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EST-55 AEROELASTICIDADE
Aeroelasticidade Estática ASAS ENFLECHADAS
O efeito do enflechamento
Aeroelasticidade estática de asas enflechadas.
• Objetivo– Determinar como a flexão, não somente a torção como se viu antes,
muda o carregamento em asas enflechadas;– Apresentação de modelos aerodinâmicos e estruturais simples.
Considerações iniciais
• Asas podem ter o seu enflechamento positivo (“para trás”), ou negativo (“para frente”)
• Para que enflechar para frente ?– Tentar diminuir a distância entre o centro
aerodinâmico e o centro de gravidade da aeronave;– Melhorar características de controlabilidade
longitudinal para o caso de aeronaves com pouco volume de cauda, uma vez que a eficiência de sustentação aumentada;
– Diminuir efeito de arrasto de onda no regime transônico, aumento Mach de cruzeiro...
Teoria das Faixas
• Técnica para resolver um problema tridimensional empregando soluções bidimensionais conhecidas;
• Não é restrito apenas ao cálculo de carregamento estacionário para aeroelasticidade;
• A idéia é subdividir uma dada superfície de sustentação em faixas dispostas ao longo da envergadura:
Teoria das Faixas
• Esta teoria é limitada a casos de asas onde os efeitos tridimensionais do escoamento podem ser desprezados, por exemplo, asas de grandealongamento;
• Não são considerados efeitos de influência aerodinâmica entra asfaixas, lembre que a solução empregada para cada faixa é uma solução bidimensional
• As faixas devem estar preferencialmente alinhadas com o escoamento, porém é bastante usual adotar-se faixas perpendiculares ao eixo elástico.
• Neste caso, deve-se decompor o escoamento para um sistema de coordenadas local da asa onde para a envergadura, o eixo "y" deve coincidir com o eixo elástico.
Teoria das Faixas Modificada• Asa enflechada:
Teoria das Faixas Modificada I
• Enflechamento:– Método das componentes
de velocidade
• Usualmente, a asa é discretizada em faixas, cuja corda de cada seção típica é perpendicular ao seu eixo elástico;
• Entretanto, se a asa é enflechada, o eixo elástico também será;
Teoria das Faixas
• Cada faixa possui uma largura finita, a partir da qual pode-se calcular o carregamento por faixa multiplicando:
Note que o carregamento obtido através da teoria do carregamentoestacionário sobre um perfil, é por unidade de comprimento de envergadura.
• Para o cálculo do carregamento, emprega-se os movimentos referentes aos graus de liberdade de uma determinada faixa.
1
,nfaixas
total
i i i
i
L l dy L L=
= ⋅ = ∑
Efeitos de“Wash in” e “Wash Out”
São resultantes do acoplamento de um movimento de flexãoque induz uma torção
Efeito do Enflechamento
• Enflechamento:– Método das
componentes de velocidade
• Usualmente, a asa é discretizada em faixas, cuja corda de cada seção típica é perpendicular ao seu eixo elástico;
• Entretanto, se a asa é enflechada, o eixo elástico também será;
Efeito do Enflechamento
• Quando a asa é enflechada, deve-se observar que as seções típicas, definidas perpendiculares ao eixo elástico, não estão alinhadas com o escoamento;
• Emprega-se a solução aerodinâmica bidimensional para resolver o problemas por faixas (aproximação);
• Entretanto, alguns “termos novos”surgirão nas relações de sustentação e momento, pois existirá um acoplamento do movimento de flexão que induzirá uma torção nas faixas alinhadas com o escoamento não perturbado;
• O primeiro passo será escrever a velocidade de deformação da asa na direção vertical como função de coordenadas de um novo sistema de eixos, onde um deles é coincidente com o eixo elástico da asa.
Efeito do Enflechamento
Ref. NACA-REPT-1014
Efeito do Enflechamento• Sendo “s”o eixo alinhado com a direção da envergadura e coincidente
com o eixo elástico; e “r” perpendicular a “s”, um deslocamento Z escrito neste novo sistema de coordenadas é uma função: Z = Z(r,s,t) . (na figura, y’ = s)
• E a condição de contorno, ou seja o normalwash induzido pela superfície da asa é:
onde a coordenada ξξξξ é paralela com o escoamento não perturbado. Define-se o normalwash (ou downwash) como sendo a velocidade normal induzida pelo deslocamento da asa sujeita ao escoamento V0.
