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Patrícia Schw Vanessa de Mor Liga Acadêmica Norte Mineira de Doenças Infecciosas e Universidade Estadual de Montes 11/05/2012

ESQUISTOSSOMOSE MANSONI - LANDIP

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Patrcia Schwenck Vanessa de MoraesLiga Acadmica Norte Mineira de Doenas Infecciosas e Parasitrias Universidade Estadual de Montes Claros11/05/2012

Esquistossomose, esquistossomase, bilharziose, doena de Manson-Piraj da Silva. Definio. Histria da esquistossomose. Egito h mais de 3.000 anos. Introduo e expanso no Brasil.

Piraj da Silva.

Agente etiolgico: Schistossoma mansoni. Hospedeiro denifitivo: homem. Hospedeiro intermedirio: Caramujos Biomphalaria. B. glabrata, B. tenagophila, B. straminea.

Schistosoma mansoni - Platelminto trematdeo, diico,

podendo medir mais de 1cm de comprimento. A fmea delgada e maior. O macho mais robusto e forma, em sua parte ventral, o canal ginecforo, no qual fica alojada a fmea. Apresenta variaes intra-especficas como infecciosidade para

o caramujo, periodicidade na eliminao de cercrias, reaoaos medicamentos, imunogenicidade,quantidade de ovos eliminados.

Ovos eliminados pelas fezes caem no meio Condies apropriadas de luz, temperatura e gua

limpa eliminao larvria - miracdio; Penetrao no molusco Biomphalaria;

Fase larvria intramolusco 27 a 30 diasEsporocisto primrio multiplicaes sucessivas esporocisto secundrio migrao para a glndula digestiva do molusco cercrias eliminao cercariana ( luz, temperatura)

Fase intramamfero: Fixao da cercria por meio de ventosa oral na pele ou mucosa do hospedeiro e penetrao substncias lticas, movimentao - 5 a 15 minutos.

Esquistossmulos tecido subcutneo vaso corrente sangunea pulmes.

Esquistossmulos

Dos pulmes, eles se dirigem para o sistema porta intra-heptico por 2 vias: a circulao sangunea (mais importante) e a via transtissular.

J no sistema porta, os esquistossmulos alimentam-se e desenvolvem-se, transformando-se em machos e fmeas adultos 25-

28 dias aps a penetrao; o nmero de vermes pode chegar a maisde 3.000! Acasalados, migram para o territrio da veia mesentrica inferior, onde faro a oviposio. Os ovos so depositados ao nvel do reto e sigmide, em vasos de

pequeno calibre, em torno do 35 dia da infeco, imaturos, e amaturao demanda 6 dias. A extruso acontece por meio de substncias lticas produzidas pelo

miracdio;

Perodo de incubao:

Em mdia, de duas a seis semanas aps a infeco. Perodo de transmissibilidade:

A partir de cinco semanas aps a infeco o homem podeexcretar ovos viveis de S. mansoni nas fezes, permanecendo assim durante muitos anos. Os caramujos infectados liberam cercrias durante toda a sua vida, que varia de semanas at trs meses.

Esquistossomose no mundo. Esquistossomose no Brasil. Notificao.

Presena e expanso da esquistossomose: Clima tropical Habitats aquticos Altas temperaturas e luminosidade Condies socioeconmicas precrias Contaminao fecal Efeito das chuvas Anidrobiose dos caramujos Expanso: migrao, caramujos, condies sanitrias.

A susceptibilidade humana universal. A imunidade absoluta desconhecida; no entanto, a diminuio da intensidade da infeco e da incidncia, observada em residentes em reas endmicas, tem sido atribuda ao desenvolvimento de

resistncia contra o agente. Imunidade concomitante: Resposta imunolgica contra a forma infectante, as cercrias, impedindo uma superinfeco, mas no contra o verme adulto; Mecanismos imunomoduladores da resposta granulomatosa;

Antgenos solveis dos ovos - secretados pela membrana interna da casca do ovo maduro - induzem uma resposta inflamatria GRANULOMATOSA em torno dos ovos vivos do parasito; mecanismo de proteo, (localiza, neutraliza) mas tambm o principal fator patognico da doena;

Fase aguda granuloma volumoso. Fase crnica granuloma discreto. Produo de IL 10 imunomodulao.

Produtos de excreo/secreo dos vermes adultosformam IMUNOCOMPLEXOS com Ig e complemento,

resultando em reaes inflamatrias que lesam ostecidos em volta (rins, por exemplo).

Esquistossomose aguda: Hipersensibilidade. Pode haver hepatoesplenomegalia. Reto e sigmide: edema severo, eritema, hemorragias, petquias, pequenas ulceraes e elevaes puntiformes. Vasculite granulomatose obliterante.

Granulomas: intestino, fgado.

Esquistossomose aguda: Intestinos: irritao da mucosa, edema e pontilhado hemorrgico. Fgado: focos intralobulares de necrose e necrobiose. Destruio de hepatcitos, infiltrao porta de histicitos, eosinfilos, linfcitos, hiperplasia e hipertrogia das clulas de Kupffer.

Bao: hiperplasia dos cordes de Billroth, eosinofilia intensa e congesto dos seios. Pulmes: arterite necrotizante.

Esquistossomose crnica: INTESTINO: Diarreia mucossanguinolenta: passagem de ovos. Forma pseudoneoplsica.

FGADO: Oviposio e granulomas. Endoflebite aguda e fibrose periportal. Fibrose de Symmers. Obstruo dos ramos intra-hepticos da veia porta. Hipertenso portal.

Esquistossomose crnica: Bao: Hiperplasia inicial. Esplenomegalia.

Varizes: Circulao colateral e anastomoses.

