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ESPECIAL/SEGURO CONTRA INCÊNDIO Emergência 20 MARÇO / 2018 SHUTTERSTOCK

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FALTA ADESÃO

Reportagem de Bruna Klassmann

De acordo com pesquisa, o incêndio é o ti-po de sinistro mais temido pelas pequenas e médias empresas brasileiras. A Pesquisa Glo-bal Zurich PMEs demonstra que do total de 3.000 empresas entrevistadas, em 15 países, 8,5% se preocupam com as consequências do fogo. O índice entre as brasileiras, foi de 23%, percentual de representação das 200 empresas ouvidas. Este resultado fez com que o Brasil ficasse na primeira posição com o maior índi-ce do mundo de preocupação com incêndio, seguido da Espanha e do México.

Diante disto, segundo especialistas, uma forma de resguardar o seu patrimônio do fo-go é a contratação de um Seguro Contra In-cêndio. Esta opção pode auxiliar as empresas em diferentes aspectos, como por exemplo, o ressarcimento financeiro quando ocorre es-

Mesmo que obrigatório para as empresas brasileiras, ainda falta a contratação de Seguro Contra Incêndio devido à cultura do país

te tipo de sinistro. “O seguro é fundamental para qualquer empresário, para que ele pos-sa ter respaldo em caso de eventuais danos e prejuízos causados à sua empresa, bem como prejuízos causados às outras pessoas também. É uma garantia que a empresa terá o supor-te financeiro para retomar suas atividades em caso de alguma eventualidade”, destaca Ma-rio Cavalcante, diretor de Massificados da Li-berty Seguros.

Em 2017, no cenário de ocorrências de in-cêndio registradas no Brasil, conforme dados divulgados pelo ISB (Instituto Sprinkler Brasil), foram contabilizados 724 casos de incêndios estruturais. Dentre as diferentes categorias de estruturas, a que maior registrou ocorrências foram os estabelecimentos comerciais (lojas, shopping centers e supermercados), com 286 registros, seguida pelas indústrias com 153 ocorrências. Os danos causados ao patrimô-nio e bens físicos, devido ao incêndio, podem potencialmente ser a grande fonte de perda para muitos negócios, caso não se tenha um seguro adequado.

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Para Bruno Kelly, professor da Escola Nacional de Seguros, o incêndio é um risco muito complicado de ser gerido, se por ventura você não tiver seguro. “Ele é fundamental para uma empresa, pois se ela não tem um seguro de incêndio e pegar fogo, certamente compromete até a própria existência dela”, destaca Kelly. O professor também faz uma pequena comparação do incêndio com outros si-nistros que podem ocorrer no dia a dia das empresas. “Quando se tem o caso de um roubo, você consegue mais ou me-nos limitar o valor do seu prejuízo, pois sabe que está limitado ao que tem no estoque. O dano elétrico, normalmen-te, você tem a limitação ao valor da má-quina. Já, o incêndio, na hora que inicia, o fogo vai embora e se não combater, ele lambe a planta toda, desde o conte-údo, entrando em estoque, maquinário e também em área construída. Então, o seguro de incêndio é aquele que tem os maiores valores de prejuízo quando ele ocorre, até por isto é muito importante para as empresas”, salienta o professor.

Conforme Sergio Ricardo Souza, con-sultor de Gerenciamento de Riscos e Seguros e coordenador e professor de programas de Pós-Graduação em Riscos e Seguros, o Seguro Contra Incêndio é obrigatório para pessoas jurídicas, do se-tor público ou privado, de acordo com o capítulo nove do decreto nº 61.867/67, mas o principal é que os empresários

ainda negligenciam a proteção ao seu patrimônio. O professor Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, doutor em Ciência e Engenharia da Informação e Inteligên-cia Estratégica e presidente da Brasiliano INTERISK, complementa destacando que o Seguro Contra Incêndio no Bra-sil ainda é realizado, infelizmente, sem projetos adequados. “As empresas e al-gumas seguradoras fazem a apólice de seguro com apenas uma vistoria sumá-ria, sem projeto, sem qualquer tipo de análise de risco e outras realizam em plantas industriais um estudo detalhado utilizando técnicas avançadas. Portanto, vivemos dois mundos díspares, um to-talmente amador, que, no meu ponto de vista, é a maioria, e o segundo é técnico, em menor escala, que estuda e realiza as análises necessárias”, enfatiza Brasiliano. Ainda segundo o especialista, embora se tenham legislações em todos os es-

tados brasileiros, liderados pelo Corpo de Bombeiros, a postura das empresas ainda é reativa. “O seguro é um com-plemento da gestão de riscos, é uma resposta de contingenciamento para a edificação perder menos. Isto não quer dizer que só fazendo o seguro o prédio automaticamente está seguro”, salienta Brasiliano.