0( , ) ( , )
ZW r s V r s
ξ
∂= −
∂
0//Vξ ⇒ cos sin
Z Z r Z s Z Z
r s r sξ ξ ξ
∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂= + = Λ + Λ
∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂
Efeito do Enflechamento
• Condição de contorno:
• Porém o deslocamento na direção do eixo Z pode ser escrito como uma função de h(s) e αααα(s), graus de liberdade da seção típica :
onde se considerou que e
• Substituindo esta última relação na condição de contorno:
( ) 0 0, cos sin
Z ZW r s V V
r s
∂ ∂ = − Λ + Λ
∂ ∂
( ) ( ) ( ),Z r s h s r sα= − ⋅
cos 1.0α ≅ sinα α≅
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )
0 0
0 0
, cos sin
, cos sin
W r s V h s r s V h s r sr s
hW r s V s V s r s
s s
α α
αα
∂ ∂ = Λ − ⋅ + Λ − ⋅ ⇒ ∂ ∂
∂ ∂ ⇒ = − Λ + Λ − ⋅ ∂ ∂
Efeito do Enflechamento
• Portanto, sobre o eixo elástico (r = 0) temos a expressão final para o ângulo de ataque no sistema rotacionado, a partir da expressão para o downwash:
• Como Vn = V0cos(Λ), o ângulo de ataque observado pela seção típica com corda normal ao eixo elástico é dado por:
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )( )
0 0
0 0
, cos sin
, cos sin
hW r s V s V s r s
s s
h sW r s V s V
s
αα
α
∂ ∂ = − Λ + Λ − ⋅ ∂ ∂
∂ ⇒ = − Λ + Λ ∂
( )( ) ( )
( )
0
,, tan
coss
W r s h sr s s
V sα α
∂− = = − Λ
Λ ∂
Efeito do Enflechamento
• Mudando a notação, temos:
( )( )
( )0
,, tan
coss
W r sr s
V
h s
s
α θ φ
φ
− = = − ΛΛ
∂= →
∂
Inclinação local do eixo elástico deformado em flexão
Ou seja, fica claro agora que o ângulo de ataque efetivo naseção típica é composto por uma componente devido a torção(θθθθ) e uma componente devido a flexão (φ.φ.φ.φ.tanΛΛΛΛ), que depende do enflechamento. Note que se o ângulo de enflechamento forpositivo (para trás), temos o fenômeno de “wash out”. Por outroLado, se ΛΛΛΛ for negativo, (para frente) temos o “wash in”.
Exemplo simplificado:Asa rígida com engastes flexíveis
• Vamos estudar um primeiro modelo simplificado, cujo propósito é entender o efeito do enflechamento.
• Supõem-se que a asa é rígida e engastada através de molas que restringem movimento de corpo rígido que em flexão e torção.
Sistemas de eixos
K 2
K 1
d f
V V cos Λ
b
A A
B
B
α o
C
C
c
Λ
A
B D
C
V
Λ
1
1
1
V s e c t i o n
1 -1 φ s i n Λ
φ
2
Molas que resistem a deslocamentos verticais
A letra “N” Flexão gera sustentação?
sr
Cuidado! “b” aqui é envergadura....
Acoplamento tipo flexo-torção
Os segmentos CD e AB acompanham o movimento vertical devido a flexãosem torcer. Por outro lado o segmentoCB desloca-se verticalmente, porém ele torce, pois o ponto B desloca-se mais no sentido vertical que o ponto C. O segmento CB representa a seção da asa alinhada com o escoamento.
Pela figura abaixo, pode-se entender com funciona o acoplamento entre o modo de flexão e a torção induzida a uma seção deasa enflechada, alinhada com o escoamento aerodinâmico.
A
B D
C
V
Λ
1
1
1
V section
1-1 φ sin Λ
φ
2
φ φ φ φ sinλλλλ
Sustentação na asa flexível
2cos
nq q= Λ
tancos
on LL q cbC α
αθ φ
= + − Λ
Λ
Para calcular o carregamentoaerodinâmico na seção típica, que por razões estruturais é perpendicular ao eixo elástico, leva-se em conta a componente de escoamento não perturbado normal a este eixo.
