã poderão ser passos. Vozes enco-rajadoras como a do Papa Francisco, e instigadoras

como a de Bernie Sanders, e surpreendentes como a do economista e ex-ministro das finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, que afirma que o capitalismo vai devorar a democracia. A seu modo, e fazendo eco a tantas outras que se mesclam às suas, todos estão a dizer: Basta. E basta porque basta. Outros mundos não apenas são possíveis, mas já estão presente nas aspirações e corações de muitos. n

“nãO se pOde acreditar na “bOndade” dOs que cOncentram pOder ecOnômicO. O que vemOs é a espOLiaçãO dO pLaneta, a faLta de cOmprOmissO cOm a natureza e sua preservaçãO. O riO dOce está aí, destruídO, cOmO prOva cabaL”.

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economia Política

Éimportante a participação de empresas no desenvol-vimento de conhecimento

voltado para inovações. São elas que se submetem às incertezas inerentes à produção de coisas novas ou de coisas velhas de forma nova e, por isso, são boas interlocutoras para quem se dedi-ca a avanços tecnológicos. Também relevante é a inte-ração entre quem produz e quem usa conhecimento de tal forma que os avanços tecnológicos levem em conta o saber sistema-tizado e aquele que é tácito a pessoas ou orga-nizações. Fomentar essa interação entre agentes que respondam a lógi-cas distintas, como é o caso de pesquisadores em universidades e empresas, pode ser tarefa de agentes tanto na esfera gover-namental quanto privada. O incentivo para que haja maior articulação entre centros de pesquisa e empresas, mui-tas vezes vem sobre a forma de alocação de recursos governa-mentais. Como são públicos, é importante que sejam gastos em projetos com maior retorno social como a geração de no-vos negócios, mais empregos e

melhor distribuição de renda e conhecimento. A alocação de R$ 4 milhões por parte do governo estadual para o desenvolvimento de pro-jetos nas áreas de logística, meio ambiente e pelotização pode con-tribuir para a articulação entre centros de pesquisa no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. A questão é que o detalhado anexo que compõe o acordo entre Vale

e os dois estados, deixa claro que os projetos estão dirigidos para interesses específicos da empresa. Por um lado, a Vale há muito acumula dívidas sociais e ambientais com o Espírito Santo. Entre essas, o histórico pó preto na Grande Vitória e o desastre ambiental ao longo do rio Doce e da costa capixaba. Por outro, em tempos de crise há uma tendência a diminuir verbas para pesquisas. Por isso, é recomendável que os recursos carimbados para inte-

arlindo VilaschiProfessor de economia e coordenador do grupo de Pesquisa em inovação e desenvolvimento capixaba da ufeS

qualidade do gasto resses específicos da Vale sejam transferidos para projetos com maior e melhor impacto social e econômico. Essas qualidades são encontradas, por exemplo, no apoio a 38 micro e pequenas empresas brasileiras e sediadas no Espírito Santo, visando o desenvolvimento dos setores econômicos considerados es-tratégicos – energias alternativas, biotecnologia e meio ambiente,

entre outros. O fomento é voltado para projetos de inovação que envol-vam risco tecnológico. Com os recursos que estão destinados à Vale, esse fomento poderia ser ampliado para buscar maior arti-culação entre empresas de menor porte e centros de pesquisa no estado. Vale repensar o acordo Go-verno do Estado/Vale. n

“OfOmEntOÉvOltadOparaprOjEtOsdEinOvaçãO

quEEnvOlvamriscOtEcnOlógicO.cOmOsrEcursOs

quEEstãOdEstinadOsàvalE,esse fOmentO pOderia ser ampLiadO para buscar maiOr articuLaçãO entre empresas de menOr pOrte e centrOs de pesquisa nO estadO”.

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eSPiritualidade

dom rubens Sevilha, ocdBispo auxiliar da arquidiocese de Vitória

a internet

leva à curiosidade ou mesmo à perda de tempo. Daí o tempo parecer passar velozmente, a velhice chegar mais rápida, a morte mais próxima; e o ser humano cada vez mais ansioso e deprimido. Outra característica da in-ternet é acabar com a hipocrisia dos relacionamentos sociais. A internet está purificando as amizades reais que, de fato, são poucas. Um pesquisador afirmou que nos interessam so-mente três ou quatro contatos

Ouniverso da internet e suas consequências ainda são uma novida-

de para o mundo e, sobretudo, para a Igreja. Sendo a internet fruto da inteligência humana criada por Deus, ela está tam-bém no plano do Criador. Talvez a internet seja a mais revolucionária das atuais in-venções humanas. Os desdo-bramentos na vida prática e na mentalidade das pessoas são inimagináveis. Provavelmente, quase tudo irá funcionar através dela. A meu ver, um d o s p r i n c i p a i s efeitos positivos da internet é nos tornar mais humil-des. O nosso orgulho intelectual desaparece e ficamos humilha-dos diante da simples página de busca do Google. Desapareceu a pessoa considerada uma “in-telectual-enciclopédia”. Daqui para frente o homem vai ter que começar a pensar profundamen-te sobre aquelas coisas que o Google não consegue responder. Creio que a internet fará o ho-mem voltar-se para a busca do essencial, cansado da enxurrada de informações úteis e inúteis que, na maioria das vezes, só o

(“amigos”) que estão nas redes sociais. Os contatos on-line são semelhantes às pessoas conhe-cidas que cruzamos na calçada e fazem de conta que não nos viram. A internet será cada vez mais um instrumento maravi-lhoso do ser humano e provo-cará na Igreja constante conver-são pastoral. Contudo, alguns valores como a fé em Deus, a família, o amor, são tão infi-nitos, que jamais caberão nas pequenas telas digitais. A Igreja

“a internet será cada vez mais um instrumentO

maraviLhOsO dO ser humanO e prOvOcará naigreja cOnstante cOnversãO pastOraL”.

precisa estar nesses ambientes com os valores e princípios que defende e a caracterizam. Para a Igreja o mais importante será sempre o ser humano e não os maravilhosos aparelhos da informática, que são simples-mente instrumentos que devem ajudar a humanidade a ser cada dia melhor. Enfim, estar conec-tados é uma coisa, mas estar unidos em fraternidade é outra coisa! n

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Foto

: Mar

cus T

ulliu

s

PenSar

na abertura da campanha da fraternidade, a lama que “matou”o rio doce foi deixada na porta do Palácio anchieta como pedido de ajuda para as comunidades afetadas.

revista vitória I Março/201617

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caminhoS da BíBlia

ap 21,5

“Eis que faço novas todas as coisas”

uma das grandes pre-ocupações do tempo presente é a questão

ecológica, principalmente dian-te das implicações desastrosas do desmedido descaso com a natureza e a sua sobrevivência. O Livro do Apocalipse, muitas vezes mal compreendido, nos oferece uma visão do cosmos bastante pertinente e, mais ainda, indica a relação de Deus com a sua obra e o papel do homem no plano da criação. Em primeiro lugar, o autor do Apocalipse vê o cosmos não como um conjunto de belezas, de forma poética e abstrata, nem mesmo o vê a partir de sua gran-