GESTÃO DE RISCOCom relação à gestão de risco, Marce-

lo Neves da Silva, presidente da Comis-são de Riscos Patrimoniais de Grandes Riscos da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais) salienta que quase to-das as empresas hoje em dia trabalham com o subgerenciamento do seu risco ou risco do negócio, sendo que o incên-dio é um risco bastante relevante. “Uma grande empresa pode, por meio de um evento relevante, ter perdas significati-vas ou até mesmo a perda total do seu patrimônio, independente até mesmo dos sistemas protecionais, independen-te do investimento que a empresa faz em nível de segurança contra incêndio. Muitas vezes um evento de grande por-te pode acontecer onde os sistemas de proteção, por um motivo ou por outro, não conseguem atuar, e aí se tem perdas bastante significativas, que impactam até mesmo na continuidade do negócio”, ressalta Silva.

Conforme Patricia Siequeroli, superin-tendente Executiva de Produtos Massi-ficados e Especiais do Grupo Segura-dor Banco do Brasil e Mapfre, a “gestão sustentável de qualquer empresa, inde-pendente do ramo de atuação e porte, depende, dentre outros pontos, da ca-pacidade de seus gestores de estarem preparados para imprevistos que podem ocorrer e superá-los”. Por isto, a gestão de riscos é fundamental para garantir a continuidade de negócio diante de uma

Seguro é fundamental para qualquer empresário, para que possa ter respaldo em caso de eventuais danos e prejuízos

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Patricia: gestão sustentável

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eventualidade como, por exemplo, um incêndio. A gestão de risco, segundo os especialistas, é a base da construção de um processo profissional de trans-ferência de riscos para seguros, permi-tindo que as empresas possam contra-tar coberturas adequadas ao tamanho de seus riscos e, sobretudo, criar uma relação de longo prazo com as segu-radoras, de forma clara e transparente. “Acho que a medida que os anos foram passando, a gente vê que as empresas estão se preparando, inclusive dentro

da própria empresa têm profissionais que conhecem tanto a parte de segu-ros quanto a parte de gerenciamento de riscos, que é uma questão que a gente avalia muito na contratação de seguros, no constante gerenciamento de risco”, enfatiza Silva. Ainda segundo o presi-dente, é pelo trabalho de inspeção de risco que é possível identificar quais são os riscos, quais são os procedimentos que podem ser melhorados, evitando que este sinistro de grande proporção ocorra na empresa.

Realidade nas empresas Questões como o custo e aceitação do seguro influenciam no acesso ao serviço

O avanço da cultura contra incêndio no país ainda permanece a passos lentos, conforme relatado pelos especialistas. Este comportamento, infelizmente, aca-ba afetando o número de contratações de seguros contra incêndio de empresas brasileiras, mesmo que obrigatório para pessoas jurídicas. Atualmente, estima-se que apenas 8% das empresas no Brasil te-nham Seguro Contra Incêndio, com con-centração nos maiores riscos e empresas, conforme a Liberty Seguros. “O que a gente ainda nota é que no Brasil ainda temos aquela filosofia que só acontece com o vizinho, com a gente isto nunca acontece. Então, a contratação infeliz-mente não é tão grande quanto poderia ser, principalmente, em relação às peque-nas empresas. A grande empresa, sem dúvida, contrata, pois existe uma série

de seguros obrigatórios, inclusive relati-vos à parte de incêndio”, conta Bruno Kelly, professor da Escola Nacional de Seguros. Assim como Kelly, Mario Caval-cante, diretor de Massificados da Liberty Seguros, destaca que no pequeno comér-cio ou empresa de serviços, mesmo com um custo mais barato de seguro, compa-rado a outros segmentos, a penetração e cultura ainda são baixas.