K 2
K 1
d f
V V cos Λ
b
A A
B
B
α o
C
C
c
Λ
sr
Λ−Λ+== sincos φθαα ofreestreamV
v
cos sin
cos cos cos cos
oc corda
v
V
α θ φα α
Λ Λ= = = + −
Λ Λ Λ Λ
tanestruturalα θ φ= − Λ
Ângulo de ataque efetivo
(a expressão acima obtivemos da condição de contorno a pequenasPerturbações – expressão para o downwash)
Entretanto, queremos o ângulo de ataque “percebido” pela seção típica.
Estrutural ouna direção dacorda...
2cosnq q= Λ
tancos
on LL q cbC α
αθ φ
= + − Λ
Λ
Componente de velocidade normal ao eixo elástico da asa.
Sustentação da asa flexível
Note que esta sustentação é calculada com relação a seçãotípica, ou seja empregando o ângulo de ataque “estrutural”, maisA contribuição de um ângulo de ataque inicial αααα0
Portanto, para o cálculo da sustentação na asa assumindo a teoriaDas faixas, devemos calcular a sustentação em cada faixa empregando a pressão dinâmica equivalente.
Modelo estrutural simplificado
• Assumiu-se que as molas que restringem os movimentos de corpo rígido da nossa asa enflechada são representadas pelas molas K1 e K2, dispostas com uma excentricidade “f” e “d”, respectivamente;
• Estas molas podem ser representadas por molas que restringem os graus de liberdade em flexão na forma da derivada da deformação ao longo da envergadura e no sentido vertical, e o grau de liberdade em torção da asa.
( ) 2
1 1K f f K f Kθθ θ= =
2
2K K dφ =
A mola K1 resiste ao a torção da asa gerando a forçaPor outro lado, promove um torque restaurador: 1
K f θ
Analogamente:
Carregamento aerodinâmico
• O carregamento aerodinâmico para o nosso problema pode ser aproximado por:
( )2
0tan
2 cos
bo
n l
bl s ds q cC
α
αθ φ
⋅ = + − Λ
Λ ∫
( )0
tancos
bo
n ll e ds q cC eb
α
αθ φ
⋅ = + − Λ
Λ ∫
Onde:2 2 2 21 1
cos cos2 2
n nq V V qρ ρ= = Λ = Λ
Note que na realidade são momentos resultantes da distribuiçãodo carregamento aerodinâmico ao longo da envergadura b, nosentido deste e no sentido da corda.
Equilíbrio em flexão (φφφφ)
( )2
tan2 cos
b
o
on l
K l s ds
bK q cC
φ
φ α
φ
αφ θ φ
= ⋅ ⇒
= + − Λ
Λ
∫
Equilíbrio estático : momentos associados à flexão e torção
( )
tancos
on l
K le dy
K q cC eb
θ
θ α
θ
αθ θ φ
= ⇒
= + − Λ
Λ
∫
Equilíbrio em flexão (θθθθ)Chegamos a umsistema de duas equações e duas incógnitas.
n lq cQ bC
α=tant = Λ
Equações para o equilíbrio estático supondo ângulo de ataque inicial
02 2 2
0 cos
o
b b bK
tQ
Kete
Q
e
φ
θ
φ φα
θ θ
− = + ⇒ Λ −
02 2 2
0 cos
o
b b bK
Ke e
tQ
Q
t e
φ
θ
φ α
θ
− ⇒ − = Λ −
“Parametrizando” o problema
Note que a matriz de rigidez estrutural é desacoplada, porém amatriz aeroelástica representará um acoplamento de naturezaaerodinâmica.