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Pe. andherson franklin, professor de Sagrada escritura no iftaV e doutor em Sagrada escritura

deza. Ele vai além disso: o autor propõe uma visão do cosmos no qual percebe a presença de Deus na obra da criação. Neste caso, ao olhar para o cosmos, o autor consegue intuir qual seria o ponto de chegada, a plenitude que toda a criação é vocacionada a alcançar. Sendo assim, a criação não é um fato realizado, já terminado, mas, em caminho, em dinamismo de desenvolvimento, crescimento e plenificação. Todos os elemen-tos cósmicos são apresentados em valências e significados que estão para além dos naturais no Apoca-lipse: desde o sol, a lua, as estrelas, o mar, a terra e o céus. Assim, todas as vezes que o autor nos propõe o movimento das bases desses ele-mentos, toda a catástrofe e toda a mudança cósmica, deseja indicar esse constante movimento presente no cosmos. O sentido dessa dinâ-mica está na compreensão de que foi Deus quem criou o mundo, mas, em certo sentido, todo o universo ainda está sendo criado. A sua ação contínua no mundo indica a sua presença na história humana, ao mesmo tempo que demonstra o seu

desejo de envolver o homem nessa transformação gradual do criado. Um segundo elemento impor-tante na visão do autor do Apoca-lipse sobre o cosmos é a relação entre a salvação de Cristo e todo o universo criado. Deus constan-temente atua no mundo e continua a sua criação no desenrolar da his-tória, da mesma forma acontece com Cristo, isto é, a presença do Ressuscitado se faz sentir na histó-ria renovando-a a partir de dentro. No Apocalipse muitas vezes en-contramos o adjetivo “novo”, que não significa somente o trocar algo velho por algo novo. O significado desse adjetivo é ainda mais profun-do, isto é, indica a substituição do velho por algo melhor. Ou seja, o novo indica a plena realização, a maximização total, a plenitude da obra criada por Deus. Sendo assim, fica claro que a presença de Cristo junto desse movimento contínuo de renovação e plenificação do cosmos é bastante sentida no texto do Apocalipse. No texto de Ap 14 encontra-mos a descrição da presença do Cordeiro e de sua vitória diante

das forças do mal, nesse mesmo momento também encontramos a expressão: “e cantavam um cântico novo” (Ap 14,3). É Cristo esse canto novo, um canto que espelha a vitalidade de Cristo Ressusci-tado, Aquele que traz a novidade de Deus, o novo céu e uma nova terra. Em outras palavras, a assi-milação dos valores e da presença de Cristo é a grande novidade para um mundo que anseia pela sua renovação. Pois, a humanidade absorvendo os valores de Cristo é renovada e transformada pelos valores do Evangelho e torna-se comunicadora dessa novidade. Nesse caso, não é somente uma novidade comunicada ao mundo dos homens, trazendo-lhes um nome novo (Ap 2,17), mas junto desta todo o cosmos é renovado. Já que os homens e mulheres im-buídos do novo de Cristo seriam capazes de contemplar a beleza da criação, tornando-se comprometi-dos na defesa e cuidado dessa casa comum. n

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um conhecido seu e que acabou hackeando a sua conta. E essa é realmente a sensação que te-mos quando vemos um monte de mensagens indesejadas na nossa conta de e-mail, que a nossa privacidade foi invadida. Cada vez mais as infor-mações que você deixa como rastro na internet são coletadas e comercializadas por empresas de maneira indiscriminada. Por isso tome bastante cuidado onde você fornece o seu e-mail, as vezes um blog ou uma página que pede o seu cadastro pode ser uma isca para conseguir o seu contato. Dentro desse cenário os EUA se destaca como o país que mais enviou spam e o Brasil aparece em décimo nesta lista. O primeiro ponto que deve ser abordado sobre o e-mail marketing é que ele deve ser requisitado pelo cliente. Por exemplo, se eu gosto muito dos produtos de uma empresa, mas não consigo acompanhar as no-vidades criadas por ela, uma das soluções é assinar uma lista para que ela me envie essas informa-

comunicação

e-mail marketing

funciona?

felipe maciel tessaroloPublicitário e professor universitário

Existe uma grande dife-rença entre o e-mail ma-rketing e os e-mails não

solicitados, conhecidos também como spam. Enquanto o primei-ro é uma poderosa ferramenta de marketing criada para melhorar o relacionamento do cliente com a empresa, o segundo enche a sua caixa de entrada e lixo ele-trônico com propagandas de remetentes desconhecidos e que você nem faz ideia de onde con-seguiram o seu contato. Recentemente, assisti um vídeo produzido pela Hapstan-ce Films que aborda a questão dos e-mails indiscriminados que recebemos. De uma forma muito bem-humorada The Inbox imagina como seria na vida real, se a nossa casa fosse invadida por versões personificadas de e-mails e spams indesejados. Dentre os invasores podemos identificar aquele e-mail dizen-do que você ganhou um grande prêmio, tem também aquele que pede algum tipo de ajuda para uma ONG inexistente, além daquele que foi “enviado” por

ções. Lembrando sempre que eu posso cancelar essa assinatura a qualquer momento. Esse é o conceito do e-mail marketing, fornecer informação relevante e de qualidade para um público interessado no assunto. Os profissionais de marke-ting chamam esse processo de Opt-in, que é quando as pessoas consentem em receber a comu-nicação de uma empresa forne-cendo o seu endereço de e-mail. Essa prática, quando realizada com ética e transparência, pode funcionar muito bem e pode ter os seguintes resultados: a mensuração da sua campanha, sabendo quantas pessoas abri-ram e clicaram no seu e-mail; você envia para um e-mail sa-bendo que pode ter um retorno do cliente, já que ele solicitou esse tipo de comunicação e um ponto muito importante é que você qualifica a sua audiência, pois, a princípio, todos estão interessados naquele assunto. n

revista vitória I Março/201620

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SugeStõeS

“O nome de deus é misericórdia”

circuito do chapéu

desastre no rio doce vira música

O cantodas írias

O jornalista Andrea Tornielli entrevis-tou o Papa Francisco e a conversa se tor-nou um livro intitulado “O nome de Deus é misericórdia”. Na obra, além de contar as suas motivações para convocar o Ano Santo da Misericórdia, o papa partilha fatos que marcaram a sua vida pastoral como padre e bispo na Argentina. Com a linguagem clara e simples, o pontífice se apresenta como pecador abraçado pela misericórdia de Deus e convida a humanidade a fazer esta experiência. O livro se encontra à venda pela internet e nas principais livrarias.

Localizado na região serrana do Espírito Santo, município de Domingos Martins, o

Circuito do Chapéu oferece muitas opções para quem deseja passar um final de semana

com atividades diferenciadas. Um atrativo é a maior tirolesa do estado, situada no Sítio dos

Lagos. O percurso oferece ainda paisagens fasci-nantes e a famosa tilápia. Mais informações no site

www.domingosmartins.es.gov.br

Música e apelo social. A mistura do Forró de Falamansa e o rap de Gabriel O Pensador fez brotar uma música cha-mada “Cacimba de Mágoas”, que retrata a tragédia ocorrida no Rio Doce, em novembro de 2015. O projeto é uma par-ceria do instituto Últimos Refúgios e do Instituto O Canal para ajudar as famílias ribeirinhas atingidas pelo desastre de Mariana. Cada visualização do vídeo se transforma em uma doação para promover obras sociais comunitárias. Para assistir, basta buscar no youtube pelo nome da música.

No dia 1º de abril, às 19h30, na Prainha, durante a Festa

da Penha, a comunidade Shalom apresenta o espetáculo

“O Canto das Írias”. A peça apresenta uma concepção

atual da transformação do ser humano em relação ao

seu distanciamento com Deus. O homem começa a

conhecer novos mundos, novas vidas, novos meios de

viver. Nessas descobertas, ele esquece que existe alguém

que criou o maior de todos os bens: a vida.

Leitura

espetácuLO

cLipe

passeiO

revista vitória I Março/201621

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ViVer Bem

a dança apareceu na mi-nha vida desde a infân-cia. Então, há um bom

tempo sei o quanto a dança me fez e faz bem. Como sei? Quando me perguntam sobre a dança digo que não consigo expressar em palavras o quan-to ela me ajudou a entender sobre o que é ser feliz ou sobre felicidade. Eu simplesmente a sinto. Constantemente me dando motivos para dizer: sou feliz! No início ela era apenas uma brincadeira, uma forma de passar o tempo, era um projeto social que eu participava em uma escola da rede pública de ensino e hoje trilho uma carreira profissional envolvida pela atmosfera da dança, sou professor de educação física e de expressão corporal tam-bém. Ver os sorrisos dos meus pequeninos alunos da educa-