Conforme o professor Sergio Ricardo de Souza, consultor de Gerenciamento de Riscos e Seguros e coordenador e professor de programas de Pós-Gradu-ação em Riscos e Seguros, a empresa só é fiscalizada para verificação se possui ou não um seguro contratado, quando ocorre um sinistro no local. “O inquérito policial aberto para apurar as causas do sinistro deve registrar se há ou não uma

Atualmente, a exigência para fazer Seguro Contra Incêndio no Brasil aumentou, principalmente para os grandes riscos

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apólice de seguros vigente. Se não hou-ver é obrigação do Ministério Público denunciar o proprietário que responderá pela omissão da contratação do seguro”, enfatiza Souza.

Sobre a adesão das grandes empre-sas, Marcelo Neves da Silva, presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais de Grandes Riscos da FenSeg, destaca que elas se preocupam com a sua colocação de mercado. “Não basta tão somente re-por os danos patrimoniais e até mesmo o lucro que a empresa deixaria de rece-ber ou vai deixar de receber, mas tam-bém a situação dela dentro do mercado extremamente competitivo. Um sinistro que faça com que ela saia do mercado, a recolocação da empresa fica muito mais difícil”, salienta.

CUSTO Uma questão que acaba afetando a

adesão ao Seguro Contra Incêndio, se-gundo a corretora de seguros Karen Chiarella, sócia da Trevizzan & Asso-ciados Corretora de Seguros, é que al-gumas empresas acabam rotulando o se-guro como um gasto desnecessário. “O problema é que muitas empresas ainda consideram seguro como despesa e não como instrumento de proteção contra os riscos expostos. Mas, aos poucos, com a chegada de novos empreendedores, melhores formados e mais conscientes, a tendência é de reversão paulatina des-te quadro. Contribuindo para isto, há o trabalho dos corretores de seguros, pro-fissionais qualificados para assessorar às empresas no processo de transferência de riscos para o mercado de seguros”, complementa Souza.

Já Patricia Siequeroli, superintenden-te Executiva de Produtos Massificados e Especiais do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, ressalta que os em-presários estão mais conscientes quanto à importância de incluir em seu orçamen-to os custos dos seguros que servirão de proteção em seus planos de negócios. “A ampliação desta cultura de proteção aca-ba se refletindo em medidas preventivas, pois, uma vez consciente do risco ao qual estão sujeitos, os empresários tendem a buscarem soluções para mitigar os riscos da operação e do local de trabalho, o que resulta na minimização da sua exposição, diminuição na severidade de um possível sinistro e isto reflete em desconto direto no seu prêmio”, salienta Patricia.

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De acordo com a SUSEP (Superinten-dência de Seguros Privados), atualmen-te, o Seguro Contra Incêndio em geral é comercializado na forma de plano de seguro compreensivo, conjugado ou multirrisco, porque permite a contrata-ção de várias outras coberturas, tendo a de incêndio como básica.

O custo para contratação de Seguro Contra Incêndio, hoje em dia é acessível para todas as empresas, independente do seu porte. Segundo Patricia, atualmente o mercado segurador já disponibiliza so-luções exclusivas para micro, pequenas e médias empresas de diferentes segmen-tos e perfis. “No grupo Segurador Ban-co do Brasil e Mapfre, o empresário po-de contratar a apólice patrimonial para o seu negócio e acrescentar ao contrato mais de 22 coberturas de acordo com a necessidade da operação”, destaca. Com esta variação do que contratar no seguro, é possível aumentar ou diminuir o valor a ser pago pela apólice. Claro que exis-tem outros fatores que podem oscilar este preço, como será visto no tópico de descontos desta reportagem.

ACEITAÇÃOAinda sobre o acesso ao seguro hoje

no Brasil, Karen salienta que não é só a questão do custo, mas também, a falta de aceitação por parte das seguradoras/resseguradoras, devido à periculosidade e, muitas vezes, à falta de equipamentos protecionais e organização de riscos. “Quando a gente fala em norma técni-ca de aceitação, as seguradoras conhe-cem principalmente lá fora. Elas fazem uma perfeita avaliação de riscos, suge-rem melhorias para os clientes. A ques-tão é que no Brasil, a gente tem normas de incêndio e de combate ao incêndio que são determinadas, muitas vezes, pelo próprio bombeiro e em âmbito munici-pal ou estadual. Então, as exigências das

seguradoras, muitas vezes, elas são ainda maiores do que as exigências do bom-beiro”, complementa Kelly. Segundo o professor, dependendo do tipo de risco, simplesmente você ter um extintor não é suficiente para uma aceitação. “Ocorre que, atualmente, a exigência para fazer Seguro Contra Incêndio no Brasil au-mentou muito, principalmente para os grandes riscos, e as empresas estão ten-do que adequar as normas de segurança internas e sistemas de proteção exigidos pelas seguradoras para que não fiquem sem seguro”, destaca Karen.