Pulmes: Leses parenquimatosas. Pneumonia por verme morto. Arteriolite necrozante hipertenso pulmonar. Cor pulmonale.

Esquistossomose crnica: Rins: Imunocomplexos. Glomerulonefrite. Esclerose focal glomerular.

Sistema Nervoso: Ovos infiltrado perivascular, granulomas, endarterite, tromboses, desmielinizao ou degenerao axional a distncia. Arterite necrosante fibrinide das artrias cerebrais granulomas e imunocomplexos. Ovos medula espinhal. Congesto das meninges e edema.

Anamnese bem detalhada origem, hbitos, contato com guas naturais; ( PI: 2 a 6 semanas) Eosinofilia comum; Deve-se levar em conta a fase da doena;

Fase Aguda: Dermatite Cercariana: Assintomtico ou Dermatite urticariforme, com erupo papular, eritema, edema e prurido, podendo durar at 5 dias aps a infeco.

Fase Aguda: Esquistossomose aguda ou febre de Katayama.

Febre de Katayama reao por imunocomplexos, primeiro contato, geralmente na infncia; o quadro se inicia abruptamente com febre alta, mal-estar, calafrios, sudorese noturna, cefalia, tosse seca, mialgia, desconforto abdominal, vmitos e diarria. Pode haver hepatoesplenomegalia, poliadenopatia generalizada, rash cutneo e at angioedema. O principal achado laboratorial a eosinofilia.

Esquistossomose Crnica: TIPO I (forma intestinal): Assintomtica. Diarreias, dor, desconforto abdominal.

TIPO II (forma hepatointestinal): Diarreias e epigastralgia. Hepatomegalia. Nodulaes hepticas.

Esquistossomose Crnica: TIPO III (forma hepatoesplnica compensada): Hipertenso portal. Hepatoesplenomegalia. Congesto passiva do bao. Circulao colateral e varizes de esfago. Comprometimento do estado geral.

Esquistossomose Crnica: TIPO IV (hepatoesplnica descompensada): Fgado volumoso ou contrado. Esplenomegalia avantajada. Ascite, circulao colateral, varizes de esfago.

Hematmese, anemia, desnutrio.

Esquistossomose Crnica: Forma Vasculopulmonar: Arteriolite obstrutiva. Cor pulmonale. IC. Perturbaes respiratrias.

Esquistossomose Crnica: Forma ciantica relacionada a Insuficincia Cardaca e Hipertenso Pulmonar Forma pseudoneoplsica grande quantidade

de ovos calcificados e granulomas, podemcausar obstruo ou compresso de estruturas (intestinos, muito frequente).

Forma ectpica A mais grave a neuroesquistossomose (mielorradiculite esquistosssomtica), cuja prevalncia nas reas endmicas tem sido subestimada. as leses associam-se aos ovos ou substncias proticas. Podem acometer o encfalo ou medula e razes nervosas.

Exame parasitolgico de fezes: Kato-Katz.

US heptica. Bipsia ou raspagem da mucosa retal. Mtodos Imunolgicos: Intradermorreao. Reao de fixao do complemento. Reao de Hemaglutinao indireta. Radioimunoensaio. Reao de imunoflorescencncia indireta. ELISA. PCR.

Quando no h leses avanadas o tratamento resume-se na cura da parasitose, com medicao especfica; alm do tratamento sintomtico na

fase aguda. Quando se instalam alteraes das formas graves

da doena, elas podem independer da atividadeparasitria, e requerem cuidado individualizado.

OXAMINIQUINE - MansilInibem a sntese de c nuclico pelo verme. usado por via oral, em dose nica de 15mg/Kg para adulto E 20mg/Kg para crianas, em xarope, divididos em 2 tomadas Cura cerca de 80% dos tratados

PRAZIQUANTELProduz paralisia espstica nos vermes e, em doses elevadas, leses do tegumento Dose 50-60mg/Kg para adulto, por via oral em duas tomadas Para crianas, 70mg/kg

A associao das duas drogas no apresenta vantagem.

Os medicamentos esquistossomicidas no destroem ovos, e como esses podem permanecer vivos at 18 dias depois da postura, os exames de fezes ou biopsia retal podem apresentar ovos viveis nesse perodo, mesmo que os vermes tenham morrido. E ainda os vermes podem apenas interromper a postura, recomeando-a em at 3 meses. Por isso, exames negativos nesse perodo no constituem prova de cura.

Nas reas de baixa prevalncia com transmisso focal e nas reas indenes est indicada a verificao de cura no 4 ms ao trmino do tratamento, com trs

amostras colhidas em dias sucessivos. Em caso depersistncia da positividade do exame, o tratamento

deve ser repetido.

doena de notificao compulsria nas reas noendmicas conforme a Portaria MS/GM n 2.325, de 8/12/03. Entretanto, recomendvel que sejam notificadas todas as

formas graves na rea endmica e todos os casos deesquistossomose diagnosticados na rea endmica com focos isolados (Par, Piau, Rio de Janeiro, So Paulo, Paran, Santa Catarina, Gois, Distrito Federal e Rio Grande do Sul).

Tratamento e educao da populao. Saneamento bsico. Inspeo das colees hdricas. Preveno de contato com a gua. Combate aos caramujos transmissores.

Veronesi, Tratado de Infectologia Lemos, Sylvia, Doenas Infectoparasitrias, Neves, Davi Pereira

Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Guia de vigilncia epidemiolgica / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade. 6. ed. Braslia : Ministrio da Sade, 2005. 816 p. (Srie A. Normas e Manuais Tcnicos)ISBN 85-334-1047-6 Vigilncia epidemiolgica. 2.Sade pblica. I. Ttulo. II. Srie.