Benefícios da dançação infantil durante a aula é muito emocionante. Ao vê-los bem e a vontade para brincar com a expressão corporal e a dança percebo a essência desta linguagem corporal e a importância deste conteúdo para a formação de qualquer ser humano. A dança move o corpo e permite a percepção do que sentimos, isso é mágico, não tem explicação. Quando danço estou expressando um estado de espírito, uma von-tade do meu eu de aproveitar da melhor forma todo o senti-mento presente no momento. Durante minha formação inicial tive a oportunidade de dançar em festivais folclóricos nacionais e internacionais com pessoas de culturas diferentes. Apesar das nossas diferenças, a socialização sempre foi cheia de alegria, empatia, respeito e amor. Sentia-me muito bem,

marcou minhas memórias, foi inesquecível. Encontrei-me como pes-soa na dança. Ela me dá a es-perança de um mundo melhor, ela é a ludicidade da vida. Com a dança tudo é positivo, tudo é promovido para o bem estar de quem se envolve no ritmo. A dança, esta arte que transforma a vida em poe-sia, me permitiu o encontro com um lugar maravilhoso, cheio de pensamentos bons, de união, de amor, de paixão, de criatividade, de diversidade. Também por ela, encontrei uma artista, Cristiane Silveira, minha mãe na dança, idealiza-dora de sonhos e responsável pelos laços de amizades in-tensamente fortes que já pude ter na minha vida. Toda essa vivência na dança e com a dança me permitiu olhar para o lado bom da vida. Fecho os

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Benefícios da dança

Patrick gabrielli alveslicenciado em educação física

olhos, ouço a música, lembro as coreografias e me permi-to ter as melhores sensações que existem. Assim me sinto completo e feliz! Sou feliz porque conheci pessoas maravilhosas, porque posso sempre superar meus limites. A dança faz bem em todas as dimensões – física, psicológica, afetiva e pro-fissional – e para pessoas de qualquer idade. Só consigo ser grato a essa arte quando estou dançando. Essa semana li algo em uma rede social: “Se todos soubessem os incríveis benefícios que a dança pro-move... ahh, o mundo inteiro dançaria!” Concordo plenamente, curti, claro! n

revista vitória I Março/201623

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diálogoS Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc. • Arcebispo de Vitória ES

revista vitória I Março/201624

Há poucos dias ouvi uma pessoa preocupada, desanimada à beira da decepção que dizia:

“Como entender essa triste situação mundial, e, mesmo local, onde acon-tece tanta violência? Leio os jornais e vejo tragédias nas famílias, balas per-didas, acidentes causados pelo excesso de bebidas alcoólicas, assassinatos de mulheres. Ligo a televisão e vejo a tragédia dos imigrantes caminheiros em busca de vida porque onde resi-

diam tornou-se espaço das bombas lançadas por países ricos e por grupos revolucionários. Não há espaço para viver em paz”! Os olhos desta pessoa brilhavam entre lágrimas sinceras de angústias e perguntas... Como manter a fé diante de tanta crueldade humana? Participo da mesma dor. Mui-tas interrogações me vêm à mente e atingem o meu coração. Contudo, penso que o método usado em bus-

O caminho da paz ca da paz ou da justiça não produz o efeito desejado. Ódio gera ódio. Guerra gera guerra. Vingança gera vingança. Este método destruidor em busca da paz ou da justiça é o método de Caim que matou Abel, o método de Herodes matando crianças ino-centes. É a expressão do pecado no coração da pessoa humana. Ou de um grupo de pessoas ou de um país. Não se conquista a paz pela guerra, pela destruição do outro. A causa de todo esse horror de violência vem do coração humano, preso e dominado pelo mal. Seja o assassinato de uma

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revista vitória I Março/201625

o Tempo e a Hora são de Deus! Cabe ao discípulo acolher o método de Jesus agindo sem violência, agindo com amor, a partir do seu coração. Você vai contribuir com a paz e o perdão a partir do seu coração, de sua família pacificada pelo Amor, de sua Comunidade Eclesial. Este é o caminho do pequeno menino Jesus que derruba os poderosos. Penso e estou convicto de que os grandes problemas, as enormes tragé-dias que estão aos nossos olhos não podem atingir o nosso coração porque este é lugar da esperança. Choramos, sim, por tanta miséria, mas cremos na vitória do Amor. O Tempo é de Deus! A Hora é de Deus! Cabe-nos colaborar com o Tempo e a Hora de Deus! Para isto é preci-so ter fé que transporta montanhas e vence a guerra, fé de Abel que é mais forte que a de Caim, fé do menino Jesus que é mais forte que Herodes. A Esperança é aquecida pelo Amor, a Fé é comprovada no Caminho do Amor. n

pessoa, de um grupo, de uma nação sobre outra tem a mesma origem: o coração humano. Jesus já nos ensinou o método eficiente para conquista da paz. Jesus já deu início à revolução da verdadeira paz. É o caminho do Amor! Contem-plemos o fato do nascimento de Jesus: Ele veio como pequeno e fraco, não violento. Qual foi o seu comporta-mento em pleno império romano? A não violência através da miseri-córdia, o carinho com os que sofrem e com os abandonados. Qual foi o seu comportamento na cruz morrendo aparentemente como um fracassado? “Pai perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”. Toda a vida de Jesus foi uma vida na verdade, na humildade e não violência. Ele fundou a Igreja figurada numa pequena barca com poucos dis-cípulos que sofriam desesperadamente achando que a barca ia afundar. An-tes, Ele havia ensinado as multidões da barca e, naquele momento, estava descansando, dormindo na barca. Foi acordado pelos discípulos medrosos e desesperados, mas a barca não afun-dou. Na mesma barca, a de Pedro, depois dos discípulos terem feito os maiores esforços para pescar algum peixe e não tendo conseguido, Jesus ordena a Pedro que lance as redes ao mar. Pesca milagrosa! Pedro obedeceu ao mestre. A barca ficou repleta de peixes e precisou de ajuda de outra para carregá-los. Pois bem. O sentimento de de-sânimo não pode abater o discípulo. Ele precisa sim, ter consciência de que sozinho não conseguirá nada, porque

“a fé de abeL é mais fOrte que caim, a fé dO meninO jesus é mais fOrte que herOdes. a esperança é aquecida peLO amOr, a fé é cOmprOvada nO caminhO dO amOr”.

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PAULUS Livraria de Vitória-ESRua Duque de Caxias, 121

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Rezandocom JoséNovenaPadre Antônio Lúcio da Silva Lima144 páginas

Rezandocom JoséNovenaPadre Antônio Lúcio da Silva Lima144 páginasSão José, o lírio de Deus

Resgatando a devoçãona piedade popularPadre Jerônimo Gasques136 páginas

Nos passos de São JoséLuiz Alexandre Solano Rossi72 páginas

São José,Patriarca da fé

Declarado Patrono da Igreja pelo Papa Pio IX, São José

foi escolhido por Deus como patriarca da família de Nazaré.

Os livros Rezando com São José, Resgatando a devoção

na piedade popular e São José: o lírio de Deus homenageiam o esposo de Maria e o trazem

mais para perto de todos os seus devotos.

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o bem viver espiritual e corporal: mens sana in corpore sano

aSPaS

a frase em latim indicava na antiguidade que na oração devia-se suplicar a saúde

física e espiritual. E nestes tempos de quaresma, é bom pensar isso no contexto da prática do jejum. A Bíblia nos ensina que o jejum implica em um ato de hu-mildade diante de Deus (Es 8, 21), que não seja para ficar se mostran-do para todo mundo que se está jejuando (Mt 6, 17); que seja a ocasião para a soltura das ligadu-ras da impiedade, a libertação dos oprimidos, a partilha do pão com aqueles que estão com fome e a acolhida dos pobres abandonados (Is 58, 6). Pelo que está escrito, o bem viver bíblico remete sempre ao reconhecimento das necessidades do outro e não apenas ao bem estar pessoal e individual. Ao mesmo tempo, o jejum aparece em mais textos bíblicos como prática de

preparação dos discípulos para as difíceis tarefas e ministérios, uma forma de renovação das forças espirituais. A prática do jejum está pre-sente nas diversas tradições reli-giosas e os sentidos se misturam. No judaísmo, o principal jejum acontece no dia do perdão (Iom Kipur): expressa a transparência da pessoa perante Deus e implica uma reavaliação da própria vida. No budismo, ele aparece como momento de purificação espiritual e corporal. O bem vi-ver não dissocia corpo e espírito; assim, o jejum deve atender às duas dimensões da pessoa. Entre os muçulmanos, esta prática está presente desde o século VII d.C. e se constitui em um dos cinco pilares desta religião. Deve ocorrer durante todo o mês de Ramadã, do nascer ao pôr do sol. Inclui a abstinência de comida, be-bida inclusive água, sexo e álcool; à noite, a alimentação moderada, acompanhada de orações. Indica também um tempo de purificação física, mental e espiritual, bem como a prática da solidariedade com os mais necessitados.