De acordo com o professor Kelly, percebe-se que hoje em dia existe uma preocupação maior das seguradoras em relação a conhecer os riscos antes de realmente assumir o seguro. “Acredito que seja a primeira grande solução pa-ra o mercado trabalhar de forma mais eficiente dentro dos seguros de incên-dio. Acho que fazer as vistorias, olhar os riscos e identificar se aquele risco realmente atende os níveis de exigên-cia de proteção da seguradora, se não atender, fazer sugestões de melhoria. Acredito que isto seja fundamental, pois afinal de contas, muitas vezes, o cliente não sabe nem por onde começar, ainda mais um cliente pequeno, que tem uma capacidade de investimento muito me-nor”, enfatiza.

O presidente da Comissão de Ris-cos Patrimoniais de Grandes Riscos da FenSeg, Marcelo da Silva, relembra um dos incêndios de maior repercussão que ocorreu no Brasil, da Boate Kiss, em 2013, em Santa Maria/RS. De acordo com Silva, se o local tivesse um seguro, possivelmente durante a vistoria de con-tratação da apólice, poderiam ter sido vistas as irregularidades quanto ao siste-ma protecional do espaço. “Pelas ima-gens que a gente viu e pelo o que a gente sabe, certamente eu diria que se tratando

Marcelo: mercado

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Kelly: pequenas empresas

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Karen: aceitação

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de um grande risco, esta condição teria que ser revista até mesmo para a con-tratação do seguro. Muitas vezes a gente nega o seguro em função das condições de segurança que verificamos por meio da inspeção de risco, que, muitas vezes, é feita de forma prévia à contratação do seguro. Por isto, o seguro só é efetivado a partir do momento que eu faço a ins-peção e verifico as condições e enten-do que o risco é factivo de ser aceito e precificado”, destaca. No caso da Boate Kiss, Silva comenta que possivelmente seriam vistoriados o revestimento das paredes, a disposição do local, as saídas de emergência, a altura do teto com re-lação à proximidade de equipamentos elétricos e eletrônicos, fiações aparentes, isolamento de passagem de cabos, extin-tores de incêndio, entre outros aspectos. “Isto são questões que a gente verifica

RESSEGUROAo assumir riscos, as seguradoras buscam ga-

rantias para honrar seus compromissos em caso de perdas. Por isto, elas repassam às resseguradoras parte da responsabilidade e dos prêmios. “Quando a gente fala de grandes riscos, não podemos dei-xar de considerar a questão do resseguro, que é de extrema valia para o mercado. Nem sempre as seguradoras por meio de seus contratos têm capa-cidade de assumir 100% do risco segurado, então o resseguro entra para complementar esta capaci-dade. Ou seja, eles disponibilizam uma capacidade adicional, proporcional ao risco que eles estão as-sumindo, e numa eventual necessidade de indeni-zação, cada uma das partes seguradoras e resse-guradoras, participam proporcionalmente”, salienta Marcelo Neves da Silva, presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais de Grandes Riscos da FenSeg.

O resseguro iniciou no Brasil em 1939, com a criação do IRB (Instituto de Resseguros do Bra-

cos, que anteriormente era muito pequeno. “Com a abertura do mercado, e consequentemente com a contratação dos resseguros por cada uma das seguradoras, hoje em dia as perdas são muito maiores e a responsabilidade também é muito. Isto basicamente fez com que as seguradoras se preocupassem com a capacitação dos seus pro-fissionais, uma vez que o risco assumido por elas aumenta com a abertura dos mercados de resse-guros”, ressalta Silva.