( ) ( )
Λ=
−
−
+
e
bQ
QeKQte
QbQtbK o
2cos
22α
θ
φ
θ
φ
[ ]
Λ=
e
bQK o
ij2
cos
α
θ
φou
Sistema aeroelástico
Resultando em :
Resposta aeroelástica
• Resolve-se o sistema de equações para obter φφφφ e θ θ θ θ :
( ) ( )( ) ( )
1
2 2 2cos
o
bQtb QbKQ
Qte K Qe e
φ
θ
φ α
θ
− + − = Λ −
0 1
2cos tan
2
Qb
KbK Q e
K
φφ
θ
αφ
= Λ Λ
+ −
0 1
cos tan
2
Qb
K bK Q e
K
θθ
φ
αθ
= Λ Λ + −
( )22
2 betQQeK
QbtKK +−
+==∆ θφ
−+=∆ eK
btKQKK φθφθ
2
Estabilidade do sistema
Utilizamos o critério de estabilidade de Euler para estudar a estabilidade do sistema, chegando a uma equação parao parâmetro “Q” (não confundir “Q” com “q” de pressãodinâmica!)
2
btKeK
KKQD
θφ
φθ
−
=0=∆
2 tancos 1
2
LD
KSeC
qKb
e K
θ
α
θ
φ
= Λ
Λ −
n LQ q cbC α=
Condição de divergência
Ou agora, isolando a pressão dinâmica associada à velocidadede escoamento não perturbado temos:
O que acontecese ΛΛΛΛ for igual a zero?
Fazendo o denominador igual a zero:
02
tan1 =
Λ
− critical
K
K
e
b
φ
θ
≥Λ
=Λ
−
θ
φ
θ
φ
K
K
b
c
c
e
K
K
b
c
c
ecrit
2tan
2tan
1
Sem divergência:
Análise do enflechamento
Implica em umapressão dinâmicade divergênciainfinita.
Exemplo
6,5,4=c
b1.0=
ce
4.03.53.02.52.01.51.00.50.00
2
4
6
8
10
Critical sweep anglevs.
stiffness ratio
Kφ/Kθ
swee
pan
gle
for
dive
rgen
cesu
ppre
ssio
n(d
egre
es)
aspect ratiob/c=4
aspect ratiob/c=5
aspect ratiob/c=6
Se a razão entre asrigidezes em flexãoe torção for 3, temosΛΛΛΛcr= 5.71º. Ou seja
se asa for enflechadamais de 5.71o, nuncateremos divergência.
Eficiência de sustentação
• Eficiência de sustentação é definida como a razão entre a sustentação produzida por uma asa flexível e a sustentação produzida pela mesma asa, porém considerando-a rígida.
cosrigida
L oL qSC αα= Λ
tancos
flexível on L
L q SC α
αθ φ
= + − Λ
Λ Λ= 2
cosqqnOnde, emprega-se a pressão dinâmica normal ao eixo elástico.
Eficiência de sustentação
• Substituindo os ângulos da inclinação devido a flexão e devido a torção, obtidos da solução do sistema de equações, na relação:
• Temos:
tancos
flexível on LL q SC α
αθ φ
= + − Λ
Λ
tan1
cos 2
n L oQK eq SC QbK
Lφα θα Λ
= + − Λ ∆ ∆
Sustentação da asa flexível
1cos
tan1
2
L oL qSCQ b
K K eK K
α
θ φ
θ φ
α
= Λ Λ
+ −
2
tan Λ−
=bK
eK
KKQD
θφ
θφ
n LQ q SC α=Fazendo:
Eficiência da sustentação
cos
1
L o
D
qSCL
αα Λ=
−
1
cos 1
flexível
rígido
L o
D
L L
qqSC Lq
αα= =
Λ −
2
tan Λ−
=bK
eK
KKQD
θφ
θφ
n LQ q SC α=
Onde:
2 tancos 1
2
LD
KSeC
qKb
e K
θ
α
θ
φ
= Λ
Λ −
Exemplo Numérico
Λ
−Λ
=
2
tan1cos
2
0
φ
θ
K
K
e
c
c
b
qqD
2/250 ftlbqo =
Sendo as condições:
o30=Λ6=
c
b1.0=
c
e
3=θ
φ
K
K0
L
Kq
SeC
θ
α
=
Eficiência de sustentação - final
3503002502001501005000.0
0.5
1.0
1.5
2.0
lift effectiveness vs.dynamic pressure
dynamic pressure (psf)
lift e
ffect
iven
ess unswept wing
divergence
30 degrees sweep
15 degrees sweep
unswept wing