Na medicina a prática do je-jum aparece antes das cirurgias quando a pessoa deve permanecer sem alimentação no mínimo oito horas; em alguns exames a mesma prescrição está presente. Uma pes-quisa realizada no Centro Médico Intermountain, em Utah (EUA), sugere a abstenção de comida, de vez em quando, em vista do bem do coração e da saúde de todo o corpo. Estaríamos já em tempos de recomendação médica da dieta do jejum? Ainda é preciso acrescentar esta prática como parte do movi-mento ascético. O líder indiano M. Gandhi recorria à prática de longos jejuns em vista da luta pela libertação da Índia. Morreu assas-sinado quando estava no 17º dia de jejum. São Francisco de Assis chegava a realizar jejuns durante a quaresma inteira, como fonte de vida espiritual. Parece que a tendência é de se ter um cuidado maior com o corpo em detrimento do penitencialismo, e o jejum re-presenta uma ação em vista de um bem viver corporal e espiritual. n

revista vitória I Março/201627

edebrande cavalieri doutor em ciências da religião e professor da ufeS

revista vitória I Março/201627

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Os movimentos sociais e a sociedade atual O padre Kelder brandão faz uma análise sobre o que aconteceu com os movimentos sociais ao longo das últimas décadas e afirma que as instituições precisam se ressignificar para continuar se comunicando com a sociedade

entreViSta letícia Bazet

décadas de 90, 2000, estamos vivendo um ‘boom’ de trans-formação, principalmente com as novas tecnologias, as redes sociais, e isso tem colocado em cheque o nosso jeito de ser instituição e ser movimen-to social. Então não gosto de olhar como acertos e erros, mas eu acho que todos nós estamos aqui para construir a história e é com os nossos erros e acertos que a fazemos. Eu, por exemplo, participo de

movimentos sociais desde meus 13 anos. Lembro que a primeira atividade que parti-cipei foi a primeira greve de professores que aconteceu aqui no Espírito Santo, isso ainda no final da década de 70. Era uma novidade muito grande, a gente tinha acabado de sair do regime militar, o sindicato dos professores estava se formando e pela primeira vez a gente pôde ver os professores reivin-dicando melhores condições de

vitória - O senhor conside-ra que os movimentos sociais estão em crise?Pe Kelder - A sociedade está passando por mudanças pro-fundas estruturais e isso faz com que todas as instituições sejam redimensionadas ou ressignificadas. E para isso a gente precisa se auto com-preender. A humanidade está vivendo um momento muito rico de transformação e claro que os movimentos sociais não poderiam estar incólumes a essa situação, então não diria que estão em crise.

vitória - Houve algum mo-mento específico em que estes grupos possam ter errado ou modificado a forma de levantar suas bandeiras?Pe Kelder - O fato é que a história não é estanque, ela é dinâmica e as pessoas também são movidas de sentimentos saberes. Então cada momento histórico é escrito a partir de realidades muito específicas daqueles sujeitos. Desde as

revista vitória I Março/201629

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do na situação dos sindicatos, por exemplo, hoje são muito empre-sariais, não têm aquela pauta mais coletiva, até porque as questões individuais hoje se sobrepõem às coletivas. Em sua maioria, os

sindicatos estão defendendo os interesses dos membros em uma perspectiva muito individual. No final da década de 90, isso se perde e surgem outras pautas mais indivi-duais e aí a gente tem a luta pelas garantias dos direitos e da liberdade dos indivíduos. Aí tem uma respon-sabilidade dos movimentos, mas por outro lado, o sistema político econômico que nós vivemos tem uma capacidade muito grande de se apropriar das instituições e eu vejo que o neoliberalismo pegou em cheio as categorias profissio-nais. As pessoas estão muito mais preocupadas no acúmulo de bens materiais, melhores garantias in-dividuais do que coletivas. Vendo a propaganda da Samarco sobre a situação de Mariana, aquilo é de

doer na alma de qualquer pessoa que consegue olhar um pouco mais amplamente, como a própria pro-paganda propõe “olhar para todos os lados”. O que a Samarco fez desde a sua constituição? Os donos

da Samarco sempre olham para o lucro, e agora a empresa fala que tem que olhar para todos os lados. E quem é que está lá defendendo a empre-sa? Os empregados. Falando de uma forma intimista, sensaciona-lista, romântica, pro-curando justificar algo que é injustificável, justificar um crime

que uma empresa cometeu, e não eles. E cometeram o crime porquê? Por causa da ambição desmedida. Ora, então você vê que há uma apropriação dos trabalhadores por parte do sistema empresarial, do sistema capitalista. E a gente preci-sa compreender que os movimentos sociais são reflexos daquilo que a sociedade está gestando. Se a sociedade se deixa contaminar por esse espírito, é claro que isso vai ter influência dentro dos movimen-tos sociais, e aí o outro desafio é: como desenvolver um senso crítico dentro dos movimentos e das ins-tituições para que a gente não caia nessas armadilhas que o sistema nos coloca.

vitória - O momento atual na

entreViSta

salário. Junto com a tecnologia, eu vejo que há uma mudança de linguagem e símbolos, então isso para os movimentos sociais é um desafio muito grande, não só para eles, mas para todas as instituições.

vitória - As lide-ranças dos movi-mentos sociais e sin-dicatos mudaram de perfil nestes últimos anos?Pe Kelder - Creio que não. Acho que os mo-vimentos sociais orga-nicamente instituídos com estes militantes que a décadas estão nesse processo, são muito conservadores em termos de linguagem, de comunicação. Vejo que há novas lideranças surgindo, sim, com um perfil e uma lingua-gem diferenciada. E talvez essa seja a dificuldade, esse encontro de gerações, como equalizar uma linguagem que possa ser desenvol-vida a partir de uma pauta comum.

vitória - Os movimentos dei-xaram as ruas para militar nas redes sociais?Pe Kelder - Têm movimentos que estão nas redes sociais, e esta é uma demanda do momento que vivemos, mas não vejo que eles deixaram as ruas. Os movimentos da década de 70 se estratificaram muito, e a realidade política e eco-nômica era outra. Estava pensan-

“a meLhOr fOrma da gente se ressignificar é se abrir aO OutrO, sair de nós mesmOs, e issO é para

aLém das instituições. a gente prOcurar se cOmpreender e

cOmpreender O universO aO quaLpertencemOs, essa deve ser a

causa de tOdOs”.

revista vitória I Março/201630

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economia, na política, nas ques-tões ambientais que surgem, não seria propício para os movimen-tos se apropriarem destas lutas?Pe Kelder - Não é tão simples, justa-mente por conta dos interesses que a própria sociedade vai demandan-do. São muitas as influências que existem e a tensão, o jogo de forças é muito grande. Ter uma pauta que unifique todo mundo é algo muito difícil para um mundo globalizado, nesse ‘boom’ das novas tecnolo-gias. Hoje as pesquisas mostram que a questão que mais incomoda o povo brasileiro é a corrupção. Mas em que medida as pessoas estão de fato dispostas a lutar contra a corrupção? Pensar e lutar contra a corrupção seria repensar todo o sistema político e social brasileiro, pois ela está entranhada na nossa história e cultura. São muitos os fatores que fazem com que a gente viva esse momento tão emblemáti-co que estamos atravessando e que eu vejo de uma riqueza muito gran-de. Sobrevivendo a este momento, acredito que temos condições de pensar o mundo de forma melhor.