Conforme o último balanço divulgado pelo IRB Brasil RE, em 8 de fevereiro de 2018, a empresa é a maior resseguradora local do Brasil. Em 2017, emitiu 36,7% dos prêmios no país, da carteira de Property (Propriedade), na qual o seguro incên-dio está incluso. “A cobertura para risco incêndio continua sendo a principal responsável pela de-manda de resseguros de riscos de propriedades”, finaliza Lacerda.

sil), por Getúlio Vargas, com o objetivo de desen-volver e fortalecer o mercado segurador nacional, sendo o Seguro Contra Incêndio um dos principais ramos. Nesta época, o IRB detinha o monopólio do resseguro no país, durando 69 anos, quando foi privatizado, abrindo o mercado do resseguro para outras empresas. Conforme José Lacerda, diretor de Subscrição de Property do IRB Brasil RE, com a abertura do mercado de resseguros, em 2008, as seguradoras passaram a ter liberdade de escolha dos seus resseguradores, podendo ser ressegura-dores locais, admitidos ou eventuais, devidamente credenciados pela SUSEP. “A privatização gerou mudanças significativas, para melhor, na gestão do IRB, pois eliminou algumas regras restritivas que as empresas estatais precisam respeitar”, enfatiza.

Já para o mercado, segundo Silva, esta abertura trouxe uma realidade diferente para as seguradoras com relação aos valores assumidos nos grandes ris-

em todos os seguros que desejamos con-tratar e temos a oportunidade de fazer a vistoria prévia”, ressalta.

Além da falta de equipamentos pro-tecionais e organização de riscos, outro fator que está sendo levado em conta pa-ra aceitação ou não do seguro no Brasil e em outros países também, é a questão da segmentação por atividade da em-presa. Conforme o professor Kelly, às vezes, existem algumas atividades que sabemos que têm uma chance maior de ocorrer um sinistro, como, por exemplo, indústria plástica, indústria de madeira e indústria têxtil. “Só que você tem indús-trias têxteis, por exemplo, muito eficazes com relação aos sistemas protecionais”, comenta. Com isto, Kelly ressalta que, às vezes, pelo fato de o cliente ser de uma determinada atividade de risco, automa-ticamente a seguradora não aceita e nem

sequer vai verificar se o local atende às exigências.

ABRANGÊNCIA É interessante ressaltar que quando a

empresa contrata o Seguro Contra In-cêndio propriamente dito, ele só abran-ge a reposição do patrimônio perdido devido ao incêndio. Geralmente nestes casos, são cobertos pelo seguro o pré-dio, maquinismos, móveis, utensílios e mercadorias/matérias primas. “Pode ser contratado em conjunto com o seguro incêndio coberturas que minimizam os prejuízos financeiros em caso de parada temporária da empresa devido ao incên-dio, estamos falando do seguro de lucros cessantes”, salienta Karen. Silva comple-menta dizendo que ao contratar o lucro cessante, a empresa pode cobrir o lu-cro bruto, que seria o lucro líquido e as despesas fixas que a empresa possui, ou somente as despesas fixas, ou somente o lucro líquido. “Dentro disto, o seguro cobre danos materiais e também repõe ao segurado o lucro que teria caso conti-nuasse suas atividades sem que o sinistro tenha ocorrido”, comenta o presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais de Grandes Riscos da FenSeg.

O ideal é a empresa contratar cober-turas acessórias que são decorrentes da cobertura básica, tais como a de perda e pagamento do aluguel, as despesas fi-xas, a cobertura a terceiros, caso o in-cêndio atinja imóveis próximos, ou a perda de lucro bruto que, após o sinis-tro, se mostram importantíssimas pa-

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O custo para contratação de Seguro Contra Incêndio, hoje em dia é acessível para todas as empresas, independente do seu porte

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Mudança nos descontos Atualmente, cada seguradora é responsável porprecificar e conceder descontos aos seus segurados

A Yamana, em suas operações no Bra-sil, é uma das empresas que possui Se-guro Contra Incêndio e investe em siste-mas protecionais em suas unidades. De acordo com Guilherme Araujo, gerente Regional da Yamana Gold no Brasil, a empresa possui Seguro Contra Incên-

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Yamana possui Seguro Contra Incêndio e investe em sistemas protecionais em suas unidades

ra garantir a continuidade do negócio, pois neste período após o evento, as despesas continuam e podem desequi-librar economicamente as empresas. “O grande diferencial é que a empresa tem total liberdade para incluir ou retirar as coberturas que mais se enquadram no seu ramo de atuação e possibilidade de riscos que podem ser bem mitigados”, comenta Patricia.

INDENIZAÇÃOA indenização é o valor pago ao se-

gurado quando seu imóvel sofre um si-nistro, neste caso, o incêndio, atingindo parte ou totalmente o bem segurado. Ela equivale ao valor do capital segura-do da apólice, que é o valor máximo que o segurado pode receber no caso de um sinistro com cobertura. Mas, esta inde-nização só é paga após uma análise da ocorrência. “Na ocorrência de sinistros entram em ação o perito de sinistros, res-ponsável por levantar as causas e os pre-juízos, e o regulador de sinistros, que tem função de determinar se as perdas serão ou não indenizadas à luz do contrato de

seguros e quais os valores a indenizar. A possibilidade de irregularidades, agrava-ção de riscos por conta do segurado por vários motivos e até fraudes fazem parte do rito de apuração dos peritos e regu-ladores”, complementa Souza. “O mais importante é identificar a causa do sinis-tro, verificar se esta causa está abrangi-da pelo sinistro, identificar os prejuízos, verificar a franquia referente a isto, e a partir daí pagar a indenização. Mas, se o sinistro deixa uma conotação fraudulen-ta também é verificado neste processo”, salienta Silva.

Após um sinistro, conforme Karen, as seguradoras pedem laudos de perí-cias policiais, de corpos de bombeiros, entre outros documentos, assim como em muitos casos, quando possível, tam-bém é enviado um perito de sinistros para avaliar o sinistro. “Caso seja cons-tatado um incêndio fraudulento, a segu-radora se negará a indenizar o sinistro. Os sistemas protecionais também são avaliados quanto à sua manutenção e efetividade de trabalho no momento do sinistro”, enfatiza.

dio com uma seguradora internacional, a qual realiza inspeções anuais em todas as instalações industriais, identificando as oportunidades de melhorias nos sis-temas de proteção e combate a incêndio das mais diversas áreas da empresa, des-de escritórios administrativos a equipa-

mentos móveis de grande porte. “Desde 2012, as unidades de Goiás e Bahia vêm realizando pesados investimentos com o intuito de aumentar seus níveis de pro-teção à vida humana e a seus processos produtivos. Neste período, foram insta-lados diversos sistemas de proteção por gases inertes, sistemas de sprinklers, sis-temas fixos de combate a incêndio em equipamentos móveis, sistemas de de-tecção e alarme de última geração inter-ligados com salas de controle habitadas 24 horas por dia, entre outros”, enfatiza Araujo. Estas mudanças trouxeram para a empresa benefícios internos de segu-rança, assim como, provavelmente, des-contos em sua apólice de seguros devi-do aos sistemas protecionais instalados nas unidades.

O exemplo da Yamana já é realida-de em outras empresas que também se preocupam com o incêndio, pois como já destacado pelos especialistas, quanto maior o risco nas empresas, maior será o preço a ser pago para a contratação do Seguro Contra Incêndio. Mas, alguns fa-tores, como a instalação e utilização de sistemas de proteção no local, equipes treinadas na área de combate a incêndio, entre outros, podem ajudar na diminuição deste valor a ser pago pela empresa con-tratante. “A precificação de seguro hoje é bastante complexa, considerando pro-jeções de ocorrências/sinistros que serão reportadas nos períodos futuros, eventos naturais, limites contratados, entre outras variáveis como sistemas protecionais, o histórico de acidentes/sinistros (ou a falta deles), como outros fatores que podem gerar descontos para os clientes”, comen-ta Mario Cavalcante, diretor de Massifi-cados da Liberty Seguros.

O professor Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, doutor em Ciência e En-genharia da Informação e Inteligência Estratégica e presidente da Brasiliano INTERISK, explica que hoje cada se-guradora tem sua grade de desconto com base nos sistemas, equipamentos e procedimentos que os seus segurados investem. Conforme o professor, isto não acontecia anos atrás, devido à Cir-cular nº 6, de 16 de março de 1992, da SUSEP que foi extinta, mas que apre-sentava as tabelas prontas de descontos no Seguro Contra Incêndio, dificultan-do o crescimento da área. Com esta ex-tinção, veio a circular SUSEP nº 321, de 21 de março de 2006, destacando que

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Capacitação profissional faz parte do investimento das seguradoras

o desconto é um assunto que compete ao segurador, sendo que cada um tem o seu critério. “Creio que é a melhor ma-neira de as seguradoras competirem de forma transparente, pois aquela que for mais competente, mais ousada em ter-mos de risco, tiver melhor conhecimen-to, melhor informação, poderá fornecer ao seu cliente uma taxa atrativa”, salien-ta Brasiliano.