vitória - Como os movimen-tos sociais podem se reinventar diante deste novo cenário?Pe Kelder - As novas demandas e novas necessidades vão fazer com que aconteçam movimentos que sejam reivindicatórios e emanci-patórios. O movimento feminista, o movimento LGBT, por exemplo, hoje fazem a diferença no cenário

nacional com as pautas deles, quer a gente concorde ou discorde. Eu acredito que são as necessidades que fazem com que os movimentos se rearticulem, se ressignifiquem. É fato que nós não vamos ter mais o movimento sindical como a gente teve na década de 70, 80. Mas daqui para a frente acredito que novos movimentos com novas deman-das, novos perfis, hão de surgir e continuar tensionando a história. Talvez daqui a um tempo a gente seja menos coletivo e mais identi-ficado em um espaço micro, com microgrupos de articulação, a partir de interesses culturais, afetivos, ideológicos e grupos que desenvol-vam afinidades com outros grupos e assim vão se formando em redes.

vitória - Algumas pessoas acre-ditam que estes movimentos sa-turaram. O que o senhor acha dessa questão?Pe Kelder - Eu acho que são movi-mentos legítimos. Posso discordar de métodos e propósitos, mas eu os vejo dentro dessa perspectiva macro das garantias e liberdades individuais. Por mais que a gente discorde da forma e do conteúdo, são movimentos legítimos diante do momento que estamos vivendo.

vitória - Eles precisam se rein-ventar também?Pe Kelder - Ah! Todas as insti-tuições e movimentos sociais precisam, porque senão perdem a capacidade de se comunicar e de se

renovar e é esse o grande problema que eu vejo, por exemplo, dos mo-vimentos orgânicos, dos sindicatos, dos outros movimentos que foram relevantes para a história recente do Brasil e hoje estão estagnados.

vitória - O senhor abraçaria alguma causa hoje? Qual delas?Pe Kelder - Ah, eu continuo abra-çando a causa do Evangelho! (ri-sos). Eu acho que a melhor forma da gente se ressignificar é se abrir ao outro, sair de nós mesmos, e isso é para além das instituições. A gente procurar se compreender e compreender o universo ao qual pertencemos, essa deve ser a causa de todos nós. Buscar a humaniza-ção e, talvez, neste sentido, todas as instituições pecam muito, porque ficam presas a dados institucionais e se esquecem que são feitas por seres humanos e para os seres hu-manos. n

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mundo litúrgico

fr. José moacyr cadenassi, ofmcap

Liturgias pascais

as liturgias celebradas no período denominado de “a grande semana” ou

“semana santa” são essenciais ao aprofundamento e intensificação da vida do cristão, na ampliação da sua afetiva e efetiva vivência do Mistério Pascal. Não são sinônimos de repetição de fatos passados, na forma de historicizar, fotográfica ou teatralmente, os fatos vividos por Jesus, no mistério de sua Páscoa. Todavia, procuram revivê-los na forma contemplativa, mística e teologal. A liturgia caracteriza-se pelo tom

memorial, ou seja, incorpora no hoje

aquilo que

o seu Mestre realizou. No Domingo de Ramos, celebram-se a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e o seu reconhecimento como Messias, como também a sua entrega no madeiro da cruz. Os dias de segunda, terça e quarta-feira santas são focados na vivência de Jesus, servo do Pai, em seus últimos momentos da vida terrena, junto ao seu discipulado. A manhã da quinta-feira santa está reservada como a última das celebrações quaresmais, com a missa do crisma (ou dos santos óleos), quando, nas catedrais do mundo inteiro, na tradição católica romana, os bispos celebram com o povo e o clero a dimensão da unidade cristã e do ministério presbiteral, com a bênção dos óleos dos catecúmenos e dos enfermos, e a consagração do óleo do crisma, destinado ao

batismo, à confirmação e às ordenações presbiterais. O Tríduo Pascal constitui uma unidade celebrativa; é praticamente uma única liturgia, e não dias avulsamente celebrados. Nele está o ápice da vida litúrgica cristã. Sua composição: a véspera,

celebrada na quinta-feira santa, com a Missa da Ceia do

Senhor; a solene ação litúrgica

da tarde de sexta-feira santa, como a Páscoa da Cruz; a vigília pascal, na noite de sábado, com as liturgias da luz, da palavra, do batismo e da eucaristia, como solene proclamação da ressurreição do Senhor; unido ao sábado, o consequente Domingo da Ressurreição. Até o século IV, a celebração anual e solene do Domingo de Páscoa perdurou como única celebração, além da vivência pascal do dia do Senhor em todos os domingos do ano. Importante recordar a riqueza ritual das outras igrejas cristãs e seus respectivos ritos para a celebração pascal: liturgias sírio-oriental, maronita, copta, etiópica, armênia e bizantina, entre outras. O Tempo Pascal será vivido ao longo de oito semanas, e concluir-se-á com a solenidade de Pentecostes, como expansão da Igreja e da missão dos discípulos do Senhor mediante a experiência da ressurreição. O ano litúrgico é o desdobramento dessa fundamental proclamação do Mistério do Ressuscitado, em vivência cotidiana e acentuando todos os domingos como Páscoa semanal. n

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eleiçõeS

a chance de escolher um bom candidato a vereador

no Brasil há uma aversão das pessoas contra os chamados políticos. Em

parte, há razão neste descrédi-to, pois parcela significativa de nossos dirigentes não realiza um bom trabalho. Por outro lado, esse descrédito eleitoral acaba favorecendo os políticos ruins, pois afasta o povo de uma par-ticipação política mais efetiva. Tempos atrás, o Padre José Fernandes de Oliveira (Zezi-nho), veio realizar um show em Vila Velha/ES durante o encer-ramento da tradicional Festa de Nossa Senhora da Penha. Logo no início ele se dirigiu às autoridades presentes e quando citou os vereadores do Municí-pio houve um princípio de vaia. Imediatamente, ele falou: “...estou chamando aqui as pessoas que vocês escolheram...”. O silêncio foi total. Na realidade, ele levou o público presente no evento a uma reflexão sobre as escolhas feitas. Ele tocou numa ferida, pois os vereadores são escolhidos pelo povo a cada quatro anos. De certa forma, as pessoas têm o direito livre de escolha e são responsáveis por ela. Podem e devem criticar sim, mas não de

maneira genérica só pelo fato de serem vereadores. É claro que existem distorções em nosso sis-tema eleitoral, mas inegável que o povo tem o poder de escolha. E em 2016 teremos eleições municipais, quando escolhere-mos os novos prefeitos e vere-adores. É tempo de escolha. No caso específico dos vereadores, para escolhermos bem é impor-tante conhecer um pouco mais sobre as suas funções. As prin-cipais são: fazer leis e fiscalizar o Poder Executivo. Entretanto, os eleitores, com ideias alimentadas por alguns candidatos, são levados a pensar que o vereador é um interme-diário entre elas e o prefeito, e que ele é responsável por trazer as obras para o bairro e pres-tar diversos favores (emprego, ônibus para excursões, consulta médica, material de construção etc.). Muitas vezes, levados pela falta de informação e inocência, elegem despachantes de luxo e não legisladores. Outro problema é que o de-bate eleitoral no Brasil é muito focado nos candidatos a cargos do Poder Executivo, ficando os eleitores com pouca ou nenhuma informação consistente sobre o

pleito para vereadores. Muitas pessoas nem se recordam do nome do candidato em que vo-taram para Vereador nas últimas eleições. Não é papel da Igreja indicar candidatos e partidos políticos, pois a escolha deve ficar a cri-tério de cada cidadão, devendo fazê-la de maneira consciente. Mas ficam aqui algumas suges-tões para quem quer realmente melhorar a realidade política no âmbito municipal: 1) Não veja o Vereador como uma pessoa que irá fazer obras, pois isso é papel do Prefeito; 2) Não vote em al-guém para pagar ou pedir favores pessoais e nem por amizade, mas sim em quem tenha capacidade e ética para legislar e fiscalizar o Poder Executivo; 3) Pesquise sobre a vida do candidato (atu-almente, com a Internet isso não é tarefa difícil); 4) Denuncie os candidatos que estiverem com-prando votos, nos termos da Lei 9840/99; 5) Após as eleições, acompanhe, fiscalize e cobre o trabalho correto de todos os eleitos. n

domingos augusto taufner, conselheiro do tce-eS. autor do livro manual do candidato(a) a Vereador(a).