De acordo com Marcelo Neves da Silva, presidente da Comissão de Ris-cos Patrimoniais de Grandes Riscos da FenSeg, atualmente existem três pilares para a precificação e desconto no Segu-ro Contra Incêndio. “A precificação hoje em dia do seguro, considera a localiza-ção, onde o risco está localizado e em qual cidade. Logicamente que municí-pios maiores possuem mais unidades de corpos de bombeiros, se beneficiando, diferentemente de outros lugares mais isolados. Existe também a ocupação, quer dizer, qual a atividade que o segura-do executa, que também implica no risco que está sendo assumido. E também o ti-po de construção. Logicamente, uma ca-bana de palha vai pegar fogo muito mais rápido do que uma estrutura de concreto armado”, enfatiza Silva. É após a análi-

se destes três pilares que as seguradoras começam a aplicar os descontos dos sis-temas de proteção, verificando se possui extintores, hidrantes, redes de sprinklers ou qualquer outro sistema de proteção fixa. “No ato da contratação, as segura-doras fazem a verificação do sistema de proteção que eventualmente os clientes utilizam e a partir daí, obviamente, quan-to mais sistemas de proteção, menor o risco e, por sua vez, menor o preço, é as-sim que funciona. Se tiver pouco sistema de proteção ou menos do que se espe-

ra, obviamente que o risco aumenta e o preço do seguro também sobe da mes-ma forma”, ressalta Bruno Kelly, pro-fessor da Escola Nacional de Seguros. Para o professor Sergio Ricardo Souza, consultor de Gerenciamento de Riscos e Seguros e coordenador e professor de programas de Pós-Graduação em Ris-cos e Seguros, a precificação de seguros é justa e para cada risco ofertado have-rá um prêmio de seguros ajustado à sua exposição. “Quanto mais técnico for o processo, menos será necessário ofertar

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trabalho voluntário. Dentro disto, há normas brasileiras da ABNT e referên-cias internacionais, como a NFPA (Na-tional Fire Protection Association), que tra-zem adequações para o setor de com-bate a incêndio e sistemas protecionais que estão diretamente ligados ao Seguro Contra Incêndio. Mas, conforme Jorge Alexandre Alves, especialista em Emer-gências e coordenador da Comissão de Estudos de Planos e Equipes de Emer-gências do CB 24 da ABNT, está sendo finalizada uma novidade para auxiliar a área de Seguro Contra Incêndio, que é o Projeto de Norma de Instalações e Equipamentos para serviços públicos e bombeiros municipais e voluntários – Requisitos e procedimentos. “Ele possui em seu texto diversos requisitos e parâ-metros técnicos que podem ser utiliza-dos pelas seguradoras como referências técnicas para avaliação de proteção pú-blica de forma a auxiliar na valorização dos custos, prêmios e indenizações dos seguros conforme a localidade do segu-

descontos, o que soa até mal, quando se está falando em proteção de patrimônio e de vidas. Seguros não são uma questão de preço (prêmio), mas sim da qualidade dos serviços prestados e da adequação de coberturas secundárias aos riscos ex-postos”, enfatiza o especialista.

REGULAÇÃOSegundo os especialistas, todo o mer-

cado brasileiro segurador é regulado pela SUSEP, isto inclui o mercado de seguros contra incêndio, com circulares e resolu-ções que trazem informações sobre des-contos, exigências, classificação de ativi-dade, padronizações, sistemas protecio-nais mínimos, entre outras exigências. “Quanto à legislação, eu posso dizer que a exigência que a seguradora faz em al-gumas situações, está mais dura do que

a própria legislação específica contra in-cêndio. Por exemplo, existem exigências que são feitas pelos corpos de bombei-ros para algumas empresas, que se forem comparadas com as recomendações que nós, seguradoras, fazemos aos clientes, estão muito distantes”, sa-lienta Silva. Existem outras leis brasileiras que também regem o mercado, como o decreto nº 61.867, de 7 de dezembro de 1967, assim como leis estaduais e mu-nicipais.