Em 2016 não podemos desperdiçar

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O cenário é de incerte-zas. Inflação, taxas de juros, recessão, piores

índices da história, retração, são algumas das palavras que têm feito parte do cotidiano dos cida-dãos brasileiros, mesmo daqueles menos entendidos de economia. É a crise, que tem se tornado

palavra comum em qualquer roda de conversa, nos telejornais e nas empresas. Mais do que nú-meros, dados e previsões, por trás de todo esse cenário eco-nômico estabelecido no país, encontram-se pessoas. De um lado, empresários que vêem seus lucros cair e a possibilidade de

quebra do negócio, e do outro, o lado “fraco” da corda. Os mais afetados pela crise têm nome, endereço e contas para pagar. Trabalhadores que nos últimos meses têm vivido com uma ame-aça angustiante: o desemprego. Sob a justificativa de que “a empresa passa por um momento ruim”, muitos trabalhadores per-deram seu posto de trabalho, prin-cipalmente durante o ano passado. É o caso de Isis, que atuou por um ano na área de comunicação e há 6 meses está desempregada. Ela garante que a situação é angus-tiante. “Gera muita ansiedade, de

rePortagemletícia Bazet

Comportamentos

Mais do que números, dados e previsões, por trás de todo esse cenário econômico estabelecido no país, encontram-se pessoas.

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não ter certeza de nada no futuro. Minha preocupação é de não conseguir conquistar minha in-dependência, com quase 30 anos, além de precisar do dinheiro para me manter”, afirmou. Isis afirma que tem buscado as empresas, mas quase não recebe retorno. “Algumas ainda dizem que vão passar por mudanças e depois entram em contato comigo, mas a falta de uma resposta incomoda muito”. Vivemos em uma sociedade capitalista, na qual o consumo é incentivado a todo momento, então trabalhadores perdendo o

seu poder de compra abala, en-tre outros setores, o comércio. De acordo com a Confedera-ção Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, as vendas do comércio registra-ram, em 2015, a maior queda da história. Lorena trabalhava em uma loja de calçados, mas também foi atingida pela crise. “É um momento difícil, tenho uma filha para sustentar e agora as empresas fecham as portas para as contratações e come-çam a procurar outras soluções, que geralmente prejudicam o trabalhador que permanece no

emprego”. Lorena se refere a sobrecarga de trabalho, imposta àqueles que preservaram seu emprego. “Vejo muitas amigas reclamando que tudo está difícil mas, com medo de ir para a rua, aceitam todos os excessos dos patrões, trabalham muito mais do que devem sem receber a mais e ainda precisam sorrir para o cliente como se estivesse tudo bem”. A vendedora expõe a face cruel do impacto nas relações trabalhistas, que no momento da crise deixa mais evidente o modo de produção no sistema

perante a crise

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rePortagem

capitalista. Em entrevista à re-vista da FGV, o consultor em-presarial Ken O’Donnell afir-ma que “o problema é a parte debaixo do iceberg, que está

levando o todo: são as crenças, são as ideias, entre as quais estão a cultura de desperdício, a cultura do ganhar rápido. A crise financeira, então, é, de fato, uma crise de valores, de consciência. E eu não vejo nenhuma mudança de direção a uma nova consciência neste momento. É a maior oportu-

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nidade da História para fazer isso, mas a arrogância reina, a ganância reina”. Se para uns a crise tirou empregos e oportunidades, há quem tenha se beneficiado com uma demissão e alcançado logo o reposicionamento no merca-do de trabalho. Anna Virgínia diz que inicialmente, quando a crise chegou ao mercado, não se sentiu ameaçada, pois sabia que a empresa teria verba para o seu salário até o fim de 2015. Mas as previsões de arrecada-ção para 2016 eram menores e ela imaginou que seu emprego não seria mantido. Mesmo com a expectativa de uma possível demissão, a notícia a abalou: “quando fui demitida fiquei muito triste, foi um misto de sentimentos, fiquei assustada, desespera-da, principalmente para saber se conseguiria pagar minhas contas futuras em dia. Mas a conversa com meu ex-chefe foi franca e não atingiu a minha autoconfiança enquanto pro-fissional”. Porém, a situação não du-rou muito tempo e ela classifica a sua demissão como a melhor coisa que poderia ter aconteci-do. “Em dois meses arrumei um novo emprego, ocupando um cargo que gosto muito mais de

trabalhar, em um trabalho novo e desafiador”. Não são todos que tem essa mesma sorte. A maior preocupação de quem perde o emprego é como irá sobreviver nos dias que virão. Lorena afirma: “as contas não param de chegar, você precisa conquistar coisas novas, então o psicológico fica muito abalado e a pressão de ficar mais um dia sem emprego, sem perspec-tiva de quando as coisas irão melhorar, dão o sentimento de angústia, aflição, desespero”. Além da sensação narra-da por Lorena, outra situação preocupa Isis: “de não conse-guir trabalhar com o que me dediquei, estudei, gastei minha energia”. Ela afirma que fez um curso para dar aulas de yoga, mas não tem conseguido formar turmas. “Estou a procura de um emprego para me ocupar durante o dia e conseguir dar aulas à noite, mas está difícil”. Assim como Isis buscou uma alternativa ao emprego for-mal para tentar manter a sua renda, muitos trabalhadores ao perderem seu emprego passam a se dedicar a atividades au-tônomas. Somente no ano de 2015 no Espírito Santo, 9.769 empresas foram constituídas, número 8% acima do registrado no ano anterior. Também no ano

de 2015, houve um crescimento de 22% de microempreendedo-res individuais formalizados no Estado. Ao ser demitida, Priscila distribuiu currículos e avisou aos seus contatos que precisa-va de uma recolocação. Após cinco meses sem sucesso, de-cidiu investir no que antes era um hobby. Começou a realizar atendimentos domiciliares fa-zendo maquiagem, penteados e outros trabalhos relacionados a área da estética. “No primeiro momento me desesperei, tive medo de não conseguir logo outro trabalho. Hoje vejo que deveria ter começado a fazer meus trabalhos logo que saí da empresa, pois agora me sinto útil, motivada e finalmente com o dinheiro entrando no bolso”, contou. As histórias mostradas aqui se multiplicam Brasil afora e as soluções para enfrentar este momento não são mágicas. Em jogo está a autoestima profis-sional, o sustento, a formação e também a criatividade para superar uma situação adversa. Mais do que a análise de nú-meros e dados, a crise envolve pessoas, e serão elas com sua força de trabalho, empenho e criatividade que poderão mudar este quadro. n

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folder_restaurante sol e mar

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016 15:49:26

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arquiVo e memóriagiovanna Valfrécoordenação do cedoc

O ano era 1999 quando a violência e a impunidade assolavam o Estado do Espírito Santo. O agravamento da crise Institucional nos poderes estatais que se evidenciou a partir daquele ano, fez com que as principais instituições contrárias aos desmandos que se instalaram no Estado se articulassem no combate ao Crime Organizado. Os índices de violência transformaram o Espírito Santo no Estado, proporcionalmente, mais violento do país. Pessoas de bem, entre elas o então arcebispo de Vitória, Dom Silvestre Scandian (hoje arcebispo emérito), o presidente da OAB/ES da época, Dr. Agesandro da Costa Pereira e representantes de várias instituições e Igrejas se mobilizaram em favor da vida. Iniciava-se ali uma reação ao crime organizado com a criação do Fórum Permanente contra a Violência e a Impunidade - Reage Espírito Santo. Em 21 de novembro desse mesmo ano a sociedade capixaba foi convidada a se manifestar e mais de 10 mil pessoas foram para as ruas, num domingo de muita chuva pedindo um basta à violência e à impunidade.

contra a violência, a impunidade e a favor da vida

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Pergunte a quem SaBe

André Maioli MoysesEngenheiro Eletricista

Tem dúvidas? Então pergunte para quem sabe. Envie sua pergunta para [email protected]

economia doméstica

O que é a bandeira vermelha na conta de energia? No dia 1º de janeiro de 2015 teve início o Sistema das Bandeiras Tarifárias , classificadas em verde, amarela e vermelha. Elas apresentam a sinalização mensal do custo de geração da energia elétrica que será cobrada do consu-midor, sendo que anteriormente o reajuste era repassado um ano depois de ocorrido, quando a tarifa reajustada passava a valer. As bandeiras tarifárias expõem o preço real da energia no país e as condições de abastecimento do sistema. Essa sinalização dá, ao consumidor, a oportunidade de adaptar seu consumo, se assim desejar. A

bandeira vermelha significa que as usinas térmicas estão ativadas e produzindo em alta demanda. Neste caso, é acrescido à conta o valor de R$ 4,50 a cada 100 kWh.

desligar o aparelho da tomada reduz o consumo de energia? por quê? Depende do modelo do aparelho. Alguns aparelhos, como liquidificadores, batedeiras, computadores, ventiladores, lâmpadas, não consomem energia caso fiquem ligados na tomada. Já televisores, microondas, recep-tores de antena, consomem energia. Isso se deve ao fato de que estes aparelhos possuem dispositivo de controle remoto e/ou display de informação (relógio, temperatura, etc). Portanto, apesar de parecer que estão des-ligados, eles ficam em stand by, modo em que existe um consumo de energia. No modo stand by eles são responsáveis por 5 a 10% do consumo.