Conforme Brasiliano, as normativas no Brasil e no mundo são frutos de reuniões de grupos de estudos dos profissionais interessados, sendo um Brasiliano: taxa atrativa

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SEGURO NO EXTERIORÉ interessante compararmos como funciona o

Seguro Contra Incêndio em outros países, como os Estados Unidos, por exemplo, que possui um siste-ma que auxilia às seguradoras na hora de conce-der os descontos no seguro. De acordo com Jorge Alexandre Alves, especialista em Emergências e coordenador da Comissão de Estudos de Planos e Equipes de Emergências do CB 24 (Comitê Bra-sileiro Contra Incêndios) da ABNT (Associação Bra-sileira de Normas Técnicas), nos Estados Unidos, as seguradoras, antes de fazerem as avaliações de riscos dos segurados, buscam a classificação do lo-cal onde está localizado o segurado no Programa de Classificação de Proteção Pública (PPC). Esta classificação é definida pela ISO (Insurance Servi-ces Office), empresa que desenvolveu um grande

banco de informações que permite que as compa-nhias de seguros estabeleçam de forma técnica e criteriosa os custos de indenizações e prêmios e au-xilia o segurado a garantir os valores e quantidade apropriada de cobertura do seguro. “O ISO avalia os corpos de bombeiros públicos e classifica as áreas (cidades e distritos) de 1 a 10, a classe 1 represen-ta o melhor nível de proteção de incêndio e a clas-se 10 indica que os serviços públicos de proteção contra incêndio não atendem aos critérios mínimos do ISO”, salienta Alves. Com isto, as companhias de seguros usam estes dados e atribuem um maior ou menor valor do seguro, conforme a classifica-ção do PPC, assegurando valores mais baixos de custos de seguros para comunidades com melhor proteção pública.

MARÇO / 2018

ESPECIAL/SEGURO CONTRA INCÊNDIO

Emergência 31

1º S

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GE

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O

A precificação do seguro considera a localização, a ocupação e também o tipo de construção

rado”, salienta Alves.

QUALIFICAÇÃOAs seguradoras de hoje estão mais

qualificadas, segundo especialistas. “A capacitação profissional, no mercado em que vivemos hoje completamente competitivo, faz parte do investimento de todas as seguradoras. Quanto melhor forem os profissionais que ela possui, melhor será o retorno do aporte capital investido pelas seguradoras. Quanto me-lhor for o seu subscritor, melhor ele irá precificar o seguro, identificar se o ris-co é aceitável ou não, efetivar negocia-ções que estão em linha com o desejo e necessidade dos clientes”, ressalta Silva.

Segundo Kelly, os subscritores das companhias têm qualificação para po-der fazer a avaliação de riscos, todos eles têm condições de discutir se os sis-temas protecionais são adequados, quais os tipos de sistemas protecionais pode-riam se adequar melhor, se a vazão da reserva técnica de incêndio está adequa-da para aquela natureza de atividade, se a atividade construtiva está preparada para absorver um incêndio. Mas, o pro-fessor ressalta que a terceirização deste serviço já é realidade nas seguradoras. “É importante perceber o seguinte: hoje em dia muitas das avaliações das segura-doras são terceirizadas, principalmente, para aqueles riscos de menor tamanho e porte, que teoricamente pressupõem um prejuízo menor. Tem até seguradora que não tem funcionários próprios para fa-zer este tipo de vistoria, eles sempre aca-bam terceirizando a partir das empresas de inspeções de risco. Isto obviamente

impacta um pouquinho na qualidade do trabalho”, comenta.

Para Souza, as seguradoras e os profis-sionais que trabalham com seguros são muito qualificados para tal. “Os corre-tores de seguros são habilitados por um exame nacional que é regido pela SU-SEP e cumprido pela Escola Nacional de Seguros. Nas seguradoras, os profis-sionais são certificados em programas de capacitação também sob a égide da SUSEP”, destaca o especialista.

Para auxiliar na qualificação constan-te, a FenSeg também realiza seminários, nos quais se comentam e passam as boas práticas, e chama a atenção para as questões relevantes do mercado que também são de grande valia para estes profissionais que atuam neste segmento. “Cada uma de suas comissões, logica-mente, ligadas aos seus ramos, identifi-cam temas relevantes e por meio destes seminários, disseminam estas informa-ções aos profissionais que trabalham nesta área”, salienta Silva.

O Seguro Contra Incêndio, atualmen-te no Brasil, ainda tem pouca adesão por parte das pequenas e médias empresas, mesmo que obrigatório para todas as pessoas jurídicas. Segundo especialistas, muitas empresas ainda rotulam este ser-viço como um custo e não como uma forma de proteger o seu patrimônio. Esta falta de contratação de seguros, é resultado da falta de cultura contra in-cêndio no país. Mas, em contrapartida, algumas seguradoras já estão preparadas para atuar neste ramo, com profissio-nais qualificados para realizar vistorias e inspeções.