Dr. Luiz Cezar Mathias Médico pediatra

Ped

iat

ria

quando a criança perde o fôlego chorando, há risco para a sua vida? Na grande maioria das vezes, a criança chorar sem parar e “engolir o fôlego” não traz prejuízo à sua saúde. É uma forma de chamar atenção. Mesmo que fique com os lábios arroxeados não há motivo para preocupar-se, pois quase nunca desmaia. E quando isto acontece ela acorda em poucos segundos.

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Carlos Magno Pimentel JuniorGerente do Procon de Vitória

direito do consumidor

é vantajoso fazer seguro ou garantia estendida de um produto? A garantia estendida é um seguro como qualquer outro. Caso o consumidor opte por contratá-lo, não há nada de ilegal nisso, basta que seja conveniente. Vale lembrar, entretanto, que todo produto tem sua garantia legal e contratual. Caso o consumidor entenda por bem ter mais que o prazo ofertado, é aconselhado a contratação do seguro garantia estendida, em especial quando o produto adquirido tiver um valor elevado.

quando termina de fato a quaresma? A Quaresma termina na quinta-feira santa, e não no domingo de ramos como algumas pessoas alegam. Para nos ajudar na reflexão do assunto assim escreveu o Beato Paulo VI, quando aprovou as Normas Universais do Ano Litúrgico e o novo Calendário Romano geral, diz, no n. 28: “O tempo da Quaresma vai de Quarta-feira de Cinzas até a Missa na Ceia do Senhor (Quinta-feira santa, à tarde), exclusive”.

como se determina a data da páscoa e do carnaval? Falar sobre esse assunto é muito compli-cado, pois diferente do Natal e outras festas religiosas, a Páscoa muda a cada ano, entre 22 de março e 25 de abril. E a escolha dos dias foi definida após muita controvérsia. Convencionou-se então que a Páscoa seria celebrada no domingo após a primeira lua cheia da primavera, guiando-se pela data do equinócio. O debate sobre a mudança foi documen-

tado por Eusébio, historiador romano e bispo de Cesáreia, que narra os encontros entre diferentes grupos que queiram fazer prevale-cer sua posição. Ao fim, cada um continuou a celebrar na data que considerava correta, até o Primeiro Concílio de Niceia, em 325 d.C. O concílio convocado pelo imperador Constantino foi uma tentativa de unificar as normas e a tradição cristã, que havia sido feita religião oficial do Império Romano em 312 d.C. O concílio decidiu que todos os cristãos deveriam celebrar a Páscoa na mesma data e que esta seria separada do Pesach – Cele-bração da Páscoa Judaica. Um longo caminho foi percorrido, e o Papa Gregório XVIII no ano de 1582, decidiu organizar o calendário em 365 dias – sendo que haveria também o ano bissexto 366 – dias, celebrando assim a páscoa entre os dias 22 de março e 25 de abril, conforme calendário atual. Assim com a primeira resposta, vamos entender e responder a segunda pergunta, ou seja, a Páscoa é que determina a data do carnaval, uma vez que é comemorada no primeiro domingo de lua cheia após o dia 21 de março e o carnaval ocorre 7 (sete) domingos antes do domingo de Páscoa, logo, o carnaval pode acontecer até mesmo fora do mês de fevereiro, dependendo do surgimento do equinócio de março.

Padre Diego CarvalhoPároco da paróquia Nossa Senhora da ConceiçãoAlfredo Chaves

rel

igiã

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enSinamentoS

“O sacerdOte, O diácOnO Ou a testemunha quaLificada da

igreja nãO é O ceLebrante dO casamentO, mas quem assiste à

ceLebraçãO dO matrimôniO.”

O Catecismo da Igreja Católica apresenta uma profunda verdade de fé:

o pacto matrimonial foi fundado e dotado de leis próprias pelo Criador e, entre os batizados, elevado à dignidade de Sacra-mento por Cristo, caracterizado pela unidade e indissolubilidade – ou seja, não pode ser desfeito. Por meio do pacto matrimonial, o homem e a mulher constituem entre si uma íntima comunidade de vida e de amor, visando ao bem do casal e à geração dos filhos. Pelo Sacramento do Ma-trimônio, os esposos recebem a graça especial de amarem-se como o mesmo amor com que Cristo amou a sua Igreja, que leva o amor humano do casal à per-feição, fortificando a sua unidade indissolúvel e santificando-o no caminho da vida eterna. Esse sacramento se baseia no consentimento manifestado pelo homem e pela mulher, isto é, na vontade de doar-se mútua e defi-nitivamente para viver uma alian-

Consentimento:ato sacramental do matrimônio

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Vitor nunes rosaProfessor de filosofia na faesa

ça de amor fiel e fecundo. Por isso, os esposos são os ministros da graça de Cristo, conferindo-se um ao outro Sacramento do Ma-trimônio, ao expressarem perante a Igreja o seu consentimento livre, consciente e responsável. Esse ato pelo qual os cônju-ges se doam e se recebem mutua-mente como marido e mulher os liga de tal modo que se tornam uma só carne, conforme sustenta a Sagrada Escritura (Gn 2, 24; Mc 10,8; Ef 5,31). Sem a troca de consentimento livre, não há casamento válido para a Igreja. Nesse sentido, o sacerdote, o diácono ou a testemunha qualifi-cada da Igreja não é o celebrante do Casamento, mas quem assis-te à Celebração do Matrimônio, acolhendo o consentimento dos esposos em nome da Igreja, ex-pressando visivelmente que o Ma-trimônio é uma realidade eclesial, sendo conveniente que seja uma

celebração litúrgica pública. Vale lembrar que a Igreja não anula o Matrimônio vali-damente contraído, mas declara a sua nulidade – ou seja, que o Sacramento nunca existiu – após análise cuidadosa realizada pelo Tribunal Eclesiástico. Algumas razões tornam inexistente o Ma-trimônio, como por exemplo, al-guém ser obrigado a casar por causa de gravidez , entre outros motivos. Quando a Igreja reconhe-ce a nulidade, o casal fica livre para se casar com outra pessoa, respeitando as obrigações decor-

rentes da união anterior, como por exemplo, o cuidado dos filhos. Quanto aos divorciados que contraem novo casamento civil, estando o legítimo cônjuge vivo, não estão excluídos da Igreja, mas não podem receber a comunhão eucarística. A Igreja acolhe as pessoas nessa situação e as orien-ta a levarem uma vida cristã, de muita oração e serviço à caridade, participando da comunidade cristã de acordo com as normas eclesiais e educando os filhos na fé. n

“quEmassistEàcElEbraçãOdOmatrimôniO,

acOlHEndOOcOnsEntimEntOdOsEspOsOs

EmnOmEdaigrEja,ExprEssandOvisivElmEntE

quEOmatrimôniOÉumarEalidadE

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cElEbraçãOlitúrgicapública.”ato sacramental do matrimônio

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ecologia

cuidados para captação de água da chuva

tradicionalmente a cons-trução de uma cidade traz uma série de problemas

ambientais para seus moradores. Por exemplo, a pavimentação facilita o deslocamento de veí-culos no município, mas provoca o aumento de enchentes após um evento de chuva forte. Afinal, a alteração proposital do curso de rios e a impermeabilização de grande parte do solo dificulta o

escoamento da água. Porém, nos últimos anos, as mudanças cli-máticas têm alterado o regime de chuvas de várias regiões, muitas vezes aumentando o tamanho do período de estiagem e concen-trando chuvas em períodos curtos. Isso proporciona aos gestores dos municípios novos desafios no que diz respeito ao gerenciamento de

enchentes, assim como à baixa disponibilidade da água para dis-tribuição à população, indústrias e agricultura. Será que não exis-tem formas de resolver esses dois problemas de forma conjunta? Em teoria o pensamento é bem simples: “Por que não apro-veitar a água de chuva para, pelo menos, amenizar os impactos da crise hídrica”? Nesse contexto, aquela grande quantidade de água

das enchentes pode-ria ser utilizada, por exemplo, para irrigar culturas de hortali-ças. Ou então para abastecer um reser-vatório que, na época de estiagem, forneça água para uma esta-ção de tratamento e distribuição. Porém, não basta simples-mente coletar e guar-dar a água da chuva

sem cuidados essenciais. Para que essas ações sejam feitas de forma segura, devem ser realizados gran-des investimentos em pesquisas para desenvolver sistemas efi-cientes e sustentáveis de coleta, armazenamento e distribuição da água da chuva. A coleta precisa ser eficiente para evitar que a água acumule

Prof. msc. danilo camargo Santoscoordenador do curso de ciências Biológicas - faculdade católica Salesiana do espírito Santo

nas vias públicas e casas da ci-dade, levando a água para um reservatório de grande porte. Já o armazenamento deve ser feito de forma a preservar a qualidade da água, evitando a contaminação da mesma por elementos químicos diversos e organismos oportunis-tas, como mosquitos, bactérias e protozoários (vale lembrar que atualmente vivemos um surto de doenças transmitidas pelo mosqui-to Aedes aegypti, que se reproduz facilmente em águas paradas). Por fim, o reservatório deve ser conectado à estação de tratamen-to de água da região, para que a água seja distribuída dentro dos parâmetros estabelecidos pelos órgãos competentes. Várias empresas e grupos de pesquisas de instituições de ensino vêm desenvolvendo uma série de pesquisas para reaproveitar a água da chuva, porém quase sempre em situações de baixa escala. É chegada a hora do poder público abraçar essas ideias e implantar esses sistemas que trará grande benefício para a população, além de redução de gastos dos cofres públicos. n

revista vitória I Março/201644

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parque moscoso

cultura caPixaBa

construído na virada do século XX, época áurea de Vitória, quando as lavouras de café transformaram humildes conterrâneos em grandes fazendeiros,

o Parque Moscoso (e suas ruas do entorno) guarda pre-ciosidades há muito esquecidas pela população capixaba. Quando em 1888 a região foi aterrada pelo Gover-nador Henrique Moscoso e o braço de mar, conhecido como Mangal ou Campinho, deu lugar a principal área de lazer da Capital do Estado, os homens mais ricos da região decidiram construir ali seus palacetes, com vista para os jardins do Parque. Jardim esses ornados com alamedas, lagos, ruínas romanas, fontes luminosas, pontes e chafarizes por onde as damas da sociedade passeavam ao fim do dia. Ou aproveitavam uma sessão no cinema Politeama (década de 40) e Santa Cecília (década de 50), bem ali do outro lado da rua. Porém, a marginalização do Centro Histórico trouxe ruína a muitos desses casarões e viu crescer muros em volta do parque, acabando inclusive com o mini zoológico que existia. Os bravos vendedores de fotografias, conhecidos como Lambe-lambes, aos poucos foram desaparecendo (substituídos pela tecnologia digital) e o parque caiu no esquecimento. Mas, esse cenário pouco a pouco vai se revertendo. E, quem foi ao Parque, na matinê desse último carnaval, viu o espaço ser reinventado pelos moradores locais e, as alamedas repletas de crianças brincando demonstram que os esforços para a revitalização dos jardins estão dando bons frutos. A paz volta a reinar entre os monumentos históricos, as flores e árvores. Sejam eles na ocupação dos espaços com a academia popular de ginástica, nos jogos de futebol da garotada, nos carrinhos de bebês que transitam ou no eterno carrinho de pipoca. n

diovani favoretohistoriadora

revista vitória I Março/201645

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acontece

DOMINGO – 27 de marçoRomaria dos CavaleirosSaída de Cobilândia às 9hBênção na chegada à Prainha Oitavário e Missa às 14h (Área Pastoral Vila Velha)

SEGUNDA-FEIRA – 28 de marçoOitavário e Missa às 14h no Campinho (Área Pastoral Serrana)

TERÇA-FEIRA – 29 de marçoOitavário e Missa às 14h (Área Pastoral Cariacica/Viana)

QUARTA-FEIRA – 30 de março Oitavário e Missa às 14h (Área Pastoral Benevente)

QUINTA-FEIRA – 31 de marçoOitavário e Missa às 14h (Área Pastoral Serra/Fundão)

SEXTA-FEIRA – 1º de abrilOitavário e Missa às 14h(Área Pastoral Vitória)e Romaria dos Militares19h30 - Celebração da Misericórdia com apresentação do Espetáculo O Canto das Írias - Apresentação Comunidade Shalom

SÁBADO – 2 de abrilDiocese de São Mateus Missa às 8h Campinho

Romaria das pessoas com DeficiênciaSaída às 8h da Praça Duque de Caxias com Missa na chegada à Prainha

Diocese de CachoeiroMissa no Campinho com Oitavário às 14h

Romaria dos HomensSaída da Catedral de Vitória às 19h com Missa na chegada à Prainha

PROGRAMAÇÃO DOMINGO – 3 de abril Diocese de ColatinaRomaria às 8h e Missa às 9h no Campinho

Romaria dos MotociclistasSaída às 10h. Local a definir

Romaria das MulheresSaída do Santuário de Vila Velha às 15h com Oitavário e Missa na Prainha

SEGUNDA-FEIRA – 4 de abrilMissa CRB e Seminário às 7h no Campinho

Romaria dos CiclistasSaída de Cobilândia e Ibes às 8h30

Bandas de CongoBênção no Campinho às 9h

Missa das Pastorais Sociais às 10h no Campinho

Missa de Encerramento às 16h na Prainha

Show musical com Padre Juarez Castro

HORÁRIOS DAS MISSASNA CAPElA DO CONvENTODia 27 de Março: 5h, 7h, 9h e 11hDe 28 de março a 1º de abril: 6h, 7h, 8h e 9h30Dia 1º de abril: Missa das 9h30 com participação dos advogadosDia 2 de abril: 6h, 7h30 e 11hDia 3 de abril: 5h, 7h, 11h e 14hDia 4 de abril: 0h, 2h, 6h, 9h e 12h

ATENDIMENTO DE CONFISSÕES NA CAPElA DA RECONCIlIAÇÃODe 28 de março a 3 de abril de 8 às 11h e de 14h às 16hNo dia 4 de abril, de 8h às 11h

No dia 22 de fevereiro de 2016, Dom Luiz Mancilha Vilela, Arcebispo de Vitória, ES, celebrou na catedral 30 anos de ordenação episcopal.

De 06 a 15 de abril acontece em Aparecida (SP) a 54ª Assembleia Geral da CNBB, reunindo bispos de todo o Brasil. O tema central que estará presente nas discussões e decisões será “Os cristãos leigos e leigas”. O arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela e o bispo auxiliar, Dom Rubens Sevilha estarão presentes.

assembleiados bispos

comemoração

revista vitória I Março/201646

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dia 14 de fevereiro: caminhada orante pelas ruas do centro de vitória• concentração às 15h na igreja Presbiteriana unida, na rua 7 de setembro, em direção à catedral metropolitana.

PATROCÍNIOREALIZAÇÃO

GOVERNO DO ESTADODO ESPÍRITO SANTO

Secretaria de Turismo

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